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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS
ANÁLISE DA COBERTURA VEGETAL EM ÁREAS DE
CAATINGA SUSCEPTÍVEIS A DESERTIFICAÇÃO,
MUNICÍPIO DE JATAÚBA
PE.
Leonardo Nogueira de Queiroga Maciel
RECIFE
-
PERNAMBUCO
-
BRASIL
Agosto
-
2006
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Leonardo Nogueira de Queiroga Maciel
ANÁLISE DA COBERTURA VEGETAL EM ÁREAS DE
CAATINGA SUSCEPTÍVEIS A DESERTIFICAÇÃO,
MUNICÍPIO DE JATAÚBA
PE.
Dissertação
apresentada
ao Programa
de Pós-Graduação em Ciências
Florestais
da
Universidade Federal
Rural de Pernambuco, para obtenção
do título de Mestre em Ciências
Florestais, Área de Concentração:
Silvicultura.
Orientador: Profº. Drº. Marco Antônio Amaral Passos
Co
-
orientador(es
): Profª.
Drª. Maria de Fátima Araújo Vieira Santos
Profº. Drº. Mateus Rosas Ribeiro
RECIFE
-
PERNAMBUCO
-
BRASIL
Agosto
-
200
6
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Ficha catalográfica
Setor de Processo Técnicos da Bibli
oteca Central
UFRPE
M152a
Maciel
,
Leonardo Nogueira de Queiroga
Análise da cobertura vegetal em áreas de caatinga susceptíveis a
desertificação, município de Jataúba
PE
/
Leonardo Nogueira de Queiroga
Maciel.
2006.
53
f. : il.
Orientador: Marco Antônio Amaral Passos
.
Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais)
Universidade Federal Rural de Pernambuco. Departamento de
Ciência
Florestal.
Inclui bibliografia.
CDD
574.526 5
1.
Caatinga
2.
Desertificação
3.
Fitossociologia
4.
Florística
5.
Jataúba
(PE)
6.
Planossolo
I.
Passos
,
Marco Antônio Amaral
II. Título
LEONARDO NOGUEIRA
DE QUEIROGA MACIEL
ANÁLISE DA COBERTURA VEGETAL EM ÁREAS DE CAATINGA
SUSCEPTÍVEIS A DESERTIFICAÇÃO, MUNICÍPIO DE JATAÚBA
PE
APROVADA em
31 de agosto de 2006
Banca Examinadora
Prof
º
. Dr
º
.
Everardo Valadares de S
á
Barretto Sampaio
-
UFPE
Pr
of
º
. Dr
º
.
Fernando de Oliveira Mota Filho
-
UFPE
Prof
º
.
Dr
º.
Tadeu Jankovski
-
UF
R
PE
Orientador:
Prof
º
. Dr
º
.
Marco Antônio Amaral Passos
-
UFRPE
RECIFE
-
PE
AGOSTO
/2006
À minha família,
Aos meus amigos,
Aos meus professores e orientadores e
A minha Leninha
DEDICO
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal Rural de Pernambuco, pela oportunidade de
estudar em uma Universidade pública e de qualidade.
Ao Programa de Pós
-
Graduação
em Ciências Florestais da Universidade
Federal Rural de Pernambuco, onde cursei o mestrado.
À Coodenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(C
APES), pela
concessão
da bolsa de estudos para realização do curso.
Ao professor Drº. Fernando Mota-Filho e a professora Drª. Eugênia C.
Pereira do Departamento de Geografia da Universidade Federal de
Pernambuco, que sempre me incentivaram em todos os momentos da
graduação e até hoje me incentivam.
Aos professores do Departamento de Engenharia Florestal da
Universidade Federal Rural de Pernambuco por todos os ensinamentos
transmitidos.
Em especial aos professores orientadores: Profº. Dr. Marco Antônio
Amaral Passos pelos ensinamentos transmitidos e pela liberdade que me foi
concedida
e por toda paciência para comigo durante a
realizaç
ão da pesquisa;
a Profª. Drª. Maria de Fátima Araújo V. Santos, pela dedicação na transmissão,
com carinho e atenção, dos conhecimentos necessários para a realização
dessa pesquisa, colocando todas as dificuldades em segundo plano, me
incentiv
ando
a buscar sempre o melhor e estando presente em todos os
momentos relacionados desta minha trajetória; ao Profº. Drº. Mateus Rosas
Ribeiro pelos ensinamentos prestados durante a pesquisa, que foram
indispensáveis.
A equipe
de
especi
alistas integrantes do Instituto de Pesquisas
Agropecuárias de Pernambuco -
IPA
: Maria Bernadete Costa e Silva, Rita
Pereira e Maria Rita Cabral e a professora Ladivânia Nascimento do
De
partamento de Biologia da UFRPE, pela paciência e profissionalismo na
identificação das espécies
vegetais deste trabalho.
A Profª Isabel
Galindo
do departamento de Agronomia da Universidade
Federal Rural de Pernambuco
.
Aos
meus colegas e amigos do Programa de Pós-
Graduação
em
Ciências Florestais da Universidade Federal Rural de Pernambuco, pela troca
de conhecimentos proporcionados durante o curso e pela grande amizade e
companheirismo dedicada até hoje e sempre.
Aos meus amigos pessoais, que sempre estiveram presentes na minha
vida.
A Helena Paula de Barros Silva (Leninha), por me ajudar em todas as
horas da minha vida, pela, amizade, paciência, compreensão, dedicação e por
todo seu amor.
Aos meus pais e irmãos, que sempre estiveram caminhando ao meu
lado durante toda a minha formação pessoal e profissional, me ensinando e
incentivando
com alegria
a completar esse caminho.
A toda a minha família, que sempre esteve junta, somando esforços para
o meu crescimento
.
A Deus p
or iluminar a minha estrada e guiar sempre os meus passos.
SUMÁRIO
RESUMO..........................................................................................................
IX
ABSTRACT............................
..........................................................................
XI
1.
INTRODUÇÃO..................................................................................................
13
1.1 DESERTIFICAÇÃO..........................................
..........................................
14
1.2 DEGRADAÇÃO DA CAATINGA.................................................................
17
1.3 COBERTURA VEGETAL...........................................................................
19
2.
MATERI
AIS E MÉTODOS................................................................................
23
2.1 LOCALIZAÇÃO DA ZONA DE ESTUDO...................................................
23
2.2 CARACTERÍSTICAS GEOAMBIENTAIS DA ZONA DE ESTUDO............
23
2.3 ESCOLHA DA ÁREA DE ESTUDO............................................................
26
2.4 INSTALAÇÃ DAS PARCELAS...................................................................
29
2.5 INSTALAÇÃO DOS TRANSECTOS...............................
...........................
30
2.6 LEVANTAMENTO FLORÍSTICO................................................................
31
2.7 LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO.................................................
31
2.8 CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS E FÍSICAS
DO SOLO...........................
35
3.
RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................
37
3.1 FLORA........................................................................................................
37
3.2 FITOSSOCIOLOGIA..................................................................................
41
3.2.1 AMBIENTE CONSERVADO................................................................
41
3.2.2 AMBIENTE MEDIANAMENTE DEGRADADO...
.................................
45
3.2.3 AMBIENTE DEGRADADO..................................................................
49
3.3 DIVERSIDADE FLORÍSTICA.....................................................................
52
3.4 RECOBRIMENTO
VEGETAL POR ESPÉCIE...........................................
53
3.5 RECOBRIMENTO DO SOLO.....................................................................
59
3.6 CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS...........................................................
.
60
4.
CONCLUSÕES................................................................................................
63
5.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................
65
MACIEL, LEONARDO NOGUEIRA DE QUEIROGA, Análise da cobertura
vegetal
em
áreas
de caatinga susceptíveis a desertificação, município de
Jataúba
PE. 2006. Orientador: Marco Antônio Amaral Passos.
Co
-orientadores: Maria de Fátima Araújo Vieira Santos e Mateus
Rosas
Ribeiro.
RESUMO
O objetivo da pesquisa foi gerar informações necessárias a uma ba
se
científica para identificar o
padrão
da
vegetação
de caatinga
,
em
ambientes com diferentes níveis de degradação, provenientes da
atuação do homem, no município de Jataúba–PE, localizado na
Mesorregião do Agreste Pernambucano, Microrregião do Vale do
Ipojuca
.
Foram selecionadas três categorias de ambientes conforme o
grau decrescente de degradação: ambiente
degradado
, ambiente
medianamente
degradado e ambiente conservado (que representou a
vegetação testemunho). Em cada ambiente foi amostrada a
comunida
de de caatinga. Estabeleceram-se 4 parcelas de 10x20m por
ambiente, perfazendo um total de 12 parcelas que foram utilizadas para
o levantamento florístico e fitossociológico. Utilizando o método ponto-
interseção, em um par de transectos de 20m, estimou-
se
o recobrimento
vegetal
e o substrato superficial do solo. A vegetação foi amostrada
em
três estratos verticais: 1º
-
indivíduos com altura até 0,5m; 2º
-
indivíd
uos
com altura de 0,51m a 3m e
- indivíduos que apresentaram altura
superior a 3m. No levantamento florístico foram amostradas 88
espécies, pertencentes a 54 gêneros e 32 famílias botânicas. Do total
das espécies amostradas, 70 foram identificadas a nível específico, 8
a
nível de gênero, 8 a nível de família e 2 não foram identificadas nem a
nível de família. Foram amostrados 6015 indivíduos: 2121 no ambiente
conservado, onde foram registradas 40 espécies; 1813 no ambiente
medianamente
degradado, tendo 43 esp
écies
; e 2081 no degrado, com
registro de 39 espécies. No estrato, Aristida setifolia obteve a maior
cobertura específica
e
esteve presente apenas nos ambientes
degradados,
podendo ser considerada como espécie indicadora de
degradação
e quanto maior o nível de degradação maior a sua
densidade, 13,56 e 57,78 ind./m², respectivamente. A medida que o
nível de degradação crescia
,
Cyperus uncynulatos aumentava em
densidade, 10,22, 16,22 e 20,89 ind./m², respectivamente.
Evolvulus
filipis
mostrou estar
melhor
adaptada para ocupar ambientes mais
conservados.
Alternanthera tenella apenas contribuiu no recobrimento
vegetal nos ambientes degradados. Neoglaziovia variegata esteve
presente no estrato do ambiente conservado, nas quatro parcelas,
com
densidade rela
tiva
de 74,97%, não ocorrendo nos demais
ambientes.
Caesalpinia pyramidalis
e
Sida galheirensis
, encontradas nos
três ambientes
, tiveram considerável aumento na densidade, quão maior
o estádio de degradação dos ambientes. No estrato, no ambiente
mediana
mente
degradado,
Caesalpinia pyramidalis apresentou os
maior
es valores de cobertura e importância, seguida de Aspidosperma
pyrifolium
.
Junto com
Neogla
z
iovia
v
ariegat
a
,
Cordia leucocephala
esteve presente apenas no ambiente conservado. Com relação aos
subs
tratos superficiais do solo, foi contado o número de vezes que cada
tipo de substrato foi interceptado com uma vareta de aço de 4mm de
diametro. O ambiente conservado apresentou o maior recobrimento com
matéria orgânica
66,13
%; o degradado apresentou o maior recobrimento
com encrostamento na superfície do solo
66,56%.
Os níveis de
degradação dos ambientes caracterizados aqui neste trabalho, afetaram
diretamente a estrutura da vegetação. Essa influência se revelou sobre a
densidade das espécies e na composiç
ão florística dos ambientes.
MACIEL, LEONARDO NOGUEIRA DE QUEIROGA, Analysis of the vegetation
canopy in áreas of caatinga the desertification susceptible, municipality of
Jataúba
PE.
2006
. Adviser: Marco Antônio Amaral Passos.
Comitte:
Maria
de
Fátima Araújo Vieira Santos e Mateus Rosas Ribeiro.
ABSTRACT
The
objective of the
research
was generate information necessary
to
a scientific base
to
identify the standard of the ve
getation
of
caatinga,
in environments with different levels of degra
dation,
proceeding from the performance of the man, in the city of Jataúba
-
PE, located in Pernambuco State, Brazil. Three environment
categories had been selected in agreement the decreasing degree
of degradation enviromment, sorrunding medeiun degraded an
d
surrounding conserved (that it represented the vegetation
certification). In each environment the community of caatinga was
showed. Established 4 plots of 10 x 20 m for environment had
been, a total of 12 plots that had been used for the floristc and
phy
tosociological survey. Using the method point-intersection, in a
pairo
of transects of 20 m, esteem the canopy and the superficial
substratum of the soil. The vegetation was showed in three vertical
stratus: 1º- individuals with heighter until 0,5 m; - individuals with
height of 0,51 m 3 m and - individuals that had presented
highest 3 m. In the floristic survey had been showed to 88 species,
pertaining the 54 genera and 32 botanical families. Of the total of
the showed species, 70 had been identified the specifc level, 8 the
level of genera, 8 the family level and 2 had not been identified nor
the family level. 6015 individuals had been showed: 2121 in the
conserved environment, where they had been registered 40
species; 1813 in the environment mediun degraded, having 43
species; e 2081 in I degraded it, with register of 39 species.
N 1º stratum,
Aristida setifolia
got the biggest specific covering and was present only in
degraded
environment
. Begin able to be considered as indicating of
degradation
and how much bigger species the level of bigger
degradation its density, 13,56 and 57,78 ind./m², respectively. The
measure that the degradation level grew, Cyperus u
ncynulatos
increased
in density, 10,22, 16,22 and 20,89 ind./m², respectively. Evolvulus f
ilipis
showed to be better suitable to occupy more surrounding conserved.
Alternanthera tenella only contributed in the vegetal canopy in degraded
environments.
Neoglaziovia
variegate was present in stratum of the
conserved
environment
, in the four plots, with relative density of
74,97%, not occurring in excessively surrounding ones.
Caesalpinia
pyramidalis
and Sida galheirensis, found in three
environment
, had
considerable
increase in the density, as bigger the stadium of
degradation of
environment
. In 3³ stratum, in the
environment
medium
degraded,
Caesalpinia pyramidalis presentedthe biggest values of
covering and importance, followed of Aspidosperma pyrifolium. Together
with Neoglaziovia variegate. Cordia leucocephala was present only the
conserved
en
vironment. With relation to superficial substrat of the
soil, the number of timeswas counted that each type of substratum
was intercepted with a steel rod of 4 mm of diameter. The
conserved environment presented the biggest covering with
organic substance 66,13%; the degraded one presented the
biggest covering with encrostament in the surface of soil 66,56%.
The levels of degradation of environment characterized here in this
work, had directly affected the structure of vegetation. This
influence if disclosed on the density of the species and in the
floristic composition of environments.
1.
