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ESTUDO FITOQUÍMICO E DA ATIVIDADE
BIOLÓGICA DAS FOLHAS E DO CAULE DA ESPÉCIE
Acacia langsdorfii Benth (LEGUMINOSACEAE).
Natália Velasquez Oliveira
Tese apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Química e Biotecnologia da
Universidade Federal de Alagoas, como
requisito parcial para a obtenção do título
de Doutor em Química.
Orientador: Prof. Dr. Antônio Euzébio Goulart Sant’Ana
Maceió Alagoas
Dezembro de 2009
UFAL
Universidade Federal de Alagoas
Instituto de Química e Biotecnologia
Programa de Pós-Graduação em Química e Biotecnologia
PPGQB
IQB
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A Deus, por demais me amar
me deu energia e cérebro para trabalhar
fé para vencer e força para lutar
nunca fraquejar e
tornando-me apta a conquistar;
A Jesus Cristo, meu melhor amigo,
sempre comigo iluminando o meu pensar
o meu falar, o meu agir e o meu escutar.
me protegendo, fazendo milagres e
sempre colocando anjos no meu caminhar
OFEREÇO
Aos meus queridos pais, Edmo Oliveira e Glória Velasquez,
tão lindos e puros oferecendo-me a melhor educação
Sei que tenho muito a fazer pelo mundo
e meu amor nesta vontade é grande demais
tudo isso devo graças à vocês!
As minhas queridas irmãs “mosqueteiras”, Catalina e Josy e
Ao meu cunhadinho querido, Sandro;
Obrigada pelo carinho, orgulho e torcida constante,
Amo vocês!
DEDICO
Todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que vence o
mundo: a nossa fé.
(I Jô-5, 4)
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AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, Prof. Dr. Antônio Euzébio Goulart Sant'Ana, pela oportunidade,
pelos seus preciosos ensinamentos e principalmente pela sua paciência!!! Fica aqui a minha
eterna gratidão!!!
Ao Prof. Dr. Edson de Souza Bento, pelo “apadrinhamento” e grande contribuição neste
trabalho nas análises de RMN, dúvidas tiradas, livros indicados e sugestões;
Aos membros da banca examinadora: Prof. Dr. Charles dos Santos Estevan, Prof. Dr.
Edson de Souza Bento, Prof. Dr. João Xavier de Araújo Júnior e Prof. Dr. Johnatan Duarte de
Freitas pelas valiosas sugestões.
Aos membros do exame de qualificação: Profª. Drª. Lucia Maria Conserva, Prof. Dr.
Edson de Souza Bento, Profª. Drª.Fabiane Caxico de Abreu e Prof. Dr. Johnatan Duarte de
Freitas pelas valiosas sugestões. A todos o meu muito obrigada!!!!!
Ao MsC. Daniel de Melo Silva, pelas boas vindas no LPqRN e pelo ensino nas
primeiras práticas de isolamento;
À minha querida Senhora D. Margô, pela ajuda técnica neste trabalho tornando-o mais
rápido, pelo carinho e por todo apoio durante estes três anos e meio;
Ao querido Aldy, por toda ajuda técnica em constante prontidão tornando este trabalho
mais rápido e principalmente pelo apoio;
Aos meus amigos especiais que muito me ajudaram durante momento bastante difícil:
Paulo da Silva (Paulinho Neston), Alcides Tenório, D. Lurdes Tenório, D. Lena Vital Rolim,
Sr. Epitácio Rolim da Silva, D. Argemira Maranhão, Sr. Ascanio Gama Freires, Alessandra
Gomes Cioletti, Kelly Lopes Herculano, Aislane Carlos da Silva, Ayres Pessoa e Morgana
Santos.
À amiga MsC. Maria Amélia Lima dos Santos, por compartilhar sua inteligência suas
orações e pelos bons momentos juntas;
Aos doutores Josiane Luna, Alessandra Gomes Cioletti e Ary Cavalcante de Oliveira,
pelas primeiras correções realizadas no inicio da parte escrita deste trabalho mesmo que ainda
durante a parte experimental;
Aos estudantes de IC Monyke Montalvão, Ísis Torres, Raquel Ferreira da Silva, Aline
Maria de Melo Paris Rêgo, Maria dos Prazeres Menezes de Jesus, Earley Cândido, Leslie
4
Cabrera, Natália Vieira, e Tainá Tenório pelas contribuições prestadas durante a parte
experimental deste trabalho;
Ao Técnico MsC. E amigo Marcos pela dedicação nas análises de RMN e
contribuição para o bom andamento deste trabalho;
A todos os colegas que de alguma forma contribuíram para o meu crescimento tanto os
de sala de aula durante as disciplinas do meu doutorado como também aqueles que estiveram
em grupos de discussões pós-matérias. Em especial: Mirella Cavalcanti de Souza Araujo,
Maria Vladimilsa da Silva, Edjane Vieira Pires, Valéria Vilma, Sivaldo Soares Paulino,
Sandovânio Ferreira de Lima, Anderson Marques, Osmarlino Jataí Sobreira, Daniel Inácio de
Lima, Lysete Bastos, Kelly Fernanda Seara da Silva, Eunice Soares dos Santos, Maria Dulce
Leão Marcicano, Patrícia Emanuella Silva de Oliveira e Thiago Barros Correia da Silva;
A todos os colegas dos laboratórios de Pesquisa em Recursos Naturais em especial: Ísis
Torres, Érica Verena, Daniel Morais, Profª Élica, Pedro, Daniel Lira, Ana Lucila, Cenira
Monteiro e Edjane Pires. Agradeço a vocês pelo carinho, compreensão, apoio e torcida
constante;
Aos Professores do IQB e CECA pelos conhecimentos adquiridos sejam em cursos
ministrados ou dúvidas tiradas em seus laboratórios;
Ao Prof. Dr. Charles dos Santos Estevam, pelos ensinamentos e pela contribuição
prestada durante a parte experimental inicial deste trabalho;
Aos funcionários da limpeza, da Biblioteca Setorial e da Secretaria Administrativa do
IQB pela eficiência e simpatia;
Ao meu amigo Carlos Henrique Monteiro, pelo apoio, torcida e ajuda no meu
computador;
Aos meus amigos: Débora, Ascaninho, Milane, Jersy, Tarcísio, Thaís, Jô, Bebel,
Silvana, Sabrina, Morgana Santos, Marcelo pelo carinho, apoio e torcida durante todos estes
anos!!! Valeu!!!
Aos Laboratórios de Pesquisa em Recursos Naturais e de Ressonância Magnética
Nuclear do IQB da UFAL onde foram desenvolvidos os experimentos e análises;
Ao Centro de pesquisas Gonçalo Moniz da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) pelos
resultados de algumas atividades biológicas;
Ao IMSEAR pelo material botânico concedido;
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela
concessão da bolsa de estudos.
i
SUMÁRIO
Resumo .....................................................................................................................................iv
Abstract ......................................................................................................................................v
Lista de Abreviatura, Sigla e Símbolo.......................................................................................vi
Lista de Figura..........................................................................................................................vii
Lista de Tabela........................................................................................................................ ...x
Lista de Fluxograma................................................................................................................. xi
Lista de Esquema.................................................................................................................... .xii
Capítulo I. Introdução.................................................................................................................1
I.1 Breve histórico sobre a fitoterapia...............................................................................2
I.2 A importância da continuidade do estudo das plantas medicinais..............................5
I.3 O elo entre o tema e a motivação a qual justificou o trabalho em questão..................6
I.4 Objetivos......................................................................................................................8
I.4.1 Gerais........................................................................................................................8
I.4.2 Específicos................................................................................................................8
I.5 Considerações sobre a família Leguminosae, o gênero Acacia, a espécie A.
langsdorfii e atividades biológicas.......................................................................................9
I.5.1 A família Leguminosae.............................................................................................9
I.5.2 O gênero Acacia.....................................................................................................11
I.5.2.1 A Atividades biológicas do gênero......................................................................12
I.5.2.1.1 Compostos isolados em espécies do gênero Acacia.........................................16
I.5.3 A Acacia langsdorfii Benth....................................................................................32
I.6 Considerações sobre a Malária e as Imunopatologias...............................................33
I.6.1 A Malária................................................................................................................33
1.6.1.1. Agente etiológico: Plasmodium SP......................................................................34
1.6.1.2. Ciclo Biológico.....................................................................................................35
1.6.1.3. Tratamento e perspectivas.....................................................................................36
I.6.2 As imunopatologias................................................................................................38
Capítulo II. Parte experimental.................................................................................................41
II.1 - Reagentes, solventes e equipamentos.......................................................................42
II.2 - Composição Química dos reveladores......................................................................44
II.3 Material Botânico.....................................................................................................45
II.4 Obtenção/Preparação dos extratos............................................................................45
II.4.1 Extrato das folhas..................................................................................................45
II.4.2 Extrato do caule.....................................................................................................46
II.5 Preparações das amostras para análises de RMN e IV.............................................46
II.6 Prospecção Fitoquímica...........................................................................................46
II.6.1 Teste para fenóis e taninos....................................................................................46
II.6.2 Teste para antocianinas, antocianidinas e flavonóides..........................................47
II.6.3 Teste para Leucoantocianidinas, Catequinas e flavanonas...................................47
II.6.4 Teste para flavonóis, flavanonas, flavanonóis e xantonas.....................................48
II.6.5 Teste para esteróides e triterpenóides....................................................................48
ii
II.6.6 Teste para saponinas..............................................................................................48
II.6.7 Teste para alcalóides.............................................................................................49
II.7 Ensaios biológicos....................................................................................................50
II.7.1 Avaliação da atividade Moluscicida......................................................................50
II.7.2 Avaliação da atividade larvicida...........................................................................50
II.7.3 Avaliação da citotoxicidade , inibição de proliferação de Plasmodium falciparum,
inibição da produção de óxido nítrico e da inibição de linfoproliferação..........................51
II.7.3.1 Animais...............................................................................................................51
II. 7.3.2 Avaliação da citotoxicidade..............................................................................51
II. 7.3.3 Avaliação da inibição de proliferação de P. falciparum...................................52
II. 7.3.4 Avaliação da inibição da produção de óxido nítrico.........................................53
II. 7.3.5 Avaliação da inibição de linfoproliferação.......................................................54
II.8 Isolamento dos Constituintes químicos da espécie A.langsdorfii............................54
II.8.1 Partição do extrato etanólico do caule..................................................................54
II.8.1.1 Procedimento experimental efetuado com a fração hexano do caule................56
II.8.2 Partição do extrato etanólico das folhas................................................................68
II.8.2.1 Procedimento experimental efetuado com a fração Hexano das folhas.............70
Capítulo III. Resultados e Discussão........................................................................................86
III.1 Escolha das partes da planta selecionada................................................................87
III.2 Rendimento inicial do extrato bruto das folhas e caule e das suas frações em
hexano, clorofórmio, acetato de etila e hidrometanólica...................................................87
III.3 Escolha dos métodos de separação inicial do extrato bruto....................................88
III.4 Prospecção fitoquímica...........................................................................................88
III.5 Identificação estrutural das substâncias isoladas....................................................91
III.5.1 Identificação do esteróide....................................................................................93
III.5.1.1 Identificação da substância ALC-1...................................................................93
III.5.2 Identificação dos triterpenos..............................................................................109
III.5.2.1 Triterpenos de esqueleto lupano.....................................................................109
III.5.2.1.1 Identificação do ALC-5...............................................................................109
III.5.3 Identificação dos diterpenos...............................................................................120
III.5.3.1 Identificação do ALCF-22..............................................................................120
III.5.4 Identificação dos flavonóides.............................................................................133
III.5.4.1 Identificação dos Flavan-3-óis........................................................................133
III.5.4.1.1 Identificação do ALF-31..............................................................................134
III.5.4.1.2 Identificação do ALF-20..............................................................................148
III.5.4.2 Identificação da Flavanona.............................................................................163
III.5.4.2.1 Identificação do ALF-19..............................................................................164
III.5.4.3 Identificação do ALF-1...................................................................................177
III.5.4.4 Identificação do ALF-16.................................................................................195
III.6 Resultados dos Ensaios biológicos.......................................................................206
III.6.1 Avaliação da Atividade Moluscicida.................................................................206
III.6.2 Avaliação da Atividade larvicida.......................................................................206
iii
III.6.3 Resultados da citotoxicidade, inibição de proliferação de P. falciparum,
produção de óxido nítrico e linfoproliferação..................................................................206
III.6.3.1 Resultados da Avaliação da citotoxicidade.....................................................206
III.6.3.2 Resultados da Avaliação da inibição de proliferação de P. falciparum..........208
III.6.3.3 Resultados da Avaliação da inibição da produção de óxido nítrico...............210
III.6.3.4 Resultados da Avaliação da inibição de linfoproliferação..............................211
Capítulo IV. Conclusões.........................................................................................................216
Capítulo V. Perspectivas.........................................................................................................219
Capítulo VI. Referências Bibliográficas.................................................................................221
iv
RESUMO
A espécie Acacia langsdorfii Benth é uma árvore com distribuição geográfica escassa não
ocorrendo registro na literatura quanto às suas propriedades fármaco-terapêuticas. O gênero
Acacia é o segundo maior na família Leguminosae e é considerado um dos maiores nas
Angiospermas, apresentando mais de 1.200 espécies apresentando caráter cosmopolita e
típico de regiões quentes semi-áridas distribuídas em regiões quentes tropicais e temperadas
de todo o mundo. O objetivo deste trabalho é contribuir para o conhecimento da composição
química e da atividade biológica dos extratos oriundos da folha e do caule da espécie Acacia
langsdorfii Benth, até então não estudada. Diversas espécies de Acacia são utilizadas
tradicionalmente para o tratamento das mais diferentes patologias. Porém, Não registro na
literatura quanto às propriedades fármaco-terapêuticas desta espécie, apenas sabe-se que seus
extratos apresentaram atividade imunomoduladora e tripanocida. Da fração de hexano do
caule foram isolados, por métodos cromatográficos, um esteróide e um triterpenóide, os quais
foram identificados como sendo estigmasterol e lupeol, respectivamente. Também foi isolado
e purificado uma mistura contendo triterpenóides da série lupano (onde um é o lupeol). Da
fração hexânica das folhas foi isolado e purificado um diterpenóide e um triterpenóide, os
quais foram identificados como sendo ent-atisan-7 ,16 -diol e lupeol, respectivamente. Além
disso, da fração acetato de etila das folhas foi isolado e purificado por cromatografia em
coluna dois flavan-3-óis, uma flavanona e duas flavonas as quais foram identificadas por
técnicas espectroscópicas como sendo catequina, epicatequina, naringenina, 4’-hidroxi-5,6,7-
trimetoxiflavona e morina 3-O-rutinosídeo respectivamente. A morina 3-O-rutinosídeo é o
constituinte químico majoritário desta fração. As estruturas foram identificadas com o uso de
técnicas espectroscópicas de IV, RMN 1D e 2D (H
1
, C
13
, DEPT 90°, DEPT 135°, COSY,
HSQC, HMBC e NOESY) e espectrométrica (EM), além de determinações do ponto de fusão,
rotação óptica e comparações com dados da literatura. As substâncias ent-atisan-7 ,16 -diol,
morina 3-O-rutinosídeo, 4’-hidroxi-5,6,7-trimetoxiflavona foram relatadas pela primeira vez
no gênero. As frações oriundas do hexano, tanto do caule como em folhas, apresenta um alto
índice (> 90%) de atividade inibidora da proliferação do Plasmodium falciparum. As frações
obtidas da partição do extrato em etanol das folhas e caule da A. langsdorfii apresentaram
uma alta inibição da linfoproliferação (>80%).
Palavras-chave: Acacia langsdorfii, fitoquímica, imunomoluladores, Plasmodium falciparum
v
ABSTRACT
The species Acacia langsdorfii Benth is a tree with scarce geographical distribution not
happening report in the literature regarding pharmacotherapeutics properties. The genus
Acacia is the largest second in the family Leguminosae and one of the largest is considered in
Angiospermas, presenting more of 1.200 species presenting cosmopolitan and typical
character of semi-arid hot areas distributed in tropical and temperate hot areas of everyone.
The objective of this work is to contribute to the knowledge of chemical composition and
biological activity of extracts derived from the leaf and stem of Acacia langsdorfii Benth,
hitherto not studied. Several species of Acacia are used traditionally for the treatment of many
different diseases. However, of this species, only known to their extracts show
immunomodulatory activity and trypanocidal. From the hexane fraction of the stem, was
isolated, by chromatographic methods, a steroid and a triterpenoid which were identified as
stigmasterol and lupeol, respectively. It was isolated and purified a mixture of triterpenoid of
the lupane series (where one is lupeol). The lupeol is the chemical constituent majority. From
the Hexane fraction of leaves, was isolated and purified a diterpenoid and triterpenoid, which
were identified as ent-atisan-7 ,16 -diol and lupeol, respectively. The lupeol is the chemical
constituent majority. In addition, from the ethyl acetate fraction of leaves was isolated and
purified by column chromatography, two flavan-3-ols, one flavanone and two flavones which
were identified by spectroscopic techniques such as catechin, epicatechin, naringenin, 4'-
hydroxy-5,6,7-trimethoxyflavone and morin-3-O-rutinoside, respectively. The morin-3-O-
rutinoside is the chemical constituent majority of this fraction. The structures were identified
using spectroscopic techniques of IR, MS, 1D and 2D NMR (H
1
, C
13
, DEPT 90
°
, 135
°
DEPT, COSY, HSQC, HMBC and NOESY), and determinations of the melting point,
rotation optical and comparisons with literature data. Substances ent-atisan-7 ,16 -diol,
morin-3-O-rutinoside, 4'-hydroxy-5 ,6,7-trimethoxyflavone were first reported in the genus.
The hexane fractions derived from both the stem and leafs showed a high rate (> 90%)
inhibits activity the proliferation of Plasmodium falciparum. The fractions derived from both
the stem and leafs showed a high rate (> 80%) inhibits activity the linfoproliferation.
Keywords: Acacia langsdorfii, Phytochemistry, immunomodulatory, Plasmodium falciparum
vi
LISTA DE ABREVIATURA, SIGLA E SÍMBOLO
Deslocamento químico
ºC
Graus centígrados
CC
Cromatografia em coluna
CCDA
Cromatografia em camada delgada analítica
COSY
Correlation Spectroscopy
cm
Centímetro
d
Dupleto
dd
Duplo dupleto
DEPT
Distortionless enhancement by polarization transfer
DMSO
Dimetilsulfóxido
EM
Espectrometria de massas
FIOCRUZ
Fundação Instituto Oswaldo Cruz
g
Grama
Hex
Hexano
HMBC
Heteronuclear Multiple Bond Coherence
HSQC
Heteronuclear Simple Quantun Coherence
Hz
Hertz
IV
Infravermelho
J
Constante de acoplamento
m/z
Relação massa/carga
Me
Metila
MHz
Megahertz
mg
Miligramas
M
+
Pico do íon molecular
mL
Mililitros
m
Multipleto
L
Microlitros
µCi
nm
Nanômetro
NOE
Nuclear ovehauser effect
NOESY
Nuclear ovehauser effect Spectroscopy
OMS
Organização Mundial de Saúde
PF
Ponto de fusão
ppm
Parte por milhão
RMN
Ressonância magnética nuclear
RMN
13
C
Ressonância magnética nuclear de carbono treze
RMN
1
H
Ressonância magnética nuclear de hidrogênio
s
Simpleto
t
Tripleto
TMS
Tetrametilsilano
υ
Frequência de Estiramento
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Novas Entidades Químicas, classificadas de acordo com a fonte período 1981-2002.
Fonte: Newman (2003). 3
Figura 2 Distribuição mundial da família Leguminosae em 4 diferentes tipos de biomas: Deserto,
Savana, floresta tropical úmida, Temperado. (www.biogeoglegs.edu/annex2/map 28/04/2009). 9
Figura 3 Distribuição do gênero Acacia no mundo (MASLIN et al. 2003). 11
Figura 4: A: Detalhe de um Ramo com Folhas, B: Detalhe da Casca do tronco da Árvore.
(http://umbuzeiro.cnip.org.br/fotoweb/Grid.fwx?folderid=5000&search=(IPTC025%20contains%20(A
cacia%20langsdorfii)) 26/10/2006 32
Figura 5: Ilustração das áreas de risco para malária no mundo. Fonte: WHO 2006 34
Figura 6: Antimaláricos isolados de fontes naturais 36
Figura 7: Substâncias isoladas do caule e das folhas da A. langasdorfii. 91
Figura 8: Espectro da substância ALC-1 na região do Infra-vermelho 93
Figura 9: Espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALC-1 94
Figura 10: Expansão do espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALC-1 94
Figura 11: Expansão do espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALC-1 95
Figura 12: Espectro de RMN
13
C em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-1 96
Figura 13: Expansão do espectro de RMN
13
C em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-1 96
Figura 14: Espectro DEPT 135° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-1 97
Figura 15: Expansão do espectro DEPT 135° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-1 97
Figura 16: Espectro DEPT 90° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-1 98
Figura 17: Expansão do espectro DEPT 90° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-1 98
Figura 18: Estigmasterol 99
Figura 19: Mapa de contornos HSQC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALC-1 99
Figura 20: Expansão do mapa de contornos HSQC em
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALC-1 100
Figura 21: Mapa de contornos COSY em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALC-1 101
Figura 22: Expansão do mapa de contornos COSY em
1
H: 400 MHz, do ALC-1 101
Figura 23: Mapa de contornos HMBC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALC-1 102
Figura 24: Expansão do mapa de contornos HMBC em
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALC-1 102
Figura 25: Expansão do mapa de contornos HMBC em
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALC-1 103
Figura 26: Expansão do mapa de contornos HMBC em
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALC-1 103
Figura 27: Expansão do mapa de contornos HMBC em
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALC-1 103
Figura 28: Mapa de contornos NOESY em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALC-1 105
Figura 29: Estrutura do Estigmasterol (ALC-1) 105
Figura 30: Espectro de massas da substância ALC-1 106
Figura 31: Espectro da substância ALC-5 na região do Infra-vermelho 110
Figura 32: Espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALC-5 110
Figura 33: Expansão do espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALC-5 111
Figura 34: Espectro de C
13
em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-5 112
Figura 35: Expansão do espectro de C
13
em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-5 113
Figura 36: Espectro DEPT 135° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-5 113
Figura 37: Expansão do espectro DEPT 135° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-5 114
Figura 38: Espectro DEPT 90° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-5 114
Figura 39: Expansão do espectro DEPT 90° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-5 115
Figura 40: Mapa de contornos HSQC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALC-5 116
Figura 41: Expansão do mapa de contornos HSQC em
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALC-5 116
Figura 42: Estrutura do Lupeol (ALC-5) 117
Figura 43: Espectro de massas da substância ALC-5 117
Figura 44: Espectro da substância ALCF-22 na região do Infra-vermelho 120
Figura 45: Espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALCF-22 121
Figura 46: Expansão do espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALCF-22 121
Figura 47: Espectro de RMN
13
C em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALCF-22 122
Figura 48: Expansão do espectro de RMN
13
C em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALCF-22 122
viii
Figura 49: Espectro DEPT 135° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALCF-22 123
Figura 50: Espectro DEPT 135° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALCF-22 124
Figura 51: Espectro DEPT 90° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALCF-22 124
Figura 52: Mapa de contornos HSQC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALCF-22 125
Figura 53: Mapa de contornos COSY em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALCF-22 126
Figura 54: Expansão do mapa de contornos COSY
1
H: 400 MHz, do ALCF-22 126
Figura 55: Expansão do mapa de contornos HMBC 1H: 400 MHz, 13C: 100 MHz, do ALCF-22 127
Figura 56: Expansão do mapa de contornos HMBC
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALCF-22 128
Figura 57: ent-atisan-7 ,16 -diol 128
Figura 58: Mapa de contornos NOESY em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALCF-22 129
Figura 59: Espectro de massas da substância ALCF-22 por ionização química a 70eV 130
Figura 60: Espectro da substância ALF-31 na região do Infra-vermelho 134
Figura 61: Espectro de RMN
1
H em CD
3
COCD
3
, 400 MHz, do composto ALF-31 135
Figura 62: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
COCD
3
, 400 MHz, do composto ALF-31 136
Figura 63: Espectro COSY em CD
3
COCD
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-31 136
Figura 64: Expansão do espectro COSY em CD
3
COCD
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-31 137
Figura 65: Espectro de RMN
13
C em CD
3
COCD
3
, 100 MHz, do composto ALF-31 138
Figura 66: Expansão do espectro de RMN
13
C em CD
3
COCD
3
, 100 MHz, do composto ALF-31 138
Figura 67: Espectro DEPT 135° em CD
3
COCD
3
, 100 MHz, do composto ALF-31 139
Figura 68: Expansão do espectro DEPT 135° em CD
3
COCD
3
, 100 MHz, do composto ALF-31 139
Figura 69: Espectro DEPT 90° em CD
3
COCD
3
, 100 MHz, do composto ALF-31 140
Figura 70: Expansão do espectro DEPT 90° em CD
3
COCD
3
, 100 MHz, do composto ALF-31 140
Figura 71: Mapa de contornos HSQC em
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-31 141
Figura 72: Expansão do mapa de contornos HSQC
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-31 141
Figura 73: Catequina 142
Figura 74: Mapa de contornos HMBC
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-31
Figura 75: Expansão do mapa de contornos HMBC
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-31 143
Figura 76: Expansão do mapa de contornos HMBC
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-31 143
Figura 77: Mapa de contornos NOESY em CD
3
COCD
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-31 144
Figura 78: Expansão do mapa de contornos NOESY em CD
3
COCD
3
,
1
H: 400 MHz, do ALF-31 144
Figura 79: Espectro de massas da substância ALF-31 por ionização química a 70eV 145
Figura 80: Espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-20 148
Figura 81: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-20 149
Figura 82: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-20 150
Figura 83: Mapa de contornos COSY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-20 150
Figura 84: Expansão do mapa de contornos COSY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do ALF-20 151
Figura 85: Espectro de RMN
13
C em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-20 152
Figura 86: Expansão do espectro de RMN
13
C em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-20 152
Figura 87: Espectro DEPT 135° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-20 153
Figura 88: Expansão do espectro DEPT 135° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-20 153
Figura 89: Espectro DEPT 90° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-20 154
Figura 90: Expansão do espectro DEPT 90° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-20 154
Figura 91: Mapa de contornos HSQC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-20 155
Figura 92: Expansão do mapa de contornos HSQC em
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-20 156
Figura 93: Epicatequina 156
Figura 94: Mapa de contornos HMBC
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-20 157
Figura 95: Expansão do mapa de contornos HMBC
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-20 157
Figura 96: Mapa de contornos NOESY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-20 158
Figura 97: Expansão do mapa de contornos NOESY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do ALF-20 158
Figura 98: Espectro de massas da substância ALF-20 por ionização química a 70eV 160
Figura 99: Espectro da substância ALF-19 na região do Infra-vermelho 165
Figura 100: Espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-19 165
Figura 101: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-19 166
Figura 102: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-19 167
ix
Figura 103: Espectro de RMN
13
C em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-19 168
Figura 104: Espectro DEPT 135° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-19 169
Figura 105: Espectro DEPT 90° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-19 169
Figura 106: Expansão do espectro DEPT 90° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-19 170
Figura 107: Naringenina 170
Figura 108: Mapa de contornos HSQC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-19 171
Figura 109: Mapa de contornos COSY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-19 171
Figura 110: Mapa de contornos HMBC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-19 172
Figura 111: Expansão do mapa de contornos HMBC
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-19 172
Figura 112: Mapa de contornos NOESY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-19 173
Figura 113: Estrutura da Naringenina (ALF-19) 174
Figura 114: Espectro de massas da substância ALF-19 por ionização química a 70eV 174
Figura 115: Espectro da substância ALF-1 na região do Infra-vermelho 177
Figura 116: Espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-1 178
Figura 117: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-1 179
Figura 118: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-1 180
Figura 119: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-1 180
Figura 120: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-1 181
Figura 121: Espectro de RMN
13
C em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-1 182
Figura 122: Expansão do espectro de RMN
13
C em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-1 182
Figura 123: Espectro DEPT 90° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-1 183
Figura 124: Expansão do espectro DEPT 90° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-1 183
Figura 125: Expansão do espectro DEPT 90° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-1 184
Figura 126: Espectro DEPT 135° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-1 184
Figura 127: Expansão do espectro DEPT 135° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-1 185
Figura 128: Mapa de contornos HSQC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-1 186
Figura 129: Expansão do mapa de contornos HSQC
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-1 186
Figura 130: Mapa de contornos COSY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-1 187
Figura 131: Expansão do espectro COSY em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-1 187
Figura 132: Mapa de contornos HMBC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-1 188
Figura 133: Expansão do mapa de contornos HMBC
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-1 189
Figura 134: Expansão do mapa de contornos HMBC
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-1 189
Figura 135: Mapa de contornos NOESY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-1 190
Figura 136: Morina 3-O-rutenosídeo 191
Figura 137: Espectro de massas da substância ALF-1 por ionização química a 70eV 191
Figura 138: Espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALF-16 195
Figura 139: Expansão do espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALF-16 196
Figura 140: Expansão do espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALF-16 196
Figura 141: Espectro de RMN
13
C em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALF-16 197
Figura 142: Expansão do espectro de RMN
13
C em CDCl
3
, 100 MHz, do ALF-16 197
Figura 143: Espectro DEPT 90° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALF-16 198
Figura 144: Espectro DEPT 135° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALF-16 198
Figura 145: Mapa de contornos HSQC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-16 199
Figura 146: Mapa de contornos COSY em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz, do ALF-16 200
Figura 147: Mapa de contornos HMBC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-16 200
Figura 148: Expansão do mapa de contornos HMBC
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-16 201
Figura 149: Expansão do mapa de contornos HMBC
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-16 201
Figura 150: 4´-hidroxi-5,6,7,8-tetrametoxiflavona 202
Figura 151: Espectro de massas da substância ALF-16 por ionização química a 70eV 202
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Atividades biológicas relatadas em espécies do gênero Acacia 13
Tabela 2. Compostos isolados em espécies do gênero Acacia 17
Tabela 3 Filtração da fração C-1.1.2 proveniente da filtração da fração C -1.1 58
Tabela 4 Cromatografia da fração C-1.2.2 proveniente da filtração da fração C-1.2 60
Tabela 5 Cromatografia da fração C-1.2.6 proveniente da filtração da fração C-1.2 62
Tabela 6 Cromatografia da fração 7-8 proveniente da coluna da fração C-1.2.6 63
Tabela 7 Cromatografia da fração 9 proveniente da coluna da fração C-1.2.6 64
Tabela 8 Cromatografia da fração 10 proveniente da coluna da fração C-1.2.6 65
Tabela 9 Cromatografia da fração C-1.2.7 proveniente da filtração da fração C-1.2 67
Tabela 10 Cromatografia da fração F-1.2 proveniente da filtração da fração Hexano 71
Tabela 11 Cromatografia da fração 3-5 proveniente da filtração da fração F-1.2 72
Tabela 12 Cromatografia da fração 6-8 proveniente da filtração da fração F-1.2 73
Tabela 13 Cromatografia da fração F -1.6.2 proveniente da filtração da fração F-1.6 75
Tabela 14 Cromatografia da fração F-3.1 proveniente da filtração da fração F-3 77
Tabela 15 Cromatografia da fração F-3.2.5 proveniente da filtração da fração F -3.2 79
Tabela 16 Cromatografia da subfração 58-82 proveniente da fração F-3.2.5 79
Tabela 17 Cromatografia da fração F-3.8 proveniente da filtração da fração F-3 85
Tabela 18 Rendimentos percentuais das frações em hexano, clorofórmio, acetato de etila e
hidrometanólica 87
Tabela 19. Compostos detectados no extrato e nas frações das folhas da A. langsdorfii 90
Tabela 20: RMN do composto ALC-1 em CDCl
3
, deslocamento em 108
Tabela 21: RMN do composto ALC-5 em CDCl
3
, deslocamento em 119
Tabela 22: RMN do composto ALCF-22 em CDCl
3
, deslocamento em 132
Tabela 23: RMN do composto ALF-31 em CD
3
COCD
3
, deslocamento em 147
Tabela 24: Comparação entre ALF-20, ALF-31 161
Tabela 25: RMN do composto ALF-20 em MeOD, deslocamento em 162
Tabela 26: RMN do composto ALF-19 em MeOD, deslocamento em 176
Tabela 27: RMN do composto ALF-1 em MeOD, deslocamento em 194
Tabela 28: RMN do composto ALF-16 em CDCl
3
, deslocamento em 204
Tabela 29: Atividade citotóxica com resultado de ensaio de citotoxicidade a 0,1mg/mL 207
Tabela 30: Atividade da inibição de proliferação de P. falciparum 208
Tabela 31: Atividade da inibição de produção de óxido nítrico com resultado de ensaio
somente apresentado a 0,1mg/mL 210
Tabela 32: Atividade da inibição da linfoproliferação com resultado de ensaio somente
apresentado a 0,1 mg/mL 212
xi
LISTA DE FLUXOGRAMAS
Fluxograma 1 - Extração e partição do extrato etanólico do caule da A. langsdorfii 55
Fluxograma 2 - Filtração em gel de sílica da fração Hexano C -1 56
Fluxograma 3 - Filtração em gel de sílica da fração C-1.1 57
Fluxograma 4 - Filtração em gel de sílica da fração C-1.2 59
Fluxograma 5 Extração e partição do extrato etanólico das folhas da A. langsdorfii. 69
Fluxograma 6 - Filtração em gel de sílica da fração hexano F -1 70
Fluxograma 7 - Filtração em gel de sílica da fração F -1.6 74
Fluxograma 8 - Filtração em gel de sílica da fração acetato de etila F-3 76
Fluxograma 9 - Filtração em gel de sílica da fração F -3.2 78
Fluxograma 10 - Filtração em gel de sílica da fração F -3.5 80
Fluxograma 11 - Filtração em gel de sílica da fração F -3.5.5 81
Fluxograma 12 - Filtração em gel de sílica da fração F-3.6 82
Fluxograma 13 - Filtração em gel de sílica da fração F -3.7 83
xii
LISTA DE ESQUEMAS
Esquema 1: Prováveis caminhos de fragmentação de ALC-1 107
Esquema 2: Prováveis caminhos de fragmentação de ALC-5 118
Esquema 3: Prováveis caminhos de fragmentação de ALCF-22 130
Esquema 4: Prováveis caminhos de fragmentação de ALF-31 146
Esquema 5: Prováveis caminhos de fragmentação de ALF-20 159
Esquema 6: Prováveis caminhos de fragmentação de ALF-19 175
Esquema 7: Prováveis caminhos de fragmentação de ALF-1 192
Esquema 8: Prováveis caminhos de fragmentação de ALF-16 203
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
1
C
C
A
A
P
P
Í
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L
O
O
I
I
I
I
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N
T
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R
R
O
O
D
D
U
U
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Ç
Ã
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O
O
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
2
Capítulo I. Introdução
I.1 Breve histórico sobre a fitoterapia
O uso de plantas para suprir as necessidades humanas de medicamentos é
provavelmente tão antigo quanto à própria humanidade. Encontram-se registros datados de
2500 a.C., assim como na Medicina Tradicional Chinesa, podendo ser considerada a primeira
prática medicinal (DI STASI, 1995; MACIOCIA et al, 1996).
Desenvolvida no ocidente, a medicina hipocrática, tem sua origem em uma antiga
tradição grega de cura, onde era considerada essencialmente um processo espiritual associado
a muitas deidades. Uma das deidades mais antigas era Hygeia (saúde), filha de Asclépio
(visco) e irmã de Panakeia (panacéia). Hygeia simbolizava a prevenção e a Panakeia o
conhecimento dos remédios derivados das plantas ou da terra. Desde então, as enfermidades
passaram a ser consideradas fenômenos naturais possíveis de serem estudados até sua
associação definitiva com uma cura (CAPRA, 1982).
Na Bíblia consta: “não continueis a beber somente água; usa um pouco de vinho, por
causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades” (I Tm 5:23), relatando a busca e a
necessidade da cura para as doenças, onde o homem tenta encontrar nas plantas medicinais,
uma das principais fontes de alternativas terapêuticas para aliviar as enfermidades. E, no curso
da história da humanidade, a utilização de plantas medicinais sempre se fez continuamente
presente.
Com a carência de alternativas terapêuticas, em decorrência da deficiência da pesquisa
científica, as plantas chegaram ao século XX como a principal fonte medicamentosa da época.
Em suas farmacopéias, o conteúdo era predominado pelas monografias de drogas vegetais,
envolvendo mais de 200 espécies destas (VERPOORTE, 1999).
O isolamento da morfina em 1806 deflagrou uma onda de pesquisas que, resultaram
no isolamento e aplicação terapêutica de centenas de novas entidades químicas a partir de
plantas mantendo os produtos naturais como a principal fonte de medicamentos (SEIDL,
2002). De acordo com NEWMAN (2003), 23% das 1.031 novas entidades químicas,
introduzidas no mercado entre 1981-2002, vieram de fontes naturais, 20% foram substâncias
sintetizadas a partir da observação de produtos naturais e 5% derivados de fontes naturais sem
alterações, conforme mostrado na Figura 1.
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
3
Figura 1: Novas Entidades Químicas, classificadas de acordo com a fonte período 1981-
2002. Fonte: Newman (2003).
No decorrer do século XX, o desenvolvimento da medicina científica nas áreas de
farmacologia, fisiologia e química e a ascensão da indústria farmacêutica fizeram com que o
uso das plantas medicinais ficasse restrito à obtenção de substâncias ativas purificadas ou seus
derivados semi-sintéticos. O impulso tecnológico, gerado pelos investimentos estrangeiros
durante a segunda guerra mundial, proporcionou o surgimento de novos medicamentos que
superavam os fitoterápicos, particularmente nas patologias graves (DI STASI et al., 2002).
Em torno das fantásticas descobertas dos medicamentos sintéticos, um mito era criado,
onde a cura das doenças era uma questão de tempo porque cada nova substância elucidada
superava a anterior. Acreditava-se que todos os problemas de doenças, anteriormente sem
solução tinham chegado ao término. A descoberta dessas novas substâncias sintéticas
praticamente eliminou o uso de plantas medicinais na terapêutica, limitando sua utilização às
populações de poucos recursos financeiros ou alheios aos desenvolvimentos dos grandes
centros (DREYFUS, et al., 1994).
No Brasil, este momento foi marcado pela desnacionalização dos laboratórios
farmacêuticos durante a década de 50. O interesse das multinacionais era de criar um mercado
consumidor não dos produtos acabados, mas também das matérias-primas sintéticas,
produtos de química fina, importados e por elas produzidos (VALLE et al., 1978).
Apesar das expectativas geradas, os fármacos sintéticos não corresponderam à garantia
da terapia segura e eficaz que prometia. Logo, um descontentamento era observado entre os
33%
23%
20%
3%
4%
5%
12%
Droga totalmente
sintética
Fontes Naturais
Miméticos de
produtos naturais
Vacina
ntese Total
Derivados de
Fontes Naturais
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
4
usuários. Algumas doenças continuavam sem solução, e surgia também uma nova patologia: o
efeito colateral, em paralelo ao alto custo desses medicamentos (BALANDRIN et al., 1993).
No entanto, mesmo depois do avanço tecnológico da indústria farmacêutica ocorrido
na década de 60, não foram feitos investimentos em pesquisas sobre extratos de plantas
medicinais, porque estas eram consideradas ultrapassadas, não possuindo tecnologia agregada
e posologia imprecisa (PINTO et al., 2002).
