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JUAN CARLOS RAMÍREZ BARRANTES
ANÁLISE DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO NA INTERFACE CIMENTOS RESINOSOS
AUTO-ADESIVOS E CONVENCIONAL / DENTINA INTRARRADICULAR
QUANDO DA CIMENTAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE QUARTZO PRÉ-TRATADOS
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina
como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor
em Odontologia. Área de concentração: Dentística.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Clovis Cardoso Vieira.
Co-orientador: Prof. Dr. Élito Araújo.
Florianópolis
2010
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1
R173r Ramírez Barrantes, Juan Carlos
Análise da resistência de união na interface cimentos resinosos
auto-adesivos e convencional / dentina intrarradicular
quando da cimentação de pinos de fibra de quartzo pré-preparados /
Juan Carlos Ramírez Barrantes; orientador Luiz Clovis Cardoso Vieira. –
Florianópolis, 2010.
154 f.: il.
Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de
Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Odontologia – Opção
Dentística.
Inclui bibliografia.
1. Cimentos de resina. 2. Resistência ao cisalhamento. 3. Dentistica
operatória. 4. Dentina. I. Vieira, Luiz Clovis Cardoso. II. Universidade
Federal de Santa Catarina. Pós-Graduação em Odontologia. III. Título.
CDU 616.314-089
Catalogação na fonte por: Vera Ingrid Hobold Sovernigo CRB-14/009
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2
JUAN CARLOS RAMÍREZ BARRANTES
ANÁLISE DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO NA INTERFACE CIMENTOS RESINOSOS
AUTO-ADESIVOS E CONVENCIONAL / DENTINA INTRARRADICULAR
QUANDO DA CIMENTAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE QUARTZO PRÉ-TRATADOS
Esta tese foi julgada adequada para obtenção do título de DOUTOR EM
ODONTOLOGIA AREA DE CONCENTRAÇÃO DENTÍSTICA e aprovada em sua
forma final pelo programa de Pós-Graduação em Odontologia, Centro de Ciências
da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina.
Florianópolis, 7 de Julho de 2010.
__________________________________________________________
Prof. Dr. Ricardo de Souza Magini
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Odontologia
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________________
Prof. Dr. Luiz Clovis Cardoso Vieira
Orientador
______________________________________________________________
Prof. Dr. Luiz Narciso Baratieri
Membro
___________ _______________ ___________________ _______________ _______________
Prof. Dr. Guilherme Carpena Lopes
Membro
___________ _______________ ___________________ _______________ _______________
Prof. Dr. Camillo Anauate Netto
Membro
___________ _______________ ___________________ _______________ _______________
Prof. Dr. Sérgio Moraes de Souza
Membro
___________ _______________ ___________________ _______________ _______________
Prof. Dr. Élito Araújo
Suplente
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Gostaria de fazer estes agradecimentos de uma maneira diferente
escrevendo com minhas palavras uma historia mais
historia maishistoria mais
historia mais, não diferente aquelas
dos demais, talvez, só em uma palavra, “privilegio”
“privilegio”“privilegio”
“privilegio”, de aproveitar a
oportunidade de transformar um sonho em realidade
um sonho em realidadeum sonho em realidade
um sonho em realidade.
Acreditar na vida, em nossos sonhos ou em aqueles que entregaram
todo por nos, poderia parecer desnecessário no momento que acontece,
mais pode ser o contrario quando aproveitamos todo esse tempo de
sacrifício. Existem dois tipos de pessoas que fazem isso por nós, nossos pais
e nossos professores.
No ano 1998 no meu pais, Costa Rica, conheci uma pessoa muito
especial, já havia escutado falar dela, mais ainda não tinha a oportunidade
de cruzar-lhe uma palavra. Após sua conferência, por certo aquela que
“fez brilhar meus olhos”
“fez brilhar meus olhos”“fez brilhar meus olhos”
“fez brilhar meus olhos” como nunca, inspirou-me para aproximar e falar
timidamente com ele. Depois de apresentar-me ele sorriu e me falou assim,
Ola!!!!. Então, foi quando perguntei, se poderia assinar meu livro de
sua autoria, o qual ainda não tinha nas minhas mãos, e que fazia pouco
tempo havia comprado em três pagamentos, ele falou, “Sí claro que si. “,
Corri no carro e peguei. E assim escreveu: “Juan Carlos.....Desejo que
“Juan Carlos.....Desejo que “Juan Carlos.....Desejo que
“Juan Carlos.....Desejo que
você seja muito Feliz. Sempre Feliz. Baratieri
você seja muito Feliz. Sempre Feliz. Baratierivocê seja muito Feliz. Sempre Feliz. Baratieri
você seja muito Feliz. Sempre Feliz. Baratieri (Apêndice A). No
momento, nem nos seguintes anos entendi o significado de aquelas palavras,
pois uma pessoa desejar-lhe que seja feliz sem conhecê-la?. Tem um ditado
que fala, o tempo é o melhor amigo do silêncio.
Quando minha Universidade me outorgou a oportunidade de
estudar no estrangeiro no ano 2006, foi chamado, e me oferecido estudar
em Brasil, lembro que pensei apenas posso falar Espanhol, e com
dificuldade, agora Português, seria meu primeiro desafio, então aceitei.
7
Hoje, a pouco tempo de apresentar a Tese de Doutorado, posso
dizer ao meu formador, Prof. Dr. Luiz
Luiz Luiz
Luiz Narciso Baratieri
Narciso BaratieriNarciso Baratieri
Narciso Baratieri, que estou
Muito Feliz!!!!. Imagino também, que devem ter sido direcionadas um
sem-número de palavras de agradecimento de seus alunos, colegas e
clientes. É difícil escrever as palavras certas para agradecer ao senhor,
por mais simples que pareça. Como estudante, é um privilégio formar
parte dos escolhidos. Você tem a grande virtude de educar, que é a mais
bela e complexa arte da inteligência, assemelhando-se a nossos pais, que
lutaram pelo mesmo sonho, de transformar filhos em pessoas felizes,
saudáveis e inteligentes. Transformar um estudante em um poeta de sua
vocação é uma virtude especial, que fazem aquelas pessoas que por sua
dedicação deixaram seus sonhos para que outros sonhassem,
derramaram lágrimas para que outros fossem felizes e se dedicaram para
que outros aprendessem. Seu desafio é formar-nos pensadores,
empreendedores, sonhadores, líderes não apenas do mundo em que estamos
mas do mundo que somos, preparando-nos como os próprios escritores de
nossa vida profissional. Obrigado, Prof. Baratieri, por transformar
pedras em diamantes, e que Deus abençoe sua virtude para que muitas
gerações possam sonhar e transformar suas vidas, sentindo-se orgulhosas e
responsáveis do que fazem em tão maravilhosa e prazerosa profissão.
Entendi, então porque você queria que fosse feliz,.........o tempo me falou.
Quando deixe meu pais, meu Pai falou palavras certas, ninguém vai
conquistar os sonhos por você, vai filho, vai..... mais se que seu coração
falava o inverso. Todo pai quer o melhor para seus filhos, chega um
momento em que temos que partir, voar e sonhar. Por incrível que pareça
aqui conheci uma pessoa, com atitudes, frases, conselhos e ditados iguais a
meu pai, o pior de todo, de uma palavra só, Prof. Dr. Luiz Clovis
Luiz Clovis Luiz Clovis
Luiz Clovis
Cardoso Vieira
Cardoso VieiraCardoso Vieira
Cardoso Vieira,
a quem devo como orientador, um grande aprendizado
na realização de nosso trabalho. Muito obrigado por me estimular, por
confiar, por me apoiar em tudo aquilo que lhe comunicava para fazer.
8
Você foi o maior incentivador na melhora do trabalho. Pode ter certeza
absoluta, Prof. Clovis que sempre o levarei perto de meu coração, você
me fez acreditar em mim, pensar que as coisas com luta, dedicação e
sacrifício podem chegar a um final certo, e o mais importante, sua
influencia como Professor, como formador de pensamento com estimulação
constante durante todo nosso trabalho, fizeram contribuir no meu
desenvolvimento como Professional.
Algumas vezes temos exemplos de pessoas que alimentam nossa
inteligência e atingem frontalmente nossa memória. Isso foi o que me ensino
meu co-orientador o Prof. Dr. Élito Araújo
Élito AraújoÉlito Araújo
Élito Araújo
quando me comentou sobre
a “liberdade de decidir”
“liberdade de decidir”“liberdade de decidir”
“liberdade de decidir”
sobre o assunto do trabalho da tese.
Um
grande
respeito pela sua pessoa, um excelente professor, comunicador e sobretudo
amigo do estudante. Sua seriedade no trabalho determina muitos anos de
experiência, combinados com seus comentários de alta qualidade, fazendo
que como estudante me sentira como parte do problema, sem diminuir meu
conhecimento. Você inspira muita confiança, além de ser muito objetivo e
conciso. Obrigado pelo seu exemplo nestes anos de estudo, o qual levare
carimbado como um legado de seu aprendizado.
Trabalhar em grupo e fundamental mesmo seja o dia mais ruim do
ano ou seja o dia mais difícil da vida. Aprendi que a base do sucesso não é
simplesmente estar no dia a dia e reagir ante eventualidades ou
indisposições, é saber reagir com amor, criatividade e sabedoria, mesmo
considerando ser uma excelente família de Professores qualificados:
Prof. Dr. Sylvio Monteiro Jr
Sylvio Monteiro JrSylvio Monteiro Jr
Sylvio Monteiro Jr,
a quem
agradecer é pouco.
Aprecio-o. Meu carinho pelo senhor é o produto pela formação docente
através deste tempo da Especialização, Mestrado e Doutorado,
aprendendo de sua serenidade e postura enfática com educação Sinto-me
honrado porque aprendi muito de suas aulas e de sua experiência clínica,
além de ser um exemplo de profissional competente, extremamente
disciplinado, com ética impecável e, principalmente, um grande ser humano.
9
Obrigado pelo excelente convívio em nossas partidas de futebol. Sempre
lembrarei de você e de suas palavras estimulantes, Prof. Sylvio. Fique
com Deus.
Prof. Dr. G
GG
Guilherme Carpena Lopes
uilherme Carpena Lopesuilherme Carpena Lopes
uilherme Carpena Lopes,
o grande respeito é
proporcional à grande admiração que sinto por você. Sua sinceridade, seu
conhecimento, sua humildade, sua segurança fazem uma pessoa digna de
admirar pelo empenho que coloca em todos os trabalhos que realiza. Como
ser humano, representa uma pessoa com virtudes de valor incalculável,
transmitindo incondicionalmente cada conhecimento com o cuidado mais
perfeito de um excelente pesquisador. Professor, você sabe a amizade que
nos une, tenho certeza que apenas começa, e que nos esperam momentos de
compartilhar muitas alegrias mais em nossa Profissão. Deus abençoe sua
família, Andressa e Lara
Andressa e LaraAndressa e Lara
Andressa e Lara, e que ele mostre o caminho da felicidade a no
seu matrimonio. Você deixa um legado na minha formação, espero que
com o tempo sejá recíproco, devolvendo lhe muitas alegrias e satisfações, o
começo foi difícil mais no final o aprendizagem cresceu graças a sua ajuda.
Prof. Dr. Hamilton Pires Maia
Hamilton Pires MaiaHamilton Pires Maia
Hamilton Pires Maia,
sua presença é uma historia de
vida, com bondade sempre de ensinar ao estudante, com uma experiência
incalculável na resposta a alguma dúvida. Obrigado, professor, por sua
amizade sincera, pelo apoio nestes 5 anos, sempre prestativo a fazer-me
sugestões que engrandeceram minha formação como estudante, nas aulas
apresentadas e artículos realizados. Obrigado, Prof. Maia.
Prof. Dr. Mauro Amaral Caldeira de Andrade
Mauro Amaral Caldeira de AndradeMauro Amaral Caldeira de Andrade
Mauro Amaral Caldeira de Andrade,
agradeço
toda a sua preocupação, gentileza e grande ajuda prestada para todos
aqueles processos administrativos com minha Universidade. Quero
agradecer a sua família pela generosidade também para com meus filhos.
Prof.
as
Dra. Renata Gondo
Renata GondoRenata Gondo
Renata Gondo e Jussara Bernar
Jussara BernarJussara Bernar
Jussara Bernardon
don don
don com grande
admiração posso dizer que vocês são um excelente exemplo para a
juventude, pela sua capacidade, pela sua disponibilidade, pela sua forma de
ajudar aos demais. Com certeza seus potenciais justificam a posição que
10
vocês ocupam neste momento como professoras. Quero desejar lhes muito
sucesso em sua profissão.
Aos Profs da Clínica Integrada
Clínica IntegradaClínica Integrada
Clínica Integrada, Prof.
a
Dra Marianella
Marianella Marianella
Marianella
Agu
AguAgu
Aguilar Ventura Fadel
ilar Ventura Fadelilar Ventura Fadel
ilar Ventura Fadel
, espero que Deus abençoe você, pelo seu
coragem, sua dedicação e exemplo de Professora, serão inesquecíveis os
momentos de nossas conversas quando falavamos sobre os dois países mais
maravilhosos da America Central, Guatemala e Costa Rica, “pura
cultura” e “pura vida”. Muita saudade vou sentir de você. Prof. Dr.
Gilberto Müller Arcari
Gilberto Müller ArcariGilberto Müller Arcari
Gilberto Müller Arcari,
é sempre invedável a presente alegria de você,
irradiando muita bondade ao escutar e ao fazer suas colocações. Tenho
uma grande admiração, além de nos inspirar como estudantes aquela
pessoa cheia de energia e sabedoria, com muita facilidade na palavra
culta. Prof. Dr. Alfredo Meyer Filho
Alfredo Meyer FilhoAlfredo Meyer Filho
Alfredo Meyer Filho,
suas colocações em meus
trabalhos e aulas apresentadas ajudaram em meu desenvolvimento como
estudante, alem dos conselhos na clínica integrada. Muito obrigado.
Prof. Dr. Nelson Makoviecky
Nelson Makoviecky Nelson Makoviecky
Nelson Makoviecky e
Sérg
SérgSérg
Sérgio Roberto Garcia Rebelo
io Roberto Garcia Rebeloio Roberto Garcia Rebelo
io Roberto Garcia Rebelo,
agradecer sua confiança e amizade nestes 2 anos ao poder compartilhar o
conhecimento de vocês. Prof. Dr. Argemiro Souto,
Argemiro Souto, Argemiro Souto,
Argemiro Souto, obrigado pela sua
amizade e sinceridade, espero que suas metas como Professional cresçam
cada dia mais.
Aos professores que fizeram parte da aprendizagem, convidados da
disciplina, Prof. Dr. Alessandro Dourado Loguercio
Alessandro Dourado LoguercioAlessandro Dourado Loguercio
Alessandro Dourado Loguercio, Prof. Dr.
Sergio de Carvalho Weyne
Sergio de Carvalho WeyneSergio de Carvalho Weyne
Sergio de Carvalho Weyne, Prof. Dr. Jaime Aparecido Cury
Jaime Aparecido CuryJaime Aparecido Cury
Jaime Aparecido Cury,
Prof. Dr. Jorge Perdigão
Jorge PerdigãoJorge Perdigão
Jorge Perdigão e Prof. Dr. Paulo Kano
Paulo KanoPaulo Kano
Paulo Kano. Obrigado.
Ao Prof. Luis
LuisLuis
Luis
Fer
FerFer
Fernando
nandonando
nando
Murillo Cordero
Murillo CorderoMurillo Cordero
Murillo Cordero,
meu grande maestro,
meu grande amigão, meu grande parceiro, obrigado, Dr. Murillo, por
acreditar em mim, por me ajudar nos momentos de formação na minha
vida, por saber que um sonho depende de convicção, de muita coragem, de
valentia, de segurança, como se fosse encarar a vida mesma, obrigado...
muito obrigado. Meu sonho se cumpriu. Agradeço seus conselhos, sua
11
orientação, sua preocupação, seu tempo valioso para me dirigir ao norte
certo, se cristalizando hoje com minha Tese de Doutorado.
Ao Prof. Carlos Filloy Esna
Carlos Filloy EsnaCarlos Filloy Esna
Carlos Filloy Esna,
querido Professor e Decano de
nossa Faculdade de Odontologia, quero expressar meus agradecimentos
pela ajuda brindada nestes 5 anos. Quero me dirigir escrevendo estas
palavras que significam pouco quando comparado com sua dedicação e
vocação à docência na Universidade de Costa Rica. Dr. Filloy, estou
honrado em saber que diante de nossa Faculdade encontra-se uma pessoa
com visão e capacidade para levar nossa educação ao nível mais alto.
Ao Prof.
Rafael Huete
Rafael HueteRafael Huete
Rafael Huete, é impossível medir o grande apreço,
carinho e admiração que sinto. Poucas vezes guardam-se momentos
especiais na vida de pessoas tão especiais como você, que é um exemplo de
dedicação, perseverança e superação. Desejo sempre o melhor para sua
vida e seus entes queridos. Espero estar na Costa Rica de aqui a pouco.
Ao Departamento de Operatória Dental
Departamento de Operatória Dental Departamento de Operatória Dental
Departamento de Operatória Dental da Universidade de
Costa Rica e, em especial, aos meus instrutores Luis
LuisLuis
Luis
F.
F.F.
F.
Murillo
MurilloMurillo
Murillo, Lidia
Lidia Lidia
Lidia
Chaves
ChavesChaves
Chaves,
Ditha Kammeijer
Ditha KammeijerDitha Kammeijer
Ditha Kammeijer,
Gustavo Gonzáles Pino
Gustavo Gonzáles PinoGustavo Gonzáles Pino
Gustavo Gonzáles Pino,
Silvia Navarro
Silvia NavarroSilvia Navarro
Silvia Navarro,
Milena Segura
Milena Segura Milena Segura
Milena Segura e
Rodolfo Sánche
Rodolfo SáncheRodolfo Sánche
Rodolfo Sánchez.
z.z.
z.
A meu querido e amado país, Costa Rica
Costa RicaCosta Rica
Costa Rica,
e à Universidade de
Universidade de Universidade de
Universidade de
Costa Rica
Costa RicaCosta Rica
Costa Rica,
a qual levo e levarei em meu coração, porque a ela devo a
formação, o conhecimento, a superação, o orgulho e a satisfação de
representá-la como o maior estandarte de nosso país. Obrigado às pessoas
que trabalham no escitorio de Asuntos Internacionais e Cooperação
Externa e que possibilitaram as condições para minha formação.
12
A
AA
A
A
AA
A
A
AA
A
G
GG
G
G
GG
G
G
GG
G
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S
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SS
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S
SS
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Aos meus pais, Fernando e Virginia.
Aos meus pais, Fernando e Virginia.Aos meus pais, Fernando e Virginia.
Aos meus pais, Fernando e Virginia.
Pai...
Pai...Pai...
Pai...
jamais esqueceria as palavras sábias, e sempre as levarei em meu
coração:
“Lembra que para aprender tem que viver, e se aprende na
Universidade da Vida”. Obrigado por me ensinar com exemplos de
humildade e honestidade, de trabalho e dedicação, caráter e dignidade,
que nem tudo na vida é dinheiro, e quem se enaltece diante dele perderá o
lugar onde os humildes estarão. Você é um exemplo de vida, mas não
isso: é uma vida de exemplos.
Pai, obrigado por me escolher para ser teu filho. É um orgulho.
Mãe...
Mãe...Mãe...
Mãe...
as palavras sobram e também fazem falta. Agradeço pelas noites
sem dormir, por cada lágrima de teus olhos, por estar sempre ali quando
precisei porque tinha medo, por acreditar em mim, por estar sempre em
tuas orações. Mãe, obrigado por cuidar de mim, por me escutar sem estar
presente. Sempre te levarei em meu coração. Obrigado por fazer que
todos os meus sonhos hoje sejam uma realidade. Nunca me esqueceria de
você.
Agradeço a vocês pelo amor, apoio e sacrifício, pelos momentos em
que juntos sofremos ou pela felicidade que partilhamos, por dividir comigo
as conquistas e os fracassos, pelas vezes que enxugaram minhas lágrimas
com palavras e gestos de carinho, por acreditar que eu venceria outra vez
uma batalha.
13
Aos meus irmãos, Fernando, Rebecca e Vanessa
Aos meus irmãos, Fernando, Rebecca e VanessaAos meus irmãos, Fernando, Rebecca e Vanessa
Aos meus irmãos, Fernando, Rebecca e Vanessa
Fer
FerFer
Fer,
espero algum dia compartilhar lembranças e momentos felizes
que passamos em nossa juventude, e que Deus entregue na sua vida muito
amor.
Rebe
RebeRebe
Rebe,
você me lembra sempre aquela pessoa quando éramos
crianças, porque serão inesquecíveis os momentos que compartilhamos
juntos. Hoje vo é meu exemplo de luta incansável e de caráter, sem
desfalecer ante todas as dificuldades da vida. Deus escutará as orações e
abençoará tua família.
Vane
VaneVane
Vane,
quando você nasceu, eu estava muito feliz, e ainda estou
porque através dos anos entendi que a irmã caçula está cheia de amor,
carinho, afeto, estímulo, apoio e palavras certas em todos os momentos.
Você sabe que não tenho como expressar tanta gratidão por tudo o que
faz por nós, mas quero desejar o melhor para sua família, e que Deus
ilumine suas vidas.
Daqui a pouco estou com vocês. Acredito em Deus.
Daqui a pouco estou com vocês. Acredito em Deus.Daqui a pouco estou com vocês. Acredito em Deus.
Daqui a pouco estou com vocês. Acredito em Deus.
14
Jessie
JessieJessie
Jessie,
os projetos de vida são construídos com segurança, decisão,
convicção e visão do futuro, acreditando num amanhã melhor. Quando se
pede a Deus em função de sonhos e estes se alcançam, são realidades
inesquecíveis que marcaram nossas vidas para sempre. Obrigado por estar
sempre perto de mim, além das dificuldades, angústias e tristezas
convertidas com muito amor no momento em simples obstáculos. Obrigado
pela ajuda nas noites sem fim, Obrigado por me entregar o maior tesouro
que pode dar de presente a vida: nossos filhos, Juan Carlos e José
Daniel. Amo você, preciso de você, você sabe que meu carinho e amor
ficam muito perto do coração.
Juan Carlos e José Daniel
Juan Carlos e José DanielJuan Carlos e José Daniel
Juan Carlos e José Daniel, nas suas idades é difícil pensar que
compreendem o significado da vida, como tantas perguntas que me
fizeram, como “por que estamos no Brasil”, “para que estudar”, “quando
voltaremos, quanto tempo mais, pai”... Filhos, escrevo isto porque desejo
mais adiante que compreendam o significado das decisões de seus pais, que
influenciarão positivamente suas vidas. Vocês representam minhas forças
para continuar, lutar e triunfar. quem sabe o que representa um filho
pode expressá-lo com esse significado. Desejamos o melhor para vocês, com
muito AMOR.
A Dona Marielos
Dona MarielosDona Marielos
Dona Marielos,
por seu exemplo de mãe e avó, e a
Mario
Mario Mario
Mario e
Alex
AlexAlex
Alex, de irmandade e tios. Todo o carinho e amor que vocês
entregaram a Juan Carlos
Juan Carlos Juan Carlos
Juan Carlos e José Daniel
José DanielJosé Daniel
José Daniel é o reflexo de felicidade e
alegria em seus rostos cada dia. Com certeza sei que eles amam vocês e
formam uma parte importante de suas vidas. Obrigado em nome deles.
15
Ao meu amigão Jorge
JorgeJorge
Jorge
e sua esposa Gesiane
GesianeGesiane
Gesiane,
no tempo em que
convivi com vocês foi como ter uma família e irmão perto de mim.
Agradeço todas as ajudas em conjunto com sua família exemplar, e seus
grandes filhos, Pedr
PedrPedr
Pedro
oo
o e Sofia
SofiaSofia
Sofia em parceria com os meus. Parabéns, pai.
Saiba que você também tem um irmão também.
A minha família em Brasil, Família Cardo
Família CardoFamília Cardo
Família Cardoso
soso
so-
--
-Lipori
LiporiLipori
Lipori, sempre
levaremos em nosso coração a maneira como compartilharam conosco os
quinze dias na sua casa, foi uma experiência inesquecível, que meus filhos
lembraram por sempre. D
DD
Dona Sirlene e o Senhor
ona Sirlene e o Senhorona Sirlene e o Senhor
ona Sirlene e o Senhor
João
JoãoJoão
João, vocês
exemplificam todo aquilo que é reflexo nos seus filhos, eles são muito
especiais, Gabriel
GabrielGabriel
Gabriel você ganhou dois amigões Juan Carlos Jr e José
Daniel, eles apreçam sua amizade, Luiza e
Luiza e Luiza e
Luiza e Zé, desejamos o melhor para
vocês, e que seus sonhos sejam uma realidade.
À minha amiga Luana
LuanaLuana
Luana,
amizade sincera e incondicional. Saiba que
sempre nos lembraremos de você como a pessoa mais prestativa e disposta a
ajudar. Meus filhos agradeceram todas as ajudas prestadas.
Obrigado, Fabio Andretti
Fabio AndrettiFabio Andretti
Fabio Andretti,
por ser a primeira pessoa em
acreditar em mim quando apenas chegava ao Brasil. Nunca esquecerei
sua ajuda exemplar nas minhas primeiras tarefas do Mestrado. Deus está
em seu coração.
Aos meus colegas do Mestrado e Doutorado,
Marcelo
MarceloMarcelo
Marcelo,
Luana
LuanaLuana
Luana,
Max
MaxMax
Max,
Júnio
JúnioJúnio
Júnio,
Sheila
SheilaSheila
Sheila,
Silvana
SilvanaSilvana
Silvana,
Neimar
NeimarNeimar
Neimar,
, ,
, Daniel
DanielDaniel
Daniel,
, ,
, Juliana
Juliana Juliana
Juliana e
Renan
RenanRenan
Renan,
pela
ajuda nesse período de estudo árduo.
Aos meus colegas do Doutorado 2006, Beatriz, Fabio, Letícia,
Beatriz, Fabio, Letícia, Beatriz, Fabio, Letícia,
Beatriz, Fabio, Letícia,
Luciane,
Luciane,Luciane,
Luciane,
Flávia,
Flávia,Flávia,
Flávia,
Jussara, Luís Henrique,
Jussara, Luís Henrique,Jussara, Luís Henrique,
Jussara, Luís Henrique,
Kazuza
KazuzaKazuza
Kazuza,
,,
,
Leandro
LeandroLeandro
Leandro, Tiago,
, Tiago, , Tiago,
, Tiago,
Fernando
Fernando Fernando
Fernando e
Mônica
MônicaMônica
Mônica. Obrigado pela ajuda.
Á nova turma do Doutorado 2010, Greciana,
Greciana,Greciana,
Greciana, Cássio, Adriano,
Cássio, Adriano, Cássio, Adriano,
Cássio, Adriano,
Eduardo, Daniel
Eduardo, DanielEduardo, Daniel
Eduardo, Daniel
e David
DavidDavid
David.
..
.
À Prof. Maria Helena
Maria HelenaMaria Helena
Maria Helena, Fabrício, Lorenzo,
Fabrício, Lorenzo,Fabrício, Lorenzo,
Fabrício, Lorenzo,
Mirian
MirianMirian
Mirian,
Ana,
Ana, Ana,
Ana,
Beatriz
Beatriz Beatriz
Beatriz e
Caroline
CarolineCaroline
Caroline,
muito obrigado por nos acolherem como parte de suas
16
famílias, sempre prestativas a convidar-nos a suas casas para compartilhar
carinho, amor para meus filhos, inolvidáveis jantares, café e bate-papos.
Vocês terão um lugar especial na visita a Costa Rica. Obrigado
mesmo.
À Dona Léa
Dona LéaDona Léa
Dona Léa,
que ao me encontrar em meu país, sempre se
mostrou prestativa, amável e disposta a me ajudar. Muito obrigado,
Dona Léa.
À Dona Talita
Dona TalitaDona Talita
Dona Talita,
pela bondade de ajudar sempre, sua generosidade
e carinho. Muito obrigado.
À Ana
AnaAna
Ana, secretária da Pós-Graduação, pela ajuda nos processos
administrativos. Muito obrigado por sua disponibilidade.
À bibliotecária Prof. Vera Ingrid Sovernigo
Vera Ingrid SovernigoVera Ingrid Sovernigo
Vera Ingrid Sovernigo, Obrigado pela
ajuda na árdua labor da revisão deste texto, muito obrigado. Como
também estou muito agradecido com você e os funcionários da Biblioteca
Biblioteca Biblioteca
Biblioteca
Setorial de Odontologia da UFSC
Setorial de Odontologia da UFSCSetorial de Odontologia da UFSC
Setorial de Odontologia da UFSC, pelo material literário procurado.
Ao meu amigo Bruno
BrunoBruno
Bruno,
pela sua disponibilidade no momento da
apresentação do trabalho.
Ao Sr. Edivaldo
EdivaldoEdivaldo
Edivaldo, na colaboração da procura de matérias.
Obrigado por fazer de seu trabalho um exemplo de como servir.
Ao Sr. Hélio Szeremeta,
Hélio Szeremeta, Hélio Szeremeta,
Hélio Szeremeta, pela ajuda e facilidade de comprar
livros como materiais de apoio na procura de informação necessária para
nosso trabalho.
À Universidade Federal de Santa Catarina
Universidade Federal de Santa CatarinaUniversidade Federal de Santa Catarina
Universidade Federal de Santa Catarina,
pela oportunidade
brindada no afã de me preparar como um educador melhor.
Quero agradecer de uma forma ou outra, direta ou indiretamente,
a todas aquelas pessoas que estiveram presentes na realização deste
trabalho, o qual tem um significado de perseverança, determinação e
convicção sobre os ideais que em algum momento acreditassem
inalcançáveis.
OBRIGADO A TODOS
OBRIGADO A TODOSOBRIGADO A TODOS
OBRIGADO A TODOS
17
“A vida é
“A vida é“A vida é
“A vida é
uma grande esco
uma grande escouma grande esco
uma grande escola que pouco ensina para quem não sabe ler”
la que pouco ensina para quem não sabe ler”la que pouco ensina para quem não sabe ler”
la que pouco ensina para quem não sabe ler”
Augusto Cury
Augusto CuryAugusto Cury
Augusto Cury
18
RAMÍREZ BARRANTES, Juan Carlos. Análise da resistência de união na interface
cimentos resinosos auto-adesivos e convencional / dentina intrarradicular quando da
cimentação de pinos de fibra de quartzo pré-tratados. 2010 154 f. Tese (Doutorado
em Odontologia Área de concentração Dentística) Programa de Pós-Graduação
em Odontologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010.
