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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
Análise da resistência e da tolerância da cultivar de trigo
BRS Timbaúva ao Barley yellow dwarf virus-PAV
DANUBIA GRASIANE DE CEZARE
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Agronomia da
Faculdade de Agronomia e Medicina
Veterinária da Universidade de Passo
Fundo, para obtenção do título de Mestre
em Agronomia Área de concentração
em Fitopatologia.
Passo Fundo, maio de 2009
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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
Análise da resistência e da tolerância da cultivar de trigo
BRS Timbaúva ao Barley yellow dwarf vírus-PAV
Bióloga DANUBIA GRASIANE DE CEZARE
Orientador: Prof. Dra. Jurema Schons
Co-orientador: Dr. Douglas Lau
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Agronomia da
Faculdade de Agronomia e Medicina
Veterinária da Universidade de Passo
Fundo, para obtenção do título de Mestre
em Agronomia Área de concentração
em Fitopatologia.
Passo Fundo, maio de 2009
iv
“A vida é feita por momentos.
Use cada momento para fazer algo. Faça, erre, acerte,
arrisque, caia, levante, falhe, lute, mas... não jogue fora,
se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter
vivido. Um homem que ousa desperdiçar uma hora ainda
não descobriu o valor da vida.”
(Charles Darwin)
“Não é o desafio com que nos
deparamos que determina quem somos e o que estamonos
tornando, mas a maneira com que
respondemos ao desafio. Somos combatentes, idealistas,
mas plenamente conscientes, porque
o ter consciência não nos obriga a ter teoria sobre as
coisas: só nos obriga a sermos conscientes.
Problemas para vencer, liberdade para provar e
enquanto acreditamos no nosso sonho nada é por acaso.”
(Henfil)
Às pessoas mais importantes da minha vida,
que sempre acreditaram em mim, que me permitiram
sonhar e contribuiram para a realização desses sonhos...
meus pais Atair e Zilda S. De Cezare e minha irmã Débora.
DEDICO E OFEREÇO
v
AGRADECIMENTOS
A Deus
A DeusA Deus
A Deus...
......
...
“No corre-corre de nossa vitória diária, esquecemos tantas
vezes de te agradecer.
Obrigada senhor, pelos meus pais e amigos, por todos aqueles
que entraram na minha história de vida e me ensinaram a
crescer, a ser mais gente;
Pelo termino desta longa jornada, o mais sincero
agradecimento a ti que nos confiaste a vida.
Através da minha fé, de minhas orações, do meu amor, te
agradeço por tudo que fui, que sou e ainda serei e,
principalmente, por nunca me ter deixado
nos momentos difíceis e por me ter permitido
chegar até aqui.”
Aos Pais
Aos PaisAos Pais
Aos Pais...
......
...
“ A vocês, que me deram a vida e me ensinaram a vive-la com
dignidade, não bastaria um obrigada.
A vocês, que me iluminaram os caminhos obscuros com afeto e
dedicação, para que os trilhássemos sem medo e
cheios de esperança, não bastaria um muito obrigado.
A vocês, que se doaram inteiros e renunciaram seus sonhos,
para que, muitas vezes, pudesse realizar os meus,
não bastaria um muitíssimo obrigado.
A vocês pais por natureza, por opção e amor, não bastaria
dizer que não tenho palavras para agradecer tudo isso...
se pudesse faze-los eternos... eternos os faríamos.
A vocês, não mais que com justiça,
Dedico esta vitória.”
Aos meus pais Atair e Zilda S. De Cezare e a minha irmã
Débora, pelo apoio, por sempre estarem ao meu lado me dando
força, por me compreenderem, mas principalmente pelo amor
que nos une e que sempre está presente.
vi
Aos Mestres e Orientadores
Aos Mestres e OrientadoresAos Mestres e Orientadores
Aos Mestres e Orientadores...
......
...
A minha orientadora Dra. Jurema Schons, pela orientação,
incentivo e compreensão. Que sempre será um exemplo de
força, entusiasmo, dedicação e amor pela sua profissão.
Ao co-orientador Dr. Douglas Lau e orientadora, dedico os
resultados de um esforço comum, consciente e honesto em prol
do meu desenvolvimento humano e valorização de minha
atividade profissional.
Aos amigos
Aos amigosAos amigos
Aos amigos...
......
...
A minha amiga do coração Juliana Nienow que desde a
graduação sempre esteve ao meu lado, me ajudando, me
incentivando, me ensinando, que me deu força nas
horas boas e ruins.
O tempo e a distância jamais poderão apagar de nossos
corações a lembrança daqueles que souberam conquistar nossa
amizade.
Às pessoas que sempre estiveram ao meu lado, torcendo por
mim, me ajudando, os amigos, colegas e a equipe do laboratório
de Fitovirologia, Vânia Bianchin, Elaine Deuner, Karina
Toledo, Cassiane Oliveira e Leonardo Seidler De Marchi.
Outros agradecimentos
Outros agradecimentosOutros agradecimentos
Outros agradecimentos
À Universidade de Passo Fundo, aos seus professores e
funcionários pela oportunidade de realizar o curso;
À CAPES pela concessão da bolsa viabilizando os estudos.
À Embrapa Trigo de Passo Fundo/RS pela oportunidade de
realizar os experimentos em suas dependências.
Aos funcionários da Entomologia e da casa de apoio da
Embrapa Trigo que contribuíram para a realização deste trabalho.
Aos professores do Programa de Pós-graduação em Agronomia,
pelos ensinamentos e disponibilidade.
Ao CNPq e à Fapergs pelo auxílio financeiro.
vii
SUMÁRIO
Página
LISTA DE TABELAS..................................................................... ix
LISTA DE FIGURAS...................................................................... x
RESUMO.......................................................................................... 13
ABSTRACT......................................................................................
16
1
INTRODUÇÃO.......................................................................... 18
2
REVISÃO DE LITERATURA................................................... 21
2.1 Cultura de Trigo.................................................................... 21
2.2 Nanismo Amarelo dos Cereais.............................................. 22
2.2.1 Classificação do Vírus.................................................... 23
2.2.2 Vetores e mecanismo de transmissão.............................. 25
2.2.2.1 Relação patógeno/hospedeiro/vetor.......................... 30
2.2.3 Medidas de controle........................................................ 31
2.2.3.1 Práticas culturais....................................................... 31
2.2.3.2 Controle biológico e químico.................................... 31
2.2.3.3 Resistência e/ou tolerância........................................ 33
3
MATERIAL E MÉTODOS........................................................ 38
3.1 Localização dos ensaios e análises........................................ 38
3.1.1 Material vegetal............................................................... 38
3.1.2 Vetor e vírus.................................................................... 39
3.1.3 DAS-ELISA.................................................................... 40
3.2 Análise estatística................................................................. 42
3.3 Experimento I Avaliação da resistência da cultivar de
trigo BRS Timbaúva ao Rhopalosiphum padi e ao BYDV-
PAV.............................................................................................
42
3.4 Experimento II – Estimativa da tolerância por meio da
quantificação de componentes morfológicos e do rendimento...
44
3.5 Experimento III – Efeito do estádio de desenvolvimento do
hospedeiro e da época da inoculação sobre componentes de
rendimento...................................................................................
45
3.5 Experimento IV – Efeito de cinco níveis de infestação com
afídeos avirulíferos e virulíferos sobre os componentes do
rendimento de grãos....................................................................
46
4
RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................... 47
4.1 Experimento I Avaliação da resistência da cultivar de
trigo BRS Timbaúva ao Rhopalosiphum padi e ao BYDV-
PAV.............................................................................................
47
viii
4.2 Experimento II – Estimativa da tolerância por meio da
quantificação de componentes morfológicos e de rendimento...
52
4.3 Experimento III – Efeito do estádio de desenvolvimento do
hospedeiro e da época da inoculação sobre componentes de
rendimento...................................................................................
55
4.4 Experimento IV – Efeito de cinco níveis de infestação com
afídeos avirulíferos e virulíferos sobre os componentes do
rendimento de grãos....................................................................
62
5
CONCLUSÕES.......................................................................... 67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS............................................. 68
ANEXOS.......................................................................................... 75
ANEXO 1 ...................................................................................... 76
ANEXO 2 ...................................................................................... 76
ANEXO 3 ...................................................................................... 76
ANEXO 4 ...................................................................................... 77
ANEXO 5 ...................................................................................... 77
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela
Página
1 Número médio de ninfas por adulto de
Rhopalosiphum padi mantido sobre duas
cultivares de trigo................................................
48
2 Número de espigas por planta, número de grãos
por planta e peso estimado de mil grãos por
planta, comparando as cultivares Embrapa 16 e
BRS Timbaúva infestadas com afídeos R. padi
avirulíferos e virulíferos......................................
52
3 Interação entre cultivares (Embrapa 16 e
Timbaúva), estatura e número de afílhos em
plantas expostas à pulgões avirulíferos e
virulíferos............................................................
53
4 Número de espigas por planta, de grãos por
planta e peso de mil grãos nas cultivares de
trigo Embrapa 16 e BRS Timbaúva infestadas
com afídeos avirulíferos e virulíferos (expostos
ao BYDV-PAV) em quatro estádios de
desenvolvimento (escala de Large).....................
57
5 Freqüência de plantas soropositivas para
BYDV-PAV infestados com números variável
(crescente) de afídeos virulíferos........................
62
6 Número de espigas por planta, número de grãos
por planta, em duas cultivares de trigo
infestadas com afídeos avirulíferos e virulíferos
(expostos ao BYDV-PAV) submetidas a cinco
pressões de inóculo.............................................
63
7 Peso médio de grãos por plantas (g) e peso total
de grãos, independente da cultivar com cinco
níveis de infestação por afídeos avirulíferos e
virulíferos............................................................
64
x
LISTA DE FIGURAS
Figura
Página
1 Representação diagramática da organização
genômica dos dois subgrupos de vírus
associados ao nanismo amarelo de cereais de
inverno. Áreas preenchidas em preto apresentam
conservação entre os grupos. Área quadriculada
apresenta similaridade com a polimerase de
Tombusviridae. Área hachurada apresenta
similaridde com a polimerase de sobemovirus.
Área em branco, a exceção de um possível
motivo tipo protease (ORF1 subgrupoII) não
apresenta similaridade com ORF de nenhum
vírus. CP capa protéica, POL polimerase,
AT domínio provavelmente requerido na
transmissão por afídeo, MP provável proteína
envolvida no movimento célula a célula. Linhas
abaixo das barras correspondem ao RNAs
subgenômicos (sg) conhecidos (extraído de
Miller W.A., Rasochová L. 1997)........................