INTRODUÇÃO
O Nordeste brasileiro, onde esta localizada a maior parte da região semi
-
árida do país, é coberto por uma vegetação denominada de Caatinga, com
plantas
adaptadas fisiologicamente às condições de deficiência hídrica. Como
acontece com os outros tipos de vegetação a caatinga também passa por um
grande processo de devastação ambiental provocado pelo uso indiscriminado
dos seus recursos naturais. Essa devastação é ativada através do corte e
queima da vegetação, das práticas inapropriadas de cultivo e do
superpastoreio. Estes tipos de exploração do meio ambiente levaram a uma
redução de 11,6% da cobertura remanescente da caatinga, observada em
1991 na região d
o agreste em Pernambuco (MMA, 1995).
Por estar localizado numa área ampla de semi-aridez acentuada,
representando uma projeção da zona do Cariri Paraibano no Agreste de
Pernambuco, o município de Jataúba, localizado na Mesorregião do Agreste
Pernambucano,
Microrregião do Vale do Ipojuca, apresenta áreas em
avançado estágio de degradação que podem evoluir para o processo de
desertificação, principalmente nas áreas de solos planossolos, solos estes
bastante susceptíveis a erosão e que merecem atenção, pois recobrem 9,1%
da região Nordeste perfazendo um total de 68.188 Km², onde a atividade
econômica principal realizada nessas áreas é a pecuária.
Baseado no Programa de A
ção
Nacional de Combate à Desertificação e
Mitigação dos Efeitos da S
eca
P
an
-B
rasil
(BRASIL, 2004), no item “Novas
Áreas em Processo de Desertificação”, a Região do Cariri Paraibano foi
incluída como um espaço afetado pela degradação ambiental a caminho da
desertificação. Seguindo a linha de estudo realizada por Vasconcelos Sobrinho,
foram identificadas duas causas principais para a desertificação na região do
Cariri Paraibano i) a predisposição geoecológica ou o equilíbrio instável
resultante dos fatores climáticos, edáficos e topográficos; e ii) as diferentes
modalidades das ações antrópicas, diretas ou indiretas, que começam pela
eliminação ou degradação do revestimento vegetal, chegando a desencadear o
comprometimento dos outros componentes do ecossistema e dando início à
formação de núcleos de desertificação (BRASIL, 2004). Por existirem pouc
os
estudos na área onde Melo (1980) denominou de “Cariri Pernambucano”, que
abrange os municípios de Jataúba e Santa Cruz do Capibaribe e amplas
porções dos municípios de Brejo da Madre de Deus, Taquaritinga do Norte e
Toritama, foi constatada uma carência de informações sobre a vegetação de
caatinga, principalmente quando se procura dados relativos à estrutura
fitossociológica, à dinâmica de populações, a sucessão ecológica e
regeneração natural. Da seleção de áreas no município de Jataúba-PE para
a rea
lização dessa pesquisa.
O objetivo
desta
pesquisa foi gerar informações necessárias a uma
ba
se científica para identificar o padrão da
vegetação
da caatinga
,
em
ambientes com diferentes níveis de degradação, resultantes da atuação do
homem, no município
de Jataúba
PE, tendo como objetivos específicos:
a)
Caracterizar estágios de degradação da vegetação;
b)
Estimar parâmetros fitossociológicos: densidade, dominância,
freqüência, e diversidade, e o grau de cobertura vegetal do solo;
c)
Comparar comunidades vegetais em mesma situação ambiental e tipo
de uso antrópico (pecuária), envolvendo a vegetação conservada,
medianamente
degradada e degradada, mediante parâmetros
florísticos
e estruturais
;
d)
Identificar a perda de diversidade das comunidades vegetais
degradadas fre
nte às características do uso antrópico;
1.1 DESERTIFICAÇÃO
A desertificação começou a ser discutida no início dos anos 30
do século
passado
, quando intensos processos de degradação ocorreram em alguns
estados do meio oeste americano (Oklahoma,
Kansas,
Novo México e
Colorado),
afetando uma área superior a 300.000Km² (MATALLO JUNIOR,
2000).
A área
ficou conhecido na época como dust bowl
Depois da
seca
, de
1970 a 1973, a região
do Sahel, ao sul do
deserto do
Saara, no continente africano (que envolve 5 países, Níger, Mali, Alto Volta,
Senegal e Mauritania), encontrava-se em está
do
catastrófico. De acordo com
Rodrigues (2000) mais de 500.000 pessoas morreram de fome e a estrutura
sócio
-
econômica
-
ambienta
l ficou seriamente comprometida, devido a tamanho
des
astre, em 1974, a comunidade internacional, na XXIX Assembléia Geral das
Nações Unidas, aprovou a Resolução 3.337, pela qual convocou, em 1977,
uma conferência internacional sobre a desertificação que foi realizada em
Nairobi, Quênia.
A partir da Conferência de Nairobi de 1977, foi criado o Plano de Ação
de Combate à D
esertificação
PACD, mas os resultados obtidos foram mais
do que modestos e a maioria dos países afetados pelo problema não assumiu
compromissos com ações nacionais.
Segundo Rodrigues (2000), os países africanos, inconformados com o
fracasso do Plano de Ação para o Combate à Desertificação, resolveram
negociar uma convenção específica para a desertificação durante a
Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de
Janeir
o, em junho de 1992 (ECO 92). A partir desta Reunião, foi incluído no
capítulo 12 da Agenda 21 um chamamento à Assembléia Geral das Nações
Uni
das para estabelecer um comitê intergovernamental de negociações para
preparar, até junho de 1994, uma Convenção das Nações Unidas de Combate
a Desertificação nos Países Afetados por Seca Grave e/ou Desertificação,
particularmente na África.
A convenção e seus quatro anexos foram aprovados
em 17 de junho de 1994, em Paris, porém, apenas em 1997 é que se deu início
ao processo de implementação da convenção a nível mundial.
Uma das decisões da Conferência de Nairobi foi a de que os países
comprometiam
-se a estudar o processo em seu território. Assim sendo, a
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste SUDENE e a Secretaria
do Meio Ambiente –SEMA, ambas integrantes do Ministério do Interior,
firmaram convênio para criar um Grupo de Trabalho com esta finalidade. Os
estudos iniciados pelo Grupo permitiram que outros pesquisadores também
dessem início a novas inves
tigações.
Duque (1980), no livro “Água e Solo no Polígono das Secas”, foi um dos
primeiros a se referir aos processos de degradação dos solos do Nordeste e
sua conseqüente perda de produtividade, porém não utilizou o termo
desertificação.
Vasconcelos So
brinho
foi o pioneiro dos estudos da desertificação no
Brasil, e deu uma grande contribuição por meio de suas obras: “Metodologia
para identificação de processos de desertificação” (1978); “Processos de
desertificação no Nordeste Brasileiro” (1978) e Identificação de Processos de
Desertificação no Polígono das Secas do Nordeste Brasileiro” (1978).
Estudos referentes a levantamentos e mapeamentos de áreas
susceptíveis à desertificação, utilizando métodos diversos, foram
desenvolvidos, segundo Rodrigues (1998), por: Nimer (1980) que baseado em
dados climáticos apresentou o mapa de zoneamento sistemático de áreas mais
predispostas à desertificação no
Brasil; Aouad e Condori (1986)
usando índices
de aridez, e imagens de LANDSAT mapearam o estado da Bahia; Borg
es
(1986) realizou levantamento de áreas vulneráveis à desertificação no Rio
Grande do Norte; Marques (1986) em Alagoas, fez um informe sobre viagens
de campo feitas para constatação de áreas desertificadas em Alagoas; Santos
(1986)
para Sergipe, Veras Júnior (1986) para o Ceará e Chaves (1986) para a
Paraíba, também realizaram trabalhos referentes a levantamentos e
diagnósticos de áreas susceptíveis a desertificação.
Uma série de estudos com o intuito de traçar planos de ação para o
conhecimento deste processo na Região do Polígono das Secas do Brasil foi
realizado por diferentes autores, assim como propostas de mensuração da
desertificação
.
Reis (1988), além de trazer discussões sobre o nome Desertificação,
apresentou algumas linhas de ação para combater
o problema.
(1994) realizou um zoneamento das áreas em processos de
degradação ambiental no semi-árido nordestino. D
efiniu
quatro
graus de
degradação ambiental, ligados a
quatro
tipos de solo Bruno não-
cálcico,
Planossolo
, Litólico e áreas de solos Podzólicos eutróficos, Cambissolos e
Terras roxas estruturadas, relacionados com a cobertura vegetal predominante
em cada um deles.
Lemos (2000) abordou a questão da desertificação associada a pobreza
do semi-árido nordestino, observando uma forte correlação entre níveis de
pobreza e degradação ambiental.
Sampaio e Sampaio (2002), fizeram algumas considerações ao conceito
de desertificação, suas causas e conseqüências, assim como propuseram
alguns índices de desertificação. Os autores propuseram dois índices d
e
desertificação, um para estimar a propensão ou susceptibilidade à
desertificação e outro para estimar a ocorrência de desertificação.
Matallo Júnior (2000) organizou um panorama da desertificação no
Brasil e no Mundo, trazendo mapas e tabelas, descrevendo as características
do ambiente semi-árido nordestino e as principais causas da degradação que
afetam a região.
1.
2
A DEGRADAÇÃO DA CAATINGA
Dentre os biomas brasileiros, a caatinga é, provavelmente, o mais
desvalorizado e mal conhecido botanicamente (BRASIL, 2003). Este bioma
recobre a maior parte da Região semi-árida do Nordeste do Brasil, possuindo
uma gama enorme de associações.
Vasconselos Sobrinho (1978) considerou a caatinga um espelho das
condições restritivas do meio ambiente (solo, regime hídrico, temperatura,
luminosidade
)
,
com
sua biomassa muito limitada, incapaz de alimentar uma
abundante fauna de herbívoros.
Andrade
-Lima (1986) relatou que as caatingas devem ser consideradas
não como uma única comunidade, mas um conjunto de paisagens vegetais, as
quais têm em comum a presença de espécies caducifólias, caracterizadas por
espinhos ou acúleos, submetidas a períodos mais ou menos longos de
estiagem, sem qualquer regularidade.
Segundo Lins(1989), as caatingas caracterizam-se por serem formaçõ
es
xerófilas, lenhosas, decíduas, em geral espinhosas, com presença de plantas
suculentas e estrato herbáceo estacional.
Como a economia do semi-árido apresenta-se com uma agricultura de
baixa produtividade e uma pecuária extensiva, a pressão antrópica ne
sse
ambiente tende a ser expressiva, pois o homem, na busca de suprir suas
necessidades, utiliza um modelo de exploração não compatível à região de
domínio da caatinga, criando pré-condições para a formação de áreas
degradadas, onde a conseqüência mais danosa é a instalação do processo de
desertificação.
A erosão, a perda de matéria orgânica, a perda de nutrientes e da
biodiversidade são considerados os processos mais relevantes da degradação
do ecossistema de caatinga (
BRASIL
, 1995). Eles são ativados através do
corte e queima da vegetação, das práticas inapropriadas de cultivo e do
superpastoreio.
De acordo com Araújo Filho e Barbosa (2000), o ritmo de perda da
vegetação primária alcança 2,7% ao ano, cerca de 80% da cobertura vegetal é
secundária, com 40% mantidos em estágio pioneiro da sucessão secundária, e
a desertificação já atinge 15% do território nordestino.
O tempo de recuperação, após corte e queima, na recuperação da
vegetação em regiões semi-áridas oportunidade ao ecossistema passar por
de
struição mais intensa, uma vez que expõe o solo a um clima caracterizado
por altas temperaturas, precipitações torrenciais e ventos constantes. Práticas
que tendem a conservar a vegetação natural minimizam as perdas
de
fertilidade, evitando a degradação do
solo e de todo o ecossistema.
Segundo Sampaio e Sampaio (2002), a deterioração mais generalizada
da capacidade produtiva é a redução de fertilidade do solo pela diminuição da
quantidade de nutrientes para plantas, presentes em uma área.
O efeito da
eros
ão na degradação da fertilidade do solo está diretamente associado à
remoção de nutrientes como sforo, potássio e nitrogênio, carreados pelas
enxurradas que transportam os colóides do solo (SILVA, 2000). O processo de
remoção dos nutrientes pela erosão começa no preparo da terra para o
plantio, onde o solo exposto aos agentes intempéricos encontra-se vulnerável
às perdas. A degradação física e química do solo está muito mais generalizada
em ambientes de equilíbrio delicado (semi-áridos), onde mesmo a a
gricultura
mais cuidadosamente empreendida faz aumentar as perdas de cinco a
cinqüenta vezes, em relação às terras dotadas de vegetação natural (DREW,
2002).
De acordo com Araújo Filho e Barbosa (2000) o sistema de produção
agrícola praticado no semi-
ári
do apresenta-se com baixa ou nenhuma
sustentabilidade, a começar pela redução drástica da biodiversidade. Segundo
esses autores, quando da implantação de uma área de cultivo ou de uma
pastagem, a primeira providência consiste na erradicação total da vegeta
ção
original, acompanhada quase sempre, da queima dos restolhos, substituindo-
se uma comunidade vegetal complexa, por uma monocultura, o que acarreta
uma super simplificação da rede alimentar, perdendo-se a plasticidade
ambiental e reduzindo-se a estabilidade diante das variações dos fatores do
meio.
A criação extensiva de caprinos e bovinos
contribu
i para a compactação
do solo através do pisoteio no período úmido e desagregação das camadas
superficiais no período seco, intensificando a erosão superficial, sobretudo nos
sulcos existentes, alterando a sustentabilidade do ecossistema, deixando o
ambiente ainda mais susceptível aos processos erosivos naturais. Além disso,
a forma de coleta seletiva de espécies vegetais em função da palatabilidade
pode levar à extinção de espécies vegetais,
abrindo
clareiras em meio à
vegetação de Caatinga, aumentando os pontos de vulnerabilidade (ARAÚJO et
al., 2005).
No semi
-
árido nordestino, segundo Sá (1994), as áreas mais devastadas
comportam solos de alta fertilidade que foram ou são intensivamente
explorados (
Bruno não Cálcico
cultura do algodão;
T
erra Rocha Estruturada
e
similares
culturas de subsistência e
comerciais)
e solos de média e baixa
fertilidade (Planossolos). Como instrumento para um melhor aproveita
mento
desses solos e de seu manejo, a sua análise se torna importante, uma vez que
pode trazer lucratividade da exploração na propriedade e pode fornecer
informações sobre as mudanças de fertilidade.
1.2. COBERTURA VEGETAL
A
avalia
ção
da cobertura que a
vegetação
proporciona ao solo é um
elemento importante no estudo de áreas degradadas, pois é essa
vegetação
que protege os solos d
as
chuvas,
dos
ventos,
de
outros fatores que favorecem
a erosão. A cobertura vegetal evita o primeiro impacto da água da chuva no
solo, onde a velocidade da água é amortecida
por
folhas, galhos, ou manta
orgânica, tendo mais tempo para se infiltrar na terra
(D
UQUE,
1980).