Diante desses problemas, a OMS destacou na reunião de 1978 a contribuição das
plantas medicinais na terapêutica, válidas para diversas patologias, recomendando, a nível
mundial, a difusão dos conhecimentos necessários à sua prática (PINTO et al., 2002).
A partir de então, percebe-se o ressurgimento da utilização de plantas medicinais, bem
como o interesse da comunidade científica por produtos fitoterápicos e as discussões em
termos de legislação a fim de atender as novas exigências da política de fitoterápicos e da sua
regulamentação. Exigências essas que assegurem a qualidade total da transformação da
matéria-prima vegetal em uma forma farmacêutica, envolvendo conhecimentos
multidisciplinares (PINTO et al., 2002).
No Brasil, a primeira menção do ponto de vista de legislação sobre o emprego de
fitoterápicos como medicamento aconteceu em 1967. No entanto, a abordagem de
fitoterápico como “produto natural” permitiu a disseminação de um pensamento errôneo
quanto ao uso destes que excluía a possibilidade de existir na planta uma substância ou um
conjunto de substâncias tóxicas que podem provocar alergia, intoxicação ou outras reações
adversas, que se estende até os dias de hoje. Enquanto isso, estes conceitos foram sendo
levemente modificados quando a Alemanha, no final da década de 80, lançou alguns
medicamentos à base de Ginkgo biloba, com ações benéficas importantes (CARVALHO et
al., 2008).
Nesta mesma década, os fitoterápicos no Brasil foram incluídos no sistema Oficial de
Saúde, de maneira tímida, como terapias alternativas (BRASIL, 1988). A proibição do uso do
confrei (Symphytum officinale L.) em preparações para uso interno e a comercialização do
cambará (Lantana sp.), tanto in natura como sob todas as formas farmacêuticas e os relatórios
de avaliações técnicas referentes à toxicidade, desencadearam um processo de regulamentação
dos fitoterápicos como medicamentos, logo, a ideia de atoxicidade estava perdendo sua
veracidade. Em consequência disto, o Ministério da Saúde estabeleceu a normatização sobre o
controle de serviços, a produção, a armazenagem e a utilização de substâncias e produtos,
elaborando a portaria número 123 de 19 de outubro de 1994 da secretaria de Vigilância
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
5
Sanitária (SVS) do Ministério da Saúde (BRASIL, 1995; CARVALHO et al., 2007;
MARQUES et al., 2003).
A portaria número 123/ SVS foi submetida à consultoria pública, propondo a
regulamentação do registro de produtos fitoterápicos, com um prazo para apresentação de
sugestão por todos os setores da sociedade. Após avaliação da sugestão blica apresentada,
definiu-se pelo formato final da norma e publicação da portaria número 6/ SVS de 31 de
janeiro de 1995 (BRASIL, 1995).
Essa, por sua vez, relata que fitoterápico é um medicamento obtido de uma droga
vegetal e, como tal, deve ser produzido segundo o rigor que todo medicamento exige, pois “é
um produto tecnologicamente obtido, caracterizado pela reprodutibilidade e constância de sua
qualidade e pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso” (BRASIL, 1995).
A portaria 116/SVS, de 08 de agosto de 1996, aborda as especificações dos ensaios
toxicológicos e da eficácia terapêutica (BRASIL, 1996). Outras portarias foram publicadas em
complementação às anteriores.
Mais recentemente, a resolução da Agência Nacional da Vigilância Sanitária, RDC
nº17, de 24 de fevereiro de 2000, tratou da revogação da portaria nº. 6/SVS e da
regulamentação técnica, visando normatizar o registro de produtos fitoterápicos junto ao
Sistema de Vigilância (BRASIL, 2000).
I.2 A importância da continuidade do estudo das plantas medicinais
Segundo GRÜNWALD (2004), o mercado mundial de fitoterápicos corresponde a
cerca de 5% do mercado global de produtos farmacêuticos. No Brasil, a fatia desse mercado
corresponde a 4%, sendo que a maioria dos nossos fitoterápicos está baseada na medicina
popular, requerendo um maior desenvolvimento nas áreas tecnológicas e farmacológicas. De
acordo com as perspectivas, uma exigência natural deste mercado priorizando qualidade,
segurança e eficácia terapêutica.
A organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece que 80% da população dos países
em desenvolvimento utiliza-se de práticas tradicionais nos cuidados básicos de saúde. Deste
universo, 85% utilizam plantas ou preparados. (www.portal.saude.gov.br/saude/ 28/04/2009).
Estima-se que menos de 10% dos gastos globais em pesquisa em saúde são
direcionados para doenças que representam cerca de 90% dos problemas de saúde globais.
Esta deficiência no investimento tem contribuído para a limitada disponibilidade de drogas
para o tratamento das doenças que acometem principalmente os indivíduos de países em
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
6
desenvolvimento, além disso, o setor privado investe quase que exclusivamente no
desenvolvimento de drogas voltadas para o tratamento de patologias comuns em países
desenvolvidos (MOREL, 2003).
No Brasil, 25% dos US$ 8 bilhões do faturamento da indústria farmacêutica, no ano de
1996, foram originados de medicamentos derivados de plantas (GUERRA et al., 2001).
Considera-se também que as vendas neste setor crescem 10% ao ano, com estimativa de terem
alcançado a cifra de US$ 550 milhões no ano de 2001 (KNAPP, 2001). Os Estados Unidos e
Alemanha estão entre os maiores consumidores dos produtos naturais brasileiros. Entre 1994
e 1998, importaram, respectivamente, 1.521 e 1.466 toneladas de plantas que seguem para
esses países sob o rótulo genérico de “material vegetal do Brasil”, de acordo com o IBAMA.
O Brasil possui a maior diversidade vegetal do mundo, contando com um total de 55
mil espécies catalogadas que varia entre 250-500 mil espécies de plantas existentes na flora
mundial, entretanto, apenas 8% desta flora foi estudada para as pesquisas de compostos
bioativos e 1.100 espécies foram avaliadas em suas propriedades medicinais, deixando claro o
arsenal ainda inexplorado das plantas como fonte de novas drogas (GUERRA et al., 2001).
A potencialidade do uso das plantas medicinais encontra-se longe de sua limitação.
Afirmação endossada pelos novos paradigmas de desenvolvimento social e econômico
baseados nos recursos renováveis. Novos conhecimentos e soluções certamente serão
encontrados no reino vegetal, por meio da descoberta e do desenvolvimento de novas
moléculas com atividade terapêutica. A partir disso poder-se chegar à elucidação do
mecanismo de ação das substâncias ativas, tornando a investigação destas plantas ainda mais
relevante, especialmente na obtenção de seus derivados mais potentes e menos tóxicos. É
importante lembrar que hoje essas plantas não são apenas matérias-primas de utilização direta,
mas também, a base para os medicamentos padronizados.
I.3 O elo entre o tema e a motivação a qual justificou o trabalho em questão
O semi-árido nordestino, com aproximadamente 1,0 milhão de km
2
, conta com uma
variedade de mais de 596 espécies arbustivas e arbóreas, 1.788 espécies herbáceas, sendo pelo
menos 180 espécies endêmicas catalogadas (ESTEVAM, 2006). Segundo registros
literários, sua população é caracterizada por utilizar plantas nativas para fins medicinais desde
a época da colonização (MENDES, 1997). Cultura a qual se prolonga até hoje, com o uso de
plantas para estes fins ainda bastante ressaltado, principalmente nas populações de baixa
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
7
renda, para a qual é difícil o acesso aos grandes centros urbanos e a tradição cultural marcante
torna o uso desta alternativa uma prática a ser mantida entre gerações.
Alguns exemplos de plantas locais, onde a maioria continua nomeada apenas com seu
nome vulgar, como a faveleira, a jurema-preta, a aroeira, o angico, a baraúna, o marmeleiro, o
mofumbo, a catingueira, a umburana, o joazeiro, o mororó e o pereiro, ainda são utilizadas em
inflamações simples, cicatrização de ferimentos, contusões e, até, para o tratamento de
doenças como tuberculose, infecções pulmonares, intestinais e diabetes (PEREIRA, 2005).
No entanto, apesar da flora nordestina apresentar bom prestígio na medicina popular, até
agora foi muito pouco estudada cientificamente.
Outro fator importante é o pouco incentivo governamental como também poucas
instituições não governamentais interessadas neste desenvolvimento. O projeto IMSEAR
investiga as espécies vegetais nativas ou endêmicas do semi-árido, partindo de um bom
planejamento etnofarmacológico reduzindo tempo e custos de pesquisa. Em suma, envolve
um trabalho integrado entre a etnobotânica, farmacologia e fitoquímica e envolve as
instituições FIOCRUZ, UFBA, UFPB, UFAL, UEFS no estudo das plantas medicinais.
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
8
I.4 Objetivos
I.4.1 Gerais
Contribuir para o conhecimento da composição química e da atividade biológica dos
extratos oriundos da folha e do caule da espécie Acacia langsdorfii Benth, até então, não
estudada.
I.4.2 Específicos
Realizar isolamento e a caracterização química de seus constituintes;
Relacionar resultados das atividades biológicas com os compostos isolados;
Verificar a atividade moluscicida com o caramujo Biomphalaria glabrata e larvicida
frente à larva do mosquito Aedes aegypti dos extratos brutos e particionados da folha e
do caule;
Contribuir com o projeto IMSEAR obtendo isolados passíveis de serem responsáveis
por suas atividades detectadas
*
.
*
O Laboratório de Pesquisa em Recursos Naturais (LaPqRN) faz parte do IMSEAR e dentre as plantas
selecionadas para o estudo com base na atividade antimalárica, tripanocida e imunomoduladora no programa
encontrava-se a A. langsdorfii Benth. Deste modo era essencial seu estudo fitoquímico na busca de seus
princípios ativos.
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
9
I.5 Considerações sobre a família Leguminosae, o gênero Acacia, a espécie A.
langsdorfii e atividades biológicas
I.5.1 A família Leguminosae
A família Leguminosae Juss. ou Fabaceae Lindl. (sensu APG II) pertence à divisão
das Angiospermas, classe Dicotiledônea e da ordem das Rosales. Dentre as dicotiledôneas, a
família Leguminosae (Fabaceae) é a terceira maior, sendo superada apenas por Asteraceae e
Orchidaceae, e é a maior família dentro da ordem Rosales (DOYLE; LUCKOW, 2003). São
plantas de hábito muito variado, desde árvores grandes das matas tropicais, a arbustos,
subarbustos, ervas anuais ou perenes e também muitas trepadeiras (Figura 2). Desenvolvem-
se nos mais variados ambientes, em diferentes latitudes e altitudes (ARROYO, 1979;
HEYWOOD, 1996).
Figura 2 Distribuição mundial da família Leguminosae em 4 diferentes tipos de biomas:
Deserto, Savana, floresta tropical úmida, Temperado. (www.biogeoglegs.edu/annex2/map
28/04/2009).
Compreende cerca de 19000 espécies reunidas em mais de 900 gêneros distribuídos
mundialmente, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais (GIULIETTI et al, 2006;
LEWIS et al., 2005; WINK et. al., 2003), sendo depois das Gramineae, a família de plantas
mais úteis para o homem, por ser fonte de proteínas em suas sementes e folhas (LÉON, 1987).
Sabe-se que existem duas tendências principais sobre a taxonomia das leguminosas. A
primeira de interpretação, mais conservadora, adotada por autores como BUKART e
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
10
ENGLER, citado por JOLY (1998) que prefere manter a unidade da família Leguminosae
dividindo-a nas subfamílias Mimosoideae, Caesalpinioideae e Faboideae (Papilionideae). a
segunda vertente taxonômica, adotada por autores como CRONQUIST (1988), dispõe o
conjunto das subfamílias englobados nas famílias Mimosoideae, Caesalpiniaceae e Fabaceae
(Papilionaceae), elevando as três subfamílias ao status de família reunindo-as na Ordem
Leguminales ou Fabales (MARCHIORI, 1997; LEWIS, 2005; APG II, 2003; SOLTIS et al.,
2005).
A subfamília Caesalpinioideae encontra-se distribuída em regiões tropicais
(principalmente) e subtropicais, sendo extremamente diversa em morfologia, compartilhando
algumas das características de Mimosoideae e Faboideae (POLHILL, 1981; TUCKER, 2003).
Compreende 170 gêneros e aproximadamente 3.000 espécies, com distribuição cosmopolita
(DOYLE et al., 2000; BRUNEAU et al., 2001). Dentre as subfamílias, Caesalpinioideae é a
menos estudada e entendida, tendo sido considerada por BURKART (1987) como a mais
primitiva, da qual derivaram as subfamílias Papilionoideae e Mimosoideae.
As espécies representantes da subfamília Faboideae (ou Papilionoideae) encontram-se
preferencialmente em regiões temperadas, sendo, as herbáceas, difundidas nas regiões
temperadas, ao passo que as espécies lenhosas são mais representadas nas regiões tropicais. É
a maior, com 476 gêneros e aproximadamente 14.000 espécies (LEWIS et al., 2005). Essa
subfamília cosmopolita abrange espécies com características consideradas mais avançadas
dentro da Leguminosae (POLHILL, 1981; HARBORNE et al., 1971).
A subfamília Mimosoideae é composta por árvores e arbustos, raramente ervas. Está
distribuída em regiões tropicais (principalmente), subtropicais e cálido-temperadas
(POLHILL, 1981). Encontram-se 77 gêneros e aproximadamente 3.000 espécies, em sua
maioria pertencente aos gêneros Acacia, Mimosa e Inga (DOYLE, 2003; ANDRADE, et al.
2003).
Do ponto de vista químico, a família Leguminosae apresenta amplo potencial.
Produzem uma variedade de metabólitos secundários tais como, aminoácidos não proteicos,
aminas, fenilpropanóides, antraquinonas, ácidos graxos, terpenóides, esteróides, gomas,
resinas, taninos, alcalóides e flavonóides. Ressalta-se que os flavonóides são considerados
como marcadores taxonômicos da família Leguminosae devido à frequência e diversidade de
esqueletos com que são encontrados nas três subfamílias, ainda que outras classes contribuam
para a classificação do grupo (WINK, 2003).
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
11
I.5.2 O gênero Acacia
O gênero Acacia é o segundo maior na família Leguminosae (MASLIN et. al., 2003) e
é considerado um dos maiores nas Angiospermas (ENDRESS, 1994), apresentando mais de
1.200 espécies (ENDRESS, 1994; BARROSO. 1991). Encontram-se como árvores, arbustos
ou trepadeiras lenhosas (BURKART, 1979).
Apresenta caráter cosmopolita e típico de regiões quentes semi-áridas (MASLIN et.
al., 2003; SEIGLER, 2003) distribuídas em regiões quentes tropicais e temperadas de todo o
mundo, com a maior concentração de espécies na Austrália (cerca de 960), e também com um
elevado número nas Américas (cerca de 190), África (144 espécies) e Ásia (89 espécies). É
abundante nas savanas e matas, bem como em matas xerófitas, manifestando um
extraordinário endemismo e proliferação evolutiva de espécies com filódios (BURKART,
1979) (Figura 2).
Figura 3 Distribuição do gênero Acacia no mundo (MASLIN et al. 2003).
Muitas destas espécies apresentam considerável importância econômica e ecológica.
São utilizadas como ornamentos, no fornecimento de madeira, na marcenaria, como lenha ou
para obtenção de carvão, em curtumes devido à presença de taninos, para extração de gomas,
pelas essências florais, na fixação de dunas, formação de cercas vivas, com as espécies
aculeadas e todas apresentam flores melíferas (CORREA, 1984).
A identificação das espécies de Acácia ainda é bastante problemática, pois suas
relações taxonômicas ainda mostram-se bastante controversas. Isso reflete no pouco grau de
produtos isolados catalogados a partir destas espécies (LUCKOW et al., 2000).
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
12
I.5.2.1 A Atividades biológicas do gênero
Diversas espécies de Acacia são utilizadas tradicionalmente para o tratamento das
mais diversas patologias. Assim, foi realizado um levantamento bibliográfico de diversas
espécies do gênero relacionando às suas atividades biológicas (tabela 1). Este levantamento
foi realizado nos dias 23-30 de março de 2007 em bancos de dados, como o Chemical
Abstracts, Biological Abstracts, NAPRALERT, além do portal de periódicos da CAPES.
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
13
Tabela 1. Atividades biológicas relatadas em espécies do gênero Acacia.
Espécie
Atividades biológicas
Parte da
planta
Extrato
Referências
Acacia. albida
Ação moluscicida contra Bulinus truncatos e
Biomphalaria pfeifferi
AYOUB et al., 1985a
A. angustifolia
Inibição do crescimento de cepas de Staphylococcus
aureus, Bacilus subtlis, Klebsiella pneumoniae e Candida
albicans
HOFFMANN et al., 1993
A. arabica
Inibição do crescimento da Entamoeba histolytica
CHAKRABORTY et al., 1989
A. auriculiformis
Atividades antihelmínticas
metanólico
GHOSH et al., 1993, 1996; BABU et
al., 1997; SARKAR et al., 1998
Potencial efeito antidepressivo
Butanólico
SAHAI et al.,1980
A. catechu
Ação moluscicida contra Bulinus truncatos e
Biomphalaria pfeifferi
AYOUB et al., 1985b
Efeito hipotensor em cães e ratos
Galhos
aquoso
SHAM et al., 1984
Potente ação hepatoprotetora
JAYASEKHAR et al., 1997
A. concinna
Tratamento de doenças da pele
Sementes
SEKINE et al., 1997
Atividades moluscicidas e cercaricidas
HYALIJ, 1999
A. confusa
Efeito antioxidante
Cascas
TZEN et al., 2001
Efeito alelopático
CHOU, 1980
A. decurrens
Atividades antitumorais
Aquoso
OLIVEIRA, 1972
A. farnesiana
Intensa atividade hipoglicêmica
etanólico
WASSEL et al., 1992
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
14
A. kirkii
Tratamento do câncer
CHHABRA et aI., 1990
A. koa
Atividade contra Pseudomonas aeruginosa
BUSHNELL et al., 1950
A. laeta
Atividades antitumorais
NASSAR, 1999
A. meianoxylon
Inibição de proteínas quinase C
POLYA et al., 1994
A. mellifera
Tratamento do câncer
CHHABRA et al., 1990
A. nilotica
Inibição das cepas de E. coli e de Staphylococcus aureus
hexânico e
metanólico
ALI et al.,2001
Significativa ação sobre bactérias Gram positivas e
negativas
KAMBIZI et al., 2001
Atividade contra cocos Gram positivos e bacilos Gram
negativos
Frutos
aquoso e etanólico
MUSTAFA et al., 1999
Atividade contra Candida albicans
Frutos
hexânico
MUSTAFA et al., 1999
Efeito antimicrobiano sobre Clostridium perfringens
Folhas
bruto
SOTOHOY et al., 1995
Atividade contra Streptococcus pyogenes,
Stapphylococcus aureus e Klebsiella spp
aquoso e etanólico
CHANDEL et al., 1993
Bloqueio da agregação plaquetária mediada pelo ácido
araquidônico
Frutos
metanólico
SHA et al., 1997
Atividades antipiréticas e antiinflamatórias
DAFALLAH et al., 1996
antihipertensiva, antiespasmódica
GILANI et al., 1999
Atuação considerável in vitro sobre areplicação viral do
HIV-1
HUSSEIN et al., 1999
Contra Plasmodium falciparum
EL-TAHIR et al., 1999
Propriedades tônicas, adstringentes e estimulantes
NABI et al., 1992
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
15
Tratamento de doenças sexualmente transmitidas
KAMBIZI et al., 2001
Intensa atividade hipoglicêmica
etanólico
WASSEL et al., 1992
Atividade contra Biomphalaria alexandrina
ELSHEIKH et al., 1990; NAZIF et al.,
2001
Atividade contra A. saligna
AHMED et al., 1999
A. pennatuia
Atividades antitumorais
POPOCCA et al., 1998
A. pentagona
Tratamento da amenorréia
CHHABRA et aI., 1990
A. polycantha
Tratamento de crises asmáticas
CHHABRA et aI., 1990
A. riparia
Inibição do crescimento de T. cruzi e
Imunomoduladora
Caule/
Folhas
Clorofórmico e
Acetanólico
COSTA, 2004
A. robusta
Atividade contra Staphylococcus aureus e Escherichia coli
KHAN, et al., 1980
Tratamento da esquistossomose
Raiz
CHHABRA et al., 1990
A. rehmanniana
Propriedades antiinflamatórias
GRAW et al., 1997
A. senegal
Inibição do desenvolvimento de Streptococcus mutans,
Actinomyces viscosus e da levedura Candida albicans
Cascas
metanólico
KHAN et al., 2000
Inibição das cepas de E. coli e de Staphylococcus aureus
hexânico e
metanólico
ALI et al.,2001
A. seval
Ação moluscicida contra Bulinus truncatos e
Biomphalaria pfeifferi
AYOUB et al., 1985a
A. tortilis
Antiasmático
Goma
HAGOS et al., 1988
Cap. I. Introdução
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16
I.5.2.1.1 Compostos isolados em espécies do gênero Acacia
Cumarinas, taninos, alcalóides, esteróides e flavonóides foram verificados no
gênero Acacia. No entanto pode-se observar que flavonóides predominam neste gênero
sendo os responsáveis pela maior parte das atividades biológicas. Foi realizado um
levantamento bibliográfico de diversas espécies do gênero relacionando aos compostos
isolados (tabela 2). Este levantamento foi realizado nos bancos de dados: Chemical
Abstracts, Biological Abstracts, NAPRALERT, e portal de periódicos da CAPES.
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
17
Tabela 2. Compostos isolados em espécies do gênero Acacia.
Espécie
Isolados
Extrato ou
fração/parte da planta
Referências
Acacia.
auriculiformis
8-O-metil-flavan-3,4-diol (85) e 3-O-metil-flavan-3,4-diol (86)
Extrato metanólico/
lenho e casca
DREWES et al., 1966
Flavan-3,-4-diol (teracacidina e análogos) (76); Auriculosídeo (65) e
auriculina (63)
Fração butanólica/
Casca do caule
SAHAI et al., 1980
A. aneura
Apigenina (21); ramnetina (23) e fisetina (93)
SALEEM et al., 1992
A. caffra
Análogos da teracicidina (76); oritin-4-α-ol (59); oritin-4-β-ol (60);
epioritin-4-β-ol (58); epioritin-4-α-ol (57); ent-oritin-(4β→5)-epioritin-4-
β-ol (67)
Fração hexano:acetato
de etila (5:2)/ Casca do
caule
MALAN, 1995
naringenina (22)
Fração hexano:acetato
de etila (5:2) / Casca do
caule
MALAN et al., 1997
epioritin-(4β→3)-epioritin-4-β-ol (40); epimesquistol-(4β→4)-epioritin-4-
β-ol (68)
Extrato metanólico/
Casca do caule
BENNIE et al., 2000
A. catechu
(-)-epicatequina (28); catequina (18); campferol (30); quercetina (42); di-
hidro campferol (30) e taxifolina (92)
PARIS, 1953; DESHPANDE et al.,
1981
Quercetina (42), quercetina-3-O- ramnosídeo (45),
quercetina-3-O-galactosídeo (16), quercetina-3-O-arabinosídeo (15),
farnesina (25) e di-hidro-quercetina (43)
SHARMA et al., 1997; 1999
A. confusa
Miricetina (44), miricetina-3-O-(2’’-O-galoil)-α-ramnopiranosídeo 7-metil
éter (38), miricetina-3-O-(3’’-O-galoil)-α-ramnopiranosídeo-7 metil-éter
(37); miricetina-3-O-(2’’,3’’-di-O-galoiI)-α-ramnopiranosídeo- 7-metil
éter (39)
Extrato metanólico/
folhas
LEE et al., 2000
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
18
A. cultriformis
2,3-cis-3´,4´,7,8-tetrahidroxidiidroflavonol (47); 3´,4´,7,8-
tetrahidroxidiidroflavanona (48); (+)-2,3-trans-flavan-3,4-cis-flavandiol
(50); (+)-dihidroflavonol (51)
Extrato acetônico
DU PREZZ et al., 1970
A. dealbata
Rutina (41), quercetina (42), robinetina (27), miricetina (44)
pólen
TAPPI et al., 1955; SPADA et al.,
1956
4,2´,4´,6´-tetrahidrochalcona--[O-ramnosil-(1→ 4)- xilosida (99)
flores
IMPERATO, 1982 a
Cianidina (82), delfinidina (81) e epicatequina (28)
KIRILLOVA et al., 1987
Diosmetina (26) e farnesina (25)
Extrato butanólico
folhas
SAHU et al., 1998
A. galpinii
oritin-4-α-ol (59) ; oritin-4-β-ol (60); epioritin-4-α-ol (57); epioritin-4-β-ol
(58); epioritin-(4β→6)-epioritin-4-α-ol (69); epioritin-(4β→6)-epioritin-4-
β-ol (70)
Extrato metanólico/
Casca do caule
MALAN et al., 1995; COETZEE et
al., 1998
A. giraffae e A.
galpinii
(+)-catequina (18), teracacidina (56)
Fração acetona/ Casca
do caule
MALAN et al., 1975
A. interdexta
Teracacidina (56)
CLARK-LEWIS et al., 1961
3-metoxi-fisetina (91)
Extrato acetato de etila
e aquoso
DREWES et al., 1968
A. ixiophylla
Ramnetina (23), ramnitrina (100), quercitrina (101), quercetina (42) e
epicatequina (28)
Extrato acetato de etila
folhas
CLARK-LEWIS et al., 1968
A. leucophloea
Luteolina (24)
vagens
KHAN et al., 1990
Miricetina (46), 3’-hidroxi-7-metoxiisoflavona (64), apigenina (21) e 8-C-
glicosil-apigenina (77)
Extratos das flores
VALSAKUMARI et al.,1991
Quercetina (42), quercitrina (101), campferol (30) e rutina (41)
Extratos das flores
RAO et al., 1991
A. longifolia
Naringenina (22)
Extrato aquoso
MARINI-BETTOLO et al., 1951;
KERBER et al., 1993
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
19
Naringenina (22), 5-D-galactosil-naringenina (35) e 5-D-glicosil-
naringenina (36)
Fração acetato de etila/
flores
SILVA, 2001
4-O-galactosil aureusidina (74), auriculosideo-dimetil-eter (66)
Fração acetato de etila/
flores
PEITZ, 2003
Catequina (18) e (+)-galo-catequina (17)
folhas
TINDALE et al., 1969
5,2’,5’-trihidroxi-6,7-dimetoxiflavanona (79)
raízes
ANAM, 1997
A. mearnsii
Ácido tânico (87) e catequina (18)
PANSERA, 2004
A.melanoxylon
3-D-galactosil-quercetina (89)
flores
FALCO et al., 1964
(-)-2,3-cis-3’4’7,8 tetrahidroxidihidroflavonol (47); 2,3 cis
leucoantocianidina (98) e flavan-3,4-diol (76)
Extrato acetato de etila/
Casca do caule
FOO, 1987
A. mellifera
3-oxolupan-30-al (8), 28-hidroxilepen-30-ol-3-ona (9), 30-hidroxilup-20-
(29)-en-3-ona (4), 30-hidroxilup-20-(29)-en-3β-ol (10), acido linoléico
(14)
MUTAI, et al., 2007
28-hidroxi-3-oxo-lup-20-(29)-en-30-ol (1); 3-oxo-lup-20-(29)-en-30-ol
(2); 3-hidroxi-lup-20-(29)-en-30-ol (3); betulina (13); lupeol (7); acido
betulínico (5), acido betulônico (6)
MUTAI, et al., 2004
30-hidroxilup-20-(29)-en-3-ona (4); betulina (13); lupeol (7); acido
betulínico (5)
Casca do caule
MUTAI, et al., 2008
Fustina (90) e fisetina (93)
Casca do caule
ROUX et al., 1960
A. myrtifolia
Quercitrina (101)
folhas
EADE et al., 1973
A. neovernicosa
2’,4’-dihidroxichalcona (95); 4’hidroxi-2’-metoxichalcona (61); 2’,4’-
dihidroxi- 3’-metoxichalcona (62); 2’,4’,4-trihidroxichalcona (94); 7-
hidroxiflavanona (32)
Extrato clorofórmico/
folhas e caules
WOLLENWEBER et al., 1982
A. nigrescens
2,3-cis-3,4-cis[(-) melacacidina] (80); 2,3-cis-3,4-trans[(-)-
Fração acetato de etila:
FOURIER et al, 1972
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
20
isomelacacidina] (49); (+)-2,3-trans-flavan-3,4-cis-flavandiol (50); (+)-
dihidroflavonol (51); 3, 3’,7,8,4’-pentahidroxiflavona (52); (+)- 7,8,3’,4’-
tetrahidroxiflavanona (55); chalcona (54); 2-hidroxi-2-benzilcumaran-3-
ona (53)
folhas
3’,4’,7,8 tetrahidroxi-3 metoxiflavona (33); 4’,7,8-trihidroxi 3,3’-
dimetoxiflavona (34)
Extrato acetônico
folhas
MALAN, 1993
A. nilotica
catequina-5-galato (88)
MALAN, 1991
Naringenina (22), catequina (18)
casca
KHALID et al., 1986
Epigalocatequina-7-galato (96), epigalocatequina 5,7-digalato (73)
Extrato acetato de
etila/ frutos e casca do
caule
AYOUB, 1985 a
A. pennatula
β-sitosterol (11), esqualeno (75), lupeol (7) e estigmasterol (12)
Extrato acetonico
folhas
RIOS, 2005
Catequina (18), (-)-galato de epicatequina (71), (-)-galato de
epigalocatequina (72)
Extrato metanólico
folhas
A. raddiana
3-O-rutinosil-quercetina (41), 3-D-galactosil-quercetina (89), 3-O-
glicosídeo de quercetina (97), 8-O-metil-7,8,4´-triidroxiflavona (31)
Extrato hidroetanólico/
folhas
EL MOUSALLAMY et al., 1991
A. saligna
Sacarose (84), frutose (19), glicose (20), quercetina (42), miricetina (44),
quercitrina (101), astragalina (78) e miricitrina (46)
Extrato etanólico/
folhas
EL SISSI et al, 1967
Naringenina (22), quercetina (42) e quercitrina (101)
Extrato etanólico/
folhas
EL SHAFAE et al, 1998
A. saxatilis
Flavan-3,-4-diol (teracacidina e análogos) (76)
Extrato hidroacetônico
FOURIER et al., 1974
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
21
O
HO
CH
2
OH
28-hidroxi-3-oxo-lup-20-(29)-en-30-ol (1)
O
CH
3
HO
3-oxo-lup-20-(29)-en-30-ol (2)
HO
CH
3
HO
3-hidroxi-lup-20-(29)-en-30-ol (3)
O
HOH
2
C
30-hidroxilup-20 (29)-en-3-ona (4)
HO
COOH
H
3
C
Ácido betulínico (5)
O
COOH
H
3
C
Ácido betulônico (6)
HO
Lupeol (7)
O
CH
3
O
3-oxolupan-30-al (8)
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
22
O
CH
2
OH
O
28-hidroxilepen-30-ol-3-ona (9)
HO
HO
30-hidroxilup-20-(29)-en-3β-ol (10)
HO
H
H H
H
H
β-sitosterol (11)
OH
H
CH
3
H
H
H
CH
3
CH
3
CH
3
CH
3
H
CH
3
H
Estigmasterol (12)
HO
CH
2
OH
Betulina (13)
O
OH
Ácido linoléico (14)
O
OOH
HO O
OH
OH
OH
OH
OH
O
Quercetina-3-O-arabinosídeo (15)
O
O
HO O
OH
OH
OH
OH
OH
HO
O
Quercetina-3-O-galactosídeo (16)
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
23
O
OH
OH
HO
OH
OH
OH
(+)-galocatequina (17)
O
OH
OH
HO
H
OH
OH
(+)-catequina (18)
OH HOO
HO
HO OH
Frutose (19)
OH HOHO
O
HO OH
Glicose (20)
OOH
HO O
OH
Apigenina (21)
OOH
HO O
OH
Naringenina (22)
O
OO
Me
OH
OH
OH
OH
Ramnetina (23)
OOH
HO O
OH
OH
Luteolina (24)
O
OMe
O
HO
OH
OH
OH
Farnesina (25)
O
O
HO
OMe
OH
OH
Diosmetina (26)
OH
O
HO O
OH
OH
OH
Robinetina (27)
OHO
OH
OH
OH
OH
Epicatequina (28)
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
24
OH
OOH
HO O
OH
Dihidrocampferol (29)
OH
OOH
HO O
OH
Campferol (30)
O
OH
OMe
HO
OH
OH
8-O-metil-7,8,4´-trihidroxiflavona(31)
O
OHO
7-hidroxiflavanona (32)
O
OMe
O
OH
HO
OH
OH
3’,4’,7,8 tetrahidroxi-3 metoxiflavona (33)
O
OMe
O
OH
HO
OH
OMe
4’,7,8-trihidroxi 3,3’-dimetoxiflavona (34)
OH
OH
HO
O
OH
OO
HO O
OH
H
5 -D-galactosil-naringenina (35)
OH
OH
HO
O
OH
OO
HO O
OH
H
5 -D-glicosil-naringenina (36)
O
O
OOH
H
3
CO
OH
OH
OH
O
OH
H
3
C
OOH
C
OH
OH
HO
O
Miricetina-3-O-(3’’-O-galoil)-α-
ramnopiranosídeo-7 metil-éter (37)
O
O
OOH
H
3
CO
OH
OH
OH
O
OH
H
3
C
OHO
C
OH
OH
HO
O
Miricetina-3-O-(2’’-O-galoil)-α-
ramnopiranosídeo 7-metil éter (38)
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
25
O
O
OOH
HO
OH
OH
OH
O
OH
H
3
C
O
O
C
OH
OH
HO
O
C
OH
OH
OH
O
Miricetina-3-O-(2’’,3’’-di-O-galoiI)-α-
ramnopiranosídeo- 7-metil éter (39)
O
OH
OH
HO
OH
A
B
C
O
F
O
OH
OH
HO
D
E
HO
Epioritina-(4-β-(R)-3)-epioritina-4-β-ol (40)
O
OOH
HO O
OH
O
O
CH
3
OH
OH
OH
O
OH
OH OH
OH
3-O-rutinosil-quercetina (41)
O
OH
HO
O
OH
OH
OH
Quercetina (42)
OH
OOH
HO O
OH
OH
Di-hidro-quercetina (43)
O
OH
OOH
HO
OH
OH
OH
Miricetina (44)
O
O
OOH
HO
OH
OH
O
OH
H
3
C
OHOH
Quercetina-3-O-ramnosídeo (45)
O
O
OOH
HO
OH
OH
OH
O
OH
H
3
C
OHOH
Miricitrina (46)
OHO
OH
OH
OH
O
H
OH
2,3-cis-3´,4´,7,8-tetrahidroxidiidroflavonol (47)
OHO
OH
OH
OH
O
H
H
3´,4´,7,8-tetrahidroxidiidroflavanona (48)
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
26
O
OH
HO
OH
OH
OH
OH
2,3-cis-3,4-trans[(-)-isomelacacidina] (49)
O
OH
HO
OH
OH
OH
OH
(+)-2,3-trans-flavan-3,4-cis-flavandiol (50)
O
OH
HO
OH
OH
OH
O
(+)-dihidroflavonol (51)
O
OH
HO
OH
OH
OH
O
3, 3’,7,8,4’-pentahidroxiflavona (52)
H
2
C
OHO
OH
OH
OH
O
OH
2-hidroxi-2-benzilcumaran-3-ona (53)
C
C
OHHO
OH
OH
OH
O
H
H
Chalcona (54)
OHO
OH
OH
OH
O
(+)- 7,8,3’,4’-tetrahidroxiflavanona (55)
O
OH
HO
OH
OH
OH
Teracacidina (56)
O
OH
OH
HO
OH
OH
Epioritin-4-α-ol (57)
O
OH
OH
HO
OH
OH
Epioritin-4-β-ol (58)
O
OH
OH
HO
OH
OH
Oritin--ol (59)
O
OH
OH
HO
OH
OH
Oritin--ol (60)
OOCH
3
HO
4’hidroxi-2’-metoxichalcona (61)
OOH
HO
H
3
CO
2’,4’-dihidroxi- 3’-metoxichalcona (62)
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
27
O
H
OH
OMe
OH
HO
Auriculina (63)
O
O
OH
H
3
CO
3’-hidroxi-7-metoxiisoflavona (64)
O
H
O
OMe
OH
HO
OH
O
H OH
HO H
H OH
H OH
Auriculosideo (65)
O
H
O
OMe
OH
MeO
OH
O
H OH
HO H
H OH
H OH
Auriculosideo dimetil éter (66)
O
OH
OH
HO
OH
O
HO
HO
OH
OH
OH
ent-oritin-(4β→5) epioritin-4β-ol (67)
O
OH
OH
HO
OH
O
HO
HO
OH
OH
OH O
Epimiquistol-(4-β-(R)-3)-epioritina-4-β-ol (68)
O
OH
OH
HO
OH
O
OH
OH
HO
OH
HO
Epioritin-(4β→6)-epioritin--ol (69)
O
OH
OH
HO
OH
O
OH
OH
HO
OH
HO
Epioritin-(4β→6)-epioritin--ol (70)
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
28
OHO
OH
OH
OH
O
O
OH
OH
OH
(-)-Galato de Epicatequina (71)
OHO
OH
OH
OH
O
O
OH
OH
OH
OH
(-)-Galato de Epigalocatequina (72)
OH
O
O O
OH
OH
OH
HO
HO
HO
O
OH
OH
HO
O
Epigalocatequina-5,7-digalato (73)
HO
O
O
O
OH
OH
OH
HO
HO
HO
O
4-O-galactosil aureusidina (74)
Esqualeno (75)
OH
HO O
OH
OH
OH
OH
HO O
OH
OH
OH
OH
HO O
OH
OH
OH
HO O
OH
OH
OH
HO O
OH
OH
OCH
3
OH
HO O
OH
OH
OH
OCH
3
Flavan-3,-4-diol (Teracacidina e análogos) (76)
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
29
OOH
HO O
OH
HO
HO
OH
O
OH
8-C-glucosil- apigenina (77)
OHO
OH O
O
O
OH
OH
OHOH
OH
Astragalina (78)
O
O
HO
OH
H
3
CO
H
3
CO
OH
5,2’,5’-trihidroxi-6,7-dimetoxiflavanona (79)
O
OH
HO
OH
OH
OH
OH
2,3-cis-3,4-cis[(-)melacacidina] (80)
O
OH
HO
OH
OH
OH
+
Cl
-
Delfinidina (81)
OH
OH
HO O
+
OH
OH
Cianidina (82)
O
O
OH
H
3
CO
3’-hidroxi-7-metoxiisoflavona (83)
O
HO
HO
OH
OH
O
O
OH
OH
OH
HO
Sacarose (84)
OCH
3
OH
HO O
OH
OH
CH
3
8-O-metil-flavan-3,4-diol (85)
OCH
3
OH
HO O
OH
OH
3-O-metil-flavan-3,4-diol (86)
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
30
O
O
O
O
O O
O
O
O
O
O
OH
OH
O
O
OH
OH
O
OHHO O
OH
OH
OH
O
HO OH
OHO
HO OH
HO
HO
HO
O
O
HO
HO OH
HO
HO O
O
HO OH
OH
Acido tânico (87)
OH
HO O
OH
OH
OH
OH
HO
O O
Catequina-5- galato (88)
OH
OH
HO
O
OH
OH
OO
HO O
OH
OH
3-D-galactosil-quercetina (89)
OHO
O
OH
OH
OH
Fustina (90)
OHO
O
OCH
3
OH
OH
3-metoxi-fisetina (91)
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
31
OHO
O
OH
OH
OH
OH
Taxifolina (92)
OHO
O
OH
OH
OH
Fisetina (93)
HO
OH O
OH
2’,4’,4-trihidroxichalcona (94)
HO
OH O
2’,4’-dihidroxichalcona (95)
OH
OH
O O
OH
OH
OH
HO
HO
HO
O
Epigalocatequina-7-galato (96)
O
OH
OH
OH
O
O
O
OH
OH
OH
OH
3-O-glicosídeo de quercetina (97)
O
OH
O
HO
HO
HO
OH
OH
OH
OH
OH
OH
OH
2, 3-cis-leucoantocianidina (98)
O
HO
HO
O
Me
OH
O
OH
OH
O
OH
O
HO
OH
4,2´,4´,6´-tetrahidrochalcona--[O-ramnosil-
(1→ 4)- xilosida (99)
O
OOH
H
3
CO O
OH
OH
O
H
OH
H
OH
H
HO
H
H
OH
Ramnitrina (100)
OHO
OH
OOH
OH
O
OH
OHOH
H
3
C
O
Quercitrina (101)
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
32
I.5.3 A Acacia langsdorfii Benth
A espécie A. langsdorfii Benth é uma árvore com distribuição geográfica escassa,
porém bastante encontrada nos estados de Pernambuco e Bahia (Figura 4). É conhecida
popularmente como jurema-toiceira, espinheiro-preto, porém em outros locais, recebe o
nome vulgar monjoleiro e angiquinho (OLIVEIRA et al., 2006; OLMOS et al., 2005).
