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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE/ DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ENFERMAGEM
LEIDINAR CARDOSO NASCIMENTO
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA PREVENÇÃO DO CÂNCER CÉRVICO-
UTERINO ELABORADAS POR MULHERES
TERESINA (PI), 2010
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LEIDINAR CARDOSO NASCIMENTO
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA PREVENÇÃO DO CÂNCER CÉRVICO-
UTERINO ELABORADAS POR MULHERES
Dissertação de Mestrado apresentada à Banca
Examinadora do Programa de Pós-Graduação
Mestrado em Enfermagem da Universidade
Federal do Piauí, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre em
Enfermagem.
Orientadora: Profª. Drª. Inez Sampaio Nery
Área de Concentração: Enfermagem no Contexto Social Brasileiro
Linha de pesquisa: Processo de Cuidar em Saúde e Enfermagem
TERESINA (PI), 2010
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LEIDINAR CARDOSO NASCIMENTO
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA PREVENÇÃO DO CÂNCER CÉRVICO-
UTERINO ELABORADAS POR MULHERES
Dissertação de Mestrado apresentada à Banca Examinadora do Programa
de Pós-Graduação Mestrado em Enfermagem, da Universidade Federal do Piauí,
como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em
Enfermagem.
Aprovado em: 25 / 02 / 2010.
Profª. Drª. Inez Sampaio Nery - Presidente
Universidade Federal do Piauí UFPI
Profª Drª Antonia Oliveira Silva 1ª Examinadora
Universidade Federal da Paraíba - UFPB
Profª Drª Maria Eliete Batista Moura 2ª Examinadora
Universidade Federal do Piauí UFPI
Suplente:
Profa. Dra. Maria do Livramento Fortes Figueiredo
Universidade Federal do Piauí - UFPI
3
Ao meu filho, Bruno, que nasceu durante o
período do mestrado, proporcionando-me
momentos inesquecíveis de felicidade e
ensinando-me a amar incondicionalmente e a
superar as dificuldades.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela minha vida, pela família maravilhosa que tenho, pelos meus
amigos, por todas as bênçãos que tenho recebido e oportunidade de compartilhar
momentos felizes, de realização pessoal e profissional, com as pessoas que amo.
Aos meus pais, Antonio Cardoso e Maria de Fátima, pelo amor, incentivo,
apoio e dedicação em todos os momentos da minha vida, principalmente, na minha
formação, por não pouparem esforços para que eu atingisse meus objetivos.
Ao meu esposo, Antonio Paz, pelo amor com que conduz a nossa família,
por seu constante bom humor, compreensão nos momentos de ausência, incentivo
nos momentos difíceis e por sempre acreditar na minha capacidade.
Aos meus irmãos, Luciano e Leonardo, pelo amor fraternal, amizade,
companheirismo e sempre estarem ao meu lado em todos os momentos importantes
da minha vida.
À minha orientadora, Profª. Drª. Inez Sampaio Nery, pela confiança,
otimismo, apoio, incentivo, por seus ensinamentos e colaboração na construção
desta Dissertação, sempre com palavras positivas nas horas difíceis.
Ao Reitor Prof. Dr. Luiz Santos Sousa Júnior, ao Programa de Pós-
graduação Mestrado em Enfermagem, em especial à Profª. Drª. Telma Maria
Evangelista de Araújo, coordenadora do Curso de Mestrado em Enfermagem da
UFPI.
Às Professoras do Mestrado, pelos ensinamentos, incentivo e apóio, em
especial, às Profª. Drª. Inez Sampaio Nery, Profª. Drª. Claudete Ferreira de Sousa
Monteiro, Profª. Drª. Maria Eliete Batista Moura, Profª. Drª. Benevina Maria Vilar
Teixeira Nunes, Profª. Drª. Silvana Santiago da Rocha, Drª. Telma Maria Evangelista
de Araújo, Profª. Drª. Maria Helena Barros Luz, Profª. Drª. Lidya Tolstenko Nogueira,
Profª. Drª. Maria do Livramento Fortes Figueiredo.
À Profª. Drª Antonia Oliveira Silva pela colaboração na construção do estudo
e por aceitar participar como examinadora da pesquisa.
Às colegas da minha turma de Mestrado, pelo companheirismo, amizade e
por compartilharmos momentos felizes e produtivos, em especial à Laurimary,
Jaqueline, Sandra Marina, Andréia, Enóia e Eronice.
5
Aos funcionários do Mestrado e Departamento de Enfermagem pela
colaboração, em especial, ao Reginaldo, Jo de Ribamar Júnior, Valdira e José
Antonio.
Às minhas amigas Patrícia Carvalho, Marcela Bruno, Cristiane Lemos,
Catarine Mota, Delma Castelo Branco, Iderlânia Sousa, Joilane Alves, Aracy Araújo,
Fátima Gomes e aos meus amigos Antonio Nascimento, Rogério Medeiros, Rivaldo
Macêdo e Luciano Gomes, pelo incentivo, otimismo, colaboração e por sempre
acreditarem no meu potencial.
Aos meus amigos e companheiros da Especialização Saúde da Família
Maximiliano Gomes, Lyzianne Bona e Lydianne Dantas pela cooperação, incentivo,
amizade e momentos de descontração.
À minha mestra Maria Bruno, pelo estímulo, colaboração e ensinamentos
durante a graduação como professora, como orientadora na Especialização Saúde
da Família e no mestrado por sua cooperação na produção desta pesquisa.
À equipe 93 da Estratégia Saúde da Família de Teresina e aos funcionários
da Unidade Saúde da Família Parque Flamboyant, pelo companheirismo,
compreensão e colaboração na execução deste trabalho, em especial, à Ilzaneth,
Aneliese, Jucelina, Reyjane e Cinara.
À minha secretária Maria de Lourdes, pela relevante ajuda e pelos cuidados
dispensados ao meu filho Bruno, durante todo o período em que precisei me
ausentar para construir este trabalho.
Às mulheres que foram sujeitos deste estudo por sua disponibilidade e
colaboração em participar da pesquisa.
A todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização
deste estudo.
6
RESUMO
O câncer de colo do útero é considerado um problema de saúde pública, devido aos
crescentes casos que surgem anualmente com diagnóstico tardio, refletindo no
elevado índice de morbimortalidade feminina, embora apresente alto potencial de
cura e fácil diagnóstico através do exame de rastreamento das lesões precursoras, o
Papanicolau. Nessa perspectiva, este estudo teve como objetivos apreender as
representações sociais elaboradas por mulheres acerca da prevenção do câncer de
colo do útero; e, analisar como essas representações apreendidas influenciam na
realização do exame de prevenção do câncer de colo uterino. Trata-se de uma
pesquisa qualitativa, do tipo descritiva, orientada pela Teoria das Representações
Sociais, realizada com sessenta e quatro mulheres que buscaram a Unidade Saúde
da Família para realizar o exame Papanicolau, as quais constituíram os sujeitos
deste estudo. Na coleta de dados, foram utilizados o Teste de Associação Livre de
Palavras e a entrevista em profundidade. Os dados obtidos das entrevistas foram
submetidos à Análise de Conteúdo Categorial Temática e o teste foi processado
pelo software Tri-Deux Mots, submetido à Análise Fatorial de Correspondência, na
qual, através dos estímulos: prevenção do câncer de colo uterino e exame de
prevenção objetivaram-se as palavras cuidar, saúde, parceiro, tratamento, remédio,
tranquilidade, dever, rotina, vergonha, ansiedade, desconforto e dor. Para as
mulheres, a prevenção do câncer de colo do útero compreende uma forma de cuidar
da saúde através da realização rotineira do exame preventivo, bem como, a
realização do exame desperta sentimentos negativos referenciados pelas mulheres.
Das entrevistas emergiram três categorias: concepções sobre o câncer de colo
uterino; sentimentos em relação à prevenção câncer cérvico-uterino; e, atitudes
frente à prevenção do câncer de colo do útero. As concepções sobre o câncer
cervical determinam o comportamento das mulheres frente ao ato preventivo
influenciado pelos sentimentos relatados na realização do exame. Dessa forma,
torna-se necessário intensificar a divulgação da relevância do exame preventivo
realizado com periodicidade para a obtenção de diagnósticos precoces da doença
através de atividades de educação em saúde, com o objetivo de sensibilizar as
mulheres para adotarem condutas preventivas no seu cotidiano visando reduzir a
morbimortalidade por esta neoplasia.
Palavras-chave: Exame Papanicolau. Saúde da Mulher. Enfermagem.
7
ABSTRACT
Cancer of the cervix is considered a public health problem due to increasing cases
that arise each year with a late diagnosis, reflecting the high level of female mortality,
but has high potential for healing and easily diagnosed through examination of
screening for precursor lesions, the Papanicolau. Thus, this study Thus, this study
aimed to apprehend the social representations made by women about prevention of
cancer of the cervix, and analyze how these representations influence the perceived
performance of the test to prevent cervical cancer. This is a qualitative, descriptive
type, driven by social representations theory, in the city of Teresina sixty-four women
who sought family health unit to perform the Papanicolau, which were the subjects of
this study. Data collection was performed using the Test of Free Association of
Words and in-depth interview. These were analyzed by content analysis and
Thematic Categorical and test was processed in software Tri-Deux Mots, submitted
to correspondence factor analysis, become objectified by the stimuli: the prevention
of cervical cancer examination and prevention, words such as care, health, partner,
treatment, medicine, peace, duty, routine, shame and pain. For women, the
prevention of cervical cancer includes a form of health care by performing routine
Pap smear, as well as the examination arouses negative feelings referenced by
women. The interviews revealed three categories: conceptions of cervical cancer;
feelings towards preventing cervical cancer, and attitudes towards the prevention of
cervical cancer. Conceptions of cervical cancer determine the behavior of women
outside the preventive act influenced by the feelings reported in the exam. Based on
the analysis, the prevention of cancer of the cervix was a way of taking care of health
through routine Pap smear, but also revealed the importance of involving the
partner's acts of prevention. It was also highlighted the positive and negative feelings
revealed by the women related to Pap smears that influence attitudes toward the
preventive act. It is necessary to enhance the dissemination of the importance of Pap
done at intervals to obtain early diagnosis of disease through education activities and
health with the aim of sensitizing women to adopt preventive behaviors in their daily
lives to reduce the morbidity and mortality from this cancer.
Keywords: Cervical Cancer, Women's Health, Nursing.
8
RESUMEN
Cáncer de cuello uterino es un problema de salud pública debido a los casos cada
vez que surgen cada año con un diagnóstico tardío, lo que refleja el alto nivel de
mortalidad femenina, pero tiene un alto potencial para curar y diagnosticar fácilmente
mediante el examen de detección de lesiones precursoras la prueba de Papanicolau.
Así, este estudio tuvo por objetivo aprehender las representaciones sociales de las
mujeres sobre la prevencn del cáncer del cuello uterino, y analizar cómo estas
representaciones influyen en el rendimiento percibido de la prueba para prevenir el
cáncer cervical. Se trata de una investigación cualitativa con una guía descriptiva,
por la Teoría de las Representaciones, que se celebró sesenta y cuatro mujeres que
buscan una Unidad de Salud Familiar para realizar pruebas de Papanicolaou, que
fueron los sujetos de este estudio. En la recopilación de datos, se utilizó la prueba de
la Libre Asociación de Palabras, y la entrevista en profundidad. Los datos obtenidos
de las entrevistas fueron sometidas a análisis de contenido categorial temático y la
prueba fue procesado por el software Tri-Deux Mots, sometidos a análisis de la
correspondencia de los factores, en el que, a través de la estimulación: la prevención
de la prevención del cáncer de cuello uterino y examen tenía como fin- si el cuidado
es decir, salud, pareja, el tratamiento, la medicina, la paz, los derechos, la rutina, la
vergüenza, ansiedad, malestar y dolor. Para las mujeres, la prevención del cáncer
cervical incluye un formulario de asistencia sanitaria mediante la realización de
citología vaginal de rutina, así como el examen despierta sentimientos negativos que
se hace referencia por las mujeres. Las entrevistas revelaron tres categorías:
concepciones de cáncer de cuello uterino; sentimientos hacia la prevención del
cáncer de cuello uterino, y las actitudes hacia la prevención del cáncer cervical.
Concepciones de cáncer de cuello uterino determinan el comportamiento de las
mujeres fuera del acto preventivo influenciada por los sentimientos reportados en el
examen. Por lo tanto, es necesario intensificar la difusión de la importancia de los
exámenes preventivos a cabo a intervalos para obtener un diagnóstico precoz de la
enfermedad a través de actividades de educación sanitaria con el objetivo de
sensibilizar a las mujeres a adoptar medidas preventivas en su vida diaria para
reducir la morbilidad y la mortalidad por este cáncer.
Palabras-clave: Cáncer de cuello uterino. Salud de la Mujer. Enfermería.
9
SUMÁRIO
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1 Contextualização da Problemática de Estudo
1.2 Objeto, Questões Norteadoras e Objetivos do Estudo
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Aspectos das Políticas de Atenção à Saúde da Mulher em relação à
prevenção de Câncer de Colo Uterino
2.2 O Papel da Enfermagem na Prevenção do Câncerrvico-uterino
2.3 A Prevenção do Câncer Cérvico-uterino como objeto das
Representações Sociais
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo e Cenário da pesquisa
3.2 Sujeitos do estudo
3.3 Instrumentos da coleta de dados
3.4 Análise dos dados
4 AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE A PREVENÇÃO DO
NCER CÉRVICO-UTERINO
4.1 Campo de Representação da Prevenção do Câncer Cérvico-uterino
4.2 A prevenção do Câncer de colo do Útero como Conhecimento
Socialmente Compartilhado
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
APÊNDICES
ANEXOS
10
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
1.1 Contextualização da Problemática de Estudo
O colo uterino é revestido por camadas de células epiteliais pavimentosas e
organizadas de forma ordenada. Estas células podem sofrer alterações
progressivas, que podem evoluir em um período de 10 a 20 anos para lesões
cancerosas invasivas (BRASIL, 2002a). Porém, essa evolução é lenta e passa por
fases pré-clínicas detectáveis e curáveis chamadas de lesões precursoras: NIC
(Neoplasia Intraepitelial Cervical) ou SIL (Lesão Intraepitelial Escamosa).
Dependendo do estágio de desenvolvimento que se encontra o câncer,
diversas são as modalidades de tratamento. Pode-se destacar que nas lesões pré-
malígnas é desenvolvido o tratamento do tipo conservador e, nos casos avançados,
pode ser cirúrgico, radioterápico e quimioterápico (PESSINI; SILVEIRA, 2006).
É importante enfatizar que o ncer de colo do útero é considerado um
problema de saúde pública, devido aos crescentes números de casos que surgem
anualmente com diagnóstico tardio, refletindo no elevado índice de morbimortalidade
feminina em todo o mundo.
Embora o Ministério da Saúde (MS) venha estabelecendo metas para o
controle e a prevenção do câncer cérvico-uterino, alvo dos programas direcionados à
saúde da mulher, ainda é crescente o número de casos de morte de brasileiras pela
doença.
Esse câncer acomete mulheres, principalmente, entre os 30 e 45 anos de
idade, podendo ocorrer até mesmo entre aquelas com 18 anos (SMELTZER; BARE,
2005).
Os principais fatores de risco que predispõem as mulheres ao
desenvolvimento do câncer cervical uterino, para Pessini e Silveira (2006), são a
gravidez precoce, a multiparidade, a multiplicidade de parceiros, a exposição às
doenças sexualmente transmissíveis DST, o início precoce na atividade sexual, o
uso de anticoncepcionais orais, o baixo nível sócio-econômico, e o comportamento
sexual de alto risco do parceiro.
11
Em relação a esses fatores, as doenças sexualmente transmissíveis,
especialmente, a infecção pelo Papilomavírus Humano HPV, aumentam a
predisposição ao aparecimento do câncer cervical. É importante lembrar que, cerca
de 99% das mulheres com câncer de colo do útero havia sido infectadas pelo
vírus. Contudo, isso não significa que todas as mulheres infectadas pelo HPV irão
desenvolver a doença. Na maioria das vezes, a infecção é assintomática, podendo
ser detectada através dos exames de Papanicolau, colposcopia, biópsia e captura
híbrida (CARNEIRO, 2008).
Sobre a sintomatologia, esta ocorre em estágios mais avançados da doença,
em que a mulher pode apresentar os sintomas de sangramento vaginal ou pequenos
sangramentos entre as menstruações, que por sua vez, também pode apresentar
menstruações mais longas e volumosas. Além disso, pode ocorrer sangramento
vaginal após a menopausa e as relações sexuais. Tamm, deve-se considerar a
dispareunia; a secreção vaginal espessa, que pode apresentar qualquer cheiro; a
secreção vaginal aquosa e doreslvicas (CARNEIRO, 2008).
Como nas fases iniciais do câncer cérvico-uterino não sintomas
característicos, o diagnóstico é conduzido pelo método de rastreamento universal
para o câncer e para as lesões precursoras (PESSINI; SILVEIRA, 2006). A citologia
oncótica, mais conhecida como exame Papanicolau, é uma das principais formas de
detecção. Oferecida pela rede blica de saúde gratuitamente, tem o objetivo de
detectar, principalmente, as lesões iniciais para que a terapêutica adequada seja
aplicada o mais precoce possível.
Por ser um procedimento de baixo custo e de simples execução, o exame de
Papanicolau é a principal estratégia utilizada na prevenção do câncer cérvico-
uterino, sendo realizado nos Centros e Unidades de Saúde em que haja
profissionais de saúde capacitados para execu-lo. Esse exame consiste na coleta
de material citológico do colo uterino, uma amostra da parte externa ectocérvice, e
outra da parte interna endocérvice (BRASIL, 2008).
A realização periódica do exame é recomendada pelo Ministério da Saúde
MS e estende-se a todas as mulheres com vida sexual ativa e tamm àquelas que
já foram sexualmente ativas, devendo realizar um exame anual. Porém, se em dois
exames seguidos (em um intervalo de um ano) for apresentado resultado normal,
esse pode ser feito a cada três anos (BRASIL, 2002a).
12
Segundo dados estatísticos do Instituto Nacional do Câncer (BRASIL, 2008),
o câncer de colo do útero representa a quarta causa de morte por câncer no mundo
entre mulheres. A incidência varia de 5 a 42 por 100.000 mulheres por ano. As mais
altas incidências encontram-se na África, América do Sul e sudoeste da Ásia, com
incidência em torno de 40 por 100.000 mulheres.
No Brasil, esse tipo de câncer ocupa o terceiro lugar entre os que mais
acometem a população feminina, tanto em incidência como em mortalidade. Para
Lima, Palmeira e Cipolotti (2006), a neoplasia cervical uterina aparece em maior
quantidade nas áreas em que predominam o analfabetismo e a pobreza da
população.
De acordo com Brasil (2008), em relação ao número de casos de câncer de
colo do útero para o ano de 2008, no Estado do Piauí, destacou-se uma estimativa
de 330 novos casos por 100.000 mulheres, com taxa bruta de incidência
21,31/100.000. Desses casos, 130 foram previstos para a capital Teresina, com taxa
bruta de 30,56/100.000.
A manutenção dessas estatísticas, em muitas regiões, se deve a rias
razões, como: a não realização do exame preventivo; o intervalo de tempo muito
prolongado na realização desses exames; a coleta e a análise inadequadas do
material; e as condutas terapêuticas inapropriadas para os casos diagnosticados. É
importante relembrar que esses fatores contribuem para a elevada mortalidade de
mulheres comncer cérvico-uterino (NOVAES; BRAGA; SCHOUT, 2006).
Outros fatores causadores do grande índice de mortes femininas
relacionadas à doença é a dificuldade de acesso das mulheres aos serviços de
saúde, a demanda reprimida, o desconhecimento a respeito do câncer ginecológico
e sua gravidade, como também, a falta de oportunidade para a mulher conversar
sobre sua sexualidade, que na maioria das vezes, ainda constitui um grande tabu,
motivo de insegurança e vergonha ao tratar sobre o assunto (BRASIL, 2002b).
