Podemos concluir que esses termos estão enraizados em nossa sociedade, urgente se faz
mudanças de atitudes, a partir de reflexões permanentes de cidadãos da política, educação,
meio artístico, familiar.
Em 2007, houve uma pesquisa na escola estadual na qual lecionava. Cada família indicava
qual a raça da criança (branca, parda, negra ou amarela). Porém, as crianças levaram os
formulários com marcas de borracha ou corretivo na raça branca, então, perguntei: - Por que
seus pais resolveram mudar no papel a raça para parda? A maioria dos alunos respondeu que
a professora explicou que algumas pessoas tem a cor de pele diferente por herança genética
de seus pais, avós, tataravós. Principalmente no Brasil que houve escravidão e desde este
período começou haver miscigenação entre os povos de origem européia, africana e os índios
que já se encontravam no Brasil. O mais interessante foi o comentário de um aluno que falou
para os pais: “– Sou da cor da professora Carla, a qual contou que também tem descendência
africana e indígena por isso ela é parda”. Ao comentar este fato na sala dos professores,
novamente surpresa! Alguns professores, falaram que não poderiam fazer este comentário em
sala, pois sua descendência era só européia. Justamente esta professora era parda, porém,
se considerava branca. Então, como abordar este preconceito em sala de aula se o próprio
professor possui uma auto-imagem distorcida?
“Analisando as Diretrizes traçadas para a formação docente e as características
organizacionais das escolas brasileiras, notamos a predominância de programas
formativos episódios e focados em temas específicos, desenvolvidos desconsiderando o
contexto da escola, o que dificulta ainda mais a constituição e a manutenção das
comunidades intelectuais. Consideramos, em contraponto, que seria importante investir
também na melhoria das condições seu campo de ação e sua influência, contribuindo,
assim, para melhorar significativamente a qualidade do ensino no Brasil. Essa é
claramente uma opção política, que depende dos órgãos oficiais, mas também de cada
um de nós que militamos na área educacional”. (Abramowicz e Arroyo (Org.) - Mizukami
– Reali,2009,p.85)