Não há registro na literatura quanto às propriedades fármaco-terapêuticas desta
espécie. Sabe-se que as frações AcOEt e CHCl
3
do caule foram ativas para a atividade de
inibição da proliferação de linfócitos e tripanocida e a fração AcOEt das folhas
demonstraram atividade inibidora da proliferação de linfócitos e inibidora da produção de
NO. Segundo trabalho realizado por UCHÔA em 2005, da fração CHCl
3
do caule foi
isolado o lupeol e da fração AcOEt das folhas a quercetina.
A
B
Figura 4. A: Detalhe de um Ramo com Folhas, B: Detalhe da Casca do tronco da Árvore.
(http://umbuzeiro.cnip.org.br/fotoweb/Grid.fwx?folderid=5000&search=(IPTC025%20contains%2
0(Acacia%20langsdorfii)) Acesso em: 26/10/2006.)
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
33
I.6 Considerações sobre a Malária e as Imunopatologias
I.6.1 A Malária
A malária humana é a mais conhecida das doenças tropicais parasitárias infecciosas
potencialmente graves, sendo também a mais distribuída, mais antiga e a mais prevalente
na história da Humanidade. (AVERY et al., 2002; SERRA, 2003).
Seu nome tem origem do latim mal aria (mau ar), ou paludismo, palus (região
úmida, pantanosas) como também é popularmente conhecida como febre intermitente, febre
palustre, maleita, paludismo ou impaludismo, perniciosa, sezão, sezonismo, acréscimo,
batedeira, tremedeira e carneirada (REY, 2001).
Segundo a OMS, hoje em dia a malária é considerada grave problema de Saúde
Pública mundial, colocando em risco 40% da população de mais de 100 países (cerca de 2,4
bilhões de pessoas especialmente na África, Ásia e Américas Central e do Sul) ocorrendo
cerca de 300 a 500 milhões de novos casos e entre 1,5 a 2,7 milhões morrem todos os anos
(4% da mortalidade mundial) (Figura 5). É, de longe, a doença tropical e parasitária que
mais causa problemas sociais e econômicos dos mais sérios e complexos que a humanidade
continua enfrentando no século XXI (FORATTINI, 2002; JORGE, 2001; BRASIL, 2002 e
2002b; FERREIRA, 2003; ALVES et al, 2004; GUERRANTE & BLACKWOOD, 1999;
WHO, 2006).
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
34
Figura 5. Ilustração das áreas de risco para malária no mundo. Fonte: WHO 2006.
Na década de 60-70, a malária no Brasil estava confinada à Região Amazônica, com
cerca de 30 mil casos/ano. Porém, com a colonização e a migração desordenada da
população da zona rural, houve um aumento do número de casos para cerca de 600 mil
casos/ano (WHO, 1996; FERREIRA, 1982).
1.6.1.1. Agente etiológico: Plasmodium sp
Esta parasitose tem como agente etiológico protozoários do gênero Plasmodium
transmitida pela picada da fêmea de mosquitos infectados do gênero Anopheles, que se
infecta ao sugar o sangue de um doente. Existem quatro principais espécies de parasitas da
malária que infectam humanos, P. falciparum, P. vivax, P. malariae, P. ovale sendo, as três
primeiras, as causadoras da doença no Brasil (FUNASA, 2002). Estes insetos possuem
hábito crepuscular e noturno, e as fêmeas depositam seus ovos em ambientes naturais, em
coleções de água de tamanho variado. (FRADIN, 2002; DUTRA, 2001).
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
35
As formas mais graves da doença e a maioria das mortes no Brasil são causadas
pelo P. falciparum (AVERY et al., 2002). Nessa forma, o parasito multiplica-se mais
rapidamente e, consequentemente, invade e destrói mais hemácias que as outras espécies,
causando, assim, um quadro de anemia mais imediato. Além disso, os glóbulos vermelhos
parasitados pelo P. falciparum sofrem alterações em sua estrutura, que os tornam mais
adesivos entre si e às paredes dos vasos sanguíneos, causando pequenos coágulos que
podem gerar problemas cardíacos como tromboses e embolias. No caso de infecção por P.
falciparum, também existe uma chance em dez de se desenvolver o que se chama de
malária cerebral, responsável por cerca de 80% dos casos letais da doença.
1.6.1.2. Ciclo biológico
O conhecimento do ciclo biológico do parasito é da maior importância para o
desenvolvimento de novas drogas eficazes para cada fase. Esta se apresenta em 3 fases,
sendo uma no mosquito e duas no homem (uma hepática e outra intra-eritrocítica). A
infecção pela malária começa quando o mosquito do gênero Anopheles contaminado
inocula, no ser humano, o protozoário na sua forma esporozoíta. Após a inoculação das
formas infectantes, passa-se um breve período em que os esporozoítas circulam livres pelo
sangue. Neste curto período alguns deles são fagocitados, porém vários podem alcançar o
fígado onde infectam hepatócitos e sofrem a primeira divisão assexuada (esquizontes).
Decorrido alguns dias, as células do fígado se rompem com liberação de merozoítas. Após,
esta fase inicial de replicação no gado, o parasita sofre outra multiplicação assexuada em
eritrócitos. As formas merozoítas liberadas infectam as hemácias onde se multiplicam em
ciclos variáveis de 24 a 72 horas, produzindo novos merozoítas. Os parasitas do estágio
eritrocítico são responsáveis pelas manifestações clínicas da doença.
Alguns parasitas se diferenciam em gametócitos no estágio sexual eritrocítico. Os
microgametócitos (macho) e os macrogametócitos (fêmea) são ingeridos pelo Anopheles
durante uma picada. A multiplicação do parasita no mosquito é conhecida como ciclo
esporogônico. Uma vez no esmago do mosquito, o microgameta penetra no macrogameta
gerando zigotos. Os zigotos invadem a parede do intestino onde se desenvolvem para
formar oocistos. Os oocistos crescem, rompem e liberam esporozoítas que migram até a
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
36
glândula salivar do mosquito. A inoculação dos esporozoítas em um novo ser humano
perpetua o ciclo de vida da malária (GOODMAN e GILMAN, 2001; RANG et al., 2003).
1.6.1.3. Tratamento e perspectivas
Muitos produtos naturais estão presentes no histórico de descobertas dos
antimaláricos, seja como fonte primária (Figura 6) ou como substrato em novas sínteses
(análogos).
A quinina, alcalóide isolado em 1820 da Cinchona officinalis, foi o primeiro
medicamento utilizado para o tratamento da malária. Devido à resistência à quinina, outros
antimaláricos foram obtidos por síntese. A cloroquina (1934), a mefloquina (1930), a
primaquina (1924), e a mepacrina (1930) são exemplos destes análogos (REY, 1991;
BJORKMAN, 2002). A cloroquina foi o antimalárico mais efetivo e com custo acessível,
porém o uso indiscriminado, como monoterapia, levou logo ao surgimento de resistência
principalmente frente ao P. falciparum (DUTRA, 2001).
Outros produtos naturais utilizados como antimaláricos foram a febrifugina, isolada
de Dichroa febrifuga e a artemisinina, isolada de Artemisia annua. Esta já foi muito utilizada,
entretanto, suas propriedades farmacocinéticas, inadequadas ao uso terapêutico, e sua baixa
solubilidade fizeram surgir diversos análogos sintéticos modificados, como o artemeter
(ROBERT e MEUNIER, 1998).
Febrifugina
Quinina
Artemisinina
Figura 6. Antimaláricos isolados de fontes naturais (OLIVEIRA, 1995; PETERS, 1980; REY,
1991).
N
O
O
N
N
HO
H
N
N
H
O
H
M
e
O
H
O
HH
H
H
O
O
O
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
37
Pode-se perceber, que durante as décadas de 80 e 90, a resistência de cepas
resistentes a algumas drogas, em especial do P. falciparum, foi um grande problema na
terapêutica o qual permanece até hoje colocando a malária em contínua ascensão tornando
o seu controle difícil (REYES 1981; WHO 2002).
A malária hoje é um dos maiores problemas brasileiros (principalmente na região
Norte) e nos últimos anos vem sendo muito alta a velocidade de crescimento de sua taxa de
incidência, acompanhando uma tendência mundial. (OMS, 2005; OLLIARO e TAYLOR,
2003; GARDINER et al., 2004; BARNES e WHITE, 2005).
Os derivados semi-sintéticos da artemisinina (artesunato, artemeter) constituem uma
classe de antimaláricos que aparentemente não induziu desenvolvimento de cepas de P.
falciparum resistentes (GARDINER et al., 2004; RANG et al., 2003). Logo, em 2001, 40
países adotaram oficialmente a terapia com derivados de artemisinina como tratamento de
malária por P. falciparum (NOEDL, 2005).
Ainda assim, o número de medicamentos viáveis atualmente para o tratamento da
malária é baixo (MYINT et al., 2003). Diante desta necessidade para controlar a
disseminação, exigi-se a busca alternativa de novas drogas e a adoção de associações
medicamentosas. Dentro deste contexto, as plantas, devido ao seu histórico antimalárico e à
sua grande biodiversidade inexplorada, continuarão sempre sendo fontes promissoras de
novos compostos antimaláricos (GREENWOOD e MUTABINGWA, 2002; FERREIRA,
1982).
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
38
I.6.2 As imunopatologias
A imunopatologia é uma deficiência no mecanismo fisiológico de regulação da
resposta imunológica podendo estar relacionadas a fatores genéticos, ambientais e
terapêuticos favorecendo o estabelecimento de infecções. Assim, as drogas
imunomoduladoras atuam estimulando ou suprimindo este sistema de forma a prezar por
sua estabilidade. De forma geral, a imunoestimulação gera uma exarcebação da resposta de
defesa, enquanto que a imunossupressão implica na diminuição da atividade imunológica.
Dentre as doenças autoimunes encontra-se a artrite reumatóide, o diabetes mellitus
tipo I, o lúpus eritematoso sistêmico e a esclerose múltipla, além de reações alérgicas, como
a asma. Essas doenças são um problema de saúde global, pois estão crescendo em
proporções epidêmicas (KRENSKY et al., 2001) e requerem rapidez na pesquisa e
desenvolvimento de novos tratamentos. Além disto, estudos mostram que a incidência das
imunopatologias tende a aumentar com o envelhecimento da população, tendo em vista o
aumento da expectativa de vida do ser humano (ROEP, 2003).
Outro ponto interessante intimamente relacionado ao desenvolvimento de novos
imunomoduladores é a terapêutica de transplante de órgãos como solução no tratamento de
diversas patologias. Contudo, a rejeição aos aloenxertos permanece como o principal
obstáculo responsável pela dificuldade da utilização deste procedimento fazendo com que o
campo de investigação de novas drogas imunossupressoras seja urgente, uma vez que ainda
não se atingiu o controle da rejeição alogênica nos transplantes.
Fármacos com ação moduladora da ativação de macrófagos e linfócitos, como os
corticosteróides, têm sido amplamente utilizados para o controle de respostas
imunoinflamátorias indesejadas (KRENSKY et al., 2001). Os corticóides estão entre os
medicamentos imunossupressores mais amplamente utilizados, porém eles têm a
desvantagem de provocar vários efeitos colaterais. No caso dos corticóides, alguns dos
efeitos colaterais observados são o retardo no crescimento, necrose avascular de medula,
osteopenia, úlcera péptica, aumento do risco de contrair infecções, aparecimento de
catarata, hiperglicemia e hipertensão, hiperlipidemia e também nefrotoxicidade
(BURDMAN et al., 2003; KRENSKY et al., 2001).
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
39
Outra droga imunossupressora muito utilizada na rotina clínica é a ciclosporina
(SCHREIBER & CRABTREE, 1992). No entanto, essa droga ocasiona diversos efeitos
adversos, tais como tremores, hipertensão, hiperlipidemia, nefrotoxicidade, dentre outros
(BURKE et al., 1994). Modelos animais têm demonstrado que a administração de
ciclosporina em camundongos no período de gestação aumenta o risco de desenvolvimento
de doença autoimune nos recém nascidos (CLASSEN, 1998).
Os corticóides têm seu mecanismo de ação imunomodulador baseado na diminuição
do número de linfócitos no sangue periférico, na regulação da transcrição de diversos genes
e na indução de apoptose, sendo que este último efeito do aumento da concentração do IkB,
reduzindo a ativação do NFkB, resulta no aumento da apoptose das células ativadas. É de
importância central na ação dos esteróides a diminuição da produção de importantes
citocinas pró-inflamtorias, tais TNF-α, Il-1 e Il-6, diminuindo consequentemente a ação de
macrófagos e linfócitos (KRENSKY et al., 2001). A ciclosporina, droga inibidora da
calcineurina tem seu mecanismo de ação baseado na inibição da transdução de sinal,
desencadeada pela ativação do receptor de linfócitos T, reduzindo a produção de linfocinas,
incluindo a Il-2, como também a expressão de proteínas antiapoptóticas. O tacrolimus
também inibe a ativação de células T através da inibição da calcineurina (KRENSKY et al.,
2001).
A ativação de macrófagos leva à produção de vários mediadores imunológicos
solúveis, tais como citocinas, prostaglandinas, leucotrienos e radicais livres de oxigênio e
de nitrogênio. O óxido nítrico (NO) é um radical livre gasoso, produzido por uma família
de enzimas, incluindo a óxido nítrico sintase constitutiva e a óxido nítrico sintase induzível
(iNOS) em processos inflamatórios (ASLAN, 2002; BOGDAN, 2001; KAUFMANN &
KABELITZ, 1998; COTRAN et al., 2000). Sendo assim, substâncias capazes de inibir a
ativação de macrófagos têm potencial utilização como imunomoduladores.
Além dos glicocorticóides, os inibidores de calcineurina e os agentes
antiproliferativos/antimetabólicos também são bastante utilizados, tendo um alto grau de
sucesso clínico na rejeição aguda a transplante de órgãos e doença autoimune severa. No
entanto, tais terapias requerem o tratamento contínuo com fármacos imunossupressores ao
longo da vida do paciente e causam supressão do sistema imune como um todo, expondo o
Cap. I. Introdução
Natalia Velásquez Oliveira
40
paciente a altos riscos de infecção. Em adição, essas terapias estão associadas a um risco
potencial de morte e lesão irreversível de órgãos (SIMON, 2004).
Desta forma, têm surgido novas drogas, onde algumas atingiram inclusive aplicação
clínica. Entretanto, com todo o avanço na área do controle da rejeição, as drogas existentes
ainda não obtiveram sucesso total no controle desta. Por esse motivo, tem sido constante a
busca por novas drogas com maior eficácia e menos efeitos colaterais. Neste sentido, têm-
se estudado cada vez mais ações imunomoduladoras (RYAN & SHINITZKY, 1979,
MARCUS, 1984 e HAKOMORI, 1990), tornando de grande relevância a descoberta de
novas drogas imunomoduladoras.
Diante destas considerações, é de extrema relevância a identificação de novas
drogas, que apresentem atividade contra doenças autoimunes, reações alérgicas e rejeição a
transplantes, uma vez que tratamentos existentes para essas patologias dependem de drogas
com uma grande variedade de efeitos colaterais e alto custo.
Recentes estudos ainda em fase de conclusão relatam que os GSLs (gangliosídeos)
mostraram inibir a linfoproliferação e a produção de IL-2 de ratos "in vitro" (MONTERO et
al., 1994). Tem-se estudado também a ação imunomoduladora de um subtipo de GSL, que
apresentam como característica a presença de um ou mais resíduos de ácido siálico em sua
cadeia. foi demonstrada também a sua ação imunomoduladora sobre linfócitos de ratos
"in vitro", não provocando alterações morfológicas no rim e intestino delgado quando
usado subagudamente (MONTERO et al., 2000).
Espécies vegetais podem ser uma excelente fonte de substâncias com atividade
imunomoduladora apresentando maior eficácia e menos efeitos colaterais. Recentemente,
foi demonstrado que substâncias químicas extraídas da espécie vegetal Crotalaria pallida
inibem a produção de NO in vitro de forma concentração dependente (WENG et al., 2003).
Outros exemplos de moléculas com atividade imunomoduladora são as fisalinas, seco-
esteróides purificadas da espécie Physalis angulata e que apresentam potente atividade
inibidora da produção de óxido nítrico in vitro e in vivo (SOARES et al., 2003) e a espécie
Dendrobium nobile da qual isolou-se um sesquiterpeno com atividade inibidora da
proliferação de linfócitos (ZHAO et al., 2001). Assim, o isolamento e identificação de
novos imunomoduladores a partir de vegetais apresenta-se como um grande campo a ser
explorado cientificamente (PHILLIPSON, 2003).
41
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
T
U
U
L
L
O
O
I
I
I
I
P
P
A
A
R
R
T
T
E
E
E
E
X
X
P
P
E
E
R
R
I
I
M
M
E
E
N
N
T
T
A
A
L
L
42
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
Capítulo II. Parte experimental
A parte experimental fitoquímica foi realizada no Laboratório de Pesquisa em
Recursos Naturais (LaPqRN) do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB) da Universidade
Federal de Alagoas (UFAL).
II.1 - Reagentes, solventes e equipamentos
Os solventes utilizados para partições, filtrações e colunas cromatográficas foram
previamente destilados a partir de solventes de grau comercial. Para recristalizações e
lavagens de compostos semi-puros foram utilizados solventes de grau PA das marcas VETEC
(Brasil), MERK (Alemanha) e ALDRICH (EUA) ou destilados mais de uma vez com
posterior secagem com Na
2
SO
4
por 24 h. Em relação à espectroscopia foram utilizados
solventes deuterados das marcas ALDRICH e SIGMA. Para a preparação dos extratos brutos
iniciais utilizou-se etanol 90 % comercial da marca HEIZOG (Brasil).
Em filtrações e separações cromatográficas, utilizou-se como adsorvente gel de sílica
60 G utilizando os diâmetros de 230-400 mesh e 70-230 mesh da marca MERC (Darmastad-
Alemanha) dependendo do critério da separação. O comprimento e o diâmetro das colunas
variaram conforme as quantidades das amostras e de sílica gel a serem utilizadas. A
quantidade utilizada do adsorvente foi de aproximadamente 15 a 20 vezes a quantidade em
massa da amostra.
As soluções de grande volume foram concentradas utilizando-se evaporador rotativo
sob pressão reduzida da marca BÜCHI (modelo RE-114V). Soluções de pequeno volume (1-3
mL) foram concentradas em capela com exaustor a temperatura ambiente.
Nas análises utilizando a cromatografia em camada delgada utilizou-se para os
extratos iniciais placas de vidro (6 x 9,5 cm) contendo uma camada de 0,25 ou 0,50 mm de
gel de sílica GF254 da Merck.
A preparação das cromatoplacas foi feita utilizando-se suspensão de gel de sílica (10g)
em água destilada (22 mL), distribuídas sobre placas de vidro, através de espalhador mecânico
e ativadas a 100 ºC em estufa por 1 hora. Nas análises das frações após filtrações e colunas
foram utilizadas placas de sílica pré-fabricadas (Sílica G TLC Plates w/UV 254) da marca
TEDIA BRASIL.
43
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
O critério de pureza adotado foi à observação de uma única mancha em placa de
camada delgada de sílica, variando-se a fase móvel e os reveladores como também pela
nitidez da faixa do ponto de fusão (em aparelho MQAPF-301, da Microquímica).
As placas cromatográficas foram visualizadas em análises gerais por irradiação com
luz na região do ultravioleta, nos comprimentos de onda de 254 e 366 nm (SPECTROLINE,
modelo ENF-260 CIF), por imersão em cuba contendo vapores de Iodo, por borrifação com
solução ácida de sulfato cérico, solução de anisaldeído 1% em ácido acético, solução de ácido
fosfomolibídico 2,5% em etanol, reagente de Dragendorff, solução de AlCl
3
a 1% em etanol e
reagente de LIEBERMANN-BURCHARD. Após borrifadas (exceto as borrifadas com
solução de AlCl
3
), as placas foram aquecidas em estufa a 100ºC por 10 minutos.
As pesagens foram efetuadas em balança analítica eletrônica e semi-analítica. Nas
solubilizações utilizou-se banho ultra sônico da marca UNIQUE (Ultra cleaner 1400) ou
aquecimento em água quente.
Os espectros na região do infravermelho foram obtidos na Central Analítica do
Instituto de Química da Universidade de São Paulo. Utilizou-se pastilhas de KBr contendo
aproximadamente 1% da amostra sólida. A freqüência de absorção foi medida em unidade de
número de onda (cm
-1
).
Os espectros de RMN foram obtidos em um espectrômetro da marca BRUKER
AVANCE 400 MHz
1
H/100 MHz
13
C no Laboratório Ressonância Magnética Nuclear
(LRMN) da UFAL realizadas pelo MsC. Marcos Sá sob coordenação do Prof. Dr. Edson de
Souza Bento. Os deslocamentos químicos foram registrados em unidade δ e as constantes de
acoplamento dadas em Hz. O tetrametilsilano (TMS) foi usado como padrão de referência
interno e como solventes foram utilizados CDCl
3
, CD
3
OD e CD
3
COCD
3
, como indicado em
cada espectro. Os dados de RMN de
1
H, RMN de
13
C foram coletados e processados no
LRMN/UFAL, utilizando o programa TOPSPIN.
Os espectros de massas foram obtidos em um espectrômetro da marca Shimadzu,
modelo GCMS-QP5050A (Shimadzu - Kyoto - Japão). Foi utilizado He como gás de arraste e
os espectros de massas foram obtidos por ionização química no modo positivo. As análises
foram realizadas no LPqRN da UFAL pelo Prof. Dr. Johnnatan Duarte de Freitas.
A rotação óptica foi realizada na UFAL pelo MsC. Alan John Duarte de Freitas. Foi
utilizado o polarímetro Rudolph Research Analytical (AUTOPOL IV, Automatic
Polarimeter), em cubeta de 10 cm, comprimento de onda de 589 nm e temperatura de 25 °C.
44
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.2 - Composição Química dos reveladores
Solução ácida de sulfato cérico 0,7 g de sulfato de cério (IV) [Ce(SO
4
)
2
] foram dissolvidos
em 20,0 mL de água destilada e depois adicionados a esta solução 7,0 mL de ácido sulfúrico
concentrado (H
2
SO
4
). Em seguida completou-se o volume com água destilada para 100 mL de
solução.
Solução de anisaldeído em ácido acético 1,0 mL de anisaldeído (C
8
H
8
O
2
) foi dissolvido em
20,0 mL de ácido acético (CH
3
COOH) e 2,0 mL de ácido sulfúrico concentrado (H
2
SO
4
). Em
seguida completou-se o volume com ácido acético para 100,0 mL de solução.
Solução de ácido fosfomolibídico em etanol 2,5 g de ácido fosfomolibídico
(H
3
[P(Mo
3
O
10
)
4
].H
2
O) foram dissolvidos em 20,0 mL de etanol (CH
3
CH
2
OH). Em seguida
completou-se o volume com etanol para 100,0 mL de solução.
Reagente de Dragendorff 5,0 g de subnitrato de bismuto (BiONO
3
) foram dissolvidos em
50,0 mL de água destilada, seguido da adição de 12,0 mL de ácido clorídrico (HCl)
concentrado a 36% sob agitação. Em seguida, adicionou-se lentamente 25,0 g de Iodeto de
Potássio (KI). Após a dissolução, o volume foi completado com água destilada para 100,0 mL
de solução. A 25,0 mL desta solução foram adicionados 18,0 mL de Ácido acético
(CH
3
COOH) glacial, completando-se o volume final da solução com água destilada para
100,0 mL.
Reagente de Liebermann-Burchard
0,1 mL de ácido sulfúrico concentrado (H
2
SO
4
) foram adicionados a 5,0 mL de ácido acético
(CH
3
COOH).
Solução de cloreto de alumínio
Solução de Cloreto de alumínio (AlCl
3
) a 1% em etanol (CH
3
CH
2
OH).
45
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.3 Material Botânico
O material botânico foi coletado no município de Rio de Contas, estrada para Jussiape
no estado da Bahia, no ano de 2003, pela equipe de botânicos do IMSEAR coordenado pela
Profª Drª Ana Maria Giuletti da Universidade Estadual de Feira de Santana-BA. O material
vegetal foi previamente desidratado e, após secagem, recebeu identificação botânica. As
folhas (exsicata AMG 2014) e caule (exsicata AMG 1814) chegaram separados das outras
partes da planta, estabilizadas e secas.
II.4 Obtenção/preparação dos extratos
O grupo do LPqRN anteriormente havia realizado o estudo químico das folhas e do
caule da A. langsdorfii Benth, devido às propriedades tripanocidas, inibidoras da
linfoproliferação e geração de NO realizados pelo IMSEAR. O estudo fitoquímico do caule
possibilitou o isolamento do lupeol da fração clorofórmio e das folhas a quercetina da fração
acetato de etila (UCHÔA et. al., 2005).
Todo o estudo químico das folhas desta tese seguiu em cima de nova preparação do
extrato bruto. No entanto, o estudo químico do caule foi oriundo de frações de partição do
estudo anterior devido à falta inicial do material botânico e também principalmente por haver
interesse em continuar o trabalho do caule nestas outras frações não analisadas.
II.4.1 Extrato das folhas
As folhas foram pulverizadas em moinho tipo forrageira da marca Nogueira (Itapira-
SP), com tamanho de 2.5 mm apresentando peso total de 4,30 kg. O material depois de
reduzido a foi submetido à extração a frio com quantidade de etanol a 90% suficiente para
cobrir o material (20 L) em percolador de aço inoxidável à temperatura ambiente (25-27 C)
Parte da planta
Fração ativa
Atividade apresentada
Substância isolada
Folhas
AcOEt
Inibidora da
linfoproliferação e da
geração de NO
Quercetina
Caule
CHCl
3
Inibidora da
linfoproliferação e
tripanocida
Lupeol
AcOEt
-----
46
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
por 3 dias e filtrado. O resíduo foi extraído mais duas vezes da mesma maneira. A solução foi
filtrada e o solvente removido por destilação a pressão reduzida em aparelho rotatório
colocando o extrato em um frasco pesado. Foram obtidos 498,88 g (11,6%) de extrato
etanólico bruto (EF) concentrado e homogêneo.
II.4.2 Extrato do caule
O material do caule apresentava 10,3 kg e seu foi submetido à extração a frio com
etanol a 90% em percolador à temperatura ambiente (25-27 C) por 3 dias e filtrado. O resíduo
foi extraído mais duas vezes da mesma maneira. Após a evaporação do solvente por
destilação a pressão reduzida em aparelho rotatório foram obtidos 451g (4,4%) de extrato
etanólico bruto (EC) concentrado e homogêneo.
II.5 Preparações das amostras para análises de RMN e IV
As amostras puras foram secas em pistola por 8 horas com vácuo realizado por um
período de 10-15 minutos em intervalos de 1 hora. Após secas, essas foram mantidas em
frasco com tampa hermeticamente fechada evitando entrada de umidade.
II.6 Prospecção Fitoquímica
Tanto os extratos brutos do caule e da folha como os extratos pós partições seguiram
procedimento conforme metodologia qualitativa abordada em MATOS, 1997.
Foram pesadas sete porções de 3 mg de cada extrato onde esses foram dissolvidos em
3-4 mL de etanol. Os extratos foram colocados em tubos de ensaio numerados de 1 a 7. Em
cada tubo foi realizado os testes de acordo com a seqüência a seguir.
II.6.1 Teste para fenóis e taninos
No tubo de ensaio de mero 1, foram adicionadas três gotas de solução alcoólica de
FeCl
3
1 mol/L. Agitou-se bem e observou-se variação de cor e/ou formação de precipitado
escuro abundante. O resultado foi comparado com um teste em branco, usando-se água e
FeCl
3
.
47
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
A solução de cloreto férrico (FeCl
3
) foi preparada adicionando-se 9 g deste reagente
em 50 mL de água destilada contendo 2 mL de ácido clorídrico 3 mol/L. Em seguida
completou-se o volume para 100 mL com etanol em um balão volumétrico. A solução de HCl
3 mol/L foi obtida através da adição de 33,3 mL do ácido concentrado em água destilada
suficiente para 100 mL de solução, em um balão volumétrico.
II.6.2 Teste para antocianinas, antocianidinas e flavonóides
Tomaram-se os tubos numerados de 2, 3, e 4. O tubo de número 2 foi acidulado a pH 3
com a solução pré-preparada de HCl 3 mol/L.
Os tubos 3 e 4 foram alcalinizados com a solução de NaOH 1 mol/L preparada com 4g
deste reagente concentrado num volume de 100 mL de água destilada de solução;
respectivamente a pH 8,5 no tubo 3 e pH 11 no tubo 4.
A observação de qualquer mudança da coloração da solução foi interpretada como
mostrado a seguir:
Constituintes
Cor em meio
Ácido
(pH 3)
Alcalino (pH 8,5)
Alcalino
(pH 11)
Antocianinas e antocianidinas
Vermelha
Lilás
Azul-púrpura
Flavonas, flavonóis e xantonas
-
-
Amarela
Chalconas e auronas
Vermelha
-
Vermelho Púrpuro
Flavanonóis
-
-
Vermelho Laranja
II.6.3 Teste para Leucoantocianidinas, Catequinas e flavanonas
No tubo numerado 5 e 6, acidulou-se um deles por adição de HCl a pH 1-3 e
alcalinizou-se o outro com NaOH até pH 11. Aqueceu durante 2-3 minutos, cuidadosamente.
Observou-se qualquer modificação na cor por comparação com os tubos correspondentes
usados no teste anterior.
O aparecimento ou intensificação de cor indicou a presença ou ausência de
constituintes especificado a seguir.
48
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
Constituintes
Cor em meio
Ácido
Alcalino
Leucoantocianidinas
Vermelha
-
Catequinas (Taninos catéquicos)
Pardo-amarelada
-
Flavononas
-
Vermelho Laranja
II.6.4 Teste para flavonóis, flavanonas, flavanonóis e xantonas
No tubo de número 7, foram adicionados alguns miligramas de magnésio granulado e
0,5 mL de HCl concentrado. O término da reação foi indicado pelo fim da liberação de gás.
Observou-se por comparação a mudança na cor da mistura da reação nos tubos 5 e 7.
O aparecimento ou intensificação da cor vermelha é indicativo da presença de
flavonóis, flavanonas, flavanonóis e/ou xantonas, livres ou seus heterosídios.
II.6.5 Teste para esteróides e triterpenóides
Adicionou-se 10 mL de uma solução etanólica de cada extrato em béqueres e deixou-
se secar em banho-maria. Extraiu-se o resíduo seco de cada béquer três vezes com porções de
1-2 mL de CHCl
3
. Separaram-se os extratos em tubos diferentes e colocaram-se algumas
gotas de CHCl
3
. Filtrou-se a solução clorofórmica em um pequeno funil fechado, coberta com
miligramas de Na
2
SO
4
anidro, para um tubo de ensaio bem seco. Adicionou-se 1 mL de
anidrido acético e agitou-se suavemente. Adicionaram-se cuidadosamente três gotas de H
2
SO
4
concentrado. Agitou-se suavemente e observou-se o rápido desenvolvimento de cores.
A coloração azul seguida da verde permanente é um indicativo da presença de
esteróides livres. Coloração parda até vermelha indica triterpenóides pentaciclicos livres.
II.6.6 Teste para saponinas
Tomaram-se os resíduos insolúveis em clorofórmio, separados no teste anterior,
solubilizou-se em água destilada e filtrou-se a solução para um tubo de ensaio. Agitou-se
fortemente o tubo com a solução, por dois a três minutos e observou-se a formação da
espuma.
Uma espuma persistente e abundante (colarinho) indica a presença de saponinas
(heterosídeos saponínicos).
49
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.6.7 Teste para alcalóides
No tubo de número 6, adicionaram-se três gotas do reagente de Dragendorff.
Observou-se a formação de precipitado característico.
Preciptado floculoso, pesado e de coloração alaranjada é indicativo da presença de
alcalóides.
Os extratos foram separados em tubos diferentes, solubilizados com metanol e
submetidos à cromatografia em camada delgada. Após eluição, a placa foi revelada com
reagente de Dragendorff. O surgimento de manchas de cor alaranjada sugere a presença de
alcalóides.
Tomou-se 1/3 da solução aquosa obtida de 10 mL do extrato alcoólico filtrado em pH
4, juntou NH
4
OH e adicionou-se gotas aos poucos até pH 11 e extraiu-se as bases orgânicas
com 3 porções sucessivas de 30, 20 e 10 mL da mistura éter clorofórmio (3:1), em um funil de
separação. Retirou-se a solução éter-clorofórmio e secou-se com Na
2
SO
4
anidro para eliminar
o excesso de água. Separou-se o filtrado em 2 porções. Deixou-se secar uma delas para teste
em cromatoplaca e re-extraiu-se as bases orgânicas da outra, com 3 pequenas porções
sucessivas de HCl diluído (0,1mol/L). Rejeitou-se a solução éter-clorofórmica e repartiu a
solução aquosa ácida obtida, em 3 tubos de ensaio. Adicionou-se a cada tubo,
respectivamente, 3 gotas dos reagentes de precipitação de alcalóides, Hager, Mayer, e
Dragerdorff. Observou-se a formação de precipitado:
- Precipitado floculoso, pesado em pelo menos dois tubos era indicativo de Alcalóides.
- Os alcalóides que precipitaram facilmente com o reagente de Hager foram separados como
picratos a partir de extrato aquoso ácido.
O reagente de Hager ou solução saturada de ácido pícrico foi preparado dissolvendo
12 g de ácido pícrico em 100 mL de água quente. Deixou esfriar e filtrou-o. Este foi
conservado em frasco de tampa esmerilhada.
50
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.7 Ensaios biológicos
II.7.1 Avaliação da atividade Moluscicida
O teste foi realizado com o caramujo B. glabrata na fase adulta e em massa de ovos,
de acordo com o protocolo da (OMS, 1994). Os bioensaios foram realizados no laboratório de
bioensaios da UFAL sob a supervisão da MsC. Cenira Monteiro de Carvalho.
O ensaio biológico para atividade moluscicida consistiu basicamente na imersão do
caramujo ou sua desova em uma solução aquosa do extrato ou fração sob investigação, nas
concentrações apropriadas. No bioensaio preliminar foram utilizados 5 caramujos e uma
desova, com 0-24 h de idade, por concentração em duplicata. No bioensaio final, foram
utilizados 10 caramujos, mantendo sempre a relação de 25 mL de solução por caramujo e,
uma desova testada por concentração. Cada concentração foi testada em triplicata.
Os extratos e frações que apresentaram atividade moluscicida (mínima de 40% a 100
ppm foram utilizados em ensaios quantitativos. Da mesma forma que, apenas os extratos com
atividade moluscicida significativa (que promoveram no mínimo 55% de mortalidade a 50
ppm) são testados frente à desova do B. glabrata.
Foram realizados, paralelamente, testes de controle com água desclorada, dimetil-
sulfóxido a 0,1 % e o moluscicida sintético comercialmente disponível, niclosamida a 3
mg/mL.
Os dados, concentração x mortalidade dos organismos alvo, foram submetidos a
tratamento estatístico utilizando o programa Probity, para a determinação dos valores de
Concentrações Letais (CL
90
, CL
50
e CL
10
).
II.7.2 Avaliação da atividade larvicida
O experimento foi realizado no laboratório de bioensaios larvicida do IQB da UFAL
sob a supervisão do MsC. Karlos Antônio Lisboa Ribeiro Júnior.
Foram preparadas soluções com água destilada a 1 % de DMSO, para os testes
preliminares na concentração inicial de 500 ppm para os extratos. Em seguida, foram
colocadas em um aparelho de ultra-som para a solubilização.
Nos bioensaios preliminares foram utilizadas larvas de A. aegypti do quarto instar
fazendo três repetições, cada parcela experimental constou de 10 larvas , que foram colocadas
51
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
em copos descartáveis de 200 mL contendo 20 mL de solução teste. Os extratos que tiveram
um percentual de mortalidade igual ou superior a 50% tiveram prosseguimento nas análises.
Nos ensaios quantitativos foram utilizadas 25 larvas em quatro repetições, suas concentrações
foram delimitadas pelos resultados preliminares.
As larvas foram consideradas mortas quando não conseguiram atingir a superfície da
solução quando o recipiente foi agitado. A contagem das larvas foi realizada a hora 0 (início
do experimento), 24 h e 48 h. Como controle negativo foi utilizado uma solução a 1% de
DMSO e como controle positivo foi usado a Rotenona.
Os dados, concentração x mortalidade dos organismos alvo, foram submetidos a
tratamento estatístico utilizando o programa Probity, para a determinação dos valores de
Concentrações Letais (CL
90
, CL
50
e CL
10
).
II.7.3 Avaliação da citotoxicidade, inibição de proliferação de P. falciparum, inibição
da produção de óxido nítrico e da inibição de linfoproliferação
Em parceria com o IMSEAR, os bioensaios foram realizados por colaboradores do
Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia localizado no Centro de Pesquisa
Gonçalo Moniz da Fundação Oswaldo Cruz Bahia. A metodologia descrita a seguir foi
desenvolvida pelo grupo colaborador.
II.7.3.1 Animais
Os camundongos utilizados para o desenvolvimento deste trabalho foram provenientes
do Biotério do Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz Bahia.
Preferencialmente foram utilizados camundongos machos e fêmeas, com idade aproximada de
oito semanas, da linhagem BALB/c, sendo as linhagens C57B1/6, CBA e Swiss Webster
também utilizadas.
II.7.3.2 Avaliação da citotoxicidade
Para a determinação da concentração atóxica para células de mamíferos, os extratos e
frações foram avaliados em diferentes concentrações (0,1, 0,01 e 0,001 mg/mL e
eventualmente a 0,05 e 0,005 mg/mL). Para este ensaio, foram utilizadas células de baço (6 x
52
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
10
5
/poço) de camundongos isogênicos incubadas na presença das amostras e de timidina
tritiada, durante 24 h. Cada concentração das drogas foi avaliada em triplicata em placa de 96
poços, em estufa úmida a 37 ºC, com 5 % de CO
2
. A cultura de células de baço foi feita em
meio de cultura Dulbeco’s Modified Eagle Meduim (DMEM) completo (suplementado com
soro bovino fetal a 10 % e gentamicina a 50 µg/mL). As drogas foram diluídas em meio de
cultura no dia da realização do experimento. A timidina tritiada foi adicionada de forma a
obter uma concentração final de 1 µCi por poço.
