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Carlos Firmo da Silva Rover
Influência da Natureza do Fosfato de Cálcio Dibásico Anidro na
Qualidade de uma Forma Farmacêutica Sólida Manufaturada via
Granulação Seca
Dissertação apresentada ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas do
Estado de São Paulo - IPT, para obtenção do título de Mestre em
Processos Industriais
Área de concentração: Desenvolvimento e Otimização de Processos
Industriais
Orientador: Dr. Marcelo Martins Seckler
São Paulo
Junho de 2006
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DEDICATÓRIA
À minha esposa, pelo amor, incentivo e compreensão nos momentos de minha ausência.
Aos meus pais, pelo carinho e dedicação à minha formação e educação.
A Deus, por tudo.
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AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Prof. Dr. Marcelo Martins Seckler, pelo incentivo, paciência,
dedicação e suporte na elaboração deste material e pelas valiosas orientações.
Aos professores do IPT, pelo conhecimento transferido ao longo do curso.
À Marisa Fiéri, Shirley Dias, Kleber Guimarães, Silas Derenzo, Claudemir Papini e
Pierre, pela valiosa contribuição nas análises.
À minha empresa, por me apoiar nessa oportunidade de aprimoramento profissional e
pessoal.
A todos que contribuíram diretamente ou indiretamente para a realização deste trabalho.
RESUMO
No presente trabalho foi estudado o impacto da natureza do fosfato de cálcio dibásico
anidro (ADCP) na qualidade de uma forma farmacêutica sólida, denominada medicamento,
manufaturada via granulação seca. O ADCP é uma das cinco matérias-primas que constituem
o medicamento.
Inicialmente, foi avaliada a natureza dos dois ADCPs estudados, aqui denominados
tipos A e B. O ADCP tipo B apresentou menor compressibilidade e maior escoabilidade que o
tipo A, o que pode ser observado através dos índices de Hausner (1,45 e 2,23,
respectivamente), de Carr (32,92 % e 55,10 %, respectivamente) e das constantes da equação
de Kawakita (menores para o tipo B). Em contrapartida, não houve diferença significativa
entre o ângulo de repouso (47
o
) para ambos os tipos de ADCP, caracterizando-os como de
escoabilidade problemática. A umidade absoluta do tipo B foi significativamente maior que a
do tipo A (0,76 % e 0,23 %, respectivamente), porém a influência da umidade absoluta de
ambos os tipos de ADCP na resistência mecânica dos comprimidos foi desprezível, uma vez
que a umidade absoluta do medicamento foi significativamente maior para todos os lotes
estudados (3,20 %). Ambos os tipos de ADCP apresentaram-se como partículas bastante
pequenas, mas no tipo B as partículas tinham diâmetro médio significativamente maior que no
tipo A (20,08 µm e 10,30 µm, respectivamente). As partículas do fosfato tipo B apresentaram
uma forma mais esférica.
Dentre os dezoito lotes do medicamento analisados, os últimos nove, manufaturados
com o ADCP tipo B, utilizaram uma força de compactação significativamente menor que a
utilizada nos primeiros (29,78 kN e 39,41 kN, respectivamente), porém a dureza dos
comprimidos dos nove últimos lotes foi significativamente maior (170,32 N e 147,86 N,
respectivamente).o houve diferença significativa entre a umidade e a taxa de dissolução
dos comprimidos nos lotes do medicamento manufaturados com ambos os tipos de ADCP. A
maior força de compactação necessária para processar o fosfato tipo A acarretou maior
desgaste nos ferramentais de compactação. Concluiu-se, portanto, que houve influência da
natureza do ADCP na qualidade do medicamento.
A maior resistência mecânica dos comprimidos parece estar associada ao tamanho e à
forma das partículas: partículas maiores e mais esféricas melhoram a função do ADCP como
aglutinante.
Palavras-chave: Compactação, comprimidos, força de compactação, fosfato de cálcio
dibásico anidro, escoabilidade, compressibilidade, dureza, granulação seca, aglutinante.
ABSTRACT
Impact of the nature of anhydrous dibasic calcium phosphate on the quality
of a pharmaceutical solid dosage form manufactured through dry
granulation
The impact of the nature of anhydrous dibasic calcium phosphate (ADCP) on the
quality of a pharmaceutical solid dosage form, named medicine, manufactured through dry
granulation, was studied. The ADCP is one of the five raw materials of this medicine.
Initially, the nature of the two ADCP materials, here identified as type A and B, was
investigated. The ADCP type B showed lower compressibility and higher flowability than
type A, which can be observed through the Hausner (1.45 and 2.23, respectively) and Carr
(32.92 % and 55.10 %, respectively) indices, as well the constants from Kawakita equation
(lower for type B). However, there was not a significant difference in the angle of repose (47
o
) for both ADCP types, characterizing them as having problematic flowability. The absolute
humidity of type B was significantly higher than type A (0.76 % and 0.23 %, respectively),
however the infuence of the humidity of both ADCP types in the tablets mechanical resistance
was not significant, once the humidity of the tablets was significantly higher (3.20 %) for all
batches studied. Both ADCP types had quite small particle sizes, but type B particle mean
diameter was significantly higher than type A (20.08 µm and 10.30 µm, respectively).
Particles of ADCP type B had a more spherical shape.
Among the eighteen batches of the medicine considered, the last nine, manufactured
with type B ADCP, used a compaction force significantly lower than the first batches (29.78
kN and 39.41 kN, respectively). However, the tablets hardness was significantly higher
(170.32 N and 147.86 N, respectively). The humidity and the dissolution rate for all batches
manufactured with both ADCPs types were not significantly different. The higher compaction
force required to process the type A phosphate lead to a premature wearing of the compaction
machine. Therefore, it can be concluded that the ADCP nature influenced the medicine
quality.
The higher tablets mechanical resistance seems to be related to particles size and shape:
larger and more spherical particles improve the binder functionality of the ADCP.
Key-words: Compaction, tablets, compaction force, calcium phosphate, dibasic
anhydrous, flowability, compressibility, hardness, dry granulation, binder.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Misturador Tipo V utilizado para as misturas inicial e final do
processo de granulação seca 21
Figura 2 - Granulador Hosokawa utilizado para a compactação e moagem da
mistura inicial do processo de granulação seca 22
Figura 3 - Compressora Fette utilizada para a compactação da mistura final do
processo de granulação seca 22
Figura 4 - Matrizes e punções utilizadas como ferramental de compactação da
mistura final nas compressoras 24
Figura 5 - Técnica de prensagem axial, onde Fc é a força de compactação 25
Figura 6 – Hábito do cristal do ADCP 27
Figura 7 - Matriz do comprimido após compactação com MCC e DCP 29
Figura 8 – Partículas de Emcompress anidro; aumento de 200x 29
Figura 9 - Partículas de MCC (Avicel PH-101); a barra tem tamanho igual a
200 µm
30
Figura 10 - Partículas de MCC; a barra tem tamanho igual a 100 µm
31
Figura 11 - Parculas de croscarmelose de sódio; a barra tem tamanho igual a
100 µm
31
Figura 12 - Partículas de estearato de magnésio; a barra tem tamanho igual a
20 µm
32
Figura 13 - Os estágios da compactação de um 34
Figura 14 - Máquina de compactação Killian T300, similar à utilizada para a
manufatura do medicamento em questão 42
Figura 15 - Intervalos de confiança para a média para o índice de Hausner dos
lotes dos ADCPs 51
Figura 16 - Gráfico do índice de Hausner para os lotes dos ADCPs tipos A e B 51
Figura 17 - Intervalos de confiança para a média para o índice de Carr dos
lotes dos ADCPs 52
Figura 18 - Gráfico do índice de Carr para os lotes dos ADCPs tipos A e B 52
Figura 19 – Intervalo de confiança para a média da constante a da equação de
Kawakita para os lotes dos ADCPs 53
Figura 20 - Gráfico da constante a da equação de Kawakita para os lotes dos
ADCPs tipos A e B 53
Figura 21 – Intervalo de confiança para a média da constante 1/b da equação
de Kawakita para os lotes dos ADCPs 54
Figura 22 - Gráfico da constante 1/b da equação de Kawakita para os lotes dos
ADCPs tipos A e B 54
Figura 23 – Intervalo de confiança para a média do ângulo de repouso para os
lotes dos ADCPs 55
Figura 24 - Gráfico do ângulo de repouso para os lotes dos ADCPs tipos A e B 55
Figura 25 - Intervalo de confiança para a média da densidade real para os lotes
dos ADCPs
56
Figura 26 - Gráfico da densidade real para os lotes dos ADCPs tipos A e B 56
Figura 27 - Umidade dos lotes dos ADCPs 57
Figura 28 - Gráfico da umidade para os lotes dos ADCPs tipos A e B 57
Figura 29 - D10 das partículas para os lotes dos ADCPs 58
Figura 30 - D50 das partículas para os lotes dos ADCPs 58
Figura 31 - D90 das partículas para os lotes dos ADCPs 59
Figura 32 – D(4,3) das partículas para os lotes dos ADCPs 59
Figura 33 - Gráfico do D10 para os lotes dos ADCPs tipos A e B 60
Figura 34 - Gráfico do D50 para os lotes dos ADCPs tipos A e B 60
Figura 35 - Gráfico do D90 para os lotes dos ADCPs tipos A e B 61
Figura 36 - Gráfico do D(4,3) para os lotes dos ADCPs tipos A e B 61
Figura 37 - Fotomicrografia do lote L1 de ADCP tipo A; 63
Figura 38 - Fotomicrografia do lote L1 de ADCP tipo A; 63
Figura 39 - Fotomicrografia do lote L3 de ADCP tipo B; 64
Figura 40 - Fotomicrografia do lote L3 de ADCP tipo B; 64
Figura 41 - Curva termogravimétrica para o lote L3 (tipo A) do ADCP 65
Figura 42 – Curva termogravimétrica para o lote L5 (tipo A) do ADCP 66
Figura 43 - Curva termogravimétrica para o lote L1 (tipo B) do ADCP 66
Figura 44 - Curva termogravimétrica para o lote L2 (tipo B) do ADCP 67
Figura 45 - Curvas termogravimétricas para os lotes do ADCP: L3 e L5 (tipo
A) e L1 e L2 (tipo B) 67
Figura 46 - Gráfico dos valores individuais das massas dos comprimidos 69
Figura 47 - Gráficos dos intervalos de confiança para a média das massas dos
comprimidos 70
Figura 48 - Gráfico dos valores individuais das alturas dos comprimidos. 71
Figura 49 - Gráficos dos intervalos de confiança para a média das alturas dos
comprimidos
71
Figura 50 - Gráfico dos valores individuais da dureza dos comprimidos por
unidade de massa 72
Figura 51 - Gráficos dos intervalos de confiança para a média da dureza dos
comprimidos por unidade de massa
72
Figura 52 - Gráfico dos valores individuais de dureza dos comprimidos por
unidade de massa para os lotes do medicamento manufaturados com os
ADCPs tipos A e B 73
Figura 53 - Gráfico dos valores individuais da tensile strength dos
comprimidos
74
Figura 54 - Gráfico dos intervalos de confiança para a média da tensile
strength dos comprimidos 74
Figura 55 - Gráfico dos valores individuais de tensile strength dos
comprimidos para os lotes do medicamento manufaturados com os ADCPs
tipos A e B
75
Figura 56 - Gráfico dos valores individuais da força de compactação por
unidade de massa
76
Figura 57 - Gráficos dos intervalos de confiança da força de compactação por
unidade de massa 76
Figura 58 - Gráfico das médias da força de compactação por unidade de massa
para os lotes do medicamento manufaturados com os ADCPs tipos A e B
77
Figura 59 – Taxa de dissolução dos comprimidos para cada lote manufaturado
do medicamento 77
Figura 60 - Gráfico dos valores de taxa de dissolução para os lotes do
medicamento manufaturados com os ADCPs tipos A e B
78
Figura 61 – Umidade dos comprimidos para cada lote manufaturado do
medicamento 78
Figura 62 - Gráfico dos valores de umidade dos comprimidos para os lotes do
medicamento manufaturados com os ADCPs tipos A e B
79
Figura 63 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 3 do medicamento 92
Figura 64 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 6 do medicamento 93
Figura 65 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 13 do medicamento 93
Figura 66 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 16 do medicamento 94
Figura 67 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 3 do medicamento 94
Figura 68 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 3 do medicamento 95
Figura 69 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 6 do medicamento 95
Figura 70 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 6 do medicamento 96
Figura 71 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 13 do medicamento 96
Figura 72 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 13 do medicamento 97
Figura 73 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 16 do medicamento 97
Figura 74 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 16 do medicamento 98
Figura 75 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 3 do medicamento 98
Figura 76 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 6 do medicamento; 99
Figura 77 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 13 do medicamento; a
barra tem tamanho igual a 5 µm
99
Figura 78 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 16 do medicamento; a
barra tem tamanho igual a 5 µm
100
Figura 79 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 3 do medicamento 101
Figura 80 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 1 102
Figura 81 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 2 102
Figura 82 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 3 103
Figura 83 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 6 do medicamento 103
Figura 84 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 2 104
Figura 85 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 3 104
Figura 86 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 5 105
Figura 87 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 13 do medicamento 105
Figura 88 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 1 106
Figura 89 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 2 106
Figura 90 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 5 107
Figura 91 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 16 do medicamento 107
Figura 92 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 1 108
Figura 93 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 3 108
Figura 94 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 2 109
Figura 95 - Probability Plot do índice de Hausner para os lotes dos ADCPs
tipos A e B 111
Figura 96 - Test for Equal Variances para o índice de Hausner para os lotes
dos ADCPs tipos A e B 112
Figura 97 - Two-Sample T-Test para o índice de Hausner para os lotes dos
ADCPs tipos A e B 112
Figura 98 - Probability Plot da força de compactação por unidade de massa
dos comprimidos para os lotes do medicamento que usaram os ADCPs tipos A
e B
115
Figura 99 - Test for Equal Variances para a força de compactação por unidade
de massa dos comprimidos para os lotes do medicamento que usaram os
ADCPs tipos A e B
116
Figura 100 - Two Sample T-Test para a força de compactação por unidade de
massa dos comprimidos para os lotes do medicamento que usaram os ADCPs
tipos A e B 117
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Principais etapas envolvidas nos três diferentes processos de
manufatura de comprimidos 20
Tabela 2 - Densidade aparente aerada e após empacotamento para os lotes dos
ADCPs 50
Tabela 3 - Valores das propriedades dos ADCPs tipos A e B 80
Tabela 4 - Classificação do índice de Carr 80
Tabela 5 - Relação entre ângulo de repouso e escoabilidade 81
Tabela 6 - Valores das propriedades do medicamento manufaturado com os
ADCPs tipos A e B
82
Tabela 7 - Resultados do estudo estatístico para as características dos ADCPs
tipos A e B 113
Tabela 8 - Conclusões do estudo estatístico para as características dos ADCPs
tipos A e B
113
Tabela 9 - Resultados do estudo estatístico para as características dos lotes do
medicamento manufaturados com os ADCPs tipos A e B 117
Tabela 10 - Conclusões do estudo estatístico para as características dos lotes
do medicamento manufaturados com os ADCPs tipos A e B 118
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
DCP Fosfato de cálcio dibásico (dibasic calcium phosphate)
ADCP Fosfato de cálcio dibásico anidro (anhydrous dibasic calcium phosphate)
DCPD Fosfato de cálcio dibásico di-hidratado (dibasic calcium phosphate di-hidrated)
MCC Celulose microcristalina (microcrystalline cellulose)
ρ
b
Densidade aparente aerada (aerated ou na condão de livre empacotamento)
ρ
t
Densidade aparente após empacotamento (tapped ou na condição de máximo
empacotamento)
ρ
a
Densidade real
N mero de batidas no instrumento Autotap Quanta Chrome
