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UIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
FACULDADE DE VETERIÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊCIAS VETERIÁRIAS
FRACISCO CARLOS DE SOUSA
DESEVOLVIMETO FOLICULAR EM RESPOSTA A DIFERETES
TRATAMETOS DE ESTIMULAÇÃO OVARIAA EM CABRAS
CAIDÉ AVALIADAS POR ULTRASSOOGRAFIA
FORTALEZA-CE
2010
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FRANCISCO CARLOS DE SOUSA
DESENVOLVIMENTO FOLICULAR EM RESPOSTA A DIFERENTES
TRATAMENTOS DE ESTIMULAÇÃO OVARIANA EM CABRAS
CANINDÉ AVALIADAS POR ULTRASSONOGRAFIA
Fortaleza
2010
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em
Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária da
Un
iversidade Estadual do Ceará, como requisito parcial
para a obtenção do grau de Mestre em Ciências
Veterinárias.
Área de concentração: Reprodução e Sanidade Animal
Linha de Pesquisa: Reprodução e Sanidade de Pequenos
Ruminantes
Orientador: Prof. Dr. Dárcio Ítalo Alves Teixeira
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S725d Sousa, Francisco Carlos de
Desenvolvimento folicular em resposta a diferentes
tratamentos de estimulação ovariana em cabras Canindé
avaliadas por ultrassonografia/ Francisco Carlos de Sousa.
__ Fortaleza, 2010.
69p.; il.
Orientador: Prof. Dr. Dárcio Ítalo Alves Teixeira
Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias)
Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Veterinária.
1.Caprinos. 2. Desenvolvimento folicular.
3.Ultrassonografia. I. Universidade Estadual do Ceará,
Faculdade de Veterinária.
FRANCISCO CARLOS DE SOUSA
DESENVOLVIMENTO FOLICULAR EM RESPOSTA A DIFERENTES
TRATAMENTOS DE ESTIMULAÇÃO OVARIANA EM CABRAS
CANINDÉ AVALIADAS POR ULTRASSONOGRAFIA
Aprovada em: 23/07/2010
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Dárcio Ítalo Alves Teixeira
Universidade Estadual do Ceará
Orientador
Profa. Dra. Lúcia Daniel Machado da Silva
Universidade Estadual do Ceará
Examinadora
Dr. Jorge André Matias Martins
Universidade Federal do Ceará
Examinador
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação
em Ciências Veterinárias da
Faculdade de Veterinária da
Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial
para a obtenção do grau de Mestre em Ciências
Veterinárias.
À minha família por todo apoio,
amor, carinho e compreensão...
Dedico.
AGRADECIMETOS
À Universidade Estadual do Ceará (UECE), por ter me proporcionado a
chance de concluir mais uma etapa na formação acadêmica.
À Faculdade de Veterinária (FAVET), pelo apoio e carisma de professores,
alunos e secretárias.
Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias (PPGCV), pela
oportunidade de realização do Mestrado, além do empenho, organização e
profissionalismo de sua Coordenadoria e Secretaria.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), pela concessão de bolsa de estudos durante o curso de mestrado.
A Deus, por ter me dado o bem mais precioso que é a vida, além de força de
vontade, iluminação, saúde, paciência e determinação para enfrentar todas as
dificuldades impostas pela vida.
Aos meus pais, Maria de Fátima de Sousa e José Alves de Souza, pelos
ensinamentos, educação, incentivo e apoio incondicionais que me deram.
Aos meus irmãos, Denis Carlos de Sousa e Shirley Maria de Sousa, pela
amizade, incentivo e consideração dedicada a mim.
À minha tia e madrinha, Eugênia Alice de Lima, pelo carinho e por sempre
acreditar no meu potencial.
Ao Prof. Dr. Dárcio Ítalo Alves Teixeira, por sua orientação e preciosa
colaboração na elaboração deste trabalho, além de sua dedicação, paciência e valiosos
ensinamentos.
Ao Prof. Dr. Vicente José de Figueirêdo Freitas, por ter me permitido utilizar
a estrutura do Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução (LFCR), pelos
ensinamentos e por ter confiado no meu trabalho.
À Dra. Luciana Magalhães Melo, por todo o apoio, preocupação e valiosa
solicitude durante todo o Mestrado, contribuindo também para o enriquecimento deste
estudo.
Ao Prof. Dr. Arlindo de Alencar Araripe Moura, pelas sugestões, pela
participação na avaliação deste trabalho, além do auxílio na análise estatística dos
dados.
À Profa. Dra. Lúcia Daniel Machado da Silva, por seus ensinamentos e
sugestões, previamente à realização deste trabalho e por sua participação na análise do
mesmo.
Ao Dr. Jorge André Matias Martins, por ter se disponibilizado a colaborar na
análise estatística dos resultados e por sua contribuição na avaliação deste trabalho.
À M.Sc. Suely Renata Gaya Avelar, por sua participação desde o início deste
trabalho. Um exemplo de força e superação.
Ao B.Sc. Victor Hugo Vieira Rodrigues, pelo auxílio nas ultrassonografias e
por ser meu amigo.
À M.Sc. Alexsandra Fernandes Pereira, pela amizade e grande exemplo de
determinação.
Ao Carlos Henrique Sousa de Melo, por seu companheirismo e participação
responsável durante toda a realização dos experimentos de ultrassonografia.
Ao Antônio Carlos de Albuquerque Teles Filho, pelo importante auxílio e
dedicação aos experimentos.
Ao Talles Monte de Almeida, que almejando aprendizado em
ultrassonografia, sempre se mostrou solícito e disposto a colaborar.
A toda a equipe do LFCR, M.Sc. Raylene Ramos, B.Sc. Agostinho Neto,
Érica Albuquerque, Maiara Pinheiro, Claudia Luciano, Jefferson Ferreira, e a todos que
estiveram neste laboratório, por todos os momentos de alegria, trabalho e
companheirismo.
Aos professores do PPGCV, pelos importantes ensinamentos e orientações a
mim concedidas.
Aos funcionários e companheiros Selmar Silva, Cícero Máximo e César
Camelo, pelo apoio e pela amizade.
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito de diferentes tratamentos de
estimulação hormonal sobre a população folicular antral de cabras Canindé
naturalizadas. Dezessete cabras cíclicas adultas foram tratadas com esponjas
intravaginais contendo 60 mg de acetato de medroxiprogesterona por 11 dias, associado
a uma injeção de 50 µg de d-cloprostenol no oitavo dia do tratamento. Em adição, as
fêmeas receberam os seguintes regimes de tratamentos: ao grupo múltiplas doses (MD)
foram administrados 120 mg de NIH-FSH-P1, distribuídos em cinco injeções a
intervalos de 12 h; ao grupo três doses (TD) foram administrados 120 mg de NIH-FSH-
P1, distribuídos em três injeções a intervalos de 24 h; o grupo única dose (UD), recebeu
70 mg de NIH-FSH-P1 e 200 UI de eCG administrados 36 h antes da remoção da
esponja. Os ovários de todos os animais foram observados por ultrassonografia
transretal em tempo real (UTR) durante os protocolos de estimulação. Foram realizadas
três sessões de tratamento hormonal/UTR e em cada sessão as cabras foram alocadas
em um grupo diferente para evitar o efeito da repetição do tratamento. Todos os
folículos 2 mm foram contados, mensurados e classificados de acordo com o seu
diâmetro maior. A arquitetura ultrassonográfica dos ovários visualizados foi bem
definida. Uma taxa de detecção ovariana de 100% foi observada em todos os grupos e
por todo o período do estudo. No momento da inserção das esponjas (Dia 0), todos os
grupos apresentavam características ovarianas similares. No dia 11, as cabras do
tratamento DU apresentaram um maior percentual (p<0,0001) de pequenos folículos,
enquanto os percentuais de folículos médios e grandes foram significativamente
(p<0,0001) menores em relação aos outros tratamentos. Os grupos MD e TD não
diferiram significativamente (p<0,05), independente da categoria folicular. O diâmetro
de folículos pequenos foi similar em MD, TD e UD durante todo o período do estudo.
No grupo TD o diâmetro dos folículos grandes foi significativamente (p<0,05) menor
no dia 10 quando comparado a MD e UD. Entretanto, estas diferenças não foram
observadas no dia 11. Em conclusão, a ultrassonografia transretal mostrou que o
tratamento TD revelou várias similaridades em relação ao tratamento MD, no que se
refere ao desenvolvimento folicular terminal, representando um protocolo eficiente e
simples para estimulação ovariana em cabras Canindé.
Palavras-chave: Caprinos. Desenvolvimento folicular. Ultrassonografia.
ABSTRACT
The aim of the present study was to evaluate the effect of different hormonal stimulation
treatments on the antral follicular population in naturalized Canindé goats. Seventeen
cycling goats were treated with intravaginal sponges containing 60 mg
medroxyprogesterone acetate for 11 days plus a single injection of 50 µg d-cloprostenol
on the eighth day of treatment. Additionally, the females received the following
treatment regimens: multiple doses (MD) group, 120 mg NIH-FSH-P1 administered in
five injections at 12-h intervals, three doses (TD) group, 120 mg NIH-FSH-P1
administered in three injections at 24-h intervals; oneshot (OS) group, 70 mg NIH-
FSH-P1 plus 200 IU eCG administered at 36 h, before removal of the sponge. The
ovaries of all animals were observed by transrectal real-time ultrasonography (RTU)
during stimulation protocols. Three sessions of hormone treatment/RTU examination
were performed, and each of the goats was allocated to a different group to avoid the
effect of treatment repetition. All follicles 2 mm were counted, measured and
classified according to their largest diameter. The ultrasonographic architecture of the
visualized ovaries was well defined. An ultrasonic ovary detection rate of 100% in all
groups was observed over the whole course of the study. At sponge insertion (Day 0),
all groups had similar ovarian characteristics. At Day 11, OS goats had a higher
percentage (p<0.0001) of small follicles, whereas the percentages of medium and large
follicles were significantly (p<0.0001) lower relative to the other treatment groups. The
MD and TD groups did not differ significantly (p>0.05), regardless of follicular
category. The diameter of small follicles was similar in MD, TD and OS during the
whole study period. In the TD group, the diameter of large follicles was significantly
smaller (p<0.05) at Day 10 as compared to MD and OS. However, these differences
were not observed on Day 11. In conclusion, transrectal ultrasonography showed that
the TD regimen revealed several similarities to MD treatment regarding terminal
follicular development, representing an efficient and simpler protocol for ovarian
stimulation in Canindé goats.
Keywords: Goats. Follicular development. Ultrasonography.
LISTA DE FIGURAS
Revisão de Literatura
Figura 1 – Exemplares da raça Canindé: macho (A) e fêmea (B)........................ 17
Figura 2 Modelos de transdutores utilizados em medicina veterinária: linear
(A), convexo (B) e setorial (C). Tipos de imagens obtidas com o transdutor
linear (A1), convexo (B1) e setorial (C1)............................................................. 22
Figura 3 Exame ultrassonográfico pelo método transabdominal (A),
transretal (B) e transvaginal (C) em ovinos..........................................................
24
Figura 4 Cronologia do diagnóstico ultrassonográfico da gestação em
caprinos e ovinos...................................................................................................
27
Figura 5 – Padrão representativo de crescimento e regressão de folículos
individuais durante o ciclo estral de cabras apresentando quatro ondas de
desenvolvimento folicular.....................................................................................
29
Figura 6 Principais eventos que ocorrem durante uma onda folicular
ovulatória: recrutamento, seleção, dominância e ovulação...................................
30
LISTA DE TABELAS / QUADROS
Revisão de Literatura
Quadro 1 – Impedância acústica........................................................................... 23
Quadro 2 – Dia da emergência da onda folicular de cabras Anglo-Nubiana
apresentando ciclos estrais de três ou quatro ondas..............................................
30
Capítulo 1
Table 1 Follicular population frequencies of small, medium and large
follicles at Day 0 in the different hormonal stimulation treatments……………..
46
Table 2 Follicular population frequencies of small, medium and large
follicles at Day 11 in the different hormonal stimulation treatments……………
46
Table 3 Mean SD) diameter (mm) of follicles per category at the different
days after hormonal treatments………………………………………………….
