Capítulo 2 - Espumas cerâmicas
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produz uma cadeia contínua de partículas que formam, assim, a estrutura celular. As espumas
secas são compostas de materiais residuais dispostos em ligação contínua e permanecem
nesse estado após a remoção da água. Em contrapartida, os aglomerados são agrupamentos
não-contínuos de partículas (DU PONT, 1967).
O agente espumante é adicionado por meio de mistura ao sol composto de sílica
aquosa para obter uma dispersão uniforme. Outros aditivos podem ser incorporados antes ou
após a adição do sol no agente espumante. Após a etapa de mistura, o espumante pode ser
transformado em espuma de várias maneiras. Uma delas consiste na agitação mecânica
vigorosa com um misturador do tipo blender ou beater-type; outra opção é a injeção de um
jato de gás ou de um aerossol propelente (DU PONT, 1967).
Uma outra abordagem a respeito de fabricação de espumas cerâmicas foi desenvolvida
e patenteada pela Mitsubishi Chemical Industries em 1985. A técnica consiste da mistura de
pó de gibbsita e no mínimo um outro pó selecionado de um grupo que contém pseudoboemita,
hidróxido de alumina amorfa, cimento de alumina e ρ-alumínio. Estas matérias-primas são
geralmente transformadas em pó com tamanho de partícula variando entre 0,1 e 500µm
(SCHEFFLER; COLOMBO, 2005).
Uma quantidade adequada de água é incorporada à mistura de matérias-primas para
formar uma pasta, que é então moldada. Para obter uma espuma de boemita que seja leve e
que tenha baixa densidade, é necessário usar uma espuma moldada para o tratamento
hidrotérmico. Essa espuma pode ser obtida por um método em que o agente espumante ideal é
incorporado à pasta, que é então moldada e submetida ao tratamento de formação de espuma.
Além disso, pode ser utilizado um método em que uma pasta cerâmica é usada como matéria-
prima para moldagem (MITSUBISHI, 1985).
A pasta citada pode ser preparada, por exemplo, pela adição de um espessante a uma
mistura à base de matérias-primas (caso seja necessário, há também a adição de um
surfactante e um aglutinante); a pasta então é agitada para que sejam formadas bolhas ou
também ocorrer a adição de espessante à água e, se necessário o surfactante, para formar
bolhas, adicionando a elas a mistura de matérias-primas, além de um aglutinante, e por fim
agitando a mistura (MITSUBISHI, 1985).
A quantidade de espumas que podem ser fabricadas por este método depende da
densidade da espuma desejada. Essa quantidade é ajustada de modo que a razão entre o
volume de espuma (que é a diferença entre o volume de pasta espumada e o volume de pasta
não espumada) e o volume de massa espumada varie entre 1 e 95% por volume
(MITSUBISHI, 1985).