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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
CENTRO DE ENERGIA NUCLEAR NA AGRICULTURA
MARCELO LEANDRO FEITOSA DE ANDRADE
Deficiência nutricional em três espécies florestais nativas brasileiras
Piracicaba
2010
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MARCELO LEANDRO FEITOSA DE ANDRADE
Deficiência nutricional em três espécies florestais nativas brasileiras
Piracicaba
2010
Dissertação apresentada ao Centro de Energia
Nuclear na Agricultura, Universidade de São
Paulo, para obtenção do título de Mestre em
Ciências
Área de Concentração: Biologia na Agricultura e
no Ambiente
Orientador: Prof. Dr. Antonio Enedi Boaretto
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AUTORIZO A DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER
MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE
QUE CITADA A FONTE.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Seção Técnica de Biblioteca - CENA/USP
Andrade, Marcelo Leandro Feitosa de
Deficiência nutricional em três espécies florestais nativas brasileiras / Marcelo
Leandro Feitosa de Andrade; orientador Antonio Enedi Boaretto. - - Piracicaba,
2010.
156 f.: il.
Dissertação (Mestrado – Programa de Pós-Graduação em Ciências. Área de
Concentração: Biologia na Agricultura e no Ambiente) – Centro de Energia Nuclear
na Agricultura da Universidade de São Paulo.
1. Árvores florestais 2. Deficiências minerais de plantas 3. Diagnose foliar 4.
Ecologia florestal 5. Fotossíntese 6. Microscopia eletrônica 7. Transpiração vegetal
I. Título
CDU 631.811:630*16
Há todos os membros de minha família,
em especial à minha mãe Ivanete Feitosa de Andrade,
ao meu padrasto José Carlos dos Santos,
pelo carinho, confiança e lutas diárias que tivemos juntos e unidos.
OFEREÇO E DEDICO
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientado, Prof. Dr. Antonio Enedi Boaretto, não somente pela constante e necessária
orientação nesta dissertação, mas, sobretudo pelo convívio único dos maiores profissionais e
humanos, de postura ética e exemplar, verdadeiro, amigo e incentivador que já conheci.
Aliada a uma orientação pontual, consistente e honesta, este grande mestre me proporcionou
autonomia e grandes lições desde que cursava sua disciplina na graduação até o final do
desenvolvimento do meu mestrado. Tais atitudes contribuíram para minha aprendizagem
profissional e humana.
À todos aos colegas, amigos e professores do curso de graduação em Ciências Biológicas, da
Casa do Estudante Universitário (C.E.U) e dos Departamentos Ciências Biológicas, Ciências
Florestais, Sociologia, Licenciatura e Engenharia que realizei estágios na gloriosa
ESALQ/USP, com quem convivi e aprendi do início da minha graduação, em 2003, até o
último dia antes da minha decolagem para o Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade.
Ao colega do Laboratório de Nutrição Mineral de Plantas: Denis, José Lavres, Vivian,
Thiago, André, Miguel, Carlos, Amanda, Carolina, Henrique, Iracema, Adriana, Lilian,
Victor, Lúcia, Ademir e em especial aos colegas Leila Figueiredo, Juliana Nassin e Milton
Ferreira de Moraes sempre prestativos desde as conversas iniciais no laboratório, pela
incansável ajuda na montagem e na condução dos meus experimentos, coleguismo nas
dúvidas científicas, trocas de artigos científicos e outros, meu eterno muito obrigado
À todos os colegas do CENA, alunos da Pós-Graduação e funcionários
À bibliotecária chefe do CENA/USP, Marilia Ribeiro Garcia Henyei, pela revisão, correções e
sugestões na parte final desta dissertação
À Profa. Dra. Neusa de Lima Nogueira e Mônica pela disponibilidade, carinho e atenção nas
análises envolvendo a microscopia eletrônica de transmissão, dicas de técnicas laboratoriais e
de redação científica.
Ao Prof. Dr. Cássio Hamilton Abreu Júnior pela simpatia no convívio, total disponibilidade
em ajudar, profissionalismo e pela troca de experiências.
À Cleusa P. Cabral e a Henriqueta M. G. Fernandes pessoas especiais que me acompanhou
diariamente no laboratório e ao logo de todo meu trabalho, sempre prestativas e dispostas a
ajudar na condução do meu experimento e que me proporcionaram momentos agradáveis no
laboratório, aprendi muitíssimo com vocês e grande parte deste trabalho devo a vocês
Ao Prof. Dr. Eurípedes Malavolta (In Memoriam) uma eterna lenda para a ciência com quem
tive o prazer de conviver e aprender no Laboratório de Nutrição Mineral de Plantas do CENA.
Meu eterno muito obrigado a todos
RESUMO
ANDRADE, M. L. F. Efeito da deficiência nutricional em três espécies florestais nativas.
2010. 156 f. Dissertação (Mestrado) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura,
Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2010.
A recuperação e a restauração florestal de ecossistemas degradados podem não acontecer das
maneiras desejadas, se houver carência nutricional ou suprimento inadequado de nutrientes às
plantas no estádio inicial de desenvolvimento de espécies florestais nativas. O objetivo da
presente investigação foi avaliar os efeitos da deficiência de nutrientes nas plantas na fase
inicial de desenvolvimento das espécies florestais nativas Schinus terebinthifolius Raddi
(aroeira-pimenteira), Cordia superba Cham. (baba-de-boi) e Cariniana estrellensis (Raddi)
Kintze (jequitibá-branco). Foram observadas as alterações ultra-estruturais e teciduais das
células do mesofilo das folhas, foi descrita a sintomatologia visual de deficiência nutricional,
foram feitas as determinações de teores de macro e micronutrientes, das taxas de assimilação
de gás carbônico e de transpiração, e as mensurações da altura e da produção de biomassa. O
experimento foi conduzido em casa de vegetação, em blocos ao acaso, com três repetições e
treze tratamentos para cada espécie, empregando a técnica de diagnose por subtração (-N, -P,
-K, -Ca, -Mg, -S, -B, -Cu, -Fe, -Mn, -Mo, -Zn), sendo que em um dos tratamentos, as espécies
nativas foram cultivadas em solução nutritiva completa, com todos os macros e
micronutrientes. Durante o experimento e em sua análise, foi observada a seqüência de
eventos que motivaram os sintomas de deficiência e a diminuição na produção de biomassa.
Sabe-se que falta de um nutriente provoca alteração molecular, o que alterou as ultra-
estruturas celulares das folhas que foram observadas por microscopia. Essas modificações
celulares provocaram alterações no tecido vegetal que induziram nas plantas os sintomas
visuais específicos de cada nutriente que foram descritos. Como efeito fisiológico da
deficiência nutricional, de forma geral, constataram-se diminuições nas taxas de fotossíntese e
de transpiração e, por conseguinte, na produção de biomassa. Estes resultados claramente
evidenciam o fato de que projetos de implantação de florestas ou de recuperação e restauração
de ecossistemas degradados por meio do plantio das três espécies florestais nativas, em solos
que necessitem de suplementação nutricional, poderão ter seu sucesso comprometido se não
houver complementação nutricional.
Palavras-chave: Sintomatologia de carência. Microscopia. Fotossíntese. Transpiração.
Seqüestro de carbono.
ABSTRACT
ANDRADE, M. L. F. Nutritional deficiency in three Brazilian native forest species. 2010.
156 f. Dissertação (Mestrado) – Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de
São Paulo, Piracicaba, 2010.
The recovery and forest restoration of degraded ecosystems may not be occur as desired if
there is a nutritional deficiency or an inadequate supply of nutrients in the initial phase
development of native forest species. The objective of this research was to evaluate the
macronutrient and micronutrient deficiency effects on Brazilian native species young plants:
Schinus terebinthifolius Raddi, Cordia superba Cham. and Cariniana estrellensis (Raddi)
Kintze. Ultrastructural and tissue of the mesophyll cells of leaves changes were observed by
microscopy, the visual symptom of nutritional deficiencies were described, the nutrient
contents were analyzed, the carbon assimilation and transpiration rates were measured, the
plant heights and the biomass production were measured. The experiment was carried on a
greenhouse in a randomized block design with three replications and thirteen treatments for
each species, using the technique of diagnosis by subtraction (-N, -P, -K, -Ca, -Mg, -S, -B, -
Cu, -Fe, -Mn, -Mo, -Zn) and in one of the treatments the species were grown in a nutrient
solution with all macro and micronutrients. It was observed, during the experiment and its
analysis, a sequence of events that caused the visual symptoms and decreased the biomass
production. It is known that the nutrient deficiency causes molecular alterations, which
consequently led the changes in cellular ultrastructure of the leaves and they were observed
by microcopy. These cellular changes caused modifications in the foliar tissue, and the plants
showed specific visual symptoms of each nutrient, which they were described. As
physiological effect of nutritional deficiency, in general decreases the photosynthesis and
transpiration taxes, and consequently the biomass production were decreased. These results
clearly project that forest implantation or recovery and restoration of damaged ecosystems by
planting the three native species in soils that require nutritional supplementation may have its
success compromised if there is no a nutritional supplementation.
Keywords: Nutrient deficiency symptom. Microscopy. Photosynthesis. Transpiration. Carbon
sequestration.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10
2. HIPÓTESE .......................................................................................................................... 12
3. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 12
3.1 Objetivo geral ................................................................................................................................. 12
3.2 Objetivos específicos ...................................................................................................................... 12
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 13
4.1 A crescente a procura por projetos de recuperação e de restauração florestal de áreas
degradadas ............................................................................................................................................ 13
4.2 A fotossíntese e os nutrientes minerais ......................................................................................... 16
4.3 A nutrição mineral das espécies florestais nativas ...................................................................... 21
4.4 Caracterização das três espécies florestais nativas do estudo .................................................... 23
5. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 26
5.1 Técnica de carência e omissão de nutrientes minerais essenciais às plantas ............................ 27
5.2 Diagnose visual ............................................................................................................................... 29
5.3 Determinação da taxa de assimilação de gás carbônico e de transpiração ............................... 29
5.4 Preparo das amostras para a Microscopia Eletrônica de Transmissão e Óptica ..................... 33
5.5 Avaliações da altura e produção de biomassa seca ..................................................................... 38
5.6 Determinação dos teores de macronutrientes e micronutrientes ............................................... 38
5.7 Determinação do teor de carbono total via seca por combustão ................................................ 39
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 40
6.1 Efeito da deficiência nutricional nas ultra-estruturas e tecidos das folhas de jequitibá-branco
................................................................................................................................................................ 41
6.2 Diagnose visual e avaliação do teor dos nutrientes ..................................................................... 56
6.3 Efeito da deficiência nutricional na taxa de assimilação de gás carbônico e na transpiração de
jequitibá-branco ................................................................................................................................. 113
6.4 Efeito da deficiência nutricional na altura e produção de biomassa seca ............................... 137
6.5 Efeito da deficiência nutricional no estoque de carbono do caule de aroeira-pimenteira ..... 147
7. CONCLUSÕES ................................................................................................................. 148
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 151
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 152
10
1. INTRODUÇÃO
É crescente o aumento da preocupação social tanto ao destino das áreas degradadas,
quanto também ao destino dos fragmentos florestais remanescentes, de modo que atividades
de produção sem um planejamento ambiental adequado e que tenham como conseqüência a
degradação ambiental, estão fadadas a sanções cada vez mais restritivas não só no aspecto
legal, mas também na própria consolidação do mercado consumidor, que está cada vez mais
exigente.
A recuperação de áreas degradadas só recentemente adquiriu o caráter de uma área de
conhecimento, sendo denominada por alguns autores como ecologia da restauração, com
avanços muito promissores tanto para o sucesso dessa atividade, como para o conhecimento
científico da dinâmica desses ambientes degradados.
Desta forma, a implantação de florestas, a recuperação e a restauração de ecossistemas
degradados, por meio do reflorestamento com espécies florestais nativas, são algumas ações
que contribuem não somente como alternativa de manutenção da biodiversidade, para a
recuperação da função ambiental das áreas de preservação permanente e reserva legal, mas
também, para a redução da concentração do gás carbônico na atmosfera, pelo seqüestro
florestal de carbono.
Considerando isso, tem sido crescente a procura e incentivos por projeto de
recuperação e restauração de áreas degradadas por meio do reflorestamento com espécies
nativas. Todavia, as espécies florestais nativas têm exigências nutricionais e respostas ao
stress nutricional diferenciados e a complementação nutricional é um dos principais fatores
determinantes do sucesso de projetos de recuperação florestal (SORREANO, 2006). Além
disso, o suprimento inadequado de um nutriente mineral resulta em distúrbio nutricional que
se manifesta por sintomas de deficiência característicos. Tais distúrbios podem estar
relacionados às funções desempenhadas pelos nutrientes no metabolismo e o funcionamento
normal da planta (TAIZ; ZIEGER, 2004). Desta forma, a nutrição mineral é um fator
importante da fisiologia das árvores, uma vez que o suprimento adequado de certos elementos
minerais é essencial para o sucesso do crescimento das espécies nativas.
As plantas requerem oxigênio, água, dióxido de carbono, nitrogênio e outros nutrientes
necessários aos seus vários processos de síntese. Entre suas principais funções, os nutrientes
minerais são constituintes dos tecidos da planta, catalisadores em várias reações, reguladores
osmóticos, constituintes do sistema tampão e reguladores da permeabilidade da membrana
(KRAMER; KOSLOWSKI, 1960).
11
Pode-se inferir, deste modo, que a carência ou o suprimento inadequado de nutrientes
minerais, para espécies florestais nativas, pode comprometer o sucesso de projetos de
recuperação e de restauração florestal que utilizam espécies florestais nativas.
Na agronomia, conhecer as necessidades nutricionais das plantas, em cada estágio
fisiológico, constitui uma ferramenta importante para estabelecer as quantidades de nutrientes
a serem aplicadas através dos fertilizantes e, assim, obter as melhores produções.
O interesse de se conhecer as necessidades nutricionais das plantas, em cada estágio
fisiológico, se prende ao fato de se determinar as épocas em que os elementos são mais
exigidos e em que, portanto, a adubação deve fornecê-los, na possibilidade de corrigir as
eventuais deficiências nutricionais e na avaliação do estado nutricional, por se ter variação na
composição de órgãos diagnósticos (MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997).
Atualmente, na área ambiental, mais precisamente na recuperação e restauração de
áreas degradadas, por meio do reflorestamento com espécies florestais nativas, a nutrição e
adubação destas espécies têm se apoiado, geralmente, no empirismo ou em recomendações de
outras culturas florestais, principalmente recomendações para adubação da espécie florestal
exótica, do gênero Eucaliptus, resultando na aplicação de quantidade insuficiente ou
excessiva de adubos e, portanto, numa nutrição desbalanceada.
Conhecer as épocas em que os elementos são mais exigidos e saber quais são os
sintomas de deficiência de determinado nutriente mineral são, sem dúvida, auxílios
importantes para corrigir deficiências nutricionais com a adubação quantitativamente e
qualitativamente correta.
Desta forma, haverá não somente economia de fertilizantes, mas também, os insumos
excedentes não causarão a contaminação do solo e dos aqüíferos que estarão próximos da
intervenção.
12
2. Hipótese
A deficiência de um nutriente pode comprometer o sucesso dos projetos de
recuperação florestal de áreas degradadas, de restauração florestal e de reflorestamento para
seqüestro de carbono, que utilizam para estes fins o plantio de espécies florestais nativas.
3. Objetivos
3.1 Objetivo geral
Avaliar os efeitos da deficiência de macronutriente e micronutrientes em plantas
jovens de Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-pimenteira), Cordia superba Cham. (baba-
de-boi) e Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze (jequitibá-branco), espécies florestais nativas
indicadas e usadas na recuperação de áreas degradadas, restauração florestal, e em projetos de
reflorestamento para seqüestro de carbono.
3.2 Objetivos específicos
Avaliar e discutir, as alterações ultra-estruturais e teciduais em folhas de Cariniana
estrellensis (Raddi) Kintze (jequitibá-branco) causadas pela deficiência de macronutrientes.
Realizar diagnose visual e determinar teores dos nutrientes nas plantas das três
espécies florestais nativas, além avaliar a taxa de assimilação de gás carbônico e de
transpiração Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze (jequitibá-branco).
Por fim, avaliar os parâmetros biométricos, incluindo a conseqüência da deficiência do
nutriente na altura e na produção de biomassa seca, além de determinar o teor de carbono no
caule de aroeira-pimenteira, para avaliar o estoque de carbono presente no caule destas
plantas.
Com isso, será possível avaliar como a ausência dos nutrientes minerais das plantas
pode comprometer o desenvolvimento vegetal das plantas das três espécies florestais deste
estudo.
13
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 A crescente a procura por projetos de recuperação e de restauração florestal de
áreas degradadas
A perda e degradação de hábitat, juntamente com a super exploração das florestas e a
introdução de espécies exóticas, são as maiores causas da extinção de espécies e, por
conseguinte, perda de biodiversidade no planeta.
Este declínio da biodiversidade vem preocupando a comunidade científica em todo o
mundo, sendo esta preocupação mais acentuada nos países tropicais, como o Brasil.
Se por um lado habitats tropicais contêm mais da metade das espécies da biota
mundial, por outro apresentam as mais altas taxas de degradação, resultando na extinção de
muitas espécies e, conseqüentemente, na perda irreversível da diversidade biológica
(WILSON, 1997).
Diante disso, a importância da restauração das áreas degradadas surge como
alternativa de manutenção da biodiversidade. Embora sua prática possa ser desencorajada
pelo lento desenvolvimento das florestas e pela complexidade de algumas formações
florestais, tem despertado grande interesse como uma ferramenta complementar à biologia da
conservação na preservação de espécies e comunidades ao redor do mundo (YOUNG, 2000) e
na manutenção da diversidade das comunidades florestais tropicais.
Mesmo que a restauração seja uma atividade muito mais custosa do que o simples
abandono das áreas degradadas à sucessão natural, sua prática possibilita várias vantagens,
tendo em vista que os reflorestamentos, principalmente quando feitos com espécies nativas,
podem servir como catalisadores da sucessão nas áreas restauradas.
Mas por que atualmente tem sido crescente a procura por projetos de recuperação e de
restauração de áreas degradadas por meio do reflorestamento com espécies nativas?
Respondendo a esta pergunta poderia ser dito inicialmente que a lei nº 6938, de 31 de
agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, salienta que esta
política tem por objetivo a preservação, a melhoria e recuperação da qualidade ambiental
propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico,
aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos,
entre outros princípios, o da recuperação de áreas degradadas (BRASIL, 1981). Neste
contexto, o Código Florestal, lei nº 4771, 15 de setembro de 1965, traz também duas
14
importantes definições e obrigações que, caso a propriedade agrícola tenha áreas degradadas
por causa da ação antrópica, há obrigatoriedade de recuperá-las: as áreas de preservação
permanente - apos e a reserva legal (BRASIL, 1965).
As áreas de preservação permanente são áreas protegidas, cobertas ou não por
vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a
estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e
assegurar o bem estar das populações humanas. São exemplos de áreas de preservação
permanente, as florestas e demais formas de vegetação natural, situadas ao longo dos rios ou
de outro qualquer curso d’água, nas nascentes, ou nos chamados "olhos d’água", no topo de
morros, montes, montanhas e serras; nas encostas ou partes destas com declividade superior a
45° equivalente a 100% na linha de maior declive; nas restingas, como fixadoras de dunas ou
estabilizadoras de mangues; nas bordas dos tabuleiros ou chapadas e em altitude superior a
1.800 (mil e oitocentos) metros, entre outras áreas assim declaradas por ato do Poder Público.
A reserva legal é uma área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,
excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à
conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao
abrigo e proteção de fauna e flora nativas.
O tamanho da Reserva Legal é definido de forma diferenciada para as regiões do país,
sendo de 80%, em propriedade rural situada em área de floresta localizada na Amazônia legal;
de 35% na propriedade rural situada em área de cerrado localizado na Amazônia Legal, e de
20% na propriedade rural situada em área de floresta, campos gerais ou outras formas de
vegetação nativa localizada nas demais regiões do país.
Desta forma, caso a propriedade agrícola possua as áreas de preservação permanente e
de reserva legal degradadas, há obrigatoriedade de recuperá-las com a restauração de áreas
degradadas por meio do reflorestamento com espécies florestais nativas.
Com o aumento da certificação de propriedades agrícolas, onde são somente
certificados os produtos e subprodutos oriundos de propriedades agrícolas que estejam
ambientalmente corretas, ou seja, que principalmente tenham sua reserva legal constituída ou
que esteja no processo de restauração, os proprietários são forçados pela exigência do
mercado a realizarem a adequação ambiental em suas propriedades.
Além disso, atualmente, as análises temporal e espacial das mudanças do uso do solo e
o monitoramento do espaço agrícola, em muitas regiões, já estão sendo feitos com maior
freqüência, com o uso de técnicas de geoprocessamento, principalmente sistemas de
15
informações geográficas - SIG e fotointerpretação de fotografias aéreas e imagens de satélites,
pelos órgãos responsáveis pela fiscalização ambiental.
Neste sentido, os termos de ajustamento de conduta, que obriga os proprietários a
realizarem a adequação ambiental em suas propriedades agrícolas, estão se tornando mais
freqüentes, fazendo com que cresça a procura por projetos de recuperação e de restauração de
áreas degradadas por meio do reflorestamento.
Recentemente, projetos de implantação de florestas e de restauração florestal de áreas
degradadas para o “seqüestro de carbono” e permitir o superávit de “créditos de carbonos”
estão sendo requisitados e aplicados, pois são algumas ações que contribuem para a redução
da concentração do CO
2
na atmosfera. É sabido que o aumento das emissões dos gases do
efeito estufa e sua conseqüente contribuição para aquecimento global é um dos principais
problemas ambientais atuais. A principal causa do aumento do efeito estufa é o aumento na
atmosfera das concentrações de gases como gás carbônico, óxido nitroso e metano, que são
provenientes principalmente da queima de combustível fósseis, do desmatamento de florestas
e das atividades agropecuárias. Considerando isso, na Convenção do Clima de 1994, definiu-
se como seqüestro florestal de carbono à mitigação biológica, ou seja, à forma natural de
seqüestrar CO
2
pelos vegetais, por meio da fotossíntese, cujo processo permite fixar carbono
em forma de matéria lenhosa nas plantas (FUJIHARA; PARIS, 2005). A diminuição do
uso e a substituição de combustíveis fósseis, o fim do desmatamento das florestas nas áreas
tropicais e a restauração florestal de áreas degradadas são as principais alternativas para a
mitigação do rápido aumento do efeito estufa e, conseqüentemente, o aquecimento global.
O CO
2
é um dos mais importantes gases do efeito estufa, não só pelo volume de
emissão, como também por fazer parte de um ciclo onde é captado pelas plantas, pelo
processo de fotossíntese. Através deste processo, os organismos fotossintetizantes como, por
exemplo, as plantas, retiram o gás carbônico da atmosfera e incorporam-no em seus
compostos orgânicos, além de liberar gás oxigênio. São justamente esses compostos orgânicos
que farão parte da biomassa das espécies florestais, que será alvo deste futuro estudo.
Essa retirada de gás carbônico pelos organismos fotossintetizantes vegetais e
incorporação na biomassa dos vegetais é comumente conhecida como “seqüestro de carbono”,
termo que foi consagrado pela Conferência de Kyoto, em 1997 (SCARPINELLA, 2002).
Considerando isso, tem sido crescente a procura e incentivos por projeto de
recuperação de áreas degradadas por meio do reflorestamento com espécies nativas, visando o
seqüestro florestal de carbono.
16
4.2 A fotossíntese e os nutrientes minerais
A energia solar é, em última análise, a energia que sustenta a vida na Terra, sendo que
a fotossíntese é o único processo de importância biológica que pode converter esta energia em
substâncias disponível para os seres vivos.
Basicamente na fotossíntese, a planta usa a energia do sol para oxidar a água e, assim,
produzir oxigênio, e para reduzir o gás carbônico, produzindo compostos orgânicos,
principalmente açúcares.
A série completa de reações que culmina na redução do CO
2
inclui as reações nas
tilacóides e as reações de fixação de carbonos. As reações nas tilacóides produzem compostos
ricos em energia (ATP e NADPH), os quais são usados para a síntese de açúcares nas reações
de fixação de carbono. Esses processos de síntese ocorrem no estroma do cloroplasto, região
aquosa que circunda as tilacóides (TAIZ; ZIEGER, 2004; RAVEN, 1996; EPSTEIN;
BLOOM, 2006).
Neste contexto, em plantas superiores, o tecido fotossintético mais ativo é o mesofilo,
sendo que são nas células do mesofilo que estão os pigmentos especializados para a captação
da luz, as clorofilas. Logo, nutrientes envolvidos na composição a clorofila prejudicam a
principal função desta molécula: ser molécula chave para o processo de fotossíntese. Um
exemplo disso é o nitrogênio, nutriente exigido em grandes quantidades pelas plantas, e
absorvido pelas raízes, principalmente, na forma de nitrato e amônio (MARSCHNER, 1995).
A importância do nitrogênio nas plantas e nos demais organismos vivos deve-se
principalmente, porque esse elemento participa na composição de aminoácidos e proteínas. O
nitrogênio tem papel estrutural fazendo parte dos nucleotídeos, os quais formam os ácidos
nucléicos (DNA e RNA) na própria molécula de clorofila, bem como é constituinte de
amidas, coenzimas, hexoaminas, entre outros, participando também na formação de pontes de
hidrogênio estabilizando e dando a conformação apropriada às enzimas e aos ácidos nucléicos
(EPSTEIN; BLOOM, 2006). Além disso, o nitrogênio tem a importante função como ligante
de íons metálicos, principalmente na forma de anéis heterocíclicos, como por exemplo, na
clorofila. Dependendo da espécie de planta, do estádio de desenvolvimento e do órgão a
quantidade de nitrogênio para o crescimento ótimo varia entre 2 a 5 % do peso da planta
(KERBAUY, 2004).
