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Análise da decomposição e sucessão ecológica relacionada ao sexo
e a ambiente indoor e outdoor em carcaças de suínos (Sus Scrofa
L.) expostas no litoral norte do Estado de São Paulo
JULIANA ALVES NEVES
Dissertação apresentada ao Instituto de
Biociências, Câmpus de Botucatu, UNESP,
para obtenção do título de Mestre no
Programa de Pós-Graduação em Biologia
Geral e Aplicada e Área de concentração em
Biologia de parasitas e microorganismos.
Patrícia Jacqueline Thyssen (orientadora)
BOTUCATU – SP.
2009
Campus de Botucatu
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“Júlio de Mesquita Filho”
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS DE BOTUCATU
Análise da decomposição e sucessão ecológica relacionada ao sexo
e a ambiente indoor e outdoor em carcaças de suínos (Sus Scrofa
L.) expostas no litoral norte do Estado de São Paulo
JULIANA ALVES NEVES
PATRICIA JACQUELINE THYSSEN
Dissertação apresentada ao Instituto de Biociências,
Campus de Botucatu, UNESP, para obtenção do título
de Mestre no Programa de Pós-Graduação em
Biologia Geral e Aplicada e Área de concentração em
Biologia de parasitas e microorganismos.
Patrícia Jacqueline Thyssen (orientadora)
BOTUCATU – SP.
2009
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iv
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, pelo apoio e incentivo ao longo dos anos, por me permitirem seguir os
caminhos que considerei certos, além de me ajudarem com a corrida pelas gaiolas, pela
procura pelos porcos e por me permitirem realizar um “assassinato” dentro de casa.
À minha orientadora Patrícia Thyssen, primeiramente por me aceitar como sua aluna,
por me agüentar durantes meus momentos de desespero e “stress” e por todos os
ensinamentos e oportunidades oferecidas.
Ao professor Wesley, por me permitir ficar em seu laboratório, pela incrível paciência
de me suportar falando por horas e horas sobre teorias mirabolantes, pelas conversas
“iluminadoras” que me permitiram entender de forma muito mais clara minhas próprias idéias.
Às pessoas do laboratório da UNESP, Jú, Giu, Carol, Helton e Carlos, por me
ajudarem e me ensinarem muitas coisas, além do companheirismo e amizade.
Às pessoas do laboratório da UNICAMP, Maicon, Marcos e Thiago, por me
ensinarem os primeiros passos sobre “moscologia” e pela amizade.
Ao meu avô e a Sônia, por cuidarem de mim durante minha estadia em Ubatuba, pelos
avisos com berrante e pela salvação dos porquinhos do urubu ladrão de “tripas”.
Aos amigos e colegas que tiveram a paciência de me ouvir e me deram conselhos
sobre experimentos, tese e tudo mais.
v
ÍNDICE GERAL
Resumo ................................................................................................
01
Abstract ................................................................................................
02
1
- Introdução e revisão bibliográfica .................................................. 03
1.1 - Importância dos dípteros ......................................................................
04
1.2 - Entomologia forense ............................................................................
05
1.3 - Decomposição, sucessão ecológica e fauna associada ........................ 06
1.4 - Fatores abióticos ..................................................................................
08
1.5 - Fatores bióticos ....................................................................................
11
2
- Objetivos gerais .................................................................................
15
3
-
Levantamento faunístico de artrópodes necrófagos e análise do
processo de decomposição em diferentes gêneros de Sus scrofa L.
em ambiente urbano no município de Ubatuba, SP .......................
16
3.1 - Introdução ............................................................................................
16
3.2 - Material e métodos ...............................................................................
17
3.3 - Resultados e discussão .........................................................................
19
4 - Levantamento faunístico de artrópodes necrófagos e análise do
processo de decomposição em local indoor e outdoor em ambiente
urbano no município de Ubatuba, SP ..............................................
42
4.1 - Introdução ............................................................................................
42
4.2 - Material e métodos ...............................................................................
44
4.3 - Resultados e discussão .........................................................................
46
5
- Conclusões gerais ..............................................................................
53
6
- Referências bibliográficas .................................................................
54
vi
ÍNDICE DE FIGURAS
3
.1
-
Local de exposição das carcaças e armadilhas para captura de
espécimes alados ..................................................................................
19
3.2 -
Espécimes emergentes da carcaça Masculina de março de
2008 ......................................................................................................
21
3.3 -
Espécimes emergentes da carcaça Feminina de março de
2008 ......................................................................................................
21
3.4 -
Espécimes emergentes da carcaça Masculina em setembro de
2008 ......................................................................................................
23
3
.5
-
Espécimes emergentes de carcaça Feminina em setembro de
2008 ......................................................................................................
24
3.6
-
Dados abióticos e bióticos referentes à carcaça de suíno mea
exposta em Março de 2008 ..................................................................
25
3.7 -
Número de adultos que emergiram da carcaça de suíno fêmea em
março de 2008 ......................................................................................
25
3.8 -
Dados abióticos e bióticos referentes à carcaça de suíno macho
exposta em Março de 2008 ..................................................................
26
3.9 -
Número de adultos que emergiram da carcaça de suíno macho em
março de 2008 ......................................................................................
26
3.10
-
Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no primeiro dia de
exposição em Março e Setembro de 2008 ...........................................
36
3.11
-
Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no segundo dia de
exposição em Março e Setembro de 2008 ...........................................
37
3.12 -
Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no terceiro dia de
exposição em Março (M) e Setembro (S) de 2008 ..............................
37
3.13 -
Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no quarto dia de
exposição em Março (M) e Setembro (S) de 2008 ..............................
38
3.14 -
Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no quinto dia de
exposição em Março (M) e Setembro (S) de 2008 ..............................
38
3.15
-
Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no sexto dia de exposição
em Março (M) e Setembro (S) de 2008 ...............................................
39
3.16 -
Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no sétimo dia de
exposição em Março (M) e Setembro (S) de 2008 ..............................
39
3.17 -
Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no oitavo dia de
exposição em Março (M) e Setembro (S) de 2008 ..............................
40
3.18 -
Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no nono dia de exposição
em Março (M) e Setembro (S) de 2008 ...............................................
40
3.19 -
Carcaça de suíno fêmea do décimo ao décimo quarto dia de
exposição em Março de 2008 ..............................................................
41
vii
4.1
-
Locais outdoor (A) e indoor (B) onde foram expostas as carcaças de
suínos no município de Ubatuba, SP ...................................................
46
4.2
-
Espécimes emergentes da carcaça indoor em março de 2008.............
4
7
4.3 -
Espécimes emergentes da carcaça OUTDOOR em março de 2008 ....
47
4.4 -
Dados ambientais da carcaça indoor exposta em março de 2008 ........
48
4.5 -
Carcaças de suínos no primeiro dia de exposição em ambiente
indoor ...................................................................................................
50
4.6 -
Carcaças de suínos no segundo dia de exposição em ambiente indoor
(IN) e outdoor (OU) .............................................................................
50
4.7 -
Carcaças de suínos no terceiro dia de exposição em ambiente indoor
(IN) e outdoor (OU) .............................................................................
51
4.8
-
Carcaças de suínos no quarto dia de exposição em ambiente indoor
(IN) e outdoor (OU) .............................................................................
51
4.9 -
Carcaças de suínos no quinto dia de exposição em ambiente indoor
(IN) e outdoor (OU) .............................................................................
51
4.10 -
Carcaças de suínos no sexto dia de exposição em ambiente indoor
(IN) e outdoor (OU) .............................................................................
52
4.11 -
Carcaças de suínos no sétimo dia de exposição em ambiente outdoor
(OU) e no oitavo dia no indoor (IN) ....................................................
52
viii
ÍNDICE DE TABELAS
3
.1
-
Relação de famílias e espécies adultas de insetos coletados em
carcaças de suínos macho e fêmea em março de 2008 ........................
29
3.2 -
Relação de famílias e espécies adultas de insetos coletados em
carcaças de suíno macho e fêmea em setembro de
2008 .....................................................................................................
33
3.3 -
Tempo total de decomposição e duração de cada estágio em relação
ao sexo das carcaças expostas ao ar livre por estação do
ano ........................................................................................................
36
1
RESUMO
A classe Insecta é uma das que possuí o maior número de espécies do reino animal,
tendo estes se propagado em diversos ambientes. Devido a isso, grande interesse nessa
classe, em especial na Ordem Diptera, já que várias espécies podem causar danos econômicos
no meio agrícola, disseminar doenças ou causar miíases em humanos e animais, e também
pela possibilidade de se usar dados destes organismos no âmbito médico-legal, através do uso
da Entomologia Forense. Conhecendo-se a biologia, o local de ocorrência e o comportamento
das espécies envolvidas no processo de decomposição é possível se estabelecer onde o corpo
foi inicialmente colonizado, assim como estimar o tempo de morte (IPM). Para isso, são
necessárias coletas prévias em cada local, uma vez que a população de dípteros pode variar de
acordo com o ambiente e o local. No presente estudo objetivou-se realizar um levantamento
faunístico de insetos necrófagos presentes na região urbana do município de Ubatuba, SP,
assim como a relação da fauna e do processo de sucessão ecológica entre corpos de diferentes
sexos, expostos a ambientes aberto (outdoor) e fechado (indoor). Para tanto carcaças de
suínos domésticos, Sus scrofa L., de sexos diferentes com aproximadamente 10 Kg foram
expostas em ambiente fechado e aberto, em duas estações do ano. No estudo sobre diferentes
gêneros, foi possível observar que as carcaças masculinas atraem um maior número de
famílias, enquanto que as femininas apresentam uma maior abundância de indivíduos; em
março, apenas uma espécie foi específica à carcaça feminina, Sarcopromusca pruna. Com
relação aos tipos de ambientes, notou-se que não houve diferença quanto à diversidade
faunística mas sim na dinâmica populacional, evidenciando no padrão de emergência que não
foi similar. De forma geral, a decomposição das carcaças dependeu muito das variações
climáticas e bióticas do substrato, que não foi possível estabelecer um padrão que pudesse
ser utilizado nos processos de decomposição. Em Ubatuba a fauna é diferente das faunas
encontradas em outros estudos em áreas urbanas, já que grande presença de espécies
nativas e não das espécies exóticas do gênero Chrysomya. É também importante notar a
presença efetiva de espécies da família Muscidae, em especial da espécie Ophryra anescences.