24
2 Representação diagramática das etapas do
processo de aquisição e transmissão de
partículas virais do vírus causador do nanismo
amarelo em cereais. Partículas virais adquiridas
junto com a seiva elaborada migram pelo
aparelho digestivo, hemocele e se acumulam na
glândula salivar acessória (GSA) de onde podem
ser injetadas em uma nova planta (adaptado de
Gildow & Gray, 1993).........................................
27
3 Representação das etapas do ciclo infeccioso do
nanismo amarelo. Aquisição do vírus a partir de
uma planta infectada, dispersão do vetor,
transmissão do vírus para planta sadia e exibição
dos sintomas após o período de
incubação..............................................................
28
4 Escala de Feekes, modificada por (LARGE,
1954).....................................................................
44
5 Número médio de ninfas por adulto nas
cultivares de trigo Embrapa 16 e BRS Timbaúva
xi
em cinco ensaios distintos.................................... 44
6 Concentração de BYDV–PAV (estimada por
absorbância a 405 nm) nas folhas, colmos e
raízes de trigo, das cultivares Embrapa 16 e BRS
Timbaúva, em sete épocas (em dias) após a
transmissão utilizando Rhopalosiphum padi .......
51
7 Interação entre as cultivares (Embrapa 16 e BRS
Timbaúva) e estatura em plantas expostas a
pulgões avirulíferos e virulíferos
(Tratamento 1,
avirulíferos e tratamento 2, virulíferos
)..........................
53
8 Redução no rendimento do Peso total de
grãos/planta nas cultivares Embrapa 16 e BRS
Timbaúva infestados com afídeos avirulíferos
(avr) e virulíferos (vr)...........................................
54
9 Sintomas típicos da infecção por BYDV em
plantas da cultivar Embrapa 16 infestadas com
Rhopalosiphum padi expostos ao BYDV-PAV,
infestados em diferentes estádios de
desenvolvimento (Escala de Feekes modificada
(LARGE, 1954)....................................................
56
10 Efeito da época de inoculação sobre o peso de
grãos por espiga em plantas de trigo das
cultivares BRS Timbaúva e Embrapa 16
infestadas com pulgões avirulíferos e virulíferos.
58
11 Peso total de grãos em função da estádio de
desenvolvimento de plantas da cultivar Embrapa
16 infestados com pulgões avirulíferos (EAVR)
e virulíferos (EVR) (expostos ao BYDV-PAV)...
59
12 Peso total de grãos em função do estádio de
desenvolvimento de plantas da cultivar Embrapa
16 infestados com pulgões avirulíferos (TAVT)
e virulíferos (TVR) (expostos ao BYDV-PAV)...
60
13 Redução do peso de grãos por planta (%) nas
duas cultivares em quatro épocas (estádios de
desenvolvimento) após a infestação com pulgões
avirulíferos e virulíferos (BYDV-PAV),
descontando-se o efeito do pulgão avirulífero.....
61
14 Número de afídeos em relação ao peso total de
grãos na cultivar Embrapa 16 comparando
plantas avirulíferos com virulíferos......................
64
xii
15 Número de afídeos em relação ao peso total de
grãos na cultivar BRS Timbaúva comparando
plantas avirulíferos com virulíferos.....................
65
16 Redução no rendimento de grãos para as
cultivares de trigo Embrapa 16 e BRS Timbaúva
inoculadas com BYDV-PAV, utilizando-se de 1
a 5 afídeos.............................................................
66
13
Análise da resistência e da tolerância da cultivar de trigo
BRS Timbaúva ao Barley yellow dwarf virus-PAV
DANUBIA GRASIANE DE CEZARE
1
; JUREMA SCHONS
2
&
DOUGLAS LAU
3
RESUMO A virose, conhecida como nanismo amarelo, causada por
espécies de Barley yellow dwarf virus - BYDV e Cereal yellow dwarf
virus - CYDV é uma das mais importantes doenças dos cereais de
inverno, reduzindo a produção em cultivos de todo o mundo. Espécies
do BYDV e de CYDV são capazes de infectar mais de 150 espécies
de plantas dentro da família Poaceae sendo transmitidas por diversas
espécies de afídeos (Hemiptera, Aphididae). Entre as espécies de
BYDV e CYDV, BYDV-PAV predomina na maioria das regiões
produtoras do mundo, inclusive nas regiões triticultoras brasileiras.
Assim, é importante que os programas de melhoramento considerem a
incorporação de resistência a esta espécie e aos seus afídeos vetores. O
presente estudo foi conduzido a fim de determinar se a capacidade de
BRS Timbaúva de manter alta produtividade quando exposto ao
complexo rus-vetor, se deve unicamente a resistência ao afídeo
vetor, ou também apresenta resistência ou tolerância a BYDV-PAV.
Todos os ensaios foram realizados comparando-se BRS Timbaúva
1
Bióloga, mestranda do Programa de Pós-graduação em Agronomia (PPGAgro) da
FAMV/UPF, Área de Concentração em Fitopatologia - danub[email protected]m.br
2
Orientadora, Bióloga, Doutora em Ciências Biológicas, professora do PPGAgro da
FAMV e ICB/UPF – schons@upf.br
3
Co-orientador, Biólogo, Doutor em Fitopatologia, pesquisador da Embrapa-Trigo
dlaubioagro@yahoo.com.br
14
com Embrapa 16, uma cultivar altamente suscetível a virose. A
capacidade da planta de resistir à infecção viral foi avaliada através da
construção de curvas do título viral (teste de ELISA) em diferentes
órgãos por um período de 28 dias. A tolerância foi estimada
avaliando-se aspectos morfológicos e componentes de rendimento de
forma comparativa entre as cultivares e considerando-se a perda
relativa em relação a plantas infestadas com afídeos avirulíferos. O
possível efeito da resistência ao vetor sobre a eficiência de inoculação
do vírus, foi avaliado variando-se o número de afídeos utilizados (1, 2,
3, 4 e 5) para a inoculação e determinando-se o número de plantas
infectadas e o efeitos sobre a produção. O efeito do estádio de
desenvolvimento do hospedeiro sobre a resistência ou tolerância foi
avaliado, por meio da inoculação de plantas em diferentes estádios de
desenvolvimento, avaliando-se a expressão de sintomas e do peso total
de grãos. Os resultados obtidos sugerem que a produtividade de BRS
Timbaúva, acima da média de outros genótipos em ensaios com
exposição ao BYDV, se deve principalmente a resistência ao vetor. O
número de afídeos que permaneceram sobre a planta e a taxa de
reprodução destes sobre plantas de BRS Timbaúva foram inferiores
aos observados para plantas de Embrapa 16. Embora os títulos virais
por época e por órgão sejam similares, o padrão da curva do título
viral é atrasada em relação ao material suscetível, fato que pode ter
relação com o comportamento do vetor. A possibilidade de BRS
Timbaúva apresentar certo nível de tolerância não pode ser
inteiramente descartada, pois as perdas em relação ao controle
(afídeos avirulíferos) foram sempre superiores na cultivar Embrapa
16.
15
Palavras chave: BYDV-PAV, Triticum aestivum, Rhopalosiphum
padi.
16
Analysis of resistance or tolerance in wheat BRS Timbaúva
cultivar to the Barley yellow dwarf virus -PAV
ABSTRACT The virosis, known as yellow dwarf, caused by Barley
yellow dwarf virus - BYDV e Cereal yellow dwarf virus - CYDV
species is one of the most important cereal deseases of the winter
cereals, reducing the production in cultures around the world. BYDV
and CYDV species are able to infect more than 150 species of plants
in the Poaceae family, being transmited by various species of aphids
(Hemiptera, Aphididae). Among the BYDV and CYDV species,
BYDV-PAV predominates in the most of producing regions of the
world, including brazilian wheat regions. So, it’s important that the
improvement programs consider the incorporation of resistance to this
specie as to his aphids vectors.This study was conducted to
determinate if the BRS Timbaúva capacity of keep high productivity
when exposed to the virus-vector complex is caused only by the
resistance to the aphid vector, or also presents BYDV-PAV resistance
or tolerance. All the tests were done comparing BRS Timbaúva with
Embrapa 16, one highly virus susceptible breed. The capacity or
resistance to virus infection of the plant was evaluated through
construction of curves of viral title (ELISA test) in different organs in
a 28 days period. The tolerance was estimated evaluating
morphological components and yield components in a comparative
way between the breeds and consideratin the relative loss on plants
infected by uncomtamined aphids. The possible resistance effect to the
vector on the virus inoculation efficiency was evaluated ranging the
17
number of aphids used (1, 2, 3, 4 e 5) to the inoculation and
determining the number of infected plants and the effects on the
reduction of production. The effect of the development stage of the
host on the resistance or tolerance was evaluated by inoculation of
plants in different development stages and evaluation of symptoms
expression and the total weight of grains. The obtained results suggest
that the BRS Timbaúva productivity, above the others genotypes
averages in test with BYDV exposure, is caused mainly to the vector
resistance. The aphid number that remained on the plant and the
reproduction rate on the BRS Timbaúva were lower to the observed in
the Embrapa 16 plants. Though the viral titles by season and by organ
are similar, the curve of viral title is delayed on susceptible stuff, fact
that can have relation with the vector behavior. The possibility of BRS
Timbaúva presents a tolerance degree can’t be entirely discarded,
cause the losses related to the control plant (uncontamined aphids)
always were higher to the Embrapa 16 plant.
Key words: BYDV-PAV, Triticum aestivum, Rhopalosiphum pad.
18
1 INTRODUÇÃO
A virose originalmente conhecida como nanismo amarelo da
cevada causada por espécies de Barley yellow dwarf virus (BYDV)
e Cereal yelow dwarf virus (CYDV), devido a sua ampla
distribuição geográfica e comprometimento da produtividade das
plantas, é uma das principais doenças dos diversos cereais de inverno
sendo, um fator limitador da produção de grãos no Brasil e no mundo
(LISTER & RANIERI, 1995). Embora as perdas globais sejam
difíceis de estimar, em média as perdas de produtividade devido à
infecção natural por este complexo viral variam entre 11 e 33%, sendo
em alguns casos reportadas perdas de até 86%. A relação entre
incidência da doença e perdas de produtividade é linear em trigo e
cevada. Um incremento de 1% de plantas infectadas pela virose causa
redução de produtividade de 20 a 50 kg.ha
-1
em trigo e de 30 a 60
kg.ha
-1
em aveia (MILLER & RASOCHOVÁ, 1997).
Além do agente etiológico (vírus), o ciclo da doença depende da
presença de plantas hospedeiras (gramíneas) e de vetores (afídeos).
São várias as etapas deste ciclo. A aquisição do vírus pelo afídeo
vetor, ocorre quando ele se alimenta da seiva de uma planta infectada.