Para este ensaio, dois controles foram feitos: um controle sem tratamento, no qual se
incubou somente células e timidina tritiada, e um controle de células tratadas com saponina
(concentração final de 0,05 %), substância com reconhecida atividade citotóxica. Após o
período de incubação, as células foram coletadas em um filtro de fibra de vidro, utilizando-se
um coletor de células (Filtermate 196, Packard, Meriden, CT, EUA). Os filtros foram secos à
temperatura ambiente durante 24 horas e, posteriormente, lidos em contador de radiação beta
(Beta Counter, Packard, Meriden, CT, EUA). O percentual de citotoxicidade foi determinado
comparando-se os valores de radiação incorporados pelas células incubadas na presença dos
extratos com os valores do controle não tratado. A concentração dos extratos e frações
utilizada para os ensaios posteriores foi a mais elevada que apresentasse uma toxicidade de
até 30 %.
II.7.3.3 Avaliação da inibição de proliferação de P. falciparum
Foram usadas formas sanguíneas da cepa W2 de P. falciparum com 1-2% de
parasitemia, sincronizadas, suspensas em RPMI completo com hematócrito de 2,5%,
distribuídas em microplacas (96 poços) de poliestireno de fundo chato (Falcon), 200 μL por
poço. Após 1 h de incubação a 37
o
C acrescentou-se a cada poço 25 μL de meio contendo as
diferentes concentrações das frações teste ou o controle com antimalárico de referência
(mefloquina). Os controles usados foram hemácias infectadas (controle positivo) e hemácias
não infectadas (controle negativo) do mesmo grupo sanguíneo e na mesma concentração.
Após 24 horas de incubação a 37
o
C em concentração ideal de O
2
as placas foram removidas e
adicionados 25 μL da solução de [
3
H]-hipoxantina (1μCi/mmol), retornando por mais 18
horas de incubação. Após este segundo período de incubação, as microplacas foram colocadas
a -70
o
C por 6-18 horas para promover a lise das hemácias. As amostras foram então aspiradas
pelo coletor de células (Cell Harvester 96 Skatron Instruments), os filtros secados (Filtermat
53
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
A 1250 ou 1450-421) em estufa de secagem (40
o
C) por 1-2 horas foram colocados em sacos
plásticos apropriados (sample bags 1250 ou 1450-432) onde se adicionou 4 mL do líquido de
cintilação (Optphase “Supermix”). Depois de selados os filtros foram acoplados aos cassetes
de leitura e lidos pelo Betaphase ou Microbeta reader (Wallac-Perkin Elmer) para medida da
incorporação da [
3
H]-hipoxantina em CPM. A viabilidade do P. falciparum foi avaliada pela
função da regressão não linear usando o programa NFIT (MicroCal software, Inc) usada para
determinar as concentrações inibitórias 50% (IC
50
).
II.7.3.4 Avaliação da inibição da produção de óxido nítrico
Com o objetivo de avaliar o efeito dos extratos e frações de vegetais quanto à inibição
da produção de óxido nítrico, utilizaram-se macrófagos do exsudato peritoneal de
camundongos injetados, por via intraperitoneal, com tioglicolato a 3% em salina. A
microextração peritoneal, com meio de cultura DMEM suplementado com 50 µg/mL de
gentamicina, foi feita após um período de 4-5 dias de injeção do tioglicolato. As células do
exsudato peritoneal incubadas em placas de cultura de 96 poços (2x10
5
células/poço) por um
período de 2 horas, em estufa úmida a 37 ºC e 5% de CO
2
. Após este período, os poços foram
lavados com meio DMEM para remoção das células não-aderentes. As células aderentes
foram estimuladas com LPS (500 ng/mL) e IFN-γ (5 ng/mL), na presença ou não dos extratos
ou frações, em meio DMEM completo. Após 24 horas, 50 µL do sobrenadante de cada poço
foram coletados e transferidos para placas de 96 poços para a avaliação da quantidade de
nitrito através do método de Griess.
A reação de Griess foi feita adicionando-se aos 50 µL do sobrenadante/poço igual
volume do reagente do Griess (solução de sulfanilamida 1% e dihidrocloreto naftiletileno
diamina NEED 0,1% em H
3
PO
4
a 0,3 mol/L). A leitura das placas foi feita imediatamente
em espectrofotômetro, no comprimento de onda de 570 nm. A porcentagem de inibição da
produção de óxido nítrico de cada extrato ou fração avaliada foi determinada comparando-se
os resultados obtidos com os resultados dos sobrenadantes de culturas de células não tratadas
com drogas.
54
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II. 7.3.5 Avaliação da inibição de linfoproliferação
Para avaliar a atividade inibidora da linfoproliferação dos extratos e frações de
vegetais, foram utilizadas células totais de baço de camundongos. As células (4x10
5
/poço)
foram cultivadas em placas de 96 poços, em meio DMEM completo, na presença ou não dos
extratos ou frações e estimuladas com o mitógeno concavalina A (Com A; 1 µg/mL; Sigma
Chemical Co., St Louis, MO, EUA), lectina de origem vegetal (Canavalia ensiformis) capaz
de provocar ativação policlonal de linfócitos. Cada substância foi testada em triplicata.
As células foram incubadas durante 48 horas em estufa úmida a 37 ºC e 5% de CO
2
.
Após este período, adicionou-se timidina tritiada (1 µCi/poço) e incubou-se novamente as
células em estufa sob as mesmas condições, por um período de 12-48 horas. As células foram
então coletadas para quantificação da radioatividade beta, conforme descrito através da
comparação da incorporação da tiamina em culturas de células estimuladas com Con A
somente ou em presença dos extratos e frações.
II.8 Isolamento dos Constituintes químicos da espécie A.langsdorfii
II.8.1 Partição do extrato etanólico do caule
O extrato do caule foi submetido a um processo de partição líquido-líquido com
solventes de polaridade crescente. O extrato bruto (451 g) foi solubilizado em 400 mL de
metanol e acrescentou-se 600 mL de água. Esta suspensão foi extraída sucessivamente com
hexano (5x250 mL), clorofórmio (5x250 mL) e acetato de etila (5x250 mL). As frações
hidrometanólica, em acetato de etila, em clorofórmio, e em hexano, foram concentradas em
aparelho rotatório a baixa pressão. Ao final foram obtidas em hexano 28,05 g (6,65%),
clorofórmio 29 g (6,43%) e acetato de etila 120,8 g (26,78%). (Fluxograma 1).
Partes das frações foram enviadas ao laboratório de ensaios de atividade biológica na
FIOCRUZ em Salvador com a finalidade de triagem biológica e de confirmar a atividade.
55
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
-seca,moída,extração com 20 L EtOH 90% a frio 72h em
percolador. Repetiu-se por 3 vezes. Filtração com algodão.
- concentração em rota-evaporador a pressão reduzida
5g de reserva
suspensão MeOH:H
2
O 60%
Partição com Hexano (5 x 250 mL)
Concentração
0,5g de
reserva
Partição com CHCl
3
(5 x 250 mL)
Concentração
Partição com Acetato de etila (5x 250 mL)
Concentração
Fluxograma 1 - Extração e partição do extrato etanólico do caule da A. langsdorfii.
A. langsdorfii
Caule (Peso: 6.300g)
Extrato Etanólico
(Peso: 451g)
EC
Fração Hidrometanólica
Fração Hexano
C.1 28,05g
Fração Clorofórmio
C.2 29,0g
Fração Hidrometanólica
Fração Hidrometanólica
C.4
Fração Acetato de etila
C.3 120,8g
56
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.1.1 Procedimento experimental efetuado com a fração Hexano do caule da A.
langsdorfii
II.8.1.1.1 Filtração em gel de sílica da Fração Hexano (C-1)
A fração hexano (C-1) 28,05 g, oriunda da partição do EC, foi submetida à filtração
em funil de separação à pressão reduzida em gel de sílica ativada, utilizando-se Hexano,
CHCl
3,
AcOEt, MeOH e mistura destes como eluentes em grau crescente de polaridade
(Fluxograma 2). Todas as frações obtidas foram analisadas através de CCD. O rendimento
foi de 92,35%.
As frações oriundas da filtração foram enviadas ao laboratório de ensaios de atividade
biológica na FIOCRUZ em Salvador com a finalidade de triagem biológica e de confirmar a
atividade.
Filtração em gel de sílica
Fluxograma 2 - Filtração em gel de sílica da fração Hexano C-1
Fração Hexano
C-1 (27,55g)
Fr. Hexano
C -1.1
(7,15g)
Fr. Hex/CHCl
3
50% C -1.2
(11g)
Fr. CHCl
3
C -1.3
(1,25g)
Fr. AcOEt
C -1.4
(2,60g)
Fr. MeOH
C -1.5
(3,90g)
57
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.1.1.1.1 Filtração em gel de sílica da fração C -1.1
A fração C 1.1 (Fr. Hexano oriunda da filtração da Fração Hexano) (7,15 g) foi
submetida à filtração em coluna de gel de sílica ativada, utilizando-se Hexano, ACOEt
,
MeOH
e mistura destes como eluentes em grau crescente de polaridade (Fluxograma 3). Todas as
frações obtidas foram analisadas através de CCD. Desta fração obteve-se sub-frações.
Filtração em gel de sílica
Fluxograma 3 - Filtração em gel de sílica da fração C-1.1
II.8.1.1.1.1.1 Cromatografia em coluna de gel de sílica da fração C-1.1.2 proveniente da
filtração da fração C -1.1
A fração C-1.1.2 [Fr Hex/ACOEt 5% oriunda da filtração da Fração Hexano (C-1.1)]
(2,42g) foi submetida à filtração em coluna de gel de sílica ativada, utilizando como fase
móvel o sistema Hex:AcOEt em grau crescente de polaridade. Foram coletadas 101 frações de
50 mL que foram reunidas posteriormente em 15 frações após análise em CCD (Tabela 3).
Fr. C -1.1
(7,15g)
Fr Hexano
C-1.1.1
(1,86g)
Fr Hex/ACOEt
5% C-1.1.2
(2,42g)
Fr Hex/ACOEt
10% C-1.1.3
(0,71g)
Fr Hex/ACOEt
20% C-1.1.4
(0,30g)
Fr Hex/ACOEt
30% C-1.1.5
(0,16g)
Fr. ACOEt
C-1.1.6
(0,84g)
Fr. ACOEt/MeOH
5% C-1.1.7
(0,63g)
Fr. MeOH
C-1.1.8
(0,1g)
58
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 3 Filtração da fração C-1.1.2 proveniente da filtração da fração C -1.1
Eluentes
Frações
Massa (g)
Hexano
1-19
0,01
Hex/AcOEt 9:1
20-21
3,40
Hex/AcOEt 9:1
22-23
0,38
Hex/AcOEt 9:1
24
0,11
Hex/AcOEt 9:1
25
0,19
Hex/AcOEt 8:2
26-30
1,67
Hex/AcOEt 8:2
31
1,16
Hex/AcOEt 8:2
32-35
2,84
Hex/AcOEt 8:2
36-46
3,19
Hex/AcOEt 7:3
47-56
0,89
Hex/AcOEt 7:3
57-61
0,62
Hex/AcOEt 6:4
62-74
2,84
Hex/AcOEt 1:1
75-84
1,65
4:6 e ACOEt
85-101
2,19
II.8.1.1.1.1.1.1 Estudo da fração 36-46
A fração 36-46 (Hex/AcOEt 8:2 oriunda da filtração da fração C-1.1.2 proveniente da
filtração da fração C -1.1) (3,19 g) apresentava cristais muito bem definidos. Devido à esse
fato e a sua massa ela foi submetida a recristalização em MeOH. Assim foi obtido o
isolamento de uma substância com grau de pureza adequado para identificação, sendo um
sólido branco cristalino em forma de agulhas, codificado de ALC-1 (0,2g), a qual foi
submetida a métodos espectroscópicos para identificação. O critério de pureza adotado foi à
observação de uma mancha única através da CCD, variando-se a fase móvel. Sua natureza
esteróide foi sugerida por apresentar coloração roxa em CCD frente ao reagente de
Liebermann-Burchard.
59
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.1.1.1.2 Filtração em gel de sílica da fração C -1.2
A fração C-1.2 [Fr. Hex/CHCl
3
50% oriunda da filtração da Fração Hexano (C-1)] (11
g) apresentou característica oleosa amarelo clara. Esta foi submetida à filtração em coluna de
gel de sílica ativada, utilizando-se Hexano, CHCl
3,
MeOH e mistura destes como eluentes em
grau crescente de polaridade (Fluxograma 4). Todas as frações obtidas foram analisadas
através de CCD. Desta fração obteve-se várias sub-frações sólida de cor branca candidatas
para análise minuciosa posterior.
Filtração em gel de sílica
Fluxograma 4 - Filtração em gel de sílica da fração C-1.2
II.8.1.1.1.2.1 Estudo da fração C-1.2.1 proveniente da filtração da fração C -1.2
A fração C-1.2.1 [Fr. Hexano oriunda da filtração da fração Fr. Hex/CHCl
3
50% (C-1.2)
oriunda da filtração da Fração Hexano (C-1.1)] (0,35 g) apresentava cristais muito bem
definidos. Quando comparada em CCD com o composto ALC-1 revelavam certa
similaridade, porém apresentava impurezas. Assim, a fração foi submetida a processos de
lavagens utilizando como solvente o Hexano na tentativa de remover um óleo amarelado. Foi
obtido o isolamento de uma substância com grau de pureza adequado para identificação,
Fr. C -1.2
(11g)
Fr Hexano
C-1.2.1
(0,35g)
Fr Hex/CHCl
3
5% C-1.2.2
(0,06g)
Fr Hex/CHCl
3
10% C-1.2.3
(0,46g)
Fr Hex/CHCl
3
20% C-1.2.4
(1,54g)
Fr Hex/CHCl
3
30% C-1.2.5
(0,15g)
Fr. CHCl
3
C-1.2.6
(4,84g)
Fr. CHCl
3
/MeOH
5% C-1.2.7
(3,55g)
Fr. MeOH
C-1.2.8
(0,02g)
60
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
sendo um sólido branco cristalino em forma de agulhas, codificado de ALCF-1 (0,015g). O
critério de pureza adotado foi à observação de uma mancha única através da CCD, variando-
se a fase móvel. Sua natureza esteróide foi sugerida por apresentar coloração roxa em CCD
frente ao reagente de Liebermann-Burchard.
Sabendo-se da pouca quantidade isolada tornando-se impossível levá-lo para
identificação por RMN e que por outro lado o β-sitosterol é bastante comum em extratos de
plantas (principalmente em frações Hexano), comparou-se o ALCF-1 com uma amostra de β-
sitosterol por CCDA, onde indicaram o mesmo rf. Nesse meio tempo a análise de RMN de
1
H
do composto ALC-1 indicava alguns diferenciais em relação ao ALCF-1 fazendo com que
esta permanecesse sob o código de ALCF-1.
II.8.1.1.1.2.2 Cromatografia em coluna de gel de sílica da fração C-1.2.2 proveniente da
filtração da fração C -1.2
A fração C-1.2.2 [Fr Hex/CHCl
3
5% oriunda da filtração da fração Fr. Hex/CHCl
3
50%
(C-1.2) oriunda da filtração da Fração Hexano (C-1.1)] (0,06 g) foi submetida à cromatografia
em coluna de gel de sílica ativada. Foram coletadas 20 frações de volume aproximado de 5
mL cada uma, utilizando Hexano, CHCl
3,
MeOH e mistura destes como solventes de eluição.
Todas as frações obtidas foram analisadas através de CCD e reunidas conforme disposto na
Tabela 4.
Tabela 4 Cromatografia da fração C-1.2.2 proveniente da filtração da fração C-1.2
Eluentes
Frações
Massa (g)
Hexano
1-5
0,001
Hex/CHCl
3
3%
6-7
0,008
Hex/CHCl
3
5%
8-9
0,010
Hex/CHCl
3
10%
10-11
0,004
Hex/CHCl
3
50%
12
0,020
CHCl
3
13-14
0,003
CHCl
3
/MeOH 10%
15-17
0,002
CHCl
3
/MeOH 50%
18-19
0,004
MeOH
20
0,006
61
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
A fração 12 (Hex/CHCl
3
50% oriunda da cromatografia da fração C-1.2.2 proveniente
da filtração da fração C-1.2) (0,02 g) possibilitou o isolamento de uma substância com grau de
pureza adequado para identificação, sendo um sólido branco amorfo, codificado de ALC-5, a
qual foi submetida a métodos espectroscópicos para identificação. O critério de pureza
adotado foi à observação de uma mancha única através da CCD, variando-se a fase móvel.
Sua natureza triterpenóide foi sugerida por apresentar coloração rósea avermelhada em CCD
frente ao reagente de Liebermann-Burchard e coloração violeta com solução ácida de sulfato
cérico.
II.8.1.1.1.2.3 Estudo da fração C-1.2.5 proveniente da filtração da fração C -1.2
A fração C-1.2.5 [Fr Hex/CHCl
3
30% oriunda da filtração da fração Fr. Hex/CHCl
3
50%
(C-1.2) oriunda da filtração da Fração Hexano (C-1.1)] (0,15g) foi submetida à uma
microextração utilizando como solvente o Hexano possibilitando o isolamento de uma
substância com grau de pureza adequado para identificação, sendo um sólido branco amorfo,
codificado de ALC-6 (0,06 g), a qual foi submetida a métodos espectroscópicos para
identificação. O critério de pureza adotado foi à observação de uma mancha única através da
CCD, variando-se a fase móvel. Sua natureza triterpenoídica foi sugerida por apresentar
coloração rósea avermelhada em CCD frente ao reagente de Liebermann-Burchard e
coloração violeta com solução ácida de sulfato cérico.
Após a análise de RMN
1
H e
13
C as substâncias codificadas como ALC-6 e ALC-5
foram consideradas as mesmas substâncias e então reunidas com a codificação final ALC-5.
62
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.1.1.1.2.4 Cromatografia em coluna de gel de sílica da fração C-1.2.6 proveniente da
filtração da fração C -1.2
A fração C-1.2.6 [Fr. CHCl
3
oriunda da filtração da fração Fr. Hex/CHCl
3
50% (C-1.2)
oriunda da filtração da Fração Hexano (C-1.1)] (4,84g) foi submetida à cromatografia em
coluna de gel de sílica ativada. Foram coletadas 19 frações de volume aproximado de 250 mL
cada uma, utilizando Hexano, CHCl
3,
MeOH e mistura destes como solventes de eluição.
Todas as frações obtidas foram analisadas através de CCD e reunidas conforme disposto na
Tabela 5.
Tabela 5 Cromatografia da fração C-1.2.6 proveniente da filtração da fração C-1.2
Eluentes
Frações
Massa (g)
Hex/CHCl
3
30%
1
0,06
Hex/CHCl
3
30%
2-4
0,91
Hex/CHCl
3
30%
5-6
0,52
Hex/CHCl
3
50%
7-8
0,92
Hex/CHCl
3
50%
9
0,54
Hex/CHCl
3
50%
10
0,74
Hex/CHCl
3
50%
11
0,27
Hex/CHCl
3
50%
12-14
0,12
Hex/CHCl
3
70%
15
0,04
CHCl
3
16-17
0,16
CHCl
3
/MeOH 50%
18
0,18
MeOH
19
0,14
63
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.1.1.1.2.4.1 Cromatografia em coluna de gel de sílica da fração 7-8 proveniente da
coluna da fração C-1.2.6
A fração 7-8 (Hex/CHCl
3
50% oriunda da cromatografia da fração C-1.2.6 proveniente
da filtração da fração C-1.2) (0,92 g) foi submetida à cromatografia em coluna de gel de sílica
ativada. Foram coletadas 62 frações de volume aproximado de 5 mL cada uma, utilizando
Hexano, AcOEt
e mistura destes como solventes de eluição. Todas as frações obtidas foram
analisadas através de CCD e reunidas conforme disposto na Tabela 6.
Tabela 6 Cromatografia da fração 7-8 proveniente da coluna da fração C-1.2.6
Eluentes
Frações
Massa (g)
Hexano
1-14
0,03
Hex/AcOEt 5%
15-16
0,06
Hex/AcOEt 10%
17-39
0,54
Hex/AcOEt 15%
40-51
0,09
Hex/AcOEt 30%
52-61
0,17
AcOEt
62
0,18
A fração 17-39 (Hex/AcOEt 10% oriunda da cromatografia da fração 7-8 proveniente
da coluna da fração C-1.2.6) (0,5 g) foi submetida à uma microextração utilizando como
solvente o Hexano possibilitando o isolamento de uma substância com grau de pureza
adequado para identificação, sendo um sólido branco amorfo, codificado de ALCF-6 (0,10 g),
a qual foi submetida a métodos espectroscópicos para identificação. O critério de pureza
adotado foi à observação de uma mancha única através da CCD, variando-se a fase móvel.
Sua natureza triterpenoídica foi sugerida por apresentar coloração rósea avermelhada em CCD
frente ao reagente de Liebermann-Burchard e coloração violeta com solução ácida de sulfato
cérico. A princípio pensou-se que era igual ao ALC-6 porem após RMN de
1
H constatou-se
que eram diferentes.
64
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.1.1.1.2.4.2 Cromatografia em coluna de gel de sílica da fração 9 proveniente da coluna
da fração C-1.2.6
A fração 9 (Hex/CHCl
3
50% oriunda da cromatografia da fração C-1.2.6 proveniente da
filtração da fração C-1.2) (0,54g) foi submetida à cromatografia em coluna de gel de sílica
ativada. Foram coletadas 80 frações de volume aproximado de 5 mL cada uma, utilizando
Hexano, AcOEt e mistura destes como solventes de eluição. Todas as frações obtidas foram
analisadas através de CCD e reunidas conforme disposto na Tabela 7.
Tabela 7 Cromatografia da fração 9 proveniente da coluna da fração C-1.2.6
Eluentes
Frações
Massa (g)
Hexano
1-30
0,09
Hex/AcOEt 5%
31-40
0,04
Hex/AcOEt 10%
41-60
0,17
Hex/AcOEt 20%
61-69
0,03
Hex/AcOEt 50%
70-79
0,05
AcOEt
80
0,09
A fração 41-60 (Hex/AcOEt 10% oriunda da cromatografia da fração 9 proveniente da
coluna da fração C-1.2.6) (0,17 g) possibilitou o isolamento de uma substância com grau de
pureza adequado para identificação, sendo um lido branco amorfo, codificado de ALCFC-
6. O critério de pureza adotado foi à observação de uma mancha única através da
cromatografia em camada delgada de sílica, variando-se a fase móvel. Sua natureza
triterpenoídica foi sugerida por apresentar coloração rósea avermelhada em CCD frente ao
reagente de Liebermann-Burchard e coloração violeta com solução ácida de sulfato cérico.
Após a análise por CCD as substâncias codificadas como ALCFC-6 e ALCF-6 foram
consideradas as mesmas substâncias e então reunidas.
65
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.1.1.1.2.4.3 Cromatografia em coluna de gel de sílica da fração 10 proveniente da
coluna da fração C-1.2.6
A fração 10 (Hex/CHCl
3
50% oriunda da cromatografia da fração C-1.2.6 proveniente
da filtração da fração C-1.2) (0,74 g) foi submetida à cromatografia em coluna de gel de sílica
ativada. Foram coletadas 90 frações de volume aproximado de 18 mL cada uma, utilizando
Hexano, AcOEt
e mistura destes como solventes de eluição. Todas as frações obtidas foram
analisadas através de CCD e reunidas conforme disposto na Tabela 8.
Tabela 8 Cromatografia da fração 10 proveniente da coluna da fração C-1.2.6
Eluentes
Frações
Massa (g)
Hexano
1-29
0,08
Hex/AcOEt 2%
30-31
0,07
Hex/AcOEt 5%
32-38
0,09
Hex/AcOEt 10%
39-44
0,12
Hex/AcOEt 20%
45-51
0,26
Hex/AcOEt 30%
52-58
0,02
Hex/AcOEt 50%
59-77
0,01
AcOEt
78-90
0,06
A fração 45-51 (Hex/AcOEt 20% oriunda da cromatografia da fração 10 proveniente da
coluna da fração C-1.2.6) (0,26 g) possibilitou o isolamento de uma substância com grau de
pureza adequado para identificação, sendo um sólido branco amorfo, codificado de
ALCFCF-6. O critério de pureza adotado foi à observação de uma mancha única através da
cromatografia em camada delgada de sílica, variando-se a fase móvel. Sua natureza
triterpenoídica foi sugerida por apresentar coloração rósea avermelhada em CCD frente ao
reagente de Liebermann-Burchard e coloração violeta com solução ácida de sulfato cérico.
Após a análise por CCD as substâncias codificadas como ALCFCF-6 e ALCF-6 foram
consideradas as mesmas substâncias e então reunidas com a codificação final ALCFCF-6.
66
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.1.1.1.2.4.4 Estudo das frações 2-4, 5-6 e 16-17 provenientes da coluna da fração C-
1.2.6
A análise comparativa das frações 2-4 (Hex/CHCl
3
30% oriunda da cromatografia da
fração C-1.2.6 proveniente da filtração da fração C-1.2) (0,97 g) e 5-6 (Hex/CHCl
3
30%
oriunda da cromatografia da fração C-1.2.6 proveniente da filtração da fração C-1.2) (0,52 g)
por CCD permitiu reuni-las. Após, foram submetidas à uma microextração utilizando como
solvente o Hexano possibilitando o isolamento de uma substância com grau de pureza
adequado para identificação, sendo um sólido branco amorfo, codificado de ALC-4 (0,36 g).
O critério de pureza adotado foi à observação de uma mancha única através da CCD,
variando-se a fase móvel. Sua natureza triterpenoídica foi sugerida por apresentar coloração
rósea avermelhada em CCD frente ao reagente de Liebermann-Burchard e coloração violeta
com solução ácida de sulfato cérico.
Após a análise por CCD as substâncias codificadas como ALC-4, ALC-5 e ALC-6
foram consideradas as mesmas substâncias e então reunidas com a codificação final ALC-5.
II.8.1.1.1.2.5- Estudo da fração 16-17 proveniente da coluna da fração C-1.2.6
A fração 16-17 (Fração CHCl
3
100% oriunda da cromatografia da fração C-1.2.6
proveniente da filtração da fração C-1.2) de massa 0,16 g foi submetida à uma microextração
utilizando como solvente o Hexano possibilitando o isolamento de uma substância com grau
de pureza adequado para identificação, sendo um sólido branco amorfo, codificado de ALC-8
(0,02 g), a qual foi submetida a métodos espectroscópicos para identificação. O critério de
pureza adotado foi à observação de uma mancha única através da CCD, variando-se a fase
móvel. Sua natureza triterpenoídica foi sugerida por apresentar coloração rósea avermelhada
em CCD frente ao reagente de Liebermann-Burchard e coloração violeta com solução ácida
de sulfato cérico.
II.8.1.1.1.2.6- Cromatografia em coluna de gel de sílica da fração C-1.2.7 proveniente da
filtração da fração C-1.2
A fração C-1.2.7 [Fr. CHCl
3
/MeOH 5% oriunda da filtração da fração Fr. Hex/CHCl
3
50% (C-1.2) oriunda da filtração da Fração Hexano (C-1.1)] (3,55g) foi submetida à
cromatografia em coluna de gel de sílica ativada. Foram coletadas 20 frações de volume
aproximado de 5 mL cada uma, utilizando CHCl
3,
MeOH e mistura destes como solventes de
67
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
eluição. Todas as frações obtidas foram analisadas através de CCD e reunidas conforme
disposto na Tabela 9.
Tabela 9 Cromatografia da fração C-1.2.7 proveniente da filtração da fração C-1.2
Eluentes
Frações
Massa (g)
CHCl
3
30%
1-5
0,10
CHCl
3
/MeOH 1%
6-8
0,19
CHCl
3
/MeOH 2%
9-11
0,37
CHCl
3
/MeOH 3%
11-12
0,75
CHCl
3
/MeOH 5%
13-14
0,63
CHCl
3
/MeOH 10%
15-17
0,09
CHCl
3
/MeOH 50%
18-19
0,29
MeOH
20
0,58
A fração 11-12 (Fração CHCl
3
/MeOH 3% oriunda da cromatografia da fração C-1.2.7
proveniente da filtração da fração C-1.2) (0,75g) foi submetida à uma microextração
utilizando como solvente o Hexano possibilitando o isolamento de uma substância com grau
de pureza adequado para identificação, sendo um sólido branco amorfo, codificado de ALC-2
(0,02g), a qual foi submetida a métodos espectroscópicos para identificação. O critério de
pureza adotado foi à observação de uma mancha única através da CCD, variando-se a fase
móvel. Sua natureza triterpenóide foi sugerida por apresentar coloração rósea avermelhada em
CCD frente ao reagente de Liebermann-Burchard e coloração violeta com solução ácida de
sulfato cérico.
68
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.2 Partição do extrato etanólico das folhas
O extrato das folhas foi submetido a um processo de partição líquido-líquido com
solventes de polaridade crescente. Parte do extrato bruto (EF) 490 g foi solubilizado em 400
mL de metanol e acrescentou-se 600 mL de água. Esta suspensão foi extraída sucessivamente
com hexano (5x250 mL), clorofórmio (5x250 mL) e acetato de etila (5x250 mL). As frações
hidrometanólica, em acetato de etila, em clorofórmio, e em hexano, foram concentradas em
aparelho rotatório a baixa pressão. Ao final foram obtidas 193,75 g em hexano (39,53%),
57,60 g em clorofórmio (11,75%), 125,45 g em acetato de etila (25,60%) e 59,95 g na
hidrometanólica (12,23%) (Fluxograma 5).
Partes das frações foram enviadas ao laboratório de ensaios de atividade biológica na
FIOCRUZ em Salvador com a finalidade de triagem biológica e de confirmar a atividade.
69
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
-seca,moída,extração com 20L EtOH 90% a frio 72h em
percolador. Repetiu-se por 3 vezes. Filtração.
- concentração em rota-evaporador a pressão reduzida
8,88g de reserva
suspensão MeOH:H
2
O 60%
Partição com Hexano (5 x 250 mL)
Concentração
1g de
reserva
Partição com CHCl
3
(5 x 250mL)
Concentração
1g de
reserva
Partição com Acetato de etila (5x 250 mL)
Concentração
4,35g de
reserva
Arquivada sob
baixas temperaturas
Fluxograma 5 Extração e partição do extrato etanólico das folhas da A. langsdorfii.
A. langsdorfii
Folhas (Peso: 4300g)
Extrato bruto
(Peso: 490g)
EF
Fração Hidrometanólica
Fração Hexano
F 1 193,75g
Fração Clorofórmio
F 2 57,6g
Fração Hidrometanólica
Fração Hidrometanólica
F 4 59,95g
Fração Acetato de etila
F 3 125,45g
70
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.2.1 Procedimento experimental efetuado com a fração Hexano das folhas da A.
langsdorfii
II.8.2.1.1 Filtração em gel de sílica da Fração Hexano (F-1)
A fração hexano (F-1) 193,75g, oriunda da partição do EF, foi submetida à filtração
em funil de separação à pressão reduzida em gel de sílica ativada, utilizando-se Hexano,
CHCl
3,
MeOH e mistura destes como solventes de eluição em grau crescente de polaridade.
Todas as frações obtidas foram analisadas através de cromatografia em camada delgada
(CCD) e reunidas em 7 grupos (Fluxograma 6). A filtração obteve um rendimento de 91%.
As frações oriundas da filtração foram enviadas ao laboratório de ensaios de atividade
biológica na FIOCRUZ em Salvador com a finalidade de triagem biológica e de confirmar a
atividade.
Filtração em gel de sílica
Fluxograma 6 - Filtração em gel de sílica da fração hexano F -1
Fração Hexano
F-1 (193,75g)
Fr. Hexano
F -1.1
(60,85g)
Fr. Hexano
F -1.2
(9,85g)
Fr. Hex/CHCl
3
5% F -1.3
(3,64g)
Fr. Hex/CHCl
3
50% F -1.4
(29,85g)
Fr. CHCl
3
F -1.5
(20,30g)
Fr. CHCl
3
/MeOH
5% F -1.6
(6,55g)
Fr. MeOH
F -1.7
(45,40g)
71
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.2.1.1.1 Filtração em gel de sílica da fração F -1.2
A fração F -1.2 (Fr. Hexano oriunda da filtração da Fração Hexano) (9,85g), oriunda
da filtração em gel de lica da F-1, foi submetida à filtração em coluna à pressão reduzida,
utilizando como adsorvente gel de sílica ativada. Foram coletadas 11 frações de volume
aproximado de 250 mL cada, empregando-se na eluição Hexano, AcOEt e mistura destes em
grau crescente de polaridade. Todas as frações obtidas foram analisadas através de CCD e
reunidas conforme disposto na Tabela 10.
Tabela 10 Cromatografia da fração F-1.2 proveniente da filtração da fração Hexano
Eluentes
Frações
Massa (g)
Hexano
1-2
1,85
Hex/ AcOEt 30%
3-5
3,10
Hex/ AcOEt 50%
6-8
1,75
AcOEt
9-11
3,13
II.8.2.1.1.1.1 Cromatografia em coluna de gel de sílica da fração 3-5 proveniente da
filtração da fração F-1.2
A fração 3-5 (Hex/AcOEt 30% oriunda da cromatografia da fração F-1.2 proveniente da
filtração da fração Hexano) (3,10g) foi submetida à cromatografia em coluna de gel de sílica
ativada. Foram coletadas 90 frações de volume aproximado de 15 mL cada uma, empregando-
se na eluição Hexano, AcOEt e mistura destes como eluentes em grau crescente de
polaridade. Todas as frações obtidas foram analisadas através de CCD e reunidas conforme
disposto na Tabela 11.
72
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 11 Cromatografia da fração 3-5 proveniente da filtração da fração F-1.2
Eluentes
Frações
Massa (g)
Hexano
1-5
0,15
Hex/ AcOEt
5%
6-15
0,34
Hex/ AcOEt
10%
16-21
0,27
Hex/ AcOEt
15%
22-31
0,23
Hex/ AcOEt
20%
32-41
0,19
Hex/ AcOEt
30%
42-51
0,21
Hex/ AcOEt
40%
52-61
0,33
Hex/ AcOEt
50%
62-71
0,35
Hex/ AcOEt
80%
72-81
0,48
AcOEt
82-90
0,45
A fração 32-41 (Hex/AcOEt 20% oriunda da cromatografia da fração 3-5 proveniente da
filtração da fração F-1.2) de massa 0,19g foi submetida à uma microextração utilizando como
solvente o Hexano possibilitando o isolamento de uma substância com grau de pureza
adequado para identificação, sendo um sólido branco cristalino em forma de agulhas,
codificado de ALCF-22 (0,09 g), a qual foi submetida a métodos espectroscópicos para
identificação. O critério de pureza adotado foi à observação de uma mancha única através da
CCD, variando-se a fase móvel.
II.8.2.1.1.1.2 Cromatografia em coluna de gel de sílica da fração 6-8 proveniente da
filtração da fração F-1.2
A fração 6-8 (Hex/AcOEt 50% oriunda da cromatografia da fração F-1.2 proveniente da
filtração da fração Hexano) (1,75g) foi submetida à cromatografia em coluna de gel de sílica
ativada. Foram coletadas 70 frações de volume aproximado de 5 mL cada uma, utilizando
Hexano, AcOEt e mistura destes como solventes de eluição em grau crescente de polaridade.
Todas as frações obtidas foram analisadas através de CCD e reunidas conforme disposto na
Tabela 12.
73
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 12 Cromatografia da fração 6-8 proveniente da filtração da fração F-1.2
Eluentes
Frações
Massa (g)
Hexano
1-5
0,09
Hex/ AcOEt
5%
6-10
0,15
Hex/ AcOEt
10%
10-16
0,25
Hex/ AcOEt
20%
17-25
0,19
Hex/ AcOEt
30%
26-37
0,28
Hex/ AcOEt
50%
38-59
0,35
AcOEt
60-70
0,38
A fração 38-59 (Hex/AcOEt 50% oriunda da cromatografia da fração 6-8 proveniente
da filtração da fração F-1.2) (0,35g) foi submetida à uma microextração utilizando como
solvente o Hexano possibilitando o isolamento de uma substância com grau de pureza
adequado para identificação, sendo um sólido branco amorfo, codificado de ALC-5 (0,20 g),
a qual foi submetida a métodos espectroscópicos para identificação. O critério de pureza
adotado foi à observação de uma mancha única através da CCD, variando-se a fase móvel.
Sua natureza triterpenóide foi sugerida por apresentar coloração rósea avermelhada em CCD
frente ao reagente de Liebermann-Burchard e coloração violeta com solução ácida de sulfato
cérico.
II.8.2.1.1.2 Filtração em gel de sílica da fração F -1.6
A fração F-1.6 (Fr. CHCl
3
/MeOH 5% oriunda da filtração da Fração Hexano) (6,55g),
oriunda da filtração em gel de sílica da fração F-1, foi submetida à uma nova filtração em
coluna de gel de sílica ativada, utilizando-se Hexano, CHCl
3,
MeOH e mistura destes como
eluentes em grau crescente de polaridade (Fluxograma 7). Todas as frações obtidas foram
analisadas através de CCD.
74
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
Filtração em gel de sílica
Fluxograma 7 - Filtração em gel de sílica da fração F -1.6
II.8.2.1.1.2.1 Cromatografia em coluna de gel de sílica da fração F -1.6.2 proveniente da
filtração da fração F-1.6
A fração F -1.6.2 (Fr. Hex/CHCl
3
20% oriunda da filtração da Fração F -1.6) (1,45g)
foi submetida à cromatografia em coluna de gel de sílica ativada. Foram coletadas 65 frações
de volume aproximado de 10 mL cada uma, utilizando Hexano, AcOEt, MeOH e mistura
destes como solventes de eluição. Todas as frações obtidas foram analisadas através de CCD e
reunidas conforme disposto na Tabela 13.
Fr. Hexano
F -1.6.1
(0,48g)
Fr. Hex/CHCl
3
20% F -1.6.2
(1,45g)
Fr. Hex/CHCl
3
30% F -1.6.3
(0,61g)
Fr. Hex/CHCl
3
50% F -1.6.4
(1,05g)
Fr. CHCl
3
F -1.6.5
(0,30g)
Fr. CHCl
3
/MeOH
50% F -1.6.6
(1,65g)
Fr. MeOH
F -1.6.7
(0,50g)
F -1.6
(6,55g)
75
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 13 Cromatografia da fração F -1.6.2 proveniente da filtração da fração F-1.6
Eluentes
Frações
Massa (g)
Hexano
1-7
0,07
Hex/ AcOEt
10%
8-13
0,18
Hex/ AcOEt
20%
14-21
0,24
Hex/ AcOEt
30%
22-27
0,13
Hex/ AcOEt
50%
28-30
0,10
AcOEt
31-40
0,26
AcOEt/MEOH
41-55
0,22
AcOEt/MEOH
56-60
0,02
AcOEt/MEOH
61-63
0,11
MeOH
64-65
0,09
A análise comparativa das frações 14-21 (fração Hex/AcOEt 20% oriunda da
cromatografia da fração F -1.6.2 proveniente da filtração da fração F-1.6) e 22-27 (fração
Hex/AcOEt 30% oriunda da cromatografia da fração F -1.6.2 proveniente da filtração da
fração F-1.6) por CCD permitiu reuni-las. Após, foram submetidas à uma microextração
utilizando como solvente o Hexano possibilitando o isolamento de uma substância com grau
de pureza adequado para identificação, sendo um sólido branco amorfo, codificado de ALC-3
(0,16 g). O critério de pureza adotado foi à observação de uma mancha única através da CCD,
variando-se a fase móvel. Sua natureza triterpenóide foi sugerida por apresentar coloração
rósea avermelhada em CCD frente ao reagente de Liebermann-Burchard e coloração violeta
com solução ácida de sulfato cérico.
