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DISSERTAÇÃO
RESPOSTA DA CANA-PLANTA À
APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES
GUSTAVO RICARDO GONÇALVES BECARI
Campinas, SP
2010
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INSTITUTO AGRONÔMICO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA
TROPICAL E SUBTROPICAL
RESPOSTA DA CANA-PLANTA À
APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES
GUSTAVO RICARDO GONÇALVES BECARI
Orientador: Heitor Cantarella
Dissertação submetida como requisito
parcial para obtenção do grau de Mestre
em Agricultura Tropical e Subtropical,
Área de Concentração em Gestão de
Recursos Agroambientais.
CAMPINAS, SP
ABRIL DE 2010
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III
Ao meu pai e à Universidade Federal de São Carlos e ao CCA. Exemplos de vida e
instituições.
DEDICO
Aos brasileiros
OFEREÇO
SOU BRASILEIRO E
NÃO DESISTO NUNCA
IV
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador e vizinho de sala Dr. Heitor Cantarella, pela paciência e pelas
colaborações eternas!
Agradeço a todos que me ajudaram direta ou indiretamente na execução deste trabalho,
desde aos colegas do jardim de infância até os irmãos do mestrado e aos colegas das
usinas parceiras.
Ao povo brasileiro pela bolsa da CAPES até janeiro de 2010.
Ao meu pai, por tudo até pelas opiniões contrárias que construíram grande parte do que
sou: um filho muito grato e eterno apaixonado pelo pai!!
À minha vó! Vó Martha, a senhora é demais.
À minha mãe, pela formação do que sou hoje.
Ao menino Malukinho, você sabe todas as razões de estar aqui! Obrigado Filipe! Ao
Henrique.
Agradeço ao irmão Estêvão (TABOA) pelos incentivos eternos e ajudas sempre
necessárias. Sabemos que a amizade não se faz de pessoas iguais, mas ainda sim somos
amigos de verdade: irmãos de vida!
Ao Dr. Márcio K. Chiba e Dr. Henrique C. J. Franco pelas valiosas e inestimáveis
colaborações à esta dissertação.
Aos meus tios e tias (todos e todas), em especial ao Tio Mery, Norba, Nenê e Waldir,
Leninha (sem palavras), Luizinha (sem comparação) e Noimi (sensacional) e aos primos
e primas em especial Lucão e Tati.
Ao IAC, pelo alojamento, pelo quadro de pessoal e pela oportunidade de cursar o
mestrado.
À família Calvo Groth (João Danilo e Regina Maria) pelo apoio irrestrito quando estive
em Amparo.
Um agradecimento mega-hiper-super-especial à Agronomanda Maria Fernanda Calvo
Groth (FER) linda por dentro e por fora. I´ll N G I U.
Ao Dr. Luis Antonio Junqueira Teixeira, pela companhia nos almoços, pelos auxílios na
estatística, pelo chimarrão, pelo ano novo etc. Obrigado.
V
SUMÁRIO
RESUMO ....................................................................................................................... VI
ABSTRACT .................................................................................................................. VII
1. Introdução ..................................................................................................................... 1
1.1 Hipótese ............................................................................................................ 2
2. Revisão de Literatura .................................................................................................... 2
2.1 Importância econômica e produtividade da cana-de-açúcar ....................................... 2
2.2 Micronutrientes em cana-de-açúcar............................................................................ 3
2.2.1 Acúmulo e exportação de micronutrientes .............................................................. 3
2.3 Funções e sintomas de deficiência ............................................................................. 5
2.3.1 Boro ......................................................................................................................... 5
2.3.2 Cobre ....................................................................................................................... 5
2.3.4 Manganês ................................................................................................................. 6
2.3.5 Molibdênio .............................................................................................................. 7
2.3.6 Zinco ........................................................................................................................ 7
2.4 Níveis críticos de micronutrientes para a cana-de-açúcar .......................................... 8
2.4.1 Níveis críticos do solo para a cana-de-açúcar ......................................................... 9
2.4.2 Níveis críticos foliares e diagnose foliar ............................................................... 10
2.5 Respostas da cultura da cana-de-açúcar à aplicação de micronutrientes .................. 14
2.6 Recomendações de micronutrientes em cana-de-açúcar. ......................................... 16
3. Material e Métodos ..................................................................................................... 17
3.1 Análises de solo ........................................................................................................ 18
3.2 Delineamento Experimental ..................................................................................... 22
3.3 Avaliações ................................................................................................................ 22
3.3.1 Avaliações dos teores foliares ............................................................................... 22
3.3.2 Avaliação do perfilhamento .................................................................................. 24
3.3.3. Avaliação das produtividades e qualidade industrial ........................................... 25
3.4 Análise estatística ..................................................................................................... 26
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 26
4.1 Atributos químicos e granulométricos dos solos ...................................................... 26
4.2 Teores de B, Cu, Mn, Mo e Zn nas folhas diagnósticas da cana-planta. .................. 27
4.3 Perfilhamento ........................................................................................................... 43
4.4 Produtividade Agrícola ............................................................................................. 45
4.5 Qualidade Industrial ................................................................................................. 49
4.6 Produtividade de Açúcar .......................................................................................... 52
4.7 Interações produtividade agrícola e teores de solo ................................................... 54
5. CONCLUSÕES .......................................................................................................... 59
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 60
ANEXOS ........................................................................................................................ 67
VI
Resposta da cana-planta à aplicação de micronutrientes.
RESUMO
O agronegócio canavieiro desempenha papel importante na economia brasileira e coloca
o país em posição de destaque internacional em programas de substituição de
combustíveis fósseis. Embora a cultura venha apresentando aumentos de produtividade,
a produtividade média nacional está em torno de 80 t ha
-1
, e pode ser considerada baixa
em comparação ao seu potencial. Um dos fatores que contribui para essa produtividade
é a expansão da cultura em áreas com solos de baixa fertilidade, que exigem manejo
mais aprimorado da fertilidade para obtenção de produções economicamente viáveis.
Portanto, além de calagem, adubação NPK e rotação de culturas, a aplicação de
micronutrientes está se tornando mais importante. Porém são poucas as informações
disponíveis na literatura tanto nacional como internacional. O objetivo deste trabalho foi
estudar as respostas da cana-planta à aplicação de micronutrientes Zn, Mn, Cu, B e Mo.
Para isso foram instalados oito ensaios em áreas de baixa fertilidade pertencentes às
seguintes unidades de produção do Estado de São Paulo: Usina da Pedra, localizada em
Serrana, Usina Moema em Orindiúva, Usina Branco Peres em Adamantina (dois
experimentos), Grupo Virgulino de Oliveira, nas unidades de Itapira e José Bonifácio,
Usina Cocal em Paraguaçú Paulista e Usina Nova América, em Assis. Os tratamentos
empregados foram os seguintes: T1- Controle NPK+S; T2- NPK+S + Zn, 10 kg ha
-1
;
T3- NPK+S + Mn, 10 kg ha
-1
; T4- NPK+S + Cu, 10 kg ha
-1
; T5- NPK+S + B, 3 kg ha
-1
;
T6- NPK+S + Mo, 2 kg ha
-1
; T7- NPK+S + Zn + Mn + Cu + B + Mo. O delineamento
foi em blocos ao acaso, com cinco repetições totalizando 35 parcelas no campo,
correspondente a área útil de 2625 m
2
. Os experimentos foram monitorados através de
análises de solo e de folhas, sendo também avaliados o perfilhamento, a produção de
colmos e a qualidade industrial na cana planta. A análise estatística das variáveis de
interesse foi baseada na análise de variância seguida de teste para comparações das
médias dos tratamentos através do teste de Dunnett 10% para todos os locais
individualmente e em análise conjunta. A aplicação de micronutrientes aumentou o
perfilhamento (Zn, B e completo) da cana-planta. Além disso, o fornecimento dos
micronutrientes proporcionou ganhos nos teores foliares da cana-planta, apenas para os
tratamentos contendo Zn e Mo (T2, T6 e T7). Em relação à produtividade, dos oito
locais estudados, encontrou-se respostas em quatro locais para Zn, dois locais para Mn e
Mo e um para Cu. Na análise conjunta dos experimentos houve respostas em
produtividade agrícola e de açúcar a todos micronutrientes, sendo o Zn o micronutriente
que proporcionou os maiores ganhos de produção, 20 t ha
-1
em média. A qualidade
industrial não foi alterada pelos micronutrientes. Dessa forma, pode-se concluir que a
cana-planta apresenta alta freqüência de resposta à aplicação de micronutrientes em
solos de baixa fertilidade, o que deve ser levado em consideração no manejo da
adubação.
Palavras-chaves: fertilizantes, fertilidade do solo e produtividade agrícola.
VII
Response of sugarcane to the application of micronutrients.
ABSTRACT
Sugarcane plays an important role in the Brazilian economy and places Brazil in a
prominent position in international programs to replace fossil fuels. Although sugarcane
yields have been steadly growing the national average yield is around 80 t ha
-1
, which
can be considered low compared to its potential. Few studies have shown responses of
sugarcane to micronutrients but the crop expansion to low fertility areas may require a
revision of fertilization practices. The objective of this study was to evaluate responses
of plant cane the application of micronutrients Zn, Mn, Cu, B and Mo. The experiments
were installed in areas in low fertility belonging to the following sugar mills of the State
of Sao Paulo: Usina da Pedra, located in Serrana, Usina Moema in Orindiuva, Usina
Branco Peres at Adamantina (two experiments), Grupo Virgulino de Oliveira, Itapira
and Jose Bonifacio units, Usina Cocal in Paraguaçú Paulista, Usina Nova America in
Assis. The treatments employed were: T1-Control NPK + S, T2-NPK + S + Zn, 10 kg
ha
-1
, T3-NPK + S + Mn, 10 kg ha
-1
, T4-NPK + S + Cu, 10 kg ha
-1
, T5-NPK + S + B, 3
kg ha
-1
, T6-NPK + S + Mo, 2 kg ha
-1
, T7-NPK + S + all micronutrients. The
experimental design was a randomized block with five replications totaling 35 plots,
corresponding to an area of 2625 m
2
. The experiments were monitored through analysis
of soil and leaves, tillering, the stalk yield and sugar yield. Statistical analysis was based
on analysis of variance followed by test for comparisons of treatment means using the
Dunnett test 10% for all sites individually and in joint analysis. The application of
micronutrients increased tillering (Zn, B and mixture of all micronutrients) of plant
cane. Moreover, the addition of micronutrients increased foliar concentration only for
the treatments containing Zn and Mo (T2, T6 and T7). Stalk yield responses were found
to Zn in four sites, for Mn and Mo in two sites and in one site for Cu. In the joint
analysis of all sites statistical analysis there were responses in stalk yield and sugar yield
for all micronutrients, but Zn was the one that showed the largest increases in yield: 20 t
ha
-1
on average. The industrial quality of sugarcane stalks was not affected by
micronutrients. Thus, it can concluded that sugarcane presents a high frequency of
response to application of micronutrients in low fertility soils, which must be taken into
account in sugarcane fertilization programs.
Key-words: fertilizers, soil fertility and yield.
1
1. INTRODUÇÃO
O agronegócio canavieiro desempenha papel importante na economia do Brasil,
além de colocar o país em posição de destaque internacional em programas de
substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis. Como maior produtor
mundial o setor sucro-alcooleiro brasileiro movimentou no ano de 2008 cerca de US$
28.153,10 milhões, equivalente a 1,5 % do PIB nacional, além de contabilizar 1,28
milhão de empregos diretos e indiretos (NEVES et al, 2009).
Para que o Brasil continue sendo líder nesta cultura é necessário utilizar
tecnologia de ponta para produzir em quantidade e qualidade. A produção agrícola
depende de vários fatores, e o manejo do solo é um desses. O manejo do solo inclui o
adequado suprimento de nutrientes, os aspectos físicos e biológicos, que em conjunto
com o clima e o manejo de variedades, são fatores de suma importância para qualquer
programa que busque altas produtividades.
Embora a cultura da cana-de-açúcar tenha apresentado aumentos de produtividade
no País no decorrer dos últimos anos, a produtividade média de cana-de-açúcar está ao
redor de 80 t ha
-1
,
e pode ser considerada baixa em comparação ao potencial genético
das variedades atuais. Atualmente, na cana-planta, muitas variedades ultrapassam a
produtividade de 200 t ha
-1
. Um dos fatores que contribui para essa baixa produtividade
média é a expansão da cultura para áreas com solos de baixa fertilidade, que vem
ocorrendo desde a época do pró-álcool, e tem crescido nos últimos anos devido ao
interesse do mercado internacional pelo etanol de cana-de-açúcar.
Os solos de menor fertilidade exigem um manejo mais aprimorado a obtenção de
produções economicamente viáveis. Portanto, além de calagem, adubação NPK e
rotação de culturas leguminosas como soja, amendoim ou adubos verdes, os
micronutrientes estão se tornando limitantes à produtividade.
A resposta da cultura a aplicação dos micronutrientes ainda é pouco conhecida na
cana-planta. Há poucos trabalhos, tanto na literatura nacional quanto internacional sobre
o assunto. Esta carência de informações resulta em incertezas quanto ao uso de
micronutrientes em cana-de-açúcar, gerando dúvidas quanto às doses a serem aplicadas,
o momento adequado em se aplicar, e até mesmo sobre a capacidade de respostas da
2
cultura ao uso destes, fazendo com que os produtores deixem de adubar a cultura com
estes elementos, o que pode estar comprometendo a produtividade da cultura no Brasil.
O objetivo deste trabalho foi estudar as respostas da cana-planta (teor foliar
nutricional da cultura, perfilhamento, produtividade de colmos e de açúcar, açúcar total
recuperável) à aplicação de micronutrientes (Zn, Mn, Cu, B e Mo), em solos de baixa
fertilidade de diferentes regiões produtoras de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo.
1.1 Hipótese
A produtividade da cana-planta aumenta com a aplicação de micronutrientes em solos
com baixos teores de micronutrientes;
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Importância econômica e produtividade da cana-de-açúcar
A cana-de-açúcar está entre as culturas que mais se expande no país, ocupando
atualmente cerca de 9 milhões de hectares, dos quais 4,5 milhões se encontram no
Estado de São Paulo. Na safra 08/09 a produção nacional atingiu a marca de 569
milhões de toneladas, dos quais 60% foram produzidos em terras paulistas, números
esses que conferem ao país o título de maior produtor mundial de cana-de-açúcar
(AGRIANUAL, 2009 e UNICA, 2010). Com o possível fim dos subsídios do açúcar
europeu, a conquista de novos mercados consumidores, e principalmente com a busca
global por fontes de energia renováveis capazes de reduzir o uso de combustíveis
fósseis e a emissão de gases do efeito estufa na atmosfera, a produção agrícola brasileira
de cana-de-açúcar deverá aumentar, acompanhando o crescimento da demanda mundial
por açúcar e álcool por muitos anos.
Apesar da produtividade agrícola nacional apresentar ganhos expressivos ao
longo dos últimos anos, a produtividade média da cultura, atualmente está em torno de
80 t ha
-1
(BRASIL, 2009).
A expansão da cana-de-açúcar em áreas com solos de baixa fertilidade contribui
para a redução da produtividade média. Até o surgimento do Proálcool na década de 70,
o cultivo da cana-de-açúcar limitava-se às terras de maior fertilidade na região Centro-
Sul do país (TOKESHI, 1991) e a partir de então, com os incentivos governamentais
3
para aumentar a produção de álcool, a cultura expandiu-se para áreas menos tradicionais
onde predominavam solos arenosos, com baixa disponibilidade de nutrientes (SOBRAL
& WEBER, 1983). Recentemente, com o interesse do mercado internacional em
programas de substituição de combustíveis fósseis e com o surgimento dos carros
bicombustíveis, a demanda por etanol voltou a crescer no Brasil, fazendo com que a
cultura voltasse a se expandir, ocupando principalmente áreas antes destinadas a
pastagens, onde predominam solos de baixa fertilidade natural. Nesses solos o
suprimento nutricional adequado através do manejo de fertilizantes torna-se prática
indispensável para a obtenção de produções rentáveis.
Além disso, segundo MELLIS et al. (2008), o uso de novas variedades nas
lavouras brasileiras, apesar de proporcionar ganhos expressivos de produtividade, vem
tornando a produção de cana-de-açúcar mais intensiva, o que tem consumindo as
reservas de micronutrientes do solo até mesmo em áreas tradicionais de cultivo, o que
diminui a eficiência de produção ao longo dos anos, mesmo em solos férteis.