Outro nutriente importante para o processo de fotossíntese e, por conseguinte, para o
desenvolvimento vegetal é o fósforo. Embora o fósforo seja pouco exigido pela planta, é um
17
dos nutrientes mais utilizados na adubação dos solos brasileiros. A falta deste nutriente é o
que mais restringe a produção agrícola no Brasil (PRADO; CASALI, 2006). Isso se deve uma
vez que o fósforo é componente de macromoléculas, como as responsáveis pela informação
genética e pela síntese protéica (DNA, RNA) e dos fosfolipídios, formadores da membrana
plasmática, bem como é constituinte da molécula de adenosina trifosfato – ATP, utilizada no
metabolismo energético das plantas, como os processos de absorção ativa e síntese de vários
compostos orgânicos (EPSTEIN; BLOOM, 2006; RAVEN, 1996). A participação da
composição destas moléculas energéticas faz com que o fósforo, mesmo requerido em
pequena quantidade, ser fundamental para o desenvolvimento celular vegetal e,
conseqüentemente, para o desenvolvimento morfológico e fisiológico vegetal. O DNA e o
RNA são importantes no armazenamento e transferência da informação genética,
respectivamente. Em ambos, o fosfato forma uma ponte entre as unidades de ribonucleosídeos
para formar as macromoléculas (TAIZ; ZIEGER, 2004).
O potássio também é um nutriente fundamental para o desenvolvimento vegetal. O
potássio, em termos gerais, é o segundo nutriente em exigência pelas culturas, não sendo tão
limitante no solo quanto o fósforo. Depois do fósforo, é o nutriente mais consumido pela
agricultura brasileira (PRADO; CASALI, 2006). Na planta, o potássio não é incorporado a
nenhum composto orgânico, permanecendo dentro do vegetal na forma iônica. Dessa forma
suas funções são estritamente regulatórias de processos fisiológicos. Entre essas funções são
citadas: ativação enzimática para um grande número de enzima, balanço de cátion/ânions,
abertura e fechamento dos estômatos, participação no controle das relações hídricas das
plantas, transporte de açúcares, síntese de proteína e produção de ATP (KERBAUY, 2004).
O cálcio possui papel estrutural, tendo em vista que este elemento está presente nos
pectatos de cálcio, componente da lamela média, e regula o metabolismo da planta. O cálcio
também atua como mensageiro secundário ativando uma proteína chamada calmodulina, a
qual, por sua vez, ativa uma série de enzimas (MALAVOLTA, 1980). No processo
metabólico, o cálcio afeta a atividade de hormônios e de enzimas, como os que regulam a
senescência e a abscisão das folhas e frutos (MALAVOLTA, 1980; MENGEL; KIRKBY,
1987; MARSCHNER, 1995).
Na fotossíntese, um nutriente de fundamental importância é o magnésio, pois este
nutriente é o átomo central da molécula de clorofila, sendo que, entre 6 a 25 % do magnésio
total está ligado á molécula de clorofila (TAIZ; ZIEGER, 2004). Além disso, a função do
magnésio nas plantas está relacionada com ativação enzimática a partir da ponte entre a
molécula da enzima e o ATP ou ADP. Isso porque possui a capacidade para interagir com
18
ligantes nucleofílicos (ex. grupos fosforil) através de ligações iônicas, e atuar como um
elemento de ligação e ou formar complexos de diferente estabilidade. O magnésio forma um
composto ternário com enzimas na qual a ligação de cátions é necessária para estabelecer uma
geometria precisa entre enzima e substrato como, por exemplo, a RuBP carboxilase. Uma
grande proporção do magnésio total está envolvida na regulação do pH celular e no balanço
cátion/ânion (PRADO; CASALI, 2006). O principal local de armazenamento do magnésio é o
vacúolo, que tem grande importância na homeostase do “pool” metabólico, e também no
balanço cátion/ânion e regulação do turgor das células (PRADO; CASALI, 2006). Além
disso, o magnésio das folhas também está firmemente ligado à pectatos na parede celular ou
precipitado como sal solúvel no vacúolo, como fosfato.
A necessidade de enxofre pelas plantas é devida ao fato deste nutriente ser
componente estrutural dos aminoácidos cisteina, metionina e, conseqüentemente, de várias
proteínas, além do ácido lipóico, coenzima A, tiamina pirofosfato (vitamina B1), glutationa,
biotina (vitamina H), entre outros (MALAVOLTA, 1980). Os aminoácidos essenciais cisteina
e metionina são precursores de outros compostos contendo enxofre tais como, coenzimas e
produtos secundários das plantas (PERES, 2005). O enxofre em sua forma não reduzida,
conhecida como éster sulfato, é um componente de sulfolipídios, constituinte estrutural de
todas as membranas biológicas.
Com relação ao papel do enxofre no processo de fotossíntese justifica-se uma vez que
o grupo sulfidrilo (-SH) atua como grupo funcional de muitas enzimas e coenzimas como a
urease, sulfotransferase e a coenzima A. Na rota glicolítica, por exemplo, a descarboxilação
do piruvato e a formação do acetil coenzima A são reações catalizadas por um complexo
multienzimático envolvendo três coenzimas contendo enxofre: tiamina pirofosfato, ácido
lipóico (sistema redox) e um grupo sulfuril de coenzima A.
O sulfato é ligado aos lipídios por uma ligação éster, como por exemplo, a glicose.
Aproximadamente 5% dos lipídios do cloroplasto são sulfolipídios. Os sulfolipídios podem
também estar envolvidos na regulação do transporte de íons através das biomembranas, e na
tolerância a sais (KERBAUY, 2004).
A importância do boro na célula vegetal é explicada pela sua concentração (90%) na
parede celular e, também por atuar nos processos de absorção na membrana plasmática
(MALAVOLTA, 2006). A principal fonte de boro no solo é a matéria orgânica e,
conseqüentemente, solos intemperizados e com baixos teores de matéria orgânica, são
obviamente deficientes em boro (TAIZ; ZIEGER, 2004). É absorvido pelas plantas, de acordo
com Kerbauy (2004), preferencialmente na forma molecular, sem carga (H
3
BO
3
).
19
O boro tem como principais funções o transporte de açúcares; o metabolismo do RNA;
a síntese do ácido indolacético - AIA; o metabolismo fenólico; a síntese de parede celular; a
lignificação; e a constituição de estrutura da parede celular (KERBAUY, 2004). Nesta longa
lista de funções do boro, Malavolta (2006) acrescentou que o boro está envolvido em um
número de rotas metabólicas, e como efeito “cascata”, como é conhecido, por exemplo, para
os fitormônios.
O cobre é, sem dúvida, um importante micronutriente para a fotossíntese das plantas,
pois participa de várias reações de oxirredução (na forma iônica de Cu
+
² e Cu
+
), sendo o íon
Cu
+
muito instável (TAIZ; ZIEGER, 2004). Desta forma, o cobre está associado a enzimas
envolvidas em reações de transferência de elétrons, como a plastocianina na fase luminosa da
fotossíntese, que representa 70% do cobre nas folhas (MALAVOLTA, 2006).
A maior parte do cobre em células foliares está associada à plastocianina, o doador
imediato de elétrons para o fotossistema I e a dismutase de superóxido que trabalha em
conjunto com a catalase para desentoxificar oxidantes (EPSTEIN; BLOOM, 2006).
Outro fundamental micronutriente para o processo de fotossíntese é o ferro, tendo em
vista que ele é o componente de enzimas envolvidas na transferência de elétrons nos
cloroplastos e nas mitocôndrias (EPSTEIN; BLOOM, 2006). O ferro possui grande
capacidade redox (Fe
+3
e Fe
+2
) o que o torna importante nos processos de oxirredução no
metabolismo da planta, participando na reação de uma grande quantidade de enzimas, fazendo
parte de hemoproteína de enzimas importantes como os citocromos e catalase. As
hemoproteínas nada mais são do que enzimas que apresentam o grupo heme (complexo Fe-
porfirina) como grupo prostético (KERBAUY, 2004). Além da hemoproteínas, o ferro faz
parte de proteínas contendo enxofre, chamadas proteínas Fe-S, as quais são importantíssimas
no metabolismo da planta (TAIZ; ZIEGER, 2004).
O Fe é componente dos citrocromos que são enzimas importantes na transferência de
elétrons na respiração e na fotossíntese. A catalase é responsável por fazer a transformação
(dismutase) do peróxido de hidrogênio (H
2
0
2
), tóxico às plantas, em água e oxigênio
(EPSTEIN; BLOOM, 2006).
O manganês faz parte do fotossistema II, em que a molécula de água é dividida e o gás
oxigênio liberado. A única outra proteína em que o manganês é um constituinte integral é a
desmutase de superóxido. Essa enzima é muito difundida em organismos aeróbicos, uma vez
que sua função é dar proteção contra radicais de oxigênio livres. O manganês também ativa
um considerável número de enzimas (EPSTEIN; BLOOM, 2006). Conseqüentemente, a
deficiência de manganês na planta reduz o fluxo de elétrons do fotossistema II (FS II) para o
20
fotossistema I (FS I), ocasionando a redução na produção de compostos redutores (ATP e
NADPH) que seriam utilizados na fixação de C0
2
na fase bioquímica. Com a redução da
produção de ferredoxina, além da fase bioquímica da fotossíntese, outros processos
relacionados com esta proteína são drasticamente prejudicados, como por exemplo, a redução
do nitrato e do sulfato.
O molibdênio é um dos micronutrientes menos abundante no solo e o requerimento
pelas plantas é menor do que para outros nutrientes minerais, com exceção ao níquel
(MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997). A necessidade de quantidades muito pequenas
de molibdênio sugere que as plantas exigem molibdênio para poucas funções. Entretanto essas
funções são cruciais, a maioria relacionada com a aquisição ou a utilização de nitrogênio. O
Mo faz parte tanto da redutase do nitrato, pela qual o nitrato é reduzido a nitrito, quanto da
nitrogenase, pela qual bactérias que fixam nitrogênio convertem o gás dinitrogênio em amônia
(TAIZ; ZIEGER, 2004). Como visto a nitrogenase é a enzima chave para todos os
microrganismos que fixam nitrogênio. Esta proteína possui em sua estrutura molibdênio, ferro
e enxofre e em solos deficientes, a aplicação do molibdênio estimula o crescimento das
plantas pelo aumento da fixação de N
2
.
A aplicação do molibdênio junto às sementes de leguminosas na semeadura, ou
mesmo na adubação foliar, tem dado boas respostas na produção (MALAVOLTA; VITTI;
OLIVEIRA, 1997).
Por fim, o zinco é um importante micronutriente tendo em vista que mais de oitenta
proteínas contendo zinco foram relatadas. Em muitas enzimas, o zinco é exigido no sítio
ativo; a anidrase carbônica, dismutase de superóxido (juntamente com cobre) e dehidrogenase
de álcool são alguns exemplos. Em outras enzimas, o zinco é um componente integral da
proteína, mas não está próximo do sitio ativo. Freqüentemente, em tais circunstâncias, o zinco
se interconecta com o enxofre em quatro cisteínas (EPSTEIN; BLOOM, 2006).
Os “dedos de zinco” são proteínas ativas na transcrição de DNA. Tais proteínas se
conectam e identificam seqüências de DNA. Os íons de zinco regulam a conformação do
domínio da proteína que se conecta com o DNA (TAIZ; ZIEGER, 2004).
21
4.3 A nutrição mineral das espécies florestais nativas
Os efeitos benéficos da adição de elementos minerais, para melhorar o crescimento da
planta, são conhecidos na agricultura há muito tempo. Experimentos no solo e na água
(soluções nutritivas) foram feitos com plantas superiores para estabelecer a essencialidade dos
elementos minerais para o crescimento e desenvolvimento, e seus papéis no metabolismo
(MARSCHNER, 1995).
Os nutrientes das plantas foram descobertos ao longo do tempo, e são aqueles que
atendem aos três critérios de essencialidade: (1) um elemento é essencial quando a planta não
consegue completar seu ciclo de vida na sua ausência; (2) o elemento tem a função específica
e não pode ser substituído; (3) o elemento deve estar envolvido diretamente no metabolismo
da planta, fazendo parte de um constituinte essencial (SORREANO, 2006). O suprimento
inadequado de um elemento essencial resulta em distúrbio nutricional que se manifesta por
sintomas de deficiência característicos (TAIZ; ZIEGER, 2004), sendo que as espécies
florestais têm exigências nutricionais e respostas ao stress nutricional diferenciados e a
complementação nutricional é um dos principais fatores determinantes do sucesso de projetos
de recuperação florestal (SORREANO, 2006). Considerando isso, infere-se que a carência ou
o suprimento inadequado de nutrientes, para espécies florestais nativas, pode comprometer o
sucesso de projetos de recuperação e de restauração de áreas degradadas e de seqüestro
florestal de carbono, por meio do reflorestamento com o plantio de espécies florestais nativas.
Deste modo, é apresentado na Tabela 1, o teor de nutrientes nas folhas, caules e raízes
em espécies florestais nativas, encontrada por Sorreano (2006), em dez espécies florestais
nativas. Os valores apresentados na Tabela 1 foram obtidos cultivando as espécies nativas em
solução nutritiva completa.
22
Tabela 1 – Teor de nutrientes nas folhas, caules e raízes em espécies florestais nativas,
encontrada por Sorreano (2006)
Espécie Florestal Nativa
Parte da planta N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn
g/kg mg/kg
Folha Inferior
18 3,9 15 30 8,0 4,1 83 8,5 687 48 33
Ceiba speciosa St Hil.
Folha Superior 22 3,1 19 18 5,3 2,9 77 3,2 522 27 36
(paineira)
Caule 10 4,4 12 8 1,7 5,6 24 1,2 94 6 11
Raiz 17 5,0 17 8 1,3 5,3 26 9,7 233 7 26
Folha Inferior
15 3,9 16 17 2,3 1,6 86 2,0 322 59 23
Tapirira guianensis Aubl.
Folha Superior 18 2,8 14 10 2,2 1,5 47 1,6 276 24 20
(tapirira)
Caule 9 3,1 13 9 1,4 1,4 19 2,1 68 10 12
Raiz 14 2,8 9 8 3,1 0,9 37 20,7 5.972 98 40
Folha Inferior
10 2,4 5 25 2,7 1,0 68 9,4 456 61 36
Cecropia pachystachya Trec
Folha Superior 15 2,8 16 14 2,9 2,4 54 2,5 411 22 42
(embaúba)
Caule 5 1,7 7 4 0,6 0,8 14 0,9 50 5 6
Raiz 11 2,7 13 5 1,1 1,4 16 3,9 448 6 21
Folha Inferior
16 5,6 34 30 8,3 2,4 104 2,7 231 163 27
Croton urucurana Baill.
Folha Superior 31 8,2 36 16 9,0 3,5 65 2,1 168 39 32
(sangra d’água)
Caule 13 1,6 9 3 1,4 0,7 32 1,6 24 2 11
Raiz 16 1,8 20 3 3,5 2,1 26 4,9 268 8 23
Folha Inferior
18 5,9 13 46 12,2 4,0 134 4,5 490 253 88
Guazuma ulmifolia Lam.
Folha Superior 19 4,7 15 29 8,6 3,9 90 4,0 335 171 41
(mutambo)
Caule 13 6,0 10 6 2,3 1,3 27 3,0 57 18 17
Raiz 24 5,7 24 7 4,1 5,7 45 9,6 711 14 25
Folha Inferior
20 9,2 22 32 8,5 3,2 77 3,3 262 40 28
Cytharexyllum myrianthum Cham.
Folha Superior 22 11,2 22 22 10,1 3,7 65 3,1 253 26 23
(pau-viola)
Caule 11 2,4 6 5 1,3 1,0 25 1,3 40 10 7
Raiz 14 3,0 10 4 1,5 0,9 28 1,7 103 35 8
Folha Inferior
26 9,8 24 14 2,7 2,2 47 2,5 395 67 21
Esenbeckia leiocarpa Engl.
Folha Superior 39 5,0 29 10 3,2 3,1 27 2,4 288 19 18
(guarantã)
Caule 29 4,6 8 9 2,3 1,5 14 1,9 99 6 9
Raiz 36 12,1 9 18 1,5 2,2 20 5,9 664 72 22
Folha Inferior
21 5,5 19 39 6,2 2,9 89 3,4 581 103 32
Cariniana legalis (Mart.) Kuntze.
Folha Superior 24 3,4 22 26 5,0 3,0 70 3,7 634 31 28
(jequitibá-rosa)
Caule 22 4,9 16 14 3,5 2,9 29 1,4 167 5 14
Raiz 17 4,2 16 5 2,6 2,8 28 3,0 424 4 17
Folha Inferior
28 14,5 10 12 3,1 2,3 93 6,8 375 212 30
Hymenae courbaril L. var.
Folha Superior 28 10,0 23 10 3,4 2,7 93 3,5 279 77 27
(jatobá)
Caule 14 12,6 13 4 2,3 1,2 29 3,6 71 13 15
Raiz 16 11,1 17 6 3,0 2,3 20 8,4 849 9 28
Folha Inferior
18 2,7 13 32 4,6 2,8
75 1,2 258 27 21
Astronium graveolens
Folha Superior 20 4,5 16 13 2,5 3,1 41 1,5 227 10 21
(guaritá)
Caule 8 2,8 12 8 1,4 1,3 16 0,7 34 3 8
Raiz 17 2,6 17 5 1,2 2,2 30 3,6 414 12 28
23
4.4 Caracterização das três espécies florestais nativas do estudo
4.4.1 Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-pimenteira)
A espécie Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-pimenteira) pertence a família
Anacardiaceae e, segundo Lorenzi (2002), é uma planta de pequeno porte, crescimento rápido
e ciclo relativamente curto, heliófila e pioneira (Figura 1). Eventualmente pode ser encontrada
em clareiras e bordas de matas, mas geralmente coloniza áreas abertas, especialmente
margens de rios e terrenos aluviais, suportando inundações e encharcamento do solo
(DURIGAN et al., 2002). Sua ocorrência vai do Pernambuco até Mato Grosso do Sul, em
várias formações vegetais.
A madeira da aroeira-pimenteira possui baixo valor comercial, sendo assim é
principalmente usada como mourões de cerca, mas produz lenha e carvão de boa qualidade
(CARVALHO, 2003).
Esta espécie apresenta ainda outras utilizações, como: tingimento e fortalecimento de
redes de pesca, devido em sua casca conter um pigmento de ótima qualidade, alimentação
animal (folhas), alimentação humana (os frutos são utilizados como substitutos da pimenta do
reino), medicinal, para recuperação ambiental, onde é mais procurada pela avifauna (maior
disseminador) e restauração de mata ciliar que apresenta áreas de inundações periódicas de
curta duração ou com períodos moderados (DURIGAN et al., 2002). Também é recomendada
para recuperação de solos pouco férteis (rochosos, salino hidromórficos) (CARVALHO,
2003).
4.4.2 Cordia superba Cham. (baba-de-boi)
A Cordia superba Cham., também conhecida como baba-de-boi ou barbosa-branca,
pertence a família Boraginaceae. É uma espécie arbórea esciófila (desenvolve em ambientes
sombreados e de luz difusa) e seletiva higrófila pouco freqüente ou quase rara. Habita as
florestas úmidas, ocorrendo também em áreas abertas como espécie secundária. Sua altura
varia de 7 a 10 m, com tronco de 20 a 30 cm de diâmetro. Folhas simples, ásperas ao tato na
face inferior, com 18 a 24 cm de comprimento (LORENZI, 2002).
24
4.4.3 Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze (jequitibá-branco)
Uma das árvores indispensáveis nos reflorestamentos heterogêneos com fins
ecológicos é o Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze (jequitibá-branco), também conhecido
como estopeira (RS, SC, PR), estopeiro, pau-estopa, pau-de-cachimbo (SC), jequitibá-rei,
estopa, cachimbeiro, bingueiro, coatingua, é uma árvore da família Lecythidaceae
(LORENZI, 2002). É árvore semidecídua no inverno, heliófita ou de luz difusa, característica
da floresta clímax; prefere solos úmidos e profundos. É rara no cerrado ou em terrenos mais
secos.
A árvore possui qualidades ornamentais, entretanto, devido ao seu grande porte é
apenas recomendado para o paisagismo de parques e grandes jardins. É planta indispensável
nos reflorestamentos heterogêneos com fins ecológicos. Perde parcial ou totalmente suas
folhas em determinada época do ano. Atinge de 35-45m de altura e o tronco 90-120 cm de
diâmetro. Tem predileção por áreas ensolaradas podendo desenvolver-se também em áreas
sombreadas e solos úmidos e profundos. Floresce de outubro-dezembro, os frutos
amadurecem no período de julho-setembro. Suas sementes são avidamente consumidas por
macacos. A árvore possui qualidades ornamentais, entretanto, devido ao seu grande porte é
apenas recomendado para o paisagismo de parques e grandes jardins (LORENZI, 2002).
25
Figura 1 - Espécimes de Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-pimenteira) adultas (A e B),
florida (C) e com frutos (D)
A
B
D C
Figura 2 - Cordia superba Cham
(baba-de-boi). Foto extraído de
Lorenzi (2002)
Figura 3 - Cariniana estrellensis
(Raddi) Kintze (jequitibá-branco).
Foto extraído de Lorenzi (2002)
26
5. Material e Métodos
O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Laboratório de Nutrição
Mineral de Plantas do Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo -
CENA/USP (Figura 1), na cidade de Piracicaba/SP, definida geograficamente pelas
coordenadas de 22º 42´30´ latitude sul e, 47º 38´00´´ longitude oeste.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com três repetições,
sendo cada repetição representada por um vaso com uma planta, perfazendo assim um total de
39 plantas das espécies e Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-pimenteira) e Cordia
superba Cham. (baba-de-boi), e 36 da espécie florestal Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze
(jequitibá-branco).
Os vasos de plástico, onde as plantas foram cultivadas, tinham capacidade de 2 litros,
onde foi acoplado o sistema de aeração, constituído por: compressor de ar, mangueiras de
borracha e ponteiras plásticas (Figura 4).
Figura 4 - Plantas de aroeira-pimenteira (B e C) e de jequitibá-branco (D) cultivadas em
solução nutritiva em casa de vegetação, CENA/USP (A)
A
B
C
D
27
5.1 Técnica de carência e omissão de nutrientes minerais essenciais às
plantas
Inicialmente foram adquiridas mudas das espécies nativas em tubetes de plástico
rígido, contendo substrato comercial, em um viveiro comercial de espécies nativas, localizado
na cidade de Piracicaba/SP, e as mudas permaneceram na casa de vegetação durante três
semanas em uma bandeja de plástico (Figura 4, Foto B), contento solução nutritiva completa
de Johnson et al. (1957), modificada, com 50% da concentração da solução original (diluída a
metade), como descrita no Tabela 2, com todos os macros e micronutrientes. Após esse
período, as mudas tiveram suas raízes cuidadosamente lavadas com água deionizada, para a
retirada do substrato, e foram transferidas para vasos de plástico contento a solução nutritiva
aerada.
Após esse procedimento iniciou-se a omissão dos elementos minerais denominados
macronutrientes e micronutrientes: nitrogênio (-N), fósforo (-P), potássio (-K), cálcio (-Ca),
magnésio (-Mg), enxofre (-S), boro (B), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio
1
(Mo) e zinco (Zn), sendo que em um dos tratamentos as espécies continuaram sendo
cultivadas em solução nutritiva completa, com todos os macronutrientes e micronutrientes
(tratamento completo).
Nas soluções nutritivas com omissão dos macronutrientes tinha aproximadamente 10%
dos macronutrientes trabalhados em omissão, para não haver a morte das plantas (Tabela 1).
Todo o procedimento está descrito na Tabela 2, a qual também mostra os reagentes
(sais) e a concentração utilizados no experimento.
1
Neste estudo o tratamento de omissão de molibdênio foi feito somente nas espécies Schinus terebinthifolius
Raddi (aroeira-pimenteira) e Cordia superba Cham. (baba-de-boi).
28
Tabela 2 - Composição das soluções nutritivas (solução estoque) (ml/L) utilizadas.
(JOHNSON et al., 1957)
SOLUÇÃO ESTOQUE
TRATAMENTOS (ml/L)
Completo
OMISSÃO
N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Mo Zn
KNO
3
(M*)
3 0,3 3 0,3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
Ca (NO
3
)
2
4H
2
O
2 0,2 2 2 0,2 2 2 2 2 2 2 2 2
NH
4
H
2
PO
4
*
1 0,1 0,1 1 1 1 1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1
MgSO
4
7H
2
O *
0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,05 0,05 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5
KCl (M*)
- 2,7 - - - - - - - - - - -
CaSO
4
.7H
2
O (0,01*)
- 1,8 - - - - - - - - - - -
Na
2
SO
4
*
- - - - - 0,45 - - - - - - -
NaH
2
PO
4
*
- 0,9 - - - - - - - - - - -
NH
4
NO
3
*
- - 0,45 1,35 1,8 - - - - - - - -
MgCl
2
.6H
2
O *
- - - - - - 0,45 - - - - - -
Micro Completo**
1 1 1 1 1 1 1 - - 1 - - -
Micro -B
- - - - - - - 1 - - - - -
Micro -Cu
- - - - - - - - 1 - - - -
Micro -Mn
- - - - - - - - - - 1 - -
Micro -Mo
- - - - - - - - - - - 1 -
Micro -Zn
- - - - - - - - - - - - 1
Fe–EDTA***
1 1 1 1 1 1 1 1 1 - 1 1 1
* Solução 1 molar
** A solução estoque de micronutrientes tem a seguinte composição (g/L): 3,728 de KCl; 1,546 de H
3
BO
3
;
0,338 de MnSO
4
.H
2
O; 0,575 de ZnSO
4
.7H
2
O; 0,125 de CuSO
4
.5H
2
O; 0,081 de H
2
MoO
4
*** Preparo da solução de FeEDTA: Dissolver 33,2 g de EDTA em 500 ml H
2
O e juntar 89,2 ml de NaOH 1 M
(40 g/L). Dissolver 24,9 g de FeSO
4
. 7H
2
O em 200 ml H
2
O. Juntar as duas soluções. Completar a 1 L. Envolver
o frasco em papel de alumínio; arejar durante a noite; guardar na geladeira em frasco escuro.
