Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA E FITOSSANIDADE
MARCOS FERNANDO BASSO
DESENVOLVIMENTO DE FERRAMENTAS SOROLÓGICAS E MOLECULARES PARA
IDENTIFICAÇÃO DE VÍRUS EM VIDEIRAS E COCHONILHAS, ALTERAÇÕES
FISIOLÓGICAS E NA QUALIDADE ENOLÓGICA DA UVA DE VIDEIRAS
INFECTADAS
PONTA GROSSA
2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
II
MARCOS FERNANDO BASSO
DESENVOLVIMENTO DE FERRAMENTAS SOROLÓGICAS E MOLECULARES PARA
IDENTIFICAÇÃO DE VÍRUS EM VIDEIRAS E COCHONILHAS E ALTERAÇÕES
FISIOLÓGICAS E NA QUALIDADE ENOLÓGICA DA UVA DE VIDEIRAS
INFECTADAS
Dissertação apresentada para obtenção do título de
mestre em Agronomia na Universidade Estadual de
Ponta Grossa, Área de concentração: Agricultura.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Antonio Ayub
Co-orientadores: Dra. Carolina Weigert Galvão
Dr. Thor Vinícius Martins Fajardo
PONTA GROSSA
2010
ads:
III
IV
V
“Pouca Ciência torna os homens orgulhosos, muita Ciência torna-os humildes.
Assim, como as espigas vazias elevam a cabeça soberba, as cheias inclinam-se humildemente
para a terra”. (Anônimo)
“O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes, que trabalhem para
realizar seus projetos de vida e não para impressionar os outros”. (Roberto Shinyashiki)
“Prefiro morrer como homem, a que me acovardar por de trás de uma conquista sem
ter lutado por ela”. (Autor desconhecido)
Dedico este trabalho aos meus pais, Irineu e Delvina Giacomini Basso pela
confiança, compreensão, amor e principalmente pelo apoio para que meus objetivos se
tornassem realidade. Ao Dr. Thor V. M. Fajardo, pela excelente co-orientação, pela
confiança e pela oportunidade do desenvolvimento do trabalho e do aprendizado. A essas
pessoas, dedico e agradeço, o sucesso deste trabalho é graças a vocês.
Muito obrigado!
VI
AGRADECIMENTOS
Agradeço a DEUS, por iluminar e guiar minha vida, aos meus pais pelo apoio, incentivo e incansável
disposição e aos meus irmãos: Marcelo, Márcia e Maurício pela amizade.
Ao Faustino e Tiago Fresqui e a Larissa Basso, pela amizade e alegria de sempre.
Aos professores Dr. Ricardo Antonio Ayub e Dra. Carolina Weigert Galvão pela orientação na parte
acadêmica.
Aos professores, colegas e funcionários do Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade e a
coordenação do Programa de Pós-Graduação em Agronomia, em especial, ao Prof. Dr. David S. J. Filho.
Em especial, ao Dr. Thor V. M. Fajardo pela excelente co-orientação em todo o trabalho teórico e
prático, pela confiança e oportunidade, pela amizade, dedicação, disponibilidade e, principalmente, pelo exemplo
de profissional. Ao Marcos Fernando Vanni, pelos valiosos ensinamentos, auxílio no desenvolvimento dos
trabalhos e acima de tudo por sua atenção e amizade.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Uva e Vinho) por permitir e auxiliar no
desenvolvimento deste trabalho em seus laboratórios e vinhedos experimentais.
Ao Dr. Marcelo Eiras pelo auxílio nos trabalhos, incentivo, pelos valiosos conselhos e amizade.
À Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná, pela
concessão da bolsa de estudos.
Aos doutores Osmar Nickel, Henrique P. dos Santos, Celito C. Guerra e Marcos Botton, pela
amizade, incentivo e auxílio na condução dos trabalhos.
Aos técnicos da Embrapa: Vanessa Buffon, Celso G. R. Oliveira, Gisele E. Perissutti, Daniel A.
Souza, Heitor Corbelini, Fabrício A. B. Barbosa, Ronaldo A. Regla e Roque A. Zílio pelo auxílio, amizade e
motivação em contribuir.
Aos amigos que tornaram as horas de trabalho muito mais agradáveis: Fabiana de Souza, Sheila
Montipó, Jakeline K. Poppe, Norma M. da Silva, Fernando Gomes, Catherine Ribeiro, Maiara Good, Rafael M.
Etto, Fernanda Almeida, Isabel Stets, Marcelo Sozim, Mariane Gioppo, Tânia Eidan, Jaciara Gonçalves, Mario
Naldoni, Thiago Senne, Diogo Manzano, Leonardo Cury e Clever Briedis.
Aos colegas da Pousada Embrapa: Daniel Bernardi, Marcelo Zart, Leonardo Ferrari, Tatiane Storch,
Cindy Chaves, Natalia Pungillo, Ednaldo, Aline, Renata, Ruben e Cintia, pela amizade.
Aos professores e bons amigos: Dr. Francisco M. Zerbini Júnior, Dr. Vera Quecini, Dr. Marco A.
Dalbó, Dr. Luiz A. Biasi, Dr. César M. Baratto, Dra. Jane M. L. N. Gelinski, Dr. Guilherme Schnell e Schühli,
Dr. Marcos Gonçalves, Dr. Alexandre Levi, Prof. Vinícius Caliari e Leandro Crestani pelos bons conselhos,
amizade e ensinamentos.
A Vinícola Salton e ao Eng. Agrônomo Agliberto Bianchi pela disponibilização de seus vinhedos para
condução de parte do trabalho experimental.
A todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho.
Meu sincero agradecimento!
VII
RESUMO
A videira (Vitis spp.), por ser propagada vegetativamente, facilita a disseminação dos vírus. O
objetivo do Capítulo I foi identificar e caracterizar molecularmente os vírus presentes em dois
vinhedos antigos: um da cv. Cabernet Sauvignon (CS) (Vitis vinifera) de 1995 e outro da cv.
Isabel (V. labrusca) de 1971 além de detectar sorologicamente tais isolados. Foram
amplificados, por RT-PCR, fragmentos que compreendem genes virais completos ou parciais,
utilizando-se 17 pares de oligonucleotídeos específicos para a detecção dos seguintes vírus:
Grapevine virus A (GVA), Grapevine virus B (GVB), Grapevine virus D (GVD), Grapevine
fleck virus (GFkV), Grapevine fanleaf virus (GFLV), Arabis mosaic virus (ArMV), Grapevine
chrome mosaic virus (GCMV), Rupestris stem pitting-associated virus (RSPaV), Grapevine
leafroll-associated virus 1 a 4 (GLRaV-1 a -4), além de oligonucleotídeos degenerados para a
família Betaflexiviridae e os gêneros Closterovirus, Trichovirus e Vitivirus. Pelo menos um
fragmento amplificado, para cada par de oligonucleotídeos, foi clonado e sequenciado,
identificando-se sete isolados de RSPaV, três de GLRaV-2 e dois de GLRaV-3. As sequências
obtidas e depositadas no GenBank apresentaram identidades superiores a 90% com os
respectivos isolados virais do GenBank. Também GVA, GVB e GLRaV-3 foram detectados
via RT-PCR, em três de cinco amostras de cochonilhas coletadas em vinhedos de Caxias do
Sul (RS) e Petrolina (PE). A variabilidade genética do RSPaV e a indisponibilidade de anti-
soro comercial têm dificultado a detecção deste vírus em videiras. No Capítulo II o objetivo
foi produzir anti-soro policlonal utilizando a proteína capsidial (CP) recombinante do RSPaV.
O gene completo da CP deste vírus foi previamente amplificado, clonado e sequenciado e,
posteriormente subclonado em vetor de expressão pRSET-B, sendo o plasmídeo recombinante
utilizado para a expressão em Escherichia coli BL21:DE3. O rendimento foi de 17,35 µg de
CP do RSPaV expressa por ml de cultura, sendo utilizados 2,55 mg para a imunização do
coelho. O anti-soro produzido apresentou uma concentração de 1939 µg de IgG/ml, foi capaz
de reconhecer a proteína recombinante em Western blot e detectar o RSPaV em tecidos
infectados de videira em ELISA indireto. De forma geral, os vírus são capazes de induzir
desordens na célula vegetal que incluem alterações fotossintéticas e metabólicas, refletindo na
qualidade da uva. No Capítulo III estudaram-se as alterações fisiológicas e da qualidade
enológica da uva produzida em videiras infectadas com os vírus GLRaV-2 e RSPaV. Foram
determinados nas folhas: potencial fotossintético, clorofilas total (a e b), açúcares solúveis
totais e amido. Quanto às variáveis de qualidade da uva, foram observadas diferenças
VIII
significativas, em favor das uvas de plantas sadias, em 5 das 6 variáveis. Uvas sadias
apresentaram 2,53 (C. Franc, CF) e 2,72 (CS) °Brix a mais do que as infectadas. Para as
variáveis relacionadas às alterações fisiológicas foram observadas diferenças significativas,
em favor das folhas sadias ou assintomáticas, para quase todas variáveis analisadas, sendo a
fotossíntese de saturação 2,9 (CF) e 2,25 (CS) vezes superior em plantas sadias. Estes vírus
podem comprometer a produtividade e a qualidade da produção destas cultivares.
Palavras-chave: Vitis, diagnose, variabilidade, sorologia, qualidade da uva.
ABSTRACT
The grapevine (Vitis spp.) being vegetatively propagated facilitates the spread of viruses. In
general, viruses are able to induce disorders in plant cells including photosynthesis and
metabolic changes, causing alterations in grape quality. The purpose of Chapter I was to
identify and molecularly characterize the viruses present in vector mealybugs in two
establised vineyards (Rio Grande do Sul, Brazil), one of cv. Cabernet Sauvignon (Vitis
vinifera), cultivated since 1995, and the of cv. Isabel (V. labrusca), cultivated since 1971.
Plants were checked serologically for six viruses detected. Fragments that comprise complete
or partial viral genes were amplified by RT-PCR using 17 pairs of specific primers for
detection of the following viruses: Grapevine virus A (GVA), Grapevine virus B (GVB),
Grapevine virus D (GVD), Grapevine fleck virus (GFkV), Grapevine fanleaf virus (GFLV),
Arabis mosaic virus (ArMV), Grapevine chrome mosaic virus (GCMV), Rupestris stem
pitting-associated virus (RSPaV) and Grapevine leafroll-associated virus 1-4 (GLRaV-1 to -
4). Degenerate primers were used for detection of Closterovirus, Trichovirus and Vitivirus
genera and Betaflexiviridae family. For each primer pair at least one amplicon was cloned and
sequenced, identifying seven isolates of RSPaV, three isolates of GLRaV-2 and two isolates
of GLRaV-3. The obtained sequences (submitted to GenBank) showed identities higher than
90% with the homologous viral isolates from the GenBank. GVA, GVB and GLRaV-3 were
detected in three of five samples of mealybugs collected in Caxias do Sul (RS) and Petrolina
(PE) vineyards. High genetic variability of RSPaV and unavailability of commercial
antiserum have impaired the detection of this virus in grapevines. In Chapter II the objective
was to produce polyclonal antiserum against the recombinant coat protein (CP) of RSPaV.
The complete CP gene of this virus was amplified, cloned, sequenced and subcloned into
IX
expression vector pRSET-B, and the recombinant plasmid was used for expression in
Escherichia coli cells (strain BL21:DE3). The yield of RSPaV CP, expressed per ml of
culture, was 17.35 µg for rabbit immunization 2.55 mg were used. The antiserum showed a
concentration of 1939 µg IgG/ml which was able to recognize the recombinant protein in
Western blot and detect RSPaV in grapevine infected tissues using the indirect ELISA
technique. In Chapter III physiological alterations of plant and enological quality changes of
the grapes from infected grapevines GLRaV-2 and RSPaV infected were studied. For these
evaluations the photosynthetic potential, total chlorophyll (a and b), total soluble sugars and
starch were determined in leaves. Healthy or asymptomatic leaves showed favourable values
for almost all characteristics. The saturation photosynthesis was 2.9 (C. Franc) and 2.25 (C.
Sauvignon) times higher in healthy than in infected grapevines. Considering the grape quality
significant differences between grapes from infected and non-infected grapevine were also
observed in five from six characteristics studied. Healthy grapes showed 17.88 (cv. C. Franc)
and 16.10 (cv. C. Sauvignon)
o
Brix values while infected showed 15.35 and 13.38,
respectively. Therefore, these viruses can damage the productivity and quality production of
these grape cultivars.
Key-words: Vitis, diagnosis, variability, serology, quality of grapes.
X
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
CAPÍTULO I:
Figura 1 - Sintomas de infecção viral nas folhas e no tronco/porta-enxerto em videira cv. Cabernet
Sauvignon e ausência de sintomas de infecção viral na cv. Isabel. Início do ciclo vegetativo (estacas
propagadas em casa de vegetação provenientes das plantas avaliadas neste trabalho), meio e final do
ciclo vegetativo (aspecto das folhas, tronco e ramos das mesmas plantas a campo).............................12
Figura 2 - Eletroforese em gel de agarose dos produtos da RT-PCR. Géis: (A) RSPaV-SY
(SY9F/SY8R); (B) RSPaV (RSPaV_v1/RSPaV_c1); (C) Closterovirus (HSP-P1/HSP-P2); (D)
Tricho/Vitivirus (dPR1_v/dPR2_c); (E): Betaflexiviridae (dRW up1/dRW do2); (F) RSPaV
(RSP2/RSP21), GLRaV-2 (V2CPf/V2CPr2), GLRaV-3 (LR3 8504/LR3 9445); (G) RSPaV
(RSP2/RSP21), GLRaV-2 (V2CPf/V2CPr2), GLRaV-3 (LR3 8504/LR3 9445). M: marcador
DNAλ/PstI, SD: planta sadia, CS1 e CS2: plantas cv. Cabernet Sauvignon, IS1, IS2 e IS3: plantas cv.
Isabel......................................................................................................................................................23
Figura 3 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências de nucleotídeos do gene da proteína capsidial (780 pb) dos isolados de
Rupestris stem pitting-associated virus. Valores percentuais de bootstrap” o mostrados nos ramos.
As barras indicam número de substituições de nucleotídeos por sítio (50 = 0,05). Códigos dos
nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: RSPaV (AF026278, EUA), RSPaV-1 (NC_001948,
EUA), SG1 (AY881626, EUA), BS (AY881627, Canadá), SY (AY368590, EUA), PN (AY368172,
EUA), CS1 (GU166290, Brasil), IS2a (GU166289, Brasil), CF207 (EF636804, Brasil) e RSP-SP
(DQ443732, Brasil). Para o grupo externo da árvore foi utilizado a espécie tipo do gênero: Apple stem
pitting virus (ASPV, Foveavirus, NC_003462).....................................................................................26
Figura 4 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências parciais de nucleotídeos do gene (339 pb) da proteína replicase de isolados de
Rupestris stem pitting-associated virus. Valores percentuais de bootstrap” o mostrados nos ramos.
As barras indicam número de substituições de nucleotídeos por sítio (10 = 0,01). Códigos dos
nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: RSPaV (AF026278, EUA), RSPaV-1 (NC_001948,
EUA), SG1 (AY881626, EUA), BS (AY881627, Canadá), SY (AY368590, EUA), PN (AY368172,
EUA), CS2b (HM059038, Brasil), Hai1 (AB277787, Japão), IS2b (HM358051, Brasil). Para o grupo
externo da árvore foi utilizado á espécie tipo do gênero: Apple stem pitting virus (ASPV, Foveavirus,
NC_003462)...........................................................................................................................................28
XI
Figura 5 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências parciais de nucleotídeos do gene (831 pb) da proteína replicase dos isolados de
Rupestris stem pitting-associated virus. Valores percentuais de bootstrap” o mostrados nos ramos.
As barras indicam número de substituições de nucleotídeos por sítio (50 = 0,05). Códigos dos
nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: RSPaV (AF026278, EUA), RSPaV-1 (NC_001948,
EUA), SG1 (AY881626, EUA), BS (AY881627, Canadá), SY (AY368590, EUA), PN (AY368172,
EUA), CS2a (HM059036, Brasil), IS1 (HM059037, Brasil). Para o grupo externo da árvore foi
utilizado a espécie tipo do gênero: Apple stem pitting virus (ASPV, Foveavirus, NC_003462)...........30
Figura 6 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências parciais de nucleotídeos do gene (628 pb) da proteína replicase dos isolados de
Rupestris stem pitting-associated virus. Valores percentuais de bootstrap” o mostrados nos ramos.
As barras indicam número de substituições de nucleotídeos por sítio (20 = 0,02). Códigos dos
nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: RSPaV (AF026278, EUA), RSPaV-1 (NC_001948,
EUA), SG1 (AY881626, EUA), BS (AY881627, Canadá), SY (AY368590, EUA), PN (AY368172,
EUA), IS3 (HM130524, Brasil). Para o grupo externo da árvore foi utilizado a espécie tipo do gênero:
Apple stem pitting virus (ASPV, Foveavirus, NC_003462). .................................................................32
Figura 7 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências parciais de nucleotídeos do gene (431 pb) da proteína capsidial dos isolados de
Grapevine leafroll-associated virus 2. Valores percentuais de “bootstrap” são mostrados nos ramos. As
barras indicam número de substituições de nucleotídeos por sítio (20 = 0,02). Códigos dos
nucleotídeos dos isolados no GenBank: PN (AF039204, EUA), 93/955 (NC_007448, África do Sul),
RG (AF314061, EUA), BD (DQ286725, Itália), H4 (AY697863, Itália), CS2 (HM059035, Brasil), IS3
(HM358050, Brasil). Para o grupo externo da árvore foi utilizado a espécie tipo do gênero: Beet
yellows virus (BYV, Closterovirus, NC_001598)..................................................................................34
Figura 8 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências parciais de nucleotídeos do gene (623 pb) da proteína HSP70 dos isolados de
Grapevine leafroll-associated virus 2. Valores percentuais de “bootstrap” são mostrados nos ramos. As
barras indicam número de substituições de nucleotídeos por sítio (50 = 0,05). Códigos dos
nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: PN (AF039204, EUA), 93/955 (NC_007448, África do
Sul), RG (AF314061, EUA), BD (DQ286725, Itália), Alfie (AY456132, Nova Zelândia), SE
(HM130523, Brasil), CS1 (HM059039, Brasil), PV20 (EF012721, França). Para o grupo externo da
árvore foi utilizado a espécie tipo do gênero: Beet yellows virus (BYV, Closterovirus, NC_001598). 36
XII
Figura 9 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências completas (942 pb) de nucleotídeos do gene da proteína capsidial dos isolados
de Grapevine leafroll-associated virus 3. Valores percentuais de “bootstrap” são mostrados nos ramos.
As barras indicam número de substituições de nucleotídeos por sítio (50 = 0,05). Códigos dos
nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: GP18 (EU259806, África do Sul), Pet4 (AY753208,
Brasil), Pet1 (DQ680141, Brasil), Pet2 (DQ680142, Brasil), Cl766 (EU344893, Chile), DW2
(DQ119574, China), Pet3 (DQ062152, Brasil), IS2 (HM059034, Brasil), NY (NC_004667, EUA).
Para o grupo externo da árvore foi utilizado a espécie: Grapevine leafroll-associated virus 1 (GLRaV-
1, Ampelovirus, AF195822)...................................................................................................................38
Figura 10 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências parciais (593 pb) de nucleotídeos do gene da proteína HSP70 dos isolados de
Grapevine leafroll-associated virus 3. Valores percentuais de “bootstrap” são mostrados nos ramos. As
barras indicam número de substituições de nucleotídeos por sítio (50= 0,05). Códigos dos nucleotídeos
dos isolados no GenBank e país: GP18 (EU259806, África do Sul), WC-HSP-2 (EF103903, África do
Sul), M.T (AH013319S2, República Tcheca), NY (NC_004667, EUA), CL766 (EU344893, Chile),
NZ-1 (EF508151, Nova Zelândia), WC-HSP-10 (EF103904, África do Sul), IS1 (HM059040, Brasil).
Para o grupo externo da árvore foi utilizado a espécie: Grapevine leafroll-associated virus 1 (GLRaV-
1, Ampelovirus, AF195822)...................................................................................................................40
Figura 11 - Eletroforese em gel de agarose dos produtos da RT-PCR a partir de RNA total extraído de
cochonilhas. Géis: (A) Grapevine leafroll-associated virus 1; (B) Grapevine leafroll-associated virus
3; (C) Grapevine virus A; (D) Grapevine virus B; Amostras: (M) Marcador DNAλ/PstI; (1)
Pseudococcus viburni, livre de vírus; (2) Planococcus citri, amostra n. 40; (3) Planococcus citri,
amostra n. 51; (4) Pseudococcus viburni, amostra caxias; (5) Planococcus citri, amostra n. 53; (6)
Pseudococcus viburni, amostra venturin................................................................................................44
Figura 12 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências parciais de nucleotídeos do gene (451 pb) da proteína capsidial dos isolados de
Grapevine virus A. Valores percentuais de “bootstrap” são mostrados nos ramos. As barras indicam
número de substituições de nucleotídeos por sítio (20 = 0,02). Códigos dos nucleotídeos dos isolados
no GenBank e país: PC40 (HM358052, Brasil), GVA-SP (AY340581, Brasil), GVA-RS (AF494187,
Brasil), GTR1-1 (DQ787959, África do Sul), P163-1 (DQ855088, África do Sul), LQ58 (DQ911145,
China), 92/778 (AF441234, África do Sul), MSH18-1 (DQ855085, África do Sul). Para o grupo
externo da árvore foi utilizado a espécie Heracleum latent virus (HLV, Vitivirus, X79270)................47
XIII
CAPÍTULO II:
Figura 13 - Eletroforese em gel de agarose do plasmídeo recombinante pRSET-B/CP RSPaV (780 pb)
digerido com enzima de restrição EcoRI; (M) Marcador DNAλ/PstI, (1) e (2) clones de E. coli, estirpe
BL21:DE3, transformadas com o plasmídeo pRSET-B/CP RSPaV......................................................62
Figura 14 - Gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) a 12% corado com Coomassie blue; (M) Marcador de
massa molecular em kDa, (1) Alíquota (5 µl) de uma fração da proteína expressada em Escherichia
coli transformada com a construção pRSET-B CP/RSPaV e purificada em coluna Ni-NTA. ..............63
Figura 15 - A. Gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) a 12% corado com Coomassie blue; B. Western
blot utilizando anti-soro comercial anti-histidina (1:1000, Invitrogen). Amostras: (M) Marcador de
massa molecular em kDa, (1) alíquota (2,5 µl) do extrato de proteínas totais de E. coli induzida após a
transformação com o vetor de expressão pRSET vazio, (2) alíquota (5 µl) do extrato de proteína totais
não purificada de E. coli transformada e induzida com o vetor pRSET-B/CP RSPaV, (3) alíquota (10
µl) do extrato de proteína total purificada de E. coli induzida com o vetor pRSET-C/CP GLRaV-3
(controle positivo, FAJARDO et al., 2007a), (4) alíquota de 2,5 µl da CP de RSPaV após a purificação
do extrato de proteínas totais de E. coli (fração do poço 2 purificada)..................................................64
Figura 16 - Western blot utilizando anti-soro produzido contra a CP do RSPaV, expressa e purificada
a partir de E. coli; (M) Marcador de massa molecular em kDa, (1 a 4) anti-soro produzido nas 3ª, 4ª, 5ª
e 6ª sangrias do coelho (1:250 v/v), respectivamente. Poços 1 a 4 carregados com 2,5 µl da proteína CP
do RSPaV expressada e purificada.........................................................................................................65
Figura 17 - Árvore filogenética por parcimônia (“bootstrap” com 2000 replicações), não enraizada,
obtida com o programa MEGA 4.1, baseada nas sequências completas (780 pb) de nucleotídeos do
gene da proteína capsidial de isolados de Rupestris stem pitting-associated virus. Valores percentuais
de “bootstrap” são mostrados nos ramos. As barras indicam número de substituições de nucleotídeos
por sítio (50 = 0,05). Códigos no GenBank dos isolados brasileiros caracterizados e detectados pelo
anti-soro policlonal produzido neste trabalho: CF207 (EF636804), 420A (EU040204), MG
(EF690380), CF210 (EF690384), CF195 (EF636803), PN (EF690381), CS1 (GU166289), IS2
(GU166290). Na análise filogenética foram incluídas o isolado RSPaV1 (NC_001948), isolado tipo da
espécie e, para o grupo externo da árvore, a espécie tipo do gênero: Apple stem pitting virus (ASPV,
Foveavirus, NC_003462).......................................................................................................................69
XIV
CAPÍTULO III:
Figura 18 - Sintomas foliares de infecção viral nas cvs. Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, no
início, meio e final do ciclo vegetativo, observados a campo nas plantas avaliadas..............................75
Figura 19 - Formação de tecido corticento (foto a direita) na região de inserção do ramo do ano na cv.
C. Sauvignon, verificado a campo nas plantas avaliadas.......................................................................75
Figura 20 - Videiras das cvs. Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, plantas sadias e infectadas,
evidenciando os sintomas de infecção viral nas folhas de plantas infectadas........................................76
Figura 21 - Curvas com valores médios de fotossíntese líquida ou taxa de assimilação líquida de CO
2
em resposta à densidade de fluxo de fótons fotossinteticamente ativo (Radiação). (A) videiras cv. e (B)
videiras cv. Cabernet Sauvignon; folhas de plantas infectadas sintomáticas e assintomáticas e folhas de
plantas sadias. Sintomas avaliados visualmente e plantas infectadas com RSPaV e GLRaV-2............81
Figura 22 - Amostras de uva colhidas em videiras sadias e infectadas das cvs. Cabernet Franc e
Cabernet Sauvignon, podendo-se observar maturação irregular nas amostras provenientes de plantas
infectadas................................................................................................................................................87
XV
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO I:
Tabela 1 – Espécies virais relatadas em videiras (Vitis spp.) em todo mundo........................................6
Tabela 2 - Número total de depósitos de sequências de nucleotídeos e aminoácidos deduzidos de
espécies virais que infectam a videira e que foram estudadas neste trabalho, com base no banco de
dados do NCBI (GenBank) em 10/05/2010.............................................................................................8
Tabela 3 - Relação das espécies de cochonilhas relatadas como transmissoras de vírus em videiras...11
Tabela 4 - Oligonucleotídeos específicos e degenerados utilizados na detecção viral por RT-PCR. ...15
Tabela 5 - Relação das amostras de cochonilhas Planococcus citri e Pseudococcus viburni (Família:
Pseudococcidae) avaliadas para a presença de vírus..............................................................................18
Tabela 6 – Resultados obtidos por RT-PCR para as amostras de videiras avaliadas para presença de 12
espécies virais.........................................................................................................................................20
Tabela 7 - Relação das sequências dos isolados virais de RSPaV, GLRaV-2 e GLRaV-3 obtidos no
trabalho e depositados no banco de dados do NCBI (GenBank). ..........................................................21
Tabela 8 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) do gene da proteína capsidial (780 pb) entre diferentes isolados de
Rupestris stem pitting-associated virus..................................................................................................25
Tabela 9 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) da sequência parcial (339 pb) do gene da replicase dos diferentes
isolados de Rupestris stem pitting-associated virus...............................................................................27
Tabela 10 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) do gene parcial (831pb) da proteína replicase entre diferentes isolados
de Rupestris stem pitting-associated virus.............................................................................................29
Tabela 11 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) do gene parcial (628pb) da proteína replicase entre diferentes isolados
de Rupestris stem pitting-associated virus.............................................................................................31
XVI
Tabela 12 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) do gene parcial (431pb) da proteína capsidial parcial dos diferentes
isolados de Grapevine leafroll-associated virus 2.................................................................................33
Tabela 13 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) do gene parcial (623 pb) da HSP70 entre os diferentes isolados de
Grapevine leafroll-associated virus 2....................................................................................................35
Tabela 14 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) do gene completo (942 pb) da proteína capsidial entre diferentes
isolados de Grapevine leafroll-associated virus 3.................................................................................37
Tabela 15 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) do gene parcial (593 pb) da proteína HSP70 entre diferentes isolados de
Grapevine leafroll-associated virus 3....................................................................................................39
Tabela 16 - Relação de isolados “estrangeiros”, depositados no GenBank e que apresentaram maiores
identidades de nucleotídeos com os isolados virais de RSPaV, GLRaV-2 e GLRaV-3, caracterizados
neste trabalho. ........................................................................................................................................41
Tabela 17 - ELISA indireto das cinco amostras de videiras, para a presença dos vírus RSPaV e
GLRaV-2 e ELISA direto para GLRaV-3. Valores das leituras de absorbância no comprimento de
onda em 405 nm, aproximadamente 2 horas após a adição do substrato. Resultado de RT-PCR,
conforme consta na Tabela 6..................................................................................................................42
Tabela 18 - Relação das amostras de cochonilhas vetoras (Família: Pseudococcidae) testadas por RT-
PCR para a presença de vírus.................................................................................................................43
Tabela 19 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) do gene parcial (451pb) da proteína capsidial de diferentes isolados de
Grapevine virus A. .................................................................................................................................46
CAPÍTULO II:
Tabela 20 - Resultados do teste ELISA indireto com amostras de videiras infectadas com RSPaV,
utilizando-se o anti-soro produzido contra a CP do RSPaV, expressa e purificada a partir de células de
E. coli. Valores das leituras de absorbância, no comprimento de onda de 405 nm, aproximadamente, 2
horas após a adição de substrato. Conjugado geral diluído 1:1000 (v/v)...............................................66
XVII
Tabela 21 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) dos genes da proteína capsidial de diferentes isolados de RSPaV,
previamente caracterizados e detectados por ELISA indireto com o anti-soro policlonal produzido....70
CAPÍTULO III:
Tabela 22 - Valores de fotossíntese máxima, radiação de saturação, ponto de compensação de luz, taxa
de respiração no escuro e rendimento quântico aparente de folhas de videiras (Vitis vinifera) cvs.
Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com
Rupestris stem pitting-associated virus e Grapevine leafroll-associated virus 2. .................................82
Tabela 23 - Teores totais e individuais de clorofila (a e b) em folhas de videiras (Vitis vinifera) cv.
Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com
Rupestris stem pitting-associated virus (RSPaV) e Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2).
................................................................................................................................................................84
Tabela 24 - Teores de açúcares solúveis totais e de amido em folhas de videiras (Vitis vinifera) cv.
Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com
Rupestris stem pitting-associated virus (RSPaV) e Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2).
................................................................................................................................................................85
Tabela 25 - Resultados da avaliação da qualidade enológica de uvas colhidas de videiras cvs. Cabernet
Franc e Cabernet Sauvignon infectadas com Rupestris stem pitting-associated virus e Grapevine
leafroll-associated virus 2 e sadias. Média de 10 plantas......................................................................88
Tabela 26 - Valores de fotossíntese de saturação, radiação de saturação, fotossíntese máxima, ponto de
compensação, taxa de respiração no escuro e rendimento quântico aparente de folhas de videiras (Vitis
vinifera) cv. Cabernet Franc sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com Rupestris
stem pitting-associated virus (RSPaV) e Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2). ..............90
Tabela 27 - Valores de fotossíntese de saturação, radiação de saturação, fotossíntese máxima, ponto de
compensação, taxa de respiração no escuro e rendimento quântico aparente de folhas de videiras (Vitis
vinifera) cv. Cabernet Sauvignon sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com
Rupestris stem pitting-associated virus (RSPaV) e Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2).
................................................................................................................................................................91
Tabela 28 - Teores totais e individuais de clorofila (a e b) em folhas de videiras (Vitis vinifera) cv.
Cabernet Sauvignon sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com Rupestris stem
pitting-associated virus (RSPaV) e Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2)........................92
XVIII
Tabela 29 - Teores totais e individuais de clorofila (a e b) em folhas de videiras (Vitis vinifera) cv.
Cabernet Franc sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com Rupestris stem pitting-
associated virus (RSPaV) e Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2). ..................................93
Tabela 30 - Teores de açúcares solúveis totais e amido em folhas de videiras (Vitis vinifera) cv.
Cabernet Franc sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com Rupestris stem pitting-
associated virus (RSPaV) e Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2). ..................................94
Tabela 31 - Teores de açúcares solúveis totais e amido em folhas de videiras (Vitis vinifera) cv.
Cabernet Sauvignon sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com Rupestris stem
pitting-associated virus (RSPaV) e Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2)........................95
Tabela 32 - Resultados da avaliação da qualidade enológica das uvas provenientes de videiras da cv.
Cabernet Franc infectadas com Grapevine leafroll-associated virus 2 e Rupestris stem pitting-
associated virus ou de plantas sadias.....................................................................................................96
Tabela 33 - Resultados da avaliação da qualidade enológica das uvas provenientes de videiras cv.
Cabernet Sauvignon infectadas com Grapevine leafroll-associated virus 2 e Rupestris stem pitting-
associated virus ou de plantas sadias.....................................................................................................97
XIX
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO GERAL................................................................................................. 1
1.1 A cultura da videira e a importância das viroses no Brasil ........................................ 1
2 CAPÍTULO I: RT-PCR para detecção de vírus em vinhedos antigos e em cochonilhas
vetoras e estudo de variabilidade................................................................................................ 4
2.1 Resumo....................................................................................................................... 4
2.2 Introdução................................................................................................................... 5
2.3 Material e métodos ................................................................................................... 11
2.4 Resultados e discussão ............................................................................................. 19
2.5 Anexos...................................................................................................................... 48
3 CAPÍTULO II: Produção de anti-soro policlonal utilizando a proteína capsidial
recombinante do Rupestris stem pitting-associated virus ........................................................ 54
3.1 Resumo..................................................................................................................... 54
3.2 Introdução................................................................................................................. 55
3.3 Materiais e métodos.................................................................................................. 57
3.4 Resultados e discussão ............................................................................................. 61
3.5 Anexos...................................................................................................................... 71
4 CAPÍTULO III: Fisiologia foliar e qualidade enológica da uva em videiras infectadas
por vírus.................................................................................................................................... 72
4.1 Resumo..................................................................................................................... 72
4.2 Introdução................................................................................................................. 72
4.3 Material e métodos ................................................................................................... 74
4.4 Resultados e discussão ............................................................................................. 80
4.5 Anexos...................................................................................................................... 90
4.6 Referências bibliográficas ........................................................................................ 97
1
1 INTRODUÇÃO GERAL
1.1 A cultura da videira e a importância das viroses no Brasil
A videira pertence a família Vitaceae e ao gênero Vitis, o qual possui inúmeras
espécies, destacando-se a Vitis vinifera L., conhecida como produtora de uvas finas, de origem
européia e a Vitis labrusca L., conhecida como produtora de uvas rústicas, de origem
americana e que predominam no Brasil (TEIXEIRA et al., 2002; ROBERTO et al., 2008;
GIOVANNINI, 2008; CORRÊA et al., 2008).
Conforme o “Panorama 2009” da vitivinicultura brasileira (EMBRAPA, 2010a), a área
cultivada com vinhedos no Brasil em 2009 foi de 82.584 hectares, com produção de 1.345.719
toneladas, sendo 678.169 toneladas destinadas para processamento e 667.550 toneladas para
consumo in natura. A viticultura no Brasil está concentrada principalmente nos Estados das
Regiões Sul, Sudeste e Nordeste, onde se destacam os maiores produtores nacionais, em
ordem decrescente de área cultivada: Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco, Paraná,
Bahia, Santa Catarina e Minas Gerais. Além destas, a cultura da videira também tem se
expandido para outras regiões não tradicionais a exemplo de áreas situadas no Mato Grosso do
Sul, Goiás, Espírito Santo e Ceará (EMBRAPA, 2010a).
O Brasil nos últimos anos tem demonstrado bom desempenho na produção de uvas,
seja para consumo in natura ou para processamento. Contudo, a ocorrência de doenças é
sempre mencionada como uma das ameaças ao setor, pois pode ocasionar danos significativos
à produção e elevar os custos da mesma. Dentre os patógenos da videira, os vírus merecem
destaque devido aos danos que podem causar, podendo resultar na inviabilidade econômica
desta atividade. Assim, é de fundamental importância o conhecimento dos principais
fitopatógenos associados a esta cultura, principalmente das viroses. Em determinadas
cultivares e porta-enxertos, por não produzirem sintomas visualmente perceptíveis ou
facilmente distinguíveis, as viroses podem passar despercebidas, havendo maior probabilidade
de que sejam propagados indefinidamente, o que resultaria em maior grau de infecção dos
materiais propagativos (FAJARDO et al., 2003a; MARTELLI & BOUDON-PADIEU, 2006).
No Brasil, as viroses ocorrem em todas as regiões vitícolas e a incidência na maioria
das cultivares americanas e principalmente nas viníferas é considerada alta. Dentre os
prejuízos causados citam-se redução na produtividade e na qualidade das uvas, redução da
2
vida útil do vinhedo e, dependendo da severidade da infecção, pode causar perda total da
produção, ou até a morte da planta (BRAR et al., 2008; CABALEIRO et al., 1999).
Até o momento, foram relatadas no mundo pelo menos 60 espécies virais na cultura
da videira, embora nem todas se destaquem em nível de importância (MARTELLI, 2009;
MONIS et al., 2010). No Brasil, dez destes vírus foram detectados: Grapevine leafroll-
associated virus (GLRaV-1, -2, -3, -5 e -6), Grapevine virus A e B (GVA e GVB), Rupestris
stem pitting-associated virus (RSPaV), Grapevine fleck virus (GFkV) e Grapevine fanleaf
virus (GFLV) (FAJARDO et al., 2003a). As viroses que se destacam pelas maiores incidência
e importância econômica são o enrolamento da folha (GLRaV-1, -2 e -3) e o lenho rugoso da
videira, complexo formado por quatro viroses, do qual fazem parte o intumescimento dos
ramos (GVB), acanaladura do lenho de Kober (GVA), caneluras do tronco de Rupestris
(RSPaV) e acanaladura do lenho de LN33 (vírus desconhecido) (KUNIYUKI et al., 2002;
MOREIRA et al., 2004).
A videira, por ser propagada vegetativamente, facilita a disseminação e favorece o
aparecimento de doenças complexas, pelo acúmulo de diferentes espécies/estirpes virais em
uma mesma planta (MONIS, 2008; MARTELLI, 2009). Nem sempre despertam a atenção dos
viticultores, talvez pelo desconhecimento de sua sintomatologia, a qual pode também ser
confundida visualmente, por exemplo, com deficiências nutricionais ou até com outros
fitopatógenos (GARRIDO et al., 2008). Dependendo da combinação entre a cultivar e a
espécie viral, os primeiros sintomas característicos poderão ser perceptíveis somente após 2 ou
3 anos da infecção (FAJARDO et al., 2003a).
As plantas afetadas apresentam sintomas que variam com as condições climáticas,
estádio fenológico da planta, fertilidade do solo, estirpe viral e com a cultivar da videira
(CHARLES et al., 2006). Os sintomas das viroses do enrolamento das folhas e do complexo
rugoso, por exemplo, podem ser percebidos em cultivares sensíveis (viníferas), principalmente
no final do ciclo vegetativo (CABALEIRO & SEGURA, 2006) e, em plantas muito afetadas,
os sintomas podem começar a se pronunciar a partir da floração. Porém, o mais comum é na
época próxima à maturação da uva ou ao final do ciclo vegetativo (CREDI & BABINI, 1997).