RESUMO
O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar a influência do tipo de cimento resinoso na
resistência adesiva ao cisalhamento por extrusão de pinos de fibra de quartzo à
dentina intrarradicular. Cinqüenta e seis dentes humanos, unirradiculares, hígidos,
livres de cárie e reabsorções radiculares foram selecionados. Após a remoção das
coroas, 1 mm acima da junção esmalte-cimento, as raízes foram tratadas
endodonticamente e os espaços para os pinos foram preparados com brocas n
o
2 do
sistema de pinos DT Ligth
®
SL (VDW
®
). Os espécimes foram, aleatoriamente,
divididos em 4 grupos (n=14), sendo que os grupos G1, G2, G3 foram tratados com
cimentos auto-adesivos: Grupo 1: RelyX™ Unicem (3M ESPE); Grupo 2: Clearfil™
SA Cement (Kuraray); Grupo 3: Bifix SE (Voco); entretanto o G4 (n=14), grupo
controle, foi tratado com sistema adesivo de três passos Adper™ Scotchbond™
Multi - Uso Plus e cimento convencional de dupla polimerização; RelyX™ ARC (3M
ESPE). Após a cimentação dos pinos, os espécimes foram mantidos em 100 % de
umidade relativa a 37°C por 24 h. Posteriormente, 12 espécimes de cada grupo
foram seccionados obtendo 6 fatias de 1 mm de espessura, duas fatias para cada
terço, cervical, médio e apical. Os corpos de prova foram submetidos ao teste de
cisalhamento por extrusão em uma velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados foram
submetidos à análise de variância (ANOVA) e ao teste pos-hoc de Bonferroni. Os
espécimes fraturados foram observados em estereoscópio (25 X) para avaliar os
tipos de falhas; sendo que espécimes representativos foram analisados em
microscópio eletrônico de varredura (MEV). Os 2 espécimes restantes de cada grupo
experimental foram processados e avaliados em MEV para análise da interface pino-
cimento resinoso-dentina intrarradicular. As médias gerais dos grupos 1, 2, 3, e 4
respectivamente, em (MPa) foram de 11,0 3,6); 8,8 3,2); 8,3 (± 2,9) e 13,3
3,4). Todos os grupos experimentais apresentaram os maiores valores de
resistência no terço cervical enquanto que os menores foram encontrados no terço
apical (p< 0,001). O maior número de falhas ocorridas foram adesivas entre cimento
e dentina (46,8 %), seguidas das falhas mistas (45,1 %). As fotomicrografías em
MEV que ilustram a interface formada entre os cimentos resinosos auto-adesivos e a
dentina demonstram uma interface, sem fendas. Já o G4 apresentou, na interface da
união com a dentina, a formação de uma camada híbrida espessa, contínua,
homogênea e com a presença de prolongamentos resinosos longos. O cimento
resinoso convencional de dupla polimerização associado a um sistema adesivo de
três passos promove uma maior resistência de união à dentina intrarradicular
quando comparado com diferentes cimentos resinosos auto-adesivos.
Palavras-Chave: Dentina intrarradicular, Resistência ao cisalhamento, Cimentos de
Resina, Microscopia Eletrônica de Varredura.
19
RAMÍREZ BARRANTES, Juan Carlos. Análise da resistência de união na interface
cimentos resinosos auto-adesivos e convencional / dentina intrarradicular quando da
cimentação de pinos de fibra de quartzo pré-tratados. 2010 154 f. Tese (Doutorado
em Odontologia Área de concentração Dentística) Programa de Pós-Graduação
em Odontologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010.
ABSTRACT
The aim of this in vitro study was to evaluate the influence of the resin cement on the
shear bond strength of quartz fiber posts to intraradicular dentin. Fifty-six single-
rooted human teeth were selected. After removing the crown 1 mm above the
cement-enamel junction, roots were endodontically treated and the dowel spaces
were prepared with # 2 post drills of DT Ligth
®
SL Post System (VDW
®
). The
specimens were randomly divided into four groups (n = 14). G1, G2, G3 were treated
with self-adhesive cements: Group 1: RelyX™ Unicem (3M ESPE), Group 2: Clearfil
SA Cement (Kuraray), Group 3: Bifix SE (Voco), whereas, G4 (n = 14) was luted
with a conventional dual-curing cement associated with Scotch Bond Multipurpose
Plus: Group 4: RelyX™ ARC (3M ESPE). After luting, the specimens were kept in
100% relative humidity at 3C for 24 h. Subsequently, 12 specimens of each group
were sectioned in 6 slices with 1 mm of thickness, two of each third, cervical, middle
and apical. The push-out test was conducted in a universal testing machine Instron
4444, at a speed of 0.5 mm/min. Data were submitted to Variance Analysis (ANOVA)
and the Bonferroni test. The fractured specimens were observed in a
stereomicroscope (25 X) to evaluate the types of failures. Representative fractured
specimens were photographed in a scanning electron microscope (SEM). The
remaining 2 specimens of each experimental group were processed for post-cement-
dentin SEM evaluation. Mean values (MPa) and standard deviation for groups 1, 2, 3
and 4 were respectively: 11.0 3.6) 8.8 3.2) 8.3 2.9) and 13.3 3.4). All
experimental groups showed higher values of resistance in the cervical third, while
the lowest were found in the apical third. Adhesive failures between cement and
intraradicular dentin (46.8 %) prevailed, followed by mixed failures (45.1 %). SEM
photomicrographs illustrating the interface formed between the self-adhesive resin
cements and dentin showed an interface without the formation of resin tags.
Therefore, G4 showed the formation of a thick, continuous and homogeneous hybrid
layer with long resin tags. The conventional resin cement associated with a three-
step adhesive system displayed the higher bond strength to intraradicular dentin,
when compared to the different self-adhesive resin cements.
Keywords: Intraradicular dentin, Push-out bond strength, Resin cement, Scanning
electron microscope.
20
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 -
Método da seleção e armazenagem dos dentes 75
Figura 2 -
Método utilizado na remoção da porção coronária dos dentes
76
Figura 3 -
Verificação do diâmetro coronal do conduto radicular 77
Figura 4 -
Inclusão do dente
78
Figura 5 -
Seqüência do tratamento endodôntico
79
Figura 6 -
Seqüencia na remodelação e calibração do canal radicular
81
Figura 7 -
Verificação da presença da camada industrialmente aderida no
pino fibra de quartzo por meio de fotomicrografias de MEV
82
Figura 8 -
Presença de Si como camada industrialmente preparada
83
Figura 9 -
Áreas superficiais do pino avaliadas em MEV
83
Figura 10
Representação esquemática dos grupos experimentais 84
Figura 11
Armazenagem dos espécimes em caixas plásticas organizadoras
85
Figura 12
Instruções de manipulação dos cimentos e pinos utilizados
87
Figura 13
Seqüencia demonstrativa na colocação da ponta alongadora e
ativação da cápsula do cimento RelyX™ Unicem Aplicap™
88
Figura 14
Aparelho de fotopolimerização 90
Figura 15
Seqüencia demonstrativa na colocação da ponta alongadora Endo-
Tip e cânula de mistura do cimento Clearfil™ SA Cement
91
Figura 16
Seqüencia demonstrativa na colocação da cânula romba de
mistura tipo 15 e ponta intra-oral tipo 1 do cimento Bifix SE
93
Figura 17
Fotografias ilustrativas do procedimento de cimentação do pino nos
grupos experimentais G1, G2, G3
95
Figura 18
Técnica de manipulação do cimento resinoso
RelyX
TM
ARC
em
associação com sistema adesivo Adper
TM
Scotchbond
TM
Multi -
Uso Plus
96
Figura 19
Fotografias demonstrando o processo de cimentação dos pinos
com o sistema Adper
TM
Scotchbond
TM
Multi - Uso Plus/RelyX
TM
ARC
98
21
Figura 20
Organização dos espécimes durante o seu armazenamento prévio
ao teste de cisalhamento por extrusão
99
Figura 21
Fotografias ilustrando o procedimento de corte das fatias e seu
armazenamento
100
Figura 22
Procedimento e armazenagem no Teste de Cisalhamento por
Extrusão
102
Figura 23
Fotografias ilustrando o processo de preparo das amostras para
avaliação no MEV
104
Figura 24
Fotomicrografias em MEV obtidas após o teste de cisalhamento
por extrusão dos espécimes do Grupo 1 (RelyX™ Unicem)
110
Figura 25
Fotomicrografias em MEV obtidas após o teste de cisalhamento
por extrusão dos espécimes do Grupo 2 (Clearfil™ SA)
111
Figura 26
Fotomicrografias em MEV obtidas após o teste de cisalhamento
por extrusão dos espécimes do Grupo 3 (Bifix SE)
112
Figura 27
Fotomicrografias em MEV obtidas após o teste de cisalhamento
por extrusão dos espécimes do Grupo 4 (RelyX™ ARC)
113
Figura 28
Fotomicrografias em MEV da interface de união
RelyX™
Unicem/dentina
115
Figura 29
Fotomicrografias em MEV da interface de união
Clearfil™
SA/dentina
116
Figura 30
Fotomicrografias em MEV da interface de união Bifix SE/dentina
116
Figura 31
Fotomicrografias em MEV da interface de união
RelyX™
ARC/dentina
117
Figura 32
Fotomicrografia da interface
RelyX™ Unicem/dentina
118
22
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 -
Análise de variância com base no desfecho resistência de união
105
Tabela 2 -
Médias e desvios padrão da resistência de união dos cimentos
testados
105
Tabela 3 -
Médias e desvios padrão (MPa) das resistências de união dos
grupos testados e terços radiculares
107
Tabela 4 -
Teste de Bonferroni para comparação entre os terços, valores de
p dentro de cada grupo
108
Tabela 5 -
Distribuição total dos tipos de falhas observadas após o teste de
extrusão em porcentagem
109
23
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ADA - American Dental Association / Associação Dentária Americana
BSE - Elétrons retro-difundidos
Bis-GMA - Bisfenol-A diglicidil dimetacrilato,
CDA - California Dental Association / Associação Dentária da Califórnia
CEP - Comitê de Ética em Pesquisas
CETL - Coeficiente de Expansão Térmica Linear
CRD - Comprimento real do dente
CT - Comprimento de modelagem
°C - Grau Celsius
C - Fator-C
DP - Desvios padrão
EDAX - Análise de energia dispersa por raio-X
E - Módulo de Elasticidade
fator-S - Estresse de contração
FDI - Federation Dentaire International / Federação Dentária Internacional
GPDM - Dimetacrilato de ácido glicerofosfórico
GPa - Gigapascal
GPC - Cromatografia gasosa
g - Grama
G1: Grupo 1 - RelyX™ Unicem Aplicap™
G2: Grupo 2 - Clearfil™ SA Cement
G3: Grupo 3 - Bifix SE
G4: Grupo 4 - Adper
TM
Scotchbond
TM
Multi - Uso Plus / RelyX™ ARC
H
2
O
2
- Peróxido de hidrogênio
HEMA - Hidroxietil metacrilato
HMDS - Solução de Hexametildisilizano
h - Hora
ICP-OES - Espectrometria de emissão ótica com plasma de argônio induzido
kgf - Kilograma força
Kv - Kilovatts
ml - Mililitro
min - Minutos
24
mm - Milímetro
mm
2
- Milímetro ao quadrado
mm/min - Milímetro por minuto
MET - Microscopia Eletrônica de Transmissão)
MMA-TBB - 4 - META/metil metacrilato-tri-nbutil borano
MPa - MegaPascal
10-MDP - 10 - metacrilóxidecil dihidrogênio fosfato
4-META - 4-metacriloxietil trimelitano anidro
MEV - Microscopia Eletrônico de Varredura
mol/litro - mol por litro
N - Newtons
Nm - Nanômetro
n
o
- Número
p<0,05 - Diferença estatisticamente significante
pH - Potencial hidrogeniônico
rpm - Revolução por minuto
SE - Escaneamento de elétrons
SiO
x
- Com silicato
SiH
4
- Silano
s - Segundos
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TEGDMA - Trietilenoglicol dimetilmetacrilato
UEDMA - Uretano dimetacrilato
XPS - Espectroscopia de fotoelétrons excitado por raio-X
para estudo do mecanismo de união à hidroxiapatita
X - Vezes
X
2
- Qui-quadrado
A
0
- Anstrons
o
- Graus
± - Mais menos
% - Por cento
ø - Diâmetro circunferencial
µm - Mícron
# - Número
25
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃ
O
...........................................................................
................................
26
2 REVISÃ
O DE LITERATURA..................................................................................
..
.
2.1 Pinos....................................................................................................................
2.2 Adesão à dentina intrarradicular..........................................................................
2.2.1 O substrato: Dentina intrarradicular.............................................................
2.2.2 Interação entre os sistemas adesivos e a dentina.......................................
2.3 Cimentos resinosos convencionais......................................................................
2.4 Cimentos resinosos auto-adesivos......................................................................
28
28
38
38
41
47
58
3
PROPOSIÇÃO
..........................................................................................................
.
72
4
MATERIAL E
MÉTODOS............................................................
.............................
.
.
4.1 Material.................................................................................................................
4.2 Métodos................................................................................................................
4.2.1 Seleção e armazenamento dos dentes........................................................
4.2.2 Preparo dos espécimes e tratamento endodôntico......................................
4.2.3 Remodelação do canal radicular e calibração do pino DT Ligth
®
SL...........
4.2.4 Pino DT Ligth
®
SL.........................................................................................
4.2.5 Divisão dos grupos.......................................................................................
4.2.6 Cimentação dos pinos de fibra de quartzo...................................................
4.2.6.1 Grupo 1: (G1) Rely X™ Unicem Aplicap™.......................................
4.2.6.2 Grupo 2: (G2) Clearfil™ SA Cement................................................
4.2.6.3 Grupo 3: (G3) Bifix SE......................................................................
4.2.6.4 Grupo 4: (G4) RelyX™ ARC.............................................................
4.2.7 Armazenamento dos espécimes restaurados..............................................
4.2.8 Preparo dos corpos-de-prova para o teste de cisalhamento por extrusão...
4.2.9 Teste de cisalhamento por extrusão (push-out) e análise da falha ocorrida.
4.2.10 Preparo para microscopia eletrônica de varredura (MEV)
73
73
74
74
76
80
82
84
86
88
91
93
96
99
99
101
103
5
RESULTADOS..............................
............................................................................
..
5.1 Ensaio de cisalhamento por extrusão...................................................................
5.2 Análise do tipo de fratura.......................................................................................
5.3 Análise da interface cimento/dentina em Microscopia Eletrônica de Varredura....
105
105
109
114
6 DISCUSSÃO................................................................................................................ 119
7 CONCLUSÃO.............................................................................................................
.
127
REFERÊNCIAS
...............................................................................................
................
128
ANEXOS
.................................................................................................................
.......
Anexo A: Folha de rosto para pesquisa envolvendo seres humanos.........................
Anexo B: Certificado. Comitê de Ética na Pesquisa de Seres Humanos....................
Anexo C: Plano de trabalho.........................................................................................
Anexo D: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.............................................
Anexo E: Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos.................
139
140
141
142
143
144
APÊNDICE A.............
...................................................................................................
..
Apêndice A: Assinatura do livro.................................................................................
152
153
26
1 INTRODUÇÃO
A restauração de dentes tratados endodonticamente tem sido exaustivamente
pesquisada e discutida na literatura odontológica muitas décadas (TROPE;
MALTZ; TRONSTAD, 1985). Este procedimento torna-se especialmente complexo
quando os dentes envolvidos perderam toda ou uma extensa porção da estrutura
coronária, devido a lesões cariosas, restaurações, erosão, abrasão, trauma e pelo
próprio acesso do tratamento endodôntico, provocando, conseqüentemente uma
redução na resistência do dente devido à alteração estrutural (MITSUI et al., 2004;
STRUB; PONTIUS; KOUTAYAS
,
2001).
É freqüente a indicação de pinos intrarradiculares quando é necessária uma
coroa total ou reconstrução extensa parcial de uma das superfícies do dente tratado
endodonticamente (DRUMMOND, 2000; FERRARI et al., 2000a; PURTON; PAYNE,
1996). Pinos não-metálicos ou a base de matrizes resinosas reforçadas com fibras
de carbono, quartzo, carbono/quartzo, vidro, ou fibras de polietileno, atuam como um
elemento de alta resistência na reconstrução dental (FREEDMAN, 1996; FREILICH
et al., 2000).
Os pinos de fibra de quartzo em relação aos metálicos possuem diversas
vantagens destacando-se: maior resistência à flexão, corrosão, (MANNOCCI;
SHERRIFF; WATSON, 2001; BOSCHIAN PEST et al., 2002) e à fadiga (GRANDINI
et al., 2004; DE MUNCK et al., 2005), fácil remoção (FREILICH et al., 2000),
fototransmisão da luz (PITEL; HICKS, 2003; STEWARDSON, 2001), compatibilidade
química aos cimentos resinosos (PRISCO et al., 2003), módulo de elasticidade
semelhante ao da dentina (FREDRIKSSON et al., 1998; FERRARI, 2008). E,
recentemente fabricados com uma superfície externa pré-tratada com silano e
protegida com sílica, adicionando-se as vantagens de facilitar sua manipulação e
simplificar o protocolo clínico pré-estabelecido (EDELHOFF et al., 2006).
Dentes com destruição coronária com estrutura remanescente maior ou igual a
2 mm de altura na sua circunferência podem requerer um pino intrarradicular com
preenchimento de núcleo em resina composta (COHEN et al., 1999; KIMMEL, 2000;
MITSUI et al., 2004). Sua função é, basicamente, prover retenção à restauração final
e substituir a estrutura dental perdida na porção coronal do dente (MITSUI et al.,
2004; TROPE; MALTZ; TRONSTAD, 1985).
27
Desde o surgimento e desenvolvimento dos sistemas adesivos, a formação da
camada hibrida é considerada o mecanismo primordial para o processo de adesão,
permitindo a retenção micromecânica entre dentina condicionada e o material
restaurador (VAN MEERBEEK et al., 2003). Apesar desta importância, a adesão à
dentina ainda é um grande desafio (MANHART et al.,2001; HILTON, 2002a; HILTON
et al., 2002b). Cimentos resinosos têm sido cada vez mais utilizados em
restaurações indiretas bem como em fixação de pinos de fibra, onde existem ainda,
alguns fatores que de alguma forma podem alterar a adesão ao substrato (FERRARI,
2008). Na dentina intrarradicular, a incompatibilidade de alguns sistemas adesivos
com cimentos resinosos (MAK et al., 2002) e as discrepâncias entre a eficácia do
condicionamento e a interdifusão do sistema adesivo, não permite atingir uma união
que seja constante e duradora (TAY et al., 2004a; CARVALHO et al., 2004;
CARVALHO et al., 2005; NAKAOKI et al., 2002).
Na cimentação de pinos, a resistência adesiva da interface cimento/dentina
apresenta inconvenientes que são inerentes à adesão no interior do canal radicular,
como: características do substrato dentinário ao longo da raiz (FERRARI et al.,
2000a; FERRARI et al., 2000b), procedimentos endodônticos prévios à cimentação
dos pinos, controle da umidade, secagem dentinária após condicionamento ácido e
variações anatômicas da raiz (BOUILLAGUET et al., 2003). Estima-se que o fator C
em cimentação de pinos de fibras no interior do canal pode variar de 20 a 100
(MORRIS et al., 2001) ou exceder 200 (BOUILLAGUET et al., 2003), representando
uma situação clínica desfavorável.
Devido à dificuldade encontrada durante a cimentação dos pinos de fibra no
canal radicular, foram lançados recentemente no mercado cimentos resinosos
denominados auto-adesivos. Estes materiais o necessitam de condicionamento
ácido, pois sua aplicação se resolve num único passo clínico (RADOVIC et al.,
2008).
Frente às dúvidas a respeito de qual é o melhor material de cimentação a ser
utilizado para a fixação de pinos de fibra, é de grande relevância clínica avaliar a
resistência de união de pinos cimentados à dentina intrarradicular com cimentos
resinosos auto-adesivos de diferentes marcas comerciais.
28
2 REVISÃO DE LITERATURA
1
2.1 PINOS
A utilização de pinos de fibra para a restauração de dentes tratados
endodonticamente é um procedimento largamente difundido. Muitas são as
vantagens dos pinos de fibra em relação aos metálicos, destacando se a associação
a cimentos resinosos e a menor concentração de tensões na raiz, diminuindo o risco
de fratura radicular (BOSCHIAN PEST et al., 2002; FERRARI; VICHI; GARCÍA-
GODOY, 2000; FERRARI et al., 2000a; FERRARI, 2008; GIACHETTI et al., 2004).
Os pinos de fibra podem ser classificados, quanto ao seu material de
composição, em pinos de fibra de vidro, de carbono, de quartzo ou de
carbono/quartzo (FERRARI et al., 2000a; FERRARI, 2008). Os pinos de fibra de
carbono (Composipost) foram os primeiros a serem introduzidos no mercado, tendo
sido desenvolvidos na França, em 1990 (FERRARI et al., 2000a). Eles são
compostos de fibras de carbono unidirecionais embebidas em uma matriz de resina
epóxica (KURTZ et al., 2003; PERDIGÃO; GERALDELI; LEE, 2004) e induzem
menor tensão sob carga, ocasionando menor incidência de fratura radicular do que
os pinos metálicos de aço inoxidável (KURTZ et al., 2003). Os pinos de fibra de
carbono, entretanto, por serem escuros, podem comprometer a aparência estética
de restaurações em dentes anteriores (GIACHETTI et al., 2004). Por esse motivo, os
pinos de fibra de vidro brancos e translúcidos foram introduzidos no mercado.
Os pinos de fibra de vidro são constituídos por fibras de vidro envoltas por
uma matriz de resina epóxica ou seus derivados e, em alguns casos, por
substâncias radiopacas. A união entre fibras de vidro e matriz é obtida por um
agente de união, a fim de favorecer a adesão entre os dois componentes (FERRARI
et al., 2002). As fibras são uniformes em relação à direção e ao comprimento. O
comportamento mecânico destes pinos é considerado anisotrópico, ou seja, suas
propriedades mecânicas variam quando submetidos a cargas advindas de diferentes
direções (FERRARI, 2008). O módulo de elasticidade destes pinos 48 GPa) é
mais similar ao da dentina (18,6 GPa), em relação ao módulo de elasticidade dos
pinos metálicos (150 - 200 GPa). Esta particularidade, associada à cimentação
___________________________
1
Baseada na NBR 10520:2002 da ABNT.
29
adesiva, cria uma unidade mecanicamente homogênea (FERRARI, 2008). Isto faz
com que o conjunto pino-cimento-adesivo dentina trabalhe mecanicamente como
corpo único, distribuindo homogeneamente as tensões e minimizando a ocorrência
de fraturas (FERRARI, 2008; PRISCO et al., 2003).
Quintas; Dinato; Bottino (2000) verificaram que os pinos de fibra de vidro
facilitavam a estética final através da transmissão de luz. Ressaltaram que os pinos
de fibras de vidro e de quartzo são embebidos em uma matriz de resina e passam a
ser uma nova opção de tratamento para as restaurações estéticas. Quanto à
composição, os de fibras de carbono, apresentam 64 % de fibras longitudinais e um
32 % de matriz de resina epóxica, enquanto nos de fibras de vidro, 42 % são de
fibras, 29 % de matriz de preenchimento e 18 % de resina.
Mannocci; Sherriff; Watson (2001) realizaram um teste de flexão de três
pontos com cinco diferentes tipos de pinos de fibra: Composipost (fibra de carbono);
Aestheti-Plus (fibra de quartzo); Carbotech (fibra de carbono); Ligth Post (fibra de
vidro); e Snowpost (fibra de sílica). Os testes foram realizados após armazenamento
dos pinos por um ano, em três condições diferentes: armazenagem a seco em
temperatura ambiente; em água a 37° C e, em dentes bovinos com tratamento
endodôntico e restaurados com resina composta. Os dentes foram observados antes
e durante os testes, por microscopia confocal. Dentre os principais achados, cabe
ressaltar que houve uma maior quantidade de espaços vazios dentro do pino
Composipost do que nos outros pinos. Os pinos de todos os grupos que estavam
armazenados em água exibiram menores valores de resistência flexural do que os
mantidos secos. Em todos os meios de armazenamento, os pinos Carbotech
mostraram maiores valores de resistência flexural do que os pinos Composipost e
Snowpost. Os pinos Aestheti-Plus exibiram maiores valores de resistência do que os
pinos Snowpost. Os pinos armazenados em dentes bovinos mostraram resistência
flexural parecida com a resistência dos pinos mantidos secos. Os autores concluíram
que os pinos de fibra não devem ser mantidos em contato com os fluidos orais e
que, durante um ano de armazenagem em dentes bovinos, estes pinos foram
suficientemente protegidos deste contato pela obturação endodôntica apical e pela
restauração de resina composta na parte coronária do dente.
Pegoretti et al. (2002) analisaram o comportamento mecânico do pino
reforçado com fibra de vidro, tanto com o teste de resistência à flexão, quanto pela
análise do elemento finito. Neste último teste, os resultados foram comparados a
30
outros modelos de simulação de pinos reforçados com fibra de carbono, de pino
fundido em liga de ouro e do dente natural. Os dados obtidos no teste de resistência
à flexão foram transferidos ao modelo simulado na análise do elemento finito. Os
resultados mostraram comportamentos diferentes entre os três tipos de pinos, sendo
que o pino fundido em liga de ouro apresentou a maior concentração de estresse na
interface pino-dentina. Por outro lado, os pinos reforçados com fibra apresentaram
aumento da concentração de estresse na região cervical, devido à sua flexibilidade,
mas mostraram menor pico de estresse dentro da raiz, pois sua rigidez é muito
similar à dentina. Exceto pela concentração de forças na região marginal cervical, o
pino reforçado em fibra de vidro apresentou campos de estresse semelhantes aos
apresentados pelo dente natural.
Akkayan; Gülmez (2002) avaliaram a resistência à fratura de dentes tratados
endodonticamente e restaurados com pinos de titânio, fibras de quartzo, fibras de
vidro e zircônia. Todos os pinos foram retidos com sistema adesivo Single Bond
associado a um cimento a base de resina (RelyX
TM
ARC/3M) de dupla
polimerização. Sobre eles foram confeccionados núcleos de resina e coroas
metálicas que foram cimentadas com cimento de ionômero de vidro (Vitremer /3M).
Em seguida, os espécimes receberam uma carga compressiva até a fratura. Os
resultados mostraram que os pinos de fibras de quartzo apresentaram resistência à
fratura significativamente maior do que os outros. Verificaram, também, que os pinos
de fibras de quartzo e de vidro apresentavam fraturas favoráveis ao reparo,
enquanto os de titânio e zircônia apresentavam fraturas desfavoráveis.
Em estudo in vivo, Monticelli et al. (2003) avaliaram o desempenho clínico de
3 tipos de pinos translúcidos durante um período de 2 a 3 anos. Foram selecionados
225 pacientes com pelo menos um pré-molar tratado endodonticamente, com
indicação para cimentação de pino e restauração com coroa de porcelana. Os
pacientes foram divididos em 3 grupos, de acordo com o pino: grupo 1, Aesthetic
Plus (RTD); grupo 2, DT (RTD); e grupo 3, FRC Postec (Ivoclar Vivadent AG,
Schann, Liechtenstein, Alemanha). Nos grupos 1 e 2, os pinos foram cimentados
com adesivo One Step (Bisco) e cimento Duo Link (Bisco Co, Schaumburg, IL, USA),
enquanto no grupo 3 os pinos foram cimentados com adesivo Excite DSC (Ivoclar
Vivadent AG, Schann, Liechtenstein, Alemanha) e cimento Multilink (Ivoclar Vivadent
AG, Schann, Liechtenstein, Alemanha). Após 6, 12 e 24 meses, os pacientes foram
reavaliados por meio de exames clínicos e radiográficos. Em 8 pacientes (3,5 %), o
31
pino perdeu a retenção e se deslocou, e 6 pacientes (2,7 %) tiveram lesão periapical
recorrente. o houve diferença estatisticamente significante entre os grupos
testados, o que sugere que todos os sistemas são igualmente confiáveis para o uso
clínico.
Sahafi et al. (2004), testaram a hipótese de que a retenção e a resistência à
fratura de pinos pré-fabricados, são influenciados pelo tipo de cimento empregado,
forma dos pinos e tratamento superficial que estes recebem. Assim, eles avaliaram a
resistência à fratura de três diferentes pinos pré-fabricados, sendo eles: ParaPost
XH (liga de Titânio), ParaPost Fiber White (Fibra de vidro reforçada com resina
composta) e Cerapost (Zircônia), com diferentes tratamentos superficiais, sendo
eles: jateamento com partículas de 50 µm de alumina (SandBlasting-BEGO) para
todos os grupos, jateamento com partículas de 30 µm de sílica (CoJet-3MESPE)
para todos os grupos, metalprimer (Metalprimer II-GC) apenas para o grupo dos
pinos metálicos e jateamento com partículas de 50 µm de alumina (SandBlasting-
BEGO) seguido da aplicação de um agente silano (Pulpdent) para o grupo dos pinos
de fibra de vidro reforçada. Os mesmos foram cimentados com três tipos de
cimentos: Fosfato de zinco (DeTrey), cimento resinoso convencional à base de Bis-
Gma (ParaPost) e cimento resinoso com adesivo à base de MDP (Panavia F). Os
autores utilizaram 290 dentes que foram divididos em 10 grupos e receberam
preparo protético. Após os procedimentos de cimentação, os dentes foram levados à
maquina de ensaio universal Instron para os testes de tração. Os autores concluíram
que a resistência à fratura é influenciada pelo tipo de cimento utilizado, assim como
o tratamento superficial do pino e sua forma. Os pinos que apresentam forma
paralela apresentaram maior retenção, comparados com aqueles que possuíam
forma cônica. Para todos os pinos que receberam tratamento superficial, houve um
aumento da aderência do cimento à superfície desses pinos, o que não se traduziu
em maior retenção à dentina intrarradicular.
Goracci et al. (2005a) analisaram a adesão de dois tipos de pinos de fibra
translúcidos (FRC Postec e Ligth-Post) e dois tipos de resinas fluidas utilizadas
como material de construção do núcleo coronário (Unifilflow e Tetric Flow), com ou
sem aplicação do silano (Monobond S) na superfície dos pinos. Vinte e oito pinos
FRC Postec e 12 pinos Ligth-Post foram utilizados no teste. A metade dos pinos de
cada grupo recebeu tratamento de superfície com o agente silano e a outra metade
não. Em cada pino, foram confeccionados núcleos coronários com uma das resinas
32
fluidas a serem testadas. Os espécimes foram então preparados para o teste de
microtração mediante cortes sob irrigação, resultando em amostras em forma de
palito com 1 mm de espessura (pino + resina). Os resultados demonstraram que
nem o tipo de pino nem o tipo de resina composta ou as interações entre esses
fatores tiveram um efeito significativo na resistência adesiva da interface pino/resina.
Somente a silanização teve efeito significante. Os autores concluíram que,
independentemente do tipo de pino ou material de núcleo coronário (resina)
utilizado, a adesão na interface dos pinos de fibra foi significativamente aumentada
pelo tratamento superficial com silano.