A cobertura da planta sombreia o solo, baixando sua temperatura,
propiciando impactos positivos adicionais no conteúdo de matéria orgânica e
na conservação da umidade ao solo (G
LIESSMAN,
2001).
S
olos
completamente cobertos com vegetação estão em condições ideais para
resistir à erosão
(LEPSCH,
2002).
A remoção da cobertura vegetal inicia, ou
acelera, a erosão
do solo sob a ação da chuva e do vento, e a queimada para o
controle de ervas estimula a lixiviação e a perda de solo (ARAÚJO et all.,
2005).
Trabalhos realizados com o objetivo de se conhecer e caracterizar a
cobertura vegetal em comunidades vegetais da caatinga, assim como a sua
organização, tem sido feitos por diversos pesquisadores. Araújo (1990) estudou
a composição florística e estrutura da vegetação em três áreas de caatinga de
Pernambuco, e constatou que as espécies que apresentaram maior valor de
importância (VI) foram: Caesalpinia pyramidalis nas localidades de Poço do
Ferro e Samambaia; Mimosa sp. e Opuntia palmadora em Baixa do Faveleiro,
que foram as espécies de maior densidade. Em Poço do Ferro, Baixa do
Faveleiro e Samambaia encontrou 5385, 3
023 e 3973 ind/ha de densidade total
absoluta, e 31,8, 19,8 e 32,2 m²/ha de área basal total, respectivamente.
Santos et al. (1992) estudando semelhanças vegetacionais em sete
solos da caatinga no município de Parnamirim PE, revelaram que a
comunidade do Planossolo apresentou a maior densidade de lenhosas que
atingiram 12 m de altura, principalmente por plantas de angicos-mansos e
faxeiros. Essa comunidade, entretanto, teve a menor densidade de herbáceas,
que estavam ausentes em 6 das 20 subparcelas amostradas. Observaram,
ainda, que a maior densidade de planta por estrato predominou no estrato até
1 m, isto devido, principalmente, a presença de Neoglaziovia variegata nas
comunidades de Planossolo Solódico, Bruno Não Cálcico solódico, Podzólico
Vermelho Amarelo Eutrófico e Regossolo Eutrófico profundo, da
Bromélia
laciniosa
no Regossolo Eutrófico fase rochosa e de Calliandra depauperata no
Bruno Não Cálcico
litólico.
Sampaio et all. (1998) estudaram a regeneração da vegetação de
caatinga após corte e queima, em Serra Talhada-PE, e encontraram na área,
no levantamento antes do corte, 15 espécies. Cinco delas alcançavam uma
densidade mais alta e estavam presentes em todas as parcelas:
Croton
sonderianus
(45%), Cordia leucocephala (22%), Bauhinia cheilantha (
14%),
Mimosa ssp (8%) e Caesalpinia pyramidalis (5%). Os autores concluíram que
das espéceis de maior densidade inicial, Croton sonderianus e Mimosa sp
.,
levaram vantagem na competição após corte e fogo, enquanto
Cordia
leucocephala
, desvantagem.
Meunier e Carvalho (2000) avaliaram o comportamento da vegetação
natural da caatinga do Seridó do Rio Grande do Norte, submetida a diferentes
tipos de cortes. No inventário pré-corte, realizado em duas áreas do
experimento as espécies que se destacaram com maior número de indivíduos
foram: catingueira (Caesalpinia pyramidalis), faveleira (
Cnidoscolus
phyllacanthus
),
mofumbo (Combretum leprosum), marmeleiro (
Croton
sonderianus
), angico (Piptadenia macrocarpa) e rompe-gibão (
Mimosa
malacocentra
), com maior dominância da catingueira na área que não foi
submetida ao pastoreio e do
pereiro
nas áreas sob pastoreio. Os autores
concluíram que os cortes aplicados proporcionaram o predomínio da
catingueira e jurema preta (nas áreas sem pastoreio) e do marmeleiro e jurema
preta
(nas áreas com pastoreio). As espécies mais abundantes tiveram sua
importância ampliada na comunidade vegetal, através da regeneração de
grande número de indivíduos, notadamente nas parcelas de corte raso,
reduzindo assim, a diversidade da área.
Pereira
et all. (2001) estudaram a regeneração natural em um
remanescente de caatinga sob diferentes níveis de perturbação no agreste
paraibano e concluíram que os níveis de perturbação antrópica afetaram
diretamente o processo de regeneração natural da vegetação. Revelaram que
a influência antrópica se traduz de forma mais objetiva sobre a densidade, a
distribuição das espécies nas classes de altura e na composição florística,
sendo possível caracterizar algumas espéceis
como indicadoras da intensidade
da perturba
ção
, a exemplo de Croton sonderianus e Mimosa cf. malacocentra
,
Capparis cynophalophora
,
Amburana cearensis
,
pseudobombax
sp. e
Ceiba
glaziovii
.
Andrade et all. (2005) analisaram a cobertura de duas fitofisionomias de
caatinga, com diferentes históricos d
e uso no município de São João do Cariri
PB. Concluíram que a maior diferença, entre os dois ambientes, foi percebida
na densidade e área basal, que foram reduzidas drasticamente da Área I
(caatinga arbórea em bom estado de conservação) para a Área II (c
aatinga
arbustiva em avançado estágio de degradação). Croton sonderianus
apresentou a maior densidade relativa na área de caatinga em melhor estágio
de conservação (39,3%) seguido de Caesalpinia pyramidales (30,2%),
enquanto que, na área de caatinga degradada, as espécies que se destacaram
foram
Jathopha mollissima
(38,3%) e
Aspidosperma pyrifolium
(22,2%).
Amorim et all. (2005) analisaram a flora e a estrutura da vegetação
arbustivo
-arbórea de uma área de caatinga do Seridó do Rio Grande do Norte,
com o objetivo de caracterizar a ocupação espacial da vegetação e confirmar
que o tipo de vegetação de caatinga do Seridó é distinto das demais áreas de
caatinga. As espécies que tiveram maior densidade foram Aspidosperma
pyrifolium
(1.199 ind./ha),
Pithecellobiu
m foliolosum (562 ind./ha),
Mimosa
acustistipula
(287 ind./ha), Croton sonderianus e Caesalpinia pyramidalis
(202 ind./ha), juntas responderam por mais de 80% da densidade, confirmando
um padrão repetidas vezes observado na caatinga, de concentração em
poucas espécies. Concluiram que a vegetação do Seridó constitui um tipo de
fisionomia de caatinga distinto dos demais.
2.
MATERIAL E MÉTODOS
2.1 LOCALIZAÇÃO DA
ZONA
DE ESTUDO
O município de Jataúba localiza-se na Mesorregião do Agre
ste
Pernambucano, Microrregião do Vale do Ipojuca (figuras 1, 2 e 3). Tem uma
área de 637 Km², representando 0,65% do Estado e 7,85% da Microrregião.
Jataúba fica a 228Km do Recife, seu acesso é por meio da PE-145, BR-
104,
BR
-232 via Brejo da Madre de Deus e Caruaru. O município é limitado ao norte
com o Estado da Paraíba, ao Sul com Belo Jardim, a leste com Brejo da Madre
de Deus e Santa Cruz do Capibaribe e a oeste com Poção.
2.2
CARACTERÍSTICAS GEOAMBIENTAIS DA ZONA DE ESTUDO
Pr
edomina no município o clima do tipo BShs’, segundo a classificação
de Koppen,
clima
semi
-árido. A temperatura média anual é de
aproximadamente
24ºC. A precipitação média anual é em torno de 635
mm
(FIAM, 1986), com período de chuvas concentrado entre março e
julho
, sendo
os meses mais chuvosos março e abril
(figura 4), e
a
taxa anual de evaporação
excede a das precipitações.
Figura 1
Mapa do Brasil
Figura 2
Mapa d
a Região NE
com destaque para
Pernambuco
Figura 3
Município de
Jataúba
O município de Jataúba situa-se numa área de semi-aridez acentuada,
representando uma projeção da zona do Cariri Paraibano no Agreste de
Pernambuco Neste espaço, os reflexos da mudança das condições do quadro
natural sobre as formas de uso de recursos exprimem-se em uma baixa
produção agrícola e na predominância das atividades pastoris, onde participam
de modo significativo o g
ado caprino e ovino
(MELO, 1980).
A vegetação predominante no município de Jataúba é a caatinga
hiperxerófila, de caráter mais seco, com abundância de cactáceas e plantas de
porte mais baixas e espalhadas. A caatinga hiperxerófila é típica das áreas
mais
secas do semi-árido pernambucano, sendo freqüente na depressão
sertaneja. Domina praticamente quase toda a porção ocidental de Pernambuco
(L
INS,
1989).
O
município de Jataúba está inserido no embasamento cristalino, em um
dos mais destacados compartimentos de relevo do Nordeste brasileiro, o
Planalto da Borborema. No município, predominam as feições geomorfoló
gicas
definidas como Depressão Semi-árida e os Maciços Dissecados em Cristas e
Colinas Rasas
(L
INS,
1989)
.
0
20
40
60
80
100
120
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
0
5
10
15
20
25
30
PREC.(mm)
TEMP.(ºC)
Figura 4
Climograma do município de Jataúba
PE.
O município de Jataúba pertence à Bacia do Capibaribe, a qual tem
uma forma aproximada de um ovóide, que se desenvolve no sentido leste-
oeste, tendo o seu eixo maior aproximadamente 200 Km. O seu alto e médio
curso estão inseridos no agreste pernambucano, onde grande parte dos vales
do Alto Capibaribe enquadram-se na categoria davisiana dos “vales jovens”.
Isso ocorre a oeste de Toritama, onde inúmeros afluentes do Capibaribe
assumem esse comportamento, em uma área que exibe um relevo acidentado
(LINS, 1989). Os cursos d’água no município têm regime de escoamento
intermitente e o padrão de drenagem é o dendrítico, sendo o Açude de
Jerimum o principal corpo de acumulação de água de Jataúba (CPRM, 2005).
Com relação aos solos de Jataúba, o Planossolo solódico
est
á
distribuído no terço inferior
da
s vertentes e fundos de vales, ao longo dos
principais afluentes e cursos d’água, em relevo pouco movimentado, suave
ondulado, sob vegetação de caatinga hipoxerófila e hiperxerófila, formando
associações com Litóli
co
eutrófico e Bruno Não Cálcico (L
INS,
1989)
. O
Planossolo solódico apresenta seqüência de horizonte A, Bt e C, saturação
com sódio trocável entre 6 e 15%, mudança textural abrupta do A para o Bt e,
normalmente, argila de atividade alta.
É
pouco profundo ou raso,
imperfeitamente drenado, moderadamente ácidos a praticamente neutro, com
saturação de bases alta, variando em torno de 90% (BRASIL, 1983). Em
virtude da baixa permeabilidade do horizonte Bt, este solo tem problema de
encharcamento durante o período chuvoso, conseqüentemente ocorrendo
mo
squeados e/ou cores de redução no horizonte Bt. Apresenta erosão laminar
ligeira a moderada, podendo
-se verificar sulcos em certas áreas.
Além disso, as condições físicas do Planossolo solódico são
desfavoráveis
à prática agrícola, com problemas de drenagem, que provocam
um excesso de água no período chuvoso, e na época seca tornam-se muito
duros ou extremamente duros, sobretudo no horizonte Bt, onde há problema de
saturação com sódio trocável elevado (BRASIL, 1983).
2
.3
ESCOLHA DA ÁREA DE ESTUDO
As áreas
de
amostragem foram
selecionadas
através da interpretação
de imagens de satélite e visitas de campo. As parcelas foram instaladas de
forma sistemática estratificada, indicada para ambientes extensos e
heterogêneos (COLMA et. all., 1982; MEUNIER et. all., 2002 e FELFILI e
REZENDE, 2003). Foram definidas três categorias de ambientes, conforme o
grau de degradação. O ambiente conservado representou a vegetação
testemunho, com a finalidade de se comparar a comunidade vegetal deste
ambiente com as comunidades dos ambientes degradados, mediante
parâmetros florísticos e estruturais (figura 5).
Foram consideradas comunidades vegetais degradadas aquelas que
apresentaram características da fase inicial da sucessão vegetacional, aliadas
a um baixo recobrimento vegetal e sinais de perda de solo (formação de
sulcos, ocorrência de erosão e encrostamento). Esses ambientes foram
denominados de medianamente degradado (figura 6) e degradado (figura 7)
,
sendo este último o que apresentou maior intensidade das características de
degradação apresentadas acima.
Nos três ambientes, as parcelas foram
alocadas
em áreas com as
mesmas características climáticas, de solo (Planossolo), de relevo (plano),
com
altitude aproximada de 400m
e de
terrenos usados para pastoreio.
Figura
5 –
Parcela alocada no ambiente conse
rvado.
2.4 INSTALAÇÃO DAS PARCELAS
Em cada ambiente foram estabelecidas quatro parcelas de 10m X 20m,
perfazendo um total de 12 parcelas (f
igura
8
).
Outros estudos de vegetação de
caatinga utilizaram praticamente o
mesmo número de parcelas.
Figura
6 –
Parcela alocada no
a
mbiente
medianamente d
egradado.
Figura
7 –
Parcela alocada no ambiente
degradado
.
Pereira et all. (2001) estudando a regeneração natural em um remanescente de
caatinga sob diferentes níveis de perturbação, no agreste paraibano,
selecionaram três ambientes (I, II e III) em níveis crescentes de perturbação,
ond
e foram plotadas de forma aleatória cinco parcelas de 2 X 20m nas quais
foram feitos os levantamentos da vegetação.
Legenda
:
P
arcelas
alocadas n
o Ambiente
Medianamente
Degradado
P
arcelas alocadas n
o
Ambiente Degradado
Parcelas
alocadas n
o
Ambiente Conservado
-
Vegetação Testemunho
Santos (1987), procurando correlacionar as características de sete tipos
de solo com a vegetação,
no município de Parnamirim
-
PE, no que diz respeito
a densidade, altura e diversidade de espécies, utilizou
-
se de 5 parcelas de 10 X
10m para amostragem da vegetação lenhosa e sublenhosa de cada tipo de
solo.
Figueiredo (1985, apud ARAÙJO, 1990) que estudou oito localidades na
microrregião salineira do Rio Grande do Norte, objetivando conhecer o
Figura
8 - Localização da área de estudo no município de Jataúba PE. Imagem de
Satélite do Laboratório Geosere
-
UFRPE (
Escala: 1:40.
000
).
ambiente físico e a vegetação, utilizou para a amostragem da vegetação de
cada localidade cinco parcelas de 10 X 10m.
No presente trabalho, a delimitação de cada parcela foi efetuada
utilizando
de duas trenas de 30m, três balizas, estacas de madeira de 1m de
comprimento e barbante. Em cada parcela foram marcadas as coordenadas
geográficas com o auxílio do GPS
.
Foi aberto um perfil do solo em cada parcela de 10m X 20m, onde foram
coletadas amostras para análises físicas e químicas do solo.