Para modificar essa situação, as políticas de saúde no Brasil propõem
estratégias que objetivam a redução da incidência das doenças na população,
principalmente, nos grupos mais vulneráveis ao adoecimento, como o das mulheres,
para as quais, são direcionadas ações que visam à promoção da saúde, prevenção,
diagnóstico, tratamento de doenças, recuperação e reabilitação.
13
Contudo, faz-se necessário enfatizar que, embora o exame preventivo seja
uma atividade ofertada com periodicidade, no Piauí, como em outras partes do país
e do mundo, sua realização apresenta certa resistência por parte de algumas
mulheres que não o fazem alegando diversas razões. Tais aspectos se devem às
crenças e aos valores culturais, associados a outras causas.
De acordo com Ferreira (2007), os motivos para a não realização do exame
preventivo do câncer cervical uterino estão relacionados aos sentimentos de medo,
vergonha, dor, estigma do câncer, ausência de sintomas e esquecimento, o que
revela a influência e a determinação dos aspectos psicossoais nas práticas de
prevenção do câncer cérvico-uterino.
Além desses motivos, destacam-se outros, como os relacionados à
organização dos serviços de saúde; a desinformação das mulheres sobre a doença;
a baixa escolaridade; a influência negativa do parceiro; e a falta de qualidade, de
privacidade e de humanização no atendimento. Essas razões contribuem para a não
adesão das mulheres à prática periódica do exame preventivo (BRASIL, 2002b).
O número elevado de casos da doença provoca danos individuais referentes
à saúde da mulher acometida devido ao desconforto causado pelo tratamento e
prejuízos coletivos em decorrência dos gastos com ações curativas, que são bem
maiores que, os utilizados com ações de prevenção, verificando-se a importância
das atividades preventivas em decorrência das curativas.
Destaca-se também, que pelo fato de o câncer cérvico-uterino constituir uma
doença que afeta diferentes dimensões na vida pessoal da mulher, seja no físico,
sociocultural e psíquico, pode provocar um impacto altamente significativo na
autoimagem da mulher, devido ao comprometimento da constituição feminina.
O diagnóstico do câncer feminino “promove uma experiência de
desestruturação psíquica, com frequentes reavaliações sobre relacionamentos
interpessoais e atividades anteriormente desempenhadas” (VIEIRA; QUEIROZ,
2006, pag. 66). As repercussões que o diagnóstico desse agravo causa na vida da
mulher podem determinar a forma de enfrentamento da doença e o comportamento
nessa nova fase de vida, o que acentua a preocupação diante da enfermidade.
Nesta pesquisa, tomam-se por base essas reflexões, os aspectos que
envolvem essa doença na vida da mulher, da família, do profissional de saúde, em
14
especial, os enfermeiros e, de toda a sociedade. E desenvolve-se, a partir de
inquietações acerca do cotidiano de trabalho na Unidade Saúde da Família, atuando
como enfermeira da Estratégia Saúde da Família (ESF), há seis anos, lidando
diretamente com a população feminina e discutindo sobre a problemática da
prevenção do câncer cérvico-uterino.
Durante as consultas de enfermagem pode-se observar, de forma empírica,
que o mero de mulheres que realizam o exame ginecológico periódico é
relativamente baixo em relação ao número de mulheres em idade fértil, o que produz
certa inquietação como enfermeira da ESF, diante dessa problemática, ao perceber
que, por trás das atitudes das mulheres, há representações que direcionam essa
prática.
Ressalta-se que a verdadeira finalidade do exame é, muitas vezes,
desconhecida pelas mulheres em idade fértil e com vida sexual ativa, parcela da
população que deve fazer o exame rotineiramente. Observa-se que o intervalo de
tempo prolongado para a realização do preventivo é justificado pela não
apresentação de sintomas específicos para o câncer cervical e, como a evolução da
doença é lenta e progressiva, as mulheres não procuram os serviços de saúde para
fazer a citologia por concluírem que a falta de sintomas, significa tamm, a
ausência da doença.
Em decorrência desses motivos associados às razões como sentimentos de
medo, insegurança e pudor, em geral, as mulheres não realizam o exame no
intervalo de tempo preconizado pelo Ministério da Saúde, culminando em
diagnóstico tardio, no estágio mais avançado da doença, em que as chances de
cura são poucas.
É importante acrescentar que, enquanto enfermeira, pôde se verificar
durante o histórico da consulta de enfermagem, que as mulheres ao procurarem
realizar o exame, apresentam desinformação quanto ao verdadeiro objetivo de
prevenir o desenvolvimento do câncer cervical.
A coleta de material para o exame Papanicolau é, prioritariamente, realizada
pelo profissional enfermeiro na Unidade Saúde da Família, como componente da
Equipe de Saúde da Família, prestando assistência integral aos indivíduos e às
famílias residentes na área de atuação da equipe.
15
Dentre as funções do enfermeiro na promoção da saúde da mulher, de
acordo com o MS, estão às ações de prevenção do câncer de colo do útero e de
mama, atividades de educação em saúde, orientações quanto ao retorno para
buscar o resultado do exame e seguimento dos casos diagnosticados (BRASIL,
2006b).
Considerando que as mulheres exercem, atualmente, dupla jornada de
trabalho, no lar e no emprego, culminando em acúmulo de atividades, elas terminam
deixando os cuidados com sua saúde em segundo plano. Nesse sentido, enfatiza-se
a necessidade de desenvolvimento de ações preventivas, encorajadoras para este
grupo, considerado o mais vulnerável ao adoecimento.
Contudo, torna-se indispensável que a mulher se sensibilize em relação ao
cuidado com a própria saúde, com o intuito de manter-se saudável. Essa importante
reflexão deve ser despertada no meio feminino, como a prática do autocuidado, não
resguardando essa função apenas ao profissional de saúde, destaque para o
enfermeiro, que lida diretamente com as orientações, recomendações e educação
em saúde.
De acordo com George (2000), baseando-se na Teoria do Autocuidado de
Dorothea Orem, o indivíduo desenvolve o autocuidado quando desempenha ou
pratica atividades em seu benefício, buscando a manutenção da vida, da saúde e do
bem-estar. Os fatores pessoais, familiares, ambientais e sociais podem influenciar o
indivíduo em sua capacidade de realização do autocuidado.
Mesmo diante das políticas de saúde que abordam a temática, do trabalho
que a Estratégia Saúde da Família executa sobre a prevenção do câncer cérvico-
uterino, da divulgação que a mídia faz em relação às formas de prevenção dos dois
tipos de cânceres que mais acometem as mulheres, o câncer de mama e o de colo
do útero, estes apresentam altos índices de morbimortalidade.
Percebe-se com isso que, o ato de prevenir apresenta-se esquecido por
muitas mulheres, havendo, portanto, o direcionamento e a necessidade de se
conhecer o que há por trás dessas ações, quais as representações sociais acerca
dessa questão para que o setor saúde trabalhe um novo enfoque no sentido de
estimular essas mulheres a refletirem sobre essa doença e sobre a relevância em
16
realizar o exame Papanicolau com periodicidade como forma de prevenção da
doença.
A palavra prevenção, nesta pesquisa, é tomada, a partir de sua origem latina
praeventione, que é derivada de prevenire e significa, de acordo com Ferreira
(2004), ato ou efeito de prevenir-se, disposição ou preparo antecipado e preventivo.
Tamm se traduz pelo ato de prevenir-se, premeditar, dispor-se previamente ou ter
opinião antecipada.
O termo preventivo, que deriva desse conceito, significa aquilo que se evita
antecipadamente. Segundo Silveira (2003), a prevenção pode ser definida a partir de
ações de caráter primário e genérico, tais como a melhoria das condições de vida,
redução da suscetibilidade das pessoas às doenças e educação sanitária. Contudo,
é importante destacar que o conhecimento sobre prevenção nem sempre coaduna
com a prática, ao passo que se identifica o aumento de mortes por câncer uterino,
decorrente, sobretudo, da falta de prevenção.
Considerando que a aceitação e a procura para realizar a prevenção do
câncer uterino se devem, especialmente, à compreensão por parte da mulher da
importância deste ato para a manutenção da sua saúde, torna-se importante
apreender a influência do comportamento social frente à prevenção do câncer de
colo do útero.
Nesse sentido, para investigar os aspectos relacionados a esta temática,
este estudo buscou se fundamentar na Teoria das Representações Sociais TRS
que se constitui em uma teoria que considera o conhecimento cotidiano não
especializado que está disseminado na cultura, nas práticas sociais, nas relações
interpessoais e no comportamento individual (MOREIRA, et al., 2005).
As representações sociais compreendemuma modalidade de conhecimento
particular e tem por função a elaboração de comportamentos e a comunicação entre
indivíduos (MOSCOVICI, 1978, p. 26). São resultados de diálogos permanentes
entre os indivíduos e os grupos sociais, adaptando os fluxos de interações entre
eles.
A Teoria das Representações Sociais TRS foi empregada neste estudo
com o objetivo de propiciar um melhor entendimento da problemática em questão,
tendo em vista que essa teoria parte do senso comum, o qual está intimamente
17
ligado ao conhecimento social sobre determinado objeto, organizando os
comportamentos e a comunicação, intermediada pela linguagem dos sujeitos
(MOSCOVICI, 1978).
Nessa perspectiva, o conhecimento social influenciado pela cultura, pelos
costumes e pela convivência entre as pessoas, contribui para a formação de hábitos
e aquisição de comportamentos em relação a determinado fenômeno com atitudes
influenciadas pelo senso comum.
1.2 Objeto, Questões Norteadoras e Objetivos do Estudo
Baseada na problemática que envolve a prevenção do câncer de colo
uterino e as representações que emergem do senso comum relacionadas ao tema
da pesquisa, focalizou-se como objeto deste estudo: as representações sociais da
prevenção do câncer cérvico-uterino elaboradas por mulheres.
A pesquisa sobre esse objeto de estudo foi originada a partir das questões
norteadoras, que passaram a delimitar os objetivos para este estudo, que foram:
quais as representações sociais da prevenção do câncer de colo do útero
elaboradas por mulheres?; e como essas representações influenciam as mulheres
na realização do exame de prevenção do câncer cérvico-uterino?
Com o intuito de responder as questões que nortearam o presente estudo,
buscando as representações sociais que pudessem estar relacionadas ao
comportamento das mulheres frente ao exame preventivo, foram definidos os
seguintes objetivos:
- Apreender as Representações Sociais da prevenção do câncer de colo do
útero elaboradas por mulheres;
- Analisar como as Representações Sociais influenciam a mulher na
realização do exame de prevenção do câncer de colo uterino.
18
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Buscando compreender os pressupostos teóricos relacionados a este
estudo, tornou-se necessário entender os fundamentos dos conhecimentos sobre a
problemática que influenciaram na construção e interpretação da prevenção do
câncer cervical. Para tanto, foi realizada uma revisão da literatura com o propósito
de conferir suporte que evidenciam os aspectos cio-culturais e de saúde
envolvidos na prevenção do câncer de colo uterino.
2.1 Aspectos das Políticas de Atenção à Saúde da Mulher em relação à
Prevenção do Câncer de Colo Uterino
O termo câncer é utilizado genericamente para representar um conjunto de
mais de 100 doenças, incluindo tumores malignos de diferentes localizações, de
acordo com o que assevera o Instituto Nacional do Câncer. Representando uma
importante causa de doença e morte no Brasil, desde 2003, as neoplasias malignas
constituem-se a segunda causa de morte na população, o que corresponde a quase
17% dos óbitos de causa conhecida, notificados em 2007 no Sistema de
Informações sobre Mortalidade (BRASIL, 2009).
Partindo dessa concepção, este estudo investigou um câncer específico, o
ginecológico, considerado um grave problema de saúde pública em muitos países,
com elevado índice de morbidade e mortalidade entre as mulheres. Ao contrário dos
países desenvolvidos que possuem resultados positivos na diminuição de sua
incidência, devido a melhores programas de combate ao câncer, maiores incidências
da doença ocorrem naqueles menos desenvolvidos (FERNANDES; NARCHI, 2002;
CHUBACI; MERIGHI, 2005).
Vale ressaltar que, embora o Brasil venha, ao longo dos anos, aprimorando
os programas de combate ao câncer cervical, as estratégias utilizadas, não
conseguiram reduzir a prevalência da doença no país. Nesse sentido, os
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profissionais de saúde, em especial, os enfermeiros, que desenvolvem grande parte
das atividades relacionadas à prevenção do câncer de colo uterino na Estratégia
Saúde da Família, poderão utilizar, além das políticas, outras ações. Essas ações
serão implementadas com o objetivo de complementar àquelas que estão sendo
executadas, para tentar reduzir o número de casos da doença e, consequentemente,
de óbitos.
É válido destacar que, por muito tempo não houve um direcionamento
especifico voltado para a saúde feminina. Os programas de atenção à saúde da
mulher no Brasil passaram a ser aperfeiçoados ao longo de décadas. O primeiro foi
o Programa Nacional de Saúde Materno Infantil PNSMI, na década de setenta,
com foco centrado na mulher durante sua vida reprodutiva.
O segundo, na década de oitenta, foi o Programa de Atenção Integral a
Saúde da Mulher PAISM, com uma visão de assistência integral à mulher em todo
seu ciclo vital. E o terceiro, no início deste século, foi a Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Mulher - Princípios e Diretrizes; para consolidar e expandir a
assistência à mulher, que além do ciclo vital, incluiu questões relacionadas a
problemas sociais e à formação de parceria com grupos de apoio à mulher (BRASIL,
2004).
O Programa Nacional de Saúde Materno Infantil PNSMI, criado em 1974,
tinha a preocupação inicial das autoridades de saúde da época centrada na
manutenção do estado de saúde da mulher para a reprodução humana, com ações
relativas à gravidez e ao parto (BRASIL, 2004). Isso nos mostra uma incipiência de
políticas voltadas para a população, mesmo diante do fato de que a assistência à
mulher deveria se dar de forma integral, aspectos relacionados às outras etapas da
vida da mulher não foram contemplados neste momento inicial.
Posteriormente, o MS implementou o Programa de Atenção Integral à Saúde
da Mulher PAISM, em 1984, o qual compreendia ações de assistência clínico-
ginecológica, assistência pré-natal, ao parto e puerpério imediato, assistência ao
abortamento, à concepção e anticoncepção, à mulher vítima de violência, ao
climatério, prevenção e tratamento das DST/AIDS. Dos procedimentos da
assistência clínico-ginecológica, havia ações voltadas para a identificação, o
diagnóstico e o tratamento de patologias do aparelho reprodutivo, inclusive a
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prevenção do câncer de colo uterino e detecção do câncer de mama (FIGUEIREDO,
2005).
Nesse programa, o foco de ação foi ampliado, objetivando assistir à mulher
integralmente em todas as suas etapas de vida com prioridade para as atividades
desenvolvidas no nível da atenção básica. A ênfase era dada às ações de promoção
da saúde e prevenção de doenças sem prejuízo às atividades assistenciais que as
mulheres necessitavam.
É importante ressaltar que em 1998, embasado na orientação do Cancer
Care International (CCI), o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de
Combate ao Câncer do Colo do Útero e de Mama Programa Viva Mulher. Em todo
o Brasil, nesse ano durante o primeiro semestre, segundo estatística do Ministério da
Saúde, o Sistema Único de Saúde SUS registrou que apenas 550.000 mulheres
haviam sido submetidas à coleta da citologia de Papanicolau por mês (ROBERTO
NETO; RIBALTA; BARACAT, 2001).
Durante o Viva Mulher, elevou-se a marca da coleta de exames citológicos
para 3,263 milhões, em apenas quarenta e cinco dias (INCA, 2008). Vale destacar
que o profissional enfermeiro contribuiu, significativamente com este programa para
obtenção destes resultados, participando na sua execução com a realização do
exame Papanicolau na rede básica de saúde e treinamentos de enfermeiras em todo
o país, através de Entidades de Classe da categoria, dentre outras ações.
O exame citológico foi descoberto na década de 1930, pelo Dr. George
Papanicolaou, sendo atualmente de grande aceitabilidade tanto pela população
quanto pelos profissionais de saúde. É realizado no nível ambulatorial e não provoca
dor (GREENWOOD; MACHADO; SAMPAIO, 2006). Tamm é conhecido como
preventivo ou colpocitológico, na linguagem popular é comumente denominado de
exame de prevenção.
Valer enfatizar que, a técnica utilizada nesse exame é considerada a mais
efetiva e eficiente a ser aplicada coletivamente em programas de rastreamento do
câncer cérvico-uterino devido à facilidade de execução e baixo custo (PINHO et al.,
2003).
Em 2004, o MS publicou um manual sobre a “Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Mulher Princípios e Diretrizes”, elaborado a partir da
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proposição do Sistema Único de Saúde SUS, respeitando as características da
nova política de saúde.
Esta política, além de priorizar a assistência integral à
mulher, incorporou tamm questões relacionadas à violência, direitos humanos,
reprodutivos e sexuais e outros, bem como, buscou parceria com movimentos de
mulheres, Organizações Não Governamentais ONGs e órgãos públicos ligados à
mulher (BRASIL, 2006a).
Visando à consolidação do sistema de saúde vigente, o MS em 2006
publicou um documento intitulado “Pacto pela Saúde”, em que os gestores do SUS
pactuaram metas e propuseram objetivos em torno de prioridades que apresentam
impacto sobre a situação de saúde da população brasileira. Dentre essas
prioridades, está o controle do câncer do colo do útero e de mama, com uma meta
proposta de cobertura de 60% para o exame preventivo do colo de útero em
mulheres de 25 a 59 anos (BRASIL, 2006c).
O Ministério da Saúde recomenda a realização do exame preventivo do
câncer cérvico-uterino, preferencialmente, para as mulheres entre 25 a 59 anos.
Antes de 1998, o intervalo da faixa etária para realização do exame era menor e
ficava em torno de 35 a 49 anos (BRASIL, 2002). Observou-se uma ampliação no
intervalo de realização do exame para que um mero maior de mulheres fosse
avaliado periodicamente e as lesões precursoras do câncer cérvico-uterino
pudessem ser diagnosticadas o mais precoce possível.
Dados do Ministério da Saúde revelam que a maioria das mulheres que
realizam o Papanicolau apresenta idade menor que 35 anos, visto que, a partir desta
idade, aumenta o risco para o desenvolvimento do câncer de colo uterino. Portanto,
é necessário mobilizar o grupo de mulheres vulneráveis à doença para fazerem o
preventivo com periodicidade (BRASIL, 2009).
As propostas das políticas, voltadas para a população feminina, estão sendo
constantemente avaliadas e reformuladas. Em 2009, foram publicadas, pelo MS,
novas diretrizes relacionadas à humanização e qualidade do atendimento na
atenção à saúde da mulher. Dentre os objetivos específicos da política, está a
redução da morbimortalidade por câncer na população feminina, com a organização
dos serviços de referência e contra-referência para o diagnóstico e tratamento do
câncer de colo do útero e de mama (BRASIL, 2009).
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As ações referentes à saúde da mulher são desenvolvidas, em grande parte,
pela atenção básica, cuja intensificação ocorreu a partir da implantação do Programa
Saúde da Família (PSF), em 1994 , atualmente denominado Estratégia Saúde da
Família (ESF), que contempla a equipe multiprofissional composta por no mínimo um
médico generalista, uma enfermeira, um auxiliar de enfermagem e quatro a seis
agentes comunitários de saúde. Quando ampliada, conta com um cirurgião-dentista
e um auxiliar de consultório dentário (ANDRADE; BARRETO; FONSECA, 2006).
As atividades da equipe são desenvolvidas em uma área de atuação
definida, com uma população adstrita e as atividades são planejadas em decorrência
do diagnóstico situacional da área. O trabalho dessas equipes tem objetivos
direcionados à manutenção da saúde da população.
Nesse sentido,
o Ministério da Saúde (MS) destaca que as atividades de
prevenção de doenças e promoção da saúde são ações que devem ser
desenvolvidas pela Atenção Básica, que se constitui como o primeiro contato do
usuário com o SUS, através das equipes de Saúde da Família. Nessas equipes,
tamm estão incluídas as ações de promoção da saúde e prevenção do câncer de
colo uterino (BRASIL, 2006b).