Gondo (2005) avaliou a influência do tipo de sistema adesivo e do tipo de
cimento resinoso na resistência adesiva ao cisalhamento por extrusão de pinos de
fibra de vidro à dentina intrarradicular. Após a remoção da porção coronal de
sessenta dentes anteriores superiores, todos os dentes foram tratados
endodonticamente e os espaços para os pinos foram preparados com brocas
específicas para cimentação de pinos. Os espécimes foram aleatoriamente divididos
em cinco grupos (n=12), de acordo com o sistema adesivo utilizado: grupo 1,
adesivo Excite DSC, dual; grupo 2, adesivo Excite DSC, ativado por luz; grupo 3,
adesivo Excite fotopolimerizável; grupo 4, adesivo AdheSE, fotopolimerizável; e
grupo 5, adesivo Multilink Primer autopolimerizável. Em todos os grupos, a metade
dos espécimes foi cimentada com cimento dual Variolink II e a outra metade foi
cimentada com cimento autopolimerizável Multilink. O sistema de pinos utilizado foi o
FRC Postec Plus. Sete dias após a cimentação, os espécimes foram seccionados
em 6 fatias, de 1 mm, 2 de cada terço, cervical, médio e apical. Os corpos-de-prova
foram submetidos ao teste de cisalhamento por extrusão em uma velocidade de 0,5
mm/min. Os resultados foram submetidos ao teste estatístico de análise de variância
e teste de Tukey. Os maiores valores de resistência foram obtidos com o cimento de
polimerização dual Variolink II associado ao sistema adesivo autocondicionante
autopolimerizável Multilink Primer, com dados semelhantes aos obtidos com o
sistema adesivo DSC dual, porém com diferença estatisticamente significativa dos
sistemas adesivos fotopolimerizáveis. A interação do cimento resinoso químico
Multilink e os sistemas adesivos fotopolimerizáveis resultaram em redução
significativa dos valores de união. Não houve diferença estatística entre os terços
cervical, o médio e o apical.
33
Feuser (2006) realizou um trabalho in vitro com o objetivo de avaliar a
influência do tratamento da dentina radicular na resistência adesiva após preparo
mecânico para cimentação de pinos de fibra de vidro sob teste de cisalhamento por
extrusão. Para isto, 100 dentes foram tratados endodonticamente, e posteriormente,
preparados com brocas largo para cimentação de pinos. Os espécimes foram
aleatoriamente divididos em 12 grupos (n=10), e cada grupo teve a dentina radicular
tratada por diferentes soluções: EDTA17 %, NaClO 1 %, a combinação destas
soluções e hidróxido de cálcio. Os espécimes foram condicionados com ácido
fosfórico 37 % durante 15 s ou 60 s. Os pinos foram cimentados com adesivo
Scotchbond Multi - Uso Plus e cimento resinoso RelyX
TM
ARC. Sete dias após a
cimentação, todos os espécimes foram seccionados em três fatias de
aproximadamente 2 mm, correspondentes ao terço cervical, médio e apical. Os
corpos-de-prova foram submetidos ao teste de cisalhamento por extrusão em uma
velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados foram submetidos ao teste estatístico de
análise de Variância e teste de Tukey. Não foram encontrados resultados com
diferenças estatisticamente significativas entre os grupos quando relacionadas todas
as variáveis. A comparação dos grupos com diferentes tempos de condicionamento
mostrou que o grupo com 60 s apresentou melhores resultados, porém sem
significância estatística. O grupo sem tratamento endodôntico e condicionado por 15
s apresentou os piores resultados estatisticamente significativos. Não houve
diferença estatísticamente significativa entre os terços cervical, médio e apical. O
maior número de fraturas ocorreu entre o cimento adesivo e a dentina
Com o intuito de avaliar o efeito do silano na resistência adesiva de três pinos
de fibra de vidro, Perdigão; Gomes; Lee (2006) realizaram um estudo ex vivo.
Cinqüenta e quatro incisivos centrais e caninos superiores foram tratados
endodonticamente. Após sete dias, foram realizados os preparos das raízes para
receber os pinos em uma profundidade de 8 mm. Para metade dos espécimes de
cada grupo, os pinos de fibra receberam tratamento com silano. Os pinos foram
então cimentados, utilizando-se os sistemas de cimentação fornecidos pelo
fabricante de cada um dos três pinos. Após uma semana, o teste de “push-out” foi
realizado nas três secções diferentes de cada raiz. Os resultados demonstraram
que, o uso do silano em cada um dos pinos não resultou em diferença
estatisticamente significante nas médias de resistência adesiva. Para cada tipo de
pino, o terço apical resultou em resistências adesivas menores do que o terço
34
cervical. Os autores concluíram que o uso do silano não aumenta a resistência de
união dos pinos de fibra testados.
Vano et al. (2006) avaliaram a influência de vários tratamentos da superfície
de pinos de fibra de vidro na resistência adesiva às resinas compostas. O pré-
tratamento foi realizado com: grupo 1: 24 % H
2
O
2
por 10 min e silanização por 60 s;
grupo 2: 10 % H
2
O
2
por 20 min e silanização por 60 s; grupo 3: 4 % ácido
hidrofluorídrico em gel por 60 s e silanização por 60 s; grupo 4: silanização por 60 s
e aplicação do agente adesivo G-Bond; grupo 5: silanização por 60 s (controle).
Cinco tipos de resina composta diferentes foram utilizados para a posterior
construção do núcleo. Os resultados mostraram que as resistências dos grupos 1 e
2 foram maiores que dos demais e que o silano por ser uma molécula bifuncional
potencializou a união química entre os pinos e as resinas compostas utilizadas. Os
autores concluíram que o peróxido de hidrogênio e o ácido hidrofluorídrico
modificaram a morfologia de superfície dos pinos de fibra e com o silano, houve um
aumento significativo da resistência da interface entre os mesmos e o material de
núcleo.
Bitter et al. (2006a) analisaram a influência de diferentes composições de
pinos de fibra (Cosmo Post e FRC Postec) tratados com diferentes tratamentos
superficiais (AirBone CoJet, AirBone Rocat e silanização) na adesão com diferentes
agentes cimentantes (Panavia F, Variolink, Multilink, PermaFlo DC, RelyX
TM
Unicem
e Clearfil Core). Utilizando cilindros de metilmetacrilato, 240 corpos de prova
receberam preparo protético de 18 mm de profundidade e 3,5 mm de diâmetro para
a cimentação dos pinos, e seccionamento em 4 partes ao longo da raiz (2 mm cada)
para os testes de push-out. Os autores concluíram que os pinos de fibra de vidro
reforçados (FRC) apresentaram maiores valores de retenção adesiva em relação
aos pinos de óxido de zircônia (Cosmo). Para esse último, houve um aumento
significativo nos valores de retenção adesiva quando foram realizados os diferentes
pré-tratamentos superficiais nos pinos, utilizando o cimento Panavia F.
Teixeira et al. (2006) conduziram um estudo para avaliar a retenção, a
resistência à fratura e a transmissão de luz de pinos de fibra de vidro. Os pinos
cônicos apresentaram menores valores de retenção que os pinos paralelos, quando
cimentados com cimento resinoso dual. A microscopia eletrônica de varredura
demonstrou uma quantidade maior de cimento aderida na superfície dos pinos
35
paralelos que na superfície dos cônicos. A transmissão de luz por esses pinos é
limitada.
Com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes tratamentos de superfície na
retenção de pinos de fibra de vidro cimentados com cimento resinoso e submetidos
ao envelhecimento, Balbosh; Kern (2006) realizaram um estudo com quatro grupos
experimentais segundo o tratamento de superfície dos pinos. Os tratamentos foram:
limpeza com álcool, limpeza com álcool e condicionamento com ED-Primer,
jateamento com óxido de alumínio e jateamento com óxido de alumínio associado ao
condicionamento com ED-Primer. Todos os pinos foram cimentados com cimento
resinoso Panavia-F após o condicionamento com sistema adesivo auto-polimerizável
ED-Primer. Após o envelhecimento, o teste de resistência à tração foi realizado. Os
pinos que receberam o jateamento obtiveram maiores valores de resistência
comparados aos que não receberam. O condicionamento com ED-Primer antes da
cimentação não influenciou na resistência ao deslocamento dos pinos. Todos os
pinos não jateados apresentaram falha adesiva na interface cimento/pino, enquanto
que os pinos jateados apresentaram pinos parcialmente cobertos com cimento.
Xible et al. (2006) realizaram um estudo com o intuito de avaliar o efeito do
tratamento triboquímico na resistência adesiva entre pinos de zircônia (Cosmopost)
e resina composta (Tetric Ceram) e na resistência flexural dos pinos. Para o teste de
resistência adesiva, dois grupos (n = 10) foram preparados: no grupo experimental
(E), pinos Cosmopost foram tratados com o sistema Rocatec de cobertura
triboquímica de sílica e silanização. No grupo-controle (C), os pinos foram utilizados
como recomendado pelo fabricante. Para os dois grupos, os pinos foram
centralizados e posicionados verticalmente em um molde metálico e uma resina
composta (Tetric Ceram) foi polimerizada em volta dos pinos dentro de anéis
metálicos (6 mm de diâmetro e 4 mm de altura). Os espécimes foram então
posicionados em uma máquina de ensaio e uma carga foi aplicada axialmente na
parte superior dos pinos em um teste de extrusão (“push-out”). Posteriormente, foi
realizado o ensaio de flexão dos pinos, utilizando-se um teste de flexão em três
pontos. Os resultados mostraram que o grupo dos pinos tratados triboquimicamente
demonstrou maiores valores de resistência adesiva e flexural do que os pinos do
grupo-controle.
Radovic et al. (2007a) realizaram testes de microtração para avaliar a
influência de diferentes tratamentos de superfície de pinos de resina reforçada por
36
fibras na resistência adesiva de um cimento resinoso dual. Dentre os diferentes
tratamentos estavam o jateamento com óxido de alumínio (Rocatec-Pre/3M ESPE)
com aplicação isolada de agente silano ou sistema adesivo, ou nenhum tratamento
adicional. Também foi realizado um grupo experimental sem jateamento e com a
aplicação isolada do agente silano ou sistema adesivo, ou nenhum tratamento
adicional. Os autores sugerem que o jateamento pode aumentar a resistência
adesiva do cimento aos pinos de resina reforçada por fibras, eliminando a
necessidade de aplicação adicional de outros tratamentos como aplicação de agente
silano ou sistema adesivo.
D’Arcangelo et al. (2007) avaliaram os efeitos de diferentes tratamentos de
superfície de pinos de fibra de quartzo na retenção e morfologia superficial. Foram
observadas, por meio de MEV, irregularidades e embricamento micro mecânico do
cimento nos pinos onde se realizou condicionamento ácido ou jateamento com óxido
de alumínio. Os pinos silanizados demonstraram apenas mudanças suaves na
superfície, enquanto que o grupo controle (sem tratamento) apresentou
embricamento micro mecânico limitado. Este estudo demonstrou que as
propriedades retentivas dos pinos de fibra de quartzo podem ser significativamente
aumentadas com o uso de algum tipo de tratamento de superfície dos pinos. O
condicionamento ácido e o jateamento são mais efetivos que a silanização em
determinar a retenção micro mecânica na superfície de pinos de fibra.
Como observado em um estudo de Martelli et al. (2008), o uso de núcleos
metálicos fundidos comparado ao uso de pinos de fibra de vidro com reconstrução
coronária em resina apresentou padrões de fraturas menos favoráveis, com 100%
das fraturas ocorridas abaixo do espaço biológico. Ainda, os dentes restaurados com
pinos de fibra de vidro tiveram as propriedades melhoradas quando foram utilizados
pinos acessórios para minimizar a linha de cimento.
Da mesma forma, Santos-Filho et al. (2008) analisaram os modos de fratura e
deformação de raízes restauradas com núcleos metálicos fundidos, pinos metálicos
e pinos de fibra de vidro, em variadas profundidades de cimentação. Foi constatado
que a restauração de raízes com núcleos metálicos fundidos resultou em fraturas
radiculares enquanto que as que foram restauradas com pinos de fibra de vidro
apresentaram fraturas, passíveis de reparação, dos pinos ou do núcleo de
preenchimento de resina
.
37
Ohlmann et al. (2008) avaliaram o efeito de dois cimentos, diferentes
tratamentos da dentina radicular e da superfície dos pinos de fibra, e de diferentes
regiões radiculares na resistência adesiva após o teste de extrusão (push-out). A
utilização de um sistema adesivo de polimerização dual resultou em uma maior
resistência adesiva que o grupo que não utilizou sistema adesivo, que ainda
apresentou maiores valores que o grupo com sistema adesivo fotopolimerizado. Os
valores também foram mais altos na região cervical dos espécimes avaliados. O
estudo sugere que a resistência adesiva seja aumentada utilizando-se uma resina
para reconstrução de núcleo como agente cimentante do pino, assim como o uso do
jateamento com óxido de alumínio seguido da aplicação de um sistema adesivo de
presa dual na superfície dos pinos.
Recentemente Radovic et al. (2008) realizaram um estudo in vitro com o
objetivo de avaliar a influência dos tratamentos de superfície na resistência à
microtração de cimentos resinosos a pinos de fibra. Quarenta e dois pinos de
quartzo (Light Post, RTD) foram divididos em 7 grupos (n = 6) de acordo com
o tratamento de superfície. I e II: tratamento experimental industrial
patenteado composto por um revestimento de óxido de zircônio e silanização
(RTD); III: tratamento industrial seguido da aplicação do adesivo (XPBond,
Dentsply Caulk); IV: adesivo (XPBond); V: adesivo (Prime & Bond NT,
Dentsply Caulk); VI: silano (Silane Calibra, Dentsply Caulk); VII: nenhum
tratamento. Os adesivos foram utilizados no modo de auto-curado. Os
cimentos Sealbond (RTD) - grupo I e Calibra (Dentsply Caulk) - grupos II a VII
foram utilizados na cimentação dos pinos de forma a obter espécimes
cilíndricos. As interfaces pino/cimento foram avaliadas em MEV. Os cilindros
foram cortados para a obtenção de espécimes em forma de palito, e o ensaio
de microtração foi realizado a 0,5 mm/min. A resistência de união do
cimento/pino foi significativamente superior nos pinos de fibra tratados
industrialmente (I: 23,1±8,0 MPa; II: 21,5±7,0 MPa; III: 22,3±7,0 MPa) ou
tratados com o adesivo XPBond (IV: 21,0±5,3 MPa) quando comparado à
aplicação do Prime & Bond NT (V: 14,0±5,0 MPa), à silanização (VI: 6,3±4,6
MPa) ou nenhum tratamento (VII: 4,6±4,3) (p <0,001). Os autores concluíram
que o tratamento de superfície industrial experimental e a aplicação do
38
adesivo promovem uma maior força de adesão na interface cimento/pino. A
utilização de pinos pré-tratados industrialmente pode simplificar o
procedimento clínico de cimentação.
2.2 Adesão à dentina intrarradicular
O termo adesão pode ser definido como o processo no qual duas superfícies
de composições moleculares diferentes são colocadas em íntimo contato,
permanecendo unidas por forças de atração, sejam elas de origem química, física ou
mecânica (BLUNCK, 2000). Para se obter a união entre dois substratos, é aplicada
uma camada de adesivo entre ambos, no intuito de preencher as irregularidades das
superfícies, permitindo o íntimo contato destas estruturas através deste terceiro
componente (BLUNCK, 2000).
Em odontologia, os sistemas adesivos e os cimentos permitem uma
resistência de união entre o substrato e o material restaurador/cimento e a
distribuição do stress ao longo da interface adesiva (FERRARI, 2008). Na dentística
restauradora, adesão representa a possibilidade de selar apropriadamente a
interface entre uma cavidade e o material restaurador, reduzindo assim, o risco de
sensibilidade pós-operatória, descoloração marginal, carie recorrente e
consequentemente o insucesso do tratamento restaurador (FERRARI, 2008; VAN
MEERBEEK et al, 2003).
2.2.1 O Substrato: Dentina intrarradicular
A dentina é um tecido mineralizado, com túbulos ao longo de toda a sua
espessura constituindo a principal massa do dente. Os componentes estruturais da
dentina e suas propriedades variam com a localização e sofrem alterações através
de aspectos fisiológicos como envelhecimento e através de processos patológicos
39
(MARSHALL; MARSHALL; KINNEY, 1997). Sua composição aproximada é de 50 %
em volume de uma forma de apatita rica em carbonato e deficiente em cálcio, 30 %
em volume de matéria orgânica, principalmente colágeno tipo I e cerca de 20 % de
fluidos (MARSHALL; MARSHALL; KINNEY, 1997; MJÖR et al., 2001; TAY;
PASHLEY, 2007). Sua estrutura consiste de túbulos dentinários circundados por
uma dentina altamente mineralizada (dentina intratubular), envolvidos em uma
matriz dentinária (dentina intertubular), e é basicamente formada por colágeno
embebido em cristais de apatita (NAKABAYASHI; PASHLEY, 1998).
Carrigan et al. (1984) em um estudo com MEV avaliaram os túbulos
dentinários da dentina coronária e radicular nos terços cervical, médio e apical de
incisivos centrais de indivíduos com diferentes faixas etárias. A análise dos
resultados mostrou que o número de túbulos dentinários diminuía em direção ao
terço apical e à medida que aumentava a idade. Verificaram, no entanto, que a
quantidade de túbulos no terço cervical e médio das raízes era muito próxima e
estatisticamente semelhantes, independente da idade avaliada.
Mjor; Nordahl (1996) examinaram a densidade e ramificações dos túbulos
dentinários em dentes humanos por meio de microscopia óptica e MEV. Estes
autores observaram um sistema de entrelaçamento de ramificações dentro da matriz
intertubular da dentina. Assim, classificaram diferentes tipos de ramificações
baseados em dimensão, direção e localização dentro da dentina. As ramificações
principais incluíam ramificações terminais em formato de Y”, as quais normalmente
possuíam uma direção similar ao do túbulo dentinário principal, em ângulos agudos
e eram caracteristicamente encontradas na dentina periférica. Também foram
observadas ramificações com diâmetros de 300 - 700 nm. Estas ramificações se
estendiam perifericamente dos túbulos principais em ângulos de 45
o
, especialmente
na massa dentinária radicular e na dentina periférica. Micro-ramificações foram
visualizadas apenas por meio de MEV, com um diâmetro de 50 100 nm e partiam
dos túbulos dentinários em ângulos retos. Os autores também relataram houver
diferenças significativas no numero túbulos de acordo com sua localização. As
diferenças na densidade dos túbulos entre áreas internas e periféricas foram mais
marcantes na coroa do que na raiz. O número de túbulos na porção média da raiz foi
significativamente menor que na porção média da coroa. O mero de ramificações
dos túbulos dentinários foi particularmente abundante na dentina radicular, onde a
40
densidade deles era menor. Desta forma foi comprovado haver diferenças
importantes entre a dentina coronária e a radicular.
Ferrari et al. (2000b), por meio de análise em MEV, avaliaram a morfologia da
dentina intraradicular com o objetivo de verificar a influência da densidade tubular na
formação da camada hibrida. Os resultados revelaram haver uma maior densidade e
diâmetro dos túbulos dentinários no terço cervical, sendo que a diferença entre
número de túbulos nos dois primeiros terços radiculares foi estatisticamente
significante. No terço cervical foram observados em média 36.350 túbulos/mm
2
, no
médio 28.130 túbulos/mm
2
e no apical 22.630 túbulos/mm
2
. Uma vez que todas as
regiões foram submetidas ao condicionamento com ácido fosfórico, houve um
aumento na área superficial para 202% (cervical), 156% (médio) e 113% (apical). O
diâmetro dos túbulos também foi alterado de 2,5 para 3,5 µm (regiões cervical e
média) e de 2 µm para 3 µm (região apical). Consequentemente, a espessura de
camada híbrida formada foi de 4,5 µm, na região cervical, 2,5 µm na região média e
de 1,2 µm na região apical. Segundo os autores, a orientação e a densidade dos
túbulos dentinários nos diferentes terços do canal radicular podem influenciar a
adesão na cimentação de pinos de fibra em dentes tratados endodonticamente.
Mjör et al. (2001) analisaram a presença, distribuição e direção dos túbulos
dentinários e suas ramificações no terço apical de dentes humanos, por meio de
microscopia de luz e MEV. Dentre os principais achados foi observado que os
túbulos dentinários principais apresentaram-se irregulares na densidade e direção,
sendo possível observar áreas com uma total ausência de túbulos. Assim, os
autores ressaltaram que a terapia endodôntica e o tratamento restaurador são um
desafio importante, devido à estrutura irregular e variabilidade da dentina
intrarradicular na região apical do dente humano.
Desta forma, verifica-se que a dentina intrarradicular é uma estrutura
complexa e heterogênea com características regionais diferenciadas, com topografia
que varia dependendo da área envolvida, da idade do dente, da quantidade de
túbulos dentinários, umidade, área de dentina intra e peritubular, assim como da sua
permeabilidade. Estas diferenças estruturais evidenciam claramente as dificuldades
das técnicas inerentes aos procedimentos adesivos realizados no interior do canal
radicular (FERRARI, 2008).
Cagidiaco et al. (1997) observaram que a maior área de superfície da dentina
intra e intertubular é responsável por um aumento da resistência de união após o
41
condicionamento da dentina. Além disso, estes autores argumentaram que nem
sempre a hibridização da dentina intertubular é bem sucedida e, portanto, a
infiltração de resina nos túbulos dentinários é um fator importante para a retenção
micromecânica no substrato dentinário. Segundo Gwinnett (1993) os elementos mais
importantes para a resistência de união de sistemas adesivos à dentina são a
formação de tags de resina, a infiltração de resina dentro da matriz interdentinária
desmineralizada, e a adesão química na superfície. Gwinnet, em 1994, verificou que,
após o preparo do canal e remoção da lama dentinária pela solução ácida, os
túbulos dentinários ficam alargados, a dentina peritubular e a intertubular,
superficialmente desmineralizadas, expondo uma fina rede de fibras colágenas.
Concluiu que, a penetração do sistema adesivo nos túbulos dentinários e na rede de
colageno é a única maneira confiável de se conseguir uma união micromecânica
forte entre os materiais à base de resina e a dentina. Para Ferrari et al. (2000b),
quanto maior a densidade tubular e quanto maior o diâmetro tubular, maiores as
chances de se obter uma união mais eficiente. Estas afirmações revelam que o
processo de difusão e a interação dos sistemas adesivos com a dentina
desempenham um papel fundamental na eficiência clínica do tratamento
restaurador.
2.2.2 Interação entre os sistemas adesivos e a dentina
A primeira pesquisa sobre os adesivos dentinários foi realizada em 1949, pelo
químico suíço Oscar Hagger que desenvolveu o dimetacrilato de ácido
glicerofosfórico GPDM (NAKABAYASHI; PASHLEY, 1998). Buonocore (1955)
demonstrou que a utilização de ácido fosfórico a 85 % para o condicionamento ácido
do esmalte aumentava a energia livre de superfície e o tornava mais eficiente para a
adesão. O sucesso obtido com o condicionamento ácido do esmalte fez com que o
mesmo procedimento fosse tentado em dentina. Mas o condicionamento da dentina
com ácido naquela concentração não obteve sucesso, pois os monômeros
disponíveis naquela época eram hidrófobos e não produziam molhamento adequado
do substrato. Por meio de análise em MEV, foi observado que os monômeros dos
sistemas adesivos eram aplicados diretamente sobre o smear layer e que as falhas
42
da união dos sistemas adesivos com a dentina ocorriam coesivamente dentro do
smear layer (TÄO; PASHLEY; BOYD, 1988). Diante esses achados, foi sugerida a
remoção do smear layer no intuito de obter uma adesão mais eficaz (WATANABE;
NAKABAYASHI, 1993; WATANABE; NIKAIDO; NAKABAYASHI, 1990).
Posteriormente, Brudevold; Buonocore; Wileman (1956) promoveu o
condicionamento ácido dentinário ampliando também os valores da resistência da
união. No entanto, a possibilidade de ocorrência de dano ao órgão pulpar levou ao
abandono do condicionamento ácido dentinário e somente após os estudos de
Fusayama, et al. (1979) foi retomada a técnica de condicionamento ácido total
(esmalte e dentina).
O primeiro sistema adesivo utilizado sobre a dentina empregando o
condicionamento total com uma combinação de acido cítrico 10 % e cloreto de sódio
3 % (solução 10-3), foi descrito por Nakabayashi; Kojima; Masuhara em 1982. Além
da utilização do ácido, o sistema também utilizava uma resina de 4-META/metil
metacrilato-tri-nbutil borano (MMA-TBB). Este sistema apresentava como vantagem
a sua capacidade de remover a camada de smear layer e desmineralizar o tecido
dentinário. Assim, por meio de MEV, os autores verificaram que os monômeros
resinosos penetravam em profundidade na dentina desmineralizada e polimerizavam
ao redor das fibrilas colágenas, formando uma estrutura que foi denominada
“camada híbrida”.
Segundo Nakabayashi; Pashley (1998), o condicionamento ácido da dentina
seria necessário para aumentar a porosidade da dentina intertubular. Desta forma a
hidroxiapatita seria facilmente removida pelo ácido, permanecendo o colágeno livre.
O resultado seria um substrato de maior porosidade e baixa energia de superfície.
Os autores ressaltaram ainda que haveria então a necessidade de aplicar uma
substância que restaurasse a energia superficial perdida e facilitasse a infiltração
dos monômeros resinosos. Assim foi sugerido o desenvolvimento e utilização do
primer.
A hibridização é obtida em tecidos que previamente receberam um ataque
ácido e foram impregnados por monômeros resinosos. A estrutura resultante não
pode ser classificada nem como resina, nem como dente, mas sim por uma
hibridização das duas (NAKABAYASHI & PASHLEY, 1998; TAY et al., 1994).
O processo de hibridização dos tecidos dentais pode ser realizado em um,
dois ou três passos operatórios. Porém, independente do número de passos, os
43
adesivos atuais são classificados de acordo com sua “estratégia de adesão” em
convencionais e autocondicionantes (CARVALHO et al., 2004; FERRARI, 2008; VAN
MEERBEEK et al., 2003).
Os adesivos convencionais são todos os sistemas que empregam o passo
operatório de condicionamento ácido da superfície de esmalte ou dentina
separadamente dos outros passos. Estes sistemas podem apresentar duas ou três
etapas técnicas para sua aplicação. Os adesivos convencionais de três passos
compreendem os passos de condicionamento ácido, aplicação do primer e aplicação
do adesivo, todos separadamente. O primer desses sistemas é uma solução de
monômeros hidrófilos diluídos em um solvente orgânico (água, acetona ou álcool).
Enquanto os solventes desempenham a função de remover a água que mantém as
fibrilas de colágeno expandidas, os monômeros hidrofílicos revestem as fibrilas de
colágeno expostas pela desmineralização, a fim de facilitar a posterior infiltração do
adesivo (VAN MEERBEEK et al., 2003). Como a água é a responsável por manter
as fibrilas de colágeno da dentina desmineralizada expandidas, esta técnica de
adesão é também chamada de “técnica úmida” (PASHLEY & CARVALHO, 1997).
Na versão simplificada dos adesivos convencionais (2 passos), os
componentes do primer hidrofílico foram misturados com os monômeros resinosos
hidrofóbicos do adesivo, permitindo a aplicação de uma única solução compatível
com o substrato úmido da dentina, após o condicionamento ácido (VAN MEERBEEK
et al., 2003).
Os sistemas adesivos autocondicionantes diferem dos convencionais
especificamente porque não requerem a aplicação de um ácido sobre o substrato.
Watanabe; Nikaido; Nakabayashi (1990) e Watanabe; Nakabayashi (1993)
idealizaram o primeiro sistema de união autocondicionante. Estes adesivos
incorporam em sua formulação monômeros resinosos ácidos derivados de radicais
carboxílicos (4-MET, 4-metacrilóxi-etil tri-melitico; 10-MDP, 10-metacrilóxidecil
dihidrogênio fosfato, dentre outros) os quais além de desmineralizar, infiltram o
substrato do esmalte e dentina simultaneamente. Estão compostos por monômeros
hidrófilos ácidos e água, contidos em concentrações balanceadas em um frasco
(primer ácido) e, em um outro frasco (adesivo), o conteúdo é formado por
monômeros hidrófilos e hidrófobos. O radical fosfato ligado ao monômero hidrófilo é
responsável pelo condicionamento do substrato, enquanto que o componente
metacrilato da molécula se disponibiliza para a co-polimerização com o agente de
44
união e a resina restauradora (WATANABE et al., 1994). Neste processo não é
necessário lavar os produtos provenientes da reação, porque são incorporados e
polimerizados juntos com o agente de união. O objetivo real desses sistemas
adesivos é a promoção da desmineralização superficial da dentina, com a difusão
simultânea dos monômeros na rede de fibrilas colágenas expostas em toda
extensão desmineralizada.
Estes adesivos são classificados em fracos, moderados e fortes, baseados na
habilidade de solubilizar a smear layer e desmineralizar a dentina subjacente. As
versões mais fracas desses adesivos (pH 2.0, por exemplo), preservam a smear
layer e smear plugs e incorporam este substrato como parte constituinte da camada
híbrida. As versões mais agressivas são capazes de dissolver a smear layer e smear
plugs e formar uma camada híbrida similar em espessura àquela formada com os
adesivos convencionais (TAY; PASHLEY, 2001).
Nos adesivos autocondicionantes de dois passos, o caráter ácido e fluido é
encontrado no primer do sistema. O segundo passo é representado pela aplicação
de uma resina de baixa viscosidade de características hidrofóbicas, que não contém
solvente nem água na sua formulação. Os adesivos autocondicionantes nos quais o
primer é a solução acidificada recebem o nome de “primer autocondicionante”.
A versão ainda mais simplificada dos sistemas adesivos é a do adesivo
autocondicionante de “passo único”. Nesse caso, uma única solução que contém
monômeros ácidos, solventes, diluentes e água é aplicada diretamente sobre o
substrato dental, desempenhando a função de desmineralização, infiltração e
ligação com o material restaurador (FERRARI, 2008; TAY; PASHLEY, 2001).
Mannoci et al. (1999) observaram a morfologia das zonas de interdifusão de
resina/dentina radicular utilizando um sistema adesivo convencional (All-Bond 2) e
outro autocondicionante (Panavia). Os autores observaram que a camada hibrida
formada pelo All-Bond 2 apresentava se mais homogênea do que a formada pelo
Panavia. Os autores também compararam o comprimento dos tags e concluíram que
tags maiores eram encontrados quando a técnica convencional era utilizada.
No entanto, Carvalho et al. (1999) ressaltaram que o excesso de umidade
pode causar separação dos monômeros resinosos, formando uma estrutura com
falhas, que impede a penetração dos adesivos na matriz desmineralizada de
colágeno. Segundo os autores, a quantidade de umidade necessária para permitir
uma perfeita penetração dos monômeros ainda é desconhecida e pode variar de
45
acordo com os sistemas adesivos utilizados. Ressaltaram ainda que os adesivos
autocondicionantes, além de serem menos sensíveis às variações da concentração
de umidade superficial e profundidade de dentina, ainda têm a vantagem de não
apresentar discrepâncias entre a área desmineralizada e a extensão da infiltração
dos mesmos, porém, formam uma camada híbrida muito fina e com incorporação da
“smear layer”. Se considerada a presença de porosidades, a camada híbrida obtida
com os sistemas adesivos autocondicionantes é de melhor qualidade, o que pode
explicar o fato de, embora menos espessa, oferecer resistência adesiva
semelhantes aos sistemas adesivos convencionais.
