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LEVANTAMENTO DE SARCOFAGÍDEOS (DIPTERA) DO
BRASIL INCLUINDO A CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE
P
ECKIA
(P
ATTONELLA
)
INTERMUTANS
(WALKER)
JANDUI ALMEIDA AMORIM
Dissertação apresentada ao Instituto de
Biociências, Câmpus de Botucatu, UNESP,
para obtenção do título de Mestre no
Programa de Pós-Graduação em Biologia
Geral e Aplicada e Área de concentração em
Biologia de parasitas e microorganismos.
Patrícia Jacqueline Thyssen (orientadora)
BOTUCATU – SP.
2009
Campus de Botucatu
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“Júlio de Mesquita Filho”
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS DE BOTUCATU
LEVANTAMENTO DE SARCOFAGÍDEOS (DIPTERA) DO
BRASIL INCLUINDO A CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE
P
ECKIA
(P
ATTONELLA
)
INTERMUTANS
(WALKER)
JANDUI ALMEIDA AMORIM
PATRICIA JACQUELINE THYSSEN
Dissertação apresentada ao Instituto de Biociências,
Campus de Botucatu, UNESP, para obtenção do título
de Mestre no Programa de Pós-Graduação em
Biologia Geral e Aplicada e Área de concentração em
Biologia de parasitas e microorganismos.
Patrícia Jacqueline Thyssen (orientadora)
BOTUCATU – SP.
2009
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP
BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: Selma Maria de Jesus
Amorim, Jandui Almeida.
Levantamento de sarcofagídeos (Diptera) do Brasil incluindo a
caracterização molecular de Peckia (Pattonella) intermutans (Walker) / Jandui
Almeida Amorim – Botucatu: [s.n.], 2009.
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de
Biociências, Botucatu, 2009.
Orientadora: Patrícia Jacqueline Thyssen
Assunto CAPES: 20400004
1. Parasitologia 2. Microorganismos 3. Entomologia forense
4. Moscas
CDD 595.7
Palavras-chave: DNAmt; Entomologia Forense; Genética de populações;
Muscomorpha; Taxonomia.
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“O primeiro pecado da humanidade foi a fé;
a primeira virtude foi a dúvida”.
Carl Sagan
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“A água em estado líquido é uma condição necessária
para a vida da forma como a conhecemos, mas está longe de ser
suficiente. A vida ainda tem de se originar na água, e a origem da vida
pode ter sido um acontecimento altamente improvável. A evolução
darwiniana prossegue faceiramente depois que a vida se origina. Mas
como a vida começou? A origem da vida foi o evento químico, ou a
série de eventos, através dos quais as condições vitais para a seleção
natural surgiram pela primeira vez. O principal ingrediente foi a
hereditariedade, seja o DNA ou (mais provavelmente) alguma coisa
que faz cópias como o DNA, mas com menos precisão, talvez seu primo,
o RNA. Uma vez que o ingrediente vital — algum tipo de molécula
genética — está no lugar certo, a seleção natural darwiniana pode
acontecer, e a vida complexa emerge como conseqüência.”
Richard Dawkins
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A
GRADECIMENTOS
Aos meus pais Jandui e Georgina, criadores das condições necessárias à consolidação
da minha formação de base e fornecedores dos fundamentos morais e éticos que guiam minha
vida e me permitem valorizar o conhecimento.
À minha orientadora e amiga Dra. Patrícia Jacqueline Thyssen, pela oportunidade de
reingressar na vida acadêmica e orientação.
Aos professores Dr. Arício Xavier Linhares, Dr. Ângelo Pires do Prado e Dr. Odair
Benedito Ribeiro pelas estimulantes aulas de Entomologia e Parasitologia.
Aos colegas do Laboratório de Entomologia do IB-Unicamp: Thiago C. Moretti,
Maicon D. Grella, Alexandre R. S. Fornari, Marcos J. Alves-Jr., Carina M. Souza e Kelsen
Freitas, pelo apoio técnico, os cansativos esforços de coleta e troca de idéias sobre
Parasitologia.
À Dra. Roseli Tuan pela oportunidade de estagiar no Laboratório de Bioquímica e
Biologia Molecular da SUCEN e sugestões na elaboração da dissertação.