No interior de cada parcela, estabeleceu-se um conjunto de 18
subparcelas de 25cm X 50cm (f
igura
9), de forma sistemática, com
espaçamento de 50cm, sendo a alocação das 9 primeiras subparcelas feita a
2m do centro da parcela de 10m X 20m, oposta ao perfil do solo, e as outras 9
subparcelas foram alocadas distando 4m do centro da parcela de 10m X 20m.
As subparcelas serviram para o estudo do estrato vertical indivíduos com
altura até 0,50m. A delimitação de cada subparcela foi realizada com estacas
de madeira de 30cm de comprimento, barbante e trena de 30m.
Os indivíduos do estrato vertical foram amostrados em área de
100 da parcela. Fizeram parte desta classe os indivíduos com altura a partir
de 0,51m
e
a
3m.
Em toda a área da parcela (200 m²), foram amostrados os indivíduos do
3º estrato vertical, os que apresentaram altura superior a 3m.
20m
10m
Perfil do solo
Subparcelas
Figura
9
Esquema da alocação das
parcelas para os indivíduos do 2º e 3º estrato
vertical, e
subparcelas para
a amostragem dos indivíduos do 1º estrato vertical.
2.5
INSTALAÇÃO DOS
TRA
NSECTOS
Utilizando o método ponto-interseção, em um par de transectos de 20m,
próximo a cada parcela
e perpendiculares a inclinação do terreno
, estimou
-
se a
cobertura que a manta vegetal d
ava
ao solo (MUELLER-
DOMBOIS;
ELLENBERG 1974).
Em cada
ambiente,
foram amostrados 320 pontos (40 por transecto) em
intervalos de 50cm, ao longo de uma linha marcada por duas trenas, uma
próxima a superfície do solo e uma outra a aproximadamente 1m de altura
(Figura 8).
A amostragem foi realizada com um vareta de aço de 3,5m de altura,
com diâmetro de 4mm, lançada verticalmente ao solo nos pontos
determinados,
com o objetivo de se estimar o recobrimento que a manta
vegetação dava ao solo
(MUELLER
-
DOMBOIS; ELLENBERG 1974).
.
A partir do momento que a vareta era descida a superfície do solo, eram
computadas as espécies vegetais que a tocavam, o número de toques que
cada espécie dava na vareta e a respectiva altura do toque, caso uma planta
fosse tocada mais de uma vez no mesmo ponto era registrado o co
ntato
Figura
10
- Transecto de 20m de comprimento utilizado para estimar a cobertura vegetal
e o recobrimento superficial do solo, pelo método ponto-
intersecção
. Do lado esquerdo
em área medianamente degradada e no lado direito em área degradada.
correspondente a maior altura. Também foi amostrado o tipo do substrato da
superfície do solo (matéria orgânica, cascalho, calhau, matacão, afloramento
de rocha, terra fina solta
e
encrostamento).
2.6 LEVANTAMENTO FLORÍSTICO
O levantamento florístico visou principalmente os indivíduos amostrados
para o estudo fitossociológico, realizado dentro das parcelas e nos transectos,
realizado
de maio de 2004 a abril de 2005. Utilizou-se tesoura de poda
e
colheu
-
se
o
material botânico, preferencialmente, as extremidades dos ramos
que continham materiais reprodutivos (inflorescências, flores e frutos). F
oram
coletados de três a cinco exemplares por espécies. Esse material botânico foi
prensado
no
campo e, posteriormente, desidratado em estufa, da área de
Eco
logia do Departamento de Biologia da UFRPE.
A segunda fase do levantamento florístico foi a identificação das
espécies, realizada pela
s
especialistas
integrantes do Instituto de Pesquisas
Agropecuárias de Pernambuco -
IPA
(Maria Bernadete Costa e Silva,
Rita
Pereira e Maria Rita Cabral) e pela professora Ladivânia Nascimento do
Departamento de Biologia da UFRPE. Vale ressaltar, que ulteriormente, as
espécies vegetais identificadas serão incorporadas ao herbário Profº
.
Vasconcelos Sobrinho (Departamento de Botânica da Universidade Federal
Rural de Pernambuco) e ao Herbário do Instituto de Pesquisas Agropecuárias
de Pernambuco
IPA.
2.7 LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO
A fitossociologia é uma ferramenta importante na busca de respostas
sobre a organização e a caracterização da comunidade vegetal. No campo,
foram registrados os seguintes parâmetros: nº de indivíduos por espécie,
circunferência da base (CAB) dos indivíduos de altura igual ou maior que 3 m e
altura
.
Com os dados obtidos nas parcelas,
confor
me metodologia proposta por
Rodal
et.al
. (1992) os parâmetros fitossociológicos calculados foram:
freqüência absoluta e relativa, densidade absoluta e relativa; dominância
absoluta e relativa; valor de importância e valor de cobertura
.
2.7.1 DENSIDADE (
D)
É a medida que expressa o número de indivíduos, de uma dad
a espécie,
por unidade de área
.
a) Densidade Absoluta do táxon (DAt ind./ha): estima o número de
indivíduos por unidade de área.
DAt=nt.U/A
onde:
nt
número de in
divíduos do táxon analisado
U
área (10.000m²)
A
área amostrada (m²)
b) Densidade Relativa do táxon (DRt, %): representa a porcentagem do
número de indivíduos de um determinado táxon com relação ao total de
indivíduos amostrados.
DRt=100.nt/N
onde:
nt
número de indivíduos do táxon analisado
N
número total de indivíduos
2.7.2 FREQÜÊNCIA (Fr)
Considera o número de parcelas em que determinada espécie ocorre.
Indica a dispersão média de cada espécie, ou seja, mede a regularidade da
distribuição horizontal de cada espécie no terreno, e é expresso em
porcentagem.
I=1
nt
a) Freqüência Absoluta do táxon (FAt): mostra o percentual de unidades
de amostragem em que ocorre um determinado táxon em relação ao total de
unidades de amostragem.
FAt=100.nAt/NA
T
onde:
nAt
número de unidades amostrais com ocorrência do táxon t
NAT
Número total de unidades amostrais
b) Freqüência Relativa do táxon (FRt, %): é a porcentagem da FAt em
relação à freqüência total (FT, %), que representa o somatório de todas as
FAt.
FRt= 100.FAt/FT
onde:
FAt
Freqüência Absoluta do táxon
FT
– Somatório de todos os táxons da Freqüência Absoluta (FAt)
2.7.3 DOMINÂNCIA (Do)
É definida como a taxa de ocupação do ambiente pelos indivíduos de
uma espécie. Em espécies
arbóreas
, geralmente é representada pela área
basal, estimada com base no diâmetro a altura do peito (
DAP
).
O grau de dominância idéia da influência que cada espécie exerce
sobre as demais, uma vez que grupos de plantas com dominância
relativamente alta, possivelmente, são as espécies melhor adaptadas aos
fatores físicos do habitat (DAUNBENMIRE, a
pud
FERREIRA, 1988).
a) Dominância Absoluta do táxon (DoAt): estima a área basal por
hectare.
DoAt= Gt.U/A
onde:
Gt=
G
sendo GT a
área basal total do táxon
t (m²)
e G a área basal de cada
indivíduo do táxon e
nt
o
número de indivíduos do táxon t
;
U
área (10.000m²)
A
área amostrada (m²)
b) Dominância Relativa do táxon (DoRt, %): representa a porcentagem
de DoAt com relação a DoT.
DoRt= 100.DoAt/DoT
onde:
DoAt
-
Dominância Absoluta do táxon
DoT
-
Somatório das dominâncias absolutas de todos os táxons
2.7.4
VALOR DE IMPORTÂNCIA (
VI)
Segundo Hosokawa et all.(1998), os dados estruturais (densidade,
dominância e freqüência) demonstram aspectos essenciais na composição
florística da floresta. O VI é um valor que permite uma visão mais ampla da
estrutura das espécies ou que caracteriza a importância de cada espécie no
conglomerado total do povoamento.
O VI é obtido por meio da fórm
ula:
VI
= Do
rel
. + D
rel
. + F
rel.
Onde:
VI
= índice de valor de importância
Do
rel
. = Dominância relativa (%)
D
rel
. = Densidade relativa (%)
F
rel.
= Freqüência relativa (%)
2.7.5 VALOR DE COBERTURA (VC)
É uma medida que fornece informações a respeito da importância de
cada espécie no local estudado. Para o cálculo do VC, considera-se apenas a
densidade e a dominância relativas (DR e DoR), dando pesos iguais para o
número de indivíduos e a área basal.
S
I=1
O VC é obtido por meio da fórmula:
VC = DR + DoR
Onde
:
VC = Valor de cobertura
DR = Densidade relativa (%)
DoR = Dominância relativa (%)
2.7.6 DIVERSIDADE
FLORÍSTICA
A diversidade florística de uma comunidade está relacionada com a
riqueza, isto é,
com
o número de espécies de uma comunidade, e com a
abund
ância, que representa a distribuição do número de indivíduos por espécie
(RODAL, 1992).
O índice de diversidade utilizado na pesquisa
foi
o de SHANNON E
W
IENER
(H’)
S
H’ =
(
.ln (
))
onde:
H’
Índice de SHANNON e WE
AVER
¶ -
ni/N
ni
número de individuos da espécie i
N
número total de indivíduos amostrados
ln
logarítimo neperiano
S
número total de espécies amostradas
2.
8
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DO SOLO
Os dados referentes às características físicas e químicas do solo foram
coletados pela Professora Izabel Cristina de Luna Galindo, como tema da sua
pesquisa de Doutorado, no Programa de Pós-Graduação em Ciência do
Solo/UFRPE, desenvolveu-se um trabalho conjunto nas mesmas parcelas da
análise da cob
ertura vegetal deste trabalho.
Em cada parcela foram coletadas amostras
por
horizonte e
posteriormente foram processadas para realização das análises, segundo
metodologia da EMBRAPA (1997). Os solos foram caracterizados
morfologicamente de acordo com Lemo
s e Santos (2002)
.
3.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 FLO
RA
No levantamento florístico, foram amostradas 88 espécies, pertencentes
a 54 gêneros
de
32 famílias botânicas. Do total, 70 foram identificadas a nível
específico, 8 a nível de gênero, 8 a nível de família e 2 não foram identificadas
nem a nível de família (
t
abela 1).
As famílias com maiores número de espécies foram: Poaceae com 16
espécies; Euphorbiaceae, com 8; Fabaceae e Malvaceae, com 7 espécies
cada
; Mimosaceae e Con
volvulaceae
, com 4; Sterculiaceae, Cactaceae,
Boraginaceae e Bromeliaceae com 3 cada uma. Quatro famílias apresentaram
duas
espécies e
nove uma
única espécie.
O número de indivíduos, computando os três estratos verticais,
amos
trados nas parcelas do ambiente conservado foi de 2121, pertencentes a
40 espécies. No ambiente medianamente degradado o mero de indivíduos
amostrados foi de 1813, tendo sido registradas 43 espécies. No ambiente
degradado
, o número de indivíduos amostrados nas parcelas foi de 2081,
com
registro de 3
8
espécies
.
Dezesseis espécies estiveram presentes apenas no ambiente
conservado,
oito
delas foram amostradas nas parcelas e nos transectos
(Cordia leucocephala
,
Neoglaziovia variegata
,
Evolvulus frankenioides
,
Stylosanthes guianensis, Corchorus aff. h
irtus
e as Poaceae 1, 2 e 3). Cinco
espécies
apareceram apenas nas parcelas (Commiphora leptophloeos,
Stylosanthes humilis, Diodia ocimifolia e duas plântulas - Plântula 1 e Plântula
2)
.
Evolvulus macrobliphoses, Dioscorea
sp.
e
uma espécie da
família
Poaceae
(denominada de Poaceae 5) foram exclusivas dos transectos conservados
(tabela 1).
Desessete espécies foram exclusivas do ambiente medianamente
degradado (MD). Três espécies ocorreram exclusivamente nas parcelas e nos
transectos do MD (
Alte
rnanthera tenella
,
Oxalis frutensis e
Melochia
betonicifolia
).
Doze espécies ocorreram apenas nas parcelas deste ambiente
(Blainvillea rhomboidea, Capparis flexuosa, Commelina erecta, Gaya aff.
gaudichaudiana, Herissantia crispa, Sida ciliaris, Dactyloctenium aegyptium,
Paspalum fimbriatum, Samolus sp, Schvenckia americana, Waltheria
rotundifolia
e duas plântulas da família
Malvaceae
sp.
1
e sp.
2)
.
As
espécies
Tillandsia usneoides e Sporobolus pyramidatus foram levantadas somente nos
transectos do MD.
Famílias
Espécies
C
M
D
D
TC
TMD
TD
Amaranthaceae
Alternanthera cf. brasiliana
(L.) Kuntze
X X X X X
Amaranthaceae
Alternanthera tenella
Colla
X X
Anacardiaceae
Schinopis brasiliensis Engl.
ND
Apocynaceae
Aspidosperma pyrifolium
Mart.
X X X X X X
Asteraceae
Blainvillea rhomboidea
Cass.
X
Boraginaceae
Cordia leucocephala
Moric.
X X
Boraginaceae
Heliotropium angiospermum
Murray
X X
Boraginaceae
Heliotropium procumbens
Mill.
X
NC
Bromeliaceae
Bromelia laciniosa
Mart. ex S
chult. f.
X X X X X X
Bromeliaceae
Neoglaziovia variegata
Mez.
X X
Bromeliaceae
Tillandsia usneoides
(L.) L.
NMD
Burseraceae
Commiphora leptophloeos
(Mart.) J.B.Gillet.
X
Cactaceae
Cereus gounellei
K. Schum.
X X X X X X
Cactaceae
Opuntia
inamoena
K. Schum
NC
Cactaceae
Opuntia palmadora
Britton & Rose
X X X X X X
Caesalpiniaceae
Caesalpinia pyramidalis
Tul.
X X X X X X
Capparaceae
Capparis flexuosa
(L.) L.
X
Capparaceae
Cleome cf. guianensis
Aubl.
X
Commelinaceae
Comme
lina erecta
L.
X
Convolvulaceae
Evolvulus filippis
Mart.
X X X X X X
Convolvulaceae
Evolvulus frankenioides
Moric.
X X
Convolvulaceae
Evolvulus glomeratus
Ness & Mart.
X X X X
Convolvulaceae
Evolvulus macrobliphoses
Meinv.
NC
Cyperacea
e
Cyperus uncynulatus
Schrad.
X X X X X X
Dioscoreaceae
Dioscorea
sp.
NC
Euphorbiaceae
Cnidoscolus urens (L.) Muell. Arg.
X X X
Euphorbiaceae
Croton blanchetianus
Baill
X X X
Euphorbiaceae
Croton ramnifolioides
Pax e Hoffman
X X
Euphorb
iaceae
Croton ramnifolius
H. B. K.
X X X X
Euphorbiaceae
Croton sonderianus
Mull. Arg.
X X X
ND
Euphorbiaceae
Croton
sp.