Até o momento o único controle viável a campo é a utilização de mudas ou material
propagativo proveniente de plantas matrizes sadias (livre de vírus). Uma vez que a planta
esteja infectada no campo, é impossível curá-la por métodos tradicionais como aqueles
utilizados para outros patógenos (bactérias, fungos, etc) (ANDRET-LINK et al., 2004). A
partir de uma planta infectada, somente pela adoção de técnicas laboratoriais (ex. cultura de
3
tecidos, termoterapia, quimioterapia) é possível a obtenção e regeneração de plantas livres de
viroses (LAIMER et al., 2009; VALAT et al., 2003; SALAMI et al., 2010).
Além da disseminação por meio do material propagativo, o GFLV é disseminando por
nematoídes do nero Xiphinema e as espécies do gênero Ampelovirus (GLRaV-1 e -3, -5, -9)
e Vitivirus (GVA e GVB) são também disseminados de maneira semipersistente por
cochonilhas algodonosas (Família Pseudococcidae) e de carapaça (Família Coccidae) (Tabela
3). De maneira geral, neste tipo de transmissão, o vírus é adquirido pelos insetos quando estes
se alimentam em planta infectada (LIMA, 2009).
Desta forma a recomendação ao viticultor é que utilize material propagativo
certificado, que apresente garantia de sanidade, além de se fazer monitoramento e o controle
destes insetos vetores (EMBRAPA, 2010b).
Embora progressos consideráveis tenham ocorrido nos últimos anos sobre as
características biológicas e moleculares, formas de disseminação, técnicas de detecção e
identificação e os efeitos fisiológicos induzidos pelos vírus que infectam a videira, a
compreensão destes temas ainda não é completa, a ponto de permitir a definição de métodos
de controle eficientes. Os resultados obtidos neste trabalho visam contribuir neste sentido.
4
2 CAPÍTULO I: RT-PCR para detecção de vírus em vinhedos antigos e em
cochonilhas vetoras e estudo de variabilidade
2.1 Resumo
A propagação vegetativa da videira favorece a ocorrência de infecções virais múltiplas. A
variabilidade genética de espécies virais, muitas vezes, resultam em dificuldades para gerar
ferramentas moleculares confiáveis, sejam específicas ou universais, para a detecção e/ou
identificação viral. Os objetivos deste capítulo foram identificar os vírus presentes em dois
vinhedos experimentais: um da cv. Cabernet Sauvignon (CS) (Vitis vinifera), implantado em
1995, e outro da cv. Isabel (IS) (Vitis labrusca) de 1971. Também se realizou a detecção
sorológica destes isolados, comparando-se os resultados dos testes sorológicos e moleculares.
Marcou-se duas plantas de C. Sauvignon e três de Isabel, extraíram-se dsRNAs de ramos
maduros, que foram submetidos a RT-PCR com 17 pares de oligonucleotídeos específicos
para a detecção dos seguintes vírus: Grapevine virus A (GVA), Grapevine virus B (GVB),
Grapevine virus D (GVD), Grapevine fleck virus (GFkV), Grapevine fanleaf virus (GFLV),
Arabis mosaic virus (ArMV), Grapevine chrome mosaic virus (GCMV), Rupestris stem
pitting-associated virus (RSPaV), Grapevine leafroll-associated virus 1 a 4 (GLRaV-1 a -4),
além de oligonucleotídeos degenerados para a família Betaflexiviridae e os gêneros
Closterovirus, Trichovirus e Vitivirus. Pelo menos um fragmento amplificado, com cada para
de oligonucleotídeos, correspondente a um dos isolados, foi clonado e sequenciado. Nas
plantas avaliadas foram detectados RSPaV, GLRaV-2 ou GLRaV-3, tendo sido sequenciados
sete isolados de RSPaV: CS1 (GU166289), CS2a (HM059036), CS2b (HM059038), IS1
(HM059037), IS2a (GU166290), IS3 (HM130524), IS2b (HM358051); três isolados de
GLRaV-2: CS1 (HM059039), CS2 (HM059035) e IS3 (HM358050); dois isolados de
GLRaV-3: IS1 (HM059040) e IS2 (HM059034). As sequências obtidas e depositadas em
banco de dados (GenBanK) apresentaram identidades superiores a 90% com os respectivos
isolados virais do GenBank. Os anti-soros testados reconheceram todos os isolados das três
espécies virais detectadas e caracterizadas. Amostras de cochonilhas Pseudococcus viburni e
Planococcus citri provenientes de vinhedos de Caxias do Sul (RS) e Petrolina (PE),
respectivamente, foram avaliadas por RT-PCR para a presença de GVA, GVB, GLRaV-1 e
GLRaV-3 com oligonucleotídeos específicos. Três espécies virais, GVA, GVB, GLRaV-3
5
foram detectadas em três de cinco amostras, comprovando indiretamente, o potencial destas
como vetoras de vírus e a eficiência dos oligonucleotídeos empregados na detecção.
Palavras-chave: Viroses, RSPaV, GLRaV-2, GLRaV-3, Vitis, variabilidade
2.2 Introdução
foram relatadas infectando videiras 55 espécies virais distintas (Tabela 1), além de
inúmeras estirpes específicas de algumas destas espécies (MARTELLI, 2009; MONIS et al.,
2010). Também foram relatadas em videiras cinco doenças consideradas de origem viral,
enação da videira (Grapevine enation), mosqueado de verão da videira (Grapevine summer
mottle), mosaico das nervuras da videira (Grapevine vein mosaic), necrose das nervuras da
videira (Grapevine vein necrosis) e acanaladura do lenho de LN 33 (LN 33 stem grooving),
cujos os agentes causais (vírus) ainda não foram identificados. Entre os vírus mais importantes
que afetam a videira destacam-se aqueles pertencentes as famílias Closteroviridae,
Secoviridae, Betaflexiviridae e Tymoviridae (MARTELLI & BOUDON-PADIEU, 2006).
6
Tabela 1 – Espécies virais relatadas em videiras (Vitis spp.) em todo mundo.
Família Gênero Espécie Referência
Alphaflexiviridae Potexvirus Potato virus X (PVX)
Fauquet et al. (2005);
Martelli & Boudon-Padieu
(2006)
Foveavirus
Rupestris stem pitting-associated virus (RSPaV) (=
Grapevine rupestris stem pitting-associated virus,
GRSPaV)
Adams et al. (2004);
Martelli et al. (2007)
Trichovirus Grapevine berry inner necrosis virus (GINV)
Fauquet et al. (2005);
Martelli & Boudon-Padieu
(2006)
Grapevine virus A (GVA)
Grapevine virus B (GVB)
Grapevine virus D (GVD)
Martelli et al. (1997);
Adams et al. (2004)
Betaflexiviridae
Vitivirus
Grapevine virus E (GVE) Nakaune et al. (2008)
Alfamovirus Alfalfa mosaic virus (AMV)
Cucumovirus Cucumber mosaic virus (CMV)
Fauquet et al. (2005);
Martelli & Boudon-Padieu
(2006)
Ilarvirus Grapevine line pattern virus (GLPV)
Bromoviridae
Ilarvirus não
classificado
Grapevine angular mosaic virus (GAMoV)
Martelli (2009)
Bunyaviridae Tospovirus Tomato spotted wilt virus (TSWV)
Fauquet et al. (2005);
Martelli & Boudon-Padieu
(2006)
Closterovirus
Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2) (=
Grapevine rootstock stem lesion associated virus,
GRSLaV)
Karasev (2000); Martelli et
al. (2002)
Grapevine leafroll-associated virus 1 (GLRaV-1)
Grapevine leafroll-associated virus 3 (GLRaV-3)
Ampelovirus
Grapevine leafroll-associated virus 5 (GLRaV-5)
Ling et al. (1997); Martelli
et al. (2002)
Grapevine leafroll-associated virus 4 (GLRaV-4)
Grapevine leafroll-associated virus 6 (GLRaV-6)
Grapevine leafroll-associated virus 8 (GLRaV-8)
Ampelovirus
não classificado
Grapevine leafroll-associated virus 9 (GLRaV-9)
Abou Ghanem-
Sabanadzovic (2006);
Martelli & Boudon-Padieu
(2006)
Closteroviridae
Closteroviridae
não classificado
Grapevine leafroll-associated virus 7 (GLRaV-7)
Turturo et al. (2000);
Alrwahnih et al. (2008)
Potyviridae Potyvirus
Vírus semelhante a potyvírus, não identificado, isolado no
Japão de uma cultivar russa
Martelli & Boudon-Padieu
(2006)
7
Continuação: (Tabela 1 - Espécies virais relatadas em videiras (Vitis spp.) em todo mundo).
Família Gênero Espécie Referência
Fabavirus Broad bean wilt virus (BBWV)
Fauquet et al. (2005);
Martelli & Boudon-Padieu
(2006)
Arabis mosaic virus (ArMV)
Grapevine fanleaf virus (GFLV)
Raspberry ringspot virus (RpRSV)
Nepovirus
Subgrupo A
Tobacco ringspot virus (TRSV)
Wetzel et al. (2001);
Andret-Link et al. (2004);
Martelli & Boudon-Padieu
(2006)
Artichoke Italian latent virus (AILV)
Grapevine chrome mosaic virus (GCMV)
Nepovirus
Subgrupo B
Tomato black ring virus (TBRV)
Blueberry leaf mottle virus (BBLMV)
Tomato ringspot virus (ToRSV)
Peach rosette mosaic virus (PRMV)
Cherry leafroll virus (CLRV)
Grapevine Tunisian ringspot virus (GTRSV)
Nepovirus
Subgrupo C
Grapevine Bulgarian latent virus (GBLV)
Grapevine Anatolian ringspot virus (GARSV)
Nepovirus não
classificado
Grapevine deformation virus (GDefV)
Fauquet et al. (2005);
Martelli & Boudon-Padieu
(2006)
Secoviridae
Secoviridae
não
classificado
Strawberry latent ringspot virus (SLRV) Martelli & Boudon-Padieu
(2006)
Carmovirus Carnation mottle virus (CarMV)
Necrovirus Tobacco necrosis virus D (TNV-D)
Grapevine Algerian latent virus (GALV)
Tombusviridae
Tombusvirus
Petunia asteroid mosaic virus (PetAMV)
Fauquet et al. (2005);
Martelli & Boudon-Padieu
(2006)
Maculavirus Grapevine fleck virus (GFkV)
Maculavirus
não classificado
Grapevine Red Globe virus (GRGV)
Grapevine rupestris vein feathering virus (GRVFV)
Grapevine asteroid mosaic-associated virus (GAMaV)
Fauquet et al. (2005);
Martelli & Boudon-Padieu
(2006)
Tymoviridae
Marafivirus
Grapevine virus Q (GVQ) = (Grapevine Syrah virus -1,
GSyV-1)
Sabanadzovic et al. (2009);
Alrwahnih et al. (2009)
Tobacco mosaic virus (TMV)
Virgaviridae Tobamovirus
Tomato mosaic virus (ToMV)
Martelli & Boudon-Padieu
(2006)
- Idaeovirus Raspberry bushy dwarf virus (RBDV)
- Sobemovirus Sowbane mosaic virus (SoMV)
- - Grapevine Ajinashika virus (GAjV)
- - Grapevine stunt virus (GSV)
- - Grapevine labile rod-shaped virus (GLRSV)
Fauquet et al. (2005);
Martelli & Boudon-Padieu
(2006)
8
Nem todas as espécies mencionadas na Tabela 1 apresentam significativa importância
econômica, pois esta pode ser em função da origem geográfica, da estirpe viral e da cultivar
da videira.
Dentre as doenças virais que afetam a videira (Vitis spp.) e que ocorrem no Brasil, o
complexo rugoso e o enrolamento das folhas apresentam-se como as de maior relevância,
devido a expressiva incidência e aos danos causados pelos vírus que compõem estes dois
complexos (FAJARDO et al., 2003a). Visando apresentar, mesmo que de maneira indireta, a
importância relativa das espécies virais, objeto de estudo neste Capítulo, a Tabela 2 mostra o
número de sequências de nucleotídeos e aminoácidos deduzidos depositados no banco de
dados do NCBI (GenBank).
Tabela 2 - Número total de depósitos de sequências de nucleotídeos e aminoácidos deduzidos de
espécies virais que infectam a videira e que foram estudadas neste trabalho, com base no banco de
dados do NCBI (GenBank) em 10/05/2010.
Vírus Família / sub-família / Gênero
N° de seq. de
nucleotídeos
N° de seq. de
aminoácidos
deduzidos
Arabis mosaic virus (ArMV) Secoviridae / Comovirinae / Nepovirus 49 65
Grapevine fanleaf virus (GFLV) Secoviridae / Comovirinae / Nepovirus 350 374
Grapevine chrome mosaic virus (GCMV) Secoviridae / Comovirinae / Nepovirus 4 14
Grapevine fleck virus (GFkV) Tymoviridae / Maculavirus 8 15
Rupestris stem pitting-associated virus (RSPaV) Betaflexiviridae / Foveavirus 368 421
Grapevine virus A (GVA) Betaflexiviridae / Vitivirus 49 113
Grapevine virus B (GVB) Betaflexiviridae / Vitivirus 75 95
Grapevine virus D (GVD) Betaflexiviridae / Vitivirus 3 4
Grapevine leafroll-associated virus 1 (GLRaV-1) Closteroviridae / Ampelovirus 69 82
Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2) Closteroviridae / Closterovirus 213 265
Grapevine leafroll-associated virus 3 (GLRaV-3) Closteroviridae / Ampelovirus 127 176
Grapevine leafroll-associated virus 4 (GLRaV-4) Closteroviridae / Ampelovirus não
classificado
17 18
Fonte: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/Taxonomy/Browser/wwwtax.cgi?mode=Root (acessado em 10/05/2010)
A virose do enrolamento das folhas, que ocorre em praticamente todas as regiões do
mundo onde a videira é cultivada, é causada por um complexo de até nove espécies virais,
sorologicamente distintas e denominadas “vírus associados ao enrolamento da folha da
videira” (Grapevine leafroll-associated virus, GLRaV-1 a -9). Os principais vírus do
9
complexo do enrolamento são o GLRaV-2 e GLRaV-3 (Tabela 2) em função da maior
incidência e dos danos que podem induzir (MARTELLI et al., 2002; FAJARDO et al., 2003a).
Mesmo que esta doença seja causada por um complexo viral, em situações específicas,
embora raras, estes vírus podem ocorrer de forma isolada (FAJARDO et al., 2003a). No Brasil
foram detectados GLRaV-1, -2, -3, -5 e -6 (RADAELLI et al., 2009; KUNIYUKI et al.,
2003).
O GLRaV-2 também está associado a sintomas de incompatibilidade da enxertia e
declínio em vinhedos novos (ABOU GHANEM-SABANADZOVIC et al., 2000; MARTELLI
et al., 2002; BERTAZZON & ANGELINI, 2004; MENG et al., 2005b). Pertence a família
Closteroviridae e ao gênero Closterovirus, possui partículas alongadas e flexuosas, genoma de
RNA fita simples e senso positivo, com 16.494 nucleotídeos (nt) organizados em oito fases
abertas de leituras (ORFs, “open reading frame”) e é mecanicamente transmissível (ABOU-
GHANEM et al., 1998; MENG et al., 2005b; BEUVE et al., 2007).
O GLRaV-3, família Closteroviridae e nero Ampelovirus, possui partículas alongadas
e flexuosas de cerca de 1800-2100 nm de comprimento por 12 nm de diâmetro e genoma
composto de RNA fita simples, senso positivo com 17.919 nt organizados em 13 ORFs
(LING et al., 1997; MARTELLI et al., 2002). É o vírus melhor caracterizado dentre aqueles
que compõem o complexo do enrolamento da folha da videira, sendo o membro-tipo do seu
gênero. Não é transmissível mecanicamente e se dissemina naturalmente nos vinhedos pela
transmissão, de maneira semi-persistente, por várias espécies de pseudococcídeos e coccídeos
(BOTTON et al., 2003).
O Rupestris stem pitting-associated virus (RSPaV) foi identificado e caracterizado
molecularmente (MENG et al., 1998; ZHANG et al., 1998) como o agente causal das
caneluras do tronco de Rupestris, conhecida por “lenho estriado de Rupestris” em São Paulo e
por “caneluras do tronco de Rupestris” no Rio Grande do Sul (ESPINHA et al., 2003). Faz
parte do “complexo rugoso da videira” e caracteriza-se por induzir alterações no lenho das
videiras, com reflexos negativos na qualidade e na produção (MARTELLI, 1993; CREDI,
1997). RSPaV, família Betaflexiviridae, gênero Foveavirus, possui partículas alongadas e
flexuosas com cerca de 800 x 12 nm, genoma de RNA de fita simples, senso positivo, com
aproximadamente 8.726 nt organizados em 5 ORFs.
Alguns trabalhos relatam que o RSPaV se apresenta como uma espécie muito variável,
sendo que infecções múltiplas com outros vírus também são comumente detectadas em
videiras, o que dificulta a definição das propriedades biológicas das diferentes estirpes deste
10
vírus (MENG et al. 1999 e 2005a), a exemplo das estirpes “Syrah” (LIMA et al., 2006a) e
“Pinot Noir, PN” (LIMA et al., 2009). Recentemente, Nakaune et al. (2008) e Radaelli et al.
(2009) destacaram a variabilidade genética deste rus, por meio do estudo de análises de
sequências de isolados do RSPaV.
De modo geral, os vírus apresentam grande potencial de exibirem variabilidade
genética, pois são agentes infecciosos que podem e estabelecem longos processos infecciosos
ao longo de todo o ciclo de vida da hospedeira associado a propensão a erros na replicação do
seu genoma e deficiências nos mecanismos de reparo do RNA (KOMÍNEK et al., 2005;
PROSSER et al., 2007).
A expressiva variabilidade genética apresentada por algumas das espécies virais que
infectam a videira tem conduzido a dificuldades para gerar ferramentas moleculares universais
de detecção e identificação. foi demonstrada que a indexação por RT-PCR de videiras
infectadas, com determinado isolado viral, utilizando-se oligonucleotídeos específicos para
outro isolado, pode resultar em falso-negativo (BERTAZZON & ANGELINI, 2004). Tais
resultados servem para ressaltar a importância do estudo de variabilidade genética viral.
Embora diversas espécies tenham sido identificadas e caracterizadas no Brasil e no
mundo e em diferentes genótipos de videiras, ainda carência de trabalhos de caracterização
molecular mais abrangentes, o que permitiria aumentar o conhecimento destes patógenos,
além do estabelecimento de ferramentas para o diagnóstico mais preciso e sensível (BEUVE
et al., 2007).
A transmissão do GLRaV-2, GLRaV-3 e RSPaV ocorre principalmente através de
enxertia utilizando-se gemas infectadas, enquanto a dispersão se por meio de material
propagativo infectado. No caso do GLRaV-3, também pode ser transmitido por insetos vetores
(cochonilhas).
Uma vez que a videira esteja infectada por vírus a campo, é impossível cura-lá pelos
métodos tradicionalmente utilizados para outras doenças, agravando-se o problema quando se
considera que a planta infectada também poderá servir de fonte de inóculo para a
disseminação por insetos vetores, enquanto as mesmas permanecerem no vinhedo.
As cochonilhas das famílias Pseudococcidae e Coccidae têm sido consideradas como
as principais vetoras de algumas das principais espécies virais que infectam a videira, sendo
responsáveis pela dispersão destes patógenos (Tabela 3) (CABALEIRO & SEGURA, 1997;
KUNIYUKI et al., 2005). Segundo Botton et al. (2003), algumas espécies identificadas em
11
vinhedos brasileiros, como Pseudococcus viburni, P. vitis, P. longispinus e Planococcus citri,
são consideradas importantes vetoras de vírus.
Tabela 3 - Relação das espécies de cochonilhas relatadas como transmissoras de vírus em videiras.
Vírus
Espécies
Complexo do enrolamento da folha
Acanaladura do
lenho de Kober
Intumescimento
dos ramos
Cochonilha "Algodonosa"
(Pseudococcidae)
GLRaV-1 GLRaV-3 GLRaV-5 GLRaV-9 GVA GVB
Heliococcus bohemicus
x x x
Phenacoccus aceris
x x
Planococcus citri
x x x
Planococcus ficus
x x x
Pseudococcus viburni (= P. affinis)
x x x
Pseudococcus calceolariae
x
Pseudococcus comstocki
x x
Pseudococcus longispinus
x x x x x
Pseudococcus maritimus
x
Cochonilha de "Carapaça" (Coccidae)
Neopulvinaria innumerabilis
x
Parthenolecanium corni
x
Pulvinaria vitis
x x
Pulvinaria innumerabilis
x x
No Brasil inexistem trabalhos conduzidos sobre dispersão de vírus de videira em
condições naturais (vinhedos), e os poucos trabalhos conduzidos se restringem a testes de
transmissão sob condições controladas (KUNIYUKI et al., 2005 e 2006). A concentração viral
em insetos vetores, as técnicas de detecção, incluindo a definição de oligonucleotídeos
adequados, são aspectos importantes a serem estudados para que possam contribuir com
resultados que permitam fundamentar a proposição de estudos epidemiológicos.
Os objetivos deste trabalho foram identificar e caracterizar molecularmente os vírus
presentes em dois vinhedos, com diferentes pares de oligonucleotídeos e comparar a detecção
molecular com a sorológica, além de detectar molecularmente vírus em cochonilhas vetoras.
2.3 Material e métodos
Isolados virais: Os isolados virais foram obtidos a partir de diferentes videiras,
provenientes de vinhedos antigos da Embrapa Uva e Vinho, Bento Gonçalves (RS). Os dois
vinhedos avaliados são da cultivar Isabel (Vitis labrusca), plantio em franco, implantado
12
em 1971, e o outro, da cv. Cabernet Sauvignon (V. vinifera), plantio com porta-enxerto
Paulsen 1103 e implantado em 1995.
Os sintomas observados a campo na cv. C. Sauvignon, a partir do meio para o final do
ciclo vegetativo, foram folhas coriáceas com avermelhamento e enrolamento dos bordos das
folhas para baixo, sendo que as nervuras principais permaneceram verdes, presença de
caneluras no porta-enxerto e intumescimento com formação de tecido corticento na base do
ramo do ano. na cv. Isabel não foi verificado sintomas picos de infecção viral nas folhas,
ramos e tronco em todo seu ciclo vegetativo. Estacas lenhosas provenientes das plantas
avaliadas a campo, de ambos os vinhedos, também foram propagadas em casa-de-vegetação,
nas quais, no início do ciclo vegetativo não foi verificado sintomas típicos de infecção viral
(Figura 1).
Figura 1 - Sintomas de infecção viral nas folhas e no tronco/porta-enxerto em videira cv. Cabernet
Sauvignon e ausência de sintomas de infecção viral na cv. Isabel. Início do ciclo vegetativo (estacas
propagadas em casa de vegetação provenientes das plantas avaliadas neste trabalho), meio e final do
ciclo vegetativo (aspecto das folhas, tronco e ramos das plantas a campo).
13
Extração de dsRNA: Foram selecionadas duas plantas da cv. C. Sauvignon, três de
Isabel e uma Paulsen 1103 (sadia, material obtido por meio de cultura de tecidos) nas quadras
7, 16 e 4, respectivamente, no campo experimental da Embrapa Uva e Vinho. O dsRNA foi
extraído a partir de ramos maduros de acordo com a metodologia descrita por Valverde et al.
(1990) com algumas modificações. Trinta gramas de tecido vegetal foram macerados em
almofariz na presença de nitrogênio líquido e tampão de extração [90 ml 2X STE, 35 ml SDS
10%, 2 ml de bentonita (45 mg/ml) e 2 ml β-mercaptoetanol]. Após agitação durante 5
minutos a temperatura ambiente, acrescentaram-se 35 ml de fenol saturado com STE 2X, pH
7,5 e 35 ml de clorofórmio:álcool isoamílico (24:1 v/v), mantendo-se novamente em agitação
por 45 min e, posteriormente, centrifugando a 16274 g por 10 min. O dsRNA obtido foi
purificado em coluna de celulose (CF 11, Whatman) e ressuspendido em água autoclavada.
Síntese de cDNA e PCR: A síntese do cDNA e as reações da PCR foram conduzidas
conforme metodologia descrita por Sambrook & Russel (2001) e Fajardo et al. (2000), com
algumas modificações. As reações de síntese do cDNA consistiram, para todas as amostras de:
4 µl de dsRNA, 1 µl de oligonucleotídeo antisenso (10 µM) (Tabela 4), 5 µl de água
autoclavada, incubando-se a 94ºC por 5 min, e, posteriormente, adicionando-se: 5 µl de
tampão da enzima RT 5X, 1 µl de dNTP (2,5 mM), 1 µl de enzima transcriptase reversa M-
MLV (200 U/µl, Promega), 1 µl de inibidor de RNAse (40 U/µl, Promega) e 7 µl de água
autoclavada. Na sequência, a reação foi incubada a 37ºC por uma hora.
As reações de PCR consistiram de: 10 µl de cDNA, 5 µl de tampão da enzima Taq
DNA polimerase 10X, 1,5 µl de MgCl
2
(50 mM), 5 µl de dNTP (2,5 mM), 1 µl de cada
oligonucleotídeo senso e antisenso (10 µM) (Tabela 4), 0,5 µl de Taq DNA polimerase (5
U/µl, Invitrogen) e 26 µl de água autoclavada.
As reações foram submetidas a uma desnaturação inicial (94ºC por 5 min) seguida por
35 ciclos de amplificação: desnaturação (94ºC por 50 seg), pareamento (50ºC por 50 seg) e
extensão (72ºC por 1 min), além de uma extensão final (72ºC por 7 min). Para os fragmentos
menores que 500 pb, a extensão foi 72ºC por 50 seg e para os pares de oligonucleotídeos
degenerados, o pareamento foi de 48ºC.
Os produtos da RT-PCR foram analisados em géis de agarose 1,2% preparado em
tampão TBE pH 8,0, corados com brometo de etídeo e visualizados em transluminador sob luz
UV. As bandas observadas, com o fragmento de tamanho esperado, foram recortadas do gel e
14
eluídas com a utilização do kit comercial "HiYield™ Gel/PCR DNA Extraction" (RBC Real
Genomics), de acordo com as especificações do fabricante.
Oligonucleotídeos utilizados: As plantas foram avaliadas para a presença de 12
espécies virais: Grapevine virus A (GVA), Grapevine virus B (GVB), Grapevine virus D
(GVD), Grapevine fleck virus (GFkV), Grapevine fanleaf virus (GFLV), Arabis mosaic virus
(ArMV), Rupestris stem pitting-associated virus (RSPaV), estirpes “típica” deste mesmo
vírus, Syrah (SY) e Pinot Noir (PN), Grapevine leafroll-associated virus (GLRaV-1 a 4) e
Grapevine chrome mosaic virus (GCMV), com 17 pares de oligonucleotídeos específicos,
além de três pares degenerados para a família Betaflexiviridae e para os gêneros
Closterovirus, Trichovirus e Vitivirus, os quais amplificam fragmentos em diferentes regiões
do genoma viral (Tabela 4).
15
Tabela 4 - Oligonucleotídeos específicos e degenerados utilizados na detecção viral por RT-PCR.
Vírus Oligonucleotídeos
Sequência 5’-3 Orientação
Fragmento
amplificado (pb)
Referência
766 GGGGAGGTAGATATAGTAGG Senso
GVA
C1197 TACCCGTGAGAAATGATGGG Antisenso
451 (CP, meio e 3’
terminal)
Fajardo et al.
(2003b)
GVB_v CAAGCAATTCCCCGAGAGT Senso
GVB
GVB_c TTTAGCCGCACTCCTTGACT Antisenso
693 (CP e regiões que
flanqueiam)
Moreira et al.
(2005)
GVD_v GACGCAGGGATGTAACCTTAGGACG Senso
GVD
GVD_c CCTCTACTTATGGAAATTGCGCTC Antisenso
963 (CP e regiões que
flanqueiam)
Abou-
Ghanem et al.
(1997)
GFkV_v ATGAGCCTCCCCGCTGACCTCC Senso
GFkV_r TCATGACGAGGGAGTGGGGCGG Antisenso
693 (CP)
baseado no acesso
NC_003347
GFkV_v AGTACCTCCTCCACCGCACC Senso
GFkV
GFkV_c TTTCTCGGGCAGAGAGCCGT Antisenso
245 (REP, parcial)
Fajardo et al.
(2004b)
GFLVs2515 GGAAGAGGCCACTTCTTTCCTTGGG Senso
GFLV
GFLVa3300 CCCACCAGCTTCGTGATGGTAACGC Antisenso
809 (CP, parcial)
Bashir & Hajizad
eh
(2007)
H428v GCGGCGGATTGGGAGTT Senso
ArMV
C867c CGATGGTAGGGGGAGCGTATT Antisenso
440 (CP, parcial)
Stewart & Nassuth
(2001)
RSPaV_v1 ATGGCAAGTCAAATTGGGAAAC Senso
RSPaV_c1 TCATTCATGTGTAACATTTGAA Antisenso
780 (CP)
Radaelli et al.
(2009)
RSP2 CAAGCATGCTCTTGGCAAC Senso
RSPaV
RSP21 CCCTCTGGCGATTGAATTG Antisenso
831 (REP, parcial)
Fajardo et al.
(2004b)
2R TTCCCCAAACTTCCAACTTAC Senso
RSPaV-PN
PN1F GATGGATACAAGTTACGGGC Antisenso
505 (Metil-transferase,
parcial)
Lima et al. (2009)
SY9F AGGATTCCAAACTGTAGAGCAA Senso
RSPaV-SY
SY8R TTGGTCGTCATCTTCCAGTT Antisenso
628 (REP, parcial) Lima et al. (2006a)
GLRaV-1_v ATGGCTAGCGTTATATCTCAAA Senso
GLRaV-1_r TTACACCTTAAGCTCGCTAGTA Antisenso
969 (CP)
baseado no acesso
AF195822
LRA ACGTTGAGATTAGTCTGACTC Senso
GLRaV-1
CPdR TCACAGCATCAATATCTTTTCC Antisenso
1019 (CPd2, parcial) Little et al. (2001)
V2CPf CTAGTCTAAATGGTGTCGA Senso
GLRaV-2
V2CPr2 TTCAGAGAGCTTCGGGCAAG Antisenso
431 (CPm, parcial)
Bertazzon &
Angelini (2004)
LR3 8504v ATGGCATTTGAACTGAAATT Senso
GLRaV-3
LR3 9445c CTACTTCTTTTGCAATAGTT Antisenso
942 (CP)
Fajardo et al.
(2007a)
LR4f ACCCTTCATAAGCAGGAACC Senso
GLRaV-4
LR4r CTTGTGAAACCGACGGCC Antisenso
500 (OFR1 e 2, parcial) Fazeli et al. (1998)
GCMVsense ATGTGTGCCACTACTGGCATGCA Senso
GCMV
GCMVantisense TTCTCTTCAAGAAATGCCTAAGA Antisenso
391 (CP parcial e região
que flanqueia 3’)
Digiaro et al.
(2007)
HSP-P1 GGITTIGAITTYGGIACIAC Senso
Closterovirus
HSP-P2 RTCIAAIGTICCICCICCCRAA Antisenso
560-660 (HSP70,
parcial)
Tian et al. (1996);
Radaelli (2009)
dPR1_v GCDAARGCNGGNCARACHHTVGCBTGYTT Senso
Tricho/Vitivirus
dPR2_c RAAYTCNCCNSWRAANCKCAT Antisenso
363 (REP, parcial)
Saldarelli et al.
(1998)
dRW up1 WGCIAARGCIGGICARAC Senso
Betaflexiviridae
dRW do2 RMYTCICCISWRAAICKCAT Antisenso
330 (REP, parcial)
Dovas & Katis
(2003)
Todos os oligonucleotídeos utilizados (Tabela 4) foram previamente testados na
amplificação de controles positivos, a exceção daqueles direcionados para a amplificação dos
16
vírus ArMV, GLRaV-4, GVD, GCMV, RSPaV-SY e RSPaV-PN, pois não havia
disponibilidade de tais controles (vírus ainda não relatados no Brasil).
Clonagem e seleção de clones recombinantes: Os fragmentos de DNA eluídos foram
ligados ao vetor pGEM-T Easy (Promega), de acordo com as instruções do fabricante. A
seguir, as ligações foram utilizadas na transformação de células competentes de Escherichia
coli DH5α, por choque térmico ou eletroporação no aparelho Gene Pulse II (Biorad),
conforme metodologia descrita por Sambrook & Russel (2001).
O DNA plasmidial das colônias bacterianas transformadas foi extraído utilizando-se o
kit comercial Illustra plasmid Prep Mini Spin Kit” (GE Healthcare), seguindo as
recomendações do fabricante. A confirmação da presença dos fragmentos virais amplificados
nos plasmídeos recombinantes foi realizada por digestão com a enzima de restrição EcoRI.
Procedeu-se ao sequenciamento automático de pelo menos um clone (isolado viral) obtido
para cada fragmento amplificado.
Análises das sequências: As sequências de nucleotídeos (nt) foram alinhadas com o
auxílio do software Clustal X 1.8 (LARKIN et al., 2007). As comparações entre as sequências
de nt e aminoácidos deduzidos (aad) obtidas com outros isolados disponíveis no GenBank
foram realizadas utilizando-se o programa BLASTn ou BLASTp do NCBI
(www.ncbi.nlm.nih.gov). Os alinhamentos múltiplos e as análises filogenéticas foram
realizados para as sequências completas ou parciais de nt dos diferentes genes de cada vírus
(RSPaV, GLRaV-2 e GLRaV-3), utilizando o software Mega 4.1 (TAMURA et al., 2007). As
árvores filogenéticas foram obtidas por meio de análise de máxima parcimônia e “bootstrap”
com 2000 replicações.
Foram incluídas nestas análises, sequências dos genes homólogos de isolados
“estrangeiros” depositadas no banco de dados do NCBI (GenBank). Também foram incluídas
as sequências dos isolado-tipo de cada espécie viral (RSPaV, NC_001948; GLRaV-2,
NC_007448; GLRaV-3, NC_004667) e, para os grupos externos das árvores, foram utilizadas
as espécies-tipo de cada gênero: Apple stem pitting virus (ASPV, Foveavirus, NC_003462) e
Beet yellows virus (BYV, Closterovirus, NC_001598). Para o grupo externo aos isolados de
GLRaV-3 foi utilizado o Grapevine leafroll-associated virus 1 (GLRaV-1, Ampelovirus,
AF195822).
17
Detecção sorológica dos isolados: As mesmas plantas testadas por RT-PCR também
foram avaliadas pelo teste ELISA indireto, utilizando-se anti-soros policlonais contra as CPs
do GLRaV-2 (RADAELLI et al., 2008) e do RSPaV (anti-soro produzido neste trabalho,
Capítulo II) e por ELISA direto para GLRaV-3, com anti-soro comercial (Agritest, Bari -
Valenzano, Itália).
As amostras para os testes ELISA consistiram de ramos e/ou pecíolos maduros de
videiras, os quais foram triturados em almofariz na presença de nitrogênio líquido. Como
controle negativo foi utilizada a cv. Rupestris du Lot obtida por cultura de tecidos e
previamente testada.
Para o teste ELISA indireto (GLRaV-2 e RSPaV), placas de poliestireno foram
carregadas com 200 µl de cada amostra, diluída 1:3 (p/v) em tampão de revestimento
(carbonato de sódio 0,05, M, pH 9,6), incubando-se por 12h a 4°C. Após lavagens (três vezes
com tampão PBS-T, pH 7,4 em intervalos de 5 min cada) foi adicionada a IgG (4 µg/ml)
diluída em tampão de conjugado [PBS-T, pH 7,4, 2% de PVP 40.000 (p/v) e 0,2% de BSA
(p/v)]. Após incubação por 3 horas a 37°C, seguida de nova lavagem, adicionaram-se 200 µl
de conjugado geral (Sigma), diluído 1:1000 em tampão de conjugado e, novamente,
incubando a 37°C por 3 horas. Após nova lavagem, adicionou-se o substrato da enzima (4-
nitrofenil-fosfato dissódico hexahidratado, Sigma) diluído (1 mg/ml) em dietanolamina 10%,
pH 9,8 (ALMEIDA & LIMA, 2001).
Para o ELISA direto (GLRaV-3), placas de poliestireno foram submetidas a cobertura
com 200 µl de anti-soro comercial diluído em tampão de revestimento, conforme instruções
do fabricante e em seguida incubadas a 37°C por 4 horas. Após lavagens, as amostras
trituradas e diluídas 1:3 (p/v) em tampão de extração [Tris-HCl 0,5 M, pH 8,2, 0,8% NaCl
(p/v), 2% PVP 40.000 (p/v), 1% PEG 6000 (p/v) e 0,05% Tween 20 (v/v)] foram adicionadas
à placa (200 µl) e incubadas por 12h a 4°C. Após novas lavagens, foram adicionados 200 µl
de “conjugado específico”, diluído em tampão de conjugado, conforme as instruções do
fabricante. Após incubação por 3 horas a 37°C, seguida de lavagens, adicionou-se o substrato
da enzima, conforme descrito anteriormente (ALMEIDA & LIMA, 2001).
As leituras de absorbância, em 405 nm, foram registradas no aparelho leitor de placas
(Anthos 2020). As amostras foram consideradas positivas quando a leitura de absorbância foi
duas vezes superior àquela verificada para a planta sadia. Os valores foram obtidos, em média,
2 a 3h após a adição do substrato.
18
Detecção de vírus em cochonilhas vetoras: As cochonilhas foram coletadas em
vinhedos de Caxias do Sul (RS) e Petrolina (PE) (Tabela 5). A extração do RNA total (RNAt)
foi realizada com o reagente TRIzol (Invitrogen), conforme as instruções do fabricante. As
amostras foram compostas de 6 a 8 insetos adultos ou ninfas em diferentes estádios,
maceradas em tampão de extração [0,5 M Tris-HCl, pH 8,3, 0,14 M NaCl, 2% PVP-40 (p/v),
0,05% Tween 20 (v/v)] e homogeneizadas no reagente TRIzol. Foram utilizados clorofórmio
para a separação de fases, álcool isopropílico para a precipitação do RNAt e, o sedimento final
seco foi ressuspendido com água autoclavada. Em seguida procedeu-se à síntese do cDNA
viral e as reações de PCR conforme descrito anteriormente.
As amostras de cochonilhas foram avaliadas para a presença dos vírus: GVB
(oligonucleotídeos GVB6445 5' ATGGAAAATATATCCCGGATGG 3' e antisenso
GVB7038r 5' ACTCGTCAGACAACTCTATATC 3') (SALDARELLI et al., 1996;
RADAELLI et al., 2008), GVA (766/C1197), GLRaV-1 (GLRaV-1_v/GLRaV-1_r) e
GLRaV-3 (LR3 8504v/LR3 9445c) (Tabela 4). Como controle negativo das reações da RT-
PCR, foram utilizadas cochonilhas da espécie Pseudococcus viburni, não virulíferas, criadas e
mantidas em frutos de abóbora, no Laboratório de Entomologia da Embrapa Uva e Vinho.
Tabela 5 - Relação das amostras de cochonilhas Planococcus citri e Pseudococcus viburni (Família:
Pseudococcidae) avaliadas para a presença de vírus.
