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Análise, aplicação e otimização de metodologias para elaboração de websites: O Design ergonômico na busca
da usabilidade e melhor interação humano computador
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação
Programa de Pós-graduação em Design
Análise, aplicação e otimização de metodologias para elaboração de websites:
O Design ergonômico na busca da usabilidade e melhor
interação humano-computador
Lúcia Satiko Nomiso
Bauru, 2010
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Análise, aplicação e otimização de metodologias para elaboração de websites: O Design ergonômico na busca
da usabilidade e melhor interação humano computador
Nomiso, Lúcia Satiko.
Análise, aplicação e otimização de metodologias
para elaboração de websites: O Design ergonômico na
busca da usabilidade e melhor interação humano-
computador / Lúcia Satiko Nomiso, 2010.
170 f. :il.
Orientador: Luis Carlos Paschoarelli
Dissertação (Mestrado)– Universidade Estadual
Paulista. Faculdade de Arquitetura, Artes e
Comunicação, Bauru, 2010
1. Design. 2. Testes de usabilidade. 3. Análise
heurística. 4. Análise com usuários. I. Universidade
Estadual Paulista. Faculdade de Arquitetura, Artes e
Comunicação. II. Título.
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Análise, aplicação e otimização de metodologias para elaboração de websites: O Design ergonômico na busca
da usabilidade e melhor interação humano computador
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação
Programa de Pós-Graduação em Design
Lúcia Satiko Nomiso
Análise, aplicação e otimização de metodologias para elaboração de websites:
O Design ergonômico na busca da usabilidade e melhor
interação humano-computador
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-graduação em Design da Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho,
linha de pesquisa Ergonomia, para
obtenção do título de mestre em Design.
Orientador: Prof. Dr.Luis Carlos Paschoarelli
Bauru, 2010
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Análise, aplicação e otimização de metodologias para elaboração de websites: O Design ergonômico na busca
da usabilidade e melhor interação humano computador
Banca examinadora
Titulares
______________________________________________
Prof. Dr. Luis Carlos Paschoarelli (orientador)
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
______________________________________________
Prof. Dr. João Pedro Albino
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
______________________________________________
Prof. Dr. José Carlos Plácido da Silva
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
Suplentes:
______________________________________________
Profª. Dra. Marizilda dos Santos Menezes
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
______________________________________________
Prof. Dr. Milton Koji Nakata
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
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Análise, aplicação e otimização de metodologias para elaboração de websites: O Design ergonômico na busca
da usabilidade e melhor interação humano computador
Agradecimentos
Agradeço a todos aqueles que, de forma direta ou indireta, contribuíram para a
realização desta pesquisa;
Especialmente agradeço os membros da banca de defesa, aos suplentes e aos
revisores pelas considerações e correções que permitiram aperfeiçoar essa pesquisa de
mestrado;
Agradeço aos professores João Pedro Albino, José Carlos Plácido da Silva, Marizilda
Menezes e Luis Carlos Paschoarelli, sempre muito atenciosos e dispostos a ajudar na
pesquisa;
Aos funcionários Helder Gelonezi e Silvio Decimone, sempre muito atenciosos;
Aos voluntários da pesquisa, sem os quais ela não teria sua essência;
Ao meu orientador, Luis Carlos Paschoarelli, que, mais que um orientador, foi
definitivamente um amigo que me apoiou nas horas mais decisivas da pesquisa, sempre
com palavras sinceras e encorajadoras, mostrando toda sua competência e sabedoria;
Ao meu querido pai Masahiro Nomiso (em memória), maior incentivador dos meus
estudos, à minha querida mãe Maria Junko Tanaka Nomiso, que, mesmo sem saber ao
certo detalhes da minha pesquisa, encorajou-me e ajudou-me sempre;
Aos meus irmãos, Marcos Tissato Nomiso, Cecília Massako Nomiso e Marta Yuriko
Nomiso, sempre alegres e prestativos;
E, principalmente, ao meu namorado e melhor amigo, Alex Dias Rodrigues, sempre
me apoiando em meus estudos e em tudo o que fez e tem feito por mim.
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Análise, aplicação e otimização de metodologias para elaboração de websites: O Design ergonômico na busca
da usabilidade e melhor interação humano computador
Resumo
As interfaces de sites institucionais devem basear-se em princípios de usabilidade,
cujo propósito é garantir a informação de forma segura, eficiente e efetiva às audiências e a
seus respectivos usuários. Os princípios teóricos sobre recomendações para o
desenvolvimento de sites apresentam-se amplamente disponíveis, mas a aplicação destes,
verificados com ferramentas especializadas, continuam sendo fundamentais para o alcance
da efetiva usabilidade. O presente estudo objetivou testar a ferramenta CMS (Content
Management System) durante o desenvolvimento de um site institucional do Programa de
Pós-graduação em Design da Universidade Estadual Paulista, visando ao melhoramento de
sua usabilidade. Os procedimentos metodológicos caracterizaram-se por cinco etapas,
iniciando-se pela revisão teórica e seguindo por aplicações laboratoriais e de simulações
práticas, as quais se caracterizaram pela evolução alternada de etapas de análise,
desenvolvimento de protótipo, e reanálise, resultando em um protótipo final. Esses
resultados foram considerados satisfatórios, pois foi verificado que a aplicação de
ferramentas CMS no desenvolvimento de sites institucionais melhora seus níveis de
usabilidade. Entretanto, a principal contribuição do presente estudo está na conquista de
novos conhecimentos decorrentes dos experimentos realizados, bem como no incremento
dos temas ligados ao design de interfaces, à usabilidade e à ergonomia informacional, os
quais colaboram de forma efetiva para o desenvolvimento do Design Ergonômico.
Palavras-chave: Design, testes de usabilidade, análise heurística, análise com
usuários, usabilidade de sites, ferramentas CMS, design informacional.
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Análise, aplicação e otimização de metodologias para elaboração de websites: O Design ergonômico na busca
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Abstract
The interfaces of institutional sites must be based on usability principles, whose
purpose is to ensure the security, efficient and effective information to audiences and their
users. The theoretical principles of recommendations for site development have become
widely available, but the implementation of them checked with specialized tools remain be
fundamental to the achievement of effective usability. This study aimed to test the CMS tool
(Content Management System) during the development of an institutional site of the
Graduate Program in Design at the Universidade Estadual Paulista intended to improve its
usability. The methodological procedures were characterized by five steps, starting by the
review theory and following by laboratory applications and practices simulations, which were
characterized by alternating stages of development testing, prototype development, and re-
analysis, resulting in a final prototype. These results were considered satisfactory, because it
was verified that the use of CMS tools in the development of institutional sites improved their
levels of usability. However, the main contribution of this study is to acquire new knowledge
resulting from experiments, as well as the increase in issues related to interface design,
usability and ergonomic information, which collaborate effectively for the development of
Ergonomic Design.
Keywords: Design, usability tests, heuristic analysis, users analysis, usability of
websites, SGC tools, informational design.
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Análise, aplicação e otimização de metodologias para elaboração de websites: O Design ergonômico na busca
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Lista de Figuras
FIGURA 1- METAS DA USABILIDADE E METAS DECORRENTES DA EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO. ADAPTADO DE:
PREECE, ROGERS E SHARP, 2005.................................................................................................... 32
FIGURA 2 TESTE COM CARD SORTING. FONTE:
HTTP
://WWW.DCC.UNICAMP.BR/~HANS/MC750/UIDESIGN/CARDSORT.GIF ............................................ 40
FIGURA 3 - CARD SORTING ABERTO E CARD SORTING FECHADO. FONTE: UXBLOG.LOCAWEB.COM.BRS ....... 41
FIGURA 4 EXEMPLO DE WIREFRAME. FONTE: HTTP://WEBINSIDER.UOL.COM.BR/IMG/WIREFRAME_02.GIF ... 42
FIGURA 5 ESTRUTURA DA USABILIDADE. FONTE: ISO 9241-11 ................................................................ 45
FIGURA 6 NOVO SITE INSTITUCIONAL DA USP (ACESSADO EM 10 DE OUTUBRO DE 2009) ......................... 70
FIGURA 7 NÚMERO DE USUÁRIO EM TESTES E QUANTIDADE DE PROBLEMAS ENCONTRADOS. BASEADO EM:
HTTP://WWW.USEIT.COM/ALERTBOX/20000319.HTML ........................................................................ 74
FIGURA 8 ESTRUTURA METODOLÓGICA .................................................................................................. 81
FIGURA 9 SITE INSTITUCIONAL DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN DA UNESP (ACESSADO EM
21 DE OUTUBRO DE 2009) ................................................................................................................ 82
FIGURA 10 PÁGINA DO GOOGLE INSIGHTS FOR SEARCH, COM 4 TERMOS INSERIDOS PARA PESQUISA ....... 89
FIGURA 11 - PÁGINA DO GOOGLE INSIGHTS FOR SEARCH, COM VISUALIZAÇÃO DOS RESULTADOS DO TERMO
SELEÇÃO (ACESSADO EM 25 DE OUTUBRO DE 2009) ....................................................................... 90
FIGURA 12 - PÁGINA DO GOOGLE INSIGHTS FOR SEARCH, COM VISUALIZAÇÃO DOS RESULTADOS DO TERMO
PROCESSO SELETIVO (ACESSADO EM 25 DE OUTUBRO DE 2009) ..................................................... 91
FIGURA 13 FERRAMENTA CARDSORT .................................................................................................... 92
FIGURA 14 RESULTADO DA VALIDAÇÃO DO CSS DO SITE INSTITUCIONAL DO PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO DA UNESP (ACESSADO EM 13 DE OUTUBRO DE 2009) .................................................. 95
FIGURA 15 RESULTADO DA VALIDAÇÃO DO XHTML DO SITE INSTITUCIONAL DO PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO DA UNESP (ACESSADO EM 13 DE OUTUBRO DE 2009) .................................................. 95
FIGURA 16 VALIDADOR DE ACESSIBILIDADE DASILVA (ACESSADO EM 20 DE OUTUBRO DE 2009) ............... 96
FIGURA 17 SITE INSTITUCIONAL DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN DA UNESP COM
MARCAÇÃO D CAMINHO REALIZADO PELO LEITOR DE TELAS
DOS-VOX ............................................... 97
FIGURA 18 PÁGINA NÃO PADRONIZADA ................................................................................................... 99
FIGURA 19 ARQUIVO DE EXTENSÃO NÃO GRATUITA NO SITE ................................................................... 100
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FIGURA 20 PÁGINA COM INDICADORES BREADCRUMB E ITEM DE MENU ATIVADO .................................. 100
FIGURA 21 LINK PARA BAIXAR MODELO DE DOCUMENTO (ACESSADO EM 20 DE MAIO DE 2008) ................ 103
FIGURA 22 RECORTE DO REGULAMENTO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN DA UNESP
(ACESSADO EM 20 DE MAIO DE 2008) ............................................................................................. 105
FIGURA 23 - RESULTADOS DO TESTE REALIZADO COM A METODOLOGIA CARD SORTING ............................ 107
FIGURA 24- TELA DA FERRAMENTA MICROSOFT EXPRESSION BLEND+SKETCHFLOW ................................ 110
FIGURA 25- PROTÓTIPO DO SITE INSTITUCIONAL, CRIADO PARA TESTE EXPLORATÓRIO............................... 111
FIGURA 26 - RESPOSTAS DA PERGUNTA : “QUAL A SUA RELAÇÃO COM A PÓS-GRADUAÇÃO?” .................... 112
FIGURA 27 - PORCENTAGEM DE USUÁRIOS QUE CONSEGUIRAM REALIZAR A TAREFA 1 ............................... 112
FIGURA 28 - PORCENTAGEM DE USUÁRIOS QUE CONSEGUIRAM REALIZAR A TAREFA 2 ............................... 113
FIGURA 29 PAINEL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARTIGOS DO JOOMLA! VERSÃO 1.5 ....................................... 114
FIGURA 30 LINKS EXISTENTES NO SITE (NÃO VISITADO VISITADO) ........................................................ 115
FIGURA 31 CONTEÚDO DO SITE COM DESTAQUE E IMAGENS .................................................................. 115
FIGURA 32 BUSCADOR DO SITE E OS RESULTADOS ENCONTRADOS PARA A PALAVRA UNESP” ................. 116
FIGURA 33 PÁGINA EXTENSA QUEBRADA EM VÁRIAS SUB-PÁGINAS. ........................................................ 116
FIGURA 34 MENU VERTICAL E HORIZONTAL DO SITE (EM DESTAQUE) ..................................................... 117
FIGURA 35 VALIDADOR W3C PARA XTML, SEM APRESENTAÇÃO DE ERROS NA PÁGINA INICIAL ............... 118
FIGURA 36 VALIDADOR W3C PARA CSS SEM APRESENTAÇÃO DE ERROS NA PÁGINA INICIAL ................ 118
FIGURA 37 VALIDADOR DE ACESSIBILIDADE DASILVA COM APRESENTAÇÃO DE ERROS MENOS RELEVANTE NA
PÁGINA INICIAL ............................................................................................................................... 119
FIGURA 38 ORDEM DE NAVEGAÇÃO DO LEITOR DE TELA (DOS-VOX) ....................................................... 120
FIGURA 39 ATALHOS DE AUXÍLIO PARA DEFICIENTES VISUAIS, VISÍVEL APENAS PARA NAVEGAÇÃO PELA TECLA
TAB ............................................................................................................................................... 120
FIGURA 40 BREADCRUMB E MENU LATERAL ESQUERDO COM ITEM ATIVADO ............................................ 121
FIGURA 41 ÍCONE NO BOTÃO PESQUISAR .............................................................................................. 121
FIGURA 42 NAS NOTÍCIAS FOI INSERIDO IMAGENS ................................................................................. 122
FIGURA 43 PÁGINA COM DUAS CHAMADAS (RESUMO DO ARTIGO), NA ENTRADA ...................................... 122
FIGURA 44 OPÇÃO PARA AUMENTAR O TEXTO DA PÁGINA ...................................................................... 123
FIGURA 45 INSERÇÃO DE PAGINAÇÃO, PARA DEIXAR O CONTEÚDO MENOS DENSO .................................. 123
FIGURA 46 CONTEÚDO DO SITE COM IMAGENS E MARCAÇÕES DE TÍTULOS E BLOCOS .............................. 124
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FIGURA 47 REDESIGN DO SITE INSTITUCIONAL EM PLATAFORMA JOOMLA! 1.5 ........................................ 125
FIGURA 48 SITE REESTRUTURADO COM ACESSO RESTRITO APENAS PARA USUÁRIOS CADASTRADOS ....... 126
FIGURA 49 PERFIL DOS SUJEITOS INTERESSE EM CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ..................................... 126
FIGURA 50 PERFIL DOS SUJEITOS USO DA INTERNET .......................................................................... 127
FIGURA 51 RESPOSTAS TAREFA 1 ........................................................................................................ 127
FIGURA 52 RESPOSTAS DA TAREFA 3 ................................................................................................... 128
FIGURA 53 RESPOSTA DO QUESTIONÁRIO DE SATISFAÇÃO .................................................................... 129
FIGURA 54 PERFIL DOS SUJEITOS INTERESSE NO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO .................................... 130
FIGURA 55 PERFIL DOS SUJEITOS USO DA INTERNET .......................................................................... 131
FIGURA 56 INFORMAÇÃO DO ARTIGO DESTACADO EM TABELA ................................................................ 131
FIGURA 57 RESPOSTAS DA TAREFA 4 ................................................................................................... 132
FIGURA 58 RESPOSTA DO QUESTIONÁRIO DE SATISFAÇÃO .................................................................... 133
FIGURA 59 VERSÃO FINAL DO PROTÓTIPO, DESENVOLVIDO EM FERRAMENTA CMS JOOMLA! V.1.5 .......... 134
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Lista de Tabelas
TABELA 1 VINTE PAÍSES QUE MAIS ACESSAM A INTERNET, FONTE: INTERNET WORLD STATS. .................... 24
TABELA 2 ESTATÍSTICAS DE USO DE NAVEGADORES FONTE: WWW.W3SCHOOLS.COM ......................... 50
TABELA 3 TAMANHO DE FONTES IDEAIS PARA CADA TIPO DE USUÁRIO. ..................................................... 60
TABELA 4 10 COMBINAÇÕES MAIS BEM CLASSIFICADAS. FONTE: FARINA, PEREZ E BASTOS (2006). .... 62
TABELA 5 RESULTADO DA OCORRÊNCIA DE MESMAS CATEGORIAS NOS SITES INSTITUCIONAIS ANALISADOS 88
TABELA 6 PROBLEMAS DE USABILIDADE DE ALTO IMPACTO ....................................................................... 93
TABELA 7 PROBLEMAS DE USABILIDADE DE MÉDIO IMPACTO ................................................................... 93
TABELA 8 PROBLEMAS DE USABILIDADE DE BAIXO IMPACTO .................................................................... 94
TABELA 9 TABELA DE MÉDIAS DOS ERROS E ALERTAS APRESENTADOS ..................................................... 97
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Sumário
1. Introdução ............................................................................................ 19
1.1. O Problema ................................................................................................. 21
1.2. Questão de Pesquisa ................................................................................. 22
2. Revisão Teórica ................................................................................... 23
2.1. Páginas web ................................................................................................ 23
2.2. Usabilidade ................................................................................................. 24
2.3. Problemas de usabilidade que ainda persistem ..................................... 33
2.4. Arquitetura de Informação e Navegação .................................................. 37
2.4.1 Método Card Sorting .......................................................................................... 40
2.4.2 Wireframes .......................................................................................................... 41
2.5. Padrões de Qualidade ................................................................................ 44
2.5.1 Normas de Interação Homem-Computador (IHC) ........................................... 44
2.5.2 ISO de Qualidade de Software .......................................................................... 47
2.6. W3C ............................................................................................................. 48
2.7. Navegadores de Internet e suas Funções ................................................ 49
2.8. Acessibilidade ............................................................................................ 50
2.8.1 Tecnologias Assistivas ..................................................................................... 54
2.9. Fatores estéticos que potencializam a usabilidade da web ................... 58
2.9.1 Tipografia ............................................................................................................ 59
2.9.2 Cores ................................................................................................................... 61
2.10. Otimização de sistemas de busca - SEO ................................................. 63
2.10.1 Buscas Internas .................................................................................................. 66
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2.11. Ferramentas SGC ou CMS ......................................................................... 67
2.11.1 Joomla (Ferramenta SGC) ................................................................................. 68
2.12. Sobre os testes de Usabilidade ................................................................ 70
2.12.1 Análise Heurística .............................................................................................. 71
2.12.2 Análise de Observação ...................................................................................... 72
2.12.3 Limitações dos testes de usabilidade .............................................................. 75
2.12.4 Tipos de testes ................................................................................................... 75
2.12.4.1Teste Exploratório/Formativo ....................................................................... 75
2.12.4.2Teste de Avaliação/Resumido ..................................................................... 76
2.12.4.3Teste de Validação/Verificação ................................................................... 77
2.12.4.4Teste de Comparação ................................................................................. 78
3. Objetivos da Pesquisa ......................................................................... 80
4. Materiais, Métodos e Resultados ....................................................... 81
4.1. Estrutura Metodológica ............................................................................. 81
4.2. Aspectos Éticos .......................................................................................... 82
4.3. Objeto de Análise ....................................................................................... 82
4.4. Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo .................................................... 83
4.4.1. Análise Heurística .............................................................................................. 83
4.4.1.1.Problemas de usabilidade segundo Nielsen ................................................. 83
4.4.1.2.Recomendações da W3C ............................................................................. 83
4.4.1.3.Acessibilidade ............................................................................................... 84
4.4.1.4.Princípios Usabilidade de autores citados .................................................... 85
4.4.2. Análise com Usuários ........................................................................................ 85
4.4.2.1.Avaliação da Arquitetura de Informação ....................................................... 85
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4.4.2.2.Fatores de Design do site Institucional ......................................................... 86
4.4.2.3.Card Sorting .................................................................................................. 86
4.4.3. Análise dos dados da Etapa 2 .......................................................................... 93
4.4.3.1.Problemas de usabilidade que ainda persistem ........................................... 93
4.4.3.2.Não cumprimento das recomendações da W3C .......................................... 94
4.4.3.3.Problemas com a Acessibilidade do site ...................................................... 96
4.4.3.4.Lista de recomendação dos autores ............................................................. 98
4.4.3.5.Problemas com a Arquitetura da Informação ............................................... 102
4.4.3.6.Problemas com os Fatores de design .......................................................... 105
4.4.3.7.Método Card Sorting ..................................................................................... 106
4.5. Etapa 3 – Redesign do Objeto ................................................................. 109
4.6. Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign ............ 110
4.6.1 Teste Formativo/Exploratório ......................................................................... 110
4.6.1.1.Resultados do Teste Exploratório/Formativo ................................................ 111
4.6.2 Teste de Avaliação/Resumido ........................................................................ 114
4.6.2.1.Resultados do Teste de Avaliação/Resumido .............................................. 126
4.6.3 Teste de Validação/Verificação ....................................................................... 129
4.6.3.1.Resultados do Teste de Validação/Verificação ............................................ 130
4.6.4 Versão final do protótipo desenvolvido na pesquisa ................................... 133
5. Considerações Finais ........................................................................ 135
6. Referências Bibliográficas ................................................................ 139
7. Apêndices ........................................................................................... 147
7.1. Apêndice A – Análise Heurística de Problemas de Usabilidade .......... 147
7.2. Apêndice B – Análise Heurística das Recomendações da W3C .......... 148
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7.3. Apêndice C – Análise Heurística de Acessibilidade ............................. 149
7.4. Apêndice D – Análise Heurística dos Princípios de Usabilidade ........ 150
7.5. Apêndice E – Análise com Usuários sobre AI (graduação) ................. 151
7.6. Apêndice F – Análise com Usuários sobre AI (pós-graduação) .......... 154
7.7. Apêndice G – Análise com Usuários sobre os Fatores de Design ...... 157
7.8. Apêndice H – Análise com Usuários Método Card Sorting .................. 159
7.9. Apêndice I – Teste Exploratório/Formativo ........................................... 160
7.10. Apêndice J – Teste de Avaliação/Resumido .......................................... 163
7.11. Apêndice K – Teste de Validação/Verificação ....................................... 166
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Glossário
Acessibilidade na
web
Permitir o acesso à web por todos
independentemente do tipo de usuário, situação ou
ferramenta.
Arquitetura de
informação
Expressão criada por WURMAN (1996), durante a
década de 1970, sobre a nova disciplina que
surgia, com o objetivo de organizar o fluxo da
informação para torná-la mais clara e
compreensível.
Blog
É um site, cuja estrutura permite atualizações
rápidas por meio de artigos que são normalmente
organizados em ordem cronológica inversa.
Breadcrumb
Recurso de navegação utilizado em páginas da
internet para informar o caminho realizado pelo
usuário dentro do site.
Card Sorting
Método que auxilia na organização e na
estruturação do fluxo da informação de um site.
Feedback
Informação gerada pelo sistema como resposta a
um determinado comando realizado.
Flash
Ferramenta da empresa Adobe que elabora
animações para uso na web.
Guideline
Manual de guia, de orientação.
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Heurística
Conjunto de métodos que permitem chegar à
descoberta ou à resolução de problemas.
Hipermídia
Informações disponíveis em multimídia: texto,
áudio, vídeo, animações etc.
HTML
Linguagem de marcação utilizada para escrever
páginas na web (HyperText Markup Language).
ISO
Organização Internacional de Normalização.
Layout
Esboço que mostra a distribuição física, os
tamanhos e os pesos de elementos em
determinado espaço.
Legibilidade
Qualidade do que é legível.
Metadados
Facilitam o entendimento dos relacionamentos das
informações dos dados. É um dicionário de dados.
Software
Programa de computador que executa uma
sequência de instruções.
Tags
São estruturas de linguagem de marcação que
possuem breves instruções. Possui uma marcação
de início e de fim.
Tecnologias
Assistivas
Quaisquer tipos de tecnologias especificamente
concebidas para auxiliar pessoas com
incapacidades ou necessidades especiais a
executarem atividades do cotidiano.
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Usabilidade
Medida que indica o quanto um produto pode ser
usado por usuários específicos para alcançar
objetivos específicos.