Após a análise por CCD as substâncias codificadas como ALC-3 e ALC-5 foram
consideradas as mesmas substâncias e então reunidas com a codificação final ALC-5.
76
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.2.2 Procedimento experimental efetuado com a fração Acetato de etila das folhas
da A. langsdorfii
II.8.2.2.1 Filtração em gel de sílica da Fração Acetato de etila (F-3)
A fração acetato de etila (F-3) 120,24g, oriunda da partição do EF, foi submetida à
filtração em funil de separação à pressão reduzida em gel de sílica desativada com água a
10%, utilizando-se AcOEt
,
MeOH e mistura destes como eluentes em grau crescente de
polaridade. Todas as frações obtidas foram analisadas através de CCD e reunidas em 8 grupos
(Fluxograma 8). Obteve-se um rendimento de 80,8%.
As frações oriundas da filtração foram enviadas ao laboratório de ensaios de atividade
biológica na FIOCRUZ em Salvador com a finalidade de triagem biológica e de confirmar a
atividade.
Filtração em gel de sílica
Fluxograma 8 - Filtração em gel de sílica da fração acetato de etila F-3
Fração Acetato de etila
F-3 (125,45g)
Fr. AcOEt
F-3.1
(12,35g)
Fr. AcOEt
F-3.2
(4,35g)
Fr. AcOEt/MeOH
10% F-3.3
(5,00g)
Fr. AcOEt/MeOH
15% F-3.4
(8,75g)
Fr. AcOEt/MeOH
20% F-3.5
(20,55g)
Fr. AcOEt/MeOH
30% F-3.6
(22,30g)
Fr. AcOEt/MeOH
50% F-3.7
(20,25g)
Fr. MeOH
F-3.8
(1,25g)
77
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.2.2.1.1 Cromatografia em coluna de gel de sílica da fração F-3.1 proveniente da
filtração da fração F-3
A fração F-3.1 [Fr. AcOEt oriunda da Filtração da Fração Acetato de etila (F-
3)](12,35g) foi submetida à cromatografia em coluna de gel de sílica desativada com água a
10%. Foram coletadas 40 frações de volume aproximado de 150 mL cada uma, utilizando
AcOEt, MeOH
e mistura destes como solventes de eluição. Todas as frações obtidas foram
analisadas através de CCD e reunidas conforme disposto na Tabela 14.
Tabela 14 Cromatografia da fração F-3.1 proveniente da filtração da fração F-3
Eluentes
Frações
Massa (g)
AcOEt
1-7
2,76
AcOEt/MeOH 1%
8-9
0,15
AcOEt/MeOH 3%
10-11
0,02
AcOEt/MeOH 5%
12-15
0,06
AcOEt/MeOH 10%
16-20
0,36
AcOEt/MeOH 20%
21-25
0,46
AcOEt/MeOH 30%
26-31
3,55
AcOEt/MeOH 50%
32-38
3,10
MeOH
39-40
1,84
A fração 26-31 Fr. AcOEt/MeOH 30% oriunda da cromatografia da fração F-3.1
proveniente da filtração da fração F-3 (3,55g), foi submetida à uma microextração utilizando
como solvente o etanol possibilitando o isolamento de uma substância com grau de pureza
adequado para identificação, sendo um sólido bege claro amorfo, codificado de ALF-20 (0,06
g), a qual foi submetida a métodos espectroscópicos para identificação. O critério de pureza
adotado foi à observação de uma mancha única através da CCD, variando-se a fase móvel.
Sua natureza fenólica foi sugerida por visualização de coloração característica em CCD após
revelação com AlCl
3
sob luz U.V.
78
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.2.2.1.2 Filtração em gel de sílica da fração F-3.2
A fração F-3.2 [Fr. AcOEt oriunda da Filtração da Fração Acetato de etila (F-3)]
(4,35g), foi submetida à filtração em coluna de gel de sílica desativada com água a 10%,
utilizando-se Hexano, AcOEt
,
MeOH, e mistura destes como eluentes em grau crescente de
polaridade (Fluxograma 9). Todas as frações obtidas foram analisadas através de CCD.
Filtração em gel de sílica
Fluxograma 9 - Filtração em gel de sílica da fração F -3.2
II.8.2.2.1.2.1 Cromatografia em coluna de gel de sílica da subfração F-3.2.5 proveniente
da filtração da fração F -3.2
A fração F-3.2.5 (Fr. AcOEt/MeOH 50% oriunda da Filtração da Fração F-3.2)
(2,52g) foi submetida à cromatografia em coluna de gel de sílica desativada com água a 10%.
Foram coletadas 101 frações de volume aproximado de 50 mL cada uma, utilizando Hexano,
AcOEt, MeOH
e mistura destes como solventes de eluição em grau crescente de polaridade.
Todas as frações obtidas foram analisadas através de CCD e reunidas conforme disposto na
Tabela 15.
Fr. F -3.2
(4,35g)
Fr Hexano
F -3.2.1
(0,09g)
Fr Hex/AcOEt
10% F -3.2.2
(0,15g)
Fr Hex/AcOEt
20% F -3.2.3
(0,19g)
Fr Hex/AcOEt
30% F -3.2.4
(1,06g)
Fr Hex/AcOEt
50% F -3.2.5
(2,52g)
Fr. AcOEt
F -3.2.6
(0,21g)
Fr. AcOEt/MeOH
50% F -3.2.7
(0,03g)
Fr. MeOH
F -3.2.8
(0,07g)
79
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 15 Cromatografia da fração F-3.2.5 proveniente da filtração da fração F -3.2
Eluente
Frações
Massa (g)
Hexano
20-31
0,29
Hex:AcOEt 8:2
32-43
0,38 g
AcOEt
44-57
0,50 g
AcOEt:MeOH 1:1
58-82
0,95 g
MeOH
93-101
0,36 g
II.8.2.2.1.2.1.1 Cromatografia em coluna em gel de sílica da subfração 58-82 proveniente
da fração F-3.2.5
A subfração 58-82 (Fr. AcOEt/MeOH 50% oriunda da Cromatografia da fração F-3.2.5
proveniente da filtração da fração F -3.2) (0,95g) foi submetida à cromatografia em coluna de
gel de sílica desativada com água a 10%. Foram coletadas 81 frações, utilizando-se misturas
de Hexano e AcOEt em proporções crescentes de polaridade. Todas as frações obtidas foram
analisadas através de CCD e reunidas conforme disposto na Tabela 16.
Tabela 16 Cromatografia da subfração 58-82 proveniente da fração F-3.2.5
Eluente
Frações
Massa (g)
Hexano
10-31
0,19
Hex:AcOEt 8:2
32-42
0,25
Hex:AcOEt 1:1
43-72
0,32
AcOEt-
73-81
0,17
A fração 43-72 (Fr. Hex/AcOEt 50 % oriunda da cromatografia da subfração 58-82
proveniente da fração F-3.2.5) (0,32g), foi submetida à sucessivas recristalizações em metanol
possibilitando o isolamento de uma substância com grau de pureza adequado para
identificação, sendo um sólido branco amorfo, codificado de ALF-16 (0,0032 g), a qual foi
submetida a métodos espectroscópicos para identificação. O critério de pureza adotado foi à
observação de uma mancha única através da CCD, variando-se a fase móvel. Sua natureza
80
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
fenólica foi sugerida por visualização de coloração característica em CCD após revelação com
AlCl
3
sob luz U.V.
II.8.2.2.1.3 Filtração em gel de sílica da F-3.5
A fração F-3.5 [Fr. AcOEt/MeOH 20% oriunda da Filtração da Fração Acetato de etila
(F-3)] (20,55g) de cor amarelo-amarronzado, foi submetida à filtração em funil de separação
de gel de sílica desativada com água a 10%. Foram coletadas 7 frações com o volume médio
de 250mL cada uma, empregando-se como eluentes AcOEt
e MeOH e misturas destes em
grau crescente de polaridade (Fluxograma 10). Todas as frações obtidas foram analisadas
através de CCD.
Filtração em gel de sílica
Fluxograma 10 - Filtração em gel de sílica da fração F -3.5
Fr. F -3.5
(20,55g)
Fr ACOEt
F -3.5.1
(1,45g)
Fr ACOEt/ MeOH
5% F -3.5.2
(2,36g)
Fr ACOEt/MeOH
10% F -3.5.3
(1,14g)
Fr ACOEt/MeOH
30% F -3.5.4
(1,02g)
Fr.ACOEt/MeOH
40% F -3.5.5
(9,25g)
Fr. ACOEt/MeOH
50% F -3.5.6
(3,07g)
Fr. MeOH
F -3.5.7
(1,06g)
81
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.2.2.1.3 Filtração em gel de sílica da F-3.5.5
A fração F-3.5.5 (Fr. AcOEt/MeOH 50% oriunda da Filtração da fração F-3.5) (9,25g)
de cor amarelo escuro, foi submetida à filtração em coluna de gel de sílica desativada com
água a 10%. Foram coletadas 7 frações com o volume médio de 150mL cada uma,
empregando-se como eluentes AcOEt
e MeOH e misturas destes em grau crescente de
polaridade (Fluxograma 11). Todas as frações obtidas foram analisadas através de CCD.
Filtração em gel de sílica
Fluxograma 11 - Filtração em gel de sílica da fração F -3.5.5
A fração F.3.5.5.4 (Fr. AcOEt/MeOH 30% oriunda da Filtração da Fração F-3.5.5)
(1,56g), foi submetida à uma microextração utilizando como solvente o etanol possibilitando
o isolamento de uma substância com grau de pureza adequado para identificação, sendo um
sólido amorfo amarelo claro, codificado de ALF-31 (0,06 g), a qual foi submetida a métodos
espectroscópicos para identificação. O critério de pureza adotado foi à observação de uma
mancha única através da CCD, variando-se a fase móvel. Sua natureza fenólica foi sugerida
por visualização de coloração característica em CCD após revelação com AlCl
3
sob luz U.V.
Fr. F -3.5.5
(9,25g)
Fr ACOEt
F -3.5.5.1
(0,57g)
Fr ACOEt/ MeOH
10% F -3.5.5.2
(1,45g)
Fr ACOEt/MeOH
20% F -3.5.5.3
(1,79g)
Fr ACOEt/MeOH
30% F -3.5.5.4
(1,56g)
Fr.ACOEt/MeOH
40% F -3.5.5.5
(0,87g)
Fr. ACOEt/MeOH
50% F -3.5.5.6
(1,24g)
Fr. MeOH
F -3.5.5.7
(1,45g)
82
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.2.2.1.4 Filtração em gel de sílica da fração F-3.6
A fração F-3.6 [Fr. AcOEt/MeOH 30% oriunda da Filtração da Fração Acetato de etila
(F-3)] (22,30g), foi submetida à filtração em funil de separação de gel de sílica desativada
com água a 10%, utilizando-se AcOEt
,
MeOH, e mistura destes como eluentes em grau
crescente de polaridade (Fluxograma 12). Todas as frações obtidas foram analisadas através
de CCD.
Filtração em gel de sílica
Fluxograma 12 - Filtração em gel de sílica da fração F-3.6
As frações F-3.6.5 e F-3.6.4 ambas sólidas de cor amarelo escuro foram submetidas à
sucessivas recristalizações em etanol possibilitando o isolamento de duas substâncias com
grau de pureza adequado para identificação, sendo ambas um sólido amorfo amarelado,
codificado de ALF-1 (1,70g) e ALF-2 (2,0g), respectivamente, as quais foram submetidas a
métodos espectroscópicos para identificação. O critério de pureza adotado foi à observação de
uma mancha única através da CCD, variando-se a fase móvel. Sua natureza fenólica foi
Fr. F-3.6
(22,30g)
Fr. AcOEt
F-3.6.1
(0,2g)
Fr. AcOEt/MeOH
5% F-3.6.2
(0,7g)
Fr. AcOEt/MeOH
10% F-3.6.3
(2,00g)
Fr. AcOEt/MeOH
20% F-3.6.4
(2,97g)
Fr. AcOEt/MeOH
30% F-3.6.5
(3,98 g)
Fr. AcOEt/MeOH
40% F-3.6.6
(9,90g)
Fr. AcOEt/MeOH
50% F-3.6.7
(0,5g)
Fr. MeOH
F-3.6.8
(1,9g)
83
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
sugerida por visualização de coloração característica em CCD após revelação com AlCl
3
sob
luz U.V.
II.8.2.2.1.5 Filtração em gel de sílica da F-3.7
A fração F-3.7 [Fr. AcOEt/MeOH 50% oriunda da Filtração da Fração Acetato de etila
(F-3)] (20,25g) foi submetida à filtração em funil de separação de gel de sílica desativada
com água a 10%. Foram coletadas 7 frações com o volume médio de 250mL cada uma,
empregando-se como eluentes AcOEt
e MeOH e misturas destes em grau crescente de
polaridade (Fluxograma 13). Todas as frações obtidas foram analisadas através de CCD.
Filtração em gel de sílica
Fluxograma 13 - Filtração em gel de sílica da fração F -3.7
Fr. F -3.7
(20,55g)
Fr ACOEt
F -3.7.1
(2,05g)
Fr ACOEt/ MeOH
20% F -3.7.2
(0,37g)
Fr ACOEt/MeOH
30% F -3.7.3
(2,75g)
Fr ACOEt/MeOH
40% F -3.7.4
(3,05g)
Fr.ACOEt/MeOH
50% F -3.7.5
(4,39g)
Fr. ACOEt/MeOH
70% F -3.7.6
(4,04)
Fr. MeOH
F -3.7.7
(3,81g)
84
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
II.8.2.2.1.5.1 Estudo da fração F -3.7.2 proveniente Filtração em gel de sílica da F-3.7
A fração F -3.7.2 (0,37g), foi submetida à uma microextração utilizando como
solvente o etanol possibilitando o isolamento de uma substância com grau de pureza adequado
para identificação, sendo um sólido sólido amorfo amarelado, codificado de ALF-19 (0,03g),
a qual foi submetida a métodos espectroscópicos para identificação. O critério de pureza
adotado foi à observação de uma mancha única através da CCD, variando-se a fase móvel.
Sua natureza fenólica foi sugerida por visualização de coloração característica em CCD após
revelação com AlCl
3
sob luz U.V.
II.8.2.2.1.5.2 Estudo da fração F -3.7.4 proveniente Filtração em gel de sílica da F-3.7
A fração 3.7.4 (3,05g) sólida de cor amarelo escuro foi submetida à sucessivas
recristalizações em etanol possibilitando o isolamento de uma substância com grau de pureza
adequado para identificação, um sólido amorfo amarelado, codificado de ALF-3 (1,20g), a
qual foi submetida a métodos espectroscópicos para identificação. O critério de pureza
adotado foi à observação de uma mancha única através da CCD, variando-se a fase móvel.
Sua natureza fenólica foi sugerida por visualização de coloração característica em CCD após
revelação com AlCl
3
sob luz U.V.
Após a análise de RMN
1
H e
13
C as substâncias codificadas como ALF-1, ALF-2 e
ALF-3 foram consideradas as mesmas substâncias e então reunidas com a codificação final
ALF-1.
II.8.2.2.1.6 Cromatografia em coluna de gel de sílica da fração F-3.8 proveniente da
filtração da fração F-3
A fração F-3.8 [Fr. MeOH oriunda da Filtração da Fração Acetato de etila (F-3)]
(1,25g) foi submetida à cromatografia em coluna de gel de sílica desativada com água a 10%.
Foram coletadas 60 frações de volume aproximado de 8 mL cada uma, utilizando AcOEt,
MeOH
e mistura destes como solventes de eluição. Todas as frações obtidas foram analisadas
através de CCD e reunidas conforme disposto na Tabela 17.
85
Cap. II. Parte experimental
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 17 Cromatografia da fração F-3.8 proveniente da filtração da fração F-3
Eluentes
Frações
Massa (g)
AcOEt
1-7
0,15
AcOEt/MeOH 1%
8-12
0,13
AcOEt/MeOH 3%
13-15
0,09
AcOEt/MeOH 5%
16-18
0,14
AcOEt/MeOH 10%
19-23
0,17
AcOEt/MeOH 20%
24-48
0,06
AcOEt/MeOH 30%
49-52
0,19
AcOEt/MeOH 50%
53-57
0,17
MeOH
58-60
0,10
A fração 24-48 (0,06g), foi submetida à uma microextração utilizando como solvente
o etanol possibilitando o isolamento de uma substância com grau de pureza adequado para
identificação, sendo um sólido sólido amorfo amarelado, codificado de ALF-18 (0,02 g). O
critério de pureza adotado foi à observação de uma mancha única através da CCD, variando-
se a fase móvel. Sua natureza fenólica foi sugerida por visualização de coloração
característica em CCD após revelação com AlCl
3
sob luz U.V.
Após a análise por CCD as substâncias codificadas como ALF-18 e ALF-19 foram
consideradas as mesmas substâncias e então reunidas com a codificação final ALF-19.
86
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
T
U
U
L
L
O
O
I
I
I
I
I
I
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
E
E
D
D
I
I
S
S
C
C
U
U
S
S
S
S
Ã
Ã
O
O
87
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Capítulo III. Resultados e Discussão
III.1 Escolha das partes da planta selecionada
Com o objetivo de dar continuidade ao estudo do isolamento dos princípios ativos dos
ensaios realizados pelo IMSEAR, caule e folhas foram escolhidas da planta A. langsdorfii,
devido às propriedades tripanocidas, inibidoras da linfoproliferação e geração de NO.
III.2 Rendimento inicial do extrato bruto das folhas e caule e das suas frações em
hexano, clorofórmio, acetato de etila e hidrometanólica
A partir de 10,3 kg do do caule seco foram obtidos 451 g de extrato bruto seco
correspondendo a um rendimento de 4,4 % do total do macerado. A partir de 4,3 kg do
das folhas secas foram obtidos 498,88 g de extrato bruto seco o que equivale a 11,6 % do
macerado inicial.
Os rendimentos percentuais das frações em hexano, clorofórmio, acetato de etila e
hidrometanólica oriundas da partição líquido-líquido das folhas e do caule estão na Tabela
18.
Tabela 18 Rendimentos percentuais das frações em hexano, clorofórmio, acetato de etila e
hidrometanólica
Frações
Folha (%)
Caule (%)
Hexano
39,53
6,22
Clorofórmio
11,75
6,43
Acetato de Etila
25,60
26,78
Hidrometanólica
12,23
40,00
88
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
III.3 Escolha dos métodos de separação do extrato bruto
Como sabemos a cromatografia, em suas várias modalidades, é uma ferramenta crítica
para a separação e o isolamento de substâncias. Técnicas como a partição utilizando-se carvão
ativo ou a simples partição líquido-líquido permitem o fracionamento do extrato bruto em
misturas menos complexas fornecendo frações de fácil manuseio, o que torna o trabalho do
pesquisador fitoquímico mais fácil e de certo modo mais racional. Daí seguem outras etapas
pós partições como analise das frações por testes químicos, seguido por cromatografias com
suportes mais específicos, cristalizações e separações por cromatoplacas.
Sabe-se que todo processo cromatográfico possui hoje em dia um grau de refinamento
que se apresenta como uma prática extremamente seletiva e eficiente, capaz de separar
moléculas estreitamente relacionadas em uma mistura altamente complexa.
No caso do extrato bruto das folhas o método de partição líquido-líquido realizado
com solventes de polaridade crescente apresentou bom rendimento. Todas as frações foram
analisadas por CCD utilizando como sistema eluente: CHCl
3
:EtOH (9:1) e como revelador
anisaldeído sulfúrico com aquecimento a 100ºC. Com base nas frações selecionadas para o
trabalho a visualização em CCD indicou tratar-se de um material heterogêneo. O resultado foi
bom em todas as frações pós partição.
A sílica-gel é o adsorvente mais utilizado nos laboratórios de análises de produtos
naturais. Vantagens para sua utilização advêm da facilidade de uso, permitir ótima separação
cromatográfica e é de fácil aquisição comercial em relação a outras fases estacionárias, além
da sílica provocar menos reações secundárias nos componentes da mistura em relação a outros
adsorventes (MATOS, 1997).
III.4 Prospecção fitoquímica
O estudo fitoquímico é um processo de seleção preliminar que visa identificar
qualitativamente classes de metabólitos secundários presentes no extrato, sendo de grande
importância quando não se dispõe de referências sobre a espécie sob investigação como é o
caso da A. langsdorfii.
Em alguns estudos onde referências de classes químicas e atividade biológica em
determinado gênero o objetivo pode voltar-se para um grupo especifico de metabólitos, onde
89
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
a análise segue a direção para o isolamento e elucidação estrutural da classe específica de
forma planejada.
A metodologia descrita por Matos (1997) não é conclusiva podendo fornecer falso-
positivos. No entanto, em seu favor o método mostra-se rápido, simples, bastante informativo,
seu custo é barato, e pode ser aplicado a qualquer planta.
A prospecção fitoquímica preliminar do extrato etanólico bruto da folha e do caule da
espécie A. langsdorfii mostra testes positivos para as seguintes classes de substâncias:
catequinas, esteróides, fenóis, taninos, flavonóides, saponinas e triterpenóides.
Conforme justificado no item II.4 (p.45), colegas do grupo já haviam trabalhado com o
extrato do caule da planta resultando em algumas frações (fração em hexano e aquosa) para
prosseguir. Isto fez com que este trabalho realizasse a prospecção frente apenas as frações
referentes à folha.
Foi observado no Teste de Identificação para Saponinas com resultado positivo para as
frações hidrometanólica e acetato de etila provenientes da folha. A literatura não mostra
correlação de saponinas com as atividades biológicas do trabalho.
Foi observado no Teste de Identificação para Esteróides e Triterpenoides
(LIEBERMAN-BURCHARD) resultado positivo para as frações de acetato de etila,
clorofórmio e hexano. Os Triterpenoides pentacíclicos são relatados na literatura por
apresentar atividade tripanocida (LEITE et. al., 2001) e imunomoduladoras (KATO et. al.,
1997; SCHUHLY et. al., 1999).
Os testes feitos para a Identificação de Alcalóides com as frações da folha não foram
positivos com o reativo de Dragendorff.
No Teste para identificação de Fenóis e Taninos, resultado positivo foi apresentado
para fenóis, taninos condensados nas frações hidroalcoólica e acetato de etila, pois a
precipitação apresentou-se de coloração verde.
No Teste para identificação de Flavonóis, Flavanonas, Flavanonóis e Xantonas foi
detectado alteração de coloração em equilíbrio ácido-base para as frações de acetato de etila,
clorofórmio e hidrometanólica, com coloração avermelhada confirmando a presença de
flavonóis, flavononas, flavononóis e/ou xantonas, livres ou seus heterosídeos. No Teste para
identificação de Antocianinas, Antocianidinas e Flavonóides, houve alteração para uma cor
amarelada no equilíbrio ácido-base nas frações de acetato de etila, clorofórmio e
hidrometanólica.
A prospecção fitoquímica com extratos brutos e suas partições constam na Tabela 19.
90
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 19. Compostos detectados no extrato e nas frações das folhas da A. langsdorfii.
Constituintes químicos
Frações
EC
EF
F-1
F-2
F-3
F-4
Alcalóides
-
-
-
-
-
-
Antocianidinas
+
+
-
+
+
+
Antocianinas
+
+
-
+
+
+
Acidos fixos
+
+
-
+
+
+
Auronas
+
+
-
+
+
+
Catequinas
+
+
-
+
+
+
Chalconas
+
+
-
+
+
+
Flavonois
+
+
-
+
+
+
Flavononois
+
+
-
+
+
+
Flavonóides
+
+
-
+
+
+
Fenóis
+
+
-
+
+
+
Heterosidios
cianogênicos
+
+
-
+
+
+
Leucoantocianidinas
+
+
-
+
+
+
Quinonas
+
+
-
+
+
+
Resinas
+
+
-
+
+
+
Saponinas
+
+
-
-
+
+
Taninos
+
+
-
+
+
+
Triterpenos
+
+
+
+
+
+
Xantonas
+
+
-
+
+
+
* Extrato etanólico bruto do caule (EC), Extrato etanólico bruto da folha (EF); Fração hexano folha (F-1); Fração
clorofórmico folha (F-2); Fração acetato de etila folha (F-3) e Fração hidrometanólica folha (F-4). + = resultado
positivo, - = resultado negativo.
91
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
III.5 Identificação estrutural das substâncias isoladas
O estudo químico dos extratos e frações do caule e das folhas da A. langsdorfii
permitiu o isolamento de 12 compostos: ALC-1, ALCF-1, ALCF-6, ALC-8 e ALC-2 do caule
e ALCF-22, ALF-1, ALF-16, ALF-19, ALF-20 e ALF-31 das folhas. O composto ALC-5 foi
isolado do caule e das folhas. Para facilitar a descrição estrutural dos metabólitos, eles foram
organizados nesta seção por classe química, sendo um esteróide, dois terpenos e cinco
flavonóides (Figura 7).
H
H
H
H
1
2
3
4
5
6
7
8
10
11
12
13
14
29
19
21
22
18
15
16
23
24
25
26
27
OH
H
H
20
ALC-1
HO
H
1
2
3
4
5
6
7
8
10
11
12
13
14
30
29
20
19
21
22
28
17
18
15
16
23
24
25
26
27
ALC-5
OH
OH
1
11
20
10
5
6
7
8
9
14
13
16
15
17
12
2
3
4
1819
ALCF-22
Figura 7: Substâncias isoladas do caule e das folhas da A. langsdorfii.
92
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
OOH
HO O
OH
7
6
8
8a
4a
4
5
3
2
ALF-19
O
O
OH
OCH
3
H
3
CO
H
3
CO
OCH
3
2
3
45
6
7
8
2'
3'
4'
5'
6'
4a
8a
1'
14
11
13
12
ALF-16
OH
OH
HO O
OH
OH
8a
4a
4
3
2
5
6
7
8
ALF-20
OH
OH
HO O
OH
OH
8a
4a
4
3
2
5
6
7
8
ALF-31
2
3
45
6
7
8
2'
3'
4'
5'
6'
4a
8a
1'
O
HO OH
OH
HO
O
O
O
OH
OH
OH
O
OH
OHOH
3HC
O
H
1''
2''
3''
4''
5''
6''
1'''
2'''
3'''
4'''
5'''
6'''
ALF-1
Figura 7 (Cont.): Substâncias isoladas do caule e das folhas da A. langsdorfii.
93
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
III.5.1 Identificação do esteróide
III.5.1.1 Identificação da substância ALC-1
A substância ALC-1 foi obtida na forma de um sólido branco cristalino em forma de
agulhas apresentando ponto de fusão 176-177ºC.
O espectro de absorção (de luz) na região do IV, obtido em pastilha de KBr (Figura
8), revelou a presença de bandas de absorção de estiramento e deformação para grupos
hidroxila (3354 e 1054 cm
-1
), de ligação dupla (1640 cm
-1
) e sistema alifático (2936, 2880,
1456 e 1381 cm
-1
), (sugerindo a presença destes grupos).
Figura 8: Espectro da substância ALC-1 na região do Infra-vermelho
Na análise do espectro de RMN de
1
H os sinais em δ 3,5 na forma de multipleto (m,
H-3) é sugestivo de um hidrogênio carbinólico em um anel esteroidal, o dupleto (d) em δ 5,35
(J=5,24 Hz) e duplos dupletos (dd) referentes à ligação olefínica δ 5,17 (J =8,59 e 15,19Hz) e
em δ 5,04 (J =8,7 e 15,14Hz) e sinais simpletos (s) entre δ 0,67 e 1,00 correspondentes a
hidrogênios de grupos metilas (Figuras 9-11).
94
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 9: Espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALC-1
Figura 10: Expansão do espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALC-1
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
ppm
0.701
0.790
0.807
0.826
0.841
0.857
1.013
1.033
1.057
1.075
1.085
1.116
1.137
1.161
1.175
1.186
1.219
1.442
1.453
1.484
1.490
1.496
1.501
1.509
1.513
1.520
1.530
1.534
1.544
1.559
1.783
1.824
1.835
1.859
1.868
1.978
1.987
2.001
2.010
2.177
2.273
2.278
2.287
2.290
5.025
5.046
5.124
5.146
5.162
5.183
5.344
5.348
5.353
5.357
1.00
3.06
5.03
3.06
1.73
1.05
0.07
0.68
0.34
0.31
0.33
0.32
1.01.52.02.53.03.54.04.55.05.5
ppm
0.701
0.790
0.807
0.826
0.841
0.857
1.013
1.033
1.057
1.075
1.085
1.116
1.137
1.161
1.175
1.186
1.219
1.442
1.453
1.484
1.490
1.496
1.501
1.509
1.513
1.520
1.530
1.534
1.544
1.559
1.783
1.824
1.835
1.859
1.868
1.978
1.987
2.001
2.010
2.177
2.273
2.278
2.287
2.290
5.025
5.046
5.124
5.146
5.162
5.183
5.344
5.348
5.353
5.357
1.00
3.06
5.03
3.06
1.73
1.05
0.07
0.68
0.34
0.31
0.33
0.32
95
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 11: Expansão do espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALC-1
A análise do espectro de RMN de
13
C, evidenciou a presença de 29 carbonos, sendo
três sinais sobrepostos, com deslocamentos químicos em 32,1 ppm, e 21,29 ppm. Os sinais
registrados mais relevantes foram na região dos C sp
2
, onde foi possível observar a presença
dos sinais em 140,96 e 121,90 sugerindo o grupo C=CH-, além dos sinais em δ 138,55 e
129,46 relativos à dupla em C-22 e C-23. Além do sinal do carbono carbinólico em 72,03
(Figuras 12-13).
0.80.91.01.11.21.31.41.51.61.71.81.92.02.12.22.3
ppm
0.701
0.790
0.807
0.826
0.841
0.857
0.930
0.943
1.013
1.033
1.057
1.075
1.085
1.116
1.137
1.144
1.161
1.175
1.186
1.204
1.219
1.253
1.408
1.417
1.442
1.453
1.484
1.490
1.496
1.501
1.509
1.513
1.520
1.530
1.534
1.544
1.559
1.783
1.824
1.835
1.859
1.868
1.978
1.987
2.001
2.010
2.018
2.177
2.234
2.268
2.273
2.278
2.287
2.290
1.00
3.06
5.03
3.06
1.73
1.05
0.07
0.68
96
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 12: Espectro de RMN
13
C em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-1
Figura 13: Expansão do espectro de RMN
13
C em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-1
A análise conjunta dos espectros DEPT 90° e 135° (Figuras 14-17) possibilitaram a
identificação de onze sinais referentes a carbonos metínicos (CH), seis sinais referentes a
carbonos metílicos (CH
3
) e nove sinais referente a carbonos metilênicos (CH
2
), sugerindo
desta maneira que o metabólito possua três carbonos quaternários, pois estes não aparecem
nos espectros.
20
40
60
80
100
120
140
160
180
ppm
21.29
21.43
24.58
25.63
29.14
31.85
32.11
36.72
37.46
39.88
40.71
42.42
42.49
50.36
51.45
56.16
57.07
72.03
121.90
129.46
138.55
140.96
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
ppm
12.25
12.46
19.19
19.60
21.29
21.43
24.58
25.63
29.14
31.85
32.11
36.72
37.46
39.88
40.71
42.42
42.49
50.36
51.45
56.16
57.07
97
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 14: Espectro DEPT 135° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-1
Figura 15: Expansão do espectro DEPT 135° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-1
180 170 160 150 140 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 ppm
12.29
12.52
19.22
19.64
21.30
21.36
21.48
24.62
25.67
29.17
31.83
32.13
37.49
39.92
40.77
42.48
50.37
51.47
56.16
57.10
72.05
121.96
129.50
138.55
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
ppm
12.29
12.52
19.22
19.64
21.30
21.36
21.48
24.62
25.67
29.17
31.83
32.13
37.49
39.92
40.77
42.48
50.37
51.47
56.16
57.10
72.05
98
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 16: Espectro DEPT 90° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-1
Figura 17: Expansão do espectro DEPT 90° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-1
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
ppm
32.09
40.74
50.34
51.47
56.17
57.06
72.03
121.95
129.45
138.53
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
ppm
32.09
40.74
50.34
51.47
56.17
57.06
72.03
99
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Após análises espectrais de RMN 1D (
1
H,
13
C e DEPT´s), sugeriu-se que a substância
ALC-1 tratava-se de um fitoesterol bastante conhecido e presente em diferentes plantas,
estigmasterol mais comumente junto ao β-sitosterol (Figura 18).
H
H
H
H
1
2
3
4
5
6
7
8
10
11
12
13
14
29
19
21
22
18
15
16
23
24
25
26
27
OH
H
H
20
Figura 18: Estigmasterol
Para confirmar a estrutura foram interpretados os espectros de RMN 2D (HSQC,
COSY, HMBC e NOESY).
Após a verificação da correlação direta C-H via HSQC (Figuras 19-20) foi possível
enumerar os sinais dos carbonos. Seus resultados estão na tabela 20.
Figura 19: Mapa de contornos HSQC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do composto ALC-1
100
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 20: Expansão do mapa de contornos HSQC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do
composto ALC-1
A visualização da interação via espectro de RMN COSY (figuras 21-22)
correlacionou os hidrogênios acoplados por
2-3
J
H,H
(acoplamentos geminais e vicinais). Seus
resultados estão na tabela 20.
101
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 21: Mapa de contornos COSY em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALC-1
Figura 22: Expansão do mapa de contornos COSY em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALC-1
Deste ponto, pode-se fazer uma montagem dos microfragmentos para então analisar o
espectro HMBC (figuras 23-27) fazendo-se assim a união destes microfragmentos. Seus
resultados estão na tabela 20.
102
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 23: Mapa de contornos HMBC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do composto ALC-1
Figura 24: Expansão do mapa de contornos HMBC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do
composto ALC-1
103
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 25: Expansão do mapa de contornos HMBC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do
composto ALC-1
Figura 26: Expansão do mapa de contornos HMBC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do
composto ALC-1
104
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 27: Expansão do mapa de contornos HMBC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do
composto ALC-1
Evidenciou-se os valores de deslocamentos químicos referentes aos C sp
2
C-5
140,75) e C-6 121,7), do carbono C-22 138,31) e C-23 129,26), e o deslocamento do
carbono sp
3
oxigenado C-3 (δ 71,79).
A análise do espectro NOESY (Figura 28) forneceu informações relacionadas com a
estereoquímica da molécula. Seus resultados estão na tabela 20.
105
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 28: Mapa de contornos NOESY em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALC-1
Os dados obtidos nos mapas de contorno COSY e NOESY (
1
H x
1
H); e HSQC e
HMBC (
13
C x
1
H) e o sinal + apresentado na medida de rotação específica [α]
D
25
=+90°,
CHCl
3
, confirmam as atribuições feitas para o ALC-1, identificada como sendo um fitoesterol
bastante conhecido como estigmasterol (5,22-stigmastadien--ol) (Figura 29).
H
H
H
H
1
2
3
4
5
6
7
8
10
11
12
13
14
29
19
21
22
18
15
16
23
24
25
26
27
OH
H
H
20
Figura 29. Estrutura do Estigmasterol (ALC-1)
106
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
A EM foi realizada por finalidade conclusiva. Logo, o perfil do espectro de massa
obtido por ionização química no modo positivo (Figura 30) indicou a massa molecular 412 u,
com a fórmula molecular C
29
H
48
O sugerindo tratar-se do estigmasterol, apresentando também
os fragmentos em m/z 139, 255 e 395 respectivamente, em conformidade com outras técnicas
de identificação.
O espectro de massa (Esquema 1) apresentou pico base em m/z 395 sugerindo perda
de uma molécula de água, confirmando a presença de uma hidroxila no carbono alifático C-3.
Outro pico importante em m/z 139 mostra fragmentação RDA. O pico em m/z 255 se refere à
perda de água a partir do fragmento em m/z 273, proveniente da quebra anterior
(BUDZIKIEWICZ et al., 1964).
Intensidade
m/z
Figura 30: Espectro de massas da substância ALC-1.
75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400
0e3
100e3
200e3
300e3
400e3
500e3
600e3
700e3
800e3
900e3
1000e3
395
139
412
255
83
271
300
311
369
351
69
95 133
151 283107 383
213 327163
241231199 416
177
34260
107
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
HO
m/z 413 [M + H]
+
H
2
O
m/z 395 (100%)
HO
m/z 274
m/z 139
m/z 140
RDA
m/z 255
Esquema 1: Prováveis caminhos de fragmentação de ALC-1
108
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 20: RMN do composto ALC-1 em CDCl
3
, deslocamento em .
C
δ
13
C
δ
1
H
J (Hz)
COSY
HMBC
NOESY
1
37,46 CH
2
1,1; 1,8 m
5,35
2
31,85 CH
2
1,5; 1,8 m
3,5
2,3
3
72,03 CH
3,5 m
2,2 e 2,3; 1,5 e
1,8
2,3; 1,8; 1,1; 2,8
4
42,49 CH
2
2,2; 2,3 m
3,5; 5,35
5,35
1,05
5
140,96 C
-----
2,3; 1,05; 1,8
6
121,9 CH
5,35 d
5,24
1,5; 1,9; 2,2 e 2,3
2,3
2,27; 2,0
7
32,11 CH
2
1,5; 1,9 m
5,35
5,35; 1,5
8
32,11 CH
1,5 m
5,35; 1,5
9
50,36 CH
0,95 m
1,5; 1,0
10
36,72 C
-----
2,3
11
21,29 CH
2
1,4 m
1,04; 0,7; 0,95
12
39,88 CH
2
1,9; 1,1 m
5,16; 5,03; 1,03; 0,7
13
42,42 C
-----
0,7
14
57,07 CH
1,03 m
0,7; 1,05
15
24,58 CH
2
1,0; 1,5 m
16
29,14 CH
2
1,7; 1,2 m
17
56,16 CH
1,15 m
0,7; 1,0
1,87-1,80
18
12,25 CH
3
0,71s
1,9; 1,1; 1,2; 1,7
1,47
19
19,6 CH
3
1,04s
1,1
20
40,71 CH
1,9 m
1,02; 0,7
1,05; 0,71
21
21,29 CH
3
1,02s
5,17
22
138,55 CH
5,17 dd
8,59 e 15,19
1,0
1,55
23
129,46 CH
5,04 dd
8,7 e 15,14
5,16; 1,5
2,0; 1,55; 0,83
24
51,45 CH
1,54 m
0,8; 5,16; 5,03
0,71
25
32,11 CH
1,6 m
1,5
1,19-1,16
26
21,43 CH
3
0,81s
0,8; 0,81
27
19,19 CH
3
0,80s
0,8; 0,81; 1,18
28
25,63 CH
2
1,18-1,43 m
0,8; 0,81
1,87-1,80
29
12,46 CH
3
0,81s
0,8; 0,81; 1,18
Dados de RMN
1
H 400 MHz,
13
C obtido a 100 MHz, padrão interno TMS.
m=multipleto
dd=duplo dupleto
d= dupleto
s=simpleto
109
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
III.5.2 Identificação dos triterpenos
III.5.2.1 Triterpenos de esqueleto Lupano
Os triterpenos de esqueleto lupano fazem parte de uma classe muito comum de
triterpenos pentacíclicos. Todos os triterpenos pertencentes a essa classe revelam
positivamente com reagente de Liberman-Burchard. Os lupanos apresentam alguns dados de
RMN
1
H em comum destacando-se a presença de dois hidrogênios olefínicos em
4,57 como dupletos com constante de acoplamento de hidrogênios geminados (J= 2,1 Hz) e
a presença de 7 metilas todas como simpleto sendo uma delas bem característica, um simpleto
em sp
2
.