48
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ASCCOPER – Associação dos criadores de caprinos e ovinos de Petrolina e região
CL – Corpo Lúteo (Corpus Luteum)
cm – Centímetro
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
eCG – Equine Chorionic Gonadotropin (Gonadotrofina Coriônica Equina)
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EPM – Erro Padrão da Média
FSH – Follicle Stimulating Hormone (Hormônio Folículo Estimulante)
FUNCAP – Fundação Cearense de Apoio a Pesquisa
h – Hora
hMG – Human Menopausal Gonadotropin
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Kg – Quilograma
kHz – Quilohertz
LFCR – Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução
µg – Micrograma
m
2
s – Metro Quadrado por Segundo
MAP – Medroxiprogesterone Acetate (acetato de medroxiprogesterona)
MD – Multiple Doses (Múltiplas Doses)
mg – Miligrama
MHz – Megahertz
mm – Milímetro
ng – Nanograma
OS – Oneshot
PGF
2α
Prostaglandina F
2α
PIV – Produção in vitro
RTU – Transrectal Real Time Ultrasonography
SD – Standard Deviation
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SEM – Standard Error of the Mean
SPRD – Sem Padrão Racial Definido
TD – Three Doses (Três doses)
UD – Única Dose
UECE – State University of Ceará (Universidade Estadual do Ceará)
UI – Unidade Internacional
UTR – Ultrassonografia em Tempo Real
SUMÁRIO
1 ITRODUÇÃO .............................................................................................................. 14
2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................... 16
2.1 RAÇA CANINDÉ......................................................................................................
16
2.2 ULTRASSONOGRAFIA.......................................................................................... 17
2.2.1 PRINCÍPIOS FÍSICOS DA ULTRASSONOGRAFIA MODO B...................... 21
2.2.2 APLICAÇÕES DA ULTRASSONOGRAFIA MODO B NO ESTUDO DO
APARELHO REPRODUTOR FEMININO........................................................................
25
2.2.2.1 DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO EM PEQUENOS RUMINANTES........
25
2.2.2.2 DINÂMICA FOLICULAR OVARIANA EM CAPRINOS..........................
28
2.3 TRATAMENTOS HORMONAIS DE ESTIMULAÇÃO OVARIANA EM
CAPRINOS..........................................................................................................................
32
3 JUSTIFICATIVA............................................................................................................
35
4 HIPÓTESE CIETÍFICA............................................................................................. 36
5 OBJETIVOS.................................................................................................................... 37
5.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................................. 37
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................................
37
6 CAPÍTULO 1...................................................................................................................
38
7 COCLUSÕES............................................................................................................... 54
8 PERSPECTIVAS............................................................................................................ 55
9 REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................... 56
APÊDICE A..................................................................................................................... 65
APÊDICE B..................................................................................................................... 67
14
1 ITRODUÇÃO
A exploração de caprinos no Nordeste brasileiro destaca-se pelo seu efetivo,
que consta de, aproximadamente, 8,5 milhões de animais, correspondendo a 91,1% do
rebanho nacional (IBGE, 2008). Entretanto, cerca de 75% deste rebanho é composto por
caprinos sem padrão racial definido (SPRD), resultante de cruzamentos indiscriminados
entre raças naturalizadas e destas com raças exóticas (MADRUGA et al., 2008).
Os caprinos naturalizados são descendentes dos animais trazidos pelos
colonizadores portugueses. Devido ao processo de seleção natural que sofreram ao
longo de várias gerações, estes animais apresentam potencial genético e produtivo
compatíveis com o ambiente semi-árido da região Nordeste (MEDEIROS, 1999).
Os principais tipos caprinos naturalizados são Moxotó, Canindé, Marota e
Repartida (EGITO; MARIANTE; ALBUQUERQUE, 2002). Dentre esses genótipos, a
raça Canindé sobressai-se por sua rusticidade e por possuir produção leiteira acima da
média nacional quando comparada a outros caprinos naturalizados (SANTANA, 2000).
Apesar de os animais da raça Canindé apresentarem baixa capacidade produtiva quando
comparados aos de raças especializadas, é importante enfatizar que mesmo sob as
condições adversas da região semi-árida, a criação destes é uma prática necessária, uma
vez que os mesmos são capazes de utilizar os recursos naturais da região, mantendo
escore corporal adequado, reduzindo assim, os custos de produção. Além disso, tais
animais demonstram índices reprodutivos similares aos apresentados pelos demais
caprinos naturalizados, mesmo quando submetidos a condições de estresse térmico
devido às elevadas temperaturas encontradas no Nordeste.
No entanto, estudos realizados por Mariante (1993) demonstraram que
cruzamentos absorventes entre raças locais e exóticas causaram uma drástica redução no
efetivo populacional das raças naturalizadas, as quais se encontram atualmente em
ameaça de extinção e, portanto, pondo em risco a manutenção do patrimônio genético
local. Diante dessa realidade, a preservação de raças caprinas naturalizadas tem sido
buscada não só devido à importante variabilidade genética destes animais, como
também à sua contribuição para o desenvolvimento rural, principalmente junto ao
homem do campo, prestando-se para a produção de carne, pele e leite.
Neste contexto, as biotecnologias reprodutivas são ferramentas úteis para a
obtenção e multiplicação deste material genético, destacando-se, no caso da mea, a
produção de embriões, seja in vivo ou in vitro (COGNIÉ et al., 2004). Tratamentos
15
hormonais para estimulação ovariana têm sido empregados primariamente nas fêmeas
doadoras, com o objetivo de induzir o crescimento de muitos folículos e também de
produzir uma grande quantidade de oócitos capazes de resultarem em embriões
transferíveis (SINGH et al., 2004). Os tratamentos tradicionais utilizam múltiplas doses
de hormônio folículo-estimulante (FSH), tornando-os mais laboriosos e onerosos, o que
dificulta a sua implementação. Além disso, uma grande variabilidade na resposta
estimulatória tem sido encontrada em caprinos (MENCHACA; PINCZAK;
RUBIANES, 2002), o que tem impossibilitado estimar a resposta ovariana nesses
animais quando tratados hormonalmente. Com isso torna-se necessária uma otimização
nos protocolos de estimulação, bem como um maior conhecimento da fisiologia
ovariana.
A aplicação da ultrassonografia transretal constituiu-se, nos últimos anos, em
um dos passos mais importantes para o estudo e o entendimento dos eventos
fisiológicos que ocorrem durante o ciclo estral. Por ser uma cnica não-invasiva,
prática e direta, esta tem permitido contínuo monitoramento e mensuração de folículos
antrais, possibilitando a caracterização do processo de dinâmica folicular ovariana em
um padrão de ondas foliculares.
A despeito do maior número de trabalhos empregando a ultrassonografia
para elucidar os diferentes eventos ocorrentes no ciclo estral da espécie caprina, poucas
investigações têm sido realizadas com caprinos estimulados hormonalmente. Até o
presente momento, não foram registradas mudanças na dinâmica do desenvolvimento
folicular em cabras Canindé submetidas a tratamentos mais práticos de estimulação
hormonal, em comparação aos protocolos tradicionais. Cientes de que o uso de
protocolos simplificados pode resultar em alterações nas respostas ovarianas, parece
interessante o aprofundamento de estudos dos eventos foliculares na fêmea caprina
estimulada com esse tipo de tratamento. Desta forma, o propósito deste trabalho foi
contribuir para o conhecimento do efeito de diferentes tratamentos hormonais de
estimulação ovariana sobre o padrão de desenvolvimento folicular, em cabras da raça
Canindé.
16
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Raça Canindé
Dos ecotipos caprinos naturalizados que se encontram na região Nordeste,
apenas Moxotó e Canindé são consideradas raças, tendo esta última sido reconhecida
pelo Ministério da Agricultura em 1999 (MACHADO, 2001). Filogeneticamente, o
caprino Canindé teve em sua formação o grupamento ilustrado pela Grisone Negra, dos
Alpes suíços, de onde derivaram a British Alpine e a Poitevine (INFORME
EMBRAPA, 2003).
Afirma-se que a raça Canindé teve origem no Vale do Rio Canindé,
localizado no Piauí, fato que permitiu a consolidação do nome da raça (ASCCOPER,
2009). Estes animais também têm sido encontrados nos estados da Bahia, Pernambuco,
Rio Grande do Norte e Ceará, apesar do risco de extinção da raça (SEBRAE, 2009).
Outros acreditam que o nome é oriundo de Calindé, tanga branca de algodão rústico
utilizada pelos escravos negros. Assim, a cabra preta com ventre claro, similar a uma
tanga (Figura 1), era destinada aos escravos, pois tinha aparência semelhante à
vestimenta deles. No Sertão Cearense, o nome Canindé é utilizado principalmente como
sinônimo de faca pontuda. Mas também pode se referir às pedras ou lascas rochosas do
rio Canindé que serviam para afiar minas ou peixeiras no sertão do Piauí
(ASCCOPER, 2009).
Os caprinos Canindé assemelham-se aos ecotipos Moxotó e Repartida em
tamanho e forma, além de apresentar pêlos curtos e brilhantes. A raça é distinguida
facilmente pela sua cor, apresentando pelagem preta sobre o dorso e vermelho-
amarelada ou branca no abdome.
Apresenta focinho negro e chifres de tamanho
mediano.
A cabeça é negra, com mancha baia, de tamanho variado, na região cervical.
Na face, uma faixa branca estreita (lágrima) percorre a arcada orbitária cranialmente,
descendo até os ductos lacrimais. Os pêlos da porção externa da orelha são negros, mas
claros internamente e nas bordas. A linha branca abdominal tem início na base do peito,
seguindo pelas axilas, passando pela região inguinal e pelas nádegas, chegando à base
da inserção da cauda, onde os pêlos das bordas inferiores são claros. Os membros
anteriores e posteriores são negros na face medial e brancos distalmente, com exceção
dos joelhos que são brancos, na face medial e distal; os cascos são sempre negros. Os
animais são leves e de pequeno porte, apresentando peso corporal médio de 35 a 40 Kg
17
e medindo cerca de 55 a 65 cm de altura (RIBEIRO, 1999; MADRUGA et al., 2008;
ASCCOPER, 2009). Exemplares com este padrão racial podem ser vistos na Figura 1.
Figura 1 – Exemplares da raça Canindé: macho (A) e fêmea (B). Fonte: LFCR.
De acordo com Santana (2000), a raça Canindé apresenta boa conformação
geral, com potencial para produção de carne e pele, mostrando, também, tendência para
o tipo leiteiro, com produção diária em torno de 1,5 litros. Com relação aos índices
reprodutivos observados em condições de caatinga, estes animais apresentam boa
prolificidade, com uma média de 1,6 crias por parto e mortalidade situando-se entre
15,0 e 18,6% para animais de a um ano de idade (BELLAVER; ARRUDA;
MORAES, 1979; MAIA; COSTA, 1997; RIBEIRO, 1999). Em estudo conduzido
durante a gestação em caprinos, Medeiros et al. (1996) observaram ganhos de peso
superiores em cabras Canindé quando comparadas às raças Anglo-Nubiana e Alpina. Ao
nascimento, as crias pesam cerca de 2,0 Kg (MACHADO, 2001). Apesar disso, a
necessidade crescente de se obter substancial incremento da produtividade na
caprinocultura do semi-árido brasileiro tem conduzido à introdução de raças exóticas.
Assim, a raça Canindé e outros tipos naturalizados têm sofrido ameaça de extinção,
devido à miscigenação indiscriminada com caprinos exóticos (OLIVEIRA et al., 2005).
2.2 Ultrassonografia
A ultrassonografia é uma técnica que faz parte de um grupo de
procedimentos e métodos que permitem a emissão de diagnóstico através de imagem e
que possibilita a visibilidade anatômica dos órgãos internos em vários animais
A
B
18
pertencentes a espécies domésticas e não-domésticas (SANTOS; OLIVEIRA; LIMA,
2004).
