explícito do depor diante de um tribunal em uma situação conflitante, indica que o
evangelista insiste nessa temática.
358
portanto, é prevalecente.
359
Em 9,35-41 Jesus aparece como advogado para seu confessor perseguido, e
(sendo tanto juiz como advogado) garante uma inversão da sentença. Os discípulos na
situação aqui considerada, depois da partida de Cristo, passarão pelo tribunal por sua
vez, e terão necessidade de um - 14,16).
360
Eles
devem dar seu testemunho; mas é seu Advogado quem testifica (15,26). Aqui se
e fortalece os
discípulos (16,8-11).
361
O pensamento do autor parece ser: preservar o discípulo no
momento em que sua fé será posta à prova.
362
Isto é, diante da hostilidade do mundo,
os discípulos ficam expostos à dúvida, ao escândalo, ao desânimo (16,1.4); o Espírito
defende Jesus no coração deles, explica-lhes a sorte de serem discípulos; desse modo,
torna possível o testemunho deles perante o mundo. A função principal do Espírito,
diz Alberto Casalegno, é corroborar interiormente os crentes, a fim de que sejam
358
Cf. 1,7.8.15; 5,31.32.36.37.39; 7,7; 8,13.14.18; 10,25; 15,26; 18,23; 21,24. Fala-se de testemunho
humano em 2,25; 3,28; 12,17; 18,23.
359
No texto joanino outros lexemas indicam a existência de um processo em curso. Um deles é o verbo
pronunciamento de condenação contra um culpado (3,17.18; 5,22.30; 7,24.51; 8,15.16.26.50;
12,47.48; 16,11; 18,31 e 3,19; 5,22.24.27.29.30; 7,24; 8,16; 12,31; 18,8.11). A esses deve-se
- 9,39), posto nos lábios de Jesus, que manifesta o que
3) devem ser interpretados em sentido jurídico.
360
Sabe-se que nos processos hebraicos comparecem o acusado e o acusador. Para ambas as partes há
testemunhas de defesa (Pr 14,25; Is 43,9-12) e testemunhas de acusação (1Rs 21,8-13), que trazem
provas a favor ou contra os contendores. Acima das partes está a figura do juiz. Os defensores, mais
que verdadeiros advogados, são testemunhas que procuram justificar quem é suspeito de culpa. Falta o
ministério público. Para evitar a falsidade e garantir a justiça, as testemunhas são controladas pelos
juízes (Is 16,5; Dn 13,50), ainda que esses nem sempre sejam imparciais (Sl 27,12; Pr 6,19). Após ter
escutado as várias partes, o tribunal pronuncia a sentença que tenta restabelecer a justiça.
361
É o mesmo processo que em 9,35-41, só que o Espírito entra no lugar de Cristo.
362
Cf. DE LA POTTERIE, La vita secondo lo Spirito, p. 115.