Os Karajá do norte e os Javaé mantiveram relações de início ,hostis e
depois, pacificas. Isso deu-se após ter sido contatados pelos missionários
dominicanos, instalados no recente município de Conceição do Araguaia a partir de
1897, até sua extinção como grupo (NIMUENDAJÚ apud BALDUS, 1970 p. 63).
Chega-se à segunda metade do século vinte e os Karajá, Karajá do norte e
os Javaé são grupos que resistiram ao avanço dos estabelecimentos ao
longo das margens do rio Araguaia. O desenvolvimento se apresenta a eles
nas mais diversas formas e procedimentos como pôr exemplo, nas vestes
adquiridas e nas investiduras rumo às fazendas. Outra grande sedução pós-
anos cinqüenta para os Karajá é o álcool. Mas, nem toda a bebida integra
ao dia-a-dia ribeirinho, que chegou com as expedições escravagistas ainda
no século XVII, e permanece com ribeirinhos, fazendeiros e turistas. E
assim, de protetores da natureza, passaram a ser vilãos do meio ambiente,
por venderem tartarugas e animais silvestres, provocam na sociedade certo
desconforto. Exposto ao contato, como seu rio sagrado, os Karajá, apesar
dos maus tratos da malária, tuberculose, subnutrição, armadilha
governamental e abandono, como se tudo fosse contra eles, sobrevivem
culturalmente transformando descasos, marginalidade preconceitos e
indiferenças em festas com a do “Hetohoky” (LIMA FILHO, 1994 p. 29)
O Distrito Sanitário Especial Indígena do Araguaia (DISEI) compreende
uma população de 2.877 índios, pertencentes às etnias Karajá, Tapirapé, Tapuia e
Avá-Canoeiro. Os Karajá formam a etnia mais numerosa, com 2230 indivíduos, ou
seja; 77,5% da população, dos quais 1031 (49%) habitam as aldeias de Santa Isabel
do Morro e Fontoura.
Dados populacionais históricos, referentes à aldeia de Santa Isabel do
Morro, apontam para uma população de 140 em 1947 (Baldus, 1948), passando
para 304 em 1969, segundo dados da EPM, para 401 em 1990 (Lima Filho, 1994) e
543 em 2002, segundo dados do DISEI-Araguaia. O crescimento médio anual da
população desta aldeia teria sido de 3,6% entre 1947 e 1969, de 1,3% entre 1969 e
1990 e de 2,6% entre 2002 e 1990. Durante o período analisado neste estudo, 1980-
2000, a população da aldeia de Santa Isabel cresceu 1,8%, em média, ao ano. No
tocante à aldeia de Fontoura, os dados disponíveis se referem aos anos de 1969
(EPM) e 2002 (DISEI-Araguaia), com 167 e 488 habitantes, respectivamente, sendo
de 3,3% o crescimento médio anual de sua população. O crescimento médio, das
duas aldeias em conjunto, no período de 1969 a 2002, foi de 2,5% ao ano.
Sendo assim, é necessário entender a origem do povo em questão,
respeitando sua cultura, seus costumes, sua religião e acima de tudo o valor a vida
humana.