XHTML
Extensão da linguagem de marcação HTML.
W3C
World Wide Web Consortium – é o principal
consórcio de padronização e de regras para a
exibição de conteúdos para todos os navegadores
de internet
Website
Página hipertextual disponibilizada na internet.
Wikis
Software colaborativo que permite a edição
coletiva dos documentos utilizando um sistema que
não necessite de revisão antes da publicação.
Wireframe
Representação do layout básico, da organização e
da arquitetura da informação de um site.
WWW
World Wide Web – internet baseada em
hipermídia.
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Siglas
AI
Arquitetura de Informação
Anhembi
Universidade Anhembi Morumbi
ANSI American National Standards Institute
CERN Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire
CHI Computer-Human interaction
CMS Content Managment System
DCU
Design Centrado no Usuário
ESDI- UERJ
Escola Superior de Desenho Industrial – Universidade do
Estado do Rio de Janeiro
HCI Human-Computer Interaction
HMI Human-Machine Interface
HTML Hyper Text Markup Language
ICH
Interação Computador-Humano
IE Internet Explorer
IHC
Interação Humano-Computador
IHM
Interface Homem-Máquina
ISO International Organization for Standardization
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NCSA National Center for Supercomputing Applications
PUC-RIO
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
SENAC
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SEO Search Engine Optmization
SERPRO
Serviço Federal de Processamento de Dados
UCD User-Centered Design
UFPE
Universidade Federal de Pernambuco
UFPR
Universidade Federal do Paraná
UFRGS
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UNESP
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
UNIRITTER
Centro Universitário Ritter dos Reis
UNISINOS
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
URL Uniform Resource Locator
W3C World Wide Web Consortium
WWW World Wide Web
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
1. Introdução
Nos últimos anos, a distribuição da informação digital cresceu de tal modo que a
preocupação com a usabilidade em websites não pode ser mais encarada como “algo a
mais no site”, e sim como “parte essencial” para que este realize sua função básica, que é o
acesso à informação. Os estudos sobre recomendações de usabilidade mostram-se
merecedores de grande atenção, visto que auxiliam na utilização dos websites, eliminando
constrangimentos dos usuários.
A informação distribuída na web deve ser vista com um bom grau de confiabilidade,
porém o seu mau planejamento impossibilita que seus usuários a utilizem como uma fonte
segura e de referência. Esse estudo visa analisar e testar metodologias utilizadas na
elaboração de websites que focam na obtenção de uma maior usabilidade e, quando
possível, aprimorá-las.
Nesse sentido, propôs-se focar na análise de usabilidade do site Institucional do
Programa de Pós-graduação em Design da UNESP, visto que esses modelos de sites
exigem um maior grau de usabilidade e acessibilidade.
Atualmente, muitos sites possuem um caráter apelativo para o visual, não priorizando
a informação e tornando-se apenas interessante instantaneamente, sem agregar valor de
usabilidade. Páginas web devem ser encaradas como um meio de comunicação e
informação séria, que facilitam as necessidades dos usuários.
Os estudos em design ergonômico contribuem para uma melhor interação entre
homem e computador; e os sites de serviços estão cada vez mais presentes no dia a dia,
uma vez que transações bancárias, inscrições em concursos ou cursos educacionais são
uma realidade cada vez mais presente para o ser humano. Portanto, a qualidade
ergonômica em sites necessita de maior atenção, visto que a web é um “produto” muito
20
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
procurado por sujeitos de diversas faixas etárias e, muitas vezes, por portadores de algum
tipo de deficiência.
Esse estudo inicia-se com uma revisão bibliográfica que aborda assuntos que
influenciam na usabilidade de websites, como: Arquitetura de Informação; Navegação;
Padrões Internacionais de usabilidade (ISO); Recomendações da W3C (World Wide Web
Consortium), principal consórcio de padronização e regras para os navegadores de exibição
das páginas web; Acessibilidade, que é um tema que merece ser estudado e desenvolvido
com mais cuidado pelos pesquisadores; Mecanismos de Buscas e Fatores de design que
ajudam a potencializar a usabilidade de websites. Foram levantados também problemas que
persistem e que raramente são corrigidos, mesmo com a consciência dos desenvolvedores,
projetores e designers.
Todas essas metodologias foram aplicadas no objeto em estudo, e todos os dados
coletados foram avaliados e discutidos. Após identificação dos problemas de usabilidade, o
site foi “reprojetado” e apresentado em uma nova versão, seguindo as recomendações de
usabilidade e buscando a melhor interação com o usuário final, o que permitiu uma nova
avaliação.
Para que isso fosse possível, a pesquisa foi dividida em cinco etapas:
1ª Etapa: Realização da revisão teórica;
2ª Etapa: Realização de análises heurísticas e análises com usuários com o objeto de
estudo;
3ª Etapa: Reformulação do objeto de estudo, por meio do uso de ferramentas de
prototipagem e para construção de sites. As alterações necessárias referentes à usabilidade
(coletadas na 2ª etapa) foram aplicadas;
21
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
4ª Etapa: Três testes de usabilidade foram aplicados no objeto de estudo reformulado.
Os testes foram realizados com usuários potenciais, os problemas coletados em cada teste
foram listados e corrigidos antes da realização do teste seguinte. Essa tentativa de
aprimoramento visava ao desenvolvimento de um protótipo final com os tópicos de
usabilidade aplicados;
5ª Etapa: Considerações finais.
1.1. O problema
A utilização de websites passou a ser uma rotina e uma ferramenta cada vez mais
constante de trabalho. Sites mal projetados não informam o conteúdo que o usuário procura
e este, por sua vez, é cada vez menos tolerante a sites complexos. Portanto, a usabilidade
passou a ser uma necessidade, e essa necessidade é composta por assuntos que criadores
e desenvolvedores de sites precisam ter conhecimento para proporcionar uma navegação
na internet mais amigável ao usuário final.
Segundo NIELSEN e LORENGER (2007), os problemas de usabilidade são
ponderados e classificados de acordo com sua gravidade, e os resultados mostram que as
insatisfações estão repartidas em vários elementos que constituem um site, como: recursos
de pesquisa, arquitetura da informação, legibilidade da informação, qualidade da informação
apresentada, classificação inadequada de categorias, layout não muito rico, fluxo de
trabalho confuso, navegação confusa, entre outros problemas merecedores de atenção por
parte de projetistas, desenvolvedores e designers.
As ferramentas de gerenciamento de conteúdo, CMSs (Content Managment System),
são utilizadas atualmente como um formato base na construção de sites. O uso dessas
ferramentas tem crescido devido às preocupações que apresentam quanto à acessibilidade,
padronização de código e facilidade na atualização de conteúdos. No presente estudo,
22
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
questiona-se se a utilização de ferramentas CMS na elaboração de sites pode proporcionar
ambientes com princípios de usabilidade satisfatórios.
1.2. Questão de pesquisa
A pesquisa será baseada no estudo e na análise de metodologias de avaliação da
usabilidade de websites. As metodologias abordam assuntos diferentes, porém que
compõem a grande área da usabilidade de páginas web. Serão testadas e aprimoradas as
metodologias para a análise da qualidade da arquitetura de informação e da navegação do
site, acessibilidade, mecanismos de busca da informação contida no site, padrões de
qualidade e outros assuntos que estejam relacionados com a usabilidade em sites. Como
websites sobrevivem da alimentação de conteúdo, para a pesquisa será analisada uma
ferramenta que auxilia na atualização dos conteúdos com uma interface mais amigável ao
usuário. Essa ferramenta ameniza problemas da falta de atualização do conteúdo de um site
que faz com que o usuário se interesse menos pelo site. Acredita-se que com as
metodologias e com os testes abordados no presente estudo, os sites possam obter um
nível maior de usabilidade e satisfação do usuário.
23
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
2. Revisão teórica
2.1. Páginas web
A web surgiu em 1990 com a criação da linguagem HTML (Hyper Text Markup
Language), que é uma linguagem de marcação utilizada para produzir páginas web e que
pode ser interpretada por navegadores (exemplo: Internet Explorer, Firefox, Chrome, Opera,
entre outros). Tim Berners Lee, além de inventar a linguagem HTML, inventou o WWW
(World Wide Web), internet baseada em hipermídia no Laboratório CERN (do francês
Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire), na Suíça (MARTINEZ, 2000). Em 1993,
surgiu o primeiro navegador multimídia: o Mosaic, produzido pelo NCSA (National Center for
Supercomputing Applications). A partir de então, a web se supera a cada dia, com
novidades tecnológicas que beneficiam a distribuição da informação de forma instantânea.
Segundo dados da Internet World Stats, website internacional que apresenta dados
sobre usuários da internet e estatísticas de população, os 20 países que mais acessam a
internet (Tabela 1) possuem 76,8% de todos os usuários do mundo. É interessante analisar
que o Brasil se encontra em quinto lugar, com 67.510.400 de usuários e crescimento de
1.250,2% entre os anos 2000 e 2008, representando 4,2% dos usuários de internet no
mundo.
Uma página da web é composta por uma série de nós que, segundo LÉVY (1997),
denomina-se hipertexto, elemento de conexão para outras informações (textos, imagens,
sons etc.). A evolução da tecnologia da informação e das telecomunicações permite a busca
da informação na rede de forma crescente, independentemente da localização geográfica
em que ela se encontra. Essa rede cresce de maneira não linear e se liga a várias outras
não lineares. Quando as páginas são mal projetadas, acarretam numa série de problemas
de usabilidade devido a sua sobrecarga informacional, que nem sempre possui uma boa
qualidade, dificultando a assimilação e a contextualização da informação correta.
24
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
TABELA 1- VINTE PAÍSES QUE MAIS ACESSAM A INTERNET. FONTE: INTERNET WORLD STATS
Os 20 países que mais acessam a internet*
País ou
região
População
em 2008
Usuários até
última
atualização*
*
% da
População
(disseminação)
Crescimento
2000 a 2008
% de
usuários
no
mundo
China 1.330.044.605 298.000.000 22,4 % 1.244,4 % 18,7 %
Estados
Unidos
304.228.257 227.190.989 74,7 % 138,3 % 14,2 %
Japão 127.288.419 94.000.000 73,8 % 99,7 % 5,9 %
Índia 1.147.995.898 81.000.000 7,1 % 1.520 % 5,1 %
Brasil 196.342.587 67.510.400 34,4 % 1.250,2 % 4,2 %
Alemanha 82.369.548 55.221.183 67 % 130,1 % 3,5 %
Reino Unido 60.943.912 43.753.600 71,8 % 184,1 % 2,7 %
França 62.150.775 40.858.353 65,7 % 380,7 % 2,6 %
Rússia 140.702.094 38.000.000 27 % 1.125,8 % 2,4 %
Coreia do Sul 48.379.392 36.794.800 76,1 % 93,3 % 2,3 %
Espanha 40.491.051 28.552.604 70,5 % 429,9 % 1,8 %
Itália 58.145.321 28.388.926 48,8 % 115 % 1,8 %
México 109.955.400 27.400.000 24,9 % 910,2 % 1,7 %
Turquia 75.793.836 26.500.000 35 % 1.225 % 1,7 %
Indonésia 237.572.355 25.000.000 10,5 % 1.150 % 1,6 %
Canadá 33.212.696 23.999.500 72,3 % 89,0 % 1,5 %
Irã 65.875.223 23.000.000 34,9 % 9.100 % 1,4 %
Vietnã 86.116.559 20.993.374 24,4 % 10.396,7 % 1,3 %
Polônia 38.500.696 20.020.362 52 % 615 % 1,3 %
Argentina 40.481.998 20.000.000 49,4 % 700 % 1,3 %
NOTAS: *As informações de usuários mais recentes vêm dos dados publicados por Nielsen Online,
União Internacional de Telecomunicação, relatórios oficiais dos países e outras fontes de pesquisa
fidedignas. ** As estatísticas de usuários da internet no mundo foram atualizadas em 31 de março de
2009.
Segundo MARTINEZ (2000), a web tornou-se rapidamente um poderoso meio de
divulgação de informação. Uma informação publicada em HTML pode ser acessada por
pessoas em qualquer parte do mundo e em diferentes plataformas, tais como: PC, Mac,
Sun, Silicon Graphics, entre outras existentes.
2.2. Usabilidade
O design de websites orientado para a usabilidade é um processo que foca no usuário
e que analisa a usabilidade, a qualidade da informação e a interação, acessando ou não o
website divulgado na web.
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Para NIELSEN (1993), existe uma confusão nas terminologias para descrever o que é
“amigável ao usuário”, pois dentre as terminologias que existem ou existiam se destacam:
ICH (Interação Computador-Humano), que era em inglês CHI (Computer-Human
Interaction), a qual foi mudada para IHC (Interação Humano-Computador), do Inglês HCI
(Human-Computer Interaction) – a diferença entre os termos é que, na segunda opção, a
palavra “humano” vinha em primeiro lugar; DCU (Design Centrado no Usuário), do inglês
UCD (User-Centered Design); IHM (Interface Homem-Máquina), do inglês MMI (Man-
Machine Interface); IHM (Interface Humano-Máquina), em inglês HMI (Human-Machine
Interface). Portanto, todas essas descrições tendem a usar o termo “Usabilidade”, que é o
termo aplicado em seus estudos para descrever o que é amigável ao usuário.
Independentemente dos termos que serão apresentados no presente estudo, é
importante ressaltar que o interesse deste é a geração de novos conhecimentos e a
discussão dos melhores caminhos para o amadurecimento do assunto usabilidade de
websites.
NIELSEN (1993) lembra que a usabilidade não é uma propriedade única. A
usabilidade possui componentes múltiplos e é associada a cinco atributos:
Aprendizagem: O sistema deveria ser fácil de aprender e os usuários rapidamente
começariam a realizar suas tarefas quando em contato com ele. A aprendizagem é o
mais fundamental atributo da usabilidade. Os sistemas deveriam ser fáceis de
aprender por seus usuários, especialmente nas primeiras experiências de uso.
Eficiência: O sistema deveria ser eficiente ao ser usado para que, uma vez
aprendido, obter um alto nível de produtividade.
Memorização: O sistema deveria ser fácil de ser relembrado. Assim, quando o
usuário retornasse para o sistema, depois de certo tempo sem utilizá-lo, não teria
problemas em aprender novamente ou em executar as tarefas.
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Erros: O sistema deveria ter baixo índice de erros. Assim, os usuários teriam poucos
erros durante o uso do sistema e, se acontecesse alguma falha, seria fácil de
recuperar. Erros graves não deveriam ocorrer.
Satisfação: O sistema deveria ser agradável de utilizar. Dessa maneira, os usuários
ficariam subjetivamente satisfeitos quando o utilizassem e o aceitariam melhor.
PREECE, ROGERS e SHARP (2005) também possuem uma visão semelhante ao de
NIELSEN (1993). Eles definem as seguintes metas de usabilidade:
Ser eficaz no uso. Eficácia: O sistema é capaz de permitir que as pessoas
aprendam bem, realizem seu trabalho de forma eficiente e acessem as informações
de que necessitam.
Ser eficiente no uso. Eficiência: Uma vez que os usuários tiverem aprendido como
utilizar um sistema para realizar suas tarefas, conseguirão manter um alto nível de
produtividade.
Ser seguro no uso. Segurança: O sistema previne os usuários de cometerem erros
graves e, se mesmo assim o fizerem, permite que esses erros sejam recuperados
facilmente.
Ser fácil de aprender. Learnability: Quão fácil é e que tempo se leva para (i) iniciar
o uso das tarefas fundamentais de um sistema e (ii) aprender o conjunto de
operações necessárias para realizar um grupo mais amplo de tarefas.
Ser fácil de lembrar como se usa. Memorability: Que tipos de suporte de interface
foram fornecidos com o objetivo de auxiliar os usuários a lembrar como realizar
tarefas, especialmente para sistemas e operações que não são utilizados com muita
frequência.
27
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Para RUBIN e CHISNELL (2008), a usabilidade existe quando o produto ou o serviço é
verdadeiramente usável. O usuário consegue realizar uma tarefa e sabe qual o caminho
para chegar naquilo que deseja, sem obstáculos, hesitação ou questionamentos. Para tornar
um produto com usabilidade, ele precisa ser: usável, eficiente, efetivo, satisfatório,
aprendível e acessível, pois a acessibilidade e a usabilidade são complementares.
A verdadeira usabilidade é invisível. Se algo está funcionando, o desenvolvedor nunca
é avisado que o produto funciona. Por exemplo, se a temperatura do quarto é confortável,
não há reclamações.
Mas o aprimoramento da usabilidade de produtos precisa ser contínuo. Quão usável é
o produto? É possível deixar mais usável para os usuários realizarem as metas? Qual é o
valor do melhoramento? A maior parte dos profissionais gasta seu tempo eliminando
problemas de projeto, tentando minimizar a frustração dos usuários (RUBIN e CHISNELL,
2008).
Para a presente pesquisa, o termo “desenvolvedor(es)” será utilizado para determinar
qualquer pessoa que esteja envolvida no desenvolvimento do produto/projeto, incluindo
designers, programadores, webdesigners, arquitetos de informação e demais profissionais.
RUBIN e CHISNELL (2008) apresentam cinco razões para os produtos serem difíceis
de usar:
1- O desenvolvimento é focado para máquina e sistema
Durante o planejamento e o desenvolvimento do produto, a importância/ênfase e o
foco são mais voltados para o sistema e para a máquina, e não para o usuário final.
Existem três componentes que devemos considerar para qualquer situação de
performance do ser humano: o humano, o contexto e a atividade.
28
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Porém, essas preocupações não costumam incomodar os desenvolvedores, porque
existe uma suposição de que, já que os humanos são adaptáveis e flexíveis, é mais
fácil deixá-los se adaptarem. Desenvolvedores ficam mais confortáveis ao trabalharem
enganosamente, tornando os ambientes confusos e ambíguos à existência humana.
Além disso, contam, na maior parte das vezes, com as habilidades das pessoas para
resolverem os problemas técnicos. Desenvolvedores e designers fazem os produtos e,
muitas vezes, testam apenas entre si, sem considerar o usuário final.
2- Os objetivos dos usuários mudam
Os usuários de algum tempo atrás tinham pouco conhecimento técnico de
computadores e pouca paciência para pensarem na hora de adquirir um produto. Os
usuários atuais estão mais exigentes e não procuram mais a tecnologia como status, e
sim como uma ferramenta que eles possam realmente utilizar.
3- Projetar produtos usáveis é uma tarefa complexa
O princípio da usabilidade ainda não é óbvio entre os desenvolvedores. Existe uma
grande necessidade para entender o que é um “senso comum” no processo de
planejamento de produtos mais usáveis para os usuários finais.
4- A equipe especialista nem sempre trabalha em um caminho integrado
Muitas vezes, o visual, a ajuda do sistema e os manuais são desenvolvidos e
elaborados por equipes separadas que se comunicam muito pouco durante o processo
de desenvolvimento. Felizmente, algumas empresas iniciaram o desenvolvimento de
equipes multidisciplinares para resolverem o problema.
5- Projetar e implementar não é a mesma coisa
Projetar, nesse caso, está relacionado a como os produtos se relacionam,
considerando que a implementação está relacionada a como eles trabalham. A nova
29
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
geração de programadores de linguagem e a existência de ferramentas de
desenvolvimento automático de código diminuem o desafio da implementação.
Entretanto, com essa mudança, a responsabilidade do projetor aumenta.
NIELSEN e LORANGER (2007) informam que os desenvolvedores de páginas web
possuem menos de dois minutos para se comunicarem com um usuário potencial. Cada
página é obrigada a justificar o fato de sua importância quando é acessada. Se a página não
explica rapidamente e de forma clara, o usuário desiste e procura a informação em outro
local que “fale melhor a sua língua”.
“A usabilidade é a qualidade que caracteriza o uso de um sistema interativo. Ela se
refere à relação que se estabelece entre usuário, tarefa, interface, equipamento e demais
aspectos do ambiente no qual o usuário utiliza o sistema.” (CYBIS, BETIOL e FAUST, 2007,
p. 23)
Segundo CYBIS, BETIOL e FAUST (2007), existem “Critérios Ergonômicos” principais
a serem considerados:
Condução: Nesse contexto, a interface deve aconselhar, orientar, informar e
conduzir o usuário na interação com o sistema.
Convite: Levar o usuário a realizar determinadas ações.
Agrupamento/distinção de itens: As informações devem ser apresentadas de
maneira organizada.
Legibilidade: Deve estar preocupada com os diferentes tipos de usuários e
apresentar as diferenciações corretas para ocasionar uma leitura mais agradável.
Feedback imediato: Sem o feedback adequado, o usuário pode ter atitudes
prejudiciais aos processos em andamento.
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Carga de trabalho: Diz respeito a todos os elementos da interface que têm um papel
importante na redução da carga cognitiva e da perspectiva do usuário e no aumento
da eficiência do diálogo.
Brevidade: Elementos capazes de acelerar as entradas individuais.
Densidade informacional: Carga de trabalho perceptivo e cognitivo que o usuário
exerce ao se deparar com um site.
Controle explícito: Critério aplicado, em particular, às tarefas longas e sequenciais,
nas quais o processamento seja demorado.
Ações explícitas do usuário: Quando o processamento pelo computador resulta de
ações explícitas dos usuários, estes aprendem e entendem melhor o funcionamento
da aplicação; assim, menos erros são observados.
Adaptabilidade: É necessário que a interface proponha maneiras distintas de
realizar a tarefa.
Flexibilidade: A flexibilidade estrutural corresponde às diferentes maneiras
colocadas à disposição do usuário para a realização de uma mesma tarefa.
Gestão de erros: Mecanismos que permitem evitar ou reduzir a ocorrência de erros
e que favoreçam sua correção.
Proteção contra os erros: A interface protege a interação contra os erros.
Homogeneidade/coerência: O usuário, a cada tela, tenta empregar estratégias de
interação; e a interface homogênea auxilia em sua interpretação da informação.
Significado dos códigos e denominações: Refere-se à adequação do objeto ou à
informação apresentada. Se não forem significativos, tendem a ocasionar erros.
31
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Compatibilidade: Ser compatíveis independentemente da cultura.
Para NIELSEN (2001 apud PREECE, ROGERS e SHARP, 2005), existem dez
princípios fundamentais de usabilidade:
Visibilidade do status do sistema: O sistema mantém os usuários sempre
informados sobre o que está acontecendo, fornecendo um feedback adequado dentro
de um tempo razoável.
Compatibilidade do sistema com o mundo real: O sistema “fala a linguagem” do
usuário ao utilizar palavras, frases e conceitos familiares a ele, em vez de termos
orientados ao sistema.
Controle do usuário e liberdade: O sistema fornece maneiras de permitir que os
usuários saiam facilmente de lugares inesperados em que se deparam, utilizando
“saídas de emergência” claramente identificadas.
Consistência e padrões: O sistema evita fazer com que os usuários tenham que
pensar se palavras, situações ou ações diferentes significam a mesma coisa.
Ajuda os usuários a reconhecer, diagnosticar e recuperar-se de erros: O
sistema utiliza linguagem simples para descrever a natureza dos problemas e sugere
uma maneira de resolvê-los.
Prevenção de erros: Quando possível, impede a ocorrência de erros.
Reconhecimento em vez de memorização: Tornar objetos, ações e opções
visíveis.
Flexibilidade e eficiência de uso: O sistema fornece aceleradores invisíveis aos
usuários inexperientes, embora permita aos mais experientes realizar tarefas com
mais rapidez.
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Estética e design minimalista: O sistema evita o uso de informações irrelevantes ou
raramente necessárias.
Ajuda e documentação: O sistema fornece informações que podem ser facilmente
encontradas e auxilia mediante uma série de passos concretos que podem ser
facilmente encontrados e seguidos.
Para PREECE, ROGERS e SHARP (2005), as metas de usabilidade (parte interna da
Figura 1) são fundamentais para o design de interação. Já no círculo externo estão as metas
decorrentes da experiência do usuário e que são definidas com menos clareza.
FIGURA 1- METAS DA USABILIDADE E METAS DECORRENTES DA EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO. ADAPTADO DE:
PREECE, ROGERS E SHARP, 2005
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
BASTIEN e SCAPIN (1993) demonstram uma lista de critérios ergonômicos:
Condução: Condução do usuário na interação com o computador, exibindo
mensagens e sons que o ajudem em sua navegação.
