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ALEXANDRE LUIZ ROCHA
Fazenda Santa Gertrudes: modelo de produção cafeeira no Oeste paulista.
1895- 1930:
Contribuição de Eduardo Prates à definição de novos parâmetros produtivos.
Volume 1
Tese apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São
Paulo para obtenção do título de doutor
Área de concentração:
História e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo
Orientador: Professor Doutor Benedito Lima de Toledo
São Paulo
2008
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2
AUTORIZAÇÃO
Eu, Alexandre Luiz Rocha, brasileiro, na qualidade de titular dos direitos morais e patrimoniais de autor que recaem sobre a
minha tese de doutorado intitulada Fazenda Santa Gertrudes: modelo de produção cafeeira no Oeste paulista. 1895-
1930: Contribuição de Eduardo Prates à definição de novos parâmetros produtivos, com fundamento nas disposições da
Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, autorizo a Universidade de São Paulo a:
a) por meios eletrônicos, reproduzi-la, em particular mediante cópia digital, apenas para armazená-la permanentemente
na biblioteca digital de teses e dissertações da Universidade de São Paulo.
b) colocá-la ao alcance do público, a partir de 1º de julho de 2008, por meios eletrônicos, em particular mediante acesso
on-line pela Web; e
c) permitir a quem a ela tiver acesso, por meios eletrônicos, em particular pela Internet, que a reproduza, dela extraindo
cópia, gratuita ou onerosamente, a critério da Universidade de São Paulo, a quem caberá, também, estabelecer a
quantia a ser paga. Se onerosamente, repartir-se-á, meio por meio, entre mim e a Universidade de o Paulo, a
receita líqüida, ou seja, o resultado da subtração em que minuendo é a quantia paga por quem extrair a cópia, e
subtraendo são as despesas de manutenção da biblioteca digital, na proporção da parte representada pela minha
tese.
São Paulo, 19 de junho de 2008
__________________________________________
Alexandre Luiz Rocha
a.l.rocha@uol.com.br
FAUUSP São Paulo
Rocha, Alexandre Luiz
Fazenda Santa Gertrudes: Modelo de produção cafeeira no Oeste
Paulista. 1895-1930. Contribuição de Eduardo Prates à definição de
novos parâmetros produtivos. / Alexandre Luiz Rocha. – São
Paulo: USP / Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, 2008.
432 f. 2v. : il. ; 29,7 cm.
Orientador: Benedicto Lima de Toledo
Tese (doutorado) – USP / Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo / 2008.
Referências bibliográficas: f. 169-173
1. Fazendas de café – São Paulo (Estado) – Arquitetura 2.
Construções rurais – Arquitetura. I. Título
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3
Para aqueles a quem amo: Beatriz, Suzana e Caio.
À memória dos meus avós, segunda geração de imigrantes,
Maria Flessati Rieper e Alexandre Rieper.
4
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço o privilégio de contar com a amizade e orientação do Professor Dr.
Benedito Lima de Toledo, convívio enriquecedor de toda a minha vida adulta.
Especial agradecimento ao corpo de trabalho (cuja parcial dispersão
podemos lamentar) do Arquivo Público e Histórico do Município de Rio Claro que tão
bem me acolheu e permitiu, sem solução de continuidade, a consulta aos livros.
Sou particularmente grato à figura bem humorada e solícita de Fernando
Carvalho, entusiasta do trabalho.
Também sou muito grato ao Monsenhor Jamil Nassif Abib, que em sua
cotidiana garimpagem iconográfica conseguiu reunir uma incrível e organizadíssima
coleção de cartões postais, a que pude ter acesso privilegiado.
Algumas pessoas foram de particular importância para que esse trabalho
pudesse chegar a seu termo, seja por facilitarem o acesso a informações, pelas
sugestões oportunas ou pelo estímulo nas horas em que todas as atividades
familiares e profissionais pareciam assumir o perfil de um grande obstáculo á sua
conclusão. Assim, sou muito grato a Antonio Carlos e Márcia Sarti, Beatriz Romeiro
Vicente de Azevedo, Caio Guimarães Machado, Christiano Stockler das Neves Neto,
Eduardo Pierrotti Rossetti, Fernanda Fernandes da Silva, Francisco Borges Filho,
Heloisa Maria Silveira Barbuy, Jorge Hue, Maria José e Francisco de Araújo Ribeiro,
Maria Lucia Bressan Pinheiro, Marcelo Bite, Mario de Oliveira Silva, Silvana
Santopaolo, Sonia Balady, Suzana Alessio de Toledo.
E sou devedor de minha alma a Beatriz Tassinari Brandão, motivadora,
cúmplice intelectual, estímulo afetivo essencial no desenvolvimento desse trabalho.
6
RESUMO EM PORTUGUÊS
Trata este trabalho, inicialmente, da trajetória da cultura do café, pelos campos do
Brasil, vindo do Rio de Janeiro achegar aos campos do oeste paulista. Procura-se
entender a origem do conhecimento que determinou as transformações e
adaptações de instalações produtivas. em terras paulistas, busca-se resgatar a
contribuição de Eduardo da Silva Prates, Conde de Prates, a uma maior
racionalização na produção e no beneficiamento do café, através da documentação
preservada em arquivo público. Hipóteses de colaboradores na sua propriedade, a
Fazenda Santa Gertrudes, foram verificadas e outros nomes surgiram da pesquisa,
complementada com a iconografia da propriedade.
ABSTRACT
This thesis, initially, goes into the course taken by the cultivation of coffee in Brazil,
since it started at Rio de Janeiro until it reached the western plains of the State of
São Paulo. The aim is to understand the origins of the know-how that governed the
transformations and adaptations of coffee plantations. Once settled in São Paulo
land, the aim is to rekindle the invaluable contribution rendered by Eduardo da Silva
Prates, Conde de Prates, towards a greater rationalization of coffee processing and
production through the analysis of preserved documentation held in public archives.
Hypothesis concerning possible contributors to the development of his property, The
Santa Gertrudes Farm, were examined and other names were revealed by the
research which is supplemented with the iconography of the property.
7
ILUSTRAÇÕES
1. Aspecto do Arquivo Público e Histórico do Município de Rio Claro. Coleção de
documentos que constituem o fundo da Fazenda Santa Gertrudes......................P. 15
2. Aspecto do Arquivo Público e Histórico do Município de Rio Claro. Coleção de
documentos que constituem o fundo da Fazenda Santa Gertrudes......................P. 15
3. Aspecto do Arquivo Público e Histórico do Município de Rio Claro. Coleção de
documentos que constituem o fundo da Fazenda Santa Gertrudes......................P. 16
4. O Conde de Prates, tal como comparece no texto de Charles . ..................P. 35
5. Tela “Lavagem do Café“, de Antonio Ferrigno...................................................P. 52
6. Foto atual dos tanques de lavagem de café, com mirante ao fundo.................P. 53
7. Cartão-postal em ângulo aproximado da fotografia anterior..............................P. 53
8. Cartão-postal mostrando casa de máquinas de beneficiamento de café (1).....P. 58
9. Cartão-postal mostrando casa de máquinas de beneficiamento de café (2).....P. 59
10. Propaganda da pioneira Central Elétrica de Rio Claro....................................P. 60
11.Tulha e casa das Máquinas (Roberto Capri)....................................................P. 65
12.Vista tirada da torre da Capela, mostrando Casa de Máquinas em primeiro plano
e colônia de trabalhadores da FSG.......................................................................P. 65
13. Paravento da Matriz de São João, em Rio Claro (1).......................................P. 73
14. Paravento da Matriz de São João, em Rio Claro (2).......................................P. 73
15. Paravento da Matriz de São João, em Rio Claro, detalhe (1).........................P. 74
16. Paravento da Matriz de São João, em Rio Claro, medalhão em relevo, numa das
portas.....................................................................................................................P. 74
17. Caro-postal de Valério Vieira, mostrando parte do terreiro, a tulha e a casa de
máquinas................................................................................................................P. 76
8
18. Reprodução de trecho do texto de Charles Hü................................................P. 77
19. Foto da lavagem do café, presente no texto de Charles Hü............................P. 82
20. Foto dos terreiros, com a Capela de Santa Gertrudes e casa-sede presente no
texto de Charles Hü...............................................................................................P. 83
21. Vista da Casa de Máquinas e do terreiro (Charles Hü)...................................P. 84
22. Transporte de um tronco de árvore (Charles Hü)............................................P. 86
23.Reprodução de trecho do texto de Charles Hü, mostrando gado premiado da
Fazenda Santa Gertrudes......................................................................................P. 87
24. Identificação da folha de projeto do Palacete Santa Helena, onde comparece o
nome de Giacomo Corberi.....................................................................................P. 95
25. Fachada principal do Palacete Santa Helena, projeto de Giacomo Corberi....P. 95
26. Detalhe da ornamentação da fachada do Palacete Santa Helena..................P. 96
27. Casa sede da Fazenda Santa Gertrudes, detalhe de pintura de Antonio Ferrigno
(c. 1903).................................................................................................................P. 99
28. Casa-sede por volta de 1905, antes da reforma e ampliação.......................P. 100
29. Casa-sede, antes da reforma, conforme cartão-postal..................................P. 100
30. Casa-sede em 1913, conforme registrado no livro de Roberto Capri............P. 100
31. Vitral com imagem de Santa Gertrudes, existente na Capela da FSG..........P. 103
32. Identificação do álbum Vistas de São Paulo. Bruxelas: Commissariado Geral do
Estado de São Paulo, 1911. ...............................................................................P. 120
33. Capa do álbum Vistas de São Paulo (1911)..................................................P. 121
34. Caro-postal da Colleção “O café” mostrando panorâmica da FSG............P. 124
35. Caro-postal da Colleção “O café” mostrando transporte de café para a Estação
da E. F. Paulista..................................................................................................P. 124
9
36. Caro-postal da Colleção “O café” mostrando terreiros de secagem do café e a
casa-sede ao fundo..............................................................................................P. 125
37. Caro-postal da Colleção “O café” mostrando o terreiro, a lateral da Capela e a
casa-sede ao longe..............................................................................................P. 125
38. Caro-postal da Colleção “O café” mostrando tanques de lavagem. Ao fundo,
um dos mirantes da Fazenda Santa Gertrudes...................................................P. 126
39. Caro-postal da Colleção “O café” mostrando trabalhadores no processo de
lavagem dos grãos...............................................................................................P. 126
40. Caro-postal da Colleção “O café” mostrando o interior da Casa de Máquinas e
o ensacamento dos grãos....................................................................................P. 127
41. Capa do Livro de Ouro do Estado de São Paulo, 1889 1914......................P. 128
42. Página de rosto do Livro de Ouro do Estado de São Paulo, 1889 –1914, de
Bonnaure..............................................................................................................P. 128
43. Início do Capítulo VI, O café, do Livro de Ouro do Estado de São Paulo, 1889 –
1914, de Bonnaure...............................................................................................P. 128
44. Capela de Santa Gertrudes, no texto de Roberto Capri................................P. 130
45. Casa-sede (c. 1913), no texto de Roberto Capri...........................................P. 130
46. Tulha e casa das Máquinas (Roberto Capri).................................................P. 131
47. Vista tirada da torre da Capela, mostrando Casa de Máquinas em primeiro plano
e colônia de trabalhadores da FSG (Roberto Capri)............................................P. 131
48. Trabalhadores da FSG (Roberto Capri).........................................................P. 132
49. Trabalhadores da FSG (Roberto Capri).........................................................P. 132
50. O artista e fotógrafo Valério Vieira.................................................................P. 138
51. Panorâmica de São Paulo, a partir da torre do Liceu Sagrado Coração de Jesus
(1905)...................................................................................................................P. 139
10
52. Foto dos “Trinta Valérios” (1901)...................................................................P. 140
53. Painel fotográfico com membros do Senado Paulista...................................P. 140
54. Panorâmica da FSG, feita por Valério Vieira (1905)......................................P. 142
55. Cartão-postal de Valério Vieira, mostrando parte do terreiro, a tulha e a casa de
máquinas..............................................................................................................P. 143
56. Flagrante da visita de Paul Doumer à FSG. Reprodução do livro BELLI, B. Il
Caffé, il suo paese i la sua importanza. Milão: Ulrico Hoepli, 1910.....................P. 146
57. Capa de “O Estado de São Paulo. Barcelona: Societé de Publicité Sud-
Américaine/ Monte Domecq & Cie. Estabelecimento Graphico Thomas, 1918.”.P. 154
58. Reprodução de O Estado de São Paulo, 1918 (Lavagem do café e Gado). P. 154
59. Reprodução de O Estado de São Paulo, 1918 (Ensacamento do café)........P. 155
60. Reprodução de FERRAZ, José Romeu. Álbum histórico de Rio Claro (a sua vida,
os seus costumes e os seus homens). São Paulo: Hennie Irmãos, 1922. Página
completa, com montagem de várias vistas da Fazenda......................................P. 156
61. Detalhe da página anterior, identificando autoria das fotos: Wessel.............P. 156
62. Reprodução de FERRAZ, José Romeu. Álbum histórico de Rio Claro (a sua vida,
os seus costumes e os seus homens). Outra página completa, com montagem de
várias vistas da Fazenda.....................................................................................P. 157
63. Casa de máquinas da Santa Gertrudes, conforme aparece em Belli, Il Caffé, il
suo paese i la sua importanza. (1).......................................................................P. 158
64. Casa de máquinas da Santa Gertrudes, conforme aparece em Belli, Il Caffé, il
suo paese i la sua importanza. (2).......................................................................P. 158
65. Casa de máquinas da Santa Gertrudes, conforme aparece em Belli, Il Caffé, il
suo paese i la sua importanza. (3).......................................................................P. 159
66. Antonio Ferrigno em alegoria feita por ele mesmo........................................P. 160
11
67. Página em homenagem ao pintor Antonio Ferrigno......................................P. 161
68. Tela “Florada do café”, de Antonio Ferrigno..................................................P. 162
69. Tela “Colheita do Café“, de Antonio Ferrigno................................................P. 162
70. Tela “Lavagem do Café“, de Antonio Ferrigno...............................................P. 163
71. Tela “Secagem do café”, de Antonio Ferrigno...............................................P. 163
72. Tela “Ensacamento“, de Antonio Ferrigno.....................................................P. 164
73. Tela “Expedição do café para a estação de trem“, de Antonio Ferrigno............P. 164
74. O impresso padrão para as diárias................................................................P. 191
Tabela: TABELA INDEXADA POR PERÍODO DE REGISTRO DE INFORMAÇÕES....P. 194
12
ABREVIATURAS
AMRC: Arquivo Público e Histórico do Município de Rio Claro
FSG: Fazenda Santa Gertrudes
13
SUMÁRIO:
INTRODUÇÃO.......................................................................................................P. 15
CAPÍTULO 1..........................................................................................................P. 19
Café no Brasil / Antecedentes do plantio do café no mundo
O café no Vale do Paraíba / O café no Oeste Paulista
CAPÍTULO 2..........................................................................................................P. 35
O Conde de Prates, Perfil biográfico
CAPÍTULO 3..........................................................................................................P. 41
A Fazenda Santa Gertrudes
Origem da propriedade e como a Fazenda chega às mãos do Conde de Prates
CAPÍTULO 4..........................................................................................................P. 49
A Fazenda sob a administração do Conde de Prates
CAPÍTULO 5..........................................................................................................P. 91
Autoria e colaboradores nas intervenções ocorridas na Fazenda
A hipótese de colaboração do Engenheiro Samuel das Neves
CAPÍTULO 6........................................................................................................P. 117
Iconografia: o café e a Fazenda Santa Gertrudes
Os álbuns de propaganda do Estado de São Paulo
CONCLUSÃO......................................................................................................P. 167
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................P. 169
BIBLIOGRAFIA....................................................................................................P. 174
VOLUME 2 ..........................................................................................................P. 187
ESCLARECIMENTOS PRELIMINARES..............................................................P. 191
Dados compilados no fundo documental da Fazenda Santa Gertrudes, no Arquivo
Público e Histórico do Município de Rio Claro.....................................................P. 203
14
15
INTRODUÇÃO
Este trabalho teve origem em alguns fatos excepcionais: primeiro, na
sobrevivência íntegra da própria Fazenda Santa Gertrudes, preservada através de
várias gerões sem o concurso de qualquer medida legal de proteção, apenas pelo
apreço de seus proprietários.
Em segundo lugar, na existência de uma preciosidade documental, qual seja,
o fundo da Fazenda Santa Gertrudes, zelosamente guardado no Arquivo Público e
Histórico do Município de Rio Claro.
Nas fotos acima e na seguinte, aspectos do Arquivo Público e Histórico do Município de Rio
Claro, com destaque para a coleção de documentos que constituem o fundo da Fazenda
Santa Gertrudes.
16
Ali se preservou o relato do dia-a-dia da Fazenda, principalmente do período
em que esteve sob a administração do Conde de Prates, a partir de 1895, quando
sua esposa a recebe por herança. Mesmo com sua morte em 1928, a propriedade
manteria o sistema de controle de informações por ele implantado, o que garantiu o
registro dos fatos notáveis ali ocorridos.
A partir de 1895, a configuração da Fazenda Santa Gertrudes obedeceu, em
última instância, a seguras determinações do Conde Eduardo Prates, é verdade,
mas essa tarefa não aconteceu sem a colaboração de cnicos experientes, de
várias especialidades.
Esta pesquisa tem, na busca das autorias compartilhadas pelo Conde, seu
principal objetivo e nisso o precioso fundo documental da Fazenda, guardado no
Arquivo Público e Histórico do Município de Rio Claro foi fundamental para que o
resgate se efetivasse.
Encontramos ali discriminados fornecedores, contratados, administradores,
empreiteiros, enfim, um quem-fez-o-quê na propriedade a mando de Eduardo da
Silva Prates.
17
Pouco ou nada se sabia sobre a autoria de projetos que denotam
conhecimento técnico e erudição arquitetônica: quem os teria elaborado?
Nossa expectativa inicial era a de que ali certamente encontraríamos o
registro de autoria de todos os projetos de iniciativa do Conde para a propriedade.
De fato, foram vários os colaboradores que deixaram de ser anônimos, mas
nossa hipótese inicial de que Samuel das Neves possivelmente seria o autor de pelo
menos parte das construções foi aos poucos se diluindo, ao mesmo tempo em que
pudemos compreender o possível motivo para que a memória de uma eventual
colaboração não se perpetuasse.
A suposição envolvendo o nome de Samuel das Neves fundamentou-se nas
inúmeras ocases em que esse profissional esteve associado ao Conde em
empreendimentos da maior expressão levados a cabo em São Paulo.
Fato não previsto inicialmente, mas que se incorporou ao trabalho, ocorreu
em conseqüência do interesse despertado pela Fazenda Santa Gertrudes, que
motivaria o registro iconográfico da propriedade por nomes bastante expressivos das
artes plásticas, fotografia e cinema, resgatados em nossa pesquisa.
Acreditamos que ainda se possa encontrar iconografia do maior interesse
para conhecimento da Fazenda a partir de alguns nomes levantados nessa
pesquisa. Seriam outras trilhas a serem desbravadas em outras oportunidades.
18
19
CAPÍTULO 1:
PLANTIO DO CAFÉ NO BRASIL: CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES.
Muito antes do Brasil se aventurar no plantio da rubiácea, ingleses e
franceses tinham obtido expressivas colheitas em suas colônias e, segundo Luís
Saia
1
, teríamos sido beneficiados, indiretamente, pela aventura napoleônica e pelo
Bloqueio Continental, que desorganizaram a cultura cafeeira nessas áreas.
A produção de café ao longo do tempo passou por uma evolução cnica que
se reflete nas instalações destinadas à sua obtenção em larga escala. Das colônias
francesas, em particular, São Domingos, herdaríamos conhecimento especializado
que se refletiria nas primeiras tentativas brasileiras de plantio do arbusto (sobre isto,
nos estenderemos mais adiante).
O fato é que, a cada região alcançada pelo café, corresponde um período
específico de desenvolvimento desta cultura, caracterizando unidades com
elementos distintos em relação às conjunturas externa e interna, ao sistema de mão-
de-obra (escravista, assalariado), à tecnologia empregada no beneficiamento do
grão, à ocupação de território etc.
Entre nós, antigos engenhos de cana foram os primeiros hospedeiros da nova
e cada vez mais rentável cultura, constituindo-se em estabelecimentos híbridos, até
que se configurasse uma peculiar forma de fazenda, especialmente voltada para a
monocultura do café.
Fazendas de café pioneiras, especialmente as localizadas pximas ao Rio de
Janeiro, seguindo caminhos em direção a Minas ou a São Paulo, pelo vale do Rio
1
SAIA, Luís. Morada Paulista. o Paulo: Perspectiva, 1972.
20
Paraíba, nos revelam a concepção inicial dessas unidades produtoras em terras
brasileiras.
São de Luís Saia as observações a seguir, sobre as mais antigas fazendas de
café no Brasil e que, por sua apurada síntese, aqui reproduzimos :
Como expressão rural, o partido escolhido pela sede da fazenda de café é uma
solução mestiça para a qual converge a experiência das atividades de beneficiamento da
cana-de-açúcar, da mandioca e do milho, e mesmo dos cereais como o feijão, em termos de
um arranjo espacial operativo e construtivo. Tanto as edificações como as soluções
operativas, tanto as máquinas como a organizão do espaço, procedem de experiências
isoladas que aí o reorganizadas num novo agenciamento definido e característico, e
segundo um processo criativo que facilita o aparecimento de um novo personagem, o
terreiro
2
.
Continua Luís Saia:
À vista da documentação disponível e das condições regionais, tudo leva a acreditar
que a produção do ca alcançou o estágio de monocultura e conseguiu organizar esse
novo partido arquitetônico da sede cafezista durante o primeiro quartel do século passado
3
,
enquanto ocupava a região de Bananal, Areias e São José do Barreiro. Neste último
município está localizada a Fazenda Pau-d’Alho, exemplar ”clássico“ de sede de fazenda
monocultora de café. Clássico no sentido de apresentar uma solução na qual
comparecem organizados numa forma-tipo, todos os agenciamentos necesrios e
suficientes para expressar arquitetonicamente a tese de uma sede de uma fazenda
monocultora de café, segundo o estilo que fez praça na área cafezista brasileira.
2
Opus cit., página 183.
3
O autor se refere ao Século XIX.
21
Programaticamente e como espaço funcionalmente organizado, esta unidade contém
todas as partes de uma sede de fazenda de café em termos de monocultura, e que depois,
ao longo dos cem anos seguintes, vão receber diferentes interpretações que lhes foram
emprestadas pelas condições regionais e de época.
Como esquema construtivo esta sede procede dos engenhos de açúcar do Rio de
Janeiro e sul de Minas Gerais: paredes de pedra e pau-a-pique com requadros de madeira
na forma de gaiola. Na direção de Minas Gerais, este pau-a-pique foi substituído pelo
adobe; na direção de São Paulo este esquema foi substituído em favor do uso de paredes
de taipa. Como enunciado plástico, este tipo de sede rural é também um personagem novo
na paisagem brasileira de florestas liquidadas pelos cafezais, principalmente porque
expressa uma organização complexa de múltiplas unidades disciplinadas e hierarquizadas
em torno ou em fuão do terreiro
4
.
Fica assim caracterizado o partido arquitetônico das instalações cafezistas,
principalmente o que inicialmente se configuraria nas proximidades do Rio de
Janeiro.
E para esse primeiro momento de consagração da cultura cafeeira, de onde
vieram as informações básicas de instalações, cultivo e processamento do café?
Encontramos, em pesquisa do arquiteto Marcos Carrilho
5
, amplo quadro
ilustrativo do pioneirismo das fazendas de café no Vale do Paraíba e de como um
conhecimento específico foi transferido para as terras brasileiras. Ao que tudo indica,
aconteceu a partir de manual proveniente das Antilhas, onde a cultura do café
atingiu nível bastante sofisticado. Esse fato é citado por Luís Saia, mas é na obra de
Carrilho que encontramos uma análise mais pormenorizada das informões
4
Opus cit. Página 185.
5
CARRILHO, Marcos José. As Fazendas de Cano Caminho Novo da Piedade. o Paulo: FAUUSP, 1994.
Dissertação de Mestrado.
22
contidas em O Fazendeiro de café da Ilha de São Domingos, de P. J. Laborie,
traduzido por Antônio Carlos Ribeiro de Andrade e editado em 1799, na coleção
organizada por Frei José Mariano da Conceição Velloso, O Fazendeiro do Brasil.
Esse manual agrícola (Memória) de Laborie, seria bem conhecido pelos
agricultores brasileiros por volta de 1833 em seus três capítulos :
1. comprehende a escolha do terreno, e tudo o que diz respeito a aceirallo, e
limpallo; as primeiras plantações…
2. trata dos vários estabelecimentos, como construções, casas dobra, edifícios e
máquinas, casas de morada, e esternas, ou de fóra, senzalas, e curraes
3. Formas de cultivo de café.
Em relação ao primeiro capítulo, recomendações sobre a distribuição das
plantações e localização das edificações. A casa de morada do senhor, por
exemplo, deveria ser posicionada de forma privilegiada para resultar em domínio
visual das instalações, permitindo o controle efetivo das atividades.
Para que o resultado da implantação dos edifícios e plantações fosse mais
eficaz, o autor sugere que se faça, inicialmente, um ‘projeto’ de implantação,
evitando, assim, a improvisação.
Para efetuar o planejamento, Laborie sugere
…medir o perfil do lugar, e exatamente riscallo no papel. As declividades
devem ser liveladas, e notadas no plano. Nos locais íngremes (…) cortão-se em
plataformas dispostas humas acima das outras, á maneira de amphiteatros: por ellas
se distribuem os estabelecimentos. Deste modo poupa-se muito trabalho, e muitas
vezes se melhora, o estabelecimento, ficando com huma muito conveniente, e
engraçada symetria. (LABORIE, p.54 cit. em CARRILHO, p.28).
23
No segundo capítulo o autor relata, a princípio, as operações e equipamentos
envolvidos na produção do café para depois detalhar as diretrizes para as
edificações. Laborie não descreve, como dimensiona o que seria aconselhável
para as diversas edificações envolvidas no beneficiamento do café.
O processo de produção envolve as operações/instalações: moinho (movido a
força humana) para ralar café; lavagem; moinho de descascar; máquina de crivar
(joeirar); e escolha do café.
O moinho de ralar, movido a força humana utiliza um sistema em que a água,
usada em sucessivos tanques e canais, se encarrega de fazer a separação entre os
grãos, a polpa, a pele e as escumas.
No Brasil deu-se preferência aos moinhos movidos pela força hidráulica, mas
sabe-se da existência de moinhos puxados por bois, conforme descrição feita pelo
Barão de Paty do Alferes
6
.
Em relação ao beneficiamento do café os terreiros, ou plataformas conforme
denominação de Laborie, são divididos em duas categorias: os terreiros de enxugar
e os terreiros de secar. Os terreiros de secar estão associados ao moinho de ralar e
à separação dos grãos da polpa. No Brasil usam-se tanques para a lavagem do café
nos quais as partículas de terra são separadas do coco e não é necessária a
alocação de uma área específica para enxugá-los.
O calçamento do terreiro, justificado pelo uso de água em abundância para a
lavagem do café e o uso de água para espalhar o café no terreiro, é uma prática que
irá, aos poucos, se consagrar no Brasil e a Fazenda Santa Gertrudes bem
exemplifica o período em que essa era uma solução há muito adotada.
6
WERNECK, Francisco de Lacerda. (Barão de Paty do Alferes). Memória sobre a fundação e custeio de uma
fazenda na Província do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1985.
24
Quando o declive do terreno é mais acentuado, Laborie recomenda que as
plataformas sejam cortadas, sem descuido da drenagem necessária e, em relação à
forma dos terreiros, é sugerido o quadrado. As dimensões deveriam ser aquelas
suficientes para acomodar a produção coletada em um dia.
O pioneirismo das Antilhas no domínio técnico do beneficiamento do café fica
assim evidenciado na descrição cuidadosa e detalhada para a execução dos
terreiros, além de apontar a importância desse elemento no processo produtivo.
Todas as informações necessárias à produção e beneficiamento do café e
que serviram de base ao produtor brasileiro encontram-se assim reunidas no
trabalho de Laborie: tulha, terreiro, moinhos, despolpadores, lavadores,
separadores, além de edifícios subentendidos na complexidade da grande lavoura,
como senzala, grandes cozinhas para fornecer alimento aos lavradores, hospital etc.
No século XIX surgiriam novos textos que, a par de contarem com a
precedência do manual de Laborie, incorporaram a experiência dos pioneiros dessa
cultura entre nós. Alguns textos são abrangentes, mas outros se limitam a aspectos
mais específicos da cultura do café.
O primeiro texto brasileiro que trata do cultivo do café foi publicado em 1813.
Trata-se de obra editada em dois volumes de O Patriota, além das traduções do Frei
José Mariano da Conceição Velloso (onde se inclui o texto de Laborie) no O
Fazendeiro do Brasil. A ‘memória’ citada aborda os aspectos do cultivo do café, mas
não se detém no beneficiamento do produto.
Para descrão do beneficiamento do café, o primeiro texto brasileiro é
Memória sobre a cultura do Cafeeiro de José Silvestre Rebello, publicado no quinto
número do Auxiliador da Industria Nacional, obra baseada na de Laborie.
25
Editado pela primeira vez em 1847, a Memória sobre a Fundação de uma
Fazenda na Província do Rio de Janeiro, de Francisco de Lacerda Werneck, o Barão
de Paty do Alferes, é considerado o manual mais importante, pelas refencias sobre
as formas de organização de um estabelecimento de café. Aí se encontram todos os
procedimentos necessários ao agricultor, começando pela abertura de uma fazenda.
Podem ser identificadas várias semelhanças entre os textos, como no caso da
preocupação com a escolha do sítio adequado.
A disponibilidade de água para o aproveitamento da energia hidráulica é
recomendada nos manuais, assim como a importância atribuída ao planejamento e
projeto de implantação. Em comum, a orientação para a distribuição das terras
conforme sua destinação e ênfase na necessidade de abertura de caminhos e
acessos às plantações.
Em relação às senzalas, igualmente, há uma preocupação comum em relação
à salubridade.
Com o conhecimento desses primeiros manuais, associado a uma análise de
estabelecimentos cafeeiros próximos ao Caminho Novo da Piedade (registrados
principalmente em inventários), Carrilho resgatou princípios de implantação e
técnicas construtivas para as edificações destinadas à produção de café no século
XIX no Brasil.
Em relação ao programa das fazendas de café, seu trabalho contribui por ter
esclarecido aspectos relativos a dependências pouco estudadas nas pesquisas
precedentes como enfermaria, cozinha de escravos, oficinas, casa do administrador,
casa do feitor, rancho, venda, pátio das tropas e a própria forma e localização das
senzalas.
26
Na comparação de exemplos encontramos ressaltada a importância da
insolação para a escolha do tio de implantação das edificações e a diversidade de
sistemas construtivos adotados. A implantação em ‘quadro’ parece predominar,
mesmo que oferecendo certa diversidade em relação à simetria, conseqüência direta
da topografia da região estudada.
Em relação às sedes das fazendas, verifica-se certa rigidez na organização
espacial interna e ausência de influência direta do neoclassicismo, restrito à
decoração interna e detalhes (quando presentes), ressalvando-se, entretanto, o
apuro e refinamento técnico dessas edificões.
Conhecidas as peculiaridades dos estabelecimentos cafeeiros que foram
pioneiramente ocupando terras paulistas, coloca-se a questão sobre o que levaria o
café a se deslocar de forma tão decisiva para o Oeste. Com certeza, não apenas a
conquista de novas áreas que permitissem ampliar a produção e,
conseqüentemente, o atendimento do mercado externo.
As próprias técnicas de cultivo utilizadas no Vale do Paraíba contribuiriam
para essa migração.
Todo o Vale por onde passou o café teve seu solo desmatado para a
implantação da cultura, por sua vez feita sem atender às curvas de nível, de forma a
mais predatória possível. Esse padrão de cultivo, conquanto pudesse facilitar
operações de controle, plantio e colheita, revelou-se ruinoso para o solo, em função
da pouca proteção que oferecia à ão das águas de chuva. Foi especialmente
danoso para o relevo de mar de morros do vale do Paraíba, causando menor dano
em áreas planas do interior paulista. Além disso, a prática tradicional comava com
a queimada, costume indígena, tornado desastroso na nova escala de plantio.
27
Dessa maneira, não se revolvia mais do que 15 a 20 cm do solo e, na
ampliação das áreas cultivadas, não havia preocupação com a produção de mudas:
galhos arrancados dos cafeeiros mais velhos eram utilizados.
Tudo isso contribuiria para o rápido esgotamento das terras vale-paraibanas.
O fato é que nesse segundo momento do desenvolvimento da cultura do café
entre nós ocorrerão diferenças significativas na produção, apropriação e
organização do espaço em relação à sua expansão pelo Vale do Paraíba.
Retomando um tanto, o café foi introduzido no Brasil no início do século XVIII,
mas sua importância comercial vai ser alcançada entre nós apenas no final desse
século, com a desorganização da produção no Haiti (então colônia francesa e o
maior produtor mundial), conforme já nos apontou Luís Saia.
Do Rio de Janeiro, iria se espalhar pela encostas vizinhas à Capital, ainda
atendendo ao consumo local. Em pouco tempo, o cultivo do café em escala
comercial se alastrou dos arredores do Rio de Janeiro serra acima, rumo ao norte. Aí
o arbusto se adaptou tão bem à topografia, ao solo e ao clima que sua cultura se
estendeu rapidamente, primeiro à beira das estradas usadas pelas tropas que
viajavam entre os centros de mineração de Minas Gerais para a Capital e, mais
tarde, ao longo do Vale do Paraíba.
7
A consolidação dessa cultura parece ter dependido tanto do estímulo do
mercado externo como da capacidade de organização da produção interna,
traduzida em disposições empresariais e em fundos de financiamento.
Sob o ponto de vista conjuntural e, em síntese, as condições para o
desenvolvimento do surto cafeeiro original pressupunham: 1. A demanda externa; 2.
A oferta abundante de mão de obra (no caso, a escrava); 3. A capacidade de
7
STEIN, Stanley. Grandeza e decadência do café no Vale do Paraíba. São Paulo: Brasiliense, 1961.
28
financiamento interno; 4. A ausência de competição por este financiamento e 5. A
disponibilidade de terras, para expansão extensiva do cultivo.
As questões colocadas nos itens 3 e 4 melhor se exemplificam pelo estudo de
STEIN, ao discorrer sobre Vassouras, cidade para onde acorreram grupos familiares
provindos da mineração, com ramificações em Minas Gerais e, depois, no Rio de
Janeiro. Essas famílias se instalaram em Vassouras e emprestaram, mediante
garantias hipotecárias, dinheiro para agricultores de café que queriam ampliar sua
área de plantio. Num segundo momento, as mesmas famílias seriam proprietárias de
casas comissárias junto aos portos, instituições que ganhavam comissão com a
venda do café de seus clientes, assim como no fornecimento de produtos de
consumo a esses mesmos fazendeiros ou ainda lhes financiando a compra de
escravos ou investimentos em suas propriedades.
E o café não tinha, àquela altura, nenhuma outra cultura com igual rendimento
que lhe fizesse concorrência na disputa pelos financiamentos.
Quanto à disponibilidade de terras, a situação era realmente favorável, pelas
facilidades em se conseguir grandes glebas de terras a alguns privilegiados, áreas
ainda incultas, ocupadas apenas por florestas, o que implicaria também em um
comportamento predatório com relação às técnicas de cultivo então utilizadas. A
maior restrição ao desenvolvimento da cultura foi, até a segunda metade do século
XIX, a possibilidade de escoamento da produção, fato que só se resolveria com o
advento das ferrovias. Até que isso ocorresse, na década de 60, era prudente não
se afastar demais do litoral, serra acima, para evitar os altos custos decorrentes do
transporte do café pelas tropas de mulas numa precária rede de caminhos.
Extraímos do texto de Szmerecsanyi
8
a sintética conclusão de que o
8
SZMERECSANYI, Maria Irene de Q. F. Produção, apropriação e organização do espaço na economia cafeeira:
contrastes entre o Vale do Paraíba e o Oeste Paulista (1800 – 1930). São Paulo: FAUUSP, 1983.
29
fazendeiro do Vale, procurando ampliar a produção, endivida-se brutalmente na
década de 50 para em seguida, entregando ao sistema bancário todo o seu lucro,
tornar-se incapaz de melhorar suas plantações, repor seu estoque de mão de obra
(findo o tráfico negreiro) e, portanto, de acompanhar a passagem do cultivo para os
lados mais promissores do Centro e Oeste paulista.
O beneficiamento do café através de máquinas seria o recurso mais
adequado às fazendas que viam decrescer a qualidade da mão-de-obra envelhecida
e não substituída, mas vidas anteriormente contraídas (compra de escravos,
principalmente) limitavam essa possibilidade. A iminência da abolição da escravatura
reduzia drasticamente a possibilidade de responder à garantia exigida pelos bancos.
É ainda Maria Irene Szmerecsanyi quem fornece elementos de interesse para
a caracterização e diferenciação dessas duas fases.
Ao alcançar o Vale do Paraíba, o modo de produção se baseava na
disponibilidade de o de obra escrava, o que não persistiria por muito tempo no
Oeste Paulista. As crescentes pressões sobre o tráfico e o comércio escravista,
aliadas a outras conveniências (internas e externas ao país), fariam acontecer ali as
primeiras experiências de substituição do escravo pelo imigrante europeu. Condições
gerais, aqui e na Europa, favoreceram essa tomada de decisão, com início na
Fazenda Ibicaba, em Limeira, por iniciativa do Senador Vergueiro e logo seguida por
outras propriedades cafezistas.
Considerando que a produção decorre diretamente das relações de trabalho e
da forma de organizá-las, temos aí elementos de conseqüência na técnica produtiva,
na organização e agenciamento dos espaços produtivos, além de fatores mais
gerais.
30
Na arquitetura e no urbanismo, por exemplo, é notável a influência que o novo
vetor de desenvolvimento, as ferrovias, traria ao segundo momento, ou à forma de
ocupação de vastos territórios.
A cultura do ca no Oeste Paulista tentaria outros caminhos para se
desenvolver e se valeria de ocasiões inesperadas, como fato peculiar do significativo
reforço de caixa propiciado pelo governo brasileiro aos fazendeiros, ao comprar as
tropas de mulas que perderam sua utilidade após a conclusão da São Paulo Railway
(1867). O governo tinha o objetivo de utilizá-las no abastecimento das tropas
envolvidas na Guerra do Paraguai, e os fazendeiros disso se aproveitaram para
melhorias nas plantações e transportes essenciais que garantiram a expansão da
cultura cafeeira.
Outra diferença do Oeste era o fato de os fazendeiros não terem de arcar com
as despesas de transporte do imigrante, imobilizando capital nessa tarefa.
Inicialmente, esse custo era dividido entre o governo e o próprio imigrante (que tinha
o compromisso de repor, com seu trabalho), passando depois a ser exclusivamente
de responsabilidade do governo.
Disto tudo se conclui que a velocidade de acumulação em São Paulo foi
significativamente ampliada a partir da década de 70, por uma rotatividade mais
rápida que se aliou a uma maior produtividade das áreas mais jovens. Some-se a
isto a maior racionalidade permitida pela mão-de-obra livre no que diz respeito ao
lculo da rentabilidade dos investimentos para se perceber a força do contraste
entre a economia do Vale do Paraíba e a que se forma a partir do Oeste Paulista
9
·.
A grande burguesia formada na nova frente de produção cafeeira seria
reconhecida por diferentes padrões, igualmente: a nova classe dirigente formou-se
9
SZMERECSANYI, p.13
31
numa luta que se estende em uma frente ampla: aquisição de terras, recrutamento
de o-de-obra, organização e direção da produção, transporte interno,
comercialização nos portos, contatos oficiais, interferência na política financeira e
econômica. Essa tendência à subordinação do instrumento político aos interesses
de um grupo econômico alcançará sua plenitude com a conquista da autonomia
estadual, ao proclamar-se a República. Mas não é o fato de que hajam controlado o
governo o que singulariza os cafezistas de São Paulo e sim que hajam utilizado esse
controle para alcançar objetivos perfeitamente definidos de uma política. É por essa
razão que eles se diferenciam de outros grupos dominantes anteriores ou
contemporâneos, como observa Celso Furtado
10
.
Com tantas frentes de operação, o capital cafeeiro pouco se preocupou com a
indústria, muito embora alguns de seus portadores tenham se aventurado nesse campo. O
grande capital comercial e os pequenos empresários parecem ter sido mais ativos nesse
sentido. Da mesma forma, a atuação do capital de origem agrária sobre a tecnologia de
produção agrícola ou de beneficiamento do café não chega a impressionar. Sua atuação
direta mais importante parece ter se concentrado na implantação do sistema ferroviário,
revolucionando as técnicas de transporte. Indiretamente, porém, ou seja, através do impulso
que deu ao trabalho livre, o papel do capital cafeeiro foi decisivo para a modernização
tecnológica não de São Paulo como de todo o país. Ao que parece, esta influência
percorreu dois caminhos. O primeiro constitui-se da criação de condições essenciais ao
aprimoramento do processo de trabalho pela radical redução da boçalidade a que estava
condenada a força de trabalho sob a escravidão. O segundo constitui-se na criação de um
mercado para produtos de fabricação local, uma das molas mestras da indústria brasileira.
E, conseqüentemente, também da urbanização.
10
FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1959.
32
De toda forma, a cafeicultura tanto fluminense como paulista, na sua fase do
chamado oeste, apresentou algumas soluções técnicas significativas, entre as quais arrola-
se a ppria forma inédita de apropriação do território e de organização das fazendas, das
cidades, dos edifícios, conforme se poderá apreciar nas partes subseqüentes
11
.
Referenciando-se, sobretudo nas obras de Milliet, Monbeig e Silva
12
, o texto
de Maria Irene Szmerecsanyi apresenta, de forma consistente, considerações sobre
o povoamento decorrente da abertura de novas áreas de plantio de café no estado
de São Paulo, bem como sobre a composição da população.
Procurando explicar a lógica dessa segunda fase do café entre nós, no que se
refere à ocupação territorial, a autora destaca os fatores sico-geográficos.
Argumenta, então:
Sabe-se que a latitude e o relevo, condicionando o clima, combinam-se aos tipos de
solo para resultar em diferenças de vegetação. A observação de Milliet de que o café
buscou evitar as latitudes superiores àquela do Trópico (que cruza o Estado na altura da sua
Capital) significa o temor às geadas destruidoras de colheitas. Com relação ao relevo, viu-se
que o café desde logo ultrapassou a serra atlântica para se instalar em áreas mais elevadas
do que o litoral. O mar de colinas típico do Vale do Paraíba conserva-se como paisagem na
chamada zona central, mas é substituído, à medida que se avança para o Oeste, (…) pelo
planalto de menor ondulação, mesmo que modelado por divisores de águas. Desses
espigões, os mais importantes são os que correm no sentido leste-oeste, separando as
bacias dos afluentes do Rio Paraná, porque serviram de base ao traçado das ferrovias.
Padrões singulares de parcelamento e uso do solo acompanharam essas vias de
comunicação. Nas áreas de assentamento mais recente, no Novo Oeste Paulista, as
11
FURTADO, cit. em SZMERECSANYI, p.19.
12
A saber:
MILLIET, Sérgio. Roteiro do Café e outros ensaios: contribuição para a história econômica e social do Brasil. São
Paulo: HUCITEC; Brasília: INL, 1982.
MONBEIG, Pierre. Pioneiros e fazendeiros de São Paulo. São Paulo: Hucitec: Polis, 1984.
SILVA, Sérgio. Expansão cafeeira e origens da indústria no Estado de São Paulo. São Paulo: Alfa-Omega, 1976.
33
propriedades, em geral retangulares, deitavam testada no espigão e avançavam
longitudinalmente para o vale. As terras mais altas e secas ficavam reservadas para o café.
As várzeas encharcadas eram destinadas ao gado ou a cultivos menores. Ou, ainda, eram
vendidas em separado para sitiantes policultores.
13
.
Quanto aos solos preferencialmente escolhidos, estes se revelavam pela
vegetação mais exuberante, ocupada pelas matas, sinal de húmus farto. Algumas
espécies, como o pau-d’alho, eram indicação da presença de terra roxa, na verdade
tão rara quanto famosa, já que sua ocorrência, de fato, cobre apenas 2% do território
paulista. Foi descoberta nos planaltos de Ribeirão Preto, Araraquara, Jaú, São
Manoel e, no vale do Paranapanema, em Piraju e Xavantes.
Por fim, há que se destacar as ferrovias, para completar a diferenciação entre
vale do Rio Paraíba e Oeste Paulista:
Maria Irene atribui a elas o papel de arrias por onde circulariam não só
mercadorias, mas tamm pessoas e idéias.
Fora a organização do trabalho, nenhum fato técnico se lhe compara em
importância para o destino das pessoas e para a conformação dos espaços em
macro e micro-escala
14
Sem as ferrovias, não haveria como driblar a precariedade das condições de
transporte anteriores (tropa de mulas), e o tempo de deslocamento das áreas
produtoras ao porto exportador, inviabilizando, portanto, fazendas a mais de 200
km do litoral.
A orientação técnica e o capital inglês (apoiados pelo Império brasileiro) são
os responsáveis pelas primeiras iniciativas de instalação dos trilhos, seja em área
fluminense ou paulista. Aqui, a estrada ligaria Santos a São Paulo e depois a
13
SZMERECSANYI, p.19-20.
14
SZMERECSANYI, p.24.
34
Jundiaí, onde se faria, num primeiro momento, a conexão com as tropas de mulas
que traziam o ca das fazendas. Isso até que ocorresse a expansão de linhas
férreas, feita já com capital nacional, oriundo dos ganhos dos maiores fazendeiros
tanto no caso da companhia Paulista, com na Mogiana e na Sorocabana.
Estes são, em síntese, os fatores determinantes da trajetória do café no
Brasil, achegarmos ao cenário específico da Fazenda Santa Gertrudes, situada à
época de seu maior desenvolvimento, em território do Município de Rio Claro.
A Fazenda se configura inicialmente como produtora de cana, na área de
expansão dessa cultura a partir de Itu, mas logo se beneficiaria das possibilidades
do café.
Para compreender sua singularidade, necessitamos conhecer melhor seu
maior benfeitor, Eduardo Prates.
35
CAPÍTULO 2
O Conde de Prates
Para tentarmos resgatar o perfil de Eduardo da Silva Prates, recorremos a
diversas fontes, e, entre elas, artigos sobre ele escritos por ocasião do centenário de
seu nascimento, comemorado em 1960
1
.
Descontados os excessos encomiásticos, estes textos nos revelam uma
personalidade ímpar, a de um homem bem à frente de sua época e de extremada
religiosidade.
Eduardo da Silva Prates nasceu em São Paulo, no dia 8 de novembro de
1860, filho de Fidêncio Nepomuceno Prates e de Inocência da Silva Prates, por sua
vez, filha do Barão de Antonina. Seu pai era dico formado pela Faculdade de
1
NUNES, Máximo Ribeiro. Centenário de Nascimento do Conde De Prates. São Paulo: O Estado de São Paulo,
8 de novembro de 1960. e GUIMARÃES, Alberto Prado. O primeiro Presidente da Rural. São Paulo: Revista da
Sociedade Rural Brasileira, "A RURAL". Edição - 476, Dezembro de 1960.
36
Medicina do Rio de Janeiro, tendo sido deputado por duas vezes pela Assembléia
Geral na Legislatura do Império. Esse fato não foi suficiente para que o futuro Conde
se inclinasse a exercer qualquer cargo públicoo, ao longo de sua vida.
Eduardo da Silva Prates viria a se casar em 1886, com Antônia dos Santos
Silva, de velha estirpe paulista, filha do Bao de Itapetininga e da Baronesa de
Tatuí, proprietários das terras que propiciaram a primeira expansão do núcleo
histórico paulistano, em direção à hoje Praça da República. Com o casamento,
tornou-se concunhado do Marquês de Três Rios, uma das maiores fortunas do
Império.
A religiosidade de Eduardo Prates marcaria profundamente suas ações e
traduzia-se não só em seguir os rituais da Igreja Católica, mas na generosidade com
que participava ativamente de inúmeras obras de caridade na o Paulo de então,
passagem do século XIX para o XX.
Assim, foi Mordomo da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Grande
Protetor do Orfanato Cristóvão Colombo, membro da Comissão Fundadora da
Nova Sé Catedral Metropolitana de São Paulo em 1912 (pelo que recebeu o título de
grande benemérito), Grande Benemérito da Casa da Divina Providência e Provedor
e Protetor da Igreja de Santo Antônio, da Praça do Patriarca, Provedor da
Irmandade de Nosso Senhor dos Passos e Irmão do Santíssimo da Catedral de
São Paulo, dentre outros cargos que também lhe trariam despesas consideráveis.
As Casas de Educação não lhe ficaram esquecidas e o Liceu Coração de Jesus foi
uma delas. Foi grande benfeitor daquela instituição.
37
Graças a ele ampliou-se o Convento de Nossa Senhora da Luz, com uma
nova ala, no tempo em que permaneceu como Síndico e Protetor desta entidade.
Sua dedicação nesse caso o autorizava, por licença especial de Dom Duarte
Leopoldo e Silva, a ver e ouvir as religiosas auscultando-lhes as dificuldades e
ouvindo-lhes os anseios do Convento, muito embora se tratasse de Comunidade
Contemplativa de freiras reclusas.
Além de auxílio financeiro às diversas entidades, foi o autor de doações como
a dos sinos do campanário do Santuário do Sagrado Coração de Jesus e, em nome
da senhora Condessa, do altar de Santo Antônio. Assumiu ainda os custos do
restauro do grande órgão que fora ofertado por sua sogra, a Baronesa de Tatuí.
O conjunto dessas obras lhe garantiria o reconhecimento do próprio Vaticano,
na pessoa do Papa Leão XIII, que houve por bem lhe conceder o título honorífico de
Conde e de Condessa à sua esposa.
Além desse título receberia tamm o de Comendador Locotenente da Ordem
Eqüestre do Santo Sepulcro de Jerusalém.
Na área dos negócios, o Conde era conhecido por seu espírito empreendedor
e sempre demonstrou talento: foi fundador e presidente do Banco de São Paulo e 1º
Presidente da Sociedade Rural Brasileira para cujo crescimento e prosperidade
concorreu preponderantemente. A Companhia Paulista de Estradas de Ferro,
modelo em sua época, teve-o por muitos anos como seu Vice-Presidente e Diretor.
Fundou na praça de Santos (juntamente com Sampaio Vidal e Claro de Macedo) e
foi presidente da Companhia de Armazéns Gerais do Estado de São Paulo e de
empresas como a Companhia de Minerais Santa Rosa, a Companhia Pastoril de
Barretos, a Companhia Paulista de Navegação e a Associação Comercial.
38
Começou sua carreira comercial como auxiliar da casa Rempe e Cia., da qual
veio a ser sócio e depois proprietário
2
. Foi grande fazendeiro de café e gado (sua
mulher era uma das herdeiras da Fazenda Camapuã, de propriedade do Barão de
Itapetinga, que reunia 4 sesmarias constituídas das melhores terras do sul do Mato
Grosso)
3
.
Sua fazenda “Santa Gertrudes”, no município de Rio Claro, herdada de sua
cunhada, a Marquesa de Três Rios, era considerada modelar e visita obrigatória dos
estrangeiros ilustres que vinham ao nosso Estado. Foi sob sua administração que a
fazenda se ampliou e se transformou em uma referência internacional no cultivo de
café, aliada a uma policultura que a tornava auto-sustentável. Tudo o que havia de
mais moderno e eficiente no preparo da cultura e no beneficiamento dos grãos foi
devidamente testado e utilizado nesta Fazenda, conforme documentado nos
registros que pudemos pesquisar. O Conde se cercava dos melhores técnicos
disponíveis para a resolução de qualquer óbice e demonstrava sempre perfeita
compreensão e domínio dos objetivos a serem alcançados.
Pólo e equitação estiveram entre as paixões de Eduardo Prates e família, o
que fica evidenciado na sua participação na fundação em 1911, da Sociedade
Hípica Paulista, da qual foi o primeiro presidente. Seus descendentes desfrutam,
ainda hoje, do tulo de sócio número 1 desta associação. Também na Fazenda
Santa Gertrudes encontramos evidências dessa predileção, personificadas no
picadeiro, nas instalações completas de selaria e de apoio às atividades de
equitação.
2
Discurso do Dr. Affonso de Freitas Junior. In Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São
Paulo. vol. 26, p. 457 e 488, 1929.
3
Sá de Carvalho, J. R. O varadouro do Camapuã na rota das bandeiras e monções para Cuiabá.
Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. 42, p. 248.
39
Da capital, onde residia, controlava perfeitamente o andamento de todas as
atividades da Fazenda, através de expedientes extremamente racionais, descritos
em outra parte deste trabalho.
Em São Paulo, outras iniciativas de grande envergadura o associariam à
própria história da cidade. Das terras herdadas de seu sogro, o Barão de
Itapetininga (ocupada em sua maior parte com agricultura, como o vale do ribeirão
Anhangabaú), fez surgir bela área urbanizada. Diversos planos de melhoramentos
de São Paulo, formulados com curta diferea de tempo e por diversos autores
4
,
acabaram convergindo para uma interveão que mudaria uma das faces da cidade
e onde a iniciativa privada se associou à necessidade de planejamento urbano para
a expansão da cidade, premência gerada, em última instância, pelas riquezas
advindas com o café. Como proprietário de boa parte da área em que se deu a
intervenção, o Conde era um dos personagens centrais desse episódio urbanístico.
Esse evento seria o responsável por uma das situações em que a figura do
Conde de Prates se associaria ou estaria em intenso contato com Samuel das
Neves, personagem de uma hipótese central de nossa pesquisa.
O Conde exercia, portanto, uma série de atividades urbanas tais como
comerciante, banqueiro, empresário e investidor imobiliário, além de fazendeiro.
Faleceu o Conde de Prates a 22 de março de 1928, antes de completar 68
anos, relativamente jovem para a sua capacidade de realizão.
4
Vide: SEGAWA, Hugo. Prelúdio da Metrópole: arquitetura e urbanismo em São Paulo na passagem do século
XIX ao XX. São Paulo: Ateliê Editorial, 2000. Páginas 53 a 106.
40
41
CAPÍTULO 3:
A FAZENDA SANTA GERTRUDES: ORIGEM DA PROPRIEDADE
O interesse em ocupar a região onde se situa a Fazenda Santa Gertrudes
provém de uma natural expansão da cultura canavieira a partir de Itu, em princípios
do século XIX, que motivaria o pedido e a cessão de sesmarias as quais, por sua
vez acabariam subdivididas em fazendas e propriedades menores.
Esse procedimento prevaleceria até sua proibição, em 1822 e início das
inúmeras discussões que culminariam com a promulgação da Lei de Terras (Lei 601,
de 18/09/1850)
1
.
O acidente geográfico conhecido como Morro Azul acabaria por dar nome à
Sesmaria concedida Joaquim Galvão de França, José Galvão de França (moradores
em Itu) e a Manuel de Barros Ferraz (da Freguesia de Piracicaba), em 1817.
Constituía-se de légua e meia em quadra (um quadrado de cerca de 9.900 m
de lado), na Freguesia de Piracicaba, na cabeceira do Rio Pinhal fazendo pião no
lugar denominado Morro Azul
2
.
Referência na paisagem, o Morro Azul indicava o caminho através dos
campos ou sertões de Araraquara
3
em direção às minas de Mato Grosso, tal qual o
1
Em 1822, foi suspensa a concessão de sesmarias e o direito dos posseiros foi reconhecido, caso as terras
estivessem efetivamente cultivadas. Por um curto período, entre 1822 e 1850, a posse foi a única via de acesso
à apropriação legítima das terras públicas. Era uma via que estava aberta tanto para os pequenos quanto para
os grandes proprietários. Essa situação foi drasticamente modificada com a Lei de Terras, de 1850, que tornou a
via da posse ilegal. Dem diante as aquisições de terras públicas poderiam ocorrer através da compra, ou
seja, poderiam ser adquiridas por aqueles que tivessem condições de pagar por elas. (PREZIA e
HOOMAERT, 2000)
2
Tal como consta do Livro de Sesmarias número 39, folha 124, do Arquivo Público do Estado de São Paulo.
3
De limites um tanto imprecisos, abrangiam os Campos de Araraquara uma vasta região, pouco explorada até o
final do século XVIII, estendendo-se desde o rio Piracicaba até os confins do sertão, na divisa com a capitania de
Mato Grosso. Delimitada também pelos cursos do Tietê e Mogi, sua exploração inicial coincidiria com a ação
bandeirante na busca de índios e preciosidades, ainda no início do século XVII. Os primeiros registros
históricos, entretanto, têm início a partir de 1724, quando as autoridades da capitania de São Paulo tentavam
encontrar um caminho terrestre alternativo para chegar às minas de Cuiabá. Partindo de Itu, as entradas
42
Pico do Jaraguá em relação aos que saíam de São Paulo de Piratininga.
Nessa sesmaria teriam origem grandes propriedades
4
dedicadas inicialmente
à expansão da cultura canavieira e à criação de animais, mas que depois se
glorificariam com o café, num segundo momento desse ciclo econômico entre nós,
caracterizado pela busca de terras no Oeste Paulista, pela substituição da mão de
obra escrava pela do imigrante europeu, além da implantação das ferrovias.
De fato, ao sair do quase esgotado Vale do Paraíba, a cultura cafeeira
enveredaria por novos padrões de produção e distribuição do precioso grão, com
acentuadas conseqüências sócio-econômicas e culturais para o Brasil.
A Fazenda Santa Gertrudes corresponde e ilustra de forma eloqüente essa
mudança de padrões, inclusive oficialmente, ao se transformar no estabelecimento
padrão exibido pelo governo paulista aos investidores estrangeiros interessados no
café.
A concessão da sesmaria consagrou a própria expansão da cultura canavieira
de Itu em direção a Mogi-Guaçu, desenhando o que viria a ser conhecido como o
quadrilátero do açúcar
5
.
A rentabilidade da cana nessa área seria suplantada pela cultura do café, que
foi aos poucos tomando seu espaço do plantio. Construções inicialmente pensadas
como engenhos foram adaptadas para receberem terreiros, casa de máquinas e
tulhas necessárias ao beneficiamento do grão.
percorriam os “Campos de Araraquara”, margeavam o Tietê, alcançando finalmente o Rio Grande e daí as
regiões mineradoras.
4
Dessa mesma sesmaria originaram-se outras fazendas vizinhas à Santa Gertrudes, como Ibicaba, Paraguassu
e Morro Azul.
5
Cabe aqui referir que Caio Prado Junior estabeleceu como limites para esse Quadrilátero as cidades de Mogi-
Guaçu, Jundi, Porto Feliz e Piracicaba, no que foi corroborado por Ernani Silva Bruno (cf. Prado Jr., 1981, p.
81; e Bruno, 1966, p. 117)
43
Não seria diferente a história da Santa Gertrudes: era um engenho a
propriedade conhecida como Sítio da Laranja Azeda, herdada por Amador de
Lacerda Rodrigues Jordão, futuro Bao de São João de Rio Claro, na partilha dos
bens de sua mãe, Gertrudes Galvão de Oliveira Lacerda, em 1848. Viria daí a
alteração do nome da propriedade, iniciativa de Amador em homenagem à sua mãe.
O nome tio da Laranja Azeda, entretanto, continuou a ser referência em
documentos e descrições da propriedade ainda por um tempo.
Em 1848 se vivia uma época de expansão da lavoura cafeeira na área de
Rio Claro, município em que se situava a Fazenda Santa Gertrudes (hoje, situa-se
em município de mesmo nome, cuja sede se desenvolveu em torno da antiga
estação ferroviária da Fazenda).
É anterior, portanto, à administração do Conde de Prates, a destinação de
áreas da Fazenda ao cultivo do café. Inicialmente, predominava a cultura de cana,
para obtenção de açúcar e aguardente, mas o café é que viria dar a configuração de
maior relevância à propriedade.
Juntamente com sua vizinha Ibicaba, a Fazenda já utilizaria mão de obra
estrangeira muitos anos antes da abolição da escravatura, o que é apontado como
possibilidade concreta por Maria Silvia Beozzo Bassanezi, em sua tese
6
.
Amador de Lacerda Rodrigues Jordão (1825-1873) era filho do Brigadeiro
Manoel Rodrigues Jordão, homem de grande prestígio e fortuna, e de dona
Gertrudes Galvão de Moura Lacerda, figura representativa da sociedade paulista do
século XIX, reconhecida como Dama pela Corte Imperial, e também herdeira de
grande fortuna, o que incluía várias fazendas.
6
BASSANEZI, Maria Silvia C. Beozzo. Fazenda de Santa Gertrudes: uma abordagem quantitativa das relações
de trabalho, em uma propriedade rural paulista. 1895-1930. Rio Claro, SP: FFCL / UNESP, 1973. Tese de
Doutoramento. P.42
44
Amador viria a se casar em 1852 com Maria Hypolita dos Santos Silva, filha
do Barão de Itapetininga e irmã de Maria Antonia dos Santos Silva, que se casaria
com Eduardo Prates. O destino faria com que a Fazenda Santa Gertrudes chegasse
às mãos do Conde de Prates, seu mais competente administrador, mas por
caminhos que não poderiam ser facilmente imaginados.
Essa passagem aconteceu da seguinte forma:
Ao falecer em 1873, Amador de Lacerda Rodrigues Jordão deixa a
propriedade para a sua viúva, a Baronesa de São João do Rio Claro, que, por sua
vez, voltaria a se casar, três anos mais tarde, desta vez com Joaquim Egídio de
Souza Aranha, na época com 55 anos, viúvo riqssimo e herdeiro de muitas
fazendas na região de Campinas, abertas por seu pai, Francisco Egídio de Souza
Aranha no segundo quartel do século XIX. Além dessa herança, ele próprio fundaria
instituições e empresas da importância da Companhia Paulista de Estradas de Ferro
e do Banco Comércio e Indústria.
Membro do Partido Liberal, Joaquim Egídio atuou na política, tendo sido
vereador da Câmara Municipal de Campinas por três legislaturas, duas vezes
deputado provincial e chegado a vice-presidente da Província de São Paulo.
Foi agraciado com o título de Barão (1872), Visconde (1879), Conde (1880) e
finalmente Marquês de Três Rios (1887).
No mesmo ano em que assumiu, por casamento, a direção da Fazenda Santa
Gertrudes (1876), Joaquim Egídio faria chegar a Rio Claro os trilhos da sua
Companhia Paulista. Uma estação, construída nos limites da propriedade, seria fator
de facilitação no escoamento do café, acelerando ainda mais o seu
desenvolvimento.
45
O Marquês faleceu em 1893, deixando Dona Maria Hypolita viúva e sem
herdeiros diretos do segundo casamento. Nessa época, a propriedade atingia
mais de 700 alqueires, através de sucessivas incorporações de terras a ela vizinhas
e atingia a marca de maior produtor de café de Rio Claro, com 30.000 arrobas.
Desde a sua fundação, pelo Barão de São João de Rio Claro, em 1848, até a morte
do Marquês de Três Rios, a Fazenda sofreu uma exponencial valorizão: 90 vezes!
Em 1895, com o falecimento da Marquesa de Três Rios, a Fazenda passa
para a sua irmã, Maria Antonia, casada com Eduardo da Silva Prates, futuro Conde
de Prates.
Sob sua extremamente racional administração, a Santa Gertrudes conheceria
um período áureo, quase dobraria de tamanho e conseguiu sobreviver a crises que
derrubaram muitas de suas contemporâneas.
Após a morte do Conde, em 1928, a propriedade chegou aos dias de hoje
sempre por descendência direta, íntegra em suas instalações e preservada pelas
diversas gerações de proprietários.
Resumidamente, colocamos a seguir a cronologia dos principais fatos
associados à formação, expansão e consolidão da Fazenda Santa Gertrudes:
CRONOLOGIA DA SUCESSÃO NA POSSE E ANEXAÇÕES FEITAS
1799/ 1821: São registradas nove sesmarias na região de Limeira, inclusive a do
Morro Azul, concedida ao Tenente Joaquim Galvão de França e Manoel de Barros
Ferraz (KUNTZ BUSCH, 1967)
1817: Ano em que foi demarcada a sesmaria do Morro Azul, a 21 de outubro.
46
1821: O Brigadeiro Manuel Rodrigues Jordão comprou uma gleba de terras na
Sesmaria do Morro Azul pertencente aos irmãos Galvão de França e Manuel de
Barros Ferraz.
1841: Essas foram anexadas à propriedade conhecida como Sítio e Engenho da
Laranja Azeda, adquirida por Dona Gertrudes Galvão de Oliveira Lacerda aos
anteriores proprietários, Antonio Góes Maciel e sua mulher, Anna da Rocha
Camargo.
1854: O filho do Brigadeiro Manuel Rodrigues Jordão, o Barão de São João do Rio
Claro, Amador Rodrigues de Lacerda Jordão, funda, em parte da gleba, a Fazenda
Santa Gertrudes, cujo nome homenageava sua mãe, D. Gertrudes Galvão de Moura
Lacerda
7
.
1862: Por herança de sua mãe, recebe a propriedade Amador Rodrigues de Lacerda
Jordão, conforme certidão de inventário julgado em 14 de setembro desse ano.
1873: Falece Amador Rodrigues de Lacerda Jordão, Barão de São João de Rio
Claro, a 31 de agosto.
1876: A viúva, Baronesa D. Maria Hyppolita dos Santos Silva, casa-se com o Barão
de Três Rios (depois Visconde, Conde e Marquês do mesmo título), Joaquim Egydio
de Souza Aranha, que passa a ser o segundo proprietário da Fazenda. É dele a
iniciativa de fazer a propriedade ser servida pela Estrada de Ferro.
1880: o anexadas à propriedade, em 20 de fevereiro, terras adquiridas da
Fazenda Morro Azul contíguas à Santa Gertrudes (110 alqueires), que pertenciam
ao Coronel Silvério Rodrigues Jordão e sua mulher Dona Maria Benedicta Jordão.
1890: Neste ano, duas ampliações por terras contíguas à Santa Gertrudes: em 21 de
agosto, o sítio Barreiro, de Cândido da Rocha Campos, e em 28 de outubro, a área
7
É a partir de 1856 que o nome Santa Gertrudes passa a predominar na documentação relativa à propriedade,
em substituição à antiga denominação, Sítio da Laranja Azeda. Contava nesse ano com 585 alqueires.
47
que constava de uma ão movida por João Baptista de Souza Freire e Benedicto
de Almeida e outros contra Manoel Barbosa Guimarães.
1893: Falece o Marquês de Três Rios, a 19 de maio, tendo a Fazenda passado, por
meação, à vva, Dona Maria Hyppolita. Contava então a Fazenda com uma área
aproximada de 700 alqueires. As transformações operadas pelo café no antigo
Engenho Laranja Azeda de 1848 à Fazenda Santa Gertrudes de 1893, aumentaram
aproximadamente em 90 vezes o valor da propriedade nesses 45 anos de atividades
cafeeiras (BASSANEZI, 1973)
1894: Falece a Marquesa de Três Rios, em 19 de outubro, sem descendência direta,
passando seus bens para sua irmã, Antonia dos Santos Silva Prates, casada com
Eduardo Prates.
1895: O Conde de Prates assume a Fazenda Santa Gertrudes, que contava eno
com uma superfície total de 866 alqueires, ou 2095 hectares (20.957.750 m
2
).
1897: Tem início um processo de sucessivas incorporações de terras à Fazenda
Santa Gertrudes por iniciativa do Conde de Prates. Nesse ano, ele compraria de
José Ferraz de Sampaio Junior (17 de junho) e Olimpia de Almeida Camargo (30 de
julho) terras vizinhas à sua propriedade.
1898: Nova compra, desta vez, de Zacharias de Godoy Bueno e sua mulher Dona
Cecilia Maria Joaquina (23 de julho)
1899: Em 26 de janeiro, adquire nova área, de Dona Anna de Almeida Rocha, viúva
e sucessora de João Evangelista de Almeida Campos.
1900: se achavam incorporadas à Santa Gertrudes diversas glebas da Fazenda
São Joaquim, fragmentada por partilhas de herança, num total de 256 alqueires.
48
1902: São comprados 249 alqueires da vizinha Fazenda Palmeiras
8
, com 160.000
pés de café, transformada na Colônia Santa Cruz. Outra parte substancial da
Fazenda Palmeiras acabaria se transformando na Colônia Santa Maria.
1907: É publicado o artigo de autoria de Charles
9
·, onde encontramos a
informação (certamente fornecida pelo proprietário) de que a a área total alcançara
1234 alqueires (29,79 km
2
).
1913: Em matéria
10
publicada neste ano, a Fazenda teria alcançado 1324 alqueires,
ou seja, 32,04 km
2
.
1928: A área da Fazenda Santa Gertrudes alcança 1356 alqueires, ou seja, quase
33 km
2
.
8
A Fazenda Palmeiras pertenceu ao Marquês de Três Rios, o tendo sido, entretanto, incorporada à Santa
Gertrudes e, na partilha dos bens do Marquês, após sua morte, coube a outros herdeiros que terminaram por
vendê-la ao Conde de Prates.
9
Traduzido e reproduzido no corpo deste trabalho: Uma fazenda modelo: FAZENDA SANTA GERTRUDES. In
Le Brésil, de, publicada pela Revue France-Brésil, em 1907, pp.375-9.
10
CAPRI, Roberto. O Brasil e seus Estados: São Paulo. São Paulo: Pocai & Weiss, 1913, p 147-153.
49
CAPÍTULO 4
A FAZENDA SOB A ADMINISTRAÇÃO DO CONDE DE PRATES
O espírito prático e a autoridade do Conde de Prates na administração da
Santa Gertrudes se fizeram sentir logo nas primeiras atitudes por ele tomadas, a
partir de outubro de 1894, quando sua esposa recebe a propriedade como herança.
De fato, alguns meses após ser efetivada a transferência da propriedade e
feita uma busca cartorial das antigas escrituras, o Conde encomendava o serviço
de um técnico agrimensor para executar um levantamento de suas terras, base para
um planejamento geral, visando aperfeiçoar a produção e o beneficiamento do café.
A propósito do levantamento, registrava o seu administrador, em diária
endereçada ao Conde:
Tenho em meu poder sua presada carta de 19 do corrente sendo o portador
desta o Snr. Otto Kellner, agrimensor practico que deve levantar a planta da
Fazenda e ao mmo tempo fornecer todos os necesrios afim de que principie esse
serviço conf
e
as instrucções que V
a
.S
a
. ordenara.
1
Otto Kellner, agrimensor prático, desenvolverá esse e outros importantes
serviços na fazenda, assim como seu irmão, Oscar Kellner, técnico mecânico,
responsável pela instalação das máquinas e condutores necessários ao
beneficiamento do café (sobre eles nos estenderemos mais adiante, no catulo 5).
Assim, cuidará o Conde para que se instale um moderno sistema de
maquinário destinado a acelerar esse beneficiamento. Através da leitura dos livros
do fundo pesquisado, pudemos constatar que a propriedade receberia, de tempos
em tempos, o que havia de mais moderno à sua época para o preparo dos grãos
1
AMRC 104 Livro Copiador de 496 páginas, numeradas. Em 22 de agosto de 1895.
50
para consumo, bem como equipamento para processamento de todas as demais
culturas da fazenda, como o arroz e o algodão.
O trato dos grãos de café é determinante da organização espacial de uma
fazenda, como se sabe, ainda que soluções regionais possam dar contribuições
originais à tipologia sica desses complexos. A topografia acidentada, os materiais
disponíveis, a adaptação de técnicas de beneficiamento de outras culturas, enfim
o algumas das possíveis justificativas para soluções regionalistas.
Esforços sistemáticos no sentido de compreender e registrar como se
organizaram as fazendas de café no Brasil vêm sendo empreendidos por diversos
pesquisadores e o seus trabalhos publicados ou, no mínimo, abertos à consulta em
bibliotecas públicas. É o caso da pesquisa feita por Artur Simões Rozestraten, em
seu Estudo sobre a evolução do maquinário de benefício do café no Estado de São
Paulo no século XIX e início do século XX.
2
Após Rozestraten, contribuições recentes ao tema são as publicações de
Benincasa
3
e Argollo Ferrão
4
·. Ambas se destacam pela ampliação do entendimento
do tema, principalmente no quesito beneficiamento, complementado por informões
sobre o maquinário presente nas fazendas, em particular as do Oeste paulista.
Procuraremos reproduzir a seguir, de maneira sintética, os procedimentos
utilizados no processamento do café.
O beneficiamento do caconsiste na secagem do grão e separação do grão
da casca e isso pode ser feito via úmida ou via seca, processos que se diferenciam
pela utilização de água em menor ou maior quantidade.
2
ROZESTRATEN, Artur Simões. Estudo sobre a evolução do maquinário de benefício do café no Estado de São
Paulo no século XIX e início do século XX. São Paulo: FAUUSP/ IME/ FFCL, 1994.
3
BENINCASA, Vladimir. Velhas Fazendas: arquitetura e cotidiano nos campos de Araraquara. 1830- 1930. São
Carlos, SP: EdUFSCar; São Paulo: Imprensa Oficial, 2003.
4
ARGOLLO FERRÃO, André Munhoz de. Arquitetura do ca. Campinas, SP: Editora da UNICAMP; São Paulo,
SP: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004.
51
Abelardo Amaral
5
defende que a escolha do methodo de preparação depende
particularmente das condições climatéricas da região. O método seco é preferido em
regiões de clima quente: ... com o methodo humido só se deve tratar os fructos que
conservam a sua frescura com o methodo secco pode-se tratar a cereja em todos os
estados; verde madura e secca. Razão esta que faz predominar em nosso Estado o
methodo secco; é assim que cerca de 70% do nosso café é tratado por esse
methodo enquanto somente 30% o são pelo methodo humido.
Frei Velloso, responsável pela publicação de alguns dos primeiros manuais de
cultivo do café, entre nós, defendia a superioridade do método úmido, mas
reconhece que são as disponibilidades naturais (clima e existência de água em
abundância) que determinarão a escolha do método:
Pode-se dizer que, si o methodo secco fornece sempre productos de melhor aroma,
o methodo humido apresenta, todavia, productos de melhor aspecto e de cor mais uniforme.
Em ambas as possibilidades, a primeira etapa do processo é a lavagem do
café após a colheita para a retirada de sujeira grossa (pedras, gravetos, torrões de
terra) e separação inicial dos grãos secos, verdes (bóias) e maduros (cerejas).
Para isso se utilizam os lavadores: vários tipos, mas, em geral, compõem-
se de um tanque de alvenaria (no formato de tronco de pirâmide invertido) com
dispositivos de controle para permitir saída separada de gos da sujeira.
Um sistema hidráulico, seguindo a saída dos grãos, separa os grãos por
diferença de densidade (grãos verdes iam, grãos maduros afundam) que são
conduzidos separados aos terreiros, ou no caso da via úmida, aos tanques de
maceração.
5
AMARAL, Abelardo Pompeu do. Cultura prática e racional do cafeeiro. São Paulo: Editora CMG, 1925. p. 513.
52
Se a utilização da via seca for mais conveniente, após a lavagem os grãos
o conduzidos aos terreiros em aquedutos de alvenaria de pedra, ou de tijolos onde
serão espalhados para a secagem e, posteriormente, levados para as tulhas e daí
para as máquinas de beneficiamento (para descascamento).
Essa primeira etapa, no caso da Fazenda Santa Gertrudes, acontecia nas
instalações a seguir ilustradas.
O início do beneficiamento do café na Fazenda Santa Gertrudes: o café vem do
campo e é despejado nos depósitos de grãos que nessa altura, ainda não eram cobertos,
como podemos ver na foto a seguir. Dali o café passaria aos dois primeiros tanques, antes
de seguir para os demais, em segundo plano na pintura quase fotográfica de Antonio
Ferrigno (1903). A realização do fechamento desses locais de depósito de grãos pode ter
obedecido a conveniências de proteção tanto climática quanto contra o extravio do precioso
grão.
53
Lavadores da Santa Gertrudes. Ao fundo, um dos vários mirantes da Fazenda.
O mesmo local retratado por Ferrigno na página anterior ainda comparece sem a construção
que o enclausurou e cobriu.
Cartão-postal da Coleção Monsenhor Jamil Nassif Abib.
54
Na via úmida, os grãos são separados da casca antes da secagem. Após a
lavagem e separação entre ‘bóias’ e cerejas’, os grãos ‘cereja’ seguem para outro
tanque de maceração onde deve ocorrer o descolamento da polpa. Os
despolpadores, a seguir, separam o grão da casca. São conhecidos dois tipos de
despolpadores: de cilindro e de disco que efetuam o processo por meio de atrito e
pressão. Os grãos são então passados para outro tanque onde ocorre a
fermentação do café despolpado para que se desprenda a goma, mucilagem e
restos de polpa dos grãos. Segue-se uma nova lavagem do cafermentado para
limpeza do grão e depois a secagem.
Ocupando muitas vezes áreas com culturas consagradas, é natural que o
equipamento utilizado para o descascamento do grão de café fosse, inicialmente,
aquele emprestado de outras lavouras, como a do feijão, milho e mandioca. Mas o
improviso técnico logo é substituído para garantir maior eficiência à produção. A
técnica moderna de prodão cafeeira firma-se a partir da metade do século XIX,
tendo contribuído para isso a abolição da escravatura, a abertura de ferrovias e a
chegada de imigrantes europeus.
No início, o descascamento do café era feito através de pies pelos escravos,
caracterizando um trabalho rude e pesado, muitas vezes em ambiente insalubre: é
possível imaginar-se a infernal poeirada” originada pela batida, à vara, do café nas
tulhas
6
.
Taunay considera que a obra Fazendeiro do Brazil - Cultivador
7
de Frei
Velloso, Tomo III, é um marco na implantação de maquinário para a produção de
café no país: Taes os conselhos e advertências que Frei Velloso ministrava ao grangeiro
da lavoura inicipiente de café em seu paiz annexando às memórias traduzidas de franceses
6
TAUNAY, Affonso. História do café no Brasil. Vol.II, Tomo II. Rio de Janeiro: Dep.Nacional do Café, 1939
7
VELLOSO, Frei José Marianno da Conceição. Fazendeiro do Brazil - Cultivador. Tomo II e III. Rio de Janeiro:
Officina de Simão Thaddeo Ferreira, 1798.
55
e inglezes as estampas que as illustrava, reproduzindo a feição do machinario rude onde se
preparava o grão arábico.
E foram estas estampas
8
que aos brasileiros trouxeram a suggestão dos primeiros
apparelhos para o beneficiamento do café a machina (Taunay, 1939. p.396; cit. em
Rozestraten, 1994. p.39).
A primeira ‘máquina’ utilizada para descascar cateria sido o monjolo que
consiste em uma alavanca movida a água (ou a pé). As primeiras referências ao
monjolo d’água no Brasil são de fins do século XVIII. Acredita-se que o monjolo de
tenha sido aqui introduzido pelos portugueses, tornando-se comum a partir de
fins do século XVII.
A evolução cnica descrita por Taunay é confirmada por Burlamaque, citado
por Schmidt
9
. O pilão e a peneira
10
, instrumentos utilizados inicialmente, são
substituídos pelo monjolo e, posteriormente, pelo bocardo, ou máquina de pilões. A
bateria de pilões equivalia ao trabalho de 12 monjolos, ou 144 pilões manuais.
O início do culo XIX parece ter-se caracterizado pela coexistência de várias
técnicas adaptadas de outras culturas.
As máquinas elementares (assim consideradas por serem as primeiras e
básicas) usavam como forma de energia a água para quebrar a casca seca e
separar essa do grão de café, preferencialmente, mas tamm a tração animal e a
força humana foram utilizadas.
8
As estampas a que se refere Taunay representam engenhos para despolpar, descascar eaventar’ o café. São
moinhos de ralar manuais; de carretão movido a tração animal e moinhos que podiam ser movidos por roda
d’água ou por tração animal.
9
SCHMIDT, Carlos Borges. Técnicas agrícolas primitivas e tradicionais. Conselho Federal de Cultura e Dep. De
Assuntos Culturais, 1976.
10
A peneira, de uso tão primitivo, servia para separar a cereja recém-colhida de impurezas e folhas, ainda na
área de cultivo, assim como a casca do grão de café.
56
O maquinário moderno irá utilizar, principalmente, equipamentos baseados
em movimento rotatório e vapor como fonte de energia, possibilitando que a
produção de café se desvinculasse da disponibilidade de água. Trata-se de
maquinário inicialmente importado da Europa e dos EUA.
Em 1857 ocorreria uma exposição de maquinaria agrícola em terras
brasileiras, precedendo em pouco tempo as iniciativas da indústria paulista em
prover as fazendas com equipamento que tornasse mais ágeis as etapas da
produção cafeeira.
No século XX, duas instituições exemplares são criadas, o Instituto
Agronômico de Campinas e o do Café, com intuito semelhante: pesquisar e fornecer
assessoria cnica à produção e introduzir procedimentos modernos, de forma
sistemática.
Convergindo com essas intenções, a energia elétrica chegaria às fazendas de
café, impulsionando novas máquinas.
Na virada do século, o processo de beneficiamento do café pressupunha a
utilização das seguintes máquinas: 1. máquinas transportadoras, ou condutoras; 2.
máquinas limpadoras; 3. máquinas descascadoras; 4. máquinas ventiladoras; 5.
máquinas catadoras; e 6. máquinas classificadoras.
Imediatamente antes do maquinário, na seqüência de produção do café,
estava aquele que seria o primeiro espaço construído especialmente para a
produção do café, o terreiro. Esse seria o espaço de articulação e conexão de todas
as edificações da fazenda. Inicialmente, eram os terreiros de terra batida. Com a
evolução da produção os terreiros começaram a ser pavimentados com pedra, ou
tijolos. Deviam ser localizados longe dos rios, expostos ao sol e aos ventos, de
57
acordo com as recomendações pioneiras do Barão de Paty do Alferes. O piso
deveria ter inclinação de 3% para permitir o escoamento da água.
Os terreiros eram tamm equipados com sistema hidráulico de lavagem/ separação
dos grãos, construído em alvenaria de pedra ou de tijolo. A disposição deste sistema
hidráulico e a localizão das ‘bocas de saída do café compartimentavam o terreiro para
separar grãos verdes e ‘cerejas’, facilitando o controle sobre o tempo de secagem e a
qualidade do grão (Rozestraten, 1994. p.91).
O autor relata que nas fazendas de café de fins do século XVIII ameados
do século XIX o beneficiamento do café era feito em um puxado com estrutura de
madeira o aparelhada e cobertura de folhas secas. As primeiras casas de
máquinas conservaram as características de arquitetura leve, aberta e flexível, diz o
autor, sendo construída com esteios de madeira, coberta de folhas ou telhas
cerâmicas, podendo ou não ser parcialmente vedada com taipa de mão.
O café em coco, ou em pergaminho era armazenado nas tulhas, construídas
em madeira, elevadas do chão para evitar a umidade e muito bem ventiladas para
evitar a fermentação dos grãos. A localizão ideal da tulha sempre foi o mais próximo
dos terreiros, se possível em plano mais baixo para economia de energia no transporte dos
grãos secos (idem, p.96).
A tulha, edificação independente, com o tempo e aumento da produção,
passou a integrar a edificão da casa das máquinas. Na descrição de Frei Velloso,
a ‘casa de café’ é um edifício retangular na proporção 2:1 e composto por uma
galeria exterior, 3 armazéns e uma galeria interna onde se peneirava, escolhia e
pesava o grão.