V
o
Volume inicial do pó dentro da proveta no instrumento Autotap Quanta
Chrome
V
n
Volume do pó dentro da proveta após n batidas no instrumento Autotap Quanta
Chrome
C Taxa de redução de volume = (V
o
– V
n
) / V
o
a Constante da equação de Kawakita relacionada à compressibilidade do
1/b Constante da equação de Kawakita relacionada à velocidade na qual o estágio
final do empacotamento é obtido
TG Termogravimetria
MEV Microscopia eletrônica de varredura
σ Tensile strength
D
10
Diâmetro das partículas no percentil acumulado de 10% da curva de
distribuição granulométrica
D
50
Diâmetro das partículas no percentil acumulado de 50% da curva de
distribuição granulométrica
D
90
Diâmetro das partículas no percentil acumulado de 90% da curva de
distribuição granulométrica
(D
90
– D
10
)/D
50
Span ou largura da distribuição granulométrica
D
(4,3)
Diâmetro médio das partículas
USS Classificação para a malha de peneiras utilizadas para análise de distribuição
granulométrica
TSM Tablet Specification Manual da Associação Farmacêutica Norte-Americana
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 17
2 OBJETIVO....................................................................................................... 19
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................................... 20
3.1 O processo de manufatura de comprimidos................................................... 20
3.2 Matérias-Primas............................................................................................. 24
3.2.1 Fosfato de Cálcio Dibásico Anidro............................................................. 26
3.2.2 Celulose Microcristalina............................................................................. 29
3.2.3 Croscarmelose de Sódio............................................................................. 31
3.2.4 Estearato de Magnésio................................................................................ 32
3.2.5rmaco...................................................................................................... 32
3.3. Compactação.................................................................................................. 33
3.3.1 Ciclo de compactação.................................................................................. 34
3.3.2 Resistência mecânica dos comprimidos..................................................... 35
3.3.3 Porosidade dos comprimidos....................................................................... 36
3.3.4 Escoabilidade de pós e impacto na compactação....................................... 38
3.3.5 Influência do tamanho das partículas na compactação................................ 39
3.3.6 Influência da modificação polimórfica e hábito na compactação............... 40
4 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................. 41
4.1 Manufatura do medicamento......................................................................... 41
4.2 Análises realizadas para a matéria-prima ADCP........................................... 43
4.2.1 Índices de escoabilidade e compressibilidade............................................ 44
4.2.2 Densidade real............................................................................................ 45
4.2.3 Umidade absoluta....................................................................................... 45
4.2.4 Tamanho das partículas.............................................................................. 45
4.2.5 Forma das partículas................................................................................... 45
4.2.6 Termogravimetria....................................................................................... 46
4.3 Análises realizadas para o medicamento....................................................... 46
4.3.1 Massa, altura e dureza dos comprimidos.................................................... 46
4.3.2 Tensile strength dos comprimidos.............................................................. 47
4.3.3 Força de compactação utilizada para manufaturar os comprimidos........... 47
4.3.4 Taxa de dissolução dos comprimidos......................................................... 47
4.3.5 Umidade absoluta dos comprimidos........................................................... 48
4.3.6 MEV de comprimidos fragmentados.......................................................... 48
4.4 Estudos estatísticos........................................................................................ 48
5 RESULTADOS................................................................................................ 50
5.1 Análises da matéria-prima ADCP................................................................. 50
5.2 Análises do medicamento.............................................................................. 69
6 DISCUSSÃO.................................................................................................... 80
7 CONCLUSÃO.................................................................................................. 85
REFERÊNCIAS................................................................................................... 87
REFERÊNCIAS CONSULTADAS..................................................................... 91
ANEXO A............................................................................................................ 92
ANEXO B............................................................................................................ 101
ANEXO C............................................................................................................ 110
ANEXO D............................................................................................................ 114
17
1 INTRODUÇÃO
As formas farmacêuticas sólidas são comercializadas mediante vários tipos de
apresentações, das quais se destacam os comprimidos, as cápsulas e os pós
1
. De acordo com
Gohel e Jogani (2005), a facilidade para manufaturar, a conveniência para administrar, a
dosagem acurada, a estabilidade comparada às demais formas farmacêuticas orais e a
segurança comparada às formas estéreis, fazem dos comprimidos uma forma farmacêutica
popular e versátil e a escolha preferida dentre as formas farmacêuticas sólidas. Prista, Alves e
Morgado (1995) relataram que, segundo estudos recentes publicados nos EUA, os erros de
dosagem cometidos na administração de formas líquidas oscilam entre 20 e 50 % da dose
prescrita, o que demonstra claramente a vantagem de utilização de comprimidos. E, segundo
Jivraj, Martini e Thomson (2000), é um fato marcante que, no novo milênio, os comprimidos
ainda representam mais do que 80% de todas as formas farmacêuticas administradas pelo
homem.
Guo, Hienämäk e Yliruusi (1999) descreveram que as partículas sólidas têm sido
compactadas, formando comprimidos, há um longo tempo, mas a teoria por trás do
processo de compactação é complexa, tendo em vista a quantidade de varveis que afetam ou
podem afetar o comportamento das partículas durante a compactação do pó. Gibb et al. (2005)
mencionaram que, embora algumas regras gerais possam ser aplicadas quandos
farmacêuticos são misturados e transformados em comprimidos através de compactação, o
conhecimento destes fenômenos ainda é limitado e algumas vezes conflitante devido à
variação das metodologias utilizadas pelos pesquisadores. Isso foi relatado também por Veen
(2003), ao investigar a resistência mecânica de comprimidos a partir de misturas de dois
materiais. Eiliazadeh, Pitt e Briscoe (2004) reforçaram os conceitos anteriores ao descreverem
que problemas fundamentais ocorrem devido ao pouco conhecimento dos mecanismos
envolvendo compactação de pós.
De acordo com Muzzio, Shinbrot e Glasser (2002), a comunidade acadêmica de
engenharia ignorou por décadas os processos farmacêuticos, tanto da perspectiva educacional
quanto de pesquisa, salvo as exceções dos processos de síntese e cristalização. Até pouco
tempo os engenheiros raramente faziam parte das áreas de manufatura das indústrias
1
De acordo com Laitinen (2003), fármacos e excipientes em sua forma bruta são frequentemente denominados como pós. Os grânulos são
usualmente caracterizados como o resultado do aumento do tamanho das partículas, por exemplo, através de granulação.
18
farmacêuticas. A conseqüência é uma indústria onde não os processos são desenhados de
maneira empírica, mas também onde o nível de conhecimento dos processos é tão incompleto,
que toda a estrutura regulatória é baseada na determinação de evitar mudanças em função das
numerosas incertezas envolvidas. Sendo assim, alterações do processo demandam testes
onerosos para assegurar que o desempenho do medicamento não será afetado.
Ainda de acordo com Muzzio, Shinbrot e Glasser (2002), como parte do processo de
introdução de novos medicamentos no mercado, indústria e governo caminham juntos em um
grande esforço que envolve ltiplos estágios de testes clínicos para determinar o só os
benefícios terapêuticos destes novos medicamentos, mas também as dosagens ótimas e a
incidência de efeitos colaterais. Entretanto, a compreensão dos materiais e dos processos
envolvidos na manufatura dos produtos farmacêuticos é apenas parcial e tais processos são
usualmente conduzidos de acordo com métodos empíricos. Assim sendo, enquanto o
investimento em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos é grande e envolve
parcerias com instituições acadêmicas, um esforço pequeno é dedicado para a tecnologia de
manufatura
Assim sendo, um dos prositos do presente trabalho, além do objetivo específico que
será descrito a seguir, é avançar no conhecimento de um processo de compactação específico.
Foi escolhido para estudo um medicamento que apresentou problemas durante a
manufatura, via granulação seca, em uma unidade industrial. Os problemas consistiram de um
histórico de danos físicos (fratura) nos ferramentais de compactação utilizados para compactar
o medicamento em questão, que levam a altos custos operacionais do processo. Estes danos
nos ferramentais de compactação foram gerados por valores excessivos da força de
compactação requerida. Como esta situação deixou de existir a partir do momento em que
houve alteração do fornecedor comercial de uma das cinco matérias-primas constituintes do
medicamento, no caso o fosfato de cálcio dibásico anidro (ADCP), decidiu-se concentrar a
atenção na influência desta matéria prima sobre a qualidade dos comprimidos do
medicamento.
19
2 OBJETIVO
O objetivo do presente trabalho é estudar o impacto das propriedades físicas do fosfato
de cálcio dibásico anidro (ADCP) na qualidade de uma forma farmacêutica sólida
manufaturada via granulação seca.
20
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 O processo de manufatura de comprimidos
Os comprimidos podem ser manufaturados de três maneiras distintas:
A) Compactação direta. É a forma mais simples de manufatura de comprimidos. Neste
processo, as matérias-primas são apenas misturadas entre si e submetidas à compactação nas
compressoras, que ó outro nome usualmente dado às máquinas de compactação.
B) Granulação seca. É similar à compactação direta, porém neste processo as matérias-
primas são submetidas a algumas operações unitárias que possibilitam que as partículas
constituintes da mistura final tenham uma distribuição granulométrica específica, através da
formação de grânulos, viabilizando assim o processo de compactação.
C) Granulação úmida. Neste processo há a adição de um componente, que é conhecido
como aglutinante, que é uma mistura de base aquosa ou alcoólica com a função principal de
permitir a formação de grânulos entre as matérias-primas e, de maneira similar à granulação
seca, viabilizar o processo de compactação.
Gohel e Jogani (2005) apresentaram na Tabela 1 os principais passos envolvidos em
cada processo de manufatura de comprimidos.
Tabela 1 - Principais etapas envolvidas nos três diferentes processos de manufatura de
comprimidos
Passo Compressão direta Granulação seca Granulação úmida
1 Mistura dos excipientes e
do ativo
Mistura dos excipientes e
do ativo
Mistura dos excipientes e
do ativo
2 Compactação Compactação da mistura e
formação de cascas
Preparação da solução
aglutinante
3 Moagem das cascas e
peneiramento
Mistura dos materiais dos
passos 1 e 2
4 Mistura dos grânulos e
outros excipientes
Granulação
5 Compactação Secagem dos grânulos
úmidos
6 Moagem e peneiramento
dos grânulos secos, e
mistura dos grânulos com
outros excipientes
7 Compactação
21
Ainda segundo Gohel e Jogani (2005), estima-se que menos de 20% dos materiais
farmacêuticos podem ser compactados diretamente a comprimidos, via processo de
compactação direta; daí a principal necessidade de muitas vezes se recorrer a um método de
granulação.
Bultmann (2002) descreveu a granulação seca como sendo uma sistemática rápida e
eficiente de produzir grânulos para posterior compactação. Além disso, a granulação seca
requer equipamentos menores, se comparados à granulação úmida. Ainda, uma vez que a
granulação seca não requer o uso de um líquido aglutinante e granulante, é um processo
adequado para substâncias que são sensíveis à água ou outros tipos de aglutinantes. Porém, a
granulação seca tem uma principal desvantagem: devido à ausência de água ou fluido de
granulação, as forças de capilaridade, que poderiam contribuir para a agregação das
partículas, estão ausentes. Assim, a quantidade de finos
2
resultante do processo de granulação
seca é elevada, o que implica em uma série de problemas, dentre os quais baixo rendimento,
principalmente durante a compactação.
A Figura 1 contém a foto do equipamento mais comumente utilizado para as misturas
do processo de granulação seca (passos 1 e 4 da Tabela 1): o misturador conhecido como
tipo V”. Este equipamento também pode ser usado para a mistura dos constituintes da
formulação no processo de compactação direta (passo 1 da Tabela 1) e de granulação úmida
(passo 6 da Tabela 1).
Figura 1 - Misturador Tipo V utilizado para as misturas inicial e final do processo de
granulação seca (Fonte: www.keithmachinery.com)
2
Finos: De acordo com Barber (1993), dá-se o nome de finos às partículas de tamanho igual a 1-50 µm, de muitos finos às partículas de
tamanho igual 0,1-1 µm e de ultrafinos às partículas de tamanho menor que 0,1 µm.
22
A Figura 2 contém a foto do equipamento mais usual utilizado para os passos 2 e 3 do
processo de granulação seca, conforme a Tabela 1. Este equipamento é conhecido como
granulador e é específico para granulação seca, não sendo utilizado para os processos de
compactação direta ou de granulação úmida. No caso da Figura 2 é possível encontrar a foto
do equipamento de um dos fabricantes (empresa Hosokawa), mas todos os demais fabricantes
comercializam equipamentos bastante similares na concepção funcional e de design.
Figura 2 - Granulador Hosokawa utilizado para a compactação e moagem da mistura
inicial do processo de granulação seca (Fonte: www.hosokawa.com)
A Figura 3 contém a foto de uma compressora (no caso, fabricada pela empresa Fette),
que é utilizada para o processo de granulação seca (passo 5 da Tabela 1), mas que também
pode ser utilizada para os processos de compactão direta (passo 2 da Tabela 1) ou de
granulação úmida (passo 7 da Tabela 1).
Figura 3 - Compressora Fette utilizada para a compactação da mistura final do processo
de granulação seca (Fonte: www.fette.com)
23
Segundo Mattsson (2000), o termo compressão é habitualmente usado para descrever o
processo de redução de volume enquanto que o termo compactação é normalmente usado para
descrever o processo como um todo, incluindo a subseqüente formação das uniões entre as
partículas. Ainda de acordo com este autor, os comprimidos são manufaturados através da
aplicação de pressão sobre um contido em uma matriz de compactação. O pó pode ser
constituído de partículas ou de aglomerados de partículas, os chamados grânulos. Quando
ocorre a compactação, uniões são estabelecidas entre as partículas ou os grânulos, conferindo
então uma resistência mecânica ao pó compactado. As propriedades dos comprimidos, como,
por exemplo, a resistência mecânica, o tempo de desintegração e as características de
liberação do fármaco, são afetadas tanto pelas características dos materiais constituintes do
comprimido quanto pelo processo de manufatura. Os comprimidos devem ser suficientemente
fortes para suportar os estágios adicionais de manufatura e também as condições de transporte
e estocagem, mas ao mesmo tempo devem desintegrar e liberar o fármaco de uma maneira
reprodutível.