2
ABSTRACT
The Class Insecta is one of the classes that most have species in the animal kingdom,
and they are spread all over the places, in different environments. Because of it, there is great
interest in this class, specially in the Diptera Order, where are found a lot of species that can
cause economical problems at the agricultural field, spread diseases and cause miyases on
humans and animals, and also for the possibility to use these organisms in the medico-legal
field, by using Forensic Entomology. Knowing the biology, the place of occurrence and the
behavior of the species involved in the decomposition process, it is possible to establish where
the body was initially colonized and the time of death (PMI). For this, its necessary previous
knowledge of each local fauna, since the dipteran fauna varies from place to place. In this
study, the objectives were to know the necrophagous fauna at the urban environment of
Ubatuba, using experimental animals, Sus scrofa, of different sex, to verify the decomposition
process as well as the colonizer fauna and compare the results. Also, where exposed two
carcasses of the same sex, one in an indoor and the other at outdoor place for the same
comparison of the decomposition process and colonizer fauna. In the study of different sex, it
was able to notice that male carcasses have a higher number of families, while the female
carcasses have a bigger abundance of individuals; at March, only one specie was found as
characteristic of one of the carcasses, Sarcopromusca pruna, present at the female carcass.
About the indoor and outdoor places, it was possible to notice that the present fauna was the
same, but the population dynamics is different, because the emergency pattern is not similar.
In a general way, the decomposition of the carcasses depends a lot of climatic and biotic
changes on the subtract, since no pattern was observed at the processes. At Ubatuba, the fauna
is different of what was found at another urban study areas, because of the higher number of
native species found, and low presence of the genera Chrysomya, also its important to notice
the effective presence of species from the Muscidae family, specially the specie Ophyra
aenescences.
3
1 INTRODUÇÃO E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A classe Insecta é uma das maiores, dentre os animais existentes, com
aproximadamente um milhão de espécies descritas (Constantino et al., 2002). Além disso,
devido à radiação adaptativa, tais organismos obtiveram grande sucesso na colonização de
diferentes tipos de ambientes, ocupando grande diversidade de nichos e habitats, exceto águas
marinhas (Ruppert & Barnes, 1996).
Esses invertebrados são reconhecidos morfologicamente pela presença de três pares de
pernas, com freqüência encontram-se um ou dois pares de asas, três regiões corporais bem
diferenciadas em cabeça, tórax e abdômen, um par de antenas, partes bucais variando de
acordo com a alimentação do inseto, podendo ser do tipo picador, sugador ou lambedor, um
par de olhos compostos e ocelos de número variável (Borror & White, 1970). Essa classe é
subdividida em dois grupos: Apterygota e Pterygota. No presente trabalho, será abordada a
subclasse Pterygota com ênfase na Ordem Diptera.
A Ordem Diptera é bem diversificada, caracterizada por apresentar o par de asas
anterior funcional e o posterior alterado em forma de balancins ou halteres, estruturas
modificadas para promover o equilíbrio no momento do vôo. Em classificações mais antigas,
havia uma terceira subordem denominada Cyclorrhapha, hoje incorporados a Brachycera. Na
classificação atual duas, incluindo além dos braquíceros a subordem Nematocera (Mc
Alpine et al., 1981). Ainda permanecem as duas divisões dentre os braquíceros: Aschiza sem
sutura frontal e Schizophora com sutura frontal ou ptilineal, decorrentes do processo de
emergência dos adultos, quando inflam um “saco”, o ptilíneo, na cabeça para empurrar a
extremidade anterior do pupário. A última divisão inclui ainda duas seções importantes:
Acalyptratae (sem caliptras ou com caliptras pouco desenvolvidas) e Calyptratae (com
caliptras bem desenvolvidas) (Borror & DeLong, 1964).
4
De forma geral, os pteros apresentam dimorfismo sexual e reprodução sexuada. Em
sua maioria são ovíparos, mas algumas espécies são vivíparas com metamorfose completa,
apresentando estágios de ovo, larva, pupa e adulto. Os hábitos alimentares variam entre
hematófagos, fitófagos ou saprófagos e por este motivo podem ganhar importância nos
âmbitos médico, sanitário, veterinário, agrícola ou legal.
O foco desta dissertação foi o levantamento de espécies de insetos necrófagos
existentes na região litorânea e discutir alguns de seus aspectos biológicos e ecológicos,
informações que são importantes no que diz respeito à aplicação e uso de insetos como
indicadores forenses que ao momento ainda são escassas em certas regiões tal como onde
este estudo foi realizado. Os resultados obtidos e as conclusões deste estudo encontram-se nos
capítulos que seguem após a revisão bibliográfica e os objetivos.
1.1- Importância dos dípteros
Várias espécies da família Diptera são classificadas como vetores ativos de doenças
como malária, dengue ou febre amarela, outras como vetores passivos de microrganismos
patogênicos tais como Mycobacterium avium (Fischer et al., 2004) e ovos de helmintos
(Oliveira et al., 2002; Marinho et al., 2003), além da possibilidade de serem causadoras de
miíases em animais (Hira et al., 2004; Garcia-Zapata et al., 2005; Moretti & Thyssen, 2006).
Quando consomem e colonizam vegetais em demasia são classificadas como pragas devido
aos danos econômicos que podem vir a causar (Gallo et al., 2002).
Por outro lado, algumas espécies de sirfídeos e califorídeos podem ser úteis como as
usadas no controle biológico para reduzir ou regular populações de insetos pragas (Auad &
Trevizani, 2005; Oliveira & Santos, 2005), para produção de substâncias antibacterianas
através de excretas de formas imaturas (Huberman et al., 2007; Bexfield et al., 2008) e pela
5
destruição de biofilmes produzidos por Sthaphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa
(van der Plas et al., 2007).
Na área médico-legal, informações fornecidas pelos insetos podem ser usadas para
auxiliar o trabalho de peritos, reforçando ou guiando linhas sobre a investigação em casos de
morte suspeita. Na área acadêmica os dados produzidos em estudos ecológicos focando a área
forense também podem servir para compreender vários aspectos do comportamento destes
invertebrados, em especial das espécies que utilizam recursos efêmeros como corpos de
animais.
1.2- Entomologia forense
A ciência que se dedica a estudar e usar dados entomológicos associados a casos de
morte suspeita entre outras aplicações denomina-se entomologia forense. Apesar de enunciada
em 1894, tem sido utilizada em diversos países como Estados Unidos, Rússia, Canadá, França,
Japão, com vários relatos de estudos de casos na Inglaterra e Índia, desde 1980 (Benecke,
2001).
Para que insetos ou mesmo artrópodes possam ser utilizados nas investigações legais,
é necessário conhecer sua biologia e os fatores que podem alterá-la, sua distribuição
geográfica, sazonalidade e outros parâmetros comportamentais que possam auxiliar na
determinação do intervalo pós-morte (IPM), local onde se deu o óbito em casos que
suspeita de deslocamento do corpo e elucidação de casos onde houve maus tratos e abandono
de incapacitados (Benecke, 1998; Benecke & Lessig, 2001).
Catts & Coy (1992) propuseram duas maneiras de determinar o IPM por meio dos
dados entomológicos: uma dada pela oviposição dos dípteros em um corpo poucas horas
depois da morte, com conseqüente determinação da idade da prole e outra, pela seqüência das
espécies que chegam ao recurso. Estabeleceu-se assim, o limite mínimo de IPM, quando
6
calculada a idade dos espécimes imaturos coletados nos cadáveres, e o limite ximo do
IPM, pela coleta dos espécimes e a análise do seu padrão de colonização, vinculado ao
processo de sucessão ecológica sobre um corpo.
As variações abióticas como velocidade do vento, umidade relativa, variação de
temperatura, cobertura do corpo (roupas), presença de substâncias ingeridas ou sobre o corpo
(combustíveis, lubrificantes ou tintas), podem afetar diretamente no desenvolvimento de
imaturos ou no grau de atração dos adultos ao recurso (Norris, 1965; Monteiro-Filho &
Penereiro, 1987), interferindo assim na estimativa do IPM. Roupas em cadáveres podem o
atrasar o processo de colonização, mas faz com que a decomposição demore mais tempo,
possibilitando uma maior oferta de recurso aos insetos, o que influenciaria numa alteração do
processo de sucessão.
1.3- Decomposição, sucessão ecológica e fauna associada
Ocorrido o óbito, o corpo modifica-se tanto física como quimicamente com o passar
do tempo, pois a decomposição começa de dentro para fora, com inicio na autólise das células,
seguida pela degradação, realizada pelos microrganismos pertencentes especialmente a
microbiota intestinal, e é consolidada pela ação de insetos, os quais podem ser atraídos ao
corpo se não houver nenhum obstáculo ou impedimento (Campobasso & Introna, 2001).
É possível estabelecer fases ou estágios para melhor compreender este processo
degradativo, mas o tempo de duração de cada fase, assim como a velocidade da decomposição
como um todo pode sofrer algumas variações dependendo de uma série de fatores intrínsecos
e extrínsecos. Idade, estrutura corporal e causa da morte são alguns exemplos de parâmetros
intrínsecos que podem acelerar o processo, da mesma forma que a temperatura e condições
climáticas podem tornar os tecidos mais atrativos ou não para artrópodes necrófagos se
7
estabelecerem no corpo, que os mesmos são atraídos tendo em vista as condições físico-
químicas do substrato (Campobasso & Introna, 2001; Amendt et al, 2004).
Dessa forma, no corpo em decomposição pode-se estabelecer um sistema onde é
possível reconhecer entre os organismos ali presentes quatro classes ou categorias ecológicas:
necrófagos, que se alimentam da carcaça diretamente, seja na sua forma imatura ou adulta;
predadores ou parasitas, que se alimentam dos organismos presentes na carcaça; onívoros,
que consomem a carcaça e outros organismos; e os acidentais, nos quais organismos que
estão presentes no ambiente acabam por utilizar a carcaça de algum modo, como abrigo ou
extensão de seu habitat, mas o recurso em si não é primordial para a sobrevivência da espécie
nesta categoria (Nuorteva, 1977).