As características plásticas desta Arquitetura das estradas de ferro foram transpostas
em alguns casos para as casas de máquinas/tulhas construídas no último quartel do século
XIX. Estas casas de máquinas/ tulhas, localizadas em plano inferior ao dos terreiros,
58
ligavam-se a estes por meio de um pontilhão de madeira onde o café era transportado
dentro de vagonetes. Dentro do edifício, os vagonetes despejavam o café nas tulhas onde
este deveria ficar armazenado a o momento de ser recolhido pela bica de jogo e
conduzido às máquinas beneficiadoras. (idem, p.96).
No arranjo mais racional possível, essas máquinas funcionavam em série,
uma ao lado das outras e eram acionadas por um sistema de polias a partir de um
eixo geral de transmissão movido a vapor, ou motor a explosão ou ainda elétrico.
Velhas tulhas tiveram que se adaptar às dimensões exigidas pelas máquinas, sendo
comum o alteamento de telhados.
Disposição em série das máquinas beneficiadoras de café, conforme registro em cartões-postais.
(Coleção Monsenhor Jamil Nassif Abib)
59
No caso da Fazenda Santa Gertrudes além de contar com um completo
maquinário, alguns fatos interessantes a individualizam: sob a administração do
Conde de Prates, cujo espírito prático o tornava muito receptivo às modernas
conquistas tecnológicas, ocorreu uma simultaneidade de formas de propulsão de
máquinas, com a possibilidade de utilizão da força hidráulica, a vapor e elétrica. A
água movia rodas d’água localizadas sob o piso da casa de máquinas, que por sua
vez, moviam eixos e correias que garantiam a movimentação de máquinas. Um
locomóvel Wollf, motor a vapor, sucederia com maior eficiência as possibilidades de
movimentação de maquinário na Fazenda. Por fim, a eletricidade.
O pioneirismo de Rio Claro no fornecimento de energia elétrica ao município e
às propriedades agrícolas da região (a cidade teria sido a primeira no Brasil a contar
com iluminação pública elétrica) pagou um alto custo pela inexperiência.
60
A pioneira Central Elétrica de Rio Claro
11
A história oficial nos conta que A Fazenda Santa Gertrudes, uma das maiores e
mais ricas do Estado de São Paulo, de propriedade de Eduardo Prates, foi uma das
pioneiras da utilização de energia elétrica no Município de Rio Claro, instalada a 15 de junho
de 1902. A força motriz acionava dois motores: de 25 HP destinado à máquina de beneficiar
café e outro de 12 HP para os despolpadores. A casa, a capela, os terreiros, a casa de
quinas, o exterior das casas dos colonos e estábulos possuíam luz elétrica, tendo
custado a seu proprietário 25:700$000, e mais 700$000 réis mensais a tulo de aluguel de
energia.
12
11
Ilustração extraída de http://www.fphesp.org.br/corumbatai/expo_ambiental/expo_historica/egon.htm
12
CESP. S.A. Central Elétrica Rio Claro. São Paulo, 1986. 105p. (Fascículos da História da Energia Elétrica em
São Paulo, n. 1)
61
Isso é notório, mas para o Conde de Prates, a Central Elétrica de Rio Claro foi
motivo de muitos dissabores pela inconstância no fornecimento de energia e frustrou
suas melhores expectativas de maior eficiência no processamento dos grãos. É
sabido que a Usina de Corumbat teve de ser desativada no dia seguinte à sua
inauguração e isso trouxe conseqüências ruins para todos os compromissos de
fornecimento que a empresa já havia assumido.
Além da inconstância no fornecimento de energia, vários foram os momentos
em que se detectou insuficiência de assistência cnica, como nos dias
imediatamente a seguir de um grande incêndio na vizinha Fazenda Ibicaba, de
propriedade da Família Levy. Ficou evidente que o imenso prejuízo ali ocorrido
também poderia atingir a Santa Gertrudes, conforme parecer de cnico enviado
pelo Conde para averiguar as condições das instalações feitas pelas Centrais
Elétricas de Rio Claro em sua propriedade. Havia fios indevidamente expostos que
poderiam provocar incidente semelhante ao de Ibicaba.
Reproduzimos a seguir a correspondência trocada entre o administrador
Mário Simões Coelho e o Conde, onde ficam evidenciados os problemas
relacionados às instalações elétricas da Fazenda
13
.
P. 157-8 (24 de outubro de 1905)
Observações: devido a hontem às 8 ½ horas da noite ter-se manifestado grande e violento
incêndio na casa das machinas de benficio de café da fazenda Ibicaba, o qual incêndio
destruiu não o edifício como também todos os machinismos que ahi existiam inclusive o
motor electrico, desde esta hora até hoje as 9 horas da manhã que não teve corrente
13
Extraídas do livro AMRC 35 (Copiador. De 19 de agosto de 1905 a 2 de abril de 1906. 500 páginas, papel de
seda, manuscrito, à tinta).
62
electrica nesta fazenda, devido naquela se terem queimado os fios que tem comunicação
com as instalações d’esta.
Fui hoje por curiosidade ao local do incêndio na Fazenda Ibicaba. Alli o snr. Levy pediu-me
para escrever a V. Exa. contando-lhe o ocorrido e pedisse a V. Exa. que o auxiliasse com
algumas madeiras até que ele possa montar a serra, visto que o incêndio destruiu também
as officinas e as madeiras que ele tinha empilhadas próximo ao local. Queimou também
4000 arrobas de café. No mesmo local encontrei o snr Egon, gerente da Central Electrica de
Rio Claro e disse-lhe que visto ele não poder concertar o motor electrico desta fazenda (que
continua esquentando) eu pediria a V. Exa.que mandasse de São Paulo uma pessoa que
entenda afim de que o concerte. Este pediu-me para não o fazer que ele mesmo chamaria
uma pessoa para o concertar.
P. 168 (29 de outubro de 1905)
Observações: Devido ao escrivão desta ter ficado doente, com angina na garganta, da qual
proveio muita febre, desde o dia 25 do corrente até hontem, não seguiram as diárias desses
dias nas respectivas datas.
Acha-se nesta a carta de V. Exa. de 27 do corrente. Como à tarde a recebesse,
amanhã cedo irei cumprir as ordens de V. Exa. perante o snr José Levy.
Como até hoje não tinha vindo pessoa nenhuma examinar o motor da machina de beneficio,
interroguei hoje o snr Egon, Gerente da Central Electrica Rio Claro, ao qual ele respondeu-
me que não havia ainda chamado ninguém; como o motor continua esquentando muito e
temendo eu que aconteça algum desastre, rogo a V. Exa. mandar uma pessoa entendida
afim de concertar.
Mario Simões Coelho
63
P. 170 (30 de outubro de 1905)
Observações: ... Conforme as ordens de V. Exa., fui hoje à fazenda Ibicaba apresentar os
sentimentos de pezar e fazer os offerecimentos em nome de V. Exa., ao snr José Levy, o
qual pediu-me para muito agradecer a V. Exa.
Mario Simões Coelho
P. 177 (2 de novembro de 1905)
Observações: ... Seguio hoje para S. Paulo o snr Carlos Holbers, engenheiro electricista,
que aqui examinou o motor electrico e lhe fez alguns reparos, ficando o mmo funcionando
regularmente. Disse-me o snr Carlos que deveria reclamar da Empresa de Rio Claro, para
que ela mande isolar os fios conductores de corrente electrica que passam debaixo do
soalho, do motor à caixa de resistência, visto o estarem convenientemente isolados pelo
que offerecem perigo de incêndio. Aguardo ordens de V. Exa. a respeito.
Mario Simões Coelho
P. 180 (4 de novembro de 1905)
Observações: ... Conforme as ordens que v. telegramma recebi hoje, de V. Exa., fiz parar o
motor electrico da machina de beneficio as 2 horas da tarde. O snr Egon amanhã virá
isolar convenientemente os fios conductores de força electrica do mmo motor.
Esses problemas perduraram por vários anos e acabaram por motivar o
Conde a tentar a autonomia na obtenção de energia para suas máquinas e
iluminação da Fazenda, o que parece ter ocorrido em novembro de 1910, conforme
o atesta a correspondência enviada pelo Conde à Central Elétrica de Rio Claro e ao
seu proprietário, sediado em Santos, Theodor Wille
1
.
1
Constatamos, entretanto, que a Central Elétrica de Rio Claro seria ainda fornecedora de energia bem além
desta data, ainda que persistindo problemas de mesma ordem.
64
Esta correspondência se encontra no livro AMRC 46 (Copiador 24 FSG), às
páginas 395e 396.
P. 395 (27/11/1910):
Illmo. Snr. Egon von Frankemberg
M. D. Gerente da Central Electrica/ Rio Claro
O único fim da presente é notificar-lhe que havendo deixado esta Fazenda de utilizar-
se da corrente electrica que tem (....) fornecido por esta Empresa, fiz proceder à desligação
do ramal da linha no ponto do entroncamento com (...) geral dessa Empresa e tornando-se
por isso desnecessário d’ora em diante o medidor da corrente electrica existente ao lado dos
transformadores cujo funccionamento (...) em vista de tornarem-se desnecessários tendo
actualmente esta Fazenda a sua (...) Central Electrica própria.
Isto posto, fica também pela presente essa Empresa de que não posso consentir por
mais tempo a permanência em terras desta Fazenda, de postes conductores de rede de
corrente electrica extranha ao serviço desta Fazenda que, como disse acima em boa hora
conta hoje com o seu serviço próprio.
Com o devido respeito, é que subscrevo-me
De V. As
ven. res. obr.
Conde de Prates
P. 396 (27/11/1910): Correspondência de igual teor que a anterior foi enviada a Theodor
Wille e Cia, de Santos.
65
Fotos da casa de máquinas da FSG, reproduzidas a partir do livro de CAPRI (1913)
66
Sob o ponto de vista administrativo, cuidou o Conde para que a Santa
Gertrudes, em sua reconhecida complexidade de funções, alcançasse sempre os
melhores padrões.
Encontramos em um dos livros do Fundo da Fazenda Santa Gertrudes um
documento de especial valor para evidenciar a multiplicidade de instalações e
funções da propriedade
2
. Trata-se de um Livro de Serviços (1922) e, apesar de não
dar informões detalhadas sobre os trabalhos executados, esse livro se mostra de
particular interesse por citar dependências que nos permitem deduzir a
complexidade da Fazenda em si, bem como a regularidade de algumas atividades.
Suas páginas estão divididas em colunas, com a seguinte discriminação:
DATA/ NATUREZA DO SERVIÇO/ TÍTULOS/ DIÁRIA/ SALÁRIO/ OBSERVAÇÕES.
Em termos de dependências, podemos citar, além da casa de moradia, a
Capela, a casa de máquinas, a casa de administração, a casa do Fiscal, a do Diretor
(eram sete, no total, um para cada colônia, além de um Diretor Geral) as colônias
dos empregados, a coudelaria, o chiqueiro, a cocheira, o aprisco, o estábulo, o
galinheiro, os moinhos, a serralheria, a oficina, o quarto dos arados, a selaria, o
cafezal, os terreiros, a tulha, o cinema, oougue, a escola, o restaurante, os
pomares, os pastos, o jardim, o “isolamento”, a imensa estrumeira, os reservatórios,
a olaria.
Dentre as atividades, encontramos o plantio de feijão, mandioca, milho, cana,
café, alfafa, algodão, eucaliptos, capim, a criação de abelhas, o preparo de terreno
para plantio, o transporte de estrume dos currais para a estrumeira e dali, curtido,
2
AMRC 190 Livro de Serviços da Fazenda Santa Gertrudes (número 6 da FSG). De 1920 a 1922. 600 p.
67
para a área de cultivo, principalmente os cafezais, o transporte de palha de café ou
de arroz para as plantações, as diversas e intensas colheitas, o extermínio de
formigas (constante!), o ceifar e colher o feno, arar a terra, cortar e transportar lenha,
sulfatar frutas (goiabeiras), a manutenção de todos os veículos (aranhas, carroças,
carroções, trolies” e semi-trolies, tratores, vagonetes etc.) e equipamentos
mecânicos (turbinas, quinas de beneficiamento, arados, bombas etc), construção
e manutenção de edifícios, caminhos, reservatórios, tanques, canais e
encanamentos da Fazenda, o cuidado com os animais (cavalos, bois, ovelhas,
jumentos, galinhas e assemelhados, pássaros ornamentais, porcos), auxílio na
mudança de colonos da fazenda, transporte de materiais de construção produzidos
na própria fazenda (tijolos, telhas, areia, pedras) ou provenientes de outras cidades
(cal, ferro, vidro etc.), produção de peças em madeira (estruturas de telhado, pisos,
portas, janelas, portões e porteiras, móveis, cochos, manjedouras, cambotas, rodas,
rodos para puxar o café nos terreiros, divisórias para a casa ou para estábulos,
cercas e mourões, caixotes para diversas funções, cabos de ferramentas, obras de
maior sofisticação, como os caixilhos da Rotisserie Sportsman, de São Paulo, ou o
paravento da Matriz de Rio Claro e, dentro de uma certa rotina, esquifes), couro
(selas, arreios) e ferro (alfaias, eixos, ferragens para portas e janelas), destorrar
áreas de cultivo, acionamento de todo tipo de máquina, guarda e vigilância da
fazenda, alimentação de colonos e funcionários, administração e contabilidade dos
negócios e de pessoal.
Noutro livro do fundo documental da Fazenda
3
, vemos reiterada essa
complexidade, ao serem arroladas despesas e pagamentos a fornecedores e
3
AMRC 50 Contas correntes. 1941.
68
compradores. Podemos reunir as inúmeras atividades aqui descritas sob os títulos:
A Fazenda fornece, a Fazenda compra, a Fazenda paga por . Assim,
A Fazenda fornece:
Cavalos, éguas, bois, mulas, burros, carneiros e ovelhas, porcos, garrote, leite,
farelo de torta de algodão, couro verde, cinza de café, cinza de torta, farinha de
ossos, manga, goiaba, abacate, laranja, lenha (ceramistas e à Muller Carioba),
algodão, lã de carneiro, crina animal, café, adubo orgânico, serragem.
A Fazenda compra:
Catingueiro roxo (200 kg) e 50 kg de Cabelo de Negro (Casa Corradini, São Paulo),
capim Jaraguá, máquina de beneficiamento de arroz (Zaccaria, Limeira), cera (Rui
Barbosa de Oliveira, Limeira), sal triturado, trator, máquina de fazer farelo de cana,
carvão coque, arroz, correia para máquina, tambores de diesel, roseiras (a Manoel
Wendel, de Santa Gertrudes, p. 16), arame farpado, manilhas, jarrões cerâmicos,
tesoura para animaes, barbante, pulverizador, anti-sárnico, chapas e pregos de
cobre (jan, 1942), tapete de sisal, gasolina, grampos de cerca, reprodutores zebu,
cortador de rastolhos (?) de milho, éguas, serra de fita, máquina de solda, jacás,
formicida (garrafões), balança para o arado, remédios veterinários, zefir
4
para
colheita de café (1254,60 m), velas para aIgreja, mudas de mexeriqueiras e
nogueiras Pecan (Fazenda Citra, junho de 1943, p. 196), açúcar cristal, azulejos de
1ª, cimento, telhas, desinfetantes, máquina canjiqueira (Máquina D’Andrea, junho de
1944, p. 271), gêneros alimentícios diversos para a despensa, carrapaticida, tubo de
oxigênio para solda.
4
tecido fino e ger. transparente de algodão cardado, us. na confecção de vestes leves, roupas íntimas, de
crianças etc.(Houaiss). Aqui, o tecido era usado sob o pé de café, para auxiliar a colheita.
69
A Fazenda paga:
pela execução de “serviço técnico (16 alqueires curvas de vel no cafezal
denominado M. Baixo), pelas missas celebradas na Capela, seguro contra fogo e
acidentes de trabalho, a Luiz Mofato (“cinema”), por remédios (Drogasil Morse, São
Paulo), por serviços mecânicos, por fornecimento de energia elétrica da S.A. Central
Elétrica de Rio Claro, por serviços veterinários, serviços de irrigação do arrozal,
médico.
A Fazenda faz:
serra madeira para terceiros, adianta dinheiro para o casamento de filha de
funcionário (João Balbino, p. 34, 17 de novembro de 1945), adianta dinheiro para
enterro de funcionário, subvenciona mensalmente a Santa Casa de Rio Claro
(300$000), subvenciona o Ginásio Santa Cruz, de padres de Rio Claro.
A realização dessa multiplicidade de funções supunha o acordo, através de
contrato, com os colonos. Em que bases isso se firmava?
A referência básica é um texto de Sallum
5
. Com base nesse autor, vemos que
o contrato de trabalho dos colonos nas fazendas de café fundamentava-se nos
seguintes pontos:
1. O fazendeiro contratava uma família, através do seu chefe, para ir residir e
trabalhar ao menos um ano em sua fazenda. Nem todos os membros da família
deveriam trabalhar o ano inteiro, mas geralmente apenas o pai, filhos adolescentes
ou agregados. A capacidade de trabalho do homem adulto era tomada como unidade
5
SALLUM Jr., Basílio. Capitalismo e cafeicultura: Oeste Paulista, 1888- 1930. São Paulo: Duas Cidades, 1982.
70
de força de trabalho, denominando-se uma enxada, os adolescentes representando
meias-enxadas. À soma de enxadas do grupo familial correspondia, por contrato,
certo mero proporcional de pés de café para serem tratados durante todo o ano.
Esse trato se resumia praticamente a 4 ou 5 capinas (limpeza de ervas daninhas)
anuais e era remunerado por salário.
2. Durante a colheita passavam a trabalhar todos os membros da família maiores de
8 anos, porque o pagamento de suas tarefas era feito independentemente do salário
acima referido e sob a forma de percentagem sobre o valor total de sacos colhidos
por unidade familial. Isto levava esses grupos a se interessarem em empenhar o
máximo de seus esforços para colher o maior número de grãos, competindo as
diferentes famílias entre si para obter maiores ganhos.
3. Durante o resto do ano os colonos podiam plantar culturas alimentícias cuja
colheita não coincidisse com a do café em terras cedidas pelo fazendeiro; tamm
lhes eram cedidas as habitações e pequenas áreas junto às mesmas para horta e
criação, bem como o direito de uso do pasto para um número restrito de animais de
porte. O produto dessas atividades era de propriedade do colono, devendo o mesmo
dar direito de preferência de compra ao fazendeiro em caso de igualdade de preços.
4. Quando o fazendeiro contratava colonos para formar uma fazenda de café,
entregava-lhe a terra por 4 ou 6 anos durante os quais estes deveriam plantar e
cuidar dos arbustos até que entrassem a produzir podendo usar a terra intercalada
entre os s de café para o cultivo de outros produtos, de sua integral propriedade.
71
Se a terra era devolvida com o cafezal formado as 4 anos, os colonos recebiam
por este algum pagamento em dinheiro; se fosse devolvida após 6 anos, os colonos
nada receberiam em moeda porque poderiam vender as safras correspondentes ao
4º, 5º e 6º anos de produção dos cafeeiros.
O importante nisso tudo é perceber que tais contratos pressupunham
interesses mútuos entre patrões e trabalhadores, de tal modo que estes,
diferentemente do escravo, tornaram-se seus próprios supervisores. Isso fica claro
no caso do sobre-esforço voluntário de trabalho durante a colheita. Por outro lado,
como mostra Sallum, o fato de que o fazendeiro procurasse se garantir um número
suficiente de braços para a colheita, fazia com que contratasse para um ano inteiro
colonos temporariamente desnecessários ao trato do café, fato que propiciava, a
estes, tempo para cuidar das suas próprias culturas. Desta forma, embora a fazenda
do Oeste paulista não dispensasse os fiscais, havendo um para cada conia
mantida, nela a realizão do trabalho se dá de forma mais rápida e mais eficiente.
Além de área contígua às habitações dos colonos, oferecia-se a possibilidade
de plantio intercalado com os pés de café.
Essa possibilidade está explícita noutro documento
6
do Fundo pesquisado,
uma correspondência do Administrador para o Conde, informando das bases em
que estavam sendo feitos os acordos com colonos, nas vizinhanças da propriedade,
a fim de que fosse feita a proposta da Fazenda Santa Gertrudes:
Correspondência do administrador para o Conde de Prates.
Fazenda de Santa Gertrudes, 4 de setembro de 1915
Exmo. Snr.
6
AMRC 33 Livro copiador de diárias. De 4 de mao a 30 de outubro de 1915. p 382.
72
Conde de Prates São Paulo
Exmo Snr.
Vossa Excia. terá a bondade de dizer-me as condições de Contracto a fazer com os
Colonos para o anno novo.
Todos os fazendeiros da vizinhança já fizeram seus contractos que são os seguintes:
Fazenda Paraguassú: Carpa de Café por anno 75$000, colheita 500 Rs, dias de
serviço 2$500, pagamento de 2 em 2 mezes, plantação no Café nada.
Fazenda Morro Azul: Carpa de Café por anno 65$000, colheita 500 Rs, dias de
serviço 2$200, pagamento mensal, plantação uma cova na Quadra.
Fazenda Iracema: Carpa de Café por anno 70$000, colheita 500 Rs, dias de serviço
2$000, pagamento de 2 em 2 mezes, plantação uma cova na Quadra.
Fazenda Ibicaba: Carpa de Café 75$000, colheita de café 500 Rs, dias de serviço
2$000, pagamento de 2 em 2 mezes, plantação um pé de milho na quadra.
Aguardando as Ordens de Va. Excia, subscrevo-me com Estima e consideração,
De Va.Excia
Amº, atto, Cro.
Luiz Antonio Cezar
Afora todas as instalações dedicadas à produção agrícola, propriamente dita,
encontramos na propriedade serralheria e marcenaria capazes de prover não só a
própria Fazenda, mas tamm outras edificações do Conde, em São Paulo, em
Poços de Caldas (onde a família viria a ter um famoso palacete) e em Rio Claro.
Nesse último caso, não se tratava de propriedade do Conde, e sim de uma doação
feita à Matriz de São João, qual seja a do paravento da igreja.
73
De fato, a partir de 13 de outubro de 1924, por alguns dias, os carpinteiros da
Fazenda estavam trabalhando na Matriz de Rio Claro, para instalação do paravento
feito na Fazenda sob a supervisão de João Pagni, trabalho que demandou 7 meses
de serviços, conforme registra o livro AMRC 273. Abaixo, fotos atuais do paravento.
74
Detalhes do paravento da Matriz deo João de Rio Claro
Encerramos este capítulo sobre Fazenda Santa Gertrudes sob a
administração do Conde de Prates comentando e apresentando uma descrição da
mesma, o particularmente precioso e bem pouco conhecido texto de Charles Hü.
75
LE BRÉSIL (1911):
CHARLES HÜ E HENRIQUE VILLENEUVE
No livro de número 109 do Arquivo do Município de Rio Claro encontramos a
primeira referência a uma pretensa reportagem sobre a Santa Gertrudes, ainda em
1905, ou seja, 11 anos após o Conde de Prates ter imposto o seu caráter à
administração da propriedade.
Nesse livro, à página 282, na diária de 17 de maio de 1905, encontramos:
Observações: vindo de São Paulo, chegou hoje a esta o snr. Henrique
Villeneuve, Redactor chefe da Revista France-Brésil, que veio afim de tomar
apontamentos para a referida revista.
O Sr. Henrique Villeneuve voltaria a São Paulo no dia seguinte, como registra
a diária de 18 de maio (p. 286).
Sobre ele, pudemos apurar o seguinte:
Henrique Villeneuve foi um dos diretores, a partir de sua fundação (1891), do
Jornal do Brasil, ao lado de Rodolfo Dantas e Sancho Barros Pimentel.
Os apontamentos tomados por ele parecem ser os que serviram de base para
o texto de Charles (ou Hue), publicado em 1907. Charles ainda é um nome
sobre o qual temos pouca informão, mas existiu, no Rio de Janeiro, um industrial
com esse nome e que teria sido avô do arquiteto Jorge Hue. Um contato com o
referido arquiteto descartou a hipótese promissora, mas nos proporcionou conhecer
pessoa agradabilíssima, atencioso arquiteto dedicado às causas do Patrimônio
Histórico brasileiro.
76
O texto de Charles Hue é longo, mas merece ser aqui reproduzido, não por
ter se mantido de certa forma inédito até aqui nos trabalhos sobre a Fazenda, como
pela riqueza de detalhes com que a descreve. As fotos aqui reproduzidas
complementavam as informões no Álbum assim editado.
Uma delas, a reproduzida a seguir, está identificado com sendo de Valério
Vieira, através de postal da coleção do Monsenhor Jamil Nassif Abib.
77
Uma fazenda modelo:
FAZENDA SANTA GERTRUDES
In Le Brésil, de Charles Hü, publicada pela Revue France-Brésil, em 1907, pp.375-9.
O Sr. Conde de Prates é um dos mais importantes capitalistas de São Paulo, um dos
diretores da Companhia de Estrada de Ferro Paulista (da qual é o principal acionista) e do
Banco de São Paulo; ele consagra toda a sua atividade a suas empresas, ocupando-se no
engrandecimento e melhoria agrícola e comercial de sua propriedade de Santa Gertrudes,
situada em parte sobre terras da antiga fazenda Morro Azul, as mais férteis de São Paulo.
A fazenda é servida pela estação de Santa Gertrudes, que precede imediatamente a
de Rio Claro.
Chegando pela ferrovia, a aproximação da fazenda é indicada por uma série de
casinhas construídas em diferentes encostas; são as habitações dos colonos que formam
uma verdadeira cidade. Ao fundo uma igreja gótica destaca o perfil elegante de sua alta
torre de campanário toda branca em meio à paisagem verde, onde inúmeros colonos
trabalham sem trégua.
78
A fazenda de Santa Gertrudes situa-se a 575 m acima do nível do mar, atingindo em
alguns pontos 810. Pertenceu, em 1885, ao Marquês de Três Rios. Van Delden Laerne
avaliou, nesta época, sua extensão em 1.452 hectares
7
, com 65.000 s de café com
menos de três anos e 550.000 em plena produção. Seu rendimento era de 425.952 kg, ou
7.099 sacas, e a produção média de um de café, 754 g. A fazenda empregava 234
escravos, dos quais 90 estavam encarregados da manutenção e 144 trabalhavam no
campo. Cada escravo tinha sob seu cuidado 4.303 plantas que produziam em média de 30 a
31 sacas.
A escravatura deixou de existir em 1888; a organizão do trabalho é totalmente
outra nos últimos 20 anos.
Ao se tornar propriedade do Conde de Prates, a fazenda de Santa Gertrudes foi
aumentada pela incorporação ao seu patrimônio de outras a ela limítrofes. Sua área total
atualmente é de 1.234 alqueires
8
.
Alqueires Metros quadrados
* 488 11.809.600
* 89 2.153.000
Florestas 204 4.936.800
Pequenos bosques 15 363.000
Pastagens 350 8.470.000
Lagos, reservatórios 6 145.200
Charco 60 1.452.000
* 22 532.400
Total 1234 29.862.000
* obs: sem informações no original
7
N.T.: Cerca de 14, 520 km
2
.
8
N.T.: Cerca de 29, 862 km
2
.
79
Sua extensão é de 7 km por 5, ou 6 de largura. Seis colônias e suas instalações nos
locais próximos dos limites das plantações ocupam o cume das pequenas colinas e suas
laterais inclusive a metade de suas encostas são muito suaves e por isso mesmo extensas;
são elas:
Colônias Famílias Trabalhadores
São Joaquim 55 154
São José 9 18
Santa Cruz 41 94
Santo Eduardo 15 44
Santo Antonio 17 48
São Guilherme 30 72
Total 167 430
Há, no momento, lugar nessas casas para 30 famílias.
A este número de colonos se somam centenas de operários empregados no
transporte, nas criações, nos trabalhos de construção, na manutenção dos caminhos
(estradas), na construção e reparo das cercas de arame, no corte e transporte de árvores,
das florestas que são exploradas racionalmente, etc., etc., e, enfim, pessoal ocupado com
as máquinas e na cultura de árvores frutíferas e dos trabalhadores empregados em
diferentes serviços.
O número de cafeeiros tratados pelos colonos é de 949.560.
As qualidades cultivadas o aquelas conhecidas pelos nomes de Café crioulo (café
comum do país), Bourbon, Amarello e de Sumatra.
A produção anual é de cerca de 100.000 arrobas de 15 kg.
As casas, destinadas aos colonos, são todas iguais: são divididas em duas partes
para serem habitadas por duas famílias, em geral, onde cada uma ocupa a metade
80
composta por quatro cômodos e uma cozinha. A largura de cada casa é de 6 m e a altura
das salas, 3 m; a constrão é de tijolos, recoberta de telhas.
Todas as colônias eso ligadas ao centro da fazenda (onde estão localizadas as
quinas, a administração, etc.) pelos esplêndidos e bem conservados caminhos e uma
estrada larga liga este centro com a estação ferroviária; enormes alamedas cortam em
linhas regulares toda a fazenda; isso facilita, enormemente, todos os transportes.
Para se ter uma iia desta rede notável, é suficiente dizer que o comprimento total
dos caminhos é de 116 km.
Cada família de colonos tem direito à fruição de uma certa extensão de terra situadas
próximas de suas moradias, destinadas ao cultivo; estas terras representam um total de 215
ha.
Estas terras, entretanto, são inalienáveis e os colonos que dela dispõem livremente
não podem negociá-las.
Em caso de doença, a administração fornece o serviço médico e os remédios que
são cobrados do colono segundo um preço fixo; sua substituição no trabalho não é cobrada
(ne lui est compté que pour lê prix du salaire habituel).
Todas as colônias são administradas por quatro diretores, cada qual com uma
atribuição e um contador; os camaradas (trabalhadores contratados) ficam sob as ordens de
dois chefes de seção.
Colheita de Café
Os colonos fazem a colheita do ca de acordo com as indicações do respectivo
diretor que marca o número de árvores a cargo de cada família; quatro cobradores são
igualmente designados durante a colheita para receber o café colhido e providenciar seu
transporte para os dois grandes tanques cimentados construídos para esse fim.
A colheita é feita à mão, sem escadas; os ramos mais altos são rebaixados conforme
necessário por meio de uma vara recurvada na ponta; as toalhas são estendidas de tal
forma e com tal medida que cada pé e o café não se misturem à terra. O café é retirado por
cada trabalhador numa quantidade de 50 l e entregue em um local indicado, valendo 500
81
réis para cada leva; o pagamento é feito no final do mês, mediante a contabilidade desses
carregamentos.
Um homem pode colher de sete a oito alqueires
9
de 50 litros por dia.
A colheita coma, em geral, a partir da segunda quinzena de maio.
Os frutos maduros são colhidos juntos com os frutos que ainda estão um pouco
verdes nesta época; a seleção faria perder muito tempo e é impraticável em uma plantação
grande.
O café colhido é amontoado em pilhas e transportado como já nos referimos acima.
Maceração, lavagem e secagem do café
O trabalho de beneficiamento do café, além de transportar os grãos secos para a
Tulha, (armazém assoalhado onde o café é acumulado) e daí enviado às máquinas, exige
uma grande instalação de tanques e de secadores cimentados, cujo custo é,
freqüentemente, muito alto; os da Santa Gertrudes custariam mais de 100 contos, cerca de
200.000 francos no câmbio atual.
A localização dos terreiros (secadores) é muito bem escolhida; desde os primeiros
tanques cimentados até os últimos secadores, a declividade é constante e bem calculada.
Os frutos dos cafeeiros transportados pelas grandes carroças conduzidas por quatro
mulas são derramados de cada lado dos grandes tanques cimentados e dispostos dois a
dois, distantes 500m dos primeiros secadores. Cada um desses tanques é retangular na
superfície e sua seção transversal é côncava, suas dimensões são 30 m de comprimento, 6
m de largura e 1,50 m de profundidade. Os tanques são cheios por obra de uma comporta
que conduz a água de um reservatório de 30 m de comprimento por 10 m de largura com 2
m de profundidade; os grãos são então desembaraçados de folhas e pequenos galhos que
são separados ao se deixar transbordar um pouco de água.
Os grãos permanecem assim algumas horas dentro dos tanques e passam em
seguida por duas canalizações sobrepostas de 20 cm de altura por dentro de seis tanques
9
N.T.: Vemos aqui a palavra alqueire sendo empregada de acordo com seu sentido original, de medida de
volume. Provavelmente, estamos diante da denominação dos cestos de duas asas, destinados à colheita.
82
cimentados onde os grãos permanecerão se estiverem duros, em maceração por cerca de
três, ou quatro dias.
Esses tanques cimentados de maceração são unidos entre si; seu comprimento é
por volta de 20 m por 2,50 m de largura na superfície e 1 m de profundidade; sua seção
transversal é a de um pentágono com a ponta para baixo. Destes tanques de lavagem e
maceração os grãos passam através de canais de 15 cm² para os despolpadores instalados
em uma sala especial.
Máquinas despolpadoras
Esta sala contém um gerador elétrico posto em movimento pela usina de eletricidade
da Companhia de Eletricidade de Rio Claro, que se utiliza do Rio Corumbatahy; um motor a
vapor de doze cavalos, de Robey, no caso de interrupção da eletricidade e três máquinas
despolpadoras da Companhia Lidgerwood..
Os grãos de café são conduzidos pala água canalizada, dos tanques de maceração
até estas máquinas que separam os grãos de café em três; a polpa, mais leve, é enviada
por uma canalização a um local próximo dividido em quatro compartimentos, de tijolos, onde
a água escorre e as polpas permanecem para serem transportadas pelas charretes e
usadas como adubo dos pés de café, os gos despolpados são enviados através de outra
83
canalização aos secadores e o ca verde, que não pôde ser despolpado a outros
secadores.
Ao sair das máquinas despolpadoras os grãos são conduzidos através de canais
cimentados para os terreiros (secadores).
Os secadores são em número de quarenta e cinco e foram construídos todos no
grande patamar (ou quadrilátero) contornado pelas diferentes construções, a igreja, a
moradia do Conde de Prates, a casa do administrador, o escritório, o alojamento de alguns
empregados e a estrebaria; este sítio representa bem uma superfície de 400 m por 300 m
de largura.
A construção dos terreiros é muito delicada, para que a declividade seja progressiva
dos primeiros aos últimos, a fim de que a água circule com uma certa rapidez através dos
canais carregando os grãos de café. Cada um dos terreiros acoplados por fileiras duplas
mede aproximadamente 40 m por 30 m de largura e as fileiras são separadas por alamedas
de 2 m onde passam os vagonetes Decauville, sobre os quais o café seco é transportado.
O terreiro tem fundação em concreto e é bem cimentado; na abertura da comporta
onde entra a água que conduz os grãos de café está localizada uma depressão de vários
84
metros quadrados onde o ca se acumula e a água escorre por uma peneira muito fina
conectada a uma canalização que deságua sobre o lado mais pximo. Essa é recebida por
uma vala que circunda todo o lado exterior da canalização lateral dos terreiros; outras
aberturas com grelhas, localizadas do mesmo lado de 2 metros, funcionam para a drenagem
da água pluvial. No meio do terreiro existe uma plataforma sobre-elevada, de dez metros de
diâmetro, destinada a receber todo o café que ele contém quando sobrevém a chuva; essa
parte é coberta então com uma lona encerada ou impermeável.
O trabalho de reunir o café e de o espalhar em carreiras ou em pilhas sobre o terreiro
é feito com ancinhos de madeira maciça e seu transporte é feito em cestos de bambu
trançado muito leves; ele deve ser revolvido duas a três vezes por dia até que fique bem
seco. Se o tempo estiver bom, quatro a cinco dias bastam, mas é preciso deixá-lo uns
quinze dias se estiver mais chuvoso. O café verde requer um tratamento especial e uma
temporada mais longa no terreiro
.
O café seco é carregado nos vagonetes “Decauvillee, posteriormente, transportado
por um plano inclinado até as tulhas (galpão construído para a guarda do café) onde é
vertido. A tulha é um armazém sem portas nem janelas (de uma área de dez metros
85
quadrados e -direito de cinco metros
10
) construído em tijolos e coberto com telhas;
uma única abertura no alto de um lado da parede pela qual o café em grãos é vertido. O
assoalho é furado a cada dois metros, de forma correspondente ao eixo de uma rosca sem
fim encaixada embaixo numa estrutura que atravessa o galpão em todo seu comprimento e
transporta o café pelo seu movimento de rotação até uma sala vizinha onde estão instaladas
as máquinas de beneficiamento do café. Uma esteira elevatória transporta os gos em
alcatruzes
11
e os verte numa máquina dupla de limpeza da Cia. Mecânica de São Paulo, que
os separa em quatro tipos de qualidade; essas são tratadas em seguida por uma máquina
que as separa cada qual em duas novas qualidades, depois chegam finalmente a outra
quina ainda que os divide novamente cada uma em sete qualidades. Esses sete tipos de
café são vertidos respectivamente cada qual em um saco, que é fechado tão logo esteja
completo e pronto a ser expedido com a marca especial de seu tipo. Todas essas máquinas
são postas em movimento por um dínamo elétrico de uma força de quarenta cavalos ou por
um motor a vapor de “Robey” duma força de vinte e cinco cavalos.
Esses motores estão instalados numa sala separada apenas por uma parede e
também acionam um compressor a ar que serve para limpar a casa de máquinas por meio
de uma tubulação como a utilizada na irrigação.
A fazenda Santa Gertrudes tem iluminação elétrica e na grande praça onde estão os
terreiros e os edifícios principais fica tudo iluminado durante a noite inteira. O telefone a liga
às cidades de Rio Claro, Araras de Anápolis e a todas as fazendas importantes que a
cercam.
Serralheria e forja
À direita da igreja encontra-se a construção onde moram os empregados; ela ocupa
uma extensão de cerca de oitenta metros dividida em pequenos quartos; umtio de
cinqüenta metros a separa de outra edificação em frente onde estão instalados um moinho
de farinha de milho moído por uma roda hidulica que também coloca em movimento as
10
N.T.: Reproduzido de acordo com o original, embora seja evidente a imprecisão dessas medidas.
11
N.T.: cada um dos vasos que, presos à roda da nora, servem para tirar água de poços etc.
86
quinas de uma serralheria, e as ferramentas de uma oficina de conserto completa. A
serralheria pode construir em três ou quatro dias uma carroça para o carregamento do café
ou de outra coisa; as madeiras não faltam na fazenda, encontra-se a Peroba, o Jacarandá
(palissandro), o Jequitibá, a Canela de diversas qualidades, etc. etc.
Criação de animais domésticos
Uma pocilga está construída perto da serraria; é um edifício construído sobre um
embasamento de pedras de granito e serve de estábulo a mais de duas centenas de suínos,
os quais são postos em liberdade nos cercados durante o dia; acima, na frente, há um pátio
bem espaçoso onde o alimento lhes é administrado; eles comem muitas abóboras e espigas
de milho picadas, misturadas a água e sal.
O edifício tem uns sessenta metros e o primeiro andar é reservado aos machos e
matrizes de raça para a reprodução; eles são instalados em baias grandes e muito bem
cuidadas; ao final da sala encontra-se uma cozinha destinada especialmente para servi-los.
São 550 cabeças da raça Yorkshire, Normanda e outras do Brasil.
87
A estrebaria está à direita da casa do Conde Prates, do lado oposto à igreja; 28
baias para cavalos, um grande pátio com bebedouro e um outro ainda maior onde se pode
reunir os cavalos e burros.
Os cavalos são de raça andaluza, inglesa e outras do Brasil; seu número é de 171,
incluindo cavalos, potros e potras; há ainda um garanhão puro sangue inglês e um puro
sangue Morgan norte americano; o total de mulas e burros é de 120.
Atrás da cavalaria encontra-se o galinheiro e um grande lago de 96.880 metros
12
que
serve a todos animais da propriedade. Na margem desse lago, mais adiante, está a horta e
o pomar de árvores frutíferas que contém um mirante do qual é muito agradável contemplar-
se toda a propriedade.
O estábulo, situado a uns cinqüenta metros da cavalaria, à direita, é grande e bem
arejado; ele contém 44 baias para vacas e duas maiores, destinadas aos touros.
12
N.T.: Reproduzido de acordo com o original.
88
Um desses, da raça Durham, foi declarado campeão na primeira exposição
zootécnica de o Paulo; há dois Jersey, primeiros em duas exposições, e um Devon
Hereford, ele também declarado campeão. O gado fica geralmente no pasto cercado, e seu
total é de 643 cabeças, entre as quais há dois touros de Durham e dois Jersey.
O curral de ovelhas, colocado perto do estábulo do gado, tem quatro grandes
divisões para os carneiros e para as cabras, num total de 260 cabeças.
Todos esses animais têm um excelente pasto, com uma área de 847 hectares.
A cana de açúcar é cultivada em quantidade bastante grande e serve para fabricar a
aguardente de cana.
Outros produtos como manteiga, queijo cremoso, marmelada, etc. são fabricados
para o consumo da fazenda.
Quanto à residência do Sr. Conde de Prates é um grande edifício de um pavimento,
elevado a uma altura de 1,5 m acima do nível do solo. Ao adentrá-lo, percebe-se um grande
conforto sem luxo. O escritório de trabalho denota a preocupação constante do proprietário
de cuidar ele mesmo dos negócios.
Predominando sobre todas as construções é visível de todos os pontos de vista da
propriedade, a igreja de Santa Gertrudes, o que torna o conjunto muito gracioso. Ela tem 60
metros de comprimento por 15 de largura e seu interior foi artisticamente decorado por
Ferrigno
13
, pintor bem conhecido em São Paulo.
A igreja foi construída em 1866 e inteiramente reconstruída em 1898. Ela contém
belos quadros de Ferrigno. É considerada como sendo vinculada á Basílica de São João
em Laterano de Roma, com os mesmos privilégios e indulgências concedidas por S.S. o
Papa Leão XIII. Todas as festas, um missionário de São Carlos celebra a missa diante de
um grande número de colonos que, com suas famílias, enchem a igreja.
13
N.T.: Fergino, no original, mas comprovadamente Antonio Ferrigno, artista italiano (1863-1940), que chegou a
ser conhecido como o pintor do café, conforme se pode verificar em TARASANTCHI, Ruth Sprung. Pintores
paisajistas: São Paulo, 1890 a 1920. São Paulo: Editora da USP: Imprensa Oficial do Estado, 2002. Páginas 134-
41.
89
Assim é, rapidamente esboçada, a fazenda Santa Gertrudes. Esta bela propriedade
é maravilhosamente bem situada e sua exploração é excepcionalmente brilhante.
Além de um corpo de funcionários qualificado nas funções mais técnicas, o
Conde de Prates demonstraria sua eficiência na escolha dos colaboradores
contratados externamente por tarefa, como poderemos ver no capítulo seguinte.
90
91
CAPÍTULO 5:
AUTORIA E COLABORADORES NAS INTERVENÇÕES OCORRIDAS NA
FAZENDA
5.1. A hipótese de colaboração de Samuel das Neves.
Como colocado anteriormente, tínhamos a expectativa de encontrar o
nome de Samuel das Neves entre os autores de intervenções na Fazenda Santa
Gertrudes, o que acabou não se confirmando em nossa pesquisa.
A hipótese se justificaria pelo fato deste profissional ter seu nome associado
ao do Conde em muitos projetos e obras da maior importância em São Paulo. Não
há, entretanto, nos quase 300 livros por nós consultados, nenhuma referência
concreta à uma possível atuação de Samuel das Neves na Fazenda.
Seu filho, o engenheiro-arquiteto Christiano Stockler das Neves, esteve
apenas uma vez, no que parece ter sido apenas uma visita, sem
comprometimento com a realização de qualquer obra e em data que o coincide
com a realização de intervenções importantes.
O valor da documentação por nós consultada deriva de uma iniciativa do
Conde, que instituiu, a partir de agosto de 1895
1
, um procedimento administrativo
que iria se perpetuar mesmo após sua morte.
Com um texto do próprio punho do Conde, fica estabelecido que todas as
atividades da propriedade seriam ali registradas:
1
Livro Copiador (AMRC 104)
92
Contem o presente livro-copiador/ quatrocentas e noventa e seis folhas/
numeradas, e servira para a escripta/ da Administração da Fazenda de/ Santa Gertrudes
– devendo constar d’essas referidas folhas tudo o que refe/rir-se à esta Fazenda.
Fazenda de Santa Gertrudes, 13 de agosto de 1895.
Eduardo Prates
No livro copiador permaneceria a cópia (papel de seda) de toda a
correspondência produzida na gestão da Fazenda, inclusive a “diária”, o relatório
enviado ao Conde quando este se encontrava em São Paulo. Este procedimento
foi sendo aperfeiçoado com os itens de descrição obrigatória, chegando a serem
impressas folhas padronizadas, depois seqüencialmente numeradas para se
transformar em livros (inicialmente manuscritos e, mais tarde, datilografados).
O que nos despertou interesse nessa documentação guardada em Rio
Claro foi a possibilidade de esclarecer se houve participação de Samuel das
Neves
2
na autoria de algumas das construções. Embora não fosse engenheiro
civil, ou arquiteto, formou esse profissional um escritório apto a responder a
trabalhos em qualquer uma dessas áreas.
A hipótese de sua participação nos pareceu sempre muito plausível, em
decorrência do fato de Samuel das Neves ter sido colaborador em inúmeras obras
importantes do Conde em São Paulo.
2
Samuel das Neves:* 1863, São Félix, Bahia. + 25/05/1937, São Paulo: Formou-se pela Escola Imperial de
Agronomia da Vila de São Francisco (BA), em 1882. Ainda estudante foi trabalhar em Passos, Minas Gerais,
com divisão de terras. De lá, seguiu para Casa Branca onde demarcou terras na fazenda de Henrique
Dumont. Chega a São Paulo em 1892 tendo atuado na construção de galeria de águas pluviais do
Anhangabaú, já em 1894.
93
Em artigo da professora Maria Ruth Amaral de Sampaio
3
, podemos ver que
foi ativo colaborador em empreendimentos de vulto do Conde Prates, em suas
bem localizadas propriedades no centro de São Paulo (por herança do sogro, o
Barão de Itapetininga, o Conde era proprietário de área considerável desde o Vale
do Anhangabaú até a Praça da República).
Essa colaboração incluía projeto e construção de inúmeros edifícios (em
particular na área objeto de alteração do Projeto de Melhoramentos de São Paulo,
coordenado por Samuel das Neves), “além de usar seu prestígio para interferir e
facilitar os negócios imobiliários do Conde” e durou até aproximadamente
novembro de 1913, quando um desentendimento entre o Conde Prates e Samuel
das Neves pôs fim à duradoura parceria.
O Arquiteto Carlos Lemos interpreta, de forma bastante razoável, o que
pode ter ocorrido, situando o rompimento entre Samuel das Neves e o Conde de
Prates no período em que estavam sendo feitos os dois palacetes que comporiam
o Parque do Anhangabaú:
Logo em 1912, Samuel das Neves projeta e inicia as obras dos tais blocos de
estilo francês”, empregando estrutura metálica da firma Vaughan & Dymond, de New
Castle on Tyneo. Foram gastas 630 toneladas de aço. Obras caras e demoradas, ao
longo das quais a amizade que unia o cliente ao engenheiro foi se depauperando até o
corte total das relações. No meio do caminho, já não se falavam mais e a
correspondência era feita através de um intermediário, que o Conde nem respondia às
cartas aflitas de Samuel. O motivo exato disso tudo, não sabemos. Certamente questões
3
SAMPAIO, Maria Ruth Amaral de. Alguns dados sobre a participação do Engenheiro Samuel das Neves no
Plano de Melhoramentos de São Paulo. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
da FAUUSP (PÓS) nº 6, dez.1996. pp.90-109.
94
de dinheiro. No entanto, alguém terminou tais construções, que vieram a se tornar o tema
preferido dos editores de cartões postais da capital do café. Esse sofrido arranjo
urbanístico que tanto dignificou a paisagem urbana de São Paulo, durou cerca de 35
anos. De tudo aquilo, hoje, somente resta o Teatro Municipal e seu jardim lateral.
4
Na documentação por nós consultada não encontramos referência direta a
trabalhos de Samuel das Neves ou dos seus filhos Augusto e Christiano Stockler
das Neves (que com ele trabalharam, sendo este último, arquiteto) na Fazenda
Santa Gertrudes, mas a hipótese não pode de todo ser descartada, que não
apareceu nenhum outro nome como autor das intervenções arquitetônicas ali
ocorridas.
Apareceram, sim, outras possibilidades, como veremos a seguir.
Um fato interessante se coloca como um elo autoral entre o escritório de
Samuel das Neves e os edifícios da Fazenda Santa Gertrudes: Tommaso Ferrara,
empregado de confiança do Conde de Prates e responsável por obras em São
Paulo e na Fazenda, tinha por genro Giacomo Corberi, bolonhês, um dos dois
arquitetos colaboradores de Samuel das Neves
5
. Ele é apontado por Maria Ruth
como autor de “diversos projetos para o Conde de Prates, quando fazia parte da
equipe de Samuel das Neves, e sempre sob a direção do Dr. Ladriére”
6
.
Corberi corresponderia muito bem aos sinais de erudição arquitetônica
percebidos na reforma da casa-sede da Fazenda. Alguns anos depois dessa
4
LEMOS, Carlos A.C.. A cidade dos fazendeiros quando a força do cainterveio no Centro paulistano. In:
CAFÉ, O. Catálogo da Exposição realizada na Praça do Banco Real. São Paulo, 28 de agosto a 20 de outubro
de 2000. Curadoria de Emanoel Araújo, Carlos Eugênio Marcondes de Moura, Ruth Sprung Tarasantchi e
Carlos Lemos. São Paulo: Banco Real, 2000. p. 111
5
Outro arquiteto que trabalhou no escritório de Samuel das Neves foi Maurice Ladriére, que poderia ter
colaborado nas obras da Fazenda. Ambos faziam parte do escritório antes do filho de Samuel, Christiano, se
formar em arquitetura e vir trabalhar com o pai.
6
Opus cit, p. 96.
95
reforma, provavelmente autônomo em relação ao escritório de Samuel, Corberi
estaria à frente do projeto inicial do Palacete Santa Helena, na Praça da Sé.
96
Não se conhecem, até onde pudemos apurar, muitas obras de Corberi, mas
os desenhos resgatados na pesquisa coordenada por Cândido Malta Campos e
José Geraldo Simões Júnior
7
sobre o Palacete Santa Helena o qualificam como
profissional bem preparado. Não temos a confirmão, porém de que tenha sido
realmente arquiteto, pois, com bem observaram Salmoni e De Benedetti
8
, através
de uma curiosa autopromão, as mesmas pessoas que assinam os primeiros
pedidos (de aprovação de projetos em São Paulo) com uma letra rabiscada, com a
incerta grafia do principiante, nos anos sucessivos passam a acrescentar ao
7
Palacete Santa Helena: um pioneiro da modernidade em São Paulo / Cândido Malta Campos, José Geraldo
Simões Júnior (organizadores). São Paulo: Editora SENAC São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São
Paulo, 2006.
8
SALMONI, Anita e DEBENEDETTI, Emma. Arquitetura italiana em São Paulo. São Paulo: Perspectiva, 1981.
p.59.
97
próprio nome a especificação de “mestre-de-obras”, “construtor”, e enfim
“arquiteto”.
toda uma trama de relacionamentos que liga Corberi a Samuel das
Neves, a Tommaso Ferrara (seu sogro) e ao Conde de Prates, o que nos permite
alimentar a hipótese de sua contribuição nas obras realizadas na Fazenda Santa
Gertrudes.
Na São Paulo do princípio do século XX, é de se supor a facilidade com que
se conheciam os profissionais de uma determinada área. Por exemplo, os
construtores contratados para erguer o Palacete Santa Helena, Manuel, e depois
seus filhos Adolfo e Ls Asson, também trabalharam na construção do Palacete
Riachuelo, projeto do escritório de Samuel e Christiano Stockler das Neves, onde
trabalhara Corberi.
Essa proximidade dos profissionais e empreendedores evidencia
possibilidades de colaboração ou de autoria que gostaríamos de ver esclarecidas.
5.2. Outros colaboradores:
5.2.1: Tommaso Ferrara
Dentre os diversos profissionais que atuaram na Fazenda, encontraremos
no livro de mero 275
9
do fundo Fazenda Santa Gertrudes, referência a um
profissional que foi muito próximo ao Conde, chamado Tommaso Ferrara (às
vezes citado como Thomaz). Ele foi um elemento importante na definição de
9
Esse livro é um copiador, repositório de diárias e correspondência da Fazenda enviada ao Conde Prates
para ciência daquilo que acontecia em sua propriedade. A documentação guardada no presente volume
abrange o peodo de 18 de abril de 1904 até 4 de janeiro de 1905.
98
algumas das grandes reformas pelas quais a fazenda passou. Não seria,
entretanto, o autor de projetos, mas sim o administrador e executor eficiente de
obras importantes.
Trata-se de um empreiteiro, homem de total confiança do proprietário, não
pelas obras que lhe foram atribuídas e que aqui vão aparecer, mas tamm por
ser o portador, inúmeras vezes, de dinheiro mandado de São Paulo pelo Conde
para pagamento dos colonos e funcionários da Fazenda. Mantém operários seus
trabalhando junto com os da Fazenda nas principais obras empreendidas para
redefinição das instalações e da casa de moradia. Visita as obras da Fazenda com
regularidade, mas ali não se demora.
Não parece obedecer hierarquicamente senão ao Conde. Em maio de
1907, Tommaso Ferrara chega a substituir temporariamente o administrador geral
da Fazenda, Mario Simões Coelho, evidência da confiança que o Conde tem em
seus préstimos.
Encontramos, no referido texto da Profª. Maria Ruth Amaral de Sampaio
referências concretas sobre a atuação de Tommaso Ferrara em obras importantes
do Conde, em São Paulo, indicativas do local onde deveria estar sediado esse
profissional. Na Fazenda, seu nome está associado a trabalhos de construção de
diversos edifícios: chiqueiro, aprisco, aumento da estrumeira e vários outros, mas
principalmente da grande reforma e ampliação que sofreria a casa sede da
Fazenda, a partir de 1907, conforme pudemos apurar na documentação desse
período, no mesmo fundo documental da Fazenda Santa Gertrudes.
Essa obra, em princípio uma reforma, adquiriu proporções e um nível de
sofisticação absolutamente incomuns para a época, ainda mais se levarmos em
99
conta o ambiente rural. A antiga sede teve sua caixa envoltória mantida, mas foi
significativamente ampliada, e ganhou instalações no que antes era exclusivamente
um porão, recurso das nossas construções coloniais contra a umidade ascendente e
as irregularidades do terreno.
Nesse pavimento em contato com o solo, o Conde faria instalar banheiros
com acesso direto dos quartos, o que os transformaria em apartamentos, “suítes” na
atual linguagem dos corretores imobiliários. Padrão totalmente inovador para a
época (1907-8) e que exigiria desaterrar o porão, obra de muitas implicações
construtivas.
Uma coleção de postais intitulada “O Café” retratou a Fazenda Santa
Gertrudes por volta de 1905
1
e, numa destas vistas, intitulada “Recolhimento do
Café”, pode-se conferir a feição da casa antes da intervenção (uma construção mais
severa e assemelhada a tantas outras de mesmo uso).
Casa-sede conforme pintura de Antonio Ferrigno, c. 1903.
1
Datação encontrada em GERODETTI, João Emílio. Lembranças de São Paulo: o interior paulista nos cartões
postais e álbuns de lembranças. São Paulo: Solaris Edições Culturais, 2003. p. 21 e seguintes.
100
Casa-sede por volta de 1905, antes da reforma e ampliação.
Casa sede, antes da reforma, conforme cartão-postal.
Casa em 1913, já reformada e ampliada, conforme registrado no livro de Roberto Capri.
101
Além da criação de quartos com banheiros exclusivos, tal como referido,
nessa intervenção a casa se “assobradou”, para receber aposentos de empregados
e uma área destinada a serviço, com acesso por escada exclusiva, a partir da
cozinha da casa. No pavimento superior foram ainda feitas as instalações
necessárias ao fornecimento de água corrente aquecida a todos os banheiros, uma
regalia pouco comum naquele universo.
Dessa grande reforma e ampliação encontramos informões nesse e noutros
livros de administração da Fazenda, como veremos, sem que se mencione uma
única vez a autoria provável do projeto. A obra se estende por muitos meses e
envolve a participação de equipe numerosa de carpinteiros, pedreiros e serventes,
alguns dos quais trabalhando inclusive aos domingos.
A demora na sua conclusão, entretanto, acabou por gerar, a pedido do
Conde, uma alteração nas folhas impressas das diárias passando a existir tópico
específico sobre o andamento dos trabalhos
2
.
A intervenção na casa-sede, em verdade, representa mais uma etapa (não a
prioritária) das obras de racionalização da Fazenda Santa Gertrudes a partir do
momento em que o Conde de Prates passa a gerir a propriedade (1895). Antes da
casa, foram diversos os arranjos funcionais (e as conseqüentes obras) imaginados
pelo Conde para aperfeiçoamento da produção, beneficiamento, estocagem e
exportação dos preciosos grãos.
Simultaneamente a essas intervenções de maiores conseqüências, outras, de
menor porte, foram acontecendo, como a que teve origem em considerações do
administrador, endereçadas ao Conde, em 6 de junho de 1904 (página 85 do mesmo
Livro 275)
2
Esse tópico específico ainda não comparece no presente livro.
102
Exmo Snr Conde de Prates
São Paulo
Exmo Snr
Como o encannamento que conduz agua para o jardim da Capella é muito pequeno
e alem disso no tempo das chuvas sai agua turva, não pode aproveitar-se o mesmo para
fornecer agua para o lavatório que vai ser assente na sachristia da Capella.
Acho de conveniência assentar um novo encanamento que leve água que vem de
Sto Eduardo por esta água estar sempre limpa, podendo começar da porta da
administração, seguir pelo logar onde tem as tulhas em direção à tulha, a chegar ao
caminho da Capella e d’alli até o jardim da mesma, precisando-se para esse serviço de 210
metros de canno, de ¾ de polegadas e que rogo a V. Ex ª mandar remetter para esta caso
V. Ex ª concorde com o acima exposto.
Respeitosamente cumprimento V. Ex ª com o mesmo respeito me assigno.
De V Ex ª
Am ª Obrg ª e Cr ª (?)
Mario Simões Coelho
Nas diversas obras realizadas com pedreiros e serventes da própria Fazenda,
comparece sempre algum funcionário do Sr. Tommaso Ferrara, tal como
anteriormente havíamos comentado. É plausível supormos ser esta a forma como
este empreiteiro administra, à distância, a responsabilidade sobre as intervenções.
No mesmo período em que se ampliou a casa-sede, estavam em curso pelo
menos duas outras frentes de obras na Fazenda: reforma interna da tulha velha”
(em que trabalhavam carpinteiros), e a casa do transformador elétrico.
103
5.2.2. Conrado Sorgenicht
Em 1874, vindo da Renânia católica, Alemanha, chega a São Paulo, capital, o
artesão Conrado Sorgenicht.
Abre uma pequena oficina onde oferece serviços de pintura de ornamentos,
tapeçaria e colocação de vidros para vidraças.
São Paulo cresce, a clientela aumenta e o ateliê coma a criar vitrais.
Em 1889, é fundada a Casa Conrado que, em cem anos de atividade, criou
mais de 600 obras, espalhadas pelo Brasil. O ateliê viveu dois períodos áureos,
aproximadamente de 1920 a 35, e de 1950 a 65, quando produziu tamm
revestimentos cerâmicos e painéis sob encomenda.
Os trabalhos de reforma e ampliação da Capela tornaram-na mais sofisticada
em relação à concepção original, anterior à posse da Fazenda pelo Conde e as
pinturas e os vitrais de Conrado Sorgenicht constituem elementos importantes nessa
intervenção.
104
As referências à colaboração de Conrado Sorgenicht na Capela da Fazenda
nos levaram a investigar a atividade desta que descobrimos ser uma verdadeira
dinastia de profissionais ligados à produção de vitrais no Brasil.
E mais: o autor da ornamentação da Capela teria sido o primeiro dos
Conrados, que não fazia apenas vitrais, mas também pintura decorativa, imitações
de mármore e outras soluções correntes à época (1909) da intervenção no edifício.
Para podermos compreender melhor quem foi Conrado Sorgenicht, ou cada
um deles, pudemos contar com o trabalho de Regina Lara Silveira Mello
3
,
descendente dos três Conrados que marcaram época nas construções de São Paulo
com suas obras.
Privilegiada no acesso a informões entre pessoas ligadas à sua família,
Regina Mello pôde resgatar, em sua dissertação de mestrado, as diversas fases de
atuação da empresa.
Assim se justificaria o relato por nós localizado nos livros da Fazenda, que
fala apenas em pintores da Casa Conrado.
Pouco conhecidos em relação à execução de vitrais por esta empresa, os
registros de trabalhos de pintura nos remetem ao ano de 1909, conforme o Livro de
número 5 (Copiador, com as diárias que vão de 28/11/1908 a 28/08/1909). Ali
encontramos:
P. 78 (09/01/1909)
Carpinteiros: João Braga trabalhando em serviço da Capella para c/ do Snr. Tommaso
Ferrara. João Lourenço fazendo andaimes para as pinturas da Capella.
3
Silveira Mello, Regina Lara “Casa Conrado: cem anos de vitral brasileiro”, Campinas: UNICAMP, 1996.
Dissertação de mestrado.
105
Esses trabalhos preparatórios da pintura da Capela se estenderiam por alguns
dias e a pintura, propriamente dita, por várias semanas, até final de abril, quando
cessa o registro das obras. Ao todo, nove pintores estiveram envolvidos nos
serviços, classificados como retoque das pinturas” (o que não invalida a atribuição
das mesmas a Antonio Ferrigno
4
):
P. 369 (21/06/1909)
Para S. Paulo seguiram hoje os últimos pintores que nesta se achavam em serviço do
retoque das pinturas da Capella, cujo serviço ficou concluído.
5.2.3: Técnicos ligados às ferrovias
A contínua busca de aperfeiçoamento e ampliação da capacidade de
processamento da produção de café.está bem documentada no livro copiador 113
5
(o primeiro deles, que dois livros com idêntica numerão) com diárias do
período que vai de 11 de novembro de 1906 a 8 de julho de 1907, assinadas pelo
diretor geral da Fazenda a essa época, Mario Simões Coelho.
A tulha das máquinas em si é ampliada (página 7, novembro de 1906), mas o
relato não nos permite apreciar em que exteno isso ocorre.
Os relatos nos levam a crer ser deste período a solução da ponte e trilhos de
condução dos vagonetes para a tulha de máquinas, tal como lá se encontra hoje:
4
A afirmação, comentada mais adiante, é de Ruth Sprung Tarasantchi, em sua obra Pintores paisagistas. São
Paulo – 1890 a 1920. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Imprensa Oficial, 2002.
5
Embora a lombada do livro esteja danificada, é de se supor, pela continuidade das diárias, que este seja o
Copiador de nº 18, pelo controle da Fazenda.
106
Recebi hoje os conhecimentos das ferragens para a Ponte de conducção de café dos
terreiros à tulha da Machina para aqui remmetidas por V.as Ex.as. As ferragens já se acham
nesta. (página 83, 1º de janeiro de 1907).
Colaborou nessa tarefa, um “ajustador mechanico”, o Dr. Arshier (?) Maciel,
ajudante (?) da Locomoção da Companhia Paulista, que depois de ter marcado (?) o lugar
onde devem ser feitos os alicerces para os pilares da ponte de conducção de café dos
terreiros a tulha da Machina, se retirou de regresso a Jundiahy (em 11 de janeiro de 1907,
página 98).
E, à página 134, na diária de 28 de janeiro de 1907, comparece a informação
de que vindos de Jundiahy chegaram hoje a esta: o Snr. Olympio de Arruda, desenhista
da Companhia Paulista e o Snr. Manoel Soares, mechanico da m.ma Compª que vem
montar a Ponte da Tulha da Machina”.
A montagem dessa ponte do terreiro para a tulha se estendeu até o início de
abril de 1907, quando não mais aparecem referências à obra.
Deve-se registrar aqui a partir das informões acima, a constante utilização
dos técnicos e oficinas da Companhia Paulista, da qual o Conde era diretor, na
resolução das instalações da Fazenda, como tamm no caso do torno mecânico
que foi encaminhado para as oficinas da Companhia, em Rio Claro, para reparo
(página 85, 5 de janeiro de 1907).
É no livro Copiador 104 que aparece uma história interessante sobre outros
colaboradores do Conde na sua tarefa de racionalização do processo de produção
do café.
Trata-se do trabalho dos irmãos Oscar e Otto Kellner.
107
Otto Kellner, agrimensor prático, desenvolverá importantes serviços na
fazenda, como o levantamento cartográfico da propriedade e a redefinição do
traçado do caminho de ligação da sede com a Estação de Ferro.
Seu irmão, Oscar Kellner, por sua vez, será o responsável pela instalação do
complexo de máquinas e condutores necessário ao beneficiamento do café: foi
descrito como sendo “técnico mecânico”. Seu neto (e homônimo) é vivo e, localizado
através da Internet, nos prestou gentilmente várias informações de interesse para o
conhecimento de suas habilidades.
É, no entanto, nos próprios livros da Fazenda que podemos melhor conhecer
a contribuição desses dois profissionais:
Encontramos, à página 11 do livro 104, correspondência datada de 22 de
agosto de 1895 encaminhada pelo administrador da Fazenda ao Conde, onde é
apresentado o técnico e respectiva incumbência:
Ilmo. Sr. Eduardo Prates
Tenho em meu poder sua presada carta de 19 do corrente sendo o portador desta o
Snr. Otto Kellner, agrimensor practico, que deve levantar a planta da fazenda e ao mmo
tempo fornecer todos os necessários afim de que principie esse serviço conf
e
as instrucções
que Vª.Sª. ordenara.
108
Outra carta
6
, desta vez encaminhada pelo administrador João Sampaio
Gomes de Guimarães à Companhia Mecânica Importadora de S. Paulo
7
, nos
conta das atribuições do funcionário desta, o Sr. Oscar Kellner:
Illmo Snr. Luiz G......(?) da Compª Mechanica Importadora de São Paulo
S. Paulo
É portador desta o Snr. Oscar Kellner que segue para esta Capital tendo concluído
nesta fazenda todos os serviços que estavão a seu cargo, ficando somente por accentar a
bica que tem de conduzir o café em coco das tulhas para a machina porque nesta occazião
não se pode fazer este serviço por estar a machina beneficiando café. Em tempo avizarei a
Vª.Sª. para mandar fazer esse serviço. Em dacta de 22 7br° forneci ao Snr. Oscar Kellner a
quantia de R 100$000 que Vª.Sª. levará a crédito do Sr. Eduardo Prates e também creditar
ao seu Snr. uma polia que devolvo por vir fora da bitola pedida e ser excessivamente
pezada para o lugar em que deveria ficar, aqui mesmo arranjei outra que serve
perfeitamente. Me é bastante agradável dizer a Vª.Sª. que o comportamento do Snr. Oscar
durante o tempo que estava nesta fazenda foi o mais correto possível.
Com estima e consideração
De Vª.Sª.
Am° Att° e Obd° (?)
João G......
Esta correspondência ocorre após terem sido concluídos e testados os
trabalhos demudança das transmissões no machinismo de café”, conforme registra
o mesmo livro 104, à página 44 (20 de setembro de 1895).
6
Página 80 do livro 104, diária de 17 de outubro de 1895.
7
A Companhia Mecânica e Importadora São Paulo tem sua origem em Jundiaí, em 1894, numa firma
denominada Ferraria Agrícola, de Frederico Wiggerd & Cia., hoje SIFCO do Brasil S.A.
109
Em depoimento prestado pelo seu neto, pudemos apurar que o Sr. Oscar
Kellner teve oficina especializada em inventos mecânicos evidenciando, sua
habilidade cnica. Dentre os seus inventos estaria inclusive uma bomba d´água,
marca ROCHEFER, e uma máquina para limpar café cuja patente teria sido vendida
para uma firma chamada McHardy
8
.
Esse mesmo profissional retornaria à Fazenda no início de 1896 para dar
continuidade à instalação de novas máquinas de beneficiamento de café.
Trabalharia ali até maio para completar o serviço, sempre auxiliado por pedreiros,
serventes e carpinteiros da própria fazenda.
Outro profissional comparece nos drios, desta vez associado a
levantamento que nos suscita uma hipótese. Trata-se do engenheiro J. Hagberg, da
Companhia Mechanica, que, em de fevereiro de 1896, comparece à Fazenda
para a fim de tirar a planta do terreiro”
9
.
Uma questão se coloca aqui: seria esse trabalho um levantamento necessário
ao planejamento de instalações de transporte do café do terreiro para a tulha ou
para ampliação do próprio terreiro? Ou ambos?
A dúvida nos parece justificada pela demolição das casas laterais à Capela
10
e por conhecermos a extensão dos terreiros além desta. Juntando-se a isto todas as
intervenções em curso nessa época para beneficiamento do café, é plausível
imaginarmos que o Conde estivesse cuidando da possibilidade de ampliação da
8
A Cia. Mac Hardy Manufatureira e Importadora, fundada em 1875 em Campinas, pelo escocês Guilherme Mac
Hardy, atingiu o ano de 1891 como a primeira sociedade anônima existente na cidade. Não sem antes ficar
nacionalmente conhecida como grande fabricante de máquinas agrícolas - especialmente destinadas ao
beneficiamento de café - motores a vapor, caldeiras, e mais tarde turbinas e equipamentos de transporte.
Encerrou suas atividades em 1975.
9
Observe-se aqui o espírito de planejador do Conde, que não improvisa soluções e convoca profissional
gabaritado para suas intervenções.
10
À página 132 deste mesmo livro, referente à diária de 2 de dezembro de 1895, registra-se o início do trabalho
de demolição das casas: “Pedreiros Joaquim e Antonio Alves e 3 serventes desmanchando o telhado das casas
laterais à Capella, dentro do quadrado”. Mais adiante, em 31 de dezembro de 1895, à página 155, está
registrado o trabalho dos pedreiros, “desmanchando as paredes das casas do quadrado lateraes à Capella”.
110
área de secagem dos grãos. Essa impressão nos é reforçada com a informação
contida à página 361 do mesmo livro, referente à data de três de maio de 1896,
quando foi desmanchado “um muro que separa os terreiros”.
Ressalte-se aqui que não há, nos diários consultados, outras referências à
existência de mais de um terreiro na fazenda, apenas nesse momento é colocada a
existência de muro “entre terreiros”, o que bem poderia acontecer no limite do
terreiro existente e de uma ampliação, integrando as duas áreas. Por essa época,
como de maio de 1896 (página 361), 12 pedreiros e seis serventes trabalhavam
no serviço dos terreiros.
Mais um elemento vem se somar à nossa hipótese, sugerido pela redação de
correspondência enviada ao Conde pelo administrador em janeiro de 1896, dando
conta de orçamento feito para o metro quadrado de terreiro:
... o empreiteiro das casas dos colonos pede para fazer os terreiros a 950 rs por cada
metro quadrado , para .....ilegível... reboques e 1800 rs para fazer as ....bordas?... e cannos
de esgottos, o que acho um tanto caro; entendo que V. Sª deva mandar vir a esta o Doutor
Schullman
11
a fim de ver estes serviços e fazer um orçamento e mesmo também para
combinar-mos sobre accentamento dos trilhos, pois como sabe, com os terrenos de cal é
preciso que os trilhos fiquem fixos e não portáteis como são atualmente, precisando também
que elle levante uma ...ilegível... para ser executado o serviço por ...ilegível...
Perguntamo-nos ainda se a demolição da casa do hospital e mesmo a
definição de área para um novo pomar, conforme registram os livros, não estariam
vinculadas à liberação de área necessária para ampliação do terreiro.
11
Esse Doutor Schullman (provável engenheiro civil, pelo tratamento que lhe é dispensado) parece ter
prestado algum tipo de serviço à Fazenda, mas não dispomos de maiores informações sobre isso.
111
Simultaneamente a essas intervenções de maior envergadura, vemos
diversas melhorias sendo executadas por iniciativa do Conde: está sendo caiada a
casa da administração (página 76, diária de 13 de outubro de 1895); a casa de
morada es sendo retelhada (página 92, 28 de outubro de 1895); e o “Pedreiro
Joaquim Alves acabou de dar pixe na armão dos volantes que movem o
despolpador” (página. 95, 31 de outubro de 1895.
De novembro a dezembro de 1895, pedreiros e serventes estavam
ladrilhando o terreiro junto à Casa da Machina”, próximo à qual também estava
sendo construído “canal onde se levantou os tijollos para colocar o cano que vem a
água para o Monjollo”, e preparando uma caza de colonos na Colônia Grande”. Já
os carpinteiros, à mesma época (final de 1895), estavam fazendo uma cozinha na
tulha que fica atraz da Capella para morada de turma italiana”
12
, “aparelhando
madeiras para fazerem o quarto da latrina na Casa da Administração . Vemos com
curiosidade que a instalação da cozinha e a definição das paredes da latrina são
resolvidas pelos carpinteiros, ou seja, em madeira. Esse tipo de solução apareceria
em diversas ocasiões, como veremos adiante.
Em janeiro de 1896 retorna à Fazenda o Sr. Oscar Kellner, para dar
continuidade à instalação das máquinas de beneficiamento de café, onde
comandaria o trabalho de pedreiros e serventes.da propriedade.
Uma correspondência do administrador para o Conde, datada de 17 de
janeiro (página 183) mostra alguns procedimentos interessantes a respeito da
instalação das máquinas:
“Chegaram hoje as pessas do ceparador vindo porem as peneiras para o ...rufo?...
muito finas ou estreitas de mais, não passando por tanto o café miúdo conforme a
12
É interessante registrar-se aqui que ao se falar dos trabalhos no campo, referência a turma brazileira” ou
nacional e a turma italiana.
112
experiência que fiz com o Sr. Oscar Kellner, tendo uns 2 milhimetros da largura por onde
deve passar o café miúdo, devendo ter para poder vasar o café 3 milhimetros, as peneiras
por onde tem de vasar os cafés chatos e moka essas estão bôas.
Entendo que aquellas peneiras do café miúdo devem ser devolvidas porque em
absoluto não preenchem o fim desejado.”
A atividade do Sr. Oscar Kellner na Fazenda se estenderia até o mês de maio
de 1896. Considerando que em setembro de 1895 ele estava trabalhando ali,
verificamos que sua permanência foi maior do que 8 meses, o que uma idéia da
complexidade do trabalho.
Encontramos nas diárias referências a várias tarefas realizadas sob o
comando do Sr. Oscar Kellner: além da instalação das máquinas em si, havia que se
providenciar o assentamento de canos para condução de água (força motriz de
vários equipamentos ou elemento essencial do processamento em si), instalação de
bomba para correr água nos lavadores de café e moinho para moer milho torrado.
Assim se referiria a ele o administrador da propriedade, em carta dirigida à
Companhia Mecânica Importadora de São Paulo, que o enviara para esses serviços:
Illmo Snr. Gerente da Cª Mechannica I. de S. Paulo
S.Paulo
Amigo e Snr.
A presente tem por fim levar ao conhecimento de V. que o snr. Oscar Kellner
portador d’esta, effectivou os serviços a seu cargo n’esta Fazenda no que deu perfeito
desimpenho. Outrossim, scientifico-lhe que o comportamento do mesmo snr. durante o
tempo que aqui esteve foi lisonjeiro.
Sou com estima
113
De V. Sª
João Gouvêa
o Sr. Otto Kellner voltaria à Fazenda em maio de 1896 para os serviços de
nivelamento do caminho de ligação entre a sede e a estação ferroviária da Fazenda,
conforme relatado à página 394 (20 de maio de 1896):
Tendo concluído os serviços de nivellamento da estrada que vai d’esta para a
Estação, seguiu para esta Capital o sr. Otto Kellner.
Outro fato notável registrado nesse mesmo livro de diárias se refere à
construção de um puxado (como vem descrito) entre a tulha e a machina no final de
janeiro de 1896. Seria esse puxado o preenchimento do espaço entre os edifícios,
que ligaria suas cumeeiras, eliminando o vazio entre os mesmos? Essa imagem
comparece em algumas das fotos mais antigas da fazenda e, se assim for, pode-se
utilizar esse elemento para datar algumas delas. O puxado se encontrava concluído
em 4 de fevereiro de 1896:
Pedreiros: Antonio Alves, Valentim Bertoni e 2 serventes concluíram o serviço do
puxado entre a tulha e a casa da machina (página 212).
Na construção do edifício da tulha ocorreria um problema: à página 198 do livro,
encontramos o seguinte registro: Pedreiros: Joaquim Alves, Ângelo Cornachione e 4
serventes fazendo pillares para segurarem os batentes da tulha por terem abatido muito.
Vários foram os executores das obras aqui mencionadas que pertenciam ao
quadro de trabalhadores da Fazenda. Encontramos a seguinte relação de
114
funcionários e respectiva qualificação com registros no livro de ponto dos
camaradas” (AMRC 210), referente ao período de novembro de 1906 a maio de
1908:
Carpinteiros: Antonio Callegari, Avelino dos Santos, Defende Bena, Felipe Stella,
Francisco Cisi, Henrique Pott, José Loureiro, João Panne (ou Pagne), José Arthur, zaro
de Oliveira, Ludovico Palaver, Miguel Bortulan, Pedro Mariani.
Pedreiros: Accacio Pimentel, Amílcar Schiavetti, Antonio Gerevini (?), Fortunato
Berlanda, João Caldarone(i), Manoel Caldarone(i), Marco Soler, Paschoal Soler, Pedro
Constantino, Valentim Marton.
Além desses e dos profissionais ligados a Tommaso Ferrara, a Fazenda
contrataria serviços técnicos de toda ordem, inclusive pela execução de algumas
obras por empreitada.
Fora do período de estudo proposto nessa pesquisa, encontramos, a tulo de
exemplo, anotação de que a Fazenda pagou a Pascoal D’Amico e Cia por reforma
da Igreja e parte da Casa de Moradia (pagos $ 31 067, 90, por serviços executados
entre agosto e novembro de 1943).
Neste período, mais precisamente, em setembro de 1943, Gabriel Teixeira
Paula Fº fornece telhas Monte Alto (Cerâmica Nevoeiro) à Fazenda. Isso nos leva a
crer que a reforma da Igreja incluía necessariamente a cobertura.
Concluindo este capítulo, vemos que aos poucos, na exata medida em que
nos empenhamos na leitura do registro das atividades da propriedade, foi surgindo
do anonimato total uma grande lista dos colaboradores partícipes da configuração
da Fazenda.
115
Isso se deve, em grande parte, ao zelo administrativo do próprio Conde, que
tudo exigia ficasse documentado nos diversos livros de administração da
propriedade.
Fato não menos importante é que a destinação final desses documentos
tenha ficado sob a tutela de uma instituição exemplar como o Arquivo do Município
de Rio Claro, que tão bem soube preservar esta história e nos permitiu o resgate da
hisria da Fazenda Santa Gertrudes.
116
117
CAPÍTULO 6
ICONOGRAFIA: O CAFÉ E A FAZENDA SANTA GERTRUDES
Considerações iniciais:
A Fazenda Santa Gertrudes foi descrita e ilustrada por muitos visitantes, do
que resultou significativa documentação escrita e preciosa iconografia. Na pesquisa
desenvolvida junto ao fundo documental da Fazenda, sob a guarda do Arquivo
Histórico de Rio Claro, encontramos reiteradas vezes informações sobre a
passagem de fotógrafos e documentaristas cinematográficos que ali estiveram para
registrar imagens da propriedade.
Não nos parece possível precisar a partir de que momento a Fazenda se
tornou ícone para divulgação do café do Brasil no exterior, mas é certo que assim
funcionou durante muito tempo.
Desconhecemos se sobrevivem ainda alguns dos livros de registro de
visitantes da Fazenda. O que se conhece são as diárias feitas pelos administradores
e ali se encontra arrolado um número impressionante de visitantes ilustres, do Brasil
e do exterior.
Dentre eles, inúmeros fotógrafos e cinejornalistas que nos interessam
particularmente para o resgate proposto por este trabalho. Incluímos aqui o registro
quase fotográfico de um pintor da categoria de Antonio Ferrigno, autor de preciosas
telas sobre a fazenda.
Além destes testemunhos publicados, ou vertidos para telas de cinema,
temos os Almanaques, abrangentes publicações que informavam sobre aspectos
comerciais, administrativos e industriais da Província e, depois, do Estado de São
Paulo.
118
Por último, mas não menos importante, lembramos aqui outro elemento de
fácil circulação e que levaria a imagem da Fazenda Santa Gertrudes para os mais
variados rincões: os cartões postais.
É desse conjunto de imagens e depoimentos que trataremos nesse capítulo.
A FAZENDA SANTA GERTRUDES COMO ÍCONE DA CULTURA CAFEEIRA NO
BRASIL
Como se sabe, do Vale do Paraíba, o café iria se estender para o Oeste
Paulista, incorporando novas realidades: a paulatina condenação do sistema
escravocrata, com a sua substituição pela mão de obra estrangeira, o surgimento de
novas tecnologias (mais adequadas à escala de produção e à disponibilidade de
braços), a ferrovia e a incorporação de vastas áreas de plantio, antes
economicamente impraticáveis pela distância do porto exportador, enfim, tudo isso e
mais os ideais positivistas da República.
Sérgio Milliet
1
em O Roteiro do Café diferencia sete regiões no Estado de São
Paulo: as duas do Vale do Paraíba (de Guaratinguetá e Taubaté até Jacareí e São
José dos Campos) e as vinculadas à estrada de ferro, como a Mogiana, Paulista,
Araraquarense, Noroeste e Sorocabana.
A Fazenda Santa Gertrudes se enquadra perfeitamente neste roteiro: situada
no que foi o Município de Rio Claro (hoje Santa Gertrudes) e servida pela
Companhia Paulista de Estradas de Ferro.
Inicialmente produtora de açúcar (ao tempo em que pertencia ao Marquês de
Três Rios) acabou se transformando, ao passar às mãos do Conde de Prates, numa
1
MILLIET, Sérgio. Roteiro do café e outros ensaios: contribuição para a história econômica e social do Brasil.
São Paulo: HUCITEC; Brasília: INL, 1982.
119
das mais complexas e bem sucedidas unidades cafeeiras do país, conforme
pudemos historiar no capítulo 3 deste trabalho.
Esse sucesso, derivado de uma organização funcional extremamente lógica,
aliada a uma administração de comprovada eficiência, a transformaria em referência
para os investidores estrangeiros, com o apoio oficial brasileiro para sua divulgação.
Cabe aqui um comentário sobre a origem dos textos por nós estudados. De
interessante trabalho de Boris Kossoy
2
, extraímos a observação de que haveria, nos
primeiros anos do regime republicano, uma necessidade imperiosa de exaltação do
conteúdo simbólico de “ordem e progresso”.
A crescente presença de álbuns fotográficos que buscavam por meio da
representação fotográfica exaltar o Estado, suas qualidade agrícolas e comerciais, corrobora
essa idéia. Uma elite vinculada a tais aspectos representa-se e assim transmite sua
realidade atrelada à política republicana
3
.
Para tanto, São Paulo contava com escritórios e representações oficiais em
alguns países com a dupla finalidade de divulgar o Estado e fomentar a imigração,
para o que utilizaria o recurso propagandístico dos álbuns e postais, que mandava
imprimir.
É o caso do Comissariado do Estado de São Paulo localizado em Bruxelas.