O melhor entendimento da técnica de ultrassonografia é possível com a
definição de som. Os sons são ondas de energia mecânica radiante, de propagação
longitudinal, formadas por compressões e rarefações sucessivas das moléculas do meio
onde se propagam (SIMÕES, 2008a). No ar, a velocidade de propagação do som é de
aproximadamente 340 m/s. Os líquidos transmitem-no com mais velocidade (1425 m/s);
nos sólidos a velocidade é superior a este valor (MOURA; MERKT, 1996). Os sons
perceptíveis ao ouvido humano têm uma frequência compreendida entre 16 e 20 kHz
por segundo; os ultrassons, por sua vez, são definidos como quaisquer sons de
frequência maior que o ouvido humano é capaz de captar, isto é, acima de 20 kHz
(ZISKIN, 1993). Três tipos de sistemas ultrassonográficos podem ser utilizados para o
diagnóstico de gestação em pequenos ruminantes, são eles: modo A, Doppler e modo B.
No entanto, a utilização do modo A para esta finalidade caiu em desuso (GANAIE et
al., 2009).
O modo A apresenta em forma de gráfico unidimensional, a amplitude e a
profundidade das ondas sonográficas nos tecidos. O diagnóstico de gestação através
desta técnica baseia-se na detecção de uma faixa fluida presente no útero. Ondas
ultrassônicas são emitidas a partir de um transdutor manual colocado externamente na
pele do abdome e em direção ao útero. Estas ondas são refletidas entre os diferentes
tecidos para o transdutor e convertidas em energia elétrica na forma de sinais audíveis
ou visuais. A unidade é sensível a uma profundidade de 10 a 20 cm. Um sinal audível
ou luminoso é emitido pela unidade quando uma faixa de estrutura fluida é registrada
(FREITAS; SIMPLÍCIO, 1999).
Em ovinos, Ganaie et al. (2009) demonstraram que a técnica modo A pode
não detectar gestação antes de 30 diass-monta. Além disso, uma menor sensibilidade
é registrada aos 31-45 dias de gestação, que pode ser devido à presença de pequenas
quantidades de fluidos fetais neste período. O aumento significativo na sensibilidade
deste exame em estágios subsequentes a 91-105 dias, pode ser atribuído ao rápido
aumento no volume de líquido amniótico e no tamanho fetal. Da mesma forma, é
considerado um método satisfatório em caprinos para uma idade fetal entre 50 e 120
dias. De acordo com El Amiri et al. (2003), se realizado em estágio avançado de
gestação, o modo A permite um rápido exame (80-100 ovelhas/hora). No entanto, a
19
presença de uma vesícula urinária repleta, hidrometra ou piometra podem levar a um
diagnóstico falso positivo. Além disso, a viabilidade fetal e o número de fetos não são
detectáveis por este método (FREITAS et al., 2005).
No princípio Doppler, o feixe de ultrassons transmitido pelo transdutor está
sujeito a pequenas alterações na frequência de ondas refletidas de superfícies em
movimento, tais como pulsação sanguínea, batimentos cardíacos ou movimentos fetais
(WANI et al., 1998). As ondas refletidas são recebidas de volta pelo mesmo transdutor e
convertidas em som audível e amplificado (fones de ouvido ou autofalantes) ou
luminoso (osciloscópio). Wani et al. (1998) citam que a acurácia dos diferentes sons
para diagnosticar gestação foi de 100, 100 e 72% para batimento cardíaco fetal, fluxo
sanguíneo umbilical e sons da artéria uterina principal, respectivamente. O detector
ultrassônico do pulso fetal, que é a base do fenômeno Doppler, consiste de um
transdutor e de um amplificador (JAINUDEEN; HAFEZ, 2004).
O Doppler pode ser utilizado por via transabdominal e transretal (EL AMIRI
et al., 2003). O exame transabdominal é semelhante ao realizado com ultrassom modo
A, no qual o transdutor deve ser posicionado no flanco direito, cranialmente ao lado do
úbere, com o animal em estação. A eficiência da técnica transretal é superior à
transabdominal, em virtude da possibilidade de avaliação da viabilidade fetal. Para o
diagnóstico de gestação em caprinos é utilizado um equipamento baseado no efeito
Doppler, podendo ser o modelo DPPR-80, munido de um transdutor transretal de 2,2
MHz (SANTOS; OLIVEIRA; LIMA, 2004).
Paula et al. (2003), comparando a eficiência deste método com a
ultrassonografia modo B em caprinos, verificaram um baixo percentual de acerto aos 30
(0%) e 45 (22%) dias de gestação, ocorrendo um aumento deste percentual aos 60 dias
pós-monta (66,7%). Também, segundo estes autores, o efeito Doppler mostrou menor
eficiência quanto à detecção de gestação múltipla em comparação com a simples.
A ultrassonografia modo B (modo brilho) é uma técnica que se baseia na
emissão de impulsos sonoros de alta frequência que após interagirem com tecidos ou
órgãos são processados num conjunto de pontos de brilho com diferentes intensidades,
formando uma imagem bidimensional. A imagem ecográfica representa um plano
tomográfico da morfologia e anatomia dos tecidos ou órgãos explorados. Consiste em
uma técnica complementar ao exame clínico e é utilizada para avaliação de tecidos
20
moles em todas as espécies. É um método não invasivo, prático, rápido e não provoca
modificações biológicas, tanto aos pacientes como ao operador (SIMÕES, 2008a).
A ultrassonografia modo B permite a avaliação do tamanho, forma,
arquitetura interna, ecotextura, localização e da consistência de órgãos em
funcionamento, ou o monitoramento de suas funções. Possibilita ainda o registro de
imagens para serem utilizadas em atestados ou laudos clínicos. Uma de suas limitações
inclui a natureza não específica de muitas alterações observadas, o que impede, muitas
vezes, um diagnóstico preciso e imediato (NEVES et al., 2008). De acordo com
Augusto; Pachaly (2000), a qualidade da imagem ultrassonográfica e sua correta
interpretação dependem do conhecimento das interações entre as ondas de ultrassom e
os tecidos ou órgãos, da escolha apropriada do transdutor e também da diferenciação de
artefatos da técnica de alterações. A avaliação ultrassonográfica requer longo tempo de
estudo e experiência. É praticamente impossível realizar uma boa interpretação somente
através de observações de imagens ultrassonográficas de livros ou através de vídeos.
Um dos primeiros passos para trabalhar com esse tipo de exame diagnóstico é o
conhecimento dos princípios físicos da ultrassonografia modo B e anatomia normal da
espécie avaliada.
Atualmente, os transdutores emitem feixes sequenciais ou segmentares de
ultrassons, obtendo-se no mesmo instante a imagem correspondente aos seus ecos.
Nestas condições, denomina-se ultrassonografia em tempo real (UTR) modo B,
constituindo-se assim, em método de avaliação contínuo em animais, permitindo o
estudo de processos sequenciais dentro e entre estruturas (GRIFFIN; GINTHER, 1992;
SIMÕES, 2008a).
A aplicação dessa técnica na reprodução animal, a partir da década de 1980,
constituiu-se em um dos passos mais importantes para o estudo e o entendimento dos
eventos fisiológicos que ocorrem durante o ciclo estral e a gestação, em diversas
espécies. Permite ainda maior precisão e segurança para diagnóstico, prognóstico e
terapêutica, resultando em uma maior eficiência reprodutiva, notadamente em
explorações intensivas (NEVES et al., 2008).
21
2.2.1 Princípios físicos da ultrassonografia modo B
A formação da imagem ultrassonográfica baseia-se no princípio de impulso-
eco. Feixes ultrassônicos são produzidos por vibrações de cristais especializados, após
excitação por impulsos elétricos. As ondas sonoras resultantes são direcionadas através
dos tecidos de interesse e refletidas em forma de eco, regressando com a mesma
velocidade à fonte emissora. Por possuírem a capacidade de transformar energia elétrica
em energia mecânica e vice-versa, estes cristais são denominados piezoelétricos. Os
compostos piezoelétricos mais utilizados consistem de zirconato-titanato de chumbo
embebido em uma matriz de epóxi ou material similar (HANGIANDREOU, 2003).
O equipamento de ultrassom, o ecógrafo, é composto por um console e pelo
transdutor
. O transdutor é caracterizado por conter em seu interior cristais piezoelétricos
e é considerado o instrumento mais importante para a avaliação ultrassonográfica e a
escolha correta do tipo e frequência é essencial para uma melhor visualização da
imagem. Existem vários tipos e modelos que variam de acordo com a área a ser
examinada. Com relação à forma, os transdutores podem ser de três tipos: linear,
convexo e setorial (Figura 2). O primeiro possui os cristais organizados lado a lado, de
maneira alinhada e estacionária ao longo do transdutor, produz uma imagem retangular,
na qual o diâmetro horizontal coincide com a largura da fita de cristais. O transdutor
convexo é uma variação do transdutor linear, nele os cristais se dispõem em uma
superfície convexa, oferecendo uma imagem de maior ângulo que a setorial. O
transdutor setorial produz uma imagem triangular, a partir de um cristal piezoelétrico,
que é movimentado enquanto está sob estímulo elétrico. Sua vantagem é que requer
uma pequena superfície de contato. (AUGUSTO; PACHALY, 2000; JAINUDEEN;
HAFEZ, 2004; SANTOS; OLIVEIRA; LIMA, 2004).
As características ultrassônicas de um tecido dependem de sua habilidade
para refletir em maior ou menor grau as ondas sonoras. A isto se denomina
ecogenicidade (SIMÕES, 2008a). Os ecos evidentes na tela do aparelho aparecem em
uma escala de cinza que varia do preto ao branco. Segundo Cruz; Freitas (2001), os
tecidos o definidos como hiperecóicos (branco), hipoecóicos (cinza) e anecóicos
(preto). Estruturas líquidas não refletem ondas sonoras e o representadas na tela do
monitor com a cor preta, como por exemplo, as imagens dos folículos ovarianos e
vesículas embrionárias. Enquanto que os tecidos densos (p. ex., osso e cérvice em
22
diestro) refletem uma grande proporção de ondas transmitidas e são vistos na tela do
aparelho em tons de cinza claro ou branco. O padrão de variação entre os tons de cinza
fornece uma ecotextura que pode ser característica de um tecido durante um
determinado estado reprodutivo (GRIFFIN; GINTHER, 1992; RANTANEN, 1995).
Figura 2 Modelos de transdutores utilizados em medicina veterinária: linear (A), convexo (B) e setorial
(C). Tipos de imagens obtidas com o transdutor linear (A1), convexo (B1) e setorial (C1). Fonte: Nutricell
Nutrientes Celulares Ltda (www.nutricell.com.br).
Os tecidos orgânicos oferecem resistência à propagação dos ultrassons. Essa
resistência é denominada impedância acústica e é proporcional à velocidade de
propagação e à densidade desses tecidos (RANTANEN; EWING, 1981). Uma vez que a
velocidade de propagação nos tecidos moles sofre variações pouco significativas, a
impedância acústica depende principalmente da densidade dos tecidos. Diferentes
valores de impedância acústica são encontrados entre os tecidos moles do corpo
(Quadro 1). São as diferenças de impedância acústica entre dois meios adjacentes que
determinam os graus de intensidade da transmissão e da reflexão dos ultrassons. Quanto
maior for esta diferença, maior será a intensidade das ondas refletidas, diminuindo a
possibilidade de propagação dos ultrassons aos tecidos situados distalmente em relação
à interface. Nos tecidos moles, a interface tem pequenas diferenças acústicas, o que
permite o retorno de ecos de intensidade variável, desta forma, estas interfaces
constituem boas fontes de informação (NYLAND et al., 2005).
A
B
C
A1
B1
C
1
23
Quadro 1 – Impedância acústica. Fonte: Nyland et al. (2005).
As interfaces em que um dos meios têm elevada impedância acústica (por
exemplo, as constituídas entre tecidos moles e tecido ósseo ou mineralizado) ou baixa
impedância acústica (geralmente entre tecidos moles e gases), apresentam uma
intensidade de reflexão extremamente elevada, bloqueando a progressão dos ultrassons
aos tecidos situados distalmente em relação a estas estruturas (SIMÕES; FONTES;
ALMEIDA, 2008b). Estas interfaces constituem uma importante limitação à exploração
ultrassonográfica desses tecidos.