Para o desenvolvimento e crescimento da cana-de-açúcar, como também para a
produção de álcool e açúcar em quantidades rentáveis, é necessário um adequado
suporte nutricional, que envolve calagem, adubação NPK e rotação de culturas; dessa
forma a adubação com os micronutrientes está se tornando cada vez mais necessária
(MELLIS et al., 2008).
Embora existam algumas recomendações de adubação para micronutrientes,
estes ainda não fazem parte ainda das operações tradicionais de adubação para a cultura
o que pode estar contribuindo para a não expressão de todo o potencial produtivo desta.
2.2 Micronutrientes em cana-de-açúcar
2.2.1 Acúmulo e exportação de micronutrientes
A cana-de-açúcar (Saccharum spp.), como as demais plantas superiores,
necessita para o seu pleno desenvolvimento, dos nutrientes: carbono (C), oxigênio (O),
hidrogênio (H), nitrogênio (N), potássio (K), fósforo (P), cálcio (Ca), magnésio (Mg),
enxofre (S), boro (B), cobre (Cu), cloro (Cl), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio
(Mo), níquel (Ni) e zinco (Zn).
Os nutrientes vegetais podem ser definidos como aqueles sem os quais as plantas
não completam seu ciclo de vida, insubstituíveis por outros, e diretamente envolvidos
4
no metabolismo vegetal. Baseado na quantidade requerida, os nutrientes são divididos
em macro e micronutrientes, sendo os macronutrientes exigidos em maiores quantidades
e os micronutrientes em menores, comparativamente (MORTVEDT, 2000).
Segundo dados compilados de FRANCO et al. (2008a) para a produção de 100
toneladas de colmos de cana-de-açúcar, para a variedade SP 81-3250, são necessários as
seguintes quantidades de micronutrientes: de 5300 g de Fe, 1500 g de Mn, 220 g de Zn,
130 g de B, 60 g de Cu e 1,6 g de Mo (MALAVOLTA, 1981).
Embora extraídos em menores quantidades, os micronutrientes que podem
apresentar as maiores limitações para a produtividade da cultura da cana-de-açúcar no
Brasil são o Cu e o Zn (ORLANDO FILHO et al., 1994). Para MELLIS et al. (2008) os
limitantes são B, Cu, Zn, Mn e Mo. Não há registros de deficiência de Cl para os
cultivos no estado de São Paulo (ABREU & RAIJ, 1997). A deficiência de Fe pode
ocorrer em cana-soca em alguns solos argilosos, em virtude da baixa translocação do
nutriente para os novos brotos que se formam, porém com o desenvolvimento do
próprio sistema radicular destes a deficiência é eliminada (ORLANDO FILHO, 1982).
VITTI & MAZZA (2002) encontraram em amostras de folhas e de solos, teores
de micronutrientes abaixo dos adequados, principalmente de B e Zn, nas regiões de
Piracicaba e Araçatuba, embora não tenham sido especificados quais solos.
VALE et al. (2008) avaliaram os teores de B, Cu, Fe, Mn e Zn em 890 áreas
cultivadas com cana-de-açúcar nas regiões de Ribeirão Preto e Catanduva, duas
importantes regiões produtoras do Estado de São Paulo, e verificaram que a maioria das
amostras analisadas apresentou teores foliares de B, Cu e Zn abaixo do nível crítico
proposto por ORLANDO FILHO et al.(1994).
ORLANDO FILHO et al. (2001) alertam que a cana-de-açúcar apresenta
freqüentemente o fenômeno da “fome oculta” em relação aos micronutrientes. Ou seja,
a deficiência existe limitando economicamente a produtividade, mas a planta não mostra
os sintomas característicos visíveis da deficiência, embora a limitação de produtividade
possa ser um sintoma.
5
2.3 Funções e sintomas de deficiência
2.3.1 Boro
Absorvido na forma de H
3
BO
3
(MALAVOLTA, 1997), o íon borato pode
complexar açúcares, indicando que provavelmente participe no transporte de
carboidratos das folhas para outros órgãos e também no seu metabolismo, funções
primordiais para a produção de colmos e desenvolvimento vegetal. Além disso, esse
nutriente atua na divisão, maturação e diferenciação celulares, na lignificação da parede
celular e inibição da formação do amido pela combinação do B com o local ativo da
fosforilase, o que impede a polimerização excessiva dos açúcares nos seus locais de
síntese (SOBRAL & WEBER, 1983). Atua na respiração, estruturação da parede
celular, metabolismo de RNA, possível função do metabolismo do ácido indol-acético
(AIA) e dos fenóis (MALAVOLTA et al., 1997).
Este elemento apresenta baixa mobilidade dentro da planta, o que faz com que
os sintomas de deficiência apareçam primeiro nas folhas e órgãos mais novos.
Aparecem entre as nervuras lesões translúcidas e as folhas de cana tendem a ficar
quebradiças, podendo haver morte do meristema apical (TOKESHI, 1991). Quando
ocorre a deficiência de B, a cana-de-açúcar tem o desenvolvimento apical
comprometido, podendo apresentar folhas novas e imaturas retorcidas, com pregas e
vincos, e com tendência de estreitamento da região do cartucho (SOBRAL & WEBER,
1983). Em estados de deficiência mais avançados, a planta apresenta desenvolvimento
retardado chegando a secar suas folhas e morrer (SULTANUM, 1972). A deficiência de
B provoca desorganização dos vasos condutores e deformação das folhas.
(MALAVOLTA, 1981).
A faixa entre a deficiência e a toxidez de B é muito estreita (BOWEN, 1983).
2.3.2 Cobre
O cobre é absorvido pelas plantas na forma iônica (Cu
+2
) (SOBRAL & WEBER,
1983). E tem como principal função a ativação de diversas enzimas, tais como fenolase,
lacase e polifenoxilidase (TAIZ & ZEIGER, 2004). Além disso, exerce função de
transporte eletrônico nos processos fotossintéticos e também atua no metabolismo de
carboidratos, lipídeos e nitrogênio e no processo de lignificação. Existem várias Cu-
6
proteínas: plastocianina, superóxido dismutase, citocromo oxidase, ascorbato oxidase,
diamina oxidase e fenol oxidase (MARSCHNER, 1995).
Na planta o cobre é considerado parcialmente móvel, o que faz com que os
sintomas visuais de sua deficiência apareçam primeiramente nas folhas mais novas
(MALAVOLTA et al. 1997). As folhas mais novas tornam-se cloróticas e murchas, e há
envergamento excessivo das lâminas foliares, inclusive com quebra. É também comum
ocorrer a quebra dos colmos e meristema devido a perda da turgidez, fenômeno
conhecido como “topo caído” ou “droopy top”. Em casos mais graves de deficiência de
Cu podem aparecer manchas verdes nas lâminas foliares descoloridas (SOBRAL &
WEBER, 1983).
2.3.4 Manganês
O Mn é absorvido pela cana-de-açúcar na forma iônica (Mn
+2
) (SOBRAL &
WEBER, 1983). Desempenha papel primordial no ciclo de Krebs e em processos de
oxido-redução. O raio iônico do Mn
+2
(0,075 nm) está entre o do Mg
+2
(0,065 nm) e do
Ca
+2
(0,099 nm) e portanto pode substituir ou competir em várias reações que envolvem
um desses íons. Existe um número relativamente alto de enzimas ativadas pelo Mn. A
maior parte destas enzimas catalisa reações de oxidação e redução, descarboxilação e
reações de hidrólise. Porém existem apenas duas enzimas que contém Mn, são elas: a
manganês-proteína do fotossistema II e superóxido dismutase manganês (MnSOD). O
Mn ativa inúmeras enzimas da rota do ácido chiquímico, e rotas subseqüentes, que
conduzem a síntese de compostos aromáticos como tirosina e vários produtos
secundários como lignina e flavonóides. Assim sendo, interfere na respiração com
profundas conseqüências metabólicas. O nutriente age como ativador das enzimas
desidrogenase e descarboxilases, na respiração e em outras enzimas como ATPase,
oxidase do AIA e a enzima málica. Atua também indiretamente na síntese de proteínas e
na multiplicação celular, através da ativação da polimerase do RNA. Na fotossíntese, o
Mn é um doador de elétrons para o fotossistema II, atua também na síntese da clorofila,
bem como na formação e funcionamento dos cloroplastos (MARSCHNER, 1995).
Os sintomas de deficiência de Mn ocorrem inicialmente nas folhas mais novas e
se caracterizam pelo aparecimento de estrias cloróticas longitudinais nos espaços
internervais; essas estrias são progressivas e tornam-se necrosadas, secando os espaços
7
internervais do limbo foliar, com o decorrer do tempo (SOBRAL e WEBER, 1983). A
deficiência de Mn geralmente aparece em canaviais cultivados em solos arenosos muito
lixiviados, ou indevidamente corrigidos com excesso de calcário (SULTANUM, 1972).
2.3.5 Molibdênio
Absorvido como MoO
4
-2
, o Mo tem sua importância para a cana-de-açúcar
intimamente ligada ao metabolismo e a fixação biológica do nitrogênio (SOBRAL e
WEBER, 1983). Apesar de poucas, as enzimas que contém Mo possuem funções, tanto
estrutural como catalíticas, e estão diretamente relacionadas a reações de oxido-redução
do metabolismo do N. Estas enzimas são redutase do nitrato, nitrogenase e xantina
oxidase/dehidrogenase (MARSCHNER, 1995).
Em experimento com duas variedades de cana-de-açúcar (RB 72454 e RB
867515) LI-PING et al. (2007) constataram que a atividade da redutase do nitrato nas
folhas foi maior e conseqüentemente maior a redução do conteúdo de NO
3
-
e
assimilação de N com a aplicação de Mo.
POLIDORO et al. (2001) verificaram que na época existiam variedades com
elevado potencial para a fixação biológica de nitrogênio (FBN), entre elas a RB 72454 e
a SP 80-1842, ambas muito utilizadas nos canaviais paulistas na época. Entretanto,
segundo esses autores, a deficiência nutricional, principalmente de micronutrientes, em
especial Mo, poderia ser um fator limitante da FBN.
Os sintomas de deficiência de Mo, apesar de raros, são semelhantes aos
observados em plantas deficientes em B, porém devido à alta mobilidade desse
micronutriente dentro da planta, esses aparecem nas folhas mais velhas da cana-de-
açúcar. A planta deficiente de Mo apresenta estrias amarelas de 1 a 3 mm de largura por
até 17 cm de comprimento nas folhas de cana-de-açúcar (ORLANDO FILHO, 1982).
Além disso, quando ocorre a deficiência de Mo, geralmente a cana-de-açúcar apresenta
níveis mais baixos de açúcares e de ácido ascórbico (SOBRAL & WEBER, 1983).
2.3.6 Zinco
O Zn é absorvido na forma Zn
+2
(SOBRAL & WEBER, 1983). Suas funções
metabólicas são baseadas em sua forte tendência em formar complexos tetraédricos com
8
N, O e particularmente S-ligantes. Existe um grande número de enzimas em que o Zn é
um componente catalítico, coativador de enzimas ou estrutural. Entre essas enzimas
estão anidrase carbônica, carboxipeptidase, álcool dehidrogenase, superóxido dismutase
(CuZnSOD), fosfolipase, RNA polimerase, além de ser ativador de inúmeras outras
enzimas. Além disso, esse micronutriente atua na síntese de proteínas e no metabolismo
de carboidratos. Dentre as diversas funções do Zn, a sua participação na síntese do
triptofano, que é precursor do AIA, se destaca, pois este faz esse micronutriente ser
diretamente responsável pelo alongamento e crescimento celular (MARSCHNER,
1995).
A redução do entrenó, culminado com a paralisação do desenvolvimento e
excesso de folhas secas são os sintomas característicos da deficiência de Zn
(SULTANUM, 1972). Os sintomas se iniciam nas folhas mais jovens, quando suas
nervuras tornam-se cloróticas, apresentando estrias não simétricas. Nas pontas das
folhas o tecido internerval permanece verde; com o desenvolvimento da deficiência
todo o limbo foliar se torna clorótico, com exceção de duas faixas, uma de cada lado da
nervura principal. Nota-se a redução dos entrenós, com diminuição do crescimento da
cana. O excesso de folhas secas, o aparecimento de uma coloração amarelo-bronze nas
pontas das folhas e uma inserção mais ereta são também sintomas da deficiência deste
micronutriente (SOBRAL & WEBER, 1983).
Pode ocorrer, também, o “lequeamento” das folhas, ou seja, nas plantas
deficientes em Zn as folhas saem do vértice foliar, todas na mesma altura formando o
aspecto de leque. Além disso, é comum a observação de manchas vermelhas em folhas
de cana deficiente em Zn. Estas manchas estão associadas ao fungo Helminthosporum
stenospilum que se desenvolve em condições de baixos teores do elemento (TOKESHI,
1991).
2.4 Níveis críticos de micronutrientes para a cana-de-açúcar
O estabelecimento de níveis críticos para as culturas, baseando-se nos teores
disponíveis no solo e os teores das folhas, tornou-se uma importante ferramenta para o
manejo nutricional das culturas.
9
2.4.1 Níveis críticos do solo para a cana-de-açúcar
São poucos os trabalhos encontrados na literatura que objetivaram estabelecer os
níveis críticos dos micronutrientes no solo para a cultura da cana-de-açúcar. MARINHO
& ALBUQUERQUE (1981) em estudo conduzido em solos de tabuleiro no nordeste
verificaram que em solos com teores de Cu e Zn menores ou iguais a 0,5 mg dm
-3
extraídos com HCl 0,05 + H
2
SO
4
0,025 N, apresentam maiores chances de resposta a
adubação. Com níveis abaixo destes de Zn (0,4 mg dm
-3
, extraído por DTPA, na camada
0 - 0,20 m), FRANCO et al. (2009) encontraram respostas à utilização do nutriente na
qualidade industrial com a aplicação de Zn. KORNDÖRFER et al., (1995) encontraram
respostas positivas à aplicação de óxidos silicatados contendo Cu, Fe, Mn, Zn e Mo em
um solo com teores considerados baixos (Zn: 0,4; Mn: 0,4; Cu: 0,02 mg dm
-3
) extraídos
por DTPA, segundo RAIJ et al. (1996).
CANTARELLA et al. (1998) revisando resultados e utilizando os dados de RAIJ
et al. (1996), listam os limites de teores baixos aqueles iguais ou menores que 0,20; 0,2;
4; 1,2 e 0,5 mg dm
-3
para B, Cu, Fe, Mn e Zn respectivamente, extraídos por DTPA para
os metais e água quente para o B. Segundo os autores o DTPA mostra melhores
correlações entre os teores de Zn e Cu no solo e suas concentrações nas plantas quando
comparado aos extratores Mehlich-1 e HCl, e também melhor eficiência quando os
solos apresentam disponibilidade alterada pela calagem do que os outros dois extratores,
e em relação ao Mn o DTPA possui comportamento semelhante aos outros extratores. O
Fe é raramente recomendado para a adubação e em relação ao Mo não se recomenda
adubação pela análise do solo.
SPIRONELLO et al. (1996) recomendam adubações de Zn e Cu quando os
teores no solo estiverem abaixo de 0,5 e 0,2 mg dm
-3
respectivamente, o que sugere que
estes valores possam ser níveis críticos
.
PEREIRA et al. (2001) estabeleceram os teores de 0,8; 1,0; 6; 19 mg dm
-3
para
Cu, Zn, Mn e Fe respectivamente, utilizando o extrator Mehlich-1, em solos do estado
Rio de Janeiro.
Em outros países existem poucos relatos sobre os valores de nível crítico para
micronutrientes para a cana-de-açúcar
. QUINTERO DURÁN (2004) sugere os
seguintes valores de nível crítico para solos da Colômbia, sendo o B extraído por água
quente e os demais por Mehlich, expressos em mg dm
-3
, 0,4 de B; 1 de Zn; 1 de Cu; 40
de Fe e 20 de Mn.
10
MEYER et al. (1989) estabeleceram o valor de 0,5 mg dm
-3
de Zn para o nível
crítico do solo nas principais áreas produtoras de cana-de-açúcar na África do Sul,
extraído por DTPA, mas não indicam nenhum valor para os outros micronutrientes.
Em um estudo com 100 solos da Costa Rica, MOLINA & BORNEMISZA
(2006), estabelecem como nível crítico para Zn o valor de 0,7 mg dm
-3
, porém para
culturas em geral.
Nota-se que diferentes extratores propiciam diferentes níveis críticos dos solos, o
que gera ainda mais dúvidas para se obter respostas à aplicação de micronutrientes. Os
valores devem ser interpretados de acordo com o extrator utilizado.
