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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS DE GURUPI
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL
LEANDRO LOPES CANCELLIER
ENGENHEIRO AGRÔNOMO
Desempenho de genótipos de milho UFT para diferentes finalidades no Sul do
Estado do Tocantins
GURUPI - TO
JUNHO DE 2010
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LEANDRO LOPES CANCELLIER
Desempenho de genótipos de milho UFT para diferentes finalidades no Sul do
Estado do Tocantins
Dissertação apresentada a Universidade Federal
do Tocantins como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Produção
Vegetal para a obtenção do título de Mestre em
Produção Vegetal. Área de Concentração:
Melhoramento Genético Vegetal.
Orientador: Dr. Prof. Flávio Sérgio Afférri
GURUPI - TO
JUNHO DE 2010
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS DE GURUPI
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL
LEANDRO LOPES CANCELLIER
ENGENHEIRO AGRÔNOMO
Desempenho de genótipos de milho UFT para diferentes finalidades no Sul do
Estado do Tocantins
Dissertação apresentada a Universidade Federal
do Tocantins como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Produção
Vegetal para a obtenção do título de Mestre em
Produção Vegetal. Área de Concentração:
Melhoramento Genético Vegetal.
________________________________
Prof. Dr. Flávio Sérgio Afférri
Orientador
_________________________________
Prof. Dr. Joênes Mucci Peluzio
Examinador
________________________________
Prof. Dr. Fernando Ferreira Leão
Examinador
______________________________
Prof. Dr. Aurélio Vaz de Melo
Examinador
Data de realização: 24 de Junho de 2010.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Flávio Sérgio Afférri pela confiança, orientação e paciência durante o
desenvolvimento deste trabalho.
A Universidade Federal do Tocantins pelas oportunidades de realização da
graduação e pós-graduação.
A todos os professores da UFT que contribuíram para minha formação acadêmica.
Aos membros da banca examinadora pelas críticas e sugestões que irão aprimorar
ainda mais esta dissertação e a ajuda fornecida durante a realização deste trabalho para meu
crescimento intelectual.
A equipe executora deste trabalho em especial Michel A. Dotto, Edmar V. Carvalho,
Danilo P. Dutra, Ricardo C. Bachega, Gabriel L. Cornélio, Onésimo S. Cruz, André H.
Gonçalves, e ao técnico do laboratório de sementes Assuério pela ajuda nas diversas etapas
deste trabalho.
A minha esposa pelo carinho e apoio durante o curso de mestrado.
A CAPES pela concessão de bolsa de estudos e ao CNPq pelo financiamento do
projeto.
A todos aqui não mencionados que, de certa forma, contribuíram para a
concretização deste trabalho.
DEDICO,
A meus pais, que sempre ensinaram o caminho correto e pelo apoio em todas as
fazes da minha vida.
A minha esposa, mesmo que temporariamente distante, sempre me apoiou quando
precisava.
SUMÁRIO
1 RESUMO........................................................................................................................................................ 9
2 CAPITULO I - Avaliação de linhagens de milho UFT em top cross no sul do Estado do Tocantins .......... 11
2.1 Resumo ......................................................................................................................................................... 11
2.2 Abstract ......................................................................................................................................................... 12
2.3 Introdução ..................................................................................................................................................... 13
2.4 Material e métodos ....................................................................................................................................... 14
2.5 Resultados e discussões ................................................................................................................................ 15
2.6 Conclusões .................................................................................................................................................... 23
3 CAPITULO II - Potencial de uso in natura e sanidade de linhagens de milho UFT em top cross............... 26
3.1 Resumo ......................................................................................................................................................... 26
3.2 Abstract ......................................................................................................................................................... 27
3.3 Introdução ..................................................................................................................................................... 28
3.4 Material e métodos ....................................................................................................................................... 29
3.5 Resultados e discussão .................................................................................................................................. 31
3.6 Conclusões .................................................................................................................................................... 39
4 CAPITULO III - Desempenho agronômico de genótipos de milho UFT visando consumo in natura no sul
do Estado do Tocantins ........................................................................................................................................ 43
4.1 Resumo ......................................................................................................................................................... 43
4.2 Abstract ......................................................................................................................................................... 44
4.3 Introdução ..................................................................................................................................................... 45
4.4 Material e métodos ....................................................................................................................................... 46
4.5 Resultados e discussões ................................................................................................................................ 47
4.6 Conclusões .................................................................................................................................................... 56
5 CAPITULO IV - Potencial forrageiro de genótipos de milho UFT no sul do Estado do Tocantins ............. 59
5.1 Resumo ......................................................................................................................................................... 59
5.2 Abstract ......................................................................................................................................................... 60
5.3 Introdução ..................................................................................................................................................... 61
5.4 Material e métodos ....................................................................................................................................... 62
5.5 Resultados e discussões ................................................................................................................................ 63
5.6 Conclusões .................................................................................................................................................... 72
6 CAPITULO V - Eficiência no uso de nitrogênio em populações tropicais de milho UFT no sul do Estado
do Tocantins .......................................................................................................................................................... 75
6.1 Resumo ......................................................................................................................................................... 75
6.2 Abstract ......................................................................................................................................................... 76
6.3 Introdução ..................................................................................................................................................... 77
6.4 Material e métodos ....................................................................................................................................... 78
6.5 Resultados e discussões ................................................................................................................................ 79
6.6 Conclusões .................................................................................................................................................... 87
1 RESUMO
A produtividade do milho na região Norte é baixa por causa, principalmente, das
altas temperaturas e da insuficiência de cultivares melhoradas, adaptadas ás condições de
estresses abióticos. Neste sentido objetivou-se avaliar com este trabalho o potencial produtivo
de genótipos de milho desenvolvidos pelo Programa de Melhoramento de Milho da UFT,
assim como aptidão a diferentes finalidades de uso no Sul do Estado do Tocantins. Para isto
foram instalados três experimentos entre os meses de dezembro de 2008 a abril de 2010.
No primeiro experimento foram avaliados linhagens da UFT em top crosses visando
a produção de grãos, tolerância as doenças de ocorrência natural, tolerância ao ataque de
lagarta do cartucho e o potencial de utilização destas linhagens ao consumo in natura.
Pode-se concluir com este experimento que as linhagens 118-1-2; 134-2-1; 118-2;
VERMF1; 134-1-1; 68-1-2; 29-1-2; 68-2-1; 65-1-2; 113-1; 65-2-1; 118-1-1; 38-1-1; 12; 134-
4-2; 29-1-1; 73-1-2; 55-1-3; 12 PV HIB; 111-1-9 e 73-1 apresentaram um conjunto de
características favoráveis a produção de grãos podendo utiliza-los no desenvolvimento de
novos genótipos comerciais para as condições do Sul do Estado do Tocantins.
As linhagens 134-2-1; 29-1-1; 134-3; 67-1; 118-2-1; 134-3-1; 73-3-2 e 118-2
possuem o conjunto de características mais favoráveis para a comercialização in natura das
espigas sendo adequado para o desenvolvimento de genótipos comerciais para essa finalidade.
A avaliação das linhagens em top cross pelas características secundárias permitiu distinguir os
genótipos quanto sua aptidão comercial e que as linhagens do Programa de Melhoramento de
Milho da UFT diferem quanto às características secundárias e sanidade, podendo-se utilizar
estes genótipos para obter resistência às doenças no milho.
No segundo experimento foram avaliados famílias de meios irmãos de milho visando
a aptidão de consumo in natura e o potencial forrageiro no Sul do Estado do Tocantins.
Conclui-se com este experimento que os genótipos possuem variabilidade para ser explorada
nos programas de melhoramento visando diferentes aptidões comerciais.
As famílias de meios irmãos do programa de Melhoramento de Milho da UFT
possuem potencial produtivo e podem ser utilizados para o desenvolvimento de cultivares
voltado para uso nas condições edafoclimáticas do Tocantins e as famílias de meios irmãos
01-5; 02-1; 02-2; 02-3; 02-4; 10-5; 25-1; 32-1 e 34-4 são as que reúnem o conjunto de
características mais favoráveis para o desenvolvimento de genótipos comerciais voltados para
o consumo in natura.
Os genótipos apresentaram produção de forragem equivalente às encontradas no
híbrido testemunha. As famílias de meios irmãos 19-4; 12-4; 12-5; 22-4; 15-6; 01-5; 12-1; 12-
6; 25-2; 30-3; 22-1; 25-3; 19-6; 30-5; 04-1 e 06-1 são promissores para o desenvolvimento de
genótipos comerciais voltado à produção de forragem e que é possível selecionar genótipos
para produção de forragem através de outras características além da massa verde total, que
esta é correlacionada com outras características.
No terceiro experimento foram avaliadas populações tropicais de milho do Programa
de Melhoramento de Milho da UFT visando identificar a eficiência e uso de nitrogênio e o
potencial produtivo destas populações. Neste experimento conclui-se que pela metodologia de
Moll é possível diferenciar populações quanto à eficiência no uso de nitrogênio, no ambiente
de baixa disponibilidade de N no solo.
As populações avaliadas apresentaram diferenças significativas entre si, em todas as
características estudadas, indicando variabilidade, as características estudadas foram
influenciadas pelos diferentes níveis de nitrogênio aplicado, exceto para peso de 100 sementes
e o índice de Moll apresenta associação significativa com todas as características estudadas
exceto para o índice de Fischer, indicando ser possível a obtenção de populações eficientes no
uso de nitrogênio por meio de seleção destas características.
11
2 CAPITULO I
AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE MILHO UFT EM TOP CROSS NO SUL DO
ESTADO DO TOCANTINS
2.1 Resumo
Com uso de top crosses, tem-se por objetivo avaliar o mérito relativo das linhagens em
cruzamentos com o testado, eliminando as de desempenho inferior, tornando mais racional e
eficiente o programa de melhoramento. Assim objetivou-se avaliar híbridos top crosses de
milho. O experimento foi implantado em área experimental no município de Gurupi em
dezembro de 2008 utilizando 81 genótipos de milho. O delineamento experimental utilizado
foi Látice 9x9 com duas repetições, sendo avaliado a altura de planta, altura de espiga,
comprimento e diâmetro de espiga, peso de 100 sementes, peso hectolítrico e produtividade.
Comprimento e diâmetro de espiga não apresentaram diferença significativa para os
genótipos, e as demais características apresentaram diferenças. Os baixos coeficientes de
variação em todas as variáveis analisadas indicam uma boa precisão experimental. A
produtividade apresentou três grupos estatísticos, sendo que 43 genótipos se encontram no
grupo dos superiores, e o genótipo 118-1-2 apresentou maior produtividade (8382 kg ha
-1
),
superior a todos os híbridos comerciais avaliados. Concluiu-se que as linhagens 118-1-2; 134-
2-1; 118-2; VERMF1; 134-1-1; 68-1-2; 29-1-2; 68-2-1; 65-1-2; 113-1; 65-2-1; 118-1-1; 38-1-
1; 12; 134-4-2; 29-1-1; 73-1-2; 55-1-3; 12 PV HIB; 111-1-9 e 73-1 apresentam um conjunto
de características favoráveis a produção de grãos podendo utiliza-los no desenvolvimento de
novos genótipos comerciais para as condições do Sul do Estado do Tocantins.
PALAVRAS-CHAVE: Zea mays L., Melhoramento genético, Produtividade de grãos.
12
2.2 Abstract
EVALUATION OF UFT INBREED LINES OF CORN IN TOP CROSSES IN SOUTH
OF TOCANTINS STATE
With the use of top crosses, has aimed to evaluate the relative merits of inbreed lines in
crosses with the tester, eliminating the lower-performing, making it more rational and
efficient breeding program, thus, the objective of this study was to evaluate top crosses maize
hybrids from inbreed lines. The experiment was installed in the experimental area in Gurupi
in December 2008 using 81 genotypes of maize. The experiment was conducted in 9x9 lattice
design with two replicates, and evaluated the plant height, ear height, length and ear diameter,
100 seed weight, hectoliter weight and grain yield. The length and ear diameter showed no
significant differences for genotypes, and other characteristics showed differences. The low
coefficients variation in all variables indicates good experimental precision. The productivity
showed three statistics groups, with 43 genotypes are in the top group and the genotype 118-
1-2 had the highest yield with 8382 kg ha
-1
, exceeding all commercial hybrids evaluated.
Concluded the inbred lines 118-1-2; 134-2-1; 118-2; VERMF1; 134-1-1; 68-1-2; 29-1-2; 68-
2-1; 65-1-2; 113-1; 65-2-1; 118-1-1; 38-1-1; 12; 134-4-2; 29-1-1; 73-1-2; 55-1-3; 12 PV HIB;
111-1-9 e 73-1 presented set of features favorable to grain production may use them in
developing new commercial genotypes in conditions of south Tocantins State.
KEYWORDS: Zea mays L., Breeding, Grain yield.
13
2.3 Introdução
A produtividade do milho na região Norte é baixa por causa, principalmente, das
altas temperaturas e da insuficiência de sementes melhoradas de variedades adaptadas ás
condições de estresses abióticos (CARVALHO e SOUZA, 2007).
No Estado do Tocantins, a produtividade média para a safra 2007/2008 foi 3158 kg
ha
-1
, segundo CONAB (2010). Porém Cancellier et al. (2009) avaliaram genótipos de milho
na mesma safra e obtiveram valor médio de produtividade em cinco localidades de 5247 kg
ha
-1
, mostrando que é possível aumentar a produtividade no Estado do Tocantins em mais de
60% apenas se adotadas épocas de cultivo e cultivares mais adaptadas às condições
edafoclimáticas do Tocantins.
A escolha do germoplasma é parte fundamental e decisiva em qualquer programa de
melhoramento de plantas, quer seja no desenvolvimento de variedades, na utilização em
híbridos ou em estudos básicos, podendo inclusive influir significativamente no sucesso ou no
fracasso da seleção (ARAÚJO e NASS, 2002).
Segundo Cardoso et al. (2003), a utilização de populações melhoradas no local de
interesse, com bom nível de adaptação e portadoras de atributos agronômicos desejáveis, em
substituição às variedades tradicionais desenvolvida em outras regiões, proporcionará
melhoria na produtividade da cultura do milho, assim o uso de populações de milho são
importantes por constituírem fonte de variabilidade genética que podem ser exploradas no
programa de melhoramento genético na busca de genes tolerantes aos fatores bióticos e
abióticos (ARAÚJO e NASS, 2002)
Na obtenção de uma cultivar, existem etapas a serem cumpridas nos métodos de
seleção. A primeira delas é a escolha da população para a extração de linhagens; a segunda
consiste na autofecundação dessa população até atingir a homozigose; e a terceira é a
avaliação das linhagens obtidas em combinações hibridas.
Dessas etapas a mais trabalhosa e que exige maior dedicação é a avaliação de
capacidade combinatória das linhagens. Essa avaliação é normalmente realizada por meio de
um testador, podendo ser de base genética ampla ou estreita, dependendo do objetivo do
método, obtendo-se híbridos top crosses para serem avaliados em experimentos com
repetições. Esse método tem por objetivo avaliar o mérito relativo das linhagens em
cruzamentos com o testador, eliminando as de desempenho inferior, tornando mais racional e
eficiente o programa de melhoramento (NURMBERG et al., 2000).
14
Um dos grandes problemas enfrentados pelos melhoristas de milho que trabalham
com híbridos de linhagens, desde a introdução da técnica, foi e continua sendo a avaliação das
n linhagens. Com o intuito de facilitar a avaliação de linhagens em programas de
melhoramento para obtenção de cultivares, foi proposto o método de top crosses, que
representa os cruzamentos de linhagens com um testador comum, a serem avaliados em
experimentos com repetições (LURDERS, 2003).
O emprego de top crosses ou dialelos geram resultados semelhantes e que na
presença do testador adequado, o uso de top cross é mais eficiente e aconselhável em razão de
sua maior praticidade, mostrando-se fácil e confiável (LURDERS, 2003; PATERNIANI et al.,
2006; FERREIRA et al., 2009). Ponto importante também é a formação de novas
combinações gênicas através da hibridação (SOUZA, 2002), as quais podem ser utilizadas
para formação de novas populações.
Assim o objetivo deste trabalho foi avaliar linhagens de milho UFT através de
híbridos top crosses nas condições edafoclimáticas do Sul do Estado do Tocantins.
2.4 Material e métodos
Um experimento foi instalado em área experimental no município de Gurupi - TO,
no dia 11 de dezembro de 2008. Os tratamentos foram constituídos de 69 híbridos top crosses
obtido de cruzamento de linhagens S
6
com um testador que foi constituído de uma massa de
grãos em igual proporção das linhagens utilizadas nas combinações híbridas e 12 cultivares
como testemunha, totalizando 81 genótipos.
O delineamento experimental utilizado foi Látice 9 x 9 com duas repetições. O
espaçamento utilizado foi 0,9 m entre linha e as parcelas constaram de duas linhas de quatro
metros lineares, sendo de área útil da parcela utilizado três metros centrais por linha.
Na instalação do experimento, foi utilizado o sistema de preparo de solo tipo
convencional, com uma gradagem. O plantio das sementes e a adubação no sulco foram feitas
manualmente. A adubação de plantio foi realizada utilizando 400 kg ha
-1
de 5-25-15+0,5% Zn
de NPK. Plantou-se o milho na parcela a fim de obter 55 mil plantas ha
-1
. A adubação de
cobertura foi realizada aos 25 e 45 dias após o plantio com 60 kg ha
-1
de N em cada aplicação
utilizando com fonte sulfato de amônio. Os tratos culturais foram realizados de acordo com as
recomendações técnicas da cultura (FANCELLI e DOURADO NETO, 2000).
Foram avaliadas: altura da planta medido cinco plantas na parcela, em centímetros,
após o florescimento masculino, do nível do solo à inserção da folha bandeira, em plantas
15
competitivas na parcela; altura da espiga medido cinco plantas na parcela, em centímetros,
após o florescimento masculino, do nível do solo até a inserção da espiga superior no colmo;
prolificidade número médio de espigas a cada 100 plantas; comprimento de espiga
distância média de cinco espigas em milímetros da base ao ápice da espiga; diâmetro de
espiga diâmetro médio de cinco espigas da parte mediana da espiga em milímetros; peso de
100 sementes peso, em gramas, de amostras de 100 grãos, corrigido para 13% de umidade;
peso hectolítrico peso, em kg, de cem litros de grãos, corrigido para 13% de umidade e
produtividade de grãos obtido por pesagem dos grãos debulhados da área útil da parcela, em
kg parcela
-1
, corrigido para 13% de umidade e convertidos os valores para kg ha
-1
.
Na análise dos dados foi realizado a análise de variância e aplicado o teste de
agrupamento de Scott e Knott (1974) nas características que apresentaram diferença
significativa pelo teste F.
2.5 Resultados e discussões
2.5.1 Análise de variância
Na análise de variância (Tabela 1) observa-se que as características apresentaram
diferenças a 1% de probabilidade, com exceção apenas de comprimento de espiga, que
apresentou diferença a 5%. Os baixos coeficientes de variação nas variáveis analisadas indica
uma boa precisão experimental, segundo Scapim et al. (1995).
Tabela 1 Resumo da análise de variância de altura de plantas em cm (AP), altura de espiga
em cm (AE), comprimento de espiga em mm (COMP), diâmetro de espiga em mm (DESP),
peso de 100 sementes em g (P100S), peso hectolítrico em kg hl
-1
(PH) e produtividade em kg
ha
-1
(PROD) de 81 genótipos de milho em Gurupi TO, safra 2008/2009
F.V.
G.L.
Quadrado médio
AP
AE
DESP
P100S
PH
PROD
Genótipo
80
483,1**
252,8**
20,2**
40,3**
9,1**
2971909,2**
Resíduo
64
182,6
100,2
7,9
15,5
5,3
862791,5
Média
199
113
44
32
70
5648
CV (%)
6,8
9,2
6,6
13,5
3,3
17,7
Eficiência do Látice (%)
100,2
102,7
103,1
112,3
100,3
106,9
* e ** significativo a 5 e 1% de probabilidade respectivamente pelo teste F,
ns
não significativo.
16
2.5.2 Altura de plantas e altura de espiga
Com relação à altura de espiga (Tabela 2), a linhagem 134-1-1 apresentou o maior
valor, (135 cm), juntamente com os 56 genótipos que formaram o grupo das maiores médias
de altura. Vinte genótipos formaram o segundo grupo estatístico, com médias intermediárias e
quatro linhagens formaram o grupo de menores médias de altura de espiga, sendo as linhagens
153-1; 80-1; 118-2-2 e 68-1.
Em altura de plantas, (Tabela 2) as linhagens 134-1-1 e 68-2-1 apresentaram as
maiores alturas de plantas, com 233 cm, porém não diferindo com outros 56 genótipos, que
apresentaram-se no grupo de maiores médias de altura de plantas. Dezenove genótipos
apresentaram-se no grupo de médias intermediárias e quatro linhagens (153-1, 68-1, 118-2-2 e
67-2-1) no grupo de menores médias de altura de espiga.
Importante observar ainda que dentro dos 25 genótipos com maiores alturas de
plantas, apenas três são genótipos comerciais, sendo eles: DSS-CAMPEÃO, DKB 390 e BG-
9619. Melo et al. (2004) afirmam que maiores estatura das plantas promovem o aumento na
produção de massa verde, importante característica com relação a cultivares voltadas ao uso
na produção de silagem. Portanto os genótipos estudados possuem potencial produtivo
forrageiro, já que esta característica é correlacionada com a produtividade de massa verde.
Por outro lado, plantas de porte alto o mais suscetíveis ao acamamento e
quebramento e plantas de porte baixo além da menor suscetibilidade a estes problemas,
possuem melhor eficiência à mecanização durante a colheita (NASCIMENTO et al., 2003).
Outro fato inerente ao porte reduzido das plantas é a possibilidade de uma semeadura em
densidades populacionais mais altas, e maior resistência ao estresse hídrico (SEIFERT et al.
2006). Assim, segundo Lurders (2003) a seleção de genótipos de milho de porte baixo,
justifica-se pela busca de uma planta cuja arquitetura permita maior resistência ao
acamamento e maior adaptação à colheita mecânica.
As linhagens 153-1; 118-2-2 e 68-1 que apresentaram as menores médias de altura de
espiga também apresentaram as menores alturas de plantas, concordando com Santos et al.
(2002) e Miranda et al. (2003) que afirmam existir uma correlação positiva e significativa
entre estas variáveis.
Alvarez et al. (2006) também observaram que a altura de espiga está correlacionada
com a altura de planta, completando que alturas de espiga elevada promovem maior
disposição ao acamamento e quebramento de plantas, principalmente em altas densidades
populacionais.
17
Tabela 2 Valores médios de altura de plantas em cm (AP) e altura de espiga em cm (AE) de
81 genótipos de milho em Gurupi TO, safra 2008/2009
Genótipo
AE
AP
Genótipo
AE
AP
134-1-1
135 a
233 a
73-1
113 a
202 a
68-2-1
127 a
233 a
55-2
119 a
202 a
VERM. F1
125 a
224 a
134-4-1B
124 a
202 a
134-4-2
129 a
222 a
DSS-1001
117 a
201 a
55-1-3
127 a
219 a
707S0
108 b
201 a
68-1-1
128 a
218 a
AS-1577
123 a
200 a
29-1-2
124 a
215 a
65-1-3
116 a
200 a
65-1-1
130 a
215 a
153-2
114 a
200 a
29-2
122 a
215 a
73-3-1
100 b
200 a
12
112 a
214 a
2B587
105 b
198 a
BG-9619
122 a
213 a
33-1-1
121 a
198 a
134-2-1
123 a
212 a
118-1-1V
115 a
198 a
118-1-1
123 a
212 a
118-1
120 a
198 a
38-1-1
127 a
212 a
111-1-9
113 a
197 a
73-3-2
121 a
212 a
33-1-2
113 a
196 a
118-1-2
125 a
211 a
20A06
114 a
195 a
113-1
115 a
211 a
AS-1596
109 b
194 a
DSS-CAMP.
111 a
211 a
113-2
108 b
192 b
38-1-2
117 a
211 a
8-1-2
99 b
192 b
12-1
121 a
211 a
73-2
102 b
192 b
73-1-1
115 a
210 a
118-2-1
111 a
191 b
127
120 a
210 a
AS - 1535
110 a
191 b
38-2-1
124 a
210 a
6K-7216
116 a
189 b
118-2
116 a
208 a
111-2
100 b
189 b
134-3-1
106 b
208 a
134-3-2
93 b
188 b
DKB-390
125 a
208 a
67-1-1
99 b
186 b
12 PV HIB
128 a
208 a
67-1-2
99 b
185 b
65-2
114 a
208 a
68-2
100 b
185 b
65-1-2
121 a
206 a
134-1
107 b
184 b
96-1-2
115 a
206 a
67-1
104 b
183 b
8-1-1
124 a
206 a
65-1-3
103 b
180 b
AL BAND.
123 a
206 a
134-3
104 b
179 b
8
113 a
206 a
96-1-1
116 a
178 b
111-1-1
115 a
206 a
65-2-2
105 b
176 b
IMPACTO
122 a
204 a
80-1
80 c
176 b
68-1-2
115 a
204 a
55-1-2
97 b
175 b
65-2-1
123 a
204 a
67-2-1
99 b
163 c
73-1-2
116 a
204 a
118-2-2
87 c
162 c
111M
127 a
204 a
68-1
87 c
152 c
29-1-1
128 a
203 a
153-1
67 c
147 c
55-2-1
113 a
203 a
Média
113
199
Grupo de médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de
agrupamento de Scott e Knott (1974).
