e Artes Visuais, a LP4. A linha de Educação e Artes caracteriza-se como a primeira
linha de pesquisa em um programa de Pós-Graduação em Educação, voltada a
estudos, cujos focos recaem na interface existente entre a Arte e a Educação, por
muito tempo ímpar no cenário nacional.
Existe uma expressividade muito grande no âmbito da UFSM com relação
a esses 25 anos de existência que só fez prosperar, e isso tem as suas
responsabilidades e as suas decorrências. Então responsabilidade e
decorrência estão imbricadas uma na outra. Responsabilidade, quando a
gente entra no ensino superior como docente, não se entra como professor
para dar aula, entra para ser um sujeito que vai fazer pesquisa, extensão e
ensino. Ainda que se tenham muitas críticas que efetivamente uma pessoa
pode fazer ao mesmo tempo ensino, pesquisa e extensão, acho também
que se tem a compreensão que tu podes sim fazer isso, desde que as
coisas possam conversar umas com as outras, tanto eu, que estou aqui na
casa há mais tempo, como a professora Luciane, que está mais
recentemente, uns 12 anos depois de mim. Particularmente, sempre fiz
muita extensão. Na escola, trabalhos de ir para as escolas, de fazer
música nas escolas, com pesquisa e também com as atividades de ensino.
Isso demonstra que existe um comprometimento pessoal de professores
da área em fazer com que essas coisas aconteçam. Então essa é a
responsabilidade, nós não fazemos só ensino, nós não só chegamos na
instituição para fazer a nossa aula. Chegamos na instituição para discutir
políticas de extensão, porque estamos fazendo extensão; para discutir
políticas de pesquisa, pois estamos fazendo pesquisa. [Isso] representa
que estamos preocupados com a área e que não vimos só para cantar com
os alunos. São 25 anos e quando a professora Luciane entra, ela se soma
a esse processo e passa a fazer coisas nesse sentido. Então, hoje não é
eu que faço, somos nós que estamos construindo essa história, somos nós
que estamos fazendo. Esses 25 anos, que se [iniciaram] lá com a Nilce,
que plantou sementes, que fez coisas maravilhosas, que fez muito trabalho
de extensão, que fez muitos trabalhos - pesquisa na época não era uma
coisa muito comum, mas tem algo no meio desse caminho que o irmão da
professora Nilce, que é de uma outra área [e] era representante da
FAPERGS em um dado momento, incentivou a Nilce a fazer um trabalho
de pesquisa, e eu fui bolsista desse trabalho. Então fui bolsista FAPERGS
na minha graduação, na década de 1980. Veja como isso também produz
um diferencial, que era pouco comum no âmbito da Educação, se ter uma
bolsa de pesquisa. Tu fazias extensão, gratuitamente, como assistência,
mas essa coisa um pouco mais séria, não. Fui bolsista FAPERGS da
professora Nilce, fiz extensão, fui monitora de disciplinas de música, fui
monitora da disciplina de artes cênicas, fazendo esses trabalhos junto com
o teatro. Então conseguimos carregar isso e talvez a grande sustentação, é
muito bonito se pensar nisso, é saber o quanto se pode contribuir com tudo
isso pois, conforme o professor Claiton Grabauska, ‘quem não vive para
servir, não serve para viver’. E esse servir, de que forma eu posso servir ao
meu trabalho, aquilo que me gratifica enquanto ser humano? O meu
trabalho, muito mais que minha sustentação, é uma gratificação de
existência, é do que eu vivo. Em decorrência disso, também teve um
germe na Pós-Graduação que foi trazido pela professora Ana Luiza
[Ruschel Nunes], que era professora de Artes Visuais. Junto com o
professor Ayrton [Dutra Correa], começaram a disseminar a ideia de
pesquisa em Artes em um Programa de Pós-Graduação em Educação.
Depois veio o professor João Pedro Gil, depois eu, e a gente sustenta essa
história até chegar ao ponto de criar uma linha de Educação e Artes. Hoje,
acho que essa linha até poderia ser uma linha de Educação Musical, muito
embora pudesse soar estranho dentro de um programa de Pós-Graduação
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