Sobre ele, transcrevemos texto bastante elucidativo, a seguir:
Le Comissariat de l’État de o Paulo à Bruxelles é uma das práticas organizações
brasileiras, instaladas na Europa para o bom desenvolvimento da propaganda, não do
Estado que ele representa, como de todo o país. Fundado em Antuérpia por iniciativa do ex-
2
KOSSOY, Boris. Estética, memória e ideologia fotográfica: decifrando a realidade interior das imagens
fotográficas. In: Acervo: revista do Arquivo Nacional, Rio de Janeiro: v. 6, n.1/2, jan./dez. 1993.
3
Opus cit, p.18
120
secretário de Agricultura, Dr. Botelho, como escritório de informações, propaganda, compras
oficiais e ao mesmo tempo agência imigratória espontânea, destinada a facilitar os
elementos de viagem a todos aqueles que, na exploração da agricultura, das indústrias e da
zootecnia, desejarem aplicar no Estado a atividade do seu trabalho.
O Dr. Ferreira Ramos dirigiu o Comissariado até 1910, após o encerramento da
Exposição de Bruxelas, na qual foi por assim dizer, este posto de propaganda paulista no
estrangeiro quem organizou com o máximo brilhantismo a representação do Brasil nesse
certame internacional. Aos comissários compete entreterem na sua respectiva zona,
constantemente viajada, uma propaganda periódica e inteligentemente feita nos
jornais mais populares das mais importantes cidades.
4
Acima e a seguir, identificação do álbum Vistas de São Paulo. Bruxelas: Commissariado
Geral do Estado de São Paulo, 1911.
4
BRASIL MAGAZINE. Edição Ribeirão Preto: Le pays du café. Paris, 1911.
121
A Fazenda Santa Gertrudes, por sua excelência produtiva, está entre os
mbolos a serem exaltados em livros de propaganda do Estado de São Paulo e isto
aconteceu muitas vezes.
Um autor de álbum que escreveu sobre a Fazenda Santa Gertrudes foi
Vittorio Buccelli
5
, citado por GERODETTI e CORNEJO
6
a propósito de cartão postal.
“A capela de Santa Gertrudes, na fazenda de mesmo nome, em Rio Claro.
Construída em 1866, passou por uma grande reforma, em 1898, que lhe conferiu o aspecto
que ainda conserva. À entrada do templo, decorado internamente com muito requinte,
existia uma gruta de Lourdes. Segundo o Libro D’Oro dello Stato di S. Paulo, de Vittorio
Buccelli, em 1911: Aos bados são recitadas na capela as ladainhas, aos domingos e
5
BUCCELLI, Vittorio. Libro D’Oro dello Stato di S. Paulo. Roma: Stabilimento Fratelli Capaccini, 1911.
6
GERODETTI, João Emílio e CORNEJO, Carlos. Lembranças de São Paulo. O interior paulista nos cartões-
postais e álbuns de lembranças. São Paulo: Solaris Edições Culturais, 2003.
122
outros dias festivos se celebra a missa às 9 horas da manhã, e às duas da tarde funciona
uma escola de catecismo da qual participam 150 crianças. Os ofícios religiosos estão a
cargo dos padres da Congregação de São Carlos de Piacenza.
7
O livro O Estado de São Paulo
8
, também citado por GERODETTI e
CORNEJO (p. 21), fornece informações para a legenda de mais algumas imagens:
“A Fazenda Santa Gertrudes, em Rio Claro, que pertencia ao Conde Prates, um dos
diretores da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, foi descrita na obra O Estado de São
Paulo, em 1918: Esta fazenda dista da Capital quatro horas apenas por estrada de ferro,
servida pela bitola larga da companhia Paulista, tendo-se oportunidade de viajar em
magníficos carros Pullman. A fazenda esligada à estação da estrada de ferro por uma
alameda perfeitamente carroçável, toda arborizada com eucaliptos. O prédio principal é todo
dotado de luxo e conforto moderno, sendo sua arquitetura igual à de um palacete em São
Paulo. Na frente um imenso e aperfeiçoado terreiro para secagem de café, todo ladrilhado,
com inteligente distribuição hidráulica e com linhas de vagonetes Decauville, que facilitam a
manipulação do produto. Destaca-se também a magnífica igreja de construção moderna,
artisticamente decorada, onde se realizam aos domingos bem concorridas cerimônias do
culto católico. Ao lado direito, instalações tais como escritório, escola, restaurante, farmácia,
cinematógrafo, casa da gerência e habitações para os empregados superiores do
estabelecimento. Todas essas edificações circundam e ladeiam a residência senhoril,
denotando sempre o mesmo apuro e a mesma elegância nas diversas linhas
arquitetônicas.”
7
Opus cit. Página 21.
8
O ESTADO de São Paulo. Barcelona: Societé de Publicité Sud-Américaine/ Monte Domecq & Cie.
Estabelecimento Graphico Thomas, 1918.
123
Reproduzimos a seguir uma série de postais que enfocam a Fazenda Santa
Gertrudes, a partir da publicação de GERODETTI e CORNEJO, nem todas
atribuídas por estes autores como sendo a do tema central de nossa pesquisa, mas
por nós identificadas como tal.
Não se sabe ao certo a autoria dessas fotos, mas existe a possibilidade de
que tenham sido feitas por Valério Vieira, excepcional fotógrafo, que esteve em
1905 e sobre o qual discorreremos mais adiante. Nos cartões, a única referência
escrita é a casa editora: Rosenhain & Meyer.
Além disso, é de se supor que essas imagens compunham um acervo
colocado à disposição dos autores de textos sobre a fazenda, tal a freqüência com
que se repetem nos álbuns que pudemos conhecer. Os mesmos figurantes, a
mesma pose, o mesmo ângulo, permitem-nos identifi-las como sendo de fonte
única.
Isso só reforça a possibilidade de autoria de Valério Vieira, amigo pessoal do
Conde e, portanto, nome provável a ser convocado para a tarefa.
124
Duas vistas abrangentes da Fazenda Santa Gertrudes, que permitem avaliar a escala do conjunto de
edifícios a partir de onde a propriedade era administrada.
Outros núcleos existiam, mas vinculados a colônias, sem construções de beneficiamento de grãos.
125
O terreiro em duas vistas: acima, é possível vislumbrarmos, da esquerda para a direita, ao fundo a
casa-sede, a cocheira e, um pouco mais próximo, já bem à direita, o escritório.
Abaixo, a vista se estende a partir da Capela, mostra parte da tulha e casa de máquinas e vai até a
casa-sede.
126
Acima, uma vista geral dos tanques de lavagem do café, primeira etapa de beneficiamento do grão,
após a sua colheita. A construção pitoresca ao fundo é um dos vários mirantes construídos pelo
Conde de Prates em toda a propriedade. Abaixo, detalhe do trabalho de lavagem dos grãos.
Apesar de erroneamente identificado o local, podemos garantir terem sido feitas na Fazenda Santa
Gertrudes.
127
Imagem da casa de máquinas, onde se pode observar etapa de ensacamento dos grãos.
Mesmo não falando especificamente sobre a Fazenda Santa Gertrudes,
alguns desses álbuns, são fontes do maior interesse por descreverem, com maior ou
menor riqueza de detalhes, aspectos relativos às instalações cafezistas e ao
processamento dos grãos, em um determinado momento, o que vem ilustrar
adequadamente vários procedimentos presentes na Santa Gertrudes.
Tomemos como exemplo o trabalho de Albert Bonnaure, O Livro de Ouro do
Estado de São Paulo, 1889-1914, que dedica todo um capítulo
9
ao café. Ali vemos
reproduzidas algumas vistas da propriedade do Conde de Prates, nenhuma inédita
em relação às publicadas em outros álbuns, motivo pelo qual deixamos de
reproduzi-las aqui. De qualquer forma, a presença destas fotos reafirma a
importância da Fazenda Santa Gertrudes como parâmetro de unidade produtora de
café no Brasil.
9
BONNAURE, Albert. Livro de Ouro do Estado de São Paulo, 1889-1914. São Paulo: Typo-litho Duprat, 1914.
Capítulo VI, O café, p. 151 a 169.
128
Capa, página de rosto e início do capítulo VI do livro de Bonnaure, dedicado ao café.
Exemplar pertencente ao acervo da Biblioteca do Instituto de Estudos Brasileiros da
Universidade de São Paulo
129
O Estado de São Paulo e seus municípios, obra editada em fascículos, é
outro exemplo desse tipo de publicação. Seu autor, Roberto Capri
10
organizou, de
1913 até aproximadamente 1918, reportagens fotográficas de diversas cidades do
interior do Estado, enaltecendo, em especial, seus aspectos comerciais e agrícolas
11
(também Minas Gerais mereceria a atenção de Roberto Capri em trabalho similar ao
paulista).
Reproduzido a seguir em sua íntegra, o texto do encomiasta Roberto Capri
sobre a Santa Gertrudes
12
enaltece a figura do Conde Prates e descreve a fazenda
com fartura de elogios e, para nossa felicidade, de fotografias. Seu valor iconográfico
supera o das informões escritas.
O mesmo não se pode dizer de outro autor, que, executando tarefa
semelhante, nos legaria informões preciosas sobre o estágio de racionalização
alcançado pela Santa Gertrudes, em 1907. Trata-se de Charles Hü, e o texto se
intitula Uma fazenda modelo: FAZENDA SANTA GERTRUDES
13
, integrando a
publicação Le Brésil, editada pela Revue France-Brésil, em 1907 (pp.375-9).
Mesmo tendo sido feito com intenção próxima à do texto de Roberto Capri,
seu autor nos passa informões do maior interesse para o conhecimento de todo o
de beneficiamento do café em uso pela Fazenda na primeira cada do século XX.
Em nossa pesquisa, pudemos consultar alguns desses álbuns tanto na
coleção do Instituto de Estudos Brasileiros como na da Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz
14
·, de onde colhemos informações preciosas.
10
CAPRI, Roberto. O Estado de São Paulo e seus municípios. São Paulo: Typ. POCAI & WEISS, 1913
(seriado).
11
CAVENAGHI, Airton José. São José do Rio Preto fotografado: imagética de uma experiência urbana (1852-
1910). Rev. Bras. Hist., 2003, vol.23, no.46, p.147-169. ISSN 0102-0188.
12
Opus cit, p 147-153.
13
Reproduzido no capítulo 4 deste trabalho.
14
Vide bibliografia
130
Destacamos a seguir o álbum de Roberto Capri, O Estado de São Paulo e
seus municípios, publicado em 1913.
A FAZENDA SANTA GERTRUDES VISTA POR ROBERTO CAPRI.
A Igreja de Santa Gertrudes, em meio ao terreiro de café.
A casa sede, já com a feição atual (excetuado o fechamento com treliça da varanda frontal) após a
grande reforma de 1908.
131
A casa da tulha das machinas.
Vista tirada da torre da Igreja de Santa Gertrudes: à esquerda e mais ao longe, colônia de
trabalhadores da fazenda. Em primeiro plano, instalações da tulha e casa de máquinas de
beneficiamento, observando-se ainda a ponte por onde o café ia do terreiro em vagonetes para as
máquinas.
132
A seguir, fotos de colonos em meio ao cafezal.
133
As fotos desta seqüência pertencem todas ao álbum de Roberto Capri
15
,
publicado em 1913. Foram feitas em um peculiar momento da história brasileira,
conforme observa Airton Cavenaghi
16
:
“A República brasileira ainda buscava representação em vários elementos, estruturando
conceitos presentes no seu próprio bordão inicial, que na expressão de Boris Kossoy reflete
o seu sentido original, pois: (...) principalmente como a fotografia, enquanto registro
expressivo de um cenário urbano, arquitetônico e social em processo de mutação, se vê
utilizada pelos meios de comunicação impressa na época, e em que medida se refletirão
nessas imagens os anseios de modernidade daquela elite. Existe, nesses primeiros anos do
novo regime, uma necessidade imperiosa de exaltação do conteúdo simbólico de ordem e
progresso
17
.
A crescente presença de álbuns fotográficos que buscavam por meio da
representação iconográfica exaltar o Estado, suas qualidade agrícolas e comerciais,
corrobora essa idéia. Uma elite vinculada a tais aspectos representa-se e assim
transmite sua realidade atrelada à política republicana.
É com esse espírito que acontece a publicação, em fascículos, da obra O
Estado de São Paulo e seus municípios, de Roberto Capri. Seu autor faria, de 1913
até aproximadamente 1918, reportagens fotográficas em diversas cidades do interior
do Estado, dando ênfase aos aspectos comerciais e agrícolas.
Deste livro, transcrevemos a seguir o texto sobre a Fazenda:
15
CAPRI, Roberto. O Estado de São Paulo e seus municípios. São Paulo: Typ. POCAI & WEISS, 1913.
16
CAVENAGHI, Airton José. São José do Rio Preto fotografado: imagética de uma experiência urbana (1852-
1910). Rev. Bras. Hist., 2003, vol.23, no.46, p.147-169. ISSN 0102
17
KOSSOY, Boris. Estética, memória e ideologia fotográfica: decifrando a realidade interior das imagens
fotográficas. In: Acervo: revista do Arquivo Nacional, Rio de Janeiro: v. 6, n.1/2, jan./dez. 1993, p.18.
134
135
Fazenda Santa Gertrudes do Conde de Prates
1
É esta fazenda, a mais importante do Estado de S. Paulo, de propriedade do
Conde de Prates. De familia originaria do Rio Grande do Sul, o Conde Eduardo
Prates, veio para S. Paulo muito moço, dedicando-se desde logo á carreira
commercial.
Em 1885, foi secretario geral da Commissão Organizadora da Exposição
Provincial, que foi presidida pelo snr. Conselheiro Antonio Prado. A sua carreira foi
rapida. E hoje, apenas trinta annos passados, é o maior capitalista de S. Paulo e um
dos maiores do Brazil, possuindo uma fortuna colossal. Apesar disso, é todavia um
homem activo, estando ainda na direcção da Companhia Paulista de Estradas de
Ferro e na do Banco de S. Paulo.
Quanto ás suas qualidades de caracter e de coração, basta apontar-se entre
os muitos institutos e asilos que elle largamente protege, o Lyceu do Coração de
Jesus, onde recebem uma educação theorica e pratica boa centenares de crianças
pobres na sua maior parte. Extremamente catholico e caridoso, a sua actividade,
previdente e habil, estende-se a tudo: á industria, ao commercio e á agricultura. A
sua propriedade agricola, Santa Gertrudes, a maior do Estado, é também um modelo
em todos os sentidos. A sua grande visão do futuro tem-no feito collocal-a n’um tal
gráu de desenvolvimento que assombra.
A fazenda Santa Gertrudes, situada na comarca de Rio Claro é toda
iluminada a luz electrica. A casaria dos colonos, repartida, em seis colonias, deixa
uma optima impressão: são todas casinhas hygienicas, solidas e construidas de
tijolos, limpas e confortaveis. Os colonos ahi vivem contentes e felizes.
1
CAPRI, Roberto. O Brasil e seus Estados: São Paulo. São Paulo: Pocai & Weiss, 1913, p 147-153.)
136
Vista de longe, a fazenda se affigura aos olhos como uma cidade. Está
distante da estação de Santa Gertrudes tres kilometros, communicando-se com esta
por meio de uma estrada de ferro arborizada aos lados.
A casa de morada da fazenda é um palacete elegante, de construcção sobria,
offerecendo um largo conforto. Fica-lhe perto a capella de Santa Gertrudes, situada
entre os terreiros da fazenda. Á sua entrada acha-se a gruta de Lourdes em que
n’uma lapide de marmore está gravada a data da visita que lhe fez o Monsenhor
Scalabrini. O interior da capella é finamente decorado, encontra-se ahi, entre outras
obras d’arte duas copias, uma do quadro de S. Sebastião, de Guido Reni; e a outra
de Nossa Senhora da Maternidade, de Carlos Dolci, cujos originais estão na Italia. A
fazenda possúe machinas para beneficiar café, grandes tulhas para guardar café,
officinas de carpintaria, postos de creação de suinos, estribarias, lavadores e
despolpadores de café et.
A fazenda S. Gertrudes é, pela sua belleza e perfeição, a escolhida por todos
quantos vem a S. Paulo, para passeio e para conhecerem o que é uma fazenda de
café. Assim é que, desde muitos annos, innumeras são as pessoas que a tem
visitado, lá deixando a sua impressão, os mais significativos elogios.
Entre as muitas pessoas illustres que estiveram, notam-se o dr. A. Padua
Salles, o abbade J. B. Chantard, de Septfons, Dr. Gabriel Dias da Silva, J. Arthaud
Ferthet, director do Instituto Agronomico de Campinas, William Bryan, illustre
estadista norte-americano, etc.
No livro de visitas da fazenda, cheio de impressões, todas estas pessoas
deixaram as suas, fructo de sincera admiração. Entre outras transcrevemos a do
abbade J. B. Chantard, visitador geral dos P.P. Trapistas de Septfons”:
137
Je part charmé de ma visite des plantations de café et des postes d’élévage
de cette admirable “fazenda. Mais plus de l’air de satisfaction que j’ai pu remarquer
sur le visage des ses nombreux employés à divers titres, on sent ici que l’Evangile
integral a porté des fruiits et que l’admirable comte et la venerée comtesse le fon
rayonner autour d’eux’.
Je prie Dieu de leur combler de benedictions, eux, leurs trois fils et le millier
des personnes qui gravite autour de leur première habitation et de leur chapelle de
St. Gertrudes – 10 aût 1910’.
A fazenda S. Gertrudes tem 1324 alqueires de terras de primeira qualidade,
com cerca de um milhão de pés de café produzindo uma media annual de 75.000
arrobas. O numero de empregados da fazenda é de mais de 1.600 divididos por sete
colonias. Os colonos todos tem plantações de milho, feijão e arroz.
na estação e na fazenda escolas para os filhos dos colonos. A criação é
tambem grande na fazenda.
Existem na fazenda cerca de 300 suinos, 500 bovinos, 50 cabras, 400 ovinos,
200 cavallos e outro tanto de mulas. O Conde de Prates tem excellentes
reproductores de todas as raças. O touro Uruguay, de raça ‘Devon’, o soberbo
pastorMenelik” de raça anglo-arabe, e o bello cavallo Rafak, destacam-se pela sua
belleza. A fazenda é administrada pelo snr. José Luiz de Salles, auxiliado pelo snr.
Lourenço Arantes.
É finalmente a fazenda S. Gertrudes o modelo de todas as fazendas. É um
padrão de gloria do valor , da aptidão e competencia do snr. Conde de Prates, que,
ainda moço
2
, vê os seus esforços e dedicação coroados de um sucesso inapagavel.
Daqui lhe enviamos um preito de homenagem e admiração.
2
Teria o Conde de Prates, em 1913, quando foi publicado este texto, 53 anos de idade.
138
VALÉRIO VIEIRA E AS FOTOS PANORÂMICAS
(Valério Otaviano Rodrigues Vieira, 1862-1941)
Encontramos no livro Copiador de Diárias de número 35 do Fundo
Documental da Fazenda, no Arquivo Municipal de Rio Claro, à página 44
(04/09/1905), a seguinte anotação:
Observações: vindo de S.Paulo chegou hoje a esta o distinto artista photographo
Valério Vieira, que aqui vem para tirar uma vista panorâmica d’esta fazenda, tendo sido
portador de uma carta de V. Exa.
Esse profissional permaneceria na fazenda ao dia 7 de setembro de 1905,
conforme registrado na diária da página 54.
Chamamos a atenção para a declaração do administrador da Fazenda de que
o fotógrafo faria uma “panorâmica d’esta fazenda”, já que Valério Vieira estava
colhendo as glórias de um trabalho recém concluído em São Paulo, justamente por
causa de outra célebre foto panorâmica.
139
Em maio de 1905 ele fez a primeira foto deste tipo de São Paulo, com 11
metros de comprimento
3
. Retratava São Paulo partir da torre da Igreja do Sagrado
Coração de Jesus, em Campos Elíseos, capela do Liceu de mesmo nome e
instituição à qual o Conde de Prates prestava generosa colaboração.
Suas experiências com montagens fotográficas com vários negativos também
estavam sendo reconhecidas: um ano antes ele havia ganhado uma medalha de
prata na Feira Internacional de Saint Louis, nos Estados Unidos.com Os Trinta
Valérios, seu múltiplo auto-retrato de 1901. Nessa que é considerada a primeira
fotomontagem no Brasil, ele aparecia em trinta diferentes posições
4
.
Teria sido Valério Vieira ainda o lançador da moda dos retratos de
formatura, cultivados principalmente pelos bacharéis da Faculdade de Direito do
Largo São Francisco. Seu estúdio era freqüentado pelos principais políticos da
época.
3
Esta foto, no entanto, perdeu-se, conservando-se somente a de 1922, feita do mesmo local (torre da Igreja do
Sagrado Coração de Jesus), hoje restaurada, preservada e exposta em sala permanente no Museu da Imagem e
do Som, em São Paulo. Para executar essa panorâmica, Valério teria contado com a ajuda de Conrado Wessel,
no preparo da emulsão fotográfica.
4
Essa foto chegou a ser conhecida como Valério Fregolli, sobrenome de um célebre ator conhecido pela
habilidade em interpretar vários papéis numa peça, com pida troca de caracterização. Fregolli, por esse
mesmo motivo, designa uma síndrome neurológica caracterizada como uma condição na qual a pessoa acredita
que um ou mais familiares, usualmente perseguidores, repetidamente modificam sua aparência.
140
Acima: Os trinta Valérios (1901)
Abaixo, Painel do Senado Paulista, pintado e fotografado por Vario Vieira, em 1900.
141
Valério Vieira, além de fotógrafo, era pintor, músico e uma das personalidades
mais interessantes da São Paulo do início do século XX.
Nascido em Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro, em 16 de
novembro de 1862, filho de um fazendeiro de café, freqüentou, a partir de 1875 a
Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, como aluno ouvinte.
Da capital federal, mudar-se-ia em 1890 para a então capital mineira, Ouro
Preto, onde atuou como fotógrafo e pintor. Depois, com passagens pelo Vale do
Paraíba, termina por fixar-se em São Paulo (1894), onde morou e trabalhou na Rua
15 de Novembro, número 19.
No exato ano de sua visita à Fazenda, ele realizaria um evento de grande
sucesso de público, entre 10/12/1905 e 06/01/1906, ocasião em que apresentaria
suas panorâmicas, a de São Paulo e uma da Fazenda Santa Gertrudes, com cerca
de 6 m de comprimento.
A foto panorâmica da Fazenda é a que reproduzimos na página a seguir, e só
nos foi possível localizá-la
5
pela generosidade intelectual da pesquisadora Sonia
Balady, autora de uma biografia ainda inédita sobre Valério Vieira.
5
VERA CRUZ. Exposição Valério. Revista Santa Cruz. São Paulo, v. VI, nº. 4, p.183-186, jan. 1906.
142
143
Num período de três dias na Fazenda, é de se supor que Valério Vieira tenha
feito várias fotos, mas não se conhece, com exatidão, as que lhe podem ser
atribuídas. Uma pista preciosa, entretanto, é o fato de ter sido usada no texto de
Jorge Hü foto que comparece em postal identificado
6
com a assinatura de Valério:
Cartão postal de Valério Vieira, mostrando parte do terreiro, a tulha e a casa de máquinas.
Teriam esses instantâneos fotográficos um especial valor documental, por
registrarem um período imediatamente anterior à realizão de obras que mudaram
a feição da casa de moradia o que, segundo nos mostrou nossa pesquisa, comou
em 1907 e só foi concluída em 1908.
As fotos feitas por Valério Vieira poderiam ter sido as comentadas e
reproduzidas no início deste capítulo?
6
Cartão-postal da coleção do Monsenhor Jamil Nassif Abib.
144
Nos cartões, a única referência escrita é a da casa editora: Rosenhain &
Meyer, o que não elimina esse fotógrafo das possibilidades de atribuição de autoria.
Estas fotos poderiam ter sido publicadas na forma de cartões antes de Valério ter
seus próprios recursos de impressão, o que ocorreria apenas por volta de 1910, com
a Phototypia Valério Vieira.
145
OS FILMES SOBRE A FAZENDA SANTA GERTRUDES
Da França: a Empreza Cinematographica Pat
Encontramos no livro de número 7
7
do fundo documental da Fazenda Santa
Gertrudes o registro da visita de uma grande comitiva, integrada por personalidades
francesas e brasileiras. A visita ocorreu em 13 de setembro de 1907 e assim foi
descrita na Diária do dia 18:
Observações: Não se tendo feito na occasião, nota-se n’esta que: a 13 deste mez,
vindo de São Paulo, em trem especial regressando no mesmo dia, estiveram em visita
n’esta: O Snr Conde de Prates, proprietario d’esta, com seus filhos José Eduardo e
Guilherme Prates; o Snr Paul Doumer, estadista francez, o Snr. Henry Turot, conselheiro
municipal de Paris, o Snr. Daniel Dervavin, industrial francez e Senhora, o Snr. Alexandre
Dupas, cônsul francez em São Paulo, sua Senhora, uma filha e um filho, o Coronel Paul
Ballyng da missão franceza e Senhora, o Dr. Carlos Botelho, Secretario da Agricultura do
Estado, o Snr. Eduardo Juliá, Secretario do Snr. Paul Doumer, o Snr. François Castre,
Diretor da Revista “Monde Moderne”, o Dr. Augusto Carlos da Silva Telles, o Dr. Escragnolle
de Taunay. O Dr. J. M. Cardoso de Oliveira, conselheiro da legação, o Dr. Raphael A.
Sampaio Vidal, os Drs. Alfredo Ernesto e Hyppolito Pujol, Jean Vlomenden (?), da Empreza
Cinematographica Pathé, de Paris, Barthorne (?), Photographo da “Notícia”, Aníbal Machado
do mesmo Jornal, Piza Sobrinho do “Estado de São Paulo” e os Engenheiros da Companhia
Paulista Dr. Francisco Monlevade, Inspector Geral Dr. Henrique Burnier, Cheffe de Trafego
Dr. A. de Mello Mattos, ajudante Dr. Alberto Moreira, Chefe de Linha e Dr. Edmundo Navarro
de Andrade.
7
Livro 7 Copiador (nº 19, segundo o controle da Fazenda). Julho de 1907. Manuscrito, com problemas de
legibilidade, p. 151-2 (18 de setembro de 1907)
146
Uma circunstância particularmente feliz nos propiciou localizar, na obra de Belli
8
,
uma foto que, embora publicada 3 anos após essa visita, parece corresponder
perfeitamente ao evento:
Se assim for, fica ainda mais hilária a tentativa de naturalidade contida na pose
e nos trajes de uma comitiva de tal relevância. Paul Doumer, flagrado no alto da
escada, viria a ser presidente da França
9
, em 1931.
Entre tantas personalidades políticas e empresariais, temos representantes
da imprensa francesa e da brasileira, e podemos nos estender um pouco sobre a
importância de algum deles, como o Sr. Jean Vlomenden (nome cuja grafia correta
8
BELLI, B. Il Caffé, il suo paese i la sua importanza. Milão: Ulrico Hoepli, 1910.
9
Paul Doumer, (Aurillac, 22 de Março de 1857 Paris, 7 de Maio de 1932) Nasceu em Aurillac, no
departamento de Cantal na França. Foi governador-geral da Indochina francesa, nos anos de 1897 até 1902.
Depois de retornar da Indochina, Doumer foi presidente da mara dos deputados no período que vai de 1902 à
1905. Foi eleito presidente da república Francesa em 13 de Maio de 1931, derrotando Aristide Briand. Teve seu
mandato encerrado prematuramente em virtude de seu assassinato, em 7 de maio de 1932, por um imigrante
russo com problemas mentais.
147
supomos ser esta, que o livro, manuscrito, apresenta dificuldades de leitura), da
Empreza Cinematographica Pathé, de Paris.
Especulando sobre essa empresa, verificamos que Paris veria, pela primeira vez
a nocia nas telas ainda na primeira década do século XX e o Pathé Journal foi o
primeiro periódico cinematográfico.
No Brasil, o primeiro jornal cinematográfico surgiria em 1912, numa versão
brasileira do Pathé Journal. A iniciativa tinha forte apelo comercial, sendo mesmo
esses noticiários considerados apenas fonte de recursos para pretensos cineastas na
realidade, empresários de cinema, que pouco estavam preocupados com a elaboração dos
cinejornais, mas com a obtenção do maior lucro possível. Os ”cavadores”, produtores
malditos do cinema do início do século, foram os grandes viabilizadores do cinema brasileiro
desse período. Eles eram encarados como arrivistas dispostos a tudo, ou seja: “De modo
geral esses cinegrafistas eram mal vistos; eles tinham é que descolar a grana, qualquer
trambique valia”. (Bernardet, Jean Claude. Cinema Brasileiro: propostas para uma
história. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1979, p. 27)
10
.
Ainda que a visita tenha sido curta, pode-se esperar que tenha tido repercussão
nos meios ali representados, na forma de matérias na imprensa escrita ou no
incipiente cinejornalismo.
O certo é que representantes da Empresa Pathé voltariam à fazenda em 17 de
agosto de 1911, conforme registra a diária correspondente
11
:
Observações: vindo da Capital chegou à esta o Snr. Fleury da Casa Pathé, a fim de tirar
umas vistas cinematographicas desta Fazenda.
10
MAIA, Paulo Roberto de Azevedo. Canal 100 e a Construção do Imaginário. Revista Histórica nº 7, dezembro
de 2005. http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao07/materia01/
11
Livro copiador de número 37 da Fazenda Santa Gertrudes, p. 12.
148
Dois anos antes, em 1909, outra equipe de filmagem teria visitado a Fazenda e
ali feito filmagens que, por felicidade nossa, foram descritas nas diárias enviadas
pelo administrador José Luiz de Salles ao Conde de Prates, cujas cópias se
encontram no livro de número 29 do fundo Santa Gertrudes.
Ali, na diária de 10 de maio de 1909, comparecem as seguintes anotações:
Observações: Chegaram hoje da Capital o Snr. Dr. Thimotheo de Araújo e
Mister Knoops afim de tirar vistas photographicas.
No dia seguinte, novas informações:
Relação de films tirados na Fazenda de Santa Gertrudes pelo Operador Snr Jan
(José?) Knoops enviado pelo Governo Federal ao Estado de São Paulo.
1º Queda de uma torada do Canelão diante da Serra.
Grande Film da Colheita com todo o pessoal em movimento, abanação do café e desfilar
das Carroças.
3º Serviço de café nos terreiros.
4º Machinismo do café em movimento.
5º Grande Film do Panorama-Geral da Fazenda tomado do Mirante em viven...? fechado.
6º Rebanho dos Carneiros em movimento.
7º Vaccas de raça, touros e cavallos, em movimento.
8º Lavadores e Despolpadores.
9º Grande Porcada de Ceva, no Banho.
10º Briga de dois porquinhos.
11º Porcada de criar, roncando.
149
12º Vista da Egreja, Casa do Proprietário, Administração e parte dos terreiros.
No dia 12, o regresso:
Observações: Regressaram desta para a Capital o Snr. Dr. Thimotheo de Araújo e
Mister Knoops.
Imaginamos aqui a ventura de assistir a essas cenas montadas num filme de
propaganda sobre a Fazenda (talvez ao lado de outras fazendas consideradas
modelo pelo Governo Federal), mas não alcançamos, no espaço dessa pesquisa,
maiores informações sobre essa iniciativa. Tampouco sobre os dois protagonistas da
filmagem conseguimos obter dados mais precisos.
Em setembro de 1921, chegaria à Fazenda Caetano Matanó, cinegrafista com
certa expressão nas primeiras décadas do século XX.
P. 232 (09/08/1921)
Observações: esteve hoje nesta tirando várias vistas cinematographicas desta, o
snr. Caetano Matanó, de São Paulo, o qual se retirou para São Paulo pelo P.12
com o seu empregado que desde hontem aqui se encontrava.
Ficamos sempre um pouco frustrados por não sabermos ao certo se dessas
visitas resultaram trabalhos concluídos e divulgados, quiçá preservados. Mas, ao
mesmo tempo, podemos ser surpreendidos com notícias pitorescas, como nesse
caso. Ao pesquisarmos sobre Caetano Matanó, encontramos interessante
150
comentário sobre uma atitude que muito teria se repetido, abrangendo o universo
das fazendas cafeeiras: trata-se da “cavação” exercida pelos cinegrafistas. Um
deles, Thomas de Tullio, explica:
Tratava-se de um negócio a metro. Eu fiz muito disso. Fui para as fazendas
naquele tempo, os fazendeiros de café estavam ganhando muito dinheiro e
naturalmente eles não tinham vida em fazer um filme. A gente dizia quanto
custava o metro de filme assim, com uns 150 metros fazíamos um filme e
calculávamos quanto ia custar. Então eu filmava as vistas da propriedade, a sede
da fazenda, a família, depois a boiada, os colonos, botava letreiros. E eu ia
tentar exibir no cinema. Eu vivia muito bem fazendo essas coisas... também se
procurava a indústria. Não havia filme de propaganda na época, então isso era
exibido como complemento nos cinemas.
12
A Fazenda Santa Gertrudes prescindia desse tipo de contratação, já que
agências governamentais se incumbiriam de divulgá-la por sua capacidade de
convencer novos investidores estrangeiros a aplicarem suas fortunas no plantio de
café por aqui.
A iniciativa mais recente de registro da Fazenda em filme, por nós
encontrada, teve início em 5 de março de 1926, quando ali chegaram os srs. Dr.
Armando Pamplona, Juan Etchebehere e Evaldo Castro, respectivamente Director
Geral da Independência Omnia Film E.R., Director Technico da mesma Companhia
e ajudante de operador.
No dia seguinte, uma mobilização ocorreria para a filmagem:
12
Extraído de http://www.scribd.com/word/full/1461032?access_key-iuw0gcledtons0prc1f em 14/06/2008.
151
Observações: afim de organisar, com os colonos d’esta, uma “pose” para um film religioso,
chegou a esta de Rio Claro o ven. Padre Mantovam Fortunato. Depois de terem filmado
diversas phases d’esta propriedade, regressaram para São Paulo os Snrs. Dr. Armando
Pamplona, Juan Etchebehere e Evaldo Castro, este último embarcou com o trem P. 12 e os
seguiram em automóvel, em companhia do Exmo. Snr. Eduardo dos Santos Prates que
também seguiu para São Paulo.
1
Fotógrafos e representantes da imprensa citados como visitantes da Fazenda Santa
Gertrudes
Reproduziremos a seguir dados levantados nos livros de diárias da Fazenda,
onde podemos verificar quão rotineiras eram essas visitas e imaginar haver ainda
material inédito do maior interesse, passível de ser rastreado pelas indicações de
datas e periódicos citados.
Em outubro de 1907, a Fazenda receberia jornalistas argentinos:
Observações: vindo de São Paulo, chegou hoje o Exº Snr. Conde de Prates, proprietário
d’esta Fazenda, acompanhado do Snr. seu filho Guilherme dos Santos Prates, o Exº Snr. Dr.
Assis Brazil, o Snr. Dr. Maciel, Engenheiro da Companhia Paulista, e o Snr. Manuel
Bernardes, redactor do jornal “El Diário” de Buenos Aires, que vieram em visita a esta
Fazenda, retirando-se hoje mesmo para São Paulo.
2
1
Livro copiador número 154 p. 199 e 201 (5 e 6 de março de 1926)
2
Livro Copiador de diárias de número 7, p 214.
152
Em abril de 1909
3
, seria a vez do fotógrafo Buccherini:
Observações: Vindos de S. Paulo em trem especial chegaram hoje em excursão a
esta: o célebre homem de letras Anatole France, seu secretário Pierri Calmette (?), José
Veríssimo, Dr. JoVeríssimo Junior, Dr. Alfredo Pujol, dr. Victor Freire, Dr. Eugenio Egon,
Dr. José de Almeida Nogueira, Professor José Feliciano, J. Aumâitre (?), Coronel Antonio
Stanislau do Amaral, José de Barros, os Engenheiros da Companhia Paulista: Dr. Arthur
Maciel, Dr. Aníbal de Souza e o Dr. E....rado (ilegível) Navarro de Andrade, e o Photographo
Buccherini, regressando todos às 4 horas da tarde em trem especial com o Sr. Guilherme
Prates.
Em 17 de agosto de 1911
4
, outro jornal estrangeiro mandaria correspondente
para documentar a Fazenda:
Observações: Chegou à esta vindo da Capital o Snr. Zweiger Representante do
“Lloyds Greater Britain Publishing Co” afim de tirar retratos desta Fazenda.
Essa casa editora publicaria, em 1913, um álbum denominado Impressões do
Brasil no Século Vinte.
Em 22 de julho de 1912
5
, seria a vez da Revista Mundial, com sede em Paris
e filial na Espanha, mandar seus correspondentes:
Observações: em visita a esta chegaram hoje de São Paulo pelo Rápido da manhã
regressando no da tarde: Monsieur A. Guido, redator proprietário da “Revista Mundial” que
3
Livro Copiador de diárias de número 43, p. 289.
4
Livro Copiador de diárias de número 37, p. 17.
153
se publica em Paris; Monsieur Jean Boyé, Repórter photographico da mesma , Senhor Jaris
(?)...... (ilegível), redactor da “Mundial” de Madrid e secretário do poeta Ruben Dario,
acompanhados pelo Dr. René Thiollier de São Paulo.
Um Sr. Luiz Padalino visitaria a Fazenda por duas vezes
6
em 1913, com
interesse em matéria para sua revista:
Observações: vindo de São Paulo chegou a esta em visita e regressou no mesmo
dia para Rio Claro o Snr. Luiz Padalino, Director–Proprietario da Revista “D’Agricultura
Paulista”.
Da Argentina viria, em 1917, o Sr. JoAntonio Serrilhio, que não deixou boa
impressão:
Observações: vindo da Fazenda” Ibicaba” chegou hoje a esta o Sr. José A. Serrilhio
editor de um Álbum photográfico para o Muzeu Argentino, que me apresentou uma carta de
V. Exa. datada de 25 de Abril pºpº.
Esse senhor, no entanto se retirou no mesmo dia sem que tivesse tirado qualquer
photografia ou tomado qualquer apontamento ou sequer pedido quaesquer informações
7
.
Melhor impressão teriam causado os visitantes
8
de maio de 1918, que
usufruíram a companhia do Conde durante sua estada de dois dias na Fazenda:
Observações: chegaram hoje a esta os Srs. Ramon Monte Domecq e sua esposa e o
photographo Max Roscufeld, afim de tirarem photographias da Fazenda para a obra em
elaboração “O Estado de São Paulo” , de que o primeiro é director.
6
Livro Copiador de número 34, p. 257.
6
Livro Copiador número 40, p. 86 (10/ 06/ 1913) e p. 132 (02/ 07/ 1913).
7
Livro Copiador número 44, p. 120 (06/09/1917) e p.122 (06/09/1917).
8
Livro Copiador de Diárias número 38, p 215 (26/05/1918).
154
Este álbum é “O Estado de São Paulo. Barcelona: Societé de Publicité Sud-
Américaine/ Monte Domecq & Cie. Estabelecimento Graphico Thomas, 1918.”,
citado em nosso arrolamento e do qual reproduzimos a seguir ilustrações obtidas a
partir de exemplar do Instituto de Estudos Brasileiros da USP.
Nele encontramos algumas fotos que merecem ser aqui reproduzidas.
155
Na primeira delas, encontramos associadas na diagramação uma vista dos
tanques de lavagem do café (com certeza, uma imagem da Santa Gertrudes,
igualmente reproduzida em outros álbuns sobre São Paulo) e outra de “gado numa
fazenda de Rio Claro”, possivelmente da propriedade do Conde, que ali mantinha
gado selecionado e, muitas vezes, premiado.
A foto abaixo também foi reproduzida em outros álbuns, mostrando a etapa
de ensacamento dos grãos já beneficiados.
Em 1921, outra personalidade do mundo da fotografia, Conrado Wessel tem seu
nome registrado como visitante da Fazenda:
P. 216 (02/08/1921)
Observações: Pelo P.1 chegou hoje a esta o photographo Conrado Wessel.
Fotógrafo, filho de Guilherme Wessel, ótimo fotógrafo paisagista e proprietário de
uma casa de equipamentos fotográficos e produtos químicos para laboratório.
Conrado seria o primeiro fabricante de papel fotográfico no país, isso nos anos 20.
156
Conseguimos localizar, em nossas buscas, o resultado prático dessa visita no
livro FERRAZ, José Romeu. Álbum histórico de Rio Claro (a sua vida, os seus
costumes e os seus homens). São Paulo: Hennie Irmãos, 1922.
Fotocomposição a partir dos registros feitos na Fazenda por Conrado Wessel.
No detalhe, é possível conferir sua assinatura, à esquerda da foto.
157
São vistas originais, em relação à maioria dos álbuns consultados.
Em outro trabalho, especificamente relacionado ao café, mas desta vez
dedicado a esclarecer aspectos práticos de sua produção, vamos encontrar
algumas imagens originais da Fazenda. Trata-se do livro de Belli, Il Caffé, il suo
paese i la sua importanza
9
.
Uma delas é a que nos mostra a pose de uma grande comitiva de políticos
(dentre eles, Paul Doumer), empresários, cinejornalistas e fotógrafos em meio ao
cafezal, simulando uma colheita em que os “colonos” estão trajados no rigor da
moda mais formal de sua época... A imagem comparece neste capítulo, quando
comentamos os filmes realizados sobre a Fazenda.
9
BELLI, B. Il Caffé, il suo paese i la sua importanza. Milão: Ulrico Hoepli, 1910.
158
Dentre as inúmeras imagens, selecionamos as que podemos atribuir à Santa
Gertrudes, referentes à casa de máquinas:
159
Além de fotografias, cumpre-nos destacar aqui uma contribuição iconográfica
de alta qualidade no registro da Fazenda Santa Gertrudes, qual seja a obra de
Antonio Ferrigno, excepcional pintor.
160
ANTONIO FERRIGNO, PINTOR
Antonio Ferrigno (Salerno, Ilia/ 1863-1940), é o talentoso pintor paisagista
10
responsável por uma série de vistas que retratam as atividades da Fazenda. Seu
registro é, por assim dizer, fotográfico, tendo sido sua fidelidade facilitada pelo longo
período que passou na propriedade para realizão das pinturas que adornam a
Capela. Pode-se averiguar o valor documental dessas pinturas comparando-as com
os postais pouco citados. Sua passagem pelo Brasil, de 1893 a 1905, deixou
registros memoráveis
11
não só desta fazenda, como de outras bem como da cidade
de São Paulo.
10
A propósito de Antonio Ferrigno encontramos biografia sintética em
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=
1105&cd_item=1&cd_idioma=28555
11
Antonio Ferrigno, 100 anos depois. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo; Secretaria de Estado da
Cultura, 2005.
161
Segundo Ruth S. Tarasantchi
12
, Antonio Ferrigno seria tamm o autor de
pinturas na Capela, além da série de quadros hoje no Museu Paulista da
Universidade de São Paulo que lhe valeram a alcunha de “o pintor do café”.
As seis grandes telas - Florada, A Colheita, Lavadouro, O Terreiro, Ensacamento
do Café e Café para a Estação - estiveram na representação brasileira da Exposição
Universal de Saint Louis, em 1903, e retornaram para exposição em São Paulo,
quando alcançaram significativo sucesso de crítica e público.
12
TARASANTCHI, Ruth Sprung. Pintores paisagistas: São Paulo, 1890 a 1920. São Paulo: Editora da USP:
Imprensa Oficial do Estado, 2002. Páginas 134-41.
162
"Florada do Café"
"Colheita do Café"
163
"Lavagem do Café"
"Secagem do Café"
164
“Ensacamento
"Expedição do Café para a estação de trem"
165
Tecendo nossas conclusões sobre esse tema, podemos afirmar que a lista
dos profissionais que registraram a Fazenda Santa Gertrudes em fotografias, filmes
e artigos o se esgotará, com certeza, nos registros do Fundo documental que
serviu de base a este trabalho.
Da própria visita de que resultaria o trabalho de Roberto Capri aqui
reproduzido, até onde pudemos pesquisar (maio de 2007), não encontramos registro
nos livros.
Por outro lado, cada indicação feita nas diárias tem se desdobrado em
informações muito ricas, que se prestam ao resgate de toda uma época e da cultura
reinante nos anos abrangidos por este trabalho.
Tudo isso não teria sido possível se a documentação não tivesse sido
preservada, inicialmente pela família e, hoje em dia, pelo Arquivo de Rio Claro.
Esta talvez tenha sido a cultura mais profícua da Fazenda.
166
167
CONCLUSÃO
Buscando identificar a participação, em especial, de Samuel das Neves nas
construções que fizeram das instalações da Santa Gertrudes uma magnífica
fazenda, acabamos por nos defrontar com outros universos provindos da mesma
história.
Se a tese inicial foi frustrada, nada podemos reclamar do que se abriu ao
nosso conhecimento. Tudo o que pudemos descobrir, através das indicações
rastreadas inicialmente nos documentos preservados no Arquivo blico e
Histórico do Município de Rio Claro, deve servir à melhor compreensão de uma
trajetória ímpar para uma propriedade secular no Brasil. Acrescente-se a essa
raridade a integridade das construções remanescentes, por mérito exclusivo dos
descendentes do Conde de Prates que tão bem as preservaram e a quem
manifestamos nossa admiração.
Esperamos que os fatos aqui resgatados contribuam para ilustrar e justificar
a preservação, por todos, desse monumento da história brasileira.
São Paulo, junho de 2008
168
169
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ZALUAR, Augusto Emílio. Peregrinação pela Província de São Paulo (1860-1861).
São Paulo: Comissão do IV Centenário da Cidade de São Paulo, 1954.
ZAMBONI, Silvio Perini. Café no Norte Paulista: a crise de 1929 na Fazenda
Dumont. Piracicaba: ESALQ, 1979. Dissertação de Mestrado.
182
ÁLBUNS ICONOGRÁFICOS
Reproduzimos abaixo arrolamento, em ordem cronológica, de álbuns com
iconografia de interesse para o presente trabalho, no intervalo cronológico
considerado para a pesquisa.
1884
. Almanach administrativo, commercial e industrial da Província de São Paulo. São
Paulo: [s.n.], 1884
1885
. Almanak administrativo, mercantil e industrial da Província de São Paulo para o
anno de 1858/ organizado e redigido por Marques e Irmão. São Paulo: Imprensa
Oficial do Estado: Arquivo do Estado, 1983. (edição fac-similar)
1889
. BONNAURE, Albert. Livro de ouro do Estado de São Paulo: relatório industrial,
commercial e agrícola 1889- 1914. São Paulo: Duprat & Comp., 1914.
1895
. KOENIGSWALD, Gustavo. São Paulo. Encadernação de Emil Enders. Berlim,
1895.
1896
. AMARAL, Tancredo do. O Estado de São Paulo. São Paulo: Alves & Cia., 1896.
1905
183
. BRANDÃO SOBRINHO, Julio. Almanach illustrado do lavrador paulista: primeiro
anno. São Paulo: Duprat & Comp., 1905.
1906
. MOREL, Charles. État de São Paulo. Rio de Janeiro: s.n., 1906.
. ROTELLINNI, Vitaliano. Il Brasile e gli Italiani. São Paulo: Pubblicazione del
Fanfulla, 1906.
1907
Álbum Imperial. [Dir] Couto de Magalhães. São Paulo: s.n., 1907.
1908
. CASABONA, Louis. São Paulo du Brésil, notes d’um colon français. Paris: E.
Guilmoto, 1908.
. Exposição Nacional de de 1908: Rio de Janeiro, Brazil. Estado de São Paulo:
catalogo geral illustrado. Rio de Janeiro: Commissão Executiva da Exposição de
São Paulo, 1908.
1909
. LALIÉRE, A. Lê café dans l’État de Saint Paul. Paris: Augustin Challamel, 1909.
1910
. BELLI, B. Il Caffé, il suo paese i la sua importanza. Milão: Ulrico Hoepli, 1910.
. CASABONA, Louis. São Paulo du Brésil, notes d’um colon français. Paris:
Librairie Oriental & Américaine, 1910.
. L’ÉTAT de São Paulo: renseignements utiles. Bruxelas: Commissariat General du
Gouvernement de l’État de São Paulo, 1910.
1911
184
. Álbum hermista do Estado de São Paulo, organizado pelos directores do Il
Brasile, Jornal de Propaganda do Brasil nas exposições de Turim e Roma em
1911. São Paulo: editores Graphicos, 1911.
. BUCCELLI, Vittorio. Libro D’Oro dello Stato di S. Paulo. Roma: Stabilimento
Fratelli Capaccini, 1911.
. L’État de São Paulo: renseignements utiles. S.I.: s.n., 1911.
. Vistas de São Paulo. Bruxelas: Commissariado Geral do Estado de São Paulo,
1911.
1912
. FONSECA, Antonio e ANGERAMI, Domingos. Guide de l’État de Saint Paul. São
Paulo: Pocai & Weiss, 1912.
. WALLE, Paul. État de São Paulo. Paris: E. Guilmoto, 1912.
1913
. Impressões do Brasil no Século Vinte - Londres: Lloyd's Greater Britain
Publishing Company Ltd., 1913.
. MAGALHÃES, Basílio de. Estado de São Paulo e o seu progresso na
actualidade. Riuo de Janeiro: Jornal do Commercio, 1913.
1914
. BONNAURE, Albert. Livro de Ouro do Estado de São Paulo, 1889-1914.o
Paulo: Typo-litho Duprat, 1914.
. État de São Paulo: renseignements utiles. Antwerpen: Laport et Dosse, 1914.
1915
185
. MARCONDES DE SOUZA, T. Oscar. O Estado de São Paulo, physico, político,
econômico e administrativo. o Paulo: Estabelecimento Graphiico Universal,
1915.
1916
. ALMANACH para 1916. São Paulo: O Estado de São Paulo, 1915
1918
. Álbum ilustrado da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. São Paulo:
Companhia Paulista de Estradas de Ferro, 1918.
. O ESTADO de São Paulo. Barcelona: Societé de Publicité Sud-Américaine/
Monte Domecq & Cie. Estabelecimento Graphico Thomas, 1918.
. PÉREZ, Filemón. Álbum ilustrado da Companhia Paulista de Estradas de Ferro.
São Paulo, 1918.
1921
. WALLE, Paul. État de São Paulo (Brésil): ses ressources, sés progres, son
avenir; etude generale economique et descriptive. Paris: Challamel, 1921.
1922
FERRAZ, José Romeu. Álbum histórico de Rio Claro (a sua vida, os seus
costumes e os seus homens). São Paulo: Hennie Irmãos, 1922.
1926
ATRI, Alessandro d’. L’État de São Paulo et renouvellement économique de
lEurope. Paris: V. Allard, Chantelard & Cie., 1926.
1927
186
. PESTANA, Paulo Rangel. L’état de São Paulo-Brésil: renseigments utiles. S.I.:
Secretariat de l’Agriculture, 1927.
1929
. AMARAL, Aristides do. Aspectos ruraes de São Paulo. São Paulo: Secretaria da
Agricultura, Indústria e Comércio do Estado de São Paulo, 1929.
1930
. PESTANA, Paulo Rangel. L’état de São Paulo-Brésil: renseigments utiles. São
Paulo: Secretariat de l’Agriculture, 1930.
1937
. DUTRA, A. Etat de São Paulo: quelques renseignements sur lês activites
paulistes. Paris: De PLas et Y. Alexandre, 1937.
. PISANI, Salvatore. Lo stato di San Paolo nel Cinquantenario dell’Immigrazione.
São Paulo: Typ. Napoli, Salerno & C., 1937.
1939
. ALMANAQUE O Estado de São Paulo, 1940. Composto nas oficinas de O
Estado de São Paulo em dezembro de 1939. Impresso nas oficinas da Empresa
Gráfica da Revista dos Tribunais.
ALEXANDRE LUIZ ROCHA
Fazenda Santa Gertrudes: modelo de produção cafeeira no Oeste paulista.
1895- 1930:
Contribuição de Eduardo Prates à definição de novos parâmetros produtivos.
Volume 2
Dados compilados no fundo documental da Fazenda Santa Gertrudes, no Arquivo
Público e Histórico do Município de Rio Claro
Tese apresentada à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São
Paulo par obtenção do título de doutor
Área de concentração:
História e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo
Orientador: Professor Doutor Benedito Lima de Toledo
São Paulo
2008
188
189
SUMÁRIO:
INTRODUÇÃO.......................................................................................................P. 15
CAPÍTULO 1..........................................................................................................P. 19
Café no Brasil / Antecedentes do plantio do café no mundo
O café no Vale do Paraíba / O café no Oeste Paulista
CAPÍTULO 2..........................................................................................................P. 35
O Conde de Prates, Perfil biográfico
CAPÍTULO 3..........................................................................................................P. 41
A Fazenda Santa Gertrudes
Origem da propriedade e como a Fazenda chega às mãos do Conde de Prates
CAPÍTULO 4..........................................................................................................P. 49
A Fazenda sob a administração do Conde de Prates
CAPÍTULO 5..........................................................................................................P. 91
Autoria e colaboradores nas intervenções ocorridas na Fazenda
A hipótese de colaboração do Engenheiro Samuel das Neves
CAPÍTULO 6........................................................................................................P. 117
Iconografia: o café e a Fazenda Santa Gertrudes
Os álbuns de propaganda do Estado de São Paulo
CONCLUSÃO......................................................................................................P. 167
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................P. 169
BIBLIOGRAFIA....................................................................................................P. 174
VOLUME 2 ..........................................................................................................P. 187
ESCLARECIMENTOS PRELIMINARES..............................................................P. 191
Dados compilados no fundo documental da Fazenda Santa Gertrudes, no Arquivo
Público e Histórico do Município de Rio Claro.....................................................P. 203
190
191
ESCLARECIMENTO PRELIMINAR
Este volume contém a compilação de dados levantados no Arquivo Público e
Histórico do Município de Rio Claro, no fundo da Fazenda Santa Gertrudes. Pela
ordenação cronológica das informões coletadas, torna-se possível verificar as
intervenções feitas na fazenda antes e após a passagem de sua administração para
o Conde de Prates, evidenciando-se assim o objeto da nossa pesquisa.
Esse fundo é constituído por cerca de 280 livros com documentos
manuscritos à tinta, ou cópias-carbono datilografadas, a maioria em papel de seda,
visto reproduzirem documentos encaminhados para conhecimento do Conde Prates,
em São Paulo. Graças a esse expediente, o proprietário mantinha controle, mesmo à
disncia, de todas as atividades da fazenda, sendo diariamente informado dos
acontecimentos pelo seu principal administrador
1
.
O impresso padrão para as diárias.
1
A Fazenda Santa Gertrudes tinha um administrador geral e cada uma de suas colônias (que chegaram a ser
sete), um administrador que a ele respondia, definindo um hierarquia.
192
Nos livros por nós verificados, encontramos material de maior interesse para
nossa pesquisa (resgate do histórico do desenvolvimento da fazenda sob a
propriedade do Conde Prates e de autorias das edificações) principalmente nos
diários e borradores, mas tamm em inesperados achados, visto haver livros que
mudaram de função em seu conteúdo de capa. Assim, tivemos o cuidado de não
desprezar nenhum dos títulos guardados no Arquivo, fazendo a varredura completa
dos livros.
O Arquivo Público e Histórico do Município de Rio Claro é, sob muitos
aspectos, exemplar no cuidado com o acervo que tem sob sua guarda.
No caso deste fundo da Fazenda Santa Gertrudes, os livros não foram alvo
de catalogação sistemática, para o que o presente trabalho deverá contribuir com
um melhor conhecimento do seu potencial.
Sem um prévio conhecimento dos períodos abrangidos pelos vários livros,
esse acervo recebeu uma numeração que não corresponde a uma cronologia,
apenas à tentativa de quantificar o número total de exemplares doados.
Ao longo da pesquisa, pudemos verificar que essa numeração inicial, feita em
caráter não definitivo, acabou conferindo, em alguns casos, um mesmo número a
volumes diferentes, o que poderá agora ser corrigido numa catalogação definitiva.
Os livros abrangem o período que vai de 1888 a 1960 e o dos seguintes tipos:
Borrador
2
Borrador de empreitadas
Caixa
Colheita de café
Contas-correntes
Copiador
Costaneira
3
2
Borrador: termo usado em ciências contábeis, designa livro, caderno, coleção de fichas etc. que servem de
rascunho do diário. Segundo especialista em arquivística, o termo vem do espanhol, em que borrar significa
“apagar”.
193
Despensa
Diário
4
Expedição de café
Fornecimento armazém
Gratificação Conde Prates
Leiteria
Livro-caixa
Livro-razão
5
Medicamento
Ponto do pessoal
Registro de nascimento do gado
Através da elaboração de tabela, pudemos ordenar cronologicamente os
livros (por período abrangido) e, em seguida, a numeração do Arquivo (AMRC =
Arquivo Público e Histórico do Município de Rio Claro), o tipo de conteúdo e o ano
de início de preenchimento dos mesmos. Obtivemos o quadro geral apresentado a
seguir:
3
Costaneira é um termo usado em ciências contábeis, designando livros usados para apontamentos de
estabelecimentos comerciais.
4
Observação: Os livros de Diária eram constituídos pelo relato das atividades ocorridas na Fazenda, dia a dia, e
sistematicamente enviadas ao Conde Prates, em São Paulo, depois de sua morte, à Condessa e depois aos
filhos. Continha itens obrigatórios para serem descritos, como Carpinteiros, Carreiros, Carroceiros, Ferreiros,
Pedreiros, Turmas etc.
5
Livro usado como índice do livro diário.
194
TABELA INDEXADA POR PERÍODO DE REGISTRO DE INFORMAÇÕES
Período Abrangido Livro Nº. Conteúdo Ano de Início
AMRC S/N°
AMRC S/N°
1877 a 1878 AMRC 03 DETERIORADO 1877
1885/10 a 1889/12
AMRC 159 LIVRO-CAIXA 1885
1888/08, 1889,
1892
AMRC 194 COSTANEIRA 1888
1890, 1896 AMRC 158 LIVRO-CAIXA 1890
1892, 1908 AMRC 163 EXPEDIÇÃO DE CAFÉ E
BORRADOR
1892
1893 AMRC 04 DETERIORADO 1893
1894 AMRC 101 CONTAS-CORRENTES 1894
1894/11 a 1897/04
AMRC 102 LIVRO-CAIXA 1894
1894/12 a 1895/10
AMRC 132 COSTANEIRA 1894
1895/02 a 1895/06
AMRC 135 LIVRO-CAIXA 1895
1895/08 a 1896/6 AMRC 104 COPIADOR 1895
1895/10 a 1896/05
AMRC 208 LIVRO DE PONTO 1895
1896/02 a 1896/06
AMRC 166 LIVRO-CAIXA 1896
1896/05 a 1900/05
AMRC 125 LIVRO DE PONTO 1896
1896/08 a 1897/06
AMRC 197 LIVRO-CAIXA 1896
1897/05 a 1899/4 AMRC 100 LIVRO-CAIXA 1897
1897/06 a 1898/10
AMRC 245 LIVRO DE PONTO 1897
1897/09 a 1898/09
AMRC 117 DIÁRIO 1897
1898/03 a 1898/11
AMRC 09 COPIADOT DIÁRIAS 1898
1898/05 a 1899/07
AMRC 136 LIVRO-CAIXA 1898
1898/06 a 1899/07
AMRC S/N° CONTAS-CORRENTES 1898
1898/08 a 1900/12
AMRC 195 CONTAS-CORRENTES 1898
1898/4 a 1898/11 AMRC 209 COPIADOR 1898
1899/01 a 1902 AMRC S/ COLHEITA 1899
1899/08 a 1899/12
AMRC 08 COPIADOR 1899
1900/01 a 07 AMRC 97 DIÁRIO 1900
1900/03 AMRC 221 BORRADOR 1900
1900/06 a 1901/02
AMRC 112 DIÁRIO 1900
1900/11 A 1901/5 AMRC 11 COPIADOR 1900
195
1900/12 a 09 AMRC 274 COPIADOR 1900
1901 a 1909 AMRC 167 COLHEITAS DE CAFÉ 1901
1901/04 a 1902/11
AMRC 114 LIVRO-CAIXA 1901
1901/06 AMRC 249 LIVRO DE PONTO 1901
1902 AMRC 199 CONTAS-CORRENTES 1902
1902 a 1904 AMRC S/N° COLHEITA 1902
1902 a 1905 AMRC 124 LIVRO-CAIXA 1902
1902/01 a 1913/04
AMRC 110 LIVRO-CAIXA 1902
1902/06 a 1904/04
AMRC 222 LIVRO DE PONTO 1902
1902/09 AMRC 174 COSTANEIRA 1902
1902/10 a 1905/06
AMRC 225 LIVRO-CAIXA 1902
1903/04 a 1905/11
AMRC 120 LIVRO-CAIXA 1903
1904 a 1906 AMRC S/N° COLHEITA 1904
1904, 1905, 1907
e 1913
AMRC 270 REGISTRO DE GADO 1904
1904/04 a 1905/01
AMRC 275 COPIADOR 1904
1904/05 a 1905/03
AMRC 223 LIVRO DE PONTO 1904
1904/06 AMRC 247 LIVRO DE PONTO 1904
1905/01 a 1905/08
AMRC 109 COPIADOR 1905
1905/01 a 1905/12
AMRC 170 CONTAS-CORRENTES 1905
1905/04 a 1905/10
AMRC 224 LIVRO-CAIXA 1905
1905/08 a 1906/04
AMRC 35 COPIADOR 1905
1905/10 a 1907/07
AMRC 276 LIVRO-CAIXA 1905
1906/01 a 12 AMRC 53 BORRADOR 1906
1906/01 a 1908/11
AMRC 278 LIVRO-CAIXA 1906
1906/04 a 1906/11
AMRC 107 COPIADOR 1906
1906/10 a 1908/09
AMRC 248 LIVRO DE PONTO 1906
1906/11 a 1907/07
AMRC 113* COPIADOR 1906
1906/11 a 1907/07
AMRC 113 COPIADOR 1906
1906/11 a 1908/05
AMRC 210 LIVRO DE PONTO 1906
1907 a 1911 AMRC 202 REGISTRO DE GADO 1907
1907/07 a 1907/10
AMRC 07 COPIADOR 1907
1907/08 a 1909/04
AMRC S/Nº LIVRO-CAIXA 1907
1907/10 a 1908/10
AMRC 88 LIVRO-CAIXA 1907
1908 AMRC 56 LIVRO-CAIXA 1908
196
1908 AMRC S/N° LIVRO DOS
REPRODUTORES
1908
1908/01 a 1909/06
AMRC 93 LIVRO DOS
REPRODUTORES
1908
1908/01 a 1909/07
AMRC 86 LIVRO-CAIXA 1908
1908/02 a 1908/09
AMRC 108 DIÁRIO 1908
1908/08 a 1911/01
AMRC 141 COSTANEIRA 1908
1908/11 a 1909/08
AMRC 05 COPIADOR 1908
1908-9, 1914,
1916-7
AMRC 228 CONTAS-CORRENTES 1908
1909 a 1919 AMRC 271 REGISTRO CAFÉ 1909
1909/04 a 1909/11
AMRC 43 COPIADOR 1909
1909/04 a 1910/09
AMRC S/N° LIVRO-CAIXA 1909
1909/05 a 1910/01
AMRC 211 BORRADOR 1909
1909/06 a 1910/06
AMRC 51 BORRADOR 1909
1909/06 a 1910/12
AMRC 85 LIVRO-CAIXA 1909
1909/06 a1910/06 AMRC 55 LIVRO-CAIXA 1909
1909/07 a 1910/01
AMRC 250 LIVRO DE PONTO 1909
1909/09 a 1910/09
AMRC S/Nº LIVRO-CAIXA 1909
1909/11 a 1910/06
AMRC 29 COPIADOR 1909
1910 AMRC 192 CONTAS-CORRENTES 1910
1910/01 a 07 AMRC 212 LIVRO DE PONTO 1910
1910/01 a 1910/03
AMRC 08* BORRADOR DIÁRIAS 1910
1910/05 a 09 AMRC 252 LIVRO DE PONTO 1910
1910/06 a 1911/01
AMRC 175 CONTAS-CORRENTES 1910
1910/06 a 1911/08
AMRC 73 LIVRO-CAIXA 1910
1910/09 a 1911/11
AMRC S/Nº LIVRO-CAIXA 1910
1910/09 a 1911/12
AMRC 121 LIVRO-CAIXA 1910
1910/10 a 1911/08
AMRC 72 BORRADOR 1910
1911 AMRC 134 CONTAS-CORRENTES 1911
1911/02 a 06 AMRC 213 LIVRO DE PONTO 1911
1911/05 a 1911/10
AMRC 253 LIVRO DE PONTO 1911
1911/05 a 1912/02
AMRC 37 COPIADOR 1911
1911/06 a 1911/12
AMRC 127 LIVRO-CAIXA 1911
1911/06 a 1914 AMRC 204 REGISTRO DE GADO 1911
1911/07 a 12 (?) AMRC 214 LIVRO DE PONTO 1911
197
1911/08 a 1912/03
AMRC 12 LIVRO-CAIXA 1911
1911/12 a 1913/04
AMRC 260 LIVRO-CAIXA 1911
1912/01 a 1912/06
AMRC 215 LIVRO DE PONTO 1912
1912/02 a 1912/10
AMRC 34 COPIADOR 1912
1912/03 a 1913/05
AMRC 13 LIVRO-CAIXA 1912
1912/06 a 10 AMRC 254 LIVRO DE PONTO 1912
1912/07 a 12 AMRC 216 LIVRO DE PONTO 1912
1912/10 a 1913/05
AMRC 144 COPIADOR 1912
1912/11 a 1914/05
AMRC 178 LIVRO-CAIXA 1912
1913 AMRC 40 COPIADOR 1913
1913 AMRC 54 BORRADOR 1913
1913 AMRC 217 REGISTRO DE GADO 1913
1913 AMRC 231 LIVRO DE PONTO 1913
1913/01 a 1913/12
AMRC 133 LIVRO-CAIXA 1913
1913/01 a 1917/02
AMRC 162 BORRADOR 1913
1913/04 a 1914/11
AMRC 261 LIVRO-CAIXA 1913
1913/05 a 08 AMRC 255 LIVRO DE PONTO 1913
1913/05 a 1914/08
AMRC 54 BORRADOR 1913
1913/07 a 12 AMRC 232 LIVRO DE PONTO 1913
1914 AMRC 92 LIVRO-CAIXA 1914
1914, 195 e 1918 AMRC 57 DESPENSA 1914
1914/01 AMRC 75 CONTAS-CORRENTES 1914
1914/01 a 06 AMRC 233 LIVRO DE PONTO 1914
1914/04 a 1925/07
AMRC 123 LIVRO DE PONTO 1924
1914/05 a 1915/02
AMRC 142 COSTANEIRA 1914
1914/06 a 09 AMRC 256 LIVRO DE PONTO 1914
1914/07 a 12 AMRC 234 LIVRO DE PONTO 1914
1914/07 a 1915/03
AMRC 14 COPIADOR DE DIÁRIAS 1914
1914/08 a 1915/02
AMRC 59 LIVRO-CAIXA 1914
1914/11 a 1918/01
AMRC 262 LIVRO-CAIXA 1914
1915 AMRC 81 CONTAS-CORRENTES 1915
1915 a 1918 AMRC 176 DESPENSA 1915
1915/01 a 1915/07
AMRC 235 LIVRO DE PONTO 1915
1915/02 a 1915/07
AMRC 161 COSTANEIRA 1915
1915/02 a 1915/08
AMRC 122 LIVRO-CAIXA ARMAZÉM 1915
198
1915/03 a 1915/09
AMRC 60 BORRADOR 1915
1915/03 a 1915/10
AMRC 33 COPIADOR 1915
1915/05 a 1915/09
AMRC 257 LIVRO DE PONTO 1915
1915/07 a 1916/01
AMRC 236 LIVRO DE PONTO 1915
1915/07 a 1925/11
AMRC 63 LIVRO-CAIXA AÇOUGUE 1915
1915/08 a 1916/05
AMRC 128 LIVRO-CAIXA 1915
1915/08 a 1919/06
AMRC 140 LIVRO-CAIXA 1915
1915/10 a 1916/05
AMRC 26 COPIADOR 1915
1916 AMRC 32 COPIADOR 1916
1916/02 a 1916/10
AMRC 237 LIVRO DE PONTO 1916
1916/05 a 1919/09
AMRC 258 LIVRO DE PONTO 1916
1916/12 a 1917/07
AMRC 30 COPIADOR 1916
1917/02 a 1917/07
AMRC 181 BORRADOR 1917
1917/07 a 1917/12
AMRC 172 COSTANEIRA 1917
1917/07 a 1918/02
AMRC 44 COPIADOR 1917
1918/01 a 1921/04
AMRC 263 LIVRO-CAIXA 1918
1918/02 a 1918/10
AMRC 38 COPIADOR 1918
1918/10 a 1919/05
AMRC 28 COPIADOR 1918
1918/11 a 1920/10
AMRC 91 LIVRO-CAIXA 1918
1919 a 1920 AMRC 138 COLHEITA DE CAFÉ 1919
1919 A 1920 AMRC 139 REGISTRO DE CAFÉ 1919
1919/02 a 1920/09
AMRC 239 LIVRO DE PONTO 1919
1919/11 a 1925 AMRC 137 COLHEITA DE CAFÉ 1919
1920 a 1921 AMRC 83 CONTAS-CORRENTES 1920
1920 a 1921 AMRC 190 SERVIÇOS 1920
1920/05 a 1923/08
AMRC 259 LIVRO DE PONTO 1920
1920/09 a 1921/04
AMRC 48 COPIADOR 1920
1920/10 a 1922/07
AMRC 240 LIVRO DE PONTO 1920
1921/04 a 1921/12
AMRC 47 COPIADOR 1921
1921/04 a 1925/07
AMRC 78 LIVRO-CAIXA 1921
1921/12 a 1922/08
AMRC 36 COPIADOR 1921
1922/02 a 1923/08
AMRC 74 CONTAS-CORRENTES 1922
1922/07 a 1922/11
AMRC 186 SERVIÇOS 1922
1922/08 a 1923/03
AMRC 02 COPIADOR 1922
1923 AMRC 168 LIVRO-CAIXA 1923
199
1923/06 a 1924/10
AMRC 84 CONTAS-CORRENTES 1923
1923/07 a 1928/05
AMRC 219 REGISTRO DE GADO 1923
1923/11 a 1924/07
AMRC 273 COPIADOR 1923
1924 AMRC 183 LIVRO-CAIXA 1924
1924/02 a 1926/06
AMRC 130 LIVRO DE PONTO 1924
1924/07 a 1925/03
AMRC 272 COPIADOR 1924
1924/11 a 1925/10
AMRC 80 LIVRO-CAIXA 1924
1924/11 a 1926/11
AMRC 164 LIVRO-RAZÃO 1924
1924/11 a 1928/12
AMRC 89 LIVRO-CAIXA 1924
1924/11 a 1929/04
AMRC 67 GRATIFICAÇÃO 1924
1925 AMRC 229 COPIADOR 1925
1925/06 AMRC 58 MEDICAMENTOS 1925
1925/06 a 1926/11
AMRC 242 LIVRO DE PONTO 1925
1925/07 a 1933/12
AMRC 79 LIVRO-CAIXA 1925
1925/11 a 1926/07
AMRC 154 COPIADOR 1925
1926 AMRC 77 CONTAS-CORRENTES 1926
1926/03 a 1926/11
AMRC 241 LIVRO DE PONTO 1926
1926/08 a 1927/04
AMRC 147 COPIADOR 1926
1926/11 a 1927/10
AMRC 76 LIVRO-CAIXA 1926
1927/05 a 12 AMRC 227 DIÁRIO 1927
1928 AMRC 203 REGISTRO DE GADO 1928
1929 AMRC 82 CONTAS-CORRENTES 1929
1929/04 a 1929/12
AMRC 150 COPIADOR 1929
1931/11 a 1934/11
AMRC 90 + 1
(sic)
CONTAS-CORRENTES 1931
1931/12 a 1938/11
AMRC 105 BORRADOR 1931
1932/01 a 1932/09
AMRC 10 COPIADOR 1932
1932/11 a 1959/11
AMRC 61 BORRADOR 1932
1934 a 1936 AMRC 75* CONTAS-CORRENTES 1934
1934/01 a 1935/08
AMRC 155 LIVRO-RAZÃO 1934
1934/01 a 1935/09
AMRC 264 LIVRO-CAIXA 1934
1934/02 a 1946/10
AMRC 207 REGISTRO DE GADO 1934
1935 AMRC 156 LIVRO-CAIXA 1935
1936/02 a 1936/10
AMRC 116 DIÁRIAS 1936
1936/10 a 1937/06
AMRC 143 COPIADOR 1936
200
1937/06 a 1938/02
AMRC 148 DIÁRIO 1937
1938 AMRC 177 FORNECIMENTO
ARMAZÉM
1938
1938/01 a 07 AMRC 145 CONTAS-CORRENTES 1938
1938/02 a 1938/10
AMRC 149 COPIADOR 1938
1938/07 a 1939/06
AMRC 269 BORRADOR 1938
1938/07 a 1941/04
AMRC 264 LIVRO-CAIXA 1938
1940/04 a 1942/02
AMRC S/N° BORRADOR 1940
1941 AMRC 50 CONTAS-CORRENTES 1941
1941/05 a 1942/04
AMRC 266 LIVRO-CAIXA 1941
1943 AMRC 89* LIVRO-CAIXA 1943
1943 AMRC 243 LIVRO DE PONTO 1943
1944/1946 AMRC 118 CONTAS-CORRENTES E
DESPENSA
1944
1947/05 a 1950/04
AMRC 268 LIVRO-CAIXA 1947
1948/12 a 1949/12
AMRC 15 CONTROLE ORDENHA 1948
1949 AMRC 17 CONTAS-CORRENTES 1949
1949 AMRC S/N° PARCERIAS (ALGODÃO) 1949
1949/01 a 1951/10
AMRC 65 BORRADOR 1949
1949/05 a 1952/06
AMRC 20 CARRETOS 1949
1950 a 1952 AMRC 279 CONTROLE ENTREGA DE
LENHA
1950
1950/01 a 1951/03
AMRC 19 LEITERIA 1950
1951 AMRC 18 CONTAS-CORRENTES 1951
1951/04 a 1952/06
AMRC 21 LEITERIA 1951
1951/07 a 1952/12
AMRC 49 DESPENSA 1951
1953 AMRC 180 LIVRO-CAIXA ARMAZÉM 1953
1953/05 a 1954/04
AMRC 16 CONTROLE ORDENHA 1953
1960 AMRC 157 BORRADOR DE
EMPREITADAS
1960
SEM DATA AMRC 44* DETERIORADO -
SEM DATA AMRC 70 CONTAS-CORRENTES -
SEM DATA AMRC 71 CONTAS-CORRENTES -
SEM DATA AMRC 71* LIVRO-RAZÃO -
SEM DATA AMRC 90 CONTAS-CORRENTES -
SEM DATA AMRC 106 CONTAS-CORRENTES -
201
SEM DATA AMRC 125* DETERIORADO -
SEM DATA AMRC 139* DETERIORADO -
SEM DATA AMRC 146 CONTAS-CORRENTES -
SEM DATA AMRC 146* CONTAS-CORRENTES -
SEM DATA AMRC 165 CONTAS-CORRENTES -
SEM DATA AMRC 175* DETERIORADO -
SEM DATA AMRC 206 LIVRO DOS BEZERROS -
SEM DATA AMRC 218 REGISTRO DE GADO -
SEM DATA AMRC 244 RECEBIMENTO CAFÉ DOS
COLONOS
-
SEM DATA AMRC 277 DETERIORADO -
SEM DATA AMRC 280 DETERIORADO -
202
203
COMPILAÇÃO DE DADOS DA PESQUISA
A partir daqui, o relatório de nossa pesquisa, com os livros consultados
colocados em ordem cronológica e a descrição do conteúdo de interesse extraído de
cada um.
AMRC 70 Índice de contas Correntes de A a Z (nº. 15 FSG).
Folhas pautadas, manuscrito, sem numeração.
AMRC 71 Livro de registro das contas correntes dos funcionários da Fazenda.
Sem data, Nomes em ordem alfabética e páginas sem numeração, com anotações
manuscritas. Anexo a ele, uma caderneta menor, aparentando ser de números de
telefone.
AMRC 165 Índice do Livro Contas Correntes (nº. 14. FSG).
Sem data. Páginas sem numeração, com índice alfabético. Das páginas constam o
nome e a ocupação dos funcionários da Fazenda.
AMRC 199 Livros de Contas correntes (nº. 11 FSG)
Sem data. 300 páginas manuscrito a tinta.
AMRC 3 Livro em estado precário de conservação, sem condições de manuseio.
1878?
AMRC 159 Livro Caixa (sem nº. FSG).
De 01/10/1885 a 31/12/1889. Livro de contabilidade, folhas pautadas, manuscrito,
249 páginas (245 preenchidas), grande formato.
AMRC 194 Costaneira. De agosto de 1888, 1889, 1892 (51 p)
Controle de guias de expedição de café (café chato). Nessa época, a fazenda
pertencia ao Marquês de Três Rios.
Prencipia-se hoje a remessa do café colhido deste anno de 1888.
204
P. 25: Findou-çe hoje a remessa do café colhido deste anno de 1890. Fazenda de
Santa Gertrudes 20 de março de 1891.
AMRC 158 Caixa. Abrange anotações de pagamentos feitos entre 1890 e 1896.
De maior interesse são duas páginas com controle de chegada de tijollos de Dª
Luiza”.
AMRC 163 Livro de controle de expedição de café 1892. (Marquesa de Três Rios).
Observação 1: a partir da página 24, coma um diário interessante com o relato das
atividades da fazenda.
Observação 2: Até outubro de 1894, a fazenda era da Marquesa de Três Rios.
A partir de 8 de novembro de 1894, passa a ser do Conde Prates.
Observação 3: embora o livro contemple período anterior, comparecem à página 8
(23 de março de 1893) anotações manuscritas, ao que parece, pelo Conde de
Prates, com a data: “agosto 1908”.
Observação 4: a partir do verso da página 24 tem início um diário, com data de 20
de julho de 1908. estão anotadas várias das atividades ocorridas na Fazenda
Santa Gertrudes, como um livro borrador de diárias. Transferimos essa parte do livro
coerentemente com a ordem cronológica.
AMRC 4 Livro em estado precário deconservação, sem condições de manuseio.
1893.
AMRC 101 Livro de Contas correntes 1894.
Registro de pagamentos e retiradas. Manuscrito.
AMRC 102 Livro Caixa da Fazenda Santa Gertrudes. De novembro de 1894 a abril
de 1897. 177 p. Manuscrito.
AMRC 132 Dezembro de 1894 - 1895
205
COSTANEIRA, com discriminação da retirada de comida, empréstimos feitos pelos
colonos, enfim, contabilidade.
Página 11. Em 22 de janeiro de 1895, José de Paula é pago pelo serviço que fez em
dezembro:
Conserto no terreiro e escada 25$000
Uma caiação à Oca 10$000
Assentamento de um portão 10$000
Arrancamento do mesmo 10$000
Uma gotteira 20$000
Uma arca que fez 10$000
Em 22 de fevereiro, receberia:
Pequenos concertos em 4 casas 30$000
Gotteiras na fazenda 20$000
Ripas que fez 18$000
8 folhas de portas 40$000
8 folhas de janelas 40$000
2 casas que fez a 825$000 1:650$000
1 poço por 100$000
Página 40: março de 1895.
É feita referência a João Mariano (carpinteiro).
Página 42: 23 de março de 1895: empreiteiro Joaquim Dias recebeu 800$000 pelo
“serviço de desmanchar a casa do hospital” e mais:
. 8 pilares para a casa do despolpador (350$000)
. alicerces para a mesma casa do despolpador
. 1 casa dupla para colomnos (825$000)
. serviço de reboque e tinta na casa da escolla (100$000)
. 48 metros de reboque de canno da água a 500 p (24$000)
Página 70: Manuel Carvalho (maio de 1895) recebeu:
. 4$500 pela empreitada de “destrançar
(?) a cozinha”
. 41 braças de encanamento para esgoto (20$500)
206
. 140 braças de vala para encanamento de barro a 1500 cada braça (210$000)
Página 193: Joaquim Dias, empreiteiro, ainda em 1895, receberia para o feitio do
lavador e assentamento de 2000 tijolos a 230$000 o milheiro (460$000). Ainda:
.feitio de caixa d’água e assentamento de 22000 tijolos
. 2 cazas de colomnos a 825$000 (1650$000)
Página 218
Joaquim Dias, em outubro de 1895, ocorre uma rescisão de contrato com este
mestre.
A partir da página 223, este livro passa a ter outra utilizão:
Fica servindo este livro de borrador em razão de estar mto mal escripto.
AMRC 135 Livro Caixa (nº 4 FSG).
De 10/02/1895 a 20/06/1895. Livro de contabilidade, folhas pautadas, manuscrito,
597 páginas, grande formato.
AMRC 104 Livro Copiador de 496 páginas, numeradas. De agosto de 1895 a junho
de 1896. A partir de 1895 a propriedade passa, por herança de sua mulher, ao
Conde Prates.
Abre-se o livro com um texto do próprio punho do Conde, que aqui parece inaugurar
um procedimento administrativo que ise perpetuar mesmo após sua morte, em
1928.:
Contem o presente livro-copiador quatrocentas e noventa e seis folhas numeradas, e
servira para a escripta da Administraçãoda Fazenda de Santa Gertrudes devendo
constar d’essas referidas folhas tudo o que referir-se à esta Fazenda.
Fazenda de Santa Gertrudes
13 de agosto de 1895
P. (22 de agosto de 1895)
Correspondência:
Ilmo Snr. Eduardo Prates
207
Tenho em meu poder sua presada carta de 19 do corrente sendo o portador desta o
Snr. Otto Kellner
6
, agrimensor practico que deve levantar a planta da Fazenda e ao
mmo tempo fornecer todos os necessários afim de que principie esse serviço conf
e
as instrucções que V
a
.S
a
. ordenara.
P. 17 (26 de agosto de 1895)
referência aqui a uma caieira em Limeira, que não dá conta dos pedidos
(produção pequena?). Luiz Antonio Machado de Barros era seu proprietário, à essa
época.
P. 44 (20 de setembro de 1895)
Observações: Ficou prompta a mudança das transmissões no machinismo de café;
amanhan se fará experiência.
P. 76 (13 de outubro de 1895)
Pedreiros: um pedreiro de Joaquim Diaz com José Marcello caiando e pintando a
caza da Administração.
P. 80 (17 de outubro de 1895)
Correspondência:
Illmo Snr. Luiz G......(?) da Compª Mechanica Importadora de S. Paulo
S. Paulo
É portador desta o Snr. Oscar Kellner que segue para esta Capital tendo
concluído nesta fazenda todos os serviços que estavão a seu cargo, ficando
6
Otto Kellner, agrimensor prático,desenvolverá importantes serviços na fazenda, como a redefinição
do traçado do caminho de ligação da sede com a Estação de Ferro.
Seu irmão, Oscar Kellner, por sua vez, se o responsável pela instalação das máquinas e
condutores necessários ao beneficiamento do café: era técnico mecânico.
Seu neto (e homônimo) é vivo e, localizado através da Internet, nos prestou gentilmente várias
informações de interesse para o conhecimento de suas habilidades.
208
somente por accentar a bica que tem de conduzir o café em coco das tulhas para a
machina porque nesta occazião o se pode fazer este serviço por estar a machina
beneficiando café. Em tempo avizarei a Vª.Sª. para mandar fazer esse serviço. Em
dacta de 22 7b forneci ao Snr. Oscar Kellner a quantia de R 100$000 que Vª.Sª.
levará a crédito do Sr. Eduardo Prates e também creditar ao seu Snr. uma polia que
devolvo por vir fora da bitola pedida e ser excessivamente pezada para o lugar em
que deveria ficar, aqui mesmo arranjei outra que serve perfeitamente. Me é bastante
agradável dizer a Vª.Sª. que o comportamento do Snr. Oscar durante o tempo que
estava nesta fazenda foi o mais correto possível.
