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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
UNIDADE ACADÊMICA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
NÍVEL MESTRADO
FRANCIELE WRUBEL
INFORMAÇÕES SOBRE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS
DIVULGADAS POR COMPANHIAS ABERTAS BRASILEIRAS
São Leopoldo
2009
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FRANCIELE WRUBEL
INFORMAÇÕES SOBRE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS
DIVULGADAS POR COMPANHIAS ABERTAS BRASILEIRAS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação Mestrado em Ciências Contábeis da
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
UNISINOS, como requisito parcial para a
obtenção do título de mestre em Ciências
Contábeis.
Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Diehl
Co-Orientador: Prof. Dr. Ernani Ott
São Leopoldo
2009
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Ficha Catalográfica
Catalogação na Publicação:
Bibliotecária Camila Rodrigues Quaresma - CRB 10/1790
W958i Wrubel, Franciele
Informações sobre gestão estratégica de custos divulgadas por
companhias abertas brasileiras. / por Franciele Wrubel. – 2009.
145 f. : il. ; 30cm.
Dissertação (mestrado) — Universidade do Vale do Rio dos
Sinos, Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, São
Leopoldo, RS, 2009.
“Orientação: Prof. Dr. Carlos Alberto Diehl, Ciências
Econômicas; Co-orientação: Prof. Dr. Ernani Ott ”.
1. Custo – Gestão estratégica. 2. Custo – Contabilidade. 3.
Evidenciação – Custo – Gestão Estratégica. I. Título.
CDU 658.15
FRANCIELE WRUBEL
INFORMAÇÕES SOBRE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS DIVULGADAS POR
COMPANHIAS ABERTAS BRASILEIRAS
Dissertação apresentada à Universidade do
Vale do Rio dos Sinos Unisinos, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Ciências Contábeis.
Aprovado em 29 de julho de 2009.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Masayuki Nakagawa – USP
Profa. Dra. Clea Beatriz Macagnan – UNISINOS
Prof. Dr. Tiago Wickstrom Alves – UNISINOS
Prof. Dr. Carlos Alberto Diehl (Orientador)
Prof. Dr. Ernani Ott (Co-orientador)
Visto e permitida a impressão
São Leopoldo
Prof. Dr. Ernani Ott
Coordenador Executivo PPG
em Ciências Contábeis
DEDICATÓRIA
Dedico ao Leandro e à minha família.
AGRADECIMENTOS
- A Deus, por me proporcionar a vida, saúde e a alegria de viver; uma família e
amigos; assim como, oportunidades profissionais e capacidade de encarar desafios;
- À minha família, pelo amor e pela força;
- Ao Leandro, pelo amor, presença, apoio e companheirismo constante;
- Aos meus professores do Curso de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da
UNISINOS, pelas muitas lições transmitidas no decorrer do mestrado.
- Em especial ao professor Dr. Carlos Alberto Diehl pelo apoio, orientação e
estímulo, contribuindo muito com seu conhecimento para a realização desse trabalho.
Agradeço também por sua dedicação e compreensão, ensinamentos que sempre serão
lembrados na minha trajetória acadêmica. Ainda, estendo os agradecimentos ao co-
orientador, professor Dr. Ernani Ott, exemplo de paixão pela vida acadêmica.
- Ao professor Dr. Tiago Wickstrom Alves pelo auxílio nos testes estatísticos,
discussões e sugestões sobre este trabalho.
- Aos colegas do Mestrado, pela ótima convivência e amizade. Em especial, agradeço
pelas alegrias e dificuldades compartilhadas com alguns grandes amigos que fiz: Fernanda,
Diego, Fabiano e Marco Aurélio.
RESUMO
O presente trabalho teve por objetivo identificar e analisar as informações de gestão
estratégica de custos (GEC) encontradas nos relatórios das companhias abertas brasileiras
listadas nos níveis de governança corporativa da BOVESPA. Para isso, foi realizada uma
pesquisa nos relatórios de 2005, 2006 e 2007 de 30 companhias dos níveis 1, 2 e Novo
Mercado de governança corporativa, em quantidade proporcional ao total de 140 companhias
listadas nesses níveis no segundo semestre de 2007. A amostra foi constituída por escolha
aleatória das companhias e calculada utilizando o maior Coeficiente de Variação de Pearson e
grau de significância de 5%. Utilizando a técnica de análise de conteúdo, os relatórios foram
analisados e as informações sobre GEC foram classificadas em 16 categorias. As categorias
foram definidas com base nos temas-chaves de GEC, propostos por Shank e Govindarajan
(1997): Análise dos direcionadores de custos, Análise da cadeia de valor e Análise do
posicionamento estratégico. Para validá-las utilizou-se a cnica de Rodada Delphi. As
informações sobre GEC, após classificadas, foram analisadas por meio de testes estatísticos
de hipóteses, análises de correlação e análise de clusters. Conclui-se que as companhias
divulgam sobre a GEC, numa média de 212 sentenças por companhia, divididas entre os três
temas: 49,59% para Análise dos direcionadores de custos, 47,19% para cadeia de valor e
3,22% para posicionamento estratégico. Poucas são as informações encontradas sobre as
estratégias competitivas, sendo que as práticas mais citadas foram direcionadores de custos,
cadeia de valor, custos intangíveis, custos ambientais e gestão dos custos da qualidade.
Constatou-se que a divulgação sobre custos ambientais, da qualidade e logísticos é
determinada por atividades realizadas pelas companhias. A quantidade de informações sobre
GEC divulgada está relacionada com o tamanho dos relatórios, mas não com o tamanho da
companhia. E, os níveis de governança corporativa, aos quais as companhias pertencem, não
explicam as suas divulgações sobre o tema. Por meio da análise de cluster conclui-se que:
60% das companhias (Cluster 1) possuem média de informações sobre GEC abaixo da média
geral e 20% (Cluster 2) possuem média superior. A principal diferença entre os clusters é a
quantidade de informações divulgadas. Destaca-se que a divulgação não ocorre em função do
resultado econômico da companhia. As informações mais divulgadas pelas companhias dos
clusters concentram-se em: direcionadores de custos, cadeia de valor, custos intangíveis,
ambientais e da qualidade.
Palavras Chave: Gestão Estratégica de Custos, Categorias de Gestão Estratégica de Custos,
Divulgação de Gestão Estratégica de Custos, Práticas de Gestão Estratégica de Custos.
ABSTRACT
The main objective of this paper was to identify and analysis which strategic cost
management (SCM) information may be found in the Brazilian open companies’ reports listed
in BOVESPA’s corporate governance levels. To do that, some research was conducted in the
2005, 2006 and 2007 reports of 30 companies of levels 1, 2 and New Market of corporate
governance, in proportional amount to the total of 140 companies listed in those levels in the
second semester of 2007. The sample was made up of companies randomly chosen and
calculated by using the highest Pearson’s Variation Coefficient and a significance degree of
5%. The reports were analyzed through the content analysis technique and the information on
SCM was classified in 16 categories. The categories were set based on SCM key-topics,
proposed by Shank and Govindarajan (1997): Cost Driver Analysis, Value Chain Analysis,
and Strategic Positioning Analysis. In order to validate them, the Delphi Run technique was
used. The information on SCM, after being classified, was analyzed through hypothetical
statistical tests, correlation analyses and clusters analysis. We concluded that companies
publish their SCM in an average of 212 sentences per company, divided among the three
topics: 49.59% for Cost Driver Analysis, 47.19% for Value Chain and 3.22% for Strategic
Positioning. Little information may be found regarding competitive strategies and the most
mentioned practices were cost driver, value chain, intangible costs, environmental costs, and
quality cost management. We noticed that the issue on environmental, quality and logistics
costs is determined according to the activities accomplished by the companies. The amount of
information published on SCM is related to the extension of the reports, but not with the size
of the company. And, the levels of corporate governance, which the companies belong to, do
not explain the issuing over the topic. Through cluster analysis, we may conclude that: 60% of
the companies (Cluster 1) have average information on SCM below the general average and
20% (Cluster 2) have higher average. The main difference among the clusters is the amount of
published information. It stands out that the issuing does not happen due to the company’s
economical result. The most published information by the companies of the clusters is
gathered in: cost driver, value chain, and intangible, environmental, quality costs.
Keywords: Strategic Cost Management, Strategic Cost Management Categories, Strategic
Cost Management Publishing, Strategic Cost Management Practices.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Diferenças nas abordagens de custos entre duas estratégias..................................30
Quadro 2: Direcionadores e atividades organizacionais.........................................................33
Quadro 3: Relação de custos intangíveis e fatores intangíveis...............................................42
Quadro 4: Companhias que compõem a amostra inicial ........................................................66
Quadro 5: Demonstrativo do cálculo da amostra....................................................................67
Quadro 6: Nível de governança corporativa e setor das companhias da amostra...................68
Quadro 7: Relação de categorias e subcategorias sobre GEC ................................................76
Quadro 8: Temas de gestão estratégica de custos...................................................................86
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Quantidade de páginas dos relatórios com informações sobre GEC .....................81
Gráfico 2: Correlação entre tamanho do relatório e divulgação de informações sobre GEC .83
Gráfico 3: Correlação entre o valor do ativo e as informações sobre GEC ............................84
Gráfico 4: Distribuição das informações sobre GEC..............................................................86
Gráfico 5: Média de informações sobre GEC por nível de governança corporativa.............100
Gráfico 6: Média de informações divulgadas sobre GEC por Cluster
..........................................106
Gráfido 7: Média de informações divulgadas por tema de GEC nos clusters 1 e 2..............108
Gráfico 8: Box plot para as companhias e o total de informações sobre GEC......................109
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Fluxograma com as etapas da pesquisa...................................................................21
Figura 2: Cadeia de valor genérica..........................................................................................27
Figura 3: Resumo da cadeia de valor externa de uma empresa ..............................................28
Figura 4: Apropriação de custos na metodologia ABC. .........................................................37
Figura 5: ABM operacional e ABM estratégico .....................................................................39
Figura 6: Valores e posturas da governança corporativa ........................................................60
Figura 7: O ambiente interno da governança corporativa: as condições influenciadoras.......62
Figura 8: O método Delphi .....................................................................................................73
Figura 9: Dendograma da análise de clusters das companhias.............................................103
Figura 10: Dendograma da análise de clusters sem a companhia Braskem..........................111
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Referencial teórico sobre as principais práticas de GEC.........................................36
Tabela 2: Amostra inicial ........................................................................................................65
Tabela 3: Tamanho dos relatórios ...........................................................................................79
Tabela 4: Relatórios com informações sobre GEC .................................................................80
Tabela 5: Total de sentenças com informações sobre GEC....................................................82
Tabela 6: Informações anuais sobre GEC...............................................................................85
Tabela 7: Posicionamento das companhias sobre a adoção do ABC......................................87
Tabela 8: Distribuição de sentenças por setores de atividade .................................................88
Tabela 9: Ranking das informações sobre GEC para as companhias da amostra...................89
Tabela 10: Resultado das categorias de cadeia de valor..........................................................90
Tabela 11: Resultado das categorias de direcionadores de custos e posicionamento
estratégico..........................................................................................................................91
Tabela 12: Resumo do resultado das categorias de gestão estratégica de custos....................92
Tabela 13: Distribuição da gestão dos custos logísticos por setores de atividade...................97
Tabela 14: Média de informações sobre GEC por nível de governança corporativa............101
Tabela 15: Comparativo das informações sobre GEC por cluster........................................105
Tabela 16: Cluster 1 ..............................................................................................................112
Tabela 17: Cluster 2 ..............................................................................................................113
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................13
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
E
PROBLEMA
DE
PESQUISA............................................13
1.2 OBJETIVOS.....................................................................................................................16
1.2.1 Objetivo Geral.............................................................................................................16
1.2.2 Objetivos Específicos..................................................................................................16
1.3 DELIMITAÇÃO
DO
TEMA ...........................................................................................17
1.4 RELEVÂNCIA
DA
PESQUISA......................................................................................17
1.5 ETAPAS
DA
PESQUISA ................................................................................................21
1.6 ESTRUTURA
DA
DISSERTAÇÃO ...............................................................................22
2 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................23
2.1 GESTÃO
ESTRATÉGICA
DE
CUSTOS........................................................................23
2.1.1 Análise da Cadeia de Valor........................................................................................24
2.1.2 Análise do Posicionamento Estratégico ....................................................................29
2.1.3 Análise dos Direcionadores de Custos ......................................................................31
2.1.4 Práticas de Gestão Estratégica de Custos.................................................................34
2.1.4.1 Activity Based Costing (ABC) e Activity Based Management (ABM)..................37
2.1.4.2 Gestão de Custos Ambientais.................................................................................40
2.1.4.3 Gestão de Custos Intangíveis .................................................................................41
2.1.4.4 Total Cost of Ownership (TCO).............................................................................43
2.1.4.5 Alianças Estratégicas..............................................................................................45
2.1.4.6 Análise dos Custos dos Concorrentes ....................................................................45
2.1.4.7 Gestão de Custos Logísticos ..................................................................................46
2.1.4.8 Gestão de Custos da Qualidade..............................................................................48
2.1.4.9 Custo-Meta.............................................................................................................51
2.1.4.10 Gestão de Custos Interorganizacionais ..................................................................53
2.1.4.11 Contabilidade Aberta (Open-Book Accounting) ....................................................54
2.2 EVIDENCIAÇÃO............................................................................................................55
2.2.1 Partes Interessadas .....................................................................................................57
2.2.2 Governança Corporativa ...........................................................................................59
3 METODOLOGIA.........................................................................................................64
3.1 MÉTODO
DE
PESQUISA...............................................................................................64
3.2 CLASSIFICAÇÃO
DA
PESQUISA................................................................................64
3.3 UNIVERSO
E
AMOSTRA..............................................................................................65
3.4 COLETA
E
TRATAMENTO
DAS
EVIDÊNCIAS.........................................................69
3.5 ANÁLISE
DAS
EVIDÊNCIAS.......................................................................................70
3.5.1 Análise de Conteúdo...................................................................................................70
3.5.2 Validação das Categorias e Subcategorias ...............................................................72
3.5.3 Análise de Clusters (conglomerados).........................................................................76
3.6 LIMITAÇÕES
DO
MÉTODO.........................................................................................77
4 ANÁLISE DAS EVIDÊNCIAS ...................................................................................79
4.1 DESCRIÇÃO
DAS
COMPANHIAS...............................................................................79
12
4.2 APRESENTAÇÃO
E
ANÁLISE
DAS
EVIDÊNCIAS....................................................81
4.2.1 Informações sobre Gestão Estratégica de Custos Divulgadas nos Relatórios.......81
4.2.2 Análise dos Temas de Gestão Estratégica de Custos...............................................86
4.2.3 Análise da Cadeia de Valor........................................................................................92
4.2.4 Análise dos Direcionadores de Custos ......................................................................97
4.2.5 Análise do Posicionamento Estratégico ....................................................................99
4.2.6 Análise da Gestão Estratégica de Custos das Companhias por Nível de
Governança Corporativa.....................................................................................................100
4.3 ANÁLISE
DOS
CLUSTERS
DE
GESTÃO
ESTRATÉGICA
DE
CUSTOS.................102
4.3.1 Resultado da Gestão Estratégica de Custos para os clusters................................104
4.3.2 Gestão Estratégica de Custos das Companhias do Cluster 1................................112
4.3.3 Gestão Estratégica de Custos das Companhias do Cluster 2................................113
5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ..................................................................115
5.1 CONCLUSÃO ...............................................................................................................115
5.2 RECOMENDAÇÕES ....................................................................................................117
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................119
APÊNDICE A – EMPRESAS LISTADAS NOS NÍVEIS DE GOVERNANÇA
CORPORATIVA DA BOVESPA .......................................................................................127
APÊNDICE B – LISTA DE GRUPOS DE RELATÓRIOS IAN (INFORMAÇÕES
ANUAIS) E DFP (DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PADRONIZADAS) ............130
APÊNDICE C – LISTA DAS CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS...........................132
APÊNDICE D – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS APLICADO NA
PRIMEIRA RODADA DELPHI.........................................................................................135
APÊNDICE E – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS APLICADO NA
SEGUNDA RODADA DELPHI..........................................................................................137
APÊNDICE F – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS APLICADO NA
TERCEIRA RODADA DELPHI ........................................................................................140
APÊNDICE G – RESULTADO FINAL DAS RODADAS DELPHI...............................142
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA DE PESQUISA
A informação, cada vez mais, se torna um fator crítico de sucesso para os gestores das
organizações que atuam em ambiente de negócios dinâmico e altamente competitivo, pautado
por constantes modificações e inovações tecnológicas. De maneira mais acentuada as
organizações passaram a necessitar de práticas capazes de orientar suas estratégias com o fim
de assegurar a sua continuidade.
Na realização de controles, análises, definição de fatores estratégicos e melhoria na
atuação no mercado, são necessárias aos gestores, entre outras, informações sobre custos. Na
descrição de Lockamy III (2003, p. 1), o “advento da competitividade global acelerada,
reduzido ciclos de produtos, rápidos avanços tecnológicos, organizacionais e entre cadeias
tem aumentado drasticamente a necessidade de abordagens mais eficazes de gestão dos
custos”.
Shank e Govindarajan (1997, p. 59) assinalam que “[...] gerenciar custos eficazmente
exige um enfoque amplo, externo à empresa [...]”. Informações e práticas de custos devem ser
utilizadas com esse enfoque. Os acontecimentos externos à companhia também podem afetá-
la e por isso devem ser considerados durante a gestão dos custos e elaboração das estratégias.
Para atender as demandas mercadológicas e as necessidades de adaptação das
organizações a um contexto de busca por melhoria contínua da competitividade, surgiu a
Gestão Estratégica de Custos (GEC) (SHANK; GOVINDARAJAN, 1997). As principais
atribuições da GEC, segundo os autores, é a geração de informações para a tomada de
decisões e a mensuração dos impactos das estratégias adotadas nos resultados.
Shank e Govindarajan (1997, p. 4) definem a GEC (Strategic Cost Management
SCM) como “uma análise de custos vista sob um contexto mais amplo, em que os elementos
estratégicos tornam-se mais conscientes, explícitos e formais”. Os autores explicam que “os
dados de custos são usados para desenvolver estratégias superiores a fim de se obter uma
vantagem competitiva sustentável”.
14
Dessa forma, entendem que o gerenciamento sob o enfoque estratégico requer atenção
do ambiente interno e externo das companhias, ponto de partida para a formação de
estratégias. De acordo com Silvi e Cuganesan (2006), a gestão estratégica de custos oferece
um meio de análise da cadeia de valor de uma empresa, dos fatores de custo que sustentam
essas atividades e do valor criado a partir desta mistura de desempenho das atividades.
Para Cooper e Slagmulder (2003), gerir custos torna-se uma questão de sobrevivência
para as organizações. Os autores argumentam que estes devem ser geridos estrategicamente e
que a GEC é a aplicação de técnicas de gestão de custos que melhora a posição estratégica de
uma companhia e os reduzem. Atuar nessa redução significa que as empresas devem ser
eficientes e eficazes com relação ao consumo de seus recursos, para poderem atingir a
lucratividade mínima necessária (HANSEN; MOWEN, 2001).
Segundo Bacic (1994, p. 297), “a complexidade e a insuficiência de informações são
elementos que qualificam o quadro de incerteza que demarca as decisões estratégicas”.
Segundo o autor, é difícil prever, por exemplo, qual será a reação dos concorrentes a um dado
movimento competitivo, de forma que se pode prever essa reação por meio da análise de seus
pontos fortes e fracos. O que a organização precisa é estar preparada com informações válidas
para monitorar e avaliar suas estratégias frente a reação dos concorrentes, visando assegurar a
execução da estratégia.
Para Diehl (2004, p. 42-43), estratégia é “o conjunto de decisões de longo prazo, que
envolve o comprometimento de recursos organizacionais para ação concreta sobre o ambiente
competitivo, visando o desempenho da organização através do alcance de determinados
objetivos”. “A visão de longo prazo é uma das características das decisões estratégicas”, no
entanto, uma “empresa precisa gerar condições no presente para se manter competitiva no
futuro” (BACIC, 1994, p. 297).
Sendo assim, no que se refere ao ambiente de competição, destaca-se que as
companhias necessitam estar sintonizadas com as peculiaridades do ambiente em que atuam,
interagindo com seus fornecedores, concorrentes e clientes, a fim de adotar as decisões mais
vantajosas. Para isso, Shank e Govindarajan (1997) mencionam algumas práticas de gestão
estratégica de custos: custeio baseado em atividades, análise de cadeia de valor, dos custos da
qualidade e dos direcionadores de custos.
15
Ou ainda, Faria e Costa (2005) acrescentam a gestão de custos logísticos; Ellram e
Siferd (1993) referem o custo total de propriedade; Monden (1999) menciona o custo-meta,
entre outras práticas.
Com informações de custos de enfoque amplo, conforme tratado por Shank e
Govindarajan (1997), e utilizando práticas de gestão estratégica de custos, a empresa deve
procurar manter as suas atividades. Anderson e Dekker (2009) discutem sobre GEC e suas
práticas em trabalho dividido em duas partes, sendo uma focada nos custos estruturais e outra
nos custos de execução, isso com base no tratado por Shank e Govindarajan.
Na GEC, segundo Anderson (2006), ocorre o alinhamento dos recursos de uma
empresa e a estrutura de custos associados com a estratégia de longo prazo e as táticas de
curto prazo. Com uma estrutura de custos alinhada com a estratégia e mantendo as atividades
de forma consistente a companhia também poderá, por exemplo, ser atrativa para novos
investidores.
Uma forma de a companhia buscar informações de outras pertencentes à sua cadeia de
valor e, também transmitir suas informações e resultados aos interessados é a divulgação em
relatórios. Essa divulgação (disclosure ou evidenciação) se refere à forma adotada pelos
gestores para se comunicarem com os acionistas e com o mercado, apresentando o
desempenho da companhia, perspectivas futuras e demais informações, visando apoiar os
investidores e demais stakeholders nas suas decisões. Por isso possui relevância no ambiente
corporativo, e no competitivo e crescente mercado de capitais.
Esse tema tem gerado diversas pesquisas como a de Lanzana (2004), sobre a relação
entre o nível de disclosure das empresas brasileiras de capital aberto e a governança
corporativa das mesmas. Em 2002, Nossa (2002) analisou o disclosure ambiental e em 2003
Ponte e Oliveira (2004) pesquisou sobre a evidenciação de informações de natureza avançada
e não obrigatória, observando os relatórios de 2002 por parte de companhias brasileiras.
Piacentini (2004) realizou uma pesquisa sobre a evidenciação de informações de
natureza voluntária praticada por companhias abertas brasileiras dos níveis 1 e 2 de
Governança Corporativa da BOVESPA, em seus relatórios da administração encerrados em
31/12/2002. Também foi desenvolvido estudo por Backes (2005) acerca das informações
sobre capital intelectual evidenciadas nos relatórios da administração, data-base 31/12/2003,
de companhias abertas brasileiras, mediante aplicação da técnica de análise de conteúdo.
16
Da mesma forma, Gallon e Beuren (2006) utilizaram a análise de conteúdo para
verificar a evidenciação nos relatórios da administração do ano de 2004 das companhias
participantes dos níveis de governança da BOVESPA, dos itens obrigatórios, não obrigatórios
e não recomendados pela legislação.
Os aspectos mencionados instigam a realização dessa pesquisa, visando responder a
seguinte questão:
Quais são as informações sobre gestão estratégica de custos divulgadas nos relatórios
de companhias abertas brasileiras listadas nos níveis de governança corporativa da
BOVESPA?
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Identificar e analisar as informações sobre gestão estratégica de custos divulgadas nos
relatórios de companhias abertas brasileiras listadas nos níveis de governança corporativa da
BOVESPA.
1.2.2 Objetivos Específicos
a) Definir e validar as categorias de gestão estratégica de custos;
b) Classificar as informações sobre gestão estratégica de custos em categorias;
c) Analisar o conteúdo sobre gestão estratégica de custos encontrado nos relatórios
divulgados pelas companhias.
17
1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA
O objeto de estudo foi as informações sobre Gestão Estratégica de Custos, entretanto,
essas não foram separadas ou classificadas em voluntárias ou obrigatórias. Também não se
analisou a adequação ou correção dos relatórios, da mesma forma em que não se pretendeu
responder se as informações divulgadas sobre Gestão Estratégica de Custos eram coerentes ou
não com a estratégia adotada pela companhia, independentemente de ser possível ou não fazer
essa identificação ou relação.
Algumas companhias disponibilizam apenas parte dos relatórios voluntários
existentes, sendo assim, apenas os disponibilizados por elas foram analisados. Os relatórios
pertencentes ao grupo 19 Dados da Controlada Coligada, não foram analisados por apresentar
informações de empresas ligadas às empresas pesquisadas.
Durante a análise da quantidade de informações divulgadas por companhia, não foi
observado e nem utilizado qualquer índice para efetuar comparações, assim como não se
procurou saber se as práticas de Gestão Estratégica de Custos divulgadas pelas companhias
realmente eram praticadas por elas.
Por fim, não foi realizada análise das informações divulgadas com relação ao modelo
de gestão, resultado operacional das companhias, tipo de ações: preferenciais ou ordinárias,
composição acionária, tipo de capital ou se possui algum acionista estrangeiro.
1.4 RELEVÂNCIA DA PESQUISA
As empresas estão inseridas em ambiente marcado cada vez mais pela alta competição
e por incertezas, e isso deve ser considerado ao formular estratégias que garantam vantagem
competitiva sustentável. Para alcançá-la precisam definir o seu posicionamento estratégico
por meio da formulação de prioridades estratégicas diferenciação ou liderança em custos
(PORTER, 1989). Além dessa escolha, é importante a existência de mecanismos
administrativos que permitam a efetiva implementação das estratégias formuladas (SHANK;
GOVINDARAJAN, 1997).
18
Shank e Govindarajan (1997, p. 116) mencionam que “[...] a gestão e o controle de
custos se tornam mais significativos no contexto da estratégia específica que estiver sendo
seguida”, pois, segundo os mesmos, “diferentes estratégias exigem diferentes prioridades”. De
acordo com Diehl (2004, p. 25), “é necessário conhecerem-se as relações entre controle de
custos e estratégia da organização, de forma a poder analisar quais características são
importantes para o alinhamento entre estes”.
Pesquisa sobre características estruturais de empresas americanas de quatro grupos
industriais e sobre a orientação estratégica e sua influência no desempenho dessas empresas
foi realizada por Pleshko e Nickerson (2008), o que demonstra a relevância do tema e a
necessidade de pesquisar as estratégias praticadas em empresas de diferentes países.
Segundo a pesquisa, as características estruturais das empresas pesquisadas não têm
diferenças quanto aos tipos de estratégia adotada, entretanto a orientação estratégica possui
influência no desempenho. Em caso de multinacionais, por exemplo, de acordo com Li e Yue
(2008) as condições do país de origem são determinantes para as suas escolhas estratégicas.
Para Anderson (2006, p. 2), a gestão estratégica de custos é destinada a “alinhar a
estrutura de custos da empresa com a sua estratégia e otimizar o desempenho da estratégia”,
além disso, o “alinhamento e otimização deve compreender o valor integral da cadeia e de
todas as partes interessadas em garantir a longo prazo, sustentável lucro para a empresa”.
Assim, a gestão de custos deve extrapolar todos os pontos que agregam valor ao
produto na cadeia produtiva, e não somente os da própria empresa, isso porque, para Shank e
Govindarajan (1997), cada empresa deve ser entendida no contexto da cadeia global das
atividades geradoras de valor da qual ela é apenas uma parte. A importância desse
entendimento está na oportunidade de gerenciar seus inter-relacionamentos com clientes e
fornecedores, por exemplo.
Nesse sentido esse estudo é relevante porque identifica se informações dessa natureza
podem ser encontradas nos relatórios divulgados pelas companhias. A obrigação de prestar
contas dos resultados obtidos, em função de responsabilidades que decorrem de uma
delegação de poder”, é que Nakagawa (1995, p. 17) conceitua como Accountability. Dessa
forma, entende-se que, investidores, fornecedores, credores e clientes são partes interessadas
nessas informações para a tomada de decisões, que buscam aprimorar os relacionamentos com
os membros integrantes da cadeia de valor.
19
Para Nakagawa (1995, p. 17-18),
nas grandes empresas, onde é muito clara a separação entre propriedade e gerência,
os acionistas representando, muitas vezes, interesses de inúmeros de investidores,
elegem os membros de seu conselho de administração, os quais, por sua vez,
escolhem pessoas, que efetivamente deverão gerir os negócios das empresas,
formando-se, assim uma grande cadeia de accountability, que percorre toda a sua
estrutura organizacional. [...]
A responsabilidade (accountability), como se vê, corresponde sempre à obrigação de
se executar algo, que decorre da autoridade delegada e ela só se quita com a
prestação de contas dos resultados alcançados e mensurados pela contabilidade.
As informações divulgadas proporcionam ao consumidor auxílio na escolha de qual
produto consumir. Para os demais interessados, as informações sobre gestão estratégica de
custos proporcionam oportunidades de melhoria em processos, decisões sobre qual produto ou
serviço adquirir ou fabricar, ou tentar compreender o que está determinando os custos das
empresas parceiras ou concorrentes.
Rodrigues e Mendes (2004) citam que os investidores, por exemplo, desejam
informações sobre a empresa, de modo que possam avaliar o investimento que nela fizeram
ou pretendem fazer. E que o desejo é de possuir informações de todo o processo de gestão,
desde os planos estratégicos até os instrumentos de gestão operacional e de controle, para
vislumbrarem o valor da empresa no futuro, bem como avaliar o fluxo possível e provável de
dividendos.
Buscando entender as informações sobre gestão estratégica de custos das
organizações, essa pesquisa visou encontrá-las em relatórios oficiais de companhias
pertencentes aos níveis 1, 2 e Novo Mercado de Governança Corporativa da BOVESPA
(Bolsa de Valores de São Paulo).
Dessa forma, acredita-se que as companhias, durante a preparação dos relatórios sobre
seus produtos e serviços, seus processos de produção ou distribuição e outros, podem estar
preocupadas com a gestão estratégica de custos, optando por divulgar suas práticas ou alguma
informação sobre esse tema. Isso porque as companhias utilizam estes relatórios para prestar
contas aos investidores e outros interessados. E, assim, os disponibilizam na Internet para
download, o que torna mais facilitado e com baixo custo o acesso às informações.
20
Alguns estudos têm tratado sobre divulgação de informações, como os de Nossa
(2002), Lanzana (2004), Piacentini (2004), Backes (2005) e Gallon; Beuren (2006), conforme
mencionado, mas não são encontradas pesquisas sobre divulgação de informações
relacionadas com Gestão Estratégica de Custos, mesmo se reconhecendo a relevância dessas
para a tomada de decisões dos gestores e investidores e para a identificação de perspectivas
futuras das companhias.
“A gestão estratégica de custos é uma área de pesquisa que desperta interesse entre
acadêmicos e gestores”, conforme Diehl e Gonçalo (2005, p. 1). Assim, o tema vem sendo
muito discutido e pesquisado, como por exemplo: Porter (1989), Nakagawa (1991); Shank;
Govindarajan (1997), Cooper; Slagmulder (1998), Rocha (1999), Monden (1999), Lockamy
III (2003), Anand (2004), Diehl (2004), Anderson (2006), Ellram (2006), El-Kelety (2006),
Silvi; Cuganesan (2006), Aguiar; Rocha (2007), El-Dyasty (2007), Fu (2007), Souza; Rocha
(2008) e Casella (2008), entretanto este estudo destaca-se por desenvolver e validar um
conjunto de categorias relacionadas com o tema, que poderão servir como base para pesquisas
futuras nessa área.
No que se refere à categoria de GEC, ABC/ABM, por exemplo, sabe-se que Anand
(2004) pesquisou sobre sua teoria e prática nas companhias indianas, observando os fatores
que influenciam o sucesso e interesse da sua adoção. Anderson (2006), desenvolveu um
modelo que relaciona a GEC e a avaliação do desempenho. Silvi e Cuganesan (2006)
apresentam a GEC sob a perspectiva que pode ser útil para examinar a aplicação da gestão do
conhecimento e da sua eficiência e eficácia para a vantagem competitiva.