Uma vez ingeridas, as partículas virais circulam pelo aparelho
digestivo, migram para a hemocele e acumulam-se nas glândulas
salivares do inseto. Com a dispersão e o estabelecimento do vetor em
uma nova planta, tem início a transmissão. Uma vez inseridas as
partículas virais no floema da planta hospedeira, iniciam-se as etapas
de replicação e movimentação do vírus nos tecidos hospedeiros.
Considerando o ciclo da doença, é possível inferir que o controle
19
baseado na resistência genética do hospedeiro pode atuar sobre o vetor
(afetando a aquisição, dispersão e transmissão) ou sobre o vírus
(movimentação, replicação).
Como existem várias espécies de vetores e várias espécies
virais é necessário monitorar a variabilidade, predominância e a
interação destes para a região alvo do programa de melhoramento.
Os sintomas podem ser confundidos com deficiência
nutricional e, como várias espécies do vírus causam a doença, são
necessários métodos sorológicos para maior precisão na diagnose. É
de extrema importância e de caráter prático o conhecimento das
reações das cultivares às espécies de B/CYDVs ocorrentes em cada
região, a fim de reduzir custo de produção e aumentar a lucratividade
do produtor.
Nos países onde é expressiva a produção de trigo e outros
cereais, o conhecimento sobre a diversidade do patógeno, das suas
interações com espécies vetoras e hospedeiras, a busca por fontes de
resistência natural ou derivada da engenharia genética e a dissecação
dos mecanismos envolvidos na resistência são uma realidade.
O desconhecimento da variabilidade do patógeno e de como
esta afeta as interações com as plantas hospedeiras pode levar a
contradições no programa de seleção de genótipos resistentes como,
por exemplo, genótipos apontados como resistentes podem apresentar
comportamento distinto em avaliações subseqüentes. Na ausência de
condições controladas e componentes (variáveis) conhecidos torna-se
difícil apontar as causas das diferenças de resultados.
Desta forma, torna-se fundamental o conhecimento da reação de
genótipos de trigo no que se refere a resposta ao vetor predominante
20
do complexo BYDV/CYDV, bem como do efeito da virose sobre
características agronômicas e componentes de rendimento de trigo.
Com isso, objetivou-se analisar a resistência e a tolerância da
cultivar do trigo BRS Timbaúva ao complexo Rhopalosiphum padi x
Barley yellow dwarf PAV; determinar o potencial de dano do
BYDV-PAV na cultivar BRS Timbaúva em detrimento do vetor;
verificar o efeito do estádio de desenvolvimento dos hospedeiros
(Embrapa 16 e BRS Timbaúva) e da época de inoculação sobre
componentes do rendimento e; avaliar o efeito da pressão de inóculo
viral sobre componentes do rendimento das cultivares Embrapa 16 e
BRS Timbaúva.
21
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Cultura de trigo
O trigo (Triticum aestivum L.) é, globalmente, a segunda
cultura dentre as espécies vegetais em produção, sendo superada
apenas pelo milho. De acordo com a FAO (2008), no ano de 2005,
foram produzidas 629,6 milhões de toneladas do grão, sendo, as áreas
de maior produção, a Ásia, a Europa e a América do Norte.
No Brasil, em 2008 foram produzidas 5,8 milhões de toneladas
(CONAB, 2008). A Região Sul do Brasil responde pela maior parte da
produção nacional de trigo.
Na safra 2006/2007, por exemplo, o estado com maior
produção do cereal foi o Paraná (1,13 milhões de toneladas de grão
produzidas), seguido pelo Rio Grande do Sul (728 mil toneladas) e
Santa Catarina (126 mil toneladas). Considerando-se a produção de
2,23 milhões de toneladas de trigo e o consumo nacional de 10,39
milhões de toneladas, percebe-se que a produção brasileira, atende
apenas em parte a demanda pelo produto (BISOTTO, 2005).
O país tem condições de solo, de clima, de material genético e
de tecnologia que permitem incrementar a produtividade do trigo
(BISOTTO, 2005). É preciso, portanto, implementar medidas que
estabilizem fatores adversos que limitam a produtividade, como é o
caso de pragas e doenças.
22
2.2 Nanismo amarelo dos cereais
A virose conhecida como nanismo amarelo ocorre nas diversas
regiões produtoras de cereais de inverno do mundo. Espécies de
BYDV e CYDV são responsáveis por expressivos danos nas lavouras,
reduzindo tanto a produção de grãos como de massa verde. Estes vírus
são transmitidos por afídeos, e sua atividade na planta hospedeira
interfere na translocação da seiva, interrompendo o fluxo do floema.
Em conseqüência, causa alteração no crescimento da planta, inibe a
formação de raiz e reduz o rendimento quanto ao peso e número de
grãos. Estes vírus atacam várias outras espécies de gramíneas, como
trigo, cevada e triticale (BURNETT et al. 1995).
Embora as perdas globais sejam difíceis de estimar, em média
as perdas de produtividade devido à infecção natural por este
complexo viral variam entre 11 e 33%, sendo em alguns casos
reportadas perdas de até 86%. A relação entre incidência da doença e
perdas de produtividade é linear em trigo e cevada. Um incremento de
apenas 1% desta virose causa redução na produtividade de 20 a 50
kg.ha
-1
em trigo e de 30 a 60 kg.ha
-1
em aveia (MILLER &
RASOCHOVÁ, 1997).
O nanismo é causado não apenas por uma espécie de vírus,
mas por distintas espécies pertencentes a família Luteoviridae. Os
membros desta família apresentam partículas virais compostas por
capsídeos isométricos de 25 a 30 nm não envelopados. O genoma viral
é não segmentado composto por um RNA que apresenta entre 5600 a
6900 nucleotídeos sendo fita simples e sentido positivo (ssRNA+). No
23
interior da partícula viral também podem ser encontrados RNAs
satélites.
2.2.1 Classificação do vírus
Originalmente, este grupo de vírus foi classificado em função da
especificidade de transmissão pela espécie de vetor, pela gama de
hospedeiros e virulências. Assim, até meados de 2000, foram
designados cinco estirpes, RPV - transmitido por Rhopalosiphum
padi, RMV - por Rhopalosiphum maidis, MAV - por Sitobion avenae
(sin. Macrosiphum avenae), SGV por Schizaphis graminum e PAV-
por R. padi, S. avenae e outros (REGEN MORTEL, 2000).
Essas estirpes eram divididas em dois subgrupos, sendo que
PAV, MAV e SGV compunham subgrupo 1 e RPV e RMV o
subgrupo 2 (BURNET et al., 1987).
Embora o sistema de identificação baseado nos serotipos e
transmissão pela espécie vetora seja baseado na estabilidade desta
característica, dentro de um mesmo serotipo podem ser agrupados
isolados que apresentam variações em características biológicas como
sintomas provocados em distintos hospedeiros e eficiência com que
são transmitidos pelas espécies vetoras (ROCHOW et al., 1969).
Por outro lado, indivíduos da população de uma mesma
espécie vetora podem transmitir um mesmo isolado viral com
diferentes níveis de eficiência (DEDRYVER et al., 2005).
O Comitê Internacional de Taxonomia de vírus, no ano de
2000 apresentou uma nova classificação para estes vírus,
permanecendo na família Luteoviridae e reclassificado em gêneros
24
distintos e em espécies (não mais estirpes). O BYDV-PAV, BYDV-
MAV e BYDV-SGV são espécies do gênero Luteovirus.
Figura 1 - Representação diagramática da organização genômica dos
dois subgrupos de vírus associados ao nanismo amarelo de
cereais de inverno. Áreas preenchidas em preto apresentam
conservação entre os grupos. Área quadriculada apresenta
similaridade com a polimerase de Tombusviridae. Área
hachurada apresenta similaridde com a polimerase de
sobemovirus. Área em branco, a exceção de um possível
motivo tipo protease (ORF1 subgrupoII) não apresenta
similaridade com ORF de nenhum vírus. CP – capa protéica,
POL polimerase, AT domínio provavelmente requerido
na transmissão por afídeo, MP provável proteína
envolvida no movimento célula a célula. Linhas abaixo das
barras correspondem ao RNAs subgenômicos (sg)
conhecidos (extraído de Miller W.A., Rasochová L. 1997).
O BYDV-RPV teve sua nomenclatura alterada pelo ICTV
(2000) para vírus do nanismo amarelo dos cereais (Cereal yellow
dwarf virus (CYDV-RPV)) e é uma espécie do gênero Polerovirus. As
Subgrupo II
Subgrupo I
25
espécies BYDV-RMV, BYDV-GPV, BYDV-SGV também pertencem
à família Luteoviridae, entretanto, não estão, até o momento,
classificados quanto ao gênero (Van REGENMORTEL et al., 2000).
O genoma dos membros da família Luteoviridae, conforme
apresentado na Figura 1, contém cinco ou seis regiões abertas de
leitura (ORFs). Os diferentes gêneros dessa família diferem nas
propriedades biológicas, organização genômica, seqüências de
aminoácidos e na disposição e no tamanho das ORFs (PEDERSEN et
al., 2003).
Os vírus da família Luteoviridae são transmitidos por insetos
da ordem Hemiptera, família Aphididae.
No Brasil, até o momento a identificação e análise da
variabilidade e predominância das espécies virais associados ao
nanismo têm sido efetuadas por meio de testes sorológicos (Elisa),
havendo predominância dos serotipos PAV e MAV (SCHONS &
DALBOSCO, 1999).
2.2.2 Vetores e mecanismos de transmissão
Os afídeos associados à cultura de trigo são nativos da Ásia e
da Europa de onde, provavelmente, foram introduzidos na América do
Sul. No Brasil, apresentam ampla distribuição geográfica que se
estende da região Sul ao Cerrado brasileiro. Os afídeos ocorrem em
todas as regiões tritícolas brasileiras: na região Sul (Rio Grande do Sul
e Santa Catarina), na região Centro-Sul (Paraná, São Paulo e Mato
Grosso do Sul) e na região Central (Goiás, Distrito Federal, Minas
Gerais e Mato Grosso) (SALVADORI & TONET, 2001).
26
Os afídeos do trigo podem viver até três meses a temperaturas
inferiores a 5 ºC, dando origem a poucas ninfas, e morrer a
temperaturas constantes superiores a 28 °C. Atingem maior
capacidade reprodutiva a uma temperatura que se situa entre 18 a 25
°C; nestas condições, quatro a oito dias após o nascimento, as ninfas
chegam à fase adulta, parindo novas formas jovens. Aos 10 dias de
vida alcançam a maior capacidade reprodutiva, podendo parir mais de
10 ninfas/fêmea diariamente. O número de instares, omero de
ninfas por fêmea, a longevidade do adulto e a duração do ciclo de
vida, variam de acordo com a espécie, a planta hospedeira, a qualidade
do alimento e a temperatura (GASSEN, 1984).