Amostra Localização do vinhedo Data coleta Espécie
n. 40 Fazenda Terra do Sol, Petrolina (PE) 07.10.09 Planococcus citri
n. 51 Fazenda Queiroz Galvão Alimentos, Petrolina (PE) 08.10.09 Planococcus citri
n. 53 Petrolina (PE) 17.02.10 Planococcus citri
caxias Caxias do Sul (RS) 28.01.10 Pseudococcus viburni
venturin Caxias do Sul (RS) 26.01.10 Pseudococcus viburni
Os produtos da RT-PCR foram analisados em géis de agarose. Para a comprovação da
especificidade das reações de RT-PCR, uma das amostras foi sequenciada. Para isto, a banda
correspondente ao fragmento de 451 pb de GVA, da amostra n. 40, foi recortada do gel, eluída
e clonada conforme mencionado anteriormente.
A sequência de nt deste isolado de GVA foi analisada conforme descrito
anteriormente. Foram incluídas nestas análises as sequências homólogas de isolados
brasileiros e “estrangeiros” depositadas no banco de dados do NCBI (GenBank) e que
19
apresentaram maiores identidades de nt com o isolado de GVA obtido. Para o grupo externo
da árvore filogenética foi adicionada a espécie Heracleum latent virus (HLV, Vitivirus,
X79270).
2.4 Resultados e discussão
Detecção molecular dos vírus: De modo geral, os vírus que infectam a videira
apresentam baixa concentração na planta, são restritos a tecidos específicos (ex. floema), além
de o título viral flutuar bastante segundo o estádio fenológico da planta hospedeira, quando se
compara com vírus que infectam outras culturas (BOSCIA et al., 1992). Contudo, a extração a
partir de dsRNA possibilitou a obtenção de ácidos nucléicos com maior integridade,
qualidade, pureza e concentração, quando comparada a extração de RNAt de videiras (dados
não mostrados), o que resultou em reações de RT-PCR com maior especificidade e
sensibilidade.
As cinco plantas provenientes dos dois vinhedos avaliados foram testadas para a
presença de 12 espécies virais, sendo apenas 3 delas detectadas: RSPaV, GLRaV-2 e GLRaV-
3 (Tabela 6). A não detecção das demais espécies pode ser atribuída a sua efetiva ausência nas
amostras, ou a presença de isolados específicos para os quais os oligonucleotídeos utilizados
não foram adequados, ou ainda, devido ao título viral extremamente baixo nas amostras. Além
dos vírus anteriormente mencionados, que não possuem relatos no Brasil, o GLRaV-1 é
prevalente em vinhedos do Vale do São Francisco, apresentando menor incidência no Rio
Grande do Sul. O vírus GFLV e GFkV normalmente também apresentam baixa incidência,
além da infecção ser latente nos vinhedos brasileiros.
20
Tabela 6 Resultados obtidos por RT-PCR para as amostras de videiras avaliadas para presença de 12
espécies virais.
Amostra
Vírus Oligonucleotídeos
Localização do fragmento
amplificado em relação ao
acesso completamente
sequenciado
Tamanho
do
Fragmento
(pb)
CS1
CS2 IS1 IS2
IS3
GVA 766/C1197 CP 451 - - - - -
GVB GVB_v/GVB_c CP 693 - - - - -
GVD GVD_v/GVD_c CP 963 - - - - -
GFkV_v/GFkV_r CP 693 - - - - -
GFkV
GFkV_v/GFkV_c REP 245 - - - - -
GFLV GFLVs2515/GFLVa3300 CP 809 - - - - -
ArMV H428v/C867c CP 440 - - - - -
RSPaV_v1/RSPaV_c1
7771-8550 (NC_001948) 780
(+)* + + (+)* +
RSPaV
RSP2/RSP21 654-1484 (NC_001948) 831 - (+)* (+)* - -
RSPaV-PN 2R/PN1F MTR 505 - - - - -
RSPaV-SY SY9F/SY8R 2082-2710 (NC_001948) 628 + + + + (+)*
GLRaV-1_v/GLRaV-1_r CP 969 - - - - -
GLRaV-1
LRA/CPdR CPd2 1019 - - - - -
GLRaV-2 V2CPf/V2CPr2 14631-15061 (NC_007448) 431 + (+)* + + (+)*
GLRaV-3 LR3 8504v/LR3 9445c 13269-14210 (NC_004667) 942 - - + (+)* +
GLRaV-4 LR4f/LR4r ORF1 e 2 500 - - - - -
GCMV GCMVsense/GCMVantisense CP 391 - - - - -
10554-11176 (NC_007448) 623
Closterovirus HSP-P1/HSP-P2
10104-10896 (NC_004667) 593
(+)
LR2
+ (+)
LR3
+ +
Tricho/Vitivirus dPR1_v/dPR2_c 5729- 6068 (NC_001948) 339
- + + (+)
RSP
-
Betaflexiviridae dRW up1/dRW do2 5746-6084 (NC_001948) 339 + (+)
RSP
+ + +
(+)* Sequências depositadas no banco de dados do NCBI (GenBank); CS: Cabernet Sauvignon; IS: Isabel
No total, foram obtidos e clonados 12 isolados virais: sete isolados de RSPaV: CS1 e
IS2a (780 pb), CS2a e IS1 (831 pb), CS2b (339 pb), IS2b (339 pb) e IS3 (628 pb), três
isolados de GLRaV-2: CS1 (623 pb), CS2 (431 pb) e IS3 (431 pb) e dois isolados de GLRaV-
3: IS1 (593 pb) e IS2 (942 pb) (Tabela 6 e 7), os quais foram sequenciados e tiveram suas
sequências depositadas no banco de dados do NCBI (GenBank) (Tabela 7).
21
Tabela 7 - Relação das sequências dos isolados virais de RSPaV, GLRaV-2 e GLRaV-3 obtidos no
trabalho e depositados no banco de dados do NCBI (GenBank).
Vírus Gene sequenciado
n° nucleotídeos /
n° aminoácidos deduzidos
Código no GenBank
Nome do isolado
viral
780 GU166289
259 ACZ43912
CS1
780 GU166290
proteína capsidial (completa)
259 ACZ43913
IS2a
831 HM059036
276 ADG57583
CS2a
831 HM059037
276 ADG57584
IS1
339 HM059038
113 ADG57585
CS2b
339 HM358051
112 ADI87216
IS2b
628 HM130524
RSPaV
replicase (parcial)
209 ADG57589
IS3 (RSPaV
estirpe Syrah)
431 HM059035
143 ADG57582
CS2
431 HM358050
proteína capsidial (parcial)
143 ADI87215
IS3
623 HM059039
GLRaV-2
proteína de choque térmico 70
(parcial) (HSP70)
207 ADG57586
CS1
942 HM059034
proteína capsidial (completa)
313 ADG57581
IS2
593 HM059040
GLRaV-3
proteína de choque térmico 70
(parcial) (HSP70)
197 ADG57587
IS1
Para a presença de RSPaV, as plantas foram avaliadas com dois pares de
oligonucleotídeos específicos (RSPaV_v1/RSPaV_c1 e RSP2/RSP21) e dois pares
degenerados (dPR1_v/dPR2_c e dRW up1/dRW do2). Todos promoveram a detecção de
RSPaV nas amostras avaliadas, com diferentes eficiências, variando de 2 a 5 plantas
infectadas (Tabela 6 e Figuras 2B, 2D, 2E, 2F e 2G), fato, provavelmente atribuído a
especificidade do oligonucleotídeos em relação ao isolado de RSPaV presente na amostra.
Com o par dPR1_v/dPR2_c desenhado para os gêneros Tricho/Vitivirus foi possível detectar o
RSPaV em apenas 3 amostras. Este par de oligonucleotídeo permitiu a detecção do RSPaV,
Foveavirus, em função da suas sequências degeneradas.
Resultados semelhantes aos obtidos neste trabalho foram obtidos por Bertazzon &
Angelini (2004), em testes de detecção de diferentes isolados de GLRaV-2, os quais
obtiveram resultados falso-negativos em função do oligonucleotídeo utilizado.
Meng et al. (1999) destacam a importância da escolha dos oligonucleotídeos na
indexagem de plantas infectadas por RSPaV, e demonstram que a eficiência entre diferentes
22
pares de oligonucleotídeos testados foi de 85 a 100%. Beuve et al. (2007) também ressaltam a
importância de oligonucleotídeos desenhados com base em regiões conservadas, levando-se
em consideração a variabilidade entre os isolados da mesma espécie.
Todas as plantas avaliadas também se mostraram infectadas com RSPaV, estirpe Syrah
(RSPaV-SY) (Figura 2A), uma estirpe específica do RSPaV que causa engrossamento na
região da enxertia na videira cultivar Syrah, além de necroses nesta região (LIMA et al.,
2006a). Este pode ser considerado o primeiro relato desta estirpe em vinhedos brasileiros, o
que reforça a importância de estudos da variabilidade. Estudos adicionais de caracterização
biológica necessitam ser conduzidos neste caso.
Estes resultados demonstram a ocorrência de infecções virais múltiplas, considerando
espécies e estirpes virais, em uma mesma planta (videira). Tal situação torna o diagnóstico
mais complexo e o estudo de eficiência/eficácia de utilização de ferramentas moleculares
adquire particular relevância.
Os oligonucleotídeos específicos para a estirpe Syrah (LIMA et al., 2006a) foram
desenhados com base no gene da replicase, uma região considerada bastante variável e que
permite diferenciar esta estirpe específica da estirpe típica do RSPaV (HALIBI et al., 2006).
Também se avaliou a presença da estirpe Pinot Noir (PN) do RSPaV (RSPaV-PN) com
oligonucleotídeos específicos (LIMA et al., 2009) porém não houve amplificação nas plantas
avaliadas. Ainda não há relato da ocorrência desta estirpe em vinhedos brasileiros até o
presente momento. Esta estirpe, caracterizada por Lima et al. (2009) possui identidade de nt
com outros isolados de RSPaV, variando de 76% a 78%.
Para a presença do GLRaV-2, foram testados um par de oligonucleotídeos específico
(V2CPf/V2CPr2) e um degenerado (HSP-P1/HSP-P2). Pôde-se verificar que os mesmos
apresentaram alta sensibilidade, permitindo a detecção desta espécie viral em todas as plantas
avaliadas, tanto com o par específico (Figuras 2F e 2G), quanto com o degenerado (Figura
2C).
Para o vírus GLRaV-3 foram utilizados um par de oligonucleotídeos específico (LR3
8504v/LR3 9445c) e um degenerado (HSP-P1/HSP-P2). Apenas as plantas da cv. Isabel
apresentaram-se infectadas, tanto na determinação com o par de oligonucleotídeos específicos
(Figuras 2F e 2G), quanto com o degenerado (Figura 2C). O par HSP-P1/HSP-P2, desenhado
para o gênero Closterovirus, permitiu também a detecção do GLRaV-3, o qual pertence a
família Closteroviridae.
23
E
1700_
1159_
805_
514_
339_
339pb
M SD CS1 CS2 IS1 IS2 IS3
1700_
1159_
805_
514_
339_
A
1700_
1159_
805_
514_
339_
M SD CS1 CS2 IS1 IS2 IS3
B
628pb
780pb
1700_
1159_
805_
514_
339_
593-623 pb
M SD CS1 CS2 IS1 IS2 IS3
M SD CS1 CS2 IS1 IS2 IS3
M SD CS2 SD CS2
IS3 SD IS3
1700_
1159_
805_
514_
339_
F
-- 942pb
-- 831pb
_ 431pb
Figura 2 - Eletroforese em gel de agarose dos produtos da RT-PCR. Géis: (A) RSPaV-SY (SY9F/SY8R); (B)
RSPaV (RSPaV_v1/RSPaV_c1); (C) Closterovirus (HSP-P1/HSP-P2); (D) Tricho/Vitivirus (dPR1_v/dPR2_c);
(E): Betaflexiviridae (dRW up1/dRW do2); (F) RSPaV (RSP2/RSP21), GLRaV-2 (V2CPf/V2CPr2), GLRaV-3
(LR3 8504/LR3 9445); (G) RSPaV (RSP2/RSP21), GLRaV-2 (V2CPf/V2CPr2), GLRaV-3 (LR3 8504/LR3
9445). M: marcador DNAλ/PstI, SD: planta sadia, CS1 e CS2: plantas cv. Cabernet Sauvignon, IS1, IS2 e IS3:
plantas cv. Isabel.
D
M SD CS1 CS2 IS1 IS2 IS3
1700_
1159_
805_
514_
339_
363pb
C
1700_
1159_
805_
514_
339_
M SD IS1 SD CS1 IS2 IS1 SD IS2 IS1
G
__942pb
__831pb
_ -431pb
RSPaV
-
SY
RSPaV
Closterovirus
Tricho/Vitivirus
Betaflexiviridae
RSPaV
GLRaV-2
GLRaV-3
GLRaV-2 GLRaV-3 RSPaV
24
Os resultados obtidos demonstram a ocorrência de infecções virais múltiplas nas cinco
plantas avaliadas, envolvendo GLRaV-2, GLRaV-3 e RSPaV, incluindo a estirpe RSPaV-SY.
Estas mesmas plantas não apresentaram infecções com as espécies virais de GVA, GVB,
GFkV, GFLV, GLRaV-1, GVD, ArMV, GLRaV-4 e GCMV.
As plantas avaliadas de ambos o vinhedos, como mencionadas anteriormente, eram
assintomáticas no início o ciclo vegetativo, sendo que a cv. Isabel, não expressou sintomas de
infecção viral em todo seu ciclo vegetativo, contudo, nesta cultivar também foram detectadas
infecções múltiplas.
Os resultados demonstram a prevalência e a importância das três espécies virais
detectadas nas amostras, o que está em concordância com outros relatos em diferentes países
vitícolas do mundo (MARTELLI, 2009) e, indiretamente, também expresso pelo número de
sequências destes três vírus depositadas no banco de dados do NCBI (GenBank) (Tabela 2).
Análises das sequências: Todas as 12 sequências obtidas para os vírus RSPaV,
GLRaV-2 e GLRaV-3 foram comparadas com regiões genômicas homólogas de outros
isolados disponíveis no GenBank, através de análise de identidade de nucleotídeos (nt) e
aminoácidos deduzidos (aad), além de terem sido submetidas a análises filogenéticas.
RSPaV (Identidade do gene da proteína capsidial): Nas comparações de sequência foram
considerados os isolados-tipo de RSPaV completamente sequenciados (RSPaV, RSPaV-1),
suas estirpes (SG1, BS, SY, PN) além do isolado CF207, cujo gene foi expressado no
Capítulo II deste trabalho e o isolado RSP-SP, obtido em vinhedos de São Paulo (Pereira,
2008).
Pela análise de identidade de nt do gene completo da CP, verifica-se que os isolados
caracterizados CS1 e IS2a apresentaram maiores identidades de nt com os isolados SG1
(95,7%) e BS (91,5%), respectivamente. As identidades de nt e aad apresentadas entre os dois
isolados caracterizados foram de 84,7% e 81,8%, respectivamente. Em relação ao isolado tipo
da espécie (RSPaV-1), o isolado CS1 apresentou identidade de 91,6% (nt) e 89,5% (aad) e o
isolado IS2a apresentou 84,7% (nt) e 89,5% (aad). Quando comparados com os outros dois
isolados brasileiros, CF207 caracterizado por Radaelli et al. (2009), também proveniente de
vinhedos do Rio Grande do Sul e RSP-SP caracterizado por Pereira (2008), verificou-se baixa
identidade de nt, entre 82,9-90,6% (Tabela 8).
25
Tabela 8 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) do gene da proteína capsidial (780 pb) entre diferentes isolados de
Rupestris stem pitting-associated virus.
RSPaV RSPaV-1 SG1 BS SY PN CS1 IS2a CF207
RSP-SP
RSPaV - 99,6 95,7 92,6 92,6 93,4 89,5 89,5 98,1 91,8
RSPaV-1 99,4 - 96,1 92,6 93,0 93,4 89,5 89,5 98,4 91,8
SG1 90,9 90,8 - 90,7 91,5 91,8 88,8 87,2 94,5 89,1
BS 82,4 82,5 81,9 - 92,6 95,3 84,5 93,0 93,4 96,9
SY 85,2 85,6 85,8 84,2 - 93,4 85,3 88,0 93,8 92,2
PN 82,6 83,0 81,1 88,1 84,3 - 85,7 91,1 94,2 94,9
CS1 91,4 91,6 95,7 83,2 85,7 82,4 - 81,8 88,0 92,7
IS2a 84,7 84,7 83,5 91,5 85,1 89,1 84,7 - 89,5 83,3
CF207 96,8 96,8 88,8 84,6 86,2 84,7 89,7 85,1 - 92,6
RSP-SP 83,7 81,2 85,0 92,8 84,4 87,6 82,9 90,6 86,1 -
Códigos dos nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: RSPaV (AF026278, EUA), RSPaV-1 (NC_001948,
EUA), SG1 (AY881626, EUA), BS (AY881627, Canadá), SY (AY368590, EUA), PN (AY368172, EUA), CS1
(GU166290, Brasil), IS2a (GU166289, Brasil), CF207 (EF636804, Brasil)
e RSP-SP (DQ443732, Brasil).
Pôde-se verificar, com base na análise filogenética do gene da proteína capsidial
desses isolados, a formação de agrupamentos distintos, à semelhança de outros trabalhos
(RADAELLI et al., 2009; LIMA et al., 2006a; MENG et al., 2006; NOLASCO et al., 2006;
NAKAUNE et al., 2008). Observa-se a formação de pelo menos dois grupos, no qual o
isolado IS2a se apresenta no grupo II, próximo aos isolados RSP-SP (Brasil), BS (Canadá) e
PN (Estados Unidos) (Figura 3).
26
RSPaV EUA
RSPaV1 EUA
CF207 Brasil
SG1 EUA
CS1 Brasil
SY EUA
PN EUA
IS2a Brasil
BS Canadá
RSP-SP Brasil
ASPV
99
100
96
97
57
87
89
98
50
Figura 3 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências de nucleotídeos do gene da proteína capsidial (780 pb) dos isolados de
Rupestris stem pitting-associated virus. Valores percentuais de bootstrap” o mostrados nos ramos.
As barras indicam número de substituições de nucleotídeos por sítio (50 = 0,05). Códigos dos
nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: RSPaV (AF026278, EUA), RSPaV-1 (NC_001948,
EUA), SG1 (AY881626, EUA), BS (AY881627, Canadá), SY (AY368590, EUA), PN (AY368172,
EUA), CS1 (GU166290, Brasil), IS2a (GU166289, Brasil), CF207 (EF636804, Brasil) e RSP-SP
(DQ443732, Brasil). Para o grupo externo da árvore foi utilizado a espécie tipo do gênero: Apple stem
pitting virus (ASPV, Foveavirus, NC_003462).
Pereira (2008) também caracterizaram o gene da CP de um isolado brasileiro de
RSPaV (RSP-SP, DQ443732), provenientes de vinhedos do Estado de São Paulo, e este
apresentou maior identidade da sequência de nt com o isolado canadense BS. Por analogia o
isolado IS2a caracterizado neste trabalho seria mais próximo ao isolado de São Paulo do que o
isolado CS1 (Tabela 8).
Os dois isolados “estrangeiros” (SG1 e BS) considerados mais próximos dos isolados
brasileiros foram caracterizados por Meng et al. (2005a) e apresentaram 81,9% de identidade
de nt entre si (Tabela 8). Estes autores demonstraram experimentalmente que a infecção da
videira cv. St. George com o isolado SG1 é assintomática.
I
II
27
RSPaV (Identidade do fragmento do gene da replicase de 339 pb): A análise de identidade
de nt dos isolados onde se amplificou parcialmente (339 pb) o gene da replicase demonstrou
que o isolado CS2b apresentou maior identidade de nt com o isolado Hai1 (96,1%). o
isolado IS2b apresentou maior identidade de nt com o isolado SG1 (91,0%) (Tabela 9).
Tabela 9 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) da sequência parcial (339 pb) do gene da replicase dos diferentes
isolados de Rupestris stem pitting-associated virus.
RSPaV RSPaV-1
SG1 BS SY PN CS2b Hai1 IS2b
RSPaV - 100 98,2 99,1 93,6 95,4 94,6 95,4 98,0
RSPaV-1 97,8 - 98,2 99,1 93,6 95,4 94,6 95,4 98,0
SG1 88,8 89,6 - 99,1 94,5 96,3 95,5 96,3 98,0
BS 89,5 89,1 90,0 - 94,5 96,3 95,5 96,3 99,0
SY 77,0 76,4 78,2 78,6 - 96,3 93,7 95,4 96,0
PN 80,9 81,0 81,7 81,5 80,6 - 97,3 98,1 98,0
CS2b 81,4 80,9 80,9 81,3 80,9 84,0 - 98,1 97,0
Hai1 81,4 80,6 81,2 80,7 82,4 84,9 96,1 - 96,0
IS2b 87,6 87,8 91,0 89,9 78,8 80,4 80,4 80,1 -
Códigos dos nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: RSPaV (AF026278, EUA), RSPaV-1 (NC_001948,
EUA), SG1 (AY881626, EUA), BS (AY881627, Canadá), SY (AY368590, EUA), PN (AY368172, EUA), CS2b
(HM059038, Brasil), Hai1 (AB277787, Japão), IS2b (HM358051, Brasil).
Pôde-se verificar, com base na análise filogenética da sequência parcial de nt do gene
da replicase, a formação de pelo menos três grupos, onde os isolados IS2b e CS2b encontram-
se no grupo II (SG1 - EUA, BS - Canadá e IS2b - Brasil) e no grupo III (Hai1 - Japão, PN -
EUA e CS2b - Brasil, respectivamente) (Figura 4).
28
RSPaV EUA
RSPaV1 EUA
SG1 EUA
IS2b Brasil
BS Cana
PN EUA
CS2b Brasil
Hai1 Japão
SY EUA
ASPV
97
20
99
32
25
97
47
10
Figura 4 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências parciais de nucleotídeos do gene (339 pb) da proteína replicase de isolados de
Rupestris stem pitting-associated virus. Valores percentuais de bootstrap” o mostrados nos ramos.
As barras indicam número de substituições de nucleotídeos por sítio (10 = 0,01). Códigos dos
nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: RSPaV (AF026278, EUA), RSPaV-1 (NC_001948,
EUA), SG1 (AY881626, EUA), BS (AY881627, Canadá), SY (AY368590, EUA), PN (AY368172,
EUA), CS2b (HM059038, Brasil), Hai1 (AB277787, Japão), IS2b (HM358051, Brasil). Para o grupo
externo da árvore foi utilizado á espécie tipo do gênero: Apple stem pitting virus (ASPV, Foveavirus,
NC_003462).
RSPaV (Identidade do fragmento do gene da replicase de 831 e 628 pb): Para aqueles
isolados em que foi amplificado parcialmente (831 pb) o gene da replicase do RSPaV,
verificou-se que estes isolados (CS2a e IS1) apresentaram maiores identidades de nt com os
isolados SG1 (92,4%) e RSPaV (96,4%), respectivamente. As identidades de aad apresentadas
pelos isolados caracterizados, quando comparados com outros isolados disponíveis em banco
de dados, foi entre 80,7-89,4% (CS2a) e 81,1-90,9% (IS1) e entre os dois isolados
caracterizados foi de 87,2% (nt) e 91,3% (aad). Quando estes dois isolados foram comparados
com o isolado tipo da espécie (RSPaV-1), verificaram-se identidades de nt de 87,1% e 96,2%
e de aad de 88,4% e 90,5%, respectivamente (Tabela 10).
I
II
III
29
Tabela 10 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) do gene parcial (831pb) da proteína replicase entre diferentes isolados
de Rupestris stem pitting-associated virus.
RSPaV RSPaV-1
SG1 BS SY PN CS2a IS1
RSPaV - 98,1 93,4 97,8 87,3 89,8 88,7 90,9
RSPaV-1 98,0 - 93,1 96,7 86,9 89,4 88,4 90,5
SG1 86,6 86,3 - 93,8 87,3 89,1 89,4 85,8
BS 86,2 86,0 85,6 - 88,7 89,8 89,1 89,4
SY 75,6 76,0 76,8 77,8 - 86,2 80,7 81,1
PN 77,8 77,5 78,4 76,5 76,1 - 83,3 83,6
CS2a 87,2 87,1 92,4 86,1 76,0 77,9 - 91,3
IS1 96,4 96,2 85,5 85,3 75,9 77,1 87,2 -
Códigos dos nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: RSPaV (AF026278, EUA), RSPaV-1 (NC_001948,
EUA), SG1 (AY881626, EUA), BS (AY881627, Canadá), SY (AY368590, EUA), PN (AY368172, EUA), CS2a
(HM059036, Brasil), IS1 (HM059037, Brasil).
A análise filogenética da sequência parcial de nt da proteína replicase destes dois
isolados, verificou-se a formação de pelo menos dois grupos: grupo I, formado pelos isolados
RSPaV - EUA, RSPaV-1 - EUA, IS1 - Brasil e o grupo II, contendo os isolados SG1 - EUA e
CS2a - Brasil (Figura 5).
30
RSPaV EUA
RSPaV1 EUA
IS1 Brasil
SG1 EUA
CS2a Brasil
BS Canadá
PN EUA
SY EUA
ASPV
99
62
100
53
98
71
50
Figura 5 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências parciais de nucleotídeos do gene (831 pb) da proteína replicase dos isolados de
Rupestris stem pitting-associated virus. Valores percentuais de bootstrap” o mostrados nos ramos.
As barras indicam número de substituições de nucleotídeos por sítio (50 = 0,05). Códigos dos
nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: RSPaV (AF026278, EUA), RSPaV-1 (NC_001948,
EUA), SG1 (AY881626, EUA), BS (AY881627, Canadá), SY (AY368590, EUA), PN (AY368172,
EUA), CS2a (HM059036, Brasil), IS1 (HM059037, Brasil). Para o grupo externo da árvore foi
utilizado a espécie tipo do gênero: Apple stem pitting virus (ASPV, Foveavirus, NC_003462).
Para o isolado IS3, em que foi amplificado parcialmente (628 pb) o gene da replicase,
verificou-se maior identidade de nt com o isolado SY (91,1%), sendo que as identidades com
os demais isolados foram bem inferiores (menores que 74,4%). A identidade de aad com o
isolado SY foi de 93,3% e com os demais isolados foi inferior a 78,5% (Tabela 11).
I
II
31
Tabela 11 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) do gene parcial (628pb) da proteína replicase entre diferentes isolados
de Rupestris stem pitting-associated virus.
RSPaV RSPaV-1 SG1 BS SY PN IS3
RSPaV - 97,3 84,2 88,1 72,6 75,0 73,7
RSPaV-1 97,6 - 87,1 87,6 77,0 74,0 76,8
SG1 86,8 87,2 - 85,1 78,5 75,1 70,4
BS 88,1 87,9 87,5 - 76,0 76,5 77,0
SY 72,7 72,8 71,0 73,8 - 77,9 93,3
PN 76,4 75,4 72,8 77,3 73,8 - 78,5
IS3 74,1 74,3 73,1 74,4 91,1 73,5 -
Códigos dos nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: RSPaV (AF026278, EUA), RSPaV-1 (NC_001948,
EUA), SG1 (AY881626, EUA), BS (AY881627, Canadá), SY (AY368590, EUA), PN (AY368172, EUA), IS3
(HM130524, Brasil).
As análises de identidade de nt confirmam os resultados obtidos com os
oligonucleotídeos específicos para o RSPaV-SY, pois demonstraram que o isolado IS3
corresponde realmente à estirpe Syrah do RSPaV.
Pôde-se verificar pela análise filogenética, que o isolado IS3, quando comparado com
diferentes isolados, resultou na formação de pelo menos dois grupos: grupo I, formado pelas
estirpes típicas do RSPaV (RSPaV - EUA, RSPaV-1 - EUA) e II, formado pela estirpe Syrah,
caracterizada nos EUA (SY - EUA) e o isolado brasileiro (IS3 - Brasil) (Figura 6).
32
RSPaV EUA
RSPaV1 EUA
SG1
BS Cana
PN EUA
SY EUA
IS3 Brasil
ASPV
100
99
71
99
88
20
Figura 6 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências parciais de nucleotídeos do gene (628 pb) da proteína replicase dos isolados de
Rupestris stem pitting-associated virus. Valores percentuais de bootstrap” o mostrados nos ramos.
As barras indicam número de substituições de nucleotídeos por sítio (20 = 0,02). Códigos dos
nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: RSPaV (AF026278, EUA), RSPaV-1 (NC_001948,
EUA), SG1 (AY881626, EUA), BS (AY881627, Canadá), SY (AY368590, EUA), PN (AY368172,
EUA), IS3 (HM130524, Brasil). Para o grupo externo da árvore foi utilizado a espécie tipo do gênero:
Apple stem pitting virus (ASPV, Foveavirus, NC_003462).
Neste trabalho verificou-se a existência de variabilidade significativa entre os isolados
de RSPaV estudados, independente dos genes (completos ou parciais) caracterizados,
confirmando resultados anteriores, obtidos por Nolasco et al. (2006), Nakaune et al. (2008),
Meng et al. (2006) e Radaelli et al. (2009). Com base na identidade das sequências de nt,
verificou-se que o gene da CP (84,7-91,6%) se mostrou mais conservado que o gene da
replicase (80,9-96,4%) a exceção do isolado SY (Tabela 8 a 11) confirmando resultados
obtidos por Alabi et al. (2010).
A maior variabilidade apresentada pelos isolados de RSPaV estudados, foi observada
com o isolado IS3 (RSPaV-SY), o qual apresentou identidade de nucleotídeos com isolados
tipo desta espécie, de 74,1-74,3% (nt) e 73,7-76,8% (aad) (Tabela 11). Lima et al. (2006a)
caracterizaram originalmente o isolado de RSPaV designado RSPaV-SY (estirpe Syrah) e
observaram que a identidade de nucleotídeos com outros isolados foi de, aproximadamente,
77%. Adams et al. (2004) definem que identidade da sequência de nucleotídeos menor que
72% ou que 80% para aminoácidos, nos genes CP ou REP, determinam a demarcação de
novas espécies para a família Betaflexiviridae.
I
II
33
GLRaV-2 (Identidade do fragmento do gene da CP de 431 pb): Pela análise de identidade
de nt dos isolados em que foi amplificado parcialmente (431 pb) o gene da CP, verificou-se
que os isolados CS2 e IS3 apresentaram maiores identidades de nt e aad com o isolado H4
[92,5% (nt) e 93,7% (aad); 92,7% (nt) e 93,6% (aad), respectivamente]. A identidade de nt
entre os dois isolados foi considerada alta (98,8%) e com o isolado tipo da espécie (93/955)
foi de aproximadamente 87% (Tabela 12).
Tabela 12 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) do gene parcial (431pb) da proteína capsidial parcial dos diferentes
isolados de Grapevine leafroll-associated virus 2.
PN 93/955 RG BD H4 CS2 IS3
PN - 96,5 88,8 83,2 93,7 95,8 95,0
93/955 91,2 - 88,8 82,5 93,7 93,7 93,6
RG 75,6 75,8 - 82,5 87,4 86,7 86,6
BD 73,08 75,9 77,7 - 83,2 83,2 82,3
H4 88,4 86,07 77,2 75,6 - 93,7 93,6
CS2 87,7 87,2 77,2 75,1 92,5 - 97,8
IS3 87,9 87,4 77,7 76,1 92,7 98,8 -
Códigos dos nucleotídeos dos isolados no GenBank: PN (AF039204, EUA), 93/955 (NC_007448, África do
Sul), RG (AF314061, EUA), BD (DQ286725, Itália), H4 (AY697863, Itália), CS2 (HM059035, Brasil), IS3
(HM358050, Brasil).
Verificou-se, com base na análise filogenética das sequências parciais de nt do gene da
proteína capsidial dos isolados CS2 e IS3 a formação de três grupos, estando os dois isolados
estudados (CS2 e IS3) incluídos no grupo I, juntamente com o isolado H4 (Figura 7).
34
CS2 Brasil
IS3 Brasil
H4 Itália
PN EUA
93/955 África do Sul
RG EUA
BD Itália
BYV
99
90
89
65
99
20
Figura 7 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências parciais de nucleotídeos do gene (431 pb) da proteína capsidial dos isolados de
Grapevine leafroll-associated virus 2. Valores percentuais de “bootstrap” são mostrados nos ramos. As
barras indicam número de substituições de nucleotídeos por sítio (20 = 0,02). Códigos dos
nucleotídeos dos isolados no GenBank: PN (AF039204, EUA), 93/955 (NC_007448, África do Sul),
RG (AF314061, EUA), BD (DQ286725, Itália), H4 (AY697863, Itália), CS2 (HM059035, Brasil), IS3
(HM358050, Brasil). Para o grupo externo da árvore foi utilizado a espécie tipo do gênero: Beet
yellows virus (BYV, Closterovirus, NC_001598).
O isolado H4 foi caracterizado por Abou Ghanem-Sabanadzovic et al. (2000) como
sendo uma variante biológica do GLRaV-2, distinta de outros isolados transmitidos
mecanicamente do mesmo rus, devido à diferenças nas reações em hospedeiras herbáceas e
na sequência do gene da CP. Este autores verificaram que o isolado H4 induz lesões locais
necróticas em Nicotiana clevelandii, além de infecção sistêmica em N. occidentalis. O isolado
H4 diferiu em aproximadamente 12% na sequência de nt do gene da CP em relação a outros
isolados deste mesmo rus. Meng et al. (2005b) mostraram que o isolado americano, 93/955
diferiu em 7,4% de nt quando comparado ao isolado PN e 11,1% com o isolado H4. Radaelli
et al. (2009) caracterizaram seis isolados brasileiros deste vírus e destes, três (M/C, MH e RI),
também se mostraram mais próximos ao isolado H4.
GLRaV-2 (Identidade do fragmento do gene HSP70 de 623 pb): Para o isolado CS1, em
que foi amplificado parcialmente (623 pb) o gene da proteína HSP70, verificou-se maior
identidade de nt com o isolado PV20 (94,8%), e de 74-75,2% com os demais isolados, onde
está incluso o isolado tipo da espécie (93/955). Em relação à identidade de aad, esta foi de
I
II
III
35
98% entre os isolados CS1 e PV20 e de aproximadamente 83% com os demais isolados
(Tabela 13).
Tabela 13 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) do gene parcial (623 pb) da HSP70 entre os diferentes isolados de
Grapevine leafroll-associated virus 2.
PN 93/955 RG BD Alfie SE CS1 PV20
PN - 93,3 85,7 86,2 86,2 83,8 85,3 86,6
93/955 88,2 - 85,3 84,3 84,3 83,8 84,8 84,7
RG 74,4 74,1 - 91,9 91,9 98,9 83,8 84,2
BD 75,04 74,1 80,8 - 99,0 90,4 82,8 84,2
Alfie 75,7 74,3 81,3 98,1 - 90,4 82,8 84,2
SE 73,2 73,4 97,4 79,7 80,2 - 82,3 82,8
CS1 74,0 74,9 74,0 75,2 74,7 73,4 - 98,0
PV20 73, 4 74,3 75,8 75,9 75,2 75,3 94,8 -
Códigos dos nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: PN (AF039204, EUA), 93/955 (NC_007448, África
do Sul), RG (AF314061, EUA), BD (DQ286725, Itália), Alfie (AY456132, Nova Zelândia), SE (HM130523,
Brasil), CS1 (HM059039, Brasil), PV20 (EF012721, França).
Verificou-se também, com base na análise filogenética, a formação de quatro grupos,
sendo que o isolado CS1 foi incluído no grupo III, juntamente com o isolado PV20 (Figura 8).
36
RG EUA
SE Brasil
BD Itália
Alfie Nova Zelândia
CS1 Brasil
PV20 França
PN EUA
93/955 África do Sul
BYV
100
100
99
77
39
100
50
Figura 8 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências parciais de nucleotídeos do gene (623 pb) da proteína HSP70 dos isolados de
Grapevine leafroll-associated virus 2. Valores percentuais de “bootstrap” são mostrados nos ramos. As
barras indicam número de substituições de nucleotídeos por sítio (50 = 0,05). Códigos dos
nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: PN (AF039204, EUA), 93/955 (NC_007448, África do
Sul), RG (AF314061, EUA), BD (DQ286725, Itália), Alfie (AY456132, Nova Zelândia), SE
(HM130523, Brasil), CS1 (HM059039, Brasil), PV20 (EF012721, França). Para o grupo externo da
árvore foi utilizado a espécie tipo do gênero: Beet yellows virus (BYV, Closterovirus, NC_001598).
O isolado PV20 foi caracterizado por Beuve et al. (2007), tendo apresentado baixa
identidade nt com os demais isolados incluídos naquele estudo. Isto também foi verificado
neste trabalho, pois a alta identidade verificada entre os isolados CS1 e PV20 não foi
verificada com os demais isolados.
Os isolados inseridos nas análises de identidade e filogenia, PN (MENG et al., 2005b),
RG (ROWHANI et al., 2002), BD (BERTAZZON & ANGELINI, 2004), H4 (ABOU
GHANEM-SABANADZOVIC et al., 2000) e Alfie (BONFILIOLI et al., 2003), são
distantemente relacionados com o isolado tipo desta espécie (isolado 93/955).
GLRaV-3 (Identidade do gene da proteína capsidial): Pela análise de identidade de
nt do isolado IS2, em que foi amplificado o gene completo (942 pb) da CP, pôde-se verificar
que este isolado apresentou maior identidade de nt com o isolado GP18 (98,4%). O isolado
IS2 apresentou as seguintes identidades de nt quando comparado a outros isolados brasileiros:
92,9% (Pet1), 92,8% (Pet2), 92,7% (Pet3) e 97,7% (Pet4) (Tabela 14). Os isolados brasileiros
I
II
III
IV
37
Pet1, 2 e 3 (DIANESE et al., 2005), apresentaram alta identidade de nt entre si, e menor com o
isolado Pet4. Todos estes isolados são provenientes de vinhedos de Petrolina (PE) (FAJARDO
et al., 2007b). Em relação ao isolado tipo da espécie (NY), verificaram-se identidades de
92,3% (nt) e 93,9% (aad) (Tabela 14).
Tabela 14 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) do gene completo (942 pb) da proteína capsidial entre diferentes
isolados de Grapevine leafroll-associated virus 3.
GP18 Pet4 Pet1 Pet2 Cl766 DW2 Pet3 IS2 NY
GP18 - 97,4 95,5 95,2 95,5 95,5 95,2 98,0 94,5
Pet4 97,5 - 95,8 95,5 95,8 95,8 95,5 96,4 94,8
Pet1 93,01 93,4 - 99,6 100 100 99,6 94,8 99,0
Pet2 92,9 93,3 99,8 - 99,6 99,6 99,3 94,5 98,7
Cl766 92,8 93,2 99,5 99,4 - 100 99,6 94,8 99,0
DW2 92,8 93,2 99,6 99,5 99,4 - 99,6 94,8 99,0
Pet3 92,8 93,2 99,7 99,6 99,3 99,4 - 94,5 98,7
IS2 98,4 97,7 92,9 92,8 92,7 92,7 92,7 - 93,9
NY 92,4 92,9 99,4 99,3 99,0 99,1 99,2 92,3 -
Códigos dos nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: GP18 (EU259806, África do Sul), Pet4 (AY753208,
Brasil), Pet1 (DQ680141, Brasil), Pet2 (DQ680142, Brasil), Cl766 (EU344893, Chile), DW2 (DQ119574,
China), Pet3 (DQ062152, Brasil), IS2 (HM059034, Brasil), NY (NC_004667, EUA).
