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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E ESTUDOS EM RECURSOS NATURAIS
SEMEADURA DIRETA COM ESPÉCIES FLORESTAIS
NATIVAS PARA RECUPERAÇÃO DE
AGROECOSSISTEMAS DEGRADADOS
PAULA LUÍZA SANTOS
2010
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E ESTUDOS EM RECURSOS NATURAIS
PAULA LUÍZA SANTOS
SEMEADURA DIRETA COM ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS PARA
RECUPERAÇÃO DE AGROECOSSISTEMAS DEGRADADOS
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Sergipe, como parte das
exigências do Curso de Mestrado em
Agroecossistemas, para obtenção do título
de “Mestre”.
Orientador
Prof. Dr. Robério Anastácio Ferreira
SÃO CRISTÓVÃO
SERGIPE-BRASIL
2010
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
S237s
Santos, Paula Luíza
Semeadura direta com espécies florestais nativas para
recuperação de agroecossistemas degradados / Paula Luíza
Santos. – São Cristóvão, 2010.
76 f. : il.
Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas) – Núcleo de
Pós-Graduação e Estudos em Recursos Naturais, Pró-Reitoria
de Pós-Graduação e Pesquisa, Universidade Federal de
Sergipe, 2010.
Orientador: Prof. Dr. Robério Anastácio Ferreira
1. Florestas Nativas - Semeadura. 2. Degradação
ambiental. I. Título.
CDU 630*232:504.1(813.7 São Cristovão)
PAULA LUÍZA SANTOS
SEMEADURA DIRETA COM ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS PARA
RECUPERAÇÃO DE AGROECOSSISTEMAS DEGRADADOS
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Sergipe, como parte das
exigências do Curso de Mestrado em
Agroecossistemas, para obtenção do título
de “Mestre”.
APROVADA em 15 de março de 2010
Prof. Dr. Antenor de Oliveira Aguiar Netto
UFS
Prof. Dr. Luiz Carlos Marangon
UFRPE
Prof. Dr. Robério Anastácio Ferreira
UFS
(Orientador)
SÃO CRISTÓVÃO
SERGIPE - BRASIL
“Os únicos limites das nossas realizações
de amanhã são as nossas dúvidas e
hesitações de hoje.”
(Franklin Roosevelt)
Aos meus pais, Jucelia e Euzébio e ao meu
irmão Danilo, dedico este trabalho.
AGRADECIMENTOS
A Deus por me dar forças para seguir sempre em frente.
À minha família pelo carinho, ajuda, compreensão e incentivo nas horas difíceis.
Ao meu namorado Thadeu Ismerim pelo apoio e companheirismo em todos os
momentos.
Ao professor Dr. Robério Anastácio Ferreira pela orientação e amizade.
Aos meus amigos Alexsandro, Elísio, Itamara, Francis e Higor pela amizade e
apoio na realização deste trabalho.
Ao Grupo Restauração pelo companheirismo e auxílio na implantação e
condução do experimento: Luise, Andreza, Ednei, Iuri, Thiago, Jean, Diogo Gallo,
Rodrigo, Ricardo, Crislaine, Mara e Larissa.
À Universidade Federal de Sergipe, em especial ao Núcleo de Pós-Graduação e
Estudos em Recursos Naturais - NEREN.
Aos colegas e amigos do mestrado em Agroecossistemas.
A Marcus Vinícius do Laboratório de Água e Solo pela ajuda na análise das
amostras de solo.
Ao Sr. Antônio e Sr. Gilson do Campus Rural pelo auxílio na implantação e
condução do experimento em campo.
À Prof
a
. Dr
a
. Anabel Aparecida de Mello pelo apoio, sugestões e participação na
banca de qualificação.
Ao Prof. Dr. Antenor de Oliveira Aguiar Netto e ao Prof. Dr. Luiz Carlos
Marangon, pela participação na banca e contribuição para o aperfeiçoamento deste
trabalho.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES pela
bolsa concedida.
E a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desta
dissertação.
SUMÁRIO
Página
RESUMO ................................................................................................................. i
ABSTRACT ............................................................................................................. ii
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 1
2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 3
2.1. Aspectos da degradação ambiental............................................................... 3
2.2. Recuperação de áreas degradadas................................................................. 4
2.3. Enfoque sistêmico na recuperação de áreas degradadas .............................. 5
2.4. Sistema de semeadura direta......................................................................... 7
2.5. Germinação de sementes florestais .............................................................. 9
2.6. Espécies selecionadas................................................................................... 11
2.6.1. Pioneiras .............................................................................................. 12
2.6.2. Clímax exigente em luz ....................................................................... 13
3. MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................. 15
3.1. Local de implantação dos experimentos....................................................... 15
3.2. Colheita, beneficiamento e armazenamento das sementes........................... 17
3.3. Análise dos lotes de sementes ...................................................................... 18
3.3.1. Características físicas ......................................................................... 18
3.3.2. Teste de germinação em laboratório................................................... 19
3.4. Implantação e condução dos experimentos em campo................................. 20
3.5. Coleta dos dados em campo ......................................................................... 21
3.5.1. Emergência e sobrevivência ............................................................... 21
3.5.2. Temperatura e umidade do solo.......................................................... 21
3.5.3. Desenvolvimento inicial das espécies ................................................ 22
3.6. Delineamento experimental e análises estatísticas ....................................... 22
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 24
4.1. Análise das características físicas e fisiológicas das sementes em
laboratório..................................................................................................
24
4.1.1. Características físicas .......................................................................... 24
4.1.2. Características fisiológicas .................................................................. 26
4.2. Avaliação da temperatura e umidade do solo nas áreas experimentais........ 27
1
4.3. Emergência de plântulas em campo ............................................................. 32
4.4. Sobrevivência das mudas em campo............................................................ 36
4.5. Densidade de sementes................................................................................. 40
4.6. Densidade do povoamento ........................................................................... 42
4.7. Desenvolvimento inicial das espécies .......................................................... 44
4.7.1. Altura................................................................................................... 44
4.7.2. Diâmetro do colo ................................................................................. 49
5. CONCLUSÕES.................................................................................................... 54
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 55
ANEXOS.................................................................................................................. 62
i
RESUMO
SANTOS, Paula Luíza. Semeadura direta com espécies florestais nativas, para
recuperação de agroecossistemas degradados. 2010. 78p. (Dissertação - Mestrado em
Agroecossistemas). Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE
A falta de planejamento no uso dos recursos naturais tem resultado na degradação dos
ecossistemas florestais existentes no estado de Sergipe. O estudo de técnicas que visem
reverter essa situação é de fundamental importância para a recuperação dessas áreas.
Neste aspecto, o presente trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a utilização da
semeadura direta e a influência de um protetor físico no estabelecimento de espécies
florestais nativas, em dois subsistemas com diferentes tipos de ocupação do solo,
localizados em um agroecossistema, no município de São Cristóvão SE. O
experimento foi conduzido no Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, em
um subsistema utilizado anteriormente como pastagem e outro com cultivos agrícolas
anuais. Antes da implantação da semeadura direta em campo, foi realizada no
laboratório de sementes do Departamento de Ciências Florestais da UFS, a análise das
características físicas e viabilidade dos lotes de sementes das espécies estudadas. Foram
utilizadas sementes de quatro espécies pioneiras, Erythrina velutina, Bowdichia
virgilioides, Guazuma ulmifolia e Machaerium aculeatum, e de duas espécies clímax,
Lonchocarpus sericeus e Sapindus saponaria. O experimento foi implantado na
primeira semana de maio de 2009, em delineamento em blocos casualizados (DBC), em
esquema fatorial, com três repetições. Cada espécie foi semeada numa linha de plantio,
com sete plantas, para cada tratamento (com protetor e sem protetor físico), em
espaçamento de 1,5x1,5m. As avaliações realizadas em campo foram: emergência,
sobrevivência e desenvolvimento inicial das espécies (altura, diâmetro e taxa de
crescimento relativo). Analisando-se a influência da emergência de plântulas e
sobrevivência das mudas, houve diferença significativa entre os dois ambientes
estudados, apresentando melhores resultados no subsistema 2 (agricultura). O uso do
protetor físico influenciou na emergência de plântulas de L. sericeus (50,00%), no
subsistema 1 (pastagem), e de B. virgilioides (96,19%), no subsistema 2. Para as demais
espécies, não houve diferença significativa, com relação ao uso ou não do protetor físico
na emergência de plântulas. Para a sobrevivência, S. saponaria (90,41%) e L. sericeus
(83,95%) tiveram os melhores resultados, com o uso do protetor físico, no subsistema 1.
No subsistema 2, a presença do protetor influenciou na sobrevivência de B. virgilioides
(54,55%) e G. ulmifolia (61,87%). Considerando-se o desenvolvimento das espécies em
campo, E. velutina destacou-se entre as demais espécies por apresentar maiores valores
de altura e diâmetro nos dois subsistemas, independente da presença ou ausência do
protetor físico. A utilização da semeadura direta mostrou-se viável na recuperação de
áreas degradadas, com o uso de espécies florestais nativas, nas áreas estudadas.
Orientador: Prof. Dr. Robério Anastácio Ferreira
ii
ABSTRACT
SANTOS, Paula Luíza. Direct seeding with native species to recover degraded
agroecosystems. 2010. 78p. (Dissertation: Master Program in Agroecosystems).
Federal University of Sergipe, São Cristóvão-SE
1
.
The lack of planning in the use of natural resources has resulted into degradation of
forest ecosystems found in the state of Sergipe. The study of techniques which aim to
revert this degradation scene has major importance to the recovery of these areas.
Through this view, this study was focused to evaluate the use of direct seeding and the
influence of a physical protector on establishment of native species in two subsystems
with different kinds of land occupation located in an agroecosystem in the city of São
Cristóvão - SE. The experiment was conducted at the Campus of the Federal University
of Sergipe, in a subsystem previously used as grazing and other field with agricultural
crops annually. Before the introduction of the direct seeding in field it was conducted in
the seed laboratory of the Department of Forest Sciences of the UFS the analysis of
physical characteristics and viability of seed lots of species. Four types of pioneer
species seeds were used, Erythrina velutina, Bowdichia virgilioides, G. ulmifolia and
Machaerium aculeatum, and two climax species, Lonchocarpus sericeus and Sapindus
saponaria. The experiment was made in the first week of May 2009, in a randomized of
designed blocks, in a factorial scheme with three repetitions. Each specie was sown in a
row, with seven plants for each treatment (with and without physical protector), with
distance of 1,5x1,5m. The evaluations made in field were: emerging, survival and early
development of the species (height, diameter and relative growth rate). Analyzing the
influence of plantula emerging and seedlings survival, there was significant difference
between the two studied environments, showing better results in the subsystem 2
(agriculture). The use of physical protector influenced on the emerging of plantulas of
L. sericeus (50,00%), in the subsystem 1 (grazing), and of B. virgilioides (96,19%), in
the subsystem 2. For the others species, there is no significant difference with respect to
the use or not of the physical protector on the emerging of plantulas. For survival, S.
saponaria (90,41%) and L. sericeus (83,95%) had the best results with the use of the
physical protector, in the subsystem 1. In subsystem 2, the presence of the physical
protector influenced on the survival of B. virgilioides (54,55%) and G. ulmifolia
(61,87%). Considering the development of species in the field, E. velutina highlighted
among the other species due to the higher values of height and diameter in two
subsystems, regardless the absence or not of the physical protector. The use of direct
seeding was feasible in the recovery of degraded areas, with the use of native species, in
study areas.
1
Major Professor: Prof. Dr. Robério Anastácio Ferreira
1
1. INTRODUÇÃO
O processo de ocupação do território brasileiro caracterizou-se pela falta de
planejamento e conseqüente degradação dos recursos naturais. No estado de Sergipe, a
maior parte dos ecossistemas naturais existentes sofreu com o processo de
antropização, sendo a expansão agrícola e pecuária e o processo de urbanização as
principais causas da degradação ambiental. De acordo com Santos (2009), restam
apenas 8% da cobertura original da Mata Atlântica. Na caatinga, com a substituição de
espécies vegetais nativas por cultivos e pastagens, aproximadamente 80% da formação
original encontra-se degradada (ARRUDA, 2001).
Um ecossistema pode ser considerado como degradado quando perde sua
capacidade de auto-recuperação, ou seja, sua resiliência. E dependendo do grau de
exploração, fatores essenciais podem ser alterados, inviabilizando o processo de
regeneração natural do ambiente. Engel e Parrota (2008) consideram que a estabilidade
de um ecossistema é comprometida a partir do momento em que ocorrem mudanças
significativas em seu regime de distúrbios característicos e as flutuações ambientais
ultrapassam o seu limite homeostático. Isto resulta na diminuição da resiliência e da
resistência a novos distúrbios no ambiente, podendo chegar a um ponto em que o
ecossistema entra em colapso com processos irreversíveis de degradação.
Com o aumento gradual da exploração nos ecossistemas naturais, nos últimos
anos surgiram vários programas visando à recuperação dessas áreas. Os quais levam em
consideração vários aspectos, dentre eles, o ecológico, o social e, especialmente, o
econômico. Este último considerado um entrave, muitas vezes inviabilizando qualquer
ação. Daí a necessidade do desenvolvimento de técnicas que visem reduzir ao máximo
os custos com a implantação de espécies florestais para recuperação de áreas
degradadas.
Dentre as técnicas que demonstram ser mais promissoras no processo de
recuperação de ambientes degradados, destaca-se a semeadura direta, que além de
proporcionar a redução de custos, elimina toda a fase de produção de mudas em viveiro.
A maioria dos programas de recuperação florestal tem sido executada por meio
do plantio de mudas. Entretanto, se as condições ambientais permitirem, a
possibilidade do uso da semeadura direta, que vários estudos indicam que a
implantação de florestas via plantio direto de sementes em campo, pode ser uma
2
alternativa viável, principalmente para minimizar os custos com a implantação. Esta é
uma prática acessível de reflorestamento, que pode reduzir os custos de implantação
para os pequenos proprietários, devendo ser estudada em seus vários aspectos, para que
seja utilizada de forma aprimorada, de modo a auxiliar na seleção das espécies e no
manejo mais adequado para a área a ser recuperada.
Em alguns países, a semeadura direta é considerada uma técnica versátil e barata
de recuperação florestal, podendo ser utilizada na maioria dos sítios e, principalmente,
em situações onde a regeneração natural ou o plantio de mudas não podem ser
executados (MATTEI, 1995a). Não é um procedimento totalmente seguro, possuindo
maiores riscos do que com o plantio de mudas. Porém, podem-se conseguir resultados
satisfatórios, se as condições de sítios forem favoráveis, juntamente com o manejo da
área e controle dos agentes limitantes.
A escolha da espécie é um dos principais fatores limitantes ao processo de
recuperação de áreas degradadas por semeadura direta, a qual pode garantir não a
emergência e sobrevivência das mudas em campo, mas também propiciar um ambiente
adequado à colonização de outras espécies.
Vários autores destacam a utilização de um protetor físico de germinação para
viabilizar o plantio direto de sementes em campo (MATTEI, 1995a; MATTEI et al.,
2001; SANTOS JUNIOR et al., 2004; FERREIRA et al., 2007). O qual tem o intuito de
proteger as sementes contra a movimentação do solo, além de criar um microambiente
para a emergência e sobrevivência das mudas e proteger as sementes e plântulas da
herbivoria e ataque de inimigos naturais.
Neste aspecto, face ao atual quadro de degradação em que se encontra a
cobertura florestal existente no estado de Sergipe, a recuperação dos agroecossistemas
degradados e a preservação dos remanescentes florestais que ainda resistem ao processo
de antropização, são indispensáveis para a conservação da biodiversidade e o
desenvolvimento sustentável das futuras gerações. Deste modo, o presente trabalho foi
realizado com o objetivo de avaliar a utilização da semeadura direta e a influência de
um protetor físico no estabelecimento de espécies florestais nativas, em dois
subsistemas com diferentes tipos de ocupação do solo, localizados em um
agroecossistema, no município de São Cristóvão-SE.
3
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. ASPECTOS DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
Historicamente, a agricultura brasileira tem resolvido o problema do crescimento
da produção, não apenas com o aumento da produtividade das áreas agrícolas
disponíveis, mas principalmente, com a expansão das áreas agricultáveis através da
abertura de novas fronteiras (RODRIGUES e GANDOLFI, 2004).