As características do espectro de RMN
13
C dessa classe de triterpeno são os sinais dos
C sp
2
: 150,9 (carbono sp
2
não hidrogenado) e um Csp
2
metilênico em aproximadamente
109,4, bastante característicos da dupla ligação do lupano. A metila ligada a C sp
2
com
deslocamento em aproximadamente 19,3 também é característica desse tipo de esqueleto
(MAHATO e KUNDU, 1994). Outra característica dos triterpenos em geral é a presença de
oxidação no C-3. Este carbono quando apresenta uma hidroxila tem deslocamento de
aproximadamente 78,9.
III.5.2.1.1 Identificação do ALC-5
A substância ALC-5 foi obtida na forma de um sólido branco amorfo apresentando
ponto de fusão 134-136ºC.
O espectro de absorção (de luz) na região do IV, obtido em pastilha de KBr (Figura
31), revelou a presença de bandas de absorção de estiramento e deformação para grupos
hidroxila (3377, 1039 e 1015 cm
-1
), ligação dupla do tipo metileno terminal (1640 e 881 cm
-1
)
e sistema alifático (2944, 2870, 1456 e 1382 cm
-1
), (sugerindo a presença destes grupos).
110
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 31: Espectro da substância ALC-5 na região do Infra-vermelho
O espectro de RMN de
1
H (Figura 32) de ALC-5 é característico de compostos
triterpênicos.
Figura 32: Espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALC-5
Na região entre 0,70 e 1,80 ppm observa-se claramente seis simpletos referentes a
grupos metilas terciários (em 0,76, 0,79, 0,83, 0,94, 0,97, e 1,03 ppm) e um simpleto relativo
à metila ligada a carbono insaturado, em 1,68 ppm (Figura 33).
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
ppm
0.673
0.696
0.764
0.792
0.832
0.876
0.911
0.948
0.971
1.001
1.033
1.179
1.207
1.230
1.240
1.258
1.265
1.293
1.296
1.334
1.342
1.363
1.376
1.389
1.411
1.425
1.431
1.466
1.471
1.477
1.503
1.509
1.517
1.525
1.534
1.574
1.595
1.604
1.617
1.626
1.635
1.648
1.660
1.685
3.171
3.184
3.199
3.212
4.566
4.569
4.572
4.575
4.689
4.694
54.74
1.27
1.00
1.03
0.99
1.00
111
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 33: Expansão do espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALC-5
Os hidrogênios H-29 da ligação dupla terminal de ALC-5 são identificados pelos
sinais de hidrogênios vinílicos em δ 4,57 (dd; J =2,3 e 1,3 Hz) e δ 4,69 (d; J=2,4 Hz), que são
característicos dos triterpenos com esqueleto lupânico. Os sinais δ 1,68, 3H (s), δ 4,69 (d; J=
2,4 Hz) e 4,57 (dd; J =2,3 e 1,3 Hz) confirmam uma unidade isopropilidênica. O hidrogênio
carbinólico ligado ao átomo do carbono quiral (C-3), tem um deslocamento químico de 3,18
ppm e aparece na forma de um duplo dupleto (1H, J =5,4 e 10,8 Hz), pois acopla com os
hidrogênios diastereotópicos em C-2, indicando a presença de β-configuração, e os sinais em
δ 0,76 a δ 1,68 são referentes aos grupos metilas (Figura 33).
As correlações entre os hidrogênios vinílicos foram confirmadas através do mapa de
contornos COSY (Tabela 21). Este experimento mostra também a correlação entre o duplo
dupleto em δ 4,57 (H-29) e o metila em δ 1,68 (H-30). O ddd em δ 2,37 (H-19) está
correlacionado com o sinal em δ 1,35 (Ha-21), que correlaciona - se com o sinal em δ 1,91
(Hb-21).
1.01.52.02.53.03.54.04.5
ppm
0.673
0.696
0.764
0.792
0.832
0.876
0.911
0.948
0.971
1.001
1.033
1.179
1.207
1.230
1.240
1.258
1.265
1.293
1.296
1.334
1.342
1.363
1.376
1.389
1.411
1.425
1.431
1.466
1.471
1.477
1.503
1.509
1.517
1.525
1.534
1.574
1.595
1.604
1.617
1.626
1.635
1.648
1.660
1.685
3.171
3.184
3.199
3.212
4.566
4.569
4.572
4.575
4.689
4.694
54.74
1.27
1.00
1.03
0.99
1.00
112
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Analisando-se o espectro de carbono (
13
C), verifica-se a presença de 29 carbonos,
sendo um sinal sobreposto, confirmando a presença dos trinta carbonos (Figuras 34 e 35).
Os espectros DEPT 90º e 135° (Figuras 36 e 39) possibilitaram a identificação de
treze sinais referentes a carbonos metínicos (CH) e metílicos (CH
3
), onze sinais referente a
carbonos metilênicos (CH
2
), indicando desta maneira que o metabólito possua seis carbonos
não hidrogenados, pois estes não aparecem no espectro DEPT 135°.
Figura 34: Espectro de C
13
em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-5
200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0
ppm
17.00
19.51
23.73
23.90
26.21
26.35
27.12
28.61
29.92
31.29
32.84
33.56
34.93
37.36
39.98
41.01
43.02
43.20
47.41
47.82
55.66
79.02
109.59
151.33
ALC-5
113
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 35: Expansão do espectro de C
13
em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-5
Figura 36: Espectro DEPT 135° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-5
152025303540455055
ppm
17.00
19.51
23.73
23.90
26.21
26.35
27.12
28.61
29.92
31.29
32.84
33.56
34.93
37.36
39.98
41.01
43.02
43.20
47.41
47.82
55.66
ALC-5
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
ppm
14.80
15.64
16.22
16.38
18.26
18.57
19.57
21.17
25.36
27.68
28.24
29.96
30.09
34.55
35.82
38.33
38.97
40.27
48.28
48.58
50.63
55.53
79.26
109.58
ALC-5
114
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 37: Expansão do espectro DEPT 135° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-5
Figura 38: Espectro DEPT 90° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-5
20
25
30
35
40
45
50
55
ppm
15.64
16.22
16.38
18.26
18.57
19.57
21.17
25.36
27.68
28.24
29.96
30.09
34.55
35.82
38.33
38.97
40.27
48.28
48.58
50.63
55.53
ALC-5
2030405060708090100110120130140150160170180 ppm
16.36
18.54
21.15
25.34
27.63
27.66
29.95
30.06
34.49
35.80
38.26
38.92
40.23
48.21
48.51
50.64
55.50
79.22
109.57
115
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 39: Expansão do espectro DEPT 90° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALC-5
A análise conjunta dos dados obtidos dos espectros de RMN
13
C e DEPT 90º e 135º
MHz (Figura 34-39; Tabela 21) permitiram reconhecer um total de trinta átomos de carbono,
dentre estes destacam-se as absorções em δ 150,94(C) e em δ 109,31 (CH
2
) atribuídas a uma
ligação dupla metileno terminal, confirmando a unidade isopropilidênica. Observa-se um sinal
para carbono monoidrogenado carbinólico δ 78,99 (CH), cujo valor de deslocamento químico
sugere a presença de um grupo hidroxila em C-3 de triterpeno pentacíclico da série lupano, e
os sinais da região de δ 14,4 a 29,9, são atribuídos aos C-23 a C-28 e C-30.
O HSQC (Figuras 40-41) mostra a correlação dos sinais dos hidrogênios em δ 4,57 e
δ 4,69 com o sinal de carbono em δ 109,3. O sinal de carbono em δ 38,6 está correlacionado
com os sinais em δ 0,88 e 1,65 e o duplo dupleto em δ 3,18 correlaciona-se com o sinal em δ
79,0. Os sinais em δ 27,8, 15,2, 16,0, 15,8, 14,4, 17,8 e 19,2 estão correlacionados com os
simpletos em δ 0,97, 0,76, 0,83, 1,03, 0,94, 0,79 e 1,68, respectivamente. Os dados obtidos
nos mapas de contorno COSY (
1
H x
1
H) e HSQC (
13
Cx
1
H), confirmam as principais
atribuições de ALC-5.
15202530354045 ppm
16.36
18.54
21.15
25.34
27.63
27.66
29.95
30.06
34.49
35.80
38.26
38.92
40.23
48.21
48.51
116
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 40: Mapa de contornos HSQC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do composto ALC-5
Figura 41: Expansão do mapa de contornos HSQC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do
composto ALC-5
117
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Os dados obtidos nos mapas de contorno COSY (
1
H x
1
H), HSQC (
13
C x
1
H) e o sinal
negativo apresentado na medida de rotação específica [α]
D
25
=-210°, CHCl
3
, confirmam as
atribuições feitas para o ALC-5, identificada como sendo um triterpeno da série dos lupanos,
o lupeol (lup-20(29)-en-3β-ol). Todas as correlações RMN 1D e 2D estão sumarizadas na Tabela
21.
HO
H
1
2
3
4
5
6
7
8
10
11
12
13
14
30
29
20
19
21
22
28
17
18
15
16
23
24
25
26
27
Figura 42. Estrutura do Lupeol (ALC-5)
A EM foi realizada por finalidade conclusiva. Logo, o perfil do espectro de massa
obtido por ionização química no modo positivo (Figura 43) indicou a massa molecular 426 u,
com a fórmula molecular C
30
H
50
O sugerindo tratar-se do lupeol, apresentando também os
fragmentos em m/z 191, 218 e 409 respectivamente, em conformidade com outras técnicas de
identificação. O espectro de massa forneceu o íon molecular m/z 427 [M+H]
+
e o pico base
m/z 409 (Esquema 2) (BUDZIKIEWICZ et al., 1964).
Intensidade
m/z
Figura 43: Espectro de massas da substância ALC-5.
75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425
0e3
250e3
500e3
750e3
1000e3
409
427
218
191
207
408
135
109
95
121
259 315
163149
81 177
271 299245
231
393
28569 370
344
325 438
118
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
HO
H
2
O
+
+
m/z 427 [M + H]
+
m/z 409 (100%)
m/z 191
m/z 218
+
m/z 191
m/z 218
Esquema 2: Prováveis caminhos de fragmentação de ALC-5
119
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 21: RMN do composto ALC-5 em CDCl
3
, deslocamento em .
C
δ
13
C
δ
1
H
J (Hz)
COSY
1
38,98 CH
2
0,88 m; 1,65 m
2
28,12 CH
2
1,54 m
3,19
3
79,02 CH
3,19 dd
5,4 e 10,8
1,54
4
39,01 C
5
55,66 CH
0,70 m
6
18,52 CH
2
7
34,45 CH
2
1,41 m
8
41,01 C
9
50,80 CH
1,28 m
10
37,36 C
11
21,12 CH
2
1,20 m; 1,38d
1,5
12
25,19 CH
2
1,07 m; 1,62 m
13
38,01 CH
1,66 t
3,0
14
43,02 C
15
27,82 CH
2
0,99 d; 1,88 t
2,1 e 2,4
16
35,90 CH
2
1,49 m
17
43,20 C
18
47,82 CH
1,36 m
19
47,41 CH
2,37 ddd
1,35
20
151,33 C
21
30,02 CH
2
1,35 m; 1,91 m
1,91; 1,35
22
40,03 CH
2
1,20 m; 1,41 m
23
29,92 CH
3
0,97 s
24
15,58 CH
3
0,76 s
25
16,32 CH
3
0,83 s
26
16,17 CH
3
1,03 s
27
14,74 CH
3
0,94 s
28
18,20 CH
3
0,79 s
29
109,59 CH
2
4,69d; 4,57dd
2,4; 2,3 e 1,3
4,57; 4,69
30
19,51 CH
3
1,68 s
4,57
Dados de RMN
1
H 400 MHz,
13
C obtido a 100 MHz, padrão interno TMS.
m=multipleto
t = tripleto
dd=duplo dupleto
d= dupleto
s=simpleto
120
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
III.5.3 Identificação dos diterpenos
III.5.3.1 Identificação do ALCF-22
A substância ALCF-22 foi obtida na forma de um sólido branco cristalino em forma
de agulhas apresentando ponto de fusão 108-111ºC.
O espectro de absorção (de luz) na região do IV, obtido em pastilha de KBr (Figura
44), revelou a presença de bandas de absorção de estiramento e deformação para grupos
hidroxila (3509, 1060 cm
-1
) e de natureza alifática C-H (2945, 2829, 1446 e 1374 cm
-1
),
(sugerindo a presença destes grupos).
Figura 44: Espectro da substância ALCF-22 na região do Infra-vermelho
O espectro de
1
H dessa substância (Figura 45) revelou a presença de sinais
característicos de diterpenoides.
Pode-se destacar os sinais a δ 3,43 tripleto (H-7) sugestivo de hidrogênio carbinólico,
e quatro sinais na forma de simpletos (s) entre δ 0,8 e 1,4 correspondentes a hidrogênios de
grupos metilas terciárias (em 0,86, 0,89, 0,99, e 1,34 ppm) (Figura 46).
121
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 45: Espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALCF-22
Figura 46: Expansão do espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALCF-22
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
ppm
1.361
1.368
1.393
1.399
1.425
1.430
1.557
1.572
1.581
1.588
1.623
1.631
1.641
1.651
1.659
1.667
1.674
1.681
1.706
1.711
1.727
1.736
1.747
1.761
1.769
2.011
2.018
3.430
14.44
32.21
1.30
1.00
0.51.01.52.02.53.0
ppm
0.858
0.896
0.913
0.933
0.989
1.197
1.221
1.225
1.232
1.290
1.324
1.344
1.361
1.368
1.393
1.399
1.425
1.430
1.557
1.572
1.581
1.588
1.623
1.631
1.641
1.651
1.659
1.667
1.674
1.681
1.706
1.711
1.727
1.736
1.747
1.761
1.769
2.011
2.018
3.430
14.44
32.21
1.30
1.00
122
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Analisando-se o espectro de carbono
13
C, evidencia-se a presença de 20 carbonos.
(Figuras 47-48).
Figura 47: Espectro de RMN
13
C em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALCF-22
Figura 48: Expansão do espectro de RMN
13
C em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALCF-22
170
160
150
140
130
120
110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
ppm
13.61
18.31
21.86
22.64
23.71
26.96
27.05
30.75
32.75
33.36
37.93
38.30
39.35
42.26
46.24
47.51
51.54
72.42
74.09
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
ppm
13.61
18.31
21.86
22.64
23.71
26.96
27.05
30.75
32.75
33.36
37.93
38.30
39.35
42.26
46.24
47.51
51.54
72.42
74.09
123
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Os espectros DEPT´s 90º e 135° possibilitaram a identificação de quatro sinais
referentes a carbonos metínicos (CH) e quatro carbonos metílicos (CH
3
) com, oito sinais
referente a carbonos metilênicos (CH
2
), sugerindo desta maneira que o metabólito possua
quatro carbonos não hidrogenados, pois estes não aparecem no espectro DEPT 135°. O
número de átomos e a natureza desses carbonos sugerem o esqueleto de um diterpeno
(Figuras 49-51).
Figura 49: Espectro DEPT 135° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALCF-22
200
190
180
170
160
150
140
130
120
110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
ppm
13.64
18.34
21.88
22.66
23.73
26.97
27.07
30.77
33.37
37.94
39.37
42.29
46.25
47.52
51.56
74.09
124
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 50: Espectro DEPT 135° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALCF-22
Figura 51: Espectro DEPT 90° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALCF-22
60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
ppm
13.64
18.34
21.88
22.66
23.73
26.97
27.07
30.77
33.37
37.94
39.37
42.29
46.25
47.52
51.56
ALCF 22
125
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Através do espectro HSQC observaram-se as correlações do hidrogênio carbinólico
3,43) com o carbono δ 74,09; e dos hidrogênios metílicos 0,86, 0,89, 0,99, e 1,34) com os
seus respectivos carbonos (δ 21,86, 33,36, 13,61 e 30,75) (Figura 52).
Figura 52: Mapa de contornos HSQC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do composto ALCF-
22
O espectro de RMN COSY (Figuras 53-54) mostrou as correlações entre os
hidrogênios que estão acoplados por
2-3
J
H,H
(acoplamentos geminais e vicinais), permitindo
assim a montagem dos microfragmentos da estrutura (Tabela 22).
126
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 53: Mapa de contornos COSY em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALCF-22
Figura 54: Expansão do mapa de contornos COSY em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALCF-22
A complementação da identificação dos diterpenos de diferentes classes seja kaurano,
abietano, clerodano (biciclico), abietano (triciclico), traquilobano está na analise dos dados do
espectro HMBC (Figuras 55-56).
127
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
A presença de quatro grupos metilas, 8 grupos metilenos, 4 grupos metínicos e 4
carbonos não hidrogenados foram comprovadas pela análise do espectro HMBC. A
comparação dos dados de RMN deste composto com os de estruturas similares da literatura
permite concluir que se tratava de um diterpeno da classe ent-atisano.
A localização dos grupos hidroxilas em C-7 e C-16 foi comprovada por HMBC.
Correlações entre os hidrogênios em 1,43 (H-5), 1,58 (H-9) e 1,7 (H-15), e o carbono
oxigenado em 74,09 sugeriram a localização de uma hidroxila no C-7. O outro grupo
hidroxila foi localizado em C-16 devido às correlações entre 1,7 (H-11), 1,30 (H-15), e
carbono em 72,42.
Comparando os dados de RMN
13
C de ALCF-22 com diterpenos atisano isolados de
outras espécies percebeu-se que os carbonos C-5, C-9 e C-15 sofriam um efeito de proteção.
Portando a hidroxila estava localizada em C-7, pois nessa posição os carbonos C-5, C-9 e C-
15 sofrem um efeito gama. Essa hipótese foi confirmada pela analise do espectro HMBC
(Tabela 22).
Figura 55: Mapa de contornos HMBC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do composto ALCF-
22
128
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 56: Expansão do mapa de contornos HMBC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do
composto ALCF-22
A análise do espectro NOESY (Figura 58) e a medida de rotação óptica específica
[α]
D
25
=+40°, CHCl
3
foram também usadas para estabelecer a estereoquímica relativa da
molécula.
Os dados de RMN 1D e 2D estão na tabela 22. A molécula está representada com
orientação para os grupos hidroxilas no C-7 e C-16 sendo proposta como um ent-atisan-
7 ,16 -diol (Figura 57).
OH
OH
1
11
20
10
5
6
7
8
9
14
13
16
15
17
12
2
3
4
1819
Figura 57: ent-atisan-7 ,16 -diol
129
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 58: Mapa de contornos NOESY em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALCF-22
A EM foi realizada por finalidade conclusiva. Logo, o perfil do espectro de massa
obtido por ionização química no modo positivo (Figura 59) indicou a massa molecular 306 u,
com a fórmula molecular C
20
H
34
O
2
sugerindo tratar-se de um diterpeno ent-atisan-7 ,16 -
diol (apresentando também os fragmentos em m/z 271, 230, 164, 123 respectivamente, em
conformidade com outras técnicas de identificação).
O espectro de massa (Esquema 3) apresentou pico base em m/z 271 e picos
característicos de sua classe em m/z 271, 230, 164, 123 com massa molecular de M
+
306
(BUDZIKIEWICZ et al., 1964).
130
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Intensidade
m/z
Figura 59: Espectro de massas da substância ALCF-22.
OH
CH
3
H
2
O
OH
OH
RDA
m/z 306
m/z 288
OH
+
m/z 260
OH
m/z 245
CH
3
OH
m/z 230
CH
3
+
+
(CH
2
=CH
2
)
Esquema 3: Prováveis caminhos de fragmentação de ALCF-22
75 100 125 150 175 200 225 250 275 300
0e3
500e3
1000e3
1500e3
2000e3
2500e3
3000e3
3500e3
271
289
230
85
123
255
109
175
215203 245
306164
81 149135 189
67
320
131
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
OH
CH
3
OH
+
m/z 307 [M + 1]
+
H
2
O
OH
m/z 289
+
RDA
(CH
2
=CH
2
)
OH
m/z 261
+
2 CH
3
OH
m/z 231
OH
+
m/z 230
H
H
2
O
m/z 289 (100%)
+
Esquema 3 (Cont.): Prováveis caminhos de fragmentação de ALCF-22
132
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 22: RMN do composto ALCF-22 em CDCl
3
, deslocamento em .
C
δ
13
C
δ
1
H
COSY
HMBC
NOESY
1
42.26 CH
2
1.43; 1.23 m
H-2
2
18.31 CH
2
1.43; 1.67 m
H-1, H-3
3
39.35 CH
2
1.65; 0.93 m
H-2
4
37.93 C
-----
5
47.51 CH
1.43 m
H-6
H-1
6
27.05 CH
2
1.71; 1.76 m
H-5, H-7
H-7
7
74.09 CH
3.43 t
H-6
H-5; H-9; H-15
H-14
8
32.75 C
-----
9
46.24 CH
1.58 m
H-11
H-13; H-11
10
37.93 C
-----
11
22.64 CH
2
1.2; 2.1 m
H-9, H-12
12
38.30 CH
3
1.67 m
H-11, H-13
H-13; H-11
13
23.71 CH
2
1,7; 1.5 m
H-14, H-12
14
26.96 CH
2
1,71; 0.99 m
H-13
15
51.54 CH
2
1,7; 1,3 m
H-14
16
72.42 C
----
H-15
17
30.75 CH
3
1.34 s
H-7
18
33.36 CH
3
0.89 s
19
21.86 CH
3
0.86 s
20
13.61 CH
3
0.99 s
H-5
Dados de RMN
1
H 400 MHz,
13
C obtido a 100 MHz, padrão interno TMS.
m=multipleto
t = tripleto
s=simpleto
133
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
III.5.4 Identificação dos flavonóides
III.5.4.1 Identificação dos Flavan-3-óis
Os flavan-3-óis, também denominados de catequinas, pertencem à classe dos
flavanóides, que não possuem o grupo carbonila em C-4 e também a conjugação entre os
anéis A e B:
O
OH
8
7
6
5 4
3
2
8a
4a
A
B
C
Os espectros de RMN
1
H dos flavan-3-óis são caracterizados pelos hidrogênios
alifáticos presentes no anel C, sendo o deslocamento químico destes hidrogênios dependente
da estereoquímica e da conformação deste anel. Os dados espectrais das substâncias catequina
e epicatequina, por se tratarem de epímeros, são muito semelhantes:
OH
OH
HO O
OH
OH
8a
4a
4
3
2
5
6
7
8
OH
OH
HO O
OH
OH
8a
4a
4
3
2
5
6
7
8
Catequina
Epicatequina
De modo geral, o hidrogênio oximetínico H-2 encontra-se mais desprotegido tanto na
epicatequina que possui OH axial em C-3, quanto na catequina que possui OH equatorial em
C-3, devido à desproteção adicional do anel B. O H-3eq da epicatequina encontra-se mais
desprotegido que o H-3ax da catequina. Os hidrogênios metilênicos benzílicos H-4ax e H-4eq
encontram-se mais protegidos em ambas, sendo ligeiramente mais protegidos na catequina.
Os demais deslocamentos de hidrogênio dos anéis A e B aromáticos pouco diferem dos
demais flavonóides, sendo difícil distinguir algumas vezes entre H-6 e H-8 (MARKAN,
1994). Isto até aparecer as novas técnicas de 2D RMN.
Da mesma forma como nos flavonóides em geral, os deslocamentos químicos
observados nos espectros de RMN
13
C dos flavan-3-óis podem ser divididos em duas regiões
134
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
bem distintas, os C-sp
3
C-2, C-3 e C-4 do anel C são registrados em δ abaixo de 90 e os C-sp
2
em δ acima de 90. Os valores de deslocamento dos C-sp
2
dependerão da hidroxilação e
substituição nos anéis A e B. Já os valores de deslocamento dos C-sp
3
dependerão da
substituição e funcionalização, assim como da estereoquímica do anel C. A conformação mais
estável é geralmente aquela em que o anel B encontra-se em posição equatorial, porém a
introdução de um substituinte volumoso em C-3 força o anel B para posição axial. Nos
flavan-3-óis a conformação adotada é a de meia-cadeira e o anel B é quase exclusivamente
equatorial. Portanto, na epicatequina a 3-OH será axial e na catequina a 3-OH será equatorial.
Os deslocamentos de carbono serão então controlados pela orientação do grupo 3-OH. O C-2
oximetínico apresenta deslocamento cerca de 12-15 ppm mais desprotegido que C-3
oximetínico devido ao efeito de desproteção do anel B. (AGRAWAL, 1989).
III.5.4.1.1 Identificação da substância ALF-31
A substância ALF-31 foi obtida na forma de um sólido amarelo claro amorfo
apresentando ponto de fusão 178,2 - 180,6 ºC.
O espectro de absorção (de luz) na região do IV, obtido em pastilha de KBr (Figura
60), revelou a presença de bandas de absorção de estiramento e deformação para grupos
hidroxila (3505 e 3458 cm
-1
) e de sistema aromático (1626, 1521, 1469, 1441 e 1389 cm
-1
),
(sugerindo a presença destes grupos).
Figura 60: Espectro da substância ALF-31 na região do Infra-vermelho
135
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Em uma primeira visualização geral o espectro de RMN de
1
H dessa substância
(Figuras 61-62) revelou a presença de sinais característicos de flavan-3-óis:
Figura 61: Espectro de RMN
1
H em CD
3
COCD
3
, 400 MHz, do composto ALF-31
Na análise do espectro de RMN
1
H do ALF-31 observaram-se quatro sinais na região
de hidrogênios alifáticos: dois duplos dupletos integrado para um hidrogênio cada, em δ 2,48
(J =8,45 e 16,27Hz) e 2,85 (J = 5,64 e 16,03Hz), característicos de hidrogênios de grupo
metilênico benzílico ligado a carbono oximetínico; um multipleto em δ 3,98, atribuído a um
hidrogênio ligado a carbono oximetínico e um dupleto, integrado para um hidrogênio, em δ
4,52 (d; J =7,5 Hz), característico de hidrogênio oximetínico-benzílico. Esse conjunto de
sinais é típico do anel C de flavan-3-ol (Figura 62).
Na região de hidrogênios em anel aromáticos, observaram-se três sinais que
caracterizam um sistema de acoplamento AMX em δ 6,84 (d, J = 1,8 Hz, 1H), 6,8 (dd, J = 8,1
e 1,8 Hz, 1H) e 6,74 (d, J = 8,1 Hz, 1H), atribuídos, respectivamente, aos hidrogênios 2´, e
5´do anel B de um flavan-3-ol, bem como dois dupletos meta relacionados (J = 2,2 Hz, 1H
cada) em δ 5,96 e 5,82, atribuídos aos hidrogênios 6 e 8 do anel A (Figura 62).
136
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 62: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
COCD
3
, 400 MHz, do composto ALF-
31
Estes acoplamentos foram todos confirmados através da análise do espectro COSY
1
H
x
1
H (Figuras 63-64).
Figura 63: Espectro COSY em CD
3
COCD
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-31
3.03.54.04.55.05.56.06.57.0
ppm
2.455
2.477
2.495
2.517
2.822
2.836
2.863
2.876
3.966
3.980
4.000
4.508
4.528
5.823
5.829
5.969
5.975
6.671
6.675
6.691
6.695
6.724
6.745
6.838
6.842
0.99
0.99
6.23
1.20
1.00
1.00
2.04
1.00
137
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 64: Expansão do espectro COSY em CD
3
COCD
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-31
A análise dos espectros de RMN
13
C, DEPT´s 90º e 135º do ALF-31, em conjunto
com o espectro HSQC, bem como os demais bidimensionais, permitiu atribuir os 15 sinais
observados aos quinze carbonos da estrutura da catequina, em destaque para o sinal em δ
82,3, que é atribuído ao carbono oximetínico-benzílico C-2, sendo este um dos sinais mais
importantes para distinguir a catequina do seu epímero em C-3, a epicatequina, que exibe para
C-2 um sinal em aproximadamente δ 79,1 no mesmo solvente (Figuras 65-70).
Esta diferença epimérica está relacionada ao controle dos deslocamentos de carbono
pela orientação do grupo 3-OH, onde na epicatequina a 3-OH encontra-se em axial e na
catequina a 3-OH encontra-se em equatorial. Lembrando que nos flavan-3-óis a conformação
adotada é a de meia-cadeira e o anel B estará quase exclusivamente equatorial.
138
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 65: Espectro de RMN
13
C em CD
3
COCD
3
, 100 MHz, do composto ALF-31
Figura 66: Expansão do espectro de RMN
13
C em CD
3
COCD
3
, 100 MHz, do composto ALF-
31
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
ppm
28.56
68.24
82.33
95.29
96.17
100.44
115.18
115.77
119.99
131.72
145.51
145.59
156.57
157.05
157.42
ALF-31 C13
70
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
125
130
135
140
145
150
155
160
ppm
68.24
82.33
95.29
96.17
100.44
115.18
115.77
119.99
131.72
145.51
145.59
156.57
157.05
157.42
139
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 67: Espectro DEPT 135° em CD
3
COCD
3
, 100 MHz, do composto ALF-31
Figura 68: Expansão do espectro DEPT 135° em CD
3
COCD
3
, 100 MHz, do composto ALF-
31
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
ppm
28.58
68.26
82.35
95.33
96.20
115.18
115.78
120.02
ALF-31 DEPT 135
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
ppm
28.58
68.26
82.35
95.33
96.20
115.18
115.78
120.02
140
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 69: Espectro DEPT 90° em CD
3
COCD
3
, 100 MHz, do composto ALF-31
Figura 70: Expansão do espectro DEPT 90° em CD
3
COCD
3
, 100 MHz, do composto ALF-31
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
ppm
28.59
68.26
82.35
95.34
96.20
115.19
115.81
120.03
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
ppm
28.59
68.26
82.35
95.34
96.20
115.19
115.81
120.03
141
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
A análise do espectro HSQC do composto ALF-31 também foi importante para
atribuir, com precisão, os sinais em δ 115,7 e 115,2 aos carbonos C-5' e C-2',
respectivamente, visto que mostraram correlações
1
J com os sinais em δ 6,74 e 6,83, os quais
haviam sido atribuídos, respectivamente, aos hidrogênios H-5' e H-2'. As demais correlações
diretas dos sinais dos prótons com os seus respectivos carbonos também foram observadas
(Figuras 71-72).
Figura 71: Mapa de contornos HSQC em CD
3
COCD
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do composto
ALF-31
Figura 72: Expansão do mapa de contornos HSQC em CD
3
COCD
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do
composto ALF-31
142
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
As correlações observadas no mapa de contornos HMBC (Figura 74) entre o carbono
em 82,35 (C-2) e os hidrogênios em 6,84 (H-2') e 6,80 (H-6'), entre o carbono aromático
em 100,34 (C-4a) e os hidrogênios em 5,96 (H-6); 3,98 (H-3); 2,85 (H-4) e 2,48 (H-4) e
ainda entre o carbono aromático em 157,05 (C-8a) e os hidrogênios em 5,82 (H-8); 2,85
(H-4) e 2,48 (H-4) estão de acordo com a estrutura proposta para ALF-31 (Figuras 73-78,
Tabela 23):
OH
OH
HO O
OH
OH
8a
4a
4
3
2
5
6
7
8
A
C
B
Figura 73: Catequina
Figura 74: Mapa de contornos HMBC em CD
3
COCD
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do composto
ALF-31
143
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 75: Expansão do mapa de contornos HMBC em CD
3
COCD
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz,
do composto ALF-31
Figura 76: Expansão do mapa de contornos HMBC em CD
3
COCD
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz,
do composto ALF-31
144
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 77: Mapa de contornos NOESY em CD
3
COCD
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-31
Figura 78: Expansão do mapa de contornos NOESY em CD
3
COCD
3
,
1
H: 400 MHz, do
composto ALF-31
145
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
O sinal positivo do [α]
D
25
=+15,0°, MeOH confirmou a estereoquímica como sendo
2R,3S, tratando-se portanto da (+)-catequina.
A EM foi realizada por finalidade conclusiva. Logo, o perfil do espectro de massa
obtido por ionização química no modo positivo (Figura 79) indicou a massa molecular 290 u,
com a fórmula molecular C
15
H
14
O
6
sugerindo tratar-se da catequina, em conformidade com
outras técnicas de identificação.
O fragmento m/z 139 sugere a presença de dois grupos hidroxila no anel A, como
também o pico em m/z 139 sugere uma clivagem ao anel A com a perda do fragmento m/z
152 (Esquema 4).
Intensidade
m/z
Figura 79: Espectro de massas da substância ALF-31.
75 100 125 150 175 200 225 250 275 300
0e3
100e3
200e3
300e3
400e3
500e3
600e3
700e3
800e3
900e3
127
291
111
153
273
139
110
167
181
85
29369 247
261205
223
146
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
OH
OH
HO O
OH
OH
HO
O
OH
OH
OH
OH
HO
OH
OH
+
OH
OH
OH
HO O
O
OH
H
OH
OH
HO O
H
2
O
+
+
m/z 181
m/z 152
m/z 291 ([M+H]
+
)
H
.
m/z 139
m/z 127
m/z 273
C
9
H
8
O
3
OH
OH
HO O
OH
OH
+
OH
OH
OH
O
m/z 181
..
m/z 290
Esquema 4: Prováveis caminhos de fragmentação de ALF-31
147
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 23: RMN do composto ALF-31 em CD
3
COCD
3
, deslocamento em .
C
δ
13
C
δ
1
H
J (Hz)
COSY
HMBC
NOESY
2
82,35 CH
4,52 d
7,5
3,98
6,8; 6,84
2,48; 3,98; 6,8; 6,84
3
68,26 CH
3,98 m
-
2,48; 2,85; 4,52
2,48; 2,85
2,48; 4,52; 6,8; 6,84
4
28,59 CH
2
2,85 dd
5,64; 16,03
2,48; 3,98
4,52
2,48; 3,98; 4,52
2,48 dd
8,45; 16,27
2,85; 3,98
2,85
4a
100,34 C
-
-
-
2,48; 2,85; 3,98; 5,96
-
5
156,57 C
-
-
-
2,48; 2,85; 5,96
-
6
96,20 CH
5,96d
2,2
-
5,82
-
7
157,42 C
-
-
-
5,82; 5,96
-
8
95,34 CH
5,82d
2,2
-
5,96
-
8a
157,05 C
-
-
-
2,48; 2,85; 5,82
-
1’
131,72 C
-
-
-
6,74; 6,84
-
2’
115,19 CH
6,84 d
1,8
-
4,52; 6,8
3,98; 4,52
3’
145,59 C
-
-
-
6,74; 6,84
-
4’
145,51 C
-
-
-
6,74; 6,84
-
5’
115,81 CH
6,74 d
8,1
6,8
6,8
-
6’
120,03 CH
6,8 dd
1,64; 8,14
6,74
4,52; 6,84
3,98; 4,52
Dados de RMN
1
H 400 MHz,
13
C obtido a 100 MHz, padrão interno TMS.
m=multipleto
dd=duplo dupleto
d= dupleto
s=simpleto
148
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
III.5.4.1.2 Identificação da substância ALF-20
A substância ALF-20 foi obtida na forma de um sólido bege claro amorfo
apresentando ponto de fusão 139- 140 ºC
O espectro de absorção na região do IV, obtido em solução de KBr, revelou a presença
de bandas de estiramento para grupos hidroxila (3505 e 3458 cm
-1
) e bandas características de
sistema aromático (1626, 1521, 1469, 1441 e 1389 cm
-1
).
Em uma primeira visualização geral o espectro de RMN de
1
H dessa substância
(Figura 80) revelou a presença de sinais característicos de flavan-3-óis:
Figura 80: Espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-20
Na análise do espectro de RMN
1
H do ALF-20 observaram-se quatro sinais na região
de hidrogênios alifáticos: dois duplos dupletos integrado para um hidrogênio cada, em δ 2,85
(J =4,5 e 16,66Hz) e 2,71(J =2,4 e 16,42Hz), característicos de hidrogênios de grupo
metilênico ligado a carbono oximetínico e benzílicos; um simpleto em δ 4,16, atribuído a um
hidrogênio ligado a carbono oximetínico e um simpleto, integrado para um hidrogênio, em δ
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
ppm
2.700
2.742
2.827
2.869
4.165
4.824
5.909
5.933
6.739
6.759
6.778
6.798
6.963
149
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
4,82, característico de hidrogênio oximetínico-benzílico. Esse conjunto de sinais é típico do
anel C de flavan-3-ol.
Na região de hidrogênios em anel aromáticos, observaram-se três sinais que
caracterizam um sistema de acoplamento AMX em δ 6,96 (d, J = 1,2 Hz, 1H), 6,76 (d, J = 8,1
Hz, 1H) e 6,79 (dd, J = 8,1 e 1,2Hz, 1H), atribuídos, respectivamente, aos hidrogênios 2´, 5´ e
do anel B de um flavan-3-ol, bem como dois dupletos meta relacionados (J = 1,8 Hz, 1H
cada) em δ 5,93 e 5,91, atribuídos aos hidrogênios 6 e 8 do anel A (Figuras 81-82).
Figura 81: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-20
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
5.5
6.0
6.5
7.0
ppm
2.700
2.742
2.827
2.869
4.165
4.824
5.909
5.933
6.739
6.759
6.778
6.798
6.963
150
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 82: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-20
Estes acoplamentos foram todos confirmados através da análise do espectro COSY
1
H
x
1
H (Figuras 83-84).
Figura 83: Mapa de contornos COSY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-20
2.4
2.6
2.8
3.0
3.2
3.4
3.6
3.8
4.0
4.2
4.4
ppm
2.700
2.742
2.827
2.869
4.165
151
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 84: Expansão do mapa de contornos COSY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do composto
ALF-20
A análise do espectro de RMN
13
C e DEPT 90º e 135º do ALF-20, em conjunto com o
espectro HSQC, bem como os demais espectros bidimensionais, permitiu atribuir os 15 sinais
observados aos quinze carbonos da estrutura da epicatequina, em destaque para o sinal em δ
79,3, que é atribuído ao carbono oximetínico-benzílico C-2, sendo este um dos sinais mais
importantes para distinguir a catequina do seu epímero em C-3, a epicatequina, que exibe para
C-2 um sinal em aproximadamente δ 82,1, no mesmo solvente (Figuras 85-90).
Os dados bidimensionais do mapa de contornos COSY (Figura 83-84) indicam um
acoplamento entre os sinais dos hidrogênios metilênicos e entre esses e o sinal do hidrogênio
em 4,16 (ligado ao carbono oxigenado em 66,90). Esse último correlaciona ainda com o
hidrogênio em 4,82 (ligado ao carbono oxigenado em 79,30).
152
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 85: Espectro de RMN
13
C em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-20
Figura 86: Expansão do espectro de RMN
13
C em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-20
220
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
ppm
28.67
66.90
79.30
95.34
95.85
99.52
114.76
115.34
118.84
131.70
145.19
145.36
156.78
157.07
157.40
100
105
110
115
120
125
130
135
140
145
150
155
ppm
95.34
95.85
99.52
114.76
115.34
118.84
131.70
145.19
145.36
156.78
157.07
157.40
153
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 87: Espectro DEPT 135° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-20
Figura 88: Expansão do espectro DEPT 135° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-20
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
ppm
28.67
66.90
79.29
95.33
95.85
114.75
115.34
118.83
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
ppm
28.67
66.90
79.29
95.33
95.85
114.75
115.34
118.83
154
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 89: Espectro DEPT 90° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-20
Figura 90: Expansão do espectro DEPT 90° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-20
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
ppm
66.90
79.29
95.33
95.85
114.75
115.34
118.83
70
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
ppm
66.90
79.29
95.33
95.85
114.75
115.34
118.83
155
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
A análise do espectro HSQC do composto ALF-20 também foi importante para
atribuir, com precisão, os sinais em δ 115,3 e 114,7 aos carbonos C-5' e C-2',
respectivamente, visto que mostraram correlações
1
J com os sinais em δ 6,76 e 6,96, os quais
haviam sido atribuídos, respectivamente, aos hidrogênios H-5' e H-2'. Demais correlações
diretas dos sinais dos prótons com os seus respectivos carbonos também foram observadas
(Figuras 91-92).