Carga de trabalho: Preocupação com os elementos expostos na interface,
analisando sua carga cognitiva e verificando se ela ajuda ou atrapalha na percepção
do usuário.
Controle explícito: Quanto controle que os usuários têm sobre o processamento de
suas ações no sistema/site, permissão para que o usuário consiga realizar suas
preferências no sistema/site.
Adaptabilidade: Capacidade do sistema de reagir conforme o contexto do usuário,
utilizando linguagens simples.
Gestão de erros: Redução ou eliminação da ocorrência de erros; e, quando eles
ocorrerem, fornecimento de um caminho rápido para a correção destes.
Coerência: Interfaces são conservadas em contextos idênticos (mantém-se a
estrutura a qual o usuário esteja familiarizado) e distintas para contextos diferentes
(quando se trata de algo novo e que não queira gerar confusão).
Significado dos códigos e denominações: Adequação da linguagem entre o objeto
ou a informação apresentada ou pedida e sua referência.
2.3. Problemas de usabilidade que ainda persistem
NIELSEN e LORANGER (2007) realizaram uma lista de estudos de usabilidade entre
os anos 1994 a 1999, classificando problemas de usabilidade em páginas web e
classificando-os como de Alto, Médio e Baixo Impacto, detalhados abaixo:
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Alto Impacto: É importante que os desenvolvedores prestem atenção ao problema e
que o verifiquem meticulosamente, ocasionam falhas em websites. Exemplos:
Links que não mudam de cor quando visitados: 74% dos sites utilizam; usuários
devem entender onde estão, onde estavam e para onde podem ir.
Quebra do botão voltar: Esse botão é o segundo recurso mais utilizado na
navegação web, sendo necessária sua aplicação adequada.
Abertura de novas janelas do navegador: Ao clicar em um link ou botão, os
usuários normalmente esperam que uma nova página da web apareça no lugar da
última. Para desfazer suas ações, eles clicam em Voltar, mas se uma nova janela é
aberta, o usuário não consegue voltar.
Janelas pop-up: Os usuários irritam-se com pop-ups e os bloqueiam para que não
sejam abertos.
Elementos de design que parecem anúncios: Os usuários possuem cegueira a
banners, ignorando-os.
Violando convenções da web: Se um site fornece uma determinada função que é
simples, o usuário espera que outro site faça igual.
Conteúdo vago e modismo vazio: O conteúdo deve ser direto. Não utilizar uma
linguagem complexa.
Conteúdo denso e texto não escaneável: Páginas cheias de texto pressupõem que
eles terão um árduo trabalho de leitura.
Médio Impacto: ainda é importante que desenvolvedores evitem cometer o equívoco,
porém não é uma prioridade essencial. Exemplos:
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Flash: A Macromedia Flash era 99% ruim. Hoje alguns problemas de acessibilidade
estão sendo resolvidos, mas ainda causam transtornos.
Listagens e pesquisas de baixa relevância: Busca ineficaz, que não traz o
resultado esperado.
Multimídia e vídeos longos: São aceitáveis porque a banda melhorou. A qualidade
dos vídeos também melhorou, mas é aconselhável que tenham menos de um minuto
para manter a atenção do usuário, pois vídeos longos desprendem a atenção.
Layouts congelados: O conteúdo é exibido em uma largura fixa,
independentemente da janela em que é exibido, gerando barras de rolagem
horizontais.
Incompatibilidade entre várias plataformas: Para os navegadores, a média é que
um usuário utilize uma versão anterior até cinco anos depois do lançamento de uma
versão nova. Por exemplo, se o IE (Internet Explorer) versão 6 foi lançado em 2001 e
o IE versão 7 em 2006, logo 2006 + 5 anos = 2011.
Rolagem: Alguns usuários ainda não utilizam a rolagem.
URLs complexas: Utilizar de 20 a 50 caracteres para descrever uma URL. Não
colocar URLs extensas que não contenham nenhum significado para o usuário.
Componentes de interface gráfica personalizada: Utilizar barra de rolagem
padrão, pois um design diferente pode desfigurar sua real função, dificultando o
acesso do usuário.
Conteúdo ultrapassado: Não utilizar informação antiga como se fosse atual.
Recomenda-se atualizar, no mínimo, as páginas mais importantes.
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Inconsistência dentro de um website: Se o site possui sub-sites, mantenha a
mesma cara nos demais ou, pelo menos, deixe claro que o usuário está em uma
página do mesmo local onde iniciou.
Solicitações prematuras de informações pessoais: Os usuários não gostam de
fornecer dados pessoais como RG ou CPF.
Vários sites: Não criar diversos sites com várias arquiteturas de informação distintas.
Baixo Impacto: Os desenvolvedores devem lembrar-se de evitar esse tipo de erro em
projetos, porém não ocasionam falhas em websites. Exemplos:
Tempo de download lento
Frames
Clicabilidade incerta: O usuário nem sempre sabe onde deve clicar na tela. Não
criar elementos que possa confundi-lo.
Registro: Os usuários não gostam de entrar em sites que necessitem de cadastro
para acessarem a informação.
Menus suspensos e menus em cascata: Quanto mais complexo o menu, mais
complicado de manipulá-lo.
Plug-ins e tecnologia de ponta: Não se deve forçar novas tecnologias aos usuários.
Não exigir que eles instalem plug-ins, porém esse item deixou de ser de alto impacto,
pois alguns navegadores já mantêm as versões mais atualizadas.
Interface 3D com o usuário: Utilize, desde que seja necessário e útil para a
aplicação. As interfaces 3D, muitas vezes, são difíceis de manipular e de
compreender.
37
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Design poluído: Quanto mais detalhes, mais atenção em locais errados o designer
vai atrair.
Páginas splash: Essas páginas dão a impressão de que se cuida mais da imagem
que da solução dos problemas e da informação (páginas com aberturas animadas).
Imagens gráficas em movimento e texto deslizante: Tiram a atenção do usuário
ao conteúdo.
Palavras inventadas: Apenas confundem a compreensão do usuário.
Não exposição de quem está por trás das informações: Seu site deve passar
confiabilidade e credibilidade.
Todos os itens listados, quando recebem a atenção necessária, são fáceis e simples
de resolver, proporcionando uma qualidade diferenciada no site. A usabilidade, para ser
aplicada de uma forma melhor, é dividida em áreas que estudam uma parte específica de
cada recurso que um site oferece ao usuário. Dentre as áreas estudadas, está a Arquitetura
da Informação, que está cada vez mais presente na elaboração e no planejamento de sites.
2.4. Arquitetura de informação e navegação
Segundo DUQUE e VIEIRA (2008), um assunto que contribui para a organização da
informação na web é a Arquitetura da Informação (AI), expressão criada por Wurman em
1996, durante a década de 1970, sobre a nova disciplina que surgia com o objetivo de
organizar o fluxo da informação para torná-la mais clara e compreensível.
A estrutura base desse fluxo é a parte mais importante da informação que o usuário
terá em seu primeiro contato. ROSENFELD e MORVILLE (2002 apud REIS, 2007) apontam
que a AI de um site pode ser dividida em quatro grandes sistemas interdependentes, os
quais propiciam uma visão geral dos elementos informacionais do site e auxiliam na
organização do conteúdo:
38
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
1) Sistema de Organização (Organization System): Define o agrupamento e a
categorização (exemplo: itens de menus verticais e horizontais) de todo o conteúdo
informacional.
2) Sistema de Navegação (Navigation System): Especifica as maneiras de navegar
(exemplo: navegar por um menu, por links dentro de uma página), de se mover pelo
espaço informacional e hipertextual.
3) Sistema de Rotulação (Labeling System): Estabelece as formas de
representação e de apresentação da informação, definindo signos para cada elemento
informativo. A Rotulação é muito utilizada em sites por uso de ícones e bullets.
4) Sistema de Busca (Search System): Determina as perguntas que o usuário pode
fazer ou palavras que poderão ser pesquisadas.
Nesse sentido, NIELSEN (2000) sugere que as interfaces de navegação
(ambientes/sites) precisam ajudar os usuários a responder a três questões: Onde estou?
Onde estive? Aonde posso ir? A navegação nada mais é que o percurso realizado em um
ambiente/site, e quando ela é realizada, poucos usuários conhecem seus limites,
necessitando a inserção de pontos de referência, como os “breadcrumbs”. Estes são um
caminho de “migalhas de pães”, que são o caminho anterior da navegação do usuário no
site. Dessa forma, o usuário é capaz de voltar ao seu ponto de partida ou conseguir
enxergar o local em que se encontra no ambiente, auxiliando-o numa navegação mais
simples.
Uma preocupação na construção da Arquitetura da Informação é a semelhança das
terminologias que podem confundir o entendimento do usuário. Para IIDA (2005), a Memória
de Curta Duração (MCD) é de natureza fonética. Enquanto a Memória de Longa Duração
(MLD), que possui uma capacidade grande de armazenamento é de longo prazo, codifica-se
39
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
pelos aspectos semânticos, ou de conteúdos. Esta tende a confundir informações de
conceitos semelhantes.
Pela pesquisa bibliográfica apresentada, pode-se observar que a Arquitetura da
Informação influi no bom desempenho de um site, visto que muitos problemas ocorrem
devido a uma informação posicionada em local impróprio ou nomeada de forma inadequada.
Segundo REIS (2007), uma das principais funções da Arquitetura da Informação é
organizar a informação disponibilizada na interface para diminuir ou eliminar o tempo que o
usuário perde no aprendizado da interface.
Segundo MORVILLE (1998), o arquiteto de informação:
Esclarece a missão e a visão da página, balanceando as necessidades da
organização e de seus usuários.
Determina qual conteúdo e funcionalidade o site irá apresentar.
Especifica como os usuários irão encontrar a informação por meio da navegação, da
rotulação e dos mecanismos de busca.
Mapeia como o site irá acomodar seu crescimento ao longo do tempo.
Por outro lado, o mesmo autor afirma que os usuários apenas notificarão os arquitetos
de informação caso tenham problemas. Quando a informação está bem definida,
provavelmente não haverá necessidade de notificá-los.
Segundo MORVILLE (1998), a arquitetura de informação para um site grande e
complexo necessita de duas características: pensar como um usuário e, ao mesmo tempo,
pensar como um especialista.
40
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Como essas duas características não são encontradas em um único indivíduo,
arquitetos de informação desenvolveram algumas técnicas e metodologias para
conseguirem um melhor resultado em seus sites, como o Método Card Sorting.
2.4.1 Método Card Sorting
Nielsen (2004) alerta que o maior desafio para desenvolver websites é a criação da
arquitetura da informação. Uma metodologia primária é o Card Sorting (Figura 2), em que:
Escrevem-se os termos principais do site em cartas (pode ser de papel).
Misturam-se essas cartas de termos e entregam-se ao usuário.
Pede-se que o usuário separe os termos em grupos conforme o que ele achar melhor
(pode ser muitas pilhas, assim como podem ser poucas).
Um passo opcional é a solicitação de sugestões dos usuários para a criação dos
termos conforme o que eles acham e que sejam organizados com as demais cartas.
F
IGURA 2 TESTE COM CARD SORTING. FONTE:
HTTP
://WWW.DCC.UNICAMP.BR/~HANS/MC750/UIDESIGN/CARDSORT.GIF
Nielsen (2004) elaborou um experimento com 168 usuários e depois reduziu para 20
usuários, considerando o mesmo método de seleção dos participantes, obtendo resultados
similares em vários itens. Para o método de Card Sorting, o autor não recomenda que seja
realizado com apenas 5 usuários, visto que os resultados são de 0,75 de correlação. Já com
15 usuários é possível obter 0,90 de correlação, e após 15 usuários essa correlação
41
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
aumenta muito pouco. Com 30 usuários, o autor obteve 0,98 de correlação, havendo a
necessidade de dobrar o número de usuários para aumentar 0,08. Em vez de aumentar o
número de usuários, Nielsen recomenda que se escute o que eles têm a comentar, pois
pode ser muito mais enriquecedor que o aumento do número de usuários entrevistados.
Esse número de usuários é definido de acordo com a forma de aplicação. No Card
Sorting Aberto, o usuário tem total liberdade para escolher onde pode empilhar os termos e
inclusive criar novos termos para adaptar à sua necessidade. Entretanto, em testes para
identificação de problemas, as tarefas são pré-definidas, e o usuário normalmente segue as
orientações.
Quanto à aplicação, no Card Sorting Aberto (Figura 3 – esquerdo), definem-se os
termos e os usuários classificam as informações livremente. Por outro lado, no Card Sorting
Fechado (Figura 3 – direito), são definidas categorias e itens principais, e os usuários
classificam seus subitens/subcategorias. Essa definição antecipada é normalmente definida
por especialistas.
F
IGURA 3 - CARD SORTING ABERTO E CARD SORTING FECHADO. FONTE: UXBLOG.LOCAWEB.COM.BRS
2.4.2 Wireframes
Para simular como a informação será distribuída e como ela será apresentada no site,
uma técnica utilizada é a elaboração de wireframes. Segundo OLIVEIRA (2008), o wireframe
tem a função de representar esquematicamente todos os elementos que compõem a
página/sistema. Imagens, textos, formulários, animações em Flash, mecanismos de busca,
42
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
porém de forma estática, que muitas vezes não passam uma boa impressão para o cliente.
Wireframes utilizam os recursos de layout para deixar a informação mais leve e entendível.
F
IGURA 4 EXEMPLO DE WIREFRAME. FONTE: HTTP://WEBINSIDER.UOL.COM.BR/IMG/WIREFRAME_02.GIF
Segundo SADDI, AQUINO e ZILSE (2008), o wireframe exerce algumas
características fundamentais no processo de criação e desenvolvimento de um site, servindo
como base para que o responsável pela parte gráfica do projeto possa iniciar seu trabalho.
O wireframe é composto pela interface base, com suas interações e com as devidas
nomenclaturas/terminologias aplicadas. Um mesmo site pode ter mais de um wireframe para
que seja testado e identificado qual o de melhor utilidade pelo usuário.
43
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
De acordo com SADDI, AQUINO e ZILSE (2008), os wireframes devem ser
atualizados ao longo do projeto, sempre testados com amostras dos usuários finais.
Para OLIVEIRA (2008), é no wireframe que se definem a identidade e a marca do
produto/empresa. Esse sistema garante que cada página tenha uma unidade gráfica,
padronizada com a presença da marca, do patrocinador e do cliente do site. Ainda de
acordo com esse autor, o wireframe apresenta problemas e vantagens:
Problemas ao utilizar o wireframe:
Fazer o cliente entender que, no wireframe, o que se deve analisar é o fluxograma, e
não o visual, pois ele não é o visual final.
Comprometer a criação de designers, que se prendem à estrutura, gerando
dificuldades à inovação.
Escalas não são proporcionais (posição dos objetos).
Ainda não é um processo muito utilizado no desenvolvimento de projetos.
Vantagens ao utilizar o wireframe:
Apresenta conceitos de usabilidade aplicados.
Auxilia no fluxograma da informação.
Auxilia nos testes de usabilidade dos projetos.
É uma documentação do projeto, esclarecendo o que foi feito e o que foi pedido.
A importância da documentação está embasada na necessidade de comunicação com
os feedbacks coletados do usuário, a fim de gerar menos problemas de usabilidade depois
da construção do site.
44
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Após observar a importância da AI e seus métodos de análise, é possível considerar
como ela favorece uma organização diferenciada da informação. Entretanto, a AI apenas é
válida quando se preocupa e seguem padrões e recomendações internacionais de sistemas
informacionais.
2.5. Padrões de qualidade
A ISO (International Organization for Standardization – Organização Internacional de
Normalização) tem como objetivo promover o desenvolvimento de normas, testes e
certificação, com o intuito de encorajar o comércio de bens e serviços. Essa organização é
formada por representantes de 91 países, cada um representado por um organismo de
normas, testes e certificação. Por exemplo, o American National Standards Institute (ANSI) é
o representante dos Estados Unidos na ISO.
O ANSI é uma organização de padrões que apoia o desenvolvimento de normas
consensuais nos Estados Unidos. No entanto, não desenvolve nem escreve essas normas,
mas providencia estruturas e mecanismos, a fim de que grupos industriais ou de produtos se
juntem para estabelecer um consenso e desenvolver uma norma.
2.5.1 Normas de interação homem-computador (IHC)
Existem dois padrões internacionais que promovem a usabilidade da interação
homem-computador (IHC):
A ISO 9241-11 alega que a usabilidade ocorre o quanto um produto pode ser usado
por usuários específicos para realização de metas com efetividade, eficiência e satisfação
em um específico contexto do usuário (Figura 5).
45
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
F
IGURA 5 ESTRUTURA DA USABILIDADE. FONTE: ISO 9241-11
A ISO 13407 é caracterizada pelo envolvimento dos usuários e seu entendimento das
tarefas requeridas, da apropriação da funcionalidade entre usuário e tecnologia, da
interação da solução do projeto e da multidisciplinaridade do projeto.
Essa norma foi desenvolvida pelo Comitê Técnico (Technical Commitee ISSO/TC 159,
Ergonomics, Subcommittee SC 4, Ergonomics of human-system interaction). Uma
publicação de Normas Internacionais necessita da aprovação de 75% dos membros da
corporação por meio de voto.
O modelo ainda explica como alcançar qualidade de uso por meio de atividades de
projeto centrado no usuário, para processos de software interativo. As etapas são:
entender e especificar o contexto de uso;
especificar os requisitos organizacionais e os do usuário;
produzir soluções de projeto;
avaliar projetos em contraste com os requisitos.
Os projetos centrados no usuário são sistemas interativos que focam especialmente
na elaboração de sistemas usáveis. Trata-se de uma atividade multidisciplinar na qual
incorpora fatores humanos a conhecimentos ergonômicos e tecnológicos. A aplicação de
46
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
fatores humanos e ergonômicos interage com sistemas para aumentar efetividade e
eficiência, melhora as condições de trabalho e contraria possíveis barreiras no uso, na
segurança e na performance. As aplicações ergonômicas valorizam a capacidade e a
habilidade, e auxilia nas limitações e nas necessidades do ser humano.
Para CYBIS (2009), as propostas da norma ISO 13407, sobre o ciclo de concepção
centrada no usuário, são as seguintes:
O desenvolvimento deve ser feito em ciclos de análise, concepção e testes com
usuários;
A concepção deve ser rápida, baseada em prototipagem;
Em cada ciclo, são realizados testes do protótipo com os usuários;
Caso o protótipo não satisfaça as necessidades dos usuários, um novo ciclo de
análise, concepção e testes deverá ser realizado;
Os protótipos são revisados com base nos resultados dos testes e em novas
informações que se obtenham dos usuários;
Tudo deve ser feito com o envolvimento do usuário;
A norma propõe ainda que a equipe de desenvolvimento seja multidisciplinar.
Sistemas centrados no usuário ajudam na motivação da aprendizagem. Os benefícios
incluem o aumento de produtividade, a qualidade do trabalho, a redução do custo no suporte
e no treinamento, melhorando a satisfação do usuário. A ISO visa auxiliar os métodos e a
aproximação do usuário com projetos de hardware e software, para identificar e planejar
atividades efetivas.
47
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
2.5.2 ISO de qualidade de software
A ISO/IEC 9126 traz um modelo que caracteriza a qualidade de software por meio das
perspectivas:
Qualidade interna, referente às propriedades estáticas do código do software;
Qualidade externa, relacionada às propriedades dinâmicas do código do software
quando executado;
Qualidade no uso, referente à medida na qual o software atende às expectativas do
usuário no ambiente de uso.
Essas perspectivas têm sido vinculadas à ergonomia, a qual está preocupada com
fatores no ambiente de uso físico e social, e influenciam o usuário no alcance de seus
objetivos (ou seja, a melhoria da usabilidade dos produtos).
Segundo OLHER (2006), todos esses fatores, medidos como eficácia, produtividade e
satisfação, determinam o comportamento e o sucesso do usuário frente às suas tarefas,
portanto devem ser considerados por meio do processo de software. Medidas de eficácia,
produtividade e satisfação são influenciadas não apenas pela facilidade de uso do software,
mas também pela funcionalidade, confiabilidade e eficiência, além de hardware apropriado,
usuário e tarefa.
Nota-se que o relacionamento da qualidade no uso com outras perspectivas
dependem do tipo de usuário. Desse modo, especificar ou medir qualidade no uso requer,
além de medidas de eficácia, produtividade e satisfação, além de detalhes das
características do usuário, de suas tarefas e do contexto de uso.
Para alcançar essa perspectiva, mais especificamente em software interativo e
focando nos quesitos da qualidade no uso para o usuário final, sugere-se que uma
abordagem de projeto centrado no usuário fundamente o processo de software interativo.
48
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
As normas de qualidade, como já apresentadas, passaram a ser exigidas e discutidas
com mais atenção, visando ao melhoramento da qualidade de sites e de sistemas de
interação. O consórcio internacional W3C dita os padrões da web que devem ser aplicados
por desenvolvedores na construção de sites.
2.6. W3C
A W3C (World Wide Web Consortium) é o principal consórcio de padronização e
regras para a exibição de conteúdos para todos os navegadores de internet (Internet
Explore, Mozila Firefox, Opera, Safari, Chrome, entre outros). Seu atual diretor é Tim
Berners-Lee, que inventou a WWW em 1989. Ela padroniza os formatos ideais de páginas
web que devem ser utilizados para facilitar o acesso e o entendimento do usuário final.
Os princípios da W3C são:
Web para Todos: O valor social da web é que permite a comunicação humana, o
comércio e as oportunidades para compartilhar conhecimento. Trata-se de fazer com
que esses benefícios fiquem disponíveis para todas as pessoas, independentemente
da configuração da máquina, do idioma, da cultura, da localização geográfica, da
habilidade física ou mental.
Tudo na web: O número de diferentes tipos de dispositivos que podem acessar a
web tem crescido muito e, para isso, é necessário que o conteúdo da web esteja
padronizado.
Web de consumidores e autores: Por muitos anos, a web foi um meio de leitura e
de consulta. Hoje, para muitos usuários, por meio de blogs e wikis, a web trouxe mais
usuários e autores; as redes sociais trouxeram outras experiências com conteúdo da
web.
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Web de dados e serviços: Algumas pessoas deduzem a web como um repositório
gigante de dados ligados, enquanto outras consideram como um enorme conjunto de
serviços que trocam mensagens. As duas visões são complementares e elas podem
resolver problemas cada vez mais complexos.
Web de confiança: As pessoas agora "se encontram na web" e realizam suas
relações pessoais e comerciais, às vezes, sem nunca se encontrarem pessoalmente.
A W3C reconhece essa confiança e mantém pesquisas para possibilitar novos meios
de interações mais complexas em todo o mundo.
O consórcio conta atualmente com cerca de 500 membros, cujo objetivo é conduzir a
web para que atinja seu potencial, por meio de fóruns abertos que promovam sua evolução
e asseguram a sua interoperabilidade. O W3C desenvolve padrões para a criação e para a
interpretação dos conteúdos para a web. Atualmente, a interpretação da informação
depende principalmente de Navegadores de Internet.
2.7. Navegadores de internet e suas funções
Navegadores são capazes de interpretar o código HTML ou XHTML, linguagem de
marcação HTML (do inglês Hyper Text Markup Language), ou XHTML (do inglês eXtensible
Hypertext Markup Language), uma extensão do HTML. Porém, para que a interpretação
seja realizada corretamente, é necessário que desenvolvedores e empresas se preocupem
em gerar esse código de forma padronizada. Existe uma grande discussão sobre qual seria
o melhor navegador a ser utilizado pelo usuário e qual deles apresenta um melhor
desempenho.
Segundo ARAGAKI (2005), a partir do ano de 2004, o navegador Internet Explorer,
que era “praticamente” 100% usado pelos usuários, ganhou dois concorrentes: Mozila
Firefox e Opera. Em novembro de 2004, o Internet Explorer, que era utilizado por 97% dos
usuários, passou a ser utilizado por 87%. O Firefox alcançou 8% e o Opera menos de 1%.
50
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Muitas vezes, os navegadores possuem uma interpretação da linguagem de
marcação, diferente das recomendações exigidas pela W3C. Existem também navegadores
que interpretam a informação de forma melhor em outros tipos de dispositivos. Por exemplo,
o navegador Opera é fortemente utilizado em dispositivos móveis como o celular.