Para atender ao modelo do sistema de saúde vigente no país, a Estratégia
Saúde da Família foi implantada na cidade de Teresina na segunda metade da
década de noventa, com 19 equipes e atualmente, estão em funcionamento, 224
equipes (FMS, 2007). O trabalho é desenvolvido com as famílias das áreas adstritas,
para ampliar o acesso da população aos serviços básicos de saúde, proporcionando
uma assistência direcionada aos problemas que necessitam de intervenção
específica.
Vale ressaltar que o MS está implantando, em todo o Brasil, o instrumento
de Avaliação para Melhoria da Qualidade da Estratégia Saúde da Família (AMQ),
visando estreitar a relação entre os campos da avaliação e da qualidade. Esse
instrumento é de caráter permanente e propõe uma auto-avaliação acerca da
organização e do funcionamento dos serviços e das práticas das equipes de saúde
de família. Possibilitando a essas equipes avaliarem de que forma está sendo
desenvolvido o trabalho, suas potencialidades, os aspectos críticos, os pontos
consolidados e os problemas que precisam de intervenção (BRASIL, 2005).
23
Este instrumento preconiza que as equipes desenvolvam ações
sistemáticas, coletivas e individuais, de prevenção do câncer de colo uterino e
controle do câncer de mama, envolvendo ações de orientação, sensibilização e
realização de citologia de colo uterino, buscando alcançar índices de cobertura
superiores a 90% na população feminina (BRASIL, 2005).
Os programas direcionados à saúde da mulher incorporaram a citologia
oncótica na prevenção do câncer de colo do útero em toda a população feminina,
alvo desta medida, com organização dos serviços para as consultas individuais,
indicação do exame, coleta e análise do material, entrega do resultado, conduta
terapêutica, busca ativa dos casos para acompanhamento, assim como a avaliação
permanente e melhoria dos serviços (BRASIL, 2006a).
É válido destacar que em Teresina-Pi, cenário da pesquisa realizada, a ESF
trabalha com as atividades de prevenção do câncer cérvico-uterino que são
realizadas semanalmente nas Unidades de Saúde de todo o município. Como
principais ações são realizadas palestras educativas e coleta de material citológico
para o exame preventivo.
Essas ações o executadas, predominantemente, pelo profissional
enfermeiro das equipes de Saúde da Família, que prestam assistência integral aos
indivíduos e às famílias da comunidade na USF, em todas as fases do
desenvolvimento humano. O atendimento à mulher é realizado por meio de ações
que objetivam a assistência integral à mulher (BRASIL, 2006b).
Fernandes e Narchi (2002) ressaltam que uma atividade que deve ser
constantemente trabalhada pelos profissionais de saúde é a Educação em Saúde,
para informar a população sobre a importância de prevenir o câncer cérvico-uterino,
o uso de preservativos e o controle dos parceiros sexuais. A falta de adequada
promoção da educação em saúde é um dos fatores que acometem a não
identificação precoce do câncer de colo do útero, associados à não utilização dos
serviços pela clientela alvo e a não implantação das ações em todos os serviços.
A principal estratégia de controle do câncer de colo do útero é a prevenção e
para que esta tenha resultados efetivos é preciso que as mulheres tenham
consciência da necessidade da sua realização (FERREIRA, 2007). Como o exame
citológico não é a única forma de prevenção da patologia, outros determinantes para
24
o surgimento da doença devem ser repassados à população para que se possa
utilizá-los para a manutenção da sua saúde.
Portanto, a mudança do perfil epidemiológico depende da atitude das
mulheres, da articulação das políticas governamentais, das ações dos profissionais
de saúde para criar estratégias voltadas para a educação em saúde visando reduzir
a morbidade nesse grupo (FERREIRA, 2007).
Dessa forma, os profissionais de saúde devem estabelecer relacionamentos
com os pacientes para o desenvolvimento do sentimento de responsabilidade, com
consequente aprimoramento dos resultados do tratamento e da adesão, elevando,
assim, o grau de satisfação do cliente e a realização do profissional.
Nesse sentido, o profissional engajado em suas atividades e que acredita
em mudanças positivas será um agente transformador e efetivamente propiciará a
prevenção de doenças, promovendo a saúde (GREENWOOD; MACHADO;
SAMPAIO, 2006).
Uma ação importante para o fortalecimento do vínculo entre os profissionais
e os clientes, é o acolhimento nos serviços de saúde. Assim, é importante lembrar
que as mulheres que procuram o serviço de saúde devem ser bem acolhidas pelo
profissional que deve transmitir uma sensação de confiança (CHUBACI; MERIGHI,
2005). Nesse momento, o profissional utiliza a tecnologia educação em saúde para
sensibilizar as mulheres da importância de se prevenir o câncer de colo do útero.
Essas ações geram atitudes positivas na clientela, estimulando-as a fazer
propaganda de um atendimento de qualidade na sua comunidade.
Contudo, existe profissional atuando na Estratégia Saúde da Família que
apresenta dificuldade em abordar o público alvo na deteão precoce, por meio da
educação em saúde, referindo como dificuldades para atuar na promoção da saúde,
dentre outras questões, o espaço físico inadequado, a falta de tempo por sobrecarga
de trabalho, descompromisso perante a comunidade. Esses mesmos profissionais
continuam perpetuando o modelo biomédico, se afastando da causa social, retirando
sua parcela de responsabilidade para a melhoria das condições de saúde da
população (FERNANDES; NARCHI, 2002).
Em se tratando de profissionais que atuam em uma área adstrita na qual a
população é conhecida. Esses devem procurar desenvolver sua autonomia
25
profissional para quebrar barreiras pré-estabelecidas, possibilitando condições
favoráveis para o desenvolvimento satisfatório de ações como o vínculo com os
cidadãos, utilizando-se do respeito, da ética, da troca de saberes e confiança gerada
ao aproximar os serviços de saúde da população que deve ser assistida.
As atividades de Educação em Saúde devem ser intensificadas e não
podem mais ser realizadas simplesmente transmitindo informações aos clientes,
menosprezando seu conhecimento ou desacreditando em sua capacidade de
aprender ou modificar sua realidade (FERNANDES; NARCHI, 2002). É preconizado
o aproveitamento do conhecimento que a clientela possui como ponto de partida
para a integração do profissional, em especial, as enfermeiras que trabalham com a
população assistida, visando ao fortalecimento dos princípios do SUS,
principalmente, o da longitudinalidade.
Um fator que dificulta a adesão das mulheres às atividades de Educação em
Saúde e ao exame preventivo é a subalternidade de algumas mulheres aos seus
parceiros, pois esses não estão presentes ou realmente não presenciam as
atividades direcionadas ao controle do câncer cérvico-uterino; recusam-se a fazer
uso de preservativos. Embora cause indignação, esta é a realidade vivida por muitas
mulheres, uma questão histórica de submissão aos seus parceiros, devido a
variados tipos de dependência, à violência doméstica e à poligamia.
É preciso utilizar-se de meios que favoreçam a redução do câncer cérvico-
uterino através de campanhas periódicas, realização de reuniões junto à
comunidade, através da Estratégia Saúde da Família e do aumento do número de
coletas do exame Papanicolau, bem como, o incremento de práticas holísticas como
o uso de fitoterápicos, cromoterapia, auriculoterapia, Florais de Bach, dentre outros.
Contudo, enfatiza-se que de todos os procedimentos clínicos e subsidiários,
o exame Papanicolau que é eficiente, é a forma mais acessível, de menor custo para
prevenir e diagnosticar o câncer de colo uterino na sua fase inicial e mais avançada.
A importância dessa técnica deve ser difundida para toda a população com o
objetivo de modificar a atual situação da doença.
26
2.2 O Papel da Enfermagem na Prevenção do Câncer Cérvico-uterino
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que, atualmente no
mundo, mais de um milhão de mulheres padecem do câncer cérvico-uterino,
apontando que a maioria delas, possa não está diagnosticada ou carece de acesso
a tratamentos que poderiam curar ou prolongar suas vidas. Além disso, nem todas
assumem a prevenção em suas práticas de melhoria de saúde (WHO, 2005).
No Brasil, o câncer do colo uterino é a terceira neoplasia maligna mais
comum entre as mulheres (19/100.000), como foi afirmado anteriormente, sendo
superado pelo câncer de pele não-melanoma (59/100.000) e pelo câncer de mama
(49/100.000) (BRASIL, 2008).
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional do ncer, a
taxa de mortalidade desta neoplasia no país tem apresentado um contínuo e
sustentado aumento desde 1979, passando de 3,44 casos/100.000 mulheres
naquele ano, para 5,03/100.000 mulheres em 2002, representando aumento de 30%
em 23 anos. Em 2005, o carcinoma cervical foi a quarta causa de morte por câncer
em mulheres, apresentando coeficiente de 4,8/100.0003 (BRASIL, 2008).
tempos o câncer de colo do útero vem ocupando um lugar de destaque
nas taxas de morbimortalidade entre a população feminina brasileira. O Brasil possui
um número muito elevado de câncer do colo uterino semelhante ao dos países
pobres com uma redução muito lenta deste indicador (NOVAES; BRAGA; SCHOUT,
2006).
Nesse sentido, para que haja um controle efetivo do câncer cérvico-uterino é
preciso diagnosticar a doença na fase inicial, antes do surgimento dos primeiros
sintomas clínicos, visando reduzir sua ocorrência, as repercussões físicas, psíquicas
e sociais provocadas por este tipo de câncer (BRASIL, 2006a), conseguidas através,
da oferta dos serviços, tratamento e reabilitação das mulheres acometidas, bem
como das ações de prevenção.
A prevenção do câncer uterino tem o enfermeiro, integrante da equipe
multidisciplinar, um importante agente na condução do cuidado do paciente. Assim,
o enfermeiro assume o papel essencial na prevenção do câncer ginecológico, capaz
27
de desenvolver atividades de promoção à saúde e prevenção do câncer, juntamente
com outros profissionais das equipes de saúde.
Contudo, é válido lembrar que o enfermeiro, no papel da prevenção da
neoplasia uterina, necessita desenvolver competências que ultrapassem a esfera
técnico-científica, com implicações na sua atuação profissional, dado o esforço para
viabilizar um cuidado ético. É exigido tamm, desse profissional, que esteja
preparado para co-atuar nas ações de prevenção do câncer e em outros âmbitos
das ações voltadas para a doença, ou seja, desde a promoção da saúde,
tratamento, até a reabilitação ou, no que se refere, aos cuidados paliativos (BRASIL,
2004).
Assim, o enfermeiro precisa trabalhar diversos aspectos das ações de
prevenção, sobretudo, aqueles que interferem ou contribuem para a adesão à
prevenção, buscando compreender o que por trás das ações das pacientes.
Entre os aspectos relacionados à prevenção do câncer ginecológico, devem-se
enfocar os aspectos cnicos, psicológicos e financeiros, apoiados em um contexto
social e cultural de cuidados para com a saúde.
Cestari (2005) defende que a partir dessa compreensão, o enfermeiro
poderá criar uma atmosfera de adesão das mulheres às práticas de preveão do
câncer ginecológico refletindo que a prática do cuidado e prevenção é marcada por
crenças e percepções sobre o que é saúde, doença, prevenção e, também, pelas
experiências vivenciadas, para a manutenção ou tratamento de sua saúde.
É importante lembrar que, partindo dessa configuração, determinada por
aspectos culturais, a prevenção desse tipo de câncer pode ser definida como uma
atitude positiva de autocuidado, caracterizada pela procura da mulher pelo exame de
prevenção, independentemente de estar se sentindo acometida pela neoplasia.
Nesse sentido, a prevenção integra um sistema cultural, organizado em atos
sequenciais e ritualizados, com seus próprios saberes, demonstrando o importante
papel que o enfermeiro deve assumir ao considerar a cultura das mulheres, em
relação à vivência da prevenção da neoplasia uterina (CESTARI, 2005).
Porém, estas pessoas podem pertencer, muitas vezes, a outros tipos
culturais, com saberes organizados por outra lógica. Assim, o encontro destes atores
28
pode resultar em uma pluralidade de concepções, crenças e valores, que
provavelmente, poderão influenciar as atitudes preventivas.
Segundo Oliveira e Pinto (2005), o enfermeiro deve conhecer a comunidade
com a qual está atuando na prevenção do câncer, podendo, dessa forma,
estabelecer uma relação de confiança com a comunidade atendida. Cesar et al.
(2003) destacam que a formação dos enfermeiros, dentro dos parâmetros da
prevenção, se encontra em uma situação ambígua, ou seja, os formadores
reconhecem a necessidade de atuarem na prevenção, mas continuam formando
profissionais para serem absorvidos no mercado de trabalho curativo.
Nesse aspecto, deve-se refletir sobre o fato de que os profissionais
enfermeiros na ESF, na Atenção Básica, precisam buscar formas de interação com a
população e desenvolver práticas educacionais sobre as formas de detecção do
câncer, considerando o contexto cultural dos sujeitos, facilitando assim a decisão da
população sobre os comportamentos de prevenção, como também na participação
em programas de detecção precoce da doença e avaliação dos fatores de risco e
aconselhamento genético (BRASIL, 2002b).
Portanto, a atuação da enfermagem nas ações de promoção, prevenção
primária e secundária do câncer é de fundamental relevância, principalmente nas
neoplasias femininas, em que se devem considerar as relações de gênero que
determinam as atitudes da mulher em relação ao exame Papanicolau. Além disso, é
importante atentar para as características da enfermagem, que, como afirma Cestari
(2005), trata-se de uma profissão feminina, o que provavelmente, facilita a adesão à
prevenção e o entendimento dos aspectos culturais que marcam esse tipo de
doença.
Dessa forma, o enfermeiro deve buscar entender que as relações marcadas
pelo nero que não se apresentam sempre do mesmo jeito, dependem do lugar
onde o individuo esteja inserido, dos seus sistemas de leis, como tamm de sua
família, suas tradições, crenças, cultura e religião.
Conforme Figueiredo e Tyrrell (2004, p. 681), gênero “não significa apenas
as diferenças biológicas entre os sexos masculino e feminino, mas, sobretudo,
representa os valores e os papéis sociais e culturais que homens e mulheres têm na
29
sociedade”. Assim, gênero pode ser entendido como socialmente construído e que
influencia a vida e o modo de viver dos seres humanos.
Contudo, o profissional de saúde, especialmente o enfermeiro que lida
diretamente com essa atenção, precisa compreender que nesse enfoque da
prevenção, as relações de gêneros se fazem presentes, considerando todo o
contexto e responsabilidade de prevenção atribuída à mulher acerca das doenças,
como as sexualmente transmissíveis.
Ainda que não seja o principal objetivo do exame de prevenção detectar
DSTs, é possível identificar o agente e as alterações celulares que sugerem sua
presença, bem como, a possibilidade de tratá-las. As lesões precursoras do câncer
de colo do útero são até cinco vezes mais frequentes em mulheres que apresentam
DST, principalmente, na presença da infecção pelo Papillomavirus Humano (HPV)
tendo, portanto, maior risco para o desenvolvimento da doença (BRASIL, 2006a).
O HPV que é o agente causal da maioria dos cânceres do colo uterino nas
mulheres tendo forte relação com os hábitos sexuais, promiscuidade, grande número
de filhos, início precoce da atividade sexual e infecções ginecológicas repetidas
(LIMA; PALMEIRA; CIPOLOTTI, 2006).
Recentemente foram desenvolvidas vacinas para os dois tipos de HPV,
considerados os principais agentes etiológicos desse tipo de câncer. Dentre os 150
tipos de vírus HPV existentes, 15 podem causar o câncer de colo do útero e os tipos
16 e 18 são os mais frequentes. Essa descoberta representa um grande avanço na
medicina preventiva, contribuindo para o controle do agravo. Porém, essas vacinas,
atualmente ofertadas, apresentam um alto custo (INCOLO, 2008).
A prevenção do câncer de colo uterino pela vacina contra o HPV dar-se-á de
duas formas: a prevenção primária, com mulheres que ainda não têm uma vida
sexual ativa, e a prevenção secundária, com mulheres que já são sexualmente
ativas. Além das formas de prevenção como o exame Papanicolau e a inspeção
visual, com o uso de dois corantes: o ácido acético e o lugol (INCOLO, 2008).
Contudo, o uso da vacina pode se tornar um problema, no sentido da
população deixar de fazer exames de prevenção em detrimento da vacina. E para
que isso não ocorra, será necessário informar a população sobre os benefícios da
30
vacina, mas principalmente, da manutenção dos exames de prevenção, sendo estes,
os dois meios para prevenir o câncer de colo do útero.
Nesse sentido, é possível refletir sobre a relação estabelecida entre as
causas e a prevenção da doença, originadas e influenciadas pelo contexto social e
cultural dos sujeitos, expressadas através do processo de socialização e
transmitidos de geração para geração por meio das instituições sociais, como a
igreja, a escola e a própria família, podendo ser modificáveis, no decorrer da própria
história, dependendo, dentre outros, da cultura, do lugar.
Vale ressaltar que, o enfermeiro, atua nesse enfoque da prevenção,
sobretudo, buscando novos direcionamentos na Educação em Sde, nos serviços
de detecção da doença, nas investigações científicas, nas políticas de saúde,
estabelecendo estratégias para a prevenção do câncer, através de um olhar que se
volte para as conjuntas que circunscrevem a adesão ou não à realização do exame
de prevenção do câncer cérvico-uterino.
2.3 A Prevenção do Câncer Cérvico-uterino como objeto das Representações
Sociais
A abordagem das representações sociais relacionadas a esta temática
permite a apreensão do processo de assimilação das informações, importante para
se compreender as relações estabelecidas nos sistemas de noções, valores e
modelos de pensamento e de conduta que os sujeitos utilizam para apropriar-se dos
objetos incluídos em seu cotidiano, particularmente, novos objetos (JODELET,
2001).
Deve-se reconhecer que, a prevenção reflete as atitudes do ser humano em
relação ao câncer e podem variar, consideravelmente, em diferentes partes do
mundo, dependendo de fatores culturais, étnicos, sociais, econômicos e
educacionais. Observa-se que a prevenção da neoplasia uterina é, marcada e,
muitas vezes, impedida devido a tabus, vergonha, desconhecimento do próprio
corpo, dentre outros fatores.
31
Dessa forma, o comportamento da mulher frente à prevenção do câncer de
colo do útero reflete-se, diretamente, no quadro epidemiológico atual, devido ao
elevado número de mulheres acometidas anualmente pelo câncer cervical que são
diagnosticadas tardiamente em decorrência do não comparecimento periódico aos
serviços de saúde para fazerem o Papanicolau.
Nesse sentido, ao tratar de temas como o da prevenção de câncer
ginecológico, deve-se considerar toda a influência de sentimentos que as mulheres
poderão expressar como: o medo, a vergonha, a ansiedade. Além do desconforto e
da expectativa de sentir dor durante o procedimento, que podem determinar o
posicionamento da mulher acerca da adesão ao exame, seja positiva ou
negativamente (BRITO; NERY; TORRES, 2007).
A procura, pelas mulheres, para realizar exames preventivos do câncer
ginecológico reflete aspectos sociais, históricos e culturais, permeados por mitos,
crenças e por experiências anteriormente vividas em relação ao exame. Com isso, é
importante desenvolver estudos que dimensionem essa problemática, a partir de
representações dos próprios sujeitos, o que justifica o enfoque teórico das
Representações Sociais.
O termo Representação Social originou-se do conceito de representação
coletiva elaborado por Durkheim no culo XIX, que defendia que, para estudar as
representações, a ciência deveria reconhecer a oposição entre o individual e o
coletivo, bem como, afirmou que o estudo das representações coletivas seria
domínio da Psicologia, enquanto que, os estudos das RS pertenceriam ao domínio
da Sociologia (TURA, 2004).
Segundo Jodelet (2001), as representações individuais têm por substrato a
consciência de cada um, própria a cada indivíduo, mas que também se origina e se
recria dentro de uma sociedade. Enquanto as representações coletivas têm por
substrato a sociedade em sua totalidade e se constituem no âmbito das relações
entre indivíduos e grupos, sem deixar de focalizar os diferentes tipos de sociedade,
que podem ser representadas de diferentes maneiras.