2.4.2 Níveis críticos foliares e diagnose foliar
Em relação aos teores foliares, os níveis críticos podem variar conforme a
variedade e tipo de solo (ORLANDO FILHO & ZAMBELLO JUNIOR, 1977). Outros
fatores também podem interferir: solo, variedade, época de amostragem e interações de
nutrientes (ORLANDO FILHO & ZAMBELLO JUNIOR, 1983).
O método da diagnose foliar como sistema de recomendação é baseado em três
premissas: existe a relação entre o nutriente disponível no solo e a produção; existe
relação entre o nutriente disponível no solo e sua concentração nas folhas; e sendo assim
espera-se existir relação entre a concentração nas folhas e a produção (ORLANDO
FILHO & ZAMBELLO JUNIOR, 1983).
Há relatos de níveis críticos para os seguintes micronutrientes Fe, Cu, Mn e Zn,
porém esses trabalhos são da década de 1950 e 1960, e além de serem de difícil acesso,
estão defasados. EVANS (1955) citado por ORLANDO FILHO & ZAMBELLO
JUNIOR (1977) relata que para o crescimento normal da cana-de-açúcar as folhas
devem apresentar teores de cobre > 5 mg kg
-1
. Ainda segundo o autor, em plantas com
teores foliares de 3,5 a 3,7 mg kg
-1
de Cu, ocorre redução de crescimento, sendo que os
sintomas se acentuam quando os teores estão próximos de 1 mg kg
-1
Cu.
BOWEN (1975) menciona os seguintes teores foliares adequados, com base na
matéria seca da cana-de-açúcar, Cu: 4 mg kg
-1
, Fe: 5 mg kg
-1
, Mn: 20 mg kg
-1
e Zn: 15
mg kg
-1
.
GALLO et al. (1968) realizaram um levantamento em 32 municípios do Estado
de São Paulo, dos teores foliares de micronutrientes nas variedades Co. 419 e CB 41-76,
11
encontraram em amostras de folhas +3 coletadas aos 9 meses nesses canaviais os
respectivos teores: 100 a 200 mg kg
-1
de Fe, 50 a 100 mg kg
-1
de Mn, 4 a 8 mg kg
-1
de
Cu, 16 a 18 mg kg
-1
de Zn, 10 a 25 mg kg
-1
de B e 0,03 a 0,08 mg kg
-1
de Mo. Diante
desses resultados os autores propõem os seguintes níveis críticos de micronutrientes
para a cana-de-açúcar: 70; 22; 2,7; 6,5; 3 e 0,02 mg kg
-1
para Fe, Mn, Cu, Zn, B e Mo
respectivamente.
ORLANDO FILHO & ZAMBELLO JUNIOR (1977) em um estudo com 16
variedades em quatro grandes grupos de solos (LATOSSOLO Roxo, LATOSSOLO
Vermelho escuro-orto, PODZÓLICO Vermelho Amarelo variação Laras e TERRA
ROXA estruturada), relataram que a influência varietal nos teores foliares sempre esteve
presente para o Mn e ausente para o Cu, sendo esta esporádica em relação ao Zn e Fe.
ORLANDO FILHO et al. (1980a) em estudo realizado com a variedade CB41-76
cultivada em três grandes grupos de solos do Estado de São Paulo, concluíram que a
concentração de Zn variou de 20 a 25 mg kg
-1
em amostras coletadas de folhas +3.
BOSSHART et al. (1981) citado por CAMBRIA et al. (1989) estabeleceram um
valor de 10 mg kg
-1
para os teores de Zn para as folhas +3. MEYER et al. (1989)
estabeleceram o valor de 10 mg kg
-1
de Zn como nível crítico nas principais áreas
produtoras de cana-de-açúcar na África do Sul, porém não indicaram quais folhas foram
utilizadas.
Esses dados mostram discrepância de valores e são de difícil interpretação, além
de existir uma predominância de estudos para o micronutriente Zn.
MALAVOLTA et al. (1997) recomendam a amostragem da folha +3 ou +1, 4
meses após emergência da cultura, excluindo-se a nervura central e preservando-se o
terço mediano da folha para a realização da diagnose foliar em cana-de-açúcar. Esses
mesmos autores consideram como adequados para a cultura os seguintes teores: 15 a 50
mg kg
-1
de B; 8 a 10 mg kg
-1
de Cu; 200 a 500 mg kg
-1
de Fe, 100 a 250 mg kg
-1
de Mn;
0,15 a 0,30 mg kg
-1
de Mo; e 25 a 50 mg kg
-1
de Zn., e que esses teores seriam os
mesmos para áreas de alta produtividade agrícola.
No Estado de São Paulo, o Boletim Técnico 100 recomenda a coleta da folha +1
durante a fase de maior desenvolvimento vegetativo da cana-de-açúcar, preservando os
20 cm centrais da folha excluindo a nervura central para a realização da diagnose foliar.
Segundo esse Boletim, as faixas de teores de micronutrientes adequados, expressas em
mg kg
-1
é de 10 a 30 para o B; 6 a 15 para o Cu; 40 a 250 para o Fe; 25 a 250 para o
Mn; 0,05 a 0,20 para o Mo; e de 10 a 50 para o Zn (SPIRONELLO et al., 1996).
12
REIS JR & MONNERAT (2002) encontraram em áreas de altas produtividades
na região de Campos dos Goytacazes no Rio de Janeiro em folhas +3, coletadas aos 4
meses após a emergência os seguintes teores: 5,0; 74,4 e 14,3 mg kg
-1
para Cu, Mn e Zn
respectivamente. REIS JR & MONNERAT (2003), sugerem o seguintes valores como
sendo adequados para a cultura 67,8 mg kg
-1
de Cu e 11,7 mg kg
-1
de Mn e Zn, para
canaviais de alta produtividade.
QUINTERO DURÁN (2004) encontrou em áreas de altas produtividades na
Colômbia as seguintes faixas de teores foliares, expressos em mg kg
-1
: 10 a 12 de Cu,
82 a 127 de Fe, 51 a 88 de Mn e 18 a 19 de Zn. McCRAY et al. (2006) sugerem as
seguintes faixas de teores adequados para micronutrientes em cana-de-açúcar para o
estado da Flórida nos EUA: 50 a 105; 12 a 100; 16 a 32; 4 a 8; 15 a 20 mg kg
-1
de Fe,
Mn, Zn, Cu e B respectivamente. Ainda segundo os autores os níveis críticos para a
cultura seriam : 15; 3; 4; 0,05 mg kg
-1
de Zn, Cu, B e Mo.
13
Tabela 1 - Teores adequados de micronutrientes em função da época e folha amostrada.
Teores adequados dos micronutrientes
B Cu Fe Mn Zn Mo Folha (1) Época de Amostragem Referência
---------------------------------- mg kg
-1
----------------------------------
4 5 20 15 a
3 2,7 70 22 6,5 0,02 +3 9 meses b *
20 a 25 +3 10 meses c
10 +3 d
10 e
15 a 50 8 a 10 200 a 500 100 a 250 25 a 50 0,15 a 0,30 +3 ou +1 4 meses f
10 a 30 6 a 15 40 a 250 25 a 250 10 a 50 0,05 a 0,20 + 1 Fase de maior desenvolvimento g
5,0 74,4 14,3 h
10 a 12 82 a 127 51 a 88 18 a 19 i
15 a 20 4 a 8 50 a 105 12 a 100 16 a 32 j
4 3 15 0,05 j*
a: BOWEN (1975); b: GALO et al. (1968); c: ORLANDO FILHO et al. (1980), d: BOSSHART et al. (1981) citado por CAMBRIA et al. (1989), e: MEYER et al. (1989);
f: MALAVOLTA et al. (1997); g: SPIRONELLO et al. (1997), h: REIS JR & MONNERAT (2002), i: QUINTERO DURÁN (2004), j: McCRAY et al. (2006)
(1): sistema de ordenação de Kuijper (CLEMENTS, 1980).
*: níveis críticos
14
2.5 Respostas da cultura da cana-de-açúcar à aplicação de micronutrientes
A adubação com micronutrientes para a cana-de-açúcar ainda é pouco adotada
pelos produtores. Isso se deve a falta de informações consistentes sobre o efeito dos
micronutrientes em cana-de-açúcar. Vários autores relatam a falta de trabalhos sobre o
assunto (SULTANUM, 1972; ESPIRONELLO et al., 1976a; JACINTHO et al., 1976;
AZEREDO & BOLSANELLO, 1981; ANDRADE et al., 1995 e FRANCO, 2008b).
ALVAREZ & WUTKE (1963) aplicando 10 kg ha
-1
de bórax, 20 kg ha
-1
de sulfato
de magnésio, 20 kg ha
-1
de sulfato de cobre, 20 kg ha
-1
de sulfato de manganês e 20 kg ha
-1
de sulfato de zinco, 0,5 kg ha
-1
de molibdato de amônio e 10 kg ha
-1
de sulfato ferroso,
isolados e em conjunto, no solo com a variedade Co. 419, não encontraram respostas
significativas à produtividade de colmos em um LATOSSOLO Roxo, porém, encontraram
respostas significativas de produção com aplicações isoladas de B (17%), Mo (10%), Fe
(9%) e Cu (7%), nas mesmas doses, em um PODZÓLICO Vermelho-Amarelo. Os autores
não apontam causas para justificar o aumento.
ESPIRONELO et al. (1976b) não verificaram resposta positiva a aplicação de
micronutrientes, estudando a resposta da variedade CB 41-14 em seis locais em
Piracicaba-SP. Esses autores aplicaram quatro doses de bórax, sendo essas: 10, 20, 30 e 40
kg ha
-1
; duas doses de Zn na forma de sulfato, 10 e 20 kg ha
-1
; e uma combinação de 20 kg
ha
-1
de sulfato de zinco + 20 kg ha
-1
de bórax, esta última aliada a uma mistura contendo
20 kg ha
-1
dos sulfatos de Fe divalente, Cu e Mn e 0,5 kg ha
-1
de molibdato de amônio, e
compararam o efeito desses tratamentos com a testemunha que não recebeu a aplicação de
micronutrientes.
Em um estudo com 23 experimentos no Estado de São Paulo, com a variedade CB
41-76, ALVAREZ et al. (1979) realizaram aplicações isoladas de 20 kg ha
-1
de sulfato
ferroso, 10 kg ha
-1
de bórax, 30 kg ha
-1
de sulfato de cobre, 20 kg ha
-1
de sulfato de zinco e
0,5 kg ha
-1
de molibdato de amônio, para verificar o efeito desses micronutrientes na
produção de cana-de-açúcar. Os autores encontraram respostas significativas para a
aplicação de Cu e Mo em somente um local, cujo solo era anteriormente classificado como
LATOSSOLO Roxo.
AZEREDO & BOLSANELLO (1981) realizaram oito experimentos com os
seguintes micronutrientes Zn, B, Cu, Mn e Mo, aplicados de forma isolada e conjunta, via
solo e foliar, com e sem calagem, em quatro locais nos estados do Rio de Janeiro, Minas
15
Gerais e Espírito Santo. Os tratamentos aplicados foram: uma aplicação via solo de 8,75
kg ha
-1
de Zn; 3,0 kg ha
-1
de B; 10,5 kg ha
-1
de Cu; 5,0 kg ha
-1
de Mn e 0,39 kg ha
-1
de
Mo, e duas aplicações via foliar das seguintes concentrações, 1% de Zn e Cu; 1,5 % de B;
2,0 % de Mn e 0,02% de Mo. Os autores verificaram respostas positivas da cana-de-açúcar
para o Mn no tratamento sem aplicação de calcário em Minas Gerais, e para o Mo no
tratamento com presença de calcário em um dos experimentos conduzido no Rio de
Janeiro. Os mesmos ainda relataram que não houve efeito da forma de aplicação na
resposta da cana-de-açúcar a aplicação dos micronutrientes.
As respostas mais significativas da cana-de-açúcar à aplicação de micronutrientes
foram verificadas na região nordeste do Brasil, em solos de tabuleiro. MARINHO &
ALBUQUERQUE (1981) verificaram respostas positivas com aplicações de até 25 kg ha
-1
de Cu ou Zn, sendo que as doses médias econômicas foram em torno de 7 kg ha
-1
para
ambos os micronutrientes estudados. Estes autores sugerem a aplicação dessas quantidades
em solos com teores iguais ou menores a 0,5 ppm de Zn e Cu.
CAMBRIA et al. (1989) conduziram um experimento em um LATOSSOLO
Vermelho-Amarelo onde empregaram as seguintes doses de Zn na forma de sulfato: 0; 5;
10; 20 e 25 kg ha
-1
de Zn, aplicados no sulco de plantio para a variedade SP 70-1143, os
autores verificaram resposta significativa para a produção de cana na dose de 10 kg ha
-1
de
Zn. No entanto em doses superiores a 15 kg ha
-1
a aplicação do micronutriente prejudicou
o perfilhamento e a produtividade da cana-de-açúcar. A dose de máxima eficiência
econômica determinada no experimento foi de 11 kg ha
-1
de Zn.
KORNDÖRFER et al. (1995) avaliaram os efeitos de F.T.E./BR12 (óxido
silicatado – Fritted Trace Elements) em três variedades (SP 70-1143; SP 79-1011 e RB
72454) em cana-planta e cana-soca em um NEOSSOLO Quartzarênico de baixa fertilidade
natural em Serrana-SP, aplicando três doses de F.T.E./BR12 contendo as seguintes doses
de Zn, B, Cu, Fe, Mn e Mo; dose 1: 2,7; 0,54; 0,24; 0,9; 0,6 e 0,03; dose 2: 4,5; 0,90; 0,40;
1,5; 1,0 e 0,05; e dose 3: 6,3; 1,26; 0,56; 2;1; 1,4 e 0,07 kg ha
-1
, além de mais um
tratamento controle (sem micronutrientes). Observaram respostas positivas na
produtividade das variedades SP 79-1011 e RB 72454 quando somadas as produções nos
dois cortes estudados. Em relação à qualidade industrial a aplicação de micronutrientes
não apresentou influência em nenhuma das variedades estudadas, independente do corte
avaliado.
GOLDEN (1977) citado por WANG et al. (2005) afirma que na década de 1970 os
resultados ou eram neutros ou eram negativos à aplicação de zinco, porém passados quase
16
30 anos com altas produtividades e novas variedades mais exigentes, WANG et al. (2005)
estudando as doses de 0; 4,4; 8,9; 17,9; e 33,8 kg.ha
-1
de ZnSO
4
e 1,3 kg.ha
-1
de Zn via
foliar na forma de ZnSO
4
encontraram respostas a produtividade de cana nas doses de 4,4
e 8,9 kg.ha
-1
que não diferiram entre si, mas diferiram do tratamento controle. Para a
produtividade de açúcar os resultados foram semelhantes. As doses maiores não
mostraram efeitos positivos, em solos do Estado de Louisiana nos EUA.
Em uma pesquisa recente, FRANCO et al. (2009a) avaliaram a produtividade
agrícola e a qualidade industrial da cana-planta em resposta à aplicação de duas doses de
Zn: 3 e 6 kg ha
-1
, comparadas a testemunha sem aplicação do micronutriente, em um
LATOSSOLO Vermelho-Amarelo, com os seguintes teores disponíveis de micronutrientes
na camada arável: 1,2; 25; 0,4; 3,4 e 0,17 mg dm
-3
de Cu, Fe, Zn, Mn e B respectivamente,
em Pirassununga-SP, a variedade plantada foi a SP 81-3250. Os autores encontraram
respostas significativas para os parâmetros de qualidade industrial quando o Zn foi
adicionado, sendo que entre as doses não foram observadas diferenças significativas.
Pode-se notar que existe uma tendência de mais estudos envolvendo o Zn e
geralmente há respostas à aplicação deste em solos com teores baixos. Vale notar também
que os estudos com micronutrientes são escassos e a maioria dos existentes está defasada
em relação às variedades. Há carência de estudos quanto às doses a serem aplicadas. Um
ponto importante é que poucos trabalhos estudaram ou tentaram estabelecer níveis críticos
dos teores disponíveis e/ou teores adequados nas folhas e a época de amostragem das
mesmas para as variedades atualmente cultivadas.
2.6 Recomendações de micronutrientes em cana-de-açúcar.
Para o Estado de São Paulo, existe a recomendação de aplicação de 5 kg ha
-1
de Zn
em solos com teores disponíveis iguais ou menores que 0,5 mg dm
-3
. Além disso,
recomenda-se também a aplicação de 4 kg ha
-1
de Cu no solo, em lavouras com teores de
Cu iguais ou menores que 0,2 mg dm
-3
, extraídos por DTPA (SPIRONELLO et al., 1996).