Atualmente ainda é possível fazer um paralelo entre as fases de decomposição e as
espécies necrófagas e traçar uma seqüência de colonização, segundo as propostas iniciais de
Mégnin (1894). Trabalhos de sucessão ecológica, realizados em vários locais do mundo,
apontam que insetos da família Calliphoridae (Díptera) são os primeiros a colonizar o
substrato exposto no ambiente seguido por espécies de Muscidae e Sarcophagidae e pela
presença das famílias Histeridae, Dermestidae e Staphilinidae (Coleóptera) que surgem no
final do processo (Monteiro-Filho & Penereiro, 1987; Bharti & Singh, 2003; Carvalho et al.,
2004; Grassberger & Frank, 2004; Cruz & Vasconcelos, 2006). Conhecendo esta seqüência, é
possível inferir a quanto tempo o corpo se encontra exposto em um dado local.
O conceito de sucessão ecológica baseia-se no princípio de que cadáveres são
colonizados por vários organismos ao longo da decomposição, com substituição ou
alternância de espécies. Os dados obtidos acerca desse processo são confiáveis porque as
mudanças que o corpo sofre são rápidas demais para que o sistema consiga entrar em
equilíbrio, impossibilitando sucessivas colonizações do substrato (Turchetto & Vanin, 2004).
8
O conhecimento do tempo de desenvolvimento de cada espécie, ou seja, de sua idade é
outra forma de se utilizar os insetos para obter o IPM. Primeiramente, faz-se necessária a
observação do ciclo biológico completo e a duração de cada etapa deste ciclo em condições
controladas de temperatura em laboratório. Esses resultados, junto com dados meteorológicos
que podem ser obtidos em estações de medição local, permitem que um especialista calcule o
IPM com base na taxa de desenvolvimento de um dado inseto, caso haja um registro anterior
em laboratório. Muitos autores comprovaram que esse método é confiável ao comparar seus
resultados com aqueles obtidos por médicos legistas que usaram métodos convencionais no
exame necroscópico (Benecke, 1998; Staerkeby, 2001; Turchetto et al., 2001; Anderson, 2004;
Arnaldos et al., 2005).
1.4 - Fatores abióticos
Sendo os insetos animais pecilotérmicos, a temperatura é um dos fatores que deve ser
levado em consideração por afetar diretamente o desenvolvimento dos imaturos que não
possuem controle metabólico de sua temperatura corporal, sofrendo assim grande influência
de variações ambientais: em altas temperaturas o desenvolvimento se acelera e em baixas
pode desacelerar ou tornar-se mais lento, bem próximo de zero (Anderson, 2000; Ames &
Turner, 2003).
Com base nessa informação, não se pode desconsiderar o calor produzido pelos
agregados larvais que chegam a elevar a temperatura local a mais de 10°C acima da
temperatura ambiental, criando verdadeiros microclimas que permitem o desenvolvimento
dessa massa mesmo em locais com baixas temperaturas (Marchenko, 2001). Esses agregados
permitem que a massa larval se torne independente da temperatura externa e sofram mínimas
influências da exposição solar ou chuva quando tem um volume aproximado de 20 a 50cm³,
9
propiciando uma temperatura constante de 30-35°C, ótima para o desenvolvimento (Slone &
Gruner, 2007).
Outra consideração a se fazer com relação a mudanças climáticas está no
deslocamento de espécies, fato observado na Itália por Turchetto & Vanin (2004). De
acordo com esses autores, evidencias de que espécies antes encontradas somente em vales
estão se deslocando para altitudes maiores, ocupando espaços cedidos por geleiras. Dessa
forma, é possível inferir que dependendo das variações climáticas, as espécies podem mudar
seu comportamento sazonal ou local de ocorrência, assim como concluir seu desenvolvimento
em condições adversas.
O nível de degradação ambiental pode ser determinante sobre a presença ou ausência
de determinadas espécies no ambiente que, indiretamente, aponta para o nível de sinantropia
de cada uma. Tais efeitos podem ser observados através de modelagem matemática baseada
em coletas e estimativas de freqüência e abundância de cada espécie e seu local de ocorrência
(Figueroa-Roa & Linhares, 2002). Dessa forma, é possível a identificação de espécies de
insetos como “indicadores forenses”, desde que sejam atingidos alguns critérios como:
ocorrência em uma determinada época do ano, área (urbana, rural ou silvestre) ou região
(Mello et al., 2004). É dessa forma que se pode inferir sobre o local em que ocorreu a morte,
através de comparação da fauna presente no corpo e a fauna local, uma vez que a atração das
primeiras espécies colonizadoras ocorre poucos minutos após a morte.
A umidade relativa assim como o volume de chuvas pode afetar o tamanho da
população de insetos fazendo com que ela diminua ou aumente. De acordo com Pinheiro et al.
(2002), a flutuação da população de dípteros variou de acordo com a época do ano,
declinando nas épocas secas e tendo picos de crescimento em épocas úmidas, com declínio
também nos meses com maior volume de chuvas.
10
A incidência de luz e radiação solar pode afetar a colonização de duas formas:
possibilitando a colonização do substrato durante a noite ou modificando suas características.
Estudo realizado por Wooldridge et al. (2007), indica que Lucilia sericata não consegue se
orientar com precisão no escuro utilizando apenas seus órgãos olfatórios, mas que com
presença de luz, mesmo artificial, pode haver atividade de oviposição noturna. Isso comprova
a experiência de Amendt et al. (2008), que com a exposição de iscas durante a noite e sem
incidência de luz, não obtiveram postura de ovos. Nabity et al. (2007),
concluiram que a
luz não afeta o desenvolvimento, mas o fotoperíodo pode acelerar a emergência de Phormia
regina, uma vez que esse fenômeno parece estar sincronizado com o ciclo ambiental e, de
acordo com Tachibana & Hideharu (2004), a duração do dia (ou fotoperíodo) junto com
variação de temperatura sofridos pela geração maternal podem induzir diapausa larval em
Lucilia sericata. Além disso, exposição ao sol ou não do cadáver faz com que haja uma
modificação do comportamento da fauna colonizadora, pois uma extensão no tempo de
duração das fases putrefativas em corpos sombreados (Centeno et al., 2002).
A presença de roupas ou utensílios que envolvam o corpo pode atrasar sua colonização
(Marchenko, 2001), assim como drogas e outras substâncias que alterem o desenvolvimento
dos imaturos por acelerar ou retardar seu metabolismo (Carvalho et al., 2001). Do mesmo
modo, quando o corpo encontra-se enterrado ou submerso modificação da fauna
colonizadora, tornando os dados de sucessão ecológica em sua maior parte inválidos, quando
comparados aos adquiridos em cadáveres expostos, tendo em vista que poucas espécies são
capazes de alcançarem o corpo em profundidades maiores que alguns centímetros (Bourel et
al., 2004; Wallace et al., 2008).
11
1.5 - Fatores bióticos
Sendo a carcaça um recurso efêmero e atrativo para um grande número de espécies, as
interações ecológicas existentes dentro deste sistema promovem, de forma geral, duas
situações que potencialmente dificultam a estimativa do IPM tais como a exclusão de espécies
do substrato e a diminuição do tempo necessário para o desenvolvimento.
Como dito anteriormente, o agregado larval pode acelerar o desenvolvimento dos
imaturos por proporcionar a criação de um microclima com temperatura mais elevada do que
a ambiental, porém ao mesmo tempo esta geração de calor pode matar as larvas que se
encontram no centro do aglomerado (Slone & Gruner, 2007). Pelo fato da fauna presente em
um cadáver ser heterogênea com n espécies diferentes compartilhando o mesmo recurso,
pode-se especular que ocorra morte de espécies menos resistentes, levando a uma diminuição
ou exclusão da espécie do substrato, caso sua incidência seja baixa.
O agregado de espécimes em uma carcaça também se faz importante pelo fato da
população de recursos efêmeros dependerem da produção de enzimas e calor do conjunto, o
quê permite a exploração do recurso, já que larvas sozinhas não conseguem produzir enzimas
suficientes para modificar o substrato, permitindo a sobrevivência e coexistência das espécies
(Von Zuben, 2000).
No que diz respeito a predação e a competição, pode-se considerar que espécies de
sucesso são aquelas que exploram o substrato de forma eficiente, adquirindo o necessário para
completar seu desenvolvimento em tempo mais rápido do que as outras espécies, assim como
a capacidade de colonização rápida no substrato.
No Brasil, a presença da espécie exótica Chrysomya albiceps em carcaças expostas
tem um impacto importante sobre a fauna necrófaga, pois essa espécie apresenta
comportamento canibal e predatório. estudos que demonstram que C.albiceps tem uma
preferência por presas como realizado por Faria et al. (1999, 2001) em especial das espécies
12
nativas. É provável que a densidade de C. albiceps no substrato seja crítica para decisão da
presença ou o de espécies como Cochliomyia macellaria, que provavelmente foi deslocada
dos grandes centros urbanos para regiões mais periféricas (rurais, silvestres) e/ou para as
quais as espécies de Chrysomya não conseguiram se instalar (Oliveira et al., 2002; Mello et
al., 2004; Leandro & d’Almeida, 2005; Marinho et al., 2006; Carvalho et al., 2000). Sendo
assim, é necessário levar em consideração a forma de interação entre as espécies presentes no
substrato para estimar se as mesmas serão capazes de manterem-se na carcaça ou não, mesmo
sofrendo pressão dessas duas interações.
A exclusão de espécies na carcaça dependerá da competitibilidade de cada espécie e
como se sua distribuição no espaço disponível. Espécies mais agressivas podem eliminar
outras do substrato, através da predação, dependendo de como se sua coexistência neste
meio (Atkinson & Shorrocks, 1981; Moura, 2004). Particularmente, se uma espécie qualquer
que possa ser ‘eliminada’ pertencer a um grupo denominado de indicador forense, perder-se-
ia informações a respeito de onde teria se iniciado a colonização do corpo pelos insetos, não
possibilitando esclarecer onde o óbito ocorreu.
É importante também considerar os aspectos que atraem as espécies para o substrato e
sua fisiologia, para se estabelecer quanto tempo elas podem permanecer no substrato. Apesar
de o cadáver estar exposto e atrair rapidamente uma grande gama de famílias, como pode ser
observado e registrado em coletas realizadas nos municípios de Botucatu, Ubatuba e
Campinas, as primeiras espécies a oviporem no substrato são as nativas C. macellaria e o
gênero Lucilia ssp. Assim, Lucilia eximia presente em abundância nas regiões de Botucatu e
Ubatuba é um importante indicador de local e de sazonalidade.