Destaca-se também a pesquisa realizada por Rocha (1999), em que o autor apresenta
uma proposta de um modelo conceitual de sistema de informação específico para dar suporte
ao processo de gestão estratégica das organizações. Este modelo visa facilitar o processo de
concepção, formulação, desenvolvimento, monitoramento e sustentação de estratégias,
assegurando vantagens competitivas às organizações usuárias.
Dada a sua natureza, este estudo se enquadra na linha de pesquisa “Finanças
Corporativas e Controle de Gestão” do Programa de Pós Graduação Mestrado em Ciências
Contábeis da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS. Está vinculado ao projeto
de pesquisa do prof. Dr. Carlos Alberto Diehl e ao seu grupo de pesquisa "Implementação e
Controle Estratégicos”, registrado no CNPq.
21
1.5 ETAPAS DA PESQUISA
As atividades para a realização da pesquisa estão divididas em etapas, conforme
Figura 1. Na sequência apresenta-se a estrutura da dissertação, que é o resultado da pesquisa.
Figura 1: Fluxograma com as etapas da pesquisa
Cada etapa da pesquisa, visualizada no Fluxograma, utilizou procedimentos
metodológicos para ser efetuada, ou seja, técnicas de coleta de dados e análise, que podem ser
acompanhadas no capítulo da Metodologia.
Construção da
fundamentação teórica
Envio das Rodadas
Delphi para validar as
categorias
Revisão geral
Validação das
categorias
Leitura e codificação
dos relatórios
Revisão geral e redação
nclusão
Análise das evidências
Tabulação
dos dados
Defesa
Criação de categorias
de GEC
Coleta de dados por
meio de download
dos relatórios
Depósito
Revisão e entrega
22
1.6 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
No primeiro capítulo desse estudo tem-se a introdução, composta pela
contextualização e identificação do problema estudado, o objetivo geral e os objetivos
específicos, e a delimitação do estudo e a sua relevância.
No segundo capítulo, para promover o suporte da pesquisa, apresenta-se o referencial
teórico subdividido em duas partes: a primeira trata sobre conceitos, relevância e as práticas
de gestão estratégica de custos, sendo subdividida em: análise da cadeia de valor, do
posicionamento estratégico, dos direcionadores de custos e práticas de gestão estratégica.
Nessa última abordam-se onze práticas, tratando da conceituação e funcionamento de cada
uma delas.
a segunda parte do referencial teórico aborda o tema evidenciação ou disclosure,
incluindo conceituação e relevância, subdividida em partes interessadas e governança
corporativa. Sobre partes interessadas apresentam-se fatores que moldam sua influência nas
tomadas de decisão e sobre governança corporativa apresenta-se abrangência, atribuições e os
níveis de governança corporativa da BOVESPA.
O terceiro capítulo apresenta a metodologia, expondo, primeiramente, o método de
pesquisa, após aponta a classificação, em seguida o universo e a amostra, coleta e tratamento
das evidências e sobre a análise das evidências, detalhando sobre a técnica de análise de
conteúdo, a cnica de rodada Delphi, a validação das categorias de gestão estratégica de
custos e a análise de clusters. Por último, nesse capítulo apresentam-se as limitações do
método.
A análise e interpretação das evidências, assim como a apresentação das companhias
pesquisadas e dos resultados encontrados com a pesquisa encontram-se no capítulo quatro.
Por fim, no quinto capítulo descreve-se a conclusão da pesquisa, seguida das recomendações
para futuras pesquisas. Em seguida encontram-se as referências utilizadas e os apêndices.
23
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Com o propósito de construir um suporte teórico para a pesquisa e maior
conhecimento sobre Gestão Estratégica de Custos (GEC), explora-se nesse capítulo o seu
conceito, relevância e as principais práticas sobre este tema. Uma das formas de divulgação
de informações sobre gestão estratégica de custos por companhias são os seus relatórios
anuais.
Assim, conhecer aspectos básicos sobre a forma como isto é feito e os seus principais
interessados são importantes para o entendimento do estudo, por isso esse assunto é
contemplado nesse capítulo. Foram pesquisados os relatórios anuais das companhias
pertencentes aos níveis de governança corporativa da BOVESPA. Diante disso, faz-se
também uma explanação sobre a governança corporativa e os seus níveis na BOVESPA.
2.1 GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS
A gestão estratégica de custos tem sido um tema bastante debatido nos últimos anos, o
que gerou muitas pesquisas como as de Cooper; Slagmulder (1999, 2003, 2004); Bacic
(1994); Shank; Govindarajan (1997); Fu (2007); discussões sobre práticas, como sobre o
custeio baseado em atividades, em trabalho de Nakagawa (1994), ou sobre outras práticas
conforme Ellram; Siferd (1993) tratando sobre o custo total de propriedade e Ellram (2006)
sobre custo-meta.
Os estudos já realizados têm destacado a relevância do tema e contribuído para a
divulgação de conhecimentos sobre práticas que podem auxiliar as empresas na obtenção de
vantagens competitivas. Diehl (1997, 1999) propôs um método de avaliação dos custos
intangíveis como forma de melhorar a administração dos recursos das organizações e gerar
um diferencial competitivo.
Em estudo exploratório, Casella (2008, p. 11) afirma que o mesmo justifica-se porque
“refere-se à vantagem competitiva que poderá ser obtida pelas empresas que dominarem o
processo de análise dos custos dos concorrentes”. Em análise e mensuração econômica da
24
cadeia de valor interna do segmento madereiro de pinus, Bleil (2007) descobriu a contribuição
de cada atividade da cadeia na formação do resultado econômico, assim como demonstrou
que a mensuração pode gerar informações operacionais e estratégicas.
Esses estudos, e outros que serão tratados nesse capítulo, ocorreram e ocorrem em
função de que “as crescentes pressões da concorrência global, a inovação tecnológica e as
mudanças nos processos de negócios fizeram a gestão estratégica de custos muito mais crítica
e dinâmica do que nunca. Os gestores devem pensar competitivamente, e fazê-lo requer uma
estratégia” (EL KELETY, 2006, p. 1-2).
Segundo o autor “o sistema de gestão de custos da empresa deve ser mais dinâmico
para lidar com a mais rápida mudança no ambiente e com a crescente diversidade de produtos
e processos de fabricação” (EL KELETY, 2006, p. 2-3). Para Nakagawa (1991, p. 35) é
necessário que a administração possua “uma compreensão clara da relação de causa e efeito
entre os numerosos fatores que determinam o consumo de recursos (direcionadores de custos)
e custo dos produtos”.
A GEC, para Cooper e Slagmulder (1998, p. 14), é a “aplicação das técnicas de gestão
de custos de maneira que, simultaneamente, melhore a posição estratégica de uma empresa e
reduza seus custos”. Para atender seus propósitos a GEC se baseia em três temas-chave,
conforme abordagem de Shank e Govindarajan (1997, p. 8): “(1) Análise da cadeia de valor;
(2) Análise do posicionamento estratégico; (3) Análise dos direcionadores de custos”.
Cada um deles também vem sendo tema central de estudos sobre organizações, de
forma que, os custos, nesses casos, são observados sob perspectiva mais ampla e externa do
que a utilizada na análise limitada ao ambiente interno das organizações. Assim, na seqüência
eles são abordados em detalhes.
2.1.1 Análise da Cadeia de Valor
A cadeia de valor torna-se um importante referencial para a tomada de decisões na
gestão estratégica porque envolve acontecimentos externos a empresa, mas que impactam nas
suas operações e nos seus custos. Nesse caso, atenta-se para a seguinte situação: os
fornecedores não produzem e entregam apenas insumos que serão utilizados nas atividades de
25
valor de uma empresa, mas influenciam de modo importante os custos e posição de
custos/diferenciação da empresa (PORTER, 1989; SHANK; GOVINDARAJAN, 1997).
Porter (1989, p. 47) exemplifica a influência nos custos, mencionando que
remessas freqüentes do fornecedor podem reduzir as necessidades de estoque de
uma empresa, uma embalagem apropriada dos produtos do fornecedor pode reduzir
o custo de manuseio, e a inspeção feita pelo fornecedor pode eliminar a necessidade
de inspeção de chegada pela empresa.
Para que a empresa atinja seus objetivos não é suficiente que a mesma visualize
apenas as operações internas, isoladamente, embora isso seja útil para integrar todas as
funções, atividades e tarefas (BOWERSOX; CLOSS, 1996). É necessário, segundo os
autores, que essas empresas estendam seu comportamento para incorporar clientes e
fornecedores, por meio da integração externa, por eles denominada gestão da cadeia de
suprimentos.
Segundo Shank e Govindarajan (1997, p. 63) as ações dos clientes podem ter um
impacto significativo nas atividades de valor da empresa” e exemplificam: o desenvolvimento
das miniusinas de aço baixou os custos operacionais de usuários de produtos de arame que são
clientes dos clientes das miniusinas – dois estágios abaixo na cadeia de valor.
Um desafio único de gestão de custos no perímetro da empresa é motivar os
participantes da cadeia de valor a reforçar o seu próprio retorno de forma que aumentam em
vez de diminuir retornos para toda a cadeia (ANDERSON, 2006). Nesse contexto, a análise
do lucro por cliente pode ser uma prática para auxiliar na mensuração e gerenciamento da
relação da empresa com o cliente.
A análise da cadeia de valor e das ligações da empresa com seus fornecedores e
clientes, não é uma perspectiva restrita e sim, importante para determinar onde, na cadeia do
cliente, o valor pode ser aumentado ou os custos reduzidos (SHANK; GOVINDARAJAN,
1997).
Rocha (1999, p. 103) ressalta que é crescente a tendência a se formarem parcerias, ou
relações fortes e duradouras entre a companhia e seus principais clientes. Menciona ainda que,
“incorre em erro de generalização quem afirma que todas as empresas encaram seus clientes
sempre como concorrentes em potencial; porém existe, é claro, o risco, inerente ao ambiente
de negócios, de ocorrer de fato desse tipo de situação”.
26
Na relação cliente-empresa, o autor explica a importância da interação operacional e
acompanhamento das informações dessa relação para uma possível otimização da gestão de
custos e resultados, mencionando que a empresa pode “exportar” suas ineficiências para os
clientes, sob a forma de custos embutidos nos preços, assim como é verdade que parte dessas
ineficiências pode ter sua origem na maneira sub-ótima com que eles executam certas
operações.
Quanto a relação fornecedor-empresa, Rocha (1999, p. 108) afirma que
quanto menor a proporção de valor adicionado de uma empresa em relação à sua
receita, mais relevante a integração com fornecedores de bens e serviços.
Pequena porcentagem de valor adicionado pela empresa significa que ela adquire de
terceiros bens e serviços em alta proporção — daí a relevância da integração com os
fornecedores, pois parcela substancial dos custos provém deles. Boa parte da gestão
de custos dependerá da qualidade e da intensidade dessa relação com os
fornecedores.
Existe uma relevância no ponto de vista da gestão estratégica em classificar os custos
em externos e internos, e não em diretos, indiretos, fixos e variáveis (ROCHA, 1999). Isso
porque os custos externos são “os relativos aos insumos adquiridos de terceiros, tais como
matérias-primas, materiais auxiliares e serviços, entre outros” (ROCHA, 1999, p. 109) e os
internos são “aqueles cuja formação (em termos de quantidade e de valor) está sob controle
quase total da empresa, como salários dos funcionários, etc.” Segundo o autor, conforme os
valores encontrados para esses tipos de custos forem conhecidos, “a empresa deve agir mais
fortemente nas etapas menos eficientes da cadeia”.
A definição de cadeia de valor para Porter (1989), está focada em gerenciar custos
com enfoque amplo. A cadeia de valor é “um sistema de atividades interdependentes. As
atividades de valor estão relacionadas por meio de elos dentro da cadeia de valor” (PORTER,
1989, p. 44).
“Toda a empresa é uma reunião de atividades que são executadas para projetar,
produzir, comercializar, entregar e sustentar seu produto” (PORTER, 1989, p. 33). Para ele
essas atividades podem ser representadas fazendo-se uso de uma cadeia de valores. Na Figura
2 observa-se a representação da cadeia de valor de uma organização, que consiste em margem
e atividades de valor.
27
Para o autor, as atividades de valor são as atividades físicas e tecnologicamente
distintas, empregando insumos adquiridos, recursos humanos e alguma forma de tecnologia
para executar sua função e margem é a diferença entre o valor total e o custo coletivo da
execução das atividades de valor.
Figura 2: Cadeia de valor genérica
Fonte: Adaptado de Porter (1989)
Na Figura 2 observam-se as seguintes atividades de valor: logística interna, operações,
logística externa, marketing e vendas e serviço. Dessa forma, as “relações entre o modo como
uma atividade de valor é executada e o custo ou desempenho de uma outra” é o que Porter
(1989, p. 44) nomeia “Elos”. Existem os elos horizontais ou internos (cadeia de valor interna)
e os elos verticais ou externos (cadeia de valor externa). De acordo com Rocha e Borinelli
(2006, p. 3), o conceito de cadeia de valor
extrapola os limites de uma empresa, em duas direções:
a) a montante: fornecedores, fornecedores dos fornecedores etc., até a origem dos
recursos; e
b) a jusante: clientes, clientes dos clientes etc. até os consumidores finais.
Os elos existem não dentro da cadeia de valores de uma empresa, mas também
entre a cadeia de uma empresa e as cadeias de valores dos fornecedores e dos canais, de forma
que o modo com as atividades são executadas afetam o custo ou desempenho das atividades
de uma empresa (e vice-versa) (PORTER, 1989).
INFRAESTRUTURA DA EMPRESA
Logística
Interna
Opera
ções
Logística
Externa
Marke
ting e
Vendas
Serviço
MARGEM
DESENVOLVIMENTO
DE TECNOLOGIA
GERÊNCIA DE RECURSOS HUMANOS
AQUISIÇÃO
MARGEM
28
A cadeia de valor externa possui diversas etapas (também denominadas de estágios,
partes ou ainda atividades estratégicas relevantes). Por exemplo, Shank e Govindarajan (1997,
p. 65) citam algumas atividades estratégicas da cadeia de valor da indústria de produtos de
papel: “Transporte e Corte da Madeira, Fabricação da Polpa, Fabricação do Papel, Operações
de Transformação, Distribuição”.
Na Figura 3 apresenta-se um resumo da cadeia de valor de uma empresa com uma
fábrica, fornecedores e clientes e que produz um produto que será consumido e poderá ser
descartado após término de sua vida útil.
Figura 3: Resumo da cadeia de valor externa de uma empresa
Fonte: A autora com base em Shank e Govindarajan (1997 p. 65-69).
Conforme Shank e Govindarajan (1997) quando uma empresa participa de diversas
etapas da cadeia de valor ela é denominada verticalmente integrada. Uma empresa pode
comprar componentes em vez de fabricá-los ou contratar uma assistência técnica em vez de
organizá-la internamente (PORTER, 1989). Dessa forma, com base nos autores, integração
vertical é o grau no qual diferentes etapas ao longo da cadeia de valor são executadas por uma
mesma empresa.
Cadeia de valor do FORNECEDOR (Nível 1)
Cadeia de valor da EMPRESA
Cadeia de valor do CLIENTE (Nível 1)
Cadeia de valor do CLIENTE do CLIENTE
(Nível 2)
CONSUMIDOR
Cadeia de valor do FORNECEDOR do
FORNECEDOR (Nível 2)
DESCARTE
29
Quanto à definição de integração vertical, Rocha (2002, p. 5) afirma que “integração
vertical implica uma organização produtiva na qual uma única firma é responsável por duas
etapas interligadas do processo de fabricação de um bem qualquer”.
Fusão ou concentração vertical (quando uma firma adquire uma empresa fornecedora
ou cliente), expansão vertical (uma firma situada em certo estágio produtivo entra no mercado
a jusante ou a montante por meio de implantação de capacidade produtiva nova) ou formação
vertical (quando uma firma entra em dois mercados complementares da mesma cadeia
produtiva de forma simultânea) podem originar uma integração vertical (ROCHA, 2002).
2.1.2 Análise do Posicionamento Estratégico
O segundo tema da Gestão Estratégica de Custos está ligado à análise da estratégia da
unidade de negócios e “depende de dois aspectos inter-relacionados: (1) sua missão ou metas,
e (2) a forma que a unidade de negócios escolhe para competir em seu segmento para realizar
tais metas - a vantagem competitiva da unidade de negócios” (SHANK; GOVINDARAJAN,
1997, p. 117).
Os autores mencionam que, a missão ou metas divide-se em: construir (implica uma
meta de aumento da fatia de mercado), manter (esta missão estratégica é desencadeada para
proteger a fatia de mercado e a posição competitiva da unidade de negócio) e colher (implica
uma meta de maximização dos ganhos e do fluxo de caixa de curto prazo, mesmo à custa da
fatia de mercado).
Quanto à forma escolhida para competir ou alcançar a vantagem competitiva, Porter
(1989) entende que, dependendo da estratégia competitiva escolhida pela empresa, que pode
ser a liderança em custos ou a diferenciação, essa requer conjuntos diferentes de estrutura
organizacional, de controles operacionais e de estilos de gerência. Assim, torna-se
interessante para a empresa o desenvolvimento de abordagens igualmente diferenciadas para a
gestão de custos, conforme detalhado adiante.
30
Para Shank e Govindarajan (1997, p. 61-62), “tanto intuitiva quanto teoricamente, a
vantagem competitiva no mercado advém em última instância de oferecer mais valor ao
cliente por um custo equivalente (isto é, diferenciação) ou valor equivalente por um custo
inferior (isto é, baixo custo)”.
O Quadro 1 resume algumas diferenças mais relevantes, segundo Shank e
Govindarajan (1997), entre sistemas de custos adotados em sustentação a uma ou outra fonte
de vantagem competitiva.
ÊNFASE ESTRATÉGICA
DIFERENCIAÇÃO
LIDERANÇA
EM CUSTOS
Importância relativa dos custos de pesquisa e
desenvolvimento
Menor Maior
Importância do conceito de orçamento flexível
para o controle dos custos de produção
Moderado a Baixo Elevado a Crítico
Importância de caminhar dentro do
planejamento orçamentário
Moderado a Baixo Elevado a Crítico
Importância da análise dos custos de marketing Crítico
Normalmente não
realizada
formalmente
Importância do fator de custos para a
precificação do produto
Baixo Alto
Importância da análise dos custos de
competidores (benchmarking de custos)
Baixo Alto
Quadro 1: Diferenças nas abordagens de custos entre duas estratégias
Fonte: Adaptado de Shank e Govindarajan (1997, p. 20)
O Quadro 1 revela que diferentes estratégias envolvem diferentes posturas na gestão
de custos. Os autores exemplificam como o custo é tratado em cada um dos casos:
Como exemplo de como o posicionamento estratégico pode influenciar de modo
significativo o papel da análise de custos, considere a decisão de investir em custos
de produtos mais cuidadosamente elaborados. Para uma empresa que adote uma
estratégia de liderança de custos em um negócio maduro e vantajoso, atenção
especial aos custos-alvo planejados provavelmente será uma importante ferramenta
gerencial. Mas para uma empresa que adote uma estratégia de diferenciação de
produto em um negócio direcionado para o mercado, de rápido crescimento e com
mudanças rápidas, os custos de fabricação cuidadosamente planejados podem ser
muito menos importantes (SHANK; GOVINDARAJAN, 1997, p. 19).
31
Com a argumentação dos autores fica claro que o posicionamento estratégico merece
atenção dos gestores das companhias, pois segundo Shank e Govindarajan (1997, p. 18-19),
“na gestão estratégica de custos, o papel da análise de custos difere de inúmeras formas,
dependendo de como a empresa escolha competir”.
Assim, na GEC, a atenção dada ao posicionamento estratégico também precisa ser
atribuída ao elemento Direcionadores de Custos”, abordado a seguir, pois além de escolher
como competir para analisar custos, a empresa tomará decisões e fará outras escolhas que
determinarão os mesmos.
2.1.3 Análise dos Direcionadores de Custos
Nessa abordagem dos custos estratégicos (SHANK; GOVINDARAJAN, 1997), parece
predominar a idéia de que os custos não são resultado de um mesmo fator: o volume de
produção, mas, eles podem ser identificados como conseqüência da combinação de fatores
inter-relacionados de forma complexa e de diferentes maneiras.
Na GEC a compreensão do comportamento dos custos de uma determinada área ou
situação de negócio, especialmente, no caso de linhas variadas de produtos que servem a
distintos segmentos de mercado, necessita o conhecimento das inter-relações existentes no
conjunto dos geradores de custos.
Shank e Govindarajan (1997) propõem os direcionadores de custos para análise de
uma empresa com relação às decisões estratégicas e Riley (1987 apud SHANK;
GOVINDARAJAN, 1997) menciona que esses direcionadores podem ser divididos em duas
categorias: os estruturais e os de execução.
Os denominados direcionadores estruturais independentemente do tamanho, setor ou
estrutura da organização industrial, determinam em grande parte o comportamento de seus
custos (SHANK; GOVINDARAJAN, 1997). Segundo os autores, estes direcionadores são:
a) Escala: O tamanho do investimento a ser feito em produção, pesquisa e
desenvolvimento e em recursos de marketing;
b) Escopo: Grau de integração vertical. A integração horizontal é mais
relacionada à escala;
32
c) Experiência: Quantas vezes no passado a empresa fez o que está fazendo
agora;
d) Tecnologia: Que tecnologias de processos são usadas em cada fase da cadeia
de valor da empresa;
e) Complexidade: A amplitude da linha de produtos ou de serviços a ser oferecida
aos clientes (SHANK; GOVINDARAJAN, 1997, p. 23).
Cada acontecimento ou escolha da empresa com relação aos direcionadores
mencionados determinarão seus custos e práticas. Se a integração vertical da empresa
envolver diversos tipos de negócios, isso também poderá necessitar de práticas de GEC
distintas para cada um deles. Da mesma forma, a curva de aprendizado terá conseqüência
direta nos processos e operações do negócio, onde a experiência da companhia ou das pessoas
pode ser um fator de otimização desses processos e operações.
A tecnologia empregada na empresa e incorporada aos processos da cadeia de valor do
negócio podedefinir alguns dos seus custos diretos e também os custos com qualidade.
Com o direcionador estrutural Escala ocorre que, o tamanho do investimento, ou seja, o valor
total dos custos com a estrutura será diluído entre o total produzido ou serviços prestados.
os direcionadores de execução “são aqueles determinantes da posição de custos de
uma empresa que dependem de sua capacidade de executar de forma bem-sucedida”
(SHANK; GOVINDARAJAN, 1997, p. 24), e esses são listados:
Envolvimento da força de trabalho (participação) - o conceito de comprometimento
da força de trabalho com a melhoria contínua.
Gestão da qualidade total (crenças e realizações objetivando a qualidade do produto
e do processo).
Utilização da capacidade (dadas as escolhas de escala na construção da unidade).
Eficiência do layout das instalações: (Quão eficiente, em comparação com as
normas atuais, é o layout?)
Configuração do produto. (O projeto ou a formulação são eficazes?)
Exploração de ligações com os fornecedores e/ou clientes para cadeia de valor da
empresa.
No Quadro 2 observam-se algumas atividades estruturais e seus direcionadores
estruturais, assim como algumas atividades de execução e os direcionadores de execução.
33
Direcionadores de Custos Estruturais Atividades Estruturais
Número de fábricas, escala
Grau de centralização (refere-se a empresas maiores
que desejam obter um maior vel de concentração
geográfica, bem de controle)
Estilo e filosofia de gestão
Número e tipo de unidades de trabalho
Número de linhas de produto, número de processos
únicos, número de peças únicas
Escopo, poder de compra, poder de venda
Tipos de tecnologia do processo, experiência.
Construir fábricas
Estruturar a gestão
Agrupar empregados
Estabelecer complexidade
Integrar verticalmente
Selecionar e usar tecnologias de
processo
Direcionadores de Custos de Execução Atividades de Execução
Grau de envolvimento
Abordagem da gestão da qualidade
Eficiência do layout da fábrica
Configuração dos produtos
Utilização de capacidade
Usar empregados
Fornecer qualidade
Fornecer layout da fábrica
Projetar e produzir produtos
Fornecer capacidade
Quadro 2: Direcionadores e atividades organizacionais
Fonte: Hansen e Mowen (2001, p. 427)
Os direcionadores de custos também são assim denominados por Hansen e Mowen
(2001), entretanto Porter (1989) os denomina de “condutores de custos” e, ainda, outros
autores como Rocha (1999), de “determinantes de custos”.
Anderson (2006) também aborda a GEC sob duas formas: gestão de custos estruturais,
que está centrada no estabelecimento de uma estrutura de custos competitiva e gestão de
custos de execução que está centrada na relação custo-eficácia da execução da estratégia.
Sabe-se então que diversos fatores podem determinar os custos de produção.
Entretanto, segundo Kupfer (2002), até a publicação do artigo pioneiro, The Nature Of The
Firm de Coase (1937), a teoria econômica se preocupava apenas com os custos de produção,
embora reconhecesse a existência dos custos de transação. “Os custos associados às
transações econômicas eram negligenciáveis, de tal maneira que os únicos custos que
importavam eram os incluídos na transformação dos produtos” (KUPFER, 2002, p. 267).
Azevedo (1996, p. 30-31 apud ROCHA, 2002, p. 29-30) categorizou a existência de
diversos tipos de custos de transação:
34
a) Custos informacionais ex ante ao estabelecimento do contrato: estes custos
estariam associados à etapa de apreciação da mercadoria, consistindo em custos
com coleta de informações, custos decorrentes da impossibilidade de que todas
as informações necessárias ao processo decisório sejam coletadas e custos com o
processamento das informações;
b) Custos informacionais ex post ao estabelecimento do contrato: custo de
utilização da informação em caso de disputas contratuais;
c) Custos contratuais ex ante: custos de negociação e de elaboração dos contratos;
d) Custos contratuais ex post: trata-se de custos como cumprimento do contrato,
como custos de mensuração e fiscalização dos direitos de propriedade, custos de
monitoramento de desempenho e custos com a organização das atividades
decorrentes do contrato estabelecido;
e) Custos de adaptação: também são custos ex post. Os custos de adaptação se
referem aos custos de reestruturação das transações existentes devido à
ocorrência de algum evento aleatório e os custos gerados por uma adaptação
ineficiente.
Conhecendo os fatores que direcionam ou determinam os mais diversos tipos de custos
das organizações, e que estes precisam ser geridos conforme estiver definida a sua estratégia,
é relevante saber também que existem diversas práticas que podem ser utilizadas. Essas
práticas são abordadas a partir da próxima seção.
2.1.4 Práticas de Gestão Estratégica de Custos
Dentro de cada tema de Gestão Estratégica de Custos existem algumas práticas que
podem ser utilizadas pelas organizações, como alternativa para alcançar a eficiência e eficácia
empresarial. Existem alguns estudos, frameworks sobre o assunto, como os de El-Kelety
(2006) e El-Dyasty (2007) que apontam algumas delas.
As práticas mencionadas no estudo de El-Kelety (2006) são as seguintes: ABC/ABM,
Custo-Meta (Target Costing), Custeio do ciclo de vida (Life cycle costing) e Benchmarking.
Para El-Dyasty (2007) além das mencionadas por El-Kelety (2006) elas são as seguintes:
Análise da cadeia de valor, análise das vantagens competitivas, Gestão da Qualidade Total
(TQM-Total Quality Management), Just-in-time (JIT), Análise de SWOT, Balanced
Scorecard, Teoria das Restrições (TOC-Theory of Constraints) e Melhoria contínua
(Continuous improvement).
35
Como não concordância dos autores estudados sobre quais práticas podem ser
consideradas GEC, foram propostas 16 práticas, considerando as mais citadas por diversos
autores estudados. As práticas propostas foram validadas por meio de Rodada Delphi
realizada com especialistas no tema, e dessa forma, criaram-se o que se denomina, nessa
pesquisa, como “categorias sobre GEC”. De maneira abrangente e com base no referencial
teórico, foi construída a Tabela 1, a seguir, para apresentá-las.
Em uma análise geral dos estudos de El-Kelety (2006) e El-Dyasty (2007), algumas
práticas não foram consideradas nessa pesquisa. O Custeio do ciclo de vida (Life cycle
costing) não foi considerado, mas a subcategoria desta pesquisa, denominada Análise do ciclo
de vida do produto, tratando sobre Gestão dos Custos Ambientais, possui conteúdo
relacionado.
Sobre a prática Benchmarking, que não foi considerada como categoria, menciona-se
que a mesma é uma ferramenta gerencial não relacionada com GEC. Já, a categoria Análise
dos Custos dos Concorrentes é uma prática relacionada com o tema e foi considerada como
uma categoria. A Gestão da Qualidade Total (TQM-Total Quality Management) está
representada nessa pesquisa na categoria Gestão dos Custos da Qualidade.
Práticas como: Just-in-time (JIT), Análise de SWOT, Balanced Scorecard, Teoria das
Restrições (TOC-Theory of Constraints) e Melhoria contínua (Continuous improvement) não
foram categorizadas como GEC, pois conforme referencial estudado, as mesmas não estão
relacionadas com o tema. As demais práticas (ABC/ABM, Target Costing, Análise da cadeia
de valor, análise das vantagens competitivas) encontram-se tanto neste estudo, como nos de
El-Kelety (2006) e El-Dyasty (2007).
Na sequência da seção, as práticas adotadas são tratadas com mais detalhes.
36
Tabela 1: Referencial teórico sobre as principais práticas de GEC
Fonte: A autora com base nos autores que compõe a Tabela
Categorias
Autores
Cadeia
de
Valor
Direcio
nador de
Custos
ABC
ABM
Custo
Ambie
ntal
Custo
Intangí
vel
TCO
Aliança
Estraté
gica
Custo
Concor
rente
Custo
Logís
tico
Custo
Quali
dade
Custo-
Meta
GIC
Open Book
Accoun
ting
Missão
ou
Metas
Forma de
competir
Porter (1989) X X X
Shank e Govindarajan (1997)
X X X X X X
Nakagawa (1994) X
Rocha (1995) X
Boisvert (1999) X
Cokins (1999) X
Sakurai (1997) X X
Kaplan e Cooper (2000) X
Tinoco e Kramer (2004) X
Ribeiro (2005) X
Diehl (1997) e (1999) X
Wernke e Bornia (2001) X
Ellram e Siferd (1993) X
Gasparetto e Silva (2004) X
Yoshino e Rangan (1997) X
Rocha (1999) X X
Cooper e Slagmulder (2004) X
Bartz, Staudt e Souza (2005) X
Ballou (1993) X
Faria e Costa (2005) X
Hansen e Mowen (2001) X X
Robles Jr. (2003) X
Ball (2006) X
Wang, Gao e Lin (2007) X
Monden (1999) X
Ellram (2006) X
Cooper e Slagmulder (1999) X
Aguiar e Rocha (2007) X X
Souza e Rocha (2008) X
Processo de fabricação
Processo de acabamento
A
1
A
2
...
An
FOCOS DE CUSTO
A
1
A
2
...
An
FOCOS DE CUSTO
MÃO DE OBRA
INDIRETA
MATERIAIS
INDIRETOS
OUTROS CUSTOS
INDIRETOS
2.1.4.1 Activity Based Costing (ABC) e Activity Based Management (ABM)
No ambiente de globalização e em constante busca por informações de custos com
utilidade estratégica, o Custeio Baseado em Atividades ou Activity Based Costing (ABC)
trouxe avanços no que diz respeito à determinação detalhada dos custos dos produtos e
serviços, pois, segundo Kaplan e Cooper (2000), permite que os custos indiretos e de apoio
sejam primeiramente direcionados às atividades e processos, posteriormente aos produtos,
serviços e clientes.
Segundo Atkinson et al. (2000), as atividades são vinculadas aos produtos fabricados
por meio dos direcionadores de custos. Executar uma atividade consiste em mobilizar
esforços, visando converter os recursos (inputs) em produção (outputs), ou seja, indica como a
empresa utiliza seu tempo e recursos para alcançar seus objetivos.