Para o Estado de Minas Gerais não existe recomendação em relação aos teores
disponíveis no solo. Existe a recomendação de que solos arenosos e com baixos de teores
de matéria orgânica podem apresentar, com maior freqüência, respostas à adubação com
Mn, Zn e Cu, nas áreas deficientes desses micronutrientes a recomendação é aplicar 2 a 5
kg ha
-1
do nutriente (KORNDÖRFER et al.1999).
17
OLIVEIRA et al. (2007), recomendam para solos que apresentam teores
disponíveis abaixo dos níveis críticos, extraídos por DTPA ou Mehlich-1, a aplicação de
2,5 a 6,0 kg ha
-1
de Cu; 5 a 7 kg ha
-1
de Zn; 3 a 6 kg ha
-1
de Mn, porém os autores não
fazem referencia a fontes, sejam óxidos, cloretos ou sulfatos, porém não indicam se em
área total ou no sulco de plantio.
No estado de Louisiana, nos EUA, as deficiências de micronutrientes em cana-de-
açúcar não são comuns. Alguns trabalhos não conseguiram estabelecer aumentos em
produtividade causados pela aplicação de Zn, Cu, B ou outros micronutrientes. Em
situações específicas, onde a deficiência de um micronutriente é conhecida, aplicações
isoladas de micronutrientes podem aumentar as produtividades, entretanto não existe
recomendação para aplicação de micronutrientes (LEGENDRE, 2001).
QUINTERO DURÁN (2004) recomenda a aplicação no solo de micronutrientes
para correção de deficiência quando os solos ou as folhas apresentarem teores abaixo do
nível crítico. A recomendação, em kg ha
-1
, é de 1 a 3 de B, 3 a 5 de Zn, 1 a 3 de Cu, 2,5 a
5 de Mn.
Nota-se que as recomendações para o uso de micronutrientes em cana-de-açúcar
são poucas e as existentes não levam em consideração as variedades atualmente cultivadas
nem seus potenciais produtivos, sendo assim, é evidente a necessidade da realização de
mais estudos sobre a aplicação de micronutrientes em cana-de-açúcar para uma exploração
racional e sustentável da lavoura canavieira.
3. MATERIAL E MÉTODOS
Para a realização desse estudo foi instalada uma rede de oito ensaios em diferentes
ambientes edafoclimáticos de importantes regiões canavieiras do Estado de São Paulo no
período de 2006 a 2007. Os ensaios foram instalados em áreas pertencentes às seguintes
unidades de produção: Usina da Pedra, localizada em Serrana; Usina Moema em
Orindiúva; Usina Branco Peres em Adamantina (2 experimentos); Grupo Virgulino de
Oliveira, nas unidades de Itapira e José Bonifácio, Usina Cocal em Paraguaçú Paulista; e
Usina Nova América, localizada no município de Assis. As datas de plantio estão
relacionadas na tabela 2.
18
Tabela 2- Data de plantio em função das usinas
Usina Época de plantio
Branco Peres (Local 1) Fevereiro/2006
Branco Peres (Local 2) Maio/2006
Cocal Março/2006
Da Pedra Fevereiro/2006
Nova América Fevereiro/2006
VO Itapira Fevereiro/2006
Moema Fevereiro/2006
VO José Bonifácio Fevereiro/2006
Esses locais foram escolhidos através de resultados de análises de solo, buscando-
se desde solos com baixos teores dos principais micronutrientes, bem como aqueles com
teores médios e altos, objetivando-se maior amplitude na disponibilidade dos
micronutrientes. Para isso foram coletadas 15 amostras simples de solo nas camadas de 0 -
0,20; 0,20 - 0,40 e 0,40 - 0,60 m, para posterior homogeneização e obtenção de uma
amostra composta representativa de cada uma das áreas onde foram instalados os ensaios,
para as suas respectivas caracterizações. O preparo das amostras consistiu de secagem em
estufa a 40
o
C até peso constante, as quais em seguida foram devidamente armazenadas
para posterior realização de análises de caracterização química e granulométrica.
3.1 Análises de solo
A granulometria foi determinada pelo método da pipeta nas amostras coletadas nas
camadas de 0 - 0,20; 0,20 - 0,40 e 0,40 - 0,60 m, segundo metodologia proposta por
CAMARGO et al. (1986) (Tabela 3).
19
Tabela 3 – Locais de instalação dos ensaios, localização geográfica dos municípios, classificações climáticas e dos solos, classe textural e
variedades de cana-de-açúcar usadas.
Município Localização
(
1
)
Usina/
Grupo
Solo
Clima
Koeppen
Profundidade
m
ARGILA
g kg
-1
SILTE
g kg
-1
AREIA
(2)
g kg
-1
CLASSE
TEXTURAL
Variedade
Adamantina
21°41’07’’S/
51°04’21’’O
BRANCO
PERES
(Local 1)
LVA
CWa
0 - 0,20 80 63 857 Areia-franca
RB 867515
0,20 - 0,40 101 75 824 Areia-franca
0,40 - 0,60 195 78 727 Franco-arenosa
Adamantina
21°41’07’’S/
51°04’21’’O
BRANCO
PERES
(Local 2)
PVA CWa
0 - 0,20 122 61 817 Franco-arenosa
RB 72454
0,20 - 0,40 144 46 810 Franco-arenosa
0,40 - 0,60 174 45 781 Franco-arenosa
Paraguaçú
Paulista
22°24’46’’S/
50°34’33’’O
COCAL RQ CWa
0 - 0,20
72 41 888 Franco-arenosa
RB 835486
0,20 - 0,40 87 38 875 Franco-arenosa
0,40 - 0,60 121 36 843 Franco-arenosa
Serrana
21°12’41’’S/
47°35’44’’O
da
PEDRA
LVA
Aw
0 - 0,20 112 39 849 Areia-franca
SP 81-3250
0,20 - 0,40 119 27 854 Areia-franca
0,40 - 0,60 148 19 833 Franco-arenosa
Assis
22°39’42’’S/
50°24’44’’O
NOVA
AMÉRICA
PV CWa
0 - 0,20 118 41 842 Areia-franca
RB 867515
0,20 - 0,40 135 37 828 Franco-arenosa
0,40 - 0,60 167 44 789 Franco-arenosa
Itapira
22°26’00’’S/
46°49’18’’O
VO
ITAPIRA
LVA
CWa
0 - 0,20 303 32 665 Franco-argiloarenosa
RB 72454
0,20 - 0,40 320 32 647 Franco-argiloarenosa
0,40 - 0,60 350 30 620 Argiloarenosa
Orindiúva
20°10’56’’S/
49°21’05’’O
MOEMA
LV Aw
0 - 0,20 138 69 793 Franco-arenosa
SP 81-3250
0,20 - 0,40 186 53 761 Franco-arenosa
0,40 - 0,60 236 41 724 Franco-argiloarenosa
José Bonifácio
21°03’10’’ S/
49°41’18’’O
VO
JOSÉ
BONIFÁCIO
G Aw
0 - 0,20 136 112 753 Franco-arenosa
RB 867515
0,20 - 0,40 155 119 726 Franco-arenosa
0,40 - 0,60 270 64 666 Franco-argiloarenosa
(1): Localização geográfica do município; (2): areia total; PVA: ARGISSOLO Vermelho-Amarelo; G: GLEISSOLO; LVA: LATOSSOLO Vermelho-Amarelo; PV:
ARGISSOLO Vermelho; LV: LATOSSOLO Vermelho; RQ: NEOSSOLO Quartzarênico.
20
A classificação climática segundo Koeppen foram determinadas através das
coordenadas geográficas dos locais (MIRANDA et al., 2010) (Tabela 4). As variedades
utilizadas estão relacionadas na Tabela 3.
As análises químicas de solo, para fins de fertilidade, foram efetuadas nas
amostras coletadas nas profundidades de 0 - 0,20; 0,20 - 0,40 e 0,40 - 0,60 m, seguindo
os procedimentos descritos por (RAIJ et al, 2001). A determinação de pH foi realizada
em CaCl
2
0,01mol L
-1
; a determinação da M.O. foi feita por oxidação úmida e
determinada pela leitura colorimétrica; P, K, Ca e Mg foram extraídos por resina
trocadora de íons, sendo o P determinado por espectrofotometria, a leitura de K por
fotometria de chama, e a determinação de Ca e Mg realizada por espectrofotometria de
absorção atômica; H+Al: realizada por leitura do pH SMP; S: extraído com Ca (H
2
PO
4
)
0,01 mol L
-1
e a leitura por espectrofotometria; B: extraído em água quente e
determinado por colorimetria pelo método da azometina-H; Cu, Fe, Mn e Zn: extraídos
pelo método do DTPA e determinação por espectrometria de absorção atômica. A soma
de bases (SB) foi calculada pela soma de Ca + Mg + K; CTC: pela soma de SB + H +
Al; e a saturação por bases (V%) foi calculada pela equação (SB/CTC) x 100, sendo os
resultados apresentados na Tabela 4.
Além da caracterização química e granulométrica os solos foram devidamente
classificados conforme a classificação proposta pela EMBRAPA (2006).
21
Tabela 4 – Caracterização dos teores de pH, matéria orgânica, macronutrientes, micronutrientes disponíveis, H+Al, em função dos locais
e camadas: 0 - 0,20 m, 0,20 - 0,40 m e 0,40 - 0,60 m.
Usina/
Grupo
Profundidade
MO
pH P K Ca Mg H + Al SB CTC V S B Cu Fe Mn Zn
1
m g dm
-3
mg dm
-3
------------ mmol
c
dm
-3
-------------- % --------------- mg dm
-3
--------------
Branco Peres 1 0 – 0,20 16 4,8 10 3,3 10 3 18 16 34 47 3 0,14 0,5 44 9,1 0,2
0,20 – 0,40 15 5,1 18 3,0 13 4 15 20 35 57 3 0,16 0,4 30 9,4 0,4
0,40 – 0,60 10 5,9 1 0,8 23 7 11 31 42 74 15 0,07 0,7 6 0,7 0,1
Branco Peres 2 0 – 0,20 17 5,0 28 1,7 18 7 18 27 45 59 16 0,21 0,3 28 5,8 0,2
0,20 – 0,40 14 5,1 9 0,7 16 7 16 24 40 59 2 0,15 0,3 25 2,7 0,1
0,40 – 0,60 12 5,0 6 0,5 14 7 16 22 38 57 2 0,13 0,4 23 1,3 0,1
Cocal 0 – 0,20 13 5,1 16 1,9 11 5 13 18 31 57 3 0,17 0,3 17 8,1 0,4
0,20 0,40 15 4,9 12 1,3 7 2 13 10 24 44 4 0,17 0,4 17 10,0 0,3
0,40 – 0,60 9 4,3 1 0,2 3 1 13 4 18 24 2 0,15 0,3 13 4,1 0
da Pedra 0 – 0,20 21 5,4 10 0,5 20 3 20 24 44 54 29 0,14 0,8 22 1,4 0,4
0,20 – 0,40 16 5,4 4 0,4 15 3 20 18 39 48 8 0,13 0,7 18 0,7 0,2
0,40 0,60 8 5,5 9 0,4 87 14 6,9 101 108 93 7 0,25 1,5 16 0,9 0,1
Nova América 0 – 0,20 13 4,6 6 0,8 11 4 20 16 36 44 10 0,17 0,4 37 11 0,4
0,20 – 0,40 11 4,3 5 0,7 8 3 22 12 34 34 22 0,18 0,4 32 6,1 0,1
0,40 – 0,60 10 4 2 0,5 2 1 31 4 34 10 - - 0,19 0,3 22 1,9 0,2
VO Itapira 0 – 0,20 17 5,5 6 1,2 20 13 16 34 50 68 1 0,12 0,4 18 0,3 0,1
0,20 – 0,40 13 5,1 2 0,3 9 7 20 16 36 45 11 0,09 0,3 18 0,7 0,4
0,40 – 0,60 12 4,5 1 0,2 4 4 28 8 36 23 54 0,10 0,3 12 0,2 0,1
Moema
0 – 0,20 20 5,5 8 1,2 23 13 15 37 52 72 40 0,26 0,7 11 5,3 0,5
0,20 – 0,40 18 4,7 4 0,5 10 6 22 17 39 43 9 0,18 0,8 14 4,5 0,4
0,40 – 0,60 13 4,5 2 0,2 9 4 22 13 36 37 4 0,19 0,6 7 2,1 0,2
VO
José
Bonifácio
0 – 0,20 30 5,5 7 2,6 39 13 22 55 77 71 60 0,10 1,2 57 17,6 0,5
0,20 0,40 24 5,2 13 3,2 30 11 18 44 62 71 39 0,14 1,3 57 15,2 0,3
0,40 – 0,60 10 5,1 29 4,8 20 11 20 36 56 64 - - 0,09 0,8 13 23,4 0,1
--: não analisados.
22
3.2 Delineamento Experimental
Os tratamentos foram constituídos por doses fixas de micronutrientes aplicadas
somente no sulco de plantio da cana, utilizando-se os sulfatos como fonte dos nutrientes
metálicos, bórax como fonte de B e molibdato de amônio como fonte de Mo.
Foram aplicados os seguintes tratamentos com as respectivas doses dos
micronutrientes: T1: Controle (NPK+S)
T2 (Zn): NPK+S + Zn, 10 kg/ha
T3 (Mn): NPK+S + Mn, 10 kg/ha
T4 (Cu): NPK+S + Cu, 10 kg/ha
T5 (B) : NPK+S + B, 3 kg/ha
T6 (Mo): NPK+S + Mo, 2 kg/ha
T7: Completo (NPK+S + Zn +Mn + Cu + B +Mo)
Essas doses foram definidas buscando também o efeito residual nas soqueiras.
Os micronutrientes foram aplicados manualmente no fundo do sulco de plantio (Figura
1), em mistura com areia lavada, a fim de facilitar a sua aplicação. Visando minimizar
possíveis efeitos tóxicos desses nutrientes, os fertilizantes foram misturados com o solo
nos sulcos de plantio.
Os tratamentos foram organizados em delineamento experimental de blocos ao
acaso, com cinco repetições totalizando 35 parcelas no campo. As parcelas foram
constituídas por cinco linhas de cana, espaçadas de 1,5m por 10 m de comprimento, ou
seja, com 75 m
2
, totalizando uma área de 2.625 m
2
, sendo a área útil de 1.575 m
2
composta pelas 3 linhas centrais, em cada ensaio.
A adubação de plantio da cana planta foi feita com a fórmula 05-30-20+3 % S na
dose de 500 kg ha
-1
. Após o início da chuva, em meados de agosto e setembro foi
realizada uma adubação em cobertura complementar com a fórmula 18-00-27 na dose
de 150 kg ha
-1
, com objetivo de permitir bom crescimento e não limitar a produtividade
da cana.
3.3 Avaliações
3.3.1 Avaliações dos teores foliares
Para avaliar a nutrição das plantas, aos 10 meses, foram coletadas 10 folhas +1
(TVD) (primeira folha expandida contada do topo para a base do colmo com a lígula
23
visível) de acordo com o sistema de ordenação de Kuijper (CLEMENTS, 1980) das
plantas dentro da área útil de cada parcela, preservando-se os 20 cm centrais de cada
folha e descartando-se a nervura central (RAIJ et al. 1997). Após coletadas, as folhas
foram lavadas em solução contendo detergente (0,1 % v/v), lavadas em água destilada
até remoção do detergente e finalmente lavadas em água deionizada. Após a lavagem
foram colocadas em sacos de papel pardo e submetidas à secagem em estufa com
ventilação de ar forçado, com temperatura próxima a 70°C, até atingir massa constante.
Em seguida, as amostras foram moídas em um moinho tipo Wiley, com câmara de aço
inoxidável e peneira de 1 mm de abertura e devidamente armazenadas para a realização
das determinações dos teores de nutrientes das mesmas.
Em seguida as amostras passaram por um processo de digestão nitroperclórica,
que foi realizada com 500mg de material vegetal colocadas em tubo de digestão, depois
foi adicionada uma solução de 3 mL de ácido nítrico e 1 mL de ácido perclórico (V/V).
O material foi deixado para reagir por 6 h, e colocado em um bloco digestor, aquecido a
100°C por 30min. As amostras foram mantidas a temperatura de 160°C por 30 min até a
redução do volume para 2 mL. Em seguida a temperatura foi elevada para 220°C, até a
aparição das fumaças brancas. As amostras foram colocadas para esfriar e completou-se
o volume com água deionizada até 50 mL. Em seguida foram colocadas novamente no
bloco digestor e aquecidas a 80°C por 30 min. Depois de esfriadas, filtradas e
transferidas para um frasco com tampa foram realizadas as determinações analíticas dos
elementos P, K, Ca, Mg, Fe, Mn, Zn, Cu, S, Mo e B, feitas por espectrometria de
emissão com plasma induzido em argônio, em aparelho marca VARIAN, modelo
VISTA MPX .
