de fazê-las funcionar. E ainda, Le Boulch, que de acordo com Enumo, Ferrão e Ribeiro (2006)
preconizava o uso da motricidade como prevenção das dificuldades na aprendizagem, pois
acreditava que a criança através de seu próprio corpo e de seu movimento, utilizava mais ou
menos de maneira uniforme, as funções motoras, cognitiva, perceptiva, afetiva e sociomotora,
construindo seu intelecto a partir do movimento.
Nota-se que as teorias do desenvolvimento humano são unânimes sobre a importância
dos estímulos, da interação com o meio, das experiências corporais e da linguagem
(PACHECO, 2003). À luz destas teorias, considera-se que a intervenção motora possa ter
grande influência no desenvolvimento motor, cognitivo e social de crianças com dificuldade
na aprendizagem, pois o essencial é estimular-se motora e psicossocialmente as crianças,
como caráter reeducativo e preventivo às dificuldades na aprendizagem.
Em concordância, Díaz et al. (1993) enfatizam a importância da educação física como
agente na formação integral da criança, tendo como agente fundamental o exercício físico. A
formação e educação da criança depende da interrelação dos domínios: cognitivo, onde se
integram aspectos do conhecimento, capacidade de análise e síntese, criatividade; afetivo, nos
quais situamos as relações sociais, necessidades pessoais, cooperação, oposição; e o domínio
motor: onde se encaixam as atitudes físicas, capacidades motoras, comunicação verbal, enfim.
No planejamento da educação física, os objetivos deveriam atender à estes três âmbitos, ou
seja, através da execução do movimento, o âmbito motor (psicomotor); através de dados
expostos, conceitos, problemas a serem solucionados corporalmente, o âmbito cognitivo; e,
atitudes, valores, princípios e regras, o âmbito afetivo. Em qualquer situação educativa em
educação física, estão implícitos estes domínios, existindo sempre uma interrelação entre eles.
Para Harrow (1983), o grande objetivo da educação física na infância seria aumentar o
desenvolvimento perceptivo da criança, usado com efeito como base para o desenvolvimento
posterior de destrezas motoras. A tarefa de qualquer educador, interessado nos
comportamentos do domínio psicomotor é aumentar a eficiência de execução de tarefas
motoras a partir de movimentos naturais locomotores, não-locomotores e manipulativos,
inerentes ao homem, tais como: correr, pular, subir, levantar, carregar, pendurar-se, lançar,
enfiar, entre outros. Sob outro ponto de vista, quando a criança desempenha movimentos
intencionais ela está coordenando os domínios cognitivo, psicomotor e afetivo.
No mesmo sentido, para Zabaleta (1996), sobre movimento e inteligência, destaca que
ao chegar na idade escolar, a criança se move impulsionada por instintos, impulsos sensoriais
ou por consciência primária. Para este o programa de educação física infantil deveria implicar
na tomada de consciência voluntária regendo os atos motores, ou seja, através de atividades