A relação vírus-vetor para os membros da família Luteoviridae,
é do tipo circulativa não propagativa, ou seja, o vírus circula pelos
tecidos do vetor, porém sem replicar. O vírus precisa passar através
das células epiteliais do intestino para atingir a cavidade corporal
(hemocele). Passa então para a hemolinfa e pode permanecer ali
durante toda a vida do afídeo mesmo que este não continue a se
alimentar em plantas infectadas (POWER & GRAY, 1995). Elas
interagem com uma proteína presente no vetor, denominada
simbionina, a qual é produzida por uma bactéria endosimbionte
(FILICHKIN et al., 1997). O papel da simbionina ainda não está bem
esclarecido, mas Van Den Heuvel citado por Barbieri (1999), sugeriu
que a interação entre o vírus e esta proteína esteja relacionada com a
manutenção da integridade do vírus, e conseqüentemente com sua
infectividade.
Para serem transmitidas, as partículas virais penetram nas
glândulas salivares acessórias e são excretadas, junto com produtos
27
celulares das glândulas, para dentro do ducto salivar (Figura 2)
(GILDOW, 1983). Quando o afídeo se alimenta na planta hospedeira,
excreta uma variedade de substâncias através do ducto salivar do
estilete para auxiliar a alimentação (MILES, 1972). Desta forma, as
partículas virais são inoculadas no floema das plantas hospedeiras.
Diversas tentativas de inocular artificialmente o vírus em plantas
foram infrutíferas, sendo que ele pode ser transmitido somente através
da passagem pelo organismo dos afídeos.
Figura 2 - Representação diagramática das etapas do processo de
aquisição e transmissão de partículas virais do vírus
causador do nanismo amarelo em cereais. Partículas virais
adquiridas junto com a seiva elaborada migram pelo
aparelho digestivo, hemocele e se acumulam na glândula
salivar acessória (GSA) de onde podem ser injetadas em
uma nova planta (adaptado de Gildow & Gray, 1993).
28
Para adquirir o rus, os afídeos necessitam se alimentar em
uma planta infectada por pelo menos 5 minutos, havendo um período
de latência de 12 horas até que iniciem a transmissão. Assim como
para outras viroses, os sintomas causados pelo vírus são difíceis de
distinguir dos sintomas causados por deficiências nutricionais e
estresses abióticos (MILLER & RASOCHOVÁ, 1997).
Figura 3 Representação das etapas do ciclo infeccioso do nanismo
amarelo. Aquisição do vírus a partir de uma planta
infectada, dispersão do vetor, transmissão do vírus para
planta sadia e exibição dos sintomas após o período de
incubação.
Segundo Miller & Rasochová (1997), como o vírus não é
transmitido por nenhum outro inseto, sementes, solo ou
mecanicamente, a capacidade de infectar várias espécies de gramíneas
Aquisição
Transmissão:
Migração de formas aladas
Planta
infectada
29
perenes e anuais que atuam como hospedeiras alternativas, permitindo
a sobrevivência do vírus durante o verão, e a capacidade de
transmissão pelas diversas espécies de afídeo são dois componentes
importantes na epidemiologia do vírus e no êxito de uma determinada
estirpe-espécie.
Durante o outono e primavera os afídeos migram das
gramíneas infectadas para gramíneas sadias transmitindo o vírus.
Particularmente para as condições brasileiras, ocorre a migração dos
afídeos de plantações de aveia para os cultivos recém implantados de
trigo.
Segundo Fargette et al. (1982), nos Estados Unidos da
América, no estado de Indiana, foram analisadas algumas espécies de
forrageiras perenes e algumas anuais a fim de verificar a possibilidade
das mesmas estarem servindo de reservatório do BYDV que causaria
doença na cultura do trigo quando implantada. Encontraram 50% das
plantas infectadas pelo vírus, sendo que a espécie predominante foi
CYDV-RPV, entretanto na cultura de trigo predominou o BYDV-
PAV (BIANCHIN, 2008). Por este motivo, há suspeitas de que o
milho estaria fazendo a “ponte verde” para a cultura do trigo.
Nas condições sul-brasileiras, com a perenização da aveia
preta [Avena strigosa (Schreb)] no campo, utilizada como forrageira
e/ou cobertura do solo, a “ponte verde” fica estabelecida entre as
safras de trigo. Desta forma, tanto o vetor, quanto o vírus encontram
condições adequadas para garantirem sua sobrevivência no período da
entre safra.
30
2.2.2.1 Relação patógeno/hospedeiro/vetor
Um dos sintomas característicos do nanismo amarelo em
cereais, como sugere o próprio nome, é o nanismo das plantas
afetadas. Em trigo, os sintomas nem sempre são evidentes, podendo
ser limitados ao nanismo e diminuição da produção. em cevada o
amarelecimento das plantas é mais evidente. Em aveia ocorre o
avermelhamento das folhas, além de alterações morfológicas do limbo
foliar (MILLER & RASOCHOVÁ, 1997).
Em áreas de plantio os sintomas podem ser vistos na forma de
reboleiras, que correspondem a áreas onde os afídeos estão se
multiplicando e disseminando o vírus. Também podem ser vistos
sintomas nas bordas da lavoura ou verdadeiros caminhos no interior
da mesma, o que caracteriza a dinâmica populacional do vetor.
A redução da produtividade em trigo no que se refere ao
complexo vírus/vetor pode ser analisada de duas formas. Dano direto
do pulgão, que ao se alimentar na planta remove parte da seiva e com
isso minimiza a disponibilidade de fotoassimilados para ser
translocados para os órgãos de reserva; e dano indireto do vetor
através da transmissão do vírus que virá causar sérios prejuízos à
cultura. No primeiro caso, quando o pulgão é removido ou eliminado,
acaba o efeito deste sobre a planta que poderá se recuperar. Já, no
segundo caso, uma vez que o vírus foi transmitido, este irá se replicar
no interior da planta e, dependendo do genótipo e do vírus, danos
irreversíveis poderão ocorrer à planta hospedeira. Além disso, o
comprometimento do funcionamento normal de tecidos e órgãos
limita a capacidade do hospedeiro de responder a outros estresses. Em
31
situações como estas, por exemplo, de seca, os prejuízos causados
pela virose são ainda mais evidentes.
2.2.3 Medidas de controle
Entre as estratégias de controle desta virose estão as práticas
culturais, o controle químico e biológico do vetor envolvido e a
resistência genética da planta hospedeira ao vetor e ao vírus.
O controle do vetor apresenta duplo papel, pois além de
transmitir o vírus, o afídeo também provoca danos diretos na planta.
Existem três estratégias que podem ser utilizadas para este fim: o
controle biológico, o controle químico e a resistência genética.
2.2.3.1 Práticas culturais
As práticas culturais visam eliminar as “pontes verdes” que
atuam como reservatórios do vírus e seu vetor fornecendo inóculo
para culturas sadias em desenvolvimento (SALVADORI & TONET,
2001).
2.2.3.2 Controle biológico/químico
O controle biológico teve grande êxito no Brasil reduzindo de
forma considerável a população de afídeos. Em julho de 1978, a
Embrapa Trigo iniciou um programa de controle biológico clássico
dos pulgões do trigo, uma vez que desde os últimos anos da década de
60, os pulgões vinham causando grandes prejuízos à triticultura
32
nacional e, o uso de inseticidas para o combate da praga, cresceu até
atingir proporções econômicas, sociais e ecologicamente inaceitáveis
(SALVADORI & SALLES, 2002).
Foram introduzidos no Brasil, 14 espécies de
microhimenópteros parasitóides e duas espécies de joaninhas
predadoras. O programa deu ênfase ao controle, através dos
parasitóides que passaram a ser produzidos massalmente e distribuídos
sem custo aos agricultores, para a liberação nas lavouras de trigo
(SALVADORI, 2000).
O controle químico via tratamento de sementes ou
pulverização da parte aérea com inseticidas, é comumente utilizado no
combate a essa praga (SALVADORI & SALLES, 2002; SILVA et al.,
2004). Contudo, além de onerar o custo de produção, o uso contínuo
de inseticidas não seletivos apresenta riscos potenciais para
operadores rurais, ao meio ambiente e organismos não visados
(SALVADORI et al., 2005).
O controle químico que pode ser realizado no tratamento de
sementes com inseticidas sistêmicos, durante a fase de emergência ao
afilhamento, é uma prática recomendável, uma vez que as
pulverizações de inseticidas na parte aérea, muitas vezes, são
realizadas tardiamente. Os inseticidas imidacloprido e tiametoxam têm
registro e estão indicados para tal uso, em regiões com maior
probabilidade de ocorrência de pulgões (SILVA, 2005). As aplicações
na dose de 24,5g i.a., aplicados em 100 kg de sementes de trigo,
controlam os pulgões vetores de B/CYDVs, após a implementação da
cultura, que são determinadas em função da população do afídeo, pois,
33
segundo Colombo (2002), apesar do tratamento de sementes ser
altamente eficaz, não atinge 100% das plantas.
2.2.3.3 Resistência e/ou tolerância
Dentro do enfoque de manejo integrado de pragas, seria
importante a utilização de cultivares resistente a pulgões, pois pode
acarretar benefícios importantes tanto para o produtor, pela
diminuição dos custos de produção, como para a sociedade, pela
diminuição da contaminação do agroecossistema, além de oferecer
maior segurança para as pessoas envolvidas com a aplicação de
agrotóxicos (SALVADORI & TONET, 2001; SALVADORI et al.,
2006).
Segundo Cooper e Jones (1983), a resistência genética a vírus
é caracterizada pela redução total ou parcial do título viral na planta a
qual não é afetada significativamente em sua produtividade. A
tolerância é caracterizada pela manutenção da produtividade, mesmo a
planta hospedeira suportando títulos virais similares a genótipos
suscetíveis.
De acordo com Painter (1968), a resistência genética de plantas
a insetos pode se manifestar por meio de não preferência, antibiose e
tolerância. Não preferência é quando o inseto não escolhe a planta
para se alimentar, para abrigo e reprodução; a antibiose é quando há
efeito negativo da planta na biologia do inseto; e a tolerância é a
capacidade da planta de não sofrer danos, mesmo quando infestada
pelo inseto.
34
A resistência a afídeos, em trigo e outros cereais de inverno
tem sido estudada e empregada na obtenção de cultivares resistentes.
Um dos casos mais conhecidos é a resistência ao pulgão verde
Schizaphis graminum. Esta é uma interação bastante interessante, pois
existem diferentes genes na planta que conferem resistência a biotipos
específicos do afídeo. No Brasil, os estudos de resistência de
genótipos de trigo a afídeos resultaram em cultivares como as
cultivares de trigo BR 36 Ianomâmi e Embrapa 16 resistentes a
alguns biótipos desta espécie (ROSA & TONET, 1986).