A determinação do N foi realizada através do processo de digestão sulfúrica.
As extrações e determinações seguiram os procedimentos de BATAGLIA et al.
(1983) e MALAVOLTA et al. (1997).
24
Figura 1- Aplicação de micronutrientes no sulco de plantio. Foto: Dr. Estêvão V. Mellis
3.3.2 Avaliação do perfilhamento
Na mesma época das coletas de folhas no campo (10 meses após plantio), foram
realizadas as estimativas de perfilhamento nos experimentos. Para isso, foram contados
o perfilhos em um metro linear nas três linhas úteis em cada parcela, totalizando três
repetições (Figura 2). Após a contagem, o perfilhamento por hectare foi estimado em
número de perfilhos ha
-1
.
Figura 2- Forma de avaliação de perfilhamento em cana-de-açúcar no experimento.
Foto: Dr. Estêvão V. Mellis
25
3.3.3. Avaliação das produtividades e qualidade industrial
Aos 18 meses após o plantio avaliou-se a produção de colmos, expressa em t ha
-
1
, o açúcar total recuperável (ATR) e a estimativa de produção de açúcar por área em t
ha
-1
, na cana-planta.
Para estimar o efeito dos micronutrientes na produtividade da cana-de-açúcar
pesou-se a cana produzida nas três linhas centrais de cada parcela dentro de um espaço
de 10 m de comprimento através do auxílio de um dinamômetro acoplado numa
carregadeira de cana (Figura 3).
Além da determinação da produtividade por hectare, foram determinadas as
produtividades relativas, através da seguinte fórmula:
100 X
entemicronutri com o tratamentdo Produção
controle parcela da Produção
relativa Produção
FERNANDES (2003) define os parâmetros ATR e pol do caldo. ATR:
representa a quantidade dos açúcares da cana, recuperados da cana até o xarope; pol do
caldo: representa em porcentagem a quantidade de sacarose contida numa solução de
açucares (exemplo caldo de cana), sendo determinado por métodos sacarimétricos
(polarímetro), baseando-se na propriedade que os açúcares têm em desviar a luz
polarizada (vinda de uma única direção).
Para as análises de ATR, foram coletados dez colmos dentro da área útil de cada
parcela, despalhados, despontados e levados para o laboratório. Os colmos foram
triturados e uma subamostra de 500 g foi colocada em uma prensa hidráulica, de acordo
com os métodos descritos por CONSECANA (2006). O cálculo de ATR é resultante da
seguinte expressão:
ATR = 9,5263 * Pol cana + 9,05 * ARC
onde: o valor de ATR é expresso em kg de açúcar t
-1
de cana; Pol cana = pol t
-1
de cana;
ARC = açúcares redutores pol t
-1
de cana.
As estimativas da produção de açúcar em um hectare foram realizadas através da
seguinte expressão:
TAH = (produtividade agrícola [TCH]x qualidade industrial [ATR]) / 1000.
26
Figura 3- Avaliação da produção de colmos nos experimentos. Foto: Dr. Estêvão V.
Mellis
3.4 Análise estatística
A análise estatística das variáveis de interesse foi baseada na análise de variância
seguida de teste para comparações das médias dos tratamentos através do teste de
Dunnett com o nível de significância de 10% para todos os locais, individualmente.
Objetivando minimizar os efeitos ambientais dos oito locais, realizou-se a análise de
variância conjunta dos ensaios juntamente com os testes de comparação das médias
(teste de Dunnett). Para a análise conjunta foi realizada o teste de homogeneidade. Essas
análises estatísticas dos experimentos foram executadas através do programa de
estatística aplicada SAS (SAS INSTITUTE, 1996). Para as análises de significância das
equações das figuras 9 a 12 utilizou-se o software STATISTICA (STATSOFT, 2004).
As correlações em anexo foram realizadas com o auxílio do software XL STAT
(ADDINSOFT, 2004).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Atributos químicos e granulométricos dos solos
A análise granulometrica permite classificar em geral os solos como arenosos
(Tabela 3), pois todos apresentaram mais de 600 g kg
-1
de areia total. Normalmente
solos com essas características apresentam baixa CTC, boa drenagem e aeração e baixa
capacidade de reter nutrientes, inclusive micronutrientes.
27
A Tabela 4 mostra os atributos químicos dos solos onde foram instalados os
experimentos. Verifica-se que antes da instalação dos experimentos, os solos
apresentavam, no geral, pH na faixa de 5,0 a 5,5 (acidez média), e com teores de M.O.,
variando entre 13 e 30 mg dm
-3
. Com exceção dos solos instalados em Itapira-SP e José
Bonifácio-SP, no geral os solos eram de baixa fertilidade, com CTC baixa e saturação
por bases (V%) em torno de 40%, valor esse abaixo do recomendado para a cultura
(SPIRONELO et al., 1996), porém todas as áreas foram corrigidas com calcário
dolomítico para elevar o V% a 60 antes do plantio da cana-de-açúcar. Baseando-se nas
faixas de teores disponíveis de micronutrientes em solos proposta por RAIJ et al.
(1997), os teores de B e Zn nos solos estudados, tanto em superfície como em
profundidade podem ser considerados baixos, enquanto que os teores de Mn e Fe são
altos e os de Cu no geral apresentam valores médios.
4.2 Teores de B, Cu, Mn, Mo e Zn nas folhas diagnósticas da cana-planta.
As faixas dos teores de micronutrientes nas folhas de cana-de-açúcar em função
dos tratamentos variaram conforme o local e o elemento estudado. A cana-de-açúcar
apresentou aumentos significativos nos teores foliares em relação ao tratamento
controle, (sem micronutrientes) apenas para os tratamentos que receberam aplicação de
Mo e Zn. O tratamento com Mo foi o que apresentou maior número de locais com
respostas significativas (cinco locais), seguido do tratamento com Zn (quatro locais),
semelhante ao tratamento completo que apresentou respostas significativas também em
quatro locais, dois locais para Zn e dois locais para Mo. Em relação aos outros
tratamentos não foram observadas diferenças significativas (Tabelas 5 a 12).
As respostas ao tratamento com Mo, devem-se, provavelmente, aos baixos teores
no solo. De acordo com ALVAREZ et al. (1979), a aplicação de 0,2 kg ha
-1
de Mo foi
capaz de promover o incremento de até 20% na produção de colmos em cana-planta, o
que pode indicar que a dose necessária para suprir as necessidades da cultura deve ser
menor que a empregada nesse estudo. Há poucos trabalhos em relação ao Mo na
literatura, principalmente na cultura da cana-de-açúcar. Observa-se nas tabelas (5, 7, 9,
10 e 12) que a concentração dos teores foliares variou de 3,27 a 7,40 mg kg
-1
estes
valores estão bem acima da faixa considerada como adequada (Tabela 1), sendo que a
variedade RB 72454 foi a que apresentou maior concentração de Mo, num
28
LATOSSOLO Vermelho amarelo, com pH de 5,5 na camada de 0 - 0,20 m. Nos locais
em que houve a resposta para o tratamento completo nos teores foliares de Mo a variação
foi de 3,08 a 4,05 mg kg
-1
(Tabela 7) neste caso a variedade que apresentou maios teores
de Mo foi a RB 835486 em um NEOSSOLO Quartzarênico. A análise conjunta também
mostrou que com a adição isolada de Mo a concentração nas folhas foi em média de 4,09
mg kg
-1
e o tratamento completo 3,08 mg kg
-1
. Embora as plantas tenham apresentado
teores elevados de Mo, em nenhum local foi observado sintoma de fitotoxicidade.
As respostas para Zn também variaram em função dos locais, porém em menor
proporção. Observa-se nas tabelas (5, 6, 9 e 10) que os teores variam de 13 a 24 mg kg
-1
;
estes valores apesar de serem significativamente superiores aos tratamentos controle em
cada local, estão na faixa adequada (Tabela 1). Quando o Zn foi aplicado na forma do
tratamento completo a variação foi de 16 a 23 mg kg
-1
. A variedade que apresentou
maiores teores de Zn foi a RB 867515, independente da forma de adição de Zn, isolado
ou com o tratamento completo. O maior acúmulo de Zn nessa variedade se deu num
ARGISSOLO Vermelho com pH na camada de 0 - 0,20 m, igual a 4,6. SOBRAL e
WEBER (1983) em 3 grandes grupos de solos, em folhas + 3, aos 10 meses encontraram
teores variando de 26 a 29 mg kg
-1
de Zn. Esses resultados concordam parcialmente com
os dados de ANDRADE et al. (1995) que encontraram em folhas +3 da variedade SP 70-
1143 valores de 22 mg kg
-1
para as doses de 3 e 6 kg ha
-1
de sulfato de zinco aplicados
no sulco de plantio, porém não diferiram do tratamento sem micronutrientes. Uma
possibilidade para a diferença dos resultados obtidos neste trabalho pode ser a dose
empregada (10 kg ha
-1
de Zn) acima da recomendada para o Estado de São Paulo (5 kg
ha
-1
), embora não se tenha observado efeitos de toxicidade. MARINHO &
ALBUQUERQUE (1981) encontraram efeitos fitotóxicos apenas com doses acima de 25
kg ha
-1
de Zn.
Embora os outros micronutrientes estudados não tenham apresentado diferenças
significativas em comparação ao tratamento controle, nota-se que dos oito locais, cinco
apresentaram valores de B abaixo da faixa recomendada (Tabela 1).
Nesses locais foram
cultivadas as variedades: RB 867515, RB 72454, RB 835486 e SP 81-3250 (Tabelas 5, 6,
7, 8 e 9),
porém, em outros locais com as mesmas variedades RB 867515, RB 72454 e
SP 81-3250 as amostras foliares apresentaram valores dentro da faixa recomendada. A
ausência de respostas pode ser explicada pela baixa eficiência agronômica dos
fertilizantes boratados. FRANCO et al. (2009b), que estudaram a recuperação de
10
B em
cana-planta, na forma de ácido bórico, com a dose de 4 kg ha
-1
de B, encontraram o valor
29
de 2% para a recuperação pela planta. A ausência de respostas nos teores foliares de B,
mesmo com a adição de B no sulco de plantio, pode ser devida a baixa recuperação. Os
autores ainda recomendam mais estudos com B na cultura da cana-de-açúcar. Esses
dados corroboram os dados encontrados por ANDRADE et al. (1995) que trabalhando
com as doses de 0,15 e 0,60 kg ha
-1
de B, na forma de bórax, para cana-planta, em um
LATOSSOLO Vermelho escuro, com teores médios de B no solo (0,24 mg dm
-3
),
cultivado com a variedade SP 70-1143, também não encontraram diferenças
significativas à adição de B, porém os valores encontrados por estes estiveram
ligeiramente acima da faixa recomendada.
Apesar da dose utilizada neste experimento (10 kg ha
-1
) ser mais alta do que a
recomendada para a cultura no Estado de São Paulo que, segundo SPIRONELLO et al.
(1997), é de 4 kg ha
-1
, os teores foliares de Cu apresentaram comportamentos
semelhantes ao do B nos oito locais, sendo que desses, sete apresentaram valores abaixo
da faixa recomendada (Tabelas 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11). Esse resultado também se repetiu
quando realizada a análise conjunta dos dados (Tabela 13). As variedades que
apresentaram teores abaixo da faixa recomendada foram: RB 867515, RB 72454, RB
835486 e SP 81-3250. ANDRADE et al. (1995) estudando o efeito do Cu na produção de
cana-de-açúcar por meio da aplicação das doses de 1,5 e 9,0 kg ha
-1
de Cu, também não
observaram aumento nos teores foliares de Cu com a aplicação do nutriente, porém
diferentemente do observado no presente estudo, naquele trabalho os teores foliares de
Cu estavam acima da faixa considerada adequada para a cultura (Tabela 1). MARINHO
& ALBUQUERQUE (1981) afirmam que até a dose de 25 kg ha
-1
de Cu não se observa
efeitos fitotóxicos para a cana.
Em relação ao Mn, não foram encontradas respostas à adição deste
micronutriente nos teores foliares. Todos os locais apresentaram teores dentro da faixa
considerada adequada (Tabela 1), exceto no local 3, onde a variedade cultivada foi a RB
835486, em um NEOSSOLO Quartzarênico, com pH em superfície igual a 5,1,
apresentou teores acima da faixa adequada. A análise conjunta mostrou que
independente do local e variedade cultivada, os teores foliares de Mn (Tabela 13) estão
dentro da faixa adequada (Tabela 1). Dos oito locais estudados seis apresentam teores
altos de Mn. FRANCO et al. (2008a) afirmam que para 100 toneladas de colmos
industrializáveis em todas as folhas da cultura são acumulados 243 a 1184 g de Mn, em
matéria seca. Em folhas +3, aos 10 meses da cana-planta para a variedade CB 41-76,
SOBRAL e WEBER (1983) encontraram os valores de 99 a 129 mg kg
-1
de Mn. SILVA
30
et al. (2009a) comparando sete variedades, num ARGISSOLO Amarelo, encontraram
valores de 21 a 44 g ha
-1
de Mn em todas as folhas.
As figuras 4 a 8 mostram gráficos relacionando os teores foliares de
micronutrientes do tratamento controle dos oito locais com os teores de micronutrientes
do solo no momento do plantio. Não foi observada relação estatisticamente significativa
a 5% de probabilidade entre os teores foliares e os teores no solo, exceto para Cu (figura
5) e Mn (figura 7). Como não foi observada significância para os outros micronutrientes
não foi possível estabelecer níveis críticos no solo.
Para o Cu (figura 5), para que as folhas possuam o mínimo de 6 mg kg
-1
,
estabelecido na tabela 1 nota-se que o valor disponível no solo deve ser de 0,8 mg dm
-3
no solo, valor este acima do preconizado por SPIRONELLO et al. (1996) que é de 0,2
mg dm
-3
. Para o Mn (figura 7), para que as folhas alcancem o mínimo de 25 mg kg
-1
,
estabelecido na tabela 1 nota-se que o valor disponível no solo deve ser de
aproximadamente de 0,38 mg dm
-3
no solo, valor este abaixo do recomendado por RAIJ
et al. (1996) igual 1,2 mg dm
-3
.
Espera-se que exista uma relação entre os teores disponíveis no solo e os teores
foliares (ORLANDO FILHO & ZAMBELLO JÚNIOR, 1983). O teor de B é alterado
pela época de amostragem e tipo de solo (ORLANDO FILHO et al. 1980b); a
concentração de Zn também é alterada pela época de amostragem e tipo de solo
(ORLANDO FILHO et al. 1980a); a concentração de Cu, Fe, Mn e Zn é influenciada
pela variedade e pelo tipo de solo (ORLANDO FILHO & ZAMBELLO JÚNIOR,
1977). A falta de correlação significativa entre teor de solo e o teor das folhas para os
outros micronutrientes pode ser explicada pelo fato de que a época de amostragem neste
trabalho pode não ser a mais correta, uma vez que há trabalhos que realizaram a
amostragem em outras épocas: 9 meses (ANDRADE et al. 1995); 4 meses (ORLANDO
FILHO & ZAMBELLO JÚNIOR, 1977); 4 meses e 8 ou 9 meses (GALLO et al.,1968) .
31
Tabela 5 – Valores dos teores foliares dos macronutrientes e micronutrientes em função dos tratamentos na Usina Branco Peres (local 1), no
município de Adamantina.
Tratamento N K P Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn Mo
---------------------------- g kg
-1
---------------------------- ---------------------------- mg kg
-1
----------------------------
Controle 17 16 1,6 3,6 1,9 1,5 5 5 98 79 14 1,37
Zn 18 17 1,6 3,7 1,9 1,5 5 5 78 74 16* 1,43
Mn 17 17 1,6 3,3 2,0 1,5 5 5 85 81 13 1,31
Cu 17 17 1,6 3,5 1,9 1,5 5 5 81 79 13 1,03
B 18 17 1,6 3,4 1,9 1,4 5 5 69 83 13 0,96
Mo 17 17 1,6 3,4 1,9 1,5 5 4 71 67 13 3,32 *
Completo 18 16 1,6 3,6 1,9 1,6 5 5 79 77 15 3,27 *
Média 17 17 1,6 3,5 1,9 1,5 5 5 80 77 14 1,81
CV (%) 5,0 7,2 8,7 10,8 9,7 7,7 7,3 10,4 26,8 13,7 6,7 38,4
F 0,38 0,10 0,12 0,75 0,44 0,85 0,67 0,80 0,96 1,28 11,64 * 10,87 *
*: diferem estatisticamente a 10 % pelo teste de médias de Dunnett em relação ao controle ou teste F (quando assinalado). CV (%): coeficiente de variação em %.