Diariamente foi completado o nível da solução nutritiva com água deionizada, o
desentupimento das ponteiras de aeração, a coleta das folhas caídas e as descrições dos
sintomas de deficiência.
A troca de solução nutritiva realizou-se quando a condutividade elétrica da solução
nutritiva esteve abaixo de 70% da condutividade elétrica inicial, ou a cada três semanas, com
alíquotas medidas com pipetas volumétricas para cada nutriente (Tabela 2).
29
5.2 Diagnose visual
A diagnose visual de deficiências nutricionais em folhas, bem como o conhecimento
dos teores de nutrientes, pode constituir uma técnica auxiliar nos cálculos de fertilizantes e
corretivos (MALAVOLTA, 1980).
O método de diagnose visual das folhas consiste em comparar o aspecto da amostra,
geralmente a folha, com o do padrão (MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997). No
presente estudo, foi considerado testemunha o tratamento completo, uma vez que estavam
com todos os macros e micronutrientes.
Deste modo, sempre que as três plantas de uma determinada espécie florestal nativa,
submetida ao tratamento de deficiência de um determinado nutriente, apresentassem um
sintoma comum às três repetições, característicos de deficiência nutricional e que não aparecia
no tratamento completo (testemunha), estes sintomas foram descritos e fotografadas.
5.3 Determinação da taxa de assimilação de gás carbônico e de transpiração
As conseqüências fisiológicas da omissão de nutrientes minerais essenciais foram
avaliadas, por meio da determinação da taxa de assimilação de gás carbônico e de
transpiração, com o uso do analisador de gás por infravermelho portátil (Infrared Gás
Analyzer - IRGA), modelo Li-cor 6400 (Li-COR BIOSCIENCES, 2005).
O princípio básico de funcionamento deste aparelho está na relacionado à capacidade
do CO
2
e H
2
O em absorver o infravermelho. A medida da taxa de assimilação de CO
2
neste
sistema é baseada nas diferenças de concentração de CO
2
entre o ar que entra e o ar que deixa
a câmara fotossintética. A transpiração também pode ser medida da mesma forma. Os
controles das concentrações de H
2
O e CO
2
são realizados através de sistemas eletromecânicos
e podem direcionar o fluxo de ar inicial (contendo CO
2
e H
2
O) em tubos contendo soda
calcária (para retenção do CO
2
) e/ou drierite (para retenção de H
2
O), antes de passar pela
câmara fotossintética (SILVA, 2007).
A taxa de assimilação ou liberação de CO
2
é expressa como a quantidade de CO
2
assimilado ou liberado por unidade de área foliar e tempo (µmol CO
2
m
-2
s
-1
)
A capacidade fotossintética é uma característica intrínseca de cada espécie vegetal,
sendo que as trocas gasosas mudam durante o ciclo do desenvolvimento do indivíduo e
30
dependem do curso anual e até mesmo do curso diário das flutuações ambientais (luz,
temperatura, etc) em torno do vegetal (LARCHER, 2000).
As avaliações através do IRGA foram realizadas em plantas de jequitibá-branco com
120 dias após do tratamento de deficiência nutricional, sendo avaliadas duas folhas em cada
parte da planta, a saber: Folhas novas, Folhas Intermediária e Folhas Velhas.
Considerou-se Folhas Novas as folhas do terço superior da planta, mais próximas do
ápice caulinar; Folhas Intermediárias as folhas do terço médio da planta, ou seja, as folhas da
região da metade da altura da planta; e Folhas Velhas foram as consideradas do terço inferior
da planta, sendo que para a tomada de medidas de taxa de fotossíntese e transpiração, foram
consideradas apenas as folhas após as duas folhas mais inferiores.
As medidas foram realizadas entre os dias 10 de julho de 2009 e 25 de julho de 2009,
no período da manhã, em dias com sol e não nublados, entre 8h00 e 10h00. As avaliações
foram realizadas em três/dois blocos de plantas, por vez, a saber: um bloco com três plantas
sob tratamento completo e dois ou um bloco (s), com três plantas cada bloco, sob tratamento
de deficiência de um nutriente. As datas das avaliações encontram-se na Tabela 3.
Tabela 3 - Dia e data das medições, em plantas de jequitibá-branco da taxa de assimilação de
gás carbônico e de transpiração nos respectivos tratamentos
DIA Data da medição Tratamento
10/07/2009 Completo, -N e -P
11/07/2009 Completo, -K e -Ca
14/07/2009 Completo, -Mg e -S
18/07/2009 Completo, -B e -Cu
21/07/2009 Completo, -Fe e -Mn
25/07/2009 Completo e -Zn
As avaliações foram feitas da seguinte forma: primeiramente as Folhas Novas do
tratamento completo e dos tratamentos de deficiência. Posteriormente eram avaliadas as
Folhas Intermediárias do tratamento completo e dos tratamentos de carência e, por último, as
Folhas Velhas do tratamento completo e dos tratamentos de carência. Com esta seqüência
pretendeu-se diminuir as discrepância entre o horário da primeira medida e o horário da
última medida de órgãos correspondentes aos tratamentos comparados evitando variações
climáticas neste período.
Para a avaliação da fotossíntese e da transpiração, a folha selecionada permanecia na
câmara de análise por alguns minutos, até a estabilização da leitura, ou seja, quando o desvio
31
padrão do aparelho permanecia abaixo de 1%. A área foliar considerada foi de 6 cm², em
função do tamanho do limbo foliar que ocupou toda a área da câmara fotossintética.
A concentração de CO
2
foi mantida aproximadamente 400 μmol CO
2
s
-1
, sendo que o
fornecimento de ar no sistema foi obtido fora da casa de vegetação através de um buffer.
Neste estudo, a intensidade luminosa utilizada (PARi) foi de 1200 μmol m
-2
s
-1
. O
valor foi assim regulado uma vez que, nesta faixa, as plantas de Cariniana estrellensis
(Raddi) Kintze (jequitibá-branco) sob tratamento completo demonstraram uma maior taxa de
assimilação de CO
2
neste valor. A temperatura da folha foi mantida em 25 a 30°C.
Para a análise estatística, a cada duas folhas, das três categorias (Folhas novas,
intermediárias e velhas), determinou-se a média aritmética da taxa de assimilação de carbono
e de transpiração. Essas médias foram comparadas, baseado no teste da diferença entre as
médias das três repetições de cada tratamento, com as médias do tratamento completo, ou
seja, as médias das medidas obtidas foram submetidas a uma análise de variância e
subseqüente teste de comparação de médias, teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade
para comparação das médias (PIMENTEL-GOMES, 1990).
32
Figura 5 - Realização de medida com o IRGA (A e B), cilindro de gás carbônico (C) e painel
do Infrared Gás Analyzer - IRGA (D)
A B
C D
33
5.4 Preparo das amostras para a Microscopia Eletrônica de Transmissão e
Óptica
Embora os sintomas de deficiência nutricional sejam facilmente observados
visualmente, as alterações ultra-estruturais destas deficiências podem ser detectadas e
controladas precocemente por meio da técnica de microscopia eletrônica de transmissão
(EPSTEIN; BLOOM, 2006).
Considerando isso, para avaliação ultra-estrutural comparativa de células do mesofilo
foliar foram coletadas amostras do limbo foliar, com cortes de 1 x 2 mm, com sintomas de
deficiências de macronutriente, bem como amostras do tratamento completo.
Foi levada em consideração a folha que melhor refletiu o estado nutricional de
deficiência, ou seja, folhas inferiores para os tratamentos completos e deficientes em N, P, K,
Ca e Mg, e folhas superiores para os tratamentos completos e deficientes de S.
As amostras coletadas foram processadas no Laboratório de Histopatologia e Biologia
Estrutural de Plantas do CENA/USP, entre os meses julho e agosto de 2009, conforme os
procedimentos a seguir:
Imediatamente após a coleta e os cortes das amostras dos limbos foliares foi realizada
a fixação por 3 horas, a 4ºC, em solução de Karnovsky (1965) modificada:
- 5 ml de H
2
O
- 2,5 ml de cacodilato de sódio 0,05 M, em pH 7,2 (Tampão).
- 1,5 ml de cloreto de cálcio (0,001 M)
- 2 ml paraformaldeído (2%)
- 0,4 ml de glutaraldeído (2,5%)
A fixação deve ser feita, pois ela mata rapidamente a célula, inativando as enzimas que
poderiam causar uma autólise, e ao mesmo tempo, estabiliza as moléculas e organelas
celulares, formando uma trama tridimensional. O paraformadeído penetra rapidamente no
tecido, enquanto o glutaraldeido forma pontes entre as moléculas, estabilizando a estrutura
celular.
Após lavagens em tampão cacodilato de sódio 0,1M em três séries de 10 minutos, as
amostras foram pós-fixadas em tetróxido de ósmio a 1% em tampão cacodilato de sódio
0,1M, por 1 hora em temperatura ambiente (BURKL; SCHIECHL, 1968). O tetróxido de
ósmio é utilizado como contrastante, uma vez que o ósmio é elétron denso.
34
Após rápidas lavagens, em três séries em solução salina 0,9%, as amostras foram
submetidas a pré-coloração com acetato de uranila a 2,5% em água à 4ºC por
aproximadamente 12 horas (overnight) (WATSON, 1958).
A desidratação foi feita, em séries crescentes de solução de acetona em água (25%;
50%; 75% (1 x 5 minutos); 90% (2 x 10 minutos) e 100% (3 x 20 minutos). A desidratação
deve ser feita para retirar água da célula, substituindo-a por acetona.
A infiltração, com resina Spurr, foi feita de forma gradativa pelo seguinte
procedimento:
- 1 parte de resina + 3 partes de acetona (por 3 horas)
- 1 parte de resina + 2 parte de acetona (por 3 horas)
- 1 parte de resina + 1 parte de acetona (overnight)
- 2 parte de resina + 1 parte de acetona (por 8 horas)
- Resina pura (48 horas)
Por fim, as amostras foram emblocadas em resina Spurr pura em forminhas de
silicone, por 48 horas à 70ºC.
Posteriormente, as resinas com as amostras foram lixadas (até a amostra), para se fazer
a toalete. Com as toaletes feitas manualmente, utilizando ultramicrótomo Porter-Blum MT
com navalha de vidro, foram obtidas secções semi-finas para visualização no microscópio
óptico. Essas secções foram contrastadas em uma lamina para microscopia óptica, com azul
de metileno, para visualização. A análise no microscópio óptico fez-se necessária para
identificar a região do mesofilo foliar que melhor refletia os sintomas de deficiência de
nutrientes minerais.
Em seguida, com navalha de diamante, foram obtidas secções ultrafinas de 60 a 90nm
de espessura, utilizando ultramicrótomo Porter-Blum MT, que foram colocadas em telas de
cobre de 300 mesh, recobertas com formvar.
Para o preparo da solução de formvar utilizou-se 0,5% gramas de formvar para 100 ml
de clorofórmio. A solução deve ser preparada 24 horas antes de ser utilizada. Primeiramente
encheu-se uma cuba com água destilada e colocou-se em fundo preto. Enquanto isso se fez a
limpeza da lamina com acetona e papel. Em seguida emergiu-se a lamina no frasco com
solução de formvar por 10 segundos, sendo que, posteriormente as bordas foram raspadas
com lamina (gilette), onde se mergulhou a lamina na água vagarosamente até que a película se
desprender. Com uma pinça colocaram-se as telas sobre a película. Para retirar as grades
35
colocou-se um pedaço de papel filtro sobre a película e puxou-se, sendo posteriormente seco
em uma placa.
Por último as telas foram submetidas à contrastação, utilizando-se solução aquosa de
acetato de uranila e de citrato de chumbo (REYNOLDS, 1963), como descrito a seguir:
Adicionou-se, em uma lamina de vidro, gotas de acetato de uranila 2,5%, onde se colocaram
as telas de cobre com as amostras voltadas para baixo, onde, em seguida estas foram
tampadas, para evitar o contato com a luz, por 12 minutos. Posteriormente, lavaram-se as telas
de cobre por 3 vezes em água destilada e, quando secas adicionaram-se gotas de citrato de
chumbo, presentes em uma nova lâmina, juntamente com pastilhas de NaOH, para retirada de
umidade, permanecendo por 12 minutos protegidas da luz. Por fim, as amostras foram lavadas
3 vezes em água destilada e secas.
Os cortes foram examinados no Núcleo de Apoio à Pesquisa em Microscopia
Eletrônica Aplicada à Pesquisa Agropecuária - NAP/MEPA – ESALQ/USP, no Microscópio
Eletrônico de Transmissão – MET Zeiss EM-900, operando a 50 kV, e imagens digitalizadas
foram obtidas.
36
Figura 6 - Lavagem (A), corte (B e C), fixação (D), desidratação (E) e emblocagem (F) de
folhas de jequitibá-branco, para a análise no microscópio eletrônico de
transmissão
A
B
C
D
E
F
37
Figura 7 - Amostras emblocadas (A), telas de cobres (B) e estojo para armazenamento de telas
de cobre (C) para o preparo de amostra de folhas de jequitibá-branco, para a
análise no microscópio eletrônico de transmissão (D)
A B
C D
38
5.5 Avaliações da altura e produção de biomassa seca
Para a avaliação do desenvolvimento das três espécies florestais nativas, cultivadas em
solução nutritivas com omissão de macro e micronutrientes, foram realizadas avaliações dos
parâmetros biométricos, a saber: a altura (do colo de planta até o ápice da folha superior) e a
produção de biomassa.
Para determinação da produção de biomassa seca, as três espécies florestais nativas
foram separadas em caule, raiz e folhas, e secas em estufa de circulação forçada a uma
temperatura de 60ºC, até atingir massa constante. Após a secagem do material vegetal
determinou-se a massa seca das folhas, caule e raiz, com uma balança digital.
Para a análise estatística dos parâmetros biométricos, as medidas obtidas foram
submetidas a uma análise de variância e subseqüente teste de comparação de médias, teste de
Tukey ao nível de 5% de probabilidade para comparação das médias (PIMENTEL-GOMES,
1990).
A análise estatística, baseada no teste da diferença entre as médias das três repetições
dos tratamentos de omissão e tratamento completo, foi o procedimento básico adotado para a
análise dos parâmetros biométricos.
5.6 Determinação dos teores de macronutrientes e micronutrientes
Neste estudo realizou-se a determinação do teor de nutriente das folhas e caule das
espécies Schinus terebinthifolius Raddi e Cordia superba Cham.; e das folhas, caule e raiz da
espécie Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze das plantas submetidas ao tratamento completo
e tratamento deficiente de um determinado nutriente.
Para determinação dos teores de macronutrientes e micronutrientes, as plantas foram
separadas em folhas, caule e raiz, lavadas em água deionizada, as quais foram secadas em
estufa de circulação forçada a uma temperatura de 60ºC, até atingir massa constante. Após a
secagem do material vegetal determinou-se a massa seca das folhas, caule e raiz, que em
seguida foram moídas em moinho Wiley.
As metodologias para determinação química de macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S)
e micronutrientes (B, Cu, Fe, Mn e Zn), assim como o preparo do extrato seguiram as
descritas por Sarruge e Haag (1974).
39
Os resultados analíticos foram submetidos a análise de variância e teste de Tukey ao
nível de 5% de probabilidade (PIMENTEL-GOMES, 1990).
5.7 Determinação do teor de carbono total via seca por combustão
A determinação do teor de carbono total foi realizada no equipamento LECO CR 412,
pertencente ao Laboratório de Biogeoquímica Ambiental do CENA/USP, em Piracicaba – SP,
pelo método conhecido como “método via seca por combustão”. Em todas as análises foram
utilizadas três réplicas e apresentado o valor médio das análises.
40
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante o experimento e na análise dos resultados deste estudo, verificou-se uma
seqüência de eventos que conduzem aos sintomas estruturais, anatômicos e fisiológicos de
deficiência de nutrientes minerais das plantas.
Inicialmente a falta de um nutriente mineral conduz a uma alteração molecular que,
conseqüentemente, leva as alterações nas ultra-estruturas da celular do limbo foliar.
Essas modificações nas ultra-estruturas das células do limbo foliar levaram a alteração
celular provocando, desta forma, uma modificação nos tecidos vegetais, ocasionando os
sintomas visuais.
As alterações ultra-estruturais provocam principalmente a desestruturação de
organelas e outras partes das celulares, comprometendo desta forma diversas funções
fisiológicas das plantas, principalmente, a fotossíntese.
Por conseguinte, o comprometimento a fotossíntese afetará principalmente o
crescimento e produção de biomassa seca das plantas submetidas aos tratamentos de carência
de nutrientes minerais, o que foi evidenciado na avaliação dos parâmetros biométricos.
Baseando-se nesta seqüência de eventos, neste estudo, serão apresentados os
resultados e a respectiva discussão, de cada um dos eventos que conduzem aos sintomas de
deficiência de nutrientes minerais das plantas, a saber:
- Alterações ultra-estruturais em folhas de jequitibá-branco
- Alterações nos tecidos das folhas de jequitibá-branco
- Diagnose visual das três espécies florestais nativas
- Teores de macro, micronutrientes das três espécies florestais nativas
- Teores de carbono no caule de aroeira-pimenteira
- Determinação da taxa de assimilação de gás carbônico e de transpiração das plantas
de jequitibá-branco
- Avaliações dos parâmetros biométricos, como crescimento em alturas e produção de
biomassa seca das plantas das três espécies
A seguir serão apresentados os resultados e as discussões dos sintomas observados em
plantas das três espécies trabalhadas submetidas aos tratamentos carentes em macronutrientes
e com omissão de micronutrientes: Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-pimenteira),
Cordia superba Cham. (baba-de-boi) e Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze (jequitibá-
branco).
41
6.1 Efeito da deficiência nutricional nas ultra-estruturas e tecidos das folhas
de jequitibá-branco
Comumente os sintomas de deficiência têm sido descritos visualmente, entretanto as
alterações ultra-estruturais podem também serem vistas com a técnica de microscopia
eletrônica (EPSTEIN; BLOOM, 2006).
Considerando isso, foram avaliadas as alterações ultra-estruturais de células do
mesofilo foliar, do limbo de folhas de jequitibá-branco, submetidas à deficiência de
macronutriente com auxilio da técnica de microscopia eletrônica de transmissão – MET.
Além disso, com auxilio na microscopia óptica – MO, também chamada microscopia
de luz, foi analisada a alteração no tecido das plantas deficiente em macronutriente,
conjuntamente com a microscopia eletrônica de transmissão.
6.1.1 Nitrogênio
Com o uso da microscopia eletrônica de transmissão, foi possível constatar que a
deficiência de nitrogênio promoveu alterações ultra-estruturais na célula do mesofilo (Figuras
8 e 9).
Figura 8 -
A
B
cl
cl
ga
ga
ga
cl
lm
ga
Fotomicrografias de ultra-estrutura de células do limbo foliar de jequitibá-
branco submetido ao tratamento completo (A) e tratamento com omissão de
nitrogênio (B). cl-cloroplastos; ga - grânulos de amido; lm – lamela média
42
Na avaliação ultra-estrutural, verifica-se que as células das plantas cujo tratamento foi
a de carência em nitrogênio apresentaram aumento dos grânulos de amido – ga, quando
comparado às plantas submetidas ao tratamento completo.
Figura 9 - Ultra-estrutura de células do limbo foliar de jequitibá-branco sob tratamento
completo (A e C) e tratamento com omissão de nitrogênio (B, D e E). cl-
cloroplastos; ga - grânulos de amido; gl - globulos de lipídeos; lm – lamela
média
cl
lm
cl
ga
lm
ga
ga
cl
cl
cl
A
B
ga
cl
cl
cl
lm
cl
lm
cl
cl
C
D
E
lm
ga
gl
43
Figura 10 - Secções semi-finas de folha velha de jequitibá-branco sob tratamento completo
(A) e deficiente de nitrogênio (B). Ed= epiderme adaxial; Eb= epiderme
abaxial; Pp= parênquima paliçadico; Pl= parênquima lacunoso; Eic= espaço
intercelular; ga=grão de amido. Barra = 50 μm
Verifica-se, também, pela técnica de microscopia óptica (Figura 10) que nos tecidos
das plantas deficientes de nitrogênio houve o aumento dos grãos de amido nas bordas do
parênquima paliçadico, quando comparado aos mesmos tecidos das plantas submetidas ao
tratamento completo.
O aumento dos grânulos de amido foi observado por Hall et al. (1972) em cloroplastos
de folhas de milho, deficientes em nitrogênio, causando deformação desta organela.
Hamzah e Gomez (1979), além de constatarem em plantas de seringueira o aumento
de grânulos de amido no interior dos cloroplastos e a desorganização das pilhas de tilacóides,
verificaram também o menor tamanho desta organela em plantas deficientes em nitrogênio.
Malavolta (2006) cita que na análise das estruturas celulares de plantas deficientes em
nitrogênio observa-se a presença de pequenos núcleos e de cloroplastos pequenos.
As alterações ultra-estruturais causadas pela deficiência de nitrogênio certamente terá
conseqüências negativas ao metabolismo do jequitibá-branco.
De acordo com Taiz e Zieger (2004), a desestruturação da lamela média, observada na
Figura 9, está relacionada à função do nitrogênio, juntamente com o cálcio, na formação de
pectatos de cálcio na fração da parede celular e lamela média.
As paredes celulares consistem predominantemente de polissacarídeos como celulose,
com menores quantidades de glicoproteínas estruturais, enzimas, ésteres fenólicos e
elementos minerais ligados iônica ou covalentemente. A celulose é inserida numa matriz de
Ed
Eb
ga
44
pectina e esses materiais estruturais são organizados por glicoproteínas interligadas e ricas em
hidroxiprolinas que são as proteínas principais da parede celular.
Durante o crescimento da parede celular, esta será reforçada por lignina e suberina, e
por proteínas que atuam como “vigas de aço para reforçar o concreto” (MALAVOLTA,
2006).
Desta forma, a deficiência de nitrogênio afeta a síntese de proteína e,
conseqüentemente, afeta a síntese de lignina e suberina, aumentando desta forma os espaços
intercelulares (Figura 9).
6.1.2 Fósforo
As plantas de jequitibá-branco, deficiente em fósforo, mostraram-se um aumento na
concentração de grão de amido nas células e desorganização dos cloroplastos, com a má
formação das pilhas de tilacóides (granum) (Figura 11).
Houve também a desestruturação da lamela média e, por conseguinte, o aumento do
espaço intercelular (Figura 11, Foto B e Figura 13), e acúmulo de lipídios e amido nos
cloroplastos nas células das plantas do tratamento deficiente de fósforo (Figura 12).
45
Figura 11 - Ultra-estrutura de células do limbo foliar de jequitibá-branco submetido ao
tratamento completo (A) e tratamento com omissão de fósforo (B , C e D).
cl-cloroplastos; ga - grânulos de amido; gl - globulos de lipídeos; lm – lamela
média
A
B
C
ga
ga
lm
lm
cl
cl
cl
lm
ga
cl
D
cl
ga
cl
gl
46
Figura 12 - Ultra-estruturas de células do limbo foliar de jequitibá-branco submetido ao
tratamento completo (A e C) e tratamento com omissão de fósforo (B, D, E e
F). cl-cloroplastos; ga - grânulos de amido; gl - globulos de lipídeos; lm
lamela média
A
B
C D
E F
cl
gl
gl
cl
cl
cl
cl
lm
gl
cl
ga
47
Figura 13 - Secções semi-finas de folha velha de jequitibá-branco sob tratamento completo
(A) e deficiente de fósforo (B). Ed= epiderme adaxial; Eb= epiderme abaxial;
Pp= parênquima paliçadico; Pl= parênquima lacunoso; Eic= espaço
intercelular. Barra = 50 μm
Diminuição no tamanho dos cloroplastos também é um sintoma de deficiência de
fósforo, visto em Ceiba speciosa ST. HIL. (SORREANO, 2006), todavia não foi possível
verificar o mesmo fato na análise ultra-estrutural do jequitibá-branco.
Resultados semelhantes ao presente estudo foram observados por Hall et al. (1972) em
cloroplastos de folhas. Os discos de grana dos cloroplastos se mostraram muito mais longos
que os de plantas normais. Porém, o autor não observou acúmulo de amido nestas organelas.
6.1.3 Potássio
A ausência de grânulos de amido, a desorganização das pilhas de tilacóides,
rompimento da membrana dos vacúolos e projeções do conteúdo na região adjacente aos
cloroplastos e aumento nos espaços intercelulares, causado pela desestruturação da lamela
média, foram os principais sintomas da deficiência de potássio na avaliação ultra-estrutural as
plantas de jequitibá-branco (Figura 14).
B
Ed
Eb
Eic
48
Figura 14 - Ultra-estruturas de células do limbo foliar de jequitibá-branco submetido o
tratamento com omissão de potássio. cl-cloroplastos; ga - grânulos de amido;
gl - globulos de lipídeos; lm – lamela média; * projeções do conteúdo dos
cloroplastos
O aumento nos espaços intercelulares foi também sintoma da deficiência de potássio
visto nos tecidos do jequitibá-branco, com auxílio da técnica de microscopia óptica. (Figura
15).