Figura 91: Mapa de contornos HSQC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do composto ALF-
20
156
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 92: Expansão do mapa de contornos HSQC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do
composto ALF-20
As correlações observadas no mapa de contornos HMBC (Figuras 94-95, Tabela 25)
entre o carbono em 79,3 (C-2) e os hidrogênios em 6,96 (H-2') e 6,79 (H-6'), entre o
carbono aromático em 99,52 (C-4a) e os hidrogênios em 5,93 (H-6); 4,16 (H-3); 2,85 (H-
4) e 2,71 (H-4) e ainda entre o entre o carbono aromático em 157,07 (C-8a) e os hidrogênios
em 5,91 (H-8); 2,85 (H-4) e 2,71 (H-4) estão de acordo com a estrutura proposta para o
ALF-20:
OH
OH
HO O
OH
OH
8a
4a
4
3
2
5
6
7
8
A
C
B
Figura 93: Epicatequina
157
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 94: Mapa de contornos HMBC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do composto
ALF-20
Figura 95: Expansão do mapa de contornos HMBC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz,
do composto ALF-20
158
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
O mapa de contornos NOESY (Figuras 96-97) mostra um acoplamento entre os
hidrogênios em 4,82 (H-2) e 4,16 (H-3) confirmando que eles se encontram do mesmo
lado da molécula. O sinal negativo do [α]
D
25
=-16,0°, MeOH confirmou a estereoquímica
como sendo 2R,3R, tratando-se portanto da (-)-epicatequina.
Figura 96: Mapa de contornos NOESY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-20
159
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 97: Mapa de contornos NOESY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-20
A EM foi realizada por finalidade conclusiva. Logo, o perfil do espectro de massa
obtido por ionização química no modo positivo (Figura 98) indicou a massa molecular 290 u,
com a fórmula molecular C
15
H
14
O
6
sugerindo tratar-se da Epicatequina, em conformidade
com outras técnicas de identificação.
O fragmento m/z 139 sugere a presença de dois grupos hidroxila no anel A, como
também o pico em m/z 139 sugere uma clivagem ao anel A com a perda do fragmento m/z
152 (Esquema 5).
OH
OH
HO O
OH
OH
+
OH
OH
OH
O
m/z 181
..
m/z 290
Esquema 5: Prováveis caminhos de fragmentação de ALF-20
160
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
OH
OH
HO O
OH
OH
HO
O
OH
OH
OH
OH
HO
OH
OH
+
OH
OH
OH
HO O
O
OH
H
OH
OH
HO O
H
2
O
+
m/z 181
m/z 152
m/z 291 ([M+H]
+
)
H
.
m/z 139
m/z 127
m/z 274
C
9
H
8
O
3
Esquema 5 (Cont.): Prováveis caminhos de fragmentação de ALF-20
Intensidade
m/z
Figura 98: Espectro de massas da substância ALF-20.
75 100 125 150 175 200 225 250 275
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
127
111
126
153
69
85
291
167
71
205
247
170
274
139
161
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Os dados de RMN
1
H do ALF-20 são similares aos do ALF-31, destacando-se apenas
pequenas diferenças no deslocamento químico e no padrão de acoplamento, principalmente
com relação aos hidrogênios alifáticos: o composto ALF-20, H-2 e H-3 exibem simpletos
largos em δ 4,82 e 4,16, respectivamente, e H-4b um duplo dupleto em δ 2,72 com J 16,8 e
2,4 Hz, em consequência da mudança estereoquímica do carbono C-3 (OH) para na
epicatequina conforme descrito no item introdutório.
Os dados de RMN
13
C do ALF-20 também são semelhantes aos do ALF-31,
destacando-se como diferença apenas os sinais atribuídos aos carbonos C-2 (δ 79,3) e C-3 (δ
66,9), caracterizando a estereoquímica diferenciada da epicatequina em relação a catequina,
ou seja, epicatequina
tem estereoquímica relativa 3-OH-α, tratando-se portanto de um epímero
da catequina.
Com base nos resultados apresentados os compostos ALF-31 e ALF-20 foram
identificados como sendo a catequina e a epicatequina respectivamente.
OH
OH
HO O
OH
OH
8a
4a
4
3
2
5
6
7
8
OH
OH
HO O
OH
OH
8a
4a
4
3
2
5
6
7
8
ALF-31
ALF-20
A tabela 24 sintetiza as principais diferenças discutidas para compostos ALF-31 e
ALF-20 abordando seus deslocamentos com o disposto em algumas literaturas (AGRAWAL,
1989 e MARKAN, 1970).
Tabela 24: Comparação entre ALF-20, ALF-31.
catequina
epicatequina
ALF-31
ALF-20
H-2
4,57d
4,82s
4,52d
4,82s
H-3
3,97m
4,17s
3,98m
4,16s
H-4b
2,51dd
2,72dd
2,48dd
2,72dd
C-2
82,4
79,1
82,3
79,3
C-3
68,0
66,6
68,26
66,9
Deve-se salientar que foi levada em consideração a diferença de deslocamentos
químicos entre os solventes empregados nos dados espectroscópicos obtidos por RMN
1
H e
13
C nesta análise e expostos na tabela 24 quando comparados com referências bibliográficas
(AGRAWAL, 1989 e MARKAN, 1970).
162
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 25: RMN do composto ALF-20 em MeOD, deslocamento em .
C
δ
13
C
δ
1
H
J (Hz)
COSY
HMBC
NOESY
2
79,30 CH
4,82s
-
4,16
6,79; 6,96
2,71; 4,16; 6,79; 6,96
3
66,90 CH
4,16s
-
2,71; 2,85; 4,82
2,71; 2,85
2,71; 4,82; 6,79; 6,96
4
28,67 CH
2
2,85 dd
16,66; 4,5
2,71; 4,16
4,82
2,71; 4,16; 4,82
2,71 dd
16,42; 2,4
2,85; 4,16
2,85
4a
99,52 C
-
-
-
2,71; 2,85; 4,16; 5,93
-
5
157,40 C
-
-
-
2,71; 2,85; 5,93
-
6
96,20 CH
5,93d
1,8
-
5,91
-
7
156,78 C
-
-
-
5,91; 5,93
-
8
95,34 CH
5,91d
1,8
-
5,93
-
8a
157,07 C
-
-
-
2,71; 2,85; 5,91
-
1’
131,70 C
-
-
-
6,76; 6,96
-
2’
115,19 CH
6,96 d
1,2
-
4,82; 6,79
4,16; 4,82
3’
145,19 C
-
-
-
6,76; 6,96
-
4’
145,36 C
-
-
-
6,76; 6,96
-
5’
115,81 CH
6,76 d
8,1
6,79
6,79
-
6’
120,03 CH
6,79 dd
8,1; 1,2
6,76
4,82; 6,96
4,16; 4,82
Dados de RMN
1
H 400 MHz,
13
C obtido a 100 MHz, padrão interno TMS.
m=multipleto
dd=duplo dupleto
d= dupleto
s=simpleto
163
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
III.5.4.2 Identificação de Flavanona
O
O
8a
4a
7
6
8
5
2
3
4
As flavanonas ou 2-fenil-benzopiran-4-onas são uma classe de flavonóides que
possuem como esqueleto o núcleo 2-fenilcromanona, tendo como características a carbonila
cetônica na posição 4 e a ausência de insaturação no anel C. (HARBORNE, 1967).
A classe das flavanonas é facilmente identificada por RMN
1
H devido aos
deslocamentos característicos do anel C num sistema de spins do tipo AMX. O H-2 encontra-
se em conformação pseudo-axial e apresenta-se como um duplo dupleto (dd) entre δ 5,0-5,7,
com constantes de acoplamento características J
eq
(3,0 Hz) e J
ax
(13,0 Hz). O H-3 axial ocorre
como um dd entre δ 3,1-3,4 ppm, com constantes de acoplamento J
ax
(13,0 Hz) e J
gem
(17,0
Hz), enquanto que o H-3 equatorial ocorre como um dd entre δ = 2,6-2,9, com constantes de
acoplamento J
eq
(3,0 Hz) e J
gem
(17,0 Hz). Para as flavanonas que apresentam 5-OH e 7-OH os
hidrogênios H-6 e H-8 do anel A podem não ser distinguíveis, pois podem apresentar-se como
um simpleto, ou como dois dupletos muito próximos com constante de acoplamento J
meta
(2,0
Hz). No anel B os hidrogênios H-2’ e H-6’ encontram-se mais protegidos do que nas flavonas
por cerca de 0,6 ppm, enquanto H-3’ e H-5’ não são afetados, (MARKHAM, 1994).
164
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
O espectro de RMN
13
C apresenta deslocamentos do carbono oximetínico C-2 entre δ
71,3-80,5, do carbono metilênico C-3 entre δ 39,5-46,4 e da carbonila na região de δ 186,4-
198,5. O valor de deslocamento para C-2 está intrinsicamente relacionado a presença de
substituição em C-2’ e C-6’. Na ausência de substituição nestas posições o sinal de C-2 é
registrado em δ = 79,0 ± 1,5, enquanto que a substituição por um grupo oxigenado em C-2’ ou
C-6’ protege C-2 para δ = 75,6 ± 1,6. Grupos oxigenados em C-2’ e C-6’ protegem C-2 ainda
mais, podendo o deslocamento químico chegar a δ = 71,3. O valor de deslocamento da
carbonila em C-4 está relacionado com a presença ou não de hidroxilação em C-5. Na
ausência de 5-OH, o deslocamento químico da carbonila encontra-se na faixa de δ 189,7-
191,7, enquanto que na presença de 5-OH, C-4 é registrado em δ 195,6-198,5 devido à
formação de ligação de hidrogênio intramolecular. No caso da presença de grupos metoxílicos
ou glicosídicos no C-5, o sinal do C-4 retorna para campo de proteção. O deslocamento de C-
3 não é afetado pela substituição nos anéis A e B, porém, sofre efeito de desproteção de 1-2
ppm devido à ligação de hidrogênio entre a carbonila e 5-OH (AGRAWAL, 1989).
III.5.4.2.1 Identificação da substância ALF-19
A substância ALF-19 foi obtida na forma de um sólido amorfo amarelado
apresentando ponto de fusão 253-254 °C.
O espectro de absorção (de luz) na região do IV, obtido em pastilha de KBr (Figura
99), revelou a presença de bandas de absorção de estiramento e deformação para grupos
hidroxila (3298 cm
-1
), carbonila (1628,82 cm
-1
) e de sistema aromático (1156 e 1650 cm
-1
),
(sugerindo a presença destes grupos).
165
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 99: Espectro da substância ALF-19 na região do Infra-vermelho
Em uma primeira visualização geral o espectro de RMN de
1
H dessa substância
(Figura 100) revelou a presença de sinais característicos de flavanonas.
Figura 100: Espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-19
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
ppm
1.141
1.157
2.663
2.671
2.706
2.713
3.069
3.101
3.111
3.144
3.303
3.307
3.311
3.805
5.311
5.319
5.344
5.351
5.875
5.880
5.889
5.894
6.803
6.819
6.824
7.298
7.319
0.14
0.54
0.52
0.50
0.95
0.99
1.00
166
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Em análise detalhada podemos destacar um duplo dupleto em δ 5,33 relativo ao H-2 (J
=12,9 e 2,9Hz) e dois duplos dupletos (dd) referentes ao H-3 em δ 3,1 (J =17,0 e 13,0Hz, H-
3a) e em δ 2,69 (J =17,0 e 3,0Hz, H-3b). Dois dupletos muito próximos um em δ 5,89 (J
=2,2Hz) e outro em 5,87 (J =2,19Hz) referente aos hidrogênios H-6 e H-8 do anel A. Estes
não sendo distinguíveis revelam ser típico de flavanonas as quais apresentam 5-OH e 7-OH.
Dois dupletos em 7,30 (J = 8,5 Hz) e em 6,82 (J = 8,63. Hz) picos de quatro hidrogênios
aromáticos substituídos em H - 2', H - 6' e H - 3', H - 5', respectivamente, indicativa de anel
aromático p-substituído (Anel B) (Figuras 101-102).
Figura 101: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-19
5.4
5.6
5.8
6.0
6.2
6.4
6.6
6.8
7.0
7.2
7.4
ppm
5.311
5.319
5.344
5.351
5.875
5.880
5.889
5.894
6.803
6.819
6.824
7.298
7.319
0.50
0.95
0.99
1.00
5.355.405.455.505.555.605.655.705.755.805.855.90
ppm
5.311
5.319
5.344
5.351
5.875
5.880
5.889
5.894
0.50
0.95
167
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 102: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-19
Na análise do espectro de espectro de RMN
13
C, verifica-se a presença de sinais
atribuídos a 15 átomos de carbono, sendo dois sinais equivalentes, os carbonos 2´e 6´ com
deslocamento químico em 129,18 ppm, e para os carbonos e 5´ em 116,48 ppm,
confirmando a presença dos quinze carbonos.
Os sinais registrados mais relevantes foram os deslocamentos do carbono oximetínico
C-2 em δ 80,63 (valor que indica ausência de substituição nas posições C-2’ e C-6’), do
carbono metilênico C-3 em δ 44,19 e da carbonila em δ 197,92 indicando a presença de
hidroxilação em 5-OH devido à formação de ligação de hidrogênio intramolecular.
Apesar da ligação de hidrogênio entre a carbonila e o substituinte 5-OH, o
deslocamento de C-3 não foi afetado encontrando-se dentro da faixa normal de deslocamento
entre δ 39,5-46,4 (Figura 103).
2.5
2.6
2.7
2.8
2.9
3.0
3.1
3.2
3.3
3.4
ppm
2.663
2.671
2.706
2.713
3.069
3.101
3.111
3.144
3.303
3.307
3.311
0.54
0.52
168
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 103: Espectro de RMN
13
C em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-19
A análise conjunta dos espectros DEPT 90° e 135° (Figuras 104-106) possibilitaram a
identificação de sete sinais referentes a carbonos metínicos (CH), um sinal referente a carbono
metilênico (CH
2
), sugerindo desta maneira que o metabólito possui sete carbonos não
hidrogenados, pois estes não aparecem nos espectros DEPT 135°e 90°.
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
ppm
44.19
80.63
96.33
97.22
103.50
116.48
129.18
131.26
159.18
165.04
165.63
168.58
197.92
169
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 104: Espectro DEPT 135° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-19
Figura 105: Espectro DEPT 90° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-19
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
ppm
44.19
80.62
96.32
97.21
116.48
129.17
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
ppm
80.63
96.32
97.21
116.46
129.17
170
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 106: Expansão do espectro DEPT 90° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-19
Após análises espectrais de RMN 1D (
1
H,
13
C e DEPT´s), sugeriu-se que a substância
ALF-19 tratava-se de uma flavanona bastante conhecida e presente em diferentes plantas, a
Naringenina (Figura 107).
OOH
HO O
OH
7
6
8
8a
4a
4
5
3
2
Figura 107: Naringenina
Para confirmar a estrutura foram interpretados os espectros de RMN 2D (HSQC,
COSY, HMBC e NOESY).
Após a verificação da correlação direta C-H via HSQC (Figura 108) foi possível
enumerar os sinais dos prótons. Seus resultados estão na tabela 26.
80
85
90
95
100
105
110
115
120
125
130
ppm
80.63
96.32
97.21
116.46
129.17
171
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 108: Mapa de contornos HSQC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do composto ALF-19
A visualização da interação via espectro de RMN COSY correlacionou os hidrogênios
acoplados por
2-3
J
H,H
(acoplamentos geminais e vicinais). Os acoplamentos atribuídos no
estudo do RMN
1
H foram todos confirmados através da análise do espectro COSY
1
H x
1
H
(Figuras 109). Seus resultados estão na tabela 26.
Figura 109: Mapa de contornos COSY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-19
ppm
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
5.5
6.0
6.5
7.0
7.5
8.0
ppm
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
ppm
8.0 7.5 7.0 6.5 6.0 5.5 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0
ppm
8
7
6
5
4
3
2
1
0
172
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Deste ponto, pode-se fazer uma montagem dos microfragmentos para então analisar o
HMBC (figuras 110-111) fazendo-se assim a união destes microfragmentos. Seus resultados
estão na tabela 26.
Figura 110: Mapa de contornos HMBC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz.
Figura 111: Expansão do mapa de contornos HMBC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do
composto ALF-19
173
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
A análise do espectro NOESY (Figura 112) forneceu informações relacionadas com a
estereoquímica da molécula, estabelecendo as suas configurações relativas e conformações.
Seus resultados estão na tabela 26.
Figura 112: Mapa de contornos NOESY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-19
De uma forma geral, as flavanonas apresentam conformação mais estável com o anel
B em pseudo-equatorial. O carbono C-2 é assimétrico, logo as flavanonas exibem atividade
óptica. A medida de rotação óptica específica da ALF-19 foi de [α]
D
25
=-16,6°, MeOH.
Segundo MARKHAN, de uma forma geral as (-)-flavanonas possuem configuração
2S, enquanto que as (+)-flavanonas possuem configuração 2R. Na natureza elas são
comumente encontradas na forma S, caso em que se confere a ALF-19.
O sinal de RMN
1
H em δ 5,8 d integrando para 2H sugeriu dois hidrogênios
aromáticos em posição meta, com mesmo deslocamento químico, o que confirma a
substituição em C-5 e C-7 no anel A. Estes dados em conjunto com bidimensionais COSY e
NOESY (
1
H x
1
H); e HSQC e HMBC (
13
C x
1
H) confirmam as atribuições feitas para o ALF-
19 tratando-se da 5,7,4´-trihidroxiflavanona (naringenina) que foi isolada pela primeira vez de
A. langsdorfii e que possui ocorrência frequente registrada em outras espécies do gênero
Acacia (Figura 113)
174
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
OOH
HO O
OH
7
6
8
8a
4a
4
5
3
2
Figura 113. Estrutura da Naringenina (ALF-19)
A EM foi realizada por finalidade conclusiva. Logo, o perfil do espectro de massa
obtido por ionização química no modo positivo (Figura 114) indicou a massa molecular 272
u, com a fórmula molecular C
15
H
12
O
5
sugerindo tratar-se da naringenina, em conformidade
com outras técnicas de identificação.
Intensidade
m/z
Figura 114: Espectro de massas da substância ALF-19.
O fragmentograma apresentou massa molecular 272 e pico base em m/z 153. Também
é possível observar outras quebras características da classe em m/z 119, 121, 179 (Esquema
6).
175
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
+
OHO
OH O
OH
C
OHHO
OH
OH
O
+
CO
OHHO
OH
+
OHO
OH O
OH
+
HO
OH
O
OH
+
m/z 179
m/z 93
m/z 151
m/z 121
m/z 119
m/z 153
m/z 125
m/z 272 [M
+
]
O
OH
m/z 93
- C
2
H
2
RDA
+
OHO
OH O
OH
m/z 272
C
OHO
OH
m/z 152
+
OH
m/z 120
O
+
OHO
OH
m/z 124
+
OH
m/z 94
+
-CO
-C
2
H
2
Esquema 6: Prováveis caminhos de fragmentação de ALF-19
176
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 26: RMN do composto ALF-19 em MeOD, deslocamento em .
C
δ
13
C
δ
1
H
J (Hz)
COSY
HMBC
NOESY
2
80,63 CH
5,33dd
12,9 e 2,9
3,10; 2,69
7,30; 3,10
2,69; 3,10
3
44,19 CH
2
3,10 dd
17,0 e 13,0
2,69; 5,33
2,69; 5,33
2,69 dd
17,0 e 3,0
5,33; 3,10
3,10; 5,33
4
197,92 C
3,10; 2,69
8a
165,63 C
5,8
5
165,04 C
5,8
6
97,22 CH
5,88d
2,2
7
168,58 C
5,8
8
96,33 CH
5,88d
2,2
5,8
4a
103,5 C
5,8
1’
131,26 C
3,10; 6,82
2’
129,18 CH
7,30d
8,5
6,82
5,33; 6,82; 7,30
6,82
3’
116,48 CH
6,82d
8,63
7,30
7,30; 6,82
7,30
4’
159,18 C
7,30; 6,82
5’
116,48 CH
6,82d
8,63
7,30
7,30; 6,82
7,30
6’
129,18 CH
7,30d
8,5
6,82
5,33; 6,82; 7,30
6,82
Dados de RMN
1
H 400 MHz,
13
C obtido a 100 MHz, padrão interno TMS.
dd=duplo dupleto
d= dupleto
177
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
III.5.4.3 Identificação do ALF-1
A substância ALF-1 foi obtida na forma de um sólido amorfo amarelado apresentando
ponto de fusão 227,8-229,9 °C.
O espectro de absorção na região do IV, obtido em solução de KBr (Figura 115),
revelou a presença de absorções de sistemas aromáticos (1602, 1505 cm
-1
), de função
carbonila envolvida em ponte de hidrogênio intramolecular (1656 cm
-1
) e intensas e largas
absorções para grupos hidroxílicos (3430 cm
-1
), sugerindo a presença deste grupos.
Figura 115: Espectro da substância ALF-1 na região do Infra-vermelho
Em uma primeira visualização geral o espectro de RMN de
1
H dessa substância
(Figura 116) revelou a presença de sinais característicos de um flavonóide glicosilado devido
à observação de sinais característicos na região de hidrogênios glicosilados (3,0-4,8). A
ausência de sinais para hidrogênios metoxílicos indica que a amostra trata-se de um
flavonoide poli-hidroxilado.
178
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 116: Espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-1
Em análise detalhada (Figuras 117-120) podemos observar a presença de sinais em
5,00 d (d, J = 7,43 Hz) e em 4,46 d (d, J = 1,23 Hz) atribuídos aos hidrogênios anoméricos H-
1’’ e H-1’’’, respectivamente de duas unidades piranosídicas. O deslocamento químico em
1,06 d (d, J = 6,14 Hz) sugere que seja os hidrogênios do grupo metila da ramnose. Observou-
se no espectro um envelope de sinais em 3,76 3,20, relativo aos acoplamentos dos
hidrogênios de duas unidades de açúcar. Os sinais na forma de dupletos em 6,11 (d, J = 1,97
Hz, H-6) e 6,29 (d, J = 1,92 Hz, H-8) nos sugerem que o anel A do flavonóide seja 5,7
dioxigenado. Os dupletos na região espectral de 7,6 (d, J = 2,16 Hz) e 6,8 (d, J = 8,45 Hz) e o
duplo dupleto em 7,54 (dd, J = 8,47 e 2,09 Hz) foram atribuídos aos hidrogênios aromáticos
H-3’ ou H-2’, H-ou H-5’ e H-5' ou H-6’’ do anel B do flavonóide, sugerindo que o
composto ALF-1 apresente uma estrutura do tipo 2,4’ dioxigenados ou 3’,4’-dioxigenados:
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
ppm
3.206
3.230
3.241
3.245
3.249
3.253
3.257
3.276
3.289
3.314
3.328
3.340
3.359
3.374
3.382
3.389
3.398
3.403
3.411
3.429
3.451
3.479
3.487
3.502
3.511
3.595
3.598
3.603
3.607
3.737
3.761
4.466
4.469
5.027
5.045
6.114
6.119
6.297
6.301
6.796
6.817
7.541
7.547
7.563
7.568
7.604
7.610
1.49
0.68
3.23
0.51
0.52
0.55
0.81
0.54
0.52
0.53
1.00
ALF-1
179
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
OH
H
H
OH
H
7,6
7,54
6,8
H
OH
H
OH
H
7,6
7,54
6,8
Figura 117: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-1
6.16.26.36.46.56.66.76.86.97.07.17.27.37.47.57.67.7
ppm
6.114
6.119
6.297
6.301
6.796
6.817
7.541
7.547
7.563
7.568
7.604
7.610
0.54
0.52
0.53
1.00
ALF-1
180
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 118: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-1
Figura 119: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-1
4.04.14.24.34.44.54.64.74.84.95.05.15.25.35.45.55.6
ppm
4.466
4.469
5.027
5.045
0.55
0.81
ALF-1
3.253.303.353.403.453.503.553.603.653.703.75
ppm
3.206
3.230
3.241
3.245
3.249
3.253
3.257
3.276
3.289
3.314
3.328
3.340
3.359
3.374
3.382
3.389
3.398
3.403
3.411
3.429
3.451
3.479
3.487
3.502
3.511
3.595
3.598
3.603
3.607
3.737
3.761
0.68
3.23
0.51
0.52
ALF-1
181
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 120: Expansão do espectro de RMN
1
H em CD
3
OD, 400 MHz, do composto ALF-1
Em análise detalhada dos espectros de RMN
13
C-DEPT 90º e 135º (Figuras 121-127)
podemos observar a presença de deslocamentos químicos que nos sugerem que o composto
ALF-1 apresente 2 unidades de açúcar na sua estrutura química, em virtude da ligação (1’’’→
6’’) e CH
2
6’’ da glicose ser registrado em campo mais desprotegido do espectro, δ 68,65. O
deslocamento químico em δ 18,01 nos sugeriu que esteja relacionado ao grupo metila da
ramnose.
A ligação da unidade ramnopiranose pelo átomo de oxigênio ligado ao carbono C-3 da
aglicona baseou-se no sinal em δ 135,74. Os deslocamentos químicos em δ 145,85 e δ 135,74
foram atribuídos aos C-2 e C-3 respectivamente. Os deslocamentos químicos dos carbonos
quaternários C-1’ (123,17), C-2’ (149,87) e C - 4’ (159,40) e metínicos CH-3’ (116,25), CH-
5’ (123,71) e CH-6’ (117,93) concordam com a estrutura química das flavonas glicosídicas.
0.750.800.850.900.951.001.051.101.151.201.251.30
ppm
1.059
1.074
1.49
ALF-1
182
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 121: Espectro de RMN
13
C em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-1
Figura 122: Expansão do espectro de RMN
13
C em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-1
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
ppm
18.00
48.51
48.72
48.93
49.15
49.36
49.57
49.78
68.65
69.80
71.45
72.16
72.32
74.03
75.82
77.21
78.23
95.01
100.07
102.49
104.88
105.66
116.16
117.84
123.17
123.70
135.73
145.85
149.86
158.49
159.39
162.92
166.05
179.41
ALF-1
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
ppm
68.65
69.80
71.45
72.16
72.32
74.03
75.82
77.21
78.23
95.01
100.07
102.49
104.88
105.66
116.16
117.84
123.17
123.70
135.73
145.85
149.86
158.49
159.39
162.92
166.05
179.41
ALF-1
183
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 123: Espectro DEPT 90° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-1
Figura 124: Expansão do espectro DEPT 90° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-1
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
ppm
70.01
71.66
72.40
72.66
74.18
76.17
77.77
78.68
95.03
100.12
102.85
105.00
116.54
118.06
123.62
124.87
137.30
150.31
ALF-1
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
125
130
135
140
145
150
ppm
70.01
71.66
72.40
72.66
74.18
76.17
77.77
78.68
95.03
100.12
102.85
105.00
116.54
118.06
123.62
124.87
137.30
150.31
ALF-1
184
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 125: Expansão do espectro DEPT 90° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-1
Figura 126: Espectro DEPT 135° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-1
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
ppm
70.01
71.66
72.40
72.66
74.18
76.17
77.77
78.68
ALF-1
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
ppm
18.01
68.66
69.81
71.46
72.17
72.33
74.03
75.83
77.22
78.24
95.02
100.08
102.50
104.89
116.16
117.85
123.71
ALF-1
185
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 127: Expansão do espectro DEPT 135° em CD
3
OD, 100 MHz, do composto ALF-1
O espectro HSQC confirma a correlação direta dos hidrogênios anoméricos em δ 5,00
e δ 4,46 aos carbonos anoméricos δ 104,88 e δ 102,48, respectivamente (Figuras 128-129).
Demais correlações importantes como δ
H
7,6/ δ
C
117,93; δ
H
7,5/ δ
C
123,7; δ
H
6,8/ δ
C
116,25; δ
H
6,1/ δ
C
100,07; δ
H
6,3/ δ
C
95,02 e δ
H
1,06/ δ
C
18,01também foram observadas.
O espectro COSY
1
H x
1
H mostra relação entre os sinais δ 7,6 (H-3´), δ 6,8 (H-) e
7,54 (H-) que constituem um sistema isolado. Como também confirma a correlação escalar
δ 6,3 (H-8) e δ 6,1(H-6) (Figuras 130-131).
65
70
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
125
ppm
68.66
69.81
71.46
72.17
72.33
74.03
75.83
77.22
78.24
95.02
100.08
102.50
104.89
116.16
117.85
123.71
ALF-1
186
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 128: Mapa de contornos HSQC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-1
Figura 129: Expansão do mapa de contornos HSQC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do
composto ALF-1
187
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 130: Mapa de contornos COSY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-1
Figura 131: Expansão do Mapa de contornos COSY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do composto
ALF-1
188
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
O espectro HMBC (Figuras 132-134) revelou a correlação do hidrogênio anomérico
H”-1 (δ 5,0) com o C-3 (135,74) confirmando a posição do dissacarídeo no C-3, como
também através da observação da correlação (
2
J
CH
) do H-6 (δ
H
6,1) com o C-7 (δ
C
166,06) e
do mesmo H-6 (δ
H
6,1) com o C-5 (δ
C
162,92) foi possível afirmar que os carbonos C-5 e C-7
contêm hidroxila. A correlação do H-(δ
H
6,8) com o C-2 (δ
C
145,85) sugeriu que o anel B
possui um padrão de oxigenação nas posições 2´e 4´.
Outra informação relevante extraída do HMBC consiste na seguinte observação:
sabendo que a região dos prótons anoméricos está na faixa de 5.4 4.2 e que nesta região (de
acordo com os δ observados nos espectros de
1
H e HSQC) apenas revelam dois sinais δ 5.0 e
δ 4.46, nenhuma outra correlação foi observada no HMBC destes com demais carbonos da
aglicona. Isto confirma ainda mais a hipótese de que a presença realmente de um
dissacarídeo e não de 2 monossacarideos em posições diferentes no núcleo flavonoidídico.
Figura 132: Mapa de contornos HMBC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do composto
ALF-1
189
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 133: Expansão do mapa de contornos HMBC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz,
do composto ALF-1
Figura 134: Expansão do mapa de contornos HMBC em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz,
do composto ALF-1
190
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Após análise do HMBC não resta dúvida da confirmação da natureza glicosídica
destas substâncias anteriormente observadas pelos espectros 2D de correlação homonuclear
(COSY) e heteronuclear (
1
H-
13
C-HSQC).
Neste ponto podemos caracterizar e determinar a localização da unidade diglicosídica
no átomo de oxigênio do carbono C-3 com base fundamentada nas seguintes observações: a)
o deslocamento químico do átomo de carbono C-2 (δ
C
145,85) revelado pelo espectro de
RMN
13
C sugeriu a presença de glicosídeo em C-3; b) a correlação a longa distância entre o
hidrogênio anomérico H-1´´ (δ
H
5,00, d, J = 7,43 Hz, hidrogênio da glicose em posição axial)
e o carbono C-3 (δ
C
135,74,
3
J
CH
), observada no espectro HMBC, permitiu definir a ligação 3-
O-rutinosídeo; c) o deslocamento químico do átomo de carbono metilênico da glicose CH
2
-6´´
(δ
C
68,65) permitiu a localização da unidade ramnose restante neste átomo de carbono, que
o sinal de grupo hidroximetilênico livre de uma unidade glicopiranosila aparece em torno de
δ
C
62,12 (AGRAWAL, 1992; PIZZOLATTI et al., 2003); d) o espectro HMBC revelou a
interação heteronuclear do hidrogênio anomérico H-1´´´ (δ
H
4,46, d, J = 1,23 Hz, hidrogênio
da ramnose em posição equatorial) com o carbono CH
2
-6´´ (δ
C
68,65) da glicose.
Figura 135: Mapa de contornos NOESY em CD
3
OD,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-1
191
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Os dados obtidos nos mapas de contorno COSY e NOESY (
1
H x
1
H); e HSQC e
HMBC (
13
C x
1
H), confirmam as atribuições de ALF-1 (Figuras 135-136, Tabela 27). A
análise do espectro NOESY e a medida de rotação óptica específica [α]
D
25
= + 26,0°, MeOH
proporcionaram as informações relacionadas com a estereoquímica da molécula. A análise
dos dados de RMN de
1
H e
13
C 1D e 2D (Tabela 27) e a comparação com valores
encontrados na literatura (RASTRELLI, et al., 1995) permitiram identificar a substancia
ALF-1 como o flavonóide glicosilado morina-3-O-rutinosídeo, sendo o primeiro relatado no
gênero Acacia.
2
3
45
6
7
8
2'
3'
4'
5'
6'
4a
8a
1'
O
HO OH
OH
HO
O
O
O
OH
OH
OH
O
OH
OHOH
H
3
C
O
H
1''
2''
3''
4''
5''
6''
1'''
2'''
3'''
4'''
5'''
6'''
Figura 136: Morina 3-O-rutenosídeo
A EM foi realizada por finalidade conclusiva. Logo, o perfil do espectro de massa
obtido por ionização química no modo positivo (Figura 137) indicou a massa molecular 610
u, com a fórmula molecular C
27
H
30
O
16
sugerindo tratar-se da Morina 3-O-rutenosídeo, em
conformidade com outras técnicas de identificação.
Pode-se observar que no esquema 7 o pico M
+
é relativamente baixo indicando uma
possível liberação do rutenosídeo, deixando a morina livre. Picos característicos da morina em
m/z 303, pico base, m/z 287 e m/z 271 confirma a liberação do rutenosídeo e várias quebras
da morina. A literatura sugere uma possível Retro Diels Alder com picos em m/z 149 e 137,
porem estes não são representativos no espectro de massa. O grupo rutenosídeo é
representado pelas massas em m/z 308, 190, 162 e 118. (BUDZIKIEWICZ et al., 1964).
Intensidade
m/z
Figura 137: Espectro de massas da substância ALF-1.
192
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
O
HO OH
OH
HO
O
O
O
OH
OH
OH
O
OH
OHOH
H
3
C
O
O
HO OH
OH
HO
O
OH
H
O
OH
OH
OH
O
OH
OHOH
CH
3
O
+
+
+
m/z 303
m/z 308
m/z 611
-OH
O
OH
OH
HO
O
OH
m/z 285
O
OH
OH
HO
OH
m/z 271
O
O
OH
HO
OH
m/z 271
O
OH
HO
OH
m/z 243
-CO
+
+
O
HO OH
OH
HO
OH
+
m/z 287
OH
HO
OH
m/z 149
O
HO OH
m/z 137
O
HO OH
OH
HO
O
O
O
OH
OH
OH
O
OH
OHOH
CH
3
O
H
+
m/z 610
C
O
OH
HO
m/z 152
HO OH
O
O
OH
OH
OH
O
OH
OHOH
CH
3
O
H
+
O
m/z 458
+
Esquema 7: Prováveis caminhos de fragmentação de ALF-1
193
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
O
OH
HO
O
O
m/z 193
HO OH
m/z 109
+
O
HO OH
OH
HO
O
O
+
m/z 301
OH
HO
m/z 124
HO OH
O
+
O
+
m/z 163
HO OH
+
m/z 135
-CO
O
OH
OH
OH
O
OH
OHOH
CH
3
O
m/z 308
O
OH
OH
OH
O
O
m/z 190
m/z 118
HO OH
OHH
3
C
+
O
OH
OH
OH
O
m/z 204
O
m/z 104
OH
OHH
3
C
OH
+
O
OH
OH
OH
OH
m/z 162
O
OH
OHOH
CH
3
m/z 146
+
Esquema 7 (Cont.): Prováveis caminhos de fragmentação de ALF-1
194
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 27: RMN do composto ALF-1 em MeOD, deslocamento em .
C
δ
13
C
δ
1
H
J (Hz)
COSY
HMBC
NOESY
2
145,85 C
7,6; 6,8
3
135,74 C
5,0
4
179,41 C
5
162,92 C
6,1
6
100,07 CH
6,1 d
1,97
6,3
6,3
7
166,06 C
6,3; 6,1
8
95,02 CH
6,3 d
1,92
6,1
6,1
5,0
8a
158,50 C
6,3
4a
105,66 C
6,3; 6,1; 3,4
123,17 C
6,8; 7,6
149,87 C
7,6; 6,8
117,93 CH
7,6 d
2,16
7,54
159,40 C
7,6
123,71 CH
7,54 dd
8,47 e 2,09
6,8
7,6
6,8; 3,4
116,25 CH
6,8 d
8,45
7,54
7,56; 6,3; 6,1
1´´
104,88 CH
5,00 d
7,43
3,45
3,5; 3,6; 4,46
2´´
75,81 CH
3,38 m
3,28
3´´
78,24 CH
3,35 m
3,22; 3,42
4´´
71,44 CH
3,2-3,4 m
3,74; 3,38; 3,3; 3,05
5´´
77,22 CH
3,23 m
3,22; 3,32
6´´
68,65 CH
2
3,75 d
4,46; 3,31; 3,22
1´´´
102,48 CH
4,46 d
1,23
3,34
3,6; 3,31
2´´´
72,31 CH
3,49 dd
4,46; 3,22; 3,29; 3,49; 3,59; 3,4
3´´´
72,16 CH
3,6 m
4´´´
74,03 CH
3,5 d
1,06; 3,05; 3,38; 3,48; 3,59
5´´´
69,80 CH
3,3-3,4 m
1,06; 4,46; 3,23; 3,47; 3,5
6´´´
18,01 CH
3
1,06 d
6,14
3,4; 3,2
Dados de RMN
1
H 400 MHz,
13
C obtido a 100 MHz, padrão interno TMS.
m=multipleto
dd=duplo dupleto
d= dupleto
S=simpleto
195
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
III.5.4.4 Identificação do ALF-16
A substância ALF-16 foi obtida na forma de um sólido amorfo branco apresentando
ponto de fusão 173-175 °C
Em uma primeira visualização geral o espectro de RMN de
1
H dessa substância
(Figura 138) revelou a presença de sinais característicos de uma flavona metoxilada devido à
observação de sinais característicos na região de hidrogênios de metoxilas aromáticas (3,7-
4,1).
Figura 138: Espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALF-16
Em análise detalhada podemos observar a presença dos sinais dupletos em δ 7,05 (J =
8,2 Hz) e em 7,84 (J = 8,2 Hz) atribuídos aos hidrogênios H-3´, H-5´e H-2´, H-6´,
respectivamente, na região de hidrogênios aromáticos do anel B presentes em flavonóides. O
deslocamento químico em δ 6,78 (s) sugere que seja o hidrogênio H-3 do anel C da flavona.
Analisando a região de hidrogênios de metoxilas aromáticas fica sugestivo que a presença dos
sinais desses hidrogênios em δ 3,97 s, δ 3,98 s, δ 4,04 s, δ 4,14 s (Figuras 139-140).