A frequência de um transdutor é determinada pelo tamanho do cristal
contido neste. Mais especificamente, cristais grandes vibram a menores frequências e
penetram mais profundamente do que pequenos cristais que vibram a maiores
frequências (RANTANEN, 1995). Consequentemente, quanto maior for a frequência (a
resolução acústica aumenta com o aumento da frequência), menor será a sua capacidade
de penetração nos meios de propagação (SIMÕES; FONTES; ALMEIDA, 2008b).
Os ecógrafos são equipados com transdutores de variadas frequências e que
podem ser utilizados em diversas modalidades de exame (Figura 3), seja
transcutaneamente por via transabdominal, ou internamente, pelos métodos transretal e
transvaginal (ISWAR, 1995).
Tecido ou substância Impedância acústica (Z) = x 10
6
Kg/m
2
s
Ar 0,0004
Gordura 1,38
Água (50° C) 1,54
Cérebro 1,58
Sangue 1,61
Rim 1,62
Fígado 1,65
Músculo 1,70
Lente 1,84
Osso 7,8
24
Figura 3 – Exame ultrassonográfico pelo método transabdominal (A), transretal (B) e transvaginal (C) em
ovinos. Fonte: Manual ultrassom Falco Vet e
Aria et al. (2004).
As frequências mais comumente utilizadas em grandes animais são as de
3,5; 5,0; 6,0; 7,5 e 8,0 MHz. A frequência do transdutor determina a profundidade e o
tamanho da mínima estrutura visível na imagem. Assim, a visualização de estruturas
relativamente pequenas (p. ex., folículo ovariano de 4,0 mm) localizadas próximo ao
transdutor é mais adequada com transdutores de 6,0; 7,5 e 8,0 MHz por via transretal
em equinos, bovinos e pequenos ruminantes. Em contrapartida, as ondas sonoras
produzidas pelos transdutores com baixas frequências (3,5 e 5,0 MHz) utilizados por via
transabdominal penetram mais e obtêm imagens de tecidos localizados mais
profundamente, por exemplo, fetos e útero a partir dos 40 dias de gestação em caprinos
e ovinos (GRIFFIN; GINTHER, 1992; JAINUDEEN; HAFEZ, 2004). Para melhorar a
qualidade da imagem e aumentar a superfície de contato com a área avaliada, um
composto gel inócuo, inodoro e hidrossolúvel deve ser aplicado ao transdutor
(SANTOS; OLIVEIRA; LIMA, 2004).
Embora o custo do equipamento ainda seja alto, um bom volume de trabalho
pode favorecer sua aquisição pelo médico veterinário (WOLF; GABALDI, 2002). Um
passo muito importante é a seleção do equipamento mais adequado. Isto deve ser
baseado no uso principal (pesquisa versus prática privada) e se o trabalho esrestrito a
pequenos ruminantes ou grandes animais.
No mercado existem equipamentos não transportáveis, transportáveis e
portáteis. Os equipamentos não transportáveis produzem imagens de excelente
qualidade e uma grande variedade de máquinas e sondas. Suas desvantagens são alto
custo, peso e tamanho elevados, que podem dificultar seu transporte. São úteis em
centros de pesquisa para exames confiáveis, utilizando uma variedade de sondas para
A
B
C
25
uso externo e interno. Os aparelhos transportáveis são leves (6,0-20,0 Kg) e podem
funcionar com baterias ou energia elétrica, sendo facilmente transportados ao campo e
também úteis na pesquisa. rias opções estão disponíveis no mercado. É importante
avaliar qualidade e robustez antes da aquisição do aparelho. Já as unidades de ultrassom
portáteis são uma boa escolha para Veterinários do campo, por serem muito leves (< 3,0
Kg) e funcionarem com bateria que permite uma autonomia de 2,5 a 7,0 horas de
trabalho contínuo, dependendo do fabricante, do tipo de dispositivo de visualização e da
temperatura ambiente (VIÑOLES-GIL et al., 2010).
Além disso, em virtude da grande variedade de marcas e modelos existentes
no mercado, fatores como preço, qualidade de resolução, utilidade e suporte técnico
devem ser considerados durante a seleção de um equipamento de ultrassom. Outros
fatores incluem capacidade de armazenamento de dados e acompanhamento por
transdutores multifrequenciais (RIBADU; NAKAO, 1999).
Em geral, os ecógrafos atuais possuem a capacidade de controle da variação
de intensidade dos ultrassons refletidos. Esta característica, denominada ganho geral
(gain), permite diminuir ou aumentar a intensidade geral dos ecos visualizados,
otimizando o contraste entre os diversos pontos. Estes aparelhos apresentam ainda a
possibilidade de controlar a variação de intensidade proximal ou distal, denominando-se
ganho proximal (near gain) ou ganho distal (far gain), respectivamente. Esta
compensação é particularmente útil para corrigir as diferenças de intensidade de
estruturas isoecogênicas, situadas a diferentes profundidades, pois, normalmente, os
ecos provenientes de estruturas mais profundas o de menor intensidade devido ao
efeito de atenuação da maior distância do meio percorrido (RANTANEN; EWING,
1981). A maioria dos modelos também apresenta um teclado para anotação de dados e
tem funções para obtenção de medidas (AUGUSTO; PACHALY, 2000).
2.2.2 Aplicações da ultrassonografia modo B no estudo do aparelho reprodutor feminino
2.2.2.1 Diagnóstico de gestação em pequenos ruminantes
Um diagnóstico de gestação precoce e confiável associado à quantificação
fetal é essencial para a manutenção de altos níveis de eficiência reprodutiva em um
rebanho. Uma técnica confiável para o diagnóstico de gestação permite distinguir cabras
26
prenhes de não-prenhes e ainda evita gastos desnecessários com alimentação, mão-de-
obra, vacinações etc.; favorece a identificação de fêmeas portadoras de problemas
reprodutivos e contribui para minimizar as perdas, principalmente de ordem econômica.
Além disso, atenção especial e suplementação alimentar podem ser oferecidas às fêmeas
prenhes e aquelas com gestação múltipla podem ser submetidas a um programa
nutricional adequado visando o máximo aproveitamento do potencial de produção de
leite e, ao mesmo tempo, suprir as exigências dos fetos em desenvolvimento, sobretudo
no terço final de gestação, fase na qual a nutrição tem maior influência sobre o peso da
cria ao nascer (FREITAS NETO et al., 2009; AMER, 2010).
Em grandes animais domésticos como a vaca e a égua, a palpação do trato
genital pelo reto facilita o diagnóstico precoce de gestação, o que não é possível em
pequenos ruminantes. Com a utilização de biotécnicas reprodutivas tais como a
sincronização e/ou indução do estro, inseminação artificial e transferência de embriões,
foi necessário o desenvolvimento de técnicas que pudessem fornecer informações
complementares, tornando-as adequadas ao sistema produtivo. Dentre estas ferramentas
de estudo encontra-se a ultrassonografia modo B, que apesar de ter sido inicialmente
considerada de alto custo para o uso em animais de fazenda, tem se revelado um método
preciso, seguro e de elevada praticidade para o diagnóstico de gestação em pequenos
ruminantes (CRUZ; FREITAS, 2001; AMER, 2010). Segundo Bicudo (2010), o exame
ultrassonográfico apresenta a cronologia mostrada na Figura 4.
O diagnóstico de gestação por ultrassonografia pode ser realizado pelas vias
transabdominal, transretal e transvaginal. No exame transabdominal, o transdutor
lubrificado com gel carboximetilcelulose é posicionado no flanco, acima do úbere, com
o animal em estação (ISWAR, 1995). O período ideal para o diagnóstico de gestação em
caprinos e ovinos através do método transabdominal é entre 40 e 75 dias de gestação.
Neste período, é possível a visualização dos placentomas, do próprio feto e seu
batimento cardíaco (ISWAR, 1995). A quantificação fetal também pode ser realizada a
partir dos 40 dias de gestação, alcançando acurácia máxima de 91,7% aos 60 dias
(MEDAN et al., 2004).
27
]
Figura 4 Cronologia do diagnóstico ultrassonográfico da gestação em caprinos e ovinos. Fonte: Bicudo
(2010).
O método transretal tem sido utilizado em ovinos (CHALHOUB et al.,
2001) e caprinos (GONZÁLEZ et al., 2004), não requerendo um transdutor especial
para seu uso nestas espécies, podendo ser utilizado o transdutor linear empregado em
grandes animais. A vantagem deste método é que possibilita um diagnóstico de gestação
bastante precoce. Schrick; Inskeep (1993), utilizando um transdutor linear de 7,5 MHz
observaram fluido extra-embrionário no corno uterino ipsilateral à ovulação, no 15º dia
após a monta, em todas as ovelhas do experimento.
A ultrassonografia transvaginal é um método ainda pouco utilizado em
pequenos ruminantes, porém representa uma via de exame alternativa para quem dispõe
somente de um transdutor micro-convexo endocavitário (SANTOS; OLIVEIRA; LIMA,
2004). Aria et al. (2004) empregaram esta cnica para o diagnóstico de gestação em
cabras e ovelhas adultas, obtendo apenas dois casos falsos-negativos em comparação
com o método transabdominal, provavelmente devido à incorreta suspensão do abdome
e/ou inexperiência do operador.
A UTR também tem sido utilizada em caprinos e ovinos
como ferramenta
para determinação da idade gestacional (HAIBEL, 1988; SUGUNA et al., 2008),
28
detecção de patologias uterinas (LOPES JÚNIOR et al., 2004), determinação de perda
embrionária ou fetal (DIXON et al., 2007), punção folicular visando à produção in vitro
de embriões (GRAFF et al., 1999) e sexagem fetal (SANTOS et al., 2007).
2.2.2.2 Dinâmica folicular ovariana
em caprinos
A UTR é uma técnica não-invasiva, que visa o exame de estruturas em que a
identificação fisiológica é realizada de forma dinâmica (TAVERNE; WILLEMSE,
1989). O uso da ultrassonografia tem facilitado um rápido aumento no conhecimento da
fisiologia reprodutiva e seu controle. Entretanto, sua aplicação para estudos ovarianos
em caprinos está atrasada quando comparada com o seu uso em grandes animais
(RUBIANES; MENCHACA, 2003). Mesmo assim, a ultrassonografia tem alcançado
substancial aplicabilidade com relação ao exame dos ovários em caprinos, fornecendo
possibilidades de acompanhar o desenvolvimento folicular, permitindo monitorar o
crescimento e a regressão de folículos ovarianos individuais, de forma repetida no
mesmo animal (PIERSON; GINTHER, 1984). Em trabalho desenvolvido por Simões et
al. (2006) a UTR mostrou-se uma ferramenta confiável, fornecendo uma acurácia de
91,9% para a visualização ovariana em três ciclos estrais estudados. Associado a isso,
Baril et al. (2000) afirmaram que a eficiência da técnica ultrassonográfica aumenta com
a experiência do operador.
Apesar de Tenório Filho et al. (2003) afirmarem que o exame transvaginal é
mais eficiente para monitorar a dinâmica folicular na espécie caprina, pois provoca
menos desconforto do que o exame retal, a maioria dos trabalhos de ultrassonografia
ovariana em caprinos foi realizada por via transretal. Além disso, não relatos de
prejuízo aos animais avaliados pelo todo transretal (ORITA et al., 2000; MEDAN et
al., 2003; CRUZ et al., 2008; SIMÕES et al., 2008).
Todavia, as informações a respeito da atividade ovariana durante o ciclo
estral em caprinos são limitadas e recentes. Os poucos ensaios disponíveis sugerem que
o ciclo estral nesta espécie é caracterizado por um padrão de desenvolvimento folicular
semelhante à onda e com apenas uma onda associada à ovulação (PADILLA; HOLTZ,
2000; MEDAN et al., 2005), como pode ser visualizado na Figura 5.
29
Figura 5 – Padrão representativo de crescimento e regressão de folículos individuais durante o ciclo estral
de cabras apresentando quatro ondas de desenvolvimento folicular. As setas indicam a emergência das
ondas foliculares e os diferentes símbolos indicam diferentes folículos em cada onda folicular (Ov =
ovulação). Fonte: Medan et al. (2005).