X
NC
Euphorbiaceae
Indet. 1
X
Euphorbiaceae
Jatropha ribifolia
(Pohl) Baill.
X X X X X
Fabaceae
Centrosema virginia
num
(L.) Benth.
X
Fabaceae
Indigofera suffruticosa
Mill.
X X
Fabaceae
Macroptilium gracile
(Poepp. ex Benth.) Urb.
X
Fabaceae
Stylosanthes guianensis
(Aubl. SW.)
X X
Fabaceae
Stylosanthes humilis
H. B. K.
X
Cont.
Espéc
ies
C
M
D
D
TC
TMD
TD
Tabela 1 Lista das famílias e espécies amostradas por ambiente pelo método das parcelas (C
Conservado; MD Medianamente Degradado; D Degradado ) e Transectos (TC Transecto
Conservado; TMD Transecto Medianamente Degradado e TD - Transecto Degradado)
organizada em ordem alfabética por família. NC - Não foi levantada nas parcelas do ambiente
conservado; NMD - não foi levantada nas parcelas do ambiente medianamente degradado; ND -
não foi levantada nas parcelas do ambiente degradado.
Famílias
Fabaceae
Zornia diphylla
(L.) Pers.
X
Fabaceae
Zornia sp
. X
Lythraceae
Cuphea circaeoides
Smith.
X X X X
Malvaceae
Gaya aff. gaudichaudiana
A.St.
-
Hil
X
Malvaceae
Herissantia crispa
(L.) Briz.
X
Malvaceae
P
lântula malvaceae sp.1
X
Malvaceae
Plântula malvaceae sp.2
X
Malvaceae
Pseudomalachra tuberculifera
H. Monteiro
X
Malvaceae
Sida ciliaris
L.
X
Malvaceae
Sida galheirensis
Ulbr.
X X X X X X
Mimosaceae
Mimosa hostilis
Mart.
NC
NMD
Mimosaceae
Mimosa ophthalmocentra
Mart.ex Benth
X X X
NMD
X
Mimosaceae
Mimosa sp.
1 X X
Mimosaceae
Mimosa sp
. 2
X
Oxalidaceae
Oxalis bahiensis
Prog.
X
Oxalidaceae
Oxalis frutensis
L. ssp. frutencis
X X
Phytolaccaceae
Microtea pani
culata
Miq.
X
ND
Poaceae
Antheplora hemaphrodita
(L.) Kuntze
X X X X
Poaceae
Aristida adscensionis
L.
ND
Poaceae
Aristida setifolia
Kunth
X X
NC
X X
Poaceae
Chloris orthonoton
Doell
X X
Poaceae
Chloris rupestris
(Rich.) Hitalic
NC
N
MD
ND
Poaceae
Chloris
sp.
NC
Poaceae
Dactyloctenium aegyptium
(L.) Willd
X
Poaceae
Eragrostis cf. ciliaris
(L.) R. Br.
X X
NC
X
Poaceae
Paspalum fimbriatum
Kunth
X
Poaceae
Poaceae 1
X X
Poaceae
Poaceae 2
X X
Poaceae
Poaceae
3 X X
Poaceae
Poaceae 4
X
Poaceae
Poaceae 5
NC
Poaceae
Sporobolus pyramidatus
(Lam.) Hitchc.
NMD
ND
Poaceae
Tragus berteronianus
Sehult
X
NC
NMD
X
Portulacaceae
Portulaca elatio
r Mart.
X X X X X X
Primulaceae
Samolus sp.
X
R
hamnaceae
Crumenaria decumbens
Mart.
X
Rubiaceae
Diodia apiculata
(Willd. ex Roem. & Schult.) K.
Schum.
X X X X X
Rubiaceae
Diodia ocimifolia
(Willd.) Bremek
X
Selaginellaceae
Selaginella convoluta
(Walt.) Spreng.
X X X X X X
Solonaceae
Sc
hvenckia americana
L. O . Cano
X
Sterculiaceae
Melochia betonicifolia
St. Hill.
X X
Sterculiaceae
Waltheria macropoda
Turcz.
X X X
Sterculiaceae
Waltheria rotundifolia
K. Schum.
X
Tiliaceae
Corchorus aff. hirtus
L.
X X
Verbenaceae
Lippia gracilis
Schau.
X
Vitaceae
Cissus
sp
ND
Indet.
Plântula 1
X
Indet.
Plântula 2
X
TOTAL
40
41
38
37
26
24
Onze espécies foram exclusivas do ambiente degradado (D).
Zornia diphylla, Pseudomalachra tuberculifera, Crumenaria decumbens, Lippia
gracilis
,
duas espécies classificadas em nível de gênero (Zornia sp. e
Mimosa
sp.
), uma em nível de família (Poaceae 4) e uma indeterminada (Indet. 1)
estiveram presentes apenas nas parcelas do Degradado. Exclusivas do
transecto do degradado foram: Schinopis brasiliensis, Aristida adscensionis e
uma em nível de gênero
,
Cissus
sp.
Entre as espécies comuns aos três ambientes, Aspidosperma pyrifolium
,
Bromelia laciniosa, Cereus gounellei
,
Opuntia palmadora
,
Evolvulus fili
ppis
,
Cyperus uncynulatus
,
Sida galheirensis
,
Portulaca elatior e
Selaginella
convoluta
estiveram presentes nas parcelas e nos transectos.
Algumas espécies ocorreram em ambientes específicos, demonstrando
estarem melhor adaptadas a essas áreas.
Quando as espécies dos transectos são adicionadas àquelas
amostradas nas parcelas, ocorre um incremento de novas espécies nos
ambientes (tabela 1). O ambiente conservado passou a apresentar 52
espécies, computando-se 12 espécies, que não haviam aparecido no
levanta
mento das parcelas (NC), tabela 1. No ambiente medianamente
degradado, 6 espécies foram incrementadas (NMD), totalizando 47 espécies
(tabela 1). Um número de 7 espécies foi adicionado (ND) ao ambiente
degradado, totalizando 45 espécies (tabela 1).
O maior número de espécies por estrato vertical ocorreu no ambiente
conservado, seguido pelo medianamente degradado e pelo degradado (tabela
2). Comparando os três ambientes por estrato, o ambiente degradado
apresentou a maior densidade absoluta (DA) com 141,22 ind./m² no estrato;
o conservado obteve a maior DA para o estrato (36.150 ind./m²) e o
medianamente degradado apresentou a maior DA para o estrato vertical,
737,5 ind./ha (tabela 2).
Nº de espécies por estrato
Densidade Absolu
ta por estrato
Estratos
Verticais
C
MD
D
C
MD
D
1º (até 0,50m)
30
30
29
195,22ind/m²
141,22ind/m²
202,22ind/m²
2º (0,51 até 3m)
16
14
12
36150 ind/ha
12075 ind/ha
6525 ind/ha
3º (> 3m)
7 5 .
---
.
687,5 ind/ha
737,5 ind/ha
.
---
.
Tabela 2 Número de espécies e densidade absoluta por estrato vertical amostradas por ambiente,
pelo método das parcelas (C
Conservado; MD
Medianamente Degradado; D
Degradado).
3.2 FITOSSOCIOLOGIA
3.2.1 AMBIENTE C
ONSERVADO
3.2.1.1
-
1º Estrato Vertical
O mero de espécies amostradas com indivíduos de altura inferior a
0,50m (1º estrato), foi de 28, além delas duas categorias de plântulas, não
identificadas foram contadas (tabela 3). Uma espécie de briófita foi r
egistrada
neste ambiente.
Dez espécies somaram 94,19% da densidade relativa (
DR
) total. As três
de maior densidade
foram:
Evolvulus filipis (34,56%), Portulaca elatior
(14,51%),
Diodia
apiculata
(14,40%). Foram seguidas por Diodia ocimifolia
(7,57%),
Evolvulus glomeratus (5,81%), Cyperus uncynulatus (5,24%),
Antheplora hemaphrodita (4,67%), Selaginella convoluta (3,81%),
Indigofera
suffruticosa
(2,05%) e Waltheria macropoda (1,54%). As demais espécies
somadas totalizaram 5,81% de DR, e obtiveram valores de DR inferiores a 1%
(tabela
3
).
Diodia ocimifolia apresentou uma DR considerável no estrato do
ambiente conservado (7,57%), com um total de 133 indivíduos amostrados.
Est
a
espécie esteve presente apenas neste ambiente
.
Evolvul
us filipis (18,54%) e
Diod
ia apiculata
(16,60%)
foram as espécies com
maiores valores de freqüência relativa (FR), seguidas de
Antheplora
hemaphrodita
(7,91%), Portulaca elatior (7,11%), Evolvulos glomeratus
(7,11%),
Sellaginela convoluta (6,72%), Diodia ocimifolia (4,35%),
Alterna
nthera cf. brasiliana (3,95%) e Cyperus uncynulatos (3,56%). Juntas
essas espécies compuseram 75,89% de freqüência relativa (FR). Todas as
outras espécies
,
que
juntas
somaram 24,11%, apresentaram valor de FR
menor que 3% (tabela
3
).
Tabela 3 - Distribuição dos parâmetros de Densidade Absoluta (DA), Densidade Relativa
(DR), Freqüência Absoluta (FA) e Freqüência Relativa (FR) e Número de Indivíduos (NI),
em ordem decrescente de Densidade Relativa das espécies do 1º estrato, do ambiente
conservado.
Espécie
NI
DA
ind./m²
DR%
FA%
FR%
Evolvulus filipis
.
608
67,56
34,60
65,28
18,58
Portulaca elatio
r
255
28,33
14,51
25,00
7,11
Diodia apiculata
253
28,11
14,40
58,33
16,60
Diodia ocimifolia
133
14,78
7,57
15,28
4,35
Evolvulus glomeratus
102
11,33
5,81
25,00
7,11
Cyperus uncynulatus
92
10,22
5,24
12,50
3,56
Antheplora hemaphrodita
82
9,11
4,67
27,78
7,91
Selaginella convoluta
67
7,44
3,81
23,61
6,72
Indigofera suffruticosa
36
4,00
2,05
6,94
1,98
Waltheria macropoda
27
3,00
1,54
9,72
2,77
Corchorus hirtus
16
1,78
0,91
6,94
1,98
Poaceae 1
16
1,78
0,91
9,72
2,77
Poaceae 2
12
1,33
0,68
8,33
2,37
Alternanthera cf. brasiliana
11
1,22
0,63
13,89
3,95
Plântula 1
9
1,00
0,51
5,56
1,58
Macroptilium gracile
7
0,78
0,40
2,78
0,79
Mimosa sp.
1
5
0,56
0,28
6,94
1,98
Stylosanthes guianesis
5
0,56
0,28
4,17
1,19
Centrosema virginianum
4
0,44
0,23
4,17
1,19
Cordia leucocephala
4
0,44
0,23
2,78
0,79
Jatropha ribifolia
2
0,22
0,11
2,78
0,79
Oxalis bahiensis
2
0,22
0,11
1,39
0,40
Poaceae 3
2
0,22
0,11
2,78
0,
79
Croton sonderianus
1
0,11
0,06
1,39
0,40
Cuphea circaeoides
1
0,11
0,06
1,39
0,40
Evolvulus frankenioides
1
0,11
0,06
1,39
0,40
Neoglaziovia variegata
1
0,11
0,06
1,39
0,40
Plântula 2
1
0,11
0,06
1,39
0,40
Sida galheirensis
1
0,11
0,06
1,39
0,40
Stylosanthes humilis
1
0,11
0,06
1,39
0,40
Total geral
1757
195,22
100
351,39
100
3.2.1.2
-
2º Estrato Vertical
Foram
amostradas
16 espécies, com indivíduos de altura maior que 50
cm e menor que 3 m
(tabela
4
).
As maiores densidades relativas (DR) foram
apresentadas por Neoglaziovia variegata (74,97%), Cordia leucocephala
(7,75%),
Bromelia laciniosa (4,08%), Croton ramnipholius (3,04%),
Aspidosperma pyrifolium (2,28%), Croton blanchetianus (1,94%) e
Caesalpinia
pyramidalis
(1,87%). Juntas essas espécies representaram DR de 95,92%. As
outras 9 espécies, somaram 4,08% de DR e tiveram densidades relativa
s
inferiores a 1%.
Espécies
NI
DA
ind./ha
DR%
FA%
FR%
Neoglaziovia variegata
1084
27100
74,97
100
8,70
Cordia leucocephala
112
2800
7,75
100
8,70
Bromelia laciniosa
59
1475
4,08
50
4,35
Croton ramnifolius
44
1100
3,04
75
6,52
Aspidosperma pyrifolium
33
825
2,28
100
8,70
Croton blanchetianus
28
700
1,94
50
4,35
Caesalpinia pyramidalis
27
675
1,87
100
8,70
Cereus gounellei
13
325
0,90
75
6,52
Croton ramnifolioides
11
275
0,76
75
6,52
Opuntia palmadora
11
275
0,76
75
6,52
Croton sonderianus
8
200
0,55
75
6,52
Alternanthera cf. brasiliana
6
150
0,41
75
6,52
Mimosa ophthalmocentra
5
125
0,35
100
8,70
Jatropha ribifolia
3
75
0,21
50
4,35
Commiphora leptophloeos
1
25
0,07
25
2,17
Sida galheirensis
1
25
0,07
25
2,17
Total Global
309
36150
100
1150
100
Entre as espécies de maior FR, cinco estiveram presentes em todas as
quatro
parcelas e apresentaram 8,70% de FR: Neoglaziovia var
iegata
,
Cordia
leucocephala, Aspidosperma pyrifolium, Caesalpinia pyramidalis e Mimosa
ophthalmocentra
. Em seguida, 6 espécies foram encontradas em 3 parcelas, 3
em 2 parcelas e as duas restantes em 1 parcela
(tabela
4
).
Nota
-se a predominância da Neoglaziovia variegata, que esteve
presente apenas no ambiente conservado, com uma DR de 74,97% e
ocorrendo nas 4 parcelas estudadas. Três hipóteses surgem para explicar este
comportamento: a primeira está relacionada com a possibilidade da preferência
por ambientes em melhor estágio de conservação; a segunda, vincula-se ao
fato de que está espécie pode ter sido utilizada para fornecer alimento ao gado
nos períodos de seca, daí não está presente nos outros ambientes e a terceira
contrapõe
-se a segunda, da espécie ter sido eliminada para dar lugar a pastos
mais apreciados pelo gado.
Tabela 4 Distribuição dos parâmetros de Densidade Absoluta (DA), Densidade Relativa
(DR), Freqüência Absoluta (FA) e Freqüência Relativa (FR) e Número de Indivíduos (NI) em
ordem decrescente de Densidade Relativa das espécies do 2º estrato, do ambiente conservado.
Cordia leucocephala não esteve presente nos ambientes degradados,
porém apresentou uma densidade relativa de 7,75%, no ambiente conservado
,
isso sugere que está espécie apresenta preferência por ambientes em melhor
estado de conservação.
