se de um enfoque que é puramente econômico e se baseia no
raciocínio simplista de que os recursos naturais são apenas um
apêndice dos mercados convencionais. Os homens não percebem o
problema de suas satisfações somente pelo aspecto econômico, mas
antes de tudo pela percepção da escolha e dos recursos naturais.
b) O biocentrismo: relaciona-se com a justiça biótica que atribui
importância a todos os seres vivos, não considerando o aspecto
puramente utilitarista do antropocentrismo estreito como gerador de
bem-estar humano, ou seja, o biocentrismo está centrado no
raciocínio moral. A justiça biótica considera a questão do risco do
recurso natural como elemento importante de avaliação e, por isso,
questiona vários paradigmas clássicos de valor.
c) O ecocentrismo: baseia-se na “ética da Terra” e assume um
enfoque sistêmico que ajuda a entender como o sistema biótico
sobrevive e se modifica, sinalizando que o valor é guiado por essa
perspectiva. Todos os elementos da biota estão interligados entre si,
entre as espécies e seus meios ambientes. Por essa perspectiva, a
ótica da Terra adquire um forte apelo biológico e sugere uma forma
de antídoto para as metodologias individualistas, baseadas no
utilitarismo antropocêntrico, principalmente na filosofia econômica
predominante do passado. O valor, por esse enfoque, alcança uma
dimensão que não é somente econômica, mas também de senso
filosófico. A ética ecocêntrica considera que os seres humanos
devem usar o meio ambiente de tal maneira que respeitem a
integridade, a estabilidade e a beleza da comunidade biótica.
Atendo-se, ao sentido de um conceito de meio ambiente, pode-se
dizer também que todo conceito contém uma história e um elo de identificação com
seu autor, eis que sua elaboração tem bases científicas ou filosóficas, que
juntamente com seus elementos internos e devidamente articulados definem sua
consistência, a partir de sua própria constituição, remetendo a outros conceitos para
efeitos de comparação ou de superação. Em virtude das mudanças na forma de
pensar da sociedade, os conceitos podem ser superados ou modificados, dentre as
várias razões, é significativo o desenvolvimento tecnológico, aculturações, conflitos
de interesses, novos conhecimentos elaborados, etc (SPOSITO, 2004, p. 60). Para
Martins (1989, p. 51) a Geografia, fundamenta a sua elaboração científica,
principalmente em conceitos.
Segundo Suertegaray (2004, p. 116) na origem da discussão sobre o
homem versus o meio, a Geografia compreendia o meio ambiente como sinônimo de
natural, ou seja, nesta visão o homem era parte externa ao meio, ou externo a
natureza. No transpassar dos tempos, a Geografia vai transformando sua
compreensão, passando a pensar o meio ambiente como homem e sociedade