Segundo Prista, Alves e Morgado (1995), para que haja comprimidos é necessário que
haja um pó obedecendo a determinados requisitos, o qual se comprime em câmaras de
compactação formadas no interior das matrizes de uma máquina de compactação. A massa de
a ser comprimido é função do volume damara de compactação e a aglutinação
dependerá, dentre outros fatores, da pressão sobre ele exercida pelos dois punções. À primeira
vista pareceria suficiente dispor de um produto e de uma máquina de compactação para se
obter comprimidos. Isto, porém, só sucede em um número muito restrito de casos, pois são
raros os pós que escoam livremente do distribuidor da máquina e enchem regularmente a
matriz, que não provocam atrito na compressora e que apresentam um estado cristalino tal que
permita a fácil coesão entre cristais. As substâncias que gozam destas propriedades são
conhecidas como diretamente compressíveis.
A Figura 4 mostra diferentes formatos de matrizes e punções que são utilizadas em
uma máquina de compactação de pós farmacêuticos.
24
Figura 4 - Matrizes e punções utilizadas como ferramental de compactação da mistura
final nas compressoras – fotografia sem escala (Fonte: www.fette.com)
3.2 Matérias-Primas
De acordo com Prista, Alves e Morgado (1995), para compactar a maioria das
substâncias são necessários os compostos excipientes, também chamados de adjuvantes, que
se dividem em dois grandes grupos: excipientes tecnológicos e facultativos.
A) Excipientes tecnológicos: compostos que são adicionados ao fármaco porque se
pretende veiculá-lo na forma de comprimido e destinam-se a conferir ao produto a compactar
as características adequadas de compactabilidade ou a facilitar a cedência do fármaco. A sua
inclusão é praticamente obrigatória em quase todas as fórmulas. São subdivididos nas
seguintes categorias:
Diluentes (Filler): Produtos inertes, que se adicionam aos pós a compactar com a
finalidade de originarem comprimidos de massa conveniente, principalmente quando os
fármacos são empregados em pequenas quantidades. Exemplos: lactose, sacarose, cloreto de
sódio, manitol, amidos, celulose microcristalina (MCC) e fosfato de cálcio dibásico anidro
(ADCP) e di-hidratado (DCPD).
Absorventes: Substâncias que se adicionam com a finalidade de absorver a água dos
extratos ou de fixar certos princípios voláteis, como as essências. Outras vezes servem para
incorporar princípios higroscópicos. Exemplo: lanolina e silicato de magnésio.
25
Aglutinantes (Binder): Permitem reduzir a força de compactação demandada. No
entanto deve-se empregar a mínima quantidade possível de aglutinantes, visto que estes
produtos se opõem à desagregação dos comprimidos, que é necessária para a absorção do
fármaco pelo organismo. Exemplos: glucose, gomas, gelatina e polividona.
A força de compactação é definida como a força empregada pelos ferramentais de uma
máquina, para compactar, em câmaras de compactação formadas no interior de matrizes, uma
mistura de pós, e formar comprimidos com características bem definidas, tais como
resistência à fratura e dimensões. A Figura 5 mostra de maneira simplificada um processo de
compactação de um, caracterizando a força de compactação.
Figura 5 - Técnica de prensagem axial, onde Fc é a força de compactação (Fonte:
Thümmler e Oberacker, 1993)
Desagregantes: Permitem acelerar a taxa de dissolução ou desagregação dos
comprimidos na água ou nos líquidos no organismo. Exemplo: croscarmelose sódica
(carboximetilcelulose sódica reticulada).
Lubrificantes: Substâncias capazes de assegurar um completo enchimento da matriz e
de evitar a aderência dos pós aos cunhos da máquina durante a compactação. Exemplos:
estearato de magnésio e zinco, parafina e talco.
B) Excipientes facultativos: Compostos que são adicionados devido à natureza
específica do medicamento.
Veen (2003) relatou que é usual usar a combinação de dois ou mais diluentes-
aglutinantes em uma formulação de comprimidos para obter as propriedades aceitáveis do
Enchimento da
matriz
Pré-compactação Compactação
26
processo de compactação. Entre os vários requerimentos, um dos mais importantes é a
capacidade do diluente-aglutinante de aumentar a resistência mecânica dos comprimidos.
Além disso, vários ainda são os excipientes que não desempenham apenas uma única
ação, mas também dupla e até ltiplas ações. Segundo Jivraj, Martini e Thomson (2000),
muitos excipientes possuem multifuncionalidade, que é dependente da concentração em que
eles são usados na formulação. Por exemplo: a MCC pode ser usada como lubrificante (5–
20% em massa), como desintegrante (5–15%) ou mesmo como diluente ou aglutinante (20–
90%).
O medicamento estudado neste trabalho é constituído de cinco matérias-primas, sendo
quatro delas excipientes e, uma delas, o fármaco. O ADCP e a MCC têm para o medicamento
em questão as funções de diluentes-aglutinantes. O medicamento não possui absorventes e a
croscarmelose sódica é usada como desagregante. O estearato de magnésio é usado como
lubrificante e não há excipientes facultativos.
3.2.1 Fosfato de Cálcio Dibásico Anidro
-Nome em Inglês: Anhydrous dibasic calcium phosphate
-Outros nomes:
-Farmacoia Japonesa: Anhydrous dibasic calcium phosphate
-Farmacopéia Européia: Calcii hydrogenophosphas anhydricus
-Farmacopéia Norte-Americana: Dibasic calcium phosphate
-Nomes comerciais: A-TAB; Calcium Monohydrogen Phosphate; Calcium Orthophosphate;
Di-Cafos AN; E341; Emcompress Anhydrous; Fujicalin; Phosphoric Acid Calcium Salt
(1 : 1); Secondary Calcium Phosphate.
-Fabricantes: Rhodia (A-TAB), Chemische Fabrik Budenheim (Di-Cafos AN), JRS Pharma LP
(Emcompress Anhydrous), Fuji Chemical Industry Co. Ltd. (Fujicalin), dentre outros.
-Fórmula: CaHPO
4
-Categoria funcional: Diluente e aglutinante de comprimidos.
-Aplicações e propriedades:
27
É usado em produtos farmacêuticos pela sua boa escoabilidade, baixo custo e, como o
mecanismo predominante de deformação é fratura, as propriedades de compactação da
mistura onde é inserido são favorecidas. Entretanto, quando o pó é compactado a elevadas
pressões, pode ocorrer capping
3
nos comprimidos, sobretudo quando a quantidade deste
material na mistura é significativa e quando são usados punções côncavos de pequeno raio de
curvatura. Não é higroscópico à temperatura ambiente e não hidrata para formar a forma di-
hidratada. Ocorre como cristais triclínicos, de acordo a Figura 6.
Figura 6 – Hábito do cristal do ADCP (Fonte: JRS Pharma, 2005)
Boa parte das afirmativas anteriores também foram relatadas por Jivraj, Martini e
Thomson (2000) e, de acordo com estes autores, a adição de um lubrificante é necessária uma
vez que comprimidos produzidos sem lubrificante e com fosfato de cálcio (DCP) têm
dificuldade de serem ejetados das matrizes. Uma das principais vantagens de se usar o DCP
como diluente ou aglutinante é que os lubrificantes alcalinos, como o estearato de magnésio,
têm praticamente nenhum efeito sobre as propriedades de aglutinação. Mattsson (2000)
ratificou a afirmação anterior ao descrever que, para o DCP, as propriedades de aglutinação
são moderadas comparadas a outros aglutinantes, mas a grande vantagem é a minimização do
impacto dos lubrificantes nas propriedades de aglutinação do pó a ser compactado.
Segundo Inghelbrecht e Remon (1998), o DCP é o sal inorgânico mais comum usado
em compactação, como um diluente-aglutinante e sofre baixa influência do dwell time
4
para
formação de compactados, o que não acontece com outras substâncias. Mattsson (2000)
também confirmou esta observação, ao relatar que um material de fragmentação, como, por
exemplo, o DCP, minimiza as influências das variações na velocidade de compactação sobre
as propriedades do compactado.
3
Capping ou lamination consiste na quebra dos comprimidos no sentido longitudinal ao longo do processo de compactação.
4
Dwell time é o tempo em que os ferramentais de compactação ficam exercendo força sobre o. Tem impacto direto sobre as propriedades
físicas do comprimido.
28
De acordo com Hwang e Peck (2001), dois tipos de DCP são usualmente empregados
nas formulações industriais: O DCPD e o ADCP. O DCPD é conhecido por sua boa
escoabilidade, mas apresenta um potencial de segregação com muitos fármacos e também
com outros excipientes principalmente devido à elevada densidade. Já o ADCP tem densidade
que é metade da densidade do dihidratado e tem um formato de partículas mais esférico. O
ADCP e o DCPD apresentam diferenças substanciais de compactação e conferem
características diferentes aos comprimidos principalmente devido às diferenças entre as
partículas (forma e tamanho). Além disso, DCPs de fabricantes distintos possuem
propriedades significativamente diferentes que afetam diretamente as características de
compactação e, conseqüentemente, as características físicas do produto final.
Dolfin et al. (1995) descreveram que o ADCP tem uma compressibilidade um pouco
maior e menor escoabilidade que o DCPD, porém estes parâmetros indicam que eles têm livre
escoabilidade. O DCPD, apesar de ser largamente utilizado, tem tendência a perder água de
hidratação, o que pode ter sérios efeitos na estabilidade química de alguns princípios ativos ou
nas propriedades das formas sólidas que contenham este excipiente. A introdução do ADCP
como novo excipiente para compactação teve como intenção evitar os problemas associados
ao DCPD.
Larhib e Wells (1997) demonstraram que a combinação de um material de fragmentação
(como, por exemplo, o DCP) com um material de deformação plástica (como, por exemplo, a
MCC) produz comprimidos com tensile strength
5
maior que comprimidos produzidos com os
materiais puros. JRS Pharma (2005) ratificou a afirmação anterior ao descrever que o DCP é
usualmente misturado à MCC com o objetivo de criar uma combinação sinérgica. A
combinação de fratura das partículas do DCP com deformação plástica das partículas da MCC
resulta em propriedades de escoabilidade e de compactação que são maiores que as
propriedades apresentadas pelos componentes em separado, conforme a Figura 7.
5
Tensile strength: Carga máxima suportada por um comprimido quando submetido a um teste de tensão
29
Partículas de DCP após quebra
Partículas de MCC após deformação plástica
Figura 7 - Matriz do comprimido após compactação com MCC e DCP (Fonte: JRS
Pharma, 2005)
Ainda segundo JRS Pharma (2005), a combinação DCP/MCC na razão mássica 25/75 é
bastante efetiva para as propriedades de compactão.
A Figura 8 apresenta uma fotografia das partículas de ADCP, obtida através da técnica
de microscopia eletrônica de varredura (MEV).
Figura 8 – Partículas de Emcompress anidro; a barra tem tamanho igual a 100 µm
(Fonte: www.medicinescomplete.com/mc/excipients)
3.2.2 Celulose Microcristalina
-Nome em Inglês: Microcrystalline Cellulose
-Outros nomes:
-Farmacopéia Japonesa, Européia, Norte-Americana: Microcrystalline cellulose
30
-Nomes comerciais: Avicel PH; Celex; Cellulose Gel; Celphere; Ceolus KG; Crystalline
Cellulose; E460; Emcocel; Ethispheres; Fibrocel; Pharmacel; Tabulose; Vivapur. No caso
do medicamento estudado neste trabalho, é utilizada a MCC Avicel PH102.
-Fórmula: (C
6
H
10
O
5
)
n
, onde n 220
-Categoria funcional: Aglutinante e diluente de comprimidos.
-Aplicações e propriedades:
De acordo com Jivraj, Martini e Thomson (2000), em uma pesquisa conduzida dentro
da indústria farmacêutica, foi concluído que a MCC é o mais usado aglutinante para
compactação, devido à sua excelente compactabilidade a baixas pressões. Porém tem
escoabilidade baixa, sendo que esta limitação é usualmente corrigida misturando-a com outro
aglutinante com boa escoabilidade, como o DCP. Inghelbrecht e Remon (1998) reforçaram
esta afirmação, quando concluíram que a tensile strength dos comprimidos preparados com a
MCC aumenta quando se adiciona algum outro excipiente cujas partículas tendem a sofrer
fragmentação mediante solicitação de pressão, como é o caso do DCP.
Segundo Lieberman, Lachman e Schwartz (1990a), a escoabilidade da MCC é baixa
pelo tamanho de partículas relativamente pequeno. Grandes diferenças nas propriedades
físico-químicas são observadas entre fabricantes, entretanto para todos a variabilidade lote a
lote é pequena, conforme foi atentado por Doelker et al. (1987 apud LIEBERMAN,
LACHMAN E SCHWARTZ 1990a).
A Figura 9 e a Figura 10 apresentam fotografias das partículas de MCC que foram
obtidas através da técnica de MEV e que foram retiradas de fontes diferentes.
Figura 9 - Partículas de MCC (Avicel PH-101); a barra tem tamanho igual a 200 µm
(Fonte: Korhonen et al., 2002)
31
Figura 10 - Partículas de MCC; a barra tem tamanho igual a 100 µm (Fonte:
www.medicinescomplete.com/mc/excipients)
3.2.3 Croscarmelose de Sódio
-Nome em Inglês: Croscarmellose Sodium
-Outros nomes:
-Farmacopéia Européia: Carmellosum natricum conexum
-Farmacopéia Norte-Americana: Croscarmellose sodium
-Nomes comerciais: Ac-Di-Sol; Crosslinked Carboxymethylcellulose Sodium; Explocel;
Modified Cellulose Gum; Nymcel ZSX; Pharmacel XL; Primellose; Solutab; Vivasol.
-Categoria funcional: Desintegrante de comprimidos.
-É um polímero de carboximetilcelulose de sódio.
A Figura 11 apresenta uma fotografia das partículas de croscarmelose de sódio que foi
obtida através da técnica de MEV.
Figura 11 - Partículas de croscarmelose de sódio; a barra tem tamanho igual a 100 µm
(Fonte: www.medicinescomplete.com/mc/excipients)
32
3.2.4 Estearato de Magnésio
-Nome em Inglês: Magnesium Stearate
-Outros nomes:
-Farmacopéia Japonesa e Norte-Americana: Magnesium stearate
-Farmacopéia Européia: Magnesii stearas
-Nomes comerciais: Magnesium Octadecanoate; Octadecanoic Acid, Magnesium Salt;
Stearic Acid, Magnesium Salt.
-Fórmula: C
36
H
70
MgO
4
-Categoria funcional: Lubrificante de comprimidos.
A Figura 12 apresenta uma fotografia das partículas de estearato de magnésio que foi
obtida através da técnica de MEV.
Figura 12 - Partículas de estearato de magnésio; a barra tem tamanho igual a 20 µm
(Fonte: www.medicinescomplete.com/mc/excipients)
3.2.5 Fármaco
Como o fármaco é patente de um laboratório multinacional, optou-se por não divulgar o
nome nem a fórmula molecular do mesmo neste trabalho, para preservar os direitos autorais
do fabricante. É um sal de massa molecular acima de 650, com os seguintes elementos
constituintes: C, H, N, O, S. Tem diâmetro médio das partículas entre 10 e 60 µm.