3.2.1.3
-
3º Estrato Vertical
Foram sete as espécies com indivíduos de altura superior a 3 m (tabela
5 e figura 1). Excetuando Commiphora leptophl
oeos
, as demais estiveram
representadas no segundo estrato.
Mimosa ophthalmocentra, Aspidosperma pyrifolium e
Caesalpinia
pyramidalis
apresentaram os maiores valores de densidade relativa, 40%,
30,91% e 20% respectivamente. Também apresentaram os mais altos valores
de dominância relativa (DoR)
mas
Aspidosperma pyri
folium
sobressa
i-
se
a
Mimosa ophthalmocentra e Caesalpinia pyramidalis
.
Conseqüentemente, estas
três espécies apresentaram
(
60,65
,
19,26 e 17,53
%
, respectivamente
).
Espécies
NI
DA
ind./ha
DR%
FA%
FR%
DoA
m²/ha
DoR%
VI%
VC%
Aspidosperma pyrifoliu
m
17
212,5
0
30,91
100
25
4,50
60,65
116,56
91,56
Mimosa ophthalmocentra
22
275
,00
40
,00
100
25
1,43
19,26
84,26
59,26
Caesalpinia pyramidalis
11
137,5
0
20
,00
100
25
1,30
17,53
62,53
37,53
Cordia leucocephala
2
25
,00
3,64
25
6,25
0,10
1,30
11,19
4,94
Co
mmiphora leptophloeos
1
12,5
0
1,82
25
6,25
0,04
0,48
8,55
2,30
Jatropha ribifolia
1
12,5
0
1,82
25
6,25
0,03
0,43
8,50
2,25
Croton sonderianus
1
12,5
0
1,82
25
6,25
0,03
0,34
8,41
2,16
Total geral
55
687,5
100
400
100
7,42
100
300
200
Os maiores valores de importância (VI) totalizaram 67% do VI total.
Andrade et all. (2005) obteveram DR para Caesalpinia pyramidalis de 30,2% e
para A
spidosperma
p
yrifoli
um de 15% em uma área de vegetação de caatinga
conservada no Cariri Paraibano, apresentando VI de 85,6% e 49,5% para as
espéceis mencionadas acima, respectivamente. Essas duas espécies foram as
Tabela 5– Distribuição dos parâmetros de Densidade Absoluta (DA), Densidade Relativa (DR),
Freqüê
ncia Absoluta (FA) e Freqüência Relativa (FR), Dominância Absoluta (DoA), Dominância
Rrelativa (DoR), Valor de Importância (VI), Valor de Cobertura (VC) e Número de Indivíduos (NI)
em ordem decrescente de VI das espécies do 3º estrato, do ambiente conserva
do.
que apresentaram, junto com Croton Sonderianus (39,3%) as maiores
densidades relativas para o ambiente conservado.
3.2.2 AMBIENTE
MEDIANAMENTE DEGR
ADADO
3.2.2.1
-
1º Estrato Vertical
O número de espécies amostradas como indivíduos com altura inferior a
0,50m (1º estrato) foi de
28
(tabela 6). Além delas, duas categorias de
plântulas, não identificadas foram contadas
e
uma espécie de briófita
.
Tabela 6 - Distribuição dos parâmetros de Densidade Absoluta (DA), Densidade Relativa (DR),
Freqüência Absoluta (FA) e Freqüência Relativa (FR) e Número de Indivíduos (NI), em ordem
decrescente de Densidade Relativa das espécies do 1º estrato, do ambiente medianamente degradado
.
30,91
40,00
20,00
3,64
1,82
1,82
1,82
60,65
19,26
17,53
1,30
0,48
0,43
0,34
25
25
25
6,25
6,25
6,25
6,25
0
10
20 30
40
50
60
70
Aspidosperma pyrifolium
Mimosa ophthalmocentra
Ceasalpinia pyramidalis
Cordia leucocephala
Commiphora leptophloeos
Jatropha ribifolia
Croton sonderianus
Espécies
%
DR%
DoR%
FR%
Figura 11
- Densidade Relativa (DR), Freqüência Relativa (FR) e Dominância Rela
tiva (DoR) em
percentagem, das espécies do 3º estrato do ambiente conservado.
Espécie
NI
DA
ind./m²
DR %
FA%
FR%
Evolvulus filipis
242
26,89
19,04
58,33
13,00
Cyperus uncynulatus
146
16,22
11,49
15,28
3,41
Aristida setifolia Kunth
122
13,56
9,60
40,28
8,98
Selaginella convoluta
122
13,56
9,60
11,11
2,48
Diodia apiculata
71
7,89
5,59
26,39
5,88
Oxalis frutensis
63
7,00
4,96
26,39
5,88
Erafrostis ciliaris
41
4,56
3,23
13,89
3,10
Samolus sp.
34
3,78
2,68
16,67
3,72
Cuphea circaeoides
27
3,00
2,12
12,50
2,79
Portulaca elatior
26
2,89
2,05
18,06
4,02
Antheplora hemaphr
odita
22
2,44
1,73
15,28
3,41
Sida ciliaris
22
2,44
1,73
18,06
4,02
Heliotropium angiospermum
21
2,33
1,65
13,89
3,10
Cnidoscolus urens
19
2,11
1,49
9,72
2,17
Sida galheirensis
19
2,11
1,49
11,11
2,48
Plântula malvaceae sp.1
17
1,89
1,34
4,17
0,93
Microtea paniculata
14
1,56
1,10
12,50
2,79
Waltheria macropoda
12
1,33
0,94
9,72
2,17
Alternanthera tenella
5
0,56
0,39
5,56
1,24
Commelina erecta
5
0,56
0,39
4,17
0,93
Plântula malvaceae sp.2
5
0,56
0,39
6,94
1,55
Gaya aff. gaudichaudiana
4
0,
44
0,31
5,56
1,24
Paspalum fimbriatum
3
0,33
0,24
2,78
0,62
Waltheria Rotundifolia
3
0,33
0,24
1,39
0,31
Chloris orthonoton
2
0,22
0,16
1,39
0,31
Jatropha ribifolia
2
0,22
0,16
2,78
0,62
Mimosa sp. 1
2
0,22
0,16
2,78
0,62
Croton sonderianus
1
0,11
0,08
1,39
0,31
Dactyloctenium aegyptium
1
0,11
0,08
1,39
0,31
Schvenckia americana
1
0,11
0,08
1,39
0,31
Total geral
1271
141,22
100
448,61
100
Das espécies que compuseram a amostragem,
60,66
% da densida
de
relativa (DR) total fo
i
obtida com
5
espéci
es:
Evolvulus filipis
(19,04%),
Cyperus
uncynulatus
(11,49%),
Tragus berteronianus
(10,94%),
Aristida setifolia
(9,60%)
e
Selaginella
convoluta
(9,60%). Treze espécies apresentaram DR inferior a
1% e
somaram 3,62% de DR
.
Assim como ocorreu no ambiente con
servado,
Evolvulus filipis foi a
espécie de maior densidade e freqüência, porém com uma considerável
redução no número de indivíduos amostrados (ambiente conservado,
608
indivíduos; ambiente
medianamente
degradado,
242 indivíduos).
Portulaca elatior e
Dio
dia apiculata
,
segunda e terceira colocação em
números de indivíduos amostrados (255) e (253) no ambiente conservado,
caí
ram
para a décima segunda e sexta posição no ambiente
medianamente
degradado, com
26 e 71
indivíduos amostrados
, respectivamente
.
Onze
espécies apresentaram os mais altos valores de freqüência
relativa
(FR) totalizando
58,52
%:
Evolvulus filipis, Aristida setifolia, Diodia
apiculata, Oxalis frutensis, Portulaca elatior, Sida ciliaris, Samolus sp. Cyperos
uncynulatos, Antheflora hemaphrodit, Erafrostis ciliares e Heliotropium
angiospermum
. Das outras espécies,
10
apresentaram valores de FR inferiores
a 1% (
t
abela
6
).
3.2.2.2
-
2º Estrato Vertical
O número de espécies amostradas no estrato foi 14 (tabela 7).
Bromelia laciniosa (28,36%), Aspidos
perma
pyrifolium (19,46%), Ceasalpinia
pyramidalis
(12,63%)
e Melochia betonicifolia (10,35
)
totalizaram
, juntas,
70,80
% da densidade relativa total (DR).
Das
10
espécies restantes que
compuseram os
29,20
% de densidade relativa (DR),
cinco
contribuíram co
m
valores inferiores a 1% (
t
abela
7
).
Espécies
NI
DA ind./ha
DR%
FA%
FR%
Bromelia laciniosa
137
3425
28,36
75
8,11
Aspidosperma pyrifolium
94
2350
19,46
100
10,81
Ceasalpinia pyramidalis
61
1525
12,63
100
10,81
Melochia betonicifolia
50
1250
10,35
100
10,81
Croton sonderianus
46
1150
9,52
25
2,70
Opuntia palmadora
31
775
6,42
100
10,81
Sida galheirensis
25
625
5,18
100
10,81
Cereus
g
ounellei
16
400
3,31
100
10,81
Jatropha ribifolia
14
350
2,90
100
10,81
Croton ramnifolioides
4
100
0,83
25
2,70
Blainvillea rhomboidea
2
50
0,41
25
2,70
Alternanthera cf. brasiliana
1
25
0,21
25
2,70
Cnidoscolus urens
1
25
0,21
25
2,70
Herissantia crispa
1
25
0,21
25
2,70
Total Global
483
12075
100
925
100
Tabela 7 - Distribuição dos parâmetros de Densidade Absoluta (DA), Densidade Relativa (DR),
Freqüência Absoluta (FA) e Freqüência Relativa (FR) e Número de Indivíduos (NI), em ordem
decrescente de Densidade Relativa das espécies do estrato, do ambiente moderadamente
degradado.
Entre
todas as espécies, sete estiveram presentes em todas as quatro
parcelas e apresentaram 10,81% de FR cada uma
:
Aspidosperma pyrifolium,
Ceasalpinia pyramidalis, Melochia betonicifolia, Opuntia palmadora, Sida
galheirensis, Cereus
g
ounellei
e
Jatropha ribifolia
,
totalizando
83,78% da FR
.
3.2
.2.3
-
3º Estrato Vertical
Das cinco espécies amostradas (tabela 8 e figura 12),
Caesalpinia
pyram
idalis e
Aspidosperma pyrifolium
apresentaram os maiores valores de DR
(65,8% e 16,95%) com um total e de FR (40% e 30%) e de VI (67,8% e
16,95%)
.
Capparis
flexuosa
(2,66%) teve uma DoR superior a Jatropha ribifolia
(1,69%), porém na ordenação das espécies
por
VI, Jatropha ribifolia a ordem
inverteu
-
se
devido ao peso da densidade relativa no cálculo (tabela 8 e figura
12
)
.
Excetuando
-
se
Capparis flexuosa
,
as demais espécies foram
representadas por indivíduos
no estrato vertical de altura entre 0,51 e 3m.
No ambiente conservado, as ordens de VI e VC de
Aspidosperma
pyrifolium
e
Caesalpinia pyramidalis foram invertidas em relação à ordem no
ambiente medianam
ente degradado
.
Mimosa ophthalmocentra não esteve presente no 3º estrato do ambiente
medianamente degradado, mas a sua densidade relativa no ambiente
conservado foi da ordem de 40%, ocupando a segunda posição em ordem
decrescente de VI e VC. Na área medianamente degradada ocorreu o corte
seletivo de madeira para produção de lenha e carvão (figura 13), o que pode
ter levado ao desaparecimento desta espécie no ambiente.
3.2.3
AMBIENTE DEGRADADO
Este ambiente não
apresentou
indivíduos
com altura superior a 3 m,
portanto a vegetação esteve composta apenas pelo 1
º e 2º
es
trato vertical
.
3.2.3.1
-
1º Estrato Vertical
O número de espécies amostradas foi de 30 (tabela 9)
.
As quatro
espécies
de maior DR,
soma
ndo
65,72
%,
foram
Aristida setifolia (28,57%),
Espécies
NI
DA
ind./ha
DR %
FA%
FR%
DoA
m²/ha
DoR%
VI%
VC%
Ceasalpinia pyr
amidalis
40
500
67,8
100
40
5,84
62,46
170,25
130,25
Aspidosperma pyrifolium
10
125
16,95
75
30
2,66
28,47
75,42
45,42
Croton sonderianus
5
62,5
8,47
25
10
0,44
4,72
23,2
13,2
Jatropha ribifolia.
3
37,5
5,08
25
10
0,16
1,69
16,77
6,77
Capparis flexu
osa
1
12,5
1,69
25
10
0,25
2,66
14,35
4,35
Total Global
59
737,5
100
250
100
9,35
100
300
200
Figura 12 - Relação dos parâmetros fitossociológicos, Densidade Relativa (DR), Freqüência
Relativa (FR) e Dominância Relativa(DoR) em percentagem, das espécies do 3º estrato, ambiente
medianamente degradado.
Tabela 8 - Distribuição dos parâmetros de Densidade Absoluta (DA), Densidade Relativa (DR),
Freqüência Absoluta (FA) e Freqüência Relativa (FR), Dominância Absoluta (DoA),
Dominância Rrelativa (DoR), Valor de Importância (VI), Valor de Cobertura (VC) e Número de
Indivíduos (NI) em ordem decrescente de VI das espécies do estrato, do ambiente
conservado.
67,80
16,95
8,47
5,08
1,69
62,46
28,47
4,72
1,69
2,66
40
30
10
10
10
0
10 20 30
40
50 60 70
80
Ceasalpinia pyramidalis
Aspidosperma pyrifolium
Croton sonderianus
Jatropha ribifolia
Capparis flexuosa
Espécies
%
DR
DoR
FR
Evolvulus filipis (17,53%), Cyperus uncynulatus (10,33) e Evolvulus gl
omeratus
(9,29%)
.
Dezenove espécies apresentaram valores inferiores a 1% de DR e
somaram 6,24% de DR.
Espécies
NI
DA
DR ind./m²
FA%
FR%
Aristida setifolia
520
57,78
28,57
50,00
11,61
Evolvulus filipis
319
35,44
17,53
66,67
15,48
Cyperus uncynulatus
188
20,89
10,33
23,61
5,48
Evolvulus glomeratus
169
18,78
9,29
43,06
10,00
Portulaca elatior
117
13,00
6,43
47,22
10,97
Heliotropium procumbens
109
12,11
5,99
22,22
5,16
Tragus berteronianus
109
12,11
5,99
34,72
8,06
Cuphea circaeoides
75
8,33
4,1
2
16,67
3,87
Selaginella convoluta
49
5,44
2,69
16,67
3,87
Sida galheirensis
32
3,56
1,76
26,39
6,13
Diodia apiculata
19
2,11
1,04
12,50
2,90
Zornia sp.