R. padi é outro vetor importante de espécies de B/CYDVs para o
qual se tem avaliado a resistência de plantas com evidências de
existência de variados mecanismos de resistência. A resistência do
tipo antibiose a R. padi em trigo (genótipo MV4) foi registrada por
Hesler et al. (1999). A não-preferência, como mecanismo de
resistência de genótipos de trigo e de triticale ao pulgão R. padi, foi
demonstrada por Hesler et al. (2002) e Hesler & Tharp (2005),
respectivamente. Hesler (2005) avaliou a alteração no crescimento de
plântulas de trigo e triticale, infestadas por R. padi, e encontrou
genótipos suscetíveis e genótipos tolerantes. A resistência do tipo
antibiose a R. padi em trigo (genótipo MV4) foi registrada por Hesler
et al. (1999), que consideram o seu uso como uma possível interação
positiva com o controle biológico natural e os inseticidas.
No Brasil, a caracterização do nível e dos mecanismos de
resistência de cultivares de trigo ao R. padi foram recentemente
conduzidos e indicam que entre as cultivares brasileiras resistência
a esta espécie de afídeo (PERUZZO et al. 2007).
35
Considerando que o ciclo da doença depende da interação
entre o vírus, o vetor e a planta hospedeira, interferências na interação
vetor hospedeiro devem afetar o ciclo da doença. O efeito da
resistência do hospedeiro sobre as fases de aquisição e transmissão do
vírus foi demonstrado por Tanguy & Dedryver (2009) utilizando
plantas da cultivar TM44 (Triticum monococcum) com resistência
específica a Sitobion avenae. Nesta cultivar, as condições de vida e
alimentação de S. avenae são fortemente afetadas e em consequência
também são reduzidas a eficiência de aquisição e transmissão de
BYDV-PAV. Os efeitos sobre estas etapas do ciclo infeccioso se
restringiram a S. avenae, não ocorrendo para outros vetores para os
quais a cultivar utilizada não apresentava resistência.
Embora as estratégias de controle baseadas no vetor tenham
marcante efeito na redução da população de afídeos e
consequentemente nos danos causados, estes podem não ser
suficientes para evitar a transmissão do rus (HESLER et al.,1999).
Desta forma a resistência genética e/ou tolerância da planta ao vírus
devem ser utilizadas em conjunto com medidas do controle do vetor
para o êxito na redução dos danos causados pelo complexo
pulgões/vírus. alguns genes de resistência ao vírus que são
conhecidos e empregados.
Em cevada, o gene semidominante Yd2, que confere resistência
a BYDV-PAV e MAV, tem sido transferido para vários cultivares e
inúmeras linhagens (Burnett et al., citado por SÌP et al., 2006;
Baltenberger et al.,1987). No entanto, esse gene não garante proteção
suficiente em certos cruzamentos e em certas condições (SÍP et al.,
36
2006). Resistência moderada ao BYDV baseada em outros genes além
do Yd2 foi detectada por Osvená et al. (2000) na Alemanha.
Em trigo, o gene Bdv1, parcialmente dominante, confere
tolerância ao BYDV (SINGH et al., 1993). O gene dominante Yd2
para resistência ao BYDV está presente na cultivar de trigo MacKellar
(TANGUY & DEDRYVER, 2009). Como em trigo são poucas as
fontes de resistência ao rus, tem ocorrido a busca e incorporação de
resistência a partir de outras espécies e gêneros da família Triticeae. O
gênero Thynopyrum tem se mostrado uma fonte de resistência a
diversas doenças dos cereais (JONES et al., 1995).
Recentemente, um segmento cromossômico de Thynopyrum
intermedium contendo o gene de resistência Bdv2 foi introduzido no
genoma do trigo e linhagens de trigo resistentes ao BYDV foram
obtidas. Marcadores moleculares baseados em PCR para o gene Bdv2
estão disponíveis auxiliando na transferência deste gene para
cultivares comerciais (ZHANG et al., 2004).
Este gene confere resistência completa para o subgrupo II de
BYDV em todos os tecidos da planta, e resistência parcial para o
subgrupo I (PAV) em tecidos da folha e do colmo e nenhuma
resistência na raiz. Apesar do uso destes genes em programas de
desenvolvimento de cultivares resistentes, e da disponibilidade de
marcadores moleculares localizados próximos, estes genes ainda não
foram isolados e caracterizados (JEANG et al., 2004).
Entre as cultivares de trigo brasileiras BR35, descendentes de
IAC-5 Maringá, são consideradas fontes de resistência e capazes de
produzir descendentes tolerantes à virose (BARBIERI et al., 2001),
mas faltam estudos que caracterizem e precisem os mecanismos de
37
resistência dos genótipos brasileiros. Em geral são realizadas
avaliações que não permitem discriminar a resistência ao vetor ou ao
vírus.
De acordo com Bianchin (2008), em ensaios de genótipos de
trigo em telado e a campo com infestação de R. padi virulífero, a
cultivar BRS Timbaúva exibiu constantemente as menores perdas de
produtividade em relação a outras cultivares quando exposta ao vírus.
Parte deste comportamento provavelmente é explicado pela resistência
ao vetor R. padi conforme demonstrado por Peruzzo et al. (2007). O
presente estudo foi conduzido no sentido de verificar se esta cultivar
apresenta também algum nível de resistência ou tolerância diretamente
ao vírus.
38
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Aspectos gerais
Foram conduzidos quatro ensaios em condições controladas
(câmaras com temperatura, fotoperíodo e umidade controlada), e em
condições de telado, na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
– Embrapa Trigo em Passo Fundo – RS, no ano de 2008.
3.1.1 Material vegetal
As cultivares de trigo utilizadas no presente estudo foram BRS
Timbaúva e Embrapa 16. A cultivar BRS Timbaúva apresenta
resistência ao vetor Rhopalosiphum padi (PERUZZO, 2007) e
possível resistência ou tolerância ao vírus (BIANCHIN, 2008). A
cultivar Embrapa 16 foi utilizada como controle por ser altamente
suscetível ao BYDV-PAV.
Para a realização dos experimentos a semeadura foi feita em
baldes com capacidade de dois litros, com solo adubado conforme as
recomendações técnicas para a cultura do trigo (COMISSÃO..., 2004).
A adubação de cobertura foi realizada 30 dias após a emergência e
repetida a cada 15 dias com N, na forma de uréia, cerca de 100 mg por
vaso. Os tratamentos fitossanitários para controle de eventuais
doenças fúngicas foram realizados de acordo com o recomendado para
a cultura (REUNIÃO..., 2008).
Foram semeadas cerca de 20 sementes por balde, e após a
emergência foi feito o desbaste, mantendo cinco plantas por balde.
39
Os afídeos foram transferidos com um pincel úmido, cuidando
para não danificar o aparelho bucal do inseto. Após a infestação, cada
planta foi isolada em gaiolas entomológicas (tubo de polietileno, 4 cm
de diâmetro e 15 cm de altura, coberta com tela de nylon na
extremidade superior). O período para a transmissão foi de 72 horas,
12 horas luz a temperatura de 20 ºC e 12 horas escuro a 8 ºC,
simulando dias de inverno. Após esse período as plantas foram
pulverizadas com inseticida Nuvan, (diclorvós) na dose 6 mL.L
-1
de
água, para eliminação dos insetos.
As análises foram realizadas no Laboratório de Virologia
Vegetal da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da
Universidade de Passo Fundo.
3.1.2 Vetor e vírus
Os afídeos utilizados nos ensaios foram da espécie
Rhopalosiphum padi (Linnaeus). A colônia de R. padi utilizada é
oriunda de exemplares obtidos em Passo Fundo - RS e vem sendo
mantida no insetário da Embrapa Trigo desde 2006. A colônia de
indivíduos avirulíferos foi iniciada a partir de ninfas recém-paridas
sem contato com tecidos de planta infectada. Para a produção da
colônia com indivíduos virulíferos, adultos foram transferidos e
multiplicados sobre plantas de aveia preta [Avena strigosa (Schreb)],
infectadas com um isolado de BYDV-PAV. O período para a
aquisição do vírus não foi controlado, apenas tomou-se o cuidado de
substituir as plantas mais afetadas por plantas novas.
40
O isolado viral utilizado denominado 40 Rp pertence a espécie
BYDV-PAV e é oriundo de plantas de aveia coletadas em Passo
Fundo em julho de 2007. O isolado apresenta capacidade de infectar
plantas de aveia e trigo e é eficientemente transmitido por R. padi
(PARIZOTO et al., 2007 e 2008). A identificação da espécie viral foi
realizada por testes sorológicos e sequenciamento da capa protéica
viral (YAMAZAKI LAU et al., 2008). O isolado 40 Rp vem sendo
mantido no insetário da Embrapa Trigo em plantas de aveia.
Quanto a escolha de três dias (72 horas) para transmissão do
vírus, Gomes (2006), não constatou diferença entre a duração de
infestação de 2 e 7 dias, para nenhuma característica agronômica.
Bianchin (2008) também constatou que o tempo de transmissão (de
24, 36 e 48 horas), não interferiu na concentração do vírus. Entretanto,
houve diferença significativa para 12 horas, a qual apresentou título
viral menor que as demais durações (BIANCHIN, 2008).
3.1.3 DAS-ELISA
O ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay), foi
realizado através de uma adaptação do método descrito por Clark &
Adams, (1977). Para a realização do teste de Elisa direto foram
utilizados reagentes adquiridos da firma AGDIA Inc., e microplacas
de poliestireno fundo chato com 96 cavidades.
As amostras foram maceradas em tampão de extração (Anexo
1), na proporção de 100 mg de tecido vegetal para 1 mL de tampão.
As placas foram cobertas com anti-soro policlonal para BYDV-PAV,
diluído na proporção de 1:200 (de acordo com a recomendação do
41
fabricante) em tampão de cobertura (Anexo 2), sendo depositados 100
µL do preparado em cada cavidade da placa.
Para incubação as placas foram protegidas com papel toalha
úmidos e mantidas em caixa de isopor, por 16 horas no refrigerador a
4 ºC. Após este período realizou-se a lavagem da placa por três vezes
com PBST (Anexo 3) e adicionou-se aos orifícios das microplacas 100
µL da amostra macerada e diluída em tampão de extração (Anexo 1),
acompanhado de um controle positivo e outro negativo. Em seguida
foi acondicionado novamente em caixa de isopor para incubação por
16 horas em refrigerador a 4 ºC. Após a incubação, as placas foram
lavadas por três vezes com tampão de lavagem PBST. Em seguida,
secaram-se as placas antes de adicionar o conjugado.