33
3.3 Compactação
Segundo McCormick (2005), o mecanismo básico de compactação foi desenvolvido na
segunda metade do Século XIX. Carlin (2004) relatou que as compressoras atuais são mais
sofisticadas e têm maior nível de automação e controle se comparadas às do passado, mas a
tecnologia básica não mudou significativamente nas últimas décadas. Além disso, a produção
de comprimidos ainda requer certo grau de habilidade por parte dos operadores,
principalmente devido à incerteza das características físicas dos materiais submetidos à
compactação, que constitui um obstáculo à correlação das propriedades das matérias-primas
com as propriedades dos comprimidos, mesmo nos processos mais simples de compactação
direta.
De acordo com Tousey (2002), uma compressora é uma das mais complexas máquinas
usadas no ambiente de manufatura das indústrias farmacêuticas. No mundo todo, mais de
dezoito diferentes empresas produzem compressoras similares. Este fato permitiu às instrias
definir e criar um padrão para compressoras e também para ferramentais de compactação, o
qual foi publicado no Tablet Specification Manual (TSM) da Associação Farmacêutica Norte-
Americana.
Rowley (2001) descreveu que, em uma compressora, o alimentador não empurra o pó
para dentro da matriz, mas sim permite com que o pó flua para dentro da matriz. Um fluxo
consistente de pó para dentro da matriz é importante para assegurar a necessária
reprodutibilidade e consistência de massa a cada comprimido. Existe ainda nas compressoras
uma etapa anterior à compactação, que é conhecida como pré-compactação. O objetivo
principal é remover o ar aprisionado dentro do pó, resultando em uma dureza
6
maior dos
comprimidos. Também é necessário entender que o diâmetro da cabeça do punção superior é
levemente inferior que o diâmetro da cabeça do punção inferior, já que o punção inferior
permanece dentro da matriz o tempo todo na compressora. O diâmetro da cabeça do punção
superior é levemente menor porque o ar precisa deixar a matriz durante a compactação. Se o
tempo de compactação for pequeno, de maneira que a compactação não ocorra por completo,
ocorre capping.
6
De acordo com Allen, Popovich e Ansel (2005), a dureza é a resistência do comprimido à ruptura sob pressão radial. O teste
consiste em submeter o comprimido à ação de um aparelho que meça a força, aplicada diametralmente, necessária para queb-lo. Os
comprimidos devem ter uma dureza adequada para resistir às condições do processo após a compactação (revestimento, embalagem e
transporte) e ao mesmo tempo desintegrar e viabilizar a taxa de dissolução.
34
Segundo Mattsson (2000), quando uma pressão é aplicada a um pó dentro de uma
matriz, ocorre uma redução de volume e do ar anteriormente aprisionado nos espaços entre as
partículas. Quando as partículas se aproximam muito entre si normalmente se estabelecem
ligações/uniões entre as mesmas, fenômeno este conhecido como aglutinação. A formão
destas uniões está associada com uma redução de energia do sistema. Assim sendo, a
resistência mecânica de um comprimido é usualmente utilizada como uma medição da
compactabilidade do material. A redução de volume se dá através de diversos mecanismos e
diferentes tipos de ligações entre as partículas e depende da pressão aplicada e também das
propriedades do pó.
Ainda segundo Mattsson (2000), os principais mecanismos de aglutinação são: força de
atração, pontes sólidas e uniões mecânicas. As forças de atração incluem as forças de van der
Waals, as pontes de hidrogênio e as forças eletrostáticas. Pontes sólidas são formadas quando
há contato entre partículas a nível atômico. As uniões mecânicas são descritas como o ato de
prender com garra as partículas e são causadas devido às irregularidades nas supercies das
partículas.
3.3.1 Ciclo de compactação
A Figura 13 mostra o ciclo de compactação de um pó.
Figura 13 - Os estágios da compactação de um (Fonte: USIP, 2005)
Força de compactação
Altura do comprimido
Rearranjo
Deformação elástica
Deformação plástica
Quebra das partículas
Relaxação
35
Os vários estágios do ciclo de compactação de um foram descritos por Jivraj, Martini
e Thomson (2000):
• Rearranjo – as partículas se movem dentro da matriz para ocupar os espaços vazios
que existem entre as partículas.
• Deformão – as partículas não mais se rearranjam e o material deforma-se
elasticamente.
• Compactação – quando o limite elástico é excedido, o material pode deformar-se tanto
plasticamente quanto destrutivamente (fratura). Os mecanismos de deformação são
dependentes das características do material, da velocidade de compactação, da pressão de
compactação e do tamanho das partículas.
• Relaxação – uma vez que a força de compactação foi removida da massa comprimida,
o compactado segue em um estágio conhecido como relaxação, que pode ou não ser sucedida
de uma recuperação elástica, dependendo das propriedades do material.
Segundo Rasenack e Müller (2002), um aspecto importante do processo de formação de
comprimidos é a relação entre energia elástica e energia plástica. A deformão elástica é um
fenômeno reversível que constitui um obstáculo à formação de comprimidos mecanicamente
estáveis. A deformão plástica e a fragmentação são fenômenos irreversíveis que, ao
contrário, promovem a formação de comprimidos estáveis.
Michrafy, Ringenbacher e Tchoreloff (2002) descreveram que os vários mecanismos
envolvidos no processo de compactação de pós estão todos conectados e são difíceis de
predizer.
3.3.2 Resistência mecânica dos comprimidos
De acordo com Mattsson (2000), a resistência mecânica de um comprimido pode ser
caracterizada como a força necessária para quebrá-lo. Existem vários métodos para medir a
resistência mecânica dos comprimidos, dentre eles: força de quebra através de compactação
diametral e força de quebra através de compactação axial. Entretanto os resultados variam de
acordo com o método utilizado. Isso pode ser atribuído, dentre outros fatores, à
heterogeneidade e natureza anisotpica dos comprimidos, com variões, por exemplo, nas
uniões entre partículas e na distribuição de poros. Além disso, as dimensões dos comprimidos
também têm que ser levadas em consideração. Consequentemente, os valores das forças dos
36
comprimidos podem ser considerados como sendo uma representação das propriedades do
comprimido como espécime macroscópico e não apenas das propriedades dos materiais que
compõem o comprimido.
A metodologia mais comum para aplicação farmacêutica para medir a resistência
mecânica dos comprimidos é o teste de compactação diametral, que é usado para calcular a
tensile strength radial do comprimido.
Segundo Belda e Mielk (2005), Odeku et al. (2005), Galen e Zavaliangos (2005) e
Lieberman, Lachman e Schwartz (1990b), a tensile strength radial, é dada através da Equação
1.
σ = (2.F) / (π.D.T)
(1)
Onde F é a força aplicada na direção radial e requerida para quebrar o comprimido, D é
o diâmetro e T é a altura do comprimido (direção axial).
Newton, Haririan e Podczeck (2000) ratificaram a Equação 1 ao mencionar que a
influência da força de compactação na tensile strength radial de comprimidos é vista
claramente como sendo dependente da altura dos comprimidos. E, de acordo com Lieberman,
Lachman e Schwartz (1990b), a dureza de um comprimido é proporcional à tensile strength
radial.
3.3.3 Porosidade dos comprimidos
De acordo com Mattsson (2000), aumentando a pressão de compactação, as partículas
se aproximam entre si, resultando em uma redução da porosidade. As propriedades do
comprimido tais como a resistência mecânica e a desintegração são afetadas pela estrutura dos
poros. Entretanto, a relação entre resistência mecânica e a estrutura dos poros aparenta ser
ambígua. Por exemplo, uma relação linear entre a porosidade e o logaritmo da resistência
mecânica dos comprimidos foi reportada por Ryshkewitch (1953 apud MATTSSON, 2000).
Isso sugere que os comprimidos com baixa porosidade vão apresentar maior resistência
mecânica. Adicionalmente, a supercie total dos poros tem sido sugerida ser diretamente
proporcional à força de quebra dos comprimidos de lactose, ou seja, um aumento na área
superficial total dos poros resulta em um aumento da resistência mecânica dos comprimidos.
Entretanto, um outro estudo conduzido por Juppo (1996 apud MATTSSON, 2000)o
demonstrou esta mesma relação para a lactose e mesmo para outros materiais. Um aumento da
37
resistência mecânica dos comprimidos foi ao contrário proposta estar relacionada com um
decréscimo no volume dos poros grandes e uma mudança da distribuição de tamanho dos
poros através de um diâmetro menor dos poros. Embora seja razoável assumir que uma baixa
porosidade contribui para uma maior resistência mecânica dos comprimidos, relações lineares
são raramente obtidas, provavelmente em parte devido à inflncia de toda a distribuição de
poros. Materiais com tendência à extensiva fragmentação geralmente resultam em
comprimidos com alta porosidade devido ao elevado número de pontos de uno que são
criados e que evitam posterior redução de volume. Um material dúctil, por outro lado,
frequentemente vai resultar em comprimidos com baixa porosidade porque o elevado grau de
deformação plástica torna possível que as partículas se movam muito próximas uma das
outras.
Segundo Sun e Grant (2001b), quanto maior a redução da porosidade a uma
determinada pressão de compactação, maior é a compressibilidade. Em muitos casos, a tensile
strength de um comprimido decresce exponencialmente com o aumento da porosidade.
Jain (1999) comprovou mudanças na porosidade do material durante a compactação.
Durante a formação de comprimidos, a porosidade do pó muda à medida que a força de
compactação é aplicada. A equação de Heckel usualmente é aplicada para sistemas que se
deformam plasticamente, mas desvios da linearidade a baixas pressões aplicadas tendem a
sugerir mecanismos diferentes de compactação, tais como fraturas.
De acordo com Sun e Grant (2001b), a maior porosidade do pó antes da compactação
deve ser parcialmente atribuída a uma baixa compressibilidade do material. Maiores valores
de recuperação elástica contribuem para uma menor compressibilidade, porque causa um
aumento na porosidade dos comprimidos ao final da fase de compactação.
Kaerger, Edge e Price (2004) relataram que normalmente a força de quebra dos
comprimidos se reduz com dmetros maiores de poros nos comprimidos.s compactados,
usando frações finas de tamanho de grânulos, exibiram menores tamanhos de poros e maiores
forças mecânicas comparados aos compactados a partir de frações de tamanhos maiores. É
bem conhecido que a porosidade nos comprimidos diminui com o aumento da força de
compactação. Pode ser suposto que, se materiais com forte tendência a fragmentação são
compactados, o espaço dos poros inter partículas é preenchido com fragmentos.
Já Brandão (2001) descreveu que a dureza de um comprimido é proporcional ao
logaritmo da força de compactação e inversamente proporcional à porosidade. Quanto maior a
38
força de compactação, menor sua porosidade e maior serão a dureza e o tempo de
desintegração.
3.3.4 Escoabilidade de pós e impacto na compactação
Segundo Prescott e Barnum (2000), a escoabilidade de pós dita algumas características
de uma forma farmacêutica sólida, principalmente em termos de variação de massa dos
comprimidos e potencial de segregação das matérias-primas na mistura final, e condições do
processo de manufatura, principalmente no que se refere ao tempo de processamento
(velocidade da compressora) e à transferência do pó entre os diversos equipamentos de
manufatura, muitas vezes realizada por gravidade ou ação mecânica.
Em uma compressora, se a taxa de escoamento do pó do alimentador para o interior das
matrizes for muito lenta, pode não haver completo preenchimento das matrizes,
comprometendo a qualidade do comprimido e, se for muito rápida, o pó pode se densificar de
uma maneira que prejudique sua posterior compactação, também comprometendo a qualidade
do produto final.
De acordo com Laitinen (2003), a escoabilidade dos materiais influencia e, portanto,
pode causar problemas a algumas operações unitárias tais como mistura e compactação. A
escoabilidade pode impactar na variação da massa dos comprimidos e, conseqüentemente, no
doseamento do fármaco. O tamanho das partículas tem um forte impacto na escoabilidade.
Materiais com partículas maiores que 250 µmo normalmente classificados como de livre
escoabilidade. Materiais com partículas menores (<100 µm), com maiores áreas de superfície,
tendem a ser mais coesivas, e podem resultar em problemas de escoabilidade. A escoabilidade
e o tamanho das partículas são mencionados por Gold et al. (1968 apud LAITINEN, 2003) e
por Danish e Parrot (1971 apud LAITINEN, 2003) como tendo alta correlação. Entretanto, a
forma das partículas também afeta a escoabilidade. Partículas esféricas têm menos pontos de
contato interpartículas e, portanto, boas propriedades de escoabilidade. A escoabilidade de
partículas elongadas e irregulares normalmente é baixa. Então, pós com similares tamanhos
de partículas, mas com diferentes formas de partículas, podem apresentar diferentes
escoabilidades. Os efeitos da forma das partículas na escoabilidade foram extensivamente
estudados por Ridgeway e Rupp (1969 apud LAITINEN, 2003), Danjo et al. (1989 apud
LAITINEN, 2003) e Cartilier e Tawashi (1993 apud LAITINEN, 2003).
39
Segundo Brandão (2001), quanto menos poroso for um granulado, maior a sua
escoabilidade. Um granulado muito poroso origina comprimidos mais friáveis e o enchimento
das matrizes se dá de forma irregular, por causa de sua baixa densidade.
De acordo com a Farmacopéia Norte-Americana (2005), uma vez que as interações
entre partículas que influenciam nas propriedades de empacotamento de um pó são também as
interações que interferem na escoabilidade deste pó, uma relação entre as densidades
aparentes aerada e após empacotamento, que é usualmente utilizada para determinação da
compressibilidade, também reflete uma medição indireta da escoabilidade de um.
3.3.5 Influência do tamanho das partículas na compactação
De acordo com Sun e Grant (2001b), a importância do tamanho inicial das partículas
que constituem um pó na determinação do comportamento da compactação é há muito
reconhecido, entretanto as influências são frequentemente conflitantes. Para a maioria dos pós
farmacêuticos, a compactação de pequenas partículas resulta em comprimidos mais fortes
porque há uma maior área total de uniões do que as partículas maiores. Porém o efeito do
tamanho inicial das partículas na resistência mecânica dos comprimidos depende de
propriedades mecânicas dos materiais constituintes.
Mattsson (2000) apresentou conclusões similares, relatando muitos estudos nos quais
uma redução no tamanho de partículas é associada a um aumento da resistência mecânica do
comprimido. Este aumento da resistência mecânica é atribuído a um aumento na área
superficial disponível para as ligações entre partículas à medida que as partículas se tornam
menores. A redução no tamanho das partículas tem sido associada com um decréscimo na
tendência à fragmentação. Alguns materiais aparentam ter um tamanho crítico de partículas na
qual ocorre uma transição entre um comportamento dúctil e de fragmentação à medida que as
partículas se tornam menores.
De acordo com Sun e Grant (2001b), a pressão necessária para causar a quebra das
partículas do DCP aumenta quando o tamanho de partículas diminui, ao passo que a pressão
necessária para causar deformação plástica em um material é independente do tamanho das
partículas. E, quanto maior o grau de fragmentação das partículas, maior o número de novos
pontos de contato criados, resultando em um elevado número de zonas potenciais de ligação e
conferindo uma maior resistência mecânica aos comprimidos produzidos com estes tipos de
40
materiais, o que já foi estudado e constatado por Larhrib e Wells (1997), Mattsson (2000) e
Sun e Grant (2001b).