18
2.5.3 Comprimento e diâmetro de espiga
A característica comprimento de espiga (Tabela 3) mesmo apresentando diferença
significativa 0,05), não apresentou diferença entre as médias dos genótipos pelo teste de
agrupamento de Scott e Knott (1974). Porém houve variação nas médias de 180 mm na
linhagem 29-1-2 a 106 mm na linhagem 134-3. Dentre os 30 genótipos que apresentaram os
maiores valores de comprimento de espigas, cinco são cultivares comerciais, indicando que os
genótipos do Programa de Melhoramento de Milho da UFT possuem características
favoráveis a competição com os genótipos atualmente disponíveis no comercio.
De acordo com Palhares (2003), o comprimento de espiga varia de tamanho em
função do espaçamento entre linhas, da densidade populacional e da cultivar. Dourado-Neto
et al. (2003) concluem que essa diferença se deve a características genéticas do material.
Carpentieri-Pípolo et al. (2002) notaram diferença significativa do comprimento de
espigas em relação aos diferentes genótipos de milho, e atribui essa diferença devido a
avaliação de genótipos com grande variabilidade entre si. No presente trabalho, mesmo com
uma grande variação nas médias (58%) esta diferença não ocorreu, resultado oposto ao
encontrado no trabalho de Carpentieri-Pípolo et al. (2002).
Mesmo apresentando diferença significativa pelo teste F (p0,01), as médias de
diâmetro de espigas dos genótipos (Tabela 3) não foram diferentes pelo teste Scott e Knott
(1974). As médias de diâmetro de espigas oscilaram de 33,5 mm na linhagem 134-1 a 51,3
mm na linhagem 67-1. Dentre os 30 genótipos de maiores diâmetros de espigas, oito são
cultivares comerciais, demonstrando proporcionalmente, uma superioridade das cultivares
comerciais nessa variável, porém com presença dos genótipos do Programa de Melhoramento
de Milho da UFT indicando que estes podem ser equivalentes aos cultivares utilizados
comercialmente.
19
Tabela 3 - Valores médios de comprimento de espiga em mm (COMP) e diâmetro de espiga
em mm (DESP) de 81 genótipos de milho em Gurupi TO, safra 2008/2009
Genótipo
COMP
DESP
Genótipo
COMP
DESP
67-1
138 a
51,3 a
AS - 1535
155 a
44,3 a
DKB-390
154 a
49,7 a
38-2-1
140 a
44,3 a
DSS-CAMP.
147 a
49,7 a
65-2-1
157 a
44,2 a
118-2
150 a
49,5 a
29-2
149 a
44,1 a
2B587
137 a
49,5 a
38-1-2
139 a
44,0 a
118-2-1
141 a
49,5 a
8-1-2
133 a
43,8 a
AS-1596
148 a
49,2 a
65-2-2
134 a
43,8 a
134-3-1
159 a
49,0 a
VERM. F1
161 a
43,5 a
68-2-1
160 a
48,6 a
29-1-1
171 a
43,5 a
134-2-1
156 a
48,3 a
118-1-1V
131 a
43,5 a
IMPACTO
154 a
48,2 a
707S0
139 a
43,3 a
111M
144 a
48,1 a
65-1-3
165 a
43,2 a
73-1
163 a
47,8 a
8-1-1
140 a
43,2 a
118-1-2
172 a
47,6 a
AS-1577
156 a
43,1 a
29-1-2
180 a
47,5 a
67-2-1
124 a
43,1 a
127
140 a
47,5 a
118-1-1
141 a
43,0 a
68-1-2
159 a
47,0 a
113-1
161 a
42,5 a
20A06
137 a
46,5 a
73-1-1
175 a
42,5 a
BG-9619
160 a
46,3 a
73-3-1
153 a
42,3 a
DSS-1001
159 a
46,2 a
AL BAND.
154 a
42,3 a
134-1-1
143 a
46,0 a
118-2-2
128 a
42,3 a
55-2-1
157 a
46,0 a
33-1-1
154 a
42,2 a
65-1-1
175 a
45,8 a
73-2
137 a
42,1 a
38-1-1
139 a
45,8 a
96-1-1
162 a
41,7 a
12
154 a
45,7 a
153-1
136 a
41,7 a
73-3-2
161 a
45,6 a
111-2
127 a
41,6 a
68-1-1
141 a
45,3 a
65-1-3
157 a
41,5 a
12-1
131 a
45,3 a
68-2
134 a
41,5 a
67-1-1
120 a
45,3 a
153-2
155 a
41,3 a
55-1-2
134 a
45,2 a
113-2
170 a
41,2 a
73-1-2
148 a
45,1 a
67-1-2
118 a
40,6 a
12 PV HIB
151 a
45,0 a
8
136 a
40,6 a
6K-7216
147 a
44,8 a
111-1-1
159 a
40,5 a
55-1-3
149 a
44,8 a
33-1-2
137 a
40,3 a
111-1-9
139 a
44,8 a
55-2
130 a
40,0 a
65-2
133 a
44,6 a
68-1
115 a
40,0 a
118-1
157 a
44,6 a
80-1
136 a
39,1 a
134-3
106 a
44,6 a
134-4-1B
125 a
36,8 a
65-1-2
155 a
44,5 a
134-3-2
109 a
34,2 a
134-4-2
166 a
44,5 a
134-1
114 a
33,5 a
96-1-2
145 a
44,3 a
Média
146
44,3
Grupo de médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de
agrupamento de Scott e Knott (1974).
20
2.5.4 Peso de 100 sementes, peso hectolítrico e produtividade
O peso de 100 sementes (Tabela 4) apresentou dois grupos estatísticos, sendo 44
genótipos no grupo com as maiores médias e 37 genótipos no grupo menores dias. Dentre
o grupo e maiores médias, nove cultivares comerciais, e dentro do grupo das menores
médias as cultivares comerciais são: AL BANDEIRANTE; 6K-7216 e BG-9619. A linhagem
12-PV-HIB apresentou o maior peso de 100 sementes, com 45,2 g, e a linhagem 134-1
apresentou a menor média, com 16,8 g.
A avaliação do peso de 100 sementes é importe para que se possa calcular a
quantidade de sementes a ser utilizada em um plantio comercial e por esta característica ser
correlacionada positivamente com produtividade de grãos, podendo esta característica ser
utilizada para seleção visando o aumento da produtividade (MIRANDA et al., 2003).
Segundo Marcos Filho et al. (1987), o peso de 100 sementes é um dado importante
que pode nos dar ideia a respeito da qualidade das sementes, bem como fornecer informações
que facilitam o cálculo para semeadura e regulagens de semeadeiras. Carvalho e Nakagawa
(2000) afirmam que sementes de maior tamanho são as que normalmente foram melhor
nutridas durante seu desenvolvimento, apresentando também maiores densidades, por este
motivo, estas são as que possuem normalmente embriões bem formados, maiores quantidades
de reserva e potencialmente mais vigorosas.
Câmara (2007) avaliou o peso de 100 sementes e apresentou valor de 31,4 g,
indicando que para plantio de um hectare é necessário aproximadamente 17 kg de sementes
comerciais. No presente trabalho, para a linhagem 12-PV-HIB que apresentou a maior média
de peso de 100 sementes, com 45,2 g necessitaria de aproximadamente 25 kg de sementes
para o plantio de um hectare, enquanto para o genótipo de menor peso de 100 sementes seria
necessário pouco mais de 9 kg considerando uma população de 55 mil plantas ha
-1
.
O peso hectolítrico (Tabela 4) apresentou dois grupos estatísticos, representado por
48 genótipos no grupo de maiores médias, com nove cultivares comerciais, e no grupo com
menores médias, por 33 genótipos, dos quais, 3 são cultivares comerciais. As médias do grupo
dos genótipos com menores médias de 63,4 kg hl
-1
, para a linhagem 134-1 a 69,7 kg hl
-1
para
a linhagem 134-1-1, e a variação nos grupos dos genótipos de maiores médias foi de 70 kg hl
-
1
para a linhagem 67-2-1 a 74,6 kg hl
-1
para a cultivar BG-9619.
Segundo Vieira et al. (1998) e Trindade et al. (2006), o peso hectolítrico é um
conceito utilizado como parâmetro de qualidade na comercialização do produto e no
dimensionamento de silos secadores, depósitos e sistemas de transporte, assim Luna e Klein
21
(2001) afirmam que o peso hectolítrico situa-se em torno de 78 kg hl
-1
, variando de acordo
com o tipo de grão, sendo que o valor encontrado nesta pesquisa foi de 70,1 kg hl
-1
.
Carvalho e Nakagawa (2000) afirmam que sementes maiores e de maiores
densidades possuem melhor qualidade, apresentando maior vigor. Marcos Filho et al. (1987)
afirmam ainda que o peso hectolítrico é uma característica varietal, e varia de acordo com as
condições de clima e solo, adubação, maturidade da semente, incidência de pragas e doenças,
grau de umidade entre outras, concluindo que as sementes de melhor qualidade são aquelas
que obtiverem maiores peso hectolítrico, portanto os genótipos do grupo de maiores médias
de peso hectolítrico apresentam melhor qualidade.
A produtividade (Tabela 4) média dos genótipos foi 5648 kg ha
-1
. Esta característica
apresentou três grupos estatísticos, sendo que 43 genótipos se encontram no grupo das
maiores médias. Neste grupo, dez genótipos são genótipos comerciais, e a linhagem 118-1-2
apresentou a maior produtividade, com 8382 kg ha
-1
, superior a todos os híbridos comerciais
avaliados.
As cultivares IMPACTO; AS-1577; 20A06 e DKB-390 e as linhagens VERMF1; 29-
1-2; 113-1; 54-2-1; 38-1-1; 12; 134-4-2; 29-1-1; 73-1-2; 55-1-3; 111-1-9 e 73-1 apresentaram-
se no grupo de maiores médias de todas as características, indicando que estas linhagens são
promissores para o desenvolvimento de novos genótipos comerciais voltados para o uso nas
condições edafoclimáticas do Sul do Estado do Tocantins.
Vinte e sete genótipos se encontram no segundo grupo estatístico, com
produtividades variando de 4128 a 5512 kg ha
-1
. Neste grupo, dois genótipos são comerciais,
sendo a variedade AL BANDEIRANTE e o híbrido AS-1535. No terceiro grupo, 11
genótipos com as menores médias em relação aos demais, com produtividades variando de
1868 a 4128 kg ha
-1
, a linhagem 134-3-2 de menor produtividade, com 1868 kg ha
-1
. A média
dos genótipos que se encontram no grupo de menores produtividade é de 3366 kg ha
-1
.
As linhagens 153-1; 118-2-2 e 68-1 que apresentaram as menores altura de planta,
também está no grupo que apresentou a menor produtividade, concordando com Santos et al.
(2002) que afirmam existir correlação significativa e positiva entre altura de planta e
produtividade, e este também com altura de espiga, 0,50 e 0,68 respectivamente.
Nascimento et al. (2003), que também correlacionaram as características de altura de
planta com altura de espiga, produtividade e floração, e observou alta correlação de altura de
planta com produtividade.
22
Tabela 4 - Valores médios de peso de 100 sementes em g (P100S), peso hectolítrico em kg hl
-
1
(PH) e produtividade kg ha
-1
(PROD) de 81 genótipos de milho em Gurupi TO, safra
2008/2009
Genótipo
P100S
PH
PROD
Genótipo
P100S
PH
PROD
118-1-2
40,7 a
68,8 b
8382 a
153-2
29,9 b
68,9 b
5695 a
AS-1596
34,2 a
71,0 a
7753 a
73-1
34,4 a
71,6 a
5646 a
IMPACTO
37,1 a
72,2 a
7744 a
29-2
33,3 a
71,6 a
5512 b
134-2-1
37,2 a
66,3 b
7742 a
8-1-1
30,4 b
72,2 a
5482 b
BG-9619
30,0 b
74,6 a
7733 a
8-1-2
30,3 b
70,3 a
5474 b
AS-1577
40,6 a
72,1 a
7613 a
118-2-1
31,0 b
71,5 a
5393 b
118-2
39,2 a
68,3 b
7406 a
73-3-1
33,8 a
74,3 a
5376 b
2B587
39,1 a
67,2 b
7369 a
68-1-1
27,6 b
72,1 a
5316 b
67-1
35,8 a
66,5 b
7308 a
111M
34,4 a
69,1 b
5276 b
VERM. F1
36,5 a
70,0 a
7185 a
AL BAND.
30,7 b
71,2 a
5192 b
134-3-1
33,2 a
71,1 a
7045 a
55-1-2
31,1 b
70,4 a
5178 b
134-1-1
33,4 a
69,7 b
6985 a
55-2-1
33,2 a
72,1 a
5173 b
68-1-2
35,5 a
69,1 b
6961 a
38-1-2
34,1 a
71,0 a
5121 b
29-1-2
38,1 a
73,3 a
6935 a
12-1
31,6 b
69,0 b
5121 b
65-1-1
28,6 b
70,8 a
6909 a
33-1-2
34,6 a
70,2 a
5114 b
6K-7216
30,3 b
70,5 a
6900 a
707S0
25,0 b
69,4 b
5045 b
68-2-1
40,3 a
66,1 b
6822 a
118-1-1V
33,7 a
69,3 b
5030 b
65-1-2
35,5 a
68,7 b
6817 a
65-2
30,0 b
72,0 a
5027 b
33-1-1
31,5 b
71,6 a
6677 a
67-1-2
29,5 b
71,6 a
4962 b
65-1-3
31,1 b
66,5 b
6660 a
73-2
29,6 b
74,3 a
4949 b
113-1
34,3 a
72,3 a
6622 a
8
24,0 b
71,0 a
4836 b
65-2-1
34,4 a
71,4 a
6516 a
AS-1535
38,4 a
70,5 a
4751 b
73-1-1
31,8 b
68,2 b
6480 a
65-2-2
29,1 b
71,1 a
4715 b
20A06
35,3 a
70,7 a
6444 a
67-2-1
34,6 a
70,0 a
4700 b
DKB-390
36,9 a
71,8 a
6420 a
38-2-1
41,0 a
69,4 b
4690 b
118-1-1
34,4 a
69,4 b
6377 a
118-1
31,1 b
72,1 a
4582 b
38-1-1
36,3 a
72,4 a
6342 a
73-3-2
35,5 a
66,3 b
4486 b
12
34,5 a
70,1 a
6319 a
111-2
32,5 a
71,9 a
4457 b
DSS-1001
37,5 a
66,1 b
6266 a
67-1-1
29,7 b
69,4 b
4431 b
134-4-2
34,7 a
70,1 a
6210 a
68-2
27,4 b
68,0 b
4128 c
113-2
33,7 a
70,4 a
6158 a
55-2
26,1 b
72,2 a
3980 c
29-1-1
32,5 a
72,0 a
6139 a
111-1-1
32,1 b
67,2 b
3935 c
73-1-2
33,7 a
72,5 a
5932 a
134-3
26,5 b
68,3 b
3906 c
96-1-2
31,0 b
72,0 a
5890 a
153-1
30,3 b
68,0 b
3901 c
96-1-1
30,8 b
72,7 a
5884 a
134-4-1B
25,2 b
67,0 b
3672 c
55-1-3
35,3 a
70,2 a
5882 a
80-1
25,1 b
70,5 a
3364 c
12 PV HIB
45,2 a
69,2 b
5874 a
118-2-2
25,7 b
67,2 b
3266 c
DSS-CAMP.
38,9 a
68,2 b
5824 a
68-1
22,1 b
69,2 b
2680 c
65-1-3
27,2 b
68,1 b
5781 a
134-1
16,8 b
63,4 b
2336 c
111-1-9
35,1 a
71,6 a
5720 a
134-3-2
27,3 b
73,2 a
1868 c
127
30,0 b
67,6 b
5703 a
Média
32,6
70,1
5648
Grupo de médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de
agrupamento de Scott e Knott (1974).
Os quatro genótipos do grupo de menores médias quanto a altura de espiga, também
apresentam-se no grupo de menor produtividade, concordando com Santos et al. (2002) que
afirmam que há correlação entre altura de espigas e produtividade.
23
Mesmo aqueles genótipos que se encontram no grupo de menor produtividade, e que
apresentam outras características de interesse no melhoramento, podem servir como fonte de
variabilidade, não sendo necessário o descarte, sendo as linhagens 55-2; 111-1-1; 134-3; 134-
4-1B e 80-1, pois ainda apresentam conformidade com a produtividade média do Estado do
Tocantins, considerando que a média do Estado é de 3158 kg ha
-1
segundo CONAB (2010).
2.6 Conclusões
As linhagens 118-1-2; 134-2-1; 118-2; VERMF1; 134-1-1; 68-1-2; 29-1-2; 68-2-1;
65-1-2; 113-1; 65-2-1; 118-1-1; 38-1-1; 12; 134-4-2; 29-1-1; 73-1-2; 55-1-3; 12 PV HIB;
111-1-9 e 73-1 apresentam um conjunto de características favoráveis a produção de grãos
podendo utiliza-los no desenvolvimento de novos genótipos comerciais para as condições do
Sul do Estado do Tocantins.
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26
3 CAPITULO II
POTENCIAL DE USO IN NATURA E SANIDADE DE LINHAGENS DE MILHO UFT
EM TOP CROSS
3.1 Resumo
Através da avaliação de características secundárias do milho, que tem baixo custo e rápida
mensuração e que estejam correlacionadas de maneira positiva com a produtividade, se ganha
eficiência no programa de melhoramento. O presente trabalho teve o objetivo de avaliar
linhagens em top cross, nas condições edafoclimáticas do Sul do Estado do Tocantins. Os
tratamentos foram constituídos de 69 híbridos top cross obtidos de cruzamentos de linhagens
S
6
com um testador constituído de uma massa de grãos em igual proporção das linhagens
utilizadas nas combinações híbridas e 12 cultivares comerciais como testemunhas, totalizando
81 tratamentos. Foram avaliadas: empalhamento, formato da espiga, alinhamento de fileiras,
cor da coroa, tipo de grão, cor do sabugo, severidade das doenças de maior ocorrência sob
condição de infestação natural e o ataque de lagartas sob infestação natural aos 36 dias após o
plantio. As condições climáticas durante a execução do experimento favoreceram o
desenvolvimento da e cultura e das doenças. Assim conclui-se as linhagens 134-2-1; 29-1-1;
134-3; 67-1; 118-2-1; 134-3-1; 73-3-2 e 118-2 possuem o conjunto de características mais
favoráveis para a comercialização in natura das espigas sendo adequado para o
desenvolvimento de genótipos comerciais para essa finalidade. A avaliação das linhagens em
top cross pelas características secundárias permitiu distinguir os genótipos quanto sua aptidão
comercial e as linhagens do Programa de Melhoramento de Milho da UFT diferem quanto a
sanidade, podendo-se utilizar estes genótipos para obter resistência às doenças no milho.
PALAVRAS-CHAVE: Zea mays L., Avaliação de linhagens, Melhoramento vegetal.
27
3.2 Abstract
POTENTIAL USE IN NATURA AND SANITY OF CORN INBREED LINES IN TOP
CROSS
Through the evaluation of secondary characteristics of corn that is inexpensive and rapid
measurement and is positively correlated with productivity, efficiency is gained in breeding
program. This study aimed to evaluate inbreed lines in top cross, in the south of Tocantins
State. The treatments consisted of 69 top cross hybrids obtained by crossing inbreed lines S6
with tester and 12 commercial cultivars, totaling 81 treatments. The following characteristics
were evaluated; stuffing, shape of the spike, alignment of ranks, grain color, grain type, color
of the cob, severity of the diseases most frequent under natural infestation and, caterpillars
attack under natural infestation at 36 days after planting. Climatic conditions during the
execution of the experiment favored the development of disease and crop. So conclude the
genotypes 134-2-1; 29-1-1; 134-3; 67-1; 118-2-1; 134-3-1; 73-3-2 e 118-2 have the set of
characteristics most favorable to in natura marketing and is suitable for the development of
commercial genotypes for this purpose. The evaluation of inbreed lines in top cross by
secondary characteristics allowed possible differ genotypes for their commercial purpose and
the inbreed lines belongs to UFT Corn Breeding Program differ as secondary characteristics
and sanity, may use these genotypes for get disease resistance in corn.
KEYWORDS: Zea mays L., Inbreed lines evaluation, Plant breeding.
28
3.3 Introdução
Considerando que 60% da produção de alimento do mundo advêm da produção de
cereais (MÉDICI et al., 2009), o milho tem papel importante, principalmente pelo alto valor
nutritivo dos grãos e de planta, para fim de ensilagem (DEMINICIS et al., 2009; PANZIANI
et al., 2009).
A cultivar escolhida é uma das tecnologias que afetam a produtividade da cultura do
milho (VON PINHO et al., 2009). Contundo existem fatores que afetam de maneira negativa
a produtividade do milho como o ataque de pragas, por exemplo, a lagarta do cartucho (LIMA
et al., 2009), e também o ataque de doenças, como a mancha branca (GUIMARÃES et al.,
2009) e a cercosporiose (BRITO et al., 2007).
A ferrugem e a mancha de curvulária são doenças que atacam a cultura do milho, no
entanto a última ainda não possui importância nacional (FANCELLI e DOURADO NETO,
2003).
Os programas de melhoramento buscam avaliar genótipos de milho numa região
específica, e por fim lançar os genótipos mais promissores, nesta região e não simplesmente
introduzir genótipos produtivos de outras regiões (RIBEIRO et al., 2000).
Dentro de qualquer programa de melhoramento de plantas é a competente seleção
dos genitores, que formarão o novo híbrido (RODRIGUES et al., 2009). A seleção de
linhagens promissoras numa dada região, pode ser feita eficientemente por meio da avaliação
de híbridos top cross (PATERNIANI et al., 2006; FERREIRA et al., 2009), onde se utilizada
testadores na avaliação das linhagens (RIBEIRO et al., 2000).
Nesse método, ocorre diminuição de esforços nas polinizações manuais feitas quando
se emprega o dialelo completo (PATERNIANI et al., 2006), fazendo com que o programa de
melhoramento seja mais rápido e objetivo, pois são excluídas as linhagens inferiores
(NURMBERG et al., 2000). Ponto importante também é a formação de novas combinações
gênicas através da hibridação (SOUSA, 2002), as quais podem ser utilizadas para formação de
novas populações.
Outra maneira de se ganhar tempo em programas de melhoramento é através da
avaliação de características secundárias do milho, que tem baixo custo e rápida mensuração,
porém desde que estejam correlacionadas de maneira positiva com a produtividade (DURÃES
et al., 2004).
De acordo com Pereira Filho e Cruz (2002), as características consideradas
importantes na comercialização in natura de espiga de milho são o tipo de grão, tamanho e
29
formato de espigas, coloração do sabugo e grau de empalhamento. Assim além da
produtividade tais características devem ser avaliadas na identificação de genótipos
superiores, as quais ainda são pouco observadas (PEREIRA FILHO, 2002).
Em um programa de melhoramento além da produtividade de grãos e características
estabilizadoras de produção (resistência a pragas e doenças, altura de planta e espiga,
resistência ao acamamento, dentre outras), o estudo das características secundárias do milho,
pelo fato de apresentar baixo custo e rápida mensuração são considerados importantes na
comercialização in natura de milho, tais como formato de espiga, alinhamento de fileiras de
grão na espiga, tipo e cor do grão, cor de sabugo, empalhamento entre outras.
Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar linhagens de milho em top cross quanto a
sanidade e potencial de uso in natura, nas condições do Sul do Estado do Tocantins.
3.4 Material e métodos
O experimento foi instalado em área experimental no município de Gurupi - TO, no
dia 11 de  de longitude O e altitude
de 280 m. Os tratamentos foram constituídos de 69 híbridos top crosses obtido de cruzamento
de linhagens S
6
com um testador que foi constituído de uma massa de grãos em igual
proporção das linhagens utilizadas nas combinações híbridas e 12 cultivares como
testemunha, totalizando 81 tratamentos.
O delineamento experimental utilizado foi Látice 9 x 9 com duas repetições. O
espaçamento utilizado foi 0,9 m entre linha e as parcelas constaram de duas linhas de quatro
metros lineares, sendo de área útil da parcela utilizado três metros centrais por linha.
Na instalação do experimento, foi utilizado o sistema de preparo de solo tipo
convencional, com uma gradagem. O plantio das sementes e a adubação no sulco foram feitas
manualmente. A adubação de plantio foi realizada utilizando 400 kg ha
-1
de 5-25-15+0,5% Zn
de NPK. Plantou-se o milho na parcela a fim de obter 55 mil plantas ha
-1
. A adubação de
cobertura foi realizada aos 25 e 45 dias após o plantio com 60 kg ha
-1
de N em cada aplicação
utilizando com fonte sulfato de amônio. Os tratos culturais foram realizados de acordo com as
recomendações técnicas da cultura.