Na Figura 4 apresenta-se a metodologia utilizada pelo ABC:
Figura 4: Apropriação de custos na metodologia ABC.
Fonte: Adaptado de Sakurai (1997, p. 99)
Direcionadores
de Atividades
Recursos
Direcionadores
de Recursos
Centros de
atividades
OBJETOS DE CUSTEIO: PRODUTOS / SERVIÇOS
38
Na metodologia utilizada, conforme Figura 4, para atribuição de custos aos produtos
e/ou serviços, a principal etapa é a eleição dos direcionadores que serão utilizados. Para isto
torna-se essencial efetuar a definição e a divisão dos direcionadores de custos, pois é por meio
deles que os recursos e as atividades serão alocados aos objetos de custeio.
Nessa abordagem é possível distinguir dois tipos de direcionadores: direcionadores de
recursos, que segundo Boisvert (1999, p. 64) “medem a utilização dos recursos pelas diversas
atividades” (Ex.: Recurso: mão-de-obra e Direcionador: tempo trabalhado em horas) e
direcionadores de atividades que servem para “identificar as atividades aos objetos de custo”
(BOISVERT, 1999, p. 69). Os direcionadores de atividades “representam uma relação de
causa e efeito” (BOISVERT, 1999, p. 69).
De acordo com Nakagawa (1994), o nível de detalhe da escolha do direcionador de
atividade é importante para a implementação do ABC e depende da análise e aprofundamento
desejado. Boisvert (1999, p. 75), destaca alguns critérios para auxiliar na escolha de
direcionadores de atividades: “mensurabilidade dos fatores e possibilidade de quantificá-los,
disponibilidade de dados, custo, ausência de propensão a criar valor, relação com a estratégia,
capacidade de influenciar o comportamento, controlabilidade, possibilidade de passar à ação a
curto prazo e pragmatismo”.
Para auxiliar na realização da gestão das atividades relacionadas aos custos, que
podem ser mensuradas com a utilização do ABC, encontra-se a prática do ABM (Activity
Based Management). O ABC fornece informações estratégicas de custos, enquanto que o
ABM planeja ações táticas e operacionais baseadas nos dados das atividades. Para Cokins
(1999) esse é o fato encontrado para fazer a distinção entre ABC e ABM.
Ao tratar do Gerenciamento Baseado em Atividades (ABM), Kaplan e Cooper (2000)
mencionam que ele é um conjunto de medidas interligadas que podem ser tomadas com
base em melhores informações. Para Cogan (1998), o ABM é utilizado para dirigir esforços
no sentido de adaptar estratégias e melhorar as operações do negócio.
O ABM atinge seus objetivos por meio de duas aplicações (KAPLAN; COOPER,
2000): o ABM operacional e o ABM estratégico. As funções de cada uma dessas aplicações
são representadas na Figura 5.
39
Figura 5: ABM operacional e ABM estratégico
Fonte: Kaplan; Cooper (2000, p. 15).
Como observado na Figura 5, é com a função de “fazer as coisas como devem ser
feitas” que o ABM operacional tenta aumentar a eficiência ou reduzir os gastos, diminuindo o
volume de recursos necessários à geração de receitas (KAPLAN; COOPER, 2000). Dessa
forma, de a posse das informações de custos em termos de atividades e processos (onde e
como os custos estão sendo incorridos) o ABM identifica as oportunidades para melhoria e
permite descartar as atividades que não agregam valor.
Essas atividades são exemplificadas por Rocha (1995): atividades desnecessárias;
atividades necessárias, porém executadas de modo ineficiente; atividades encontradas em
duplicidade; fabricar quando seria mais vantajoso comprar, ou o inverso; diferença entre o
tempo gasto e o revelado em reprojeto de execução; desperdícios em geral; movimentação de
materiais; inspeção e espera.
SISTEMA DE CUSTEIO
BASEADO NA ATIVIDADE
ABM operacional
Fazer as coisas como devem
ser feitas
ABM estratégico
Fazer as coisas que devem ser
feitas
Mais eficiência na realização
das atividades
Gerenciamento da
atividade
Reengenharia dos
processos de negócios
Qualidade total
Avaliação do
desempenho
Escolha das atividades que
devemos realizar
Projeto do produto
Mix de produtos e de
clientes
Relacionamentos com
fornecedores
Relacionamentos com
clientes
Políticas de preços
Tamanho do pedido
Entrega
Embalagem
Segmentação do mercado
Canais de distribuição
40
A difícil escolha das melhores atitudes e atividades a realizar, buscando agregar valor
em uma empresa, acontece por meio de um conjunto de decisões, sendo que, segundo Kaplan
e Cooper (2000) e ilustrado na Figura 5, o ABM estratégico é que tem a função de escolher as
atividades a fim de aumentar a lucratividade.
Nessa pesquisa, o ABC e o ABM estão inseridos como práticas de GEC, inseridos no
tema Análise da cadeia de valor, pois na análise das atividades que agregam ou não valor para
a empresa, tanto os elos da cadeia de valor interna como da externa são considerados fatores
que exercem influência sobre estas atividades desenvolvidas.
2.1.4.2 Gestão de Custos Ambientais
A gestão ambiental, segundo Tinoco e Kraemer (2004), pode ser considerada como
um sistema que envolve a estrutura organizacional, atividades de planejamento,
responsabilidades, procedimentos, práticas, processos e recursos para implementar, atingir,
analisar criticamente e manter a política ambiental.
Hansen e Mowen (2001, p. 564) citam que “a gestão ambiental responsável é um foco
importante para muitas empresas. Na verdade, muitas delas gastam centenas de milhões de
dólares a cada ano em atividades ambientais”. Entretanto, as decisões ambientais geralmente
são tomadas apenas para cumprir regulamentação, para evitar penalidades ou multas, e
deveriam ser tomadas por meio do apoio do sistema de informações da gestão de custos. Ou
seja, escolher a maneira menos onerosa para o cumprimento da regulamentação, medindo
seus custos e identificando as suas causas fundamentais (HANSEN; MOWEN, 2001).
Com base em Hansen e Mowen (2001) infere-se que a melhoria do desempenho
ambiental pode ser utilizada como atitude estratégica para a competitividade e para atingir a
exigibilidade dos clientes e, assim, promover um desenvolvimento sustentável. Segundo
Ribeiro (2005, p. 201), “a gestão ambiental tornou-se uma área estratégica, [...] tendo em vista
a importância que adquiriu o controle ambiental, sua premência e o expressivo volume de
recursos nele investidos”.
41
O autor elenca as estratégias principais: reduzir ao mínimo possível ou eliminar a
produção de resíduos poluentes, elevar ao máximo a produtividade com grau de qualidade
ambiental crescente e manter sistemas de gerenciamento ambiental eficazes ao menor custo
permitido.
Para essas estratégias citadas, o controle de custos refletirá o nível de falhas existentes
e o volume de gastos necessários para efetuar a sua eliminação ou redução, seja por meio de
investimentos de natureza permanente ou insumos consumidos no processo operacional
(RIBEIRO, 2005).
Assim, a gestão de custos ambientais atua como prática de GEC, e é tratada na Análise
da cadeia de valor, possuindo relevância por que, de acordo com Bengt (2005), existem
dificuldades para estimar os custos do ciclo de vida de um produto. Estimativa de custos
ambientais são necessidades não somente das companhias ou para motivar a gerência
ambiental, mas também para as autoridades que desenvolvem ferramentas reguladoras.
2.1.4.3 Gestão de Custos Intangíveis
Existem muitos elementos importantes que precisam ser analisados em uma
organização, pois essa recebe diversas influências internas e externas como, por exemplo, das
pessoas, das culturas, da política ou do mercado, e estas podem gerar resultados que afetam o
seu andamento e os seus custos. Alguns desses elementos podem ser intangíveis.
Antunes e Martins (2007) mencionam que estudos indicam que os gestores devem
contemplar em seus modelos de gestão também os elementos intangíveis, objetivando
otimizar as suas aplicações e se beneficiar das suas conseqüências, obtendo condições para
que atuem de forma competitiva em um mundo de constantes e rápidas alterações.
Desta forma surgem os custos intangíveis, definidos por Diehl (1997, p. 21) como
a parcela de sacrifício financeiro absorvida na formação e/ou manutenção de um
fator intangível. Exemplos de fatores e custos intangíveis são patentes e os custos de
desenvolvimento, marcas registradas e custos de propaganda e registro, imagem
mercadológica e custo de treinamento, moral de RH e custos da política de pessoal,
entre outros.
42
“Fatores Intangíveis são fatores que permitem a operação do negócio, mas não atuam
diretamente sobre os processos de negócio” (DIEHL, 1997, p. 16). A utilização de “ativos
intangíveis” e “fatores intangíveis” estão considerados, nesse caso e pelo autor, com o mesmo
sentido.
Assim, “custos intangíveis estão associados a ativos intangíveis. E embora nem
sempre possa ser associado custo a um ativo intangível, o primeiro existe se o segundo
existir” (DIEHL, 1997, p. 21). O autor explica que “nem todo gasto feito na aquisição ou
desenvolvimento de um ativo intangível, é custo, visto que podem estar aí incluídas perdas”.
Wernke e Bornia (2001) acrescentam que os Custos Intangíveis ganham cada vez mais
importância são os custos ambientais; os da qualidade, especificamente com a categoria de
falhas externas; os inerentes à elaboração de softwares; relacionados às marcas; os incorridos
com pesquisa e desenvolvimento (P&D); bem como os gastos ou custos pertinentes à
organização da empresa em sua fase de início de atividades.
Para alguns autores, os custos intangíveis também são denominados custos invisíveis.
Dutra, Alberton e Alexandre (2005), utilizam “custos invisíveis”, sendo que mencionam que a
gestão dos custos invisíveis apresenta-se, como uma alternativa que propõe a identificação e
atuação preventiva sobre esses custos, antes que eles produzam efeitos negativos e
expressivos no resultado do exercício da empresa.
Alguns custos e fatores intangíveis são elencados no Quadro 3:
Fatores Intangíveis Custos Intangíveis
- Motivação Funcional
- Facilidades Educacionais
Custos do refazer, do corrigir e/ou do
compensar os erros
- Flexibilidade Funcional
- Variedade de Produtos
Custos oriundos do excesso de informação e
de dados desnecessários que não agregam
nenhum valor
- Cultura Organizacional
- Flexibilidade Funcional
Custo da falta de organização
Custo da falta de comprometimento
Custos decorrentes do excesso de burocracia
- Cultura Organizacional
- Flexibilidade Operacional
- Dificuldades de Acesso
Custos da utilização de sistemas e processos
obsoletos
Quadro 3: Relação de custos intangíveis e fatores intangíveis
Fonte: A autora com base em Diehl (1997).
43
Buscando exemplificar a relação entre custos intangíveis e fatores intangíveis, Diehl
(1997) menciona que uma boa imagem mercadológica da empresa pode ser fruto de sua
tradição e, diretamente, não existe como associar um custo a isso; por outro lado, a empresa
poderia contratar uma agência de publicidade para formar uma boa imagem mercadológica
proporcionando um custo associado, assim, o que poderia ser dito é que só há custo intangível
quando há algum tipo de gasto, seja direta ou indiretamente.
Os custos intangíveis podem envolver a cadeia de valor quando fatores intangíveis,
como os mencionados no Quadro 3, afetarem algum elo da cadeia. Dessa forma, essa prática
pertence ao tema Análise da cadeia de valor. Um exemplo de fator intangível gerando custos
intangíveis acontece quando a insatisfação de um cliente ou consumidor gera custos para a
companhia.
2.1.4.4 Total Cost of Ownership (TCO)
O Total Cost of Ownership (TCO) ou Custeio Total de Propriedade pode ser utilizado
como uma prática auxiliar na GEC, incorporada ao tema Análise da cadeia de valor. Ele
representa a oportunidade de gerenciar os custos antes e depois da aquisição dos bens e
serviços, destacando que a análise é realizada antes da referida aquisição, ou seja, auxilia para
tomar a decisão de adquiri-lo ou não, melhorar ou evitar custos.
Para Ellram e Siferd (1993), custeio Total de Propriedade pode ser definido como uma
ferramenta e uma filosofia de compra baseada no entendimento do custo relevante
relacionado à compra de um bem ou serviço de um fornecedor. Segundo as autoras, é uma
aproximação complexa que requer que a empresa compradora determine os custos que
considera mais relevantes ou significativos na aquisição, na posse, no uso e na disposição
subseqüente de um bem ou de um serviço.
Além do preço pago pelo item, o TCO pode incluir os custos do pedido, a pesquisa e a
qualificação dos fornecedores, do transporte, da recepção, da inspeção, da rejeição, do
armazenamento e da eliminação (ELLRAM; SIFERD, 1993).
44
Uma das justificativas para a utilização do TCO está na verificação de que as
empresas, na aquisição de bens ou serviços, geralmente realizam cotações e optam pelo
produto que apresenta menor preço, sem estudo mais aprofundado e detalhado dos custos que
ocorrerão com a utilização dessa compra durante toda a sua vida útil (GASPARETTO;
SILVA, 2004).
O processo de compras é um dos processos-chave para o gerenciamento da cadeia de
suprimentos de uma organização. Portanto, de acordo com Saliba (2006), um dos benefícios
para a área encontra-se na intensificação da realização de contratos de maior duração
associada ao desenvolvimento de estudos de custo total de propriedade, o que tem impacto
direto sobre o relacionamento da empresa com fornecedores de itens estratégicos.
A própria maturidade exigida pelas análises de TCO, em termos de compartilhamento
de informações de custo, visão de longo prazo e maior conhecimento dos processos de
negócio, ajudam no estreitamento do relacionamento entre empresa e fornecedor, além de
aumentar consideravelmente a eficiência dos contratos fechados (SALIBA, 2006).
As análises de custo total de propriedade poderiam apoiar as atividades do processo de
compras em três diferentes níveis (ELLRAM; SIFERD, 1993):
a) Nível estratégico - melhoria contínua: questionamento de processos fundamentais
e definição de processos, decisões de outsourcing e gerenciamento da cadeia de
suprimentos;
b) Nível tático – desenvolvimento de fornecedores: identificação de fatores que
acarretam elevados custos tanto interna quanto externamente;
c) Nível operacional gerenciamento e avaliação de fornecedores: feedback para
fornecedores, acompanhamento de desempenho, seleção de fornecedores,
alocação de volume de compras e alocação de custos a produtos.
De maneira semelhante, o cliente da empresa pode analisar o TCO gerado pela mesma
no momento da compra. Observa-se, então, que com a utilização do TCO algumas análises
passam a ser realizadas com maior profundidade, tanto a análise das atividades internas
quanto das realizadas pelo fornecedor, o que pode gerar melhorias na forma como a empresa
avalia o desempenho de seus fornecedores. Pode se iniciar, assim, um esforço para a
realização das alianças estratégicas, cujo assunto é tratado na seção seguinte.
45
2.1.4.5 Alianças Estratégicas
As alianças estratégicas são práticas de GEC, tema Análise da cadeia de valor, que
podem ser identificadas e conhecidas como parcerias porque envolvem as companhias e
atividades de valor desenvolvidas em conjunto por elas. Para Rocha (1999), podem existir
fortes parcerias entre a companhia e seus clientes, por exemplo. De acordo com Yoshino e
Rangan (1997), a forma de uma aliança estratégica vai desde um simples contrato à uma joint-
venture.
Os autores mencionam que a aliança estratégica vincula atividades-fim de duas ou
mais empresas, sendo que esse vínculo ou elo é uma parceria comercial que aumenta a
eficácia das estratégias competitivas das organizações participantes. A utilização da aliança
como estratégia competitiva é confirmada com pesquisa realizada por Rajasekar e Fouts
(2009) em companhias aéreas.
A eficácia com alianças ocorreria com a participação em benefícios, divisão do
controle do desempenho das atividades e contribuição para uma ou mais áreas estratégicas
cruciais, como tecnologia ou produto (YOSHINO, RANGAN, 1997).
Dessa forma, as alianças entre companhias podem proporcionar, entre outros,
vantagem competitiva em decorrência de compartilhamento de benefícios e redução de
custos, adoção de economias de escala, possível diferenciação nos produtos ou serviços e
aumento do valor da companhia diante dos concorrentes.
2.1.4.6 Análise dos Custos dos Concorrentes
A prática de Análise dos Custos dos Concorrentes pertence ao tema de GEC Análise
da cadeia de valor, pois “o programa de gestão estratégica de custos de uma empresa não deve
restringir seu foco à estrutura de custos da empresa ou da cadeia de suprimentos da qual faz
parte” e sim, “a empresa deve monitorar seu desempenho relativo a outras empresas, em
particular, os concorrentes” (COOPER; SLAGMULDER, 2004, p. 44).
Para Cooper e Slagmulder (2004), um dos benefícios do monitoramento da
performance de custos de outras empresas, seria a possibilidade de encontrar idéias que
46
possam ser utilizadas para fazer com que a organização obtenha mais eficiência e seus
produtos mais competitividade. “A perfeita compreensão dos custos dos concorrentes é
fundamental para que uma empresa se posicione estrategicamente, seja respondendo, de
maneira defensiva, aos ataques, seja agindo ofensivamente, para inibir ameaças” (ROCHA,
1999, p. 115).
Concorrente, segundo o autor, não é apenas a empresa ou a unidade de negócio que
compete com produtos ou serviços no mesmo setor, mas todo o conglomerado (corporação)
ou toda a empresa de que elas façam parte.
Portanto, a análise dos custos dos concorrentes surgiu para atender a necessidade da
gestão de custos em proporcionar uma ampliada atuação, e esta mediante busca pelo
monitoramento dos custos de outras empresas (BARTZ; STAUDT; SOUZA, 2005). Deste
modo, enfrentar a competitividade, sabendo avaliar os acontecimentos externos à empresa é
relevante e, também, tarefa muito difícil, mas pode ajudar a empresa no monitoramento de
seus próprios custos e ainda na tomada de decisões.
2.1.4.7 Gestão de Custos Logísticos
A logística desempenha função essencial no âmbito empresarial e no desenvolvimento
da economia mundial, por isso precisa ser considerada em todas as atividades operacionais,
internas ou externas de uma organização, ou seja, envolve a cadeia de valor interna e externa
da qual a organização participa. A gestão dos custos logísticos é uma prática de GEC,
envolvida no tema Análise da cadeia de valor, que pode promover o aumento da rentabilidade
de atividades logísticas das organizações.
Para Christopher (2002), logística é o processo de gerenciar estrategicamente a
aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos
de informações correlatas) por meio da organização e de seus canais de marketing, de modo a
poder maximizar a lucratividade.
Faria e Costa (2005, p. 69) explicam que “os custos logísticos são os custos de
planejar, implementar e controlar todo o inventário de entrada (inbound), em processo e de
saída (outbound), desde o ponto de origem até o ponto de consumo” e, para Ballou (1993),
47
eles constituem fator decisivo nas relações comerciais, pois devido à distância entre regiões
ou países estes custos decorrem da movimentação, distribuição ou transporte, que
determinarão as relações de comércio.
Na visão de Faria e Costa (2005) fazem parte dos custos logísticos, os custos de
armazenagem e movimentação, os custos de transporte, os custos de embalagem, assim como
os custos de manutenção de inventário ou estoques:
a) custos de armazenagem e movimentação: a armazenagem e movimentação
“constitui um elo entre o fornecedor, a produção e o cliente, formando um sistema do
abastecimento à demanda e proporcionando assim, um serviço eficiente ao cliente(FARIA;
COSTA, 2005, p. 78). Ainda, segundo as mesmas autoras, há um esforço por parte das
empresas para minimizar o uso de locais de armazenagem, objetivando sincronizar a produção
com a demanda do consumidor, visando evitar acúmulo de estoque ao longo da cadeia para
que obtenham menores custos, carregamentos e descarregamentos mais freqüentes e giro mais
rápido dos estoques;
b) custos de transporte: o transporte nacional ou internacional, é o subprocesso mais
relevante da logística. As autoras destacam que ele envolve o deslocamento externo do
fornecedor para a empresa, entre plantas e da empresa para o cliente, estando eles em forma
de materiais, componentes, subconjuntos, produtos semi-acabados ou peças de reposição.
Os custos de transporte deveriam ser observados sob as óticas do usuário e operadora
e, independente disso, eles são influenciados por fatores econômicos como: (1) distância; (2)
volume; (3) densidade; (4) facilidade de acondicionamento; (5) facilidade de manuseio; (6)
responsabilidade e (7) mercado. Por sua vez, a escolha do modo de transporte é influenciada
pelo fator de custo (FARIA; COSTA, 2005).
c) custos de embalagens: Um dos objetivos da logística é movimentar bens sem
danificá-los. Portanto, para facilitar o manuseio e movimentação a embalagem é importante e
precisa ser considerada. Por exemplo: rack, pallets de madeira ou plástico (slip sheets), ou de
metal (shrink), caixas de madeira, de papelão, sacas, tambores ou ainda contêineres.
Para otimizar a cadeia logística a padronização da embalagem é uma das formas
importantes, pois reduz o custo de transporte, manuseio e movimentação;
d) custos de manutenção de inventário ou estoques: são os custos incorridos para
que os materiais e produtos estejam disponíveis para o sistema logístico, sendo que, o nível de
48
estoque a ser mantido depende do nível de serviço objetivado e da política a ser adotada pela
empresa (FARIA; COSTA, 2005). Para os autores essa decisão está relacionada à incerteza na
demanda ou no fornecimento, sendo que reduzir este nível, sem uma análise preliminar sobre
o grau de eficiência do transporte, do armazém e do processo de pedidos, pode aumentar o
custo logístico total.
Assim como os custos logísticos podem representar relevantes valores dentro da
cadeia de valor das organizações, também possa se tornar vantagem competitiva para muitas
delas, dependendo principalmente do gerenciamento adotado.
2.1.4.8 Gestão de Custos da Qualidade
A qualidade pode representar uma vantagem competitiva quando os seus custos
puderem ser gerenciados e controlados. Portanto, as empresas precisam estar preparadas
quanto à estrutura (tecnologia, escala) e definir suas prioridades, para então decidir pela
dedicação à execução de processos pela gestão da qualidade, pois a gestão da qualidade é um
determinante de custos.
Dessa forma, a Gestão de Custos da Qualidade é uma prática de GEC, dentro do tema
Análise dos direcionadores de custos. Souza e Collaziol (2006, p. 42), tratam a denominação
de custos da qualidade como gestão estratégica de custos por “decorrência natural do fato de
que a gestão da qualidade total também passou a integrar as estratégias empresariais que
objetivam assegurar o estabelecimento de vantagem competitiva ante os seus concorrentes”.
Segundo Hansen e Mowen (2001), a habilidade de empresas venderem produtos de
qualidade mais alta a preços mais baixos tem definido a participação delas no mercado. Então,
buscando atender a expectativa do cliente, essas empresas têm implantado programas de
qualidade, e buscando atender a necessidade de monitorar e relatar o progresso desses
programas os gestores precisam conhecer, mensurar e acompanhar seus custos com qualidade.
Robles Jr. (2003) cita inúmeros objetivos para a mensuração desse custos, entre eles:
(a) conhecer a realidade da empresa; (b) tornar a qualidade um dos objetivos estratégicos; (c)
acompanhar a evolução dos gastos, lucros e perdas pelo fator qualidade; e (d) fixar objetivos
aos programas de qualidade.
49
De acordo com Hansen e Mowen (2001), a utilização da qualidade total precisa estar
fortemente aliada com a maneira como interagem as funções ou atividades da empresa.
Portanto, torna-se essencial a cooperação entre o programa de qualidade e o programa de
gestão de custos. Esse planejamento é importante ao se observar que uma mudança no custo
de uma atividade pode ter efeitos não pretendidos sobre outras atividades ou funções.
De acordo com Hansen e Mowen (2001) e Ball (2006), os custos da qualidade podem
ser classificados em quatro categorias: Custos de Prevenção, Custos de Avaliação, Custos de
Falhas Internas e Custos de Falhas Externas. Eles estão divididos em Custos de Controle e de
Custos de Falhas. Hansen e Mowen (2001) exemplificam cada categoria:
a) custos de prevenção: são aqueles incorridos para prevenir a má qualidade. São
exemplos: engenharia de qualidade, programas de treinamento de qualidade,
recrutamento, auditorias de qualidade, revisão de projetos e círculos de qualidade;
b) custos de avaliação: são aqueles incorridos para determinar a conformidade. São
exemplos: inspeção de matérias-primas ou embalagens, aceitação do produto ou
do processo, testes de campo, verificação contínua dos fornecedores e inspeção
dos protótipos;
c) custos de falhas internas: são aqueles incorridos porque os produtos ou serviços
não estão em conformidade ou estão em desacordo com as necessidades dos
clientes; ocorrem antes do envio ou da entrega aos clientes. São exemplos: sucata,
retrabalho, tempo de reparos (relacionados a defeitos), reinspeção, repetição de
testes, mudanças nos projetos e reparos;
d) custos de falhas externas: são aqueles incorridos porque os produtos ou serviços
não estão em conformidade ou estão em desacordo com as necessidades dos
clientes; ocorrem após o envio ou a entrega aos clientes. São exemplos: vendas
perdidas (relacionadas ao desempenho), devoluções/abatimentos, garantias,
descontos devidos a defeitos, responsabilidade pelo produto, ajustes por
reclamações, retiradas de produtos do mercado (recall).
50
Segundo Wang, Gao e Lin (2007), um maior investimento nos custos de controle
(Prevention and Appraisal Costs) reduz os custos de falhas (Failure Costs), ao mesmo tempo
em que pode aumentar o percentual em relação às vendas. Para Romm (1996), na fase de
produção o controle de desperdícios é muito importante, pois desperdício é tudo que não
aumenta o valor de um produto ou serviço, ou seja, é uma medida de ineficiência.
Atividades como reciclar ou recuperar os refugos são úteis e louváveis, mas não
eliminam a ineficiência no processo. Portanto, a prevenção é que aumenta a produtividade
porque força a empresa a pensar na melhoria sistemática dos processos, ou seja, prevenir
torna-se a chave para tornar a administração enxuta e limpa (ROMM, 1996).
Ball (2006) entende que os Custos da Qualidade têm um potencial para ser uma
ferramenta útil para a Gestão da Qualidade. Para Robles Jr. (2003), a implementação de um
Sistema de Custos da Qualidade pode ser feita antes da implementação de um Sistema de
gestão estratégica de custos, sendo que, sem uma estrutura de GEC a implementação desse
Sistema de Qualidade pode se tornar inconsistente no longo prazo, isso pela precariedade na
base de dados.
Com a gestão da qualidade os processos produtivos requerem uma menor quantidade
de atividades que não agregam valor, ou seja, permite-se a existência de menos erros, menor
retrabalho, menos atrasos e melhor utilização dos recursos, melhorando assim a
produtividade. Dessa forma, é possível relacioná-la, por exemplo, com outras práticas de
GEC, pois é com a utilização de qualidade que o ABM (Gestão Baseada em Atividades) se
concretiza na busca por eliminar atividades que não agregam valor ao produto ou serviço, ou
valor ao cliente.
Com foco no resultado e no cliente (mercado) exigente por qualidade e preço utiliza-se
o custo-meta que auxilia no planejamento e desenvolvimento do produto ou serviço que
atenda a necessidade do cliente. Além disso, com a utilização do custo-meta planeja-se
estrategicamente o custo a ser mantido durante a fabricação do produto ou prestação do
serviço para alcançar o resultado almejado. A prática do custo-meta é tratada a seguir.
51
2.1.4.9 Custo-Meta
O custo-meta também é conhecido como target costing ou custo-alvo. Essa prática,
nesta pesquisa, pertence ao tema de GEC Análise do posicionamento estratégico. O sistema
de custo-alvo é definido por Monden (1999, p. 27) como “um sistema de administração por
toda a empresa que apóia o processo de custo-alvo”. Conforme o autor, o custo-alvo incorpora
a administração do lucro em toda a empresa durante a etapa de desenvolvimento do produto.
Para Hansen e Mowen (2001, p. 443) trata-se da “diferença entre o preço de venda necessário
para se capturar uma fatia predeterminada de mercado e o lucro desejado por unidade”.
Segundo Sakurai (1997, p. 55) o objetivo principal do custo-meta é “reduzir os custos
totais, mantendo alta qualidade”, além de “planejar estrategicamente os lucros”. Ellram (2006,
p. 26) em estudo sobre a teoria versus prática da sua implementação nos Estados Unidos,
concluiu que o processo de custo-meta empregado ao desenvolver produtos, sendo estes
atrativos aos clientes, fabricados com as melhores idéias de produção e utilizando
fornecedores que atendam aos objetivos de rentabilidade; possui “benefícios e vínculos que
vão além da gerência de custo”.
É nessa fase de desenvolvimento e desenho de novos produtos que o custo-meta exige
redução de custos (MAHER, 2001). Com essa prática a companhia precisa analisar seus
fatores internos, e acompanhar e gerenciar seus custos durante o processo de produção, ou
seja, na realização do projeto a fim de realizar o lucro desejado.
O lucro desejado, para Miotto (2007), pode variar dependendo da estratégia adotada,
pois adotando uma estratégia de crescimento de participação no mercado a empresa poderá,
para isso, abrir mão de parcela do lucro. Ou ainda, segundo a autora, as estratégias
competitivas (baixo custo ou diferenciação) também impactam no lucro unitário. Esses fatores
explicam o fato que, nessa pesquisa, a prática do custo-meta pertence ao tema de GEC
Análise do posicionamento estratégico.
Sakurai (1997) destaca que o custo-meta é voltado para o mercado e para a engenharia,
além de ser instrumento de melhoria na qualidade e dependente da integração dos
departamentos. Seguindo essas características destacadas, Swenson et al. (2003) contribui
com a descrição de algumas:
52
a) preço conduzido: os preços de mercado são utilizados para determinar custos
permissíveis ou de alvo;
b) foco em clientes: as exigências por qualidade, custo e tempo são incorporadas
simultaneamente em decisões do produto e do processo;
c) foco no projeto: as mudanças de engenharia devem ocorrer antes que a
produção comece, tendo assim, resultados de custos a tempo de colocar os
produtos no mercado;
d) equipes: Uma equipe da empresa é responsável pelo produto inteiro, do conceito
inicial com a produção final;
e) participação da corrente de valor: Todos os membros da corrente de valor, por
exemplo, fornecedores, distribuidores, fornecedores de serviços e clientes, são
incluídos no processo do target costing;
f) redução de custo do ciclo de vida: Os custos totais do ciclo de vida são
minimizados para o produtor e o cliente. Os custos do ciclo de vida incluem o
preço de compra, custos de operação, manutenção e custos de distribuição.
O custo-alvo pode ser dividido, de maneira geral, em cinco fases (MONDEN, 1999, p.
28): “(1) Planejamento corporativo, (2) Desenvolvimento de projeto de um novo produto
específico, (3) Determinação do plano básico para um produto específico, (4) Projeto de
produto e (5) Planejamento da transferência do produto para a produção”.
O planejamento corporativo é a fase na qual os planos de médio e longo prazo são
estabelecidos e o desenvolvimento de projeto de novo produto específico é a fase em que se
forma, pela empresa, planos de desenvolvimento específico de novo produto pararios
modelos (MONDEN, 1999). A terceira fase, segundo o autor, é a fase na qual as estruturas
específicas (formatos) das funções detalhadas do novo produto, a programação de
investimento na planta, o preço-alvo de vendas e o custo-alvo são estabelecidos.
O projeto do produto (quarta fase) é aquela em que os projetistas esboçam um plano
experimental incorporando os custos-alvo, em seguida são realizadas estimativas de custos
com base nos planos experimentais e protótipos do produto (MONDEN, 1999). Além disso, o
autor complementa, mencionando que são executadas atividades de engenharia de valor
buscando eliminar diferença entre os custos estimados e os custos-alvo.
53
na última fase (quinta fase) ocorre o acompanhamento da produção, para ajudar a
garantir que os custos-alvo sejam atingidos (MONDEN, 1999).
