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saiba melhorá-los”, e proteção: “[...] nestes elos perdidos [...] (MH, p.101, grifos
nossos), “elos” em que o auditório pode encontrar informações para ajudá-lo na
resolução de suas inseguranças com a aparência: a própria MH, cuja matéria está
contida. (Cf. ARISTÓTELES, 2003, p. 35)
Por outro lado, a imposição destes valores é implícita, pois, em nenhum
momento, a publicação rotula o homem contemporâneo como sendo metrossexual.
Todavia, tal inferência torna-se possível, no discurso da MH, quando se observa os
argumentos dados em relação aos comportamentos do homem contemporâneo: “[...]
usa cosméticos [...], [...] cuida do corpo [...] É o cara antenado, que sabe que
cuidados pessoais são um trampolim para o sucesso – social, profissional e sexual!”
(MH, p. 104, grifos nossos), informações que se forem confrontadas com os
argumentos dados pelo criador do termo metrossexual, o jornalista e escritor inglês
Mark Simpson (1994), para quem a metrossexualidade é uma característica inerente
ao homem contemporâneo, que se cuida e gosta de se cuidar, e, sobretudo, tem a si
mesmo como seu objeto de amor, as intenções da MH tornam-se totalmente
explícitas.
Infere-se, a partir do modo em que a amostra analisada é apresentada que,
como já dito, faz uma espécie de referência à evolução masculina: “[...] elos perdidos
da sua trajetória [...]” (MH, p. 101, grifo nosso), desde o que chamam de “ogro”.
Passa, então, pelos outros gêneros masculinos: “o básico”, “o atleta”, “o boêmio”, “o
ripongo”, “o natural”, “o workaholic”
, até “o contemporâneo” (MH, p. 101-4), que a
MH, ao apresentar o modo de ser e de viver dos supostos antecessores do
“contemporâneo”, intenta, antes de tudo, reforçar na consciência do auditório que
muitos dos hábitos de vida destes gêneros são prejudiciais à saúde, à longevidade,
Termo inglês, cujo significado remete à pessoa que trabalha demais ou que é demasiadamente ligada
à carreira. (Descrição nossa).