Se materiais com forte tendência a fragmentação, como o DCP, são compactados, os
espaços entre os cristais maiores são preenchidos com os fragmentos (cristais menores), o que
é relatado por Kaerger, Edge e Price (2004), Sun e Grant (2001b), Galen e Zavaliangos (2005)
e Mattsson (2000), este último ainda relatando que uma importante característica de um
aglutinante é justamente sua habilidade de se distribuir nos espaços interparticulares que
compõem um comprimido.
3.3.6 Influência da modificação polimórfica e hábito na compactação
Segundo Sun e Grant (2001a), a maior parte dos princípios ativos da indústria
farmacêutica é purificada por cristalização a partir de uma solução. Importantes características
dos cristais produzidos, tais como estrutura cristalina, forma dos cristais e distribuição do
tamanho de partículas, podem ser alteradas se as condições de cristalização, tal como o
solvente de cristalização, forem mudadas. Conseqüentemente, as propriedades dos
medicamentos, tais como solubilidade, taxa de taxa de dissolução, estabilidade e
biodisponibilidade podem ser profundamente afetadas. A inflncia da forma dos cristais na
escoabilidade de sólidos particulados, no preenchimento das matrizes de compactação e no
ótimo empacotamento é reconhecida não só nas indústrias farmacêuticas, como também nas
indústrias químicas e de alimentos. A cristalinidade influencia o comportamento de formação
de comprimidos de um. Normalmente uma baixa cristalinidade aumenta as propriedades de
aglutinação de um.
Rasenack e Müller (2002) relataram que o hábito influencia o alinhamento dos cristais
na matriz e a área de contato entre as partículas. Assim sendo, o hábito dos cristais afeta as
propriedades das substâncias no que se refere à habilidade de compactação e formação de
comprimidos.
De acordo com Laitinen (2003), a forma das partículas também afeta a escoabilidade.
Partículas esféricas têm menos pontos de contato interpartículas e, portanto, boas
propriedades de escoabilidade. A escoabilidade de partículas elongadas e irregulares
normalmente é baixa. Assim,s com similares tamanhos de partículas, mas com diferentes
formas de partículas, podem apresentar propriedades muito diferentes de escoabilidade.
41
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Manufatura do medicamento
São utilizadas cinco matérias-primas para manufaturar o medicamento em questão, de
acordo com as proporções em base mássica descritas abaixo:
A. Croscarmelose de sódio: 5%
B. MCC: 53%
C. Fármaco: 20%
D. ADCP: 20%
E. Estearato de magnésio 2255: 2%
Todas estas matérias-primas seguem os critérios de aceitação descritos na Farmacopéia
Norte-Americana (2005), onde constam as seguintes características sico-químicas:
aparência, potência, contaminantes químicos, contaminantes microbiológicos, umidade
absoluta, dentre outras. Para algumas das matérias-primas existem ainda critérios de aceitação
relacionados com densidade e tamanho de partículas, que seguem:
A. Croscarmelose de sódio:
-Não existem critérios de aceitação para densidade ou área específica
-Tamanho das partículas: máximo de 2% de material retido em peneira 200 USS e
máximo de 10% retido em peneira 325 USS
B. MCC:
-Densidade aparente: 0,28 a 0,33 g/cm
3
-Tamanho das partículas: mínimo de 92% de material passando por peneira 60 USS
e máximo de 55% passando por peneira 200 USS
C. Fármaco:
-Densidade aparente: 0,3 a 0,5 g/cm
3
(aerada) e 0,5 a 0,8 g/cm
3
(após
empacotamento)
-Tamanho das partículas: 90% (em volume) menor que 130 µm e diâmetro médio
(volumétrico) entre 10 e 60 µm
42
D. ADCP:
-Densidade aparente após empacotamento: 1,25 a 1,43 g/cm
3
(ml)
-Tamanho das partículas: não há critérios de aceitação
E. Estearato de magnésio:
-Densidade aparente após empacotamento: máximo 0,29 g/cm
3
-Tamanho das partículas: Nada retido em peneira 325 USS
O medicamento foi manufaturado a partir da compactação de 300 kg de uma mistura
final previamente submetida a um processo de granulação seca. Foram manufaturados dezoito
lotes do medicamento, todos submetidos a idênticas condições do processo de granulação
seca. Como a massa média dos comprimidos foi ajustada para 300 mg, manufaturou-se
aproximadamente um milhão de comprimidos por lote. As misturas finais foram conformadas
em uma compressora Killian T300, equipada com mesa de compactação composta por trinta e
duas matrizes. A velocidade de compactação foi de cerca de cento e vinte mil comprimidos
por hora.
A Figura 14 mostra uma compressora Killian T300, bem como alguns acessórios
utilizados para a manufatura de comprimidos.
Figura 14 - Máquina de compactação Killian T300, similar à utilizada para a manufatura
do medicamento em questão
(Fonte: http://ourworld.compuserve.com/homepages/Kilian/t300.htm)
O presente trabalho teve como objetivo estudar a influência da natureza do ADCP na
qualidade do medicamento em questão. Para estudar a natureza do ADCP, foram analisadas
43
duas matérias-primas, obtidas de fornecedores comerciais distintos, aqui denominados ADCP
tipo A e tipo B. Os valores de algumas propriedades físico-químicas de cinco lotes do ADCP
tipo A e três lotes do ADCP tipo B foram determinados com o objetivo de verificar potenciais
diferenças entre os dois tipos de ADCP. Estes oito lotes de ADCP estudados foram
denominados em seqüência numérica crescente: ADCP tipo A L1 a L5 (ou seja, lote 1 até lote
5 do ADCP tipo A) e tipo B L1 a L3 (ou seja, lote 1 até lote 3 do ADCP tipo B).
Para estudar a qualidade do medicamento, algumas características dos dezoito lotes do
medicamento foram analisadas, sendo que estes lotes foram denominados em seqüência
numérica crescente e em algarismos arábicos: do lote 1 ao lote 18. Do lote 1 ao lote 9 foi
utilizado o ADCP tipo A, e do lote 10 ao lote 18 foi utilizado o tipo B.
4.2 Análises realizadas para a matéria-prima ADCP
As análises realizadas para os ADCPs foram:
4.2.1. Índices de escoabilidade e compressibilidade (Hausner, Carr, Kawakita e Ângulo
de repouso)
4.2.2. Densidade real
4.2.3. Umidade absoluta
4.2.4. Tamanho das partículas
4.3.6. Forma das partículas
4.3.7. Termogravimetria
Todas as análises descritas acima foram realizadas a partir de amostras de 1 kg que
foram retiradas de cada um dos oito lotes de ADCP estudados. As amostragens para a
realização das análises foram realizadas em sala com temperatura de 19ºC a 25ºC e umidade
inferior a 60%. Todos os instrumentos utilizados para as alises estavam calibrados.
Os cinco lotes do ADPC tipo A e os três lotes do ADCP tipo Bo foram utilizados nos
dezoitos lotes do medicamento que foram estudados. Como está sendo estudada uma condição
histórica, todos os lotes do ADPC que foram utilizados nos dezoito lotes do medicamento já
haviam sido consumidos, não sendo possível então recuperar amostras destes lotes de ADCP.
44
4.2.1 Índices de escoabilidade e compressibilidade
Todas as medições de densidade aparente foram feitas em triplicata no instrumento
Hosokawa Powder Tester.
As densidades aparentes foram calculadas na condição de livre empacotamento (aerada
ou aerated - ρ
b
) e na condição de máximo empacotamento (após empacotamento ou tapped -
ρ
t
).
O índice de Hausner (I
Hausner
) foi determinado a partir da medição das densidades
aparentes aerada e após empacotamento, através da Equação 2.
I
Hausner
= ρ
t
/ ρ
b
(2)
O índice de Carr (I
Carr
) foi determinado a partir do índice de Hausner, de acordo com a
Equação 3.
I
Carr
= 100 x (ρ
t
- ρ
b
) / ρ
t
I
Carr
= 100 x (1 – 1 / I
Hausner
)
(3)
Todas as determinações das constantes da equação de Kawakita foram feitas em
triplicata no instrumento Autotap Quanta Chrome Corporation (USA), Modelo AT-2.
Este instrumento promove vibrações em uma proveta contendo material lido em seu
interior atras de batidas cujomero é controlado: inicialmente em séries de cinco batidas
(até quarenta) e em seguida em séries de dez batidas até volume constante. A cada final de
série de batidas, o volume do material lido foi anotado. Após ser atingido volume constante,
as constantes a
e 1/b foram calculadas através da determinação da função N/C = f(N), de
acordo com a Equação 4.
N/C = (1/a).N + 1/(a.b) (4)
Onde N é o número de batidas, V
o
é o volume inicial, V
n
é o volume as n batidas, C é
a taxa de redução de volume (V
o
– V
n
) / V
o
.
A função N/C = f(N) foi determinada através de uma regressão linear e a partir daí
foram calculados as constantes a e 1/b.
De acordo com Korhonen et al. (2002), a constante a
descreve a compressibilidade do
e a constante 1/b
descreve a velocidade na qual o estágio final do empacotamento é obtido.
E estas constantes também podem ser usadas para estimar a escoabilidade de pós.
45
Todas as medições de ângulo de repouso foram feitas em triplicata no instrumento
Hosokawa Powder Tester.
4.2.2 Densidade real
A densidade real (ρ
a
) foi medida em triplicata no instrumento Multi Pycnometer Quanta
Chrome, Modelo MVP-1.
4.2.3 Umidade absoluta
A umidade absoluta foi determinada através dotodo titimétrico Karl-Fischer.
4.2.4 Tamanho das partículas
O tamanho das partículas foi determinado por difração a laser, em triplicata e em meio
líquido (água), utilizando o instrumento Beckman Coulter LS13320 e de acordo com o
modelo de Fraunhofer.
Foram medidos quatro tamanhos distintos de parculas: D
10
, D
50
, D
90
e D
(4,3)
, este
último também conhecido como diâmetro médio. Para medir a largura da distribuição
granulométrica, foi calculado o índice (D
90
– D
10
)/D
50
, que é também conhecido como span.
Segundo Chew e Chan (2002) e Garmise et al. (2006), o span é a medida da polidispersidade
de um pó, ou seja, a largura da distribuição do tamanho das partículas. Um span pequeno
indica uma distribuição mais uniforme e uma distribuição idealmente formada por partículas
de mesmo tamanho teria um span igual a zero.
4.2.5 Forma das partículas
A forma das partículas foi avaliada utilizando MEV, sendo escolhido aleatoriamente um
lote do ADCP tipo A e um lote do ADCP tipo B, respectivamente os lotes L1 do ADCP tipo
A e L3 do ADCP tipo B.
Utilizou-se um microscópio JEOL JSM5200, e as imagens foram obtidas com aumentos
(magnitude) de 2000x e 5000x.
46
4.2.6 Termogravimetria
Foi utilizado o equipamento TGA/SDTA 851
e
da empresa Mettler-Toledo nas seguintes
condições: aquecimento de 25 a 250ºC, razão de aquecimento de 5ºC/min, fluxo de nitrogênio
de 30ml/min. Dois lotes do ADCP tipo A e dois do tipo B foram submetidos a esta análise:
lotes L3 (tipo A), L5 (tipo A), L1 (tipo B) e L2 (tipo B).
4.3 Análises realizadas para o medicamento
Dezoito lotes do medicamento em questão foram submetidos às seguintes análises:
4.3.1. Massa, altura e dureza dos comprimidos
4.3.2. Tensile strength dos comprimidos
4.3.3. Força de compactação utilizada para manufaturar os comprimidos
4.3.4. Taxa de dissolução dos comprimidos
4.3.5. Umidade absoluta dos comprimidos
4.3.6. MEV dos comprimidos fragmentados
As amostragens para a realização de todas as análises descritas acima foram realizadas
em sala com temperatura de 19ºC a 25ºC e umidade inferior a 60%. Todos os instrumentos
utilizados para as análises estavam calibrados.
4.3.1 Massa, altura e dureza dos comprimidos
Estas três propriedades dos comprimidos foram determinadas através do dispositivo
automático de amostragem e medições acoplado à compressora, que retira uma amostra de 10
comprimidos a cada quinze minutos e mensura tais propriedades para cada comprimido
dentro da amostra. Os valores das medições foram impressos em relatórios e posteriormente
transcritos para planilhas eletrônicas para serem estudados. As medições de massa, altura e
dureza dos comprimidos seguiram as metodologias descrita pela Farmacoia Norte-
Americana (2005).
47
4.3.2 Tensile strength dos comprimidos
A tensile strength radial foi calculada através da Equação 1.
σ = (2.F) / (π.D.T)
(1)
Onde F é a força aplicada na direção radial e requerida para quebrar o comprimido, D é
o diâmetro e T é a altura do comprimido (direção axial).
Como os comprimidos têm altura variável, porém dimensões laterais fixas de acordo
com o formato das matrizes, optou-se por excluir a variável diâmetro da fórmula de cálculo da
tensile strength.
4.3.3 Força de compactação utilizada para manufaturar os comprimidos
A força de compactação é monitorada eletronicamente pela máquina de compactação,
individualmente para cada comprimido. Esta força de compactação é medida através de uma
célula de carga composta por um conjunto sensor-transdutor, que transforma um esforço
mecânico em um sinal elétrico que é processado por um controlador lógico-programável.
Tão logo o dispositivo automático acoplado à compressora realizava a medição de
massa, altura e dureza de cada um dos comprimidos das amostras retiradas do processo a cada
quinze minutos, o controlador lógico-programável determinava a média das forças individuais
de compactação no mesmo momento. Cada um destes valores de força de compactação foram
impressos em um relatório e todos os valores foram transferidos para uma planilha eletrônica
para serem posteriormente estudados.
A força de compactação é justamente uma das variáveis de processo que pode ser
ajustada pelos operadores da compressora, visando obter comprimidos com altura e dureza
que estejam não apenas em conformidade com os intervalos de aceitação, mas também o mais
próximos possível do valor médio de cada um destes intervalos de aceitação.
4.3.4 Taxa de dissolução dos comprimidos
A taxa de dissolução dos comprimidos foi determinada para cada lote do medicamento
usando o método descrito na Farmacopéia Norte-Americana (2005).
48
4.3.5 Umidade absoluta dos comprimidos
A umidade absoluta foi determinada atras do método titimétrico Karl-Fischer,
conforme descrito na Farmacopéia Norte-Americana (2005).
4.3.6 MEV de comprimidos fragmentados
Quatro comprimidos foram submetidos a esta análise, sendo dois deles referentes a lotes
distintos do medicamento manufaturados com o ADCP tipo A (os lotes 3 e 6) e os outros dois
com o ADCP tipo B (os lotes 13 e 16).
O aspecto morfológico da superfície de fratura foi caracterizado por MEV, utilizando-se
um microscópio JEOL JSM5200. As imagens foram obtidas com aumentos (magnitude) de
750x, 1500x e 3500x com o microscópio operando no modo de detecção de elétrons
secundários. O mesmo campo de visão fotografado com aumento de 1500x foi analisado com
a técnica de elétrons retroespalhados. Adotou-se uma voltagem de aceleração de 15kV.
A microanálise de regiões específicas de interesse foi feita com auxílio da técnica de
espectroscopia de energia dispersiva de raios-X (EDS) tomando-se como campo de referência
imagens obtidas com magnitude de ampliação de 2000x. A técnica foi implementada como
ferramenta auxiliar para identificação qualitativa de espécies químicas de interesse, dentre
elas, fósforo e cálcio.
A etapa de preparação exigiu a ruptura das amostras por meio de esforço mecânico
aplicado de tal maneira a expor, na porção mediana do comprimido, uma supercie de fratura
paralela à direção de compactação. A orientação da direção de propagação da trinca induzida
foi feita por meio de entalhes superficiais na região periférica da amostra. A base da amostra
obtida, tomando-se o devido cuidado para preservação da superfície de fratura, foi desbastada
de modo a permitir o apoio e a fixação vertical no porta-amostra utilizado. A finalização da
etapa de preparação consistiu do recobrimento por deposição de uma fina película de ouro.
4.4 Estudos estatísticos
Para verificar diferenças estatisticamente significativas entre as médias de duas
populações, optou-se pelo teste de hiteses Two-Sample T-Test. Os resultados deste teste
estão sendo apresentados em função do parâmetro estatístico p-value: valores abaixo de 0,05
49
(5%) representam diferenças estatisticamente significativas entre as médias. As premissas
para a realização deste teste e todos os detalhes podem ser encontrados nos Anexos C e D.
50
5 RESULTADOS
São apresentados neste capítulo os resultados experimentais da caracterização da
matéria prima ADCP (item 5.1) e do medicamento (item 5.2).
5.1 Análises da matéria-prima ADCP
5.1.1 Índices de escoabilidade e compressibilidade
A Tabela 2 apresenta as densidades aparentes aerada e após empacotamento para os
lotes dos ADCPs tipos A e B. As densidades estão em g/cm
3
.
Tabela 2 - Densidade aparente aerada e após empacotamento para os lotes dos ADCPs
51
A partir dos valores da Tabela 2 foram calculados os índices de Hausner e Carr, de
acordo com a Figura 15 e a Figura 17, que representam os intervalos de confiança (95%) para
as médias, e de acordo com a Figura 16 e a Figura 18, que representam os valores individuais,
identificados como pontos vermelhos nos gráficos, para os dois tipos do ADCP (os símbolos
em azul representam as médias). Os índices de Carr estão em %.
Figura 15 - Intervalos de confiança para a média para o índice de Hausner dos lotes dos
ADCPs
Figura 16 - Gráfico do índice de Hausner para os lotes dos ADCPs tipos A e B
52
Figura 17 - Intervalos de confiança para a média para o índice de Carr dos lotes dos
ADCPs
Figura 18 - Gráfico do índice de Carr para os lotes dos ADCPs tipos A e B
A Figura 16 e a Figura 18 mostram que a média dos índices de Hausner e Carr para os
lotes do ADCP tipo A é maior que a média para os lotes do ADCP tipo B. Sendo os valores
dos parâmetros estasticos p-value menores que 0,05 para os índices de Hausner e Carr, é
posvel concluir que as diferenças entre as médias são estatisticamente significativas. O
estudo estatístico detalhado pode ser encontrado no Anexo C.
53
A Figura 19 e a Figura 21 representam os intervalos de confiança (95%) para as médias
e a Figura 20 e a Figura 22 representam os valores individuais, identificados como pontos
vermelhos nos gráficos, para os dois tipos do ADCP (os símbolos em azul representam as
médias).
Figura 19 – Intervalo de confiança para a média da constante a da equação de Kawakita
para os lotes dos ADCPs
Figura 20 - Gráfico da constante a da equação de Kawakita para os lotes dos ADCPs
tipos A e B
54
Figura 21 – Intervalo de confiança para a média da constante 1/b da equação de
Kawakita para os lotes dos ADCPs
Figura 22 - Gráfico da constante 1/b da equação de Kawakita para os lotes dos ADCPs
tipos A e B
A Figura 20 e a Figura 22 mostram que a média das constantes a e 1/b da equação de
Kawakita para os lotes do ADCP tipo A é maior que a média para os lotes do ADCP tipo B.
Sendo os valores dos pametros estasticos p-value menores que 0,05 para as constantes a e
1/b, é possível concluir que as diferenças entre as médias são estatisticamente significativas.
O estudo estatístico detalhado pode ser encontrado no Anexo C.
55
A Figura 23 representa os intervalos de confiança (95%) para as médias e a Figura 24
representa os valores individuais, identificados como pontos vermelhos no gráfico, para os
dois tipos do ADCP (os símbolos em azul representam as médias).
Figura 23 – Intervalo de confiança para a dia do ângulo de repouso para os lotes dos
ADCPs
Figura 24 - Gráfico do ângulo de repouso para os lotes dos ADCPs tipos A e B
A Figura 24 mostra que a média dos ângulos de repouso para os lotes do ADCP tipo A é
igual à média para os lotes do ADCP tipo B. Sendo o valor do parâmetro estatístico p-value
igual a 0,172, é possível concluir que não há diferença estatisticamente significativa entre as
médias. O estudo estatístico detalhado pode ser encontrado no Anexo C.
56
5.1.2 Densidade real
A Figura 25 representa os intervalos de confiança (95%) para as médias e a Figura 26
representa os valores individuais, identificados como pontos vermelhos no gráfico, para os
dois tipos do ADCP (os símbolos em azul representam as médias). A densidade real está em
g/cm
3
.
Figura 25 - Intervalo de confiança para a média da densidade real para os lotes dos
ADCPs
Figura 26 - Gráfico da densidade real para os lotes dos ADCPs tipos A e B
A Figura 26 mostra que a média das densidades reais para os lotes do ADCP tipo A é
igual à média para os lotes do ADCP tipo B. Sendo o valor do parâmetro estatístico p-value
57
igual a 0,918, é possível concluir que não há diferença estatisticamente significativa entre as
médias. O estudo estatístico detalhado pode ser encontrado no Anexo C.
5.1.3 Umidade absoluta
A Figura 27 representa os valores individuais, identificados como pontos vermelhos no
gráfico. A Figura 28 também representa os valores individuais, identificados como pontos
vermelhos no gráfico, para os dois tipos do ADCP, porém os símbolos em azul representam as
médias.
Figura 27 - Umidade dos lotes dos ADCPs
Figura 28 - Gráfico da umidade para os lotes dos ADCPs tipos A e B
A Figura 28 mostra que a média das umidades para os lotes do ADCP tipo A é menor
que a média para os lotes do ADCP tipo B. Sendo o valor do pametro estastico p-value
58
igual a 0,026, é possível concluir que a diferença entre as médias é estatisticamente
significativa. O estudo estatístico detalhado pode ser encontrado no Anexo C.
5.1.4 Tamanho das partículas
A Figura 29, Figura 30 e a Figura 31 representam os valores individuais,
respectivamente para D
10
, D
50
, D
90
e D
(4,3)
, todos em µm. A Figura 33, Figura 34, Figura 35 e
a Figura 36 também representam os valores individuais, pom agrupados para os ADCPs
tipos A e B. Os pontos vermelhos nos gráficos representam os valores individuais e os
mbolos em azul representam as médias.
Figura 29 - D
10
das partículas para os lotes dos ADCPs
Figura 30 - D
50
das partículas para os lotes dos ADCPs
59
Figura 31 - D
90
das partículas para os lotes dos ADCPs
Figura 32 – D
(4,3)
das partículas para os lotes dos ADCPs
60
Figura 33 - Gráfico do D
10
para os lotes dos ADCPs tipos A e B
Figura 34 - Gráfico do D
50
para os lotes dos ADCPs tipos A e B
61
Figura 35 - Gráfico do D
90
para os lotes dos ADCPs tipos A e B
Figura 36 - Gráfico do D
(4,3)
para os lotes dos ADCPs tipos A e B
62
A Figura 33, Figura 34, Figura 35 e a Figura 36 mostram que as médias dos tamanhos
das partículas (respectivamente, D
10
, D
50
, D
90
e D
(4,3)
) para os lotes do ADCP tipo A são
menores que as médias para os lotes do ADCP tipo B. Sendo os valores dos parâmetros
estasticos p-value menores que 0,05 para todos os tamanhos das partículas, é possível
concluir que a diferença entre as médias é estatisticamente significativa. O estudo estatístico
detalhado pode ser encontrado no Anexo C.
O ADCP tipo B teve tamanhos de partículas D
10
, D
50
e D
90
maiores que o ADCP tipo A:
0,76 µm, 6,25 µm e 25,72 µm, respectivamente, para o ADCP tipo A e 1,68 µm, 20,01 µm e
35,92 µm para o ADCP tipo B. Assim, no caso do D
10
e D
50
, estes tamanhos foram mais do
que duas vezes maiores para o ADCP tipo B. Os diâmetros médios foram: 10,30 µm para o
ADCP tipo A e 20,08 µm para o ADCP tipo B.
Para avaliar o nível de espalhamento das distribuições, foram avaliadas as larguras das
distribuições, através do cálculo do span (D
90
– D
10
)/D
50
: a média do span para o ADCP tipo
A foi igual a 4,14 µm e igual a 1,72 µm para o ADCP tipo B. Assim sendo, o material tipo B
tem partículas de tamanhos mais uniformes que o tipo A.
5.1.5 Forma das partículas
A Figura 37 e a Figura 39 mostram fotomicrografias com aumento de 2000x,
respectivamente, de um lote do ADCP tipo A e tipo B. Fotomicrografias análogas tambémo
mostradas na Figura 38 e na Figura 40, porém com aumento de 5000x.
63
Figura 37 - Fotomicrografia do lote L1 de ADCP tipo A; a barra tem tamanho igual a 10
µm
Figura 38 - Fotomicrografia do lote L1 de ADCP tipo A; a barra tem tamanho igual a 5
µm
64
Figura 39 - Fotomicrografia do lote L3 de ADCP tipo B; a barra tem tamanho igual a 10
µm
Figura 40 - Fotomicrografia do lote L3 de ADCP tipo B; a barra tem tamanho igual a 5
µm
65
As fotomicrografias revelam que as partículas tipo A o predominantemente partículas
primárias de tamanho aproximado 5 µm e hábito tabular com a face dominante bem definida.
Uma parte das partículas parece ser constituída por agregados dessas partículas primárias
tabulares. Já o material do tipo B é constitdo por agregados de tamanho aproximado 20 µm.
5.1.6 Termogravimetria
A Figura 41, Figura 42, Figura 44 e a Figura 43 se referem às curvas
termogravimétricas, respectivamente, para os lotes L3 (tipo A), L5 (tipo A), L1 (tipo B) e L2
(tipo B). As curvas na cor rosa se referem às derivadas das curvas termogravimétricas e são
utilizadas para verificar a temperatura de início e fim da perda de massa do material e também
para verificar a quantidade de massa perdida.
Figura 41 - Curva termogravimétrica para o lote L3 (tipo A) do ADCP
66
Step -0.3248 %
-0.1080 mg
Step -0.1654 %
-55.0007e-03 mg
!&Fosfato J003632
Fosfato J003632, 33.2490 m g
%
99.80
99.85
99.90
99.95
100.00
100.05
100.10
°C40 60 80 100 120 140 16 0 1 80 200 220 240
\!&Fosfato J00 3632
Fosfato J003632, 3 3.249 0 m g
1/°C
2e-004
°C40 60 80 100 120 140 16 0 1 80 200 220 240
Fosfato J00 3632 03.03.2006 14:13:14
SW 8.01
e
RTASDEMO V ers ion
Figura 42 – Curva termogravimétrica para o lote L5 (tipo A) do ADCP
Figura 43 - Curva termogravimétrica para o lote L1 (tipo B) do ADCP
67
Figura 44 - Curva termogravimétrica para o lote L2 (tipo B) do ADCP
A Figura 45 mostra todas as curvas termogravimétricas juntas no mesmo gráfico e é útil
para comparar as curvas entre si.
Figura 45 - Curvas termogravimétricas para os lotes do ADCP: L3 e L5 (tipo A) e L1 e
L2 (tipo B)
L3
(
ti
p
o A
)
L5
(
ti
p
o A
)
L1
(
ti
p
o B
)
L2
(
ti
p
o B
)
68
Observa-se, nas curvas termogravimétricas, que a perda de massa no material para
temperaturas inferiores a 100
o
C é desprezível e que a perda de massa em toda a faixa de
temperatura (entre 25 e 250
o
C) é bastante pequena, igual a 0,32% para o L5 (tipo A) e 0,42%
para o L2 (tipo B).
69
5.2 Análises do medicamento
Os lotes 1 ao 9 utilizaram o ADCP tipo A e os lotes 10 ao 18 utilizaram o ADCP tipo B.
5.2.1 Massa, altura e dureza dos comprimidos
A Figura 46 apresenta o gráfico de valores individuais e a Figura 47 os intervalos de
confiança (95%) para as médias das massas dos comprimidos de cada um dos dezoito lotes
analisados. Cada ponto em vermelho na Figura 46 corresponde à massa individual de um
comprimido, para cada lote. Os símbolos em azul que aparecem em cada lote representam a
média final da massa dos comprimidos, que estão interligadas através de uma linha que ajuda
a interpretar a variação de um lote para outro.
Figura 46 - Gráfico dos valores individuais das massas dos comprimidos
70
Figura 47 - Gráficos dos intervalos de confiança para a média das massas dos
comprimidos
Observa-se na Figura 46 e na Figura 47 uma elevada variabilidade para as médias dos
13 primeiros lotes, o que deixou de ocorrer do lote 14 em diante. A explicação para esta
observação é que a partir do lote 14 optou-se por uma sistemática conhecida como
compactação na teoria” (tableting on theory), ou seja, a compressora foi ajustada para
fornecer uma massa dos comprimidos igual à massa teórica, que é descrita na bula do
medicamento, independentemente da concentração da substância ativa na mistura final. Do
lote 1 ao 13, a compressora foi ajustada para fornecer uma massa de comprimidos
proporcional ao teor do fármaco na mistura final antes da compactação.
Assim sendo, como a massa dos comprimidos variou bastante, principalmente para os
treze primeiros lotes, optou-se por dispor a dureza e a força de compactação em função da
massa dos comprimidos (dureza por unidade de massa e força de compactação por unidade de
massa), para minimizar distorções de interpretação.
71
A Figura 48 apresenta o gráfico de valores individuais e a Figura 49 o gráfico de
intervalos de confiança (95%) para as médias das alturas dos comprimidos.
Figura 48 - Gráfico dos valores individuais das alturas dos comprimidos.
Figura 49 - Gráficos dos intervalos de confiança para a média das alturas dos
comprimidos
Constam apenas 15 pontos na Figura 48 e na Figura 49 porque não há dados de altura
dos comprimidos para os lotes 1, 17 e 18, uma vez que os relatórios impressos destes lotes
não continham estas informações.
Estudou-se a correlão entre a altura e a massa individuais dos comprimidos do lote 2
ao lote 16, sendo obtido um coeficiente de correlação de Pearson igual a 0,90 e um p-value
72
menor que 0,05, o que denota elevada correlação entre estas duas variáveis. Com base nestes
resultados, está se considerando que a altura dos comprimidos é diretamente proporcional à
massa dos comprimidos.
A Figura 50 apresenta o gráfico de valores individuais e a Figura 51 o gráfico de
intervalos de confiança (95%) para as médias das durezas dos comprimidos por unidade de
massa.
Figura 50 - Gráfico dos valores individuais da dureza dos comprimidos por unidade de
massa
Figura 51 - Gráficos dos intervalos de confiança para a média da dureza dos
comprimidos por unidade de massa
A Figura 52 mostra o gráfico dos valores individuais de dureza dos comprimidos por
unidade de massa para os lotes do medicamento manufaturados com os ADCPs tipos A e B.
73
Figura 52 - Gráfico dos valores individuais de dureza dos comprimidos por unidade de
massa para os lotes do medicamento manufaturados com os ADCPs tipos A e B
A Figura 52 mostra que a média da dureza dos comprimidos por unidade de massa para
os lotes do medicamento que foram manufaturados com o ADCP tipo A é menor que adia
com o ADCP tipo B. Cada ponto em vermelho representa o valor de dureza para um
comprimido e o símbolo em azul representa a média da dureza dos comprimidos da seqüência
de lotes do medicamento. Sendo o valor do parâmetro estatístico p-value igual a 0,001, é
possível concluir que a diferença entre as médias é estatisticamente significativa. O estudo
estatístico detalhado pode ser encontrado no Anexo D.
5.2.2 Tensile strength
A Figura 53 apresenta o gráfico de valores individuais e a Figura 54 o gráfico de
intervalos de confiança (95%) para as médias da tensile strength dos comprimidos, que foi
calculada a partir da Equação 1.
74
Figura 53 - Gráfico dos valores individuais da tensile strength dos comprimidos
Figura 54 - Gráfico dos intervalos de confiança para a média da tensile strength dos
comprimidos
Constam apenas 15 pontos na Figura 53 e na Figura 54 porque não há dados de altura
dos comprimidos para os lotes 1, 17 e 18.
A Figura 55 mostra o gráfico dos valores individuais de tensile strength dos
comprimidos para os lotes do medicamento manufaturados com os ADCPs tipos A e B.
75
Figura 55 - Gráfico dos valores individuais de tensile strength dos comprimidos para os
lotes do medicamento manufaturados com os ADCPs tipos A e B
A Figura 55 mostra que a média da tensile strength dos comprimidos para os lotes do
medicamento que foram manufaturados com o ADCP tipo A é menor que a média com o
ADCP tipo B. Cada ponto em vermelho representa o valor de dureza para um comprimido e o
símbolo em azul representa a média da dureza dos comprimidos da seqüência de lotes do
medicamento. Sendo o valor do parâmetro estastico p-value igual a 0,009, é possível
concluir que a diferença entre as médias é estatisticamente significativa. O estudo estatístico
detalhado pode ser encontrado no Anexo D.
5.2.3 Força de compactação por unidade de massa utilizada para manufaturar os
comprimidos
A Figura 56 apresenta o gráfico de valores individuais e a Figura 57 o gráfico de
intervalos de confiança (95%) para as médias da força de compactação por unidade de massa
utilizada para manufaturar os comprimidos.
76
Figura 56 - Gráfico dos valores individuais da força de compactação por unidade de
massa
Figura 57 - Gráficos dos intervalos de confiança da força de compactação por unidade
de massa
A Figura 58 mostra o gráfico dos valores individuais de força de compactação por
unidade de massa dos comprimidos para os lotes do medicamento manufaturados com os
ADCPs tipos A e B.
77
Figura 58 - Gráfico das médias da força de compactação por unidade de massa para os
lotes do medicamento manufaturados com os ADCPs tipos A e B
A Figura 58 mostra que a média da força de compactação por unidade de massa
utilizada para manufaturar os comprimidos para os lotes do medicamento que foram
manufaturados com o ADCP tipo A é maior que a média com o ADCP tipo B. Cada ponto em
vermelho representa o valor de dureza para um comprimido e o símbolo em azul representa a
média da dureza dos comprimidos da seqüência de lotes do medicamento. Sendo o valor do
parâmetro estastico p-value menor que 0,05, é possível concluir que a diferença entre as
médias é estatisticamente significativa. O estudo estastico detalhado pode ser encontrado no
Anexo D.
5.2.4 Taxa de dissolução dos comprimidos
Os valores para as médias da taxa de dissolução dos comprimidos estão na Figura 59.
Figura 59 – Taxa de dissolução dos comprimidos para cada lote manufaturado do
medicamento
78
A Figura 60 mostra o gráfico dos valores das médias de taxa de dissolução dos
comprimidos para os lotes do medicamento manufaturados com os ADCPs tipos A e B.
Figura 60 - Gráfico dos valores de taxa de dissolução para os lotes do medicamento
manufaturados com os ADCPs tipos A e B
A Figura 60 mostra que os valores de taxa de dissolução para os lotes do medicamento
que foram manufaturados com o ADCP tipo A têm média igual à com o ADCP tipo B. Cada
ponto vermelho na Figura 60 representa o valor da média de taxa de dissolução de um lote de
medicamento e o símbolo em azul representa a média da seqüência de lotes do medicamento.
Sendo o valor do parâmetro estastico p-value igual a 0,448, é possível concluir que não
diferença estatisticamente significativa entre as médias. O estudo estastico detalhado pode
ser encontrado no Anexo D.
5.2.5 Umidade absoluta dos comprimidos
Os valores para as médias da umidade dos comprimidos estão na Figura 61.
Figura 61 – Umidade dos comprimidos para cada lote manufaturado do medicamento
79
A Figura 62 mostra o gráfico dos valores das médias de umidade absoluta dos
comprimidos para os lotes do medicamento manufaturados com os ADCPs tipos A e B.
Figura 62 - Gráfico dos valores de umidade dos comprimidos para os lotes do
medicamento manufaturados com os ADCPs tipos A e B
A Figura 62 mostra que os valores de umidade dos comprimidos para os lotes do
medicamento que foram manufaturados com o ADCP tipo A têm média igual à com o ADCP
tipo B. Cada ponto vermelho na Figura 62 representa o valor da média de umidade de um lote
de medicamento e o símbolo em azul representa a média da seqüência de lotes do
medicamento. Sendo o valor do parâmetro estastico p-value igual a 0,936, é possível
concluir que não há diferença estatisticamente significativa entre as médias. O estudo
estatístico detalhado pode ser encontrado no Anexo D.
5.2.6 MEV de comprimidos fragmentados
As fotomicrografias dos quatro lotes que foram submetidos a estas análises podem ser
encontradas no Anexo A.
A caracterização morfológica topográfica da superfície de fratura induzida nas amostras
analisadas permitiu a identificação de partículas, sem um padrão de forma definido, inseridas
em uma matriz sólida dispondo de porosidade residual e trincas. A microanálise por meio de
espectroscopia de energia dispersiva de raios-X (EDS) permitiu a identificação de regiões
dispondo de fósforo,lcio e oxigênio como elementos majoritários em sua composição.
80
6 DISCUSSÃO
6.1 A ação do ADCP como diluente do medicamento
A Tabela 3 apresenta os resultados das propriedades dos ADCPs tipos A e B; os
números representam as médias seguidas do desvio padrão, este último entre parênteses.
Tabela 3 - Valores das propriedades dos ADCPs tipos A e B
Conforme observado na revisão da literatura, dentre outras características físico-
químicas, um bom diluente deve possuir boa escoabilidade, propriedade esta que pode ser
mensurada através dos índices de Carr e Hausner, constante da equação de Kawakita e ângulo
de repouso.
Os índices de Carr mostrados na Tabela 3, se comparados com a classificação da Tabela
4, mostram que os ADCPs estudados apresentam escoabilidade ruim (tipo B) ou muito ruim
(tipo A). De todo modo, o tipo B apresentou escoabilidade significativamente superior que o
tipo A.
Tabela 4 - Classificação do índice de Carr de acordo com Conesa et al. (2004)
Índice de Carr (%) Classificação
5 < C < 15 Boa escoabilidade
15 < C < 18 Moderada escoabilidade
18 < C < 22 Baixa escoabilidade
81
22 < C < 35 Escoabilidade ruim
35 < C < 40 Escoabilidade muito ruim
Similares conclusões são válidas também para o estudo das constantes da equação de
Kawakita: o ADCP tipo B teve as constantes a e 1/b significativamente menores que o tipo A.
Ou seja, o ADCP tipo B apresentou maior escoabilidade que o tipo A.
Para o ângulo de repouso, não houve difereas significativas entre ambos os ADCPs e,
de acordo com a Tabela 5, os dois tipos podem ser caracterizados como de escoabilidade
problemática, ratificando, portanto, as afirmações já comentadas nos parágrafos anteriores:
que, mesmo o tipo B tendo escoabilidade maior que o tipo A, ambos foram caracterizados
como de baixa escoabilidade.
Tabela 5 - Relação entre ângulo de repouso e escoabilidade, de acordo com JRS Pharma
(2005)
Ângulo de repouso Escoabilidade
< 33º Excelente
33º a 38º Boa
38º a 44º Problemática
> 44º Não recomendado para compactação direta
Outras características do ADCP que também podem impactar nas propriedades do
mesmo como diluente é o tamanho e forma das partículas. Observou-se que o ADCP tipo B
tem partículas significativamente maiores e mais uniformes que o tipo A. De acordo com a
literatura, partículas maiores apresentam maior escoabilidade e, portanto, esta informação
também ratifica as conclusões dos parágrafos anteriores. Apesar disso, os diâmetros médios
das partículas dos ADCPs tipos A e B são bem menores que os descritos na literatura, o que
pode explicar a baixa escoabilidade de ambos.
Portanto, a ação diluente do ADCP não pode ser atribuída à sua escoabilidade, que é
baixa. No entanto, como a escoabilidade do fosfato tipo B é maior que a do tipo A, é possível
que sua ação diluente também seja superior.
82
Na literatura o ADCP é apresentado como um bom diluente de baixa compressibilidade
e boa escoabilidade, significativamente menor que a compressibilidade e maior que a
escoabilidade dos dois tipos de ADCPs estudados. O tipo B apresentou valores de
escoabilidade e compressibilidade mais próximos que os encontrados na literatura.
A umidade absoluta de um material também pode impactar nas propriedades do mesmo
como diluente. Ambos os tipos de ADCP apresentaram baixos valores de umidade absoluta
(abaixo de 1%). Porém, a umidade do ADCP foi significativamente menor que a umidade dos
comprimidos do medicamento e, portanto, o efeito da umidade de ambos os tipos de ADCP na
respectiva ação como diluente do medicamento é desprezível.
6.2 Ação do ADCP como aglutinante do medicamento
A Tablea 6 apresenta os resultados das propriedades dos lotes do medicamento
manufaturados com os ADCPs tipos A e B; os meros representam as médias seguidas do
desvio padrão, este último entre parênteses.
Tabela 6 - Valores das propriedades do medicamento manufaturado com os ADCPs
tipos A e B
A ação aglutinante do ADCP está em parte associada à quebra das partículas durante a
compressão e a conseqüente formação de novos pontos de contato. Admitindo que o processo
de quebra cesse para partículas menores que um tamanho crítico, materiais com maior
tamanho inicial (tipo B) sofreriam um processo de quebra mais extenso, e conseentemente
83
seriam melhores aglutinantes. Como os materiais investigados apresentam tamanhos iniciais
muito inferiores aos relatados na literatura, é tamm possível que nenhum dos materiais
sofre quebra substancial. Infelizmente, as imagens de fratura não permitiram identificar o
tamanho final do ADCP nos dois tipos de medicamento.
A ação aglutinante do ADCP está também em parte associada à forma das partículas:
partículas mais esféricas, como é o caso do ADCP tipo B, proporcionam um maior
empacotamento ao pó onde estão inseridas em comparação com partículas tabulares, como é o
caso do ADCP tipo A.
Assim sendo, o formato mais esférico das partículas do ADCP tipo B e possivelmente o
maior tamanho das partículas, em relação ao tipo A, indicam que o primeiro teria uma maior
ação aglutinante. Essa conclusão é suportada pela maior dureza e maior tensile strength do
medicamento manufaturado com tipo B (Tabela 6). Além disso, este medicamento demandou
forças de compactação significativamente menores em comparação com o tipo A. Assim
sendo, o ADCP tipo B conferiu maior resistência mecânica aos comprimidos do medicamento
mesmo quando manufaturados com forças de compactação significativamente menores que as
utilizadas nos lotes do medicamento manufaturados com o ADCP tipo A.
6.3 Ação do ADCP na taxa de dissolução do medicamento
Os medicamentos obtidos com os dois tipos de fosfato apresentaram taxas de dissolução
muito similares, indicando que alterações na qualidade do fosfato não causam alterações na
microestrutura do medicamento. Esta conclusão é bastante positiva uma vez que a taxa de
dissolão é uma das propriedades mais importantes de um medicamento. As morfologias
topográficas das superfícies de fraturas desses materiais parecem confirmar essa conclusão,
pois elas tambémo similares nos dois materiais.
6.4 Pureza do ADCP
Ambos os tipos de ADCP foram analisados quanto à presença de contaminantes. Uma
potencial contaminação do ADCP com sua forma hidratada foi avaliada através de análises
termogravimétricas. A forma hidratada contém duas moléculas de água de cristalização, que
podem ser perdidas com menos de 100ºC, e a forma anidra contém umidade apenas adsorvida
na supercie e não pode ser rehidratado para formar a versão hidratada. As curvas
84
termogravimétricas mostraram que não existe perda significativa de massa no material para
temperaturas inferiores a 100
o
C, mostrando que ambos os tipos de ADCP não estiveram
contaminados com a forma hidratada. Além disso, uma vez que a perda de massa em toda a
faixa de temperatura (entre 25 e 250
o
C) foi bastante pequena, a presença de umidade
adsorvida ou de outros contaminantes voláteis também foi considerada bastante pequena.
A densidade real é uma propriedade de cada substância e independente do método
utilizado para determinação. Não houve diferença significativa entre as médias da densidade
real para ambos os tipos de ADCP, e os valores obtidos foram iguais a 2,90 g/cm
3
, muito
próximos ao valor da densidade real do ADCP encontrado na literatura, que é de 2,89 g/cm
3
.
Também não houve diferença significativa entre as médias das porosidades para ambos os
tipos de ADCP.
85
7 CONCLUSÕES
Nos dezoito lotes do medicamento estudados, os primeiros nove e os demais foram
manufaturados com ADCPs de dois fornecedores comerciais distintos. A maior resistência
mecânica dos comprimidos dos últimos nove lotes, comprovada por uma maior dureza e
tensile strength quando submetidos a uma menor força de compactação, parece estar
associada ao tamanho e à forma das partículas.