A Teoria das Representações Sociais foi elaborada em 1961, por Serge
Moscovici, no estudo da representação social da psicanálise, unindo os valores, os
conceitos e as práticas dos indivíduos no meio social, no qual o saber científico é
32
reelaborado de acordo com a conveniência do grupo através dos meios e dos
recursos que possuem (MOSCOVICI, 1978).
Através da Teoria das Representações Sociais, Moscovici definiu padrões
para analisar cientificamente o conhecimento produzido através dos processos de
comunicação social, denominado de “senso comum, os quais refletem nas
mudanças e interações do grupo. As Representações Sociais são formadas a partir
de um processo de elaboração cognitiva e simbólica, que orienta os
comportamentos pessoais frente a um objeto social (NOBREGA, 2001).
Para Jodelet (2001), a Teoria das Representações Sociais é um complexo
de atitudes, conjecturas, informações e crenças a respeito de um objeto ou de uma
situação cotidiana, que devem servir de referência para a ação à medida que
norteiam as atividades humanas.
Nesse aspecto, as representações sociais permitem entender como os
processos de interações sociais produzem as representações. E com a aplicação
dessa teoria, esse conhecimento, antes menosprezado, passou a ter importância
científica. E então, diversos estudos foram desenvolvidos, buscando compreender o
comportamento social, partindo especialmente dos conhecimentos, definições,
interpretações e vivências do homem em uma determinada sociedade.
Para iniciar um estudo de representações sociais, é necessário delimitar o
objeto a ser pesquisado que, de acordo com Sá (2000) é formado a partir da
simplificação e compreensão do fenômeno da representação social pela teoria,
conforme a finalidade da investigação. A construção das representações inicia-se na
relação de como o sujeito representa o objeto com o qual interage e que faz parte da
relação consigo mesmo, com o outro e com o mundo.
As representações sociais são consideradas um fenômeno psicossocial e
apresentam as funções de formação de condutas e orientação das comunicações
sociais que foram propostas por Moscovici, em 1961. Posteriormente, em 1994,
conforme assevera Nóbrega (2001), Abric incorporou outras duas funções às
representações sociais, a função identitária que determina a especificidade e a
identidade do grupo e a função justificadora que define o posicionamento e as
condutas adotadas.
33
O processo de formação das representações ocorre através de dois
processos: a objetivação e a ancoragem. A primeira consiste em materializar uma
abstração, uma idéia, é reproduzir em imagem um conceito. Enquanto que a
segunda refere-se à incorporação de novas informações ao sistema de categorias
sociais existentes, comparando-as, interpretando-as e reproduzindo-as para que
adquiram características e se ajustem às relações do grupo (MOSCOVICI, 2003).
Esses processos de formação das representações sociais estão interligados na
elaboração das representações pelos atores sociais.
O processo de objetivação, de acordo com Jodelet (2001) é constituído de
três fases: a seleção ou descontextualização das informações, das crenças e das
idéias, relacionadas ao objeto da representação em função dos aspectos culturais e
normativos; o núcleo figurativo, em que os elementos selecionados são organizados
em um esquema estrutural, através de um processo psíquico interno no qual o
indivíduo transforma um objeto novo, em algo familiar coerente com seu referencial
existente; a naturalização dos elementos do núcleo figurativo, em que os elementos
do pensamento transformam-se em elementos de sua realidade de senso comum.
Moscovici (2003) dividiu o processo de ancoragem, tamm em três fases: a
atribuição de significado, a instrumentalização do saber e o enraizamento no sistema
de pensamento. Portanto, através da ancoragem é possível atribuir significação aos
novos objetos e/ou fenômenos, transformando-os em algo conhecido e útil para as
interações sociais.
Como as representações sociais apresentam uma interdependência entre o
sujeito, o objeto e a interação social em seu processo de formação e propagação
dentro do grupo (JODELET, 2001). O fenômeno da representação social está
difundido nas comunicações interpessoais do grupo, nas práticas sociais que estão
em constante movimento e nos pensamentos individuais (SÁ, 2000).
Portanto, as representações sociais emergem das práticas sociais e
culturais, elas contribuem para a sua própria transformação e influenciam o
comportamento dos indivíduos em relação a determinado objeto dentro do grupo
social (SÁ, 2000). Assim, possibilita a identificação de aspectos psicossociológicos
envolvidos no ato preventivo e à compreensão da influência dos fenômenos sociais
no comportamento feminino frente ao câncer uterino.
34
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo e Cenário da Pesquisa
Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa que buscou
apreender as representações sociais relacionadas à prevenção do câncer cérvico-
uterino, tendo como estratégia de pesquisa, o conhecimento informal dos sujeitos
sociais sobre os aspectos relacionados a esta problemática.
A pesquisa descritiva se propõe a observar, registrar, e descrever fatos ou
fenômenos de uma determinada realidade sem manipulá-los. Além disso, busca
conhecer e entender as diversas situações e relações que ocorrem na vida do
indivíduo, resgatando e interpretando o que por trás de suas ações (TRIVIÑOS,
2006).
No que se refere à pesquisa qualitativa, Minayo (2007) enfatiza que esta
trabalha com um nível de realidade que não pode ser quantificado, utiliza um
conjunto de significações, valores, condutas e expressão dos sentimentos,
correspondendo a um aprofundamento das relações, dos processos e dos
fenômenos apresentados pelos entrevistados, buscando a compreensão desses
sujeitos.
A pesquisa foi desenvolvida na Unidade de Saúde da Família (USF) Parque
Flamboyant, localizado na região do Grande Dirceu, zona sudeste de Teresina PI.
Uma das equipes que compõem essa USF é a equipe 93 que trabalha em uma área,
abrangendo 832 famílias cadastradas, dividida em cinco microáreas, totalizando
aproximadamente 3.600 pessoas. Essa equipe foi implantada dois anos e
executa atendimento à população residente na área adstrita à equipe.
Dentre as ações realizadas pela equipe, estão as direcionadas à prevenção
do câncer rvico-uterino, como a coleta de material citológico e as atividades de
Educação em Saúde referentes à temática, as quais são realizadas uma vez durante
a semana na USF. Mensalmente, cerca de quarenta mulheres procuram a unidade
de saúde para participarem dessas atividades.
35
É válido ressaltar que as mulheres que buscam realizar o exame preventivo,
Papanicolau, o acolhidas na recepção e são direcionadas às palestras na sala de
espera, aguardando sua chamada para a coleta citológica desenvolvida pelas
enfermeiras da unidade. Após a coleta, as mulheres são informadas sobre a
importância do retorno para o resultado do exame em consulta de enfermagem ou
médica.
3.2 Sujeitos do Estudo
Os sujeitos deste estudo foram sessenta e quatro mulheres residentes na
área de abrangência da equipe 93, da Estratégia Saúde da Família, na cidade de
Teresina PI que buscaram a USF Parque Flamboyant para a realização do exame
preventivo do câncer de colo do útero, durante os meses de maio e junho de 2009.
Essas mulheres concordaram em participar do estudo e foram, então informadas dos
objetivos da pesquisa.
A escolha dos sujeitos se deu, pelo fato de, ser uma população pertencente
a uma equipe recém implantada, a qual está buscando consolidar os princípios da
Atenção sica, principalmente, através das atividades de promoção da saúde e
prevenção de doenças, como o câncer ginecológico.
Para participarem da pesquisa, os sujeitos assinaram um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO A), obedecendo aos aspectos éticos e
legais conforme determinação da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de
Saúde, referente à pesquisa envolvendo seres humanos. A partir desse termo ficou
garantido o sigilo e a liberdade da recusa ou exclusão em qualquer fase da pesquisa
(BRASIL, 1996).
Os dados foram coletados após apreciação e aprovação do Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (ANEXO B) e da autorização da
Fundação Municipal de Saúde de Teresina PI, para realização da pesquisa.
As variáveis idade, estado civil, religião e escolaridade foram utilizadas para
determinar o perfil dos sujeitos, compreendendo as questões fechadas da primeira
parte dos instrumentos de coleta de dados.
36
Das sessenta e quatro mulheres participantes do estudo, duas se
encontravam na faixa etária menor de vinte anos; vinte e sete, na faixa entre vinte e
trinta anos; vinte e uma mulheres com idade entre trinta e um e quarenta anos; onze
encontravam-se entre quarenta e um e cinqüenta anos; e três, na faixa etária maior
que cinqüenta e um anos. Quanto ao estado civil, vinte e quatro se declararam
solteiras; trinta e uma responderam ser casadas; duas afirmaram viver em união
conjugal estável; duas eram divorciadas; e cinco eram viúvas.
Em relação à religião, cinquenta das mulheres investigada pertencem à
religião católica, ao passo que quatro são protestantes; e dez afirmaram pertencer a
outras religiões, diferentes das citadas anteriormente. Quanto à escolaridade, três
mulheres possuíam o Ensino Fundamental incompleto; doze completaram o Ensino
Fundamental; quarenta e uma cursaram o Ensino Médio completo; e oito
apresentavam o Ensino Superior incompleto. Os dados sociodemográficos foram
organizados, de acordo com o que se observa no Quadro 01 Perfil dos Sujeitos:
IDADE
ESTADO
CIVIL
RELIGIÃO
ESCOLARIDADE
< de 20 anos
20 a 30 anos
31 a 40 anos
41 a 50 anos
> 51 anos
02
27
21
11
03
Solteira
Casada
União Estável
Divorciada
Viúva
24
31
02
02
05
Católica
Protestante
Outras
50
04
10
Analfabeta
EF incompleto
EF
EM
ES incompleto
00
03
12
41
08
Quadro 01 Perfil dos Sujeitos.
Fonte: Pesquisa Direta.
Legenda: Ensino Fundamental (EF); Ensino Médio (EM); Ensino Superior (ES).
3.3 Instrumentos da Coleta de Dados
Foram utilizados dois instrumentos de coleta de dados, o Teste de
Associação Livre de Palavras (APÊNDICE A) e um questionário com roteiro de
entrevista em profundidade (APÊNDICE B) para realização do estudo com o
propósito, de um instrumento complementar o outro, e através da apreensão de
conteúdos possibilitarem um maior aprofundamento na análise das Representações
37
Sociais apreendidas a partir das falas dos sujeitos e para interpretações mais
fidedignas dessas representações.
O primeiro instrumento foi o Teste de Associação Livre de Palavras (TALP)
que aborda técnicas associativas, colhidas através de expressões verbais,
espontâneas menos controladas e mais autênticas (OLIVEIRA; AMÂNCIO, 2005). O
TALP utiliza estímulos indutores aos quais os sujeitos associam expressões
representativas referentes a determinado estímulo. Foi formado a partir dos
estímulos: prevenção do câncer de colo uterino; e exame de prevenção.
A outra técnica utilizada de coleta de dados foi o roteiro de entrevista em
profundidade que proporciona ao pesquisador conhecer os significados dos
fenômenos e acontecimentos cotidianos do entrevistado, pois possibilita ao sujeito
falar livremente sobre o assunto abordado (MARCONI; LAKATOS, 2008).
Foram realizadas quatorze entrevistas que seguiram um roteiro, contendo
duas partes: a primeira parte compreendeu os dados sociodemográficos do perfil
dos sujeitos, que foram: idade; estado civil; religião e grau de escolaridade. A
segunda parte incluiu a questão de partida: fale sobre como prevenir o câncer de
colo do útero.
A aplicação do roteiro foi antecedida por um teste pré-teste para sua
validação e adequação realizada pela pesquisadora. As entrevistas foram gravadas
em MP4 e em seguida foram transcritas na íntegra para posterior análise e
interpretação dos dados coletados. O número de sujeitos entrevistados foi
determinado pela exaustão dos depoimentos registrados nas falas.
3.4 Análise dos Dados
A análise dos dados produzidos através do Teste de Associação Livre de
Palavras foi realizada após a elaboração do banco de dados (APÊNDICE C)
construído pelas variáveis fixas: faixa etária, estado civil, religião e escolaridade,
dispostas nas quatro primeiras colunas, codificadas conforme se verifica abaixo no
Quadro 02.
38
IDADE
(Coluna 1)
ESTADO CIVIL
(Coluna 2)
RELIGIÃO
(Coluna3)
ESCOLARIDADE
(Coluna 4)
1 = < de 20 anos
2 = 20 a 30 anos
3 = 31 a 40 anos
4 = 41 a 50 anos
5 = > 51 anos
1 = Solteira
2 = Casada
3 = Relação Estável
4 = Divorciada
5 = Viúva
1 = Católica
2 = Protestante
3 = Outras
1 = Analfabeta
2 = EF incompleto
3 = EF
4 = EM
5 = ES incompleto
Quadro 02 - Codificação das variáveis fixas
Fonte: Pesquisa Direta.
Legenda: Ensino Fundamental (EF); Ensino Médio (EM); Ensino Superior (ES).
Tamm se utilizou das variáveis de opinião (palavras evocadas)
organizadas em linhas horizontais, codificadas e agrupadas por similaridade
semântica aos numerais correspondentes a cada estímulo indutor (1- prevenção do
câncer de colo uterino; e 2- exame de prevenção). As informações obtidas através
dos Testes de Associação Livre de Palavras foram processadas ao software Tri-
Deux Mots, versão 4.5. Em seguida, analisadas por meio da Análise Fatorial de
Correspondência (AFC).
Segundo Oliveira e Amâncio (2005, p.334) para facilitar a interpretação das
propriedades da estrutura, os resultados da AFC são representados em fatores que
definem relações de proximidade e de oposição entre as palavras ou variáveis. Esse
método de análise mostra uma estrutura central do campo representacional em
relação aos outros elementos da representação, tem como objetivo, segundo o
autor, “representar um dado conjunto de variáveis através de um menor número de
variáveis hipotéticas, ou factores, que garantam a maior covariação das variáveis
observadas”. Os resultados deste estudo são apresentados em gráficos, tabelas e
quadros com a análise e a discussão baseadas na Teoria das Representações
Sociais.
A análise dos dados produzidos a partir das entrevistas foi submetida à
técnica de Análise de Conteúdo Categorial Temática que pode ser aplicada para
fazer a análise de textos escritos ou de qualquer comunicação, verbal, oral ou
gestual. Essa técnica permite desmembrar o texto em unidades, categorias, segundo
reagrupamento por analogia (BARDIN, 2006). A análise de conteúdo constou das
seguintes etapas: pré-análise, exploração do material, tratamento e interpretação
dos resultados.
39
Na etapa de pré-análise realizou-se a organização do material coletado,
seguida da leitura flutuante para selecionar o material a ser analisado. Então foram
formulados as hipóteses, objetivos e indicadores que fundamentaram a
interpretação.
A etapa de exploração do material consistiu em análise detalhada do
material selecionado (constituição do corpus), cujos dados foram codificados a partir
de unidades temáticas que podem ser de natureza e de dimensões variadas, como,
por exemplo, uma afirmação acerca de um assunto, uma frase, um resumo ou uma
unidade de significação que se destaca naturalmente do texto (BARDIN, 2006).
A última etapa foi a de tratamento e interpretação dos resultados, que
permitiu o agrupamento dos dados em categorias temáticas, de acordo com a
análise realizada das entrevistas. As etapas deste processo podem ser visualizadas
no plano de análise da figura 01.
FIGURA 01 - Plano de Análise de Conteúdo Categorial Temática
Fonte: Pesquisa Direta.
A análise baseada no processo de categorização consistiu em classificar os
elementos segundo suas semelhanças e suas diferenciações, para em seguida
PLANO DE ANÁLISE
COLETA DE DADOS
LEITURA FLUTUANTE
SELEÇÃO DO CORPUS
TÉCNICA DE ANÁLISE CATEGORIAL
TEMÁTICA
CATEGORIAS
CONCEPÇÕES SOBRE O CÂNCER DE
COLO UTERINO
SENTIMENTOS EM RELAÇÃO À
PREVENÇÃO DO CÂNCER CÉRVICO-
UTERINO
ATITUDES FRENTE À PREVENÇÃO DO
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA
PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO
DO ÚTERO
PROCESSO DE CATEGORIZAÇÃO
40
reagrupar os dados em função de características comuns. As categorias o
conjuntos ou classes que reúnem um grupo de elementos agrupados em razão das
suas características semelhantes (BARDIN, 2006).
No processo de categorização, a partir das 283 unidades temáticas
extraídas das entrevistas em profundidade, emergiram três categorias temáticas e
quatro subcategorias. As categorias foram elaboradas com base no agrupamento
semântico das unidades de análise. No Quadro 03 encontram-se distribuídas as
categorias, com seus respectivos códigos e número de unidades de análise. Em
seguida, encontra-se a descrição de cada categoria:
CATEGORIAS
F
SUBCATEGORIAS
F
A. Concepções sobre o Câncer
de Colo Uterino (CSCCU)
B. Sentimentos em relação à
Prevenção do Câncer
Cérvico-uterino (SRPCCU)
C. Atitudes frente à Prevenção
do Câncer de Colo do Útero
(AFPCCU)
204
32
47
A.1 Concepções Preventivas
A. 2 Concepções Curativas
B.1 Sentimentos Positivos
B.2 Sentimentos Negativos
-
146
58
15
17
47
TOTAL
283
283
Quadro 03 - Distribuição das categorias temáticas, subcategorias, códigos e unidades de análise.
Fonte: Pesquisa Direta.
Categoria A: Concepções Sobre o Câncer de Colo Uterino (CSCCU) -
essa categoria compreende um conjunto de 204 unidades de análises, incluindo as
duas subcategorias: concepções preventivas e concepções curativas, com 146 e 58
unidades de análise, respectivamente.
Categoria B: Sentimentos em Relação à Prevenção do Câncer Cérvico-
Uterino (SRPCCU) nessa categoria estão distribuídas 32 unidades de análise, as
quais descrevem os sentimentos positivos (15 unidades de análise) e os negativos
(17 unidades de análise) relacionados à prevenção do câncer de colo do útero.
Categoria C: Atitudes Frente à Prevenção do Câncer de Colo do Útero
(AFPCCU) essa categoria encontra-se decomposta em 47 unidades de análise,
que evidenciam as atitudes das mulheres frente à prevenção do ncer cérvico
uterino.
41
4 AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE A PREVENÇÃO DO CÂNCER
CÉRVICO-UTERINO
São apresentados os resultados da análise do Teste de Associação Livre de
Palavras (TALP), processado pelo software Tri-Deux-Mots, realizada através da
Técnica de Análise Fatorial de Corresponncia demonstrando graficamente a
correlação entre as variáveis fixas e de opinião, assim como, os resultados das
entrevistas, submetidos à técnica de Análise de Conteúdo Categorial Temática,
contendo as categorias e as subcategorias construídas a partir das unidades de
análise.
4.1 Campo de Representação da Prevenção do Câncer Cérvico-uterino
Os dados coletados através do TALP, após serem processados no software
Tri-Deux Mots, originaram um conjunto de 458 palavras como resposta para os
estímulos indutores: prevenção do câncer de colo uterino; e exame de
prevenção. Desse total de 458 palavras, 28 apresentaram significados diferentes.
Essa redução formou-se a partir da construção dos dicionários de palavras
dos estímulos que foram agrupados por similaridade semântica, como nos exemplos
das seguintes expressões: “Prevenção”, “precaução”, “camisinha”, “proteção”,
“prevenir doença”, “evitar doença” e “sexo seguro” que foram reduzidas a uma única
palavra “prevenção” referindo-se à prevenção do câncer de colo uterino.
O processamento dos dados no software deu origem ao Gfico 01 que
demonstra o campo de representações ou imagem sobre a prevenção do câncer
cérvico-uterino, com isso, tornou possível a leitura e interpretação das variáveis de
opinião das palavras evocadas, bem como, a correlação entre as variáveis fixas ou
sócio-demográficas (idade, estado civil, religião e escolaridade), organizados
segundo os eixos ou fatores.