De acordo com Franco e Campello (2005), a remoção da floresta ou de qualquer
outro tipo de vegetação, inicia-se com o processo de perda de matéria orgânica, sendo a
atividade agrícola, fator de aceleração da degradação ambiental, geralmente ocasionada
pelo superpastejo e uso do fogo. Ainda, segundo os autores, a intensidade da
degradação está inversamente relacionada à presença de espécies vegetais que
desempenham importante papel na proteção contra os efeitos erosivos.
A agricultura e a pecuária exercem forte pressão tanto sobre as florestas como
em ecossistemas abertos, resultando na perda da biodiversidade. Desmatamentos, uso
do fogo, superpastoreio, monocultivo, mecanização intensiva e, principalmente, o uso
indiscriminado de agrotóxicos, causa a diminuição da flora e fauna, além de alterar a
qualidade e disponibilidade hídrica, quer pela contaminação dos agrotóxicos quer pelo
assoreamento dos corpos d’água decorrentes do processo erosivo (FISZON et al., 2005).
Toledo e Matos (2008) enfatizam que o uso de técnicas intensivas no processo
de produção, resultou na diminuição da qualidade do solo, principalmente nas regiões
tropicais. E que o avanço nas áreas agricultáveis restantes por meio de intensa
mecanização provocou a degradação da capacidade produtiva do solo e da qualidade da
água, devido a não adoção de práticas necessárias à preservação e controle da erosão.
Para Rodrigues e Gandolfi (2004), a expansão da fronteira agrícola tem se
caracterizado pela falta de planejamento ambiental que possibilitasse delimitar as áreas
que deveriam ser ocupadas pela agricultura e as áreas que deveriam ser preservadas, em
função de suas características ambientais ou mesmo legais. Esse planejamento
ambiental quando existente e de qualidade, considera apenas uma propriedade rural,
independente das características e do manejo das propriedades do entorno, resultando no
insucesso da preservação.
De acordo com Martins (2007), um ecossistema é classificado como degradado,
quando perde sua capacidade de resiliência. E dependendo da intensidade do distúrbio,
4
fatores imprescindíveis como, banco de plântulas e de sementes no solo, capacidade de
rebrota das espécies, chuva de sementes, dentre outros, podem ser perdidos, dificultando
o processo de regeneração natural ou tornando-o extremamente lento.
Carpanezzi (2005) enfatiza que a degradação de um ecossistema não está
intimamente relacionada à degradação do solo. Ou seja, um capão ou uma mata ciliar
que passou por um processo de desmatamento, para a formação de pastagens, e que
estão distantes de qualquer fragmento de floresta natural, podem ser considerados
ecossistemas degradados em solos conservados. Neste caso, a degradação consiste na
perda da qualidade da biota ou da estrutura do ecossistema.
Os níveis de alterações em diversos ambientes vão desde pequenas
modificações, resultantes da queda natural de árvores, até grandes alterações ambientais
que excedem o limite da resiliência. Locais pouco perturbados tendem a uma rápida
regeneração, devido à presença de propágulos na área. Mas, em ambientes altamente
degradados, o desaparecimento de propágulos, e os solos sofrem intensos processos
de degradação, como em áreas de mineração, que precisam da intervenção humana para
a sua recuperação (FONSECA et al., 2001).
Logo, a recuperação de uma área degradada é conseqüência do uso incorreto da
paisagem e fundamentalmente dos solos, por todo o país, sendo apenas uma alternativa
limitada de atenuar um dano que poderia ter sido evitado (RODRIGUES e GANDOLFI,
2004), caso o homem utilizasse os recursos naturais de forma sustentável.
2.2. RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
A recuperação de ecossistemas degradados é uma prática muita antiga, podendo-
se encontrar exemplos de sua utilização na história de diferentes povos, épocas e
regiões. Entretanto, até recentemente, a recuperação de uma área degradada era
caracterizada como uma atividade sem vínculos estreitos com a teoria, sendo executada
normalmente como uma prática de plantio de mudas, com objetivos específicos, como o
controle da erosão, estabilização de taludes e melhoria da paisagem (RODRIGUES e
GANDOLFI, 2004).
Nos últimos anos, o acúmulo de conhecimento sobre os processos relacionados à
dinâmica de formações naturais tem levado a uma mudança significativa na orientação
dos programas de recuperação, deixando de ser uma mera aplicação de práticas
silviculturais, objetivando apenas a recomposição de espécies florestais num dado
ambiente, para desempenhar a difícil tarefa da reconstrução dos processos ecológicos e,
5
conseqüentemente, das complexas interações da comunidade, considerando-se as suas
características intrínsecas, de forma a assegurar a perpetuação e a evolução do
ecossistema (RODRIGUES e GANDOLFI, 2004).
Segundo Jesus e Rolim (2005), as principais tendências atuais para a
recuperação de áreas degradadas estão relacionadas à seleção de espécies, modelos de
plantios e pesquisas para redução de custos.
Estudos realizados por diversos autores indicam a inexistência de modelos
totalmente consagrados para a recuperação de áreas degradadas. Todavia, um
consenso em algumas recomendações, como a necessidade de estudos integrados,
básicos e aplicados, que levem em consideração os processos naturais de sucessão
ecológica, as dificuldades relacionadas à falta de conhecimento do comportamento
biológico das espécies florestais nativas e o estado de conservação ou degradação dos
solos em função da intervenção sofrida (SANTOS JUNIOR, 2000).
Para Ferreira (2002), o desenvolvimento de tecnologia objetivando a
recuperação de áreas degradadas a um custo mais baixo é imprescindível, uma vez que,
essas áreas estão em posse de pequenos proprietários, que possuem pouco ou nenhum
recurso disponível para ser empregado em reflorestamento. Neste contexto, a semeadura
direta no campo pode ser viável.
2.3. ENFOQUE SISTÊMICO NA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
Os sistemas ambientais são sistemas complexos e dinâmicos, formados por um
elevado número de elementos interligados, com capacidade de troca de informações
com seu entorno e com capacidade de adaptação da sua estrutura interna, como
resultado das interações entre seus elementos (CRISTOFOLETTI, 2004). Segundo este
autor, apesar de organizacionalmente fechados, mas abertos em termos de fluxos de
matéria e energia, os sistemas ambientais recebem entradas, transformando-as e gerando
produtos. Na sua modelagem é necessário avaliar os fluxos e as transformações de
algumas entradas, como água, sedimentos, luz, matéria-prima, alimentos e outros.
Segundo Souza e Buckeridge (2004), entre as principais características dos
sistemas complexos está o processo de retroalimentação, no qual pequenas mudanças
podem resultar em efeitos significativos, devido à amplificação pela realimentação. A
segunda característica é a existência de níveis críticos, a partir dos quais o sistema se
desequilibra, devido a um pequeno aumento no fluxo de matéria e energia.
6
Nos sistemas degradados, a ausência de algumas variáveis ecológicas dificulta o
aparecimento e enriquecimento da biodiversidade, e o modelo de organização será
aberto, com elevada entropia, resultando em perdas progressivamente maiores e
irreversíveis. A água escoa para fora do sistema, resultado no carreamento de partículas,
como matéria orgânica, macro e micronutrientes, empobrecendo ainda mais o solo da
área degradada. Nas áreas com ausência de vegetação, a retenção de água será sempre
menor do que nas áreas com cobertura vegetal. A insolação direta na superfície do solo
provoca oscilações com extremos de temperaturas. A transferência de calor solar para o
meio, via condução, radiação e convecção, provoca grandes oscilações térmicas no solo,
seguidas de enormes perdas para o espaço. Logo, em sistemas abertos, há grandes
perdas de matéria e energia e, para isso, há a necessidade de se internalizar os processos
ecológicos. Ou seja, levar a área degradada, ao fechamento organizacional, induzindo à
introspecção das variáveis ambientais, visando o aumento do fluxo de matéria e energia
interna no sistema (AUMOND et al., 2008).
Para Franco e Campelo (2005), a sustentabilidade dos sistemas ecológicos tem
como suporte três pilares: a biodiversidade, a ciclagem de nutrientes e o fluxo de
energia. Ainda segundo os autores, para a manutenção do solo, qualquer sistema deve
incluir o maior número possível de espécies vegetais, manterem altos níveis de matéria
orgânica, juntamente com a microbiota do solo, além de ser o mais eficiente possível na
utilização de água, luz e nutrientes.
Neste aspecto, o processo de recuperação de áreas degradadas inicia-se pela sua
revegetação, com a utilização de métodos que viabilizem a sucessão ecológica,
recobrindo o solo exposto e incitando o estabelecimento de espécies vegetais. Quando
êxito nesse processo, não ocorre o estabelecimento das espécies no ambiente,
como este volta a ser auto-sustentável e a recondução das relações ecológicas permite a
integração da área recuperada às áreas preservadas em seu entorno (VAN DER BERG
et al., 2008).
No Brasil, observa-se que o método mais amplamente empregado para tal
finalidade é por meio do plantio de mudas dos diferentes grupos ecológicos com
povoamentos mistos. No entanto, o uso da semeadura direta demonstra resultados
satisfatórios, tanto do ponto de vista ecológico quanto silvicultural e econômico com a
utilização de espécies nativas. Assim a semeadura direta, torna-se bastante viável para a
recuperação de áreas degradadas.
7
2.4. SISTEMA DE SEMEADURA DIRETA
A semeadura direta consiste na introdução de sementes de determinadas espécies
florestais diretamente no solo da área a ser reflorestada. Em princípio, é uma técnica
recomendada apenas para algumas espécies pioneiras e secundárias iniciais, em áreas
com ausência de vegetação e também para as espécies secundárias tardias e clímax,
quando se trabalha com o enriquecimento de florestas secundárias (KAGEYAMA e
GANDARA, 2004).
É uma técnica barata e versátil de reflorestamento, podendo ser utilizada na
maioria dos sítios e, principalmente, em situações onde a regeneração natural ou o
plantio de mudas não podem ser executados (MATTEI, 1995a). E ainda, apresenta
resultados favoráveis em áreas degradadas, de difícil acesso e grande declividade do
terreno (BARNETT e BAKER, 1991).
No Brasil, segundo Ferreira et al. (2007), algumas experiências estão sendo
realizadas na tentativa de viabilizar a técnica em termos ecológicos e, ou silviculturais,
tanto na restauração de ecossistemas, como para povoamentos com fins econômicos.
Várias experiências apresentaram bons resultados na implantação de povoamento de
Pinus sp. (MATTEI, 1997; BRUM et al., 1999; MATTEI et al., 2001; FINGER et al.,
2003), recuperação de encostas degradadas (POMPÉIA et al., 1989) e na implantação
de matas ciliares (SANTOS JUNIOR, 2000; FERREIRA, 2002; ALMEIDA, 2004;
KLEIN, 2005).
De acordo com Kageyama e Gandara (2004), o plantio direto de sementes
florestais pode ser utilizado tanto para a introdução de espécies pioneiras em áreas sem
cobertura florestal, como para a introdução de espécies de crescimento lento
(secundárias tardias e clímax) no enriquecimento de florestas secundárias.
Porém, tanto na semeadura direta como em trabalhos com banco de sementes, a
germinação de sementes das espécies nativas é irregular, com a predominância de
poucas espécies, prevalecendo as pioneiras, sendo necessária a reposição das sementes
nos locais onde ocorreram falhas na germinação. Daí a necessidade de uma rápida
germinação das sementes, visando uma eficiente taxa de recobrimento do solo. Neste
aspecto, para que ocorra a aceleração do processo germinativo das sementes e promoção
do rápido estabelecimento das mudas, o uso de tratamentos para superação da
dormência pode ser necessário, que o intuito é promover o rápido recobrimento do
solo (WINSA e BERGSTEN, 1994; AERTS et al., 2006; FERREIRA et al., 2007).
8
A qualidade das sementes, avaliadas pelo poder germinativo e vigor de cada
lote, é fundamental para garantir a germinação em campo. Sementes com baixo vigor
não possuem capacidade de germinar em condições adversas e, quando germinam, na
maioria dos casos, não originam plântulas vigorosas o suficiente para se estabelecerem
(BOTELHO e DAVIDE, 2002).
Diversos autores identificaram a preparação do sítio como um fator
indispensável no estabelecimento das sementes em campo (SMITH, 1986, WINSA e
BERGSTEN, 1994; FLEMING e MOSSA, 1994; FALCK, 2005; ANDRADE, 2008),
que em áreas degradadas, a exposição do solo a intempéries resulta na alteração de suas
características físicas, químicas e biológicas, retardando ou inviabilizando o
estabelecimento de qualquer espécie. Daí a necessidade do preparo do solo, anterior à
semeadura, reduzindo-se as barreiras físicas a serem encontradas pela plântula,
aumentando a absorção de água pelo solo e disponibilizando nutrientes situados nas
camadas inferiores do solo, além de outros fatores (SANTOS JUNIOR, 2000).
Sun et al. (1995) verificaram que a competição com gramíneas e a falta de
fertilidade do solo foram os fatores que mais afetaram a sobrevivência das mudas, uma
vez que as plantas daninhas possuem uma certa agressividade em campo. Essa
característica as tornam excepcionais competidoras, já que, em poucos meses colonizam
a área, interferindo no desenvolvimento das espécies florestais, principalmente no
desenvolvimento das espécies clímax.
O período de seca, o soterramento de sementes por chuvas torrenciais e o frio
intenso são considerados por Mattei (1995b), os principais elementos climáticos que
causam danos à semeadura direta. Cita-se ainda como insucesso da semeadura direta a
falta de contato da semente com o solo mineral, o deslocamento da semente após
semeadura, o alagamento ou excesso de umidade junto à semente e as perdas resultantes
do ataque de pássaros e formigas.
Com o intuito de viabilizar o processo de semeadura direta, vários autores
testaram o uso de protetores físicos, visando à redução da taxa de herbivoria e
aumentando a temperatura e a umidade da camada superficial do solo (MATTEI, 1997;
SANTOS JUNIOR, 2000; FERREIRA, 2002; FALCK, 2005; KLEIN, 2005;
ANDRADE, 2008).
De acordo com Mattei (1997), o uso de protetores físicos tem como objetivo
propiciar melhorias na germinação das sementes e sobrevivência das mudas em campo,
criando um microambiente para o desenvolvimento das plantas jovens. Além de impedir
9
a movimentação do solo junto às sementes, em épocas de fortes chuvas, conservando a
profundidade de semeadura, facilitando a emergência e dificultando o ataque de
inimigos naturais (MATTEI, 1995b).
A predação por formigas e pássaros, considerada um dos maiores problemas na
implantação de áreas por semeadura direta, foi reduzida com a utilização de protetores
físicos, que propiciaram uma diminuição significativa em relação às áreas implantadas
sem o uso de algum tipo de proteção (SCHNEIDER et al., 1999; MATTEI e
ROSENTHAL, 2002).
De acordo com Serpa e Mattei (1999), a utilização de protetores físicos pode
auxiliar na retenção da umidade junto ao ponto de semeadura, uma vez que a presença
de água é um dos fatores fundamentais na emergência, sobrevivência e desenvolvimento
das plantas.
Para Smith (1986), o sucesso da semeadura direta está na criação de um
microambiente com condições favoráveis para uma rápida germinação, com umidade
suficiente durante o período de emergência das plântulas e no estádio seguinte, já que as
plantas que germinam e crescem no campo têm proteção restrita, em relação aos
numerosos agentes letais, os quais podem ser controlados em viveiros. Por conseguinte,
existem muito mais riscos da sobrevivência ser mais baixa com a semeadura direta do
que com o plantio de mudas. Porém, é uma das técnicas mais promissoras no processo
de recuperação de áreas degradadas, especialmente quando um dos objetivos é a
redução de custos com a implantação (SANTOS JUNIOR, 2000).
Esta técnica possui alto potencial para recuperação de áreas degradadas, uma vez
que nas formações florestais, a principal forma de regeneração, tanto nas clareiras
quanto na expansão dos remanescentes se por meio da semeadura natural
(BOTELHO e DAVIDE, 2002), que em condições favoráveis proporcionam uma boa
germinação das sementes.
2.5. GERMINAÇÃO DE SEMENTES FLORESTAIS
Ao dar início a um programa de recuperação florestal com a utilização de
espécies florestais nativas, é fundamental o conhecimento sobre a tecnologia das
sementes das espécies que serão utilizadas e principalmente o uso de informações
básicas relacionadas à germinação.
Davide e Silva (2008) definem germinação como a soma dos processos que se
iniciam com a embebição de água pela semente, terminando com a emissão da radícula.
10
Porém, segundo os autores a definição de germinação pode variar em função do
interesse a que se destina ao germinar uma semente. Para os produtores rurais e
viveiristas, a germinação corresponde ao momento em que a plântula emergiu do solo,
onde visualmente pode-se observar a emissão das primeiras folhas. Já o analista de
sementes, define germinação como a formação de uma plântula normal com a presença
das estruturas essências (raiz primária, hipocótilo, cotilédones, epicótilo e plúmula),
demonstrando condições de produzir uma planta normal em campo.