Em estudo conduzido com cabras Serrana, Simões et al. (2006) afirmaram
que o número de ondas foliculares variou de três a cinco, em um ciclo interovulatório
regular (19-22 dias), sendo que quatro foi o número de ondas foliculares mais
comumente observado, ocorrendo em 61,3% dos ciclos avaliados. Neste mesmo ensaio
experimental, o número total de ondas por ciclo estral não afetou a duração da primeira
onda, que se apresentou sempre mais longa que as outras. Em estudo realizado com
cabras Anglo-Nubiana criadas em ambiente seco e úmido, Tenório Filho et al. (2007)
utilizando os métodos transretal e transvaginal, observaram um padrão de três a quatro
ondas por ciclo, com diferentes dias de emergência para cada onda (Quadro 2).
Uma onda folicular é caracterizada pela ocorrência de eventos distintos, são
eles: recrutamento, seleção e dominância folicular (Figura 6). O dia da emergência da
onda folicular é o primeiro dia da onda em que um grupo de folículos em crescimento é
primeiramente detectado por ultrassonografia (EVANS, 2003). Embora o termo
recrutamento seja frequentemente utilizado como sinônimo de emergência, é mais
correto defini-lo como o crescimento de folículos que se tornaram dependentes de
gonadotrofina (DRIANCOURT, 2001). Do grupo de folículos recrutados, um ou dois
folículos com 5 mm de diâmetro é/são selecionado(s) para continuar o crescimento,
com potencial para ovular. O fenômeno da dominância folicular ocorre, provavelmente,
em função da capacidade do folículo dominante de impedir o crescimento e
diferenciação dos folículos subordinados, de escapar do processo de atresia, além de
30
suprimir a emergência de uma nova onda folicular, não havendo recrutamento de novos
folículos (EVANS, 2003).
Quadro 2 Dia da emergência da onda folicular de cabras Anglo-Nubiana apresentando ciclos estrais de
três ou quatro ondas. Fonte: Adaptado de Tenório Filho et al. (2007).
Figura 6 – Principais eventos que ocorrem durante uma onda folicular ovulatória: recrutamento, seleção,
dominância e ovulação. Fonte: Adaptado de Driancourt (2001).
A existência de dominância folicular em caprinos manteve-se controversa
por um longo período. Contudo, atualmente, mais dados suportam o conceito de que a
dominância folicular é também operativa na espécie caprina. Ginther; Kot (1994)
relatam que a dominância folicular em caprinos é evidente apenas na primeira e na
última onda, e ainda assim, de forma menos intensa que em bovinos. A ocorrência de
dominância folicular reduzida ou ausente em ondas intermediárias de ciclos estrais de
N
o
de ondas/ciclo estral Onda folicular
Dia da emergência da onda
(Média ± EPM)
Primeira 1,0 ± 0,0
Segunda 6,7 ± 0,5
Três
Terceira 14,0 ± 1,2
Primeira 1,1 ± 0,2
Segunda 4,5 ± 0,4
Quatro
Terceira 9,5 ± 0,9
31
caprinos tem sido descrita (ORITA et al., 2000). O conceito de co-dominância foi
introduzido para explicar que dois folículos grandes podem ser observados em cada
onda, porém estudos específicos a respeito deste aspecto ainda são escassos
(RUBIANES; MENCHACA, 2003).
A ultrassonografia também permite a detecção da ovulação, caracterizando o
padrão de tamanho de folículos pré-ovulatórios (GONZALEZ-BULNES et al., 2004a).
Neste estudo, os folículos pré-ovulatórios foram caracterizados por apresentar diâmetro
médio de 7,8 ± 0,4 mm e contorno irregular, com presença de artefatos e
descontinuidade nos limites do tecido ovariano, em comparação com folículos grandes
anovulatórios. A imagem do antro o é absolutamente anecóica, havendo difusão e
imagem hipoecóica heterogênea com reflexão de artefatos ecóicos. A ovulação é
confirmada pelo desaparecimento do folículo pré-ovulatório e visualização de uma
estrutura heterogênea, altamente ecogênica e com diâmetro máximo de 8,6 mm ± 0,3
mm, denominada corpo hemorrágico (GONZALEZ-BULNES et al., 2004a).
Trabalhando com cabras Shiba, Medan et al. (2003) relatam que a ovulação ocorreu
sempre na última onda, na qual o folículo ovulatório apresentou diâmetro máximo
significativamente maior em comparação com os maiores folículos das ondas anteriores.
Quando duplas ovulações são observadas, estas são normalmente oriundas de folículos
derivados da mesma onda, embora em alguns casos estas derivem de folículos de duas
ondas consecutivas
(GINTHER; KOT, 1994).
Aproximadamente três dias pós-ovulação, um corpo lúteo (CL) pode ser
detectado ultrassonograficamente. O CL em formação é menos ecogênico que em
estádios mais avançados. Já o CL maduro é observado como uma estrutura cinza escuro,
mais ecogênica, com bordas marcantes e distintas. Em alguns corpos lúteos observa-se
uma cavidade central anecóica; a presença desta cavidade não mostra nenhuma relação
com a concentração de progesterona (DE CASTRO et al., 1999).
A influência do CL sobre o desenvolvimento folicular tem sido investigada
(LASSALA et al., 2004). Estes autores relatam a ocorrência de ondas foliculares em
fêmeas caprinas apresentando CL ou não, sendo verificado um número de três a quatro
ondas, independente da presença de estrutura luteal. Neste mesmo trabalho, o
recrutamento folicular, a duração da dominância folicular e o intervalo entre ondas não
foram alterados pela presença ou ausência de CL.
32
A maioria dos trabalhos que emprega exames ultrassonográficos para
avaliação ovariana em caprinos é realizada durante a estação reprodutiva (ORITA et al.,
2000; GONZALEZ-BULNES et al., 2005). Em estudo pioneiro, Cruz; Rondina; Freitas
(2003) verificaram que cabras Anglo-Nubiana e Saanen criadas em clima tropical,
exibindo anestro e inatividade ovulatória, mantiveram atividade ovariana, que o
desenvolvimento folicular ocorreu a intervalos regulares de 4 a 6 dias entre ondas e que
os folículos antrais continuaram a crescer até atingir o tamanho equivalente ao de
folículos pré-ovulatórios.
Mais recentemente, a técnica ultrassonográfica foi utilizada para selecionar
cabras doadoras de embriões em um programa de transgênese que apresentassem
resposta superovulatória ( 5 corpos hemorrágicos), imediatamente antes da colheita de
embriões por laparotomia (TEIXEIRA et al., 2008).
2.3 Tratamentos hormonais de estimulação ovariana em caprinos
Na produção in vivo ou in vitro de embriões, os protocolos tradicionais
utilizados comercialmente para estimulação ovariana em caprinos consistem no uso
prolongado (11-18 dias) de dispositivos vaginais impregnados com
progestágeno/progesterona associados à administração de gonadotrofinas, anteriormente
ou no momento da retirada do dispositivo (MENCHACA; PINCZAK; RUBIANES,
2002). Os implantes vaginais servem para bloquear a fase de crescimento folicular
terminal e evitar a ovulação antes da retirada do implante, enquanto que o suporte
fornecido pelas gonadotrofinas é importante para aumentar o número de folículos em
crescimento capazes de produzir oócitos viáveis.
Em programas de transferência de embriões, a estimulação das doadoras tem
sido realizada principalmente através do uso de hormônio folículo-estimulante (FSH) ou
com altas doses (comumente, mais de 1000 UI) de gonadotrofina coriônica equina
(eCG) (REGUEIRO et al., 1999). Em geral, o FSH tem mostrado ser superior à eCG, no
que se refere à taxa de ovulação e produção de embriões (ARMSTRONG et al., 1983).
Diante disso, o uso de FSH em protocolos estimulatórios tem sido preferido.
Quando associada à colheita oocitária por laparoscopia (COL) para a
produção in vitro de embriões (PIV), a estimulação ovariana pela utilização de FSH
promove um aumento no número de folículos puncionados e oócitos recuperados,
33
possibilitando assim, um aumento na eficiência da técnica (LOCATELLI et al., 2004).
A despeito deste efeito positivo, um dos fatores mais importantes ligados à estimulação
ovariana é a grande variabilidade da resposta estimulatória dos animais tratados
(MENCHACA; PINCZAK; RUBIANES, 2002). De acordo com Gonzalez-Bulnes et al.
(2004b), esta variabilidade pode ocorrer devido a fatores extrínsecos (fonte, grau de
pureza das gonadotrofinas e protocolo de administração das mesmas) ou intrínsecos
(raça, idade, estado nutricional e reprodutivo). A presença de um folículo grande
(dominante) é outro fator relacionado, exercendo efeito deletério sobre o recrutamento
folicular, observando-se uma resposta estimulatória dependente do número de pequenos
folículos no início do tratamento com FSH exógeno (RUBIANES; MENCHACA,
2003).
A dose total de FSH administrada de uma só vez conduz a um menor
número de folículos que se esta dose for dividida em várias injeções (KELLY;
KLEEMAN; WALKER, 2005). Isto ocorre porque esta gonadotrofina apresenta meia-
vida curta, cerca de 110 minutos (RIESENBERG et al., 2001). Assim, para manter a
atividade biológica do FSH de origem porcina ou ovina, a dose total é administrada em
três a seis aplicações, intervaladas de 12 horas, durante os últimos três ou quatro dias do
tratamento progestágeno (BARIL; BREBION; CHESNÉ, 1993).
A fim de simplificar o procedimento de estimulação ovariana, nesta última
década foram propostos protocolos que combinam uma alta dose (80-140 mg) de FSH
com baixa dose (200-300 UI) de eCG, administradas num mesmo momento
(BALDASSARRE et al., 2002; PIERSON et al., 2004; GIBBONS et al., 2007). Este
protocolo é denominado única dose. Em estudo realizado por Baldassarre et al. (2002),
não foram descritas diferenças entre o tratamento única dose em comparação às
múltiplas doses decrescentes de FSH isoladamente, no que se refere à quantidade de
folículos e oócitos colhidos. A base para a associação FSH-eCG é a seguinte: a alta dose
de FSH é hábil para recrutar, mas não para sustentar o desenvolvimento de um grupo de
folículos FSH-responsivos, enquanto a longa meia-vida da eCG (JAINUDEEN;
HAFEZ, 2004) possibilita a continuação do crescimento folicular iniciado pela alta dose
de FSH.
Atualmente, ainda não se tem consenso em relação à dose ótima de
gonadotrofina, uma vez que esta pode variar em função da raça, produção da fêmea e
condições do meio (BARIL, 2006). Além disso, a dose total de hormônios
34
gonadotróficos administrada por cabra doadora tem um efeito o somente sobre o
número de folículos puncionados e oócitos colhidos, mas também sobre sua
competência ao desenvolvimento. Portanto, é desejável determinar a quantidade de FSH
ou FSH-eCG, bem como o regime de aplicação a ser usado em cada situação. Existem
trabalhos empregando diferentes doses de FSH, entre os quais se utilizam 133 mg NIH-
FSH-P1 distribuídos em múltiplas doses (BALDASSARRE et al., 2002) e 80 mg NIH-
FSH-P1 associados a 300 UI eCG (GIBBONS et al., 2007) em regime de única dose.
Estes diferentes tratamentos de estimulação anteriores à COL determinam o
estado e o tamanho dos folículos presentes no ovário no momento da colheita oocitária.
Neste último aspecto, é de especial importância que para colher oócitos mais
competentes ao desenvolvimento, é necessário puncionar folículos maiores que 3 mm
de diâmetro, pois a competência oocitária está condicionada por proteínas e fatores de
maturação que são sintetizados unicamente durante a etapa final de crescimento
folicular (CROZET; AHMED-ALI; DUBOS, 1995).
35
3 JUSTIFICATIVA
Os caprinos naturalizados são de valiosa importância devido à grande
adaptadabilidade que os mesmos apresentam nas condições do semi-árido Nordestino,
destacando-se a raça Canindé, por sua rusticidade, prolificidade e boa produção leiteira.