A B
C D
lm
cl
cl
cl
cl
cl
cl
*
lm
lm
49
Figura 15 - Secções semi-finas de folha velha de jequitibá-branco sob tratamento completo
(A) e deficiente de potássio (B). Ed= epiderme adaxial; Eb= epiderme abaxial;
Pp= parênquima paliçadico; Pl= parênquima lacunoso; Eic= espaço
intercelular. Barra = 50 μm
Na Figura 14 pode ser visto o rompimento da membrana dos vacúolos e projeções do
conteúdo na região adjacente aos cloroplastos, que é provavelmente devido a um distúrbio
provocado na regulação do potencial osmótico, causado pela deficiência de potássio
(EPSTEIN; BLOOM, 2006).
Houve comprometimento nas ultra-estruturas celulares das folhas das plantas de
jequitibá-branco deficientes de potássio, sendo que, grande parte destes sintomas de
deficiência de potássio certamente está relacionado às funções do potássio, como por
exemplo, ativação enzimática de inúmeras enzimas, síntese de proteína e produção de ATP.
(KERBAUY, 2004).
6.1.4 Cálcio
Nas células das folhas velhas das plantas deficientes em cálcio houve a
desestruturação da lamela média, os cloroplastos estavam dilatados e havendo alguns
cloroplastos com suas membranas rompidas. Além disso, houve também maior acúmulo de
grânulos de amido (Figuras 16 e 17).
B
Ed
Eb
Eic
50
-------
Figura 16 - Ultra-estruturas de células do limbo foliar de jequitibá-branco submetido ao
tratamento completo (A e C) e tratamento com omissão de cálcio (B e D). cl-
cloroplastos; ga - grânulos de amido; lm – lamela média; v- vacúolo
Figura 17 - Ultra-estruturas de células do limbo foliar de jequitibá-branco submetido ao
tratamento com omissão de cálcio (E e F). cl-cloroplastos; ga - grânulos de
amido; lm – lamela média
A B
C D
E F
cl
cl
cl
ga
cl
ga
ga
cl
v
lm
lm
cl
cl
lm
lm
ga
51
A desestruturação da lamela média ocorre porque o cálcio é componente da parede
celular, além de ser também componente da membrana plasmática e funciona como
mensageiro secundário, em várias respostas da planta a sinais ambientais e hormonais
(KIRKBY; PILBEAM, 1984).
O elemento cálcio forma pectatos de cálcio na fração da parede celular e lamela média
(TAIZ; ZIEGER, 2004), sendo que a desestruturação da lamela média foi observada nas
análises da ultra-estrutura celular (Figuras 16 e 17) e nos tecidos (Figura 18) plantas de
jequitibá-branco.
Além disso, e como visto na Figura 18, a deficiência de cálcio comprometeu
drasticamente na formação do parênquima paliçadico e, também, o aumento dos espaços
intercelulares.
Diante disso, ficou evidente que a deficiência de cálcio compromete seu papel
estrutural nas plantas, pois impedirá a formação dos pectatos de cálcio que compõem a lamela
média.
Tais resultados também foram encontrados em Sorreano (2006), em seu estudo com
tecidos de folha de Ceiba speciosa St Hil. (paineira), utilizando as técnicas da microscopia
eletrônica de transmissão.
Figura 18 - Secções semi-finas de folha velha de jequitibá-branco sob tratamento completo
(A) e deficiente de cálcio (B). Ed= epiderme adaxial; Eb= epiderme abaxial;
Pp= parênquima paliçadico; Pl= parênquima lacunoso; Eic= espaço
intercelular. Barra = 50 μm
B
52
6.1.5 Magnésio
Observa-se na Figura 19, que os principais sintomas nas células das folhas velhas de
plantas deficientes em magnésio foram: alterações nos cloroplastos com rompimento da
membrana, com a acentuada desorganização e instabilidade dos tilacóides, grande número de
glóbulos de lipídeos.
Figura 19 - Fotomicrografias de ultra-estrutura de células do limbo foliar de jequitibá-branco
submetido ao tratamento completo (A) e tratamento com omissão de magnésio.
cl-cloroplastos; ga - grânulos de amido; gl - glóbulos de lipídeos; lm – lamela
média
C
A B
D
cl
cl
lm
cl
lm
lm
lm
gl
53
Como constatado na Figura 20, não se observou alterações significativas nos tecidos,
causados pela deficiência de magnésio das folhas de jequitibá-branco, com auxílio da técnica
de microscopia óptica.
Figura 20 - Secções semi-finas de folha velha de jequitibá-branco sob tratamento completo
(A) e deficiente de magnésio (B). Ed= epiderme adaxial; Eb= epiderme abaxial;
Pp= parênquima paliçadico; Pl= parênquima lacunoso; Eic= espaço
intercelular. Barra= 50 μm
As alterações nos cloroplastos com rompimento da membrana, com a acentuada
desorganização dos tilacóides, causadas pela deficiência de magnésio, justificam-se tendo em
vista que este elemento também é parte da estrutura da molécula de clorofila, juntamente com
o nitrogênio e outros elementos (TAIZ; ZIEGER, 2004).
Com isso, a deficiência de magnésio comprometerá a síntese de clorofila, afetando,
desta forma, a constituição e a estabilidade dos tilacóides e, conseqüentemente, haverá má
formação dos cloroplastos.
B
54
6.1.6 Enxofre
Os principais sintomas de deficiência de enxofre, que foram observados na Figura 21,
folhas novas das plantas de jequitibá-branco foram: o maior número de grânulos de amido no
interior do cloroplasto e projeções do conteúdo de amido no cloroplasto.
O maior número de grânulos de amido no interior do cloroplasto, além das projeções
do conteúdo de amido no cloroplasto, sintomas de deficiências de enxofre, pode ser
justificado pelo comprometimento de algumas etapas o processo de fotossíntese, causada pela
deficiência de enxofre, que será visto posteriormente.
Figura 21 - Fotomicrografias de ultra-estrutura de células do limbo foliar de jequitibá-branco
submetido ao tratamento completo (A) e tratamento com omissão de enxofre
(B, C e D). cl-cloroplastos; ga - grânulos de amido; lm – lamela média; v-
vacúolo
C
D
B A
ga cl
cl cl
cl
ga
lm
ga
ga
ga
v
55
Nenhuma alteração ultra-estrutural foi observada nos tecidos das folhas novas de
jequitibá-branco deficientes em enxofre, com auxílio da técnica de microscopia óptica.
Figura 22 - Secções semi-finas de folha nova de jequitibá-branco sob tratamento completo
(H) e deficiente de enxofre (B). Barra= 50 μm
A
B
56
6.2 Diagnose visual e avaliação do teor dos nutrientes
Os resultados e discussões da diagnose visual e da análise química, para determinação
química dos tecidos vegetais de folhas, caules e raízes
3
estão a seguir. Inicialmente serão
mostrados os resultados da análise química dos tecidos vegetais (Tabelas de 4 a 11), que
serviram para comprovar se realmente os sintomas visuais, apresentados neste estudo por
meio de fotografias, eram realmente causados pela deficiência do respectivo nutriente
mineral.
A análise de tecidos vegetais foi desenvolvida para prover informações sobre o estado
nutricional das plantas, como forma de direcionar o manejo nutricional para produções ótimas
(SMITH; LONERAGAN, 1997; DEON, 2007).
As folhas são os órgãos que mais refletem melhor o estado nutricional das plantas
(MARSCHNER, 1995).
3
Análise química para determinação dos teores de nutrientes realizou-se somente nas raízes das plantas de
jequitibá-branco
57
Tabela 4 - Teores dos macronutrientes nas folhas e caule de aroeira-pimenteira
Tratamento N P K Ca Mg S
g/kg
Folha
Completo
20 c 4,2 abcd 24 bcd 10 ab 2,7 abc 3,3 ab
Omissão de N
10 g 5,0 a 21 cde 7 bc 3,7 a 2,4 bc
Omissão de P
18 cde 1,2 e 21 cde 12 ab 3,0 abc 2,8 ab
Omissão de K
24 b 5,0 ab 4 f 15 a 3,6 ab 3,3 ab
Omissão de Ca
27 a 4,8 abc 31 a 4 c 2,0 cd 2,9 ab
Omissão de Mg
28 a 5,2 a 29 ab 13 ab 0,9 d 3,3 ab
Omissão de S
15 f 3,0 d 16 e 9 bc 2,5 bc 1,4 c
Omissão de B
18cde 3,3 bcd 17 e 10 ab 2,2 c 2,6 b
Omissão de Cu
17 def 3,4 abcd 17 e 10 ab 2,2 c 2,7 b
Omissão de Fe
19 c 3,5 abcd 19 de 12 ab 2,6 abc 3,2 ab
Omissão de Mn
19 c 4,4 abcd 25 bc 11 ab 2,8 abc 3,7 a
Omissão de Mo
16 ef 3,3 cd 18 e 9 bc 2,2 c 2,7 ab
Omissão de Zn
19 cd 4,4 abcd 21 cde 11 ab 3 abc 3,4 ab
CV (%) 4 15 9 19 14 12
Valor de F
(2)
105 * 11 * 43 * 6 * 10 * 8 *
DMS 4 2 5 6 1 1
Caule
Completo
6 de 2, 9abc 9 de 2,1 de 0,8 abc 0,6 ab
Omissão de N
3 e 2,9 abc 16 b 2,3 de 1,0 ab 0,9 ab
Omissão de P
6 cde 0,4 e 10 de 3,6 bcd 0,9 ab 1,0 a
Omissão de K
11 b 2,8 abc 3 g 4,4 bc 0,9 ab 0,8 ab
Omissão de Ca
16 a 3,3 ab 13 c 1,6 e 0,7 abc 0,8 ab
Omissão de Mg
9 bc 3,6 a 19 a 7,5 a 0,3 c 1,0 a
Omissão de S
5 de 2,2 cd 8 ef 2,7 cde 0,9 abc 0,3 b
Omissão de B
5 de 2,6 bcd 8 ef 3,0 cde 0,6 bc 0,5 ab
Omissão de Cu
4 e 2,0 cd 8 ef 3,7 bcd 0,5 bc 0,5 ab
Omissão de Fe
6 de 2,4 bcd 9 def 3,2 cde 0,8 abc 0,6 ab
Omissão de Mn
7 cd 3,6 a 11 cd 5,3 b 1,2 a 0,9 a
Omissão de Mo
5 de 2,0 cd 7 f 3,0 cde 0,5 bc 0,5 ab
Omissão de Zn
6 de 1,7 d 8 ef 2,9 cde 0,5 bc 0,6 ab
CV (%) 15 13 9 17 26 29
Valor de F
(2)
34 * 21 * 58 * 20 * 5 * 4 *
DMS 3 1 3 2 1 1
(1) As médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem estatisticamente entre si. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. (2) * significativo ao nível de 5% de
probabilidade.
58
Tabela 5 – Teores dos micronutrientes nas folhas e caule de aroeira-pimenteira
Tratamento B Cu Fe Mn Zn
mg/kg
Folha
Completo 16 b
(1)
4 ab 291 ab 33 bcd 20 ab
Omissão de N 17 b 3 ab 285 ab 54 a 23 ab
Omissão de P 18 b 3,8 ab 190 b 33 bcd 20 ab
Omissão de K 25 ab 4,3 ab 284 ab 32 cd 21 ab
Omissão de Ca 30 a 5,5 a 351 a 40 bc 25 a
Omissão de Mg 24 ab 5,6 a 303 ab 43 b 22 ab
Omissão de S 20 b 5,4 a 283 ab 31 cd 17 abc
Omissão de B 9 c 3,5 ab 276 ab 31 cd 18 abc
Omissão de Cu 20 ab 3,3 b 250 ab 27 d 15 bc
Omissão de Fe 21 ab 3,5 ab 122 c 39 bc 23 ab
Omissão de Mn 25 ab 4,8 ab 358 a 16 e 23 ab
Omissão de Mo 19 b 3,0 ab 247 ab 33 bcd 17 abc
Omissão de Zn 19 b 3,8 ab 258 a 32 bcd 9 c
CV (%) 15 31 18 10 15
Valor de F
(2)
5 * 3 * 2 * 18 * 6*
DMS 9 4 151 11 9
Caule
Completo 9 b 2,2ab 55b 7 cd 17 bc
Omissão de N 10 ab 2,5ab 74a 16 b 22 bc
Omissão de P 9 b 1,9ab 44b 7 cd 13 bcd
Omissão de K 9 b 2,2ab 55b 6 cd 24 b
Omissão de Ca 13 a 3,2a 50b 15 a 43 a
Omissão de Mg 10 ab 2,5ab 51b 8 c 18 bc
Omissão de S 9 b 2,3ab 44b 6 cd 14 bcd
Omissão de B 9 b 2,6ab 56b 6 cd 15 bcd
Omissão de Cu 8 b 1,9b 56b 6 cd 11 cd
Omissão de Fe 9 b 3,0a 40b 6 cd 20 bc
Omissão de Mn 14 a 2,8ab 53b 4 d 22 b
Omissão de Mo 8 b 1,2ab 44b 7 cd 13 bcd
Omissão de Zn 11 ab 1,4ab 53b 7 cd 5d
CV (%) 13 40 11 15 19
Valor de F
(2)
6 * 3 * 7 * 63 * 19 *
DMS 4 3 16 4 11
(1) As médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem estatisticamente entre si. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. (2) * significativo ao nível de 5% de
probabilidade.
59
Tabela 6 - Teores dos macronutrientes nas folhas e caule de baba-de-boi
Tratamento N P K Ca Mg S
g/kg
Folha
Completo
20 b 4,8 a 21 abc 18 bc 3,0 b 1,2 ab
Omissão de N
7 c 3,5 ab 29 a 11 de 1,7 bcd 0,6 bc
Omissão de P
20 b 1,0 b 14 cd 23 ab 2,9 bc 0,9 abc
Omissão de K
23 ab 5,8 a 12 d 27 a 7,6 a 1,6 a
Omissão de Ca
28 ab 4,7 a 22 abc 8 e 7,4 a 1,6 a
Omissão de Mg
24 ab 3,9 ab 23 abc 21 ab 1,3 d 1,0 abc
Omissão de S
32 a 5,3 a 27 abc 10 de 2,1 bcd 0,4 c
Omissão de B
29 ab 4,2 ab 29 ab 11 de 1,6 bcd 1,1 abc
Omissão de Cu
24 ab 4,5 a 24 abc 10 de 1,5 cd 1,1 abc
Omissão de Fe
24 ab 5,2 a 23 abc 14 cde 1,6 bcd 1,2 ab
Omissão de Mn
25 ab 6,0 a 26 abc 14 cde 1,9 bcd 1,2 ab
Omissão de Mo
23 ab 3,7 ab 14 bcd 22 ab 2,5 bcd 0,9 abc
Omissão de Zn
25 ab 6,2 a 26 abc 16 bcd 2,2 bcd 1,2 ab
CV (%) 14 24 23 15 17 23
Valor de F
(2)
10 * 5 * 4 * 19 * 55 * 5 *
DMS 10 3 15 7 1 1
Caule
Completo
5 gh 1,7 cd 9 de 2,9 ab 1,0 ab 0,3 c
Omissão de N
5 gh 1,9 abcd 14 ab 1,6 cd 1,3 ab 0,2 c
Omissão de P
9 bcd 0,3 e 10 cde 2,5 abcd 0,8 bc 0,2 c
Omissão de K
10 b 2,2 ab 4 f 2,7 abc 1,3 ab 0,5 ab
Omissão de Ca
17 a 2,3 a 16 a 1,4 d 1,6 a 0,6 a
Omissão de Mg
7 cdef 1,8 bcd 10 cde 3,5 a 0,4 c 0,3 c
Omissão de S
8 cde 1,8 bcd 11 dce 2,4 bcd 0,9 bc 0,3 c
Omissão de B
9 bc 1,9 abcd 12 bc 3,3 ab 1,2 ab 0,4 bc
Omissão de Cu
7 defg 2,1 abc 10 cde 2,9 ab 1,0 ab 0,4 bc
Omissão de Fe
6 fgh 1,5 d 8 e 2,8 ab 0,9 bc 0,3 c
Omissão de Mn
6 efgh 2,0 abc 9 cde 3,1 ab 1,3 ab 0,4 bc
Omissão de Mo
5 gh 1,9 abcd 10 cde 2,9 ab 0,9 bc 0,3 bc
Omissão de Zn
10 b 2,2 a 12 bcd 2,8 ab 1,3 ab 0,4 bc
CV (%) 8 8 10 13 19 18
Valor de F
(2)
79* 40 * 23 ** 8 * 7 * 9 *
DMS 2 1 3 1 1 0
(1) As médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem estatisticamente entre si. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. (2) * significativo ao nível de 5% de
probabilidade.
60
Tabela 7 - Teores dos micronutrientes nas folhas e caule de baba-de-boi
Tratamento B Cu Fe Mn Zn
mg/kg
Folha
Completo 69 bcd 6,0 ab 240 abc 25 bc 27 abc
Omissão de N 80 abcd 5,1 bc 336 ab 30 bc 23 bcd
Omissão de P 66 bcd 4,4 bc 300 abc 36 b 21 bcd
Omissão de K 109 a 5,8 ab 466 a 96 a 25 bcd
Omissão de Ca 95 ab 8,7 a 444 a 74 a 37 a
Omissão de Mg 73 ab 4,9 bc 296 abc 31 b 17 cd
Omissão de S 48 de 5,7 ab 259 bc 22 bc 24 bcd
Omissão de B 31 e 4,6 bc 115 bc 27 bc 29 ab
Omissão de Cu 95 ab 2,4 c 118 bc 23 bc 27 abc
Omissão de Fe 71 bcd 6,5 ab 94 d 26 bc 25 bcd
Omissão de Mn 57 cde 5,0 bc 155 bc 6 d 27 bc
Omissão de Mo 82 abc 4,9 bc 233 abc 42 b 27 abc
Omissão de Zn 83 abc 3,9 bc 108 bc 39 b 16 d
CV (%) 15 20 33 22 15
Valor de F
(2)
11 * 6 * 7 * 26 * 6 *
DMS 33 3 241 24 11
Caule
Completo 7 b 2,5 de 42 ab 6 cde 6 cd
Omissão de N 8ab 2,9 bcde 62 a 11 b 7 cd
Omissão de P 6 b 2,5 de 44 ab 5 cde 5 cd
Omissão de K 8 ab 5,0 abc 59 ab 7 c 11 ab
Omissão de Ca 10a 5,5 a 72 a 18 a 12a
Omissão de Mg 7 b 3,9 abcd 48 ab 3 ef 6 cd
Omissão de S 6 b 3,6 abcd 64 a 4 def 5 cd
Omissão de B 6 b 4,0 abcd 48 ab 7 cd 8 bc
Omissão de Cu 6 b 0,9 e 52 ab 6 cde 8 bc
Omissão de Fe 6 b 2,8 cde 27 b 5 cde 7 c
Omissão de Mn 6 b 5,2 ab 74 a 2 f 7 bc
Omissão de Mo 6 b 2,2 de 42 ab 5 cde 7 cd
Omissão de Zn 7b 3,1 bcde 51 ab 6 cd 4 d
CV (%) 13 23 22 15 16
Valor de F
(2)
5 * 9 * 4 * 51 * 12 *
DMS 3 2 35 3 3
(1) As médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem estatisticamente entre si. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. (2) * significativo ao nível de 5% de
probabilidade.
61
Tabela 8 - Teores dos macronutrientes nas folhas e caule de jequitibá-branco
Tratamento N P K Ca Mg S
g/kg
Folha
Completo
31 ab 6 bc 21 a 20,8 a 4 b 4,9 c
Omissão de N
9 e 1,2 g 15 c 20,1 a 3,3 b 2,7 d
Omissão de P
23 cd 0,4 g 16 bc 21,5 a 2,6 bc 3,1 d
Omissão de K
20 d 3,3 ef 2 d 21,7 a 3 b 2,5 de
Omissão de Ca
32 a 5 cd 22 a 4,3 b 6a 5,2 bc
Omissão de Mg
26 bc 5,4 bcd 19 abc 19,9 a 1,6 c 3,1 d
Omissão de S
25 c 3,1 f 16 bc 18,7 a 3,4b 1,3 e
Omissão de B
24 bc 6,6 b 21 ab 18,1 a 3,5 b 3,2 d
Omissão de Cu
26 bc 4,6 de 17 abc 19,1 a 3,3 b 6,6 a
Omissão de Fe
23 cd 4,9 cd 16 bc 19,3 a 2,9 bc 6,3 ab
Omissão de Mn
22 cd 5,3 bcd 21 ab 21,2 a 2,8 bc 6,6 a
Omissão de Zn
24 cd 8,2 a 20 ab 19,7 a 2,7 bc 6,2 abc
CV (%) 7 10 11 9 15 11
Valor de F
(2)
34 * 79 * 30 * 21 * 14 * 46 *
DMS 5 1 5 5 1 1
Caule
Completo
20 ab 7,4 b 20 bc 15 ab 4,6 bc 3,5 cd
Omissão de N
7 d 2,5 ef 16 cd 13 b 2,8 de 2,6 de
Omissão de P
20 ab 1 f 17 cd 15 ab 3,1 de 3,1 d
Omissão de K
21 ab 2,7 def 11 d 25 a 3,7 cd 3,0 d
Omissão de Ca
12cd 3,8 cde 27 a 2 c 6,4 a 6,6 a
Omissão de Mg
20 ab 3,6 cdef 18 c 13 bc 2,1 e 2,9 d
Omissão de S
19 ab 3,5 cdef 18 c 18 ab 4,5 bc 1,6 e
Omissão de B
16 bc 6 bc 17 cd 15 ab 3,5 bc 2,7 de
Omissão de Cu
24 a 5,3 bcd 17 cd 12 bc 3,6 cd 4,7 bc
Omissão de Fe
25 a 4,6 cde 26 ab 12 bc 5,3 ab 4,7 cd
Omissão de Mn
24 a 4,3 cde 20 bc 11 bc 3,5 cd 5,0 b
Omissão de Zn
21 ab 12,5 a 21 cd 14 b 4,1 bcd 5,5 ab
CV (%) 10 19 11 27 12 11
Valor de F
(2)
21 * 31 * 11 * 6 * 17 * 39 *
DMS 6 3 6 11 1 1
(1) As médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem estatisticamente entre si. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. (2) * significativo ao nível de 5% de
probabilidade.
62
Tabela 9 - Teores dos macronutriente nas raízes de jequitibá-branco
Tratamento N P K Ca Mg S
g/kg
Raiz
Completo
16 ab 6,4 ab 21 ab 18 b 3,7 b 4,6 bcd
Omissão de N
6 c 3,7 cd 18 bc 16 b 3 b 2,8 ef
Omissão de P
18 a 1,2 e 16 bc 18 b 4 ab 4 cde
Omissão de K
19 a 4,8 bcd 8 d 25 a 3,3 b 4,3 cde
Omissão de Ca
17 ab 5,1 bcd 26 a 7 c 5,2 a 6,7 a
Omissão de Mg
16 ab 4,8 bcd 17 bc 16 b 1,7 c 3,1 ef
Omissão de S
15 ab 5,8 bc 17 cd 17 b 4 ab 2 f
Omissão de B
14 ab 4,4 bcd 18 cd 19 b 3,7 b 3,7 de
Omissão de Cu
13 b 5,3 bcd 18 cd 17 b 3,5 b 5,3 abc
Omissão de Fe
18 ab 5,2 bcd 19 b 17 b 3,1 b 5,3 abc
Omissão de Mn
14 ab 3,4 de 18 bc 18 b 3,3 b 5,3 abc
Omissão de Zn
16 ab 8,6 a 13 c 19 b 3,2 b 6 ab
CV (%) 12 15 10 8 12 12
Valor de F
(2)
10 * 16 * 16 * 22 * 10 * 21 *
DMS 5 2 6 4 1 2
(1) As médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem estatisticamente entre si.
Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. (2) * significativo ao nível de
5% de probabilidade.
63
Tabela 10 - Teores dos micronutrientes nas folhas e caule de jequitibá-branco
Tratamento B Cu Fe Mn Zn
mg/kg
Folha
Completo 71 a 8,1 bc 353 bcd 37 abc 26 bc
Omissão de N 38 f 4,1 de 281 d 40 abc 25 c
Omissão de P 52 bcde 3,8 de 296 d 29 c 25 c
Omissão de K 51 cdef 3,4 de 341 cd 31 bc 27 bc
Omissão de Ca 45 def 4,6 de 437 abc 44 ab 34 ab
Omissão de Mg 62 abc 5,8 cd 359 bcd 39 abc 29 abc
Omissão de S 59 abcd 5,9 cd 330 cd 48 a 26 bc
Omissão de B 13 g 5,9 cd 350 bcd 40 abc 23 c
Omissão de Cu 46 def 2,1 e 472 a 47 a 37 a
Omissão de Fe 43 ef 4,3 de 68 e 42 abc 30 abc
Omissão de Mn 44 ef 11,1 ab 457 ab 5 d 31 abc
Omissão de Zn 66 ab 12,0 a 347 bcd 45 a 7 d
CV (%) 10 19 11 12 11
Valor de F
(2)
29,7 * 20,9 * 23,2 * 18,9 * 19,2 *
DMS 14 3 111 14 9
Caule
Completo 35 bc 10,4 bc 161 b 43 abcd 26 c
Omissão de N 25 c 9,4 cde 151 b 51 abc 25 c
Omissão de P 29 bc 8,3 cdef 164 b 49 abcd 29 bc
Omissão de K 35 bc 6 f 150 b 37 cd 22 cd
Omissão de Ca 32 bc 8,2 cdef 271 a 51 ab 42 a
Omissão de Mg 33 bc 7 ef 190 b 36 d 31 bc
Omissão de S 35 bc 8 cdef 151 b 42 abcd 27 bc
Omissão de B 9 d 7,6 def 186 b 37 cd 24 cd
Omissão de Cu 27 bc 2,4 g 165 b 54 ab 37 ab
Omissão de Fe 26 bc 10 bcd 70 c 41 bcd 26 c
Omissão de Mn 28 bc 13 a 271 a 8 e 26 c
Omissão de Zn 49 a 12,4 ab 192 b 55 a 14 d
CV (%) 11 10 14 11 13
Valor de F
(2)
22 * 31 * 14 * 22 * 11 *
DMS 10 3 73 14 10
(1) As médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem estatisticamente entre si. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. (2) * significativo ao nível de 5% de
probabilidade.
