Vasco de Mendonça Alves, escrita em 1913), a do drama regional (Os Lobos, de
Francisco Laje e J. Correia de Oliveira, escrita em 1920, e a da comédia de costumes.
Na busca da atualização teatral portuguesa e na tentativa de aproximar,
culturalmente, Portugal da Europa, Rebello contribuiu também com a atividade de
tradutor. Traduziu, entre outros: Ibsen, Strindberg, Tchekov, Feydeau, Maeterlink, Jules
Renard, Gorky, Pirandello, Synge, Wedekind, Sean O’Casey, Lorca, Salacrou, Noel
Coward, Emlyn Willians, C. A. Puget, Arthur Miller, Marguerite Duras, Eduardo De
Filippo, Beckett, Dario Fo, Brecht.
O engajamento de Luiz Francisco Rebello com a cultura teatral portuguesa foi
completo: Rebello é dramaturgo, tradutor, pesquisador, historiador e crítico de teatro,
além de empresário do espetáculo
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. Como fundador do Teatro-Estúdio do Salitre,
empenhou-se em atualizar o público português, até então isolado da cultura teatral
européia, trazendo ao seu conhecimento as grandes novidades de dramaturgos e
espetáculos europeus da primeira metade do século XX.
O Teatro-Estudo do Salitre contribuiu, essencialmente, com três iniciativas que,
ao cabo de seus cinco anos de permanência (1950), levaram Portugal a ter uma nova
identidade teatral, destacando-se assim como o mais produtivo, organizado e duradouro
agrupamento experimental que buscava a modernização do teatro português.
Com a intenção de renovar, a primeira proposta do Teatro-Estúdio do Salitre foi
assumir o compromisso de divulgar a produção portuguesa contemporânea. Em suas
apresentações periódicas, as peças representadas eram principalmente as nacionais. Na
primeira apresentação, por exemplo, foram encenadas quatro peças, dentre as quais
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Rebello é também licenciado em Direito e, como advogado, especializou-se na área de direitos do autor,
na qual também possui inúmeras publicações. Presidiu a Sociedade Portuguesa de Autores durante 30
anos (1973-2003) e foi também vice-presidente da Confederação internacional das Sociedades de
Autores e Compositores.