Dado seu valor genético, a conservação do material biológico destes animais tem sido
buscada por meio da organização de bancos de germoplasma, que têm a produção de
embriões como sua principal fonte. No entanto, o grande número de injeções de FSH é
um fator limitante, agregando custos à esta biotécnica, o que tem impulsionado, nos
últimos anos, a busca por tratamentos simplificados. Associado a isso, tem-se
encontrado grande variabilidade na resposta ovariana em cabras estimuladas, o que
torna difícil assegurar a quantidade e a qualidade dos oócitos a serem obtidos.
Neste contexto, o estudo do padrão de desenvolvimento da população
folicular durante a etapa de estimulação pode ser um fator importante, uma vez que o
tamanho folicular está diretamente relacionado com o diâmetro do oócito e sua
capacidade de resultar em embriões no estádio de blastocisto (ARLOTTO et al., 1996).
36
4 HIPÓTESE CIETÍFICA
Tratamentos hormonais mais práticos de estimulação ovariana promovem
um padrão de desenvolvimento folicular, em cabras da raça Canindé, similar ou superior
aos tratamentos tradicionais utilizados.
37
5 OBJETIVOS
5.1 Objetivo geral
Comparar diferentes tratamentos gonadotróficos de estimulação ovariana em
cabras da raça Canindé em relação à população folicular avaliada por meio
da ultrassonografia transretal.
5.2 Objetivos específicos
Estudar o desenvolvimento folicular em cabras estimuladas hormonalmente,
comparando protocolos mais práticos com os tradicionalmente utilizados;
Contar e mensurar todos os folículos 2 mm presentes em ambos os ovários
de cabras Canindé submetidas a diferentes tratamentos hormonais de
estimulação ovariana.
38
6 CAPÍTULO 1
Resposta folicular a diferentes tratamentos de estimulação hormonal em cabras Canindé
monitoradas por ultrassonografia
(Follicular response to different hormonal stimulation treatments in
ultrasonographically monitored Canindé goats)
Periódico: Animal Reproduction Science (Submetido em maio de 2010).
Fator de impacto: 1,89
39
Resumo
O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito de diferentes tratamentos de
estimulação hormonal sobre a população folicular antral de cabras Canindé
naturalizadas. Dezessete cabras cíclicas adultas foram tratadas com esponjas
intravaginais contendo 60 mg de acetato de medroxiprogesterona por 11 dias, associado
a uma injeção de 50 µg de d-cloprostenol no oitavo dia do tratamento. Em adição, as
fêmeas receberam os seguintes regimes de tratamentos: ao grupo múltiplas doses (MD)
foram administrados 120 mg de NIH-FSH-P1, distribuídos em cinco injeções a
intervalos de 12 h; ao grupo três doses (TD) foram administrados 120 mg de NIH-FSH-
P1, distribuídos em três injeções a intervalos de 24 h; o grupo única dose (UD), recebeu
70 mg de NIH-FSH-P1 e 200 UI de eCG administrados 36 h antes da remoção da
esponja. Os ovários de todos os animais foram observados por ultrassonografia
transretal em tempo real (UTR) durante os protocolos de estimulação. Foram realizadas
três sessões de tratamento hormonal/UTR e em cada sessão as cabras foram alocadas
em um grupo diferente para evitar o efeito da repetição do tratamento. Todos os
folículos 2 mm foram contados, mensurados e classificados de acordo com o seu
diâmetro maior. A arquitetura ultrassonográfica dos ovários visualizados foi bem
definida. Uma taxa de detecção ovariana de 100% foi observada em todos os grupos e
por todo o período do estudo. No momento da inserção das esponjas (Dia 0), todos os
grupos apresentavam características ovarianas similares. No dia 11, as cabras do
tratamento DU apresentaram um maior percentual (p<0,0001) de pequenos folículos,
enquanto os percentuais de folículos médios e grandes foram significativamente
(p<0,0001) menores em relação aos outros tratamentos. Os grupos MD e TD não
diferiram significativamente (p<0,05), independente da categoria folicular. O diâmetro
de folículos pequenos foi similar em MD, TD e UD durante todo o período do estudo.
No grupo TD o diâmetro dos folículos grandes foi significativamente (p<0,05) menor
no dia 10 quando comparado a MD e UD. Entretanto, estas diferenças não foram
observadas no dia 11. Em conclusão, a ultrassonografia transretal mostrou que o
tratamento TD revelou várias similaridades em relação ao tratamento MD, no que se
refere ao desenvolvimento folicular terminal, representando um protocolo eficiente e
simples para estimulação ovariana em cabras Canindé.
Palavras-chave: Caprinos. Desenvolvimento folicular. Ultrassonografia.
40
Follicular response to different hormonal stimulation treatments in
ultrasonographically monitored Canindé goats
Francisco Carlos de Sousa
1
; Carlos Henrique Sousa de Melo
1
; Antônio Carlos de
Albuquerque Teles Filho
1
; Suely Renata Gaya Avelar
1
; Arlindo de Alencar Araripe
Moura
2
; Jorge André Matias Martins
2
; Vicente José de Figueirêdo Freitas
1
; Dárcio Ítalo
Alves Teixeira
1
1
Veterinary Faculty
State University of Ceara
Av. Dede Brasil, 1700
Campus do Itaperi
Fortaleza CE Brazil CEP. 60740-903
Phone: 55 85 31019861
2
Department of Animal Science
Federal University of Ceara
Av. Mister Hull, s/n Campus do Pici
Fortaleza CE Brazil 60021
Phone: 55-85-3366-9701
41
Abstract
The aim of the present study was to evaluate the effect of different hormonal stimulation
treatments on the antral follicular population in naturalized Canindé goats. Seventeen
cycling goats were treated with intravaginal sponges containing 60 mg
medroxyprogesterone acetate for 11 days plus a single injection of 50 µg d-cloprostenol
on the eighth day of treatment. Additionally, the females received the following
treatment regimens: multiple doses (MD) group, 120 mg NIH-FSH-P1 administered in
five injections at 12-h intervals, three doses (TD) group, 120 mg NIH-FSH-P1
administered in three injections at 24-h intervals; oneshot (OS) group, 70 mg NIH-
FSH-P1 plus 200 IU eCG administered at 36 h, before removal of the sponge. The
ovaries of all animals were observed by transrectal real-time ultrasonography (RTU)
during stimulation protocols. Three sessions of hormone treatment/RTU examination
were performed, and each of the goats was allocated to a different group to avoid the
effect of treatment repetition. All follicles 2 mm were counted, measured and
classified according to their largest diameter. The ultrasonographic architecture of the
visualized ovaries was well defined. An ultrasonic ovary detection rate of 100% in all
groups was observed over the whole course of the study. At sponge insertion (Day 0),
all groups had similar ovarian characteristics. At Day 11, OS goats had a higher
percentage (p<0.0001) of small follicles, whereas the percentages of medium and large
follicles were significantly (p<0.0001) lower relative to the other treatment groups. The
MD and TD groups did not differ significantly (p>0.05), regardless of follicular
category. The diameter of small follicles was similar in MD, TD and OS during the
whole study period. In the TD group, the diameter of large follicles was significantly
smaller (p<0.05) at Day 10 as compared to MD and OS. However, these differences
were not observed on Day 11. In conclusion, transrectal ultrasonography showed that
the TD regimen revealed several similarities to MD treatment regarding terminal
follicular development, representing an efficient and simpler protocol for ovarian
stimulation in Canindé goats.
Keywords: Goats. Follicular development. Ultrasonography.
1. Introduction
Goat herds in Northeast Brazil consist of about 8.5 million animals,
corresponding to 91.1% of the national herd (IBGE, 2008). Goats reared in this area
42
represent an important economic source for breeders, where they are used mainly for
meat and skin production. In addition, crossbred goats constitute about 75% of the total
population of goats as a result of the indiscriminate crossing of naturalized and foreign
breeds (Madruga et al., 2008). One of the most important naturalized goat breeds in the
Northeast Brazil is the Canindé, which resulted from a long natural selection process,
producing small sturdy animals, well adapted to the adverse conditions in Brazilian
semi-arid lands. These animals have low nutritional requirements compared to
specialized breeds, minimizing production costs. However, according to Mariante and
Egito (2002), intensive crossbreeding with animals of exotic breeds has caused a drastic
reduction in the effective population of naturalized breeds. Nowadays, these breeds are
in danger of extinction. Thus, the use of reproductive biotechnologies may help to
hasten the propagation of these animals; an example is in vivo or in vitro embryo
production (Cognié et al., 2004).
Hormonal treatments for ovarian stimulation have been used primarily in donor
females to induce the growth of multiple follicles to produce multiple competent
oocytes capable of developing into transferable embryos (Singh et al., 2004). FSH is a
stimulatory agent that has normally been used in goats (Menchaca et al., 2002) in
conventional multiple application regimens, due to the short half-life of these
gonadotropin preparations (Monniaux et al., 1983). The application of FSH in multiple
doses is less practical and increases costs, which hinders its implementation. One
approach to overcoming this problem is to reduce the number of FSH injections,
simplifying the ovarian stimulation protocol. A combination of FSH and eCG in a one-
shot regimen represents an alternative in recovering high numbers of oocytes in
stimulated goats (Baldassarre et al., 2002), consisting in a simpler treatment.
There is a need for the optimization of hormonal stimulation protocols, as well
as an increase in our understanding of animal ovarian physiology. Transrectal real-time
ultrasonography (RTU) for investigations of the reproductive tract in small ruminants
has enhanced our understanding of the physiologic events occurring during the estrus
cycle in these animals. RTU is a rapid, direct and non-invasive method for monitoring
ovarian structures, and has thereby provided detailed information regarding the estrus
cycle in unstimulated (Ginther and Kot, 1994) and stimulated goats (Rubianes et al.,
1997).
Recent studies on follicular development demonstrated that ultrasonography
could be used to determine the number of small antral follicles in the ovaries and to
43
predict the number of follicles available for oocyte retrieval following hormonal
stimulation (Singh et al., 2004). Various modifications of stimulation treatment
protocols have been made since the application of RTU in ovarian research. However,
in the literature consulted, there are no reports investigating the effects of simpler
protocols for the stimulation of ovarian follicles of naturalized goats in comparison to
conventional protocols. Therefore, the aim of this study was to evaluate the effect of
three different hormonal stimulation protocols on the development of the antral
follicular population in naturalized goats of the Canindé breed.
2. Materials and methods
2.1. Animals and location
The State University of Ceará (UECE) Animal Ethics Committee approved all
experimental procedures, and goats were treated according to the guidelines for animal
rights and care (Van Zutphen and Balls, 1997). The study was carried out at the
Laboratory of Physiology and Control of Reproduction (LFCR), located in Fortaleza-
CE, Brazil, at 3º47’38”S and 38º33’29”W. This study was performed on 17 cycling
Canindé goats weighting (mean ± SEM) 32.9 ± 0.5 kg. No animal had previously been
used for ovarian stimulation. Females were reared under a semi-intensive production
system, having daily access in the morning to a pasture of Tifton (Cynodon dactylon)
and receiving hay of this grass in pens. The diet was supplemented with commercial
concentrate (18% crude protein). Water and mineralized salt licks were provided ad
libitum.
2.2. Hormonal stimulation protocols
The goats were treated with intravaginal sponges containing 60 mg MAP
(medroxyprogesterone acetate, Progespon, Argentina) for 11 days. A single i.m.
injection of 50 µg d-cloprostenol (Ciosin, Coopers, Brazil) was administered 72 h prior
to sponge removal. Three different gonadotropin treatment protocols were applied for
ovarian stimulation. In the multi-dose (MD) and three-dose (TD) groups, the animals
were treated with a total of 120 mg NIH-FSH P1 (Folltropin-V, Bioniche, Canada)
divided into five doses (30/30; 20/20 and 20 mg) at 12-h intervals or three doses (60; 40
and 20 mg) at 24-h intervals. The one-shot (OS) group was stimulated with 70 mg NIH-
FSH P1 plus 200 IU eCG (Novormon, Syntex, Argentina) administered intramuscularly
44
36 h before sponge removal. The pFSH injections, in the MD and TD groups, were
started on the 8
th
day of progestagen treatment. Hormonal stimulation/RTU sessions
were repeated three times at 14-day intervals. In each session, the females received a
different hormonal treatment to avoid the effect of treatment repetition.