64
Tabela 11 - Teores dos micronutrientes nas raízes de jequitibá-branco
Tratamento B Cu Fe Mn Zn
mg/kg
Raiz
Completo 35 b 13 a 148 d 41 b 30 bcd
Omissão de N 30 bc 12 ab 136 d 34 b 27 cd
Omissão de P 32 bc 11 ab 141 d 31 b 23 d
Omissão de K 30 bc 14 a 141 d 30 b 24 d
Omissão de Ca 27 c 11 ab 192 c 54 a 37 a
Omissão de Mg 29 bc 11 ab 155 d 38 b 28 bcd
Omissão de S 30 bc 11 ab 149 d 34 b 32 abc
Omissão de B 13 d 12 ab 140 d 34 b 32 abc
Omissão de Cu 32 bc 4 c 224 b 53 a 35 ab
Omissão de Fe 28 c 10 b 92 e 31 b 29 bcd
Omissão de Mn 28 c 13 ab 260 a 9 c 27 bcd
Omissão de Zn 46 a 14 a 148 d 52 a 11 e
CV (%) 8 12 6 11 9
Valor de F
(2)
30 * 12 * 59 * 29 * 20 *
DMS 7 4 29 12 7
(1) As médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem estatisticamente entre si. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. (2) * significativo ao nível de 5% de
probabilidade.
65
6.2.1 Nitrogênio
As plantas de aroeira-pimenteira, submetidas ao tratamento carente em nitrogênio,
sofreram redução no teor desse nutriente nas folhas e nos caules, respectivamente 10 g kg
-1
e 3
g kg
-1
, quando comparado ao tratamento completo, cujas folhas tinham teor médio de 20 g kg
-
1
e os caules o teor médio de 6 g kg
-1
(Tabela 4).
O mesmo não ocorreu com as plantas de baba-de-boi que até sofreram redução no teor
de nitrogênio nas folhas (7 g kg
-1
), quando comparadas às mudas do tratamento completo (20
g kg
-1
), mas estatisticamente o teor de nitrogênio dos caules das plantas deficientes em
nitrogênio não diferiu do teor das plantas submetidas ao tratamento completo, sendo o valor
de ambos os teores de 5 g kg
-1
(Tabela 6).
Nas plantas de jequitibá-branco, deficientes em nitrogênio, os teores de nitrogênio nas
folhas, caules e raízes, que foram, respectivamente, 9 g kg
-1
, 7 g kg
-1
e 6 g kg
-1
, foram
menores que os teores determinados nos mesmos órgãos do tratamento completo, que foram,
respectivamente, 31 g kg
-1
, 20 g kg
-1
e 16 g kg
-1
(Tabelas 8 e 9).
A carência de nitrogênio causou clorose nas folhas mais velhas, nas três espécies
florestais nativas deste estudo, a partir do terceiro mês após transplantio das mudas para os
vasos, com tratamento carente em nitrogênio.
As plantas de aroeira-pimenteira e baba-de-boi mostraram clorose generalizada, ou
seja, amarelamento das folhas novas e velhas (Figuras 23 e 24), além da senescência precoce
da folhas. Nas plantas de jequitibá-branco (Figuras 25 e 26) houve clorose generalizada,
todavia não houve a senescência das folhas mais velhas a partir no quarto mês.
Tais resultados são semelhantes aos de Silva e Muniz (1995), que estudando a espécie
florestal Cedrela fissillis, constaram que a ausência de nitrogênio resultou em coloração verde
citrina nas folhas mais velhas e posterior amarelecimento generalizado. A omissão de
nitrogênio causou clorose nas folhas mais velhas no terceiro mês após o transplante, e no
quarto mês as plantas mostraram clorose generalizada, como visto também com as três
espécies florestais nativas deste estudo.
Além dos sintomas anteriormente citados, clorose marginal (Figura 23, Foto C),
manchas necróticas (Figura 24, Fotos B e D) e as raízes pouco desenvolvidas também foram
sintomas de deficiências de nitrogênio observados nas espécies aroeira-pimenteira e baba-de-
boi.
A deficiência em nitrogênio é a causa mais provável da clorose uniforme nas folhas
das dicotiledôneas (MALAVOLTA, 2006).
66
A clorose uniforme nas folhas das plantas deficiente em nitrogênio pode ser explicada
pela diminuição da síntese de clorofila ou pela decomposição dos protídeos em compostos
mais simples.
Segundo Kramer e Koslowski (1960), a deficiência de nitrogênio é motivada pela
diminuição da síntese de quantidades normais de clorofila resultando em clorose das folhas,
que tem início nas folhas mais velhas.
Malavolta (2006) explica que as folhas amareladas é o resultado da proteólise, ou seja,
da decomposição dos protídeos em compostos mais simples. A conseqüência, à longo prazo,
do amarelamento das folhas é a senescência (envelhecimento) e queda precoce das folhas.
Como componente de constituintes celulares, incluindo aminoácidos e ácidos
nucléicos, a deficiência do nitrogênio retarda o crescimento e promove o amarelecimento das
folhas (clorose).
As folhas velhas são as primeiras a manifestar clorose, pois os compostos nitrogenados
são mobilizados nas folhas maduras, sofrem protólise e são translocados para as regiões de
crescimento. Se a deficiência persistir, as folhas mais velhas ficam completamente amarelas,
secam e caem da planta.
Quando o suprimento de nitrogênio está abaixo do ótimo, o crescimento é retardado e
o nitrogênio é remobilizado das folhas mais velhas para as mais novas (MALAVOLTA;
VITTI; OLIVEIRA, 1997). Assim os sintomas típicos de deficiência de nitrogênio podem ser
observados primeiramente nas folhas mais velhas.
Segundo Marschner (1995), o sistema radicular de plantas com deficiência de
nitrogênio são mais comprido e menos ramificado. Todavia, tal fato não foi observado em
nenhuma das espécies florestais nativas do presente trabalho.
67
Schinus terebinthifolius Raddi Deficiência de Nitrogênio
Aroeira-pimenteira
Figura 23 - Comparação de folha de planta de aroeira-pimenteira deficiente em nitrogênio e
sob tratamento completo (A, D e F). Folíolos velhos (D), Folhas novas (C) e
intermediárias (E) amareladas
A B
C
D
- N
COMPLETO
E F
- N
COMPLETO
68
Cordia superba Cham. Deficiência de Nitrogênio
Baba-de-boi
Figura 24 - Planta de baba-de-boi deficiente em nitrogênio (B e C) e sob tratamento completo
(A). Folha velha amarelada (clorose) de planta deficiente em nitrogênio
comparada à folha velha de planta sob tratamento completo (D)
COMPLETO - N
A B
C
D
69
Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze Deficiência de Nitrogênio
Jequitibá-branco
]
Figura 25 - Folhas novas de plantas de jequitibá-branco deficientes em nitrogênio (B, D e E) e
sob tratamento completo (A, C e F)
A B
C
D
E
F
70
Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze Deficiência de Nitrogênio
Jequitibá-branco
Figura 26 - Folhas novas (A e B) e velhas (C e D) de plantas de jequitibá-branco deficiente
em nitrogênio (B, C e D) e sob tratamento completo (A)
A B
C D
71
6.2.2.2 Fósforo
Submetidas ao tratamento carente em fósforo, as plantas de aroeira-pimenteira
sofreram redução nos teores desse nutriente nas folhas e nos caules, cujos valores foram,
respectivamente, 1,2 g kg
-1
e 0,4 g kg
-1
, quando comparados às plantas submetidas ao
tratamento completo, cujas folhas tinham teor médio de fósforo de 4,2 g kg
-1
e nos caules o
teor médio foi de 2,9 g kg
-1
(Tabela 4). Também houve redução no teor desse nutriente nas
folhas e nos caules das plantas de baba-de-boi, cujas folhas e caule tinham teor de fósforo de
1 g kg
-1
e 0,3 g kg
-1
, respectivamente, sendo que as folhas e o caule do tratamento completo
tinham teor de fósforo de 4,8 g kg
-1
e 1,7 g kg
-1
, respectivamente, como visto na Tabela 6.
Com relação às plantas jequitibá-branco, deficientes em fósforo, os teores deste nutriente nas
folhas, caules e raízes, que foram respectivamente 0,4 g kg
-1
; 1 g kg
-1
e 1,2 g kg
-1
, diferiram
estatisticamente e apresentaram teores de fósforo menores aos das plantas submetidas ao
tratamento completo, cujos teores de fósforo nas folhas, caules e raízes foram,
respectivamente, 6 g kg
-1
; 7,4 g kg
-1
e 6,4 g kg
-1
(Tabelas 8 e 9).
Ápice caulinar (gema apical) necrosado e conseqüente ramificação do ápice das
plantas, folhas deformadas, lanceoladas (Figura 27), com o ângulo foliar mais estreito, e
pontos de necrose no limbo (Figura 29) e folhas novas com clorose (Figura 30) foram os
principais sintomas visuais de deficiência de fósforo nas plantas das três espécies estudadas.
O comprometimento no desenvolvimento radicular também foi um sintoma de
deficiência de fósforo, uma vez que as plantas das três espécies florestais nativas
desenvolvidas em solução deficiente em fósforo estavam com raízes pequenas (Figuras 28, 29
e 30).
Além dos sintomas descritos, Mengel et al. (2001) comentaram que o crescimento
reduzido, folhas velhas com coloração verde-escura ou azul-esverdeada, pigmentos vermelhos
ou marrons nas folhas, início do florescimento retardado, redução no número de frutos e
sementes e, caule avermelhado nas culturas anuais, também são alguns sintomas de
deficiência de fósforo nas plantas.
72
Schinus terebinthifolius Raddi Deficiência de Fósforo
Aroeira-pimenteira
Figura 27 - Ápice caulinar (gema apical) de planta de aroeira-pimenteira deficiente de fósforo
(B e C) e sob tratamento completo (A). Folha de planta deficiente em fósforo (D)
e comparação entre folíolos de plantas deficientes em fósforo e nitrogênio e sob
tratamento completo (E e F)
A B
C
D
E
COMPLETO -N -P
-N COMPLETO -P
F
73
Schinus terebinthifolius Raddi Deficiência de Fósforo
Aroeira-pimenteira
Figura 28 - Comparação entre raízes de plantas de aroeira-pimenteira sob tratamento
completo (A) e deficiente de fósforo (B)
B A
74
Cordia superba Cham. Deficiência de Fósforo
Baba-de-boi
Figura 29 - Folhas velhas (A e B) de plantas de baba-de-boi deficientes em fósforo.
Comparação entre raiz de plantas sob tratamento completo e deficiente em
fósforo (C e D)
A B
C
D
75
Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze Deficiência de Fósforo
Jequitibá-branco
Figura 30 - Comparação entre raiz (A) e folhas novas (B, C e D) de plantas de jequitibá-
branco deficientes em fósforo
A B
C D
COMPLETO
- P
76
6.2.2.3 Potássio
As plantas das três espécies florestais nativas, a aroeira-pimenteira, a baba-de-boi e o
jequitibá-branco, submetidas ao tratamento carente em potássio sofreram redução no teor de
potássio nas folhas, nos caules e nas raízes (Tabelas 4, 6, 8 e 9).
Os teores médios de potássio nas folhas e caules das plantas de aroeira-pimenteira
deficientes de potássio foram respectivamente 4 g kg
-1
e 3 g kg
-1
, enquanto nos mesmos
órgãos das plantas da mesma espécie sob tratamento completo foram respectivamente 24 g kg
-
1
e 9 g kg
-1
(Tabela 4).
Nas plantas de baba-de-boi deficientes de potássio, os teores médios de potássio nas
folhas e nos caules foram respectivamente 12 g kg
-1
e 4 g kg
-1
, enquanto que os teores foliares
das plantas do tratamento completo foram 21 g kg
-1
e 9 g kg
-1
. (Tabela 6).
Nas plantas de jequitibá-branco deficientes de potássio, cujos teores médios
encontrados nas folhas, caules e raízes foram respectivamente 2 g kg
-1
, 11 g kg
-1
e 8 g kg
-1
,
foram estatisticamente menores que os teores determinados nas plantas desta espécie sob
tratamento completo: as folhas de 21 g kg
-1
, nos caules de 20 g kg
-1
e nas raízes de 21 g kg
-1
(Tabelas 8 e 9).
Folhas novas deformadas, (Figura 31 e 33), folhas velhas com clorose (Figura 30),
enrugamento das folhas novas e velhas (Figuras 31 e 33) e colapso no pecíolo (Figuras 30 e
31), foram os sintomas de deficiência de potássio mais comuns encontrados entre as três
espécies florestais nativas.
Observou-se que, com a severidade da deficiência de potássio, nas três espécies
florestais nativas houve a queda das folhas velhas e intermediárias, decorrente do colapso dos
pecíolos, além de cessar o crescimento das plantas deficientes em potássio.
O potássio podendo ser remobilizado para as folhas mais jovens, os sintomas de
deficiência aparecem inicialmente nas folhas mais velhas, localizadas da base da planta, como
uma clorose que evolui para necrose, principalmente nas margens e entre nervuras (TAIZ;
ZIEGER, 2004).
77
Schinus terebinthifolius Raddi Deficiência de Potássio
Aroeira-pimenteira
Figura 31 - Folíolos de folha nova (A e B), folha intermediária (C) e velha (D, E e F) de
plantas de aroeira-pimenteira deficientes em potássio. Comparação entre folha
velha deficiente em potássio e sob tratamento completo (D)
A B
C D
E
F
COMPLETO - K
COMPLETO - K
78
Cordia superba Cham. Deficiência de Potássio
Baba-de-boi
Figura 32 - Comparação entre plantas de baba-de-boi deficientes em potássio e sob tratamento
completo (A, B, C e D)
A B
C
COMPLETO
- K COMPLETO
- K COMPLETO
D
79
Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze Deficiência de Potássio
Jequitibá-branco
Figura 33 - Folhas novas (A e B) e velhas (C e D) de plantas de jequitibá-branco sob
tratamento completo (A e E) e deficientes em potássio (B, C e D)
D E
A B C
80
6.2.2.4 Cálcio
As plantas de aroeira-pimenteira, submetidas ao tratamento carente em cálcio,
sofreram redução nos teores desse nutriente nas folhas e nos caules, que foram
respectivamente 4 g kg
-1
e 1,6 g kg
-1
, quando comparados ao tratamento completo, cujas
folhas tinham teor médio de 10 g kg
-1
e os caules o teor médio de 2,1 g kg
-1
(Tabela 4).
Esta constatação se repetiu com as plantas de baba-de-boi que sofreram redução no
teor médio de cálcio nas folhas (8 g kg
-1
) e nos caules (1,4 g kg
-1
), quando comparado ao
tratamento completo, cujas folhas tiveram teor médio de cálcio de 18 g kg
-1
e os caules de 2,9
g kg
-1
(Tabela 6).
Nas plantas de jequitibá-branco deficientes em cálcio, os teores médios de cálcio nas
folhas, caules e raízes, que foram, respectivamente, 4,3 g kg
-1
; 2 g kg
-1
e 7 g kg
-1
, foram
menores quando comparados às plantas submetidas ao tratamento completo, cujos teores
médios de cálcio nas folhas, caules e raízes foram, respectivamente, 21 g kg
-1
; 15 g kg
-1
e 18 g
kg
-1
(Tabelas 8 e 9).
Os sintomas mais comuns da deficiência de cálcio encontrados nas três espécies
florestais nativas foram: folhas velhas e novas deformadas e filiformes (Figura 34), necrose
nas bordas das folhas mais velhas, clorose e pigmentação avermelhada no limbo das folhas
velhas (Figura 35) e colapso no pecíolo (Figura 36) e, com a evolução dos sintomas de
carência de cálcio houve a queda das folhas.
Segundo Taiz e Zieger (2004), os sintomas de deficiência de cálcio aparecem primeiro
nas folhas jovens, as quais ficam deformadas e cloróticas, podendo chegar ao estágio de
necrose das margens. O sistema radicular pode apresentar-se com cor marrom, curto e
altamente ramificado.
Barroso et al. (2005), em estudo sobre deficiência nutricional em plantas de teca
(Tectona grandis), na ausência de cálcio, observaram-se redução drástica do crescimento,
clorose internerval, encarquilhamento e necrose das folhas (Figura 1), sintomas semelhantes
aos das espécies estudadas no presente trabalho. Além dos sintomas de deficiência de cálcio
mencionados, Barroso et al. (2005) constataram a morte da gema apical, paralisação de
emissão de raízes novas e apodrecimento das raízes secundárias.
81
Schinus terebinthifolius Raddi Deficiência de Cálcio
Aroeira-pimenteira
Figura 34 - Folhas novas (A e E), intermediárias (D) e velhas (B e C) de plantas de aroeira-
pimenteira deficientes em fósforo e do tratamento completo (C). Raiz de plantas
sob tratamentos completo (F) e deficiente em cálcio (G)
A B
C
D
E
F
G
- Ca COMPLETO
82
Cordia superba Cham. Deficiência de Cálcio
Baba-de-boi
Figura 35 - Comparação entre folhas e plantas de baba-de-boi sob tratamentos completo e
deficiente de cálcio (A, C e E). Folha (B) e ápice caulinar (D) de plantas
deficientes em cálcio
- Ca COMPLETO
A
B
C D
E
- Ca COMPLETO - Ca COMPLETO
83
Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze Deficiência de Cálcio
Jequitibá-branco
Figura 36 - Folhas velhas de plantas de jequitibá-branco deficientes em cálcio (B, C e D) e
comparação entre folhas sob tratamentos completo e deficiente em cálcio (A)
A B
C D
- Ca COMPLETO
84
6.2.2.5 Magnésio
As plantas aroeira-pimenteira, submetidas ao tratamento carente em magnésio,
sofreram redução no teor desse nutriente nas folhas (0,9 g kg
-1
) quando comparado ao
tratamento completo, que foi de 2,7 g kg
-1
(Tabela 4).
As plantas de baba-de-boi sofreram redução no teor de magnésio das folhas (1,3 g kg
-1
)
e dos caules (0,4 g kg
-1
), quando comparado com o teor do tratamento completo, que foi de 1
g kg
-1
. (Tabela 6).
Já com relação às plantas de jequitibá-branco deficientes em magnésio, cujos teores
foram determinados nas folhas, caules e raízes, que foram, respectivamente, 1,6 g kg
-1
, 2,1 g
kg
-1
e 1,7 g kg
-1
, diferiram estatisticamente e apresentaram teores de magnésio menores aos
das plantas submetidas ao tratamento completo, cujos teores nas folhas, caules e raízes foram,
respectivamente, 4 g kg
-1
, 4,6 g kg
-1
e 3,7 g kg
-1
(Tabelas 8 e 9).
Clorose internerval (Figuras 37, 38 e 39) e aparecimento de manchas brancas e
necróticas nas folhas mais velhas (Figuras 37 e 39) foram os principais sintomas de
deficiência de magnésio nas três espécies nativas estudadas.
O sintoma característico da deficiência de magnésio, descrito na literatura, é a clorose
entre as nervuras foliares, ocorrendo primeiro nas folhas mais velhas, devido à mobilidade
deste nutriente (MARSCHNER, 1995).
A ausência de magnésio causou clorose entre as nervuras e posteriormente
aparecimento de manchas claras por toda folha em Gmellina arbórea, segundo Haag et al.
(1981).
85
Schinus terebinthifolius Raddi Deficiência de Magnésio
Aroeira-pimenteira
Figura 37 - Folíolos das folhas velhas (A, B e C) de plantas de aroeira-pimenteira deficientes
em magnésio. Comparação entre planta deficiente em magnésio e sob tratamento
completo (D)
-Mg COMPLETO
A B
C D
86
Cordia superba Cham. Deficiência de Magnésio
Baba-de-boi
Figura 38 - Folhas d
e baba-de-boi deficientes em magnésio (A, C, E e F). Comparação entre
folhas deficientes em magnésio e sob tratamento completo (B e D)
A B
C D
E F
- Mg COMPLETO
- Mg COMPLETO
87
Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze Deficiência de Magnésio
Jequitibá-branco
Figura 39 - Folhas velhas de plantas de jequitibá-branco deficientes em magnésio (A, B, C e
D)
A B
C D
88
6.2.2.6 Enxofre
As plantas de aroeira-pimenteira, submetidas ao tratamento carente em enxofre,
sofreram redução no teor desse nutriente nas folhas (1,4 g kg
-1
) em relação ao tratamento
completo (3,3 g kg
-1
), mas estatisticamente não sofreram redução dos teores médios de
enxofre no caule (0,3 g kg
-1
), em relação às plantas submetidas ao tratamento completo (0,6 g
kg
-1
) (Tabela 4).
Isso se repetiu com as plantas de baba-de-boi que sofreram redução no teor de enxofre
nas folhas (0,4 g kg
-1
) em relação ao tratamento completo (1,2 g kg
-1
), mas estatisticamente
não sofreram redução dos teores médios de enxofre no caule (0,3 g kg
-1
), em relação
tratamento completo (0,3 g kg
-1
) (Tabela 6).
Diferente das plantas de aroeira-pimenteira e baba-de-boi, as plantas deficientes em
enxofre de jequitibá, cujos teores médios de enxofre foram determinados nas folhas, caules e
raízes, e foram respectivamente 1,3 g kg
-1
, 1,6 g kg
-1
e 2 g kg
-1
, diferiram estatisticamente e
apresentaram teores de enxofre menores aos das plantas submetidas ao tratamento completo,
cujos teores médios de enxofre nas folhas, caules e raízes foram, respectivamente, 4,9 g kg
-1
,
3,5 g kg
-1
e 4,6 g kg
-1
(Tabelas 8 e 9).
Os sintomas de deficiência de enxofre foram a clorose das folhas novas (Figuras 40,
41 e 42), folhas novas deformadas, filiformes e enrugadas (Figuras 40 e 42) e deformação do
ápice caulinar (Figura 42).
Considerando que tanto o enxofre como o nitrogênio são nutrientes constituintes de
aminoácidos, muitos dos sintomas de deficiência de enxofre são similares aos de nitrogênio,
incluindo clorose, redução do crescimento e acúmulo de antocianinas. Todavia, uma das
diferenças entre os sintomas é que a clorose causada pela deficiência de enxofre, inicialmente,
ocorre nas folhas jovens, pois, de forma diferente do nitrogênio, o enxofre é pouco
redistribuído para as folhas jovens, na maioria das espécies (EPSTEIN; BLOOM, 2006).
Barroso et al. (2005), em estudo sobre deficiência nutricional em plantas de teca
(Tectona grandis), na ausência de enxofre, constataram que as plantas apresentaram redução
no crescimento e clorose generalizada, principalmente nas folhas novas, que apresentaram
crescimento reduzido endurecimento e leve encarquilhamento.
89
Schinus terebinthifolius Raddi Deficiência de Enxofre
Aroeira-pimenteira
Figura 40 - Folhas novas de plantas de aroeira-pimenteira deficientes em enxofre (B, C e D).
Comparação entre folíolos de folhas novas deficientes em enxofre e completo (A)
A B
C D
COMPLETO
-
S
90
Cordia superba Cham. Deficiência de Enxofre
Baba-de-boi
Figura 41 - Folhas novas de plantas de baba-de-boi deficientes em enxofre (A a F)
A B
C D
E F
91
Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze Deficiência de Enxofre
Jequitibá-branco
Figura 42 - Folhas novas de plantas de jequitibá-branco deficientes em enxofre (A a F)
A B
C D
E F
92
6.2.2.7 Boro
Submetidas ao tratamento com omissão de boro, as plantas de aroeira-pimenteira
sofreram redução no teor de boro nas folhas (9 mg kg
-1
) quando comparadas às do tratamento
completo (16 mg kg
-1
), mas estatisticamente não sofreram redução dos teores médio de boro
no caule (9 mg kg
-1
), em relação às plantas submetidas ao tratamento completo (9 mg kg
-1
)
(Tabela 5).
Fato idêntico ocorreu com as plantas de baba-de-boi que sofreram redução no teor de
enxofre nas folhas (31 mg kg
-1
) em relação ao tratamento completo (69 mg kg
-1
), mas
estatisticamente não sofreram redução dos teores médios de boro no caule (6 mg kg
-1
), quando
comparados aos caules das plantas submetidas ao tratamento completo (7 mg kg
-1
) (Tabela 7).
Todavia, diferente das plantas de aroeira-pimenteira e de baba-de-boi, as plantas de jequitibá-
branco deficientes em boro, cujos teores médios de boro foram determinados nas folhas,
caules e raízes, que foram respectivamente 13 mg kg
-1
, 9 mg kg
-1
e 13 mg kg
-1
, diferiram
estatisticamente e apresentaram teores de boro menores aos das plantas submetidas ao
tratamento completo, cujos teores nas folhas, caules e raízes foram, respectivamente, 71 mg
kg
-1
, 35 mg kg
-1
e 35 mg kg
-1
(Tabelas 10 e 11).
O boro, assim como o zinco, são os micronutrientes que, com mais freqüência, se
mostram deficientes em solos brasileiros (RIBEIRO; SANTOS; MENEZES, 1994). A
deficiência de boro causou morte do ápice caulinar (Figuras 43 e 44, Fotos C e D), o que
resultou, nas plantas de aroeira-pimenteira, a ramificação na extremidade (Figura 43, Fotos B
e D) e formação de folhas novas filiformes (Figura 43, Fotos A e C), a partir do quarto mês
após o transplantio.