As seguintes características foram avaliadas; empalhamento avaliação do grau de
empalhamento das espigas, sendo dada a nota 1 para baixo grau de empalhamento (pode ver a
espiga), nota 2 para médio grau de empalhamento (cobre a espiga parcialmente) e nota 3 para
alto grau de empalhamento (cobre a espiga completamente); formato da espiga sendo as
30
notas 1 para formato de espiga cônica, nota 2 para formato cônica/cilíndrica e nota 3 para
formato cilíndrico; alinhamento de fileiras sendo as notas 1 para alinhamento reto, nota 2
para alinhamento levemente curvado, nota 3 para alinhamento em espiral e nota 4 para
alinhamento irregular; cor da coroa do grão nota 1 para cor branca, 2 para cor branca
amarelada, 3 para cor amarela, 4 para cor amarela alaranjada, 5 para cor alaranjada, 6 para cor
vermelha alaranjada, 7 para cor vermelha e 8 para cor vermelha escura; tipo de grão sendo a
nota 1 para duro, nota 2 para semi-duro, nota 3 para semi-dentado e nota 4 para dentado; cor
do sabugo nota 1 para cor branca, nota 2 para cor rosada, nota 3 para cor vermelha e nota 4
para cor roxa.
O ataque de lagartas foi avaliado através da escala de notas de 1 a 5 (1- folha sem
dano; 2 folha raspada; 3 - folha rasgada; 4 - folha raspada e rasgada e 5 (cartucho
destruído) (POLANCZIK, 2004) aos 36 dias após o plantio correspondendo ao estádio
fenológico de seis folhas totalmente desenroladas utilizando-se dez plantas por parcela.
A severidade das doenças de maior ocorrência sob condição de infestação natural foi
avaliada em cinco datas com intervalo médio de sete dias, com o auxílio da escala proposta
pela Agroceres (1996). As notas de severidade desta escala variam de 1 a 9 onde 1 = 0%; 2 =
1%; 3 = 2,5%; 4 = 5%; 5 = 10%; 6 = 25%; 7 = 50%; 8 = 75% e 9 = >75% de área foliar
lesionada, considerando a severidade média da doença em todas as plantas da parcela. Através
das notas, foi calculada a área abaixo da curva de progresso das doenças (AACPD), conforme
a equação de Campbell e Madden (1990):



onde,
Ni é a 
Ni+1 é a nota de severidade referente à avaliação sub
Tm é o intervalo de tempo em dias entre as duas avaliações.
Para a análise dos dados foi realizado a análise de variância para todas as
características e aplicado o teste de agrupamento de Scott e Knott (1974) para as
características AACPD da mancha de curvulária e helmintosporiose. Nas demais
características os genótipos foram agrupados de acordo com as características de cada nota.
31
3.5 Resultados e discussão
3.5.1 Análise de variância
Pela análise de variância, não houve diferença para a característica alinhamento de
fileiras (Tabela 1). Para as características formato da espiga e empalhamento houve diferença
 0,05). Nas demais características, os genótipos apresentaram diferença
estatística pelo teste F (p0,01) em área abaixo da curva de progresso da doença mancha de
curvulária e da doença mancha de helmintosporiose, cor da coroa do grão, tipo de grão, cor do
sabugo e ataque de lagartas.
Tabela 1 Resumo da análise de variância de formato de espiga (FORM), alinhamento de
fileiras (ALF), cor da coroa (COR), tipo de grão (TG), cor do sabugo (CORS), ataque de
lagartas (LAGARTA) e empalhamento (EMP), área abaixo da curva de progresso de doenças
(AACPD) mancha de curvulária (CURV) e mancha de helmintosporiose (HELM) de 81
genótipos de milho em Gurupi TO, safra 2008/2009
F.V.
G.L.
Quadrado médio
FORM
ALF
COR
TG
CORS
EMP
LAGARTA
CURV
HELM
Genótipo
80
0,29
*
0,31
ns
0,71
**
0,90
**
0,12
**
0,25
*
0,40
**
501,61
**
611,89
**
Resíduo
64
0,17
0,31
0,15
0,25
0,04
0,16
0,14
234,76
135,84
CV (%)
19,4
22,7
10,6
27,6
19,3
16,5
16,6
15,3
12,3
Eficiência do Latice (%)
100,1
88,6
100,2
98
101,2
104,8
110,8
161,4
142,1
* e ** significativo a 5 e 1% de probabilidade respectivamente pelo teste F;
ns
, não significativo.
3.5.2 Formato de espiga
Com relação ao formato da espiga (Tabela 2), a maioria dos genótipos avaliados
apresentou espigas com tendência de formato de cônico/cilíndrico a cilíndrico, com notas de
1,6 a 2,4, com 57 genótipos integrando este grupo. As linhagens 134-3-2; 73-3-1; 73-1-1; 68-
1; 111-1-1 e 134-1 e o genótipo comercial DKB-390 apresentam notas variando de 1,0 a 1,5,
caracterizando formato cônico, sendo que os formatos cônico e cônico/cilíndrico não são
adequados para a comercialização de espigas de milho verde segundo Pereira Filho e Cruz
(2002).
As linhagens 67-1; 134-2-1; 118-2-1; 29-1-1; 134-3-1; 153-2; 65-2; 134-3; 33-1-1;
134-1-1 e 118-2 e os genótipos comerciais AS-1535; DSS-1001; AS-1506; 2B587; AS-1577 e
6K-7216 foram classificados com formato cilíndrico, com notas variando de 2,5 a 3,0 e que
de acordo com Pereira Filho e Cruz (2002) é o formato mais aceito na comercialização de
milho verde.
32
Tabela 2 Grupos de formato de espiga em 81 genótipos de milho em Gurupi TO, safra
2008/2009
Nota
Genótipo
1,0 a 1,5
134-3-2, 73-3-1, 73-1-1, 68-1, DKB-390, 111-1-1, 134-1
1,6 a 2,4
BG-9619, 20A06, 65-1-3, 65-2-1, 113-2, 111-1-9, 127, 118-1-1V, 111-M, 8-1-2, 68-1-1, 153-1, 8,
DSS-CAMPEÃO, 113-1, 134-4-2, 38-2-1, AL BAND., IMPACTO, 68-2, 8-1-1, 12-1, 67-1-1, 73-1-
2, 65-2-2, 68-1-2, 118-1-1, 118-2-2, 707-0, 55-1-3, 73-2, 67-2-1, 12PVH, 73-1, 38-1-1, 65-1-1, 73-
3-2, 118-1, 67-1-2, 96-1-1, 118-1-2, 96-1-2, 68-2-1, VERMF1, 29-2, 134-4-1B, 65-1-3, 80-1, 29-1-
2, 33-1-2 , 38-1-2, 55-1-2, 55-2, 111-2, 12, 65-1-2, 55-2-1
2,5 a 3,0
67-1, AS-1535, 134-2-1, 118-2-1, 29-1-1, 134-3-1, DSS-1001, AS-1506, 2B587, AS-1577, 6K-
7216, 153-2, 65-2, 134-3, 33-1-1, 134-1-1, 118-2
Nota 1 formato cônico, nota 2 formato cônico/cilíndrico e nota 3 formato cilíndrico.
3.5.3 Alinhamento de fileiras
O alinhamento de fileiras (Tabela 3) caracterizado como alinhamento em espiral,
apresentou 26 genótipos, com notas variando de 2,5 a 3,4, e 53 genótipos apresentaram notas
variando de 1,6 a 2,4, caracterizando alinhamento de fileiras levemente curvado. As linhagens
que apresentaram notas variando de 1,0 a 1,5 foram 33-1-1 e 73-3-2, sendo considerados
genótipos com alinhamento de fileiras retilíneo sendo esta uma característica desejável na
comercialização de espigas in natura.
Santos et al. (2005) relatam a possibilidade de seleção indireta de espigas de maior
comprimento, escolhendo-se espigas que apresentam alinhamento de fileiras retilíneo. No
presente trabalho, dois genótipos avaliados apresentou alinhamento de fileiras reto, sendo
possível a seleção indireta de genótipos com comprimento de espiga maior por meio desta
característica. Na avaliação de genótipos de milho na produção de milho verde, a seleção de
espigas maiores em diâmetro e comprimento é devido a preferência consumidor por espigas
com tais aspectos (ALBUQUERQUE et al., 2008).
Tabela 3 Grupos de alinhamento de fileiras em 81 genótipos de milho em Gurupi TO,
safra 2008/2009
Nota
Genótipo
1,0 a 1,5
33-1-1, 73-3-2
1,6 a 2,4
73-2, 118-1-1V, 12-1, 12PVH, 55-2, 111-1-1, 65-2-1, 73-3-1, 96-1-1, 80-1, 73-1-2, 134-4-2, 29-1-2,
134-1-1, 118-2-2 , BG-9619, 153-1, 118-2-1, 111-M, 65-2-2, AL BAND., AS-1506, AS-1577, 134-
4-1B, 55-1-2, DKB-390, 2B587, 707-0, 68-2, 127, 134-1, 113-1, 65-2, 38-1-2, 38-1-1, 65-1-1, 67-1,
67-1-1, 118-1, 118-1-2, 12, 96-1-2, 113-2, 65-1-2, 29-2, 118-2, DSS-1001, 6K-7216, AS-1535, 65-
1-3, 29-1-1, 55-2-1, VERMF1
2,5 a 3,4
20A06, 68-1, 134-3-2, 67-2-1, 68-1-1, 38-2-1, 8-1-1, 153-2, 33-1-2 , DSS-CAMPEÃO, 134-3-1, 68-
2-1, IMPACTO, 67-1-2, 73-1-1, 68-1-2, 55-1-3, 8-1-2, 134-3, 73-1, 111-2, 65-1-3, 8, 118-1-1, 111-
1-9, 134-2-1
Nota 1 alinhamento reto, nota 2 alinhamento levemente curvado, nota 3 alinhamento em espiral e nota 4
alinhamento de fileiras irregular.
33
3.5.4 Cor da coroa
A cor da coroa (Tabela 4) apresentou as linhagens 8-1-1; 153-1; 29-1-2; 111-M; 55-
1-2 e 33-1-2 com notas variando de 4,5 a 5,4, caracterizando cor alaranjada. Com notas
variando de 3,5 a 4,4, 49 genótipos apresentaram cor caracterizada como amarelo alaranjada.
Com notas variando de 2,5 a 3,4, 24 genótipos apresentaram cor correspondente a cor amarela
e ainda as linhagens 134-4-1B e 134-1 apresentaram notas de 1,6 a 2,4, caracterizando cor
branca amarelada. Segundo Rodrigues et al. (2009) na comercialização de espigas de milho in
natura, é preferível que a coloração seja de creme a amarela clara, portanto os 26 genótipos
com notas variando de 1,6 a 3,4 são adequados para a comercialização de espigas para o
consumo in natura com base na cor de grãos.
Outro ponto importante encontrado por Albuquerque et al. (2008), foi o maior tempo
de comercialização de milho verde, quando a coloração do grão tende coloração clara. Ainda,
segundo estes autores, tal característica é imprescindível na avaliação de cultivares de milho
na produção de milho verde, devido que para a aceitação do produto ao consumidor, estes
devem atender as exigências de mercado de forma rigorosa.
No entanto, grãos que apresentam outras colorações são utilizados em outros setores
da indústria, como a de frangos de corte e galinhas de postura, que visando a obtenção de
frangos com pele e pernas amarelas e ovos com gema amarela-laranja, preferem grãos com
coloração amarela-laranja (OLIVEIRA et al., 2007). Neste contexto, os genótipos que
apresentam notas de 3,5 a 5,4 se enquadram nesse perfil, com 55 genótipos de coloração
amarelo alaranjado a alaranjado.
Tabela 4 Grupos de cor da coroa de 81 genótipos de milho em Gurupi TO, safra
2008/2009
Nota
Genótipo
1,6 a 2,4
134-4-1B, 134-1
2,5 a 3,4
DSS-1001, AS-1506, IMPACTO, 127, VERMF1, 134-4-2, 29-2, 118-2-1, 38-1-1, 134-3-1, 2B587,
AS-1535, 134-3, 111-1-1, 68-1-1, 67-1, 65-1-3, 118-2-2, 118-1-1V, 65-1-1, 134-3-2, 68-1-2, 29-1-
1, 38-2-1
3,5 a 4,4
113-1, 12PVH, 67-1-2, 118-1-2, 20A06, 55-1-3, 65-2-1, 111-2, 111-1-9, 67-2-1, 33-1-1, 118-1, 73-
3-1, 65-1-2, 8, 707-0, 8-1-2, 68-1, 73-1, 96-1-1, 73-1-2, 113-2, 118-1-1, 134-1-1, BG-9619, 6K-
7216, 73-2, 73-1-1, 73-3-2, 65-2, 38-1-2, 67-1-1, 68-2-1, 65-2-2, DKB-390, AS-1577, 68-2, 55-2,
12, 96-1-2, 80-1, DSS-CAMPEÃO, AL BAND., 153-2, 12-1, 65-1-3, 55-2-1, 134-2-1, 118-2
4,5 a 5,4
8-1-1, 153-1, 29-1-2, 111-M, 55-1-2, 33-1-2
Nota 1 cor branca, nota 2 - cor branca amarelada, nota 3 - cor amarela, nota 4 - cor amarela alaranjada, nota 5 -
cor alaranjada, nota 6 - cor vermelha alaranjada.
34
3.5.5 Tipo de grão
Com relação ao tipo de grão (Tabela 5), 41 genótipos apresentaram notas de 1,0 a
1,5, caracterizando tipo de grão duro. Notas variando de 1,6 a 2,4 caracterizam grãos de tipo
semi-duro, com 26 genótipos apresentando este tipo de grão.
As linhagens 134-4-1B; 73-1; 67-1; 134-1; 68-1-2; 73-3-2; 12PVH; 29-2; VERMF1;
38-2-1 e 118-2 e o genótipo comercial DSS-1001 apresentaram notas variando de 2,5 a 3,4, o
qual caracteriza tipo de grão semi-dentado e os genótipos 134-2-1 e 2B587 apresentam notas
de 3,5 a 4,0, caracterizando grãos de tipo dentado. De acordo com as exigências dos
consumidores de milho verde, descrito por Pereira Filho e Cruz (2002) e Oliveira et al.
(2007), os genótipos com grãos tipo dentado, são mais aceitos para consumo in natura,
portanto os 14 genótipos com grãos tipo dentado e semi-dentado são adequados para o
desenvolvimento de genótipos comerciais com a finalidade de uso de consumo in natura.
No entanto, o setor moageiro, segundo Oliveira et al. (2007), é preferível a utilização
de grãos mais densos, ou seja grãos do tipo duro e semi-duro, pelo motivo de resultarem
maiores rendimentos, assim os 67 genótipos classificados como grãos de tipo duro e semi-
duro podem ser utilizados para o desenvolvimento de genótipos voltados a produção de grãos.
Oliveira et al. (2007) observaram ainda que genótipos de milho com grãos de tipo
dentado normalmente possuem coloração amarela, sendo características correlacionadas.
Portanto a seleção de genótipos visando o consumo in natura pelo tipo grão dentado irá
selecionar por consequência grãos de coloração amarela, sendo ambas as características
desejáveis para tal finalidade.
Estes resultados indicam a possibilidade de obter diferentes aptidões de uso dos
genótipos de milho do Programa de Melhoramento de Milho da UFT com relação ao tipo de
grãos, a partir de híbridos top cross.
Tabela 5 Grupos de tipo de grão de 81 genótipos de milho em Gurupi TO, safra
2008/2009
Nota
Genótipo
1,0 a 1,5
29-1-2, DKB-390, AS-1506, 707-0, 12-1, 8-1-2, 38-1-2, 33-1-1, 111-2, 134-3-2, 73-1-1, AL
BAND., BG-9619, 153-2, 113-1, 65-2, 65-1-3, 65-2-1, 67-1-2, 65-1-3, 65-1-2, 111-1-9, 67-1-1, 118-
1, 96-1-1, 65-2-2, 20A06, 127, 73-2, 55-1-2, 96-1-2, 80-1, 8, 134-1-1, 55-2-1, AS-1535, 55-1-3, 8-
1-1, 111-1-1, 153-1, 33-1-2
1,6 a 2,4
134-3-1, 134-3, 68-2-1, 118-2-1, 68-1-1, 118-1-1V, 134-4-2, DSS-CAMPEÃO, IMPACTO, 29-1-1,
118-1-2, 118-2-2 , AS-1577, 6K-7216, 68-1, 73-3-1, 38-1-1, 111-M, 55-2, 65-1-1, 73-1-2, 118-1-1,
68-2, 67-2-1, 12, 113-2
2,5 a 3,4
134-4-1B, 73-1, 67-1, 134-1, 68-1-2, 73-3-2, 12PVH, 29-2, DSS-1001, VERMF1, 38-2-1, 118-2
3,5 a 4,0
134-2-1, 2B587
Nota 1 tipo duro, nota 2 tipo semi-duro, nota 3 tipo semi-dentado e nota 4 tipo dentado.
35
3.5.6 Cor de sabugo
Na coloração do sabugo (Tabela 6) o genótipo 65-1-1 apresentou nota entre 2,5 a 3,4,
o que caracteriza cor de sabugo vermelho e as linhagens 118-2 e 29-1-2 apresentaram notas
entre 1,6 a 2,4, caracterizando cor de sabugo rosado. Com exceção dos genótipos citados, os
genótipos apresentaram notas entre 1,0 a 1,5, sendo correspondente a cor branca. Segundo
Pereira Filho e Cruz (2002) a cor de sabugo ideal indicada para a comercialização in natura é
a cor branca. Portanto, no caso dessa característica ser utilizada como eliminatória, apenas
três genótipos poderiam ser descartados. Melo et al. (2001) avaliando a capacidade
combinatória em híbridos comerciais de milho, também encontraram diferenças estatísticas
entre os genótipos, quanto a coloração do sabugo.
Tabela 6 Grupos de cor de sabugo de 81 genótipos de milho em Gurupi TO, safra
2008/2009
Nota
Genótipo
1,0 a 1,5
AL BAND., 111-M, 38-1-1, 73-3-1, 73-3-2, 65-2-1, 153-2, 134-3, 118-1-1, DSS-CAMPEÃO, DSS-
1001, BG-9619, DKB-390, 20A06, AS-1506, 2B587, AS-1577, 6K-7216, IMPACTO, AS-1535,
707-0, 55-1-3, 68-2, 127, 73-2, 134-4-1B, 118-1-1V, 118-2-1, 134-1, 67-2-1, 8-1-1, 12-1, 113-1, 65-
2, 8-1-2, 38-1-2, 12PVH, 65-1-3, 68-1, 55-1-2, 33-1-1, 55-2, 73-1, 111-1-1,68-1-1, 67-1, 111-2,
134-3-2, 67-1-1, 118-1, 29-1-1, 153-1, 67-1-2, 96-1-1, 65-1-3, 118-1-2, 12, 96-1-2, 68-2-1, 80-1,
VERMF1, 73-1-1, 73-1-2, 113-2, 65-2-2, 68-1-2, 134-4-2, 8, 65-1-2, 134-1-1, 111-1-9, 33-1-2 , 29-
2, 55-2-1, 38-2-1, 134-3-1, 134-2-1, 118-2-2
1,6 a 2,4
118-2, 29-1-2
2,5 a 3,4
65-1-1
Nota 1 cor branco, nota 2 cor rosado, nota 3 cor vermelho e nota 4 cor roxo.
3.5.7 Empalhamento da espiga
Quanto às notas de grau de empalhamento da espiga (Tabela 7), a linhagem 113-2
apresentou baixo grau de empalhamento, com nota ente 1,0 e 1,5. Com notas entre 1,6 a 2,4,
21 genótipos apresentaram notas entre 1,6 a 2,4, sendo equivalente a grau de empalhamento
médio. Com notas entre 2,5 a 3,0, 59 genótipos apresentaram alto grau de empalhamento das
espigas, sendo esta característica desejável não para genótipos voltados para o consumo in
natura, como também para produção de grãos secos.
Pereira et al. (2000) relatam que espigas com maior grau de empalhamento das
espigas foram menos atacadas por H. zea, relatam ainda que a compressão da palha também é
uma característica que influencia ao ataque de lagartas, sendo que normalmente espigas com
maior grau de empalhamento também apresentam melhor compressão da palha.
36
Além de proteger contra pragas, o bom empalhamento, ou alto, também protege os
grãos da radiação solar, evitando o secamento rápido e trincamento do endosperma
(MIRANDA et al., 2003). Dessa maneira é recomendável, num programa de melhoramento
buscar selecionar genótipos que possuam bom empalhamento, preservando assim melhor
qualidade dos grãos para o consumo in natura.
Tabela 7 Grupos de grau de empalhamento da espiga de 81 genótipos de milho em Gurupi
TO, safra 2008/2009
Nota
Genótipo
1,0 a 1,5
113-2
1,6 a 2,4
2B587, 55-2, 65-2-2, 29-1-2, 55-2-1, AS-1535, 67-1, 73-1-2, 73-1, 73-3-1, 67-2-1, 134-3, 68-1, 111-
2, 118-1, 29-1-1, 153-1, 80-1, 65-1-1, 68-2, 8
2,5 a 3,0
DKB-390, AS-1577, 134-1, 12-1, 8-1-2, 38-1-2, 12PVH, 65-1-3, 38-1-1, 68-1-1, 73-3-2, 65-2-1, 65-
1-3, 118-1-1, VERMF1, 73-1-1, 134-1-1, 111-1-9, 118-2-2 , DSS-1001, BG-9619, 20A06, 134-4-
1B, 8-1-1, 55-1-2, 118-1-2, 134-4-2, 65-1-2, 29-2, 38-2-1, 118-2, 73-2, 33-1-1, AL BAND., 6K-
7216, IMPACTO, 707-0, 118-1-1V, 118-2-1, 111-M, 65-2, 111-1-1, 96-1-1, 12, 134-3-1, DSS-
CAMPEÃO, AS-1506, 55-1-3, 127, 153-2, 113-1, 134-3-2, 67-1-1, 67-1-2, 96-1-2, 68-2-1, 68-1-2,
33-1-2 , 134-2-1
Nota 1 grau de empalhamento baixo, nota 2 grau de empalhamento médio e nota 3 grau de empalhamento
alto.
3.5.8 Ataque de lagarta
As linhagens 65-1-3; 65-1-2 e 33-1-2 apresentaram notas de ataque de lagarta
(Tabela 8) de 1,0 a 1,5, correspondendo a folhas sem dano. Com notas 1,6 a 2,4, 33 genótipos
apresentam-se no grupo com folhas raspadas, e 45 genótipos com notas variando de 2,5 a 3,5,
correspondendo a folhas rasgadas.
Tabela 8 Grupos de ataque de lagarta de 81 genótipos de milho em Gurupi TO, safra
2008/2009
Nota
Genótipo
1,0 a 1,5
65-1-3, 65-1-2, 33-1-2
1,6 a 2,4
65-2, 134-2-1, 118-1, 80-1, DSS-CAMPEÃO, AL BAND., 134-4-1B, 65-2-1, 73-3-1, 134-1-1, 111-
1-9, DSS-1001, BG-9619, 118-1-1V, 73-1-1, 118-1-1, 2B587, 29-1-2, 55-1-3, 127, IMPACTO, 12-
1, 134-3, 55-2-1, AS-1577, 118-1-2, 20A06, 134-1, 111-2, 8, AS-1535, 153-1, 29-2
2,5 a 3,5
111-1-1, 68-1-1, 73-2, 68-1, 55-2, 67-1-1, 73-1-2, 134-3-2, VERMF1, 55-1-2, 113-2, 68-1-2, 67-2-
1, 8-1-2, 73-1, 96-1-1, 12, 65-2-2, 73-3-2, 707-0, 67-1-2, 29-2, 96-1-2, 8-1-1, 33-1-1, 118-2-2, 38-1-
2, 65-1-1, DKB-390, AS-1506, 113-1, 134-4-2, 38-2-1, 6K-7216, 12PVH, 65-1-3, 68-2-1, 68-2,
153-2, 67-1, 29-1-1, 134-3-1, 118-2-1, 38-1-1, 111-M, 118-2
Nota 1 folha sem dano, nota 2 folha raspada, nota 3 folha rasgada, nota 4 folha raspada e rasgada e nota 5
cartucho destruído.
Pereira et al. (2000) não encontraram correlação entre o nível de dano ocasionado
pela lagarta do cartucho nas características de plantas, afirmando que as causas de resistência
37
do milho a essa praga pode estar relacionada a mecanismos de antibiose presentes na região
do cartucho das plantas.
Portanto as linhagens 65-1-3; 65-1-2 e 33-1-2 são os que apresentaram melhor
tolerância ao ataque de lagartas, podendo serem utilizados como fonte de genes de resistência
a ataque de lagarta em programas de melhoramento.
3.5.9 AACPD da mancha de curvulária e helmintosporiose
Na avaliação da severidade da mancha de curvulária (Tabela 9), os genótipos foram
divididos em dois grupos estatísticos pelo teste de agrupamento Scott e   
0,05). O grupo dos genótipos com as maiores médias de AACPD da curvulária apresentam 33
genótipos, com médias de AACPD variando de 140,7 a 177,2. O grupo de menores médias de
AACPD apresenta 48 genótipos, com médias variando de 98,7 a 139,2.