A especialização de moscas do gênero Lucilia como ectoparasitas de animais,
principalmente de ovelhas,
como relatado em artigos europeus que procuram métodos de
controle para este díptero (Wall & Smith, 1997; Cruickshank & Wall, 2002), pode ser uma
13
das explicações para a presença do gênero Lucilia em carcaças, tão logo seja estabelecido o
óbito. A espécie L. sericata é atraída para o recurso enquanto este mantiver condições
semelhantes às presentes nos corpos vivos, tal como o pH, tornando-a uma fraca competidora
na carcaça, no meio de organismos mais especializados (Smith & Wall, 1997). No mesmo
artigo, esses autores constatam que em locais com presença de outras espécies no cadáver, L.
sericata emerge em menores quantidades, indicando que esta espécie sofre grande pressão
competitiva.
Emmens & Murra (1983) também observaram que L. cuprina necessita ovipor em
substratos com pH mais alcalino, evitando pH ácido, o quê se ajusta à teoria de especialização
ectoparasita. Pelo processo de decomposição, é de se supor que os tecidos vão ficando com
teor mais ácido a medida que suas células sofrem autólise e decomposição microbiana, pois
com o final do processo pode-se notar a destruição do solo local, com demora para retomada
de crescimento da vegetação (Carter, et al., 2007). A L. sericata também apresenta
característica de apenas ovipor em superfícies previamente aquecidas, de acordo com
Campobasso et al. (2001).
Assim, as espécies iniciais começam a modificar a estrutura do corpo e essas
mudanças tornam possíveis que outras espécies entrem no sistema. No caso, pode-se apenas
especular o por quê, uma vez que não estudos específicos de qual o item ou condição
específica que atrai cada família/espécie. Mas é possível notar que as espécies de varejeiras,
talvez pela maior robustez, colonizam o substrato primeiro seguida pelas famílias Muscidae e
Fanniidae. A família Sarcophagidae provavelmente entra no sistema quando uma demanda de
indivíduos saiu do substrato. Quando a carne começa a ressecar ou uma grande
quantidade de larvas em terceiro estádio, há o aparecimento de espécies da Ordem Coleoptera,
que finalizam o processo.
14
No entanto, não se pode dizer que o processo de sucessão ecológica ocorre de forma
completamente delineada. Na verdade, se trata de um processo contínuo com adição de
espécies ao longo do tempo, e não uma substituição abrupta de espécies com o decorrer da
decomposição (Moura et al., 2005).
Por último, os fatores bióticos do substrato também interferem no desenvolvimento
dos insetos. Diferentes tecidos proporcionam diferentes taxas de desenvolvimento, como
avaliado por Clark et al. (2006). Em seu experimento, os autores concluíram que, dependendo
do local onde a larva se alimenta, ela pode ter um tamanho menor e, se a estimativa for
realizada de forma inacurada, pode-se achar que a larva es em um instar mais novo do que a
realidade. Foi observado que larvas que se alimentaram de tumores também tiveram uma
diferença no desenvolvimento (Carvalho et al., 2007). Assim, é necessário obter informações
sobre as condições de saúde do cadáver para que nenhuma variável seja ignorada.
15
2 – OBJETIVOS GERAIS
Este estudo teve como objetivos:
1. realizar um levantamento faunístico das espécies necrófagas de importância forense
presentes na região urbana do município de Ubatuba, localizado no litoral norte do
Estado de São Paulo;
2. observar os processos de decomposição e sucessão ecológica em carcaças de suínos
Sus scrofa L. expostas em ambiente aberto e verificar como os fatores abióticos
(temperatura, umidade relativa, precipitação e velocidade do vento) e bióticos
(competição, predação, parasitismo e diferença em relação ao sexo do animal) atuam e
se integram sobre ambos processos;
3. analisar se a abundância e freqüencia relativa de espécimes imaturos e adultos das
principais famílias de insetos presentes neste tipo de substrato estão associadas ou são
moduladas pelos fatores abióticos e bióticos, visando criar um banco de dados, a partir
dos resultados obtidos, para ser utilizado como referência em investigações de âmbito
legal para estimar o intervalo pós-morte (IPM) e fazer inferências sobre a
movimentação de corpos ou associação de suspeitos em casos de mortes violentas.
16
3 - LEVANTAMENTO FAUNÍSTICO DE ARTRÓPODES NECRÓFAGOS E ANÁLISE DO PROCESSO
DE DECOMPOSIÇÃO EM DIFERENTES NEROS DE Sus scrofa L. EM AMBIENTE URBANO NO
MUNICÍPIO DE UBATUBA, SP.
FAUNISTIC SURVEY OF THE NECROPHAGOUS ARTHROPODS AND ANALYSIS OF THE
DECOMPOSITION PROCESS IN DIFFERENT SEX OF Sus scrofa L. IN URBAN ENVIRONMENT OF
UBATUBA CITY, SP.
RESUMO. A classe Insecta é uma das maiores que existe e várias espécies possuem
importância em diferentes áreas tais como a médica, veterinária, agrícola e a médico-legal.
Nesse trabalho foi realizado um levantamento faunístico visando conhecer e estabelecer quais
espécies podem ser de grande valia para a utilização em Entomologia Forense provenientes da
área urbana do município de Ubatuba, litoral norte do Estado de São Paulo. Observou-se que,
diferentes de outras regiões onde informações sobre a fauna necrófaga se encontram
disponíveis, houve maior abundância de espécies nativas do que exóticas, sendo destacada
apenas Chrysomya albiceps dentre estas neste ambiente. Além disso, houve o aparecimento
de três espécies cujas ocorrências ainda não haviam sido notificadas para o Estado de São
Paulo, Brontea normata, Hydrotea nicholsoni e Ophyra albuquerqueis, todas pertencentes à
família Muscidae (Diptera).
Palavras-chaves: Diptera; Insecta; carcaças; IPM; Entomologia Forense; Medicina Legal.
3.1 - Introdução
A classe Insecta é uma das maiores, dentre os animais existentes, com
aproximadamente um milhão de espécies descritas (Constantino et al., 2002). Além disso,
devido à radiação adaptativa, tais organismos obtiveram grande sucesso na colonização de
17
diferentes tipos de ambientes, ocupando grande diversidade de nichos e habitats, exceto águas
marinhas (Ruppert & Barnes, 1996).
Várias espécies podem ser vetores ativos ou passivos de microrganismos patogênicos,
vírus, protozoários parasitas e ovos de helmintos, além da possibilidade de causar miíases em
animais (Oliveira et al., 2002; Marinho et al., 2003; Hira et al., 2004; Fischer et al., 2004;
Garcia-Zapata et al., 2005; Moretti & Thyssen, 2006).
Por outro lado, várias espécies podem ser úteis atuando no controle biológico e
reduzindo ou regulando populações de insetos pragas que consomem e colonizam vegetais em
demasia causando danos econômicos (Gallo et al., 2002; Auad & Trevizani, 2005; Oliveira &
Santos, 2005), ou como as usadas para produção de substâncias antibacterianas (Huberman et
al., 2007; Bexfield et al., 2008) e para destruição de biofilmes produzidos por
Sthaphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa (van der Plas et al., 2007). Na área
médico-legal, informações fornecidas pelos insetos podem ser usadas para auxiliar o trabalho
de peritos, reforçando ou guiando linhas sobre a investigação em casos de morte suspeita.
Moura et al. (1997) e Carvalho et al. (2000), constataram que algumas espécies são
específicas de alguns ambientes tais como zona rural e urbana, de determinadas regiões
geográficas ou ainda podem apresentar um padrão sazonal. Por conta disso, é necessário
levantar informações nos mais diferentes ambientes e biomas sobre quais são as espécies de
potencial uso para a área forense, assim como relatar o comportamento e características
ecológicas e biológicas de tais organismos, uma vez que alguns locais ou regiões guardam
suas peculiaridades topográficas, climáticas e vegetacionais.
Desse modo, objetivou-se no presente estudo efetuar um levantamento da fauna
necrófaga presente no ambiente urbano do município de Ubatuba e analizar se possíveis
diferenças na atração e colonização de carcaças de diferentes sexos.
18
3.2 - Material e Métodos
As coletas foram realizadas no município de Ubatuba, localizado no litoral norte do
Estado de São Paulo, a 240 quilômetros da capital, cuja vegetação compõe-se de parte da
Mata Atlântica, sendo uma região biogeográfica de transição faunística complexa, devido às
variações ambientais sazonais (Palácio 1982). O clima da região é tropical chuvoso,
apresentando uma estação “super úmida” de outubro a abril (com precipitação dia mensal
de 200 mm) e uma estação menos úmida” que vai de maio a setembro (precipitação média
mensal de 100 mm) (Morellato et al.2000).
Os dados meteorológicos foram obtidos atravéz do site do Agritempo e dados cedidos
pelo CEPETC (via comunicação pessoal) e as temperaturas interna e externa, da boca e do
ânus da carcaça obtidas com termômetro digital comum.
O uso de suínos domésticos (Sus scrofa L.) de aproximadamente 10 quilogramas se
deve por sua adoção como animal experimental em estudos sobre entomologia forense por
causa de semelhanças com os seres humanos como onívoria, composição da microbiota
intestinal, composição dos tegumentos externos, temperatura corporal, distribuição de pêlos e,
quando extrapolado, o tempo de decomposição é relativamente próximo ao de seres humanos
(Souza & Linhares 1997; Campobasso et al. 2001). Os animais foram mortos de acordo com
as determinações éticas do Colégio Brasileiro para Experimentação Animal (COBEA)
recebendo parecer de aprovação da Comissão de Ética em Experimentação Animal (CEEA)
da Faculdade de Medicina de Botucatu sob protocolo nº 625.
Carcaças de sexos distintos foram expostas em cada estação, dispostas a 10 metros de
distância uma da outra, mantidas dentro de gaiola para criação de coelho para evitar o acesso
por animais de grande porte. Sobre cada gaiola, uma estrutura de PVC foi montada e coberta
com organza para permitir a coleta de adultos alados (Figura 3.1), os quais eram retirados a
cada 24 horas, da parte superior da armadilha com auxílio de uma rede entomológica, e
19
transferidos para frascos apropriados para o seu transporte até o laboratório para triagem.