Com base na análise filogenética, verificou-se a formação de dois grupos distintos,
com o isolado CS1 incluído no grupo II, cujos membros apresentaram identidades de 97,5-
98,4% (nt) (Figura 9).
38
CL766 Chile
DW2 China
Pet3 Brasil
NY EUA
Pet2 Brasil
Pet1 Brasil
Pet4 Brasil
GP18 África do Sul
IS2 Brasil
GLRaV1
79
34
99
99
50
Figura 9 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências completas (942 pb) de nucleotídeos do gene da proteína capsidial dos isolados
de Grapevine leafroll-associated virus 3. Valores percentuais de “bootstrap” são mostrados nos ramos.
As barras indicam número de substituições de nucleotídeos por sítio (50 = 0,05). Códigos dos
nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: GP18 (EU259806, África do Sul), Pet4 (AY753208,
Brasil), Pet1 (DQ680141, Brasil), Pet2 (DQ680142, Brasil), Cl766 (EU344893, Chile), DW2
(DQ119574, China), Pet3 (DQ062152, Brasil), IS2 (HM059034, Brasil), NY (NC_004667, EUA).
Para o grupo externo da árvore foi utilizado a espécie: Grapevine leafroll-associated virus 1 (GLRaV-
1, Ampelovirus, AF195822).
GLRaV-3 (Identidade do fragmento do gene HSP70 de 593 pb): Pela análise de identidade
de nt do isolado IS1, em que foi amplificado parcialmente (593 pb) o gene da proteína HSP70,
verificou-se que este apresentou maior identidade de nt com o isolado WC-HSP-2 (98,1%). A
identidade de aad com outros isolados variou entre 87,3-98,9%. O isolado IS1 apresentou
identidades de 94,1% (nt) e 97,9% (aad) com o isolado tipo da espécie (NY) (Tabela 15).
I
II
39
Tabela 15 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) do gene parcial (593 pb) da proteína HSP70 entre diferentes isolados de
Grapevine leafroll-associated virus 3.
GP18 WC-HSP-2 M.T NY CL766 NZ-1 WC-HSP-10 IS1
GP18 - 97,5 98,4 98,0 98,5 87,6 86,5 98,9
WC-HSP-2 97,9 - 97,4 96,5 97,0 86,0 87,0 97,9
M.T 95,6 94,5 - 99,5 100 88,3 87,3 98,4
NY 95,2 94,1 99,3 - 99,5 88,1 86,0 97,9
CL766 95,1 93,9 99,1 98,8 - 88,6 86,5 98,4
NZ-1 76,2 75,5 77,1 76,5 77,2 - 86,3 87,3
WC-HSP-10 71,3 71,3 71,9 72,3 71,6 71,8 - 87,3
IS1 97,8 98,1 94,4 94,1 93,9 75,8 72,3 -
Códigos dos nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: GP18 (EU259806, África do Sul), WC-HSP-2
(EF103903, África do Sul), M.T (AH013319S2, República Tcheca), NY (NC_004667, EUA), CL766
(EU344893, Chile), NZ-1 (EF508151, Nova Zelândia), WC-HSP-10 (EF103904, África do Sul), IS1
(HM059040, Brasil).
A análise filogenética da sequência parcial de nt do gene da proteína HSP70
demonstrou a formação de pelo menos dois grupos, encontrando-se o isolado caracterizado
(IS1) no grupo I, juntamente com os isolados da África do Sul, WC-HSP-2 e GP18 (Figura
10).
40
WC-HSP-2 África do Sul
IS1 Brasil
GP18 África do Sul
M.T República Tcheca
NY EUA
CL766 Chile
NZ-1 Nova Zelândia
WC-HSP-10 África do Sul
GLRaV1
73
92
46
96
99
60
50
Figura 10 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências parciais (593 pb) de nucleotídeos do gene da proteína HSP70 dos isolados de
Grapevine leafroll-associated virus 3. Valores percentuais de “bootstrap” são mostrados nos ramos. As
barras indicam número de substituições de nucleotídeos por sítio (50= 0,05). Códigos dos nucleotídeos
dos isolados no GenBank e país: GP18 (EU259806, África do Sul), WC-HSP-2 (EF103903, África do
Sul), M.T (AH013319S2, República Tcheca), NY (NC_004667, EUA), CL766 (EU344893, Chile),
NZ-1 (EF508151, Nova Zelândia), WC-HSP-10 (EF103904, África do Sul), IS1 (HM059040, Brasil).
Para o grupo externo da árvore foi utilizado a espécie: Grapevine leafroll-associated virus 1 (GLRaV-
1, Ampelovirus, AF195822).
Resultados semelhantes aos obtidos neste trabalho foram obtidos por Fajardo et al.
(2005). Os autores observaram a ocorrência de sequências variantes do GLRaV-3 em uma
mesma planta, com base na sequência parcial do gene da proteína HSP70, obtendo
homologias de 75,1-81% com o isolado tipo desta espécie (NY).
A Tabela 16 apresenta um resumo dos resultados do estudo de identidade de
sequências, apresentando a relação de isolados “estrangeiros” que exibiram maiores
identidades de nucleotídeos com os isolados locais estudados neste trabalho.
I
II
41
Tabela 16 - Relação de isolados “estrangeiros”, depositados no GenBank e que apresentaram maiores
identidades de nucleotídeos com os isolados virais de RSPaV, GLRaV-2 e GLRaV-3, caracterizados
neste trabalho.
Vírus Gene sequenciado n° nucleotídeos
Código no
GenBank
Isolado viral
caracterizado
Isolado “estrangeiro”
com maior identidade
780 GU166289 CS1 SG1 - EUA
proteína capsidial (completa)
780 GU166290 IS2a BS - Canadá
831 HM059036 CS2a SG1 - EUA
831 HM059037 IS1 RSPaV - EUA
339 HM059038 CS2b Ha1 - Japão
340 HM358051 IS2b SG1 - EUA
RSPaV
replicase (parcial)
628 HM130524 IS3 (estirpe Syrah)
SY - EUA
431 HM059035 CS2 H4 - Itália
proteína capsidial (parcial)
431 HM358050 IS3 H4 - Itália
GLRaV-2
proteína de choque térmico
70 (HSP70) (parcial)
623
HM059039
CS1 PV20 - França
proteína capsidial
(completa)
942
HM059034
IS2 GP18 – África do Sul
GLRaV-3
proteína de choque térmico
70 (HSP70) (parcial)
593
HM059040
IS1
WC-HSP-2 - África do
Sul
A frequente infecção viral múltipla em videiras, como verificado neste trabalho, a
impossibilidade (RSPaV e GLRaV-3) ou a dificuldade de transmissão (GLRaV-2) dos vírus
estudados para hospedeiras herbáceas impedem ou dificultam bastante a geração de
informações sobre as características biológicas destes isolados, tais como sintomatologia
específica, virulência, etc.
Detecção sorológica dos isolados caracterizados: Os resultados da detecção
sorológica por meio do teste ELISA corresponderam integralmente aos resultados obtidos pelo
teste molecular (RT-PCR), para os três vírus avaliados, RSPaV, GLRaV-2 e GLRaV-3
(Tabela 17). Como descrito anteriormente, a cv. C. Sauvignon (V. vinifera) expressa vários
sintomas de infecção viral a partir do meio ao final do ciclo vegetativo, já na cv. Isabel (V.
labrusca) estes sintomas são muito mais discretos ou nem chegam a se expressar, não sendo
observados sintomas típicos em todo seu ciclo vegetativo.
Assim, o teste ELISA se apresenta como uma boa alternativa, principalmente, para
indexação de um número maior de amostra, por sua versatilidade, praticidade e baixo custo
(Tabela 17).
42
Tabela 17 - ELISA indireto das cinco amostras de videiras, para a presença dos vírus RSPaV e
GLRaV-2 e ELISA direto para GLRaV-3. Valores das leituras de absorbância no comprimento de
onda em 405 nm, aproximadamente 2 horas após a adição do substrato. Resultado de RT-PCR,
conforme consta na Tabela 6.
Vírus
Amostra Isolado Absorbância (405 nm)
RT-PCR
Rupestris du Lot (Sadia) - 0,24 (-)
(-)
Cabernet Sauvignon, planta 1 CS1 1,62 (+) (+)
Cabernet Sauvignon, planta 2 CS2 1,82 (+) (+)
Isabel, planta 1 IS1 1,11 (+) (+)
Isabel, planta 2 IS2 1,08 (+) (+)
RSPaV
Isabel, planta 3 IS3 0,67 (+) (+)
Rupestris du Lot (Sadia) - 0,18 (-) (-)
Cabernet Sauvignon, planta 1 CS1 0,99 (+) (+)
Cabernet Sauvignon, planta 2 CS2 0,98 (+) (+)
Isabel, planta 1 IS1 0,60 (+) (+)
Isabel, planta 2 IS2 0,69 (+) (+)
GLRaV-2
Isabel, planta 3 IS3 0,44 (+) (+)
Rupestris du Lot (Sadia) - 0,11 (-) (-)
Cabernet Sauvignon, planta 1 CS1 0,16 (-) (-)
Cabernet Sauvignon, planta 2 CS2 0,16 (-) (-)
Isabel, planta 1 IS1 1,27 (+) (+)
Isabel, planta 2 IS2 1,27 (+) (+)
GLRaV-3
Isabel, planta 3 IS3 1,24 (+) (+)
Diferenças observadas nas sequências de nucleotídeos ou de aminoácidos do gene da
CP podem ter efeito sobre todas as funções desta proteína, incluindo o reconhecimento
sorológico (BERTAZZON & ANGELINI, 2004). Portanto, a variabilidade genética deste
gene deve ser considerada, uma vez que alguns epitopos na CP são a base para que os
anticorpos a reconheçam e possam reagir em ELISA (FAJARDO et al., 2007a). Contudo, os
resultados obtidos neste trabalho demonstram que a sensibilidade dos anti-soros testados não
foi afetada pela variabilidade apresentada pelos isolados testados.
O baixo título viral comumente verificado em videira e a variabilidade genética podem
conduzir a resultados falso-negativos em testes sorológicos e até moleculares. Assim, a
escolha dos métodos mais adequados, com base nas características virais, pode definir o
sucesso da detecção viral.
43
Detecção de vírus em cochonilhas vetoras: As amostras de cochonilhas Planococcus
citri e Pseudococcus viburni, coletadas nos meses de outubro a fevereiro e provenientes de
vinhedos de Petrolina (PE) e de Caxias do Sul (RS), respectivamente, foram avaliadas para a
presença dos vírus GVA, GVB, GLRaV-1 e GLRaV-3 (Tabela 18). A partir da amostra de P.
citri n. 40 foi possível detectar o GVA (Figura 11C). Na amostra de P. viburni “caxias"
detectou-se GLRaV-3, e na amostra “venturin”, GLRaV-3, GVA e GVB (Figuras 11B, 11C e
11D, respectivamente). Nas demais amostras não foram detectado nenhum dos vírus testados.
O GLRaV-1, também transmitido por pseudococcídeos, não foi detectado em nenhuma das
amostras (Figura 11A), contudo, ainda não há relato de sua transmissão pelas duas espécies de
cochonilhas avaliadas neste trabalho.
Tabela 18 - Relação das amostras de cochonilhas vetoras (Família: Pseudococcidae) testadas por RT-
PCR para a presença de vírus.
Vírus Ordem
no gel
Espécie Amostra
Localização do
vinhedo
GVA GVB GLRaV-1
GLRaV-3
1 Pseudococcus viburni avirulífero, mantido em labororatório
2 Planococcus citri n. 40 Petrolina, PE (+)* - - -
3 Planococcus citri n. 51 Petrolina, PE - - - -
4 Pseudococcus viburni caxias Caxias do Sul, RS - - - +
5 Planococcus citri n. 53 Petrolina, PE - - - -
6 Pseudococcus viburni venturin Caxias do Sul, RS + + - +
(+)* fragmento sequenciado e depositado no GenBank.
44
A
C
_451 pb
Figura 11 - Eletroforese em gel de agarose dos produtos da RT-PCR a partir de RNA total extraído de
cochonilhas. Géis: (A) Grapevine leafroll-associated virus 1; (B) Grapevine leafroll-associated virus
3; (C) Grapevine virus A; (D) Grapevine virus B; Amostras: (M) Marcador DNAλ/PstI; (1)
Pseudococcus viburni, avirulífero; (2) Planococcus citri, amostra n. 40; (3) Planococcus citri, amostra
n. 51; (4) Pseudococcus viburni, amostra caxias; (5) Planococcus citri, amostra n. 53; (6)
Pseudococcus viburni, amostra venturin.
Em diversos trabalhos na literatura, comprovação que as cochonilhas das famílias
Pseudococcidae e Coccidade são vetoras de algumas espécies virais em videiras (Tabela 3).
Nestes trabalhos demonstrou-se que GVA, GVB e GLRaV-3 podem ser transmitidos entre
videiras por diversas espécies de cochonilhas, dentre as quais incluem-se P. viburni e P. citri
(ROSCIGLIONE et al., 1983; LA NOTTE et al., 1997; GARAU et al., 1995; KUNIYUKI et
al., 2005 e 2006; WOERNER, 1983; CID et al., 2007; CABALEIRO & SEGURA, 1997;
GOLINO et al., 1995).
As detecções promovidas neste trabalho comprovam o “status” de virulíferas para
cochonilhas presentes em duas importantes regiões vitícolas, bastante distintas e distantemente
localizadas. Apesar de um número reduzido de amostras, foi possível verificar que as
cochonilhas apresentam grande potencial de aquisição de partículas virais, demonstrando sua
D
M 1 2 3 4 5 6
1700 -
1159 -
805 -
514 -
339 -
M 1 2 3 4 5 6
1700 -
1159 -
805 -
514 -
339 -
_594 pb
B
M 1 2 3 4 5 6
_942 pb
1700 -
1159 -
805 -
514 -
339 _
1700 -
1159 -
805 -
514 -
339 -
M 1 2
3 4 5 6
__969 pb
GLRaV
-
1
GLRaV
-
3
G
VA
G
VB
45
grande importância epidemiológica na disseminação destes patógenos, a exemplo da amostra
“venturin”, na qual foi detectada a presença de até três espécies virais.
A detecção sorológica ou molecular de vírus diretamente de cochonilhas pode fornecer
resultados falso-negativos devido ao baixo título viral, ou devido à variabilidade viral
(MINAFRA & HADIDI, 1994; ACHECHE et al., 1999). Contudo, a metodologia empregada
e os resultados obtidos neste trabalho demonstraram ser eficiente a detecção viral por RT-PCR
a partir de cochonilhas virulíferas. A extração do RNAt pelo método do Reagente TRIzol
permitiu obter ácidos nucléicos virais de alta qualidade e integridade e o número de
cochonilhas utilizadas por amostra na extração dos mesmos, foi suficiente para permitir a
deteccção molecular. Os oligonucleotídeos empregados demonstraram-se eficientes na
detecção dos isolados virais.
Através da análise de identidade de nt do isolado PC40, obtido em P. citri, para o qual
foi amplificado parcialmente (451 pb) o gene da CP, comprovou-se tratar-se de GVA. Este
isolado apresentou maior identidade de nt com o isolado P163-1 (90,2%) e de aad com o
isolado LQ58 (97,8%). A identidade de nt, apresentada por este isolado obtido de cochonilha,
com outros dois isolados brasileiros de GVA, foi de 80,7% (GVA-SP) e 88,5% (GVA-RS).
Este isolado, quando comparado com todos os isolados disponíveis no banco de dados do
NCBI (GenBank), apresentou maiores identidades de nt com isolados da África do Sul, China
e Brasil (Tabela 19).
46
Tabela 19 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) do gene parcial (451pb) da proteína capsidial de diferentes isolados de
Grapevine virus A.
GVA-SP
GVA-RS
GTR1-1
P163-1 LQ58 92/778
MSH18-1
PC40
GVA-SP - 94,9 84,3 83,8 84,3 97,9 97,9 88,5
GVA-RS 89,4 - 85,3 84,8 85,3 94,9 94,9 92,1
GTR1-1 81,1 85,6 - 99,4 97,9 84,8 84,3 97,1
P163-1 81,9 85,1 96,9 - 97,4 84,3 83,8 96,4
LQ58 80,7 82,4 94,1 92,8 - 84,8 84,3 97,8
92/778 92,3 89,4 82,2 82,3 82,6 - 97,9 89,2
MSH18-1 93,3 89,5 81,6 82,4 79,4 93,3 - 88,5
PC40 80,7 88,5 90,0 90,2 89,4 82,3 81,1 -
Códigos dos nucleotídeos dos isolados no GenBank e país: PC40 (HM358052, Brasil), GVA-SP (AY340581,
Brasil), GVA-RS (AF494187, Brasil), GTR1-1 (DQ787959, África do Sul), P163-1 (DQ855088, África do Sul),
LQ58 (DQ911145, China), 92/778 (AF441234, África do Sul), MSH18-1 (DQ855085, África do Sul).
A análise filogenética da sequência parcial de nt da CP indicou a formação de pelo
menos dois grupos: sendo que o isolado PC40 se encontra no grupo I, juntamente com dois
outros isolados da África do Sul (GTR1-1 e P163-1) e um isolado da China (LQ58) (Figura
12).
47
GTR1-1 África do Sul
P163-1 África do Sul
LQ58 China
PC40 Brasil
GVA-RS Brasil
GVA-SP Brasil
92/778 África do Sul
MSH18-1 África do Sul
HLV
62
80
63
99
83
88
20
Figura 12 - Árvore filogenética por parcimônia, não enraizada, obtida com o software MEGA 4.1,
baseada nas sequências parciais de nucleotídeos do gene (451 pb) da proteína capsidial dos isolados de
Grapevine virus A. Valores percentuais de “bootstrap” são mostrados nos ramos. As barras indicam
número de substituições de nucleotídeos por sítio (20 = 0,02). Códigos dos nucleotídeos dos isolados
no GenBank e país: PC40 (HM358052, Brasil), GVA-SP (AY340581, Brasil), GVA-RS (AF494187,
Brasil), GTR1-1 (DQ787959, África do Sul), P163-1 (DQ855088, África do Sul), LQ58 (DQ911145,
China), 92/778 (AF441234, África do Sul), MSH18-1 (DQ855085, África do Sul). Para o grupo
externo da árvore foi utilizado a espécie Heracleum latent virus (HLV, Vitivirus, X79270).
O resultado também demonstrou que o GVA apresenta expressiva variabilidade entre
diferentes isolados. Goszczynski & Jooste (2003) caracterizaram oito isolados deste vírus, que
exibiam diferentes sintomatologias e observaram a formação de três grupos distintos, os quais
apresentaram de 91-99,8% de variabilidade de nt dentro e 78-89,3% entre os grupos.
O estudo da relação entre vírus-vetor é uma área bastante promissora e importante para
a epidemiologia (FUCHS et al., 2009). A metodologia empregada para a detecção de vírus em
cochonilhas vetoras mostrou-se simples, rápida e confiável. Os resultados obtidos também
reforçam, mesmo que indiretamente, a importância epidemiológica dessas espécies de
cochonilhas, uma vez que videiras mantidas por muitos anos no campo, na presença destes
insetos podem estar sujeitas a infecção. Assim sendo, precauções deveriam ser tomadas em
regiões vitícolas do Brasil, principalmente, em locais onde se mantém matrizes livres das
principais viroses da videira.
Este estudo contribui com informações que permitirão aperfeiçoamentos na execução
de testes sorológicos e moleculares visando a diagnose e caracterização viral, tornando-as
I
II
48
mais consistentes e confiáveis. Isto auxiliará para se alcançar maior eficiência na indexagem
viral em materiais propagativos e em testes de rotina.
2.5 Anexos
Anexo 1 Sequências virais de nucleotídeos (linha superior) e de aminoácidos deduzidos
(linha inferior) obtidas e depositadas no GenBank. Código no GenBank e descrição do
vírus/isolado.
GU166289 - 780 pb, Rupestris stem pitting-associated virus, isolado CS1, gene completo da proteína
capsidial.
atggcaagtcaaattgggaaactccctggcgaatcaaatgaggcatttgaagcccggctg
M A S Q I G K L P G E S N E A F E A R L
aaatcactggagttggctagagctcagaagcagccagaaggctcaaacacaccgcccatt
K S L E L A R A Q K Q P E G S N T P P I
ctcagtggtgtgcttgccaaacgtaagagggttattgagaatgcactctcaaagacagtg
L S G V L A K R K R V I E N A L S K T V
gacatgagggaagtgttgaaacatgaaacggttgtaatttctccaaatgtcatggatgag
D M R E V L K H E T V V I S P N V M D E
ggtgcaatagatgagctgattcgtgcatttggagaatcaggcatagctgagaacgcacaa
G A I D E L I R A F G E S G I A E N A Q
tttgatgtggccatagatatagcacgtcactgctctgatgttggaagctcccaaaggtca
F D V A I D I A R H C S D V G S S Q R S
accttgattggcaaaagtccattctgtgatctgaatagatcagaaattgccgggattata
T L I G K S P F C D L N R S E I A G I I
agggaggtaaccacatttgcgcagattttgcatgtactatgcaaaaatcgtgtggaatat
R E V T T F A Q I L H V L C K N R V E Y
ccatctggagacggggataccccagctaattgggcaaagaaaggatttaatgagaatgaa
P S G D G D T P A N W A K K G F N E N E
aaatttgcagcctttgacttcttcctgggagtcacagataagagtgcgcttgaaccaaag
K F A A F D F F L G V T D K S A L E P K
ggtggaatcaaaagagctccaacaaaagctgagatggtcgctaatatcgcctcttttgag
G G I K R A P T K A E M V A N I A S F E
gttcaagtgctcagacaggctatggctgaaggcaagcggagttccaaccttggagagatt
V Q V L R Q A M A E G K R S S N L G E I
agtggtggaacggctggcgcactcatcaacaaccccttttcaaatgttacacatgaatga
S G G T A G A L I N N P F S N V T H E *
GU166290 - 780 pb, Rupestris stem pitting-associated virus, isolado IS2a, gene completo da proteína
capsidial.
atggcaagtcaaattgggaaactgcctggcgaatcaaatgaagcatatgaagcccgactt
M A S Q I G K L P G E S N E A Y E A R L
aaggctttagagttagcaagggctcaaaaagctccggaagtctctaatcaacctcccacg
K A L E L A R A Q K A P E V S N Q P P T
cttagtggcattctggctaaaaggaaaagagtaattgagaatgcactctcgaagacagtt
L S G I L A K R K R V I E N A L S K T V
gacatgcgtgaggttttgaggcatgaatctgttgtgctctccccaaatgtgatggatgag
D M R E V L R H E S V V L S P N V M D E
ggagcaatagatgagctgattcgcgcctttggggagtcaggcatagctgagaatgtgcaa
G A I D E L I R A F G E S G I A E N V Q
tttgatgttgcaatagacattgcccgtcattgctctgatgtgggaagctcccagaggtca
F D V A I D I A R H C S D V G S S Q R S
accttgattggtaagagccccttctgcgagttaaataggtctgaaatagctggaattata
T L I G K S P F C E L N R S E I A G I I
agagaggtgaccacgctgcgtagattttgcatgtactacgcaaaaattgtgtggaacatc
R E V T T L R R F C M Y Y A K I V W N I
catctggagacgggaataccaccagctaattgggccaagaaaggatttaatgagaatgaa
H L E T G I P P A N W A K K G F N E N E
aagtttcagcccttgacttcttccttggagttacagatgaaagcgccgcttgaacctaag
49
K F Q P L T S S L E L Q M K A P L E P K
ggtggtgtcaagagagctccaacaaaagcagaaatggtcgctaatatcgcctcttttgaa
G G V K R A P T K A E M V A N I A S F E
gttaaagtgctcagacaaactatggctgaaggaaagcggagctccaatcttggagagatc
V K V L R Q T M A E G K R S S N L G E I
agtggcggaacggctggggcgcttatcaataaccccttttcaaatgttacacatgaatga
S G G T A G A L I N N P F S N V T H E *
HM059036 - 831 pb, Rupestris stem pitting-associated virus, isolado CS2a, gene parcial da proteína da
replicase.
caagcatgctcttggcaactgcagtgatccccccagaagtgctggtcggttctcctgagagc
S M L L A T A V I P P E V L V G S P E S
cttaacccttgggcctaccagtacaaaattagtagcgatcagctgctcttcgctccagat
L N P W A Y Q Y K I S S D Q L L F A P D
ggcatctggaatgagatgtattcacaacctttgtcatgcagatacttactaaaggcaaga
G I W N E M Y S Q P L S C R Y L L K A R
tcggtggttctgcccgaggcctcgcgctattctgttgatatccattcaccccaaaattct
S V V L P E A S R Y S V D I H S P Q N S
gccaccacttgcttagttttcccccatgggcaatctttgacctcaaacatgaggtgtttt
A T T C L V F P H G Q S L T S N M R C F
tccggtttggacgcaataggcataaaggatcttgagcctctaagccgtggcatgcacagt
S G L D A I G I K D L E P L S R G M H S
tgtttcccagtgcatcatgatgtcgtaaccaagatatacctttacttaagaactcttaag
C F P V H H D V V T K I Y L Y L R T L K
aagccagacaaggagtctgctgaggcaaagcttcgtcaactcattgacaagcccacaggg
K P D K E S A E A K L R Q L I D K P T G
agggagataaaattcattgaggatttttcctcattagttataagctgtggaaggagtggc
R E I K F I E D F S S L V I S C G R S G
tctttgcttatgcctaacatttctaagctagtcatatcattcttctgccgaatgatgcca
S L L M P N I S K L V I S F F C R M M P
aatgcccttgctaggctctcttcaaattttcgagagtgttcactagattcatttgtttac
N A L A R L S S N F R E C S L D S F V Y
tcacttgagccattcaacttttcagttaacttagtggacataactcctgatttctttgag
S L E P F N F S V N L V D I T P D F F E
cacttatttcttttctcctgcctcagtgaattgatggaggagaacgttgaggtggtcaag
H L F L F S C L S E L M E E N V E V V K
gacaattcttggtctggactcggggatccgcaattcaatcgtcagaggg
D N S W S G L G D P Q F N R Q R
HM059038 - 339 pb, Rupestris stem pitting-associated virus, isolado CS2b, gene parcial da proteína da
replicase.
tcagcacgctgttttggttcgctttgcaccttacatgcgatacattgaaaagaagctcatg
Q H A V L V R F A P Y M R Y I E K K L M
caagcattgaaacccaacttctatattcactcaggcaaaggtcttgatgagctaaatgaa
Q A L K P N F Y I H S G K G L D E L N E
tgggttagggcaagaggtttcacaggtgtatgcacagagtcagactatgaagcttttgat
W V R A R G F T G V C T E S D Y E A F D
gcatcccaggaccatttcatcttggcatttgaactgcaaattatgagatttttaggactg
A S Q D H F I L A F E L Q I M R F L G L
ccagaagatctaattctggactatgaattcatcaaaattcatcttggttcaaagcttggc
P E D L I L D Y E F I K I H L G S K L G
tctttcgcgataatgagctttaccggcgaggtaatcac
S F A I M S F T G E V I
HM358051 - 339 pb, Rupestris stem pitting-associated virus, isolado IS2b, gene parcial da proteína
replicase.
agacaatagcgtgctttcaacatgctgttctggtccgctttgcaccttatatgagatatatt
T I A C F Q H A V L V R F A P Y M R Y I
gaaaagaagctgatgcaagccctaaagcccaacttctatatccattcaggtaaaggccta
E K K L M Q A L K P N F Y I H S G K G L
gatgagttgaatgagtgggtcaaagctagaggatttactggcatctgcacagaatctgat
D E L N E W V K A R G F T G I C T E S D
tacgaggcttttgatgcctcccaagaccatttcatcctagcatttgagttgcagataatg
Y E A F D A S Q D H F I L A F E L Q I M
aaatttttggggttgcctgaggatctaattttggattatgaattcataaaaatccacttg
50
K F L G L P E D L I L D Y E F I K I H L
gggtcaaagcttggttcattctctataatgaggttct
G S K L G S F S I M R F
HM059037 - 831 pb, Rupestris stem pitting-associated virus, isolado IS1, gene parcial da proteína da
replicase.
caagcatgctcttggcaactgcagtaatccctccagaagtgctggttggctctcctgagagt
S M L L A T A V I P P E V L V G S P E S
cttaacccttgggcctaccagtacaaagtcagtggcaaccaactactcttcgcaccagat
L N P W A Y Q Y K V S G N Q L L F A P D
ggcaactggaatgagatgtactcacaacctttgtcatgcagatacttgctcaaggccaga
G N W N E M Y S Q P L S C R Y L L K A R
tctgtagttctgcccggggcctcgcgctactcggttggccatcattccactcaaaattta
S V V L P G A S R Y S V G H H S T Q N L
gcccccacttgcttagttttcccccatggggaatctttgacctcaaccatgcgatgtttt
A P T C L V F P H G E S L T S T M R C F
tctggcttcgatgcaataggcataaaagatcttgaacctctaagccgtggcatgcacagt
S G F D A I G I K D L E P L S R G M H S
tgcttcccagtacatcatgatgttgtaactaagatatatctttatttgagaactctcaag
C F P V H H D V V T K I Y L Y L R T L K
aagccagataaggagtctgccgaggcaaagcttcgacaactcatagaaaaacccacaggg
K P D K E S A E A K L R Q L I E K P T G
agggagataaagtttatcgaggatttttcctcactagtaataaattgtgggaggagtggc
R E I K F I E D F S S L V I N C G R S G
tctttgcttatgcccaacatttctaagttggtcatatcattcttttgccggatgatgcca
S L L M P N I S K L V I S F F C R M M P
aatgcactcgccaggctttcttctagctttcgagagtgttcacttgattcatttgtgtac
N A L A R L S S S F R E C S L D S F V Y
tcacttgagccctttaatttttccattaatttggtggatatcactcctgatttctttgag
S L E P F N F S I N L V D I T P D F F E
catttatttctctcctcctgcctaaatgagttgatcgaggagaacgttgaagaggtcatg
H L F L S S C L N E L I E E N V E E V M
gacaattcttggtttggacttggggacttacaattcaatcgccagaggg
D N S W F G L G D L Q F N R Q R
HM130524 - 628 pb, Rupestris stem pitting-associated virus, isolado IS3, gene parcial da proteína da
replicase.
aggattccaaactgtagagcaagctgcatgtgctcatcctgtgaatgatgctctttgcatt
G F Q T V E Q A A C A H P V N D A L C I
gatttggctcaaccgtctgtcaagaaatttgaaaaatctttttgtcttgaggaattgaaa
D L A Q P S V K K F E K S F C L E E L K
attccggttggggtcttaccaaagccctttgattgggtagtgaagaacatcagcttcaat
I P V G V L P K P F D W V V K N I S F N
gataaactaagggggaggcgagcttctttcttttcaaaacctggaatcctgagttatagc
D K L R G R R A S F F S K P G I L S Y S
tacaatgggggcagccatacgagcctcggttggccaaaatttcttgatgaaatccttagc
Y N G G S H T S L G W P K F L D E I L S
ttcactggtggccgtagttactataactcatgcttagtccaaatgtatgaggagaattca
F T G G R S Y Y N S C L V Q M Y E E N S
aagttagccttgcataaggatgacgaaagctgttatgagcctggacataaagttttgact
K L A L H K D D E S C Y E P G H K V L T
gtcaatctaatcggttcagccactttcacagtcagtaagactggaaacctagttgaagga
V N L I G S A T F T V S K T G N L V E G
aaccattgcagcctaacaattgaacccagcgagttctttgagatgcctcggggtatgcaa
N H C S L T I E P S E F F E M P R G M Q
agcagctttttccatggtgtttccaattgccttagtgggcgagtgtctttgacattccgg
S S F F H G V S N C L S G R V S L T F R
cgtcaaaaactggaagatgacgaccaa
R Q K L E D D D Q
HM059039 - 623 pb, Grapevine leafroll-associated virus 2, isolado CS1, gene parcial da proteína de
choque térmico 70.
ttgggttggagtttgcgacgactttttcgactgtttgtgtgtataaggacggtcgagtgtac
G L E F A T T F S T V C V Y K D G R V Y
51
tcttttaaacaaaacaattccgcgtacattccgacgtatctctaccttttctcaaattct
S F K Q N N S A Y I P T Y L Y L F S N S
aacgatatgactttcgggtatgaggctgaatcgctcatgcacaacccgaaagtgaggggc
N D M T F G Y E A E S L M H N P K V R G
tctttttatagagatttgaaacgttgggtagggtgtgatggtaataacctggatgagtac
S F Y R D L K R W V G C D G N N L D E Y
tgcgagcgtttaaaaccgcattattcagttcgattagtgaagattggtgctggtttgaat
C E R L K P H Y S V R L V K I G A G L N
gaaaccgtttcgataggtaactacgggggcactgtcaaatccgaggtgcatttaccgggt
E T V S I G N Y G G T V K S E V H L P G
ttgatagcgagttttattaaatcgatggtcagttgtgcagagtcggctttcgcctgcccc
L I A S F I K S M V S C A E S A F A C P
tgcactggaatagtttgttcagttcctgcgaattacgatagtgttcaaaggaacttcact
C T G I V C S V P A N Y D S V Q R N F T
gaccaatgcgtgacattgagtggatatcgatgcgtgtacatggtcaacgaaccttctgct
D Q C V T L S G Y R C V Y M V N E P S A
gccgccctttcgacctgtaatatgataaataagaaatccgcaagtctagccgtatatgat
A A L S T C N M I N K K S A S L A V Y D
tttggcggcggcaccttcgac
F G G G T F D
HM059035 - 431 pb, Grapevine leafroll-associated virus 2, isolado CS2, gene parcial da proteína
capsidial.
ctagtctaaatggtgtcgataagaaacttctagctgcggaagttataaaaatgttggtgcaa
S L N G V D K K L L A A E V I K M L V Q
aagggtgcccctaacgaaggtatagaagtgatcttcggtctacttctttacgcgctcgca
K G A P N E G I E V I F G L L L Y A L A
gcaagaactacgtcgcctaaggttcagcgcgccgattctgacttaatattctcaaacagt
A R T T S P K V Q R A D S D L I F S N S
ttcggagagagaaacgtagtggtgacggagggtgaccttaaaaaagttctcgacgggtgt
F G E R N V V V T E G D L K K V L D G C
gcgcctctcactaagttcactaacaaacttagaacattcggtcgcactttcactgaggcc
A P L T K F T N K L R T F G R T F T E A
tacatcgacttttgtattgcgtataagcataagttacctcaactcaatgccgcagcagaa
Y I D F C I A Y K H K L P Q L N A A A E
ttagggataccagctgaagattcatacttagctgcagattttctaggcacttgcccgaag
L G I P A E D S Y L A A D F L G T C P K
ctctctgaa
L S E
HM358050 - 431 pb, Grapevine leafroll-associated virus 2, isolado IS3, gene parcial da proteína
capsidial.
ctcgtctaaatggtgtcgataagaaacttctagctgcggaagttataataatgttggtgcaa
R L N G V D K K L L A A E V I I M L V Q
aagggtgctcctaacggcggtatagaagtgatcttcggtctacttctttacgcgctcgca
K G A P N G G I E V I F G L L L Y A L A
gcaagaactacgtcgcctaaggttcagcgcgccgattctgacttaatattctcaaacagt
A R T T S P K V Q R A D S D L I F S N S
ttcggagagagaaacgtagtggtgacggagggtgaccttaaaaaagttctcgacgggtgt
F G E R N V V V T E G D L K K V L D G C
gcgcctctcactaggttcactaacaaacttagaacattcggtcgcactttcactgaggcc
A P L T R F T N K L R T F G R T F T E A
tacatcgacttttgtattgcgtataagcataagttacctcaactcaatgccgcagcagaa
Y I D F C I A Y K H K L P Q L N A A A E
ttagggataccagctgaagattcatacttagctgcagattttctaggcacttgcccgaag
L G I P A E D S Y L A A D F L G T C P K
ctctctgaa
L S E
HM130523 - 596 pb, Grapevine leafroll-associated virus 2, isolado SE, gene parcial da proteína de
choque térmico 70.
ttcgggacgactttttcgacggtctgcgtgtataaagatggtaaggtttactcattcaaa
F G T T F S T V C V Y K D G K V Y S F K
caaaacaattctgcgtacattccgacatacctctaccttttctccgaaaccaatcacatg
52
Q N N S A Y I P T Y L Y L F S E T N H M
gtttttggttatgaagccgaatcactgatgcataatgcgaaggtgagaggctctttcttt
V F G Y E A E S L M H N A K V R G S F F
agggacttaaaacgctgggtgggttgcgactccagcaactttagtgactactttgatcgc
R D L K R W V G C D S S N F S D Y F D R
ctgaagccacactatgcggttcgcccgtataaaataggtactggtctgaatgatacggtg
L K P H Y A V R P Y K I G T G L N D T V
attataggaaactacgggggtaccgttcgttccgaagtgcatttgttagcactaatagct
I I G N Y G G T V R S E V H L L A L I A
tcctttatcaaggcgatggttagttgtgccgagaatgctttttcttgcacttgcacggga
S F I K A M V S C A E N A F S C T C T G
gtgatatgttcagtgccagcgaattatgacagtgttcagaggaatttcactgatcagtgc
V I C S V P A N Y D S V Q R N F T D Q C
gtttccttgagtgggtatcaatgtgtgtacatggtcaacgaaccatccgcggctgcttta
V S L S G Y Q C V Y M V N E P S A A A L
tcagcgtgcaatctgataaacaagaagtcggcgaacttggctgtatacgattttgg
S A C N L I N K K S A N L A V Y D F
HM059040 - 593 pb, Grapevine leafroll-associated virus 3, isolado IS1, gene parcial da proteína de
choque térmico 70.
tttgggacgactttcagcacaatctgcttttccccatctggggtcagtggttgtactcct
F G T T F S T I C F S P S G V S G C T P
gtagctggtagtgtttacgttgaaacccaaattttcgtacctgtaggtagcagtacttat
V A G S V Y V E T Q I F V P V G S S T Y
ttaattggtaaagcagcggggaaagcttatcgcgacggtgtagagggaaggttgtatgtt
L I G K A A G K A Y R D G V E G R L Y V
aacccgaaaaggtgggtaggtgtgacgagggataacgtcggacgttacgttgagaaatta
N P K R W V G V T R D N V G R Y V E K L
aaacccacatacaccgtaaagatagacagcggaggcgccttattaatcggaggtttaggt
K P T Y T V K I D S G G A L L I G G L G
tccggaccggacaccttattgagggtcgttgacgtgatatgtttattcttgagagccttg
S G P D T L L R V V D V I C L F L R A L
atactggagtgcgaaaggtatacgtctactacggttacagccgcagtcgtaacggtaccg
I L E C E R Y T S T T V T A A V V T V P
gctgattataactcctttaaacgaagcttcgttgttgaggcactgaaaggtcttggtata
A D Y N S F K R S F V V E A L K G L G I
ccggttagaggtgttgttaacgaaccgacagccgcagccctctattccttagctaagtcg
P V R G V V N E P T A A A L Y S L A K S
cgagtagaagacctattattagcggttttcgacttcggcggcggcaccttcga
R V E D L L L A V F D F G G G T F
HM059034 - 942 pb, Grapevine leafroll-associated virus 3, isolado IS2, gene completo da proteína
capsidial.