Nas plantas de baba-de-boi e jequitibá-branco, a deficiência de boro provocou clorose
das folhas novas (Figura 44, Foto A, B) e deformação do limbo das folhas novas, com o
murchamento e dobramento dos bordos foliares (Figura 45).
Nas três espécies florestais nativas observou-se que a deficiência de boro resultou na
formação de raízes menores, com ramificações curtas (Figuras 43, 44 e 45).
A morte do ápice caulinar e a má formação de raízes em plantas deficientes em boro
são explicadas pelo fato deste nutriente ser considerado imóvel na plantas, fazendo com que os
sintomas de sua deficiência ocorram em tecidos de crescimento, como nos meristemas florais
e apicais (MALAVOLTA, 2006). A degradação dos tecidos meristemáticos, causada pela
93
deficiência de boro, pode estar relacionada com anomalia no processo da divisão celular, com
mudanças na direção da divisão, que passa a ser radial em vez de longitudinal
(MARSCHNER, 1995). A deficiência de boro impede o alongamento de raízes, tornando
mais grossas e curtas (MARSCHNER, 1995), como visto nas Figuras 44 e 45.
94
Schinus terebinthifolius Raddi Deficiência de Boro
Aroeira-pimenteira
Figura 43 - Folhas novas de plantas de aroeira-pimenteira deficientes de boro (A, B, C e D).
Comparação entre raiz de plantas sob tratamento completo (F) e deficiente de
boro (E)
A B
C
D
E F
95
Cordia superba Cham. Deficiência de Boro
Baba-de-boi
Figura 44 - Folhas novas (A, B e E) e ápice caulinar (C e D) de plantas de baba-de-boi
deficientes em boro. Comparação entre raiz de plantas sob tratamento completo
e deficiente em boro (F)
A B
C D
E
F
COMPLETO
- B
96
Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze Deficiência de Boro
Jequitibá-branco
Figura 45 - Folhas novas de plantas de jequitibá-branco deficientes em boro. Comparação
entre raiz de plantas sob tratamento completo e deficiente de boro (E e F)
A B
C D
E F
COMPLETO
-B
COMPLETO- B
97
6.2.2.8 Cobre
Como observado da Tabela 5, estatisticamente, as plantas de aroeira-pimenteira,
submetidas ao tratamento de omissão em cobre, não sofreram redução no teor de cobre nas
folhas e nos caules, uma vez que as folhas tinham teor médio de cobre de 3,3 mg kg
-1
, sendo
que o caule apresentava teor de cobre de 1,9 mg kg
-1
, enquanto que os mesmo órgãos das
plantas do tratamento completo tinham, respectivamente, 4,0 e 2,2 mg kg
-1
. O mesmo não
ocorreu nas plantas de baba-de-boi e de jequitibá-branco, que sofreram redução no teor de
cobre nas folhas, caules e, no caso do jequitibá-branco, nas raízes (Tabelas 7, 10 e 11).
Nas plantas baba-de-boi, folhas e caules apresentaram menores teores de cobre, cujos
valores foram, respectivamente, 2,4 mg kg
-1
e 0,9 mg kg
-1
, e nas plantas do tratamento
completo foram 6 mg kg
-1
e 2,5 mg kg
-1
, respectivamente (Tabela 7). Nas plantas de
jequitibá-branco deficientes em cobre, os teores de cobre nas folhas, caules e raízes, que
foram, respectivamente, 2,1 mg kg
-1
, 2,4 mg kg
-1
e 4 mg kg
-1
, foram menores que os teores
nos mesmos órgãos das plantas sob tratamento completo, que apresentavam teores de cobre
nas folhas, caules e raízes de 8,1 mg kg
-1
, 10,4 mg kg
-1
e 13 mg kg
-1
, respectivamente (Tabelas
10 e 11).
Nas plantas das três espécies florestais nativas deficientes de cobre, houve a má
formação das folhas mais novas com pontos de necrose no limbo e na borda (Figuras 46, 47 e
48). Estas manchas necróticas apareceram primeiro nos ápices das folhas jovens e se
estenderam em direção à base da folha, ao longo das margens.
Manchas necróticas por todo o limbo, além de apresentaram coloração verde-azulada
das folhas novas, foram encontradas nas folhas da espécie florestal sangra d´água (Croton
urucurana, Baill.), sob tratamento deficiente em cobre (SORREANO et al., 2008).
O sintoma inicial da deficiência de cobre é o surgimento de folhas verde escuras, que
podem conter manchas necróticas. As folhas podem também se apresentar retorcidas ou
malformadas. Sob deficiência de cobre extrema, há possibilidade de as folhas caírem
prematuramente (TAIZ; ZIEGER, 2004).
Cloroses e necroses podem estar associadas à destruição das moléculas de clorofila, ou
mesmo dos tecidos no limbo foliar, pois a deficiência de cobre afeta o metabolismo celular,
limitando a atividade de várias enzimas, como a ascorbato oxidase, fenolase, citocromo,
plastocianinas e superóxido dismutase. Dessa forma, peróxidos, superóxidos e outros radicais
se acumulam, danificando as células (MEHDY, 1994).
98
Schinus terebinthifolius Raddi Deficiência de Cobre
Aroeira-pimenteira
Figura 46 - Folhas novas (A, B e C) de plantas de aroeira-pimenteira deficientes de cobre.
Comparação entre plantas sob tratamento completo e deficientes em cobre (D)
A B
C D
COMPLETO
- Cu
99
Cordia superba Cham. Deficiência de Cobre
Baba-de-boi
Figura 47 - Folhas novas de plantas de baba-de-boi deficientes de cobre. Manchas necróticas
(A e B), clorose (C) e deformação nas folhas novas (E e F) foram os principais
sintomas da carência de cobre
A B
C D
E
F
100
Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze Deficiência de Cobre
Jequitibá-branco
Figura 48 - Folhas novas de plantas de jequitibá-branco deficientes em cobre (A, B, C e D)
A
C
B
D
101
6.2.2.9 Ferro
As plantas de aroeira-pimenteira sofreram redução no teor de ferro das folhas (122 mg
kg
-1
), quando comparado ao teor das folhas do tratamento completo (291 mg kg
-1
). Os teores
de ferro dos caules das plantas deficientes em ferro (40 mg kg
-1
) não diferiram
estatisticamente dos teores das plantas submetidas ao tratamento completo (55 mg kg
-1
)
(Tabela 5).
As plantas de baba-de-boi sofreram redução no teor de ferro nas folhas (94 mg kg
-1
),
quando comparado ao teor das folhas do tratamento completo (240 mg kg
-1
). O teor de ferro
dos caules das plantas deficientes em ferro (27 mg kg
-1
) não diferiu do teor deste nutriente das
plantas submetidas ao tratamento completo (42 mg kg
-1
) (Tabela 7).
Nas plantas de jequitibá-branco deficientes de ferro, os teores de ferro nas folhas,
caules e raízes, respectivamente, 68 mg kg
-1
; 70 mg kg
-1
e 92 mg kg
-1
, foram menores que os
teores de ferro dos mesmo órgãos das plantas submetidas ao tratamento completo, que foram
353 mg kg
-1
; 161 mg kg
-1
e 148 mg kg
-1
, respectivamente (Tabelas 10 e 11).
As plantas deficientes em ferro apresentaram clorose marginal (Figura 50) e clorose
generalizada (Figuras 49 e 51) nas folhas novas, ao final do experimento. Como sintomas da
deficiência de ferro, houve também a ramificação da extremidade das plantas (Figura 49).
As folhas tornaram-se amareladas porque o elemento ferro é necessário para a síntese
de alguns dos complexos clorofila-proteínas no cloroplasto.
As raízes das plantas sob tratamento deficiente em ferro estavam mais ramificadas e
maiores, além de alteração na coloração na própria raiz e da solução nutritiva onde estavam as
plantas deficientes em ferro (Figuras 49, 50 e 51).
A alteração na coloração nas raízes, sob deficiência de ferro, também foi visto no
estudo de Salvador, Moreira e Muraoka (1999), com goiabeira (Psidium guajava), que
verificaram que o sistema radicular mostrou-se com tonalidade marrom ou ferruginosa, e a
ausência de raízes secundárias resultou em um sistema radicular curto, grosso e quebradiço.
O sintoma característico da deficiência de ferro é a clorose internerval, inicialmente
nas folhas jovens e, sob condições de deficiência extrema ou prolongada, as nervuras também
se tornam cloróticas (EPSTEIN; BLOOM, 2006). Tal sintoma não apareceu em nenhuma das
três espécies florestais nativas estudadas.
102
Schinus terebinthifolius Raddi Deficiência de Ferro
Aroeira-pimenteira
Figura 49 - Folhas novas (A e B) de plantas de aroeira-pimenteira deficientes em ferro.
Comparação entre raízes sob tratamento completo (C) e deficientes em ferro (D)
A B
C D
103
Cordia superba Cham. Deficiência de Ferro
Baba-de-boi
Figura 50 - Folhas novas (A, B e C) e raiz (D) de plantas de baba-de-boi deficientes em ferro.
Comparação entre raiz de plantas sob tratamento completo e deficientes em ferro
(E)
A
D E
B
C
COMPLETO - Fe
104
Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze Deficiência de Ferro
Jequitibá-branco
Figura 51 - Comparação entre folhas novas de plantas de jequitibá-branco sob tratamento
completo (A e D) e deficientes em ferro (B, C e D). Raiz de plantas deficientes
em ferro (E e F)
A B
C D
E F
COMPLETO
- Fe
105
6.2.2.10 Manganês
As plantas de aroeira-pimenteira sofreram redução no teor de manganês nas folhas (16
mg kg
-1
), quando comparadas às plantas do tratamento completo (33 mg kg
-1
), todavia
estatisticamente o teor de manganês dos caules das plantas deficientes em manganês (4 mg
kg
-1
) não diferiu das plantas submetidas ao tratamento completo (7 mg kg
-1
) (Tabela 5).
As plantas baba-de-boi, apresentaram menores teores de manganês nas folhas e caule,
cujos valores foram, respectivamente, 6 mg kg
-1
e 2 mg kg
-1
, quando comparados aos teores
de manganês das plantas submetidas ao tratamento completo, que foram, respectivamente, 25
mg kg
-1
e 6 mg kg
-1
(Tabela 7).
As plantas de jequitibá-branco, deficientes em manganês, apresentaram os teores de
manganês menores nas folhas, caules e raízes, cujos valores foram, respectivamente, 5 mg kg
-
1
; 8 mg kg
-1
e 9 mg kg
-1
, em relação às plantas submetidas ao tratamento completo, cujos
valores nas folhas, nos caules e nas raízes foram de 37 mg kg
-1
; 43 mg kg
-1
e 41 mg kg
-1
,
respectivamente (Tabelas 10 e 11).
Necrose, com ramificação no ápice caulinar (Figura 52 e 54), demonstrando que houve
alteração no tamanho, por perda da dominância apical, foram um dos sintomas típicos da
deficiência de manganês observados pelas três espécies florestais. Além destes sintomas de
carência de manganês, foram constadas a má formação das folhas novas (Figuras 52, 53 e 54),
com pontuações necróticas (Figura 54) e clorose nas folhas mais novas (Figura 53).
Os sintomas de clorose podem ser causados por um distúrbio na estrutura do
cloroplasto como conseqüência de uma inibição da síntese de lipídeos.
A necrose no ápice caulinar e as pontuações necróticas nas folhas mais novas podem
ser devido ao aumento na formação de radicais de oxigênio, como conseqüência da inibição
da reação de Hill, sob alta intensidade de luz (RÖMHELD, 2001).
O manganês também é requerido em vários passos na biossíntese de lignina. Plantas
deficientes deste elemento têm como sintoma no sistema radicular a baixa resistência das
raízes a agentes patogênicos (TAIZ; ZIEGER, 2004).
Outro o sintoma de deficiência de manganês é a clorose internerval nas folhas
(MARSCHNER, 1995), que não foi diagnostica neste estudo.
106
Schinus terebinthifolius Raddi Deficiência de Manganês
Aroeira-pimenteira
Figura 52 - Ápice caulinar de planta de aroeira-pimenteira deficiente em manganês (A, B e
C). Comparação entre plantas deficientes em manganês e sob tratamento
completo (D)
A B
C D
COMPLETO
-Mn
107
Cordia superba Cham. Deficiência de Manganês
Baba-de-boi
Figura 53 - Folhas novas de plantas de baba-de-boi deficientes em manganês (A, B, C e D)
A
B
C D
108
Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze Deficiência de Manganês
Jequitibá-branco
Figura 54 - Ápice caulinar e folhas novas de jequitibá-branco deficientes em manganês (A, B,
C, D e F). Comparação entre plantas sob tratamento completo e deficiente de
manganês (E)
E F
D C
A B
COMPLETO
-Mn
109
6.2.2.11 Zinco
Submetidas ao tratamento com omissão de zinco, as plantas de aroeira-pimenteira
sofreram redução nos teores desse nutriente nas folhas e nos caules, cujos valores foram,
respectivamente, 9 mg kg
-1
e 5 mg kg
-1
, quando comparados aos teores do tratamento
completo, cujas folhas tinham teor médio de zinco de 20 mg kg
-1
e nos caules o teor médio de
zinco foi de 17 mg kg
-1
(Tabela 5).
O mesmo não ocorreu com as plantas de baba-de-boi que até sofreram redução no teor
de zinco nas folhas (16 mg kg
-1
), quando comparados às plantas submetidos ao tratamento
completo (27 mg kg
-1
), mas estatisticamente o teor de zinco dos caules das plantas deficiente
em zinco (4 mg kg
-1
) não diferiu das plantas submetidas ao tratamento completo (6 mg kg
-1
)
(Tabela 7).
As folhas, caules e raízes das plantas de jequitibá-branco deficientes em zinco,
apresentaram, respectivamente, teores deste nutriente de 7 mg kg
-1
,14 mg kg
-1
e 11 mg kg
-1
,
enquanto que os teores nos mesmos órgãos das plantas do tratamento completo foram de 26
mg kg
-1
, 26 mg kg
-1
e 30 mg kg
-1
, respectivamente (Tabelas 10 e 11).
A formação de internódios mais curtos, clorose e má formação das folhas novas
(Figuras 55, 56 e 57) foram os principais sintomas de deficiência de zinco encontrados nas
três espécies florestais nativas.
A deficiência de zinco afeta o crescimento da planta, com redução no crescimento dos
internódios e produção de folhas retorcidas. Isso porque o zinco participa como componente
estrutural e ativador das enzimas envolvidas no metabolismo do DNA e RNA, na divisão
celular e na síntese de proteínas (MARSCHNER, 1995).
Salvador, Moreira e Muraoka (1999), em estudo com deficiência de zinco em
goiabeira (Psidium guajava), verificaram que as manifestações morfológicas decorrentes da
carência de zinco se estabeleceram 30 dias a partir do início do tratamento e foram mais
pronunciadas nas folhas mais jovens. Essas folhas apresentaram-se pequenas, mais estreitas e
pontiagudas, caracterizando a má formação foliar como vista nas espécies florestais nativas
deste estudo, com nervuras salientes e encurvamento da lâmina para cima e, às vezes, para
baixo ao longo da nervura principal, com as margens voltadas para a face central. Observou-
se também clorose internerval com as nervuras bem realçadas de verde e manchas ou
pequenas pontuações castanhas distribuídas pelo limbo.
110
Schinus terebinthifolius Raddi Deficiência de Zinco
Aroeira-pimenteira
Figura 55 - Folhas novas (A, B e C) e internódios (D) de plantas de aroeira-pimenteira
deficientes em zinco
A B
C D
111
Cordia superba Cham. Deficiência de Zinco
Baba-de-boi
Figura 56 - Comparação entre intermédios (A e B) e altura (D) de plantas de baba-de-boi
deficientes em zinco e sob tratamento completo e folhas novas de plantas
deficientes em zinco
A B
C D
COMPLETO
-Zn
112
Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze Deficiência de Zinco
Jequitibá-branco
Figura 57 - Folhas novas (A e B), internódios (D) e comparação entre folhas novas de plantas
de jequitibá-branco deficientes em zinco e sob tratamento completo (C)
A B
C D
COMPLETO - Zn
COMPLETO - Zn
113
6.3 Efeito da deficiência nutricional na taxa de assimilação de gás carbônico
e na transpiração de jequitibá-branco
Vários trabalhos científicos (ALFONSI et. al., 2005; BATAGIN, 2008; NEVES, 2004;
ROMERO, 2008; INOUE; RIBEIRO, 1988) consideram a assimilação de carbono como
sendo a fotossíntese.
Alfonsi et. al. (2005), estudando, entre outros aspectos, as trocas gasosas
fotossintéticas nos genótipos de Coffea, consideram as medidas de assimilação de carbono
como fotossíntese líquida. Batagin (2008), na análise anátomo-fisiológicas de folhas de
pupunheiras, também considerou a assimilação de carbono como fotossíntese líquida.
Neves (2004) considerou que a assimilação de carbono expressa a fotossíntese líquida
máxima. Romero (2008), em estudo sobre a resposta fisiológica de plantas de Eucalyptus
grandis à adubação com potássio ou sódio, considerou a assimilação de carbono como sendo
a taxa de fotossíntese.
Inoue e Ribeiro (1988) descreveram como fotossíntese líquida a quantidade líquida de
CO
2
assimilado por unidade de área foliar por unidade de tempo (micromol de CO
2
por
segundo por metro quadrado)
No presente estudo, os efeitos da deficiência nutricional na assimilação de carbono
serão avaliados tendo em vista que a assimilação de carbono está associada diretamente aos
processos fotossintéticos.
Isso porque, quanto maior a absorção de CO
2
pela folha, maior sua atividade
fotossintética. Consequentemente, qualquer mudança na atividade fotossintética ou
respiratória da folha será refletida na concentração final de CO
2
, que pode ser medida com
auxilio do analisador de gás por infravermelho portátil (Infrared Gás Analyzer - IRGA)
Além da assimilação de carbono, são apresentados os resultados e principais efeitos na
transpiração das plantas com deficiência nutricional.
114
6.3.1 Efeito da deficiência de nitrogênio na assimilação de gás carbônico e
transpiração em plantas de jequitibá-branco
A deficiência de nitrogênio causou significativa diminuição na taxa de assimilação de
gás carbônico (Figura 58) e na taxa de transpiração (Figura 59), nas três partes das plantas de
jequitibá-branco submetidas ao tratamento com carência de nitrogênio.
A diminuição na taxa de assimilação de gás carbônico (Figura 58) deve-se,
principalmente, ao fato de o nitrogênio ter função estrutural fazendo parte dos nucleotídeos,
os quais formam os ácidos nucléicos, como por exemplo, o DNA e o RNA. (EPSTEIN;
BLOOM, 2006). Além disso, o nitrogênio está presente nos aminoácidos que formam as
proteínas e na própria molécula de clorofila, pigmentos especializados na captação da luz.
A deficiência de nitrogênio causou a má formação e diminuiu na produção de clorofila
e modificações na forma dos cloroplastos, conduzindo ao amarelamento das folhas
(MALAVOLTA; VITTI; OLIVEIRA, 1997), o que afetou a assimilação de gás carbônico nas
plantas de jequitibá-branco (Figura 58).
Além de o nitrogênio estar presente em vários outros compostos que são de grande
importância fisiológica no metabolismo, tais como a clorofila, como visto anteriormente,
também está presente na constituição dos nucleotídeos, fosfatídeos, alcalóides e ainda em
muitas enzimas, hormônios e vitaminas, sendo que muitas destas moléculas são responsáveis
direta ou indiretamente pela fotossíntese (JACOB; UEXKÜLL, 1958).
O comprometimento da assimilação de gás carbônico e da transpiração de todas as três
partes das plantas deficientes em nitrogênio deve-se a alta mobilidade deste nutriente na
planta, uma vez que na deficiência deste nutriente ele é facilmente redistribuído na forma de
aminoácidos via floema para as partes novas, principalmente para as folhas jovens e regiões
meristemáticas. Logo, os sintomas são visíveis inicialmente nas folhas mais velhas, sendo
que, posteriormente, há o comprometimento das funções fisiológicas, também, das folhas
mais novas.
115
Figura 58 – Assimilação de carbono pelas folhas de três partes das plantas de jequitibá-
branco, submetidas ao tratamento completo e deficiente em nitrogênio. As
médias seguidas pela mesma letra, dentro das categorias de folhas, não diferem
estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade. Folhas novas: DMS=0,7 e CV(%)=11; Folhas intermediárias:
DMS=1,0 e CV(%)=9; Folhas velhas: DMS=0,7 e CV(%)=10
Figura 59 - Transpiração das folhas de três partes das plantas de jequitibá-branco, submetidas
ao tratamento completo e deficiente em nitrogênio. As médias seguidas pela
mesma letra, dentro das categorias de folhas, não diferem estatisticamente entre
si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Folhas
novas: DMS=0,1 e CV(%)=7; Folhas intermediárias: DMS=1,0 e CV(%)=7;
Folhas velhas: DMS=0,2 e CV(%)=9
116
6.3.2 Efeito da deficiência de fósforo na assimilação de gás carbônico e
transpiração em plantas de jequitibá-branco
Quando comparado às plantas sob tratamento completo, houve a diminuição, na taxa
de assimilação de gás carbônico (Figura 60) e na taxa de transpiração (Figura 61), nas folhas
das três partes das plantas de jequitibá-branco deficientes de fósforo.
Assim como o nitrogênio, o fósforo possui também papel estrutural, fazendo parte dos
nucleotídeos, os quais formam os ácidos nucléicos, tais como o DNA e RNA, que são
importantes moléculas responsáveis, respectivamente, pelo armazenamento e transferência da
informação genética. Em ambos, o fosfato forma uma ponte entre as unidades de
ribonucleosídeos para formar as macromoléculas (EPSTEIN; BLOOM, 2006). Logo, tanto o
armazenamento e a transferência da informação genética, assim como a síntese de proteína
são prejudicados pela deficiência de fósforo.
Além disso, tanto na fotossíntese quanto na respiração dos vegetais, há geração
química de energia química utilizável, na forma de adenosina trifosfato - ATP, cuja síntese é
mediada por um gradiente de hidrogênio transmembrana, sendo que o fósforo é dos elementos
fundamentais para a formação da molécula de ATP. A deficiência de fósforo, afetando a
síntese de ATP, compromete a fotossíntese, ou seja, a taxa de assimilação de gás carbônico,
como visto na Figura 58. A energia liberado durante a glicólise, respiração ou fotossíntese é
utilizada para a síntese de pirofosfato (composto de alta energia), e na hidrólise desta ligação
7,6 kcal mol¹ de ATP são liberados. O ATP é o principal composto rico em energia requerido
para a síntese de amido, sendo que a energia do ATP pode ser também transferida para outras
coenzimas as quais diferem do ATP somente na base nitrogenada, por exemplo, uridina
trifosfato (UTP) e guanosina trifosfato (GTP), as quais são requeridas para a síntese da
sacarose e celulose, respectivamente.
Portanto, a participação da composição destas moléculas energéticas faz com que o
fósforo, mesmo requerido em pequenas quantidades, seja fundamental para o
desenvolvimento celular vegetal e, conseqüentemente, para o desenvolvimento morfológico e
fisiológico vegetal (RAVEN, 1996).
Como o fósforo é um nutriente móvel na planta, ele é redistribuído pelo floema, onde é
encontrado nas formas de fosforil colina e fósforo inorgânico.
117
Na redução do suprimento de fósforo, o fósforo inorgânico é redistribuído das folhas
velhas para as novas, e como conseqüência, o sintoma visual de deficiência tem início nas
folhas velhas.
As taxas de assimilação de gás carbônico e de transpiração, das folhas novas,
intermediárias e velhas das plantas deficientes em fósforo foram menores quando comparado
as plantas submetidas ao tratamento completo.
Figura 60 – Assimilação de gás carbônico pelas folhas das três partes das plantas de jequitibá-
branco, submetidas ao tratamento completo e deficiente em fósforo. As médias
seguidas pela mesma letra, dentro das categorias de folhas, não diferem
estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade. Folhas novas: DMS=0,6 e CV(%)=9; Folhas intermediárias:
DMS=0,8 e CV(%)=6; Folhas velhas: DMS=0,8 e CV(%)=7
118
Figura 61 - Transpiração das folhas de três partes das plantas de jequitibá-branco, submetidas
ao tratamento completo e deficiente em fósforo. As médias seguidas pela mesma
letra, dentro das categorias de folhas, não diferem estatisticamente entre si. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Folhas novas:
DMS=0,1 e CV(%)=11; Folhas intermediárias: DMS=0,2 e CV(%)=10; Folhas
velhas: DMS=0,1 e CV(%)=7
119
6.3.3 Efeito da deficiência de potássio na assimilação de gás carbônico e
transpiração em plantas de jequitibá-branco
A deficiência de potássio diminuiu, em relação ao tratamento completo, a taxa de
assimilação de gás carbônico as folhas intermediárias e velhas (Figura 62), e a taxa de
transpiração das folhas novas, velhas e intermediárias (Figura 63) das plantas de jequitibá-
branco deficientes em potássio.
A diminuição da taxa de assimilação de gás carbônico (Figura 62), nas folhas
intermediárias e velhas das plantas de jequitibá-branco submetidas ao tratamento com
carência de potássio, deve-se ao fato de o potássio desempenhar papel na regulação do
potencial osmótico da célula vegetal, além de ativar enzimas envolvidas na respiração e na
fotossíntese (TAIZ; ZIEGER, 2004). Além disso, estando o potássio envolvido no controle do
movimento estomático, justifica a redução na taxa de transpiração (Figura 63) nas folhas
intermediárias e velhas das plantas de jequitibá-branco submetidas ao tratamento com
carência de potássio, uma vez que o comprometimento das funções dos estômatos altera a
taxa de transpiração da planta.