Com estima e consideração
De Vª.Sª.
Am° Att° e Obd° (?)
João G......(?)
Observação: Possivelmente, João Sampaio Gomes de Guimarães.
P. 92 (28 de outubro de 1895)
Pedreiros: José Marcello com um pedreiro e 2 serventes retelhando a Casa da
Morada.
P. 95 (31 de outubro de 1895)
Pedreiros: Joaquim Alves acabou de dar pixe na armação dos volantes que movem
o despolpador, ao meio dia e depois foi ajudar José Marcello com 1 pedreiro e 2
serventes no retelho da casa de morada.
P. 98 (...)
Pedreiros: Joaquim Alves, Joaquim Porto e um servente acabarão o retelho da casa
de morada e forão colocar em seus lugares os tijolos no terreiro próximo a caza da
machina, que levantarão para fazer o cano que vem do lavador p/ o despolpador.
Nos próximos dias, os pedreiros (2), com mais 2 serventes estarão ladrilhando o
terreiro próximo à Casa da Machina.
209
P. 104 (11 de novembro de 1895)
Pedreiros: Joaquim Alves, Antonio Alves e 2 serventes ladrilhando o canal onde se
levantou os tijollos para colocar o cano que vem a água para o Monjollo.
P. 109 (16 de novembro de 1895)
Carpinteiros: Tristão Valintim, Antonio de Freitas fazendo uma cozinha na tulha que
fica atraz da Capella para morada de turma italiana.
Pedreiros: Joaquim Alves, Antonio Alves e 2 serventes ladrilhando o canal onde se
levantou os tijollos para colocar o cano que vem a água para o Monjollo.
P. 117 (25 de novembro de 1895)
Carpinteiros: Tristão Valintim, Antonio de Freitas aparelhando madeiras para
fazerem o quarto da latrina na Casa da Administração.
Pedreiros: Joaquim Alves, Antonio Alves consertando o encanamento d’água do
monjollo e forão tirar umas goteiras na caza da Administração.
P. 119 (28 de novembro de 1895)
Pedreiros: Joaquim Alves, Antonio Alves e um servente preparando uma caza de
colonos na Colônia Grande.
Observação: ao se falar dos trabalhos no campo, referência a turma brazileira ou
nacional e a turma italiana.
P. 121 (28 de novembro de 1895)
Carpinteiros: no mesmo serviço de sempre, aparelhando madeira para a repartição
de quarto da latrina e banheiro na caza de administração.
P. 122 (29 de novembro de 1895)
Correspondência:
Ilmo Snr. ....Ilegível..../ Cª
Rio Claro
210
Ilm° Snr
Rogo-lhes o favor de mandar pelo portador uma barrica de simento superior
para a fazenda que debitarei em conta da mma. Sempre as ordens com mta estima.
............ilegível.......
Pelo Administrador
............ilegível.......
João Sampaio Gomes de Guimarães
P. 132 (2 de dezembro de 1895)
Pedreiros: Joaquim e Antonio Alves e 3 serventes desmanchando o telhado das
casas laterais à Capella, dentro do quadrado.
P. 146 (24 de dezembro 1895)
Tempo: sol ardente, muito calor.
Benedicto (machinista); Antero Ferreira e Joaquim Zanchetta (foguista) serrando
madeira.
Pedreiros: consertando as casas de colonos e rebocando as paredes da Capella.
Carpinteiros: Antonio de Freitas trabalhou nas cozinhas para as turmas; Luiz e
Antonio de Almeida concertando portão e Tristão Valentim não trabalhou.
Turmas: a nacional e a italiana carpindo café no Morro Baixo e a outra italiana no
café.
P. 148 (26 de dezembro de 1895)
Pedreiros desmancharam as casas do quadrado lateraes à Capella.
P. 155 (31 de dezembro de 1895)
Pedreiros desmanchando as paredes das casas do quadrado lateraes à Capella.
Carpinteiros:Tristão Valentim e Antonio de Freitas acabaram o serviço da escada na
Capella e foram trabalhar em portadas para as casas dos colonos no Barreiro. Luiz
de Almeida pregando fechaduras nas casas da Colonia Grande; Antonio de Almeida
aparelhando madeira para os portões da cocheira.
P. 161 (4 de janeiro 1896)
211
Preciza-se para a caza Fazenda/ 50 barricas de cimento.
P. 169 (10 de janeiro de 1896)
Chegou hoje a esta o Snr. Oscar Kellner, encarregado da Compª Mechanica
Importadora de S. Paulo.
P. 171 (11 de janeiro de 1896)
Pedreiros desmanchando o tanque velho de .... e trabalhando no canno que conduz
água do açude para o monjollo.
P. 177
... o empreiteiro das casas dos colonos pede para fazer os terreiros a 950 rs por
cada metro quadrado , para .....ilegível... reboques e 1800 rs para fazer as
....ordas?... e cannos de esgottos, o que acho um tanto caro; entendo que V.
deva mandar vir a esta o Doutor Schullman a fim de ver estes serviços e fazer um
orçamento e mesmo também para combinar-mos sobre accentamento dos trilhos,
pois como sabe, com os terrenos de cal é preciso que os trilhos fiquem fixos e não
portáteis como são atualmente, precisando também que elle levante uma ...ilegível...
para ser executado o serviço por ...ilegível...
P. 182 (16 de janeiro de 1896)
Tempo: ate as 4 horas sol ardente e das 4 em diante choveu.
Carpinteiros: Luiz e Antonio de Almeida concertaram uma casa no antigo lugar da
...serra?...; Antonio de Freitas trabalhando nos mourões para cerca de arame do
novo pomar e Tristão Valentim não trabalhou.
Pedreiros: 3 pedreiros com 4 serventes trabalhando no canno que conduz água do
ude para o monjollo e 1 pedreiro com 1 servente trabalhando na machina com o
Snr. Oscar Kellner.
P. 183 (17 de janeiro de 1896)
Chegou hoje a esta o Snr. Thimoteo Tintori com seos empregados que aqui vieram a
fim de assentarem um lavatório na casa de morada. Chegaram hoje as pessas do
ceparador vindo porem as peneiras para o ...rufo?... muito finas ou estreitas de mais,
não passando por tanto o café miúdo conforme a experiência que fiz com o Sr.
212
Oscar Kellner, tendo uns 2 milhimetros da largura por onde deve passar o café
miúdo, devendo ter para poder vasar o café 3 milhimetros, as peneiras por onde tem
de vasar os cafés chatos e moka essas estão bôas.
Entendo que aquellas peneiras do ca miúdo devem ser devolvidas porque em
absoluto não preenchem o fim desejado.
P. 196 (23 de janeiro de 1896)
Carpinteiros: ... e Antonio de Almeida trabalhando em pranchões para cobrir o cano
que conduz água do açude pª o monjolo.
P. 198 (24 de janeiro de 1896)
Pedreiros: Joaquim Alves, Ângelo Cornachione e 4 serventes fazendo pillares para
segurarem os batentes da tulha por terem abatido muito e Antonio Alves trabalhou
na machina.
Carpinteiros: Tristão Valentim, Antonio e Luiz de Almeida trabalhando em pranchões
para cobrir o canno que conduz água do ude para o monjolo e Antonio de Freitas
trabalhando na machina.
Observação: esses tais pranchões para cobrir o cano são tamm referidos como
costaneiras.
P. 204 (29 de janeiro de 1896)
Pedreiros: Joaquim Alves, Antonio Alves e Valentim Martoni e 3 serventes
trabalhando em um puxado entre a tulha e a machina
7
. Ângelo Conchine (?) concluiu
o serviço dos pillares na tulha e foi trabalhar com os outros pedreiros no puxado.
Carpinteiros: Tristão Valentim, Luiz e Antonio de Almeida trabalharam em
costaneiras para cobrir o cano que conduz água do açude para o monjolo e Antº de
Ftas. trabalhou na machina com o Sr. Oscar Kellner.
P. 208 (1º de fevereiro de 1896)
7
Seria esse puxado o preenchimento do espaço entre os edifícios, que ligaria suas cumeeiras,
eliminando o vazio entre os mesmos? Se assim for, pode-se utilizar esse elemento para datar
algumas das fotos mais antigas da fazenda.
213
Carpinteiros: Tristão Valentim e Antonio de Freitas aparelharam taboas o
conductor da machina e fizeram um caixão sepultar o cadáver da preta Marinha.
Luiz e Antonio de Almeida concluíram o serviço dos portões a cocheira e
começaram a concertar carros de bois.
Pedreiros: Antonio Alves, Valentim (?) Bertoni e 3 serventes trabalhando no puxado
entre a tulha e a casa de machinas. Joaquim Alves limpando os canos de esgoto no
terreiro.
Observações: Falleceu hoje a preta Marinha, que a muito tempo achava-se doente.
Chegaram hoje a esta Fazenda o engenheiro da Companhia Mechanica, J. Hagberg
que veio a fim de tirar a planta do terreiro e o Padre Antonio Cezarino a fim de
celebrar missa amanhã.
Conforme encomenda de V. Sª seguirá amanhã pelo primeiro trem um capado
grande.
P. 210 (3 de fevereiro de 1896)
Pedreiros: Antonio Alves, Valentim Bertoni e 2 serventes trabalhando no puxado
entre a tulha e a casa da machina. Joaquim Alves com 2 serventes desmanchando
uma fornalha do engenho velho a fim de aproveitar os tijollos e Ângelo Cornachione
(?) não trabalhou.
P. 212 (?) (4 de fevereiro de 1896)
Pedreiros: Antonio Alves, Valentim Bertoni e 2 serventes concluíram o serviço do
puxado entre a tulha e a casa da machina e começaram o serviço da caixa d’água. -
Joaquim Alves e 2 serventes fazendo pilares para ascentar o portão do novo pomar
e Ângelo Cormachine (?) não trabalhou.
Carpinteiros: Tristão Valentini aparelhando taboas para conductor da machina.
Antonio de Freitas trabalhando no portão para o novo pomar. Luiz e Antonio
concertando carros de boi.
P. 215 (5 ou 6 de fevereiro de 1896)
Pedreiros: Joaquim Alves e um servente fazendo pillar para ascentar o portão do
novo pomar. Valentim Bertoni com um servente concluíram o serviço da caixa
d’água. Ângelo Cornachione
(?) com 2 serventes desmanchando encanamentos
214
velhos a fi de aproveitar os tijolos e Antonio Alves ajudando o Sr. Oscar Kellner
assentar canos.
Carpinteiros: Tristão Valentim aparelhando taboas para o conductor da machina.
Antonio de Freitas trabalhando no portão do novo pomar. Antonio de Almeida
concertando carros de bois e Luiz de Almeida não trabalhou.
Carroceiros: Leôncio puxou lenha e Fidêncio tirou terra das casas do quadrado . Os
outros trabalharam na turma nacional.
P. 218 (8 de fevereiro de 1896)
Pedreiros: Ângelo Cornachione (?) e 2 serventes acabaram de desmanchar
encanamentos velhos pª aproveitar os tijolos.
Observação: aparece aqui referência a uma olaria velha, sem maiores dados,
porém.
P. 220 (9 de fevereiro de 1896)
Carpinteiros: Tristão Valentim aparelhando portadas para a casa perto da Ollaria
Velha. Antonio de Freitas faz moldes para cimalha e trabalhou no portão do novo
pomar. Antonio e Luiz de Almeida concertando carros de bois.
Carreiros: Raymundo, Bento e Leandro puxaram toras para a serra. Silvestre puxou
lenha. João da Serra puxou tijolos e Benjamin puxou areia.
P. 222 (11 de fevereiro de 1896)
Pedreiros: Joaquim Alves e um servente trabalhou no portão do novo pomar e em
um cano para tirar água da caixa no mesmo pomar. Antonio Alves com 1 servente
ajudando o Sr. Oscar Kellner assentar canos. Ângelo Cornachione (?), Valentim
Bertoni e 2 serventes fazendo paredes em uma casa perto da Olaria Velha.
Carpinteiros: Tristão Valentim trabalhando com portadas a casa perto da Olaria
Velha. Antonio de Freitas trabalhou no portão do novo pomar. Luiz e Antonio de
Almeida consertando carros de boi.
P. 223 (12 de fevereiro de 1896)
Pedreiros: Joaquim Alves e 1 servente terminaram o serviço do cano para correr
água que sobra da caixa do novo pomar.
215
P. 230 (14 de fevereiro de 1896)
O sr. Oscar Kellner terminou o assentamento da bomba na serraria (?) para correr
água nos lavadores de café.
P. 232 (15 de fevereiro de 1896)
Pedreiros: Antonio Alves e 1 servente ladrilhando o terreiro por onde passou o cano
da bomba assentada na ...erraria (serraria?).
Carpinteiros: Luiz de Almeida apromptando madeiras para o assentamento do
moinho de moer milho com sabugo.
P. 242 (21 de fevereiro de 1896)
O sr. Oscar Kellner concluiu o assentamento do moinho para moer milho torrado.
P. 251 (27 de fevereiro de 1896)
Pedreiros: Joaquim Alves, Antonio Alves Valentim Bertoni, Ângelo Cornachione e 4
serventes trabalharam na casa perto da Olaria Velha até as 9 horas e tendo
concluído o serviço, foram Joaquim Alves e Valentim Bertoni e 2 serventes trabalhar
no encanamento para levar água no chiqueiro e Antonio Alves, Ângelo Cornachione
e 2 serventes trabalharam em um cano para esgoto dos lavadores de café.
P. 260 (2 de março de 1896)
Pedreiros: Joaquim Alves, Valentim Bertoni e 1 servente desmancharam uma parede
na casa de morada e depois foram trabalhar no paredão que se está fazendo no
chiqueiro. Antonio Alves e 2 serventes trabalhando no cano para esgoto dos
lavadores de café e 1 servente arrancando piso (?) de uma calçada velha perto do
despolpador de café.
Carpinteiros: Tristão Valentim trabalhando em folhas de portas para a casa perto da
Olaria Velha. Antonio de Almeida, Antonio de Freitas trabalhando com o Sr. Oscar
Kellner nos condutores da machina. Luis de Almeida acabou de consertar o
amassador de barro da olaria.
Recebi também a planta do terreiro
8
.
8
Observar a utilização, por parte do Conde, de elementos de controle e planejamento das atividades
da Fazenda, aqui caracterizado pelo levantamento feito da área de beneficiamento do café.
216
P. 269 (10 de março de 1896)
Pedreiros: Joaquim Alves, Valentim Bertoni e 2 serventes até as 9 horas trabalharam
no paredão do chiqueiro e depois foram a parede do inferno
9
do engenho de serra;
Antonio Alves e 1 servente ......ando(?) pillar na tulha para assentar a bica que
conduz café para a machina.
Carpinteiros: Tristão Valentim concluiu o assentamento das portas da casa perto da
Olaria Velha e foi aparelhar madeira para mesas de carros de bois. Luiz de Almeida
trabalhando em uma parede de taboa no engenho da serra e Antonio de Freitas
trabalhando nos conductores da machina com o Sr. Oscar Kellner.
P. 273 (11 de março de 1896)
Pedreiros: Joaquim Alves, Valentim Bertoni e 3 serventes até o meio dia acabaram o
serviço da parede do engenho de serra e foram trabalhar no paredão do chiqueiro.
Antonio Alves acabou de fazer o pillar para assentar a bica que conduz café da tulha
para a casa da machina e com os outros pedreiros foi trabalhar no paredão do
chiqueiro.
Carpinteiros: Tristão Valentim fez um caixão para um anjo/ aparelhou madeira para
mesas de carros de bois. Antonio de Freitas aparelhando taboas para caixão do
separador e Luiz de Almeida trabalhando na parede de taboa no engenho da serra.
P. 275 (12 de março de 1896)
Carpinteiros: Antonio de Freitas trabalhando com o Sr. Oscar Kellner no
assentamento da bica para conduzir café da tulha para a machina. Tristão Valentim,
Luiz de Almeida, Antonio de Almeida foram despedidos por falta de cumprimento de
deveres por vadiar afinal.
P. 276 (13 de março de 1896)
Pedreiros: Joaquim Alves, Antonio Alves,Valentim Bertoni e 2 serventes acabaram
de fazer o paredão no chiqueiro e começaram preparar o terreno para ladrilhar.
9
local onde caem resíduos líquidos de fabricação ou água que moveu alguma instalação; vazadouro.
217
Observação: a mesma equipe comaria, a partir do dia seguinte, a ladrilhar o
chiqueiro.
P. 316 (10 de abril de 1896)
Pedreiros: rebocando os vãos dos ladrilhos.
P. 320 (11 de abril de 1896)
Carpinteiros: Eduardo Barbosa fez réguas e desimpenadeiras para os pedreiros.
P. 329 (15 de abril de 1896)
Pedreiros: Joaquim Alves, Antonio Alves,Valentim Bertoni acabaram de desmanchar
o puxado no engenho de serra e foram trabalhar na salla para refeitório dos
camaradas.
P. 330 (16 de abril de 1896)
Pedreiros: Joaquim Alves, Antonio Alves,Valentim Bertoni e 3 serventes fazendo
uma bacia pª café despolpado perto do despolpador.
P. 334 (18 de abril de 1896)
Pedreiros: Joaquim Alves, Antonio Alves,Valentim Bertoni e 3 serventes fizeram uma
bacia café despolpado perto do despolpador. Nicolla Petrocini, Marino Pietro,
Luigi Costaldo(?), Caetano Donadelli, Raphael Galante, Domenico Loberato,
Raphaele Deinere (?), João Taterezza (?) e 4 serventes nos serviços dos terreiros.
Carpinteiros: Martiniano fez réguas e desempenadeiras para pedreiros. Joaquim
Mendes fazendo eixos para carros de bois. Santino (?) Bianchi e Sylvio Mei
trabalhando na sala para refeitório dos camaradas. Bendito Arruda e Antonio de
Freitas trabalhando na machina com o Sr. Oscar Kellner.
P. 341 (2_ ?de abril de 1896)
Carpinteiros: Benedicto Arruda com Oscar Kellner continuam na machina collocando
o separador. Antonio de Freitas, Santino Bianchi pregando taboas nas paredes do
paiol de milho, Martiniano serrando e aparelhando taboas para paredes do paiol.
Joaquim Mendes aparelhando eixo para carro. Benedicto, Joaquim Zancheti,
machinista foguista serrando madeiras.
218
P. 343 (25 de abril de 1896)
Carpinteiros: Benedicto Arruda com Oscar Kellner terminarão a collocão do
separador de café. Antonio de Freitas, Santino Bianchi pregando taboas nas
paredes do paiol de milho, Martiniano serrando e aparelhando taboas para paredes
do paiol. Joaquim Mendes aparelhando eixo para carro. Joaquim Mendes terminou
o pizo do carro. Benedicto, Joaquim Zanchetti machinista foguista serrando
madeiras.
P. 346 (26 de abril de 1896)
Joaquim Zanchetti serrando madeiras. Arthur Ferreira dando pixe nos balaústres
expostos do paiol.
P. 354 (29 de abril de 1896)
Carpinteiros: Sylvio Mei e Constantino Bianchi trabalham no paiol. Antonio Freitas
aparelhando taboas para bicas do despolpador. Martiniano pregando portas no
refeitório dos camaradas. Joaquim Mendes concertando rodas de carros de bois e
Benedito Arruda trabalhando com o sr. Oscar Kellner no despolpador.
P. 356 (1º de maio de 1896)
O sr. Oscar Kellner mudou a polia do moinho de moer sabugo.
P. 359 (2 de maio de 1896)
Carpinteiros: Antonio Freitas, Santino Bianchi e Sylvio Mei concluiram serviço do
paiol e aparelharam vigotas para o pontilhão que tem de passar os vagonetes do
terreiro para a tulha. Benedito Arruda fez bica para o despolpador e trabalhou na
mesa para o refeitório dos camaradas. Martiniano fez batentes para janellas e
Joaquim Mendes fez mesas para carros de boi.
P. 361 (3 ? de maio de 1896)
Carpinteiros: Sylvio Mei e Santino Bianchi fazendo conductor para o despolpador
Martiniano fazendo batentes para janellas Antonio Freitas, aparelhando madeira
para a ponte do terreiro a tulha. Joaquim Mendes e Benedito Arruda não
trabalharam.
219
Pedreiros: Joaquim Alves e Valentim Bertoni acabaram de rebocar a casa do
despolpador e comaram a fazer um cano para o esgoto da bacia para café
despolpado. Antonio Alves, 2 serventes trabalharam na parede da casa do sr. J.
Germano e começaram a desmanchar um muro que separa os terreiros. Marino
Pietro, Luigi Castaldo, Caetano Donadelli, Raphaele Galante, Domenico Loberato,
Raphaele Deinérez (?), João Tatângelo (?), Tou........ilegível........, Torelli Alexandre,
Massaro Pietro, Felício Tatângelo, Nicolla D......., e 6 serventes no serviço dos
terreiros.
P. 369 (8 de maio de 1896)
Pedreiros: Joaquim Alves e 1 servente fazendo uma parede na casa do sr.
Germano.
Valentim Bertoni e 1 servente acabaram de caiar o muro no terreiro e trabalharam na
parede da casa do Sr. Germano. Antonio Alves acabaram (sic) de desmanchar uma
latrina no terreiro e fizeram um muro no logar da latrina. Marino Pietro, Luigi
Castaldo, Caetano Donadelli, Raphaele Galante, Domenico Loberato, Raphaele
Deimeres, João Tatângelo (?),Torelli Alexandre, Massaro Pietro, Felício Tatângelo,
Nicolla Dellicia e 6 serventes no serviço dos terreiros.
Carpinteiros: Sylvio Mei, Santino Bianchi e Benedito Arruda no conductor de café
verde do despolpador. Martiniano Barbosa acabou de fazer os bancos para o
refeitório dos camaradas. Antonio Freitas, aparelhou vigotas o pontilhão do
terreiro pª a tulha. Joaquim Arruda concertando carroções.
P. 374 (11 de maio de 1896)
Observações: vindo hoje dessa Capital chegou hoje a esta Fazenda O sr. Otto
Kellner, a fim de fazer o nivelamento na estrada daqui para a Estação.
P.376 (13 de maio de 1896)
Joaquim Zanchetti serrando madeiras e fazendo fubá e Arthur Ferreira ajudando os
carpinteiros.
Carpinteiros: Santino Bianchi e Benedicto Arruda trabalhando no conductor do
despolpador. Antonio Freitas e Sylvio Mei, fazendo uma parede de taboas no
engenho de serra. Joaquim Mendes fazendo uma grade para a bacia de café
despolpado.
220
Pedreiros: Joaquim Alves, Antonio Alves e 2 serventes desmanchando um puxado
no engenho de serra. Valentim Bertoni e 1 servente fazendo uma divisão na bacia
de café despolpado. Marino Pietro, Luigi Castaldo, Caetano Donadelli, Raphaele
Galante, Domenico Loberato, Raphaele Deimeres, João Tatângelo (?), Torelli
Alexandre, Massaro Pietro, Felício Tatângelo, Nicolla Dellicia e 6 serventes no
serviço dos terreiros.
O sr. Oscar Kellner trabalhando no despolpador e o sr. Otto Kellner ainda não voltou
da Fazenda do sr. Clodomiro.
P. 379 (14 de maio de 1896)
Foi feita a experiência no despolpador, trabalhou regularmente, menos a bica de
conduzir café verde que ficou um pouco estreita e com pouca queda, sendo preciso
mudar.
P. 381 (15 de maio de 1896)
Carpinteiros fazendo um registro para café ....ilegível... bacia no lavador. Benedicto
Arruda trabalhando no conductor do despolpador e J. Arruda concertando carroções.
Chegou hoje a esta, vindo da fazenda do Sr. Clodomiro, o sr. Otto Kellner, a fim de
fazer o nivellamento no caminho da Estação.
P. 383 (17 de maio de 1896)
Pedreiros: Joaquim Alves, Antº Alves e 1 servente fazem um puxado no engenho de
serra, digo, fazendo um paredão para calçar os baldrames no engenho de serra.
Valentim Bertoni e 1 servente acabaram o serviço da bacia do despolpador e foram
trabalhar com os outros no engenho de serra. Marino Pietro, Luigi Castaldo, Caetano
Donadelli, Raphaele Galante, Domenico Loberato, Raphaele Deimeres, João
Tatângelo (?),Torelli Alexandre, Massaro Pietro, Felício Tatângelo, Nicolla Dellicia e
6 serventes no serviço dos terreiros.
P. 387 (19 de maio de 1896)
Carpinteiros: Sylvio Mei e Santino Bianchi aparelhando madeira para a porta da
tulha para os terreiros. Sebastião Moreira e Joaquim Moreira encaibrando o telhado
do engenho de serra. Antonio F.tas dividio a porta do banheiro na casa da morada
em 2 fachas(?)
221
Tendo completado seus serviços nessa Fazenda, seguiu hoje para a estação de
Corumbataí o Sr. Oscar Kellner.
P. 394 (20 de maio de 1896)
Tendo concluído os serviços de nivellamento da estrada que vai d’esta para a
Estação, seguiu para esta Capital o sr. Otto Kellner.
P. 404 (24 de maio de 1896)
Vindo da Estação de Corumbatahy chegou hontem a esta Fazenda o sr. Oscar
Kellner, que deverá seguir amanhã para esta Capital.
P. 405 (27 de maio de 1896)
Cópia de carta:
Illmo Snr. Gerente da Cª Mechannica I. de S. Paulo
S.Paulo
Amigo e Snr.
A presente tem por fim levar ao conhecimento de V. que o snr. Oscar
Kellner portador d’esta, effectivou os serviços a seu cargo n’esta Fazenda no que
deu perfeito desimpenho. Outrossim, scientifico-lhe que o comportamento do mesmo
snr. durante o tempo que aqui esteve foi lisonjeiro.
Sou com estima
De V. Sª
João Gouvêa
P. 422 (2 de junho de 1896)
Sobre a greve dos colonos, a perspectiva é de acabar-se, retirando-se muito poucas
familias; não há novidade alguma; os chefes da greve foram postos na rua.
P. 450 (s/data)
Snr. Tintori
Seguiu hoje para esta Capital o Snr. Tintori, tendo deixado aqui um official para
completar o serviço na casa da morada. (parece ser um tanque).
222
AMRC 208 Livro de ponto. De outubro de 1895 a maio de 1896.
AMRC 166 Livro Caixa (nº 5 FSG).
De 06/02/1896 a 19/06/1896. Livro de contabilidade, folhas pautadas, manuscrito,
600 páginas, grande formato.
AMRC 125 Ponto de Colonos (por colônia, de maio de 1896 a maio de 1900)
AMRC 197 Livro Caixa (nº 6 FSG).
De 02/08/1896 a 06/06/1897. Livro de contabilidade, folha pautada, manuscrito, 496
páginas, grande formato
AMRC 100 Livro Caixa (nº 2 FSG). De 01/05/1897 a 06/04/1899..
Manuscrito, 200p.
AMRC 196 Livro Caixa (nº 7 FSG).
De 18/07/1897 a 22/05/1898. Livro de contabilidade, folha pautada, manuscrito, 500
páginas, grande formato.
AMRC 117 Diário (4)
De 19 de setembro de 1897 a 25 de setembro de 1898. 596 páginas.
Contém anotações de pagamentos e dívidas.
Como nota digna de comentário, comparecem aqui várias multas disciplinares
aplicadas a funcionários (descontadas de seus salários): por ter faltado com o
respeito ao superior, por ter abandonado seção sem consentimento, por ter recebido
estranhos em casa para pernoite sem licença, por ter lavado roupa no açude da
caixa d’água, por ter estragado portão da casa com carroça, por ter dado um tiro na
noite na Colônia, por promover barulho na Fazenda, por bater com vara no de
café ($500), por faltar ao trabalho, por andar em disparada com carroça, por brigar
na Fazenda etc.
P. 156 Fevereiro de 1898
Construções:
223
Dispendido em obras com a casa da administração: 4.298.300
Idem com casas de colonos: 1.000.000
P. 157
Construções:
Dispendido no mês de nobrº ........(?) sendo 1.419.500 em casas de colonos,
3.024.524.
Dispendido no mês de janeiro: 4.926.450
AMRC 245 Livro de ponto. De junho de 1897 a outubro de 1898.
Colônias: Grande, Boa Vista, Sto. Antonio, Sto. Eduardo, Sam José, Sam Guilherme,
S. Joaquim.
AMRC 09 Copiador (diárias) De 25 de março a 25 de novembro de 1898. 500
páginas, papel de seda, manuscrito à tinta, com problemas de conservação (papel
muito fragilizado, em função da tinta e de ressecamento).
P. 5 (30 de mao de 1898)
Ao mesmo tempo em que se ultima uma nova casa de administração, está sendo
demolida a velha (conclusão em 9 de abril, página 23).
P. 11 (1º de abril de 1898)
Deu-se começo ao nivellamento em frente a casa de moradia, removendo-se para
alli o entulho da casa que se está desmanchando.
Obs: a casa que está sendo desmanchada, provavelmente é a antiga de
administração.
P.26 (11 de abril de 1898)
Tendo sido chamado pela Com Mechanica, o machinista, Snr. Tobias ...
(ininteligível) que aqui estava fazendo concertos na machina de beneficiar café; veio
hoje para substituíl-o, a mandado da mesma Compª o Snr. Antonio d’ Atino (?)
Observação: por esta época, estão sendo efetuados serviços (não especificados)
nos terreiros, envolvendo número considerável de pedreiros (16) e serventes (7).
224
P. 84 (10 de maio de 1898)
Por esta época, estão sendo executadas obras de ampliação (augmento) do paiol.
P. 100 (19 de maio de 1898)
Carpinteiros: João Loureiro fazendo cachilios para a casa do professor e criados.
P. 135 (3 de junho de 1898)
O Snr. Colli esteve hoje tirando a planta do terreiro da fazenda.
Observação: por esta época, existia na Fazenda um Lazareto, para o qual se fez
porta.
P. 142 (4 de junho de 1898)
Correspondência encaminhada ao Illmo Snr. Gerente da Com M. Imp. de São
Paulo.
Amigo e Snr.
É portador d’esta o machinista Snr. Colli que segue para essa Capital por ter
concluído seus serviços nesta fazenda, deixando apenas um dos cabos de arame
por emendar (?) porque ainda resiste um pouco, podendo talvez trabalhar sem esse,
devendo eu avisar quando elle deve vir para esse fim.
Tenho a dizer-lhe que o Snr. Colli deixou em ordem seus serviços n’esta
fazenda.
Observação: à página 173 desse mesmo livro, correspondente à diária de 21 de
junho, encontramos uma referência que é continuidade desta notícia:
“Vindo d’essa Capital chegou hoje a esta Fazenda o machinista Snr. Colli, afim de
concertar o cabo de arame do despolpador que estava quase arrebentando.
P. 145 (6 de junho de 1898)
Na parte destinada a observações, da diária:
Recebi o memorandum de V. Sª de 5 do corrente e per.... (?) respondo:
O despolpador está de facto trabalhando perfeitamente nessa, porém o
resultado é pouco porque só despolpa a 3ª que é de café .... (?), ....., que não
225
despolpa, embora café do terreiro, visto como está por tamanho completo em grão,
agora tem é que não despolpa por ser um tanto duro.
Acho que o despolpador é uma machina completa para o fim a que se
destina.
Sobre a planta da fazenda e suas dependências, o Snr Colli a estava
tirando V. Sª. ordena em seu referido memorandum de 5 do corrente e es....nto
minucioso da casa de moradia de V. e também da casa sede da administração
com suas dimensões, .................................................(?) e que elle lhe apresentará
uma planta completa.
Em referência ao caminho da Estação, pode V. Sª ficar tranquillo que será
feito de baixo de ordem(?).
Sobre o engano da diária... ela é ...... do dia 3 do corrente e não do dia 22 do
mês passado, sendo portanto um engano do escrivão e meu, que o apurei (?)
quando assignei a ........ diária .
----------------
Observação: sobre esta máquina despolpadora, surge aqui uma dúvida: ou essa
máquina ou a anterior foi mandada para São Paulo, que na diária de 11 de junho
de 1898 (P. 156), encontramos a seguinte anotação:
O despolpador estava encaixotado prompto para ser despachado, ficando
em aguardo a espera das ordens de V. Sª.
P. 148 (7 de junho de 1898)
Consta nessa diária:
Tendo concluído seus serviços n’esta fazenda seguiu hoje para essa o Snr.
Colli, machinista da Companhia Mechanica.
P. 161 (14 de junho de 1898)
Pedreiros: Rodolpho pintando e caiando as tulhas ao lado da casa do Professor.
Observação: essa casa do Professor e criados estava sendo concluída por esta
época, que em diárias conseqüentes a essa, comparece a informão da
colocação de caixilhos na mesma (P. 163), pelos carpinteiros. A pintura desta casa
foi concluída em 18 de junho de 1898 (P. 168).
P. 181 (27 de junho de 1898)
226
Segue juncto a esta o conhecimento de um ......... com amostras de café
despolpado como encomenda e consignado a V. Sª.
Peço-lhe mostrar a alguns fazendeiros e ouvir-lhes as opiniões, pois me
pareceu não pode ser mais bonita , acho-o realmente de 1ª qualidade, quase que se
pode considerar uma belleza em café.
Duvido que no mercado tenha apparecido melhor qualidade e mais bonito.
Acho que V.Sª deve chamar a attenção do Commissário para a qualidade do
café que foi arranjado com o maior cuidado por sinal, e assim seguirão todas as
remessas de café despolpado.
No café Moka, como V. verá pela a mostra, tem alguns grãos de café
chato, isto devido ao separador, mas, que não altera a qualidade do café, sendo
também portanto muito superior.
P. 188 (1º de julho de 1898)
Logo que chegou a mobília com dois conhecimentos que .......mos junctos, mandei
transportar para esta, guardando-a na casa de moradia, conforme V.Sª ordenara.
P. 217 (13 de julho de 1898)
Chegou hoje a esta o Engenheiro Poma que veio de S. Paulo a fim de contractar a
illuminação da fazenda a gaz acetyleno, tendo voltado hoje mesmo para S.Paulo.
P. 245 (27 de julho de 1898)
Vindo de São Paulo chegou hoje a esta fazenda o empreteiro Snr. Thomaso Ferrari
(sic) tendo trazido para o serviço da Capella (?) pedreiros e (?) serventes
....ilegível... Giovanno Cala..., Delmiro ....e Caetano Donatelli, e serventes o
Francisco Maquinelli (?), Ângelo de Colla... (?), Paschoal Delu...(?) e Felício .....
Observação: apesar da importância deste registro, está muito comprometida a
possibilidade a leitura da página, devido à deterioração da tinta com que foi
manuscrita. Nas páginas seguintes, o mais encontramos os nomes especificados,
passando o grupo a ser chamado de “a turma do Snr Ferrari” (sic), dedicado a
trabalhar nas obras da Capella. Registre-se aqui que os empregados do Sr. Ferrara
trabalhavam inclusive aos domingos, ao contrário dos trabalhadores empregados da
fazenda, que guardavam os dias santos. O snr. Thomaso mesmo não ficava na
227
fazenda durante a semana, vindo inspecionar os serviços dos seus subordinados
sistematicamente nos finais de semana.
Alem da turma do Sr. Thomaso, trabalhavam para os serviços de madeiramento da
Capela os carpinteiros da Fazenda.
Aos poucos, porém, outros profissionais da Fazenda foram igualmente postos a
serviço das obras na Capela, como se pode verificar na diária de 20 de outubro de
1898 (P. 430), quando estão a serviço da Capela pedreiros e carpinteiros da
Fazenda. Em 27 de outubro de 1898 (P. 444), o administrador responde, mais uma
vez, às cobranças do Conde sobre o andamento das obras da Capella e comenta
que os serviços da Capella vão com a maior regularidade possível a...ertando-se
quanto se pode, tanto que resolvi de accordo com o Ferrara a por os pedreiros da
fazenda a serviço d’elle, conforme V. disse ter visto nas diárias; está o
telhado todo concluído e ........ em reboco no interior e no exterior, simultaneamente
tendo também officiaes na torre, que já vai bem adiantada.
Em 12 de novembro do mesmo ano, encontramos referência tamm a serviços
prestados pelos ferreiros da fazenda às obras da capela, na confecção de ferragens.
Por esta época trabalhavam na fazenda como pedreiros: Antonio Vieira, Joaquim
Alves, Moura Giuseppe, Felício Tatangelo, João Tatangelo, Rodolpho Velloso,
Palmiro Pardine (?), Valentim Bertone.
P. 260 (3 de agosto de 1898)
O Snr Thomaso Ferrari (sic) trouxe para trabalhar na Capella mais um pedreiro
(nome ilgível) e dois serventes Trentonelle (?) .... e Paschoal ....(?).
P. 266 (5 de agosto de 1898)
Tendo concluído o accentamento da illuminação a gaz aceptileno n’esta fazenda,
seguio para S. Paulo o engenheiro Snr. .... (Moura?).
AMRC S/Nº Contas correntes (nº 8 FSG).
De 30/06/1898 a 30/07/1899. Livro de contabilidade, folha pautada, manuscrito, 600
páginas, grande formato
228
AMRC 209 Livro de Ponto. De agosto de 1898 a fevereiro de 1900. Sem numeração
das páginas, manuscrito.
AMRC 195 Contas correntes (nº 9 FSG).
De 30/08/1898 a 20/12/1900. Livro de contabilidade, folha pautada, manuscrito, 600
páginas, grande formato
AMRC 136 Livro Caixa (nº 5 FSG).
De 25/09/1898 a 31/07/1899. Livro de contabilidade, folha pautada, manuscrito, 500
páginas, grande formato.
AMRC 08 Copiador (sem nº FSG).
De 29/08/1899 a 22/12/1899. Manuscrito a tinta, papel de seda, 200 ginas. Em
más condições para manuseio.
Observação: parece haver dois livros com o mesmo mero na classificação do
arquivo.
AMRC S/Nº Livro de colheita 1899 (estende-se até junho de 1902).
Controle de entrega do café colhido pelos colonos. Sem numeração FSG,
manuscrito,a tinta.
AMRC 97 “Diário 7” (código da Fazenda) Borrador limpo
De 31 de janeiro de 1900 (p. 1) a 31 de julho de 1900. 400 páginas.
AMRC 112 Diário (nº 8 FSG). Controle de despesas de funcionários.
De 31 de janeiro de 1900 a 13 de fevereiro de 1901.
AMRC 221 Março de 1900
“Livro de ponto para empregados da fazenda Santa Gertrudes”
AMRC 11 Copiador (Livro 9 FSG). De 06/11/1900 a 03/05/1901. 299 páginas
numeradas, papel de seda, manuscrito. Boa parte das páginas internas apresenta
problemas de visualização do texto, pela diluição da imagem.
229
Nesta época, assinava as diárias pelo administrador, Sebastião Garcia Veiga, depois
Domingos Fernandes.
Final de 1900/ início de 1901.
Por esta época, pedreiros trabalham no serviço de um novo moinho. A turma do Sr.
Tommaso Ferrara estava em serviço de novos terreiros.
P. 153 (11/02/1901)
Observações: Estiveram hoje n’esta Fazenda vindos de Rio Claro os snrs. Fernando
Arens, Frederico Sydon e um Engenheiro Electricista. Tomaram apontamentos para
o orçamento do motor electrico que V. Sa. deseja montar na Fazenda. O snr.
Fernando Arens foi passear na .......? .... , Iracema onde vio os grandes Jequitibás.
P.172 (20/02/1901)
Pedreiros: Valentim e Bergamino estiveram alargando os ventiladores da casa da
tulha.
P.298 (03/05/1901)
Carpinteiros: Firmino Cruz esteve trabalhando em serviço do puxado entre as casas
da machina e da tulha
AMRC 274 Copiador nº 7.
De 26 de dezembro de 1900 a 30 de setembro de 1901. Manuscrito a tinta, folhas de
papel de seda, em precário estado de conservação, 401 páginas.
P. 20 (6 de janeiro de 1900)
Seguiu hontem para S. Paulo o Snr. Constante (pintor) empregado da casa do Snr.
Conrado Sorgenicht e Compª que aqui se achava em serviço da Capella.
Pedreiros:...assentamento dos despolpadores.
Por essa época, referência aos serviços de nova instalação dos despolpadores e
lavadores de café.
P. 37 (19 de janeiro de 1900)
230
Carpinteiros: Braga, Loureiro (?), Fernando e Avelino continuam trabalhando em
serviço da casa, para assentamento dos despolpadores (sempre com um Snr. Colli).
P.90 (5 de março de 1900)
O engenheiro Dor Daniel Gomes de Almeida trabalhou hontem e hoje com 6
pessoas medindo o perímetro que esta fazenda ocupa na Fazenda de São Joaquim.
P. 95
Para Joaquim Egydio seguiu hontem o Dor Daniel de Almeida, engenheiro civil que
aqui esteve medindo o perímetro que esta fazenda ocupa na Fazenda “São
Joaquim.
P. 154 (29 de 1bril de 1900)
Inaugurou-se hoje a nova installão, não tendo os despolpadores dado um bom
resultado, devido a não estar ainda regularizado o serviço, tendo sido bento por Frei
Urbano Cidad, que veio de S. Paulo, juntamente com Frei Cicilio Moreno.
Assistiram a inauguração: Dor Alvaro Guims que veio hoje de S. Paulo, Sens José
Levy, vindo de sua fazenda Ibicaba, Snr. Theodoro de Paula Carvalho, vindo de Rio
Claro e Dor Daniel de Almeida engenheiro que aqui se acha em medição da
fazenda.
P. 158
Carpinteiros: em serviço das pontes para a casa dos despolpadores.
No mesmo dia, um pedreiro e um servente trabalham desmanchando a casa velha
do despolpador.
P. 167-8
Peço a V. S ª o f. de remeter ...... as seguintes ferragens para os commodos em
construção na casa de Moradia de V Sª: 12 pares de dobradiças de 4 pol. de pregar
nas juntas, 2 fechos de 60 cent. (?), 2 ditos de 22 cent. e 2 fechaduras para portas e
mais 12 pares de dobradiças para os conductores dos despolpadores.
P. 185 (21 de maio de 1900) Carta:
231
Ilmo. Snr. Conrado Sorgenicht e Cª
São Paulo
Amigos e ....(?)
É portador d’este o Snr. Constante que com seu companheiro voltaram para
ahi em virtude de não servir o papel que trouxeram e por não terem trazido roupas
para esperarem aqui.
Do dia ....(?) em diante, poderão então .....(?), n’essa occasião as paredes
dos novos puxados que agora não ....(?) ainda acabar por acharem verdes, pois
acharão em condições de serem pintadas devendo eles trazerem o necessário.
Sou com estima e consideração
De V S ª
Am ª Obrg ª e Cr ª
Domingos Fernandes
Continuam as obras do puxado da cozinha da casa de moradia.
P. 282 (24 de junho de 1900) Carta:
Ilmos Snrs Arens Irmãos
Jundiahy
Amigos e Snrs.
Com a presente remeto-lhes um conhecimento e 4 volumes machina levando
(?), que conforme o Snr. Frederico Sydom (?) ahy explicará a V. S ª deverão
consertal-as.
Sou com estima e consideração
De V S ª
Am ª Obrg ª e Cr ª
Domingos Fernandes.
232
P. 293
Distancia kilometrica
Da “Fazenda de Santa Gertrudes”
à Estação- “Santa Gertrudes’-
da Linha Ferrea – Companhia Paulista m
Da Sede à Porteira da testada da Fazenda: 1,185.00
D’esta ao crusamento da Estrada da Limeira 682,40
D’este ao marco do aterro 884,20
D’este à Estação da Linha Ferrea 1 215,00
No total de 3,966.00
pela medição feita pelo
Engenheiro Civil Dor Daniel Gomes de Almeida
P. 311 (1º de agosto de 1900)
Pedreiros trabalhando na obra do novo moinho.
P. 325
Preços de trilhos e vagonetes (750 l) para a fazenda.
Construção de Casa de Pharmacia e conserto do Escriptorio. (setembro de 1900)
AMRC 114 Livro caixa da Fazenda Santa Gertrudes 1901.
Pagamentos feitos a colonos, ao padre...
AMRC 167 Colheitas de café. De 1901 a 1909.
Livro especifica, por colônia, a produção, em alqueires, de cada colono, mês a mês,
e a importância.
AMRC 249
Livro de ponto de Colonos da Fazenda Santa Gertrudes do Ex.mo Snr. Conde de
Prates.
1º de junho de 1901.
233
Sem discriminação das funções (apenas o nome dos funcionários).
AMRC 199 Livro de Contas Correntes (nº 11 FSG) 1902.
Livro de contabilidade, 300 p, manuscrito.
AMRC S/Nº Livro de colheita 1902 (estende-se até 1904).
Controle de entrega do café colhido pelos colonos. Sem numeração FSG,
manuscrito,a tinta.
AMRC 124 Livro-caixa (1902 a 1905)
AMRC 110 Livro Caixa (nº 11 FSG).
De 24/01/1902 a 12/04/1913. Livro de contabilidade, folha pautada, manuscrito, 500
páginas, grande formato.
AMRC 174 Costaneira “número 2” Iniciado em 3 de setembro de 1902 .
Sem relevância para a pesquisa: anotações de consumo dos trabalhadores da
Fazenda.
AMRC 222 Livro de ponto. De junho de 1902 a abril de 1904.
AMRC 225 Livro Caixa (nº 12 FSG).
De 25/10/1902 a 30/06/1905. Livro de contabilidade, folhas pautadas, manuscrito,
300 páginas, grande formato..
AMRC 120 Livro Caixa (sem nº FSG).
De 12/04/1903 até 06/11/1905. Livro de contabilidade, folha pautada, manuscrito,
612 páginas grande formato.
AMRC 223 Livro de ponto. De maio de 1904 a mao de 1905.
AMRC S/Nº Livro de colheita 1904 (estende-se até 1906).
Controle de entrega do café colhido pelos colonos. Sem numeração FSG,
manuscrito,a tinta.
234
AMRC 247 Livro de ponto de Colonos da Fazenda Santa Gertrudes do Exmo Snr.
Conde de Prates. 1º de junho de 1904.
Sem discriminação das funções (apenas o nome dos funcionários).
AMRC 270 Fazenda de Santa Gertrudes/ Registro de reprodução de Gado Bovino,
Muar e Cavallar // 1. 1904, 1905, 1907, 1913. O título explica o conteúdo, mas
vale aqui registrar que uma quantidade imensa de nomes dados ao gado
reprodutor da Fazenda, muito pitorescos.
AMRC 275 Copiador diárias. Começa em 18 de abril de 1904, vai até 4 de janeiro de
1905. Neste período era Director Geral o Sr. Mário Simões Coelho.
Observação: livro manuscrito à tinta, folhas de papel de seda, 500 folhas.
P. 5 (20 de abril de 1904)
Carroceiros puxam tijolos para a construção de uma ponte na roça nova de Santa
Cruz. Tamm material para construção de um chiqueiro, pela turma do Snr.
Tommaso.
P. 9 (22 de aril de 1904)
Carroceiros: Alexandre e Domiciano, com dois puxadores foram à Estação buscar
trilhos para vagonettes e vagonettes e puxaram tijollos para os alicerces do cercado
da mangueira
10
do chiqueiro.
P. 14 (25 de abril de 1904)
Seguiu hontem para S. Paulo, devendo regressar amanhan o mechanico Emiliano
Margaritelli.
Obs.: Esse Sr. Margaritelli aparece em outros registros como sendo responsável
pelo conserto dos despolpadores e do “vapor”.
P.18 (27 de abril de 1904)
10
Mangueira é um curral ou cercado para animais, mais comumente, gado.
235
Vindo de S. Paulo chegou hoje a esta o Snr. Emiliano Margaritelli (mechanico).
Como os colonos fossem n’estes dias consertar o caminho de Rio Claro por ordem
da Camara e ficassem por este motivo com o serviço um pouco atrazado, rogo a
V.Ex ª dar-me ordem para iniciar a colheita do corrente anno no dia 4 e não no dia 3
de maio pp, conforme V. Ex ª me ordenou.
P. 23 (30 de abril de 1904)
Margaritelli e Delnere assentando o esbrugador
11
de café.
P. 85 (6 de junho de 1904) Carta:
Exmo Snr Conde de Prates
São Paulo
Exmo Snr
Como o encannamento que conduz agua para o jardim da Capella é muito
pequeno e alem disso no tempo das chuvas sai agua turva, não pode aproveitar-se
o mesmo para fornecer agua para o lavatório que vai ser assente na sachristia da
Capella.
Acho de conveniência assentar um novo encanamento que leve água que
vem de Sto Eduardo por esta água estar sempre limpa, podendo começar da porta
da administração, seguir pelo logar onde tem as tulhas em direção à tulha, até
chegar ao caminho da Capella e d’alli até o jardim da mesma, precisando-se para
esse serviço de 210 metros de canno, de ¾ de polegadas e que rogo a V. Ex ª
mandar remetter para esta caso V. Ex ª concorde com o acima exposto.
Respeitosamente cumprimento V. Ex ª com o mesmo respeito me assigno.
De V Ex ª
Am ª Obrg ª e Cr ª (?)
Mario Simões Coelho
P. 91 (8 De Junho De 1904)
11
Esbrugador: descascador.
236
Acha-se nesta um empregado da Companhia telephonica de Rio Claro, afim de fazer
a installação do telephone n’esta fazenda.
P. 92 (9 de junho de 1904) Tempo duvidoso.
Carreiros: Raymundo com um candieiro puxou tóras. Leandro e Ramiro, com dois
ditos, acabaram de puxar os postes para o telephone.
Carroceiros: Alexandre e Domiciano, com 2 puxadores, puxaram pedras para o
aprisco(...). Bertulaso puxou materiais para o alicerse a construir-se na mangueira
dos animaes de carroça.
Turmas: (...) e a turma do Snr. Tommaso em serviço de paredão do Aprisco.
P. 99 (14 de junho de 1904)
Foi hontem inaugurada a linha telephonica d’esta fazenda com Rio Claro.
referência, nestes diários, ao conserto da antiga Casa de Máquinas da Colônia
de Santa Cruz.
P. 151 (12 de julho de 1904)
Rogo a V. Ex ª mandar remetter para esta 380 metros de canno de 2 polegadas,
para o encannamento d’água para o engenho de Santa Cruz.
P. 154 (14 de julho de 1904)
A turma de trabalhadores do Snr Tommaso Ferrara, que trabalha na construção
do Aprisco passa a trabalhar no augmento da estrumeira. Nesse dia registro do
transporte, pelos carroceiros, de pedras para a estrumeira.
P. 163 (19 de julho de 1904)
Para conduzir a agua da bica da Graneleira (Caneleira?) para o engenho são
necessários 380 metros de canno. Como V. Ex ª remettesse para esse fim 281
metros, rogo mandar remetter os 99 de diferença. Rogo também a V. Ex ª mandar
remetter para esta 12 breques para carroções e uma quartela de óleo de machina.
Observação:
237
Crisma foi ministrada na Capella da Fazenda pelo Revmo Monsenhor Scalabrini,
Bispo de Pìacenza, em 1º de agosto de 1904.
P. 203 (8 de agosto de 1904)
Carroceiros trazem tijolos para as obras do Aprisco e pedras para a estrumeira.
P. 211 (11 de agosto de 1904)
De hontem para hoje, violento fogo que passou dos pastos da fazenda S. Bento,
queimou todo o sapezeiro e uma pequena tira de matto nas terras de propriedade de
V. Ex ª no Botafogo.
Fui hoje receber definitivamente o sítio por V.Ex ª comprado ao snr. Candido
Barbosa Guimarães. O sino que ali tinha , o snr. Barboza o havia levado e
vendido.
P. 223 (18 de agosto de 1904) Carta:
Exmo Snr. 18 de agosto de 1904
Conde de Prates
São Paulo
Exmo Snr.
Conforme as instruções de v. Ex ª, tenho feito constar aos colonos o novo
trato para o anno agrícola de 1905. Assim mesmo os colonos não se mostram
satisfeitos e já 20 famílias das melhores pediram a demissão. Por esse motivo é que
passo a expor a V. Ex ª os tratos das fazendas vizinhas. Ibicaba: paga 70$000 rs por
mil pés; 500 rs o alqueire para colher de uma vez e 600 rs para colher
primeiramente o maduro. Deixa plantar em todo o cafezal uma cova no vão de 4 pés,
excepto em 1500 pés que cada família grande ou pequena não planta nada. Além
disso, dá terras para fora. Paraguasssu: paga 60$000 rs por mil pés, 500 rs o alqre e
deixa plantar duas ruas de milho em metade do cafezal. Água Branca: paga 60$000
rs por mil pés, 600 rs por alqre e deixa plantar 2 covas no vão de 4 s em todo o
café velho e uma rua nos cafés novos. Itaúna, Faxina, S. Bento e Sampaio pagam
50$000 rs, 400 rs p/ alqre e plantam uma rua em todo o cafezal. Consta que estas
últimas ainda não melhorou o trato.
Aqui, até esta data só estão justas 3 famílias.
238
Sem mais me assigno com todo o respeito.
De V Ex ª
Am ª Obrg ª e Cr ª (?)
Mario Simões Coelho
AMRC 170 Contas correntes (nº 13 FSG).
De 01/01/1905 a 20/12/1905. Folha pautada, manuscrito, 300 páginas, formato
grande e estreito.
AMRC 109 ( janeiro a agosto de 1905)
Livro copiador. Guarda cópias de diárias e correspondência da Fazenda. 500
páginas, papel de seda, manuscritas.
P. 1 (4 de janeiro de 1905)
... a turma do snr. Tommaso não estrabalhando somente na calçada da bacia da
casca do café despolpado, devido a não ter pedra escolhida que chegue para fazer
aquelle serviço. O serviço de ladrilhamento da cocheira nova foi concluído hontem
conforme foi dado na diária.
P. 6 (7 de janeiro de 1905)
Carpinteiros: Fernando, Ezequiel, Loureiro, Mofatto e Janine (?), com um camarada,
em serviço das novas cocheiras.
Pedreiros: Valentim, Manoel e João, com 3 serventes, em serviço dos cannaes dos
terreiros.
Carroceiros: Alexandre e Camundá com 3 puxadores, puxaram pedras para o
Quadrado. Ribeirão e Monteze puxaram areia para a ponte que vae de S. Joaquim
ao café de Sta. Cruz.
P. 23 (15 de janeiro de 1905)
Observações: por ser domingo, só trabalhara até as 9 horas: Luiz e Vicente com ...?
camaradas limpando o pasto dos suínos. Trabalhou o dia inteiro a turma do snr
239
Tommaso, em serviço da parede no lugar do antigo monjollo e concertando o
ladrilho do Aprisco.
P. 31 (19 de janeiro de 1905)
Pedreiros: Valentino, Manoel e João com 3 serventes , acabaram o serviço dos
cannaes dos esgottos dos terreiros.
Nota: por esta época, estavam sendo realizados serviços de reparo da ponte
próxima ao portão de acesso à Fazenda. Terminada a construção da nova cocheira,
encontramos referências à reforma da antiga.
P. 97 (20 de fevereiro de 1905)
Pedreiros: Valentim, Manoel e João, com 3 serventes, em serviço dos paredões de
guarda do aterro da ponte perto ao portão da entrada da Fazenda.
Nota: nessa mesma diária é citada a demolição da antiga estribaria (sic), P.98. Por
esta época, também, estavam sendo feitas, pelos carpinteiros da Fazenda, janelas
para os fundos dos armazéns
.
P. 109 (25 de fevereiro de 1905)
Observações: Tendo 1 eixo da transmissão da roda d’água , quebrado hoje, eu irei
amanhã à Fazenda Ibicaba afim de ver se alli poderá ser concertado. No caso
negativo, será necessário V. Exa. mandar um mechanico d’ahi.
Mario Simões Coelho
P. 111 (26 de fevereiro de 1905)
Observações: Como se não conseguisse até agora arrancar os pedaços do eixo da
transmissão da roda d’água, é que não fui hoje à fazenda Ibicaba, conforme disse na
–diaria- de hontem.
Mario Simões Coelho
P. 112/113 (27 de fevereiro de 1905)
Angelino, com mais 5 camaradas, abrindo os alicerces para a ponte perto ao lugar
do embarque do café.
Esta construção será feita em pedra. Ainda, em Observações:
240
Hoje fui à fazenda Ibicaba e fallei com o snr. Levi, para que permitisse ser feito no
torno das officinas d’aquella fazenda o concerto necessário no eixo da transmissão
da roda d’água d’esta, ao que elle promptamente acedeu. Porém, como aqui o
tenho uma pessoa que tenha pratica de trabalhar com torno, rogo a V. Exa. mandar
um mechanico afim de fazer este serviço.
Mario Simões Coelho
Nota: o Conde enviaria, no dia 11 de março, o mecânico Alexandre Mortari, mas que
não sabia fazer uso do torno (P.140), o que parece ter contrariado o Diretor Geral da
Fazenda. Um novo eixo, de aço, chegaria à Fazenda em 21 de março (P. 160).
À p. 144, o Diretor geral escreveria, em suas observações:
...Também seguiu hoje para Campinas o snr. Alexandre Mortari, não tendo
conseguido fazer serviço algum.
P. 133 (8 de março de 1905)
Observações: foi hontem retirada da Estação um cx com vidros para aqui remettido
pelo snr Conrado Sorgenicht.
P. 138 (10 de março d 1905)
Nesta data, comam os serviços preliminares necessários à construção de 3
grupos de casas de colonos em Santa Cruz: estavam “aplanando” o terreno.
P. 143 (13 de março de 1905)
Pedreiros: Valentim, Manuel e João, com 3 serventes, em serviço da parede que
cahiu perto à Casa da Serra.
Carroceiros: Alexandre e Camundá, com 2 puxadores, puxaram pedras para o
recalçamento da parede entre a Tulha e o Moinho.
P. 205 (12 de abril de 1905)
Nesta data, encontrava-se a turma do snr. Tommaso em serviço das paredes do
quarto da cal.
P. 243 (30 de abril de 1905)
241
Por uma observação, abaixo transcrita, pode-se deduzir que a Fazenda possuía um
serviço particular de telefonia, ligando a sede à Estação de Santa Gertrudes. Os
postes necessários a esta instalação foram aproveitados como suporte da linha
telefônica que ligava a Central Elétrica de Rio Claro à Fazenda (p. 168, anotação
do dia 25 de março de 1905).
Um empregado da Companhia Paulista , que aqui chegou hontem afim de concertar
o telephone de serviço particular d’esta para a Estação, não tendo podido concertal-
o aqui, seguio hoje para Campinas afim de alli o concertar.
Observação: Este telefone retornaria á Fazenda no dia 7 de maio (P. 259).
P. 254 (5 de maio de 1905)
Pela correspondência trocada entre o administrador Mario Simões Coelho e o Major
José Jacyntho de Moraes, Intendente Municipal de Rio Claro, podemos inferir que a
Fazenda prestava serviço, um dia ao ano, gratuitamente, para manutenção dos
caminhos municipais, além de manter, por conta própria, a estrada que ligava a sede
à Estação ferroviária.
P. 282 (17 de maio de 1905)
Observações: vindo de São Paulo, chegou hoje a esta o snr. Henrique Villeneuve,
Redactor chefe da Revista France-Brésil, que veio afim de tomar apontamentos para
a referida revista.
Seriam esses apontamentos os que serviram de base para o texto de Charles Hue,
publicado em 1907?
O Sr. Henrique Villeneuve voltaria a São Paulo no dia seguinte, como registra a
diária de 18 de maio (p. 286)
P. 287 (19 de maio de 1905)
Carpinteiros: Fernando e Mofatto fazendo uma casa para cachorros pegada à Tulha
nova.
Estende-se várias semanas a construção de casas para colonos na
colônia de Santa Cruz, feitas por empreitada (um Sr. Martins seria o responsável
242
pela obra, talvez vinculado ao Sr. Tommaso Ferrara?). São constantes os pedidos
de remessa de barricas de cimento e vagões de cal endereçados ao Conde pelo
Administrador da Fazenda, indicando o ritmo e a intensidade das obras. Tijolos
fabricados na própria Fazenda e pedra dali mesmo extraída também são
constantemente citados.
Ainda por esta época está sendo construído um canal junto à Casa da
Máquina de beneficiar café. O canal, ao que indicam as anotações em diárias,
estava sendo feito em pedra e utilizando um mero grande de empregados, sob o
comando do Sr. Tommaso. Não raro, a turma do sr. Tommaso trabalha aos
domingos, tamm, dia em que ele costuma ir à Fazenda.
Na colônia de Santa Cruz, tamm uma turma do sr. Ferrara es cuidando
da reforma do alambique de aguardente, incluindo um desaterro da casa do
Engenho.
Registre-se aqui que a atividade de extinção de formigas é constante, todo dia
aparece registro disso.
P. 322 (2 de junho de 1905)
Carpinteiros: Fernando, Ezequiel e Mofatto assentando os trilhos para os vagonetes,
no chiqueiro.
P. 363 (20 de junho de 1905)
Nesta data uma referência ao Mirante do Morro, indicando que se
encontrava construído.
P. 382 (28 de junho de 1905)
Nesta data foi assentada a guilhotina recém chegada para matar porcos, no
chiqueiro.
P. 395 (3 de julho de 1905)
Pedreiros: Valentim e um pedreiro da turma do snr Tommaso, acabaram de fazer o
patamar para abater suínos no chiqueiro e juntos com Manoel e João, com 10
serventes, trabalharam no canal perto à casa da machina de beneficiar café.
P. 406 (8 de julho de 1905)
243
Pedreiros: Valentim, Manoel e João, com 9 serventes, acabaram o canal perto á
casa da machina, começaram cimentando as paredes em volta das bacias do
“Chiqueirão” e começaram também a desmanchar as paredes em volta do armazém
para fazel-as novas.
P. 428 (18 de julho de 1905)
Nesta data estava sendo fabricada aguardente no alambique da colônia de Santa
Cruz.
P. 457 (30 de julho de 1905)
Colonos interessados na compra da aguardente fabricada no alambique de Santa
Cruz.
P. 458 (31 de julho de 1905)
Pedreiros: ... rebocando as paredes dos “Armazéns por dentro, e ladrilharam a casa
dos cachorros pegada à tulha nova.
P. 473 (7 de agosto de 1905)
Estava sendo desaterrado o lugar para a nova cocheira, perto do estábulo e aterrado
o novo pomar “abeirando” o tanque.
P. 494 (16 de agosto de 1905)
Pedreiros: Valentim, Manoel e João, com 4 serventes e a turma do snr. Tommaso,
em serviço de pilares para a porteira que dá passagem dos terreiros para o pasto da
Cocheira.
AMRC 35 Copiador De 19 de agosto de 1905 a 2 de abril de 1906. 500 páginas,
papel de seda, manuscrito, à tinta.
P. 23 (28/08/1905)
Carpinteiros: Fernando, Ezequiel e Panne, assoalhando e forrando o logar perto às
ferragens da roda d’água da serra, para servir de depósito de farello. Loureiro
fazendo portas e janellas para as casas novas de Sta. Cruz.
244
Pedreiros: Valentim e João, caiando a parede perto do novo poro dos terreiros.
Manoel, com seis serventes e a turma do snr. Tommaso, em serviço do paredão dos
terreiros, próximo à casa da machina de benefício de café.
P. 44 (04/09/1905)
Observações: vindo de S.Paulo chegou hoje a esta o distinto artista photographo
Valério Vieira, que aqui vem para tirar uma vista panorâmica d’esta fazenda, tendo
sido portador de uma carta de V. Exa.
Observação: esse profissional permaneceria na fazenda até o dia 7 de setembro de
1905, conforme registrado na diária da página 54.
P. 83 (21/09/1905)
Pedreiros: Valentim, Manoel e João, com 7 serventes e a turma do snr. Tommaso
em serviço do paredão entre o portão da entrada dos terreiros e o gazometro.
P. 157-8 (24 de outubro de 1905)
Observações: devido a hontem às 8 ½ horas da noite ter-se manifestado grande e
violento incêndio na casa das machinas de beneficio de café da fazenda Ibicaba, o
qual incêndio destruio não só o edifício como também todos os machinismos que ahi
existiam inclusive o motor electrico, desde esta hora até hoje as 9 horas da manhã
que não teve corrente electrica nesta fazenda, devido naquela se terem queimado
os fios que tem comunicação com as instalações d’esta.
Fui hoje por curiosidade ao local do incêndio na Fazenda Ibicaba. Alli o snr. Levy
pediu-me para escrever a V. Exa. contando-lhe o ocorrido e pedisse a V. Exa. que o
auxiliasse com algumas madeiras até que ele possa montar a serra, visto que o
incêndio destruiu também as officinas e as madeiras que ele tinha empilhadas
próximo ao local. Queimou também 4000 arrobas de café. No mesmo local encontrei
o snr Egon, gerente da Central electrica de Rio Claro e disse-lhe que visto ele não
poder concertar o motor electrico desta fazenda (que continua esquentando) eu
pediria a v. Exa. que mandasse de São Paulo uma pessoa que entenda afim de que
o concerte. Este pediu-me para não o fazer que ele mesmo chamaria uma pessoa
para o concertar.
245
P. 159 (25 de outubro de 1905)
Carpiteiros: Fernando, Ezequiel e Panne fazendo um portão novo para a entrada
dos terreiros. Louveiro concertando carroções.
Pedreiros: Valentim e Manoel com um servente, passando pixe na bica e no inferno
da roda d’água da serra João com 3 ditos, fazendo o telhado do novo rancho de
carroças e a turma do snr Tommaso com 3 ditos, em serviço do dito telhado e dos
pilares para o paredão da entrada dos terreiros.
Carroceiros: Ribeirão, com um puxador, puxou pedras para os pilares da nova
cocheira – Apparecido, Attilio, Clemente, Carvalho, Romeiro, levaram café à Estação
e puxaram tijollos e areia para os pilares do portão da entrada dos terreiros.
P. 161 (26 de outubro de 1905)
Pedreiros: Manoel e João com 4 serventes, embussando o telhado do rancho novo
das carroças. Valentim, com um dito, passando pixe na bica da roda d’água do
Moinho e no inferno da mma. a turma do snr Tommaso, em serviço do telhado do
novo rancho das carroças e dos pilares do portão da entrada dos terreiros.
P. 168 (29 de outubro de 1905)
Observações: Devido ao escrivão desta ter ficado doente, com angina na garganta,
da qual proveio muita febre, desde o dia 25 do corrente até hontem, não seguiram
as diárias desses dias nas respectivas datas.
Acha-se nesta a carta de V. Exa. de 27 do corrente. Como à tarde a recebesse,
amanhã cedo irei cumprir as ordens de V. Exa. perante o snr Jo Levy.
Como até hoje não tinha vindo pessoa nenhuma examinar o motor da machina de
beneficio, interroguei hoje o snr Egon, Gerente da Central Electrica Rio Claro, ao
qual ele respondeu-me que não havia ainda chamado ninguém; como o motor
continua esquentando muito e temendo eu que aconteça algum desastre, rogo a V.
Exa. mandar uma pessoa entendida afim de concertar.
Mario Simões Coelho
P. 170 (30 de outubro de 1905)
Observações: ... Conforme as ordens de V. Exa., fui hoje à fazenda Ibicaba
apresentar os sentimentos de pezar e fazer os offerecimentos em nome de V. Exa.,
ao snr José Levy, o qual pediu-me para muito agradecer a V. Exa.
246
Mario Simões Coelho
Observação: por esta época estavam sendo construídas novas casas na colônia de
Santa Cruz.
P. 177 (2 de novembro de 1905)
Observações: ... Seguio hoje para S. Paulo o snr Carlos Holbers, engenheiro
electricista, que aqui examinou o motor electrico e lhe fez alguns reparos, ficando o
mmo funcionando regularmente. Disse-me o snr Carlos que deveria reclamar da
Empresa de Rio Claro, para que ela mande isolar os fios conductores de corrente
electrica que passam debaixo do soalho, do motor à caixa de resistência, visto não
estarem convenientemente isolados pelo que offerecem perigo de incêndio. Aguardo
ordens de V. Exa. a respeito.
Mario Simões Coelho
P. 180 (4 de novembro de 1905)
Pedreiros: Valentim, Manoel e João, com 4 serventes, concertando a antiga
Estrumeira, onde foi desmanchada a divisão do meio e a turma do snr Tommaso,
em serviço dos pilares para o novo portão da entrada dos terreiros.
Observações: ... Conforme as ordens que v. telegramma recebi hoje, de V. Exa., fiz
parar o motor electrico da machina de beneficio as 2 horas da tarde. O snr Egon
amanhã virá isolar convenientemente os fios conductores de força electrica do mmo
motor.
P. 186 (6 de novembro de 1905)
Observações: ... (palavra ilegível) anexo, aqui angariada, por ordem de V. exa, em
benefício das victimas dos terremotos da Calábria, importa em 580#000 R, achando-
se em meu poder. (trecho ilegível) Rogo a V. Exa. ..... a quem devo entregar essa
importância.
P. 207 15 de novembro de 1905
Pedreiros: Valentim, Manoel e João, com 3 serventes, em serviço dos pilares da
nova Cocheira e a turma do snr Tommaso, com 3 ditos, ladrilhando o logar onde
está sendo assente o “Torno” e em serviço dos pilares para o novo portão da
entrada dos terreiros.
247
P. 211 (17 de novembro de 1905)
Observações: ... Grassa em grande intensidade nesta fazenda, assim como em todo
o Município, o sarampo.
P. 216 e 217 (20 de novembro de 1905)
Pedreiros: Valentim, Manoel e João e a turma do snr Tommaso com 6 serventes,
aparelhando pedras para os alicerces da nova tulha a ser feita perto à tulha do café
verde.
Carroceiros: .. Gonçalves e Armando puxaram areia para a nova tulha a ser
construída.
Observações: recebi nesta a carta de V. Exa, de 19 do corrente ...(ilegível) inando
a tulha que vae ser feita, no ângulo da quadra do terreiro, onde se acha a tulha de
café verde conhecida, e sendo a que vae construir-se das mmas dimensões da
construída, apenas ficará, entre uma e outra, um vão de 9m,... (ilegível: 10?)
centímetros. A tulha se acha por mim alinhada, devendo amanhã iniciarem-se os
serviços dos alicerces da mesma.
P. 233 (28 de novembro de 1905)
Carpinteiros: Ezequiel, Loureiro e Panne, com um camarada, em serviço do
madeiramento da Coudelaria em construcção.
Observação: essa coudelaria aparece mais adiante (página 235) como sendo
próxima ao estábulo.
P. 252 (6 de dezembro de 1905)
Observações: Hoje às 4 ½ horas da tarde, manifestou-se fogo na palha de café que
se acha amontoada atráz da casa das machinas de beneficio. O fogo que foi
produzido pelo calor natural em conseqüência das últimas chuvas que produziram a
fermentação, foi logo extinguido a baldes d’água, tendo-se ar...edado (?) toda a
palha que se achava encostada às paredes da machina. Graças a Deus não houve
prejuízo nenhum a registrar-se, mais que o susto. Todo o pessoal d’esta com
excepção das colônias Santa Cruz e S. Guilherme, abandonou o serviço em que se
occupava vindo auxiliar a extinção do fogo. Às 9 horas da noite, ficou esse serviço
248
concluído. As mangueiras também auxiliaram bastante, mas deixaram muito a
desejar, devido à falta de pressão da água.
Mario Simões Coelho
P. 263 (12 de dezembro de 1905)
Pedreiros: Valentim, com 2 camaradas, desmanchando as casas do grupo Paraizo
Manoel e João com 7 serventes e a turma do snr Tommaso, em serviço da nova
tulha em construção.
P. 272 (16 de dezembro de 1905)
Pedreiros: Manoel e João, com 7 serventes e a turma do snr Tommaso estiveram
telhando a Coudelaria um pedreiro da turma do snr Tommaso, assentando as
grades do mirante do Morro Alto.
P. 297 (28 de dezembro de 1905)
Neste dia chegou à Fazenda um novo britador. Conforme relato à página 298, o
carreo que o carregava atolou na subida próximo à Central Electrica. Agora só em
fazendo tempo bom é que poderá-se trazer.
P. 301 (30 de dezembro de 1905)
Pedreiros: Valentim, Manoel e João com 7 serventes e a turma do snr Tommaso,
fazendo uma parede de arrimo aos alicerces da parede da casa de machina de
beneficio de café.
P. 310 (3 de janeiro de 1906)
Observações: Pelo primeiro trem chegou hoje a esta o engenheiro electricista snr A.
J. Byington, que me entregou uma carta de V. Exa., datada de 27 de Novembro do
anno pp. Depois de ter elle examinado a installão electrica desta fazenda seguio,
à tarde, a cavallo, para a fazenda S. José, do Dr. Francisco Villela de Paula
Machado.
Por esta época, continuam, em ritmo acelerado (pelo número de trabalhadores
mobilizados), as obras da nova tulha.
P. 339 (17 de janeiro de 1906)
249
Pedreiros: Valentim, Manoel e João, com 8 serventes e a turma do snr Tommaso,
em serviço dos pilares debaixo da casa da machina de beneficio.
P. 346 (20 de janeiro de 1906)
Pedreiros: Valentim, Manoel e João, com 7 serventes e a turma do snr Tommaso,
ladrilhando os baixos da casa da machina de beneficio.
P. 361 (27 de janeiro de 1906)
Pedreiros: Valentim, Manoel e João, com 8 serventes e a turma do snr Tommaso,
em serviço dos pilares nos baixos da casa da tulha e abrindo janellas, para dar luz,
nos mesmos baixos.
P. 369 (31 de janeiro de 1906)
Kolbers com Mofatto e um cammarada, modificando a installação electrica da casa
da machina.
Observação: Carlos Kolbers era engenheiro electricista da Casa Byington, de São
Paulo. A reforma a que se refere o relator acontece depois que uma inspecção nas
instalações mostrou oferecerem as mesmas risco de inndio.
P. 386 (8 de fevereiro de 1906)
Pedreiros: Valentim, Manoel e João, com 8 serventes e a turma do snr Tommaso,
concertando o canal em frente à casa da tulha, perto à casa das machinas.
P. 420 (24 de fevereiro de 1906)
Pedreiros: Valentim, Manoel e João, e a turma do snr Tommaso, aparelhando
pedras para a calçada em volta das bacias dos lavadores de café.
P. 430 (1 de março de 1906)
Pedreiros: Valentim com 2 serventes e 2 pedreiros da turma do snr Tommaso,
caiando os baixos da casa da tulha perto à machina Manoel e João, com mais 2
pedreiros da turma do snr Tommaso, e 3 serventes, caiando a casa da antiga
Pharmacia, no pastinho perto ao tanque.
P. 453 (12 de março de 1906)
250
Pedreiros: Valentim, Manoel e João, com 1 servente e um pedreiro da turma do snr
Tommaso, assentando as grades nas janellas dos baixos da casa da tulha 3
pedreiros da turma do snr Tommaso com 3 serventes, em serviço da calçada em
volta da bacia dos lavadores de café.
P. 471 (21 de março de 1906)
Pedreiros: Valentim e Manoel com 3 serventes, embuçando o telhado da nova tulha -
João, com 4 ditos e a turma do snr Tommaso, concertando a parte da ponte que
cahiu no pasto da colônia de Santo Antonio.
P.497 (1 de abril de 1906)
Pedreiros: Valentim, com 2 pedreiros da turma do snr Tommaso e 3 serventes,
assentando as grades nas janellas debaixo da casa da machina -2 pedreiros da
turma do snr Tommaso, com 4 serventes passando pixe nos tanques de maceração
e lavadores de café.
AMRC 224 Livro caixa. Abril a outubro de 1905: nenhuma informação relevante.
AMRC 276 Livro Caixa. De 9/10/1905 a 24/07/1907.
Livro de contabilidade, manuscrito, 200p.
AMRC 278 Livro Caixa da Fazenda Santa Gertrudes. De janeiro de 1906 a 22 de
novembro de 1908, 500 p. Manuscrito. Observação: O livro se encontra preenchido
da página 37 a 391, daí para diante, não anotações. Faltam as páginas de
números 1 a 36.
AMRC 107 Copiador 17 da FSG. De 3 de abril a 25 de novembro de 1906. 500
páginas, papel de seda, manuscritas à tinta.
Observação: Era administrador geral da Fazenda o Sr. Mario Simões Coelho.
P. 16 (10/04/1906)
Pedreiros: João, com 6 ditos e 3 pedreiros do Sr. Tommaso, fazendo os pilares para
o rancho do Britador.
251
P. 122 (31/ 05/1906)
Carpinteiros: Ezequiel, Loureiro e Panne modiificando a coberta de zinco atráz (sic)
da casa da machina de benefício. Fellipe Stella e Miguel Bortolan fazendo uma
escada e um passeio em volta dosseparadores” da machina de benefício.
P. 165 (21/06/1906)
Carpinteiros: Ezequiel e Mofatto, em serviço do madeiramento do augmento da casa
das Tendas. Loureiro, concertando carroças. Panne collocando vidros nas janellas
das casas de machinas “e tulha”.
Pedreiros: Valentim, Manoel, João, Martins, os 2 do snr Tommaso e 6 serventes,
fazendo um “Picadeiro na mangueira da cocheira atraz dos “armazéns”.
P. 221 (17/07/1906)
Observações: Vindos de S. Paulo, chegaram hoje a esta 2 empregados de João
Descagni, afim de assentarem um fogão novo na cozinha da casa de moradia.
Observação: esse serviço se estenderia ao dia 26 de julho, conforme consta à
página 241.
P. 290 (19/08/1906)
Correspondência:
Illmos. Snrs.
Theodor Wille & Cia
Santos
Em tempo tive ocasião de referir-me em conversa ahi, com o digno Chefe de
sua Casa o Amigo Snr Commendador Bormann sobre irregularidades que se dão no
fornecimento da corrente de força motora e luz electrica para esta minha Fazenda e
à que obrigou-se a Central Electrica Rio Claro, pelo contracto de de junho de
19902 e sua renovação à 23 de julho de 1903.
Achando-me actualmente nesta, e dando-se a irregularidade que causa-me
não pequeno prejuiso de ter deixado de funccionar o dynnamo da machina de
benefício de café devido a haver se queimado a caixa de resistência e à recusa por
parte da Gerencia da empreza de proceder ao seu concerto na impossibilidade em
252
que achava-se conforme declarou de ser incompetente em proceder à semelhante
reparo, vi-me forçado à recorrer à profissional abalisado em S. Paulo, para que esse
reparo fosse feito.
Como conseqüência do facto, óra certifiquei-me pessoalmente de que com
effeito, além de defeituoso, é insufficiente o dynnamo que foi installado para o
serviço de beneficio de café, em substituição ao motor a vapor que então existia, e
que felizmente conservei e conservo na Casa do mechanismo de beneficio.
O referido dynnamo tem os seguintes algarismos: 52,850- 120 volts- 178
ampères- 40 cavallos.
Não fornece elle porem a força que marca ou 40 cavallos, pois que se
multiplicarmos 120 volts por 178 ampères teremos 21360, que dividido por 746, o
resultado de : 28 241/373 HP, que não só é insufficiente, como inferior à do motor a
vapor existente havendo-se obrigado a Central Electrica Rio Claro ao fornecimento
de idêntica força motora electrica, em substituição àquella.
Além disso, nota-se no funccionamento desse dynnamo a anomalia de
marcando elle 178 ampères como disse acima, o ampèremetre - accusa sempre em
média quando trabalha de 180 a 200 ampères e do que resulta as constantes
paradas do mesmo.
Pelo exposto, é evidente e V.Sas. concordarão por certo que assim estou
sendo de mais a mais prejudicado pelo modo como está sendo executado pela
parte da Central Electrica Rio Claro, o contracto de fornecimento a que obrigou-se
de corrente electrica para força motora para esta Fazenda.
E como não tenha obtido resultado satisfactorio com as reclamações que à
respeito tenho feito à gerencia da Empreza em Rio Claro, é que dirijo-lhes a
presente expondo-lhes o seguinte alvitre:
Desde que: a perfeita exactidão do que venho de expor seja verificada por
árbitros profissionaes de nomeação accorde das partes.
Será substituído o dynnamo óra existente, assentado pela Central Electrica
Rio Claro por um outro à minha escolha e que adquirirei, com a capacidade máxima
até 50 cavallos, pagando-me a Empreza a importância de seu respectivo custo, pela
devolução que lhe farei do alludido dynnamo 52,850, ficando entendido bem
assim que até que torne-se effectivo o resultado do parecer da arbitragem, me
deverá ser feita a equidade de uma dedução na importância da mensalidade que
houver de pagar eu d’óra em diante relativa ao uso somente de luz electrica desde
253
que vejo-me forçado como a semana passada a prosseguir no inadiável e urgente
serviço de beneficio do café, fazendo funccionar o motor à vapor para esse fim, em
vez do dynnamo electrico, visto a irregularidade do seu funccionamento e sua
insufficiencia.
E, aguardando sua resposta, com todo o apreço é que subscrevo-me de V.S.
Am........
Conde de Prates
P. 298 (21/08/1906)
Pedreiros: Valentino, Manoel, João, Martins, os 2 do Snr. Tommaso e 5 serventes,
em serviço do Mirante no mesmo lugar do gazometro.
Observação: este serviço já vem se desenvolvendo há dias.
P. 301 (22/08/1906)
Observações: Logo após a retirada de V. Exa., isto é 2 horas e 20 minutos da tarde,
queimou-se novamente a caixa de resistência do motor da machina. Rogo a V. Exa.
ordenar-me o que devo fazer.
P. 305 (24/08/1906)
Observações: Vieram hoje a esta os snrs. Egon, gerente da Central Electrica Rio
Claro e Bormann, chefe da Casa Theodor Wille & Compª, de Santos.
P. 309 (26/08/1906)
Observações: Recebi hoje telegrama de V. Exa. os dizeres seguintes: “Conserve
vapor parado hoje. Esfriando limpeza caldeira amanhã. Seguiram pelo expresso
Tommaso João encanador. Mande troly eno....(?) três horas estação”.
P. 319 (30/08/1906)
Observações: De accordo com o telegramma que hoje recebi de V. Exa. chegaram a
esta vindos de S. Paulo, tendo à tarde seguido para rio claro os snrs. Dr. Egon Von
Frankemberg e o Dr. Wilhelm Rick, Engenheiro electricista da Casa Siemens &
Halske, do Rio de Janeiro. Este último examinou o motor electrico da machina de
beneficio e disse que o mmo. não tem defeito algum. A caixa de resistência do mmo
motor que está queimada, levou-a para Rio Claro afim de a concertar.
254
P. 332 (06/09/1906)
Pedreiros: Manoel, João, Martins, os 2 do snr. Tommaso e 3 serventes, em serviço
do Mirante. Valentim com 2 ditos, fez um pilar para assentamento do motor auxiliar
no quarto do vapor da machina.
P. 333 (06/09/1906)
Observações: esteve hoje n’esta o snr. Egon Von Frankemberg, gerente da Empresa
Central Electrica Rio Claro, que iniciou o assentamento do motor electrico de 10
cavallos.
P. 335 (07/09/1906)
Observações: Tendo acabado os serviços que aqui tinha para fazer, seguio hontem
para essa Capital o empregado da Casa Byington & Comp.
P. 342 (11/09/1906)
Pedreiros: João com serventes acabou de ladrilhar o novo banheiro da casa de
moradia.
Observação: os ladrilhos para essa obra chegaram à Fazenda no dia 4 de setembro
de 1906 (P. 335).