Ao Dr. Adriano Pinter, Dra. Ana Maria Duarte, Ricardo Zanna, Natália Barom e
Kleber Whitaker pela ajuda nos persistentes esforços de bancada.
À Dra. Marisa Guimarães e Dra. Fernanda Ohweiller pelo empréstimo da lupa.
Aos colegas Danilo Carvalho, Carol Ghirardelli, Fernanda Takahashi, Evelin, Cíntia e
Jucimara Freire, pelos papos descontraídos durante o almoço.
Aos guardas da portaria da SUCEN, Samuel e Rodrigo, por estarem sempre de olho na
minha “motoca”, perigosamente estacionada na conturbada Rua Paula Souza.
Aos professores Dr. Wesley A. C. Godoy e Dr. Lucas del Bianco Faria pelas sugestões
e contribuições no exame de qualificação.
Aos colegas Juliana Gião, Juliana Neves, Helton Otsuka, Carolina Reigada, Andressa
Bernardes, Luciane Galindo, Giuliana Ruggiero e Carlos A. Alves pela solicitude e
hospitalidade nas visitas intermitentes à Botucatu.
Ao pessoal da secretaria de pós-graduação do IBB da Unesp pelos serviços.
Aos amigos Dr. Anderson Ferreira da Cunha, pela preciosa assessoria no desenho dos
primers, e Dr. Douglas Mascara, pelas enriquecedoras “trocas de figurinhas” sobre
experiências profissionais em Biologia.
À Andrea, com carinho, pela paciência nos momentos em que me ausentei e estímulo
naqueles em que estive presente.
iv
vii
Aos companheiros Dr. Fabiano “Careca” Scarpa, Dr. J. Rodolfo Lima, Jemuso Go
Takano, Johnny Higa e Edson Higa pela longa amizade fraterna e discussões científicas e
“abobrísticas”.
Às amigas “Ramones”, e Roberta, pelo incentivo à distância e “olho vivo” nas
eventuais oportunidades de emprego para biólogo.
À estimada Cambada Breaca” e seus agregados: Ed Guedes, Rogério Salerno,
Ricardo “Bozó” Gracelli, Rodrigo “Cabeludo” Gracelli, Cristiano “Bucudo”, Fabinho,
Vladimir “Juninho” Nicolas, Rodrigo “HTavares e Ronaldo, pela “sonzeira” contra o stress
e as velhas aventuras do rock’n’roll. “O Diabo é o pai do rock!!!!”.
Ao Edu Narihissa, Ricardo Verona, Maurício “Chimbinha” Nishikata, Carlos
“Casé”, Glauce “Domingas”, Cíntia Shimohara, Venerando Santiago, sempre “quebrando o
galho” nos freqüentes pedidos de mudança dos horários de trabalho, e a todos os outros
amigos do Objetivo, por tolerarem meu mau-humor nos plantões e intervalos de aula.
Aos meus alunos e ex-alunos, por me incitarem ao aprendizado contínuo.
À FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) pelo apoio
financeiro concedido a este projeto.
v
viii
Í
NDICE
G
ERAL
Resumo ................................................................................................
01
Abstract ................................................................................................
02
1
- Introdução e Revisão Bibliográfica ..................................................
03
1.1 - Caracterização e importância dos organismos estudados ....................
04
1.2 - Procedimentos para a identificação dos insetos ...................................
11
1.2.1- Análise morfológica .................................................................. 11
1.2.2- Ferramentas moleculares – considerações teóricas ...................
11
1.3 - Marcadores moleculares utilizados para insetos ..................................
18
1.3.1- DNA mitocondrial (DNAmt) .....................................................
18
1.3.2- DNA nuclear ..............................................................................
21
1.4 - Tipos de dados interpretáveis em análises moleculares .......................
23
1.4.1- Eletroforese de aloenzimas ........................................................
23
1.4.2- PCR-RFLP (PCR - polimorfismo no comprimento de
fragmentos de restrição) ......................................................................
23
1.4.3- RAPD (DNA polimórfico amplificado aleatoriamente) ........... 23
1.4.4- SSCP (polimorfismo conformacional de filamento único) ....... 24
1.4.5- AFLP (polimorfismo no comprimento de fragmentos
amplificados) ........................................................................................
24
1.4.6- Sequenciamento de bases nucleotídicas ....................................