42
F2
Relação estável
¨
¨
¨ remédio2
¨
¨
¨
¨
cuidar2 dor2¨
¨
¨ resultado2
remedio1
rotina2 ¨
¨
ES incompleto ¨ ansiedade2
¨ consulta1
outros religiões ¨
¨ diagnóstico1
¨ EF
F1 solteira ¨
¨¨¨¨¨ ¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨vergonha2¨¨¨+¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨ ¨tratar1
¨ 41 a 50 anos
¨
dever2 cuidar1 ¨ Protestante
¨
tratar2 ¨
saude1 ¨
¨
¨
¨
EF incompleto ¨
¨ desconforto2
¨ tranquilidade2
¨ saúde2
¨
parceiro1
¨
¨
¨ viúva
¨
¨
¨
¨ > 50 anos
¨
¨
¨
divorciada
Gráfico 01 - Representação gráfica do plano fatorial sobre a prevenção do câncer de colo uterino.
Legenda:
Plano fatorial
Palavras
indutores
Variáveis Fixas
Fator 1 (F1) = [eixo horizontal esquerda e direita]
Fator 2 (F2) = [eixo vertical superior e inferior]
Verde - modalidades que existem em ambos os vetores
1 - Prevenção do
câncer de colo
uterino
2 Exame de
prevenção
15 - Idade
16 - Estado Civil
17 - Religião
18 - Escolaridade
43
Neste gráfico, estão configurados os dois lados fatoriais F1 e F2,
apresentados em cores diferentes para visualização das modalidades referentes a
cada um dos fatores, como também, às variáveis sócio-demográficas que
contribuíram para a constituição dos dois eixos fatoriais.
Destacam-se na cor vermelha as modalidades componentes do fator F1; na
cor azul, as modalidades que formaram o fator F2; e na cor verde, as modalidades
comuns aos dois fatores F1 e F2. E para evidenciar as variáveis sócio-demográficas
que contribuíram para formação dos fatores, utilizou-se a cor amarela.
A partir do Gráfico 01, os dados são apresentados, de acordo com a
distribuição das modalidades no campo representacional. Iniciaram-se pelas
palavras que se encontram no lado, esquerdo e direito do F1 (eixo horizontal
vermelho), seguido das palavras que estão localizadas no lado inferior e lado
superior do F2 (eixo vertical azul). Durante o processo analítico das evocações,
consideraram-se as correlações existentes entre os diferentes grupos de palavras.
Fator 1 Lado esquerdo
No lado esquerdo do fator 1 (eixo horizontal vermelho), o estímulo exame de
prevenção representou para as mulheres solteiras, com ensino superior incompleto
e de outras religiões, a palavra rotina.
Quanto à rotina de realização do exame, esta se apresenta vinculada à
periodicidade que o exame de prevenção adquiriu com a recomendação do
Ministério da Saúde para a realização anual do exame por todas as mulheres com
vida sexual ativa (BRASIL, 2006a).
Para as mulheres com ensino fundamental incompleto, o estímulo
prevenção do câncer de colo uterino representou cuidar e saúde e para o
estímulo exame de prevenção, representou vergonha, tratar e dever.
Essas modalidades corroboram com os conteúdos das entrevistas desse
mesmo estudo, em que as mulheres expressaram sentimentos de vergonha ao
realizarem o exame Papanicolau. Porém, destacaram a importância desta ação,
44
realizada com rotina e incorporada pela mulher como um dever, para a manutenção
da saúde.
Observa-se que, através do exame de prevenção do ncer de colo do
útero, a possibilidade de tratar doenças do genital feminino, caso sejam
diagnosticadas. Através dessas evocações, a mulher reconhece que prevenir o
câncer cérvico-uterino é um ato de cuidar da própria saúde. Esse conceito
representa uma atitude favorável à prevenção, devido este ato denotar um momento
de autocuidado.
Segundo Gutierrez e Minayo (2009), o autocuidado das mulheres é realizado
através de várias ações que podem ser executadas isoladamente ou em conjunto
com outros membros da família, dentre essas ações, estão incluídas consultas de
rotina ao ginecologista para fazer o exame preventivo do câncer.
Nesse sentido, a representação de prevenção foi expressa através do
cuidado, o qual deve ser interpretado como o fenômeno relacionado à assistência,
ao apoio, à capacitação de experiências ou de comportamentos, para um indivíduo
ou grupos com necessidades evidentes ou antecipadas de melhorar ou aperfeiçoar
uma condição ou modo de vida.
Estudo realizado por Duavy et al (2007, p. 735) afirma que “as mulheres
percebem o exame de prevenção como uma forma de se cuidar, e demonstram
preocupação e interesse em saber suas condições de saúde”. Com essa
representação da prática preventiva, deve-se refletir, sobre o fato de que, os
recursos e os comportamentos de cuidado se expressam através da cultura e da
experiência dos sujeitos, compartilhadas nos processos de comunicação social.
Nesse sentido, Madeira, Tura e Tura (2003), afirmam que, as
representações sociais refletem a diversidade dos grupos sociais, resultado de sua
história, com influencia dos aspectos culturais que orientam as práticas referentes a
determinado objeto.
Essas informações são difundidas pelos profissionais de saúde durante o
cotidiano de trabalho e pelos meios de comunicação como essencial para o cuidado
com a saúde e rastreamento dos casos de câncer, sejam das lesões pré-
cancerígenas ou dos casos instalados.
45
Fator 1 Lado direito
No lado direito do fator (F1), o estímulo prevenção do câncer de colo
uterino representou para as mulheres com ensino fundamental completo, as
palavras: consulta e diagnóstico.
Para as mulheres protestantes, com idade entre 41 e 50 anos e maiores de
50 anos, a prevenção do câncer de colo, foi representada pela palavra: tratar.
Dessa forma, as evocações configuram-se como a probabilidade de tratar a doença,
quando o diagnóstico é feito através do resultado do exame. Essa representação
destaca que a prevenção possibilita o diagnóstico precoce e a indicação do
tratamento adequado realizado no momento da consulta com o profissional de
saúde.
Em relação ao estímulo exame de prevenção, as mulheres participantes do
estudo, descreveram como tranquilidade e saúde. Corroborando com os relatos das
entrevistas deste estudo quanto ao que representa a prevenção do câncer cervical,
no qual, os sujeitos relacionaram o exame Papanicolau ao cuidado com a saúde e
consequentemente, à sensação de tranquilidade que o exame representa quando o
diagnóstico é negativo para o câncer.
Como afirma Duavy et al. (2007), em seus estudos, as mulheres
reconhecem a importância da prevenção do câncer de colo do útero para a
preservação da saúde, objetivando a manutenção de uma vida saudável. Com isso,
torna-se mais fácil a adesão à prática da prevenção, especificamente, a realização
do exame citológico, muito embora, deve-se admitir que, ter conhecimento sobre a
necessidade do exame, necessariamente, não implique na sua realização.
Dessa forma, a prevenção do câncer de colo do útero através das
representações sociais, apresentou-se pautada nos conceitos formados e
partilhados que se originaram no processo cotidiano de comunicação social, com
influência das crenças, da cultura e dos costumes.
46
Fator 2 - Lado inferior
No fator 2 (eixo vertical azul), no lado inferior do Gráfico 01, destacam-se as
representações sobre prevenção do câncer de colo uterino e exame de
prevenção, elaboradas por mulheres viúvas e divorciadas. Para este grupo de
mulheres a prevenção do ncer de colo uterino foi representada pelas palavras
saúde e parceiro.
Destaca-se que a prevenção do câncer cérvico-uterino está diretamente
relacionada com relacionamento monogâmico, visto que, um dos fatores de risco
para o desenvolvimento do câncer cervical é a multiplicidade de parceiros (PESSINI;
SILVEIRA, 2006). Logo, relacionar-se com um único parceiro, representa uma forma
de prevenir o câncer de colo do útero, devido à possível redução da exposição às
doenças sexualmente transmissíveis e, consequentemente, um ato de cuidado com
a saúde.
Para representar exame de prevenção, as mulheres viúvas e divorciadas
evocaram as palavras: desconforto, tranquilidade e saúde. Em relação ao estímulo
indutor, os sujeitos revelaram sentimentos positivos como tranquilidade e,
relacionaram o procedimento à sensação de desconforto, o que pode interferir na
adoção de condutas quanto à prevenção. Essa associação leva a mulher à prática
de atitudes desfavoráveis em relação à realização do exame de prevenção do
câncer de colo do útero. Quanto à palavra evocada saúde, esta representa a
preocupação dos sujeitos com a manutenção da saúde através da realização
periódica do exame.
Fator 2 Lado superior
No fator 2 (eixo vertical azul), no lado superior do Gráfico 1, encontra-se a
representação da prevenção do câncer de colo uterino e exame de prevenção,
elaboradas por mulheres que vivenciam relacionamento conjugal estável.
47
A modalidade que correspondeu às variáveis de opinião evocadas pelas
mulheres para o esmulo prevenção do câncer de colo uterino foi remédio. Esta
representação está relacionada com a possibilidade de diagnosticar, através da
prevenção, doenças que acometem o trato genital feminino, como as infecções
vaginais. Tendo em vista esta possibilidade, as mulheres associaram a prevenção
ao tratamento dessas infecções com remédio.
No que se refere ao estímulo exame de prevenção, os sujeitos acima
citados, contribuíram com a objetivação nesse fator com as modalidades seguintes:
ansiedade, dor, resultado, cuidar e remédio. Evidencia-se que a realização do
exame citológico envolve o sentimento de ansiedade, tamm referido pelas
mulheres nas entrevistas deste estudo.
Denota-se que a dor pode se converter em empecilho ao exame
Papanicolau. Segundo Brito, Nery e Torres (2007), as mulheres apresentam medo
de sentir dor durante o exame de prevenção, devido o exame configurar-se em um
procedimento desconfortável.
Estudo realizado por Duavy et al (2007), afirmou que as mulheres ao
realizarem o exame de prevenção, expressaram sentir medo, tanto do exame quanto
do resultado, vergonha da exposição do corpo para o profissional, nervosismo e
desconforto com a posição ginecológica.
Dessa forma, a realização do exame Papanicolau desperta, na mulher,
esses sentimentos negativos, relacionados com a sexualidade, que podem
influenciar na adesão ao exame. Segundo Figueiredo e Tyrrell (2004,) as condutas e
a forma de viver de homens e mulheres são influenciadas pelas relações de nero,
decorrentes do papel sócio-cultural que cada um representa na sociedade.
Segundo dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2006a), as ações de
prevenção do câncer de colo do útero m como um dos seus objetivos, detectar os
estágios iniciais da doença para implementação do tratamento adequado e
reabilitação das mulheres acometidas. Dessa forma, o resultado do exame
representa expectativa e medo caso este seja positivo para o câncer, como se
evidenciou nas entrevistas deste estudo.
A palavra cuidar, evocada neste estímulo, representa o ato de cuidar da
saúde através da realização rotineira do exame de prevenção do câncer de colo
48
uterino. De acordo com Trindade e Ferreira (2009), a partir do conhecimento e da
sua experiência, as mulheres tem a liberdade de tomar decisões e são capazes de
promoverem o autocuidado referente à sua saúde.
Evidencia-se, portanto, que dentre as variáveis fixas ou sócio-demográficas
que compuseram o fator (1) tem-se como sujeitos que mais contribuiram para que se
apreendesse as representações sociais da prevenção do câncer cérvico-uterino as
mulheres solteiras, na faixa etária entre 40 e 50 anos, maiores de 50 anos, mulheres
com o ensino fundamental incompleto, ensino fundamental completo e superior
incompleto e adeptas da religião protestante e outras religiões. E para a formação do
fator (F2), mulheres com estado civil divorciada, viúva e com união estável.
O Quadro 04 mostra a distribuição da frequência das palavras evocadas
referentes ao objeto em estudo, revelando assim, a representação estatística dos
dados e a representação gráfica das variações semânticas. A relação encontra-se
em ordem decrescente das modalidades pela Contribuição Por Fator (CPF) que
formaram os fatores 1 e 2.
FATORES
ESTÍMULO 1
CPF
ESTÍMULO 2-
CPF
FATOR 1
1 - Prevenção do câncer de
colo uterino
f
2 - Exame de Prevenção
f
Tratar
177
Dever
182
Cuidar
72
Rotina
88
Saúde
64
Vergonha
66
Consulta
53
Tratar
58
Diagnóstico
38
Tranqüilidade
55
Saúde
55
Desconforto
19
Cuidar
12
Ansiedade
11
Resultado
04
Dor
03
Remédio
02
SUBTOTAL
404
555
FATOR 2
Parceiro
168
Saúde
138
Remédio
68
Dor
95
Saúde
41
Resultado
77
Cuidar
22
Tranqüilidade
73
Consulta
20
Remédio
72
Diagnóstico
02
Desconforto
44
Tratar
01
Ansiedade
39
Cuidar
33
Tratar
32
Rotina
16
Dever
05
SUBTOTAL
322
624
TOTAL F1, F2
726
1179
Quadro 04 - Distribuição das modalidades que contribuíram para formação dos fatores 1 e 2
com respectivas freqüência (f) a partir das duas palavras indutoras.
Fonte: Pesquisa Direta
49
Apresentam-se as palavras mais significativas dos fatores 1 e 2 relacionados
com suas freqüências, segundo o valor da CPF equivalente. O fator (1) representou
um percentual de 44,5 e o fator (2) demonstrou um percentual de 37,6. E para
compreensão dos campos semânticos, os dados apontados no quadro 04, referem-
se à análise de quinze variáveis de opinião que foram apreendidas na representação
gráfica por constituírem maior frequência de contribuição para os dois eixos.
Observa-se a contribuição de cada modalidade na formação dos fatores de
acordo com a frequência que cada uma apresentou, permitindo assim, distribuir as
representações dos dois fatores (F1 e F2). Em relação aos valores numéricos da
contribuição fatorial, em respostas ao primeiro estímulo prevenção do câncer de
colo uterino, este apresentou uma CPF no total de 726 e para o segundo estímulo
exame de prevenção, este se destacou com uma CPF de 1179.
Nos resultados da análise fatorial, palavras que contribuíram
significativamente com os dois fatores (F1 e F2) foram incluídas nos resultados
correspondentes a cada fator, sendo assim, foram apresentadas em negrito para
evidenciar as palavras encontradas em ambos os fatores.
As palavras apreendidas com maior frequência foram exibidas em itálico,
como resposta ao estímulo prevenção do câncer de colo uterino, surgiram as
palavras tratar e parceiro; e em resposta ao estimulo exame de prevenção, foi
evocada com maior frequência as palavras dever e saúde.
Contribuindo com os dois fatores, as modalidades evocadas que
apresentaram maior frequência foram: saúde e tranquilidade. Estas se referem à
representação dos dois fatores e estão distribuídas nos dois estímulos.
Representam, portanto, a prevenção do câncer cérvico-uterino para as mulheres
participantes deste estudo.
Dessa forma, na análise, observou-se a interrelação entre as
Representações Sociais, apreendidas nos depoimentos dos sujeitos, através das
entrevistas em profundidade, e as apreendidas através do Teste de Associação Livre
de Palavras, analisadas segundo a Análise Fatorial de Correspondência (AFC).
Ressalta-se que devido às palavras que foram evocadas no teste encontrarem-se
nas falas das mulheres, algumas foram propriamente ditas, outras foram expressas
com o mesmo sentido.
50
Nesse contexto, as mulheres consideraram mais significativas como
representação da prevenção do câncer de colo do útero, os aspectos relacionados
aos cuidados com a saúde e à sensação de tranquilidade que a realização do
exame ginecológico produz. Dessa forma, as representações apresentam um nível
de complexidade capaz de sintetizar o dinamismo das relações do grupo com o
objeto social (MADEIRA; TURA; TURA, 2003).
Apreender as Representações Sociais da prevenção do câncer de colo
uterino envolvidos nos aspectos biopsicossociais, encontrados nas concepções, nos
sentimentos e nas atitudes dos sujeitos, contribuem para a orientação da prática
regular do exame Papanicolau e formação do conhecimento referente ao fenômeno
social estudado.
4.2 A prevenção do Câncer de colo do Útero como Conhecimento Socialmente
Compartilhado
A apreensão das Representações Sociais sobre a prevenção do câncer de
colo do útero possibilitou a criação de um conjunto de três categorias temáticas e
quatro subcategorias, totalizando 283 unidades de análises. O Quadro 05 descreve
as frequências e as porcentagens das unidades de análise distribuídas nas
categorias e suas respectivas subcategorias.
CATEGORIAS
F
%
SUBCATEGORIAS
F
%
A. Concepções sobre o Câncer
de Colo Uterino
B. Sentimentos em relação à
Prevenção do Câncer
Cérvico-uterino
C. Atitudes frente à Prevenção
do Câncer de Colo do Útero
204
32
47
72,09
11,3
16,61
A.1 Concepções Preventivas
A. 2 Concepções Curativas
B.1 Sentimentos Positivos
B.2 Sentimentos Negativos
-
146
58
15
17
47
51,6
20,5
5,3
6,0
16.6
TOTAL
283
100
283
100
Quadro 05 Distribuição das categorias, da subcategorias, com frequências e percentuais.
Fonte: Pesquisa direta.
51
As representações sociais elaboradas pelos sujeitos vão desde as
concepções sobre o câncer de colo uterino, dos sentimentos envolvidos na
realização do exame de prevenção do câncer cervical, até as atitudes das mulheres
frente à prevenção do ncer de colo do útero. Nestas análises, consideraram-se as
interrelações, as divergências e a pluralidade de conceitos na formação das
categorias temáticas.
Categoria A - Concepções sobre o Câncer de Colo Uterino (CSCCU)
A primeira categoria refere-se às concepções sobre o câncer de colo uterino
em que os sujeitos expressaram suas ideias sobre a prevenção e o câncer cérvico-
uterino. A análise das representações sociais construiu-se através das informações
cotidianas e experiências dos atores sociais compartilhados na vivência em grupo.
Com base no Quadro 05, observa-se que os sujeitos mencionaram maior
frequência para a categoria A: “Concepções sobre o câncer cérvico-uterino,
apresentando 72,09% das unidades de análise. Identificam-se a prevalência de
informações sobre o câncer cervical em todos os seus aspectos, demonstrando os
saberes das mulheres, sujeitos do estudo, sobre as formas de prevenir o câncer.
Neste mesmo quadro estão distribuídas as frequências e as porcentagens das
subcategorias: “Concepções preventivas sobre o câncer de colo uterino,
correspondendo a 51,6% das unidades de análise da categoria; e “Concepções
curativas do câncer cervical uterino, com 20,5%.
Subcategoria A1 - Concepções Preventivas sobre o Câncer Cérvico-Uterino
Na subcategoria “concepções preventivas sobre o ncer rvico-uterino”,
as mulheres afirmaram que a prevenção é realizada através de práticas que
culminam em um comportamento que visa à precaução da doença. Essas práticas
sociais são formadas através da interação e troca de informações entre os sujeitos.
52
Esse conhecimento influencia as atitudes dos sujeitos em relação ao objeto de
estudo.
Destacaram-se relatos sobre as formas de prevenir o câncer do colo uterino
como a utilização de preservativos nas relações sexuais, restrição do número de
parceiros, realização de acompanhamento médico rotineiro, manutenção da higiene
íntima adequada. Além disso, destacou-se a realização do exame Papanicolau com
periodicidade:
[...] é importante o uso de preservativo nas relações sexuais para
evitar o contágio do HPV [...] usando camisinha [...] ter parceiro fixo
[...] tem que manter relação com o parceiro [...] para prevenir o
câncer de colo do útero é fazendo o exame de prevenção [...] fazer
sempre a prevenção todos os anos [...] ter uma boa higiene [...] ir ao
médico todo ano, é isso que eu sei [...] visitando o ginecologista
anualmente [...] tem que fazer o exame de prevenção de seis em seis
meses [...] a gente tem que se cuidar a cada seis meses [...]
Observa-se que os sujeitos demonstraram conhecer várias maneiras de
prevenir o câncer cervical, evidenciando a diversidade de informações que as
mulheres adquirem com o convívio social e familiar, da mídia e repassada por
profissionais nos serviços de saúde.
Pessini e Silveira (2005) afirmam que a prevenção primária do câncer
ginecológico consiste em perdicas avaliações clínicas, desestímulo à multiplicidade
de parceiros, à gravidez precoce, ao tabagismo, ao uso de preservativos e de
métodos anticoncepcionais eficazes.