Uma bandeja de metal disposta sob a gaiola e coberta com serragem foi utilizada para
a coleta de espécimes imaturos, ao servir de substrato para pupariação. A coleta de
exemplares presentes na bandeja foi realizada a cada 24 horas, os quais eram depositados em
recipientes separados por dia e sexo da carcaça. Após a fase de pupa no laboratório, observou-
se e fez-se o registro da data de emergência de cada espécie presente no interior de cada
recipiente. Todas as amostras coletadas na fase adulta e as espécies que emergiram no
laboratório foram conservadas sob baixa temperatura em torno de -20°C para possibilitar uma
posterior identificação com uso de chaves taxonômicas.
Figura 3.1. Local de exposição das carcaças e armadilhas para captura de espécimes alados.
3.3 - Resultados e discussão
A análise das emergências indica uma diferença entre a fauna colonizadora entre as
carcaças de macho e fêmea, em especial na dinâmica populacional. No mês de março, a
carcaça masculina (M) apresentou um maior número de espécies emergidas com maior
abundância de famílias enquanto que a carcaça feminina (F) apresentou maior quantidade de
20
indivíduos emergidos. As espécies com maior prevalência na carcaça M são Ophyra
aenescences (33%), Lucilia eximia (28%), Chrysomya albiceps (21%) e Fannia trimaculata
(6%), enquanto que na carcaça F são as espécies O.aenescences (45%), F.trimaculata (19%),
C.albiceps (16%) e Hemilucilia semidiaphana (7%). No mês de setembro, houve prevalência
de H.semidiaphana em M com 98%, e das espécies H.semidiaphana (77%), H.segmentaria
(11%), C.albiceps (6%) e O.aenescences (4%) em F.
Apesar dos adultos de várias famílias e espécies serem atraídos em todos os estágios
de decomposição, não são todos que utilizam o recurso de forma efetiva para criação dos
imaturos. Observações em campo e a coleta de adultos o indicaram nenhuma evidência de
sucessão ecológica, mas ao correlacionar os indivíduos que emergiram da carcaça com os dias
em que foram coletados no substrato, pode-se notar que algumas espécies procuram estágios
bem específicos durante o processo de decomposição.
Na Figura 3.2 em que as principais espécies emergentes de M estão listadas por dia de
coleta, vê-se de forma evidente que espécies como Lucilia eximia apenas utiliza o recurso no
estágio inicial, enquanto que em F, Cochliomyia macellaria é a espécie que mais se restringe
ao estágio inicial (Figura 3.3). Em ambas carcaças, as espécies O. aenescences e F.
trimaculata estão presentes em maior quantidade nos estágios intermediários de
decomposição e após o substrato ter sido modificado pelas espécies colonizadoras iniciais,
e estendem o uso do substrato até estágios mais avançados de decomposição. As espécies C.
albiceps, H. semidiaphana e H. segmentaria também estiveram presentes nos estágios mais
frescos, mas suas maiores abundâncias ocorrem nos estágios intermediários da decomposição
até o alcance de estágios mais avançados, próximos à esqueletização.
Na carcaça M houve emergência de dois exemplares de Ornidia obesa (Diptera:
Syrphidae), porém não ficou claro se houve utilização do substrato ou tratou-se apenas de
uma ocorrência acidental. Assim, as espécies iniciais começam a modificar a estrutura do
21
corpo e essas mudanças tornam possíveis que outras espécies entrem no sistema. Pode-se
observar em março um padrão na colonização iniciado por espécies da família Calliphoridae
seguida pelos das famílias Muscidae e Fanniidae.
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Figura 3.2. Espécimes emergentes da carcaça Masculina de março de 2008.
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Figura 3.3. Espécimes emergentes da carcaça Feminina de março de 2008.
22
Diferente dos resultados obtidos em experimentos anteriores realizados em outras
localidades (Carvalho et al. 2004; Moura et al. 2005), apesar da coleta ter sido realizada em
ambiente urbano, nota-se que em Ubatuba a espécie dominante em março não é uma espécie
da família Calliphoridae, mas sim de Muscidae, O. aenescences. Em setembro, a espécie
dominante H. semidiaphana (Figuras 3.4 e 3.5) apesar de ser um Calliphoridae também não é
uma espécie encontrada tipicamente em áreas urbanas. É interessante notar que apenas C.
albiceps se destaca entre as espécies deste gênero nos dois tipos de substrato. Apesar de
Chrysomya megacephala ser considerada uma espécie sinantrópica presente em grande
número em áreas urbanas (D’Almeida & Almeida 1998), a quantidade obtida nas emergências
de Ubatuba foram baixas.
Aparentemente, apesar de estudo realizado por Guimarães et al. (1978) sobre a
expansão das espécies de Chrysomya no país, o gênero parece não ter conseguido se
estabelecer em altas densidades em Ubatuba. Isso pode ser explicado devido a proximidade
do fragmento de Mata Atlântica preservado que rodeia o município que, de acordo com Grez
et al. (2004), a fragmentação pode trazer efeitos benéficos para as populações de animais,
promovendo locais de refúgio, disponibilizando mais recursos e permitindo que a população
tenha densidades elevadas, permitindo maior freqüência das espécies nativas.
Apesar de Ubatuba não ser uma metrópole, é um centro turístico que freqüentemente
recebe uma grande quantidade de pessoas e por isso o pode ser classificado como um local
silvestre ou rural. houve relatos de captura de espécies exógenas em ambientes silvestres
devido à presença de residências habitadas próximas à região (Leandro & D’Almeida 2005) o
que indica que em Ubatuba talvez haja um menor índice de destruição, já que a fauna
capturada e criada é mais semelhante à encontrada em estudos sobre levantamento faunístico
realizada em locais silvestres ou de pouca depredação ambiental (Mello et al., 2007)
23
A alta freqüência de O. aenescences também pode ser explicada por seu caráter
predatório que, de acordo com Geden (apud Costa et al., 2000), é capaz de destruir de 7 a 18
larvas de Musca domestica por dia. São necessários mais estudos sobre as interações dessa
espécie com outras e em especial C. albiceps para se verificar como O. aenescences interfere
na dinâmica populacional do substrato, quando presente em altas densidades. Talvez esse fato
possa explicar porque C. albiceps não tenha atingido altas densidades em Ubatuba no mês de
março, se de fato há uma competição com outra espécie de características semelhantes às suas
e talvez mais eficiente. A realização de mais estudos sobre a sazonalidade populacional
também poderia ajudar a entender melhor a dinâmica da região, uma vez que a não
prevalência de C. albiceps parece promover uma maior diversidade de espécies nativas no
ambiente em questão.
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Figura 3.4.
Espécimes emergentes da carcaça Masculina em setembro de 2008.
24
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Figura 3.5.
Espécimes emergentes da carcaça Feminina em setembro de 2008.
É interessante notar que a época de maior precipitação durante o estudo ocorreu em
março e, como pode ser observado nas Figuras 3.6 e 3.7, coincide com a época de maior
densidade populacional de O. aenescences encontrada no suíno F. O término dos dias de
chuva também coincide com aumento na densidade de F. trimaculata e C. albiceps. Ainda
com relação à precipitação, entre os dias 13 e 17, a temperatura do agregado larval foi menor
do que nos primeiros e últimos dias. Isso indica que o agregado larval, por mais denso que
seja, em condições de forte precipitação não consegue manter sua temperatura tão elevada
como nos dias sem precipitação. Entre os dias 18 e 22 o processo de decomposição acelera e a
temperatura do agregado larval se eleva além da temperatura ambiente registrada, enquanto
que entre os dias 13 e 17 esta elevação não é tão acentuada. Nesse caso, é necessário se
considerar se somente a temperatura ambiente é a responsável por esse declínio na produção
de calor, que a oscilação entre a temperatura dos agregados presentes na boca, ânus e
abdômen acompanham as oscilações ambientais registradas no local. É importante notar
também que quanto maior a temperatura do agregado larval, mais acelerado é o processo de
25
decomposição, e essa atividade aparentemente é maior quanto não condições adversas
além da variação de temperatura ambiental.
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5
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25
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Dias de Exposição
Temperatura em °C
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Precipitação em mm
Temp. Ext.
Temp. Boca
Temp. Ânus
Temp. Amb.
Temp. Máx.
Temp. Mín.
Precipitação
Figura 3.6. Dados abióticos e bióticos referentes à carcaça de suíno fêmea exposta em Março
de 2008.
0
100
200
300
400
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600
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Dias de Exposição
mero de Emergentes
C.albiceps
C.megacephala
C.putoria
C.macellaria
L.eximia
H.segmentaria
H.semidiaphana
F.trimaculata
O.aenescences
S.calcitrans
Figura 3.7. Número de adultos que emergiram da carcaça de suíno fêmea em março de 2008.
26
Na carcaça M a temperatura do agregado manteve-se mais elevada do que a ambiental
em praticamente todo o processo (Figuras 3.8 e 3.9), o que pode explicar uma maior atividade
larval e um tempo de decomposição menor.
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5
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Dias de Exposição
Temperatura em °C
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30
35
Precipitação em mm
Temp. Ext.
Temp. Boca
Temp. Ânus
Temp. Amb.
Temp. Máx.
Temp. Mín.
Precipitação
Figura 3.8. Dados abióticos e bióticos referentes à carcaça de suíno macho exposta em Março
de 2008.
0
200
400
600
800
1000
1200
12 13 14 15 16 17
Dias de Exposição
mero de Emergentes
C.albiceps
C.putoria
H.segmentaria
H.semidiaphana
L.eximia
F.trimaculata
O.aenescences
Phoridae
Diapriidae
Figura 3.9. Número de adultos que emergiram da carcaça de suíno macho em março de 2008.
27
Uma observação diferencial que pode ser relatada foi relativa à entrada no sistema da
espécie L. eximia no esgio inicial em grandes quantidades e seu abandono do substrato antes
das outras espécies. Outras diferenças observadas são a baixa densidade de O. aenescences e
F. trimaculata e maior densidade de C. albiceps. Nesse sistema também significativa
presença de espécimes da família Phoridae e Diapriidae nos estágios iniciais.
A coleta de adultos durante março e setembro (Tabelas 3.1 e 3.2) não indica nenhum
padrão de atração ao substrato em nenhuma das carcaças, no entanto, a carcaça F durante o
período de março apresentou uma espécie não coletada na carcaça M, Sarcopromusca pruna
em nenhum dos dias. A presença desta espécie ocorre ainda durante o estágio ativo da carcaça
M, mas não foi encontrada no recurso e foi recorrente na carcaça F.