25
1.5 - Validação de testes moleculares para a identificação de insetos de
importância forense ..............................................................................
25
1.6 - Os polêmicos barcodes de DNA ..........................................................
26
2
- Objetivos Gerais .................................................................................
29
3
-
Lista e distribuição geográfica de espécies de dípteros da
subfamília
Sarcophaginae
(Diptera) no território brasileiro de
1938 a 2008 ..........................................................................................
30
3.1 - Introdução ............................................................................................
30
3.2 - Material e métodos ...............................................................................
31
3.3 - Resultados e discussão .........................................................................
33
4
- O uso de sequência COI (DNAmt) para análise da variabilidade
de Peckia (Pattonella) intermutans (Diptera: Sarcophagidae) de
populações de São Paulo e Bahia, Brasil ..........................................
48
vi
ix
4.1 - Introdução ............................................................................................
48
4.2 - Material e métodos ...............................................................................
50
4.3 - Resultados e discussão .........................................................................
55
5
- Conclusões Gerais ..............................................................................
66
6
- Referências bibliográficas .................................................................
67
7
- Apêndices ............................................................................................
83
1
R
ESUMO
Tendo em vista a grande similaridade interespecífica, a identificação de muitos
sarcofagídeos usando os caracteres morfológicos é complicada e, sob este aspecto, o
desenvolvimento e a aplicação de ferramentas moleculares se mostram cada vez mais
necessários à resolução taxonômica e sistemática de diversas espécies. Os dípteros da família
Sarcophagidae, especialmente os de hábito necrófilo, têm recebido destaque no campo forense
devido à constância com que são encontrados associados a cadáveres, podendo contribuir de
forma relevante na estimativa do intervalo pós-morte (IPM), descoberta do local e causa da
morte, entre outros. No entanto, para que os espécimes coletados sejam usados de forma
apropriada na obtenção de informações para auxiliar o trabalho de perícia, é primordial a
identificação correta dos organismos, que o IPM pode ser calculado com base na taxa de
desenvolvimento que varia entre as diferentes espécies. Neste estudo, 194 espécies
pertencentes à subfamília Sarcophaginae (Diptera), incluídas em 30 gêneros, são listadas
levando em conta suas respectivas distribuições geográficas registradas no território brasileiro.
Os gêneros que apresentaram uma grande diversidade de espécies foram Oxysarcodexia
(24,7%), Lepidodexia (10,9%), Peckia (10,3%) e Dexosarcophaga (8%). Oxysarcodexia
amorosa, O. thornax, Peckia (Euboettcheria) collusor, Peckia (Pattonella) intermutans e
Sarcodexia lambens são encontradas na maioria dos estados brasileiros. No arquipélago de
Fernando de Noronha, além de Nephochaetopteryx calida, que não apresenta até o momento
registro de ocorrência para as localidades continentais, foram encontradas espécies de ampla
distribuição no Brasil: O. thornax, P. (Peckia) chrysostoma e Tricharaea (Sarcophagula)
occidua. Adicionalmente, a análise da variabilidade genética entre representantes de
populações de Peckia (Pattonella) intermutans (Walker) das cidades de Campinas, Jundiaí,
Mogi-Guaçu e Ubatuba (SP) e Salvador (BA) foi efetuada, com base em seqüências
nucleotídicas da região carboxi-terminal do gene mitocondrial Citocromo Oxidase I (COI).
Esta última abordagem pode contribuir na validação de uma metodologia para identificação
molecular da espécie no Estado de São Paulo.
2
A
BSTRACT
Due to high interspecific similarity, the identification of many sarcophagids by
morphological characters is complicated and, in this way, the development and application of
molecular tools have been required to address taxonomic and systematic species. The flies of
the Sarcophagidae family, especially necrophagous species, have received attention in the
forensic field because of the frequence with which they are found associated with cadavers,
thus may contribute to estimate the post-mortem interval (PMI), the discovery of place and
cause of death, among other. However, for the specimens collected are used properly in
obtaining information to assist the investigation, the correct identification of species is
essential, since the PMI can based on the development rate that varies among different species.