Algumas mulheres relataram realizar o exame Papanicolau com intervalo
semestral, talvez por falta de informação sobre o período recomendado para a
submissão ao exame. O Ministério da Saúde recomenda que seja realizado um
exame preventivo anualmente ou trianual, caso dois exames consecutivos sejam
negativos para neoplasia maligna (BRASIL, 2006a),
Nesta subcategoria, concepções preventivas sobre o ncer cérvico-
uterino”, a representação da prevenção do câncer cervical uterino para as mulheres
apresentou-se, principalmente, como uma forma de prevenção de doenças.
Segundo Oliveira e Pinto (2007), a referida prevenção se expressa em algo que
53
impeça o aparecimento da doença ou até mesmo estagne o processo de
adoecimento. Certificam-se as afirmações nos depoimentos a seguir:
[...] é pra prevenir a doença, como o câncer de colo de útero [...] é
importante pra mim porque, caso esteja algo errado, com a
descoberta no início da doença, maiores são as chances de cura [...]
o motivo para fazer o exame é prevenir mesmo [...] por prevenção
mesmo [...] representa uma forma de prevenir [...]
Destacaram-se também, a prevenção como manutenção do estado de
saúde e o cuidado com o corpo. Dessa forma, os relatos demonstram a preocupação
dos sujeitos em permanecerem com um bom estado de saúde, e expressaram a
relação entre o cuidado com a saúde e a satisfação de estar bem:
[...] é importante sempre cuidar da nossa saúde [...] pra gente saber
como é que estar à saúde da gente [...] representa autocuidado e
amor próprio [...] para ter sua saúde em dia [...] é cuidar de mim [...]”.
Como o exame Papanicolau tem o objetivo de prevenir o câncer cérvico-
uterino, os sujeitos relacionam a realização do exame à preservação da saúde,
apresentando assim, um sentimento de alívio referente ao cuidado com o próprio
corpo.
Além das formas de prevenção do câncer feminino, a possibilidade de
diagnosticar doenças ginecológicas, principalmente as infecções vaginais, através
do exame de prevenção também foi citada pelos sujeitos, como se verifica nos
exemplos: “[...] ver se tem algum sintoma, alguma doença, inflamação, algum cisto,
mioma [...] a gente está se prevenindo de várias doenças [...] não previne o
câncer, mais tamm qualquer outra DST [...]”.
As mulheres, geralmente, realizam o exame Papanicolau para prevenção de
câncer, detecção precoce de outras doenças e detecção precoce de infecções
(MERIGHI; HAMANO; CAVALCANTE, 2002). O exame preventivo encontra-se
associado à manutenção da saúde através da detecção do câncer nas fases iniciais,
bem como, a descoberta de doenças do trato genital feminino ou de doenças
sexualmente transmissíveis.
54
Como afirma Pinho et al (2003), a procura para a realização do exame
preventivo está mais relacionada às queixas ginecológicas, como corrimento vaginal,
infecções vaginais e urinárias e doenças sexualmente transmissíveis ou mesmo a
oportunidade ou chance de realizar o exame durante outras práticas assistenciais do
que a adoção do caráter preventivo. Porém, há um número elevado de mulheres que
não realizam o exame preventivo por não apresentarem sintomas específicos,
dificultando o diagnóstico precoce da doença.
As concepções sobre a prevenção apresentaram-se vinculadas à execução
de um conjunto de ações preventivas, como o uso de preservativos nas relações
sexuais e a realização do exame Papanicolau. Para Moscovici (1978), as
representações sociais são formas de conhecimentos que contribuem para a
formação de condutas sobre determinado objeto. Esse conhecimento adquirido é
reelaborado e incorporado pelos atores sociais, influenciando o comportamento e
nas práticas referentes à prevenção.
Nesse sentido, a concepção sobre a prevenção do câncer de colo uterino é
de fundamental importância para adoção de práticas que objetivem detectar
precocemente as lesões iniciais da doença visando ao cuidado com a saúde. Para
Vieira e Queiroz (2006), as representações sociais compreendem o conjunto de
ideias e saberes que o indivíduo incorpora da estrutura social e o reelabora para
utilizá-lo.
Subcategoria A2 Concepções Curativas do Câncer Cervical Uterino
Na subcategoria concepções curativas do ncer cervical uterino”,
evidenciou-se, nas falas das entrevistadas, o conhecimento sobre o câncer, ligado
ao sofrimento e à morte: “[...] é uma doença muito grave [...] maltrata muito a mulher
por causa do tratamento que é muito forte [...] é uma doença muito ruim, eu já vi uma
pessoa, que teve um caso desses e morreu [...]”. Em estudo realizado por Ferreira
(2007), constatou-se que o câncer apresenta estigma por ser considerada uma
doença incurável, associada à morte e com desinformação sobre a doença, fatores
de risco e tratamento.
55
Incluíram-se, tamm, as informações sobre a origem da doença, essas
representações são difundidas dentro do grupo social e familiar, resultantes do
processo de comunicação e das experiências vividas, como se observa nos relatos
que seguem:
[...] começa a partir de uma inflamação [...] dizem que cisto dá câncer
[...] começa de um nódulo que se não for tratado se torna um câncer
[...] é relacionado com a infecção pelo vírus HPV que é transmitido
através de relações sexuais sem preservativo [...]
As mulheres, geralmente, desconhecem a causa do câncer de colo uterino e
o associam à inflamação, às doenças sexualmente transmissíveis ou à falta de
higiene (LIMA; PALMEIRA; CIPOLOTTI, 2006). Dessa forma, os saberes populares
sobre a origem dessa doença o repassados e reelaborados de acordo com a
conveniência dos indivíduos.
Para Vieira e Queiroz (2006, p. 64), nas representações de um objeto “pode-
se apreender tanto a essência da realidade social como o nível da personalidade
individual que interpreta, manipula e reage às regras e aos valores sociais”. Nessa
perspectiva, destacou-se nesta pesquisa, a importância do diagnóstico precoce para
a eficácia do tratamento e para a cura efetiva da doença, bem como, apresentou-se
a relação entre o surgimento da doença e o descuido com a própria saúde, conforme
evidenciado nestes relatos:
[...] é uma doença que se for diagnosticada no começo tem cura [...]
a mulher tem que se tratar [...] às vezes, se detectado no início, às
vezes até pode ter cura [...] eu acho que começa por falta de cuidado
mesmo [...] a mulher, às vezes, se descuida e pode ocasionar essa
doença [...]
Devido à evolução lenta e gradual do câncer cervical e à não apresentação
de sintomas nas fases iniciais, torna-se imprescindível a descoberta da doença
precocemente, em que as chances de cura são maiores (BRASIL, 2006a). Por isso,
é de fundamental importância a realização do exame Papanicolau para o diagnóstico
precoce da doença e o tratamento adequado para os casos específicos. Contudo, os
conceitos sobre o câncer, suas repercussões, suas causas podem determinar
atitudes adotadas referentes à doença.
56
Dessa forma, ressalta-se que a concepção sobre o ncer de colo uterino
apresentou-se firmado em variados conceitos, os quais se expressam de forma
articulada entre os indivíduos que compartilham essas informações. Esses vários
conceitos são transformados e utilizados na determinação do comportamento em
relação à doença. Moscovici (2003) afirma que a concepção de um grupo sobre
determinado objeto expressa a construção do conhecimento tanto teórico quanto
prático.
Houve tamm relatos que demonstraram pouca informação das mulheres
em relação à prevenção do ncer de colo do útero: “[...] na realidade eu o tenho
muita informação sobre ncer de colo do útero, não [...] no momento não estou
lembrando o nome do exame [...] eu ainda não fiz, só faço o de prevenção [...]”.
Estudo realizado por Lima, Palmeira e Cipolotti (2006) revelaram que as
mulheres, em sua maioria, o têm informações de como prevenir o câncer de colo
uterino, e que poucas tem alguma ideia, mesmo as que receberam orientações não
fixaram ou não compreenderam o que lhes foi repassado.
Embora demonstrem algum conhecimento sobre o exame Papanicolau, as
mulheres apresentam informações incompletas e dúvidas quanto à finalidade do
exame (OLIVEIRA; ALMEIDA, 2009). Contudo, o conhecimento sobre determinado
objeto colabora para a adoção de atitudes em relação ao mesmo.
Para isso, o sistema de saúde precisa criar estratégias de difusão de
informações sobre o câncer, os fatores de risco e as formas de prevenção, conforme
salientam Lima, Palmeira e Cipolotti (2006). Essas ações contribuem para minimizar
a incidência da doença.
Vale ressaltar que, a desinformação sobre as formas de prevenção do
câncer cérvico-uterino contribuem para a manutenção dos altos índices de
morbimortalidade por esta neoplasia. Evidenciam-se a necessidade de intervenções
específicas, como a intensificação do número de coletas do exame e a propagação
de informações sobre as formas de prevenção do câncer de colo uterino, visando
reduzir a incidência e a prevalência da doença.
A desinformação sobre a prevenção que as mulheres relataram, nesta
pesquisa, interfere de maneira negativa nas ações de prevenção do câncer de colo
do útero, devido ao desconhecimento da importância de atos preventivos para a
57
preservação da saúde. Com isso, é importante ressaltar que os serviços de saúde
devem ampliar as atividades educativas para a propagação de orientações sobre as
formas de prevenção do câncer de colo uterino, almejando formar uma consciência
crítica que conduza a ações participativas.
Categoria B - Sentimentos em relação à prevenção do câncer cérvico-uterino
A segunda categoria refere-se aos sentimentos em relão à prevenção do
câncer cérvico-uterino, contendo 32 unidades de análise, o que corresponde a uma
frequência de 11,3%, conforme Quadro 05. Nesta pesquisa, os sujeitos expressaram
os sentimentos envolvidos no momento da submissão do exame de prevenção,
representados nas subcategorias: “Sentimentos positivos com 5,3% das unidades
de análise e “Sentimentos negativos correspondendo a frequência de 6%. Observa-
se que, a subcategoria sentimentos negativos” apresentou a maior frequência na
categoria.
A manifestação de sentimentos é influenciada pela cultura: saberes, valores,
idéias, crenças e práticas que estão impregnados nas concepções das pessoas e
são transmitidas entre as gerações (OHARA; SAITO, 2008). Esses fatores designam
a identidade social e a especificidade do grupo que determina as atitudes sociais
sobre a prevenção, definindo assim, a função identitária das Representações
Sociais. Estas práticas são disseminadas através do processo de comunicação
existente dentro dos grupos sociais, bem como, das experiências anteriores
vivenciadas pelos sujeitos.
Subcategoria B1 Sentimentos Positivos
No que versa sobre os sentimentos positivos envolvidos com a prevenção
do câncer cervical uterino, os sujeitos expressaram que, dentre outros sentimentos,
representa tranquilidade, conforme depoimentos a seguir: “[...] eu faço o exame
porque me deixa tranquila por saber que está tudo bem comigo [...] alívio porque vou
58
descobrir que não tenho câncer [...] fico tranquila quando faço a prevenção e o
resultado é bom [...]”.
Verifica-se que a realização do exame citológico revela uma sensação de
tranquilidade para a mulher e o sentimento de alívio quando o resultado do exame é
negativo para o câncer. Do mesmo modo, os sujeitos expressaram sentimentos
prazerosos referentes à prevenção, pelo fato desta representar o cuidado com a
própria saúde, como se observa nos relatos que seguem:
[...] é muito bom fazer a prevenção [...] me faz ficar bem com a minha
saúde [...] bem-estar por saber que está tudo bem comigo [...] sinto
bem-estar por saber que estou bem de saúde [...] sei que pronto, eu
acho que fiquei livre de alguma coisa [...] mesmo que o resultado
depois não seja bom mais eu me sinto aliviada [...] me sinto feliz [...]
Nesse sentido, a apreensão das representações sociais da prevenção
considera um conjunto de ideias, sentimentos, saberes e práticas incorporadas
individualmente na ampla estrutura social (VIEIRA; QUEIROZ, 2006). Esses
sentimentos relativos à prevenção podem interferir na tomada de decisão do
indivíduo em relação às ações de autocuidado quanto à prevenção do câncer
cérvico-uterino.
Os sentimentos positivos em relação à prevenção, como a tranquilidade e o
alívio, contribuem para a adesão das mulheres ao exame Papanicolau realizado com
regularidade. Considerando-se que a sensação de tranquilidade e de alívio, faz com
que a mulher se sinta mais segura e despreocupada em relação à doença, é
importante que haja um melhor direcionamento das práticas de saúde, sobretudo, da
enfermagem, na figura do enfermeiro, para a realização da prevenção da doença.
Subcategoria B2 Sentimentos Negativos
Nas unidades de análise a seguir, são apresentados os sentimentos
negativos da prevenção do câncer de colo do útero, destacando-se o medo, a
59
vergonha, o nervosismo, o constrangimento e a ansiedade, que foram os mais
relatados, conforme as falas que se seguem:
[...] quando faço o exame tenho medo do resultado [...] fico
esperando ansiosa para saber o que vai dar [...] sempre fico na
expectativa do resultado e isso me dá medo [...] faço porque é
necessário, mais tenho muita vergonha [...] fico nervosa demais [...]
antes de fazer fico ansiosa [...] na hora de fazer o exame eu sinto
vergonha [...] fico com medo de doer [...] me sinto constrangida [...]
sinto vergonha de médico homem [...]
Pode-se observar que, o medo do resultado do exame foi o sentimento mais
relatado, devido à possibilidade de diagnóstico da doença. Destaca-se que os outros
sentimentos negativos envolvidos na realização do exame Papanicolau são
secundários ao medo.
Estudo realizado por Merighi, Hamano e Cavalcante (2002) concluíram que
as mulheres sentem-se inseguras e temerosas quanto ao resultado do exame de
prevenção do câncerrvico-uterino devido a possibilidade de este ser positivo para
a neoplasia.
Vale ressaltar que os sentimentos envolvidos na realização do exame
preventivo do câncer de colo uterino são o medo, a vergonha, o nervosismo e o
desconforto, os quais estão relacionados com a questão de pudor (BRITO; NERY;
TORRES, 2007). Geralmente, esses sentimentos estão ligados às questões de
gênero que influenciam o comportamento feminino em diferentes sociedades, por
causa da diferença entre os sexos, em que a sexualidade feminina sempre foi
negada, ao longo dos tempos, e devido à educação patriarcal que a mulher recebeu
(DUAVY et al., 2007).
Nesse contexto, os sentimentos negativos, principalmente, o medo e a
vergonha, envolvidos na realização da prevenção do câncer de colo do útero podem
converter-se em empecilhos futuros à procura do exame, assim como, podem ser
transmitidos de geração em geração nos ambientes familiares ou sociais,
interferindo nas ações preventivas (FERREIRA, 2007).
Dessa forma, deve-se considerar na realização do exame de prevenção as
questões de pudor da mulher em relação ao procedimento e ao profissional que o
60
realiza, bem como, em detrimento da probabilidade de descoberta da doença. Os
sentimentos negativos descritos pelas mulheres refletem a representação que a
prevenção apresentou entre os sujeitos pesquisados.
Categoria C - Atitudes Frente à Prevenção do Câncer de Colo do Útero
Esta categoria refere-se às atitudes frente à prevenção do câncer de colo
do útero. Os sujeitos demonstram sua prática em relação à prevenção a partir do
posicionamento que assumem em relação à realização periódica do exame
Papanicolau. É possível compreender as representações sociais a partir das atitudes
adotadas frente à prevenção do câncer de colo uterino, caracterizando a função
justificadora das representações sociais que determinam o posicionamento e as
práticas desses sujeitos.
No Quadro 05, encontram-se os dados quantitativos das frequências e
porcentagens das 47 unidades de análise, correspondendo à frequência de 16,61%.
Foram descritas as atitudes favoráveis para prevenir o câncer de colo do útero,
quando o exame é realizado com periodicidade, e as atitudes desfavoráveis, quando
não houve regularidade na realização do exame.
Os sujeitos descreveram como atitudes favoráveis à prevenção do câncer de
colo cérvico-uterino, a preocupação em realizar o exame Papanicolau com
periodicidade: “[...] eu faço a prevenção [...] geralmente [...] eu faço uma vez por ano
[...] eu faço anualmente [...] toda mulher tem que ter a conscientização de fazer esse
exame regularmente [...]”.
No que se refere à realização ou não do exame preventivo, vários motivos
podem estar associados, como os psicológicos, sociais e culturais. Esses motivos
são responsáveis pela adesão ou não das mulheres ao exame periódico. No
entanto, aspectos culturais, principalmente as crenças, os comportamentos, as
percepções e a religião exercem grande influência na atitude referente à prevenção
(CHUBACI; MERIGHI, 2005).
61
Além da periodicidade, alguns relatos representaram à realização do exame
de prevenção do câncer de colo uterino como um dever que a mulher deve cumprir
para se manter com saúde, como afirmam os relatos seguintes:
[...] porque sei que mesmo sem sintoma a mulher deve fazer a
prevenção pelo menos uma vez por ano [...] quando eu vejo que
chegou o mês que fiz o ano passado, que vai fazer um ano, eu
procuro um médico [...]
É possível compreender através dos depoimentos, a ênfase na realização do
exame de prevenção do câncer cérvico-uterino e a importância deste para o
diagnóstico da doença. Identifica-se a prevalência do comportamento favorável à
prevenção, destacando que, os sujeitos incorporaram as informações referentes às
ações preventivas e as praticam.
As atitudes adotadas em relação à prevenção do câncer de colo do útero
contribuem para aumentar a detecção precoce desta neoplasia e reduzir os índices
de morbimortalidade. Dessa forma, as representações encontram-se relacionadas à
concepção de prevenção adquirida por meio das experiências dos sujeitos que as
reinterpretam.
Em relação às atitudes desfavoráveis acerca da prevenção do câncer
cervical uterino, observou-se o descumprimento da periodicidade recomendada pelo
Ministério da Saúde ou mesmo o esquecimento em realizar o exame Papanicolau:
“[...] eu já estou com uns três anos que não faço [...] não fiz por descanso mesmo [...]
sei lá, falta de coragem mesmo, por isso não fiz ainda [...] às vezes faço com
mais de um ano, esqueço de ir fazer [...]”.
Segundo Fernandes e Narchi (2002), embora saibam qual é a finalidade do
exame Papanicolau, as mulheres o o realizam com frequência adequada,
havendo necessidade de mais informações sobre esse assunto. Em relação à
periodicidade do exame, observa-se nas unidades de análise, que o intervalo entre
um exame e outro é superior a um ano, constatando-se que mesmo apresentando
conhecimento sobre a prevenção, estas apresentam atitudes desfavoráveis em
relação ao exame.
62
Existe inconsistência entre conhecimento e prática do exame preventivo, nos
quais as mulheres não incorporam, no cotidiano do cuidado à saúde, o
conhecimento usualmente adquirido e as atitudes favoráveis sobre prevenção
(MERIGHI; HAMANO; CAVALCANTE, 2002). Por esse motivo, a procura para
realizar o exame preventivo é, às vezes, esquecida ou menosprezada.
As atitudes desfavoráveis em relação à prevenção do câncer de colo uterino
apreendidas dos sujeitos demonstram que mesmo reconhecendo a importância da
realização do exame Papanicolau com periodicidade, a prática referente à
prevenção não condiz com a concepção elaborada por algumas depoentes.
Segundo Novaes, Braga e Schout (2006), alguns fatores devem ser levados
em conta quanto à realização do exame de prevenção como os relacionados à
condição de vida das mulheres, os fatores associados aos serviços de saúde, o
estilo de vida e a forma de cuidar do próprio estado de saúde. Vale ressaltar que
esses aspectos associados às concepções pessoais e sócio-culturais influenciam
nas práticas referentes à prevenção do câncer de colo do útero.
Observa-se que as categorias temáticas apresentaram correlação
constituída a partir do processo analítico no qual distribuiu as unidades de análise
nas diferentes categorias, obedecendo à similaridade semântica. Logo, essa
distribuição auxilia o entendimento do processo de análise dos conteúdos
apreendidos dos depoimentos dos sujeitos.
63
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A prevenção do câncer de colo do útero constituiu objeto deste estudo, e, a
partir da apreensão das representações sociais elaboradas por mulheres assistidas
pela Estratégia Saúde da Família, se buscou determinar a influência das
representações na realização do exame de prevenção.