18
2,00
0,99
8,33
1,94
Chloris virgata
16
1,78
0,88
5,56
1,29
Heliotropium angiospermum
11
1,
22
0,60
6,94
1,61
Indigofera suffruticosa
10
1,11
0,55
4,17
0,97
Cleome cf. guianensis
8
0,89
0,44
2,78
0,65
Poaceae 4
8
0,89
0,44
6,94
1,61
Chloris orthonoton
7
0,78
0,38
4,17
0,97
Antheplora hemaphrodita
6
0,67
0,33
4,17
0,97
Crumenaria decumbens
5
0,56
0,27
4,17
0,97
Alternanthera cf. brasiliana
2
0,22
0,11
2,78
0,65
Eragrostis ciliaris
2
0,22
0,11
2,78
0,65
Mimosa sp. 2
2
0,22
0,11
2,78
0,65
Opuntia palmadora
2
0,22
0,11
1,39
0,32
Waltheria macropoda
2
0,22
0,11
1,39
0,32
Zornia diphylla
2
0,22
0,11
2,78
0,65
Cnidoscolus urens
1
0,11
0,05
1,39
0,32
Croton sp.
1
0,11
0,05
1,39
0,32
Jatropha ribifolia
1
0,11
0,05
1,39
0,32
Total Geral
1820
202,22
100
430,56
100
As espéceis de maior Freqüência Relativa (FR)
foram:
Evolvulus filipis
(1
5,48%),
Aristida setifolia (11,61%), Portulaca elatior (10,97%),
Evolvulus
glomeratus
(10,00%),
Tragus berteronianus
(8,06%),
Sida galheirensis
(6,13%),
Cyperus uncynulatus (5,48%), Heliotropium procumbens (5,16%),
Cuphea
circaeoides
(3,87%),
Selaginella c
onvoluta
(3,87%) e
Diodia apiculata
(2,90%)
.
Não houve ocorrência da Aristida setifolia no ambiente conservado,
no
levantamento realizado nas parcelas, porém nos ambientes medianamente
Tabela 9 - Distribuição dos parâmetros de Densidade Absoluta (DA), Densidade Relativa
(DR), Freqüência Absoluta (FA) e Freqüência Relativa (FR) e Número de Indivíduos (NI), em
ordem decrescente de Densidade Relativa das espécies do 1º estrato, do ambiente degradado.
degradado
e degradado, a espécie apresentou altos valores de DR (9,60% e
28,57%, respectivamente)
.
3.2.3.2
2º Estrato Vertical
Espécies
NI
DA ind./ha
DR%
FA%
FR%
Ceasalpinia pyramidalis
83
2075
31,80
100
14,81
Sida galheirensis
47
1175
18,01
50
7,41
Croton blanchetianus
35
875
13,41
25
3,70
Aspidosperma pyrifoliu
m
33
825
12,64
100
14,81
Croton ramnifolius
18
450
6,90
75
11,11
Cereus gounellei
16
400
6,13
75
11,11
Jatropha ribifolia
14
350
5,36
100
14,81
Bromelia laciniosa
10
250
3,83
25
3,70
Opuntia palmadora
2
50
0,77
50
7,41
Indet. 1
1
25
0,38
25
3,70
Lip
pia gracilis
1
25
0,38
25
3,70
Mimosa ophthalmocentra
1
25
0,38
25
3,70
Total Global
261
6525
100
675
100
O número de espécies amostradas que apresentaram altura entre 0,51
e 3 m foi 12. As espécies de maior DR foram: Ceasalpinia pyramidalis
(31,80%
),
Sida galheirensis (18,01%), Croton blanchetianus (13,41%) e
Aspidosperma pyrifolium (12,64%), que juntas somaram 75,86% da DR (tabela
10).
Croton ramnifolius (6,90%) ocupou a quinta posição, seguida
por
Cereus
gounellei
(6,13%), Jatropha ribifolia (5,36%) e Bromelia laciniosa (3,83%). As
quatro outras espécies, totalizaram 1,92% da DR total, apresentando DR
inferior a 1% (tabela 10).
As espécies de maior FR, estiveram presentes n
as
quatro
parcelas e
apresentaram 14,81% de FR cada uma
:
Ceasalpinia pyrami
dalis
Tabela 10 - Distribuição dos parâmetros de Densidade Absoluta (DA), Densidade
Relativa (DR), Freqüência Absoluta (FA) e Freqüência Relativa (FR), organizadas em
ordem decrescente de acordo com a Densidade Relativa. Espécies do estrato,
amostradas no ambiente degradado II.
,Aspidosperma pyrifolium e Jatropha ribifolia
.
Croton ramnifolius (11,11%) e
Cereus
gounellei
(11,11%) apareceram em
três
parcelas e as cinco espécies
restantes foram encontradas em apenas uma parcela (tabela 10).
3.3
DIVERSIDADE
FLORÍSTICA
As di
versidade
s
florística
(H’) para o estrato vertical, por ambiente
conservado, moderadamente degradado e degradado, foram: 2,17; 2,72 e 2,32
nats./ind.(tabela 11). Araújo et all. (2005) obtev
iveram
índices de diversidade
para as herbáceas, em uma área de caatinga em Caruaru-
PE
com os
seguintes valores: no microhabitat plano 2,08; no rochoso 2,09 e no ciliar
2,52
nats./ind.,
são
valores próximos dos
registrados no presente trabalho
.
Para o estrato vertical, a maior diversidade foi encontrada no
ambiente
medianamente degradado, com 2,04 nats./ind. Ressalta-se que o
valor de 1,10, do índice (H’), no ambiente conservado, pode ser explicado pela
alta concentração da
Neoglaziovia variegata
, com densidade relativa de 75%.
Para o estrato, o ambiente conservado apresentou uma maior
diversidade, com H’, de 1,39 nats./ind. Alcoforado-Filho (1993) traz uma tabela
em seu trabalho com vários valores de H’ obtidas por diversos pesquisadores
em ambientes de caatinga, que variaram de 1,64 a 3,36 (nats./ind). Os valor
es
apresentados na tabela 10 são inferiores a esses valores apresentados por
Alcoforado
-Filho (1993) quando se trata do 3º estrato, já os do 2º estrato
aproximam
-
se destes valores.
Andrade et all. (2005) também obtiveram baixos valores quanto a
diversida
de (H’) em ambiente de caatinga no município de São João do Cariri –
PB, em duas áreas com diferentes históricos de uso: área conservada 1,51
nats./ind. e área de caatinga degradada 1,43 nats./ind. Os autores justificaram
esses baixos valores, como reflexo das condições climáticas desfavoráveis que
ocorrem nessa região, caracterizada por apresentar uma das menores alturas
pluviométricas registradas no semi-árido nordestino, além de uma grande
irregularidade temporal das chuvas, agravada por altas taxas de
evapotranspiração potencial anual e limitações de solos e efeitos sistêmicos da
pecuária praticada na região. Como o município de Jataúba-PE faz parte de
uma área de semi-aridez acentuada, representando uma projeção da zona do
Cariri Paraibano no Agreste de Pernambuco (MELO, 1980) e com práticas de
uso da terra semelhantes, esses valores de diversidade são justificados.
Ambiente
Conservado
Medianamente Degradado
Degradado
Estrato Vertical
Nº de Indivíduos
1757
309
55
1271
483
59
1820
261
.
------
.
Nº de Espécies
30
16
7
30
14
5
29
12
.
------
.
H' nats/ind.
2,17
1,10
1,39
2,72
2,04
0,99
2,32
1,94
.
------
.
3.
4
RECOBRIMENTO VEGETAL POR ESPÉCIE
As médias da contribuição específica (CE) de cada espécie realizada por
amb
iente, no levantamento do recobrimento vegetal pelo método do ponto-
intersecão, estão apresentados na tabela 12.
Espécie
C
MD
D
Cordia leucocephala
14,79
Evolvulos filipis
12,00
5,92
13,39
Caesalpinia pyramidalis
11,38
22,46
18,17
Cyperus unc
ynulatus
9,25
1,82
2,49
Mimosa hostilis
6,35
0,68
Diodia apiculata
5,12
0,68
Aspidosperma pyrifolium
4,94
18,77
8,75
Mimosa ophthalmocentra
4,49
0,68
Alternanthera brasiliana
4,04
0,61
Cereus gounellei
3,31
5,00
4,86
Jatropha ribifolia
2,99
1,11
Antheplora hemaphrodita
2,65
Bromelia laciniosa
2,57
3,76
2,18
Heliotropium procumbens
2,55
Croton ramnifolius
1,84
0,61
Neoglaziovia variegata
1,71
Aristida setifolia
1,66
20,14
28,43
Croton sp
1,37
Opuntia palmadora
0,80
0,25
0,57
Evo
lvulus macrobliphoses
0,78
Portulaca elatior
0,60
0,23
0,64
Tragus berteronianus
0,60
3,00
0,30
Opuntia inamoena
0,41
Tabela 11 Número de indivíduos, número de espécies e
di
versidade H’, por estrato,
nos três ambientes estudados no município de Jataúba-PE. Estrato - indivíduos até
0,5m; Estrato 2º
-
indivíduos de 0.51m até 3 m; Estrato 3º
-
indivíduos > 3 m de altura.
Tabela 12 – Média da contribuição específica (CE%) de cada espécie no r
ecobrimento
v
egetal
determinado
pelo método de ponto, nos ambientes C
onservado
(C), Medianamente
Degradado (MD) e Degradado (D).
Cont.
Espécie
C
MD
D
Evolvulus frankenioides
0,40
Evolvulus glomeratus
0,40
4,59
Poaceae 2
0,39
Poaceae 5
0,39
Chloris
sp.
0,32
Selaginella convoluta
0,32
0,92
0,28
Corchorus aff. Hirtus
0,20
Erafrostis cf. ciliaris
0,20
1,58
Stylosanthes guianensis
0,20
Chloris rupestris
0,20
1,83
0,60
Dioscorea sp.
0,20
Poaceae 1
0,20
Poaceae 3
0,20
Sida galheirens
is
0,20
1,33
4,31
Alternanthera tenella
3,81
Aristida adscensionis
0,61
Chloris virgara
0,96
2,41
Cissus sp
1,22
Cnidoscolus urens
0,23
Croton blanchetianus
0,61
Croton sonderianus
2,25
1,92
Cuphea circaeoides
0,23
Melochia betonicif
olia
0,87
Microtea paniculata
0,64
Mimosa aff. Acustistipula
0,30
Oxalis frutensis
0,23
Schinopis brasiliensis
0,30
Sporobolus pyramidatus
0,65
1,20
Tillandsia usneoides
0,64
Nº de Espécies
37
27
25
Nº de Contatos
457
383
290
As espécies que mais contribuíram para o recobrimento vegetal da área
conservada, com seus respectivos valores de CE, foram Cordia leucocephala
(14,79%),
Evolvulus filipis (12,00%), Ceasalpinia pyramidalis (11,38%) e
Cyperus uncynulatus (9,25%). Juntas, estas espécies totalizaram 47,72% da
cobertura específica obtida na área. As espécies que apresentaram menos de
1% de CE foram 19, juntas elas contribuíram com 6,99% da CE total (tabela
12).
Das 37 espécies que recobriram o ambiente conservado 16 foram
exc
lusivas deste ambiente, não contribuindo no recobrimento vegetal nos
ambientes degradados (Cordia leucocephala, Antheplora hemaphrodita,
Heliotropium procumbens, Neoglaziovia variegata, Croton sp, Evolvulus
macrobliphoses, Opuntia inamoena, Evolvulus frankenioides, Poaceae 2,
Poaceae 5, Chloris sp., Corchorus aff. Hirtus, Stylosanthes guianensis,
Dioscorea sp., Poaceae 1
e
Poaceae 3
).
Dentre as espécies do ambiente medianamente degradado
Caesalpinia
pyramidalis
(22,46%),
Aristida setifolia
(20,14%) e
Aspid
osperma pyrifolium
(18,77%) alcançaram os maiores valores de CE, recobrindo 61,37% d
a área.
Treze
espécies apresentaram uma CE menor que 1%,
e juntas contribuíram
com 7,23% da CE total (tabela 12).
Das 27 espécies presentes no recobrimento vegetal do amb
iente
medianamente degradado, 5 se restringiram a este ambiente (
Cnidoscolus
urens, Cuphea circaeoides, Melochia betonicifolia, Oxalis frutensis, Tillandsia
usneoides)
.
No ambiente degradado três espécies apresentaram os maiores valores
de CE
,
perfazendo um total de 59,99% na CE total, Aristida setifolia
28,43%,
Caesalpinia pyramidalis 18,17% e Evolvulos filipis 13,39% (tabela 12). As
espécies presentes com menos de 1% de CE, responderam, juntas, por 6,08%
da CE total da área.
Das 25 espécies presentes no recobrimento vegetal do ambiente
degradado, 5 foram exclusivas deste ambiente (Aristida adscensionis, Cissus
sp, Croton blanchetianus, Microtea paniculata e Mimosa aff. Acustistipula
).
Algumas espécies predominaram em determinados ambientes.
Cordia
leucoce
phala
esteve presente apenas no ambiente conservado, não tendo
contribuído na CE nos outros dois ambientes. Sampaio et all. (1998), em
experimento, após corte e queima, observaram que Cordia leucocephala não
regenerou
-
se
, perdendo lugar para outras espécies, nos parâmetros
analisados, como densidade total e biomassa, sendo sua rebrota menos
vigorosa. Isso demonstra que Cordia leucocephala
tem
sua adaptação
dificultada em ambientes que foram degradados, como no caso aqui
demonstrado.
Caesalpinia pyramidalis forneceu uma considerável cobertura vegetal
nos três ambientes, tendo dado sua maior contribuição específica (22,46%)
para o ambiente medianamente degradado. Sampaio et all. (1998)
consideraram a possibilidade de que Caesalpinia pyramidalis, no processo d
e
sucessão ecológica, adote a estratégia de um crescimento inicial relativo
pequeno, mas uma forte resistência à seca e uma boa capacidade de
competição por luz, fazendo com que seja uma das espécies dominantes nas
etapas posteriores do processo. Segundo Andrade et all. (2005),
Caesalpinia
pyramidalis
é considerada uma espécie de grande valor econômico para a
região semi-árida, visto que, o seu caule produz lenha e carvão de boa
qualidade, sendo bastante explorada para este fim.
Aspidosperma pyrifolium, que seguiu a mesma tendência de
Caesalpynia pyramidalis, apresentou uma CE de 18,77% no ambiente
medianamente degradado. Esta é uma espécie que aparece na maioria dos
levantamentos vegetais da caatinga (ARAÚJO et all. 1990; SANTOS et all.