Durante o processo de germinação, ocorre uma série de eventos fisiológicos que
sofrem influência de fatores intrínsecos e extrínsecos. Entre os fatores extrínsecos
destacam-se a luz, temperatura e disponibilidade de água, e entre os fatores intrínsecos
sobressaem-se a impermeabilidade do tegumento, a imaturidade fisiológica e a presença
de substâncias inibidoras (CARVALHO e NAKAGAWA, 2000).
Para Figliolia et al. (1993), o conhecimento das condições favoráveis à
germinação das sementes, principalmente a temperatura e a luz, são determinantes para
o processo germinativo, uma vez que está diretamente relacionado às características
ecológicas das espécies.
Sementes de espécies pioneiras exigem condições de alta luminosidade e de
temperatura elevada para germinarem, com plântulas intolerantes à sombra, além de
possuírem dormência e formarem banco de sementes no solo. Ao contrário das
sementes das espécies clímax, que não são exigentes em luz para germinarem, e
apresentam pouca ou nenhuma dormência, formando banco de plântulas no solo
(BUDOWSKI, 1965; PIÑA-RODRIGUES et al., 1992).
Dentre os fatores que afetam a produção de sementes, destaca-se a dormência
que pode ser definida como um fenômeno pelo qual sementes de uma dada espécie,
mesmo estando viáveis e possuindo as condições favoráveis para sua germinação, não
germinam (DAVIDE e SILVA, 2008). Para Bewley e Black (1994), a dormência é um
fenômeno intrínseco da semente, funcionando como um mecanismo natural de
resistência a fatores adversos do meio, podendo manifestar-se de três formas: dormência
imposta pelo tegumento, dormência embrionária e dormência devido ao desequilíbrio
entre substâncias promotoras e inibidoras da germinação.
Sementes de algumas espécies necessitam de tratamentos pré-germinativos para
aumentar e uniformizar a germinação que, na maioria dos casos, destinam-se a romper o
tegumento, geralmente duro, como os característicos de espécies da família
Leguminosae (Borges e Rena, 1993). De acordo com Albuquerque et al. (2007), entre
11
os métodos utilizados para a superação da dormência destacam-se a escarificação
mecânica, a escarificação química e a imersão em água quente, nos quais a aplicação e
eficiência dependerão da intensidade da dormência, que varia entre espécies,
procedências e tempo de coleta.
Segundo Borges e Rena (1993), a capacidade de germinação e produção de uma
plântula normal é avaliada pelo teste de germinação, cujos resultados obtidos expressam
a qualidade do lote de sementes. Porém, segundo os autores, os dados obtidos em
laboratórios nem sempre são iguais aos de campo. Já que em laboratório, as condições
ambientais são controladas a fim de atender aos procedimentos descritos nas Regras
para Análise de Sementes (BRASIL, 2009). Enquanto que no campo, as condições do
meio são incontroláveis e às vezes adversas, podendo influenciar tanto positiva como
negativamente a germinação.
2.6. ESPÉCIES SELECIONADAS
A escolha de espécies para a recuperação florestal depende principalmente do
objetivo a que se destina o plantio. Se a revegetação visa à recuperação de áreas
degradadas, ou à restauração de áreas de preservação permanente, ou ainda, à produção
de madeira, deve-se levar em consideração quais espécies são mais adequadas para cada
situação.
Recomenda-se no processo de recuperação de áreas ciliares e degradadas a
implantação de espécies nativas provenientes da região onde será realizado o plantio,
visando tornar o ambiente o mais próximo possível da sua condição original, além da
facilidade de adaptação das espécies ao ambiente.
Além da implantação de espécies nativas ocorrentes na região, o conhecimento
da classificação das espécies em grupos ecológicos e o seu comportamento em
diferentes condições de sítio, principalmente com relação ao ritmo de crescimento, são
importantes no processo de seleção (OLIVEIRA-FILHO, 1994).
No presente trabalho, as espécies selecionadas foram classificadas quanto ao
grupo ecológico, adotando-se a classificação de Swaine e Whitmore (1988) modificada
por Oliveira-Filho et al. (1995), sendo consideradas duas categorias: pioneiras e clímax,
subdividindo-se este último grupo em espécies clímax exigentes em luz e tolerantes à
sombra.
12
2.6.1. Pioneiras
Bowdichia virgilioides Kunth. – Leguminosae-Papilionoideae (sucupira)
Espécie decídua, heliófita, seletiva xerófita, característica do cerrado. Em
Sergipe, pode ser encontrada em fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual e em
faixas de transição entre Floresta Estacional e Savana Estépica. Possui altura de 8-16m,
diâmetro de 30-50cm, folhas compostas pinadas, flores violeta e frutos tipo vagem.
Apresenta distribuição uniforme, porém em baixa densidade populacional. Ocorre tanto
em formações primárias como em secundárias, porém sempre em terrenos altos de
rápida drenagem (LORENZI, 2002; BRASIL, 2006; SANTOS, 2006).
Sua madeira é dura, bastante decorativa e de longa durabilidade natural. É
utilizada para acabamentos internos, como assoalhos, painéis e portas. A árvore é
extremamente ornamental quando em flor, podendo ser empregada no paisagismo em
geral. Por ser uma espécie pioneira e adaptada a terrenos pobres, é ótima para plantios
mistos de áreas degradadas (LORENZI, 2002).
Erythrina velutina Wild. – Leguminosae Papilionoideae (mulungu)
Planta decídua, heliófita, característica de várzeas úmidas e beiras de rios da
região semi-árida do nordeste brasileiro. Ocorre preferencialmente nas formações
secundárias, apresentando dispersão irregular e descontínua (LORENZI, 2002).
Árvore espinhenta de 8-12m de altura, com diâmetro variando de 40-70cm.
Possui folhas compostas trifolioladas, inflorescências em panículas terminais e
sementes vermelhas. A madeira é leve, macia e de baixa resistência aos agentes
decompositores, sendo empregada na confecção de tamancos, jangadas, brinquedos e
caixotarias. Planta ornamental, principalmente no período de floração, sendo bastante
utilizada no paisagismo, principalmente na arborização de ruas, jardins e alamedas
(LORENZI, 2002).
Guazuma ulmifolia Lam. – Sterculiaceae (mutamba)
Árvore semidecídua, heliófita, pioneira, característica das formações secundárias
da floresta latifoliada da bacia do Paraná. Sua dispersão é ampla, ocorrendo em quase
todo o país, desde a Amazônia até o Paraná (LORENZI, 2002). Em Sergipe, pode ser
encontrada em áreas de Matas Ciliares e de Floresta Estacional Semidecidual
(SANTOS, 2006).
13
Possui altura de 8-16m, com tronco de 30-50cm de diâmetro. Apresenta folhas
simples, com pubescência estrelada em ambas as faces. A madeira é empregada na
confecção de tonéis, coronhas de armas, construções internas, caixotaria e pasta
celulósica. Seus frutos são bastante apreciados pela fauna, que aliado ao seu rápido
crescimento, é planta indispensável nos reflorestamentos heterogêneos destinados à
recomposição de áreas degradadas (LORENZI, 2002).
Machaerium aculeatum Raddi – Leguminosae Papilionoideae (mau-vizinho)
Planta decídua ou semidecídua, heliófita, pioneira e indiferente às condições do
solo. Ocorre quase que exclusivamente em formações secundárias abertas, chegando a
colonizar as piores condições de solo possíveis, como pedreiras, barrancos de estradas, e
até em áreas raspadas de subsolo. Podendo também ser encontrada em várzeas úmidas
(LORENZI, 2002).
Árvore espinhenta de 6-12 m de altura, com diâmetro variando de 30-40cm. Sua
madeira é moderadamente pesada, macia ao corte e de baixa durabilidade quando
exposta, sendo utilizada na construção civil e na confecção de caixotaria e objetos leves.
A árvore é ornamental quando em floração, podendo ser empregada no paisagismo em
geral. Por ser bastante rústica, é planta indispensável nos plantios mistos para
recuperação de áreas degradadas (LORENZI, 2002).
2.6.2 – Clímax exigente em luz
Lonchocarpus sericeus (Poir) DC. – Leguminosae-Papilionoideae (falso-ingá)
Espécie decídua, heliófita, seletiva higrófita, característica e exclusiva de
vegetações ciliares e costeiras, tanto em formações primárias como secundárias.
Apresenta, de maneira geral, freqüência baixa e descontínua ao longo de sua faixa de
distribuição. Pode ser encontrada em menor freqüência em matas semidecíduas,
caatinga arbórea e mata pluvial de terra firme. Ocorre preferencialmente ao longo de
cursos d’água sobre solos argilosos e de boa fertilidade (LORENZI, 1992).
Possui altura de 4-20m, diâmetro de 30-70cm, folhas compostas imparipinadas,
inflorescência em pseudo-rácemos axilares e fruto tipo vagem. A madeira é
moderadamente pesada, dura, de textura média, de boa resistência mecânica e
durabilidade moderada. Sendo indicada para obras internas em construção civil,
ebanesteria, confecção de móveis e objetos de adorno, bem como para lenha e carvão. A
14
árvore é ornamental, principalmente quando em floração, podendo ser utilizada com
sucesso na arborização urbana (LORENZI, 1992).
Sapindus saponaria L. – Sapindaceae (saboneteira)
Planta perenifólia ou semidecídua, heliófita, característica das várzeas do Baixo
Amazonas e da floresta latifoliada semidecídua. Em Sergipe, pode ser encontrada na
caatinga, em formações vegetais às margens dos rios. Anualmente produz grande
quantidade de sementes. Espécie com altura variando de 5-9m, com tronco cilíndrico de
30-40cm de diâmetro. Apresenta folhas compostas imparipenadas e fruto tipo drupa
globosa (LORENZI, 2002).
A madeira é moderadamente pesada, dura, compacta e de baixa durabilidade
natural. É empregada na construção civil, confecção de brinquedos, caixotaria e etc.
Seus frutos são consumidos por morcegos e servem para a lavagem de roupas por
conterem saponina. A árvore é bastante ornamental, principalmente pela sua copa
globosa e perenifólia. Por ser uma espécie rústica e de crescimento moderado, é
indispensável para a composição de reflorestamentos heterogêneos destinados à
recuperação de áreas degradadas (LORENZI, 2002).
15
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. LOCAL DE IMPLANTAÇÃO DOS EXPERIMENTOS
Os experimentos foram realizados no Campus Rural da Universidade Federal de
Sergipe (UFS), localizado no município de São Cristóvão-SE, distante 17 quilômetros
de Aracaju-SE, com coordenadas geográficas 10º55’20” de latitude Sul e 37º12’00” de
longitude Oeste, e altitude de 20 metros.
A área do Campus Rural está localizada na margem direita do rio Poxim-Açu, na
bacia hidrográfica do rio Sergipe. Predomina na região alguns fragmentos de Mata
Atlântica, classificados como Floresta Estacional Semidecidual, de acordo com a
classificação de Veloso et al. (1991) (Figura 1). O clima da região é do tipo As, de
acordo com a classificação de Köppen, isto é, tropical chuvoso com verão seco. O
período chuvoso ocorre entre os meses de abril a agosto, a temperatura média na região
é de 25,5ºC, umidade relativa do ar média de 75% e precipitação média anual de
1.200mm (MELO et al., 2006).
FIGURA 1.
Foto aérea das duas áreas (subsistema 1- agricultura e subsistema 2 -
pastagem) de implantação do experimento, no Campus Rural da
Universidade Federal de Sergipe, localizado no município de São
Cristóvão-SE (Fonte: SEPLAN-SE, 2010).
16
A implantação dos experimentos foi realizada em duas áreas, distantes
aproximadamente trezentos e cinqüenta metros uma da outra.
Subsistema 1 - Pastagem: área com uma extensão de 1,275 hectares, coberta com
plantas invasoras e herbáceas, próxima a um fragmento de Floresta Estacional
Semidecidual, e utilizada como pasto para alguns animais (bovinos, ovinos e eqüinos)
(Figura 2).
Subsistema 2 - Agricultura: área com 0,594 hectares de dimensão, antigamente
utilizada na produção de cana-de-açúcar, próxima a um fragmento de Floresta
Estacional Semidecidual. O plantio de cana-de-açúcar foi substituído pelo cultivo de
outras culturas agrícolas (macaxeira e batata) cinco anos atrás, e antes da
implantação do experimento, encontrava-se em um pousio de dois anos (Figura 3).
Segundo Nascimento et al. (2004), o solo no subsistema 1 é classificado como
Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico, e no subsistema 2 como Neossolo Flúvico
Psamítico,.de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação do Solo (EMBRAPA,
1999).
FIGURA
2
.
Área do subsistema 1, localizada no Campus Rural da Universidade
Federal de Sergipe, município de São Cristóvão-
SE, utilizada
anteriormente como pastagem.
17
3.2. COLHEITA, BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO DAS SEMENTES
Os frutos das espécies selecionadas foram colhidos em diversas matrizes
situadas em diferentes regiões do estado de Sergipe, tomando-se como parâmetro de
maturidade fisiológica a coloração dos mesmos (Tabelas 1 e 2). Esta etapa foi realizada
considerando-se as populações das espécies selecionadas, na tentativa de assegurar a
máxima variabilidade genética e representação das populações ainda existentes no
estado, conforme sugestão de Kageyama e Gandara (1999).
TABELA 1. Relação das espécies utilizadas na implantação da semeadura direta, nos
dois subsistemas, localizados no Campus Rural da Universidade Federal de
Sergipe, município de São Cristóvão-SE. Grupo ecológico (GE): P -
pioneira e CL - clímax exigente em luz (OLIVEIRA-FILHO et al., 1995).
Nome científico Nome vulgar Família
GE
Bowdichia virgilioides Kunth. Sucupira-preta Leg. Papilionoideae P
Erythrina velutina Willd. Mulungu Leg. Papilionoideae P
Guazuma ulmifolia Lam. Mutamba Sterculiaceae P
Lonchocarpus sericeus (Poir) D.C. Falso-Ingá Leg. Papilionoideae CL
Machaerium aculeatum Raddi Mau-vizinho Leg. Papilionoideae P
Sapindus saponaria L. Saboneteira Sapindaceae CL
FIGURA
3
.
Área do subsistema 2
, anteriormente ocupada com o cultivo de culturas
agrícolas anuais, situada no Campus Rural da Universidade Federal de
Sergipe, município de São Cristóvão-SE.
18
TABELA 2. Procedência das espécies utilizadas no estudo de recuperação de áreas
degradadas, por meio de semeadura direta, no Campus Rural da
Universidade Federal de Sergipe, município de São Cristóvão-SE.
Nome científico Nome vulgar Procedência
Bowdichia virgilioides Kunth. Sucupira-preta
Lagarto; Santana do São Francisco
Erythrina velutina Willd. Mulungu Borda da Mata; Santana do São Francisco
Guazuma ulmifolia Lam. Mutamba Santana do São Francisco; Neópolis
Lonchocarpus sericeus (Poir) D.C.
Falso-Ingá Santana do São Francisco; Borda da Mata
Machaerium aculeatum Raddi Mau-vizinho Santana do São Francisco
Sapindus saponaria L. Saboneteira Borda da Mata
O período de colheita dos frutos ocorreu entre os meses de janeiro a abril de
2008, para as espécies B. virgilioides, E. velutina e M. aculeatum. Os frutos de L.
sericeus foram coletados no período de setembro a novembro de 2007. Para S.
saponaria, a colheita foi realizada entre os meses de novembro de 2007 e março de
2008. E no caso da G. ulmifolia, a colheita dos frutos foi realizada no período de janeiro
a março de 2008.
Os frutos foram colhidos diretamente nas árvores-matrizes, com o auxílio de
podão e lona plástica, sendo transportados em sacos de aniagem, etiquetados e, em
seguida, levados para o beneficiamento. Os métodos de beneficiamento empregados
para a extração das sementes seguiram as recomendações de Davide et al. (1995). Após
a extração, as sementes foram acondicionadas em sacos plásticos transparentes
impermeáveis e armazenadas em câmara fria (6-9º e 60-65% de umidade), onde
permaneceram nesta condição até a instalação do experimento.
3.3. ANÁLISE DOS LOTES DE SEMENTES
A análise das características físicas e viabilidade das sementes foram realizadas
no Laboratório de Sementes do Departamento de Ciências Florestais da Universidade
Federal de Sergipe.