Com base na Teoria das Representações Sociais identificaram-se diferentes
formas de produção de conhecimento procedentes do senso comum, assim como os
comportamentos, as atitudes e as experiências sociais advindas do cotidiano das
mulheres, aspectos determinantes na adoção de práticas preventivas.
A realização da coleta de dados através de dois instrumentos, o Teste de
Associação Livre de Palavras e a Entrevista em Profundidade, permitiu apreender as
representações sociais da prevenção do câncer ginecológico. E possibilitou observar
que os resultados obtidos por cada instrumento mostraram equivalência,
evidenciando que as técnicas de coleta de dados se complementaram na apreensão
dos conteúdos representacionais. Com isso, proporcionou um aprofundamento na
compreensão dos elementos essenciais da representação da prevenção do câncer
de colo do útero.
Vale ressaltar que, o conhecimento cotidiano apreendido é resultante da
vivência dos sujeitos determinada pelas condições sociais a partir dos processos de
comunicação, que disseminam as informões entre os atores sociais, os quais
tamm se utilizam do conhecimento científico na elaboração do conhecimento do
senso comum.
Verificou-se através dos resultados da Análise Fatorial de Correspondência
(AFC) que as mulheres participantes do estudo reconhecem que a prevenção do
câncer cérvico-uterino é sinônimo de cuidar da saúde, que é importante a
participação do parceiro para que as ações de prevenção sejam efetivas e que
através da prevenção é possível diagnosticar e tratar a doença pelo uso de remédio.
Pode-se constatar a representação social da prevenção nas palavras evocadas
durante a o Teste de Associação Livre de Palavras para o estímulo prevenção do
câncer de colo uterino: cuidar, saúde, parceiro, tratar e remédio.
64
Dessa forma, observa-se que as representações da prevenção para as
mulheres, constituem formas de evitar o aparecimento do câncer de colo do útero,
bem como, possibilidades do diagnóstico precoce da doença e através deste, a
instituição do tratamento adequado para cada caso. Essas informações são
repassadas formalmente pelos meios de comunicação e pelos profissionais de
saúde à população que as incorporam, as utilizam e as difundem dentro do grupo
social.
Para as mulheres, o exame de prevenção compreendeu as evocações
vergonha, ansiedade, dor, desconforto, resultado e remédio, evidenciando que a
submissão ao exame e a expectativa do resultado despertam os sentimentos
referenciados pelos sujeitos, estes podem influenciar negativamente as práticas
relacionadas à prevenção do câncer de colo do útero, como a não realização do
exame Papanicolau.
O desconforto representado pelas mulheres durante a realização do exame
corrobora com os resultados de outros estudos sobre a temática e evidencia a
influência das relações de gênero no comportamento feminino frente à realização do
exame. Observou-se, nesta pesquisa que, mesmo apresentando uma imagem
negativa ligada aos sentimentos de vergonha, ansiedade, dor e medo perante as
mulheres, o exame papanicolau é realizado por elas com objetivo de manutenção da
saúde.
Por outro lado, os sujeitos reconheceram a importância da realização do
exame para a manutenção da saúde quando representaram através das palavras:
cuidar, saúde, tranquilidade e tratar. Desse modo, incorporaram sua realização como
um dever a ser cumprido com periodicidade ao evocarem as expressões: dever e
rotina. Estes achados contribuem com a realização rotineira do exame para
detecção precoce dos casos de câncer.
Portanto, as mulheres representaram à prevenção do câncer de colo do
uterino, como cuidar da saúde, diagnosticar e tratar o câncer cervical, cuja
realização preventiva da doença representa tranquilidade quando o resultado é
negativo para o câncer.
As representações sociais da prevenção do câncer cervical uterino
apreendidas a partir das categorias: concepções sobre o câncer de colo uterino;
65
sentimentos em relação à prevenção câncer cérvico-uterino e atitudes frente à
prevenção do câncer de colo do útero apresentaram interrelações das informações
disseminadas entre os sujeitos.
Em relação às concepções preventivas dos sujeitos acerca do objeto do
estudo, esses relataram diversas ações para prevenir o ncer de colo do útero,
como o uso de preservativo nas relações sexuais, a realização do exame
Papanicolau, a restrição do número de parceiros e a adoção de hábitos adequados
de higiene.
Quanto às concepções curativas da doença, esta foi representada pelo
sofrimento e morte, bem como, pela concepção de que a origem do câncer es
ligada a doenças do trato genital feminino. Também ficou evidenciado a importância
do diagnóstico precoce da doença para a implementação do tratamento efetivo.
Sobre a prevenção, esta se apresentou relacionada ao cuidado com a
saúde, o que demonstra a difusão do conhecimento do senso comum referente ao
objeto de estudo. Esse conhecimento influencia o comportamento dos atores sociais,
determinando suas práticas referentes à prevenção do câncer cervical uterino.
As informações que as mulheres apresentaram sobre a prevenção do câncer
cérvico-uterino revelaram o conhecimento sobre as formas de prevenção do câncer
cervical, porém demonstraram desconhecer o objetivo do exame papanicolau, que é
diagnosticar as lesões precursoras e o câncer de colo uterino.
Na categoria dos “sentimentos vivenciados pelas mulheres na realização do
exame de prevenção”, observou-se uma contradição, visto que, ao mesmo tempo
em que os sujeitos revelaram sentimentos positivos, como tranquilidade e sensação
de alívio e bem-estar quando o resultado do exame é negativo para o câncer,
relataram ainda sentimentos negativos, tais como o medo, a ansiedade e a vergonha
no momento da realização do exame devido à exposição do corpo ao profissional de
saúde.
Quanto à categoria “atitudes frente à prevenção do ncer de colo do útero”,
as mulheres apresentaram-se favoráveis no momento em que afirmaram realizar o
exame Papanicolau com periodicidade e destacaram a importância do exame
incorporado como um dever a ser cumprido para manterem-se com saúde. Em
66
relação às atitudes desfavoráveis, estas ficaram concentradas na o realização do
exame de prevenção com periodicidade.
Dessa forma, a Teoria das Representações Sociais aplicada na pesquisa
possibilitou coletar conceitos e afirmações, conhecer hábitos e atitudes socialmente
elaborados e praticados pelas mulheres relacionados à prevenção do câncer de colo
do útero e como esses fatores influenciaram as mulheres na realização do exame
Papanicolau.
O estudo mostrou-se importante para a área da saúde, principalmente, para
a Enfermagem, por apresentar a representação da prevenção do câncer de colo
uterino elaborada pelas mulheres assistidas pelas enfermeiras da Estratégia Saúde
da Família, clientela adstrita acompanhada por estes profissionais.
Espera-se que essa pesquisa contribua para o planejamento de
intervenções específicas no nível de atenção sica com o objetivo de diminuir o
número de novos casos da doença com diagnóstico tardio por meio do aumento da
detecção precoce e tratamento efetivo dos casos diagnosticados com a finalidade de
reduzir a incidência/prevalência da doença.
Pretende-se tamm, contribuir na área acadêmica, no que se refere ao
ensino, à pesquisa e à extensão. Destaca-se ainda, a importância deste estudo
como fonte de pesquisa para trabalhos posteriormente desenvolvidos que abordem
o tema, bem como, para despertar o interesse dos profissionais de saúde, em
especial, as enfermeiras, para a importância de um novo direcionamento das ações
preventivas e de promoção da saúde referentes ao câncer de colo do útero.
Nesse sentido, torna-se necessário, intensificar a divulgação da relevância
do exame Papanicolau realizado com periodicidade para a obtenção de diagnósticos
precoces da doença para aumentar o número de coletas entre as mulheres,
principalmente, entre àquelas que não realizam o exame preventivo rotineiramente.
Para tanto, cabe aos profissionais de saúde o fortalecimento do vínculo com
a clientela através de atividades de educação em saúde para prestar
esclarecimentos sobre as formas de prevenção do câncer de colo do útero com o
objetivo de sensibilizar as mulheres para adotarem práticas preventivas no seu
cotidiano, visando reduzir a morbimortalidade por esta neoplasia, bem como, ampliar
o acesso destas às ações de prevenção do câncer cervical uterino.
67
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APÊNDICES
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APÊNDICE A - TESTE DE ASSOCIAÇÃO LIVRE DE PALAVRAS
1. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO DOS SUJEITOS:
. Mulheres atendidas em equipe da ESF da zona sudeste de Teresina PI.
. Aceitar participar do estudo.
. Estar em condições de ser entrevistada.
2. PERFIL DOS SUJEITOS:
. Idade:_____ Estado civil:________ Religião__________ Escolaridade:__________
Estímulo Indutor nº 1
Estímulo Indutor nº 2
. Se eu lhe digo, PREVENÇAO DO CÂNCER DE COLO UTERINO, quais as cinco
primeiras palavras que rapidamente lhe vêm à mente?
1.___________________ Das palavras citadas, qual a mais importante? Porque?
2.___________________
3.___________________
4.___________________
5.___________________
. Se eu lhe digo, EXAME DE PREVENÇÃO, quais as cinco primeiras palavras que
rapidamente lhe vêm à mente?
1.___________________ Das palavras citadas, qual a mais importante? Porque?
2.___________________
3.___________________
4.___________________
5.___________________
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APÊNDICE B - FORMULÁRIO PARA ENTREVISTA
I - CARACTERIZAÇÃO DO SUJEITO
IDADE:________________________ ESTADO CIVIL:_____________________
ESCOLARIDADE:___________(anos) RELIGIÃO__________________________
II QUESTÃO DA PESQUISA
1- Fale sobre como prevenir o câncer de colo do útero.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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APÊNDICE C - BANCO DE DADOS
3414 cuidar1 preven1 parcei1 saude1 medo2 corage2 dever2 preven2 saude2*
2114 exame1 consul1 cuidar1 tratar1 ansied2 medo2*
2135 preven1 exame1 confor1 saude1 vergon2 dor2 ansied2 preven2 dever2*
4213 medico1 tratar1 preven1 exame1 medo2 ansied2 triste2 desesp2*
3214 preven1 parcei1 consul1 higien1 ansied2 medo2 vergon2*
2514 preven1 descob1 tratar1 cura1 vida1 curios2 vergon2 descon2 diagno2 soluca2*
4224 preven1 cura1 diagno1 tratar1 medo2 doenca2 remedi2 dor2 diagno2*
3214 higien1 preven1 exame1 saude1 ansied2 diagno2 saude2 tranqu2*
2214 exame1 remedi1 consul1saude1 campan1 ansied2 vergon2 medo2 dor2 preven2*
2212 exame1 parcei1 preven1 cuidar1 vergon2 medo2 preven2 tratar2*
3414 preven1 cuidar1 saude1 parcei1 exame2 tranqu2 tratar2 saude2 felici2*
4513 preven1 tratar1 exame1 higien1 diagno2 tranqu2 saude2 felici2*
2514 preven1 cuidar1 parcei1 consul1 orient1 diagno2 tratar2 tranqu2 vergon2*
2114 preven1 saude1 cuidar1 exame1 preven2 conhec2 parcei2 tratar2 cuidar2*
2114 tratar1 preven1 exame1 cuidar1 saude1 cuidar2 saude2 parcei2 tranqu2 vergon2*
2314 tranqu1 consul1 doenca1 preven1 remedi1 diagno2 morte2 dor2 result2 remedi2*
2115 remedi1 exame1 cuidar1 inform1 tranqui1 descon2 vergon2 diagno2 medo2 acessi2*
2115 conhec1 cultur1 import1 preven1 tranqu1 medo2 dor2 vergon2 trauma2 diagno2*
3215 saude1 cuidar1 preven1 exame1 diagno2 vergon2 preven2 tratar2 cuidar2*
4213 tranqu1 saude1 tratar1 cuidar1 descob1 medo2 preven2 cuidar2 tranqu2 preocu2*
4223 exame1 preven1 consul1 parcei1 preven2 saude2 diagno2 descon2*
3224 exame1 consul1 preven1 tratar1 cuidar1 medo2 diagno2 ansied2 segura2 saude2*
3124 preven1 exame1 cuidar1 vida1 higien1 medo2 descob2 tratar2 preven2 saude2*
2223 consul1 descob1 tratar1 exame1 preven1 tensao2 vergon2 cuidar2 preven2 ansied2*
5513 exame1 consul1 preven1 saude1 medo2 descob2 tratar2 descon2 vergon2*
3214 preven1 cuidar1 exame1 saude1 diagno2 tratar2 preven2 medo2 vergon2*
2214 preven1 cuidar1 parcei1 exame1 cuidar2 preven2 ansied2 dever2 saude2*
1213 exame1 preven1 saude1 consul1 ansied2 curios2 medo2 cuidar2 tratar2*
2132 preven1 exame1 saude1 cuidar1 diagno2 tratar2 vergon2 dever2 medo2*
2115 exame1 consul1 cuidar1 saude1 medo2 preven2 tratar2 vergon2 dever2*
2114 exame1 cuidar1 medico1 hospit1 ajuda1 ansied2 insoni2 result2 import2 consta2*
3214 preven1 exame1 remedi1 medico1 result2 vergon2 import2 desconf2*
2214 medico1 tratar1 retira1 remedi1 exame1 result2 gravid2 ansied2 vergon2 otimo2*
3214 diagno1 preven1 remedi1 consul1 exame1 preven2 ansied2 result2 medo2*
3213 preven1 diagno1 cuidar1 remedi1 diagno2 dor2 tranqu2 result2 triste2*
2214 exame1 remedi1 preven1 inform1 medico1 result2 medo2 dor2 tratar2 import2*
2212 exame1 remedi1 preven1 cuidar1 saude1 trauma2 vergon2 diagno2 conhec2 tratar2*
3114 import1 saude1 cuidar1 higien1 parcei1 medo2 vergon2 diagno2 tratar2 soluca2*
4214 exame1 consul1 inform1 capaci1 orient1 preven2 acessi2 cuidar2 vergon2 saude2*
3113 exame1 medico1 inform1 preven1 cuidar1 result2 ansied2 medo2 dor2 expect2*
4113 exame1 preven1 medico1 result1 remedi1 medo2 expect2 ansied2 result2*
3134 medico1 exame1 preven1 saude1 cuidar1 remedi2 tratar2 cuidar2 ansied2 conhec2*
3215 consul1 exame1 remedi1 diagno1 tratar1 tensao2 cuidar2 vergon2 result2 rotina2*
1113 preven1 consul1 exame1 desinf1 medo2 ansied2 result2 positi2 hipote2*
2234 exame1 remedi1 preven1 conhec1 dor2 doenca2 result2 remedi2 tratar2*
2114 medico1 remedi1 cuidar1 higien1 preven1 enferm2 ansied2 medo2 dor2 preven2*
3215 consul1 higien1 preven1 exame1 medo2 import2 rotina2 public2*
5214 rotina1 parcei1 preven1 hospit1 import1 preven2 soluca2 trauma2 enferm2 saude2*
3134 exame1 preven1 parcei1 higien1 inform1 vergon2 descon2 rotina2 saude2*
3135 medico1 rotina1 consul1 dinhei1 preven1 otimo2 rotina2 medo2 dinhei2*
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE/ DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ENFERMAGEM
APÊNDICE D DICIONÁRIO 1
ESTÍMULO INDUTOR: PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO
PALAVRAS EVOCADAS
DICIONÁRIO
Cuidado, cuidar da saúde
Cuidar
Prevenção, precaução, camisinha, proteção, prevenir
doença, evitar doença, sexo seguro
Preven
Parceiro, parceiro saudável, poucos parceiros, parceiro
fixo, parceiro único
Parcei
Saúde, benefícios à saúde
Saúde
Exame, Papanicolau, ultrassonografia, exames de rotina
Exame
Tratamento, combater a doença
Tratar
Remédio, medicamento, tomar remédio,
Remedi
Consulta periódica, ir ao médico, acompanhamento
médico, consulta anual, assistência médica, ir ao posto
Cônsul
Médico, ginecologista
Médico
Conforto
Confor
Higiene do casal, higiene, higiene vaginal, higiene
pessoal
Higien
Descobrir doenças
Descob
Cura
Cura
Vida, continuar a vida
Vida
Campanha de prevenção
Campan
Orientação, ajuda
Orient
Doença
Doença
Informação
Inform
Tranqüilidade, bem estar
Tranqu
Conhecimento
Conhec
Cultura
Cultur
Importante
Import
Hospital, hospital São Marcos
Hospit
Retirada do útero
Retira
Capacitação
Capaci
Desinformação
Desinf
Rotina, de seis em seis meses, semestral
Rotina
Dinheiro
Dinhei
78
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE/ DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM ENFERMAGEM
APÊNDICE E - DICIONÁRIO 2
ESTÍMULO INDUTOR: EXAME DE PREVENÇÃO
PALAVRAS EVOCADAS
DICIONÁRIO
Medo, receio, medo do resultado
Medo
Coragem
Corage
Dever
Dever
Prevenção, prevenir doença, evitar doença
Preven
Saúde, sem doença,
Saúde
Ansiedade, impaciência, nervosismo, angústia, apreensiva
Nervos
Vergonha, constrangimento, envergonhada
Vergon
Dor, dores
Dor
Desespero, choro, tristeza
Desesp
Curiosidade
Curiós
Diagnóstico, descoberta, diagnóstico precoce
Diagno
Solução de problema, cura, solução
Soluça
Desconforto, incômodo, deconfortável
Descon
Doença, descobrir doenças
Doença
Remédios, medicamento
Remedi
Tratamento, tratamento adequado
Tratar
Saúde, saúde pública
Saúde
Tranquilidade, alívio, bem estar
Tranqu
Felicidade
Felici
Exame, citologia anualmente, exame semestral, Papanicolau
Exame
Cuidados, se cuidar, cuidar da saúde
Cuidad
Conhecimento, consciência
Conhec
Morte
Morte
Resultado, resultado positivo
Result
Acessível, facilidade
Acessi
Trauma
Trauma
Preocupação
Preocu
Segurança
Segura
Tensão
Tensão
Insônia
Insoni
Importante
Import
Constante
Consta
Gravidade
Gravid
Ótimo, positivo
Ótimo
Expectativa
Expect
Rotina, anual, assiduidade, tempo disponível
Rotina
Hipotensão, mal-estar
Hipote
Enfermeira, doutora mulher
Enferm
Público
Public
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APÊNDICE F - UNIDADES DE ANÁLISE TEMÁTICAS DAS CONCEPÇÕES
PREVENTIVAS DO CÂNCER CÉRVICO-UTERINO
[...] para prevenir o câncer de colo do útero é fazendo o exame de prevenção [...] transvaginal [...]
o exame de prevenção [...] ir ao ginecologista [...] fazendo a prevenção [...] fazendo o exame
preventivo anualmente [...] usando camisinha [...] a mulher tem que fazer o exame [...] se tiver
alguma coisa, tempo tratar e ficar boa [...] visitando o ginecologista anualmente [...] fazendo o
exame de prevenção [...] e se observando a si mesma [...] observando o que sente [...] o tipo de
escorrimento que tem e outras coisas [...] não previne o câncer, mais também qualquer outra
DSTs [...] pra quem tem uma vida sexual ativa, tem que fazer o exame [...] por isso é preciso
fazer o exame anualmente [...] pra prevenir [...] fazendo prevenção que é um dos meios de
descobrir o que tem [...] fazer o exame [...] é bom pra gente saber se tem algum problema ou não
[...] Ah!, o que eu sei é que agente tem que prevenir [...] fazendo as consultas regularmente todo
ano [...] se possível de seis em seis meses [...] quando a gente ta sentindo mais, uma coisa a mais
[...] fazendo o exame [...] ir ao médico todo ano, é isso que eu sei [...] a gente tem que, algo mais
de prevenir [...] ir ao médico [...] pra ver, prevenir a doença exatamente [...] todos os anos, em seis
em seis meses [...] eu faço o exame pra mim saber se eu estou ou não com a doença [...] eu sei
que a mulher tem que se prevenir de várias formas [...] ela tem que ter higiene [...] higiene pessoal
[...] tem que ter, manter relação só com o parceiro [...] tem um exame sim [...] eu acho assim que é
um momento preventivo de várias doenças [...] que a mulher tem que fazer [...] a mulher tem que
fazer pra saber como é que estar sua saúde [...] previne fazendo prevenção [...] se cuidando, eu
acho [...] fazendo a prevenção [...] a gente ver se tem algum sintoma [...] alguma doença,
inflamação [...] algum cisto, mioma [...] eu acho que é muito necessário fazer a prevenção [...]