Mannocci et al (2001), realizaram um estudo utilizando o teste de microtração
para comparar as técnica convencional (All-Bond-2) e autocondicionante (Panavia).
Foi observado que os valores de resistência da união foram equivalentes para
ambos os grupos experimentais (17,1 MPa).
Outro estudo que avaliou a interface de diferentes sistemas adesivos e os
correspondentes cimentos utilizados para cimentar pinos de fibra de vidro à dentina
do canal radicular foi realizado por Bitter et al. (2004). Dentes humanos
uniradiculares foram tratados endodonticamente e pinos de fibra de vidro foram
cimentados com diferentes sistemas adesivos. Dos cinco sistemas, 4 utilizavam a
técnica convencional de um ou dois frascos (condicionamento com ácido fosfórico) e
apenas um utilizava a técnica autocondicionante (primer ácido). As interfaces foram
avaliadas usando um microscópio confocal de varredura para visualizar a espessura
da camada híbrida e contar o número dos tags de resina. Os autores concluíram que
o condicionamento da dentina radicular com ácido fosfórico e o uso de sistemas que
utilizam um ou dois frascos apresentam uma camada híbrida mais espessa e
uniforme com um mero de bulos consideravelmente maior, do que observado
após o uso dos adesivos autocondicionantes.
Vichi et al. (2002) avaliaram, através de um estudo com MEV, a eficiência de
três sistemas adesivos de um passo e dois sistemas de três passos na formação de
camada híbrida, prolongamentos de resina e ramificações laterais, utilizados para
reter pinos de fibras. Os resultados mostraram que todos os sistemas adesivos
formaram camada híbrida, prolongamentos de resina e ramificações laterais. Os
sistemas de três passos mostraram maior formação de camada híbrida, sendo mais
uniformes e detectáveis nos terços cervical e médio das raízes. A morfologia e
formação de prolongamentos de resina e ramificações laterais foram
46
significativamente mais observados nos terços cervical e médio do que no terço
apical. No terço cervical, não foi encontrada diferença estatisticamente significativa
entre os cinco grupos. No entanto, nos terços médio e cervical, os prolongamentos
de resina foram significativamente menos evidentes para os sistemas de um passo.
Finalmente, concluíram que os sistemas de três passos formam um embricamento
mecânico mais amplo, quando comparados com os sistemas de passo único.
Em um estudo in vivo, TAY et al. (2004b) testaram a hipótese de que os
adesivos de passo único são efetivos na redução da permeabilidade dentinária.
Prepararam 16 dentes posteriores polpados para receber próteses fixa e os
dividiram aleatoriamente em 4 grupos para receber adesivos Single Bond, Excite
DSC, Prime & Bond NT Dual Cure e One-Step. Os dentes foram moldados para que
pudessem ser feitas réplicas para análise em MEV em 3 circunstâncias: logo após o
preparo, em seguida ao condicionamento ácido e aplicação do adesivo e após 10 a
14 dias, quando da cimentação da prótese definitiva. Encontraram transudação do
fluído dentinário na camada adesiva, na forma de bolhas de água em todos os
grupos em seguida à aplicação do adesivo e após 10 - 14 dias. Notaram que os
adesivos foram menos efetivos em selar a dentina recentemente preparada que a
com a “smear layer”. Concluíram que, nesta situação, os adesivos utilizados se
comportaram como membranas permeáveis após a polimerização.
Tay; Pashley (2007) relataram que o termo monobloco tornou-se familiar na
literatura endodôntica com interesse recente na aplicação da tecnologia adesiva à
dentina na endodontia. O monobloco endodôntico” gerou discussão entre
acadêmicos e clínicos de como se poderia melhorar a qualidade de selamento no
preenchimento do canal e fortalecer as raízes. Ele foi classificado como primário,
secundário, e terciário, dependendo do número de interfaces entre o substrato
adesivo e o material de preenchimento. No primário, há somente uma interface entre
o material de preenchimento e a dentina radicular. No secundário, duas; uma
entre o pino e o cimento, e outra entre o cimento e a dentina radicular. No terciário,
uma terceira camada seria interposta entre o pino e o cimento. Os autores
concluíram que, embora o conceito de se criar uma unidade mecanicamente
homogênea seja excelente na teoria, este monobloco torna-se mais complexo à
medida que mais interfaces são incorporadas.
Vários relatos na literatura avaliam a efetividade destes sistemas adesivos na
resistência de união à dentina intrarradicular. No entanto, é possível observar na
47
literatura grande discordância em relação aos valores de resistência de união entre
os autores. A pesar da variabilidade dos resultados, evidências cientificas apontam
que os sistemas convencionais têm melhor performance quanto à resistência
adesiva, infiltração marginal e desempenho clínico (FERRARI, 2008; GÖHRING;
SCHÖNENBERGER; LUTZ, 2003; VAN MEERBEEK et al., 2003). Cabe ressaltar,
que a discordância observada entre os autores pode ser atribuída à dificuldade da
técnica de cimentação no canal radicular. A hibridização do canal radicular é um
processo difícil de obter, por apresentar um substrato heterogêneo e pela sua
configuração geométrica, a qual confere um altíssimo fator de configuração de
cavidade (fator-C) (FERRARI, 2008; TAY et al., 2005).
2.3 Cimentos resinosos convencionais
Os cimentos resinosos surgiram em meados dos anos 50, porém tiveram
maior desenvolvimento a partir dos anos 80. Inicialmente preconizados para
cimentação de próteses fixas adesivas, coroas, inlays e onlays, os cimentos
resinosos passaram a ser indicados para a cimentação de pinos intrarradiculares de
fibra de vidro devido aos bons resultados alcançados em decorrência de sua baixa
solubilidade e suas propriedades mecânicas e adesivas (HASEGAWA; BOYER;
CHAN, 1991; NAKABAYASHI; PASHLEY, 1998). Seu emprego na cimentação de
pinos intrarradiculares visa o aumento da retenção e redução na concentração de
estresse na interface dente/cimento/restauração, em função da união promovida
pelo sistema adesivo, tanto ao dente quanto ao pino (BOUILLAGUET et al., 2003;
FERRARI, 2008).
Estes cimentos apresentam como característica o embricamento
micromecânico com o adesivo dentinário, além de ser menos solúvel aos fluidos da
cavidade bucal em relação ao cimento de fosfato de zinco, policarboxilato e
ionômero de vidro (NAKABAYASHI; PASHLEY, 1998; ROSENSTIEL; LAND;
CRISPIN, 1998). Sua composição se assemelha a das resinas compostas, onde
uma base com um sistema monomérico bis-GMA (Bisfenol A-metacrilato de glicidila)
ou UEDMA (uretano dimetacrilato) em combinação com outros monômeros de
menor peso molecular como o TEGDMA (trietileno glicol dimetacrilato). Também
48
apresenta grupamentos funcionais hidrófilos, nos quais estão incluídos os sistemas
organofosfonatos, hidroxietil metacrilato (HEMA) e 4-META (4-metacriloxietil
trimelitano anidro), modificando a composição orgânica do cimento resinoso em
relação às resinas compostas. Para completar a composição química, a resina
aglutinante é combinada com partículas cerâmicas e sílica coloidal, as quais variam
de 0,4 a 1,5 µm de tamanho e sua proporção, em peso, está entre 36-82 %.
Entretanto, sua proporção volumétrica é significantemente menor, conferindo aos
cimentos baixa viscosidade e fluidez necessárias para técnica de cimentação (DE
GOES, 1998).
Os cimentos resinosos podem ser classificados de acordo com a reação de
polimerização em: cimentos de autopolimerização, fotopolimerização ou em cimento
de ativação dupla ou dual (BURROW et al., 1996; DE GOES, 1998; FERRARI,
2008).
Os cimentos resinosos convencionais são utilizados em associação de um
sistema adesivo. Desta forma, podem ser utilizados sistemas adesivos
convencionais ou autocondicionantes para essa finalidade (SCOTTI; FERRARI,
2003). Estes cimentos podem ser classificados de acordo com a reação de
polimerização em: quimicamente ativados (autopolimerizável), polimerizados pela
emissão de luz (fotopolimerizável) ou de ativação dupla. Atualmente, os cimentos
resinosos de polimerização dual são os mais utilizados na pratica clínica.
Os cimentos de dupla ativação estão disponíveis comercialmente em duas
pastas, uma contendo peróxido de benzoíla e a outra uma amina terciária, além da
canforoquinona que quando misturadas e expostas à luz iniciam a polimerização
pela interação amina/canforoquinona. Nas situações onde o material não é exposto
à luz, a ativação química é iniciada pela interação amina/peróxido de benzoíla
(ANUSAVICE, 1998). Os cimentos resinosos de polimerização dual foram
desenvolvidos para compensar a redução de luz provocada pela interposição dos
materiais indiretos, para possibilitar maior tempo de trabalho, melhor facilidade de
remoção de excessos e gerar resistência imediata que impeça o deslocamento da
restauração quando submetida às forças oclusais (ARRAIS, et al., 2007; BURROW
et al., 1996; PEGORARO; DA SILVA; CARVALHO, 2007).
A cimentação de pinos intrarradiculares com cimentos resinosos é um
procedimento altamente sensível, sujeito às adversidades técnicas que se iniciam
durante a desobturação do conduto e envolvem todos os passos operatórios, até a
49
polimerização final do cimento (BOUILLAGUET et al., 2003; CARVALHO, 2004;
FERRARI et al., 2000a; FERRARI et al., 2000b; SCOTTI; FERRARI, 2003;
FERRARI, 2008). Desta forma, diversos estudos avaliando distintas propriedades
dos cimentos resinosos têm sido relatados.
Manocci et al. (1999) por meio de MEV verificaram o comportamento de pinos
de fibras de vidro, fibras de carbono e de titânio utilizados em combinação com os
cimentos à base de resina All Bond 2 e C&B Metabond. Os resultados mostraram
que o All Bond 2 formou uma camada híbrida significativamente maior e com
prolongamentos de resina mais longos do que o Panavia 21. Na parte apical da
maioria das amostras, era observada somente a presença do adesivo, enquanto o
cimento estava ausente. Finalmente, os autores concluíram que um sistema adesivo
de três passos é mais recomendado para se obter uma união segura entre o pino, o
cimento e as paredes do canal.
Ferrari; Vichi; Garcia-Godoy (2000) avaliaram por seis anos o comportamento
clínico de pinos de fibra de vidro cimentados com materiais resinosos, realizando
exames clínicos e radiográficos a cada seis meses. Um índice de falhas de 3,2 % foi
encontrado e associado às seguintes razões: desprendimento do conjunto pino-
cimento durante a remoção da coroa provisória e lesões periapicais observadas no
exame radiográfico. Isto os leva a indicar este tipo de cimentação, visto que se trata
de um procedimento seguro e confiável.
Ferrari et al. (2001), avaliaram, por meio de MEV, a eficiência de três
sistemas de união na formação de prolongamentos de resina, ramificações laterais e
camada híbrida quando utilizados em associação com pinos de fibras de vidro. As
amostras foram divididas em três grupos onde eram utilizados: 1- Excite
fotopolimerizável e Variolink II; 2- Excite de polimerização dupla e MultiLink e 3-
One-step fotopolimerizável e Dual Link. Nos grupos 1 e 3, a solução “primer-adesivo”
era fotopolimerizada por 20 s e o cimento por 40 s. No grupo 2, após a aplicação do
sistema adesivo e do cimento, o corpo de prova era mantido em repouso sem
fotoativação. Os resultados mostraram uma diferença significativa, no grupo 2, na
formação de prolongamentos de resina, e ramificações laterais e camada híbrida os
quais se mostraram mais uniformes nos três terços da raiz. Nos outros grupos,
essas formações foram mais evidentes nos terços cervical e médio. Concluíram,
então, que os sistemas adesivos de dupla polimerização foram mais eficientes do
que os sistemas polimerizados só pela ativação com a luz.
50
Em 2001, Gaston et al. realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a
resistência adesiva de um cimento resinoso nos terços cervical, médio e apical.
Foram selecionados 20 caninos humanos, os quais tiveram as coroas removidas na
altura da junção amelo-cementária. Em seguida foi realizado o preparo para o pino.
As raízes tiveram a superfície mesial ou distal desgastada longitudinalmente até a
exposição do canal radicular preparado para o pino, permitindo, desta forma, o
acesso direto à dentina do interior do canal radicular. As amostras foram divididas
aleatoriamente em dois grupos, de acordo com o cimento resinoso utilizado: C&B
Metabond e Panávia 21. Posteriormente os espécimes foram cortados e submetidos
a teste de microtração. Os resultados indicaram que não houve diferença
estatisticamente significante entre os cimentos resinosos testados, entretanto, houve
diferença na resistência adesiva entre as regiões analisadas (p<0,05), sendo esta
maior na região cervical.
Ferrari; Vichi; Grandini (2001) avaliaram a influência de dois tipos de pincéis
utilizados para levar o primer/adesivo ao interior do canal radicular na formação da
camada híbrida, prolongamentos de resina e ramificações laterais quando
associados a pinos de fibras translúcidos. A análise dos resultados mostrou que o
tipo de pincel afeta o mecanismo de união. A utilização de um micropincel
proporciona a formação de camada brida, prolongamentos de resina e
ramificações laterais com forma e densidade similares em toda a extensão da raiz.
Por outro lado, a utilização de um pincel convencional formou prolongamentos de
resina mais longos e densos, nos terços cervicais e médios, com forma de cone
reverso, quando comparados com os do terço apical, que raramente apresentavam
esta morfologia e, na maioria das vezes, simplesmente obliteravam os túbulos ou
estavam ausentes. Da mesma forma, a formação de ramificações laterais só foi
observada no terço cervical e a camada híbrida foi menos uniforme no terço apical.
Ferrari et al. (2002) analisaram in vivo, a efetividade do uso de um micropincel
(microbrush), para aplicação de primer/adesivo na dentina intrarradicular, na
formação de zona de interdifusão resina/dentina, prolongametos resinosos (tags)
resinosos e ramificações laterais adesivas. Vinte dentes anteriores tratados
endodonticamente com indicação para extração por razões periodontais ou
endodônticas foram selecionados. Os espécimes foram aleatoriamente divididos em
2 grupos. No grupo 1, o sistema One Step (Bisco) foi aplicado com um pincel,
seguido da aplicação do cimento Duo Link (Bisco). No grupo 2, o One Step foi
51
aplicado com um microbrush, seguido do cimento Duo Link. Após 7 dias, os dentes
foram extraídos e processados para análise em MEV. Ambos os sistemas adesivos
apresentaram formação de zona de interdifusão, tags resinosos e ramificações
laterais adesivas. No grupo 2, a zona de interdifusão apresentou-se mais uniforme
em toda a extensão do conduto. A formação de tags resinosos foi verificada em
todos os terços. Nos espécimes do grupo 1, a formação da zona de interdifusão e de
tags resinosos foi menos evidente no terço apical. Diferenças estatisticamente
significantes foram encontradas entre os grupos no terço apical. Os autores
concluíram que a utilização do microbrush permite a formação mais uniforme de uma
zona de interdifusão e de tags resinosos ao longo do canal radicular.
Barnabé (2003), avaliou a força de união entre materiais de cimentação,
dentina radicular e pinos de fibras de vidro. Para este estudo foram utilizados dentes
humanos, onde os pinos de fibra de vidro (Reforpost e Fibrekor) foram cimentados
com Single Bond/RelyX
TM
ARC, Excite DSC/Vaiolink II e ED Primer/Panavia F. A
análise estatística demonstrou que não houve diferença entre os pinos. No entanto,
foi possível observar que houve diferença significativa entre os terços cervical e
apical segundo o sistema adesivo utilizado, sendo que a maioria das falhas
ocorreram na interface cimentos adesivos/dentina.
Segundo Bouillaguet et al. (2003), o condicionamento total melhora a
resistência de união à superfície dentinária plana. Entretanto, o pobre controle da
umidade e a incompleta impregnação dos monômeros resinosos podem
comprometer a adesão. Neste sentido, sistemas adesivos autocondicionantes têm
sido propostos para uso conjunto com os cimentos resinosos, uma vez que esses
sistemas podem ser utilizados sobre a dentina seca, e não requerem o enxágüe do
agente condicionador ácido, o que poderia minimizar as chances de insucesso.
Tay et al. (2003) avaliaram, por meio de testes de microtração e análise em
MET (microscopia eletrônica de transmissão), os possíveis fatores contribuintes para
a incompatibilidade entre os sistemas adesivos autocondicionantes de passo único e
os compósitos autopolimerizáveis e dual. Os espécimes constituíam-se de
superfícies dentinárias oclusais hidratadas e desidratadas, onde foi aplicado o
adesivo auto-condicionante de um passo Xeno CF Bond (Dentsply). A resina
composta dual Bis-Core (Bisco) foi aplicada nos modos: fotopolimerização,
fotopolimerização retardada (20 minutos) e autopolimerizável. Em alguns espécimes,
foi aplicado um co-iniciador químico (Bond Link). A fotopolimerização retardada
52
resultou em queda significativa da resistência adesiva para a dentina hidratada,
quando comparada à fotopolimerização imediata. No entanto, na dentina
desidratada, a queda não foi significativa. Porém, o valor mais baixo foi encontrado
para dentina hidratada combinada ao cimento autopolimerizável. Quando adicionado
o Bond Link à dentina hidratada, a resistência adesiva aumentou, mas ainda foi
significativamente inferior à dentina hidratada com fotopolimerização imediata. A
presença de bolhas de água predominou nos espécimes de dentina hidratada e
fotopolimerização retardada e autopolimerização. Os autores concluíram que o
as reações químicas adversas entre os monômeros ácidos do adesivo e as aminas
terciárias básicas das resinas autopolimerizáveis e dual são responsáveis pela
incompatibilidade destes sistemas, mas também o fato de os adesivos
autocondicionantes de passo único se comportarem como membranas permeáveis
após a polimerização.
Carvalho et al. (2004) avaliaram o efeito da permeabilidade do adesivo sobre
a união de cimentos resinosos à dentina. Os autores testaram a hipótese nula de
que a aplicação de uma cobertura de resina hidrofóbica sobre adesivos
autocondicionantes de 1 e 2 passos não produziria efeitos na união de cimentos
resinosos à dentina hidratada. Para isso, vinte e oito terceiros molares tiveram sua
superfície oclusal removida, gerando superfícies dentinárias planas. Quatro grupos
experimentais foram testados por meio de microtração, MEV e MET, sendo: grupo A:
Panavia F/ED Primer; grupo B: Panavia F /ED Primer coberto por uma resina
adesiva de baixa viscosidade (Scotchbond Multipurpose Plus), grupo C: Bistite II DC
e respectivo adesivo (autocondicionante de 2 passos) e grupo D: Bistite II DC com o
respectivo adesivo coberto pelo mesmo adesivo do grupo B. No caso do Panavia F,
houve um aumento significativo nos valores quando o ED primer foi coberto por uma
camada de Scotchbond (grupo B), o que não ocorreu para o Bistite II DC. Este
último cimento, quando coberto pelo Scotchbond (grupo D), obteve resistência
adesiva semelhante ao grupo B. A análise em MET revelou alterações na interface
do grupo A (ED Primer) induzidas pela ação da água infiltrada. O adesivo auto-
condicionante de 2 passos do Bistite II DC apresentou nanoinfiltração severa. Para
ambos os cimentos, a nanoinfiltração foi reduzida pela adição do Scotchbond
Multipurpose Plus. Os autores enfatizaram que apesar de apresentarem menor
sensibilidade técnica uma vez que os inconvenientes do controle da umidade estão
eliminados com o uso dos sistemas simplificados, os dados deste e outros estudos
53
deste equipe de pesquisa, apontam que estes sistemas permitem que a água do
substrato dentinário permeie pela camada de adesivo e fiquem aprisionadas entre a
mesma e o material restaurador.
A fotopolimerização do conjunto pino, sistema adesivo e cimento resinoso
pode ser feita em uma única etapa, cnica conhecida por passo único ou em duas
etapas, onde o sistema adesivo é fotopolimerizado antes da inserção e
fotopolimerização do cimento. Assim, Grandini et al. (2004) testaram a hipótese nula
de que ambas as técnicas são eficazes na formação de prolongamentos de resina,
ramificações laterais de adesivo e zona de interdifusão resina-dentina. Quarenta
incisivos e caninos foram divididos em quatro grupos. Pinos DT Light Post foram
cimentados com Duo-Link, sistema adesivo One-Step. No grupo 1 utilizaram a
técnica de passo único e nos grupos 2, 3 e 4 a de 2 passos, com 30, 60 e 90 s de
fotopolimerização, respectivamente. A formação dos prolongamentos de resina foi
estatisticamente superior no grupo 1, sendo que no terço apical dos grupos 4, 3 e 2
foram observados pequenos glóbulos de resina não polimerizada, oriundos da
polimerização incompleta do adesivo. Os autores concluíram que a técnica de um
passo foi menos efetiva que a de dois, com base nos critérios avaliados.
Sem; Poyrazoglu; Tuncelli (2004) compararam a retenção de dois diferentes
pinos pré-fabricados cimentados ao canal radicular com quatro diferentes cimentos
adesivos e um cimento de fosfato de zinco. Os espécimes foram então divididos de
acordo ao pino a receber em dois grupos principais: grupo A = ParaPost (pino não
rosqueável) e grupo B = Flexi-Post (pino rosqueável) e depois divididos em 5
subgrupos de acordo ao cimento utilizado (RelyX
TM
ARC, Panavia F, ParaPost
Cement, Flexi-Flow Natural e Adhesor). Os espécimes foram submetidos ao teste de
resistência à tração com a força aplicada até a fratura. Para todos os grupos de
cimentos, as amostras de Flexi-Post demonstraram uma retenção estatisticamente
maior do que as amostras de ParaPost. Nos grupos A e B, o RelyX
TM
ARC (cimento
resinoso dual) foi estatisticamente superior aos cimentos Panavia F, ParaPost
Cement, Flexi-Flow Natural e Adhesor. O subgrupo do Adhesor (cimento de fosfato
de zinco) foi significativamente menor em resistência adesiva do que todos os outros
subgrupos. Os autores concluíram que os cimentos resinosos aumentaram
significativamente a retenção dos pinos quando comparados ao cimento de fosfato
de zinco.
54
Com o intuito de analisar o efeito do fator de configuração cavitário,
Bouillaguet et al. (2003) avaliaram a resistência à microtração de diferentes cimentos
resinosos a raízes seccionadas longitudinalmente e a raízes intactas. Quarenta e
oito dentes humanos foram preparados para cimentação de pinos com vários
sistemas: Single Bond/RelyX
TM
ARC (3M ESPE); ED Primer/Panavia F (Kuraray); e
C&B Metabond (Parkell); e Fuji Plus (GC Co., Tokyo, Japan). Os espécimes foram
divididos em 2 grupos: um grupo de raízes intactas, onde os pinos foram cimentados
utilizando-se os procedimentos clínicos padronizados; outro grupo em que as raízes
foram desgastadas longitudinalmente até a exposição de todo o comprimento do
canal, sendo os pinos cimentados diretamente na superfície plana do conduto.
Todos os espécimes foram seccionados e submetidos ao teste de microtração. A
resistência adesiva nas raízes intactas foi inferior à resistência nas raízes
seccionadas. Os resultados dos sistemas Single Bond/RelyX
TM
ARC e ED
Primer/Panavia F não foram estatisticamente diferentes, mas foram
significantemente menores do que os valores dos sistemas C&B Metabond e Fuji
Plus. Uma diminuição significativa na adesão ocorreu no terço apical radicular nos
sistemas Single Bond/RelyX
TM
ARC e Fuji Plus. Segundo os autores, a contração de
polimerização e a dificuldade de acesso ao canal radicular dificultam a formação de
resistência adesiva efetiva de pinos com cimentos resinosos.
Tay et al., (2005) propuseram um modelo matemático para análise das
variáveis geométricas que afetam a adesão no interior dos condutos radiculares.
Para isso, consideraram os condutos radiculares como sendo cones afilados e
calcularam os possíveis valores para o fator de configuração cavitária (Fator C),
dividindo a área total disponível para adesão pela área livre em mm
2
. O diâmetro
apical dos cones variou de 0,20 a 0,40 mm e o comprimento dos condutos variou de
10 a 28 mm. Assim, foram simulados distintas situações clínicas, desde o total
preenchimento do conduto com cimento resinoso dual até espessuras de cimento
variando de 1 a 500 µm. Para um canal de 20 mm preparado com uma lima de
tamanho # 25, os valores do fator C variaram de 46 a 23, 461. Quando os canais
eram preenchidos apenas com cimento, o valor do fator C foi de 32. Com a redução
da espessura do adesivo, a contração volumétrica é reduzida, o que resulta na
diminuição do estresse de contração (fator-S). Contudo, a interação destes dois
fatores geometricamente relacionados (fatores C e S) mostra que a adesão dos
materiais de cimentação aos canais radiculares é altamente desfavorável em
55
comparação à adesão dos materiais restauradores indiretos, com uma espessura de
resina semelhante.
Para avaliar a resistência adesiva de um sistema adesivo auto e
fotopolimerizável a diferentes áreas da dentina intrarradicular, Mallmann et al. (2005)
realizaram um estudo in vitro com 20 dentes unirradiculares. Os dentes foram
instrumentados e preparados para receber um pino de fibra translúcido (Ligth Post) e
divididos em dois grupos de acordo com o sistema adesivo usado (Single Bond ou
Scothbond Multi-Purpose Plus). Após a aplicação do adesivo, os pinos foram
cimentados com um cimento resinoso de presa dual (RelyX
TM
ARC). Os espécimes
assim preparados foram fixados a um dispositivo especial e submetidos ao teste de
microtração. Os dados mostraram que somente no terço cervical ocorreram
diferenças significantes entre os adesivos, sendo que o sistema de três passos
exibiu maiores valores de média de resistência adesiva do que o Single Bond. Para
ambos os adesivos, as regiões cervicais exibiram maiores valores de média de
resistência adesiva do que as regiões médias e apicais.
Avaliar as resistências adesivas de seis diferentes cimentos a pinos de fibra
após vários tratamentos de superfície foi o propósito do estudo realizado por Bitter et
al. (2006b). Cento e oitenta pinos de fibra (FRC Postec) foram divididos em três
grupos segundo o tratamentos de superfície: grupo 1 não recebeu nenhum
tratamento, o grupo 2 recebeu tratamento com silano, o grupo 3 recebeu tratamento
com CoJet (jato de partículas de alumina cobertas com sílica). Os pinos de cada
grupo foram fixados em raízes artificiais com seis diferentes cimentos (Panavia F,
Multilink, Variolink, PermaFlo DC, RelyX
TM
, Clearfil Core). Após 24 horas, as
amostras foram seccionadas, perpendicularmente ao longo eixo dos pinos, em dois
espécimes de 2 mm deespessura e os testes de “push-out” foram realizados a uma
velocidade de 0,5 mm/min. As resistências adesivas dos diferentes cimentos
resinosos aos pinos foram significativamente afetadas pelo tipo de cimento, mas não
pelo tratamento de superfície utilizado. Sem levar em consideração os tratamentos
superficiais, o cimento Clearfil demonstrou as maiores resistências adesivas,
seguido pelo Panavia F e RelyX
TM
, enquanto o Multilink, Variolink e PermaFlo
exibiram valores significativamente mais baixos de resistência adesiva.
Akgungor; Akkayan (2006) avaliaram o efeito de variados adesivos
dentinários e modos de polimerização na resistência adesiva entre pinos de fibra
translúcidos (DT Ligth-Post) e a dentina radicular em diferentes regiões do canal
56
radicular. Quarenta caninos superiores receberam tratamento endodôntico e foram
realizados preparos para os pinos numa profundidade de 10 mm. Posteriormente, as
raízes foram divididas em quatro grupos, de acordo com o procedimento adesivo
empregado. Foram utilizados, na cimentação dos pinos, quatro sistemas adesivos
diferentes: Excite (adesivo de frasco único fotopolimerizável); Excite DSC (adesivo
de frasco único de polimerização dual); Clearfil Liner Bond 2V (“primer”
autocondicionante + adesivo fotopolimerizável); Clearfil Liner Bond 2V (“primer”
autocondicionante + adesivo de presa dual). Todos os sistemas adesivos foram
utilizados com o mesmo cimento resinoso de presa dual (Panavia F) para a
cimentação dos pinos. Após 24 horas, os espécimes foram seccionados
perpendicularmente ao longo eixo das raízes em três segmentos (cervical, médio e
apical) de 3 mm de espessura e os testes de “push-out” foram realizados. Os
resultados mostraram que a maior média de resistência adesiva foi encontrada com
o grupo do Clearfil Liner Bond 2V com adesivo fotopolimerizado. O mesmo material,
quando utilizou o adesivo com presa dual, apresentou uma diminuição significativa
da resistência adesiva. Os adesivos de frasco único fotopolimerizados (Excite) e de
polimerização dual (Excite DSC) apresentaram resistências adesivas similares. Os
adesivos de frasco único (Excite e Excite DSC) apresentaram diminuição na
resistência adesiva no terço dentinário apical do preparo para o pino. Os sistemas
autocondicionantes (Clearfil Liner Bond 2V) não apresentaram diferenças
significantes entre os três terços de dentina avaliados.
Silva et al. (2006) avaliaram o efeito do modo de aplicação do adesivo e a
translucidez do pino de fibra na resistência adesiva push-out à dentina. Raízes
bovinas foram tratadas endodonticamente e divididas conforme a aplicação do
adesivo: Prime & Bond 2.1, Prime & Bond 2.1 + ativador autopolimerizavel, Prime &
Bond 2.1 + sistema Scothbond Multi-Purpose Plus, Brush & Bond, Brush & Bond +
catalisador químico, e Brush & Bond + sistema Scothbond Multi-Purpose Plus. Os
pinos Light-Post e Aesthetic Post foram cimentados e o teste push-out foi realizado e
o modo de falha das amostras fraturadas foi analisado. Os resultados mostraram
que não houve diferença entre os pinos de fibra. Tanto para Prime & Bond 2.1
quanto para Brush & Bond, o uso do sistema de três passos aumentou a resistência
adesiva do pino. O terço apical apresentou os menores valores de resistência
adesiva.
57
Tay; Pashley (2007) relataram que o termo monobloco tornou-se familiar na
literatura endodôntica com interesse recente na aplicação da tecnologia adesiva à
dentina na endodontia. O monobloco endodôntico” gerou discussão entre
acadêmicos e clínicos de como se poderia melhorar a qualidade de selamento no
preenchimento do canal e fortalecer as raízes. Ele foi classificado como primário,
secundário, e terciário, dependendo do número de interfaces entre o substrato
adesivo e o material de preenchimento. No primário, há somente uma interface entre
o material de preenchimento e a dentina radicular. No secundário, duas; uma
entre o pino e o cimento, e outra entre o cimento e a dentina radicular. No terciário,
uma terceira camada seria interposta entre o pino e o cimento. Os autores
concluíram que, embora o conceito de se criar uma unidade mecanicamente
homogênea seja excelente na teoria, este monobloco torna-se mais complexo à
medida que mais interfaces são incorporadas.