1992; SAMPAIO et all., 1998; MEUNIER et all. 2000; PEREIRA et all., 2001;
AMORIM et all. 2005; ANDRADE et all. 2005)
As juremas, Mimosa hostilis e Mimosa ophthalmocentra, com exceção
de
Mimosa aff. acustistipula predominaram na área conservada, o que foi uma
surpresa, visto que estas espécies são pioneiras e aproveitam bem das
situações de antropização, tornando-se dominante por bom tempo no processo
de sucessão (SAMPAIO et all., 1998). Porém, está espécie é bastante usada
para produção de lenha e carvão, o que pode ter contribuído para sua
diminuição nestas áreas mais degradadas, onde foi constatada a retirada de
madeira para esses fins (figura 13). Vasconcelos Sobrinho (1978) reforçou esta
idéia ao escrever que a jurema é detentora de valor econômico como
fornecedora de lenha e carvão de alto poder calorífico, e ainda fez
recomendação relatando seu aproveitamento na recuperação de áreas
desnudas.
Figura 1
3 –
Extração de madeira para produção de lenha e carvão, realizada na área
medianamente
degradada.
No recobrimento vegetal da área degradada, Aristida setifolia foi a
espécie que obteve a maior CE (28,43%).
De
acordo com (1994), A
ristida
setifolia
, conhecida como capim panasco, em áreas de antropização acentuada
onde o solo é do tipo Planossolo, forma uma relva continua no terreno,
mostrando
-
se adaptada a ambientes degradados. Houve um decréscimo na CE
desta
espécie no ambiente medianamente degradado e no conservado,
respectivamente, se comparado ao degradado (tabela 12), reforçando a tese
de que, a medida que o ambiente torna-se mais degradado ocorre o aumento
gradativo na contribuição de A
ristida
setifolia
no recobrimento vegetal, ou seja,
nessas áreas de solo Planossolo, Aristida setifolia pode ser considerada como
espécie indicadora de degradação.
Diodia apiculata teve uma CE de 5,12% no ambiente conservado, e
contribuiu com 0,68% da CE na área medianamente degradada, não
contribuindo na cobertura vegetal na área degradada. Rodal et all. (2003) em
estudo da repartição espacial do componente herbáceo em uma área prioritária
para a conservação da biodiversidade da caatinga nos municípios de Betânia e
Florest
a
PE, destacou Diodia apiculata como a espécie que obteve a maior
freqüência relativa (32%).
Essa
espécie é tolerante a ambientes úmidos ou
constantemente inundados ou ainda a ambientes alterados ou em estágios
iniciais de regeneração
.
No ambiente conse
rvado
Cyper
us uncynulatos respondeu por uma CE
de 9,25%, com menores valores nos ambientes medianamente degradado e
degradado, nos quais apresentou 1,82% e 2,49% de CE, respectivamente.
Araújo et all. (2005) fizeram referência a Cyperus uncynulatus, relatando que
tendia a ocorrer associada a Pilea hyalina (que parecia exigir certo nível de
umidade), o que sugere semelhança nas exigências de condições ambientais
para o estabelecimento das mesmas.
Cereus gounellei d
esenvolve
-se muito bem nas áreas mais secas da
região semi-árida; cresce em solos rasos, em cima de rochas e multiplica-
se
regularmente,
cobrindo extensas áreas (
GOMES
, 1977
apud
SILVA, 2005)
.
Esta espécie esteve presente nos três ambientes não mostrando preferência
quanto a ocupação nesses espaços
.
Nos ambientes degradados, Croton sonderianus contribuiu no
recobrimento vegetal, não estando presente no ambiente conservado. Pereira
et all. (2001) estudando a regeneração natural em áreas de caatinga, no
agreste paraibano, determinaram que o marmeleiro (
Cr
oton sonderianus
)
apresentou valores de densidade diretamente proporcionais aos níveis de
perturbação antrópica. No ambiente com maior perturbação, havia 2400 ind/ha;
no ambiente com perturbação intermediária, 1250 ind./ha e no ambiente em
melhor estado de conservação, 850 ind./ha. Segundo Hardesty (1988, apud
PEREIRA et all., 2001), Croton sonderianus é uma espécie invasora de
caatingas antropizadas, que produz grande quantidade de sementes, cuja
dispersão acontece de forma fácil, o que o torna uma espécie pioneira típica de
caatinga, que tende a dominar os primeiros estágios serais, aparecendo,
portanto como a espécie mais comum nas áreas sob grandes perturbações.
Araújo et all. (2005) estudando a diversidade de herbáceas, em uma
área de caatinga em
Caruaru
PE, relataram que Evolvulus filipis não
apresentou preferência por ocupar nenhum dos micro habitats da área que esta
espécie não é exclusiva da caatinga, pois também ocorre como invasora em
áreas de Mata Atlântica. Evolvulus filipis apresentou uma CE de 12% na área
conservada, 5,92% na área medianamente degradada e 13,39% degradada, ou
seja, esteve presente nos três ambientes.
Sida galheirensis apresentou preferência na ocupação do ambiente
degradado, respondendo por uma CE de 4,31%, e quanto maior o nível de
conservação dos ambientes, menor foi o seu recobrimento. Sampaio et all.
(1998) relataram que Sida galheirensis atingiu 10% da densidade total dois
anos,
após fogo mais intenso, no seu experimento de regeneração da caatinga
após corte e queima em Serra Talhada -PE, mas aos seis anos sua densidade
foi reduzida para apenas 1%. Pode-se considerar que apesar do número
reduzido de indivíduos desta espécie neste levantamento, a mesma
demonstrou uma preferência no recobrimento vegetal nas áreas degr
adadas.
Alternanthera tenella apenas contribuiu no recobrimento vegetal no
ambiente medianamente degradado, apresentando uma CE de 3,81%. A
ocorrência desta espécie apenas neste ambiente sugere que em ambientes de
antropização moderada a espécie consegue se desenvolver, porém estudos
mais aprofundados podem vir a confirmar esta tendência.
Nos ambientes medianamente degradado e degradado, Chloris virgata
contribuiu com uma CE de 0,96% e 2,41%, respectivamente, indicando uma
maior adaptação a ambientes antro
pizados.
Bromelia laciniosa esteve presente nos três ambientes, mas teve uma
participação maior na CE no ambiente medianamente degradado, com 2,57%,
do mesmo ocorreu com Tragus berteronianus, que apresentou uma CE de 3%,
na área.
3.4 RECOBRIMENTO DO SO
LO
Sabe
-se que a erosão pode ocorrer sem a intervenção do homem,
porém muitas vezes ela é iniciada ou acelerada a partir de ações antrópicas
causadoras do rompimento do equilíbrio ecológico, e uma destas ações é a
retirada da cobertura que a vegetação n
atural fornece ao solo. Sem a presença
da cobertura vegetal, o escoamento superficial da água carrega a camada
superior do solo, principalmente àqueles materiais mais finos, a ação do vento
também contribui para o deslocamento de pequenas partículas do sol
o,
principalmente em ambientes áridos e semi
-
áridos.
A comparação entre os ambientes revelou que houve diferenças nos
tipos de substratos superficiais avaliados pelo método de ponto intercessão.
O ambiente conservado apresentou um recobrimento de matéria orgânica
(M.O.) de 63,13%, próximo ao do ambiente moderadamente degradado (MD),
56,56%, sendo ambos maiores que o recobrimento de M. O. do ambiente
degradado (D), 38,75% (tabela 13). Várias são as vantagens fornecidas pelos
restos orgânicos vegetais na su
perfície do solo: protegem do impacto da chuva,
minimizam a ação dos agentes erosivos, fornecem nutrientes ao serem
decompostos por microorganismos no solo, retêm mais umidade e regulam a
temperatura do solo, possibilita a alimentação da fauna do solo (IBA
MA, 1992).
Ocorreu uma diminuição das médias de cascalho (CA) e terra fina solta
(TF) nas áreas degradadas (MD e D), respectivamente, em detrimento da área
conservada
-
C
(t
abela 13)
.
O ambiente degradado apresentou o maior recobrimento com
encrostamen
to (E) na superfície do solo 66,56% (tabela 13). Segundo Guerra
et all. (1999), o agente principal na formação de crostas é o impacto causado
pelas gotas de chuva, que causa a ruptura dos agregados, selando a superfície
do solo. Esse processo é responsável pela diminuição das taxas de infiltração
e, consequentemente, aumento nas taxas de escoamento superficial, podendo
aumentar a perda de solo. A medida que os agregados são destruídos e a
superfície do solo torna-se selada, as crostas passam a oferecer maio
r
resistência à ação da erosão por salpicamento (
splash
), mas por outro lado
aumenta a ação do escoamento superficial, diminuindo a infiltração da água no
solo (GUERRA et all., 1999).
O calhau (CL) obteve o maior recobrimento no ambiente medianamente
deg
radado 6,88%, o matacão alcançou um recobriemnto igual para os três
ambientes 0,31% e o afloramento de rocha (AF) recobriu 0,63%, apenas no
ambiente conservado (tabela 13).
Recobriment
o do Solo %
Tipos de Substratos e Recobrimento
Vegetal na Superfície do Solo
C
MD
D
M.O.
63,13
56,56
38,75
Cascalho (CA)
24,69
10,63
9,38
Calhau (CL)
1,56
6,88
2,19
Matacão (MA)
0,31
0,31
0,31
Afloramento (AF)
0,63
0,00
0,00
Terra Fina Solta (TF)
49,38
37,81
22,19
Encrostamento (E)
30,63
20,31
66,56
R. V.
83,7
5
78,12
69,08
3.5 CARACTERÍSTICAS DOS SOLOS
Galindo et all. (2006) classificaram os solos por ambiente, identificando
diferenças entre os ambientes conservado, moderadamente degradado e
degradado.
No ambiente conservado, os solos foram classificados por Galindo et all.
(2006) como PLANOSSOLO HÁPLICO Eutrófico solódico e PLANOSSOLO
Tabela 13
Recob
rimento do solo realizado pelo método de pontos no ambiente conservado
(C), medianamente degradado (MD) e degradado (D). Legenda: M.O. (matéria orgânica),
R.V. (recobrimento vegetal).
HÁPLICO Eutrófico típico. Apresentam horizonte superficial mais profundo
que os das áreas degradadas, favorecendo um melhor desenvolvimento da
vegetação, que possui muitas raízes nos horizontes A e E, sendo raras no
horizonte Btn, possibilitando uma maior incorporação de matéria orgânica. O
teor de água é máxima nos horizontes subsuperfíciais, comportamento
devido aos altos valores de argila nestes horizontes. Apresentam alta
saturação por bases, com predominância de cálcio e magnésio nos
horizontes superficiais e magnésio e sódio no horizonte Btn. A reação é
moderadamente ácida a praticamente neutra nos horizontes superficiais,
onde Ca e Mg²
+
, estão substituindo H
+
, tornando-se praticamente neutra a
moderadamente alcalina no horizonte Btn.
No ambiente moderadamente degradado os solos foram classificados
como PLANOSSOLO HÀPLICO Eutrófico solódico e PLANOSSOLO
NÀTRICO Órtico típico, (GALINDO et all., 2006). Apresentaram
caracté
risticas morfológicas semelhantes às dos solos do ambiente
preservado, porém com maior quantidade de cascalho no horizonte
superficial e um horizonte Btn de permeabilidade lenta, sem apresentar
mudança textural abrupta. O sódio presente em altas concentrações nos
horizontes subsuperficiais, aliado a uma alta percentagem de argila, causa a
dispersão da mesma , dificultando a drenagem dos solos e a penetração de
raízes, que são raras no horizonte Btn. A reação é praticamente neutra a
moderadamente alcalina nos horizontes superficiais e moderada e
fortemente alcalina nos subsuperficias, que possuem PST mais elevado.
Para o ambiente degradado, Galindo et all (2006) classificou os solos
como PLANOSSOLO HÁPLICO Eutrófico solódico e PLANOSSOLO Nátrico
Órtico típico. São pedregosos, com cascalho e apresentam estrutura maciça,
moderadamente coesa e coesa e crostas superficiais variando de 1 a 2cm. A
pequena espessura do horizonte A e a mudança textural abrupta contribuem
para uma alta susceptibilidade à erosão, com erosão laminar moderada a
severa, associada à presença de sulcos rasos e freqüentes. A elevada
percentagem de saturação por sódio dificulta o desenvolvimento normal das
raízes e contribui para degradação da estrutura dos solos, em conseqüência
da dispersão das argilas. A reação é moderadamente ácida a praticamente
neutra nos horizontes superficiais pela substituição de Ca²
+
e Mg²
+
pelo H
+
,
tornando
-se moderada a fortemente alcalina nos subsuperficiais, que
apresentaram os maiores percentuais de sódio trocáve
l.
4.
CONCLUSÕES
Para o estrato vertical <0,50m o ambiente degradado apresentou uma maior
densidade absoluta (141 ind./m²) e a espécies Aristida setifolia foi relacionada
como indicadora de ambientes degradados. O ambiente conservado
apresentou a maior densidade total (36.150 ind./m²), para o estrato vertical de
0,51 a 3,0m, com predominância da Neoglaziovia variegata, que teve DR de
75%, esta DR elevada influenciou no valor de 1,10 no índice (H’) nesse estra
to
para o ambiente conservado.
No 2º estrato,
Caesalpinia pyramidalis
e
Sida galheirensis
tiveram aumentos
na densidade relativa quanto maior o grau de degradação do ambiente.
Caesalpinia pyramidalis apresentou 1,9% no ambiente conservado 12,6% no
mediana
mente degradado e 31,8% no degradado e Sida galheirensis 0,1% no
conservado, 5,2% no medianamente degradado e 18% no degradado.
A maior densidade total para o estrato >3m de altura foi verificada no
ambiente medianamente degradado (737,5 ind./ha), com predominância de
Caesalpinia pyramidalis (500 ind./ha), Apidosperma pyrifolium (125 ind./ha) e
Croton sonderianus
(62,5 ind./ha).
Algumas espécies demonstraram esta bem mais adaptada a ambientes em
melhor estado de conservados no caso da Cordia leucocephala e
Evolvulus
filipis
.
Mimosa hostilis e Mimosa ophthalmocentra
predominaram
na área
conservada, estas espécies são bastante usadas para produção de lenha e
carvão, o que pode ter contribuído para sua diminuição nas áreas mais
degradadas.
Caesalpinia pyramida
lis
,
Apidosperma pyrifolium e Aristida setifolia
forneceram uma maior CE para os ambientes degradados.
Um pequeno número de espécies teve elevada contribuição na densidade
total das comunidades (Caesalpinia pyramidalis
,
Apidosperma pyrifolium
,
Mimosa ophth
almocentra
, Sida galheirensis) como tem sido registrado na
maioria dos trabalhos de caatinga, indicando a dominância estrutural dessas
espécies, independente de metodologia e critérios de inclusão.
A ocorrência de encrostamento superficial, erosão, e teores elevados de
sódio trocável, foi observada mais intensamente nos ambientes degradados,
sendo mais severos, onde a vegetação se encontra mais esparsa.
Os níveis de degradação dos ambientes caracterizados aqui neste trabalho,
afetaram diretamente a estrutur
a da vegetação. Essa influência se revelou mais
nitidamente sobre a densidade das espécies e na composição florística dos
ambientes, assim como nas características físicas e químicas do solo.
5.
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