atggcatttgaactgaaattagggcagatatatgaagttgtccccgaaaacaatctgaga
M A F E L K L G Q I Y E V V P E N N L R
gttagagtaggggatgcggcacaaggaaagtttagtaaggcgagtttcttaaaatacgtt
V R V G D A A Q G K F S K A S F L K Y V
aaggacgggacgcaggcggagttaacaggaatcgctgtagtgccggaaaagtacgtattc
K D G T Q A E L T G I A V V P E K Y V F
gccacagcagctttagctacagcggcacaggagccacctaagcagccgacaacgcaagtg
A T A A L A T A A Q E P P K Q P T T Q V
gtggaaccaccagaagccgatataggggtggtgccggaatctgagactcttacaccaaat
V E P P E A D I G V V P E S E T L T P N
aagctggtttttgagaaagatccagacaagttcttaaagactatgggtaaggggatagct
K L V F E K D P D K F L K T M G K G I A
ttggacttaacggggggtacccataaaccgaaagttattaacgaaccgggaaaagttcca
L D L T G G T H K P K V I N E P G K V P
gtagaggtagcaatgaagattaataccgcattggtagagctgtgtaagaaggttatgggc
V E V A M K I N T A L V E L C K K V M G
tccgatgactcaacacccaagacaaaattcttcttgtacgtgatgcagatcgcttgcacg
S D D S T P K T K F F L Y V M Q I A C T
ttctttacatcgtcttcgacggagttcaaggagttcgactacatagaaacggacgatgga
F F T S S S T E F K E F D Y I E T D D G
aagaagatatatgcggtgtgggtatacgattgcattaaccaagctgccgcttcaacgggt
K K I Y A V W V Y D C I N Q A A A S T G
tacgaaaacccggtaaggcagtatctagcatacttcacgccaaccttgatcacggcgacc
Y E N P V R Q Y L A Y F T P T L I T A T
ctgaatggtaaactggtgatgaatgaaaaggtcatggcacagcatggagtaccaccgaaa
L N G K L V M N E K V M A Q H G V P P K
53
ttctttccgtacgcgattgactgcgttcgtccgacgtacgatctgttcaataacgacgca
F F P Y A I D C V R P T Y D L F N N D A
atactagcatggaatttagctagacagcaggcgtttagaaataagacggtgacggccgat
I L A W N L A R Q Q A F R N K T V T A D
aacaccttacacaacgtcttccaactattgcaaaagaagtag
N T L H N V F Q L L Q K K *
HM358052 - 451 pb, Grapevine virus A, isolado PC40, gene parcial da proteína capsidial.
ggggaggtagatatagtaggacctaatgctagcaggaagaccggcctggatccacggggt
G E V D I V G P N A S R K T G L D P R G
aaaataaacgtgagcagcatggtggcgcgaatgaggactctcagcgcagccgtaagcgag
K I N V S S M V A R M R T L S A A V S E
ggacctgtcaagggggcaaccctaaggcagatgtgcgagccattcgctcaaaacgcttac
G P V K G A T L R Q M C E P F A Q N A Y
gactttctggtcgttatggcagagctggggacgtatacgcagttagcttctaagatgact
D F L V V M A E L G T Y T Q L A S K M T
aggtcgggcttcaaggagccacaggttatgttcgactttgcgtcgggcttagacttgaag
R S G F K E P Q V M F D F A S G L D L K
accttaactctacaggaagcaactgttatacaatccatgcactctcgtctctttcgtact
T L T L Q E A T V I Q S M H S R L F R T
gaaggggcaaagggtgtgttcaacgctcagtctagcgtcggcgagcaagctgtcgagata
E G A K G V F N A Q S S V G E Q A V E I
tagatggatgacccatcatttctcacgggta
*
54
3 CAPÍTULO II: Produção de anti-soro policlonal utilizando a proteína capsidial
recombinante do Rupestris stem pitting-associated virus
3.1 Resumo
O lenho rugoso da videira, doença viral transmissível pelo material propagativo, é uma das
viroses de maior importância econômica para esta cultura. Os sintomas são caracterizados
pelo desenvolvimento de reentrâncias (caneluras) no lenho e as videiras afetadas geralmente
apresentam declínio e redução da produção. O Rupestris stem pitting-associated virus
(RSPaV), família Betaflexiviridae, gênero Foveavirus, é o agente causal da doença. O objetivo
deste Capítulo foi produzir anti-soro policlonal utilizando a proteína capsidial recombinante
do RSPaV e avaliar sua especificidade e sensibilidade na detecção de diferentes isolados deste
vírus. O gene da proteína capsidial (CP), com 780 pb, do isolado CF207 de RSPaV, foi
amplificado via RT-PCR a partir de RNA total de videira infectada, clonado em vetor pGEM-
T Easy e sequenciado (acesso GenBank EF636804). O fragmento foi subclonado no tio de
restrição EcoRI no vetor de expressão pRSET-B e o plasmídeo recombinante foi utilizado
para induzir a expressão da CP em células de Escherichia coli estirpe BL21:DE3. A proteína
capsidial, ligada a uma cauda de seis histidinas, foi purificada por meio de cromatografia de
afinidade em coluna de Ni-NTA a partir do extrato de proteínas totais extraídas de E. coli. A
identidade da proteína purificada foi confirmada em SDS-PAGE e Western blot, utilizando-se
anticorpos comerciais contra a cauda de seis histidinas. A CP recombinante expressada in
vitro apresentou massa molecular de cerca de 31 kDa (28 + 3 kDa correspondentes aos
aminoácidos histidina ligados ao N-terminal). A proteína purificada foi quantificada e 2,55 mg
utilizados para a imunização do coelho. O anti-soro policlonal obtido reagiu com a CP
expressada do RSPaV em Western blot e com extratos de videiras infectadas por este vírus em
ELISA indireto. A expressão de proteína capsidial recombinante apresenta-se como
alternativa para o desenvolvimento de anticorpos específicos, base para um diagnóstico
sorológico confiável.
Palavras-chave: videira, RSPaV, proteína recombinante, sorologia, variabilidade
55
3.2 Introdução
O lenho rugoso (“Rugose wood”) da videira (Vitis spp.), que ocorre em vinhedos no
Brasil e em vários outros países vitícolas do mundo, é um complexo de quatro espécies virais,
caracterizadas por induzir alterações no lenho e declínio em videiras, com reflexos negativos
na quantidade e qualidade dos frutos (MARTELLI, 1993; CREDI, 1997; FAJARDO et al.,
2004a). Deste complexo faz parte a virose Rupestris stem pitting - RSP” (CREDI, 1997;
STEWART & NASSUTH, 2001), conhecida por “lenho estriado de Rupestris” em São Paulo
e por “caneluras do tronco de Rupestris” no Rio Grande do Sul (ESPINHA et al., 2003).
O Rupestris stem pitting-associated virus (RSPaV) foi identificado e caracterizado
molecularmente (MENG et al., 1998; ZHANG et al., 1998) como agente causal das caneluras
do tronco de Rupestris. É classificado na família Betaflexiviridae e no nero Foveavirus
(MARTELLI & JELKMANN, 2000), possui partículas alongadas e flexuosas com cerca de
800 x 12 nm, proteína capsidial (CP) com massa molecular de 28 kDa e genoma formado de
RNA de fita simples e senso positivo com 8.726 nucleotídeos (nt), organizados em cinco fases
abertas de leitura (ORFs). A ORF 5 (nt 7.771 a 8.550) codifica o gene CP (MENG et al.,
1998; ZHANG et al., 1998; FAUQUET et al., 2005; MINAFRA et al., 2000).
A videira é a única hospedeira natural do RSPaV, que não é transmitido
mecanicamente e até o momento não tem vetor conhecido (FAJARDO et al., 2004a). A
transmissão do RSPaV ocorre através da enxertia utilizando-se gemas infectadas, enquanto a
dispersão se por meio de material propagativo infectado (MARTELLI & JELKMANN,
2000).
relatos de sua transmissão em de sementes de uva, porém em baixa taxa (LIMA et
al., 2006b). Trabalhos relatam que o RSPaV é um vírus que apresenta diversas sequências
altamente variantes, além de ocorrer comumente em videiras em infecções mistas, o que
dificulta a definição de suas propriedades biológicas nesta hospedeira (MENG et al. 1999;
MENG et al., 2005a; FAJARDO et al., 2004a). Nakaune et al. (2008) e Radaelli et al. (2009)
estudaram a variabilidade do RSPaV associada ao lenho rugoso e destacaram a importância
deste tipo de estudo, por meio de análises de sequências de diferentes isolados, para implantar
melhorias no diagnóstico.
Radaelli et al. (2009) sequenciaram o gene da proteína capsidial de nove isolados de
RSPaV, definindo a formação de quatro grupos monofiléticos, cujos membros apresentaram
identidades de 81,1 a 99,7% entre si. Lima et al. (2006a) caracterizaram um isolado de
56
RSPaV, designado RSPaV-SY (estirpe Syrah), e observaram que a identidade de nt com
outros isolados de RSPaV foi de até 77%. Lima et al. (2009) também caracterizaram um outro
isolado de RSPaV, designado RSPaV-PN (estirpe Pinot Noir), e verificaram identidade de nt
entre 76-78% com outros isolados de RSPaV.
Verifica-se que métodos moleculares, como a RT-PCR, não são plenamente adequados
como teste de rotina para a indexação de grande número de amostras. Normalmente este
volume de amostras é manipulado, por exemplo, em programas que visam a produção de
material propagativo livre de vírus. Em função dos custos e da relativa complexidade de
execução, a RT-PCR e a indexação em indicadoras lenhosas, que apresenta a desvantagem do
longo período requerido até a expressão de sintomas, levam relativa desvantagem, por
exemplo, em relação aos testes sorológicos (NICKEL et al., 2004). Também foi demonstrado
que a indexação por RT-PCR de videiras infectadas, utilizando-se oligonucleotídeos para um
isolado específico, pode resultar em falso-negativo para outro (BERTAZZON & ANGELINI,
2004; NOLASCO et al., 2000; BEUVE et al., 2007).
Pelas razões anteriormente descritas, tradicionalmente, a sorologia tem sido indicada
para a diagnose de vírus em grande número de amostras, com destaque para o teste ELISA
utilizando anti-soros policlonais específicos (ZIMMERMANN et al., 1990; LING et al.,
2001). Contudo, a indisponibilidade de anti-soros comerciais contra o RSPaV e, em especial,
contra isolados locais, o que dificulta a detecção sorológica deste vírus.
Considerando-se o fato de o gene da proteína capsidial (CP) ser relativamente
conservado entre variantes/estirpes do RSPaV (NOLASCO et al., 2006; ALABI et al., 2010),
a produção de um anti-soro contra esta proteína poderia constituir-se em uma ferramenta
importante para a detecção deste vírus. Assim sendo, a produção de um anti-soro contra a CP
de um isolado brasileiro de RSPaV é muito interessante, pois permitiria a detecção do vírus
em testes aplicáveis em larga escala, que poderiam ser utilizados, por exemplo, em
levantamentos de ocorrência deste rus ou em programas de produção de material
propagativo livre de vírus.
A produção de anti-soros é normalmente realizada via injeção de partículas virais
purificadas na corrente sanguínea de coelhos. Entretanto, a purificação viral normalmente é
um processo trabalhoso, e, comumente, pode resultar em preparações com pureza e
concentrações insatisfatórias, comprometendo a qualidade do anti-soro a ser produzido.
Também é comum que anti-soros produzidos a partir de preparações purificadas distintas
possuam título e especificidades distintos (FAJARDO et al., 2007a; RADAELLI et al., 2008).
57
Especificamente, em relação à purificação de partículas virais do RSPaV a partir da
videira, dificuldades adicionais são mencionadas: a inexistência de hospedeiras herbáceas para a
manutenção e multiplicação deste vírus; a constante presença de complexos virais, com nula (ou
muito restrita) possibilidade de isolamento biológico; a característica lenhosa desta planta e a
presença de compostos polifelicos que se oxidam facilmente; a baixa concentração viral na
planta infectada, restrita a tecidos específicos (floema). Aliado a tudo isto, o RSPaV apresenta
partículas alongadas, o que pode favorecer a agregação ou fragmentão das mesmas no processo
de purificação (BARBIERI et al., 2004; NICKEL et al., 2004).
Com o desenvolvimento da biologia molecular, a clonagem de genes virais de
proteínas estruturais (ex. proteína capsidial) (LING et al., 1997; MINAFRA et al., 2000) ou
não estruturais em vetores que permitam sua expressão tornou-se uma importante estratégia de
obtenção de antígenos, o que resulta na obtenção de grande quantidade da proteína viral
expressa.
Uma vez que, para a grande maioria dos rus de plantas, a CP é a única proteína
estrutural com propriedades imunogênicas, um anti-soro produzido a partir da proteína livre
apresentará as mesmas propriedades daquele produzido a partir de partículas virais
purificadas. Além disso, como o protocolo de purificação da proteína a partir de E. coli é
relativamente simples, preparações distintas possuirão as mesmas propriedades, levando à
produção de anti-soros que também apresentarão as mesmas propriedades (TARGON et al.,
1997; FAJARDO et al., 2007a; RADAELLI et al., 2008).
Os objetivos deste trabalho foram, expressar o gene da proteína capsidial do RSPaV
em Escherichia coli, produzir um anti-soro policlonal e avaliar sua especificidade e
sensibilidade na detecção de diferentes isolados deste vírus.
3.3 Materiais e métodos
Obtenção do inserto: O gene completo da proteína capsidial do isolado viral de
RSPaV, denominado CF207 (EF636804) (Anexo 1 deste Capítulo), obtido de videira cv.
Cabernet Franc, proveniente de um vinhedo experimental da Embrapa Uva e Vinho, Bento
Gonçalves (RS), foi previamente amplificado com os oligonucleotídeos específicos RSPaV-v1
viral (5' ATGGCAAGTCAAATTGGGAAAC 3') e RSPaV-c1 complementar (5'
TCATTCATGTGTAACATTTGAA 3') (RADAELLI et al., 2009). Os produtos da
amplificação foram submetidos a eletroforese em gel de agarose e o fragmento de tamanho
58
esperado foi recortado e eluído com auxílio do kit comercial "HiYield™ Gel/PCR DNA
Extraction" (RBC Real Genomics), de acordo com as especificações do fabricante. Em
seguida o fragmento purificado foi ligado ao vetor pGEM-T Easy (Promega) e transferido
para Escherichia coli DH5α por meio de choque-térmico. O fragmento clonado foi
sequenciado para a confirmação de sua identidade e integridade.
O clone bacteriano contendo o gene da proteína capsidial do RSPaV com 780 pb, foi
inoculado em 5 ml de meio de cultura LB, contendo ampicilina (100 µg/ml) e incubado sob
agitação a 37
o
C por 12 horas. O DNA plasmidial recombinante foi extraído utilizando-se o kit
“Flexi Prep” (Amersham Biosciences), seguindo-se as recomendações do fabricante.
Construção do vetor de expressão: O vetor de expressão pRSET-B (Invitrogen) foi
digerido com a enzima de restrição EcoRI e em seguida, defosforilado utilizando-se a enzima
fosfatase alcalina (CIAP) (Promega). O produto desta reação foi submetido à eletroforese em
gel de agarose e a banda correspondente ao vetor digerido foi recortada e eluída. O gene da
CP do RSPaV também foi removido do plasmídeo pGEM-T Easy pela digestão com enzima
de restrição EcoRI, eluição a partir de gel de agarose e, posteriormente, ligação ao vetor de
expressão.
A ligação entre o fragmento viral e vetor, a transformação de E. coli DH5α e a seleção
de clones recombinantes foram realizadas de acordo com técnicas padrão descritas por
Sambrook & Russel (2001). A orientação correta (senso) do inserto no vetor foi comprovada
através de PCR com os oligonucleotídeos T7 e RSPaV_c1 e pelo sequenciamento do
plasmídeo recombinante.
Expressão da CP/RSPaV: Para a expressão in vitro, a construção pRSET-B/CP
RSPaV foi transferida para a estirpe BL21:DE3 de E. coli, utilizando-se a transformação por
choque térmico (SAMBROOK & RUSSEL, 2001). Após cultivo em meio de cultura LB
sólido com ampicilina (100 µg/ml), uma colônia isolada foi inoculada em 5 ml de meio de
cultura LB líquido com ampicilina e cultivada por 12h sob agitação a 37ºC. Utilizou-se 100 µl
deste pré-inóculo para o cultivo de 200 ml de LB líquido com ampicilina, incubando a 37°C
até atingir OD
(600nm)
aproximada de 0,5. Neste ponto a expressão da CP foi induzida por
adição de IPTG (isopropyl-β-D-thiogalactopyranoside), na concentração final de 2 mM, e 6
horas após a indução, as células foram coletadas por centrifugação (6000 g por 10 min). No
total, 700 ml de cultivo bacteriano foram induzidos.
59
Extração da proteína: Um extrato de proteínas totais de E. coli foi obtido conforme
descrito por Noueiry et al. (1994), segundo protocolo não desnaturante, envolvendo a
ressuspensão do sedimento bacteriano em tampão de lise (Tris-HCl 50 mM, NaCl 100 mM,
EDTA 2 mM, pH 8,0), tratamento com lisozima (0,5 mg/ml) e sonicação para promover a lise
celular. Ao final, ressuspendeu-se o sedimento em 1 ml de tampão N (NaHCO
3
100 mM, pH
9,0) com SDS 1% (p/v).
Purificação da proteína expressa: A proteína CP/RSPaV foi purificada por
cromatografia de afinidade em coluna de resina Ni-NTA (Qiagen), conforme instruções do
fabricante e avaliada por eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE, 4% gel
concentrador e 12% gel separador) corado com Coomassie blue (SAMBROOK & RUSSEL,
2001) e também por Western blot (TOWBIN et al., 1979) utilizando-se anti-soro comercial
(anti-His C-terminal/AP Ab, Invitrogen) contra a cauda de seis histidinas da proteína
expressada. A quantificação da proteína purificada foi realizada por espectrofotometria, a
partir de leituras de absorbâncias em comprimento de onda de 280 nm. A proteína purificada
foi dialisada em tampão fosfato 10 mM, pH 7,4, acrescido de 0,425% de NaCl (p/v).
Imunizações e sangrias do coelho: Após purificada e quantificada, a proteína foi
injetada em um coelho branco da raça Nova Zelândia com aproximadamente 35 dias de idade.
Foram realizadas cinco aplicações intramusculares (na coxa), a primeira delas com adjuvante
completo de Freund (Sigma) e as demais com adjuvante incompleto (1:1 v/v), a intervalos
semanais, com dosagens de 250, 350, 500, 650 e 800 µg de proteína por imunização. Uma
semana após a última imunização, iniciaram-se as nove coletas de sangue (25-30 ml/sangria),
realizadas a intervalos também semanais. O sangue coletado foi incubado a 37
o
C por uma
hora e a seguir por 30 minutos a 4
o
C. O anti-soro recolhido foi centrifugado a 3000 g por 10
minutos, aliquotado e armazenado a -20
o
C.
Purificação do anti-soro: A purificação da fração globulina G (imunogamaglobulina
G), a partir do anti-soro obtido, foi realizada por cromatografia de troca iônica. Procedeu-se à
diluição de 2 ml de anti-soro em 18 ml de água destilada. Desta solução, foi obtido o
precipitado das proteínas pela adição de igual volume de sulfato de amônia saturado,
permanecendo em repouso por uma hora a temperatura ambiente. A solução foi centrifugada a
60
3000 g por 10 minutos, o sedimento foi ressuspendido em 2 ml de tampão 1/2 PBS e dialisado
por 12 horas a 4
o
C neste mesmo tampão.
A fração globulina foi separada da solução por eluição em coluna de DEAE-
SEPHACEL (Sigma) equilibrada com tampão acetato de sódio 25 mM (pH 5,2). A
concentração da IgG foi estimada mediante a leitura de absorbância no comprimento de onda
de 280 nm, preservando-se as frações com valores de absorbância superiores a 1,0. Após a
diálise em 1/2 PBS por 12 horas, a fração globulina foi recolhida e armazenada a -20
o
C.
Avaliações da especificidade do anti-soro: Em ensaios preliminares, visando-se a
determinação do título do anti-soro pelo teste ELISA indireto (ALMEIDA & LIMA, 2001) e
utilizando-se como antígeno a proteína capsidial purificada (1:250 e 1:500 v/v), a fração
globulina (IgG) foi avaliada nas concentrações de 1, 2 e 4 µg/ml, utilizando-se, para cada uma
das concentrações, o conjugado geral (IgG anti-coelho produzido em cabra, Sigma) na
diluição 1:1000 (v/v).
A sensibilidade e a especificidade dos anti-soros coletados, nas diferentes sangrias,
foram avaliadas em Western blot e ELISA indireto com a proteína expressa e/ou amostras de
videiras sadias e infectadas pelo RSPaV.
O anti-soro produzido foi inicialmente testado em Western blot, com alíquotas (5 µl)
da proteína expressada que foram aplicadas. As amostras foram preparadas em tampão de
carga SDS-PAGE 2X [Tris-HCl 250 mM, pH 6,8, 2% SDS (p/v), 0,025% azul de bromofenol
(p/v), 5% glicerol (v/v), 1% β-mercaptoetanol (v/v) e 5 M de uréia] e fervidas por 5 minutos.
A transferência das proteínas à membrana de nitrocelulose foi realizada com auxílio de
aparelho para eletro-transferência a “semi-seco”, durante 1,5 horas a 2 mA/cm
2
de membrana
em tampão de transferência (Tris-HCl 25 mM, Glicina 192 mM). Após a transferência, a
membrana foi bloqueada por uma hora em solução TBS (Tris-HCl 0,02 M, NaCl 0,5 M, pH
7,5) acrescida de 2% de leite em desnatado. Em seguida, adicionou-se o anticorpo contra a
proteína capsidial, incubando-se por 12h sob agitação lenta. Na sequência, as membranas
foram lavadas três vezes com T-TBS (TBS + 0,05% Tween), adicionando-se o conjugado
geral (IgG anti-coelho, Sigma), diluído 1:1000 em tampão TBS procedido de incubação a
temperatura ambiente sob agitação por 1 hora. Após nova lavagem, procedeu-se à revelação
com adição de substrato BCIP/NBT (5 mg/ml, Sigma).
Para o teste de ELISA indireto, placas de poliestireno foram carregadas com 200 µl de
cada amostra de extrato da planta, diluída 1:3 (p/v) em tampão de revestimento (carbonato de
61
sódio 0,05 M, pH 9,6), incubando-se por 12h a 4°C. Após lavagens (3 vezes com tampão
PBS-T, pH 7,4 em intervalos de 5 minutos), foi adicionado o IgG produzido, diluído (2 e 4
µg/ml de IgG) em tampão de conjugado [PBS-T, pH 7,4, 2% de PVP 40.000 (p/v) e 0,2% de
BSA (p/v)]. Após incubação por 3 horas a 37°C seguida de nova lavagem, adicionaram-se 200
µl de conjugado geral (IgG anti-coelho, Sigma) diluído 1:1000 em tampão de conjugado,
incubando-se, novamente, a 37°C por 3 horas. Após lavagem das placas, adicionou-se o
substrato da enzima (4-nitrofenil-fosfato dissódico hexahidratado, Sigma), diluído (1 mg/ml)
em tampão de dietanolamina a 10%, pH 9,8.
As amostras consistiram de nervuras e/ou pecíolos de videiras sadias e infectadas com
o RSPaV, coletadas em casa de vegetação, as quais foram trituradas em almofariz na presença
de nitrogênio líquido e diluídas 1:3 (p/v) em tampão de revestimento.
As leituras de absorbância a 405 nm foram registradas em um leitor de placas (Anthos
2020). As amostras foram consideradas positivas quando o valor da absorbância foi duas
vezes superior ao valor da absorbância da amostra sadia. As leituras foram realizadas em
média 1 a 5 horas após a adição do substrato, com a incubação realizada no escuro a
temperatura ambiente. Folhas e ramos de videiras sadias, obtidas por cultura de tecidos, foram
utilizadas como controle negativo, e videiras infectadas por diferentes isolados de RSPaV,
alguns previamente caracterizados por Radaelli et al. (2009), utilizadas como controle positivo
nas avaliações da eficiência do anti-soro produzido.
Visando obter mais informações sobre a eficiência de detecção de diferentes isolados
de RSPaV com o anti-soro produzido contra o isolado CF207, realizou-se um estudo da
influência de variabilidade genética na detecção sorológica, incluindo aqueles isolados para os
quais a sequência de nucleotídeos do gene da CP encontrava-se disponível.
3.4 Resultados e discussão
Uma das formas mais simples de diagnóstico de viroses em videiras é o emprego dos
testes biológicos com enxertia em videiras indicadoras. No entanto, a obtenção dos resultados
pode levar até dois anos, situação inadequada quando se quer rapidez na indexação (NICKEL
et al., 2004). Métodos alternativos de detecção, tais como as técnicas moleculares (RT-PCR
ou hibridação com sondas) oferecem resultados mais rápidos e sensíveis. Entretanto, o
emprego destes em indexagens em larga escala, por exemplo, em levantamento de ocorrência
da virose, não é plenamente adequado, em função principalmente dos custos, relativa
62
complexidade e pelo fato de requererem equipamentos mais sofisticados. Tradicionalmente, as
técnicas sorológicas, em especial o teste ELISA, têm sido utilizadas para a detecção e
diagnóstico de vírus de plantas em maior número de amostras, por reunir sensibilidade e
praticidade.
Para muitos dos rus que infectam a videira, métodos imunológicos de detecção têm
sido executados com a utilização de anti-soros comerciais, que normalmente são importados a
custo bastante elevado, havendo a possibilidade de não promoverem a detecção dos isolados
locais. Assim, a produção de anti-soro contra um isolado local de RSPaV reveste-se de
particular importância.
A estirpe BL21:DE3 de E. coli, transformada com o vetor pRSET-B/CP RSPaV
(Figura 13), inserido em fase para permitir a tradução e a expressão da proteína capsidial, foi
induzida uma vez em cultura de 100 ml e três vezes em cultura de 200 ml por meio da adição
de IPTG, resultando na obtenção de 2,55; 3,10; 3,38 e 3,12 mg de proteína capsidial
recombinante do RSPaV em cada procedimento, totalizando 12,15 mg de proteína, com
rendimento médio de 17,35 µg/ml de meio de cultura. As quatro induções de culturas de E.
coli foram realizadas para se obter quantidade suficiente de proteína para a imunização de
outro animal, caso fosse necessário. Radaelli et al. (2008) obtiveram rendimento médio da
proteína capsidial do Grapevine virus B e do Grapevine leafroll-associated virus 2 de 5,625 e
6,875 µg de proteína por ml de cultura, respectivamente, e Fajardo et al. (2007a), ao
expressarem a proteína capsidial do Grapevine leafroll-associated virus 3, obtiveram
rendimento médio de 10,6 µg/ml de cultura.
Figura 13 - Eletroforese em gel de agarose do plasmídeo recombinante pRSET-B/CP RSPaV (780 pb)
digerido com enzima de restrição EcoRI; (M) Marcador DNAλ/PstI, (1) e (2) clones de E. coli estirpe
BL21:DE3 transformadas com o plasmídeo pRSET-B/CP RSPaV.
M 1 2
4507_
2900_
1700_
1159_
805_
514_
339_
780pb
pRSET-B
63
Após a extração e a purificação da CP, a expressão foi confirmada em SDS-PAGE,
onde foi possível observar a presença de uma banda com massa molecular de
aproximadamente 31 kDa, valor esperado para a proteína de fusão (Figura 14). A tradução do
vetor recombinante resultou em uma proteína de fusão com cerca de 28 kDa, correspondente à
CP do RSPaV, acrescido de aproximadamente 3 kDa, advindos dos aminoácidos ligados ao N-
terminal da CP que constituem a “cauda” de seis histidinas, que permite a retenção da proteína
de fusão em coluna de Ni-NTA no processo de sua purificação.
Figura 14 - Gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) a 12% corado com Coomassie blue; (M) Marcador de
massa molecular em kDa, (1) Alíquota (5 µl) de uma fração da proteína expressada em Escherichia
coli transformada com a construção pRSET-B CP/RSPaV e purificada em coluna Ni-NTA.
Após a indução da expressão com IPTG, não se verificou a presença da proteína de
fusão em SDS-PAGE (Figura 15A, poço 1) ou Western blot (Figura 15B, poço 1) quando se
analisou o extrato de proteínas totais de E. coli transformada apenas com o vetor de expressão
pRSET vazio (sem o gene da proteína capsidial). A identidade da proteína expressada também
foi confirmada por meio de Western blot, utilizando-se anti-soro comercial contra histidina
(anti-His C-terminal/AP Ab, Sigma) (Figura 15B).
O anti-soro produzido nas diferentes sangrias foi inicialmente testado para se verificar
o reconhecimento específico da CP expressa do RSPaV em Western blot. Em todos os testes,
que incluiu o anti-soro coletado, nas diferentes sangrias, o anti-soro produzido reagiu
80
60
50
40
30
25
20
M 1
64
marcando a proteína expressa com cerca de 31 kDa, demonstrando assim o sucesso no
processo de imunização do animal (Figura 16).
Figura 15 - A. Gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) a 12% corado com Coomassie blue; B. Western
blot utilizando anti-soro comercial anti-histidina (1:1000, Invitrogen). Amostras: (M) Marcador de
massa molecular em kDa, (1) alíquota (2,5 µl) do extrato de proteínas totais de E. coli induzida após a
transformação com o vetor de expressão pRSET vazio, (2) alíquota (5 µl) do extrato de proteína totais
não purificada de E. coli transformada e induzida com o vetor pRSET-B/CP RSPaV, (3) alíquota (10
µl) do extrato de proteína total purificada de E. coli induzida com o vetor pRSET-C/CP GLRaV-3
(controle positivo, FAJARDO et al., 2007a), (4) alíquota de 2,5 µl da CP de RSPaV após a purificação
do extrato de proteínas totais de E. coli (fração do poço 2 purificada).
M 1 2 3 4
60
50
40
30
25
20
A
M 1 2 3 4
64, 2
48, 8
37, 1
25, 9
19, 4
14, 8
B
65
Figura 16 - Western blot utilizando anti-soro produzido contra a CP do RSPaV, expressa e purificada
a partir de E. coli; (M) Marcador de massa molecular em kDa, (1 a 4) anti-soro produzido nas 3ª, 4ª, 5ª
e 6ª sangrias do coelho (1:250 v/v), respectivamente. Poços 1 a 4 carregados com 2,5 µl da proteína CP
do RSPaV expressada e purificada.
Após a purificação da IgG a partir do anti-soro produzido, esta foi quantificada
apresentando concentração de 1939 µg de IgG/ml. Em ELISA indireto, o anti-soro obtido
reagiu com a CP do RSPaV expressa nas três concentrações testadas, selecionando-se as
concentrações de 2 e 4 µg/ml de IgG, por proporcionarem valores de absorção mais constantes
para as amostras positivas e negativas, reflexo do bom título e especificidade do anti-soro.
Os resultados dos testes de ELISA indireto realizados demonstraram que o anti-soro
produzido a partir da proteína expressa é altamente específico na detecção do RSPaV, pois
foram verificadas reações homólogas com extratos de plantas infectadas com diferentes
isolados de RSPaV, alguns inclusive previamente caracterizados com base na sequência de
nucleotídeos do gene CP. A ausência de reação do anti-soro produzido com plantas sadias
evidência a especificidade do mesmo (Tabela 20).
64, 2
48, 8
37, 1
25, 9
19, 4
14, 8
M 1 2 3 4
66
Tabela 20 - Resultados do teste ELISA indireto com amostras de videiras infectadas com RSPaV,
utilizando-se o anti-soro produzido contra a CP do RSPaV, expressa e purificada a partir de células de
E. coli. Valores das leituras de absorbância, no comprimento de onda de 405 nm, aproximadamente, 2
horas após a adição de substrato. Conjugado geral diluído 1:1000 (v/v).
Absorbância (405 nm)
IgG (µ
µµ
µg/ml)
Amostra
Isolado / código da sequência
de nucleotídeos do gene CP no
GenBank
2 4
Rupestris du Lot (sadia) Rupestris / - 0,158 (-) 0,314 (-)
Cabernet Franc (Q5 P207) CF207 / EF636804
(1)
0,487 (+) 0,925 (+)
420A 420A / EU040204
(1)
0,517 (+) 0,821 (+)
Cabernet Franc (Q5 P213) CF213 / - 0,640 (+) 1,203 (+)
Cabernet Franc (Q5 P152) CF152 / - 0,628 (+) 0,864 (+)
Moscato Giallo MG / EF690380
(1)
0,796 (+) 1,025 (+)
Cabernet Franc (Q5 P210) CF210 / EF690384
(1)
0,653 (+) 0,848 (+)
Cabernet Franc (Q5 P195) CF195 / EF636803
(1)
0,691 (+) 0,919 (+)
Cabernet Franc (Q5 P210-2) CF210-2 / - 0,471 (+) 0,691 (+)
Trebbiano Toscano TT / - 0,713 (+) 1,121 (+)
Pinot Nero PN / EF690381
(1)
1,093 (+) 1,710 (+)
Cabernet Sauvignon (planta 1) CS1 / GU166289
(2)
n.d. 1,724 (+)
Isabel (planta 2) IS2a/ GU166290
(2)
n.d. 1,097 (+)
Isabel (planta 3) IS3/ HM130524
(2)
n.d. 0,665 (+)
n.d. = não determinado;
(1)
Radaelli et al. (2009);
(2)
isolados estudados no Capítulo I deste trabalho.
Minafra et al. (2000) expressaram o gene da proteína capsidial de um isolado italiano
de RSPaV e produziram anti-soro contra a proteína recombinante. Entretanto, este não
reconheceu a proteína CP viral nativa em tecidos infectados quando foram utilizados os testes
de DAS-ELISA e ELISA indireto. Meng et al. (2003) também expressaram o gene da proteína
capsidial de outro isolado do RSPaV e produziram o anti-soro correspondente, o qual se
mostrou eficiente em ELISA indireto e Western blot, porém não apresentando resultados
satisfatórios em ELISA direto. Petrovic et al. (2003) e Terlizzi et al. (2010) utilizaram anti-
soros produzidos contra a CP recombinante do RSPaV para a detecção deste rus por
microscopia eletrônica com imunoadsorção (ISEM - Immunosorbent Electron Microscopy).
Por fim, Pereira (2008) também expressou a proteína capsidial recombinante de um isolado de
RSPaV, obtido em vinhedos de São Paulo (DQ443732) e produziu um anti-soro, porém não
obteve resultados promissores no teste ELISA, realizando a detecção do RSPaV com este anti-
67
soro apenas em Western blot.
O teste ELISA indireto foi selecionado neste trabalho como o método para a
determinação da eficiência do anti-soro produzido, em virtude de ser o mais amplamente
utilizado, de baixo custo, confiável e apresentar praticidade para o dignóstico viral em larga
escala (ALMEIDA & LIMA, 2001). Entretanto, anticorpos produzidos contra antígenos
recombinantes podem não ser funcionais quando avaliados em procedimentos não
desnaturantes (ex. ELISA), conforme verificado por Minafra et al. (2000), apresentando maior
possibilidade de serem funcionais quando avaliados em sistemas desnaturantes (ex. Western
blot) (NICKEL et al., 2004). Possivelmente, a estrutura antigênica da proteína capsidial
expressada em bactéria sofre modificações conformacionais, assim o anti-soro resultante
poderia apresentar menor eficiência no reconhecimento desta proteína na forma nativa,
presente em amostras vegetais (MINAFRA et al., 2000). Contudo, os resultados alcançados
neste trabalho demonstraram que os anticorpos produzidos foram funcionais contra a CP
nativa do RSPaV em sistema não desnaturante, isto é, extrato vegetal em ELISA indireto.
Anti-soros produzidos a partir da expressão da proteína capsidial in vitro tendem a ser
mais específicos, minimizando a ocorrência de reações heterólogas. Segundo Barbieri et al.
(2004), um anti-soro produzido a partir da proteína capsidial expressa do potyvírus
Watermelon mosaic virus (WMV) mostrou-se mais específico, comparativamente a outro
produzido a partir de partículas virais purificadas, o qual apresentou reação sorológica cruzada
com outro potyvírus, Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV).
Infecções múltiplas em videiras são observadas com grande frequência em condições
naturais (FAJARDO et al., 2002 e 2005). Isto torna muito difícil a diagnose baseada na
sintomatologia, devido a mudanças no quadro sintomatológico típico de cada vírus. A
detecção e a correta identificação do(s) vírus presente(s) em amostras provenientes de campo
ou plantas matrizes são essenciais para que medidas de controle ou manejo adequadas possam
ser recomendadas, mas para isto é necessário se dispor de ferramentas de diagnóstico
eficientes e confiáveis, a exemplo do anti-soro produzido neste trabalho.
Diferenças observadas nas sequências de nucleotídeos (nt) ou de aminoácidos
deduzidos (aad) do gene da proteína capsidial podem ter efeito sobre todas as funções desta
proteína, incluindo seu relacionamento sorológico (BERTAZZON & ANGELINI, 2004).
Portanto, a variabilidade do gene da proteína capsidial deve ser considerada, uma vez que
alguns epitopos na proteína capsidial são a base para que os anticorpos os reconheçam e
possam reagir em ELISA (FAJARDO et al., 2007a).
68
Recentemente, Radaelli et al. (2009) caracterizaram o gene da proteína capsidial de
nove isolados “brasileiros” de RSPaV incluindo o isolado CF207, cujo gene da proteína
capsidial foi expresso neste trabalho, e observaram a formação de quatro grupos distintos.
Neste trabalho, o anti-soro produzido foi avaliado por ELISA indireto para a eficiência
de detecção de seis isolados de RSPaV, caracterizados por Radaelli et al. (2009) e outros três
isolados deste mesmo vírus, caracterizados no Capítulo I deste trabalho, além de quatro
isolados não caracterizados (Tabela 20). O RSPaV foi detectado em todas as 13 amostras
infectadas que foram avaliadas por ELISA indireto (Tabela 20).
A análise de identidade das sequências de nt e aad correspondente ao gene da proteína
capsidial do isolado CF207 e sequências homólogas de outros isolados deste rus,
previamente caracterizados por Radaelli et al. (2009) e neste trabalho (Capítulo I), demonstrou
que o isolado CF207 apresentou identidades de nucleotídeos variando de 84,6% (CF195) até
96,8% (RSPaV-1), e de aminoácidos deduzidos variando de 88% (CS1) até 98,4% (RSPaV-1),
com a formação de pelo menos dois grupos, com o isolado CF207 no grupo I (o mais
numeroso em isolados) (Tabela 21 e Figura 17). Contudo, esta variabilidade não chegou a
afetar a detecção destes isolados com o anti-soro produzido a partir do isolado CF207 (Tabela
20).