De acordo com Carvalho et al. (2002), três espécies ainda não haviam sido relatadas
no Estado de São Paulo: Brontea normata, Hydrotea nicholsoni e Ophyra albuquerqueis. Os
registros indicam a presença de B. normata e O. albuquerqueis no Estado do Rio de Janeiro e
H. nicholsoni no Paraná.
O tempo total de decomposição e a duração de cada estágio foram diferentes para
ambos os sexos nos dois períodos estacionais. Em março, a carcaça F estava decomposta em
14 dias enquanto M demorou apenas oito. Em setembro, no entanto, o tempo total de
decomposição foi quase similar entre os dois sexos durando 8 dias para M e 7 para F (Tabela
3.3).
28
Tabela 3.1. Relação de famílias e espécies adultas de insetos coletados em carcaças de suínos
macho e fêmea em março de 2008.
Dia de
exposição
Sexo / Fase de
decomposição
Família Espécie M F
10
Macho
ativo
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Chalcinidae
Dialichopodidae
Diapriidae
Fanniidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Otitidae
Otitidae
Sepsidae
Lucilia eximia
Cochliomyia macellaria
Chrysomya megacephala
ssp
ssp
ssp
Fannia trimaculata
Musca domestica
Ophyra aenescences
Ophyra albuquerqueis
Sarcopromusca pruna
Euxestas stigmatias
Physiphora aenea
Nemopoda minuta
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fêmea
ativo
11
Macho
ativo
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Chalcinidae
Diapriidae
Fanniidae
Fanniidae
Lonchalidae
Micropezidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Otitidae
Piophylidae
Chrysomya albiceps
L. eximia
C. macellaria
ssp
ssp
F. trimaculata
Fannia punctipennis
Lonchaea polita
Taeniaptera lasciva
M. domestica
O. aenescences
Brontaea normata
O. albuquerqueis
Seioptera vibrans
ssp
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fêmea
ativo
12
Macho
ativo +
início de
esqueletização
Asteridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Chalcinidae
Fanniidae
Fanniidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Otitidae
Otitidae
Otitidae
Piophylidae
Sepsidae
Leiomyza laevigata
C. macellaria
C. megacephala
Chrysomya putoria
L. eximia
ssp
F. trimaculata
F. punctipennis
O. aenescences
S. pruna
B. normata
M. domestica
Chaetopis sp
Physiphora aenea
S. vibrans
ssp
N. minuta
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fêmea
ativo
29
13
Macho
esqueletização
Apidae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Chalcinidae
Dermaptera
Fanniidae
Fanniidae
Micropezidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
ssp
C. megacephala
C. macellaria
C. putoria
L. eximia
Lucilia cuprina
ssp
ssp
F. trimaculata
F. punctipennis
T. lasciva
O. aenescences
B. normata
M. domestica
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fêmea
ativo
Macho
esqueletização
Muscidae
Muscidae
Odiniidae
Otitidae
Otitidae
Otitidae
Piophylidae
Tephritidae
Sepsidae
Vespidae
B. normata
S. pruna
ssp
S. vibrans
Chaetopis sp
P. aenea
ssp
ssp
N. minuta
ssp
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fêmea
ativo
14
Macho
esqueletização
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Chalcinidae
Cicadellidae
Diapriidae
Fanniidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Otitidae
Otitidae
Otitidae
Piophylidae
Sepsidae
Shyrphidae
Tephritidae
L. eximia
C. albiceps
C. macellaria
ssp
ssp
ssp
F. trimaculata
S. pruna
O. aenescences
B. normata
Chaetopis sp
S. vibrans
P. aenea
ssp
N. minuta
ssp
ssp
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fêmea
ativo
15
Macho
esqueletização
Anthomyidae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Culicidae
Fanniidae
Muscidae
ssp
L. eximia
C. macellaria
L. cuprina
ssp
F. trimaculata
O. aenescences
X
X
X
X
X
X
X
30
15
Fêmea
ativo
Muscidae
Muscidae
Otitidae
Piophylidae
Sepsidae
Shyrphidae
Sthaphylinidae
Hydrotea nicholsoni
B. normata
S. vibrans
ssp
N. minuta
ssp
ssp
X
X
X
X
X
X
X
X
16
Fêmea
ativo
Apidae
Calliphoridae
Cicadellidae
Diapriidae
Fanniidae
Isoptera
Muscidae
Muscidae
Otitidae
Otitidae
Phoridae
Piophylidae
Sepsidae
ssp
C. macellaria
ssp
ssp
F. punctipennis
ssp
M. domestica
O. aenescences
S. vibrans
Chaetopis sp
ssp
ssp
N. minuta
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
17
Fêmea
ativo
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Cicadellidae
Diapriidae
Fanniidae
Fanniidae
Formicidae
Micropezidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Otitidae
Otitidae
Piophylidae
Reduvidae
Sepsidae
Sthaphylinidae
Vespidae
L. cuprina
Biopyrellia bipuncta
L. eximia
C. putoria
C. megacephala
ssp
ssp
F. trimaculata
F. punctipennis
ssp
T. lasciva
O. aenescences
S. pruna
B. normata
S. vibrans
Chaetopis sp
ssp
ssp
N. minuta
ssp
ssp
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
31
18
Fêmea
esqueletização
Asteridae
Calliphoridae
Chalcinidae
Diaprionidae
Fanniidae
Formicidae
Lycidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Otitidae
Otitidae
Phoridae
Sepsidae
Sthaphylinidae
Tachinidae
Leiomyza laevigata
L. eximia
ssp
ssp
F. trimaculata
ssp
ssp
O. aenescences
O. albuquerqueis
S. pruna
B. normata
S. vibrans
Chaetopis sp
ssp
N.minuta
ssp
ssp
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
19
Fêmea
esqueletização
Calliphoridae
Fanniidae
Muscidae
Muscidae
Otitidae
Otitidae
Sepsidae
Sthaphylinidae
L. eximia
F. trimaculata
O. aenescences
B. normata
S. vibrans
Chaetopis sp
N. minuta
ssp
X
X
X
X
X
X
X
X
20
Fêmea
esqueletização
Cicadellidae
Fanniidae
Muscidae
Otitidae
Otitidae
Pompilidae
Sepsidae
Vespidae
ssp
F. pusio
O. aenescences
S. vibrans
Chaetopis sp
ssp
N. minuta
ssp
X
X
X
X
X
X
X
X
21
Fêmea
esqueletização
Calliphoridae
Calliphoridae
Fanniidae
Muscidae
Muscidae
Otitidae
Otitidae
Sthaphylinidae
C. macellaria
C. albiceps
F. trimaculata
O. aenescences
B. normata
S. vibrans
Chaetopis sp
ssp
X
X
X
X
X
X
X
X
32
22
Fêmea
esqueletização
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Chalcinidae
Fanniidae
Fanniidae
Formicidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Otitidae
Otitidae
Phoridae
Sepsidae
Sthaphylinidae
C. putoria
L. cuprina
C. macellaria
ssp
F. punctipennis
F. trimaculata
ssp
B. normata
O. aenescences
S. pruna
S. vibrans
Chaetopis sp
ssp
N. minuta
ssp
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Tabela 3.2. Relação de famílias e espécies adultas de insetos coletados em carcaças de suíno
macho e fêmea em setembro de 2008.
Dia de
exposição
Sexo / Fase de
decomposição
Família Espécie M F
6
Macho
inchaço
Apidae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Cicadellidae
Culicidae
Fanniidae
Micropezidae
Muscidae
Muscidae
Otitidae
Piophylidae
Sepsidae
ssp
Hemilucilia semidiaphana
Hemilucilia segmentaria
Cochliomyia macellaria
Lucilia eximia
Lucilia cuprina
ssp
ssp
Fannia trimaculata
T. ; ascívia
Ophyra aenescences
Brontaea normata
Chaetopis sp
ssp
N. minuta
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fêmea
inchaço
7
Macho
inchaço
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Chalcinidae
Fanniidae
Fanniidae
Fanniidae
Formicidae
Micropezidae
Lonchalidae
C. megacephala
C. putoria
C. albiceps
C. macellaria
L. eximia
ssp
F. trimaculata
F. canicularez
F. punctipennis
L. polita
T. lasciva
ssp
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
33
Fêmea
inchaço
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Odiniidae
Otitidae
Otitidae
Otitidae
Phoridae
Piophylidae
Sepsidae
O. aenescences
O. obscurinerves
B. normata
ssp
Chaetopis sp
S. vibrans
P. aenea
ssp
ssp
N. minuta
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
8
Macho
ativo
Apidae
Aranidae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Carnidae
Diapriidae
Fanniidae
Fanniidae
Lonchalidae
Micropezidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Odiniidae
Otitidae
Phoridae
Piophylidae
Reduvidae
Sepsidae
ssp
ssp
L. eximia
C. albiceps
C. megacephala
ssp
ssp
F. trimaculata
F. punctipennis
Lonchaea polita
T. lasciva
Biopyrellia bipuncta
O. aenescences
M. domestica
O. obscurinerves
ssp
Chaetopis sp
ssp
ssp
ssp
N. minuta
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fêmea
ativo
9
Macho
Ativo
Apidae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Cicadellidae
Fanniidae
Fanniidae
ssp
C. megacephala
L. cuprina
L. eximia
C. putoria
C. megacephala
H. semidiaphana
C. albiceps
ssp
F. punctipennis
F. trimaculata
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
34
Fêmea
ativo
Lonchalidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Otitidae
Otitidae
Otitidae
Phoridae
Piophylidae
Psychodidae
Sepsidae
L. polita
B. bipuncta
M. domestica
O. aenescences
O. albuquerqueis
S. vibrans
Chaetopis sp
P.aenea
ssp
ssp
ssp
N. minuta
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
10
Macho
ativo
Apidae
Calliphoridae
Calliphoridae
Cicadellidae
Diapriidae
Fanniidae
Fanniidae
Fanniidae
Lonchalidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Odiniidae
Otitidae
Otitidae
Phoridae
Piophylidae
Pseudopomyzidae
Psychodidae
Sepsidae
Vespidae
ssp
C. macellaria
L. eximia
ssp
ssp
F. canicularez
F. trimaculata
F. punctipenni
L. polita
B. normata
O. aenescences
O. albuquerqueis
ssp
Chaetopis sp
S. vibrans
ssp
ssp
ssp
ssp
N. minuta
ssp
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Fêmea
ativo – início
esqueletização
11
Apidae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Calliphoridae
Chalcinidae
Cicadellidae
Culicidae
Dialichopodidae
Diapriidae
ssp
H. segmentaria
C. macellaria
L. cuprina
L. eximia
C. albiceps
C. megacephala
ssp
ssp
ssp
ssp
ssp
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
35
Fêmea
esqueletizado
Fanniidae
Fanniidae
Fanniidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Muscidae
Otitidae
Otitidae
Otitidae
Phoridae
Piophylidae
Psychodidae
F. trimaculata
F. punctipennis
F. pusio
B. bipuncta
B. normata
H. nicholson
M. domestica
O. aenescences
Chaetopis sp
Chaetopis sp
P. aenea
S. vibrans
ssp
ssp
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Macho
esqueletização
Sepsidae
Shyrphidae
N. minuta
ssp
X
X
X
12
Macho
esqueletizado
Calliphoridae
Muscidae
Muscidae
Otitidae
Phoridae
Piophylidae
Psychodidae
Sepsidae
Vespidae
C.megacephala
O.aenescences
B.normata
Chaetopis sp
ssp
ssp
ssp
N. minuta
ssp
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Tabela 3.3. Tempo total de decomposição e duração de cada estágio em relação ao sexo das
carcaças expostas ao ar livre por estação do ano.