NIELSEN e LORANGER (2007) informam que as mudanças tecnológicas influenciam
na usabilidade, visto que um navegador que é líder de mercado pode rapidamente perder a
liderança se um concorrente elaborar uma ferramenta que atenda melhor aos critérios de
qualidade padronizados para as páginas da web.
O site da W3Schools (site de treinamento focado em tecnologias web) apresenta
dados do perfil do usuário (tipo de navegador) que são utilizados para acessar páginas da
web (Tabela 2). O Internet Explorer é utilizado por 41% dos usuários contra 47,7% do
Firefox.
TABELA 2– ESTATÍSTICAS DE USO DE NAVEGADORES FONTE: WWW.W3SCHOOLS.COM
2009
IE7
(Internet
Explorer)
IE,
versão 6
IE,
versão 8
Firefox
Google
Chrome
Safari Opera
Maio 21.3 % 14.5 % 5.2 % 47.7 % 5.5 % 3.0 % 2.2 %
Abril 23.2 % 15.4 % 3.5 % 47.1 % 4.9 % 3.0 % 2.2 %
Março 24.9 % 17.0 % 1.4 % 46.5 % 4.2 % 3.1 % 2.3 %
Fevereiro 25.4 % 17.4 % 0.8 % 46.4 % 4.0 % 3.0 % 2.2 %
Janeiro 25.7 % 18.5 % 0.6 % 45.5 % 3.9 % 3.0 % 2.3 %
2.8. Acessibilidade
A W3C explica formas de boa utilização da linguagem web HTML e XHTML. Quando a
linguagem de marcação é utilizada de forma correta, são reduzidas as chances da
existência de barreiras para o acesso à informação. As padronizações são fundamentais
para que usuários com algum tipo de deficiência também consigam utilizar a web como
usuários comuns.
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
A Lei Nacional nº 10.098 (2000) estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, e dá outras providências.
“Art. 2o Para os fins desta Lei são estabelecidas as seguintes definições:
I – acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança
e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos
transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de
deficiência ou com mobilidade reduzida (...)
d) barreiras nas comunicações: qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou
impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos meios
ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa.”
Segundo o Serviço Federal de Processamento de Dados, SERPRO, acessibilidade na
internet ou acessibilidade na web significa permitir o acesso à web por todos,
independentemente do tipo de usuário, situação ou ferramenta. São acessíveis as páginas
que tornam o acesso de um maior número de usuários possível. Esses usuários incluem
pessoas que utilizam tecnologias assistivas, pessoas idosas e outras que acessam a web
por meio de seus dispositivos móveis.
A acessibilidade na web engloba:
Sites e aplicações web: Em que as pessoas podem perceber, compreender,
navegar e interagir.
Navegadores, players de mídia, plug-ins: Podem ser usados efetivamente por
pessoas com deficiências e funcionam bem com tecnologias assistivas utilizadas por
algumas pessoas com deficiência para acessar a web.
Ferramentas de autoria web e outras tecnologias que envolvem a web:
Utilizadas para produção de conteúdo web e outras funções.
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
A criação de páginas web com design acessível beneficia não só pessoas com
deficiências, mas também pessoas sem deficiência, pois agiliza a busca pela informação.
Abaixo são citados alguns problemas que dificultam o acesso às páginas:
Conexão discada (conexão lenta);
Usuários de dispositivo móvel (celular, PDA). A resolução de uma tela de celular é
de aproximadamente 128x160 pixels, ou seja, é uma tela reduzida;
Acesso sem áudio;
Acesso em locais com ruído;
Acesso em locais pouco iluminados.
Tais condições limitam o acesso dessa extensa faixa da população à internet, uma vez
que a web é normalmente planejada e desenvolvida considerando a ampla faixa da
população considerada ideal, e não a real.
De acordo com POLLETO (2009, p.80), “Vale ressaltar que a legislação brasileira
garante a acessibilidade em seus sites eletrônicos e portais públicos. O Decreto 5296/04
que regulamenta as Leis 10.098/00 e 10.048/00, no seu artigo 47º torna obrigatória a
acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos da administração pública da rede mundial de
computadores para o uso das pessoas com necessidades especiais, garantindo-lhes o
pleno acesso às informações disponíveis. Tal decreto é um pequeno passo rumo à efetiva
acessibilidade do ciberespaço na sua totalidade”.
Segundo ROMAÑACH, ARNAO e WARDFORD (2003), os usuários com limitações no
domínio sensorial, como no caso da visão, usam diferentes métodos para aumentar o
tamanho, o contraste ou as características gerais de visibilidade de informações da internet.
As situações mais utilizadas são os monitores grandes, as letras de tamanho grande, o alto
contraste e a ampliação do software de determinadas zonas do monitor. Alguns desses
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
recursos, que auxiliam na visibilidade da informação, estão sendo implementados
diretamente em sistemas operacionais utilizados pelos computadores.
Os problemas mais comuns e graves para o acesso às páginas normalmente estão
relacionados à visão. Segundo FARINA, PEREZ e BASTOS (2006), algumas pessoas
possuem a retina totalmente insensível a cor, possuindo uma visão apenas em branco e
preto ou em tons de cinza. Uma visão cromática normal diferencia a mescla das três
quantidades de luz: claro-escuro, vermelho-verde e amarelo-azul.
Indivíduos com percepção anômala das cores têm as seguintes anomalias:
Protanomalia: é a percepção anômala do vermelho;
Deuteranomalia: é a percepção anômala do verde;
Tritanomalia: é a percepção anômala do azul.
O daltonismo, que é uma anomalia hereditária, não tem uma definição correta, visto
que os tipos podem variar de uma confusão entre as cores vermelho, laranja, amarelo e
verde, ou quase igual, porém com menos confusão. O daltonismo ocorre normalmente nos
homens, 95% dos casos, e somam mundialmente 10% de toda a população masculina.
Segundo dados atuais da OMS (Organização Mundial da Saúde) existem
aproximadamente 314 milhões de deficientes visuais em todo o mundo, dentre os quais 45
milhões são cegos e 135 milhões apresentam algum tipo de baixa visão. A grande maioria
dos casos de cegueira, 87%, está presente nos países em desenvolvimento, incluindo o
Brasil.
Os problemas visuais ocorrem mais na população idosa, e a população feminina corre
mais risco em todas as idades. O número de cegos por infecção tem reduzido, e os casos
de cegueira estão crescendo em relação à idade.
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
O número de deficientes visuais no Brasil pode ser considerado elevado. Segundo o
IBGE (2000), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, no Censo de 2000, foram
contabilizados 148.000 indivíduos completamente cegos. Por outro lado, pessoas que
declararam ter algum tipo de dificuldade para enxergar totalizaram 16 milhões, sendo que
foram estimados que mais 2 milhões possuam baixa visão.
Segundo a OMS, as principais causas de cegueira no Brasil acontecem em
decorrência de: catarata (40%), glaucoma (15%), retinopatia diabética (7%), cegueira na
infância (6,4%) e degeneração macular relacionada à idade (5%).
Segundo ROMAÑACH, ARNAO e WARDFORD (2003), a W3C propõe que a
acessibilidade na web representa o quanto uma pessoa com alguma inabilidade percebe,
entende, navega e interage nesse ambiente. A acessibilidade na web também contribui para
o acesso de pessoas idosas, as quais têm suas habilidades prejudicadas no decorrer dos
anos.
A usabilidade também se aplica quando a acessibilidade de indivíduos com deficiência
visual é almejada e, nesse sentido, as tecnologias assistivas precisam ser estudadas e
conhecidas pelos desenvolvedores de sites.
2.8.1 Tecnologias assistivas
As tecnologias assistivas são quaisquer tipos de tecnologias, especificamente
concebidas para auxiliar pessoas com incapacidades ou necessidades especiais a
executarem atividades do cotidiano, tais como: cadeira de rodas, máquinas de leituras ou
próteses. No uso da web, são comuns: hardwares, periféricos e programas especiais que
facilitam a navegação na internet.
Ferramentas de auxílio aos deficientes visuais e uma boa arquitetura da informação
influem no bom desempenho de acesso a um site, visto que muitos problemas ocorrem
devido a uma informação posicionada em local impróprio ou nomeada de forma inadequada.
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Para ROMAÑACH, ARNAO e WARDFORD (2003), existem casos em que o usuário,
para navegar pelos menus com as setas do cursor, passa por um processo penoso, portanto
é conveniente colocar teclas de aceleração ou de atalhos. Isso é muito útil para os usuários
com problemas de manipulação ou de visão, porque muitas vezes eles necessitam realizar
várias tentativas até acertar a opção desejada.
É importante o alto nível de usabilidade, pois segundo NIELSEN e LORANGER
(2007), o usuário pode deixar o site quando sente falta de clareza e de confiança, ou não
consegue respostas satisfatórias para suas dúvidas.
Alguns softwares de leituras de telas disponibilizados no mercado apenas funcionam
desde que o hipertexto esteja bem desenvolvido e padronizado conforme os padrões
especificados pela W3C.
Dessa maneira, acessibilidade nas páginas da web significa, antes de tudo, ter acesso
regular a essas páginas. Isso pode ser analisado a partir do próprio computador utilizado e
seus periféricos comuns, como mouse, teclado, monitor e áudio. Nesse sentido, é
necessário um sistema operacional no computador com acesso à internet. Em seguida, é
preciso os programas para acesso à internet, como os navegadores (Internet Explorer,
Firefox, Opera, Chrome, entre outros), e tudo isso integrado aos leitores de telas, que são
um dos tipos de tecnologias assistivas existentes para facilitar o acesso de deficientes
visuais.
Leitores de tela
Os leitores de tela interpretam a informação das páginas que estão escritas em
formato HTML ou XHTML, realizando uma leitura com voz do computador. Quando essas
páginas estão bem estruturadas, o leitor consegue atingir um bom desempenho. Porém,
quando o formato HTML ou XHTML não segue os padrões exigidos pela W3C ou os
navegadores disponíveis não estão padronizados, a leitura pode ser prejudicada.
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Leitores de telas mais populares no Brasil:
JAWS: É o leitor de telas de maior número de vendas no mundo, com
aproximadamente 80 mil usuários registrados, funcionando em sistema operacional
Windows.
DOSVOX: O DOS-VOX foi desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), iniciando-se em 1993. Nos últimos anos,
vem se dedicando à criação de um sistema de computação destinado a atender os
deficientes visuais. O sistema operacional DOS-VOX permite que pessoas cegas utilizem
um microcomputador comum (PC) para desempenhar uma série de tarefas, adquirindo,
assim, um nível alto de independência no estudo e no trabalho.
VIRTUAL VISION: Foi desenvolvido em 1997 a partir de pesquisas da MicroPower
(empresa brasileira especializada em desenvolvimento de software). O leitor é capaz de
funcionar sobre os aplicativos mais comuns utilizados na maior parte dos computadores
(funciona em Sistema Operacional Windows e possui compatibilidade com Word, Excel,
Internet Explorer, Outlook, MSN, Skype, entre outras ferramentas). Ele é distribuído
gratuitamente para clientes portadores de deficiência visual.
NVDA: O NVDA (NonVisual Desktop Access) foi desenvolvido em 2006 pelo jovem
australiano Michael Curran, que cursava o segundo ano de bacharelado em Ciência da
Computação. Não satisfeito com o leitor de telas que comprara para uso próprio (ele era um
usuário cego), passou a dedicar-se no projeto de desenvolvimento de seu próprio leitor de
telas, abandonando a faculdade.
Entretanto, para que o funcionamento desses leitores tenha sucesso com usuários
portadores de alguma deficiência visual, é necessário que a linguagem de marcação HTML
e XHTML siga as recomendações internacionais. Segundo a W3C, os componentes
fundamentais para o acesso das pessoas com algum tipo de deficiência são:
57
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Conteúdo: Precisa estar bem estruturado e apresentado de forma clara, e possuir
informações naturais, como imagens, textos e sons.
Navegadores: Precisam estar equipados com os plug-ins, agentes necessários para
o funcionamento.
Tecnologia Assistiva: Leitores de telas, teclados alternativos.
Experiência do Usuário: Adaptar e realizar estratégias para o uso da web.
Desenvolvedores: Inclui designers, programadores e o próprio usuário.
Ferramentas de criação: Softwares que criam sites.
Ferramentas de avaliação: Validadores do código HTML, CSS, entre outros.
Além dos indivíduos com deficiências visuais, outras deficiências podem dificultar o
acesso ao conteúdo na web, como:
As diferenças culturais;
Diferenças pessoais;
Limitações sensoriais, psicológicas e cognitivas;
Idade;
Problemas na audição, entendimento e função motora.
A W3C com a WCAG 1.0 (Web Content Accessibility Guidelines ou Recomendações
de Acessibilidade do Conteúdo da Web) classificam as prioridades de acessibilidade de uma
página web em três níveis de prioridade (1, 2 e 3). Para cada prioridade, existem regras a
serem cumpridas, para que o site seja mais bem interpretado pelos navegadores e estejam
preparados para receber usuários com algum tipo de deficiência.
58
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
As recomendações são referentes ao código inserido em cada página, as quais os
desenvolvedores precisam ter conhecimento antes de iniciar a produção.
Segundo VANDERHEIDEN et. al. (1999 apud GUNDERSON, 2008), um dos principais
papéis que o software de navegação, os navegadores, pode desempenhar no
desenvolvimento do acesso do conteúdo da web é fornecer uma maneira para que os
desenvolvedores de páginas web consigam testar as funcionalidades que auxiliam os
usuários deficientes.
Atualmente, alguns dos testes são facilitados por meio de validadores de código
HTML. Esses validadores podem ser encontrados no próprio site da W3C:
http://validator.w3.org/
ou em uma versão em língua portuguesa, o validador daSilva,
disponível no endereço: http://www.dasilva.org.br/
. Os validadores apontam os locais no
código onde os erros ocorrem e ainda exibem um relatório, facilitando a correção na
elaboração de conteúdos mais acessíveis pelos desenvolvedores.
Eliminados os problemas com a estrutura e o acesso dos sites, existem fatores
estéticos que potencializam a usabilidade de um site, tornando-o mais atraente e motivador
de uso.
2.9. Fatores estéticos que potencializam a usabilidade da
web
Segundo NORMAN (2008 apud MEURER e SZABLUK, 2009), pesquisas realizadas
no Japão e em Israel apontaram para o fato de os usuários considerarem produtos com
preocupação visual mais fáceis de serem usados do que seus similares menos
interessantes.
59
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Entre alguns fatores estéticos, é possível listar os mais impactantes na elaboração de
sites, como a tipografia, que ajuda na legibilidade, e as cores, que, além de passar certa
harmonia ao site, colabora também com a legibilidade dos conteúdos.
2.9.1 Tipografia
Segundo NIEMEYER (2006), existem critérios ergonômicos de usabilidade no tipo
(tipografia), são eles:
Legibilidade: É o atributo dos caracteres alfanuméricos que possibilita a cada um
deles ser identificável dos outros. Isso depende de algumas características, como a
espessura da haste e a forma do caractere. A legibilidade também é afetada por fatores
ambientais, como: o nível de iluminação, o grau de contraste entre letra e fundo, e o nível de
fadiga visual do leitor.
Leiturabilidade: É a qualidade que torna possível o reconhecimento do conteúdo da
informação em um suporte, quando ele é representado por caracteres alfanuméricos em
grupamentos com significação, como palavras, frases ou texto corrido. É influenciada pelo
espaçamento dos caracteres, do espaçamento das linhas, do comprimento da linha e das
margens, SANDERS e MCCORMICK (1993 apud NIEMEYER, 2006).
Pregnância: É a qualidade de um caractere ou símbolo que faz com que ele seja
visível separadamente do seu entorno, SANDERS e MCCORMICK (1993 apud NIEMEYER,
2006).
Fontes: As fontes vetoriais definem o contorno de seus caracteres pela combinação
de linhas e arcos (“Glifos”), registrados sob uma fórmula matemática.
Intervenções na aplicação de tipos: Espaço entre letras e espaçamento (spacing).
60
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Na tipografia digital, os programas de editoração de texto possuem um comando pré-
determinado de espacejamento para os elementos das fontes. Há também outros comandos
de ajuste de espaçamento de letras que visam ao aprimoramento do design na tipografia.
Kerning: É o ajustamento de espaços horizontais. Uma das formas de reconhecer a
qualidade de uma fonte digital é justamente a flexibilidade de seu kerning de acordo com o
corpo utilizado.
Tracking: É o controle do espaço médio entre os caracteres num bloco de texto.
Espaço entre linhas (leading): Determina a distância entre a linha de base de uma
linha do texto à linha da base seguinte. A entrelinha garante uma ótima condição de leitura
para qualquer tamanho de tipo, corresponde a 125 % do tamanho do tipo.
Capitular: É uma forma de dar ênfase ao início de um capítulo ou de uma seção do
texto pelo aumento do corpo da letra Inicial do primeiro parágrafo.
Versalete: É uma forma de composição na qual todos os caracteres ficam em caixa
alta, sendo que aqueles que correspondem às minúsculas passam a ter altura da altura-X
do corpo nominal.
Endentação e recuo: É o espaço em branco no início de parágrafo, que na máquina
datilógrafa era determinado por meio de tabulação. A endentação mais comum é à
esquerda, na primeira linha do parágrafo.
Segundo pesquisas de NIELSEN e LORANGER (2007), os tamanhos de texto
recomendáveis são apresentados na Tabela 3.
TABELA 3: TAMANHO DE FONTES IDEAIS PARA CADA TIPO DE USUÁRIO
Tipo de público Tamanho em pontos (pt)
Público Geral 10 - 12
Idosos & pessoas com deficiências visuais 12 - 14
Crianças e outros leitores iniciantes 10 - 12
Adolescentes e adultos 10 - 12
61
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Para SHAIKH (2005), o estudo mostrou que, ao testar número de caracteres de 35,
55, 75 e 95 com 20 estudantes, descobriu-se que a quantidade de 95 caracteres apresentou
uma melhor eficiência de leitura.
Outra pesquisa realizada por SHAIKH (2007) examinou 11 tipos de tipografias e
selecionou três. Foram construídos três sites com o mesmo formato e conteúdom, com as
três fontes diferentes. Os resultados foram que a fonte Calibri teve uma alta legibilidade, a
fonte Courier New média e a fonte Curlz, baixa.
NIELSEN e LORANGER (2007) lembram que nem todas as fontes são criadas para
serem utilizadas na web, é necessário escolher aquelas que são suportadas pelo
computador e interpretadas corretamente pelos navegadores. Entre uma fonte com serifa e
sem serifa, foi descoberto em estudos que fontes com serifa são ótimas quando usada na
impressão de jornais ou revistas, porém essa mesma regra não se aplica para sites, visto
que a serifa, quando aplicada na tela de computador, pode ficar serrilhada na visualização
devido à limitação de equipamento.
O que ocorre é que telas possuem de 80 a 100 pontos por polegada (dpi), quando em
uma revista a impressão alcança uma qualidade de 3000 dpi. É possível que, com avanços
tecnológicos, essa qualidade seja atingida também nas telas, porém enquanto isso não
ocorre, é necessário escolher fontes que sejam mais bem visualizadas.
2.9.2 Cores
Segundo FARINA, PEREZ e BASTOS (2006), quando um título, marca ou informação
são realizados em cores, é necessário verificar a cor de fundo, para que ele tenha o
contraste necessário para se tornar legível. Alguns contrastes sugeridos são: preto sobre
amarelo, verde ou azul; o vermelho sobre amarelo ou branco; branco sobre azul ou preto; e
o amarelo sobre o preto.
62
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
A Tabela 4 demonstra dez combinações mais bem classificadas da legibilidade das
cores, segundo FARINA, PEREZ e BASTOS (2006).
TABELA 4: 10 COMBINAÇÕES MAIS BEM CLASSIFICADAS. FONTE: FARINA, PEREZ E BASTOS (2006).
Classificação Cor da letra Cor do fundo
1º Preta Amarela
2º Amarela Preta
3º Verde Branca
4º Vermelha Branca
5º Preta Branca
Branca Azul
7º Azul Amarela
8º Branco Preta
9º Branca Preta
10º Verde Amarela
Para o autor, as cores influenciam o ser humano, que intervêm em sua vida tanto em
caráter fisiológico como psicológico. As cores criam alegria, tristeza, exaltação, depressão,
atividade, passividade, calor, frio, equilíbrio, desequilíbrio, entre outros efeitos. Cada cor
possui uma vibração determinada em nossos sentidos.
Na comunicação visual, a cor exerce três papéis: impressionar, expressar e contribuir.
KANDINSKY (1969 apud FARINA, PEREZ e BASTOS, 2006) “afirma que a cor exerce uma
influência direta”. A cor é o toque, o olho, o martelo que faz vibrar a alma, o instrumento de
mil cordas” (FARINA et al., 2006, p.13).
Segundo NIELSEN e LORANGER (2007), quando possível, deve-se utilizar
combinações de cores pretas ou brancas, ou utilize cores que variam muito em sua
intensidade. Para verificar se possuem essa variação, sugere-se que as visualize nas
escalas de cinza. As cores vermelho e verde possuem as mesmas escalas e se tornam
impossíveis de identificação para usuários daltônicos.
PEDROSA e TOUTAIN (2004) afirmam que a cor, sendo utilizada
indiscriminadamente, pode ter um efeito negativo ou prejudicar na concentração do usuário,
63
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
desviando a atenção em relação às informações das páginas web. A aplicação incorreta das
cores em interfaces pode aumentar significativamente o tempo de resposta do usuário.
Os sentidos provocados pela cor variam, como é o caso da cor branca que é signo de
paz e harmonia no Brasil e, para outros povos, porém, significa tristeza e morte no Oriente,
particularmente na Índia.
Para PEDROSA e TOUTAIN (2004), a cor não é somente uma propriedade estética
em sua aplicabilidade em sites, mas exerce um poder cognitivo, é uma ferramenta que deve
ser utilizada para identificar os elementos que devem atrair atenção, interagindo melhor com
o usuário.
2.10. Otimização de sistemas de busca - SEO
LEDFORD (2008) define o SEO (Search Engine Optmization) como uma coleção de
estratégias que melhoram a posição de um website, no resultado de buscas, quando
realizadas por um usuário por meio de palavras e frases.
Quando sua informação não aparece entre as primeiras três páginas, torna-se
invisível, pois os usuários não chegam até ela. “O SEO deve ser um dos elementos mais
importantes na sua estratégia de internet” (NIELSEN e LORANGER, 2007, p. 160).
Para a usabilidade, a busca externa e interna são ferramentas sobre as quais os
usuários criam muitas expectativas. NIELSEN e LORANGER (2007) informam que a busca
é um dos elementos mais importantes do design de um site. Em uma pesquisa realizada
pelos autores de 25 sites analisados, 19 apresentavam sistemas de busca utilizados pelos
usuários. É importante também fornecer boas categorias, para que o usuário se interesse
em explorar mais o seu site.
64
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
As buscas externas e internas funcionam, muitas vezes, de forma diferente, visto que
a externa é realizada normalmente por um mecanismo de busca já existente, e a interna
elaborada pelo desenvolvedor, o que é mais simples.
Segundo NIELSEN e LORANGER (2007), existem três técnicas bem intencionadas
para o SEO: SEO linguística; SEO arquitetônica e a reputação da SEO.
SEO linguística
No SEO linguística, é necessário realizar uma investigação de palavras-chave,
descobrindo as que os usuários normalmente utilizam em suas buscas.
O portal Yahoo oferece uma ferramenta na qual o usuário insere um termo, e o próprio
portal sugere outros termos relacionados. Ele também fornece a frequência com que os
usuários pesquisaram cada um dos termos sugeridos no último mês.
Já o portal Google oferece uma ferramenta para anunciantes com palavras-chave, as
quais são baseadas no texto que o anunciante escreveu e relacionam-se com as palavras
que os usuários mais pesquisaram.
NIELSEN e LORANGER (2007), ainda, sugerem que, para encontrar a melhor
terminologia que um usuário utiliza, é importante responder aos problemas delas e, a partir
das respostas, encontrar as palavras-chave certas.
