cultural dos movimentos de contracultura, e da convivência de expressões artísticas
díspares, como a performance art
22
, a minimal art
23
, a conceptual art
24
e o movimento
Fluxus
25
. Steve Paxton, discípulo de Merce Cunningham, inicia o movimento da Judson
Church
26
, onde tem início a chamada dança pós-moderna
27
. A fragmentação dos gestos, a
desconstrução de seqüências coreográficas, a apropriação de movimentos banais (do
cotidiano), além da subversão das estruturas narrativas, estabeleceu o padrão (ou anti-
padrão) mundial neste conceito artístico.
No movimento da dança pós-moderna, os corpos à mostra nos palcos, e em
movimento, passam a desafiar e contestar antigas representações culturais de corpo e de
dança, assim como a produzir novas. Os cenários e a coreografia passaram a procurar
expressar confrontos e problemas da sociedade, refletindo a vida em seus matizes mais
diversos e não mais expressando idealizações ou uma suposta interioridade do indivíduo. O
foco passa a ser a prática dos princípios do movimento do corpo humano observando suas
infinitas variações. Essa forma de dança/performance/happening utiliza novos espaços
alternativos (museus, edifícios, praças públicas, quadras de esportes, etc...). A fragmentação
dos gestos, a desconstrução de seqüências coreográficas, a apropriação de movimentos do
cotidiano, e a subversão das estruturas narrativas são o padrão desse conceito artístico.
Segundo Silva (2005), nos anos 1970, houve um rápido retorno a alguns aspectos da
dança moderna. Na década de 1980 buscou-se novamente pelos aspectos da dança pós-
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O surgimento da „performance art‟ remete ao cenário das artes plásticas e às mudanças culturais ocorridas
na Europa, Japão e Estados Unidos, nos anos de 1960. Ricas em metáfora e simbolismo, tiraram as artes
plásticas do ambiente acadêmico tradicional, levando-a para uma discussão pública.
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Tendência das artes visuais que, como reação ao expressionismo abstrato, recusava acentos metafóricos e
se opunha à noção de essência do objeto artístico. Sua intenção era relocar as origens do significado de uma
escultura para o exterior, não mais modelando sua estrutura na privacidade do espaço psicológico, mas sim na
natureza convencional, pública, do que poderíamos denominar espaço cultural. (KRAUSS, 1998).
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A Arte conceitual define-se como o movimento artístico moderno ou contemporâneo que, em reação ao
formalismo, defendia a superioridade das idéias veiculadas pela obra de arte, deixando os meios usados para a
criar em lugar secundário. Teve seu início na década de 60, sistematizada por Clement Greenberg, mas suas
idéias fundamentais já apareciam no início do séc.XX na obra de Marcel Duchamp.
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Movimento musical dos anos de 1960 que, motivado pelos trabalhos de Duchamp e pelo Dadaísmo, buscou
recuperar o espírito de anti-arte dos anos de 1920 e preconizar a fusão de todos os meios e disciplinas
artísticas: arte visuais, música, literatura, etc. Desenvolveu atuação política radical, contestando o sistema
museológico através de performances, filmes e publicações.
26
Segundo Cristiane Wosniak (2004, p. 09): “a Judson Church era um local (porão de uma igreja) onde um
grupo de artistas multidisciplinares (coreógrafos, bailarinos, vídeo-makers, compositores, performers, atores,
artistas plásticos) se reunia em Nova York com o objetivo de pesquisar novas linguagens de movimento.”
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São representantes deste movimento, além de Merce Cunningham e Steve Paxton: Trisha Brown, Twila
Tharp, Yvonne Rainer, Lucinda Childs e Deborah Hay.