Os genótipos mais contrastantes foram a linhagem 134-1-1, com área abaixo da
curva de progresso de 177,2, sendo a linhagem com a maior área. O genótipo comercial
AS1596 apresentou a menor área abaixo da curva de progresso (98,75). Segundo Brito et al.
(2007), quanto maior a AACPD, ou seja a severidade da doença, menor poderá ser a
produtividade de grãos, e consequentemente, maior o dano causado pelo patógeno. Assim,
pode-se utilizar a AACPD como característica de seleção de genótipos que poderão ser mais
produtivos, e consequentemente mais tolerantes as doenças de maior ocorrência numa
determinada região.
Com relação à mancha de helmintosporiose, foram formados quatro grupos
estatísticos (Tabela 9), indicando maior variabilidade entre híbridos top cross para esta
doença, em relação a curvulária. O primeiro grupo, sendo o de maior média, apresenta apenas
a linhagem 67-2-1, com AACPD de 208,5. O segundo grupo apresentou cinco genótipos, com
AACPD variando de 155,2 a 161,0. O terceiro grupo apresentou AACPD variando de 144,5 a
124,5, com 29 genótipos presentes neste grupo. O quarto grupo, sendo o grupo de menores
valores de AACPD possui 46 genótipos, com médias variando de 123,0 a 80,7.
A linhagem 67-2-1 foi o que apresentou maior área abaixo da curva de progresso,
com 208,5 e o genótipo IMPACTO com 80,75, apresentou a menor área.
Os genótipos que apresentaram-se nos grupos inferiores das doenças podem ser
classificados como tolerantes segundo Brito et al. (2007), sendo que 34 genótipos
apresentaram-se inferiores em ambas as doenças avaliadas, sendo as linhagens 134-4-2; 68-1;
29-1-1; 55-1-2; 134-3; 65-1-1; 65-1-2; 55-2-1; 65-2; 29-1-2; 134-3-1; 111-1-9; 8-1-1; 68-1-1;
38
118-1-2; 65-1-3; 8; 55-2; 73-3-2; 73-1; 65-2-1 e 8-1-2; e todos genótipos comerciais
utilizados como testemunha.
Tabela 9 Valores médios de área abaixo da curva de progresso da mancha de
Helmintosporiose (HELM) e curvulária (CURV) de 81 genótipos de milho em Gurupi TO,
safra 2008/2009
Genótipo
HELM
CURV
Genótipo
HELM
CURV
134-1-1
119,0 d
177,2 a
68-1-1
113,5 d
135,2 b
68-2-1
121,0 d
175,5 a
118-1-2
111,5 d
133,2 b
12
146,0 c
175,0 a
65-1-3
108,2 d
133,2 b
707-0
119,0 d
173,7 a
8
106,5 d
132,0 b
118-1-1V
129,7 c
171,5 a
55-2
119,2 d
131,7 b
153-1
128,0 c
169,7 a
127
133,5 c
131,5 b
96-1-1
159,2 b
168,5 a
BG-9619
113,7 d
131,5 b
134-1
108,0 d
168,2 a
VERMF1
139,2 c
130,0 b
65-1-3
133,2 c
164,7 a
111-1-9
115,2 d
129,7 b
118-2-2
131,7 c
163,0 a
8-1-1
123,0 d
129,7 b
134-4-1B
119,2 d
159,0 a
118-2-1
137,5 c
128,0 b
134-2-1
126,5 c
157,2 a
65-2
111,7 d
127,7 b
113-1
117,0 d
157,2 a
29-1-2
91,75 d
126,5 b
55-1-3
121,0 d
155,5 a
134-3-1
102,7 d
126,2 b
67-1-2
134,2 c
155,2 a
118-1
143,2 c
126,2 b
73-1-1
142,5 c
152,0 a
12 PVH
126,0 c
126,2 b
68-1-2
128,0 c
151,7 a
6K-7216
122,7 d
126,0 b
96-1-2
137,5 c
150,2 a
65-1-2
110,0 d
124,7 b
38-2-1
126,7 c
150,0 a
2B587
113,7 d
124,7 b
73-1-2
108,5 d
150,0 a
AS-1577
102,5 d
124,5 b
80-1
144,5 c
150,0 a
55-2-1
108,0 d
124,2 b
38-1-1
124,5 c
149,7 a
33-1-1
124,7 c
124,2 b
12-1
133,7 c
149,7 a
113-2
128,0 c
122,5 b
29-2
128,2 c
148,2 a
AL BAND.
117,0 d
122,2 b
73-2
124,2 c
148,0 a
DSS-CAMP.
111,7 d
122,2 b
67-1-1
157,5 b
146,5 a
118-1-1
128,5 c
120,7 b
38-1-2
102,7 d
146,5 a
55-1-2
108,2 d
118,7 b
73-3-1
155,2 b
146,2 a
20A06
122,7 d
118,7 b
111-1-1
121,0 d
146,2 a
134-3
113,5 d
116,7 b
153-2
128,2 c
144,2 a
65-1-1
110,0 d
115,2 b
68-2
157,5 b
142,2 a
111-2
128,2 c
115,0 b
134-3-2
102,2 d
141,0 a
AS-1535
90,0 d
115,0 b
33-1-2
119,2 d
140,7 a
DKB-390
106,5 d
113,2 b
134-4-2
109,7 d
139,2 b
73-3-2
112,0 d
111,7 b
111-M
161,0 b
138,7 b
73-1
82,5 d
108,2 b
67-2-1
208,5 a
137,5 b
65-2-1
108,0 d
104,5 b
118-2
124,5 c
137,2 b
DSS-1001
97,0 d
104,0 b
67-1
135,2 c
137,0 b
8-1-2
102,5 d
102,5 b
68-1
120,5 d
137,0 b
IMPACTO
80,7 d
100,5 b
65-2-2
126,0 c
135,5 b
AS-1596
82,5 d
98,75 b
29-1-1
98,75 d
135,2 b
Média
121,6
137,0
Grupo de médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de
agrupamento de Scott e Knott (1974).
39
Figura 1 - Dados climáticos de Gurupi - TO no período de dezembro de 2008 a abril de 2009.
Segundo Vaz de Melo et al. (2010), a severidade da mancha de curvulária é
favorecida essencialmente pela umidade relativa acima de 60%, com chuvas bem distribuídas
e também por temperaturas noturnas em torno de 14 °C. Portanto, as temperaturas durante o
período do experimento (Figura 1) foram acima de 20 °C e precipitações constantes,
favorecendo as condições ao desenvolvimento da doença.
Com relação a helmintosporiose, Pinto (2003) afirma que o desenvolvimento da
doença se em temperaturas próximo a 27 °C e alta umidade relativa do ar, condições estas
que ocorreram durante o período em que o experimento esteve a campo, favorecendo portanto
o desenvolvimento desta doença.
3.6 Conclusões
As linhagens 134-2-1; 29-1-1; 134-3; 67-1; 118-2-1; 134-3-1; 73-3-2 e 118-2
possuem o conjunto de características mais favoráveis para a comercialização in natura das
espigas sendo adequado para o desenvolvimento de genótipos comerciais para essa finalidade.
A avaliação das linhagens em top cross pelas características secundárias permitiu
distinguir os genótipos quanto sua aptidão comercial.
As linhagens do Programa de Melhoramento de Milho da UFT diferem quanto a
sanidade, podendo-se utilizar estes genótipos para obter resistência às doenças no milho.
40
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43
4 CAPITULO III
DESEMPENHO AGRONÔMICO DE GENÓTIPOS DE MILHO UFT VISANDO
CONSUMO IN NATURA NO SUL DO ESTADO DO TOCANTINS
4.1 Resumo
A disponibilidade de cultivares destinadas à produção de milho verde é escassa, sendo
necessário o desenvolvimento de novos híbridos apropriados para esse segmento. O
experimento foi instalado em Gurupi - TO, no dia 25 de abril de 2009. Os tratamentos foram
constituídos de 158 famílias de meios irmãos de milho e duas cultivares comerciais como
testemunha. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualisados com quatro
repetições sendo avaliadas: comprimento de espiga, diâmetro de espiga, formato da espiga,
alinhamento de fileiras, cor da coroa do grão, tipo de grão, peso de 100 sementes e
produtividade de grãos. Houve diferenciação dos genótipos para todas as características e para
todas as variáveis genótipos com características desejáveis no mercado visando o consumo
in natura. Assim, conclui-se que os genótipos 01-5; 02-1; 02-2; 02-3; 02-4; 10-5; 25-1; 32-1 e
34-4 são os que reúnem o conjunto de características mais favoráveis para o desenvolvimento
de genótipos comerciais voltados para o consumo in natura, além de que os genótipos do
programa de melhoramento de Milho da UFT possuem potencial produtivo e podem ser
utilizados para o desenvolvimento de cultivares voltados para uso nas condições
edafoclimáticas do Sul do Estado do Tocantins. Os genótipos possuem variabilidade para ser
explorada nos programas de melhoramento visando diferentes aptidões comerciais.
PALAVRAS-CHAVE: Zea mays L. Milho verde. Melhoramento genético.
44
4.2 Abstract
AGRONOMIC PERFORMANCE OF UFT CORN GENOTYPES AIMING IN
NATURA CONSUMPTION IN SOUTH OF TOCANTINS STATE
The availability of cultivars for green corn production is very scarce, so there is need to
develop new hybrid appropriate for that segment. The experiment was planted in Gurupi -
TO, on April 25, 2009. The treatments were 158 half-sib families and two cultivars as control.
The experimental design was randomized block with four replications, were evaluated: ear
length, ear diameter, ear format, alignment of rows, crown color of grain, grain type, 100 seed
weight and grain yield. There was a differentiation of genotypes for all characteristics except
alignment row, and for all variables there are genotypes with desirable characteristics on
market for in natura consumption. Thus, conclude that the genotypes 01-5; 02-1; 02-2; 02-3;
02-4; 10-5; 25-1; 32-1 and 34-4 have the aggregate of favorable characteristics for
development of commercial genotypes for in natura consumption, besides the corn genotypes
of UFT breeding program have yield potential and can be used to cultivars development for
use in Tocantins conditions. The evaluated genotypes have variability for exploration in
breeding programs those wich aim different commercials uses.
KEYWORDS: Zea mays L. Green corn. Genetic breeding.
45
4.3 Introdução
O milho (Zea mays L.) é largamente cultivado e consumido em todos os continentes,
com produção de cerca de 600 milhões de toneladas, inferior ao trigo e arroz. Os Estados
Unidos, China e Brasil são os maiores produtores mundiais (OLIVEIRA et al., 2009). A
produtividade brasileira tem crescido sistematicamente, passando de 1665 kg ha
-1
, em 1980, a
3600 kg ha
-1
, em 2009 (CONAB, 2010).
No milho verde, o grão é a parte consumida diretamente e utilizada na elaboração de
pratos tradicionais na culinária, sendo que o consumidor prefere espigas de maior
comprimento. Por esse motivo, esses atributos são considerados na comercialização do milho
em consumo in natura ou em indústria de enlatados (PINHO et al., 2008).
O consumo de milho verde sempre foi tradição no Brasil, sendo comum à
comercialização tanto do milho verde na forma de espigas ou grãos enlatados e como de seus
subprodutos (pamonha, curau e suco) (RODRIGUES et al., 2009).
A disponibilidade de cultivares destinadas à produção de milho verde é muito
escassa, havendo a necessidade de se desenvolverem novos híbridos apropriados à esse
segmento. Em 2007, somente nove cultivares foram recomendadas à produção de milho
verde, dentre 275 cultivares de milho disponíveis à comercialização no Brasil (CRUZ e
PEREIRA FILHO, 2007).
A aparência do produto destinado à alimentação humana é de fundamental
importância a sua comercialização e exerce grande influência na aceitação do produto
(ALBUQUERQUE et al., 2008). Por isso é importante a utilização de características visuais,
em programas de melhoramento aliado ao baixo custo e rápida mensuração, e que de
preferência correlacionam com a produtividade (DURÃES et al., 2004).
O estudo da aceitação do produto pelo consumidor é parte crucial no processo de
desenvolvimento e melhoramento, cabendo ao melhorista utilizar tal recurso a fim de
investigar a potencialidade do novo produto advindo do melhoramento genético (OLIVEIRA
JÚNIOR et al., 2006), ressalta-se ainda, que as cultivares ao consumo de milho verde devem
apresentar endurecimento lento, espigas grandes e com bom empalhamento, sabugo branco,
grãos amarela do tipo dentado, com alinhamento retilíneo.
Portanto a escolha do germoplasma é parte fundamental e decisiva e qualquer
programa de melhoramento de plantas, quer seja no desenvolvimento de variedades, na
utilização em híbridos ou em estudos básicos, podendo inclusive influir significativamente no
sucesso ou no fracasso da seleção (ARAÚJO e NASS, 2002).
46
De maneira geral, as populações podem ser menos produtivas que os cultivares
comerciais. Entretanto, essas populações são importantes por constituírem fonte de
variabilidade genética que podem ser exploradas na busca por genes tolerantes e/ou
resistentes aos fatores bióticos e abióticos (ARAÚJO e NASS, 2002). Além de explorar
nichos de mercado específicos com o desenvolvimento de genótipos de milho verde ao
consumo in natura.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho agronômico de 158 famílias de
meios irmãos de milho visando o consumo in natura no Sul do Estado do Tocantins.
4.4 Material e métodos
Foi instalado um experimento na área experimental no município de Gurupi - TO,
em 25 de abril de 2009, 
m. Os tratamentos foram constituídos de 160 genótipos, sendo 158 famílias de meios irmãos
obtidas do Programa de Melhoramento de Milho da Universidade Federal do Tocantins e duas
cultivares como testemunha (BR 106 população de polinização aberta e AS1522 híbrido
simples).
O delineamento experimental utilizado foi blocos casualisados com quatro
repetições. As parcelas constaram de duas linhas de quatro metros lineares espaçadas de 0,9 m
entre linha, sendo de área útil três metros centrais da parcela.
Na instalação do experimento, foi utilizado o sistema de preparo de solo tipo
convencional, com gradagem e nivelamento da área. O plantio das sementes e a adubação no
sulco foram realizadas manualmente. A adubação de plantio foi realizada utilizando 400 kg
ha
-1
de 5-25-15+0,5% Zn de NPK. Plantou-se o milho na parcela a fim de obter 55 mil plantas
ha
-1
. A adubação de cobertura foi realizada dia 23/05/2009 com 100 kg ha
-1
de N.
Os tratos culturais foram realizados de acordo com as recomendações técnicas da
cultura (FANCELLI e DOURADO NETO, 2000).
As seguintes características foram avaliadas: comprimento de espiga comprimento
em milímetros da base ao ápice da espiga; diâmetro de espiga diâmetro da parte mediana da
espiga em milímetros; formato da espiga sendo as notas 1 para formato de espiga cônica,
nota 2 para formato cônica/cilíndrica e nota 3 para formato cilíndrico; alinhamento de fileiras
sendo as notas 1 para alinhamento reto, nota 2 para alinhamento levemente curvado, nota 3
para alinhamento em espiral e nota 4 para alinhamento irregular; cor da coroa do grão nota 1
para cor branca, 2 para cor branca amarelada, 3 para cor amarela, 4 para cor amarela
47
alaranjada, 5 para cor alaranjada, 6 para cor vermelha alaranjada, 7 para cor vermelha e 8 para
cor vermelha escura; tipo de grão sendo a nota 1 para duro, nota 2 para semi-duro, nota 3
para semi-dentado e nota 4 para dentado; peso de 100 sementes peso, em gramas, de
amostras de 100 grãos, corrigido para 13% de umidade e produtividade de grãos que foi
obtido pela pesagem dos grãos debulhados, em kg parcela
-1
, corrigido para 13% de umidade e
posteriormente convertidos os valores para kg ha
-1
.
Na análise dos dados de comprimento de espiga, diâmetro de espiga, peso de 100
sementes e produtividade foi realizado através de análise de variância e aplicado o teste de
agrupamento de Scott e Knott (1974) a 5% de probabilidade, quando ocorreram diferenças
significativas pelo teste F. Os dados de formato de espiga, alinhamento de fileiras, cor da
coroa e tipo de grão foi submetido à análise de variância e os genótipos agrupado de acordo
com notas de cada característica.
4.5 Resultados e discussões
4.5.1 Análise de variância
Houve diferença significativa pelo teste F (Tabela 1) para todas as características
avaliadas, sendo que apenas a característica alinhamento de fileiras com diferença a 5% de
probabilidade, e as demais com diferença a 1% de probabilidade, indicando que as
características avaliadas são adequadas para descriminar os genótipos.
Tabela 1 Análise de variância de comprimento de espiga (COMP), diâmetro de espiga
(DESP), formato de espiga (FORM), alinhamento de fileiras (ALIN), cor da espiga (COR),
tipo de grão (TIPO), peso de 100 sementes (P100S) e produtividade (PROD) de 160 genótipos
de milho em Gurupi TO, 2009
FV
GL
Quadrado médio
FORM
ALIN
COR
TIPO
COMP
DESP
P100S
PROD
Genótipo
159
0,41**
0,59*
0,65**
0,59**
602,6**
35,9**
44,6**
1825676**
Repetição
3
5,31
3,19
3,59
0,4
876,3
188,4
84,4
6101603
Resíduo
477
0,25
0,44
0,21
0,3
398,3
12,3
18,9
928828
C.V. (%)
-
21,7
32,7
12,7
37,0
12,9
7,8
14,8
20,9
* e ** significativo a 5 e 1% de probabilidade respectivamente pelo teste F.
4.5.2 Alinhamento de fileiras
Os genótipos foram separados em três grupos de notas de alinhamento de fileiras dos
grãos (Tabela 3), com os genótipos 03-3; 19-6; 08-2; 11-2; 10-6; 18-6; 19-3; 01-1; 30-2; 36-1;
01-6 e 31-3 apresentando notas de 1 a 1,5 para esta característica, correspondendo a
48
alinhamento de fileiras retilíneo. Outros 128 genótipos apresentaram notas variando de 1,6 a
2,4, caracterizando alinhamento de fileiras levemente curvado, e 20 genótipos com notas
variando de 2,5 a 3,5, que corresponde a alinhamento de fileiras em espiral.
Os consumidores de milho verde tem preferencia por espigas com alinhamento de
fileiras retilíneo. Tal característica é observada nos genótipos que possuem notas entre 1 a 1,5,
sendo portanto genótipos promissores ao desenvolvimento de cultivares comerciais voltado ao
mercado de milho verde.
Tabela 2 Grupos de alinhamento de fileiras em 160 genótipos de milho em Gurupi TO,
2009
Notas
Genótipo
1 a 1,5
03-3, 19-6, 08-2, 11-2, 10-6, 18-6, 19-3, 01-1, 30-2, 36-1, 01-6, 31-3
1,6 a 2,4
33-6, 15-6, 18-2, 7-3, 22-4, 32-4, 03-6, 25-4, 24-1, 25-1, 10-4, 10-1, 12-3, 13-1, 15-1, 32-1, 19-4, 30-
5, 30-1, 03-5, 20-4, 11-1, 21-3, 12-2, 28-6, 03-2, 25-6, 27-4, 31-2, 32-6, 33-5, 33-2, 32-2, 06-3, 07-1,
36-2, 28-1, 31-1, 18-1, 24-3, 30-6, 21-5, 21-6, AS1522, 12-1, 35-6, 01-5, 28-5, 03-4, 33-1, 27-3, 27-
1, 32-5, 34-3, 12-6, 02-3, 20-3, 15-3, 12-5, 19-1, 01-4, 18-3, 33-3, 16-2, 18-4, 34-6, 03-1, 19-2, 02-4,
28-3, 07-2, 14-2, 15-2, 01-3, 21-2, 22-1, 22-3, 06-2, 05-3, 05-2, 29-1, 02-2, 16-6, 12-4, 15-5, 25-5,
15-4, 20-5, 27-2, 02-6, 26-1, 22-5, 08-3, 34-4, 19-5, 17-1, 33-4, 16-1, 01-2, 04-1, BR106, 14-1, 35-3,
34-5, 34-2, 35-2, 35-1, 10-5, 10-3, 30-3, 28-2, 24-2, 11-3, 25-3, 30-4, 10-2, 18-5, 08-1, 06-1, 26-3,
23-1, 16-3, 21-4, 25-2, 16-5, 35-4, 16-4, 22-2
2,5 a 3,5
34-1, 29-2, 32-3, 20-6, 28-4, 09-2, 22-6, 26-2, 05-1, 23-2, 35-5, 02-5, 09-1, 21-1, 20-1, 27-5, 09-3,
20-2, 02-1, 17-2
Nota 1 alinhamento reto, nota 2 alinhamento levemente curvado, nota 3 alinhamento em espiral e nota 4
alinhamento de fileiras irregular.
Santos et al. (2005) relatam a possibilidade de seleção indireta de espigas de maior
comprimento, escolhendo-se espigas que apresentam alinhamento de fileiras retilíneo.
Portanto esta característica pode ser utilizada de forma indireta para selecionar genótipos com
espigas maiores que são adequadas para o comércio do milho verde, que são características
correlacionadas. Na avaliação de genótipos de milho na produção de milho verde, a seleção
de espigas maiores em diâmetro e comprimento é devido a preferência consumidor por
espigas com tais aspectos (ALBUQUERQUE et al., 2008).
4.5.3 Formato de espiga
Na característica formato de espiga (Tabela 3), os genótipos 21-4; AS1522; 34-2;
BR106 e 06-1 apresentaram notas variando de 1 a 1,6, oque corresponde a formato de espiga
cônico. Com notas variando de 1,7 a 2,4, 98 genótipos apresentaram formato de espiga
cônico/cilíndrico e 57 genótipos apresentaram notas variando de 2,5 a 3,0, caracterizando
formato de espiga cilíndrico.
49
Os cultivares comerciais, AS1522 e BR106 apresentaram formato cônico, o qual,
segundo Pereira Filho e Cruz (2002) não é uma característica desejável para atender a
indústria de envasamento e o uso in natura. Moraes (2010) cita que o formato de espiga ideal
para tal fim seria o formato cilíndrico. Considerando tal característica, os 57 com as notas
variando de 2,5 a 3,0 possuem formato de espigas adequado à comercialização de espigas
para milho verde.
Tabela 3 Grupos de formato de espiga em 160 genótipos de milho em Gurupi TO, 2009
Notas
Genótipo
1 a 1,6
21-4, AS1522, 34-2, BR106, 06-1
1,7 a 2,4
23-1, 17-2, 30-5, 29-2, 30-3, 28-1, 05-1, 05-2, 22-2, 34-4, 22-5, 12-6, 27-3, 31-1, 30-6, 21-1, 22-1,
12-1, 28-2, 20-5, 18-5, 19-4, 19-3, 27-5, 27-4, 19-2, 22-3, 10-3, 10-5, 20-6, 23-2, 27-1, 08-3, 10-2,
25-5, 29-1, 11-2, 12-3, 33-4, 34-3, 35-4, 30-1, 12-2, 10-6, 05-3, 15-1, 19-5, 01-2, 35-2, 35-3, 03-4,
21-6, 10-4, 01-3, 35-1, 33-3, 34-1, 33-5, 01-1, 32-5, 33-2, 24-1, 18-2, 19-6, 15-3, 16-1, 15-6, 21-2,
21-3, 18-1, 08-1, 31-3, 09-1, 32-4, 28-3, 18-3, 03-3, 30-4, 28-5, 12-4, 12-5, 11-3, 36-1, 36-2, 34-6,
33-1, 16-3, 11-1, 15-4, 15-5, 25-2, 27-2, 06-2, 25-3, 01-6, 25-6, 08-2, 20-2
2,5 a 3,0
32-2, 32-3, 06-3, 32-1, 31-2, 20-4, 20-1, 33-6, 13-1, 22-4, 22-6, 19-1, 03-6, 01-4, 01-5, 18-6, 17-1,
09-2, 26-3, 16-4, 15-2, 34-5, 10-1, 28-4, 18-4, 28-6, 07-1, 03-5, 02-4, 32-6, 30-2, 25-4, 03-1, 04-1,
02-5, 14-2, 07-3, 21-5, 24-2, 02-2, 02-6, 02-1, 16-5, 16-2, 35-5, 35-6, 25-1, 26-1, 26-2, 09-3, 16-6,
20-3, 03-2, 07-2, 14-1, 02-3, 24-3
Nota 1 formato cônico, nota 2 formato cônico/cilíndrico e nota 3 formato cilíndrico.
4.5.4 Cor da coroa
A cor da coroa dos grãos (Tabela 4) foi pelo teste Scott e Knott (1974) classificada
em três grupos, sendo 32 genótipos no grupo de maiores médias, com notas variando de 4 a
5,3 que corresponde a cor amarelo alaranjado a alaranjado, com destaque para o tratamento
10-6 com uma nota de 5,3 ou seja, cor alaranjada. O grupo dos genótipos de menores médias
contem 70 genótipos, com notas variando de 2,6 a 3,5, e 58 genótipos no grupo de médias
intermediárias, com notas variando de 3,6 a 3,8. O híbrido comercial AS1522 se encontra no
grupo de menores médias com uma nota de 3,1 correspondendo a cor amarela, e a variedade
comercial BR106 no grupo intermediário com nota de 3,6.