P. 343 (11/09/1906)
Observações: Estiveram hoje n’esta, novamente, os snrs. dr. Egon e Rick da
Empresa Central Electrica Rio Claro, que, com 2 empregados, acabaram de
assentar o motor auxiliar não podendo porém funcionar por faltarem ainda algumas
polias. Os mmos assentaram a caixa de resistências do motor da machina.
P. 369 (23/09/1906)
Observações: Com um empregado esteve hoje n’esta o snr. Dr. Egon, Gerente de
Central Electrica Rio Claro, que ajudado 6 diversos empregados desta esteve
assentando as polias e transmissões necessárias para poder trabalhar o motor
auxiliar de 10 cavallos, provisoriamente assente na machina de beneficio por aquella
Empresa.
255
Hoje às 6 horas da tarde, uma forte ventania derrubou uma parte do telhado da casa
onde funcionam as Officinas.
Observação: o serviço seria completado no dia 26 conforme diária à página 377.
P. 404 (09/10/1906)
Observações: Conforme era esperado veio hoje a esta o Dr. Arthur Maciel,
Engenheiro do Escriptorio do Chefe de Informão (?) da Companhia Paulista, que
tomou as medidas necessárias da ponte de conducção de café dos terreiros à tulha
das machinas de benefício, a ser substituída, tendo lhe sido fornecidas todas as
informações, de accordo com as ordens de V. Exa.
P. 433 (23/10/1906)
Observações: Veio hoje a esta o Dr. Arthur Maciel que marcou o logar onde serão
assentes os supportes de ferro que sustentarão a ponte de conducção de café dos
terreiros à tulha da machina, a ser substituída.
P. 455 (03/11/!906)
Observações: Hoje faltou energia electrica das 3 ¼ horas da tarde até às 5 ½ . Eu
quiz recuperar o tempo perdido, fazendo trabalhar a machina depois das 6 horas da
tarde, porém, às 7 e ¼ o gerente da Central Electrica Rio Claro falou pelo telephone
para esta, intimando grosseiramente a “parar a machina incontinenti”. A Fazenda
ficou, portanto, lesada em ¾ de hora de energia electrica.
P. 493 (22/11/1906)
Pedreiros: Valentim e Manoel, com um servente, em serviço da Coudelaria. João, os
2 do Snr. Tommaso e 8 serventes, em seviço do augmento da Tulha da Machina de
beneficio.
AMRC 53 Borrador limpo ( 1, marcado na lombada, em etiqueta que deve ter
origem na própria fazenda) 1906. De 1º de janeiro a 31 de dezembro de 1906. 300
páginas.
Observação importante: foram pesquisados dois livros de mesma numeração (113)
no Arquivo do Município de Rio Claro, ambos referentes ao mesmo período (1906,
256
1908) e copiadores. O que parecia ser um mesmo volume, confrontado em sua
numeração, revelou duas entidades autônomas.
AMRC 113 Copiador. Reproduz diárias a partir de 11 de novembro de 1906 (até
julho e 1907), em 500 ginas manuscritas, de difícil leitura, pelo efeito da tinta
sobre o papel. As diárias são assinadas pelo diretor geral Mario Simões Coelho.
Embora a lombada do livro esteja danificada, é de se supor, pela continuidade das
diárias, que este seja o Copiador de nº 18, pelo controle da Fazenda.
P. 7: referência a um augmento da tulha das machinas em que trabalham os
pedreiros João Martins, Valentim, mais 6 camaradas. Puxam-se pedras para esse
aumento.
P. 28 (9 de dezembro de 1906)
Esteve em visita ao Conde de Prates o Ilmo. Snr. Dr. Raphael A. Sampaio Vidal.
P. 37 (13 de dezembro de 1906)
Observações: seguiu hoje para São Paulo o Snr. Tommaso Ferrara.
P. 83 (1º de janeiro de 1907)
Observações: recebi hoje os conhecimentos das ferragens para a Ponte de
conducção de café dos terrenos à tulha da Machina para aqui remmetidas por V.as
Ex.as. As ferragens já se acham nesta.
P. 85 (5 de janeiro de 1907)
Observações: foi hoje rebocado da Estação e conduzido para esta o Torno
Mechanico e pertences, que por ordem de Ex.ª foi .............(?) nas Officinas da
Companhia Paulista de Rio Claro.
.............................. (?) as ordens de Exª foi hoje abatido um boi para ser
distribuído pelo pessoal d’esta.
P.91 (8 de janeiro de 1907)
Narra acidente de trabalho com o carpinteiro Felippe, tendo perdido metade
do braço direito e sofrido fraturas em uma das máquinas da oficina. O texto é de
muito difícil leitura.
257
P. 98 (11 de janeiro de 1907)
Esteve hoje nesta um ajustador mechanico, o Dr. Arshier (?) Maciel, ajudante (?) da
Locomoção da Companhia Paulista, que depois de ter marcado (?) o lugar onde
devem ser feitos os alicerces para os pilares da ponte de conducção de café dos
terreiros a tulha da Machina, se retirou de regresso a Jundiahy.
P. 102 (10 de janeiro de 1907)
Recebi hoje 2 tratados de cha.....dades (?) para aqui remmetidos por Ee o s
quais já entreguei para o mechanico Rodolfo Montanari.
P. 119 (21 de janeiro de 1907)
Pedreiros: Valentim, Manoel, João, os dois do Snr. Tommaso e 6 serventes
acabaram de levantar as paredes da Tulha da Machina e começaram fazendo as
sapatas para os pilares da ponte de conducção de café dos terreiros à Tulha.
P. 125 (24 de janeiro de 1907)
Pedreiros: Valentim, Manoel e um do Snr. Tommaso, com 4 serventes fazendo o
telhado da coberta do Britador. João e um do Snr. Tommaso, com 3 ditos, fazendo
cosinhas nas casas perto do Escriptorio.
Observação: na página 127, as casas são descritas como sendo “pegadas ao
Escriptorio e Pharmacia” e na gina 129, as cozinhas estão descritas como sendo
“nos fundos das casas perto do Escriptorio”. Este serviço, como acusa a diária
correspondente, terminaria no dia 19 de fevereiro de 1907 (P. 183).
P. 134 (28 de janeiro de 1907)
Observações: Vindos de Jundiahy chegaram hoje a esta: o Snr. Olympio de Arruda,
desenhista da Companhia Paulista e o Snr. Manoel Soares, mechanico da m.ma
Compª que vem montar a Ponte da Tulha da Machina.
P. 135 (30 de janeiro de 1907)
258
Carpinteiros: Loureiro , ..................(?) e Miguel trabalharam até o meio dia em
serviço da Tulha da Machina; de tarde estiveram fazendo um andaime para montar a
Ponte da mesma Tulha.
Pedreiros: Valentim, Manoel, os 2 do Snr. Tommaso com 2 serventes ajudando os 2
empregados da Companhia Paulista a montar a Ponte da Tulha da Machina.
P. 172 (12 de fevereiro de 1907)
Foi hontem retirado da Estação um engradado com eucalyptos para aqui
remmetidos pelo Snr. João Dierberger.
P. 195 (26 de fevereiro de 1907)
Pedreiros: Valentim, Manoel, João, os 2 do Snr. Tommaso e 6 serventes
trabalharam até às 2 horas em serviço dos pilares para a porteira próxima dos
Despolpadores.
P. 204 (2 de março de 1907)
Observações: Também chegou hoje a esta o jornalista Snr. Baptista ..............(?) que
me entregou a carta de apresentação de Vª Exª.
P. 285 (11 de abril de 1907)
Carpinteiros: ... fazendo uma escada para a Casa de Moradia.
P. 295 (15 de abril de 1907)
Pedreiros em serviço da casinha do transformador electrico, próximo à Casa da
Machina de beneficio.
P. 301 (19 de abril de 1907)
Correspondência encaminhada ao
Ilmo. Snr Egon Von Franheinberg (?), M.D. Gerente da Central Electrica de Rio
Claro:
Exmº Snr.:
259
Estou de posse do cartão de V. Sª com data de hontem, 18 do corrente.
Em resposta ao mesmo tenho a dizer a V.ª S.ª que no dia ....(?) de fevereiro
do corrente anno, recebi as 15 seguranças
12
, das quaes 3 eram de 60 amperes, 6 de
80 e 6 de 100; que havia pedido a V. S. pelo telefone, no dia 13 d’aquelle mesmo
mez. Rogo levar a importância do ativoda conta do Exmº Snr. Conde de Prates,
proprietário desta fazenda, que eu hoje avisarei o mesmo Exmº Snr.
Sem mais seu com toda a estima e consideração
De Vª Sª
....................... ilegível
Mario Simões Coelho
P. 314 (21 de abril de 1907)
Observações: Recebi hoje a copia do contrato feito entre V. Exª e a Central Electrica
Rio Claro para o fornecimento de energia elétrica para esta e para aqui remmetida
por V. Exª.
Observação: Por volta do início de abril não mais aparecem referências à obra da
ponte do terreiro para a tulha, o que nos deixa supor sua conclusão.
P. 371 (21 de maio de 1907)
Pedreiros: abrindo os alicerces para a reforma da Casa de Moradia.
P. 386 (28 de maio de 1907)
Pedreiros ladrilhando os baixos da Tulha nova da Machina.
P. 395 (1º de junho de 1907)
Observações: Veio hoje iniciar o serviço de assentamento do novo motor elétrico,
com 5 (3?) empregados, o gerente da Central Electrica Rio Claro.
P. 400 (4 de junho de 1907)
Pedreiros: fazendo os alicerces dos mourões (torreões??) em a frente da Casa de
Moradia.
12
À página 203, aparece referência a seguranças de chumbo. Provavelmente, tratava-se de fusíveis.
260
P. 413 (9 de junho de 1907, domingo)
Pedreiros: trabalham no serviço de reforma e augmento da Casa de Moradia.
Um sr. Tommaso (Ferrara) fornece trabalhadores para a obra, além dos 4
pedreiros e 8 serventes da fazenda.
P. 429 (14 de junho de 1907)
Carpinteiros: Felipe e Miguel em serviço do augmento e reforma da Casa de
Moradia.
Pedreiros: Valentim, com um servente, fez dois fogões de tijolos no quintal da Casa
de Administração. João , Martins e um do Snr. Tommaso e um servente caiaram por
dentro a Tulha Nova e juntos com Manoel, um do Snr. Tommaso e mais 6 serventes
trabalharam no serviço de augmento da Casa de Moradia.
P. 432 (15 de junho de 1907)
Pedreiros: Valentim, Manoel, Martins, Amílcar, Schinatti (?), os 3 do Snr. Tommaso e
6 serventes em serviço da reforma e augmento da Casa de Moradia. João com um
servente, abrindo buracos nas paredes da Tulha velha da machina para colocar
travas de ferro.
P. 438 (21 de junho de 1907)
Pedreiros: Valentim, um do Snr Tommaso e 2 serventes em serviço da casa do
transformador electrico. João, Manoel, Martins, Amílcar, um do Snr. Tommaso e 6
serventes em serviço da reforma e augmento da Casa de Moradia.
P. 447 (25 de junho de 1907)
Observações: Seguiram hoje para São Paulo o Snr Fernando Paraná (?) e Samuel
Archanjo dos Santos.
P. 450 (27 de junho de 1907)
Nesta data estavam em curso pelo menos 3 frentes de obras na Fazenda: reforma
interna da Tulha velha (em que trabalhavam carpinteiros), casa do transformador
elétrico e reforma e aumento da Casa de Moradia.
261
P. 472 (8 de julho de 1907)
Carpinteiros: ... Panne pintando a aranha
13
nova.
AMRC 165 Borrador. 300 páginas, livro contábil com registro de despesas.
AMRC 210 Livro de Ponto dos Camaradas. De novembro de 1906 a maio de 1908.
Funcionários e respectiva qualificação com registros nesse livro:
Carpinteiros: Antonio Callegari, Avelino dos Santos, Defende Bena, Felipe Stella,
Francisco Cisi, Henrique Pott, José Loureiro, João Panne (ou Pagne), Jo Arthur,
Lázaro de Oliveira, Ludovico Palaver, Miguel Bortulan, Pedro Mariani.
Pedreiros: Accacio Pimentel, Amílcar Schiavetti, Antonio Gerevini (?), Fortunato
Berlanda, João Caldarone, Manoel Caldarone, Marco Soler, Paschoal Soler, Pedro
Constantino, Valentim Marton.
AMRC 248 Livro de ponto. De outubro de 1906 a setembro de 1908.
AMRC 113 Livro copiador diárias. De novembro de 1906 a julho de 1907. 500
páginas.
Cópias de correspondência (diárias enviadas ao Conde Prates) manuscritas à tinta,
quase totalmente ilegível. O papel utilizado era de seda, numerado
seqüencialmente, com itens impressos, como :
Página 1
Fazenda de Santa Gertrudes
Estação de Santa Gertrudes
Linha Férrea da Companhia Paulista Conde de Prates
Fazenda de Santa Gertrudes.............de...........................................de 190......
Diária de ..............
14
N...........
13
Carruagem de pequeno porte, de duas rodas, puxada por um cavalo (Houaiss).
14
Comparecia aqui apenas o dia, sem mês ou ano.
262
Tempo............................................
Carpinteiros: ..................................
Pedreiros: ......................................
Carroceiros: ...................................
Carreiros: .......................................
Turmas: ..........................................
Empreiteiros: ..................................
Página 2
Avulsos: ..........................................
Devemos: .......................................
Caixa: .............................................
Observações: .................................
O Diretor Geral
P. 4 (1º de dezembro de 1906)
Augmento da tulha das machinas.
Observação: É possível visualizar assinatura: Mário Simões Coelho, director geral.
P. 32 (11 de dezembro de 1906)
Ribeiro (?) e Pinto, com 2 puxadores puxaram pedras para o augmento da tulha das
machinas.
...Angelino fazendo tijollos.
Observação: A atividade de puxar pedras para o aumento da tulha prossegue por
vários dias.
No aumento da tulha das máquinas trabalham 10 pedreiros, nesta data. Chegam
tijolos para a obra.
263
P. 38 (13 de dezembro de 1906)
Carta do Diretor Geral ao Conde conta, a pedido deste, das dimensões da bica
de rosca: 30 m de comprimento x 30 cm de largura ...... (Ilegível)..... conductora do
café da tulha para o mecanismo de benefício de café d’esta Fazenda.
Beneficia-se com regularidade, diariamente aqui em 12 horas de trabalho, 1500 @
de café do terreiro (?), todo ele trazido pela referida bica.
Calcula-se que deva ella gastar 2 cavallos de força dos ...(ilegível)... que é a
capacidade do actual motor do mechanismo de benefício desta Fazenda.
P. 82 (3 de janeiro de 1907)
Carpinteiros: Felippe, Pannes, Loureiro, Miguel e Jordão em serviço de
madeiramento da cobertura do britador.
P. 97 (11 de janeiro de 1907)
Estão sendo feitas as janelas da tulha de máquinas ampliada.
P. 123 (23 de janeiro de 1907)
Pedreiros: fazendo as sapatas para os pilares da ponte da tulha.
Observção: nesta mesma época estão sendo feitas melhorias no caminho da
Estação.
P. 142 (1º de fevereiro de 1907)
Observações: Seguiu hoje para Jundiahy o snr. Olympio de Arruda que aqui estava
dirigindo o serviço da ponte da Tulha.
Observação: Esse sr. Olympio de Arruda era funcionário da Companhia Paulista de
Estradas de Ferro.
P. 144 (2 de fevereiro de 1907)
Observações: Foi hoje retirada da Estação uma barrica com 4 globos de vidro, para
a lâmpada da torre da Egreja, sendo 2 pequenos e 2 grandes, para aqui remmetidos
pelos Snrs. Guinle & Compª. Ao abrir-se a m.ma, verifiquei que os 2 grandes
estavam completamente quebrados.
264
P. 148 (4 de fevereiro de 1907)
Observações: vindos de S. Paulo chegaram hoje na estação jardineiro Paschoal e
.....(ilegíveis, 2 palavras)..... os quaes é para aqui ficar empregado.
Também aqui chegou hoje, vindo de Jundiahy, o snr. Olympio de Arruda, desenhista
da Companhia Paulista.
O Director Geral
Mario Simões Coelho
P. 155 (7 de fevereiro de 1907)
Observações: Seguiram hoje para S. Paulo os empregados Paschoal e Albertino e
para Jundiahy o mechanico da Companhia Paulista, Manoel Soares.
P. 163 (11 de fevereiro de 1907)
Observações: Seguiram hoje para S. Paulo os snrs. Fernando Ferrara e Domingos
Mezza....(?)
P. 172 (15 de fevereiro de 1907)
Observações: foi hontem retirado da Estação um engradado com eucalyptos, para
aqui remmetidos pelo snr. João Dierberger.
P. 233 (16 de março de 1907)
Observações: nuvem de gafanhotos de proporções inéditas atacou as plantações
(inclusive o cafezal).
P. 313 (21 de abril de 1907)
Carpinteiros e pedreiros estão modificando o madeiramento da frente do estábulo.
Está sendo executado serviço da casinha para o transformador electrico da machina
de benefício.
P. 370 (20 de maio de 1907)
265
Quem assina o Diário agora é Tommaso Ferrara
15
. O administrador Mario Simões
Coelho estava viajando, retornando de S.Paulo no dia 23 de maio, quando passa a
redigir os diários, novamente.
P. 395 (1º de junho de 1907)
Observações: Veio hoje iniciar o assentamento do novo motor electrico com 5 (3?)
empregados o gerente das Centrais Electricas de Rio Claro.
P. 446 (20 de junho de 1907)
Observação: há serviço de reforma interna da Casa da Machina.
P. 493 (17 de julho de 1907)
Carpinteiros e pedreiros trabalham na casa de moradia.
P. 495 (18 de julho de 1907)
Carpinteiros e pedreiros trabalham na reforma da casa de moradia, mas também
alguns em serviço da casa do transformador electrico.
P. 497 (19 de julho de 1907)
É citada a reforma da casa de moradia.
AMRC 7 Copiador (nº 19, segundo o controle da Fazenda). Manuscrito, mas legível.
De julho a outubro de 1907.
P. 9 (21 de julho de 1907)
Observações: hoje poude funcionar o novo motor electrico de 60 cavalos
effectivos, da machina de beneficiar café, pelo que hoje se iniciou o benefício de
café da colheita do corrente anno.
15
Tommaso Ferrara é um elemento importante na definição das grandes reformas pela quais a
fazenda passou. Trata-se de um empreiteiro, homem de total confiança do Conde, o só pelo
exemplo aqui dado, mas também por ser o portador, inúmeras vezes, de dinheiro mandado de São
Paulo pelo Conde para pagamento dos colonos e funcionários da Fazenda. Mantém funcionários
seus trabalhando junto com os da Fazenda nas principais obras empreendidas para redefinição das
instalações e da casa de moradia. Não parece obedecer hierarquicamente senão ao Conde.
266
P. 12 (26 de julho de 1907)
Observações: Em visita ao Exmº Snr Conde de Prates, proprietário d’esta, esteve
hoje aqui o Ilmo. Snr. Dr. Francisco de Monlevade, Director Geral da Companhia
Paulista de Vias Férreas e Fluviaes.
P. 17 e 18
Carta do Conde Prates, datada de 29 de julho de 1907
Illmo. Snr. Theodor Wille e Cia.
Santos
Dado o facto que em tempo levei ao conhecimento de sua Casa, da
insufficiencia do motor electrico de 40 HP que accionou a o anno passado o
machinismo de beneficio de café desta Fazenda, mui acertadamente e attendendo
ao meu empenho fizeram V.Sas. vir para esse fim a esta um Engenheiro Electricista
da Casa Siemens y Halske do Rio de Janeiro, que depois de detido exame opinou
que como medida exepcional (sic) e de occasião e sobretudo a fim de ser concluído
o benefício do café fora auxiliado esse motor por um outro de 10 HP assente
provisoriamente em seguida, e graças ao que consegui fosse concluído o benefício
do café da safra do anno transacto.
Reconhecido por isso a necessidade absoluta de ser substituído esse motor
de 40 HP por um outro de maior capacidade, foi encommendado e ora se acha
assente um outro de 60 HP, que experimentado tem demonstrado ser sufficiente.
Não quis porem a Gerencia da Central Electrica de Rio Claro dar inicio aos
serviços da substituição desse motor e a outros decorrentes, exigidos na
modificação que se impunha da linha principal e derivações em terras desta
Fazenda para Cordeiro e Ibicaba sem ser feito um contracto prévio, que não
obstante tem caracter de experiência, conforme combinação verbal com o Sr.
Gerente, foi lavrado em data de 27 de março de 1907, e estipulado novo
funcionamento no maximo até o dia 31 maio (sic).
Não obstante, e o que obrigou ser sustado com prejuízo o andamento
regular da colheita, principiou a funccionar com o novo motor para experiência e
afim de razoavelmente poder tornar-se effectiva qualquer alteração nas condições
de fornecimento de energia electrica, somnente a partir do dia 24 deste mez, ou
quase dous meses depois, verdade sendo, que desde então tem funccionado
267
mesmo sem interrupções, sempre prejudiciaes, e com regularidade, o que vem por
certo tornar evidente que também a modificação da linha ora feita, era necessária,
bem como a nova installação em geral por óra muito mais proficientemente
executada pela Gerencia da Empreza, do que a primitiva.
Pelo exposto aguardo de V. como proprietários da Empreza Central
Electrica Rio Claro a proposta descriminativa das bases para o contracto definitivo
para o qual já se acham V. Sª e eu habilitados com perfeito conhecimento de causa,
afim de ser continuado o fornecimento de corrente electrica de luz e força motora à
esta.
Com todo o apreço e que sou
De V. Sª
Amigavelmente
Conde de Prates
P. 21 (29 de julho de 1907)
Carpinteiros: Felipe, Miguel, Loureiro, Pedro e Panne em serviço da reforma da
Casa de Moradia.
Pedreiros: Valentim, João, Martins, Amílcar, Constantino, Paschoal, os dois do Snr.
Tommaso e 6 serventes, em serviço da reforma da Casa de Moradia. Manoel, com 2
ditos, fazendo a escada da casa do Transformador Electrico.
P. 42 (4 de agosto de 1907)
Observações: Esteve hoje n’esta, com um auxiliar o Dr. Edmundo de Carvalho,
director do Posto Anti-trachomattoso de Rio Claro.
P. 48 (10 de agosto de 1907)
Pedreiros: Valentim, Amilcar, um do Snr. Tommaso e 3 serventes, em serviço da
Casa de Moradia. Martins, Marco, Paschoal, um do Snr. Tommaso e 3 serventes,
em serviço da sargetta em frente ao Moinho. João e Constantino, com um dito,
caiando por fora a Tulha nova. Manoel, com um dito, acabou a escada da casa do
Transformador Electrico.
P. 53 (12 de agosto de 1907)
268
Pedreiros: Valentim, Manoel, Amilcar, os dois do Snr. Tommaso e 5 serventes, em
serviço da Casa de Moradia. João, com um dito, caiando por ra a Tulha nova.
Paschoal, Marco e Martins com 3 ditos, fazendo a parede que foi desmanchada
perto à Tulha nova e o Moinho e acabaram a sargetta no m.mo lugar.
P. 59 (14 de agosto de 1907)
Empreiteiros: 2 camaradas tirando tocos. 6 ditos, desaterrando os baixos da Casa de
Moradia.
P. 83 (24 de agosto de 1907)
Pedreiros: Valentim e João com 1 servente assentando as travas de ferro nas
paredes do quarto do Motor da Machina de beneficiar. Manoel, Martins, Paschoal,
Marcos Milano (?) e os 2 do Snr. Tommaso com 7 serventes em serviço da reforma
da Casa de Moradia.
P. 106 (agosto de 1907)
Pedreiros: Valentim, Amilcar, Paschoal e Marcos com 6 serventes e 1 do Snr.
Tommaso em serviço da Casa de Moradia. Manoel com 1 servente e mais 1 do Snr.
Tommaso, caiando a Casa da Machina. João Martins com 1 servente caiando as
casas annexas ao Escriptorio.
P. 111 (3 de setembro de 1907)
Trecho da Diária, redigida pelo administrador-geral Mario Simões Coelho:
Por esquecimento, deixei de commentar a Vª. Excia., que não mandei matar as
capadas para seguirem ahi, assim como para o Orphanato Cristovam Colombo,
conforme é costume de cada fim de mes, por se acharem as mesmas um pouco
atacadas da peste aphtosa.
P. 124 (8 de setembro de 1907)
Observações: Tendo terminado o concerto nos encannamentos de água da Casa de
Moradia, seguiram hoje para São Paulo, os empregados Gabriel e Orestes.
P. 134 (setembro de 1907)
269
Carreiros: Raimundo, Leandro e Appolinario com 3 candieiros puxaram madeiras
velhas da casa de moradia para o depósito.
P. 139 (13 de setembro de 1907)
Observações: Vindo de São Paulo chegou hoje a esta o Exmo. Snr. Conde de
Prates, proprietário d’esta em companhia dos senhores seus filhos José Eduardo
Prates e Guilherme dos Santos Prates, e, também o Estadista francez (sic), Snr.
Paul Doumer; o Exmo. Secretario de Agricultura Dr. Carlos Botelho e a sua comitiva,
que vieram em visita a esta Fazenda.Seguindo hoje mesmo para São Paulo depois
de a terem visitado.
Observação: Por esta época, as obras na Casa de Moradia seguem aceleradas,
mobilizando 10 pedreiros, 8 serventes e 5 carpinteiros.
P. 151-2 (18 de setembro de 1907)
Observações: Não se tendo feito na occasião, nota-se n’esta que: a 13 deste mez,
vindo de São Paulo, em trem especial regressando no mesmo dia, estiveram em
visita n’esta: O Snr Conde de Prates, proprietario d’esta, com seus filhos José
Eduardo e Guilherme Prates; o Snr Paul Doumer, estadista francez, o Snr. Henry
Turot, conselheiro municipal de Paris, o Snr. Daniel Dervavin, industrial francez e
Senhora, o Snr. Alexandre Dupas, cônsul francez em São Paulo, sua Senhora, uma
filha e um filho, o Coronel Paul Ballyng da miso franceza e Senhora, o Dr. Carlos
Botelho, Secretario da Agricultura do Estado, o Snr. Eduardo Juliá, Secretario do
Snr. Paul Doumer, o Snr. François Castre, Diretor da Revista “Monde Moderne”, o
Dr. Augusto Carlos da Silva Telles, o Dr. Escragnolle de Taunay. O Dr. J. M.
Cardoso de Oliveira, conselheiro da legação, o Dr. Raphael A. Sampaio Vidal, os
Drs. Alfredo Ernesto e Hyppolito Pujol, Jean Vlomenden (?), da Empreza
Cinematographica Pathé, de Paris, Barthorne (?), Photographo da “Notícia”, Aníbal
Machado do mesmo Jornal, Piza Sobrinho do Estado de São Paulo e os
Engenheiros da Companhia Paulista Dr. Francisco Monlevade, Inspector Geral Dr.
Henrique Burnier, Cheffe de Trafego Dr. A. de Mello Mattos, ajudante Dr. Alberto
Moreira, Chefe de Linha e Dr. Edmundo Navarro de Andrade.
P. 156 (20 de setembro de 1907)
270
Carreiros: Leandro com um candieiro puxou madeiras para a Casa de Moradia e
telhas velhas da Casa de Moradia para o deposito.
P. 214 (outubro ? de 1907)
Observações: vindo de o Paulo, chegou hoje o Exº Snr. Conde de Prates,
proprietário d’esta Fazenda, acompanhado do Snr. seu filho Guilherme dos Santos
Prates, o Exº Snr. Dr. Assis Brazil, o Snr. Dr. Maciel, Engenheiro da Companhia
Paulista, e o Snr. Manuel Bernardes, redactor do jornal El Diário de Buenos Aires,
que vieram em visita a esta Fazenda, retirando-se hoje mesmo para São Paulo.
P. 237 (25 de outubro de 1907)
Observações: Recebi hoje o conhecimento das telhas de fibrocimento e mais
pertences para aqui remmetido por V. Exª.
AMRC 202 Registro do Gado II. De 1907 a 1911. 100 p. manuscrito.
AMRC s/nº Livro Caixa (nº 14 FSG).
De 21/08/1907 a 04/04/1909. Livro de contabilidade, manuscrito, 200p.
AMRC 88 Livro Caixa (nº 15 FSG).
De 13/10/1907 a 05/10/1908.. Livro de contabilidade, folha pautada, manuscrito, 300
páginas, grande formato
AMRC S/Nº Livro dos Reprodutores (animais reprodutores, premiados, de estirpe)
1908. Papel pautado, 52 páginas, grande formato (aproximadamente 70 x 70 cm).
Manuscrito, a tinta.
AMRC 93 Livro dos Reprodutores (animais reprodutores, premiados, de estirpe)
De 1908 a junho de 1909. Papel pautado, 100 ginas, grande formato
(aproximadamente 70 x 70 cm). Manuscrito, a tinta.
AMRC 108 Diárias (livro 20 da Fazenda) De 24 de fevereiro de 1908 a 16 de
setembro de 1908.
271
P. 1 (24 de fevereiro de 1908)
Dez carpinteiros, sete pedreiros e dez serventes estão em serviço na casa de
moradia.
Carroceiros: Heliodoro foi a Rio Claro buscar 44 grades de ferro fundido para a casa
de moradia.
Por esta época, conforme registrado neste livro, é constante a chegada de areia e a
fabricação de tijolos.
P. 12 (29 de fevereiro de 1908)
Chegam à fazenda 50 trilhos remmetidos pela Comp
a
Paulista. O administrador,
Mário Simões Coelho solicita ao conde Prates permiso para efetivar a substituição
dos postes de madeira pelos trilhos.
P. 22 (5 de mao de 1908)
Seis empregados da fazenda auxiliam dois funcionários da Central Electrica na
substituição dos postes dos terreiros.
P. 31 (9
de março de 1908)
Solicita o administrador Mário Simões Coelho:
Rogo a V. Ex
cia
mandar remetter para esta 3000 telhas francesas
16
, 300 cumieiras
para a casa de moradia, 6 vidros canellados de 0,49 por 0,69 e 6 ditos lisos das
mesmas dimensões, para as portas de vidro da frente da casa de moradia.
P. 39 (13 de março de 1908)
Escreve o administrador Mário Simões Coelho:
Vindos de S. Paulo chegaram hoje a esta os encanadores Gabriel e Orestes
Marcandalli.
Recebi hoje uma carta de V. Ex
cia
e junto um conhecimento de um engradado com 7
cantoneiras, as quais V. Ex
cia
me ordena para serem assentas (sic) nos quartos da
casa de moradia do lado do corredor. Rogo a V. Ex
cia
mandar remetter para esta um
wagon de cal.
16
Estas telhas chegariam à Fazenda no dia 20 de março, conforme registra a diária (página 52)
272
P. 40 (14 de março de 1908)
Carroceiros: Zeferino e Marcos puxaram terra dos baixos da casa de moradia para o
ude do Tanque.
P. 43 (15 de março de 1908)
Pede o administrador que se mande para a fazenda 50 maços de pregos de 22 x 42;
50 de 19 x 27; 50 de 15 x 15; 50 de 16 x 18 e 50 de 23 x 48.
P. 45 (16 de março de 1908)
Pede o administrador: Rogo a V. Ex
cia
de mandar remetter para esta dois vidros
opacos para 2 janellas da Capella, de 112 x 90.
P. 79 (1º de abril de 1908)
Pede o administrador: rogo a V. Ex
cia
mandar remetter para esta duas curvas e um
sifão de metal anikelado, peças estas que faltam nos lavatórios ultimamente para
aqui remettidos por V. Ex
cia
.
P. 90 (6 de abril de 1908)
Pede o administrador: Rogo a V. Ex
cia
de mandar remetter para esta 13 duzias de
palmellas
17
para as venezianas, parafusos para as mesmas e cremonas para as
mesmas e 2 (?) caixilhos.
P. 105 (13 de abril de 1908)
Seguiu a S. Paulo o empregado João Apparecido acompanhando os animaes
Garibaldi, Veneza, Lara e Lady.
Esteve hoje n’esta o Dr.João Coriollano com dois auxiliares afim de examinar e curar
os doentes de trachoma
18
, e tendo encontrado muitos doentes resolveu mandar um
enfermeiro para aqui, por conta do Governo, e pede para que lhe seja fornecida
pensão.
P. 115 (18 de abril de 1908)
17
Palmela: dobradiça que, graças ao seu desenho, possibilita a abertura de venezianas externas até
um ângulo de 180°.
18
Tracoma: doença infectocontagiosa, espécie de conjuntivite.
273
Obs.: Nesta noite queimou-se a cortina rosa que cobria o altar mor tendo queimado
em alguns lugares, cousa insignificante, a tinta do altar.
P 127 (24 de abril de 1908)
Obs.: Vindos de São Paulo chegaram hoje a esta Carmino Ranaldi com tres oficiaes
pintores e a empregada Francisca com Águeda e Fortunato.
P. 133 (data?)
Obs.: Rogo a V. Ex
cia
de mandar remetter a esta 30 metros de correia de 5 e meia
pollegadas de largura, e ferros pedreses
19
para 12 portas interiores.
P. 141 (data?)
Obs.: Tendo o Snr. José Levy mandado abrir uma carreira de covas para plantar
café na devisa perto à Lagoa do marco 1 ao Nº 2, e achando eu que estas covas
estão justamente na devisa inutilizando o caminho que V. Ex
cia
tem alli, amanhan
cedo as mandarei alagar. Rogo a V. Ex
cia
ordenar-me o que fazer caso o mesmo
Snr as mande abrir de novo.
P. 146 ((4 de maio de 1908)
Carroceiro Heliodoro foi a Rio Claro buscar umas peças de mármore para a casa de
moradia.
P. 150 (5 de maio de 1908)
Pago pelo frete de 3 cxs c/ balaústres 18900
Pago pelo frete de 3 am
dos
corrimão 8300
6 engr
dos
venezianas 13000
P. 152-3 (6 de maio de 1908)
Obs.: Rogo a V. Ex
cia
de mandar remetter para esta os seguintes artigos :
2 vidros opacos para a Capella, de 1.12 x .90
24 cremonas com os respectivos ferros
6 fechaduras para portas interiores
19
Ferro pedrês: variedade de ferro gusa intermediário entre o gusa branco e o gusa cinzento, cuja
fratura apresenta pintas cinzentas em fundo branco (aplicado à cor dos animais, pedrês é o carijó). O
mesmo que fecho pedrês, aquele de correr que tranca pelo embebimento da ponta do palhetão em
um ilhós aberto na soleira, verga ou ombreira da porta.
274
12 maçanetas
84 palmellas para venezianas
6 fechaduras de encachar
2 ms
qs
de telhas de fibro cimento
12 barras de ferro chato de 5/8 x 5/16
12 ditas de ferro chato de 1 ¼ x ¼
12 ditas de ferro chato de 3/4 x 3/16
12 ditas de ferro chato de 1 x 3/8
12 ditas de ferro chato de 1 ¼ x ½
12 ditas de ferro chato de 1 ½ x ½
12 ditas de ferro chato de 2 x 5/8
12 ditas de ferro chato de 1 7/8 x 5/8
12 ditas de ferro chato de 7/16
12 ditas de ferro chato de 1 pollegada
P. 155 (data?)
Obs.: Conforme ordem de V. E. fui à Fazenda Ibicaba falar com o Snr. Jo Levy,
resolvemos não tocar na divisa, esperando para o fazer na primeira ocasião que V.
E. vier a esta. Rogo a V. E. de mandar remetter a esta um vagão de cal e um dito de
cimento.
P. 172 (15 de maio de 1908)
Obs.: Vindos de São Paulo chegaram hoje a esta o Snr. Cármino Ranaldi com um
official pintor, e 2 officiaes mandados pelo Snr Thomaz para collocarem o asphalto
nos dois terraços lateraes da casa de moradia.
No período abrangido por este livro de diárias, várias referências ao desaterro
dos baixos da casa de moradia.
P. 182 (20 de maio de 1908)
Obs.: Pago pelo frete de 1 cx de ferragens 2$000
Idem 8 barras de ferro, 1 com dito (?) 7$500
Idem 36 barras dito chato e um dito galvanizado 22$700
Idem pelo frete de 1 vagão de asphalto 29$000
275
Idem pelo frete de 1 eng
do
c/ telhas de fibro cimento 800
P. 183 (21 de maio de 1908)
Pedreiros: Valentim com 4 camaradas passando pixe nos lavadores de café
P. 186 (22 de maio de 1908)
Seguiram hoje para São Paulo os officiaes mandados aqui pelo Snr. Thomaz e seis
serventes acabaram de concertar os canaes conductores do café para os terreiros, e
trabalharam na casa de moradia. Martins, Amilcar e Accacio com 3 ditos
concertando os terreiros de café.
P. 199 (29 de maio de 1908)
Carpinteiros: Felippe, Loureiro, Pagno, Pott, Defende, Hermínio e José em serviço
da casa de moradia. Miguel e Pedro fazendo registros para os canaes conductores
do café para os terreiros e rodos para lidar com o café nos terreiros.
Por esta época, tamm se encontram em obras os terreiros de café, que estão
sendo consertados.
P. 207 (1º de junho de 1908)
Seguiram hoje para S. Paulo o rev Padre José Chiappa e o empreiteiro Snr. Thomaz
Ferrara.
P. 218 (5 de junho de 1908)
Vindos de s. Paulo em trem especial, estiveram hoje em visita a esta os Exmos. Snrs
Condes de Prates, proprietário d’esta, acompanhados de seu Digmo Filho Guilherme
Prates, e dos Drs. Francisco Hermano, Ministro do Chile, sua Senhora e secretário
Javet Madineira (?) e Everaldo de Souza.
Seguiu hoje para S. Paulo o cio da Brasserie Paulista, Snr. Victorio com seus
quatro empregados.
P. 342 (25 de julho de 1908)
276
Deixou hoje a direcção geral desta Fazenda o Snr Mário Simões Coelho, tendo sido
substituído provisoriamente pelo Snr Francisco Ferreira da Rocha, conforme
telegrammas e cartas recebidas de V. Excia., sendo entregues as chaves do cofre.
O administrador Mário irá se retirar da Fazenda, com sua família, em direção a Rio
Claro, no dia 30 de julho de 1908, conforme registra a diária à página 358.
P. 361 (31 de julho de 1908)
Obs.: Chegou hoje a esta, vindo de S. Paulo, o Snr. João Descagni com três
officiaes encanadores e vindo de Rio Claro chegou o marmorista.
P. 369 (3 de agosto de 1908)
Obs.: recebi hoje uma carta de V. E. recomendando-me o serviço da casa de
moradia. Actualmente os pedreiros estão rebocando o interior do puxado e os
carpinteiros fazendo e collocando o madeiramento do telhado.
A partir desta data, a mando do Conde, o relato sobre as obras da Casa de Moradia
passa a ser um item específico em cada Diária.
P. 373 (4 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: collocando caibros no puxado.
Pedreiros: collocaram os ladrilhos no terraço do puxado do antigo Escriptorio.
P. 378 (5 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: collocando caibros no terraço.
Pedreiros: continuam rebocando as paredes interiores do puxado.
P. 379 (6 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros e pedreiros cobriram o telhado do puxado. Já se acham assentes os
dois fogões, assim como os reservatórios d’água, estando já ligada a todos os
banheiros, lavanderias etc.
277
P. 382 (7 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: assentando caixilhos e forrando o corredor.
Pedreiros: levantando as paredes do banheiro.
P. 385 (8 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: continuam assentando caixilhos e forrando o corredor.
Pedreiros: levantando as paredes do banheiro e fazendo cimalha em volta do
puxado.
P. 387 (9 de agosto de 1908) Obs.: um domingo!
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: assoalhando o corredor.
Pedreiros: levantando as paredes do banheiro e fazendo cimalha em volta do
puxado.
P. 390 (10 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: forrando o telhado do banheiro e forrando o corredor do puxado.
Pedreiros: acabaram de fazer as paredes do banheiro e fazendo cimalha em volta
do puxado.
P. 393 (11 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: fazendo o madeiramento que liga o banheiro ao puxado.
Pedreiros: fazendo a cimalha em volta do puxado
P. 396 (12 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: fazendo o madeiramento do telhado que liga o banheiro ao puxado.
Pedreiros: fazendo a cimalha em volta do puxado e ladrilhando a cosinha (sic).
278
P. 399 (13 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: acabando de fazer o madeiramento que liga o banheiro ao puxado e
forrando a copa.
Pedreiros: fazendo cimalhas em volta do puxado e do banheiro.
P. 402 (14 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: forrando a copa.
Pedreiros: fazendo a cimalha em volta do puxado e ladrilhando a cosinha (sic).
P. 407 (16 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: forrando a copa e fazendo guarnições de batentes.
Pedreiros: fazendo cimalhas, ladrilhando a cosinha e passando reboque fino no
corredor do puxado.
P. 410 (17 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: forrando a copa e fazendo guarnições de batentes.
Pedreiros: fazendo cimalhas, ladrilhando a cosinha e passando reboque fino no
corredor do puxado.
P. 413 (18 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: Assentando batentes e rodapés no corredor.
Pedreiros: ladrilhando a cosinha e a copa e rebocando os dois quartos.
P. 416 (19 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: Assentando batentes e rodapés no corredor.
Pedreiros: ladrilhando a cosinha e a copa e rebocando os dois quartos.
P. 419 (20 de agosto de 1908)
279
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: forrando o quarto pegado à copa e assentando rodapés.
Pedreiros: acabaram de fazer o quarto pegado à copa e assentando portas e
caixilhos.
P. 422 (21 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: acabaram de fazer o quarto pegado à copa e assentando portas e
caixilhos.
Pedreiros: passando o reboque fino no quarto pegado à copa.
P. 425 (22 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: colocando portas e caixilhos.
Pedreiros: passando o reboque fino no quarto pegado à copa.
P. 427 (23 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: colocando portas e caixilhos.
Pedreiros: passando o reboque fino no quarto pegado à copa e emboçando o
telhado.
P. 430 (24 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: assoalhando os quartos e assentando caixilhos.
Pedreiros emboçando o telhado e: passando o reboque fino nos quartos.
P. 433 (25 de agosto de 1908)
Pagamentos feitos hoje:
Pago pelo frete de um vagão de cal 58$500
Pago pelo frete de 50 mq ladrilhos barro 37$600
Pago pelo frete de1 tubo chumbo $400
Pago pelo frete de 2cxtes pertences mictório 2$500
280
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: assentando rodapés, caixilhos e portas.
Pedreiros: rebocando as paredes externas do puxado.
P. 437 (26 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: assentando rodapés, caixilhos e portas.
Pedreiros: ladrilhando a copa e rebocando as paredes exteriores da frente do
puxado.
Recebi hoje uma carta de V. E. juntamente com os conhecimentos, na qual V. E. me
recomenda o serviço de installação da latrina e dos ladrilhos.
P. 440 (27 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: fazendo o madeiramento da escada para o puxado
20
.
Pedreiros: ladrilhando a copa e rebocando as paredes exteriores da frente do
puxado.
P. 443 (28 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros fazendo o madeiramento da escada para o puxado.
Pedreiros: ladrilhando a copa e rebocando as paredes exteriores da frente do
puxado.
P. 446 (29 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros fazendo o madeiramento da escada para o puxado.
Pedreiros: acabaram de ladrilhar copa e rebocando as paredes exteriores da frente
do puxado.
20
Cabe uma observação aqui sobre o que está sendo considerado um puxado pelo administrador:
seria apenas o sentido consagrado, aquele de uma ampliação na horizontal ou o segundo pavimento
que a casa parece ter recebido nesta intervenção?
281
P. 448 (30 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: assoalhando os quartos e fazendo a escada.
Pedreiros: rebocando as paredes exteriores da frente do puxado.
P. 451 (31 de agosto de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: assoalhando os quartos e fazendo a escada.
Pedreiros: rebocando as paredes externas do puxado e fazendo a latrina para as
empregadas.
P. 454 (1º de setembro de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: assoalhando os quartos e fazendo a escada.
Pedreiros: acabaram de fazer o quartinho para a latrina nos baixos da casa e
rebocando as paredes externas do puxado.
P. 455 (2 de setembro de 1908)
Carroceiros: Apollinario com Benedito e Emilio, e 8 candieiros puxaram ladrilhos da
Estação.
P. 457 (2 de setembro de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: acabaram de assoalhar os quartos e fazendo a escada.
Pedreiros: rebocando e fazendo cimalhas nas paredes externas do puxado.
P. 458 (3 de setembro de 1908)
Carroceiros: Emilio, Apollinario e Benedito com 3 candieiros puxaram ladrilhos da
Estação.
P. 460 (3 de setembro de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: fazendo a escada e assentando portas.
Pedreiros: rebocando as paredes externas do puxado.
282
P. 462 (4 de setembro de 1908)
Carroceiros: Juvenal puxou areia para a obra da casa de moradia.
P. 464 (4 de setembro de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: fazendo a escada e preparando o soalho para a sala de jantar.
Pedreiros: rebocando as paredes externas e fazendo os pilares para sustentar o
soalho da sala de jantar.
Dos dois vagões de ladrilhos despachados por V. E. para esta, devido a virem mal
acondicionados, quebrou-se grande parte, sendo o número de perfeitos 5.123.
P. 467 (5 de setembro de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: fazendo a escada e aprontando o madeiramento para o soalho da sala
de jantar.
Pedreiros: rebocando as paredes exteriores do puxado.
P. 470 (7 de setembro de 1908)
Carroceiros: Heliodoro e Marcos com dois puxadores puxaram tijollos para a obra da
casa de moradia.
P. 472 (7 de setembro de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: preparando o madeiramento para a sala de jantar e fazendo a escada.
Pedreiros: rebocando as paredes exteriores do puxado.
P. 477 (9 de setembro de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: preparando o madeiramento para o soalho da sala de jantar e a
escada.
Pedreiros: rebocando as paredes exteriores do puxado.
P. 480 (10 de setembro de 1908)
283
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: fazendo o madeiramento do soalho da sala de jantar.
Pedreiros: rebocando as paredes exteriores do puxado.
P. 483 (11 de setembro de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: assoalhando a sala de jantar.
Pedreiros: rebocando as paredes externas do puxado.
P. 486 (12 de setembro de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: assoalhando a sala de jantar.
Pedreiros: rebocando as paredes externas do puxado.
P. 489 (13 de setembro de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: assoalhando a sala de jantar.
Pedreiros: rebocando as paredes externas da sala de jantar e os baixos
21
do
puxado.
P. 492 (14 de setembro de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: assoalhando a sala de jantar.
Pedreiros: rebocando as paredes externas da sala de jantar e os baixos do puxado.
P. 496 (15 de setembro de 1908)
O andamento da casa de moradia:
Carpinteiros: assoalhando a sala de jantar.
Pedreiros: rebocando as paredes externas da sala de jantar e os baixos do puxado.
P. 500 (16 de setembro de 1908)
O andamento da casa de moradia:
21
Retomamos aqui a dúvida expressa na nota anterior.
284
Carpinteiros: assoalhando a sala de jantar.
Pedreiros: rebocando as paredes externas da sala de jantar e os baixos do puxado.
AMRC 136
OBSERVAÇÃO: Embora esse livro tenha tido seu início de preenchimento em 1892,
inserimos aqui a parte referente a 1908, com o fito de manter as informões em
ordem cronológica.
Diária do dia 20 de julho de 1908
Tempo bom
Montanari com dois camaradas concertando a machina e estendendo fios de
telephone no terreiro ; Mofato com um dito despolpando café.
Carpinteiros: Felippe, Loureiro, concertando o munitor da machina, Miguel Pedro,
Defende, Herminio, Jo, para a casa de moradia.
Pedreiros: Valentim, João, Manoel, Martins, Amílcar, Acacio, com um do Snr.
Thomaz e 6 serventes, em serviço da casa de moradia.
Carroceiros: Heliodoro, Domingos e 2 puxadores, puxaram canna para os animais
do pasto e tijolos para a casa de moradia; Ziferino, Beijamim, Amandio, Soares,
Jovenal, foram a Estação buscar areia e juntos com Barbosa, Florencio, Marcos,
Antonio, puxaram terra de perto a casa de moradia para o assude do tanque.
Esses carpinteiros e pedreiros continuaram trabalhando na casa de moradia. Mais
tijolos foram trazidos no dia 21 de julho.
Os carroceiros seguem puxando terra de perto da casa para o açude do tanque.
Levavam café para a estação e traziam areia de lá.
26 de julho de 1908
Carpinteiros: pour etre dimanche, nes pás travailler. Idem para carroceiros e
carreiros. Já os pedreiros trabalharam na casa de moradia.
30 de julho de 1908
Montanari fazendo ferragens de uma carrocinha com um camarada.
285
Avulsos: 2 camaradas tirando toras; e 3 ditos tirando terra dos baixos da casa de
moradia.
03 de agosto de 1908
Carpinteiros: Felippe, Loureiro, Pagni, Miguel, Pott, Defende, José fazendo o
telhado, 2 camaradas serrando caibros.
Pedreiros Valentim, Martins, Accacio, João, Manoel, Amílcar com um do Snr.
Thomaz com 7 serventes estivemos rebucando no corredor da cozinha.
Turmas: ... Caligari fazendo diversas ferragens para o madeiramento do telhado da
casa de moradia.
Pedreiros Valentim, Martins e Accacio com 3 serventes estivemos o corredor da sala
para a cozinha., João, Amílcar com 2 serventes estiveram assentando ladrilhos no
terraço antigo do Escriptorio, Manoel com um do Snr. Thomaz e com 2 serventes
andaram colocando a chaminé da cozinha.
06 de agosto de 1908
Vindo de S. Paulo pelo rápido e regressando hoje mesmo esteve nesta o Snr João
de Descagni.
Andamento da casa de moradia.
Pedreiros e carpinteiros collocaram as telhas no telhado do puxado. Já ce acham
assentes os dois fugões, assim como o reservatório d’água estando já ligada a todos
os banheiros, lavatórios etc.
07 de agosto de 1908
Carroceiros: ... Balbino puxando telha da casa de moradia para o pasto dos suínos.
Neste período, aparece referência a “Angelino fazendo tijollos” com freqüência.
12 de agosto de 1908
Montanari e Caligari cortando trilhos para a casa de moradia e concertando roda
d’água na Serraria.
14 de agosto de 1908
286
Carreiros: ...Appolinario com um candieiro
22
retirou madeiras velhas de perto da
casa da moradia.
18 de agosto de 1908
Carreiros: ...Appolinario com um candieiro puxou tacoaras e madeiras velhas da
casa da moradia para a officina.
19 de agosto de 1908
Carreiros: ...Appolinario com um candieiro puxou tacoaras e madeiras velhas da
casa da moradia para a officina.
20/ 08/1908
Pedreiros: ... João, Martins, Accacio, com 2 serventes em serviço do novo galinheiro
perto do tanque.
Também tijolos foram deslocados para essa obra, nesse mesmo dia.
21 de agosto de 1908
Pedreiros: Valentim, Amilcar com um do Snr. Thomaz, com 3 serventes em serviço
do novo galinheiro; Martins, Accacio, com um servente no chiqueiro. Manoel, com 1
servente tiveram caiando 1 casa.
25 de agosto de 1908
Carroceiros: Heliodoro e Marcos, com 2 puxarão café para a estação e trousseram
cal, Belato e Cosme puxaram tijollos e com Florêncio Barbosa Jovenal puxarão café
da roça.
26 de agosto de 1908
Avulsos: 6 camaradas tratando do chiqueiro 3 ditos cortando capim, 2 ditos
auxiliando os encanadores 4 ditos em serviso do pumar.
27 de agosto de 1908
22
Candeeiro: indivíduo, geralmente de pouca idade, que vai à frente do carro de bois, conduzindo o
veículo. Aqui provavelmente identifica um ajudante, menor.
287
Carroceiros: Heliodoro e Marcos puxaram ca para a estação e tijollos para as
obras da casa de moradia. Bellato, Romeiro, Florêncio, Juvenal, Zeferino puxaram
café da roça. Cosme, Soares e Freitas puxaram casca de café para o cafezal de Sto.
Eduardo; Barbosa puxou areia para as obras da casa de moradia, Pedro e
Benedicto puxam terra para o açude do tanque.
Avulsos: dois camaradas auxiliando os encanadores.
Observação: Havia um engenho na Colônia Santa Cruz (Engenho Santa Cruz).
1º de setembro de 1908
Carroceiros: Florêncio, Juvenal, Heliodoro e Marcos com dois puxadores puxaram
casca de café para o cafezal de Sta. Cruz e puxaram café para a Estação e
trouxeram ladrilhos simento da Estação.
02 de setembro de 1908
Mais ladrilhos vieram da Estação para as obras da casa.
03 de setembro de 1908
Carroceiros tiraram entulhos da casa de moradia e trouxeram mais ladrilhos.
Continua-se a tirar terra dos baixos da casa de moradia.
07 de setembro de 1908
Carroceiros: Heliodoro e Marcos com 2 puxadores, puxaram tijollos para as obras da
casa de moradia.
09 de setembro de 1908
Carroceiros trazem areia para as obras da casa de moradia.
15 de setembro de 1908
Carroceiros trazem areia para as obras da casa de moradia.
16 de setembro de 1908
Avulsos: 6 camaradas ruçando capins velhos no pasto do triângulo, 3 ditos cortando
cannas, 2 ditos auxiliando os encanadores , 2 ditos arrancando postes da linha velha
da Telefônica, 2 tirando terra dos baixos da casa de moradia. 3 ditos cortando capim.
288
18 de setembro de 1908
Montanari em concertos de luz nos terreiros e na Egreja.
22 de setembro de 1908
Caligari e Montanaro e 3 camaradas assentando o arco da lanterna .
Carroceiros trazem areia para as obras da casa de moradia.
Carreiros: Raymundo, com um candieiro, puxou madeira da casa para a serra.
24 de setembro de 1908
Carpinteiro Silvestre fazendo a porteira para o pomar novo.
25 de setembro de 1908
Pedreiros: Accacio limpando os ladrilhos do terraço da casa de moradia.
Avulsos: 2 ditos aplainando terra em volta da casa de moradia.
Observação: Por essa época, referência à construção de tanques, mas não é
possível identificar perfeitamente a localização dos mesmos.
26 de setembro de 1908
Carroceiros trazem areia e tijollos para os baixos da casa de moradia.
Avulsos: 2 ditos aplainando terra em volta da casa de moradia.
29 de setembro de 1908
Carpinteiros e pedreiros são deslocados para as obras do novo galinheiro e dos
tanques.
Carroceiros trazem tijolos (sem destino conhecido), areia (para a Administração).
Avulsos: 2 ditos aplainando terra em volta da casa de moradia.
30 de setembro de 1908
Carpinteiros: ainda na casa de moradia.
Pedreiros: turma menor na casa de moradia, outra parte na obra do novo galinheiro
e outra, nos tanques.
Continuam a chegar tijolos para as obras na casa de moradia e sendo retirada terra
dos baixos da mesma.
28
9
Estão sendo feitas cazinhas, no caminho da Estação.
1º de outubro de 1908
Carroceiros trazem tijolos para a obra da casa de administração. Continuam levando
terra para o açude do tanque e trazendo areia para as obras.
Avulsos: 2 fazem casinhas no caminho da Estação, um aplaina terra em volta da
casa de administração.
02 de outubro de 1908
Continuam obras na casa, no galinheiro e no açude do tanque. Chegam tijolos para
Administração, areia, telhas (do Bota-fogo), ladrilhos.
03 de outubro de 1908
Continuam obras na casa e galinheiro. Chegam tijolos e areia para a Administração.
Avulsos: 2 camaradas fazendo um buraco para amassadouro do reboque na
Administração.
05 de outubro de 1908
Carpinteiros trabalham na casa e fazendo porteiras.
Pedreiros: divididos entre as obras na casa, no chiqueiro etc.
Martins, Accacio, Antonio e 3 serventes em serviço do aliserso do aumento da casa
d’Administração.
Avulsos: 2 fazendo cazinhas no caminho da Estação (...) um cavocando terra em
volta da casa de moradia.
06 de outubro de 1908
Continuam as obras na casa, galinheiro, alicerce da casa d’administração. Chegam
mais tijolos e areia para a casa d’Administração.
Turmas: Luiz com 7 camaradas baldiando café da tulha perto d’Administração para a
tulha da machina.
Observação: havia tulhas perto da Administração e tulha do benefício ou tulha da
machina (P. 102, 106)
P. 89 (8 de outubro de 1908)
290
Carpinteiros: Felippe, Pagni, Pott, Defende, Pedro e José em serviço da casa de
moradia.
Pedreiros: Manoel, Amilcar, Accacio, Antonio e o do Snr. Thomaz e 4 serventes em
serviço da casa de moradia.
P.91
De 9 a 15 de outubro de 1908, repetem-se as anotações sobre obras na Fazenda:
Carpinteiros: Felippe, Pagni, Pott, Defende, Pedro e José em serviço da casa de
moradia.
Pedreiros: Manoel, Amilcar, Accacio, Antonio e o do Snr. Thomaz e 4 serventes em
serviço da casa de moradia.
No dia 15 de outubro, ainda, aparece a seguinte notação:
3 serventes em serviço no aumento da Administração.
Observação: por esta época, são vários os relatos de mudanças (feitas por
carroceiros) de famílias de outras fazendas para a Santa Gertrudes, vindas de
Bicaba (sic), Iracema, Camarguinho, de Araras, Morro Azul, Paraguassu (sic), Boa
Vista, Cambatay (sic), Santo Antonio.
16 de outubro de 1908
Chegam tijolos para a casa.
Carpinteiros: Felippe, Pagni, Pott, Defende, Pedro e José em serviço da casa de
moradia.
Pedreiros: Manoel, Amilcar, Accacio, Antonio e o do Snr. Thomaz e 4 serventes em
serviço da casa de moradia.3 serventes em serviço no aumento da Administração.
18 de outubro de 1908:
Pedreiros estão assentando calçada na casa de moradia.
Luiz com 6 camaradas colocando terra em volta da casa de moradia.
20 de outubro de 1908
Além dos carpinteiros e pedreiros da casa de moradia, Martins, José, Antonio e 3
serventes em augmentos da Administração.
Chegam tijolos para essa obra.
291
P. 105-A
Angelino fazendo caminho no matto da divisa da fachina
23
29 de outubro de 1908
Turmas: Luiz com 8 camaradas cabucando terra em volta da casa de moradia.
Observações: O galinheiro em obras fica próximo ao mirante (p. 109-a) e o pastinho
dos tourinhos fica perto do tanque (p. 109-b).
P. 110-a (31 de outubro de 1908)
Pedreiros: ... João, Amílcar e Accacio com 3 ditos rebocando debaixo da casa de
moradia.
Carroceiros: Alexandre, Attilio, Cosme, Benedito e Soares puxaram tijollos para os
baixos da casa de moradia. Zeferino e Benjamim puxaram areia para a casa de
moradia.
3 de novembro de 1908
3 pedreiros e 4 serventes em serviço na Administração. 3 pedreiros e 2 serventes
estão rebuçando de baixo da casa de moradia. Luiz com 7 camaradas cabucando
terra em volta da casa de moradia.
4 de novembro de 1908
Pedreiros: Valentin, João, Mel, Amilcar, Accacio, José, Antonio e 7 serventes
rebucando e ladrilhando com tijollos de baixo da casa de moradia.
12 de novembro de 1908
Pedreiros: Valentin, Ant°, José, Accacio e 4 serventes em serviços da
Administração. Mel e Amilcar e 2 serventes rebucando em cima da casa de moradia.
Turmas: Luiz com 7 camaradas aplainando terra em volta da casa de moradia.
Avulsos: 2 (camaradas) plantando árvores no pastinho da coudelaria
24
.
23
Faxina: campo que avança pelo interior de uma floresta ou cercado por altas árvores; faxinal ou
ainda campo de pastagem com presença de arvoredo esguio. (HOUAISS)
292
Observação: esse plantio se estende por vários dias.
P. 121-b (13 de novembro de 1908)
Turmas: Luiz com 5 ditos (camaradas) cavucando terra ao redor da casa de
moradia.
P. 122-a (14 de novembro de 1908)
Continuam os serviços de carpinteiros (6) e pedreiros (3 + 3 serventes na
Administração e 3 + 1 camarada na casa de moradia) estes últimos rebocando os
altos da casa de moradia.
Martins com 1 dito emboçando o telhado da Coudelaria.
Turmas: Luiz com 6 camaradas cavoucando terra ao redor da casa de moradia.
P. 123-a (16 de novembro de 1908)
Continuam todos os serviços do dia anterior, inclusive o emboçamento do telhado da
Coudelaria.
P. 124-a (?) (17 de novembro de 1908)
Carpinteiros continuam envolvidos nas mesmas tarefas anteriores.
Pedreiros: Valentin, Amilcar, Souza e Accacio com 2 serventes em serviço da
calçada ao redor da casa de moradia. Manuel e Peni com 2 ditos acabaram de caiar
os altos da casa de moradia. Martins com 1 dito emboçando o telhado da
Coudelaria.
Turmas:Luiz com 7 camaradas desaterrando a frente da casa de moradia.
Chega cal proveniente da Estação.
P. 122 (18 de novembro de 1908)
Trabalham 4 e 3 carpinteiros na Casa d’Administração e na de moradia,
respectivamente.
Turmas: Luiz, com 8 camaradas desaterrando a frente da casa de moradia.
24
Coudelaria: estabelecimento, geralmente estatal, onde se cuida da criação, seleção e
aperfeiçoamento de animais, especialmente de raças de cavalo. O mesmo que haras. (HOUAISS)
293
Pedreiros: Valentim, Amilcar,Manuel com 3 serventes em serviço da calçada na
frente da casa de moradia. Martins e Peni com 1 dito emboçando o telhado da
Coudelaria.
19 de novembro de 1908
Chegam tijolos para a Administração e continua o desaterro da frente da casa de
moradia (onde trabalham Luiz e 8 camaradas).
20 de novembro de 1908
Luiz trabalha com mais 10 camaradas cavocando terra na frente da casa de
moradia. Chegam telhas do Botafogo.
Observação: havia um viveiro de mudas no matto de Santa Cruz (onde se plantam
em jaccazinhos)
21 de novembro de 1908
Último registro de desaterro na frente da casa de moradia: trabalham Luiz e mais 10
camaradas.. A partir daí, Luiz e seus camaradas passarão a arrancar encanamentos
velhos dos terreiros.
24 de novembro de 1908
Carpinteiros: Felippe e Loureiro em serviço da Administração; Miguel, Defende,
Sylvestre, Pagni, Pedro e José assoalhando o alto da casa de moradia.
Pedreiros: Valentim, Amilcar, Souza e Accacio com 3 no encanamento, Manuel na
calçada, Martins e Peni com 1 na Coudelaria.
Chegam mais tijolos.
25 de novembro de 1908
Continua o assoalhamento dos altos da casa de moradia. Pedreiros passam a
trabalhar nos canais. Chegam tijolos para isso.
3 de dezembro de 1908
Montanari e Caligari com 1 camarada assentando um arco para a lâmpada de
querosene.
294
Carpinteiros: 5 trabalham na Administração, Defende fazia escada.
Pedreiros: continuam obras nos canaes e na calçada.
Observação: continuariam, por rios dias, a execução da escada pelo carpinteiro
Defende e as obras de sarjetas ao redor da casa.
9 de dezembro de 1908
Continuam as tarefas anteriores dos pedreiros, chegam tijolos do Botafogo.
Turmas: Capicotto com 7 ditos (camaradas) cavoucando terra ao redor da casa de
moradia.
11 de dezembro de 1908
Avulsos: 2 desterrando os baixos da Administração. 1 pintando as grades dos baixos
da casa de moradia.
14 de dezembro de 1908
Pedreiros: João rebocando baixos da casa de moradia.
17 de dezembro de 1908
Ferreiros: Montanaro e Caligari com 2 camaradas em concertos do vapor da
machina e fazendo a escada do cillo.
28 de dezembro de 1908
Pedreiros: ... João e Souza caiando a casa onde vai ser aberto o restaurante.
Continuam: desaterros na Administração (baixos), carpinteiros (6) na Administração
e na casa de moradia (1). E empreiteiro Angelino queima tijolos.
AMRC 141 Livro Contábil (costaneira). De agosto de 1908 a janeiro de 1911.
AMRC 86 Livro Caixa. (Contas correntes nº 16 da Fazenda Santa Gertrudes).
De 13 de setembro de 1908 a 31 de julho de 1909. 400 ginas. Folha pautada,
manuscrito, grande formato.
AMRC 5 Copiador de diárias. De 28/11/ 1908 a 28/08/1909.
295
Livro formado pelas cópias em papel de seda, manuscritas, em condições precárias
de manuseio. 500p. Por esta época, assinava as diárias como Diretor Geral, o Sr.
João Bonifácio Gomes de Gouvêa, substituído, ainda em dezembro, por Domingos
Fernandes.
Observação importante: por estar o livro em precaríssimas condições de manuseio
as transcrições foram prejudicadas, para evitar o comprometimento ainda maior do
documento. Apesar das diárias obedecerem a uma ordem no relato das atividades
da Fazenda, ainda não eram papéis impressos, como viriam a ser mais tarde.
P. 2: (28/11/1908)
Observações: Vindo de São Paulo, chegou hoje a esta o Snr. Tommaso Ferrara,
empreiteiro da Capella.
Observação: há uma turma de trabalhadores do Sr. Tommaso em obras da Capela.
P. 12: (1º/12/19008)
Carpinteiros: João Braga e mais 4 companheiros trabalhando no madeiramento da
torre da Capella nos serviços da empreitada.
P. 15 (2/12/1908)
Emilio ....... acabou de fazer ferragens para a torre da capella
P. 20: (5/12/1908)
Por ser domingo, o pessoal da Fazenda não trabalhou. A turma do Snr. Tommaso
Ferrara trabalhou athé 3 horas da tarde, com isso foi colocada a cruz na torre da
Capella, e, em regozijo deste acontecimento, houve uma festa, tendo-se collocado
muitas (luminárias?) na torre, soltou-se muitos foguetes, repicando-se todos os sinos
da Fazenda e ......... athé os...... no terreiro da frente da casa da administração.
P.52 (24/12/1908)
....... Rogério fez 2 moldes de madeira para a cimalha da Capella.
P. 78 (09/01/1909)
Carpinteiros: João Braga trabalhando em serviço da Capella para c/ do Snr.
Tommaso Ferrara. João Lourenço fazendo andaimes para as pinturas da Capella.
296
Observação: eses trabalhos preparatórios da pintura da Capela se estenderiam por
alguns dias e a pintura, propriamente dita, por várias semanas, até final de abril,
quando cessa o registro das obras. A turma do Sr. Tommaso Ferrara auxiliaria na
realização dos encanamentos, após a conclusão das obras na Capela.
P. 83 (11/01/1909)
Observações: Vindo d’essa Capital chegou hoje a esta Fazenda o Snr. Tommaso
Ferrara, Empreteiro da Capella.
P. 85 (12/01/1909)
Observações: Vindo d’essa Capital chegou hoje a esta tendo voltado hoje mesmo, o
Snr. Lourenço P....(ilegível) empregado do Snr. Conrado Sorgenicht e Compª que
veio a esta Fazenda a fim de examinar o serviço dos pintores que trabalhão em
serviço da Capella.
Observação: Nesta época também estavam sendo executados sargetas nos
corredores da Capella, pelos pedreiros. Além disso, serviços de encanamento
estavam em andamento por longo período.
P. 87 (13/01/1909)
Observações: Segue junto a esta o alva do juiz de Direito de Rio Claro, dando
autorizão a Dª Anna de Almeida Rocha, para vender a V. o sítio pertencente ao
espólio do seu finado marido, João Evangelista de Almeida Campos.
Observação: esta venda só estaria concluída no dia 30 de janeiro de 1909, tendo
sido a escritura enviada ao Conde de Prates neste dia (registro à página 118 deste
livro 5)
P. 122 (31/01/1909)
Observações: A turma do Snr. Tommaso Ferrara trabalhou nos serviços da Capella
e no terraço da casa de moradia.
P. 127 (03/02/1909)
Observações: estiveram hoje n’esta Fazenda, vindos de Rio Claro o Doutor Garciano
(?) Pereira, o Engenheiro encarregado da medição da Fazenda São Joaquim e o
297
Major João Pinto Pereira, tendo o Dr. Garciano, seguido para S. Paulo e os outros
regressado a Rio Claro.
Pediu-me o Sr. Garciano (?) Pereira, para informar V. Sª relativamente a linha
divisória d’esta Fazenda com a Fazenda o Joaquim, e tendo eu examinado o
mappa que se acha em poder do engenheiro, tenho a informar-lhe o seguinte: a
linha divisória começa do espigão mais alto que separa as fazendas: Faxina e Água
Branca, e atravessando o cafezal da Colônia Santo Eduardo, passa pela sexta casa
da mesma colônia, ao lado da Fazenda Faxina, cortando mais ou menos n’esse
lugar, uns trinta e tantos mil pés de café, passa também pela sala de jantar da Casa
de Moradia de V. e seguindo ao lado esquerdo da Colônia Santo Antonio, vai a
quarta do espigão na beira da estrada que vai a Limeira.
P. 149 (18/02/1909)
Nesta época, eso em andamento obras na casa das latrinas (sic) da nova casa da
Pharmacia e Escriptorio.
P. 152 (19/02/1909)
Observações: A turma do Snr. Tommaso Ferrara trabalhou nos serviços da Capella
e no terraço da casa de moradia. Os pintores estão trabalhando no tecto da Capella.
P. 159 (24/02/1909)
Pedreiros: Joaquim Alves, Valentim, Moura Giusepini e 1 servente estiveram
apedregulhando o corredor (sic) que vai a Capella.
P. 173 (04/03/1909)
Os pedreiros estão trabalhando na execução “de uma caixa dágua com o Snr Colli”,
provavelmente vinculada aos serviços de encanamentos algum tempo sendo
executados.
Continuam sendo feitos trabalhos na Capela, bem com a pintura do seu teto.
P. 248 (16/04/1909)
Observações: ... O óclo (sic) que V. Sª mandou-me abrir na Capella p/ (...) levantar a
Effigie de S. Gertrudes, não se pode levantar porque alcança o arroxante (?) da
madeira que trava o madeiramento da Capela.
298
P. 324 (25/05/1909)
Emilio, Rogério e Ezequiel fazendo ferragens para os sinos da Capella.
Carpinteiros: João Braga e João Loureiro fazendo um estrado para collocar o altar
na Capella. ....fazendo guarnições para cachilhos da Capella.
P. 335 (31/05/1909)
Carpinteiros: João Braga e Francisco (...?) collocando as ferragens nas cabeças dos
sinos da Capella. Santino desmanchando andaimes na Capella.
P. 337 (02/06/1909)
Pintores: Trabalharam em serviço da Capella e acabaram o serviço de pinturas da
Casa de Moradia.
P. 338 (02/06/1909)
Observações: vindo de São Paulo,chegou hoje a esta o Snr. Conrado Sorgenicht.
P. 339 (03/06/1909)
Emilio, Rogério e Ezequiel acabaram de fazer as ferragens dos cachilhos e fizeram
as chaves do alçapão da torre da Capella.
Carpinteiros: João Braga e Francisco trabalhando nos serviços da Capella. Santino,
Avelino fazendo andaimes para os pintores da Capella.
P. 352 (09/06/1909)
Para S. Paulo seguiram hoje 2 pintores que aqui se achavam em serviço e também
seguiu hontem para S. Paulo, o Snr. Colli, machinista da Compª Mechanica.
P. 354 (10/06/1909)
Seguiram hoje para S. Paulo 7 pintores que aqui se achavam em serviço da Capella.
P. 355 (11/06/1909)
Carpinteiros: Trabalharam no coretto e na Capella, levantando sinos.
Pedreiros: estiveram caiando muros e ajudaram na Capela.
Seguiram hoje para S. Paulo 5 pintores dos que aqui se achavam em serviço.
299
Vindos de S. Paulo, chegaram hoje a esta o Snr. Augusto Martins Ferreira e o
Reverendíssimo Pároco (?) da Lyceu do S. Coração de Jesus, tendo vindo também
o (...?) do mesmo Lyceu, o Sr. Paulo Prates.
P. 358 (15/07/1909)
Carpinteiros João Braga trabalhando nos armários da Capella. Francisco e João
Loureiro envernizando o assoalho do estrado da Capella. Pedro Romão e Benedicto
Valentim estiveram desmanchando o Coretto.
P. 369 (21/06/1909)
Para S. Paulo seguiram hoje os últimos pintores que nesta se achavam em serviço
do retoque das pinturas da Capella, cujo serviço ficou concluído.
Observação: continuam os trabalhos de pedreiros e carpinteiros na Capela.
P. 374 (23/06/1909)
Pedreiros: ... em serviço do novo lavador de café.
P. 407 (12/07/1909)
Carpinteiros: João Braga, Fernando, até meio dia pregaram uma chapa de zinco no
alçapão da torre da Capella e trabalharam nos armários da Capella.
Nota: Por esta época, um Sr. Colli, maquinista da Companhia Mechanica estava
cuidando das instalações dos novos despolpadores e lavadores de café, trabalho
que envolvia a turma de pedreiros e serventes da Fazenda. Tamm a Pharmacia
estava sendo alvo de trabalho de pedreiros, pintores e carpinteiros, que fizeram forro
e armário para a mesma.
P. 487 (22/08/1909)
Carpinteiros: João Braga fazendo uma porta para a Capella.
Nota: não deveria ser porta muito elaborada, pois no dia seguinte ela estava
sendo envernizada pelo mesmo carpinteiro João Braga.
AMRC 228 Livro de Conta Corrente Fazenda São Pedro. 1908- 1909, 1914, 1916,
1917.
300
AMRC 56 Borrador Limpo (sic). Livro caixa
1908
P. 33 e 34 (13 de agosto de 1908)
Proprietário
À Contas Correntes
Serviços creditados ao empreteiro Francisco Jongo
414,45 de pedras gastas no paredão da entrada da Fazenda à 3x 1:243.350
103,48 ditos gastas na tulha nova 310.440
6,72 ditos gastas na Ferraria 20.160
32,92 ditos gastas no paredão curvo 98.760
21,70 ditos gastas na bacia da bica da Serraria 65.100
7,26 ditos gastas no paredão da mangueira dos animaes de carroça 21.780
3 ditos gastas no augmento do volante na Machina de beneficio 9.000
72,96 ditos gastas nos alicerces da tulha perto do pomar velho 218.880
21,76 ditos gastas na casa da Adm
ção
65,280
0,75 ditos gastas na calçada do portão perto da casa do Valentim 20.250
17,93 ditos gastas na calçada do Tanque 53.790
5,20 ditos gastas no paredão pegado no Tanque 15.600
15,56 ditos gastas na calçada do portão da mangueira da Cocheira 46.680
44,28 ditos gastas em volta das bacias de lavar café 132.840
20 ditos gastas no assento do Britador 60.000
230,67 ditos gastas na Coudelaria 692.910
294,84 ditos gastas na casa moradia 884.520
42,50 ditas gastas na ponte da roça do pau d’alho 127.500
34,20 ditos gastas em 2 pontes no pasto da Colônia S. Joaquim 185.040
11 ditos gastos na ponte da cabeceira do Tanque em S. Antonio 33.000
40,80 ditos gastos na ponte perto à Colônia S. Banedito 122.400
156,43 ditos gastas em 5 grupos de casas na Co,onia S. Cruz 469.350
José Martins
1 ponte que fez no Lazareto 170.250
4 azas que fez nas 3 pontes da roça nova em S. Cruz 30.000
301
Calçada que fez em S. Cruz 75.000
6 dias de serviço nas pontes da roça nova S. Cruz 33.000
7 dias caiando uma casa em S. Cruz 55.000
14 dias de seus serventes a 2$ 28.000
3 ½ dias como colono a 2 7.000
P. 44 (31 de agosto de 1908)
Nesta página comparece o pagamento a Francisco Jongo (Total de 688.800 por
2331 braças de caminhos diversos que concertou em vários pontos da Fazenda).
P. 45 (1º de setembro de 1908)
Pagamento feito a Antonio Arthur por 4.893 metros cúbicos de terra no aterro que
fez da Fazenda à S. Eduardo, no valor de 2:446.500.
AMRC s/nº Livro Caixa (nº 15 FSG). Abril de 1909 a setembro de 1910. Livro de
contabilidade, manuscrito, 200 páginas.
AMRC 85 Livro Caixa. (Contas correntes nº 31 da Fazenda Santa Gertrudes).
De 11 de junho de 1909 a 31 de dezembro de 1910. 600 páginas. Folha pautada,
manuscrito, grande formato.
AMRC 55 Borrador (Livro Caixa) junho de 1909 a junho de 1910. 500 p. Manuscrito.
AMRC 271 Registro do caentregue aos colonos da Fazenda Santa Gertrudes do
Ex
mo
Snr. Conde de Prates. De 1909 a 1919. 100p.
AMRC 43 Livro copiador (número 22 da Fazenda Santa Gertrudes). De 26 de abril
de 1909 a 2 de novembro de 1909. 500 páginas, papel de seda, manuscritas. Assina
as diárias como diretor-geral Francisco Ferreira da Rocha.
P. 17 (4 de maio de 1909)
Carpinteiros: Felippe e Miguel fazendo o andaime para concerto da torre da Capella.
P. 24 (6 de maio de 1909)
302
Pedreiros: Valentim, João, Manoel e Julio com 3 serventes ladrilhando a volta da
Capella; Amilcar e Peni com um dito caiando os muros dos terreiros.
P. 52 (16 de maio de 1909)
Pedreiros: Valentim, João, Julio, Manuel, Amílcar e Perri com 5 serventes em
augmento dos terreiros.
À pàgina 53 do mesmo livro, está registrada a chegada do Sr. Thomaz Ferrara (sic),
o mesmo Tommaso de outros registros.
P. 69 (22 de maio de 1909)
Observações:
Recebi hoje uma carta de V. E. datada de 21 do corrente na qual observa V.
E. que na Diária de 19 do corrente deixou-se de mencionar o serviço feito pelo
empreiteiro Antonio Arthur.
O motivo pelo qual deixou-se de o fazer, foi que neste dia o dito empreiteiro
esteve colhendo feijão que plantára para seu gasto.
Francisco Ferreira da Rocha
Diretor Geral.
P. 78 (26 de maio de 1909)
Observações:
O empreiteiro Snr. Antonio Arthur esteve hoje batendo seu feio, motivo pelo
qual deixou de ser mencionado no serviço dos empreiteiros da diária de hoje.
P. 119 (9 de junho de 1909)
Observações: ficou hoje prompto e collocado o motor electrico da machina de
beneficio.
P. 130 (13 de junho de 1909)
Observações: em visita ao Exmo. Snr. Conde de Prates, esteve n’esta o Sr. Manuel
Bernardez, jornalista platino.
P. 141 (17 de junho de 1909)
303
Observações: vindo de Araras chegou hoje a esta, com sua família, o Sr. Pedro de
Menezes afim de occupar o lugar de director Geral da Fazenda.
P. 143 (18 de junho de 1909)
Correspondência:
Ilmo Snr. Chefe da Estação Santa Gertrudes
Sendo o actual Director Geral dos serviços nesta Fazenda o sr. Pedro
Menezes, é ele o competente e acha-se por mim autorizado ao recebimento d’ora
em diante, passando os respectivos recibos quando preciso, dos volumes de
mercadoria como carga ou como encommenda que forem-me consignados para esta
Estação.
Com estima sou
s/ am.robr. (?)
Conde de Prates
P. 154 (21 de junho de 1909)
Observações: com sua família seguiu para a colônia Santa Cruz o ex-Director Geral
desta, Sr. Francisco Ferreira da Rocha.
Esteve hoje n’esta o Sr. Antonio Candido Gomes.
P. 177 (29 de junho de 1909)
Observações: regressaram hoje a S. Paulo os Exmos Srs. Condes de Prates,
acompanhados de seus digníssimos filhos, Joaquim Prates, Guilherme Prates e
Eduardinho Prates.
Seguiram também para S. Paulo os Srs. Thomaz Ferrara e Samuel dos Santos.
Por esta época, cessam os registros de serviços de aumento dos terreiros, iniciados
em 16 de maio de 1909.
P. 196 (6 de julho de 1909)
Observações: vindo de Araras chegou hoje a esta o sr. José Pereira, afim de
examinar a cabeceira da água para fazer os tunes (sic).
P. 218 (14 de julho de 1909)
304
Pedreiros: Valentim, Julio, Manuel, Amílcar e Perri com 4 serventes em serviço do
augmento dos terreiros, João com um dito fazendo uma privada em baixo do
moinho.
P. 254 (26 de julho de 1909)
Observações: deixou hoje o cargo de Director Geral d’esta o Sr. Pedro de Menezes.
Observação: a partir desta data, passa a assinar as diárias o Sr. Tommaso Ferrara.
É bastante clara a diferença de caligrafia entre o texto da diária e a assinatura do sr.
Ferrara, permitindo-nos concluir que ele apenas a assinava o texto manuscrito pelo
escrivão Orestes Alves.
P. 279 (4 de agosto de 1909)
Observações: Vindo de Ribeirão Bonito chegou hoje a esta com sua família o Sr.
José Luiz de Salles, afim de exercer o cargo de Director Geral da Fazenda.
Tommaso Ferrara
P. 289 (7 de agosto de 1909)
Observações:
Vindos de S. Paulo em trem especial chegaram hoje em excursão a esta: o
lebre homem de letras Anatole France, seu secretário Pierri Calmette (?), José
Veríssimo, Dr. Jo Veríssimo Junior, Dr. Alfredo Pujol, Dr. Victor Freire, Dr. Eugenio
Egon, Dr. José de Almeida Nogueira, Professor José Feliciano, J. Aumâitre (?),
Coronel Antonio Stanislau do Amaral, José de Barros, os Engenheiros da
Companhia Paulista: Dr. Arthur Maciel, Dr. Aníbal de Souza e o Dr. E....rado
(ilegível) Navarro de Andrade, e o Photographo Buccherini, regressando todos às 4
horas da tarde em trem especial com o Sr. Guilherme Prates.
P. 297 (10 de agosto de 1909)
Correspondência:
Snr. Chefe da Estação Santa Gertrudes
Exercendo actualmente o cargo de Director Geral dos serviços nesta Fazenda
o Sr. José Luiz de Salles, acha-se por isso por mim autorizado e é o competente
para assignar os recibos dos volumes de mercadoria que quer como carga ou como
305
encommenda forem-me consignados para esta Estação; o que comunico-lhe para os
devidos fins.
Com consideração
s/ am.robr. (?)
Conde de Prates
P. 310 (14 de agosto de 1909)
Pedreiros: Valentim, João e Julio com 4 serventes em serviço do augmento da
Cocheira; Manuel, Amílcar e Perri com 3 ditos em serviço do augmento dos terreiros.
P. 319 (18 de agosto de 1909)
Observações:
Devido ao que se attribue ao contacto de dois fios da corrente electrica, em
noite tempestuosa, deu-se esta madrugada ao lamentável accidente de manifestar-
se incêndio no telhado da casa de beneficio de café desta Fazenda, e que distruiu
em pouco mais de uma hora todo o madeiramento do telhado e as peças do
mechanismo de beneficiar, apezar de todo o denodo empregado pelo pessoal da
Fazenda e visinhos que acudiram com a máxima solicitude aos toques de alarme
dados pelos sinos da fazenda.
Salvando-se graças a Deus as paredes do edifício, e completamente a casa
da tulha principal, que foi isolada depois de ingentes esforços na occasião do
sinistro.
.......
Vindo de S. Paulo pelo nocturno chegou a esta o Sr. Guilherme Prates.