3.3.1. Características físicas
Foi determinado o grau de umidade com uma Termobalança Determinadora de
Umidade (Infrared Moisture Balance – Top Ray), com temperatura de secagem de
103ºC, porcentagem de variação mínima para o peso de 1% e intervalo para a
porcentagem de variação mínima para o peso de 30 segundos. Para as espécies E.
velutina
,
L. sericeus, M. aculeatum e S. saponaria foram utilizadas quatro repetições de
19
25 sementes e para as espécies B. virgilioides e G. ulmifolia, devido ao pequeno
tamanho de suas sementes, foram utilizadas quatro repetições de um grama.
Calculou-se também o peso de mil sementes e o número de sementes por
quilograma, por meio de uma balança analítica de precisão. Para o cálculo do peso de
mil sementes foram utilizadas oito amostras de 100 sementes cada, de acordo com as
recomendações das Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009).
Foram realizadas avaliações morfométricas com o auxílio de um paquímetro
digital (Digimess Caliper - precisão 0,01mm) e avaliação da massa específica, por meio
de pesagem em balança analítica. Para isso, foram utilizadas 100 sementes de cada
espécie.
3.3.2. Teste de germinação em laboratório
A determinação da viabilidade das sementes foi realizada por meio de teste de
germinação, com quatro repetições de vinte e cinco sementes para cada espécie. Os
testes foram realizados em câmara de germinação (BOD), com temperatura de 25ºC
constante, sob luz contínua. As sementes pequenas foram semeadas em gerbox
(11x11x2,5cm) (B. virgilioides e G. ulmifolia) e as sementes maiores foram semeadas
em bandejas plásticas (26,5x17,5x5,5cm), sobre o substrato de areia (lavada, peneirada
e esterilizada em estufa a 120ºC por 24h). As sementes foram semeadas sobre o
substrato e cobertas com uma fina camada de areia (1mm). Para manter as sementes
hidratadas, foi feita a reposição de água sempre que necessário. Para evitar a infestação
de microrganismos, as sementes foram tratadas com água sanitária a 2% durante dois
minutos, seguida de lavagem em água destilada.
As avaliações foram realizadas a cada dois dias, considerando-se germinadas as
plântulas com todas as estruturas normais (raiz primária, hipocótilo, cotilédones,
epicótilo e protófilos abertos). Ao final do teste, as sementes não germinadas foram
avaliadas para determinação das sementes duras e deterioradas, como recomendado
pelas Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009).
Nas espécies que apresentaram dormência, foram empregados tratamentos para
superação, de acordo com a sua causa, objetivando-se assim acelerar o processo
germinativo. Para B. virgilioides, G. ulmifolia e S. saponaria foi realizada a imersão das
sementes em ácido sulfúrico por 10, 50 e 60 minutos, respectivamente. E para as
sementes de E. velutina foi utilizada a escarificação mecânica, com o auxílio de uma
lixa.
20
3.4. IMPLANTAÇÃO E CONDUÇÃO DOS EXPERIMENTOS EM CAMPO
O preparo das áreas foi realizado de forma mecanizada, com a limpeza do
terreno por meio de roçagem, para remoção das plantas invasoras, aração a 30cm de
profundidade e gradagem cruzada, para descompactação da camada superficial do solo e
nivelamento da área. No subsistema 1 (pastagem) foi instalada cerca de arame farpado
para evitar a entrada de animais e pisoteio das plantas em desenvolvimento.
Antes da implantação dos experimentos foram coletadas de forma aleatória,
cinco subamostras de solo (amostragem composta) em cada área, com o auxílio de um
trado, na profundidade de 0-20cm. Em seguida, o material foi homogeneizado,
acondicionado em saco plástico e encaminhado para análise em laboratório (Instituto
Tecnológico e de Pesquisa do Estado de Sergipe – ITPS).
Foi realizada a semeadura em covas (0,30x0,30x0,30m), com espaçamento de
1,5x1,5m, na primeira semana de maio de 2009. A densidade de sementes utilizada
variou entre as espécies, levando-se em consideração a porcentagem de sementes
germinadas no teste de germinação. Para as espécies B. virgilioides, E. velutina e S.
saponaria foram utilizadas 5 sementes por cova. E para G. ulmifolia, L. sericeus e M.
aculeatum, 10 sementes por cova. Antes da semeadura foi realizado tratamento para
superação da dormência das sementes, conforme descrito no item 3.3.2.
Na semeadura, foi realizada adubação inicial com superfosfato simples (200g) e,
aos 60 dias após a implantação do experimento foi feita adubação de cobertura,
utilizando-se 150g de NPK, na proporção de 10:20:10.
Para o tratamento presença de protetor físico, foram utilizados copos plásticos
transparentes de 750ml (Figura 4). Os protetores foram colocados sobre os pontos
semeados e enterrados a uma profundidade de aproximadamente 2cm, sendo removidos
90 dias após a semeadura. Após a remoção dos protetores físicos, realizou-se o desbaste
das plântulas, deixando-se apenas uma planta por cova.
O controle de plantas invasoras e o controle de formigas cortadeiras com a
utilização de iscas granuladas, foram realizados durante todo o período de condução do
experimento.
21
3.5. COLETA DOS DADOS EM CAMPO
3.5.1. Emergência e sobrevivência
As avaliações de emergência das plântulas foram realizadas durante os três
primeiros meses, em intervalos semanais. Considerando-se emergidas as plântulas que
apresentaram os protófilos visíveis. Os resultados foram expressos em porcentagem,
sendo calculados com base no total de sementes semeadas para cada espécie.
A avaliação da sobrevivência foi realizada simultaneamente com a emergência e
prosseguiu até três meses após a semeadura. Para o cálculo da porcentagem de
sobrevivência, foi considerado o número de plântulas vivas sobre o total de plântulas
emergidas.
3.5.2. Temperatura e umidade do solo
Para verificar a influência da temperatura e umidade na emergência das plântulas
e sobrevivência das mudas, foram coletados dados de temperatura do solo, dentro e fora
dos protetores físicos, a 5 e 10cm de profundidade, com o auxílio de um geotermômetro
(Gultern 180).
Para a determinação da umidade foram realizadas coletas semanais de amostras
de solo, com o auxílio de um trado, na profundidade de 0-20cm. As amostras de solo
foram colocadas em cápsulas, onde foram identificadas, pesadas e colocadas em estufa a
A B
FIGURA
4
.
Protetor físico utilizado nos pontos de semeadura, com plântulas de
Machaerium aculeatum (A) e Erythrina velutina (B), no subsistema 2
(agricultura), localizado no Campus Rural da Uni
versidade Federal de
Sergipe, município de São Cristóvão-SE.
22
105ºC por 48 horas. Após esse período, as amostras foram novamente pesadas,
determinando-se assim o teor de água no solo.
3.5.3. Desenvolvimento inicial das espécies
Aos 90 dias após a implantação da semeadura foi realizada a remoção do
protetor físico e o desbaste das plântulas, deixando-se apenas uma planta por cova. Em
seguida foram feitas as avaliações mensais de crescimento até os 240 dias após a
semeadura. As características de crescimento avaliadas foram altura, diâmetro do colo e
taxa de crescimento relativo (TCR). Para a medição da altura foi utilizada uma régua
graduada e o diâmetro do colo foi medido com o auxílio de um paquímetro (0,05mm).
3.6. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E ANÁLISES ESTATÍSTICAS
O delineamento utilizado na implantação do experimento foi em blocos
casualizados (DBC), em esquema fatorial, com três repetições. Cada bloco experimental
apresentou 84 pontos de semeadura, totalizando-se 252 covas por área. Em cada local
foi utilizada uma área de 495m
2
(Figuras 5 e 6). Cada espécie foi semeada numa linha
de plantio, com sete plantas, para cada tratamento (presença ou ausência de protetor
físico). Foram utilizados três fatores:
Fator 1 - Local, com duas situações (subsistema 1 - pastagem e
subsistema 2 - agricultura);
Fator 2 - Ausência e presença de protetor físico;
Fator 3 - Espécies utilizadas.
Para as análises estatísticas da emergência de plântulas e sobrevivência das
mudas em campo foram utilizadas as médias dos dados originais dos tratamentos e as
médias transformadas em arco.seno raiz quadrada de x/100 e para a análise das
características de crescimento foi utilizada a média dos dados originais. As análises
foram realizadas no programa SISVAR (FERREIRA, 2006) e as médias comparadas
pelo teste de Scott-Knott a 5% (ver anexos).
23
F
IGURA
5
.
Croqui do experimento no subsistema 1 (pastagem), localizado
no Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe
,
município de São Cristóvão-SE.
FIG
URA
6
.
Esquema da área experimental no subsistema 2 (agricultura), localizado no
Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe
, município de São
Cristóvão-SE.
24
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E FISIOLÓGICAS DAS
SEMENTES EM LABORATÓRIO
4.1.1. Características físicas
A avaliação das características físicas é de fundamental importância para a
análise da qualidade do lote de sementes, o qual pode influenciar no processo de
emergência de plântulas, sobrevivência e desenvolvimento das mudas em campo.
Na Tabela 3 estão os resultados referentes à umidade, peso de mil sementes e
número de sementes por quilograma do lote das espécies selecionadas para a
implantação da semeadura direta em campo.
TABELA 3. Valores referentes ao grau de umidade, peso de mil sementes e número de
sementes por quilograma das sementes das espécies selecionadas.
Espécies Umidade (%)
Peso de mil sementes (g) Nº de sementes/kg
Erythrina velutina 4,91 427,33 2.340
Bowdichia virgilioides 4,64 18,14 55.127
Guazuma ulmifolia 5,37 5,93 168.634
Sapindus saponaria 5,67 735,32 1.360
Lonchocarpus sericeus 5,29 365,61 2.375
Machaerium aculeatum 10,19 60,66 16.485
O grau de umidade variou entre 4-6% nas espécies estudadas, o qual pode ser
considerado ideal para o armazenamento e conservação da viabilidade das sementes
estudadas. Com exceção de M. aculeatum, que obteve 10,19% de umidade, o que é
aceitável para a maioria das espécies florestais que possuem comportamento
intermediário.
Segundo Carvalho e Nakagawa (2000), para evitar a rápida deterioração no
armazenamento das sementes, o teor de água deve ser reduzido para 4-8%, dependendo
da espécie. Para sementes ortodoxas, recomenda-se a secagem até 5-8% de umidade e
armazenamento em câmara fria, para que não haja perda de sua viabilidade. Já as
sementes que possuem comportamento intermediário, mantêm-se viáveis durante o
período de um ano, se forem secas até 10-12% de umidade e armazenadas em câmara
fria na temperatura de 5-10ºC (DAVIDE e SILVA, 2008).
25
O peso de mil sementes e o número de sementes por quilograma variaram entre
as espécies. B. virgilioides, G. ulmifolia e M. aculeatum apresentaram um número
relativamente alto de sementes por quilograma, o qual pode estar relacionado ao grupo
ecológico dessas plantas, que espécies pioneiras apresentam produção abundante de
sementes pequenas. Ao contrário das demais espécies, que apresentaram um baixo
número de sementes por quilo.
As características morfométricas e a massa específica das sementes também
variaram entre as espécies (Tabela 4), com B. virgilioides, G. ulmifolia e M. aculeatum
apresentando os menores valores, reforçando a classificação dessas espécies como
pioneiras. E. velutina, L. sericeus e S. saponaria, apresentaram sementes grandes e
com maior quantidade de reserva acumulada (ver anexos).
TABELA 4. Massa específica e características morfométricas das sementes das
espécies utilizadas na implantação da semeadura direta.
Espécies
Massa
específica (g)
Comprimento
(mm)
Largura
(mm)
Espessura
(mm)
Erythrina velutina 0,437 b 11,915 8,663 8,255
Bowdichia virgilioides 0,018 e 0,178 0,123 0,067
Guazuma ulmifolia 0,007 e 2,826 2,246 1,668
Sapindus saponaria 0,909 a 11,906 12,010 11,100
Lonchocarpus sericeus 0,399 c 15,315 7,784 4,553
Machaerium aculeatum 0,069 d 0,520 0,189 0,083
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott a 5% de
probabilidade.
De acordo com Carvalho e Nakagawa (2000), sementes grandes possuem maior
tecido de reserva, originando plântulas mais vigorosas em condições adversas de
campo. Para Cruz et al. (2001), as características morfométricas estão relacionadas à
dispersão e estabelecimento das plântulas, além de ser utilizada como fator de
diferenciação de espécies pioneiras e clímax em florestas tropicais.
A morfometria das sementes varia entre as espécies, populações e indivíduos,
devido às combinações genéticas e condições ambientais que influenciam no padrão de
alocação dos recursos. Essa variabilidade pode determinar as características genéticas e
fenotípicas de uma nova planta, sendo indicativo da qualidade fisiológica das sementes,
da aptidão e do estabelecimento de um novo indivíduo (PARCIAK, 2002; DORNELES
e GRISI, 2009).
26
4.1.2. Características fisiológicas
Pelos resultados obtidos no teste de germinação, houve diferença significativa
entre as espécies, com relação à porcentagem de sementes que germinaram,
porcentagem de sementes deterioradas e porcentagem de sementes duras (Tabela 5).
TABELA 5. Resultado do teste de germinação em condições de laboratório, das
sementes das espécies selecionadas para implantação da semeadura
direta.
Sementes (%) Plântulas (%)
Espécies
Germinadas
Deterioradas
Duras Normais Anormais
Erythrina velutina 98,00
a
2,00
c
0,00
c
92,83
a
7,17
b
Bowdichia virgilioides 94,00
a
6,00
c
0,00
c
97,91
a
2,09
b
Guazuma ulmifolia 66,00
b
21,00
b
14,00
c
90,79
a
9,21
b
Sapindus saponaria 62,00
b
7,00
c
31,00
b
85,48
b
14,52
a
Lonchocarpus sericeus 41,00
c
37,00
a
22,00
b
84,43
b
15,57
a
Machaerium aculeatum 19,00
d
4,00
c
77,00
a
96,87
a
3,13
b
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott a 5% de
probabilidade.
Para E. velutina e B. virgilioides, que apresentaram os maiores valores de
sementes germinadas, não houve diferença significativa, para a germinação e número
sementes deterioradas. G. ulmifolia, S. saponaria e L. sericeus apresentaram resultados
intermediários com relação à germinação de sementes e M. aculeatum apresentou menor
potencial germinativo e maior número de sementes duras (77,00%).
O elevado número de sementes duras para M. aculeatum pode estar relacionado
ao tipo de beneficiamento utilizado para essa espécie. Uma vez que os frutos de M.
aculeatum não foram beneficiados, retirando-se apenas as asas dos mesmos, antes de
serem semeados. A qualidade do lote também pode ter influenciado na baixa
germinação dessa espécie.
Resultados semelhantes para E. velutina foram obtidos por Silva et al. (2008),
em sementes escarificadas com lixa, em condições de laboratório, as quais apresentaram
100,00% de germinação.
Para B. virgilioides, Andrade et al. (1997) constataram que os maiores valores de
germinação para essa espécie foram obtidos com a imersão das sementes em ácido
sulfúrico por 5 a 10 minutos, cujas médias foram 85,30 e 80,50%, respectivamente. Ao
contrário de Smiderle e Souza (2003) que encontraram resultado inferior para o mesmo
tratamento (51,00%). Essa diferença na porcentagem de germinação para B. virgilioides
27
pode estar relacionada à qualidade do lote de sementes, o qual pode variar entre os
indivíduos de uma mesma espécie.
Gonçalves et al. (2008), trabalhando com teste de vigor em lotes de G. ulmifolia
encontraram valores semelhantes para a germinação de sementes escarificadas com
ácido sulfúrico durante 50 minutos, que variaram de 58,00 a 73,00% de sementes
germinadas.
Apesar da variação do poder germinativo entre as espécies, não houve diferença
significativa entre a porcentagem de plântulas normais e anormais para E. velutina, B.
virgilioides, G. ulmifolia e M. aculeatum.
Com base nesses resultados, pode-se concluir que as sementes apresentaram
comportamento ortodoxo, uma vez que apresentaram teores de umidade próximos de 5-
8%, conforme mencionado por Davide e Silva (2008), ficaram armazenadas durante um
intervalo de 12-18 meses em câmara fria e mantiveram-se viáveis até a implantação do
experimento em campo, com exceção de M. aculeatum, que apresentou comportamento
intermediário.