Foi usado tampão para o conjugado (Anexo 4) (1:200) e
enzima do conjugado (fosfatase alcalina) na diluição indicada pelo
fabricante. Em seguida, foram depositados nos orifícios, 100µL do
preparado da enzima conjugada e a seguir incubou-se novamente em
câmara úmida por 2 horas a 37 ºC. Após completar a incubação,
procedeu-se nova lavagem por três vezes com PBST.
O substrato PNP (p-nitrofenil fosfato SIGMA 104/105) foi
diluído 1mg/mL em tampão do substrato (Anexo 5) e aplicado
diretamente na placa (100 µL/célula). Após a aplicação do substrato as
placas foram mantidas em temperatura ambiente até obtenção da
coloração (30 a 60 minutos). A planta foi submetida à leitura
verificando-se a reação colorimétrica das amostras em
espectrofotômetro de placas, (leitora de Elisa) modelo Rosys Anthos
2010, com absorbância de 405nm. Foram consideradas positivas para
BYDV-PAV as amostras que apresentaram valor maior ou igual a
42
duas vezes (2x) o valor do controle negativo e o resultado expresso em
absorbância a 405 nm (indicando o valor de absorbância de acordo
com a intensidade da cor desenvolvida para a reação do anti-soro
contra o antígeno viral).
3.2 Análise estatística
Em todos os experimentos, os dados obtidos foram submetidos
a análise de variância (teste F), e as médias comparadas pelo teste de
Tukey a 5 % de probabilidade. Foi empregado o programa SISVAR
versão 5.0 (DEX/UFLA) Daniel Furtado Ferreira (2003). As curvas
com intervalo de confiança do experimento I foram geradas no
programa R.
3.3 Experimento I Avaliação da resistência da cultivar de trigo
BRS Timbaúva ao Rhopalosiphum padi e ao BYDV-PAV
A fim de verificar a resistência ou a tolerância ao BYDV-PAV
da cultivar de trigo BRS Timbaúva, foi conduzido um ensaio para
determinar o título viral em diferentes órgãos da planta em diferentes
tempos (dias) após a inoculação.
O delineamento experimental foi completamente casualizado,
com cinco repetições (plantas individualizadas), para cada
combinação de tempo, 0, 3, 7, 10, 14, 17, 21, 28 dias após a remoção
dos pulgões.
43
As plantas no estádio 1 da escala de Feekes modificada
(LARGE, 1954), com duas folhas expandidas (Figura 4), foram
infestadas com cinco afídeos ápteros.
Após este período as gaiolas foram removidas e realizou-se a
contagem do número de ninfas por adulto para cada planta.
Este procedimento foi repetido em cinco ensaios estabelecidos
em datas distintas (30/05, 06/06, 13/06, 20/06 e 27/06/2008), para
verificar o comportamento dos afídeos no que se refere a permanência,
alimentação e reprodução, sobre as duas cultivares de trigo. Além
disso, no ensaio estabelecido em 27/06 determinou-se a taxa de
permanência dos afídeos adultos sobre as plantas.
No primeiro ensaio (estabelecido em 30/05) as plantas foram
pulverizadas com inseticida Nuvan, (diclorvós) na dose 6 mL.L
-1
de
água, para eliminação dos insetos.
Após a aplicação do inseticida as plantas foram mantidas em
câmara climatizada, com condição de temperatura, fotoperíodo e
umidade controlada (12 horas luz a 20 ºC e 12 horas escuro a 8 ºC),
simulando dias de inverno e para cada tempo estabelecido, as plantas
foram coletadas, seccionadas em folha, colmo e raiz para realização
do teste de Elisa. Cada amostra foi processada logo após a coleta, e
armazenada em refrigerador a 20
ºC
sendo o teste sorológico
realizado em uma única vez após o término do ensaio.
44
Figura 4 - Escala de Feekes modificada (LARGE, 1954)
3.4 Experimento II - Estimativa da tolerância por meio da
quantificação de componentes morfológicos e do rendimento
O experimento foi estabelecido no mês de junho de 2008,
conduzido em delineamento completamente casualizado, com dois
fatores: hospedeiros (cultivares Embrapa 16 e BRS Timbaúva) e
ausência/presença de vírus (infestação com afídeos avirulíferos e
virulíferos). Para cada combinação de fatores foram utilizadas 10
repetições, sendo que cada vaso com cinco plantas foi considerado
uma repetição. Uma semana após o plantio, no estádio 1 de
desenvolvimento, escala de Feekes modificada (LARGE, 1954), com
duas folhas expandidas, foram colocados cinco afídeos adultos por
planta. A transferência dos afídeos e posterior eliminação, seguiu a
Maturação
Elongação
Perfilhamento
(35 – 50 dias)
Floração
45
metodologia já descrita. As plantas foram mantidas em telado, sem
controle de temperatura ou fotoperíodo. A eficiência da inoculação foi
estimada por meio de DAS-ELISA. Aos 15 dias após a eliminação dos
afídeos foram coletadas amostras da última folha expandida de cada
planta para a determinação do título viral. No estádio de maturação,
determinou-se o número de afilhos, estatura e os componentes do
rendimento (número de espigas por planta, mero de grãos por
espiga e peso de mil grãos).
3.5 Experimento III Efeito do estádio de desenvolvimento do
hospedeiro e da época da inoculação do rus sobre o rendimento
de grãos e seus componentes
O experimento foi conduzido nas dependências da Embrapa
trigo em casa de vegetação. Duas cultivares de trigo, em quatro
diferentes estádios (Escala de Large (1954), estádio de crescimento 1,
4, 7 e 10) de desenvolvimento foram submetidas à infestação com R.
padi avirulíferos ou virulíferos (expostos ao BYDV-PAV). O
delineamento experimental foi inteiramente casualizado. O arranjo
fatorial foi 2x4x2 sendo, 2 cultivares, 4 estádios e 2 condições de
inóculo. Cada tratamento constou de cinco repetições sendo que a
unidade experimental foi constituída de um vaso com cinco plantas.
Para que plantas em diferentes estádios de desenvolvimento
pudessem ser inoculadas em um mesmo momento foram realizadas
semeaduras em épocas distintas (04/06 16/06 – 30/06 e 14/07/2008).
Em 21/07, sete dias após a última semeadura realizou-se a
infestação das plantas com R. padi virulíferos e avirulíferos conforme
46
descrito anteriormente. Após a infestação as plantas foram isoladas
com gaiolas entomológicas, protegidas com tela de nylon. Após a
eliminação dos afídeos, as plantas foram transferidas para telado,
(temperatura e fotoperíodo não controlados).
Ao surgirem os sintomas, 15 dias após a inoculação foi
coletada parte da última folha expandida, separadamente de cada uma
das plantas, juntou-se os cinco fragmentos das cinco plantas do vaso
para realização do teste sorológico. Confirmou-se a infecção viral por
teste sorológico DAS-Elisa. Além do título viral, ao final do ensaio
foram avaliados os componentes de rendimento: mero de espigas,
número de grãos e peso de mil grãos.
3.6 Experimento IV – Efeito de cinco níveis de infestação com
afídeos avirulíferos e virulíferos sobre os componentes do
rendimento de grãos
O efeito da pressão de inóculo sobre a resistência ou a tolerância
de BRS Timbaúva foi estimada por meio de diferentes níveis de
infestação com afídeos e quantificação do seu impacto sobre
componentes do rendimento.
O experimento foi organizado em delineamento inteiramente
casualizado com cinco repetições (cinco vasos com cinco plantas)
sendo que cada repetição foi constituída de uma planta. Em cada uma
das cinco plantas de um vaso, foi utilizado um dos níveis de infestação
(1, 2, 3, 4, 5 afídeos virulíferos obtidos conforme descrito
anteriormente). Este procedimento foi utilizado para as duas cultivares
do ensaio (Embrapa 16 e BRS Timbaúva). O experimento foi
47
conduzido em telado, exposto às condições ambientais. A eficiência
da inoculação foi estimada por meio de DAS-ELISA. Aos 15 dias
após a eliminação dos afídeos foram coletadas amostras da última
folha expandida de cada planta para a determinação do título viral. Ao
final do ensaio foram avaliados os componentes de rendimento:
número de espigas, número de grãos e peso de mil grãos.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Experimento I Avaliação da resistência da cultivar de trigo
BRS Timbaúva ao Rhopalosiphum padi e ao BYDV-PAV
O comportamento de R. padi em relação às duas cultivares
utilizadas neste estudo foi distinto. Considerando a permanência sobre
as plantas e a sua reprodução no período de 72 horas, os afídeos
permaneceram mais tempo e apresentaram maior reprodução sobre
Embrapa 16 em relação à BRS Timbaúva (Tabela 1).
Considerando os dados do quinto ensaio, do total de cinco
afídeos colocados por planta, todos (100%) permaneceram sobre as
plantas da cultivar Embrapa 16 e 89,6% permaneceram sobre as
plantas da cultivar BRS Timbaúva.
O número médio de ninfas produzidas por adulto em plantas
infestadas com R. padi, foi distinto entre as cultivares em estudo
(Tabela 1 e Figura 5). Em quatro dos cinco ensaios que foram
realizados, na cultivar Embrapa 16 houve maior multiplicação dos
afídeos (maior produção de ninfas por adulto) em relação a cultivar
BRS Timbaúva.
48
Estes resultados estão em conformidade com os encontrados por
Peruzzo et al. (2007), que relataram que na cultivar BRS Timbaúva,
uma provável inadequação qualitativa do alimento e consideraram
a possibilidade de os insetos não terem se alimentado normalmente. O
comportamento de R. padi sobre BRS Timbaúva se assemelha aos
relatados por Hesler et al. (1999), que foi designado antibiose e
posteriormente por Hesler et al. (2002) fenômeno que os autores
designaram de não preferência.
Tabela 1 Número médio de ninfas por afídeo adulto de
Rhopalosiphum padi mantido sobre duas cultivares de
trigo
Número de ninfas/adulto
Ensaio
Embrapa 16 BRS Timbaúva
1
A 1,32 ns* A 1,01ns*
2
A 1,19 B 0,42
3
A 1,22 B 0,31
4
A 2,53 B 1,13
5
A 2,01 B 0,71
Média
1,65 0,72
CV (%)
31,62
Médias precedidas de mesma letra maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5%.ns* =não significativo na coluna.
49
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
1 2 3 4 5
Ensaios
de ninfas/adulto
Embrapa 16
BRS Timbaúva
Figura 5 Número médio de ninfas por adulto nas cultivares de trigo
Embrapa 16 e BRS Timbaúva em cinco ensaios distintos.
(Barras acima das colunas correspondem ao desvio padrão).