SEO arquitetônica
É composta por dois componentes: indexação das páginas e estrutura adequada de
links .
A indexação refere-se à localização, guarda o caminho em que a informação está, seja
ela de forma textual ou em código. Já a estrutura de links se refere à catalogação, em que
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
cada item é separado por importância, tipo, tema. A estruturação é possível por meio de
método card sorting.
Reputação do SEO
É importante saber que as principais funções dos sites de busca são localizar, indexar
e classificar conteúdo na internet, e disponibilizar um mecanismo de busca para que seus
usuários sejam capazes de localizar informações específicas dentro do seu site exposto na
internet.
Todos os principais portais de busca (Google, Yahoo etc.) são capazes de indexar
diferentes tipos de arquivos dentro de páginas HTML, tais como imagens (JPEG, GIF, PNG
etc.), músicas (MP3 etc.), arquivos no formato PDF, entre outros.
Atualmente, essa capacidade para indexar e classificar se restringe em arquivos no
formato HTML, texto puro, XML, PDF e até mesmo documentos Microsoft Word. Junto a
esses arquivos é possível inserir meta informações (metadados), que são as informações
que descrevem o arquivo que está sendo publicado na internet. Esse tipo de informação é
utilizado para arquivos menos conhecidos e para os que não são reconhecidos pelos
buscadores.
Na busca de informações mais confiáveis, é importante que essa meta informação
seja cadastrada de forma correta. Assim, os buscadores podem localizar as informações
com facilidade e imprimir na tela do usuário de forma mais organizada e descrita.
Em geral, o posicionamento de um site é influenciado e definido pelos seguintes
aspectos:
Quantidade e qualidade do conteúdo das páginas;
Popularidade na web, número de visitas ou de outros sites que recomendam esse
site;
66
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Navegabilidade e estrutura dos links internos;
Layout (webdesign) e programação voltada aos webstandards (conjunto de padrões
na internet, fornecidos pela W3C);
Meta informações (incluindo título e descrição) que descrevam precisamente e
corretamente o conteúdo de uma página.
Os usuários normalmente não reformulam suas pesquisas, 83% dos usuários das
pesquisas realizadas por NIELSEN e LORANGER (2007) contentaram-se com uma única
consulta, 17% apenas tentaram uma segunda consulta.
Um trabalho de otimização de sistemas de pesquisa (SEO) é realizado em longo
prazo, antes de começar a construção do site e depois de aplicado, leva pelo menos três
meses para mostrar os resultados, pois é o tempo que os portais de busca tomam para
catalogar as informações do seu site.
2.10.1 Buscas internas
Segundo NIELSEN e LORANGER (2007), o desenvolvedor precisa de um sistema de
busca interno, caso tenha mais que cem páginas. Sites com cem a mil páginas exigem um
sistema de pesquisa simples. Em pesquisa do autor, os sistemas de busca internos
obtiveram apenas 33% de sucesso. Esse não sucesso não deveria acontecer, visto que os
sites normalmente são elaborados pelos mesmos desenvolvedores, equipes ou empresas.
Resultar em uma busca de sucesso é um dever, pois se entende que a equipe que o
desenvolve deve conhecer o conteúdo interno do site.
Segundo NIELSEN e LORANGER (2007), a média de caracteres em uma caixa de
busca é de 18 caracteres para buscas na web, o ideal é que seja de no máximo 27
caracteres, pois encoraja o usuário a realizar consultas mais longas e atende 90% das
consultas, segundo o autor essa média é aplicável para buscas externas e internas.
67
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Ainda em recomendação do autor, é necessário que o buscador esteja na página
principal e permaneça nas demais páginas visitadas. Os usuários normalmente recorrem ao
recurso quando estão perdidos ou desistiram de navegar pelo site. Como não é possível
prever quando esse fato acontecerá, sempre disponibilize o buscador em um local visível.
A lista de resultados das buscas deve ser linear e, preferivelmente, localizar-se na
parte superior do site. Todo o resultado da pesquisa deve iniciar com um título clicável para
que o usuário rapidamente leia a informação e possa entrar no conteúdo. Recomenda-se
que logo após o título apareça duas ou três linhas de descrição, porém nem sempre sejam
lidas pela maioria dos usuário.
2.11. Ferramentas SGC ou CMS
As ferramentas SGC são normalmente distribuídas gratuitamente e possuem seu
código aberto para que desenvolvedores ou empresas aprimorem e voltem a compartilhar
seus resultados na rede. Muitos sites apresentam problemas de atualização de conteúdo,
pois é um processo que necessita de uma pessoa com conhecimento técnico. A utilização
dessa ferramenta serve para que esse processo de atualização seja mais simples,
permitindo ao próprio responsável pelo conteúdo do site realizar suas alterações.
Segundo MILLARCH (2005), um Sistema de Gerenciamento de Conteúdo (SGC) ou,
em inglês, CMS – Content Management System, tem como objetivo estruturar e facilitar a
criação, a administração, a distribuição, a publicação e a disponibilidade da informação.
Esse autor ainda comenta que alguns sites se tornam um grande problema quando
crescem e constantemente necessitam de atualizações, utilizando ferramentas como: Adobe
Dreamweaver, Microsoft Expression Web ou outro editor para inserir novos conteúdos. Os
sites, muitas vezes, são construídos por empresas das quais o cliente fica dependente para
realizar atualizações. Essas empresas demoram ao atualizar os conteúdos e fornecem
pouca autonomia, o que gera queixas de clientes.
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
A usabilidade, a acessibilidade e a SEO são os itens usados para descrevem uma alta
qualidade de páginas web. As três qualidades precisam estar ligadas no website. Quando
essa relação existe, o website torna-se um código válido para a W3C.
Segundo Rahmel (2007), o SGC possibilita a administração de seu conteúdo e layout
por um pequeno grupo de pessoas, que podem administrar o website por meio de cadastro
na área de administração do SGC.
2.11.1 Joomla (Ferramenta SGC)
A Rice Studios criou um código fechado nomeado como Mambo, em 2000. Em 2002,
ele foi renomeado para Mambo Open Source, que também passou a ser referenciado como
Mambo OS ou MOS. Em 2003, o Mambo OS foi oficialmente liberado na comunidade de
código aberto. Logo ele foi bem aceito e obteve um grande número de adeptos, KENNARD
(2007).
Pouco tempo depois, a Fundação Mambo criou um grupo consistindo principalmente
de desenvolvedores do Código Aberto Mambo. Esse grupo criou o Joomla! (versão 1.0) em
2005 que, para RAHMEL (2007), possuía poucas diferenças do Mambo na versão 4.5.2.3, e
cujas extensões eram compatíveis para ambos, Mambo e Joomla!. O grupo criou o projeto
Joomla!, protegido pela GPL e 100% código aberto. Em 2007, foi lançado o Joomla! 1.5, no
qual foram introduzidas novas classes e implementado um framework compreensivo. Essas
alterações acabaram reduzindo a compatibilidade entre o Joomla! e o Mambo.
Joomla! é um código aberto de Gerenciamento de Sistemas de Conteúdo, totalmente
aberto e mantido por colaboradores online do mudo todo. Um template do Joomla! não é um
website, é a parte básica para a criação de um website real.
Segundo RAHMEL (2007), o SGC Joomla! promove uma interface de fácil utilização
para construção e manutenção de um website. Essas aplicações estão sendo nomeadas por
especialistas da web 2.0, e não mais classificadas como web 1.0, visto que os websites
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
eram administrados manualmente e que suas interações eram mínimas. A web 2.0 é
definida pela administração automatizada, pela comunicação intransitiva e transitiva, pelas
comunidades virtuais e pelas interações dinâmicas.
O Joomla! não é uma ferramenta estática, ou seja, o administrador pode criar o
conteúdo dinamicamente. Essa forma dinâmica evita problemas, como contratação de
profissionais qualificados para dar manutenção diária. Com essa ferramenta, o próprio
usuário elabora a postagem da informação.
O autor ainda comenta que o Joomla! teve seu estouro em 2005 para
desenvolvedores de website, e que tinha mais de 45 mil usuários registrados, com centenas
de publicações por dia em fóruns e informações compartilhadas, entre outros meios de
comunicação. Para o autor, os desenvolvedores necessitam dessa ferramenta pelos
seguintes motivos:
Possibilita alteração de código e estilos existentes (CSS) dos templates;
Permite o processo de criação de um novo template, inserindo detalhes precisos do
layout;
Permite a inserção de novos módulos;
Suporta várias línguas e existem traduções prontas;
Possui extensões como enquete, galerias de fotos, classificação de artigos;
Possui interface que segue requisitos da WCAG (Web Content Accessibility
Guidelines – guia para elaborar conteúdos acessíveis para a web).
O Joomla! utiliza o CSS, que é simples e considerada uma técnica mais eficiente de
criar layouts, segundo a W3C. É com o CSS que webdesigners realizam suas
customizações em layouts.
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Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Hoje as aplicações Open Source (Softwares livres) são utilizadas em massa pelo
governo, como: Finlândia, Cabo Verde e Brasil. Em Cabo Verde e no Brasil, o Open Source
escolhido foi o Joomla!. Existem outras ferramentas que desempenham as mesmas
funções, como o Wordpress ou Drupal (outras ferramentas CMS). Cada ferramenta possui
uma forma de customização e de gerenciamento mais interessante, dependendo da
exigência do desenvolvedor.
Alguns exemplos citados de websites desenvolvidos na ferramenta Joomla! são:
website da Receita Federal, da Universidade de São Paulo e do Ministério da Educação.
O novo site da USP, reestruturado na ferramenta Joomla! pela Fábrica Livre foi
referenciado mundialmente, pela sua melhoria e apresentação de satisfação do usuário.
F
IGURA 6 NOVO SITE INSTITUCIONAL DA USP (ACESSADO EM 10 DE OUTUBRO DE 2009)
2.12. Sobre os testes de usabilidade
Para RUBIN e CHISNELL (2008), os testes de usabilidade servem para diminuir ou
eliminar a frustração do usuário. Quando essa frustração é eliminada, ela ocasiona também
um relacionamento positivo da organização e dos usuários, aumenta a qualidade do produto
71
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
que a organização oferece, mostra que a preocupação da organização com os usuários é de
alta importância e proporciona ao usuário um produto mais eficiente, usável, eficaz e
satisfatório. Os benefícios para as organizações também ocorrem devido à redução de
gastos de atendimento ao consumidor. A organização cria um padrão de qualidade,
estabelece uma fidelidade do usuário, torna-se mais competitiva, destaca-se diante das
demais e diminui os riscos nas organizações, devido ao produto que possui qualidade
superior às demais.
2.12.1 Análise heurística
Quando não é possível a realização de testes de usabilidade em campo, alguns
métodos, como a avaliação heurística, são utilizados. Segundo NIELSEN (1994), uma
avaliação heurística é composta por um pequeno número de avaliadores que examinam a
interface baseando-se em princípios de usabilidade.
De acordo com PREECE, ROGERS e SHARP (2005), “Os princípios do design,
quando usados na prática, normalmente são chamados de heurística. Esse termo enfatiza
que algo deve ser feito com esses princípios, quando aplicados a um dado problema” (p.
48).
Avaliações heurísticas, realizadas por Nielsen e por outros especialistas, é constituída
por um conjunto de princípios de usabilidade conhecidos como heurísticas (mencionados e
listados no tópico 10 “Princípios fundamentais de usabilidade”). Essas heurísticas são
capazes de avaliar elementos da interface, como: navegação, legibilidade, conteúdos,
menus, ajudas on-line entre outros elementos de suma importância para a usabilidade na
web. Essa lista de dez princípios foi derivada de uma análise de 249 problemas de
usabilidade. Por meio de um guia de usabilidade, profissionais da área conseguem filtrar
boa parte dos erros e eliminá-los.
72
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Segundo PREECE, ROGERS e SHARP (2005), utilizando um conjunto de heurísticas,
especialistas da área anotam os problemas. Embora o número de especialistas possa ser
maior, a evidência empírica sugere que cinco avaliadores identificam cerca de 75% dos
problemas de usabilidade. Na realização da avaliação heurística, existem três estágios:
1) Estágio breve e preliminar: quando se diz aos especialistas o que se deve fazer,
tomando como base um roteiro. Cada especialista deve receber a mesma orientação.
2) Período de avaliação: em que cada especialista passa de uma a duas horas
inspecionando o site, utilizando as heurísticas como guia. Caso seja um site em
funcionamento, é necessário passar algumas tarefas específicas para focar na exploração.
3) Resultados: especialistas reúnem-se a fim de discutir os problemas e priorizá-los.
Para ADLER e STREUBEL (2009), a avaliação heurística localiza menos problemas
que a pesquisa por observação de usuários. São também os usuários que conseguem
indicar quais os melhores caminhos a tomar para a solução do problema. Na avaliação
heurística,foi possível localizar detalhes, porém que necessitavam de menos atenção que os
problemas encontrados pelos usuários.
Muitos profissionais perdem tempo corrigindo erros que são menos importantes. Mas
conclui-se que ambos os métodos para avaliação de usabilidade são interessantes para
encontrar as armadilhas das páginas web. Entretanto, sugerem-se que as avaliações
heurísticas ocorram antes das pesquisas por observação (ADLER e STREUBEL, 2009).
2.12.2 Análise de observação
Para PREECE, ROGERS e SHARP (2005), testes com usuários são uma forma
aplicada de experimentação, para testar a usabilidade do produto pela população pretendida
de usuários. Nessa análise, registra-se o tempo, passam-se tarefas específicas e registram-
73
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
se o número e os tipos de erros que os usuários cometem. É necessária uma documentação
rigorosa do processo para que os desenvolvedores possam reproduzir os erros.
Segundo TOGNAZZINI apud PREECE, ROGERS e SHARP (2005), existem cinco
boas razões para investir em testes com usuários:
1- Os problemas com produtos são alterados antes de seu lançamento;
2- A equipe de desenvolvimento concentra-se em problemas reais e não naqueles
imaginados pela equipe;
3- Os engenheiros codificam, em vez de debater;
4- O tempo para que o produto entre no mercado (seja aceito pelo consumidor) é
menor;
5- Na entrega de uma versão, não há necessidade de preocupação se a versão
funcionará ou apenas funcionará em uma nova versão.
Para RUBIN e CHISNELL (2008), é recomendável que, por condição, por atividade
avaliada (ex.: análise de tipografia, análise de navegação etc.), sejam necessário, em
média, de 10 a 12 participantes, para que se obtenha uma amostra razoável (80% dos
problemas de usabilidade). Porém, para obter resultados significantes de um produto, que
provavelmente tenha mais de uma atividade avaliada, são necessários 40 participantes ou
mais. Porém, o autor informa que, caso queira identificar até 80% dos problemas, pode ser
utilizado um número de 4 a 5 participantes.
Para NIELSEN e LANDAUER (2000), o número de problemas de usabilidade pode ser
encontrado com a seguinte função:
N(1-(1-L)
n
)
n = número de usuários
74
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Onde N é o número total de problemas de usabilidade, L é a proporção de problemas
de usabilidade descobertos com um único usuário. O valor normal de L é de 31%, valor
obtido depois de um grande número de projetos estudados. Colocando o valor de L = 31%,
os autores, obtiveram o seguinte resultado:
F
IGURA 7 NÚMERO DE USUÁRIO EM TESTES E QUANTIDADE DE PROBLEMAS ENCONTRADOS. BASEADO EM:
HTTP
://WWW.USEIT.COM/ALERTBOX/20000319.HTML
Pela leitura do gráfico, é possível identificar que, para o apontamento de 100% dos
problemas, são necessários aproximadamente 15 participantes.
O perfil varia dependendo do que se pretende avaliar. Caso necessite de usuários
experientes, é necessário identificar o seu perfil. Segundo CHEVALIER e KICKA (2007),
usuários que acessam a internet de uma a oito horas por dia são considerados usuários
experientes.
Caso o usuário de sua pesquisa necessariamente precise ter outras características, é
necessário levantar os dados do perfil e realizar questionários para a seleção de usuários
potenciais (questões sobre o perfil do usuário) ou entrevistas.
Segundo PREECE, ROGERS e SHARP (2005), as pessoas já estão familiarizadas
com os questionários, que são questões projetadas a fim de obter informações específicas
das pessoas. Essas questões são elaboradas em diversos formatos, tais como: respostas
75
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
como SIM/NÃO, conjunto de respostas preestabelecidas, respostas com comentários e
respostas mais longas. Esses questionários podem ser elaborados em formato digital e
enviados por e-mail, disponibilizados em algum website ou até mesmo impressos.
2.12.3 Limitações dos testes de usabilidade
Para RUBIN e CHISNELL (2008), o teste sempre será uma situação artificial de uso do
produto, ele não prova que um produto funciona ou não. Os participantes convidados para a
pesquisa raramente são os usuários representativos da população, os testes nem sempre
são a melhor técnica para avaliar. Entretanto, quando os testes são bem elaborados e
aplicados, eles proporcionam um ciclo de reciclagem que são altamente eficazes para
solucionar parte dos problemas.
2.12.4 Tipos de testes
RUBIN e CHISNELL (2008) abordam três tipos de testes para serem aplicados:
exploratório (ou formativo), avaliação (ou resumo) e validação (ou verificação).
2.12.4.1 Teste exploratório/formativo
Aplicado enquanto o produto estiver em estágio preliminar (prototipagem) ou sendo
definido ou desenvolvido o objetivo do teste, que é avaliar a efetividade do conceito
preliminar do projeto. Nesse estágio, as atividades comuns exigidas do usuário são: auxiliar
nas metas das tarefas, compreender o fluxo de trabalho, permitir que o usuário navegue de
tela por tela.
Esse tipo de teste costuma responder as seguintes questões:
O que os usuários pensam sobre o produto?
As funcionalidades básicas têm valor para o usuário?
O usuário consegue realizar uma navegação com sucesso, sem erros?
76
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Quanto fácil é a utilização do produto comparando-se com experiências anteriores?
Quais funcionalidades são fáceis de entender e quais delas necessitam de uma
documentação ou ajuda para utilização?
Quanto organizada está a informação para os usuários inexperientes e experientes?
Esse tipo de teste é aplicável para protótipos, que simulem o produto. Para site de
internet, esses protótipos são os wireframes, que representam o layout básico (30 a 40% de
suas funcionalidades), a organização e a arquitetura das informações e das funcionalidades.
Os tipos de perguntas que devem ser respondidas durante o teste são:
Quais as piores e as melhores características das interfaces apresentadas?
Qual a principal dificuldade que o usuário teria com as interfaces?
Qual das interfaces posteriormente mostradas terá um grande potencial para os
usuários?
Para quais funções são necessários documentação, ajuda, suporte ou algum tipo de
instrução mais detalhada?
2.12.4.2 Teste de avaliação/resumo
É o teste mais comum e utilizado, pois avalia o produto após ser estabelecido e no
meio de seu desenvolvimento. Tem como objetivo avaliar quão eficientes são o produto e os
conceitos implementados. Preferivelmente, explora a intuitividade do produto, avaliando sua
performance em atividades reais e identificando itens específicos, como a deficiência da
usabilidade.
Normalmente, é aplicado por meio da performance do usuário na realização de
determinadas tarefas, em que o usuário comenta as telas, as páginas, entre outros itens do
produto. O moderador acompanha a interação do usuário com o produto .
77
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
Quando se aplica o teste, o produto já possui de 60 a 80% de suas funcionalidades, já
aplicadas às áreas de ajudas devidas.
Principais objetivos do teste:
Confirmar se o produto está adequado com os processos de trabalho do usuário;
Expor todas as principais deficiências causadas nas tarefas mais comuns;
Checar se existe assistência apropriada, mensagens adequadas, central de ajuda
para as dúvidas mais frequentes;
Verificar se as terminologias estão claras e se existem áreas que necessitam de
maior explicação;
Verificar se os participantes ainda possuem dúvidas e quais são elas.
2.12.4.3 Teste de validação/verificação
É aplicado quando o produto já se encontra mais estável e já passou pelo ciclo de
desenvolvimento. É um teste muito mais aproximado do verdadeiro produto, diferente do
teste de exploratório e do teste de avaliação. Seu objetivo é avaliar como o produto está
diante dos padrões existente e avaliar seu desempenho, assim como testar e fazer
comparações com outros produtos similares existentes.
Os participantes realizam alguns testes com pouca interação do moderador, pois
nesse ponto o produto já está em sua versão quase final. Esse teste levanta dados
quantitativos importantes, pois as dificuldades levantadas serão provavelmente as mesmas
dos usuários finais.
Verificar se existe pelo menos 70% de satisfação dos usuários entrevistados (uma
satisfação de 100% não é real; nos anos de 1960, a NASA descobriu que, para obter um
78
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
teste com 100% de satisfação, ele custaria 50 vezes mais que um teste de 95% de
satisfação).
Aplicadas todas as funcionalidades com seus devidos tópicos de ajuda, o teste deve
ter como objetivos:
Identificar algumas tarefas ou áreas que contenham risco de possíveis bugs (ex.:
botões que não funcionam);
Identificar problemas de usabilidade que devem ser consertados antes do
lançamento e verificar quais deles serão documentados para serem resolvidos em
um próximo lançamento.
2.12.4.4 Teste de comparação
Não está associado a uma específica parte do processo de produção do produto. Esse
teste pode mostrar a efetividade de elementos individuais, como: quais tipos de botões são
mais interessantes para os usuários ou os tipos de formulários. Esse teste pode ser
efetuado em conjunto aos três diferentes tipos de testes já citados: teste exploratório, teste
de avaliação e teste de validação.
O teste de comparação é efetuado com mais dois produtos que estejam no mesmo
ramo de atuação e que possuam soluções de design diferentes. O teste tem como objetivo
estabelecer quais dos layouts é o mais fácil de interagir. Essa aplicação ou alteração pelo
melhor design pode alterar anos de desenvolvimento, documentação e planejamento, porém
é essencial para o bom design.
No teste, os participantes escolhem quais dos layouts é o mais interessante para eles
e, se possível, com suas devidas justificativas.
RUBIN e CHISNELL (2008) também alertam sobre a importância na definição do plano
de teste que define todas as atividades que serão elaboradas durante o teste. Serve como
79
Etapa 1 – Revisão Teórica
Recomendações para elaboração de websites - Tipos de testes existentes
principal veículo de comunicação, define e implica nos recursos requeridos, mantém o foco
do teste.
As partes de um plano de teste são:
Proposta, objetivos e metas do teste;
Questões da pesquisa;
Características dos participantes;
Método (escolha do tipo de teste);
Lista de tarefas a serem efetuadas;
Ambiente de teste, equipamento e logística;
Função do moderador do teste;
Dados coletados e medidas de avaliação;
Relatório e apresentação do conteúdo.
80
Análise, aplicação e otimização de metodologias para elaboração de websites: O Design Ergonômico na busca
da usabilidade e melhor interação humano computador
3. Objetivos da pesquisa
Objetivo principal
O objetivo deste estudo é apresentar metodologias existentes para o melhoramento da
usabilidade de sites, sugerindo o uso de ferramentas existentes e procedimentos adequados
para o desenvolvimento das interfaces de sites, que contribuem expressivamente para as
áreas de conhecimentos que envolvem a ergonomia e o design informacional.
Objetivos específicos
Analisar as metodologias existentes para avaliar a usabilidade do Site Institucional
do Programa de Pós-graduação em Design da Unesp, campus Bauru
(www.faac.unesp.br/posgraduacao/design/
);
Aplicar no site institucional testes de usabilidade;
Utilizar o site institucional como referência para a aplicação dos testes de
usabilidade, verificando o sucesso ou não sucesso das aplicações;
Com os resultados obtidos, propor/criar um site com a usabilidade
verificada/corrigida.
81
Análise, aplicação e otimização de metodologias para elaboração de websites: O Design Ergonômico na busca
da usabilidade e melhor interação humano computador
4. Materiais, métodos e resultados
Considerando a particularidade do presente estudo em seguir procedimentos
alternados de avaliação, redesign e reavaliação, serão apresentados os materiais e os
métodos de cada etapa metodológica (Figura 8), seguidos diretamente dos respectivos
resultados apresentados neste estudo.