Também, os resultados encontrados nas Figuras 62 e 63 justificam-se, pois o potássio
atua na fotossíntese em vários níveis, como por exemplo, no fluxo de H
+
através das
membranas dos tilacóides mantendo o gradiente de pH transmembrana para a síntese de ATP
(EPSTEIN; BLOOM, 2005).
Além disso, por ser o potássio ativador de numerosas enzimas, sua deficiência acarreta
distúrbios em reações metabólicas de acumulação de compostos nitrogenados livres ou
solúveis, comprometendo, desta forma, a fotossíntese das plantas de jequitibá-branco
deficientes em potássio (EPSTEIN, 1975).
O elemento potássio por ser remobilizado para as folhas mais jovens, os sintomas de
deficiência aparecem inicialmente nas folhas mais velhas (TAIZ; ZIEGER, 2004), o que
justifica o fato de a deficiência de potássio diminuir somente a taxa de assimilação de gás do
jequitibá-branco deficiente de potássio.
Portanto, como visto anteriormente, as funções do potássio, de ativação enzimática de
inúmeras enzimas, de balanço de cátion/ânions, de abertura e fechamento dos estômatos, de
participação no controle das relações hídricas das plantas, de transporte de açúcares, de
síntese de proteína de produção de ATP, são funções estritamente regulatórias de processos
fisiológicos, justificam os resultados encontrados nas Figuras 62 e 63 (KERBAUY, 2004).
120
Figura 62 – Assimilação de gás carbônico pelas folhas de três partes das plantas de jequitibá-
branco, submetidas ao tratamento completo e deficiente em potássio. As médias
seguidas pela mesma letra, dentro das categorias de folhas, não diferem
estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade. Folhas novas: DMS=0,9 e CV(%)=9; Folhas intermediárias:
DMS=0,9 e CV(%)=6; Folhas velhas: DMS=0,9 e CV(%)=9
Figura 63 - Transpiração das folhas de três partes das plantas de jequitibá-branco, submetidas
ao tratamento completo e deficiente em potássio. As médias seguidas pela
mesma letra, dentro das categorias de folhas, não diferem estatisticamente entre
si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Folhas
novas: DMS=0,2 e CV(%)=11; Folhas intermediárias: DMS=0,2 e CV(%)=10;
Folhas velhas: DMS=0,2 e CV(%) = 7
-K
b
121
6.3.4 Efeito da deficiência de cálcio na assimilação de gás carbônico e
transpiração em plantas de jequitibá-branco
Houve diminuição, em relação às plantas supridas em cálcio, na taxa de assimilação de
gás carbônico (Figura 64) e na taxa de transpiração (Figura 65) das folhas intermediárias e
velhas das plantas de jequitibá-branco submetidas ao tratamento com deficiência de cálcio
fato este que não ocorreu quando as medidas mencionadas foram feitas nas folhas novas
(Figuras 64 e 65).
A diminuição na taxa de assimilação de gás carbônico (Figura 64) e na taxa de
transpiração (Figura 65) deve-se, pois, ao processo metabólico, sendo que o cálcio afeta a
atividade de hormônios e de enzimas, que regulam a senescência e a abscisão das folhas e
frutos (MALAVOLTA, 1980; MENGEL; KIRKBY, 1987; MARSCHNER, 1995).
Além disso, o comprometimento do metabolismo das plantas de jequitibá-branco
deficientes de cálcio ocorre porque o cálcio atua como mensageiro secundário ao ativar uma
proteína chamada calmodulina, a qual, por sua vez, ativa uma série de enzimas importantes
para a fotossíntese da planta (MALAVOLTA, 1980).
Portanto, a senescência precoce das folhas e o comprometimento das reações
metabólicas afetam a taxa de assimilação de gás carbônico e de transpiração.
Conseqüentemente houve um comprometimento do processo fotossintético causado pela
deficiência de cálcio.
122
Figura 64 - Assimilação de gás carbônico pelas folhas de três partes das plantas de jequitibá-
branco, submetidas ao tratamento completo e deficiente em cálcio. As médias
seguidas pela mesma letra, dentro das categorias de folhas, não diferem
estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade. Folhas novas: DMS=0,6 e CV(%)=6; Folhas intermediárias:
DMS=0,7 e CV(%)=5; Folhas velhas: DMS=0,8 e CV(%)=9
Figura 65 - Transpiração das folhas de três partes das plantas de jequitibá-branco, submetidas
ao tratamento completo e deficiente em cálcio. As médias seguidas pela mesma
letra, dentro das categorias de folhas, não diferem estatisticamente entre si. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Folhas novas:
DMS=0,2 e CV(%)=14; Folhas intermediárias: DMS=0,1 e CV(%)=5; Folhas
velhas: DMS=0,1 e CV(%)=9
123
6.3.5 Efeito da deficiência de magnésio na assimilação de gás carbônico e
transpiração em plantas de jequitibá-branco
A deficiência de magnésio diminuiu a taxa de assimilação de gás carbônico (Figura
66) nas folhas intermediárias e velhas das plantas de jequitibá-branco, todavia não diminuiu
nas folhas novas.
Com relação à taxa de transpiração (Figura 67), houve diminuição em todas as folhas
das plantas de jequitibá-branco que foram submetidas ao tratamento carente em magnésio em
relação ao tratamento completo.
A diminuição da taxa de assimilação de gás carbônico (Figura 66) justifica-se uma vez
que o magnésio é um elemento móvel no floema e, portanto, redistribui-se facilmente nas
folhas e tecidos mais velhos para regiões de maiores exigências, como os meristemas e órgãos
de reserva (EPSTEIN, 1975). Desta forma, os sintomas de deficiência de magnésio aparecem
inicialmente nas folhas mais velhas, fato este com conseqüência na taxa de assimilação de gás
carbono.
A diminuição da taxa de assimilação de gás carbônico (Figura 66) causada pela
deficiência do magnésio justifica-se, pois, este nutriente também é parte da estrutura da
molécula de clorofila, juntamente com o nitrogênio e outros elementos (TAIZ; ZIEGER,
2004). Portanto, a deficiência de magnésio comprometerá a síntese de clorofila limitando a
fotossíntese, como visto pelo comprometimento da taxa de assimilação de gás carbônico
(Figura 66).
Além de ser um dos principais ativadores enzimáticos na respiração, na fotossíntese e
na síntese de DNA e RNA, o magnésio também faz parte de muitas metaloenzimas, ou seja,
as enzimas que possuem um metal em sua estrutura (TAIZ; ZIEGER, 2004).
124
Figura 66 - Assimilação de gás carbônico pelas folhas de três partes das plantas de jequitibá-
branco, submetidas ao tratamento completo e deficiente em magnésio. As médias
seguidas pela mesma letra, dentro das categorias de folhas, não diferem
estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade. Folhas novas: DMS=0,4 e CV(%)=4; Folhas intermediárias:
DMS=0,7 e CV(%)=5; Folhas velhas: DMS=0,7 e CV(%)=7
Figura 67 - Transpiração das folhas de três partes das plantas de jequitibá-branco, submetidas
ao tratamento completo e deficiente em magnésio. As médias seguidas pela
mesma letra, dentro das categorias de folhas, não diferem estatisticamente entre si.
Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Folhas novas:
DMS=0,2 e CV(%)=11; Folhas intermediárias: DMS=0,2 e CV(%)=7; Folhas
velhas: DMS=0,1 e CV(%)=7
125
6.3.6 Efeito da deficiência de enxofre na assimilação de gás carbônico e
transpiração em plantas de jequitibá-branco
A deficiência de enxofre causou diminuição na taxa de assimilação de gás carbônico
(Figura 68) e na taxa de transpiração (Figura 69), pelas folhas das três partes das plantas de
jequitibá-branco submetidas ao tratamento com carência de enxofre, quando comparado ao
tratamento completo.
O enxofre é pouco redistribuído (MARSCHNER, 1995). Isto pode explicar a pequena
diferença na taxa de assimilação de gás carbônico (Figura 68) entre as folhas intermediárias e
velhas das plantas deficientes em enxofre em relação às plantas do tratamento completo.
A diminuição na taxa de assimilação de gás carbônico (Figura 68) e na taxa de
transpiração (Figura 69), nas três partes das plantas de jequitibá-branco deficientes em
enxofre, é justificado pelo comprometimento de algumas etapas o processo da fotossíntese: na
rota glicolítica, por exemplo, a descarboxilação do piruvato e a formação do acetil coenzima
A. Estas reações são catalisadas por um complexo multienzimático envolvendo três
coenzimas contendo enxofre, a tiamina pirofosfato (TPP), o ácido lipóico (sistema redox) e
um grupo sulfuril de coenzima A (KERBAUY, 2004). Portanto, inexistindo a tiamina
pirofosfato, ácido lipóico e o grupo sulfuril de coenzima A, a descarboxilação do piruvato e a
formação do acetil coenzima A não serão catalisadas. Assim, assimilação de gás carbônico
também ficará comprometida.
126
Figura 68 - Assimilação de gás carbônico pelas folhas de três partes das plantas de jequitibá-
branco, submetidas ao tratamento completo e deficiente em enxofre. As médias
seguidas pela mesma letra, dentro das categorias de folhas, não diferem
estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade. Folhas novas: DMS=0,5 e CV(%)=7; Folhas intermediárias:
DMS=0,7 e CV(%)=5; Folhas velhas: DMS=0,6 e CV(%)=5
Figura 69 - Transpiração das folhas de três partes das plantas de jequitibá-branco, submetidas
ao tratamento completo e deficiente em enxofre. As médias seguidas pela mesma
letra, dentro das categorias de folhas, não diferem estatisticamente entre si. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Folhas novas:
DMS=0,3 e CV(%)=22; Folhas intermediárias: DMS=0,2 e CV(%)=8; Folhas
velhas: DMS=0,1 e CV(%)=8
127
6.3.7 Efeito da deficiência de boro na assimilação de gás carbônico e transpiração
em plantas de jequitibá-branco
A deficiência de boro diminuiu a taxa de assimilação de gás carbônico (Figura 70) nas
folhas mais novas das plantas de jequitibá-branco, mas o mesmo não ocorreu nas folhas
intermediárias e velhas.
Contudo, houve diminuição da taxa de transpiração (Figura 71) das folhas de todas as
partes das plantas de jequitibá-branco submetidas ao tratamento deficiente de boro, quando
comparado ao tratamento completo.
Mesmo que a função do boro no processo fotossintético ainda seja desconhecida, a
deficiência pode afetar o funcionamento das membranas do cloroplasto, afetando o transporte
de elétrons nos tilacóides, resultando em fotoinibição (GOLDBACH et al., 2007).
A deficiência de boro pode afetar indiretamente a fotossíntese e a transpiração através
da diminuição da área foliar e pela alteração dos compostos presentes na folha. Isso por que o
boro tem como principais funções o transporte de açúcares, o metabolismo do RNA, a síntese
do ácido indolacético – AIA, o metabolismo fenólico, a síntese de parede celular, a
lignificação, e a constituição de estrutura da parede celular (KERBAUY, 2004). Nesta longa
lista de funções do boro, Malavolta (2006) acrescenta ainda que este nutriente esteja
envolvido em um grande número de rotas metabólicas, e como efeito “cascata”, como é
conhecido, por exemplo, para os fitormônios.
A participação do boro em um grande número de rotas metabólicas, na diminuição da
área foliar, pela alteração dos compostos presentes na folha e, principalmente, pela deficiência
do boro afetar o funcionamento das membranas do cloroplasto, pode-se explicar porque a
deficiência de boro prejudicou o desempenho fotossintético.
128
Figura 70 - Assimilação de gás carbônico pelas folhas de três partes das plantas de jequitibá-
branco, submetidas ao tratamento completo e deficiente em boro. As médias
seguidas pela mesma letra, dentro das categorias de folhas, não diferem
estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade. Folhas novas: DMS=0,9 e CV(%)=12; Folhas intermediárias:
DMS=1,1 e CV(%)=7; Folhas velhas: DMS=0,9 e CV(%)=8
Figura 71 - Transpiração das folhas de três partes das plantas de jequitibá-branco, submetidas
ao tratamento completo e deficiente em boro. As médias seguidas pela mesma
letra, dentro das categorias de folhas, não diferem estatisticamente entre si. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Folhas novas:
DMS=0,1e CV(%)=11; Folhas intermediárias: DMS=0,2 e CV(%)=8; Folhas
velhas: DMS=0,2 e CV(%)=13
129
6.3.8 Efeito da deficiência de cobre na assimilação de gás carbônico e
transpiração em plantas de jequitibá-branco
A taxa de assimilação de gás carbônico (Figura 72) nas folhas novas e intermediárias
das plantas de jequitibá-branco submetidas ao tratamento deficiente de cobre diminuiu em
relação às plantas do tratamento completo, sendo que o mesmo não ocorreu para as folhas
velhas.
A taxa de transpiração (Figura 73) das folhas novas das plantas de jequitibá branco
sofreu diminuição devido à deficiência de cobre, mas o mesmo não aconteceu para as folhas
velhas e intermediárias.
A presença do cobre é fundamental para o processo de fotossíntese e,
conseqüentemente, para o desenvolvimento vegetal. Isso porque nas plantas, o cobre
participa de várias reações de oxirredução, na forma iônica de Cu
+
² e Cu
+
, sendo o íon Cu
+
muito instável (TAIZ; ZIEGER, 2004). Com isso, o cobre está associado às enzimas
envolvidas em reações de transferência de elétrons, como a plastocianina na fase luminosa da
fotossíntese (MALAVOLTA, 2006). Com isso, a maior parte do cobre em células foliares está
associada à plastocianina, o doador imediato de elétrons para o fotosistema I, e à dismutase de
superóxido que trabalha em conjunto com a catalase para desentoxificar oxidantes (EPSTEIN;
BLOOM, 2006).
Portanto, a deficiência de cobre afetou a assimilação de gás carbônico e da
transpiração, como constatado neste estudo.
130
Figura 72 - Assimilação de gás carbônico pelas folhas de três partes das plantas de jequitibá-
branco, submetidas ao tratamento completo e deficiente em cobre. As médias
seguidas pela mesma letra, dentro das categorias de folhas, não diferem
estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade. Folhas novas: DMS=0,6 e CV(%)=7; Folhas intermediárias:
DMS=0,8 e CV(%)=5; Folhas velhas: DMS=0,9 e CV(%)=8
Figura 73 - Transpiração das folhas de três partes das plantas de jequitibá-branco, submetidas
ao tratamento completo e deficiente em cobre. As médias seguidas pela mesma
letra, dentro das categorias de folhas, não diferem estatisticamente entre si. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Folhas novas:
DMS=0,1 e CV(%)=13; Folhas intermediárias: DMS=0,1 e CV(%)=6; Folhas
velhas: DMS=0,2 e CV(%)=9
131
6.3.9 Efeito da deficiência de ferro na assimilação de gás carbônico e transpiração
em plantas de jequitibá-branco
A deficiência de ferro causou diminuição na taxa de assimilação de gás carbônico
(Figura 74) nas folhas das três partes das plantas de jequitibá-branco submetidas ao
tratamento deficiente de ferro. Contudo, somente houve diminuição da taxa de transpiração
(Figura 75), em relação às plantas do tratamento completo, nas folhas mais novas das plantas
de jequitibá-branco deficiência de ferro.
A justificativa para a deficiência de ferro causar a diminuição na taxa de assimilação
de gás carbônico (Figura 74) é que o nutriente tem o importante papel como componente de
enzimas envolvidas na transferência de elétrons nos cloroplastos e nas mitocôndrias
(EPSTEIN; BLOOM, 2006). Primeiramente, o ferro possui grande capacidade redox (Fe
+3
e
Fe
+2
) tornando-o importante nos processos de oxirredução no metabolismo da planta. Desta
forma, o ferro participa na reação de uma grande quantidade de enzimas, fazendo parte de
hemoproteína de enzimas importantes como os citocromos e catalase. As hemoproteínas nada
mais são do que enzimas que apresentam o grupo heme (complexo Fe-porfirina) como grupo
prostético (KERBAUY, 2004). O ferro também é parte dos citocromos, que são enzimas
importantes na transferência de elétrons na respiração e na fotossíntese, e da catalase, que é
uma enzima responsável por fazer a transformação (dismutase) do peróxido de hidrogênio
(H
2
0
2
), tóxico às plantas, em água e oxigênio.
Além das hemoproteínas, o ferro também faz parte de proteínas contendo enxofre,
chamadas proteínas Fe-S, as quais são importantíssimas no metabolismo da planta (TAIZ;
ZIEGER, 2004). Um exemplo importante deste grupo é a ferredoxina, que catalisa a
transferência de elétrons em um grande número de processos metabólicos, como na
fotossíntese, na fixação biológica do N
2
, na redução do sulfato e na redutase do nitrato
(
EPSTEIN; BLOOM, 2006).
132
Figura 74 - Assimilação de gás carbônico pelas folhas de três partes das plantas de jequitibá-
branco, submetidas ao tratamento completo e deficiente em ferro. As médias
seguidas pela mesma letra, dentro das categorias de folhas, não diferem
estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade. Folhas novas: DMS=0,7 e CV(%)=6; Folhas intermediárias:
DMS=0,6 e CV(%)=4; Folhas velhas: DMS=0,6 e CV(%)=5
Figura 75 - Transpiração das folhas de três partes das plantas de jequitibá-branco, submetidas
ao tratamento completo e deficiente em ferro. As médias seguidas pela mesma
letra, dentro das categorias de folhas, não diferem estatisticamente entre si. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Folhas novas:
DMS=0,1 e CV(%)=10; Folhas intermediárias: DMS=0,2 e CV(%)=6; Folhas
velhas: DMS=0,2 e CV(%)=10
133
6.3.10 Efeito da deficiência de manganês na assimilação de gás carbônico e
transpiração em plantas de jequitibá-branco
A deficiência de manganês causou a diminuição na taxa de assimilação de gás
carbônico (Figura 76), nas três partes das plantas de jequitibá-branco submetidas ao
tratamento com carência de manganês, quando comparado ao tratamento completo.
A taxa de transpiração (Figura 77) diminuiu em relação ao tratamento completo, nas
folhas novas e intermediárias, sendo que o mesmo não ocorreu nas folhas velhas.
O manganês fazendo parte do fotossistema II, em que a molécula de água é dividida e
o gás oxigênio liberado, explica a diminuição da assimilação de gás carbônico (Figura 76),
nas plantas de jequitibá-branco submetidas ao tratamento deficiente de manganês.
Conseqüentemente a deficiência de manganês na planta reduz o fluxo de elétrons do
fotossistema II (FS II) para o fotossistema I (FS I), ocasionando como efeito a diminuição na
produção de compostos redutores (ATP e NADPH) que seriam utilizados na fixação de C0
2
na fase bioquímica, o que justifica a diminuição na taxa de assimilação de gás carbônico e,
por conseguinte, a taxa de fotossíntese.
Figura 76 - Assimilação de gás carbônico pelas folhas de três partes das plantas de jequitibá-
branco, submetidas ao tratamento completo e deficiente em manganês. As
médias seguidas pela mesma letra, dentro das categorias de folhas, não diferem
estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade. Folhas novas: DMS=1,0 e CV(%)=9,8; Folhas intermediárias:
DMS=0,6 e CV(%)=3,8; Folhas velhas: DMS=0,7 e CV(%)=6,6
134
Figura 77 - Transpiração das folhas de três partes das plantas de jequitibá-branco, submetidas
ao tratamento completo e deficiente em manganês. As médias seguidas pela
mesma letra, dentro das categorias de folhas, não diferem estatisticamente entre si.
Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Folhas novas:
DMS=0,2 e CV(%)=16,6; Folhas intermediárias: DMS=0,1 e CV(%)=5,6; Folhas
velhas: DMS=0,2 e CV(%)=9,7
135
6.3.11 Efeito da deficiência de zinco na assimilação de gás carbônico e
transpiração em plantas de jequitibá-branco
A deficiência de zinco diminuiu, em relação ao tratamento completo, a taxa de
assimilação de gás carbônico (Figura 78) nas folhas novas e velhas das plantas de jequitibá-
branco, mas o mesmo não ocorreu para as folhas intermediárias.
A taxa de transpiração (Figura 79) em todas as folhas das plantas de jequitibá-branco
submetidas ao tratamento deficiente de zinco foi menor, quando comparada com a taxa
determinada nas folhas de todas as partes das plantas do tratamento completo.
A principal causa da diminuição da taxa de assimilação de gás carbônico nas folhas
novas e velhas das plantas de jequitibá-branco deficientes de zinco é que este elemento
participa como componente estrutural e ativador das enzimas envolvidas no metabolismo do
DNA e RNA, da divisão celular e da síntese de proteínas. Além disso, mais de oitenta
proteínas contendo zinco foram relatadas.
Em muitas enzimas, o zinco é exigido no sítio ativo: a anidrase carbônica, dismutase
de superóxido (juntamente com cobre) e dehidrogenase de álcool são alguns exemplos. Em
outras enzimas, o zinco é um componente integral da proteína, mas não está próximo do sitio
ativo. Freqüentemente, em tais circunstâncias, o zinco se interconecta com o enxofre em
quatro cisteínas (EPSTEIN; BLOOM, 2006).
Além destas funções, o zinco participa da formação das proteínas ativas na transcrição
de DNA, denominadas “dedos de zinco”. Tais proteínas se conectam e identificam seqüências
de DNA. Os íons de zinco regulam a conformação do domínio da proteína que se conecta com
o DNA (TAIZ; ZIEGER, 2004).
136
Figura 78 - Assimilação de gás carbônico pelas folhas de três partes das plantas de jequitibá-
branco, submetidas ao tratamento completo e deficiente em zinco. As médias
seguidas pela mesma letra, dentro das categorias de folhas, não diferem
estatisticamente entre si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade. Folhas novas: DMS=0,5 e CV(%)=5,6; Folhas intermediárias:
DMS=0,7 e CV(%)=4,4; Folhas velhas: DMS=0,5 e CV(%)=4,4
Figura 79 - Transpiração das folhas de três partes das plantas de jequitibá-branco, submetidas
ao tratamento completo e deficiente em manganês. As médias seguidas pela
mesma letra, dentro das categorias de folhas, não diferem estatisticamente entre si.
Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Folhas novas:
DMS=0,2 e CV(%)=21,8; Folhas intermediárias: DMS=0,1 e CV(%)=5,8; Folhas
velhas: DMS=0,2 e CV(%)=13,9
137
6.4 Efeito da deficiência nutricional na altura e produção de biomassa seca
Os parâmetros biométricos utilizados para a avaliação dos efeitos da deficiência de
macronutrientes e micronutrientes nas plantas de aroeira-pimenteira, baba-de-boi e jequitibá-
branco foram: a altura e a produção de massa seca (produção de biomassa) das raízes, das
folhas e do caule, além da produção de massa seca total.
Para avaliação dos parâmetros biométricos são apresentados inicialmente os resultados
dos efeitos da deficiência de nutrientes na altura das plantas, através de gráficos de barras
(Figura 80, 81 e 82). Posteriormente, são vistos nas Tabelas 12, 13 e 14, os resultados do
efeito da deficiência de nutrientes na produção de biomassa.
A omissão de um dos macronutrientes afetou o crescimento em altura das plantas de
Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-pimenteira), Cordia superba Cham. (baba-de-boi) e
Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze (jequitibá-branco). Todavia, com relação aos
micronutrientes, a omissão de micronutriente nas três espécies florestais nativas provocou
efeitos diferentes na altura das plantas.
Enquanto nas plantas aroeira-pimenteira, a omissão de cobre, molibdênio e zinco não
limitou o desenvolvimento em altura, quando comparado ao tratamento completo (Figura 80),
nas plantas de baba-de-boi, somente a omissão boro ou zinco limitou o crescimento das
plantas (Figura 81).
O efeito da deficiência de zinco pode ser explicado pelo envolvimento do zinco nas
sínteses de proteínas e ácido indol acético, além da participação do zinco como componente
estrutural e ativador das enzimas envolvidas no metabolismo do DNA e RNA e divisão
celular (TAIZ; ZIEGER, 2004).
Nas plantas de jequitibá-branco somente a omissão do ferro não apresentou
comprometimento no crescimento em altura do vegetal (Figura 82).
138
Figura 80 - Altura média das plantas de aroeira-pimenteira submetidas ao tratamento
completo e de deficiência de nutrientes minerais. As médias das alturas com
asterisco (*) acima da barra diferem estatisticamente do tratamento completo. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. CV (%) = 7; DMS =
21,5
Figura 81 - Altura média das plantas de baba-de-boi submetidas ao tratamento completo e de
deficiência de nutrientes minerais. As médias das alturas com asterisco (*) acima
da barra diferem estatisticamente do tratamento completo. Foi aplicado o Teste de
Tukey ao nível de 5% de probabilidade. CV (%) = 5; DMS = 16,2
Schinus terebinthi
f
olius Raddi
Cordia su
p
erba Cham.
139
Figura 82 - Altura média das plantas de jequitibá-branco, submetidas ao tratamento completo
e de deficiência de nutrientes minerais. As médias das alturas com asterisco (*)
acima da barra diferem estatisticamente do tratamento completo. Foi aplicado o
Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. CV (%) = 6 ; DMS = 36,4
Além do crescimento em altura, houve diferenças na produção de biomassa seca entre
as plantas de Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-pimenteira) submetidas aos tratamentos
deficientes de nitrogênio, de fósforo, de potássio, de cálcio, de magnésio, de boro e de
manganês, em relação ao tratamento completo (Tabela 12).