69
420A
MG
CF210
RSPaV1
CF207
PN
CS1
CF195
IS2a
ASPV
97
49
64
87
70
99
99
50
Figura 17 - Árvore filogenética por parcimônia (“bootstrap” com 2000 replicações), não enraizada,
obtida com o programa MEGA 4.1, baseada nas sequências completas (780 pb) de nucleotídeos do
gene da proteína capsidial de isolados de Rupestris stem pitting-associated virus. Valores percentuais
de “bootstrap” são mostrados nos ramos. As barras indicam número de substituições de nucleotídeos
por sítio (50 = 0,05). Códigos no GenBank dos isolados brasileiros caracterizados e detectados pelo
anti-soro policlonal produzido neste trabalho: CF207 (EF636804), 420A (EU040204), MG
(EF690380), CF210 (EF690384), CF195 (EF636803), PN (EF690381), CS1 (GU166289), IS2
(GU166290). Na análise filogenética foram incluídas o isolado RSPaV1 (NC_001948), isolado tipo da
espécie e, para o grupo externo da árvore, a espécie tipo do gênero: Apple stem pitting virus (ASPV,
Foveavirus, NC_003462).
Como o teste ELISA se baseia na especificidade da interação entre o anticorpo e a
proteína capsidial do vírus, a ocorrência de variações na sequência de aminoácidos desta
proteína poderia interferir na eficiência de detecção sorológica do RSPaV. Assim, o anti-soro
produzido neste estudo poderia não ter a capacidade de reconhecer diferentes isolados e
estirpes do RSPaV, o que justifica a importância de se produzir de anti-soros contra isolados
virais locais. Entretanto, isto não foi verificado neste trabalho, pois o anti-soro produzido
contra a CP expressa do RSPaV, isolado CF207, reagiu com outros isolados deste vírus,
incluindo até isolados mais distantes filogeneticamente (CF195, IS2a, CS1, PN) (Tabela 21,
Figura 17), conferindo confiabilidade nos resultados obtidos com o anti-soro produzido.
I
II
70
Tabela 21 - Identidade (%) das sequências de nucleotídeos (abaixo da diagonal) e de aminoácidos
deduzidos (acima da diagonal) dos genes da proteína capsidial de diferentes isolados de RSPaV,
previamente caracterizados e detectados por ELISA indireto com o anti-soro policlonal produzido.
RSPaV-1 CF207 420A MG CF210 CF195 PN CS1 IS2a
RSPaV-1 - 98,4 99,6 99,6 96,9 91,8 94,5 89,5 89,5
CF207 96,8 - 98,1 98,1 95,3 92,6 93,1 88,0 89,5
420A 98,9 96,5 - 99,2 96,5 91,5 94,2 89,1 89,1
MG 98,9 96,5 99,7 - 96,5 91,5 94,2 89,1 89,5
CF210 98,3 96,1 98,3 98,3 - 90,3 93,8 87,6 88,0
CF195 82,5 84,6 81,9 81,9 81,7 - 88,0 84,9 92,2
PN 93,9 92,1 93,5 93,5 93,9 82,0 - 87,2 85,3
CS1 91,6 89,7 90,6 90,6 90,6 83,8 93,2 - 81,8
IS2a 84,7 85,1 84,1 84,1 83,7 91,6 83,4 84,7 -
RSPaV-1 (NC_001948, isolado tipo da espécie), CF207 (EF636804), 420A (EU040204), MG (EF690380),
CF210 (EF690384), CF195 (EF636803), PN (EF690381), CS1 (GU166289), IS2a (GU166290).
Resultados semelhantes foram obtidos por Radaelli et al. (2008), ao avaliarem anti-
soros produzidos contra a proteína capsidial recombinante do GLRaV-2. Os autores
verificaram reações positivas contra diferentes isolados deste vírus que apresentavam
significativa variabilidade genética. Contudo, Bertazzon & Angelini (2004) verificaram
também que os isolados detectados sorologicamente não eram detectados com alguns
oligonucleotídeos específicos para determinado isolado de GLRaV-2.
Os isolados IS2a e IS3 (Tabela 16), molecularmente caracterizados no Capítulo I,
foram provenientes de videiras cv. Isabel, com infecção múltipla de RSPaV estirpe pica e
RSPaV-SY (estirpe Syrah). Tais amostras foram testadas por ELISA indireto com o anti-soro
produzido neste trabalho, com resultados positivos (Tabela 20), entretanto não é possível
identificar qual (is) estirpe (s) viral (is) o anti-soro estaria reconhecendo.
Conclui-se que a metodologia de expressão de proteína in vitro em E. coli representa
grande potencial para a diagnose sorológica de rus em plantas perenes (semi-) lenhosas
como a videira. Grande quantidade da proteína CP de RSPaV pôde ser produzida em E. coli,
portanto eliminando a necessidade da ineficiente e trabalhosa purificação viral. A CP do
RSPaV purificada por este sistema é pura e livre de contaminantes da planta, e o título do anti-
soro obtido tenderá a ser maior do que aqueles produzidos contra partículas virais purificadas.
71
O anti-soro produzido contra o RSPaV detectou diferentes isolados “brasileiros” que
apresentavam variabilidade expressiva, conferindo, assim, maior confiabilidade aos testes
sorológicos.
3.5 Anexos
Anexo 1- Sequência de nucleotídeos (linha superior) e de aminoácidos deduzidos (linha
inferior) do gene completo (780 pb) da proteína capsidial do Rupestris stem pitting-associated
virus, isolado CF207 (EF636804), utilizado para a produção do anti-soro policlonal.
atggcaagtcaaattgggaaactccccggtgaatcaaatgaggcttttgaagcccggcta
M A S Q I G K L P G E S N E A F E A R L
aaatcgctggagttagctagagctcaaaagcagccggaaggttctaatgcaccacctact
K S L E L A R A Q K Q P E G S N A P P T
ctcagtggcattcttgccaaacgcaagaggattatagagaatgcactttcaaagacggtg
L S G I L A K R K R I I E N A L S K T V
gacatgagggaggttttgaaacacgaaacggtggtgatttccccaaatgtcatggatgaa
D M R E V L K H E T V V I S P N V M D E
ggtgcaatagacgagctgattcgtgcatttggtgaatctggcatagctgaaagcgtgcaa
G A I D E L I R A F G E S G I A E S V Q
tttgatgtggctatagatatagcacgtcactgctctgatgttggtagctcccagaggtca
F D V A I D I A R H C S D V G S S Q R S
accctgataggcaagagtccattttgtgacctaaacagatcagaaatagctgggattata
T L I G K S P F C D L N R S E I A G I I
agggaggtgaccacattacgcagattttgcatgtactatgcaaaaatcgtgtggaacatc
R E V T T L R R F C M Y Y A K I V W N I
catctggagacggggataccaccagctaactgggccaagaaaggatttaatgagaatgaa
H L E T G I P P A N W A K K G F N E N E
aagtttgcagcctttgattttttccttggagtcacagatgagagtgcgcttgagcctaag
K F A A F D F F L G V T D E S A L E P K
ggtggtgttaaaagagctccacgaaaagctgagatggtcgctaatatcgcctcttttgag
G G V K R A P R K A E M V A N I A S F E
gtccaagtgctcagacagactatggctgaaggaaagcggagctccaatcttggagaaatt
V Q V L R Q T M A E G K R S S N L G E I
agtggtggaacggctggggcgcttatcaacaacccctttgcaaatgtcacgcatgaatga
S G G T A G A L I N N P F A N V T H E -
72
4 CAPÍTULO III: Fisiologia foliar e qualidade enológica da uva em videiras
infectadas por vírus
4.1 Resumo
Os vírus são capazes de induzir desordens metabólicas e estruturais nas células vegetais, as
quais podem variar com a espécie viral e a suscetibilidade da planta. Neste enfoque, videiras
(Vitis vinifera) com e sem sintomas de infecção viral, das cvs. Cabernet Franc e Cabernet
Sauvignon, em dois vinhedos comerciais, foram avaliadas comparativamente quanto ao
potencial fotossintético (fotossíntese de saturação luminosa, radiação de saturação, ponto de
compensação de luz, taxa de respiração no escuro, rendimento quântico aparente, clorofilas
total, a e b), quanto ao metabolismo de carbono foliar (açúcares solúveis totais e amido) e
quanto a qualidade enológica da uva produzida (sólidos solúveis totais - °Brix, densidade, pH
e acidez total titulável no mosto - ATT; intensidade total da cor e índice de polifenóis totais na
casca). Nas plantas sintomáticas foram detectados o Grapevine leafroll-associated virus 2
(GLRaV-2) e o Rupestris stem pitting-associated virus (RSPaV) pelo teste ELISA para seis
vírus, os quais provocaram reduções significativas na clorofila e no potencial fotossintético,
em ambas cultivares. As folhas de plantas infectadas também apresentaram acúmulos
significativos de carboidratos, caracterizando um bloqueio no transporte de carbono desses
órgãos. Quanto à qualidade enológica da uva, no momento da colheita as plantas infectadas
apresentaram uvas com nível de maturação significativamente menor, considerando todos
parâmetros tecnológicos do mosto (°Brix, densidade, pH, ATT e polifenóis). De modo geral,
destaca-se que estes vírus podem comprometer diretamente a capacidade produtiva e a
qualidade da produção destas cultivares.
Palavras-chave: Vitis, RSPaV, GLRaV-2, fotossíntese, açúcares, uva
4.2 Introdução
Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios e, uma vez estabelecida a
compatibilidade com a planta hospedeira, se replicam exclusivamente pela utilização de
constituintes químicos das células hospedeiras. Assim, colonizam as células que compõem os
diferentes tecidos da hospedeira e comprometem a integridade do organismo infectado em
todos os níveis (BAILISS, 1970). Em decorrência, ocorrem várias alterações bioquímicas,
73
fisiológicas e morfológicas, através da ativação e/ou bloqueio de determinadas atividades
celulares nas plantas infectadas. Dependendo da interação vírus-hospedeira, uma grande
diversidade de sintomas pode ser observada, geralmente, associada à alterações citológicas na
estrutura e função dos cloroplastos (ARIAS et al., 2003; SAMPOL et al., 2003; BERTAMINI
et al., 2004; GONÇALVES et al., 2005; DOMICIANO et al., 2009). De modo geral, as
infecções virais são capazes de induzir desordens na célula vegetal, que incluem alterações na
fotossíntese, na respiração, nas atividades enzimáticas, no transporte de fotoassimilados e no
balanço hormonal (SAMPOL et al., 2003; BAEBLER et al., 2009; JAMESON & CLARKE,
2002). Acontece uma verdadeira "batalha" metabólica e, nas plantas suscetíveis, os rus
passam a controlar parte do metabolismo da célula parasitada. Todo esse processo infeccioso
resultará em queda de produtividade da cultura, resultando em efeitos negativos na quantidade
e também na qualidade da produção, incluindo-se a videira (AUGER et al., 1992;
DOMICIANO et al., 2009; CRETAZZO et al., 2010; BERTAZZON et al., 2009).
Apesar de alguns avanços pontuais, ainda existem poucos trabalhos direcionados para
a compreensão dos efeitos da infecção viral sobre a fisiologia das plantas hospedeiras (ARIAS
et al., 2003). Os estudos que consideram a avaliação das alterações fisiológicas, bioquímicas e
citológicas na hospedeira ainda são reduzidos comparativamente às pesquisas voltadas aos
estudos de genômica e proteômica dos vírus de plantas, que visam determinar a estrutura, a
organização, a replicação e o movimento viral. Os mecanismos da interação vírus/planta
hospedeira que induzem as perturbações metabólicas e o desenvolvimento de sintomas
advindos da infecção viral também são pouco entendidos, pois o acompanhamento da
evolução dos processos infecciosos por patógenos apresenta dificuldade em função das
consequências fisiológicas serem bastante variáveis.
Alguns estudos demonstraram, como resultado de infecções virais, redução da síntese
de pigmentos fotossintéticos, correlacionando níveis de clorofila com taxa fotossintética
(NAIDU et al., 1984; FUNAYAMA et al., 1997). Auger et al. (1992) também verificaram que
plantas infectadas por vírus apresentaram uma redução de 66,5% na taxa de assimilação
líquida de CO
2
, em comparação às plantas sadias. Outros trabalhos demonstraram que a
proteína capsidial viral pode se acumular nos cloroplastos e nas membranas dos tilacóides de
plantas infectadas, sugerindo, desta forma, que esta poderia induzir a inibição do transporte de
elétrons no fotossistema II (FSII) (TÉCSI et al., 1994 e 1996; SAMPOL et al., 2003).
O movimento viral célula-a-célula ocorre através dos plasmodesmas, mediado pela
proteína de movimento viral (MP), que interage com os plasmodesmas. Este fato, aliado à
74
replicação e à concentração dos vírus da videira, preferencialmente nos tecidos do floema,
poderia resultar em desorganização e alterações destes tecidos, com efeitos negativos sobre a
translocação de fotoassimilados, levando ao acúmulo de amido nas folhas (LALONDE et al.,
2003; GONÇALVES et al., 2005). Este acúmulo de amido e açúcares nas folhas pode
desencadear decréscimos significativos nas taxas fotossintéticas, via mecanismo de retro-
inibição metabólica da fotossíntese (BERGER et al., 2007; PÉREZ-BUENO et al., 2006).
Embora trabalhos científicos tenham demonstrado a diminuição da taxa fotossintética
induzida por vírus, os alvos específicos (sítios e rotas metabólicas da planta) que são afetados
pela ação viral neste processo são desconhecidos ou não completamente compreendidos até o
momento.
Entender e tentar controlar os efeitos do processo infeccioso na hospedeira constitui
uns dos objetivos da fisiologia do parasitismo (SANTOS et al., 2005). O conhecimento da
maneira pela qual um fitopatógeno mobiliza e altera a fisiologia e o crescimento da planta
hospedeira pode, ao mesmo tempo, auxiliar no estabelecimento das bases de controle ou
manejo das doenças e permitir a supressão ou diminuição dos danos causados às culturas. O
objetivo deste trabalho foi avaliar as alterações fisiológicas foliares ocasionadas por rus em
duas cultivares de videira (V. vinifera), correlacionando tais alterações com variáveis que
expressam a qualidade enológica da uva.
4.3 Material e métodos
Os experimentos foram conduzidos em dois vinhedos comerciais das cultivares
Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon localizados no município de Bento Gonçalves (RS). O
vinhedo da cv. C. Franc, enxertada no porta-enxerto SO4, foi implantado em 1990 e
conduzido em espaldeira, já o vinhedo da cv. C. Sauvignon, enxertada no porta-enxerto
P1103, foi implantado em 1997 e conduzido em latada.
As plantas do experimento foram identificadas no início do período de maturação da
uva, selecionando-se, para cada cultivar, 10 plantas exibindo sintomas foliares típicos de
infecção viral e outras 10 plantas que não exibiam tais sintomas. Nesta identificação, os
sintomas predominantes observados no vinhedo da cultivar C. Franc foram folhas com textura
e aparência alteradas, apresentando-se coriáceas e com bolhosidades, enrolamento dos bordos
foliares para baixo e coloração avermelhada, permanecendo verdes as nervuras principais
(Figura 18). No vinhedo da cv. C. Sauvignon os sintomas predominantes foram o
75
avermelhamento total da folha e a formação de tecido corticento na região de inserção do
ramo do ano (Figuras 18 e 19).
Figura 18 - Sintomas foliares de infecção viral nas cvs. Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, no
início, meio e final do ciclo vegetativo, observados a campo nas plantas avaliadas.
Figura 19 - Formação de tecido corticento (foto a direita) na região de inserção do ramo do ano na cv.
C. Sauvignon, verificado a campo nas plantas avaliadas.
76
As plantas infectadas também apresentavam vigor reduzido, decréscimos no número
de brotos e de cachos/planta e cachos desuniformes e com amadurecimento irregular (Figura
20).
Figura 20 - Videiras das cvs. Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, plantas sadias e infectadas,
evidenciando os sintomas de infecção viral nas folhas de plantas infectadas.
Testes sorológicos: Todas as plantas sintomáticas, de ambas cultivares, foram
avaliadas visando identificar as espécies virais responsáveis pelos sintomas observados. Em
duas repetições, foram realizados o teste sorológico ELISA indireto utilizando-se anti-soros
policlonais contra Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2), Grapevine virus B
(GVB) e Rupestris stem pitting-associated virus (RSPaV), produzidos no Laboratório de
Virologia da Embrapa Uva e Vinho e, também, o teste sorológico ELISA direto para a
detecção dos vírus Grapevine leafroll-associated virus 1 e 3 (GLRaV-1 e -3) e Grapevine
virus A (GVA), utilizando-se anti-soros comerciais (Agritest, Bari-Valenzano, Itália).
Cabernet Sauvignon – Planta infectada
Cabernet Sauvignon – Planta sadia
Cabernet Franc – Planta sadia
Cabernet Franc
Planta infectada
77
Para os testes de ELISA indireto e direto foram conduzidos conforme descrito no
Captítulo I e II deste trabalho e as amostras das plantas consistiram de ramos e/ou pecíolos e
nervuras foliares, as quais foram triturados em almofariz na presença de nitrogênio líquido.
Amostras comprovadamente infectadas com os respectivos vírus foram utilizadas como
controles positivos e extrato de folhas de videira sadia como controle negativo.
Avaliação do potencial fotossintético e dos teores de clorofila: Das dez plantas
sintomáticas, de cada cultivar, foram selecionadas quatro plantas infectadas, nas quais foram
escolhidas, em cada uma das plantas selecionadas, uma folha sintomática e outra
assintomática, situadas na posição intermediária do ramo do ano para corresponder ao mesmo
estádio de desenvolvimento. Para as dez plantas assintomáticas, de cada cultivar, também
foram selecionadas quatro plantas sadias e em cada uma delas, uma folha para proceder as
análises foliares.
As folhas selecionadas para as análises, de ambas as cultivares e grupos de plantas
(sintomáticas e assintomáticas), se encontravam expostas à radiação solar (não sombreadas
pelo dossel de folhas). Estas foram submetidas a determinação de curvas de taxa de
assimilação líquida de CO
2
(A, µmol CO
2
m
-2
s
-1
) em resposta à densidade de fluxo de fótons
fotossinteticamente ativo (DFFFA), com valores de 1500, 800, 600, 400, 200, 100 e 0 µmol de
fótons m
-2
s
-1
,
utilizando-se o analisador de gás por infravermelho (IRGA) portátil, marca Li-
Cor, modelo LI-6400, operando em sistema aberto, equipado com fonte de luz modelo LI-
6400-02B. Previamente às avaliações, o equipamento foi calibrado retirando-se o CO
2
e o
vapor de água do ar circulante no aparelho com óxido de cálcio e drierite, respectivamente.
Todas as medidas foram realizadas no mesmo dia, no período de 10 as 14 h, o qual
correspondeu ao período de máxima atividade fotossintética na planta (observações prévias
utilizando o mesmo equipamento). Durante as análises, utilizou-se o CO
2
do ambiente, o qual
se manteve, em média, na concentração de 367 µmol.mol
-1
. As temperaturas do ar e da folha
mantiveram-se entre 25 e 30ºC e a velocidade do fluxo de ar empregado foi de 500 µmol.s
-1
com umidade relativa do ar de 45%.
Na curva de resposta de A em função da DFFFA foi ajustada uma função hiperbólica,
conforme descrito por Mota et al. (2009), com a qual determinou-se a fotossíntese (A)
máxima mol CO
2
m
-2
s
-1
), radiação de saturação mol fótons m
-2
s
-1
), ponto de
compensação de luz (correspondente ao valor de DFFFA em que A é igual a zero, em µmol
fótons m
-2
s
-1
), taxa de respiração no escuro (correspondente ao valor negativo de A quando
78
DFFFA é igual a zero, em µmol CO
2
m
-2
s
-1
) e rendimento quântico aparente (Φ
a
; nmol
CO
2
mol fótons). A Φ
a
foi estimada ajustando-se uma equação linear na faixa em que a
variação de A em função da DFFFA era linear, conforme descrito por Mota et al. (2009).
As mesmas folhas utilizadas para a determinação do potencial fotossintético também
foram usadas para avaliar os teores totais e individuais de clorofila (clorofila a e b), sendo a
medição feita com o auxílio de um clorofilômetro ótico portátil, utilizando-se a frequência de
luz em que a clorofila melhor processa a fotossíntese. O medidor eletrônico de clorofila
ClorofiLOG (Falker, CFL 1030) é um sensor comercial que analisa três faixas de frequência
de luz na medição e, através de relações de absorção em diferentes frequências, determina um
índice de clorofila (Índice de clorofila Falker, ICF), levando em consideração a presença das
clorofilas a e b. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias
foram comparadas através do teste Tukey a 5% e 1% de probabilidade de erro.
Determinações de açúcares solúveis totais e amido em folhas: Nas mesmas plantas
selecionadas, foram coletadas separadamente, folhas sintomáticas e assintomáticas das plantas
infectadas e também folhas de plantas sadias, as quais foram secadas em estufa durante 48 h a
60ºC e, posteriormente, pulverizadas em almofariz. Inicialmente as amostras foram
submetidas a uma extração alcoólica de açúcares solúveis totais, conforme metodologia
descrita por Amaral et al. (2007), utilizando-se 300 mg de peso seco, 3 ml de etanol 80% e
incubando-se em banho-maria a 80ºC por 20 min com agitações a cada 10 min.
Posteriormente, as amostras foram centrifugadas a 13400 g por 5 min em temperatura
ambiente, repetindo-se estas etapas quatro vezes, e coletando-se as frações dos sobrenadantes.
Para a quantificação dos açúcares solúveis totais, conforme a metodologia descrita por Dubois
et al. (1956), utilizaram-se 10 µl de amostra acrescidos de 490 µl de água destilada, 500 µl de
fenol 5% e 2,5 ml de ácido sulfúrico concentrado, seguido de leitura espectrofotométrica em
490 nm. Para o cálculo da concentração de açúcares nas amostras avaliadas, efetuou-se uma
análise de regressão entre a absorbância e a concentração conhecida de glicose, com uma
solução padrão de glicose na concentração de 1 mg.ml
-1
.
Para a quantificação de amido, conforme metodologia descrita por Amaral et al.
(2007), o resíduo precipitado da extração alcoólica dos açúcares solúveis totais foi mantido
em estufa a 60ºC por 12 h para a evaporação do etanol. Posteriormente, as amostras foram
ressuspendidas em 500 µl de água destilada e mantidas a 4ºC por 12 h para a reidratação. Na
sequência foram adicionados 100 µl de enzima
α-amilase (3000 U/ml, Megazyme) por
79
amostra, incubando-se em banho-maria a 80ºC por 1 h, sob agitação, a cada 20 min. Após
incubação, adicionaram-se 500 µl de solução de acetato de sódio 0,03 M, pH 4,8, e 30 µl de
amiloglucosidase (3260 U/ml, Megazyme), incubando-se em banho-maria a 50ºC por 30 min
sob agitação. Na etapa seguinte, foram adicionados 500 µl de ácido perclórico 0,8 M,
agitando-se vigorosamente e centrifugando-se a 13400 g por 5 min em temperatura ambiente.
A partir dos sobrenadantes, foi determinada a concentração de glicose proveniente da
degradação enzimática do amido, utilizando-se 4 µl de amostra acrescidos de 16 µl de água
destilada e de 150 µl de GOD POD (Glicose PAP Liquiform). Cada mistura foi depositada em
microplaca de poliestireno, incubada a 30ºC por 15 min e submetida a leitura da absorbância
em 490 nm. Conforme descrito por Arêas & Lajolo (1980), a concentração de glicose obtida
em cada amostra foi multiplicada por 0,9 para obtenção da concentração de amido. Para cada
variável analisada, realizaram-se três repetições para cada amostra.
Análises enoquímicas: Em cada um dos vinhedos estudados e para cada planta
previamente marcada (10 sintomáticas e 10 assintomáticas) foram colhidos,
aproximadamente, dois kg de uva por planta, sendo os cachos acondicionados em sacos
plásticos e mantidos a 4°C até o processamento das análises, ocorrido no mesmo dia da coleta.
Cada amostra de uva foi submetida a uma prensagem manual para a extração do mosto, no
qual foram determinados o teor de sólidos solúveis totais (SST, °Brix), com o auxílio de um
refratômetro digital de bancada (ABBE Refractometer, American Optical Corporation)
calibrado a 20ºC; densidade a 20ºC (g.ml
-1
), com densímetro digital (PAAR DMA 45, Anton
Paar); pH, com medidor digital (pH METER 125, Corning); e acidez total titulável (meq.l
-1
),
com titulador potenciométrico digital (Tritoline Easy, Schott Geräte) usando solução de
NaOH 0,1 N e azul de bromotimol como indicador.
Nas cascas, foram determinados a intensidade total de cor (ITC) e o índice de
polifenóis totais (IPT), seguindo metodologia descrita por Rizzon et al. (2000). As cascas
(sem a polpa) de 100 bagas de uva, de cada amostra, foram separadas e imersas em solução
hidro-alcoólica a 12% (12% de etanol, 0,03 M de ácido tartárico, pH 3,2), mantidas, sob
agitação constante, durante 24 h, no escuro a 22±2°C. A fase líquida foi separada por
centrifugação e efetuaram-se as análises com o sobrenadante obtido. As leituras de
absorbância do extrato de cascas foram realizadas em espectrofotômetro de luz ultravioleta
(Evolution 60, Thermo Scientific) nos comprimentos de onda de 420, 520 e 620 nm para
análise de ITC e a 280 nm para análise do IPT, neste último caso com as amostras diluídas
80
1:100 em solução hidro-alcoólica. O índice ITC foi calculado pelo somatório das leituras de
absorbância nos três comprimentos de onda. Para cada variável destas análises enoquímicas,
realizaram-se três repetições para cada amostra analisada. Os resultados obtidos foram
submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas através do teste t a 5% e 1%
de probabilidade de erro.
4.4 Resultados e discussões
Detecção viral nas amostras experimentais: As videiras dos experimentos foram
avaliadas pelo teste ELISA com anti-soros contra GVA, GVB, GLRaV-1, -2, -3 e RSPaV.
Foram constatadas infecções com GLRaV-2 e RSPaV em todas as plantas sintomáticas
avaliadas das cultivares C. Franc e C. Sauvignon. Entretanto, destaca-se que, os sintomas
típicos do enrolamento da folha predominaram apenas no vinhedo de C. Franc, enquanto que
os sintomas relacionados à virose do lenho rugoso (caneluras), da qual o RSPaV faz parte, se
sobressaíram nas plantas de C. Sauvignon infectadas (Figuras 18 e 19). Nenhum dos seis vírus
testados foi encontrado nas plantas assintomáticas, nomeadas a partir deste ponto como
"plantas sadias".
Dentre as principais espécies virais que infectam a videira, em todo o mundo, incluem-
se o GLRaV-2 e o RSPaV. O GLRaV-2 pertence a família Closteroviridae, gênero
Closterovirus, enquanto que o RSPaV faz parte da família Betaflexiviridae, gênero Foveavirus
(RADAELLI et al., 2009). Por meio de um estudo de variabilidade genética, diferentes
isolados destas duas espécies virais, encontrados em vinhedos brasileiros, foram
caracterizados molecularmente por Radaelli et al. (2009). Os isolados de RSPaV e GLRaV-2
foram reunidos em quatro e dois grupos pela análise filogenética das sequências obtidas com
valores de identidade de nucleotídeos variando de 81 a 99% e 88 a 99%, respectivamente.
Potencial fotossintético e determinação dos teores de clorofila, açúcares solúveis
totais e amido: Na análise do potencial fotossintético de ambas as cultivares, destaca-se que
os limites máximos de fotossíntese das plantas sadias foram maiores em folhas de C. Franc em
relação a C. Sauvignon (Figura 21A e 21B). De acordo com Regina & Carbonneau (1999), a
fotossíntese máxima de C. Sauvignon pode atingir limite máximo em torno de 11 µmol CO
2
m
-2
s
-1
. Portanto, essa cultivar pode estar apresentando outras limitações fisiológicas, tais
como estresse nutricional, que podem limitar a performance fotossintética. Além disso, estas
diferenças entre cultivares podem também refletir contrastes do estádio em que se encontrava
81
a infecção viral, do tipo e da severidade dos sintomas observados, da presença de estirpes
virais específicas e de fatores inerentes a própria cultivar ou determinados pelas condições
ambientais. Com isto, na comparação de plantas infectadas e sadias de C. Sauvignon, este
contraste fisiológico não possibilitou a diferença de fotossíntese entre folhas assintomáticas de
plantas infectadas e plantas sadias (Figura 21B), o que ficou evidente em folhas da C. Franc
(Figura 21A).
(A)
-3,00
-1,00
1,00
3,00
5,00
7,00
9,00
11,00
13,00
15,00
0 250 500 750 1000 1250 1500
Radiação (µmol fóton m
-2
s
-1
)
Fotossíntese líquida (µmol CO
2
m
-2
s
-1
)
Planta
infectada, folha
sintomática
Planta
infectada, folha
assintomática
Planta sadia,
folha sem
sintoma
(B)
-1,50
-0,50
0,50
1,50
2,50
3,50
4,50
5,50
6,50
0 250 500 750 1000 1250 1500
Radiação (µmol fóton m
-2
s
-1
)
Fotossíntese líquida (µmol CO
2
m
-2
s
-1
)
Planta infectada,
folha
sintotica
Planta infectada,
folha
assintomática
Planta sadia,
folha sem
sintoma
Figura 21 - Curvas com valores médios de fotossíntese líquida ou taxa de assimilação líquida de CO
2
em resposta à densidade de fluxo de fótons fotossinteticamente ativo (Radiação). (A) videira cv.
Cabernet Franc e (B) videira cv. Cabernet Sauvignon; folhas de plantas infectadas sintomáticas e
assintomáticas e folhas de plantas sadias. Sintomas avaliados visualmente e plantas infectadas com
RSPaV e GLRaV-2.
Cabe
rnet Franc
Cabernet
Sauvignon
82
Em ambas as cultivares as folhas sintomáticas de plantas infectadas foram
significativamente restritas em todos os parâmetros do potencial fotossintético (Tabela 22).
Em plantas da cv. C. Franc infectadas verificou-se que a restrição da fotossíntese máxima foi
mais evidente (-68%) entre folhas sintomáticas e sadias, em comparação as folhas de C.
Sauvignon (-56%). Estes resultados estão de acordo com Sampol et al. (2003), os quais
verificaram reduções de 30 a 50% na taxa fotossintética de folhas de videira infectadas por
vírus. No detalhamento dessas restrições fotossintéticas pela infecção viral, observa-se que a
radiação de saturação destas folhas sintomáticas atingiu uma redução dia de 38%, sendo
mais acentuada em C. Franc (-41%). Palliotti et al. (2000) encontraram radiação de saturação
em valores de DFFFA de 698 e 689 µmol de fótons m
-2
s
-1
em videiras ‘Cabernet Franc’ e
‘Trebbiano Toscano’, respectivamente. Segundo Larcher (2003), em plantas decíduas, a
saturação de luz ocorre entre valores de DFFFA de 600 e 800 µmol de fótons m
-2
s
-1
. Abaixo
destes valores, o incremento na fotossíntese é limitado pelas reações fotoquímicas (capacidade
de conversão de energia luminosa em energia química), enquanto que acima destes limites a
limitação é em capacidade enzimática para carboxilação (BERNACCHI et al., 2005).
Portanto, com a redução desse limite de saturação pode-se supor que esses vírus estão
limitando o "turnover" proteico/acúmulo de enzimas relacionadas com a etapa de carboxilação
na fotossíntese destas cultivares.
Tabela 22 - Valores de fotossíntese máxima, radiação de saturação, ponto de compensação de luz, taxa
de respiração no escuro e rendimento quântico aparente de folhas de videiras (Vitis vinifera) cvs.
Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com
Rupestris stem pitting-associated virus e Grapevine leafroll-associated virus 2.
Fotossíntese máxima
(µmol CO
2
m
-2
s
-1
)
Radiação de
saturação (µmol
fótons m
-2
s
-1
)
Ponto de
compensação de luz
(µmol fótons m
-2
s
-1
)
Taxa de respiração
no escuro (µmol CO
2
m
-2
s
-1
)
Rendimento quântico
aparente
Φ
a
(nmol
CO
2
mol fótons)
Tratamento
C.
Franc
C.
Sauvignon
C.
Franc
C.
Sauvignon
C.
Franc
C.
Sauvignon
C.
Franc
C.
Sauvignon
C.
Franc
C.
Sauvignon
Planta infectada, folha
sintomática
4,34 B 2,66 b 383,18 B
234,44 b 37,22 A 29,19 a 1,77 a 0,88 a 37,02 b 23,15 b
Planta infectada, folha
assintomática
9,22 AB 6,01 a 421,28 B
345,51 ab
17,70 B 17,56 ab 0,89 b 0,58 a 47,20 a 34,36 a
Planta sadia, folha sem
sintoma
13,56 A 6,04 a 646,00 A
369,28 a 20,64 B 8,32 b 1,13 b 0,38 a 49,00 a 35,84 a
CV (%) 21,59 26,62 11,36 19,57 15,88 44,95 22,09 52,63 11,07 15,54
Sintomas avaliados visualmente. Letras diferentes na coluna, para a mesma variável, indicam diferença
significativa pelo teste Tukey (letras minúsculas, P<0,05; letras maiúsculas, P<0,01).
83
As infecções virais foram ainda mais restritivas nos parâmetros relacionados com a
etapa fotoquímica da fotossíntese, como ponto de compensação e rendimento quântico
aparente. O ponto de compensação de folhas sintomáticas teve incrementos da ordem de 80%
e 250%, em relação as folhas de plantas sadias, respectivamente para C. Franc e C. Sauvignon
(Tabela 22). Em contrapartida, o rendimento quântico aparente de ambas as cultivares foi
reduzida na ordem de 24% e 35%, em relação as folhas de plantas sadias, respectivamente
para C. Franc e C. Sauvignon (Tabela 22). Considerando que a taxa de respiração no escuro
não teve grandes variações, sendo significativa apenas em C. Franc, estas variações no ponto
de compensação e no rendimento quântico aparente podem ser diretamente relacionadas com
a capacidade fotoquímica dessas folhas, resultando em maior exigência de radiação para
viabilizar a fixação de CO
2
(LARCHER, 2003). O aumento da respiração no escuro em C.
Franc pode também influenciar o rendimento quântico das folhas desta cultivar e tem sido
relacionado à ativação de mecanismos de defesa por parte da hospedeira, frente ao ataque do
patógeno (AUGER et al.,1992; SAMPOL et al., 2003). De acordo com Auger et al. (1992) e
Sampol et al. (2003), a redução na taxa fotossintética em folhas infectadas pode ser
principalmente atribuída aos danos diretos que os vírus podem exercer sobre os cloroplastos.
Esses efeitos vão desde a interação da proteína capsidial do vírus com o fotossistema II (FSII)
até reduções nas concentrações de clorofila e de proteína solúvel total e redução na atividade
da enzima Rubisco (BERTAMINI et al., 2004). Reinero & Beachy (1989) demonstraram que
a CP viral acumula-se nos cloroplastos e nas membranas dos tilacóides de plantas infectadas,
sugerindo, desta forma, que esta pode induzir inibição do transporte de elétrons no FSII.
Gonçalves et al. (2005) também observaram que plantas de cana-de-açúcar infectadas por
vírus apresentaram redução na eficiência quântica fotoquímica potencial do FSII, alterações
no preenchimento do "pool" de plastoquinona e, principalmente, redução nas taxas de troca
líquida de CO
2
, provavelmente em consequência desta redução na eficiência quântica.
Nas avaliações de teores de clorofila, verificou-se, em ambas cvs, que folhas
sintomáticas de plantas infectadas apresentaram menores teores de clorofilas total, a e b, em
relação a folhas assintomáticas de plantas infectadas e folhas de plantas sadias (Tabela 23). Na
comparação dos teores de clorofila obtidos para folhas de plantas sadias e folhas
assintomáticas de plantas infectadas não se observou diferença significativa (Tabela 23), o que
pode ser atribuído a um nível nimo de dano induzido pela infecção viral mais recente nas
folhas assintomáticas. Arias et al. (2003) também não conseguiram observar diferenças na
84
taxa fotossintética entre plantas infectadas assintomáticas e sadias. Em plantas infectadas por
vírus, Naidu et al. (1984) verificaram que as baixas taxas fotossintéticas seriam resultantes da
redução nos níveis de clorofila, especificamente a clorofila a e Almási et al. (2000)
observaram que a infecção viral acelera a senescência das plantas e inibe ou retarda a
biossíntese de clorofila, alterando assim, algumas características fisiológicas da planta
hospedeira.
Tabela 23 - Teores totais e individuais de clorofila (a e b) em folhas de videiras (Vitis vinifera) cv.
Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com
Rupestris stem pitting-associated virus (RSPaV) e Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2).
Teor de clorofila
Clorofila total (ICF) Clorofila a (ICF) Clorofila b (ICF)
Tratamento
Cabernet
Franc
Cabernet
Sauvignon
Cabernet
Franc
Cabernet
Sauvignon
Cabernet
Franc
Cabernet
Sauvignon
Planta infectada, folha sintomática 36,5 B 34,6 B 28,9 B 26,8 B 7,6 B 7,8 b
Planta infectada, folha assintomática 49,0 AB 45,9 A 37,7 AB 35,1 A 11,3 AB 10,9 a
Planta sadia, folha sem sintoma 54,3 A 44,7 A 41,0 A 34,3 A 13,3 A 10,4 a
CV (%) 10,81 7,19 10,28 6,57 13,44 10,72
Sintomas avaliados visualmente. ICF: Índice de clorofila Falker. Letras diferentes na coluna, para a mesma
variável, indicam diferença significativa pelo teste Tukey (letras minúsculas, P<0,05; letras maiúsculas, P<0,01).
Para Auger et al. (1992) a diminuição nos teores de clorofila e de aminoácidos, como
comumente verificado em plantas infectadas por vírus, são alguns dos fatores que contribuem
para a redução do potencial fotossintético em plantas infectadas, além de exibirem aumento na
atividade de enzimas responsáveis pela respiração celular. Outros fatores também são
mencionados, para explicar o menor potencial fotossintético verificado em plantas infectadas
por vírus, a exemplo da menor área foliar exposta das plantas infectadas, acentuando-se a
diferença, em relação a plantas sadias, no final do ciclo vegetativo (MANNINI et al., 2006a e
2006b; MALOSSINI et al., 2009a e 2009b) e do aumento da concentração de antocianinas
(avermelhamento) comumente verificado em determinadas hospedeiras, em folhas
sintomáticas (BRAR et al., 2008). Gonçalves et al. (2005) também verificaram reduções nos
conteúdos de pigmentos fotossintéticos foliares e na razão clorofila a/b e aumento no
conteúdo de açúcares nas folhas, como um efeito secundário da infecção viral.
85
Na análise de folhas assintomáticas de plantas infectadas, pode-se observar que as
viroses podem provocar alterações no potencial fotossintético antes de se manifestarem as
diferenças em pigmentos. Portanto, com base nestes resultados, pode-se supor que a redução
no potencial fotossintético se apresenta como uma consequência e não especificamente a
causa da redução do crescimento e do potencial de produção, também observado em outros
trabalhos com infecção viral.