Com essa prática, a companhia identifica as necessidades dos clientes e calcula qual
seria o preço de venda aceitável, analisando fatores externos como a cadeia de valor ou
concorrentes, e com base nisso calcula o custo máximo que o produto deve ter, para que possa
gerar o lucro desejado. Cooper e Slagmulder (1999, p. 15) mencionam que ela é “um
elemento importante também para a gestão de custos interorganizacionais, porque transmite a
pressão referente à concorrência enfrentada pela empresa no topo da cadeia de abastecimento
para as demais dentro da cadeia”. Essa relação alinha o programa de gestão de custos da
empresa com os fornecedores na cadeia.
2.1.4.10 Gestão de Custos Interorganizacionais
Na Gestão de Custos Interorganizacionais (GCI) analisa-se cada elo da cadeia de
suprimento (refere-se às relações da empresa com a sua rede de fornecedores) e propicia-se
aos gestores a identificação de oportunidades para auferir melhorias nos produtos e serviços
(COOPER; SLAGMULDER, 1999).
O maior objetivo da gestão de custos interorganizacionais é a garantia de retorno total
para a cadeia, seja reduzindo o custo total, seja aumentando-o, desde que gerando vantagens
competitivas reconhecidas pelos clientes, como aumento de valor, materializado em aumento
da receita maior que o do custo, obtendo-se retorno maior (SOUZA; ROCHA, 2008).
Para os autores, com a GCI se buscam soluções por meio de ações coordenadas entre
as organizações da cadeia, sendo que isso não seria possível se as empresas tentassem reduzir
custos independentemente. Dessa forma, Souza e Rocha (2008, p. 2) propõem a seguinte
definição de GCI: é um processo cooperativo de gerenciamento de custos que inclui outras
organizações dentro de uma cadeia de valor além da própria empresa”.
Nota-se que a GCI é uma prática de GEC que utiliza a Análise da cadeia de valor para
buscar a redução de custo e isso é mencionado por Aguiar e Rocha (2007, p. 5), que explicam
que a GCI “requer importantes pressupostos para a gestão da cadeia de valor, em que o
relacionamento entre fornecedores e empresa líder da cadeia representa seu foco de estudo”.
54
Essa metodologia caracteriza-se pela possibilidade de as empresas implementarem
uma gestão estratégica de custos compartilhada, criando novas tecnologias: redução de custo
dos produtos e serviços, desenvolvimento de melhorias na tecnologia de produção, aumento
das funcionalidades dos produtos e serviços transacionados, desenvolvimento de alternativas
de substituição de insumos e oferta de produtos competitivos, que agregam valor sob a ótica
do cliente (AGUIAR; ROCHA, 2007).
A principal razão da utilização de uma abordagem GCI, segundo Cooper e Slagmulder
(1999), é que não basta para uma empresa ser eficiente apenas na gestão interna de custos, é
preciso fazer parte de uma rede de fornecedores eficientes. O relacionamento da companhia
com os membros de sua cadeia pode ser uma forma de busca da vantagem competitiva.
2.1.4.11 Contabilidade Aberta (Open-Book Accounting)
Contabilidade aberta ou Open-Book Accounting é uma prática de GEC, conceituada
por Aguiar e Rocha (2007) como uma metodologia de intercâmbio de informações entre os
membros da rede de fornecedores. Pelo fato de agir na cadeia de valor, essa prática está
categorizada nessa pesquisa no tema sobre Análise da Cadeia de Valor.
Os objetivos dessa prática são: redução de custos e otimização de resultados
(AGUIAR; ROCHA, 2007). De acordo com os autores, existe relação entre as práticas de
Gestão Estratégica de Custos “Gestão de Custos Interorganizacionais” (GCI) e o Open-Book
Accounting”, ou seja, para que o primeiro seja implementado requer a existência do segundo.
No entanto, pesquisas realizadas por Aguiar e Rocha (2007, p. 11) apontam limitações
à aplicabilidade do Open-Book Accounting e, ao mesmo tempo, da GCI:
(i) É difícil mensurar o seu efeito na redução de custos;
(ii) Não é propriamente uma regra de como as reduções de custos devem ser
compartilhadas entre os membros da rede; e
(iii) O compartilhamento das reduções de custos depende das especificidades de
cada situação: participação igual nos benefícios, alocação de benefícios apenas para
fornecedores que não tenham aumentado preços, alocação somente para empresa
líder da rede se o fornecedor se beneficiar de suporte técnico dela, podendo realizar
reduções de custos adicionais com outros clientes.
55
Após contextualizar as diversas práticas de GEC, representadas por categorias aborda-
se o tópico sobre evidenciação ou disclosure na seção seguinte, com o objetivo de
compreender o funcionamento e conceitos sobre a forma utilizada nessa pesquisa para
categorizar informações das companhias de capital aberto brasileiras sobre o referenciado
tema.
2.2 EVIDENCIAÇÃO
A evidenciação ou disclosure vem sendo objeto de crescente número de pesquisas nos
últimos anos. Para Lanzana (2004), esse tema é de alta relevância para a discussão
corporativa, que é uma das formas mais importantes dos gestores das empresas se
comunicarem com os seus acionistas, com o mercado em geral e de apresentarem o
desempenho da administração.
Em um sentido amplo, evidenciação ou disclosure significa o ato de divulgar
informações. Na área contábil, para Hendriksen e Van Breda (1999) e Iudícibus (2004) o
disclosure está ligado ao objetivo da contabilidade, referindo-se à divulgação de informações
a respeito das atividades de uma entidade por meio de relatórios contábeis.
Dantas et al. (2005) argumentam que existe uma similaridade entre a abrangência do
disclosure e a definição de transparência, salientando que evidenciação não significa apenas
divulgar, mas divulgar com qualidade, oportunidade e clareza. Sendo assim, segundo os
autores, para que se alcance a transparência pretendida com o disclosure, torna-se necessária a
divulgação de informações qualitativas e quantitativas que possibilitem aos usuários formar
uma compreensão das atividades desenvolvidas e dos seus riscos, observando também os
critérios de tempestividade, detalhamento e relevância necessários.
Transparência significa que a administração deve cultivar o desejo de informar, e não
apenas fazê-lo por obrigação, uma vez que a boa comunicação interna e externa, quando
espontânea, franca e rápida, resulta em um clima de confiança, tanto no âmbito interno quanto
nas suas relações com terceiros (IBGC, 2008).
56
Sendo assim, a ligação entre transparência e governança é clara na percepção dos
órgãos reguladores e do público em geral: a transparência é aumentada com o propósito de
melhorar a governança (HERMALIN; WEISBACH, 2007).
A governança corporativa, que pode ser conceituada como “o sistema pelo qual as
sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre Acionistas,
Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal”, tem como
principais finalidades “aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e
contribuir para a sua perenidade” (IBGC, 2008, p. 6).
Dessa forma, para alcançar os seus objetivos, a governança corporativa se apóia nos
princípios de equidade, prestação responsável de contas (accountability), responsabilidade
corporativa e transparência (IBGC, 2008). Portanto, “a transparência com que as empresas
disponibilizam informações ao mercado tem sido reconhecida como um dos principais pilares
das boas práticas de governança” (SILVA; MAGALHÃES FILHO, 2005, p. 2).
A comunicação, ou seja, disponibilizar informações aos interessados, “não deve
restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, mas deve contemplar também os demais
fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação empresarial e que conduzem à criação de
valor” (IBGC, 2008, p. 6). Com base em tal afirmação, pode-se inferir que o disclosure possui
um sentido amplo, pois cada empresa deverá divulgar toda e qualquer informação que possa
ser útil ao interessado externo e que possa conduzir o mesmo a uma avaliação coerente da
entidade.
Constata-se, portanto, que o disclosure possui grande importância também para a
concretização dos demais princípios da governança, uma vez que se torna impossível aos
stakeholders acompanhar a prestação responsável de contas ou obter o tratamento justo e
igualitário pretendido com a governança, sem que seja dado aos mesmos meios para
conhecerem, da forma mais quantitativa e qualitativa possível, as informações acerca da
corporação de seu interesse. Esse conhecimento, via de regra, se dá por meio do disclosure.
A relutância das empresas em aumentar o grau de disclosure é atribuída, entre outros,
aos seguintes fatores expostos por Hendriksen e Van Breda (1999, p. 517):
a) a divulgação ajudará os concorrentes, em prejuízo dos acionistas. Esse
argumento, entretanto, não tem muito mérito, pois os concorrentes geralmente
obtêm sua informação de outras fontes.
b) afirma-se que a divulgação integral de informação financeira aos sindicatos
uma vantagem quando da negociação de salários. Entretanto, a divulgação
integral geralmente melhora o clima de negociação.
57
c) argumenta-se, com freqüência, que os investidores não são capazes de
compreender as políticas e os procedimentos contábeis, e que a divulgação
completa apenas os confundirá, em lugar de esclarecer [...].
d) um argumento que possui certo mérito é o de que, frequentemente pode haver
outras fontes de informação financeira disponíveis para proporcioná-la a um
custo mais baixo do que se fosse fornecida pela empresa em suas
demonstrações financeiras.
e) a falta de conhecimento das necessidades dos investidores também é
apresentada como motivo para limitar a divulgação. Dada a possibilidade de
existência de muitos modelos de decisão de investimento e a dependência
cada vez maior de intermediários da informação, esse motivo não deve ser
fator limitador.
Healy e Palepu (2001) identificaram forças que se relacionam com as decisões dos
gestores de evidenciar voluntariamente informações junto ao mercado de capitais: a hipótese
das transações no mercado de capitais; a hipótese de contestação do controle corporativo; a
hipótese de compensação de ações; a hipótese de gestão da sinalização de talento; a hipótese
dos custos de litígio e ainda, a hipótese do custo do proprietário.
As informações sobre GEC podem ser citadas como exemplo de tipo de informação
que se encaixa nos argumentos para a não divulgação, isso pelo fato de que essas informações
podem ser consideradas como estratégicas. Sendo assim, sabe-se que são diversas as partes
interessadas (stakeholders) no disclosure, e também na credibilidade que essa informação
possua. Alguns aspectos sobre as principais partes interessadas por informações estão
abordados na próxima seção.
2.2.1 Partes Interessadas
As informações divulgadas pelas empresas podem ser analisadas ou consideradas por
diversas partes, ou diversos grupos de usuários, de forma que cada uma com interesse
específico, importância, responsabilidade e ainda influência sobre essas companhias. O IBGC
(2008) define partes interessadas como indivíduos ou entidades que assumem algum tipo de
risco, direto ou indireto, em face da sociedade, sendo elas, além dos acionistas, os
empregados, clientes, fornecedores, credores, governos, entre outros.
Existem fatores culturais, institucionais e legais que moldam os padrões de influência
das partes interessadas (por exemplo: gerentes, funcionários, acionistas, credores, clientes,
fornecedores e governo) sobre a tomada de decisões gerenciais, sendo essa situação definida
por Weimer e Pape (1999) como Sistema de Governança Corporativa.
58
Segundo os autores, o sistema de governança corporativa é determinado,
especificamente, por país e pode ser classificado segundo oito características, como:
(a) o conceito de firma;
(b) o sistema de conselho de administração;
(c) principais intervenientes capazes de exercer influência sobre a tomada de
decisões gerenciais (Partes interessadas ou Stakeholders);
(d) a importância do mercado de capitais na economia nacional;
(e) a presença ou ausência de um mercado de controle acionário;
(f) a estrutura de capital;
(g) a medida em que a compensação do executivo está dependente do desempenho
empresarial (Remuneração de Executivos);
(h) o horizonte de tempo das relações econômicas (WEIMER; PAPE, 1999, p. 153).
Para os autores, o conjunto dessas características, analisadas para diferentes grupos de
países, resulta em uma distinção entre sistema de governança corporativa orientado pelo
mercado (market-oriented) e sistema orientado por rede de relações entre partes interessadas
(network-oriented).
Eles explicam que a característica primordial do sistema orientado pelo mercado é um
mercado externo ativo de controle corporativo, que serve como um mecanismo independente
para shareholders influenciarem a tomada de decisões gerenciais. Em contrapartida, no
sistema orientado por redes de relações, grupos de interessados influenciam substancialmente
o processo de decisão (WEIMER; PAPE, 1999).
Nesse contexto torna-se importante ressaltar que uma visão mais abrangente, na linha
institucionalista, inclui grupos sociais que têm interesse na preservação da companhia e que
são afetados pelas decisões tomadas por seus administradores, como: credores, fornecedores,
trabalhadores, consumidores e a comunidade em geral, dando origem ao modelo de
stakeholders (VILELA, 2006).
Segundo a autora, essa perspectiva é importante porque não se pode negar que o
conceito de governança corporativa, pela ótica dos stakeholders, tem maior abrangência
quando identifica não apenas o acionista minoritário, mas também outros grupos que podem
ser afetados pela atuação da companhia.
Entretanto, Freeman e Mcvea (2000 apud SILVEIRA, 2004) destacam a dificuldade
de identificar quem são os stakeholders, qual seu grau de relevância para a organização, quais
são os seus objetivos e como é possível conciliá-los para uma gestão baseada no stakeholder,
ser bem-sucedida. Conforme os autores, na ausência de um critério justo para as decisões, a
59
dificuldade em atender a todos os distintos interesses dos públicos envolvidos levará,
certamente, a uma situação de conflito.
Assim, é possível perceber que a relevância de um sistema de governança corporativa
está no fato de identificar fatores culturais, institucionais e legais como capazes de influenciar
as decisões das partes interessadas e dessa forma, a exigência de informações necessárias ao
processo decisório das organizações e das partes interessadas.
A necessidade de informações está amplamente relacionada com a transparência das
informações e a prestação de contas que são valores da governança corporativa. Na seqüência
trata-se sobre isso de maneira detalhada, abordando também sobre a governança corporativa e
os seus valores, a sua abrangência, e ainda sobre a governança corporativa no Brasil.
2.2.2 Governança Corporativa
Diante da inexistência de um conceito amplamente utilizado, é mais apropriado
abordar a Governança Corporativa (GC) do ponto de vista de sua abrangência, ou seja, de
todos os fatores envolvidos que, segundo Andrade e Rossetti (2004, p. 27), são: “direitos,
relações, governo, poder, valores e normas".
a) direitos: sistema de gestão que visa preservar e maximizar os direitos dos
acionistas, assegurando a proteção dos minoritários;
b) relações: práticas de relacionamento entre acionistas, conselhos e diretoria
executiva, objetivando maximizar o desempenho da organização;
c) governo: sistema de governo, gestão e controle das empresas, que disciplina suas
relações com as partes interessadas em seu desempenho;
d) poder: sistema e estrutura de poder que envolve a definição da estratégia, as
operações, a geração de valor e a destinação dos resultados;
e) valores: sistema de valores que rege as corporações, em suas relações internas e
externas; e
60
f) normas: conjunto de instrumentos, derivados de estatutos legais e de
regulamentos, que objetiva a excelência da gestão e a proteção dos direitos das
partes interessadas em seus resultados.
Andrade e Rossetti (2004) evidenciam quatro conjuntos de conceitos que definem a
diversidade e abrangência da governança corporativa, inserindo-se dentro do seu sistema de
valores: o relacionamento entre as partes interessadas, os propósitos estratégicos, o poder e a
gestão. A Figura 6 esclarece melhor cada um dos conceitos:
Figura 6: Valores e posturas da governança corporativa
Fonte: Andrade e Rossetti (2004, p. 28).
Ao observar a Figura 6, constata-se que para serem atingidas as boas práticas de
governança, torna-se importante que as relações dentro da empresa estejam fundamentadas
nos princípios de justiça, transparência, prestação responsável de contas e conformidade legal.
SISTEMA DE VALORES
Fairness: Senso de justiça;
Disclosure: Mais transparência;
Accountability: Prestação responsável de contas;
Compliance: Conformidade legal.
RELACIONAMENTO ENTRE AS PARTES
INTERESSADAS
Maximização de resultados com minimização dos
“conflitos de agência”:
- Acionistas versus gestores;
- Interessados internos versus interessados
externos.
- GESTÃO -
POSTURAS ESSENCIAIS:
- Integridade ética permeando todas as relações internas e externas;
- Trinômio integridade, competência e desenvolvimento construtivo no trato dos
negócios;
- Responsabilidade corporativa, abrangendo leque ampliado de interesses.
PROPÓSITOS
ESTRATÉGICOS
- Expectativas dos acionistas;
- Políticas corporativas;
- Diretrizes para os negócios;
- Diretrizes para a gestão.
ESTRUTURA DO PODER
- Papéis definidos;
- Decisões compartilhadas;
- Sucessões planejadas.
61
Entretanto, para que esse sistema de valores resulte efetivamente em posturas adequadas de
gestão, a estrutura de poder deve estar bem definida e os propósitos estratégicos esclarecidos.
O papel central da governança corporativa é permitir o melhor relacionamento entre as
partes interessadas, atuando para a maximização dos lucros por meio da minimização dos
conflitos de agência, via um relacionamento entre as partes que viabilize a formulação dos
propósitos estratégicos e a definição clara da estrutura de poder. Segundo Martin, Santos e
Dias Filho (2004, p. 20), “a tarefa básica da governança é garantir que os recursos
empresariais sejam empregados de forma eficiente e eficaz na missão, objetivos e metas da
organização”.
Martin, Santos e Dias Filho (2004) esclarecem que as três fundamentais atribuições da
governança moderna provêm da necessidade de equacionamento do risco de agenciamento,
todas voltadas para o controle da gestão dos recursos: o controle da custódia, o controle do
desempenho e o controle da veracidade e da qualidade da informação. Essas atribuições são
sintetizadas, segundo os autores, como segue:
a) controle da custódia: assegurar que todas as obrigações legais e contratuais da
empresa sejam atendidas e seus recursos sejam adequadamente conservados e
empregados na missão empresarial, sem que ocorram carências de proteção,
fraudes, abusos de poder ou desvios dos objetivos [...];
b) controle do desempenho: [...] assegurar que sejam aplicados (os recursos) de
forma a gerar resultados para os acionistas/proprietários e que esses resultados
estejam em conformidade com suas expectativas e sua percepção dos riscos do
negócio [...];
c) controle da veracidade e da qualidade da informação: [...] assegurar que os
administradores, que devem informar os acionistas sobre a custódia e o
desempenho dos recursos investidos, conforme (a) e (b) acima, e que têm o
poder de influenciar diretamente a produção das informações (coleta e
tratamento dos dados, bem como o estabelecimento de métodos de mensuração
e comunicação dos resultados da empresa), não irão praticar, deliberadamente
ou não, a omissão, a ocultação, a distorção ou o atraso da sua comunicação
(MARTINS, SANTOS; DIAS FILHO, 2004, p. 9-10).
Para compreender o modelo brasileiro de governança corporativa, é importante saber
sobre a existência de características fundamentais, e estas são apontadas por Silveira (2004)
como a forte concentração de ações com direito a voto, com ausência quase total de empresas
com estruturas de propriedade pulverizadas.
Ou seja, a maioria das ações com direito a voto concentram-se nas mãos de poucos.
Para o autor, como decorrência dessa alta concentração de poder, o acionista controlador
indica a maioria dos membros do conselho de administração.
62
Andrade e Rossetti (2004) também abordam as principais características do modelo
brasileiro, decorrentes das condições internas e externas do ambiente corporativo nacional,
que podem ser observadas na Figura 7:
Figura 7: O ambiente interno da governança corporativa: as condições influenciadoras
Fonte: Andrade e Rossetti (2004, p. 310).
Os autores apontam, entre as condições externas do ambiente mundial:
(1) a adoção crescente de códigos de boas práticas em diversos países;
(2) o ativismo de investidores institucionais com atuação global;
(3) o reconhecimento, por organizações internacionais, do impacto positivo da boa
governança sobre o desenvolvimento econômico dos países;
(4) os recentes escândalos corporativos;
(5) as pressões exercidas pela classificação das companhias segundo padrões
praticados e aferidos de governança;
(6) a desfronteirização do mercado (ANDRADE; ROSSETTI, 2004, p. 310).
Observa-se que estes constituem fatores que pressionam as corporações a adequar-se
aos padrões de governança. São representados, principalmente, pelas normatizações
internacionais, e pelas novas características inerentes aos investidores do mercado de capitais
em nível internacional, que exigem cada vez mais transparência por parte das empresas. Nesse
Ambiente Interno de
governança
- Estrutura de
propriedade;
- Relações acionistas-
conselho-direção.
-
Desempenho
- Valor de mercado
Condições Institucionais
Cenário Corporativo
Condições Internas nas
corporações
Fontes de financiamento
Condições Externas:
ambiente do País
Condições Externas:
ambiente mundial
63
sentido, a globalização também exerce influência significativa sobre os padrões de
governança corporativa brasileiros, uma vez que derruba as fronteiras comerciais entre os
países, motivando a padronização internacional das exigências sobre as empresas.
Andrade e Rossetti (2004) evidenciam que as condições externas à empresa,
resultantes do ambiente do país, estão relacionadas com o cenário macroeconômico, as
condições institucionais, o cenário corporativo e as fontes de financiamento. A adoção, por
parte da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), de critérios de classificação das
empresas segundo os requisitos de governança corporativa atendidos pelas mesmas, esta
tratado nessa pesquisa como um fator utilizado para o atendimento de padrões de governança.
Uma síntese de cada um dos níveis de classificação é feita, com base nas informações
disponíveis no site da BOVESPA (2008): Novo Mercado, Nível 1 e Nível 2. No Novo
Mercado são classificadas as empresas que optam pela adoção de práticas de governança mais
rígidas que aquelas presentes na legislação brasileira (BOVESPA, 2008). Essas regras
ampliam os direitos dos acionistas, melhoram a qualidade das informações prestadas pelas
companhias e oferecem aos investidores maior segurança jurídica quanto à obediência aos
compromissos firmados, com uma alternativa mais ágil e especializada (BOVESPA, 2008).
As companhias listadas no Nível 1, que segundo a BOVESPA (2008), trata-se do mais
baixo nível de governança corporativa, comprometem-se, principalmente, com melhorias na
prestação de informações ao mercado e com a dispersão acionária. Para a classificação como
Companhia Nível 2, além da aceitação das obrigações contidas no Nível 1, a companhia e
seus controladores adotam um conjunto mais amplo de práticas de governança e de direitos
adicionais para os acionistas minoritários (BOVESPA, 2008).
Buscando descobrir se na prestação de informações ao mercado, as companhias
pertencentes a estes níveis, divulgam informações sobre gestão estratégica de custos, todos os
seus relatórios foram examinados e os resultados analisados, seguindo a metodologia que será
detalhada no capítulo seguinte.
64
3 METODOLOGIA
Neste capítulo apresentam-se os procedimentos selecionados para a aplicação da
pesquisa, isto é, como os dados foram obtidos, tratados e analisados. Apontam-se também as
limitações do método adotado, de forma a responder ao problema de pesquisa.
3.1 MÉTODO DE PESQUISA
O método utilizado é o indutivo, na medida em que, segundo Gil (2007, p. 28-29)
“parte-se da observação de fatos ou fenômenos cujas causas se deseja conhecer. A seguir,
procura-se compará-los com a finalidade de descobrir as relações existentes entre eles. Por
fim, procede-se à generalização, com base na relação verificada entre os fatos ou fenômenos”.
Assim, observam-se os relatórios das companhias abertas brasileiras com interesse em
descobrir possíveis relações existentes entre as informações encontradas.
3.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa realizada é classificada quanto à natureza, forma de abordagem do
problema, de acordo com seus objetivos e com base nos procedimentos técnicos utilizados.
Como são utilizados relatórios divulgados pelas companhias para identificar informações de
gestão estratégica de custos, a pesquisa, de acordo com Lakatos e Marconi (1991), é de
natureza aplicada, pois nesse tipo de pesquisa objetiva-se a geração de conhecimentos para a
solução de problemas mediante aplicação prática.
Quanto à forma de abordagem do problema a pesquisa é definida como qualitativa e
quantitativa: qualitativa, quando as informações sobre GEC divulgadas são categorizadas; e
quantitativa, por se efetuar a quantificação e a análise destas informações por meio do uso de
recursos estatísticos. Beuren (2006) destaca que “a abordagem quantitativa caracteriza-se pelo
emprego de instrumentos estatísticos, tanto na coleta quanto no tratamento de dados”.
65
Do ponto de vista dos objetivos, a pesquisa é descritiva. Nesse tipo de pesquisa,
segundo Gil (2002, p. 44), visa-se descrever as “características de determinada população ou
fenômeno ou o estabelecimento de relações entre as variáveis”. No caso específico, trata-se de
descrever as informações sobre gestão estratégica de custos encontradas e sua forma de
apresentação.
Por seu enfoque empírico, a pesquisa classifica-se, segundo os procedimentos
técnicos, como pesquisa documental, por ter como fonte de dados publicações oficiais
administrativas das companhias definidas para o estudo, em seu formato original,
disponibilizadas no site da BOVESPA.
3.3 UNIVERSO E AMOSTRA
O universo é constituído pelas companhias abertas brasileiras, sendo que se investigou
os relatórios daquelas listadas em 2007 (2º semestre) na BOVESPA em nível 1, nível 2 e
Novo Mercado de governança corporativa, totalizando 140 empresas. Essa opção justifica-se
pelo fato de que esses relatórios possuem informações oficiais, além do fato de que as
companhias pertencentes ao conjunto de normas de conduta definidas pela BOVESPA se
comprometem, entre outras práticas, com melhorias na prestação de informações ao mercado.
A amostra resultou de uma escolha aleatória de 30 companhias. Utilizou-se a função
“Aleatório” do Microsoft Excel, que atribuiu um número aleatório para cada uma das 140
companhias, cada uma com anos base 2005, 2006 e 2007, totalizando 420 observações. Os
números aleatórios foram colocados em ordem crescente e nessa ordem as companhias foram
selecionadas, sendo em quantidade proporcional aos níveis de Governança Corporativa (GC),
de acordo com a Tabela 2.
Tabela 2: Amostra inicial
NÍVEL DE GOVERNANÇA
CORPORATIVA
TOTAL DE
COMPANHIAS
AMOSTRA INICIAL
(proporcional ao nível)
NÍVEL 1
40 8
NÍVEL 2
18 4
NOVO MERCADO
82 18
TOTAL 140 30
66
Durante esse processo, ao encontrar uma companhia que não possuísse relatórios
divulgados no ano base ou nível de governança corporativa indicado, esta companhia era
ignorada. As companhias que compõem a amostra inicial, escolhidas aleatoriamente, são
reveladas no Quadro 4, podendo haver mais de um relatório por companhia.
RAZÃO SOCIAL NÍVEL DE GC
ANO
BASE
1.
BCO PINE S.A. Nível 1 2006
2.
BRASKEM S.A. Nível 1 2005
3.
FRAS-LE S.A. Nível 1 2005
4.
IOCHPE MAXION S.A. Nível 1 2006
5.
KLABIN S.A. Nível 1 2006
6.
MANGELS INDUSTRIAL S.A. Nível 1 2005
7.
RANDON S.A. IMPLEMENTOS E PARTICIPAÇÕES Nível 1 2007
8.
UNIBANCO UNIÃO DE BCOS BRASILEIROS S.A. Nível 1 2006
9.
ALL AMÉRICA LATINA LOGÍSTICA S.A. Nível 2 2007
10.
ELETROPAULO METROP. ELET. SÃO PAULO S.A. Nível 2 2005
11.
GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A. Nível 2 2005
12.
SARAIVA S.A. LIVREIROS EDITORES Nível 2 2005
13.
BRASCAN RESIDENTIAL PROPERTIES S.A. Novo Mercado 2006
14.
BRASIL ECODIESEL IND. COM. BIO.OL.VEG.S.A. Novo Mercado 2005
15.
BRASILAGRO CIA. BRAS. DE PROP. AGRÍCOLAS Novo Mercado 2005
16.
CIA PROVIDÊNCIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO Novo Mercado 2007
17.
CIA SANEAMENTO DE MINAS GERAIS-COPASA MG Novo Mercado 2005
18.
COMPANY S.A. Novo Mercado 2006
19.
EDP – ENERGIAS DO BRASIL S.A. Novo Mercado 2005
20.
EDP – ENERGIAS DO BRASIL S.A. Novo Mercado 2007
21.
EVEN CONSTRUTORA E INCORPORADORA S.A. Novo Mercado 2006
22.
GAFISA S.A. Novo Mercado 2005
23.
KLABIN SEGALL S.A. Novo Mercado 2007
24.
MEDIAL SAÚDE S.A. Novo Mercado 2006
25.
MEDIAL SAÚDE S.A. Novo Mercado 2007
26.
MINERVA S.A. Novo Mercado 2007
27.
ODONTOPREV S.A. Novo Mercado 2007
28.
PDG REALTY S.A. EMPREEND E PARTICIPAÇÕES. Novo Mercado 2006
29.
PORTO SEGURO S.A. Novo Mercado 2007
30.
WEG S.A. Novo Mercado 2006
Quadro 4: Companhias que compõem a amostra inicial
Os relatórios das 30 companhias da amostra inicial foram examinados e as
informações sobre GEC devidamente categorizadas. Após, foram utilizados os dados da
categoria com o maior Coeficiente de Variação de Pearson (CVP), dado, segundo Lapponi
(2005) pela razão entre o Desvio-Padrão e a média de uma mesma categoria. Ou seja,
utilizaram-se os dados da categoria com maior variação para calcular a amostra definitiva da
pesquisa, de forma que representasse o total de companhias, com 95% de confiança.
67
A utilização deste coeficiente torna representativo o valor do desvio-padrão em uma
série de valores ao considerar a média dos desvios-padrão, evitando a utilização de valor de
desvio-padrão extremamente acima ou abaixo da média dos valores da série.
O maior CVP encontrado foi 5,477226 na categoria de Lucro por Cliente; o desvio-
padrão dessa categoria foi 0,912871; a média 0,166667 e a margem de erro igual a 0,5; que
representa 10% do maior valor encontrado na escala de dados (0 a 5) dessa categoria. Os
passos para o cálculo da amostra estão resumidos no Quadro 5.
DEMONSTRATIVO DO CÁLCULO DA AMOSTRA
1. Leitura e categorização (GEC) dos relatórios das companhias da
amostra inicial
30 companhias
2. Cálculo do Coeficiente de Variação de Pearson (CVP) para cada uma
das categorias
Desvio-Padrão
Média
3. Observação da categoria com maior CVP (5,477226) Lucro por
cliente
4. Desvio-Padrão da categoria Lucro por Cliente 0,912871
5. Média da categoria Lucro por Cliente 0,166667
6. Amplitude dos dados encontrados na categoria Lucro por Cliente 0 a 5
7. Margem de erro igual a 10% do maior valor encontrado na escala de
dados da categoria Lucro por Cliente
0,5
8. Resultados da aplicação dos dados da categoria escolhida no cálculo da
Equação 1 – amostra final prevista
13 companhias
9. Grau de significância utilizado 5%
Quadro 5: Demonstrativo do cálculo da amostra
Dessa forma, o cálculo da amostra (Equação 1) foi efetuado aplicando os dados da
categoria indicada, resultando em uma quantidade de 13 companhias a serem estudadas,
sendo que foram estudadas 30 companhias.
n =
Z α/2
.
σ
2
E
Equação 1
Onde:
n
: quantidade de companhias da amostra (13);
Z
α
/ 2
: grau de significância utilizado (1,96, ou seja, 5%);
σ:
desvio-padrão da categoria com maior CVP (0,912871);
(
)
68
E:
Margem de erro, 10% do maior dado encontrado na escala da categoria com o
maior CVP = (0,5).
O setor e nível de governança corporativa (GC) de cada companhia da amostra estão
evidenciados no Quadro 6.