In this study, 194 species belonging to the Sarcophaginae subtribe (Diptera), included in 30
genus, are listed taking into account their geographic distribution throughout the Brazilian
territory. The genus that showed a great species diversity were: Oxysarcodexia (24.7%),
Lepidodexia (10.9%), Peckia (10.3%) and Dexosarcophaga (8%). Oxysarcodexia amorosa, O.
thornax, Peckia (Euboettcheria) collusor, Peckia (Pattonella) intermutans and Sarcodexia
lambens are found in most Brazilian states, and only 3 of these were recorded in Fernando de
Noronha archipelago, including Nephochaetopteryx calida, which until now has no record of
occurrence for continental locations. Furthermore, genetic variability analysis among
population of Peckia (Pattonella) intermutans (Walker) from Campinas, Jundiaí, Mogi Guaçu,
Ubatuba (all cities located in São Paulo State) and Salvador (Bahia State) were performed
based on sequences of carboxy-terminal region of the Cytochrome Oxidase I (COI)
mitochondrial gene. This latter approach may help to validate a methodology for molecular
identification of species from São Paulo State.
3
1
I
NTRODUÇÃO E
R
EVISÃO
B
IBLIOGRÁFICA
Após a morte, os tecidos de animais, inclusive de humanos, são atrativos para uma
grande variedade de invertebrados, especialmente insetos sarcossaprófagos (Nuorteva, 1977).
Assim, a aplicação do estudo de insetos e outros artrópodes em associação aos procedimentos
criminalísticos, campo científico conhecido como Entomologia Forense, tem contribuído para
descobrir informações que possam ser úteis a uma investigação no âmbito legal (Smith, 1986).
Entre as várias aplicações da Entomologia Forense, uma das mais freqüentemente empregadas
e discutidas é a estimativa do intervalo pós-morte (IPM), que pode ser obtida com base no
tempo de desenvolvimento dos espécimes encontrados junto ao cadáver ou no processo de
sucessão ecológica apresentado pela fauna cadavérica (Oliveira-Costa, 2007).
Na fauna associada à decomposição de cadáveres, os dípteros, principalmente das
famílias Calliphoridae e Sarcophagidae, demonstram maior potencial informativo para
análises forenses por serem os primeiros a chegar em um corpo e apresentarem um padrão de
sucessão de espécies previsível ao longo da decomposição (Campobasso et al., 2001;
Marchenko, 2001).
Para uma acurada estimativa do IPM é essencial fazer a identificação correta dos
insetos associados à decomposição, assim como conhecer seu ciclo de vida e suas
características ecológicas e biológicas (Erzinçlioglu, 1983). Contudo, para certos grupos
como, por exemplo, Sarcophagidae, a diferenciação até o nível de específico pode ser
complicada em função de fatores como o grande número de espécies, a falta de diferenças
morfológicas observáveis entre as mesmas, a carência de chaves taxonômicas e a insuficiência
na descrição dos caracteres morfológicos em algumas existentes. Na indisponibilidade de
indivíduos adultos, tais difuculdades se intensificam, pois nos estágios imaturos as diferenças
morfológicas são ainda mais inconspícuas (Thyssen et al., 2005) exigindo que o espécime seja
levado ao laboratório para completar o seu desenvolvimento. Deste modo, uma rápida e
apurada identificação de espécies torna-se difícil, mesmo para taxonomistas experientes (Liu
& Greenberg, 1989).
Nas duas últimas décadas, frente aos obstáculos da taxonomia morfológica, técnicas
de biologia molecular têm sido usadas para auxiliar na identificação e diferenciação de
espécies de dípteros, entre os quais estão os insetos mais freqüentemente usados no cálculo da
estimativa do IPM (Wells & Stevens, 2008). A organização simples, o baixo número de
recombinações e a alta taxa de substituições nucleotídicas fazem com que o DNAmt seja o
4
marcador mais utilizado em estudos de sistemática molecular e genética populacional de
insetos (Caterino et al., 2000). A facilidade na recuperação eficiente de informações genéticas
de amostras danificadas ou pobremente preservadas também favorece o seu uso dentro da área
forense (Junqueira et al., 2002; Otranto & Stevens, 2002). Assim, a caracterização da
subunidade I do gene mitocondrial Citocromo Oxidase (COI) é hoje amplamente aplicada na
obtenção de dados de identificação espécie-específicos (para espécies de importância forense
ver Sperling et al., 1994; Malgorn & Coquoz, 1999; Wallman & Donnellan, 2001; Harvey et
al., 2003; Zehner et al., 2004; Saigusa et al., 2005; Wells et al., 2007).