Embora as tendências observadas tenham sido as mesmas, com
o número médio de ninfas produzidas por adulto maior para Embrapa
16, o número médio de ninfas produzidas e o valor da diferença entre
as cultivares oscilou, não sendo significativo no primeiro ensaio. As
diferenças observadas entre os ensaios, possivelmente sejam devido a
variações do ambiente onde foram mantidos. O primeiro ensaio foi
mantido em condições controladas, câmara de crescimento, simulando
dias de inverno e os demais mantidos em condições de temperatura e
luz semi-controladas.
Na câmara de crescimento, simulando dias de inverno a
luminosidade foi mais intensa e a variação de temperatura
precisamente controlada. Nos demais ensaios em condições semi-
controladas, além da menor intensidade de luz, a temperatura sofreu
influência das condições ambientais externas à câmara.
50
No primeiro ensaio, é possível que um fator tenha afetado
exclusivamente BRS Timbaúva, pois o número médio de ninfas
produzido por Embrapa 16 foi similar nos três primeiros ensaios, mas
para BRS Timbaúva o número médio foi maior no primeiro em
relação aos ensaios 2 e 3. Os mecanismos envolvidos na resistência de
BRS Timbaúva a R. padi (antibiose) provavelmente tenham sido
afetados pelas condições do ambiente.
O teste sorológico confirmou a infecção por BYDV-PAV, sendo
que, a concentração do vírus diferiu entre as datas de coleta. Conforme
esperado, a curva de absorbância apresenta um padrão logístico em
que, após a fase inicial, observa-se um rápido incremento da
absorbância até a estabilização e decréscimo (Figura 6). As curvas são
ligeiramente diferentes dependendo do órgão (folha, colmo e raiz)
analisado. A estabilização da concentração viral ocorreu entre 17 e 21
dias após o período para a transmissão.
Não houve diferença significativa entre as cultivares em nenhum
dos pontos da curva. Embora a variação dos dados não permita
apontar diferenças, considerando o padrão de curva, principalmente
para os órgãos folha e colmo, um atraso no início da fase
exponencial na cultivar BRS Timbaúva em relação a Embrapa 16.
Posteriormente os valores médios obtidos de absorbância se igualam
ou mesmo ultrapassam os obtidos para Embrapa 16. É possível que o
atraso inicial no incremento da absorbância tenha relação com a fase
de inoculação do rus na planta. Como evidências de resistência
ao vetor é possível que o inóculo inicial transmitido para Embrapa 16
seja maior do que para BRS Timbaúva e isto justificaria o atraso
representado através das curvas da absorbância (Figura 6).
51
Figura 6 - Concentração de BYDV–PAV (estimada por absorbância a
405 nm) nas raízes, colmos e folhas de trigo, das cultivares
Embrapa 16 e BRS Timbaúva, em sete épocas (em dias)
após a transmissão utilizando Rhopalosiphum padi.
Raízes
Colmos
Folhas
Dia
s
Dia
s
Dia
s
52
4.2 Experimento II - Estimativa da tolerância por meio da
quantificação de componentes morfológicos e do rendimento
Independentemente da presença ou da ausência do vírus
confirmado por DAS-ELISA, em função das características varietais e
potencial produtivo de cada cultivar utilizada neste estudo, foram
observadas diferenças na estatura de planta, número de espigas por
planta, número de grãos por planta e peso de mil grãos. O peso total
de grãos (g) foi 39% superior em BRS Timbaúva em relação a
Embrapa 16 (Tabela 2).
Tabela 2 Número de espigas por planta, número de grãos por planta
e peso estimado de mil grãos por planta, comparando as
cultivares Embrapa 16 e BRS Timbaúva infestados com
afídeos R. padi avirulíferos e virulíferos
Cultivar
Nº Espigas/
Planta
Nº Grãos/
Planta
Peso total de
grãos(g)/espiga
Peso de mil
grãos (g)
Embrapa16 2,90 b 54,65 a 1,48 b 36,39
BRS
Timbaúva 3,75 a 64,10 a 2,22 a 37,78
Tratamento
Avirulíferos 3,70 a 63,90 a 2,36 a 37,01
Virulíferos 2,95 b 54,90 a 1,34 b 24,51
CV (%) 17,86 27,28 12,73
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5%.
53
Figura 7 Interação entre as cultivares (Embrapa 16 e BRS
Timbaúva) e estatura em plantas expostas a pulgões
avirulíferos e virulíferos
(Tratamento 1, avirulíferos e
tratamento 2, virulíferos).
Tabela 3 Interação entre as cultivares (Embrapa 16 e BRS
Timbaúva), estatura e número de afílhos em plantas
expostas à pulgões avirulíferos e virulíferos
ESTATURA (cm) Nº de AFÍLHOS
Cultivar
Avirulífero Virulífero Avirulífero Virulífero
Embrapa 16 A 84,00 a B 79,30 a A 7,70 a B 5,80 a
BRS Timbaúva
A 69,10 b A 72,90 b A 7,00 a B 4,97 a
CV (%) 16,27 6,29
Médias precedidas de mesma letra maiúscula na linha e seguidas da mesma letra
minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
Houve efeito da infecção viral no desenvolvimento das plantas
em ambas as cultivares (Figura 7), embora não tenham diferenças
significativas entre si em suas estaturas. Em relação às plantas
infestadas com afídeos avirulíferos, as plantas com vírus apresentaram
40
50
60
70
80
90
100
0,5 1 1,5 2
Tratamento
Estatura (cm)
Embrapa 16
BRS Timbaúva
54
redução da estatura, redução do número de afilhos, redução do número
de espigas, redução do peso total de grãos e por consequência do peso
de mil grãos (Tabelas 2 e 3). Os efeitos da infecção viral resultaram na
perda média de produção, estimada pelo peso de mil grãos de
aproximadamente 43%, porcentagem também observada para o peso
total de grãos (g) (Tabela 2).
Figura 8 - Redução no rendimento do Peso total de grãos/planta nas
cultivares Embrapa 16 e BRS Timbaúva infestados com
afídeos avirulíferos (avr) e virulíferos (vr).
O efeito do vírus sobre a estatura das plantas foi significativo
para Embrapa 16 que apresentou uma redução de aproximadamente
17,8% em relação às plantas não infectadas, enquanto que para BRS
Timbaúva, não houve redução significativa (Tabela 3).
Considerando o número de espigas por planta e o peso de grãos
por planta, calculou-se a redução no rendimento de grãos por planta,
sendo que na cultivar Embrapa 16, em plantas infestadas com pulgões
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
Embrapa 16 avr Embrapa 16 Vr BRS Timbaúva avr BRS Timbaúva Vr
Cultivar e tratamento
Peso total de gos/planta (g)
-49,4% -38,6%
55
virulíferos em comparação com avirulíferos foi de 49,4%, enquanto
que, para BRS Timbaúva a redução foi de 38,6% (Figura 8).
4.3 Experimento III Efeito do estádio de desenvolvimento do
hospedeiro e da época da inoculação sobre componentes de
rendimento
Assim como constatado no ensaio anterior, as cultivares
Embrapa 16 e BRS Timbaúva apresentaram diferenças nas
características agronômicas e nos componentes do rendimento.
A cultivar Embrapa 16 apresentou os primeiros sintomas típicos
da infecção por BYDV oito dias após a remoção dos afídeos. Os
sintomas de amarelecimento intenso, principalmente na folha
bandeira, foram evidentes nas plantas inoculadas no estádio de
desenvolvimento mais avançado (emborrachamento) (Figura 9). Na
cultivar BRS Timbaúva, somente 15 dias após o final da transmissão
foram observados os primeiros sintomas nas plantas, neste mesmo
estádio.
56
Figura 9 Sintomas típicos da infecção por BYDV em plantas da
cultivar Embrapa 16 infestadas com Rhopalosiphum padi
expostos ao BYDV-PAV, infestados em diferentes
estádios de desenvolvimento (Escala de Feekes
modificada (LARGE, 1954).
Na figura 9, os quatro vasos que aparecem em primeiro plano
representam os quatro estádios que foram realizadas as inoculações,
sendo os sintomas de amarelecimento da folha bandeira evidentes nas
plantas inoculadas no estádio mais avançado (emborrachamento).
Nas plantas infectadas nos estádios mais precoces, os sintomas
tornaram-se evidentes, a partir dos 20 e 30 dias após a transmissão nas
cultivares Embrapa 16 e BRS Timbaúva, respectivamente, sendo que,
em ambas as cultivares as plantas infectadas em estádios mais juvenis
foram as que apresentaram os sintomas da virose mais tardiamente.
Est.
1
Est.
4
Est.
7
Est.
10
57
Através da análise sorológica foi possível estimar a
concentração viral na planta que não diferiu estatisticamente entre as
plantas inoculadas nos diferentes estádios de desenvolvimento.
Também houve efeito significativo da infecção viral
promovendo redução do número de espigas por planta, do número
médio de grãos por planta e do peso de mil grãos (Tabela 4).
Tabela 4 Número de espigas por planta, número de grãos por planta
e peso de mil grãos nas cultivares de trigo Embrapa 16 e
BRS Timbaúva infestadas com afídeos avirulíferos e
virulíferos (expostos ao BYDV-PAV) em quatro estádios
de desenvolvimento (escala de Large)
Cultivar
nºespigas/
planta
nº grãos/
planta
Peso Total de
Grãos(g)/
planta
Peso de mil
Grãos(%)
Embrapa16 2,34 b 41,42 a 1,13 b 29,81
BRS
Timbaúva
2,88 a 39,28 a 1,66 a 42,48
Afídeos
Avirulíferos 2,77 a 45,88 a 1,72 a 37,57
Virulíferos 2,45 b 34,82 b 1,08 b 31,18
Estádios
10 2,68 a 51,50 a 1,63 a 39,75
7 2,79 a 53,04 a 1,60 a 43,54
4 2,41 a 31,92 b 1,28 b 43,08
1 2,56 a 24,94 b 1,07 b 30,47
CV (%) 19,43 30,89 25,28
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5%.
58
Figura 10 - Efeito da época de inoculação sobre o peso de grãos por
espiga em plantas de trigo das cultivares BRS Timbaúva e
Embrapa 16 infestadas com pulgões avirulíferos e
virulíferos.
A exceção da inoculação em plantas em estádio mais avançado
de desenvolvimento, em todas as demais, as perdas em Embrapa 16
foram superiores as observada em BRS Timbaúva (Figura 10).
O número médio de grãos por planta foi superior na cultivar
Embrapa 16, embora não diferindo estatisticamente de BRS
Timbaúva, entretanto, o peso de grãos foi significativamente maior na
BRS Timbaúva indicando que, conforme relatado por Caetano
(1972); Schons et al. (1999); Nicolini-Teixeira et al. (2006), podem
ocorrer compensações fisiológicas na planta, que a redução
observada no número de grãos, provavelmente devido à esterilidade
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
0 1 2 3 4 5
Estádio de desenvolvimento
P eso total de grãos (g)/planta
Embrapa 16 AVR
Embrapa 16VR
BRS Timbaúva AVR
BRS Timbaúva VR
1
4
7
10
59
de parte da espiga provocada por colapsos no floema da região por
ação do vírus, se refletiu em um maior peso de grãos por espiga.