Segundo Rodrigues et al. (2009) e Moraes (2010), na comercialização de espigas de
milho in natura, é preferível que a coloração seja amarela. Porém segundo Oliveira et al.
(2007) para a indústria de frangos de corte e galinhas de postura, o milho de coloração
amarelo-laranja é o tipo desejado, pois confere aos frangos, pele e pernas amareladas, bem
como gemas dos ovos de cor amarelo-laranja. Essas características têm valores econômicos
muito apreciados no mercado consumidor.
Os genótipos dos grupos de média intermediárias e maiores médias apresentam notas
variando de 3,6 a 4,6, correspondendo a cor próximo a amarela alaranjada, com exceção
50
apenas do genótipo 10-6, que apresenta nota de 5,3, correspondendo a cor alaranjada,
somando então 90 genótipos, estando estes no grupo desejado pela indústria de frangos de
corte e galinhas de postura.
Tabela 4 Grupos de cor da coroa de 160 genótipos de milho em Gurupi TO, 2009
Notas
Genótipo
2,5 a 3,4
33-5, 36-1, 3-1, 3-3, 31-1, 20-3, 3-2, 15-6, 25-1, 2-6, 2-5, 20-5, 15-5, 9-1, 9-2, AS1522, 7-2, 3-5, 31-
3, 34-6, 10-4, 10-1, 1-5, 15-1, 18-5, 2-1, 2-2, 34-3, 19-2, 34-1, 22-1, 31-2, 27-5, 3-4, 12-1, 20-2, 32-
2, 32-6, 1-3, 15-2, 36-2, 16-4, 32-1, 34-4, 20-1, 7-1, 24-3, 33-1, 23-1, 22-2, 3-6, 32-3, 1-1, 2-4, 5-1,
2-3
3,5 a 4,4
14-2, 30-1, 16-6, 18-4, 34-5, 26-2, 11-1, 22-4, 16-3, 20-4, 11-4, 16-2, 19-3, 27-3, BR106, 29-2, 27-2,
28-6, 34-2, 5-2, 1-6, 4-1, 33-4, 9-3, 10-5, 7-3, 32-4, 12-5, 19-4, 12-3, 18-6, 24-1, 18-3, 21-6, 15-3,
21-3, 20-6, 12-2, 25-3, 32-5, 21-4, 18-2, 35-1, 33-2, 19-1, 33-3, 21-5, 11-2, 1-2, 15-4, 26-3, 27-1, 26-
1, 35-2, 23-2, 29-1, 35-6, 35-5, 8-1, 12-6, 11-3, 33-6, 35-4, 8-3, 8-2, 28-5, 25-6, 30-2, 22-6, 21-1, 21-
2, 10-2, 35-3, 27-4, 16-1, 6-1, 28-4, 17-2, 14-1, 25-4, 19-5, 22-5, 13-1, 6-3, 16-5, 6-2, 25-2, 22-3, 28-
2, 30-5, 28-3, 18-1, 5-3, 24-2, 30-3, 19-6, 12-4, 28-1, 30-6, 10-3
4,5 a 5,4
25-5, 17-1, 30-4, 10-6
Nota 1 cor branca, nota 2 - cor branca amarelada, nota 3 - cor amarela, nota 4 - cor amarela alaranjada, nota 5 -
cor alaranjada, nota 6 - cor vermelha alaranjada, nota 7 - cor vermelha e nota 8 - cor vermelha escura.
Segundo Albuquerque et al. (2008) a cor de grão é característica indispensável para a
avaliação de milho verde, portanto no grupo estatístico de menores médias, as notas variam de
2,5 a 3,5 correspondendo a cor próximo a amarelo, sendo estes 70 genótipos adequados ao
consumo in natura com base na cor de grão.
A cor dos grãos do milho verde exerce grande influência na aceitação pelo
consumidor. De acordo com Pereira Filho et al. (2003), as espigas com grãos de coloração
mais clara são preferidas quando o produto é destinado ao consumo de milho verde in natura,
além de que cor amarela apresenta correlação significativa com o maior tempo de
comercialização na embalagem de isopor com filme plástico, indicando que as cores mais
aceitáveis no mercado consumido possuem maior tempo de prateleira (ALBUQUERQUE et
al., 2008).
4.5.5 Tipo de grão
O tipo de grão (Tabela 5) apresentou dois grupos, o grupo de maiores médias com 55
genótipos e o grupo de menores médias com 105 genótipos. No milho dentado, o endosperma
é duro nos lados e amiláceo no centro do grão, sendo um caráter poligênico. Este tipo de
milho é o mais produzido no mundo. o milho duro apresenta um endosperma mais denso e
cristalino que ocupa quase todo o seu volume, sendo que a proporção amilácea é muito
reduzida. Este caráter é poligênico e o grão duro, geralmente, é o que apresenta maior
51
densidade. No setor moageiro, obtém-se melhor rendimento industrial quando se utiliza grãos
uniformes e densos do tipo duro segundo Oliveira et al. (2007). Portanto os 105 genótipos do
grupo inferior se enquadram nestas características, apresentando notas de 1,0 a 1,5,
caracterizando grãos tipo duro.
Tabela 5 Grupos de tipo de grão de 160 genótipos de milho em Gurupi TO, 2009
Notas
Genótipo
1 a 1,5
19-5, 18-3, 24-1, 27-3, 24-3, 16-6, 16-1, 7-1, 18-1, 17-2, 8-3, 35-3, 8-2, 35-6, 5-3, 4-1, 30-3, 30-2,
30-4, 31-3, 31-2, 24-2, 12-2, 12-5, 27-1, 16-5, 33-5, 33-1, 30-6, 5-1, 30-5, 33-3, AS1522, 30-1, 14-1,
6-3, 15-6, 12-6, 8-1, 1-4, 21-1, 25-3, 3-6, 35-2, 20-1, 22-5, 5-2, 12-4, 12-3, 18-2, 16-3, 28-2, 35-4,
15-4, 21-3, 33-2, 33-4, 35-5, 18-4, 6-1, 28-1, 22-4, 33-6, 26-3, 10-6, 28-3, 11-2, 29-2, 34-3, 3-3, 18-
6, 18-5, 32-5, 32-6, 6-2, 12-1, 7-2, 7-3, 15-3, 16-4, 16-2, 10-1, 10-3, 20-4, 10-4, 20-5, 3-2, 3-4, 32-4,
28-5, 28-4, 31-1, 3-1, 10-2, 22-2, 22-3, 9-2, 1-3, 20-3, 36-2, 1-1, 19-3, 19-1, 25-5, 19-6
1,6 a 2,4
9-3, 7-1, 19-4, 1-2, 28-6, 29-1, BR106, 27-5, 25-2, 21-2, 20-6, 21-4, 34-6, 35-1, 22-1, 21-6, 23-2, 23-
1, 15-5, 13-1, 20-2, 2-5, 32-2, 26-1, 1-6, 26-2, 14-2, 21-5, 15-2, 32-3, 2-6, 19-2, 27-2, 25-4, 22-6, 2-
3, 11-3, 25-6, 15-1, 34-2, 36-1, 3-5, 11-1, 2-4, 34-1, 9-1, 32-1, 34-4, 25-1, 27-4, 34-5
2,5 a 2,7
10-5, 1-5, 2-2, 2-1
Nota 1 tipo duro, nota 2 tipo semi-duro, nota 3 tipo semi-dentado e nota 4 tipo dentado.
nos grãos tipo dentado, o endosperma amiláceo se torna de maior interesse ao
consumo in natura devido sua maciez (PEREIRA FILHO e CRUZ, 2002). Mesmo não
diferindo dos demais genótipos do grupo de maiores médias, os genótipos 12-2 e 34-2
apresentaram notas de tipo de grão próximo a semi-dentado, indicando uma possibilidade de
utilização desses materiais para o consumo in natura ou processamento como produção de
pamonha. Segundo Rodrigues et al. (2009), os grãos devem ser, preferencialmente, do tipo
dentado quando voltados para o consumo in natura e o endurecimento dos grãos deve ser
relativamente lento para evitar o trincamento do endosperma e o pericarpo, fino conferindo
assim maior maciez dos grãos após cozimento.
Oliveira et al. (2007) também afirma que grãos duros tendem a apresentar coloração
ligeiramente mais intensa do que os grãos tipo dentado, assim a seleção de materiais de tipo
de grãos dentado, que é o maior interesse para o mercado consumidor, também irá selecionar
por conseqüência grãos de cor amarelada também de maior interesse comercial para o
consumo in natura.
4.5.6 Comprimento de espiga e diâmetro de espiga
Com relação a diâmetro de espiga (Tabela 6) houve a diferenciação de dois grupos
estatísticos pelo teste de agrupamento de Scott e Knott (1974), com 81 genótipos no grupo de
maiores médias e 79 no grupo de menores médias, com as médias dos diâmetros de espiga do
52
grupo de maiores médias, variando de 45,1 a 52,6 mm e o grupo de menores médias variando
as médias de 37,5 a 45 mm. O coeficiente de variação (C.V.) indica uma boa precisão na
avaliação desta característica (7,8%). Os cultivares testemunha se encontram no grupo dos
genótipos de maiores médias, inferindo assim que os genótipos do grupo de maiores médias
podem ser utilizados em programas de melhoramento a gerar cultivares considerando esta
característica.
Oliveira júnior et al. (2006) avaliando genótipos de milho para consumo in natura,
obteve média de 44 mm de diâmetro de espigas, resultado semelhante ao encontrado no
presente trabalho, com 45 mm de diâmetro.
Moraes (2010) e Santos et al. (2005) afirmam que o diâmetro de espiga recomendado
ao milho verde é acima de 30 mm. Considerando que no presente trabalho o genótipo 17-2
apresentou o menor diâmetro de espiga (37,7 mm), os genótipos estudados apresentaram
diâmetro de espigas adequadas ao desenvolvimento de genótipos comerciais voltados a tal
fim.
A variável comprimento de espiga (Tabela 6) diferenciou os genótipos em dois
grupos, sendo 76 no grupo de maiores médias e 84 genótipos no grupo de menores médias, a
média desta característica foi 153,9 mm. A cultivar BR106 no grupo de maiores médias, e a
cultivar AS1522 no grupo de menores médias mesmo sendo um híbrido comercial, seu
comprimento de espiga foi de 146,8 mm, 5% inferior a média geral do experimento.
Considerando que o comprimento de espiga normalmente está correlacionada com a
produtividade, os genótipos do grupo de maiores médias apresentam potencial de desenvolver
produtividades satisfatórias. Albuquerque et al. (2008) observaram correlação positiva entre a
altura de plantas e o comprimento médio das espigas, indicando que a seleção de plantas altas
implicará em espigas maiores e mais pesadas.
Pereira Filho e Cruz (2002) afirmam que o comprimento de espiga ideal para atender
tanto os interesses da indústria de envasamento quanto a produção ao uso in natura situa
próximo a 200 mm. A variação do comprimento de espigas do grupo dos 76 genótipos
superiores foi de 183,7 a 155,1 mm, próximo ao ideal. Já Moraes (2010) e Santos et al. (2005)
afirmam que o comprimento de espiga recomendado em milho verde é superior a 150 mm.
Segundo Santos et al. (2005) as características produção de espigas e comprimento
da espiga apresentam correlações simples e parcial altas, mostrando que a seleção com base
em comprimento de espiga tende a aumentar a produção de espigas, e também apresenta alta
correlação com o diâmetro, portanto genótipos com comprimento de espigas ideais à
comercialização de espigas verdes tendem a apresentar diâmetro de espigas dentro do padrão.
53
Tabela 6 Médias de diâmetro de espiga em mm (DESP) e comprimento de espiga em mm
(COMP) de 160 genótipos de milho em Gurupi TO, 2009
Genótipo
DESP
COMP
Genótipo
DESP
COMP
Genótipo
DESP
COMP
11-2
50,2 a
183,7 a
22-3
43,0 b
158,6 a
27-1
45,5 a
148,6 b
01-4
46,6 a
181,3 a
18-6
42,5 b
158,5 a
20-1
44,1 b
148,3 b
19-3
45,6 a
180,7 a
13-1
41,2 b
158,5 a
27-2
47,1 a
147,8 b
25-5
47,1 a
179,0 a
26-2
45,8 a
158,1 a
24-3
41,6 b
147,7 b
19-5
44,6 b
179,0 a
23-1
43,2 b
158,0 a
29-1
48,6 a
147,3 b
14-2
42,6 b
178,6 a
19-4
43,3 b
157,5 a
03-5
42,5 b
147,0 b
03-2
41,3 b
177,8 a
30-3
44,5 b
157,5 a
AS1522
45,3 a
146,8 b
02-3
45,8 a
175,8 a
21-1
40,0 b
157,5 a
32-2
45,2 a
146,8 b
34-4
47,6 a
174,3 a
32-5
48,6 a
157,2 a
34-3
42,1 b
146,7 b
22-1
43,7 b
174,3 a
02-4
40,5 b
157,1 a
30-2
45,5 a
146,6 b
19-6
44,0 b
172,5 a
25-1
49,6 a
156,8 a
21-3
44,6 b
146,6 b
33-2
41,8 b
171,8 a
26-3
43,1 b
156,7 a
28-2
45,5 a
146,5 b
34-2
45,7 a
169,3 a
36-1
46,8 a
156,6 a
20-6
45,3 a
146,0 b
10-1
45,7 a
169,3 a
33-3
37,5 b
156,6 a
35-2
45,8 a
145,3 b
03-3
42,2 b
169,2 a
03-6
41,3 b
156,5 a
04-1
43,1 b
144,7 b
01-3
46,6 a
169,1 a
02-6
43,1 b
156,3 a
32-6
48,5 a
144,6 b
15-3
42,0 b
168,5 a
22-6
48,1 a
156,1 a
28-1
48,3 a
144,1 b
02-1
47,7 a
168,3 a
16-6
42,5 b
156,1 a
23-2
45,1 a
144,0 b
26-1
46,5 a
167,7 a
18-5
44,8 b
156,1 a
06-3
43,5 b
143,8 b
15-6
43,1 b
167,5 a
18-4
43,5 b
155,2 a
28-4
47,2 a
143,3 b
15-1
47,0 a
167,5 a
08-3
43,5 b
155,2 a
34-5
47,2 a
143,1 b
02-2
46,1 a
167,3 a
20-4
44,5 b
155,1 a
07-1
43,1 b
142,5 b
30-1
46,5 a
167,2 a
28-3
48,7 a
154,3 b
01-1
44,8 b
142,2 b
21-2
42,2 b
167,0 a
16-5
46,8 a
154,1 b
30-4
44,8 b
141,8 b
10-2
46,6 a
167,0 a
35-6
49,2 a
154,0 b
25-3
43,7 b
141,6 b
BR106
45,5 a
166,8 a
05-1
47,5 a
154,0 b
08-1
43,8 b
141,6 b
21-6
45,3 a
166,2 a
16-4
42,5 b
153,6 b
33-5
41,8 b
141,5 b
15-5
42,5 b
165,8 a
16-2
49,6 a
153,6 b
20-3
46,5 a
141,3 b
12-6
45,7 a
165,6 a
34-6
47,2 a
153,5 b
20-5
45,5 a
141,1 b
12-4
47,0 a
165,6 a
12-5
51,2 a
153,5 b
24-2
42,7 b
141,0 b
19-1
42,2 b
165,5 a
28-5
47,8 a
153,3 b
02-5
45,0 b
140,3 b
35-5
48,7 a
165,1 a
27-3
42,6 b
153,3 b
07-2
47,0 a
140,0 b
09-3
52,6 a
165,0 a
01-6
45,0 b
153,2 b
01-2
43,0 b
140,0 b
01-5
48,8 a
164,5 a
03-1
43,1 b
153,1 b
31-3
40,8 b
139,3 b
21-5
45,5 a
164,3 a
22-5
43,3 b
152,7 b
28-6
47,7 a
138,3 b
15-4
40,5 b
164,3 a
18-2
41,1 b
152,7 b
17-1
46,7 a
137,8 b
35-4
47,8 a
163,5 a
25-4
51,8 a
152,6 b
32-3
49,3 a
137,3 b
19-2
42,7 b
162,7 a
06-1
44,6 b
152,3 b
27-5
41,3 b
137,2 b
35-3
48,1 a
162,6 a
16-3
46,2 a
152,2 b
33-1
41,5 b
137,1 b
10-6
43,7 b
162,1 a
05-2
48,5 a
152,1 b
18-3
39,1 b
135,6 b
22-4
45,3 a
162,0 a
05-3
45,0 b
152,0 b
03-4
42,1 b
135,0 b
15-2
41,0 b
160,6 a
24-1
43,3 b
151,8 b
16-1
43,5 b
135,0 b
09-2
49,5 a
160,3 a
22-2
43,3 b
151,2 b
18-1
41,3 b
134,3 b
11-1
50,5 a
160,2 a
29-2
46,1 a
151,1 b
27-4
39,5 b
134,0 b
10-4
45,2 a
160,1 a
36-2
44,7 b
150,7 b
30-5
46,8 a
133,7 b
08-2
44,0 b
160,0 a
35-1
50,2 a
150,6 b
30-6
45,1 a
133,2 b
12-1
51,2 a
160,0 a
32-4
51,1 a
150,6 b
32-1
47,3 a
130,5 b
06-2
44,8 b
159,8 a
34-1
46,0 a
150,2 b
17-2
37,7 b
128,5 b
21-4
44,0 b
159,7 a
25-2
48,6 a
150,0 b
07-3
44,3 b
127,6 b
09-1
49,3 a
159,6 a
12-2
49,5 a
150,0 b
25-6
46,8 a
125,7 b
11-3
50,2 a
159,3 a
12-3
49,6 a
149,8 b
14-1
39,7 b
125,6 b
20-2
47,7 a
159,1 a
10-3
44,7 b
149,2 b
33-4
39,3 b
124,6 b
33-6
42,6 b
159,0 a
31-1
40,6 b
149,0 b
Média
45,1
153,9
10-5
46,7 a
158,7 a
31-2
41,3 b
148,8 b
Grupo de médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo de
agrupamento de teste Scott e Knott (1974).
54
4.5.7 Peso de 100 sementes e produtividade
Para o peso de 100 sementes (Tabela 7) observamos dois grupos estatísticos, com 76
genótipos no grupo de menores médias e 84 genótipos no grupo de maiores médias, o peso
médio de 100 sementes foi de 29,4 g.
A variação do grupo de maiores peso de 100 sementes foi de 29,3 a 38,6 g, e a
variação do grupo de menores peso de 100 sementes foi 19,3 a 29,2 g. O híbrido comercial
AS1522 apresentou 26 g de peso de 100 sementes, e a variedade BR106 32,4 g estando este
no grupo de maiores médias. Segundo Matsushima (1970) essa característica é afetada mais
intensamente por fatores genéticos do que abióticos, concordando com o resultado do presente
trabalho.
A avaliação do peso de 100 sementes é importe para que se possa calcular a
quantidade de sementes a ser plantada em um plantio comercial e ainda Miranda et al. (2003),
afirmam que esta característica é altamente correlacionada com produtividade de grãos,
podendo esta variável ser utilizada para seleção visando o aumento da produtividade.
Guimarães et al. (2008) também afirmam que quando há correlações positivas entre massa de
100 grãos e a produtividade, são características que podem ser consideradas prioritárias em
programas de melhoramento que visem obter cultivares mais produtivas.
Em relação à produtividade (Tabela 7) os genótipos foram divididos em dois grupos,
sendo 89 genótipos pertencentes ao grupo de maior produtividade com valores variando de
4555 a 6726 kg ha
-1
. Já no grupo de menores médias 71 genótipos com variação das médias
de 2903 a 4527 kg ha
-1
, também observamos um baixo coeficiente de variação para esta
característica, indicando uma boa precisão na avaliação da produtividade.
A média de produtividade do experimento foi de 4594 kg ha
-1
, acima da média do
Estado do Tocantins que na mesma safra foi de 3158 kg ha
-1
(CONAB, 2010), indicando que
os genótipos do Programa de Melhoramento de Milho da UFT possuem potencial para o
desenvolvimento de genótipos comerciais para utilização nas condições edafoclimáticas do
Sul do Estado do Tocantins.
O híbrido comercial testemunha AS1522 apresentou 5095 kg ha
-1
de produtividade,
estando no grupo mais produtivo e a variedade BR106 apresentou 4364 kg ha
-1
estando no
grupo de menor produtividade. Esta diferença se atribui ao fato de o híbrido apresentar maior
heterose em relação à variedade, refletindo em maior produtividade.
55
Tabela 7 Médias de peso de cem sementes em g (P100S) e produtividade em kg ha
-1
(PROD) de 160 genótipos de milho em Gurupi TO, 2009
Genótipo
P100S
PROD
Genótipo
P100S
PROD
Genótipo
P100S
PROD
02-5
29,2 b
6726 a
22-6
32,9 a
4869 a
07-2
22,5 b
4315 b
12-5
32,5 a
6564 a
21-1
30,4 a
4868 a
12-1
33,4 a
4310 b
26-2
29,1 b
5705 a
27-1
29,4 a
4849 a
36-2
33,7 a
4305 b
12-3
34,1 a
5701 a
20-4
22,4 b
4841 a
26-3
27,2 b
4305 b
10-4
29,8 a
5682 a
06-2
29,0 b
4829 a
03-4
26,9 b
4299 b
02-1
31,2 a
5634 a
12-4
34,6 a
4825 a
18-1
27,6 b
4279 b
03-3
27,2 b
5607 a
22-1
31,6 a
4810 a
33-6
30,9 a
4273 b
22-2
26,3 b
5591 a
30-4
29,4 a
4807 a
28-2
27,2 b
4271 b
25-5
38,6 a
5587 a
22-5
30,5 a
4784 a
08-1
28,0 b
4270 b
01-3
33,6 a
5560 a
21-2
27,6 b
4774 a
33-5
26,2 b
4256 b
10-2
29,6 a
5553 a
20-2
28,2 b
4774 a
14-2
23,9 b
4251 b
26-1
35,0 a
5525 a
05-1
30,2 a
4756 a
31-2
27,5 b
4239 b
05-3
28,5 b
5522 a
19-4
28,9 b
4753 a
19-1
27,1 b
4226 b
28-5
31,3 a
5487 a
11-1
31,2 a
4749 a
29-1
27,0 b
4224 b
20-3
25,6 b
5476 a
22-3
34,3 a
4720 a
30-1
30,9 a
4196 b
25-1
33,5 a
5424 a
28-4
31,4 a
4713 a
36-1
32,8 a
4181 b
02-3
28,7 b
5420 a
21-4
32,7 a
4670 a
01-1
29,6 a
4179 b
30-5
27,7 b
5404 a
15-6
28,2 b
4668 a
08-2
26,7 b
4158 b
15-3
30,2 a
5399 a
32-6
29,8 a
4664 a
30-6
28,5 b
4153 b
02-4
31,2 a
5390 a
34-4
30,4 a
4653 a
17-2
25,2 b
4115 b
35-5
27,3 b
5329 a
19-6
31,0 a
4648 a
35-2
27,9 b
4097 b
25-4
36,6 a
5316 a
13-1
31,4 a
4648 a
33-3
25,9 b
4071 b
27-3
28,8 b
5296 a
10-6
31,9 a
4644 a
30-2
27,5 b
4066 b
20-5
26,1 b
5295 a
11-2
38,6 a
4643 a
21-6
32,9 a
4058 b
25-6
34,0 a
5291 a
02-6
27,7 b
4642 a
28-3
24,4 b
4038 b
22-4
34,7 a
5286 a
19-5
32,1 a
4634 a
21-3
29,0 b
4036 b
05-2
30,4 a
5283 a
01-2
30,1 a
4631 a
33-1
26,8 b
3975 b
10-5
28,2 b
5276 a
27-2
28,6 b
4622 a
27-4
23,0 b
3955 b
09-1
28,0 b
5247 a
03-1
29,5 a
4616 a
34-5
31,9 a
3949 b
12-6
34,4 a
5234 a
15-5
29,3 a
4598 a
18-2
21,8 b
3880 b
11-3
34,1 a
5217 a
03-6
27,2 b
4581 a
23-1
28,0 b
3857 b
34-6
33,4 a
5185 a
27-5
22,6 b
4581 a
28-1
33,0 a
3823 b
15-1
29,6 a
5152 a
16-5
29,5 a
4568 a
35-4
27,4 b
3797 b
16-2
31,0 a
5148 a
32-5
33,0 a
4567 a
04-1
27,9 b
3749 b
15-4
31,8 a
5119 a
16-1
30,4 a
4555 a
08-3
30,3 a
3709 b
17-1
31,2 a
5104 a
03-2
28,0 b
4527 b
33-2
32,0 a
3681 b
14-1
29,8 a
5097 a
19-2
27,9 b
4520 b
24-3
27,6 b
3659 b
AS1522
26,0 b
5095 a
32-4
36,2 a
4495 b
09-2
30,5 a
3602 b
35-3
30,8 a
5086 a
30-3
27,5 b
4487 b
33-4
29,1 b
3557 b
35-6
25,7 b
5085 a
16-3
30,6 a
4479 b
29-2
26,6 b
3542 b
10-3
31,2 a
5023 a
28-6
26,9 b
4443 b
32-3
31,4 a
3510 b
16-4
28,7 b
5016 a
25-3
35,3 a
4411 b
06-3
26,6 b
3442 b
25-2
33,9 a
5011 a
01-4
30,1 a
4400 b
32-1
33,1 a
3421 b
15-2
30,9 a
5008 a
07-1
23,9 b
4396 b
31-3
29,6 a
3416 b
35-1
29,5 a
4994 a
01-5
30,3 a
4393 b
02-2
29,6 a
3354 b
21-5
27,1 b
4970 a
12-2
35,2 a
4388 b
23-2
26,7 b
3269 b
03-5
26,9 b
4962 a
20-1
25,8 b
4383 b
24-2
28,8 b
3161 b
10-1
31,1 a
4950 a
34-3
27,4 b
4381 b
07-3
19,3 b
3143 b
31-1
29,7 a
4950 a
19-3
31,6 a
4375 b
18-4
25,3 b
3122 b
34-2
29,9 a
4925 a
BR106
34,2 a
4364 b
32-2
30,0 a
3021 b
09-3
32,0 a
4885 a
20-6
26,5 b
4345 b
18-5
28,2 b
2964 b
01-6
32,0 a
4878 a
24-1
28,4 b
4337 b
18-3
19,5 b
2903 b
06-1
25,5 b
4876 a
18-6
22,1 b
4334 b
Média
29,4
4596,6
34-1
27,5 b
4875 a
16-6
27,6 b
4316 b
Grupo de médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo de
agrupamento de teste Scott e Knott (1974).