Dentre as causas da redução do potencial fotossintético, destaca-se a possibilidade de
inibição metabólica pelo acúmulo do produto final, ou retro-inibição (TAIZ & ZEIGER,
2009). Corroborando essa possibilidade, observou-se que as folhas sintomáticas e
assintomáticas das plantas infectadas, de ambas cultivares, apresentaram maiores teores de
açúcares solúveis totais e acúmulo de amido quando comparadas com folhas de plantas sadias
(Tabela 24).
Tabela 24 - Teores de açúcares solúveis totais e de amido em folhas de videiras (Vitis vinifera) cv.
Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com
Rupestris stem pitting-associated virus (RSPaV) e Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2).
Açúcares solúveis totais
(mg/100mg de massa seca)
Amido
(mg/100mg de massa seca)
Tratamento
Cabernet Franc
Cabernet
Sauvignon
Cabernet Franc
Cabernet
Sauvignon
Planta infectada, folha sintomática 5,18 a 6,39 a 1,90 a 0,60 A
Planta infectada, folha assintomática 4,61 a 5,17ab 1,60 a 0,30 AB
Planta sadia, folha sem sintoma 2,53 b 4,10b 0,19 b 0,03 B
CV (%) 23,0 21,22 47,3 52,16
Sintomas avaliados visualmente. Letras diferentes na coluna, para a mesma variável, indicam diferença
significativa pelo teste Tukey (P<0,05).
Estes resultados demonstraram que, apesar da restrição fotossintética foliar, o processo
infeccioso viral nestas cultivares favoreceu o acúmulo de açúcares solúveis e amido tanto em
tecidos onde a infecção viral encontra-se mais avançada (folhas sintomáticas), quanto em
tecidos onde a infecção é mais recente (folhas assintomáticas). Destaca-se que o incremento
de amido foliar é consequência do acúmulo de açúcares solúveis redutores, com o intuito de
manter o equilíbrio no potencial redox do citoplasma celular (BUCKERIDGE et al., 2004).
Portanto, a redução na atividade fotossintética, observada neste trabalho, pode estar
86
relacionada, de modo indireto, com o bloqueio da "drenagem" (saída) de carboidratos das
folhas infectadas. Os vírus ao se concentrarem no floema podem desorganizar os tecidos
condutores, interferindo em seu funcionamento normal (carregamento), resultando em
acúmulo de fotoassimilados nas folhas infectadas. Este bloqueio no transporte de carboidratos
pode interferir no metabolismo foliar através dos princípios da teoria do "sugar sensing"
(JANG & SHEEN, 1994), os quais correlacionam níveis de açúcares solúveis no citoplasma
com o controle da expressão de genes relacionados com a fotossíntese. Neste sentido, Pompe-
Novak et al. (2006) observaram, em plantas infectadas, mudanças na expressão de genes
relacionados à fotossíntese, sendo que folhas sintomáticas apresentaram expressão reduzida da
maioria dos genes relacionados à fotossíntese, ao metabolismo de pigmentos e à
fotorrespiração. Gonçalves et al. (2005) e Berger et al. (2007) também relataram que altas
concentrações de açúcares nas folhas podem causar decréscimos na taxa fotossintética, via
mecanismo de retro-inibição metabólica da fotossíntese.
O RSPaV e o GLRaV-2 são vírus que invadem, replicam-se e se concentram nos
tecidos do floema. Na replicação viral, o vírus codifica a proteína de movimento viral (MP),
que ao interagir com os plasmodesmas para promover o movimento viral célula-a-célula, pode
alterar, mesmo que temporariamente, a funcionalidade dos plasmodesmas, interferindo no
fluxo de fotoassimilados para o floema (LALONDE et al, 2003; GONÇALVES et al., 2005;
BALACHANDRAN et al., 1997) e, consequentemente, para os órgãos-dreno da planta, como
ramos, raízes e frutos.
Os impactos sobre o potencial fotossintético das folhas, de ambas as cultivares,
potencialmente restringem o acúmulo de reservas e a capacidade de crescimento, refletindo,
consequentemente, em queda de qualidade da produção e produtividade. Cabaleiro et al.
(1999) mencionaram que, embora o desenvolvimento de videiras durante os primeiros anos de
cultivo não tenha sido afetado pela infecção viral, a menor taxa fotossintética líquida,
apresentada pelas plantas infectadas por rus, pode comprometer a produção ao longo dos
anos.
Análises enoquímicas: O aspecto geral das uvas colhidas, de plantas sadias e
infectadas, das duas cultivares e submetidas às análises enoquímicas, evidenciou o
amadurecimento irregular e incompleto das uvas provenientes das plantas infectadas (Figura
22).
87
Figura 22 - Amostras de uva colhidas em videiras sadias e infectadas das cvs. Cabernet Franc e
Cabernet Sauvignon, podendo-se observar maturação irregular nas amostras provenientes de plantas
infectadas.
As uvas colhidas de plantas infectadas, de ambas cultivares analisadas, apresentaram
resultados que se diferiram estatisticamente das plantas sadias, em cinco das seis variáveis
analisadas (pH apenas para a cv. Cabernet Franc) sempre com resultados favoráveis as plantas
sadias (Tabela 25).
Cabernet Franc – Planta sadia
Cabernet Franc – Planta infectada
Cabernet Sauvignon – Planta sadia
Cabernet Sauvignon – Planta Infectada
88
Tabela 25 - Resultados da avaliação da qualidade enológica de uvas colhidas de videiras cvs. Cabernet
Franc e Cabernet Sauvignon infectadas com Rupestris stem pitting-associated virus e Grapevine
leafroll-associated virus 2 e sadias. Média de 10 plantas.
Cabernet Franc Cabernet Sauvignon
Variável
Plantas
infectada
Plantas sadia
Plantas
infectada
Plantas sadia
Sólidos solúveis totais (SST) (°Brix) 15,35 a 17,88 b 13,38 A 16,10 B
Densidade a 20ºC (g.ml
-1
) 1,0665 a 1,0759 b 1,0594 A 1,0697 B
pH 3,30 a 3,38 b 3,21 a 3,26 a
Acidez titulável (meq.l
-1
) 95,09 a 100,28 a 142,81 a 126,58 a
Intensidade total da cor (ITC) (g.l
-1
) 2,572 a 3,044 b 1,383 A 2,126 B
Índice de polifenóis totais (IPT) (g.l
-1
) 0,062 A 0,101 B 0,040 A 0,061 B
Letras diferentes na mesma linha, para a mesma cultivar, indicam diferença significativa pelo teste t (letras
minúsculas, P<0,05; letras maiúsculas, P<0,01).
As uvas colhidas de plantas infectadas apresentaram reduções de sólidos solúveis
totais (SST) de 2,53 (C. Franc) e 2,72 ºBrix (C. Sauvignon), quando comparadas às uvas
colhidas de plantas sadias (Tabela 25). A variação observada para a densidade reflete
diretamente a variação obtida em relação aos SST. Esta variação em acúmulo de açúcares na
uva corrobora as reduções observadas no potencial fotossintético e as restrições no transporte
de carboidratos entre órgãos (folha e fruto) em plantas infectadas, discutido anteriormente.
Considerando-se que, na fermentação alcoólica, Brix produzem aproximadamente 1
ºGL, seria hipoteticamente necessário compensar esta redução de SST com a adição de
sacarose ao mosto, consequentemente, depreciando a qualidade do vinho e aumentando os
custos de produção. Em termos econômicos, Kuhn & Protas (1988) determinaram reduções,
advindas de plantas infectadas por vírus de até 63% na produção e de até 70% na receita
auferida, pois na comercialização da uva com maior ºBrix se obtém melhor preço. Resultados
semelhantes foram obtidos por Manini et al. (1996) e Komar et al. (2007) que, ao avaliarem as
características enológicas de uvas provenientes de plantas infectadas por vírus, observaram
reduções nos teores de sólidos solúveis totais e na intensidade da cor. Efeitos negativos mais
acentuados podem ser observados em plantas apresentando infecções virais múltiplas
(GOLINO et al., 2009a e 2009b) ou em vinhedos mais antigos (MAGALHÃNES et al., 1997;
AKBAS et al., 2009).
89
O acúmulo de açúcares nas folhas (Tabela 24) e o bloqueio do transporte desses para
órgãos de reserva acarretam a insuficiente mobilização de amido em órgãos de reserva,
afetando o vigor da planta na estação de crescimento seguinte (MANNINI et al., 1998 e
2006a). As maiores consequências da infecção viral em videira são o amadurecimento
irregular dos cachos, a redução da produtividade (REYNOLDS et al., 1997; CABALEIRO et
al., 1999; KOMAR et al., 2010) e a diminuição da cor em uvas tintas (LEGORBURU et al.,
2009). O amadurecimento irregular dos cachos pode ocasionar aumento da acidez total
titulável do mosto da uva (CABALEIRO et al., 1999), entretanto este efeito não foi
significativo nas avaliações realizadas (Tabela 25). De maneira geral, estudos mostram que o
mosto da uva de plantas infectadas tendem a apresentar menor pH quando comparadas com o
de plantas sadias (CREDI & BABINI, 1997; CABALEIRO et al., 1999; GUIDONI et al. 1997
e 2000; KOVACS et al. 2001), mas esse parâmetro apresentou diferença significativa apenas
na C. Franc, possivelmente pelas diferenças em infecções virais e respostas fisiológicas desta
cultivar.
Uvas provenientes de plantas infectadas também apresentaram menor intensidade total
de cor (ITC) e menor índice de polifenóis totais (IPT). As expressivas reduções verificadas na
ITC foram de 15,5% (C. Franc) e 34,9% (C. Sauvignon) e no IPT foram de 38,6% (C. Franc)
e 34,4% (C. Sauvignon) (Tabela 25). Em se tratando de uvas viníferas, esses efeitos negativos
têm consequências importantíssimas para a qualidade final de vinhos finos. De modo geral, as
viroses podem afetar os teores de taninos (polifenóis) e de antocianinas (responsáveis pela
cor), além dos compostos aromáticos, não avaliados neste trabalho (MANNINI et al., 2006a e
2009; BRAR et al., 2008; LEE & MARTIN, 2009), os quais comprometem diretamente a
qualidade potencial do vinho produzido.
Os resultados apresentados demonstraram que a infecção dupla dos rus GLRaV-2 e
RSPaV afetou negativamente, de forma direta e indireta, diversas variáveis relacionadas à
fisiologia foliar e à distribuição de fotoassimilados na videira, os quais proporcionaram
reflexos significativos sobre a qualidade enológica da uva.
90
4.5 Anexos
Tabela 26 - Valores de fotossíntese de saturação, radiação de saturação, fotossíntese máxima, ponto de
compensação, taxa de respiração no escuro e rendimento quântico aparente de folhas de videiras (Vitis
vinifera) cv. Cabernet Franc sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com Rupestris
stem pitting-associated virus (RSPaV) e Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2).
Planta
Fotossíntese de
saturação (µmol
CO
2
m
-2
s
-1
)
Radiação de
saturação (µmol
fóton m
-2
s
-1
)
Fotossíntese
máxima (µmol
CO
2
m
-2
s
-1
)
Ponto de
compensação (µmol
fóton m
-2
s
-1
)
Taxa de respiração
no escuro (µmol
CO
2
m
-2
s
-1
)
Rendimento
quântico aparente
Φ
a
(nmol
CO
2
/µmol fóton)
CF1IS 3,85 421,74 4,50 35,56 2,24 41,00
CF4IS 3,11 330,56 3,47 44,58 1,80 33,10
CF5IS 4,30 386,65 4,80 35,62 1,52 36,10
CF10IS 4,50 393,78 4,60 33,12 1,54 37,90
Média 3,94 C 383,18 B 4,34 B 37,22 A 1,77 a 37,02 b
CF1IA 10,50 392,30 13,50 22,20 1,18 54,70
CF4IA 6,78 469,75 7,65 15,42 0,67 40,58
CF5IA 7,68 462,29 7,98 15,54 0,85 44,40
CF10IA 6,91 360,80 7,75 17,64 0,87 49,11
Média 7,97 B 421,28 B 9,22 AB 17,70 B 0,89 b 47,20 a
CF11SD 11,80 744,66 13,05 18,15 1,05 52,70
CF15SD 12,92 639,96 16,10 21,67 1,51 53,50
CF16SD 10,48 609,15 12,50 18,39 0,84 43,20
CF17SD 10,62 590,23 12,60 24,35 1,15 46,60
Média 11,45 A 646,00 A 13,56 A 20,64 B 1,13 b 49,00 a
CV (%) 16,06 11,36 21,59 15,88 22,09 11,07
CF1, 4, 5 e 10, plantas de Cabernet Franc infectadas; IS, folha infectada e com sintomas e IA, folha infectada
sem sintomas. CF11, 15, 16 e 17, plantas de C. Franc sadias; SD, folha sadia. Sintomas avaliados visualmente.
Letras diferentes na coluna, para a mesma variável, indicam diferença significativa pelo teste Tukey (letras
minúsculas, P<0,05; letras maiúsculas, P<0,01).
91
Tabela 27 - Valores de fotossíntese de saturação, radiação de saturação, fotossíntese máxima, ponto de
compensação, taxa de respiração no escuro e rendimento quântico aparente de folhas de videiras (Vitis
vinifera) cv. Cabernet Sauvignon sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com
Rupestris stem pitting-associated virus (RSPaV) e Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2).
Planta
Fotossíntese de
saturação (µmol
CO
2
m
-2
s
-1
)
Radiação de
saturação (µmol
fóton m
-2
s
-1
)
Fotossíntese
máxima (µmol
CO
2
m
-2
s
-1
)
Ponto de
compensação (µmol
fóton m
-2
s
-1
)
Taxa de respiração
no escuro (µmol
CO
2
m
-2
s
-1
)
Rendimento
quântico aparente
Φ
a
(nmol
CO
2
/µmol fóton)
CS1IS 1,92 238,48 2,00 30,46 0,80 14,72
CS6IS 3,25 293,34 3,68 33,91 0,84 26,51
CS7IS 3,06 245,87 3,29 13,49 0,55 26,90
CS8IS 1,46 160,10 1,68 38,92 1,36 24,50
Média
2,42 b 234,44 b 2,66 b 29,19 a 0,88 a 23,15 b
CS1IA 4,02 268,00 4,47 21,35 0,33 28,90
CS6IA 7,12 435,17 8,29 24,28 1,00 36,50
CS7IA 5,25 313,57 5,82 6,05 0,25 34,76
CS8IA 5,03 365,31 5,43 18,59 0,75 37,30
Média
5,35 a 345,51 ab 6,01 a 17,56 ab 0,58 a 34,36 a
CS15SD 5,37 354,51 5,99 6,96 0,27 33,00
CS16SD 3,93 329,37 4,49 6,10 0,36 30,83
CS19SD 6,81 454,08 7,50 5,54 0,13 38,15
CS20SD 5,70 339,15 6,20 14,70 0,77 41,39
Média
5,45 a 369,28 a 6,04 a 8,32 b 0,38 a 35,84 a
CV (%)
25,64 19,57 26,62 44,95 52,63 15,54
CS1, 6, 7 e 8, plantas de Cabernet Sauvignon infectadas; IS, folha infectada e com sintomas e IA, folha infectada
sem sintomas. CS15, 16, 19 e 20, plantas de Cabernet Sauvignon sadias; SD, folha sadia. Sintomas avaliados
visualmente. Letras diferentes na coluna, para a mesma variável, indicam diferença significativa pelo teste Tukey
(P<0,05).
92
Tabela 28 - Teores totais e individuais de clorofila (a e b) em folhas de videiras (Vitis vinifera) cv.
Cabernet Sauvignon sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com Rupestris stem
pitting-associated virus (RSPaV) e Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2).
Teor de clorofila
Planta
Clorofila total (ICF*) Clorofila a (ICF) Clorofila b (ICF)
CS1IS 33,3 25,5 7,8
CS6IS 34,1 26,9 7,2
CS7IS 37,0 28,4 8,6
CS8IS 33,8 26,3 7,5
Média 34,6 B 26,8 B 7,8 b
CS1IA 42,6 32,4 10,2
CS6IA 49,8 37,5 12,3
CS7IA 49,8 38,3 11,5
CS8IA 41,5 32,0 9,5
Média 45,9 A 35,1 A 10,9 a
CS15SD 42,9 33,2 9,7
CS16SD 43,5 34,0 9,5
CS19SD 47,4 35,4 12,0
CS20SD 44,9 34,5 10,4
Média 44,7 A 34,3 A 10,4 a
CV (%) 7,19 6,57 10,72
CS1, 6, 7 e 8, plantas de Cabernet Sauvignon infectadas; IS, folha infectada e com sintomas e IA, folha infectada
sem sintomas. CS15, 16, 19 e 20, plantas de Cabernet Sauvignon sadias; SD, folha sadia. Sintomas avaliados
visualmente. * ICF: Índice de clorofila Falker. Letras diferentes na coluna, para a mesma variável, indicam
diferença significativa pelo teste Tukey (letras minúsculas, P<0,05; letras maiúsculas, P<0,01).
93
Tabela 29 - Teores totais e individuais de clorofila (a e b) em folhas de videiras (Vitis vinifera) cv.
Cabernet Franc sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com Rupestris stem pitting-
associated virus (RSPaV) e Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2).
Teor de clorofila
Planta
Clorofila total (ICF*) Clorofila a (ICF) Clorofila b (ICF)
CF1IS 42,0 33,1 8,9
CF4IS 34,4 27,8 6,6
CF5IS 28,2 22,7 5,5
CF10IS 41,3 32,0 9,3
Média 36,5 B 28,9 B 7,6 B
CF1IA 54,7 41,7 13,0
CF4IA 43,0 32,9 10,1
CF5IA 46,9 37,0 9,9
CF10IA 51,4 39,1 12,3
Média 49,0 AB 37,7 AB 11,3 AB
CF11SD 57,9 43,9 14,0
CF15SD 54,8 41,0 13,8
CF16SD 51,5 38,8 12,7
CF17SD 52,9 40,2 12,7
Média 54,3 A 41,0 A 13,3 A
CV (%) 10,81 10,28 13,44
CF1, 4, 5 e 10, plantas de Cabernet Franc infectadas; IS, folha infectada e com sintomas e IA, folha infectada
sem sintomas. CF11, 15, 16 e 17 plantas de C. Franc sadias; SD, folha sadia. Sintomas avaliados visualmente. *
ICF: Índice de clorofila Falker. Letras diferentes na coluna, para a mesma variável, indicam diferença
significativa pelo teste Tukey (P<0,01).
94
Tabela 30 - Teores de açúcares solúveis totais e amido em folhas de videiras (Vitis vinifera) cv.
Cabernet Franc sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com Rupestris stem pitting-
associated virus (RSPaV) e Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2).
Açúcares solúveis totais
(mg/100mg de massa seca)
Amido
(mg/100mg de massa seca)
CF1IS 3,82 2,96
CF4IS 6,16 1,35
CF5IS 4,98 1,27
CF10IS 5,75 2,01
Média 5,18 a 1,90 a
CF1IA 4,62 2,27
CF4IA 3,12 1,44
CF5IA 4,85 0,82
CF10IA 5,85 1,87
Média 4,61 a 1,60 a
CF11SD 2,30 0,21
CF15SD 2,28 0,03
CF16SD 2,12 0,35
CF17SD 3,43 0,15
Média 2,53 b 0,19 b
CV(%) 23,1 47,3
CF1, 4, 5 e 10, plantas de Cabernet Franc infectadas; IS, folha infectada e com sintomas e IA, folha infectada
sem sintomas. CF11, 15, 16 e 17, plantas de Cabernet Franc sadias; SD, folha sadia. Sintomas avaliados
visualmente. Letras diferentes na coluna, para a mesma variável, indicam diferença significativa pelo teste Tukey
(P<0,05).
95
Tabela 31 - Teores de açúcares solúveis totais e amido em folhas de videiras (Vitis vinifera) cv.
Cabernet Sauvignon sadias e infectadas (folhas sintomáticas e assintomáticas) com Rupestris stem
pitting-associated virus (RSPaV) e Grapevine leafroll-associated virus 2 (GLRaV-2).
Açúcares solúveis totais
(mg/100mg de massa seca)
Amido
(mg/100mg de massa seca)
CS1IS 4,9 0,37
CS6IS 7,42 0,77
CS7IS 7,57 0,72
CS8IS 5,67 0,55
Média 6,39 a 0,60 A
CS1IA 6,01 0,20
CS6IA 5,27 0,59
CS7IA 5,76 0,10
CS8IA 3,63 0,30
Média 5,17ab 0,30 AB
CS15SD 3,21 0,03
CS16SD 5,28 0,03
CS19SD 3,65 0,02
CS20SD 4,25 0,02
Média 4,10b 0,03 B
CV(%) 21,2 52,16
CS1, 6, 7 e 8, plantas de Cabernet Sauvignon infectadas; IS, folha infectada e com sintomas e IA, folha infectada
sem sintomas. CS15, 16, 19 e 20, plantas de Cabernet Sauvignon sadias; SD, folha sadia. Sintomas avaliados
visualmente. Letras diferentes na coluna, para a mesma variável, indicam diferença significativa pelo teste Tukey
(P<0,05).
96
Tabela 32 - Resultados da avaliação da qualidade enológica das uvas provenientes de videiras da cv.
Cabernet Franc infectadas com Grapevine leafroll-associated virus 2 e Rupestris stem pitting-
associated virus ou de plantas sadias.
Planta ºBrix Densidade pH
Acidez total
(meq/l)
Cor A420 nm Cor A520 nm
Cor A620 nm
Intensidade
total da cor
IPT (280 nm)*
CF1 17,0 1,0715 3,31 98,81 0,586 1,090 0,129 1,805 0,024
CF2 18,6 1,0788 3,42 73,92 1,199 1,090 0,305 2,594 0,065
CF3 15,5 1,0655 3,27 114,04 1,055 1,899 0,270 3,224 0,058
CF4 17,9 1,0765 3,45 69,46 1,272 1,913 0,327 3,512 0,091
CF5 15,6 1,0673 3,33 78,38 1,016 1,505 0,235 2,756 0,048
CF6 16,1 1,0698 3,25 96,21 0,806 1,350 0,190 2,346 0,077
CF7 15,0 1,0647 3,28 93,42 0,978 1,515 0,235 2,728 0,085
CF8 16,4 1,0714 3,34 79,49 0,900 1,444 0,212 2,556 0,040
CF9 9,1 1,0447 3,12 149,14 0,846 0,928 0,191 1,965 0,072
CF10 12,3 1,0544 3,19 98,07 0,884 1,133 0,216 2,233 0,062
Média 15,35 a 1,0665 a 3,30 a 95,09 a 0,954 1,387 0,231 2,572 a 0,062 A
CF11 17,2 1,0723 3,47 107,35 1,286 2,106 0,335 3,727 0,101
CF12 17,8 1,0782 3,42 113,30 1,156 1,816 0,280 3,252 0,098
CF13 18,0 1,0752 3,34 96,21 1,010 1,383 0,240 2,633 0,113
CF14 18,2 1,0778 3,45 88,59 1,229 2,163 0,327 3,719 0,107
CF15 19,0 1,0809 3,45 111,44 1,217 1,792 0,278 3,287 0,121
CF16 17,0 1,0725 3,31 86,18 1,005 1,348 0,234 2,587 0,097
CF17 17,6 1,0749 3,38 99,18 1,067 1,613 0,268 2,948 0,103
CF18 17,8 1,0745 3,36 101,22 1,044 1,466 0,259 2,769 0,099
CF19 17,4 1,0779 3,32 88,96 1,065 1,678 0,256 2,999 0,107
CF20 18,8 1,0747 3,28 110,32 0,905 1,363 0,250 2,518 0,068
Média 17,88 a 1,0759 b 3,38 b 100,28 a 1,098 1,673 0,273 3,044 b 0,101 B
CF1 a 10, plantas da cv. Cabernet Franc infectadas; CF11 a 20, plantas da cv. Cabernet Franc sadias.
*: amostras diluídas 1:100 (v/v) em solução hidro-alcoólica. Letras diferentes na mesma coluna, para o mesmo
parâmetro, indicam diferença significativa pelo teste t (letras minúsculas, P<0,05; letras maiúsculas, P<0,01).
97
Tabela 33 - Resultados da avaliação da qualidade enológica das uvas provenientes de videiras cv.
Cabernet Sauvignon infectadas com Grapevine leafroll-associated virus 2 e Rupestris stem pitting-
associated virus ou de plantas sadias.
Planta ºBrix Densidade pH
Acidez total
(meq/l)
Cor A420 nm Cor A520 nm Cor A620 nm Intensidade
total da cor
IPT (280 nm)*
CS1 11,8 1,0491 3,06 176,82 0,332 0,461 0,093 0,886 0,033
CS2 13,8 1,0631 3,15 153,23 0,334 0,561 0,084 0,979 0,032
CS3 11,3 1,0520 3,12 169,76 0,474 0,773 0,135 1,382 0,031
CS4 12,5 1,0551 3,27 124,44 0,373 0,611 0,100 1,084 0,020
CS5 14,5 1,0663 3,30 117,38 0,408 0,693 0,096 1,197 0,041
CS6 11,4 1,0503 3,11 165,30 0,465 0,810 0,127 1,402 0,045
CS7 13,5 1,0606 3,15 162,52 0,587 1,144 0,151 1,882 0,052
CS8 15,6 1,0651 3,27 122,58 0,582 1,135 0,144 1,861 0,057
CS9 15,3 1,0696 3,43 109,77 0,517 0,885 0,135 1,537 0,039
CS10 14,1 1,0629 3,25 126,30 0,519 0,968 0,135 1,622 0,045
Média 13,38 A 1,0594 A 3,21 a
142,81 a 0,459 0,804 0,120 1,383 A 0,040 A
CS11 16,1 1,0703 3,23 129,08 0,612 1,193 0,154 1,959 0,060
CS12 17,7 1,0754 3,31 106,61 1,077 2,380 0,253 3,710 0,092
CS13 16,2 1,0708 3,23 135,21 0,519 1,062 0,121 1,702 0,048
CS14 13,8 1,0582 3,12 170,88 0,562 1,072 0,148 1,782 0,052
CS15 16,7 1,0692 3,33 115,90 0,563 1,077 0,144 1,784 0,041
CS16 16,2 1,0688 3,24 136,51 0,568 1,103 0,137 1,808 0,055
CS17 15,8 1,0711 3,30 120,54 0,624 1,146 0,149 1,919 0,058
CS18 16,5 1,0708 3,26 143,76 0,507 0,974 0,122 1,603 0,053
CS19 15,9 1,0711 3,31 112,92 0,734 1,442 0,199 2,375 0,070
CS20 16,1 1,0712 3,29 94,35 0,808 1,587 0,219 2,614 0,076
Média 16,10 B
1,0697 B 3,26 a
126,58 a 0,657 1,304 0,165 2,126 B 0,061 B
CS1 a 10, plantas da cv. Cabernet Sauvignon infectadas; CS11 a 20, plantas da cv. Cabernet Sauvignon sadias.
*: amostras diluídas 1:100 (v/v) em solução hidro-alcoólica. Letras diferentes na mesma coluna, para o mesmo
parâmetro, indicam diferença significativa pelo teste t (letras minúsculas, P<0,05; letras maiúsculas, P<0,01).
4.6 Referências bibliográficas
ABOU GHANEM-SABANADZOVIC, N.; SABANADZOVIC, S.; CASTELLANO, M. A.; BOSCIA, D.;
MARTELLI, G. P. Properties of a new isolate of Grapevine leafroll-associated virus 2. Vitis, v. 39, p. 119-121,
2000.
ABOU GHANEM-SABANADZOVIC, N.; SABANADZOVIC, S.; GURGELI, P.; ROWHANI, A. Molecular
characterization of Grapevine leafroll-associated Viruses -4 and -6. Extended Abstracts, 15
th
Meeting of the
International Council for the Study of Virus and Virus-like Diseases of the Grapevine, Stellenbosch, South
Africa, p. 30-31, 2006.
98
ABOU-GHANEM, N.; SABANADZOVIC, S.; MINAFRA, A.; SALDARELLI, P.; MARTELLI, G. P. Some
properties of Grapevine leafroll-associated virus 2 and molecular organization of the 3’ region of the viral
genome. Journal of Plant Pathology, v. 80, n. 1, p. 37-46, 1998.
ABOU-GHANEM, N.; SALDARELLI, P.; MINAFRA, A.; BUZKAN, N.; CASTELLANO, M. A.;
MARTELLI, G. P. Properties of Grapevine virus D, a novel putative Trichovirus. Journal of Plant Pathology,
v. 78, n. 1, p. 15-25, 1997.
ACHECHE, H.; FATTOUCH, S.; M’HIRSI, S.; MARZOUKI, N.; MARRAKCHI, M. Use of optimised PCR
methods for the detection of GLRaV-3: A Closterovirus associated with grapevine leafroll in Tunisian grapevine
plants. Plant Molecular Biology Reporter, v. 17, n. 1, p. 31-42, 1999.
ADAMS, M. J.; ANTONIW, J. F.; BAR-JOSEPH, M.; BRUNT, A. A.; CANDRESSE, T.; FOSTER, G. D.;
MARTELLI, G. P.; MILNE, R. G.; FAUQUET, C. M. The new plant virus family Flexiviridae and assessment
of molecular criteria for species demarcation. Archives of Virology, v. 149, n. 5, p. 1045-1060, 2004.
AKBAS, B.; KUNTER, B.; ILHAN, D. Influence of leafroll on local grapevine cultivars in agroecological
conditions of Central Anatolia region. Horticultural Science (Prague), v. 36, n. 3, p. 97-104, 2009.
ALABI, J. A.; MARTIN, R. R.; NAIDU, R. A. Sequence diversity, population genetics and potential
recombination events in Grapevine rupestris stem pitting-associated virus in Pacific North-West vineyards.
Journal of General Virology, v. 91, n. 1, p. 265-276, 2010.
ALMÁSI, A.; APATINI, D.; BÓKA, K.; BODDI, B.; GABORJÁNYI, R. BSMV infection inhibits chlorophyll
biosynthesis in barley plants. Physiological and Molecular Plant Pathology, v. 56, p. 227-233, 2000.
ALMEIDA, A. M. R.; LIMA, J. A. A. Princípios e técnicas de diagnose aplicados em fitovirologia. Londrina:
Embrapa Soja, 2001, 186p.
ALRWAHNIH, M.; DAUBERT, S.; GOLINO, D.; ROWHANI, A. Deep sequencing analysis of RNAs from a
grapevine showing Syrah decline symptoms reveals a multiple virus infection that includes a novel virus.
Virology, v. 387, n. 2, p. 395-401, 2009.
ALRWAHNIH, M.; OSMAN, F.; ROWHANI, A. Molecular characterization of californian isolates of
Grapevine leafroll-associated viruses 7 (GLRaV-7) and development of detection methods. Proceedings of the
2
nd
Annual National Viticulture Research Conference, University of California, Davis. p. 1-2, 2008.
AMARAL, L. I. V.; GASPAR, M.; COSTA, P. M. F.; AIDAR, M. P. M.; BUCKERIDGE, M. S. Novo método
enzimático rápido e sensível de extração e dosagem de amido em materiais vegetais. Hoehnea, v. 34, n. 4, p.
425-431, 2007.
99
ANDRET-LINK, P.; LAPORTE, C.; VALAT, L.; RITZENTHALER, C.; DEMANGEAT, G.; VIGNE, E.;
LAVAL, V.; PFEIFFER, P.; STUSSI-GARAUD, C.; FUCHS, M. Grapevine fanleaf virus: still a major threat to
the grapevine industry. Journal of Plant Pathology, v. 86, n. 3, p. 183-1952, 2004.
ARÊAS, J. A. G.; LAJOLO, F. M. Determinação enzimática específica de amido, glicose, frutose e sacarose em
bananas pré-climáticas e climatéricas. Anais de Farmácia e Química de São Paulo, v. 20, p. 307-318, 1980.
ARIAS, M. C.; LENARDON, S.; TALEISNIK, E. Carbon metabolism alterations in sunflower plants infected
with the Sunflower chlorotic mottle virus. Journal of Phytopathology, v. 151, n. 5, p. 267-273, 2003.
AUGER, J. S.; ABALLAY, E. E.; PINTO, M. C.; PASTENES, C. V. Efecto del virus de la hoja en abanico
(VHA) en el desarrollo y productividad de plantas de vid cv. Thompson Seedless. Fitopatología, v. 27, p. 85-89.
1992.
BAEBLER, S.; KRECIC-STRES, H.; ROTTER, A.; KOGOVSEK, P.; CANKAR, K.; KOK, E. J.; GRUDEN,
K.; KOVAC, M.; ZEL, J.; POMPE-NOVAK, M.; RAVNIKAR, M. PVY
NTN
elicits a diverse gene expression
response in different potato genotypes in the first 12h after inoculation. Molecular Plant Pathology, v. 10, n. 2,
p. 263-275, 2009.
BAILISS, K. W. Infection of cucumber cotyledons by Cucumber mosaic virus and the participation of
chlorophyllase in the development of chlorotic lesions. Annals of Botany, v. 34, n. 3, p. 647-655, 1970.
BALACHANDRAN, S.; HULL, R. J.; MARTINS, R. A.; VAADIA, Y.; LUCAS, W. J. Influence of
environmental stress on biomass partitioning in transgenic tobacco plants expressing the movement protein of
Tobacco mosaic virus. Plant Physiology, v. 114, p. 475-481, 1997.
BARBIERI, M. R.; CARVALHO, M. G.; ZAMBOLIM, E. M.; ZERBINI, F. M. Expressão em Escherichia coli
da proteína capsidial do Watermelon mosaic virus e produção de anti-soro. Fitopatologia Brasileira, v. 29, n. 2,
p. 215-219, 2004.
BASHIR, N. S.; HAJIZADEH, M. Survey for Grapevine fanleaf virus in vineyards of north-west Iran and
genetic diversity of isolates. Australasian Plant Pathology, v. 36, n. 1, p. 46-52, 2007.
BERGER, S.; SINHA, A. K.; ROITSCH, T. Plant physiology meets phytopathology: plant primary metabolism
and plant-pathogen interactions. Journal of Experimental Botany, v. 58, n. 15-16, p. 4019-4026, 2007.
BERNACCHI, C. J.; MORGAN, P. B.; ORT, D. R.; LONG, S. P. The growth of soybean under free air [CO
2
]
enrichment (FACE) stimulates photosynthesis while decreasing in vivo Rubisco capacity. Planta, v. 220, n. 3, p.
434-446, 2005.
100
BERTAMINI, M.; MUTHUCHELIAN, K.; NEDUNCHEZHIAN, N. Effect of Grapevine leafroll on the
photosynthesis of field grown grapevine plants (Vitis vinifera L. cv. Lagrein). Journal of Phytopathology, v.
152, n. 3, p. 145-152, 2004.
BERTAZZON, N.; ANGELINI, E. Advances in the detection of Grapevine leafroll-associated virus 2 variants.
Journal of Plant Pathology, v. 86, n. 4, p. 283-290, 2004.
BERTAZZON, N.; REPETTO, O.; DE ROSSO, M.; FLAMINI, R.; ANGELINI, E.; BORGO, M. Leafroll
symptoms caused by GLRaV-3 are associated with an increase of resveratrol in grapevine leaves. Extended
abstracts 16
th
Meeting of International Council of Viruses and Virus Diseases of Grapevine, Dijon, France,
p. 252-253, 2009.
BEUVE, M.; SEMPÉ, L.; LEMAIRE, O. A sensitive one-step real-time RT-PCR method for detecting
Grapevine leafroll-associated virus 2 variants in grapevine. Journal of Virological Methods, v. 141, n. 2, p.
117-124, 2007.
BONFIGLIOLI, R.; EDWARDS, F.; HOSKINS, N.; PANTALEO, A. Graft incompatibility syndrome in New
Zealand Merlot vines involves another possible variant of GLRaV-2. The Australian and New Zealand
Grapegrower and Winemaker, v. 476, p. 50-54, 2003.
BOSCIA, D.; ASLOUJ, E.; ELICIO, V.; SAVINO, V.; CASTELLANO, M. A.; MARTELLI, G. P. Production
characterization and use of monoclonal antibodies to Grapevine virus A. Archives of Virology, v. 127, n. 1-4, p.
185-194, 1992.
BOTTON, M.; FAJARDO, T. V. M.; MORANDI FILHO, W. J.; GRUTZMACHER, A. D.; PRADO, E. Vetor
encoberto, cochonilhas algodonosas em uva. Revista Cultivar Hortaliças e Frutas, Pelotas, v. 7, p. 28-29,
2003.
BRAR, H. S.; SINGH, Z.; SWINNY, E.; CAMERON, I. Girdling and Grapevine leafroll associated viruses
affect berry weight, colour development and accumulation of anthocyanins in Crimson Seedless’ grapes during
maturation and ripening. Plant Science, v. 175, n. 6, p. 885-897, 2008.
BUCKERIDGE, M. S.; AIDAR, M. P. M.; SANTOS, H. P.; TINÉ, M. A. S. Acúmulo de reservas. In:
FERREIRA, A. G.; BORGHETTI, F. (Org.). Germinação - do Básico ao Aplicado. 1
ed
. Porto Alegre: Artmed
Editora. p. 31-50, 2004.
CABALEIRO, C.; SEGURA, A. Field transmission of Grapevine leafroll-associated virus 3 (GLRaV-3) by the
mealybug Planococcus citri. Plant Disease, v. 81, n. 3, p. 283-287, 1997.
101
CABALEIRO, C.; SEGURA, A. Temporal analysis of Grapevine leafroll-associated virus 3 epidemics.
European Journal of Plant Pathology, v. 114, n. 4, p. 441-446, 2006.
CABALEIRO, C.; SEGURA, A.; GÁRCIA-BERRIOS, J. J. Effects of Grapevine leafroll-associated virus 3 on
the physiology and must of Vitis vinifera L. cv. Albarifio following contamination in the field. American
Journal of Enology and Viticulture, v. 50, n. 1, p. 40-44, 1999.
CHARLES, J. G.; COHEN, D.; WALKER, J. T. S.; FORGIE, S. A.; BELL, V. A.; BREEN, K. C. A review of
the ecology of Grapevine leafroll-associated virus type 3 (GLRaV-3). New Zealand Plant Protection, v. 59, p.
330-337, 2006.
CID, M.; PEREIRA, S.; CABALEIRO, C.; FAORO, F.; SEGURA, N. Presence of Grapevine leafroll-associated
virus 3 in primary salivary glands of the mealybug vector Planococcus citri suggests a circulative transmission
mechanism. European Journal of Plant Pathology, v. 118, n. 1, p. 23-30, 2007.
CORRÊA, L. S.; BOLIANI, A. C.; FRACARO, A. A. Panorama do cultivo de uvas sticas e propagação. In:
CORRÊA, L. S.; BOLIANI, A. C.; FRACARO, A. A (Eds.). Uvas rústicas: Cultivo e processamento em regiões
tropicais. Jales, [s.n], Editora Gráfica Universitária, p. 1-29, 2008.
CREDI, R. Characterization of grapevine rugose wood disease sources from Italy. Plant Disease, v. 82, n. 11, p.
1288-1292, 1997.
CREDI, R.; BABINI, A. R. Effects of virus and virus-like infections on growth, yield, and fruit quality of Albana
and Trebbiano Romagnolo grapevines. American Journal of Enology and Viticulture, v. 48, n. 1, p. 7-12,
1997.