COMPANHIA (RAZÃO SOCIAL) NÍVEL DE GC SETOR
ALL - AMÉRICA LATINA LOGÍSTICA S.A. Nível 2
Transporte Ferroviário
(Holding)
BANCO PINE S.A. Nível 1
Atividades fin., de seguros e
serv. Relacionados
BRASCAN RESIDENTIAL PROPERTIES S.A. Novo Mercado
Construção de edifícios
(Holding)
BRASIL ECODIESEL IND. COM. BIO. OL. VEG. S.A. Novo Mercado Indústria de Transformação
BRASILAGRO CIA BRAS. DE PROP. AGRÍCOLAS Novo Mercado
Agricultura, Pecuária e
Serviços Relacionados
BRASKEM S.A. Nível 1 Indústria de Transformação
CIA PROVIDÊNCIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO Novo Mercado Indústria de Transformação
CIA SANEAMENTO DE MINAS GERAIS
COPASA MG
Novo Mercado
Captação, Tratamento e
Distribuição de Água
COMPANY S.A. Novo Mercado Construção de edifícios
EDP ENERGIAS DO BRASIL S.A. Novo Mercado Eletricidade e Gás (Holding)
ELETROPAULO METROP. ELET. SÃO PAULO S.A. Nível 2 Eletricidade e Gás
EVEN CONSTRUTORA E INCORPORADORA S.A. Novo Mercado Construção de edifícios
FRAS LE S.A. Nível 1 Indústria de Transformação
GAFISA S.A. Novo Mercado Construção de edifícios
GOL - LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A. Nível 2 Transporte Aéreo (Holding)
IOCHPE MAXION S.A. Nível 1
Indústria de Transformação
(Holding)
KLABIN S.A. Nível 1 Indústria de Transformação
KLABIN SEGALL S.A. Novo Mercado Construção de edifícios
MANGELS INDUSTRIAL S.A. Nível 1
Indústria de Transformação
(Holding)
MEDIAL SAÚDE S.A. Novo Mercado
Atividades de atenção à
Saúde Humana
PDG REALTY S.A. EMPREEND E PARTICIPAÇÕES Novo Mercado
Construção de edifícios
(Holding)
PORTO SEGURO S.A. Novo Mercado
Atividades fin., de seguros e
serv. Relacionados
RANDON S.A. IMPLEMENTOS E PARTICIPAÇÕES Nível 1 Indústria de Transformação
SARAIVA S.A. LIVREIROS EDITORES Nível 2 Informação e Comunicação
UNIBANCO UNIÃO DE BCOS BRASILEIROS S.A. Nível 1
Atividades fin., de seguros e
serv. relacionados
WEG S.A. Novo Mercado
Indústria de Transformação
(Holding)
Quadro 6: Nível de governança corporativa e setor das companhias da amostra
69
As companhias pesquisadas pertencem a diversos setores de atividade, sendo que os
mais representativos são o da Indústria de Transformação, com 33,33%, o setor de Construção
de Edifícios, com 20%, e o setor de Eletricidade e Gás, com 6,66%, sendo que outros setores
somam 40%. A relação de todas as companhias listadas como Nível 1, Nível 2 e Novo
Mercado de Governança Corporativa pela BOVESPA encontra-se no Apêndice A.
3.4 COLETA E TRATAMENTO DAS EVIDÊNCIAS
Foram examinados os relatórios dos anos base de 2005, 2006 e 2007, disponibilizados
pelas companhias de capital aberto na gina da internet da BOVESPA, não tendo sido
consultadas informações em suas páginas da internet e nem realizadas visitas ou survey
diretamente com as mesmas. Os relatórios foram visualizados com o auxílio do Sistema de
Divulgação Externa ITR/DFP/IAN, versão 8.2 (Junho/2007), também disponível para
download na página da internet da BOVESPA.
Os relatórios disponibilizados são classificados em IAN (Informações Anuais) e DFP
(Demonstrações Financeiras Padronizadas). Cada relatório faz parte de um Grupo, e é
acompanhado por um código. Dessa forma, formam pesquisaram-se os relatórios IAN e DFP,
conforme enumerados no Apêndice B.
Para auxiliar na organização dos dados e a contagem das evidências de informações de
Gestão Estratégica de Custos, foram utilizados os aplicativos Microsoft Word e Microsoft
Excel. Os relatórios foram lidos no Word e, após, cada informação foi identificada, analisada
e copiada para o Excel visando a separação por companhia, classificação quanto à categoria e
devida contagem, sempre mantendo a ordem com que apareciam nos relatórios e vinculando
cada informação com o código do relatório ao qual pertencia.
No tratamento dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo. A escolha
dessa técnica de pesquisa se deu pelo fato de que a apresentação dos dados nos relatórios é em
formato de texto ou mensagens (BARDIN, 1995). O estudo envolveu o tratamento dos dados
qualitativos de forma quantitativa, por meio da aplicação de testes estatísticos (análise de
clusters e correlação) e análise descritiva, conforme descrito na seqüência.
70
3.5 ANÁLISE DAS EVIDÊNCIAS
As evidências foram analisadas com a adoção da técnica de análise de conteúdo como
um instrumento de investigação, o que permitiu compreender e categorizar o conteúdo desses
relatórios. Essa técnica é detalhada na seqüência.
3.5.1 Análise de Conteúdo
A técnica de pesquisa análise de conteúdo é definida por Bardin (1995, p. 42) como
um conjunto de cnicas de análise das comunicações visando obter, por
procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens,
indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos
relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.
Existem três fases na análise de conteúdo e, segundo Bardin (1995, p. 95), elas são
organizadas em torno de três pólos cronológicos: “(1) Pré-análise; (2) Exploração do material;
Tratamento dos resultados, (3) a inferência e a interpretação”. A fase da pré-análise é
explicada pelo autor como a fase de organização, tendo como objetivo sintetizar e tornar
operacionais as idéias iniciais de maneira a esquematizar as operações que se sucederão.
Enquanto a segunda caracteriza-se pela administração sistemática das decisões
tomadas na fase anterior, consistindo assim, em operações de codificação, desconto ou
enumeração, em função de regras pré-definidas. Na terceira e última fase, o autor explica que
ocorre o tratamento dos dados de forma a tornarem-se significativos e válidos. Por
conseguinte, o analista, ao encontrar resultados significativos, poderá propor inferências e
adiantar interpretações aos objetivos propostos ou a novas descobertas.
Na codificação, processo que faz parte da segunda fase, Bardin (1995) enumera três
escolhas necessárias para a organização da pesquisa: eleger as unidades de registro; fazer a
enumeração, com a escolha das regras de contagem; a classificação e agregação, designando-
se, assim, as categorias.
71
Para codificar e quantificar as informações de GEC em cada categoria, foram
analisadas as sentenças (reunião de palavras que formam um sentido completo; frase). Quanto
à enumeração, elegeu-se a freqüência com que as informações aparecem.
De acordo com Bardin (1995), a frase é uma unidade de registro, sendo que é preciso,
às vezes, fazer referência ao contexto da unidade que se quer registrar. Então, o contexto
serve para compreender a unidade de registro.
Baseado em estudo de Hackston e Milne (1996), que destacaram algumas regras
específicas, mencionam-se aquelas que foram seguidas durante a análise das evidências:
a) se alguma sentença possuía mais que uma classificação possível foi classificada na
categoria mais enfatizada na sentença;
b) tabelas, figuras e gráficos que apresentavam informações quantitativas e que
poderiam ser interpretados e classificados em alguma das categorias foram
considerados como uma sentença. Dessa forma, buscou-se analisar de forma
distinta as informações desse tipo, com as que são compostas por texto descritivo
(incluindo textos descritivos compostos por dados quantitativos);
c) nos textos com marcadores/numeração, cada item foi considerado como uma única
sentença;
d) não foram mensuradas as sentenças em que não constavam informações para as
categorias.
As categorias, propriamente ditas, compuseram o instrumento de pesquisa adotado,
sendo que Bardin (1995) destaca algumas regras importantes para sua composição:
a) exclusão mútua: cada elemento só pode existir em uma categoria;
b) homogeneidade: para definir uma categoria, é preciso haver uma dimensão na
análise. Se existem diferentes níveis de análise, eles devem ser separados em
diferentes categorias;
c) pertinência: as categorias devem dizer respeito às intenções do investigador, aos
objetivos da pesquisa, às questões norteadoras, às características da mensagem, etc.;
d) objetividade e fidelidade: se as categorias forem bem definidas, se os índices e
indicadores que determinam a entrada de um elemento em uma categoria forem
72
bem claros, não haverá distorções devido à subjetividade dos analistas. Assim, com
diferentes pesquisadores, o resultado será o mesmo;
e) produtividade: as categorias serão produtivas se os resultados forem férteis em
inferências , em hipóteses novas, em dados exatos.
As categorias formam um grupo maior e as subcategorias são as suas integrantes ou
componentes, sendo que o processo para definição das utilizadas neste estudo é detalhado na
seqüência da seção.
Elas foram criadas utilizando como base inicial o referencial teórico, conforme
apresentado na Tabela 1. As categorias estão divididas em três grandes grupos: Análise da
cadeia de valor, dos direcionadores de custos e do posicionamento estratégico, conforme
abordagem dada por Shank e Govindarajan (1997). A partir dessa perspectiva, para cada uma
das 17 categorias foram definidas diversas subcategorias, conforme Apêndice C.
3.5.2 Validação das Categorias e Subcategorias
Para a validação das categorias e subcategorias foi utilizada a técnica Delphi,
buscando consenso entre especialistas (experts em gestão estratégica de custos), de forma que
3 especialistas pontuaram com pesos as categorias, conforme relação ou representação da
Gestão Estratégica de Custos, por meio de três rodadas, que foram encaminhadas por e-mail.
Os especialistas participantes das rodadas Delphi possuem doutorado, sendo um pela
Universidade de São Paulo em Controladoria e Contabilidade em 1999, o segundo pela
Universidad Del Sul em Administração, em 1998 e livre docência, em 2002 em Economia de
Empresas pela Universidade Estadual de Campinas e o terceiro em Engenharia de Produção
pela Universidade Federal de Santa Catarina, em 1995. Todos são professores: o primeiro é
professor da Universidade de São Paulo, o segundo da Universidade Estadual de Campinas e
o terceiro da Universidade Federal de Santa Catarina.
Entre as experiências dos especialistas conta-se: o primeiro mencionado é Membro do
Grupo de Estudos de Gestão de Custos do CAM I, sendo que sua especialização é em
Gestão Estratégica de Custos, com ênfase em Custeio Baseado em Atividades (ABC), Target
Costing e Análise de Custos na Cadeia de Valor.
73
O segundo especialista tem experiência nas áreas de Administração e Economia de
Empresas, atuando principalmente nos temas: Gestão de Custos, Estratégia Empresarial,
Gestão da Qualidade, Economia das Pequenas Empresas, Políticas de Desenvolvimento
Local, Empreendedorismo e Economia Solidária. Já o terceiro possui experiência na área de
Engenharia de Produção, com ênfase em análise de Custos, atuando em Congresso de Custos,
principalmente nos temas: Custos, ABC, Desperdícios e Método da UEP.
Os três especialistas mencionados responderam as três rodadas Delphi realizadas. As
fases que envolveram a aplicação da técnica Delphi são reveladas na Figura 8, sendo que, de
acordo com Riggs (1983), a técnica inicia com a definição de um problema a ser resolvido,
passa pela determinação de parâmetros da seleção dos participantes, de forma que, após
selecioná-los, preparam-se e distribuem-se os instrumentos de coleta de dados. Conforme
menciona o autor, a fase seguinte é aquela onde as respostas são recolhidas. Após, essas são
analisadas, verificando se houve o consenso.
Em caso negativo, reestrutura-se o questionário para uma próxima rodada, que contém
as mesmas opções de questionamento, mas com a informação resumida das respostas dadas
por todos no painel anterior, sendo que o respondente tem a opção de modificar ou manter a
sua resposta (RIGGS, 1983).
Figura 8: O método Delphi
Fonte: Adaptado de Riggs (1983, p. 90)
Definição do problema
Parâmetros da seleção dos participantes
Seleção dos participantes
Preparação do questionário
Distribuição do questionário
Análise das respostas do questionário
O consenso foi obtido?
Sim Não
Compilação das respostas e apresentação dos resultados
Preparação do
próximo
questionário
Produção das
informações e
compilação das
respostas
74
A primeira rodada Delphi foi enviada por e-mail para quatro especialistas em 07 de
abril de 2008, sendo que dos instrumentos remetidos, três voltaram respondidos. Em 20 de
maio de 2008 os instrumentos respondidos foram preparados e reenviados para os três
especialistas novamente, conforme metodologia Delphi. Eles retornaram da segunda rodada e
como o consenso ainda não havia sido obtido com essas duas rodadas anteriores, uma terceira
precisou ser enviada em 15 de junho de 2008, a qual foi respondida pelos três especialistas,
tendo-se nessa obtido o consenso. Os instrumentos de coleta de dados utilizados nas rodadas
executadas são apresentados, respectivamente, nos Apêndices D, E e F.
Os especialistas assinalaram apenas as categorias e subcategorias que tinham relação
com o tema Gestão Estratégica de Custos e as pontuaram de 1 a 5, conforme sua importância
para o tema, sendo 5 para totalmente importante, 4 para importante, 3 para média importância,
2 para pouco importante e 1 para a menos importante. O consenso foi obtido quanto à relação
com o tema, e 16 categorias foram validadas.
A categoria Custos de Oportunidade, por consenso dos especialistas, não foi validada.
A seguir apresenta-se a relação com as categorias validadas (Quadro 7), sendo que no
Apêndice G estas estão relacionadas com os respectivos pesos recebidos dos especialistas.
1 ANÁLISE DA CADEIA DE VALOR
1.1 Cadeia de Valor
1.1.1 Elos/Etapas/Atividades da cadeia de valor interna e externa
1.1.2 Identificação da cadeia de valor
1.2 ABC / ABM (Custeio e Gestão Baseados em Atividades)
1.2.1 Direcionadores/Geradores (Cost-drivers) de recursos
1.2.2 Direcionadores Geradores (Cost-drivers) de atividades
1.2.3 Análise das atividades dos processos
1.2.4 Rastreamento dos custos
1.2.5 Atividades que agregam valor (atividades necessárias e desnecessárias)
1.2.6 Mapeamento das atividades
1.2.7 Relação entre atividades e consumo de recursos
1.3 Custos Ambientais
1.3.1 Análise do ciclo de vida do produto
1.4 Custos Intangíveis
1.4.1 Fatores intangíveis
1.4.2 Pesquisa e Desenvolvimento
Continua
75
Continuação
1.5 TCO – Custo Total de Propriedade (Total Cost of Ownership)
1.5.1 Identificação de fatores que acarretam elevados custos
1.5.2 Análise de custos do bem ou serviço antes de adquiri-lo
1.5.3 Evitar e/ou diminuir custos na aquisição
1.6 Custo dos Concorrentes
1.6.1 Coleta e análise sistematizada das informações sobre o ambiente externo
1.6.2 Engenharia Reversa
1.6.3 Possíveis estratégias e ações utilizadas pelos concorrentes
1.6.4 Monitoramento de outras empresas
1.6.5 Sistema de informações dos concorrentes
1.7 Lucro por Cliente
1.7.1 Tempo mantido de clientes
1.7.2 Quantidade mantida de clientes
1.7.3 Volume de negócios por cliente
1.8 Custos Logísticos
1.8.1 Planejamento Logístico
1.8.2 Movimentação de produtos/materiais
1.8.3 Distribuição de produtos
1.8.4 Transporte de produtos/materiais
1.8.5 Armazenagem/Estocagem
1.8.6 Logística Reversa
1.8.7 Fluxo de produção
1.8.8 Embalagem para manuseio e movimentação
1.8.9 Logística interna
1.8.10 Infraestrutura
1.8.11 Dimensões geográficas
1.8.12 Localização/Decisão de instalação
1.8.13 Terceirização logística
1.8.14 Processo de Pedido
1.8.15 Custos da Tecnologia da Informação
1.9 Alianças Estratégicas (Parcerias/Joint Ventures)
1.9.1 Implementação de parcerias entre empresas
1.9.2 Acordos informais de cooperação
1.9.3 Compartilhar benefícios
1.9.4 Compartilhar ou acessar recursos
1.10 Custos interorganizacionais (Interorganizacional Cost Management)
1.10.1 Rede de fornecedores
1.10.2 Modificações nos processos, produtos e serviços
1.10.3 Ações cooperativas
1.10.4 Compartilhamento de benefícios
1.11 Contabilidade Aberta (Open-Book Accounting)
1.11.1 Identificação de oportunidades de redução de custos
1.11.2 Harmonização dos sistemas de informações
2 ANÁLISE DOS DIRECIONADORES DE CUSTOS
2.1 Direcionadores/Determinantes de Custos
2.1.1 Capacidade ou utilização da capacidade de produção (execução)
2.1.2 Grau de complexidade (estrutural)
2.1.3 Layout de instalação (execução)
2.1.4 Configuração do produto (execução)
Continua
76
Continuação
2.1.5 Tecnologia utilizada (estrutural)
2.1.6 Número de fábricas (estrutural)
2.1.7 Número de linhas de produtos (estrutural)
2.1.8 Economia de escala (estrutural)
2.1.9 Escopo (estrutural)
2.1.10 Custos de transação (estrutural)
2.2 Custos da Qualidade
2.2.1 Sistemas de gestão da qualidade
2.2.2 Perdas de materiais – Refugo
2.2.3 Reaproveitamento de materiais
2.2.4 Sucata
2.2.5 Ineficiência de mão de obra ou equipamentos
2.2.6 Custos de prevenção
2.2.7 Custos de avaliação
2.2.8 Falhas internas e externas
2.2.9 Devoluções
2.2.10 Desperdícios
2.2.11 Sobras
2.2.12 Defeitos
3 ANÁLISE DO POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO
3.1 Missão ou metas
3.1.1 Construir
3.1.2 Manter
3.2 A forma escolhida para competir em seu segmento (Vantagem competitiva)
3.2.1 Baixo Custo
3.2.2 Diferenciação
3.3 Custo-Meta/Custo-Alvo (Target Cost)
3.3.1 Lucro desejado
3.3.2 Preços definidos pelo mercado
3.3.3 Desenvolvimento de projeto de produto
3.3.4 Identificação das necessidades dos clientes
3.3.5 Integração entre os departamentos para reduzir custos
3.3.6 Cálculo do custo máximo
3.3.7 Pressionar o fornecedor para reduzir preço
3.3.8 Foco no projeto (antes da produção)
3.3.9 Foco no cliente
Quadro 7: Relação de categorias e subcategorias sobre GEC
3.5.3 Análise de Clusters (conglomerados)
A partir da validação das categorias de gestão estratégica de custos, foi iniciada a
codificação dos relatórios das companhias. Os dados foram tabulados e buscando agrupá-los e
descobrir companhias com características comuns foi utilizada a análise de clusters
77
(conglomerados). Para isso, utilizou-se o programa SPSS Statistics 15.0 (Statistical Package
for the Social Sciences) e a Análise Hierárquica (Hierarchical Cluster Analysis).
Para Malhotra (2006, p. 572), a análise de clusters “é uma técnica usada para
classificar objetos ou casos em grupos relativamente homogêneos denominados clusters (ou
conglomerados)” sendo que, “os objetos em cada clusters tendem a ser semelhantes entre si,
mas diferentes de objetos em outros clusters”.
Foram analisadas 30 companhias e utilizadas 16 variáveis, ou seja, cada categoria de
Gestão Estratégica de Custos constituiu uma variável: Cadeia de Valor, ABC/ABM, Custos
Ambientais, Custos Intangíveis, TCO, Custos dos Concorrentes, Lucro por Cliente, Custos
Logísticos, Alianças Estratégicas, Custos Interorganizacionais, Contabilidade Aberta,
Direcionadores de Custos, Custos da Qualidade, Missão ou Metas, A Forma Escolhida para
Competir e Custo-Meta.
3.6 LIMITAÇÕES DO MÉTODO
Este estudo apresenta limitações, como o fato de que com a utilização da técnica de
análise de conteúdo e pesquisa qualitativa, os resultados podem ser influenciados pela
subjetividade do pesquisador, pois dependem do grau de conhecimento deste sobre o assunto
e de sua interpretação dos textos examinados. Ainda existe a limitação pelo fato que foram
investigados apenas os documentos disponibilizados pelas companhias, na página da internet
da BOVESPA.
Para reduzir a subjetividade mencionada, procurou-se utilizar procedimentos
metodológicos, discussão crítica, validação das categorias (utilizando-se da técnica de Rodada
Delphi) buscando objetividade, além de recorrer ao tratamento quantitativo dos dados.
Sobre os procedimentos metodológicos menciona-se que:
a) para a definição das categorias e subcategorias foi realizada discussão crítica das
mesmas juntamente com o professor orientador e a validação foi realizada
buscando respostas fechadas e objetivas de três especialistas, conforme
mencionado na seção 3.5.2 sobre Validação das categorias;
78
b) no tratamento qualitativo dos dados foram utilizados testes de correlação e análise
de clusters com a utilização do programa SPSS Statistics 15.0 (Statistical Package
for the Social Sciences), que está mais detalhado na seção 3.5.3 sobre Análise dos
clusters.
79
4 ANÁLISE DAS EVIDÊNCIAS
Este capítulo divide-se em três seções principais. A primeira composta pela
apresentação das companhias da amostra, seus setores de atividade e relatórios estudados. A
segunda parte aponta as correlações entre a quantidade de informações divulgadas e o
tamanho dos relatórios e das companhias, o teste de hipóteses envolvendo as informações por
ano do relatório, assim como a classificação das informações por categorias de Gestão
Estratégica de Custos e por nível de governança corporativa. Por fim, na terceira seção
encontra-se a análise das companhias classificadas em clusters.
4.1 DESCRIÇÃO DAS COMPANHIAS
Estão relacionadas, na Tabela 3, as companhias e a quantidade de páginas de seus
relatórios, em ordem crescente.
Tabela 3: Tamanho dos relatórios
COMPANHIA
QUANT.
DE PÁGS.
COMPANHIA
QUANT.
DE PÁGS.
MANGELS INDUSTRIAL 55 UNIBANCO 154
KLABIN 63 BRASIL ECODIESEL 165
WEG 68 BRASILAGRO 168
FRAS LE 72 PDG REALTY 168
BRASCAN 94 GOL 183
CIA PROVIDÊNCIA 100 MEDIAL SAÚDE (2007) 190
EVEN 115 EDP ENERGIAS (2007) 207
IOCHPE MAXION 124 EDP ENERGIAS (2005) 210
SARAIVA 129 ELETROPAULO 216
GAFISA 136 KLABIN SEGALL 226
ODONTOPREV 136 BANCO PINE 246
PORTO SEGURO 143 ALL 270
MEDIAL SAÚDE (2006) 144 MINERVA 277
COMPANY 145 COPASA MG 279
RANDON 145
BRASKEM 443
Todos os relatórios disponibilizados pelas companhias da amostra, conforme disposto
no Apêndice B, foram examinados. Em alguns não foram encontradas informações sobre
gestão estratégica de custos. Quando algum relatório não apresentou informação sobre o tema,
80
e isso ocorrendo para todas as companhias da amostra, o mesmo foi desconsiderado na
medição de tamanho (Tabela 3). Dessa forma, os relatórios que apresentam informações sobre
GEC e foram considerados para efeito de tamanho, estão relacionados na Tabela 3.
Tabela 4: Relatórios com informações sobre GEC
CÓD. NOME DO RELATÓRIO
IAN – Informações Anuais
09.01 Breve histórico da empresa
09.02 Características do setor de atuação
09.03 Períodos de sazonalidade nos negócios
10.01 Produtos e serviços
10.02 Matérias primas e fornecedor
10.03 Nome do produto/clientes
11.01 Processo de produção
11.02 Processo de comercialização, distribuição, mercados e exportação
11.03 Posicionamento no processo competitivo
12 Principais patentes, marcas comerciais e franquias
14.01 Projeções empresariais e/ou de resultado
14.02 Informações recomendáveis, mas não obrigatórias
14.03 Outras informações consideradas importantes
14.05 Projetos de investimento
15 Problemas ambientais
16 Ações judiciais
17 Operações com empresas relacionadas
18 Estatuto social
20 Informações sobre governança corporativa
DFP – Demonstrações Financeiras Padronizadas
10 Relatório da Administração
11 Notas Explicativas
No Gráfico 1 está refletida a quantidade de páginas de cada relatório, estando esses
representados por seus códigos (Tabela 4). Dessa forma, é possível identificar os relatórios
que fornecem informações sobre o tema gestão estratégica de custos e a sua extensão total.
Constata-se que um maior número de informações sobre GEC divulgadas nos relatórios
classificados como Informações Anuais (IAN), frente às divulgadas nos relatórios Financeiros
Padronizados (DFP). Isso porque a maior quantidade de informações divulgadas sobre o
referido tema é de natureza descritiva.
81
184
301
31
2
2
1
170
153
113
53
107
287
1.020
53
60
1
62
658
210
470 1.133
0 200 400 600 800 1000
Quantidade de páginas
09.01 IAN
09.02 IAN
09.03 IAN
10.01 IAN
10.02 IAN
10.03 IAN
11.01 IAN
11.02 IAN
11.03 IAN
12 IAN
14.01 IAN
14.02 IAN
14.03 IAN
14.05 IAN
15 IAN
16 IAN
17 IAN
18 IAN
20 IAN
10 DFP
11 DFP
Cód. Relatório
Gráfico 1: Quantidade de páginas dos relatórios com informações sobre GEC
Na seção seguinte constam os resultados da pesquisa realizada com as companhias
apresentadas, tratando sobre as informações divulgadas e as suas relações com as
características destas companhias, assim como sobre a sua classificação conforme categorias
de Gestão Estratégica de Custos e a descrição de cada uma delas.
4.2 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DAS EVIDÊNCIAS
Nessa seção faz-se a apresentação dos resultados da pesquisa e sua análise.
4.2.1 Informações sobre Gestão Estratégica de Custos Divulgadas nos Relatórios
Os totais de sentenças com informações sobre GEC divulgadas nos relatórios estão
relacionados, em ordem crescente, na Tabela 5. Percebe-se que a companhia que mais
divulgou foi a Braskem, com 822 sentenças, e a que menos informou foi a Even, com 48
sentenças. Essas informações são analisadas mais detalhadamente na sequência.
82
Tabela 5: Total de sentenças com informações sobre GEC
COMPANHIA
QUANT.
SENTENÇAS
COMPANHIA
QUANT.
SENTENÇAS
EVEN
48
WEG
176
FRAS LE
59
BANCO PINE
178
MANGELS INDUSTRIAL
67
BRASILAGRO
191
UNIBANCO
67
BRASIL ECODIESEL
201
PDG REALTY
72
MEDIAL SAÚDE (2006)
225
KLABIN
76
EDP ENERGIAS (2007)
238
COMPANY
89
MEDIAL SAÚDE (2007)
246
CIA PROVIDÊNCIA
104
EDP ENERGIAS (2005)
273
ELETROPAULO
110
COPASA MG
273
BRASCAN
111
GAFISA
316
SARAIVA
113
RANDON
362
IOCHPE MAXION
126
MINERVA
409
ODONTOPREV
141
GOL
468
PORTO SEGURO
163
ALL
485
KLABIN SEGALL
165
BRASKEM
822
Observa-se que há uma correlação de 77,71% (obtida com a divisão da covariância
entre a quantidade de informações e o tamanho do relatório pela multiplicação dos seus
desvios-padrão), entre o total de informações encontradas (Tabela 5) e o tamanho do relatório
de cada uma das companhias que divulgaram as informações (Tabela 3), indicando que
quanto maior a quantidade de páginas dos relatórios, mais informações sobre GEC são
divulgadas.
A dispersão da correlação de 77,71% entre o tamanho do relatório das companhias
(variável Y) e as informações sobre Gestão Estratégica de Custos (variável X) pode ser
observada no Gráfico 2. A companhia Braskem possui um relatório de 443 páginas e um total
de 822 sentenças com informações sobre GEC divulgadas (443, 822), representando, assim, o
ponto mais distante na dispersão, conforme destacado. Essa companhia possui o maior
relatório e a maior divulgação de todas as companhias da amostra.
83
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
Quant. Informações GEC
Quant. Páginas relatório
Quantidade de páginas dos relatórios x Quantidade de informações sobre GEC encontradas
Gráfico 2: Correlação entre tamanho do relatório e divulgação de informações sobre
GEC
Assim, existe correlação da quantidade de informações divulgadas com o tamanho dos
relatórios, entretanto não existe correlação dessas informações com o tamanho das
companhias.
Foi realizado o teste de correlação entre as informações e o valor total do ativo das
companhias para descobrir se as maiores (considerando o valor total do ativo) também
divulgavam mais informações sobre GEC.
No Gráfico 3 visualiza-se a dispersão com a correlação mencionada entre o ativo
(Variável X) e a quantidade de informações sobre GEC (Variável Y). Os pontos mais
distantes dos demais, destacados na representação gráfica, referem-se à companhia Braskem
que possui 822 informações sobre GEC e um ativo de R$ 14.907.941.000,00, (822;
14.907.941.000,00), e à companhia Unibanco (67; 102.698.303.000,00).
Braskem
84
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00 55,00 60,00 65,00 70,00 75,00 80,00 85,00 90,00 95,00 100,00 105,00
Bilhões
Valor Ativo
Quant. Informações GEC
Ativo x Quantidade de informações sobre GEC encontradas
Gráfico 3: Correlação entre o valor do ativo e as informações sobre GEC
Utilizando o critério considerado na Lei Nº 11.638/07 para a classificação de empresas
de grande porte, tem-se nesta pesquisa 86,67% de companhias com essa classificação, ou seja,
que apresentavam um ativo total maior do que R$ 240 milhões no final do exercício
coincidente com o relatório examinado.
Os relatórios anuais das companhias da amostra se referem aos anos 2005, 2006 e
2007. Na análise de informações sobre GEC de cada ano, por meio da utilização de teste
estatístico de hipóteses, constatou-se existir diferença na média dessas informações entre
alguns anos, enquanto não há diferença entre outros.
Existe diferença, ao nível de significância de 5%, entre as médias anuais dos anos de
2005 e 2006; 2006 e 2007. Já, as médias entre os anos 2005 e 2007 não se mostraram
diferentes. No ano de 2005 encontra-se a maior média de informações sobre GEC por
companhia, ou seja, 263 sentenças, seguido de 2007, com 257 sentenças. o ano de 2006
apresentou a menor média por companhia, 117, conforme se acompanha na Tabela 6.
Braskem
Unibanco
85
Tabela 6: Informações anuais sobre GEC
ANOS
MÉDIA DE SENTENÇAS SOBRE
GEC POR COMPANHIA
2005
263
2006 117
2007
257
COMPARAÇÃO
ENTRE OS ANOS
DIFERENÇA DE MÉDIA
2005 e 2006 Diferentes
2006 e 2007 Diferentes
2005 e 2007 Iguais
Dessa forma, foi realizado o teste estatístico de hipóteses para descobrir se as
informações dos anos poderiam ser consideradas diferentes, ao vel de significância de 5%.
O objetivo desse teste é verificar se os dados amostrais trazem evidências que apóiam ou não
uma hipótese (estatística) formulada (BUSSAB, MORETTIN, 2006). Assim, a hipótese
estatística (H
0
) aceita entre os anos 2005 e 2006 e 2006 e 2007 foi a de que as variâncias das
amostras eram diferentes (H
0
=
σ
1
2
σ
2
2
).
Com a aplicação do teste entre os anos 2005 e 2007 foi rejeitada a hipótese estatística
(H
0
), ou seja, não é possível afirmar que as médias desses anos são diferentes. Constata-se que
as companhias divulgam menos GEC em 2006, de maneira comparativa com os outros anos.
Entretanto, esse fato não pode ser explicado por fatores como o lucro líquido obtido pela
companhia no período de divulgação, ou o valor do seu patrimônio líquido ou o total do ativo.
Acredita-se que outros fatores, podendo estar relacionados à economia ou ao mercado,
fizeram com que as companhias se preocupassem em evidenciar menos informações sobre
GEC e destacar outras informações, durante este ano.
Em uma análise geral, percebe-se a existência de preocupação por parte das
companhias em divulgar informações sobre GEC, sendo que, quanto maior o tamanho do
relatório anual, mais informações são divulgadas, mas a explicação para isso não está
relacionada com o seu tamanho e com o seu resultado econômico.
Na seção seguinte as informações encontradas e apresentadas até o momento são
analisadas segundo a classificação das mesmas em temas de GEC: Análise da cadeia de valor,
análise dos direcionadores de custos e análise do posicionamento estratégico.