56
Mesmo não diferindo estatisticamente, 37 genótipos apresentaram produtividades
superiores ao híbrido testemunha, com destaque para o genótipo 02-5, com a maior
produtividade 6726 kg ha
-1
(25% mais produtivo que o híbrido comercial), esta diferença
pode estar relacionada ao fato de que o programa de melhoramento que gerou o híbrido
comercial foi desenvolvido em condições climáticas diferente das encontradas no Tocantins.
Inúmeros são os relatos dos ganhos em se desenvolver genótipos específicos nas condições
edafoclimáticas onde se pretende cultivar tal material (MAJEROWICZ et al., 2002; SOUZA,
2007; BANZIGER et al., 1997; LAFFITE e EDMEADES, 1994).
O uso de cultivares apropriadas pode explicar até 50% da variação da produtividade.
Ainda, cultivares melhoradas são interessantes, pois não alteram o sistema produtivo do
agricultor e não implicam grandes gastos adicionais, principalmente com respeito as
populações de polinização aberta, que quando comparadas aos híbridos, têm menor custo de
sementes, podem ser multiplicadas pelo próprio produtor, não exigem alta tecnologia de
produção e têm a capacidade de se adaptarem a diversas condições ambientais, entre outros
aspectos, que favorecem a sua adoção (CÂMARA, 2007).
4.6 Conclusões
Os genótipos possuem variabilidade para ser explorada nos programas de
melhoramento visando diferentes aptidões comerciais.
As famílias de meios irmãos do programa de Melhoramento de Milho da UFT
possuem potencial produtivo e podem ser utilizados para o desenvolvimento de cultivares
voltado para uso nas condições edafoclimáticas do Tocantins.
As famílias de meios irmãos 01-5; 02-1; 02-2; 02-3; 02-4; 10-5; 25-1; 32-1 e 34-4
são as que reúnem o conjunto de características mais favoráveis para o desenvolvimento de
genótipos comerciais voltados para o consumo in natura.
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59
5 CAPITULO IV
POTENCIAL FORRAGEIRO DE GENÓTIPOS DE MILHO UFT NO SUL DO
ESTADO DO TOCANTINS
5.1 Resumo
O milho possui um papel de destaque entre as plantas forrageiras por apresentar alto
rendimento de massa verde por hectare, além de boas qualidades nutricionais para ruminantes,
possibilitando boas produções e alto valor nutritivo de silagem. Assim, o objetivo deste
trabalho foi avaliar o desempenho de 158 famílias de meios irmãos de milho UFT e duas
cultivares testemunha, visando o potencial forrageiro no Tocantins. O experimento foi
instalado em área experimental da UFT no Campus de Gurupi - TO, no dia 25 de abril de
2009. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualisados com quatro
repetições. As características avaliadas foram: altura da planta, altura da espiga, participação
de espiga na massa total da planta, massa verde da espiga, massa verde da planta sem espiga e
massa verde total da planta. Conclui-se que o genótipo 19-4 apresentou superioridade em
todas as variáveis analisadas, sendo, portanto promissor para o desenvolvimento de genótipos
comerciais voltados à produção de forragem, assim como também os genótipos 12-4, 12-5,
22-4, 15-6, 01-5, 12-1, 12-6, 25-2, 30-3, 22-1, 25-3, 19-6, 30-5, 04-1 e 06-1 mesmo não
apresentando superioridade em todas as variáveis. As características estudadas foram
satisfatórias para avaliar o potencial forrageiro dos genótipos de milho UFT. Os genótipos
apresentaram produção de forragem equivalente às do híbrido testemunha.
PALAVRAS-CHAVE: Zea mays L., Produção de massa verde, Produtividade de silagem,
Melhoramento de milho.
60
5.2 Abstract
FORAGE POTENTIAL OF UFT CORN GENOTYPES IN SOUTH OF
TOCANTINS STATE
Maize has highlights role among the forage plants for show high green mass yield, also good
nutritional quality for ruminants providing good yields and high nutritive silage value. So the
objective of this study was to evaluate the performance of 158 UFT corn half-sib families and
two cultivars aiming forage potential in south of Tocantins State. The experiment was
installed in UFT`s experimental area on Campus of Gurupi - TO, on April 25, 2009. The
experimental design was randomized blocks with four replications and evaluated
characteristics were: plant height, ear height, ear participation in total plant mass, ear green
mass, plant green mass without ear and total green mass. We conclude that genotype 19-4 was
who was superior in all variables and is therefore promising for the development of
commercial genotypes returned to forage production as well as the genotypes 12-4, 12-5, 22-
4, 15-6, 01-5, 12-1, 12-6, 25-2, 30-3, 22-1, 25-3, 19 -6, 30-5, 04-1 and 06-1 even showing no
superiority in all variables. The Characters were satisfactory to evaluate the forage potential
of UFT corn half-sib families and had forage production equivalent to the hybrid control.
KEYWORDS: Zea mays L., Green mass yield, Silage productivity, Maize breeding.
61
5.3 Introdução
O milho (Zea mays L.) é largamente cultivado e consumido em todos os continentes,
com produção de cerca de 600 milhões de toneladas, inferior apenas àquelas do trigo e do
arroz. Os Estados Unidos, com quase 40% da produção, a China com 20% e o Brasil com
cerca de 6%, são os maiores produtores mundiais (OLIVEIRA et al., 2009). A produtividade
brasileira, tem crescido sistematicamente, passando de 1665 kg ha
-1
, em 1980, para 3600 kg
ha
-1
, em 2009 (CONAB, 2010).
O milho possui um papel de destaque entre as plantas forrageiras por apresentar alto
rendimento de massa verde por hectare, além de boas qualidades nutricionais para ruminantes,
possibilitando boas produções e alto valor nutritivo de silagem. Segundo Melo et al. (1999),
nas regiões onde grande exploração da cadeia produtiva do leite a produção de milho
destina-se principalmente à produção de silagem e ressaltam ainda que o uso da silagem tem
sido apontado como instrumento auxiliar na manutenção da produção animal, principalmente
durante o período de entressafra, com a escassez de alimento para o gado.
A silagem de milho é tida como padrão e geralmente, considerada referência para
comparação de valor com outras silagens. Contudo, sua produtividade e qualidade são
incertas de ano para ano por serem influenciadas, dentre outros fatores, pela interação
genótipo x ambiente (VON PINHO et al., 2007).
Mittelmann et al. (2005) afirmam existir variabilidade entre genótipos para utilização
na forma de forragem, e que devido à forte interação genótipo x ambiente, faz-se necessário a
regionalização das recomendações de cultivares, assim como o desenvolvimento de genótipos
específicos para as condições climáticas onde se deseja cultivar tal material.
O milho é a principal cultura utilizada para produção de silagem e o melhoramento
com o objetivo de se produzir cultivares para esse fim, deve estar voltado tanto para
características agronômicas como para aquelas que podem estar relacionadas, direta ou
indiretamente com a produção de silagem (GOMES et al., 2006).
A escolha do germoplasma é parte fundamental e decisiva para qualquer programa
de melhoramento de plantas, quer seja para o desenvolvimento de variedades, para utilização
em híbridos ou para estudos básicos, podendo inclusive influir significativamente no sucesso
ou no fracasso da seleção (ARAÚJO e NASS, 2002).
De maneira geral, as populações são menos produtivas que os cultivares comerciais.
Entretanto, essas populações são importantes por constituírem fonte de variabilidade genética
que podem ser exploradas na busca por genes tolerantes e/ou resistentes aos fatores bióticos e
62
abióticos (ARAÚJO e NASS, 2002) e também a explorar nichos de mercado específicos
como o desenvolvimento de genótipos de milho com potencial para produção de forragem
com baixo custo da semente. Dentro da cadeia produtiva do milho, destaca-se a agricultura
familiar, que necessariamente não precisaria dispor de recursos para a aquisição de sementes
de elevado custo no momento do plantio, porém, através do melhoramento de populações,
conduzido nas condições edafoclimáticas do sul do Estado do Tocantins.
Apenas o uso de híbridos de milho não implica em lavouras mais produtivas e
adaptadas às condições. A escolha de cultivar de milho para a produção de silagem tem, por
objetivo, a obtenção de um produto economicamente viável e de alta qualidade (MELO et al.,
1999). Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho de 158 genótipos de milho
UFT e duas cultivares visando o potencial forrageiro no Sul do Estado do Tocantins.
5.4 Material e métodos
Foi instalado um experimento na área experimental no município de Gurupi - TO,
em 25 de abril de 2009,  de longitude O e altitude de 280
m. Os tratamentos foram constituídos de 160 genótipos, sendo 158 famílias de meios irmãos
de milho obtidas do Programa de Melhoramento de Milho da Universidade Federal do
Tocantins e duas cultivares como testemunha (BR 106 população de polinização aberta e
AS1522 híbrido simples).
O delineamento experimental utilizado foi blocos casualisados com quatro
repetições. As parcelas constaram de duas linhas de quatro metros lineares espaçadas de 0,9 m
entre linha, sendo de área útil três metros centrais da parcela.
Na instalação do experimento, foi utilizado o sistema de preparo de solo tipo
convencional, com gradagem e nivelamento da área. O plantio das sementes e a adubação no
sulco foram realizadas manualmente. A adubação de plantio foi realizada utilizando 400 kg
ha
-1
de 5-25-15+0,5% Zn de NPK. Plantou-se o milho na parcela a fim de obter 55 mil plantas
ha
-1
. A adubação de cobertura foi realizada dia 23/05/2009 com 100 kg ha
-1
de N.
Os tratos culturais foram realizados de acordo com as recomendações técnicas da
cultura (FANCELLI e DOURADO NETO, 2000).
As seguintes características foram avaliadas: altura da planta medida, em
centímetros, após o florescimento masculino, do nível do solo à inserção da folha bandeira,
em plantas competitivas na parcela; altura da espiga medida, em centímetros, após o
florescimento masculino, do nível do solo até a inserção da espiga superior no colmo;
63
participação de espiga na massa total da planta relação de massa verde da espiga em relação
ao total da planta em %; massa verde da espiga, que foi obtido pelo peso com palha de espigas
da parcela convertido em kg ha
-1
; massa verde da planta sem espiga, obtido pelo peso de
plantas da parcela sem as espigas convertido em kg ha
-1
e massa verde total da planta que foi
obtido pelo peso de plantas da parcela convertido em kg ha
-1
.
Na análise dos dados foi realizada a análise de variância e aplicado o teste de
agrupamento de Scott e Knott (1974) a 5% de probabilidade, nas características quando
ocorreram diferenças significativas pelo teste F.
5.5 Resultados e discussões
5.5.1 Análise de variância
Houve diferença estatística a 1% de probabilidade para todas as variáveis (Tabela 1),
indicando ocorrer variação entre os genótipos, possibilitando a seleção daqueles de maior
interesse.
Algumas características são importantes e possuem alta correlação com produção e
qualidade da silagem, como altura de plantas e de espiga (SANTOS et al., 2005), massa verde
de planta sem espiga e de espiga (CRUZ et al., 2007), massa verde total (CHAVES et al.,
2008) e participação da espiga na massa total da planta (MELO et al., 2004).
Tabela 1 Resumo da análise de variância de participação da espiga em % (PE), altura de
planta em cm (AP), altura de espiga em cm (AE), massa verde total em kg ha
-1
(MVT), massa
verde da espiga kg ha
-1
(MVE) e massa verde da planta sem espiga kg ha
-1
(MVPSE) de
genótipos de milho em Gurupi TO, 2009
FV
GL
Quadrado médio
PE%
AP
AE
MVT
MVE
MVPSE
Genótipo
159
49,12
**
1142,1
**
568,6
**
65826673
**
17475426
**
22014496
**
Bloco
3
167,82
**
179,6
ns
505,6
*
203175390
**
26116069
*
97063427
**
Resíduo
477
25,1
292,3
162,1
32208627
9429014
10479722
C.V. (%)
-
11,2
8,6
11,8
25,0
24,5
31,9
* e ** significativo a 5 e 1% de probabilidade respectivamente pelo teste F,
ns
não significativo
5.5.2 Altura de planta e altura de espiga
Com relação à altura de espiga (Tabela 2), os genótipos foram divididos em três
grupos, o primeiro sendo o de menores médias com 80 genótipos variando de 82,5 a 107,7 cm
de altura de espigas, onde estão presentes os dois cultivares testemunha sendo o híbrido
AS1522 com 95 cm e a variedade BR106 com 107,5 cm. O segundo grupo com as médias
64
intermediárias variando de 108,1 a 119 cm de altura com 53 genótipos neste grupo e o grupo
de maiores médias com 27 genótipos variando de 119,9 a 143,1 cm.
Melo et al. (1999) em seu experimento, não constataram diferença significativa entre
as cultivares em relação à altura de inserção de espiga, embora tenha ocorrido uma variação
de 1,56 m a 1,06 m, para altura de inserção de espiga.
Noce et al. (2008) observaram altura de espiga média de 117 cm para um híbrido
simples, próximo ao obtido no presente trabalho com os genótipos de maiores médias.
A altura de plantas (Tabela 2) também apresentou três grupos estatísticos pelo teste
Scott e Knott (1974) a 5% de probabilidade. O grupo das menores alturas de plantas possui 43
genótipos, com médias variando de 156,8 a 183,7 cm, onde inclui-se o híbrido comercial
AS1522 com 174,3 cm. O grupo de médias intermediárias também possui 43 genótipos, e
suas médias variam de 185,3 a 198,3 cm, incluindo neste grupo a variedade comercial BR106,
com 190,6 cm de altura. no grupo de maiores alturas de plantas se encontram 74 genótipos
com variação nas alturas de 198,9 a 237,4 cm. Esta variável apresentou um baixo coeficiente
de variação 8,6% e uma média dos genótipos de 197,4 cm.
Plantas de porte alto são mais suscetíveis ao acamamento e quebramento e plantas de
porte baixo além da menor suscetibilidade a estes problemas, possuem melhor eficiência à
mecanização durante a colheita de grãos, porém para produção para silagem, se realiza a
colheita anterior a maturação, evitando-se problemas de quebramento de plantas com maior
altura. Outro fato inerente ao porte reduzido das plantas é a possibilidade de uma semeadura
em densidades populacionais mais altas, e maior resistência ao estresse hídrico (SEIFERT et
al., 2006). Assim, genótipos de milho de porte baixo, possuem arquitetura que permite maior
resistência ao acamamento e maior adaptação à colheita mecânica segundo Lurders (2003).
Para Mello et al. (2004) a importância da avaliação da altura de plantas reside na
observação de que plantas de milho com tendência ao nanismo possuem maior relação
folha:colmo, porém, reduzindo a produtividade de forragem por hectare, afirmando ainda que
a altura da planta possui ligação íntima com a produtividade de matéria seca.
Von pinho et al. (2007) avaliando cultivares de milho e sorgo para produção de
silagem obteve 210 cm de altura de plantas de cultivares de milho, portanto ressalta-se que as
populações superiores em altura de plantas apresentam-se promissoras para esta característica.
Alvarez et al. (2006) avaliando a influencia do espaçamento entre linha na produção de
forragem, encontraram 224 cm de altura de planta, valor próximo ao encontrado na média
deste trabalho.
65
Tabela 2 - Médias de altura de plantas em cm (AP) e altura de espiga em cm (AE) de 160
genótipos de milho em Gurupi TO, 2009
Genótipo
AE
AP
Genótipo
AE
AP
Genótipo
AE
AP
15-6
143,1 a
237,4 a
21-2
116,9 b
207,1 a
28-1
104,3 c
190,0 b
15-2
130,6 a
233,5 a
26-2
108,1 b
206,8 a
30-3
111,2 b
189,3 b
12-6
130,5 a
228,8 a
27-2
115,6 b
205,0 a
28-4
100,0 c
188,7 b
25-4
131,8 a
228,7 a
20-3
116,3 b
205,0 a
06-2
101,0 c
188,4 b
15-1
134,3 a
227,8 a
03-5
106,8 c
205,0 a
32-6
103,7 c
188,1 b
10-5
123,5 a
227,4 a
02-6
112,2 b
205,0 a
34-6
88,1 c
186,8 b
19-3
130,1 a
225,5 a
21-4
110,7 b
204,5 a
14-2
98,6 c
186,5 b
15-4
125,9 a
225,4 a
19-1
120,3 a
204,3 a
35-3
100,6 c
185,6 b
12-4
133,0 a
225,3 a
02-1
107,0 c
203,3 a
22-2
112,9 b
185,3 b
01-5
108,3 b
224,8 a
12-1
116,5 b
203,1 a
24-3
101,8 c
183,7 c
26-1
118,1 b
224,3 a
08-2
108,3 b
202,8 a
35-2
100,6 c
183,7 c
04-1
123,3 a
224,0 a
25-1
112,5 b
202,5 a
33-1
97,5 c
183,1 c
25-6
122,5 a
223,1 a
28-2
98,1 c
202,5 a
34-5
90,6 c
183,1 c
25-5
115,0 b
222,5 a
05-3
115,8 b
202,5 a
18-5
92,9 c
183,0 c
03-1
129,5 a
221,3 a
16-6
102,0 c
201,2 a
13-1
95,0 c
182,8 c
10-4
126,6 a
218,9 a
11-1
99,5 c
200,7 a
14-1
99,1 c
182,8 c
27-1
113,7 b
218,7 a
10-2
124,8 a
200,5 a
18-6
90,6 c
182,6 c
01-6
112,6 b
218,6 a
01-2
105,8 c
199,5 a
35-6
94,3 c
182,5 c
25-2
123,7 a
216,8 a
20-6
111,8 b
199,4 a
35-4
106,8 c
181,8 c
35-1
110,0 b
216,8 a
20-2
114,6 b
198,9 a
32-2
104,3 c
180,6 c
10-1
129,3 a
216,5 a
01-1
105,8 c
198,3 b
33-3
93,7 c
180,6 c
16-2
113,3 b
216,3 a
16-4
95,7 c
198,0 b
28-3
102,5 c
180,0 c
12-5
112,9 b
216,0 a
17-1
103,5 c
197,8 b
24-2
92,5 c
179,3 c
03-3
118,7 b
215,7 a
08-1
108,1 b
197,5 b
33-5
96,8 c
179,3 c
12-2
118,7 b
215,5 a
11-2
102,2 c
196,1 b
24-1
101,8 c
178,7 c
26-3
110,0 b
215,0 a
09-2
106,3 c
196,0 b
32-5
92,5 c
178,7 c
15-3
125,5 a
214,6 a
16-5
106,1 c
195,6 b
33-4
90,0 c
178,7 c
02-2
110,5 b
214,4 a
22-6
110,1 b
195,6 b
22-5
90,7 c
178,3 c
21-6
120,9 a
214,3 a
19-6
101,8 c
195,3 b
36-1
101,8 c
178,1 c
30-1
121,2 a
213,7 a
07-2
103,5 c
195,1 b
31-3
101,2 c
177,5 c
09-1
120,1 a
213,1 a
29-1
106,2 c
194,3 b
33-6
96,2 c
177,5 c
27-3
110,6 b
213,1 a
11-3
99,8 c
194,1 b
31-1
95,6 c
176,8 c
30-2
122,5 a
213,1 a
03-4
111,9 b
194,0 b
34-4
86,2 c
176,8 c
02-3
118,5 b
212,3 a
02-5
104,9 c
194,0 b
06-3
92,5 c
176,7 c
10-6
114,1 b
212,1 a
22-4
108,4 b
193,9 b
32-4
96,2 c
176,2 c
01-3
116,8 b
210,8 a
30-4
110,0 b
193,7 b
34-3
93,1 c
176,0 c
09-3
108,3 b
210,8 a
30-5
105,1 c
193,1 b
31-2
89,3 c
175,6 c
21-5
115,6 b
210,8 a
06-1
100,8 c
192,8 b
34-2
86,2 c
175,6 c
19-5
110,3 b
210,7 a
30-6
109,3 b
192,5 b
22-3
103,5 c
175,1 c
25-3
118,1 b
210,6 a
20-1
105,6 c
192,4 b
34-1
90,6 c
175,0 c
03-2
113,2 b
210,3 a
07-3
97,1 c
192,1 b
18-2
88,8 c
174,3 c
12-3
117,9 b
210,1 a
10-3
120,5 a
191,8 b
AS1522
95,0 c
174,3 c
19-4
123,4 a
209,7 a
28-6
108,7 b
191,8 b
23-1
91,6 c
171,8 c
01-4
110,2 b
209,3 a
16-1
93,0 c
191,6 b
27-5
120,0 a
171,2 c
15-5
119,0 b
209,2 a
07-1
99,0 c
191,5 b
36-2
100,6 c
171,2 c
16-3
107,7 c
208,8 a
22-1
116,0 b
191,3 b
17-2
98,0 c
171,0 c
19-2
119,9 a
208,7 a
27-4
100,0 c
191,2 b
32-3
95,6 c
170,6 c
05-2
115,6 b
208,5 a
20-5
106,4 c
191,2 b
18-1
88,0 c
170,1 c
05-1
102,3 c
208,3 a
08-3
112,8 b
191,1 b
23-2
91,8 c
168,1 c
28-5
115,6 b
208,1 a
21-1
113,7 b
190,7 b
35-5
90,6 c
162,5 c
21-3
116,9 b
207,9 a
18-4
94,7 c
190,7 b
18-3
83,9 c
158,7 c
03-6
125,5 a
207,5 a
29-2
100,0 c
190,6 b
32-1
82,5 c
156,8 c
20-4
112,0 b
207,3 a
33-2
98,7 c
190,6 b
Média
107,8
197,4
02-4
108,2 b
207,2 a
BR106
107,5 c
190,6 b
Grupo de médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de
agrupamento de Scott e Knott (1974).
66
5.5.3 Massa verde da planta sem espiga e massa verde da espiga
A característica massa verde da planta sem espiga (Tabela 3) foi classificada em dois
grupos estatísticos, sendo que no grupo de menor produção de massa verde 106 genótipos,
incluindo as cultivares BR106 com 9537 kg ha
-1
e AS1522 com 7097 kg ha
-1
de massa verde.
Neste grupo, a massa verde variou de 4987 a 10700 kg ha
-1
. Já no grupo dos genótipos de
maiores produções de massa verde de planta sem espiga, houve variação de 10765 a 19917 kg
ha
-1
onde se inclui 54 genótipos.
Na massa verde da espiga (Tabela 3), os genótipos foram classificados em dois
grupos estatísticos, sendo no grupo com menores valores de massa de espiga, uma variação de
6912 a 12437 kg ha
-1
, totalizando 79 genótipos incluindo o híbrido simples AS1522, com
11062 kg ha
-1
. No grupo dos genótipos de maiores valores de massa verde de espiga, 81
genótipos com médias variando de 12575 a 18625 kg ha
-1
.
