O argumento
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está voltado para a história de Leonardo da Vinci, sua biografia
e invenções. O entorno, definido como a construção conceitual da himermídia
(BAIRON, 2003) apresenta a interface com o aspecto de um papel rústico tal como
nos manuscritos do século XV. As bordas do papel aparecem como se estivessem
desgastadas pela ação do tempo além de reproduzirem a escrita de trás para frente,
característica marcante da forma de escrever de Leonardo, compondo a estética do
ambiente e convidando para a imersão.
Nessa hipermídia as imagens referenciais se misturam com o discurso verbal
e se apresentam de formas variadas como manuscritos, desenhos, animações,
vídeo, obras de arte, e desempenham uma função referencial, na medida em que
mostram coisas que as palavras não poderiam alcançar.
A narração feita em voz over
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tem a função de fornecer informações gerais
que, as imagens não podem dar, sobre a época do Renascimento, como: lugares,
datas, eventos, etc..., com o objetivo de situar o estudante no contexto histórico além
de orientar sobre as formas de exploração dos conteúdos.
Por outro lado, a música tem como função principal complementar a
linguagem verbal oral e a visual, permitindo ao estudante observar, através da
inflexão da voz, as características da oralidade como linguagem híbrida, entre o som
e o verbo. (SANTAELLA, 2001, p.397)
Nas representações dos instrumentos musicais, como o exemplo da Viola
Organista, Santaella (2001, p. 397) ressalta que:
[...] as notas desse instrumento musical estão afinadas no modo ‘dórico’
começando pela nota ré (própria desse modo). Sob esse ângulo a
hipermídia revela fidelidade documental visto que, na época de Leonardo a
música, ou melhor, a sintaxe convencional da música, vivia seu momento
modal deixado pela herança grega.
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De acordo com Bairon, o argumento se refere ao “momento em que planejamos o contexto imagético
(tridimensional ou não) no qual habitarão as interações” (2003, p. 2).
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Lúcia Santaella, em seu livro Matrizes da Linguagem e do Pensamento apresenta uma classificação sobre os
tipos de narração da “matriz áudio que é composta por vozes que se dividem em: voz in, quando o receptor vê
quem fala, voz off, quando o receptor não vê quem fala, mas o enunciador dessa fala fica sempre pressuposto.
Trata-se de um narrador interno ao ambiente criado pela hipermídia e voz over, quando o receptor não vê quem
fala e o enunciador da fala não é localizável dentro do ambiente da hipermídia. Trata-se, pois de um narrador
externo”. (2001, p. 392)