D’Arcangelo et al. (2008) avaliaram a resistência adesiva de três tipos de
pinos de resina reforçada por fibra nas regiões cervical, média e apical do canal
radicular. Dentre os principais achados foi observado que independente do tipo de
pino utilizado, a resistência na interface adesiva foi altamente afetada pela região
radicular, obtendo os maiores valores na região cervical e os menores na média e
apical. Segundos os autores, estes resultados evidenciam à maior dificuldade de
acesso à região apical e às possíveis limitações de escoamento do cimento. As
análises do tipo de fratura indicaram que as falhas, na sua maioria, ocorreram na
interface pino-cimento ou de forma mista, sugerindo que a natureza da superfície
dentinária da parede radicular ou a densidade dos túbulos podem não ser a base
para a diferença na resistência adesiva nos diferentes terços da raiz. A explicação
mais provável para a alta resistência na região cervical poderia ser a decrescente
efetividade da fotopolimerização nas regiões mais distantes da fonte de luz, sendo
que esta região é a mais acessível, facilitando e favorecendo os procedimentos
adesivos.
Bonfante et al. (2008) avaliaram, por meio de MEV, a integridade da interface
adesiva cimento-dentina na cimentação adesiva de pinos de fibra utilizando quatro
cimentos resinosos diferentes (Multilink, Variolink II, Enforce Dual e Enforce PV). A
continuidade na interface cimento-dentina foi dependente do cimento utilizado e
afetada pela armazenagem em água. Em 48 horas após a cimentação, a
porcentagem de continuidade na interface foi visivelmente deteriorada,
58
apresentando melhores resultados no terço cervical da raiz. Fendas foram
observadas principalmente no terço apical de todos os grupos. Essas fendas podem
ser atribuídas ao alto fator-C na região radicular. Não foram observadas fendas entre
pino e cimento, o que sugere que a adesão entre cimento e dentina seja mais fraca
que entre cimento-pino de fibra.
Arrais et al. (2009) por meio de microscopia confocal, avaliaram a interface
resina/dentina após a utilização de sistemas duais auto ou fotopolimerizados.
Superfícies dentinárias planas foram divididas de acordo ao sistema de cimentação
utilizado: All Bond2/Duolink ou Bond 1/Lute-it. Os adesivos foram marcados com
fluoresceina e os cimentos com rodamina B. Os espécimes foram posteriormente
subdivididos de forma a ser fotopolimerizados (FP) ou foram autopolimerizados (AP).
Os espécimes tratados com All Bond 2/AP mostraram a formação de tags e a
penetração no interior dos túbulos dentinários foi observada. Entretanto, quando
fotopolimerizados este sistema não exibiu a formação uniforme da camada do
primer/adesivo. Por outro lado, o sistema de Bond 1 mostrou a formação de tags
resnosos tanto FP como AP. NO entanto, foi observada uma maior penetração do
sistema adesivo no grupo cimentado com o sistema Bond 1/AP.
2.4 Cimentos resinosos auto-adesivos
Os cimentos auto-adesivos foram introduzidos no ano 2002 como um novo
subgrupo de cimentos resinosos (por exemplo, RelyX
TM
Unicem, 3M ESPE, St. Paul,
MN, E.U.A.). Estes materiais foram concebidos com a intenção de superar algumas
das desvantagens dos cimentos convencionais (fosfato de zinco, policarboxilato, e
ionomero de vidro) e dos cimentos resinosos, assim como para trazer uma somatória
de características das diferentes classes de cimento em um único produto
(FERRARI, 2008; RADOVIC et al., 2008).
A diferença dos cimentos resinosos convencionais, os cimentos auto-adesivos
não requerem de qualquer tratamento prévio na superfície do dente. Uma vez que o
cimento é misturado, a sua aplicação é um processo extremamente simples. A
aplicação é realizada em uma única etapa clínica, semelhante aos procedimentos
com cimentos a base de fosfato de zinco e policarboxilato. Segundo a informação
59
dos fabricantes, "como o smear layer não é removido, não é esperada sensibilidade
pós-operatória”. A diferença dos cimentos a base de fosfato de zinco, policarboxilato,
e de resina, os cimentos auto-adesivos são tolerantes a umidade e tem a habilidade
de liberar íons flúor, de forma semelhante aos cimentos a base de ionômero de vidro
(FERRARI, 2008; RADOVIC et al., 2008). Esta combinação de características torna
os cimentos auto-adesivos em uma excelente opção para uma ampla gama de
aplicações clínicas como na cimentação adesiva de praticamente qualquer
restauração indireta: cerâmicos, compósitos, metal, inlays (compósito ou metal),
onlays, pontes, coroas e pinos intrarradiculares. O único procedimento em que o uso
do cimento auto-adesivo não é indicado é na cimentação de facetas.
Os cimentos auto-adesivos são ainda relativamente novos e informações
detalhadas sobre sua composição e as suas propriedades adesivas são limitadas.
Embora o mecanismo de adesão pareça ser similar para todos os cimentos auto-
adesivos, as características do RelyX
TM
Unicem (3M ESPE) são as mais
extensivamente explicadas pelo fabricante (3M ESPE; RelyX
TM
Unicem). O RelyX
TM
Unicem foi o primeiro produto desta classe de cimentos a ser introduzido no
mercado, consequentemente, é o cimento auto-adesivo mais exaustivamente
investigado na literatura atual. Segundo Radovic et al. (2008), seus monômeros
multifuncionais em conjunto com os grupos de ácido fosfórico, desmineralizam e
infiltram, simultaneamente, o esmalte e a dentina. A reação dominante da toma de
presa e a radical polimerização pode ser iniciada pela exposição à luz ou através de
um mecanismo de auto-curado. Isto resulta em uma extensa ligação cruzada de
monômeros e da criação de polímeros com alto peso molecular. Além disso, a fim de
garantir a neutralização deste sistema inicial ácido, um conceito do cimento a base
de ionômero de vidro foi aplicado, resultando em um aumento de pH de 1 a 6
através de reações entre os grupos do ácido fosfórico e do recheio alcalino. Os
grupos do ácido fosfórico também reagem com a apatita da dentina. A água que é
formada em neste processo de neutralização contribui com a hidrofilicidade inicial
própria do substrato, a qual prevê melhorar a adaptação com a estrutura dental e
prover uma maior tolerância a umidade. Posteriormente, é esperado que a água seja
reutilizada pela reação dos grupos funcionais do ácido e durante a reação do
cimento com as partículas de recheio que liberam íons básicos. Essa reação
finalmente resultaria em uma “inteligente” conexão com uma matriz hidrofóbica. A
60
adesão obtida pretende fornecer ao material de uma retenção micromecânica e de
uma interação química entre os grupos azídicos do monômero e a hidroxiapatita
A resistência ao cisalhamento do RelyX
TM
Unicem no esmalte foi avaliada
antes e após a termociclagem por Abo Hamar et al. (2005). Previamente ao
termociclagem, este cimento produz uma resistência adesiva de 14,5 MPa, a qual foi
significativamente menor do que outros sistemas adesivos de resina previamente
investigados, cujas forças variam entre 17 e 32 MPa. Também, a sua resistência ao
cisalhamento em esmalte foi significativamente menor após a termociclagem, em
contraste com outros cimentos de resina que não foram influenciados pela condição
de envelhecimento. No entanto, uma vez que a resistência adesiva do RelyX
TM
Unicem foi superior a resistência adesiva do cimento de ionômero de vidro, tanto
antes como depois da termociclagem, foi salientado que este cimento auto-
condicionante pode ser considerado como uma alternativa ao ionômero de vidro
para a cimentação de cerâmicas de alta resistência ou restaurações metálicas.
Também tem sido sugerido que o RelyX
TM
Unicem pode ser utilizado na cimentação
de coroas cerâmicas convencionais com pouco ou sem remanescentes de esmalte.
Resultados semelhantes em termos de força de adesão ao esmalte foram
reportados em pesquisas avaliando a resistência a microtração (DE MUNCK et al.,
2004; GORACCI et al., 2006; HIKITA et al., 2007). Segundo estes estudos, a
resistência a microtração do RelyX
TM
Unicem variou entre 10,7 MPa (GORACCI et
al., 2006) e 19,6 MPa (DE MUNCK et al., 2004; HIKITA et al., 2007), e foram
significativamente menor do que o cimento Panavia F 2.0 e outros cimentos de
resina, os quais variaram entre 25 e 49 MPa (DE MUNCK et al., 2004; GORACCI et
al., 2006; HIKITA et al., 2007). A resistência a microtração de Maxcem ao esmalte foi
significativamente menor quando comparada ao RelyX Unicem
TM
(GORACCI et al.,
2006). Cabe ressaltar, que a resistência a microtração do RelyX
TM
Unicem ao
esmalte foi semelhante a outros cimentos de resina quando sua aplicação foi
precedida por ácido fosfórico (DE MUNCK et al., 2004; HIKITA et al., 2007).
O efeito da forma de curado no ensaio de força de adesão de dois cimentos
de curado dual, incluindo o RelyX
TM
Unicem, foi avaliado (PIWOWARCZYK et al.,
2007). Os autores observaram que os cimentos fotopolimerizados apresentaram
maiores forças de adesão, diante estes resultados foi recomendado que nos
procedimentos clínicos sempre fossem fotopolimerizados.
61
A adesão do RelyX
TM
Unicem (ABO HAMAR et al., 2005; DE MUNCK et al.,
2004; GORACCI et al., 2006; HIKITA et al., 2007) e Maxcem (GORACCI et al., 2006)
a dentina coronária foi avaliada por ensaios de força de união. A força retentiva de
coroas a base de zircônio cimentadas com RelyX
TM
Unicem também foi avaliada
(ERNST et al., 2005; PALACIOS et al., 2006).
Estudos foram conduzidos avaliando a resistência ao cisalhamento, à tração,
e microtração, e os valores registrados na resistência adesiva variam muito
dependendo do ensaio e a metodologia aplicada. No entanto, a maioria dos
resultados obtidos é consistente e demonstra que, em contraste com a adesão ao
esmalte, RelyX
TM
Unicem tem um comportamento similar aos outros sistemas
resinosos na dentina coronal. Sua força de adesão foi freqüentemente comparada
com o Panavia F, sendo que um estudo reportou maior força de adesão (WALTER;
MIGUEZ; PEREIRA, 2005), enquanto várias outras pesquisas demonstraram não
haver diferenças significativas (ABO HAMAR et al., 2005; AL-ASSAF et al., 2007;
CANTORO et al. 2008; DE MUNCK et al., 2004; FRANKENBERGER et al., 2007;
GORACCI et al., 2006; HIKITA et al., 2007; PIWOWARCZYK et al., 2007;
SIMONETTI et al., 2006). Em comparação com os cimentos de resina que utilizam
condicionamento ácido e lavado, RelyX
TM
Unicem teve uma adesão igualmente
eficaz quando comparado ao Variolink II (Ivoclar Vivadent), (ABO HAMAR et al.,
2005; HIKITA et al., 2007) Nexus (Kerr) (HIKITA et al., 2007), RelyX ARC (3M
ESPE), e Calibra (Dentsply) (PIWOWARCZYK et al., 2007). Ao contrário dos
achados anteriores, também alguns estudos têm demonstrado que este cimento
auto-adesivo apresenta uma força de adesão significativamente menor quando
comparado ao Panavia F 2.0 (ESCRIBANO; DE LA MACORRA, 2006) e, Variolink II
(PIWOWARCZYK et al., 2007).
Salz et al. (2004) compararam a resistência da união de diferentes cimentos
resinosos duais à dentina, utilizando somente a versão autopolimerizável. Os
resultados revelaram que os cimentos Multilink (39,3 MPa) RelyX
TM
Unicem (6,3
MPa) e Panavia 21 (1,9 MPa) foram diferentes estatisticamente. Os autores
concluíram que a baixa reistência da união do Panavia 21, que utiliza primer
autocondicionante (ED Primer), pode ser atribuída à incompatibilidade entre os
sistemas iniciadores do cimento resinoso com o seu respectivo primer e o cimento.
Por outro lado, o Rely X
TM
Unicem, no modo quimicamente ativado, apresentou
baixos valores da resistência da união à dentina.
62
Em contraste com o efeito positivo observado no esmalte, o condicionamento
ácido foi prejudicial para o RelyX
TM
Unicem na adesão dentinária (DE MUNCK et al.,
2004; HIKITA et al., 2007). A sua resistência adesiva à microtração após o
condicionamento ácido foi significativamente menor do que o obtido quando o
cimento foi utilizado sem qualquer tratamento da superfície dentinária. Segundo De
Munck et al. (2004), este achado pode ser atribuído à incapacidade de infiltrar o
colágeno após o condicionamento ácido.
Goracci et al. (2006) realizaram um estudo avaliando a influencia da pressão
durante a cimentação de onlays. A pesar de que, num prévio estudo in vitro, uma
maior pressão na hora da cimentação não teve efeito sobre o esmalte, a resistência
à microtração do RelyX
TM
Unicem e o Panavia F 2.0 melhorou com a dentina quando
exercida a pressão. Inversamente, a resistência adesiva a microtração do Maxcem à
dentina não foi influenciada pela pressão, sendo que a sua força adesiva foi
significativamente menor quando comparada a do RelyX
TM
Unicem.
Vários estudos têm analisado morfologicamente a interface entre os cimentos
auto-adesivos e a dentina. A aplicação do RelyX
TM
Unicem (AL-ASSAF et al., 2007;
BITTER et al., 2009; DE MUNCK et al., 2004; GORACCI et al., 2006) e Maxcem
(GORACCI et al., 2006) à dentina não resultou na formação da camada brida e
tags. Os achados morfológicos na interface cimento / dentina formada pelos
cimentos auto-adesivos foram visivelmente diferentes, quando comparados à
interface formada com os cimentos resinosos que requerem tratamento prévio da
superfície dentinária.
A resistência da união, a extensão da desmineralização, as características
morfológicas das interfaces da união entre a dentina e os cimentos resinosos Bistite
II DC, C&B Super-Bond, M-Bond, Panavia F e RelyX
TM
Unicem foram avaliadas por
Al-Assaf, et al. (2007). Os resultados revelaram maiores valores de resistência da
união para os cimentos dual Bistite II DC (13,01 MPa) e autopolimerizável M-Bond
(9,19 MPa) e os menores valores para o cimento auto-adesivo RelyX
TM
Unicem
(4,47 MPa). Uma correlação positiva foi observada entre a extensão da
desmineralização e a formação da camada híbrida para todos os cimentos
resinosos, principalmente para o cimento autopolimerizável C&B Super- Bond que
apresentou 100 % de desmineralização e uma camada híbrida de 4,17 µm,
resultando numa resistência de união de 4,79 MPa. Entretanto, o cimento auto-
adesivo RelyX
TM
Unicem apresentou uma desmineralização de 45,03 %, não formou
63
camada híbrida e produziu resistência de união de 4,47 MPa, provando que a
quantidade de desmineralização e formação de camada híbrida não podem ser
omparadas ao mecanismo de adesão do cimento RelyX
TM
Unicem.
A adaptação marginal in vitro do RelyX
TM
Unicem (BEHR et al., 2004;
FRANKENBERGER et al., 2007; ROSENTRITT et al., 2004) e Maxcem
(FRANKENBERGER et al., 2007) foi avaliada após a cimentação de restaurações
inlay MOD de cerâmica (IPS Empress, Ivoclar Vivadent) (FRANKENBERGER et al.,
2007; ROSENTRITT et al., 2004) e coroas de cerâmica (IPS Empress 2, Ivoclar
Vivadent) (BEHR et al., 2004). A Adaptação marginal dos inlays MOD foi avaliada
tanto em esmalte e quanto em dentina. Behr et al. (2004) reportaram que o RelyX
TM
Unicem apresentou mais do 90 % das margens em perfeitas condições. Estes
resultados foram similares aos achados com os cimentos Variolink e Panavia F,
tanto antes como após a termociclagem e o ensaio mecânico. A integridade marginal
deteriorou após o carregamento de carga para todos os cimentos investigados, no
entanto o Variolink apresentou uma maior percentual de margens perfeitos na
dentina (ROSENTRITT et al., 2004).
Frankenberger et al. (2007) reportaram que o RelyX
TM
Unicem apresentou um
vedamento marginal mais efetivo com a dentina, quando comparado ao Maxcem. No
entanto, foi salientado que os cimentos auto-adesivos não podem competir com os
cimentos que utilizam lavado e gravado em termos de adesão ao esmalte.
Piwiwarczyk; Lauer; Sorensen (2004) avaliaram a microinfiltração de
diferentes cimentos para cimentação de coroas. Os resultados mostraram que o
RelyX
TM
Unicem mostrou a menor microinfiltração tanto no esmalte como na dentina.
A microinfiltração no esmalte foi significativamente menor em comparação com o
cimento resinoso RelyX
TM
ARC utilizado com Single Bond e do cimento de fosfato de
zinco, e similar aos cimentos de ionômero de vidro e o Panavia F. Os autores
especularam que os metacrilatos específicos multifuncionais do ácido fosfórico
contidos neste cimento são capazes de reagir com a superfície dental de várias
formas, resultando em um eficaz vedamento. Além da formação de compostos
complexos com os íons cálcio, os diferentes tipos de interações físicas, como a
união com o hidrogênio ou interações duplas, podem influenciar favoravelmente o
processo de adesão dos cimentos auto-adesivos.
As propriedades mecânicas do cimento RelyX
TM
Unicem foram avaliados
analisando a microdureza de superfície e grau de conversão (KUMBULOGLU et al.,
64
2004), a força compressiva (KUMBULOGLU et al., 2003) e a resistência flexural
(PIWOWARCZYK; LAUER, 2003).
Kumbuloglu et al. (2003) observaram que após 1 semana de armazenamento
em água, o RelyX
TM
Unicem fotopolimerizado obteve os maiores valores de dureza e
de força de compressão quando comparado com três outros cimentos resinosos
(RelyX
TM
ARC, Panavia F, Variolink). Também foi observado que este cimento auto-
adesivo apresentou o mais baixo grau de conversão, sendo que quando
fotopolimerizado foi de um 56 %, por outro lado quando autopolimerizado foi de
apenas um 26 %.
Em outro estudo, Piwowarczyck; Lauer (2003) observaram que os mesmos
três cimentos resinosos convencionais (RelyX
TM
ARC, Panavia F, Variolink) tiveram
uma maior resistência à flexão e compressão quando comparados ao RelyX
TM
Unicem, embora todos os quatro materiais fossem significativamente mais
resistentes do que os cimentos de ionômero de vidro modificados, os de ionômeros
de vidro convencionais, e de fosfato de zinco. No entanto, quando avaliada a
influência do modo de curado na flexão e compressão dos cimentos resinosos duais,
foi possível observar que não houve diferenças significativas quando foram
fotopolimerizados ou autopolimerizados.
Burke et al. (2006) avaliaram a resistência à fratura de coroas cerâmicas
cimentadas com diferentes cimentos. Foi observado que a resistência à fratura de
dentes restaurados com coroas cerâmicas cimentadas com RelyX
TM
Unicem
fotopolimerizado ou autopolimerizado foi semelhante à resistência à fratura de
dentes restaurados utilizando o cimento de resina convencional Miragem ABS/FLC e
Super-Bond C & B.
Até recentemente, a adesão química à hidroxiapatita foi unicamente
comprovada pelos cimentos de ionômero de vidro e o 10-MDP (10-
methacryloxydecyl dihydrogen phosphate) e o 4-MET (4- methacryloxyethyl trimellitic
acid), os quais são monômeros funcionais presentes em alguns sistemas adesivos
de autocondicionamento (FERRARI, 2008). No estudo de Gerth et al. (2006) a
interação química entre o RelyX
TM
Unicem e a hidroxiapatita foi investigada e
comparada com o cimento de resina convencional Bifix (Voco, Germany) o qual foi
utilizado com um sistema adesivo de condicionamento ácido total. As propriedades
físicas e químicas dos cimentos foram analisadas por meio de XPS (espectroscopia
de fotoelétrons excitado por raio-X) para estudo do mecanismo de união à
65
hidroxiapatita, EDAX (análise de energia dispersa por raio-X) e ICP-OES
(espectrometria de emissão ótica com plasma de argônio induzido). A morfologia foi
examinada por meio de MEV e os produtos da reação de polimerização examinados
usando GPC (Cromatografia gasosa). Segundo os autores, o cimento RelyX
TM
Unicem é composto por partículas inorgânicas sólidas e componentes orgânicos
líquidos. A polimerização dual consiste de monômeros de metacrilato especial com
grupos de ácidos fosfóricos unidos a pelo menos duas ligações (C=C) insaturadas.
Esses ésteres metacrilatos fosfóricos são encontrados na fase líquida em
combinação com dimetacrilatos, acetato, estabilizadores e iniciadores. As partículas
inorgânicas consistem de uma rede de vidro de Al-Si-Na com a incorporação de
estrôncio e lantânio distribuídos em tamanhos semelhantes, conferindo ao material
melhores propriedades mecânicas. Além disso, o cimento RelyX
TM
Unicem é
composto de aproximadamente 2 % de Ca(OH)
2
, o que pode induzir à
mineralização, aumentar o efeito antimicrobiano e proporcionar a redução dos níveis
de acidez pós-presa com redução da sensibilidade pós-operatória. Foi reportado que
o RelyX
TM
Unicem mostrou uma maior interação química com os íons cálcio
derivados da hidroxiapatita quando comparado ao Bifix, sendo comprovado que um
86% do cimento reagiu com o cálcio. Os autores ressaltaram ainda que, o
mecanismo de união do RelyX
TM
Unicem se pela quelação de íons cálcio por
grupos ácidos, produzindo adesão química com a hidroxiapatita da estrutura dental.
Também detectaram um 10% de conteúdo de flúor no RelyX
TM
Unicem e um 2 % no
Bifix. Segundo os autores, a presença de flúor na composição do RelyX
TM
Unicem
pode contribuir na redução das taxas de cáries recorrentes. Ao analisar a interface
cimento/dentina foi observado que a diferença dos cimentos resinosos
convencionais, o cimento RelyX
TM
Unicem promove uma interação muito superficial,
sendo que não foi possível observar a presença da camada híbrida ou tags de
resina. No entanto, foi detectada uma zona de interação irregular que variou de 0 a 2
µm. Apesar de seu baixo pH, que favorece a desmineralização, os aspectos
morfológicos de sua interação com o substrato dental podem não explicar sua
resistência de união.
Ao respeito do conteúdo de flúor presente na composição do cimento RelyX
TM
Unicem, Radovic et al. (2007b) e Ferrari (2008) ressaltaram que a liberação de flúor
a partir de materiais restauradores não depende unicamente do seu conteúdo de
flúor, este processo é também influenciado por outros fatores. Segundo estes
66
autores, uma relação direta entre a liberação de flúor promovido pelo material e seus
efeitos anti-cariogênicos não tem sido determinada in vivo. Ressaltaram ainda que a
significância clinica da liberação de flúor por parte dos cimentos auto-adesivos em
termos de propriedades cario-estáticas precisa ser determinada num futuro.
Como a dentina radicular é diferente a dentina coronária e apresenta
variações em sua estrutura, a adesão pode se ver afetada. Assim, a adesão ao
substrato intrarradicular usualmente é avaliada separadamente (FERRARI, 2008). A
adesão dos cimentos auto-adesivos à dentina radicular tem sido investigada
utilizando pinos de fibra e titânio em ensaios de push-out, de retenção, e avaliações
morfológicas da interface cimento/dentina radicular.
Goracci et al. (2004) compararam o teste de push-out com o teste de
microtração em relação a sua capacidade de medir com precisão a adesão entre
pinos de fibra de vidro (Ghimas White) e as paredes do canal radicular. Foram
comparadas duas variações do teste de microtração com um teste denominado de
“micro push-out”. Os dentes foram divididos em 2 grupos: no Grupo A, os pinos
foram cimentados com o adesivo Excite DSC em conjunto com o cimento Variolink II;
e no Grupo B, os pinos foram cimentados com o RelyX
TM
Unicem. Após uma
semana de armazenamento em água a temperatura ambiente, as raízes foram
preparadas para os testes. Os espécimes foram preparados em forma de ampulheta
para um dos testes de microtração, sendo usadas seis raízes do Grupo A e seis do
Grupo B. Para o teste de microtração em forma de palito foram usadas três raízes do
grupo A e três do grupo B e, finalmente, para o teste de push-out foram utilizadas
seis raízes do Grupo A e seis do Grupo B. Houve um grande número de falhas
prematuras no preparo dos espécimes para os dois tipos de teste de microtração e
nenhuma falha durante o preparo dos espécimes para o push-out. Os espécimes
submetidos aos ensaios de tração apresentaram um alto desvio padrão. Com o teste
de push-out, a variabilidade da distribuição dos dados foi aceitável e foi possível
verificar diferenças na resistência adesiva entre as distintas regiões da raiz. Ao
respeito dos cimentos, foi possível observar uma maior força de adesão nos
espécimes cimentados com o cimento Variolink. Os autores concluíram que, quando
se for medir a resistência adesiva de pinos de fibra cimentados na dentina radicular,
o teste “push-out” parece ser mais confiável do que o teste de microtração.
A união de pinos de fibra de vidro à dentina intrarradicular com três diferentes
sistemas de cimentação foi avaliada através do “push-out” e de microscopia
67
eletrônica de transmissão (MET) por Goracci et al. (2005b). Os cimentos testados
foram Variolink II, Panavia 21 e RelyX
TM
Unicem. Em cada grupo, sete raízes de
dentes humanos unirradiculares com pinos cimentados foram submetidas ao push-
out e duas raízes com os pinos cimentados foram empregadas para a análise
microscópica. A resistência de união mais alta foi alcançada pelo cimento Variolink
II, sendo estatisticamente maior do que a resistência para o Panavia 21 e para o
RelyX
TM
Unicem. As observações em MET da interface do Variolink II com a dentina
radicular mostraram que o barro dentinário foi totalmente removido e que uma
espessa camada híbrida (8 - 10 mícron) foi formada. Nos espécimes dos outros dois
grupos, o barro dentinário não foi totalmente dissolvido, sendo observada a
presença de smear plugs. Fendas estavam presentes entre a camada híbrida e o
adesivo dentinário para os espécimes do Panavia 21 e entre o barro dentinário e a
dentina radicular não condicionada nos espécimes do RelyX
TM
Unicem. Os autores
concluíram que os achados da MET e as resistências ao “push-out” estavam em
concordância e que os cimentos resinosos de condicionamento ácido-total
possuiriam maior potencial adesivo do que os demais cimentos auto-adesivos. Os
monômeros resinosos ácidos responsáveis pelo condicionamento da dentina no
Panavia 21 e no RelyX
TM
Unicem pareciam incapazes de efetivamente remover a
camada espessa o barro dentinário criada dentro do canal durante o preparo para o
pino.
Segundo Bateman et al. (2005), a retenção de pinos de fibra de quartzo
cimentados com RelyX
TM
Unicem foi similar à obtida com o cimento RelyX
TM
ARC
em combinação com um sistema de condicionamento total. Quando o RelyX
TM
Unicem foi utilizado para a cimentação de pino de titânio, seus resultados foram
similares aos obtidos com os cimentos a base de fosfato de zinco, ionômero de vidro
e o cimento resinoso Panavia 21 (BALBOSH; LUDWIG; KERN, 2005).
Resultados diferentes foram relatados em outra pesquisa, onde a resistência
ao cisalhamento do RelyX
TM
Unicem foi significativamente maior do que do Panavia
F, Variolink II, e outros cimentosos investigados (BITTER et al., 2006c).
Simonetti et al. (2006) relataram que da mesma forma como acontece com a
dentina coronal, não foi observada a formação da camada híbrida e tags quando
foram utilizados os cimentos auto-adesivos RelyX
TM
Unicem, Max Cem ou GCem na
cimentação adesiva de pinos de fibra no canal radicular.
68
Bitter et al. (2006c) demonstraram que a resistência ao cisalhamento do
RelyX
TM
Unicem foi significativamente maior após a termociclagem. Os autores
especularam que a tolerância do cimento auto-adesivo à umidade como reportado
pelo fabricante, pode explicar em parte, a sua boa adesão nos canais radiculares.
Sadek et al. (2006) realizaram um estudo em que compararam as resistências
de união, imediata e após 24 h, de pinos de fibra cimentados com diferentes
cimentos resinosos e um cimento de fosfato de zinco. Vinte e cinco pinos de fibra de
vidro (FRC Postec Plus) foram cimentados a segmentos de raízes de dentes
anteriores com 17 mm de comprimento, após tratamento endodôntico e
desobstrução para o pino, com um dos sistemas de cimentação a serem avaliados
(All Bond2/Duolink; Optibond Solo Plus Dual Cure/Nexus 2; Multilink; RelyX
TM
Unicem; Zinc Phosphate Cement). Imediatamente após a presa dos materiais, cada
pino cimentado foi seccionado transversalmente em secções de 1 mm de espessura,
e o teste de push-out foi realizado. Os resultados mostraram que o grupo do
Optibond Solo Plus/Nexus e do cimento de fosfato de zinco alcançaram as maiores
resistências de união. A resistência do Multilink foi comparável à dos dois cimentos
mencionados anteriormente e não foi diferente estatisticamente do RelyX
TM
Unicem.
O grupo do All Bond II/DuoLink obteve a menor resistência de união, a qual não
diferiu estatisticamente do grupo do RelyX
TM
Unicem. Os espécimes para todos os
grupos de cimentos resinosos testados em 24 h exibiram maiores valores de
resistência de união daqueles onde o teste foi realizado imediatamente após a
cimentação. Não houve diferença estatisticamente significante para o grupo do
fosfato de zinco, quando o teste foi realizado imediatamente ou 24 h após a
cimentação dos pinos.
Wang et al. (2008) avaliaram o efeito de 2 diferentes pinos de fibra e sistemas
de cimentação adesiva na resistência adesiva regional por meio do teste de
resistência à extrusão (Push-out). Pinos de fibra de carbono e quartzo foram
cimentados utilizando o sistema adesivo (One-Step Plus/Bisco) e cimento resinoso
químico (C&B Cement/Bisco) ou o cimento resinoso auto-adesivo (RelyX
TM
Unicem/3M ESPE). Neste estudo, os pinos cimentados com sistema adesivo e
cimento resinoso apresentaram os maiores valores de resistência adesiva. Ao
respeito da região radicular, o terço cervical da raiz apresentou uma maior retenção.
Naumann et al. (2008) avaliaram a influência de distintos sistemas adesivos
na resistência de união à dentina intraradicular após a restauração definitiva coronal.
69
Incisivos centrais humanos foram divididos em 4 grupos (n = 10). Os dentes foram
tratados endodonticamente e restaurados com pinos de fibra de vidro com diferentes
combinações de cimentos / resina composta: (1) RelyX
TM
Unicem (3M ESPE,
Seefeld, Alemanha) / Clearfil Core (Kuraray Europa, Duesseldorf, Alemanha), (2)
RelyX
TM
Unicem / LuxaCore, (3) cimento de fosfato de zinco / Clearfil, e (4)
LuxaCore (DMG, Hamburgo, Alemanha) / Clearfil. Após a cimentação dos pinos, as
amostras receberam coroas em cerâmica total e foram expostas a ciclos térmicos e
submetidas à carga mecânica antes da aplicação de carga estática. Diferenças
significativas entre os grupos experimentais quanto á resistência às cargas e
padrões de fratura foram observadas. A cimentação dos pinos convencional não-
adesiva é menos confiável para resistir a forças funcionais simuladas, em
comparação à abordagem adesiva.