86
4.2.2 Análise dos Temas de Gestão Estratégica de Custos
Na análise dos relatórios divulgados pelas companhias contendo informações sobre
GEC, 47,19% focalizavam a Análise da Cadeia de Valor; 49,59% a Análise dos
Direcionadores de Custos; e 3,22% o Posicionamento Estratégico, conforme Gráfico 4.
CADEIA DE
VALOR; 47,19%
DIRECIONADORES
DE CUSTOS; 49,59%
POSICIONAMENTO
ESTRATÉGICO;
3,22%
Gráfico 4: Distribuição das informações sobre GEC
Cada um dos três temas mencionados no Gráfico 4 teve suas informações classificadas
em 16 categorias específicas. Essa classificação pode ser observada no Quadro 8:
TEMAS DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS
TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3
ANÁLISE DA CADEIA DE
VALOR
ANÁLISE DOS
DIRECIONADORES DE
CUSTOS
ANÁLISE DO
POSICIONAMENTO
ESTRATÉGICO
Cadeia de valor Direcionadores de custos Missão ou Metas
ABC/ABM Gestão de custos da qualidade A forma escolhida para competir
Custos ambientais Custo-Meta
Custos intangíveis
TCO
Custos dos concorrentes
Lucro por cliente
Custos logísticos
Alianças estratégicas
Custos interorganizacionais
Contabilidade aberta
Quadro 8: Temas de gestão estratégica de custos
87
As categorias ABC/ABM, amplamente discutidas por pesquisadores, e Open-Book
Accounting ou Contabilidade aberta, prática que recentemente vem merecendo maiores
discussões de pesquisadores como Aguiar e Rocha (2007), não foram mencionadas pelas
companhias pesquisadas, ou seja, apenas 14 das 16 categorias foram citadas no total.
O fato de essa pesquisa não encontrar informações sobre ABC/ABM vai ao encontro
de pesquisas realizadas no Brasil como a de Beuren e Roedel (2002) que constataram que
58% das 200 maiores empresas de Santa Catarina revelaram ter ouvido falar em ABC, mas
não se interessaram em adotá-lo. O estudo de Pamplona, Santos e Azevedo (2004) com as 500
maiores empresas no Brasil relacionadas na revista Exame, replicando a pesquisa feita por
Khoury em 1996, apontou que, comparando com 1996, ocorreu uma redução na utilização do
ABC, passando de 18% para 14,3% das empresas, porém houve uma diminuição do
percentual quanto às que responderam não se interessar em avaliá-lo: de 40% para 25,7%.
Em trabalho de Souza, Lisboa e Rocha (2004), destinado a estudar as práticas de
Contabilidade Gerencial das subsidiárias Brasileiras de empresas Multinacionais, observou-se
uma baixa preferência dada ao ABC, o que pode corroborar na explicação sobre a ausência de
informações divulgadas sobre ABC/ABM por companhias multinacionais nesta pesquisa.
A baixa preferência motivou os autores a uma investigação mais específica, cujas
informações permitiram responder a questão relacionada ao “posicionamento da empresa com
relação à adoção do método de custeio baseado em atividades”. As respostas estão
relacionadas na Tabela 7.
Tabela 7: Posicionamento das companhias sobre a adoção do ABC
APLICAÇÃO COMPANHIA %
Não há planos 39 79,6
Avaliou e descartou 4 8,2
Em processo de avaliação 3 6,1
Adotou – nos custos de produção e despesas operacionais 2 4,1
Adotou – nos custos de produção 1 2,0
Total 49 100,0
Fonte: Souza, Lisboa e Rocha (2004, p. 53).
88
A importância dada pelas companhias para cada categoria de GEC pode variar
conforme seu setor de atividade, pois a gestão de alguns custos em especial pode ser
prioridade para algumas companhias que exercem determinada atividade, enquanto para
outras companhias e atividades aquele custo pode ter menor relevância.
Alguns estudos foram realizados por setor, como os de Casella (2008) e o de Miotto
(2007). Casella (2008) pesquisou sobre os custos dos concorrentes no setor de celulose e
papel, enquanto Miotto (2007) utilizou a análise do custo-meta em companhias do setor de
aviação comercial. A autora identificou as transformações que se referiam aos custos e às
tarifas, em seus modelos de negócio, sendo essas introduzidas por companhias entrantes,
durante o período de 1997 e 2005, fazendo com que as companhias já estabelecidas adotassem
estratégias de adaptação.
Na presente pesquisa participaram companhias de diversos setores de atividade, sendo
que, a maior média de sentenças é de empresas do setor de Transporte Ferroviário (485
sentenças), seguido do setor de Transporte Aéreo (468 sentenças), do setor de Captação,
Tratamento e Distribuição de Água (273 sentenças) e do setor de Indústria de Transformação
que possui a quarta maior média (240 sentenças). As informações de todos os setores são
mostradas na Tabela 8.
Tabela 8: Distribuição de sentenças por setores de atividade
SETORES
CATEGORIAS DE GESTÃO
ESTRATÉGICA DE CUSTOS
CADEIA
DE
VALOR
DIRECI
ONADO
RES DE
CUSTOS
POSICIO
NAMEN
TO
ESTRA
TÉGICO
TO
TAL
DIA
%
Transporte Ferroviário 280 191 14 485
485 7,6
Transporte Aéreo 164 264 40 468
468 7,3
Captação, Tratamento e Distribuição de Água 135 124 14 273
273 4,2
Indústria de Transformação 1.286 1.057 59 2.402 240 37,6
Atividades de atenção à Saúde Humana 127 327 17 471
235 7,3
Eletricidade e Gás 307 314 0 621
207 9,7
Agricultura, Pecuária e Serviços Relacionados
58 133 0 191
191 3,0
Planos de saúde 59 81 1 141
141 2,2
Atividades financeiras, de seguros e serviços
relacionados
190 201 17 408
136 6,4
Construção de edifícios 358 410 33 801
133 12,5
Informação e Comunicação 44 59 10 113
113 1,7
89
No total, as companhias mencionaram sobre Gestão Estratégica de Custos 6.374 vezes,
média de 212 por categoria. Algumas das informações encontradas aparecem repetidas entre
os relatórios ou em um mesmo relatório, entretanto também foram pontuadas. Outros
resultados encontrados estão resumidos na Tabela 9.
Tabela 9: Ranking das informações sobre GEC para as companhias da amostra
RANKING DAS INFORMAÇÕES SOBRE GEC
ORDEM CATEGORIA SENTENÇAS ACUMULADO
Direcionadores de custos
2.631 41,28% 41,28%
Cadeia de valor
1.109 17,40% 58,68%
Custos intangíveis
673 10,56% 69,24%
TOTAL 69,24%
As principais escolhas feitas pelos gestores em relação às atividades estruturais e de
execução, são relacionadas à tecnologia que a companhia utiliza, configuração dos produtos
ou serviços oferecidos, capacidade utilizada, escala e escopo, entre outras irão determinar ou
direcionar seus custos.
Por isso, as informações sobre determinantes ou direcionadores de custos envolvem
conteúdo abrangente. Dessa forma, analisando os resultados encontrados, onde a categoria
sobre gestão estratégica de custos mais lembrada foi a de Direcionadores de Custos, é possível
inferir que as informações mais divulgadas pelas companhias tratam das escolhas realizadas
por seus tomadores de decisões em relação aos seus determinantes.
A freqüência completa das informações, posicionadas nas categorias de GEC a que
pertencem estão apresentadas nas Tabelas 10 e 11. Nessas encontram-se os resultados
completos por companhia, sendo que, na primeira estão as categorias do tema Análise da
Cadeia de Valor e na Tabela 11 estão as categorias referente os temas Análise dos
Direcionadores de Custos e Análise do Posicionamento Estratégico.
90
Tabela 10: Resultado das categorias de cadeia de valor
RESULTADO DAS CATEGORIAS DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS
CADEIA DE VALOR
COMPANHIAS
ANO
BA SE
1.1 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 1.10
%
ALL
2007
187
32
6
0
1
5
43
6
0
57,73
BANCO PINE
2006
29
0
31
0
2
0
5
4
0
39,89
BRASCAN
2006
11
15
3
3
0
0
10
3
0
40,54
BRASIL ECODIESEL
2005
49
16
25
0
4
0
15
4
0
56,22
BRASILAGRO
2005
17
1
6
6
0
0
21
7
0
30,37
BRASKEM
2005
180
65
68
0
45
0
42
39
2
53,65
CIA PROVIDÊNCIA
2007
22
7
7
0
2
0
25
0
0
60,58
COPASA MG
2005
51
42
36
0
0
0
0
6
0
49,45
COMPANY
2006
13
4
13
0
0
0
0
2
0
35,96
EDP ENERGIAS
2005
60
33
31
0
3
0
0
0
0
46,52
EDP ENERGIAS
2007
42
26
29
0
3
0
7
3
0
46,22
ELETROPAULO
2005
51
9
9
0
0
0
1
0
0
63,64
EVEN
2006
4
15
5
1
3
0
0
2
0
62,50
FRAS LE
2005
0
9
17
0
0
0
6
0
0
54,24
GAFISA
2005
55
25
23
6
6
0
4
6
0
39,56
GOL
2005
29
6
27
0
48
0
45
9
0
35,04
IOCHPE MAXION
2006
27
8
10
0
11
0
11
5
0
57,14
KLABIN
2006
7
34
6
0
0
0
4
2
0
69,74
KLABIN SEGALL
2007
25
17
35
2
0
0
0
11
0
54,55
MANGELS
2005
3
13
8
0
0
0
0
0
0
35,82
MEDIAL SAÚDE
2006
20
4
29
0
8
0
0
0
0
27,11
MEDIAL SAÚDE
2007
19
4
23
0
4
0
1
15
0
26,83
MINERVA
2007
45
18
23
0
6
0
70
14
0
43,03
ODONTOPREV
2007
13
15
18
0
0
0
0
13
0
41,84
PDG REALTY
2006
24
2
7
0
0
0
0
3
0
50,00
PORTO SEGURO
2007
4
23
48
0
0
0
0
0
0
46,01
RANDON
2007
70
31
67
0
13
0
26
20
0
62,71
SARAIVA
2005
9
1
24
0
0
0
10
0
0
38,94
UNIBANCO
2006
6
10
24
0
0
0
0
4
0
65,67
WEG
2006
37
23
15
0
0
0
3
7
0
48,30
TOTAL
1.109
508
673
18
159
5
349
185
2
MÉDIA 36
16
22
0,60
5
0,17
11
6
0,07
%
17,40
7,97
10,56
0,28
2,49
0,08
5,48
2,90
0,03
Legenda:
1.1: Cadeia de Valor
1.3: Custos Ambientais
1.4 Custos Intangíveis
1.5 TCO
1.6 Custos dos Concorrentes
1.7 Lucro por Cliente
1.8 Custos Logísticos
1.9 Alianças Estratégicas
1.10 Custos Interorganizacionais
91
Tabela 11: Resultado das categorias de direcionadores de custos e posicionamento
estratégico
RESULTADO DAS CATEGORIAS DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS
DIRECIONADORES
DE CUSTOS
POSICIONAMENTO
ESTRATÉGICO
GEC
COMPANHIAS
ANO
BA SE
2.1 2.2
%
3.1 3.2 3.3
%
T
O
T
A
L
ALL
2007
168
23
39,38
7
1
6
2,89
485
BANCO PINE
2006
83
11
52,81
10
3
0
7,30
178
BRASCAN
2006
54
10
57,66
1
1
0
1,80
111
BRASIL ECODIESEL
2005
68
10
38,81
10
0
0
4,98
201
BRASILAGRO
2005
133
0
69,63
0
0
0
0,00
191
BRASKEM
2005
345
15
43,80
15
6
0
2,55
822
CIA PROVIDÊNCIA
2007
40
1
39,42
0
0
0
0,00
104
COPASA MG
2005
75
49
45,42
14
0
0
5,13
273
COMPANY
2006
40
16
62,92
0
1
0
1,12
89
EDP ENERGIAS
2005
115
31
53,48
0
0
0
0,00
273
EDP ENERGIAS
2007
108
20
53,78
0
0
0
0,00
238
ELETROPAULO
2005
35
5
36,36
0
0
0
0,00
110
EVEN
2006
13
3
33,33
2
0
0
4,17
48
FRAS LE
2005
21
6
45,76
0
0
0
0,00
59
GAFISA
2005
128
49
56,01
13
0
1
4,43
316
GOL
2005
193
71
56,41
28
12
0
8,55
468
IOCHPE MAXION
2006
37
10
37,30
6
1
0
5,56
126
KLABIN
2006
23
0
30,26
0
0
0
0,00
76
KLABIN SEGALL
2007
46
15
36,97
11
3
0
8,48
165
MANGELS
2005
31
9
59,70
3
0
0
4,48
67
MEDIAL SAÚDE
2006
99
52
67,11
13
0
0
5,78
225
MEDIAL SAÚDE
2007
115
61
71,54
4
0
0
1,63
246
MINERVA
2007
204
23
55,50
3
3
0
1,47
409
ODONTOPREV
2007
66
15
57,45
0
1
0
0,71
141
PDG REALTY
2006
36
0
50,00
0
0
0
0,00
72
PORTO SEGURO
2007
87
0
53,37
1
0
0
0,61
163
RANDON
2007
121
14
37,29
0
0
0
0,00
362
SARAIVA
2005
59
0
52,21
10
0
0
8,85
113
UNIBANCO
2006
16
4
29,85
3
0
0
4,48
67
WEG
2006
72
7
44,89
12
0
0
6,82
176
TOTAL
2.631
530
166
32
7
6.374
MÉDIA
87
17
5
1
0,23
212
%
41,28
8,32
2,60
0,50
0,11
100,0
Legenda:
2.1 Direcionadores de Custos
2.2 Custos da Qualidade
3.1 Missão ou metas
3.2 A forma escolhida para competir
3.3 Custo-Meta
92
Na Tabela 12 os resultados estão de forma resumida, evidenciando os resultados por
tema e categorias.
Tabela 12: Resumo do resultado das categorias de gestão estratégica de custos
CATEGORIAS DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS
TEMA CATEGORIA TOTAL MÉDIA %
Cadeia de Valor 1.109
36
17,40
Custos Intangíveis 673
22
10,56
Custos Ambientais 508
16
7,97
Custos Logísticos 349
11
5,48
Alianças Estratégicas 185
6
2,90
Análise dos Custos dos Concorrentes 159
5
2,49
TCO (Total Cost of Ownership) 18
0,60
0,28
Lucro por cliente 5
0,17
0,08
ANÁLISE DA CADEIA
DE VALOR
Gestão de Custos Interorganizacionais
2
0,07
0,03
Direcionadores de Custos 2.631
87
41,28
ANÁLISE DOS
DIRECIONADORES DE
CUSTOS
Custos da Qualidade 530
17
8,32
Missão ou Metas 166
5
2,60
A forma escolhida para competir 32
1
0,50
ANÁLISE DO
POSICIONAMENTO
ESTRATÉTICO
Custo-Meta 7
0,23
0,11
TOTAL 6.374
212
100,00
Cada uma das categorias apresentadas nas tabelas apresentadas são objeto de
detalhamento nas seções seguintes, sendo estas divididas por tema de gestão estratégica de
custos, iniciando com a seção sobre a Análise da Cadeia de Valor.
4.2.3 Análise da Cadeia de Valor
Dentro do tema Análise da cadeia de valor, a categoria Cadeia de Valor foi a segunda
mais citada, considerando a divulgação de todas as companhias. Conforme Tabela 10, a média
de citações foi de 36 sentenças, sendo que a companhia que mais tratou do assunto fez isso
187 vezes, e 36,67% das companhias apresentaram quantidades de citações acima da média.
A divulgação de informações sobre essa categoria ocorre em todas as companhias da amostra.
93
As companhias preocupadas com esse tipo de informação relatavam em seus relatórios
a identificação da cadeia de valor da qual pertenciam, informações sobre seus principais
clientes e fornecedores, além de outros detalhes sobre estes e, também, relatavam sobre
contratos de fornecimento de produtos ou serviços.
Sobre as informações da cadeia de valor, segundo Rocha (1999), pode-se reconhecer o
fato de que o bom desempenho dos fornecedores é importante também para o sucesso da
empresa compradora. Conforme o mesmo autor, as informações sobre fornecedores ajudam os
administradores na identificação de oportunidades de otimização, formulação e
implementação de estratégias de melhoria.
Rocha (1999) ressalta a crescente tendência de formação de parcerias fortes e
duradouras entre a companhia e seus principais clientes e, conforme observado na pesquisa,
algumas companhias mencionam sobre as parcerias realizadas, confirmando que elas existem
e que possivelmente estão gerando benefícios para as mesmas.
Dessa forma, contatou-se que cerca de 73% das companhias pesquisadas mencionaram
alguma informação sobre Alianças Estratégicas (Parcerias/Joint Ventures) e destas 54%
com quantidade de sentenças acima ou igual à média da categoria que é igual a 6. Essa
categoria representa 2,9% do total de informações sobre Gestão Estratégica de Custos.
Percebe-se que a maioria das companhias realizou alguma parceria ou aliança e mencionou
em seus relatórios sobre o objetivo, resultado ou benefício desta para os seus negócios.
Além das parcerias ou alianças, quando as companhias identificam e promovem ações
conjuntas com seus fornecedores e clientes visando reduzir os custos que não conseguiriam
realizar individualmente ocorre a gestão de Custos Interorganizacionais (AGUIAR;
ROCHA, 2007). Sobre isso se observou baixa citação, tornando-se a categoria menos citada.
As informações divulgadas referem-se à companhia Braskem e aparecem em 2 sentenças.
Foram encontradas informações sobre as cadeias de valor às quais as companhias
pertencem, escopo, produtos e contratos de fornecimento. Entretanto, poucas informações
sobre ações coordenadas ou compartilhadas entre as partes da cadeia para gerir ou reduzir
custos.
Sobre Custos Ambientais, segunda categoria revelada na Tabela 12, a média de
informações foi 16, atingindo pontuação igual a 508 sentenças no total das companhias. A
maioria das informações encontradas envolvia custos para atender a legislação ambiental ou
94
atividades de prevenção. Entretanto, algumas informações sobre o ciclo de vida do produto
também foram encontradas. As companhias com maior quantidade de informações divulgadas
sobre essa categoria possuem atividades que utilizam basicamente recursos naturais em seus
processos de produção: Braskem, Copasa (MG), EDP Energias e Klabin.
Foram identificadas 673 sentenças tratando sobre Custos Intangíveis, ou seja,
informações relacionadas a fatores intangíveis e gastos da companhia, sendo que a média por
companhia foi de 22 sentenças citadas, representando 10,56% de todas as informações sobre
Gestão Estratégica de Custos. Esse percentual é maior do que o da categoria sobre Custos
Ambientais, que representa 7,97% do total.
As companhias divulgam sobre sua responsabilidade social e projetos sociais que
realizam, sobre pesquisa e desenvolvimento, marcas e patentes, assim como sobre os gastos
que possuem com a capacitação e treinamento de seus funcionários. As companhias que
divulgam são as que estão gastando com intangíveis e as que possuem marcas e patentes.
Constatou-se que tratar sobre Custos Ambientais, Custos Intangíveis e outros custos,
não significa possuir estes custos e sim preocupar-se com eles. Para exemplificar, foram
pontuadas sentenças positivas que mencionavam que as companhias não possuíam infrações
ambientais ou que a flexibilidade operacional e motivação de suas equipes foram fatores
decisivos para as suas conquistas e realizações.
Identificou-se que a categoria TCO (Total Cost of Ownership) ou Custo Total de
Propriedade foi preocupação de 5 companhias, representando 0,28% do total, conforme
Tabela 10 As companhias Brascan, Even, Klabin Segall e Gafisa, do setor de construção e
incorporação, e a Brasilagro, do setor agrícola/pecuária, mencionaram sobre a análise
realizada antes da aquisição de terreno.
Informações sobre os Custos dos Concorrentes foram mencionadas 159 vezes no
total, sendo que a média foi de apenas 5 vezes, pois 50% das companhias não mencionaram
informações sobre esse assunto. Observa-se que 58% das informações ficaram distribuídas
entre duas companhias: Braskem e Gol. Também se percebe que são vagas as informações
divulgadas por todas as companhias.
95
Entre as principais informações reveladas, a companhia Gol comenta sobre a
capacidade e rotas das concorrentes e sobre o transporte rodoviário, sendo que a companhia
Braskem apresenta informações sobre a capacidade de produção das empresas concorrentes,
assim como sobre as características dos produtos fabricados por elas.
Os baixos percentuais de divulgação desse tipo de informação confirmam o abordado
por Rocha (1999). O autor cita que a obtenção de dados e informações relevantes sobre
clientes, fornecedores e, principalmente, sobre concorrentes, é um processo árduo, pois eles
procuram garantir sigilo, embora parcerias com clientes e fornecedores impliquem na
necessidade de disclosure. Nesse sentido, o autor alerta que, geralmente, não é fácil obter tais
dados e informações, mas que mesmo assim é preciso tentar, de forma que a empresa não
deve ficar sem agir ou buscar as informações necessárias.
O mesmo autor, em sua pesquisa, exemplifica a relevância de informações sobre os
concorrentes: uma informação sobre a relação do valor da depreciação acumulada/valor
original mede a proporção de depreciação até a data da apuração, e pode indicar a idade média
aproximada dos bens do ativo imobilizado, tornando possível inferir sobre um dos principais
determinantes de custos, a tecnologia.
As informações geradas sobre os concorrentes, como: valor atual dos benefícios a
serem proporcionados pelo produto ao usuário ou consumidor (em termos monetários),
utilidade (em termos de grau de satisfação de necessidades) e valor atual do custo total de uso
e propriedade do bem são utilizadas no processo de mensuração do custo-alvo da empresa
(ROCHA, 1999).
Sobre os custos dos concorrentes, Casella (2008) explorou em sua pesquisa a
possibilidade de utilizar as Demonstrações Contábeis de quatro empresas brasileiras do setor
de Celulose e Papel e concluiu que é possível inferir sobre os custos dos concorrentes por
meio dessas demonstrações.
Casella (2008) utilizou as informações constantes nas Demonstrações Contábeis para
calcular ou identificar os custos dos concorrentes, enquanto esta pesquisa observou as
informações divulgadas pelas companhias sobre a prática dessa análise por elas. Foram
encontradas poucas sentenças sobre o assunto Análise dos Custos dos Concorrentes, sendo
estas com conteúdos vagos.
96
Sabe-se, então, que é possível utilizar informações divulgadas em relatórios com o fim
de analisar os custos dos concorrentes, entretanto as companhias pesquisadas não divulgam se
utilizam ou não esta prática.
Ainda observando a Tabela 12, a categoria Lucro por Cliente revelou ser a
preocupação de apenas uma companhia pesquisada, que faz isso em 5 sentenças, apresentando
assim, informações sobre seus cinco maiores clientes. os Custos Logísticos foram
mencionados por 19 companhias, total de 349 sentenças, significando uma média de 11
sentenças por companhia, sendo que isso representa 5,48% do total de informações
divulgadas em todas as categorias.
Essa categoria é composta por informações sobre localização de centros de
distribuição e custos de distribuição, custos e vantagens de diferentes formas de transportes,
custos com infraestrutura de transporte deficitária. A Minerva foi a companhia que mais
apresentou informações sobre sua cadeia logística, sobre a localização estratégica de suas
unidades industriais e sua rede de distribuição de produtos. A companhia mencionou que seus
centros de distribuição e localização das suas operações permitem a ela reduzir custos na
compra, distribuição e exportação.
Nota-se que as informações sobre gestão de custos logísticos são divulgadas em maior
quantidade nas companhias com atuação em todo o território nacional e exportadoras, sendo
que, ou suas atividades envolvem o transporte como objeto ou a distribuição dos seus
produtos depende de atividades logísticas, como um centro de distribuição, por exemplo.
Dessa forma, encontram-se menos ou nenhuma informação sobre esse tema em companhias
como: construtoras, bancos ou prestadoras de serviços.
As médias de sentenças com informações sobre gestão dos custos logísticos, para cada
setor de atividade das companhias da amostra, estão na Tabela 13, dispostas em ordem
decrescente.
97
Tabela 13: Distribuição da gestão dos custos logísticos por setores de atividade
GESTÃO DE CUSTOS LOGÍSTICOS
SETORES
COMPA
NHIAS
MÉDIA
DE
SENTEN
ÇAS
FREQUÊN
CIA
ACUMU
LADO
Transporte Aéreo
1
45
12,8% 12,8%
Transporte Ferroviário
1
43
12,3% 25,2%
Agricultura, Pecuária e Serviços Relacionados
1
21
6,0% 31,2%
Indústria de Transformação
10
20,2 57,8% 89,1%
Informação e Comunicação 1 10 2,8% 91,9%
Eletricidade e Gás 3 2,67 2,2% 94,2%
Construção de edifícios 6 2,33 4,0% 98,2%
Atividades financeiras, de seguros e serviços
relacionados
3 1,67 1,4% 99,7%
Atividades de atenção à Saúde Humana 2 0,5 0,2% 100,0%
Planos de saúde 1
0
0,0% 100,0%
Captação, Tratamento e Distribuição de Água 1
0
0,0% 100,0%
TOTAL 30 100%
A análise dos temas de gestão estratégica de custos continua na seção seguinte, onde
são tratadas detalhadamente as informações sobre a Análise dos Direcionadores de Custos.
4.2.4 Análise dos Direcionadores de Custos
Tratando sobre o tema Análise dos direcionadores de custos e da categoria
Direcionadores de Custos, percebe-se que a mesma foi a mais citada (41,28% do total)
comparando com as demais categorias, e que possui média de 87 sentenças por companhia, de
acordo com os dados apresentados na Tabela 12. Além disso, foi a categoria mais citada por
28 companhias, com exceção das companhias ALL e Eletropaulo, que mais citaram a
categoria Cadeia de Valor. As informações contidas nessa categoria foram abrangentes, sendo
que as principais se referiam a capacidade instalada e utilização da capacidade, configuração
do produto, complexidade e tecnologia utilizada.
Foram divulgadas algumas informações sobre custos de transação, subcategoria de
Direcionadores de Custos. Cita-se o caso da Medial Saúde, que possui custos com a
negociação e análise de propostas de planos de saúde.
98
Ainda, foi possível identificar informações sobre integração vertical e
desverticalização. Algumas companhias informaram serem integradas verticalmente e a
sentença com essa indicação foi pontuada na categoria Direcionadores de Custos, por se tratar
do escopo de negócio escolhido pela companhia. Informações mencionadas sobre as empresas
participantes da integração foram pontuadas na categoria Cadeia de Valor, por tratar sobre
elos integrados à companhia.
As informações sobre a GEC de subsidiárias, controladas ou coligadas da companhia,
apenas daquelas onde foi possível identificar por meio do relatório possuir participação na
integração vertical, foram consideradas em categoria de acordo com o tipo de informação
encontrada na sentença. Isso porque elas poderiam apresentar informações sobre qualquer
uma das categorias. Sendo assim, não foram consideradas as informações sobre subsidiárias,
controladas ou coligadas da companhia que não pertenciam à integração vertical.
A categoria Custos da Qualidade foi mencionada 530 vezes, uma média de 17
sentenças por categoria, representando 8,32% do total, sendo que 30% das companhias
citaram quantidade acima da média. As informações divulgadas para essa categoria foram
sobre os custos da qualidade de seus produtos ou prestação de serviços, certificado de
qualidade e padronização da ISO (Internacional Organization for Standardization) e sobre
pesquisas de satisfação dos clientes.
As companhias dos setores que prestam serviços foram as que se destacaram na
quantidade de informações divulgadas sobre Custos da Qualidade. Dessas, uma das
preocupações das companhias dos setores de captação, tratamento e distribuição de água e de
eletricidade foi com perdas na distribuição.
Na seção seguinte analisam-se as informações sobre o posicionamento estratégico das
companhias, último tema de gestão estratégica de custos a ser analisado.
99
4.2.5 Análise do Posicionamento Estratégico
Por fim, das categorias sobre o tema Análise do Posicionamento Estratégico, a
categoria Missão ou Metas foi a mais divulgada pelas companhias, 166 vezes, representando
2,6% do total de todas as categorias, média de 5 sentenças por companhia e tratando
principalmente sobre objetivos de crescimento e ampliação de mercado. A categoria sobre A
forma escolhida para competir (vantagem competitiva) teve 32 sentenças, distribuídas em
10 companhias.
A companhia responsável por 32% das informações divulgadas sobre vantagem
competitiva é a GOL, que procurou destacar sua estratégia de baixos custos no período
analisado. Algumas companhias mencionaram sobre os públicos alvos dos seus produtos e
serviços, entretanto, não foi possível identificar claramente a existência ou não de companhias
que pudessem competir tanto com diferenciação como com baixo custo.
Sobre Custo-Meta/Custo-Alvo (Target Costing) duas companhias informaram:
Gafisa e ALL. O total foi de 7 sentenças, representando no total um percentual de apenas
0,11%. O baixo percentual de informações sobre esse assunto, assim como o baixo percentual
de informações sobre a forma que a empresa escolhe para competir, comparando com a
quantidade de sentenças da categoria mais citada nesse tema, Missão ou Metas, permite inferir
que as companhias, de modo geral, revelam suas perspectivas quanto ao mercado, mas pouco
suas estratégias de competição ou lucro desejável.
As informações dos três temas de gestão estratégica de custos também foram
observadas e analisadas por meio de uma classificação por nível de governança corporativa do
qual cada companhia da amostra pertence. Os resultados encontrados com essa classificação e
a análise encontram-se na sequência desse capítulo.
100
4.2.6 Análise da Gestão Estratégica de Custos das Companhias por Nível de
Governança Corporativa
As companhias pesquisadas pertencem aos três níveis de governança corporativa da
BOVESPA: Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado e divulgam relatórios oficiais com informações
anuais. Os compromissos necessários para pertencer a estes níveis permitem que melhore a
qualidade das informações prestadas pelas companhias e que sejam oferecidos aos
investidores maior segurança jurídica quanto à obediência aos compromissos firmados, com
uma alternativa mais ágil e especializada (BOVESPA, 2008).
O nível de governança corporativa das companhias da amostra e a média de
informações sobre Gestão Estratégica de Custos estão divulgados no Gráfico 5.
220
294
191
0
50
100
150
200
250
300
350
Nível 1 Nível 2 Novo Mercado
Gráfico 5: Média de informações sobre GEC por nível de governança corporativa
As companhias do Nível 1, nível mais baixo de governança corporativa segundo a
BOVESPA (2008), apresentam uma média geral de 220 sentenças de informações sobre GEC
por companhia. O Nível 2 apresenta uma média de 294 sentenças por companhia e o Novo
Mercado uma média de 191, conforme Gráfico 5.
O nível de Governança Corporativa contendo companhias que mais mencionaram
informações sobre GEC é o Nível 2, e em segundo lugar o Nível 1. Entretanto, ao realizar o
101
teste estatístico de hipóteses para descobrir se as médias de informações dos níveis podem ser
consideradas diferentes, ao nível de 5% de significância, rejeitou a hipótese H
0
, ou seja, de
que as médias eram diferentes (H
0
=
σ
1
2
σ
2
2
).
Com o resultado apresentado não é possível afirmar que quanto maior o nível de
governança corporativa mais informações sobre Gestão Estratégica de Custos seriam
divulgadas, e constata-se que não existe diferença entre as médias de informações por nível de
governança corporativa, ao nível significância testado.
As mencionadas médias gerais são constituídas de informações divididas entre todas
as categorias, sendo que, as companhias do Nível 2, além de divulgar informações voluntárias
por pertencerem a um vel diferenciado de governança corporativa, também divulgam mais
informações sobre gestão estratégica de custos em 64,29% das categorias, comparando com
os demais níveis, entretanto essa diferença não é significativa a 5%. As médias de todas as
categorias, para os Níveis 1, 2 e Novo Mercado estão dispostas na Tabela 14.
