Resumo
RESUMO
Almeida MCC. Descrição bacteriológica de brinquedo utilizado em unidade de
internação pediátrica. [dissertação]. Botucatu: Faculdade de Medicina, UNESP;
2009.
A hospitalização infantil acarreta fatores estressantes para a criança e sua família.
É uma situação que pode trazer traumas emocionais à criança, exigindo dos
profissionais da área da saúde além de tratamento terapêutico, o carinho e a
atenção. Esses cuidados podem ser alcançados através do brinquedo, que
proporciona à criança restabelecimento físico e emocional, contribuindo para sua
recuperação. Todavia, há fatores que contribuem para que o uso do brinquedo se
torne objeto de atenção especial quando se pensa em compartilhá-los e na falta de
práticas de higiene para os mesmos em unidade de internação pediátrica,
considerando que o brinquedo pode ser um veículo na transmissão de
microrganismos. O objetivo deste estudo foi: descrever as condições
bacteriológicas do brinquedo de plástico utilizados na unidade de internação
pediátrica do Hospital Estadual Bauru (HEB). Utilizou-se swabs estéreis para a
coleta das amostras das mãos e do brinquedo. A amostragem foi realizada
utilizando swab estéril em três momentos: no primeiro momento realizou-se a
coleta de swab das mãos das crianças e do brinquedo antes de iniciar a
brincadeira, no segundo momento coletou-se a amostra imediatamente após a
brincadeira e no terceiro momento houve a coleta de swab no brinquedo após o
processo de higienização com álcool 70%. Após as coletas, as amostras foram
encaminhadas para o laboratório de Análises Clínicas do HEB onde foi realizada a
semeadura das amostras em meios de cultura Ágar MacConkey e Manitol. Após
24 horas, observava-se a presença ou não de crescimento bacteriano. Quando
havia crescimento bacteriano, seguia-se para a identificação do achado e, quando
não havia crescimento bacteriano, mantinha-se a amostra na estufa por mais 24
horas para determiná-la como presente ou ausente de crescimento bacteriano.
Seguidamente realizou-se o antibiograma e o teste de sensibilidade “in vitro” frente
a produtos de higiene hospitalar por meio do método de difusão em Gel de Ágar.
Os resultados obtidos mostraram que há, na maioria dos achados, crescimento
bacteriano nas mãos das crianças e no brinquedo imediatamente após a
brincadeira e até mesmo após a higiene do brinquedo com álcool 70%. As
bactérias isoladas foram: Stafilococcus coagulase negativa, Stafilococcus aureus,
Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter. Apenas algumas amostras com
Stafilococcus coagulase negativa apresentaram resistência ao antibiótico. Frente
às bactérias isoladas “in vitro”, os produtos de higiene que apresentaram
sensibilidade foram: as clorexidinas - alcoólica 2% e degermante 2%- seguido do
álcool 70% e do hipoclorito 1%. A água e sabão apresentaram resistência.
Concluí-se que o brinquedo utilizado em unidade de internação pediátrica pode ser
veículo na transmissão de microrganismos. Recomenda-se rotinas para a
higienização dos brinquedos em unidades de internações e a utilização da
clorexidine alcoólica 2% para a higienização dos brinquedos de plástico
compartilhados em brincadeiras.
Palavras-chave: brinquedo, higiene, infecção hospitalar.