4.1. Estrutura metodológica
F
IGURA 8 ESTRUTURA METODOLÓGICA
82
Análise, aplicação e otimização de metodologias para elaboração de websites: O Design Ergonômico na busca
da usabilidade e melhor interação humano computador
4.2. Aspectos éticos
Este estudo caracterizou-se por uma abordagem experimental/laboratorial, com a
participação de usuários de internet, casuística da análise. Nesse sentido, foram
estabelecidos os procedimentos de recrutamento e de aplicação Termos de Consentimento
(Apêndice E, F, G, I, J e K), o que procura atender a “Norma ERG-BR 1002, do código de
Deontologia do Ergonomista Certificado” (ABERGO, 2003).
4.3. Objeto de análise
Utilizou-se como objeto de análise o Site Institucional do Programa de Pós-graduação
em Design da Unesp (http://www.faac.unesp.br/posgraduacao/design/
), considerando a
necessidade de democratização das intenções do programa de pós-graduação finalizado
com recursos públicos.
F
IGURA 9 SITE INSTITUCIONAL DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN DA UNESP (ACESSADO
EM
21 DE OUTUBRO DE 2009)
83
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
4.4. Etapa 2 – Análise do objeto de estudo
4.4.1. Análise heurística
Para as avaliações heurísticas, foram convidados dois profissionais com atuação na
área de usabilidade para realização dos testes. As opiniões da avaliação do objeto de
estudo foram coletadas separadamente ou.em grupo. A média de atuação do profissional da
área da web era de cinco anos, com 2,5 anos de experiência em avaliação de usabilidade
de websites/sistemas. O número de profissionais deve-se pela disponibilidade do
profissional no acompanhamento dos processos ao longo de dois anos de estudo, não
possibilitando o recrutamento de um número maior.
4.4.1.1. Problemas de usabilidade segundo Nielsen
Baseando-se na lista de problemas que ainda persistem em sites, segundo NIELSEN
e LORANGER (2007), foi realizado um formulário preliminar para identificação dos
problemas iniciais (Apêndice A). Nele, o avaliador seguia cada item e marcava se o
problema ocorria ou não no site. Essa primeira avaliação no início da pesquisa ajudou para
analisar o grau de problemas de usabilidade que o objeto possuía. A lista foi formulada com
problemas de usabilidade com classificação de alto impacto, médio impacto e baixo impacto.
Para essa avaliação, os dados coletados foram analisados em grupo pelos avaliadores.
4.4.1.2. Recomendações da W3C
Por meio do uso de ferramentas gratuitas e disponíveis pela W3C, o site institucional
foi avaliado em suas principais páginas. O intuito não era demonstrar todos os erro, e sim
identificar os erros mais comuns que ocorriam. Para a avaliação do CSS do website, foi
utilizada a ferramenta CSS Validation Service (http://jigsaw.w3.org/css-validator/
), a
ferramenta de validação analisa a qualidade do código, validando as folhas de estilo em
cascata (CSS). As folhas de estilo determinam os formatos de textos das páginas web e o
validador verifica se ele possui problemas de código, auxiliando a correção de
84
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
desenvolvedores. Para a avaliação do XHTML, utiliza-se a ferramenta Markup Validadtion
Service (http://validator.w3.org/
). Ambas seguem as recomendações da W3C, permitindo
que os navegadores consigam interpretar e exibir as páginas corretamente.
Para a avaliação, a W3C propõe que os websites possam ser acessados em
diferentes dispositivos e diferentes navegadores. Assim, foi criada uma tabela para verificar
em quais tipos de navegador o atual site institucional funciona sem erros e em quais
validadores eles não apresentavam erros (Apêndice B), esses dados foram preenchidos e
analisados em grupo pelos avaliadores convidados.
4.4.1.3. Acessibilidade
Utilizando o leitor de telas gratuito (DOS-VOX), foi realizada a leitura da Página Inicial
do programa para identificação de problemas típicos de acessibilidade de prioridade 1
segundo a WCAG, como: ausência de textos alternativos nas imagens, problemas na ordem
da navegação e recursos que servem como aceleradores na busca da informação
(Apêndice C).
Foi selecionado o leitor de telas DOS-VOX, pela clareza da leitura (português
brasileiro claro), distribuição gratuita, por ser desenvolvido no próprio país e pela
popularidade e recomendação que instituições do país fazem sobre a ferramenta.
O avaliador foi orientado sobre a utilização da ferramenta de leitura e sobre uma
ferramenta que gravava o percurso que os leitores de telas realizavam (Camtasio Studio
6.0). Foi gravada a imagem do percurso do mouse e do áudio, demonstrada posteriormente
em imagem com o mapeamento do caminho realizado pelo leitor.
Após a análise do avaliador, utilizou-se a ferramenta gratuita daSilva, disponível na
internet, que, ao ler o código da página, identifica problemas de acessibilidade do site
seguindo os padrões recomendados pela W3C (versão - WCAG 1.0). Não foram avaliadas
todas as páginas do site, pois normalmente os erros se repetiam de uma página para outra.
85
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
Após a análise dos avaliadores, foram listadas as quantidades de erros e alertas das
páginas avaliadas.
4.4.1.4. Princípios de usabilidade de autores citados
Baseado na Revisão Bibliográfica sobre princípios de usabilidade de diferentes
autores, foi elaborada uma lista de princípios de usabilidade para o estudo. Essa lista foi
criada com o intuito de gerar uma lista de recomendações que todos os websites deveriam
apresentar. A lista foi baseada nos autores: NIELSEN (2001), CYBIS (2007), PREECE,
ROGERS e SHARP (2005), e BASTIEN e SCAPIN (1993) (Apêndice D). Após a formulação
da lista, os avaliadores analisaram o site em conjunto, verificando a existência dos erros e
realizando os comentários para cada problema apresentado.
4.4.2. Análise com usuários
4.4.2.1. Avaliação da arquitetura de informação
A avaliação foi realizada com usuários interessados em ingressar em um curso de
pós-graduação e com alunos regulares do programa, que foram recrutados antes da
realização do teste por meio de entrevista (abordagem no campus da universidade). O teste
avaliou a arquitetura de informação e a navegação do site.
Para identificação de problemas de usabilidade, os sujeitos analisaram inicialmente o
site e realizaram três tarefas. Essas tarefas eram simples e, possivelmente, seriam
realizadas pelo usuário, caso fosse um aluno regular ou estivesse prestando o processo
seletivo de ingresso (Apêndices E e F).
Os formulários/questionários do teste também se encontram disponíveis no endereço:
https://creator.zoho.com/lucynomiso/
, o teste foi realizado em laboratório, onde foi gravada a
imagem do percurso do mouse realizado pelos sujeitos. O questionário foi aplicado no meio
on-line e as respostas enviadas e gravadas pelo mesmo meio. Foi utilizada a ferramenta
86
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
Zoho Creator na coleta de dados, pois permite a criação de formulários e coleta de dados de
forma on-line, facilitando a organização e o acesso dos dados coletados.
4.4.2.2. Fatores de design do site institucional
Para verificar a qualidade dos fatores de design, como tipografia, cores, elementos de
design do site, foi elaborado um questionário de satisfação quanto aos elementos do layout.
Como os sites institucionais da Unesp possuíam o mesmo layout para os diferentes cursos,
foram recrutados alunos do curso de graduação em Ciências da Computação e Sistemas de
Informação. Antes da aplicação do questionário, todos os sujeitos receberam uma palestra
de boas práticas de usabilidade e de reconhecimento de recursos que auxiliam na
usabilidade, assim como recursos que atrapalham. A duração dessa palestra foi de uma
hora e meia e estava baseada nos princípios de usabilidade dos autores da revisão teórica.
Os usuários observaram a página inicial do site institucional e responderam as perguntas do
questionário (Apêndice G). A área de atuação dos sujeitos foi considerada um fator
importante para a análise, pois páginas web muitas vezes são desenvolvidas por
profissionais graduados na área de Computação, e poucos deles têm conhecimento sobre
princípios de usabilidade. A palestra ministrada para os sujeitos encontra-se disponível no
endereço: http://www.compartilhe.net/Palestras-Cursos/Palestra_10Jornada_web.pdf
.
4.4.2.3. Card sorting
Segundo REIS (2007), a organização da informação é apenas uma orientação ao
arquiteto de informação. Em um projeto, a decisão de qual esquema utilizar precisa ser
validada com o usuário final do site. Uma técnica sugerida NIELSEN (2004) é a realização
de testes de card sorting com o público-alvo do site a ser avaliado.
Para elaborar o teste de card sorting, foram identificados os principais termos
utilizados em sites de pós-graduação em design, por meio de um teste comparativo. Foram
avaliados dez sites de pós-graduação em design:
87
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
UNESP–Bauru (Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho")
http://www.faac.unesp.br/posgraduacao/design/
UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) http://www.ufpe.br/design/pos.html
UFPR (Universidade Federal do Paraná) http://www.design.ufpr.br/mestrado/
ESDI–UERJ (Escola Superior de Desenho Industrial – Universidade do Estado do
Rio de Janeiro) http://www.esdi.uerj.br/pos-graduacao/index.html#mestrado
PUC-RIO (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) http://www.puc-
rio.br/ensinopesq/ccpg/progart.html
UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) http://www.pgdesign.ufrgs.br/
UNISINOS (Universidade do Vale do Rio dos Sinos)
http://www.unisinos.br/ppg/design/
UNIRITTER (Centro Universitário Ritter dos Reis)
http://www.uniritter.edu.br/pos_graduacao/design/mestrado/index.php
ANHEMBI (Universidade Anhembi Morumbi) http://www.anhembi.br/mestradodesign/
SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial)
http://www.anhembi.br/mestradodesign/
A média de categorias encontradas foi de 10,1 em cada site, sendo que o site com
mais categorias possuía 21 categorias, e o site com menos, uma única categoria.
As categorias que foram citadas pelo menos uma vez totalizaram 31 itens, sendo que,
desses 31 itens, alguns sites utilizavam uma mesma terminologia (ex.: categoria
“apresentação” apareceu nos dez sites avaliados). Categorias que foram citadas apenas
uma vez foram desconsideradas, restando 22 categorias (Tabela 5).
88
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
Das 22 categorias classificadas, algumas apresentaram, para diferentes categorias,
terminologias muito próximas (ex.: Seleção, Ingresso no Programa, Processo Seletivo,
Processo de Seleção).
TABELA 5 - RESULTADO DA OCORRÊNCIA DE MESMAS CATEGORIAS NOS SITES INSTITUCIONAIS ANALISADOS
Categorias
UNESP
UFPE
UFPR
UERJ
PUC-RIO
UFRGS
UNISINOS
UNIRITTER
ANHEMBI
SENAC
Apresentação, histórico, mestrado em design X x x x x x xx x x x
Corpo docente/docentes, professores X x x x x x x x x
Infraestrutura, laboratórios x x x
Informações, perguntas frequentes x x x
Links X x x
Eventos x x
Página inicial, home x x
Artigos, produção científica, publicações x x
Dissertações, dissertações defendidas X x
Linhas de pesquisa, linha de pesquisa,
área de concentração
X xx x x x x x
Objetivos X x x x
Estrutura curricular, estrutura do curso x x x x
Ementa, grade curricular, disciplinas X x x x x
Fale conosco, contato x x
Seleção, ingresso no programa, processo
seletivo, processo de seleção
xxx x xx x x xx x
Novidades, notícias x x
Bolsas e financiamento, auxílio financeiro,
bolsas Capes, recursos xxx xx
Projetos de pesquisa x x
Requisitos para obtenção de título,
requerimentos x x
Atividades previstas, atividades do
programa, calendário, agenda
xx x x
Documentos X x
Corpo discente, alunos X x
Regulamento X x
89
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
Utilizando a ferramenta gratuita Google Insights for Search, que indica qual termo é
mais procurado na internet pelos usuários, foi selecionada qual entre as terminologias
semelhantes poderia ser a mais usual.
Na ferramenta, quando posicionado o mouse no percurso da linha (Figura 10), é
possível identificar o mês e o ano do dado. Os dados mostram que, em julho de 2009, o
número de busca do termo seleção obteve a pontuação 16 (volume de pesquisa de 0 a
100), visto que, em junho de 2006, o termo obteve seu maior pico, pontuação 100. Foi
possível identificar que, na procura pelos usuários, o termo seleção (linha azul) é o mais
procurado quando comparado aos outros três termos.
F
IGURA 10 PÁGINA DO GOOGLE INSIGHTS FOR SEARCH, COM 4 TERMOS INSERIDOS PARA PESQUISA
Selecionado apenas o termo “seleção” e exibido os dados de forma mais detalhada, é
possível perceber que o 100 foi obtido quando usuários buscaram pelo termo composto
“seleção brasileira”, assim, o termo seleção talvez não seja o melhor termo para indicar uma
seleção de alunos para o programa de mestrado. “seleção” também aparece relacionada
com “Recrutamento e seleção”. Nem sempre os usuários realizam suas pesquisas inserindo
no campo de busca uma única palavra. Para realização de busca em um processo de
90
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
seleção da pós-graduação, os usuários talvez estejam mais acostumados a inserir duas ou
mais palavras.
F
IGURA 11 - PÁGINA DO GOOGLE INSIGHTS FOR SEARCH, COM VISUALIZAÇÃO DOS RESULTADOS DO TERMO
SELEÇÃO (ACESSADO EM 25 DE OUTUBRO DE 2009)
O termo “processo seletivo” pode ser considerado um termo mais adequado, visto que,
nos resultados (Figura 12), a busca pelo termo está relacionada diretamente com o
processo seletivo de um determinado curso. Na coluna “Rising searchs”, os termos processo
seletivo, 2009, 2008, 2007, 2006 aparecem com um breakout, que significa uma ação que
tem uma grande procura “do nada”; no caso do Brasil, o fato ocorre devido aos processos
seletivos para o ingresso a cursos de graduação e pós-graduação, visto que o calendário
escolar no Brasil influencia diretamente nos períodos.
91
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
F
IGURA 12 - PÁGINA DO GOOGLE INSIGHTS FOR SEARCH, COM VISUALIZAÇÃO DOS RESULTADOS DO TERMO
PROCESSO SELETIVO (ACESSADO EM 25 DE OUTUBRO DE 2009)
Todas as demais categorias com mais de um termo foram avaliadas pela ferramenta
e, em alguns casos, como “Apresentação, Histórico e mestrado em Design”, considerou-se
que os termos estavam relacionados em uma grande área, mas que não tinham significados
semelhantes. Outras categorias foram consideradas como um subitem da categoria
“apresentação” pelos avaliadores.
Depois de analisados os termos, foram selecionados como itens de categorias:
Apresentação;
Linhas de pesquisa;
Estrutura curricular;
Processo seletivo;
Auxílio discente;
92
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
Corpo docente;
Corpo discente;
Produção científica;
Agenda/calendário;
Contatos.
Demais termos foram retirados de “categorias” para serem “subcategorias”. Foi
utilizada a ferramenta CardSort, gratuita e distribuída na internet, que auxiliou na elaboração
do CardSort Fechado (Figura 13), a ser organizado posteriormente pelos sujeitos
convidados a participar do teste.
F
IGURA 13 FERRAMENTA CARDSORT
O CardSort é uma ferramenta que permite a definição de categorias e a inserção de
até cem itens, criado um arquivo base (Apêndice H). Nesse teste, os usuários organizavam
os termos conforme sua cognição dos termos.
93
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
4.4.3. Análise dos dados da etapa 2
4.4.3.1. Problemas de usabilidade que ainda persistem
NOMISO (2009) identificou problemas de usabilidade que NIELSEN e LORANGER
(2007) classificam como problemas que ainda persistem ao longo do tempo. Esses
problemas totalizam 32: 8 deles são de alto impacto, 12 de médio impacto e 12 de baixo
impacto. Os resultados são pontuados com S = existe no site, N = Não existe, NP = não foi
possível analisar, e são representados nas tabelas 6, 7 e 8. As versões de navegadores
utilizadas no teste foram: Internet Explorer e Firefox, que são os navegadores mais
utilizados.
TABELA 6 - PROBLEMAS DE USABILIDADE DE ALTO IMPACTO
Alto Impacto Unesp Bauru
Tipo de Navegador
Internet
Explorer
Firefox
Problema Apresentado
Links que não mudam de cor quando
visitados
S S
Quebra do botão Voltar N N
Abertura de novas janelas de navegador N N
Janelas de pop-up N N
Elementos de design que parecem anúncio N N
Violação das convenções da web N N
Conteúdo vago e modismo vazio N N
Conteúdo denso e texto não escaneável S S
T
ABELA 7 - PROBLEMAS DE USABILIDADE DE MÉDIO IMPACTO
Médio Impacto Unesp Bauru
Tipo de Navegador
Internet
Explorer
Firefox
Problema Apresentado
Flash N N
Listagens e pesquisas de baixa relevância NP NP
Multimídia e vídeos longos NP NP
Layouts congelados N N
Incompatibilidade entre várias plataformas NP NP
Rolagem S S
URLs complexas N N
94
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
Componentes de interface gráfica
personalizada
N N
Conteúdo ultrapassado N N
Inconsistência dentro de um website S S
Solicitações prematuras de informações
pessoais
N N
Vários sites N N
T
ABELA 8 - PROBLEMAS DE USABILIDADE DE BAIXO IMPACTO
Baixo Impacto Unesp Bauru
Tipo de Navegador
Internet
Explorer
Firefox
Problema Apresentado
Tempo de download lento S S
Frames N N
Clicabilidade incerta N N
Registro N N
Menus suspensos e menus em cascata S S
Plug-ins e tecnologia de ponta N N
Interface 3D com o usuário N N
Design poluído N N
Páginas splash N N
Imagens gráficas em movimento e texto
deslizante
N N
Palavras inventadas N N
Falta de exposição de quem está por trás
das informações
N N
O Site Institucional apresentou problemas de usabilidade que devem ser corrigidos,
principalmente referentes ao alto impacto à usabilidade. Executando-se uma análise mais
profunda e específica, é provável que mais problemas impactantes sejam levantados. Essa
inspeção teve caráter preliminar para identificação de problemas de usabilidade.
4.4.3.2. Não cumprimento das recomendações da W3C
Quando utilizada a ferramenta de validação de CSS da W3C, apenas a página inicial
do site apresentou 8 erros e 113 alertas/avisos.
95
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
F
IGURA 14 RESULTADO DA VALIDÃO DO CSS DO SITE INSTITUCIONAL DO PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO DA UNESP (ACESSADO EM 13 DE OUTUBRO DE 2009)
Quando utilizada a validação em HTML/XHTML, foram apresentados 21 erros na
página inicial do site.
F
IGURA 15 RESULTADO DA VALIDAÇÃO DO XHTML DO SITE INSTITUCIONAL DO PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO DA UNESP (ACESSADO EM 13 DE OUTUBRO DE 2009)
Em análise heurística, outras áreas do site foram avaliadas, como: Linhas de
Pesquisa, Grupos de Pesquisa, Processo Seletivo, Agenda/Calendário, Corpo Discente e
Corpo Docente, totalizando sete páginas do site.
96
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
Para a validação do CSS, foram encontradas uma média de 6,6 erros e 53,7 avisos
por página. Já na validação do HTML/XHTML, foram encontrados 27,2 erros e 28,8 avisos
por página.
Ao realizar testes com diferentes navegadores, o site não apresentou erros nas
versões mais novas dos navegadores. Com a utilização da ferramenta IETester, que simula
versões do Internet Explorer (6.0 e 7.0), foi possível testar a ferramenta e verificar que esta
não apresentava erros em versões de navegadores mais antigos.
4.4.3.3. Problemas com a acessibilidade do site
Para a detecção dos problemas de acessibilidade, foram realizados dois testes, um
deles foi realizado por meio de uma ferramenta on-line, o daSilva
(http://www.dasilva.org.br/
); o segundo teste, por meio do uso de uma ferramenta de leitura
de telas o DOS-VOX.
F
IGURA 16 VALIDADOR DE ACESSIBILIDADE DASILVA (ACESSADO EM 20 DE OUTUBRO DE 2009)
A ferramenta daSilva segue as recomendações da WCAG 1.0 (Recomendações de
Acessibilidade do Conteúdo da Web). Quando aplicada na página inicial do site institucional,
97
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
apresentou 10 erros de prioridade 1, 29 erros de prioridade 2 e 1 erro de prioridade 3. Fora
os erros apresentados, foram listados outros 177 avisos/alertas.
Depois de analisadas sete páginas principais do site, foram encontradas as médias:
TABELA 9 - TABELA DE MÉDIAS DOS ERROS E ALERTAS APRESENTADOS
Média de erros e alertas por prioridade
Prioridade 1 Prioridade 2 Prioridade 3 Páginas avaliadas
Erros 9,6 Erros 32,6 Erros 1
7
Avisos 27,4 Avisos 99,8 Avisos 87,2
Os erros apresentados eram normalmente relacionados à ausência de inserção de um
texto alternativo para as imagens, ou inserção de tamanho das fontes com valores
absolutos.
Foi mapeado o caminho do leitor de telas, por meio de sequência numérica:
F
IGURA 17 SITE INSTITUCIONAL DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN DA UNESP COM
MARCAÇÃO D CAMINHO REALIZADO PELO LEITOR DE TELAS
DOS-VOX
98
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
Por meio da tecla TAB, utilizada para navegar entre os vínculos da tela, não foi
possível ler o conteúdo do site, o leitor percorreu pelos “vínculos” nas 33 posições (como
mostra a Figura 17) e retornou para a posição de número 1.
No caminho percorrido pelo leitor, a posição de número 3 (Figura 17) não leu texto
algum, indicando que o site não segue as regras básicas de acessibilidade recomendadas
pela W3C. Já na posição 13 (item de menu “Calendário”), o leitor não conseguiu ler os
subitens. Na posição 28, existe algum erro de código, que faz com que o leitor interprete que
existe uma posição nesse ponto quando não existe nenhuma informação.
O recurso de Mapa do Site (posição de número 5), não mostrou o mapa do site
institucional de pós-graduação em design, mas o mapa do site principal da FAAC
(Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação).
O site institucional apresentou erros de leituras dos itens, porém o problema que mais
chamou a atenção foi a impossibilidade de acessar/ler o conteúdo principal da página.
4.4.3.4. Lista de recomendação dos autores
Para cada item da lista, os avaliadores colocaram um nível de satisfação de 1 a 5, em
que 1 indicava a menor satisfação e o 5 a maior satisfação. Os avaliadores também fizeram
comentários de cada princípio de usabilidade.
A nota média de satisfação nos 21 itens listados foi de 2,28, o que mostra que, entre
os itens de recomendações dos autores da revisão teórica, poucas são as recomendações
seguidas pelo site do programa.
Dos comentários dos avaliadores, a carga informacional por página foi um problema
discutido em mais de um item listado, outros problemas que merecem atenção foram: não
existência de indicadores de localização (breadcrumbs e itens de menus ativados quando
99
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
clicados, distinção de links visitados e não visitados), pouca utilização de recursos gráficos
para instigar a exploração pelo usuário e falta de atualização do conteúdo.
Princípio Descrição
Nível de
satisfação
1- Visibilidade do
status do sistema
O sistema mantém os usuários sempre informados
sobre o que está acontecendo, fornecendo um
feedback adequado, dentro de um tempo razoável.
Comentários do avaliador:
Não existem indicações no site mostrando o local
que o usuário se encontra, como o breadcrumb.
(1) (X) (3) (4) (5)
2- Compatibilidade do
sistema com o
mundo real
O sistema fala a linguagem do usuário utilizando
palavras, frases e conceitos familiares a ele, em
vez de termos orientados ao sistema.
Comentários do avaliador:
Está direcionado ao público-alvo.
(1) (2) (3) (4) (X)
3- Controle do usuário
e liberdade
Fornece maneiras de permitir que os usuários
saiam facilmente dos lugares inesperados em que
se encontram, utilizando “saídas de emergência”
claramente identificadas.
Comentários do avaliador:
Como existe pouca visibilidade de status do
sistema, o usuário tem dificuldades em retornar
para uma página que acabou de ler. O voltar
apenas está habilitado no próprio browser.
(1) (X) (3) (4) (5)
4- Consistência e
padrões
Evita fazer com que os usuários tenham que
pensar se palavras, situações ou ações diferentes
significam a mesma coisa.
Comentários do avaliador:
Durante a navegação, os PDFs com informações
são abertos no próprio site, tirando toda a
padronização da página (Figura 18).