32
Tabela 6 – Valores dos teores foliares dos macronutrientes e micronutrientes em função dos tratamentos na Usina Branco Peres (local 2), no
município de Adamantina.
Tratamento N K P Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn Mo
---------------------------- g kg
-1
---------------------------- ---------------------------- mg kg
-1
----------------------------
Controle 18 12 1,8 5,8 3,0 1,7 7 4 51 84 15 1,38
Zn 19* 12 2,1* 5,6 2,8 1,9* 7 4 51 78 18 * 2,01
Mn 19 12 2,0 5,7 3,0 1,8 7 4 44 73 15 1,44
Cu 19* 11 2,0* 5,4 2,8 1,8* 7 4 44 86 15 1,86
B 19 12 2,0 5,2 2,8 1,7 7 3 41 69 14 1,49
Mo 20* 11 2,0* 5,8 2,9 1,8* 7 4 46 79 15 3,12
Completo 19* 12 2,0* 5,7 2,9 1,9* 7 4 45 83 18 * 2,79
Média 19 12 2,0 5,6 2,9 1,8 7 4 46 79 16 2,01
CV (%) 4,2 7,4 7,1 11,6 8,2 6,2 9,6 8,0 11,6 14,4 12,4 78,5
F 2,22* 1,45 2,09* 0,58 0,80 2,09* 0,93 0,97 2,34* 1,56 3,45 * 0,96
*: diferem estatisticamente a 10 % pelo teste de médias de Dunnett em relação ao controle ou teste F (quando assinalado). CV (%): coeficiente de variação em %.
33
Tabela 7 – Valores dos teores foliares dos macronutrientes e micronutrientes em função dos tratamentos na Usina Cocal, no município de
Paraguaçú Paulista.
Tratamento N K P Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn Mo
---------------------------- g kg
-1
---------------------------- ---------------------------- mg kg
-1
----------------------------
Controle 19 9 2,1 3,7 2,0 1,8 6 5 65 129 15 0,30
Zn 18 10 2,0 3,7 2,2 1,7 6 5 66 123 18 1,23
Mn 20 10 2,0 3,8 2,0 1,8 6 5 67 133 14 0,85
Cu 18 9 2,0 4,2 2,3 1,8 6 5 71 140 15 2,42
B 19 10 2,1 3,7 2,1 1,8 6 5 64 146 14 1,34
Mo 19 10 2,0 3,5 1,8 1,8 6 5 60 135 16 4,28*
Completo 18 9 2,0 4,0 2,1 1,8 6 5 66 147 17 4,05*
Média 19 9 2,1 3,9 2,1 1,8 6 5 66 137 16 1,97
CV (%) 15,1 11,7 7,2 18,0 15,3 6,0 10,2 8,8 10,1 15,2 16,1 107,6
F 0,31 0,30 0,43 0,49 0,88 0,61 0,26 0,53 0,89 0,79 1,20 2,28*
*: diferem estatisticamente a 10 % pelo teste de médias de Dunnett em relação ao controle ou teste F (quando assinalado). CV (%): coeficiente de variação em %.
34
Tabela 8 – Valores dos teores foliares dos macronutrientes e micronutrientes em função dos tratamentos na usina da Pedra, no município de
Serrana.
Tratamento N K P Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn Mo
---------------------------- g kg
-1
---------------------------- ------------------------------ mg kg
-1
----------------------------
Controle 17 12 1,5 4,5 1,6 1,3 9 5 124 34 13 1,66
Zn 15 12 1,5 4,2 1,8 1,3 7 5 122 28 14 1,56
Mn 17 11 1,4 4,4 1,7 1,3 8 4 135 34 13 0,66
Cu 15 12 1,5 4,6 1,9 1,3 7 5 137 31 13 0,00
B 17 12 1,5 4,1 1,7 1,3 7 4 123 25 12 1,02
Mo 14 12 1,5 4,8 1,8 1,4 8 5 135 35 14 1,32
Completo 17 12 1,4 4,3 1,6 1,3 9 4 133 31 14 1,14
Média 16 12 1,5 4,4 1,7 1,3 8 5 130 31 13 1,05
CV (%) 17,5 7,4 8,6 11,2 12,9 8,0 30,9 9,8 9,5 20,5 13,1 130,6
F 0,87 0,68 0,48 1,01 0,78 0,43 0,83 1,76 1,46 1,51 0,99 0,87
*: diferem estatisticamente a 10 % pelo teste de médias de Dunnett em relação ao controle ou teste F (quando assinalado). CV (%): coeficiente de variação em %.
35
Tabela 9 – Valores dos teores foliares dos macronutrientes e micronutrientes em função dos tratamentos na usina Nova América, no município
de Assis.
Tratamento N K P Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn Mo
--------------------------- g kg
-1
-------------------------- ------------------------------------ mg kg
-1
---------------------------
Controle 19 10 1,6 3,8 1,9 1,5 5 5 100 98 19 3,16
Zn 17 9 1,6 4,3 2,0 1,5 3 5 90 92 24* 3,64
Mn 18 10 1,7 4,0 1,9 1,5 6 5 97 111 19 3,32
Cu 18 10 1,7 4,5 2,2 1,6 7 5 90 95 20 3,86
B 18 9 1,6 4,3 2,0 1,5 5 5 98 97 19 3,48
Mo 18 10 1,6 4,1 2,0 1,6 5 5 88 99 19 4,48*
Completo 18 10 1,7 3,8 1,9 1,4 6 5 108 109 23* 3,68
Média 18 10 1,6 4,1 2,0 1,5 5 5 96 100 20 3,66
CV (%) 6,46 6,36 5,11 11,86 8,97 7,88 33,44 5,33 28,55 11,73 7,29 11,51
F 1,21 0,74 0,64 1,71 1,21 1,52 2,02 1,26 0,34 1,88 12,00* 5,21*
*: diferem estatisticamente a 10 % pelo teste de médias de Dunnett em relação ao controle ou teste F (quando assinalado). CV (%): coeficiente de variação em %.
36
Tabela 10 – Valores dos teores foliares dos macronutrientes e micronutrientes em função dos tratamentos na usina VO Itapira, no município de
Itapira.
Tratamento N K P Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn Mo
---------------------------- g kg
-1
---------------------------- ---------------------------- mg kg
-1
----------------------------
Controle 15 11 1,5 3,6 2,1 1,3 23 4 42 30 09 2,80
Zn 14 10 1,6 4,3* 2,2 1,3 25 4 41 31 13* 3,04
Mn 16 10 1,7 4,5* 2,6* 1,4 20 4 44 31 10 3,18
Cu 16 11 1,7 3,9 2,3 1,4 24 4 42 28 10 2,86
B 15 11 1,6 4,4* 2,4* 1,4 21 4 42 32 12 2,40
Mo 16 11 1,7 4,6* 2,6* 1,4 22 5 49 29 12* 7,40*
Completo 15 11 1,7 4,5* 2,3 1,4 21 4 43 32 11 3,36
Média 15 11 1,7 4,3 2,4 1,4 22 4 43 30 11 3,59
CV (%) 9,8 5,3 8,6 10,9 10,2 8,2 24,4 10,0 13,9 17,0 17,7 47,0
F 1,06 0,96 1,26 3,00* 2,74* 1,11 0,47 0,97 0,98 0,37 2,20* 5,15*
*: diferem estatisticamente a 10 % pelo teste de médias de Dunnett em relação ao controle ou teste F (quando assinalado). CV (%): coeficiente de variação em %.
37
Tabela 11 – Valores dos teores foliares dos macronutrientes e micronutrientes em função dos tratamentos na usina Moema, no município de
Orindiúva.
Tratamento N K P Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn Mo
---------------------------- g kg
-1
---------------------------- ---------------------------- mg kg
-1
----------------------------
Controle 16 11 1,8 2,8 2,4 1,8 11 5 50 63 17 3,89
Zn 17 10 1,7 2,9 2,4 1,8 8 5 54 66 19 4,05
Mn 15 11 1,9 2,9 2,5 1,9 10 5 58 63 19 3,94
Cu 17 9 1,6 2,7 2,5 1,6 8 4 45 55 15 3,33
B 17 11 1,7 2,8 2,2 1,8 10 5 62 62 19 4,40
Mo 16 11 1,8 2,9 2,5 1,9 10 5 55 58 18 4,76
Completo 17 11 1,8 2,9 2,5 1,9 10 5 52 62 19 3,37
Média 17 11 1,8 2,8 2,4 1,8 10 5 54 62 18 3,97
CV (%) 8,7 9,0 12,7 12,8 13,7 12,3 17,4 17,1 53,9 16,4 15,4 35,7
F 1,40 2,50 0,88 0,25 0,49 1,01 1,54 1,03 0,99 0,65 1,43 0,66
*: diferem estatisticamente a 10 % pelo teste de médias de Dunnett em relação ao controle ou teste F (quando assinalado). CV (%): coeficiente de variação em %
38
Tabela 12 – Valores dos teores foliares dos macronutrientes e micronutrientes em função dos tratamentos na usina VO José Bonifácio, no
município de José Bonifácio.
Tratamento N K P Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn Mo
------------------------- g kg
-1
---------------------------- ---------------------------------- mg kg
-1
---------------------------------
Controle 21 16 2,4 3,6 2,0 1,8 14 8 92 70 14 1,50
Zn 20 13 1,8 2,5 1,5 1,5 12 6 78 60 13 1,04
Mn 18 14 2,0 2,6 1,6 1,5 12 6 67 76 11 1,29
Cu 19 14 1,7 3,0 1,6 1,5 15 6 80 73 10 0,96
B 21 14 1,8 3,1 1,7 1,4 15 6 78 58 12 1,24
Mo 21 13 1,9 2,8 1,6 1,6 10 6 68 49 11 3,96*
Completo 22 15 2,2 2,9 1,7 1,6 12 7 72 78 13 3,03
Média 20 14 2,0 2,9 1,7 1,6 13 6 77 67 12 1,69
CV (%) 14,9 16,0 18,2 25,4 19,6 18,5 35,5 19,4 20,8 25,1 17,9 81,0
F 0,68 1,36 2,27* 1,15 1,18 1,08 0,65 1,83 1,23 1,36 1,89 2,46*
*: diferem estatisticamente a 10 % pelo teste de médias de Dunnett em relação ao controle ou teste F (quando assinalado). CV (%): coeficiente de variação em %.
39
Tabela 13 – Valores dos teores foliares dos macronutrientes e micronutrientes em função dos tratamentos (Médias de 8 locais).
Tratamento N K P Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn Mo
------------------------------ g kg
-1
-------------------------------- ----------------------------- mg kg
-1
-----------------------------
Controle
18 12 1,8 3,9 2,1 1,6 10 5 78 73 14 2,01
Zn
17 12 1,7 3,9 2,1 1,6 9 5 73 70 17* 2,25
Mn
18 12 1,8 3,9 2,2 1,6 9 5 74 76 14 1,98
Cu
17 12 1,7 4,0 2,2 1,6 10 5 74 74 14 2,06
B
18 12 1,7 3,9 2,1 1,6 9 5 72 71 14 2,04
Mo
18 12 1,8 4,0 2,1 1,6 9 5 72 68 15 4,09*
Completo
18 12 1,8 4,0 2,1 1,6 10 5 74 78 16* 3,08 *
Média
18 12 1,8 4,0 2,1 1,6 10 5 74 72 15 2,48
CV (%)
11,5 10,7 11,7 11,7 13,3 11,8 38,9 14,5 22,0 18,7 15,1 56,3
F Local
21,9* 123,7* 33,3* 70,0* 69,7* 39,1* 86,7* 41,9* 109,1* 220,4* 64,43* 20,30*
F Tratamentos
0,53 1,00 0,73 0,19 0,50 0,44 0,21 1,70 0,58 2,30* 10,02* 11,77*
F Tratamentos*Local
0,83 0,87 1,24 0,94 0,90 0,84 0,37 1,10 0,75 1,09 1,02 0,06
*: diferem estatisticamente a 10 % pelo teste de médias de Dunnett em relação ao controle ou teste F (quando assinalado). CV (%): coeficiente de variação em %.
40
0
5
10
15
20
25
0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35
Teor de B solo mg dm
-3
Teor foliar B (mg kg
-1
)
Figura 4 – Teor foliar de B do tratamento controle em função do teor de B no solo na
camada (0 – 0,20 m) em 8 locais.
y = 3,4444x + 3,1444
R
2
= 0,74 **
3
4
5
6
7
8
9
0,20,40,60,811,2
Teor de Cu no solo mg dm
-3
Teor foliar Cu (mg kg
-1
)
Figura 5 – Teor foliar de Cu do tratamento controle em função do teor de Cu no solo na
camada (0 – 0,20 m) em 8 locais.
41
40
60
80
100
120
10 20 30 40 50
Teor de Fe no solo mg dm
-3
Teor foliar Fe (mg kg
-1
)
Figura 6 – Teor foliar de Fe do tratamento controle em função do teor de Fe no solo na
camada (0 –0,20 m) em 8 locais.
y = -0,6767x
2
+ 14,78x + 19,495
R
2
= 0,75 *
10
30
50
70
90
110
130
0 5 10 15 20
Teor de Mn no solo mg dm
-3
Teor foliar Mn (mg kg
-1
)
Figura 7 – Teor foliar de Mn do tratamento controle em função do teor de Mn no solo
na camada (0 – 0,20 m) em 8 locais
42
8
10
12
14
16
18
20
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
Teor de Zn no solo mg dm
-3
Teor foliar Zn (mg kg
-1
)
Figura 8 – Teor foliar de Zn do tratamento controle em função do teor de Zn no solo na
camada (0 – 0,20 m) em 8 locais
Tabela 14 – Teor foliar dos nutrientes nas parcelas adubadas com o respectivo elemento
e diferença nos teores foliares em relação às parcelas controles, para os oito locais onde
os experimentos foram realizados
Usina B * Cu * Mn * Zn * Mo *
------------------------------- mg kg
-1
-------------------------------
Branco Peres 1
5 (0) 5 (0) 81 (2) 16 (2) 3,32 (1,95)
Branco Peres 2
7 (0) 4 (0) 73 (-11) 18 (3) 3,12 (1,74)
Cocal
6 (0) 6 (1) 133 (4) 18 (3) 4,28 (3,98)
da Pedra
7 (-2) 5 (0) 34 (0) 14 (1) 1,32 (-0,34)
Nova América 5 (0) 5 (0) 111 (13) 24 (5) 4,48 (1,32)
VO Itapira
21 (-2) 4 (0) 31 (1) 13 (4) 7,40 (4,60)
MOEMA
10 (-1) 4 (-1) 63 (0) 19 (2) 4,76 (0,87)
VO José Bonifácio
15 (1) 6 (-2) 76 (6) 13 (-1) 3,96 (2,46)
* Valores em parênteses: diferença absoluta entre o teor foliar do tratamento que recebeu o nutriente e do
tratamento controle.
Os dados apresentados na Tabela 14 mostram diferença entre os teores foliares
nos tratamentos com micronutrientes aplicados isoladamente e o tratamento controle em
43
cada local. Observa-se que para o B e o Cu a aplicação desses micronutrientes não
provocou aumento nos teores foliares, embora a diferença absoluta seja numericamente
pequena. Já para Mn, Zn e Mo os teores foram maiores e essa diferença de concentração
foi evidenciada para Zn e Mo na análise conjunta dos dados de teores foliares (Tabela
13), porém esta diferença não foi significativa para o micronutriente Mn.
4.3 Perfilhamento
Em relação ao perfilhamento, observou-se resposta significativa apenas em dois
locais (Branco Peres (local 1) e VO Itapira). BEAUCLAIR & SCARPARI (2006)
relatam que o perfilhamento é uma característica varietal com influências do ambiente e
nutrição.
Houve aumento do perfilhamento com a aplicação de Mn, Cu e no tratamento
completo na usina Branco Peres 1. Neste local, foi cultivado a variedade RB 867515 em
um LATOSSOLO Vermelho amarelo, com pH em superfície igual a 4,8. O
perfilhamento médio encontrado no tratamento controle foi de 66.331 perfilhos ha
-1
,
enquanto que os tratamentos Mn, Cu e Completo apresentaram os seguintes números
para perfilhamento 78.554, 75.776 e 77.421 respectivamente (TABELA 15). Vale notar
que mesmo com o solo estudado apresentando teores disponíveis considerados alto para
Mn e médio para Cu (Tabela 15), a aplicação desses micronutrientes foi capaz de
promover aumento no perfilhamento da cana-planta de 14 % para o Cu e 18% para o
Mn. No ensaio da Usina VO Itapira, onde a variedade RB 72454 foi cultivada em
LATOSSOLO Vermelho-Amarelo, com pH igual à 5,5 na camada 0-0,20 m, o
tratamento com Zn aumentou o perfilhamento em 68 %, passando de 48.658 no
tratamento controle para 81.513 perfilhos ha
-1
no tratamento com Zn (Tabela 15). Nesse
caso o teor de Zn no solo era tido como baixo o que demonstra a eficiência da adubação
da cana-planta com Zn em relação ao perfilhamento nas condições estudadas.