2.3. Ovary scanning
Transrectal ultrasonographic examination of ovaries was performed, in all goats,
using a 6.0/8.0 MHz linear-array probe, fitted to a Falco 100 B-mode scanner (Pie-
Medical, Maastricht, Netherlands), just prior to sponge insertion (Day 0). Thereafter,
follicular growth in response to hormonal stimulation was monitored twice daily, on
Days 8 to 10 of progestagen treatment and finishing immediately prior sponge removal
(Day 11) with a single examination. On Days 8, 9 and 10, the mean for each follicular
parameter was determined in two examinations performed each day. One experienced
operator performed all the examinations.
Ultrasound imaging of the ovaries was performed as previously described by
Gonzalez de Bulnes et al. (1999) and validated by comparison with laparotomy findings
in our laboratory (Teixeira et al., 2008). In brief, observations were conducted with the
goats in a standing position and after application of a water-soluble contact gel inside
the rectum to avoid damage to the mucosa, the probe was introduced with the transducer
orientated perpendicular to the ventral abdominal wall. When the probe passed the
urinary bladder and the uterine horns were located, it was rotated laterally 90°
clockwise and 180° anti-clockwise to observe both ovaries and their structures. Follicles
within the ovaries appear as black or anechoic spherical structures and CL appear as
distinct, homogeneous structures that are hypoechoic relative to the ovarian stroma.
Each ovary was scanned at least five times in different planes to ensure that all
follicles 2 mm were seen. To reduce the time required for the examinations, the entire
ultrasonographic scanning was recorded on videotapes and analyzed retrospectively.
Representative sonograms were created by digitizing the ultrasound sequence with a
Gom Player (Gretech Corporation, Seoul, Korea).
The largest diameter of follicles was measured on the sonograms in JPEG format
using the software Image J (National Institutes of Health, Millersville, USA), following
initial calibration. On images obtained with an 8.0-MHz linear-array transducer the
equivalence was 5 mm = 21 pixels. The calibration was made by counting the number
of pixels between two bars that represent 5 mm on the horizontal and vertical sonogram
45
axis scale, respectively. The follicles present in both ovaries were classified according
to Khan et al. (2005) as total (2 mm), small (<3 mm), medium (3–4 mm) or large (>4
mm).
2.4. Statistical analyses
The experiment was carried out using a Latin squares design with goats and
sessions as blocks. The frequencies of the small, medium and large follicles were
compared between the treatments by means of a chi-squared (χ²) contingency table test
at the beginning (Day 0) and at the end (Day 11) of the treatments. Analysis was
performed with the FREQ procedure, using the CHISQ option of SAS (SAS, 2002). The
diameters of the small, medium and large follicles were submitted to the Shapiro-Wilk
test for normality and tests for asymmetry and kurtosis by means of the UNIVARIATE
procedure with the options NORMAL and PLOT of the statistical package SAS (SAS,
2002). Since the variables did not show a normal distribution, they were log-
transformed and then considered non-parametric; therefore, the differences in follicular
diameters between the treatments studied were estimated by the non-parametric
Friedman test (Sampaio, 2002). The observations were first ranked using the RANK
procedure of SAS (Ipe, 1987), and then, these rankings were analyzed by minimal
squares in the GLM procedure of SAS. Diameters of the follicles were expressed as
mean ± SD, and p<0.05 was considered statistically significant.
3. Results
3.1. Ovary scanning
On ultrasonographic scanning, all ovaries appeared as well defined, oval-shaped
structures, which were hypoechoic relative to the surrounding tissue. The ovaries
showed heterogeneous echotexture when follicles and/or CLs were present in their
parenchyma.
The visualization of the ovaries was possible using both frequencies of the
transrectal transducer (6.0/8.0 MHz). Although increased urinary bladder fullness or
peristaltic movement after rectal manipulation made ovarian visualization difficult, an
ultrasonic ovary detection rate of 100% in all groups over the whole course of the study
was achieved. No left or right location of the ovaries had an effect on ovary detection
rate.
46
3.2. Follicular population
At time of sponge insertion (Day 0), the percentage of small, medium and large
follicles did not differ significantly (p>0.05) between groups, indicating similar ovarian
status, which can be seen in Table 1. In the subsequent examinations, it was not
practical to trace single follicles during the study period, due to the high number of
follicles and the impracticality of rectal manipulation of the ovaries.
On finishing the stimulation treatment (Day 11), ultrasonic assessment results
showed a higher percentage (p<0.0001) of small follicles in the OS group. On the other
hand, the percentages of medium and large follicles were significantly (p<0.0001) lower
with this treatment. The MD and TD groups did not differ significantly (p>0.05),
regardless of follicular category (Table 2).
Table 1 – Follicular population frequencies of small, medium and large follicles at Day
0 in the different hormonal stimulation treatments.
Follicular category
Hormonal
treatment
Day
Small (%) Medium (%) Large (%) Total (%) p
MD 148 (21.26)
TD
OS
Ns
Total
0
107 (15.62)
123 (17.96)
378 (55.18)
77 (11.24)
74 (10.80)
89 (12.99)
240 (35.04)
34 (4.96)
17 (2.48)
16 (2.34)
67 (9.78)
259 (37.81)
198 (28.91)
228 (33.28)
685 (100)
(ns = not significant; p>0.05)
Table 2 Follicular population frequencies of small, medium and large follicles at Day
11 in the different hormonal stimulation treatments.
Follicular category
Hormonal
treatment
Day
Small (%) Medium (%) Large (%) Total (%) p
MD
TD
OS
<0.0001
Total
11
102 (12.44
a
)
87 (10.60
a
)
117 (14.27
b
)
306 (37.32)
149 (18.17
a
)
143 (17.44
a
)
43 (5.24
b
)
335 (40.85)
75 (9.15
a
)
61 (7.44
a
)
43 (5.24
b
)
179 (21.83)
326 (39.76)
291 (35.49)
203 (24.76)
820 (100)
Different letters (a, b) within column indicate significant differences (p<0.0001).
47
3.3. Follicular diameter
During ovarian stimulation, the diameter of small follicles was observed to be
similar (p>0.05) in the three hormonal treatments (Table 3). The diameter of medium
follicles at Days 0, 8 and 9 of ovarian stimulation did not differ significantly (p>0.05)
between treatments. In the remaining days (Days 10 and 11) of ultrasonographic
evaluation, the diameter of medium follicles was smaller (p<0.05) in OS compared to
MD and TD goats. However, during the same period, there were no statistical
differences (p>0.05) between the OS and MD regimens in relation to the diameter of
large follicles. The diameter of large follicles in the TD group was significantly smaller
(p<0.05) at Day 10 as compared to MD and OS, whereas at Day 11 these differences
were not evident (findings summarized in Table 3).
48
Table 3 – Mean (± SD) diameter (mm) of follicles per category at the different days after hormonal treatments.
ab – comparison of the rankings of medium follicles between treatments.
cd – comparison of the rankings of large follicles between treatments
Means differ if followed by different superscript letters (within each follicle size and between treatments)
(p < 0.05)
Days
Hormonal
treatment
Follicular
category
0 8 9 10 11
Small 2.52 ± 0.14 2.94 ± 1.94 2.59 ± 0.07 2.58 ± 0.11 2.63 ± 0.14
Medium 3.39 ± 0.14 3.60 ± 0.94 3.38 ± 0.12 3.44 ± 0.11
a
3.44 ± 0.11
a
MD
Large 4.68 ± 0.68 5.08 ± 1.78 4.87 ± 0.78 4.69 ± 0.33
c
4.62 ± 0.25
Small 2.52 ± 0.13 2.51 ± 0.12 2.59 ± 0.14 2.65 ± 0.11 2.66 ± 0.14
Medium 3.46 ± 0.16 3.38 ± 0.11 3.38 ± 0.16 3.45 ± 0.13
a
3.50 ± 0.15
a
TD
Large 4.37 ± 0.25 4.59 ± 0.48 4.41 ± 0.32 4.44 ± 0.31
d
4.52 ± 0.29
Small 2.52 ± 0.16 2.51 ± 0.11 2.54 ± 0.14 2.62 ± 0.14 2.64 ± 0.12
Medium 3.33 ± 0.14 3.42 ± 0.17 3.36 ± 0.12 3.37 ± 0.10
b
3.34 ± 0.12
b
OS
Large 4.78 ± 0.86 4.77 ± 0.47 4.57 ± 0.42 4.57 ± 0.27
c
4.56 ± 0.31
49
4. Discussion
Canindé is a hardy breed that is well adapted to semi-arid environmental
conditions of Northeast Brazil. This breed represents an important genetic resource that
must be conserved. An important method of improving the productivity of goats is by
enhancing their reproductive efficiency (Delgadillo and Malpaux, 1996). Considering
its productive and reproductive potential, the use of modern biotechnologies may help
hasten the propagation of this breed. In small ruminants, the production of embryos
(Cognié, 1999) or oocytes (Morton et al., 2005) can be optimized when donor females
are hormonally stimulated. However, to our knowledge, there is a little information
regarding ultrasonographic assessment of ovarian follicular growth with different
gonadotropin stimulations in naturalized goats.
In the current trial, transrectal ultrasonography was highly efficient for ovarian
visualization. This was due to the use of a linear transducer of high frequency (8.0
MHz), which is positioned on the top of ovaries, generating images with a higher
resolution. The successful identification of the ovaries should come from the presence
of large follicular structures or large ovaries themselves. The ovary detection rates
obtained in goats (100% in the current study) were similar to those reported for
superovulated goats (98.6% for FSH, eCG or hMG treated goats; Riesenberg et al.,
2001).
Tracing individual follicles, as described for Girolando cows (Santos Filho et al.,
2001) and unstimulated goats (Ginther and Kot, 1994), was not possible in the current
experiments due to the high number of follicular structures and the impossibility of
rectal manipulation of the ovaries.
Follicle development is often stimulated using eCG, enhancing the recruitment
of small antral follicles (Evans et al., 2003). Equine chorionic gonadotropin is
inexpensive, available in the local market and requires less veterinary input because it is
given as a single intramuscular injection due to its long action in vivo, but it results in
excessive follicular development and failure of ovulation (Cognié, 1999). Previous
reports have proposed the combination of FSH and eCG in a one-shot regimen for
ovarian stimulation in goats (Baldassarre et al., 2002). In the present study, the one-shot
regimen increased the recruitment of small follicles, but at the dosage and time given it
was not effective in stimulating their growth into medium-sized or large follicles.
50
In cattle, FSH is the most important hormone for stimulating follicular growth,
because in general the results are better than with eCG treatment (Sendag et al., 2008).
Follicle stimulating hormone is much more expensive, and due to its shorter half-life
requires multiple doses. FSH is administered twice a day, usually for 3–4 consecutive
days. Regimens with constant or decreasing dosage have been devised (Aerts and Bols,
2010). Simplification of the procedure to allow the use of a single application of FSH
has been attempted. Still, most studies have adopted a conventional multiple dose
schedule to administer FSH.
In stimulated Angus cows, the administration of three im doses of 40, 80 and 80
mg FSH given 24 h apart (total dose of 200 mg), significantly increased follicular
response and oocyte recovery rate in comparison with single-dose treatment (Chaubal
et al., 2007). In the current study, TD treatment was equivalent to the MD treatment,
providing similar patterns of ovarian follicular population, which indicates the
efficiency of this regimen for ovarian stimulation in goats. Thus, the use of the same
amount of FSH in MD and TD treatments, with long intervals (24 h) between
applications of FSH in the TD group did not impair follicular development, producing
large (>4 mm) follicles similar in diameter to follicles in the MD group, at the time of
sponge removal. The treatment regimen of the TD group was established based on
earlier experiments by our group with naturalized goats (unpublished data).
In conclusion, these results suggest that the development of the antral follicular
population in goats is affected by the hormonal stimulation treatment. Furthermore, TD
treatment established in our experiments showed several similarities in regard to
terminal follicular development, representing an efficient and simpler protocol for
ovarian stimulation in Canindé goats when compared to MD treatment.