De Melo et al. (2009) avaliaram a resistência de união à dentina de cimentos
resinosos convencionais (RelyX
TM
ARC, Panavia F) e auto-adesivos (RelyX
TM
Unicem, Bis-Cem) após o envelhecimento. Para isso, 40 blocos de dentina foram
cimentados em superfícies dentinárias humanas previamente planificadas. Os
espécimes foram armazenados em água por 24 horas a 37 °C. Seguidamente, os
espécimes foram cortados em duas metades, as quais foram divididas em 2 grupos:
amostras secas (as quais foram submetidas ao ensaio imediatamente), e as
restantes amostras foram submetidas ao envelhecimento (12,000 ciclos seguidos de
150 dias de armazenamento). Dentre os principais achados, foi possível observar
que o cimento RelyX
TM
Unicem diminuiu a sua força de adesão significativamente
após o envelhecimento.
Mazzoni et al. (2009) analisou a influência do envelhecimento na força de
adesão de pinos de fibra à dentina. Foram utilizados um total de 84 dentes
humanos. Os dentes forma divididos de acordo ao sistema adesivo utilizado: G 1(XP
Bond/CoreXFlow + DT Light-Post); G 2 (Panavia F 2.0 + Tech 21) ou G 3 (RelyX
TM
Unicem + RelyX
TM
ARC). Após da cimentação, os espécimes foram submetidos a
40,000 ciclos térmicos ou armazenados em saliva. Amostras representativas foram
processadas para a análise da nanoinfiltração. A termociclagem afetou a força de
adesão dos grupos 2 e 3, e promoveu uma maior nanoinfiltração em todos os grupos
testados. Os autores concluíram que o sistema adesivo de três passos em
combinação com o cimento dual promove uma melhor adesão quando comparado
aos cimentos auto-adesivos.
70
Recentemente, Bitter et al. (2009) analisaram as características
morfológicas com as forças de adesão de diferentes cimentos de resina.
Cinqüenta pinos de fibra de vidro (FRC Postec Plus) foram cimentados em
canais radiculares de dentes humanos extraídos utilizando 5 cimentos de
resina (n = 10): Panavia F 2.0, PermaFlo DC, Variolink II, RelyX
TM
Unicem, e
Clearfil Core. Os sistemas adesivos foram marcados com fluoresceína e os
cimentos resinosos foram marcados com rodamina. Posteriormente, foi
realizada a cimentação dos pinos segundo as recomendações dos
fabricantes. Após 24 h de armazenamento, os canais radiculares foram
seccionados em três fatias (de 2 mm de espessura), e cada fatia foi analisada
por meio de microscopia confocal de varredura a laser em modo de
fluorescência dupla com o intuito de determinar a espessura da camada
híbrida, o número de tags de resina, e o número de tags fraturados. A
resistência de união foi medida através de um teste de micro push-out. Foi
possível determinar que a força de adesão, bem como as características
morfológicas, foram significativamente afetados pelos materiais. O cimento
resinoso auto-adesivo demonstrou a formação de uma camada brida e de
tags de resina apenas esporadicamente, no entanto apresentou a maior força
de união quando comparados aos outros materiais (20,4 MPa). Segundo os
autores, os resultados indicaram que as interações químicas entre o cimento
auto-adesivo e a hidroxiapatita pode ser mais importante em termos de
adesão com a dentina intrarradicular que a hibridização da dentina.
Amaral et al. (2009) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar
diferentes mecanismos de cimentação sobre a resistência ao pull-out de
pinos de fibra de vidro. Os canais radiculares de 70 dentes unirradiculares
bovinos (16 mm de comprimento) foram preparados com a broca do sistema
de pino de fibra de vidro (White Post DC, FGM). Os espécimes foram
incluídos em cilindros de plástico com resina acrílica e divididos em 7 grupos
(n = 10) com base na técnica de cimentação: Gr1: Scotchbond MP (SBMP) +
RelyX
TM
ARC; Gr2: Single Bond + RelyX
TM
ARC; Gr3: ED Primer + Panavia F;
GR4: SBMP + AllCem; GR5: RelyX
TM
ARC; GR6: cimento RelyX
TM
Unicem;
71
GR7: RelyX
TM
Unicem + cimento de ionômero. Após a cimentação, os
espécimes foram armazenados por 7 dias (ambiente úmido a 37 ºC) e
submetidos ao teste de resistência de união por pull-out. As fraturas foram
analisadas em MEV. O mecanismo de ação do cimento utilizado para a
cimentação de pinos afetou significativamente a força retentiva (Kgf) (p
<0,0001). GR6 (37,7+/-8), Gr1 (37,4+/-5.7A) e GR4 (31,6+/-6.6ab) apresentou
a maior força de resistência adesiva. Gr2 (12,2+/-5.6c), Gr3 (6,5+/-5.2c) e
GR7 (5.1+/-2.8C) apresentou a menor força. GR5 (24,2+/-7.4b) foi semelhante
ao GR4 e inferior a GR6 e Gr1. O uso do sistema de três passos parece ser o
mais eficaz. A aplicação de sistemas adesivos auto-condicionantes não
apresentou elevados valores de resistência adesiva. O cimento resinoso auto-
adesivo simplificado apresentou uma performance relativamente boa.
Dimitrouli et al. (2010) realizaram um estudo com o intuito de analisar a
força de extrusão de dois sistemas de pino de fibra e cimento resinoso
(RelyX
TM
Unicem / RelyX Fiber Post (RLX) e Variolink II / DT Light SL (VL).
Para isso, 160 dentes humanos extraídos foram divididos em 4 grupos: gutta-
percha/AH Plus (GP), gutta-percha/Guttaflow (GF), canal pré-enchimento
(PRF), e sem obturação do canal radicular (WRF). Após o tratamento do canal
radicular, pinos de fibra foram inseridos usando RelyX
TM
(R) ou Variolink II (R)
/ Excite DSC (R). Metade dos espécimes foram termociclados (TC,5.000
ciclos, 5 - 55 0C). Todos os espécimes foram submetidos ao teste push-out
(velocidade de carga 1 mm / min). A maior resistência de união foi obtida pelo
grupo VL-WRF sem TC (16,5+/-6,4 MPa). TC não teve influência significativa
nos grupos RLX. o foram encontradas diferenças após TC em nenhum dos
grupos analisados. A análise do modo de fratura demonstrou fraturas
adesivas entre o pino e o cimento. Para RLX, fraturas mistas entre os pinos e
a dentina, e entre dentina e cimento foram observadas. A adesão dos
sistemas cimentos/pinos pode ser dependente do tipo de material utilizado na
obturação do canal radicular. Os maiores valores de resistência de união
foram observados para o sistema adesivo convencional (três passos)
comparado com o cimento auto-adesivo.
72
3 PROPOSIÇÃO
Este estudo, in vitro, tem como objetivo geral:
Comparar a resistência de união de cimentos resinosos / pinos fibrorresinosos à
dentina intrarradicular.
73
Material / Fabricante
Numero de Lote / Validade /Cor
Composição*
Protocolo de a
plicação
segundo fabricante
RelyX™ Unicem Aplicap™
(3M ESPE, St. Paul, MN, EUA)
Lote: 353846. Validade: 2010-08. Cor: A2.
: de vidro, iniciador, sílica,
piramidina substituída, hidróxido de
cálcio, composto de peróxido, pigmentos.
Líquido: Estér fosfórico de metacrilato,
dimetacrilato, acetato, estabilizador,
iniciadores.
pH: 2,1
1. Ensaio de colocação do pino.
2. Ativação do pino com álcool e deixar em espera.
3. Limpar o canal radicular com NaOCL 2,5 %.
4. Lavagem com água deionizada
5. Secagem levemente com pontas de papel.
6. Verificar cânula de alongamento.
7. Ativação da cápsula por 2 s no ativador.
8. Manipulação no misturador por tempo de 15 s.
9. Inserção do cimento no canal radicular.
10. Inserção do pino com leve pressão digital 2 min.
11. Fotopolimerização por 40 s.
Clearfil™ SA Cement
(Kuraray Dental, Okayama, Japão)
Lote: 0010ABA. Validade: 2011-05. Cor: A2.
Pasta A e Pasta B:
Metacrilatos bi-funcionais, metacrilato
ácido e cargas inorgânicas numa
porcentagem de 70% w/w
1. Ensaio de colocação do pino.
2. Ativação do pino com álcool e deixar em espera
3. Preparo da seringa e acessórios (Endo tip).
4. Lavagem com água deionizada
5. Secagem levemente com pontas de papel.
6. Calibragem do comprimento da ponta no canal.
7. Inserção do cimento no canal radicular (1:1).
8. Inserção do pino leve pressão digital 2 min.
9. Fotopolimerização por 40 s.
Bifix SE
(Voco, Cuxhaven, Alemanha)
Lote: 0845138. Validade: 2010-04. Cor: A2.
Pasta A: Bis-GMA, TEGDMA, 10 (MDP),
dimetacrilato hidrofóbico, empaste de
vidro de bário silanado, silício coloidal
silanado, alcanforquinonadl, peróxido de
benzoila, iniciador.
Pasta B: Bis-GMA, dimetacrilato
aromático hidrofóbico, dimetacrilato
alifático hidrofóbico, empaste de vidro de
bário silanado, silício coloidal silanado,
fluoruro sódico de superfície tratada,
aceleradores, pigmentos.
Carga inorgânica de 45vol % (66 wt %).
1. Ensaio de colocação do pino.
2. Ativação do pino com álcool e deixar em espera
3. Preparo da seringa e ponta intraoral tipo 1.
4. Lavagem com água deionizada
5. Secagem levemente com pontas de papel.
6. Calibragem do comprimento da ponta no canal
7. Inserção do cimento no canal radicular (1:1).
8. Inserção do pino leve pressão digital 2 min.
9. Fotopolimerização por 40 s.
RelyX™ ARC
(3M ESPE,St. Paul, MN, EUA)
Lo
te: 20081223. Validade: 2010-10. Cor: A1.
Pasta A: Bis-GMA, TEGDMA, partículas de
sílica 3M / ESPE e zircônia (68% em peso),
pigmentos, aminas e foto iniciadores
Pasta B: Bis-GMA, TEGDMA, peróxido de
benzoíla e partículas de sílica e zircônia (67%
em peso)
1. Ensaio de colocação do pino.
2. Ativação do pino com álcool e deixar em espera
3. Preparo da seringa (Clip).
4. Lavagem com água deionizada
5. Secagem com pontas de papel.
6. Adper
TM
Scotchbond
TM
Multi Uso Plus
7. Mistura do cimento 1:1
8. Inserção do cimento no canal radicular.
9. Inserção do pino leve pressão digital 2 min.
10. Fotopolimerização por 40 s.
Adper
TM
Scotchbond
TM
Multi - Uso Plus
(3M ESPE, St. Paul, MN, EUA)
Lote e Validade: 7JM 2010-03.
8LA 2011-03. 8BU 2011-07. 8BE 2011-06.
Àcido gel: ácido fosfórico a 35%.
Ativador: solução etílica de um sal de
ácido sulfínico e um componente foto-
iniciador.
Primer: solução aquosa de
2 – hidroxietilmetacrilato (HEMA)
e copolímero de ácido polialcenóico.
Catalisador: Bis-GMA, HEMA e
peróxido de benzoíla.
6. Adper
TM
Scotchbond
TM
Multi Uso Plus
1. Aplicação* do Acido fosfórico 35% 15 s
2. Lavagem com água deionizada e secagem.
3. Aplicação* do ativador e secar.
4. Aplicação* do primer e secar.
5. Aplicação* do catalítico.
6. Jato de ar.
7. Inserção do cimento resinoso RelyX™ ARC.
* Aplicação com utilização de Micropincel
DT Ligth
®
SL
(VDW, Munich, Alemanha)
Lote: 0904002249.
Pino de fibra de quartzo com pré-
tratamento industrializado: n
o
2
comprimento total de 20 mm, diâmetro
superior ø 1,80 mm, inferior ø1,00 mm.
(Tratamento Industrial: recobrimento com
uma camada de polímero protetora sobre
uma superfície pré-condicionada com
silicato (SiO
X
) e Silano (SiH
4
)
1. Aplicação de álcool (esfregar)
2. Espera por 1min.
3. Aplicação de cimento.
Força flexural: 1600 Mpa
Módulo Elasticidade: 15 Gpa
* Segundo informações dos fabricantes. Bis-GMA: Bisfenol-A diglicidil dimetacrilato, TEGDMA: Trietilenoglicol
dimetilmetacrilato, 10 (MDP): Fosfato biácido metacriloiloxidecilo, HEMA: hidróxoetil metacrilato.
1
3.5
1.5
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1
4.1 Material
Para execução deste trabalho, foram utilizados os materiais do Quadro 1.
Quadro 1: Descrição da composição e protocolo de aplicação dos materiais de acordo com os fabricantes.
74
4.2 Métodos
4.2.1 Seleção e armazenamento dos dentes
O projeto de pesquisa do presente estudo in vitro foi submetido e aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP) da Universidade
Federal de Santa Catarina. Processo n
0
157/09 FR-261204 (ANEXO A e B).
Para a presente pesquisa, foram obtidos 56 dentes humanos unirradiculares
hígidos, de incisivos, caninos e pré-molares superiores, por doação através do termo
de consentimento livre e esclarecido (ANEXO D). Posteriormente à extração, por
motivos ortodônticos ou periodontais, os dentes foram limpos para remover os tecidos
aderidos à superfície radicular, e inspecionados com um estereoscópio Zeiss 475200-
9901 (Carl Zeiss, Alemanha) com 25 X (vezes) de aumento. Os dentes que
apresentaram ápices radiculares intactos, com formação radicular completa, ausência
de trincas e caries, foram selecionados, e todos aqueles que apresentaram alterações
estruturais, descartados. Também foi realizada a mensuração do comprimento das
raízes, como do diâmetro vestíbulo-lingual e mésio-distal de cada um dos dentes, por
meio de um paquímetro digital Digimess 100.174BL (Digimess Ltda., China). Essa
mensuração permitiu a padronização, com a eliminação de dentes com dimensões
discrepantes em relação aos demais e substituição por outros com dimensões
semelhantes. Após extração, limpeza e mensuração, os dentes foram imediatamente
armazenados a temperatura de 4
0
C, em solução de timol 0,1 % diluído com soro
fisiológico 0,9 %, pH= 7 (Dermus
®
, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil), por um
período mínimo de 1 mês e ximo 6 meses, até o início da execução dos
procedimentos laboratoriais.
Antes do processo laboratorial, os dentes foram lavados com água corrente
por 24 horas para eliminar qualquer traço de timol remanescente. A condição de
armazenamento em estufa e caixa metálica, com esponja umedecida, em água
deionizada continuou sendo utilizada ao final de cada fase laboratorial da pesquisa
(FIG. 1).
75
Figura 1: Metodologia da seleção e armazenagem dos dentes utilizados nos procedimentos
experimentais. (A) Limpeza do dente com cureta periodontal, (B) taça de borracha com pasta
abrasiva, (C) escova de Robinson. (D) Dente limpo. (E) Inspeção do dente. (F) Forma de
armazenagem.
A
B
C
D
E
F
76
4.2.2 Preparo dos espécimes e tratamento endodôntico
A remoção da porção coronária dos dentes foi realizada de forma
perpendicular ao longo eixo do dente, 1 mm acima da junção amelo-cementária
vestibular, através de uma secção transversal, de forma a separar cada dente em
uma porção coronária e uma porção radicular com o auxílio de um disco diamantado
dupla face (Buehler Ltd, Lake Bluff, IL, EUA), de 102 mm de diâmetro e 0,3 mm de
espessura. O disco foi posicionado na máquina de corte ISOMET 1000 (Buehler,
EUA), sob refrigeração com água, em velocidade de 250 rpm, padronizando o
comprimento radicular entre 16 mm ± 1 mm (FIG. 2). Realizado o corte, a porção
coronária do dente foi descartada e a porção radicular foi submetida a tratamento
endodôntico.
Figura 2: Metodologia utilizada na remoção da porção coronária dos dentes. (A) Dentes íntegros. (B)
Dente seccionado. (C) Dimensões da raiz.
B
C
A
77
A porção radicular foi submetida à inspeção com estereoscópico Zeiss
475200-9901 (Carl Zeiss, Alemanha) em aumento de 25 X (vezes) para determinar o
perímetro da circunferência na entrada do canal radicular, de preferência similar à
periferia externa do pino fibra a ser utilizado. Essa avaliação permitiu a eliminação
de dentes com dimensões circunferenciais discrepantes em relação aos demais,
seguida por sua substituição por outros com dimensões semelhantes (FIG. 3A).
O acesso endodôntico inicial do canal foi realizado com uma broca esférica n
o
1 (KG Sorensen, São Paulo, Brasil) em alta rotação, sob refrigeração e broca Gates
Glidden (Union Broch, York, PA) n
o
2. O comprimento de modelagem (CT) foi
determinado visualmente pelo método direto subtraindo-se 1 mm do comprimento
real do dente (CRD) com a inserção de uma lima Flexofile n
o
15, quando esta
apareceu no forame apical (FIG. 3).
Figura 3: (A) Verificação do diâmetro coronal do conduto radicular com estereoscópio em 25 X de
aumento. (B e C) Broca esférica n
o
1 e Broca Gates Gliddem ampliando o acesso do canal radicular.
(D, E e F) Comprimento da modelagem com a lima Flexofile n
o
15.
D
B
E
C
F
A
78
Para facilitar o manuseio e manipulação durante o tratamento endodôntico,
cimentação e fotopolimerização dos cimentos, evitando a propagação de luz através
das paredes radiculares, os espécimes foram, individualmente, fixados em anéis de
PVC (Tigre S.A., Brasil), com 10 mm de diâmetro interno e 19 mm de altura. Cada
anel foi preenchido com silicone de adição (pastas pesadas, base e catalítico
Express
TM
STD 3M ESPE, St. Paul, MN, EUA), e os espécimes incluídos até a
distância de 2 mm aquém do limite amelo-cementário. Os procedimentos de inclusão
foram realizados com o auxílio de uma placa de vidro como base, para permitir um
posicionamento centralizado e perpendicular em relação à base dos tubos de PVC.
Finalmente, os excessos de silicone na superfície superior foram recortados com
ajuda de um canivete (FIG. 4).
Figura 4: Inclusão do dente em anel plástico com utilização de silicone de adição.
(A) Pastas pesadas utilizadas (base e catalítico) na inclusão do dente no anel de
PVC. (B) Posicionamento do dente. (C e D) Dente incluído no anel com
aproximadamente 2 mm aquém da linha amelo-cemetária.
A
B
C
D
79
O preparo endodôntico foi realizado por um único operador, com a supervisão
de um Especialista em Endodontia. Os condutos foram modelados pela técnica
coroa-ápice, com o uso das brocas de Gates Glidden (Union Broch, York, EUA, PA)
n
o
2 a n
o
4 e instrumentos manuais Flexofile (Maillefer-Dentsply, Baillagues, Suíça).
O preparo apical foi ampliado até a lima K n
o
60. Durante todo o preparo e entre
cada instrumentação da lima utilizada, os canais foram irrigados com 2 ml da
solução de hipoclorito de sódio 1 % (Dermus
®
, Brasil), a fim de remover os debris
dentinários provenientes da instrumentação. A secagem foi padronizada com uma
cânula de baixa sucção por 5 s, seguido da inserção individual de duas (2) pontas de
papel absorvente (Dentsply-Maillefer, Tulsa, OK, EUA). A obturação se realizou pela
técnica da compactação lateral, utilizando cones de guta-percha principais e
acessórios (Dentsply-Maillefer, EUA) cimentados com o cimento endodôntico
resinoso AH Plus (Denstply-Maillefer, EUA). Após o corte dos cones, ao nível da
entrada do canal radicular, foi realizada a compactação vertical. Concluída a terapia
endodôntica, o acesso coronal foi selado com um curativo provisório (Citodur,
Septodont, Suíça). Os espécimes tratados endodonticamente foram armazenados
em esponja umedecida com água deionizada a 37 °C por um período nimo de 24
h, para completar a presa do material obturador (FIG. 5).
Figura 5: Seqüência do tratamento endodôntico utilizado no selamento do canal. (A) Isolamento
absoluto. (B) Broca Gates Glidden n
o
2. (C) Lima K n
o
60. (D) Sistema de irrigação. (E). Ponta de papel
absorvente. (F) Cimento resinoso AH Plus ™. (G e H) Obturação final. (I) Selamento provisório.
A
B
C
D
E
F
G
H
I
80
4.2.3 Remodelação do canal radicular e calibração do pino DT Ligth
®
SL
Após 72 h do término da obturação, foi realizado o preparo do espaço do canal
radicular para receber o pino. O pino de fibra de quartzo pré-tratado industrialmente
DT Ligth
®
SL (VDW
®
, GmbH, Munich, Alemanha) apresenta, um cumprimento total
de 20 mm, com diâmetro superior de ø 1,80 mm e inferior de ø 1,00 mm, que
garante a adaptação e o travamento do mesmo no terço apical. Um único pino DT
Ligth
®
SL n
o
2 foi selecionado e utilizado como padrão na conformação e ajuste dos
canais radiculares dos espécimes, não permitindo a contaminação da camada de
proteção existente em todos aqueles que seriam utilizados.
Iniciou-se com a remoção parcial da guta-percha em baixa rotação até uma
profundidade de 12 ± 1 mm do total da raiz (2/3 do comprimento do canal), com o
auxílio de uma broca Gates Glidden n
o
1 para manter pelo menos 4 mm de guta-
percha no terço apical. Radiografias periapicais auxiliaram na desobturação e
determinação do comprimento de trabalho. A ampliação e calibragem dos condutos
radiculares foram realizados com a utilização das brocas específicas do sistema de
pinos DT Ligth
®
SL (VDW
®
) n
o
2, em seqüencia, DT Universal Drill (faixa preta) e DT
Finishing Drill (faixa amarela).
O pino foi inserido 12 mm intra-canal, permitindo a padronização da porção
inicial do pino acima da embocadura do conduto em 8 mm, para determinar que a
distância de luz proporcionada pelo aparelho de fotopolimerização fosse
padronizada para todos os espécimes, estabelecendo-se uma distância na
transmissão de luz através do pino. A seguir, o assentamento do pino foi testado,
para assegurar a ocorrência de travamento na região apical do canal (FIG. 6).
81
Figura 6: Seqüencia realizada na remodelação e calibração do canal radicular. (A) Apresentação
comercial do pino fibra de quartzo fora da embalagem. Observa-se a camada superficial brilhante,
industrialmente aplicada. (B) Utilização de broca Gates Glidden n
o
1 em baixa rotação na remoção da
gutapercha. (C e D) Canal radicular calibrado com as brocas específicas do sistema de pinos. (E)
Comprimento e conformação do pino nas suas diferentes regiões. (F) Ampliação do conduto radicular
com ajuda da broca DT Finishing Drill. (G) Esquema da confirmação do assentamento do pino fibra de
quartzo cilíndrico cônico em suas dimensões. Adaptação do pino em comprimento e com as paredes
do canal radicular com padronização do pino 8 mm acima da embocadura do conduto.
2 %
8 %
ø 1,00 mm,
A
C
B
D
E
ø
1,80 mm
Porção cilindrica
Cone intermediário
Cone apical
20 mm
F
G
4 mm
12 mm
8 mm
82
4.2.4 Pino DT Ligth
®
SL
DT Ligth
®
SL é um pino de fibras de quartzo (60% de resina epóxica e 40%
de fibras de quartzo), radiopaco, translúcido e cilíndrico cônico, com sua superfície
pré-condicionada, pelo fabricante, com silicato (SiO
X
) e silano (SiH
4
). A proteção
assegura que a camada do polímero silicato e os silanos não sejam contaminados
ou desativados durante o procedimento de calibragem (FIG. 7 e FIG. 8).
Figura 7: Verificação da presença da camada industrialmente aderida no pino de fibra de quartzo por
meio de fotomicrografias de MEV. (A) O pino tratado industrialmente é ativado com a aplicação de
álcool
(2). (B) Pino pré-tratado industrialmente (1) e pino ativado com álcool (2). (C) Pinos com
recobrimento em ouro para serem colocados na mara à vacum do MEV. (D) Se observa a superfície
ativada com álcool áspera (2), entretanto a superfície sem limpar com aparência lisa (1).
A
B
C
D
2
2
2
2
1
1
1
83
Figura 8: (A) Área da superfície do pino avaliada. (B e C) Fotomicrografias de MEV, e gráfico de
Análise Química de Energia Dispersa EDAX (D), demonstrando a presença de Si como camada
industrialmente preparada.
O polímero será integrado quimicamente ao cimento resinoso durante o
processo, após a ativação com álcool (FIG. 9).
Figura 9: Três áreas superficiais do pino avaliadas (A). Fotomicrografias demonstrando o aumento
da rugosidade da superfície do pino após aplicação de álcool (B) e nas três áreas (C, D e E). Os
quadros vermelhos representam as áreas em maior aumento do pino
Image Name: 09 dezembro 09(2)
Accelerating Voltage: 20.0 kV
Magnification: 100
1
2
A
B
C
D
A
B
C
D
E
84
4.2.5 Divisão dos grupos
Após preparo e calibragem do espaço do canal radicular para receber o pino,
os espécimes foram aleatoriamente distribuídos em 4 grupos (n=14), de forma a
contemplar três estratégias restauradoras utilizando cimentos auto-adesivos, e uma
com o grupo do tratamento controle do cimento convencional (FIG. 10).
Figura 10: Representação esquemática dos grupos experimentais. As cores representam a
identificação para cada um dos cimentos testados.
Para a elaboração dos grupos experimentais, os 56 espécimes foram
retirados da caixa metálica de armazenagem, e colocados em seus respectivos
anéis de PVC (Tigre S.A) preenchidos anteriormente com silicone. Foram
selecionados aleatoriamente grupos de 14 anéis cada. Em seguida, cada anel foi
etiquetado com a identificação do grupo e número de espécime, na seqüencia, 12
foram colocados numa caixa organizadora específica para cada grupo, com espaços
individualizados e numerados. Cada caixa do grupo mostrava as especificações e
modo de utilização de cada cimento resinoso e do pino (FIG. 11). Os 2 espécimes
restantes de cada grupo foram armazenados separadamente, com o intuito de ser
restaurados simultaneamente e utilizados na avaliação da interface em Microscopia
Eletrônica de Varredura (MEV).
Imediatamente após a divisão dos grupos, precedeu-se à cimentação dos
pinos de fibra de quartzo.
G1
RelyX™ Unicem Aplicap™
G2
Clearfil™ SA Cement
G3
Bifix SE
G4
RelyX™ ARC
85
Figura 11: Armazenagem dos espécimes em caixas plásticas. (A) Anéis dos espécimes devidamente
etiquetados e numerados. (B) Caixa correspondente ao grupo G1 com as respectivas indicações do
material sugeridas pelo fabricante. (C) Caixas individualizadas armazenando os espécimes em quatro
grupos posteriormente utilizados para o Teste de cisalhamento por extrusão.
A
B
C
86
4.2.6 Cimentação dos pinos de fibra de quartzo
Após o preparo do espaço para o pino, limpeza, prova do pino de fibra de
quartzo DT Ligth
®
SL (VDW
®
) e distribuição dos grupos, foi realizada à cimentação
destes.
Os pinos fibrorresinosos foram fixados com três cimentos resinosos auto-
adesivos e um convencional, de polimerização dual. A seqüência adesiva envolveu
etapas específicas para a superfície intrarradicular dependendo do cimento, e uma
etapa padrão para o pino pré-tratado industrialmente. Inicialmente foram executadas
as etapas referentes ao tratamento da superfície interna intrarradicular. Após o
preparo do canal radicular de cada espécime, o conduto radicular foi irrigado com 10
ml de água deionizada, para remoção dos restos de guta-percha e para manutenção
da umidade do meio. Previamente ao procedimento adesivo, o conduto foi seco com
jato de ar e duas pontas de papel absorvente. As etapas adesivas referentes ao
preparo da superfície intrarradicular do dente foram conduzidas de acordo com as
instruções de aplicação dos cimentos resinosos. Para os cimentos auto-adesivos,
estes não foram condicionados com ácido fosfórico, pois dispensavam essa etapa.
Após a retirada da embalagem, para proteger o manuseio ou contaminação
durante a seqüência de procedimentos adesivos, os pinos de fibra de quartzo não
foram ativados, umectando a superfície externa com álcool. Os pinos não foram
recortados após a cimentação, permanecendo expostos cerca de 8 mm de
comprimento acima da embocadura do canal (FIG. 6L). Os procedimentos de
cimentação dos pinos se realizaram em um espécime de cada grupo (n=14),
seqüencialmente, para que não existisse interferência em relação ao tempo de
armazenamento dos espécimes, fadiga do operador e estocagem de material
cimentante. Em todos os espécimes, após a polimerização inicial do cimento, foi
realizada a inserção de resina composta em três incrementos, para simulação do
núcleo de preenchimento e proteção da linha de cimentação. As etapas de
cimentação para todos os grupos foram respeitadas de acordo com as instruções do
fabricante do cimento resinoso que foram colocadas nas tampas das caixas
organizadoras (F1G. 12).
87
Figura 12: (A) Caixa organizadora do grupo G1 devidamente identificada com as instruções de
manipulação dos cimentos, e pinos utilizados. (B) Caixas correspondentes aos grupos G2, G3, G4
identificadas e etiquetadas da mesma forma.
A
B
88
4.2.6.1 Grupo 1: (G1) Rely X™ Unicem Aplicap™
As etapas adesivas referentes ao preparo da superfície intrarradicular do
dente, foram conduzidas de acordo com as respectivas instruções de aplicação do
fabricante do cimento resinoso RelyX™ Unicem Aplicap™, cor A2.
O cimento resinoso RelyX™ Unicem é um cimento auto-adesivo de dupla
polimerização, apresentado, em cápsulas Aplicap, protegidas por pacotes (blisters)
fechados a vácuo. A cápsula contém uma dose única do cimento em pó-líquido.
Para seu protocolo de aplicação, não requer efetuar-se o tratamento de adesão, com
condicionamento ácido prévio do substrato dental. Para sua manipulação o cimento
precisa de dispositivos adicionais, o Aplicap™ ativador (Capsule Activator, 3M
ESPE, St. Paul, MN, EUA) e o Aplicap™ aplicador (Capsule Applier, 3M ESPE),
além de um misturador (amalgamador) de alta freqüência. Para o caso, do
tratamento do canal radicular, deve ser utilizada a cânula de alongamento específica
RelyX™ Unicem Aplicap™ (FIG. 13).
Figura 13: Seqüencia demonstrativa na colocação da cânula de alongamento e ativação da cápsula.
(A) Apresentação comercial da cápsula e cânula de alongamento. (B, C e D) Encaixe da cânula de
alongamento no anel de retenção. (E) Colocação da cápsula no dispositivo ativador. (F) Ativação da
cápsula. (G) Posicionamento da cápsula no misturador. (H) Bico da psula colocado em posição
aberta. (I) Dispositivo manipulado corretamente para a aplicação do cimento.