De maneira geral, independente de local, variedade e tipo de solo, a análise
conjunta dos dados obtidos nos oito ensaios demonstrou (Tabela 20) que o
perfilhamento da cana-planta foi responsivo aos tratamentos Zn, B e completo. Os
valores do perfilhamento da cana-planta em média foram: 101.882, 98.515 e 98.791
para Zn, B e completo respectivamente, diferindo estatisticamente em relação ao
controle que apresentou 91.448 perfilhos ha
-1
.
44
Tabela 15 – Efeito da aplicação de micronutrientes no perfilhamento da cana-planta em função dos tratamentos e locais.
Tratamento Branco
Peres 1
Branco
Peres 2
Cocal da Pedra
Nova
América
VO Itapira Moema
VO José
Bonifácio
------------------------------------------------------ Perfilhos ha
-1
------------------------------------------------------
Controle 66.331 81.781 81.689 161.382 81.392 48.658 106.005 105.338
Zn 71.559 91.968 92.449 173.786 84.448 81.513* 109.161 110.228
Mn 78.554* 84.004 82.226 161.937 79.560 55.114 99.338 113.339
Cu 75.776* 88.893 92.449 172.897 82.226 43.613 99.961 107.116
B 68.892 93.338 97.782 188.983 86.671 46.519 92.480 113.339
Mo 72.003 84.893 93.782 163.119 89.782 49.725 97.694 100.450
Completo 77.421* 91.116 96.449 178.231 81.781 52.502 97.338 115.561
Média 73.122 87.848 91.312 170.981 83.730 52.754 100.541 109.339
CV (%) 6,0 8,5 11,8 11,4 8,4 16,2 7,1 11,7
F 4,41* 1,71 1,67 1,09 1,23 6,83* 2,85* 0,87
**: diferem estatisticamente a 10% pelo teste de comparação de médias de Dunnett em relação ao controle ou teste F (quando assinalado). CV (%): coeficiente de variação em
%.
45
4.4 Produtividade Agrícola
A amplitude da resposta da cana-de-açúcar aos micronutrientes em relação à
produtividade agrícola, também variou em função do local e micronutriente estudado
(Tabela 16). O tratamento com Zn apresentou maior número de locais com resposta à
aplicação do micronutriente: Branco Peres (Local 1), Cocal, Moema e VO José
Bonifácio. Para os tratamentos com Mn e Mo houve respostas significativas em dois
locais, sendo as usinas Branco Peres (Local 1) e Cocal para Mn e da Pedra e Nova
América para Mo. Já para o tratamento Cu a produtividade de colmos aumentou
somente no ensaio da Branco Peres (Local 1). Tanto para o tratamento B quanto para o
tratamento completo não foram observadas respostas em nenhum dos locais estudados.
Isto pode ter ocorrido devido à dose aplicada do micronutriente, 3 kg.ha
-1
no sulco de
plantio de B, dose esta elevada quando comparadas a outros estudos (ANDRADE et al.,
1995). Sabe-se que existe uma faixa estreita entre a deficiência e a toxicidez desse
micronutriente, podendo a dose aplicada apesar de não ter provocado sintomas de
toxicidade na cana-planta, interferido negativamente na produtividade da mesma no
estudo em questão.
Na usina Branco Peres (Local 1), onde o ensaio foi conduzido em um
LATOSSOLO Vermelho-Amarelo cultivado com a variedade RB 867515, houve
respostas para os tratamentos com Zn, Mn e Cu, sendo as produtividades agrícolas
obtidas as seguintes: 111, 116, 108 t ha
-1
enquanto que a produtividade média no
tratamento controle foi de 86 t ha
-1
(Tabela 16). É interessante observar que mesmo com
o teor alto de Mn no solo, houve a resposta à aplicação do micronutriente.
Na usina Cocal, em um NEOSSOLO Quartzarênico cultivado com a variedade
RB 835486, houve respostas aos tratamentos Zn e Mn, os quais apresentaram as
produtividades de 91 e 86 toneladas de colmos por hectare, respectivamente enquanto
que no tratamento controle a produção da cana planta foi de 68 t ha
-1
em média (Tabela
16). Assim como no ensaio conduzido na usina Branco Peres (Local 1), este solo
também apresentou teor alto de Mn, mas mesmo assim observou-se aumento
significativo na produção de cana-de-açúcar com a aplicação desse micronutriente.
No ensaio da usina da Pedra, conduzido em um LATOSSOLO Vermelho escuro
cultivado com a variedade SP 81-3250, foi encontrada resposta ao tratamento Mo. A
aplicação desse micronutriente elevou a produtividade da cana-planta em média de 144
46
(tratamento controle) para 156 t ha
-1
(Tabela 16). No experimento conduzido na usina
Nova América, em um ARGISSOLO Vermelho, cultivado com a variedade RB 867515,
foi observada a mesma tendência de resposta, sendo que a resposta à aplicação de Mo
também foi significativa em relação ao tratamento controle, com a produtividade média
aumentando de 103 para 116 t ha
-1
com a aplicação de 2 kg ha
-1
desse micronutriente
(Tabela 16).
Analisando o experimento da usina Moema, houve respostas ao tratamento Zn
que resultaram em produtividade de 157 toneladas de colmo por hectare, sendo
estatisticamente diferente ao controle com 123 t ha
-1
(Tabela 16), num LATOSSOLO
Vermelho cultivado com a variedade SP 81-3250, que apresentava baixo teor de Zn
(Tabela 4). No experimento da usina VO José Bonifácio, em um GLEISSOLO cultivado
com a variedade RB 867515, com teor baixo de Zn, também observou-se resposta
significativa ao tratamento com esse micronutriente, com a produtividade média da
cana-planta aumentando de 128 para 158 t ha
-1
, um ganho de 30 t ha
-1
com a aplicação
de 10 kg ha
-1
de Zn na forma de sulfato (Tabela 16). Segundo HOFFMANN et al.
(2008), as variedades RB 867515, RB 72454 e RB 835486 possuem característica de
alta produtividade agrícola, sendo que as 2 primeiras possuem baixa exigência em solos
e a última média exigência. Conforme COPERSUCAR (1995) a variedade SP 81-3250
possui alta produtividade e boa adaptação em solos de baixa fertilidade, o que talvez
explique as diferenças das amplitudes de respostas em relação a produtividade com a
aplicação das mesmas doses de micronutrientes.
A análise conjunta mostrou que independente do tipo de solo, da variedade e do
local, todos os tratamentos com micronutrientes aumentaram a produtividade agrícola
média da cana-planta (Tabela 20). O maior incremento de produtividade foi obtido com
o tratamento Zn, com diferença significativa de 20 toneladas de colmos por hectare em
relação ao tratamento controle. O Zn atua na síntese do triptofano (precursor do AIA) e
na respiração (MALAVOLTA et al. 1997). MARINHO & ALBUQUERQUE (1981)
também encontraram resposta positiva, com a mesma dose (10 kg ha
-1
), em solos dos
tabuleiros de Alagoas. CAMBRIA et al. (1981) também encontraram respostas à
aplicação de Zn num LATOSSOLO Vermelho-Amarelo arenoso, com a mesma dose e
sugerem que a dose ótima econômica de Zn seria a de 11 kg ha
-1
.
É interessante notar que não foi observada correlação entre os teores foliares e a
produtividade agrícola, pois nem sempre onde se obteve respostas significativas nos
teores foliares se encontrou aumento na produtividade agrícola com o tratamento Zn.
47
Tal fato evidencia a necessidade da realização de mais estudos que busquem definir
melhor as doses de micronutrientes a serem aplicadas na cultura, bem como as faixas de
teores foliares que podem ser consideradas adequadas para a cultura.
Ainda em relação à análise conjunta dos ensaios, verificou-se que o tratamento
Mn também proporcionou ganhos significativos na produção da cana-planta,
aumentando esta em 13 t ha
-1
em relação ao tratamento controle (Tabela 20). O Mn
participa dos processos de fotossíntese e respiração (MALAVOLTA et al. 1997).
AZEREDO & BOLSANELLO (1981) obtiveram aumentos de 27% na produtividade
agrícola com o uso de 5 kg ha
-1
, corroborando os dados apresentados por este trabalho.
O tratamento Cu proporcionou aumentos de produção de colmos de 12 t ha
-1
(Tabela 20). Segundo Malavolta et al. (1997), o Cu também atua nos processos de
fotossíntese e respiração e no metabolismo de compostos secundários. O efeito desse
micronutriente é muito conhecido na região nordeste do Brasil, onde há registros de
ganhos de produtividade superiores a 40 t ha
-1
. MARINHO & ALBUQUERQUE (1981)
encontraram aumento próximo de 47 t ha
-1
com a aplicação de 2,5 kg ha
-1
de Cu na
forma de sulfato.
A análise conjunta mostra ainda que o tratamento com Mo proporcionou ganhos
de 11 toneladas de colmos por hectare em relação ao tratamento controle (Tabela 20). O
Mo age diretamente na fixação biológica de N pela cana-de-açúcar e participa nos
processos de metabolismo do N (MALAVOLTA et al. 1997). Conforme citado em 4.2,
ALVAREZ et al. (1979), observaram aumentos de 20% na produtividade agrícola com a
dose 0,27 kg ha
-1
de Mo, o que indica a necessidade de novos estudos de Mo para a
cultura da cana-de-açúcar
O tratamento completo apresentou produtividades maiores que o controle em
todos os locais, e quando se analisa conjuntamente minimizando os efeitos locais e
ambientais, essas variações positivas passaram a ser tornar significativas. Outros autores
utilizando misturas de micronutrientes, também não encontraram respostas
significativas: ALVAREZ & WUTKE (1963) utilizando 10 kg ha
-1
de sulfato ferroso,
10 kg ha
-1
de bórax, 20 kg ha
-1
de sulfato de cobre, 20 kg ha
-1
de sulfato de manganês e
20 kg ha
-1
de sulfato de zinco e ANDRADE et al. (1995) utilizando 3 kg ha
-1
de Zn;
0,15 kg ha
-1
de B; 1,5 kg ha
-1
de Cu ou com 6 kg ha
-1
de Zn; 0,60 de B e 9 kg ha
-1
de
Cu, nas formas de sulfato, bórax e sulfato respectivamente.
48
Tabela 16 – Efeito da aplicação dos micronutrientes na produtividade de colmos (TCH) da cana-planta em função dos tratamentos e locais.
Tratamento
Branco
Peres 1
Branco
Peres 2
Cocal da Pedra
Nova
América
VO Itapira Moema
VO José
Bonifácio
------------------------------------------------------ t ha
-1
---------------------------------------------------------------
Controle 86 114 68 144 103 86 123 128
Zn 111* 125 91* 155 110 100 157* 158
Mn 116* 121 86* 149 108 94 136 146
Cu 108* 123 77 151 104 94 125 152
B 92 115 69 151 108 98 135 144
Mo 98 123 65 156* 116* 93 136 136
Completo 90 117 74 151 107 100 127 148
Média 100 120 77 151 108 95 134 145
CV (%) 11,3 8,4 11,0 5,3 5,6 12,5 10,8 13,4
F 5,17* 0,90 5,11* 1,2 2,63* 0,89 2,71* 1,24
*: diferem estatisticamente a 10 % pelo teste de comparação de médias de Dunnett em relação ao controle ou teste F (quando assinalado). CV (%): coeficiente de variação em
%.
49
4.5 Qualidade Industrial
A qualidade industrial não foi afetada pelos tratamentos em nenhum dos locais
(Tabela 17). A análise conjunta mostrou resultados semelhantes, a ausência de resposta
dos tratamentos na qualidade industrial (Tabela 20).
Os valores da quantidade aparente de sacarose, expressos em POL%, não
diferiram em nenhum tratamento ou nenhum local (Tabela 18). A análise conjunta
mostrou resultados semelhantes: a ausência de resposta dos tratamentos na qualidade
industrial, sendo o comportamento semelhante aos resultados de ATR (Tabela 20).
Esses dados não corroboram os de FRANCO et al. (2009) que encontraram
respostas significativas à aplicação de 3 kg ha
-1
de Zn, num LATOSSOLO Vermelho-
Amarelo com baixo teor de Zn no solo, para ATR em cana-planta. Porém, a maioria dos
estudos publicados geralmente não mostra resposta da ATR à aplicação de
micronutrientes. KORNDÖRFER et al. (1995) não encontraram respostas de qualidade
tecnológica para micronutrientes utilizando óxidos silicatados em cana–planta, num
NEOSSOLO Quartzarênico, com baixos teores de Mn, Cu, Zn no solo. ANDRADE et
al. (1995) também não encontraram respostas de ATR às aplicações isoladas de B, Cu e
Zn na forma de sais solúveis ou utilizando óxidos silicatados, em um LATOSSOLO
Vermelho escuro com teores médios de B e Cu e baixo de Zn no solo. MARINHO &
ALBUQUERQUE (1981), em três locais diferentes trabalhando com doses de Cu e Zn
em solos franco-arenosos nos tabuleiros alagoanos, não encontraram respostas à
aplicação de Zn na qualidade industrial da cana-planta. Dos 3 locais, os autores
encontraram respostas significativas nos valores de POL % da cana em apenas um local
no segundo corte, com as doses de Zn (5, 10 e 15 kg ha
-1
, embora estas não sejam
diferentes entre si). Os mesmos autores, de 3 locais encontraram em 2 respostas para
POL % da cana em cana-planta para Cu, com a dose de 10 kg ha
-1
, embora esta não
tenha se diferenciado das mais altas.
Segundo HOFFMANN et al. (2008) e COPERSUCAR (1995) todas as
variedades utilizadas nesse estudo possuem altas produções de sacarose, o que pode
explicar a razão de não se ter observado diferença significativa nessa variável entre os
tratamentos.
50
Tabela 17 - Efeito da aplicação de micronutrientes no ATR (Açúcar Total Recuperável) da cana-planta em função dos tratamentos e locais.
Tratamento
Branco
Peres 1
Branco
Peres 2
Cocal Da Pedra
Nova
América
VO Itapira Moema
VO José
Bonifácio
-------------------------------------------------- kg de açúcar t
-1
de cana ------------------------------------------------
Controle 135,48 114 163,28 172,35 132,50 166,22 146,21 161,78
Zn 136,81 125 157,27 170,06 134,10 163,80 155,78 159,72
Mn 135,71 121 162,44 165,32 138,14 162,26 147,11 158,85
Cu 134,78 123 164,00 164,90 132,69 162,28 152,17 157,10
B 134,24 115 155,70 168,65 134,32 161,84 150,53 160,69
Mo 136,82 123 160,55 170,45 135,09 160,50 148,78 165,09
Completo 131,69 117 159,22 168,17 137,96 160,04 151,27 161,42
Média 135,08 119,9 160,39 168,56 134,97 162,42 150,10 160,21
CV (%) 3,5 8,41 3,2 6,66 3,73 3,32 7,32 5,7
F 0,69 0,90 1,85 0,29 1,04 0,75 0,39 0,25
*: diferem estatisticamente a 10 % pelo teste de comparação de médias de Dunnett ou teste F (quando assinalado). ns: não diferem estatisticamente. CV (%): coeficiente de
variação em %.
51
Tabela 18 - Efeito da aplicação de micronutrientes na quantidade de açúcar no caldo (POL caldo) da cana-planta em função dos tratamentos e
locais.
Tratamento Branco
Peres 1
Branco
Peres 2
Cocal da Pedra
Nova
América
VO Itapira Moema
--------------------------------------------------------------- % ----------------------------------------------------------
Controle 16,07 18,41 20,09 19,22 13,34 20,10 17,98
Zn 16,40 18,59 19,34 18,67 13,48 19,67 19,02
Mn 16,25 17,53 20,23 18,05 14,00 19,48 18,28
Cu 16,19 18,03 20,24 18,16 13,35 19,65 18,58
B 16,10 18,62 19,47 18,34 13,56 19,30 18,64
Mo 16,53 18,84 19,92 18,63 13,66 19,26 18,04
Completo 15,80 18,49 19,63 18,44 13,94 19,03 18,46
Média 16,19 21,98 19,85 18,50 13,67 19,50 18,42
CV (%) 4,0 9,0 3,3 8,7 4,2 4,1 6,9
F 0,65 0,40 1,49 0,29 1,05 0,97 0,37
*: diferem estatisticamente a 10 % pelo teste de comparação de médias de Dunnett ou teste F (quando assinalado). ns: não diferem estatisticamente. CV (%): coeficiente de
variação em %.