196
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 139: Expansão do espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALF-16
Figura 140: Expansão do espectro de RMN
1
H em CDCl
3
, 400 MHz, do composto ALF-16
6.86.97.07.17.27.37.47.57.67.77.87.9
ppm
6.786
7.040
7.061
7.278
7.833
7.854
0.42
1.08
1.00
197
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Na análise dos espectros RMN
13
C, verifica-se a presença inicial de 17 sinais. Porém
dois sinais são equivalentes, os carbonos 2´e com deslocamento químico em δ 128,21, e os
carbonos e em δ 116,50, sugerindo um total de 19 átomos. Sendo que após análise
conjunta dos espectros de RMN
13
C/ DEPT 90º e 135º possibilitaram a identificação de quatro
carbonos metílicos (CH
3
), cinco carbonos metínicos (CH), e dez carbonos não hidrogenados
confirmando a presença de dezenove carbonos (Figuras 141-144).
Figura 141: Espectro de RMN
13
C em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALF-16
Figura 142: Expansão do espectro de RMN
13
C em CDCl
3
, 100 MHz, do ALF-16
59.5
60.0
60.5
61.0
61.5
62.0
62.5
63.0
ppm
61.40
61.53
61.87
61.93
198
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 143: Espectro DEPT 90° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALF-16
Figura 144: Espectro DEPT 135° em CDCl
3
, 100 MHz, do composto ALF-16
199
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Em conformidade com as análise de RMN de
1
H os espectros de
13
C também se
mostram condizentes com a presença de esqueletos de flavonas com o anel A dos tipos
5,6,7,8-tetrassubstituidos e anéis B dos tipos 1,4-dissubstituidos. Dentre esses carbonos,
foram identificados valores de deslocamentos químicos referentes a um grupo carbonila
conjugado 176,29 (C, C-4) e para quatro grupos metoxilas relacionados: 62,35 no C-7;
62,10 no C-8; 61,86 no C-6 e 61,75 no C-5. Estas informações, associadas à presença de
sinais atribuídos ao C-2 ( 161,50) e ao C-3 ( 105,80) sugeriram para a estrutura de flavona.
Os 8 carbonos não hidrogenados sugerem de acordo com o HSQC as seguintes posições:
147,09 (C-5), 144,11 (C-6), 151,41 (C-7), 138,0 (C-8), 148,10 (C-8a), 114,01 (C-4a),
121,58 (C-1´), 161,40 (C-4´) (Figura 145).
Em análise do COSY podemos observar as seguintes correlações: entre o dupleto em δ
7,84 (H-2’e H-6’) e o dupleto em δ 7,05 (H-3’ e H-5’) (Figura 146).
Figura 145: Mapa de contornos HSQC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do composto ALF-16
200
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 146: Mapa de contornos COSY em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz, do composto ALF-16
Figura 147: Mapa de contornos HMBC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do ALF-16
201
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Figura 148: Expansão do mapa de contornos HMBC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do
ALF-16
Figura 149: Expansão do mapa de contornos HMBC em CDCl
3
,
1
H: 400 MHz,
13
C: 100 MHz, do
ALF-16
202
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Estas informações juntamente com as correlações observadas nos mapas de contorno
dos respectivos espectros HSQC e HMBC (Figuras 147-149, Tabela 28) permitiram propor a
seguinte estrutura para o composto ALF-16 (Figura 150).
O
O
OH
OCH
3
H
3
CO
H
3
CO
OCH
3
2
3
45
6
7
8
2'
3'
4'
5'
6'
4a
8a
1'
14
11
13
12
Figura 150: -hidroxi-5,6,7,8-tetrametoxiflavona
A EM foi realizada por finalidade conclusiva. Logo, o perfil do espectro de massa
obtido por ionização química no modo positivo (Figura 151) indicou a massa molecular 358
u, com a fórmula molecular C
19
H
18
O
7
sugerindo tratar-se da -hidroxi-5,6,7,8-
tetrametoxiflavona, em conformidade com outras técnicas de identificação.
O fragmentograma mostra picos característicos de perda de metila e metoxila em m/z
343, 327, 312. Os picos em m/z 240 e 118 mostra uma RDA seguida de perda de CO em m/z
212. A hidroxila no anel B é confirmada pelo fragmento em m/z 93. As posições das
metoxilas no anel A é confirmada pelo fragmento em m/z 196 (Esquema 8).
Intensidade
m/z
Figura 151: Espectro de massas da substância ALF-16.
203
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
O
OH
OCH
3
OCH
3
H
3
CO
H
3
CO
O
m/z 358
+
O
OCH
3
OCH
3
H
3
CO
H
3
CO
m/z 240
OH
+
m/z 118
O
OCH
3
OCH
3
H
3
CO
H
3
CO
O
m/z 265
OH
+
m/z 93
OCH
3
OCH
3
H
3
CO
H
3
CO
m/z 237
O
+
C
O
- CO
O
OCH
3
OCH
3
H
3
CO
H
3
CO
m/z 212
-CO
M
+
m/z 358 m/z 343
m/z 327 m/z 315
- CH
3
- CH
3
- OCH
3
O
OH
OCH
3
OCH
3
H
3
CO
H
3
CO
O
m/z 358
+
OH
OCH
3
OCH
3
H
3
CO
H
3
CO
m/z 213
OH
m/z 145
OCH
3
OCH
3
H
3
CO
H
3
CO
m/z 196
O
OH
m/z 162
+
O
O
Esquema 8: Prováveis caminhos de fragmentação de ALF-16
204
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 28: RMN do composto ALF-16 em CDCl
3
, deslocamento em .
δ
13
C
δ
1
H
J (Hz)
COSY
HMBC
C-2
161,50 C
C-3
105,80 CH
6,78 s
C-2; C-4; C-4a; C-
C-4
176,30 C
C-5
147,09 C
C-6
144,11 C
C-7
151,41 C
C-8
138,00 C
C-8a
148,10 C
C-4a
114,01 C
MeO-5
61,75 CH
3
3,97 s
MeO-6
61,86 CH
3
3,98 s
C-6
MeO-7
62,35 CH
3
4,14 s
MeO-8
62,10 CH
3
4,04 s
C-8
C-1’
121,58 C
C-2’
116,50 CH
7,84 d
8,2
7,05
C-2; C-
C-3’
128,21 CH
7,05 d
8,2
7,84
C-1´; C-
C-4’
161,40 C
C-5’
128,21 CH
7,05 d
8,2
7,84
C-1´; C-
C-6’
116,50 CH
7,84 d
8,2
7,05
C-2; C-
Dados de RMN
1
H 400 MHz,
13
C obtido a 100 MHz, padrão interno TMS.
d= dupleto
S=simpleto
205
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Do estudo fitoquímico realizado com as folhas e o caule da A. langsdorfii Benth foram
isoladas 12 compostos e identificadas oito substâncias por técnicas espectroscópicas e
espectrométricas (IV, EM, RMN 1D e 2D).
Por procedimentos cromatográficos foi isolado e purificado da fração hexano do caule
um esteróide, e um triterpenóide, os quais foram identificados por técnicas espectroscópicas
como sendo o estigmasterol e o lupeol, respectivamente. Também foi isolada e purificada da
fração C.1.2 (fração Hex/CHCl
3
50% oriunda da filtração da fração hexano proveniente da
partição do extrato bruto do caule) uma mistura de triterpenos lupanos contendo lupeol
(apresentando-se como o constituinte químico majoritário), acetato do ácido betulínico e os
compostos sob código ALC-2 e ALC-8 ainda não identificados devido a pouca quantidade.
Da fração hexano das folhas foi isolado e purificado um diterpenóide e um
triterpenóide, os quais foram identificados por técnicas espectroscópicas e espectrométricas
como sendo o ent-atisan-7 ,16 -diol e o lupeol, respectivamente. O lupeol foi proveniente de
duas subfrações, sendo este apresentado como constituinte químico majoritário também.
Da fração acetato de etila das folhas foi isolado e purificado por cromatografia em
coluna dois flavan-3-óis, uma flavanona e duas flavonas as quais foram identificadas por
técnicas espectroscópicas como sendo catequina, epicatequina, naringenina, 4’-hidroxi-5,6,7-
trimetoxiflavona e morina 3-O-rutinosídeo respectivamente. A morina 3-O-rutinosídeo é o
constituinte químico majoritário desta fração.
Dessa forma, um dos objetivos deste trabalho foi alcançado, pois através do mesmo, o
potencial químico da A. langsdorfii foi avaliado podendo servir para estudos futuros. As
substâncias ALCF-22, ALF-1, ALF-16 foram isoladas pela primeira vez no gênero.
206
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
III.6 Resultados dos Ensaios biológicos
III.6.1 Avaliação da Atividade Moluscicida
Os extratos etanólicos e frações obtidas das partições foram testadas quanto à
atividade frente ao caramujo B. grablata não foram ativos na concentração de 100 ppm.
III.6.2 Avaliação da Atividade Larvicida
Os extratos e frações testadas quanto à atividade frente às larvas do mosquito A.
aegypti não apresentaram atividades significativas.
III.6.3 Resultados da avaliação da citotoxicidade, inibição de proliferação de P.
falciparum, inibição da produção de óxido nítrico e da inibição de linfoproliferação
III.6.3.1 Resultados da Avaliação da citotoxicidade
Na busca de compostos naturais mais ativos e menos tóxicos ou com nimo um
risco/benefício menor que as drogas disponíveis no mercado farmacêutico atual, o ensaio
citotóxico, utilizando células de baço de camundongos isogênicos faz-se necessário para
racionalizar a pesquisa de fitofármacos, direcionada.
De modo geral, os extratos e frações da A. langsdorfii apresentaram atividade
citotóxica relevante. Na avaliação da citotoxicidade a concentração utilizada foi à de 0,1
mg/mL. Estes resultados estão mostrados na tabela 29.
Da fração F.1.2 (Fração Hexano oriunda da filtração da Fração Hexano das folhas)
(53,58%), foi isolado o lupeol e um diterpeno atisano. Diterpenos atisanos são relatados na
literatura por serem citotóxicos (SHI et al, 2005). Entretanto o lupeol é referendado por ser
pouco tóxico (SOARES et al, 2009) e atualmente um derivado do lupeol encontra-se sob
últimos ensaios para a sua liberação como medicamento antitumoral. (Fonte: Patent
application title: LUPEOL ANTI-TUMOR AGENT AND USES THEREOF Read more:
http://www.faqs.org/patents/app/20080227762 acessado em 04/10/2009).
207
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 29. Atividade citotóxica com resultado de ensaio de citotoxicidade a 0,1mg/mL.
Fração
% de Citoxicidade
(mg/mL)
CL
50
(mg/mL)
Fração hexano do caule
66,11
Não calculada
Fração Hex/CHCl
3
50% oriunda da filtração da fração
hexano do caule
72,98
Não calculada
Fração CHCl
3
oriunda da filtração da Fração hexano
do caule
84,26
0,01963
Fração AcOEt oriunda da filtração da fração hexano
do caule
68,21
Não calculada
Fração MeOH oriunda da filtração da fração hexano
do caule
9,77
Não calculada
Fração Hex/CHCl
3
20% oriunda da filtração da fração
clorofómio do caule
39,12
Não calculada
Fração hidrometanólica do caule
15,75
Não calculada
Extrato bruto das folhas
86,95
0,01646
Fração Hexano das folhas
63,02
Não calculada
Fração Hexano oriunda da filtração da Fração Hexano
das folhas
43,75
Não calculada
Fração Hexano oriunda da filtração da Fração Hexano
das folhas
53,58
Não calculada
Fr. Hex/CHCl
3
50% oriunda da filtração da Fração
Hexano das folhas
41,42
Não calculada
Fr. CHCl
3
oriunda da filtração da Fração Hexano das
folhas
54,11
Não calculada
Fr. CHCl
3
/MeOH 5% oriunda da filtração da Fração
Hexano das folhas
34,71
Não calculada
Fr. MeOH oriunda da filtração da Fração Hexano das
folhas
73,19
Não calculada
Fração clorofórmio das folhas
18,34
Não calculada
Fração Acetato de etila das folhas
29,81
Não calculada
Fr. AcOEt oriunda da Filtração da Fração Acetato de
etila
50,02
Não calculada
Fr. AcOEt oriunda da Filtração da Fração Acetato de
etila
27,17
Não calculada
Fr. AcOEt/MeOH 20% oriunda da Filtração da
Fração Acetato de etila
40,35
Não calculada
Fr. AcOEt/MeOH 30% oriunda da Filtração da
Fração Acetato de etila
15,42
Não calculada
Fr. AcOEt/MeOH 50% oriunda da Filtração da
Fração Acetato de etila
0,00
Não calculada
Fr. MeOH oriunda da Filtração da Fração Acetato de
etila
9,23
Não calculada
Fração hidrometanólica das folhas
19,98
Não calculada
Ensaios com as substâncias puras tornam-se necessários, não permitindo assim
qualquer conclusão relacionada entre frações e compostos obtidos destas haja vista que os
resultados foram bastante distintos se comparados com algumas atividades bem conhecidas
dos compostos isolados deste trabalho (lupeol, catequina, epicatequina, estigmasterol e
naringenina).
208
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
III.6.3.2 Resultados da Avaliação da inibição de proliferação de P. falciparum
A busca por novos agentes antimaláricos através do extrato de plantas é bastante
explorada desde a descoberta de compostos vegetais com alta atividade antimalárica como a
quinina a partir da Cinchona sp e da arteminisina oriunda da Artemísia annua. Esta busca
torna-se ainda mais incessante nos dias de hoje devido à corrida contra a resistência dos
medicamentos atuais frente ao P. falciparum (KINGHORN et al., 2005).
A tabela 30 mostra os resultados dos ensaios in vitro apresentado a 0,1mg/mL das
frações do caule e das folhas da A. langsdorfii frente a atividade da inibição de proliferação de
P. falciparum.
Tabela 30: Atividade da inibição de proliferação de P. falciparum
Fração
[mg/ml]
% atividade
antimalárica
Atividade
antimalárica CI
50
(µg/ml)
Extrato bruto do caule
0,1
45,92
Fração Hexano do caule
0,1
95,6
15,22
Fração Hex/CHCl
3
50% oriunda da filtração
da fração hexano do caule
0,1
97,27
10,07
Fração CHCl
3
oriunda da filtração da Fração
hexano do caule
0,1
96,73
9,19
Fração AcOEt oriunda da filtração da fração
hexano do caule
0,1
94,5
11,11
Fração MeOH oriunda da filtração da fração
hexano do caule
0,1
68,93
Fração Hex/CHCl
3
20% oriunda da filtração
da fração clorofómio do caule
0,1
91,56
13,81
Fração hidrometanólica do caule
0,1
Não apresenta
Extrato bruto das folhas
0,1
96,84
9,7
Fração Hexano das folhas
0,1
95,21
11,53
Fração Hexano oriunda da filtração da Fração
Hexano das folhas
0,1
91,08
37,21
Fração Hexano oriunda da filtração da Fração
Hexano das folhas
0,1
91,64
19,37
Fr. Hex/CHCl
3
50% oriunda da filtração da
Fração Hexano das folhas
0,1
96,98
4,9
Fr. CHCl
3
oriunda da filtração da Fração
Hexano das folhas
0,1
96,2
9,47
Fr. CHCl
3
/MeOH 5% oriunda da filtração da
Fração Hexano das folhas
0,1
92,73
12,29
Fr. MeOH oriunda da filtração da Fração
Hexano das folhas
0,1
94,1
14,26
Fração clorofórmio das folhas
0,1
95,16
Fração Acetato de etila das folhas
0,1
19
Fr. AcOEt oriunda da Filtração da Fração
Acetato de etila
0,1
Não apresenta
Fr. AcOEt/MeOH 20% oriunda da Filtração da
Fração Acetato de etila
0,1
62,33
Fr. AcOEt/MeOH 30% oriunda da Filtração da
Fração Acetato de etila
0,1
8,06
Fr. AcOEt/MeOH 50% oriunda da Filtração da
Fração Acetato de etila
0,1
24,92
Fração hidrometanólica das folhas
0,1
0
209
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Como demonstrado na tabela 32 observa-se que dos extratos brutos do caule e da folha
(EC e EF, respectivamente), o EF (96,84%) exibiu expressiva atividade antimalárica (> 95%)
inibindo a proliferação do P. falciparum, enquanto que o EC não apresentou atividade
significativa (< 50%).
Dentre as frações oriundas de partições testadas, as frações hexano (> 95%) e
clorofórmio (> 90%) tanto no caule quanto na folha exibiram significante atividade
antimalárica, enquanto que a as frações acetato de etila (nas folhas) e hidrometanólica não
apresentaram atividade.
Das subfrações hexano tanto no caule quanto na folha, todas exceto a fração C-1.5
(Fração MeOH oriunda da filtração da fração hexano do caule) apresentaram atividade acima
de 90% , ou seja, exibiram significativa atividade.
Das subfrações clorofórmio, apenas uma foi para teste, a C-2.2 (Fração Hex/CHCl3
20% oriunda da filtração da fração clorofómio do caule) exibindo atividade superior a 90%.
As demais não foram testadas.
Compostos triterpênicos lupânicos, mais precisamente o lupeol e o ácido betulínico,
tem sido bastante estudados na atividade frente ao P. falciparum apresentando bons resultados
principalmente os seus derivados com ênfase nos acetatos (SOARES et al, 2009; ZIEGLER et
al, 2004; SUKSAMRARN et al, 2003; FOTIE et al, 2006; BRINGMANN et al, 1997;
FREIRE, 2004; STEELE et al, 1999; DE ALMEIDA ALVES et al, 1997; ZIEGLER et al,
2002; KHALID et al,1986; FACUNDO et al,2005).
No estudo fitoquímico, o composto lupeol foi isolado da fração F 1.2 (Fração Hexano
oriunda da filtração da Fração Hexano das folhas), fração F 1.6 (Fr. CHCl3/MeOH 5%
oriunda da filtração da Fração Hexano das folhas) e C.1.2 (Fração Hex/CHCl
3
50% oriunda
da filtração da fração hexano do caule). Uma mistura de triterpenos lupanos contendo lupeol e
acetato do ácido betulínico foi isolada da C.1.2 (Fração Hex/CHCl
3
50% oriunda da filtração
da fração hexano do caule).
De acordo com a tabela 30 as frações F 1.2 (Fração Hexano oriunda da filtração da
Fração Hexano das folhas), F 1.6 (Fr. CHCl3/MeOH 5% oriunda da filtração da Fração
Hexano das folhas) e C.1.2 (Fração Hex/CHCl
3
50% oriunda da filtração da fração hexano do
caule) apresentaram atividade inibidora da proliferação de P. falciparum de 91,64%, 92,73% e
97,27%, respectivamente.
Sugere-se que as substâncias responsáveis pela atividade antimalárica nas subfrações
hexano do caule e folha sejam o lupeol, o acetato do acido betulínico (foi identificado em
210
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
mistura com o lupeol) e demais compostos lupanos presentes nestas subfrações. Lembrando
que compostos triterpenicos ALC-2 e ALC-8 ainda não identificados devido a pouca
quantidade isolada são oriundos da fração C.1.2 (Fração Hex/CHCl
3
50% oriunda da filtração
da fração hexano do caule). Pode-se sugerir um efeito sinérgico.
Supõe-se que em ensaios posteriores com as subfrações clorofórmio do caule e folhas
também apresente atividade antimalárica, visto que triterpenóides são bastante encontrados
em extratos vegetais de diferentes plantas, principalmente advindos de frações clorofórmicas.
No entanto, a fração hexano da folhas e do caule, deverá ser futuramente mais
estudada, para purificação e isolamento de novas substâncias guiadas pela atividade
antimalárica.
III.6.3.3 Resultados da Avaliação da inibição da produção de óxido nítrico
A tabela 31 apresenta os resultados dos extratos e frações do caule e folha da A.
langsdorfii frente à atividade da inibição de produção de óxido nítrico. O valor referencial é >
70% de atividade inibitória. Os resultados foram obtidos por dosagem de valores do controle
estimulado e cultivado na ausência de droga.
Tabela 31. Atividade da inibição de produção de óxido nítrico com resultado de ensaio somente
apresentado a 0,1mg/mL.
Fração
% de Inibição
NO (> 70)
Fração hexano do caule
71,18
Fração Hex/CHCl
3
50% oriunda da filtração da fração hexano do caule
57,57
Fração CHCl
3
oriunda da filtração da Fração hexano do caule
64,39
Fração AcOEt oriunda da filtração da fração hexano do caule
58,86
Fração MeOH oriunda da filtração da fração hexano do caule
17,40
Fração Hex/CHCl
3
20% oriunda da filtração da fração clorofómio do caule
70,54
Fração hidrometanólica do caule
16,89
Extrato bruto das folhas
69,26
Fração Hexano das folhas
63,29
Fração Hexano oriunda da filtração da Fração Hexano das folhas
49,57
Fração Hexano oriunda da filtração da Fração Hexano das folhas
71,03
Fr. Hex/CHCl
3
50% oriunda da filtração da Fração Hexano das folhas
42,30
Fr. CHCl
3
oriunda da filtração da Fração Hexano das folhas
46,82
Fr. CHCl
3
/MeOH 5% oriunda da filtração da Fração Hexano das folhas
60,40
Fr. MeOH oriunda da filtração da Fração Hexano das folhas
38,40
Fração clorofórmio das folhas
34,84
Fração Acetato de etila das folhas
47,58
Fr. AcOEt oriunda da Filtração da Fração Acetato de etila
0,00
Fr. AcOEt oriunda da Filtração da Fração Acetato de etila
52,29
Fr. AcOEt/MeOH 20% oriunda da Filtração da Fração Acetato de etila
6,50
Fr. AcOEt/MeOH 30% oriunda da Filtração da Fração Acetato de etila
7,86
Fr. AcOEt/MeOH 50% oriunda da Filtração da Fração Acetato de etila
18,00
Fr. MeOH oriunda da Filtração da Fração Acetato de etila
38,30
Fração hidrometanólica das folhas
56,23
211
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Os resultados das frações hexano, clorofórmio, acetato de etila e hidrometanólica tanto
para o caule como para as folhas apresentaram-se divergentes.
Apenas três frações apresentaram atividade acima de 70%: C-1 (Fração hexano do
caule) com 71,18, C 2.2 (Fração Hex/CHCl
3
20% oriunda da filtração da fração clorofómio do
caule) com 70,54 e F.1.2 (Fração Hexano oriunda da filtração da Fração Hexano das folhas)
com 71,03% de inibição.
Da fração F.1.2 (Fração Hexano oriunda da filtração da Fração Hexano das folhas)
(71,03%), foi isolado o lupeol em grande quantidade, como já mencionado anteriormente. Sua
ação como agente imunomodulador na inflamação é bastante discutida na literatura (BANI
et al, 2006; SALEEM et al, 2001, 2004, 2009; HERAS et al, 2003; NOLDIN et al, 2003;
SUNITHA et al, 2001; VASCONCELOS et al, 2008, GEETHA et al, 2001).
Levando em consideração que a ação inibitória do NO está diretamente relacionada
com a cascata da inflamação (GOODMANN & GILMANN, 2008) pode-se sugerir que o
lupeol seja possivelmente o agente responsável pela atividade inibitória do NO, haja vista que
nas frações C.1.2 (Fração Hex/CHCl
3
50% oriunda da filtração da fração hexano do caule)
(57,57%) e F 1.6 (Fr. CHCl
3
/MeOH 5% oriunda da filtração da Fração Hexano das folhas)
(60,40%) onde o lupeol também foi isolado, os resultados inibitórios foram intermediários,
porém, próximos a 70%.
O mecanismo de ação do lupeol no bloqueio da inflamação está bem estabelecido
onde este reduz a produção da prostaglandina E2 (PGE2) a partir da estimulação de
macrófagos A23187. Em suma sua ação é específica inibindo a produção de alguns pró-
mediadores específicos da inflamação (HERAS et al, 2001).
III.6.3.4 Resultados da Avaliação da inibição de linfoproliferação
A tabela 32 apresenta os resultados dos extratos e frações do caule e folha da A.
langsdorfii frente à atividade da inibição da linfoproliferação. O valor referencial é > 80% de
atividade inibitória.
212
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Tabela 32. Atividade da inibição da linfoproliferação com resultado de ensaio somente apresentado a
0,1 mg/mL.
Fração
% Inib. Linfo com A (> 70)
CI
50
(mg/mL)
Fração hexano do caule
60,21
Não calculada
Fração Hex/CHCl
3
50% oriunda da
filtração da fração hexano do caule
81,44
0,01511
Fração CHCl
3
oriunda da filtração da
Fração hexano do caule
73,86
Não calculada
Fração AcOEt oriunda da filtração da
fração hexano do caule
76,45
Não calculada
Fração MeOH oriunda da filtração da
fração hexano do caule
71,12
Não calculada
Fração Hex/CHCl
3
20% oriunda da
filtração da fração clorofómio do
caule
75,68
Não calculada
Fração hidrometanólica do caule
21,61
Não calculada
Extrato bruto das folhas
54,26
Não calculada
Fração Hexano das folhas
84,19
0,03185
Fração Hexano oriunda da filtração
da Fração Hexano das folhas
92,76
0,03102
Fração Hexano oriunda da filtração
da Fração Hexano das folhas
94,27
0,02741
Fr. Hex/CHCl
3
50% oriunda da
filtração da Fração Hexano das folhas
87,65
0,00351
Fr. CHCl
3
oriunda da filtração da
Fração Hexano das folhas
87,83
0,00676
Fr. CHCl
3
/MeOH 5% oriunda da
filtração da Fração Hexano das folhas
78,93
Não calculada
Fr. MeOH oriunda da filtração da
Fração Hexano das folhas
70,26
Não calculada
Fração clorofórmio das folhas
86,24
0,03489
Fração Acetato de etila das folhas
83,75
0,04270
Fr. AcOEt oriunda da Filtração da
Fração Acetato de etila
81,59
0,04326
Fr. AcOEt oriunda da Filtração da
Fração Acetato de etila
34,73
Não calculada
Fr. AcOEt/MeOH 20% oriunda da
Filtração da Fração Acetato de etila
49,16
Não calculada
Fr. AcOEt/MeOH 30% oriunda da
Filtração da Fração Acetato de etila
50,99
Não calculada
Fr. AcOEt/MeOH 50% oriunda da
Filtração da Fração Acetato de etila
39,59
Não calculada
Fr. MeOH oriunda da Filtração da
Fração Acetato de etila
94,02
0,00835
Fração hidrometanólica das folhas
43,74
Não calculada
213
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Nos ensaios para avaliação da inibição da proliferação de linfócitos, as subfrações
C.1.2 (Fração Hex/CHCl
3
50% oriunda da filtração da fração hexano do caule), F-1.1 (Fração
Hexano oriunda da filtração da Fração Hexano das folhas), F.1.2 (Fração Hexano oriunda da
filtração da Fração Hexano das folhas), F-1.4(Fr. Hex/CHCl
3
50% oriunda da filtração da
Fração Hexano das folhas), F-1.5 (Fr. CHCl
3
oriunda da filtração da Fração Hexano das
folhas), F-3.1(Fr. AcOEt oriunda da Filtração da Fração Acetato de etila), F-3.8 (Fr. MeOH
oriunda da Filtração da Fração Acetato de etila) apresentaram atividade inibitória acima de
80%, demonstrando que esta espécie possui de fato uma excelente atividade
imunossupressora.
As frações F.1.2 (Fração Hexano oriunda da filtração da Fração Hexano das folhas), F-
1.1 (Fração Hexano oriunda da filtração da Fração Hexano das folhas) e F-3.8 (Fr. MeOH
oriunda da Filtração da Fração Acetato de etila) foram as que apresentaram maior atividade
inibitória nos ensaios realizados neste estudo (maior que 90%).
Da fração F-3.8 (Fr. MeOH oriunda da Filtração da Fração Acetato de etila) das folhas
de A. langsdorfii foi isolado o composto ALF-19 a naringenina. Esta foi estudada por suas
propriedades antiinflamatórias (AMARO et al 2009).
Da fração C-1.1 (Fr. Hexano oriunda da filtração da Fração Hexano) foi isolado o
estigmasterol. Este, ainda não havia sido relatado para a A. langsdorfii conforme
levantamento bibliográfico. Este fitoesterol é relativamente comun em plantas, principalmente
nas sementes da família das leguminosas (EVANS, 1996). Alguns estudos sugeriram ao
estigmasterol atividade anti-hepatotóxica, antiinflamatória, antinociceptiva, preventivo de
vários tipos de câncer, sedativo e hipocolesterolêmico.
Das frações F.1.2 (Fração Hexano oriunda da filtração da Fração Hexano das folhas) e
C.1.2 (Fração Hex/CHCl
3
50% oriunda da filtração da fração hexano do caule), foi isolado o
lupeol em grande quantidade, como mencionado anteriormente como também várias
referencias a sua atividade imunomoduladora.
Estudos demonstram que muitas plantas com atividade antiproliferativa contêm o
triterpeno lupeol como um de seus principais constituintes (MILES e KOKOPOL, 1976),
(SALEEM et al., 2001). Desta forma, levando-se em consideração que esta substância foi
isolada tanto no caule como nas folhas de A. langsdorfii e que ambos os extratos brutos e
principalmente a fração hexano das folhas mostraram capacidade inibidora da
linfoproliferação, pode-se esperar que o resultado seja atribuído à presença desta substância,
214
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
necessitando-se de mais estudos para avaliação de resultados. E, ainda, o lupeol é reportado
na literatura como possuidor de várias propriedades farmacológicas como antinflamatória,
antiartrítica, antimutagênica (GEETHA et al, 1998). Assim, torna-se necessário dar
continuidade aos estudos quanto à atividade farmacológica de A. langsdorfii.
Drogas utilizadas atualmente para doenças do sistema imunológico têm custo
relativamente elevado e alto índice de reações adversas. Os antiinflamatórios não esteroidais
podem causar síndrome nefrótica nos pacientes (HUANG et al., 2004). De fato, este extrato
pode inibir a proliferação de linfocitos. É provável que uma molécula com baixa toxicidade
apresente menor risco de reações adversas. Os resultados sugerem que a partir do extrato de
A. langsdorfii pode-se chegar à molécula ativa, provavelmente o lupeol, e esta é uma
candidata em potencial a uma nova droga imunomoduladora.
A atividade antitumoral de vários derivados triterpenoides do tipo lupano é bastante
conhecida há bastante tempo (OGURA et al, 1997; SANBERG et al., 1987). É sabido que
também que o acido betulínico é o que mais apresenta propriedades antiproliferativas da série
dos lupanos (RYU et. al., 1994). Muitos estudos relacionam a atividade antitumoral à
topoisomerase I (TABATA et. al., 2001) e em 2002 foi analisado que o ácido betulínico é um
potente inibidor da topoisomerose I em células eucarióticas. (CHOWDHURY, et. al., 2002).
É também conhecido que a citotoxicidade dos isoprenoides derivados do ácido
carboxílico está relacionada com a presença do grupo carbonila na molécula. Em um estudo
da relação estrutura-atividade dos triterpenos lupanos na indução da diferenciaçao e apoptose
das células B16 e 2F2, foi demonstrado que a função “Keto” no C-3 contribui bastante para as
atividades de indução e diferenciação (HATA et. al., 2003), e o grupo carbonila em C-17 tem
um papel importante na indução da apoptose de células de melanoma (HATA et. al., 2002).
Segundo MUTAI (2004) a atividade citotóxica do lupeol numa CI
50
(µg/mL) foi de
aproximadamente 30 µg/mL.
Uma vez verificada a inocuidade do lupeol e aprofundado o estudo de seus mecanismos
de ação, testes clínicos já poderiam ser realizados. Muitos anos são necessários para o
cumprimento de todas as etapas necessárias para o lançamento de um novo medicamento. O
presente trabalho é o início deste caminho.
Um ponto de alta importância que não deve deixar de mencionar aqui é a conclusão das
atividades imunomodulatórias de varias plantas as quais tem em seus extratos os compostos
triterpenos principalmente os lupanos, oleananos e ursanicos que são os mais encontrados.
215
Cap. III. Resultados e Discussão
Natalia Velásquez Oliveira
Costa em 2004 estudou 69 espécies vegetais do semi-árido brasileiro pertencente a
diferentes famílias botânicas (total de 34). Dos 174 extratos não citotóxicos com potencial
imunomodulador e antiparasitário, 52% foram extratos clorofórmicos e 45% foram extratos
acetato de etila. Destes extratos ativos, 25% apresentaram atividade imunomoduladora
(inibição da produção de NO e da linfoproliferação), 9% apresentaram atividade inibidora da
produção de NO igual ou superior a 70% e 27% apresentaram atividade inibidora da
linfoproliferação igual ou superior a 80%.
Costa ainda questionou para o caso especifico da linfoproliferação, o elevado número
de extratos e frações ativas e leva em consideração que existe a possibilidade de uma ação
inespecífica de substancias presentes nestes extratos e frações.
A presença dos triterpenóides ácido betulínico, lupeol e acido ursólico provenientes de
frações CH
2
Cl
2
do Ziziphus joazeiro também foi relatada. A fração CH
2
Cl
2
apresentou uma
alta inibição da linfoproliferação: 94,78% na concentração de 0,01 mg/mL. (KATO et. al.,
1997; SCHUHLY et. al., 1999).
Em estudos realizados por colegas do LPqRN com as espécies ativas Zeyheria
tuberculosa e Mansoa hirsuta com potencial imunomodulador e antiparasitário segundo
dados do IMSEAR foram isolados os acidos oleanóico e ursólico da fração cloroformica da Z.
tuberculosa e o lupeol (fração cloroformica) e ácido ursólico (fração acetato de etila) da M.
hirsuta.
São vários os trabalhos publicados relacionando triterpenos com a atividade
antiinflamatória. Substâncias triterpênicas como o lupeol, ácido betulínico, acido ursólico e
acido oleanóico já são muito conhecidas por suas propriedades antiinflamatórias (asma,
artrite, câncer). Sabe-se também que estes mesmos triterpenoides são bastante encontrados em
extratos vegetais de diferentes plantas, principalmente advindos de frações clorofórmicas.
Diante deste argumento no caso específico da atividade imunomodulatoria, pode-se
relacionar a ação destas substancias triterpênicas como as responsáveis pelas atividades
imunomodulatorias presentes em diferentes espécies vegetais oriundas de diferentes famílias.
Pode-se sugerir tanto um efeito sinérgico representativo da atividade imunomodulatoria em
diferentes espécies como também sua ação inespecífica na cascata da inflamação.
216
Cap. IV. Conclusões
Natalia Velásquez Oliveira
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
T
U
U
L
L
O
O
I
I
V
V
C
C
O
O
N
N
C
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L
L
U
U
S
S
Õ
Õ
E
E
S
S
217
Cap. IV. Conclusões
Natalia Velásquez Oliveira
Capítulo IV. Conclusões
Os estudos fitoquímicos e biológico realizados com as folhas e o caule da Acacia
langsdorfii Benth permitiram concluir que:
Estudo Fitoquímico:
por procedimentos cromatográficos foi isolado e purificado da fração hexânica do caule um
esteróide e um triterpenóide, os quais foram identificados como sendo estigmasterol e lupeol,
respectivamente. Também foi isolado e purificado uma mistura contendo triterpenóides da
série lupano (onde um é o lupeol). O lupeol é o constituinte químico majoritário;
da fração hexânica das folhas foi isolado e purificado um diterpenóide e um triterpenóide,
os quais foram identificados por técnicas espectroscópicas e espectrométricas (IV, EM, RMN
1D e 2D) como sendo ent-atisan-7α, 16α-diol e lupeol, respectivamente. O lupeol é o
constituinte químico majoritário;
da fração acetato de etila das folhas foi isolado e purificado por cromatografia em coluna
dois flavan-3-óis, uma flavanona e duas flavonas as quais foram identificadas por cnicas
espectroscópicas como sendo catequina, epicatequina, naringenina, 4’-hidroxi-5,6,7-
trimetoxiflavona e morina 3-O-rutinosídeo respectivamente. A morina 3-O-rutinosídeo é o
constituinte químico majoritário desta fração;
As substâncias ent-atisan-7α, 16α-diol, morina 3-O-rutinosídeo, 4’-hidroxi-5,6,7-
trimetoxiflavona foram isoladas pela primeira vez no gênero Acacia.
Atividade biológica:
Os extratos e frações testadas quanto à atividade frente ao caramujo B. grablata e às larvas
do mosquito A. aegypti não apresentaram atividades nas concentrações testadas através da
metodologia empregada;
Dos extratos e frações testadas quanto a Avaliação da citotoxicidade apenas oito
apresentaram valores o tóxicos. Porém, a fração F.1.2 (fração hexano oriunda da filtração
da fração hexano das folhas) apresentou 53,58%, onde desta foi isolada o ent-atisan-7 ,16 -
diol, pertencente à classe diterpeno bastante relatada na literatura por sua citotoxicidade;
As frações da A. langsdorfii exibiram pronunciada atividade Antimalárica, inibindo a
proliferação do Plasmodium falciparum, sendo as mais ativas (> 90%) as hexânicas (caule e
folhas);
218
Cap. IV. Conclusões
Natalia Velásquez Oliveira
Sugere-se que a atividade antimalárica da fração hexano deve-se ao lupeol e seus derivados;
Em relação à inibição da produção de óxido nítrico a fração F.1.2 (fração hexano oriunda da
filtração da fração hexano das folhas) apresentou 71,03% de atividade. Desta, foi isolada o
lupeol em grande quantidade, e sua ação como agente imunomodulador na inflamação é
bastante discutida na literatura;
As frações obtidas da partição do extrato em etanol das folhas e caule da A. langsdorfii
apresentaram uma alta inibição da linfoproliferação (>80%), apresentando destaque as frações
F.1.2 (fração hexano oriunda da filtração da fração hexano das folhas), F-1.1 (fração hexano
oriunda da filtração da fração hexano das folhas) e F-3.8 (Fr. MeOH oriunda da filtração da
fração Acetato de etila) (> 90%);
Da fração F-3.8 (Fr. MeOH oriunda da filtração da fração Acetato de etila) foi isolada a
naringenina e das frações F.1.2 (fração hexano oriunda da filtração da fração hexano das
folhas) e C-1.2 (Fração Hex/CHCl
3
50% oriunda da filtração da fração hexano do caule), foi
isolado o lupeol. Supõe-se que o lupeol e a naringenina sejam os principais compostos
bioativos
219
Cap. V. Perspectivas
Natalia Velásquez Oliveira
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
T
U
U
L
L
O
O
V
V
P
P
E
E
R
R
S
S
P
P
E
E
C
C
T
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I
I
V
V
A
A
S
S
220
Cap. V. Perspectivas
Natalia Velásquez Oliveira
Capítulo V. Perspectivas
Em virtude das observações a respeito do estudo realizado, seguem-se algumas
sugestões para trabalhos futuros:
- A fração Hexano da folhas e do caule deverá ser futuramente mais estudada, para
purificação e isolamento de novas substâncias guiadas pela atividade antimalárica;
-Realização de ensaios antimaláricos e imunomoduladores com o Lupeol isolado;
-Realização de ensaios imunomoduladores com a Naringenina isolada;
-Verificar o grau de citotoxicidade do composto puro ent-atisan-7 ,16 -diol;
- Quantificação do Lupeol no Extrato Semi-Bruto (Fração Hexano da Partição) do Caule de A.
langsdorfii pelo Método de RMN
1
H;
- Quantificação do Lupeol no Extrato Semi-Bruto (Fração Hexano da Partição) das Folhas de
A. langsdorfii pelo Método de RMN
1
H;
- Quantificação da Naringenina no Extrato Semi-Bruto (Fração Acetato de Etila da Partição)
das Folhas de A. langsdorfii pelo Método de RMN
1
H.
Cap. VI. Referências Bibliográficas
Natalia Velasquez Oliveira
221
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
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U
U
L
L
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V
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I
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Á
Á
F
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I
I
C
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A
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S
S
Cap. VI. Referências Bibliográficas
Natalia Velasquez Oliveira
222
Capítulo 6. Referências Bibliográficas
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Cap. VI. Referências Bibliográficas
Natalia Velasquez Oliveira
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