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com o deputado, a demora na construção de ferrovias no Piauí deve-se ao fato da “exiguidade
das verbas orçamentárias” do governo federal.
Nesse mesmo ano, a representação federal do Piauí, José Pires Rebelo
, Luís Mendes
Ribeiro Gonçalves
, Agenor Monte, Francisco Freire de Andrade
, Adelmar Rocha
e
Francisco Pires de Gayoso e Almendra
, produziu um memorial onde reivindicava ao
presidente Getúlio Vargas melhoramentos nos transportes do Estado e no qual indicava as
dificuldades na implantação de trechos ferroviários, as péssimas condições das auto-estradas
federais e a necessidade de construção do porto marítimo próprio. Acerca das ferrovias no
Piauí, o memorial trouxe um quadro comparativo das extensões ferroviárias dos Estados do
OS PROBLEMAS do Piauí. Diário Oficial, Teresina, ano 6, n. 130, 10 jun. 1936. p. 1.
José Pires Rebelo (Piripiri-PI, 1877 – Rio de Janeiro-GB, 1947). Engenheiro civil. Político. Formado pela
Escola Politécnica do antigo Distrito Federal. Diretor de Obras Públicas, Terras e Colonização (1908-1909),
na administração Anísio Auto de Abreu. Chefe da Comissão de Estudos da Estrada de Ferro Central do Piauí.
Intendente de Teresina, assumindo a Municipalidade em 30-10-1909, para o qual foi eleito em 04 de outubro
do mesmo ano. Renunciou ao cargo de Intendente em 18-08-1910. Elegeu-se deputado federal em duas
legislaturas: 1918-1920 e 1921-1923. Em 1923, galgou uma Cadeira no Senado Federal, na vaga deixada por
Félix Pacheco, permanecendo ininterruptamente na Câmara Alta até a 13ª legislatura (1927-1929). Voltou ao
Senado em 1935, tendo o seu mandato cassado com a dissolução do Congresso Nacional pelo Golpe de
Estado dado a Getúlio Vargas (1937). Ocupou no Senado o cargo de 2.º secretário. Pertenceu à Academia
Piauiense de Letras, Cadeira nº 16, cujo patrono é Taumaturgo Sotero Vaz.
Luís Mendes Ribeiro Gonçalves (Amarante-PI, 07-02-1895 – Rio de Janeiro-GB, 05-10-1984). Engenheiro.
Cientista. Político. Escritor. Formado em Engenharia Civil e Geográfica pela Escola Politécnica da Bahia
(1916). Dirigiu, no período entre 1916 a 1930, a Secretaria de Agricultura, Terras e Viação e Obras Públicas
do Estado. Ocupou outros cargos e funções: Diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as
Secas (DNOCS), membro vitalício do Conselho Diretor do Clube de Engenharia, Secretário-geral do
Departamento Nacional dos Correios e Telégrafos, e membro do Conselho Federal de Engenharia e
Arquitetura, etc. Enquanto político foi Senador da República nas legislaturas iniciadas em 1935 e 1947.
Colaborou em vários jornais do Piauí: A Imprensa, O Lírio, Estado do Piauí, Correio de Teresina, Correio do
Piauí, Diário Oficial e O Momento.
Francisco Freire de Andrade (Teresina-PI, 1888 – Rio de Janeiro-GB, 1968). Médico e político. Formado em
Medicina pela Faculdade da Bahia (1911). No Piauí, foi diretor do Departamento de Saúde Pública, do
Hospital de Alienados, hoje, Hospital Areolino de Abreu, e da Santa Casa de Misericórdia. Clínico Geral e
cirurgião. Na política foi eleito em 1933 suplente de deputado federal pelo estado natal à Assembléia
Nacional Constituinte. Foi empossado em janeiro de 1934, participando dos trabalhos constituintes. Reeleito
para um mandato de 1935 a 1937. Diretor da Instrução Pública. Vereador à Câmara Municipal de Teresina
(1925-1929).
Adelmar Soares da Rocha (Bertolínia-PI, 1892 – Rio de Janeiro, 1973). Médico, político e grande orador.
Formado em Medicina pela Faculdade do antigo Distrito Federal (1916). Na política participou movimento
revolucionário de 1924 e sofreu o afastamento do exército, exilando-se na Bolívia, na Argentina e no Uruguai.
Anistiado pela Revolução de 1930, retornou ao País. Nessa ocasião teve seu nome sugerido por Juarez
Távora, principal chefe revolucionário no Nordeste, para ocupar o cargo de Interventor Federal do Piauí.
Deputado federal pelo seu estado natal na legislatura de 1935 a 1937. Volta à Câmara dos Deputados em
1946, participando dos trabalhos constituintes e, com a promulgação da nova Carta Magna (18-09-1946),
passou a exercer o mandato ordinário. Nessa legislatura foi membro efetivo das comissões permanentes de
Obras Públicas e de Segurança Nacional. Pertenceu à Academia Piauiense de Letras, ocupando a Cadeira nº
16, cujo patrono é Taumaturgo Sotero Vaz.
Francisco Pires de Gayoso e Almendra (Rio de Janeiro-GB, 1901 – Teresina-PI, 1968). Médico. Professor.
Político. Formado em Medicina pela Faculdade da Bahia. Curso de especialização na Universidade de
Sorbone, na França. Foi diretor do Hospital de Alienados de Teresina. Membro e presidente do Conselho
Administrativo do Estado. Professor e diretor da antiga Faculdade de Direito. Deputado federal e constituinte
de 1935. Teve o mandato cassado com a dissolução do Congresso Nacional pelo Golpe de Estado dado por
Getúlio Vargas.