Acknowledgements
The authors are grateful to the staff of LFCR for assistance during RTU
examinations and animal care. Dr. A. Leyva helped with English editing of the
manuscript. Francisco C. de Sousa is a recipient of a grant from Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq, Brazil).
51
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7 COCLUSÕES
A avaliação ultrassonográfica mostrou que o desenvolvimento da população
folicular antral em caprinos é afetado pelo tratamento de estimulação hormonal.
Além disso, o tratamento três doses (TD) promoveu desenvolvimento
folicular terminal semelhante ao tratamento múltiplas doses (MD), representando assim,
um protocolo eficiente e mais simplificado que pode ser indicado para estimulação
ovariana em cabras Canindé.
55
8 PERSPECTIVAS
Após verificação da eficiência do tratamento TD sobre o desenvolvimento
folicular terminal, outros experimentos são necessários para investigar a aplicação do
mesmo na estimulação hormonal associada a biotecnologias reprodutivas aplicadas a
fêmeas caprinas, tais como a produção in vitro e in vivo de embriões.
Com a simplificação dos protocolos de estimulação ovariana, a formação de
bancos de germoplasma de raças caprinas naturalizadas poderá ser realizada com maior
praticidade, contribuindo para a multiplicação destes animais ameaçados de extinção.
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64
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65
APÊDICE A
RESUMO PUBLICADO: PREDIÇÃO DA RESPOSTA FOLICULAR OVARIANA POR
ULTRASSONOGRAFIA APÓS ESTIMULAÇÃO HORMONAL COM FSH EM
CAPRINOS CANINDÉ
Universidade Estadual do Ceará – UECE
XIV Semana Universitária / Encontro de Iniciação Científica e
Encontro de Pesquisadores
9 a 13 de novembro, 2009. Fortaleza, CE, Brasil
66
PREDIÇÃO DA RESPOSTA FOLICULAR OVARIAA POR
ULTRASSOOGRAFIA APÓS ESTIMULAÇÃO HORMOAL COM FSH EM
CAPRIOS CAIDÉ
Sousa FC, Melo CHS, Teles Filho ACA, Almeida TM, Avelar SRG, Freitas VJF, Teixeira
DIA
A estimulação ovariana tem sido empregada em animais doadores, seja para a colheita de
embriões ou para a colheita de oócitos e produção in vitro (PIV). Entretanto, tem sido
encontrada uma extrema variabilidade na resposta estimulatória de ruminantes tratados
hormonalmente. Assim, o objetivo deste trabalho é avaliar, por ultrassonografia, a resposta
folicular ovariana a tratamento com FSH em cabras Canindé. A execução deste experimento
foi aprovada pela Comissão de Ética para o Uso de Animais da Universidade Estadual do
Ceará CEUA/UECE (n
o
: 09172343-5). Para o estudo, foram utilizadas seis fêmeas adultas e
em bom estado clínico e nutricional. O tratamento hormonal consistiu no uso de esponjas
intravaginais contendo 60 mg de acetato de medroxiprogesterona (Progespon, Syntex,
Argentina) por 11 dias e aplicação de 50 µg de PGF
2α
(Ciosin, Coopers, Brasil) no dia oito.
Para a estimulação ovariana, as cabras receberam 120 mg de pFSH, intramuscular, dados em
cinco doses decrescentes, a intervalos de 12 h, tendo início no oitavo dia do tratamento
progestágeno. Em todas as cabras, foram realizadas ultrassonografias transretais, utilizando
um equipamento modo B acoplado a um transdutor linear de 6,0/8,0 MHz. Os exames
iniciaram no dia da colocação das esponjas e continuaram a partir do oitavo dia do tratamento,
sendo realizados diariamente, a intervalos de 12 h. As ultrassonografias foram finalizadas
imediatamente antes da retirada das esponjas. Para o registro em tempo real das avaliações,
foram gravados vídeos no computador, possibilitando uma posterior análise. Nas imagens
selecionadas, foi utilizado o programa Image J para a mensuração do diâmetro dos folículos.
Todos os folículos antrais maiores que 2 mm foram contados e classificados de acordo com o
diâmetro em pequenos (< 3 mm), médios (3-5 mm) ou grandes (> 5 mm). Os dados foram
apresentados como média ± e.p.m, as médias obtidas foram comparadas pelo teste t de
Student e as diferenças consideradas significativas quando p < 0,05. Uma taxa de detecção
ovariana de 100% foi obtida em todos os animais e durante todo o período do experimento.
Ao final da estimulação, o número dio de folículos visualizados por ultrassonografia foi
20,83 ± 1,72. O número de folículos pequenos diminuiu significativamente do início (6,2 ±
1,1) para o final (2,7 ± 0,8; p < 0,05) do tratamento. Entretanto, foi observado um aumento no
número de folículos dios entre o dia 0 (8,3 ± 2,7) e o dia 11 (17,3 ± 1,4; p < 0,05). O
número de folículos > 5 mm permaneceu constante durante todos os exames. O diâmetro
médio dos folículos pequenos, médios e grandes não diferiu estatisticamente (p < 0,05) entre
as avaliações realizadas antes (2,47 ± 0,04, 3,54 ± 0,08 e 6,04 ± 0,26) e no final (2,61 ± 0,05,
3,76 ± 0,06 e 5,49 ± 0,08) do tratamento, respectivamente. Estes resultados demonstram que a
estimulação com FSH promoveu um aumento no número de folículos médios, podendo
fornecer uma quantidade adequada de estruturas para a colheita de oócitos e PIV.
67
APÊDICE B
RESUMO ACEITO: DESENVOLVIMENTO FOLICULAR AVALIADO POR
ULTRASSONOGRAFIA DURANTE DIFERENTES TRATAMENTOS
ESTIMULATÓRIOS EM CABRAS CANINDÉ
XXIV Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Tecnologia de
Embriões (SBTE)
18 a 22 de agosto, 2010. Porto de Galinhas, Pernambuco, Brasil.
68
DESEVOLVIMETO FOLICULAR AVALIADO POR ULTRASSOOGRAFIA
DURATE DIFERETES TRATAMETOS ESTIMULATÓRIOS EM CABRAS
CAIDÉ
Sousa, F.C.; Melo, C.H.S.; Teles Filho, A.C.A.; Almeida, T.M.; Freitas, V.J.F.; Teixeira,
D.I.A.
Laboratório de Fisiologia e Controle da Reprodução, Faculdade de Veterinária,
Universidade Estadual do Ceará (FAVET/UECE), Fortaleza, CE - Brasil
E-mail: darcioi[email protected]
O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito de diferentes tratamentos hormonais
estimulatórios sobre a população folicular antral de cabras Canindé naturalizadas monitoradas
por ultrassonografia transretal em tempo real (UTR). Dezessete cabras cíclicas adultas foram
tratadas com esponjas intravaginais contendo 60 mg de MAP (acetato de
medroxiprogesterona, Progespon, Syntex, Buenos Aires, Argentina) por 11 dias, sendo que no
oitavo dia foram administrados im 50 µg de d-cloprostenol (Ciosin, Schering Plough, São
Paulo, Brasil). Em adição, as fêmeas receberam os seguintes tratamentos para estimulação
ovariana: no tratamento múltiplas doses (MD) e três doses (TD) foram administrados 120 mg
de NIH-FSH-P1 (Folltropin-V, Bioniche, Ontario, Canada), distribuídos em cinco injeções a
intervalos de 12 h ou três injeções a intervalos de 24 h; o grupo dose única (DU), recebeu 70
mg de NIH-FSH-P1 e 200 UI de eCG (Novormon, Syntex, Buenos Aires, Argentina)
administrados 36 h antes da remoção da esponja. Foram realizadas três sessões de tratamento
hormonal/UTR e em cada sessão as cabras foram alocadas em um grupo diferente para evitar
o efeito da repetição do tratamento. Os ovários foram observados por UTR durante os
protocolos de estimulação, utilizando o equipamento de ultrassom Falco 100 (Pie Medical,
Maastricht, Holanda), acoplado a um transdutor linear de 6/8 MHz. Todos os folículos ≥2 mm
presentes em ambos os ovários foram contados, mensurados e classificados de acordo com o
seu diâmetro maior. Os dados foram analisados pelo teste do χ² e as diferenças foram
consideradas significativas quando P<0,05. A visualização dos ovários foi possível utilizando
ambas as frequências do transdutor transretal (6/8 MHz). A arquitetura ultrassonográfica dos
ovários visualizados foi bem definida. Uma taxa de detecção ovariana de 100% foi observada
em todos os grupos e por todo o período do estudo. No momento da inserção das esponjas
(Dia 0), todos os grupos apresentavam características ovarianas similares. No dia 11, as
cabras tratadas com DU apresentaram um maior percentual (P<0,0001) de pequenos folículos
(14,27; 12,44 e 10,60 para os tratamentos DU, MD e TD, respectivamente). Entretanto, os
percentuais de folículos médios (DU: 5,24; MD: 18,17 e TD: 17,44) e grandes (DU: 5,24;
MD: 9,15 e TD: 7,44) no grupo DU foram significativamente (P<0,0001) menores em relação
aos outros tratamentos. Os grupos MD e TD não diferiram significativamente (P>0,05),
independente da categoria folicular. Em conclusão, a ultrassonografia transretal mostrou que
os tratamentos TD e MD produziram uma resposta folicular similar, embora o TD seja um
tratamento mais simplificado e possa ser utilizado para estimulação ovariana em cabras
Canindé naturalizadas. Financiamento: FUNCAP e CNPq.
FOLLICULAR DEVELOPMET EVALUATED BY ULTRASOOGRAPHY
DURIG DIFFERET STIMULATIO TREATMETS I CAIDÉ GOATS
The aim of the present study was to evaluate the effect of different hormonal stimulatory
treatments on follicular antral population in naturalized Canindé goats monitored by
transrectal real-time ultrasonography (RTU). Seventeen cyclic goats were treated with
69
intravaginal sponges containing 60 mg of MAP (medroxiprogesterone acetate, Progespon,
Buenos Aires, Argentina) for 11 days plus a single im injection of 50 µg d-cloprostenol
(Ciosin, Buenos Aires, Argentina) on the eighth day of treatment. Additionally, the females
received following treatment regimens for ovarian stimulation: in multi-doses (MD) and
three-doses (TD), were administered im 120 mg of NIH-FSH-P1 (Folltropin-V, Bioniche,
Ontario, Canada) in five injections at 12 h intervals or three injections at 24 h intervals; one-
shot (OS) group received 70 mg of NIH-FSH-P1 plus 200 IU of eCG (Novormon, Syntex,
Buenos Aires, Argentina) at 36 h administered before removal of the sponge. Three sessions
of hormone treatment/RTU examination were performed and in each the goats were allocated
in a different group to avoid the effect of treatment repetition. The ovaries were observed by
RTU during stimulation protocols, using a Falco 100 (Pie Medical, Maastricht, Netherlands)
ultrasound scanner fitted to 6/8 MHz linear-array probe. All follicles 2 mm presents in both
ovaries were counted, measured and classified according to their largest diameter. Data were
analyzed using the χ² test and differences were considered significant when P<0.05. The
visualization of the ovaries was possible using both frequencies of the transrectal transducer
(6/8 MHz). The ultrasonographic architecture of the visualized ovaries was well-defined. An
ultrasonic ovary detection rate of 100% in all groups and over the whole experimental course
was observed. At sponge insertion (Day 0), all groups had similar ovarian characteristics. On
day 11, OS treated goats presented a higher percentage (P<0.0001) of small follicles (14.27,
12.44 and 10.60 for OS, MD and TD treatments, respectively). However, the percentage of
medium (OS: 5.24; MD: 18.17 and TD: 17.44) and large follicles (OS: 5.24; MD: 9.15 and
TD: 7.44) in OS group were significantly (P<0.0001) lower relative to other treatments. MD
and TD groups did not differ significantly (P>0.05), regardless of follicular category. In
conclusion, the transrectal ultrasonography showed that a similar follicular response was
produced in TD and MD treatments, although TD has the advantage of being more simplified
and can be used to ovarian stimulation in naturalized Canindé goats.
Acknowledgements: FUNCAP and CNPq for the financing.
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