Tabela 14: Média de informações sobre GEC por nível de governança corporativa
CATEGORIAS DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS POR NÍVEL DE GC
TEMA CATEGORIA NÍVEL 1
NÍVEL 2
NOVO
MERCA
DO
Cadeia de Valor
40,2
69,0
28,3
Custos Ambientais
21,2
12,0
16,1
Custos Intangíveis 28,8
16,5
20,8
TCO (Total Cost of Ownership) 0
0
1,0
Análise dos Custos dos Concorrentes 8,8
12,2
2,1
Lucro por cliente 0
1,2
0
Custos Logísticos 11,7
24,7
8,6
Alianças Estratégicas 9,2
3,7
5,3
ANÁLISE DA CADEIA
DE VALOR
Gestão de Custos Interorganizacionais
0,2
0
0
Direcionadores de Custos
84,6
113,7
83,2
ANÁLISE DOS
DIRECIONADORES DE
CUSTOS
Custos da Qualidade 8,6
24,7
20,1
Missão ou Metas 4,6
11,2
4,6
A forma escolhida para competir 1,2
3,2
0,5
ANÁLISE DO
POSICIONAMENTO
ESTRATÉTICO
Custo-Meta 0
1,5
0,06
102
Em uma análise geral, verifica-se que as informações sobre GEC estão concentradas
para todas as companhias em: Direcionadores e Cadeia de Valor. Dessa forma, são divulgadas
informações sobre temas abrangentes em conteúdo, sobre cadeia de valor e direcionadores,
sendo que a maioria das companhias revela poucas informações sobre suas estratégias de
competição.
As informações divulgadas podem ser utilizadas como um banco de dados pelas partes
interessadas, assim como revelam a preocupação das companhias abertas brasileiras com uma
gestão de custos mais ampla. Entretanto, na análise dessas informações, constata-se que, de
maneira geral, as companhias informam sobre a cadeia de valor e direcionadores de custos;
vagamente sobre o custo dos concorrentes; pouco sobre a forma escolhida para competir e
sobre uma gestão de custos diferenciada para cada uma dessas formas.
Conforme apresentado nessa seção, não foram encontradas diferenças significativas
entre a média de divulgação de informações sobre GEC para as companhias do Nível 1 2 e
Novo Mercado, por isso foi realizada uma análise de clusters (conglomerados) para buscar
maiores resultados e explicações. O resultado dessa análise é abordado na seção seguinte.
4.3 ANÁLISE DOS CLUSTERS DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS
As informações sobre Gestão Estratégica de Custos classificadas conforme as
categorias foram analisadas com o objetivo de agrupar as companhias que possuíssem
características semelhantes entre si. Para isso foi utilizada a análise de clusters ou
agrupamentos.
A representação gráfica é mostrada em Dendograma, que segundo Malhotra (2006) é
um dispositivo gráfico, útil para exibir resultados de clusters. O autor explica que o mesmo
deve ser lido da esquerda para a direita, sendo que as linhas verticais representam clusters que
são unidos e a posição da reta indica a distância em que isso aconteceu.
O procedimento de aglomeração utilizado foi o hierárquico e o método foi o
aglomerativo por meio de encadeamento médio. De acordo com Malhotra (2006) a
aglomeração hierárquica é um procedimento de agrupamento caracterizado pelo
desenvolvimento de uma hierarquia, ou estrutura em forma de árvore.
103
O cluster aglomerativo inicia com cada objeto em um cluster separado, sendo que eles
se formam agrupando os objetos em clusters cada vez maiores (MALHOTRA, 2006). Por
fim, conforme Malhotra (2006, p. 577), o encadeamento médio (Average Linkage) “é um
método baseado na distância média entre todos os pares de objetos, onde cada membro de um
par é extraído de cada um dos clusters”.
O Dendograma está apresentado na Figura 9, a seguir.
Figura 9: Dendograma da análise de clusters das companhias
Fonte: Dados da pesquisa – SPSS 15.0
104
Dessa forma, por meio do Dendograma (Figura 9), foram encontrados dois clusters
(grupos de companhias) relevantes e formados na mesma escala de significância, o primeiro
composto por 18 companhias, sendo elas: Unibanco, Fras-le, Even Construtura, Mangels,
Company, Klabin, Iochpe Maxion, PDG Realty, Cia Providência, Eletropaulo, Brasil
Ecodiesel, Weg, Banco Pine, Brascan Residential, Odontoprev, Saraiva, Klabin Segall e Porto
Seguro.
O segundo cluster possui 4 companhias: Medial Saúde, EDP Energias, Gafisa e
Copasa (MG). As companhias Medial Saúde e EDP Energias participaram da amostra com
dois relatórios cada, representando anos diferentes, portanto, as informações não repetem e as
companhias não receberam tratamento ou análise diferenciada das demais. Na análise de
clusters esses relatórios classificam-se no Cluster 2.
Em escala significante, as companhias ALL e Braskem não pertencem a clusters. O
Dendograma completo está na Figura 9 e na sequência detalham-se as análises dos resultados.
4.3.1 Resultado da Gestão Estratégica de Custos para os clusters
Analisando os clusters formados, tornou-se possível identificar características
semelhantes entre eles e também algumas que os distinguem, conforme se detalha nessa
seção.
Tanto para o Cluster 1 como para o Cluster 2, a categoria de gestão estratégica de
custos mais citada foi Direcionadores de Custos, assim como foi para as companhias de
modo geral. A maior diferença na divulgação das companhias pertencentes aos Clusters foi na
categoria de Custos da Qualidade. As companhias do Cluster 1 apresentam 5,90% de suas
divulgações sobre GEC para essa categoria, as do Cluster 2, divulgam mais: 16,68%. Essas
freqüências estão apresentadas no comparativo da Tabela 15.
No Cluster 1 as demais categorias mais citadas, na ordem, foram: Cadeia de Valor,
Custos Intangíveis e Custos Ambientais, representando 81,66% do total de informações
divulgadas. Sobre as restantes 8 categorias mencionadas nesse cluster, cada uma representa
menos de 6% do total de informações.
105
As categorias que seguiram como as mais mencionadas pelas companhias do Cluster
2, na ordem, foram: Custos da Qualidade, Cadeia de Valor, Custos Intangíveis e Custos
Ambientais somando 92,55% do total, e as demais 7 categorias mencionadas, representam
menos de 3% cada uma. Isso indica que as informações sobre gestão estratégica de custos
estão concentradas em 5 categorias principais, conforme Tabela 15.
Tabela 15: Comparativo das informações sobre GEC por cluster
COMPARATIVO DAS INFORMAÇÕES SOBRE GEC POR CLUSTER
CLUSTER 1 CLUSTER 2
CATEGORIA MÉDIA
FRE
QUÊN
CIA
ACUMU
LADO
MÉDIA
FRE
QUÊN
CIA
ACUMU
LADO
Direcionadores de Custos 46
40,03% 40,03%
107
40,74% 40,74%
Cadeia de Valor
19
16,17% 56,20%
41
15,72% 56,46%
Custos Intangíveis
17
14,76% 70,96%
29
10,88% 67,34%
Custos Ambientais
12
10,70% 81,66%
22
8,53% 75,87%
Custos Qualidade
7
5,90% 87,56%
44
16,68% 92,55%
TOTAL
-
87,56% - 92,55%
As informações mais mencionadas pelas companhias de ambos os clusters pertencem
às categorias Cadeia de Valor e Determinantes de Custos, conforme Tabela 15. Os percentuais
observados nessa tabela também significam que a distribuição de importância dada para as
diversas categorias é semelhante para ambos e para as categorias mais citadas. Entretanto, o
que distingue os mesmos é que a maior média de sentenças por companhia pertence às
companhias do Cluster 2.
Um terceiro cluster foi encontrado, conforme Figura 9, entretanto em menor escala de
significância, o que não permite compará-lo diretamente com os Clusters 1 e 2. O Cluster 3 é
composto por 3 companhias, ou seja, 10% do total das companhias da amostra e possui média
de 263,67 sentenças sobre GEC por companhia, e não apresenta informações sobre
Posicionamento Estratégico.
No Cluster 3 a quantidade média de sentenças para as categorias Cadeia de Valor e
Direcionadores de Custos é maior que a quantidade para o Cluster 2. São elas: 43 sentenças
por companhia na categoria sobre Cadeia de Valor e 121 sentenças sobre Direcionadores. Se
estas companhias mencionassem informações sobre o tema Posicionamento Estratégico
106
teriam características que as aproximariam das características do Cluster 2, podendo estar
inclusas nele.
Dessa forma, visualiza-se no Gráfico 6, a comparação entre a média geral de
informações sobre GEC das companhias com a média das companhias dos Clusters 1 e 2.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
Cadeia de
valor
Ambientais
Intangíveis
TCO
Concorrentes
Logísticos
Alianças
Direcionadores
Qualidade
Missão ou
metas
Forma de
competir
Custo-Meta
dia Cluster 1 Média Cluster 2 Média de todas as companhias
Gráfico 6: Média de informações divulgadas sobre GEC por Cluster
O que se destaca no Gráfico 6 é que a média de informações para as categorias das
companhias do Cluster 2 são maiores, ou seja, o gráfico detalha que a média do Cluster 2 é
maior que a média do Cluster 1 e que a média geral de todas as categorias, com exceção à
categoria de custos logísticos. Dessa forma, com média de informações de 5 e 2 sentenças por
companhia, nos Clusters 1 e 2, respectivamente, os custos logísticos representam a categoria
onde a média de informações enumeradas foi maior no Cluster 1.
O fator que influencia para se encontrar maior quantidade divulgada de informações
sobre custos logísticos é a companhia possuir atividades logísticas relevantes dentro da cadeia
de valor e necessitar de grandes investimentos nessa área. Isso aconteceu para as companhias
do Cluster 1 em maior quantidade do que para as do Cluster 2. Observa-se também que as
companhias que mais detalham sobre sua cadeia de valor também detalham mais sobre seus
107
custos logísticos, com correlação de 24,58% para as companhias do Cluster 1 e 15,13% para
as do Cluster 2.
Constatou-se que 60% das companhias (Cluster 1) revelam média de informações
abaixo da média geral. Isso ocorre porque elas revelam menos informações, principalmente,
sobre seu escopo, capacidade, configuração dos seus produtos/serviços e tecnologia utilizada.
as companhias que representam 20% do total da amostra (Cluster 2), além de divulgar
maior quantidade de informações, destacam-se por divulgar mais sobre a gestão de custos da
qualidade. As demais companhias da amostra encontram-se no Cluster 3 ou não formaram os
mesmos.
A preocupação com a gestão dos custos da qualidade, constatada ao identificar que
essa categoria tem média de 44 sentenças por companhia do Cluster 2 e 7 sentenças no
Cluster 1, possui correlação de 3,9% com as informações divulgadas sobre tecnologia,
subcategoria de Direcionadores de Custos, no Cluster 2. Dessa forma, as companhias do
Cluster 2 que mais se preocupam com a gestão dos custos da qualidade também se preocupam
com a tecnologia utilizada, mesmo podendo afirmar com apenas 3,9% de correlação,
enquanto, essa correlação não existe para as companhias do Cluster 1.
A gestão dos custos da qualidade pertence ao tema Análise dos Direcionadores de
Custos e a gestão da qualidade e, segundo Shank e Govindarajan (1997), é um direcionador de
custos de execução. Analisando este tema, composto pelas categorias “Direcionadores de
Custos” e “Gestão dos Custos da Qualidade”, constatou-se que 51% das informações
representam direcionadores de custos estruturais para as companhias do Cluster 1 e 31% para
as do Cluster 2.
Com isso, observa-se que as companhias do Cluster 1 possuem maior visão de longo
prazo, por preocuparem-se mais com os direcionadores de custos estruturais. De forma
comparativa, com maior preocupação com a visão de curto prazo quanto aos direcionadores
de custos, encontram-se as companhias do Cluster 2. Esse fato corrobora com o de
divulgarem mais informações sobre Custos da qualidade, categoria que trata sobre um
direcionador de custos de execução.
Para melhor analisar os temas de gestão estratégica de custos, de maneira comparativa
entre os clusters, foi construído o Gráfico 7. Este gráfico apresenta, por cluster, a média de
informações das categorias que formam os três temas.
108
104,00
57,67
52,72
150,33
4,39
7,5
0
30
60
90
120
150
180
210
240
270
Cluster 1 Cluster 2
Média informões GEC
Análise do posicionamento estratégico
Análise dos direcionadores de custos
Análise da cadeia de valor
Gráfico 7: Média de informações divulgadas por tema de GEC nos clusters 1 e 2
Conforme o Gráfico 7 e de maneira comparativa entre os clusters, constata-se que a
preocupação das companhias do Cluster 2 é maior com os três temas de gestão estratégica de
custos. A distribuição da divulgação sobre GEC entre os seus temas ocorre de maneira mais
uniforme e relacionada no Cluster 1, sendo que no Cluster 2, a divulgação total ocorre em
função da preocupação dessas companhias com a Cadeia de Valor.
Dessa forma, as companhias do Cluster 2 procuram revelar melhor aos investidores e
demais interessados, sua solidez e participação na cadeia de valor, principalmente detalhando
sobre seus principais clientes e fornecedores, assim como sobre sua atuação e integração com
a cadeia.
Para Anderson (2006), embora os gestores continuem a praticar a eficiência e eficácia
no seio da empresa, cada vez mais as melhorias são obtidas por meio da cadeia de valor:
através da reconfiguração das fronteiras da empresa, transferência de recursos, processos de
reengenharia, e re-avaliação de produtos e ofertas de serviços em relação às necessidades dos
clientes.
109
Como os clusters apresentaram companhias com características semelhantes constata-
se, referente aos níveis de governança corporativa, que as companhias do Novo Mercado não
possuem maior média de informações sobre GEC, mas podem possuir um conjunto de
informações, como: informações mais concentradas em menos categorias e maior correlação
do total de informações com o tema Cadeia de Valor do que com dos demais temas sobre
GEC. O Cluster 1 é formado por 55,56% de companhias do Novo Mercado, 11,11% do Nível
2 e o restante do Nível 1, sendo que, o Cluster 2 é formado apenas por companhias do Novo
Mercado da BOVESPA.
A Braskem foi a companhia que mais apresentou sentenças sobre GEC e esses
resultados elevados poderiam indicar um outlier. Para visualizar a presença ou não de outliers
na amostra foi construído um box plot, com a utilização do programa SPSS, conforme
apresenta-se no Gráfico 8. Para isso foram utilizados os valores com os totais de informações
sobre gestão estratégica de custos encontradas para as 30 companhias da amostra.
Total Inf.
1000
800
600
400
200
0
BRASKEM
Gráfico 8: Box plot para as companhias e o total de informações sobre GEC
Fonte: Dados da pesquisa – SPSS 15.0
110
Segundo Bussab e Morettin (2006) o diagrama box plot transmite uma noção da
posição, dispersão, assimetria e dados discrepantes. Para construir esse diagrama, segundo os
autores, considera-se um retângulo onde estão representados a mediana e os quartis. A partir
deste, para cima, segue uma linha até o ponto mais remoto que não exceda LS=q
3
+(1,5)d
q
,
denominado limite superior, e de modo similar, outra linha para baixo.
Assim, os valores compreendidos entre esses dois limites são denominados valores
adjacentes e os acima ou abaixo desse limite são representados por asteriscos e denominados
pontos exteriores (BUSSAB; MORETTIN, 2006). Esses pontos exteriores, segundo os
autores, são observações destoantes das demais que podem ou não ser os denominados
outliers ou valores atípicos.
Dessa forma, no Gráfico 8, observa-se que 29 dados estão concentrados entre 20 e 550
informações e uma observação encontra-se discrepante, afastada do corpo principal de dados.
Essa observação representa a companhia Braskem. Segundo Bussab e Morettin (2006) um
outlier pode ser um produto de um erro de observação ou de arredondamento, entretanto, a
companhia Braskem não é outlier nesse sentido, pois ela realmente divulga muito mais
informações sobre GEC que as demais companhias da amostra.
Na análise de clusters realizada com todas as companhias, observa-se que a Braskem,
não participou, em escala relevante, de nenhum cluster. Entretanto, em uma análise de
clusters apenas com as demais empresas, retirando a Braskem observa-se que não ocorreram
alterações significativas, conforme apresentado no Dendograma (Figura 10).
Dessa forma, os dados da companhia Braskem não interferiram significativamente na
análise de clusters realizada e por esse motivo a companhia não foi excluída da amostra e das
demais análises. Da mesma forma, a referida companhia pertencente ao vel 1 não
influenciou as análises por nível de governança corporativa.
111
Figura 10: Dendograma da análise de clusters sem a companhia Braskem
Fonte: Dados da pesquisa – SPSS 15.0
Na seção que segue, os Clusters 1 e 2 são tratados individualmente, abordando
maiores detalhes sobre as informações divulgadas pelas companhias que os compõe.
112
4.3.2 Gestão Estratégica de Custos das Companhias do Cluster 1
O Cluster 1 é composto por 18 companhias, com relatórios pertencentes aos anos de
2005 a 2007, sendo 27,78% de 2005, 50% de 2006 e 22,22% de 2007. As informações sobre o
tema Gestão Estratégica de Custos divulgadas por elas foram separadas para análise e estão
relacionadas na Tabela 16. Dessa forma, verifica-se que o total de sentenças mencionadas
sobre o tema foi 2.066, sendo que a média por companhia foi de 114,78 sentenças.
Tabela 16: Cluster 1
CATEGORIAS DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS NO CLUSTER 1
TEMA CATEGORIA TOTAL MÉDIA
%
Cadeia de Valor
334
19
16,17
Custos Ambientais
321
12
10,70
Custos Intangíveis
305
17
14,76
Custos Logísticos 90
5
4,36
Alianças Estratégicas 60
3
2,90
Análise dos Custos dos Concorrentes 22
1
1,06
ANÁLISE DA CADEIA
DE VALOR
TCO (Total Cost of Ownership) 6
0,33
0,29
Direcionadores de Custos
827
46
40,03
ANÁLISE DOS
DIRECIONADORES DE
CUSTOS
Custos da Qualidade 122
7
5,91
Missão ou Metas 69
4
3,34
ANÁLISE DO
POSICIONAMENTO
ESTRATÉTICO
A forma escolhida para competir
10
0,56
0,48
TOTAL 2.066
-
100,00
Neste cluster foram mencionadas 11 categorias, a mais pontuada para essas
companhias foi Direcionadores de Custos, 827 vezes (40,03%) e as menos citadas foram
sobre o Posicionamento Estratégico, o que demonstra que essas companhias não identificam
diretamente o posicionamento no qual estão competindo.
Com uma análise dos temas sobre GEC tem-se que a média de informações para o
tema Análise da Cadeia de Valor é de 57,67 sentenças por companhia, Análise dos
Direcionadores de Custos é de 52,72 e do Posicionamento Estratégico é de 4,39 sentenças,
conforme ilustrado no Gráfico 7.
113
A correlação do total de informações divulgadas com o tema Análise da Cadeia de
Valor é 89,48%, com Análise de Direcionadores de Custos é 88,88% e com Posicionamento
Estratégico é de 69,34%, por isso afirma-se que a divulgação sobre GEC é considerada
uniforme entre as categorias para as companhias deste cluster.
Essas companhias divulgam, em média, menos informações que as demais, entretanto
isso ocorre de maneira uniforme, ou seja, a companhia que mais divulga no total também é a
companhia que mais divulga em cada um dos três temas. A apresentação dos resultados da
pesquisa para as companhias do Cluster 2 são visualizadas na próxima seção.
4.3.3 Gestão Estratégica de Custos das Companhias do Cluster 2
O Cluster 2 está representado por 4 companhias, sendo que em duas delas participam
com relatórios de dois anos cada: Medial Saúde com relatório de 2006 e 2007 e EDP
Energias, com relatório de 2005 e 2007. Dos relatórios desse cluster, 50% são de 2005. O
total de informações sobre GEC pontuadas foi 1.571 sentenças, divididas entre as 11
categorias, apresentando média de 261,83 sentenças por companhia, conforme Tabela 17.
Tabela 17: Cluster 2
CATEGORIAS DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS NO CLUSTER 2
TEMA CATEGORIA TOTAL MÉDIA
%
Cadeia de Valor
247
41
15,72
Custos Intangíveis
171
29
10,88
Custos Ambientais
134
22
8,53
Alianças Estratégicas 30
5
1,91
Análise dos Custos dos Concorrentes 24
4
1,53
Custos Logísticos 12
2
0,76
ANÁLISE DA CADEIA
DE VALOR
TCO (Total Cost of Ownership) 6
1
0,38
Direcionadores de Custos
640
107
40,74
ANÁLISE DOS
DIRECIONADORES DE
CUSTOS
Custos da Qualidade
262
44
16,68
Missão ou Metas 44
7
2,8
ANÁLISE DO
POSICIONAMENTO
ESTRATÉTICO
Custo-Meta
1
0,17
0,06
TOTAL 1.571
-
100,00
114
Ao analisar os resultados por tema de GEC (apresentado no Gráfico 7), verifica-se que
a média de informações para o tema Análise da Cadeia de Valor é de 104 sentenças, para
Análise dos Direcionadores de Custos é de 150,33 e para Análise do Posicionamento
Estratégico é de 7,5 sentenças por companhia.
As companhias pertencentes ao Cluster 2 divulgam maior média de sentenças sobre
GEC e isso ocorre em função das informações sobre o tema Análise da Cadeia de Valor
(71,25%). Esse tema está dividido em diversas categorias das quais as companhias desse
cluster possuem maior quantidade de informações, como por exemplo, sobre custos
ambientais e custos intangíveis.
Em uma análise geral, os dois clusters formados focam suas informações sobre gestão
estratégica de custos em 5 categorias: direcionadores de custos, cadeia de valor, custos
intangíveis, custos ambientais e custos da qualidade. Entretanto, as médias de informações
para a maioria das categorias, com exceção de custos logísticos, conforme já analisado, é
maior para as companhias do Cluster 2. O Cluster 2 representa 20% da quantidade de
companhias da amostra e o Cluster 1, 60%.
A divulgação de informações sobre gestão estratégica de custos das companhias
representa as suas preocupações, seja informando sobre como está estruturada e funcionando
sua cadeia de valor ou sobre as decisões e opções tomadas que estarão determinando os seus
custos. Constatou-se que essa divulgação não tem correlação com o tamanho da companhia e
nem com o nível de governança corporativa da qual a mesma pertence. Também, a divulgação
não está relacionada com o lucro líquido do período.
Para algumas categorias como: custos ambientais, custos logísticos e gestão dos custos
da qualidade, a divulgação pode estar relacionada com a atividade exercida pela companhia.
Enquanto que, para as demais categorias, seriam necessárias maiores pesquisas para encontrar
fatores que pudessem determinar ou explicar a maior divulgação realizada por 20% das
companhias da amostra.
5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Neste capítulo expõem-se as considerações e conclusão obtida com o estudo e também
algumas recomendações para futuras pesquisas.
5.1 CONCLUSÃO
A prática da gestão estratégica de custos auxilia as companhias a orientarem suas
estratégias e assegurarem a continuidade. Uma forma de verificar se essas práticas são
importantes e/ou praticadas pelas companhias é observando os relatórios que são elaborados e
divulgados por elas. Ao divulgar informações sobre esse tema, a companhia esta
demonstrando a preocupação dos seus gestores com essa área e também disponibilizará aos
interessados, maior suporte para tomar decisões.
A análise da cadeia de valor, dos direcionadores de custos e do posicionamento
estratégico são, segundo Shank e Govindarajan (1997), os três temas-chave da Gestão
Estratégica de Custos. Com base nesses temas, definiram-se e validaram-se 16 categorias: 11
sobre Cadeia de Valor, 2 sobre Direcionadores de Custos e 3 sobre Posicionamento
Estratégico; sendo elas, capazes de representar o abrangente assunto. Assim, atingiu-se o
primeiro objetivo específico de pesquisa.
Para identificar se informações sobre GEC representavam preocupação para as
companhias abertas brasileiras, de diversos setores de atividades e pertencentes aos níveis 1, 2
e Novo Mercado de governança corporativa da BOVESPA, foram analisados os relatórios
anuais divulgados pelas mesmas, nos anos de 2005, 2006 e 2007. Constatou-se que essas
companhias divulgam informações sobre GEC. A média geral de divulgação foi de 212
sentenças por companhia. As informações mais citadas tratam sobre a prática dos
direcionadores de custos, da cadeia de valor, dos custos intangíveis, dos custos ambientais e
da gestão dos custos da qualidade, representando 85,53% do total. Com esses resultados
atendeu-se ao objetivo específico de classificar as informações em categorias.
As companhias procuram mais demonstrar sobre as escolhas realizadas por seus
gestores, relacionadas aos direcionadores de custos. Além disso, elas identificam a cadeia de
116
valor da qual fazem parte, demonstrando sua solidez e integração. Isso ocorre por meio do
detalhamento realizado sobre seus clientes e fornecedores.
Sobre custos intangíveis encontra-se a preocupação das companhias em tratar sobre
gastos com programas sociais, desenvolvimento de recursos humanos e com a marca ou
patente. Sobre custos ambientais e gestão dos custos da qualidade, conclui-se que as
atividades exercidas pelas companhias são determinantes para que as mesmas divulguem mais
sobre essas categorias. Isso também ocorre para custos logísticos, e está relacionado com as
atividades de transporte, quando objeto da companhia ou com a dependência de atividades
logísticas para a distribuição dos produtos.
Acredita-se que a divulgação sobre GEC pode ser utilizada como um banco de dados
pelas partes interessadas, como fornecedores, clientes, concorrentes, investidores e
consumidores. Além disso, revelam a existência de uma gestão de custos mais ampla nessas
companhias.
Como as informações sobre GEC ficaram distribuídas nos três temas: Análise dos
direcionadores de custos, com 49,59% do total de informações, Análise da cadeia de valor
com 47,19% e do posicionamento estratégico com apenas 3,22%, conclui-se que a maioria
das companhias revela poucas informações sobre suas estratégias de competição. Por tratar-se
de estratégias, essa constatação pode dar-se pelo fato de os diretores realmente não desejarem
divulgá-las aos concorrentes ou até mesmo por elas não estarem totalmente definidas pela
companhia.
Dessa forma, por meio da análise dos relatórios não foi possível identificar claramente
qual a forma escolhida para competir de todas as companhias: se competem por diferenciação
ou baixo custo, ou se as mesmas competem tanto com diferenciação como com baixo custo.
Conclui-se que o tamanho das companhias, representado pelo valor total do ativo, não
possui relação com as informações sobre GEC das quais as mesmas se preocupam. O
resultado econômico, que representa o lucro líquido, também não explica a preocupação. Já, o
tamanho dos relatórios, em função do número de páginas, está relacionado com o total de
informações divulgadas, de forma que os maiores relatórios também apresentam mais
informações sobre GEC.
A relação das informações divulgadas com o nível de governança corporativa da
BOVESPA também foi analisada e conclui-se que, pertencer ao maior nível não significa
117
revelar mais informações sobre GEC. Não foram encontradas diferenças na média de
informações entre os níveis 1, 2 e Novo Mercado, ao nível de 5% de significância. Com isso,
destaca-se que os níveis de Governança Corporativa aos quais as companhias pertencem não
explicam as suas divulgações.
Com a análise de clusters em uma escala significante, têm-se os seguintes resultados:
localizaram-se 2 clusters, sendo que um deles é composto por companhias que representam
60% do total da amostra e o outro por 20%. Ambos concentram divulgação de informações
sobre direcionadores de custos, cadeia de valor, custos intangíveis e custos ambientais.
As principais diferenças entre eles é que o Cluster 2 divulga mais sobre Gestão dos
Custos da Qualidade, além disso, o Cluster 1 tem média de informações abaixo da média
geral de todas as companhias, enquanto Cluster 2 possui média superior. Para o restante das
companhias não é possível fazer afirmações sobre isso, pois elas não formaram clusters na
mesma escala de significância.
Afirma-se que, 20% das companhias (Cluster 2) possuem maior visão de longo prazo,
quanto aos seus direcionadores de custos, por preocuparem-se mais com os direcionadores
estruturais. De maneira comparativa, 60% das companhias (Cluster 1) possuem maior visão
de curto prazo. A divulgação de informações para as companhias do Cluster 2 ocorre em
função da divulgação sobre o tema Cadeia de Valor, enquanto que para as do Cluster 1 está
relacionada com três temas de GEC, indicando que as mesmas divulgam menos em
quantidade, mas de uma forma mais uniforme e relacionada.
Para encontrar mais fatores, ou um conjunto deles, que permitam obter outras
respostas e explicações sobre a divulgação de gestão estratégica de custos são indicadas
recomendações de estudos na seção seguinte.
5.2 RECOMENDAÇÕES
Considerando a delimitação do presente estudo, vislumbra-se a possibilidade de
realização de outros estudos sobre o tema, sugerindo-se os seguintes:
118
Realizar estudo para avaliar relação da divulgação sobre gestão estratégica de
custos e o desempenho das companhias, controle de capital, tipo de ações,
composição acionária, modelo ou estilo de gestão e outros;
Comparação das informações sobre gestão estratégica de custos divulgadas na
BOVESPA e as divulgadas internacionalmente;
Realizar a pesquisa com relatórios por longo período buscando verificar a
evolução das informações sobre gestão estratégica de custos;
Fazer estudo teórico, discutindo os aspectos conceituais das categorias validadas
de gestão estratégica de custos;
Utilizando as categorias validadas de gestão estratégica de custos, pesquisar sobre
os motivos de utilização ou divulgação de práticas de gestão estratégica de custos;
Realizar estudo da divulgação de informações sobre gestão estratégica por setor de
atuação das companhias.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Andson Braga de; ROCHA, Welington. Uma análise da complementaridade entre
gestão interorganizacional de custos e open-book accounting. 7. Congresso USP de
Controladoria e Contabilidade. São Paulo, 2007. 15 p.
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APÊNDICES
127
APÊNDICE A EMPRESAS LISTADAS NOS NÍVEIS DE
GOVERNANÇA CORPORATIVA DA BOVESPA
Nível 1 de Governança Corporativa - Total 40 empresas
Razão Social
1. ARACRUZ CELULOSE S.A.
2. BCO BRADESCO S.A.
3. BCO CRUZEIRO DO SUL S.A.
4. BCO DAYCOVAL S.A.
5. BCO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL S.A.
6. BCO INDUSVAL S.A.
7. BCO ITAÚ HOLDING FINANCEIRA S.A.
8. BCO PINE S.A.
9. BCO SOFISA S.A.
10. BRADESPAR S.A.
11. BRASIL TELECOM PARTICIPAÇÕES S.A.
12. BRASIL TELECOM S.A.
13. BRASKEM S.A.
14. CENTRAIS ELET BRAS S.A. ELETROBRÁS
15. CESP CIA ENERGÉTICA DE SÃO PAULO
16. CIA BRASILEIRA DE DISTRIBUIÇÃO
17. CIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS
18. CIA FIAÇÃO TECIDOS CEDRO CACHOEIRA
19. CIA TRANSMISSÃO ENERGIA ELÉT PAULISTA
20. CIA VALE DO RIO DOCE
21. CONFAB INDUSTRIAL S.A.
22. DURATEX S.A.
23. FRAS-LE S.A.
24. GERDAU S.A.
25. IOCHPE MAXION S.A. (Novo Mercado em 2008)
26. ITAUSA INVESTIMENTOS ITAÚ S.A.
27. KLABIN S.A.
28. MANGELS INDUSTRIAL S.A.
29. METALÚRGICA GERDAU S.A.
30. PARANÁ BCO S.A.
31. RANDON S.A. IMPLEMENTOS E PARTICIPAÇÕES
32. S.A. FÁBRICA DE PRODS ALIMENTÍCIOS VIGOR
33. SADIA S.A.
34. SÃO PAULO ALPARGATAS S.A.
35. SUZANO PAPEL E CELULOSE S.A.
36. ULTRAPAR PARTICIPAÇÕES S.A.
37. UNIBANCO HOLDINGS S.A.
38. UNIBANCO UNIÃO DE BCOS BRASILEIROS S.A.
39. UNIPAR UNIÃO DE IND PETROQ S.A.
40. VOTORANTIM CELULOSE E PAPEL S.A.
Quadro 2: Lista de empresas no nível 1 de governança corporativa
Fonte: site da BOVESPA (2007).