67
Tabela 3 - Médias de massa verde da planta sem espiga em kg ha
-1
(MVPSE) e massa verde
da espiga em kg ha
-1
(MVE) de 160 genótipos de milho em Gurupi TO, 2009
Genótipo
MVPSE
MVE
Genótipo
MVPSE
MVE
Genótipo
MVPSE
MVE
12-5
17015 a
18625 a
06-3
11107 a
13212 a
32-5
8025 b
11525 b
12-4
19917 a
18612 a
27-2
11390 a
13200 a
03-5
7580 b
11500 b
22-4
14895 a
17525 a
26-2
8842 b
13137 a
13-1
8375 b
11475 b
01-5
13687 a
17212 a
36-1
11295 a
13025 a
22-2
10492 b
11387 b
15-6
15040 a
16450 a
05-3
10063 b
13016 a
30-6
8740 b
11350 b
11-2
11437 a
16212 a
16-4
10147 b
13012 a
18-2
5777 b
11212 b
01-3
13650 a
16150 a
34-2
9317 b
13012 a
24-1
8005 b
11175 b
11-3
11672 a
16087 a
19-3
10470 b
13000 a
08-2
13302 a
11137 b
12-1
13030 a
16000 a
10-1
13162 a
12987 a
AS1522
7097 b
11062 b
25-4
12742 a
15987 a
34-3
12342 a
12987 a
10-3
10092 b
10987 b
15-1
13155 a
15975 a
19-5
10040 b
12950 a
20-1
7217 b
10962 b
25-2
12610 a
15850 a
19-1
10797 a
12912 a
23-1
8122 b
10937 b
09-3
10115 b
15525 a
09-2
10337 b
12912 a
16-5
8142 b
10937 b
12-6
13085 a
15475 a
34-6
10010 b
12850 a
29-1
8387 b
10912 b
05-1
9977 b
15412 a
35-1
9430 b
12850 a
32-1
6300 b
10900 b
02-2
9812 b
15287 a
21-1
9985 b
12825 a
29-2
8822 b
10887 b
25-5
12525 a
15275 a
02-3
10085 b
12825 a
36-2
9055 b
10875 b
10-2
13330 a
15100 a
02-4
9535 b
12825 a
24-2
8952 b
10837 b
28-4
10290 b
15050 a
11-1
8270 b
12800 a
27-3
11030 a
10800 b
12-2
13007 a
14812 a
15-4
12852 a
12787 a
20-5
7077 b
10762 b
30-3
13321 a
14768 a
16-2
12440 a
12775 a
08-1
8107 b
10612 b
21-5
9362 b
14737 a
09-1
10080 b
12700 a
15-5
10487 b
10612 b
01-4
11070 a
14650 a
03-2
10310 b
12700 a
30-4
9320 b
10600 b
19-4
11522 a
14537 a
26-1
9332 b
12687 a
22-3
7542 b
10537 b
02-1
9370 b
14500 a
35-3
8030 b
12650 a
07-1
8715 b
10475 b
28-1
9410 b
14475 a
34-1
10862 a
12637 a
27-1
12065 a
10425 b
03-3
10045 b
14425 a
03-4
8305 b
12575 a
20-3
7435 b
10425 b
35-5
9507 b
14412 a
03-6
9722 b
12437 b
24-3
7165 b
10425 b
06-1
10992 a
14237 a
32-2
8487 b
12412 b
14-1
11167 a
10362 b
02-5
9062 b
14187 a
04-1
13812 a
12387 b
01-1
8025 b
10325 b
25-1
11857 a
14162 a
10-5
11565 a
12375 b
33-6
9960 b
10250 b
19-6
12227 a
14112 a
32-4
8747 b
12312 b
18-5
6955 b
10175 b
10-6
10350 b
14100 a
25-3
14507 a
12287 b
23-2
7217 b
10162 b
21-6
10140 b
14100 a
28-2
10700 b
12250 b
26-3
9390 b
9950 b
01-6
13142 a
14087 a
18-6
7075 b
12225 b
20-6
7410 b
9950 b
27-5
11557 a
14062 a
20-4
9442 b
12187 b
18-4
5817 b
9912 b
34-5
11360 a
14050 a
30-1
8340 b
12150 b
03-1
6690 b
9850 b
16-3
11050 a
14000 a
17-1
8382 b
12137 b
33-3
8632 b
9837 b
25-6
15530 a
14000 a
20-2
6117 b
12112 b
33-2
8715 b
9825 b
32-3
14517 a
13912 a
15-3
10947 a
12112 b
17-2
6210 b
9750 b
32-6
8812 b
13737 a
35-2
10232 b
11987 b
07-3
7150 b
9700 b
21-4
10025 b
13675 a
06-2
9602 b
11887 b
21-2
9175 b
9675 b
35-6
9737 b
13662 a
07-2
10372 b
11887 b
33-5
8492 b
9637 b
28-3
9050 b
13650 a
22-6
10140 b
11875 b
14-2
9330 b
9500 b
05-2
10605 b
13525 a
21-3
12340 a
11800 b
33-1
8177 b
9462 b
28-5
11337 a
13512 a
08-3
11050 a
11750 b
31-3
9320 b
9250 b
BR106
9537 b
13512 a
16-6
10577 b
11712 b
16-1
6320 b
8650 b
10-4
11950 a
13450 a
18-1
6000 b
11700 b
31-2
7280 b
8550 b
30-5
12775 a
13425 a
22-5
9190 b
11700 b
27-4
8697 b
8312 b
22-1
14547 a
13412 a
34-4
10612 b
11687 b
31-1
10627 b
8262 b
15-2
15412 a
13387 a
33-4
10765 a
11625 b
01-2
9627 b
7712 b
19-2
10892 a
13387 a
28-6
9162 b
11587 b
18-3
4987 b
6912 b
12-3
9990 b
13350 a
02-6
8467 b
11562 b
Média
10130
12510
35-4
8050 b
13250 a
30-2
7755 b
11525 b
Grupo de médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de
agrupamento de Scott e Knott (1974).
68
5.5.4 Participação da espiga na massa total da planta e massa verde total
A participação da espiga na massa total da planta (Tabela 4), foi classificada em dois
grupos estatísticos, sendo que o grupo com os menores valores apresentou 65 genótipos com
variação de 34,8 a 44,1% e o grupo que possui os maiores valores totaliza 95 genótipos com
variação de 44,2 a 53,1%. Neste grupo ainda se encontram os cultivares comerciais BR106
com 47,2% e AS1522 com 48,8% de participação de espiga na planta. Mello et al. (2004)
observaram maior contribuição de espiga (63%) do que folhas e colmos (37%) na constituição
da planta, afirmando ainda que esta proporção seria adequada para produção de silagem de
boa qualidade. A maior relação de espigas encontrado na literatura pode ser atribuída à
utilização de híbridos no experimento, porém mesmo com o uso de materiais geneticamente
superiores pode-se observar superioridade em apenas 14% aproximadamente.
A participação da espiga é uma característica importante para qualidade da silagem,
pode-se utilizar com parâmetro importante em genótipos que obtiveram bons valores de
massa verde da planta, na busca da manutenção da qualidade das populações de alta produção
de matéria verde total.
Segundo Ferreira (1990) e Costa et al. (2008), é desejável obter uma maior proporção
de espigas no material a ser ensilado, pois esta contribui para uma melhor qualidade da
forragem e, portanto, da silagem, porém se houver uma alta proporção de palha e sabugo,
estes podem reduzir o efeito da espiga na qualidade da silagem.
Na escolha de um híbrido de milho para produção de silagem, esse deve apresentar
alta porcentagem de grãos e, por consequência, de espigas na massa verde total da planta
segundo Melo et al. (1999), e afirmam ainda que as variações observadas na porcentagem de
espiga na massa verde se devem à constituição genética dos genótipos, concordando com a
relevância dos estudos desta pesquisa.
Características como, alta relação grãos/massa verde, manejo adequado da adubação
e época de corte, propiciam maior produção de matéria seca e maior produção de grãos,
implicando numa silagem nutricionalmente mais rica, digestível e com menor teor de fibra
(MELO et al., 1999).
69
Tabela 4 - Médias de percentagem de espiga na planta em %
(PE), e massa verde total em kg
ha
-1
(MVT) de 160 genótipos de milho em Gurupi TO, 2009
Genótipo
PE
MVT
Genótipo
PE
MVT
Genótipo
PE
MVT
12-4
38,9 b
38530 a
10-5
40,7 b
23940 a
17-1
47,6 a
20520 b
12-5
42,4 b
35640 a
35-5
48,6 a
23920 a
30-1
49,3 a
20490 b
22-4
43,1 b
32420 a
28-1
49,2 a
23885 a
33-6
41,2 b
20210 b
15-6
41,3 b
31490 a
02-1
48,7 a
23870 a
30-6
45,1 a
20090 b
01-5
45,9 a
30900 a
19-1
44,0 b
23710 a
02-6
44,9 a
20030 b
01-3
44,4 a
29800 a
21-4
46,3 a
23700 a
36-2
43,4 b
19930 b
25-6
38,1 b
29530 a
34-1
43,2 b
23500 a
30-4
43,3 b
19920 b
15-1
43,6 b
29130 a
19-3
44,5 a
23470 a
13-1
47,6 a
19850 b
12-1
44,5 a
29030 a
35-6
47,3 a
23400 a
24-2
45,3 a
19790 b
15-2
37,4 b
28800 a
12-3
45,8 a
23340 a
29-2
43,5 b
19710 b
25-4
45,0 a
28730 a
09-2
44,6 a
23250 a
32-5
46,9 a
19550 b
12-6
43,8 b
28560 a
02-5
50,1 a
23250 a
26-3
41,0 b
19340 b
25-2
44,6 a
28460 a
16-4
44,8 a
23160 a
29-1
46,2 a
19300 b
10-2
43,1 b
28430 a
05-3
45,3 a
23080 a
18-6
50,5 a
19300 b
32-3
39,6 b
28430 a
15-3
41,9 b
23060 a
30-2
47,9 a
19280 b
30-3
42,2 b
28090 a
BR106
47,2 a
23050 a
07-1
44,8 a
19190 b
22-1
39,1 b
27960 a
03-2
44,6 a
23010 a
24-1
46,8 a
19180 b
12-2
43,4 b
27820 a
19-5
44,9 a
22990 a
03-5
48,3 a
19080 b
25-5
44,2 a
27800 a
28-2
42,8 b
22950 a
16-5
46,3 a
19080 b
11-3
47,0 a
27760 a
02-3
45,3 a
22910 a
23-1
47,0 a
19060 b
11-2
46,9 a
27650 a
34-6
45,0 a
22860 a
31-1
34,8 b
18890 b
01-6
41,3 b
27230 a
21-1
45,2 a
22810 a
21-2
40,9 b
18850 b
25-3
36,7 b
26795 a
08-3
41,4 b
22800 a
14-2
40,0 b
18830 b
19-6
43,2 b
26340 a
09-1
44,5 a
22780 a
08-1
47,0 a
18720 b
04-1
37,8 b
26200 a
28-3
48,6 a
22700 a
31-3
39,8 b
18570 b
30-5
41,0 b
26200 a
32-6
48,8 a
22550 b
33-2
42,9 b
18540 b
10-1
39,6 b
26150 a
27-1
37,7 b
22490 b
33-3
43,7 b
18470 b
19-4
45,7 a
26060 a
33-4
41,2 b
22390 b
01-1
45,0 a
18350 b
25-1
44,2 a
26020 a
02-4
46,1 a
22360 b
20-2
53,1 a
18230 b
01-4
45,7 a
25720 a
34-2
47,0 a
22330 b
20-1
48,2 a
18180 b
09-3
48,6 a
25640 a
34-4
41,9 b
22300 b
AS1522
48,8 a
18160 b
15-4
40,5 b
25640 a
16-6
42,0 b
22290 b
33-5
42,8 b
18130 b
27-5
43,5 b
25620 a
35-1
46,1 a
22280 b
22-3
46,2 a
18080 b
34-5
44,8 a
25410 a
07-2
41,5 b
22260 b
20-3
47,2 a
17860 b
10-4
41,7 b
25400 a
35-2
43,8 b
22220 b
20-5
47,8 a
17840 b
05-1
49,3 a
25390 a
03-6
44,1 b
22160 b
18-1
52,7 a
17700 b
28-4
47,4 a
25340 a
26-1
45,9 a
22020 b
33-1
44,0 b
17640 b
34-3
41,8 b
25330 a
22-6
43,4 b
22015 b
24-3
47,0 a
17590 b
06-1
45,2 a
25230 a
26-2
47,3 a
21980 b
23-2
46,9 a
17380 b
16-2
40,6 b
25215 a
22-2
41,7 b
21880 b
20-6
46,9 a
17360 b
02-2
49,0 a
25100 a
27-3
39,8 b
21830 b
01-2
37,6 b
17340 b
16-3
44,9 a
25050 a
20-4
45,5 a
21630 b
32-1
49,9 a
17200 b
28-5
43,9 b
24850 a
14-1
39,7 b
21530 b
18-5
48,3 a
17130 b
27-2
43,1 b
24590 a
06-2
45,1 a
21490 b
27-4
37,8 b
17010 b
03-3
47,8 a
24470 a
35-4
50,0 a
21300 b
18-2
52,5 a
16990 b
10-6
46,9 a
24450 a
15-5
40,3 b
21100 b
07-3
45,8 a
16850 b
08-2
35,0 b
24440 a
10-3
42,7 b
21080 b
03-1
47,6 a
16540 b
06-3
44,0 b
24320 a
11-1
49,3 a
21070 b
17-2
50,2 a
15960 b
36-1
43,0 b
24320 a
32-4
46,4 a
21060 b
31-2
42,8 b
15830 b
19-2
46,2 a
24280 a
32-2
47,1 a
20900 b
18-4
50,9 a
15730 b
21-6
46,9 a
24240 a
22-5
44,3 a
20890 b
16-1
46,6 a
14970 b
21-3
38,9 b
24140 a
03-4
48,7 a
20880 b
18-3
46,1 a
11900 b
05-2
44,4 a
24130 a
28-6
44,6 a
20750 b
Média
44,7
22640,8
21-5
48,8 a
24100 a
35-3
49,8 a
20680 b
Grupo de médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de
agrupamento de Scott e Knott (1974).
70
A massa verde total (Tabela 4) foi classificada em dois grupos pelo teste Scott e
Knott (1974) sendo o grupo de menor massa verde total com 81 genótipos e com variação nas
médias deste de grupo de 11900 a 22550 kg ha
-1
se encontrando neste grupo o híbrido
comercial AS1522 com 18160 kg ha
-1
. No grupo dos genótipos com os maiores valores de
massa verde total se encontra a variedade comercial BR106 com 23050 kg ha
-1
, e também 78
genótipos com variação de 22700 a 38530 kg ha
-1
de massa verde total.
Obteve-se um coeficiente de variação de 25% e média geral desta característica de
22640 kg ha
-1
, Cruz et al. (2007) obteve de média 25231 kg ha
-1
, valor próximo ao encontrado
no presente trabalho. Chaves et al. (2008) encontrou valores variando de 29900 a 49900 kg
ha
-1
de massa verde total da planta, variação superior ao encontrado no presente trabalho, que
foi de 11900 a 38530 kg ha
-1
.
5.5.5 Correlação
A altura de espiga mostrou-se correlacionada positivamente com a altura de plantas
(0,840), sendo significativo pelo teste t. Segundo Alvarez et al. (2006) a altura de
espiga está correlacionada com a altura de planta, e completa que alturas de espiga elevadas
promovem maior disposição ao acamamento e quebramento de plantas, principalmente em
altas densidades populacionais. Santos et al. (2002) afirmam que correlação entre altura de
espigas e produtividade, assim a seleção ou utilização de genótipos com maiores alturas de
espiga podem promover o aumento de altura e plantas e produtividade, sendo, portanto uma
característica de grande interesse no do processo de melhoramento.
Tabela 5 - Valores da correlação de Pearson para altura de planta (AP), altura de espiga (AE),
participação da espiga na massa total da planta (PE), massa verde total (MVT), massa verde
da espiga (MVE) e massa verde da planta sem espiga (MVPSE) de 160 genótipos de milho
em Gurupi TO, 2009
Variáveis
AE
PE
MVT
MVE
MVPSE
AP
0,840**
-0,278**
0,525**
0,445**
0,512**
AE
-
-0,196*
0,513**
0,415**
0,518**
PE
-
-
-0,239**
-0,241**
-0,200*
MVT
-
-
-
0,904**
0,924**
MVE
-
-
-
-
0,673**
* e ** significativo a 5 e 1% de probabilidade respectivamente pelo teste t;
ns
, não significativo.
Houve correlação positiva e significativa também com a massa verde total, massa
verde de espiga e massa verde da planta sem espiga. Já a variável participação de espiga
também se correlacionou significativamente com altura de espiga, porém negativamente,
71
concluindo que maiores altura de espigas promovem a diminuição da participação da espiga
na planta.
Assim como para altura de espiga, a altura de plantas também se correlacionou com a
massa verde total, de espiga e da planta sem espiga e de forma negativa com participação de
espiga. Tal resultado pode ser explicado pela alta correlação da altura de espiga com altura de
plantas. Santos et al. (2002) também afirmam existir uma correlação significativa e positiva
entre altura de planta e altura de espiga. Melo et al. (2004) afirmam que maiores alturas de
plantas promovem o aumento na produção de massa verde, importante característica com
relação a cultivares voltadas ao uso na produção de silagem. Considerando que esta variável é
correlacionada com a produtividade de massa verde, os genótipos estudados possuem
potencial produtivo forrageiro.
Os genótipos do grupo de maiores altura de espiga possuem potencial para ser
explorado como forrageira, que altura de espiga possui alta correlação com a massa verde
total.
Nascimento et al. (2003), correlacionaram também as características de altura de
planta com altura de espiga, produtividade e floração, e observaram uma alta correlação de
altura de planta com produtividade.
Com relação à massa verde da planta sem espiga, esta mostrou-se significativamente
correlacionada com a massa verde total e de espiga , com valores de correlação de
0,924 e 0,673 respectivamente, e também correlacionada com altura de planta e de espiga,
com 0,512 e 0,518. A massa verde da planta sem espiga também se correlacionou com
significativamente com a participação de espiga , porém de forma negativa.
Características esta que influencia na qualidade final da silagem, indicando a necessidade de
buscar populações com elevada matéria verde da planta sem espiga, mas que ainda resguarde
a produção de espiga, como é o caso das populações que apresentam produtividade de massa
verde de espiga e de planta sem espiga superiores.
A massa verde total mostrou-se altamente correlacionada com a massa verde da
espiga (0,904) e com a massa verde da planta sem espiga (0,924), correlacionou-se também
com altura de planta (0,525) e de espiga (0,513). Houve também uma correlação negativa com
a participação da espiga na massa total da planta (-0,239).
Chaves et al. (2008) afirmam que em diversos programas de melhoramento
genótipos que possuem alta produção de grãos e massa verde têm sido recomendados para a
produção de silagem, portanto a utilização de genótipos de maiores produções de massa verde
72
para obtenção de novas cultivares comerciais irá por consequência obter cultivares que podem
apresentar boa produtividade de grãos.
5.6 Conclusões
Os genótipos apresentaram produção de forragem equivalente às encontradas no
híbrido testemunha.
As famílias de meios irmãos 19-4; 12-4; 12-5; 22-4; 15-6; 01-5; 12-1; 12-6; 25-2; 30-
3; 22-1; 25-3; 19-6; 30-5; 04-1 e 06-1 são promissores para o desenvolvimento de genótipos
comerciais voltado à produção de forragem.
É possível selecionar genótipos para produção de forragem através de outras
características além da massa verde total, que esta é correlacionada com outras
características.
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74
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75
6 CAPITULO V
EFICIÊNCIA NO USO DE NITROGÊNIO EM POPULAÇÕES TROPICAIS DE
MILHO UFT NO SUL DO ESTADO DO TOCANTINS
6.1 Resumo
O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência no uso do nitrogênio de 24 populações de
milho UFT no Sul do Tocantins. Foram realizados dois experimentos, cada um
correspondendo a um nível de adubação (Alto e Baixo N) plantados no dia 21/11/2009. Os
tratamentos foram constituídos de 24 populações obtidas do Programa de Melhoramento de
Milho da Universidade Federal do Tocantins e uma cultivar testemunha. O delineamento
experimental utilizado em cada experimento foi blocos casualisados com duas repetições,
sendo avaliados o peso de 100 sementes, produtividade, e os índices de eficiência de uso do
nitrogênio segundo metodologia proposta por Fischer et al. (1983) e Moll et al. (1982). Os
genótipos 12-6; 25-5; 35-5; 12-2; 12-3 e 1-5 formaram o grupo dos genótipos de maiores
produtividades, independente da condição de N no solo, com médias variando de 6348 a 5774
kg ha
-1
. Pela metodologia de Moll é possível diferenciar genótipos quanto à eficiência no uso
de nitrogênio, no ambiente de baixa disponibilidade de N no solo. As características estudadas
são influenciadas pelos diferentes níveis de nitrogênio aplicado, exceto para peso de 100
sementes. As populações avaliadas apresentaram diferenças entre si, em todas características
estudadas, indicando variabilidade.
PALAVRAS-CHAVE: Zea mays L., Avaliação de genótipos, Melhoramento genético,
Populações.
76
6.2 Abstract
NITROGEN USE EFFICIENCY OF TROPICAL UFT CORN POPULATIONS IN
SOUTH OF TOCANTINS STATE
The objective of this study was to evaluate the nitrogen efficiency use of 24 UFT corn
populations in Tocantins and one control cultivar. Two experiments were conducted, each
corresponding to a level of fertilization (high and low N) planted on 11/21/2009. The
treatments was consisted of 24 UFT corn populations obtained from the Corn Breeding
Program of Federal University of Tocantins and one control cultivar. The experimental design
in both experiments was randomized blocks with two replications, and evaluated 100 seeds
weight, hectoliter weight, yield and nitrogen use efficiency according to the methodology by
Fischer et al. (1983) and Moll et al. (1982). The genotypes 12-6; 25-5; 35-5; 12-2; 12-3 e 1-5
form the group of genotypes of higher yields, independent of soil N, with averages ranging
from 6348 to 5774 kg ha
-1
. By the methodology of Moll was possible to differentiate
genotypes for nitrogen use efficiency in environment of low availability of soil N. The
characteristics evaluated were influenced by different levels of nitrogen, except for 100 seeds
weight. The populations studied differ itself in all characteristics, indicating variability.
KEYWORDS: Zea mays L., Genotypes evaluation, Genetic breeding, Populations.
77
6.3 Introdução
No Brasil, grande parte da produção de milho é realizada por pequenos e médios
agricultores e com algum tipo de estresse ambiental. A produtividade do milho na região
Norte é baixa por causa, principalmente, das altas temperaturas, do baixo nível tecnológico
dos produtores e da insuficiência de sementes melhoradas de variedades adaptadas às
condições de estresses abióticos (CARVALHO e SOUZA, 2007).
O milho é uma das culturas mais exigentes em fertilizantes, especialmente os
nitrogenados. O suprimento inadequado de nitrogênio é considerado um dos principais fatores
limitantes ao rendimento de grãos de milho, pois o N exerce importante função nos processos
bioquímicos da planta, é constituinte de proteínas, coenzimas, ácidos nucleicos, fitocromos,
ATP, clorofila e inúmeras enzimas (JAKELAITIS et al., 2005), influenciando o crescimento
da planta mais do que qualquer outro nutriente (BREDEMEIER e MUNDSTOCK, 2000).
O uso racional da adubação nitrogenada é fundamental, não somente para aumentar a
eficiência de recuperação, mas também para aumentar a produtividade da cultura e diminuir o
custo de produção (FAGERIA et al., 2007). Genótipos com alta eficiência no uso de N são
desejáveis na agricultura de baixos insumos e também na agricultura capitalizada. Isto porque
os desperdícios e a escassez desse elemento mineral, que é o mais exigido pelas plantas,
podem gerar problemas econômicos, ambientais, de saúde pública e de segurança alimentar
(ROESCH et al., 2005).
Dada a sua importância e a alta mobilidade no solo, o nitrogênio tem sido intensamente
estudado, no sentido de maximizar a eficiência do seu uso, assim, tem-se procurado diminuir
as perdas do nitrogênio no solo, bem como melhorar a absorção e a metabolização do N no
interior da planta (BREDEMEIER e MUNDSTOCK, 2000), sendo que a seleção de genótipos
com maior eficiência na utilização de nitrogênio é considerada, uma das maneiras mais
adequadas para diminuir o custo de produção das culturas (MAJEROWICZ et al., 2002).
O desenvolvimento de cultivares adaptados às condições de estresse nitrogenado
apresenta-se como uma opção economicamente viável e ecologicamente sustentável para
garantir maior produtividade em sistemas agrícolas com baixa utilização de insumos (SOUZA
et al., 2008) e tem sido buscado por diversos pesquisadores (MAJEROVICKS et al., 2002).
Para Majerowicz et al. (2002), um caminho para aumentar a eficiência de uso do
nitrogênio (EUN) é o melhoramento genético, que pode gerar milhos produtivos para solos
pobres em N. Assim, sugere-se o desenvolvimento de programas de melhoramento locais
78
como a solução mais viável ao aumento da produção em sistemas agrícolas com baixa
utilização de insumos.
Segundo Coimbra et al. (2010), as populações o menos produtivas que os cultivares
modernos, embora apresentem uma complexa estrutura genética, sendo importantes fontes de
variabilidade na busca por genes responsáveis pela tolerância ou resistência aos fatores
bióticos e abióticos. Silva et al. (2008) afirmam existir evidências experimentais que uma
população de milho tropical foi eficiente em condições de estresse de N, comprovando que
populações de milho possuem variabilidade genética suficiente para que se tenha sucesso em
um programa de melhoramento para condições de baixa disponibilidade de nitrogênio.
Com isso o objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência no uso do nitrogênio de 25
populações tropicais de milho UFT no Sul do Estado do Tocantins.
6.4 Material e métodos
Foram realizados dois experimentos na Universidade Federal do Tocantins, Campus
de Gurupi em 21/11/2009, cada um correspondendo a um nível de adubação nitrogenada em
cobertura sendo um experimento em baixo N com 0 kg ha
-1
de N e outro experimento em alto
N com 150 kg ha
-1
de N.