52
4.6 Produtividade de Açúcar
As respostas da produtividade de açúcar também variaram em função dos locais
e tratamentos. O tratamento Zn foi o mais responsivo, promovendo aumento na
produtividade de açúcar em quatro locais, seguido do tratamento com Mn, com aumento
em dois locais e dos tratamentos com Mo e Cu que promoveram aumento na
produtividade de açúcar em apenas um dos locais estudados.
Na usina Branco Peres (local 1), houve respostas aos tratamentos Zn, Mn e Cu,
para a produtividade de açúcar, sendo essas respectivamente as seguintes: 15,27, 15,73 e
14,57 toneladas de açúcar por hectare (Tabela 19), aumentando em média cerca de 5 t
ha
-1
de açúcar em relação ao tratamento controle que apresentou a TAH de 11,62 t ha
-1
.
Vale ressaltar que os resultados obtidos em TAH refletiram o incremento obtido na
produtividade da cana-planta com a aplicação desses micronutrientes. No ensaio
conduzido na usina Cocal, a variedade RB 835486, também apresentou resposta
significativa à aplicação de Zn e Mn em relação ao TAH. Nesse ensaio a TAH foi de
14,37 e 13,90 com a aplicação de Zn e Mn, ou seja, produtividade de açúcar maior em 4
toneladas em média em relação ao tratamento controle (11,18 t de açúcar ha
-1
) (Tabela
19).
A maior amplitude de resposta em relação ao TAH se deu no ensaio conduzido
na usina Moema, onde observou-se um ganho médio de 6,5 t ha
-1
de açúcar com a
aplicação de Zn na variedade SP 81-3250 (Tabela 18). Na usina Nova América, foi
encontrada resposta significativa à aplicação de Mo para o TAH, com aumento médio
de 2 toneladas de açúcar por hectare, passando de 13,61 para 15,73 t de açúcar ha
-1
, com
a aplicação desse micronutriente (Tabela 19).
Analisando os resultados de TAH de forma conjunta observou-se resposta
significativa em relação a este parâmetro para todos os tratamentos com micronutrientes
(Tabela 20). A maior diferença encontrada foi com a aplicação de Zn, que proporcionou
um ganho médio de 3,07 toneladas de açúcar por hectare em relação ao tratamento
controle. Esses dados corroboram os de FRANCO et al. (2009) que analisando a
produtividade de açúcar encontraram uma maior margem de contribuição com a dose de
3 kg ha
-1
de Zn, quando comparado com o tratamento sem Zn, porém nos resultados
destes autores existiram diferenças quanto ao ATR e não em relação a produtividade de
colmos. WANG et al. (2005), em solos ácidos e em calcáreos do Estado da Louisiana
53
nos EUA, encontraram respostas à produtividade de açúcar, com a variedade LCP 85-
384, aplicando as doses de 4,4 e 8,9 kg ha
-1
de Zn na forma de sulfato. Já ANDRADE et
al. (1995), num estudo realizado no Brasil, com sulfato de zinco e óxidos silicatados não
encontraram respostas à produtividade de açúcar, num LATOSSOLO Vermelho escuro,
com baixos teores de Zn, aplicando doses de 3 e 6 kg ha
-1
de Zn. AZEREDO e
BOLSANELO et al. (1979) também não encontraram respostas em produtividade de
açúcar em um estudo envolvendo LATOSSOLOS Vermelho Amarelo dos Estados do
Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, com a variedade CB 45-3 na dose de
8,75 kg ha
-1
de Zn
Outros tratamentos também proporcionaram ganhos significativos de TAH,
porém em menor amplitude. O tratamento com Mn, quando comparado ao controle,
apresentou diferença de 1,68 tonelada de açúcar (Tabela 20). Esses dados não
concordam com os de AZEREDO & BOLSANELLO (1979) que não encontraram
respostas em produtividade de açúcar em um estudo envolvendo LATOSSOLOS
Vermelho-Amarelo dos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, com
a variedade CB 45-3 na dose de 5 kg ha
-1
de Mn.
Em relação ao tratamento Cu a diferença comparada ao controle foi de 1,49
tonelada de açúcar (Tabela 19). Esses dados não concordam com os de ANDRADE et
al. (1995) que não encontraram diferenças significativas à produtividade de açúcar num
estudo com sulfato de cobre e óxidos silicatados, num LATOSSOLO Vermelho escuro,
cultivado com a variedade SP 70-1143, com as doses de 1,5 e 9,0 kg ha
-1
de Cu.
AZEREDO e BOLSANELO et al. (1979) também não encontraram respostas em
produtividade de açúcar em um estudo envolvendo LATOSSOLOS Vermelho-Amarelo
dos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, com a variedade CB 45-3
na dose de 10,5 kg ha
-1
de Cu. MARINHO & ALBUQUERQUE (1981) constataram
aumento da ordem de 100% na produção de açúcar em um experimento em solos de
tabuleiros de Alagoas, com doses de 2,5; 5,0; 10 e 20 kg ha
-1
de Cu.
O tratamento com B apresentou diferença de 1,06 tonelada quando comparado
ao tratamento controle (Tabela 20), discordando com os dados de de ANDRADE et al.
(1995) que não encontraram diferenças significativas à produtividade de açúcar num
estudo com bórax e óxidos silicatados, num LATOSSOLO Vermelho escuro, cultivado
com a variedade SP 70-1143, nas doses 0,15 e 0,60 kg ha
-1
de B.
54
O tratamento Mo apresentou diferença de 1,35 tonelada de açúcar em
comparação ao tratamento controle (Tabela 20). Existem poucos trabalhos a respeito de
Mo em cana-de-açúcar, e no tocante à produtividade de açúcar não foi encontrado
nenhum.
4.7 Interações produtividade agrícola e teores de solo
As figuras 9, 10, 11 e 12 demonstram as produtividades relativas de colmos da
cana-planta tratada com micronutrientes em relação ao tratamento controle em função
dos teores no solo na camada superficial. Como pode-se observar, não houve resultados
significativos. Em relação a este estudo, a análise de solo não se mostrou um indicador
eficiente para estabelecer níveis críticos para a cultura da cana-de-açúcar. Essa ausência
de resultados provavelmente se deu, devido às pequenas amplitudes de valores dos
teores de micronutrientes encontrados nos solos estudados. Em praticamente todos os
locais estudados os teores encontrados de B, Cu, Mn e Zn não apresentaram grandes
variações o que impossibilitou o estabelecimento de níveis críticos desses elementos
para a cultura.
MARINHO & ALBUQUERQUE (1981) conseguiram estabelecer para Zn e Cu
os níveis críticos de 0,5 mg dm
-3
, com o extrator HCl 0,05 mol L
-1
+ H
2
SO
4
0,025 mol
L
-1
. SANTOS E SOBRAL (1980) em um estudo em solos do Nordeste para a cultura da
cana-de-açúcar, utilizando o mesmo extrator determinaram que o teor de 0,5 mg dm
-3
seria o nível crítico para o Cu.
55
Tabela 19 – Efeito da aplicação de micronutrientes na produtividade de açúcar (TAH) em função dos tratamentos e locais.
Tratamento Branco
Peres 1
Branco
Peres 2
Cocal Da Pedra
Nova
América
VO Itapira Moema
VO José
Bonifácio
-------------------------------------------------------- t ha
-1
-------------------------------------------------------------
Controle 11,62 17,42 11,18 24,83 13,61 14,25 17,94 20,71
Zn 15,27* 19,03 14,37* 26,36 14,75 16,33 24,57* 25,32
Mn 15,73* 17,52 13,90* 24,62 14,95* 15,24 20,03 22,94
Cu 14,57* 18,47 12,66 24,90 13,83 15,33 19,14 23,94
B 12,36 17,56 10,82 25,38 14,54 15,93 20,31 23,17
Mo 13,44 18,94 10,51 26,59 15,73* 14,93 20,28 22,47
Completo 11,88 17,79 11,88 25,40 14,77 16,02 19,18 23,80
Média 13,56 18,11 12,28 25,44 14,60 15,43 20,10 23,23
CV (%) 13,2 8,5 11,3 7,7 6,3 12,5 14,11 14,78
F 4,37* 1,05 4,92* 0,77 3,00* 0,70 2,28* 0,83
*: diferem estatisticamente a 10 % pelo teste de comparação de médias de Dunnett em relação ao controle ou teste F (quando assinalado). CV (%): coeficiente de variação em
%.
56
Tabela 20 – Análise conjunta dos oitos ensaios mostrando o efeito da aplicação de micronutrientes no perfilhamento, produtividade de colmos,
qualidade industrial, quantidade de açúcar no caldo e na produtividade de açúcar.
Tratamento Perfilhamento
Produtividade de
colmos
ATR POL
(1)
Produtividade de
Açúcar
Perfilhos ha
-1
t ha
-1
kg açúcar t
-1
cana Pol % t ha
-1
Controle 91.448 106 153,76 17,89 16,45
Zn 101.882* 126* 153,71 17,89 19,52*
Mn 94.080 119* 151,68 17,68 18,13*
Cu 95.431 118* 152,21 17,74 17,94*
B 98.515* 114* 152,37 17,72 17,51*
Mo 93.931 115* 153,97 17,83 17,80*
Completo 98.791* 114* 152,57 17,68 17,60*
Média 96.442 116 152,67 17,77 17,80
CV (%) 10,9 10,5 5,1 5,6 11,6
F Local 338,9* 147,7* 89,4* 160,1* 174,1*
F Tratamentos 4,23* 9,35* 0,51 0,27 7,66*
F Tratamentos*Local 1,78* 1,25 0,59 0,67 1,14
*: diferem estatisticamente a 10 % pelo teste de comparação de médias de Dunnett em relação ao controle ou teste F (quando assinalado). CV (%): coeficiente de variação em
%.
57
65
70
75
80
85
90
95
100
0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60
Teor no solo Zn (mg dm
-3
)
Produtividade relativa colm
o
(t ha
-1
)
Figura 9 – Produtividade relativa do tratamento controle em função dos teores de Zn no
solo (0 - 0,20 m).
75
80
85
90
95
100
0 5 10 15 20
Teor de Mn no solo (mg dm
-3
)
Produtividade Relativa colmos h
(t ha
-1
)
Figura 10 – Produtividade relativa do tratamento controle em função dos teores de Mn
no solo (0 - 0,20 m).
58
75
80
85
90
95
100
0,08 0,13 0,18 0,23 0,28
Teor de B solo (mg dm
-3
)
Produtividade Relativa colmos h
(t ha
-1
)
Figura 11 – Produtividade relativa do tratamento controle em função dos teores de B no
solo (0 - 0,20 m).
75
80
85
90
95
100
0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Teor de Cu solo (mg dm
-3
)
Produtividade Relativa colmos h
(t ha
-1
)
Figura 12 – Produtividade relativa do tratamento controle em função dos teores de Cu
no solo (0 - 0,20 m).
Os dados apresentados enfatizam a carência de estudos sobre época de
amostragem de folhas, teores dos micronutrientes nas folhas, níveis críticos no solo,
épocas de aplicação, doses dos micronutrientes na cultura da cana-de-açúcar e seus
efeitos nas produtividades agrícola e de açúcar, em solos de baixa fertilidade que não
receberam resíduos (torta de filtro e vinhaça) do Estado de São Paulo.
59
5. CONCLUSÕES
A aplicação de Zn e Mo, no sulco de plantio foi capaz de aumentar o conteúdo
foliar destes micronutrientes;
A aplicação dos micronutrientes (Zn, Mn, Cu, B e Mo) em solos de baixa
fertilidade aumentou a produtividade agrícola e industrial (açúcar) da cana-
planta;
A qualidade industrial não foi alterada pela aplicação de micronutrientes em
cana-planta;
As respostas da cana-planta variam conforme tipo de solo, variedades e
condições edafoclimáticas;
O Zn foi o micronutriente que proporcionou maiores ganhos de produtividade
(20 t ha
-1
em análise conjunta) em cana-planta.
60
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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67
ANEXOS
TABELA 21 – Receita obtida com a quantidade de ATR, diferença entre a receita obtida e o
custo de tratamento e o lucro com o tratamento em função dos tratamentos.
Tratamento
Receita t de ATR
Diferença entre a
receita t de ATR e o
custo do tratamento
Lucro com o tratamento
R$ R$ R$
T1 5560,10 5560,10
T2 6597,76 6527,76 967,66
T3 6127,94 6029,86 469,76
T4 6063,72 5832,47 272,37
T5 5918,38 5876,84 316,74
T6 6016,40 5785,63 225,53
T7 5948,80 5277,17 - 282,93
Valor ATR: R$ 338,00 (http://ciagri.iea.sp.gov.br/nia1/precos_medios_bio.aspx?cod_sis=2) 06 de março de 2010.
Custo dos tratamentos: levantado junto à FERTITEC INSUMOS S.A.
68
Tabela 22 - Matriz de correlação linear simples entre os teores foliares (controle) e teores disponíveis no solo (0-0,20 e 0,20-0,40 m)
Bf Cuf Fef Mnf Znf Bs1 Cus1 Fes1 Mns1 Zns1 Bs2 Cus2 Fes2 Mns2 Zns2
Bf 1,000
Cuf 0,037 1,000
Fef - 0,443 0,406 1,000
Mnf - 0,685 0,080 - 0,054 1,000
Znf - 0,742* 0,137 0,199 0,622 1,000
Bs1 - 0,353 - 0,431 - 0,446 0,248 0,582 1,000
Cus1 0,248 0,858* 0,427 - 0,391 - 0,063 - 0,350 1,000
Fes1 - 0,158 0,702 0,501 0,126 0,106 - 0,585 0,490 1,000
Mns1 - 0,305 0,817* 0,286 0,518 0,465 - 0,244 0,458 0,812* 1,000
Zns1 - 0,279 0,656 0,341 0,245 0,599 0,219 0,603 0,099 0,495 1,000
Bs2 - 0,811* 0,114 0,137 0,730* 0,936* 0,614 - 0,122 0,039 0,445 0,565 1,000
Cus2 0,183 0,904* 0,304 - 0,200 0,085 - 0,211 0,966* 0,443 0,563 0,735* 0,041 1,000
Fes2 0,008 0,834* 0,360 0,107 0,107 - 0,546 0,622 0,945* 0,870* 0,264 0,003 0,624 1,000
Mns2 - 0,238 0,812* 0,213 0,546 0,267 - 0,316 0,437 0,694 0,918* 0,451 0,375 0,546 0,742* 1,000
Zns2 0,474 0,112 - 0,302 - 0,272 - 0,457 - 0,114 0,197 -0,146 - 0,114 - 0,093 - 0,221 0,177 - 0,138 0,189 1,000
Bf: B foliar, Cuf: Cu foliar; Fef: Fe foliar; Mnf: Mn foliar; Znf: Zn foliar; Bs1: B solo 0 – 0,20m; Cus1: Cu solo 0 – 0,20m; Fes1: Fe solo 0 – 0,20m;
Mns1: Mn solo 0 – 0,20m; Zns1: Zn solo 0 – 0,20m; Bs2: B solo 0,20 – 0,40 m; Cus2: Cu solo 0,20 – 0,40 m; Fes2: Fe solo 0,20 – 0,40 m; Mns2:
Mn solo 0,20 – 0,40 m; Zn2: Zn solo 0,20 – 0,40 m.
69
Figura 11 – Precipitação pluviométrica do plantio a colheita no ensaio da Usina Branco
Peres (local 1).
Figura 12 - Precipitação pluviométrica do plantio a colheita no ensaio da Usina Branco
Peres (local 2).
70
Figura 13 - Precipitação pluviométrica do plantio a colheita no ensaio da Usina Cocal
Figura 14 - Precipitação pluviométrica do plantio a colheita no ensaio da Usina Nova
América
71
Figura 15 - Precipitação pluviométrica do plantio a colheita no ensaio da Usina da
Pedra
Figura 16 - Precipitação pluviométrica do plantio a colheita no ensaio da Usina VO
Itapira
72
Figura 17 - Precipitação pluviométrica do plantio a colheita no ensaio da Usina Moema
Figura 18 - Precipitação pluviométrica do plantio a colheita no ensaio da Usina VO
José Bonifácio.
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