......
Afim de restabelecer a luz na Fazenda, chegou de Rio Claro com três empregados o
Dr. Egon regressando hoje mesmo.
P. 321 (19 de agosto de 1909)
Correspondência:
Ilmo Sr. Comm.dor (?)
Gustavo Bormann
Theodor Wille e Cia
306
Santos
Devido ao que se attribue ao contacto de dois fios da corrente electrica, em
noite tempestuosa, deu-se hontem de madrugada o lamentável accidente de
manifestar-se incêndio entre o forro do telhado da casa de machina de café desta
Fazenda, havendo grande quantidade de de casca de café accumulado
muitos annos sobre as taboas do forro do telhado, cujo madeiramento foi de todo
distruido pela violência do sinistro.
Avisada a Central Electrica Rio Claro do occorrido, me é grato manifestar o
meu reconhecimento à máxima solicitude com que o digno Gerente da Empresa Dr.
Egon Von Frankemberg accudiu com pessoal competente ao appello, tendo
restabelecido o funccionamento da luz, interrompida desde que manifestou-se o
incêndio.
Com toda a estima e apreço é que subscrevo-me
De V. Sa.
am. rec. obr.
Conde de Prates
P. 346 (28 de agosto de 1909)
Continuam os serviços de aumento da cocheira, tendo os carpinteiros terminado sua
parte, apenas os pedreiros continuam nesta tarefa por mais dois dias.
Nas observações desta mesma diária, à página 347, registra-se:
Abriu no cafesal desta Fazenda a primeira florada do corrente ano.
P. 350 (30 de agosto de 1909)
Têm início as obras de reforma da casa de Máquinas, incendiada na madrugada do
dia 18 de agosto. Os serviços envolvem o trabalho de carpinteiros e pedreiros. Antes
das obras, carpinteiros estiveram envolvidos no preparo das peças necessárias à
recomposição do telhado.
P. 372 (7 de setembro de 1909)
Observações: Hontem as 8 horas da noite falleceu nesta o Snr. Fischer (selleiro)
desta Fazenda. As 3 horas da madrugada choveu com trovoadas caindo uma faísca
electrica numa das Palmeiras em frente do Palacete esfacelando o Palmito da
307
mesma (a que foi transplantada) as correntes electricas foram atingidas; apagaram-
se as luzes e forão cortados fios telephonicos em diversos lugares dos postes da
Companhia. José Luiz de Salles.
P. 380 (10 de setembro de 1909)
Observações: Vindos de Rio Claro chegaram a esta fazenda a Vistoria sobre o
Incêndio da Casa de Machina o Exmo Snr. Dr. Juiz de Direito Achilles de Oliveira
Ribeiro acompanhado pelo seu Escrivão e Snr. Eliodoro Ferreira e o Snr. Dr. Egon
Von Frankemberg. Fizeram constar que não se fez a vistoria por faltarem os peritos
Snrs. Byington e Hacker, o primeiro por fazer uma viagem para o Rio e o segundo
por achar-se doente. Embarcou para a Capital o Snr. Albertino dos Santos.
José Luiz de Salles
P. 383 (11 de setembro de 1909)
Observações: Junto a essa o Requerimento de Giovani Caritá ao Dr. Secretário dos
Negócios da Agricultura com a firma reconhecida; ao mesmo Caritá foi entregue a
lettra enviada por Sua Excellencia. A carrocinha de esparramar palha, vindo de
Dourado foi a encommendada pelo Dr. Everardo cuja conta junto para Sua
Excellencia pagar. Na consulta que fez ao Inventor dessas carrocinhas em Ribeirão
se o Dr. Everardo tinha feito a encomenda? Recebendo a resposta negativa mandei
vir uma Carroça, a qual recebi e farei o pagamento. Hoje foram collocadas as
Cumieiras na Casa da Machina. Os Pedreiros trabalham em pilares, collocação de
vigas e assentam tijolos no patamar em cima dos Motores. Os serviços serão feitos
com a máxima presteza. A Balbina levantou-se. Ficou concluído o serviço do
Britador. Na semana que entra ficará coberta a Casa de Machina; junto ao
conhecimento para 10 caixas com garafas em retorno. (sic)
P. 390 (14 de setembro de 1909)
Observações: ... Estamos encaibrando a Casa de Machina. Pedreiros deram
começo a fazerem as voltas de tijolos sobre os trilhos do assoalho. Estado sanitário:
continua doente a Mulher de Arnosti.
José Luiz de Salles
308
Observação: trabalham na Casa de Máquinas por esta época, 9 pedreiros e 8
camaradas, além de 9 carpinteiros e 2 ferreiros.
P. 398 (17 de setembro de 1909)
Observações: Chegarão hoje na Estação: 32 volumes de machinas; amanhã
começaremos a cobrir a Casa da Machina.
Observação: A cobertura da Casa de Máquina seria concluída no dia seguinte,
conforme diária de 18 de setembro, página 400.
P. 405 (20 de setembro de 1909)
Observações: Chegaram da Capital o Exmo. Snr. Conde de Prates e seu filho o Snr.
José Prates e a fim de fazerem a vistoria sobre o Incendio da Machina os Snrs. Dr.
Rafael de Sampaio Vital, Dr. Luiz Gama de Cerqueira, Dr. Barboza, Dr. Cincinato da
Gama, Dr. Lans, os Snrs. Byington, Gailey e de Rio Claro o Exmo. Snr. Juiz de
Direito Achilles Ribeiro e seu Escrivão o Snr. Heliodoro Ferreira e o Snr. Dr. Egon
Von Frankenberg.
José Luiz de Salles
P. 424 (28 de setembro)
Observações: Embarcou para a Capital o Snr. Thomaz Ferrara. Os Gafanhotos
continuamem desovas mas em pouca quantidade, para prevenção rogo a Sua Excia
comprar 3 pulverizadores para Kerozene e remetter dez Caixas de Kerozene que
para no sahir os saltões applicar o Kerozene, único meio melhor para Extincção.
Precisamos formicida e Montanari pede à Sua Excia saber dos Snrs. Ahrens a
rotação dos Ventiladores, catadores e Esbrugador por minuto.
José Luiz de Salles
P. 443 (7 de outubro de 1909)
Observações: Chegaram os 8 Volumes do Descascador. Os serviços da Casa de
Machina estão sendo feitos exteriormente, conforme Ordem de Sua Excellencia.
José Luiz de Salles
P. 493 (30 de outubro de 1909)
309
Correspondência:
Ilmo. Snr.
Dr. Egon Von Frankenberg
M. D. Gerente da Central Electrica Rio Claro
O único fim da presente é entregar-lhe o incluso conhecimento da Estrada de
Ferro de 1 motor electrico e pertences de 120 volts 263 amp. 50 f (?) e 60 HP que
inutilizou-se no inccendio que manifestou-se no telhado da Casa de Machina de
beneficio de café desta Fazenda, na madrugada de 18 de agostoppassado.
Essa devolão é feita visto se occupar este motor inconvenientemente o
local em que se achava e devendo continuar-se d’ora em diante o beneficio do café,
interrompido pelo referido accidente, com o mechanismo accionado por um motor à
vapor.
Tendo-me sido feita venda por V.Sa desse motor, de especial importação sua,
recusam-se a adquiril-o as diversas Casas de Electricidade de S. Paulo, e rogo por
isso que o seu valor actual seja-me creditado pela Casa Theodor Wille e C,
proprietária desta Empresa, como é de equidade.
E aguardando sua resposta, com consideração sou
De V.Sa
alt. vem. ver.
Conde de Prates
AMRC 29 Copiador (nº 23 da FSG), de 02/11/1909 a 11/06/1910. Papel de seda,
500 páginas, manuscrito. Diferentemente do livro que o antecede, este é feito em
papel impresso com os itens essenciais a serem preenchidos, como o cabeçário
com a data, informação sobre o tempo, Ferreiros, Carpinteiros, Pedreiros,
Carroceiros, Turmas, Empreiteiros, Avulsos, Diversos, Caixa, Observações.
Respondia pela Administração Geral, assinando as diárias, o Sr. José Luiz de Salles.
P. 23 Correspondência do Diretor Geral, José Luiz de Salles ao Conde:
De posse da carta de V. Excia. de hontem respondo. Vejo pela mesma que V.
Excia. supõe que os serviços atrazaram-se do dia 30 para hoje. Antes, como disse
aqui a V. Excia. a minha intervenção não tinha força de acção devido às
310
determinações serem dadas exclusivamente pelo Snr. Thomaz, determinações
essas com muita competência; até hoje não estão concluídos serviços de Pedreiros,
assentamento dos Machinismos o pudiam ser feitos antes ainda faltam as pulias
encomendadas e parte dos conductores que estão fazendo. Penço ter me esforçado
e adiantado o serviço justamente do dia 30 para hoje. V. Excia. aqui chegando
bado poderá ver e julgar. Sentirei bastante se não tiver correspondido aos desejos
de V. Excia pois o meu serviço e dever é satisfazer em completo a Sua Excia.
Sem mais, aguardo Ordens de V. Excia,
C...? Amº Obte.
José Luiz de Salles
Nota: o Sr. Thomaz a que se refere a correspondência é Thomaz Lancer, eletricista.
Observação: em 18 de agosto de 1909 ocorreu um acidente na máquina de
beneficiar café, descrição constante na diária deste dia (segundo observação à
página 33 deste livro aqui), mas que não é legível no livro correspondente. Trata-se
de conseqüência, provavelmente, do incêndio ali ocorrido nesse dia.
P. 53 (24/11/1909)
Observações: Depois de concluídos de todo os serviços da reforma completa da
Casa de Machina e assente o novo Machinismo aperfeiçoado, iniciou-se hoje as
onze horas da manhã a continuação do serviço de benefício de Café da safra do
corrente anno; funcionando perfeitamente as diversas peças do Machinismo com
êxito perfeito produzindo em... horas de trabalho ...saccas de Café de 60 Kos.
Deu-se começo aos trabalhos assistindo o Exmo Snr. Conde de Prates, proprietário
desta, seu filho José Eduardo Prates, o Snr. Dr. Antonio Paes de Barros e o Snr.
Thomaso Ferrara.
P.57 (25/11/1909)
Observações:
O concerto do Monitor e funcionamento das Escovas do mesmo só conclui-se as 6
1/2 horas da tarde, fizemos nessa hora todos os machinismos os quaes funcionaram
perfeitamente menos o Monitor que verificou-se ser excessiva a rotação. Amanhã
mandaremos polia para a diminuição, concertando também a sahida de Café do
Ventilador dobrado que o dava vação (sic) para o café beneficiado, espero
311
concluir esses reparos aas 10 horas da manhã, esperando assim normalizar os
serviços de benefício.
Recebi os Sacos, Balança e Ganchos.
Chegaram da Capital vindo em visita a esta os Snrs Drs. Carlos Bertoni, nsul da
Áustria-Ungaria e Dr. Weiss Bila de Budapest recomendado ao Cônsul da Áustria-
Ungaria pelo Ministro das Relações exteriores em Vienna, regressando os mesmos
Snrs. no mesmo dia.
P. 59 (26/11/1909)
Observações:
Segue como Encommenda amostras do café chato classificadas pelo Monitor 1ª, 2ª,
e qualidade. Amanhã seguirá a 69 partida depois do sinistro de 18 de
Agosto e partida beneficiada pela nova Machina. A Machina funciona
perfeitamente e produz de Cafés melado 800 amostras por dia; passando o Moka e
miúdos remetterei amostras classificados a Sua Excellencia.
P. 66 (29/11/1909)
Observações:
Participo a sua Ex.
cia
que o funcionamento da Machina é admirável pois hoje das 4
horas da manhã as 12 horas da noite, sahiram 300 saccas, 1200 Arrobas. Estou
com Esperança de a o dia 10 de dezembro remetter 15,000 Arrobas. Antonio
Arthur alembra a Sua Ex.
cia
o Wagão de farello. Conforme nota anexa foram hoje
remettidas e consignadas ao Snr. A. C. Gomes dos Santos 150 Sacas de Café com
marca E.P.70.
P. 72 (02/12/1909)
Observações:
Rogo a V. Ex.
cia
remetter a Peneira para a bica do fogo; hoje cortou-se o eixo da
Serra vertical; estou desmontando para ver as dimenções (sic) e grossura do eixo e
ver se obtenho da Paulista afim de tornear aqui. A Machina continua sem novidades,
funcionando bem, apezar de ser o café muito melado.
Observação: Por esta época, estava sendo construída uma casa nova para turma,
um novo terreiro na Fazenda e executadas obras na Casa de Moradia. Pela
312
referência aos materiais comprados (colunas e vigas de ferro), deduz-se ser a
construção de um segundo terraço.
P. 77 (04/12/1909)
Observações:
Os assentadores de Pararaios assentaram os quatro na Casa da Moradia, só
faltando concluir os fios de terra. Os Electricistas concluirão as Installações na
Machina, tulha e Egreja. Segunda-feira espero concluir com o Café melado
passando a beneficiar o despolpado. Recebi o Óleo e Peneira para a bica do fogo.
P. 88 (09/11/1909)
Observações:
Chegaram a esta as 4 columnas e as duas vigas para o terraços. Os
assentadores dos Para-Raios assentaram os da Casa de Machina e deram
commeço na de tulha. Os Electricistas estão modificando a installão da Casa de
Administração serviço esse que segue com morosidade devido a falta de Material.
Seria melhor que só começassem depois de prevenido o Material preciso.
P. 90 (10/12/1909)
Carreiros: Raymundo foi na Estação buscar Vigas e Columnas de ferro.
Observações (página 91, mesmo dia)
A Partida 1ª depois do Sinistro 69 seguiu a 27 de Novembro, até hoje 11 de
Dezembro inteirou com a 93ª partida 15,000 Arrobas deste benefício; as guias
encontrará a Vª Excellencia junto a esta seguindo a 93ª na Diária de amanhã.
Conforme as notas annexas foram hoje remettidas e consignadas ao Snr. A.C.
Gomes de Santos
150 Saccas de Café com marca E.P. 90
150 Saccas de Café com marca E.P. 91
150 Saccas de Café com marca E.P. 92
P. 120 ( 23/12/1909)
Observações:
Recebi um wagão de cal e alembro a V. Excia a 1 Wagão de Cimento para os
cannaes do novo terreiro.
313
P.239 (15/02/1910)
Observações: ficou concluída a demolição da antiga tulha parte mais baixa do
quadrado.
P. 288 (11/03/1910)
Observações:
Em visita a esta chegaram em trem especial Mister William Bryan conhecido político
ex-candidato a Presidência dos Estados Unidos da América do Norte, Mister White,
consul americano em Santos e sua Ex.
ma
Snra., Horace M. Lane distincto Director do
Mackenzie College em S. Paulo, William E. Lee, vice-Consul americano em São
Paulo, Alfredo D. Levy exportador de Café em Santos, Harry O. Hill residente em S.
Paulo, Dr. Emilio Castelo representante do Secretário da Agricultura, do Dr. Staples,
clínico em S. Paulo.
Observação: todos voltariam no dia seguinte para São Paulo, inclusive o Sr. Victorio
Fasano e seus cinco funcionários da Brasserie Paulista, que haviam chegado no dia
9 à Fazenda para os preparativos da visita.
Observação 2: por esta época, iniciaram-se obras na Tulha. Ao que tudo indica,
incluía reparos no telhado, pois telhas velhas da tulha foram deslocadas para as
casas dos operários. Carpinteiros estavam, simultaneamente, levantando andaimes
na chaminé. As obras na Tulha e na chaminé incluíram a colocação de pára-raios.
P. 422 (10/05/1909)
Observações: Chegaram hoje da Capital o Snr. Dr. Thimotheo de Araújo e Mister
Knoops afim de tirar vistas photographicas.
P. 425 (11/05/1909)
Relação de films tirados na Fazenda de Santa Gertrudes pelo Operador Snr Jan
(José?) Knoops enviado pelo Governo Federal ao Estado de São Paulo.
1º Queda de uma torada do Canelão diante da Serra.
314
Grande Film da Colheita com todo o pessoal em movimento, abanação do café e
defilar das Carroças.
3º Serviço de café nos terreiros.
Machinismo do café em movimento.
Grande Film do Panorama-Geral da Fazenda tomado do Mirante em viven...?
fechado.
6º Rebanho dos Carneiros em movimento.
7º Vaccas de raça, touros e Cavallos, em movimento.
8º Lavadores e Despolpadores.
9º Grande Porcada de Ceva, no Banho.
10º Briga de dois porquinhos.
11º Porcada de criar, roncando.
12º Vista da Egreja, Casa do Proprietário, Admministração e parte dos terreiros.
P. 427 (12/05/1909)
Observações: Regressaram desta para a Capital o Snr. Dr. Thimotheo de Araújo e
Mister Knoops.
P. 442 (19/05/1909)
Observações: Hoje chegaram pelo trem da Noite 15 Volumes para o motor, vindos
de Santos os quaes retirarei amanhã cedo.
Observação: por esta época, 6 pedreiros e 8 serventes estavam executando
serviços na tulha, o que, somado à informação acima, sobre a vinda de peças de um
motor, nos leva a crer que se preparava a instalação de novos equipamentos de
beneficiamento do café.
P. 444 (21/05/1909)
Observações: Chegaram à esta vindo de São Paulo o Snr. Dr. Lohn e o Mechanico
Dina afim de assentar o Motor Wolf” chegado hoje e mais 30 volumes componentes
do mesmo Motor. Avisado por V. Ex
cia
da vinda à esta do Snr. Carlos Botelho
também recebi do mesmo Snr. Dr telegramma pedindo Condução.
315
Observação: nos próximos dias, ainda seriam freqüentes as nocias relacionadas à
instalação do Motor Wolf: retirada de volumes na Estação, funcionários (pedreiros,
carpinteiros e ferreiros) em trabalho na tulha, retirando a caldeira velha, cuidando
das instalações de transmissão da máquina nova etc. O mecânico Sr. Dina (seu
nome aparecerá com a grafia Dyna, mais adiante) só regressaria a São Paulo no dia
24 de maio.
P.448 (22/05/1909)
Observações: Chegou à esta da Estação a Caldeira da Locomobila “Wolf”, com
felizidade.
P. 461 (29/05/1909)
Em pleno domingo, quando a maioria dos trabalhadores folgava, os pedreiros
Valentim, Julio, Manoel e Emilio, com 3 serventes, estavam em serviço da tulha,
tirando a cimalha no lado da frente de baixo. Pani, Antonio, Pasqual, Luiz e Pedro
com 3 serventes em serviço de altitrave e Capitéis da tulha. João mais um dito
fazendo fornos em Casas de Operários”.
P. 465 (31/05/1909)
Correspondência:
Fazenda Santa Gertrudes
31 de maio de 1909
Exmo Snr
Conde de Prates.
É portador desta o Snr Lorenço Arantes, director da Secção Pastoril que leva para
ser examinado Sangue em laminas de vidro, Fígado, Baço, Buxo, um pedaço da
pelle Ubre e língua de uma vacca hoje morta, a qual foi enterrada sendo a segunda
com os mesmos Symptomas. Vai o Snr. Arantes que explicará tudo a V. Ex
cia
o
começo dessa moléstia que só apareceu nas Vaccas leiteiras na Invernada. V. Ex
cia
determinará as medidas mais acertadas afim debelar-mos essa moléstia. Amanhã
pretendia dar commeço na colheita devido a muita Chuva hoje, se preziso
aguardar melhor tempo. Sem mais,
316
Da V. Excia
Obtº atte Cº Snrº
José Luiz de Salles
Observação : na diária foram citados os cuidados com o enterro da vaca doente,
« desinfetada com camadas de Cal, em cova funda
P. 470 (02/06/1909)
Correspondência, presumivelmente encaminhada ao Conde, mas sem as
formalidades do cabeçário:
Revendo o “Chemiovitz” as folhas 461, Vol. 1º tratado relativo ao Carbúnculo (?) doa
Animaes, os Symptomas ahi descriptos foram os encontrados na Autopsia que fez,
assim a vascinação carbunculosa será necessária, entendendo V. Ex
cia
ser boa essa
prevenção rememeterá Vascinas 1ª e 2ª. Hoje ficará collocada as duas Vigas para o
supporte do terraço encima do Motor, só esperando 24 horas para o seccamento do
cimento, e deribar a parede. O Motor velho e pertences foram retirados e
aguardado todas as peças. Poderá V. Ex
cia
mandar vir o Snr Dyna, Mechanico da
Casa Guinle afim de assentar os cabos de Força para o Motor da Tulha e dar as
bases para os alicerces para o novo Motor. Hoje dei commeço na Colheita que
espero ser feito no menor tempo possível.
Sem mais,
sou,
Com Alta Consideração
De V. Exciaobº e attº Amº e Cº
O director geral José Luiz de Salles
P. 471 (02/06/1909)
Pedreiros: Valentim, Pasqual, Luiz e Nicola com 3 serventes assentando as vigas do
terraço do motor. Manoel, Emilio, Julio, Pani com 2 ditos em serviço das cimalhas,
altitraves e Capitéis da tulha no lado da frente de baixo. Pedro e Antonio com 2 ditos
fazendo os pilares para o assentamento das Columnas no terraço da tulha. João
com 1 dito fazendo fornos nas Casas de Operários.
317
P. 474 (03/06/1909)
Correspondência do diretor-geral da Fazenda para a firma Guinle & Cia dá conta que
as excavações do lugar para o locomóvel Wolf’ segunda-feira 6 ficarão concluídas”
e pede que seja enviado à Fazenda o Sr. Henry Dyna para fazer as ligações dos
cabos para o motor da tulha. O Sr. Dyna chegaria à Fazenda no dia 7 de junho de
1909.
P. 477 (04/06/1909)
Carpinteiros: Pagni em serviço da Casa de Moradia. Loureiro em serviço do
ventilador dobrado na Machina de Café.
P. 482 (06/06/1909)
Carpinteiros: Leopoldo pintando janellas e portas da tulha. Henrique fazendo portas
para a tulha.
Pedreiros: Valentim, Pasqual, Nicola e Luiz com 8 serventes em serviço do terraço
da tulha. Manoel, Julio, Perri e Emilio com 4 ditos em serviço da tulha fazendo
Chapelinhos e Capitéis no lado da frente de baixo. João e 1 dito concertando o
terreiro.
P. 483 (06/06/1909)
Observações: Chegaram na Estação 3 Volummes da Machina “Invencible.
Observação: a tulha seria caiada, internamente, conforme diária do dia 08/06/1909,
p. 488
AMRC 211 Maio a setembro de 1909. Também janeiro de 1910
Colônias de Santa Cruz, Santo Antonio, Santo Eduardo, São Joaquim e São José.
São Joaquim e São Joaparecem associadas, às vezes, bem como Santo Antonio
e Santo Eduardo.
AMRC 51 Borrador. De 27/ 6/ 1909 a 17/ 06/ 1910
P. 179 (20 de fevereiro de 1910)
Albino e Eugenio Bernardi: “1 páo de sabão”.
318
AMRC 192 Livro de Contas Correntes (nº 10 FSG). 1900.
Livro de contabilidade, manuscrito, 300 p.
AMRC 250 Livro de ponto. De julho de 1909 a janeiro de 1910.
Em setembro de 1909, eram diretores das colônias:
Joaquim Garcia (S. Joaquim)
Domingos Garcia (S. Guilherme)
Clemente Neves (Sta. Cruz)
Antonio Ferreira (S. Eduardo)
Affonso de Negreiros (Sto. Antonio)
Emilio Marques (S. José)
José Luiz de Salles (administrador)
AMRC 8 Livro Borrador de Diárias De 16/01 a 06/03/1910.
395 p. (provavelmente tinha 400, mas falta a capa posterior e as últimas 5 folhas)
manuscrito, a tinta.
Observação:
Por esta época, estavam sendo construídas novas casas para operários, ocupando-
se da tarefa 8 pedreiros e 8 serventes, além dos serviços complementares como de
carpintaria, a execução de ferragens, caixilhos e madeiramento de telhado para as
mesmas.
Além dessa obra, encontramos referência à execução de obras na tulha, com
madeiramento, tijolos e ferragens sendo preparados para esse fim (30/03/1910, p.
74).
Outra frente de trabalho seria aberta na execução de andaimes e obras na chaminé
relacionada a um locomóvel (2 pedreiros e 3 serventes). Atrás da chaminé foi feito
um “puchado”.
Foi retirada uma caldeira da Casa de Machinas.
É deste período tamm a instalação do locomóvel Wolf, tal como se pode ver em
anotação a seguir. O quarto sob o locomóvel é ladrilhado. Além do locomóvel, um
monitor, de nome Invencible também é instalado. Para ele são executadas bica e
319
moegas (peças coniformes, de madeira, superpostas à de moinho, onde se
coloca o grão a ser triturado).
O jardim da casa ganharia um carramanchão e o Pomar, calçadas.
Por ser este um livro de rascunho das diárias, não consta aqui o registro de chegada
de visitantes ou técnicos, tal como nos livros definitivos. O mesmo se pode dizer
sobre as condiçõs do tempo que normalmente iniciam a diária e das atividades como
missa e procissão regularmente ocorridas na Fazenda. É grande o número de
abreviaturas compreensivelmente empregadas no texto.
P. 151 (15/06/1910)
Carpinteiros: Defende e José fazendo caixas para guardar os Desenhos do
Locomóvel “Wolf”.
Pedreiros: Valentim, Pasqual, Nicola com 6 Serv. fazendo concreto para o
acrescento do Locomóvel “Wolf”.
P. 199 ((02/08/1910)
Carpinteiros: Jacob e Lup fazendo parapeito na Casa de Machinas. Pagni torneando
madeira. Loureiro e Miguel fazendo madeiramento para o puchado da Tulha.
...Pedro fazendo portas para as Casas de Operários (cocheiros?). Leopoldo pintando
as portas da Tulha e Machina. Henrique trabalhando na Escada do Separador.
Pedreiros: Valentim, Ceni, Francisco, Antonio com 4 serventes fazendo um Quarto
para Motor-Gerador. Manoel, Pedro com 2 serventes em serviço do augmento do
puchado da Tulha. Julio, Estevam com 2 serventes cimentando a Caixa da água.
Nicola com 1 fazendo rodapés das flores (Casa de Moradia). João fazendo pilares
no Pomar.
P. 289 (03/10/1910)
Carpinteiros: Jacob, Lupércio, Eugenio assentando portão para o terreiro e e
Lupércio atarrachando parafusos para o motor elétrico.
Avelino serrando madeira.
Pagni torneando madeira. Loureiro e Miguel fazendo forro na casa transformador,
Henrique fazendo moldura para apparelho electrico. José e Defende fazendo
viveiros , Leopoldo e Silvestre fazendo madeiramento casas cocheiros, Pedro
fazendo cachilhos para a machina.
320
Pedreiros: Valentim, Manoel, Perri, Paschoal, Nicola, Pedro, Antonio, Gregório, com
cinco em serviço parede do terreiro, João com mais dois serviço electricidade,
Francisco, Julio desmanchando a cúpula da torre e tirando os ladrilhos.
Observação: por esta época, estavam sendo simultaneamente realizadas obras de
assentamento de ladrilhos no terraço da tulha e nos viveiros de pássaros do jardim
da casa sede.
Um novo terreiro es em obras, aproveitando tijolos de um anterior que foi
desmanchado, o “Quadrado”. Há referência à construção de um muro ao lado da
Igreja, tamm, provável necessidade advinda da construção do novo terreiro.
O quadrado inicial pode ter sido o definido, em suas extremidades, pela casa-sede e
a igreja. Sabe-se que existiram casas alinhadas com a fachada da Igreja e que
foram demolidas para ampliação dos terreiros.
Na casa de máquinas está sendo ultimada a clarabóia que tem partes resolvidas
com venezianas, para exaustão permanente. Para a torre da Igreja es sendo
providenciado um madeiramento que substituirá a solução em cúpula. Não é
possível saber, até aqui se a substituição pretendida é a que se encontra, hoje e
que deu uma cobertura de cobre, de quatro águas, para a torre.
P. 33 (16/12/1910)
Carpinteiros: Avelino serrando madeiras para a ponte de Santa Cruz. Pagni,
Henrique, Loureiro fazendo balaustrada para a Egreja. Miguel, Pedro e Silvestre em
serviço das portas para as Casas dos Cocheiros. José e Defende fazendo viveiros.
Pedreiros: Valentim, Julio, Perri, Pasqual, Francisco e Pedro Vicente com 5
serventes rebocando o muro ao lado da mangueira e fazendo cannaes onde corre o
café no mesmo lugar. Manoel com 2 serventes revestindo a Bola na torre da Egreja
e retocando a Cimalha na mesma torre. Nicola com 1 servente fazendo esgoto atraz
das Casas dos Operários. Gregório com 2 serventes em serviço das Casas em S.
Guilherme.
P. 336 (23/12/1910)
Carpinteiros: Henrique pintando a armação dos Sinos novos na Torre da Egreja.
...José engradando os sinos velhos.
321
Pedreiros: Valentim, Manoel, Julio, Perri, Francisco, Pedro, Loureiro com 2 serventes
caiando a torre da Egreja desmanchando o andaime da torre. João, Pasqual,
Vicente com 4 ditos cimentando cannaes e rebocando o muro do terreiro do antigo
Quadrado ao lado da Egreja.
P. 56 (17/02/1911)
Carpinteiros: ... Henrique colocando molduras nos quadros electricos, Loureiro
fazendo coberta do motor d’água para a serraria. Defende fazendo lambrequins para
o ventilador do Quarto do Locomóvel Wolf.
P. 359 (21/01/1911)
Comam a ser feitas experiências com o Motor Wolf.
P. 368 (1º/02/1911)
Pedreiros: Manoel, Francisco, Perri, Marenzio com 2 ditos caiando o quarto do Motor
Wolf e o interior da Casa de Machinas.
AMRC175 Contas correntes (sem nº FSG).
De 19/06/1910 a 02/04/1911. Livro de contabilidade, folha pautada, manuscrito, 400
páginas, formato médio, sem capa
AMRC 46 Copiador de Diárias (nº 24 FSG). De 12/06/1910 a 12/01/1911. Papel de
seda, manuscrito, 500 páginas. Observação: o livro já sofreu ataque de insetos, mas
não há evidência de que continuem em atividade. Era Diretor geral da Fazenda o Sr.
José Luiz de Salles.
P. 5 ((14/06/1910)
Carpinteiros: Pagni limpando a Casa de Moradia. Defende e José fazendo as caixas
para guardar os desenhos do LocomóvelWolf”. Silvestre, Leopoldo, Loureiro e
Pedro fazendo portas para as Casas de Operários. Miguel fazendo um canal (seria
uma forma?) para os Pedreiros. Henrique fazendo vários serviços.
Pedreiros: Valentim, Pasqual e Nicola com 6 serventes fazendo o concreto para o
LocomóvelWolf”. Manoel e Julio com 3 ditos fazendo as voltas do terraço da Tulha.
322
Antonio caiando a Tulha por lado de baixo. João, Perri, Luiz e Pedro com 4 ditos em
serviço das Casas dos Operários.
P.9 (15/06/1910)
Observação: comparece a esta altura o nome do Sr. Thomaz Ferrara, que, junto
com o Conde, esposa e filho, chega à Fazenda na 4ª-feira, 15/06/1910, regressando
a São Paulo no sábado, 18/06.
P. 11 (16/06/1910)
Ferreiros: Montanari fazendo a instalação do motor que puxa os Wagonetes de Café.
Eugenio fazendo grades para os ventiladores debaixo do terraço da Tulha. Jacob
com um servente em diversas ferragens.
Carpinteiros: ... Henrique fazendo o assento do Monitor “Invencible” novo.
Pedreiros: Valentim, Pasquale e Nicola com 6 serventes fazendo Concreto para o
acrescento do Locomóvel “Wolf”.
P. 36 (25/06/1910)
Nesta época, carpinteiros e pedreiros estão fazendo os trabalhos necessários para
fundamento do Locomóvel Wolf”. Inclui-se aqui rebocar o Quarto do Locomóvel
“Wolf”.
P. 51 (01/07/1910)
Observações: Vindos pelo trem rápido chegaram hoje a esta regressando hoje
mesmo para a Capital pelo trem rápido da tarde: Monsieur Le Professeur E.
Martinenche da Universidade de Letras de Paris com seu secretário Monsieur
Charles Lescal, Bacharel em Letras, Monsieur Le Professeur J. Pozzi, Membro da
Academia de medicina de Pariz e antigo Senador Francez com seu secretário
Monsieur Georges Bachy, interno dos Hospitais de Pariz, Dr. Carlos J. Botelho, Dr.
Emilio Castello representando o Dr. Padua Salles, Secretário da Agricultura, Dr.
Victor Dubugras, Lente da Escola Polithecnica de São Paulo, Godofredo da Silva
Telles, Enéassar Ferreira e o Professor José Feliciano.
P. 56 (02/07/1910)
Correspondência:
323
Ilmo. Snr.
Almeida Prado Sobrinho.
Fazenda Paraguassú
Só agora à noite é que tomei conhecimento pela leitura do estimado favor que
dirigiram-me V. S
as
pelo correio e datado de 29 de junho próximo findo.
A cerca que mandei fazer no boeiro de alvenaria mandado por mim construir
próximo às divisas desta Fazenda com a Fazenda Paraguassú foi com o único fim
de evitar que o gado desta Fazenda, actualmente solto para aproveitar a palha da
roça colhida n’aquelle local, invada os cafezais desta, bem como os dessa Fazenda.
Pelos marcos de granito com inscrião que acham-se collocados para limitar os
terrenos desta Fazenda, e o que se acha feito em todo o seu perímetro, não parece
à meu ver que a alludida cerca tenha sido feita em terreno que não seja considerado
como pertencente à Fazenda Santa Gertrudes, lamento por isso o equívoco de V.
S
as
em fazerem-me essa reclamação que não parece procedente pelo acima
exposto.
Em todo caso, vou mandar collocar amanhã uma outra porteira em lugar o
mais conveniente para que não seja interrompida serventia que sempre concedeu
esta Fazenda ao pessoal dessa pelo referido boeiro por mim em tempo mandado
construir
Com toda a consideração é que sou de V. S
as
am. serv. obr.
Conde de Prates
Observação: apesar de prometido na correspondência, não registro, nas diárias
que se seguem, de intervenção feita por funcionários da Fazenda Santa Gertrudes
no local motivo de discórdia entre os vizinhos. Mais adiante, em 24 de agosto,
conforme registra a diária copiada à página 177 deste livro, foi construída cerca de
divisa com a Fazenda Paraguassú, sem que se esclareça o exato local da obra.
P. 122 (02/08/1910)
Correspondência do diretor geral para o Conde:
324
Fazenda Santa Gertrudes
2 de agosto de 1910
Ex
mo
Senhor
Conde de Prates
Recebi carta de V. Ex
cia
da data de 31 de julho findo, a qual respondo.
A fieira do Motor que esaccinonando a Machina tem 19 metros de comprimento
por 25 centímetros de largura. A Polia do Motor tem 40 centímetros e da
transmissão 30 centímetros devendo a substituição por fieira de 19 metros de
comprimento e 30 centímetros de largura. Ancioso pela vinda do Dr. Dyna afim de
ultimar os serviços de Encannamento do Motor para a dupla Caixa , os 2 Cannos de
Aspiração depende de duas válvulas e Curvas assim também Curvas para Descarga
na Caixa de agua da Condensa...(?). a torneira e cannos remettidos por V. Ex
cia
para
o enchimento da Caixa já escollocada.
Sem mais novidades,
Com alta consideração
De V. Ex
cia
Obtº AtºSer. Cº
José Luiz de Salles
Observação: O profissional aqui referido é Henry Dyna, engenheiro elétrico que,
segundo depoimento obtido por e-mail, teria trabalhado na Companhia Light do Rio
de Janeiro.
P. 141 (10/08/1910)
Observações: vindos de São Paulo chegaram hoje a esta pelo trem expresso o Ex
mo
Snr. Conde de Prates com o Dr. Antonio de Padua Salles M. D. Secretário da
Agricultura, os R. R. Frades Trapistas Dom H. Choutard Provincial e Pére Alexis
Comissario Dr. Mario Macdonald Director do Posto Zootechnico Central da Mca,
Coronel Antonio Felix de Araujo Cintra, Diretor de Terras, Colonização e Immigração
Dr. Everardo de Souza Inspetor de Colonisação (sic) Dr. Jacintho Besthet Directr do
Instituto Agronômico de Campinas, Dr. Gabriel Dias da Silva Presidente da Câmara
Municipal de São Paulo, Moacyr de Toledo Piza pelo Correio Paulistano, Annibal
Machado pelo Estado de São Paulo, Elisiario (....?) pelo Correio de Campinas.
325
P. 145 (11/08/1910)
Regressam à Capital todos os visitantes chegados no dia anterior e “conforme V.
Ex
cia
ordenou, dou a medida dos metros quadrados do terraço para o Motor da
Serra, aos 19 metros e 50 cm”.
P. 148 (12/081910)
Correspondência do Diretor Geral ao Conde comentando a demissão de Rodolfo
Montanaro por este trabalhar com pouca vontade e por desacato.
P. 162 (18/08/1910)
Observações: Chegaram a esta em visita pelo Nocturno o Snr. Dr. Lamith (?) da
Secretaria da Agricultura com o Snr. Dr. Nicoli da Universidade de Piza eo Snr Dr.
Napples.
P. 163 (19/08/1910)
Correspondência do Diretor Geral enviada ao Conde:
Fazenda Santa Gertrudes
19 de agosto de 1910
Ex
mo
Snr. Conde de Prates
Participo a V. Ex
cia
que continuando a bater extraordinariamente o Cylindro do
Motor foi preziso (sic) parar, pelo que avisei o Dr. Lohn pedindo a vinda do Dr.
Carlos Felix, pois que, esse inconveniente nem o Snr. Dr. Dyna o Snr. Montanaro
puderam corrigir temendo qualquer desarrancho aguardo a vinda do Snr. Carlos
Felix que Dr. Lohn prometeu manda-lo amanhã Sabbado, o que rogo a V. Ex
cia
falar
com o D....? (ilegível) para que não falte. O electricista hontem voltou para essa
levando a Senhora delle, que aqui não pode se acostumar devido a não falar
portuguez, ficando de hoje regressar.
A vinda do Dr. Dyna a fim de dar ao Electricista discriminação e casas para
nossa Instalão electrica seria necessário obedecendo assim plano practico e
326
dando instrucções com base e planta sem o que penso que que o Electricista não
collocará de accordo com as necessidades do assentamento.
V. Ex
cia
determinará como achar melhor.
Sem mais novidades,
Com a mais alta Consideração
De V. Ex
cia
obt
e
Att
e
C
e
José Luiz de Salles
P.167 (20/08/1910)
Observações: chegaram a esta, vindos da Capital pelo Nocturno o Ex
mo
Snr. Conde
de Prates, Snr. Carlos Felix e Snr. Hugo Wolf, ambos Mechanicos.
P. 181 (26/08/1910)
Correspondência do Diretor Geral dirigida ao Conde:
De posse da carta de V. Ex
cia
de 24 do corrente, fico sciente e aguardo ajuda
do mechanico Alberto Link (?). O Motor está funcionando muito bem, trabalhando a
Condença (condensação?) dando perfeitamente a água que corre natural para a
caixa.
P. 197 (1º/09/1910)
Observações: De posse da carta de V. Ex
cia
de 31 do corrente, fico sciente e
aguardo aviso sobre a vinda a esta dos “Foot-ball Corinthianos.
Observação: no dia 2 de setembro de 1910, o time dos Corinthianos ingleses
chegou à Fazenda. Segundo pudemos apurar, o time do homônimo brasileiro foi
fundado no dia 1º de setembro de 1910, em homenagem a essa equipe inglesa, que
aqui esteve (Rio e São Paulo) nessa época. Era constituída por funcionários da
Companhia Paulista Ferroviária, o que explicaria a ligação com o Conde, um dos
seus diretores.
P. 231 (08/09/1910)
327
Correspondência:
Fazenda Santa Gertrudes, 8 de setembro de 1910
Illmo. Snr.
Dr. Guilherme Medina
Am° e Snr.
Fazendo a colheita deste anno nos cafés adubados pela Companhia
Salytreira do Chile notei os resultados seguintes; a produção foi dos cafés adubados
de 160 alqs. por mil pese o não adubado 60 alqs. por mil pés, maduração mais
uniforme, maior o crescimento e melhor vestidos florada maior producio milho e
feijão na parte adubada como se fosse em terreno virgem terreno esse antes lavado
vestiu-se dematto Café mais maior. (sic)
Sem mais
Com toda a Estima
De V. Ex
cia
obt
e
Att
e
C
e
José Luiz de Salles
O Administrador
P. 226 (14/09/1910)
Correspondência do Diretor Geral enviada ao Conde:
Fazenda de Santa Gertrudes, 14 de Setembro de 1910
Ex
mo
Snr.
Conde de Prates
De posse da carta de V. Ex
cia
de 10 do corrente, respondo. Ainda desta vez o
Snr. Dr. Dina não pode ficar para dar começo às installões electricas, aqui chegou
no dia 8 regressando no dia 9. Os dois Electricistas que aqui se acham fizeram as
Installações nas tulhas e no porão da mesma para luz: o serviço de assentamento
dos Motores e Painéis não podem ser feitos sem Assistência do Dr. Dina pois o
primeiro Painel assentado pelo Americano é preziso ser modificado. Sem pessoal
competente o assentamento pode ser prejudicado e perca de tempo e material. A
vinda definitiva do Snr. Dr. Dino, dando começo ao assentamento em pouco tempo
ficaria concluído e certo de bom serviço
328
Sem mais
Com a mais alta Consideração
De V. Ex
cia
Amº C
e
obt
o
José Luiz de Salles
P. 228 (14/09/1910)
Observações: Chegaram na Estação de São Paulo 150 volumes de ladrilhos e um
arado do Snr. Pedro Raphael da Rocha.
P. 235/236 (18/09/1910)
Estiveram em visita à Fazenda o “Acadêmico” José de Alencar Piedade e o menino
Rodrigo Soares Filho, estudantes em Paris.
P. 238 (19/09/910)
Observações: Chegaram hoje a esta, vindo da Capital o Snr. José Alves Sampaio
residente em São Paulo e seu filho Snr. Annibal Alves Sampaio, Fazendeiro em
Vargem Alegre, Estado do Rio de Janeiro e pelo Nocturno chegaram à esta o Snr.
Dr. Henry Dina e dois Electricistas. Regressaram desta para a Capital o Snr.
Tommaso Ferrara e o Snr. Paulo Richter e Bernardo Wingerter estes dois últimos
Empregados da Casa Guinle e Cia. Chegou na Estação um wagão de cimento e um
dito de plantas.
José Luiz de Salles.
P. 240 (20/09/1910)
Correspondência:
Fazenda Santa Gertrudes, 20 de setembro de 1910
Illmo. Snr. Hans von Frankemberg
Rio Claro
Saudações
Havendo necessidade de dar começo às Installões dos accumuladores
rogo a V. S
a
. mandar pessoal seu: afim de mudar os Transformadores para baixo da
329
casa onde actualmente se acha installado os transformadores, serviço esse que
peçolhe mandar (sic) quanto antes, para que o atraze o commeço da nova
Instalação.
Sem mais,
Subscrevo-me
Com a Mais alta Consideração
obt
o
e attº Cº ...(?)
José Luiz de Salles
P. 242 (20/09/1910)
Observações: Regressaram desta para a Capital o Snr. Coronel José Alves Sampaio
residente em São Paulo e seu filho Snr. Annibal Alves Sampaio, Fazendeiro em
Vargem Alegre, e o Snr. Dr. Henry Dina. Chegaram a esta vindo de Pirassununga o
Snr. Stamato com um ajudante para tirar vistas cinematografos desta Fazenda para
a Secretaria de agricultura.
P. 245 (21/09/1910)
Observações: Regressaram desta para a Capital o Snr. Stamato com o seu Ajudante
não tirando vistas cinematógrafos por causa da Chuva, pretendo voltar no Sábbado
(sic).
P. 246 (22/09/1910)
Correspondência:
Ill
mo
Snr.
Dr. Henry Dina
Caixa 764
São Paulo
Para maior celeridade nos serviços, resolvemos por Columnas de trilho e cobrir de
Cimento isto na Sala do motor; para os painéis podendo o Snr. Dr. Encommendar
; os cannos de metal para os balaustres; quanto aos mais dos serviços segue tudo
bem.
Sem mais novidades,
Subscrevo-me
Com toda a Consideração
330
De V. S
a
.
Amº C
e
obt
o
. att. Sinc.
José Luiz de Salles
P. 251 (24/09/1910)
Correspondência:
Fazenda de Santa Gertrudes, 24 de Setembro de 1910
Ex
mo
Snr.
Conde de Prates
Participo a V. Ex
cia
. que hontem apareceu mais um doente dos Camaradas do
Empreteiro Antonio Arthur logo que queixando-se de dores de Cabeça, foi a Rio
Claro, verificando os médicos ser um Caso de Varíola benigna; assim foi logo
internado no Hospital; amanhã vem o Snr. Dr. Pignataro afim de vaccinar o pessoal
e para desinfecção da Casa do Antonio Arthur. Vou com muito cuidado observando
o Estado dos Camaradas delles e a mesma queixa de dor de Cabeça remetto a Rio
Claro espero em Deus que não propagará essa moléstia. A Florada abriu toda e
reputo superior, as Chuvas que tivemos foram brandas auxiliando em benefício
da florada.
Hontem a uma hora do dia incendiou-se a Machina do Paraguassu com 1000@ de
café.
Sem mais novidades
Sou
Com a mais alta Consideração
De V. Ex
cia
. obt
o
. Cº Sincº
José Luiz de Salles
P. 253 (24/09/1910)
Observações: Chegou a esta vindo de Rio Claro o Snr. Doutor Pignataro com um
Desinfectador que fizeram a Desinfecção da Casa do Empreiteiro Antonio Arthur e
vaccinaram o pessoal delle, regressando estes Snrs. no mesmo dia para voltar no
dia 26 (segunda-feira) para vaccinar o pessoal da Fazenda.
P. 255 (25/09/1910) (domingo)
331
Observações: Chegou a esta o Snr. Stamato e um ajudante para tirar vistas
cinematographos da Fazenda.
P. 257 (26/09/1910) (segunda-feira)
Observações: chegou a esta Fazenda o Snr. Dr. Pignataro que vaccinou 107
pessoas.
Observação: a partir dessa “vaccinação”, o administrador passa a mandar notícias
diariamente sobre o “estado sanitário” da Fazenda. Uma visita de um professor e
alunos da ESALQ à Fazenda foi cancelada em virtude da varíola em Rio Claro (P.
301, 16/10/1910).
P. 259 (27/09/1910)
Empreiteiro: Angelino foi fazendo tijolos. Arthur fazendo aterro do novo terreiro com
os Discos arando a roça na Lagoa em Santa Cruz. Tomaselli em serviço do aterro do
novo terreiro.
...
Observações: Chegou a esta vindo da Capital o Snr. José Luiz Salles, Director Geral
desta Fazenda. Regressou para Campinas o Snr. Stamato, depois de terem tirado
vistas cinematographos desta.
P. 263 (29/09/1910)
Observações: Regressaram desta para São Paulo os Encannadores Snrs. Colhati e
o Snr. Spina tendo elles concluídos (sic) com os serviços. Hoje pelo o trem das 4,16
da tarde chegaram as molas dos Cylindros e foram collocados; amanhã commeçará
a funcionar a Machina.
P. 264 (30/09/1910)
Carpinteiros: ... Lourenço e Henrique fazendo a Escada para Plataforma dos
Quadros de Distribuição da Luz.
Observação : esta escada só estaria pronta para assentar em 29/10/1910 (P. 329)
P. 267 (1º/10/1910)
332
Observações: ... Felizmente, com as novas molas o Locomóvel Wolf es
funccionando perfeitamente; foi mandado o transformador para baixo da Casa;
segunda-feira vamos começar a trazer os serviços para assentamento dos
accumuladores.
P. 285 (11/10/1910)
Observações: Chegaram a esta vindo de Rio Claro os Snrs. Drs. Pignataro e Veiga
para vaccinar os colonos o que fizeram em 200 pessoas, regressando no mesmo
dia.
P.311 (21/10/1910)
CARPINTEIROS: ... Defende e Silvestre fazendo o andaime da Egreja.
...
Turmas: Capicotto com seis ditos camaradas ajudando a fazer o andaime na torre da
Igreja.
Observação: a execução desse andaime se prorrogaria por vários dias e ocuparia 6
carpinteiros da Fazenda e uma turma de 7 outros empregados.
P. 286 (21/10/1910)
Observações: Chegaram a esta em visita pelo rápido da manhã e regressando no
mesmo dia o Snr. Dr. Eduardo Imbeause, engenheiro chefe de Pontes e Calçadas
de Paris e Director do Serviço de Águas e Esgottos de Nancy, os Snrs. Drs. F. de
Monlevade, Inspector Geral da Companhia Paulista, Dr. Gabriel Penteado, Dr.
Alberto Moreira e Dr. Victor Freire.
P. 327 (28/10/1910)
Carpinteiros: Pagni, Henrique, Loureiro, Miguel, Defende e Silvestre acabaram de
fazer o andaime na torre da Egreja e desmanchando o para-raio e a Cruz.
P. 339 (03/11/1910)
Pedreiros: Francisco e Julio desmanchando a pula da torre da Egreja e tirando os
ladrilhos.
333
P. 369 (15/11/1910)
Carpinteiros: ... Muffato apparelhando o madeiramento para a torre da Egreja. Pagni,
Loureiro, Miguel, Henrique, Silvestre, Leopoldo e Defende fazendo o madeiramento
para a torre da Egreja.
P 373 (16/11/1910)
Carpinteiros: Mufatto aparelhando tábuas para a torre da Egreja. Pagni, Loureiro,
Henrique, Miguel, Defende, Jo, Silvestre, Leopoldo e Avelino suspendendo
madeiras na torre da Egreja e armando o madeiramento na mesma torre.
Turmas: Capicotto com cinco ditos (camaradas) ajudando suspender madeira na
Torre da Egreja.
P 374 (16/10/1910)
Observações: Recebemos da Estação 20 volumes com Mobílias para a Casa de
Moradia.
P. 379 (19/11/1910)
Pedreiros: Julio com 3 ditos calçando o vigottamento da torre da Egreja.
P. 387 (22/11/1910)
Observações: ... Também seguiu para a Capital o Snr. João Descagni deixando aqui
dois Empregados delle para cobrir a torre da Egreja.
P. 395 (27/11/1910)
Correspondência:
Illmo. Snr. Egon von Frankemberg
M. D. Gerente da Central Electrica/ Rio Claro
O único fim da presente é notificar-lhe que havendo deixado esta Fazenda de
utilizar-se da corrente electrica que tem (....) fornecido por esta Empresa, fiz
proceder à desligação do ramal da linha no ponto do entroncamento com (...) geral
dessa Empresa e tornando-se por isso desnecessário d’ora em diante o medidor da
corrente electrica existente ao lado dos transformadores cujo funccionamento (...)em
334
vista de tornarem-se desnecessários tendo actualmente esta Fazenda a sua (...)
Central Electrica própria.
Isto posto, fica também pela presente essa Empresa de que não posso
consentir por mais tempo a permanência em terras desta Fazenda, de postes
conductores de rede de corrente electrica extranha ao serviço desta Fazenda que,
como disse acima em boa hora conta hoje com o seu serviço próprio.
Com o devido respeito, é que subscrevo-me
De V. As
ven. res. obr.
Conde de Prates
P. 396 (27/11/1910)
Correspondência de igual teor que a anterior foi enviada a Theodor Wille e Cia, de
Santos.
P. 405 (30/11/1910)
Correspondência:
Ill
mos
Snrs.
Guinle e C
ia
.
Rua Direita nº 7
Am
os
e Snrs.
Junto a esta as medidas para o telhado da Clarabóia. Verão V. S
as
. a cazinha
é quadrada sendo 1m70cm será preciso 15 cm de verada, pois a medida que vai é
justo com o madeiramento.
...
Observação: essa clarabóia destinava-se à iluminação do cômodo onde ficaria o
locomóvel da Fazenda.
P. 406 (31/11/1910)
Turmas: Capicotto com 5 ditos ajudando os pedreiros fazer o concreto no terreiro
atrás da Egreja.
335
P. 407 (31/11/1910)
Observações: Chegaram a esta em visita vindo de Rio Claro e regressando no
mesmo dia a Sua Excellencia General (...?) von Kettler, sua Ex
ma
Senhora; o adido
militar na Embaixada Alemã no Rio de Janeiro, Snr. Tenente Voigt e o Snr. Egon von
Frankenberg.
José Luiz de Salles.
P. 409 (1º/12/1910)
Observações: Participo a V. Excellencia, só hoje é que pode-se completar a Carga
nos Accumuladores; podendo ser fornecida luz esta Noite, e verificarmos a
capacidade. Ficou hoje concluído o aterro do novo terreiro; passando Antonio Arthur
a pôr terra nas Cabeceiras da ponte em Santa Cruz; e Tomaseli aterrando unido ao
paredão do terreiro do lado de fora, uma baixada para não prejudicar os Paredões.
P. 411 (02/12/1910)
Observações: Chegou a esta vindo da Capital o Snr. Carlos Jordan da Casa
Byington e Cia. afim de collocar o para-raio na torre da Egreja e fazer Revisão nos
outros para-raios.
P. 412 (03/12/1910)
Correspondência:
Ex
mo
Snr.
Conde de Prates
Hontem telegraphei a V. Ex
cia
pedindo a vinda do Snr. Dr. Lohn, afim de ver
os defeitos dos Accumuladores que não deram resultado esperado e sendo preciso
modificações nos mesmos, não deixei fazerem alterações sem primeiro o Dr. Lohn
examinar e determinar o que devemos fazer. O Snr. Dina retirou-se antes do
funccionamento dos mesmos, justamente quando mais precizava.
A demora do Snr. Dr. Lohn nesta occasião, diz o Snr. Avelino Silva, que será
prejudicial, pois as modificações a fazer não podem esperar, isso em prejuízo dos
Accumuladores.
Sobre a Encommenda de V. Ex
cia
sobre os patos, não foi possível encontrar
nenhum na occasião.
336
Sem mais novidades,
Subscrevo-me
Com toda a Consideração
De V.Ex
cia
obt
e
at. Ami
o
José Luiz de Salles
P. 419 (06/12/1910)
Correspondência
Fazenda de Santa Gertrudes.
Ex
mo.
Snr.
Conde de Prates
Hontem regressou a São Paulo o Snr. Tancredo de Veiga que veio a esta
afim de ver os defeitos dos Accumuladores, ficando de hoje telegraphar dizendo o
que deviam fazer. A meu ver as Baterias estão completamente estragadas, os
Positivos estão carbonizados e desfazendo-se. A vinda do Snr. Lohn seria
conveniente para determinar os serviços e modificações. A luz continua sendo
fornecida pelo Gerador para isso trabalha o Motor a Noite e luz muito boa; recebi
hontem carta de V. Ex
cia.
accompanhada da Cópia da Carta dirigida ao Snr. Gerente
da Empreza Central Electrica de Rio Claro cuja cópia ficou guardada nesse
Escriptorio, conforme ordem de V. Ex
cia.
estando finalizando o milho desta Fazenda,
peço ordem de V. Ex
cia.
para comprar 20 Carros que calculo cheguem até a nova
Colheita e rogo a V. Ex
cia.
determinar remessa de 1 wagão de Farello. Sem mais
novidades, subscrevo-me
Com a mais alta consideração
de Ex
cia.
obt
e
José Luiz de Salles
P. 421 ( 06/12/1910)
Carpinteiros: Pagni torneando madeiras para a Egreja.
Pedreiros: João e Pasqual com 2 ditos ladrilhando o terraço emcima do Locomóvel.
P. 431 (11/12/1910)
337
Observações: Chegou hoje a esta vindo do Rio de Janeiro o Snr. Dr. João Noronha
Especialista em Accumuladores afim de inspeccionar os mesmos. Participo a Ex
cia.
que o Chefe da Estação o Snr. Mattos foi atacado de Varíola mudando-se para a
Casa de Puxado. Chegou a esta um Wagão de Cal e um dito de Plantas para o
Jardim.
P. 434 (12/12/1910)
Ferreiros: ...Eugenio e Lupercio fazendo grades para o terraço emcima do
Locomóvel.
Carpinteiros: ...Pagni torneando Balaustres para a Egreja.
P. 444 (16/12/1910)
Observações: Chegaram a esta vindo da Capital pelo Nocturno o Snr. Dr. Lohn da
Casa Guinle & Cia e Mister C. Cartright, Engenheiro da General Eletric Company de
Shenctady – U.S.
P. 446 (17/12/1910)
Observações: Regressaram desta para Rio Claro Snr. Dr. José Lohn da Casa Guinle
& Cia e Mister C. Cartright, Engenheiro da General Eletric Company de Shenctady.
Verificaram os mesmos Senhores os Accumuladores, os quaes serão substituídos
por outros, cuja remessa prometteu o Snr. Dr. Lohn ser com a maior brevidade.
P. 449 (19/12/1910)
Carpinteiros: ... Henrique, Loureiro e Silvestre desmanchando andaimes da Torre da
Egreja.
Observação:
A torre da igreja passou por reforma e está concluída, nesses dias que
antecedem o Natal de 1910. Foi retocada e caiada externamente, além de ter seu
arremate superior refeito e ganho novo pára-raio. É de se imaginar que os balaústres
citados nas diárias que antecedem esta data tenham guarnecido o guarda-corpo da
escada interna da torre.
À p. 455 (diária relativa ao dia 22 de dezembro de 1910), é citado: Henrique e
Loureiro fazendo a armação para os sinos novos e ajudando a collocar os mesmos
338
na torre da Egreja. Esses sinos foram abençoados pelo Padre Leandro dell Uomo e
se chamavam Santa Cruz e Santa Maria, conforme se observa à diária de
22/10/1910 (p. 456).
A missa de Natal contaria com a presença dos Condes e dos filhos, além do
Sr. Tommaso Ferrara.
P. 493 (08/01/1911)
Observações: De posse de carta de V. Ex
cia
de 6 do corrente foi começado o
Caxilho com armação de madeira para a cobertura da Caixa de Ventilãono terraço
do Quarto do Motor Wolf para a serem applicadas as telhas de vidro do formato das
de Marselha, as quais rogo a V. Ex
cia
mandar 80 telhas e 10 ditas para a cumieira.
AMRC 73 Fazenda de Santa Gertrudes. Borrador Limpo (Livro caixa). 1910.
Coma em 27 de junho de 1910 (p. 1) e vai até 16 de outubro de 1910 (p. 200).
Contém o registro de pagamento aos diversos funcionários da fazenda (sem
especificar o tipo de serviço), pagamento feito a farmácia, fornecimento de telhas,
controle de despesas de “pensionistas” na mercearia.
P. 29: Tomaselli & Zanetti (15 de julho de 1910)
. 49 ½ dias de serviço com as carroças em o aterro do novo terreiro
a 4500 222.750 (haver)
. 5 dias de serviço de Camaradas no mesmo serviço a 2000 10000 (haver)
O mesmo trabalho se estenderia por mais algum tempo. registro de
pagamentos feitos a esse empreiteiro, bem como, simultaneamente, a Antonio
Arthur (outro empreiteiro) feitos em várias datas: 30/07 (p. 59), 12/08 (p. 81), 27/08
(p. 106), 04/09 (p. 115), 25/09 (p. 163).
P. 131 José Martins (Pedreiro) (16 de setembro de 1910)
. 25 dias de serviços de pedreiros derrubando uma parte do quadrado, em serviço
da ponte pegado aos casas (sic) de Operários e limpando tijolos a 5 500 137
500
. 32 dias de serviços de Camaradas no mesmo serviço a 2000 64 000
AMRC 212 Livro de ponto. De janeiro a julho de 1910.
AMRC 252 Livro de ponto. De maio a setembro de 1910.
339
AMRC s/nº Livro Caixa (nº 16 FSG). Setembro de 1910 a novembro de 1911. Livro
de contabilidade, manuscrito, 200 páginas.
AMRC 121 Livro Caixa (nº 18 FSG).
De 12/09/1910 a 17/12/1911. Livro de contabilidade, folha pautada, manuscrito, 600
páginas, grande formato
AMRC 72 Borrador (Livro caixa)
De 18 de outubro de 1910 a 17 de agosto de 1911. 500 páginas
Controle de caixa (pagamento, venda de mantimentos, animais, pagamento por
arroba de café, serviços, empréstimos a empregados).
Algumas despesas estão justificadas: referem-se aos serviços prestados com a
possibilidade de identificação do profissional executor etc.
AMRC 253 Livro de Ponto. De maio a outubro de 1911.
AMRC 134 Livro de contas correntes da Fazenda Santa Gertrudes (número 19 da
FSG). De 1911. 600 p. Manuscrito. Observação: livro de grande formato.
AMRC 12 Borrador. Livro caixa.
De 19/ 08/ 1911 a 17/03/ 1912.
Pagamentos efetuados, consumo de gêneros no armazém.
AMRC 127 Livro Caixa (costaneira). De 11/ 04/ 1911 a 28/ 12/ 1911
(29 de maio de 1911): pagamento feito a Antonio ......(ilegível) por 46 dias de
carroças em serviço do terreiro novo. Também por “98 dias de Carroças em o aterro
do pontilhão da invernada”.
AMRC 37 Copiador nº 26 da Fazenda Santa Gertrudes
De 13 de maio de 1911 a 25 de fevereiro de 1912. Papel de seda, manuscrito à tinta,
500 páginas.
Observação: Assina a diária, nesta época, o Sr. Tommaso Ferrara.
340
P. 5 (15 de agosto de 1911)
Correspondência:
Ilmo. Snr.
M. Fontoura e Ca
Desejando mandar collocar nesta um aríete hydraulico Rifel a fim de elevar
para o supprimento de um reservatório a água fornecida por uma captação a que
mandei proceder, porém que fica em plano muito inferior àquele reservatório, rogo a
V. Sas o obsequio de mandarem sem demora para esta, a fim de entender-se
commigo a respeito o encarregado de V. Sas desse serviço.
Essa pessoa poderá vir aaqui e regressar no mesmo dia para essa com
tempo de tomar as necessárias notas para ser calculado o tamanho do ariete que
terá de fornecer-me sua Casa.
Vindo esse profissional pelo trem expresso que d’ahi parte às 5h.50’ da
manhã e aqui chegando às 10 h. poderá para ahi regressar pelo expresso das 3h.
da tarde que chega à essa às 7h.40’ da noite.
E aguardando sua resposta com toda a brevidade, com o apreço é que
subscrevo-me
De V. Sas
am. ... (ilegível) obr.
Conde de Prates
P. 12 (17 de agosto de 1911)
Observações: vindo da Capital chegou à esta o Snr. Fleury da Casa Pathé, a fim de
tirar umas vistas cinematographos desta Fazenda. De São Carlos chegou à esta o
Snr. Luiz Antonio Cezar e da Capital um Mechanismo da Casa Fontoura.(sic)
P. 14 (18 de agosto de 1911)
Observações: Recebemos da Casa Upton e Cia uma machina para beneficiar arroz.
P.17 (19 de agosto ded 1911)
Observações: Chegou à esta vindo da Capital o Snr. Zweiger Representante do
“Lloyds Greater Britain Publishing Co
afim de tirar retratos desta Fazenda. De Rio
341
Claro chegou o Revmo Padre André Garau e de São Paulo o Snr. Luiz Antonio
Cezar que veio à esta substituir o Ex-Director Geral Snr. José Luiz Salles.
P. 28 (23 de agosto de 1911)
Observações: Vindo da Capital chegou a esta o Snr. Stockler Neves.
P. 41 (27 de agosto de 1911)
Correspondência:
Ilmo. Snr.
Fairbanks, Morse e Co
Rio de Janeiro
Tenho a satisfação de communicar-lhes que o motor a petroleo de 12# de sua
fabricação, que acciona um dymnamo gerador de corrente electrica para o serviço
de iluminação desta Fazenda , installão esta feita pelo seu engenheiro Snr. F. P.
Erdmer, funcciona pefeitamente e com o melhor resultado.
E sem outro motivo, com apreço, subscrevo-me
De V. Sas
am. ... (ilegível) obr.
Conde de Prates
P. 78 (8 de setembro de 1911)
Observação: de acordo com diárias imediatamente anteriores a esta, estavam sendo
feitas prateleiras na casa de Moradia. Na data acima assinalada, comparece o relato
da colocação de tecido de arame na estante da Casa de Moradia. Nos dias
seguintes, este mesmo tecido de arame, uma tela, ao que tudo indica, estaria sendo
aplicado a janelas e divisões do armazém.
P. 80 (9 de setembro de 1911)
Observação: funcionários da Fazenda estão trabalhando em duas máquinas: uma
chamada de Motor Wolf lenha, conforme diária do dia 12 de setembro de 1911,
página 91 deste livro) e outra, de Motor Morse.
342
P. 85 (11 de setembro de 1911)
Correspondência:
Illm.s Sr.s
Guinle e Cia.
S. Paulo
Com o seu estimado favor de 9 do correnteque tenho em meu poder
remetteram-me V. Sas conhecimento e factura de um painel para a nova instalação
de luz electrica nesta, que veio substituir a bateria de accumuladores que queimou-
se antes do seu funccionamento.
Como o referido painel pertence a esta nova installão que forneceram V.
S.as em substituição a de accumuladores, a importância da sua factura de 9 deste,
não deve ser-me debitada.
Cumpre-me outrossim llembrar a V. S.as que não só deixaram de dar-me o
preço que lhes pedi de um motor electrico de 125 v. e de 7 ½ a 10 HP como também
não remetteram-me o reostato em perfeito estado que lhes pedi para o motor
electrico de 7 ½ HP que acciona a bomba.
Com consideração é que sou
De V. S.as
Am. ... obr.
Conde de Prates
P. 130 (26 de setembro de 1911)
Nesta ocasião estava sendo feito um banheiro para os criados, na casa de moradia:
Marceneiro Maurutto(?) fazendo batentes para o Banheiro dos Criados na moradia.
Esse banheiro, conforme relato da diária de 27 de setembro (página 133) seria no
porão da casa.
P. 177 (13 de outubro de 1911
O marceneiro Maurutto estava fazendo venezianas para o quarto do Motor Morse.
Observação: Estende-se, por longo período, nesta época a coonstrução do banheiro
do gado ou dos animaes: seria a esterqueira?
343
P. 258 (9 de novembro de 1911)
Observações: ... Rogo a V. Excia mandar vir oito metros quadrados telhas de
cimento para cobertura do puxadinho da moradia ao lado da Cosinha. (sic)
P. 271 (15 de novembro de 1911)
Observações: Chegou a esta vindo da Capital o Mechanico da Casa Fontoura e Cia.
para assentar a Bomba “Ariette”.
Por esta época, estão sendo concluídas casas na colônia de São Benedito.
P. 301 (29 de novembro de 1911)
Carpinteiros: .. Defende e Loureiro acabaram de fazer o Caramanchão no Jardim.
P. 310 (3 de dezembro de 1911)
Observações: Chegaram a esta, vindos da Capital... o Snr. João Descagni e o Snr
Jorge Berlini que vieram instalar um fogão econômico na Casa de Moradia.
Observações:
1. estavam trabalhando na cruz da torre da Capela dois ferreiros, Carlos e
Eugênio, por vários dias.
2. foram conduzidas pedras para a Mangueira do Banheiro do Gado. Conforme
registro em diárias posteriores, essas pedras pareciam destinar-se à
confecção de calçadas.
P. 366 (28 de dezembro de 1911)
Observações: Participo a V. Excia que hoje as 12 horas o carvoeiro Cezario Nardi e
Graciano Ávila devido a Explosão de uma Mina receberam ambos fortes
Queimaduras, sendo do Nardi no braço esquerdo e no Graciano no braço direito e
na Cabeça. Foi chamado o Dr. Almeida Couto que fez os curativos, sendo o Estado
de ambos felizmente lisonjeiro.
Luiz Antonio Cezar
Observação:
344
1. por esta época comparece no registro das diárias a existência de um britador
na fazenda, para o qual habitualmente se encaminham pedras. Trabalham
nesta tarefa 6 funcionários.
2. Encontra-se em obras, por esta época grupos de casas na colônia São
Benedito.
3. Tamm nesse período estão sendo construídos os alicerces de uma casa
nova dos cocheiros e uma Casa da Horta.
P. 376 (2 de janeiro de 1912)
Observações: Rogo a V. Excia mandar vir 20 metros de Corda para as peças do
Relógio da torre da Egreja; de Systema e Fabricação V. Miguelini, Casa Edmond
Hanau (?) Rua São Bento nº 55 São Paulo.
P. 381 (5 de janeiro de 1912)
Correspondência:
Illmos Snrs.
Upton e Cia
Largo de São Bento 12
São Paulo
V. Ss
Recebi a V. estimada do dia 2 de janeiro e rogo-lhes mandarem fabricar os
mancaes de Metal patente de lubrificação automática de conformidade com os
dizeres da sua Carta.
Sem mais
Subscrevo-me
Com toda a estima
De V. Ss obte atto Amo Ca
Luiz A. Cezar
AMRC 204 Registro de gado (de junho de 1911 a novembro de 1914)
A título de curiosidade, comparece aqui a espécie Eguina (sic), poldro, potranca e
caprina (cabra, cabrito e bode).
345
AMRC 213 Livro de ponto. De fevereiro a junho de 1911.
AMRC 214 Livro de ponto. De julho a dezembro (?) de 1911.
Em setembro de 1911, eram diretores da Fazenda: Virgílio de Barros, Joaquim
Garcia, Domingos Garcia, Clemente Neves, Antonio Ferreira (Santo Eduardo),
Emílio Marques (São Jo), Francisco Fª da Rocha e, como diretor geral, Luiz
Antonio Cesar.
AMRC 260 Livro Caixa (nº 17 FSG). De 04/12/1911 a 21/04/1913. Manuscrito, 210
p.
AMRC 215 Livro de Ponto. De 1º/ 01/ 1912 a 30/ 06/ 1912.
AMRC 34 Copiador (número 27 pela numeração da Fazenda). De 26 de fevereiro a
5 de outubro de 1912. Manuscrito a 21 de junho de 1912 (P. 253) e depois,
datilografado, papel de seda. Nesta época, assinava as diárias o seu diretor geral,
sr. Luiz Antonio César.
P.22 (6/03/1912)
Observações: Vindos da Capital pelo Rápido da manhã e regressando pelo o Rápido
da tarde chegaram a esta em visita os Snrs. Preti (?) Ângelo, agricultor em Coparo
(?) - Itália, Snr. Adolpho Bongiovanni, agricultor em Bologna, o Dr. Adolpho Belluci,
Director da Cadeira ambulante da Agricultura em Ravenna, Dr. Rosário Averna (?)
Saccá (?) Inspector Phitopathologista da Secretaria da Agricultura em São Paulo, Dr.
R. Zamith, Engenheiro agrônomo da mesma Secretaria e o Snr. Dr. Tullo Cavallazzi,
laureado em Sciencias Agrícolas de Florianópolis Estado de Santa Catharina.
P. 29 (9/03/1912)
Estão sendo realizados alicerces (em pedra) para o novo Paiol.
P. 46 (17/03/1912)
Observações: De Noite houve um Espectaculo na Tulha pela Compª Pires. (esta
companhia se apresentaria ainda mais duas vezes na Fazenda).
P. 52 (21/03/1912)
346
Carpinteiros: Miguel e José fazendo portas para as Capellas da Egreja.
Essas portas seriam assentadas a partir de 18 de maio, conforme diária à P.180.
P. 62 (25/03/1912)
Pedreiros: Francisco, João, Julio, Marenzio, Vicente e Antonio com 6 serventes
abrindo alicerces para o Restaurante novo.
P. 74 (30/03/1912)
Observações: Retirou-se desta o Empreiteiro o Snr. Augusto Fabiano.
P. 117 (19/04/1912)
Observações: Vindo da capital pelo Expresso da manhã, chegou a esta o Snr.
Thomaz Ferrara.
P. 162 (09/05/1912)
Observações: Vindos da Capital pelo Rápido da manhã e regressando pelo Rapido
da tarde, chegaram à esta em visita o Illmo. Snr. Dr. Vitor da Silva Freire, Snr.
Engenheiro Buvard (sic) filho e sua Exma Senhora, e o Snr Bernard, sua Senhora e
filha.
P. 174 (15/05/1912)
Por esta época estavam sendo abertos os alicerces da Garage do Automóvel.
P. 193 (24/05/1912)
É rezada missa solene pelo aniversário da morte de Joaquim dos Santos Silva
Prates, filho dos Condes de Prates.
P. 229 (11/06/1912)
Carpinteiros: Miguel e Silvestre em serviço do madeiramento para a Garage do
Automóvel. José acabou de fazer a casinha do Cinema.
P. 257 (22/06/1912)
Observações: em visita a esta chegaram hoje de São Paulo pelo Rápido da manhã
regressando no da tarde: Monsieur A. Guido, redator proprietário da Revista
Mundial” que se publica em Paris; Monsieur Jean Bo, Repórter photographico da
347
mesma , Senhor Jaris (?)...... (ilegível), redactor da “Mundial” de Madrid e secretário
do poeta Ruben Dario, acompanhados pelo Dr. René Thiollier de São Paulo.
P. 259 (23/06/1912)
Observações: em visita chegaram hoje de São Paulo pelo rápido da manhã e
regressado pela tarde: Monsieur et Madame Cremieux, Mademoiselle Cremieux,
Monsieur et Madame Alphonse Worms. Havendo também chegado pelo primeiro o
Sn. Tommaso Ferrara e pelo noturno Sr. Guilherme Prates.
Celebrou missa hoje na Capella desta o Ver. Padre João Cappeli.
P. 271 (26/06/1912)
Observações: ... vindo da Capital chegou a esta o Snr. Dr. Maugé regressando o
mesmo dia junto com o Snr. Tommaso Ferrara.
P. 275 (28/06/1912)
Observações: Em visita à esta, aqui chegaram hoje o distincto homem de letras
francez Monsieur Paul Adam, Dr. Edmundo de Oliveira representando o Excel. Sr.
Ministro dos Estrangeiros do Brasil e o dr. Ruy de Paula Souza, Director da Escola
Normal de S. Paulo.
OBSERVAÇÕES SOBRE A PESQUISA NO LIVRO 34 DO AMRC
Observação 1: por esta época, é freqüente a realização de Sessões
cinematographicas na Fazenda, conforme registro das diárias. A recente conclusão
(P.229, 11/06/1912) da casinha do cinema deve ter viabilizado tal freqüência.
Observação 2: também por esta época encontramos registro das obras de
construção de um novo restaurante.
Observação 3: a possibilidade de leitura das ginas (230 em diante) deste livro
copiador está bastante prejudicada. São folhas de papel de seda com o texto
registrado através de cópia carbono, já bastante diluído em sua legibilidade.
P. 404 (23/08/1912)
348
Observações: ...vindos de Limeira chegaram a esta em visita o Snr. Mario de Souza
Queiroz, proprietário da fazenda Tabajara, o sr. Nicolau de Oliveira e Germano de
Oliveira, Sócios da Casa Levy & Comp.
Observação: por esta época estavam sendo feitas obras na Barragem do Matto do
Cajú (sic).
P. 475 (25/09/1912)
Correspondência manuscrita, assinada pelo Conde de Prates
____________
Ilmo. Snr Gerente da
Dinamite Coffee Land Improvements Corporation
CX 958
São Paulo
Offerecendo-se essa Empresa a tomar a si o serviço de dinamitização do lo, de
accordo com o annuncio que publicou no jornal O Estado de S. Paulo de 24 do
corrente, rogo-lhe o obsequio de enviar a esta pessoa competente, para (?) depois
de exame a que proceder no terreno, fazer-me esta Empresa uma proposta das
condições em que se encarrega desse serviço em alguma parte do terreno desta
Fazenda que é de terra-roxa e na qual for julgado necessário proceder-se a esses
trabalhos.
Dista esta Fazenda 3 kilometros da Estação de Estrada de Ferro, e no caso de ter
eu regressado para S. Paulo, onde resido à Rua de S. Bento 81 sobrado, não
encontrando-me por isso ainda aqui, a pessoa que vier à esta para o fim acima
referido, poderá essa pessoa entender-se a respeito com o administrador da
Fazenda Snr. Luiz Antonio Cezar.
Com consideração sou
De V. Sª
am. ??? obr.
Conde de Prates
-------------------
P. 482 (28/09/1912)
Carpinteiros: ... Ângelo desmanchando a parede do Restaurante velho.
349
P. 499 (05/10/1912)
Observações: ...vindos da Capital pelo Rápido da Manhã chegaram a esta o Snr
Engenheiro J. B. de Camargo Rangel e o Mister Dixon da Dinamite Coffee Land
Improvements Corporation.
AMRC 13 Livro Caixa, com controle do pagamento feito a funcionários da Fazenda,
de 17 de março de 1912 a 27 de maio de 1913. 500 páginas. Na lombada,
comparece a inscrição: “Borrador Limpo 8”.
AMRC 216 Julho a dezembro de 1912.
Colônias de Santa Cruz, Santo Antonio, Santo Eduardo, São Joaquim e São José.
São Joaquim e São Joaparecem associadas, às vezes, bem como Santo Antonio
e Santo Eduardo.
AMRC 144 Livro Copiador 28 (FSG). De 10/10/1912 a 02/05/1913. 500 páginas,
papel de seda, datilografado. Administrador geral: Luiz Antonio Cesar.
P. 31.19/12/1912
Observações: ... Vindo da Capital chegou hoje a esta o Snr. João Barbuy,
Mechanico da Casa Lidgerwood & Com. De São Paulo afim de assentar uma
bomba. Vindo de Taubaté chegou a esta o Electricista Snr. Lazaro de Lima Franco.
Observação: por esta época, estava sendo feita uma barragem no Mato do Caju,
estando ocupados nesse serviço de 3 a 5 pedreiros e de 5 a 8 serventes, além de
carroceiros que transportaram pedras e material para a construção. O relato das
obras continua, ultrapassando o mês de fevereiro e adentrando março de 1913.
P. 46 (25/10/1912)
Observações:
Seguiu hoje para são Paulo o Mechanico Snr. João Barbuy depois de ter assentado
a Bomba na estrumeira. Pelo Nocturno chegou a esta o Snr. Dr. Camargo Rangel,
Director Técnico da Dynamite Coffee land Improvements Corporation.
Vindos da Capital pelo rápido da manhã e regressando pelo o Rápido da tarde
chegaram a esta em visita o Exmo Snr. Dr. Laynes, Senador argentino, Director do
350
Diário e grande proprietário em Buenos Ayres, accompanhado da sua Exma Snra., o
Snr. Carlos Dias Velez e sua Exma. Snra. D. Mathilde A. de I. de Dias Velez, Snra.
Carmen Dias Velez e Mathilde Dias Velez, filhas do Snr. Carlos Dias Velez, as
Snras. Ofelia Rodrigues Egans e Maria Helena Rodrigues Frans, Snr. Carlos Voigt, e
Carlos Peralta Ahrens, a Snra. Mercedes Espeche Gimenez, Snr. Joaquim Ramalho
Ortigão, Gerente do Banco da Espanha e Rio da Prata e o Snr. T. Augusto Mondim,
Representante do Exmo. Snr. Secretario do Interior.
P. 87. (11/11/1912)
Observações: vindo da capital chegou a esta o Snr. Howard para esticar o tecido de
arame na Beira do Canal.
P. 89 (12/11/1912)
Observações: Vindos da Capital pelo o Nocturno chegaram a esta mais 6 japoneses
para a Dynamitação do café.
P. 109 (20/11/1912)
Observações: ... O Snr. Howard concluio hoje com o serviço de Cerca de Tecido de
arame nas Beiras do Canal no pasto da Colonia de Santo Antonio.
P. 112 (21/11/1912)
Observações: Embarcou desta para a Capital o Mecanico Snr. Howard da
Sociedade Industrial de Automoveis Ford de Barra Funda.
P. 205 (31/12/1912)
Observações: ...Vindo de Piracicaba e seguindo pelo o Expresso da Tarde para a
Capital chegou a esta a Exma. Snra. M
elle
Jadwiga Jaholkqwska, distincta Escriptora
franceza.
P. 214 (04/1/1913)
Observações: Vindo da capital e regressando pelo o trem da tarde chegou a esta o
Snr. Gomez, Auxiliar do Snr. Dr. Camargo Rangel. ---- Participo a Va. Excia que hoje
os Japonezes terminaram com a dynamitação de Café, seguindo os mesmos para a
Fazenda “Paraiso em Piracicaba.
351
P. 221 (08/01/1913) Correspondência
Illmos. Snrs.
Lidgerwood Manfg. Comp.
Campinas
Amos e Snrs.
Tem esta carta por fim de saber quanto fiquem promto os dois Aspiradores que
foram encommendados pelo o Mechanico Snr. João Barbuy e caso que estejem
prompto rogo lhes remmeter e mandar o Mechanico para esta para assentar os ditos
Aspiradores.
e sem outro motivo
Subscrevo-me
Com toda a Estima e Consideração
de Va.SS.obro. e atto.Amo. e Cro.
Ass. Luiz A. Cesar
Observação: a mesma empresa Lidgerwood forneceria para a Fazenda aspiradores
de palha de café, conforme registrado à página 288 (diária de 03/02/1913)
P. 499 (02/05/1913)
Pedreiros: Francisco, Vicente e Antonio com 3 serventes fazendo os alicerces para a
Casa Das Machinas.
AMRC 178 (De 14 de novembro de 1912 a 1º de maio de 1914) Sem numeração de
páginas. Livro de controle de pagamentos feitos a empregados.
AMRC 254 Livro de ponto. De junho a outubro de 1912.
352
AMRC 133 Livro Caixa (nº 20 FSG).
De 19/01/1913 a 21/12/1913. Livro de contabilidade, folha pautada, manuscrito, 600
páginas (482 preenchidas) grande formato
AMRC 40 Copiador (nº 29, segundo a classificação da própria Fazenda)
De 3 de maio a dezembro de 1913. cópias em papel de seda, datilografado.
P. 2 (03/05/ 1913)
Pedreiros: Francisco e Julio, Antonio e Vicente com 3 serventes fazendo o alicerce
da Casa da Turbina. João com um dito em diversos serviços
P5 (04/05/ 1913, domingo)
Observações: Vindo da Capital pelo expresso da tarde chegou a esta o Sr. Roe,
mechannico da casa Lidgerwood Manfg. Comp. para assentar a Turbina.
P. 10 (10/ 05/ 1913)
Observações: recebemos da Casa Martins Ferreira & Comp. de São Paulo 100
telhas de Fibro-Cimento e 6 massos de pregos para as mesmas. Seguio para a
Capital pelo expresso da manhã o Director Geral desta o Snr. Luiz Antonio Cezar.
P. 18 (10/ 05/ 1913)
Observações: Recebemos de Martins Ferreira & Comp. de São Paulo 50 barricas de
Cimento. saccos de grosso.
P. 29 (15/ 05/ 1913)
Observações: Recebemos de Martins Ferreira & Comp. de São Paulo 50 saccos de
grosso.
P. 47 (23/ 05/ 1913)
Pedreiros: Francisco, João, Julio, Vicente e Antonio caiando os porões na Casa de
Moradia.
P. 49 (24/ 05/ 1913)
353
Pedreiros: Francisco, João, Julio, Vicente e Antonio com 5 serventes caiando os
porões na Casa de Moradia.
P. 50 (24/ 05/ 1913)
Observações: Celebrou missa solemne e com Officio na Capella desta o Ver. Padre
Tarcisio Zanotti, missa de segundo aniversário do falecimento do pranteado e
saudoso Snr. Joaquim dos Santos Silva Prates, filho dos Exmos. Condes de Prates,
assistindo os Colonos e Empregados desta Fazenda.