O plantio das sementes e a adubação no sulco foram feitas manualmente. A adubação
de plantio foi realizada utilizando 600 kg ha
-1
de 4-14-8 de NPK, proporcionando totais de 24
e 174 kg ha
-1
, para os ambientes de baixo e alto N, respectivamente. Os tratamentos foram
constituídos de 25 genótipos, sendo 24 populações obtidas do Programa de Melhoramento de
Milho da Universidade Federal do Tocantins e uma população de polinização aberta
comercial como testemunha (BR 106).
O delineamento experimental utilizado foi blocos casualisados com duas repetições.
As parcelas constaram de duas linhas de quatro metros lineares, espaçadas 0,9 m entre linhas.
Na instalação dos experimentos, foi utilizado o sistema de preparo de solo tipo
convencional, com uma gradagem e nivelamento da área. Plantou-se o milho na parcela a fim
de obter 50 mil plantas ha
-1
. A adubação de cobertura no experimento de alto N foi realizada
dia 11/12/2009 utilizando-se como fonte a uréia. Os tratos culturais foram realizados de
acordo com as recomendações técnicas da cultura.
As seguintes características foram avaliadas: peso de 100 sementes peso, em
gramas, de amostras de 100 grãos, corrigido para 13% de umidade; peso hectolítrico peso,
em kg, de cem litros de grãos, corrigido para 13% de umidade e produtividade de grãos que
79
foi obtido pela pesagem dos grãos debulhados, em kg parcela
-1
, corrigidos para 13% de
umidade e posteriormente convertidos os valores para kg ha
-1
.
Foi avaliado a eficiência de uso de nitrogênio, segundo metodologia de Fischer et al.
(1983) (EUN), que é o índice utilizado para realizar seleções simultâneas em ambientes de
baixo e alto nitrogênio, obtido pela equação:



(

)



onde,
Ya(-

Yx(-N) é a produção média de todos os genótipos sob baixo N,
Yx(+N) é a produção média de todos os genótipos sob alto N.
A eficiência de uso de nitrogênio segundo metodologia de Moll et al. (1982) foi
obtida pela equação:



onde,
Gw é a massa de grãos,
Ns é a massa de N aplicado no solo.
Para a análise dos dados foi realizado a análise de variância índividual e
posteriormente análise conjunta quando houve homogeneidade da variância dos erros
experimentais das análises individuais e aplicado o teste de agrupamento de Scott e Knott
(1974) às variáveis quando ocorreram diferenças significativas pelo teste F.
6.5 Resultados e discussões
6.5.1 Análise de variância
Na Tabela 1 pode-se observar que para os genótipos houve diferença significativa a
1% de probabilidade para todas as características avaliadas com exceção apenas da variável
eficiência de uso de nitrogênio segundo metodologia de Fischer et al. (1983), que não
apresentou diferença significativa. Médici et al. (2004) avaliando eficiência de uso do
nitrogênio, também observou significância a 1% pelo teste F para as populações, assim como
também as características produtividade e peso de 100 sementes. Castro et al. (2009),
80
avaliando genótipos de milho de alta qualidade proteica, também observou diferenças
significativas entre os genótipos para peso hectolítrico.
Tabela 1 - Resumo da análise de variância conjunta de peso de 100 sementes (P100S), peso
hectolítrico (PH) e produtividade (PROD), eficiência de uso do nitrogênio segundo Moll et al.
(1982) e segundo Fischer et al. (1983) de 25 genótipos de milho em Gurupi TO, safra
2000/2010
F.V.
G.L
QM
P100S
PH
PROD
MOLL
FISCHER
1
Genótipo
24
26,6536**
27,106**
1899827**
1068,5**
0,0132
ns
N
1
1,2769
ns
30,691*
30181838**
645644**
-
N*Gen
24
4,0450
ns
8,310
ns
376116,1
ns
703,9
ns
-
Rep(N)
2
8,2277
6,722
333716,3
570,8
0,0131
Resíduo
48
4,3933
6,328
581587,8
437,3
0,017
C.V. (%)
7,4
4,2
14,6
18,4
19,6
* e ** significativo a 5 e 1% de probabilidade respectivamente pelo teste F;
ns
, não significativo;
1
Para Fischer
análise de variância apenas para genótipos, GL de Rep=1 e Erro=24.
Em relação ao nitrogênio, as características produtividade, eficiência e uso do
nitrogênio segundo metodologia de Moll et al. (1982) e mostraram diferença (p0,01) e
também o peso hectolítrico com diferença (p0,05). Médici et al. (2004) também relatam
significância em a eficiência de uso do nitrogênio, assim como Fernandes et al. (2005)
relatam significância para produtividade. O peso de 100 sementes não apresentou diferença
significativa com relação aos ambientes alto e baixo N, Costa (2000) relatou o mesmo efeito
avaliando três doses de N.
Para a interação genótipos x nitrogênio observou-se que não houve significância para
nenhuma característica, concordando com Médici et al. (2004) que relatam o mesmo efeito na
produtividade, peso de 100 sementes e eficiência de uso do nitrogênio. Fernandes e Buzetti
(2005), avaliando genótipos comerciais de milho, também não encontraram diferença
significativa para interação população x nitrogênio.
6.5.2 Peso hectolítrico e peso de 100 sementes
A característica peso hectolítrico (Tabela 2) apresentou média dos genótipos em alto
N significativamente inferior em relação á media dos genótipos em baixo N, com 58,6 e 59,7
kg hl
-1
respectivamente. O mesmo efeito foi observado para o genótipo 25-1 que apresentou-
se inferior em alto N. Coelho et al. (1998) observaram que o peso hectolítrico reduziu
linearmente com o incremento das doses de N em dois anos, assim como Trindade et al.
(2006) observaram o mesmo efeito, concluindo que o peso hectolítrico diminui linearmente
81
com o aumento das doses de nitrogênio. Estes autores ainda relatam outros casos na literatura
onde ocorreram o mesmo efeito e atribuem tal fenômeno ao aumento do número de grãos por
espiga e maior competição entre os grãos por fotoassimilados, uma vez que o aumento da
dose de nitrogênio aumenta o número de grãos por unidade de área.
Kolchinski e Schuch (2004) também observaram menores peso hectolítrico com o
aumento das doses de nitrogênio em aveia, justificando tal efeito pelo maior gasto de energia
da transformação de proteínas nas sementes que ocorre em plantas com maiores
disponibilidade de N, já que em menores disponibilidades de nitrogênio as sementes de
cereais tendem a acumular carboidratos.
Tabela 2 - Valores médios de peso hectolítrico em kg hl
-1
(PH) e peso de 100 sementes em g
(P100S) de 25 genótipos de milho em Alto e Baixo N em Gurupi TO, safra 2009/2010
Genótipo
PH
P100S
Alto N
Baixo N
Média
Alto N
Baixo N
Média
1-3
56,3 bA
58,6 aA
57,4 b
33,9 aA
34,1 aA
34,0 a
10-6
57,9 bA
59,4 aA
58,7 b
31,9 aA
32,4 aA
32,1 a
10-1
60,7 aA
58,6 aA
59,6 a
30,7 aA
30,7 aA
30,7 a
12-6
58,5 bA
62,2 aA
60,3 a
31,0 aA
30,2 aA
30,6 a
P.O.
56,0 bA
59,8 aA
57,9 b
30,9 aA
29,7 aA
30,3 a
12-5
60,5 aA
58,3 aA
59,4 b
29,6 aA
30,9 aA
30,3 a
25-2
56,4 bA
57,9 aA
57,1 b
29,5 aA
29,8 aA
29,6 a
12-2
58,5 bA
58,1 aA
58,3 b
29,3 aA
30,0 aA
29,6 a
11-3
58,5 bA
59,6 aA
59,1 b
30,8 aA
28,1 aA
29,5 a
12-4
60,9 aA
57,5 aA
59,2 b
28,0 bA
30,7 aA
29,3 a
2-5
62,9 aA
58,1 aA
60,5 a
29,4 aA
28,9 aA
29,2 a
BR106
61,2 aA
62,0 aA
61,6 a
29,6 aA
27,2 bA
28,4 a
25-1
50,5 cB
58,8 aA
54,6 c
31,3 aA
25,5 bB
28,4 a
28-5
58,0 bA
57,9 aA
57,9 b
27,2 bA
29,2 aA
28,2 a
35-5
55,7 bA
55,4 aA
55,5 c
27,6 bA
28,4 aA
28,0 a
12-3
58,8 bA
61,0 aA
59,9 a
28,4 aA
26,7 bA
27,5 b
25-5
51,0 cA
55,6 aA
53,3 c
27,4 bA
26,8 bA
27,1 b
32-3
57,0 bA
58,6 aA
57,8 b
26,2 bA
27,8 aA
27,0 b
1-5
55,8 bA
59,2 aA
57,5 b
26,0 bA
27,9 aA
27,0 b
26-1
61,7 aA
63,8 aA
62,8 a
25,6 bA
27,8 aA
26,7 b
15-1
56,6 bA
60,4 aA
58,5 b
26,4 bA
26,2 bA
26,3 b
15-2
64,0 aA
60,5 aA
62,2 a
25,7 bA
26,7 bA
26,2 b
26-2
63,5 aA
64,4 aA
63,9 a
24,2 bA
23,0 cA
23,6 c
30-3
61,4 aA
61,7 aA
61,6 a
25,6 bA
21,4 cA
23,5 c
15-3
62,1 aA
64,5 aA
63,3 a
23,0 bA
23,5 cA
23,2 c
Média
58,6 B
59,7 A
59,2
28,4 A
28,1 A
28,2
Grupo de médias seguidas de mesma letra, maiúscula na linha na mesma característica e minúscula na coluna
não diferem entre si pelo teste de agrupamento de Scott e Knott (1974), ao nível de 5% de probabilidade.
As médias dos genótipos, independentemente do ambiente foram classificadas em
três grupos, com 10 genótipos no grupo de maiores médias, com médias variando de 63,9 a
59,6 kg hl
-1
, 12 genótipos no grupo de médias intermediárias e três genótipos no grupo de
menores médias.
82
Mallmann et al. (1994), afirmam que grãos menores proporcionam melhor ajuste no
cilindro, evitando espaços vazios e provocando maior aglutinação dos grãos no momento de
aferição do peso hectolítrico, podendo-se também, através deste fato, justificar o maior peso
hectolítrico em menores disponibilidades de nitrogênio no solo.
Os genótipos em baixo N não diferiram pelo teste de Scott e Knott (1974), já em alto
N os genótipos se dividiram em três grupos, o grupo dos maiores valores de peso hectolítrico
com médias variando de 64,0 a 60,5 kg hl
-1
com 10 genótipos, o grupo intermediário com 13
genótipos e médias variando de 58,8 a 55,7 kg hl
-1
e o grupo de menores valores, com apenas
dois genótipos.
Castro et al. (2009) também observaram diferença entre os genótipos com relação ao
peso hectolítrico, e cita ainda que a densidade do grão está comumente associada a dureza,
sendo que a dureza do endosperma interfere, diretamente, no rendimento e no valor agregado
de produtos derivados do milho. Trindade et al. (2006) ressaltam a importância desta variável,
pois serve como parâmetro de qualidade para a comercialização de grãos.
Segundo Marcos Filho et al. (1987) o peso hectolítrico é uma característica varietal, e
varia de acordo com as condições de clima e solo, adubação, maturidade da semente,
incidência de pragas e doenças, grau de umidade entre outras, concluindo que as sementes de
melhor qualidade são aquelas que obtiverem maiores peso hectolítrico, concordando com
Carvalho e Nakagawa (2000) afirmam que sementes maiores e de maiores densidades
possuem melhor qualidade, apresentando maior vigor.
O peso de 100 sementes (Tabela 2) não apresentou diferença significativa nas médias
entre alto e baixo N, e somente o genótipo 25-1 apresentou-se significativamente inferior em
baixo N, o mesmo genótipo também foi o único que apresentou diferença significativa entre
alto e baixo N para o peso hectolítrico, porém sendo inferior em alto N.
Em alto N os genótipos se dividiram em dois grupos, sendo 10 genótipos no grupo de
maiores médias e 15 no grupo de menores médias, com médias variando para o grupo de
maiores médias de 33,9 a 28,4 g e no grupo de menores médias de 28,0 a 23,0 g. em baixo
N os genótipos se dividiram em três grupos, com 16 genótipos no grupo de maiores médias
com médias variando de 34,1 a 27,8 g. No grupo de médias intermediárias se encontram seis
genótipos com médias variando de 27,2 a 25,5 g e três genótipos presentes no grupo de
menores médias com médias variando de 23,5 a 21,4 g.
De forma semelhante ao baixo N, a média dos genótipos independente do ambiente
também foi classificada em três grupos estatísticos, com 15 genótipos presentes no grupo de
maiores médias, com médias variando de 34,0 a 28,0 g. Sete genótipos integraram o grupo de
83
médias intermediárias e três no grupo de menores médias, podendo atribuir este efeito ás
características dos genótipos. Fageria et al. (2007) afirmam que o peso de 100 sementes é um
componente da produtividade bastante estável e característico da cultivar, podendo portanto
ser utilizado na seleção indireta para o aumento da produtividade, que este sofre menor
interferência do fator ambiente.
Segundo Marcos Filho et al. (1987), o peso de 100 sementes é um dado importante
que pode nos dar idéia a respeito da qualidade das sementes, bem como fornecer informações
que facilitam o cálculo para semeadura e regulagens de semeadeiras.
Coelho et al. (1998) atribui ao aumento nos valores da massa de cem grãos com o
redução no número de grãos por espiga, diminuindo a competição por nutrientes e
fotoassimilados dentro da espiga e, como consequência, aumentando a massa dos grãos.
Carvalho e Nakagawa (2000) afirmam que sementes de maior tamanho são as que
normalmente foram melhor nutridas durante seu desenvolvimento, apresentando também
maiores densidades, por este motivo, estas são as que possuem normalmente embriões bem
formados, maiores quantidades de reserva e potencialmente mais vigorosas, concordando com
Andrade et al. (2001) que citam que as sementes maiores são geralmente reportadas como
sendo de melhor qualidade e, por isso, preferencialmente utilizadas pelos agricultores, sendo
que Shieh e McDonald (1982) verificaram ainda que maiores produtividades são obtidas
quando são utilizadas sementes maiores.
6.5.3 Produtividade
A produtividade (Tabela 3) foi significativamente maior em alto N com relação a
baixo N, com 5748 e 4649 kg ha
-1
respectivamente, sendo o baixo N 23% menos produtivo
em relação a alto N. Souza (2007), avaliando famílias de meios-irmãos de milho, observou
32% de aumento de produtividade no ambiente de alto N. No ambiente de alto N, 18
genótipos apresentam-se no grupo de maiores médias de produtividades, sendo que o genótipo
mais produtivo foi o 12-6, com 6956 kg ha
-1
e o genótipo 11-3 o menos produtivo neste
grupo, com média de 5500 kg ha
-1
. No grupo de menores médias a variação foi de 5221 a
4001 kg ha
-1
, com sete genótipos presentes neste grupo.
em baixo N, os genótipos não diferiram quanto à produtividade, mesmo com as
médias variando de 6019 a 3589 kg ha
-1
, isto pode ser explicado devido á menor expressão da
variabilidade genética em ambientes limitantes, como o estresse de nitrogênio. Souza (2007),
avaliando famílias de meios-irmãos de milho, observou menor expressão da variabilidade
84
genética de uma população de polinização aberta em ambiente estressante quanto a
disponibilidade de nitrogênio.
Mesmo o ambiente em baixo N sendo significativamente inferior, ainda assim se
encontram acima da média estimada do estado do Tocantins para a safra 2009/2010, que é de
2850 kg ha
-1
(CONAB, 2010), o que indica que os genótipos avaliados possuem certa
tolerância ao ambiente de baixa disponibilidade de nitrogênio no solo, com exceção apenas os
genótipos 25-1; 28-5 e 12-4, que foram os únicos a apresentar redução significativa da
produtividade em baixo N, podendo então estes genótipos serem mais responsivos a
ambientes com maiores disponibilidade de nitrogênio. Médici et al. (2004) afirmam que
seleção para performance sob baixo N em germoplasma de milho parece melhorar a eficiência
com que o N é utilizado para produzir biomassa e grãos, tanto em ambientes de baixa
disponibilidade de nitrogênio quanto em alta disponibilidade.
Tabela 3 - Valores médios de produtividade (kg ha
-1
) de 25 genótipos de milho em Alto e
Baixo N em Gurupi TO, safra 2009/2010
Genótipo
Alto N
Baixo N
Média
12-6
6956 aA
5740 aA
6348 a
25-5
6751 aA
5940 aA
6346 a
35-5
6437 aA
6019 aA
6228 a
12-2
6880 aA
5418 aA
6149 a
12-3
6525 aA
5348 aA
5936 a
1-5
6436 aA
5113 aA
5774 a
10-6
5955 aA
5141 aA
5548 b
25-2
6020 aA
4844 aA
5432 b
1-3
5877 aA
4901 aA
5389 b
28-5
6222 aA
4447 aB
5334 b
11-3
5500 aA
5141 aA
5321 b
12-4
6180 aA
4202 aB
5191 b
10-1
5617 aA
4723 aA
5170 b
12-5
5918 aA
4408 aA
5163 b
P.O.
5706 aA
4613 aA
5159 b
25-1
6624 aA
3635 aB
5129 b
15-1
5530 aA
4608 aA
5069 b
26-1
5590 aA
4313 aA
4951 c
32-3
5080 bA
4433 aA
4756 c
15-2
5221 bA
3719 aA
4470 c
BR106
4880 bA
4035 aA
4458 c
26-2
4807 bA
3760 aA
4283 c
30-3
4413 bA
3937 aA
4175 c
2-5
4001 bA
4213 aA
4107 c
15-3
4583 bA
3589 aA
4086 c
Média
5748 A
4649 B
5198,5
Grupo de médias seguidas de mesma letra, minúsculas na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo
teste de agrupamento de Scott e Knott (1974), ao nível de 5% de probabilidade.
Os genótipos 12-6; 25-5; 35-5; 12-2; 12-3 e 1-5 formam o grupo dos genótipos de
maiores produtividades, independente da condição de N no solo, com médias variando de
6348 a 5774 kg ha
-1
. No grupo de médias intermediárias observou-se 11 genótipos com
85
médias variando de 5548 a 5069 kg ha
-1
e no grupo de menores médias de produtividades
encontraram-se oito genótipos, com médias de 4951 a 4086 kg ha
-1
.
Segundo Valentin et al. (2005) o nitrogênio absorvido pelas plantas na forma de
nitrato é reduzido a amônia, possibilitando assim sua assimilação. No processo redutivo o
nitrito é reduzido à amônia e assimilado na forma orgânica, resultando na síntese de
aminoácidos e posteriormente proteínas, clorofila e outros. Portanto, as condições de
deficiência de nitrogênio resultaram em menor produção de clorofila e proteínas, que
implicará em menor produção de fotoassimilados, assim em menores produtividades.
6.5.4 Eficiência e uso de nitrogênio
A eficiência de uso de nitrogênio segundo Moll et al. (1982) (Tabela 4) não se diferiu
entre os genótipos no ambiente alto N, e apresentou uma média de 33,0 que indica que em
cada kg de N aplicado no solo a planta produz 33 kg de grãos. quando comparamos os
genótipos entre alto e baixo N, observamos que para todos os genótipos o ambiente baixo N
apresenta-se superior estatisticamente, evidenciando que para melhor eficiência e uso de
nitrogênio pode-se reduzir a adubação nitrogenada a veis que ainda proporcionem
produtividades satisfatórias (MAJEROWICZ et al., 2002; MÉDICI et al., 2004). Concordando
com o presente estudo, Fernandes et al. (2005) relatam o mesmo efeito avaliando híbridos
comerciais de milho.
Com relação à média dos genótipos, independente dos ambientes, observa-se dois
grupos, com dez genótipos no grupo mais eficiente na utilização de nitrogênio, sendo eles 35-
5; 25-5; 12-6; 12-2; 12-3; 10-6; 11-3; 1-3 e 25-2, apresentando índices de 143,9 a 143,1, e no
grupo dos menos eficientes encontraram-se 15 genótipos com índices variando de 87,9 a
114,5.
Fernandes et al. (2005), avaliando a eficiência de uso de nitrogênio segundo a
metodologia de Moll et al. (1982), encontrou valores semelhantes ao presente trabalho, com
índices variando de 21,8 a 39,1 utilizando 180 kg ha
-1
de N, enquanto neste estudo foi obtido
uma variação de 23,0 a 39,9 com aplicação de 174 kg ha
-1
de N (24 kg ha
-1
no plantio e 150
kg ha
-1
em cobertura).
McCullough et al. (1994), estudando genótipos contrastantes quanto à eficiência de
uso do nitrogênio, observaram que o genótipo mais sensível à deficiência de N foi o que
apresentou maior diferença entre os níveis de N. Tal efeito pode ser observado através do
86
índice de Fischer et al. (1983) que na obtenção do índice é levado em conta a diferença
entre os ambientes alto e baixo N.
Tabela 4 - Valores médios da eficiência de uso de nitrogênio segundo Moll et al. (1982) e
Fischer et al. (1983) de 25 genótipos de milho em Alto e Baixo N em Gurupi TO, safra
2009/2010
Genótipo
Moll et al. (1982)
Fischer et al. (1983)
Alto N
Baixo N
Média
Índice
%
15-2
30,0 aB
155,0 bA
92,5 b
0,58 a
87,9
28-5
35,7 aB
185,2 bA
110,5 b
0,57 a
86,4
12-4
35,5 aB
175,1 bA
105,3 b
0,55 a
83,3
25-1
38,0 aB
151,4 bA
94,7 b
0,44 a
66,7
12-5
34,0 aB
183,6 bA
108,8 b
0,60 a
90,9
26-1
32,1 aB
179,7 bA
105,9 b
0,62 a
93,9
12-2
39,5 aB
225,7 aA
132,6 a
0,64 a
97,0
26-2
27,6 aB
156,6 bA
92,1 b
0,64 a
97,0
15-3
26,3 aB
149,5 bA
87,9 b
0,65 a
98,5
25-2
34,6 aB
201,8 aA
118,2 a
0,66 a
100,0
12-3
37,5 aB
222,8 aA
130,1 a
0,66 a
100,0
P.O.
32,8 aB
192,2 bA
112,5 b
0,67 a
101,5
BR106
28,0 aB
168,1 bA
98,0 b
0,67 a
101,5
15-1
31,8 aB
192,0 bA
111,9 b
0,67 a
101,5
1-3
33,7 aB
204,2 aA
119,0 a
0,67 a
101,5
1-5
37,0 aB
213,0 aA
125,0 a
0,67 a
101,5
12-6
39,9 aB
239,1 aA
139,5 a
0,68 a
103,0
10-6
34,2 aB
214,2 aA
124,2 a
0,69 a
104,5
10-1
32,3 aB
196,8 bA
114,5 b
0,69 a
104,5
32-3
29,2 aB
184,7 bA
106,9 b
0,71 a
107,6
25-5
38,8 aB
247,5 aA
143,1 a
0,71 a
107,6
30-3
25,4 aB
164,0 bA
94,7 b
0,72 a
109,1
35-5
37,0 aB
250,8 aA
143,9 a
0,76 a
115,2
11-3
31,6 aB
214,2 aA
122,9 a
0,77 a
116,7
2-5
23,0 aB
175,5 bA
99,2 b
0,87 a
131,8
Média
33,0 B
193,7 A
113,4
0,66
100,0
Grupo de médias seguidas de mesma letra, minúsculas para comparação na coluna e maiúsculas para
comparação na linha não diferem entre si pelo teste de agrupamento de Scott e Knott (1974), ao nível de 5% de
probabilidade.
Segundo a metodologia de eficiência de uso de nitrogênio proposto por Fischer et al.
(1983), não foi possível identificar estatisticamente genótipos mais eficientes (Tabela 4),
porém o genótipos 2-5 apresentou-se 31,8% mais eficiente que a média deste índice. Os
genótipos 35-5; 25-5; 10-6; 12-6 e 11-3, mesmo não apresentando diferença das demais
populações com relação ao índice de Fischer et al. (1983), apresentam também superioridade
estatística no índice de Moll et al. (1982), sendo consideradas ainda genótipos eficientes no
uso de nitrogênio disponível no solo. Portanto, diferentes métodos de obtenção de novas
cultivares comerciais podem ser explorados a partir destes genótipos, visando o
desenvolvimento de genótipos com maior eficiência de uso de nitrogênio para ambientes com
e sem estresses de nitrogênio.
87
6.6 Conclusões
Pela metodologia de Moll é possível diferenciar populações quanto à eficiência no
uso de nitrogênio, no ambiente de baixa disponibilidade de N no solo.
As características estudadas são influenciadas pelos diferentes níveis de nitrogênio
aplicado, exceto para peso de 100 sementes.
As populações avaliadas apresentaram diferenças significativas entre si, em todas as
características estudadas, indicando variabilidade.
O índice de Moll apresenta associação significativa com todas as características
estudadas exceto para o índice de Fischer, indicando ser possível a obtenção de populações
eficientes no uso de nitrogênio por meio de seleção destas características.
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