A
B
C
D
E
F
I
H
G
89
Previamente ao procedimento adesivo, procedeu-se para o tratamento da
superfície do pino de fibra DT Ligth
®
SL (VDW
®
), realizando a ativação com álcool e,
posteriormente, deixado secar por 1 min.
Após a desobturação o canal radicular foi limpo utilizando hipoclorito de sódio
(NaOCl) a 2,5 %. Em seguida, foi lavado com água deionizada, e levemente seco
com pontas de papel absorvente, evitando o completo ressecamento.
Antes da ativação da cápsula, verificou-se a inserção passiva da cânula de
alongamento dentro do diâmetro do canal radicular. Após verificação, esta foi
encaixada no anel de retenção existente no bico da cápsula, assegurando uma
fixação perceptível (clique) para não escorregar durante a aplicação. Para a ativação
do pó e líquido dentro da cápsula Aplicap, a cápsula foi introduzida e posicionada no
dispositivo ativador Aplicap™. Posteriormente, abaixando completamente a
alavanca do ativador e mantida pressionada durante 2 s a ativação da cápsula foi
realizada. Imediatamente, a cápsula ativada foi posicionada em um amalgamador
(Ultramat 2 - SDI Digital Fast), e submetida a agitação por 15 s, quando era então
removida e posicionada no dispositivo aplicador Aplicap™.
O bico da cápsula foi aberto, e a cânula de alongamento inserida o mais
profundamente possível no canal radicular, com o cuidado de não pressionar a
obturação apical endodontica, e aplicando o cimento desde a região apical. Durante
o procedimento, a cânula de alongamento se foi mantida imersa no cimento
ascendente, até que o canal radicular encontrasse fosse preenchido para em
seguida ser removida lentamente, realizando uma obturação por imersão em não
menos de 5 s, para minimizar a infiltração de bolhas de ar. A abertura da cânula de
alongamento permaneceu submersa durante todo o tempo de aplicação garantindo
e evitando a infiltração de ar.
O pino de fibra de quartzo previamente ativado, e umectado com cimento
resinoso foi inserido cuidadosamente no canal radicular, com ligeiros movimentos
rotativos. Seu posicionamento foi reforçado imediatamente após o assentamento,
mantendo pressão digital constante e moderada por 3 min no período de
polimerização inicial do cimento. A manutenção da pressão de assentamento por
cerca de 3 min é capaz de elevar as forças de união entre a dentina e o material
restaurador (GORACCI et al., 2006; CHIEFFI et al., 2006; CHIEFFI et al., 2007).
90
Os excessos de cimento foram removidos com um micropincel (microbrush)
limpo e seco e, uma breve fotoativação foi realizada a fim de estabilizar o
assentamento do pino e permitir a remoção mecânica dos excessos remanescentes.
As margens de cimento foram recobertas com gel de glicerina e realizada a
fotopolimerização final por 40 s, por meio de um aparelho fotopolimerizador
JETLITE
TM
2000 (J. MORITA, IRVINE, EUA) calibrado em 600 mW/cm
2
aproximadamente (FIG. 14). A ponta da fibra óptica do fotopolimerizador foi
colocada sobre a superfície oclusal do pino de fibra de quartzo para que a própria
pressão exercida pela mesma mantivesse o pino em posição, até a polimerização do
cimento resinoso.
Finalmente foi realizada a inserção de resina composta em três incrementos,
simulando a confecção de um núcleo. O protocolo restaurador esta resumido no final
das explicações dos cimentos auto-adesivos na Figura 17.
Figura 14: (A) Aparelho de fotopolimerização. (B) A intensidade da luz emitida pelo aparelho foi
calibrada e padronizada em 600 mW/cm
2
aproximadamente, antes de cada cimentação do pino.
A
B
91
4.2.6.2 Grupo 2: (G2) Clearfil™ SA Cement
As etapas adesivas referentes ao preparo da superfície intrarradicular do
dente foram conduzidas de acordo com as respectivas instruções de aplicação do
fabricante do cimento resinoso Clearfil™ SA Cement, cor A2.
Clearfil™ SA Cement é um cimento de resina de dupla polimerização
(fotopolimerização e auto-polimerização) auto-adesivo. Sua apresentação é na
forma de seringa, contendo uma Pasta A e uma Pasta B. As pastas foram
misturadas em proporções iguais 1:1, quando dosadas na cânula de mistura ao
pressionar o êmbolo da seringa (FIG. 15).
Figura 15: Seqüencia demonstrativa na fixação da cânula de alongamento Endo-Tip e ponta de
mistura. (A) Apresentação comercial do cimento com cânula de alongamento e ponta de mistura. (B,
C e D) Fixação da cânula de alongamento na ponta de mistura com leve pressão. (E) Giro da tampa
protetora de um quarto de volta para a esquerda. (F) Colocação da ponta de mistura com a cânula de
alongamento com giro de um quarto de volta para a direita. (G) Seringa preparada corretamente para
a aplicação do cimento.
A
B
C
D
G
E
F
92
Previamente ao procedimento adesivo, procedeu-se ao tratamento de
superfície do pino de fibra DT Ligth
®
SL (VDW
®
), realizando a ativação com álcool e,
posteriormente, deixando secar por 1 min.
Após a desobturação, o canal radicular foi limpo sem condicionamento ácido,
lavando com água deionizada, e secando levemente com pontas de papel
absorvente, evitando o completo ressecamento.
A seringa foi preparada colocando-se a cânula de alongamento Endo-tip na
ponta de mistura, recomendada pelo fabricante para cimentação de pinos fibro-
resinosos. Inicialmente a cânula foi calibrada no comprimento do conduto para
verificar sua inserção passiva. No processo de cimentação a cânula Endo tip foi
inserida no canal radicular, aplicando a mistura (1:1) das pastas do cimento desde a
região apical pelas paredes até a superfície coronal do conduto. Posteriormente, o
pino ativado e umectado com cimento resinoso foi inserido no conduto radicular
vibrando-o para evitar a entrada de bolhas de ar. Seu posicionamento foi reforçado
imediatamente após o assentamento, mantendo pressão digital constante e
moderada por 3 min no período de polimerização inicial do cimento. A remoção de
excessos foi realizada após previa fotoativação por 2 a 5 s, permitindo remover o
cimento excedente semi-polimerizado utilizando uma sonda exploradora. As
margens de cimento foram recobertas com gel de glicerina e realizada a
fotopolimerização final por 40 s por meio de um aparelho fotopolimerizador
JETLITE
TM
2000 (J. MORITA, IRVINE, EUA) calibrado em 600 mW/cm
2
aproximadamente (FIG. 14). A ponta da fibra óptica do fotopolimerizador foi
colocada sobre a superfície oclusal do pino de fibra de quartzo para que a própria
pressão exercida pela mesma mantivesse o pino em posição, até a polimerização do
cimento resinoso.
Para finalizar, a resina composta foi colocada em três incrementos, simulando
a confecção de um núcleo, até que o pino apresentasse 5 mm de recobrimento (FIG.
17).
93
4.2.6.3 Grupo 3: (G3) Bifix SE
Considerando as instruções de utilização do fabricante foi realizado o
protocolo de cimentação para o cimento Bifix SE, cor U (A2).
Este cimento é um cimento resinoso universal, auto-adesivo e de
polimerização dual. A seringa mistura automaticamente o material, evitando erros e
bolhas de ar. É apresentado com cânulas rombas de mistura tipo 15, que podem ser
acopladas a pontas intra-orais tipo 1 facilitando o acesso ás áreas difíceis de
alcançar bem como os canais intra-radiculares preparados para pinos de fibra (FIG.
16).
Figura 16: Seqüencia demonstrativa na colocação da ponta romba de mistura tipo 15 e cânula de
alongamento intra-oral tipo 1. (A) Apresentação comercial do cimento com nula de alongamento e
ponta de mistura. (B, C e D) Fixação da cânula de alongamento na ponta de mistura com leve
pressão. (E) Giro da tampa protetora um quarto de volta para a esquerda. (F) Colocação da ponta de
mistura com a cânula de alongamento com giro de um quarto de volta para a direita. (G) Seringa
preparada corretamente para a aplicação do cimento.
A
B
C
D
G
E
F
94
Previamente ao procedimento adesivo, procedeu-se ao tratamento de
superfície do pino de fibra DT Ligth
®
SL (VDW
®
), realizando a ativação com álcool e
posteriormente deixando secar por um minuto.
Após a desobturação, o canal radicular, foi limpo sem condicionamento ácido,
e sem, lavado com água deionizada, e levemente seco com pontas de papel
absorvente, evitando o completo ressecamento. Com a dentina intrarradicular
ligeiramente umedecida após a lavagem, foram realizados os procedimentos de
cimentação.
A seringa foi preparada colocando o acessório adicional (cânula de
alongamento) na ponta de mistura, recomendada pelo fabricante para cimentação
de pinos fibrorresinosos. Inicialmente, a nula de alongamento foi calibrada no
comprimento do conduto para verificar sua inserção passiva. No processo de
cimentação, o material foi aplicado em mistura (1:1) das pastas diretamente no canal
radicular iniciando pela zona apical e deixando submergir a ponta intra-oral tipo 1 na
resina, evitando a formação de bolhas de ar.
Posteriormente, o pino ativado DT Ligth
®
SL (VDW
®
) e umectado com cimento
resinoso foi inserido no conduto radicular com aperto rotatório e vibrando-o,
deixando um pequeno excesso de cimento na superfície coronal para evitar a
entrada de bolhas de ar. Seu posicionamento foi reforçado imediatamente após o
assentamento, mantendo pressão digital constante e moderada por 3 min no período
de polimerização inicial do cimento. A remoção de excessos foi realizada após
previa fotoativação por 2 a 5 s, permitindo remover o cimento excedente semi-
polimerizado com uma sonda exploradora. As margens de cimento foram recobertas
com gel de glicerina e realizada a fotopolimerização final por 40 s por meio de um
aparelho fotopolimerizador JETLITE
TM
2000 (J. MORITA, IRVINE, EUA) calibrado
em 600 mW/cm
2
aproximadamente (FIG 14). A ponta da fibra óptica do
fotopolimerizador foi colocada sobre a superfície oclusal do pino de fibra de quartzo
para que a própria pressão exercida pela mesma mantivesse o pino em posição, até
a polimerização do cimento resinoso.
Para finalizar a resina composta foi colocada em três incrementos, simulando
a confecção de um núcleo, até que o pino apresentasse 5 mm de recobrimento. FIG.
17.
95
Figura 17: Fotografias ilustrativas do procedimento de cimentação do pino nos grupos experimentais
G1, G2, G3. (A) Lavagem do canal radicular por meio de irrigação com água deionizada. (B) Eliminação
de água com cânula de baixa sucção. (C) Secagem com pontas de papel. (D) Assentamento da cânula
de alongamento do grupo G1. (E) Assentamento das cânulas de alongamento dos grupos G2 e G3. (F)
Confirmação do assentamento do pino fibra de quartzo. (G, H e I) Cimento resinoso inserido com a
ajuda da cânula de alongamento em movimento apical coronal. (J) Pino posicionado na entrada do
canal e umectado com cimento resinoso. (K) Inserção do pino fibra de quartzo com movimentos
rotatórios. (L) Pressão digital realizado por 3 minutos em forma constante e moderada. (M) Eliminação
dos excessos. (N) Fotopolimerização por 40 s na superfície coronal do pino. (O) Finalização com
colocação de três incrementos de resina composta fotopolimerizados por 40 s cada.
G2
G3
G1
G1
G2 e G3
A
B
C
D
E
F
G H I
J
K
L
M
N
O
96
4.2.6.4 Grupo 4: (G4) RelyX™ ARC
Utilizando as recomendações do fabricante para o sistema adesivo Adper
TM
Scotchbond
TM
Multi - Uso Plus (3M ESPE, St. Paul, MN, EUA) e o cimento
resinoso adesivo de polimerização dual RelyX™ ARC (3M ESPE, EUA), cor A1 foi
utilizado (FIG. 18).
Figura 18: Técnica de manipulação do cimento resinoso em associação com sistema adesivo. (A)
Apresentação comercial do cimento resinoso e (B) sistema adesivo. (C, D e E) Eliminação da tampa
de segurança com aperto na guia inferior. (F e G). Ativação realizando abalança na área superior do
dispensador. (H) Proporcionamento de base e catalisador numa dose (1:1).
Neste grupo, foi realizado o condicionamento da dentina intrarradicular com
solução de ácido fosfórico 37% Total Etch (3M ESPE, EUA). A aplicação foi
realizada no interior do canal por 15 s, com o auxílio de um pincel Microbrush (3M
ESPE, EUA) seguido de lavagem por 30 s com seringa Luer. Em seguida, o interior
do canal foi irrigado por 30 s com 10 ml de água deionizada, o excesso de água foi
removido cuidadosamente com leve jato de ar e aspirador de baixa sucção, por volta
A
B
G
H
D
C
E
F
97
de 4 s, e posteriormente foram utilizadas, de forma individual, duas pontas de papel
absorvente, de modo que a dentina permaneceu levemente umedecida.
Em seguida foi aplicado o sistema adesivo Adper
TM
Scotchbond
TM
Multi -
Uso Plus (3M ESPE, EUA) com auxílio de micropincéis (Microbrush) (3M ESPE,
EUA).
Primeiramente, o Ativador (1.5) foi aplicado no canal radicular. Em seguida,
foi levemente seco através de jato de ar por 5 s. O Primer (2) do agente de união foi
aplicado nas paredes dentinárias do canal radicular. Em seguida, foi igualmente
seco através de jato de ar por 5 s. Finalmente, foi aplicado o Catalisador (3.5),
aplicando um leve jato de ar por 1-3 s para evaporação do solvente. Imediatamente
após a aplicação do sistema adesivo, foi inserido o cimento resinoso RelyX™ ARC
(3M ESPE, EUA) seguindo criteriosamente as orientações do fabricante. Para isso,
foram dispensadas duas porções, na proporção 1:1, de cimento sobre um bloco de
papel impermeável e espatulado por 10s. Ao final da espatulação, o cimento
resinoso foi aplicado dentro e em volta do canal, utilizando-se um aplicador
microbrush. Uma fina camada de cimento também foi aplicada sobre o pino de fibra
de quartzo DT Ligth
®
SL (VDW
®
), que foi assentado imediatamente em posição no
canal radicular e mantido com leve pressão por 3 min. O excesso de cimento foi
removido aproximadamente 3-5 min após o assentamento do pino, permitido que o
catalítico ativara e convertera a maior quantidade de monômeros em polímeros.
Após a remoção dos excessos, se aplicou gel de glicerina nas margens,
fotopolimerizando por 40 s com o aparelho fotopolimerizador JETLITE
TM
2000 (J.
MORITA, IRVINE, EUA) calibrado em 600 mW/cm
2
aproximadamente (FIG. 14). A
fotopolimerização foi realizada na superfície oclusal do pino de fibra de quartzo.
Incrementos de resina foram colocados no selamento periférico da cimentação (FIG.
19).
98
Figura 19: Fotografias demonstrando o processo de cimentação dos pinos com o sistema Scotch
Bond Multi - Uso Plus/RelyX ARC. (A) Lavagem do canal radicular irrigando com água deionizada. (B)
Eliminação de água com nula de baixa sucção. (C) Secagem com pontas de papel. (D) Ácido
fosfórico a 37% (1). (E e F) Condicionamento ácido no canal radicular. (G e H) Complemento da
inserção do ácido com micropincel apical (microbrush apical). (I) Remoção do ácido por meio de
lavagem com sprays de ar/água e cânula de baixa sucção (excesso de umidade removido com pontas
de papel absorvente). (J) Ativador (1.5). (K e L) Aplicação do Ativador com ajuda de micropincel
apical. (M) Primer (2). (N e O) Aplicação do Primer. (P) Catalisador (3.5). (Q e R) Aplicação de
Catalisador. (S e T) Manipulação do cimento resinoso. (U) Cimento resinoso inserido com a ajuda de
micropincel apical em movimento coronal apical. (V) Pino posicionado na entrada do canal e
umectado com cimento resinoso. (W) Inserção do pino fibra de quartzo com movimentos rotatórios.
(X) Pressão digital realizado por 3 min em forma constante e moderada. (Y) Eliminação dos excessos
de cimento resinoso. (Z) Fotopolimerização por 40 s na superfície coronal do pino. (Z
1
) Finalização
colocando três incrementos de resina composta e fotopolimerizados por 40 s cada.
G4
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L
M
O
P
Q
R
S
T
U
V
W
X
Y
Z
Z
1
N
98
99
4.2.7 Armazenamento dos espécimes restaurados
Os espécimes dos 4 grupos foram desincluidos dos anéis de PVC e
colocados na caixa metálica, ficando mantidos úmidos por 24 h na estufa a 3C,
antes da execução dos cortes para a confecção dos corpos de prova (cp) (FIG. 20).
Figura 20: Organização dos espécimes durante o seu armazenamento prévio ao teste de
cisalhamento por extrusão (push-out).
4.2.8 Preparo dos corpos-de-prova para o teste de cisalhamento por extrusão
(push-out)
Transcorridas, aproximadamente 24 horas de armazenamento, os 12
espécimes previamente separados de cada grupo, foram utilizados. Os espécimes
foram fixados, um a um com ajuda de cera pegajosa, num dispositivo metálico
(UFSC, desenvolvido pelo Prof. Dr. Arcari e o Doutorando Andretti). Cada espécime
foi acoplado a uma máquina de cortes Isomet 1000 (Buchler, Lake Forest, IL, EUA),
na qual o disco diamantado (South Bay Technology, San Clement, CA, EUA), sob
refrigeração constante, realizou os cortes no sentido perpendicular ao longo eixo do
dente.
A máquina de corte foi calibrada em 1,3 mm, e se obtiveram fatias
correspondentes às regiões cervical, média e apical. Durante o corte, foi utilizado um
100
peso de 75 g com uma velocidade de 250 rpm. A distância utilizada entre os cortes
foi determinada em 1,3 mm o que, descontava a espessura da lâmina de corte (0.3
mm), resultando, em fatias com aproximadamente 1,0 mm (± 0,1mm) de espessura.
A primeira fatia coronal, na zona do preenchimento da resina para o selamento, foi
descartada, sendo obtido um total de 6 fatias por espécime, 2 de cada terço:
cervical, médio e apical, obtendo-se 72 fatias para cada grupo. Todas as fatias foram
demarcadas em sua superfície coronal com uma tinta insolúvel vermelha” e apical
com tinta insolúvel azul” onde foi aplicada a força. A espessura foi mensurada com
ajuda de um paquímetro digital.
Cada fatia foi armazenada, individualmente, em ambiente úmido por 24 h, a
37°C. Para isto, os anéis com preenchimento de silicona foram aproveitados. A
silicone de adição que estava inserida no anel foi cortada à metade com um estilete,
sendo posteriormente o espaço preenchido por uma esponja umedecida em água
deionizada para a preservação das fatias (FIG. 21).
Figura 21: Fotografias ilustrando o procedimento de corte das fatias e seu armazenamento. (A)
Calibragem na maquina Isomet com espessura das fatias e velocidade utilizada. (B) Espécime
colocado no dispositivo de corte. (C e D) Fatias obtidas dos terços do dente. (Ee F) Forma de
armazenagem dos corpos de prova, nos anéis de PVC com água deionizada e, (G) nas caixas
organizadoras.
C
D
E
G
A
B
F
101
4.2.9 Teste de cisalhamento por extrusão (push-out) e análise da falha ocorrida
Após manter os corpos de prova (cp) por 24 h a 37°C, procedeu-se ao teste de
cisalhamento por extrusão. Para o teste, dois dispositivos foram adaptados à
máquina universal de teste Instron modelo 4444 (Instron, Canton, MA, EUA). Na
porção superior, foi fixada uma haste metálica com uma ponta ativa de 0,8 mm, e na
porção inferior, uma base metálica oval, de aço inoxidável, contendo um orifício de
cerca de 2 mm de diâmetro na região central.
Cada fatia (cp) foi fixada, individualmente, com cola à base de cianocrilato
(Super Bonder Gel), sobre o dispositivo metálico oval, na porção inferior da máquina
universal de teste. Os corpos-de-prova foram colocados de modo que o lado coronal
(ponto vermelho) estivesse voltado para a base do dispositivo oval, e a região com o
ponto azul, com o pino DT Ligth
®
SL (VDW
®
) posicionado exatamente no centro do
orifício da base metálica. O detalhe de colocar a porção coronal voltada para a base
tem como objetivo permitir o movimento do pino da porção apical mais estreita em
direção à porção coronal mais larga, evitando qualquer limitação na força aplicada
no teste. A falha adesiva é manifestada com a extrusão total do pino da secção
radicular. Durante toda a execução do teste, as fatias foram mantidas umedecidas.
A haste metálica da porção superior da máquina com ponta ativa de 0,8 mm
foi posicionada bem próxima ao corpo de prova, sem tocá-lo, de modo que sua
ponta ativa coincida com o centro do pino, para evitar o estresse nas paredes
radiculares. Uma carga compressiva foi aplicada em uma direção vertical, com uma
velocidade de 0,5 mm/min, até o deslocamento do pino.
A área da superfície adesiva foi calculada individualmente, sendo esta utilizada
para calcular a resistência de união. A força necessária para o deslocamento do pino
foi registrada em Newtons (N), transformada em quilograma/força (kgf) e convertida
em Mpa, utilizando-se as fórmulas:
Conversão de valores de N para Kgf - Kgf = N x 0,1020
Conversão de valores de Kgf para MPa - MPa = Kgf x 9,80/ área em mm
2
(A)
Cálculo da área interna de adesão - Porção cilíndrica = Β x h x (2xR)
Cálculo da área interna de adesão - Porção cônica = Β x h x (R+r)
*
Β
- constante = 3,1416; h = espessura da fatia; R = raio da porção mais calibrosa; r = raio da porção mais fina do pino.
102
A avaliação estatística dos dados obtidos em MPa foi realizada através da
análise de variância (ANOVA) de duas vias. Posteriormente, os desdobramentos
(grupos e terços) foram submetidos ao teste post-hoc de Bonferroni. Valores de P
menores do que 0,05 (p<0,05) foram considerados como indicativos de significância.
Para a análise do tipo de falha ocorrida os espécimes foram submetidos à
análise visual com o auxílio de uma lente 10 X (vezes) de aumento (Iluminaed
Magnifying Glass, Japan). As falhas foram classificadas de acordo com o critério
sugerido por Perdigão; Gomes; Lee (2006) como:
1-falha adesiva entre dentina e cimento; 2-falha adesiva entre cimento e pino;
3-falha coesiva do cimento; 4-falha coesiva do pino; 5-falha mista (com diferentes
combinações entre os tipos de falhas 1, 2, 3 e 4). Posteriormente as fatias
radiculares foram armazenadas por terços em frascos de tipo Eppendorfs
identificados (FIG. 22).
Figura 22: Procedimento e armazenagem no Teste de Cisalhamento por Extrusão. (A) Painel da
maquina Instron. (B) Fatia identificada na área coronal. (C) Espécime adaptado ao dispositivo da
máquina Instron, no momento do teste de cisalhamento por extrusão. (D) Corpo de prova após o
teste e armazenado em frascos de tipo Eppendorfs identificado. (E e F) Armazenagem dos corpos de
prova testados nas caixas organizadoras.
A
B
E
F
D
C
103
4.2.10 Preparo para Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)
Os 2 espécimes restantes de cada grupo foram fixados no dispositivo, com o
auxílio de cera pegajosa e cortados resultando em fatias com aproximadamente 1,0
mm 0,1 mm) de espessura. Após o corte, três fatias de cada espécime, uma em
cada terço, foram selecionadas de forma randomizada para a análise em MEV.
Para análise da interface pino/cimento/dentina as hemi-seccões obtidas foram
preparadas seguindo o protocolo sugerido por Perdigão e colaboradores (1999). Os
espécimes foram colocados em solução de glutaraldeído 2,5 %, tamponado com
solução de paraformaldeído 0,1 mol/litro (pH= 7,4) (Dermus, Florianópolis, SC,
Brasil) por 12 h a C. Na seqüência, as fatias foram submetidas a três lavagens
com solução de cacodilato de sódio 0,1 Mol/litro em pH= 7,4 (por 20 min cada) e
desidratadas em graduação crescente de álcool (Dermus, Florianópolis, SC, Brasil)
25°, 50°, 75°, 95° (por 20 min de imersão em cada solução) e 100° por 1 h. Após
este período, os espécimes ficaram em solução de Hexametildisilizano (HMDS, Ted
Pella, Redding, CA, EUA) por 10 min completando o processo de desidratação e
fixação.
Estando secos, os mesmos foram montados em blocos de resina epóxica e,
foram desgastados até a completa exposição da interface resina/cimento/pino com
lixas d’água de granulação decrescente (400, 600, 800 até 1200) e pastas de
polimento de óxido de alumínio com granulação de 1,0 e 0,3 µm. Posteriormente,
foram colocados em ultra-som com álcool 100° durante 5 min, e em seguida
submetidos à desmineralização com o uso de ácido clorídrico 6 mol/litro por 30 s
(Dermus, Florianópolis, SC, Brasil) e desproteinização com solução de hipoclorito de
sódio 2 % por 10 min (Dermus, Florianópolis, SC, Brasil).
Todas as interfaces e corpos de prova foram previamente secos, colocados
em uma câmara de vácuo e recobertos com uma camada de ouro de
aproximadamente 300 A
0
(Bal-Tec SCD 005, Bal-tec Co., EUA).
A análise foi realizada em microscópio eletrônico de varredura (Phillips SEM
XL30, Philips, Eindhoven, Holanda) operando entre 10 Kv e 15 Kv, no Laboratório de
Materiais do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de
Santa Catarina (FIG. 23).
104
Através das observações feitas em microscópio eletrônico de varredura, no
modo de escaneamento de elétrons (SE) ou no modo de elétrons retro-difundidos
(BSE), foi analisada a interação do sistema adesivo com a dentina condicionada na
formação de camada híbrida na interface dentina-resina no cimento convencional, e
a interface formada no mecanismo de ação dos cimentos auto-adesivos.
Fotomicrografias de áreas representativas desta interação foram realizadas, a fim de
ilustrar os resultados obtidos com os cimentos resinosos testados.
Todos os resultados foram analisados, discutidos e confrontados com a
literatura existente.
Figura 23: Fotografias ilustrando o processo de preparo das amostras para avaliação no MEV. (A)
Corpos de prova colocados em HMDS por 10 min. (B) Inclusão das fatias em anéis de PVC com
resina epóxi autopolomerizable. (C e D) Polimento com lixas de Carbeto de Silício de granulações
decrescentes (#100, #400, #600, #800 e #1200) para a obtenção uma superfície plana, regular e
polida e felpas com pasta polidora. (E e F) Corpos de prova limpos em um aparelho ultra-sônico em
água destilada por 5 minutos e secos com jato de ar livre de óleo. (G e H) Fatias da interface adesiva
e com fraturas foram metalizadas com ouro. (I) Os corpos de prova foram observados no MEV. (J)
Cada fatia após de ser observada foi armazenada no frasco Eppendorf identificado.
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
105
5 Resultados
5.1 Ensaio de cisalhamento por extrusão (push-out)
O teste de variância de duas vias (ANOVA) foi delineado para experimentos
inteiramente casualizados em esquema fatorial (4 x 3), com arranjo dos seguintes
fatores: Cimento (RelyX™ Unicem, Clearfil™ SA, Bifix SE e RelyX™ ARC) e Terços
(cervical, médio e apical). O nível de significância foi de 5% (TAB. 1).
Tabela 1 – Análise de variância com base no desfecho resistência de união.
FONTE DE VARIAÇÃO
S.Q.
M.Q.
Valor F
p
Cimento
1129 376,4 79,79
188,13
< 0,0001
Terço 1775 887,4 < 0,0001
Interação 48,53 8,088 1,715 0,1175
A partir da análise inicial, foi observado que os fatores cimento e terço
apresentaram diferenças estatísticas, enquanto que, a interação entre estes fatores
não apresentou diferença estatística significante em nível de 5% de probabilidade.
Assim, os desdobramentos (cimento e terço) foram submetidos ao teste de
Bonferroni (α= 0,05).
Em relação aos cimentos, o teste ANOVA revelou diferença estatisticamente
significativa entre os valores de resistência de união para um valor de p <0,05. Os
valores médios em Mega Pascal (MPa) e desvios padrão (DP) para os diferentes
cimentos são apresentados na tabela 2 e no gráfico 1.
Tabela 2 – Médias e desvios padrão da resistência de união dos cimentos testados.
Grupo
Média
DP
G1 (RelyX™ Unicem) 11,0
a
3,6
G2 (
Clearfil™ SA
)
8,8
b
3,2
G3 (Bifi
x SE)
8,3
b
2,9
G4 (RelyX™ ARC)
13,3
c
3,4
Grupos com letras distintas indicam diferença estatisticamente significante (p< 0,05).
106
RelyX Unicem Clearfil SA Bifix SE RelyX Arc
0
5
10
15
20
25
Cimentos
Resisncia de uno (MPa)
Gráfico 1 – Diagrama de Box & whiskers representativo da resistência de união dos cimentos
testados. O símbolo (+) representa a média dos valores de cada grupo.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1
Cimentos
M P a
RelyX™ Unicem
Clearfil™ SA
Bifix SE
RelyX™ ARC
Gráfico 2 – Médias e desvios padrão da resistência de união dos cimentos testados.
Conforme os resultados mostrados na tabela 2 e nos gráficos 1 e 2, observou-
se que houve diferenças significativas entre os cimentos auto-adesivos (p< 0,05). O
grupo 1 (RelyX™ Unicem) apresentou um maior valor de resistência de união
quando comparado aos grupos 2 (Clearfil™ SA) e 3 (Bifix SE) (p< 0,05). Por outro
lado, entre os grupos 2 (Clearfil™ SA) e 3 (Bifix SE) não houve diferença
Barras verticais denotam valores máximos e mínimos
R
el
yX ARC
107
significativa (p>0,05). Cabe ressaltar, que o cimento resinoso convencional (RelyX™
ARC) apresentou os maiores valores de resistência de união quando comparado
com os cimentos auto-adesivos (p< 0,05).
Na comparação entre os grupos e terços, a análise de variância a dois
critérios demonstrou diferença estatisticamente significante entre os grupos (p< 0,
0001) e os terços radiculares (p< 0, 0001). No entanto, a interação entre essas duas
variáveis não foi considerada significativa (p=0, 1175).
Os valores médios e desvios padrão da resistência de união dos cimentos
testados de acordo com os terços radiculares estão apresentados na tabela 3 e
gráfico 3.
Tabela 3 Médias e desvios padrão (MPa) das resistências de união dos grupos testados e terços
radiculares.
Terço Cervical Terço Médio TerçoApical
Média DP Média DP Média DP
G1 (RelyX™ Unicem) 13,8
a
2,4 11,7
a
2,4 7,5
a
2,6
G2 (
Clearfil™ SA
)
11,6
b
2,8 8,6
b
1,8 6,2
a
2,3
G3 (Bifix™ SE)
10,7
b
2,4 8,8
b
2,2 5,5
b
1,2
G4
(RelyX™ ARC)
16,6
c
1,5 13,9
c
1,7 9,4
c
1,5
Grupos com letras distintas indicam diferença estatisticamente significante (p< 0,05).