F
IGURA 18 PÁGINA NÃO PADRONIZADA
(1) (X) (3) (4) (5)
5- Ajuda os usuários a
reconhecer,
diagnosticar e
recuperar-se de
erros
Utiliza linguagem simples para descrever a
natureza do problema e sugere uma maneira de
resolvê-lo?
(1) (2) (X) (4) (5)
100
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
Comentários do avaliador:
Site fornece arquivos de formato não gratuito, não
fornecendo outra opção de visualização (Figura
19).
F
IGURA 19 ARQUIVO DE EXTENSÃO NÃO GRATUITA
NO SITE
6- Prevenção de erros Onde possível, impede a ocorrência de erros.
Comentários do avaliador:
Muitos termos similares no site, confundindo qual é
a informação correta e o local no site correto para
localizar a informação.
(X) (2) (3) (4) (5)
7- Reconhecimento
em vez de
memorização
Tornar objetos, ações e opções visíveis.
Comentários do avaliador:
O site é muito uniforme, não utilizando recursos
gráficos (imagens, ícones) que facilitem a
memorização do usuário.
(1) (X) (3) (4) (5)
8- Flexibilidade e
eficiência de uso
Fornece aceleradores invisíveis aos usuários
inexperientes, os quais, no entanto, permitem aos
mais experientes realizar tarefas com mais rapidez.
Comentários do avaliador:
O site não possui indicadores como o breadcrumb
ou menu habilitado no assunto (Figura 20).
F
IGURA 20 PÁGINA COM INDICADORES
BREADCRUMB E ITEM DE MENU ATIVADO
(1) (X) (3) (4) (5)
9- Estética e design
minimalista
Evita o uso de informações irrelevantes ou
raramente necessárias.
Comentários do avaliador:
O site possui informações antigas, como o
calendário de 2009 e eventos acadêmicos datados
de 2007.
(1) (X) (3) (4) (5)
101
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
10- Ajuda e
Documentação
Fornece informações que podem ser facilmente
encontradas e ajuda mediante uma série de passos
concretos que podem ser facilmente encontrados e
seguidos.
Comentários do avaliador:
A página não possui um FAQ com as dúvidas mais
frequentes dos alunos e professores.
(X) (2) (3) (4) (5)
11- Ser fácil de
aprender.
Quão fácil é e que tempo se leva para (i) iniciar o
uso das tarefas fundamentais de um sistema e (ii)
aprender o conjunto de operações necessárias
para realizar um conjunto mais amplo de tarefas.
Comentários do avaliador:
Para o sistema de matrícula, o site possui um
manual do discente e orientador que orienta no uso
do sistema. Demais áreas do site são fáceis de
aprender, porém a organização da informação não
está muito clara.
(1) (2) (3) (X) (5)
12- Convite Levar o usuário a realizar determinadas ações.
Comentários do avaliador:
Site pouco convidativo, não possui busca, as
informações muitas vezes estão desatualizadas,
sugestão seria apresentar pequenas notícias dos
docentes e discentes do programa.
(1) (X) (3) (4) (5)
13- Agrupamento/
distinção de itens
As informações são apresentadas de maneira
organizada.
Comentários do avaliador:
As informações estão pouco organizadas, o que
confunde o entendimento do usuário.
(X) (2) (3) (4) (5)
14- Legibilidade
Deve estar preocupada com os diferentes tipos de
usuários e apresentar as diferenciações corretas
para ocasionar uma leitura mais agradável.
Comentários do avaliador:
O site está em tamanho de fonte legível, porém,
para alguns usuários, a possibilidade de aumentar
a fonte, assim como diminuí-la, é necessária.
As grandes áreas (topo, menu) estão bem
destacadas.
(1) (X) (3) (4) (5)
15- A carga de
trabalho
Diz respeito a todos os elementos da interface que
têm um papel importante na redução da carga
cognitiva e perceptiva do usuário e no aumento da
eficiência do diálogo.
Comentários do avaliador:
O site é bem limpo, facilitando a identificação,
porém a informação de cada página é densa,
provocando problemas no diálogo.
(1) (2) (X) (4) (5)
16- Densidade
informacional
Carga de trabalho perceptivo e cognitivo que o
usuário exerce ao deparar com o seu site.
(X) (2) (3) (4) (5)
102
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
Comentários do avaliador:
Os textos são muito extensos o que passa para o
usuário uma leitura árdua, em que diminuiu a
eficiência do diálogo.
17- A
adaptabilidade
É necessário que a interface proponha maneiras
distintas de realizar a tarefa.
Comentários do avaliador:
Para realização das tarefas, não existe maneiras
distintas, normalmente o usuário precisa ir por um
único caminho. Um buscador ajudaria na busca da
informação.
(1) (X) (3) (4) (5)
18- A
compatibilidade
Ser compatíveis independentes da cultura.
Comentários do avaliador:
Como o programa não oferece vagas para alunos
estrangeiros, não há necessidade de outro idioma
ou de adaptações culturais. Porém, como o
programa é de importância para o país e os
discentes participam de congressos internacionais,
talvez seria necessária a tradução para o espanhol
e o inglês.
(1) (2) (X) (4) (5)
19- Deixar óbvio o
que pode ser
clicado
Comentários do avaliador:
Não são utilizados os recursos de links não
visitados e visitados.
(1) (X) (3) (4) (5)
20- Esteticamente
apreciável
Comentários do avaliador:
Esteticamente, o layout é limpo. Porém o site
necessita de áreas de destaque que instiguem que
o usuário se interesse mais pelo conteúdo do site.
(1) (2) (X) (4) (5)
21- Coerência
Interfaces são conservadas em contextos idênticos
(mantém-se a estrutura com a qual o usuário esteja
familiarizado) e diferentes para contextos distintos
(quando se trata de algo novo e que não queira
gerar confusão).
Comentários do avaliador:
A maior parte do conteúdo do site possui contexto
idêntico, porém em algumas páginas o contexto é
diferente, como já mencionado no item 4 da
avaliação.
(1) (2) (X) (4) (5)
4.4.3.5. Problemas com a arquitetura da informação
Participaram do estudo alunos da graduação em Design e alunos da pós-graduação
em Design, totalizando 31 sujeitos. O primeiro grupo de 24 alunos da graduação (15 do
gênero masculino e 9 do gênero feminino), com idade média de 20,08 anos (d.p. 1,10). O
segundo grupo de 7 alunos da pós-graduação (1 do gênero masculino e 6 do gênero
103
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
feminino), com idade média de 27,57 anos (d.p. 3,82), caracterizando grupos coesos e
representativos da população de usuários.
O primeiro grupo era composto por alunos interessados em ingressar num programa
de pós-graduação. Foram elaboradas três tarefas básicas e necessárias para que o aluno
possa participar do processo seletivo: linhas de pesquisa do programa (tarefa 1), modelo de
documento padrão para elaborar sua pesquisa e entregar na inscrição (tarefa 2) e agenda
do ano com as datas do processo seletivo para aluno regular (tarefa 3).
Os resultados do primeiro grupo foram: a tarefa 1 teve 45,8% de respostas corretas
contra 41,7% de respostas erradas e 12,5% não encontraram a resposta; a tarefa 2 obteve
uma porcentagem de 62,5% (15 participantes), que não encontraram a resposta, 4
responderam errado (16,7%), e apenas 5 responderam corretamente (20,8%). A média de
tempo para execução da tarefa foi de 4,48 minutos, o que mostrou ser um resultado
preocupante.
A tarefa 2 ainda apresentou um problema de terminologia, visto que alguns termos de
significados parecidos apareciam mais de uma vez em locais diferentes. Além do problema
de termos semelhantes, o link para baixar o modelo de documento encontrava-se escondido
no longo texto (Figura 21).
F
IGURA 21 LINK PARA BAIXAR MODELO DE DOCUMENTO (ACESSADO EM 20 DE MAIO DE 2008)
104
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
A tarefa 3 também se mostrou problemática, visto que 50% dos usuários não
encontraram a resposta, 37,5% encontraram a resposta correta contra 12,5% que
responderam errado.
O segundo grupo realizou tarefas relacionadas às atividades que os alunos
desenvolvem no início do programa, como: conhecimento das linhas de pesquisa do
programa e grupos de pesquisa existentes (tarefa 1); modelo de documento para realização
de estágio de docência, que conta como atividade extra-curricular no programa (tarefa 2) e o
conceito para que o aluno seja aprovado em sua qualificação (tarefa 3).
A tarefa 1 atingiu um resultado ótimo, sem erros de navegação do usuário e sem
respostas incorretas. A tarefa 2 ocasionou alguns problemas ao realizar o download do
arquivo, visto que o navegador de internet, Firefox, possui uma forma diferente de
salvamento dos arquivos do site para um disco local. Nas análises, esse fator atrapalhou a
execução da tarefa, visto que os alunos se confundiam com o procedimento exigido desse
tipo de navegador.
Na tarefa 3, quatro participantes acharam a informação correta (57%) e os outros três
erraram (43%) ao buscarem pela informação. A tarefa 3 exigiu o maior tempo de busca,
visto que a resposta da questão estava no meio de um longo texto (regulamento do
programa), que não continha nenhuma figura que proporciona o filtro da informação de
forma mais clara e intuitiva, o texto estava apresentado em bloco, não proporcionando uma
leitura escaneável.
105
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
FIGURA 22 RECORTE DO REGULAMENTO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN DA UNESP
(ACESSADO EM 20 DE MAIO DE 2008)
4.4.3.6. Problemas com os fatores de design
Os sujeitos foram convidados a participar de uma avaliação de satisfação de fatores
de design, após palestra ministrada pelo autor de uma hora e meia sobre recomendações
de usabilidade, segundo revisão teórica da pesquisa (acessibilidade, recomendações da
W3C, entre outros).
Do grupo abordado, 90% eram do gênero masculino, contra 10% do gênero feminino,
foram avaliados 20 indivíduos com idade média de 21,6 anos. Os sujeitos eram alunos do
curso de graduação de Ciências da Computação (45%) e Sistemas de Informação (55%).
Para o teste, foram considerados usuários potenciais, uma vez que haviam recebido
treinamento por meio de palestra, e fazem parte dos profissionais desenvolvedores de
websites. A média desses indivíduos de atuação na área era de 2,65 anos, sendo que 65%
deles nunca haviam participado de um teste de usabilidade, contra 35% que já haviam
participado. Dos 20 participantes, 70% gostariam de realizar uma pós-graduação.
Abaixo estão as notas de satisfação (variavam de 1 a 10) para alguns fatores de
design, questionados na avaliação:
Navegação da página: nota 6,3;
Tipografia utilizada nas páginas: nota 6,85;
Layout geral do site: nota 7,25;
Distribuição dos elementos dentro do website: nota 6,9;
Cores utilizadas: nota 8,25.
Na avaliação, o sujeito precisava indicar uma palavra que descrevesse o website; o
que o usuário mais gostou no site e o que ele menos gostou. Para a pergunta sobre qual
106
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
palavra descreveria o website, a palavra “simples” foi citada sete vezes, seguida das
palavras: claro/limpo, prático e organizado.
Os fatores que mais agradaram o usuário foram: cor (citada por 40% dos sujeitos),
Design (10%), logo (10%), topo (10%), os outros 30% se classificaram em outras. Os
fatores que influenciaram ao usuário a não gostar do site foram: o menu com muitos
itens/links (40%), conteúdo denso e não escaneável (30%), rodapé (10%), e outros 20%.
Quando questionado o que poderia ser alterado no site, os resultados foram: 55%
mudariam a quantidade de itens do menu vertical e as terminologias que estão repetidas,
25% melhorariam a distribuição da informação no conteúdo principal separando o conteúdos
em blocos para facilitar a leitura do usuário. Alguns usuários (15%) sugeriram por tirar os
links do rodapé e inseri-los em outro local com mais destaque. Uma resposta interessante
coletada na pesquisa era que o site precisaria ser refeito por completo, visto que o website
pertencia a um programa de design, precisaria ter um website com os princípios de
usabilidade melhor aplicados.
4.4.3.7. Método Card Sorting
Para o teste, foram convidados 15 usuários potenciais, 6 do gênero feminino e 9 do
gênero masculino. Todos os sujeitos tinham interesse no ingresso em um curso de pós-
graduação ou já estavam cursando algum curso.
Os sujeitos utilizaram a ferramenta CardSort para organização das categorias e
subcategorais, no card sorting fechado desenvolvido para a análise. A média gasta para a
realização do teste foi de 17,4 minutos por pessoa. Além das categorias existentes, a
ferramenta CardSort permitia a existências de categorias e subcategorias em branco.
Aproveitando o recurso existente no final do teste, foi questionado em entrevista se o
participante gostaria de sugerir novas categorias e subcategorias.
A classificação das categorias e subcategorias está representada na Figura 23.
107
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
F
IGURA 23 - RESULTADOS DO TESTE REALIZADO COM A METODOLOGIA CARD SORTING
As categorias foram relacionadas com as subcategorias:
Apresentação: Histórico, laboratórios, objetivos e parcerias;
Linhas de Pesquisa: Grupos de pesquisa e projeto de pesquisa;
Estrutura Curricular: Disciplinas;
Processo Seletivo: Admissão/matrícula, alunos aprovados, prova proficiência e
requisitos;
Corpo Discente: Alunos especiais e alunos regulares;
Agenda/Calendário: Datas de defesas, eventos e prazos;
Contatos: Telefones úteis;
Produção Científica: Artigos publicados;
Documentos: Formulários e modelos.
Nessa classificação, foram consideradas subcategorias na mesma categoria,
indicadas pelo menos por 8 usuários (mais que 50%).
108
Etapa 2 – Análise do Objeto de Estudo
Análise Heurística – Análise com usuários
Os dados coletados mostram que a categoria “Corpo Docente” e “Auxílio Discente
não obtiveram subcategorias atribuídas a ela, porém essa não atribuição não indica que as
categorias não são importantes. Os participantes avaliados mostraram-se um pouco
confusos quanto ao nome da categoria “Auxílio Discente” e alguns sugeriram trocar pelo
seguinte termo: “Bolsas”, visto que apesar de não abranger todo o significado do termo
“auxílio”, o termo demonstrou ser mais intuitivo e simples.
Uma nova subcategoria foi sugerida para a “Corpo Docente”, chamada “Lista de
Professores”, em que estariam acompanhados dos respectivos currículos lattes. Dos 15
usuários que realizaram o teste, 8 solicitaram que o currículo lattes dos docentes estivessem
em destaque.
Outras subcategorias foram classificadas de forma confusa como “Avaliação Capes”,
que demonstraria a qualidade de ensino do curso, porém alguns usuários classificaram na
categoria “Auxílio Discente” em que a subcategoria “Bolsas Capes” se encontrava.
Após discussão com os avaliadores, as outras subcategorias foram classificadas como
são mostradas a seguir:
Apresentação: Avaliação Capes;
Corpo Discente: Resumo de projetos;
Auxílio Discente: Bolsa Capes e outras bolsas;
Produção Científica: Dissertações defendidas;
Contatos: Links úteis;
Processo Seletivo: Regulamento.
109
Etapa 3 – Redesign Objeto considerando dados coletados da Etapa 2
4.5. Etapa 3 Redesign do objeto
Com os dados coletados das análises heurísticas e das análises com usuários, foi
possível identificar problemas de usabilidade em diversos pontos, como arquitetura da
informação, navegação, segmento de normas e leis, acessibilidade, fatores de design e
desatualização do conteúdo da página.
Nesse sentido, foi reformulado o site institucional na tentativa de adequá-lo às leis
nacionais exigidas, assim como proporcionar um maior conforto ao usuário final quando
estivesse acessando o site institucional do programa. A reformulação foi adequada aos
poucos, visto que, inicialmente, foi priorizada a Arquitetura de Informação, que era um
problema mais visível no site, seguidos das normas de qualidade (recomendações da W3C,
acessibilidade, fatores de design etc.).
Conforme recomendações de RUBIN e CHISNELL (2008), após a reestruturação,
foram planejados: teste formativo/exploratório, teste de avaliação/resumo e teste de
validação/verificação, que eram realizados com testes comparativos quando necessários na
avaliação.
110
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
4.6. Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de
redesign
4.6.1 Teste Formativo/exploratório
Após a definição das categorias e subcategorias, foi elaborado um protótipo, similar a
um wireframe, porém com nível de interação maior, que a ferramenta de construção de
protótipos fornecia.
O Protótipo foi elaborado na ferramenta Microsoft Expresssion Blend + SketchFlow,
versão Trial (Figura 24), que é uma ferramenta para elaboração de protótipos e fluxos de
informação de sites e sistemas.
F
IGURA 24- TELA DA FERRAMENTA MICROSOFT EXPRESSION BLEND+SKETCHFLOW
A partir dessa ferramenta, foi possível esboçar as posições dos elementos principais
do site, assim como sugerir alterações para melhorar os destaques das informações do site.
111
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
F
IGURA 25- PROTÓTIPO DO SITE INSTITUCIONAL, CRIADO PARA TESTE EXPLORATÓRIO
O protótipo foi disponibilizado no endereço: http://www.compartilhe.net/mestrado/.
Para o teste, foram convidados sujeitos interessados em realizar uma pós-graduação, que
estivessem realizando ou que já tivessem realizado.
Foi aplicado um questionário com suas devidas instruções (Apêndice I), que estão
disponibilizadas no endereço: https://creator.zoho.com/lucynomiso/teste-exploratorio-
formativo/. O teste formativo/exploratório foi aplicado com um teste comparativo, visto que o
sujeito fazia sua análise observando os dois objetos: o site institucional oficial e o protótipo.
Foi utilizado o teste exploratório/formativo, pois facilita a identificação de problemas já
no início do desenvolvimento do projeto, e sua correção torna mais simples de ser aplicado.
4.6.1.1. Resultados do teste exploratório/formativo
Foram abordados 11 sujeitos, com idade média de 29,09 anos, 54,5% do gênero
feminino, 45,5% do gênero masculino. O teste foi realizado em formulário on-line disponível
no endereço: http://www.compartilhe.net/mestrado/
.
Na figura 26, é apresentada a relação dos sujeitos com a pós-graduação.
112
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
F
IGURA 26 - RESPOSTAS DA PERGUNTA : “QUAL A SUA RELAÇÃO COM A PÓS-GRADUAÇÃO?”
Os sujeitos analisados eram usuários experientes com internet, visto que 54,5% deles
navegam na internet mais que 8 horas por dia, e os demais 45,5% navegam entre 1 hora a 8
horas por dia.
Para a pesquisa, foi solicitada a realização de duas tarefas que, em pesquisa realizada
em 2008, apresentaram problemas ao serem executadas.
A tarefa 1 solicitava que o sujeito encontrasse o Modelo de Plano de Pesquisa
(necessário para inscrever-se no processo seletivo). Para essa tarefa, o protótipo mostrou-
se menos eficiente que o site oficial. Ao analisar o site oficial, foi possível verificar que o
local onde o modelo se encontrava em teste no ano anterior era diferente ao do ano de
2009. Essa reestruturação do site oficial foi considerada o motivo do insucesso no protótipo.
F
IGURA 27 - PORCENTAGEM DE USUÁRIOS QUE CONSEGUIRAM REALIZAR A TAREFA 1
113
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
O insucesso do resultado também pode ser esperado, pois a quantidade de
funcionalidades aplicadas no protótipo era de 30 a 40%. Foi considerado pelo autor que o
teste comparativo não fosse interessante de ser aplicado com o teste exploratório/formativo.
Para a tarefa 2, era necessário encontrar requisitos para a obtenção do título de
mestre (necessário para alunos que acabaram de ingressar no programa). Para essa tarefa,
o protótipo obteve uma porcentagem superior de sucesso pelos sujeitos.
F
IGURA 28 - PORCENTAGEM DE USUÁRIOS QUE CONSEGUIRAM REALIZAR A TAREFA 2
Quando analisada a satisfação geral do site institucional e do protótipo, o site
institucional obteve uma nota 4,82 (entre uma escala de 0 a 10), e o protótipo 7,91, o que
mostra um melhor grau de satisfação após reestruturar a arquitetura de informação do site.
Em respostas abertas, sobre a pergunta: “Quais funcionalidades devem ser
melhoradas no protótipo”, as respostas focaram mais nas funcionalidades não aplicadas,
como: falta de links para os conteúdos, falta de acabamento nas cores do site, falta de
identificação do site institucional (sobre o que ele é?), entre outras sugestões válidas e que
serão implementadas no protótipo de teste de validação, que possui de 70 a 80% das
funcionalidades aplicadas. Em “Contatos”, foi sugerida a inserção de e-mails para contato
que é válido, visto que não era uma informação planejada na reformulação.
No questionário, os usuários apontaram o item de que mais gostaram no protótipo e o
de que menos gostaram. O item mais interessante, segundo os sujeitos, foram: a
organização (menos itens nos menus) e melhor destaque no conteúdo principal. Porém,
114
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
como o protótipo ainda estava com poucas funções aplicadas, os sujeitos tiveram
dificuldade de entender como seria o resto da navegação, visto que os conteúdos internos
estavam incompletos e pouco descritivos. Esse problema, que atrapalhou a análise de
satisfação do site, foi solucionado pelo protótipo seguinte que já estava desenvolvido com a
ferramenta CMS escolhido para a reformulação (Joomla! versão1.5), como mostra a figura
abaixo:
F
IGURA 29 PAINEL DE ADMINISTRAÇÃO DE ARTIGOS DO JOOMLA! VERSÃO 1.5
A escolha da ferramenta CMS Joomla! deve-se à facilidade e ao acesso à ferramenta,
uma vez que o autor da pesquisa já possuía conhecimento dela. Entretanto, é importante
ressaltar que outras ferramentas, como o Wordpress e Drupal, são capazes de realizar as
mesmas funções, porém não era viável para o presente estudo.
4.6.2 Teste de avaliação/resumo
O teste de avaliação ou resumo é uma continuação do teste formativo/exploratório.
Após a coleta de dados, foi feita a indicação dos usuários sobre itens do site que poderiam
ser melhorados. Foi reformulado o site institucional utilizando-se o Joomla!, ferramenta
CMS escolhida para a realização da pesquisa e utilizada por outros sites, como já
mencionados na pesquisa.
115
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
Para a reformulação, todas as informações coletadas na pesquisa foram
consideradas. Nela, foram inseridas entre 70% a 80% das funcionalidades do site, visto que
essa porcentagem era a exigida para realização de um teste de avaliação ou resumo.
Das funcionalidades inseridas para o teste, foram considerados problemas listados
anteriormente nas análises heurísticas e nas análises com usuários, assim como no teste
formativo/exploratório realizado para verificação da navegação do site, listadas a seguir:
Problemas de usabilidade que ainda persistem
Os links que não mudavam de cor quando visitados foram corrigidos (Figura 30).
F
IGURA 30 LINKS EXISTENTES NO SITE (NÃO VISITADO VISITADO)
O conteúdo das páginas foi reorganizado para que ficasse mais escaneável, foram
inseridos textos destacados e imagens para que a leitura ficasse mais clara para o usuário.
F
IGURA 31 CONTEÚDO DO SITE COM DESTAQUE E IMAGENS
Listagem e pesquisas de baixa relevância
Anteriormente, o site não apresentava um buscador de conteúdo, o problema foi
solucionado com a inserção do módulo de busca (Figura 32).
116
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
F
IGURA 32 BUSCADOR DO SITE E OS RESULTADOS ENCONTRADOS PARA A PALAVRA UNESP
Rolagem
Textos muito extensos foram quebrados, para que não deixassem o site muito extenso
e com extensas rolagens na página.
F
IGURA 33 PÁGINA EXTENSA QUEBRADA EM VÁRIAS SUB-PÁGINAS.
Inconsistência dentro do site
O site apresentava dois links de “Home” que enviavam para páginas distintas: página
inicial da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação, e a outra para a página inicial do
Programa de Pós-graduação. Isso ocasiona problemas de navegação. O problema foi
solucionado, redirecionando o link apenas para a página inicial do programa de Pós-
graduação.
117
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
Tempo de download lento
Por meio de boas práticas da utilização do HTML/XTHML, é possível que a página
carregue com mais rapidez e em blocos, o que possibilita que o usuário navegue em partes
do site antes mesmo de ela carregar totalmente.