Estágios de
decomposição
Março Setembro
Fêmea Macho Fêmea Macho
Inchaço 1 1 2 3
Ativo 7 3 3 3
Esqueletização 6 4 1 2
TOTAL 14 8 6 8
Durante a fase de inchaço das carcaças fêmeas em ambos os períodos houve
surgimento da mancha verde abdominal, descoloração acentuada da epiderme, acúmulo de
gases e enrijecimento. Ao longo do processo de decomposição no período de março, formou-
36
se uma massa com aspecto adiposo e o mesmo não aconteceu em setembro. Entre as carcaças
masculinas o processo ocorreu de forma semelhante. O registro fotográfico do processo de
decomposição das carcaças pode ser observado nas Figuras de 3.10 a 3.19.
Estudo realizado com ratos de diferentes sexos por Guimarães et al. (2004), as
carcaças apresentavam diferentes estágios de decomposição no mesmo período de exposição.
Em 120 dias, as carcaças de machos estavam completamente esqueletizados enquanto que 7
carcaças femininas ainda apresentavam uma substancia pastosa e não exposição dos ossos, o
que também ocorreu no período de março com a carcaça F. O estágio ativo teve um maior
tempo de duração com a formação de uma substância pastosa, o quê provavelmente explica o
maior número de emergentes. De acordo com o mesmo estudo, a hipótese para explicar a
diferença no processo de decomposição é devido a uma maior quantidade de gordura no corpo
feminino por decorrência dos hormônios. No entanto, não foi observado o mesmo processo da
formação da substância pastosa em setembro, com a carcaça F se decompondo um dia antes
do que a carcaça M. Provavelmente isso se deve a condições bióticas dos corpos utilizados no
experimento e fatores abióticos, como quantidade de radiação solar, chuva e temperatura. Isso
indica que modificação do estado físico do substrato pode levar a uma diferença na
composição da fauna e na dinâmica populacional.
Figura 3.10. Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no primeiro dia de exposição em
Março e Setembro de 2008.
F
M
37
Figura 3.11. Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no segundo dia de exposição em
Março e Setembro de 2008.
Figura 3.12. Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no terceiro dia de exposição em
Março (M) e Setembro (S) de 2008.
F
M
F
M
FS
M
M
MS
38
Figura 3.13. Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no quarto dia de exposição em
Março (M) e Setembro (S) de 2008.
Figura 3.14. Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no quinto dia de exposição em
Março (M) e Setembro (S) de 2008.
F
M
FS
M
M
MS
F
M
FS
M
M
MS
39
Figura 3.15. Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no sexto dia de exposição em Março
(M) e Setembro (S) de 2008.
Figura 3.16. Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no sétimo dia de exposição em
Março (M) e Setembro (S) de 2008.
F
M
FS
M
M
MS
F
M
FS
M
M
MS
40
Figura 3.17. Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no oitavo dia de exposição em
Março (M) e Setembro (S) de 2008.
Figura 3.18. Carcaças de suínos fêmea (F) e macho (M) no nono dia de exposição em Março
(M) e Setembro (S) de 2008.
F
M
FS
M
M
MS
F
M
M
M
MS
41
Figura 3.19. Carcaça de suíno fêmea do décimo ao décimo quarto dia de exposição em Março
de 2008.
c
10°
11°
12°
13°
14°
42
4 - LEVANTAMENTO FAUNÍSTICO DE ARTRÓPODES NECRÓFAGOS E ANÁLISE DO PROCESSO
DE DECOMPOSIÇÃO EM LOCAL INDOOR E OUTDOOR EM AMBIENTE URBANO NO MUNICÍPIO DE
UBATUBA, SP.
FAUNISTIC SURVEY OF NECROFAGOUS ARTHROPODS AND ANALYSIS OF THE DECOMPOSITION
PROCESS AT INDOOR AND OUTDOOR PLACES IN URBAN ENVIRONMENT OF UBATUBA CITY, SP.
RESUMO. A decomposição de corpos é um processo natural que atraí vários organismos,
com destaque os
da ordem Diptera. Suas espécies podem ser usadas para se identificar a
quanto tempo o corpo se encontra exposto, por serem atraídos por fases específicas da
decomposição. Para o uso de dados entomológicos na área forense é necessário conhecer qual
a fauna presente em diferentes locais e verificar se a mesma ocorre ou se comporta da mesma
forma em locais fechados e abertos. Entre os tipos de ambientes, indoor e outdoor, a fauna
colonizadora foi semelhante com relação ao número de espécies, mas diferente quanto à
abundância de espécimes que se criaram nas carcaças expostas em cada local. Em ambiente
aberto, a espécie dominante foi Ophyra aenescences (Diptera: Muscidae) enquanto que no
fechado além do muscídeo citado houve mais duas espécies, Hemilucilia segmentaria e
Chrysomya albiceps (Diptera: Calliphoridae).
Palavras-chaves: Insecta, Diptera, Entomologia Forense, Médico Legal, IPM
4.1 - Introdução
A decomposição de corpos é um processo que ocorre naturalmente após a morte e,
mesmo sendo efêmero, é ecologicamente importante devido às interações intra e
interespecíficas que ocorrem sobre esse substrato. O corpo em decomposição sofre
transformações químicas e físicas que podem ser classificadas em fases, para um melhor
43
entendimento da dinâmica desse fenômeno contínuo (Moura et al. 2005).
As fases de decomposição pelas quais um corpo passa podem receber mais de um tipo
de classificação, dependendo dos autores considerados (Nuorteva 1977), variando quanto ao
número e o tempo de duração de cada estágio. Apesar dessa variação, está claro que
comunidades de organismos são atraídas para a carcaça de acordo com características físico-
químicas específicas. Esses organismos podem ser classificados em categorias tais como
necrófagos, predadores e parasitas de espécies necrófagas, espécies onívoras e acidentais
(Amendt et al. 2004).
Os artrópodes necrófagos principalmente da classe Insecta são os principais
organismos decompositores no ambiente terrestre, podendo consumir uma carcaça antes de
grandes vertebrados terem oportunidade de se alimentar ou de microrganismos (bactérias e
fungos) poderem liberar substâncias tóxicas (Carter et al., 2007). Os insetos utilizam-se desse
substrato para o desenvolvimento de seus imaturos e geralmente são os primeiros organismos
a encontrar um corpo em decomposição graças aos órgãos sensoriais altamente adaptados e
sensíveis que possuem (Nuorteva, 1977).
Por serem os principais e primeiros a chegarem aos corpos e serem atraídos em fases
distintas da decomposição os insetos podem ser usados, em investigações médico-legais, para
determinação do intervalo pós-morte (IPM) ou ainda auxiliar sobre informações relativas ao
local da morte e se houve deslocamento do corpo da cena criminal, ajudando o trabalho de
legistas e investigadores. Outro ponto, que evidencia a utilidade de insetos na área forense,
está na perda de características relativas às transformações putrefativas que o corpo sofre
chamados de fenômenos cadavéricos e usados comumente por legistas para determinação do
IPM, prejudicadas quando cadáveres são encontrados em avançado estágio de decomposição
(Von Zuben, 2001). Para que os artrópodes possam ser utilizados como uma ferramenta em
investigações judiciais, é necessário o conhecimento de sua biologia e dos fatores que podem
44
alterá-la, sua distribuição geográfica, se sazonalidade e de outros parâmetros
comportamentais que possam auxiliar na determinação do IPM, local ou condições da morte.
Moura et al. (1997) e Carvalho et al. (2000), constataram que algumas espécies são
específicas de alguns ambientes, como zona rural e zona urbana, de determinadas regiões
geográficas ou ainda apresentam sazonalidade. Por conta disso, é necessário estudar nos
diferentes ambientes as espécies de importância forense de cada área e seu comportamento,
para que o uso dos insetos nesta área se torne possível, uma vez que manuais e dados
produzidos em outros locais não podem ser usados dado às peculiaridades ambientais e
meteorológicas de cada região. O presente estudo visou um levantamento faunístico para se
conhecer a fauna necrófaga presente no ambiente urbano do município de Ubatuba, litoral
norte do Estado de São Paulo, e verificar se a fauna colonizadora, os processos de
decomposição e de sucessão ecológica são semelhantes ou diferem em locais indoor e
outdoor.
4.2 - Material e Métodos
As coletas foram realizadas no município de Ubatuba, localizado no litoral norte do
Estado de São Paulo, a 240 quilômetros da capital, cuja vegetação compõe-se de parte da
Mata Atlântica, sendo uma região biogeográfica de transição faunística complexa, devido às
variações ambientais sazonais (Palácio, 1982). O clima da região é tropical chuvoso,
apresentando uma estação “super úmida” de outubro a abril (com precipitação dia mensal
de 200 mm) e uma estação menos úmida” que vai de maio a setembro (precipitação média
mensal de 100 mm) (Morellato et al., 2000).