4.2. AVALIAÇÃO DA TEMPERATURA E UMIDADE DO SOLO NAS ÁREAS
EXPERIMENTAIS
A temperatura do solo a 5cm de profundidade variou dentro e fora dos protetores
físicos no subsistema 1 (Figura 7A). A amplitude observada dentro do protetor físico até
os 52 dias após a semeadura variou de 31,23 a 31,65ºC, sendo 2,59ºC superior à
observada nas parcelas sem protetor físico (28,69 a 28,76ºC). Após esse período, a
temperatura dentro dos protetores diminuiu (26,47 a 23,32ºC), ficando 1,04ºC inferior à
temperatura fora dos protetores (26,14 a 23,62ºC).
O mesmo comportamento foi verificado na camada do solo a 10cm de
profundidade (Figura 7B), que aos 52 dias depois do plantio, a temperatura dentro do
protetor variou de 30,00 a 30,76ºC, ficando 2,49ºC superior às linhas sem proteção
(27,50 a 28,27ºC). Após esse intervalo de tempo, ocorreu uma diminuição de
temperatura dentro dos protetores (26,68 a 23,17ºC), ficando apenas 0,49ºC inferior à
temperatura fora dos protetores (26,60 a 23,35ºC).
28
20,00
22,50
25,00
27,50
30,00
32,50
35,00
8 15 22 30 37 45 52 60 67 75 82 90
Temperatura (ºC)
Sem protetor Com protetor
20,00
22,50
25,00
27,50
30,00
32,50
8 15 22 30 37 45 52 60 67 75 82 90
Dias após semeadura
Temperatura C)
Sem protetor Com protetor
No subsistema 2, ocorreu uma pequena variação de temperatura na ausência e
presença do protetor físico, em comparação à área de pastagem (Figura 8A). Na camada
a 5cm de profundidade, a média da temperatura dentro do protetor foi 1,67ºC superior,
variando de 31,49 a 28,75ºC, até os 52 dias após a semeadura. Depois ocorreu um
declínio tanto na ausência (26,40 a 22,73ºC) como na presença (26,16 a 22,51ºC) do
protetor físico, os quais apresentaram comportamento semelhante.
Com relação à temperatura do solo a 10cm de profundidade (Figura 8B), a
variação entre os tratamentos foi mínima, ficando a média da temperatura dentro do
A
B
FIGURA
7
.
Temperatura do solo a 5cm (A) e 10cm (B) de profundidade, no
subsistema 1 (pastagem), localizado no Campus Rural da Universidade
Federal de Sergipe, município de São Cristóvão-SE, até os 90 dias
após a implantação da semeadura direta.
29
20,00
22,50
25,00
27,50
30,00
32,50
35,00
8 15 22 30 37 45 52 60 67 75 82 90
Temperatura (ºC)
Sem protetor Com protetor
20,00
22,50
25,00
27,50
30,00
32,50
35,00
8 15 22 30 37 45 52 60 67 75 82 90
Dias após semeadura
Temperatura (ºC)
Sem protetor Com protetor
protetor físico (29,68 a 22,32ºC) apenas 0,34ºC superior às parcelas sem protetor (29,00
a 22,41ºC).
Os dados de temperatura observados podem ser considerados como
característicos para amplitudes térmicas em regiões tropicais, cujos valores, de acordo
com Ferreira et al. (2009), variam de 15,00 a 35,00ºC para a emergência da maioria das
espécies florestais. Segundo Eira e Martins Neto (1998), os limites de temperatura
máxima e mínima, bem como a ótima, representam as temperaturas cardeais para a
A
B
F
IGURA
8
.
Temperatura do solo a 5cm (A) e 10cm (B) de profundidade, no
subsistema 2 (agricultura), localizado no Campus Rural da
Universidade Federal de Sergipe, município de São Cristóvão-SE, até
os 90 dias após a implantação da semeadura direta.
30
germinação. A temperatura ótima para a maioria das espécies está entre 20,00 e
30,00ºC, e a máxima entre 35,00 e 40,00ºC.
Avaliando a eficiência do uso do protetor físico na emergência de plântulas e
sobrevivência das mudas de espécies florestais em três ambientes distintos, Santos
Júnior (2000) constatou que o uso de protetor físico influenciou na temperatura e
umidade do solo. Evidenciou ainda que nas condições de viveiro, a temperatura média
dentro do protetor foi 2,50ºC superior àquela encontrada sem proteção. Efeitos
semelhantes foram observados por Mattei et al. (2001), Mattei e Rosenthal (2002),
Ferreira et al. (2007) e Andrade (2008).
Klein (2005), testando o efeito de um protetor sico em diferentes épocas do
ano (outono, inverno e primavera), na semeadura direta de timburi (Enterolobium
contortisiliquum) e canafístula (Peltophorum dubium), registrou que a temperatura do
ar dentro e fora dos protetores físicos, mensurada de duas em duas horas, apresentou
valores mais elevados dentro dos protetores. Segundo o autor, esse comportamento é
resultado dos raios infravermelhos de comprimento curto provenientes do sol que
atravessam o plástico transparente do protetor, aquecendo o ar em seu interior, o qual
passa a emitir ondas de comprimento longo, que são bloqueadas pelo protetor, com
conseqüente elevação da temperatura dentro do mesmo.
Na Figura 9, encontram-se os dados referentes à umidade do solo. Para a análise
dessa variável não foi levado em consideração a umidade dentro do protetor físico, mas
sim a quantidade de água no solo em toda a área, na profundidade de 0-20cm.
Observou-se que os dois ambientes apresentaram comportamentos semelhantes.
Aos 45 dias após a implantação da semeadura houve um decréscimo na umidade do
solo nas duas áreas, restituindo-se o teor de água logo em seguida.
Tendo em vista as propriedades físico-hídricas do Argissolo Vermelho-Amarelo
e do Neossolo Flúvico dos dois subsistemas utilizados, sobretudo a curva de retenção
de água, determinadas por Barros (2006) nesse agroecossistema (Campus Rural da
Universidade Federal de Sergipe), verifica-se que a umidade do solo encontrava-se com
valores superiores à tensão de 30kPa. Desse modo, pode-se afirmar que durante o
período mais crítico à emergência das plântulas, o solo estava úmido, favorecendo a
emergência e sobrevivência das espécies plantadas.
Este fato pode ser explicado, devido à precipitação pluvial, no município de São
Cristóvão em 2009, encontrar-se bastante favorável na quadra chuvosa (maio a agosto).
31
Na Figura 10 estão os valores referentes à precipitação média mensal na região
de São Cristóvão, durante o período de avaliação do experimento. De acordo com os
dados observados, o mês de maio apresentou o maior valor de precipitação, ocorrendo
um decréscimo nos meses subseqüentes.
5,00
7,25
9,50
11,75
14,00
16,25
18,50
8 15 22 30 37 45 52 60 67 75 82 90
Dias após semeadura
Umidade (%)
Subsistema 1 - Pastagem Subsistema 2 - Agricultura
2009 2010
0,0
150,0
300,0
450,0
600,0
750,0
Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan
Precipitação (mm
)
Figura
10
.
Precipitação média mensal na região de São Cristóvão, durante o
período de condução do experimento. (Fonte: Centro de Meteorologia e
Recursos Hídricos - CMRH/SRH/SEMARH/SE, 2010).
FIGURA 9.
Umidade do solo nos dois subsistemas até os 90 dias após a
implantação da semeadura direta, no Campus Rural da Universidade
Federal de Sergipe, município de São Cristóvão-SE.
32
Para Carvalho e Nakagawa (2000), a umidade é o fator que mais influencia no
processo germinativo. Da absorção de água pela semente, ocorre a reidratação dos
tecidos, com a intensificação da respiração e de todas as atividades metabólicas, que
irão culminar no fornecimento de energia e nutrientes necessários à germinação das
sementes ou à emergência de plântulas.
4.3. EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS EM CAMPO
A semeadura direta nos dois subsistemas apresentou diferença significativa na
porcentagem de emergência de plântulas (Tabela 6). O subsistema 2 obteve as melhores
médias de emergência de plântulas (53,93%) em comparação ao subsistema 1 (27,70%).
Essa diferença na emergência de plântulas pode estar relacionada ao tipo de ocupação
do solo e às suas características químicas e físicas, que apresentaram maior nível de
fertilidade no subsistema 2 (ver anexos).
TABELA 6. Valores médios referentes à porcentagem de emergência de plântulas nas
duas áreas de estudo, aos 90 dias após a implantação da semeadura direta,
nos dois subsistemas, localizados no Campus Rural da Universidade
Federal de Sergipe, município de São Cristóvão-SE.
Espécies Subsistema 1 – Pastagem Subsistema 2- Agricultura
Erythrina velutina
67,62 aB 91,90 aA
Bowdichia virgilioides
8,10 cB 67,62 bA
Sapindus saponaria
41,43 bB 71,91 bA
Guazuma ulmifolia
16,91 cB 39,29 cA
Lonchocarpus sericeus
28,10 cA 44,53 cA
Machaerium aculeatum
4,05 cA 8,34 dA
Média
27,70 B 53,93 A
Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Letras minúsculas na vertical comparam espécies, para cada ambiente.
Letras maiúsculas na horizontal comparam os ambientes, para cada espécie.
Comparando-se os dois ambientes, as sementes de E. velutina, B. virgilioides, S.
saponaria e G. ulmifolia apresentaram diferenças na porcentagem de emergência entre
as duas áreas, com maiores médias de emergência no subsistema 2, com exceção de L.
sericeus e M. aculeatum que não apresentaram diferença significativa em ambos os
ambientes.
Considerando-se a influência do protetor físico na emergência de plântulas das
espécies estudadas (Tabela 7), no subsistema 1 não houve diferença significativa entre a
presença e ausência de protetor físico na emergência de plântulas, com exceção de L.
33
sericeus que sofreu influência do protetor. No subsistema 2, a utilização do protetor
influenciou na emergência de plântulas em campo. Porém, apesar do protetor ter
influenciado na emergência, não houve diferença significativa na germinação de E.
velutina, S. saponaria, G. ulmifolia, L. sericeus e M. aculeatum.
TABELA 7. Média dos valores referentes à porcentagem de emergência de plântulas
das espécies estudadas, até os 90 dias após a semeadura, na ausência e
presença do protetor físico, nos dois subsistemas, situados no Campus
Rural da Universidade Federal de Sergipe, município de São Cristóvão-
SE. CP – com protetor; SP – sem protetor.
Subsistema 1 – Pastagem Subsistema 2- Agricultura
Espécies
CP SP CP SP
Erythrina velutina 57,14 aA 78,09 aA 99,05 aA 84,76 aA
Bowdichia virgilioides 16,19 bA 0,00 cA 96,19 aA 39,05 bB
Sapindus saponaria 40,00 aA 42,86 bA 79,04 aA 64,76 aA
Guazuma ulmifolia 26,67 bA 7,14 cA 52,38 bA 26,19 bA
Lonchocarpus sericeus 50,00 aA 6,19 cB 44,76 bA 44,28 bA
Machaerium aculeatum 7,14 bA 0,95 cA 14,76 cA 1,91 cA
Média 32,86A 22,54A 64,37A 43,49B
Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Letras minúsculas na vertical comparam as espécies, para cada protetor (CP/SP), em cada ambiente.
Letras maiúsculas na horizontal comparam protetor, para cada espécie, em cada ambiente.
Letras maiúsculas na horizontal comparam protetor, em cada ambiente.
M. aculeatum apresentou baixa emergência de plântulas em todos os tratamentos
utilizados. O mesmo comportamento foi presenciado no teste de germinação realizado
em condições de laboratório, com o mesmo lote de sementes, no qual M. aculeatum
obteve baixa germinação. Esse fato pode estar relacionado à forma como os frutos de M.
aculeatum foram beneficiados, uma vez que as sementes não foram retiradas dos frutos,
removendo-se apenas as asas dos mesmos, antes da semeadura. Pode-se inferir também
que a qualidade fisiológica do lote de sementes utilizado pode não ter sido adequada o
suficiente para a emergência da espécie.
Foi observado que as diferenças de emergência de plântulas entre as espécies
podem estar relacionada com o tamanho e a massa específica das sementes, uma vez
que sementes grandes dispõem de maior quantidade de reservas acumuladas para o
desenvolvimento do eixo embrionário.
Para Uhl et al. (1991), o sucesso da emergência de plântulas está diretamente
relacionado com o tamanho das sementes, sendo que sementes pequenas, menores que
0,5g, sofrem mais predação.
34
Camargo et al. (1998), observaram que o crescimento inicial de plântulas pode
ser influenciado pelo tamanho/reserva da semente. Em trabalho de recuperação de áreas
naturais e degradadas na Amazônia Central, utilizando-se a semeadura direta, os autores
constataram que sementes grandes, como as de Caryocar villosum e Parkia multijuga,
apresentaram crescimento satisfatório, enquanto que sementes pequenas, que possuem
poucas reservas, como as de Cochlospermum orinoccense, Ochroma pyramidale e
Triplaris surinamesis, não conseguiram se estabelecer em campo, apresentando baixa
emergência.
Comportamento semelhante foi evidenciado por Ferreira et al. (2009), na
implantação da semeadura direta em área de mata ciliar no Baixo São Francisco
Sergipano, onde as espécies Cassia grandis, Hymenaea courbaril e Enterolobium
contortisiliquum apresentaram maior emergência em campo, devido ao tamanho de
suas sementes.
Outro fator que pode ter contribuído para a emergência, é a utilização de
tratamentos para a superação da dormência de sementes, o qual pode propiciar um
rápido estabelecimento das plântulas e, conseqüentemente, um recobrimento mais
rápido do solo. Aerts et al. (2006), evidenciaram que o pré-tratamento de sementes
auxiliou na redução da dormência de Olea europaea, além de diminuir a possibilidade
de remoção e predação das sementes em campo.
Com relação à influência da temperatura e umidade do solo na emergência e
estabelecimento das plântulas nos dois ambientes, foi verificado que as médias de
temperatura dentro dos protetores físicos a 5 e 10cm de profundidade foram superiores,
em relação à parcela sem protetor. E que durante o período avaliado, o solo nos dois
subsistemas apresentou elevada umidade. Neste aspecto, a temperatura e umidade
podem ter influenciado na emergência das espécies estudadas. Uma vez que, o processo
de emergência de plântulas sofre influência dessas duas variáveis.
Mattei e Rosenthal (2002), avaliando a eficiência do uso de protetores físicos na
semeadura direta de Peltophorum dubium constataram que a sua utilização contribuiu
para o aumento da emergência e estabelecimento de plantas no enriquecimento de
capoeiras. Santos Júnior et al. (2004), concluiu que o uso de protetor físico foi eficaz
para a emergência de plântulas de Cedrela fissilis, Copaifera langsdorfii, Enterolobium
contortisiliquum, Piptadenia gonoacantha e Tabebuia serratifolia.
Também foi evidenciado por Andrade (2008), que a porcentagem de germinação
obtida com o uso de protetor físico foi superior para as espécies Enterolobium
35
contortisiliquum e Copaifera langsdorfii na avaliação da semeadura direta em área
degradada por mineração.
Ferreira (2002), concluiu que não houve diferença significativa no uso do
protetor físico na emergência de plântulas de Senna multijuga, Senna macranthera,
Solanum granuloso-leprosum e Trema micrantha em campo.
Foi constatada no subsistema 1, a presença de erosão laminar no solo durante o
período de chuvas na região, a qual pode ter afetado a emergência das espécies
implantadas, devido ao carreamento e soterramento das sementes que não estavam com
proteção. Foi presenciado também o soterramento de protetores físicos em algumas
parcelas e a presença de água em alguns protetores (Figura 11).
Avaliando-se a semeadura direta de Pinus taeda e Cedrela fissilis com a
utilização de duas técnicas de preparo do solo (sem preparo e aração e gradagem),
Mattei (1995a) concluiu que o solo arenoso demonstrou ser inadequado ao plantio
direto de sementes no período de chuvas, devido à movimentação de suas partículas e
pela rápida infiltração.
O revolvimento do solo através da aração e gradagem pode ter contribuído para a
perda de sementes, principalmente nas parcelas sem protetor físico, devido à
movimentação do solo, causando soterramento ou arraste das sementes. Este fato foi
evidenciado no subsistema 1, onde as sementes das espécies G. ulmifolia, M. aculeatum,
L. sericeus e B. virgilioides apresentaram baixa emergência, em comparação às parcelas
B
A
FIGURA
11
.
Presença de água no protetor físico (A) e soterramento por erosão
laminar (B), após incidência de chuvas, no subsistema 1 (pastagem),
localizado no Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe,
município de São Cristóvão-SE, após
a implantação da semeadura
direta.