Cariniana estrellensis
(
Raddi
)
Kintze
140
Tabela 12 - Produção de biomassa seca de folha, caule, raízes e total (g/planta) de aroeira-
pimenteira, em função dos tratamentos
Tratamento
Massa Seca (g/planta)
Folha Caule Raiz Planta inteira
Completo 26,1a* 18,0a 5,7bc 49,8 a
Omissão de N 7,5g 8,8e 4,2bc 20,5g
Omissão de P 18,6cd 14,5ab 2,8bc 35,9de
Omissão de K 19,8bcd 12,5bc 6,0bc 38,3de
Omissão de Ca 11,2fg 5,8e 2,8c 19,8g
Omissão de Mg 12,6ef 6,8de 4,5bc 23,9fg
Omissão de S 21,8abc 16,7a 6,7b 45,2abc
Omissão de B 20,8bc 14,6ab 4,2bc 39,6bcd
Omissão de Cu 25,8ª 16,9a 6,9b 49,6a
Omissão de Fe 20,7bc 16,1ab 11,0a 47,8ab
Omissão de Mn 16,0de 10,0cd 4,4bc 30,4ef
Omissão de Mo 26,1ª 18,5a 6,7b 51,3a
Omissão de Zn 23,2ab 16,6a 7,0b 46,8ab
CV (%) 7,92 10,21 22,13 7,33
Valor de F 45,35 38,47 7,97 52,54
DMS 4,50 4,00 3,8 8,3
* As médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado
o Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
141
As plantas de baba-de-boi tiveram a produção de biomassa limitada pela carência de
todos os macronutrientes e também pela carência de boro e manganês. (Tabela 13).
Tabela 13 - Produção de biomassa seca de folha, caule, raízes e total (g/planta) de baba-de-
boi, em função dos tratamentos
Tratamento
Massa Seca (g/planta)
Folhas* Caule* Raiz* Planta inteira*
Completo 19,5 a 31,8 a 33,4 a 84,8 a
Omissão de N 3,7 d 11,9 cd 6,8 c 22,4 e
Omissão de P 13,8 abc 26 a 13 c 53,8 cd
Omissão de K 9 bcd 16,4 cd 12,3 c 37,7 de
Omissão de Ca 8 cd 10,6 d 6,8 c 25,4 e
Omissão de Mg 12 abcd 18 bc 16,4 bc 46,6 d
Omissão de S 7,9 cd 25,2 a 13,9 c 47,0 d
Omissão de B 12,7 abc 26 a 14,2 c 52,7 cd
Omissão de Cu 18,1 a 30,8 a 33,0 a 82 ab
Omissão de Fe 15,2 abc 29,3 a 34,6 a 79,1 ab
Omissão de Mn 14,3 abc 24,9 ab 26,8 ab 66 bc
Omissão de Mo 17,7 ab 31,6 a 29,9 a 79 ab
Omissão de Zn 16 abc 29,5 ab 27,0 a 72,6 ab
CV (%) 22,8 10,2 16,9 9,9
Valor de F
(2)
7,4 27,4 26,0 42,3
DMS 8,8
7,2
10,4 16,9
* As médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado
o Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Com exceção do ferro todos os outros micronutrientes e também os macronutrientes
diminuíram a produção de massa seca das plantas de jequitibá-branco em relação às plantas
bem supridas deste nutriente (Tabela 14).
Nas plantas de aroeira-pimenteira e de baba-de-boi, as omissões de nitrogênio, de
cálcio e de fósforo tiveram os efeitos mais pronunciados na produção de biomassa, quando
comparadas com o tratamento completo (Tabelas 12 e 13).
Com relação às plantas de jequitibá-branco, as omissões de nitrogênio, de fósforo e de
magnésio foram as que mais comprometeram a produção de biomassa seca (Tabela 14).
142
Tabela 14 - Produção de biomassa seca de folha, caule, raízes e total (g/planta) de jequitibá-
branco, em função dos tratamentos
Tratamento
Massa Seca (g/planta)
Folhas* Caule* Raiz* Planta inteira*
Completo 37,4 a 17,1 a 9,5 b 64,0 a
Omissão de N 12,7 f 5,7 f 4,7 d 23,1 g
Omissão de P 17,1 ef 10,8 e 4,0 d 31,9 f
Omissão de K 25,6 cd 14,7 bc 6,9 c 47,2 cd
Omissão de Ca 21,3 de 12,8 cde 6,7 c 40,8 de
Omissão de Mg 19,6 e 12,6 cde 6,6 c 38,8 ef
Omissão de S 21,4 de 12,4 de 6,8 c 40,6 de
Omissão de B 28,6 bc 12,4 de 4,7 d 45,7 d
Omissão de Cu 32,6 ab 15,4 ab 6,9 c 54,9 b
Omissão de Fe 31,9 ab 14,5 bcd 13,5 a 59,9 ab
Omissão de Mn 18,8 e 10,8 e 7,5 c 37,1 ef
Omissão de Zn 30,9 bc 15,3 ab 7,3 c 53,5 bc
CV (%) 7,5 6 9,1 5,2
Valor de F
(2)
49,00 43,60 44,40 78,60
DMS
5,5 2,3
1,90 6,80
* As médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si. Foi aplicado
o Teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.
Como visto nas Tabelas 12, 13 e 14 dentre os macronutrientes, a deficiência de
nitrogênio foi a mais limitante na produção inicial de biomassa seca em todas as espécies
florestais nativas. Isso porque de todos os nutrientes, o nitrogênio é quantitativamente o mais
importante para o crescimento das plantas, principalmente na fase inicial de desenvolvimento.
(ENGELS; MARSCHNER, 1995).
O crescimento retardado e lento das espécies florestais pela deficiência de nitrogênio é
devido ao seu papel desempenhado por esse elemento no metabolismo da planta, já que o
nitrogênio é um constituinte de muitos componentes da célula vegetal, incluindo aminoácidos
e, conseqüentemente as proteínas, e os ácidos nucléicos (TAIZ; ZIEGER, 2004).
Além disso, a função do nitrogênio nas plantas se dá por este nutriente estar presente
na composição de muitas enzimas, coenzimas, vitaminas, pigmentos e produtos secundários,
participando também de processos como absorção iônica, fotossíntese, respiração,
multiplicação e diferenciação celular (MARSCHNER, 1995; MALAVOLTA et al., 1997).
Os trabalhos da literatura informam que, quando há deficiência de nitrogênio, ocorre a
menor produção de biomassa e o amarelecimento precoce das folhas. Estes sintomas revelam
143
alteração na concentração de proteínas e enzimas indispensáveis ao desenvolvimento vegetal
(EPSTEIN; BLOOM, 2006; MALAVOLTA, 2006; KERBAUY, 2004).
O nitrogênio controla a taxa de crescimento da planta em grande escala, sendo que os
tecidos meristemáticos são caracterizados por alta síntese protéica, e os fotossintatos
transportados para esses locais são usados, predominantemente, na síntese de ácidos nucléicos
e proteínas (MENGEL et al., 2001).
A redução do peso seco de parte aérea em plantas de Acacia mangium, em virtude da
omissão de macronutrientes, foi observado por Dias et al. (1994), sendo que a ausência de
nitrogênio resultou no menor acúmulo de massa seca.
A deficiência de fósforo também prejudicou a produção de biomassa das plantas das
três espécies florestais nativas (Tabelas 12, 13 e 14). As plantas deficientes em fósforo têm
seu crescimento limitado, pois este nutriente tem função estrutural na planta, além de estar
ligado ao processo de transferência e armazenamento de energia, afetando vários processos
metabólicos como a síntese de proteínas e ácido nucléico (MALAVOLTA et al., 1989;
MENGEL; KIRKBY, 2001).
A deficiência do fósforo reduz muitos processos metabólicos, como por exemplo, a
divisão, a expansão celular, a respiração e a fotossíntese (Figura 58). Desta forma, a função
regulatória do fósforo na fotossíntese e no metabolismo dos carboidratos nas folhas pode ser
considerada os principais fatores limitantes do crescimento das plantas das três espécies
florestais nativas.
Como visto nas Tabelas 80, 81 e 82, a deficiência de fósforo comprometeu o
crescimento em altura das plantas, sendo constatado também em gravioleira por Avilán
(1975) e Silva et al. (1986), que observaram, na omissão de fósforo, que houve redução no
porte da planta, em relação ao tratamento completo, com sintomas de deficiência inicialmente
nas folhas inferiores, atingindo, em seguida, as folhas medianas e superiores, sendo, portanto,
esses sintomas de deficiência de fósforo semelhantes aos obtidos nesta pesquisa. Silva e
Muniz (1995) observaram também que Cedrella fissillis, na ausência de fósforo, reduziu seu
crescimento, além de apresentar escurecimento das nervuras.
Diferente do presente estudo, onde o nitrogênio foi o nutriente que mais comprometeu
o crescimento e produção de biomassa nas três espécies trabalhadas, Locatelli et al. (2007)
verificaram que a deficiência que mais limitou o crescimento em altura e diâmetro do colo do
cedro-rosa (Cedrela odorata L.) foi a de fósforo. O fósforo também foi o nutriente mais
limitante no crescimento da espécie Acácia mangium (BRAGA et al., 1995).
144
Nas plantas das três espécies florestais nativas, a deficiência de potássio causou a
diminuição na produção de biomassa seca, uma vez que este nutriente ativa enzimas
envolvidas na respiração e na fotossíntese, além de desempenhar papel na regulação do
potencial osmótico da célula vegetal (TAIZ; ZIEGER, 2004).
A deficiência de cálcio prejudicou o crescimento em altura e a produção de biomassa
seca das plantas das três espécies florestais nativas.
De acordo com Malavolta et al. (1997), o cálcio tem influência no crescimento e
desenvolvimento das plantas, pois está envolvido em processos como fotossíntese, divisão
celular, movimentos citoplasmáticos e aumento do volume celular. Os resultados mostrados
na Figura 62 obtidos corroboram as afirmações do autor quanto ao comprometimento da
fotossíntese.
Com a evolução dos sintomas, houve queda prematura das folhas, como visto na
diagnose visual, e as plantas sofreram redução no crescimento pela paralisação do
desenvolvimento apical (Figuras 78, 79 e 80). O cálcio, no processo metabólico, afeta a
atividade de hormônios e de enzimas, como os que regulam a senescência e a abscisão das
folhas e frutos (MALAVOLTA, 1980; MENGEL; KIRKBY, 1987; MARSCHNER, 1995).
A biomassa seca foi limitada pela deficiência de magnésio nas plantas das três
espécies florestais nativas, sendo que nas plantas de jequitibá-branco o efeito foi mais drástico
(Tabela 14). O magnésio é parte da estrutura da molécula de clorofila, juntamente com o
nitrogênio e outros elementos (TAIZ; ZIEGER, 2004). Deste modo, a deficiência de magnésio
compromete a síntese de clorofila, afetando, com isso, a fotossíntese (Figura 64) e, por
conseguinte, a produção de biomassa seca.
As plantas de aroeira-pimenteira, de baba-de-boi e de jequitibá-branco, deficientes de
enxofre, apresentaram menor produção de biomassa seca quando comparados aos respectivos
tratamentos completos.
Muitos dos sintomas de deficiência de enxofre são similares aos encontrados da
deficiência de nitrogênio, incluindo a clorose das folhas, a diminuição no crescimento vegetal
e o acúmulo de antocianina (TAIZ; ZIEGER, 2004). Isso porque, por fazer parte da estrutura
dos aminoácidos cisteína e da metionina, o enxofre também constitui várias coenzimas e
vitaminas fundamentais para o metabolismo vegetal (TAIZ; ZIEGER, 2004). A deficiência de
enxofre, afetando o metabolismo vegetal, compromete a produção de biomassa seca das
plantas (Tabelas 13 e 14).
Além da menor produção de biomassa seca, em relação ao tratamento completo, a
deficiência de boro causou, nas plantas das três espécies florestais nativas, a má formação de
145
raízes (Tabelas 12, 13 e 14), e folhas novas menores de boro afeta o funcionamento das
membranas do cloroplasto, comprometendo o transporte de elétrons nos tilacóides, resultando
em fotoinibição (GOLDBACH et al., 2007), prejudicando com isso o processo de
fotossíntese. O boro, tendo como principais funções o transporte de açúcares, o metabolismo
do RNA, a síntese do ácido indolacético – AIA, o metabolismo fenólico, a síntese de parede
celular, a lignificação e constituição de estrutura da parede celular (KERBAUY, 2004), a
deficiência do boro compromete a produção de biomassa seca das plantas.
A má formação e conseqüente diminuição da área das folhas novas, que afetam
indiretamente a fotossíntese, também são alterações que justificam a limitada produção de
biomassa seca nas plantas deficientes de boro.
A deficiência de manganês limitou a produção inicial de biomassa seca em todas as
espécies florestais nativas (Tabelas 12, 13 e 14). Isso porque a deficiência de manganês na
planta reduz o fluxo de elétrons do fotossistema II para o fotossistema I, ocasionando como
conseqüência a diminuição na produção de compostos redutores (ATP e NADPH) que seriam
utilizados na fixação de gás carbônico - CO
2
na fase bioquímica da fotossíntese. Não havendo
a fixação de CO
2,
a produção de biomassa foi menor nas plantas deficientes em manganês,
quando comparadas às plantas dos tratamentos completos. Além do comprometimento da
fotossíntese, o manganês também é responsável pela ativação de um considerável número de
enzimas (EPSTEIN; BLOOM, 2006), que certamente podem causar a diminuição da produção
da biomassa seca das plantas deficientes em manganês.
De forma geral, as deficiências de cobre, ferro, molibdênio e zinco não causaram
efeitos estatisticamente significativos quanto à produção de biomassa seca, em relação ao
tratamento completo, nas três espécies florestais estudadas, exceção ao cobre e zinco para o
jequitibá-branco (Tabelas 12, 13 e 14).
Como as mudas das três espécies foram adquiridas em viveiro comercial que fazem a
adubação do substrato e, além disso, as plantas permaneceram durante três semanas em
solução nutritiva completa de Johnson et al. (1957), modificada, com 50% da concentração da
solução original, a quantidades acumuladas de cobre, ferro, molibdênio e zinco nestas duas
fases podem ter sido suficientes para nutrir as plantas durante o período do experimento, que
foi em média de 4 meses. Infere-se que, se o período com omissão continuasse, as plantas
deficientes destes nutrientes apresentariam biomassas secas menores que às biomassas das
plantas submetidas ao tratamento completo.
146
Neste estudo, destaca a diminuição da biomassa seca das raízes das plantas de aroeira-
pimenteira e jequitibá-branco, deficiente em fósforo e em boro quando comparado ao
tratamento completo (Tabelas 12 e 14).
Em dois trabalhos científicos (SILVA et al., 2007; LOCATELLI et al., 2007) a
omissão de micronutrientes de boro, ferro, manganês e zinco (SILVA et al., 2007) e em zinco
também não foi limitante para a produção de biomassa seca comentados a seguir:
Silva et al. (2007), utilizado como substrato um Latossolo Amarelo de baixa
fertilidade, verificaram que o tratamento com omissão de cobre restringiu o crescimento em
altura, diâmetro do colo, e limitou a produção de biomassa seca da parte aérea, do sistema
radicular e biomassa seca total de mogno (Swietenia macrophilla King), enquanto que o
mesmo não aconteceu quando houve omissão de boro, ferro, manganês e zinco na adubação.
Locatelli et al. (2007) verificaram que o micronutriente, cuja omissão foi mais
limitante ao crescimento inicial do cedro rosa (Cedrela odorata L.), em altura e diâmetro, foi
o zinco, mas foi o menos limitante quando foi avaliada a produção de biomassa seca, o
tratamento que recebeu este micronutriente não diferiu estatisticamente do tratamento em que
o zinco foi fornecido.
147
6.5 Efeito da deficiência nutricional no estoque de carbono do caule de
aroeira-pimenteira
O teor de carbono nos caules de (aroeira-pimenteira) variou de 47,3 %, no tratamento
com omissão de molibdênio a 45,2 % nas plantas deficientes de nitrogênio (Tabela 15).
Tabela 15 – Teor de carbono, massa seca e massa de carbono no caule de aroeira-pimenteira
Tratamento Teor de Carbono (%)
Massa do Caule Massa de carbono
da Aroeira-pimenteira (g) no caule (g)
Completo 45,7 f * 18,0a* 8,2
Deficiência de N 45,2 f 8,8e 4,0
Deficiência de P 46,4 bcd 14,5ab 6,7
Deficiência de K 46,6 abcd 12,5bc 5,8
Deficiência de Ca 46,7 abc 5,8e 2,7
Deficiência de Mg 45,3 ef 6,8de 3,1
Deficiência de S 45,8 ef 16,7a 7,6
Deficiência de B 45,9 cdef 14,6ab 6,7
Deficiência de Cu 45,8 def 16,9a 7,7
Deficiência de Fe 46,3 bcd 16,1ab 7,5
Deficiência de Mn 46,0 cde 10,0cd 4,6
Deficiência de Mo 47,3 a 18,5a 8,8
Deficiência de Zn 46,9 ab 16,6a 7,8
CV (%) 0,9 10,21 -
Valor de F
(2)
15,1 38,47 -
DMS 0,8 4 -
* As médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, não diferem estatisticamente entre si. Foi
aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade
A deficiência nutricional, apesar de não provocar grandes alterações no teor de
carbono dos caules, causou efeito no estoque de carbono e na capacidade de seqüestro de
carbono tento em vista que a produção de biomassa seca é menor nas plantas deficientes de
alguns dos nutrientes minerais, principalmente o nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio e
magnésio, em relação ao tratamento completo.
Isso pode ser justificado com os cálculos de massa de carbono no caule de aroeira-
pimenteira (Tabela 15). Pode-se constatar na Tabela 15, com exceção ao tratamento com
omissão de molibdênio, todos os demais estocaram quantidades de carbono inferiores ao
tratamento completo.
148
7. Conclusões
A hipótese de que a deficiência de um nutriente pode comprometer o sucesso dos
projetos de recuperação florestal de áreas degradadas, de restauração florestal e de
reflorestamento para seqüestro de carbono, que utilizam para estes fins o plantio de espécies
florestais nativas, foi comprovada pelos resultados obtidos, dos quais são ressaltados os que
seguem:
A) Na avaliação das ultra-estruturas celulares, localizadas no mesofilo de folhas de plantas
deficientes de macronutriente de jequitibá-branco, verificou-se as seguintes alterações:
- A deficiência de N, ou de P, ou de Ca, ou de S causou o aumento na quantidade de
grânulos de amido das células e no interior dos cloroplastos;
- A deficiência de S provocou a projeções do conteúdo de amido no cloroplasto;
- Ausência de grânulos de amido das células e no interior dos cloroplastos foram
sintomas de deficiência de K;
- A deficiência de N, ou P ou Mg provocou uma acentuada desorganização e má
formação das pilhas de tilacóides;
- A desestruturação da lamela média e, por conseguinte, aumento do espaço
intercelular, foram sintomas da deficiência de N, P, K e Ca.
- A deficiência de P ou de Mg provocou um acúmulo de lipídios das células,
principalmente na região do cloroplasto;
- A deficiência de K causou um rompimento na membrana dos vacúolos e projeções
do conteúdo na região adjacente aos cloroplastos;
- Cloroplastos dilatados e com membranas rompidas foram sintomas da deficiência de
Ca.
B) A análise tecidual das folhas de jequitibá-branco deficiente em macronutriente, com
auxilio da técnica de microscopia de luz, mostrou que:
- A deficiência de N aumentou a concentração de grão de amido nas bordas do
parênquima paliçádico;
- A deficiência de P, ou K, ou Ca causou aumento nos espaços intercelulares;
- A deficiência de Ca comprometeu drasticamente na formação do parênquima
paliçádico.
149
C) A diagnose visual de plantas com deficiência de um dos nutrientes revelou as seguintes
manifestações em relação às plantas sem deficiência nutricional:
- Clorose em folhas velhas e/ou novas (Deficiência de N, ou K, ou Ca, ou S, ou B, ou
Fe, ou Mn e ou Zn);
- Folhas lanceoladas, estreitas e pequenas (Deficiência de N, ou P, ou Ca ou B);
- Folhas com clorose internerval (Deficiência de Mg ou Mn);
- Internódios mais curtos (Deficiência de Zn);
- Crescimento retardado e lento das plantas (Deficiência de N);
- Senescência precoce das folhas (Deficiência de N ou Ca);
- Clorose e necrose das pontas e margens das folhas mais velhas (Deficiência de K, ou
Ca, ou Mg e ou Fe),
- Deformação e murchamento das folhas (Deficiência de K, ou Ca, ou Mg, ou B, ou
Cu, ou Mn ou Zn);
- Colapso do pecíolo (Deficiência de K ou Ca);
- Ápice caulinar (gema apical) necrosado, ou seja, morte do meristema apical do caule
(Deficiência de P ou B);
- Redução no tamanho das raízes (Deficiência de P, ou Ca ou B);
- Pontos de necrose no limbo das folhas (Deficiência de P, ou Ca, ou Cu ou Mn).
D) A omissão de um dos nutrientes na solução nutritiva provocou menor concentração dos
mesmos na parte aérea das plantas deficientes, em relação às plantas não deficientes.
E) A avaliação dos efeitos da deficiência nutricional na taxa de assimilação de gás carbônico e
na transpiração de jequitibá-branco a deficiência de um dos nutrientes de um modo geral
prejudicou as taxas de assimilação de carbono e de transpiração, sendo que:
- As taxas de assimilação de carbono e de transpiração das folhas novas,
intermediárias e velhas foram prejudicadas com as deficiências de N, ou P e ou S.
- A deficiência de Ca prejudicou as taxas de assimilação de carbono e de transpiração
somente nas folhas intermediárias e velhas;
- A deficiência de Mg prejudicou a taxa de assimilação de carbono nas folhas
intermediárias e velhas, sendo que a taxa de transpiração ficou comprometida em todas as
folhas;
150
- A deficiência de B prejudicou a taxa de assimilação de carbono nas folhas novas,
sendo que a taxa transpiração ficou comprometida em todas as folhas;
- A deficiência de Cu prejudicou a taxa de assimilação de carbono nas folhas novas e
intermediárias, sendo que a taxa de transpiração ficou comprometida nas folhas novas;
- A deficiência de Fe prejudicou a taxa de assimilação de carbono em todas as folhas,
sendo que a taxa de transpiração ficou comprometida nas folhas novas;
- A deficiência de Mn prejudicou a taxa de assimilação de carbono em todas as folhas,
sendo que a taxa de transpiração ficou comprometida nas folhas velhas.
- A deficiência de Zn somente prejudicou a taxa de assimilação de carbono nas folhas
novas, sendo que a taxa de transpiração ficou comprometida em todas as folhas.
F) A omissão de um dos macronutrientes limitou, em relação às plantas não deficientes, o
crescimento em altura das plantas de aroeira-pimenteira, de baba-de-boi e de jequitibá-branco.
G) Na avaliação do efeito da deficiência de micronutrientes no crescimento em altura, das
plantas das três espécies florestais, verificou-se que, foi variável em função da espécie, uma
vez que:
- A deficiência de Cu, ou de Mo ou de Zn em plantas de aroeira-pimenteira não causou
a variação na altura das plantas;
- Nas plantas de baba-de-boi, a omissão de Cu, ou de Fe, ou de Mn, ou de Mo alterou
o crescimento das plantas;
- Nas plantas de jequitibá-branco somente a deficiência de Fe não comprometeu o
crescimento em altura do vegetal.
H) As deficiências de N, ou P, ou K, ou Ca, ou Mg, ou B e ou de Mn limitaram a produção de
biomassa seca das plantas de aroeira-pimenteira, baba-de-boi e jequitibá-branco. A
deficiência de um dos nutrientes não diminuiu significativamente, em relação ao tratamento
completo, o teor de carbono no caule de aroeira-pimenteira.
I) As deficiências nutricionais, com exceções do S, Mo, Zn e Cu, motivou um menor estoque
de carbono no caule, quando comparado às plantas submetidas ao tratamento completo.
151
8. Considerações Finais
A deficiência de apenas um macronutrientes ou micronutrientes, que são exigidos
durante o ciclo de vida das espécies florestais nativas Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-
pimenteira), Cordia superba Cham. (baba-de-boi) e Cariniana estrellensis (Raddi) Kintze
(jequitibá-branco), afetou vários níveis de organização destas espécies, desde as ultra-
estruturas do limbo foliar, até mesmo a produção de biomassa seca.
Pelos resultados constatou-se uma seqüência de eventos que conduzem aos sintomas de
deficiência visuais.
Inicialmente a falta de um nutriente conduz a uma alteração molecular que,
conseqüentemente, leva as modificações nas ultra-estruturas das folhas. Essas modificações
levaram a alteração celular provocando, desta forma, uma modificação no tecido que,
provocaram os sintomas visuais e fisiológicos (fotossíntese e transpiração) e, por conseguinte,
interferiram negativamente na produção de biomassa seca.
As deficiências de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, boro,
cobre, ferro, manganês, molibdênio e zinco prejudicaram a atividade fotossintética das plantas
e, conseqüentemente, houve uma menor biomassa e um menor seqüestro de carbono pelas
plantas.
Comprovando-se então que a deficiência nutricional comprometeu a produção de
biomassa das plantas e, conseqüentemente, o seqüestro de carbono, os resultados do presente
trabalho sugeriram que a implantação de florestas e a recuperação de áreas degradadas por
meio do reflorestamento, visando à redução da concentração do gás carbônico - CO
2
na
atmosfera, certamente é prejudicado com a não complementação nutricional quando o solo for
deficiente em qualquer dos nutrientes.
Assim sendo, os projetos de recuperação ou de restauração de ecossistemas
degradados, com intenção de promover a manutenção da biodiversidade, poderão não
conseguir o sucesso esperado.
152
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