128
Nível 2 de Governança Corporativa - Total 18 empresas
Razão Social
1. ALL AMÉRICA LATINA LOGÍSTICA S.A.
2. ANHANGUERA EDUCACIONAL PARTICIPAÇÕES S.A.
3. BCO ABC BRASIL S.A.
4. CENTRAIS ELET DE SANTA CATARINA S.A.
5. ELETROPAULO METROP. ELET. SÃO PAULO S.A.
6. EQUATORIAL ENERGIA S.A. (não se encontra mais nesse nível)
7. ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES S.A.
8. GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES S.A.
9. KROTON EDUCACIONAL S.A.
10. MARCOPOLO S.A.
11. MULTIPLAN - EMPREEND IMOBILIÁRIOS S.A.
12. NET SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO S.A.
13. SANTOS BRASIL S.A.
14. SARAIVA S.A. LIVREIROS EDITORES
15. SUZANO PETROQUÍMICA S.A.
16. TAM S.A.
17. TERNA PARTICIPAÇÕES S.A.
18. UNIVERSO ONLINE S.A.
Quadro 3: Lista de empresas no nível 2 de governança corporativa
Fonte: site da BOVESPA (2007).
Nível Novo Mercado de Governança Corporativa - Total 82 empresas
Razão Social
1. ABYARA PLANEJAMENTO IMOBILIÁRIO S.A.
2. AÇÚCAR GUARANI S.A.
3. AGRA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S.A.
4. AMERICAN BANKNOTE S.A.
5. B2W / COMPANHIA GLOBAL DO VAREJO
6. BCO BRASIL S.A.
7. BCO NOSSA CAIXA S.A.
8. BEMATECH IND E COM EQUIP. ELETRONIC S.A.
9. BR MALLS PARTICIPAÇÕES S.A.
10. BRASCAN RESIDENTIAL PROPERTIES S.A.
11. BRASIL ECODIESEL IND COM. BIO.OL.VEG.S.A.
12. BRASILAGRO CIA BRAS DE PROP AGRÍCOLAS
13. CAMARGO CORRÊA DESENV. IMOBILIÁRIO S.A.
14. CIA BRAS DESENV IMOBILÁRIO TURÍSTICO (em 2008 não estava nesse nível)
15. CIA CONCESSÕES RODOVIÁRIAS
16. CIA HERING CIA
17. CIA PROVIDÊNCIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO
18. CIA SANEAMENTO BÁSICO EST SÃO PAULO
19. CIA SANEAMENTO DE MINAS GERAIS-COPASA MG
20. COMPANY S.A.
21. COSAN S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO
22. CPFL ENERGIA S.A.
23. CR2 EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS S.A.
24. CREMER S.A.
25. CSU CARDSYSTEM S.A.
26. CYRELA BRAZIL REALTY S.A.
27. CYRELA COMMERCIAL PROPERT S.A.
28. DATASUL S.A.
Continua
129
Continuação
29. DIAGNÓSTICOS DA AMÉRICA S.A.
30. DROGASIL S.A.
31. EDP - ENERGIAS DO BRASIL S.A.
32. EMBRAER-EMPRESA BRAS DE AERONAÚTICA S.A.
33. ETERNIT S.A.
34. EVEN CONSTRUTORA E INCORPORADORA S.A.
35. EZ TEC EMPREEND. E PARTICIPAÇÕES S.A.
36. FERTILIZANTES HERINGER S.A.
37. GAFISA S.A.
38. GENERAL SHOPPING BRASIL S.A.
39. GRENDENE S.A.
40. GVT (HOLDING) S.A.
41. IGUATEMI EMPRESA DE SHOPPING CENTERS S.A
42. INDÚSTRIAS ROMI S.A.
43. INPAR S.A.
44. JBS S.A.
45. JHSF PARTICIPAÇÕES S.A.
46. KLABIN SEGALL S.A.
47. LIGHT S.A.
48. LOCALIZA RENT A CAR S.A.
49. LOG-IN LOGÍSTICA INTERMODAL S.A.
50. LOJAS RENNER S.A.
51. LPS BRASIL - CONSULTORIA DE IMÓVEIS S.A.
52. LUPATECH S.A.
53. M. DIAS BRANCO S.A. IND COM DE ALIMENTOS
54. MARFRIG FRIGORÍFICOS E COM DE ALIM S.A.
55. MEDIAL SAÚDE S.A.
56 METALFRIO SOLUTIONS S.A.
57. MINERVA S.A.
58. MMX MINERAÇÃO E METÁLICOS S.A.
59. MRV ENGENHARIA E PARTICIPAÇÕES S.A.
60. NATURA COSMÉTICOS S.A.
61. OBRASCON HUARTE LAIN BRASIL S.A.
62. ODONTOPREV S.A.
63. PDG REALTY S.A. EMPREEND E PARTICIPAÇÕES
64. PERDIGÃO S.A.
65. PORTO SEGURO S.A.
66. POSITIVO INFORMÁTICA S.A.
67. PROFARMA DISTRIB PROD FARMACEÚTICOS S.A.
68. REDECARD S.A.
69. RENAR MAÇÃS S.A.
70. RODOBENS NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS S.A.
71. ROSSI RESIDENCIAL S.A.
72. SÃO CARLOS EMPREEND E PARTICIPAÇÕES S.A.
73. SÃO MARTINHO S.A.
74. SATIPEL INDUSTRIAL S.A.
75. SLC AGRÍCOLA S.A.
76. SPRINGS GLOBAL PARTICIPAÇÕES S.A.
77. TECNISA S.A.
78. TEGMA GESTÃO LOGÍSTICA S.A.
79. TOTVS S.A.
80. TPI - TRIUNFO PARTICIP. E INVEST. S.A.
81. TRACTEBEL ENERGIA S.A.
82. WEG S.A.
Quadro 4: Lista de empresas no nível Novo Mercado de governança corporativa
Fonte: site da BOVESPA (2007).
130
APÊNDICE B LISTA DE GRUPOS DE RELATÓRIOS IAN
(INFORMAÇÕES ANUAIS) E DFP (DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS PADRONIZADAS)
CÓD. GRUPOS DE RELATÓRIOS – IAN (Informações Anuais)
1 Dados da empresa
01.01 a
01.09
01.01 – Identificação; 01.02 – Sede; 01.03 – Departamento de Acionistas; 01.04 – Diretor
de Rel. com Investidores; 01.05 – Referência/Auditor; 01.06 – Característica da Empresa;
01.07 – Controle Acionário/Vls. Mobiliários; 01.08 – Publicações de Documentos; 01.09
– Jornais.
2 Administração
Quadro
01 a
Quadro
02
Quadro 01 – Composição Atual do Conselho de Administração e Diretoria; Quadro 01.01
– Composição Atual do Conselho de Administração e Diretoria; Quadro 01.02 –
Composição Atual do Conselho Fiscal; Quadro 02 – Experiência Profissional e Formação
Acadêmica de Cada Conselheiro (Administração e Fiscal) e Diretor
3 Distribuição do Capital
03.01 a
03.03
03.01 – Eventos relativos Distribuição do Capital; 03.02 – Posição Acionária; 03.03 –
Distribuição do Capital dos Acionistas Com Mais de 5 das açõees
4 Capital Social
04.01 a
04.05
04.01 – Composição; 04.02 – Subscrito e Alterações; 04.03
Bonificações/Desdobramento; 04.04 – Autorizado; 04.05 – Compôs. Cap. Aut.
5 Ações em Tesouraria e outros Ativos
6 Proventos em Dinheiro (Dividendos)
06.01 a
06.04
06.01 – Proventos em Dinheiro (Dividendos); 06.02 – Dividendos Retidos; 06.03 –
Disposições Estatutárias; 06.04 – Modificação Estatutária
7 Participações e Remunerações
07.01 a
07.03
07.01 – Remuneração e Part. Dos Admin. no Lucro; 07.02 – Part. e Contribuições; 07.03
– Part. em Sociedades Controladas/Coligadas
8 Características das Emissões de Debêntures
9 Histórico/Setor de Atuação e Sazonalidade nos Negócios
09.01 a
09.03
09.01 – Breve Histórico da Empresa; 09.02 – Características do Setor de Atuação; 09.03
– Período de Sazonalidade nos Negócios
10 Produtos e/ou Serviços
10.01 a
10.04
10.01 – Produtos e Serviços; 10.02 Matérias Primas e Fornecedores; 10.03 Nome do
Produto/Cliente; 10.04 – Pedidos em Carteira
11 Processo de Produção
11.01 a
11.03
11.01 – Processo de Produção; 11.02 – Processo de Com., Distribuição, Mercados e
Exportação; 11.03 – Posicionamento do Processo Competitivo
12 Principais Patentes, Marcas Comerciais e Franquias
13 Propriedades Relevantes
14
Projeções e Informações
14.01 – Projeções empresariais e/ou Resultado; 14.02 – Informações Recomendáveis,
mas não obrigatórias; 14.03 – Outras Informações consideradas importantes para Melhor
entendimento da companhia; 14.04 – Fase pré-operacional; 14.05 – Projetos de
Investimento
Continua
131
Continuação
15 Problemas Ambientais
16 Ações Jurídicas
17 Operações com empresas relacionadas
18 Estatuto Social
19 Dados da Controlada Coligada
20 Informações sobre Governança Corporativa
CÓD. GRUPOS DE RELATÓRIOS – DFP (Demonstrações Financeiras Padronizadas)
1 Dados da empresa
01.01 a
01.08
01.01 – Identificação; 01.02 – Sede; 01.03 – Diretor de Rel. com Investidores; 01.04
Referência/Auditor; 01.05 – Composição do Capital; 01.06 – Características da Empresa;
01.07 – Socs. Não Incluídas nas DFs. Consolidadas; 01.08 – Proventos em Dinheiro
2 Balanço Patrimonial
02.01 a
02.02
02.01 – Ativo; 02.02 – Passivo
3 Demonstração do Resultado
03.01 a
03.02
03.01 – Demonstração do Resultado; 03.02 – Lucro ou Prejuízo por Ação
4 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
5 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
6 Balanço Patrimonial Consolidado
06.01 a
06.02
6.01 – Ativo; 6.02 – Passivo
7 Demonstração do Resultado Consolidado
07.01 a
07.02
07.01 - Demonstração do Resultado; 07.02 Lucro ou Prejuízo por Ação
8 Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos Consolidados
9 Parecer dos Auditores Independentes
10 Relatório da Administração
11 Notas Explicativas
Quadro 1: Grupos de Relatórios: IAN e DFP
Fonte: site da BOVESPA (2008).
132
APÊNDICE C – LISTA DAS CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS
CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS
1 ANÁLISE DA CADEIA DE VALOR
1.1 Custos da Cadeia de Valor
Elos/Etapas/Atividades da cadeia de valor interna
e externa;
Identificação da cadeia de valor;
Integração vertical;
Atividades, compromissos ou exigências aos
fornecedores (cadeia de suprimento);
Poder de negociação dos fornecedores (cadeia de
suprimento);
Atividades dos clientes (cadeia de distribuição);
Visão de todo o negócio ou visão sistêmica;
Ciclo de vida útil do produto/serviço.
1.2 ABC / ABM (Custeio e Gestão Baseados em
Atividades)
Direcionadores/Geradores (Cost-drivers) de
recursos;
Direcionadores Geradores (Cost-drivers) de
atividades;
Análise das atividades dos processos
Rastreamento dos custos;
Atividades que agregam valor (atividades
necessárias e desnecessárias);
Nível de tarefa;
Mapeamento das atividades;
Relação entre atividades e consumo de
recursos.
1.3 Custos Ambientais
Preservação do Ambiente;
Regulamentação Ambiental;
Créditos de carbono;
Análise do ciclo de vida do produto;
Penalidades e multas ambientais;
Desenvolvimento ambiental sustentável;
Recursos naturais utilizados;
Restauração ambiental;
Responsabilidade ambiental.
1.4 Custos Intangíveis
Fatores intangíveis;
Pesquisa e Desenvolvimento;
Experiência profissional;
Capital intelectual.
1.5 Custos de Oportunidade
Alternativas de aplicação dos recursos de capital;
Utilização do custo de oportunidade para avaliação
de desempenho;
Cálculo do custo de oportunidade.
1.6 TCO Custo Total de Propriedade (Total
Cost of Ownership)
Identificação de fatores que acarretam
elevados custos;
Análise de custos do bem ou serviço antes de
adquiri-lo;
Evitar e/ou diminuir custos na aquisição.
1.7 Custo dos Concorrentes
Coleta e análise sistematizada das informações
sobre o ambiente externo;
Contabilidade Reversa;
Engenharia Reversa;
Possíveis estratégias e ações utilizadas pelos
concorrentes;
Monitoramento de outras empresas;
Sistema de informações dos concorrentes.
1.8 Lucro por Cliente
Tempo mantido de clientes;
Quantidade mantida de clientes;
Volume de negócios por cliente.
Continua
133
Continuação
1.9 Custos Logísticos
Planejamento Logístico;
Movimentação de produtos/materiais;
Distribuição de produtos;
Transporte de produtos/materiais;
Armazenagem/Estocagem;
Prazo de entrega;
Logística Reversa;
Fluxo de produção;
Embalagem para manuseio e movimentação;
Logística interna;
Infraestrutura;
Dimensões geográficas;
Localização/Decisão de instalação;
Terceirização logística;
Taxas logísticas;
Processo de Pedido;
Custos da Tecnologia da Informação.
1.10 Alianças Estratégicas (Joint
Ventures/Parcerias)
Implementação de parcerias entre empresas;
Contratos formalizados;
Acordos informais de cooperação;
Garantias de abastecimento;
Compartilhar benefícios;
Compartilhar ou acessar recursos;
Facilitar acesso a novos mercados;
Alianças de Pesquisa e Desenvolvimento;
Alianças de Tecnologia;
Terceirizações.
1.11 Custos interorganizacionais
Rede de fornecedores;
Modificações nos processos, produtos e serviços;
Empresa líder na rede;
Ações cooperativas;
Compartilhamento de benefícios.
1.12 Contabilidade Aberta (Open-Book
Accounting)
Troca e divulgação de informações de custos
e processo produtivo entre empresas;
Identificação de oportunidades de redução de
custos;
Harmonização dos sistemas de informações;
Capacidade de produzir informações acuradas
de custos.
2 ANÁLISE DOS DIRECIONADORES DE CUSTOS
2.1 Direcionadores/Determinantes de Custos
Capacidade ou utilização da capacidade de
produção (execução);
Grau de complexidade (estrutural);
Layout de instalação (execução);
Configuração do produto (execução);
Tecnologia utilizada (estrutural);
Número de fábricas (estrutural);
Número de linhas de produtos (estrutural);
Economia de escala (estrutural);
Escopo (estrutural);
Custos de transação (estrutural);
Estrutura de capital (estrutural);
Experiência (estrutural);
Estilo e filosofia de gestão (estrutural).
2.2 Custos da Qualidade
Sistemas de gestão da qualidade;
Perdas de materiais – Refugo;
Reaproveitamento de materiais;
Sucata;
Ineficiência de mão de obra ou equipamentos;
Grau de conformidade;
Adequação ao uso;
Excelência inata;
Custos de prevenção;
Custos de avaliação;
Falhas internas e externas;
Devoluções;
Desperdícios;
Sobras;
Defeitos;
Garantias executadas.
Continua
134
Continuação
3 ANÁLISE DO POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO
3.1 Missão ou metas
Construir;
Manter;
Colher.
3.2 A forma escolhida para competir em seu
segmento
Baixo Custo;
Diferenciação.
Continuação
3.3 Custo-Meta/Custo-Alvo (Target Cost)
Lucro desejado;
Preços definidos pelo mercado;
Adaptação do produto ao mercado;
Desenvolvimento de projeto de produto;
Identificação das necessidades dos clientes;
Integração entre os departamentos para reduzir
custos;
Cálculo do custo máximo;
Pressionar o fornecedor para reduzir preço;
Foco no projeto (antes da produção);
Foco no cliente.
Quadro 2: Lista das categorias e subcategorias
135
APÊNDICE D – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS APLICADO
NA PRIMEIRA RODADA DELPHI
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Unidade Acadêmica de Pesquisa e Pós-Graduação
PPG em Ciências Contábeis
São Leopoldo, 07 de abril de 2008.
Prezado (a) Senhor (a),
Conforme contato preliminar realizado, vimos por meio desta convidá-lo (a) para participar de
um estudo sobre GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS. O resultado deste estudo será
usado como base para uma dissertação de mestrado, intitulada Disclosure sobre informações
de Gestão Estratégica de Custos por companhias abertas brasileiras” a ser apresentada por
FRANCIELE WRUBEL, ao programa de Pós-Graduação Mestrado em Ciências Contábeis
da UNISINOS – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, localizada em São Leopoldo/RS.
O método de rodada Delphi, utilizado nesse estudo tem como objetivo buscar consenso entre
especialistas (experts) sobre categorias relacionadas e identificadas como GESTÃO
ESTRATÉGICA DE CUSTOS, sendo que as opções de categorias e subcategorias procuram
mapear a maioria dos termos relacionados com esse tema. Será da maior importância a sua
participação, de caráter voluntário e sem ônus, tendo como benefício o acesso aos resultados
do estudo e o melhor conhecimento desse tema. Os dados individualmente respondidos pelos
participantes serão mantidos em sigilo.
Para participar, basta preencher a listagem em anexo. Esperamos contar com sua importante e
honrosa participação. O processo deverá ser concretizado em duas rodadas de consulta, por
isso necessitamos de sua resposta o mais breve possível, na medida do possível, o envio no
prazo de 07 dias. Em caso de dúvidas poderá entrar em contato por e-mail ou pelos telefones
54 3519 6234 e 54 9942 6333.
Atenciosamente,
Prof. Dr. Carlos Alberto Diehl
Orientador
Av. Unisinos, 950 Caixa Postal 275 CEP 93022-000 São Leopoldo Rio Grande do Sul Brasil
Fone: (51) 3590-8186 Fax: (51) 3590-8447 http://www.unisinos.br
136
PRIMEIRA RODADA COM O PAINEL DE ESPECIALISTAS
Instrumento de coleta de dados
Por gentileza, preencha:
A listagem abaixo representa as Categorias e Subcategorias de Gestão Estratégica de Custos.
Assinale com X as Categorias e Subcategorias que se destacam como sendo relacionadas e
que representam GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS, assim como as Subcategorias
que se relacionam com a Categoria.
Depois enumere as mesmas pela importância ao representar o tema, colocando 5 para
totalmente importante, 4 para importante, 3 para média importância, 2 para pouco importante,
e 1 para a menos importante. As opções não assinaladas não precisam ser numeradas com o
peso.
No Quadro abaixo, cada categoria possui linhas em branco que podem ser preenchidas com as
subcategorias não existentes e que possam ser consideradas relevantes para o tema.
Assi-
nale
com X
Categorias e Subcategorias
Peso
de 1 a
5
1 ANÁLISE DA CADEIA DE VALOR
1.1 Cadeia de Valor
Elos/Etapas/Atividades da cadeia de valor interna e externa
Identificação da cadeia de valor
Integração vertical
Atividades, compromissos ou exigências aos fornecedores (cadeia de
suprimento)
Poder de negociação dos fornecedores (cadeia de suprimento)
Atividades dos clientes (cadeia de distribuição)
Visão de todo o negócio ou visão sistêmica
Ciclo de vida útil do produto/serviço
137
APÊNDICE E – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS APLICADO
NA SEGUNDA RODADA DELPHI
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Unidade Acadêmica de Pesquisa e Pós-Graduação
PPG em Ciências Contábeis
São Leopoldo, 20 de maio de 2008.
Prezado Professor,
Em continuidade ao estudo sobre GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS, para ser
utilizado como base para uma dissertação de mestrado, intitulada Disclosure sobre
informações de Gestão Estratégica de Custos por companhias abertas brasileiras” a ser
apresentada por FRANCIELE WRUBEL, ao programa de Pós-Graduação Mestrado em
Ciências Contábeis da UNISINOS - levamos a conhecimento de V. Sª. o resultado da primeira
rodada da consulta da qual participastes.
Faz parte da metodologia o envio de uma segunda rodada das mesmas categorias com a
finalidade de obtenção de um máximo consenso das respostas, assim o resultado está sendo
enviado em anexo a todos os participantes, sendo mantidos em sigilo cada resultado
individual.
Dessa forma, encontram-se em anexo: (1) sua resposta da rodada anterior, (2) o resultado
geral obtido e (3) a opção de modificar ou manter sua resposta, de acordo com a metodologia
Delphi adotada e os objetivos específicos da pesquisa.
Agradecemos sua importante e honrosa participação na primeira rodada e esperamos
novamente contar com ela, sendo que solicitamos o envio de sua resposta o mais breve
possível, na medida do possível, no prazo de 07 dias, para concluirmos esta etapa de
validação das categorias. Em caso de dúvidas poderá entrar em contato por e-mail ou pelos
telefones 54 3519 6234 e 54 9942 6333.
Atenciosamente,
Prof. Dr. Carlos Alberto Diehl
Orientador
Av. Unisinos, 950 Caixa Postal 275 CEP 93022-000 São Leopoldo Rio Grande do Sul Brasil
Fone: (51) 3590-8186 Fax: (51) 3590-8447
http://www.unisinos.br
138
SEGUNDA RODADA COM O PAINEL DE ESPECIALISTAS
Instrumento de coleta de dados da segunda Rodada
A listagem abaixo apresenta as Categorias e Subcategorias de Gestão Estratégica de Custos
(GEC) mencionadas na primeira rodada com as suas respostas da Rodada e o Resultado
Geral obtido entre os especialistas participantes.
O método de rodada Delphi utilizado nesse estudo tem como objetivo buscar consenso entre
especialistas sobre categorias relacionadas e identificadas como GESTÃO ESTRATÉGICA
DE CUSTOS.
IMPORTANTE:
Destaca-se, novamente, que estas categorias devem ser assinaladas conforme a relação ou
representação da GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS, assim como as Subcategorias
que se relacionam com a Categoria, ou seja, assinalar as categorias que façam parte ou que
estejam no escopo da GEC, independente da atualidade do tema ou pertinência de pesquisas
sobre o tema na área.
Dessa forma, pretende-se mapear a maioria dos termos relacionados com esse tema.
A enumeração representa a importância que cada categoria representa para o tema:
5 para totalmente importante; 4 para importante; 3 para média importância; 2 para pouco
importante, e 1 para a menos importante. As categorias sem peso devem ser aquelas que não
se relacionam com o tema.
OBS.: Nos Quadros abaixo, cada categoria possui linhas vazias que podem ser preenchidas
com as subcategorias não existentes e que possam ser consideradas relevantes para o tema.
139
RESULTADO GERAL DA 1ª RODADA DELPHI
Categorias e Subcategorias Especialistas
1 ANÁLISE DA CADEIA DE VALOR A B C
1.1 Cadeia de Valor 5 - -
Elos/Etapas/Atividades da cadeia de valor interna e externa 5 5 5
Identificação da cadeia de valor 5 5 5
Integração vertical 5 - -
Atividades, compromissos ou exigências aos fornecedores (cadeia de
suprimento)
5 - -
Poder de negociação dos fornecedores (cadeia de suprimento) 5 - -
Atividades dos clientes (cadeia de distribuição) 5 - -
Visão de todo o negócio ou visão sistêmica 5 - -
Ciclo de vida útil do produto/serviço 5 - -
SUA RESPOSTA NA 1ª RODADA
ESPECIALISTA A
2ª RODADA
Caso sua resposta da Rodada não tenha sido convergente com a maioria favor indicar se V.
Sª. a mantém ou não:
( ) MANTER A RESPOSTA DA 1ª RODADA
( ) CONSIDERAR A RESPOSTA DESTA RODADA, CONFORME QUADRO A
SEGUIR PREENCHIDO:
Categorias e Subcategorias 2ª RODADA
1 ANÁLISE DA CADEIA DE VALOR Peso (1 a 5)
1.1 Cadeia de Valor
Elos/Etapas/Atividades da cadeia de valor interna e externa
Identificação da cadeia de valor
Integração vertical
Atividades, compromissos ou exigências aos fornecedores (cadeia de
suprimento)
Poder de negociação dos fornecedores (cadeia de suprimento)
Atividades dos clientes (cadeia de distribuição)
Visão de todo o negócio ou visão sistêmica
Ciclo de vida útil do produto/serviço
140
APÊNDICE F – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS APLICADO
NA TERCEIRA RODADA DELPHI
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
Unidade Acadêmica de Pesquisa e Pós-Graduação
PPG em Ciências Contábeis
São Leopoldo, 15 de junho de 2008.
TERCEIRA RODADA COM O PAINEL DE ESPECIALISTAS
Instrumento de coleta de dados da terceira Rodada
Como o objetivo é buscar consenso sobre categorias de temas relacionados com Gestão
Estratégica de Custos, nesta terceira rodada Delphi, portanto, as categorias nos quadros abaixo
são apenas aquelas que ainda não obtiveram consenso entre os especialistas.
OBS.: Em arquivo separado, em anexo, segue Resultado Geral da segunda rodada.
A enumeração significa a importância que cada categoria representa para o tema:
5 para totalmente importante;
4 para importante;
3 para média importância;
2 para pouco importante, e
1 para a menos importante.
As categorias sem peso devem ser aquelas que não se relacionam com o tema.
141
CATEGORIAS QUE NÃO OBTIVERAM CONSENSO NA 2ª RODADA DELPHI
Categorias e Subcategorias Especialistas
2 ANÁLISE DA CADEIA DE VALOR A B C
1.1 Cadeia de Valor - -
Integração vertical 5
- -
Atividades, compromissos ou exigências aos fornecedores (cadeia de
suprimento)
5
- -
Poder de negociação dos fornecedores (cadeia de suprimento) 5
- -
Atividades dos clientes (cadeia de distribuição) 5
- -
Visão de todo o negócio ou visão sistêmica 5
- -
Ciclo de vida útil do produto/serviço 5
- -
3ª RODADA
Caso sua resposta da Rodada não tenha sido convergente com a maioria favor indicar se V.
Sª. a mantém ou não:
( ) MANTER A RESPOSTA DA 2ª RODADA
( ) CONSIDERAR A RESPOSTA DESTA RODADA, CONFORME QUADRO A
SEGUIR PREENCHIDO:
Subcategorias 3ª RODADA
Integração vertical
Atividades, compromissos ou exigências aos fornecedores (cadeia de
suprimento)
Poder de negociação dos fornecedores (cadeia de suprimento)
Atividades dos clientes (cadeia de distribuição)
Visão de todo o negócio ou visão sistêmica
Ciclo de vida útil do produto/serviço
SUAS RESPOSTAS SÃO AS
DO ESPECIALISTA C
142
APÊNDICE G – RESULTADO FINAL DAS RODADAS DELPHI
RESULTADO FINAL
Categorias e Subcategorias
Especialistas
3 ANÁLISE DA CADEIA DE VALOR A B C
1.2 Cadeia de Valor
Elos/Etapas/Atividades da cadeia de valor interna e externa 5 5 5
Identificação da cadeia de valor 5 5 5
1.2 ABC / ABM (Custeio e Gestão Baseados em Atividades) A B C
Direcionadores/Geradores (Cost-drivers) de recursos 5 5 1
Direcionadores Geradores (Cost-drivers) de atividades 5 5 5
Análise das atividades dos processos 5 5 5
Rastreamento dos custos 5 5 3
Atividades que agregam valor (atividades necessárias e desnecessárias) 5 5 4
Mapeamento das atividades 5 5 5
Relação entre atividades e consumo de recursos 5 5 2
1.3 Custos Ambientais A B C
Análise do ciclo de vida do produto 3 3 3
1.4 Custos Intangíveis A B C
Fatores intangíveis 3 4 2
Pesquisa e Desenvolvimento 3 3 2
1.5 TCO – Custo Total de Propriedade (Total Cost of Ownership) A B C
Identificação de fatores que acarretam elevados custos 5 5 4
Análise de custos do bem ou serviço antes de adquiri-lo 5 5 4
Evitar e/ou diminuir custos na aquisição 5 2 2
1.6 Custo dos Concorrentes A B C
Coleta e análise sistematizada das informações sobre o ambiente
externo
5 5 5
Engenharia Reversa 5 5 5
Possíveis estratégias e ações utilizadas pelos concorrentes 5 4 4
Monitoramento de outras empresas 5 4 4
Sistema de informações dos concorrentes 5 5 3
143
1.7 Lucro por Cliente A B C
Tempo mantido de clientes 5 3 2
Quantidade mantida de clientes 5 4 2
Volume de negócios por cliente 5 3 3
1.8 Custos Logísticos A B C
Planejamento Logístico 5 5 5
Movimentação de produtos/materiais 5 5 5
Distribuição de produtos 5 5 5
Transporte de produtos/materiais 5 5 5
Armazenagem/Estocagem 5 5 5
Logística Reversa 3 5 5
Fluxo de produção 5 5 5
Embalagem para manuseio e movimentação 5 5 5
Logística interna 5 5 5
Infraestrutura 4 4 4
Dimensões geográficas 3 3 3
Localização/Decisão de instalação 5 3 3
Terceirização logística 4 3 3
Processo de Pedido 3 5 5
Custos da Tecnologia da Informação 4 4 2
1.9 Alianças Estratégicas (Parcerias/Joint Ventures) A B C
Implementação de parcerias entre empresas 5 3 2
Acordos informais de cooperação 5 4 2
Compartilhar benefícios 5 5 2
Compartilhar ou acessar recursos 5 5 2
1.10 Custos interorganizacionais (Interorganizacional Cost
Management)
A B C
Rede de fornecedores 5 5 4
Modificações nos processos, produtos e serviços 5 4 5
Ações cooperativas 5 5 2
Compartilhamento de benefícios 5 5 2
1.11 Contabilidade Aberta (Open-Book Accounting) A B C
Identificação de oportunidades de redução de custos 5 5 3
Harmonização dos sistemas de informações 5 4 -
144
Categorias e Subcategorias Especialistas
2 ANÁLISE DOS DIRECIONADORES DE CUSTOS A B C
2.1 Direcionadores/Determinantes de Custos 5 - -
Capacidade ou utilização da capacidade de produção (execução) 5 5 5
Grau de complexidade (estrutural) 5 5 5
Layout de instalação (execução) 5 4 4
Configuração do produto (execução) 5 5 5
Tecnologia utilizada (estrutural) 5 5 5
Número de fábricas (estrutural) 5 4 4
Número de linhas de produtos (estrutural) 5 5 5
Economia de escala (estrutural) 5 5 5
Escopo (estrutural) 5 5 5
Custos de transação (estrutural) 5 4 4
2.2 Custos da Qualidade A B C
Sistemas de gestão da qualidade 5 5 5
Perdas de materiais – Refugo 4 4 4
Reaproveitamento de materiais 4 4 4
Sucata 3 3 4
Ineficiência de mão de obra ou equipamentos 3 3 4
Custos de prevenção 5 5 4
Custos de avaliação 4 4 4
Falhas internas e externas 5 5 5
Devoluções 5 5 5
Desperdícios 3 3 3
Sobras 3 3 3
Defeitos 3 3 3
Categorias e Subcategorias Especialistas
3 ANÁLISE DO POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO A B C
3.1 Missão ou metas 5 - -
Construir 5 5
2
Manter 5 5 2
Colher 5 5 2
3.2 A forma escolhida para competir em seu segmento (Vantagem
competitiva)
A B C
Baixo Custo 5 3 2
Diferenciação 5 3 2
145
3.3 Custo-Meta/Custo-Alvo (Target Cost) A B C
Lucro desejado 5 5 3
Preços definidos pelo mercado 5 4 4
Desenvolvimento de projeto de produto 5 5 5
Identificação das necessidades dos clientes 5 5 3
Integração entre os departamentos para reduzir custos 5 5 3
Cálculo do custo máximo 5 5 5
Pressionar o fornecedor para reduzir preço 5 3 2
Foco no projeto (antes da produção) 5 5 2
Foco no cliente 5 5 2
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