levam a considerar para efeitos de pesquisa a faixa etária compreendida entre 15 e 24 anos.
Autores como Pochmann (2004), Melucci (1997), Pais (1993), Raitz (2003), Dayrell (1999),
Dayrell e Reis (2005), Sposito (1997, 2000, 2005), etc, defendem o alargamento desta faixa
etária, pois trabalhar dentro destes recortes acaba por condicionar a juventude, vinculada
sempre a uma fase de transitoriedade, incertezas, instabilidade no momento de transição da
adolescência para a vida adulta. Além de defenderem o alargamento da faixa etária, estes
autores pontuam que não se pode delimitar uma única faixa etária para a juventude. É
preferível compreendê-la como um segmento juvenil. Contudo, é necessário delimitar uma
faixa etária para fins de estudo, como no caso desta pesquisa, em que os sujeitos são jovens
entre 15 e 22 anos.
Segundo o Ipea (2008), no âmbito das políticas públicas, a adoção do recorte etário de
15 a 29 anos é bastante recente, porém segue uma tendência internacional. Num passado não
muito distante, se considerava “jovem” a população na faixa etária entre 15 e 24 anos. A
ampliação desta faixa para os 29 anos não é uma singularidade brasileira, mas sim se
configura numa tendência geral dos países que buscam instituir políticas públicas de
juventude. Há duas justificativas que procuram explicar a questão para ter ocorrido essa
mudança: maior expectativa de vida para a população em geral e maior dificuldade desta
geração em ganhar autonomia em função das mudanças no mundo do trabalho.
Sobre jovens e o mundo do trabalho, o relatório
por meio de 80 estudos enfatiza a
importante relação escola, trabalho e juventude, sendo este um tema bastante significativo.
Um subtema abordado contempla a questão da juventude e profissionalização e outro a
questão da Escolha Profissional, em que se investigam as dificuldades da escolha, as
expectativas e indecisões dos jovens, bem como as frustrações encontradas diante da urgência
da escolha e a realidade encontrada no mercado de trabalho. Questões ligadas ao mundo do
trabalho estão presentes no relatório resgatando a necessidade de investigar os espaços e
setores que não são estudados na maioria de teses e dissertações, como é o caso do trabalho
em zonas rurais e litorâneas.
As conclusões deste relatório foram catalogadas pelo INEP e podem ser encontradas em meio eletrônico no site
da Ação Educativa. Esta revisão apresenta dados gerais e específicos sobre o tema da juventude e escolarização
por meio de 296 exemplares de trabalhos e produções de tese, textos e dissertações. O trabalho evidencia os
principais eixos articuladores da produção, orientação, avanços e lacunas das pesquisas analisadas. Neste
relatório, o balanço do conhecimento produzido de 1995 a 2000 na área da Juventude e Educação aponta para
temas já consolidados que vêm sendo objeto de investigação, bem como enfatiza a necessidade de constantes
estudos como é o caso da educação de jovens e adultos, violência e jovens, grupos juvenis, juventude e mídia,
formação de professores. Já juventude, educação e trabalho é um tema que merece destaque, pois nele está
inserido o projeto de futuro da juventude. (SPOSITO, 2000).