36
com protetores físicos. No subsistema 2, este fato foi presenciado para as sementes de
B. virgilioides e M. aculeatum.
De acordo com Mattei et al. (2001), a utilização do protetor físico evitou o
arraste ou soterramento das sementes de Pinus elliotii, além de criar um microambiente
mais favorável à germinação da espécie. Comportamento semelhante também foi
evidenciado pelo mesmo autor, para as sementes de Pinus taeda protegidas com
protetores físicos, onde foi presenciado nas parcelas sem proteção que a movimentação
do solo, com a água da chuva, na fase de emergência, resultou num alto volume de
perdas de sementes (MATTEI, 1997).
Durante o período avaliado, não foi observada a presença de patógenos nas
sementes e/ou plântulas, nem a deformação das mudas, nas parcelas com protetor, nos
ambientes estudados. Uma vez que, Ferreira (2002) considerou este evento como uma
das desvantagens na utilização de protetores físicos, além da incidência de fungos,
devido às temperaturas e umidades mais elevadas, associadas à alta densidade de
plântulas por cova. E ainda, a presença de mudas com deformações, ocasionadas pela
borda superior do protetor, que atuou como um fator de impedimento para o
crescimento das plantas.
4.4. SOBREVIVÊNCIA DAS MUDAS EM CAMPO
A sobrevivência das mudas diferiu estatisticamente entre os dois ambientes
(Tabela 8). Esse comportamento, pode estar relacionado com as características físicas e
químicas do solo e ao seu tipo de ocupação. Neste trabalho foi verificado que o solo do
subsistema 2 apresentou maior nível de fertilidade (ver anexos).
De acordo com Queiroz et al. (2008), os solos utilizados como pastagens
possuem baixa fertilidade natural, acidez elevada e drenagem, apresentando baixa
capacidade de suprir nutrientes, o que resulta em baixos níveis de produtividade.
As espécies E. velutina, S. saponaria e L. sericeus apresentaram os maiores
níveis de sobrevivência, não diferindo estatisticamente entre os ambientes. G. ulmifolia
também apresentou comportamento semelhante nos dois subsistemas, porém apresentou
valores baixos de sobrevivência. M. aculeatum e B. virgilioides tiveram diferenças
com relação à sobrevivência nos dois subsistemas.
37
TABELA 8. Valores médios referentes à porcentagem de sobrevivência de plântulas
nos dois subsistemas, situados no Campus Rural da Universidade Federal
de Sergipe, município de São Cristóvão-SE, aos 90 dias após a
implantação do experimento.
Espécies Subsistema 1 – Pastagem Subsistema 2- Agricultura
Erythrina velutina 65,30 aA 74,66 aA
Bowdichia virgilioides 0,00 bB 31,82 bA
Sapindus saponaria 68,97 aA 82,98 aA
Guazuma ulmifolia 21,86 bA 34,52 bA
Lonchocarpus sericeus 71,14 aA 83,05 aA
Machaerium aculeatum 15,38 bB 63,52 aA
Média 40,44 B 61,76 A
Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Letras minúsculas na vertical comparam espécies, para cada ambiente.
Letras maiúsculas na horizontal comparam os ambientes, para cada espécie.
Com relação à eficiência do protetor físico na sobrevivência das mudas em
campo (Tabela 9), no subsistema 1 não houve diferença significativa entre os
tratamentos (com protetor e sem protetor), com exceção de S. saponaria que apresentou
maior número de plântulas vivas na parcela com protetor (90,41%). No subsistema 2, o
tratamento com protetor físico influenciou no estabelecimento das mudas. Contundo,
apesar de o protetor ter auxiliado na sobrevivência das mudas, não apresentou diferença
significativa para as espécies E. velutina, S. saponaria, L. sericeus e M. aculeatum.
TABELA 9. Valores médios referentes à porcentagem de sobrevivência das mudas das
espécies estudadas, até os 90 dias após a semeadura, na ausência e
presença do protetor físico, nos dois subsistemas, localizados no Campus
Rural da Universidade Federal de Sergipe, município de São Cristóvão-SE.
CP – com protetor; SP – sem protetor.
Subsistema 1 – Pastagem Subsistema 2- Agricultura
Espécies
CP SP CP SP
Erythrina velutina 53,42 aA 77,18 aA 85,66 aA 63,65 aA
Bowdichia virgilioides 0,00 bA 0,00 bA 54,55 aA 9,09 bB
Sapindus saponaria 90,41 aA 47,53 aB 86,85 aA 79,11 aA
Guazuma ulmifolia 31,82 aA 11,90 bA 61,87 aA 7,17 bB
Lonchocarpus sericeus 83,95 aA 58,33 aA 82,35 aA 83,75 aA
Machaerium aculeatum 30,77 bA 0,00 bA 82,59 aA 44,44 aA
Média 48,40A 32,49A 75,64A 47,87B
Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Letras minúsculas na vertical comparam as espécies, para cada protetor (CP/SP), em cada ambiente.
Letras maiúsculas na horizontal comparam protetor, para cada espécie, em cada ambiente.
Letras maiúsculas na horizontal comparam protetor, em cada ambiente.
38
B. virgilioides apresentou 100,00% de mortalidade no subsistema 1, mesmo com
o uso do protetor físico. O mesmo comportamento foi presenciado para M. aculeatum
nas parcelas sem protetor. Este fato pode estar relacionado, com as características
edáficas encontradas no solo dessa área, o qual apresentou erosão laminar e conseqüente
soterramento ou arraste das plântulas em desenvolvimento, além de apresentar baixa
infiltração.
Neste trabalho, pode-se verificar que as espécies que apresentaram sementes
maiores tiveram maior sobrevivência em campo. O mesmo comportamento foi
evidenciado por Ferreira et al. (2009), na semeadura direta de algumas espécies
florestais nativas, para recuperação de mata ciliar no Baixo São Francisco.
Doust et al. (2006) observaram na semeadura direta de dezesseis espécies
florestais na Austrália, que o tamanho da semente foi um dos fatores que influenciou
diretamente no estabelecimento das plântulas. Os autores constataram ainda que as
sementes maiores (>5,0 g) tiveram taxas mais altas de estabelecimento do que as
sementes pequenas (0,01 a 0,099 g) e intermediárias (0,1 a 4,99 g).
Camargo et al. (1998) concluíram que espécies pioneiras, geralmente produzem
sementes pequenas e em grandes quantidades. E que sob condições favoráveis podem
apresentar uma elevada taxa de germinação, porém, são mais susceptíveis às flutuações
ambientais que ocorrem em áreas degradadas, não resistindo muito tempo às condições
adversas.
Após a estabilização da emergência, e mesmo durante esse processo, iniciam-se
as perdas de plântulas, que crescem com o passar do tempo, e caso não sejam tomadas
medidas adequadas, pode-se chegar a uma densidade inicial que afetará o
estabelecimento do plantio nos anos seguintes (MATTEI e ROSENTHAL, 2002).
Nos dois subsistemas, presenciou-se a ocorrência de lagartas e formigas nas
plântulas em desenvolvimento, principalmente nas parcelas sem protetor. Verificou-se
também o corte de algumas plântulas e pedaços de folhas no solo (Figura 12). De
acordo com Mattei (1997), o ataque de formigas é preocupante na primeira fase de
crescimento, prosseguindo até o final do primeiro ciclo vegetativo. Após esse período,
com a realização do controle, os danos podem ser reduzidos. Ainda segundo o autor,
caso os agentes causadores de perdas não forem controlados, os mesmos tendem a
destruir as plantas de forma localizada, causando desuniformidade na área revegetada.
39
Santos Júnior et al. (2004) observaram que a utilização do protetor foi eficaz na
sobrevivência das espécies arbóreas utilizadas na semeadura direta em campo (Tabebuia
serratifolia, Cedrela fissilis, Enterolobium contortisiliquum, Piptadenia gonoacantha e
Copaifera langsdorfii), principalmente na defesa contra o ataque de formigas. Resultado
semelhante foi relatado por Andrade (2008), onde concluiu que as taxas de mortalidade
e predação das espécies estudadas (Enterolobium contortisiliquum e Copaifera
langsdorfii) foram reduzidas, devido à presença do protetor físico de germinação.
Klein (2005) afirmou que a utilização de protetor físico foi eficaz na
sobrevivência de plântulas de Peltophorum dubium e Enterolobium contortisiliquum,
em todas as épocas do ano avaliadas (primavera, outono e inverno). O mesmo foi
presenciado por Carrijo et al. (2009), que constatou que as plantas de Eriotheca
pubescens originadas de sementes protegidas sobreviveram mais do que aquelas sem
proteção.
Comportamento contrário foi encontrado por Ferreira et al. (2007), que
afirmaram não haver diferença significativa na utilização do protetor físico na
sobrevivência de Senna multijuga, Senna macranthera, Solanum. granuloso-leprosum e
Trema micrantha. Avaliando a semeadura direta em campos abandonados, Meneghello
e Mattei (2004) presenciaram também que o protetor não apresentou diferença
significativa na sobrevivência de plântulas de Enterolobium contortisiliquum e
Peltophorum dubium, mas mostrou-se eficiente na sobrevivência de plântulas de
Cedrela fissilis.
A
B
FIGURA
1
2
.
Presença de lagarta em muda de Erythrina velutina
(A) e muda de
Guazuma ulmifolia
com as folhas cortadas na base (B), no subsistema 1
(agricultura), no Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe
,
município de São Cristóvão-SE.
40
4.5. DENSIDADE DE SEMENTES
Em relação à densidade de sementes utilizada para a implantação da semeadura
direta nos dois ambientes, considerando-se as médias da emergência e sobrevivência
dos tratamentos utilizados, observa-se que o método empregado apresentou bons
resultados para as espécies E. velutina, S. saponaria, L. sericeus, no subsistema 1. as
sementes de B. virgilioides e G. ulmifolia apesar de obterem altos valores de sementes
germinadas no teste de germinação em laboratório, apresentaram baixa emergência de
plântulas nesse ambiente, principalmente devido às condições adversas da área (Tabela
10).
TABELA 10. Média dos tratamentos para a emergência de plântulas e sobrevivência
das mudas das espécies estudadas, no subsistema 1, localizado no
Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, município de São
Cristóvão-SE, considerando-se a densidade de sementes utilizadas.
Emergência Sobrevivência
Espécies
Nº de sementes
(495m
2
)
(%) Total (%) Total
Erythrina velutina 210 67,62 142 65,30 93
Bowdichia virgilioides 210 8,10 17 0,00 0,00
Sapindus saponaria 210 42,43 89 68,97 61
Guazuma ulmifolia 420 16,91 71 21,86 15
Lonchocarpus sericeus 420 28,10 118 71,14 84
Machaerium aculeatum 420 4,05 17 15,38 2
Total/495m
2
1.890 - 454 - 255
Total/ha 38.182 - 9.171 - 5.151
No subsistema 2, a densidade de semeadura utilizada apresentou bons resultados
para as espécies selecionadas, com exceção de M. aculeatum que apresentou baixa
germinação em laboratório e baixa emergência em campo, fato este que pode estar
relacionado à qualidade do lote das sementes, além das condições ambientais (Tabela
11).
O uso de 5 sementes por cova para E. velutina, S. saponaria e B. virgilioides,
mostrou-se suficiente para o estabelecimento dessas espécies em campo, com exceção
de B. virgilioides, no subsistema 1. Considera-se também que para E. velutina, pode-se
reduzir essa quantidade para 3 sementes por cova, dependendo da qualidade do sítio,
uma vez que a espécie apresentou alta emergência e sobrevivência, principalmente no
subsistema 2. Para as demais espécies, a utilização de 10 sementes por cova mostrou-se
viável, principalmente, por serem pequenas e mais susceptíveis às adversidades em
campo.
41
TABELA 11. Média dos tratamentos para a emergência de plântulas e sobrevivência
das mudas das espécies estudadas, no subsistema 2, localizado no
Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, município de São
Cristóvão-SE, considerando-se a densidade de sementes utilizadas.
Emergência Sobrevivência
Espécies
Nº de sementes
(495m
2
)
(%) Total (%) Total
Erythrina velutina 210 91,90 193 74,66 144
Bowdichia virgilioides 210 67,62 142 31,81 45
Sapindus saponaria 210 71,91 151 82,98 125
Guazuma ulmifolia 420 39,29 165 34,52 57
Lonchocarpus sericeus 420 44,53 187 83,05 155
Machaerium aculeatum 420 8,34 35 63,52 22
Total/495m
2
1.890 - 873 - 548
Total/ha 38.182 - 17.636 - 11.070
A densidade de semeadura utilizada reafirma a recomendação de Santos Júnior
(2000), o qual sugere o uso de 3 a 10 sementes por cova para o estabelecimento de pelo
menos uma planta, em projetos de recuperação de mata ciliar.
Ferreira et al. (2009), na implantação de espécies florestais nativas em mata ciliar
por semeadura direta, utilizaram 10 sementes/cova para Caesalpinia leiostachya, Cassia
grandis e Schinus terenbinthifolius; 5 sementes/cova para Enterolobium
contortisiliquum e 3 sementes/cova para Hymenaea courbaril, e concluíram que a
quantidade de sementes utilizadas por cova para essas espécies proporcionou resultados
consideráveis em campo.
Testando-se o efeito de duas densidades de semeadura, Santos Júnior et al.
(2004) utilizaram para Cedrela fissilis, Copaifera langsdorfii e Tabebuia serratifolia, 5
ou 10 sementes/cova; Enterolobium contortisiliquum, 3 ou 6 sementes/cova e
Piptadenia gonoacantha, 10 ou 20 sementes por cova, e chegaram a conclusão que a
densidade de sementes, não influenciou nos tratamentos utilizados para essas espécies,
podendo, portanto, optar-se pela menor densidade.
Avaliando-se a eficiência do protetor físico na semeadura direta de Pinus
elliottii, Mattei et al. (2001), concluíram que o uso de 3 sementes/cova foi suficiente
para o estabelecimento da espécie. Carvalheira (2007), avaliando a semeadura direta
na recuperação de uma cascalheira, utilizando sementes de Cybistax antisyphilitica,
Hymenaea stignocarpa, Enterolobium gummiferum e Copaifera langsdorfii, colocou
apenas uma semente de cada espécie por cova, e concluiu que a densidade de semeadura
utilizada, pode ter sido um fator limitante para o estabelecimento de plântulas.
42
4.6. DENSIDADE DO POVOAMENTO
O número de covas com plantas diferiu estatisticamente entre os dois ambientes
(Tabela 12). O subsistema 2 apresentou o maior número de covas com plantas
(66,27%), em comparação ao subsistema 1 (37,70%).
TABELA 12. Média dos valores referentes ao número de covas com plantas até os 90
dias após a semeadura, na ausência e presença do protetor físico, nos
dois subsistemas, situados no Campus Rural da Universidade Federal de
Sergipe, município de São Cristóvão-SE. CP com protetor; SP sem
protetor.
Subsistema 1 – Pastagem Subsistema 2- Agricultura
Espécies
CP SP CP SP
Erythrina velutina 57,14 aA 76,19 aA 100,00 aA 85,71 aA
Bowdichia virgilioides 0,00 bA 0,00 bA 71,43 aA 14,29 bB
Sapindus saponaria 76,19 aA 61,90 aA 100,00 aA 90,48 aA
Guazuma ulmifolia 28,57 bA 9,52 bA 85,71 aA 9,53 bB
Lonchocarpus sericeus 95,24 aA 23,81 bB 90,48 aA 80,95 aA
Machaerium aculeatum 23,81 bA 0,00 bB 57,14 aA 9,53 bB
46,82 A 28,57 B 84,13 A 48,41 B
Médias
37,70 b 66,27 a
Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Letras minúsculas na vertical comparam as espécies, para cada protetor (CP/SP), em cada ambiente.
Letras maiúsculas na horizontal comparam protetor, para cada espécie, em cada ambiente.
Letras maiúsculas na horizontal comparam protetor, em cada ambiente.
Letras minúsculas na horizontal comparam ambientes.
No subsistema 1, houve diferença significativa entre os valores referentes às
parcelas com protetor e sem protetor, sendo que as parcelas com protetor físico
apresentaram o maior mero de covas com mudas. L. sericeus teve 95,24% de pontos
com planta, no tratamento com protetor físico, enquanto que na ausência do protetor
teve apenas 23,81%. Na parcela com protetor, M. aculeatum obteve 23,81% de covas
com mudas, apresentando 100,00% de mortalidade nas parcelas sem protetor. As
demais espécies não apresentaram diferença estatística com relação à presença ou
ausência do protetor físico.