P. 52 (28/ 05/ 1913)
Observações: seguio hontem para a Capital o Snr. Leon Boe Mechanico da Casa
Lidgerwood Manfg. Comp. tendo terminado o serviço com a Turbina.
P. 70 (03/ 06/ 1913)
Lazaro fazendo a installação do Generator para a Turbina.
Carpinteiros: Pagni fazendo uma Escada para a Casa da Turbina. Ângelo ajudando
o Electricista Lazaro.
P. 71 (03/ 06/ 1913)
Observações: recebemos de São Paulo 1 Generator para a turbina e mais materiaes
electricos para o mesmo.
P. 72 (04/ 06/ 1913)
Pedreiros: Francisco, João, Julio, Vicente, Antonio e Adelino com 4 serventes
caiando o Restaurante e cimentando a Privada pegado a Sellaria.
P. 79 (07/ 06/ 1913)
Pedreiros: Francisco, João e Julio com 2 serventes ladrilhando a Casa da Turbina.
Vicente, Antonio e Adelino com 2 ditos reboucando as paredes internas da mesma
casa.
P. 84 (09/ 06/ 1913)
Observações: Rogo a V. Excia. mandar vir 20 caixas de Gazolina para o Auto-
caminhão.
354
P. 86 (10/ 06/ 1913)
Observações: vindo de São Paulo chegou a esta em visita e regressou no mesmo
dia para Rio Claro o Snr. Luiz Padalino, Director–Proprietario da Revista
“D’Agricultura Paulista”.
P. 101 (17/ 06/ 1913)
Observações: Recebemos de Martins Ferreira & Comp. de São Paulo 50 barricas de
Cimento.
Observações: vindo da Capital pelo Expresso da manhã chegou a esta o Snr.
Ernesto Duprat regressando pelo Rápido da tarde.
P. 104 (19/ 06/ 1913)
Pedreiros: Francisco com 2 serventes em serviço do Alicerce para a Escada da
Turbina. João, Julio, Vicente, Antonio e Adelino com 3 ditos filitando e tomando as
juntas na mesma Casa.
P. 106 (20/ 06/ 1913)
Lazaro em diversos serviços. Nicolau augmentando a Caixa de agua da Turbina.
Luiz Muffato beneficiando café e Evaristo no Motor Wolf. Basílio e Amadeu serrando
madeira para o madeiramento da Officina e Cezario apparelhando para o mesmo.
Carpinteiros: Pagni em serviço na Casa de Moradia. Loureiro fazendo Bicas para a
Machina de Café. Miguel e Gino fazendo a Casinha para o Guarda da Porteira da
Entrada da Fazenda. Antonio assentando portas nas Casas de Colônia de Santa
Cruz.
Pedreiros: Francisco, João e Julio com 3 serventes fazendo a Escada na Casa da
Turbina. Vicente, Antonio, Adelino filitando e tomando as juntas na mesma Casa.
P. 108 (21/ 06/ 1913)
Pedreiros: Francisco, Julio, Antonio, Vicente e Adelino com 3 serventes abrindo 2
janellas na Officina. João com 2 ditos fazendo um fogão na Casa de Moradia.
P. 112 (23/ 06/ 1913)
355
Carpinteiros: Basilio e Amadeu serrando madeira para o madeiramento da Officina e
Cezario apparelhando taboas para as divisões da Casa de Moradia.
P. 113 (23/ 06/ 1913)
Recebemos de Caveira (Caieira?) 180 saccas de Cal virgem e de São Paulo 108
engradados de telhas de fibra Cimento.
P. 118 (26/ 06/ 1913)
Pedreiros: Francisco, Vicente e Antonio com 3 serventes abrindo os Alicerces para o
augmento da Officina. João e Adelino com 2 ditos em serviço na Casa da Moradia.
Julio filitando na Casa da Turbina.
P. 126 (30/ 06/ 1913)
Carpinteiros: Pagni e Loureiro desmanchando a parede da Officina. Miguel em
serviço do Coberto para os Carás
25
. Antonio acabando o Viveiro para os Coelhos.
Gino fazendo Caixilhos para a Officina.
Pedreiros: Francisco, Julio, Vicente e Antonio com 3 serventes em serviço do
augmento da Officina. João e Adelino com 2 ditos em serviço na Casa de Moradia.
P. 132 (02/ 07/ 1913)
Observações: em visita esteve hoje nesta e seguindo para Rio Claro o Snr. Luiz
Padalino Director-Proprietario da revista D’Agricultura Paulista.
P. 147 (09/ 07/ 1913)
Carpinteiros: Pagni em serviço do madeiramento da Officina. Loueiro, Miguel e
Antonio em serviço da Casa para guardar os Carás. Cinco fazendo patentes para a
privada da Casa de Moradia.
P. 170 (17/ 07/ 1913)
Observações: vindo de São Paulo da Immigração chegaram a esta 3 Familias
Espanhoés.
25
Com esse nome, pode ser peixe ou um tipo de garça.
356
P. 176 (20?/ 07/ 1913)
Observações: vindos da capital pelo o Expresso chegaram a esta o Illmo Snr.
Thomaz Ferrara, o Snr. João Descagni e o Snr. Augusto Simões Coelho,
regressando o Snr. Descagni pelo rápido da tarde.
P. 188 (25/ 07/ 1913)
Pedreiros: Francisco e Antonio com 2 serventes em serviço do augmento da
Officina. João, Julio e Adelino com 2 ditos em serviço na Casa de Moradia, fazendo
privadas. Vicente fazendo Canteiros no Jardim.
P. 206 (1º/ 08/ 1913)
Correspondência:
Illmos. Snrs.
Fernando Hachradt & comp.
Rua Álvares Penteado 15 A
São Paulo
Amos e Snrs.
Communico a Va. SS. Já chegaram o Adubo chimico e a Machina para
espalhar. Rogo a Va. SS. mandar o Snr. Conrado ssler para dar inicio do serviço
de Applicação do Adubo, tanto no cafezal como também na terra onde vai-se plantar
Milho nos pastos.
Sem mais outro motivo
Assigno-me
Com toda a Estima e Consideração
De Va. SS. atte. Amo. e Cro.
P. 212 (04/ 08/ 1913)
Observações: vindos da Capital pelo Rápido da manhã e regressando pelo Rápido
da Tarde chegaram a esta em visita o Snr. Percy Alvin Martin, Lente da Universidade
357
de Standford em Califórnia e o Snr Otto Specht, representante do Exmo. Snr. Dr.
Secretario da Agricultura do Estado de São Paulo.
P. 225 (?/ 08/ 1913)
Observações: Em visita a esta estiveram hoje nesta o Snr. Joseph Dannon chefe da
Casa J. Dannon & Comp. do Havre e Banqueiro em Paris com sua Senhora e filhos,
o Snr. Burnier gerente da mesma Casa no Havre, e que seguiram para a “Fazenda
Morro Azul” com o Dr. Luiz Bueno de Miranda que os esperava aqui havendo
também chegado na mesma occasião de o Paulo o Exmo. Snr. Conde de Prates,
proprietário desta, Dr. Antonio de Pádua Salles, o Dr. Martiniano Rodrigues Alves,
commisario de Café de Santos e seu irmão Francisco Rodrigues Alves.
P. 232 (10/ 08/ 1913)
Pedreiros: Francisco, Vicente, Antonio, Adelino e Santiago com 4 serventes
desmanchando o telhado da Serraria. João com um dito em serviço na Casa de
Moradia. Julio abrindo os alicerces da casa nova perto do Escriptorio.
P. 246 (19/ 08/ 1913)
Carpinteiros: Pagni, Miguel, Sylvestre, Antonio e Guilherme, Amadeu e Basilio
desmanchando o madeiramento do telhado da Serraria. Loureiro e Gino em serviço
na Casa de Moradia. Pedro fazendo batentes da janella para a Casa da (sic)
Cinema.
Pedreiros: Francisco, Vicente e Santiago desmanchando o madeiramento do telhado
da Serraria. Julio fazendo os Alicerces da casa nova perto do Escriptorio
26
. João
com um servente em serviço na Casa de Moradia. Vicente com um dito fazendo
canteiros no Jardim.
P. 315 (12/ 09/ 1913)
Observações: embarcaram desta para a Capital pelo Expresso das 2 e 5 minutos em
Cordeiros os Exmos. Snrs. Guilherme Prates, filho dos Exmos. Condes de Prates e
Conde de Corweilles, W. A. Holbsch, o Deputado Dr. Francisco de Paula Rodrigues
e o Snr. Hugo Ahrens.
26
Provável almoxarifado, conforme se pode perceber pela substituição da expressão “Casa nova
perto do escriptorio”, na seqüência das diárias, por almoxarifado.
358
P. 357 (07/ 10/ 1913)
Observações: vindos da Capital pelo Rapido da manhã e regressando pelo Especial
das 3 e 35 da tarde chegaram a esta em visita os Exmos. Snrs Conde de Prates,
Proprietario desta Fazenda, Dr. Sampaio Vidal, Secretario da Fazenda do Estado de
São Paulo, Snrs. Evelyn e Anthony Rothschild, sobrinhos do Snr. N. M. Rothschild
de Londres, Snr. Coronel Arthur Diederich, Dr. Monlevade e Dr. Gabriel Penteado,
Snr. João Guilherme Netto e os dois Secretarios dos Snrs. Rothschild.
P. 377 (?/ 10/ 1913)
Registra-se uma ocorrência de alastrim (doença eruptiva infectocontagiosa; forma
benigna da varíola), na casa de Antonio Beato (colônia de Santa Cruz), mas o caso
foi diagnosticado como benigno.
P. 379 (17/ 10/ 1913)
Observações: Vindos da Capital pelo o pido da manhã e regressando pelo o
Rápido da tarde chegaram a esta em visita o Snr. Dr. Frederico Moll, Conselheiro do
Império Allemão acompanhado de seu secretario Snr. Dr. Krüger e o Snr. Otto
Specht, representante do Exmo. Snr. Dr. Secretario da Agricultura.
P. 384 (20/ 10/ 1913)
Pedreiros: Francisco, Vicente e Antonio com 4 serventes em serviço do augmento da
Officina. João e Julio com 2 ditos acabaram de fazer um lavador atraz do Escriptorio.
P. 400 (28/ 10/ 1913)
Pedreiros: João e Julio com 2 ditos (serventes) fazendo as cimalhas no
Almoxarifado.
Observação: o telhado estava então coberto, conforme diárias anteriores. O
serviço seria terminado em 6 de dezembro.
P. 484 (06/ 12/ 1913)
Carpinteiros: Pagni, Miguel, Loureiro, Sylvestre e Guilherme acabaram de cobrir o
telhado da Serraria. Pedro e Antonio assentando portas e janellas no Almoxarifado.
359
Pedreiros: Francisco, Vicente e Antonio com 4 serventes em serviço no augmento da
Officina. João e Julio com 3 ditos rebocando o almoxarifado.
AMRC 54 Borrador (número 09 da FSG). De 27 de maio de 1913 a 5 de agosto de
1914. Livro de contabilidade, com 500 páginas, numeradas, com o registro de
dívidas dos funcionários da Fazenda (empréstimos e compras no armazém).
(408) Antonio Correa
101 dias de serviço fazendo 1 ponte perto do Lazareto e matando Formigas em a
Colônia de S Guilherme a 3,000(sic). Haver: 30.300
(s.n.) Lidgerwood & Cia.
Impª de sua conta 46.000
(353) Castelhano & Cia.
Impª de sua conta 3 464 480
(356) Guinle & Cia.
Impª de sua conta em 30 de maio # Factª 8295 4 335 000
Idem em 3 deste (junho) Factª 8304 19 500
(332) Antonio Arthur 29/30m de junho de 1913 p.85
. 545 dias de serviço de carroças atterrando o pomar e o ude em S. Benedicto a
4,500: 2 452 500
. 162 dias de serviço de Camª a 3,000 486 000
. 68 ditas suas de fiscalização a 3,000 204 000
(s.n.) Ferdinando Hornhardt
27
(?) 31 de julho de 1913 p.87
Impª de sua conta em 26 deste p. Adubos chimº 9 302 200
Idem p. 1 machina 500 000
27
Algumas palavras dos livros manuscritos têm leitura particularmente difícil: quando isso acontece,
expressamos nossa dúvida sublinhando o termo, acompanhado de uma interrogação.
360
(s.n.) Ferdinando Harkradt (?) 30 de setembro de 1913 p. 165
Impª de sua conta em 13 deste 4 599 400
(456) José Martins 31 de outubro de 1913
. 148 dias de serv. de pedº a 6. 1 068 000
. 145 ditas de serventes a 2.50 438 500
fazendo puchados na Colonia de Santa Cruz
1º de novembro de 1913 p. 206 a 213
Subscrição para 1 coroa do fallecido Snr. Joaquim dos Santos Prates entre os
empregados desta (doações de valores diferenciados, somando 223 500)
(469) Francisco Jonga (?) 30 de novembro de 1913 p. 245
24 dias de serviço a 6.000 144 000
25 ditas a 4.500 112 500
25 ditas a 3.550 87 500
125 dias de serventes a 3.000 375 000
72 dias de serviço arrancando pedras a 5.000 360 000
em serviço de revestir ? o Forno da Olaria e fazendo puchados em S. Joaquim.
(456) José Martins 04 de dezembro de 1913 p.250
p. 183 dias de serv. De pedº a 6. 1.098.000
p. 185 ditas de servente a 2500 462.500
fazendo puchados nas Col.as de Santo Antonio e Santo Eduardo.
(354) Francisco Jongo 31 de março de 1914 p. 360
26 dias de serviço de pedreiro a 6$ 156.000
26 ditas a 4,500 117.000
26 ditas a 3,500 91.000
112 dias de serventes a 2,500 28.000
52 dias arrancando pedras a 4,500 234.000
fazendo uma caixa d’água perto do Lazareto e calçada nas casas em Sam Joaquim
(sic).
(356) José Martins 02 de abril de 1914 p. 362
361
188 dias de serv. de pedreiros fazendo puchados na Colônia de Sam Joaquim a
6000 (sic) 112.800
191 ditos de serventes a 2500 477.500
(361) José Ribeirão 1º de maio de 1914 p. 398
p 66 ½ dias de serviço com as carrocinhas aterrando as Casas na Colônia de Sam
Joaquim, a 4$500 299.350
(354) Antonio Arthur 1º de junho de 1914
2 dias de serv. de carroças a 10$000 20.000
62 dias de carrocinhas a 4,500 249.000
32 dias de camaradas a 2,500 80.000
105 ditas limpando Eucalypthus em roda da invernada a 2,500 262.500
115 dias de carrocinhas a 4,000 460.000
43 ditas de camaradas a 2,500 168.500
35 dias suas de fiscalização a 3$ 105.000
fazendo o aterro no caminho que vai à Administração, Pomar e rebaixando o
caminho da boiada p. fazer uma ponte.
Pela reforma de duas Rodas 6.000
(356) José Martins 2 de junho de 1914 (p. 435)
138 dias de pedreiro a 6$ 810.000
138 ditas de serventes a 2,550 345.000
p. 4 puchados que fez na colônia de San Guilherme 150$ 600.000
(411) Francisco Jongo
23 dias de serviço de pedreiro a 6$ 138.000
46 ditas a 4$500 207.000
97 dias de serventes a 2$500 242.500
46 dias na pedreira a 4$500 207.000
em serviço no depósito de água lavador de roupa e Encanamento na Cª S. Joaquim.
(354) Antonio Arthur 30 de junho de 1914 p. 457
120 dias de serviço de carroças no aterro da Estrada da Boiada a 4$000 48.000
362
130 dias de camaradas no mesmo serviço a 2.500
325.000
19 dias suas de fiscalização a 3$ 57.000
(356) José Martins 30 de junho de 1914 p. 464
176 dias de serviço de pedreiro a 6$ 1.056.000
178 ditas de serventes a 2$500 445.000
1 ½ puchado que fez na Colônia de Sam Guilherme a 4$000 192.000
(261) José Ribeirão 30 de junho de 1914 p. 464
48 dias de serviço com as carrocinhas aterrando as casas na Colônia de S. Joaquim
a 4$ 192.000
(358) Manoel Loureiro 30 de junho de 1914 p. 464
p. 333 dias de serviço de camaradas destocando a nova roça na Cª de Sta Maria
a 2$500 832.500
23 ditas suas a 3$ 69.000
(356) José Martins 29 de julho de 1914 p. 495
185 dias de serviço de pedreiros a 6$ 1.110.000
188 ditas de serventes a 2$500 Rs 47.000
1 puchado que fez na Colônia de Sam Guilherme 150.000
AMRC 162 Borrador limpo. Mesmo conteúdo que o livro de 53. De janeiro de
1913 a 11 de fevereiro de 1917. Sem numeração de páginas.
Este tipo de livro pode ter interesse documental para certificar o vínculo empregatício
de colonos com a fazenda, gêneros disponíveis para alimentação no período etc.
AMRC 261 Livro caixa (16 FSG). De 20 de abril de 1913 a de novembro de
1914.
AMRC 231 1913
Livro de ponto: nenhuma informão relevante.
363
AMRC 232 Livro de ponto. De julho a dezembro de 1913.
AMRC 255 Livro de ponto. De maio a agosto de 1913.
AMRC 217 Registro de Gado. (1913) 100 páginas.
AMRC 75 Livro de contas correntes da Fazenda Santa Gertrudes. De janeiro de
1914 a abril de 1914. 580 p. Manuscrito. Observação: livro de grande formato.
AMRC 92 Livro Caixa (nº 23 FSG). 1914.
Livro de contabilidade, manuscrito, 600p.
AMRC 57 Controle de Despesas de Funcionários (despensa). De 1914 a 1918.
AMRC 14 Copiador de Diárias (nº 31 FSG). De 20/07/1914 a 04/03/1915. Papel de
seda, datilografado, 500 páginas.
P. 4:
Carpiniteiros: Pagni e Gino em seviço na Casa de Moradia. Loureiro fazendo
batentes para as Casas novas. Miguel e Guilherme ripando a Casa no pastinho.
Sylvestre fazendo um Galinheiro atraz da Administração. Ângelo concertando as
Carpideiras. Pedro em vários serviços.
Pedreiros: Francisco, Julio, Antonio e Miguel com 6 serventes fazendo a Casinha
para fazer Sabão. João com um dito em serviço no Escriptorio novo. Vicente com 1
servente na casa do pastinho.
Observação: as Casas novas” são na colônia Santa Cruz, conforme verificado à
página 6 deste volume.
P. 23 (28/07/1914)
Carpinteiros:... assentando portas na Casa da Escola. Pedro fazendo caixilhos para
a Escola.
P. 48 (08/08/1914)
364
Carpinteiros: Pagni e Gino em serviço na Casa da Moradia. Loureiro e Angelo
fazendo batentes para a Casa de Leiteria. Miguel e Guilherme fazendo a divisão no
Salão do Escriptorio novo. Sylvestre fazendo batentes para as casas novas na
Colonia de Santa Cruz. Pedro colocando vidros nas janellas na Casa da Escola.
P. 49 (08/08/1914)
Observações: ... vindos de Rio Claro e regressando no mesmo dia chegaram a esta
em visita o Exmo Snr. Dr. Almeida Prado junto com o club de Foot-Ball de Torino de
Italia e Membros de outros clubs de Foot-Ball de São Paulo.
P. 68 (17/08/1914)
Carpinteiros: Pagni e Gino em serviço na Casa de Moradia. Loureiro concertando
carroças. Ângelo concertando o moinho de vento na Colônia de Sam Benedicto.
Miguel e Guilherme fazendo a divisão no salão do Escriptório novo. Sylvestre
apparelhando madeira para os Caixilhos da Casa do Padre. Pedro fazendo Janellas
para a mesma Casa.
Pedreiros: Francisco, João, Julio, Antonio e Miguel com 6 serventes rebocando as
paredes internas da Casa do Padre.
P 72 (19/08/1914)
Idênticas às anotações anteriores, acrescentando-se porém:
Pedreiros: ...João, Julio e Antonio com 3 ditos(serventes) caiando a Frente da Casa
de Moradia.
P. 270 (18/11/1914)
Carpinteiros: ... Guilherme fazendo portãozinhos para os corredores das Casas dos
Cocheiros.
Pedreiros: Francisco e Antonio com 2 serventes ladrilhando o porão da Casa do
Sachristão. Vicente e João com 2 outros fazendo a Calçada no Restaurante e Miguel
ladrilhando o quarto de guardar os carros.
P. 333 (18/12/1914)
Com a proximidade do Natal, a Fazenda se embeleza: após a caiação da casa sede,
o caiadas a Casa de Machinas, o portão da Egreja...
365
P. 336: (19/12/1914)
Observações: ... pelo nocturno chegou o Illmo. Snr. Thomaz Ferrara.
Observação: é a primeira vez que aparece o nome de Thomaz Ferrara neste livro.
Como em outras situações, ele ficará o fim de semana na fazenda, supervisionando
a turma que mantém na propriedade, e retornará a São Paulo na segunda-feira.
AMRC 262 Livro Caixa (nº 19 FSG). De 02/11/1914 a 13/01/1918.
Manuscrito, 200p.
AMRC 59 Fazenda Santa Gertrudes Borrador limpo Livro caixa.
De 9 de agosto de 1914 a 28/02/1915. 300 páginas
P. 21 (31 de agosto de 1914)
Francisco Jongo
. 25 dias de serviço de ..............(?) a 6 000 15 000
. 50 ½ ditos a 4 500 227 250
. 125 ditas de serventes a 2 500 312 500
. 50 dias de serviços na pedreira a 4 500 225 000
fazendo paredão na Estrada da Boiada.
José Martins
. 164 dias de serviço de pedr. A 6,0 984 000
. 165 ditas de serventes a 2,5 412 000
1 ½ puchado que fez na Colônia de S. Guilherme a 150 225 000
Fazendo um grupo de casas em Sta. Cruz.
P.150 (6 de dezembro de 1914)
Francisco Jongo 6 de dezembro de 1914 (p. 150)
24 dias de serviço a 6$000 144 000
48 ditas a 4$500 216 000
120 ditas de serventes a 2$500 300 000
Rebocando casas de colonos em Sam Joaquim.
366
P. 157 (7 de dezembro de 1914)
José Martins Haver
158 dias de serviço a 6$000 948 000
161 ditas de serventes a 2$500 402 500
2 puchados que fez na Colonia de Santa Cruz a 150$000 300 000
e fazendo fontes de água na mesma colônia.
P. 163 (18 de dezembro de 1914)
Francisco Jongo
p. 13 metros e 31 cm de pedras que arrancou para o reservatório pequeno de água
no Cajú a 3$500 46 585
P. 178 (31 de dezembro de 1914)
Francisco Jongo
25 dias de serviço a 6$000 150 000
50 ditas a 4$500 225 000
AMRC 142 Livro Contábil (costaneira).
De 02/ 05/ 1914 a 28/ 02/ 1915.
AMRC 233 Livro de ponto.
De janeiro a junho de 1914.
AMRC 256 Livro de Ponto.
De junho a setembro de 1914. Não consta a ocupação de cada funcionário, como
em outros livros do mesmo tipo.
AMRC 234 Livro de ponto.
De julho a dezembro de 1914.
AMRC 81 Livro de contas correntes da Fazenda Santa Gertrudes (nº 22 da FSG).
De 1915. 600 páginas, manuscrito. Observação: livro de grande formato.
AMRC 128 Livro Caixa (contas de um armazém).
367
De 22/08/1915 a 05/05/1916. Manuscrito, 150 páginas, não numeradas.
AMRC 140 Livro caixa. Controle de consumo do Armazém.
De agosto de 1915 a junho de 1919. Papel pautado, sem numeração, manuscrito, a
tinta.
AMRC 122 Livro de fornecimento do Armazem da Fazenda de Sta. Gertrudes de
1915.
De 7 de fevereiro a 22 de agosto de 1915, sem numeração de páginas.
Livro tipo borrador, rascunho à lápis de controle do consumo de neros do
armazém.
AMRC 176 Despensa. De 1915 a 1918.
Controle da despensa dos funcionários (consumo). Comparece também o registro
de contribuição para o enterro da Balbina velha. Não detalhe das despesas
efetuadas.
AMRC 235 Livro de ponto. De janeiro a junho de 1915.
AMRC 161 Costaneira (sem numeração da Fazenda)
De 28 de fevereiro a 5 de julho de 1915. Caderno de contabilidade, com 150 folhas,
sem numeração. Controle de pagamentos e dívidas do armazém.
AMRC 60 Borrador (Nº 18 FSG - Controle de consumo no armazém).
De 20 de março a 19 de setembro de 1915). 500 p.
AMRC 33 Livro copiador de diárias. De 4 de março a 30 de outubro de 1915. 500
páginas, papel de seda, datilografado.
P. 3 (5 de março de 1915)
Carpinteiros: Pagni, Miguel e Gino em serviço do Lambry para a Sala do Palacete do
Exmo. Sr. Guilherme. (esta atividade se estenderia por várias semanas, até 24 de
abril, quando os carpinteiros comam a engradar o Lambry. A partir de meados de
abril, comparece a expressão “encollando o Lambry”).
368
Observação: não registro de atividade de pedreiros, embora haja espaço
dedicado a isto no formulário empregado para registro da diária.
Era administrador da fazenda o Sr. Luiz Antonio Cezar.
P.126 (4 de maio de 1915)
Observações: Recebemos hoje de SANTOS 2 caixas com Plantas vivas CACTUS”,
que os Snrs Martins Ferreira & Comp. remmeteu. Essas mudas de “CACTUS” vou
hoje mandar plantal-as em Santa Maria.
P. 167 (24 de maio de 1915)
Observações: Celebrou Missa hoje em Commemoração do Fallecimento do
pranteado Snr. Joaquim dos Santos Prates filho dos Exmos. Condes de Prates.
P. 203 (11 de junho de 1915)
Carpinteiros: Pagni e Gino fazendo um Berço para Creanças para a Casa de
Moradia.
P. 219 (19 de junho de 1915)
Carpinteiros: Loureiro apparelhando madeira para as portas do Sobrado do
Viaducto.
P. 359 (24 de agosto de 1915)
Carpinteiros: Pagni Loureiro e Miguel fazendo as portas para o prédio nº 2 da
Ladeira Dr. Falcão.
P. 382 (4 de setembro de 1915)
Correspondência do administrador para o Conde de Prates.
Fazenda de Santa Gertrudes, 4 de setembro de 1915
Exmo. Snr.
Conde de Prates São Paulo
369
Exmo Snr.
Vossa Excia. terá a bondade de dizer-me as condições de Contracto a fazer
com os Colonos para o anno novo.
Todos os fazendeiros da vizinhança fizeram seus contractos que são os
seguintes:
Fazenda Paraguassú: Carpa de Ca por anno 75$000, colheita 500 Rs, dias de
serviço 2$500, pagamento de 2 em 2 mezes, plantação no Café nada.
Fazenda Morro Azul: Carpa de Café por anno 65$000, colheita 500 Rs, dias de
serviço 2$200, pagamento mensal, plantação uma cova na Quadra.
Fazenda Iracema: Carpa de Café por anno 70$000, colheita 500 Rs, dias de serviço
2$000, pagamento de 2 em 2 mezes, plantação uma cova na Quadra.
Fazenda Ibicaba: Carpa de Café 75$000, colheita de café 500 Rs, dias de serviço
2$000, pagamento de 2 em 2 mezes, plantação um pé de milho na quadra.
Aguardando as Ordens de Va. Excia, subscrevo-me com Estima e consideração,
De Va.Excia
Amº, atto, Cro.
Luiz Antonio Cezar
P. 452 (8 de outubro de 1915)
Correspondência do administrador para o Conde de Prates.
Fazenda de Santa Gertrudes, 4 de setembro de 1915
Exmo. Snr.
Conde de Prates São Paulo
Exmo Snr.
Tem esta o fim de communicar a Va. Excia que retirão-se 19 Famílias de Colonos as
quaes avisaram-me antes do contracto firmado.
Depois de feito o contracto para o novo anno appareceram mais algumas Famílias
que desejam sahir. Como estas Famílias não tivessem avisado no prazo marcado,
não as attendi sem consultar a Va. Excia se devo ou não deixal-as sahir, sem impor
alguma multa.
370
Dos Colonos novos hespanhoes fugiram duas famílias.
Rogo a Va. Excia responder-me com brevidade.
Sou de Va. Excia
Atto, Amº Cro.
Luiz Antonio Cezar
Observação: por esta época está sendo feito o telhado da nova cocheira.
AMRC 26 Copiador de 33. Diárias de 31 de outubro de 1915 a 26 de maio de
1916. 500 páginas, papel de seda, cópias feitas com papel carbono a partir de
original datilografado. Era administrador geral da fazenda por esta época Luiz
Antonio Cezar.
Encontramos aqui, a partir das primeiras diárias, alusão á execução de portas
destinadas ao prédio de nº 2 da ladeira Dr. Falcão.
P. 42 (18 de novembro de 1915)
Carpinteiros: Fazendo um armário para a Casa do Exmo. Snr. Conde na alameda
Barão do Rio Branco nº 77.
P. 58 (25 de novembro de 1915)
Observações: ... Conforme as Notas e Conhecimentos juntos foram hoje remettidas
e consignadas aos Snrs. LARA CAMPOS, TOLEDO & CIA; de SANTOS 150 Saccas
de Café com a Marca E.P.105; 5 Saccas de Café ao Orphanato C. Colombo, 5
Saccas ao Convento Recolhimento da Luz, 5 Saccas ao Liceu Coração de Jesus, 5
Saccas à Santa Casa de Miserirdia de São Paulo e 5 Saccas à Santa Casa de
Misericórdia de Rio Claro.
P. 67 (30 de novembro de 1915)
Carpinteiros: Coberto da escada da torre da Egreja...
Raspando e envernizando o Soalho da Sachristia.
P. 118 (23 de dezembro de 1915)
Carpinteiros: Grades para as trepadeiras em frente da Casa de Morada.
371
P. 201 (28 de janeiro de 1916)
Observações: Havendo sido dispensado, retirou-se hoje desta pelo expresso das
9h.30 da manhã para São Paulo accompanhado de sua família o ex Director geral
desta, Snr. Luiz Antonio Cezar.
Pelo Director Geral
Clemente F. Neves
P. 273 (24 de fevereiro de 1916)
Observações: Pelo nocturno chegou hoje a esta, vindo de São Paulo, o Snr. Mario
Simões Coelho para o cargo de Director Geral de effectivo desta, cargo este que
estava sendo exercido interinamente pelo Snr. Clemente Ferreira das Neves,
Director da Colônia de Santa Cruz.
AMRC 257 Livro de ponto. De maio a setembro de 1915.
Apenas relação de nomes, sem preenchimento do item “occupação”.
AMRC 236 Livro de ponto. De julho de 1915 a janeiro de 1916.
AMRC 63 Livro para venda de carne/ Açougue. Registro de compra.
De julho de 1915 a novembro de 1925.
AMRC 237 Livro de ponto de camaradas (Livro 24 FSG).
De fevereiro a outubro de 1916. Não numerado. Apenas relação de nomes.
AMRC 258 Livro de ponto de colonos (Livro 16 FSG).
De maio de 1916 a setembro de 1919. Não numerado. Apenas relação de nomes.
AMRC 32 Copiador (nº 34, pelo controle da Fazenda)
1916. Cópias de diárias (457 folhas de papel de seda, datilografadas), assinadas
pelo administrador Mario Simões Filho. O livro foi seriamente atacado por insetos,
tendo sido possível apenas a leitura das 250 páginas iniciais.
Única referência encontrada com interesse para o trabalho foi a de que em 13 de
julho de 1916 carpinteiros estavam desmanchando um fogão na casa de moradia.
372
AMRC 30 Livro copiador de diárias (nº 35, pelo controle da Fazenda).
De 24 de dezembro de 1916 a 28 de julho de 1917. 500 páginas, papel de seda,
datilografado (cópias de papel carbono).
Observações:
1. Encontramos referência da construção de uma chaminé na Casa de Moradia,
ainda no como de 1917.
2. também referências à uma provável adaptação de construção para
funcionamento de um consultório médico, sendo assoalhado cômodos, feitas novas
portas, um biombo etc.
P.82 (30 de janeiro de 1917)
Observações: Celebrou missa hoje na Capella desta o Ver. Padre Faustino Consoni
em Commemoração do fallecimento da Exma. Snra. Baronesa de Tatuhy, estremosa
Mãe e sogra dos Exmos Condes de Prates.
P. 256 (18 de abril de 1917)
Por esta época, os carpinteiros (em particular, Pagni e Loureiro) estavam fazendo as
portas da Capella da povoação de Santa Gertrudes.
P. 258 (19 de abril de 1917)
Correspondência:
Exmo Senhor:
Tenho presente a carta de V. Exa. datada de hontem, sobre o objecto da qual
pesso a V. Exa. licença para fazer as seguiintes observações:
Quando em 7 do corrente aqui esteve o engenheiro Sr. Dr. Moysés Marx na
companhia do gerente da Central Electrica de Rio Claro, sr. João Silva, aquelle
disse-me o poder a installão do novo motor ser feita fóra do compartimento do
motor Wolf, conforme V. Exa. havia determinado, e que em virtude do da actual
disposição do mesmo compartimento, o melhor logar para installar o novo motor, era
ou mais precisamente por baixo, ou precisamente por cima da polia do referido
motor Wolf, devendo no primiero caso ser feita uma escavação ao lado do mesmo
373
motor e no segundo construída uma pilastra sobre que o novo motor deve ser
assente. Elle, contudo, inclinava-se mais para a segunda solução, ainda que aqui
não tenha a sua opinião definitiva. Como as ordens de V. Exa. estejam em
desacordo com as instrucções do referido engenheiro, e como de Rio Claro o
gerente da Central Electrica me informe que de facto o sr.dr. Marx decidiu que o
motor seja assente sobre a pilastra a construir a que acima me referi, lembro-me que
tenha havido esquecimento da parte do mesmo sr. engenheiro de expor a V. Exa. o
que sobre o caso resolveu.
Em virtude do exposto, aguardo novas ordens de V. Exa. No entretanto vou
mandar chegar urgentemente para o local os materiaes de construcção afim de não
haver perda de tempo.
Cumprimentando muito respeitosamente V. Exa., com o maior acatamento
Seu
De V. Exa. Crº Aptº V.
or
Obe.
mo
Mario Simões Coelho
P. 262 (20 de abril de 1917)
Observações: Recebi hoje a carta de V. Exa. datada de hontem, acompanhada de
uma planta para o puxado a construir junto ao compartimento do motor Wolf para a
installão do novo motor electrico. As ordens de V. Exa. já estão sendo cumpridas.
P. 275 (25 de abril de 1917)
Observações: Chegou hoje nesta o novo transformador, que por ser provisório vai
ser assente do lado de fóra da casa do transformador, por determinação do gerente
da C. Electrica.
P. 282 (28 de abril de 1917)
Observações: conduzidos e acompanhados por pessoal da “Central Electrica Rio
Clarochegaram hoje a esta dois motores electricos que se me afiguram serem
bastante usados. -- Recebi hoje a carta de V. Exa. datada de ontem. -- O telhado do
puxado em construcção para abrigo do novo motor electrico a installar, terá 35
metros quadrados e a cumieira, 10 metros de comprimento. -- Foi hoje retirado da
estação o sortimento de gêneros para a casa da Administração, bem como 12
grades para os lavadores.
374
P. 284 (29 de abril de 1917)
Observações: Recebi hoje a carta de V. exa. datada de ontem. Segue com esta a
photographia pedida por V. Exa. Além do serviço que por ela V. Exa. póde ver estar
feito, pode ver posto sobre o depósito de ferro de água do motor Wolf um trilho de
ferro convenientemente recurvado, assentando as suas extremidades nas paredes
lateraes do depósito de água de cimento do mesmo motor, afim de escorar o terraço
precisamente na parte inferior da linha em que assenta a parede que faz frente para
o terraço.
Rogo a V. Exa. mandar para esta um mechanico afim de consertar os
despolpadores.
P. 291 (2 de maio de 1917)
Observações: o telhado do puxado para o abrigo do novo motor 75 HP vai ficar com
quatro águas e somente dois moies, sendo um encostado à casa do transformador
e outro à do motor Wolf. É a forma como as águas melhor se podem vedar e ainda a
forma de construcção mais fácil, de maior solidez e relativa elegância, pelo que
espero merecerá a aprovação de V. Exa.
P. 296 (4 de maio de 1917)
Observações: Passou hoje por esta o Snr. coronel João Baptista de Salles, que,
comissionado pelo Governo Estadual, anda colhendo elementos para avaliar a sáfra
de café do corrente anno. -- Também aqui chegou hoje pelo trem P7 o Snr. Helio
Cintra Machado, agente da “Brazilian Warrant Company Limited”, que veio proceder
à medição das casas das Machinas de Benefício, Tulha e do motor Wolf. -- Por
pessoal da “Central Electrica Rio Claro foram hoje para aqui transportados vários
pertences dos novos motores electricos e um pequeno transformador; o mesmo
pessoal reconduziu desta para Rio Claro, o grande transformador para aqui
conduzido há dias.
P. 311 (11 de maio de 1917)
Observações: Recebi hoje a carta de V. Exa. datada de hontem. A área da casa em
construcção para o motor electrico trifásico de 75 HP, a installar, é de 21,65 m
2
incluindo o o da porta a abrirse para a ligação do referido motor com o dynamo
375
installado na casa do motor Wolf e a base onde vae ser assente o novo motor, que é
de 1,07 m
2
. A área, pois, a ladrilhar é de 20,58 m
2
. Os ladrilhos existentes aqui são
cinzentos 9m
2
, e vermelhos 1,50 m
2
.
P. 316 (12 de maio de 1917)
Observações: ...Foram hoje retirados da Estação.... Um engradado com um oleado
para a Casa de Moradia e 4 engradados com telha “ETERNIT”.
P. 328 (18 de maio de 1917)
Observações: Foram hoje retirados da Estação 4 engradados com ladrilhos, 5 ditos
com azulejos e 10 caixas de sabão. Como approveitando-se os ladrilhos cinzentos
que aqui existem faltem ainda 10 m
2
de ladrilhos, e como os ladrilhos hoje retirados
da estação só dão para ladrilhar cerca de 3 m
2
, rogo a V. Exa. dizer-me se quer que
o restante se faça com cimento.
P. 330 (19 de maio de 1917)
Observações: recebi hoje o conhecimento de 17 engradados de ladrilhos, pelo que
fica sem effeito a communicação sobre o assumpto feita a V. Exa. na “Diária” de
hontem.
P. 341 (24 de maio de 1917)
Correspondência:
Exmo. Senhor
Conde de Prates
São Paulo
Acabo de receber a carta de V. exa. datada de 22 do corrente, a que me
apreso a responder.
Para a installação do apito conforme os desejos de V. Exa., o precisos 20
metros de cannos de ¾ de polegada. Esta quantidade é para fazer toda a
installão, porquanto nem qualquer encanamento da Bomba ao depósito de ar
comprimido, nem este tem os cannos necessários. Devo ainda informar V.Exa. que
nem a bomba nem o depósito de ar comprimido estão devidamente assentes e que
376
para poderem funccionar é indispensável o seu conveniente assentamento. Ao
depósito falta também o indicador de pressão.
O motor electrico que accionava a mencionada bomba, está actualmente
acionando a bomba de elevação de líquidos na Montureira.
A casa para o novo motor electrico de 75 HP deve ficar hoje completamente
rebocada interiormente. De serviço de pedreiros fica restando, pois, interiormente, a
base para o motor e o assentamento de azulejos e ladrilhos.
Cumprimentando com o maior respeito, V.Exa., tenho a honra de ser
De Va. Exa.
Am
o
Vor. Muito Obrigado
Mario Simões Coelho
P. 352 (28 de maio de 1917)
Observações: O gerente da Central Electrica Rio Claro informou hoje pelo telephone
que tem já em depósito todo o material de que carece para fazer as installações
coontractadas para esta e que apenas espera por bom tempo para vir dar início
a essas installões. Disse ainda que vai de novo mandar para esta o transformador
grande que já aqui esteve e que será installado provisoriamente.
P. 360 (1º de junho de 1917)
Observações: Só hoje à tarde é que aqui veio o gerente da Central Electrica com um
empregado a fim de marcar a base em que há de ser assente o novo motor electrico
de 75 HP.
Observação: em correspondência encaminhada ao Conde de Prates (P.368) pelo
administrador geral, informa-se que o depósito de ar comprimido tem 3 metros e 50
cm de comprimento e 70 cm de diâmetro, tendo portanto, de capacidade, 1346
litros..
P. 376 (7 de junho de 1917)
Observações: A Central Electrica de Rio Claro mandou hoje de novo para aqui o
grande transformador que aqui ficará installado provisoriamente. Pessoal da mesma
empresa está trabalhando na installão electrica nesta, prommetendo o seu
gerente ligar a força na próxima segunda-feira.
377
P. 378 (8 de junho de 1917)
Observações: Veio hoje a esta vindo de São Paulo para onde regressou à tarde, o
photographo sr. Frederico Manoel , que por conta da casa Upton veio tirar duas
photographias do interior da casa de das machinas de benefício de café. Ficou
installado na respectiva casa, o grande transformador electrico para aqui hontem
trazido pela Central Electrica Rio Claro.
P. 381-3 (9 de junho de 1917)
Observações: ... Remeto a V. exa. as facturas de material e serviços, para aqui
enviadas pela casa Lidgerwood e hoje recebidas. O mechanico trabalhou 16 dias e
meio; os artigos constantes da factura 3045 vieram para a Fazenda e foram
empregues no concerto dos Despolpadores. -- Pela Central Electrica Rio Claro foi
conduzido hoje à tarde para esta um pequeno transformador para luz e 5 latas de
óleo para o grande transformador. Para melhor elucidação de V. Exa. sobre o
andamento dos trabalhos da installação do motor electrico triphasico de 75 HP:
venho dar a V. Exa. as seguintes informações: Os trabalhos de pedereiro na casa
para installação do alludido motor estão concluídos interiormente, faltando apenas
arrematar o ladrilhamento em volta da base do mesmo, que convém concluir
depois daquele assente. De resto, muito que o serviço dos pedreiros em nada
embaraça a installação electrica a fazer-se. Não pela necessidade da conclusão
immediata do serviço para se poder dar início à colheita, como para dar
cumprimento às reiteradas instrucções de V. Exa., tanto eu como o escrivão desta
temos insistido diariamente e repetidas vezes com o Gerente da Central Electrica
para activar os serviços quanto possível, fazendo-lhe conhecer o embaraço que está
causando ao bom andamento dos serviços desta a demora na installão referida.
Aquelle senhor concorda sempre com as observações que se lhe teem feito e
promette sempre imprimir mais actividade no serviço. Apesar das suas boas
palavras, porém, o certo é que a morosidade é sempre a mesma e os serviços vão
sendo feitos tão lentamente que faz suppor que tal lentidão é proppositada. Para
justificar a minha supposição, basta frizar que o trabalho de 4 homens, que hoje aqui
estiveram foi, em todo o dia, endireitar e firmar 3 postes que hontem ficaram
collocados, abrir um buraco para collocar outro, trabalho que muito
descansadamente podiam fazer em uma hora. Conquanto o citado Gerente tenha
378
promettido vir hoje com um mechanico fazer a installão do motor de 75 HP, nem
appareceu nem disse o motivo porque o veio; e embora eu e o escrivão desta
repetidas vezes tenhamos pedido ligação para fallar com elle pelo telephone, elle
nenhuma attendeu ao apparelho, não obstante por vezes ter estado no escriptorio
para onde pedimos ligação. Agora à noite é que um empregado do escriptorio da
Central para aqui telephonou pedindo em nome do referido Gerente para lhe mandar
um troly amanhan cedo a Rio Claro para conduzir uns empregados que aqui virão
acabar de collocar os postes e puxar a linha. Prommeti mandar-lh’o para que tal falta
não lhes podesse servir de pretexto para maior demora no serviço, assim como lhes
tenho facilitado tudo para a rápida conclusão dos trabalhos.
Coelho
P. 385 (10 de junho de 1917)
Observações: Ratifico tudo o que hontem expuz no final da “Diária” a V. Exa.. Hoje
mandei muito cedo a Rio Claro um troly buscar os empregados da Central Electrica.
Vieram os mesmos que hontem aqui estiveram que pouco depois do meio dia se
retiraram tendo apenas collocado um poste e estendido os fios a todo o comprimento
da linha, mas sem os ligar aos isoladores, dizendo que era essa a ordem que
haviam recebido.
P. 387 (11 de junho de 1917)
Observações: Os mesmos 4 empregados da Central Electrica Rio Claro que aqui
teem vindo trabalhar vieram hoje novamente, tendo apenas ligado os fios aos
isoladores, retirando-se seguidamente. Outro empregado veio aqui tirar medidas,
retirando-se logo.
P. 389 (12 de junho de 1917)
Observações: ... Também chegou hoje a esta vindo de São Paulo, o engenheiro
electricista sr. Julio Martins com um empregado mechanico, que vem proceder a
installão da bomba e depósito de ar comprimido. -- Hoje vieram diversos
empregados da Central Electrica continuar o serviço da installão electrica nesta.
P. 395 (14 de junho de 1917)
379
Observações: Seguiu hoje para São Paulo o engenheiro electricista Sr. Julio Martins.
Os electricistas deram hoje inicio ao assentamento do motor electrico de 75 HP.
(Esse serviço continuaria por mais alguns dias).
P. 400 (17 de junho de 1917)
Correspondência:
Sr. Cabral
As pulias de madeira, respectivamente de 10’ e de 38’ encommendadas,
foram hontem aqui recebidas, tendo vindo das dimensões que eram precisas,
faltando a informação de onde foram adquiridas e o seu preço.
Informe ao Sr. D. J. Martins que se acha bem adiantado o serviço de
installão do machinismo para ar comprimido.
Que foi hontem feita experiência com bom resultado do funcionamento do
motor de corrente alternada, conjugado com o gerador de corrente contínua.
Infelizmente, porém, o grande gerador queimou-se ás 11 horas da noite, quando
fornecia corrente para os dois pequenos transformadores de illuminação. A Gerência
da Empreza ficou de providenciar com urgência sobre o caso.
Para distribuição do ar comprimido, serão precisos 16 metros de cannos de
borracha revestidos de arame de ½ ‘ e sobre o que peço ao mesmo de providenciar.
A Casa M. de Almeida & Ca. à Rua da Quitanda 15, nessa, costumava ter
dessas mangueiras, de que em tempo me fez offerta.
(....... manuscrito, ininteligível, algo como fechamento da carta)
Conde de Prates
P.S.:
Diga também ao Sr. D. J. Martins que é preciso que elle não se esqueça do medidor
para o depósito de ar comprimido.
P. 402 (15 de junho de 1917)
Observações: Foi hoje feita a experiência com bom resultado, do funcionamento do
motor de 75 HP de corrente alternada conjugado com o gerador de corrente
contínua. Foi também ligada a corrente electrica de Rio Claro para fornecimento de
380
luz, tendo, porém, se queimado o grande transformador às 23 horas. -- foram hoje
recebidas de São Paulo duas pulias de madeira para a installação da bomba de ar
comprimido.
P. 407 (19 de junho de 1917)
Correspondência:
Sr. Cabral:
recebi o medidor para ar comprimido e a peça de cano de borracha.
Mande-me com urgência 20 metros de correia “Ballata” de 3 pollegads de
largura.
(....... manuscrito, ininteligível, algo como fechamento da carta)
Conde de Prates
P. 412 (22 de junho de 1917)
Correspondência:
Illmo. Sr.
D.J. Martins
São Paulo
O Exmo. Sr. Conde de Prates, que infelizmente se encontra incommodado de
saúde e recolhido aos seus aposentos, em resposta ao recado de V. S. hontem
dado pelo telephone e que eu transmiti a Sua Exa. encarrega-me de communicar-lhe
que, conquanto não haja urgência na vinda de V.S. a esta, é conveniente V.S. vir
logo que possa, afim de examinar as installões que hoje mesmo devem ficar
concluídas.
Com subido apreço sou
De V. Sa.
Am°. Att° e M Obr°
(Assinatura ilegível, mas cujo nome parece comar por A, seguida do
sobrenome Cabral)
P. 417 (21 de junho de 1917)
381
Observações: vindos da Fazenda “Campo Alto” em viagem de excursão, estiveram
hoje nesta os Srs. Antonio Prado e Martinho da Silva Prado com suas Exmas Sras. e
o Dr. Alberto Santos Dumont.
A Central Electrica Rio Claro concluiu hoje o concerto e assentamento do grande
transformador, que durante toda a noite trabalhou sem qualquer incidente.
P. 421 (23 de junho de 1917)
Observações: ... Hoje não se despolpou café por falta de energia electrica da Central
electrica de Rio Claro.
P. 426 (26 de junho de 1917)
Correspondência:
Sr. Cabral:
Entenda-se sem demora com o Sr. Sant’Anna, sócio do Sr. D. J. Martins e
diga-lhe que o mesmo Sr. recommenda-lhe remmeter sem demora para esta:
1 válvula de segurança até 100 libras para protecção do --depósito de ar
comprimido-- , devendo a mesma ser encontrada nas officinas Craig.
(....... manuscrito, ininteligível, algo como fechamento da carta)
Conde de Prates
P. 427 (26 de junho d 1917)
Corrspondencia:
Exmo. Amigo Sr. Dr. Eloy Chaves
Havendo já sido executados pela “Central Electrica Rio Claro, quasi todos os
serviços de installação de força motora e luz nesta, a que se obrigou pelo contrato
commigo firmado, pelas experiências feitas, existem a meu ver, falhas nesses
serviços, para que não posso deixar de chamar sua attenção e ponderar ao Exmo.
Amigo antes de serem elles aceites pela Fazenda, como definitivos para vigorar o
referido contracto, na parte referente ao regular fornecimento de corrente electrica à
esta.
382
O gerador de corrente contínua de 100 kilw. aqui existente da installação
própria que tem tido a Fazenda, tem 550 rotações e era accionado pelo motor à
vapor Wolf de 120 HP, que o fazia accionar com sua rotação própria. Ora, o motor
triphasico de 75 HP, óra assente para substituil-o, pela “Central Electrica Rio Claro”,
faz o referido Gerador trabalhar com 690 rotações por minuto, do que resulta não só,
não seja obtida a efficiencia comprovada do referido Gerador, como também e sobre
tudo, lhe ser isto prejudicial, trazendo outro-sim sobre-carga ao próprio motor
triphasico de 75 HP, o que é considerável, visto que se trabalharem
simultaneamente como se tem dado, todos os diversos motores electricos de serviço
da Fazenda, accionados pelo Gerador movido por sua vez pelo motor a vapor Wolf,
póde trazer como conseqüência, ou queimarem-se ficando por isso inutilizados o
Gerador ou o motor triphasico de 75 HP, ou mesmo ambos.
Do exposto fiz sciente ao Sr. João Alves, digno Gerente da empreza, antes de
ser iniciado como experiência, o funccionamento do motor de 75 HP, declarando
formalmente que tornava a Empreza responsável, por qualquer prejuízo que
pudesse me advir de irregularidades que se dessem no funccionamento quer do
Gerador, quer do motor triphasico de 75 HP, óra conjugados.
E é por isso que também me dirijo ao Exmo. Amigo avisando-o do facto e
pedindo-lhe resposta.
Com distincta estima e alto apreço é que subscrevo-me
De V. Exa.
Att........ (ilegível)
Conde de Prates
P. 430 (30 de junho de 1917)
Observações: Esteve hoje nesta o engenheiro electricista sr. D.J. Martins, que veio
de São Paulo pelo rápido. -- Também aqui esteve o Gerente da Central Electrica
Rio Claro na companhia de um mechanico, que veio marcar a base para
assentamento domotor triphasico de 70 HP.
P. 442 (1 de julho de 1917)
Correspondência:
Exmo e Presado Amigo Sr. Dr. Eloy Chaves
383
Em resposta à que lhe dirigi a 26 de junho p.findo, fui honrado com a sua
presada de 29 do mesmo mez, hoje à mim entregue pelo Sr. João Alves, digno
Gerente da Central Electrica Rio Claro.
Fico certo e agradeço sua declaração de que assume inteira responsabilidade
de qualquer danno que possa advir pelo funccionamento do motor triphasico de 75
HP, assente ultimamente pela Central Electrica Rio Claro e o gerador de corrente
contínua de 100 k.w. existente na Fazenda óra conjugado, não sendo ambos da
mesma rotação.
Com a devida vênia, peço permissão ao eminente Amigo para com a máxima
franqueza declarar que no caso, dou-me por vencido, mas não por convencido.
Quanto ao fornecimento pela Central Electrica Rio Claro, de uma pullia e
respectiva correia para o motor que vai accionar o mechanismo de beneficiar café,
não é absolutamente exigência do Administrador da Fazenda, como informou à V.
Exa. o Sr. Gerente da Empreza. A responsabilidade do caso, é exclusivamente
minha. Eu é que interpretando os dizeres do contracto, entendi que ficando de conta
da empreza o fornecimento de tudo quanto fosse mistér para o funccionamento da
nova installação, estando bem claro no contracto, que a Empreza se obrigava ao
fornecimento dos motores, transformador, materiaes diversos e mais necessários,
assim como pelo serviço de installão completa, ficando tudo funccionando em
perfeita ordem, estava nisso compreendido a referida pulia e a correia para esse
novo motor, sendo que os termos a que V. Exa. se refere no telegramma que em
tempo dirigi ao nosso commum Amigo Dr. Raphael Sampaio Vidal, éra que opinando
eu pela segunda solução, nada mais éra do que opinava por dous motores de 75
HP, cada um, em vez de um único de 150 HP.
Releve-me o presado Amigo o tomar tanto de seu preciosíssimo tempo, e
peço crer-me
De V. Exa.
Att. Adm. ..........
Conde de Prates
P. 448 (3 de julho de 1917)
Correpondência:
384
Illmo. Sr. D. J. Martins
São Paulo
Com a presente remmeto a V. S. o conhecimento de estrada de ferro de um
apito que V.S. forneceu a esta Fazenda, mas que não funccionando com a pressão
de ar do depósito como seria mistér, devolvo por ordem do Exmo. Snr. Conde de
Prates a quem V.S. creditará pela sua importância.
Com mais subida consideração me subscrevo
De V.Sa.
Am. cr. e obr.
Mario Simões Coelho
P. 454 (5 de julho de 1917)
Observações: Chegou hoje a esta o mechanico Sr. Maximo, que veio assentar o
motor accionador das machinas de beneficiar café.
P. 457 (7 de julho de 1917)
Correspondência;
Sr.
Maximo Mattiello
Rua Trese de Maio 100
São Paulo
O fim da presente é lembrar-lhe que de accordo com o que aqui
conversamos hontem, o material que me tem de ser fornecido de ordem do Exmo.
Sr. Dr. Eloy Chaves e de conta da Central Electrica Rio Claro, de accordo com o
contracto que firmei com a mesma e constante segundo a nota que tomou de:
1 eixo de aço para a transmissão
3 mancaes de lubrificão automática para o mesmo
1 pulia de Mt 1.0 de diâmetro
1 correia “Scandinavia de 18 metros de extensão para o funccionamento do
motor electrico que tem de accionar o mechanismo de beneficiar café, me deverá ser
385
despachado como encommenda para esta, segundo o endereço que para facilitar
aqui junto, pelo trem expresso que parte da Estação da Luz às 11 h. 50’ da manhã, e
que aqui tem parada obrigada.
E, esperando que me seja feita com a maior brevidade a remessa desse
material, com apreço é que sou
s/am obr.
Conde de Prates
Observação: todo o desenvolvimento dessas negociações em torno de instalação
dos motores que, por sua vez, acionariam as máquinas de beneficiar café,
ocorreram em plena época de colheita, conforme se pode verificar nos registros das
diárias e, em particular na anotação a seguir.
P. 497 (24 de julho de 1917)
Observações: Tendo ficado concluído o serviço da installação da nova polia que
recebe a fieira do motor electrico que acciona as machinas de beneficio de café,
installão esta feita pela Central Electrica Rio Claro, de accordo com o contracto
por esta Empreza firmado com V. Exa., iniciou-se hoje mesmo o benefício de café,
da safra do corrente anno.
AMRC 237 Livro de ponto. De fevereiro a outubro de 1916.
AMRC 258 Livro do ponto dos colonos.
De maio de 1916 a (mês?) 1917.
Colônias de Santa Cruz, Santo Antonio, Santo Eduardo, São Joaquim e São José.
São Joaquim e São Joaparecem associadas, às vezes, bem como Santo Antonio
e Santo Eduardo.
Em 1918 (julho), aparecem 14 nomes japoneses listados na colônia São José.
Em junho de 1922, 22 nomes, listados à parte dos demais colonos.
AMRC 172 Livro Contábil (costaneira).
De 15/ 7/ 1917 a 23/ 12/ 1917.
Controle de gastos dos funcionários no armazém da Fazenda.
386
AMRC 181 Borrador (controle do Armazém)
20
de fevereiro de 1917 a 15 de julho de 1917.
AMRC 44 Copiador de diárias nº 36 (FSG).
De 26 de julho de 1917 a 15 de fevereiro de 1918. (500 páginas, papel de seda,
datilografado).
Observação: as diárias são precedidas por um índice alfabético com nomes e
números de contas. Pode ser útil na verificação de vínculos com a Fazenda.
P. 120 (06/09/1917)
Observações: vindo da Fazenda Ibicaba chegou hoje a esta o Sr. José A. Serrilhio
editor de um Álbum photográfico para o Muzeu Argentino, que me apresentou uma
carta de V. Exa. datada de 25 de Abril pºpº.
P. 122 ((07/09/1917)
Observações:retirou-se hoje desta o sr. José Serrichio, sem que tivesse tirado
qualquer photografia ou tomado qualquer apontamento ou sequer pedido quaesquer
informações.
P. 131-2 (11/09/1917)
Correspondência do diretor geral para o Conde de Prates conta de problemas no
transformador das máquinas da Fazenda.
P. 174 (27/09/1917)
Pelo relato do Sr. Mário Simões Coelho, pode-se deduzir que ele era de
nacionalidade portuguesa, que pede ao Conde licença para seu filho João
apresentar-se ao cônsul português em cumprimento duma recente lei militar de
Portugal” .
P. 271 (12/11/1917)
Carpinteiros: Fazendo mobília para a casa de Moradia (Pagni).
P. 326-8 (07/12/1917)
387
Carta do diretor geral Mário Simões Coelho ao Conde expõe caso de família de
colonos italianos que, tendo falecido patriarca, quis se retirar da Fazenda e foi por
isso multada em 50% do pagamento a que teria direito, multa aplicada com base no
contrato estabelecido entre a Fazenda e os colonos. Mais adiante (P. 339,
11/12/1917) é possível saber-se que o funcionário que faleceu, Francisco Natolo, foi
assassinado por um conterrâneo.
P. 423 (16/01/1918)
Correspondência enviada pelo Conde de Prates ao Sr. Amâncio de Lima faz
referência à próxima chegada de colonos japoneses à Fazenda.
P. 435 (21/01/1918)
Carpinteiros: Fazendo portas de venezianas para a casa de Moradia (Pagni).
P. 446 (26/01/1918)
Correspondência:
Exmo. Snr.
Eurico de Oliveira Santos
M. D. Vice-Presidente do
Instituto Agrícola Brazileiro
Rua da Assembléia, 8 - 2º andar
Rio de Janeiro
Fica em meu poder a presada carta que dirigiu-me V. Exa. em data de 15 do
corrente.
Traz-me a mesma a informação de ter sido eu immerecidamente acclamado
Socio Honorario desse Instituto, em sessão realizada a 14 deste mez.
Agradecendo penhorado a honra que me foi dispensada, prevaleço-me da
opportunidade para apresentar a V. Exa. os protestos do elevado apreço e distincta
consideração com que subscrevo-me
De V. Exa.
(manuscrito, ilegível)
Conde de Prates
388
P. 495-6 (14/02/1918)
Correspondência:
14 de fevereiro de 1918
Exmo. Senhor Dr. José Eduardo Prates
São Paulo
Cumprindo as ordens de V. Exa. que me foram transmittidas em cartas pelo
sr. Mario Flores, venho informar V. Exa.:
A media das despezas mensaes é a seguinte :
LIVRO PONTO de camaradas, operários e empregados de administração
7.200$000
651.556 pés de café entregue a colonos e tratados à razão de 90 reis por
anno- -media mensal
4.861$000
323.796 pés de café tratado pela Casa (3 cargas por anno à razão de 25 reis
por carpa em media) media mensal
2.023$000
Energia Electrica à Central Electrica de Rio Claro
500$000
14.584$000
Actualmente, temos a serem feitos de empreitada tratamento de milho,
desbrotamento e adubação dos cafezais, bem como a concluir o repasse de
formigueiros extinctos de empreitada, aliaz justos por metade do preço aqui
estabelecidos pelos ex-administradores desta srs. Salles e Cesar, apesar da
formicida actualmente custar incomparavelmente mais do que algum tempo atrás
e toda a que se gastou nos formigueiros pequenos ser paga por conta do
empreiteiro. Os serviços de empreitada, porém, assim como os fornecimentos, são
uma coisa muito contingente, cuja media não se póde estabelecer com precisão.
Todavia, tanto eu com o sr. Mario Coelho fazemos os máximos e possíveis esforços
para equilibrar as contas de forma que o custeio da fazenda faça, fora do período da
safra, com 15.000$000 reis, como sei que é o desejo de V. Exa.. Para obter este
desideratum tem-se cortado tudo que é susceptível de corte, apertando tudo o que é
susceptível de aperto
, sem contudo se desorganizarem serviços. Por outro lado tem-
se aproveitado tudo o que se póde aproveitar e transformar em receita.
389
Não quero dizer que a despeza seja apenas em media de 15.000$000 rs. por
mez. Com os serviços de empreitada e fornecimentos indispensáveis deve ir um
pouco mais além dessa importância. O excesso, porém, estou certo que poderá ser
coberto com a receita aqui a realizar-se proveniente da venda de arroz, feijão, fubá e
leite e um ou outro animal,
Como atrás disse estes cálculos não abrangem o período de safra. Neste
período, a estes cálculos deve juntar-se a importância a dispender com a colheita.
Com a presente envio a V. Exa. a copia do balancete das contas em 31 de
dezembro, poisque o original aqui entreguei ao Exmo. Sr. Conde, assim como o
de Novembro, sendo que deste mez sua exa, levou dois iguaes, somente de formula
differente.
Estou organizando a NOTA dos saldos credores dos Colonos e Empregados
correspondentes a 31 de Dezembro de ultimo, que eu calculo já em cerca de
25.000$000 reis. Não a tenho organizada porque o Exmo. Senhor Conde mesmo
disse que della não havia pressa.
Por ultimo, é-me grato informar V. Exa. que a impressão da Fazenda
ultimamente registrada nestas redondezas está desfeita e transformada com o
pagamento realizado o mez passado. Se, como é desejo de V. Exa., os saldos de 31
de Dezembro forem pagos ainda este ou no princípio do mez próximo, prestígio da
Fazenda se levantará de todo, afluuindo a ella muito pessoal que della se afastou e
outro daqui em volta, o que seria de grande vantagem pela escassez de braços que
e porque os serviços agrícolas feitos a tempo e horas não só ficam mais baratos
como são mais productivos.
Manuscrito:
Apresentando a V.Exa. os meus respeitosos cumprimentos com a mais
subida consideração é que tenho a honra de ser de V. Exa. Aº .....(ilegível)
Amandio Cabral (?)
AMRC 263 Livro Caixa
De 13 de janeiro de 1918 a 24 de abril de 1921. 200 páginas.
Observação: este livro pode ser de interesse para quem pesquisar antepassados
que trabalharam na Fazenda.
Para fins desta pesquisa, apresenta interesse limitado.
390
AMRC 38 Copiador de Diárias.
De 16 de fevereiro a 06 de outubro de 1918.
(500 páginas, papel de seda, datilografado)
P. 36 (24/10/1918)
Observações: esgrassando com intensidade na Estação de Santa Gertrudes a
“grippe Hespanhola”. Aqui na Fazenda, felizmente, não consta que se tenha dado
caso algum desta doença até agora.
P. 59 (05/11/1918)
Correspondência (cópia carbono, datilografada)
---------------
Ilmos Snrs. Emil Tobias & Comp.
São Paulo
dias foram despachados para essa os batentes e bem assim os ferros
para serem pregados nos mesmos, afim de ficarem mais firmes na parede. Cada
batente leva seis ferros.
Os batentes teem de ficar 15 centimetros retirados da face da parede externa;
assim que os pedreiros tiverem assentado o primeiro batente, rogo-lhes o obséquio
de mandar-me nota da largura do vão que ficou entre o batente e a face da parede
interna + “corredor” para si apromptar e mandar a “Taboa de peito que vai presa no
canal que tem o batente.
Aguardando uma vossa resposta, com toda a estima e consideração é que
subscrevo
De Vª Sª
Amº Crº e Obrº
João Pagni
P. 115 (10 de março de 1918)
Carta do administrador Mario Simões Coelho deixa entrever problemas entre ele e o
Conde que, por sua vez, parece ter tomado conhecimento de informões
desabonadoras sobre o Diretor Geral da Fazenda.
P. 132 (19 de abril de 1918)
391
Pedreiros: Fazendo os pilares para a cobertura da Montureira (Jongo, Belmiro e A.
Jongo)
P. 138 (22 de abril de 1918)
Ferreiros:... Fazendo ferragens para os pilares da Montureira (Porfírio e Natalio)
Carpinteiros: Em serviço do ventilador para arroz em casca (Pagni e Loureiro).
P. 194 (16 de maio de 1918)
Observações: Chegou hoje a esta o Exmo Sr. Dr. José Eduardo Prates, vindo pelo
P. ...?
Acompanhado pelo seu amigo Sr. Plínio Uchoa. Também chegou hoje pelo P.1, a
empregada Elisa Mamede, bem como vários empregados da Casa Padula” de São
Paulo com o seu chefe e bem assim 5 chouféures (sic) com 5 automóveis que aqui
vem prestar seus serviços na recepção da Embaixada Inglesa aqui esperada
amanhã.
P. 196 (17 de maio de 1918)
Observações: Tendo chegado em trem especial às 11 ½ horas, esteve hoje nesta
Embaixada Especial Inglesa, composta dos Senhores Sir Maurice Bunsen, chefe da
Missão, almirante Ley, tenente-general Barker, deputado Grant, membro da Junta de
Commercio Ultramarino, Follet Holt, membro do Departamento do Commercio
Extrangeiro do Foreign Office e A. Kerr, secretário diplomático, que daqui se retirou
às 15 ½ h. embarcando em trem especial de regresso a São Paulo que sahiu da
Estação às 15 e 45. A Embaixada que aqui foi recebida pelo Exmo. Sr. Dr. José
Eduardo Prates, foi aqui acompanhada por numerosa comitiva de que fazia parte o
Sr. Dr. Cardoso de Almeida, Secretario de Fazenda do Estado, Sr. Dr. Raul Regis,
Subsecretario dos Extrangeiros e Senhora, e muitos outros cavalheiros pertencentes
ao alto elemento militar e político do Estado, bem como mais 3 senhoras e muitos
cavalheiros pertencentes à “elite” da sociedade paulista, e ainda vários
representantes da imprensa da capital.
Os illustres visitantes percorreram todas as principaes dependências da
Fazenda, tendo os três primeiros membros da Embaixada fixado as suas impressões
no LIVRO DOS VISITANTES, não o tendo feito as demais pessoas devido à
absoluta falta de tempo.
392
Com a Embaixada e sua comitiva, regressou a São Paulo com o seu amigo
Plínio Uchoa o Exmo. Sr. Dr. José Eduardo Prates.
P. 215 (26 de maio de 1918)
Observações: chegaram hoje a esta os Srs. Ramon Monte Domecq e sua esposa e
o photographo Max Roscufeld, afim de tirarem photographias da Fazenda para a
obra em elaboração “O Estado de São Paulo” , de que o primeiro é director.
Nota: permanecem até o dia seguinte, tendo o Conde estado presente na Fazenda
nesse final de semana, também.
P. 232 (3 de junho de 1918)
José Ferreira das Neves chega à Fazenda para ser o novo diretor da Colonia de São
Joaquim.
P. 242 (8 de junho de 1918)
Observações: Esteve hoje nesta o Sr Haraguchi, representante do Syndicato de
Emigração para o Brazil, Brazil Imin Kumiai, que visitou os cafezaes e pediu várias
informações que lhe foram prestadas.
P. 263 (18 de junho de 1918)
Carpinteiros: Loureiro fazendo um obstáculo para exercício de equitação.
Nota: as obras da cobertura da Montureira continuam.
P. 266 (19 de junho de 1918)
Observações: esteve hoje nesta a examinar os motores electricos que accionam a
Serralheria e a serra de fita, o electricista sr. Angelo Bruno, empregado da casa
Eletro-Mechanica de Thomaz Basile & Irmão, de São Paulo.
P. 275 (24 de junho de 1918)
Carpinteiros: Pagni, José e Joãozinho fazendo um palco no Cinema.
Observações: no Cynema (sic) desta realizou-se hoje um espetáculo em benefício
da Associação dos Escoteiros de Santa Gertrudes.
393
P. 294 (3 de julho de 1918)
É feita uma referência à “reparação do colmeal”.
P. 300
Escritório do Conde de Prates em São Paulo: Rua Líbero Badaró, 106, 2º andar.
P. 308 (9 de julho de 1918)
Correspondência:
Illmo Snr. Gerente do Syndicato de Immigrão para o Brazil
“Brazil Imin Kumiai”
Rua Liberdade, 40
São Paulo
Tenho presente, ora recebida, sua estimada carta datada de 6 do corrente,
acompanhada de uma procura a ser por mim assignada e que junto devolvo,
referente às condições de engajamento de 15 familias de colonos japonezes
esperados mais ou menos no dia 15 deste mez, e que me devem ser remmetidos
para esta fazenda, desde que dêem entrada na Hospedaria dos Imigrantes nessa.
Como me informe V. Sª ser difícil o ser ajustado como interprete que virá com
as mesmas e aqui permanecendo para dirigil-as nos serviços mediante
mensalidades de cem milis: poderá o mesmo contar com a elevação dessa
mensalidade até a importância de cento e quarenta mil reis, sem comida.
De V. S.
....................
Conde de Prates
P. 320 (14 de julho de 1918)
Observações: Recebi hoje a carta de V. Exa. datada de hontem, acompanhando
uma cópia da escriptura de compra por V. Exa. de uma gleba de terras que
pertenciam à Fazenda “Água Branca” e que ficou fazendo parte desta.
P. 338 (22 de julho de 1918)
Observações: vindas da Immigração de São Paulo, chegaram hoje a esta pelo P.1
14 famílias de colonos japonezas, numa totalidade de 53 pessoas, acompanhadas
394
pelo intérprete sr. Miake Eijiro, que fica também no serviço desta como director das
mesmas famílias. Todos ficaram installados na colônia de São José, sendo-lhes
fornecida uma refeição ao chegarem.
P. 339
Relação das famílias japonesas que chegaram à Fazenda.
P. 347 (26 de julho de 1918)
Observações: os colonos japonezes iniciaram hoje o serviço de colheita de café,
trabalhando em turma separada ao lado da colônia de São Joaquim.
Pesquisa do dia 8/4/2005
P. 348 (27 de julho de 1918)
Por esta época, estão sendo realizados serviços na cobertura da “montureira”
(esterqueira). Esta obra perduraria até o início de agosto.
P. 361 (2 de agosto de 1918)
Correspondência:
2 de agosto de 1918
Exmo Senhor
CONDE DE PRATES
SÃO PAULO
Recebi hontem conjuntamente as cartas de V. Exa. datadas de 30 e 31 de
julho findo a que respondo.
Logo que aqui chegou a grade de dentes por V. Exa. ultimamente enviada,
ordenei ao camarada Sanfelice que trabalhasse com a mesma, ficando parada a
grade com que este camarada antes trabalhava no serviço de gradeamento do
alfafa, por estar a concluir-se o serviço de gradeamento e repasse por V. Exa.
determinado, como de fato ante-hontem se concluiu.
O camarada Arnaldo José da Cruz tem andado a limpar exgottos no arrozal
de Santa Cruz. Nem este camarada, nem outra pessoa qualquer me havia dado
395
conhecimento que V. Exa. havia determinado que elle com seus filhinhos fossem
limpar o alfafal, o que só agora sube pela carta de V. Exa. de 30 de Julho. Hoje
este camarada com mais dois eslimpando o alfafal com as enxadinhas de bico,
serviço que não mandei fazer antes por V. Exa. m’o não haver determinado.
O camarada Paschoal Arone diz-me que fez o serviço de limpeza da baixada
próximo à mangueira velha da Invernada conforme V. Exa. ordenou, isto é, bateu de
foice, faltando apenas queimar. Este é, de facto, o serviço que elle fez, não sabendo
eu se foi sómente que isto que o V. Exa. lhe determinou. Actualmente, anda este
camarada com outro concertando cercas na Invernada, serviço este que estava
sendo feito por empreitada pelo empreiteiro Correia, mas que este abandonou por
eu exigir que elle concertasse cercas que de facto careciam de concerto e elle só
querer concertar cercas que apenas precisavam de um ligeiro reparo e pelo que elle
exigia o pagamento do feito de cerca nova, isto é, de 50 reis por fio e por braça,
dando-se o caso de elle em menos de um dia e com um camarada ter retocado
200 braças de cerca de 8 fios e pelo que pretendia exigir o pagamento de 80$000
reis. E como eu não concordasse com isto elle despediu-se.
Pelas últimas cartas que tenho recebido de V. Exa. cheguei à conclusão de
que V. Exa. esmal disposto comigo e que a minha permanência à frente deste
estabelecimento é para V. Exa. motivo de contínua contrariedade. O meu desejo tem
sido sempre e é ser útil a V. Exa. e ao estabelecimento de V. Exa. onde passei
boa parte da minha vida; para isso tenho feito os maiores esforços e empenhado a
minha melhor boa vontade, procurando corresponder assim à honra e confiança que
V. Exa. me fez confiando-me a sua direcção, sem que jamais deixasse de acatar
com o maior respeito as ordens e instrucções de V. Exa. , como m’o impunha o meu
dever. Se eu, porém, apezar dos meus maiores desejos de bem servir V. Exa.
desmereci da confiança de V. Exa. , só me resta, com o pedido das minhas mais
humildes desculpas e os meus maiores e mais sinceros agradecimentos pelas
provas de consideração e confiança que V. Exa. por largos annos me honrou,
depositar nas mãos de V. Exa. o cargo que ocupo e que V. Exa. me confiou.
Com o maior respeito e acatamento é que tenho a honra de ser
De V. Exa.
Crº Attº e Ver.
Mario Simões Coelho
396
P. 370 (5 de agosto de 1918)
Observações: os colonos japonezes teem até agora dado provas de serem
trabalhadores e de se adaptarem muito bem ao serviço. Porém, como a colheita é
pequena, e comquanto colham relativamente mais café que os colonos velhos, os
seus ganhos ficam muito aquém da despeza de alimentação que fazem, poisque
nos primeiros 15 dias fizeram todos uma despeza total de 958$000 reis, sendo
658$600 de alimentos e 299$400 de pannos e peneiras, ao passo que ganharam
126$500 reis.
P.398 (18 de agosto de 1918)
Observações: Falleceu aqui , uma japoneza, mulher do colono Yoneshigue
Fukuichi. Estou informado, porém, que a doença que a victimou não foi aqui
contraída, poisque já veio doente do Japão.
P. 426 (1º de setembro de 1918)
Observações ...O interprete japonez desta, Miake Eyijiro, diz-me que com a
esperada leva de japonezes devem vir 4 familias de parentes dos colonos japonezes
que aqui trabalham e que desejam vir para junto delles. Pede-me elle para ir a essa
capital para ahi procurar essas famílias na Immigração e para aqui as acompanhar.
Rogo a V. Exa. dizer-me se o posso deixar ir, e no caso affirmativo, avizar da
chegada do vapor que conduz os immigrantes esperados.
Nota: o intérprete Myake viajou para São Paulo no dia 4 de setembro (P. 432), de
onde retornaria com 8 famílias japonesas, num total de 34 pessoas (25 de trabalho),
em 6 de setembro (P. 436).
P. 437 (7 de setembro de 1918)
Carpinteiros: acabou de fazer as venezianas (Pagni)
Nota: esse serviço de execução de venezianas levou cerca de um mês. Mesmo não
tendo sido ainda terminada a execução das respectivas ferragens, foram as
venezianas despachadas para São Paulo em 10 engradados, no dia 9 de setembro
(P. 442).
397
P. 456 (15 de setembro de 1918)
Observações:
Nota da importância por que ficaram as venezianas:
Mão de obra das 20 folhas de venezianas 268$548
1,347 m3 de madeira (araruba, jiquitibá e pinho) 161$640
Trabalho das machinas, inclusive força motora 60$000
Madeira para os engradados 10$000
Lixa e kola 5$000
Importe total reis ... 505$188
As 12 folhas de veneziana de porta com almofadas ficaram, muito
approximadamente, em 29$500 reis cada uma e as 8 venezianas simples, em
19$000 reis cada uma.
As venezianas de correr (até o ponto em que estão, poisque ainda carecem
de ser ahi concluídas) ficaram:
Mão de obra carpinteiro 55$333
“ ferreiro 18$000
Valor da madeira 38$000
Serviço das machinas inclusive força motora 20$000
Madeira para os engradados 10$000
8 kilos de ferro e carvão 16$000
importe total reis ... 157$333
Nos preços acima não foi incluída a viagem a São Paulo do encarregado do
serviço João Pagni nem o transporte para a Estação.
O preço da madeira foi calculado a 120$000 reis o metro cúbico, preço por
que é vendida em Rio Claro actualmente.
Coelho
P. 494 (3 de outubro de 1918)
Observações: ... Falleceu hontem à noite, sendo sepultado hoje, o colono japonez
Okura Yeinosukê, o mesmo para quem veio o médico quando da última estada nesta
de V. Exa.
398
O Director Geral
Mario Simões Coelho
P. 498 (5 de outubro de 1918)
Observações: alguns empregados que habitam casas onde está feita a installação
electrica, pedem para lhes ser fornecida luz mediante o pagamento de 3$000 por
lampada, aqui estabelecido, por mez. Rogo a V. Exa. dizer-me se posso attende-
los e no caso affirmativo se posso utilizar as lampadas que ficaram no escriptorio
deV. Exa., pois aqui não há outras.
AMRC 28 Copiador nº 38.
De 7 de outubro de 1918 a 30/05/1919. 500 páginas, papel de seda, datilografado.
Nesta época era Diretor geral da Fazenda o Sr. Mário Simões Coelho.
P. 3 ( 07/ 10/ 1918)
Carpinteiros: Basilio serrando madeira para a cobertura da Montureira. Pagni,
Loureiro e Joãozinho estavam fazendo batentes para São Paulo.
P. 36 (24/10/1918)
Observações: esgrassando com intensidade na Estação de Santa Gertrudes a
“grippe Hespanhola”. Aqui na Fazenda, felizmente, não consta que se tenha dado
caso algum desta doença até agora.
P. 59 (05/11/1918)
Correspondência (cópia carbono, datilografada)
---------------
Ilmos Snrs. Emil Tobias & Comp.
São Paulo
dias foram despachados para essa os batentes e bem assim os ferros
para serem pregados nos mesmos, afim de ficarem mais firmes na parede. Cada
batente leva seis ferros.
Os batentes teem de ficar 15 centimetros retirados da face da parede externa;
assim que os pedreiros tiverem assentado o primeiro batente, rogo-lhes o obséquio
de mandar-me nota da largura do vão que ficou entre o batente e a face da parede
399
interna + “corredor” para si apromptar e mandar a “Taboa de peito que vai presa no
canal que tem o batente.
Aguardando uma vossa resposta, com toda a estima e consideração é que
subscrevo
De Vª Sª
Amº Crº e Obrº
João Pagni
P. 66 (6 de novembro de 1918)
Correspondência enviada pelo Conde de Prates (cópia assinada por ele, inclusive)
ao Sr. Paulino Carlos de Arruda Botelho, pedindo sejam despachados toradas (sic)
de orindeuva (aroeira preta), cabreúva, peroba e cedro da Sesmaria da Boa
Esperança e que já estavam “tiradas do matto e seccas”.
P. 180 (1º de janeiro de 1919)
Observações: Vindas de São Paulo,chegaram hoje a esta pelo P.1, acompanhadas
do intérprete japonês Miyake Eiyjiro, 7 novas famílias de colonos japoneses
recentemente chegados do Japão.
À página 181 comparece lista completa das famílias japonesas que chegaram à
Fazenda nesse dia e que receberam adiantamento de 10$000 cada.
P. 194 (8 de janeiro de 1919)
Correspondência encaminhada ao Snr. Cabral (Amandio Cabral que nesta ocasião,
respondia pelo Diretor Geral da Fazenda, Mário Simões Coelho, que se encontrava
em São Paulo) pede para informar se o navio Akasa Maru, que chegaria ao porto de
Santos no dia 18 daquele mês traria colonos japoneses.
Mais adiante, no mesmo livro, à página 199 (10 de janeiro de 1919)
correspondência ao mesmo sr. Cabral, um tópico denominado Colonos japoneses”
trata desse mesmo assunto:
Fico certo de que me informa de que a Companhia de immigração Japoneza BRAZIL
IMIN KUMYAI, esde posse da minha requisição de 10 famílias para esta e que o
vapor “Wakasa Maru” esperado em Santos de 18 a 20 do corrente, traz immigrantes
400
japonezes. É preciso que informe-se da BRAZIL IMIN KUMYAI se posso contar com
as 10 famílias pedidas das que traz este vapor, para que d’aqui siga o intérprete
Miake a encontrar-se com as mesmas no dia 17.
Esta negociação acabou surtindo efeito, uma vez que, em 26 de janeiro (P. 237)
chegam à Fazenda 5 famílias japonesas, num total de 16 pessoas, “sendo 15 de
trabalho”.
P. 196 (8 de janeiro de 1919)
Observações: Em visita a esta e vindos de São Paulo pelo rápido da manhã
estiveram hoje aqui os srs. Stanley Dawe, Gerente em São Paulo do National City
Bank; Sr. James Burr, Director Brazil Land Cattle and Packing Co. estabelecida no
Estado de Matto Grosso, com o Dr. Eduardo F. Cotching, seu irmão José Manuel da
Fonseca Cotching e o Sr. O. A. Lucchini vinicultor em Mendonza, Republica
Argentina, regressando àquela cidade pelo P. 10.
P. 245 (30 de janeiro de 1919)
Por esta época, os carpinteiros da Fazenda, Colombo e José, estavam fazendo e
assentando portas na casa do consultório médico”.
P. 270 (12 de fevereiro de 1919)
Observações: Fugiu desta a família japoneza de que é chefe Arágusuku Takáó,
composta de marido e mulher e um rapaz de 17 annos, sendo que este permanece
aqui trabalhando, dizendo ignorar o destino que aquelles seguiram. Já se averiguou
que seguiram para São Paulo, tendo embarcado em Cordeiro. O intérprete japonez
Myake escreveu à Companhia Brazil Imin Kumiai pedindo para a mesma mandar
procurar os referidos colonos e, encontrando-os, reenvia-los para esta.
P. 326 (10 de março de 1919)
Observações: Fugiram as sete famílias de colonos japonezes que constituíam a
penúltima turma aqui chegada. O intérprete Myake, o director da colônia São
Joaquim, José das Neves e o director geral Sr. Mario Coelho sahiram em sua
procura, não tendo ainda regressado, razão porque a presente DIARIA vai
assignada pelo escrivão.
