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freqüência vibratória. Na faixa sonora, suas freqüências vibratórias variam de ultra-sons a
infra-sons, com vibrações rápidas ou lentas, gerando energia.
As freqüências sonoras se apresentam nas dimensões de ritmo e melodia, em durações
rítmicas e alturas melódicas - constata Miguel Wisnik (1989). Segundo este estudioso, o nosso
ouvido só percebe sinais rítmicos no máximo até 10 Hz, e, entre 10 e cerca de 15 hertz, o som
entra numa faixa difusa e indefinida entre a duração e altura, que se define depois, nos
registros oscilatórios mais rápidos, através da sensação de permanência espacializada do som
melódico (quando a periodicidade das vibrações fará, então, com que escutemos com a
identidade de um possível dó, mi, lá, si
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). Quando se diminui gradualmente a aceleração das
ondas sonoras, passamos a escutar não mais o tom e sim o ritmo, de forma que o ritmo
também é freqüência vibratória. E o pulso rítmico acelerado faz suas freqüências vibratórias
produzirem tons melódicos, por exemplo:
O bater de um tambor é antes de qualquer coisa um pulso rítmico. Ele emite
freqüências que percebemos como recortes de tempo, onde inscreve suas
recorrências e variações. Mas se as freqüências rítmicas foram tocadas por um
instrumento capaz de acelerá-las muito, a partir de cerca de dez ciclos por segundo,
elas vão mudando de caráter e passam a um estado de granulação veloz, que salta
de repente para um outro patamar, o da altura melódica. A partir de um certo limiar
de freqüência (em torno de quinze ciclos por segundo, mas estabilizando-se só em
cem e disparando em direção ao agudo até a faixa audível de cerca de 15 mil hertz),
o ritmo vira melodia (WISNIK, 1989, p. 20).
Tais freqüências vibratórias do som, se multiplicadas em sua velocidade, chegam às
freqüências das cores. Jonathan Goldman (1994) verificou que as freqüências sonoras, ao
serem elevadas em vibrações rapidíssimas, chegam à luz. O som é freqüência vibratória e
também a cor: a luz é o som acelerado
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. Vale lembrar que existem centenas de tonalidades e
matizes que compõem uma cor, havendo variações de freqüências vibratórias para cada uma.
Portanto, cada som emitido, dependendo da freqüência vibratória, gerará uma cor, com
determinada matiz. O espectro de freqüências vibratórias, na relação da luz com o som,
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As freqüências vibratórias dos tons, medidos em Hz são: Dó 1 = 256 Hz; Ré 1= 293 Hz; Mi 1= 330 Hz; Fá 1=
349 Hz; Sol 1= 392 Hz; Lá 1= 410 Hz; Si 1= 494 Hz; Dó 2= 512 Hz e assim por diante.
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Goldman (1994) verificou que, matematicamente se uma freqüência de onda sonora for acelerada fazendo-a
dobrar quarenta vezes, chegará a uma freqüência que está dentro dos parâmetros da luz. Ao contrário, se
desacelerar quarenta vezes uma freqüência de onda luminosa, chegará a uma freqüência no âmbito dos
parâmetros do som. A freqüência de 518,7 ciclos por segundo (Hz), que cria uma nota próxima a um /Dó/, por
exemplo, quando acelerada desse modo, cai dentro da faixa do que percebemos como a cor verde. O vermelho de
um escuro intenso vibra a uma freqüência de aproximadamente 430 trilhões de ciclos por segundo, o que,
quando reduzido por 40 oitavas, resulta em 391,3 ciclos por segundo, criando a nota /Sol/. É interessante
observar que o espectro do violeta vai do violeta claro, a 690 trilhões de ciclos por segundo, o que é convertido
em 627,8 ciclos por segundo, gerando uma nota próxima a um /Mi bemol/, até o violeta carregado, a 750 trilhões
de ciclos por segundo, que é convertido a 682,4 ciclos por segundo criando uma nota próxima de um /Fá/.