A ação do ADCP como aglutinante no medicamento aumentou significativamente
quando as partículas apresentaram diâmetro médio duas vezes maior (20,08 µm contra 10,30
µm). Além disso, um span mais de duas vezes menor (1,72 contra 4,14), que caracteriza uma
distribuição do tamanho de partículas mais uniforme, também esteve relacionado com uma
maior ação aglutinante do ADCP. Como ambos materiais investigados apresentaram
tamanhos iniciais dos cristais muito pequenos, é possível que nenhum deles tenha sofrido
quebra substancial e, portanto, não foi possível avaliar a ação aglutinante do ADCP associada
à quebra das partículas durante a compactação e a conseqüente formação de novos pontos de
contato. Porém, sabe-se que materiais com maior tamanho inicial sofreriam um processo de
quebra mais extenso de suas partículas e conseqüentemente seriam melhores aglutinantes;
portanto, é possível que isso também tenha contribuído para uma maior ação aglutinante do
ADCP utilizado nos nove últimos lotes do medicamento.
Comprovou-se, também, uma maior ação aglutinante do ADCP associada à forma das
partículas: as mais esféricas, que foram utilizadas nos nove últimos lotes do medicamento,
proporcionaram um maior empacotamento do pó, em comparação com as partículas mais
tabulares utilizadas nos primeiros lotes do medicamento.
A influência da umidade absoluta de ambos os tipos de ADCP na resistência mecânica
dos comprimidos foi considerada desprezível, uma vez que ela foi significativamente menor
que a umidade dos comprimidos para todos os lotes estudados.
A avaliação dos índices de Hausner e de Carr e das constantes da equação de Kawakita,
comprovou que, apesar de ambos os tipos de ADCP apresentarem escoabilidade ruim e
significativamente inferiores às reportadas na literatura, onde o ADCP é descrito como um
material de livre escoabilidade, os nove últimos lotes do medicamento foram manufaturados
com um ADCP de melhor escoabilidade. Isso era esperado, uma vez que o ADCP de melhor
escoabilidade apresentou menor tamanho de partículas e também um formato de partículas
86
mais esférico. Como visto na revisão da literatura, partículas esféricas têm menos pontos de
contato interpartículas e, portanto, boas propriedades de escoabilidade. E, além disso,
partículas maiores possuem maior escoabilidade se comparadas às menores.
87
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Calouste Gulbenkian, 1995, v. 1.
RASENACK, N.; MÜLLER, B. W. Crystal habit and tableting behavior. International
Journal of Pharmaceutics, v. 244, p. 45-57, 2002.
ROWLEY, F. A. From the formulator to the tablet manufacturing floor: desiderata and
troubleshooting. Pharmaceutical Technology - Yearbook, 2001.
90
SUN, C.; GRANT, D. J. W. Infuence of crystal shape on the tableting performance of l-lysine
monohydrochloride dihydrate. Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 90, n. 5, mai. 2001a.
______. Effects of initial particle size on the tableting properties of L-lysine
monohydrochloride dihydrate powder. International Journal of Pharmaceutics, v. 215, p.
221-228, 2001b.
THÜMMLER, F.; OBERACKER, R. Introduction to powder metallurgy. The Institute of
Materials, 1993.
TOUSEY, M. D. Optimal tablet press operation machine versus granulation. Pharmaceutical
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VEEN, B. V. (2003), Compaction of powder blends: effect of pores, particles and
percolation on tablet strength. 2003. Dissertação de Doutorado, Groningen
University Institute for Drug Exploration.
USIP-UNIVERSITY OF THE SCIENCES IN PHILADELPHIA. The science and practice
of pharmacy, 21 ed., Lippincott Williams & Wilkins, 2005.
91
REFERÊNCIAS CONSULTADAS
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Farmacêutica – Volume 1. 2 ed., Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.
LIEBERMAN, H. A.; LACHMAN, L.; SCHWARTZ, J. B. Pharmaceutical Dosage Forms:
Tablets – Volume 3. 2 ed., New York: Marcel Dekker, Inc., 1990.
PARIKH, D. M. Handbook of Pharmaceutical Granulation Technology. 2 ed., Boca
Raton: Taylor & Francis Group, 2005.
92
ANEXO A
FOTOMICROGRAFIAS DE COMPRIMIDOS FRAGMENTADOS
A Figura 63 até Figura 78 ilustram, para as quatro amostras analisadas, o aspecto
morfológico topográfico da supercie de fratura induzida para diferentes magnitudes de
ampliação (750x, 1500x e 3500x). As imagens de elétrons retroespalhados (BEI) apresentadas
na Figura 68, Figura 70, Figura 72 e na Figura 74 demonstram, por meio de variação de
contraste, diferenças de composição química entre regiões específicas que comem a
microestrutura formada.
Figura 63 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 3 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 20 µm
93
Figura 64 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 6 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 20 µm
Figura 65 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 13 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 20 µm
94
Figura 66 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 16 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 20 µm
Figura 67 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 3 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 20 µm. Imagem gerada com elétrons secundários (SEI – Secondary
Electron Image)
95
Figura 68 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 3 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 20 µm. Imagem gerada com elétrons retroespalhados (BEI
Backscattered Electron Image)
Figura 69 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 6 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 20 µm. Imagem gerada com elétrons secundários (SEI)
96
Figura 70 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 6 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 20 µm. Imagem gerada com elétrons retroespalhados (BEI)
Figura 71 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 13 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 20 µm. Imagem gerada com elétrons secundários (SEI)
97
Figura 72 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 13 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 20 µm. Imagem gerada com elétrons retroespalhados (BEI)
Figura 73 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 16 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 20 µm. Imagem gerada com elétrons secundários (SEI)
98
Figura 74 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 16 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 20 µm. Imagem gerada com elétrons retroespalhados (BEI)
Figura 75 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 3 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 5 µm
99
Figura 76 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 6 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 5 µm
Figura 77 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 13 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 5 µm
100
Figura 78 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 16 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 5 µm
101
ANEXO B
ESPECTROSCOPIA DE ENERGIA DISPERSIVA DE RAIOS-X
As regiões de interesse selecionadas para microanálise por meio de espectroscopia de
energia dispersiva de raios-X (EDS) estão assinaladas na Figura 79, Figura 83, Figura 87 e na
Figura 91. Os espectros de EDS obtidos estão apresentados nas Figura 80 a Figura 82, Figura
84 a Figura 86, Figura 88 a Figura 90 e Figura 92 a Figura 94. A técnica analítica empregada
permitiu, para as quatro amostras analisadas, a identificação de regiões dispondo de fósforo,
cálcio e oxigênio como elementos majoritários em sua composição.
Figura 79 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 3 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 10 µm
102
Figura 80 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 1
Figura 81 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 2
103
Figura 82 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 3
Figura 83 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 6 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 10 µm
104
Figura 84 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 2
Figura 85 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 3
105
Figura 86 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 5
Figura 87 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 13 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 10 µm
106
Figura 88 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 1
Figura 89 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 2
107
Figura 90 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 5
Figura 91 - Fotomicrografia de um comprimido do lote 16 do medicamento; a barra tem
tamanho igual a 10 µm
108
Figura 92 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 1
Figura 93 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 3
109
Figura 94 - Espectro EDS de análise qualitativa do ponto 2
110
ANEXO C
ESTUDO ESTATÍSTICO PARA AS CARACTERÍSTICAS DO ADCP
Segue o estudo estatístico efetuado para as características do ADCP, que foi comentado
na seção “Materiais e Métodos - 2. Análises realizadas para a matéria-prima ADCP”.
Optou-se por um teste de hiteses (Two-Sample T-Test) para verificar diferenças
estatisticamente significativas entre as médias de duas populações. Duas são as premissas para
se realizar esse teste: cada população deve seguir distribuição normal e possuir iguais
variâncias.
A verificação do tipo de distribuição dos dados foi realizada através do teste de
Anderson-Darling, pois é efetivo para detectar desvios da normalidade nos altos e baixos
valores da distribuição dos dados. Os resultados são apresentados através dos gficos
Probability Plot que incluem os valores do parâmetro estatístico p-value. Neste teste de
normalidade a hipótese nula H
0
é que os dados seguem distribuição normal e a hipótese
alternativa H
1
é que os dados não seguem distribuição normal. Se o valor de p é inferior ao
nível alfa (α-level), não há base estatística para aprovar a hitese nula e, portanto, reprova-se
H
0
e aprova-se a hipótese alternativa H
1
, ou seja, não há base estatística para considerar que
os dados seguem distribuição normal. O nível alfa, também denominado nível de
significância, é a probabilidade de se cometer um erro tipo I, ou seja, rejeitar H
0
quando esta
hipótese é verdadeira. Usualmente considera-se o nível alfa como igual a 0,05 (5%).
A verificação da igualdade entre as variâncias foi realizada através do F-Test ou do
Levene’s Test. Em ambos os testes, a hipótese nula (H
0
) é que os variâncias são iguais e a
hipótese alternativa (H
1
) é que as variâncias são diferentes. O F-Test é usado quando os dados
seguem distribuição normal e o Levene’s Test pode ser usado também para dados que não
seguem distribuição normal, porém dá uma maior margem de erro que o F-Test F. O intervalo
de confiança de Bonferroni, que é também mostrado no gráfico Test For Equal Variances, é o
equivalente a um intervalo de confiança de 95% para as variâncias. Elevados valores de p,
acima do nível alfa especificado (α-level), indicam diferença estatisticamente não
significativa entre as variâncias. Em outras palavras, indicam que a hitese nula é verdadeira
e então as variâncias são iguais. Baixos valores de p, abaixo do nível alfa especificado,
indicam diferença estatisticamente significativa entre as variâncias. Em outras palavras,
111
indicam que não há base estatística para aprovar a hipótese nula e, portanto, reprova-se H
0
e
aprova-se a hitese alternativa H
1
, ou seja, não há base estatística para considerar as
variâncias iguais.
A Figura 95, Figura 96 e a Figura 97 representam um exemplo dos detalhes do estudo
estatístico comentado nos parágrafos anteriores, no caso para o índice de Hausner. A Figura
95 representa o Probability Plot, onde é possível verificar os valores do parâmetro estatístico
p-value do teste de Anderson-Darling. A Figura 96 representa o Test for Equal Variances,
onde é possível verificar os valores do parâmetro estatístico p-value do F-Test e do Levene’s
Test. E a Figura 97 representa o Two-Sample T-Test, onde é possível verificar o valor do
parâmetro estastico p-value para este teste.
Figura 95 - Probability Plot do índice de Hausner para os lotes dos ADCPs tipos A e B
O estudo dos valores de p-value para o Teste de Anderson-Darling na Figura 95 mostra
que os índices de Hausner para os lotes dos ADCPs tipos A e B (respectivamente, p-value
iguais a 0,05 e a 0,73) seguem distribuição normal, que é premissa para a realização do Two-
Sample T-Test.
112
Figura 96 - Test for Equal Variances para o índice de Hausner para os lotes dos ADCPs
tipos A e B
O estudo dos valores de p-value (superiores a 0,05) para o F-Test e Levene´s Test na
Figura 96 mostra que os índices de Hausner para os lotes dos ADCPs tipos A e B têm iguais
variâncias, que é premissa para a realização do Two Sample T-Test.
Figura 97 - Two-Sample T-Test para o índice de Hausner para os lotes dos ADCPs tipos
A e B
O estudo do valor de p-value (inferior a 0,05) para o Two Sample T-Test na Figura 97
mostra que os índices de Hausner para os lotes dos ADCPs tipos A e B têm médias
significativamente diferentes.
113
A Tabela 7 sumariza os resultados do estudo estatístico para as características dos
ADCPs tipos A e B.
Tabela 7 - Resultados do estudo estatístico para as características dos ADCPs tipos A e
B
A Tabela 8 sumariza as conclusões do estudo estatístico para as características dos
ADCPs tipos A e B.
Tabela 8 - Conclusões do estudo estatístico para as características dos ADCPs tipos A e
B
Onde:
-DN significa: segueDistribuão Normal
-IV significa: possuem “Iguais Varncias”
-MI significa: “Médias Iguais”
-MSD significa:Médias Significativamente Diferentes”
114
ANEXO D
ESTUDO ESTATÍSTICO PARA AS CARACTERÍSTICAS DO
MEDICAMENTO
Segue o estudo estatístico efetuado para as características do medicamento, que foi
comentado na seção “Materiais e Métodos – 3. Alises realizadas para o medicamento”.
De maneira similar ao Anexo C, também se optou por um teste de hipóteses (Two-
Sample T-Test) para verificar diferenças estatisticamente significativas entre as médias de
duas populações.
A Figura 98, Figura 99 e a Figura 100 representam um exemplo dos detalhes do estudo
estatístico comentado nos parágrafos anteriores, no caso para a força de compactação por
unidade de massa. A Figura 98 representa o Probability Plot, onde é possível verificar os
valores do parâmetro estastico p-value do teste de Anderson-Darling. A Figura 99 representa
o Test for Equal Variances, onde é possível verificar os valores do parâmetro estatístico p-
value do F-Test e do Levene’s Test. E a Figura 100 representa o Two-Sample T-Test, onde é
possível verificar o valor do parâmetro estatístico p-value para este teste.
115
Figura 98 - Probability Plot da força de compactação por unidade de massa dos
comprimidos para os lotes do medicamento que usaram os ADCPs tipos A e B
116
O estudo dos valores de p-value para o Teste de Anderson-Darling na Figura 98 mostra
as forças de compactação por unidade de massa para os lotes do medicamento que usaram os
ADCPs tipos A e B (respectivamente, p-value iguais a 0,387 e a 0,297) seguem distribuição
normal, que é premissa para a realização do Two Sample T-Test.
Figura 99 - Test for Equal Variances para a força de compactação por unidade de massa
dos comprimidos para os lotes do medicamento que usaram os ADCPs tipos A e B
O estudo dos valores de p-value (superiores a 0,05) para o F-Test e Levene´s Test na
Figura 99 mostra que as forças de compactação por unidade de massa para os lotes do
medicamento que usaram os ADCPs tipos A e B têm iguais variâncias, que é premissa para a
realização do Two Sample T-Test.
117
Figura 100 - Two Sample T-Test para a força de compactação por unidade de massa dos
comprimidos para os lotes do medicamento que usaram os ADCPs tipos A e B
O estudo do valor de p-value (inferior a 0,05) para o Two Sample T-Test na Figura 100
mostra que as forças de compactação por unidade de massa para os lotes do medicamento que
usaram os ADCPs tipos A e B têm médias significativamente diferentes.
A Tabela 9 sumariza os resultados do estudo estatístico para as características dos lotes
do medicamento manufaturados com os ADCPs tipos A e B.
Tabela 9 - Resultados do estudo estatístico para as características dos lotes do
medicamento manufaturados com os ADCPs tipos A e B
A Tabela 10 sumariza as conclusões do estudo estatístico para as características dos
ADCPs tipos A e B.
118
Tabela 10 - Conclues do estudo estatístico para as características dos lotes do
medicamento manufaturados com os ADCPs tipos A e B
Onde:
-DN significa: segueDistribuão Normal
-IV significa: possuem “Iguais Varncias”
-MI significa: “Médias Iguais”
-MSD significa:Médias Significativamente Diferentes”
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