No subsistema 2, as espécies G. ulmifolia, B. virgilioides e M aculeatum tiveram
melhores médias nas parcelas com protetor. Para as demais espécies, a porcentagem de
covas com plantas não diferiu estatisticamente quanto a presença ou ausência do
protetor físico.
Considerando-se o estabelecimento das espécies, E. velutina, S. saponaria e L.
sericeus apresentaram o maior número de covas com plantas, em ambos os ambientes.
43
De acordo com Brum et al. (1999) e Mattei et al. (2001), a análise do número de
covas com plantas, é de fundamental importância no estabelecimento inicial da área
com semeadura direta, pois indica a densidade futura do povoamento. A densidade
obtida após a primeira fase de desenvolvimento das plantas é uma informação
importante, pois este momento coincide com a estabilidade das plântulas em campo.
Neste trabalho, o espaçamento utilizado foi 1,5x1,5m, resultando em 4.444
mudas por hectare, como a porcentagem no subsistema 1 foi de aproximadamente
38,00%, estima-se que a semeadura direta com o plantio misto dessas espécies florestais
na área de pastagem, apresenta 1.900 covas com plantas estabelecidas. No subsistema 2,
a densidade média de pontos foi de aproximadamente 66,00%, o que corresponde a
3.300 covas com plantas, com o plantio direto de sementes, em área antes ocupada por
cultivos agrícolas anuais.
Vale ressaltar, que a baixa densidade encontrada no subsistema 1 é resultante da
baixa emergência de plântulas e sobrevivência das mudas em campo, devido às
condições adversas encontradas na área, não sendo uma condição geral para a
semeadura direta em outras áreas de pastagens. E ainda, a presença do protetor físico
contribuiu significativamente para o estabelecimento das mudas nos pontos semeados.
Os valores encontrados podem ser considerados satisfatórios no processo de
recuperação de áreas degradadas por plantio direto de sementes, uma vez que nos
modelos tradicionais utilizados em plantio de mudas, a densidade em geral varia de
1.666 a 3.333 mudas por hectare (DAVIDE et al., 2000).
Em trabalho com semeadura direta de cinco espécies florestais na região do
Baixo São Francisco, Ferreira et al. (2009) obteve 2.222 mudas por hectare, com
espaçamento de 3x1,5m.
Para a espécie Peltophorum dubium, Mattei e Rosenthal (2002), presenciaram
nas parcelas com protetor físico, 86,00% dos pontos com pelo menos uma planta,
enquanto que nos tratamentos sem protetor físico tiveram 51,60%. Klein (2005)
avaliando a utilização do protetor físico no estabelecimento de Peltphorum. dubium e
Enterolobium contortisiliquum, concluiu que o uso do protetor influenciou na densidade
populacional de Peltophorum dubium, aos 90 dias após a semeadura, promovendo
maior densidade em relação aos pontos de semeadura não-protegidos.
44
4.7. DESENVOLVIMENTO INICIAL DAS ESPÉCIES
4.7.1. Altura
Na Tabela 13 estão os valores referentes às médias das alturas das espécies
estudadas até os 240 dias após a implantação do experimento. Não houve diferença
significativa com relação aos ambientes estudados. O mesmo comportamento foi
presenciado para os tratamentos com protetor e sem protetor físico em cada área.
TABELA 13. Média de altura das espécies estudadas, até os 240 dias após a semeadura,
nos dois subsistemas, localizados no Campus Rural da Universidade
Federal de Sergipe, município de São Cristóvão-SE (CPcom protetor e
ST – sem protetor).
Subsistema 1 Subsistema 2
Espécies
CP SP CP SP
Erythrina velutina 59,41 aB 93,84 aA 80,47 aA 78,14 aA
Bowdichia virgilioides 0,00 bA 0,00 bA 21,41 bA 3,75 bA
Sapindus saponaria 19,42 bA 12,08 bA 26,26 bA 22,82 bA
Guazuma ulmifolia 48,55 aA 18,70 bA 31,14 bA 5,41 bA
Lonchocarpus sericeus 29,95bA 19,18 bA 27,28 bA 25,69 bA
Machaerium aculeatum 3,71 bA 0,00 bA 5,17 bA 0,80 bA
26,84A 23,97A 31,96A 22,77ª
Médias
25,40 a 27,36 a
Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Letras minúsculas na vertical comparam as espécies, para cada protetor (CP/SP), em cada ambiente.
Letras minúsculas na horizontal comparam ambientes.
Letras maiúsculas na horizontal comparam protetor, em cada ambiente.
Com relação à média de altura entre as espécies em cada ambiente, no
subsistema 1, nas parcelas com protetor físico, E. velutina e G. ulmifolia diferiram
estatisticamente das demais espécies. no tratamento sem protetor, apenas E. velutina
apresentou maior significância. Vale destacar que a altura média de E. velutina nas
parcelas com ausência de protetor físico foi maior que nas parcelas com protetor. No
subsistema 2, em ambos os tratamentos, apenas a espécie E. velutina obteve diferença
significativa em comparação às demais espécies.
A taxa de crescimento relativo em altura das espécies diferiu estatisticamente
entre os ambientes estudados (Tabela 14). A utilização do protetor físico, considerando-
se cada ambiente, não mostrou diferença significativa no incremento em altura para as
espécies, com exceção de B. virgilioides no subsistema 2.
45
TABELA 14. Taxa de crescimento relativo - TCR (%) em altura das espécies
estudadas, até os 240 dias após a implantação da semeadura, nos dois
subsistemas, localizados no Campus Rural da Universidade Federal de
Sergipe, município de São Cristóvão-SE.
Subsistema 1 Subsistema 2
Espécies
CP
(%)
SP
(%)
CP
(%)
SP
(%)
Erythrina velutina 41,95 aA 64,43 aA 105,62 bA 132,27 bA
Bowdichia virgilioides 0,00 aA 0,00 aA 532,64 aA 61,11 bB
Sapindus saponaria 95,84 aA 43,86 aA 76,05 bA 133,92 bA
Guazuma ulmifolia 109,15 aA 24,63 aA 160,23 bA 93,33 bA
Lonchocarpus sericeus 166,29 aA 145,37 aA 174,85 bA 252,26 aA
Machaerium aculeatum 42,47 aA 0,00 aA -100,00 cA 0,00 bA
75,95 A 46,38 A 158,23 A 112,15 A
Médias
61,17 b 135,19 a
Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Letras minúsculas na vertical comparam as espécies, para cada protetor (CP/SP), em cada ambiente.
Letras minúsculas na horizontal comparam ambientes.
Letras maiúsculas na horizontal comparam protetor, em cada ambiente.
No subsistema 1, L. sericeus apresentou os maiores valores de TCR em altura,
tanto na ausência como na presença do protetor físico. S. saponaria e G. ulmifolia
tiveram maior incremento dessa variável com o uso do protetor, ao contrário de E.
velutina que obteve maior incremento nas parcelas em que não foi utilizado protetor
físico. No subsistema 2, B. virgilioides apresentou maior valor de crescimento relativo
em altura entre as espécies, no tratamento com protetor físico. E. velutina, S. saponaria
e L. sericeus obtiveram maior incremento em altura, sem o uso do protetor em campo.
G. ulmifolia teve maior TCR com o uso de protetor físico.
O valor negativo para M. aculeatum no tratamento com proteção, no subsistema
2, deve-se ao fato de que nas últimas avaliações ocorreu a morte dos indivíduos nessas
parcelas. As Figuras 13 e 14 mostram o comportamento em altura das espécies durante
as avaliações mensais realizadas nos dois subsistemas.
O crescimento em altura de E. velutina nos dois ambientes é típico do grupo
ecológico das espécies pioneiras, principalmente por apresentar rápido crescimento em
campo (Figura 15). Outro fator que também pode ter contribuído para o seu
desenvolvimento foi o tamanho de suas sementes, uma vez que, o tamanho da semente
tem relação com o crescimento inicial das plantas, diminuindo esse efeito à medida que
as plantas se desenvolvem. De acordo com Carvalho e Nakagawa (2000), espécies que
possuem sementes pequenas apresentam desenvolvimento mais lento do que as espécies
que possuem sementes grandes, mas com o passar do tempo, acabam se desenvolvendo.
46
0,00
15,00
30,00
45,00
60,00
75,00
90 120 150 180 210 240
Altura (cm)
0,00
25,00
50,00
75,00
100,00
125,00
90 120 150 180 210 240
Dias após semeadura
Altura (cm)
B.virgiliodes S.saponaria L.sericeus
G.ulmifolia E.velutina M.aculeatum
L. sericeus e S. saponaria tiveram comportamento intermediário, o qual é
característico de espécies clímax, as quais apresentam crescimento lento, apesar de
possuírem sementes grandes (Figura 16).
Santos Júnior (2000), na avaliação do efeito do protetor físico no
desenvolvimento de cinco espécies florestais nativas por meio de semeadura direta,
concluiu que as espécies pioneiras utilizadas (Guazuma ulmifolia e Senna multijuga),
não apresentaram porte para sombrear as espécies clímax (Cedrela fissilis, Copaifera
langsdorfii, Enterolobium contortisiliquum, Piptadenia gonoacantha e Tabebuia
serratifolia) em campo. O autor evidenciou ainda que o uso do protetor físico foi efetivo
para o desenvolvimento inicial das espécies clímax estudadas, porém, a falta do mesmo
não inviabilizaria o processo.
A
B
FIGURA
1
3
.
Altura média das espécies selecionadas, com protetor físico (A) e
sem protetor físico (B), no subsistema 1 (pastagem), localizado no
Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, município de
São Cristóvão-SE.
47
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
90 120 150 180 210 240
Altura (cm)
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
90 120 150 180 210 240
Dias após semeadura
Altura (cm)
B.virgilioides M.aculeatum S.saponaria
L.sericeus G.ulmifolia E.velutina
Testando-se o efeito do protetor físico em diferentes épocas, na semeadura direta
de Enterolobium contortisiliquum e Peltophorum dubium, Klein (2005) constatou que o
uso de protetores físicos foi eficaz no desenvolvimento das mudas em altura,
apresentando um acréscimo de 64,00% em comparação às mudas semeadas sem
protetor, aos 180 dias após a semeadura.
A
B
FIGUR
A
14
.
Altura dia das espécies estudadas, nos tratamentos com protetor
físico (A) e sem protetor (B), no subsistema 2 (agricultura), situado
no Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, município
de São Cristóvão-SE.
48
4.7.2. Diâmetro do colo
FIGURA 1
5
.
Plantas de Erythrina velutina
aos 240 dias após a implantação da
semeadura direta, nos subsistema 1 (pastagem) (A) e subsistema 2
(agricultura) (B)
, localizados no Campus Rural da Universidade
Federal de Sergipe, município de São Cristóvão-SE.
B
A
A
B
FIG
URA 16.
Plantas de Lonchocarpus sericeus no subsistema 1 (pastagem) (A) e
de Sapindus saponaria subsistema 2 (agricultura) (B), situados no
Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, município de
São Cristóvão-SE, aos 240 dias após a semeadura.
49
4.7.2. Diâmetro do colo
Na análise das médias do diâmetro do colo das espécies estudadas até os 240
dias após a semeadura, não houve diferença significativa com relação às duas áreas
avaliadas. O mesmo resultado foi evidenciado para a presença e ausência do protetor
físico, em cada ambiente (Tabela 15).
Para a média dos diâmetros entre as espécies, em cada subsistema, no ambiente
1, E. velutina obteve os maiores valores nos dois tratamentos utilizados (com protetor e
sem protetor), seguida de G. ulmifolia, L. sericeus e S. saponaria. O mesmo
comportamento foi registrado no subsistema 2, com M. aculeatum e B. virgilioides
apresentando os menores resultados em campo.
Estatisticamente, não houve diferença significativa entre a ausência e o uso de
protetor físico no desenvolvimento em diâmetro das espécies estudadas, em cada
ambiente. Com exceção de E. velutina nos dois subsistemas, que apresentou maior valor
nas parcelas sem protetor, diferindo significativamente com relação ao uso do protetor
no subsistema 1.
TABELA 15. Média de diâmetro das espécies estudadas, até os 240 dias após a
semeadura, nos dois subsistemas, localizados no Campus Rural da
Universidade Federal de Sergipe, município de São Cristóvão-SE. (CP –
com protetor e ST – sem protetor).
Subsistema 1 Subsistema 2
Espécies
CP SP CP SP
Erythrina velutina 27,24 aB 41,28 aA 36,79 aA 39,40 aA
Bowdichia virgilioides 0,00 bA 0,00 bA 4,19 bA 0,89 bA
Sapindus saponaria 4,00 bA 2,92 bA 5,42 bA 4,69 bA
Guazuma ulmifolia 10,08 bA 4,26 bA 6,93 bA 1,17 bA
Lonchocarpus sericeus 7,94 bA 5,00 bA 6,92 bA 6,78 bA
Machaerium aculeatum 1,12 bA 0,00 bA 1,86 bA 0,29 bA
8,40 A 8,91 A 10,35 A 8,87ª
Médias
8,65 a 9,61 a
Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Letras minúsculas na vertical comparam as espécies, para cada protetor (CP/SP), em cada ambiente.
Letras minúsculas na horizontal comparam ambientes.
Letras maiúsculas na horizontal comparam protetor, em cada ambiente.
Apesar do protetor físico não se mostrar tão eficiente no desenvolvimento das
espécies, os valores médios de diâmetro encontrados nas parcelas com protetor foram
superiores às parcelas sem protetor físico.
50
A taxa de crescimento relativo em diâmetro do colo diferiu significativamente
entre os ambientes estudados (Tabela 16). O uso do protetor físico, considerando-se
cada ambiente, não apresentou diferença significativa no subsistema 1, ao contrário do
subsistema 2 que obteve diferença entre os dois tratamentos.
Tabela 16. Taxa de crescimento relativo - TCR (%) em diâmetro das espécies
estudadas, até os 240 dias após a implantação do experimento, nos dois
subsistemas, localizados no Campus Rural da Universidade Federal de
Sergipe, município de São Cristóvão-SE.
Subsistema 1 Subsistema 2
Espécies
CP SP CP SP
Erythrina velutina 52,91 aA 62,00 aA 97,89 bA 108,66 aA
Bowdichia virgilioides 0,00 aA 0,00 aA 212,03 aA 55,56 aB
Sapindus saponaria 70,07 aA 25,54 aA 59,81 bA 60,70 aA
Guazuma ulmifolia 53,34 aA 21,63 aA 102,69 bA 30,00 aB
Lonchocarpus sericeus 88,17 aA 25,42 aA 70,16 bA 46,52 aA
Machaerium aculeatum 22,14 aA 0,00 aA -100,00 cB
0,00 aA
47,77 A 24,45 A 73,76 A 50,24 B
Médias
36,11 b 62,00 a
Médias seguidas pela mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Letras minúsculas na vertical comparam as espécies, para cada protetor (CP/SP), em cada ambiente.
Letras minúsculas na horizontal comparam ambientes.
Letras maiúsculas na horizontal comparam protetor, em cada ambiente.
No subsistema 2, B. virgilioides e G. ulmifolia tiveram incremento em diâmetro
significativo, apresentando maior desenvolvimento nas parcelas com protetor (Figura
17). As demais espécies não apresentaram diferenças, mas tiveram maiores valores nas
parcelas com protetor, com exceção de E. velutina, que apresentou maior diâmetro no
tratamento sem o uso do protetor físico.
As Figuras 18 e 19 mostram o comportamento do diâmetro do colo das espécies
estudadas, nos tratamentos com e sem protetor físico, em cada ambiente. E. velutina
apresentou maior crescimento em diâmetro em todos o tratamentos utilizados. As
demais espécies apresentaram desenvolvimento intermediário.
Analisando-se o efeito do protetor físico no desenvolvimento de Enterolobium
contortisiliquum e Peltophorum dubium, Klein (2005) concluiu que houve diferença
significativa entre as espécies, com relação ao efeito do protetor no diâmetro médio do
coleto aos 180 dias após a semeadura. As mudas de Enterolobium contortisiliquum com
protetor tiveram o diâmetro médio 59,00% superior à média do diâmetro das mudas de
Peltophorum dubium. Ainda segundo o autor, os pontos de semeadura protegidos
51
tiveram valores médios superiores em diâmetro do coleto em várias épocas do ano, com
relação às parcelas sem protetor.
Na avaliação do efeito do protetor físico no desenvolvimento de cinco espécies
florestais, Santos Júnior (2000) concluiu que o uso do protetor físico foi eficaz no
desenvolvimento do diâmetro das espécies. Comportamento semelhante foi evidenciado
por Andrade (2008), que constatou que o tratamento com protetor físico para as espécies
Enterolobium. contortisiliquum e Copaifera langsdorfii influenciou no desenvolvimento
em diâmetro das espécies estudadas.