Menus suspensos e menus em cascata
O problema era bem agravante no site e, em testes, foi identificado que os usuários
não gostavam desse tipo de menu. Por meio da reestruturação da informação, foi elaborado
um menu vertical e horizontal (Figura 34).
F
IGURA 34 MENU VERTICAL E HORIZONTAL DO SITE (EM DESTAQUE)
Não cumprimento das recomendações W3C
O Joomla! é um CMS que gera o código da página conforme as regras da W3C. Na
página inicial do site antigo, foram detectado 21 erros. Quando desenvolvida a página inicial
no CMS, o validador não apresentou nenhum erro (Figura 35). Como o site possuía
conteúdo restrito, não foi possível analisar outras páginas, visto que o validador apenas
acessava páginas públicas.
118
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
F
IGURA 35 VALIDADOR W3C PARA XTML, SEM APRESENTAÇÃO DE ERROS NA PÁGINA INICIAL
A validação do CSS da página antiga no site era de 8 erros e 113 avisos. Para o site
reestruturado, nenhum erro e nenhum aviso foram identificados, porém, como a página não
possuía acesso público, não foi possível avaliar conteúdos internos.
F
IGURA 36 VALIDADOR W3C PARA CSS SEM APRESENTAÇÃO DE ERROS NA PÁGINA INICIAL
Problemas de acessibilidade do site
Para o validador de acessibilidade daSilva, foram encontrados, em nível de prioridade
1, conforme as regras do WCAG, 10 erros e 24 avisos; para prioridade 2, 29 erros e 79
avisos; para a prioridade 3, 1 erro e 69 avisos na antiga página.
119
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
F
IGURA 37 VALIDADOR DE ACESSIBILIDADE DASILVA COM APRESENTAÇÃO DE ERROS MENOS RELEVANTE
NA PÁGINA INICIAL
Na reestruturação pelo CMS Joomla!, o número de erros diminuiu (Figura 37), porém
não foi possível obter uma página inteira sem erros, visto que o site utiliza recursos que não
possuem regras de padronização, como os scripts em javascript. Assim, foi considerado
que, apesar de não eliminar todos os erros, obteve-se uma melhoria satisfatória, visto que
os erros de prioridade 1, 4 erros, não prejudicavam a leitura de um usuário com problemas
que não fossem técnicos, visto que o erro ocorria quando o navegador não suportava
scrpits.
Foi verificado o novo caminho do leitor de telas no site reestruturado (Figura 38), além
da inserção de um caminho adequado. Foram inseridos atalhos (Figura 39), para que o
usuário possa pular diretamente para o conteúdo principal, funcionalidade que é visível
apenas para usuários que utilizam o recurso de Tecla TAB para navegação. Com a
reformulação, o site passou a ser mais acessível e ágil para usuários com algum tipo de
deficiência.
120
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
F
IGURA 38 ORDEM DE NAVEGAÇÃO DO LEITOR DE TELA (DOS-VOX)
F
IGURA 39 ATALHOS DE AUXÍLIO PARA DEFICIENTES VISUAIS, VISÍVEL APENAS PARA NAVEGAÇÃO PELA
TECLA TAB
Lista de recomendações dos autores
a) Visibilidade de status do sistema – implementado por meio de breadcrumb; no
menu lateral esquerdo, o item de menu ficava ativado.
121
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
FIGURA 40 BREADCRUMB E MENU LATERAL ESQUERDO COM ITEM ATIVADO
b) Controle do usuário e liberdade – alteração do tamanho do texto, caso fosse mais
agradável para o usuário.
c) Ajuda para os usuários reconhecerem, diagnosticarem e recuperarem-se de erros –
o breadcrumb foi inserido, o botão voltar do navegador funcionava e o menu ativado foi
desenvolvido para que o usuário se localizasse com mais facilidade dentro da página.
d) Prevenção de erros – foi elaborada uma reformulação densa da arquitetura de
informação do site, foi realizada sua reestruturação, pois o antigo site apresentou problemas
devido à má organização da informação que ocasionava confusão na busca da informação.
e) Reconhecimento, em vez de memorização – a inserção de ícones nos recursos
(botão pesquisar) facilitou o reconhecimento, assim como as imagens nas páginas.
F
IGURA 41 ÍCONE NO BOTÃO PESQUISAR
122
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
F
IGURA 42 NAS NOTÍCIAS FOI INSERIDO IMAGENS
f) Flexibilidade e eficiência de uso – foram inseridos no site aceleradores invisíveis,
como breadcrumbs e item de menu ativo. Outro recurso utilizado foi a chamada do artigo
(com breve resumo do conteúdo), antes de mostrar todo o artigo.
F
IGURA 43 PÁGINA COM DUAS CHAMADAS (RESUMO DO ARTIGO), NA ENTRADA
g) Estética e design minimalista – foram removidas do site informações irrelevantes,
como conteúdos antigos.
123
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
h) Ajuda e documentação – FAQ (perguntas frequentes) é um recurso que se encaixa
ao objeto e que foi inserido no Teste de Validação.
i) Convite – o site passou a ter mais figuras que ilustrasse o assunto abordado, as
informações foram reestruturadas, visando facilitar a navegação.
j) Agrupamento/distinção de itens – a organização foi realizada por meio da
reestruturação da arquitetura de informação
k) Legibilidade – a inserção de recurso que aumentasse as fonts do site facilitou a
leitura, e a font do texto escolhida foi uma font padrão para a web sem serifa.
F
IGURA 44 OPÇÃO PARA AUMENTAR O TEXTO DA PÁGINA
l) Carga de trabalho – páginas com o conteúdo denso foram quebradas para melhorar
a cognição dentro do site.
F
IGURA 45 INSERÇÃO DE PAGINAÇÃO, PARA DEIXAR O CONTEÚDO MENOS DENSO
m) Densidade informacional – páginas densas foram amenizadas, com marcações de
títulos, inserção de textos em negrito e outros recursos para texto.
124
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
F
IGURA 46 CONTEÚDO DO SITE COM IMAGENS E MARCAÇÕES DE TÍTULOS E BLOCOS
n) Adaptabilidade – foi inserido o recurso de pesquisa e a mesma informação poderia
ser encontrada em dois caminhos facilitando a busca pela informação.
o) Compatibilidade – inserção de outras línguas não foi realizada, apesar de ser muito
importante, mas a estrutura seguiu a padronização encontrada em sites da internet
(localização de menu, pesquisar, conteúdo em destaque etc.).
p) Deixar óbvio o que pode ser clicado – links com cursor em formato de mão,
utilizando-se de recurso de mouse over (quando o mouse é posicionado em cima do link,
fica com linha marcada).
q) Esteticamente apreciável – o layout atual do site
(http://www.faac.unesp.br/posgraduacao/design/
) foi considerado agradável em pesquisa
realizada pelo autor, não necessitando de grandes alterações, apenas pequenas
adaptações para os novos recursos inseridos no site.
r) Coerência – recursos novos inseridos, mantiveram-se harmônicos no site.
125
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
Arquitetura de informação do site
A arquitetura da informação do site foi alterada por meio da aplicação de card sorting e
da utilização de ferramentas para reorganização da informação. Essa reorganização foi
testada na elaboração do teste formativo/exploratório, por meio do protótipo criado e
testado.
Fatores de design do site
Em uma pesquisa de opinião realizada pelo autor sobre os elementos de design do
site, a nota geral do layout foi de 7,25, considerada uma nota satisfatória. Porém, itens do
site foram considerados não muito satisfatórios, como o menu lateral que continha muitos
itens e o conteúdo que era denso e não escaneável. Para esses itens, o autor fez sugestões
que, durante o teste de avaliação, foram apreciadas pelos usuários.
O questionário do teste de avaliação foi baseado na realização de três tarefas, e um
questionário de satisfação foi feito após a realização das tarefas (Apêndice J).
F
IGURA 47 REDESIGN DO SITE INSTITUCIONAL EM PLATAFORMA JOOMLA! 1.5
126
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
O site reestruturado foi disponibilizado no endereço:
www.compartilhe.net/MestradoUnesp
. Ele tinha o seu conteúdo restrito (Figura 48),
possibilitando apenas que usuários com login e senha participassem da pesquisa, esses
dados foram distribuídos com o questionário.
F
IGURA 48 SITE REESTRUTURADO COM ACESSO RESTRITO APENAS PARA USUÁRIOS CADASTRADOS
4.6.2.1. Resultados do teste de avaliação/resumo
Foram abordados 16 sujeitos, com idade média de 24,6 anos, 31% do gênero
feminino, 69% do gênero masculino. Os sujeitos apresentavam relação com os programas
de pós-graduação, como mostra a Figura 49.
F
IGURA 49 PERFIL DOS SUJEITOS INTERESSE EM CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
127
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
O teste foi realizado em formulário on-line, disponível no endereço:
https://creator.zoho.com/lucynomiso/teste-avalia-o-resumido/
. Foi levantada a experiência de
uso de internet dos sujeitos avaliados, mostrando que eram usuários considerados
experientes.
F
IGURA 50 PERFIL DOS SUJEITOS USO DA INTERNET
Para o teste de avaliação, foi solicitada a realização de três tarefas e de um
questionário de satisfação. As tarefas foram selecionadas em áreas que o pesquisador
ainda considerava problemáticas e que a arquitetura de informação ainda não estava
corretamente aplicada.
A tarefa 1 perguntava a duração máxima de uma bolsa CAPES, oferecida pelo
programa. A resposta encontrava-se no corpo de um artigo, no item de menu Auxílio
Discente.
F
IGURA 51 RESPOSTAS TAREFA 1
128
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
Para a tarefa, 31% dos sujeitos não encontraram a resposta correta. O artigo era o
mesmo encontrado no site oficial do programa. No questionário de satisfação, foi sugerida
pelos sujeitos a inserção da chamada do artigo, em que fosse inserido o resumo do artigo.
A tarefa 2 foi mal formulada e gerou interpretação ambígua. Como a tarefa gerou
conflitos, foi desconsiderada para a pesquisa.
A tarefa 3 solicitava que o aluno indicasse, entre as alternativas, quais professores
faziam parte do programa de pós-graduação. Foram inseridos nomes semelhantes para
verificar o nível de atenção dos usuários ao lerem o conteúdo de páginas.
F
IGURA 52 RESPOSTAS DA TAREFA 3
O resultado dessa tarefa foi interessante, visto que, dos 16 sujeitos, apenas 2
encontraram a resposta exata. O problema pode ter ocorrido, pois todas as demais
perguntas comportavam uma única resposta. A tarefa 3 possibilitava resposta múltiplas.
Posteriormente, no questionário de satisfação, o usuário indicou a dificuldade em
encontrar as respostas, como demonstra a figura 53.
129
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
F
IGURA 53 RESPOSTA DO QUESTIONÁRIO DE SATISFAÇÃO
O teste de avaliação focou em tarefas que exigiam um grau de atenção maior dos
sujeitos, ocasionando um número menor de acertos. A nota para a arquitetura de
informação do site foi de 6,5, e para o layout do site, a nota foi de 8,38 (escala de 0 a 10).
Em respostas abertas, os sujeitos comentaram que a área “Documentos” não tinha
relação com a informação sobre “Requisitos para obtenção do título de mestre” (referente à
tarefa 2, desconsiderada na pesquisa), a sugestão foi considerada válida, visto que, na
reformulação, essa informação foi mantida na mesma estrutura do site oficial, pois foi
considerada na pesquisa a necessidade da criação de uma área “Informações para Alunos”,
para armazenar informações úteis que fossem interessantes ao discente.
No menu horizontal, foi levantado o problema de falta de destaque e não
funcionamento correto em algumas páginas. Para a falta de destaque, foram inseridos
ícones e o problema de funcionamento foi corrigido para o teste de validação.
4.6.3 Teste de validação/verificação
No teste de validação/verificação, foram reunidas as informações coletadas no teste
de avaliação/resumo, para finalização do protótipo final com 90% a 100% de suas
funcionalidades aplicadas. Problemas de estrutura foram revisados e aplicados para o teste
de validação.
130
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
Após as revisões, foi elaborado um novo teste com quatro tarefas e um questionário
de satisfação final, realizado após o término de realização das quatro tarefas indicadas
(Apêndice K).
4.6.3.1. Resultados do Teste de validação/verificação
No teste de validação, foram abordados 14 sujeitos, 21% do gênero feminino e 79%
do gênero masculino, idade média de 25 anos (d.p. 2,32), todos eles relacionados com o
programa de pós-graduação pela seguinte classificação: pretendiam realizar uma pós-
graduação, estavam realizando ou já haviam concluído (Figura 54).
F
IGURA 54 PERFIL DOS SUJEITOS INTERESSE NO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Foi utilizado um formulário on-line disponível no endereço:
https://creator.zoho.com/lucynomiso/teste-validacao-verificacao/
. O formulário on-line
facilitou a coleta da informação e gerou um ambiente bem próximo do real, em que o usuário
realizava as tarefas do questionário paralelamente a outras de suas atividades pessoais,
sem que ficasse sujeito a um ambiente fechado onde não se sentisse confortável e
pressionado para a realização das tarefas.
O formulário foi dividido em dados pessoais, para que fosse possível identificar se ele
poderia ser considerado como usuário potencial ou não. Foi atribuída a realização de quatro
tarefas e um questionário de satisfação no final, que fazia comparação entre o site oficial do
programa e o site reformulado na pesquisa.
131
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
Os usuários eram experientes e possuíam um bom tempo de navegação em páginas
da web, como é mostrado a seguir:
F
IGURA 55 PERFIL DOS SUJEITOS USO DA INTERNET
A tarefa 1 solicitava que o usuário respondesse quando o curso de Doutorado em
Design foi aprovado pela Capes. No site oficial, essa informação estava localizada dentro de
um conteúdo sem destaque, e no site reformulado foi colocado em forma de tabela com o
intuito que tivesse mais destaque e que fosse exibido em forma de cronograma (Figura 56).
Para a tarefa, todos os usuários conseguiram encontrar a resposta correta (100% de
acerto).
F
IGURA 56 INFORMAÇÃO DO ARTIGO DESTACADO EM TABELA
A tarefa 2 solicitava que o usuário encontrasse o docente responsável pela disciplina:
Design de Moda, Aspectos Tecnológicos. 14% dos usuários não encontraram a resposta (2
indivíduos), contra 86% dos usuários que acertaram (12 indivíduos).
132
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
A tarefa 3 solicitava que o usuário respondesse quantos créditos em disciplinas
obrigatórias um discente do mestrado deveria ter até sua qualificação. No teste de
avaliação, essa informação era disponibilizada dentro da área de “Documentos”, no mesmo
local do site oficial, gerando dúvidas por parte do usuário. Assim, para o teste de validação,
a informação foi removida e duplicada em duas áreas relacionadas: “Informações para
Alunos” e “Corpo Discente”. Nessa tarefa, apenas um indivíduo não encontrou a resposta
correta (7%), contra 93% que acertaram.
A tarefa 4 solicitava que o usuário encontrasse o prazo máximo do indeferimento da
inscrição. A resposta dessa tarefa estava localizada em documento PDF que deveria ser
aberto pelo navegador, após o usuário clicar em um link dentro da página. No site oficial,
esse arquivo substituía a página; já no site reformulado, esse arquivo era aberto em uma
nova janela/aba. Assim, o usuário poderia continuar sua navegação dentro da página. No
site oficial, a informação sobre a data máxima de liberação de alunos indeferidos não existia,
apenas a lista dos que foram indeferidos. Para a tarefa, 86% dos usuários encontraram a
resposta, contra 14% que não conseguiram localizar a resposta.
F
IGURA 57 RESPOSTAS DA TAREFA 4
No questionário de satisfação, os usuários responderam qual era o nível de dificuldade
para encontrar as respostas no site reformulado.
133
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
F
IGURA 58 RESPOSTA DO QUESTIONÁRIO DE SATISFAÇÃO
Os usuários admitiram ter dificuldades para encontrar a resposta (57% dos usuários).
O grau de satisfação, quanto à organização da informação, foi de 7,3. A satisfação, quanto
ao visual/layout do site, foi de 7,5 (escala de 0 a 10 para ambas as questões). O grau de
satisfação mínima nesse tipo de teste, segundo RUBIN e CHISNELL (2008), é de 70%, visto
que uma satisfação de 100% não é real.
Foi realizado um teste de comparação no final, em que o usuário comparava o site
oficial com o site reformulado. Ao perguntar o grau de satisfação entre o antes e o depois,
(site oficial e site reformulado), o site reformulado obteve 6,9 (escala de 0 a 10).
4.6.4 Versão final do protótipo desenvolvido na pesquisa
O protótipo final, após realização dos testes de usabilidade e desenvolvido conforme
os princípios de usabilidade, foi disponibilizado no endereço:
http://www.compartilhe.net/MestradoUnesp
, mas com acesso restrito por login e senha.
Essa preocupação foi necessária, visto que o site reformulado poderia gerar problemas,
caso disponibilizasse informações que pudessem confundir o usuário final (Figura 59).
134
Etapa 4 – Testes elaborados durante o processo de redesign
Teste Exploratório – Teste de Avaliação – Teste de Validação
F
IGURA 59 VERSÃO FINAL DO PROTÓTIPO, DESENVOLVIDO EM FERRAMENTA CMS JOOMLA! V.1.5
135
Etapa 5 – Considerações Finais
5. Considerações finais
A usabilidade de sites institucionais é fator preponderante para que estes cumpram
seus objetivos básicos: informar de modo seguro, eficiente e efetivo as audiências e seus
respectivos usuários. A base teórica sobre recomendações de design ergonômico
informacional é mostrado nos dias atuais, mas a aplicação dos requisitos projetuais em
protótipos e os testes com ferramentas especializadas, continuam sendo etapas
imprescindíveis para alcançar a efetiva usabilidade desses sites.
O presente estudo baseou-se no questionamento sobre o uso de ferramentas
específicas na elaboração de sites e a possibilidade de geração de ambientes virtuais com
usabilidade satisfatória. Para tal, propôs-se testar uma dessas ferramentas disponíveis
(CMS), visando ao melhoramento da usabilidade do site institucional do Programa de Pós-
graduação em Design da UNESP; além de verificar sua contribuição para as áreas de
conhecimentos que envolvem o design ergonômico informacional.
Os procedimentos adotados caracterizaram cinco etapas metodológicas, sendo a
primeira de revisão teórica e as demais de aplicação laboratorial. Essas etapas “práticas”,
por sua vez, caracterizaram-se pelo controle satisfatório das variáveis envolvidas, o que
garantiu resultados expressivos para a evolução alternada de etapas de análise,
desenvolvimento de protótipos, e reanálise, proporcionando um protótipo final.
Particularmente, quanto a esse protótipo final, pode-se considerar que, após
abordagens com um total de 109 sujeitos durante a pesquisa, foi possível analisar as
respostas e solucionar problemas de usabilidade, pouco aplicados no site oficial, assim
como a diminuição de conflitos pelos usuários quanto à localização da informação no objeto
de estudo. Todos os sujeitos participantes contribuíram essencialmente para uma melhor
reestruturação do objeto de estudo e são igualmente responsáveis pelo sucesso de um
protótipo mais funcional e amigável. Certamente, a participação de usuários em estudos
136
Etapa 5 – Considerações Finais
dessa natureza faze o diferencial para o mapeamento e a solução dos problemas de mais
complexa resolução.
Outro aspecto a ser destacado é que a utilização da ferramenta CMS Joomla! no
desenvolvimento de sites foi fundamental para o alcance da efetiva usabilidade no protótipo
final, visto que proporcionou a estrutura base validada conforme recomendações da W3C; e
garantiu atender as normas de qualidade necessárias. Existem outras ferramentas CMS,
talvez até melhores, como o Drupal e o Wordpress, porém a ferramenta CMS selecionada
para o estudo foi o Joomla!, pois se apresentou mais amigável em seu layout de
administração, facilitando que usuários sem conhecimento técnico conseguissem facilmente
utilizá-lo. Outro fator da escolha foi que o autor também possuía anteriormente um
conhecimento técnico da ferramenta, que auxiliou na velocidade de desenvolvimento do
protótipo final.
Além das ferramentas CMS, outras ferramentas auxiliaram no desenvolvimento das
metodologias como aceleradores, tornando os testes mais eficientes na coleta de dados, de
documentação e de organização das informações coletadas na pesquisa, entre outros
procedimentos.
Na presente pesquisa, foi realizado um estudo teórico de vários tópicos que auxiliam
no desenvolvimento de websites mais usáveis. Toda a revisão auxiliou na construção de um
protótipo que estivesse preocupado com a usabilidade do usuário final. Logo após cada
etapa finalizada da produção do protótipo, foram feitos testes por meio de análise heurística
e análise com usuários, que auxiliaram na eliminação contínua de possíveis erros de
usabilidade.
A revisão, aplicação e testes provaram que é possível desenvolver websites com um
maior grau de satisfação pelos usuários, como foi mostrado nos dados coletados.
137
Etapa 5 – Considerações Finais
Por outro lado, reconhece-se também que o presente estudo apresenta, ainda,
algumas restrições e limitações, visto que os testes foram, na maior parte dos casos,
aplicados por meio on-line e que talvez tenham sido prejudicados, comparando-se com
laboratórios próprios para os testes de usabilidade. Por outro lado, foi possível observar que
o sujeito, ao realizar as avaliações em seu ambiente normal de navegação na internet,
mostrou-se mais tranquilo e seguro para responder às questões apresentadas e expor
livremente seu ponto crítico quanto à sua visão do protótipo elaborado. Esse fator pode ser
considerado positivo, mesmo quando foi observado que os usuários são mais desatentos
quando realizam os testes em seu ambiente normal de trabalho, do que quando são
convidados a saírem para um laboratório monitorado, os quais se sentem mais
“pressionados” e “obrigados” a realizarem as tarefas prescritas na avaliação.
Nesse sentido, com o conhecimento global alcançado, podemos apresentar algumas
recomendações, como:
- Os estudos na área de usabilidade de site institucionais sempre devem considerar
usuários potenciais ou efetivos;
- Os testes de usabilidade devem ser um requisito para o desenvolvimento do design
de sites institucionais;
- De todos os tópicos avaliados, a arquitetura de informação, quando corrigida,
apresentou melhoria expressiva no site;
- Os estudos dessa natureza devem evoluir em seus procedimentos e ferramentas,
assim como a tecnologia da informação evolui no contexto mundial.
Por fim, apesar da ampla revisão teórica apresentada, dos criteriosos materiais, dos
métodos aplicados e da atenção especial ao design da nova interface – especialmente no
que tange os aspectos de usabilidade – pode-se afirmar, com segurança, que a principal
contribuição do presente estudo está focado na possibilidade afirmativa de aplicação de
138
Etapa 5 – Considerações Finais
ferramentas CMS no melhoramento da usabilidade de sites institucionais. Além disso,
destaca-se, ainda, a conquista de novos conhecimentos decorrentes da experiência
laboratorial desenvolvida no presente estudo, bem como a contribuição científica em
incrementar os temas ligados ao design de interfaces, usabilidade e ergonomia
informacional, os quais contribuem de forma efetiva para o desenvolvimento do Design
Ergonômico, gerando novos conhecimentos e discutindo os melhores caminhos para o
amadurecimento do assunto usabilidade de websites.
139
Análise, aplicação e otimização de metodologias para elaboração de websites: O Design Ergonômico na busca
da usabilidade e melhor interação humano computador
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7. Apêndices
7.1. Apêndice A – Análise Heurística de Problemas de
Usabilidade
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7.2. Apêndice B – Análise Heurística das Recomendações
da W3C
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7.3. Apêndice C – Análise Heurística de Acessibilidade
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7.4. Apêndice D – Análise Heurística dos Princípios de
Usabilidade
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7.5. Apêndice E – Análise com Usuários sobre AI
(graduação)
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7.6. Apêndice F – Análise com Usuários sobre AI (pós-
graduação)
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7.7. Apêndice G – Análise com Usuários sobre os Fatores
de Design
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7.8. Apêndice H – Análise com Usuários Método Card
Sorting
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7.9. Apêndice I – Teste Exploratório/Formativo
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7.10. Apêndice J – Teste de Avaliação/Resumido
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7.11. Apêndice K – Teste de Validação/Verificação
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