Os dados meteorológicos foram obtidos atravez do site do Agritempo e dados cedidos
pelo CEPETC (via comunicação pessoal) e as temperaturas interna e externa, da boca e do
ânus da carcaça obtidas com termômetro digital comum.
45
O uso de suínos domésticos (Sus scrofa L.) de aproximadamente 10 quilogramas se
deve por sua adoção como animal experimental em estudos sobre entomologia forense por
causa de semelhanças com os seres humanos como onívoria, composição da microbiota
intestinal, composição dos tegumentos externos, temperatura corporal, distribuição de pêlos e,
quando extrapolado, o tempo de decomposição é relativamente próximo ao de seres humanos
(Souza & Linhares, 1997; Campobasso et al. 2001). Os animais foram sacrificados de acordo
com as determinações éticas do Colégio Brasileiro para Experimentação Animal (COBEA) e
foram aprovados pela Comissão de Ética em Experimentação Animal (CEEA) da Faculdade
de Medicina de Botucatu, em agosto de 2007 (protocolo nº 625).
Duas carcaças do sexo masculino foram expostas no ambiente, uma exposta ao
ambiente externo (OUT) e outra dentro de uma residência fechada (IN) (Figura 4.1). Cada
carcaça foi mantida dentro de uma gaiola para evitar acesso de animais carniceiros de grande
porte. Por sobre cada gaiola, uma estrutura de PVC foi montada e coberta com organza para a
coleta de adultos alados. A coleta foi realizada com rede entomológica e frascos mortíferos a
cada 24 horas. Os imaturos foram coletados com uso de uma bandeja disposta sob a gaiola e
coberta com serragem, que serviu de substrato de pupariação. Os imaturos também foram
coletados a cada 24 horas em recipientes separados por dia e gênero da carcaça. Em
laboratório finalizaram seu processo de metamorfose e foram conservados em baixa
temperatura após a emergência.
46
Figura 4.1. Locais outdoor (A) e indoor (B) onde foram expostas as carcaças de
suínos no município de Ubatuba, SP.
4.3 - Resultados e discussão
A fauna colonizadora das carcaças foi semelhante quanto à composição de espécies,
mas diferente quando considerado o número de indivíduos emergentes. Enquanto que na
carcaça OUT, as principais espécies presentes no substrato são Ophyra aenescences com 33%,
Lucilia eximia com 28%, Chrysomyia albiceps com 21% e Fannia trimaculata com 6%, na
carcaça IN são O.aenescences 28%, Hemilucilia segmentaria 24%, Chrysomyia albiceps 23%,
H.semidiaphana 12% e L.eximia 8%.
Nas duas carcaças se pode observar que L. eximia utiliza-se do recurso principalmente
nas fases iniciais de decomposição. Porém, a dinâmica populacional da carcaça IN é diferente
da carcaça OUT, em que se observa o apenas uma espécie dominante no recurso, mas sim
três: C. albiceps, O. aenescences e H. segmentaria (Figura 4.2 e 4.3).
A
B
47
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
12 13 14 15 16 17
Dias de Exposição
Número de Emergentes
C. albiceps
C. putoria
H.segmentaria
H.semidiaphana
O. aenescences
F.trimaculata
L. eximia
S. calcitrans
Figura 4.2. Espécimes emergentes da carcaça INDOOR em março de 2008.
Ϭ
ϮϬϬ
ϰϬϬ
ϲϬϬ
ϴϬϬ
ϭϬϬϬ
ϭϮϬϬ
ϭϮ ϭϯ ϭϰ ϭϱ ϭϲ ϭϳ
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Figura 4.3. Espécimes emergentes da carcaça OUTDOOR em março de 2008.
Uma hipótese de tal acontecimento pode ser a proteção da carcaça contra fatores
bióticos extremos, como chuva e vento. Isso permite que a fauna necrófaga sofra apenas com
as pressões de competição. Na figura 4.4 fica claro que sem os fatores abióticos, a
temperatura da massa larval é alta e acima da temperatura ambiente. Outro aspecto a ser
notado é que uma grande variedade de espécies conseguiu entra no domicilio, mas Chrysomya
megacephala não foi capturada nem teve nenhuma emergência neste substrato, apesar de ser
48
considerada uma espécie sinatrópica (Leandro & D’Almeida, 2005), e sendo citado o seu
encontro no interior de residências.
Levar em consideração a temperatura do agregado larval é importante porque como os
imaturos se desenvolvem mais rápido ou lentamente de acordo com esse fator (Anderson,
2000), caso haja aplicação de técnicas entomológicas para se determinar o IPM de um corpo
encontrado fechado dentro de uma residência, é importante levar em consideração essa
temperatura em grandes aglomerados, para que a estimativa não seja errônea (Slone & Gruner,
2007). Outro ponto a ser considerado é a temperatura ambiente do local e como se sua
variação, já que isso pode variar de uma residência para outra (Archer et al., 2005).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
9 10 11 12 13 14 15 16
Dias de Exposição
Temperatura em °C
0
5
10
15
20
25
30
35
Precipitação em mm
T°Ext
T°Boca
T°Ânus
T°Amb
T°INMET Max
T°INMET Min
Figura 4.4. Dados ambientais da carcaça indoor exposta em março de 2008.
Apesar de não ter sido encontrado nenhuma espécie que fosse exclusiva a qualquer dos
ambientes, exceto a família Diapriidae na carcaça OUT, um inconveniente observado no
comportamento da espécie L. eximia que a torna um indicador forense questionável é que,
apesar de chegar cedo ao substrato suas larvas apresentaram tempos de desenvolvimento
49
variável, tendo na mesma postura indivíduos que se desenvolvem mais rápidos e outros mais
lentos. Imaginando a situação numa cena criminal, onde nem sempre é possível saber com
exatidão como se deu a ocorrência dos fatos, encontrar esta espécie em forma de larva não
permite uma estimativa do IPM correto, uma vez que a larva pode ser viável por
aproximadamente dois meses. O mesmo foi observado em populações de L. eximia no
município de Botucatu, SP, o quê indica que essa caracterista não é exclusiva da população de
Ubatuba.
Um detalhe que exige atenção é a presença de espécies onívoras de Forminidae no
local INDOOR. Durante o experimento foi observado grandes quantidades de larvas serem
atacadas e levadas do local o que pode eliminar evidências, ainda mais se o corpo for
descoberto em avançadas fases da decomposição, como ocorre com pessoas socialmente
isoladas (Archer et al., 2005). Também foi observado que no lado externo da casa que
dípteros atraídos pela carcaça “enxameiam” próximo às janelas procurando locais de entrada e
não apresentam fototropismo característico. Apesar de uma fonte de luz artificial ter sido
adicionada sobre a carcaça, visando atrair os adultos para dentro da tenda, poucos foram
capturados. No caso, a coleta de dados para estimativa de IPM deve levar em consideração
esses aspectos para evitar a perda de evidências.
O processo de decomposição das carcaças nos dois ambientes foi quase semelhante,
tendo a carcaça IN degradado em 8 dias enquanto que a carcaça OUT se esqueletizou
completamente em 5 dias.
Na carcaça IN pode-se observar que o corpo apresentou maior inchaço e descoloração
da epiderme do que a carcaça OUT. No final do processo de decomposição, também é
possível observar que em ambiente indoor ainda é possível encontrar remanescencias do
corpo, sem presença de atividade necrófaga efetiva. Talvez por dificuldade de acesso de
outras espécies que utilizariam esse recurso em estágios mais avançados de decomposição, é
50
de se supor que mesmo após um longo período de óbito, ainda é possível encontrar uma
atividade mínima no substrato e que, por causa disso, o IPM estimado irá depender não
somente do tempo de desenvolvimento do inseto, mas também da possibilidade de acesso ao
recurso. Por ser um ambiente fechado os restos corpóreos não irão sofrer modificações
abruptas, devido às condições climáticas, podendo permanecer conservado ou parcialmente
conservado no local. O processo todo pode ser observado nas Figuras de 4.5 a 4.11.
Figura 4.5. Carcaças de suínos no primeiro dia de exposição em ambiente indoor.
Figura 4.6. Carcaças de suínos no segundo dia de exposição em ambiente indoor (IN) e
outdoor (OU).
IN
OU
51
Figura 4.7. Carcaças de suínos no terceiro dia de exposição em ambiente indoor (IN) e
outdoor (OU).
Figura 4.8. Carcaças de suínos no quarto dia de exposição em ambiente indoor (IN) e
outdoor (OU).
Figura 4.9. Carcaças de suínos no quinto dia de exposição em ambiente indoor (IN) e
outdoor (OU).
IN
OU
IN
OU
IN
OU
52
Figura 4.10. Carcaças de suínos no sexto dia de exposição em ambiente indoor (IN) e
outdoor (OU).
Figura 4.11. Carcaças de suínos no sétimo dia de exposição em ambiente outdoor (OU) e no
oitavo dia no indoor (IN).
IN
OU
IN
OU
53
5 - CONCLUSÕES GERAIS
A fauna atraída pelas carcaças na zona urbana de Ubatuba se mostrou diferente do que
foi encontrado em outros centros urbanos, havendo prevalência de espécies da família
Muscidae e grande presença de espécies consideradas silvestres, como H. segmentaria e H.
semidiaphana. Devido a essa grande diferença, não é possível se apontar um indicador
forense para Ubatuba apenas com esse levantamento, é necessário que se conheça as espécies
encontradas em locais silvestres e rurais para se verificar se diferença na fauna necrófaga
nesses locais. Comparado com outras regiões, um provável indicador forense é o gênero
Ophryra, uma vez que levantamentos apontam seu aparecimento em locais com menor
interferência humana e em Ubatuba é encontrado em locais habitados. Outro ponto a se levar
em consideração é como espécies de comportamento predatório podem interferir na dinâmica
da população no substrato e como isso pode afetar no tamanho da população, já que na época
de estudo houve baixas densidades de C. albiceps e maiores densidades de outras espécies.
Um fator que chamou a atenção foi a grande densidade de O. anescences. É provável
que em uma competição direta entre O. anecescences x C.albiceps, a espécie C. albiceps
fique em desvantagem competitiva e, devido a isso, obtenha menor sucesso na colonização do
substrato como observado nos resultados obtidos, porém, estudos com esse enfoque específico
são necessários.
54
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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