A
B
FIGURA 17.
Plantas de Bowdichia virgilioides (A) e Guazuma ulmifolia
(B) no
subsistema 2 (agricultura), situado no Campus Rural da
Universidade Federal de Sergipe, município de São Cristóvão-
SE,
aos 240 dias após a semeadura direta.
52
0,00
7,50
15,00
22,50
30,00
37,50
90 120 150 180 210 240
Dmetro (mm)
0,00
7,50
15,00
22,50
30,00
37,50
45,00
52,50
90 120 150 180 210 240
Dias após semeadura
Dmetro (mm)
B.virgilioides S.saponaria L.sericeus
G.ulmifolia E.velutina M.aculeatum
A
B
FIGURA
1
8
.
Valores médios refe
rentes ao diâmetro das espécies selecionadas, até
os 240 dias após a semeadura, nos tratamentos com protetor físico (A)
e sem protetor físico (B), no subsistema 1 (pastagem), localizado no
Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe
, município de São
Cristóvão-SE.
53
0,00
7,50
15,00
22,50
30,00
37,50
45,00
52,50
90 120 150 180 210 240
Diâmetro (mm)
0,00
12,50
25,00
37,50
50,00
62,50
120 150 180 210 240
Dias após semeadura
Diâmetro (mm)
B.virgilioides S.saponaria L.sericeus
G.ulmifolia E.velutina M.aculeatum
A
B
FIGURA
19
.
Média dos valores referente ao diâmetro das espécies estudadas, até os
240 dias após a implantação da semeadura direta, nos tratamentos
com protetor físico (A) e sem protetor físico (B), no subsistema 2
(agricultura), situado no Campus Rural da Universidade Federal de
Sergipe, município de São Cristóvão-SE.
54
5. CONCLUSÕES
O protetor físico foi eficaz no estabelecimento das espécies estudadas por meio
da semeadura direta, porém, a ausência do mesmo não inviabilizaria o desenvolvimento
destas.
Houve diferença significativa na porcentagem de emergência de plântulas e
sobrevivência das mudas, entre os dois subsistemas, apresentando melhores resultados
no subsistema 2 (agricultura).
A densidade de sementes utilizada, 5 a 10 sementes por cova, foi suficiente para
o estabelecimento de pelo menos um indivíduo por cova, na implantação da semeadura
direta em campo.
O tamanho das sementes e a massa específica influenciaram no estabelecimento
das espécies em campo, devido à maior quantidade de reservas acumuladas.
As características do sítio podem influenciar na emergência e sobrevivência das
plantas por semeadura direta.
Erythrina velutina destacou-se entre as demais espécies estudadas por apresentar
maiores valores de altura e diâmetro nos dois ambientes, independente da presença ou
ausência do protetor físico.
Erythrina velutina, Sapindus saponaria e Lonchocarpus sericeus são espécies
potencialmente viáveis para serem utilizadas na recuperação de agroecossistemas
degradados, por meio da semeadura direta.
55
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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61
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protetor físico, no estabelecimento de plantas de Pinus taeda L. por semeadura direta no
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preparation and invigorated seed lots of different quality: 2-year results. Canadian
Journal of Forest Research, Ottawa, v.24, n.1, p.77-86, 1994.
62
ANEXOS
Página
TABELA 1.
Resultado das análises química e física do solo nas duas áreas de
implantação do experimento, localizadas no Campus Rural da
Universidade Federal de Sergipe, município de São Cristóvão-SE.
.....................
64
TABELA 2.
Valores nimos e máximos da massa específica e características
morfométricas das sementes das espécies utilizadas na implantação
da semeadura direta................................................................
...............................
64
TABELA 3.
Quadro de ANAVA referente à porcentagem germinação das
espécies estudadas, em condições de laboratório................................
..................
64
TABELA 4.
Quadro de ANAVA da porcentagem de sementes deterioradas das
espécies estudadas, em teste de germinação ................................
.........................
65
TABELA 5.
Quadro de ANAVA da porcentagem de sementes duras das
espécies selecionadas, em teste de germinação................................
.....................
65
TABELA 6.
Quadro de ANAVA da porcentagem de plântulas normais das
espécies estudadas, em teste de germinação ................................
.........................
65
TABELA 7.
Quadro de ANAVA da porcentagem de plântulas anormais das
espécies selecionadas, em condições de laboratório
................................
65
TABELA 8.
Quadro de ANAVA referente aos valores médios da porcentagem
de emergência das espécies estudadas, até os 90 dias após a
semeadura direta, no Campus Rural da Universidade Federal de
Sergipe, município de São Cristóvão-SE ................................
..............................
66
TABELA 9.
Quadro de ANAVA referente aos valores médios da porcentagem
de sobrevivência de plântulas das espécies analisadas, até os 90
dias após a semeadura direta no Campus Rural da Universidade
Federal de Sergipe, município de São Cristóvão-SE
................................
66
TABELA 10.
Quadro de ANAVA referente aos valores médios da porcentagem
de covas com plantas, até os 90 dias após a semeadura direta, no
Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, município de
São Cristóvão-SE ................................................................
................................
67
TABELA 11.
Quadro de ANAVA para avaliação da altura média das espécies em
campo, até os 240 dias após a implantação da semeadura direta no
Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, município de
São Cristóvão-SE ................................................................
................................
67
63
TABELA 12.
Quadro de ANAVA dos valores médios de taxa de crescimento
relativo em altura das espécies, até os 240 dias após a implantação
da semeadura direta, no Campus Rural da Universidade Federal de
Sergipe, município de São Cristóvão-SE ................................
..............................
68
TABELA 13.
Quadro de ANAVA para avaliação do diâmetro médio das espécies
estudadas, até os 240 dias após a implantação da semeadura direta,
no Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, município
de São Cristóvão-SE................................................................
..............................
68
TABELA 14.
Quadro de ANAVA dos valores médios de taxa de crescimento
relativo em diâmetro das espécies, até os 240 dias após a
implantação da semeadura direta, no Campus Rural da
Universidade Federal de Sergipe, município de São Cristóvão-SE
......................
69
64
TABELA 1. Resultado das análises química e física do solo nas duas áreas de
implantação do experimento, localizadas no Campus Rural da
Universidade Federal de Sergipe, município de São Cristóvão-SE.
Resultados
Atributos
Subsistema 1 Subsistema 2
Ph em H
2
O
5,04 4,90
Ca
(cmolc/dm
3
)
0,75 0,58
P
(cmolc/dm
3
)
0,60 0,75
K
(cmolc/dm
3
)
0,07 0,05
Na
(cmolc/dm
3
)
0,037 0,042
P
( PM)
1,20 4,10
Acidez total (H+Al)
(cmolc/dm
3
)
2,23 1,82
Alumínio trocável (Al)
(cmolc/dm
3
)
0,09 0,48
CTC
(cmolc/dm
3
)
3,69 3,24
Saturação por bases
(%)
39,6 43,8
Matéria Orgânica
(g/dm
3
)
7,71 17,00
Areia
(%)
90,70 80,45
Silte
(%)
5,83 12,00
Argila
(%)
3,47 7,55
Classificação textural
Arenosa Franco-arenosa
TABELA 2. Valores mínimos e máximos da massa específica e características
morfométricas das sementes das espécies utilizadas na implantação da
semeadura direta.
Massa Especifica (g)
Comprimento (cm)
Largura (cm) Espessura (cm)
Espécies
Min. Máx. Min. Máx. Min. Máx. Min. Máx.
E velutina 9,090 13,500 7,300 9,650 7,430 9,540 0,270 0,573
B. virgilioides 0,009 0,025 0,119 0,213 0,102 0,177 0,032 0,081
S. saponaria 0,471 1,189 9,630 14,070 9,610 14,150 9,600 13,710
G. ulmifolia 0,003 0,011 2,190 3,430 1,640 3,150 1,080 2,570
L. sericeus 0,194 0,588 11,530 17,910 6,110 9,590 0,194 0,588
M. aculeatum 0,018 0,113 0,340 0,778 0,147 0,235 0,059 0,125
TABELA 3. Quadro de ANAVA referente à porcentagem germinação das espécies
estudadas, em condições de laboratório.
FV GL SQ QM Fc PR>Fc
Espécie 5 18.461,33 3.692,27 76,64 0,00
*
Repetição 3 133,33 44,44 0,92 0,45
ns
Erro 15 722,67 48,18
Total 23 19.317,33
CV (%) 10,96
Média geral 63,33
65
TABELA 4. Quadro de ANAVA da porcentagem de sementes deterioradas das
espécies estudadas, em teste de germinação.
FV GL SQ QM Fc PR>Fc
Espécie 5 3.707,33 741,47 19,42 0,00
*
Repetição 3 39,33 13,11 0,34 0,79
ns
Erro 15 572,67 38,18
Total 23 4.319,33
CV (%) 48,15
Média geral 12,83
TABELA 5. Quadro de ANAVA da porcentagem de sementes duras das espécies
selecionadas, em teste de germinação.
FV GL SQ QM Fc PR>Fc
Espécie 5 16.539,33 3.307,87 34,54 0,00
*
Repetição 3 215,33 71,78 0,75 0,54
ns
Erro 15 1.436,67 95,78
Total 23 18.191,33
CV (%) 41,06
Média geral 23,83
TABELA 6. Quadro de ANAVA da porcentagem de plântulas normais das espécies
estudadas, em teste de germinação.
FV GL SQ QM Fc PR>Fc
Espécie 5 633,51 126,70 3,27 0,034
**
Repetição 3 360,62 120,21 3,10 0,058
ns
Erro 15 580,91 38,73
Total 23 1.575,04
CV (%) 6,81
Média geral 91,39
TABELA 7. Quadro de ANAVA da porcentagem de plântulas anormais das espécies
selecionadas, em condições de laboratório.
FV GL SQ QM Fc PR>Fc
Espécie 5 633,51 126,70 3,27 0,034
**
Repetição 3 360,62 120,21 3,10 0,058
ns
Erro 15 580,91 38,73
Total 23 1.575,04
CV (%) 72,25
Média geral 8,61
66
TABELA 8. Quadro de ANAVA referente aos valores médios da porcentagem de
emergência das espécies estudadas, até os 90 dias após a semeadura
direta, no Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, município
de São Cristóvão-SE.
FV GL SQ QM Fc PR>Fc
Bloco 2 760,16 380,08 1,18 0,316
ns
Ambiente 1 12.385,02 12.385,02 38,43 0,000
*
Protetor 1 4.377,52 4.377,52 13,58 0,000
*
Espécie 5 37.892,49 7.578,50 23,52 0,000
*
A x P 1 501,34 501,34 1,55 0,219
ns
A x E 5 5.168,55 1.033,71 3,20 0,014
**
P x E 5 3.097,19 619,44 1,92 0,108
ns
A x P x E 5 3.383,24 676,65 2,1 0,082
ns
Erro 46 14.823,60 322,25
Total 71 82.389,11
CV (%) 43,98
Média geral 40,81
TABELA 9. Quadro de ANAVA referente aos valores médios da porcentagem de
sobrevivência de plântulas em campo das espécies analisadas, até os 90
dias após a semeadura direta, no Campus Rural da Universidade Federal
de Sergipe, município de São Cristóvão-SE.
FV GL SQ QM Fc PR>Fc
Bloco 2 824,34 412,17 0,62 0,540
ns
Ambiente 1 8.176,65 8.176,65 12,37 0,001
*
Protetor 1 8.585,30 8.585,30 12,99 0,0008
*
Espécie 5 42.599,68 8.519,94 12,89 0,000
*
A x P 1 634,15 634,15 0,96 0,332
ns
A x E 5 3.568,29 713,66 1,08 0,384
ns
P x E 5 3.066,19 613,24 0,93 0,472
ns
A x P x E 5 4.909,57 981,91 1,48 0,213
ns
Erro 46 30.409,50 661,07
Total 71 102.773,68
CV (%) 50,32
Média geral 51,10
67
TABELA 10. Quadro de ANAVA referente aos valores médios da porcentagem de
covas com plantas, até os 90 dias após a implantação da semeadura direta,
no Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, município de São
Cristóvão-SE.
FV GL SQ QM Fc PR>Fc
Bloco 2 719,99 359,99 0,71 0,497
ns
Ambiente 1 14.695,55 14.695,55 28,94 0,000
*
Protetor 1 13.106,07 13.106.07 25,81 0,000
*
Espécie 5 51.005,48 10.201,09 20,09 0,000
*
A x P 1 1.371,92 1.371,92 2,70 0,107
ns
A x E 5 816,29 163,26 0,32 0,897
ns
P x E 5 5.328,46 1.065,69 2,09 0,082
ns
A x P x E 5 7.674,94 1.534,99 3,02 0,019
**
Erro 46 23.360,75 507,84
Total 71 118.079,46
CV (%) 43,35
Média geral 51,98
TABELA 11. Quadro de ANAVA para avaliação da altura média das espécies em
campo, até os 240 dias após a implantação de semeadura direta, no
Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, município de São
Cristóvão-SE.
FV GL SQ QM Fc PR>Fc
Bloco 2 222,37 111,18 0,36 0,698
ns
Ambiente 1 69,03 69,03 0,23 0,637
ns
Protetor 1 654,62 654,62 2,13 0,151
ns
Espécie 5 44.140,62 8.828,12 28,75 0,000
*
A x P 1 179,49 179,49 0,58 0,448
ns
A x E 5 1.381,26 276,25 0,90 0,489
ns
P x E 5 2.919,81 583,96 1,90 0,112
ns
A x P x E 5 1.155,43 231,08 0,75 0,589
ns
Erro 46 14.125,68 307,08
Total 71 64.848,30
CV (%) 67,55
Média geral 24,71
68
TABELA 12. Quadro de ANAVA dos valores médios de taxa de crescimento relativo
em altura das espécies, até os 240 dias após a implantação de semeadura
direta, no Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, município
de São Cristóvão-SE.
FV GL SQ QM Fc PR>Fc
Bloco 2 13.303,12 6.651,56 1,16 0,323
ns
Ambiente 1 98.631,65 98.631,65 17,18 0,0001
*
Protetor 1 25.753,15 25.753,15 4,48 0,039
ns
Espécie 5 275.340,31 55.068,06 9,59 0,000
*
A x P 1 1.227,44 1.227,43 0,21 0,646
ns
A x E 5 218.425,22 43.685,04 7,61 0,000
*
P x E 5 164.912,36 32.982,47 5,75 0,0003
*
A x P x E 5 197.297,01 39.459,40 6,87 0,0001
*
Erro 46 263.992,06 5.738,96
Total 71 1.258.882,32
CV (%) 77,16
Média geral 98,18
TABELA 13. Quadro de ANAVA para avaliação do diâmetro médio das espécies
estudadas, até os 240 dias após a implantação de semeadura direta, no
Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe, município de São
Cristóvão-SE.
FV GL SQ QM Fc PR>Fc
Bloco 2 15,87 7,94 0,23 0,793
ns
Ambiente 1 16,42 16,42 0,48 0,491
ns
Protetor 1 4,21 4,21 0,12 0,727
ns
Espécie 5 10.855,72 2.171,14 63,64 0,000
*
A x P 1 17,84 17,84 0,52 0,473
ns
A x E 5 84,96 16,99 0,49 0,776
ns
P x E 5 327,74 65,55 1,92 0,109
ns
A x P x E 5 94,24 18,85 0,55 0,735
ns
Erro 46 1.569,26 34,11
Total 71 12.986,26
CV (%) 63,96
Média geral 9,13
69
TABELA 14. Quadro de ANAVA dos valores médios de taxa de crescimento relativo
em diâmetro das espécies, até os 240 dias após a implantação de
semeadura direta, no Campus Rural da Universidade Federal de Sergipe,
município de São Cristóvão-SE.
FV GL SQ QM Fc PR>Fc
Bloco 2 1.232,52 616,26 0,44 0,648
ns
Ambiente 1 12.066,29 12.066,29 8,58 0,0053
**
Protetor 1 9.874,81 9.874,81 7,02 0,011
**
Espécie 5 73.783,01 14.756,60 10,49 0,000
*
A x P 1 0,18 0,18 0,00 0,991
ns
A x E 5 61.315,38 12.263,07 8,72 0,000
*
P x E 5 26.758,62 5.351,72 3,81 0,0057
ns
A x P x E 5 34.118,98 6.823,79 4,85 0,0012
**
Erro 46 64.683,10 1.406,15
Total 71 283.832,90
CV (%) 76,44
Média geral 49,06
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