Figura 11 Peso total de grãos em função da estádio de
desenvolvimento de plantas da cultivar Embrapa 16
infestados com pulgões avirulíferos (EAVR) e
virulíferos (EVR) (expostos ao BYDV-PAV).
10 25 40 55
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
1 2 3 4
Esdio de desenvolvimento
Peso total de grãos (g)/planta
EAVR
EVR
1 4 7
10
60
Figura 12 - Peso total de grãos em função do estádio de
desenvolvimento de plantas da cultivar Embrapa 16
infestados com pulgões avirulíferos (TAVT) e
virulíferos (TVR) (expostos ao BYDV-PAV).
Os resultados apresentados na figura 11 e 12 mostram que
BRS Timbaúva apresenta rendimento em torno de 8% superior, no
peso de grãos, em plantas infectadas pelo BYDV-PAV em relação à
Embrapa 16 na mesma condição.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
1 2 3 4
Esdio de desenvolvimento
Peso total de grãos (g)/planta
TVR
TAVR
1 4 7
10
61
Figura 13 - Redução do peso de grãos por planta (%) nas duas
cultivares em quatro épocas (estádios de
desenvolvimento) após a infestação com pulgões
avirulíferos e virulíferos (BYDV-PAV), descontando-se
o efeito do pulgão avirulífero.
Na figura 13, os dados apresentados evidenciam a redução no
peso total de grãos por planta após descontar-se o efeito do dano do
pulgão avirulífero. Nas plantas inoculadas no estádio 1 de
desenvolvimento, os danos são idênticos em ambas as cultivares,
nos estádios 3, 7 e 10, embora não haja diferença significativa entre as
cultivares, é possível observar danos de até -53,5 % na cultivar
Embrapa 16, enquanto que, os danos na cultivar BRS Timbaúva não
passam de -40,0 %, ou seja, uma diferença de 13,5%, que é
convertido, em um dado momento, em perda a mais na cultivar
Embrapa 16 quando comparada à BRS Timbaúva.
1 3 7 10
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
0 1 2 3 4 5
Estádio de desenvolvimento
Dano (%)
Embrapa 16
Timbaúva
62
4.4 Experimento IV Efeito da pressão de inóculo sobre
componentes do rendimento
Por meio de teste sorológico confirmou-se a infecção por
BYDV-PAV e estimou-se a frequência de plantas infectadas para cada
cultivar e para cada nível de infestação com R. padi. Nenhuma das
plantas infestadas com afídeos avirulíferos apresentou reação positiva
no teste sorológico, indicando que não houve fuga de afídeos
virulíferos para outras plantas. Na cultivar Embrapa 16, 100% das
plantas infestadas com afídeos virulíferos, independentemente do
número de afídeos utilizados, foram soropositivas e na cultivar BRS
Timbaúva houve efeito do número de afídeos. Das plantas infestadas
com um afídeo, apenas 40% foram soropositivas, percentual que
atingiu 80% para dois afídeos e 100% a partir de 3 afídeos (Tabela 5).
Tabela 5 Freqüência de plantas soropositivas para BYDV-PAV
infestadas com número variável (crescente) de afídeos
virulíferos
Tratamentos
Avirulíferos
Virulíferos
afídeos/
planta
Embrapa16 BRS Timbaúva Embrapa16
BRS Timbaúva
1 0/5 0/5 5/5 2/5
2 0/5 0/5 5/5 4/5
3 0/5 0/5 5/5 5/5
4 0/5 0/5 5/5 5/5
5 0/5 0/5 5/5 5/5
* plantas soropositivas/total de plantas
63
Tabela 6 Número de espigas por planta, número de grãos por planta,
em duas cultivares de trigo, infestadas com afídeos
avirulíferos e virulíferos (expostos ao BYDV-PAV)
submetidas a cinco pressões de inóculo
Cultivar Nº de Espigas/planta Nº de Grãos/planta
Embrapa 16 2,68 b 57,16 b
BRS Timbaúva 3,22 a 73,92 a
Afídios
Avirulífero 2,84 a 68,02 a
Virulífero 3,06 a 63,06 a
Nº de
Afídios/plantas
1 3,50 a 84,15 a
2 2,75 a 62,90 a b
3 2,95 a 66,25 a b
4 2,85 a 62,65 a b
5 2,70 a 51,75 b
CV (%) 31,34 39,76
Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste
de Tukey a 5%.
Quanto maior o número de afídeos exposto ao BYDV-PAV,
empregados na inoculação, menor a produtividade (Figura 14).
O efeito do número de afídeos estimado por meio da
produtividade (peso total de grãos) é evidente para os afídeos
virulíferos (Tabela 7). Assim, à medida que se aumenta o número de
afídeos virulíferos mais se reduz a produção, fato não observado para
afídeos avirulíferos.
64
Tabela 7 Peso médio de grãos por plantas (g) e peso total de grãos,
independente da cultivar com cinco níveis de infestação por
afídeos avirulíferos e virulíferos
Médias precedidas de mesma letra maiúscula na linha e seguidas da mesma letra
minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
Deduz-se, portanto, que para o número de afídeos utilizados e o
período de exposição das plantas de 72 horas o efeito de dano direto
do vetor pode ser desconsiderado e que as diferenças observadas
tenham relação direta com a eficiência de inoculação do vírus.
Figura 14 Número de afídeos em relação ao peso total de grãos na
cultivar Embrapa 16 comparando plantas avirulíferos com
virulíferos.
Peso total de grãos Nº de afídeos
Avirulíferos
Virulíferos
1 A 2,17 a A 2,16 a
2 A 1,81 a A 1,69 a b
3 A 2,23 a B 1,50 b c
4 A 2,05 a B 1,15 b c
5 A 1,88 a B 0,98 c
CV (%) 24,16
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
0 1 2 3 4 5 6
Número de afídeos
Peso Total de grãos (g)/planta
Embrapa 16 AVR
Embrapa 16 VR
65
As equações que representam a relação entre o número de
afídeos e o peso total de grãos para afídeos avirulíferos e virulíferos na
cultivar Embrapa 16 mostram a tendência de diminuição no peso total
de grãos, quando as plantas foram expostas aos pulgões virulíferos,
que é acentuada conforme aumenta a pressão de inóculo (Figura 14).
Na cultivar BRS Timbaúva (Figura 15) observa-se, da mesma
forma, redução do peso total de grãos por planta conforme o aumento
do número de afídeos virulíferos. De forma geral as perdas observadas
para Embrapa 16 são superiores as observadas para BRS Timbaúva,
fato que se torna mais evidente quando apenas 1 afídeo foi utilizado
na inoculação (Figura 15).
Figura 15 Número de afídeos em relação ao peso total de grãos na
cultivar BRS Timbaúva comparando plantas avirulíferos
com virulíferos.
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
0 1 2 3 4 5 6
Número de afídeos
Peso total de grãos (g)/planta
BRS Timbaúva AVR
BRS Timbaúva VR
66
As cultivares em estudo não diferiram estatisticamente entre si,
mas biologicamente, através da curva é possível observar os danos
crescentes de acordo com o número de afídeos utilizados na
transmissão, embora a linha de tendência apresentada na Figura 16
não evidencia essa diferença.
Figura 16 Redução no rendimento de grãos para as cultivares de
trigo Embrapa 16 e BRS Timbaúva inoculadas com
BYDV-PAV, utilizando-se de 1 a 5 afídeos.
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
20
30
0 1 2 3 4 5 6
Número de afídeos
Dano(%)
Embapa 16
Timbauva
67
5 CONCLUSÕES
Para as condições em que foram conduzidos, considerando
BYDV-PAV transmitido por R. padi e as duas cultivares de trigo
avaliadas, Embrapa 16 e BRS Timbaúva, os experimentos permitem
concluir que:
a) a produtividade de BRS Timbaúva acima da média em
ensaios com exposição ao BYDV tem relação com a resistência ao
vetor, não havendo evidências claras de resistência ao vírus;
b) o efeito da resistência ao vetor se manifesta através da
menor frequência de plantas soropositivas em testes com diferentes
números de afídeos, fato não detectável na cultivar suscetível
Embrapa 16;
c) plantas de trigo da cultivar BRS Timbaúva apresentam curva
de título viral atrasada em relação a cultivar suscetível (Embrapa 16),
em função do comportamento do vetor;
d) ressalvadas as diferenças no inóculo inicial, uma vez que o
vírus foi introduzido nos tecidos da planta, se multiplica e se
movimenta de forma comparável ao observado no material suscetível;
e) a possibilidade de BRS Timbaúva apresentar tolerância ao
BYDV-PAV, não pode ser inteiramente descartada, pois as perdas em
relação ao controle (afídeos avirulíferos) sempre foram inferiores
quando comparadas à Embrapa 16.
68
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75
ANEXOS
76
ANEXO 1
Tampão de Extração (EXTRACTION BUFERR - dissolvido em 1000
mL de PBST (1x))
Sulfito de sódio 1,3 g
Polyvinylpyrrolidona (PVP) MW 24 – 40,000 20,0 g
Azida sódica 0,2 g
Albumina (POWDERED EGG – Chicken) 2,0 g
Tween 20 20,0 g
Ph ajustado para 7,4
ANEXO 2
Tampão de cobertura ou tampão de revestimento (COATING
BUFFER) – dissolvido em 1000 mL de água destilada
Carbonato de sódio 1,59 g
Bicarbonato de sódio 2,95 g
Azida sódica 0,2 g
pH ajustado para 9,6
ANEXO 3
Tampão de lavagem (PBST) dissolvido em 1000 mL de água
destilada
Cloreto de sódio 8,0 g
Fosfato de sódio, dibásico (anidro) 1,15 g
Fosfato de potássio, monobásico 0,2 g
Cloreto de potássio 0,2 g
Tween 20 0,5 g
pH ajustado para 7,4
77
ANEXO 4
Tampão para o conjugado ECI BUFFER dissolvido em 1000 mL de
PBST
Soro albumina bovina (BSA) 2,0 g
Polyvinylpyrrolidona (PVP) MW 24 – 40,000 20,0 g
Azida sódica 0,2 g
pH ajustado para 7,4
ANEXO 5
Tampão para o substrato (PNP Buffer) dissolvido em 800 mL de
água destilada
Cloreto de magnésio 0,1 g
Azida sódica 0,2 g
Dieta nolamina 97,0 mL
pH ajustado para (volume final para 1000 mL)
9,8
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