401
À ultima hora soube-se que alguns japoneses seguiram a pela Estrada de Ferro
com direcção a Araras, depois de terem despachado as suas bagagens em Cordeiro
com destino à Estação de Palmeiras. O sr. Mario seguiu-lhes no encalço.
P.328 (11 de março de 1919)
Observações: confirmo o que foi dito na DIARIA de hontem sobre a fuga dos
colonos japoneses. Consegui deter e fazer regressar a esta as famílias de que são
chefes Arikawa Minemassu, Kawabata Kishiu e Na Sangiro, que fiz voltar da Estação
de Remanso. As outras 4 de que são chefes Ikeno Keizo, Kubó Taichi, Tasawa
Takekuma e Gótó Kidekuma soube que seguiram para a Estação de Palmeiras, para
a Fazenda de “Santo Antonio” o que vou agora participar a Companhia BRAZIL IMIN
KUMIAI. Comquanto não tenha provas absolutas, devo com franqueza informar V.
Exa. que o intérprete Myake me parece muito compromettido nesta fuga.
Sobre os imigrantes japoneses em fuga, sobre a suspeita de participação do
intérprete (não confirmada, tendo sido exposto que o mesmo tinha muito medo das
ameaças dos colonos), sobre desentendimentos entre os próprios colonos
japoneses, informões às páginas 329, 331, 342, 356, 372, 373, 376, 383, 397,
403, 420, 470, 472 que aqui o transcrevo por não serem do interesse imediato do
trabalho. São do maior interesse, entretanto, por documentarem problemas de
adaptação ao novo meio.
P. 364 (28 de março de 1919)
Carpinteiros: serrando e aparelhando madeira para forrar e soalhar um quarto do
porão da casa de Moradia.
P. 381 (3 de abril de 1919)
Observações: Fora hontem despachados para São Paulo e consignados a V. Exa.
nove engradados com os caixilhos para o envidraçado feito nas officinas desta para
o prédio da Rua Líbero Badaró, em São Paulo, em que funciona o ROTISSERIE
SPORTSMAN. O respectivo conhecimento remetti-o ao Sr. Julio Cabral.
P.383 (4 de abril de 1919)
402
Observações: regressou hoje a esta vindo de São Paulo o interprete japonez Myake
Eygiro. - Recebi hoje a resposta à carta que em 12 de março ultimo dirigi à comp.
BRAZIL IMIN KUMIAI sobre a fuga de colonos japonezes desta. Em resposta a
referida Comp. Diz: “Vamos tomar as necessárias providências, em envestigar
quaes são as cabeças que estão subornando os seus colonos e também interceder
junto aos mesmos aconselhando a não abandonarem a fazenda e cumprir fielmente
os contractos.
P. 395 (10/04/1919)
Carpinteiros; abrindo duas janellas para um quarto do porão da casa de Moradia
(Pagni, Loureiro, Colombo e José).
P. 397 (11/04/1919)
Em correspondência dirigida ao Conde de Prates, o administrador Mario Simões
Coelho informa-o que
“O colono japonez Na Sangiro quis aggredir o director José Ferreira das
Neves no serviço, pelo que dei ordem que o interprete Myake o acompanhasse à
minha presença. O Myake recusou-se, porém, como ultimamente se vinha
recusando a ir ao cafezal com os colonos japonezes, alegando que era intérprete e
não fiscal. Em face desse irregular procedimento ademoestei-o, fazendo-lhe ver que
elle tinha por obrigação acompanhar os colonos japonezes ao serviço, ao que elle
me replicou que não iria mais ao cafezal e que portanto se retirava da fazenda. De
facto hoje, sem sequer vir pedir a sua conta, embarcou para São Paulo mandando-
me entregar a chave da casa em que morava, por um menino japonez, depois do
seu embarque. Em face do exposto, rogo a V. Exa. tomar as providências a respeito
que V. Exa. julgar mais conveniente.”
O intérprete Myake retornaria à Fazenda no dia 13 de abril de 1919, conforme
observação anotada à página 403 deste livro, sem maiores comentários por parte do
administrador.
P. 407 (15/04/1919)
403
Observações: Afim de proceder à instalão do invidraçado do prédio da Rua Líbero
Badaró, em São Paulo, onde funciona a Rotisserie Sportman, seguiu hoje para ali o
encarregado da Officina de carpintaria desta João Pagni.
P. 456 (08/05/1919)
Observações: Recebi aqui as cartas que o sr. Samuel me dirigiu por ordem de V.
Exa. com as datas de 6 e 7 do corrente, cujas ordens serão fielmente cumpridas.
Observação: nova referência ao sr. Samuel é feita à página 460 deste livro, sem
que, no entanto se possa saber exatamente quem era. O assunto, entretanto é
referente a procedimentos de corte de capim.
P. 470 (16/05/1919)
Observações: chegou hoje a esta, à noite, em visita aos colonos japonezes, o snr.
Takashi Watanabe, secretário da COMPANHIA IMIN KUMIAI.
Observação: este sr. Watanabe partiria no dia seguinte de regresso a São Paulo.
AMRC 91 Livro Caixa. (Contas correntes nº 24 da Fazenda Santa Gertrudes).
De 28 de novembro de 1918 a 31 de outubro de 1920. 600 páginas (478
preenchidas). Folha pautada, manuscrito, grande formato.
AMRC 138 Borrador Registro de café entregue pelos colonos (por colônias).
1919-1920. 400 páginas, manuscrito a tinta, grande formato.
AMRC 239 Ponto do Pessoal. De março de 1919 a setembro de 1920.
Contém a discriminação da ocupação dos funcionários (aradores, cortadores de
capim, cocheiros etc.).
AMRC 139 Borrador. Livro de registro de café entregue aos colonos no anno
agrícola 1919/1920. Por colônias. 400 p. manuscrito. Contém informações até o ano
de 1937.
Observação: até a página 55, eram aqui anotados apenas os registros de café. A
partir da página 56, passa a ser borrador de débitos e créditos dos seguintes itens:
404
CARNE/ FUBÁ/ BENEF. ARROZ/ MEDICO/ PHARMACIA/ LENHA/ DIVERSOS/
CARPINTARIA/ AUTOMÓVEL ALUGUEL/ CAIXA/ CORTE LENHA/ CARPINTARIAS
E FERRARIAS/ CADERNETAS/ EMPREITADAS DE CAFÉ/ ROÇADAS ETC.
AMRC 137 Livro Caixa (sem nº FSG).
De de novembro de 1919 a 31 de agosto de 1925. Livro de contabilidade, folha
pautada, manuscrito, 600 páginas (128 preenchidas), grande formato.
AMRC 83 Livro de Contas Correntes (nº 25 FSG). 1920/ 1921.
Livro de contabilidade, manuscrito, 600p.
AMRC 259 Livro de ponto. De maio de 1920 a agosto de 1923.
AMRC 48 Copiador (nº 41 FSG)
De 06 de setembro de 1920 a 25 de abril de 1921. 500 páginas, datilografado em
papel de seda.
P. 157 (20/11/1920)
Observações: Pelo P.4 segui hoje para São Paulo o mechanico Snr. Manuel
Boulhosa, da Companhia Lidgerwood, que aqui tomou as necessárias medidas para
a installação das batedeiras para tirar o melado ao café despolpado, junto aos
Despolpadores.
Observação: Este serviço só seria completado em 12 de abril de 1921 (página 472)
P.179 (1º /12/1920)
Por esta época, após demorados serviços internos de carpintaria na casa de
Moradia, registra-se aqui a limpeza e pintura das venezianas, bem como a limpeza
das paredes externas da moradia.
AMRC 240 Livro de ponto. De outubro de 1920 a julho de 1922.
AMRC 190 Livro de Serviços da Fazenda Santa Gertrudes (número 6 da FSG).
De 1920 a 1922. 600 p. Manuscrito.
405
Observação: livro de grande formato, maior dimensão horizontal.
Suas páginas estão divididas em colunas, com a seguinte discriminação:
DATA/ NATUREZA DO SERVIÇO/ TÍTULOS/ DIÁRIA/ SALÁRIO/ OBSERVAÇÕES.
Observação: Apesar de não dar informações detalhadas sobre os serviços
executados, esse livro se mostra de particular interesse por outro aspecto. Cita
dependências que nos permitem deduzir a complexidade da Fazenda em si, bem
com a regularidade de algumas atividades.
Em termos de dependências, podemos citar, além da casa de moradia, a Capela, a
casa de máquinas, a casa de administração, a casa do Fiscal, a do Diretor (eram
sete, no total, um para cada conia, além de um Diretor Geral) as colônias dos
empregados, a coudelaria, o chiqueiro, a cocheira, o aprisco, o estábulo, o
galinheiro, os moinhos, a Serralheria, a officina, o quarto dos arados, a selaria, o
cafezal, os terreiros, a tulha, o cinema, o açougue, a escola, o restaurante, os
pomares, os pastos, o jardim, o “isolamento”, a imensa estrumeira, os reservatórios,
a olaria.
Dentre as atividades, encontramos o plantio de feijão, mandioca, milho, cana, café,
alfafa, algodão, eucaliptos, capim, a criação de abelhas, o preparo de terreno para
plantio, o transporte de estrume dos currais para a estrumeira e dali, curtido, para a
área de cultivo, principalmente os cafezais, o transporte de palha de café ou de arroz
para as plantações, as diversas e intensas colheitas, a exterminação de formigas
(constante!), enfardar feno, arar a terra, cortar e transportar lenha, sulfatar frutas
(goiabeiras), a manutenção de todos os veículos (aranhas, carroças, carroções,
“trolies” e semi-trolies, tratores, vagonetes, etc.) e equipamentos mecânicos
(turbinas, máquinas de beneficiamento, arados, bombas etc), construção e
manutenção de edifícios, caminhos, reservatórios, tanques, canais e encanamentos
da Fazenda, o cuidado dos animais (cavalos, bois, ovelhas, jumentos, galinhas e
assemelhados, pássaros ornamentais, porcos, ), auxiliando na mudança de colonos
da fazenda, transporte de materiais de construção produzidos na própria fazenda
(tijolos, telhas, areia, pedras) ou provenientess de outras cidades (cal, ferro, vidro
etc.), produção de peças em madeira (estruturas de telhado, pisos, portas, janelas,
portões e porteiras, móveis, cochos, manjedouros, cambotas, rodas, rodos para
puxar o café nos terreiros, divisórias para a casa ou para estábulos, cercas e
406
mourões, caixotes para diversas funções, cabos de ferramentas, obras de maior
sofisticação, como os caixilhos da Rotisserie Sportsman, de São Paulo, ou o
paravento da Matriz de Rio Claro), couro (selas, arreios) e ferro (alfaias, eixos,
ferragens para portas e janelas), destorrar áreas de cultivo, acionamento de todo tipo
de máquina, guarda e vigilância da fazenda, alimentação de colonos e funcionários,
administração e contabilidade dos negócios e de pessoal.
P. 9 (13/12/1920)
Colocaram 30 telhas de vidro sobre a machina de b
ar
algodão.
P. 61 (28/01/1921)
Forrando as juntas do terraço superior da casa de Moradia.
P. 62 (29/01/1921)
Abrindo um esgoto no porão da Casa de Moradia.
P. 138 (26/04/1921)
Observação: instalação de uma “segadeira-atadeira mechanica”.
P. 155 (09/05/1921)
Consertando o esbrugador de café.
P. 160 (14/05/19219)
Ajudando o engenehrio sr. P. Prado Von Atzingen no serviço de estudo para
exgottamento da Lagoa da divisa de Ibicaba.
P. 227 (11/07/1921)
Abrindo uma porta na antiga casa de machina de Sta. Cruz e consertando o telhado
da mesma.
P. 229 (13/07/1921)
Em serviço da abertura de porta da antiga casa.
Observação: trata-se da casa de máquinas de Santa Cruz.
407
P. 263 (04/08/1921)
Preparando o carretão para o transporte de tubos de cimento armado.
P. 266 (9/08/1921)
Descarregando os tubos de cimento. (Pontes)
Observação: essa ponte é identificada, nas diárias seguintes, como sendo no
caminho de S. Guilherme, ou do caminho de Cordeiro.
P. 286 (25/08/1921)
Lavando areia no lavador de café.
Observação:trata-se, provavelmente, da areia a ser utilizada na obra de maior
importância nesse momento, a ponte no caminho de Cordeiro.
P. 300 (03/09/1921)
Em serviço de modificão do encanamento d’água.
P. 302 (07/09/1921)
Pintando oleados da Casa de Moradia.
P. 305 (10/09/1921)
Em serviço do aterro da ponte.
P. 312 (15/09/1921)
Puxaram vigas da ponte para a fazenda
P. 324 (26/09/1921)
Arrancando encannamento de um cannal que conduzia água da Captação do Caju.
P. 327 (28/09/1921)
Concertando os terraços (Casa de Moradia)
P. 328 (29/09/1921)
Raspando o soalho da casa de Moradia.
408
Observação: esse serviço foi seguido, nos dioas subseqüentes, da limpeza dos
lustres e ventiladores da casa, bem como da limpeza e envernizamento de portas e
móveis.
P. 395 (24/11/1921)
Empedrando as caixas d’água da colônia de Sto. Antonio.
P. 435 (30/12/1921)
Lavando e pintando as janellas e a porta do restaurante.
P. 437 (02/01/1922)
Serrando madeira para fazer uma gaiola para os macacos.
Caiando a casa da Escola, no Pastinho.
P. 440 (04/01/1922)
Consertando os telhado da Tulha Grande.
P. 445 (09/01/1922)
Fazendo a base para a gaiola dos macacos no quintal da casa da Administração.
P. 448 (12/01/1922)
Concertando casas próximo do Restaurant.
P. 456 (02001/1922)
Concertando os telhadosdo Chiqueiro e das Cocheiras.
Observação: na seqüência, são concertados os telhados de várias casas, do
Estábulo, da própria casa de moradia, da Coudelaria,
P. 463 (26/01/1922)
Concertando a roda hydraulica do Moinho.
Fazendo venezianas para a casa de Moradia e raspando e encerando o soalho da
mesma casa.
Caiando e concertanto casas de São Benedito.
409
P. 469 (01/02/1922)
Serrando madeira para o serviço na Egreja de Rio Claro.
P. 478 (10/02/1922)
Puxaram pedra para concerto do cannal que conduz água de S. Guilherme para o
tanque de S. Benedito.
Observação: esta obra terminaria em 4 de março de 1922.
P. 508 (10/03/1922)
Concertando as janellas da Egreja.
P. 514 (15/03/1922)
Em serviço da porta nova para a machina de café.
Em serviço dos caichilhos das janellas da Egreja.
Em serviço do portão para o pomar.
Fazendo portas e janellas para as S. Joaquim (sic)
Em concerto das cocheiras dos animaes de costeio.
Concertando o canal em frente ao armazém.
Puxaram areia e pedra para concerto das casas de S.Joaquim.
Observação: nos dias seguintes (de 16 de março em diante), essas obras e serviços
teriam continuidade, acrescentando-se Serrando pranchas para cobertura de canal
em frente ao Armazém” e “consertando o canal em frente ao Armazém”.
P. 518 (19/03/1922)
Assentando o novo portão do Pomar.
Fazendo porteira para a entrada dos despolpadores.
Em concerto da Cochera dos animaes de costeio.
Serrando madeira para depósito.
Acabaram de concertar o canal em frente ao Armazém.
Puxou pedra para as calçadas de S. Joaquim.
410
P. 519 (20/03/1922)
Assentando o novo portão do pomar.
Fazendo uma porta para a Ferraria.
Fazendo cochos para o Chiqueiro.
Consertando um pilar do portão do Pomar.
P. 521 (22/03/1922)
Fazendo uma porta nova para a casa da machina de benfeitoria.
Assentando um portão na entrada dos lavadores de café.
Fazendo caixilhos para as janellas da Egreja.
Concertando os canaes de café.
P. 525 (26/03/1922)
Assentando um portão na entrada dos lavadores de café.
Fazendo caixilhos para as janellas da Capella.
Concertando a cancela da entrada junto aos despolpadores.
P. 521 (22/03/1922)
Desobstruindo o canal da caixa d’água de S. Joaquim.
Assentando a porta na casa das machina de benéfico de café. (serviço concluído em
11/04/1922)
Concertando portas da colônia de S. Benedito.
P. 541 (10/04/1922)
Fazendo uma tampa para o posso (sic) da colônia de S. Benedito.
Concertando porteiras.
Serrando madeira para batentes de portas.
Pintando as portas da Ferraria.
Concertando terreiros.
P. 544 (13/04/1922)
Assentando um portão no pasto da avenida.
P. 547 (17/04/1924)
411
Preparando trilhos para o terraço da casa de moradia.
Consertando portas para as casas da colônia d S. Benedito.
Concertando terreiros.
Em serviço da armação do terraço.
P. 550 (20/04/1922)
Preparando trilhos para a cobertura do terraço (Casa de Moradia)
Serrando madeira e fazendo a armação para cobertura do terraço (Casa de
Moradia).
P. 556 (25/04/1922)
Colhendo samambaias para a Casa de Moradia.
P. 560 (29/04/1922)
Assentando caixilhos na Egreja.
Ajudando o pedreiro Cezar Sellan no terraço (Casa de Moradia).
P. 580 (18/05/1922)
Pintando as janellas da Egreja.
Concertando terreiros.
P. 584 (22/05/1922)
Modificando uma instalão na Casa de Moradia.
Fazendo bancos para o jardim e os mais diversos serviços
Fazendo vários concertos no Estábulo.
Concertando o portão da Serraria.
P. 587 (24/05/1922)
Fazendo bancos para o jardim da Casa de Moradia.
Fazendo uma divisão no quarto da porfessora.
Em serviço do quarto próximo a Sellaria.
Concertando os terreiros.
P. 590 (27/05/1922)
412
Fazendo caixilhos para as janellas dos quartos próximos à Sellaria.
Concertando camas na Casa de Moradia.
Fazendo bancos no Pomar e serrando madeira para os mesmos.
P.598 (02/06/1922)
Fazendo caixilhos para a casa da Escola.
Limpando as caixas d’água de captação.
AMRC 78 Livro Caixa (nº 20 FSG).
De 24/04/1921 a 19/07/1925. Livro de contabilidade, folhas pautadas, manuscrito,
250 páginas (248 prenchidas), grande formato.
AMRC 47 Copiador (Nº 42 FSG)
De 26 de abril a 14 de dezembro de 1921. 500 páginas, datilografado em papel de
seda.
P. 2 (26/04/1921)
Observações: Pelo primeiro trem chegaram hoje a esta vindos de São Paulo, o
engenheiro da Israel Company Limmitada, sr. Ernesto Von Ockel acompanhado do
mechanico Antonio da Fonseca, que hoje mesmo começaram montando a
Segadeira- atadeira.
P. 36 (12/05/1921)
Observações: Pelo trem nocturno chegou hoje a esta o Exmo. Snr. Eduardo Prates
Filho. Pelo mesmo trem também aqui chegou o Snr. Dr. Paulo Prado von Atzingen,
engenheiro-architecto, que me fez entrega de uma carta de V. Exa. datada de hoje,
junto à qual vinha a importância de 900$000 reis para pagamento dos automóveis
aqui occupados pelos membros da Missão Algodoeira Pearse, bem como o bilhete
encommenda de um caixote com 6 pedras de esmeril, já retirado da Estação.
Tendo aqui chegado procedente de São Paulo pelo trem P.1 onde regressou
pelo P.14, também hoje aqui esteve o mechanico da companhia Lidgerwood, Diogo
Guerra, que examinou os Despolpadores desta. - foi hoje retirada da Estação uma
correia para a turbina.
413
P. 38 (13/05/1921)
Observações: Pelo trem P.1 chegou hoje a esta procedente de Campinas, o
mechanico Humberto Turati, da Companhia Lidgerwood, que depois de ter
examinado os Despolpadores regressou a Campinas com o trem P.14.
P.40 (14/05/1921)
Observações: ... O serviço que V. Exa. recommendou para ser feito com urgência na
casa de Moradia ainda não foi iniciado por o Dr. Paulo Prado pretender antes
entender-se com V. Exa. sobre o mesmo.
P. 55 (21/05/1921)
Coma a ser feito serviço de modificação da instalção elétrica da casa de Moradia,
pelos funcionários da Casa Thomaz Câncer, José Coliano e Francisco Dalbonia.
P. 63 (25/05/1921)
Observações: Pelo P.1 chegaram hoje a esta os srs. Antonio Varsée, mechanico-
electricista e Diogo Guerra, mechanico da Casa Lidgerwood, o primeiro dos quaes
entregou a carta de V. Exa. datada de hontem. Os mesmos veem proceder à
montagem do motor electrico de 25 HP para accionamento dos Despolpadores.
Obs.: em correspondência reproduzida à página 69 deste livro, encontramos a grafia
Warsée para o nome do mechanico-electricista.
P. 204 (28/07/1921)
Correspondência do Conde para o Sr. Valdomiro Guerra Corrêa (Inspetor Escolar da
Circunscrição de Rio Claro). Na carta, o conde concorda com a instalação de 4
escolas públicas na Fazenda, sendo uma mista na colônia São Joaquim, outra na
colônia Santa Cruz, uma para o sexo masculino e outra para o sexo feminino na
sede da Fazenda. Dispõe sobre as condições de moradia das professoras nas
próprias casa cedidas para instalação das escolas e estabelece como condição de
receber professoras na sede da Fazenda que sejam as por ele indicadas:
Leopoldina dos Santos e Maria de Lourdes Alves (dá maiores dados sobre a
formação e a experiência profissional de cada uma).
P. 216 (02/08/1921)
414
Observações: Pelo P.1 chegou hoje a esta o photographo Conrado Wessel.
P. 232 (09/08/1921)
Observações: esteve hoje nesta tirando várias vistas cinematographicas desta, o
snr. Caetano Matanó, de São Paulo, o qual se retirou para o Paulo pelo P.12 com
o seu empregado que desde hontem aqui se encontrava.
P299 (11/09/1921)
Observações: Pelo trem P.1 chegaram hoje a esta os Snrs. Dr. Paulo Prado von
Atzinger e mestre de obras Francisco Gonçalves, que veem tratar do concerto dos
terraços da Casa de Moradia, o Snr. Percy Davidson e filho, portador d’uma carta a
mim dirigida por ordem de V. Exa. pelo Snr. Samuel dos Santos, que veem visitar
esta.
P. 382 (20/10/1921)
Observações: Recebi hoje o conhecimento da Estrada de Ferro de um wagon com
41 engradados de ladrilhos para os terraços do planno superior da Casa de Moradia,
acompanhado de uma nota explicativa.
Observação: o serviço de reparo destes terraços seria concluído em 03/11/1921
(P.417). Registre-se ainda que, por esta época, foram raspados pisos da casa e
envernizados veis, o que, associado ao conserto dos terraços, nos leva a crer ter
havido infiltração com prejuízos na casa. Além desses serviços, foram limpas as
paredes da cozinha e pintados os oleados da sala de jantar.
P. 461 (24/11/1921)
Observações: Pelo trem P.1 chegou hoje a esta vindo de São Paulo onde regressou
pelo P.12, o Snr. Dr. Armando Jordão, que marcou, no pasto dos suínos o logar
onde vai ser aberto um novo cannal para a água saída da Turbina.
P. 500 (14/12/1921) correspondência:
14 de Dezembro de 1921
Illmo. Snr. Dr. Paulo Prado von Atzinger
415
São Paulo
Amº e snr.
Saudações.
Acabo de receber seu presado favôr de 12 do corrente de cujos dizeres fiquei
sciente. O serviço de levantamento dos ladrilhos do terraço superior direito da
Casa de Moradia, não o posso mandar fazer sem que antes o Amigo
providencie a remessa para esta de uma barrica de asphalto, pois que não
temos deste material a menor quantidade. Logo que tal material aqui chegue
procederei ao levantamento referido e avisarei o Amigo.
Sem outro motivo, com estima é que sou
De V. S.
Amº attº e Crº
Mario Simões Coelho (assinado)
AMRC 186 Livro de Serviços da Fazenda Santa Gertrudes (número 7 da FSG).
De junho a novembro de 1922. 600 p. Manuscrito. Observação: livro de grande
formato, maior dimensão horizontal.
Suas páginas estão divididas em colunas, com a seguinte discriminação:
DATA/ NATUREZA DO SERVIÇO/ TÍTULOS/ DIÁRIA/ SALÁRIO/ OBSERVAÇÕES.
Preenchido até a página 183, apenas.
P. 2 (06/06/1922)
Fazendo portas para casas de colonos.
Fazendo caixilhos para as janellas da Escola..
Concertando o canal que conduz água para os lavadores.
Puxou pedregulhos para a frente da Casa de Moradia
P. 9 (13/06/1922)
Concertando o depósito de arroz.
Fazendo caixilhos para as janellas da casa da Professora.
Assentando portas na colônia de São Benedito.
Pintando as grades do terraço da Casa de Moradia.
416
Concertando os terreiros.
Concertando o caminho da Estação.
Puxaram pedras para a São Joaquim.
P. 16 (19/06/1922)
Acabaram de cobrir o terraço da Casa de Moradia.
P. 24 (26/06/1922)
Modificando a instalação electrica na Casa de Moradia.
Fazendo caixilhos para as janellas da Escola.
P. 27 (28/06/1922)
Fazendo vários concertos na Caudelaria (sic).
Fazendo o encanamento no pasto das éguas nº 2.
Puxou pedras para São Joaquim.
P. 55 (20/07/1922).
Fazendo alicerces para a cruz de Morro Alto.
P. 69 (30/07/ 1922)
Molhando a cruz de Morro Alto.
P. 93 (18/08/1922)
Acabaram o serviço da Cruz.
Puxaram materiaes da Cruz para a Sede.
AMRC 36 Copiador de Diárias (nº43 FSG)
De 14/12/1921 a 03/08/1922.
500 páginas, papel de seda, datilografado.
Observação: era diretor geral da Fazenda o Sr. Mario Simões Coelho.
P. 4 (15/12/1921)
Observações: A parte de terreno do Pomar por V. Exa. destinada para a plantação
da CONSOLIDA RUGOSA DO CAUCASO ficou completamente plantada com as
41
7
últimas mudas que V. Exa. mandou remmeter pra esta, não tendo, no entanto,
sobrado nenhuma muda.
P. 129 (13/02/1922)
Carpinteiros: serrando madeira para o coreto para a povoação de Santa Gertrudes
(Demetrio e Bazilio).
P. 251 (02/04/1922)
Observações: Pelo trem P.5 chegaram hoje a esta o Sr. R. Mc Harding e o pedreiro
Cesare Selan, que vieram dar início à cobertura do terraço inferior da parte posterior
da Casa de Moradia.
P. 329 (14/05/1922)
Observações: Rogo a V. Exa. mandar remetter para esta dois vidros foscos para as
janellas da Egreja, sendo 1 de m1,11 x m0,245 e outro de m1,11 x m0,40.
P. 355 (26/05/1922)
Pedreiros: ajudando o pedreiro C. Selan no serviço da cobertura do terraço posterior
da Casa de Moradia (Zarro e Buso). Fazendo um banheiro na casota proxima ao
quarto junto à sellaria.
P. 405 (19/06/1922)
Pedreiros: Acabaram, com o pedreiro Cesare Sella, o serviço da cobertura da Casa
de Moradia: (Belmiro, Julião, Zarro, Caritá, Ouriguela e Pascotte).
P. 445 (08/07/1922)
Carpinteiros: Serrando madeira para o serviço da Egreja Matriz de Rio Claro:
(Demetrio e Bazilio e João Bortolini)
P. 469 (20/07/1922)
Ferreiros: acabaram de fazer a armação para a Cruz a ser erecta no Morro Alto:
Pagni, Demetrio, Bazilio e João Bortolini.)
Pedreiros: Fazendo o alicerce para assentamento da Cruz no Morro Alto: (Belmiro,
Julião, Zarro, Caritá, Fortunato e Pelozi
418
Observação: O serviço de construção da cruz no Morro Alto se estenderia até pelo
menos o dia 9 de agosto de 1922, conforme registro da diária, encontrada no livro
AMRC 02, página 11.
AMRC 74 Contas correntes (nº 26 FSG).
De 15/02/1922 a 05/08/1923. Livro de contabilidade, folha pautada, manuscrito, 600
páginas, grande formato.
AMRC 02 Copiador de diárias (número 44, da Fazenda Santa Gertrudes). De de
agosto de 1922 a 31 de março de 1923. 500 páginas, papel de seda, numeradas.
Observação: Nessa época era Diretor Geral da Fazenda o Sr. Mario Simões Coelho.
P. 7 (07/08/1922)
Tanto carpinteiros quanto pedreiros trabalham na cobertura do terraço entre a Casa
da Tulha e da Machina de Beneficio de Café, serviço esse que seria concluído em
10 de agosto.
P. 22 (14/08/1922)
Observações: Pelo primeiro trem chegou a esta o relojoeiro Vitalino Michelini, de
São Paulo,que vem concertar o relógio da torre da Capella desta.
P. 50 (28/08/1922)
Marceneiros: em serviço de adaptação da casa para o Grupo Escolar da colônia de
São Joaquim (Belmiro, Zarro, Julião e Caritá).
Observação: esse serviço se estenderia por vários dias, até 06/10/1922, pelo menos.
P. 65 (04/09/1922)
Marceneiros: serrando madeira para o guarda-vento para a Matriz de Rio Claro
(Demetrio e Bazilio).
P. 80: Encontramos nessa página uma relação de integrantes de duas famílias
portuguesas (12 pessoas no total) que pediram BILHETE DE CHAMADA do Conde,
para irem da Hospedaria dos Imigrantes à Fazenda Santa Gertrudes.
419
1ª Família:
Maria Netta (60, chefe da família), Galdino Lourenço (20, filho), Maria Netto Filha
(23, filha), Avelino Jorge (25, genro)
2ª Família:
Joaquim Jorge Beato (43, chefe da família)
Thereza Marques Teixeira (40, esposa)
Laurinda Marques Teixeira (9, filha)
Maria Marques Teixeira (19, filha)
Antonio Jorge Beato (6, filho)
Clarinda Marques Teixeira (4, filha)
José Jorge Beato (4 meses, filho)
As duas famiílias vieram de Portugal, Serra da Boa Viagem, Concelho de Figueira da
Foz, Districto de Coimbra.
P. 96 (18/09/1922)
Carta do administrador Mario Simões Coelho ao Conde de Prates, solicitando
permissão para ir a São Paulo no dia em que o Presidente da República Portuguesa,
“Snr. Dr. Antonio José de Almeida”, ali chegaria. O administrador declara ser amigo
pessoal do presidente português.
P. 117 (28/09/1922)
Correspondência do administrador Mario Simões Coelho ao administrador da
Fazenda Salto Grande, (Villa Americana) solicitando 500 kg de sementes de algodão
SunBean.
P. 131-2
Carta de Amandio dos Santos Cabral (que a esta altura respondia pela
administração geral, no lugar de Mario Simões Coelho, por sua vez, em São Paulo,
para consulta médica) esclarecendo mal-entendido e pedindo demissão.
P. 137 (05/10/1922)
420
Carta do administrador Mario Simões Coelho ao Conde:
Exmo Snr Conde de Prates
Em vista dos dizeres das últimas cartas de V. Exa. para aqui dirigidas e do recado
telephonico hoje para aqui transmittido em que V. Exa. disse que as últimas
colheitas de café aqui foram pequenas com o que aproveitou o pessoal que
habita a casa de Administração e adjacências, venho, para que eu com minha
família não continuemos a aproveitar de futuras colheitas, pedir a V. Exa. dar-me a
minha demissão do cargo que aqui tenho ocupado.
Sem outro motivo, sou
De V. Exa.
Attº crº e obrº
Mario Simões Coelho
Observação 1: O Sr. Mario Simões Coelho continuaria a assinar as diárias dos dias
seguintes, o que denota não ter sido aceito pelo Conde o seu pedido de demissão e
mesmo uma provável reconciliação. É possível também inferir que o Diretor Geral
sofria de moléstia, por essa época, no pulmão esquerdo.
Ao se afastar, em de novembro de 1922, o Sr. Mario Simões Coelho foi
substituído por Amandio dos Santos Cabral (que pouco também havia pedido
demissão) e, depois, Clemente Ferreira das Neves, que seria efetivado na direção
geral a partir de 4 de novembro de 1922.
À página 214 (12/11/1922) acusa-se estar o Sr. Mario Simões Coelho passando
bem melhor, por signal tem deixado por a primeira vez o leito desde o último
recaimento”.
Diariamente são passadas ao Conde informões sobre o estado de saúde do Sr.
Mario Simões Coelho.
Observação 2: No final de outubro, têm início os trabalhos de execução do
paravento da Matriz de Rio Claro (a partir de 25 de outubro de 1922, P. 176), em
que trabalharam Loureiro e Bazilio). em meados de novembro não se faz mais
referência a esse trabalho, retomado em 24/11/1922). Pode-se inferir daí que este
trabalho era executado entre as atividades prioritárias da Fazenda.
421
P. 230 (19/11/1922)
“Observações: estando perfeitamente restabelecido o Snr. Mario Simões Coelho,
adoeceu seu filho João”.
Observação: Essa situação se prolongaria por vários dias.
P. 238 (23/11/1922)
Observações: retirou-se hoje desta, junto a sua família, o Snr. Amandio dos Santos
Cabral.
P, 242 (28/11/1922)
Observações: retirou-se hoje desta, junto a sua família, o Snr. Mario Simões Coelho.
Segundo está registrado à página anterior, “puxadores” teriam levado a sua
mudança para Rio Claro.
Observação: em fevereiro de 1923, funcionários da Fazenda (carpinteiros,
marceneiros) estão prestando serviço para um Sr. Mac Harding (sic), identificado
como engenheiro, em São Paulo, mas não é possível identificar com precisão do
que se tratava.
P. 446 (04/03/1923)
Observações: desde hontem esfunccionando a ESCOLA PRIMÁRIA estabelecida
no antigo Restaurante contando com a freqüência de 46 meninos.
AMRC 84 Conta corrente (nº 31 FSG) Livro caixa preenchido entre 30 de junho de
1923 e 31 de outubro de 1924. 600 páginas. Folha pautada, manuscrito, grande
formato.
AMRC219 Livro de Registro de Gado. De julho de 1923 a maio de 1928. 100
páginas, numeradas.
AMRC 84 Livro Caixa. (nº 27 FSG).
422
De 30 de junho de 1923 a 31 de outubro de 1924.. 600 ginas (572 preenchidas).
Folha pautada, manuscrito, grande formato.
AMRC 273 Copiador. Diárias de 29 de novembro de 1923 a 27 de julho de 1924.
Cópia carbono em papel de seda, 500p.
Observação: administrava a Fazenda nesta época o Sr. Luiz Poleze.
P. 147 (07/02/1924)
Observações: Deixou de ser empregado, digo, director da colônia de Santa Cruz o
snr. Domingos das Neves.
P. 154 (11/02/1924)
Pedreiros: Fazendo uma parede em volta do jardim.
Observação 1: 8 pedreiros estavam envolvidos nessa tarefa. O jardim a que se
refere aqui o texto é o da Casa de Moradia. O serviço se estenderia até o dia 15 de
março deste ano de 1924, variando o número de empregados entre 2 e 8,
diariamente. Após a execução dessa “parede”, foi construído e pintado um cercado
com balaústres, obra terminada em fins de abril. Em seguida, foram caiadas as
casas da sede.
Observação 2: no final de março de 1924, registra-se a colocação de manjedouras
no Estábulo Novo.
Observação 3: por esta época, 1924, devia estar sendo ultimada a construção, ou
uma intervenção na casa da família em Poços de Caldas, que funcionários da
fazenda lá estão e um carpinteiro da mesma fazia um armário.
Observação 4: há um trabalho demorado sendo executado na marcenaria da
fazenda, desde o dia 3 de dezembro de 1923 adentrando o ano de 1924: trata-se do
paravento da Matriz de Rio Claro, feito pelos carpinteiros João Pagni, João Loureiro
e Colombo. Esse serviço deixaria de ser mencionado após o dia 2 de julho de
1924, ou seja, 7 meses depois de seu início.
AMRC 168 Contabilidade da Fazenda. 1923
423
Livro razão 1 da Escripta da Fazenda de Santa Gertrudes do Exmo. Snr. Conde
de Prates.
Gastos da Fazenda estão aqui registrados, não tendo sido encontrados registros de
maior interesse para o trabalho. Assinale-se, entretanto, uma contribuição para a
Matriz de Rio Claro, em 1923, no valor de 2$262 723, gastos com o Palacete de
Poços de Caldas (3$192 807) e com Pomares e Jardins (7$547 372).
AMRC 183 Livro Razão. 1924.
Possui índice, interessante:
ITEM Página
Cultura alfafa 1
Contas correntes 2
Adubação de cafeeiros 3,19, 71, 94
Aração 4, 54
Administração 5, 35, 57, 73, 91, 108, 126, 134
Arborização
28
6
Benefício de arroz 7
Benefício de café 8
Bemfeitorias (sic)
29
9
Conservação de immoveis
30
(sic) 10
Colonização 11, 63, 85, 114, 141
Officinas 12
Chiqueiro 13, 58, 87, 117
Cocheira 14, 59, 88, 120
Conservação de alfaias 15, 56, 77, 104, 135
Cercas e porteiras 16, 98
Casa de Moradia
31
17, 105, 138
Carpas de cafeeiros 18
Colheita de ca 19
Despesas diversas 20, 86
28
Basicamente, trata do plantio de eucaliptos.
29
Principalmente ranchos, estrumeira, esterqueira.
30
Encanamento, caiação de casas, ladrilhamento da cocheira, conserto de portas, limpeza do canal d’água dos
lavadores de café.
31
Constam serviços não especificados nas casas de São Paulo e Poços de Caldas.
424
Serviços diversos 21, 27, 43, 67, 75, 84, 100, 111, 129, 145
Extinção de formigas 22
Estradas e pontes 23, 95
Feriados e fracções de contas 24, 41, 83, 127
Invernadas 25, 60, 89, 121
Luz e força 26
Serviços diversos 27
Empregador e avulsos 128
Moinho 28, 112
Matriz Rio Claro 29
Palacete Caldas 29
Pomares e jardins 30, 55, 82, 107, 136
Pecuária 31, 37, 39, 53, 68, 72, 76, 81, 96, 106, 115, 134,
142
Replantas de café 32
Sellaria 33, 61, 90, 122
Serração e toras 34, 40, 69, 79, 113
Desbrota do café 35, 80
Machinas e utensílios 36, 139
Despachos e fretes 37
Polycultura 38
Contas a regularizar 39
Tratamento do café 40
Livro ponto
(feriados e fracções de contas) 41
Caixa 42
Rendas diversas 43
Cultura feijão 44, 99
Forragem 44, 71, 140
Vehiculos 45, 62, 101, 133
Lenha 45, 52, 119
Cultura de arroz 46, 102
Cultura milho 48, 51, 109, 118
Estábulos 47, 64, 92, 123
425
Serviços domésticos 49, 65, 93, 124
Coudelaria 50, 66, 94, 125
Esterqueira 110
Contas correntes 130
Colheita de ca 132, 146
Secco (sacco?) café 131, 144
AMRC 130 Ponto de Pessoal
De fevereiro de 1924 a junho de 1926. Papel pautado, 500 páginas, manuscrito, a
tinta.
AMRC 123 Ponto de Pessoal
De abril de 1924 a julho de 1925. Papel pautado, 500 páginas, manuscrito, a tinta.
AMRC 80 Livro Caixa (nº 28 FSG).
De 30/11/1924 a 31/10/1925. Livro de contabilidade, folha pautada, manuscrito, 600
páginas (255 preenchidas), grande formato.
AMRC 164 Livro Razão (nº 2 FSG)
De 30 de novembro de 1924 a 4 de dezembro de 1926. 400 ginas. Conteúdo
semelhante ao Livro 183.
AMRC 272 Copiador de Diárias (nº 47 FSG).
De 28/07/1924 a 26/03/1925. Datilografado, cópia carbono em papel de seda, 500p.
Observação 1: A partir de 13 de outubro de 1924, por alguns dias, os carpinteiros da
Fazenda estavam trabalhando na Matriz de Rio Claro, para instalação do paravento
feito na Fazenda sob a supervisão de João Pagni, trabalho que demandou 7 meses
de serviços, conforme registra o livro AMRC 273.
Observação 2: Fato curioso, registrado à página 249, em uma correspondência
datada de 25 de novembro de 1924 é que as férias escolares das “escolas reunidas
Conde de Prates”, da Fazenda, tinham até então férias nos meses de julho e agosto,
o que está sendo questionado pelo diretor das escolas, Sr. Januário Domingos
426
Junior. A sugestão do Sr. Januário seria a de serem concedidas férias em dezembro
e janeiro.
Observação 3: João Pagni, responsável por obras de carpintaria de vel cnico
sofisticado, é citado à página 322 (2 de janeiro de 1925) deste livro, quando se faz
referência à caiação “da casa onde morava João Pagni”. Não há, contudo,
informação sobre o porquê da mudança. O fato é que, após o dia 30/10/1924, não
aparece mais o nome dele entre os carpinteiros da Fazenda até que, em 17 de
novembro de 1924 (P. 229), resparece o nome dele na seguinte citação:
Carpinteiros: serrando madeira para João Pagni. Dois dias depois, essa citação
passa a ser: Carpinteiros: serrando madeira para São Paulo, para reaparecer, uma
única vez, o nome de João Pagni à página 31, na diária de 27 de dezembro de 1924,
como sendo o destinatário das madeiras serradas ou aparelhadas na Fazenda.
uma possibilidade de João Pagni ter-se mudado para a Capital, a serviço das
inúmeras obras do Conde.
P. 419 (16/02/1925)
Carpinteiros: Fazendo grades para trepadeiras em frente a Casa de Moradia
(Joãozinho).
AMRC 67 Gratificação. De novembro de 1924 a abril de 1929. 200 p. Manuscrito.
AMRC 89 Livro Caixa. Contas correntes (nº 31 da FSG).
De novembro de 1924 a dezembro de 1928. 500 páginas (478 preenchidas). Folha
pautada, manuscrito, grande formato.
Observação: são dois os livros do acervo da Fazenda com esse número (numeração
dada pelo Arquivo)
AMRC 229 Fazenda de Santa Gertrudes // Copiador // 48 (numeração da
Fazenda)
Livro de cópias das diárias enviadas ao Conde de Prates, em São Paulo. Papel de
seda, datilografado, cópia carbono. 1925.
P. 30 (9 de abril de 1925) Sol todo o dia.
427
Observações: em automóvel chegaram a Rio Claro os revs. Padres João Lona,
Sylvio-Sega e o irmão Carlos, rezaram missa e a tarde houve cerimônia do lavapés,
sermão do mandato e officio de trevas. Os cantos lithurgicos foram acompanhados
pelo harmonio trazido pelos padres. A concurrencia de fieis foi grande e a guarda do
SS. Sacramento foi muito freqüentado, dia e noite. As solenidades de amanhã
constarão da respectiva diária.
Pelo Director Geral
Luiz Poleze
P. 34 (11 de abril de 1925) Sol todo o dia.
Observações: as 8 horas:- celebração da missa cantada pelo harmoniuns; as 6
horas da tarde procissão da Resurreição e discurso da Consolação. Houve
comunhão geral e Confissões. As solenidades estão sendo feitas com treiz
sacerdotes:-
P. 36 (12 de abril de 1925) Sol todo o dia.
Observações: Desde as 6 horas, Confissões e Comunhões As 9 horas foi
celebrada a missa. Os revs. Padres João Lona, Sylvio Sega, Luiz e o Carlos
regressaram para Rio Claro em automóvel desta.
P. 38 (13 de abril de 1925)
Caixa: pago pela compra de fogos e velas c/ recibo 61$200
Idem pela celebração de missas e gratificão aos padres pelos serviços da semana
santa 500$000
P. 40 (14 de abril de 1925)
Pago pela compra de 1 kilo de casuarina (?) 42$000
Observação: No mês de maio de 1925 chegam à Fazenda, em diversas viagens de
trem, aves como avestruzes, garças, emas, “ave pequena”, dois engradados de aves
etc.
1º de Junho de 1925: início da colheita de café.
P.236 (21/07/1925)
428
Carpinteiros: Fazendo um portão no paredão do jardim para os pássaros descerem
para o quintal da casa da Annunciata (Loureiro).
P. 240 (23/07/1925)
Carpinteiros: Preparando casa perto do açugue (sic) para a escola (Loureiro,
Joãozinho e José).
Obs.: à página 244, esta mesma escola está especificada como sendo “para
meninas”.
Observe-se ainda que, por esta época, a fazenda estava plantando eucaliptos e, ao
que indica correspondência reproduzida à página 310, junto ao leito da Ferrovia.
P.474 (14/11/1925)
Dia de Santa Gertrudes, feriado na Fazenda.
Observação: por volta de novembro de 1925, estavam sedo feitas modificações na
Cocheira, envolvendo serviços de carpinteiros e pedreiros.
AMRC 58 Livro de Medicamentos. um carimbo da Condessa de Prates (pós
morte do Conde) no rótulo de identificação do livro. Começa em junho de 1925.
O conteúdo inicial, porém, é de controle do consumo de insumos básicos (feijão,
arroz beneficiado, pó de café, toucinho, milho debulhado etc.). Em folha solta,
encontramos cópia de fatura de medicamentos encaminhada pela Drogasil Ltda. à
Condessa Prates em 17 de agosto de 1938.
Após a página 59 começam a aparecer medicamentos fornecidos a colonos e
funcionários da Fazenda.
AMRC 79 Livro Caixa. Contas correntes (nº 21 da FSG).
De 25 de julho de 1925 a 26 de dezembro de 1933. 250 páginas (200 preenchidas).
Folha pautada, manuscrito, grande formato (caixa).
AMRC 242 Livro de Ponto do pessoal. De junho de 1925 a novembro de 1926.
AMRC 154 Livro copiador (nº 49 FSG)
De 28 de novembro de 1925 a 31 de julho de 1926. 500 páginas, papel de seda.
429
Observação: assinava as diárias “pelo director Geral”, Luiz Poleze. A partir do dia 10
de dezembro de 1925, passa a assinar Eduardo Prates (filho do Conde de Prates).
O Sr. Luiz Poleze voltaria a assinar as diárias mais adiante.
P. 199 (5 de março de 1926)
Observações: De São Paulo, chegaram a esta pelo trem P.5 os srs. Dr. Armando
Pamplona, Juan Etchebehere e Evaldo Castro, respectivamente Director Geral da
Independência Omnia Film E.R., Director Technico da mesma Companhia e
ajudante de operador.
P. 201 (6 de março de 1926)
Observações: afim de organisar, com os colonos d’esta, uma “pose” para um film
religioso, chegou a esta de Rio Claro o ver. Padre Mantovam Fortunato. Depois de
terem filmado diversas phases d’esta propriedade, regressaram para São Paulo os
Snrs. Dr. Armando Pamplona, Juan Etchebehere e Evaldo Castro, este último
embarcou com o trem P. 12 e os seguiram em automóvel, em companhia do Exmo.
Snr. Eduardo dos Santos Prates que também seguiu para São Paulo.
P. 281 (14 de abril de 1926)
Correspondência:
Ilmo. Snr. Director da
REPARTIÇÃO DE ESTATÍSTICA E ARCHIVO DO ESTADO DE
SÃO PAULO
Prezadíssimo Sr.,
De ordem do Sr. Gerente d’esta Propriedade e em resposta s/ circular datada
de 8 do corrente, cumpre-me informar V.S. que n’esta Fazenda de SANTA
GERTRUDES , de propriedade do Exmo. Snr. conde de Prates, não tem theatro e
menos ainda salão de cinematographo, ou melhor, tem um salão onde raramente
o passadas algumas fitas, mesmo estas são passadas EXCLUSIVAMENTE EM
CARACTER PARTICULAR e de uso absolutamente dos snrs. proprietários.
430
Dado o que acima fica exposto, deixo de preencher o questionário que V.S.
solicita, aguardando pois as novas ordens ao sentido.
Sem mais, sou de
V.S. Am.Att.
Luiz Polezze
Administração
Observação: até o início de maio de 1926, o Sr. Luiz Poleze assina “pelo Director
Geral” em meados do mês, passa a figurar na assinatura das diárias o nome de
Eduardo S. Prates. Na ausência de Eduardo, o Sr. Luiz Poleze volta a assinar as
diárias.
AMRC 77 Livro de contas correntes da Fazenda Santa Gertrudes (nº 29 FSG).
De 1926. 600 páginas, manuscrito. Observação: livro de grande formato.
AMRC 241 Livro de Ponto dos Empregados da Fazenda Santa Gertrudes.
De 4 de março a 24 de novembro de 1926. 500 páginas, livro contábil. Registro de
pagamentos efetuados aos empregados.
AMRC 147 Diárias (nº 50 FSG). De 1º/08/1926 a 03/04/1927.
Datilografado, cópia carbono em papel de seda, 500p.
Observação: assinava essas diárias, pelo Diretor Geral, Luiz Poleze. Quando estava
na Fazenda, respondia por essas diárias o filho do Conde, Snr. Eduardo dos Santos
Prates.
P. 29 (14/08/1926)
Observações: Vindo de São Paulo, estiveram em visita a esta propriedade, depois
de terem estado no Horto Florestal (Fazenda Santo Antonio) da Cia Paulista,
acompanhado do Snr. Olavo Freire, o Snr. Edmond Plaix e senhora e Snr. Pierre
Evar.
431
Observação; À p. 273, com data de 14 de dezembro de 1926, encontramos
correpondência endereçada ao Sr. Mario Flores, com especificação de custos de
materiais diversos, de construção para as máquinas e oficinas da Fazenda.
P. 301 (27/12/1926)
Pedreiros: desmanchando uma parede da casa próximo ao portão da sede para
fazer uma garage (Attilio, Belmiro, Arthur, Reynaldo e José Ferreira).
P. 450 (11/03/1927)
Carpinteiros: Fazendo uma divizão no antigo Restaurante para Escola Feminina:
José, Julio e Alfredinho.
AMRC 76 Livro Caixa (nº 30? FSG).
De 30/11/1926 a 31/10/1927 Livro de contabilidade, folha pautada, manuscrito, 500
páginas (422 preenchidas), grande formato.
AMRC 227 Copiador
Diárias a partir 05/ 04/1927. 500 páginas.
P. 234 (30/ 07/ 1927)
Por essa época, os carpinteiros João Loureiro José e Julio Rohden estavam fazendo
bancos para a Igreja, atividade que consumiu mais de um mês.
P. 296 (30/ 08/1927)
Carpinteiros José e Joãozinho fazendo cadeiras para a Casa de Moradia.
P. 450 (15/ 11/1927)
Celebrado o dia de Santa Gertrudes
P. 463 (21/11/1927)
Observações: Estiveram nesta em visita os Exmos. Snrs. Dr. Getulio Vargas,
Ministro da Fazenda, Dr. Fernando Costa, Secretario da Agricultura, Dr. Luiz Pereira
Barreto, dr. Edmundo Navarro de Andrade, Dr. Mario Modonaldo (sic), Dr. Fabio
Barreto e representantes das imprensas do Rio e de São Paulo.
432
P. 482 (1º/12/ 1927)
Carpinteiros: José, Julio e Alfredo em serviço do forro da Casa de Moradia.
Obs.: Este serviço levou vários dias para se completar, conforme registram diárias
deste mesmo livro.
AMRC 203 Livro de Registro do Gado. A partir de maio de 1928.
Livro semelhante aos de contabilidade, com os seguintes itens, por página: data/
discriminação/ nascimento/ morte/ existente/ observações.
Comparecem no livro rebanhos de carneiros, carneirinhos, ovelhas, bovinos,
eqüinos, ovinos, suínos.
AMRC 82 Livro de contas correntes da Fazenda Santa Gertrudes (número 32 da
FSG). De 1929. 1000 p. Manuscrito. Observações: livro de grande formato e com a
anotação de que a Fazenda é espólio do Conde de Prates. Encadernação
primorosa.
AMRC 150 Copiador de Diárias
De 21 de abril a 24 de dezembro de 1929. 500 páginas, papel de seda, cópia em
carbono, datilografada.
P. 5 (23 de abril de 1929)
Pedreiros: Fazendo a estufa (Brechotte, Belmiro, Caritá, Attilio e Julião).
Observações:
Registra-se nessa época, por vários dias, a atividade dos carpinteiros fazendo
cadeiras para a Igreja.
É interessante registrar aqui o que parece indicar alguma dificuldade no pagamento
dos colonos (salvo a existência de alguma cláusula contratual específica), que o
pagamento de maio e junho de alguns colonos apenas se efetivou em julho.
Realizam-se nessa época jogos de pólo na Fazenda (agosto de 1929).
433
Era diretor-geral da Fazenda, à esta época, o Sr. Luiz Poleze.
Por esta época, está sendo renovada a plantação de café na colônia de São
Joaquim, com a retirada de pés de café e o preparo de covas para o plantio de
novas mudas. Tamm na Colônia Santa Maria está sendo formado cafezal.
AMRC 90(+1) sic Contas correntes (nº 33 FSG).
De 21/11/1931 a 11/11/1934. Livro de contabilidade, folha pautada, manuscrito, 600
páginas (586 preenchidas), grande formato
AMRC 105 Borrador Cartas (300 páginas, folhas de papel de seda)
Este livro contém correspondência relativa à produção da Fazenda. Coma
com uma “Demonstração da Conta de Ovos”, encaminhada ao Snr. Guilherme
Prates em 31 de dezembro de 1931 e termina com uma carta de 18/11/ 1938.
P. 9 (29/ 02/ 1932)
Curiosidade: uma carta com a data acima e dirigida aos redatores do jornal Folha da
Man, nos seguintes termos:
Vencendo-se agora a nossa assignatura da FOLHA DA MANHÃ e querendo
reformal-a, perguntamos a VV. SS. si para esse fim podemos enviar uma sacca de
café, ou si devemos remetter a respectiva importância em dinheiro.
Na espectativa de uma breve resposta, subscrevemo-nos com a mais alta estima e
elevado apreço.
De VV. SS.
Amos Attos e Obds
p. Fazenda de Santa Gertrudes
Luiz Poleze
Administrador
434
P. 24 (22 de abril de 1932)
Exmo Snr. Guilherme Prates
Poços de Caldas
Ex
mo
Snr.
Confirmo as minhas cartas de 11 e 18 do corrente.
É a presente para levar ao conhecimento de V. Exª que, desde o início da
colheita, venho experimentando expurgar o café com a applicação da machina
“Polvo”.
O café vem dos cafesaes pela manhã e as 13 horas recolho-o à estufa,
fechando-a em seguida.
Aplico, então, a formicida com a machina “Polvo e trez horas depois é aberta
a estufa, ficando o café completamente expurgado, não se encontrando nenhum
bicho vivo.
Por este processo, gasta-se um terço da formicida que é preciso para o
expurgo feito pelo modo empregado no anno passado.
O café o fica com cheiro de formicida e nem se fermenta, como acontecia
quando o café tinha que ficar 12 horas na estufa, dando portanto um melhor typo.
Hoje esteve aqui na Fazenda o fiscal do expurgo que examinou todo o café
expurgado pelo novo processo reconhecendo sua efficácia.
Diante do exposto, consulto V. Ex ª si devo ou o a continuar a empregar a
empregar a machina “Polvo” no expurgo do café.
O ca cereja que tem vindo dos cafesaes, além de ser muito bonito, tem
dado a média de 123% de casquinha, somente.
Aguardando as novas ordens de V. Ex ª e augurando boa saúde a V. Ex ª e
Exma. Família, assim como a Exma. Snra. Sinhaninha, subscrevo-me
respeitosamente
De V Ex ª
Am º Attº e Obdº
Luiz Poleze
435
P. 69 (03 de janeiro de 1933)
Exma Sra. D. Sinhaninha
Saudações,
Rogo a V. Exa. o obsequio de ordenar sejam remmetidos para esta Fazenda
20 litros de tinta verde, temperada, de que necessito para pintar as venezianas da
casa, conforme ordem recebida de V. Exa.
Agradecendo e aguardando as prezadas ordens de V. Exa. subscrevo-me
respeitosamente,
De V. Exa.
Cd. Cbdo.
Luiz Poleze
P. 73 (16 de janeiro de 1933)
Exa. Sra. D. Sinhaninha
Em virtude de o ter sido suficiente a tinta verde enviada por ordem de V.
Exa. para a pintura das venezianas, peço-vos o obséquio de ordenar me sejam
enviados mais 25 litros de tinta igual a que veio, para terminação do serviço.
P. 93 (18/ 03/ 1933)
Carta enviada ao Sr. Benedicto B. Salin, de Rio Claro:
Prezado Senhor:
Respondendo com praser a sua carta datada de 17 do corrente, cumpre-me
lhe communicar que nos livros de registros de baptisados feitos na Capella desta
Fazenda, constam os que se effectivaram de 13 de junho de 1899 para cá. Os
436
baptisados feitos anteriormente estão registrados nos livros da Matriz de Rio Claro,
onde naturalmente V.Sa. encontrará os assentamentos relativos ao baptisado do
Snr. Francisco Ronzio.
Sentindo não lhe poder ser útil nesta occasião, subscrevo-me com a mais alta
estima.
De V.S.
Amº Attº e Obdº
p. Fazenda de Santa Gertrudes
....................................... Santos
Guarda livros
P 109 (20 de maio de 1933)
Dados para o registro da machina de café
a) NOME DO PROPRIETÁRIO:
Condessa de Prates
b) LOCAL DO APARELHAMENTO
Fazenda de Santa Gertrudes
c) ESTADO – MUNICÍPIO – ESTRADA DE FERRO – ETC.
Estação de Santa Gertrudes, município de Rio claro, Estado de S. Paulo
Companhia Paulista de Estradas de Ferro.
d) NÚMERO DE MACHINAS
Uma, completa.
e) TYPOS, ESPECIE DE FABRICANTES DAS MACHINAS
Typo mixto
Separador, catador, ventilador dobrado, desbrugador, ventilador a
coco,(fabricação da Casa Arens).
Dois monitores 5, marca INVENCIBLE, fabricação de Grain Cleaner Co.
EUA.
Descascador Engemberg.
f) CAPACIDADE PRODUTIVA HORÁRIA
40 arrobas
g) FORÇA MOTRIZ UTILIZADA
Electricidade.
437
h) NÚMERO DE OPERÁRIOS
Quatro.
i) PRODUÇÃO NA ÚLTIMA SAFRA
14.964 arrobas exportáveis
1.540 arrobas não exportadas.
j) SE DESTINADA AOS PRÓPRIOS SERVIÇOS OU TAMBÉM DE TERCEIROS
Destinada aos próprios serviços
P. 141 (24 de novembro de 1933)
Exmo. Snr. Guilherme Prates
S. Paulo
Exmo. Snr.
Relativamente a machina de algodão, em busca nos archivos da Fazenda,
encontrou-se as seguintes informações:
Observações da Diária 5266 de 5/7/19:
Foi hoje retirada da Estação uma machina de descaroçoar algodão.
Observações da Diária 6284, de 24/7/19:
Foram retiradas hoje da Estação diversas peças da enfardadeira mechanica.
Observações da Diária 6289, de 29/7/19:
Pelo P.1 chegou hoje a esta, vindo de S. Paulo o mechanico vindo da Casa
Lidgerwod, Snr. Augusto Adriano, que veio proceder a montagem do descaroçoador
de algodão e a prensa hydraulica para enfardar algodão, a que hoje mesmo deu
início.
Observações da Diária 5317, de 25/8/19.
Vindo de S.Paulo pelo nocturno chegou a esta o mechanico da Cia “Martins
Barros”, de S. Paulo, Snr Heitor Mori.
Sendo o que tinha a informar V. Excia. E na expectativa de vossas novas ordens,
subscrevo-me respeitosamente
De V Ex ª
Am º Attº e Obdº
Luiz Poleze
438
AMRC 61 Borrador do pessoal.
Novembro de 1932 a novembro de 1959.
Controle de venda/ fornecimento de gêneros.
AMRC 10 Copiador de diárias. Cópias carbono das diárias
De 12/01 a 16/09/1932. Papel de seda, 500 p. Era Diretor Geral da Fazenda, nesta
época, o Sr. Luiz Poleze.
P. 1: (12/01/1932)
Pedreiros: Fazendo uma capella no caminho de Paraguassú, no cafezal de S.
Eduardo (Attilio e Arthur). Amarrando telha na Casa de Moradia (Brechotte e
Belmiro).
Observação: os registros relativos à construção da capela cessam em 26/01/1932.
P. 20: (21/01/1932)
Observações: Pelo Ver. Padre Primo Scussollini, foi hoje cantada na Capella desta
Fazenda, a missa de sétimo dia em intenção da alma do sempre lembrado Dr. José
Prates.
P. 66: (13/02/1932)
Observações: esteve nesta Fazenda o Snr. Durval Fereira, Inspector Regional do
Instituto de Defeza Agrícola e Animal, que encontrou tudo em ordem.
Pelo Padre Primo Scussolini foi rezada na Capella da Fazenda, uma missa de 30º
dia, em intenção da alma do Exmo. Snr. Dr. José Prates.
P. 143: (22/03/1932)
Observações:
Em commemoração à passagem do 4º Anniversário do passamento do saudoso Snr.
Conde de Prates, pelo Ver. Padre Primo Scussolini foi rezada às 8 horas na Capella
desta Fazenda, uma missa em intenção de sua alma.
Procedentes de S.Paulo, chegaram a esta Fazenda as Exmas. Snras. DD. Mercedes
Leonor e Ruth Lisboa Seng.
439
P. 350 (03/07/1932)
Observações: A missa habitual foi rezada pelo Revº Padre Antonio Pressaco. Na
Capella da Fazenda effectuou-se o casamento de Luiz Felix Junior com dona
Joanna Florenço de Souza.
AMRC 75 Livro de contas correntes da Fazenda Santa Gertrudes (nº 34 FSG).
De 1934 a 1936. 500 p, manuscrito. Observação: livro de grande formato.
AMRC 264 Livro Caixa (nº 2 da FSG). (de de janeiro de 1934 a 10 de setembro
de 1935) 200 páginas.
AMRC 155 Livro Razão.
De 1º de janeiro de 1934 a 31 de agosto de 1935. 400 p.
Contém anotações sobre os itens: Capital, Fundo de Depreciação, Terras, Edifícios
e Benfeitorias, Machinas & Pertences, Vehiculos & Acessórios, Moveis & Utensílios,
Cafezaes, Eucalyptaes, Pomares, Bovinos, Eqüinos, Ovinos, Suínos, C/ Safra 1933,
Café 1933, Caixa, Escriptorio de S. Paulo, Lenha, Supprimentos, Cultura de
Cereaes, Cereaes, Compradores de Lenha, Pessoal da Fazenda, Contas Correntes,
C/ Lenha 1933, Açougue, Coberturas, Auxílios e Subvenções, Lenhadores, Fretes &
Despachos, Culto Catholico, Despesas Geraes, Moagens & Annexos, Officinas,
Carretos & Transportes, Extincção de Pragas, Ordens Emmitidas, Cultura de Café,
Energia Electrica, Cooperativa, Culturas Diversas, Pomares & Jardins (C/ custeio),
Pastos & Invernadas (c/ custeio), Custeio de Animaes, Concertos & Reparações,
Serviços Diversos, Campo de Pólo, Corte de Lenha, Descontos de Lenha, Fracções,
Fructas, Rendas Diversas, Serviço Santa Cruz, Impostos & Licenças, Criação,
Contas Correntes, Pessoal da Fazenda, Cereaes, Pessoal da Fazenda, Lenhadores,
Cultura de Algodão, Despesas Geraes, Café Colhido (meeiros), Custeio Animaes, C/
Barro (cerâmicas), Lucros e Perdas, Tecidos, Café Vendido,
AMRC 156 Livro Caixa (sem nº FSG).
As anotações se referem a 30/04/1935 e vão apenas aa página 98. Manuscrito,
200p.
440
AMRC 207 Stock do gado (sic).
Fevereiro de 1934 a outubro de 1946. 200 páginas.
Controle do gado por espécie e local (invernada, Sta. Cruz, Estábulo, chiqueiro,
cocheira de custeio, Sta. Maria, Coudelaria, Mangueiro dos Burros, S. José,
“Fazenda Águas Claras” Brotas, Fazenda Paraguassu).
AMRC 116 Livro de diárias
De 14 de fevereiro a 16 de outubro de 1936. 500 páginas, papel de seda,
datilografado.
AMRC 143 Copiador Diárias.
De 18 de outubro de 1936 (p.1) a 21 de junho de 1937 (p. 500). Cópias em papel de
seda, datilografado.
P. 315 (22 de março de 1937)
Observações: Foi celebrada missa por alma do fallecido Snr. Conde de Prates.
P. 317 (23 de março de 1937)
Observações: Apareceu no algodoal da invernada de Sto. Antonio um pouco de
CORUQUERÊ, tendo sido imediatamente combatido, estando fora de perigo, não
causando nada de prejuízo.
P. 360 (13 de abril de 1937)
Observações: na presente DIÁRIA, os serviços nada consta, devido em signal de
pezar pelo fallecimento da Exma. Snra. Condessa de Prates.
P. 489 (17 de junho de 1937)
Pedreiros: collocando estátuas de bronze no paredão do açude do tanque.
AMRC 148 Copiador de Diárias
De 22 de junho de 1937 até 23 de fevereiro de 1938. 500 páginas.
P. 182 (18 de setembro de 1937)
Observações: foi celebrada missa Fúnebre, em intenções a alma do Exmo
Snr. Luiz
Octavio Prates, pelo Revº Padre José Dalvit, (do Collegio dos Padres Stygmatinos).
441
AMRC 145 Contas (etiqueta arrancada: parece ser um borrador de diário).
De 10 de janeiro a 6 de setembro de 1938. 400 páginas.
AMRC 149 Copiador de Diárias
De 24 de fevereiro a 28 de outubro de 1938. Cópias datilografadas em papel de
seda. 500 páginas.
O padrão de folhas impressas das diárias é diferente dos mais antigos: é dividida em
quatro colunas, onde estão os itens “Categorias” (Escriptorio, Carpinteiros, Ferreiros,
Pedreiros, Carroceiros etc.), “Natureza do serviço e nomes”, “Ns” (número de
funcionários) e “Importâncias”.
Neste período, assinava pelo Director Geral, Guilherme Marques. Eram também
diretores, nessa época, Sebastião F. Neves e Antonnio Bertazzo.
Três atividades são constantes, ao longo do registro das diárias: colheitas de
algodão e de café e fornecimento de “barro” para Santa Gertrudes.
Logo nas primeiras páginas é feita referência à construção de um bebedouro para
gado no “Pasto Pau d’Alho”, com pedras extraídas da própria fazenda (Pedreira São
José). Esta construção se desenvolve por algumas semanas, a24 de março de
1938.
P. 137 (2 de maio de 1938)
Nesta data teve início colheita de café e haviam sido colhidas e entregues a J.
Cassab & Cia, de Rio Claro, um total de 5600 @ de algodão. A produção de algodão
é tal que cerca de 100 a 600 @ drias são entregues a esta firma e seria
concluída em 15 de julho de 1938, com um total de 14.681 arrobas colhidas.
P. 170 (19 de maio de 1938)
Na diária desta data, é feita referência a obra em uma casa no jardim, destinada a
empregados e 2 pedreiros mais 4 carpinteiros realizam obras não especificadas na
Casa de Moradia.
P. 199 (2 de junho de 1938)
442
Está registrado incêndio na esterqueira séde (sic), combatido por uma turma de 10
homens com terra e areia. O incêndio se estenderia até o dia 4. em seguida ao
sinistro comam as obras de reparos no telhado da esterqueira.
P. 249 (27 de junho de 1938)
Está sendo realizada uma “repreza no açude do tanque séde”.
P. 399 (9 de setembro de 1938)
Nesta época estão sendo executados serviços por pedreiros, na cozinha da Casa
Sede.
P. 411 (15 de setembro de 1938)
Nesta data, ferreiros estavam desmontando a escada do Mirante.
P. 452 (5 de outubro de 1938)
Carpinteiros estão preparando madeiras para assentar machina de moer pedras.
P. 467 (12 de outubro de 1938)
Observações: esteve nesta o Snr. Paulo Sindin, technico da Secretaria de da
Agricultura Instituto Biológico, em serviços da installão do laboratório para
criação de vespas de Uganda.
no dia seguinte a esta observação (p. 468), os carpinteiros estão preaprando
madeiras para o insectario, que seria instalado na Horta.
AMRC 264 Livro Caixa.
De 31 de julho de 1938 a 28 de abril de 1941. 200 páginas.
P. 21 (10 de dezembro de 1938)
Culto Catholico
Pago 500 pães para festa de inauguração Cruz 1/11
AMRC 269 Borrador (apesar de na capa aparecer “Livro de Ponto”).
Contém diárias de 07/09/1938 a 10/06/ 1939.
Manuscrito, a lápis, 400 p.
443
Observação: O verão de 1938/1939 parece ter sido extremamente quente: nos
meses de novembro e dezembro de 1938 e janeiro de 1939, verificaram-se extremos
de temperatura na Fazenda, sendo muitos os dias em que a mesma excedeu os 40°
C. No dia 25/11/1938, consta que a temperatura teria atingido 43,5° e no dia 23 de
dezembro, 46°C! Também consta nesse período a ocorrência de chuvas de granizo,
com conseqüências danosas para a cobertura das construções.
Nenhuma obra significativa no decorrer desses registros, a não ser manutenção dos
terreiros, conserto de telhados após chuvas de granizo, pintura de gradis, limpeza de
canais, desentupimento de encanamentos e retoque de letreiros.
AMRC 177 Livro de Controle do Armazém.1938.
P. 118 (18 de março de 1938)
Carroceiros: transportando feno do cafezal abandonado de S. Guilherme para o
Depósito.
João Capricotto, Generoso Gil, Armando Marchi extinguindo formigas.
P. 152 (7 de abril de 1938)
Neste livro, algumas referências interessantes, como a existência de um campo
de lo na Fazenda e o registro de obras na casa de Moradia e casa dos
Empregados, mas, ao mesmo tempo, nenhuma especificação sobre o quê estava
sendo feito. Dois a três pedreiros trabalharam na casa por vários dias.
P. 238 (31 de maio de 1938)
Encontra-se sendo demolida uma caixa d’água do jardim, por Attilio Juliano.
Obs.: Esta caixa d’água deve ter sido reformada e não totalmente demolida, que
registros seguintes a esse, de pedreiros consertando a caixa d’água no jardim (p.
276, p. ex.).
P. 242 (2 de junho de 1938)
Carroceiros transportam terra e areia para extião do fogo da esterqueira. Este fato
mobilizou vários trabalhadores “avulsos”.
444
P. 247 (4 de junho de 1938)
Novo incêndio na esterqueira.
P. 250 (7 de junho de 1938)
Nesta data registra-se o trabalho de pedreiros descobrindo uma beirada da
esterqueira, provavelmente para viabilizar o combate ao incêndio. Essa beirada
somente seria refeita em 18 de junho do mesmo ano (P. 268).
P. 278 (25 de junho de 1938)
Pedreiros fazendo uma repreza no açude do tanque. Em dias seguintes, registro
de quebra de pedras para consertar o ladrão do tanque da sede.
P. 322 (22 de julho de 1938)
Pedreiros abrindo uma porta na esterqueira.
P. 334 (29 de julho de 1938)
Pedreiros fazendo um forno (e fogão, P. 326) na casa dos camaradas, na sede.
P. 368 (19 de agosto de 1938)
Está sendo retocado o telhado do Cinema.
AMRC sem numeração Livro borrador.
De 15 de abril de 1940 a 19 de fevereiro de 1942. 500 páginas (faltam as páginas 2,
499 e 500).
AMRC 50 Contas correntes. 1941.
Conteúdo: controle de despesas e pagamentos a fornecedores e
compradores ( sementes de algodão, por exemplo, foram compradas a J. Cassab &
Cia). Podemos reunir as inúmeras atividades aqui descritas sob os títulos: A
Fazenda fornece, a Fazenda compra, a Fazenda paga por . Assim,
A Fazenda fornece:
445
Cavalos, éguas, bois, mulas, burros, carneiros e ovelhas, porcos, garrote, leite,
farelo de torta de algodão, couro verde, cinza de café, cinza de torta, farinha de
ossos, manga, goiaba, abacate, laranja, lenha (ceramistas e à Muller Carioba),
algodão, lã de carneiro, crina animal, café, adubo orgânico, serragem.
A Fazenda compra:
Catingueiro roxo (200 kg) e 50 kg de Cabelo de Negro (Casa Corradini, São Paulo),
capim Jaraguá, máquina de beneficiamento de arroz (Zaccaria, Limeira), cera (Rui
Barbosa de Oliveira, Limeira), sal triturado, trator, máquina de fazer farelo de cana,
carvão coque, arroz, correia para máquina, tambores de diesel, roseiras (a Manoel
Wendel, de Santa Gertrudes, p. 16), arame farpado, manilhas, jarrões cerâmicos,
tesoura para animaes, barbante, pulverizador, anti-sárnico, chapas e pregos de
cobre (jan, 1942), tapete de sisal, gasolina, grampos de cerca, reprodutores zebu,
cortador de rastolhos (?) de milho, éguas, serra de fita, máquina de solda, jacás,
formicida (garrafões), balança para o arado, remédios veterinários, zefir
32
para
colheita de café (1254,60 m), velas para aIgreja, mudas de mexeriqueiras e
nogueiras Pecan (Fazenda Citra, junho de 1943, p. 196), açúcar cristal, azulejos de
1ª, cimento, telhas, desinfetantes, máquina canjiqueira (Máquina D’Andrea, junho de
1944, p. 271), gêneros alimentícios diversos para a despensa, carrapaticida, tubo de
oxigênio para solda.
A Fazenda paga:
pela execução de “serviço cnico (16 alqueires curvas de nível no cafezal
denominado M. Baixo), pelas missas celebradas na Capela, seguro contra fogo e
acidentes de trabalho, a Luiz Mofato (“cinema”), por remédios (Drogasil Morse, São
Paulo), por serviços mecânicos, por fornecimento de energia elétrica da S.A. Central
Elétrica de Rio Claro, por serviços veterinários, serviços de irrigação do arrozal,
médico.
Importante: paga a Pascoal D’Amico e Cia por reforma da Igreja e parte da Casa de
Moradia (pagos $ 31 067, 90, por serviços executados entre agosto e novembro de
1943).
32
tecido fino e ger. transparente de algodão cardado, us. na confecção de vestes leves, roupas íntimas, de
crianças etc.(Houaiss). Aqui, o tecido era usado sob o pé de café, para auxiliar a colheita.
446
Neste período, mais precisamente, em setembro de 1943, Gabriel Teixeira Paula
fornece telhas Monte Alto (Cerâmica Nevoeiro) à Fazenda. Isso nos leva a crer que
a reforma da Igreja provavelmente incluía necessariamente a cobertura.
A Fazenda faz:
serra madeira para terceiros, adianta dinheiro para o casamento de filha de
funcionário (João Balbino, p. 34, 17 de novembro de 1945), adianta dinheiro para
enterro de funcionário, subvenciona mensalmente a Santa Casa de Rio Claro
(300$000), subvenciona o Ginásio Santa Cruz, de padres de Rio Claro.
Observação: Vendeu 80 caixas de abacate para Vicente Catapani e Irmão (Limeira),
em abril de 1946. Idem para Marmo e Cia.
AMRC 266 Livro Caixa.
De maio de 1941 a abril de 1942. Livro de contabilidade, manuscrito, 100p.
AMRC 89 Livro Caixa 1943. 405 páginas.
Observação: há outro livro classificado com esse mesmomero pelo Arquivo,
sendo o outro de 1924.
AMRC 26 Livro Caixa. (Contas correntes da Fazenda Santa Gertrudes).
1943. 405 páginas Folha pautada, manuscrito.
AMRC 118 Despensa de gêneros alimentícios dos empregados. // Contas correntes
// nº 1// Fazenda Santa Gertrudes.
De 1944 a 1946, 602 páginas.
Revela consumo de gêneros por empregado. Cada empregado tem uma página ou
meia página, onde estão anotadas suas despesas (os nomes não estão em ordem
alfabética).
AMRC 268 Livro-caixa. De 1º de maio de 1947 a 30 de abril de 1950 (300 páginas).
P. 6 (? de maio de 1947)
Registrada a compra de 2 mts de Brim para cadeira de cinema, por Cr$ 20, 00.
447
P. 188 (19 de março de 1949)
Foram comprados 6 vasos para o jardim num custo total de Cr$ 30,00.
Nesta época (setembro de 1949) referência à Prefeitura de Santa Gertrudes,
que deve ter conseguido sua emancipação, a julgar por outros desmembramentos e
constituição de municípios ocorridos na região, em 1948.
P. 263 (16 de dezembro de 1949)
Comprado mais um vaso para o jardim: Cr$ 9,00.
AMRC 15 Livro de controle de extração (ordenha) (sem nº FSG).
De dezembro de 1948 a dezembro de 1949. Páginas não numeradas, preenchido a
lápis.
AMRC 65 Borrador (200 páginas). Apresenta lista telefônica embutida no corpo do
livro, (usada como índice). Vai de janeiro de 1949 a outubro de 1951.
AMRC 17 Contas correntes 1949.
Papel pautado, 100 páginas, manuscrito, a lápis.
AMRC 20 Carretos.
Maio de 1949 a junho de 1952. Papel pautado, 300 páginas, manuscrito, a lápis.
AMRC S/Sem numeração FSG. Relação de parceiros e alqueires. Produção de
algodão, 1949. Caderneta organizada com nomes dos colonos em ordem alfabética,
sem numeração das páginas.
AMRC 19 Leiteria (fornecimento aos colonos)
De janeiro de 1950 a mao de 1951. Papel pautado, 300 páginas, manuscrito, a
lápis.
AMRC 279 Caderneta de controle de entrega de lenha da Fazenda Santa Gertrudes.
1950 a 1952.
AMRC 18 Contas correntes (serviços por conta)
448
1951. Papel pautado, 300 páginas, manuscrito, a lápis.
AMRC 21 Leiteria.
De abril de 1951 a junho de 1952. Papel pautado, 100 páginas, manuscrito, a lápis.
AMRC 49 Despensa. (Livro de nº 145 pelo controle da Fazenda).
De julho de 1951 a dezembro de 1952
AMRC 16 Livro de controle de extração (ordenha) (sem nº FSG).
De maio de 1953 a abril de 1954. Páginas não numeradas, preenchido a lápis.
AMRC 157 Fazenda Sta. Gertrudes// Borrador de Empreitadas. Diversos. Começa
na página 82, após índice do conteúdo. 1960, 202 páginas.
Observação: Sem maior interesse para a pesquisa.
AMRC 44 Sem condições de manuseio, pela deterioração do papel: guardado
embrulhado, está se desfazendo.
Observação: dois livros com esse mesmo número, dado por ocasião da
classificação do acervo da Fazenda, pelo Arquivo de Rio Claro.
AMRC 71 Índice de contas correntes nº 31, pelo controle da Fazenda.
Obs.: Esses livros de Conta Corrente podem ser úteis às pessoas que procuram
pelos nomes dos empregados da Fazenda. As informões se encontram em ordem
alfabética.
AMRC 90 Livro de contas correntes (numeração da Fazenda: 33)
AMRC 106 Livro de contas correntes.
Observação: Assemelha-se a uma caderneta de endereços, mas contém nomes
associados a números de um a três algarismos.
À página de letra F, comparece: Ilmo Snr. Eduardo Prates 1
449
AMRC 146 Índice de Contas correntes (nº 26, numeração da Fazenda). (16/18)
Funcionários e respectiva qualificação com registros nesse livro:
Camaradas: Benedicto d’Oliveira, Benedicto Motta.
Carpinteiros: José Loureiro, João Loureiro, João Pagni, João Loureiro , Manoel
Figueiredo Azevedo.
Colono: Alexandre Franzini.
Diretor de colônia: Clemente Ferreira das Neves.
Empreiteiros: João Pires, João Batista Pedroso, João Lobato, Lourenço Schmidt,
Manuel Chinês, Manuel Loureiro, Manuel Fabiano, Paulo Fabiano, Sabino Copolette,
Theodorico Ferreira dos Santos, Vicente Kruppe.
Pedreiros: Maximiliano Martins, Victorio Martins.
AMRC 146 Contas correntes. (18/18). Índice do corrente nº 8.
Observação: existem, de fato, dois livros com o mesmomero no arquivo.
AMRC 177 Livro de Controle do Armazém.1938.
P. 118 (18 de março de 1938)
Carroceiros: transportando feno do cafezal abandonado de S. Guilherme para o
Depósito.
João Capricotto, Generoso Gil, Armando Marchi extinguindo formigas.
P. 152 (7 de abril de 1938)
Neste livro, algumas referências interessantes, como a existência de um campo
de lo na Fazenda e o registro de obras na casa de Moradia e casa dos
Empregados, mas, ao mesmo tempo, nenhuma especificação sobre o quê estava
sendo feito. Dois a três pedreiros trabalharam na casa por vários dias.
P. 238 (31 de maio de 1938)
Encontra-se sendo demolida uma caixa d’água do jardim, por Attilio Juliano.
450
Observação: Esta caixa d’água deve ter sido reformada e não totalmente demolida,
que registros seguintes a esse, de pedreiros consertando a caixa d’água no
jardim (p. 276, p. ex.).
P. 242 (2 de junho de 1938)
Carroceiros transportam terra e areia para extião do fogo da esterqueira. Este fato
mobilizou vários trabalhadores “avulsos”.
P. 247 (4 de junho de 1938)
Novo incêndio na esterqueira.
P. 250 (7 de junho de 1938)
Nesta data registra-se o trabalho de pedreiros descobrindo uma beirada da
esterqueira, provavelmente para viabilizar o combate ao incêndio. Essa beirada
somente seria refeita em 18 de junho do mesmo ano (P. 268).
P. 278 (25 de junho de 1938)
Pedreiros fazendo uma repreza no açude do tanque. Em dias seguintes, registro
de quebra de pedras para consertar o ladrão do tanque da sede.
P. 322 (22 de julho de 1938)
Pedreiros abrindo uma porta na esterqueira.
P. 334 (29 de julho de 1938)
Pedreiros fazendo um forno (e fogão, P. 326) na casa dos camaradas, na sede.
P. 368 (19 de agosto de 1938)
Está sendo retocado o telhado do Cinema.
AMRC 243 Livro do Ponto
De mao de 1943 a junho de 1947 100 p. Sem maior interesse para a pesquisa.
AMRC 180 Livro Contábil (contas de um armazém?).
1953. Livro de contabilidade, manuscrito, 400 p.
451
AMRC 206 Livro dos Bezerros.
Sem data, 50 p. Manuscrito.
AMRC 218 Fazenda de Santa Gertrudes. Registro de Gado.
Neste livro, o gado se encontra discriminado por espécie (asinina, bovina, cavalar,
muar, ovina, suína) e há espaço para o registro dos seguintes itens:
DATA/ DESCRIMINAÇÃO(sic)/ NASCIMENTO/ MORTE/ EXISTENTES/
OBSERVAÇÕES
Ainda nesse mesmo livro, após página 59, começam a aparecer o registro de
medicamentos fornecidos a colonos e funcionários da Fazenda.
AMRC 244 Recebimento de café dos colonios (sic) da fazenda de Santa Gertrudes.
Observação: A lista a seguir arrola os livros a que não tivemos acesso por suas
péssimas condições de conservação.
AMRC 3, 277, 280, 139, 125, 175 e outros dois sem identificação numérica.
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