porque, pra evitar doença [...] para prevenir [...] é fazendo o exame de prevenção [...] de seis em
seis meses [...] eu faço pra mim saber como é que está o meu útero [...] se eu sentir algum
sintoma, pra saber como é que está [...] que a gente tem que fazer um acompanhamento [...] de
seis em seis meses com o ginecologista [...] pra ter o cuidado de não ter o câncer [...] que a gente
tem que se cuidar a cada seis meses [...] tem que ir no ginecologista [...] e que muitas vezes você
deixa de ir e acontece e você acaba tendo [...] pra prevenir tem muitas formas [...] tem que usar a
camisinha [...] se prevenir [...] em seis em seis meses fazer a prevenção [...] a gente deve fazer o
exame [...] pra se prevenir contra o câncer [...] pra mim, é que a gente se precaver das doenças
[...] a mulher deve fazer de seis em seis meses [...] para se prevenir [...] sabendo que a gente não
tem nenhum tipo de doença [...] por isso não devemos descuidar da saúde [...] pra se prevenir [...]
a gente tem que fazer o exame de prevenção de seis em seis meses [...] não ter muitos parceiros
[...] usar preservativos nas relações [...] mais é importante fazer sempre o exame de prevenção
[...] pra prevenir essa doença [...] o principal é fazer a prevenção [...] através do exame
Papanicolau [...] é importante o uso de preservativo nas relações sexuais para evitar o contágio do
HPV [...] ter parceiro fixo [...] e ter boa higiene [...] fazer a prevenção Ir sempre ao médico [...] fazer
sempre a prevenção todos os anos [...] ter uma boa higiene [...] cuidado com os parceiros [...] tem
que se prevenir [...] tem que fazer a prevenção todos os anos [...] eu faço pra que, se tiver alguma
coisa [...] descobrir logo e não possa evoluir para uma coisa mais ria [...] fazendo os exames
direitinho [...] tomando o medicamento [...] e se prevenindo [...] usando camisinha [...] e fazer o
exame de ginecologia de três em três meses [...] fazer o exame de seis em seis meses [...] tomar
os remédios que o médico passar [...] a gente está se prevenindo de várias doenças [...] e
sabendo como está saúde [...] agente tem que sempre tá fazendo o exame [...] porque ai descobre
alguma doença [...] um sintoma assim que a gente pensa que não tem e tem [...] na realidade eu
não tenho muita informação sobre câncer de colo do útero, não [...] assim, eu não sei exatamente
explicar [...] no momento não estou lembrando o nome do exame [...] eu ainda não fiz, faço o
de prevenção [...] que pode ser pra prevenir também [...] que exatamente, exatamente assim eu
não sei te esclarecer [...] assim direitinho não sei o que é [...] eu não sei te dizer realmente o que
é [...] pra saber o que é realmente eu não sei te dizer o que é mesmo não [...] não sei te dizer [...]
é pra prevenir a doença, como o câncer de colo de útero [...] o motivo para fazer o exame é
prevenir mesmo [...] por prevenção mesmo [...] é representa saúde [...] bem estar [...] até mesmo
80
para você estar bem no seu dia a dia [...] para ter sua saúde em dia [...] em primeiro lugar saúde
[...] e sempre estar [...] bem é importante sempre cuidar da nossa saúde [...] representa uma forma
de prevenir [...] Ah! representa muita coisa, principalmente, em primeiro lugar minha saúde [...]
representa saúde [...] eu estou cassando um meio pra saber sobre a minha saúde [...] pra saber
como é que estou [...] pra gente saber como é que estar a saúde da gente [...] representa
autocuidado [...] e amor próprio [...] é importante pra mim porque, caso esteja algo errado, com a
descoberta no início da doença, maiores são as chances de cura [...] você tem que se cuidar [...] é
se cuidando [...] é cuidar de mim [...] tem que se cuidar [...] representa pra mim, é prevenir a
doença [...] eu acho que porque é gostar de mim mesmo [...]
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APÊNDICE G UNIDADES TEMÁTICAS DE CONCEPÇÕES CURATIVAS DO
NCER CÉRVICO-UTERINO
[...] o câncer é uma doença muito ruim [...] que mata a pessoa quando descobre a doença que já ta
sem jeito [...] eu acho que começa de inflamação no útero que a mulher não cuida e aí vira a doença
[...] as vezes a gente pensa que não tem nada [...] somente o médico pode dizer se tem alguma
coisa ou não [...] eu acho que pra mulher não obter, tem que se tratar [...] deve começar de uma
inflamação muito grave, vai gerando [...] é uma doença muito ruim, eu já vi uma pessoa já , que
teve um caso desses [...] ela morreu disso e é muito dolorido [...] é uma doença muito grave [...] as
vezes, se detectado no início, as vezes até pode ter cura [...] mais a maioria das vezes não tem cura
[...] porque a minha colega, não teve mais cura, ela pegou e morreu [...] bem, o câncer de colo do
útero é uma doença, que eu acho que é causada por cisto que nãoo tirados [...] tem mulheres que
tiram cistos mais volta de novo [...] eu acho que cisto pode causar um câncer, ele sendo maligno [...]
eu acho que pode causar um câncer, o que eu entendo é isso [...] eu acho que é uma doença [...] a
mulher sente dores [...] começa a partir de uma inflamação [...] inflamaçãozinha que sai, vai saindo
[...] começa a doer o pé da barriga [...] o câncer é uma doença muito ruim [...] que mata a pessoa
quando descobre a doença que já ta sem jeito [...] eu acho que começa de inflamação no útero que a
mulher não cuida e aí vira a doença [...] as vezes a gente pensa que não tem nada [...] somente o
médico pode dizer se tem alguma coisa ou não [...] eu acho que pra mulher não obter, tem que se
tratar [...] deve começar de uma inflamação muito grave, vai gerando [...] é uma doença muito
ruim, eu já vi uma pessoa já , que teve um caso desses [...] ela morreu disso e é muito dolorido [...] é
uma doença muito grave [...] as vezes, se detectado no início, as vezes até pode ter cura [...] mais a
maioria das vezes não tem cura [...] porque a minha colega, não teve mais cura, ela pegou e morreu
[...] bem, o câncer de colo do útero é uma doença, que eu acho que é causada por cisto que não são
tirados [...] tem mulheres que tiram cistos mais volta de novo [...] eu acho que cisto pode causar um
câncer, ele sendo maligno [...] eu acho que pode causar um câncer, o que eu entendo é isso [...] eu
acho que é uma doença [...] a mulher sente dores [...] começa a partir de uma inflamação [...]
inflamaçãozinha que sai, vai saindo [...] começa a doer o pé da barriga [...] eu acho que é uma
inflamação [...] eu só sei que são inflamações [...] hoje eu faço esse acompanhamento porque vai
que de repente, dá em outro local [...] começa é tipo um vírus [...] começa um câncer no colo do
útero [...] de um cisto, começa de um cisto [...] dizem que cisto dá câncer [...] por que em nós mulher
dá mesmo inflamação [...] é uma doença que se manifesta no útero da mulher [...] começa de um
nódulo que se não for tratado se torna um câncer [...] maltrata muito a mulher por causa do
tratamento que é muito forte e [...] faz a mulher ficar debilitada [...] enfim, causa vários transtornos
para a mulher [...] porque o câncer estar aí matando as mulheres que não se cuidam [...] o câncer de
colo do útero é uma doença [...] é relacionado com a infecção pelo vírus HPV que é transmitido
através de relações sexuais sem preservativo [...] é uma doença que se for diagnosticada no começo
tem cura [...] se a mulher não se cuidar, pode levar até a morte [...] é uma doença muito grave, muito
ria [...] que pode levar a morte [...] e a mulher tem que se tratar [...] eu acho que começa por falta
de cuidado mesmo [...] a mulher, as vezes, se descuida e pode ocasionar essa doença [...] eu acho
que é por falta de cuidado mesmo [...] as vezes a gente não se cuida [...] e quando vai é tarde de
mais [...] é uma coisa muito grave [...] que você deve evitar [...] e procurar o médico [...] acho que
começa é você não se prevenir [...] não ir ao médico, evitando [...]
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APÊNDICE G UNIDADES TEMÁTICAS DE SENTIMENTOS POSITIVOS EM
RELAÇÃO À PREVENÇÃO DO CÂNCER CÉRVICO-UTERINO
[...] eu sinceramente me sinto aliviada quando eu faço [...] sei que pronto eu acho que fiquei livre de
alguma coisa [...] mesmo que o resultado depois não seja bom mais eu me sinto aliviada [...] me
sinto feliz [...] e também quando eu faço é um alívio [...] a gente fica aliviada quando recebe o
resultado [...] é muito bom fazer a prevenção [...] eu faço o exame porque me deixa tranqüila por
saber que está tudo bem comigo [...] fazer a prevenção me deixa tranqüila [...] me faz ficar bem com
a minha saúde [...] bem-estar por saber que está tudo bem comigo [...] sinto bem-estar por saber que
estou bem de saúde [...] alívio porque vou descobrir que não tenho câncer [...] fico tranqüila quando
faço a prevenção e o resultado é bom [...] me um alívio quando sei que não tenho doença no
útero
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APÊNDICE G UNIDADES TEMÁTICAS DE SENTIMENTOS NEGATIVOS EM
RELAÇÃO À PREVENÇÃO DO CÂNCER CÉRVICO-UTERINO
[...] eu fiquei com medo de virar câncer [...] e eu só me preocupei porque tava sentindo muita dor [...]
as vezes eu me preocupo mais com medo de ter alguma inflamação [...] é um exame que eu posso
fazer um milhão de vezes e eu nunca vou me acostumar [...] que como eu já tenho câncer de pele eu
fico com medo de ter em outro lugar, por que no útero é muito comum [...] tenho medo do
resultado [...] pois ao fazer o exame já fico na expectativa do que vai dar [...] quando faço o exame
tenho medo do resultado [...] fico esperando ansiosa para saber o que vai dar [...] sempre fico na
expectativa do resultado e isso me medo [...] faço porque é necessário, mais tenho muita
vergonha [...] fico nervosa demais [...] antes de fazer fico ansiosa [...] na hora de fazer o exame eu
sinto vergonha [...] fico com medo de doer [...] sinto vergonha de médico homem [...] me sinto
constrangida [...] é muito vergonhoso pra nós mulheres esse exame [...]
84
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APÊNDICE H - UNIDADES DE ANÁLISE TEMÁTICAS SOBRE ATITUDES
FRENTE À PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
[...] às vezes faço com um ano [...] fazer de seis em seis meses [...] não vou mais demorar pra me
cuidar, vou fazer todo ano [...] eu faço anualmente [...] porque marquei com meu médico e faço
todo ano [...] ele pede pra eu fazer todo ano porque eu já tive alguns problemas [...] toda mulher
precisa [...] por isso eu faço todos os anos [...] eu faço de ano em ano [...] faço só pra fazer mesmo
[...] às vezes eu me preocupo mais [...] eu gosto de fazer [...] geralmente eu faço em ano em ano
[...] quando eu vejo que já chegou o mês que fiz o ano passado, que vai fazer um ano, eu já procuro
um médico [...] já faço o exame e eu já levo pro médico ver [...] geralmente eu faço uma vez por ano
[...] eu faço a prevenção [...] eu faço de seis em seis meses [...] eu gosto de fazer em seis em seis
meses [...] faço pra sempre estar verificando como é que estar meu útero [...] eu faço de seis em seis
meses [...] se eu sentir algum sintoma [...] eu vou antes do intervalo de seis meses [...] toda mulher
tem que ter a conscientização de fazer esse exame regularmente a cada seis meses [...] eu tava
fazendo em seis em seis meses [...] mais com certeza vou voltar a fazer a cada seis em seis meses
que é o correto mesmo [...] hoje tenho um motivo especial pra fazer o exame [...] pra falar a verdade
eu faço em ano em ano [...] eu sei que o certo é de seis em seis meses [...] mais eu faço de ano em
ano [...] eu faço de ano em ano [...] eu faço de ano em ano [...] porque sei que mesmo sem sintoma a
mulher deve fazer a prevenção pelo menos uma vez por ano [...] é procurar se cuidar mesmo [...] não
vou mentir não, mais raramente eu faço o exame de seis em seis meses que é o correto [...] pois tem
muitas colegas que eu conheço que faz, e faz seis meses, e daqui só vai depois de um ano [...] as
vezes só faço com mais de um ano, esqueço de ir fazer [...] quando a gente vai com mais um ano já
está, digamos assim, com a inflamação bem alterada [...] e as vezes até no começo da doença
[...] agora eu relaxei, passei a fazer anual [...] já está com mais de um ano que eu não faço [...] eu já
estou com uns três anos que não faço [...] não fiz por descanso mesmo [...] sei lá, falta de coragem
mesmo, por isso não fiz ainda [...] fico enrolando e quando percebo, passou mais de um ano, e
termino fazendo o exame só depois [...]
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APÊNCIDE I - ADJETIVOS EVOCADOS NAS COORDENADAS FATORIAIS
(F1, F2) E CONTRIBUIÇÕES PARA CADA FATOR
*---*------*----*------*----*------*----*
ACT. F=1 CPF F=2 CPF F=3 CPF
*---*------*----*------*----*------*----*
ansi 100 11 170 39 154 48 ansied2
con4 236 53 129 20 78 11 consul1
cuid -230 72 -113 22 -29 2 cuidar1
cui1 143 12 209 33 188 40 cuidar2
des2 256 19 -341 44 -10 0 descon2
deve -784 182 -113 5 -174 17 dever2
diag 401 38 71 2 197 18 diagno1
dor2 -72 3 355 95 -274 84 dor2
parc -12 0 -471 168 -185 39 parcei1
reme -70 4 262 68 -179 47 remedi1
rem1 93 2 489 72 -956 412 remedi2
res1 77 4 291 77 -4 0 result2
rot1 -611 88 227 16 339 52 rotina2
saud -260 64 -183 41 61 7 saude1
sau1 278 55 -390 138 -144 28 saude2
tra1 363 55 -371 73 15 0 tranqu2
tra3 522 177 -25 1 -27 1 tratar1
tra4 -247 58 -162 32 -38 3 tratar2
verg -225 66 -13 0 -9 0 vergon2
*---*------*----*------*----*------*----*
* * *1000* *1000* *1000*
*---*------*----*------*----*------*----*
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APÊNDICE J - MODALIDADES SÓCIO-DEMOGRÁFICAS QUE CONTRIBUÍRAM
PARA FORMAÇÃO DOS FATORES 1 E 2
*---*------*----*------*----*------*----*
ACT. F=1 CPF F=2 CPF F=3 CPF
*---*------*----*------*----*------*----*
0154 503 183 -30 1 -31 1
0155 71 1 -668 101 -37 0
0161 -203 83 31 3 100 38
0163 299 9 1138 172 -1419 397
0164 -304 20 -1107 348 -306 40
0165 333 46 -545 157 -100 8
0172 480 137 -96 7 -139 22
0173 -409 116 113 11 -174 40
0182 -573 121 -323 49 -121 10
0183 303 112 59 5 181 76
0185 -304 82 174 35 194 63
*---*------*----*------*----*------*----*
* * *1000* *1000* *1000*
*---*------*----*------*----*------*----*
87
ANEXOS
88
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ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário (a), em uma
pesquisa. Você precisa decidir se quer participar ou não. Por favor, não se apresse
em tomar a decisão. Leia cuidadosamente o que se segue e pergunte ao
responsável pelo estudo qualquer dúvida que você tiver. Este estudo es sendo
conduzido por Leidinar Cardoso Nascimento; Inez Sampaio Nery. Após ser
esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do
estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e
a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa vo não será
penalizado(a) de forma alguma.
ESCLARECIMENTO SOBRE A PESQUISA:
Título do Projeto: Representações Sociais da prevenção do câncerrvico-uterino
elaboradas por mulheres.
Pesquisador Responsável: Inez Sampaio Nery.
Instituição/Departamento: Universidade Federal do Piauí/ Departamento de
Enfermagem
Telefone para contato (inclusive a cobrar): (86) 8822-3622
Pesquisadores participantes: Leidinar Cardoso Nascimento
Telefones para contato: (86) 9974-4266.
O presente estudo se configura como um estudo de abordagem qualitativa, do tipo
descritivo, a ser realizado na Unidade Saúde da Família Parque Flamboyant, zona
sudeste de Teresina Piauí, com mulheres em idade rtil que residem na área de
abrangência da equipe 93 da ESF. A coleta dos dados realizar-senos meses de
abril a junho de 2009 após a aprovação por este comitê de ética e autorização da
instituição. Objetiva-se nesta pesquisa: apreender as Representações Sociais
elaboradas por mulheres assistidas por uma equipe da Estratégia Saúde da Família
acerca da prevenção do câncer de colo do útero; discutir como as representações
sociais apreendidas influenciam as mulheres a realizarem o exame de prevenção do
câncer de colo uterino. Você será entrevistado (a) através de um formulário
contendo três perguntas e um teste de associação de palavras que serão gravados
em MP4.
Ressalta-se que a presente pesquisa não trará riscos, prejuízos, desconforto,
lesões, formas de indenização, nem ressarcimento de despesas.
Garantia de acesso: em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos
profissionais responsáveis pela pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas.
O principal investigador é a D. Inez Sampaio Nery que pode ser encontrada no
endereço Universidade Federal do Piauí, Departamento de Enfermagem, Rua
Marcos Parente, 1204. Bairro Fátima, Teresina-PI, telefone (86) 8822-3622. Se você
tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato
89
com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Piauí, no
Campus Universitário Ministro Petrônio Portella - Bairro Ininga. Centro de
Convivência L09 e 10 - CEP: 64.049-550 - Teresina PI, tel.: (86) 3215-5734 -
email: cep.ufpi@ufpi.br web: www.ufpi.br/cep
Garantia de sigilo: Se você concordar em participar do estudo, seu nome e
identidade serão mantidos em sigilo. A menos que requerido por lei ou por sua
solicitação, somente o pesquisador, a equipe do estudo, representantes do
patrocinador (quando presente) Comi de Ética independente e inspetores de
agências regulamentadoras do governo (quando necessário) terão acesso a suas
informações para verificar as informações do estudo).
♦Em qualquer momento da pesquisa o participante te o direito de retirar o
consentimento.
Consentimento da participação da pessoa como sujeito
Eu, _____________________________________, RG/ CPF/ nde prontuário/ n.º
de matrícula_____________________________________, abaixo assinado,
concordo em participar do estudo Representações Sociais Elaboradas por Mulheres
Acerca da Prevenção do Câncer Cérvico-Uterino, como sujeito. Fui suficientemente
informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim,
descrevendo o estudo “Representações Sociais Elaboradas por Mulheres Acerca da
Prevenção do Câncer Cérvico-Uterino. Eu discuti com a Drª Inez Sampaio Nery
sobre a minha decisão em participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais
são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus
desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos
permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas e
que tenho garantia do acesso a tratamento hospitalar quando necessário. Concordo
voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a
qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou
perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu
acompanhamento/ assistência/tratamento neste Serviço.
Local e data _________________________________________
Nome e Assinatura do sujeito ou responsável:
___________________________________________________
Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a
pesquisa e aceite do sujeito em participar
Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores):
Nome:_____________________________________________
RG:_______________________________________________
90
Assinatura: _________________________________________
Nome:_____________________________________________
RG:_______________________________________________
Assinatura: _________________________________________
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e
Esclarecido deste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participação
neste estudo.
Teresina, _____ de _______________ de ______
--------------------------------------------------------------------
Assinatura do pesquisador responsável
Observações complementares
Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato:
Comitê de Ética em Pesquisa UFPI - Campus Universitário Ministro Petrônio Portella - Bairro Ininga
Centro de Convivência L09 e 10 - CEP: 64.049-550 - Teresina - PI
tel.: (86) 3215-5734 - email: cep.ufp[email protected] web: www.ufpi.br/cep
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ANEXO B CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
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