CRETAZZO, E.; PADILHA, C.; CARAMBULA, C.; HITA, I.; SALMERÓN, E.; CIFRE, J. Comparison of the
effects of different virus infections on performance of three Majorcan grapevine cultivars in field conditions.
Annals of Applied Biology, v. 156, p. 1-12, 2010.
DIANESE, E. C.; RAMALHO, E. D.; CERQUEIRA, D. M.; LOPES, D. B.; FAJARDO, T. V. M., FERREIRA,
M. A. S. V.; MARTINS, C. R. F. Variability of the 3terminal of the polymerase gene of Grapevine leafroll-
associated virus-3 isolates from Vale do São Francisco, Brazil. Fitopatologia Brasileira, v. 30, n. 2, p. 173-176,
2005.
DIGIARO, M.; ELBEAINO, T.; MARTELLI, G. Development of degenerate and species-specific primers for
the differential and simultaneous RT-PCR detection of grapevine-infecting nepoviruses of subgroups A, B and C.
Journal of Virological Methods, v. 141, p. 34-40, 2007.
102
DOMICIANO, G. P.; RESENDE, R. S.; RODRIGUES, F. A.; DA MATTA, F. M. Alterações na fotossíntese de
plantas infectadas por patógenos. Revisão Anual de Patologia de Plantas, v. 17, p. 305-339, 2009.
DOVAS, C. I.; KATIS, N. I. A spot nested RT-PCR method for the simultaneous detection of members of the
Vitivirus and Foveavirus genera in grapevine. Journal of Virological Methods, v. 170, p. 99-106, 2003.
DUBOIS, M.; GILES, K. A.; HAMILTON, J. K. Colorimetric method for determination of sugars and related
substances. Analytical Chemestry, Washington, v. 28, n. 3, p. 350-356, 1956.
Embrapa Uva e Vinho. Vitivinicultura Brasileira: Panorama 2009. Artigos Técnicos on line. Disponível em:
<http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/artigos/prodvit2009vf.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2010a.
Embrapa Uva e Vinho. Viroses da videira no Brasil. Artigos Técnicos on line. Disponível em:
<http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/sprod/viticultura/viroses.html>. Acesso em: 13 fev. 2010b.
ESPINHA, L. M.; GASPAR, J. O.; KUNIYUKI, H.; CAMARGO, L. E. A. Molecular detection of Rupestris
stem pitting-associated virus in grapevines in Brazil. Fitopatologia Brasileira, v. 28, n. 2, p. 206, 2003.
FAJARDO, T. V. M.; BARROS, D. R.; NICKEL, O.; KUHN, G. B.; ZERBINI, F. M. Expression of Grapevine
leafroll-associated virus 3 coat protein gene in Escherichia coli and production of polyclonal antibodies.
Fitopatologia Brasileira, v. 32, n. 6, p. 496-500, 2007a.
FAJARDO, T. V. M.; DIANESE, E. C.; EIRAS, M.; CERQUEIRA, D. M.; LOPES, D. B.; FERREIRA, M. A. S.
V.; MARTINS, C. R. F. Variability of the coat protein gene of Grapevine leafroll-associated virus 3 in Brazil.
Fitopatologia Brasileira, v. 32, n. 4, p. 335-340, 2007b.
FAJARDO, T. V. M.; EIRAS, M.; SANTOS, H. P.; NICKEL, O.; KUHN, G. B. Detecção e caracterização
biológica e molecular de Rupestris stem-pitting associated virus e seu efeito na fotossíntese de videiras.
Fitopatologia Brasileira, v. 29, n. 2, p. 209-214, 2004a.
FAJARDO, T. V. M.; KUHN, G. B.; EIRAS, M.; NICKEL, O. Caracterização parcial de um isolado do
Grapevine fanleaf virus. Fitopatologia Brasileira, v. 25, n. 3, p. 505-511, 2000.
FAJARDO, T. V. M.; KUHN, G. B.; EIRAS, M.; NICKEL, O. Detecção de Closterovirus em videira e
caracterização parcial de um isolado do Grapevine leafroll-associated virus 3. Fitopatologia Brasileira, v. 27, n.
1, p. 58-64, 2002.
FAJARDO, T. V. M.; KUHN, G. B.; NICKEL, O. Doenças virais. In: FAJARDO, T. V. M. (Ed.). Uva para
processamento - Fitossanidade. Série Frutas do Brasil 35. Brasília: EMBRAPA Informação Tecnológica, p. 45-
62, 2003a.
103
FAJARDO, T. V. M.; NICKEL, O.; EIRAS, M.; KUHN, G. B. Detecção de um isolado de Grapevine virus A e
caracterização do gene da proteína capsidial. Fitopatologia Brasileira, v. 28, n. 5, p. 521-527, 2003b.
FAJARDO, T. V. M.; NICKEL, O.; EIRAS, M.; KUHN, G. B.; SCHENATO, P. G. Avaliação da variabilidade
do Grapevine leafroll-associated virus 1 e 3 por análise de sequências de nucleotídeos de polimorfismo
conformacional de fita simples. Fitopatologia Brasileira, v. 30, n. 4, p. 177-182, 2005.
FAJARDO, T. V. M.; NICKEL, O.; EIRAS, M.; KUHN, G. B.; SCHENATO, P. G. Detecção e caracterização
molecular parcial do Grapevine fleck virus em videiras. Fitopatologia Brasileira, v. 29, N. 4, p. 460, 2004b.
FAUQUET, C. M.; MAYO, M. A.; MANILOFF, J.; DESSELBERGER, U.; BALL, A. L. (Eds.) Virus
Taxonomy. Eighth Report of the International Committee on Taxonomy of Viruses. London. Elsevier Academic
Press, 2005, 1162p.
FAZELI, C. F.; HABILI, N.; REZAIAN, M. A. Efficient cloning of cDNA from Grapevine leafroll-associated
virus 4 and demonstration of probe specificity by the viral antibody. Journal of Virological Methods, v. 70, p.
201-211, 1998.
FUCHS, M.; MARSELLA-HERRICK, P.; LOEB, G .M.; MARTINSON, T. E.; HOCH, H. C. Diversity of
Ampelovirus in Mealybugs and soft scale vectors and in grapevine hosts from leafroll-affected vineyards.
Virology, v. 99, n. 10, p. 1177-1184, 2009.
FUNAYAMA, S.; HIKOSAKA, K.; YAHARA, T. Effects of virus infection and growt irradiance on fitness
components and photosynthetic properties of Eupatorium makinoi (Compositae). American Journal of Botany,
v. 84, n. 6, p. 823-829, 1997.
GARAU, R.; PROTA, V. A.; BOSCIA, D.; FIORI, M.; PROTA, U. Pseudococcus affinis Mask., a new vector of
Grapevine trichoviruses A and B. Vitis, v. 34, n. 1, p. 67-68, 1995.
GARRIDO, L. R.; BOTTON, M.; MELO, G. W. B.; FAJARDO, T. V. M.; NAVES, R. L. Manual de
identificação e controle de doenças, pragas e deficiências nutricionais da videira. Embrapa Uva e Vinho, Bento
Gonçalves, RS, 1
th
ed., v. 1, 78p., 2008.
GIOVANNINI, E. Produção de uvas para vinho, suco e mesa. Porto Alegre: Renascença, 3
th
ed., 368p., 2008.
GOLINO, D. A.; SIM, S. T.; ROWHANI, A. Transmission studies of Grapevine leafroll-associated virus and
Grapevine corky bark associated virus by the obscure mealybug. American Journal of Enology and
Viticulture, v. 46, n. 3, p. 408, 1995.
104
GOLINO, D. A.; WOLPERT, J.; SIM, S. T.; BENZ, J.; ANDERSON, M.; ROWHANI, A. Virus effects on vine
growth and fruit components of three California ‘Heritageclones of Cabernet Sauvignon. Extended abstracts
16
th
Meeting of International Council of Viruses and Virus Diseases of Grapevine, Dijon, France, p. 243-
244, 2009a.
GOLINO, D. A.; WOLPERT, J.; SIM, S. T.; BENZ, J.; ANDERSON, M.; ROWHANI, A. Virus effects on vine
growth and fruit components of Cabernet Sauvignon on six rootstocks. Extended abstracts 16
th
Meeting of
International Council of Viruses and Virus Diseases of Grapevine, Dijon, France, p. 245-246, 2009b.
GONÇALVES, M. C.; VEGA, J.; OLIVEIRA, J. G.; GOMES, M. M. A. Sugarcane yellow leaf virus infection
leads to alterations in photosynthetic efficiency and carbohydrate accumulation in sugarcane leaves.
Fitopatologia Brasileira, v. 30, n. 1, p. 10-16, 2005.
GOSZCZYNSKI, D. E.; JOOSTE, A. E. C. Identification of divergent variants of Grapevine virus A. European
Journal of Plant Pathology, v. 109, n. 4, p. 397-403, 2003.
GUIDONI, S.; MANNINI, F.; FERRANDINO, A.; ARGAMANTE, N.; DI STEFANO, R. The effect of
Grapevine leafroll and Rugose wood sanitation on agronomic performance and berry and leaf phenolic content
of a Nebbiolo Clone (Vitis vinifera L.). American Journal of Enology and Viticulture, v. 48, n. 4, p. 438-442,
1997.
GUIDONI, S.; MANNINI, F.; FERRANDINO, A.; ARGAMANTE, N.; DI STEFANO, R. Effects of virus status
on leaf and berry phenolic compounds in two wine grapevine Vitis vinifera cultivars. Acta Horticulture, v. 526,
p. 445-452, 2000.
HABILI, N.; FARROKHI, N.; LIMA, M. F.; NICHOLAS, P.; RANDLES, J. W. Distribution of Rupestris stem
pitting-associated virus variants in two Australian vineyards showing different symptoms. Annals of Applied
Biology, v. 148, n. 1, p. 91-96, 2006.
JAMESON, P, E.; CLARKE, S, F. Hormone-virus interaction in plants. Critical Reviews in Plant Sciences, v.
21, n. 3, p. 205-28, 2002.
JANG, J. C.; SHEEN, J. Sugar sensing in higher plants. The Plant Cell, v. 6, n. 11, p. 1665-1679, 1994.
KARASEV, A. V. Genetic diversity and evolution of closteroviruses. Annual Review Phytopathology, v. 38, p.
293-324, 2000.
KOMAR, V.; VIGNE, E.; DEMANGEAT, G.; FUCHS, M. Beneficial effect of selective virus elimination on the
performance of Vitis vinifera cv. Chardonnay. American Journal of Enology and Viticulture, v. 58, n. 2, p.
202-210, 2007.
105
KOMAR, V.; VIGNE, E.; DEMANGEAT, G.; LEMAIRE, O.; FUCHS, M. Comparative performance of virus-
infected Vitis vinifera cv. Savagnin rose grafted onto three rootstocks. American Journal of Enology and
Viticulture, v. 61, n. 1, p. 68-73, 2010.
KOMÍNEK, P.; GLASA, M.; BRYXIOVÁ, M. Analysis of the molecular variability of Grapevine leafroll-
associated virus 1 reveals the presence of two distinct virus groups and their mixed occurrence in grapevines.
Virus Genes, v. 31, n. 3, p. 247-255, 2005.
KOVACS, L. G.; HANAMI, H.; FORTENBERRY, M.; KAPS, M. L. Latent infection by leafroll agent GLRaV-
3 is linked to lower fruit quality in French-American hybrid grapevines Vidal blanc and St. Vincent. American
Journal of Enology and Viticulture, v. 52, n. 3, p. 254-259, 2001.
KUHN, G. B.; PROTAS, J. F. S. Perdas causadas pela virose do enrolamento da folha na cultivar Cabernet
Franc. Comunicado Técnico EMBRAPA, n. 7, p. 1-3, 1988.
KUNIYUKI, H.; GASPAR, J. O.; REZENDE, J. A. M. Ocorrência do Grapevine leafroll-associated virus 6 em
vinhedos do Brasil. Summa Phytopathologica, v. 29, n. 3, p. 288-289, 2003.
KUNIYUKI, H.; GIORIA, R.; REZENDE, J. A. M.; WILLINK, M. C. G.; NOVO, J. P. S.; YUKI, V. A.
Transmissão experimental do Grapevine virus B pela cochonilha Pseudococcus longispinus Targioni-Tozzetti
(Hemiptera: Pseudococcidae). Summa Phytopathologica, v. 32, n. 2, p. 151-155, 2006.
KUNIYUKI, H.; REZENDE, J. A. M.; WILLINK, M. C. G.; NOVO, J. P. S.; YUKI, V. A. Transmissão do
Grapevine leafroll-associatedvírus 3 pela cochonilha Pseudococcus longispinus Targioni-Tozetti (Hemiptera:
Pseudococcidae). Summa Phytopathologica, Botucatu, v. 31, n. 1, p. 65-68, 2005.
KUNIYUKI, H; REZENDE, J. A. M.; YUKI, V. A.; BETTI, J. A. Identificação sorológica do vírus do mosaico
das nervuras da videira no Brasil. Fitopatologia Brasileira, v. 27, n. 6, p. 635-638, 2002.
LA NOTTE, P.; BUZKAN, N.; CHOUEIRI, E.; MINAFRA, A.; MARTELLI, G. P. Acquisition and
transmission of Grapevine virus A by the mealybug Pseudococcus longispinus. Journal of Plant Pathology, v.
79, p. 79-85. 1997.
LAIMER, M.; LEMAIRE, O.; HERRBACH, E.; GOLDSCHIMIDT, V.; MINAFRA, A.; BIANCO, P.;
WETZEL, T. Resistance to viruses, Phytoplasmas and their vectors in the grapevine in Europe: A review.
Journal Plant Pathology, v. 91, n. 1, p. 7-23, 2009.
LALONDE, S.; TEGEDER, M.; THRONE-HOLST, M.; FROMMER, W. B.; PATRICK, J. W. Phloem loading
and unloading of sugars and amino acids. Plant Cell & Environment, v. 26, n. 1, p. 37-56, 2003.
106
LARCHER, W. Physiological plant ecology. Berlin: Springer-Verlag, 2003, 513p.
LARKIN, M. A.; BLACKSHIELDS, G.; BROWN, N. P.; CHENNA, R.; MCGETTIGAN, P. A.; MCWILLIAM,
H.; VALENTIN, F.; WALLACE, I. M.; WILM, A.; LOPEZ, R.; THOMPSON, J. D.; GIBSON, T. J.; HIGGINS,
D. G. Clustal W and Clustal X version 2.0. Bioinformatics Applications Note, v. 23, n. 21, p. 2947-2948, 2007.
LEE, J.; MARTIN, R. R. Influence of Grapevine leafroll-associated viruses (GLRaV-2 and -3) on the fruit
composition of Oregon Vitis vinifera L. cv. Pinot noir: Phenolics. Food Chemistry, v. 112, p. 889-896, 2009.
LEGORBURU, F. J.; RECIO, E.; LÓPEZ, E.; BAIGORRI, J.; LARREINA, M.; REMESAL, A.; CIBRIAÍN, J.
F.; CAMINERO, L.; SUBERVIOLA, J.; AGUIRREZÁBAL, F. Effect of Grapevine fanleaf virus (GFLV) and
Grapevine leafroll-associated virus 3 (GLRaV-3) on red wine quality. Extended abstracts 16
th
Meeting of
International Council of Viruses and Virus Diseases of Grapevine, Dijon, France, p. 251, 2009.
LIMA, M. F.; Detecção e controle de viroses em videiras. Circular Técnica, n. 90, p. 1-9, 2009.
LIMA, M. F.; ALKOWANI, R.; UYEMOTO, J. K.; GOLINO, D.; OSMAN, F.; ROWHANI, A. Molecular
analysis of a California strain of Rupestris stem pitting associated virus isolated from declining Syrah grapevines.
Archieves of Virology, v. 151, n. 9, p. 1889-1894, 2006a.
LIMA, M. F.; ROSA, C.; GOLINO, D. A.; ROWHANI, A. Detection of Rupestris stem pitting-associated virus
in seedlings of virus-infected maternal grapevine plants. Extended abstracts 15
th
Meeting of International
Council of Viruses and Virus Diseases of Grapevine, Stellenbosch, South Africa, p. 244-245, 2006b.
LIMA, M. F.; ALKOWANI, R.; UYEMOTO, J. K.; ROWHANI, A. Genomic study and detection of a new
variant of Grapevine rupestris stem pitting associated virus in declining California Pinot Noir grapevines.
Journal of Plant Pathology, v. 91, n. 1, p. 155-162, 2009.
LING, K. S.; ZHU, H. Y.; ALVIZO, H.; HU, J. S.; DRONG, R. F.; SLIGHTOM, J. L.; GONSALVES, D. The
coat protein gene of Grapevine leafroll-associated closterovirus 3: cloning, nucleotide sequencing and
expression in transgenic plants. Archives of Virology, v. 142, n. 6, p. 1101-1116, 1997.
LING, K. S.; ZHU, H. Y.; PETROVIC, N.; GONSALVES, D. Comparative effectiveness of ELISA and RT-
PCR for detecting Grapevine leafroll-associated closterovirus 3 in field samples. American Journal of Enology
and Viticulture, v. 52, n. 1, p. 21-27, 2001.
LITTLE, A.; FAZELI, C. F.; REZAIAN, M. A. Hypervariable genes in Grapevine leafroll-associated virus 1.
Virus Research, v. 80, n. 1-2, p. 109-116, 2001.
107
MAGALHÃNES, N.; OLIVEIRA, A.; CARVALHO, J. B.; TOSCANO, E.; CORREIA M. J.; PEREIRA, A. -
M.; CARNEIRO, L. C.; MARTINS, A. Evolution of leafroll (GLRaV-3) effect on grapevine yield and potential
ethanol. Extended Abstracts of the 12
th
Meeting of International Council of Viruses and Virus Diseases of
Grapevine, Lisboa, Portugal, p. 175-76, 1997.
MALOSSINI, U.; ZULINI, L.; NICOLINI, G.; VECCHIONE, A.; DECARLI, E.; BIANCHEDI, P.; MOSCON,
R. Effects of GLRaV-1 elimination on physiological, agronomic and oenological characteristics of two cv.
Marzemino clones. Extended abstracts 16
th
Meeting of International Council of Viruses and Virus Diseases
of Grapevine, Dijon, France, p. 256-257, 2009a.
MALOSSINI, U.; ZULINI, L.; VECCHIONE, A.; DECARLI, E.; BIANCHEDI, P.; MOSCON, R.; NICOLINI,
G. Effects of GVA elimination on physiological, agronomic and oenological characteristics of a V. Vinifera
Marzemino clone. Extended abstracts 16
th
Meeting of International Council of Viruses and Virus Diseases
of Grapevine, Dijon, France, p. 254-255, 2009b.
MANNINI, F.; ARGAMANTE, I. N.; CUOZZO, D.; CREDI, C. Modification in field behaviour and grape
quality, with focus on terpenes, after GLRaV-3 eradication in a clone of white Muscat (Vitis vinifera L.).
Extended abstracts 15
th
Meeting of International Council of Viruses and Virus Diseases of Grapevine,
Stellenbosch, South Africa, p. 136-138, 2006a.
MANNINI, F.; ARGAMANTE, N.; CREDI, R. Improvements in the quality of grapevine Nebbiolo clones
obtained sanitation. Acta Horticulture, v. 427, p. 319-324, 1996.
MANNINI, F.; GERBI, V.; CREDI, R. Heat-treated virus-infected grapevine clones: Agronomical and
enological modifications. Acta Horticulturae, v. 473, p. 155-163, 1998.
MANNINI, F.; GOBETTO, M.; LOVISOLO, C.; RICCI, F. Physiological and agronomic modifications induced
by phloem-limited virus eradication in a clone of Albarola (Vitis vinifera L.). Extended abstracts 15
th
Meeting
of International Council of Viruses and Virus Diseases of Grapevine, Stellenbosch, South Africa, p. 228-230,
2006b.
MANNINI, F.; MOLLO, A.; CUOZZO, D.; CREDI, R. Field performances and wine quality modification in a
clone of Dolcetto (Vitis vinifera L.) after GLRaV-3 elimination. Extended abstracts 16
th
Meeting of
International Council of Viruses and Virus Diseases of Grapevine, Dijon, France, p. 234-236, 2009.
MARTELLI, G. P. Grapevine virology highlights 2006-09. Extended abstracts 16
th
Meeting of International
Council of Viruses and Virus Diseases of Grapevine, Dijon, France, p. 15-23, 2009.
108
MARTELLI, G. P. Rugose wood complex. In: MARTELLI, G. P. (Ed.). Graft-transmissible disease of
grapevines: Handbook for detection and diagnosis. Rome: Food and Agriculture Organization of the United
Nations, p. 45-53, 1993, 263p.
MARTELLI, G. P.; ADAMS, M. J.; KREUZE, J. F.; DOLJA, V. V. Family Flexiviridae: a case study in virion
and genome plasticity. Annual Review Phytopathology, v. 45, p. 73-100, 2007.
MARTELLI, G. P.; AGRANOVSKY, A. A.; BAR-JOSEPH, M.; BOSCIA, D.; CANDRESSE, T.; COUTTS, R.
H. A.; DOLJA, V. V.; FALK, B. W.; GONSALVES, D.; JELKMANN, W.; KARASEV, A. V.; MINAFRA, A.;
NAMBA, S.; VETTEN, H. J.; WISLER, G. C.; YOSHIKAWA, N. The family Closteroviridae revised. Archives
of Virology, v. 147, p. 2039-2044, 2002.
MARTELLI, G. P.; BOUDON-PADIEU, E. (Eds.) Directory of infectious diseases of grapevines and viruses and
virus-like diseases of the grapevine: bibliographic report 1998-2004. Options Méditerranéennes, série B, n. 55,
2006, 194p.
MARTELLI, G. P.; JELKMANN, W. Genus Foveavirus. In: REGENMORTEL, M. H. V.; FAUQUET, C. M.;
BISHOP, D. H. L.; CARSTENS, E. B.; ESTES, M. K.; LEMON, S. M.; MANILOFF, J.; MAYO, M. A.;
MCGEOCH, D. J.; PRINGLE, C. R.; WICKNER, R. B. (Eds.). Virus Taxonomy - Classification and
Nomenclature of Viruses. San Diego. Academic Press. p. 985-989, 2000.
MARTELLI, G. P.; MINAFRA, A.; SALDARELLI, P. Vitivirus, a new genus of plant viruses. Archives of
Virology, v. 142, p. 1929-1932, 1997.
MENG, B.; CREDI, R.; PETROVIC, N.; TOMAZIC, I.; GONSALVES, D. Antiserum to recombinant virus coat
protein detects Rupestris stem pitting associated virus in grapevine. Plant Disease, v. 87, n. 5, p. 515-522, 2003.
MENG, B.; JOHNSON, R.; PERESSINI, S.; FORSLINE, P. L.; GONSALVES, D. Rupestris stem pitting-
associated virus-1 is consistently detected in grapevines that are infected with rupestris stem pitting. European
Journal of Plant Pathology, v. 105, n. 2, p. 191-199, 1999.
MENG, B.; LIN, C.; GOSZCZYNSKI, D. E.; GONSALVES, D. Genome sequences and structures of two
biologically distinct strains of Grapevine leafroll-associated virus 2 and sequence analysis. Virus Genes, v. 31,
n. 1, p. 31-41, 2005b.
MENG, B.; LIN, C.; WANG, W.; GOSZCZYNSKI, D.; GONSALVES, D. Complete genome sequences of two
new variants of Grapevine rupestris stem pitting-associated virus and comparative analyses. Journal of General
Virology, v. 86, n. 5, p. 1555-1560, 2005a.
109
MENG, B.; PANG, S. Z.; FORSLINE, P. L.; MCFERSON, J. R.; GONSALVES, D. Nucleotide sequence and
genome structure of Grapevine rupestris stem pitting associated virus-1 reveal similarities to Apple stem pitting
virus. Journal of General Virology, v. 79, n. 8, p. 2059-2069, 1998.
MENG, B.; REBELO, A. R.; FISHER, H. Genetic diversity analyses of Grapevine rupestris stem pitting-
associated virus reveal distinct population structures in scion versus rootstock varieties. Journal of General
Virology, v. 87, n. 6, p. 1725-1733, 2006.
MINAFRA, A.; CASATI, P.; ELICIO, V.; ROWHANI, A.; SALDARELLI, P.; SAVINO, V.; MARTELLI, G.
P. Serological detection of Grapevine rupestris stem pitting-associated virus (GRSPaV) by a polyclonal
antiserum to recombinant virus coat protein. Vitis, v. 39, n. 3, p. 115-118, 2000.
MINAFRA, A.; HADIDI, A. Sensitive detection of Grapevine virus A, B, or leafroll-associated III from
viruliferous mealybugs and infected tissue by cDNA amplification. Journal of Virological Methods, v. 47, p.
175-188, 1994.
MONIS, J. Propagation de la enfermedad del enrollamiento de la hoja en el viñedo: Estrategias para prueba,
gestión y control de la enfermedad. Revista Enología, n. 3, Año V, p. 1-5, 2008.
MONIS, J.; CONSTABLE, F.; HABILI, N. Avances en el estúdio de enfermedades de la vid provocadas por
virus. Revista Enología, Año VII, p. 1-8, 2010.
MOREIRA, A. E.; GASPAR, J. O.; CAMARGO, L. E. A.; KUNIYUKI, H. Caracterização do gene da proteína
capsidial de dois isolados, patologicamente distintos e sorologicamente semelhantes, do Grapevine virus B em
videiras no Estado de São Paulo. Fitopatologia Brasileira, v. 29, n. 1, p. 75-80, 2004.
MOREIRA, A. E.; GASPAR, J. O.; KUNIYUKI, H. Detecção do Grapevine virus A e Grapevine virus B por
hibridização “dot-blot” com sondas moleculares não radioativas. Fitopatologia Brasileira, v. 30, n. 5, p. 538-
542, 2005.
MOTA, C. S.; AMARANTE, C. V. T.; SANTOS, H. P.; ALBUQUERQUE, J. A. Disponibilidade hídrica,
radiação solar e fotossíntese em videiras 'Cabernet Sauvignon' sob cultivo protegido. Revista Brasileira de
Fruticultura, v. 31, n. 2, p. 432-439, 2009.
NAIDU, R. A.; KRISHNAN, M.; NAYUDU, M. Y.; GNANAMA, A. Studies on Peanut green mosaic virus
infected peanut (Arachis hypogaea L.) leaves. II. Chlorophyll-protein complexes and polypeptide composition of
thylakoid membranes. Physiology Plant Pathology, v. 25, n. 2, p. 191-198, 1984.
110
NAKAUNE, R.; INOUE, K.; NASU, H.; KAKOGAWA, K.; NITTA, H.; IMADA, J.; NAKANO, M. Detection
of viruses associated with rugose wood in Japanese grapevines and analysis of genomic variability of Rupestris
stem pitting-associated virus. Journal of General Plant Pathology, v. 74, n. 2, p. 156-163, 2008.
NICKEL, O.; TARGON, M. L. N. P.; FAJARDO, T. V. M.; MACHADO, M. A.; TRIVILIN, A. P. Polyclonal
antibodies to the coat protein of Apple stem grooving virus expressed in Escherichia coli: production and use in
immunodiagnosis. Fitopatologia Brasileira, v. 29, n. 5, p. 596-600, 2004.
NOLASCO, G.; MANSINHO, A.; TEIXEIRA SANTOS, M.; SOARES, C.; SEQUEIRA, Z.; CORREIA, P. K.;
SEQUEIRA, O. A. Large scale evaluation of primers for diagnosis of Rupestris stem pitting-associated virus 1.
European Journal of Plant Pathology, v. 106, n. 4, p. 311-318, 2000.
NOLASCO, G.; SANTOS, C.; PETROVIC, N.; SANTOS, M. T.; CORTEZ, I.; FONSECA, F.; BOBEN, J.;
NAZARÉ, PEREIRA, A. M.; SEQUEIRA, O. Rupestris stem pitting-associated virus isolates are composed by
mixtures of genomic variants which share a highly conserved coat protein. Archives of Virology, v. 151, n. 1, p.
83-96, 2006.
NOUEIRY, A. O.; LUCAS, W. J.; GILBERTSON, R. L. Two proteins of a plant DNA virus coordinate nuclear
and plasmodesmal transport. Cell, v. 76, n. 5, p. 925-932, 1994.
PALLIOTTI, A.; CARTECHINI, A.; FERRANTI, F. Morpho-anatomical and physiological characteristics of
primary and lateral shoot leaves of ‘Cabernet Franc’ and ‘Trebbiano Toscano’ grapevines under two irradiance
regimes. American Journal of Enology and Viticulture, v. 51, n. 2, p. 122-130, 2000.
PEREIRA, A. C. B. Proteína capsidial do Rupestris stem pitting-associated virus: sequenciamento do gene,
expressão em Escherichia coli, purificação e produção de anti-soro policlonal. 66f. Dissertação (Mestrado
em Microbiologia) - Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas de São José do Rio Preto, São Paulo,
2008.
PÉREZ-BUENO, M. L.; CISCATO, M.; VANDEVEN, M.; GARCÍA-LUQUE, I.; VALCKE, R.; BÁRON, M.
Imaging viral infection: studies on Nicotiana benthamiana plants infected with the Pepper mild mottle
tobamovirus. Photosynthetica Research, v. 90, n. 2, p. 111-123, 2006.
PETROVIC, N.; MENG, B.; RAVNIKAR, M.; MAVRIC, I.; GONSALVES, D. First detection of Rupestris stem
pitting associated virus particles by antibody to a recombinant coat protein. Plant Disease, v. 87, n. 5, p. 510-
514, 2003.
111
POMPE-NOVAK, M.; GRUDEN, M.; BAEBLER, S.; KRECIC-STRES, H.; KOVAC, M.; JONGSMA, M.;
RAVNIKAR, M. Potato virus Y induced changes in the gene expression of potato (Solanum tuberosum L.)
Physiological and Molecular Plant Pathology, v. 67, n. 3, p. 237-247, 2006.
PROSSER, S. W.; GOSZCZYNSKI, D. E.; MENG, B. Molecular analysis of double-stranded RNAs reveals
complex infection of grapevines with multiple viruses. Virus Research, v. 124, n. 1-2, p. 151-159, 2007.
RADAELLI, P. Variabilidade genética e desenvolvimento de ferramentas sorológicas e moleculares para
identificação de vírus em videira. 109f. Tese (Doutorado em Fitopatologia), Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Pernambuco, 2009.
RADAELLI, P.; FAJARDO, T. V. M.; NICKEL, O.; EIRAS, M.; PIO-RIBEIRO, G. Variabilidade do gene da
proteína capsidial de três espécies virais que infectam videiras no Brasil. Tropical Plant Pathology, v. 34, n. 5,
p. 297-305, 2009.
RADAELLI, P.; FAJARDO, T. V. M.; NICKEL, O.; EIRAS, M.; PIO-RIBEIRO, G. Production of polyclonal
antisera using recombinant coat proteins of Grapevine leafroll-associated virus 2 and Grapevine virus B.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 43, n. 10, p. 1405-1411, 2008.
REGINA, M. A.; CARBONNEAU, A. Trocas gasosas em Vitis vinifera sob regime de estresse hídrico. II.
Fotorrespiração e Comportamento Varietal. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 34, n. 1, p. 37-44, 1999.
REINERO, A.; BEACHY, R. N. Reduced photosystem II activity and accumulation of viral coat protein in
chloroplasts of leaves infected with Tobacco mosaic virus. Plant Physiology, v. 89, p. 111-116, 1989.
REYNOLDS, A. G.; LANTERMAN, W. S.; WARDLE, D. A. Yield and berry composition of five Vitis cultivars
as affected by Rupestris stem pitting virus. American Journal of Enology and Viticulture, v. 48, n. 4, p. 449-
458, 1997.
RIZZON, L. A.; MIELE, A.; MENEGUZZO, J. Avaliação da uva cv. Isabel para a elaboração de vinho tinto.
Ciência Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 20, n. 1, p. 115-121, 2000.
ROBERTO, S. R.; PEREIRA, F. M.; BOLIANI, A. C.; DA SILVA, A. C. C. Origem, botânica e biologia da
videira. In: CORRÊA, L. S.; BOLIANI, A. C.; FRACARO, A. A. (Eds.) Uvas rústicas: Cultivo e processamento
em regiões tropicais. Jales, [s.n], Editora Gráfica Universitária, p. 30-50, 2008.
ROSCIGLIONE, B.; CASTELLANO, M. A.; MARTELLI, G. P.; SAVINO, V. CANNIZZARO, G. Mealybug
transmission of Grapevine virus A. Vitis, v. 22, p. 331-347, 1983.
112
ROWHANI, A.; ZHANG, Y. P.; GOLINO, D. A.; UYEMOTO, J. K. Isolation and characterization of a new
Closterovirus from grapevine. Phytopathology, v. 92, (supplement to n° 6), S71, 2002.
SABANADZOVIC, S.; ABOU GHANEM-SABANADZOVIC, N.; GORBALENYA, A. E. Permutation of the
active site of putative RNA-dependent RNA polymerase in a newly identified species of plant alpha-like virus.
Virology, v. 394, n. 1, p. 1-7, 2009.
SALAMI, S. A.; ABADI, A.; ZAMANI, Z.; HABIBI, M. K. Distribution of GFLV in Iranian vineyards and
improvements to sanitation protocols for production of virus-free grapevines. Acta Horticulture, v. 829, p. 389-
393, 2010.
SALDARELLI, P.; MINAFRA, A.; MARTELLI, G. P. The nucleotide sequence and genomic organization of
Grapevine virus B. Journal of General Virology, v. 77, n. 10, p. 2645-2652, 1996.
SALDARELLI, P.; ROWHANI, A.; ROUTH, G.; MINAFRA, A.; DIGIARO, M. Use of degenerate primers in a
RT-PCR assay for the identification and analysis of some filamentous viruses, with special reference to clostero-
and vitiviruses of the grapevine. European Journal of Plant Pathology, v. 104, n. 9, p. 945-950, 1998.
SAMBROOK, J.; RUSSEL, D. Molecular Cloning: A Laboratory Manual. Third edition. New York. Cold
Spring Harbor Laboratory Press, 2001.
SAMPOL, T.; BOTA, J.; MEDRANO, H.; FLEXAS, J. Analysis of the virus-induced inhibition of
photosynthesis in malmsey grapevines. New Phytologist, v. 160, p. 403-412, 2003.
SANTOS, H. P.; TINÉ, M. A. S.; FAJARDO, T. V. M. Níveis de carboidratos em folhas de videiras infectadas
por Grapevine virus A, Grapevine virus B e Grapevine leafroll-associated virus 3. Fitopatologia Brasileira, v.
30, n. 1, p. 93, 2005.
STEWART, S.; NASSUTH, A. RT-PCR based detection of Rupestris stem pitting associated virus within field-
grown grapevines throughout the year. Plant Disease, v. 85, n. 6, p. 617-620, 2001.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4
ed
. Porto Alegre: Artmed, 2009, 820p.
TAMURA, K.; DUDLEY, J.; NEI, M.; KUMAR, S. MEGA 4: molecular evolutionary genetics analysis
(MEGA) software version 4.0. Molecular Biology and Evolution, v. 24, p. 1596-1599, 2007.
TARGON, M. L. P. N.; NIKOLAEVA, O.; MANJUNATH, K. L.; LEE, R. F.; MULLER, G. W.; MACHADO,
M. A. Coat protein gene of a Brazilian isolate of the Citrus tristeza virus: cloning, expression in E. coli and
production of polyclonal antiserum. Fitopatologia Brasileira, v. 22, n. 1, p. 99-102, 1997.
113
TÉCSI, C. I.; MAULE, A. J.; SMITH, A. M.; LEEGOOD, R. C. Metabolic alterations in cotyledons of
Cucurbita pepo infected by Cucumber mosaic virus. Journal of Experimental Botany, v. 45, n. 11, p. 1541-
1551, 1994.
TÉCSI, L. I.; SMITH, A. M.; MAULE, A. J.; LEEGOOD, R. C. A spatial analysis of physiology changes
associated with infection of cotyledons of marrow plants with Cucumber mosaic virus. Plant Physiology, v. 111,
n. 4, p. 975-985, 1996.
TEIXEIRA, A. H. C.; de SOUZA, R. A.; RIBEIRO, P. H. B. Aptidão agroclimática da cultura da videira no
Estado da Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiente, v. 6, n. 1, p. 107-111, 2002.
TERLIZZI, F.; RATTI, C.; FILIPPINI, G.; PISI, A.; CREDI, R. Detection and molecular characterization of
Italian Grapevine rupestris stem pitting-associated virus isolates. Plant Pathology, v. 59, p. 48-58, 2010.
TIAN, T.; KLAASSEN, V. A.; SOONG, J.; WISLER, G.; DUFFUS, J. E.; FALK, B. W. Generation of cDNAs
specific to Lettuce infectious yellows Closterovirus and other whitefly-transmitted viruses by RT-PCR and
degenerate oligonucleotide primers corresponding to the closterovirus gene enconding the heat shock protein 70
homology. Phytopathology, v. 86, n. 11, p. 1167-1173, 1996.
TOWBIN, H.; STAEHELIN, T.; GORDON, J. Electrophoretic transfer of proteins from polyacrylamide gels to
nitrocellulose sheets: procedure and some applications. Proceedings of the National Academy of Sciences of
the USA, v. 76, n. 9, p. 4350-4354, 1979.
TURTURO, C.; ROTT, M. E.; MINAFRA, A.; SALDARELLI, P.; JELKMANN, W.; MARTELLI, G. P. Partial
molecular characterization and RT-PCR detection of Grapevine leafroll-associated virus 7. Extended Abstracts,
13
th
Meeting of the International Council for the Study of Virus and Virus-like Diseases of the Grapevine,
Adelaide, Australia, p. 17-18. 2000.
VALAT, L.; BURRUS, M.; FUCHS, M.; MAURO, M-C. Review of techniques to inoculate grapevines with
Grapevine fanleaf virus: Lessons and perspectives. American Journal of Enology and Viticulture, v. 54, n. 4,
p. 279-285, 2003.
VALVERDE, R. A.; NAMETH, S. T.; JORDAN, R. L. Analysis of double-stranded RNA for plant virus
diagnosis. Plant Disease, v. 74, p. 255-258, 1990.
WETZEL, T.; MEUNIER, L.; JAEGER, U.; REUSTLE, G. M.; KRCZAL, G. Complete nucleotide sequences of
the RNA 2 of German isolates of Grapevine fanleaf and Arabis mosaic nepoviruses. Virus Research, v. 75, n. 2,
p. 139-145, 2001.
114
WOERNER, R. P. Estudo sistemático dos Pseudococcideos (Hom., Pseudococcidae) no Rio Grande do Sul,
Brasil. 128f. Dissertação (Mestrado em Biociências - Zoologia) - Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 1983.
ZHANG, Y. P.; UYEMOTO, J. K.; GOLINO, D. A.; ROWHANI, A. Nucleotide sequence and RT-PCR
detection of a virus associated with Grapevine rupestris stem-pitting disease. Phytopathology, v. 88, n. 11, p.
1231-1237, 1998.
ZIMMERMANN, D.; BASS, P.; LEGIN, R.; WALTER, B. Characterization and serological detection of four
closterovirus-like particles associated with leafroll disease on grapevine. Journal of Phytopathology, v. 130, n.
3, p. 205-218, 1990.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo