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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO - PPGCI
ESCOLA DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO - ECI
ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DOS PESQUISADORES EM CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO NOS PERIÓDICOS BRASILEIROS
Júlio Vitor Rodrigues de Castro
BELO HORIZONTE
2009
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1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS - UFMG
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO - PPGCI
ESCOLA DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO - ECI
ANÁLISE DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DOS PESQUISADORES EM CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO NOS PERIÓDICOS BRASILEIROS
Júlio Vitor Rodrigues de Castro
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) da
Escola de Ciência da Informação da Universidade
Federal de Minas Gerais para obtenção do Título de
Mestre em Ciência da Informação.
Linha de Pesquisa: Organização e Uso da
Informação.
Orientadora: Prof. Dra. Marlene de Oliveira
BELO HORIZONTE
2009
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2
Ficha catalográfica: Biblioteca Profª Etelvina Lima, Escola de Ciência da Informação da UFMG
Castro, Júlio Vitor Rodrigues de.
C355a Análise da produção científica dos pesquisadores em Ciência da
Informação nos periódicos brasileiros / Júlio Vitor Rodrigues de Castro. –
2009.
127 f. : il.
Apêndices: 108-120.
Anexos: 121-127.
Orientadora: Marlene de Oliveira.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais,
Escola de Ciência da Informação.
Referências: f. 102-107.
1. Ciência da informação – Teses. 2. Comunicação na ciência – Teses.
3. Periódicos brasileiros – Teses. I. Título. II. Oliveira, Marlene de. III.
Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Ciência da Informação.
CDU: 002:5
3
Dedico esta pesquisa aos meus Professores Ms.
José de Alimatéia, Ms. Marina Cajaíba e Dra.
Marlene de Oliveira, pelo incentivo nesta
etapa.
Dedico à minha mãe Lucrécia, a quem
agradeço pela minha existência e formação
como Ser humano.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus pela sua presença constante em todos os momentos.
À minhas irmãs Joyce e Juscélia pelo apoio, carinho e respeito, à Lucrecia, minha mãe a quem
amo por tudo que ela é e por tudo que me proporcionou e proporciona.
Aos meus Avós maternos Maria das Dores (Dorzinha) e José Rodrigues (Zé Levino), pelos
exemplos de humildade e sabedoria e ao meu avó paterno Aureliano Rodrigues.
Aos meus amigos que me acompanharam positivamente. Ao meu amigo e quase Pai Padre
Antônio Carlos pelas orações e boas conversas sobre a vida.
Ao meu amigo Mestre da Vida João Carlos Faria (Tororó), pessoa importante em minha vida,
a quem não sei como poderei retribuir o imenso carinho e atenção dispensados.
À minha amiga Dalgiza Andrade Oliveira, companheira notável na minha jornada de
formação profissional, constituindo uma importante parceria que rendeu bons frutos.
Aos colegas do mestrado Ronaldo Araújo, grande amigo e irmão, Letícia Alves, Ana Maria
Mattos, Júlia Gonçalves, Edvânio Duarte e Alberth Santana pelos debates e ricas conversas
sobre a Ciência da Informação.
Á minha Orientadora Marlene de Oliveira, que, com enorme paciência e dedicação, orientou
este cara ansioso e relapso.
Aos professores Carlos Alberto Ávila, Eduardo Wense Dias, Lídia Alvarenga, pelos
importantes debates acerca da Ciência da Informação.
A todos os atores humanos e não-humanos, que, mobilizados de alguma forma, contribuíram
para tecer a rede que compôs esta dissertação.
5
“Perceber a transformação epistemológica em
curso é perceber que lá, onde esperávamos
encontrar o simples, está o complexo, o
infinitamente complexo. Que quanto mais fina é
a análise, maior a complexidade que se abre à
nossa frente”
Olga Pombo
6
RESUMO
CASTRO, Júlio Vitor Rodrigues de. Análise da produção científica dos pesquisadores em
Ciência da Informação nos periódicos Brasileiros. 2009. 128 f. (Dissertação de Mestrado).
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação. Escola de Ciência da Informação da
Universidade Federal de Minas Gerais. 2009.
Estudo da produção científica dos pesquisadores abrigados nos Programas de Pós-Graduação
em Ciência da Informação no Brasil. O objetivo foi analisar a produção dos
pesquisadores/docentes da Ciência da Informação veiculada em periódicos científicos, nos
últimos nove anos, período equivalente a três triênios de avaliação dos programas pela
CAPES. Buscou-se identificar os pesquisadores ativos, os artigos oriundos de pesquisas, as
temáticas preferenciais de pesquisa dos pesquisadores que integram a Ciência da Informação.
A metodologia utilizada incluiu procedimentos quantitativos e qualitativos. A coleta dos
dados foi feita em sua maioria nos sites dos programas de pós-graduação, da CAPES, na
Plataforma Lattes do CNPq e nos periódicos consultados. Foram identificados 12 periódicos
específicos da Ciência da Informação e dois interdisciplinares. Identificou-se um total de 128
pesquisadores/docentes, que produziram a soma de 376 artigos veiculados em 14 periódicos.
Desta mostra foram filtrados 186 artigos divulgados como frutos de pesquisa. As temáticas
preferidas dos pesquisadores foram classificadas segundo a Taxonomia da Ciência da
Informação de Donald T. Hawkins. O tema mais pesquisado, com 8,6% do total, foi
Comunicação cientifica que integra a classe Produção Editorial e Distribuição. Em segundo
lugar, com 7,5%, ficaram temáticas incluídas na classe pesquisa em Ciência da Informação.
Os resultados mostraram um esforço da comunidade de pesquisadores em um maior
comprometimento com a pesquisa e com a divulgação de artigos científicos. Mas, apesar do
aumento de pesquisadores docentes, na maioria dos programas prevê-se a necessidade de
intensificar compromissos na realização de pesquisas e crescimento do número de artigos por
parte dos pesquisadores e dos programas de pós-graduação.
Palavras Chave: Produção científica. Ciência da Informação. Pesquisadores/Docentes.
Periódicos Científicos. Artigo Científico.
7
ABSTRACT
This research is a study of the Scientific Production of the researchers involved in Information
Science Post Graduation courses all around Brazil. The main objective was analyze the
scientific production of those docent researchers of Information Science related to scientific
periodicals, in the last nine years, subdivided into an analysis of three periods, containing
three years each, all related to CAPES Qualis program. The research aimed identify the active
researchers, the research related articles and the preferable topics methods used by the
researchers involved in the Information Science. The methodology used to accomplish the
proposed objective, includes qualitative and quantitative procedures. The data swabbed was,
in its majority, done in web-sites related to CAPES post graduation programs, in its Lattes
platform of CNPq, and in the searched periodicals. Twelve specific Information Science
periodicals were identified, and two interdisciplinary, out of 128 docents researchers, that
produced a total of 376 related articles in 14 periodical. As a result, 16 articles were filtered
and published. The favorite thematic, according to Donald T. Hawkins Science Information
Taxonomic table, were classified. Within 8,6% of the total, the most researched theme was
Communication Science, that integrates the classification of Distribution and Editorial
Production. In second place, within 7,5%, were the thematic included in the classification of
Information Science Research. The acquired results show an effort, by the researchers, into a
grater research commitment and into an enhance of scientific articles divulgation. But on the
other hand, although the researches have shown increases in commitment, divulgation, and
number of researchers, it is still necessary to intensify the compromise with an improvement
of the number of researches and articles divulgated, by researchers and post graduation
programs.
Keywords: Scientific production. Information Science. Researchers/Faculty. Scientific
Journals. Scientific articles.
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Modelo Garvey-Griffith .......................................................................................... 20
Figura 2 – Processo de produção e comunicação na ciência .................................................. 23
Quadro 1 – Diferenças entre os elementos formais e informais ............................................. 24
Figura 3 – Diagrama de áreas e conexões interdisciplinares .................................................. 32
Quadro 2 - Periódicos da Ciência da Informação ................................................................... 48
Quadro 3 – Programas de Pós-Graduação em Ciência da Informação com pontuação na
avaliação da CAPES ................................................................................................................... 60
Gráfico 1 – Crescimento da comunidade de pesquisadores ................................................... 62
Gráfico 2 – Artigos publicados em periódicos específicos da área e outros .......................... 68
Gráfico 3 – Tipologia dos Artigos ............................................................................................. 72
Gráfico 4 – Comunidade científica e sua produtividade - IBICT .......................................... 74
Gráfico 5 – Comunidade científica e sua produtividade – PUCCAMP ................................ 75
Gráfico 6 – Comunidade científica e sua produtividade – UFBA .......................................... 76
Gráfico 7 – Comunidade científica e sua produtividade – UFF ............................................. 77
Gráfico 8 – Comunidade científica e sua produtividade – UFMG ........................................ 78
Gráfico 9 – Comunidade científica e sua produtividade – UFPB .......................................... 79
Gráfico 10 – Comunidade científica e sua produtividade – UFRGS ..................................... 80
Gráfico 11 – Comunidade científica e sua produtividade – UFSC ........................................ 81
Gráfico 12 – Comunidade científica e sua produtividade – UNB .......................................... 82
Gráfico 13 – Comunidade científica e sua produtividade – UNESP ...................................... 83
Gráfico 14 – Comunidade científica e sua produtividade – USP ........................................... 84
Gráfico 15 – Artigos do periódico DataGramaZero................................................................ 87
Gráfico 16 – Artigos do periódico Ciência da Informação ..................................................... 88
Gráfico 17 – Artigos do periódico Perspectivas em Ciência da Informação ......................... 89
Gráfico 18 – Artigos do periódico Informação & Sociedade .................................................. 90
Gráfico 19 – Artigos do periódico Transinformação .............................................................. 90
Gráfico 20 – Artigos do periódico Encontros Bibli ................................................................. 91
Gráfico 21 – Assuntos mais pesquisados .................................................................................. 95
9
LISTA DE TABELAS
F
Tabela 1 – Número de pesquisadores/docentes em atividade por programas ...................... 61
Tabela 2 – Perfil dos pesquisadores por formação na graduação .......................................... 63
Tabela 3 – Perfil dos pesquisadores por formação no mestrado ............................................ 64
Tabela 4 - Perfil dos pesquisadores por formação no doutorado .......................................... 65
Tabela 5 - Pesquisadores por temas de pós-doutoramento .................................................... 66
Tabela 6 – Pesquisadores bolsistas de produtividade em pesquisa no CNPq ....................... 67
Tabela 7 – Média de artigos publicados por ano nos periódicos da área .............................. 70
Tabela 8 – Média de Artigos publicados por pesquisadores e programas ............................ 71
Tabela 9 – Artigos distribuídos por triênio nos periódicos selecionados .............................. 86
Tabela 10 – Distribuição da produção por títulos de periódicos e programas de Pós-
Graduação ................................................................................................................................... 92
Tabela 11 – Artigos frutos de pesquisa publicados por triênio .............................................. 93
Tabela 12 – Assuntos mais pesquisados .................................................................................... 94
Tabela 13 – Assuntos mais pesquisados por triênio ................................................................ 96
Tabela 14 – Média do período de desatualização dos currículos Lattes............................... 98
10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABDF - Associação dos Bibliotecários do Distrito Federal
ANCIB – Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação
BDC - Departamento de Biblioteconomia e Documentação
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento do Ensino Superior
CI – Ciência da Informação
CID - Departamento de Ciência Da Informação e Documentação
CIN - Departamento de Ciência da Informação
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
EB/UFMG – Escola de Biblioteconomia da UFMG
Eco/UFRJ – Escola de Comunicação da UFRJ
ENANCIB - Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação
IBBD - Instituto de Bibliografia e Documentação
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
POSICI - Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
PPGCI – Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
PPGCOM - Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação
RBB - Revista de Biblioteconomia de Brasília
UEL – Universidade Estadual de Londrina
UFBA – Universidade Federal da Bahia
UFF – Universidade Federal Fluminense
UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais
UFPB - Universidade Federal da Paraíba
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
UNESP – Universidade do Estado de São Paulo
USP – Universidade de São Paulo
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 16
2.1 Atividade científica ......................................................................................................... 18
2.2 Características da atividade científica .......................................................................... 19
2.3 A comunicação científica como dimensão da atividade científica .............................. 20
2.4 Características da Comunicação Científica ................................................................. 23
2.5 A pesquisa científica em Ciência da Informação no Brasil ......................................... 25
2.5.1 Pequena abordagem sobre as interações interdisciplinares da Ciência da
Informação .................................................................................................................................. 29
3 HISTORICIDADE E CRIAÇÃO DOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. ................................................................................................ 34
4 O PERIÓDICO CIENTÍFICO ...................................................................................... 41
4.1 Histórico do periódico - Gênese ..................................................................................... 41
4.2 Funções do periódico científico ...................................................................................... 44
4.3 Os periódicos em Ciência da Informação no Brasil (breve histórico) ....................... 47
5 METODOLOGIA ........................................................................................................... 55
5.1 Objeto de estudo ............................................................................................................. 55
5.2 Procedimentos de Coleta dos Dados ............................................................................. 56
5.3 Procedimento de Análise dos Dados ............................................................................. 56
5.4 Limitações na coleta e análise dos dados ...................................................................... 58
6 RESULTADOS ............................................................................................................... 60
6.1 Perfil dos Pesquisadores ................................................................................................. 61
6.2 Produção de Artigos por Programas ............................................................................ 68
6.3 Produção de Artigos e Produção de Artigos Frutos de Pesquisa ............................... 72
6.4 Produção de Artigos por Periódicos ............................................................................. 86
12
6.5 Análise da Produção nos Periódicos ............................................................................. 91
6.6 A temática dos artigos frutos de pesquisa .................................................................... 93
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 99
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 102
APÊNDICE A – ÁREAS DE FORMAÇÃO ACADÊMICA DOS PESQUISADORES .... 108
APÊNDICE B – QUADRO COMPARATIVO DA CLASSIFICAÇÃO DOS
PERIÓDICOS DE ACORDO COM OS NOVOS CRITÉRIOS DO QUALIS DA CAPES110
APÊNDICE C – PERFIL DESCRITIVO DA FORMAÇÃO DOS PESQUISADORES
DOCENTES .............................................................................................................................. 111
APÊNDICE D – ASSUNTOS MAIS PESQUISADOS .......................................................... 118
ANEXO A – COMUNICAÇÃO SOBRE O “CONVÊNIO UFF/GCI-MCT/IBICT” ........ 121
ANEXO B – INFORMATION SCIENCE TAXONOMY – DONALD T. HAWKINS ..... 122
13
1 INTRODUÇÃO
A atividade científica relaciona-se com a comunicação científica na medida em que os
pesquisadores buscam divulgar seus estudos e pesquisas. Esse tipo de comunicação é visto
também como o processo de socialização do pesquisador. Este processo de socialização, em
qualquer disciplina do conhecimento humano, parece envolver todo um sistema de
comunicação, possuindo uma estrutura muito peculiar e preservando características inerentes
a cada área do saber científico.
A comunicação que envolve o processo da pesquisa é comumente divulgada em periódicos
científicos, teses, dissertações, capítulos de livros, anais de congressos, livros, reuniões,
conferências, e outros. Ressalta-se que, na atividade científica, a publicação dos resultados
possibilita notadamente que o pesquisador tenha visibilidade e reconhecimento.
um consenso entre os pesquisadores de que qualquer área da Ciência, para consolidar-se,
necessita de mecanismos eficazes de socialização e reprodução da ciência. Segundo Franken
(1978, apud OLIVEIRA, 1989 p.6), entendem-se como tais mecanismos as instituições, a
formação de recursos humanos e as revistas científicas. Nesse sentido a prática da ciência
envolve mecanismos próprios para sua reprodução e crescimento dos conhecimentos.
A Ciência da Informação tem pesquisado sistemas de comunicação em diferentes áreas do
conhecimento. Um dos precursores de pesquisa deste tema foi Garvey (1979), que trouxe
muitas contribuições para a compreensão do processo de comunicação científica. No Brasil,
esses estudos iniciaram-se e cresceram no Curso de mestrado do IBICT, desenvolvendo-se,
depois, nos demais programas.
Existe uma literatura razoável sobre a pesquisa científica na Ciência da Informação no Brasil.
Conforme Oliveira (1998), Miranda e Barreto (2000) a pesquisa na área mostra-se
fragmentada e dispersa o que dificulta um delineamento do conhecimento produzido. Alguns
estudos apresentam resultados parciais, outros focalizam alguma instituição sem uma
preocupação com a continuidade e regularidade da investigação. Outras dificuldades em
integrar (sintetizar) tais estudos estão ligadas à própria estrutura da Ciência da Informação,
que se mostra diferente de outras áreas mais consolidadas. Sua estrutura é dividida em
diversas subdisciplinas, conforme apresentam Pinheiro e Loureiro (1995) em estudo realizado
14
no IBICT/UFRJ. Por outro lado, Saracevic (1999) percebe a estrutura da Ciência da
Informação – CI dividida em duas grandes áreas ou subdisciplinas, cada uma com suas
subáreas ou especialidades. Ele visualiza o mapa da Ciência da Informação como uma figura
onde os autores estão distribuídos conforme suas conexões. Para ilustrar esta idéia o autor usa
a metáfora de White e McCain (1998 apud SARACEVIC, 1999, p. 1055), “tal como as coisas
se tornaram, Ciência da Informação parece algo como a Austrália: altamente em
desenvolvimento em suas áreas costeiras e com um interior escassamente povoado”.
1
Partem daí as indagações desta investigação: como os pesquisadores da Ciência da
Informação divulgam sua produção científica? Quais são suas preferências temáticas? As
pesquisas estão se concentrando em temáticas duradouras? Quais são as de maior
predominância?
Na tentativa de dirimir tais questões, pretende-se analisar a produção científica dos
pesquisadores abrigados nos programas de pós-graduação em Ciência da Informação,
cadastrados na CAPES.
Estudos afirmam que, no Brasil, a pesquisa científica apresenta-se mais coesa e intensa nos
programas de pós-graduação, não na Ciência da Informação, mas, também, nas demais
áreas do conhecimento. Parte-se também da idéia de que grande parte das pesquisas realizadas
é veiculada em periódicos científicos. Por tratar-se de Programas de Pós-Graduação
credenciados, optou-se pela escolha dos periódicos nacionais listados na base de dados
Qualis, da CAPES, para coleta de informações sobre a publicação de pesquisas. Pretende-se
analisar a produção científica brasileira dos pesquisadores/docentes dos Programas de Pós-
graduação em Ciência da Informação nos últimos nove anos, visando identificar o número de
pesquisadores ativos, sua formação, preferências temáticas, classificação das temáticas das
pesquisas.
Optou-se por selecionar os últimos 9 anos, o que equivale a três triênios de Avaliação pela
CAPES. No último período os Programas de Pós-Graduação obtiveram variações de
pontuação na avaliação da Capes, o que pode ser reflexo da produção de artigos científicos
dos pesquisadores.
_____________
1
As things turn out, Information Science looks rather like Austrália: Heavily coastal in its development, with a
sparsely settled inland”.
15
Esta pesquisa está inserida no grupo de pesquisa Fundamentos epistemológicos da Ciência da
Informação, cadastrado no Diretório de Grupos de Pesquisas do CNPq sob a liderança da
Prof. Dra Marlene Oliveira.
16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A abordagem sobre a ciência, para efeito desta pesquisa, implica em buscar um entendimento
geral do que vem a ser ciência, buscando compreendê-la em uma das suas atividades mais
relevantes, que é a pesquisa científica. Não é pretensão deste estudo fazer um levantamento
extenso na literatura sobre os conceitos de ciência. Deste modo, procura-se relacionar ciência,
investigação científica e comunicação científica. Além disso pretende-se, também,
compreender a relação com a produção científica que é a parte concreta do processo final da
investigação científica e que se manifesta por meio dos canais formais e informais de
comunicação científica.
Ziman (1979, p. 17) afirma que a ciência “é, inegavelmente, um produto consciente da
humanidade, com suas origens históricas bem documentadas, um escopo e um conteúdo bem
definidos; além do mais, conta com praticantes e expoentes reconhecidamente profissionais.”
O autor entende a ciência como conhecimento e, por conseguinte, apresenta-a como um
conjunto de atividades intelectual, conceitual e abstrata. Por outro lado, Ziman (1979) aborda
o aspecto público da ciência, e seus relacionamentos entre os pares, sendo, assim, moldada e
determinada pelas relações sociais entre os indivíduos que nela atuam.
Ziman (1979), em seu livro Conhecimento Público, argumenta que a ciência se tangencia na
publicação. Desta forma, ele aborda a ciência como “Conhecimento Público”; assim,
aprofunda a questão quando considera que
a ciência não significa simplesmente conhecimentos ou informações publicados.
[...] O conhecimento científico é mais do que isso. Seus fatos e teorias têm de
passar por um crivo, por uma fase de análises críticas e de provas, realizadas por
outros indivíduos competentes e desinteressados, os quais deverão determinar se
eles são bastante convincentes para que possam ser universalmente aceitos. O
objetivo da ciência não é apenas adquirir informação, nem enunciar postulados
indiscutíveis; sua meta é alcançar um consenso de opinião racional que abranja
o mais vasto campo possível. (ZIMAN, 1979, p. 24).
O Filósofo Bunge (1980, p. 41) conceitua:
A ciência de um determinado período pode ser considerada tanto um sistema
conceitual, como um sistema concreto. No primeiro caso, considera-se a ciência
como um sistema de dados, hipóteses, teorias e técnicas, e, no segundo, como um
sistema composto de pesquisadores, seus auxiliares e suas equipes de pesquisa
(instrumentos, livros, etc.). Em ambos os casos, a palavra ‘sistema’ evoca a idéia de
17
que, longe de ser um mero conjunto ou aglomerado, a ciência é um objeto complexo,
composto por unidades independentes.
O autor ainda considera que, “todo centro de pesquisa científica é um sistema social e um
subsistema da cultura de uma comunidade”.
2
Desse modo um centro de pesquisa em
Matemática reflete um conjunto de idéias, crenças e valores da comunidade dos Matemáticos.
Os autores estudados deixam subentendida a idéia de que o processo de construção da ciência
não está acabado, a ciência está sempre em desenvolvimento, o estudo desta atividade deixa
evidente sua singularidade e suas peculiaridades. E uma das peculiaridades mencionadas por
Ziman (1979), é em relação a sua imunidade. O autor aborda que a “Ciência não é imune à
moda. [...] Se todo mundo seguisse unicamente as correntes de pensamento que estivessem
em voga, teríamos, aí, a impressão falsa de um consenso geral; a inibição da atividade
científica”. Visto que a atividade científica exige reflexão e análise não somente das
teorias/métodos utilizados, como, também, da observação, a ocorrência de fatos ou
fenômenos que estão presentes quase com uma regularidade, sendo tratados como fato básico
ou Lei que poderá servir de “sólido alicerce” para a estrutura de uma teoria. E o consenso
obtido por parte de uma coletividade torna-se importante para a aproximação de uma verdade
científica, e a construção de um novo conhecimento. Para muitos filósofos não existe um
processo infalível para se erradicar de maneira definitiva o último resquício de dúvida daquilo
que é chamado de conhecimento. (ZIMAN, 1979). Desta forma pode-se perceber que
conceituar ciência não é uma tarefa simples, justamente porque não se poderá conseguir
chegar à precisão e perfeição que essa definição parece exigir.
No pensamento de Ziman (1979), uma pessoa pode dedicar-se à ciência e obter extraordinário
sucesso na sua atividade cientifica sem, no entanto, pretender ter uma noção exata do que a
ciência seja na sua totalidade.
_____________
2
Comunidades científicas são descritas como grupos de indivíduos ligados às instituições formais, como
universidades, institutos de pesquisa e sociedades científicas, e também informais, como colégios invisíveis,
que designa uma rede informal de comunicação e colaboração constituída por pesquisadores que, em dado
momento, estão interessados e envolvidos em um mesmo problema de pesquisa. (ZIMAN, 1984 apud
MUELLER, 2007).
18
2.1 Atividade científica
A busca constante de explanações, ou soluções, para os problemas da sociedade e da própria
ciência, reflete-se na atividade científica (SOUSA, 2001). A investigação é uma das ações da
Ciência e nela se concentram os experimentos e os resultados. Destes resultados surgem
novos problemas e conhecimentos que irão fornecer novos questionamentos, permitindo a
construção de outros conhecimentos e assim observa-se o avanço da ciência.
A pesquisa científica é um processo que consiste na investigação de determinado objeto ou
fenômeno e esta torna-se responsável pelo desenvolvimento da ciência ou, especificamente,
de um campo científico
3
(BUNGE, 1980). A atividade científica desempenha importante
papel para a formalização e a segurança das descobertas na ciência por basear-se no método
científico.
4
Esta prática, segundo Ziman (1979, p. 15), “é uma atividade altamente consciente, deliberada
e racional, representando a antítese [dos] modelos de comportamentos tradicionais, semi-
racionalizados e quase inconscientes”. Isso, justamente por esta atividade basear-se no método
científico, que possui rigor, permitindo, assim a prática científica. Esta prática científica, “ao
contrário do conteúdo teórico de qualquer ramo da ciência, é uma arte prática, que não se
aprende nos livros e sim através [...] da experiência” (ZIMAN, 1979, p. 23).
Para Sousa (2001), a “abordagem científica possui critérios e regras que caracterizam o
trabalho do cientista”. Este autor indica a logicidade (integridade gica) e observabilidade
(verificação empírica) como alguns dos critérios da abordagem científica, considerando que
ambos são essenciais à pesquisa científica. Um ponto relevante destacado por Sousa (2001) é
que o “conhecimento (descobertas) das coisas que nos cercam precisa fazer sentido, mas,
também, corresponder aos fatos e fenômenos que observamos”. Sendo assim, o resultado de
uma pesquisa científica é produto de uma observação baseada em fundamentos lógicos e
fundamentada em uma teoria científica. Um novo conhecimento científico deve estar sempre
associado a um método e teoria científicos, garantindo, desta forma, o rigor científico e se
enquadrando dentro do processo de construção do conhecimento científico.
_____________
3
Campo científico é considerado como um espaço relativamente autônomo, dotado de leis próprias, onde se
inserem os agentes, as instituições que produzem, reproduzem ou difundem a ciência (BOURDIEU, 1997, p. 14)
4
“Todo método pressupõe o objeto e deve ser visto como o caminho que nos conduz a ele em vista de conhecê-
lo. [...] pressupõe [também] a formulação de problemas, a introdução de recortes e a seleção de aspectos
atinentes ao objeto a ser conhecido [...]”. (DOMINGUES, 2005, p. 20).
19
Ziman (1969) aponta que o verdadeiro objetivo da pesquisa cientifica é contribuir para o
consenso do conhecimento universalmente aceito. O autor também a considera como uma
atividade eminentemente social e uma atividade primordial para as descobertas científicas,
pois é por meio das descobertas que se torna possível produzir conhecimentos originais. A
atividade de pesquisa, em sua dimensão social, integra a responsabilidade do cientista.
2.2 Características da atividade científica
Compreende-se como responsabilidade do cientista, que o resultado de sua pesquisa seja algo
novo que se torna público para que o autor possa “reclamar-lhe a paternidade”. Uma
importante característica aferida à ciência por Solla Price (1976) são as matérias primas
utilizadas na ciência, que “são todas as contribuições dadas por seus contemporâneos e
predecessores.” O autor ainda faz uma breve comparação do processo de criação dos
trabalhos científicos com o de “coser ou a maneira de acomodar as peças de um quebra-
cabeça, ligando-se uma às outras. Cada artigo científico parece ter sido elaborado a partir de
uma dúzia de artigos anteriores” (SOLLA PRICE, 1976, p. 117). Como foi falado
anteriormente, o conhecimento novo surge a partir de conhecimentos existentes.
Ziman (1979, p. 25) coloca a atividade científica como um empreendimento corporativo, pois
todo cientista com seus próprios olhos e com os de seus predecessores e colegas.
Nunca se trata de um único indivíduo que passa sozinho por todas as etapas da
cadeia lógica indutiva, e sim de um grupo de indivíduos que partilham entre si o
trabalho mas fiscalizam permanentemente e zelosamente as contribuições de cada
um [...]. A platéia à qual são endereçadas as publicações científicas não é passiva
[...].
Para compreender o avanço da ciência, torna-se então necessário recorrer aos registros
produzidos pela atividade científica, tais registros materializam-se por meio da publicação
científica. Comumente a análise dos movimentos de uma área é medido pelas publicações. A
quantidade de informações a serem trabalhadas e pesquisas financiadas leva, neste sentido, os
governos, instituições financiadoras de pesquisas e outros organismos que fomentam a
atividade científica a buscar métodos quantitativos, para mensurarem a produção científica de
determinada área do conhecimento.
20
A mensuração então, aponta, como uma característica importante para verificar o crescimento
de uma área da ciência, sendo um desafio em várias etapas que requerem contínuo
aprimoramento dos instrumentos utilizados, como meio de evolução de seus conhecimentos.
(WITTER, 2006, p. 289).
2.3 A comunicação científica como dimensão da atividade científica
O processo de comunicação na ciência é considerado por Garvey (1979) como a essência da
atividade científica, uma vez que está presente em todas as etapas de construção das
investigações. A comunicação entre os pares está presente desde as etapas iniciais do projeto,
até o momento em que os resultados poderão vir a ser citados por outros pesquisadores.
Os pesquisadores William Garvey e Belver Griffith propuseram um modelo de sistema de
comunicação científica que foca o processo de produção, disseminação e uso da informação,
refletindo com clareza a existência dos canais de comunicação científica. Este modelo de
comunicação foi atualizado por Hurd (1996, apud MARCHIORI, 2006, p. 5).
Figura 1 – Modelo Garvey-Griffith
Fonte:
Hurd apud Marchiori et al., 2006.
21
Este modelo sustentou que, uma vez iniciada uma pesquisa, seriam
produzidos vários relatórios preliminares no âmbito da instituição
patrocinadora da investigação e, normalmente, de cunho mais confidencial.
Na seqüência, observou-se que não eram produzidos apenas relatórios
internos, mas, também, passou a se tornar comum a ocorrência de
comunicações em eventos e até mesmo a publicação de relatórios e de
resultados preliminares em periódicos científicos conforme assevera
Meadows (1999) — antes mesmo da pesquisa ser finalizada. Uma explicação
para tanto é a necessidade dos pesquisadores obterem feedback dos pares
durante o andamento da pesquisa. (MARCHIORI, 2006, p. 5)
No momento em que o pesquisador atinge um novo conhecimento, precisa comunicá-lo aos
seus pares. Esta fase se faz necessária mediante a intensificação do processo de comunicação
do pesquisador com a sua comunidade científica. Desta forma, os processos de comunicação
desempenham papel essencial para o reconhecimento do conhecimento produzido por meio da
ampla difusão que o processo de comunicação cientifica pode permitir.
O fator chave para se obter o consenso de opinião localiza-se especificamente nas relações
sociais entre os cientistas, pois pesquisa científica é uma atividade social e que se estabelece
pela comunicação entre os pares, tanto pelos canais formais, quanto informais. Vista assim, a
comunicação científica é uma das formas que permite a confirmação, validação e construção
de novos conhecimentos, tanto de um único pesquisador como de um grupo de cientistas,
imbricados na busca por um consenso científico, para pesquisa individual ou em grupo.
Ziman (1979) considera que os resultados das pesquisas precisam ser comunicados aos seus
pares e que os mesmos devem apresentar flexibilidade adequada para receber uma avaliação
crítica. O mesmo autor afirma que “deixar de publicar o que por direito pertence ao consenso
é um crime contra a Ciência, que só pode ser justificado pelas exigências de um sistema social
cujos fins sejam outros” (ZIMAN, 1979).
Para Alvarenga (2000, p. 123), os estudos a respeito da comunicação científica podem ser
ainda considerados incipientes, mesmo que os programas de pós-graduação em Ciência da
Informação possuam produção específica neste assunto, que tem crescido
consideravelmente. A mesma autora pontua que “não se tem notícia de que o conhecimento
produzido a respeito da realidade nacional esteja sendo devidamente utilizado para o
planejamento de políticas de fomento e desenvolvimento das áreas da ciência e da tecnologia
no País” (ALVARENGA, 2000, p. 123). Percebe-se, então, uma possível fragilidade no uso
dos resultados das pesquisas por parte das Instituições ou Governos que fomentam as
pesquisas nacionais. Ainda segundo a autora, “os resultados de pesquisas, que têm por objeto
a comunicação científica, podem ser vistos como subsídios para os estudos epistemológicos e
22
arqueológicos no conhecimento de campos disciplinares constantes do sistema dos saberes”
(ALVARENGA, 2000, p. 123). Desta forma o estudo da comunicação científica pode,
também, se revelar muito importante para estudos epistemológicos de um dado campo
científico.
Para Silva et al. (2006, p. 172), a produção científica não se compõe apenas da realização da
pesquisa, “mas, principalmente, pela comunicação dos resultados desta pesquisa. O processo
de comunicação é de suma importância, pois a divulgação dos resultados obtidos é o primeiro
passo para que o conhecimento científico adquira confiabilidade e os autores credibilidade e
prestígio”. E assim, outros autores, como Ziman (1979) e Meadows (1999), também
consideram a produção cientifica como instrumento para se atingir o consenso entre os
pesquisadores, possibilitando que o conhecimento divulgado adquira confiabilidade,
credibilidade e prestígio.
Coelho (2001 apud DANUELLO; GUIMARÃES, 2005, p. 158), considera a produção
científica como um importante indicador de competência, internacionalmente reconhecido,
compreendendo o “trabalho original publicado numa revista considerada de boa qualidade
pela comunidade científica”. Castro (1985, p. 1 apud id. loc cit), considera
a produção científica como algo tangível, que pode ser avaliado e contado, pois
perde o sentido a atividade científica cujo desenvolvimento e resultados não são
descritos e comunicados, que as instituições de pesquisa e os pesquisadores atuais
são julgados pelo que conseguem apresentar por escrito. Desse modo, avaliar o
número de publicações de determinada área, instituição ou pesquisador, é medir sua
produção científica.
No glossário da Biblioteca Virtual em Saúde BVS, a expressão é definida como:
“cotejamento (reunião e análise) de toda literatura [científica] acerca de um tema ou de um
autor específico para fins de análise usualmente quantitativa”. Este conceito já se aproxima de
uma definição mais ampla de produção científica.
Desta forma, publicar os resultados das pesquisas torna-se uma norma. Recentemente, Hahn
(2008) vem confirmar o pensamento de que publicar os resultados é uma norma imposta pela
comunidade científica como um todo e os pesquisadores, no Brasil, precisam ter apoio das
instituições de fomento. Para isso, colocando que a produção científica deve ser entendida
como parte da atividade de pesquisa, assim como havia afirmado Meadows (1999, p. 161),
23
é necessário estabelecer que a atividade de pesquisa é inseparável da publicação dos seus
resultados.
Figura 2 – Processo de produção e comunicação na ciência
Fonte: Elaborado pelo autor da pesquisa.
2.4 Características da Comunicação Científica
A literatura sobre a produção científica mostra um processo intenso de comunicação, que
permeia as atividades dos pesquisadores. Este processo foi classificado em duas dimensões, a
saber: uma parte informal e outra formal. Garvey (1979), estudioso da temática, realizou
pesquisas em diferentes áreas para identificar os canais de comunicação na ciência e
identificou peculiaridades e diferenças nas duas dimensões de comunicação do conhecimento.
De acordo com Oliveira (1989, p.1), os canais informais não geram registros
sistematicamente, não são controlados e, portanto, implicam em estudos complexos que
exigem do pesquisador metodologias mais específicas e detalhadas”. Desta forma, a
comunicação informal é caracterizada por conversas telefônicas, préprints, e-mails, relatórios
técnicos, dentre outros, ou seja, tipos de comunicações mais intensas e que exigem maior
complexidade em investigações. Os canais informais se caracterizam pela comunicação de
caráter pessoal, mas podem gerar registros, aos quais se tem acesso limitado, e tiragem muito
pequena. No início da atividade científica, os comunicados entre os pesquisadores se
24
concentravam em cartas e, na atualidade, são muitos os meios de comunicação informal
como, congressos (Anais), reuniões de pesquisadores, e-mails, telefonemas entre outros.
Os canais formais, por sua vez, representam a parte visível do sistema de comunicação
científica. Ele configura o resultado da atividade científica na sua forma tangenciada. Essa
parte da comunicação científica se apresenta na forma de artigos de periódicos científicos,
livros, coletâneas e outros (OLIVEIRA, 1989). São caracterizados por uma comunicação de
maior abrangência, com grande tiragem e se concentram acentuadamente em livros e artigos
de periódicos (MEADOWS, 1999; Le COADIC, 1996; ZIMAN, 1969).
Estes dois canais de comunicação científica são considerados como os mais relevantes no
processo de geração do conhecimento científico. Sendo assim, desempenham papéis
essenciais para que os resultados de pesquisas possam ser amplamente aceitos pelos pares.
Ambos são indispensáveis, mas são utilizados em momentos distintos no processo de
divulgação dos resultados da pesquisa
Le Coadic (1996, p. 34) aponta algumas diferenças entre os elementos de comunicação formal
e informal. Segundo este autor eles se diferem sobretudo quanto à audiência, armazenamento,
atualidade da informação, orientação, redundância e interatividade.
Segue abaixo um quadro que aponta as principais diferenças entre os elementos formais e
informais da comunicação científica. Identificadas por Le Coadic (1996).
Quadro 1 – Diferenças entre os elementos formais e informais
Elemento Formal Elemento Informal
Pública (audiência potencial importante) Privada (audiência restrita)
Informação armazenada de forma permanente,
recuperável.
Informação em geral não armazenada,
irrecuperável
Informação relativamente velha Informação recente
Informação comprovada Informação não comprovada
Disseminação uniforme Direção do fluxo escolhida pelo produtor
Redundância moderada
5
Redundância às vezes muito importante
Ausência de interação direta Interação direta
Fonte: LE COADIC, Y-F. A ciência da informação. Brasília: Briquet de Lemos, 1996, p. 34.
_____________
5
Parte da Mensagem que pode ser eliminada, sem perda de dados essenciais.
25
Seguindo a tendência mundial, a Ciência da Informação brasileira utiliza os principais canais
da disseminação da produção científica, disponíveis para seus pesquisadores, os quais,
segundo Mueller, Campello e Dias (1996, p. 338), são os periódicos, livros, coletâneas, anais
e eventos científicos e profissionais, monografias, dissertações e teses. Estes canais, de certa
são forma, são responsáveis por dar visibilidade à produção científica da comunidade
cientifica brasileira em Ciência da Informação. Cabe salientar que, dentre estes produtos da
ciência, alguns encontram-se no espaço entre a informalidade e a formalidade, como anais de
encontros profissionais e monografias.
Uma característica muito importante do processo de comunicação formal é que os periódicos
científicos conferem autenticidade e isto pode ser indicado também como uma segurança, pois
para Ziman (1979, p. 124), “o artigo publicado numa revista conceituada não representa
apenas a opinião do autor; leva também o selo de autenticidade científica através do
imprimatur dado pelo editor e os examinadores que ele possa ter consultado”. Vista assim a
publicação é tomada como canal de legitimação e reconhecimento dos pares. O foco desta
pesquisa está nos canais formais de comunicação científica. Centrada na produção científica
veiculada nos periódicos.
2.5 A pesquisa científica em Ciência da Informação no Brasil
É consenso na literatura que o processo de formalização das atividades de Ciência da
Informação no Brasil data de 1972, quando, neste período, foi criado, no Instituto de
Bibliografia e Documentação IBBD hoje Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia – IBICT, o primeiro curso de mestrado em Ciência da Informação. Esta época foi
marcada pela atuação de professores visitantes estrangeiros tais como Tefko Saracevic,
Frederick W. Lancaster e outros, que orientaram pesquisadores precursores no curso de
mestrado implantado naquele instituto. (MIRANDA, BARRETO, 2000).
A formação acadêmica, foi uma fase importante na implantação de recursos humanos em
Ciência da Informação no país, sendo um fator essencial para o caminhar em pesquisa
científica. Dentre os primeiros especialistas na área, formados no Brasil, citam-se: Gilda
Maria Braga, Laura Maria Figueiredo, Hagar Espanha Gomes e outros, que multiplicaram
experiências e formaram outros professores/pesquisadores.
26
Miranda e Barreto (2000) entendem que o estudo mais completo sobre o estado da
investigação científica na área foi realizado por Marlene de Oliveira, apresentado como tese
na Universidade de Brasília, em 1998. Este estudo analisa a produção científica financiada
pelo CNPq no período de 1984 a 1993, identificando, também, as instituições de pesquisas,
perfil dos pesquisadores, temas mais estudados, tipos de investigação e as principais
abordagens metodológicas.
O estudo de Oliveira (1998) indica algumas das possíveis causas para o desenvolvimento das
pesquisas em Ciência da Informação no Brasil:
a) Aparecimento e consolidação dos cursos de pós-graduação;
b) Amadurecimento provocado pelos novos doutores;
c) Formação de massa crítica;
d) Maior investimento em Pesquisa;
e) Maior rigor do CNPq no julgamento dos processos de financiamento;
f) Aparato das tecnologias emergentes; e
g) Consolidação das linhas de pesquisa nos programas de pós-graduação. (OLIVEIRA,
1998).
Estas causas indicadas pela autora podem interferir diretamente ou indiretamente no processo
da atividade científica da área. Contudo, na medida em que os Programas de Pós-Graduação
em Ciência da Informação forem consolidando suas linhas de pesquisa, tais causas poderão
refletir positivamente na produção científica dos integrantes de cada linha.
Conforme Miranda e Barreto (2000), alguns acontecimentos significantes ocorridos em
paralelo ao período estudado por Oliveira (1998) colaboraram muito para o avanço das
pesquisas em Ciência da Informação no Brasil. Os autores apontam a consolidação dos cursos
de mestrado; o estabelecimento de cursos de Doutorado e a criação da Associação Nacional
de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação ANCIB - como fatos importantes
no avanço da pesquisa em Ciência da Informação.
Segundo Pinheiro (2000), nos programas e cursos de Pós-Graduação da área, estão
concentradas as atividades de pesquisa, uma vez que ela segue a tendência de outras áreas.
Assim, o estudo da produção de pesquisa da própria área pode ser considerado indício de
27
amadurecimento. No Brasil, tais estudos iniciaram-se na década de 90 e vêm se intensificando
desde então.
Na realidade brasileira, segundo Gomes (2006) argumenta, há um “reduzido número de
trabalhos que têm como objeto de análise o conhecimento produzido na área”. Mesmo que
estes estudos ainda sejam incipientes, trazem bons indicadores das pesquisas e apontam suas
possíveis fragilidades teóricas e metodológicas. Tal situação acaba permitindo à área e seus
pesquisadores uma ampla visão das características das pesquisas da Ciência da Informação,
possibilitando assim, uma reflexão das suas práticas e o incentivo, à área, a chegar ao
autoconhecimento. Para Oliveira (1998, p. 64),
um dos desafios que hoje se apresenta para a Ciência da Informação é o de
desenvolver a capacidade de refletir e teorizar sobre suas práticas para, assim,
construir conhecimentos teóricos. O caminho da investigação científica é o mais
comum para a construção de teorias; por isso, uma das principais preocupações da
área se expressa na busca de seu próprio entendimento do que é a pesquisa
cientifica.
Estudos como de Pinheiro e Loureiro (1995), Oliveira (1998) e Miranda e Barreto (2000) têm
confirmado a fragilidade teórica e epistemológica das pesquisas em Ciência da Informação.
Parte significativa dos estudos sobre a pesquisa desenvolvida tem analisado somente a
produção dos programas e cursos de Pós-Graduação da área.
Neves (1995, p. 18) objetivou resgatar a história do curso de Mestrado do IBICT no período
de 1970-1990, analisando as diversas estruturas curriculares do curso e das dissertações
defendidas até 1990. Este estudo revelou que a prioridade das pesquisas foi direcionada para
as temáticas de Gerência da informação e de Sistemas de Informação; Estrutura e Fluxo de
Informações; Sistema Educacional para a discussão sobre o Profissional da Informação e os
Usuários da Informação. A autora aponta a ausência de estudos voltados para a
fundamentação teórica e epistemológica da área.
Gomes, M. Y. (2005) analisou as dissertações produzidas no curso de mestrado do Programa
de Pós-Graduação PPGCI - da UFMG no período de 1990-1999, com o intuito de
caracterizar a produção acadêmica e identificar as tendências temáticas, os tipos de pesquisas
e abordagens metodológicas predominantes. Seus achados mostraram que os trabalhos
concentram-se nas seguintes classes temáticas: Gerência de Serviços e Unidades de
Informação; Estudos de Usuário, Demanda e Uso da Informação e de Unidades de
28
Informação e Comunicação, Divulgação e Produção Editorial. Verificou, também, a presença
de pesquisas empíricas, sendo que grande parte das pesquisas utilizaram métodos
quantitativos e apenas uma parcela utilizou os qualitativos. A autora considera que os
resultados alcançados mostraram que a produção científica do PPGCI acompanhou o estágio
de desenvolvimento da área no Brasil no período analisado. Gomes (2005) destaca, ainda, que
“a presença pouco relevante da pesquisa teórica ou conceitual é uma característica que a
produção da UFMG partilha com outros programas, acentuando, assim, uma das
constatadas fragilidades teóricas e metodológicas da própria área”.
Um estudo mais amplo foi realizado por Población e Noronha (2003), que analisaram
quantitativamente as dissertações defendidas nos períodos de 1990-1999 e 2000-2002,
segundo as linhas de pesquisa dos nove Programas de Pós-Graduação em Ciência da
Informação. As autoras destacam a mudança ocorrida no enfoque central das pesquisas: do
ambiente biblioteca para o foco da informação, passando para sistemas de informação, análise
da produção do conhecimento, usuários da informação e os processos de comunicação. Para
as autoras, estas modificações ocorreram depois da década de 90, com a implantação dos
cursos de doutorado.
Percebe-se que os estudos realizados sobre as teses e dissertações dos Programas de Pós-
Graduação apontam a ausência de pesquisas conceituais e teóricas, as quais poderiam
fortalecer a área da Ciência da Informação. No entanto, o estudo do conhecimento produzido
também se estende para outros canais de comunicação científica como os Encontros
Nacionais de Pesquisadores em Ciência da Informação, bases de dados, e também divulgados
em periódicos. Nos estudos mais recentes que foram realizados no IV Encontro Nacional de
Pesquisa em Ciência da Informação – ENANCIB - por Mueller e Pecegueiro (2001), Miranda
e Barreto (1999; 2000), Mueller, Miranda e Suaiden (1999; 2000), Oliveira (2005; 2007),
evidencia-se que existe a necessidade de estudos de questões teóricas ligadas a epistemologia
da área. Estes assuntos teóricos parecem carecer de um grupo específico de pesquisadores
voltados para estes estudos. Em meados da década de 90 surgem os primeiros grupos de
estudos nesse tema. E no decorrer dos anos, tais grupos de pesquisa começam a crescer.
Desta forma, a partir do IV ENANCIB, que foi realizado em Brasília no ano de 2000,
surgiram dois novos grupos temáticos: um sobre Planejamento de Sistemas/Inteligência
competitiva (GT-7) e outro sobre voltado para a Epistemologia da Ciência da Informação
29
(GT-8), tema este muito importante, pois preocupa-se em investigar a identidade da área, seu
cerne e suas fronteiras. (GOMES, M. Y. 2006).
2.5.1 Pequena abordagem sobre as interações interdisciplinares da Ciência da
Informação
A questão interdisciplinar tem sido um tema amplamente debatido em vários campos
científicos. A interdisciplinaridade tem acontecido onde os problemas são complexos e
exigem maiores abordagens ou diferentes visões que possam contribuir para a compreensão
de determinado objeto. A característica interdisciplinar na CI fica evidente em vários estudos,
como o de Saracevic (1992, 1999), Pinheiro e Loureiro (1995), Bicalho e Oliveira (2008).
Mesmo que esses autores estejam contemplando perspectivas diferentes, uma nacional e outra
internacional, a interdisciplinaridade se tornou algo além das barreiras geográficas.
Para abordar as relações interdisciplinares da Ciência da Informação, considera-se relevante
apresentar alguma conceituação e levantar alguns entendimentos do que seja a
interdisciplinaridade.
Pombo (s. d., p. 13) coloca que se deve entender por interdisciplinaridade “[...] qualquer
forma de combinação entre duas ou mais disciplinas com vista à compreensão de um objeto a
partir da confluência de pontos de vista diferentes e tendo como objetivo final a elaboração de
uma síntese relativamente ao objeto comum.” De acordo com a mesma autora, “falar sobre
interdisciplinaridade é hoje uma tarefa ingrata e difícil” e isto está relacionado com o fato de
“ninguém saber o que é a interdisciplinaridade”, mesmo as pessoas que a praticam, as que
buscam teorizar e as que a procuram definir. Ainda não se tornou possível chegar a um
consenso, ou a uma estabilidade sobre o conceito. Para Pombo e Nicolescu, a
interdisciplinaridade acontece dentro de um processo contínuo, sendo uma das etapas. A
proposta que Pombo apresenta é a de que a pluri, a inter e a trans, “todas da mesma família,
devem ser pensadas num continuum que vai da coordenação à combinação e desta à fusão.” E
para Nicolescu (1999, p. 55), “a disciplinaridade, a pluridisciplinaridade, a
interdisciplinaridade e as transdisciplinaridade são as quatro flechas de um mesmo arco: o do
30
conhecimento”. E o mesmo autor pondera que a finalidade da pluri e da interdisplinaridade
sempre é a pesquisa disciplinar”.
Para Nicolescu (1999), a interdisciplinaridade diz respeito à transferência de métodos de uma
disciplina para outra, favorecendo o surgimento de três níveis diferentes, em detrimento do
valor da contribuição metodológica de uma disciplina para com a outra. Sendo os seguintes:
um grau de aplicação;
um grau epistemológico; e
um grau de geração de novas disciplinas.
Segundo Pinheiro e Loureiro (1993, p. 155), a Ciência da Informação tem seu próprio
“estatuto científico, como ciência social, que é, portanto, interdisciplinar por natureza, e
apresenta interfaces com a Biblioteconomia, Ciência da Computação, Ciência Cognitiva,
Sociologia da Ciência e Comunicação, entre outras áreas [...]”
Um dos teóricos que tem desenvolvido estudos e reflexões sobre a interdisciplinaridade na
Ciência da Informação é Saracevic. Em dois artigos, um publicado em 1992, e outro em 1999
ele tem focado a discussão das relações interdisciplinares do campo da Ciência da
Informação. No primeiro artigo, publicado em 1992, intitulado A natureza interdisciplinar
da Ciência da Informação
6
, o enfoque é direcionado a quatro disciplinas, que o autor julga
terem contribuído de forma mais direta para com a Ciência da Informação, sendo elas:
Ciência Cognitiva;
Comunicação;
Computação; e
Biblioteconomia.
O segundo artigo, publicado em 1999, intitulado Ciência da Informação, o próprio Saracevic
considera decorrente de 30 anos de suas atividades de ensino e pesquisa, sobre os quais se
debruça para refletir as perspectivas históricas, sociológicas, filosóficas, tecnológicas,
educacionais e interdisciplinares da Ciência da Informação, estas concentradas na Ciência da
Computação e na Biblioteconomia.
_____________
6
Interdisciplinary nature of information science.
31
Neste artigo Saracevic aponta três características gerais que são o fio condutor da existência e
evolução da CI. E estas, são partilhadas com muitos campos modernos, os quais também
podem ser vistos como áreas problemáticas com as quais a Ciência da Informação precisa se
relacionar, mesmo que de uma forma geral. São as seguintes as características:
a) Em primeiro lugar, a Ciência da Informação é de natureza interdisciplinar, no
entanto, as relações com várias disciplinas estão mudando. A evolução
interdisciplinar está longe de ter terminado;
b) Em segundo lugar, a Ciência da Informação é inexoravelmente ligada à
tecnologia da informação. Um imperativo tecnológico é incontornável e a
evolução da Ciência da Informação é como a evolução de uma série de outros
campos e, além disso, da sociedade da informação como um todo; e
c) Em terceiro lugar, a Ciência da Informação é, como muitos outros campos,
um participante ativo na evolução da sociedade da informação. A Ciência da
Informação tem uma forte dimensão social e humana, antes e acima da
tecnologia. (SARACEVIC, 1999, p. 1052, Tradução nossa).
7
Saracevic (1999) deixa clara a idéia de que a questão da interdisciplinaridade na área está
passando por processos de evolução, visto que a origem e os antecedentes da Ciência da
Informação evoluíram para a recuperação da informação. Pode-se considerar que esta seja
uma das preocupações da Ciência da Informação na atualidade.
No diagrama abaixo, estão relacionadas as áreas e conexões interdisciplinares que exercem ou
exerceram interações disciplinares com a ciência da informação, no período estudado por
Pinheiro e Loureiro (1995). Os autores abordam que, por uma análise geral, o diagrama
apresentado denota harmonia entre o viés tecnológico e o social, representando assim, as duas
faces da CI, podendo refletir-se nas tendências nacionais e locais.
Este diagrama foi elaborado a partir dos produtos do mestrado em Ciência da Informação
IBICT/UFRJ, o qual foi a base em torno da qual foi traçado o diagrama, composto por
disciplinas ou subáreas científicas e tecnológicas da Ciência da Informação.
_____________
7
First, information science is interdisciplinary in nature; however, the relations with various disciplines are
changing. The interdisciplinary evolution is far from over. Second, information science is inexorably
connected to information technology. A technological imperative is compelling and constraining the evolution
of information science, as is the evolution of a number of other fields, and moreover, of the information
society as a whole. Third, information science is, with many other fields, an active participant in the evolution
of the information society. Information science has a strong social and human dimension, above and beyond
technology. (SARACEVIC, 1999, p. 1052).
32
Figura 3 – Diagrama de áreas e conexões interdisciplinares
Fonte: Pinheiro e Loureiro, 1995.
Segundo Pinheiro e Loureiro (1995, p. 175), a partir da reunião destas disciplinas que
compõem a CI, “pode ser pensada a interdisciplinaridade, isto é, de que forma e como outros
campos do conhecimento contribuem para a Ciência da Informação, com seus conceitos,
princípios, técnicas, métodos, teorias e, inversamente, a Ciência da Informação para os demais
campos [...]”. Os autores abordam a existência de estudos sobre interdisciplinaridade nos
quais se tem o reconhecimento de que a Ciência da Informação incorpora muito mais
contribuições de outras áreas do que a própria Ciência da Informação oferece “um corpo de
conhecimentos gerados dentro de si mesma” (PINHEIRO; LOUREIRO, 1995, p. 175).
Parece existir por parte dos pesquisadores desta temática uma preocupação em delinear
melhor as fronteiras das disciplinas ou compreender melhor qual dos conceitos (multi, inter e
transdisciplinaridade) está ocorrendo dentro da Ciência da Informação ou se esta encontra-se
em estágio inicial de desenvolvimento nas suas relações disciplinares. O importante é
compreender que estas três etapas podem acontecer sucessivamente ou simultaneamente e
sem uma linha do tempo a ser seguida rigidamente. Elas acontecem ao mesmo tempo em que
as disciplinas cientificas avançam na questão disciplinar do conhecimento e nas suas relações
33
com as demais disciplinas. Retoma-se aqui o pensamento de Oliveira (1998), no qual a autora
coloca que é necessário ter domínio da área de pesquisa para poder julgar a conveniência do
“empréstimo teórico”. Pois, como alertam Pinheiro e Loureiro (1995), é importante distinguir
as categorias: interdisciplinaridade e aplicação. Aplicação é entendida como contextos, áreas,
setores e organismos onde, por exemplo a ciência da informação estuda fluxos de informação
e produção científica, a informação científica, tecnológica, industrial ou artística, ou até a
aplicação em campos do conhecimento, como Informação em Medicina. Esse tipo de estudo
tem sido confundido com a interdisciplinaridade. Entende-se que a aplicação pode tornar-se
uma possibilidade do surgimento de contribuições interdisciplinares, mas estas, não estão no
âmbito de uma relação interdisciplinar, pois a relação interdisciplinar pode ser entendida
como importante troca de princípios, teorias ou métodos, por ambas as disciplinas que estão
em interação. A aplicação, no entanto, entende-se como um estágio embrionário de uma
relação interdisciplinar.
Pombo (s. d.) esclarece que, está sendo reconhecida “a natureza contínua de um processo de
crescente integração disciplinar, no qual a pluridisciplinaridade [multidisciplinaridade] será o
pólo mínimo de integração disciplinar, a transdisciplinaridade o pólo máximo e a
interdisciplinaridade o conjunto das múltiplas variações possíveis entre os dois extremos”.
34
3 HISTORICIDADE E CRIAÇÃO DOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO.
Na perspectiva de que a pesquisa científica, no Brasil, concentra-se nos programas de Pós-
Graduação, torna-se necessária uma apresentação dos Programas da Ciência da Informação.
Foram identificados, nos últimos três triênios de avaliação, nove Programas de Pós-
Graduação em Ciência da informação no Brasil, sendo estes ligados às seguintes instituições:
Universidade Federal da Bahia - UFBA, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC,
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, Universidade de Brasília - UNB,
Universidade Federal da Paraíba - UFPB, Universidade de São Paulo - USP, Universidade do
Estado de São Paulo - UNESP, Pontifícia Universidade Católica de Campinas PUCCAMP
8
e a Universidade Estadual de Londrina UEL, na modalidade de Mestrado Profissional. Da
análise deste estudo, a UEL não constará, levando-se em consideração que seu Programa de
Pós-Graduação não está totalmente centrado na atividade de pesquisa, por tratar-se de
mestrado Profissional. Tentou-se traçar a gênese e o desenvolvimento de cada Programa. Para
isso recorreu-se aos sites dos respectivos Programas que apresentam algumas informações
sobre sua História. Tentou-se traçar um levantamento histórico de cada um dos Programas o
mais completo possível. Nem todos os programas disponibilizam a parte histórica de sua
formação em completude, limitando, assim, as informações coletadas a respeito destes
programas, onde a história de alguns Programas. A descrição de alguns Programas traz sua
história com menor detalhamento em detrimento da ausência de informações disponibilizadas
nos sites.
O IBICT foi pioneiro na introdução da Ciência da Informação. No ano de 1970 foi instituído
nesta organização o mestrado em Ciência da Informação. Em 1983, por meio de um convênio
com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), esse curso passou a funcionar como
uma unidade da Escola de Comunicação da UFRJ (Eco/UFRJ). O Doutorado em Ciência da
Informação começou em 1992, após estudos decorrentes de uma linha de pesquisa específica
para a área de Ciência da Informação, aberta dentro do Doutorado em Comunicação da
Eco/UFRJ. Em novembro de 2000, a UFRJ comunicou a não renovação do convênio,
fechando-se a inscrição e a seleção de novos alunos para o Programa. Somente em 2003 foi
firmado novo convênio, dessa vez com a Universidade Federal Fluminense (UFF). Por sua
_____________
8
O Programa de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica de Campinas foi descredenciado pela Capes
no ano de 2007.
35
vez, o convênio com a UFF ficou em vigor no prazo de 5 anos, findando-se em outubro de
2008. (ANEXO A). No final de 2008, o IBICT retoma o convênio com a UFRJ e, em 2009,
com a faculdade de administração e ciências contábeis, oferece vagas para mestrado e
Doutorado. A UFF solicita e obtém credenciamento para o curso de mestrado, também em
2008.
O Programa de Pós-Graduação da USP surgiu em conjunto com o Programa de Pós-
Graduação em Ciências da Comunicação. O curso de mestrado foi criado em 1972, a partir de
1980 passou a oferecer também o curso de doutorado, mas ainda em parceria com o Programa
de Ciências da Comunicação. Até 1990, o grupo de pesquisadores da Ciência da Informação
respondia pela área de concentração intitulada Biblioteconomia. Depois de 1991, consolida-se
a área de concentração em Ciência da Informação e Documentação, tendo sido aprovado no
primeiro semestre de 1993 no Conselho de Pós-Graduação da USP. Este curso, porém, foi
recomendado pela CAPES em 1995, intitulando-se apenas como Programa de Pós-Graduação
em Ciências. A partir de 1997, esse programa passa a denominar-se Programa de Pós-
Graduação em Ciências da Comunicação, com várias áreas de concentração, dentre elas a de
Ciência da Informação e Documentação. Em 2006, o Programa de Pós-Graduação em Ciência
da Informação ganha sua autonomia em relação ao de Ciências da Comunicação, em
atendimento à recomendação da CAPES em suas avaliações anuais. Atualmente, o Programa
tem uma área de concentração - Cultura e Informação, e duas linhas de pesquisa: Acesso à
Informação e Mediação e Ação Cultural. (LARA, 2008).
9
Na UFMG, a Pós Graduação teve início em 1976, com a criação do curso de mestrado
denominado “Administração de Bibliotecas”, estando este vinculado à Escola de
Biblioteconomia. Segundo Barbosa et al. (2000, p. 85) este nome estava equivocado e o
correto seria Curso de “Pós-Graduação em Biblioteconomia”. A partir de 1992, ampliou sua
ênfase, antes centrada no aspecto institucional e restrito às bibliotecas, passando a denominar-
se Curso de Pós-Graduação em Ciência da Informação. Em 1997 foi implantado o curso de
doutorado em Ciência da Informação e, neste mesmo ano, a EB/UFMG passa a denominar-se
Escola de Ciência da Informação da UFMG, constatando-se que o nome anterior não refletia a
complexidade de sua atuação, visto, também, a mudança do enfoque, que antes era voltado
para documentação e registros bibliográficos, passando para a informação, ampliando, assim,
seus espaços de atuação e problemas de pesquisa. Atualmente o Programa de Pós-Graduação
_____________
9
LARA, Marilda Lopes Ginez de. Apresentação e Histórico do PPG-CI. Disponível em:
<http://poseca.incubadora.fapesp.br/portal/informacao/org-ci/apresentacao-hist/>. Acesso em 13 nov. 2008.
36
em Ciência da Informação tem uma área de concentração, Produção, Organização e
Utilização da Informação e conta com três linhas de Pesquisa: Organização e Uso da
Informação, Informação Cultura e Sociedade e Gestão da informação e do conhecimento.
O Programa de Pós-Graduação da PUC-Campinas, como era reconhecido ate 2007, foi criado
em 1977. Em março de 1982 seu nome foi modificado para Mestrado em Biblioteconomia e
Ciência da Informação, com área de concentração em Planejamento e Administração de
Sistemas de Informação. Em 2003 o Programa modificou sua denominação para Curso de
Mestrado em Ciência da Informação, tendo sido mantida a área de concentração
Administração da Informação que havia sofrido alteração em 2001. Este programa apresenta
duas linhas de pesquisa: Gestão da Informação, que trata da Investigação dos processos,
procedimentos, teorias e cnicas necessários para a concepção, implementação e
operacionalização dos serviços de informação nas organizações; Produção e Disseminação da
Informação, tratando da Investigação dos processos, procedimentos, teorias e cnicas
necessárias para a concepção de produtos e serviços de informação nas organizações, tendo
como referencial as formas de consumo. Atualmente este Programa está descredenciado pela
Capes. (PPGCI/PUC-CAMP).
10
O Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade de Brasília –UnB
compreende: um curso de Mestrado Acadêmico, iniciado em 1978 e um curso de Doutorado,
iniciado em 1992. O Programa tem como área de concentração: Transferência da Informação
e dispõe de três linhas de pesquisa: Gestão da Informação e do Conhecimento, que trata de
estudos teóricos, metodológicos e práticos sobre gestão da informação e do conhecimento em
sistemas de informação, bibliotecas, arquivos e demais unidades de informação e sobre
formação e mercado de trabalho dos profissionais da informação. Análise das necessidades de
informação e dos comportamentos dos indivíduos e das comunidades na busca e uso da
informação; Arquitetura da Informação, que trata de estudos teóricos e práticos sobre a
análise da informação, indexação, estruturas informacionais, representação do conhecimento e
recuperação da informação; a linha de Comunicação e Informação trata de Modelos e
processos da comunicação da informação científica, tecnológica, comunitária, arquivística,
organizacional e para negócios. Suportes informacionais tradicionais e eletrônicos. Direito
autoral. Influência dos contextos acadêmico, industrial, empresarial, organizacional e social
_____________
10
PPGCI/PUCCAMP. Histórico. Disponível em: <http://www.puccamp.br/pos/historico.aspx id=2>. Acesso em
12 nov. 2008.
37
no comportamento informacional (DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E
DOCUMENTAÇÃO-CID, 2008).
11
O Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação PPGCOM da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul está vinculado à Faculdade de Biblioteconomia e
Comunicação. Em 1995 foi implantado o Curso de Mestrado em Comunicação. A partir de
março de 2001 entrou em funcionamento, também, o Curso de Doutorado. O Programa tem
como área de concentração Comunicação e Informação, “cuja interdisciplinaridade articula
conceitos e interesses originários tanto do campo teórico da Comunicação como da
Informação.” Este programa conta com duas linhas de pesquisa: Comunicação,
Representações e Práticas Culturais, que contemplam
“pesquisas de cunho teórico, metodológico e aplicado, vinculadas às representações
midiáticas e às práticas culturais e sua relação com os meios, compreendendo: os
processos de comunicação e a produção de sentido, imagens e discursos;
representações e poderes constituídos no campo da comunicação e da política;
identidades, diversidades culturais e memória social; consumo cultural e os
processos de recepção; sociabilidade, cultura popular e cidadania.” A linha
Informação, Tecnologias e Práticas Sociais contempla “pesquisas de cunho
teórico, metodológico e aplicado, enfocando a geração, o desenvolvimento e o uso
da informação e das tecnologias da informação e da comunicação, para compreensão
da cibercultura, da interação mediada por computador e dos demais fenômenos
ligados à dinâmica das prática sociais” (PPGCOM, 2008).
12
Visto que o PPGCOM é um programa voltado para a comunicação, para a análise da
produção serão selecionados os pesquisadores que estão ligados à linha de pesquisa
Informação, Tecnologias e Práticas Sociais, visto que os demais pesquisadores não se
dedicam ás temáticas exclusivamente da Ciência da Informação, mesmo que estes publiquem
esporadicamente, em alguns periódicos da área, justamente por existir uma relação
interdisciplinar entre as áreas de Comunicação e Ciência da Informação, além de estarem
ligados à Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação.
A Universidade Federal da Paraíba criou o curso de Mestrado em Biblioteconomia com área
de concentração em Sistemas de Bibliotecas Públicas, no ano de 1977, que perdurou até 1987.
A justificativa para a área de concentração respaldou-se em considerar a Biblioteca Pública
como um “equipamento social que desempenha um elenco de funções significativas para a
_____________
11
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO-CID. Programa de Pós-
Graduação em Ciência da Informação-PPGCInf. Disponível em:
<http://www.cid.unb.br/pos/M0011000.asp txtID_PRINCIPAL=27>. Acesso em: 12 nov. 2003.
12
PPGCOM. Estrutura. Disponível em: < http://www.ppgcom.ufrgs.br/linhas.php>. Acesso em 12 nov. 2008.
38
sociedade”. Para minimizar a fragilidade do seu corpo docente, o PPGCI da UFPB investiu na
qualificação de seus próprios docentes e na contratação de novos doutores. Isto ocorreu por
meados de 1991, quando o núcleo de doutores em Ciência da Informação já estava se
constituindo. Seguindo a tendência da expansão dos cursos de pós-graduação em nível
nacional, o PPGCI da UFPB, muda a denominação do curso de Mestrado em Biblioteconomia
para Curso de Mestrado em Ciência da Informação, mudando também a área de concentração
para Informação e Sociedade e as linhas de pesquisa para: Informação e Cidadania; e
Informação para o Desenvolvimento Regional, permanecendo assim, até 2001, quando então,
não atende as expectativas da CAPES, motivo de descredenciamento do Programa. Por alguns
anos sem abertura de vagas, o PPGCI foi autorizado a retomar o funcionamento em 14 de
julho de 2006, em nível de mestrado. No atual triênio de avaliação da Capes o PPGCI da
UFPB está credenciado com nota 3,0, suficiente para seu funcionamento. Atualmente a área
de concentração do Programa é Informação, Conhecimento e Sociedade, que objetiva
estimular estudos e pesquisas que visem a reflexão crítica a partir das temáticas de duas
linhas: A linha de pesquisa Memória, Organização, Acesso e Uso da informação, que
incorpora: preservação da memória, representação de informação e de conhecimento, web
semântica, usos e impactos da informação; e a linha de pesquisa Ética, Gestão e Políticas de
Informação que inclui estudos sobre: ética e informação, inclusão social, gestão do
conhecimento, gestão de unidade, de serviços e produtos de informação, políticas de
informação: cultural, científica e tecnológica.
13
O Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação – Posici - da UFBA tem como área
de concentração Informação e Conhecimento na Sociedade Contemporânea, dela decorrendo
duas linhas de pesquisa: Políticas, tecnologias e usos da informação e Produção, circulação e
mediação da informação. Ele foi criado para atender à demanda da sociedade local, regional e
nacional por formação de professores-pesquisadores na área, nos níveis de Mestrado. Em
documento disponível no site da Capes o programa foi credenciado em 2000.
14
O documento
descritivo do Programa também sublinha que 2004-2006 foi o primeiro triênio de
funcionamento integral e regular do Mestrado em Ciência da Informação da UFBA.
_____________
13
PPGCI/UFPB. Ciência da Informação na UFPB Disponível em: <http://dci.ccsa.ufpb.br/ppgci/
secao=1&id=1>. Acesso em: 12 nov. 2008.
14
CAPES. Ficha de Avaliação do Programa. Disponível em:
<http://conteudoweb.capes.gov.br/conteudoweb/AvaliacaoTrienalServlet codigoPrograma=28001010041P0>.
Acesso em: 12 nov. 2008.
39
O Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UFSC está ligado ao
Departamento de Ciência da Informação - CIN - da UFSC, criado em 30 de março de 1999.
Sua denominação anterior era Departamento de Biblioteconomia e Documentação BDC -
que fora criado em 1976 e foi vinculado ao Centro Sócio Econômico. Em maio de 1979 o
Departamento de Biblioteconomia e Documentação foi vinculado ao Centro de Ciências da
Educação.
15
O Departamento de Ciência da Informação foi credenciado pela CAPES em
2000. O Mestrado, hoje, tem como área de concentração a Gestão da Informação, que enfatiza
o estudo dos fenômenos relacionados aos processos centrais da gestão da informação, na
perspectiva de localizar estes fenômenos, explorá-los, compreendê-los e explicá-los. Esse
programa de pós-graduação dispõe de duas linhas de pesquisa: Fluxos de informação, que
busca
estudar os canais de produção, distribuição e circulação da informação, os processos
e suportes informacionais e a apropriação da informação nas unidades de
informação, visando construir suportes teóricos para a compreensão do
funcionamento das unidades de informação e para o entendimento da dinâmica dos
fluxos de informação na sociedade contemporânea”.
E a linha Profissionais da Informação que visa “estudar as necessidades de busca e
uso de informação da sociedade, em diferentes setores, que determinam a
configuração das atividades dos gestores da informação, visando construir
metodologias que permitam avaliar as condições de oferta de educação e capacitação
profissional nas áreas que compõem o campo de atuação dos profissionais de ciência
da informação.(PPGCI/UFSC, 2008).
16
O Programa de Pós-Graduação de Ciência da Informação na UNESP surgiu em 2001, com o
Mestrado Acadêmico, e em 2005 foi criado o curso de Doutorado em Ciência da Informação.
Este programa em Ciência da Informação tem a área de concentração em Informação,
Tecnologia e Conhecimento, que está alicerçada nas questões de organização da informação e
do papel da tecnologia nos processos informativos. Dispõe de duas linhas de pesquisa. A
primeira: Informação e Tecnologia que,
realiza estudos e pesquisas relacionados à geração, armazenamento, gestão,
transferência, utilização e preservação da informação e de documentos nos
ambientes científico, tecnológicos, empresarial e da sociedade em geral, associados
a métodos e instrumentos proporcionados pelas tecnologias da informação e
comunicação e tem por objetivo o desenvolvimento e análise de metodologias e
estruturas tecnológicas para a otimização e customização de processos e sistemas
informacionais em distintas ambiências
_____________
15
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. Histórico do Departamento de Ciência da
Informação. Disponível em: <http://www.cin.ufsc.br/apresentacao.php>. Acesso em: 12 nov. 2008.
16
PPGCI/UFSC. Mestrado em Ciência da Informação. Disponível:
<http://www.cin.ufsc.br/pgcin/pgcin_folder.htm#Objetivo>. Acesso em: 12 nov. 2008.
40
E ainda a linha de pesquisa Organização da Informação, que Considera a organização da
informação como elemento para garantia de qualidade na recuperação, destacando-se o
desenvolvimento de referenciais teóricos e metodológicos interdisciplinares acerca dos
procedimentos de análise, síntese, condensação, representação e recuperação do conteúdo
informacional, bem como dos produtos documentários deles decorrentes. Ressalta-se, como
dimensão teórica, a reflexão sobre organização do conhecimento e seus desdobramentos
epistemológicos e instrumentais; e, como dimensões aplicadas, a produção científica na área e
a formação profissional, suas práticas e determinações institucionais em Unidades de
Informação, enquanto elementos subjacentes à organização do conhecimento.
As informações disponibilizadas no site dos Programas em determinados momentos
divergiam dos dados disponibilizados pelas fichas de avaliação da Capes. Especificamente
tratando-se da data de criação do PPGCI. Como acontece no site da UNESP que indica seu
surgimento em 2001, enquanto consta no site da Capes a data de surgimento como sendo em
1998. Alguns programas também, não foram muito claros ao apresentar os períodos de
descredenciamento pela Capes, deixando, então, algumas fragilidades no aspecto histórico,
que poderia vir a contribuir muito nas análises da produção científica.
41
4 O PERIÓDICO CIENTÍFICO
O periódico científico é considerado em muitas áreas de conhecimento como o canal de
comunicação mais utilizado pelos pesquisadores. Esta parece ser uma tendência também na
Ciência da Informação. Por esta razão, procurou-se apresentar, sinteticamente, a gênese, as
características e alguma reflexão acerca da passagem do periódico impresso para o eletrônico,
visto que a análise dos últimos nove anos de produção dos pesquisadores da Ciência da
Informação constará de consultas dos periódicos nos formatos impresso e eletrônico.
4.1 Histórico do periódico - Gênese
O surgimento do periódico científico ocorreu após 1662, com a criação da Royal Society, que
desde sua gênese se preocupou com a comunicação, por seus fundadores terem sido
influenciados pelos estudos de Francis Bacon (MEADOWS, 1999). A Royal Society, não
somente, queria conhecer o movimento científico da cidade de Londres, mas, também, de
outras localidades.
Conforme apresenta Biojone (2001), a Royal Society não foi a primeira sociedade ‘científica’,
mas foi a que mais se destacou pelo seu importante papel dentro da comunicação científica. É
interessante observar que desde 1430 existiam seis academias de ciência na Itália, sendo
que, destas, três tinham objetivos múltiplos e outras três objetivos científicos.
Neste sentido, pode-se inferir que a formação do periódico científico começou a dar seus
primeiros passos quando as sociedades buscavam o reconhecimento da atividade científica.
Convergindo este fator com o aumento das correspondências que aumentavam, parece clara a
necessidade de meios de comunicação mais ‘rápidos’ e que assegurassem mais formalidade
aos comunicados entre os grupos de intelectuais que buscavam o reconhecimento das suas
atividades eruditas.
Tentando solucionar o problema da comunicação que estava lenta e visando alcançar outras
localidades, a Royal Society convidou outras pessoas que residissem em outros locais para
enviarem informações a respeito de progressos ocorridos em suas localidades. Na medida em
42
que a quantidade de cartas atingia um número considerável, tornou-se um ônus para a Royal
Society. Isso se deu pelo fato de que as cartas circulavam dentro de um grupo pequeno de
indivíduos, era possível que estas fossem escritas repetidas vezes. Ao contrário, se as cartas
fossem destinadas a um grupo maior, tornava-se mais fácil imprimir a carta do que escrevê-la.
A solução mais próxima de resolver este problema seria uma publicação impressa, com os
comunicados mais importantes. (MEADOWS, 1999). Desta forma, tanto a correspondência,
quanto o livro, com a evolução das descobertas e modificações nas relações entre os
intelectuais da época que se colocavam responsáveis por criar novos conhecimentos se
mostraram inadequados para a necessidade de divulgar parte das informações com mais
agilidade, no sentido de atingir um maior número de indivíduos interessados.
Para Ziman (1976), Solla Price (1976) e Meadows (1999), a Royal Society, com o seu método
de trabalho, possibilitou o surgimento da revista científica. Na cidade de Paris o representante
da Royal Society, Denis de Sallo, deu início a um periódico voltado para publicação de
notícias a respeito do que acontecia na Europa. O primeiro número do periódico Journal des
Sçavans
17
foi publicado em 5 de Janeiro de 1665 e parte de seu conteúdo foi lido na reunião
da Royal Society que teve lugar no dia 11 de Janeiro, o que permite ter boa “indicação da
velocidade da comunicação entre centros importantes naquela época” e, também, que o jornal
possa ser considerada como a primeira revista, em sentido moderno. Na fase inicial do
surgimento do Journal des Sçavans, procurava-se realizar inúmeras coisas (catalogar e
resumir livros mais importantes publicados na Europa, publicar necrológicos
18
de
personalidades eminentes, descrever os processos científicos e técnicos, registrar as principais
decisões jurídicas e outros). Por fim, constatou-se que era inviável sustentar o amplo leque de
temas que o periódico se propunha inicialmente e, sendo assim, ele passou a se concentrar em
temas não-científicos. Meadows o considera como o “precursor do periódico moderno de
humanidades” (MEADOWS, 1999, p. 7).
no mês seguinte (março de 1665) a Royal Society determina que a Philosophical
Transactions
19
fosse impressa na primeira segunda-feira de cada mês, havendo matéria
suficiente, e que o texto fosse revisado por alguns membros e também aprovado pelo
Conselho. Um dos motivos que configura a Philosophical Transactions como o precursor do
_____________
17
O Journal des Sçavans tem sua grafia atualizada para Journal des Savants no começo do século XIX
(MEADOWS, 1999, p. 6).
18
Lista de falecidos.
19
Publicação que está relacionada às atividades do grupo.
43
moderno periódico científico é que a Royal Society somente se interessava por estudos
experimentais (MEADOWS, 1999). No entanto, a diferença entre os dois periódicos está no
cerne de cada um. O primeiro buscava divulgar informações sobre a Europa, catalogar e
resumir livros, sendo seu foco um pouco afastado das experiências científicas, desta maneira
se tornou o precursor dos periódicos não científicos. O segundo periódico, por delimitar sua
centralidade em publicar apenas os comunicados que fossem fruto de experimentos,
especificamente na área de física, química e anatomia, marcou, desde já, uma das
características fortes do periódico científico encontrado nos tempos atuais.
Segundo Meadows (1999), diversas foram as motivações que levaram à criação das revistas,
dentre elas a expectativa de lucro dos editores e a socialização do conhecimento para
promover novas descobertas, dentre outras. Os autores Bolaño, Kobashi e Santos (2006)
apontam que a especialização do conhecimento e a profissionalização das atividades de
pesquisa são, em larga medida, responsáveis pela multiplicação das revistas científicas. E seu
número e abrangência crescem a cada ano, patrocinados por editoras comerciais e
universitárias.
No mercado editorial do periódico, predomina o espírito de competição, porque ganha aquele
que primeiro publica uma determinada informação (LE COADIC, 1996). Segundo os autores
Bolãno, Kobashi e Santos (2006, p. 124),
um aspecto a ser destacado nesse processo é a disjunção que se estabelece entre a
produção e a apropriação da informação: a comunidade científica produz o artigo
científico como parte de suas atividades profissionais e, por meio de um sistema de
doação, transfere gratuitamente o direito de propriedade àqueles que detêm a
propriedade do periódico científico, o editor comercial ou universitário. Atualmente,
a distribuição dos periódicos considerados mais relevantes internacionalmente é
monopolizada por agentes comerciais que determinam seu preço de mercado.
Na visão de Ziman (1979), a invenção do mecanismo por meio do qual os resultados de
pesquisas podem ser publicados em etapas, conforme o andamento da pesquisa, talvez tenha
sido o passo decisivo para o aprimoramento do “método científico” (ZIMAN, 1979, p. 117).
Esta publicação do resultado em forma fragmentada permite aos pesquisadores a publicação
dos seus resultados de forma atualizada, na medida em que suas pesquisas avançam e
abstraiam novos conhecimentos. Neste sentido, resultados parciais vão sendo colocadas à
avaliação pelos pares.
44
Para realizar esta análise da produção científica dos pesquisadores que mantêm vínculos com
Programas de Pós-Graduação e verificar como se desenvolve a produção científica dos
mesmos, delimitar-se-á as comunicações realizadas por meio dos periódicos científicos da
área de Ciência da Informação. De acordo com Meadows (1999, p. 85) “em termos de
comunicação, as duas mais importantes características do pesquisador são a quantidade de
informações que comunica e sua qualidade.” E é por meio dos periódicos, que se buscará
encontrar a reposta do problema elucidado na introdução desta pesquisa.
Ainda Meadows (1999, p. 85), em se tratando de pesquisadores acadêmicos, “é o número de
artigos de periódicos que publicam” que lhes conferem visibilidade e reconhecimento.
Biojone (2001, p. 16) também afirma que “o periódico científico é, indiscutivelmente, o meio
mais utilizado para a publicação dos resultados de pesquisa em todas as áreas do
conhecimento. Todavia, para Meadows (1999, p. 69), isto “não significa, porém, que sejam
sempre classificados como o tipo mais importante de publicação”.
Quando se aborda a estrutura de uma publicação científica, está-se referindo também aos
procedimentos básicos para se constituir uma política editorial, que permita a este ser
considerado um periódico científico, e não uma mera publicação. Assim, como o
conhecimento científico, que passa por “uma fase de análises críticas e de provas, realizadas
por outros indivíduos” (ZIMAN, 1976, p. 24), o artigo de periódico tem seu método
específico para que seja aceito e publicado.
4.2 Funções do periódico científico
Para Pinheiro (2000), considerando a importância da comunicação científica e da
disseminação da informação, os periódicos, enquanto canais formais de comunicação, “são
um meio imprescindível para transformação da produção científica da área em ‘conhecimento
público’. quanto à função e à importância do periódico, este pode ser considerado um dos
elementos básicos para a comunicação e a pesquisa, uma vez que permite não apenas a
divulgação de novos resultados, mas, também, trazer sugestões de temas a serem
aprofundados em outras pesquisas. Influenciando talvez indiretamente, o aumento de
pesquisas científicas.
45
Outra função do periódico científico que destacam Pinheiro, Brascher e Burnier (2005, p. 4),
“é servir de fonte de informação e material de pesquisa, uma vez que, a partir de bases de
dados, podem ser realizados estudos de bibliometria e informetria [...] entre os quais os de
citação e fator de impacto
20
, além de indicadores de Ciência e Tecnologia em geral
(cientometria)”.
O periódico científico, segundo Biojone (2001, p. 24), é o principal instrumento de difusão
cientifica. “Publicar aumenta a possibilidade de que o resultado de uma pesquisa seja lido por
seus pares, legitimando-a”. Para os autores Miranda (1998) e Mueller (1994), as principais
funções dos periódicos são a de memória e arquivo do conhecimento e a de instrumento
responsável pela comunicação entre os membros de diversas comunidades além, da
formalização do conhecimento.
Biojone (2001, p. 27) acentua que, ao considerar a função de memória e arquivo da
informação científica, “os periódicos passam a ser um meio de preservação e documentação
do conhecimento científico, favorecendo a leitura e as citações dos artigos por outros
pesquisadores em qualquer época [...]”
Ao discutirem sobre o tema, Miranda e Pereira (1996, p. 375) consideram o periódico em
duas vertentes, que podem ser tomadas como duas relevantes funções: a comunicação do
conhecimento científico e a comunicação entre os pares de uma comunidade científica.
Considerando estes dois aspectos, o periódico científico é observado no que respeita a
visibilidade e a credibilidade.
Por meio deste breve levantamento na literatura científica, podem-se definir algumas das
funções dos periódicos:
comunicação do conhecimento científico;
transformação da produção científica em ‘conhecimento público’;
divulgação dos resultados de pesquisas;
fonte de informação e material de pesquisa;
_____________
20
O fator de impacto, formulado por Garfield, fundador do Institute of Scientific Information – ISI; consiste em
“dividir o número total de citações obtidas por um periódico em um ano qualquer pelo número de artigos
publicados naquele ano”. Baseando-se no primeiro índice de citações, o Science Citation Index – SCI.
(RODRIGUES, 1981, p. 10 apud ARAÚJO, 2006, p. 19).
46
visibilidade ao cientista para efeito de promoção, reconhecimento e conquista de
‘poder’ em seu meio;
memória e arquivo do conhecimento;
instrumento responsável pela comunicação entre membros de comunidades
científicas;
formalização e legitimação do conhecimento.
Para Garvey (1979, p. 69), “o artigo científico é, e assim permanecerá por algum tempo vital,
para a comunidade cientifica. Ele é a unidade básica do periódico científico, o qual abastece o
sistema formal, público, e regulamenta a comunicação entre os cientistas”.
21
O autor
acrescenta que
a regularidade dos periódicos está fundamentada na seleção dos seus artigos,
fundamentados nos princípios do mérito científico: pesquisa informada está
perfeitamente organizada; seus resultados são relevantes para o progresso científico
no sentido de que eles têm nitidamente continuidade em relação ao trabalho e
predizer o progresso futuro das investigações da frente de pesquisa
22
(GARVEY,
1979, Tradução nossa).
23
Contudo Ziman (1976) ainda afirma que o periódico científico cumpre funções que permitem
ascensão do cientista para efeito de promoção, reconhecimento e conquista de ‘poder’ em seu
meio. O ato de publicar pode vir a trazer a confirmação da dedicação dos pesquisadores dos
programas de pós-graduação, para a área em que estes estejam inseridos, além de suas
contribuições para a mesma.
De acordo com Puerari e Pereira (1989), o periódico científico “transformou-se de um
veículo, cuja função consistia em publicar notícias científicas, em um fascículo de divulgação
do conhecimento que se origina das atividades de pesquisa”. Para Biojone (2001, p. 35), “os
periódicos refletem, também, de maneira clara, as transformações tecnológicas presentes nos
_____________
21
They scientific article is, and Will remain for sometime, vital to the scientific community. It is the basic unit of
the scientific journal process which provides a system for formal, public, and orderly communication among
scientists.
22
Frente de pesquisa são autores que recebem maior número de citações. Para um autor se enquadrar na frente de
pesquisa, é necessário que este tenha no mínimo uma citação a cada ano, variando o recorte temporal para
análise. Sendo o objetivo definir a frente de pesquisa para os próximos cinco anos, contabiliza-se apenas as
citações recebidas referentes a trabalhos publicados nos últimos cinco anos. ‘
23
The orderliness of journals is founded on their articles being selected on the basis of scientific merit, which
means that (a) the research reported is flawlessly conducted and (b) its results are relevant to scientific progress
in the sense that they have explicit continuity with previous work and foreshow the future course of work on
the research front.
47
progressos sociais de comunicação, que influenciam a comunidade científica e suas
exigências de atualização”.
Segundo Solla Price (1976, p. 14), “a publicação de artigos curtos por autores individuais foi
uma evidente inovação na vida da ciência e, como todas as inovações, encontrou nos
cientistas uma resistência considerável [...]”. Não são todas as áreas que conseguem sintetizar
suas pesquisas em curtos artigos.
4.3 Os periódicos em Ciência da Informação no Brasil (breve histórico)
Na Ciência da Informação no Brasil, pode-se considerar que o surgimento do primeiro
periódico científico ocorreu pela necessidade da área de apresentar suas pesquisas. Desta
forma, o Periódico “Ciência da Informação” pode ser considerado fruto da consolidação deste
campo científico no País e de seu surgimento, dois anos após a implantação do primeiro
mestrado da área no Brasil, no ano de 1970. (PINHEIRO; BRASCHER; BURNIER 2005).
A parte histórica referente aos periódicos científicos da Ciência da Informação parece ser
pouco discutida por parte dos pesquisadores da área e alguns dos trabalhos identificados têm
como foco apenas um periódico. Isto talvez se deva ao fato de haver “pouca literatura sobre
ciência da informação como campo científico”, como afirma Pinheiro e Loureiro (1995), ou
pela dispersão da produção científica da área. Neste aspecto, encontram-se dificuldades em
encontrar artigos ou teses que tratam do assunto, ou que realizam um levantamento dos dados
históricos dos periódicos. Foram identificados nos periódicos da área poucos estudos que
buscam construir uma visão histórica dos periódicos científicos da mesma. Alguns dos
estudos que foram encontrados utilizaram os periódicos como material para levantamento dos
dados. Um dos estudos apresenta-se como uma revisão de literatura das autoras Ohira,
Sombrio e Prado (2000). Este artigo apresenta as funções dos periódicos científicos e fazem
uma análise dos periódicos brasileiros especializados na área de Biblioteconomia e Ciência da
Informação, voltando-se para a responsabilidade editorial, ano de criação e periodicidade,
distribuição geográfica, indexação em bases de dados, número de ISSN e disponibilidade dos
mesmos nas versões impressa e eletrônica. Outro estudo encontrado foi realizado por
Pinheiro, Brashcer e Burnier (2006), sendo este estudo mais voltado para o processo histórico
do periódico “Ciência da Informação”. Neste estudo, as autoras identificam dez periódicos da
48
área, incluindo os especializados e as de áreas correlatas, em condições regulares de
funcionamento. Machado (2007) realizou um estudo identificando como é abordada a
temática da bibliometria, selecionando cinco periódicos da área e apresentou a data de
surgimento de cada um destes periódicos. O Quadro 1 apresenta os 14 periódicos da área de
Ciência da Informação, dois considerados interdisciplinares, incluindo a respectiva
informação da avaliação do Qualis/Capes.
24
Considera-se relevante a tentativa de construir um levantamento histórico sobre o surgimento
dos periódicos da Ciência da Informação. Procurou-se identificar o contexto em que ocorreu
seu surgimento e os fatores que contribuíram para que se consolidassem, assim como
informações a respeito dos mesmos. Para isto foi consultada a homepage de cada um dos
periódicos, a qual, entretanto, não oferece informações em sua completude sobre a
historicidade e infra-estrutura da revista científica.
Quadro 2 - Periódicos da Ciência da Informação
Periódico Editor ISSN Periodicidade
Atual
Início
(Surgimento)
Avaliação
pela
Qualis/Capes
Ciência da
Informação
Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e
Tecnologia
0100-
1965
Quadrimestral 1972 A - Nacional
DataGramaZero
Revista de
Ciência da
Informação
Instituto de Adaptação e
Inserção na Sociedade
da Informação
(Organização Não
Governamental)
1517-
3801
Bimestral 1999 A - Nacional
Em questão Programa de Pós-
Graduação em
Comunicação -
Universidade Federal do
Rio Grande do Sul
1808-
5245
Semestral 2003 C - Nacional
Encontros Bibli Universidade Federal de
Santa Catarina
1518-
2924
Semestral 1996 A - Nacional
Informação &
Informação
Departamento de
Ciência da Informação,
Centro de Educação,
Comunicação e Artes
(CECA) – Universidade
Estadual de Londrina
(UEL)
1414-
2139
Semestral 1996 C –
Nacional**
_____________
24
Em reunião realizada nos dias 16 e 17 de abril de 2008, o Conselho Técnico Científico da Educação Superior
(CTC-ES) deliberou sobre o processo de reestruturação da escala do Qualis, ficando este composto de oito
estratos, a saber A1, o mais elevado; A2; B1; B2; B3; B4; B5; e C - com peso zero. (Anexo D)
49
Periódico Editor ISSN Periodicidade
Atual
Início
(Surgimento)
Avaliação
pela
Qualis/Capes
Informação &
Sociedade.
Estudos
Departamento de
Biblioteconomia e
Documentação -
Universidade Federal da
Paraíba (UFPB)
0104-
0146
Quadrimestral 1991 ou 1998 A - Nacional
InTexto Programa de Pós-
Graduação em
Comunicação e
Informação da UFRGS
1807-
8583
Semestral 1997 A – Nacional
Liinc em revista Laboratório
interdisciplinar sobre
informação e
conhecimento,
coordenado na UFRJ
1808-
3536
Semestral 2005 B –
Nacional**
Perspectiva em
Ciência da
Informação
Escola de Ciência da
Informação –
Universidade Federal de
Minas Gerais
1413-
9936
Semestral 1996 A – Nacional
Revista ACB Associação Catarinense
de Bibliotecários de
Santa Catarina
1414-
0594
Semestral 1996 B – Nacional
Revista Brasileira
de
Biblioteconomia
e Documentação
Federação Brasileira de
Associações de
Bibliotecários, Cientistas
da Informação e
Instituições
0100-
0691
Semestral 1973 B - Nacional
Revista de
Biblioteconomia
de Brasília*
Universidade de Brasília 0100-
7157
Semestral 1973 B – Nacional
Revista Digital de
Biblioteconomia
e Ciência da
Informação
Sistema de Bibliotecas
da Universidade de
Campinas
1678-
765X
Semestral 2003 B- Nacional
Transinformação Programa de Pós-
Graduação em
Biblioteconomia da
Pontifícia Universidade
Católica de Campinas
0103-
3786
Quadrimestral 1992 A - Nacional
* O ultimo artigo publicado na Revista de Biblioteconomia de Brasília, que consta na pesquisa,
data de 2004, isto nos traz indícios de que a revista não está sendo mais editada ou está
temporariamente sem publicações.
** Periódicos avaliados pelo Qualis da Capes dentro da área de avaliação “Interdisciplinar”.
Para Pinheiro, Brascher e Burnier (2005, p. 3), a revista Ciência da Informação, do Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia - IBICT, desponta na área de ciência da
informação por sua tradição, regularidade e relevância reconhecida pela comunidade deste
campo”. Em uma entrevista concedida a Lena Vânia Pinheiro e publicada na Revista Ciência
da Informação em 1995, Hagar Espanha Gomes ponderou que a criação do mestrado em
1970, dois anos antes do surgimento da revista, foi decisivo para o surgimento do primeiro
50
periódico da área. De acordo com Gomes, H. E. (1996), o contato com pesquisadores
estrangeiros, tanto da Inglaterra como dos Estados Unidos, trouxe a possibilidade de formação
da equipe, de um direcionamento dos estudos até então feitos de forma um tanto aleatória. A
única revista existente até então era restrita aos profissionais de Biblioteconomia e
Documentação - a profissão tinha sido regulamentada em 1962 e o espírito corporativo era
muito forte. Contudo, o IBICT sempre estimulou a participação de bacharéis de outras áreas
em suas atividades e cursos.
O surgimento do periódico “Ciência da Informação” estimulou o surgimento de vários outros
periódicos da área, sendo alguns deles inseridos nesta pesquisa.
Em 1972 foi criada a Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, que desempenhou
papel muito importante no seu período de circulação, que ocorreu até 1995. A partir de 1996 a
revista passou a denominar-se Perspectiva em Ciência da informação. Este periódico divulga
relatos de pesquisa, estudos teóricos, revisões de literatura, traduções, resenhas e outros
trabalhos em Ciência da Informação, Biblioteconomia e áreas afins. Pode ser acessado pelo
sitio www.eci.ufmg.br/pcionline. Todos os números, desde o primeiro, estão disponíveis no
seguinte link: www.eci.ufmg.br/rebonline/ Este periódico estava classificado pelo Qualis da
Capes como periódico A – Nacional em 2008. Em 2009 recebeu a classificação
B1.
Outro periódico da área, lançado um ano depois da criação do periódico Ciência da
Informação, foi a Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação RBBD - criada
em 1973, tendo como órgão responsável a Federação Brasileira de Associações de
Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições - FEBAB. É interessante ressaltar que a
FEBAB sempre “preocupou-se em propiciar à classe bibliotecária e à sociedade brasileira um
veículo de comunicação e divulgação da área”. Em 1960, a Federação lançou o Boletim
Informativo, com o objetivo de registrar eventos e informações consideradas de relevância
para a Biblioteconomia Brasileira. Depois de firmar um convênio com o Instituto Nacional do
Livro – INL - em 1972, lançou o primeiro fascículo da Revista de Biblioteconomia e
Documentação. Em 1999 a RBBD lançou uma nova série, mudando o layout e a diagramação,
procurando manter as características físicas e sua identidade junto à área. Acompanhando as
inovações tecnológicas, a RBBD Nova Série foi disponibilizada, a contar do semestre de
2006 (v. 2, n. 1), em formato digital, com o acesso a partir do sitio http://www.febab.org.br/.
Este periódico tem periodicidade semestral e estava classificado pelo Qualis como B –
Nacional em 2008. Em 2009 recebeu a classificação
B5.
51
O Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Pontifícia Universidade Católica
de Campinas PUCCAMP - criou a Revista Transinformação, em 1989. A despeito das
transformações nas linhas do Programa, este periódico permanece até hoje tendo como
objetivo divulgar artigos científicos da área da Ciência da Informação. Segundo informações
retiradas do sitio do periódico, este “publica trabalhos inéditos que contribuam para o estudo e
o desenvolvimento científico nas áreas da Ciência da Informação e Ciências de domínio
conexo”. Desta forma, está aberto a contribuições da comunidade científica nacional e
internacional. Este periódico tem periodicidade Quadrimestral e estava classificado no Qualis
da Capes com nível A – Nacional em 2008. Em 2009 recebeu a classificação B2.
Quanto à Revista Encontros Bibli: revista eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da
Informação, esta tem como missão:
difundir o conhecimento novo e inovador em Biblioteconomia e Ciência da
Informação, abrangendo interesses técnico-tecnológicos e humano-sociais.
Está direcionada para pesquisadores e profissionais de informação. Recebe
originais inéditos de artigos em Biblioteconomia e Ciência da Informação,
resultantes de pesquisa científica; recebe originais de ensaios de caráter
teórico fundamentados em revisão de literatura; recebe resenhas de livros, de
edição recente.
Não foram encontradas muitas informações adicionais no site as quais possam contextualizar
seu surgimento. Sabe-se que este periódico surgiu no primeiro semestre de 1996, sendo
publicado semestralmente via meio eletrônico, no site http://www.encontros-bibli.ufsc.br/.
Este periódico estava classificado pelo Qualis da Capes com nível A – Nacional em 2008. Em
2009 recebeu a classificação B3. (CALDIN, et al., 1999).
O periódico DataGramaZero: Revista em Ciência da Informação é de propriedade do Instituto
de Adaptação e Inserção na Sociedade da Informação - IASI. O IASI é uma organização não-
governamental dedicada a estudos e pesquisas sobre a Sociedade da Informação para
promover maior inclusão digital. O periódico DataGramaZero surgiu em 1999, propondo
reunir textos, por afinidade temática, destinados às seções de artigos,
comunicações e recensões visando divulgar e promover perspectivas críticas
fundamentadas em áreas interdisciplinares da Ciência da Informação tais
como Informação e Sociedade, Informação e Políticas Públicas, Informação
e Filosofia ou Informação e Comunicação
Sua periodicidade é bimestral, todos os artigos publicados podem ser acessados pelo site:
http://www.dgz.org.br. Sua classificação no Qualis da capes estava como A Nacional em
2008. Em 2009 recebeu a classificação B3.
52
O periódico Em Questão é uma publicação da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em substituição à Revista de Biblioteconomia
& Comunicação, publicada no período de 1986-2000. É “dirigida a pesquisadores,
professores, profissionais e estudantes das áreas de Informação e Comunicação e tem como
objetivo divulgar estudos e resultados de pesquisas” (EDITORIAL da Revista Em Questão,
2008)
25
nos respectivos campos e áreas afins. Tendo como entidade responsável a Faculdade
de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS. A periodicidade da revista é semestral e
informações sobre ela estão disponíveis no site
http://www.seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/index, os artigos a partir do volume 9
(equivalente ao ano de 2003) têm sua classificação pelo Qualis da Capes como C Nacional,
em 2008. Em 2009 o periódico recebeu a classificação B3.
O periódico Informação e Sociedade: estudos, foi criado em 1991 sob a responsabilidade da
Universidade Federal da Paraíba e nasceu com o objetivo de divulgar a produção científica
dos docentes e discentes do Curso de Mestrado em Biblioteconomia da UFPB e de outros
Programas. Comemorando quinze anos de existência, desde seu primeiro volume está
disponível no site http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies e “apresenta-se à comunidade da
Ciência da Informação e áreas inter-relacionadas oferecendo informação atualizada baseada
em reflexões críticas e contemporâneas” (EDITORIAL da Revista Informação e Sociedade,
2008)
26
. Sua periodicidade é quadrimestral, devendo ser publicado nos meses de abril, agosto
e dezembro. Estava classificado pelo Qualis da Capes como A Nacional em 2008. Em 2009
recebeu a classificação B2.
A revista da Associação Catarinense de Bibliotecários é uma publicação que tem
periodicidade semestral, publica trabalhos inéditos relacionados á área da ciência da
informação, abrangendo biblioteconomia, arquivística e documentação, além de resultados de
estudos e pesquisas sobre atividades referentes ao movimento da classe dos bibliotecários.
Esta revista surgiu em 1996, tendo todos os seus volumes em meio eletrônico no site
http://acbsc.org.br/revista/ojs/archive.php. Foi classificado, em 2008, como B - Nacional pelo
Qualis da Capes. Em 2009 recebeu classificação B4.
_____________
25
EDITORIAL da Revista em Questão. Políticas editoriais: foco e escopo: Disponível em:
<http://www.seer.ufrgs.br/index.php/EmQuestao/about/editorialPolicies#focusAndScope>. Acesso em 24 abr.
2008.
26
EDITORIAL da Revista Informação e Sociedade. Informação e Sociedade: Estudos. Disponível em:
<http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/index>. Acesso em: 24 abr. 2008.
53
A Revista de Biblioteconomia de Brasília RBB - é uma publicação editada pelo
Departamento de Ciência da Informação e Documentação - CID - da Universidade de
Brasília, através do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação. A revista
recupera o acervo impresso da Revista de Biblioteconomia de Brasília (RBB), editada pelo
CID com a Associação dos Bibliotecários do Distrito Federal –ABDF - disponibilizando os
fascículos digitalizados desde 1973 até 2001. Esta revista foi uma das publicações pioneiras
na área de Biblioteconomia no Brasil, tendo publicado trabalhos importantes de pesquisadores
brasileiros e estrangeiros. Atualmente não se têm informações se esta revista retomará suas
atividades na área. Teve sua periodicidade semestral, foi avaliada pelo Qualis da Capes como
B- Nacional.
A Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, editada pelo Sistema de
Bibliotecas da Universidade de Campinas, iniciou suas atividades no ano de 2003, tem por
foco as áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação e por escopo a divulgação
científica das mesmas. A revista é multilíngüe, publica trabalhos em português, espanhol,
inglês e francês. Sua periodicidade é semestral e ela foi avaliada pelo Qualis da Capes como
B- Nacional em 2008; em 2009 recebeu classificação B4.
A Revista InTexto surgiu em 1997, como publicação do Programa de Pós-Graduação em
Comunicação e Informação da UFRGS, é uma revista on-line semestral, foi avaliada como
Qualis A Nacional em 2008. Em 2009 recebeu classificação B3. Ela tem por objetivo discutir
assuntos das áreas de Comunicação e Informação, bem como difundir resultados das
pesquisas, reunindo artigos científicos e resenhas com temáticas pertinentes à Comunicação,
Informação e áreas afins.
A Revista Informação & Informação surgiu em 1996, publicada pelo Departamento de
Ciência da Informação da Universidade Estadual de Londrina. É uma revista direcionada para
as seguinte áreas: Ciência da Informação, Arquivologia, Biblioteconomia e áreas de interface,
buscando incentivar o debate interdisciplinar acerca dos fenômenos concernentes à
informação. Tem periodicidade semestral, foi avaliada no Qualis da Capes como C – Nacional
em 2008. Em 2009 recebeu classificação B4.
A revista eletrônica Liinc em revista surgiu em 2005; tem como objetivo promover e difundir
a reflexão crítica e interdisciplinar sobre informação, conhecimento e desenvolvimento no
mundo contemporâneo, em torno das temáticas: Sociedade e Economia da Informação e do
54
Conhecimento; Informação, Conhecimento e Inovação; Novas formas de produção e difusão
do conhecimento; Informação, Conhecimento e Cidadania; Tecnologias da Informação e
Comunicação e dinâmicas políticas e sócio-culturais. Sua periodicidade é semestral, foi
avaliada em 2008, no Qualis da Capes, como B - Nacional. Em 2009 recebeu a classificação
B4. A revista Liinc é editada pelo Laboratório Interdisciplinar sobre Informação e
Conhecimento – Liinc - um espaço interinstitucional e multidisciplinar, coordenado em
parceria entre a UFRJ e o IBICT.
É Interessante observar que todos os periódicos da área são abertos, sendo que apenas,
DataGramaZero, Revista de Biblioteconomia de Brasília, InTexto não participam do Public
Knowledge Project
27
. Todavia, estes também têm seu material disponível na web. O Public
Knowledge Project é uma iniciativa de investigação e desenvolvimento, voltado para a
melhoria da qualidade da pesquisa acadêmica, por meio do desenvolvimento de inovações, de
compartilhamentos de conhecimentos em ambiente eletrônico. Este movimento para acesso
livre ao conhecimento científico pode ser considerado como um fato muito relevante, no que
se refere à comunicação científica e também à atividade científica em si.
_____________
27
O sistema funciona por meio de uma parceria entre a Faculdade de Educação da Universidade British
Columbia, da biblioteca universitária de Simon Fraser, da Faculdade de Educação da Universidade de
Stanford, e do Centro Canadense de Estudos em Publicações, na Universidade Simon Fraser. A parceria reúne
professores, bibliotecários, alunos e pessoas dedicadas a estudar se e como as novas tecnologias podem ser
utilizadas para melhorar o valor publico e profissional da pesquisa acadêmica.
55
5 METODOLOGIA
Esta pesquisa é de natureza descritiva realizada com abordagens quantitativas e qualitativas,
que se concentra especificamente na análise da produção científica dos
pesquisadores/docentes da Ciência da Informação.
Tem como objetivo analisar a produção científica brasileira dos pesquisadores/docentes da
Ciência da Informação veiculada em periódicos científicos
28
, nos últimos nove anos, sendo
este período equivalente a 3 triênios de avaliação da Capes. Visando identificar os
pesquisadores ativos, os artigos oriundos de pesquisas, as temáticas preferenciais de pesquisa
dos pesquisadores que integram a área de Ciência da Informação. Como objetivos específicos
desenvolveu-se:
Identificação dos pesquisadores dos programas de pós-graduação em Ciência da
Informação no Brasil;
Levantamento dos títulos dos periódicos onde tais pesquisadores publicaram seus
artigos;
Caracterização dos artigos oriundos de pesquisa científica publicados nos periódicos
indexados na base Qualis/Capes;
Análise dos artigos quanto aos temas estudados;
Identificação das áreas de interação interdisciplinares que tem sido foco das pesquisas
na área.
5.1 Objeto de estudo
Optou-se por estudar a comunicação formal publicada na forma de artigos publicados em
periódicos científicos. Estes periódicos estão listados na base de dados Qualis da CAPES. A
seleção destes periódicos deve-se ao fato de terem reconhecimento pela agência CAPES que
acompanha e avalia os Programas de Pós-Graduação na área, onde está concentrada a maior
parte das pesquisas e pesquisadores avaliados pela agência.
_____________
28
As publicações de Eventos não foram inclusas na análise por se configurarem como produção semi-formal.
Isto é, após as discussões e sugestões, o artigo é finalizado e publicado em periódico científico.
56
A amostra da pesquisa está concentrada nos artigos de periódico científicos veiculados por
professores/pesquisadores abrigados nos Programas de Pós-Graduação. Selecionaram-se os
artigos publicados nos últimos nove anos, o que equivale a três
triênios do Programa de
Avaliação da CAPES, sendo 1998-2000, 2001-2003 e2004-2006.
5.2 Procedimentos de Coleta dos Dados
A coleta foi desenvolvida em diversos momentos utilizando-se na maior parte dela de fontes
de informação veiculadas pela internet. Foram utilizadas as seguintes estratégias:
Levantamento dos Programas de Pós-Graduação em Ciência da Informação. Para
isto foi acessado o site da Capes e identificados os Programas credenciados;
Levantamento dos Docentes: foi feito por meio de coleta nos sites dos Programas de
Pós-Graduação, quando foram quantificados os docentes abrigados em cada um
deles, com suas características principais (formação, linhas de pesquisa, Bolsistas de
produtividade no CNPq). Outras fontes foram consultadas: o site da Associação
Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação – ANCIB e o site
do Núcleo de Produção Científica da ECA-USP.
Levantamento da produção científica dos pesquisadores. Utilizou-se a plataforma
Lattes, do CNPq, para coleta destes dados de produção
29
;
Identificação dos periódicos listados no Qualis da Capes; e
Os dados ausentes foram completados por informações coletadas na literatura
corrente.
5.3 Procedimento de Análise dos Dados
Para os procedimentos de análise dos foram dados utilizadas algumas estratégias e
instrumentos:
_____________
29
Os relatórios da Capes não foram utilizados, devido a sua irregularidade de publicação. O Portal da capes foi
consultado no inicio do levantamento dos dados, porém dele constava apenas o relatório do 1 Triênio, 1998-
2001.
57
Triagem do período cronológico: para isto foi feita uma primeira consulta na data de
publicação dos artigos, ou seja, de 1998 a 2006; considerou-se também a data de
criação do Programa e de formação do Pesquisador;
Caracterização do perfil dos pesquisadores por meio da identificação da área de
Formação em níveis de:
- Graduação;
- Mestrado; e
- Doutorado.
Análise Documentária: realizou-se uma leitura técnica dos artigos para identificação
das características para sua seleção e, posteriormente, sua classificação (baseando-se
primeiramente nos Resumos);
Seleção do Artigos: dentre os artigos registrados nos currículos incluídos na
plataforma Lattes, foram consultados os periódicos para identificação daqueles que
comprovadamente seguiam a estrutura de um artigo científico. Foram retirados da
amostra os editorais, as resenhas, relatórios de participação em eventos e outros;
- verificou-se se o artigo procedia de periódicos científicos brasileiros em Ciência
da Informação.
- Considerou-se a sua tipologia quanto a: Revisão, Ponto de Vista
30
, se Fruto de
Pesquisa (englobando artigos oriundos de pesquisas no Mestrado e Doutorado),
Relato de Experiência.
Classificação dos Artigos: foram classificados com base na Taxonomia de Donald
T. Hawkins et al. (2003), quanto à temática dos artigos dentro da área de Ciência da
Informação, que está dividida em 11 grandes áreas:
- Pesquisa em ciência da informação;
- Organização do conhecimento;
- Profissão da informação;
- Questões sociais;
- Indústria da informação;
- Produção editorial e distribuição;
- Tecnologias da informação;
- Sistemas e serviços de informação eletrônica;
- Bibliotecas e serviços bibliotecários; e
_____________
30
Classificou-se como ponto de vista os artigos que não se enquadram em revisão de literatura ou frutos de
pesquisa mas que apresentaram discussões e reflexões na área
58
- Informação e questões governamentais e legais. (Anexo B).
5.4 Limitações na coleta e análise dos dados
Durante a coleta de dados alguns impasses foram encontrados, dentre eles:
Preenchimento incorreto e desatualizado do Currículo Lattes - Parte considerável dos
pesquisadores não têm preenchido corretamente o currículo Lattes. No processo de extração
da produção científica de artigos de periódicos foram encontrados muitos casos nos quais
pesquisadores incluíram resenhas, relatos de participação do evento, entrevistas, dentre
outros, no campo de artigos científicos. Em relação aos artigos, muitas referências estavam
incompletas ou com dados equivocados (volume, número do periódico, ano de publicação e
até mesmo nome e periódicos trocados). Tais equívocos no preenchimento dos currículos
foram corrigidos, quando possível, no momento da coleta dos dados referentes à formação dos
pesquisadores e de sua produção científica. Alguns dados, como é apresentado nos resultados,
mostram que os pesquisadores não informam a área de formação tanto em graduação, tanto
em mestrado e doutorado.
Periodicidade de atualização: Parte dos pesquisadores mostraram, também, não ter uma
regularidade na atualização dos currículos.
Estrutura dos resumos - Durante o processo de análise dos artigos para identificação de sua
tipologia e assunto, encontrou-se dificuldades em definir a tipologia do artigo e seu assunto
apenas pelo resumo. Os pesquisadores da área não estruturam seus resumos informativos de
forma adequada a viabilizarem informações referentes à pesquisa, no todo. Esta estruturação
dos resumos informativos facilita muito o processo de classificação baseado em taxonomias.
Segundo a NBR 6028, o resumo informativo “Informa ao leitor finalidades, metodologia,
resultados e conclusões do documento, de tal forma que este possa, inclusive, dispensar a
consulta ao original.”
59
Taxonomia - A Taxonomia de Donald T. Hawkins mostrou-se completa no mapeamento da
Ciência da Informação e nas questões ligadas a bibliotecas. Contudo, como mapeamento da
área, não apresenta flexibilidade para reunir dois conceitos ou categorias de assuntos
diferentes. Por exemplo: bibliotecas e serviços de bibliotecários é uma classe constituída em
sua maioria por tipos de bibliotecas. É ausente, nesta taxonomia, o tema webometria,
divulgação científica/popularização da Ciência. No assunto Conceitos básicos, definições,
teorias, metodologias e aplicações, poderia ser inserido o termo Epistemologia, mesmo
sabendo que este é um termo equivalente.
60
6 RESULTADOS
No mês de novembro de 2007, foram levantados no site da Capes os nove Programas de Pós-
Graduação em Ciência da Informação, dentre estes consta o Programa da Universidade
Estadual de Londrina, que, conforme explicado anteriormente, não integra essa análise. O
programa da PUCCAMP foi incluído, visto que este contribuiu com as pesquisas na área e
esteve credenciado pela Capes em grande parte do período selecionado. Acrescentou-se
também a linha de pesquisa do PPGCOM da UFRGS Informação, Tecnologias e Práticas
Sociais, composta por pesquisadores que marcaram presença nos eventos da área de Ciência
da Informação e que contribuiram com considerável produção cientifica voltada para a
mesma. O IBICT, integrado nesta amostra apresentou sua produção ora em convênio com a
UFRJ, ora em Convênio com a UFF. Devido a estas mudanças de convenio, optou-se por
incluir a produção científica do IBICT isoladamente.
O Quadro 3 apresenta os programas de Pós-Graduação que abrigam a maior parte dos
pesquisadores/Doutores da Ciência da informação no Brasil. Nele constam informações,
inclusive a última avaliação da Capes.
Quadro 3 – Programas de Pós-Graduação em Ciência da Informação com a pontuação
na avaliação da CAPES em 2007
Instituição UF Criação do Mestrado
Avaliação do
Mestrado
Criação do
Doutorado
Avaliação do
Doutorado
IBICT
RJ
1970 - 1994 -
USP
SP
1972 4 1992 4
UFMG
MG
1976 5 1997 5
PUCCAMP
SP
1977 3 - -
UNB
DF
1978 5 1992 5
UFRGS
RS
1995 4 2001 4
UFPB
PB
*1977 3 - -
UFBA
BA
1998 3 - -
UFSC
SC
1999 3 - -
UNESP
SP
2001 4 2005 4
UFF
RJ
2003 4 2003 4
* O programa foi criado em 1977, porém fica um período sem credenciamento e retornou ao
sistema de avaliação da Capes no segundo triênio.
Fonte:Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Ensino Superior. Disponível em:
<http://servicos.capes.gov.br/projetorelacaocursos/jsp/areaIesDet.jsp
cd_area=60700009&grandeArea=CI%CANCIAS%20SOCIAIS%20APLICADAS&areaConh=CI
%CANCIA%20DA%20INFORMA%C7%C3O>. Acesso em: 26 de nov. 2007.
61
Conforme já constatado na literatura sobre a pesquisa e Pós-Graduação no Brasil e também na
Ciência da Informação, o maior número de cursos de Pós-Graduação surgiu na cada de 70.
Desses programas, o IBICT é o precursor em oferecer o curso de Ciência da Informação no
Brasil, primeiramente em nível de mestrado; e na década de 70, com o curso de mestrado, e,
na década de 90, com o curso de doutorado.
6.1 Perfil dos Pesquisadores
Foram identificados 128 pesquisadores/docentes que atualmente estão desempenhando
atividades de pesquisa e ensino junto aos programas de Pós-Graduação. Acredita-se que estes
são os que produziram maior parte dos artigos publicados nos periódicos da área.
A Tabela 1 apresenta o número de pesquisadores vinculados aos programas de Pós-Graduação
em Ciência da Informação.
Tabela 1 – Número de pesquisadores/docentes em atividade por programas
Instituições Pesquisadores/Docentes %
UNB 19 14,8
UFMG 17 13,3
USP 17 13,3
UFSC 12 9,4
UNESP 12 9,4
UFPB 11 8,6
UFBA 10 7,8
IBICT 9 7,0
UFF 8 6,3
UFRGS 7 5,5
PUCCMAP 6 4,7
TOTAL 128 100
O Programa da Universidade de Brasília UNB - destaca-se com o maior corpo docente no
período, composto por 19 pesquisadores; em seguida estão os programas da Universidade
Federal de Minas Gerais UFMG - e Universidade de São Paulo USP - com 17
62
pesquisadores cada. Os Programas da UFSC e UNESP constam com 12 pesquisadores, e
UFPB com 11 pesquisadores. O Programa da UFBA apresenta 10 pesquisadores, em seguida
vem o IBICT, com 9, a UFF com 8 pesquisadores. A UFRGS, aqui representada com a Linha
de pesquisa Informação, Tecnologias e Práticas Sociais, apresenta 7 pesquisadores e a PUC de
Campinas com 6 pesquisadores apenas, uma vez que o programa apresentava problemas
relativos a recursos humanos, na época da coleta dos dados.
É relevante identificar a taxa de crescimento da Comunidade de pesquisadores docentes em
Ciência da Informação. Isto porque o crescimento da pesquisa depende também do aumento
de Pesquisadores/Docentes nos Programas da Ciência da Informação, o que implica em
crescimento de conhecimentos produzidos por docentes e discentes.
O Gráfico 1 mostra o crescimento da comunidade científica de Pesquisadores/Docentes.
Gráfico 1 – Crescimento da comunidade de pesquisadores
31
A variação do crescimento anual de pesquisadores docentes apresenta-se com grande
incidência nos três triênios, em todos os programas, com exceção do IBICT, que manteve seu
número de pesquisadores durante o período analisado e não foi objeto desta investigação
entender o motivo especifico dessa permanência.
_____________
31
No gráfico, a coluna representada pela cor Azul, denominada Vínculos Anteriores refere-se ao número de
pesquisadores que já estavam vinculados ao Programa de Pós-Graduação antes do período analisado.
63
Após a identificação dos pesquisadores, buscaram-se, na Plataforma Lattes, os currículos dos
mesmos, para análise dos perfis por meio da formação acadêmica (Graduação, Mestrado e
Doutorado). Levantou-se também o número de artigos publicados.
Tabela 2 – Perfil dos pesquisadores por formação na graduação
Area de Formação Frequência (%)
Biblioteconomia 39 30,5
Biblioteconomia e Documentação 18 14,1
História 13 10,2
Letras 7 5,5
Comunicação Social 6 4,7
Não Informa 6 4,7
Ciências Sociais 4 3,1
Jornalismo 4 3,1
Ciência da Computação 2 1,6
Economia 2 1,6
Total 128 100
Nota: Foi feito um corte para as 10 áreas que mais se sobressaíram, no levantamento. Para
consultar a tabela no todo consultar Anexo C.
A área de Biblioteconomia (30,5%) é a área profissional que detém o maior número de
pesquisadores docentes graduados, em seguida temos a Biblioteconomia e Documentação
(14,1%), área que equivale a Biblioteconomia. Os Cursos que formaram perfis em
Biblioteconomia e Documentação mostram a influência da corrente Francesa na formação dos
pesquisadores. Estes profissionais reunidos correspondem a 44,6% dos profissionais da área.
Em seguida a Graduação em história (10,2%), área de conhecimento que compartilha alguns
interesses relacionados a documentos, principalmente aqueles de natureza arquivística.
Apenas 4,7% dos pesquisadores não informaram sua graduação, isto equivale a 6
pesquisadores dentro de um universo de 128. A Ciência da computação (1,6%) apresentou um
quantitativo pequeno em relação a outras areas, considerando-se que é uma área que busca
interação e relação com a Ciência da Informação, notadamente nos aspectos de recuperação
da informação.
Continuando a análise do Perfil dos 128 pesquisadores, passou-se para a etapa de formação
dos pesquisadores, a pós-graduação Stricto Sensu.
64
Tabela 3 – Perfil dos pesquisadores por formação no mestrado
Area de Formação Frequência (%)
Ciência da Informação 34 26,6
Ciências da Comunicação 14 10,9
Biblioteconomia 10 7,8
Engenharia de Produção 6 4,7
História 5 3,9
Não Informa 5 3,9
Administração 4 3,1
Educação 4 3,1
Biblioteconomia e Documentação 3 2,3
Letras 2 1,6
Total 128 100
Nota: Foi feito um corte para as 10 áreas que mais se sobressaíram, para consultar a tabela no
todo consultar Anexo C.
No mestrado em Ciência da Informação, formaram-se 26,6% dos pesquisadores da mostra,
fato este já esperado. Alerta-se, porém, para que, na Tabela, 2, 57 pesquisadores graduaram-se
em Biblioteconomia e, destes, 21 continuaram seus estudos na Ciência da Informação. Esta
característica pode ser influenciada pela proximidade dos cursos de Graduação em
Biblioteconomia e os de Pós-Graduação em Ciência da Informação, por estarem abrigados na
mesma unidade institucional.
O mestrado em Comunicação titulou 10,9% dos pesquisadores, deixando indícios de interação
disciplinar desta área com a Ciência da Informação; em seguida vem o mestrado em
Biblioteconomia com 7,8%, mestrado em Biblioteconomia e Documentação representando
apenas 2,3% do total. Tais cursos de mestrado não estão mais presentes nas universidades,
uma vez que transformaram-se em mestrado em ciência da informação, o que incluiu uma
transformação não de nomenclatura como, também, de conteúdos teóricos e
metodológicos. Um ponto importante de reflexão é que a biblioteconomia não existe mais
enquanto campo de pesquisa. Esta nomenclatura é relativa aos primeiros cursos de Pós-
Graduação Strito Sensu da área de estudo. Destaca-se que cinco pesquisadores (3,9%) não
informaram em que área se tornaram mestres. Observa-se que somando o mestrado em
Biblioteconomia, Biblioteconomia e Documentação e Ciência da Informação obtêm-se 36,7%
dos pesquisadores. A esse dado pode-se acrescentar o mestrado em ciência da comunicação
(USP), que contava ciom uma linha de pesquisa voltada para atender à área.
65
A Tabela a seguir mostra a formação dos pesquisadores em nível de Doutorado.
Tabela 4 - Perfil dos pesquisadores por formação no doutorado
Area de Formação Frequência (%)
Ciência da Informação 38 29,7
Ciências da Comunicação 24 18,8
Educação 9 7,0
Engenharia de Produção 8 6,3
Linguística 4 3,1
Comunicação 3 2,3
História Social 3 2,3
História 2 1,6
Letras 2 1,6
Comunicação e Informação 2 1,6
Total 128 100
Nota: Foi feito um corte para as 10 áreas que mais se sobressaíram; para consultar a tabela no
todo consultar Anexo B.
Os pesquisadores em Ciência da Informação estão representados por 29,7% com titulação de
doutorado em ciência da informação o que equivale a 38 pesquisadores, e destes, 20 também
cursaram o mestrado na área de Ciência da Informação. Salienta-se que tal número refere-se a
pesquisadores formados no Brasil. Agrupando os cursos de doutorado no exterior e, ainda,
outras áreas próximas, como Information Studies, Informação Científica, chegaríamos a
35,0% de Doutores com esta formação. Os pesquisadores/doutores formados em ciências da
comunicação representam18,8% do total. Isso parece indicar a influência do Curso de
doutorado da USP em ciências da comunicação onde se titulou uma grande parte dos doutores
que atuam na Ciência da Informação, comprovando-se a influência do Programa de Pós-
Graduação da USP. Ao analisar a formação dos doutores do atual programa em ciência da
Informação na USP, onde 94% dos doutores cursaram o doutorado no programa de ciências
da Comunicação da própria instituição.
O IBICT/UFRJ também contribuiu muito para a formação dos Doutores em Ciência da
Informação; no ano de 2008, ano em que se fez a análise dos currículos dos pesquisadores,
100% dos pesquisadores do IBICT e 88,5% dos pesquisadores da UFF tiveram sua formação
no curso de Doutorado do IBICT/UFRJ.
66
Os pesquisadores dos Programas de Pós-Graduação em Ciência da Informação têm buscado
atualização em seus perfis constantemente. A tabela abaixo apresenta as áreas de formação e
especialidades de alguns pesquisadores que finalizaram o Pós-Doutorado até o ano de 2006.
Espera-se que maior número de Doutores tenham concluído esta etapa e outros estejam em
andamento.
Tabela 5 - Pesquisadores por temas de pós-doutoramento
Área – Subárea - Especialidade Frequência
%
Ciência da Informação 2
12,5
Não Informaram 2
12,5
Ciência da Informação - Biblioteconomia 1
6,3
Ciência da Informação - Biblioteconomia - Bibliometria 1
6,3
Ciência da Informação - Biblioteconomia - Comunicação Científica 1
6,3
Ciência da Informação - Estrutura e Fluxo da Informação -
Transferência da Informação
1
6,3
Ciência da Informação - Lingüística, Letras e Artes - Artes - Cinema 1
6,3
Ciência da Informação - Tecnologias da Informação - Mídias digitais 1
6,3
Ciência da Informação - Teoria da Informação - Representação da
Informação
1
6,3
Ciência da Informação - Teoria da Informação - Teoria Geral da
Informação
1
6,3
Artes - Artes Plásticas - Teoria do Estado da Arte 1
6,3
Comunicação 1
6,3
Letras - Literaturas Estrangeiras Modernas - Literatura Francesa 1
6,3
Química 1
6,3
Sub-Total
16
100
Observa-se na tabela acima que a área de Ciência da Informação tem sido o foco dos
pesquisadores no Pós-Doutorado, nesta área têm sido enfatizados as temáticas voltadas para
as teorias, tecnologias e fluxos da Informação. A Biblioteconomia registra sua importante
contribuição para com a ciência da informação, considerando-se que pesquisadores
desenvolveram estudos nesta subárea. Alguns dos pesquisadores que concluíram seu
doutoramento no exterior não informaram a área – subárea e especialidade de formação.
67
Tabela 6 – Pesquisadores bolsistas de produtividade em pesquisa no CNPq
Instituições Pesquisadores Doutores
Bolsistas de
Produtividade
% sobre 32
Bolsas de
Produtividade
% sobre 128
Pesquisadores
IBICT 9 6
18,8
3,9
UNB 19 5
15,6
2,3
UNESP 12 5
15,6
1,6
UFMG 17 3
9,4
0,8
PUCCAMP 6 3
9,4
3,9
USP 17 2
6,3
1,6
UFPB 11 2
6,3
0,8
UFF 8 2
6,3
4,7
UFRGS 7 2
6,3
1,6
UFSC 12 1
3,1
1,6
UFBA 10 1
3,1
2,3
TOTAL 128 32
100
100
As bolsas de produtividade de pesquisa são muito importantes para o aumento e regularidade
da produção cientifica. O CNPq desenvolve importante papel no financiamento da pesquisa
na área de ciência da informação. Os programas que detêm o maior número de pesquisadores
Bolsistas são: IBICT, USP, UNB, UFMG e PUCCAMP. São programas que, em sua maioria,
surgiram na década de 70 com curso de Mestrado e, depois, criaram o curso de Doutorado.
Desta forma, fica visível o indício de que, para a obtenção da bolsa de produtividade, os
pesquisadores necessitam de maturidade científica. Destaca-se, porém, o Programa da
UNESP, que detêm 5 bolsas de produtividade cuja criação do curso de mestrado foi no ano de
2001 e a do doutorado em 2005. Lembre-se que, dos 5 Bolsistas, 3 concluíram o doutorado no
inicio da década de 90, o que lembra também a experiência e a maturidade destes
pesquisadores. Não foi possível averiguar se outros pesquisadores/docentes recebem bolsas de
financiamento de outras instituições, pois, na plataforma Lattes, do CNPq, foram indicados
apenas os bolsistas de produtividade do CNPq.
68
6.2 Produção de Artigos por Programas
O número de artigos produzidos em nove anos foi levantado pelo currículo Lattes dos
pesquisadores; desta forma, se um dos 128 pesquisadores que compõem o universo de análise
não inseriram sua produção científica publicada neste período, a mesma não consta nesta
análise.
O Gráfico 2 apresenta o número de artigos publicados por instituição. Compara o número de
artigos em periódicos da área e aqueles veiculados em outras áreas.
Gráfico 2 – Artigos publicados em periódicos específicos da área e outros
Percebe-se uma produção de artigos científicos considerável; no entanto, o número de artigos
que foram publicados nos periódicos da área em muitos Programas de Pós-Graduação não
representa 50% dos artigos publicados. A UnB produziu 138 artigos nos últimos 9 anos, dos
quais 59 artigos foram publicados nos periódicos da área. A USP produziu 132 artigos,
publicando apenas 43 artigos nos periódicos da Ciência da Informação. A UFMG publicou 97
artigos, sendo 62 destes publicados nos periódicos da área. O IBICT publicou 96 artigos,
publicando 52 artigos nos periódicos específcos da área. Percebe-se uma aproximação da
UFMG e UNB no que diz respeito ao número de artigos publicados nos periódicos da área. A
UFBA produziu 96 artigos, publicando apenas 24 nos periódicos da área. A UFPB produziu
69
64 artigos, sendo apenas 26 em periódicos da área. A UNESP produziu 53 artigos, publicando
26 nos periódicos da área, o que representa a metade da sua produção. A PUCCAMP
produziu 46, sendo que 25 foram publicados nos periódicos da área. A UFSC chama a
atenção, pois o seu programa de Pós-Graduação, mesmo com uma produção cientifica ainda
incipiente, com 43 artigos publicados, publicou 30 destes nos periódicos da área,
apresentando, assim, menor disparidade na publicação dos artigos científicos, dos quais 13
foram publicados em outros periódicos. O fato de pesquisadores da CI publicarem em
periódicos de outras áreas pode ser visto como fator positivo, se os artigos publicados em
periódicos conferirem visibilidade e reconhecimento à CI e a seus pesquisadores. Contudo,
tais publicações podem ser também frutos de aplicações em contextos de outras áreas. Tal
fato, porém, conduz à indagação: os periódicos científicos da Ciência da Informação estão
suportando adequadamente a literatura da área? Mas, seria preocupante inquirir se tais artigos,
comunicados em outros periódicos, são pertinentes à Ciência da Informação. Os
pesquisadores oriundos de outras areas realmente têm-se comprometido com o crescimento
científico da CI ou apenas se preocupam em agregar conhecimento à sua área de origem? A
UFF produziu 36 artigos, e apenas 13 publicados nos periódicos da área. A UFRGS produziu
41 artigos, publicando apenas 17 artigos nos periódicos da área, relembrando que a produção
científica diz respeito à linha de pesquisa Informação, Tecnologias e Práticas Sociais do
Programa de Pós Graduação na área de Comunicação e Informação.
Em âmbito geral, destaca-se, neste gráfico, que 837 artigos foram publicados neste período,
sendo que apenas 376 foram publicados nas revistas mais significativas da area, ou seja, isso
não representa metade dos artigos registrados como da CI.
Abaixo segue-se a média de publicações de artigo distribuida por programas, anualmente.
Esta média é apenas uma estimativa sobre o número de pesquisadores vinculados ao programa
no momento da coleta dos dados, sem considerar o crescimento da comunidade científica.
70
Tabela 7 – Média de artigos publicados por ano nos periódicos da área
Instituição
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Frequência
Média/Ano
UFMG 3
0
7
11
5
11
4
8
13
62
6,9
UNB 6
3
19
6
5
5
4
4
8
60
6,7
IBICT 4
2
8
2
3
11
9
7
6
52
5,8
USP 2
3
1
6
8
4
6
2
10
42
4,7
UFSC 0
0
0
1
4
4
5
6
10
30
3,3
UNESP 0
0
0
0
3
4
4
9
7
27
3,4
UFPB 0
2
2
4
0
2
2
1
12
25
3,1
PUCCMAP 0
1
1
2
2
6
5
0
7
24
2,7
UFBA 0
0
0
1
1
2
3
5
12
24
2,7
UFRGS 1
0
0
0
0
5
1
2
8
17
1,9
UFF 0
0
0
0
0
1
5
2
5
13
1,4
Total 16
11
38
33
31
55
48
46
98
376
3,9
Esta tabela apresenta o número de artigos publicados por ano e instituição, apresentando a
média de publicação. Ela permite a identificação da produção científica de cada programa,
ano a ano, desde o ano de sua criação. Nota-se que a UFMG e a UNB apresentam médias
mais altas de publicações por ano. É preciso considerar, contudo, que tais programas
apresentam um maior número de docentes em relação aos outros. O Ibicit apresenta uma
média razoável de artigos por ano, contando com apenas nove pesquisadores, contudo, estes
pesquisadores não ministram disciplinas ou desenvolvem outras atividades em cursos de
graduação. Também é interessante observar que as instituições que apresentaram a maior
média de publicação oferecem cursos de mestrado e doutorado. A UFRGS apresenta a média
de 1,9 artigos por ano, mas cabe lembrar que a produção é de uma linha de pesquisa voltada
para informação. Já o programa da UFF apresenta média inferior a dois artigos por ano, o que
pode ser creditado ao seu pouco tempo de credenciamento.
A Tabela 8 apresenta a média de pesquisador e sua Instituição de Pós-Graduação no período
estudado. Os resultados apresentam uma produção incipiente dos pesquisadores/docentes no
que se refere aos artigos publicados nos periódicos da área de ciência da informação. A média
de produção apresenta uma diferenciação considerável entre programas; por exemplo, o
mestrado da UNESP, a qual criou o curso de mestrado em 2001 e o curso de Doutorado em
71
2005, cursos relativamente recentes, apresenta uma produção crescente. Desta forma a
UNESP apresenta uma média de produção acima de outros programas com mais história e
corpo de pesquisadores, e maior quando analisada a produção em relação ao espaço de tempo
desta pesquisa.
Tabela 8 – Média de Artigos publicados por pesquisadores e programas
Instituição
Pesquisadores
Docentes
Art. Publicados
Media de
artigo por
pesquisador
Art.
Publicados
(periódicos
da área)
Media de
artigo por
pesquisador
IBICT
9
96
10,7
52 5,8
PUCAMP
6
46
7,7
25 4,2
UFMG
17
97
5,7
62 3,6
UNB
19
138
7,3
61 3,2
UFRGS
7
41
5,9
18 2,6
USP
17
132
7,8
43 2,5
UFSC
12
43
3,6
30 2,5
UFBA
10
96
9,6
24 2,4
UFPB
11
64
5,8
25 2,3
UNESP
12
53
4,4
26 2,2
UFF
8
31
3,9
13 1,6
Total
128
837
6,5
379 3,0
Conforme apresentado, os programas apresentam produção muito incipiente; considerando
o tempo da coleta de dados, abarcam-se nove anos. Isto pode ser observado na última coluna
desta tabela, que traz a média de artigos publicados nos periódicos da área por pesquisadores.
O IBICT, com nove membros, apresenta a média de 5,8 artigos por pesquisador.
Comparando-se com a média de artigos publicados em outros periódicos, tem-se quase o
dobro de artigos. Torna-se relevante considerar também que seis pesquisadores do IBICT têm
bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq e o vínculo institucional de cinco pesquisadores
data da década de 80. Isto aponta indício de um grupo de pesquisadores consolidado e
supostamente compromissado com a área da ciência da informação. Cinco destes
pesquisadores já tiveram uma relação direta com a Ciência da Informação durante sua
formação, o que pode indicar pesquisas de mais longo prazo e, consequentemente,
publicações com maior regularidade.
72
A PUCCAMP também aparece acima da media, com 4,2 artigos publicados, todavia sua
produção nos periódicos da área não se destaca muito perante outros programas, uma vez que
as publicações em periódicos periféricos ocorrem com maior incidência. A UFMG apresenta
média de 3,6 artigos, sendo que este programa abriga 17 pesquisadores. No entanto, é
relevante ressaltar que 10 destes pesquisadores ingressaram no Programa de Pós-Graduação
no período de 2000 a 2006, concentrando maior número de pesquisadores nos últimos anos.
6.3 Produção de Artigos e Produção de Artigos Frutos de Pesquisa
O total de artigos foi classificado de acordo com a tipologia dos mesmos em: Fruto de
Pesquisa, Revisão de Literatura, Ponto de Vista e Relato de Experiência.
Gráfico 3 – Tipologia dos Artigos
No decorrer dos nove anos de pesquisa, os pesquisadores publicaram um total de 376 artigos,
sendo 49% frutos de pesquisa, 22% revisões de literatura, 20% pontos de vista, 7% Relatos de
Experiência e apenas 2% da produçao de artigos não foi localizada. Estes 2% equivalem a 6
artigos que não foram localizados em nenhuma base de dados eletrônica ou na Biblioteca
Professora Etevilna Lima, sendo esta a Biblioteca especializada em Ciência da Informação,
que atende tanto a discentes e docentes da graduação quanto aos da Pós-Graduação da Escola
de Ciência da Informação da UFMG. Acredita-se que estes artigos não puderam ser
encontrados devido a dados inconsistentes no preenchimento dos currículos.
73
Os gráficos a seguir possibilitam a visão de uma análise mais detalhada do crescimento da
comunidade científica, comparando o número de artigos veiculados nos periódicos da área
com o número de artigos classificados como oriundos de pesquisas.
Conforme verificado, a maior parte dos artigos científicos da Ciência da Informação
publicados são frutos de pesquisa. Cabe salientar, porém, que grande parte destes artigos são
produtos oriundos de investigações para dissertações e teses. A publicação em parceria entre
orientando/orientador é uma forma de tornar visível o pesquisador em formação. Comprova,
também, o compromisso do orientador com sua funcão na Pós-Graduação e,
consequentemente, com o crescimento do conhecimento na area. Os artigos de revisão de
literatura ocupam também uma parcela importante do gráfico e é considerado um tipo de
publicação importante, principalmente pela tradução de novas idéias e autores da área.
Desta forma, pode-se perceber como os pesquisadores da área estão se esforçando em suas
pesquisas e, consequentemente, em sua produção científica. A produção científica de uma
forma geral é importante indicador de competência, internacionalmente reconhecido, que
compreende o “trabalho original publicado em uma revista considerada de boa qualidade pela
comunidade científica”. (COELHO, 2001 apud DANUELLO; GUIMARÃES, 2005, p. 158).
Para verificar a regularidade e o crescimento tanto da comunidade científica quanto a
produção, realizou-se um mapeamento do número de docentes a cada triênio e, em seguida, da
sua produção científica, realizada por programa.
Os gráficos foram compostos com três linhas principais: a linha azul representa o número de
pesquisadores de cada programa, a linha vermelha representa a produção cientifica dos
pesquisadores à exceção dos frutos de pesquisa e a linha verde representa os artigos oriundos
de pesquisas. As duas linhas mais finas representam a curva de crescimento exponencial dos
dados quantificados.
74
Gráfico 4 – Comunidade científica e sua produtividade - IBICT
O IBICT mostra certa regularidade em suas publicações; contudo, percebe-se que o número
de artigos nos periódicos da área poderia ter crescido mais ao longo do período estudado.
Apesar do crescimento da Pós-Graduação e do número de docentes/pesquisadores, a produção
científica ainda não tem densidade. Cabe relembrar que seis destes pesquisadores o
Bolsistas de Produtividade em Pesquisa do CNPq, o que significa tartar-se de um grupo que
demostra maturidade. Observa-se que a linha verde, que representa os artigos frutos de
pesquisa, está muito distante da linha vermelha, que representa os artigos produzidos no
período. Percebe-se um importante crescimento na frequência de artigos produzidos, porém o
crescimento de artigos frutos de pesquisa não acompanha tal crescimento.
75
Gráfico 5 – Comunidade científica e sua produtividade – PUCCAMP
A produção dos pesquisadores do Programa da PUCCAMP apresenta-se com um número
razoável de artigos. Observando a linha de crescimento exponencial
32
, a sua produção de
artigos nos periódicos da área tende a crescer em futuro próximo, porém a produção de artigos
frutos de pesquisa não parece acompanhar o mesmo ritmo da produção geral de artigos,
mostrando um distanciamento grande entre as duas. Salienta-se que, no primeiro triênio, os
artigos frutos de pesquisa ficam abaixo da linha que representa o número de pesquisadores.
Analisando as linhas de crescimento exponencial observa-se que, tanto em publicação dos
periódicos da área, quanto na dos artigos frutos de pesquisa, o crescimento fica abaixo da
finalização da curva de crescimento exponencial. Este fator pode ser, dentre outros, o que
contribuiu para o descredenciamento daquele programa no ano de 2007. Outro fator que pode
ter também influenciado em sua fragilidade como programa de Pós-Graduação em Ciência da
Informação pode ser creditado ao fato de apresentar em sua maioria, pesquisadores com
formação fora da Ciência da Informação. Do corpo total de pesquisadores, apenas um detinha
formação em Ciência da Informação.
_____________
32
Calcula o crescimento exponencial previsto usando dados existentes.
76
Gráfico 6 – Comunidade científica e sua produtividade – UFBA
O Programa da UFBA é um programa recente, o que dificulta traçar seu crescimento
exponencial, uma vez que sua produção é de dois triênios. Mesmo assim apresenta um bom
crescimento da produção científica. Precisa, contudo, modificar o número de artigos frutos de
pesquisa, que representam ao fim do terceiro triênio, apenas 1/3 do que foi publicado nos
periódicos da Ciência da Informação. Detém um grupo de pesquisadores com grandes
possibilidades de consolidação na área, quatro dos 12 pesquisadores têm seu doutorado na
área de Ciência da Informação e outros quatro têm a formação, no mestrado, em Ciência da
Informação.
77
Gráfico 7 – Comunidade científica e sua produtividade – UFF
O Programa da UFF, como representado no gráfico acima, apresenta-se com uma produção
ínfima de artigos frutos de pesquisa, ficando com valor zero no primeiro e segundo triênios.
Este programa, até o fim do ano de 2008, existia por meio de um convênio com o IBICT; no
inicio do ano de 2009 é que a UFF se estabelece como um programa independente de pós-
graduação em Ciência da Informação. (Anexo A). Este fator pode explicar o fato de existirem
poucos pesquisadores vinculados diretamente à UFF no primeiro e segundo Triênio e,
consequentemente, sua baixa produtividade. Isso deixa indícios de que o programa da UFF
poderá continuar publicando, considerando-se que a curva de crescimento exponencial foi
superada pelo número de publicações nos periódicos da area, no terceiro triênio.
78
Gráfico 8 – Comunidade científica e sua produtividade – UFMG
O crescimento do programa da UFMG é regular tanto quanto as publicações de artigos nos
periódicos da área quanto às de artigos frutos de pesquisa. Observa-se que, no primeiro
triênio, o número de artigos frutos de pesquisa ficou abaixo do número de pesquisadores. Esta
situação foi modificada no segundo triênio. Este programa tem apresentado um bom
crescimento de sua comunidade de pesquisadores ao longo dos triênios, mostrando, assim, a
possibilidade de crescimento de sua produção científica. Cabe observar que este crescimento
da comunidade cientifica contou com pesquisadores que têm formação inicial e completa
na Ciência da informação, ou seja, no mestrado ou doutorado. Alerta-se, contudo, para o fato
de que três dos 17 pesquisadores não apresentaram publicações nos periódicos da área, uma
vez que se vincularam ao PPCGI da UFMG depois de finalizar o doutorado, em meados de
2003 a 2005.
79
Gráfico 9 – Comunidade científica e sua produtividade – UFPB
O programa da Universidade Federal da Paraíba ficou por algum tempo dos três triênios sem
credenciamento na Capes. Observa-se, contudo, que a produção de artigos científicos é
considerada satisfatória e acompanha bem a linha de crescimento exponencial, sendo que os
artigos frutos de pesquisa acompanham da mesma forma o crescimento da produção de
artigos. Assim de maneira geral, os pesquisadores estão atentos às demandas de pesquisa na
área. Atenta-se para o fato de que três pesquisadores não publicaram em nenhum periódico da
área. Uma análise do perfil de sua formação comprova que apenas um deles teve formação em
área de maior proximidade com a ciência da informação, em âmbito de mestrado. Percebe-se
o crescimento do número de pesquisadores e que 66% dos mesmos estabeleceram vinculo
com o programa após o ano de 2001, muitos deles com formação em doutorado concluída.
Pode ser que esse fato explique o crescimento da produção de artigos em periódicos da área
de forma significativa, o que ocorreu no segundo triênio.
80
Gráfico 10 – Comunidade científica e sua produtividade – UFRGS
O Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS é representado, aqui, por uma de
suas linhas de pesquisa, como já explicado anteriormente. É surpreendente como esta linha de
pesquisa tem avançado em suas pesquisas, conseguindo publicar nos periódicos da Ciência da
Informação, mesmo com o foco do seu programa na comunicação. Dos sete pesquisadores
desta linha apenas dois não apresentaram qualquer publicação em Periódicos específicos da
Ciência da informação. Pela análise da formação dos mesmos, percebe-se que os mesmos
detêm uma formação próxima da Ciência da Informação. Os artigos científicos e os frutos de
pesquisa mostram que os pesquisadores desta linha estão envolvidos com suas pesquisas e
com uma produção de artigos, de forma regular.
81
Gráfico 11 – Comunidade científica e sua produtividade – UFSC
Este programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, criado recentemente, tem
mostrado bom desempenho em suas pesquisas e publicações. Inicialmente o seu corpo
docente era constituído de apenas um doutor, no primeiro triênio. Contudo, em prazo muito
curto, a UFSC atingiu o número de 12 doutores. A produção de artigos ainda é pequena,
comparada com outros PPGCI, porém a concentração de suas publicações em Ciência da
Informação mostra-se relevante. Destes 12 pesquisadores, apenas dois têm o doutorado em
ciência da informação, oito deles tem graduação em Biblioteconomia e Biblioteconomia e
Documentação e 66% dos pesquisadores vincularam-se à UFSC de 2004 em diante.
Comparativamente, o desempenho deste programa supera outros que apresentam a mesma
situação de carência de recursos humamos qualificados, até o ano de 2001.
82
Gráfico 12 – Comunidade científica e sua produtividade – UNB
O PPGCI da UNB, assim como IBICT, UFMG e USP, conforme representado nos gráficos,
apresentam um número interessante de pesquisadores e também de artigos publicados, uma
vez que estes programas já estavam consolidados e credenciados na Capes mais tempo.
Observa-se que o crescimento da produção de artigos segue a curva do crescimento
exponencial, com leve variação. Este gráfico deixa bem visível que a produção de artigos em
periódicos científicos tem aumentado, porém o número de artigos frutos de pesquisa não tem
aumentado com a mesma intensidade. Desta forma, tem-se um distanciamento entre as linhas
do gráfico que representam os artigos disseminados. A análise do crescimento dos artigos
frutos de pesquisa e do crescimento da comunidade de pesquisadores deste programa conduz
à percepção de que, no crescimento do segundo para o terceiro triênio, as linhas de pontuação
seguem paralelamente. Por meio de cálculo mais preciso, consegue-se visualizar que a
proporção de artigos frutos de pesquisa por pesquisador sofre uma pequena queda do segundo
triênio (1,7 artigos por pesquisador) para o Terceiro (1,4 por pesquisador).
É importante destacar que sete, dos 19 pesquisadores, não publicaram nenhum artigo
científico nos periódicos da area, desde o momento em que se vincularam à UNB, e um destes
não traz nenhum artigo publicado. Isto pode ser um reflexo da desatualização dos currículos
de seus pesquisadores na Plataforma Lattes com uma periodicidade adequada. Pode ser
83
interpretado também como uma situação comum na academia, relatado em artigos
(ALVARENGA, 2000) em que poucos pesquisadores estejam produzindo muito e muitos
pesquisadores estão produzindo pouco.
Gráfico 13 – Comunidade científica e sua produtividade – UNESP
O Programa de Pós-Graduação da Unesp, credenciado no segundo triênio, apresenta boa
perspectiva de crescimento de sua produção de artigos para os próximos triênios. Este
programa dispõe de uma comunidade de pesquisadores que enfrenta o mesmo problema da
UNB com relação a pesquisadores que não publicaram nenhum artigo nos periódicos da area.
Cinco dos 12 pesquisadores estão nesta situação, na UNESP, sendo que dois destes
vincularam-se a UNESP no ano de 2006, período final de coleta e análise dos dados desta
pesquisa. O número de artigos publicados nos periódicos da área triplicam no segundo triênio,
quando comparado com o primeiro. O mesmo acontece com o número de pesquisadores
vinculados ao Programa e com os artigos frutos de pesquisa. Visualiza-se por estes dados, um
crescimento proporcional dos mesmos. A média de artigos frutos de pesquisa era 1,0 por
pesquisador e no terceiro triênio atinge a média de 1,3 artigo fruto de pesquisa por
pesquisador. Espera-se que este crescimento de artigos frutos pesquisa por pesquisador
continue superando a média em cada triênio, a partir do momento em que os demais
pesquisadores que não apresentaram nenhum artigo publicado nos periódicos da área voltem
84
seu foco de pesquisa para as atividades da área. De forma geral, é de extrema importância que
os pesquisadores da CI conscientizem-se da necessidade de aumentar a produção científica,
pois esta é considerada como instrumento para se atingir o consenso entre os pesquisadores,
possibilitando que o conhecimento divulgado adquira confiabilidade, credibilidade e prestígio,
como afirmam Ziman (1979) e Meadows (1999).
Gráfico 14 – Comunidade científica e sua produtividade – USP
O Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da USP apresentou uma situação
muito delicada no primeiro triênio de avaliação, quando a média de artigos publicados nos
periódicos da área por pesquisador atingiu apenas 0,5. Um número muito baixo, para um
programa de Pós-Graduação bem consolidado e com 11 pesquisadores. Neste mesmo triênio
encontra-se apenas um artigo fruto de pesquisa, o que ficaria em uma média de 0,09 artigo por
pesquisador, o que explica este baixo índice de publicação por parte destes pesquisadores.
Conforme explica Lara (2008), estes pesquisadores estavam ligados ao Programa de Pós-
Graduação de Ciências da Comunicação, deixando, assim, os pesquisadores direcionados a
pesquisarem as temáticas mais próximas à área de comunicação, especificamente dentro da
área de Concentração Ciência da Informação e Documentação. Esta área de concentração veio
85
a se tornar independente do programa de Ciências da Comunicação já no Terceiro Triênio, por
recomendação da Capes, na sua Avaliação do segundo Triênio. Devido a estas mudanças, a
produção destes pesquisadores inicia um novo processo de atividades e de pesquisas. e passa a
um novo patamar de crescimento exponencial regular. Este crescimento poderia ser mais
eficiente se nove dos 17 pesquisadores da USP, o que equivale a 52,9%, publicassem ao
menos dois artigos nos periódicos da área em um triênio. Estes 52,9% não registraram
qualquer artigo publicado nos periódicos selecionados para esta pesquisa, o que pode ser um
fato de preocupação para a área de Ciência da Informação, na qual se encontra apenas um
pesquisador com doutorado em Ciência da Informação. Isto cria indícios de que os
pesquisadores que não m a formação de Pós-Graduação na área de Ciência da Informação
estão destinando suas pesquisas para as áreas de sua formação, ou areas fronteiriças. Este
aspecto da formação, assim como foi destacado anteriormente sobre o IBICT e USP nos sub-
capítulos antecedentes, é reforçado nesta análise. Atualmente, 94,2% dos pesquisadores da
USP tem sua formação dentro da referida instituição, no Programa de Ciências da
Comunicação.
6.4 Produção de Artigos por Periódicos
Abaixo segue uma análise realizada sobre os periódicos, instrumento selecionado para delimitar o corpus da análise da produção científica dentro
do período de três triênios. Esta Tabela traz a distribuição dos artigos publicados nos periódicos da área por Triênio.
Tabela 9 – Artigos distribuídos por triênio nos periódicos selecionados
Periódicos
1º Triênio 2º Triênio 3º Triênio Total
Artigos
Gerais
Frutos de
Pesquisa
Artigos
Gerais
Frutos de
Pesquisa
Artigos
Gerais
Frutos de
Pesquisa
Artigos
Gerais
Frutos de
Pesquisa
DataGramaZero 9
5
35
16
38
21
82
42
Ciência da Informação 14
7
21
12
30
16
65
35
Informação & Sociedade 5
3
16
10
25
10
46
23
Perspectivas em CI 10
2
15
9
24
11
49
22
Transinformação 4
4
17
4
24
14
45
22
Encontros Bibli 1
0
6
2
25
15
32
17
*Revista de Biblio de Brasília 16
9
4
4
1
0
21
13
*Rev. Digital de Biblio e CI 0
0
3
0
7
4
10
4
*Em Questão 0
0
4
2
4
1
8
3
*Rev. ACB 0
0
0
0
5
2
5
2
*Informação & Informação 1
0
0
0
3
1
4
1
*Liinc em Revista 0
0
0
0
3
1
3
1
*Rev. Bras. Biblio e Documenta... 3
1
0
0
1
0
4
1
*InTexto 1
0
0
0
1
0
2
0
Total 64
31
121
59
191
96
376
186
Nota: Para facilitar a análise desta tabela alguns dos periódicos terão seus dados representados em Gráficos individuais. Os demais periódicos, que estarão
marcados com um asterisco, não estão em condições de ser representados, devido à sua data de surgimento e, conseqüentemente, o número de artigos neles
publicados.
Os indices de crescimento poderiam ser melhores em relação ao que a Capes preconiza, a
produção de dois artigos anuais por pesquisador. Analisando o número de artigos publicados
nos periódicos, percebe-se que a produção científica tem se desenvolvido em um movimento
crescente. No primeiro triênio, 64 artigos foram publicados em 10 periódicos da área.
Observa-se que no segundo triênio foram produzidos 121 artigos em nove periódicos, o que
mostra uma alteração significativa em relação aos 49 artigos, do segundo triênio para o
primeiro. No terceiro triênio foram publicados 191 artigos nos 14 periódicos e a superação do
terceiro triênio foi de 70 artigos. Tendo em vista que a comunidade científica passa por um
processo natural de crescimento e considerando o crescimento do número de periódicos
verifica-se, contudo, que a produção científica dos pesquisadores da área poderia ter
apresentado melhores índices de crescimento. Destacam-se, nos três triênios, 5 periódicos
Qualis A (Ciência da Informação, DataGramaZero, Informação e Sociedade, Perspectivas em
Ciência da Informação e Transinformação). Nota-se, também, que uma certa preocupação
dos pesquisadores em publicarem nos periódicos Qualis A, o que tem sido constatado por
outros pesquisadores.
Seguem-se os gráficos que representam os dados da Tabela 11, para facilitar o processo de
análise dos periódicos.
Gráfico 15 – Artigos do periódico DataGramaZero
88
O periódico DataGramaZero tem publicado um importante índice de artigos dos
pesquisadores da Ciência da Informação, isto pode ser explicado pelo fato de ser um
periódico Qualis A. Outro ponto importante é que este periódico tem periodicidade bimestral,
o que pode influenciar o pesquisador pela rapidez de publicação. É interessante observar que
o número de artigos frutos de pesquisa tem uma queda do segundo para o terceiro triênio, mas
de forma sutil. No último triênio estudado, observou-se que os artigos frutos de pesquisa
continuaram seguindo o crescimento exponencial; contudo, os artigos, de uma forma geral,
sofrem uma queda drástica, o que pode estar relacionado ao aumento dos artigos frutos de
pesquisa. Assim, percebeu-se uma oscilação muito grande na variação da quantidade dos
artigos. Será isto um indicio de amadurecimento na política editorial da revista ou uma
fragilidade?
Gráfico 16 – Artigos do periódico Ciência da Informação
O periódico Ciência da Informação apresentou um ótimo desempenho em suas publicações no
que se refere à proporção de artigos frutos de pesquisa. Observou-se que as linhas estão
paralelamente justapostas, o que indícios de compromisso da revista com a construção de
conhecimentos na área, assim como atenção às orientações das agências de fomento à
pesquisa. Este periódico apresentou um elevado número de pareceristas, o que
credibilidade ao periódico. A revista Ciência da Informação tem periodicidade quadrimestral,
89
é um dos periódicos mais utilizados pelos pesquisadores, por sua história e permanência ao
longo de décadas.
Gráfico 17 – Artigos do periódico Perspectivas em Ciência da Informação
O periódico Perspectivas em Ciência da Informação apresenta crescimento da produção de
artigos frutos de pesquisa, mas não consegue seguir o crescimento exponencial. Isto pode ser
creditado ao fato de os artigos frutos de pesquisa diminuírem seu pequeno crescimento em
detrimento dos outros artigos publicados, que cresceram do segundo para o terceiro triênio.
Este gráfico deixa o indício de que a produção de artigos tanto fruto de pesquisas quanto os de
demais tipos mostram-se dependentes um do outro; isto porque, quando o aumento dos
artigos frutos de pesquisa, os demais sofrem uma queda e vice versa. É importante destacar
que para confirmar esta variação torna-se necessário proceder a uma análise de cada
periódico.
90
Gráfico 18 – Artigos do periódico Informação & Sociedade
O periódico Informação e Sociedade, mesmo com uma produção científica restrita no
primeiro triênio, apresenta o número de artigos frutos de pesquisa acima dos demais
periódicos científicos. Durante o primeiro e segundo triênios e mesmo em seguida mantêm-se
estável e os outros artigos avançam seguindo o crescimento exponencial. Não foi possível
analisar os motives desse descompasso na revista.
Gráfico 19 – Artigos do periódico Transinformação
91
O periódico Transinformação apresenta um crescimento dos artigos frutos de pesquisa em um
crescimento exponencial, que parece ter início no segundo triênio com um alto índice de
crescimento acima do esperado, como representado no gráfico. O periódico apresenta-se com
boa preferência pelos pesquisadores, mesmo que esteja com sua produção de artigos abaixo
dos periódicos analisados anteriormente.
Gráfico 20 – Artigos do periódico Encontros Bibli
O periódico Encontros Bibli, mesmo sendo um periódico novo na área de Ciência da
Informação, tem-se apresentado como importante espaço de publicação para os pesquisadores
da área. O número de artigos frutos de pesquisa tem apresentado um excelente crescimento ao
longo do segundo para o terceiro triênio. Como no primeiro triênio não houve incidência de
artigos frutos de pesquisa não aparece a linha de crescimento exponencial.
6.5 Análise da Produção nos Periódicos
A produção analisada identificou em quais revistas os Programas de Pós-Graduação têm
publicado os seus artigos, independentemente de eles serem frutos de pesquisa, revisão, relato
de experiência ou estudo de caso. Segue abaixo uma breve análise da publicação dos
periódicos.
Tabela 10 – Distribuição da produção por títulos de periódicos e programas de Pós-Graduação
Esta tabela apresenta as preferências dos pesquisadores da área em publicarem seus artigos nos periódicos da área. O PPCGI da UNB divide a
sua produção cientifica em dois periódicos: Ciência da Informação e Revista de Biblioteconomia de Brasília, ambos localizados em Brasília e
sendo este último de responsabilidade da UNB. Os pesquisadores do IBICT, tem direcionado seus artigos em periódicos Qualis A, dividindo-se
entre a revista Ciência da Informação e DataGramaZero. A produção de artigos da UFMG concentrou-se no periódico Perspectivas em Ciência
Periódicos
Ciência da
Informação
Datagramazero
Em Questão
Encontros Bibli
Informação &
Informação
Informação &
Sociedade
InTexto
Liinc em Revista
Perspectivas em
Ciência da
Informação
Revista ACB
Revista Brasileira de
Biblioteconomia e
Documentação
Revista de
Biblioteconomia de
Brasília
Revista Digital de
Biblioteconomia e
Ciência da
Informação
Transinformação
Total
Instituições
UFMG 8
12
1
14
0
4
0
1
20
0
0
0
0
2
62
UNB 18
13
0
1
0
3
0
0
4
1
1
14
1
3
59
IBICT 16
17
0
1
0
4
0
1
3
0
0
4
2
4
52
USP 6
9
0
2
2
4
0
0
7
0
2
0
2
9
43
UFSC 2
0
1
4
1
11
0
0
3
4
1
0
2
1
30
UNESP 0
7
0
2
0
2
0
0
3
0
0
0
1
11
26
UFPB 6
2
0
2
1
11
0
0
2
0
0
0
0
1
25
PUCCAMP 0
7
0
3
0
0
0
0
1
0
0
2
0
10
25
UFBA 6
8
0
0
0
3
0
1
3
0
1
0
0
2
24
UFGRS 1
0
6
3
0
3
2
0
1
0
0
0
0
1
17
UFF 2
7
0
0
0
1
0
0
2
0
0
0
0
1
13
Total
65
82
8
32
4
46
2
3
49
5
5
20
10
45
376
da Informação, sendo este editado pela Escola de Ciência da Informação da UFMG. Os
pesquisadores da UFBA, mesmo com uma produção ainda pequena, tem concentrado seus
artigos nos periódicos Ciência da Informação e DataGramaZero. Os pesquisadores do
programa da UFPB, direcionam a maioria de suas publicações para o periódico Informação e
Sociedade: Estudos. A USP tem apenas uma parcela ainda pequena de sua produção cientifica
nos periódicos da área, esta se mostrou dispersa nos periódicos, com alguma concentração no
DataGramaZero e Transinformação. A UFF publicou a maioria dos seus artigos no Periódico
DataGramaZero. Os pesquisadores da linha de pesquisa do PPGCOM, da UFRGS, preferem
publicar no periódico em Questão, estando este na responsabilidade do mesmo programa. O
PPGCI da PUCCAMP também deixa indicio de enviar suas pesquisas para o periódico de sua
responsabilidade, sendo este o Transinformação, assim como o PPGCI da UNESP, que têm
concentrado suas publicações no Transinformação. É preciso considerar que esta análise
abrange apenas as revistas, muitos pesquisadores publicam seus artigos na forma de
coletâneas temáticas.
6.6 A temática dos artigos frutos de pesquisa
No período analisado, foram identificados 186 artigos frutos de pesquisa, dentro do universo
de 376 artigos publicados nos periódicos da area. É um percentual ainda pequeno quando se
consideram alguns grupos de pesquisa já inseridos na Pós-Graduação.
Tabela 11 – Artigos frutos de pesquisa publicados por triênio
Artigos 1º Triênio 2º Triênio 3º Triênio Total
Gerais 64
121
191
376
Frutos de Pesquisa 31
59
96
186
Diferença 33
62
95
190
Analisa-se agora a temática dos artigos frutos de pesquisa publicados, no intuito de identificar
os temas mais abordados nas pesquisa da Ciência da Informação no Brasil. Para classificar os
artigos frutos de pesquisa foi utilizada a Taxonomia de Hawkins et al. ( 2003), instrumento
que divide a Ciência da Informação em 11 assuntos e cada um se divide em sub-temas. Em
seguida alguns sub-temas são subdivididos em pequenas temáticas. Abaixo segue a Tabela
com os temas mais pesquisados, em Apêndice D encontra-se a Tabela completa.
Tabela 12 – Assuntos mais pesquisados
Assunto
Frequência
de Artigos
(%)
Produção editorial e distribuição - Comunicação científica 16
8,6
Pesquisa em ciência da informação
14
7,5
Pesquisa em ciência da informação - Comportamento do usuário e usos de sistemas de informação - estudos de usuários 10
5,4
Indústria da informação - Informação e gestão do conhecimento 8
4,3
Indústria da informação - Marketing, comércio eletrônico 7
3,8
Pesquisa em ciência da informação - Estatística, mensuração 7
3,8
Questões sociais - Sociedade da informação 7
3,8
Organização do conhecimento - Elaboração de resumos, indexação, revisão 6
3,2
Organização do conhecimento - Tesauros, listas de autoridade - terminologias 5
2,7
Bibliotecas e serviços bibliotecários - Descrições e tipos de bibliotecas - bibliotecas universitárias e bibliotecas públicas 4
2,2
Pesquisa em ciência da informação - Conceitos básicos, definições, teorias, metodologias e aplicações 4
2,2
Pesquisa em ciência da informação - Estatística, mensuração - análise de citações 4
2,2
Pesquisa em ciência da informação - Estatística, mensuração - bibliometria 4
2,2
Produção editorial e distribuição - Eletrônicos - periódicos eletrônicos 4
2,2
Profissão da informação - Profissionais da informação 4
2,2
Profissão da informação - Profissionais da informação - habilidades e competências 4
2,2
Questões Socais - Alfabetização informacional, educação continuada 4
2,2
Total
186
100
Nota: Esta tabela representa os 17 temas mais pesquisados na área, em apêndice encontram-se todos os temas pesquisados.
A temática comunicação científica aparece como o tema mais abordado nas pesquisas da área com (8,6%), o que mostra a preocupação da área
com os instrumentos de comunicação científica, com as dias eletrônicas, com a construção do conhecimento científico. Em seguida vem a
pesquisa em Ciência da Informação, com (7,5%), tema geral que abarca as estruturas de pesquisa da área, suas teorias, epistemologias, a
informação como seu objeto de pesquisas, estudos sobre sua própria produção acadêmica e
outros. O terceiro lugar é ocupado pela temática de Estudos de Usuários, com 5,4% do total,
que abarcam as pesquisas focadas nos usuários de unidades de informação e também estudos
de usuário também em ambientes on-line; ocorre um grande foco nos estudos de usuários
pesquisadores.
Gráfico 21 – Assuntos mais pesquisados
O Gráfico 21 apresenta os temas mais pesquisados nos últimos nove anos, sem trazer os
subtemas de cada área. O assunto Pesquisa em Ciência da Informação (62) foi o mais
pesquisado durante os três triênios, porém, este assunto engloba os seguintes sub-temas:
Conceitos básicos, definições, teorias, metodologias e aplicações; Propriedades, necessidades,
qualidade e valor da informação; Estatística, mensuração; Pesquisa de recuperação da informação; Comportamento do usuário e usos de sistemas
de informação; Interface homem-computador; Comunicação; Pesquisa operacional/matemáticas e História da ciência da informação, biografias.
O assunto Produção editorial e distribuição (24) fica em segundo lugar, pois o assunto Ciência da Informação é subdividido em 39 sub-temas na
taxonomia adotada, isto justifica esta discrepância. Indústria da Informação e Organização do Conhecimento (19) ocupam o terceiro lugar
juntamente, em seguida vem Profissão da informação (16), Questões Sociais (14), Bibliotecas e Serviços Bibliotecários (12), Tecnologias da
Informação (7), Fontes e aplicações para assuntos específicos (6), Informação e questões governamentais e legais (5) e por último Sistemas e
serviços de informação eletrônica (3).
A Tabela 13 apresenta os assuntos mais pesquisados no decorrer dos triênios. É importante ressaltar que nesta análise foram considerados os 11
assuntos principais da Taxonomia.
Tabela 13 – Assuntos mais pesquisados por triênio
ASSUNTO
1 TRÊNIO (%) 2 TRIÊNIO (%) 3 TRIÊNIO (%) TOTAL (%)
Pesquisa em ciência da informação
11
35
19
32
32
33
62
33
Produção editorial e distribuição
1
3
12
20
11
11
24
13
Indústria da informação
7
23
6
10
6
6
19
10
Organização do conhecimento
0
0
3
5
15
16
18
10
Profissão da informação
4
13
7
12
5
5
16
9
Questões Socais
5
16
1
2
8
8
14
8
Bibliotecas e serviços bibliotecários
1
3
4
7
7
7
12
6
Tecnologias da Informação
0
0
2
3
5
5
7
4
97
ASSUNTO
1 TRÊNIO (%) 2 TRIÊNIO (%) 3 TRIÊNIO (%) TOTAL (%)
Fontes e aplicações para assuntos específicos
2
6
1
2
3
3
6
3
Informação e questões governamentais e legais
0
0
3
5
2
2
5
3
Sistemas e serviços de informação eletrônica
0
0
1
2
2
2
3
2
Total
31
100
59
100
96
100
186
100
O assunto Pesquisa em Ciência da Informação foi o mais trabalhado durante os três triênios, sendo abordado respectivamente em 11, 19 e 32
artigos. Fica evidente o crescimento dos artigos produzidos nesta temática, porém este assunto, percentualmente (35%, 32% e 33%), sofre
pequena variação ao longo dos triênios, devido ao crescimento da comunidade científica. Produção editorial e distribuição é abordado em 1, 12 e
11 artigos ao longo dos três triênios. Destacam-se os assuntos: Organização do Conhecimento, que apresenta grande crescimento de artigos
produzidos nesta temática, deixa clara a dedicação dos pesquisadores, no ultimo triênio, aos temas de Elaboração de resumos, indexação, revisão,
Indexação e resumos automatizados, Ontologias e Terminologias. O assunto Sistemas e serviços de informação eletrônica aparece com apenas 1
e 2 artigos respectivamente no segundo e terceiro triênio. Isto pode ser creditado à taxonomia, pois esta apresenta-se de forma preferencial por
temas conjugados, o que pode ter ocorrido com este assunto, o qual, geralmente, aparece relacionado com atividades ou contextos específicos.
Tabela 14 – Média do período de desatualização dos currículos Lattes
Instituição
Período de desatualização dos currículos
Representação em Dias Representação em Meses
UFF 161
5,4
4,9
UFMG 148
UFSC 124
4,1
UNB 121
4,0
UFPB 59
2,0
UFBA 52
1,7
UFRGS 50
1,7
IBICT 47
1,6
UNESP 39
1,3
USP 39
1,3
PUCCMAP
34
1,1
Durante o processo de coleta de dados, foram registradas as datas da ultima atualização dos
currículos e registrado o dia em que o currículo estava sendo analisado e extaída a produção
de artigos científicos.
A desatualização dos currículos, assim como o preenchimento incorreto dos dados, é um fator
que pode comprometer os resultados das pesquisas sobre produção científica, quando a fonte
de pesquisa considerada é o currículo lattes. Os pesquisadores da UFF (5,4) e UFMG (4,9)
foram os programas que apresentaram maior espaço de tempo na atualização dos currículos;
em seguida estão UFSC (4,1) e UNB (4,0), logo depois estão UFPB (2,0), UFBA (1,7),
UFRGS (1,7) e IBICT (1,6), por último aparecem USP (1,3), UNESP (1,3) e PUCCAMP
(1,1). Estes dados podem dar indícios da relevância com que os pesquisadores consideram o
curriculo lattes atualizado constantemente. Dois dos quatro programas que estão com maior
incidência de desatualização os da UFMG e UNB são programas que têm uma produção
científica expressiva, consequentemente grande visibilidade e respeito na área. Este período
de desatualização, que chegou a cinco meses, pode corroborar com a ausência de alguns
artigos que foram publicados no período analisado mas não entraram na análise, por não
constarem na plataforma lattes.
99
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa originou-se das seguintes perguntas: como os pesquisadores da Ciência
da Informação divulgam sua produção científica? Quais são suas preferências temáticas? As
pesquisas estão se concentrando em temáticas duradouras?
Os resultados das análises realizadas apresentaram um esboço interessante dos programas de
pós-graduação em Ciência da Informação, perfis do seu corpo docente e da produção
científica gerada por eles. Os dados e informações analisados cobriram o período de 1998 a
2006, equivalente a três triênios de avaliação dos Programas pelo sistema de avaliação da
CAPES.
O levantamento dos programas de pós-graduação, feito em 2007 integrou nove programas.
Contudo, para análise desta investigação foram incluídos o Programa da PUCCAMP,
descredenciado em 2007 mas com produção científica ativa durante a primeira etapa do
período estudado e a linha pesquisa em Ciência da Informação do Programa de Comunicação
& Informação PPGCECOM da UFRGS, por incluir pesquisadores e produção científica
específicos da Ciência da Informação. Desta forma obteve-se um total de 11 fontes de
pesquisa.
O número de programas de pós-graduação na área, cadastrado na CAPES parece insuficiente
pra atender as demandas sociais da sociedade brasileira, principalmente quando considera-se
nessa demanda a denominada sociedade da informação. As informações de Oliveira (1998)
que estudou oito programas comparadas aos dados dessa revela que em uma década a Ciência
da Informação obteve um crescimento de 3,7%. Foi um crescimento importante considerando
o numero de instituições e de recursos humanos qualificados na área. Contudo, esse período
de crescimento o programa de Pós-graduação da PUCAMP foi descredenciado e a área conta
com apenas uma linha de pesquisa no PPGCECOM da UFRGS.
As analises dos docentes pesquisadores dos programas forneceram dados interessantes, ao
todo foram identificados e estudados 128 perfis docentes, número que acompanha o pequeno
número de programas. Cabe ressaltar que ao longo do período registrou-se um acentuado
número de docentes em todos os cursos, à exceção do IBICT que manteve o mesmo número
de pesquisadores durante o período investigado. Nota-se que a comunidade de pesquisadores
100
da Ciência da Informação é composta de perfis com formações diversas. No nível de
graduação a maior parte dos pesquisadores detem formação em Biblioteconomia e
Biblioteconomia e Documentação. Esse fato pode ser explicado tanto pela demanda de
doutores pelos cursos de graduação em Biblioteconomia quanto pelo fato da USP ter
oferecido no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Comunicação uma área de
concentração para estudos da Ciência da Informação
Percebeu-se que a produção de artigos em periódicos da área de Ciência da Informação
mostrou-se menor em relação à quantidade de artigos publicados em periódicos externos a
área. Parece importante que a área publique em outros periódicos, desde que estes artigos se
enquadrem em temáticas de nível de aplicação da Ciência da Informação. Como explicado,
o nível de aplicação é uma possibilidade de surgimento de contribuições interdisciplinares. É
interessante lembrar que a ciência da Informação ainda está em fase de construção de sua
identidade e limitação de suas fronteiras. Muitas publicações em periódicos externos à área
pode indicar uma insuficiência de revistas específicas ou de interesses de pesquisa fora da
Ciência da Informação.
Considera-se importante que a comunidade de pesquisadores da área, primeiramente,
fortaleça a disciplina científica internamente, aumentando a produção de artigos frutos de
pesquisa nos periódicos específicos, aumentando a pontuação, na avaliação trienal da Capes,
de seus programas, conquistando novas bolsas de produtividade científica do CNPq e
mantendo as atuais, ou buscando outras fontes de financiamento.
A comunicação científica foi uma das temáticas que predominaram nas pesquisas da área,
mostrando que a mesma tem se preocupado com as dissertações, processos de revisão pelos
pares e quanto ao futuro dos periódicos. A temática comportamento do usuário e usos de
sistemas de informação mostrou-se uma temática de peso nas pesquisas da Ciência da
Informação. A temática Pesquisa em Ciência da Informação, como é visto na taxonomia,
abarca varias especificidades, porém o enfoque maior das pesquisas foi nos conceitos básicos,
definições, teorias, metodologias e aplicações; Propriedades, necessidades, qualidade e valor
da informação, assim como pesquisa em recuperação da informação. Mostrando que a área
tem se preocupado em refletir sobre si mesma e seu objeto.
As temáticas das pesquisas que se mostraram duradouras foram: Profissão da Informação;
Indústria da Informação e Pesquisa em Ciência da Informação. A temática Organização do
101
conhecimento mostrou-se com fortes indícios de ser mais pesquisada nos próximos triênios,
pois tem aumentado sua demanda, do segundo para o terceiro triênio, de forma acentuada.
A pesquisa em Tecnologias da Informação têm apresentado um crescimento importante do
segundo para o terceiro triênio, mostrando, assim, que a comunidade científica de
pesquisadores alertou-se quanto à importância de pesquisar esta temática. Estas pesquisas
permitirão a geração de instrumentos e produtos para auxiliar no processo de organização da
informação para a sociedade da informação.
A Ciência da Informação parece encontrar-se em um dos primeiras níveis do processo de
interdisciplinaridade. Nesta etapa ela busca em outras disciplinas os métodos de que necessita
para aprofundar os estudos do seu objeto e, assim, constituir-se como disciplina científica.
Contudo, considerando o objeto informação e a prática de interação com outras disciplinas
está criando condições favoráveis para interações interdisciplinares.
Um dos fatores que podem ter influenciado negativamente a produção cientifica desejável dos
pesquisadores/docentes, pode ser atribuída às inúmeras e variadas tarefas desenvolvidas pelos
pesquisadores, notadamente nas Universidade Federais. Lá eles ministram disciplinas na
graduação, especialização, envolvem-se em atividades administrativas (colegiados,
congregações etc.) e atividades de extensão. Desta maneira, as atividades de pesquisa e de
produção cientifica parecem estar sendo prejudicadas.
A partir dos dados aqui levantados, surgiu outro questionamento que pode ser explorado em
outras pesquisas: as pesquisas apresentadas pelos pesquisadores/docentes em eventos da
Ciência da Informação estão se concretizando em artigos de periódicos científicos da Ciência
da Informação?
Outra questão que poderia ser investigada seria o financiamento de pesquisas dos
pesquisadores/docentes da Ciência da Informação. É possível desenvolver pesquisas sem
financiamento? Os pesquisadores desenvolvem suas pesquisas individualmente?
Tais questionamentos são importantes uma vez que, pela análise dos dados, percebeu-se que a
Ciência da Informação necessita ainda de muitos pesquisadores e muita produção científica.
102
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108
APÊNDICE A – ÁREAS DE FORMAÇÃO ACADÊMICA DOS PESQUISADORES
Área de Formação Grad.
(%) Ms. (%) Dr.
(%)
Administração 1
0.8
4
3.1
0
-
Administração de Bibliotecas 0
- 1
0.8
0
-
Administração de Empresas 0
- 1
0.8
1
0.8
Análise de Sistemas 1
0.8
0
- 0
-
Análise do discurso 0
- 0
- 1
0.8
Arqueologia 1
0.8 0
- 0
-
Arquitetura e Urbanismo 1
0.8 0
- 0
-
Artes 0
- 1
0.8 0
-
Artes Plásticas 1
0.8 0
- 0
-
Artes Visuais 0
- 2
1.6 0
-
Artsin Library and Information Studies 0
- 1
0.8 0
-
Biblioteconomia 39
30.5
10
7.8 1
0.8
Biblioteconomia e CiênciadaInformação 0
- 1
0.8 0
-
Biblioteconomia e Documentação 18
14.1
3
2.3 0
-
Ciência da Computação 2
1.6 2
1.6 1
0.8
Ciência da Computação e Matemática
Computacional
0
- 1
0.8 0
-
Ciência da Informação 0
- 34
26.6
38
29.7
Ciência da Informação e da Comunicação 0
- 1
0.8 0
-
Ciência Econômica 0
- 1
0.8 1
0.8
Ciência Política 0
- 1
0.8 0
-
Ciências Biológicas 1
0.8 0
- 0
-
Ciências da Comunicação 0
- 14
10.9
24
18.8
Ciências Sociais 4
3.1 1
0.8 0
-
Comunicação 0
- 2
1.6 3
2.3
Comunicação e Cultura 0
- 0
- 2
1.6
Comunicação e Informação 0
- 1
0.8 2
1.6
Comunicação e Mercado 0
- 1
0.8 0
-
Comunicação e Semiótica 0
- 1
0.8 2
1.6
Comunicação Social 6
4.7 2
1.6 1
0.8
DEA en Informatique 0
- 1
0.8 0
-
DEA Informatique et Matematique 0
- 1
0.8 0
-
Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade 0
- 1
0.8 1
0.8
Direito 1
0.8 0
- 0
-
Documentação 1
0.8 1
0.8 0
-
Economia 2
1.6 0
- 0
-
Educação 0
- 4
3.1 9
7.0
Engenharia Civil 2
1.6 0
- 0
-
Engenharia de Produção 0
- 6
4.7 8
6.3
Engenharia Elétrica 1
0.8 1
0.8 1
0.8
109
Área de Formação Grad.
(%) Ms. (%) Dr.
(%)
Engenharia Mecânica 1
0.8 0
- 0
-
Engenharia Quimica 1
0.8 0
- 0
-
Estudos Literários 0
- 0
- 2
1.6
Extensão Rural 0
- 1
0.8 0
-
Facultadde Ciencias 1
0.8 0
- 1
0.8
Filosofia 2
1.6 0
- 2
1.6
Geografia 0
- 0
- 1
0.8
Histoirede L'Artet Archéologie 0
- 0
- 1
0.8
História 13
10.2
5
3.9 2
1.6
História Natural 1
0.8 0
- 0
-
História Social 0
- 2
1.6 3
2.3
Informação Científica 0
- 1
0.8 1
0.8
Informática 0
- 1
0.8 1
0.8
Informática na Educação 0
- 0
- 1
0.8
Information Management 0
- 1
0.8 0
-
Information Science 0
- 0
- 1
0.8
Information Stratégique Et Critique Veill e
Technol
0
- 1
0.8 1
0.8
Information Studies 0
- 0
- 2
1.6
Informatique 0
- 0
- 1
0.8
Jornalismo 4
3.1 1
0.8 0
-
Letras 7
5.5 2
1.6 2
1.6
Letras Clássicas 1
0.8 0
- 0
-
Letras Vernáculas 2
1.6 0
- 0
-
Library AndInformationScience 0
- 1
0.8 2
1.6
Library Science 0
- 1
0.8 0
-
Linguística 0
- 0
- 4
3.1
Matemática 1
0.8 0
- 0
-
Medicina 1
0.8 0
- 0
-
Metodologia do Ensino Superior 0
- 1
0.8 0
-
Multimeios 0
- 1
0.8 0
-
Não Informa 6
4.7 5
3.9 0
-
Processamento de Dados 1
0.8 0
- 0
-
Psicologia 1
0.8 0
- 0
-
Psicologia do Trabalho e das Organizações 0
- 0
- 1
0.8
Saúde Pública 0
- 1
0.8 1
0.8
Science In Library Service 0
- 1
0.8 0
-
Serviço Social 1
0.8 0
- 0
-
Social And Enviromental Studies 0
- 0
- 1
0.8
Sociologia 1
0.8 1
0.8 1
0.8
Sociologia e Política 1
0.8 0
- 0
-
110
APÊNDICE B – QUADRO COMPARATIVO DA CLASSIFICAÇÃO DOS
PERIÓDICOS DE ACORDO COM OS NOVOS CRITÉRIOS DO QUALIS DA CAPES
Periodico
Avaliação no
Qualis (2006)
Avaliação no
Qualis (2008)
Ciência da Informação A-Nacional
B1
DataGramaZero Revista de CiênciadaInformação A-Nacional
B3
Encontros Bibli A-Nacional
B3
Informação & Sociedade: Estudos A-Nacional
B2
Perspectiva em Ciência da Informação A-Nacional
B1
Transinformação A-Nacional
B2
In Texto A–Nacional
B3
Revista ACB B-Nacional
B4
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação B-Nacional
B5
Revista de Biblioteconomia de Brasília* B–Nacional
-
Liinc em revista B–Nacional
B4
Revista Digital de Biblioteconomia e CiênciadaInformação B-Nacional
B4
Em questão C-Nacional
B3
Informação & Informação C–Nacional
B4
*-Periódico fora de circulação.
APÊNDICE C – PERFIL DESCRITIVO DA FORMAÇÃO DOS PESQUISADORES DOCENTES
IES Graduação Mestrado Doutorado Pós-Doutorado Bolsista de
Produtividade em
Pesquisa
IBICT Economia Ciência da Informação Ciência da Informação Ciência da Informação -
Estrutura e Fluxo da Informação
- Transferência da Informação
CNPq - Nível 1A
IBICT Biblioteconomia e
Documentação
Ciência da Informação Ciência da Informação CNPq - Nível 1C
IBICT Ciências Sociais Ciência da Informação Ciência da Informação
IBICT Filosofia Ciência da Informação Comunicação CNPq - Nível 1A
IBICT Biblioteconomia Ciência da Informação Comunicação e Cultura CNPq - Nível 1C
IBICT Sociologia e Política Ciência Política Comunicação e Cultura CNPq - Nível 1D
IBICT História Desenvolvimento, Agricultura e
Sociedade
Desenvolvimento,
Agricultura e Sociedade
IBICT Economia Engenharia de Produção Engenharia de
Produção
IBICT Ciências Sociais Engenharia de Produção Geografia CNPq - Nível 2
PUCCAMP Biblioteconomia Biblioteconomia Biblioteconomia CNPq - Nível 1B
PUCCAMP Engenharia Quimica Ciência Econômica Ciência Econômica
PUCCAMP Jornalismo Comunicação e Mercado Ciências da
Comunicação
PUCCAMP Letras Ciências da Comunicação Ciências da
Comunicação
CNPq - Nível 2
PUCCAMP Análise de Sistemas Engenharia Elétrica Engenharia Elétrica
PUCCAMP Engenharia Civil Information Stratégique Et
Critique Veille Technol
Information Stratégique
Et Critique Veille
Technol
CNPq - Nível 2
UFBA Jornalismo Ciências Sociais Comunicação Comunicação CNPq - Nível 1C
UFBA História Artes Visuais Ciência da Informação
112
IES Graduação Mestrado Doutorado Pós-Doutorado Bolsista de
Produtividade em
Pesquisa
UFBA Letras Ciência da Informação Ciência da Informação
UFBA Letras Vernáculas Ciência da Informação Ciência da Informação
UFBA Biblioteconomia e
Documentação
História Social Ciência da Informação
UFBA Biblioteconomia e
Documentação
Ciência da Informação Ciências da
Comunicação
UFBA História Biblioteconomia e Ciência da
Informação
Educação
UFBA Biblioteconomia Ciência da Informação Engenharia de
Produção
UFBA Biblioteconomia e
Documentação
Metodologia do Ensino
Superior
Filosofia
UFBA História Natural Educação Filosofia
UFF Biblioteconomia e
Documentação
Comunicação Comunicação Ciência da Informação -
Lingüística, Letras e Artes -
Artes - Cinema
UFF Arquitetura e Urbanismo Ciência da Informação Ciência da Informação
UFF Biblioteconomia Ciência da Informação Ciência da Informação
UFF Biblioteconomia e
Documentação
Ciência da Informação Ciência da Informação CNPq - Nível 2
UFF História Ciência da Informação Ciência da Informação CNPq - Nível 2
UFF História Ciência da Informação Ciência da Informação
UFF Não informa Não informa Ciência da Informação
UFF Ciências Sociais Ciência da Informação Ciências da
Comunicação
UFMG Psicologia Administração de empresas Administração de
empresas
University of Toronto
UFMG Biblioteconomia Biblioteconomia Ciência da Informação Ciência da Informação - Teoria
da Informação - Teoria Geral da
Informação
113
IES Graduação Mestrado Doutorado Pós-Doutorado Bolsista de
Produtividade em
Pesquisa
UFMG Biblioteconomia Ciência da Informação Educação Ciência da Informação - Teoria
da Informação - Representação
da Informação
UFMG Biblioteconomia Educação Comunicação e
Semiótica
Ciência da Informação -
Tecnologias da Informação -
midias digitais
CNPq - Nível 2
UFMG Biblioteconomia Ciência da Informação Ciência da Informação
UFMG Biblioteconomia Ciência da Informação Ciência da Informação CNPq - Nível 2
UFMG Letras Ciência da Informação Ciência da Informação
UFMG Comunicação Social Comunicação Social Ciência da Informação
UFMG Engenharia Elétrica Engenharia de Produção Ciência da Informação
UFMG Biblioteconomia Science In Library Service Ciência da Informação
UFMG Biblioteconomia Biblioteconomia Ciências da
Comunicação
UFMG Serviço Social Administração Educação
UFMG Sociologia Biblioteconomia Educação
UFMG Ciência da Computação DEA Informatique et
Matematique
Informática
UFMG Não informa Não informa Information Science
UFMG Engenharia Civil Library And Information
Science
Library And Information Science CNPq - Nível 2
UFMG História Sociologia Sociologia
UFPB Ciência da Computação Administração Ciência da Informação
UFPB Documentação Administração de Bibliotecas Ciência da Informação
UFPB Arqueologia Artes Visuais Ciência da Informação CNPq - Nível 2
UFPB Biblioteconomia Biblioteconomia Ciência da Informação
UFPB Biblioteconomia Biblioteconomia Ciência da Informação
UFPB Biblioteconomia Biblioteconomia Ciência da Informação
UFPB Letras Ciência da Informação Ciência da Informação
114
IES Graduação Mestrado Doutorado Pós-Doutorado Bolsista de
Produtividade em
Pesquisa
UFPB Comunicação Social Comunicação e Semiótica Comunicação e
Semiótica
UFPB Letras Vernáculas Biblioteconomia Educação CNPq - Nível 2
UFPB Biblioteconomia História História
UFPB Administração Administração Psicologia do Trabalho e das Organizações
UFRGS Biblioteconomia Educação Ciências da
Comunicação
CNPq - Nível 1D
UFRGS Biblioteconomia Comunicação e Informação Comunicação e
Informação
UFRGS Comunicação Social Extensão Rural Comunicação e
Informação
UFRGS Jornalismo Comunicação Social Comunicação Social
UFRGS História História Histoire de L'Art et Archéologie
UFRGS Comunicação Social Jornalismo Informática na
Educação
UFRGS Biblioteconomia Information Management Information Studies CNPq - Nível 2
UFSC Biblioteconomia Ciência da Informação Ciência da Informação
UFSC Medicina Ciência da Informação Ciência da Informação
UFSC Biblioteconomia Ciência da Informação Educação
UFSC Biblioteconomia Administração Engenharia de
Produção
UFSC Biblioteconomia Biblioteconomia Engenharia de
Produção
UFSC Biblioteconomia Engenharia de Produção Engenharia de
Produção
UFSC Comunicação Social Engenharia de Produção Engenharia de
Produção
UFSC Engenharia Mecânica Engenharia de Produção Engenharia de
Produção
UFSC Não informa Ciência da Computação Engenharia de
Produção
UFSC Biblioteconomia Informação Científica Informação Científica CNPq - Nível 2
115
IES Graduação Mestrado Doutorado Pós-Doutorado Bolsista de
Produtividade em
Pesquisa
UFSC Biblioteconomia e
Documentação
Biblioteconomia e
Documentação
Linguística
UFSC Biblioteconomia e
Documentação
Ciência da Informação Linguística
UNB Biblioteconomia Ciência da Informação Ciência da Informação Universidad Carlos III de
Madrid
CNPq - Nível 1C
UNB Facultad de Ciencias Não informa Facultad de Ciencias Química CNPq - Nível 1A
UNB Biblioteconomia e
Documentação
Library Science Information Studies Ciência da Informação -
Biblioteconomia - Comunicação
Científica
CNPq - Nível 1D
UNB Biblioteconomia Ciência da Informação Ciência da Informação Ciência da Informação
UNB Biblioteconomia Ciência da Informação Library and Information
Science
Ciência da Informação
UNB Ciências Biológicas Ciência da Computação Ciência da Computação
UNB Biblioteconomia Arts in Library and Information
Studies
Ciência da Informação
UNB Biblioteconomia Biblioteconomia e
Documentação
Ciência da Informação
UNB Biblioteconomia Ciência da Informação Ciência da Informação CNPq - Nível 1D
UNB Não informa Ciência da Informação Ciência da Informação CNPq - Nível 8A
UNB Comunicação Social Comunicação Ciência da Informação
UNB Não informa Não informa Ciência da Informação
UNB Biblioteconomia Ciência da Informação Ciências da
Comunicação
UNB Ciências Sociais Multimeios Ciências da
Comunicação
UNB Biblioteconomia e
Documentação
Ciência da Informação Educação
UNB História História História
UNB História Biblioteconomia e
Documentação
História Social
UNB História História Social História Social
116
IES Graduação Mestrado Doutorado Pós-Doutorado Bolsista de
Produtividade em
Pesquisa
UNB Filosofia DEA en Informatique Informatique
UNESP Letras Letras Letras Letras - Literaturas Estrangeiras
Modernas - Literatura Francesa
UNESP Biblioteconomia Ciência da Informação Ciências da
Comunicação
CNPq - Nível 2
UNESP Biblioteconomia Ciências da Comunicação Ciências da
Comunicação
CNPq - Nível 1C
UNESP Biblioteconomia Ciências da Comunicação Ciências da
Comunicação
CNPq - Nível 2
UNESP Biblioteconomia e
Documentação
Ciências da Comunicação Ciências da
Comunicação
UNESP História História Ciências da
Comunicação
UNESP História Biblioteconomia Educação
UNESP Matemática Ciência da Computação e
Matemática Computacional
Educação
UNESP Biblioteconomia Educação Estudos Literários CNPq - Nível 2
UNESP Letras Letras Estudos Literários
UNESP História História História Social
UNESP Biblioteconomia Ciência da Informação Linguística CNPq - Nível 2
USP Biblioteconomia Ciências da Comunicação Ciências da
Comunicação
Ciência da Informação -
Biblioteconomia - Bibliometria
USP Biblioteconomia e
Documentação
Ciências da Comunicação Ciências da
Comunicação
Ciência da Informação -
Biblioteconomia
USP Artes Plásticas Artes Social And
Enviromental Studies
Artes - Artes Plásticas - Teoria
do Estado da Arte
USP Biblioteconomia e
Documentação
Documentação Análise do discurso
USP Biblioteconomia e
Documentação
Ciências da Comunicação Ciência da Informação
USP Biblioteconomia e Ciência da Informação Ciências da
117
IES Graduação Mestrado Doutorado Pós-Doutorado Bolsista de
Produtividade em
Pesquisa
Documentação Comunicação
USP Biblioteconomia Ciências da Comunicação Ciências da
Comunicação
CNPq - Nível 2
USP Biblioteconomia e
Documentação
Ciências da Comunicação Ciências da
Comunicação
CNPq - Nível 1D
USP Biblioteconomia e
Documentação
Ciências da Comunicação Ciências da
Comunicação
USP Biblioteconomia e
Documentação
Ciências da Comunicação Ciências da
Comunicação
USP Jornalismo Ciências da Comunicação Ciências da
Comunicação
USP Letras Ciência da Informação e da
Comunicação
Ciências da
Comunicação
USP Não informa Ciências da Comunicação Ciências da
Comunicação
USP Processamento de Dados Informática Ciências da
Comunicação
USP Direito Ciências da Comunicação Letras
USP Letras Clássicas Não informa Linguística
USP Biblioteconomia Saúde Pública Saúde Pública
118
APÊNDICE D – ASSUNTOS MAIS PESQUISADOS
Assuntos
Qtd
Artigos
(%)
Grandes
Áreas
Bibliotecas e serviços bibliotecários - Automação de bibliotecas, operações e planejamento estratégico 2
1.1
Bibliotecas e serviços bibliotecários - Bibliotecas digitais e virtuais, bibliotecas híbridas 1
0.5
Bibliotecas e serviços bibliotecários - Descrições e tipos de bibliotecas 1
0.5
6.5
Bibliotecas e serviços bibliotecários - Descrições e tipos de bibliotecas - bibliotecas universitárias e bibliotecas públicas 4
2.2
Bibliotecas e serviços bibliotecários - Ensino e treinamento 2
1.1
Bibliotecas e serviços bibliotecários - Ensino e treinamento - cursos e currículos 1
0.5
Bibliotecas e serviços bibliotecários - Ensino e treinamento - educação continuada 1
0.5
Fontes e aplicações para assuntos específicos - bases de dados biográficas e genealógicas 1
0.5
Fontes e aplicações para assuntos específicos - Ciências da vida 2
1.1
Fontes e aplicações para assuntos específicos - Direito, ciência política, governo - patentes e marcas comerciais 2
1.1
3.2
Fontes e aplicações para assuntos específicos - Outras/multidisciplinares 1
0.5
Indústria da informação - Informação e gestão do conhecimento 8
4.3
Indústria da informação - Informação e gestão do conhecimento - estratégias de negócios 2
1.1
Indústria da informação - Marketing, comércio eletrônico 7
3.8
10.2
Indústria da informação - Mercados e atores 2
1.1
Informação e questões governamentais e legais - Fontes de informação pública 1
0.5
Informação e questões governamentais e legais - Políticas e estudos de informação 3
1.6
Informação e questões governamentais e legais - Políticas e estudos de informação - Políticas nacionais de informações 1
0.5
2.7
Organização do conhecimento 2
1.1
Organização do conhecimento - Elaboração de resumos, indexação, revisão 6
3.2
Organização do conhecimento - Elaboração de resumos, indexação, revisão - indexação e resumos automatizados 2
1.1
Organização do conhecimento - Padrões e protocolos 1
0.5
9.7
Organização do conhecimento - Tesauros, listas de autoridade - ontologias 2
1.1
Organização do conhecimento - Tesauros, listas de autoridade - terminologias 5
2.7
Pesquisa em ciência da informação 14
7.5
119
Assuntos
Qtd
Artigos
(%)
Grandes
Áreas
Pesquisa em ciência da informação - Comportamento do usuário e usos de sistemas de informação - estudos de usuários 10
5.4
Pesquisa em ciência da informação - Comunicação 3
1.6
Pesquisa em ciência da informação - Comunicação - aplicações para Internet e princípios de design 1
0.5
Pesquisa em ciência da informação - Conceitos básicos, definições, teorias, metodologias e aplicações 4
2.2
Pesquisa em ciência da informação - Estatística, mensuração 7
3.8
Pesquisa em ciência da informação - Estatística, mensuração - análise de citações 4
2.2
Pesquisa em ciência da informação - Estatística, mensuração - bibliometria 4
2.2
Pesquisa em ciência da informação - Estatística, mensuração - cientometria 2
1.1
Pesquisa em ciência da informação - Estatística, mensuração - informetria 3
1.6
33.3
Pesquisa em ciência da informação - História da ciência da informação, biografias 3
1.6
Pesquisa em ciência da informação - Interface homem-computador 1
0.5
Pesquisa em ciência da informação - Pesquisa de recuperação da informação 2
1.1
Pesquisa em ciência da informação - Pesquisa de recuperação da informação - técnicas de busca (booleana, difusa, linguagem natural) 1
0.5
Pesquisa em ciência da informação - Pesquisa operacional/matemática - modelagem 1
0.5
Pesquisa em ciência da informação - Propriedades, necessidades, qualidade e valor da informação 2
1.1
Produção editorial e distribuição - Comunicação científica 16
8.6
Produção editorial e distribuição - Comunicação científica - literatura cinzenta 3
1.6
Produção editorial e distribuição - Comunicação científica - processo de revisão pelos pares 1
0.5
12.9
Produção editorial e distribuição - Eletrônicos - periódicos eletrônicos 4
2.2
Profissão da informação - Profissionais da informação 4
2.2
Profissão da informação - Profissionais da informação - bibliotecários e biblioteconomia 1
0.5
Profissão da informação - Profissionais da informação - ética profissional 1
0.5
Profissão da informação - Profissionais da informação - futuro da profissão 1
0.5
8.6
Profissão da informação - Profissionais da informação - habilidades e competências 4
2.2
Profissão da informação - Profissionais da informação - panorama profissional 3
1.6
Profissão da Informação - Profissionais da Informação - pesquisadores 2
1.1
Questões Socais - Alfabetização informacional, educação continuada 4
2.2
120
Assuntos
Qtd
Artigos
(%)
Grandes
Áreas
Questões sociais - Sociedade da informação 7
3.8
7.5
Questões sociais - Sociedade da informação - fluxos informacionais 1
0.5
Questões sociais - Sociedade da informação - impactos tecnológicos e socioeconômicos da informação 2
1.1
Sistemas e serviços de informação eletrônica - Sistemas e serviços de busca e recuperação de informações 3
1.6
Tecnologias da Informação - Gestão de Documentos - produção e tratamento de imagens 1
0.5
Tecnologias da informação - Gestão de documentos - sistemas hipertexto 1
0.5
3.8
Tecnologias da informação - Inteligência artificial (AI), sistemas especialistas, agentes inteligentes - cibernética 3
1.6
Tecnologias da informação - Software 1
0.5
Tecnologias da Informação - World Wide Web 1
0.5
Sub-Total 186
100
100
ANEXO ACOMUNICAÇÃO SOBRE O “CONVÊNIO UFF/GCI-MCT/IBICT”
Niterói, 16 de setembro de 2008
Informamos que o Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) é regido
por um Convênio celebrado entre a Universidade Federal Fluminense (UFF) e o Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Esse Convênio está em vigor por
5 anos e teve início em 23 de outubro de 2003, devendo findar em 23 de outubro de 2008.
Esclarecemos que após seu término, o convênio não será renovado e que, decerto o Rio de
Janeiro estará contando com mais um Programa em Ciência da Informação, devendo,
portanto, ampliar-se à área, seja quanto ao número qualificado de pós-graduações já existentes
no Brasil, seja quanto à circulação do saber, o que certamente deverá também contribuir para
o fortalecimento da Ciência da Informação no Brasil.
A Universidade Federal Fluminense, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, por meio
da Coordenação deste Programa, continuará a desenvolver a gestão acadêmico-administrativa,
e temos a certeza de que nossa conveniada compartilha da convergência desses esforços.
Profa. Dra. Rosa Inês de Novais Cordeiro
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
Convênio UFF/GCI-MCT/IBICT.
CORDEIRO, Rosa Inês de Novais. Convênio UFF/GCI-MCT/IBICT. Disponível em:
<http://www.uff.br/ppgci/index.htm>. Acesso em: 23 nov. 2008.
122
ANEXO B – INFORMATION SCIENCE TAXONOMY – DONALD T. HAWKINS
TABELA DESENVOLVIDA POR DONALD T. HAWKINS E OUTROS (2001; 2003)
INFORMATION SCIENCE TAXONOMY
1 01 Pesquisa em ciência da informação
1.1
Conceitos básicos, definições, teorias, metodologias e aplicações
1.2
Propriedades, necessidades, qualidade e valor da informação
1.3
Estatística, mensuração
1.3.1
bibliometria
1.3.2
análise de citações
1.3.3
cientometria
1.3.4
informetria
1.4
Pesquisa de recuperação da informação
1.4.1
técnicas de busca (booleana, difusa, linguagem natural)
1.4.2
processo de busca
1.4.3
precisão/relevância
1.4.4
ordenação/revocação
1.4.5
modelos de busca
1.4.6
formulação de consulta
1.4.7
arquivos invertidos
1.4.8
atualização
1.4.9
estruturas de bases de dados
1.5
Comportamento do usuário e usos de sistemas de informação
1.5.1
táticas de busca
1.5.2
sobrecarga de informação
1.5.3
estudos de usuários
1.5.4
estudos de usabilidade
1.6
Interface homem-computador
1.6.1
fatores humanos
1.6.2
ergonomia
1.6.3
questões de design
1.7
Comunicação
1.7.1
edição
1.7.2
escrita
1.7.3
lingüística
1.7.4
aplicações para Internet e princípios de design
1.8
Pesquisa operacional/matemática
1.8.1
modelagem
1.8.2
lógica booleana
1.8.3
codificação
1.8.4
análise de sistemas
1.8.5
algoritmos
1.8.6
compressão de dados
1.9
História da ciência da informação, biografias
2 02 Organização do conhecimento
123
TABELA DESENVOLVIDA POR DONALD T. HAWKINS E OUTROS (2001; 2003)
INFORMATION SCIENCE TAXONOMY
2.1
Tesauros, listas de autoridade
2.1.1
taxonomias
2.1.2
ontologias
2.1.3
redes semânticas
2.1.4
nomenclaturas
2.1.5
terminologias
2.1.6
vocabulários
2.2
Catalogação e classificação
2.2.1
tags
2.2.2
metatags
2.2.3
metadados Dublin Core (Dublin Core Metadata Initiative DCMI)
2.2.4
identificadores de objetos digitais (digital object identifiers DOIs)
2.2.5
catálogos para acesso público em linha (online public access catalogs OPACs)
2.2.6
formato MARC (Machine-Readable Cataloging)
2.2.7
Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR, 2. ed.)
2.2.8
mapas tópicos
2.2.9
processos e teorias de catalogação
2.3
Elaboração de resumos, indexação, revisão
2.3.1
indexação e resumos automatizados
2.4
Padrões e protocolos
2.4.1
National Information Standards Organization (NISO)
2.4.2
Z39.5
2.4.3
XML
2.4.4
SGML
2.4.5
HTML
2.4.6
arquivos abertos (Open Archives Initiative OAI)
2.4.7
Encoded Archival Description (EAD)
2.4.8
OpenURL
2.4.9
portable document format (PDF)
3 03 Profissão da informação
3.1
Profissionais da informação
3.1.1
intermediários
3.1.2
pesquisadores
3.1.3
bibliotecários de referência
3.1.4
agentes de informação
3.1.5
tradutores
3.1.6
educadores
3.1.7
bibliotecários e biblioteconomia
3.1.8
orientação
3.1.9
panorama profissional
3.1.10
futuro da profissão
3.1.11
ética profissional
3.1.12
habilidades e competências
3.2
Organizações e associações
124
TABELA DESENVOLVIDA POR DONALD T. HAWKINS E OUTROS (2001; 2003)
INFORMATION SCIENCE TAXONOMY
4 04 Questões sociais
4.1
Ética da informação, plágio, credibilidade
4.2
Alfabetização informacional, educação continuada
4.3
Sociedade da informação
4.3.1
acesso universal e acessibilidade
4.3.2
impactos tecnológicos e socioeconômicos da informação
4.3.3
previsões tecnológicas
4.3.4
fluxos informacionais
4.3.5
cenários futuros
4.3.6
preservação
5 05 Indústria da informação
5.1
Informação e gestão do conhecimento
5.1.1
transferência do conhecimento nas organizações
5.1.2
estratégias de negócios
5.2
Mercados e atores
5.2.1
perfis e entrevistas com fornecedores
5.2.2
tendências
5.3
Economia e preços
5.3.1
modelos empresariais
5.3.2
cadeia de valor
5.4
Marketing, comércio eletrônico
6 06 Produção editorial e distribuição
6.1
Impressos
6.2
Eletrônicos
6.2.1
periódicos eletrônicos
6.2.1
livros eletrônicos
6.3
Publicações secundárias
6.3.1
serviços de elaboração de resumos e indexação
6.3.2
diretórios
6.4
Comunicação científica
6.4.1
processo de revisão pelos pares
6.4.2
futuro dos periódicos
6.4.3
dissertações
6.4.4
literatura cinzenta
7 07 Tecnologias da informação
7.1
Internet
7.1.1
World Wide Web
7.1.2
Web invisível
7.1.3
Web profunda
7.1.4
mecanismos de busca
7.1.5
navegadores
7.1.6
hipermídia
7.1.7
servidores de listas
125
TABELA DESENVOLVIDA POR DONALD T. HAWKINS E OUTROS (2001; 2003)
INFORMATION SCIENCE TAXONOMY
7.1.8
quadros de avisos
7.1.9
portais
7.1.10
gateways
7.1.11
diretórios
7.1.12
pathfinders
7.2
Intranets, conferências Web
7.3
Software
7.3.1
linguagens de programação
7.3.2
sistemas operacionais
7.3.3
plataformas
7.4
Equipamentos (hardware)
7.5
Multimídia
7.6
Gestão de documentos
7.6.1
produção e tratamento de imagens
7.6.2
escaneamento
7.6.3
recuperação de textos
7.6.4
digitalização
7.6.5
gestão de registros
7.6.6
favoritos (bookmarking)
7.6.7
sistemas hipertexto
7.6.8
tecnologias de preservação
7.6.9
vínculos e referência eletrônica cruzada
7.6.10
armazenamento
7.6.11
gestão de direitos digitais
7.7
Inteligência artificial (AI), sistemas especialistas, agentes inteligentes
7.7.1
cibernética
7.7.2
visualização e mapeamento
7.7.3
mineração de dados
7.7.4
reconhecimento de padrões e caracteres
7.7.5
agentes de busca e robôs
7.8
Telecomunicações
7.8.1
redes
7.8.2
fornecimento de informações através de sistemas sem fio (wireless) e via
satélite
7.8.3
computadores de mão e outros assistentes digitais pessoais (personal digital
assistants PDA)
7.8.4
redes locais (local area networks LAN) e expandidas (wide area networks
WAN)
7.9
Segurança, controle de acesso, autenticação, criptografia
7.9.1
produção de marca d água digital
7.10
Outros
8 08 Sistemas e serviços de informação eletrônica
8.1
Sistemas e serviços de busca e recuperação de informações
8.1.1
bases de dados bibliográficas, numéricas e de imagens
8.1.2
descrições de serviços em linha
126
TABELA DESENVOLVIDA POR DONALD T. HAWKINS E OUTROS (2001; 2003)
INFORMATION SCIENCE TAXONOMY
8.2
Sistemas de informação personalizados, elaboração de alertas, disseminação
seletiva
8.3
Sistemas e serviços de entrega de documentos
8.3.1
empréstimo interbibliotecário
8.3.2
compartilhamento de recursos
8.4
Sistemas de informação geográfica (geographic information systems GIS)
9 09 Fontes e aplicações para assuntos específicos
9.1
Ciências físicas
9.1.1
química
9.1.2
física
9.1.3
engenharia
9.1.4
ciências da terra
9.1.5
ciência da computação
9.1.6
energia
9.1.7
matemática
9.2
Ciências da vida
9.2.1
medicina
9.2.2
biociências
9.2.3
agricultura
9.2.4
meio-ambiente
9.3
Ciências sociais, humanidades, história, lingüística
9.4
Negócios
9.4.1
administração
9.4.2
economia
9.4.3
companhias
9.5
Direito, ciência política, governo
9.5.1
patentes e marcas comerciais
9.5.2
propriedade intelectual
9.5.3
jurisprudência
9.6
Notícias
9.7
Educação, biblioteconomia e ciência da informação, referência rápida
9.8
Outras/multidisciplinares
9.8.1
bases de dados biográficas e genealógicas
9.8.2
enciclopédias
9.8.3
bases de dados de teses e dissertações
10 10 Bibliotecas e serviços bibliotecários
10.1
Descrições e tipos de bibliotecas
10.1.1
bibliotecas especiais
10.1.2
bibliotecas governamentais
10.1.3
bibliotecas universitárias e bibliotecas públicas
10.1.4
arquivos
10.1.5
museus
10.1.6
bibliotecas nacionais
10.1.7
bibliotecas depositárias
127
TABELA DESENVOLVIDA POR DONALD T. HAWKINS E OUTROS (2001; 2003)
INFORMATION SCIENCE TAXONOMY
10.2
Serviços bibliotecários
10.3
Automação de bibliotecas, operações e planejamento estratégico
10.4
Consórcios e redes de bibliotecas, coalizões, cooperativas
10.5
Bibliotecas digitais e virtuais, bibliotecas híbridas
10.6
Ensino e treinamento
10.6.1
ensino a distância
10.6.2
educação continuada
10.6.3
instrução bibliográfica
10.6.4
escolas de biblioteconomia
10.6.5
cursos e currículos
11 11 Informação e questões governamentais e legais
11.1
Proteção da propriedade intelectual
11.1.1
questões e implicações do direito de cópia
11.1.2
uso autorizado de cópias
11.1.3
marcas comerciais
11.1.4
lei de patentes
11.2
Legislação, leis e regulamentos (com exceção do direito de cópia)
11.3
Contratos e licenças
11.4
Questões de responsabilidade
11.4.1
filtragem
11.4.2
censura
11.4.3
privacidade
11.5
Fontes de informação pública
11.6
Políticas e estudos de informação
11.6.1
segurança
11.6.2
criptografia
11.6.3
privacidade
11.6.4
liberdade de informação
11.6.5
censura
11.6.6
políticas nacionais de informação
11.7
Sistemas e infra-estrutura
11.7.1
transferência de tecnologia
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