Gráfico 3 Médias e desvios padrão da resistência de união de acordo aos cimentos testados e
terços radiculares.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Cervical Médio Apical
MPa
RelyX™ Unicem
Clearfil™ SA
Bifix SE
RelyX™ ARC
108
Quando realizada a comparação pelo teste de Bonferroni do desempenho dos
cimentos nos diferentes terços, observou-se que, independentemente da região do
canal radicular, o grupo 4 (RelyX™ ARC) apresentou uma maior resistência de
união, sendo estatisticamente diferente aos demais cimentos testados (p<0,001). Ao
analisar os cimentos auto-adesivos, observou-se que nos terços cervical e médio o
Grupo 1 (RelyX™ Unicem) obteve o melhor desempenho, com diferença
estatisticamente significativa do grupo 2 (Clearfil™ SA) e 3 (Bifix SE) (p<0,01). Já no
terço apical, o Grupo 1 (RelyX™ Unicem) mostrou diferença significante com o grupo
3 (Bifix SE) (p<0,01). Entre os grupos 2 (Clearfil™ SA) e 3 (Bifix SE) não foi possível
detectar diferença estatisticamente significativa no terço cervical e médio. No
entanto houve diferença estatisticamente significante no terço apical (p> 0,05) (TAB.
3) (GRAF. 3).
Em relação à dentina intrarradicular, o teste ANOVA revelou existir diferença
estatisticamente significante entre os valores de resistência de união dos cimentos
nos diferentes terços para um valor de p<0,05 (F=188,13) (TAB. 4) (GRAF. 4). Pode
se observar que dentro do mesmo grupo, os valores de resistência se mostraram
significativamente maiores nos terços cervicais, seguidos dos terços médios e
apicais.
Tabela 4 – Teste de Bonferroni para comparação entre os terços, valores de p dentro de cada grupo.
Terços da raiz
G1
(RelyX™ Unicem)
G2
(Clearfil™ SA)
G3
(Bifix SE)
G4
(RelyX™ ARC)
Cervical Vs. Apical
<0,001
s
<0,001
s
<0,001
s
<0,001
s
Cervical Vs. Médio
0,003
s
<0,001
s
0,028
s
<0,001
s
Médio Vs. Apical
<0,001
s
<0,001
s
<0,001
s
<0,001
s
(
S
)– Diferença estatisticamente significante
Gráfico 4 – Médias da resistência de união dos cimentos testados nos distintos terços radiculares.
S
S
S
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
RelyX™ Unicem Clearfil™ SA Bifix SE RelyX™ ARC
MPa
Cervical
Médio
Apical
109
5.2 Análise do tipo de fratura
Os tipos de falhas apresentados nos espécimes após a realização do teste de
push-out foram observados no microscópio óptico de luz, e estão listados na tabela
5. Fotomicrografias representativas dos tipos de falhas observadas após o teste de
extrusão estão apresentadas nas figuras 24, 25, 26 e 27. De forma geral,
independentemente do cimento utilizado, foi possível observar que o maior número
de falhas ocorridas foram adesivas entre cimento e dentina (46,8 %), seguidas das
falhas mistas com várias combinações dos diferentes tipos de falhas (45,1 %).
Dentre as falhas mistas, a que ocorreu em maior porcentagem (15,6 %) foi a
combinação de falha adesiva do cimento com a dentina e do cimento e o pino. As
falhas coesivas de cimento ou do pino só foram observadas acompanhadas de
outros tipos de falhas, não apresentando casos isolados (0 %). Nas falhas mistas,
envolvendo falhas coesivas de pino foi possível observar que parte da resina que
envolve o pino ficou unida à dentina, com exposição de algumas fibras de quartzo.
Tabela 5 - Distribuição total dos tipos de falhas observadas após o teste de extrusão, em
porcentagem.
Tipo de falha
G1
(RelyX™Unicem)
G2
(Clearfil™ SA)
G3
(Bifix™ SE)
G4
(RelyX™ARC)
Número
de falhas
Porc
(%)
1 Adesiva
Cimento/Dentina
32 37 36 30 135 46,8%
2 Adesiva
Cimento/Pino
6 7 6 4 23 7,9%
3 Coesiva
de Cimento
0 0 0 0 0 0,0%
4 Coesiva
de Pino
0 0 0 0 0 0,0%
5 Falha Mista
34 28 30 38 130 45,1%
1 e 2
12 11 13 9 45 15,6%
1 e 3
1 2 3 0 6 2,0%
1 e 4
2 0 0 4 6 2,0%
1, 2 e 3
10 9 10 6 35 12,1%
1, 2 e 4
6 3 2 17 28 9,7%
1, 3 e 4
2 2 1 1 6 2,0%
3 e 4
0 0 0 0 0 0,0%
2 e 4
0 0 0 0 0 0,0%
1, 2, 3 e 4
1 1 1 1 4 1,3%
N=
72
72
72
72
288
100,0
%
110
Figura 24 Fotomicrografias em MEV obtidas após o teste de push-out dos espécimes do Grupo 1
(RelyX™ Unicem). Na figura A pode se observar o pino de fibra submetido ao teste de cisalhamento
evidenciando uma falha mista (1, 3 e 4), e em maior aumento da região demarcada com o quadro
vermelho B, é possível observar as fibras do pino expostas (setas). As figuras C e D ilustram o
padrão de fratura mista (1 e 4) com fibras do pino expostas (seta) e áreas evidenciando o cimento (*).
Em E pode se observar uma falha adesiva entre o cimento e a dentina. Em maior aumento do quadro
vermelho
na figura F é possível observar túbulos dentinários desobstruídos, áreas com cimento (*).
No entanto, em algumas amostras, foi possível observar túbulos dentinários obstruídos com cimento
(seta).
A
D
*
E
*
F
B
C
111
Figura 25 Fotomicrografias em MEV obtidas após o teste de push-out dos espécimes do Grupo 2
(Clearfil™ SA). A figura A evidencia uma falha mista (1, 3 e 4), e em maior aumento da região
demarcada com o quadro vermelho, em B é possível observar as fibras do pino expostas (seta) e
aderidas a superfície dentinária. As figuras C e D ilustram o padrão de fratura mista (1, 2 e 4) com
fibras do pino expostas (seta). Em E pode se observar uma falha adesiva entre o cimento e a dentina.
Em maior aumento do pino após o teste de cisalhamento, na figura F é possível observar áreas com
cimento (*) evidenciando falha adesiva entre o cimento e a dentina e coesiva do pino (seta).
A B
C
*
D
E
*
F
112
Figura 26 Fotomicrografias em MEV obtidas após o teste de push-out dos espécimes do Grupo 3
(Bifix SE). Na figura A pode se observar uma falha mista (1, 2 e 4), e em maior aumento da região
demarcada com o quadro vermelho B é possível observar resina aderida à superfície radicular
(seta). Nas figuras C e D podem observar o pino após o seu total deslocamento evidenciando falha
mista com áreas com fibras do pino expostas (seta) e regiões evidenciando o cimento (*). Em E pode
se observar uma falha adesiva entre o cimento e a dentina. Em maior aumento do quadro, na figura F
é possível observar uma camada de cimento obstruindo os túbulos dentinários.
A B
C D
*
*
E
F
113
Figura 27 Fotomicrografias em MEV obtidas após o teste de push-out dos espécimes do Grupo 4
(RelyX™ ARC). Na figura A pode se observar uma falha adesiva entre o cimento e a dentina, e em
maior aumento da região demarcada com o quadro vermelho B é possível observar a presença de
prolongamentos resinosos no interior dos túbulos dentinários (setas). Nas figuras C e E pode se
observar uma falha mista (1,2 e 4). Em maior aumento das regiões com quadro vermelho, as figuras
D e F ilustram regiões com falha coesiva do pino (seta) e regiões com remanescentes de cimento (*).
*
*
A B
E
F
C D
*
114
5.3 Análise da interface cimento/dentina em Microscopia Eletrônica de
Varredura (MEV)
As amostras, que ilustram a interface da união formada entre cimento
resinoso dual auto-adesivo RelyX™ Unicem e a dentina demonstram uma interface
contínua caracterizando uma interação do material com a dentina, sem a formação
da camada híbrida (FIG. 28D). Na maioria das amostras, não foi possível observar a
formação de prolongamentos resinosos. No entanto, na figura 28 (A e B) foi possível
observar a formação de alguns prolongamentos, sugerindo que o cimento infiltrou no
interior de túbulos dentinários abertos (sem a presença da smear layer).
De forma similar, as amostras representativas do grupo 2 (Clearfil™ SA) e 3
(Bifix SE) demonstraram que os cimentos têm uma boa adaptação com a superfície
dentinária, porém o houve a formação da camada híbrida. No entanto, uma
amostra representativa do grupo 2 demonstrou a formação de um prolongamento
resinoso (FIG. 29 A).
Por outro lado, o cimento resinoso convencional dual RelyX™ ARC,
associado ao adesivo Scotch Bond Multi - Uso Plus, utilizando a técnica úmida de
condicionamento, apresentou, na interface da união com a dentina, a formação de
uma camada híbrida espessa, contínua, homogênea e com a presença de
prolongamentos resinosos (tags) longos, cuja base está voltada para a camada de
adesivo (FIG. 31).
Cabe ressaltar, que este estudo demonstrou a presença de estruturas
semelhantes a prolongamentos em algumas amostras do Grupo 1 (RelyX™ Unicem)
e 2 (Clearfil™ SA). Diante deste achado, foi realizada em MEV a análise de difração
por raios-x (EDAX) para avaliar a composição química destas estruturas. Assim, foi
possível observar que estes prolongamentos apresentam uma composição química
distinta a do cimento, sendo formada principalmente pelos íons cálcio e fósforo (FIG.
32). Estes achados comprovam que o mecanismo de união dos cimentos auto-
adesivos se pela quelação de íons cálcio por grupos ácidos do cimento,
produzindo, assim, uma adesão química com a hidroxiapatita da estrutura dental
(GERTH et al., 2006). Por outro lado, o espectro do EDAX dos prolongamentos
formados pelo sistema Scotch Bond MultI Uso - Plus/RelyX™ ARC revelaram não ter
interação química com a dentina. Assim, a formação destes prolongamentos se
115
pela infiltração do sistema adesivo no interior dos túbulos dentinários promovendo
uma adesão micromecânica com a dentina.
Figura 28 – Fotomicrografias em MEV da interface de união RelyX™ Unicem/dentina. Nas figuras A e
E pode se observar a presença de poucos prolongamentos, e em maior aumento da região
demarcada com o
quadro vermelho (B, F) e o círculo vermelho (C), é possível observar a formação
de poucos prolongamentos, os quais se estendem para o interior dos túbulos dentinários (seta). A
figura D demonstra uma boa adaptação do cimento com a dentina, mas sem a formação de
prolongamentos.
*
A B
E
F
C D
116
Figura 29 Fotomicrografias em MEV da interface de união Clearfil™ SA/dentina. Na figura A pode
se observar a presença de um prolongamento, e em maior aumento da região demarcada com o
quadro vermelho (B), é possível observar o prolongamento em maior aumento, o qual se estende
para o interior dos túbulos dentinários (setas). As figuras C e D demonstram uma boa adaptação do
cimento com a dentina, mas sem a formação de prolongamentos.
Figura 30 Fotomicrografias em MEV da interface de união Bifix SE/dentina. Pode se observar uma
boa adaptação do cimento com a dentina, sendo que em maior aumento (B, D) notou se uma
interface contínua caracterizando a interação do material com a dentina, mas sem a presença da
camada hibrida.
*
*
*
A
C D
B
*
*
A
B
C
D
*
117
Figura 31 Fotomicrografias em MEV da interface de união RelyX™ ARC/dentina. Em todas as
amostras foi possível observar a formação de uma camada híbrida com espessura contínua e
homogênea. Em maior aumento das regiões demarcadas com os quadros vermelhos, foi possível
observar a presença de prolongamentos longos com ramificações laterais, com a base voltada para a
camada do adesivo.
*
*
*
A B
C D
F
E
118
Figura 32 (A) Fotomicrografia da interface RelyX™ Unicem/dentina. (B) Espectro de EDAX
revelando a composição química do cimento e dos prolongamentos (C). Note se que os
prolongamentos apresentam uma composição química distinta a do cimento, sendo formada
principalmente pelos íons cálcio e fósforo, sugerindo que o cimento promove uma interação química
com a dentina. (D) Fotomicrografia da interface RelyX™ ARC/dentina. (E) Espectro de EDAX dos
prolongamentos formados pelo RelyX™ ARC, evidenciando que o sistema adesivo convencional não
promove uma interação química com a dentina.
B
A
1
2
Ponto 2
Ponto 1
RelyX™ Unicem
D
RelyX™ ARC
119
6 DISCUSSÃO
Os pinos de fibra têm sido amplamente utilizados na restauração de dentes
tratados endodonticamente (BOUILLAGUET et al., 2003; FERRARI, 2008;
FERRARI; VICHI; GRANDINI et al., 2001; GORACCI et al., 2004; RADOVIC et al.,
2007b). A utilização destes pinos pré-fabricados tem se tornado cada vez mais
popular por promover um melhor efeito óptico nas restaurações estéticas
(SCHWARTZ; ROBBINS, 2004), pela sua resistência à corrosão (KURTZ et al.,
2003), e por apresentar um módulo de elasticidade semelhante à dentina, permitindo
assim, uma melhor distribuição de estresse ao longo do canal radicular (FERRARI,
2008; PRISCO et al., 2003; RADOVIC et al., 2007a).
O uso de cimentos resinosos em associação com um sistema adesivo tem
sido proposto para a cimentação destes pinos, de modo a garantir a criação de uma
unidade mecanicamente homogênea composta por pino-cimento-dentina (FERRARI
et al., 2001; FERRARI, 2008; GORACCI et al., 2004).
Com o intuito de medir a resistência adesiva de materiais aderidos à dentina
radicular, alguns métodos como os testes de resistência à tração, microtração e
cisalhamento por extrusão (push-out) têm sido utilizados (GORACCI et al., 2004). Na
técnica de micro-tração (com palitos ou ampulhetas), falhas prematuras são comuns
durante o preparo e corte dos espécimes, e maiores desvios-padrão são observados
(GORACCI et al., 2004). Já, o teste de resistência à extrusão (push-out) oferece
algumas vantagens quando comparado ao teste de microtração devido ao menor
número de perda de espécimes (GORACCI et al., 2004).
No presente trabalho, foi utilizado o teste de cisalhamento por extrusão para
avaliar a resistência adesiva de três cimentos resinosos auto-adesivos e um
convencional associado com um sistema adesivo de três passos, à dentina
intrarradicular. Este tipo de teste resulta em uma força de cisalhamento (por
extrusão) na interface dentina/cimento bem como cimento/pino; a qual é comparável
com as tensões causadas em condições clínicas (VAN MEERBEEK et al. 2003).
Este teste parece ser a técnica mais confiável para medir a resistência de união de
pinos de fibra cimentados à dentina radicular (GORACCI et al., 2004). Ainda, permite
uma força de cisalhamento mais uniforme promovendo assim, uma melhor
distribuição da força, fazendo com que a falha ocorra na interface adesiva, em vez
120
de falha coesiva nos diferentes substratos (FERRARI, 2008; GONDO, 2005;
GORACCI et al., 2004). Neste trabalho foi realizado o teste thin-slice push-out
(GORACCI et al., 2004) com o objetivo de promover uma melhor distribuição de
tensões ao longo das paredes de dentina dos espécimes, tornando possível a
avaliação da resistência de união nos diferentes terços radiculares.
A resistência adesiva entre as paredes dentinárias e o agente cimentante é
afetada pela distribuição do cimento ao longo dos terços cervical, médio e apical
durante a cimentação de pinos fibrorresinosos (FERRARI, 2008; GORACCI et al.,
2004; MALLMANN et al., 2005). Da mesma forma, as características anatômicas e
histológicas do canal radicular, incluindo a orientação dos túbulos dentinários e a
presença de umidade, podem influenciar essa condição (FERRARI et al., 2000b;
FERRARI, 2008). Consequentemente, a literatura tem demonstrado um grande
interesse no quesito adesão intrarradicular (FERRARI, 2008).
Vários estudos têm constatado que a principal causa de falha adesiva dos
dentes restaurados com pinos de fibra associados a um sistema adesivo se encontra
na interface cimento/dentina (MANOCCI et al., 2001; PRISCO et al., 2003;
FERRARI, 2008). Ainda existem dúvidas a respeito de qual é o melhor material a ser
utilizado para a cimentação destes pinos. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar
a resistência de união de cimentos resinosos com distintos mecanismos de ação,
três cimentos resinosos auto-adesivos e um cimento resinoso convencional, à
dentina intra-radicular.
Os resultados deste estudo demonstraram que os pinos cimentados com o
cimento resinoso convencional dual RelyX™ ARC, associado ao sistema adesivo de
três passos Scotch Bond Multi - Uso Plus, apresentaram os maiores valores de
resistência adesiva quando comparado com os cimentos resinosos auto-adesivos.
Estes resultados estão de acordo com estudos anteriores, nos quais o cimento
resinoso convencional apresentou um melhor desempenho (GORACCI et al., 2004,
DE DURÃO- MAURÍCIO et al., 2007; WANG et al., 2008; KECECI et al., 2008;
FERRARI et al., 2009).
O mecanismo de adesão dos sistemas adesivos convencionais à dentina
intrarradicular é de natureza micromecânica pela formação de uma camada híbrida
com prolongamentos de resina e ramificações laterais (BITTER et al., 2006b;
BITTER et al., 2009; FERRARI et al., 2000b; FERRARI; VICHI; GRANDINI, 2001;
FERRARI, 2008; GORACCI et al., 2004). Estudos têm demonstrado que os sistemas
121
de três passos promovem uma maior e mais uniforme zona de interdifusão e de
prolongamentos resinosos ao longo do canal radicular (FERRARI; VICHI;
GRANDINI, 2001). Sendo que um maior embricamento mecânico do sistema
adesivo pode ter um efeito positivo na resistência adesiva destes materiais com a
dentina intrarradicular (FERRARI, 2008).
O cimento RelyX™ ARC é um material de dupla ativação apresentado
comercialmente em duas pastas, as quais uma contem peróxido de benzoíla e a
outra uma amina terciária, além da canforoquinona que quando misturadas e
expostas à luz iniciam a polimerização pela interação amina/canforoquinona
(PFEIFER C; SHID D; BRAGA RR, 2003). Nas situações onde o material o é
exposto à luz como no terço apical, a ativação química é iniciada pela interação
amina/peróxido de benzoíla (ANUSAVICE, 1998; FERRARI, 2008).
Os cimentos resinosos de polimerização dual foram desenvolvidos para
compensar a redução de luz provocada pela interposição dos materiais indiretos e
pela profundidade do canal radicular, para possibilitar maior tempo de trabalho,
melhor facilidade de remoção de excessos e gerar resistência imediata que impeça
o deslocamento da restauração (ARRAIS et al., 2007; BURROW et al., 1996;
PEGORARO; DA SILVA; CARVALHO, 2007).
Outro fator que pode ter contribuído com o melhor desempenho do cimento
resinoso convencional foi a sua associação com o sistema adesivo de três passos,
sendo a inserção do ativador/primer/catalisador realizada com ajuda de micropincéis
(microbrush) durante a cimentação dos pinos pré-tratados de fibra de quartzo. A
utilização de microbrush permite uma maior interdifusão do sistema adesivo no
interior dos bulos dentinários, promovendo assim, a formação de uma camada
híbrida mais homogênea com prolongamentos resinosos e ramificações laterais com
forma e densidades similares em toda a extensão do canal radicular, inclusive no
terço apical (FERRARI et al., 2002; FERRARI; VICHI; GRANDINI, 2001). Cabe
ressaltar, que as fotomicrografias de MEV dos espécimes cimentados com RelyX™
ARC, associado com o sistema adesivo de três passos, evidenciaram de forma
ilustrativa que a técnica operatória de cimentação utilizada neste estudo promoveu a
formação de uma camada híbrida uniforme ao longo do canal radicular com
prolongamentos em forma de cone reverso e ramificações laterais. É consenso na
literatura de que a técnica de cimentação adesiva de pinos intra-radiculares é um
procedimento extremamente sensível, verificando-se assim, que a execução
122
cuidadosa do protocolo adesivo restaurador influencia positivamente na resistência
adesiva deste cimento com a dentina intrarradicular.
De acordo com informações fornecidas pelo fabricante, a existência do
TEGDMA na matriz resinosa do RelyX™ ARC, confere ao compósito suficiente
escoamento para exercer uma adequada função de cimentação (FERRARI, 2008;
FERRARI; VICHI; GRANDINI, 2001). Clinicamente, essa diferença na composição
pode ser comprovada pelo fato de que o compósito RelyX™ ARC apresenta menor
viscosidade quando comparado aos cimentos auto-adesivos. Diante dessas
informações, podemos sugerir que este cimento apresenta uma maior capacidade
de escoamento, permitindo assim, ser facilmente inserido até o terço apical. Além
desse fator, o TEGDMA favorece o aumento no número de ligações cruzadas
durante a reação de polimerização entre as cadeias poliméricas, resultando em uma
matriz mais resistente à degradação, assim como facilita a incorporação de maior
quantidade de carga à matriz resinosa aumentando as propriedades mecânicas do
cimento resinoso (ANUSAVICE, 1998; FERRARI et al., 2002).
Ao comparar o desempenho dos cimentos resinosos auto-adesivos, foi
possível observar que o cimento RelyXUnicem apresentou uma maior resistência
adesiva quando comparados ao Clearfil™ SA e Bifix SE.
Os cimentos auto-adesivos foram introduzidos recentemente na prática clínica
e têm sido apresentados como uma inovadora alternativa aos cimentos resinosos
tradicionais. Estes materiais reúnem em um único produto a capacidade de auto-
adesão, a propriedade de liberação de flúor dos cimentos de ionômero de vidro,
aliado a um protocolo operatório menos sensível (RADOVIC et al., 2008). A
diferença dos cimentos resinosos convencionais é que os cimentos auto-adesivos
não requerem qualquer tratamento prévio na superfície do dente (RADOVIC et al.,
2008).
O mecanismo de ação destes cimentos produz uma retenção micro-mecânica
e uma interação química entre os monômeros ácidos do cimento e a hidroxiapatita
da dentina (FERRARI, 2008). Embora o mecanismo de adesão deva ser igual para
todos os cimentos auto-adesivos, as principais propriedades do RelyX™ Unicem são
as mais estudadas e explicadas pelo fabricante. Os monômeros multifuncionais em
conjunto com os grupos de ácido fosfórico, desmineralizam e infiltram,
simultaneamente, a dentina. A reação dominante na tomada de presa é a
polimerização, podendo ser iniciada pela exposição à luz ou através de um
123
mecanismo de quimiopolimerização, já que estes cimentos se apresentam com
mecanismo de polimerização dual (RADOVIC et al., 2008). Além disso, a fim de
garantir a neutralização deste sistema inicialmente ácido, um conceito do cimento a
base de ionômero de vidro foi aplicado, resultando em um aumento de pH de 1 a 6
através de reações entre os grupos do ácido fosfórico e o componente alcalino
(RADOVIC et al., 2008). Esta reação ácido-base libera água, a qual favorece o
comportamento hidrofílico do material nas reações iniciais da sua aplicação,
provendo uma melhor adaptação com a estrutura dental e uma maior tolerância a
umidade (RADOVIC et al., 2008). Posteriormente, é esperado que a água seja
reutilizada pela reação dos grupos funcionais do ácido e durante a reação do
cimento com as partículas da matriz resinosa que liberam íons básicos (RADOVIC et
al., 2008). Essa reação finalmente resultaria em uma interação química com a
hidroxiapatita (FERRARI, 2008; GERTH et al., 2006; GORACCI et al., 2004;
RADOVIC et al., 2008). No entanto, não detecta-se um claro equilíbrio entre o grau
de desmineralização e infiltração deste cimento resinoso (FERRARI, 2008;
RADOVIC et al., 2008).
Ainda, cabe ressaltar que se a elevada acidez dos monômeros pode
favorecer a infiltração do compósito no substrato dental, por outro lado a inadequada
neutralização destes monômeros pode afetar a polimerização do material
(FERRARI, 2008). Diante destas considerações, é provável que os diferentes
valores de resistência adesiva obtidos pelo RelyX™ Unicem e os seus homólogos
Clearfil™ SA e Bifix SE possam ser atribuídos a diferenças na sua composição
química, tendo isto um possível efeito na reação entre os grupos ácidos e básicos,
prejudicando assim a polimerização do cimento e, conseqüentemente, as suas
propriedades físicas e mecânicas. No entanto, são requeridos futuros estudos in
vitro com o intuito de avaliar a composição química dos diferentes cimentos e a sua
repercussão no mecanismo de ação por meio de análise de Raman, difração de
raios-X e EDAX.
Diferentemente do cimento convencional, as fotomicrografias em MEV dos
espécimes cimentados com RelyX™ Unicem, Clearfil™ SA e Bifix SE evidenciaram
uma interface continua, caracterizando uma interação do material com a dentina
sem a formação da camada brida. Na maioria das amostras, não foi possível
observar a formação de prolongamentos resinosos. No entanto, no grupo 1 (RelyX™
Unicem) e 2 (Clearfil™ SA) foi possível observar a formação de alguns
124
prolongamentos, sugerindo que o cimento infiltrou no interior de túbulos dentinários
abertos (sem a presença do smear layer), de forma similar aos achados e
previamente reportados por Bitter et al. (2009). Entretanto, foi possível constatar por
meio do EDAX, que estes prolongamentos apresentaram uma composição química
distinta a do cimento, sendo formados principalmente pelos íons cálcio e fósforo
(FIG. 32), ou lama dentinária envolvida pelos monômeros que se tornam ácido
resistente. Estes achados comprovam que o mecanismo de união dos cimentos
auto-adesivos se pela quelação de íons cálcio por grupos ácidos do cimento,
produzindo-se, assim, uma adesão química com a hidroxiapatita da estrutura dental
(GERTH et al., 2006). Por outro lado, o espectro do EDAX dos prolongamentos
formados pelo sistema Scotch Bond Multi - Uso Plus/RelyX™ ARC revelaram não ter
interação química com a dentina. Assim, a formação destes prolongamentos se
pela infiltração do sistema adesivo no interior dos túbulos dentinários promovendo
uma adesão micromecânica com a dentina.
Apesar de que neste estudo foram obtidos os maiores valores de resistência
de união com o cimento resinoso convencional, cabe ressaltar que
as interações
químicas entre o cimento auto-adesivo e a hidroxiapatita pode ser mais
importante, ao longo do tempo, em termos de adesão com a dentina
intraradicular que a hibridização da dentina, como sugerido previamente por
Bitter et al. (2009). No entanto, são requeridos futuros estudos que avaliem a
resistência adesiva ao longo do tempo destes materiais, assim como avaliar o
seu desempenho clinico.
É importante ressaltar que os pinos de fibra utilizados neste estudo são pré-
silanizados industrialmente (DT Ligth
®
Post SL, VDW
®
, Alemanha). Sua superfície
apresenta um revestimento silicato (SiO
X
) e silano (SiH
4
). Este tratamento visa
manter a rugosidade da superfície inicial do pino de fibra, a fim de
proporcionar retenção micromecânica e de criar uma ligação química entre o
silano do pino e os monômeros do cimento resinoso (FERRARI, 2008;
FERRARI et al., 2009; RADOVIC et al., 2008). A resistência de união entre estes
pinos e o cimento resinoso foi maior quando comparado aos diferentes tipos de
tratamento de superfície aplicados sobre os pinos convencionais (FERRARI, 2008;
FERRARI et al., 2009; RADOVIC et al., 2008). O pré-tratamento industrial, além
125
de simplificar o protocolo clínico de cimentação do pino, fornece uma melhor adesão
na interface pino/cimento resinoso (FERRARI, 2008; FERRARI et al., 2009;
RADOVIC et al., 2008). Provavelmente, os altos valores de resistência de união
obtidos neste estudo se devem a ligação química entre o silano do pino e os
monômeros dos cimentos resinosos testados, promovendo a criação de uma
unidade pino-cimento-dentina intrarradicular mecanicamente homogênea.
A respeito da região da raiz, existe muita controvérsia na literatura quanto
existir ou não diferença na aderência entre pino e cimento resinoso no diferentes
terços radiculares. As diferentes regiões radiculares apresentam diferentes
distribuições e densidades de túbulos dentinários (FERRARI et al., 2000b). Essas
densidades diminuem significativamente da região coronal à região apical do canal
radicular (BOUILLAGUET et al., 2003; FERRARI et al., 2000b; VICHI et al., 2002), e
estão diretamente relacionadas aos valores de resistência adesiva alcançados no
presente estudo. Todos os grupos deste estudo apresentaram os maiores valores no
terço cervical enquanto que os menores foram encontrados no terço apical. Estes
resultados estão de acordo com outros estudos que revelaram diferenças na
resistência adesiva regional (BITTER et al. 2006b; D’ARCANGELO et al., 2008,
FERRARI et al., 2000b; FERRARI et al., 2009; VICHI et al., 2002).
Na cimentação adesiva de pinos fibroresinosos no interior do canal radicular,
o fator-C (razão entre as superfícies aderidas e superfícies livres) pode variar de 20
a 100 ou até mesmo exceder 200 (BOUILLAGUET et al., 2003) e gerar numerosas
falhas na interface cimento/dentina. Os valores de resistência adesiva podem não
ser capazes de superar as tensões de contração geradas pela polimerização do
cimento, que a delgada camada a ser polimerizada, com superfícies livres
limitadas para a liberação das tensões, cria um cenário desfavorável quando se leva
em consideração o fator-C (TAY et al., 2005).
Os resultados deste estudo demonstraram que a maioria das falhas ocorreu
na interface cimento-dentina para todos os grupos, sugerindo que a interação entre
o fator-C do espaço do canal radicular e a contração de polimerização dos cimentos
resinosos auto-adesivos e o convencional pode ter resultado em condições
desfavoráveis à cimentação adesiva de pinos de fibra (TAY et al., 2005). Cabe
ressaltar, que houve uma menor quantidade de falhas adesivas mistas. Este achado
126
sugere que o pré-tratamento industrial do pino de fibra de quartzo promoveu um
aumento da resistência adesiva entre os cimentos resinosos e o pino.
De acordo com os achados deste estudo, os valores de resistência de união
foram influenciados pelo sistema adesivo e os cimentos resinosos utilizados. No
entanto, algumas dúvidas referentes ao desempenho ao longo do tempo destes
materiais, assim como a sua avaliação clínica devem ser esclarecidas em futuras
pesquisas. É preciso destacar, que os cimentos auto-adesivos apresentaram
variações importantes na resistência de união à dentina, sugerindo a necessidade
de realizar outros experimentos com o objetivo de otimizar a adesão destes
cimentos com a dentina.
127
7 CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos neste estudo pode se concluir que:
O cimento resinoso convencional associado a um sistema adesivo de
três passos promove uma maior resistência de união à dentina
intrarradicular quando comparado com cimentos resinosos auto-
adesivos.
128
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139
ANEXOS
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APÊNDICE
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