O conhecimento dos padrões de distribuição geográfica dos insetos também é outra
ferramenta indispensável na Entomologia Forense. A discrepância entre a composição da
entomofauna presente em um corpo e aquela observada na região geográfica onde o mesmo
foi descoberto pode fornecer evidências de que a vítima foi deslocada (Benecke, 1998). No
nível intraespecífico, estudos comparativos entre populações de dípteros localizadas em
regiões geográficas separadas, mostram um padrão notório de variabilidade ao se utilizarem
marcadores de natureza bioquímica (Brown et al., 1998) ou genética (Roehrdanz, 1989;
Stevens & Wall, 1995; Taylor et al, 1996; Infante-Malachias et al, 1999; Wells et al., 2007;
Alamalakala et al, 2008). Tal abordagem é fundamental para a validação de ferramentas
moleculares na identificação de espécies, considerando que isto só é possível diante da
confirmação de monofiletismo recíproco (Wells & Williams, 2007).
O presente estudo visou promover um levantamento da distribuição geográfica das
espécies de Sarcophaginae (Diptera: Sarcophagidae) mais comuns no território brasileiro, bem
como caracterizar geneticamente populações de Peckia (Pattonella) intermutans (Walker),
uma das espécies mais comumente associadas a corpos em decomposição no Estado de São
Paulo, de acordo com dados da literatura. Tais informações devem contribuir para a
identificação destes dípteros, principalmente quando associados a questões de âmbito forense.
Uma revisão mais aprofundada dos problemas e a atual situação dentro da área objeto deste
estudo serão apresentadas nos itens a seguir.
1.1 – Caracterização e importância dos organismos estudados
O filo Arthropoda inclui, dentro do subfilo Hexapoda, a classe Insecta (Brusca &
Brusca, 2003). São animais em geral relativamente pequenos com corpo organizado em
cabeça (seis segmentos), tórax (três segmentos) e abdome (até onze segmentos). Na cabeça
5
são encontrados: um par lateral de olhos compostos, dois ou três ocelos mediais, um par de
antenas articuladas, geralmente com função quimio e termorreceptora, mandíbulas e maxilas,
cujo segundo par se funde formando o lábio. A estrutura do aparato bucal apresenta grande
variação pela modificação de suas peças em função das adaptações a diferentes hábitos
alimentares. No tórax, o centro locomotor, há um par de pernas por segmento, cada uma
usualmente dividida em coxa, trocanter, fêmur, tíbia, tarso e pré-tarso, também existindo
freqüentemente um ou dois pares de asas originárias do segundo e terceiro segmentos. O
abdome é desprovido de apêndices e apresenta em sua terminação a genitália, cuja morfologia
é bastante variável (Gillot, 2005).
Denotando o grande sucesso evolutivo dos insetos, aproximadamente um milhão de
espécies foram descritas em todo o mundo (Pimm et al., 1995), mas as estimativas do
número total de espécies existentes são controversas, variando de três milhões a mais de 30
milhões (May, 1990). Embora a maior biodiversidade se concentre nas florestas tropicais,
encontram-se seus representantes em todas as partes do planeta, até mesmo em ambientes
antárticos (Usher & Edwards, 1984) e marinhos (Andersen, 1999).
Segundo Gillot (2005), as ordens de insetos com maior diversidade são Coleoptera
(300.000 espécies), Lepidoptera (200.000), Hymenoptera (130.000) e Diptera (110.000).
Yeates et al. (2007) apontaram a existência de 150.000 espécies nesta última. O atual
esquema de classificação para os insetos tem seguido a proposta de Gillot (2005) (Tabela 1.1).
Desse modo, a grande relevância atribuída à entomologia é justificada pelas rias
formas como os insetos podem interagir com o ser humano. Na agricultura, muitos deles
constituem pragas de lavouras causando grandes prejuízos econômicos: certas larvas de
dípteros ao se criam em frutos ainda em desenvolvimento, tornando-os inaceitáveis ao
mercado (Malavasi et al., 1980); lagartas de lepidópteros danificam plantações de milho,
inutilizando-as (Carvalho, 1978); alguns hemípteros e coleópteros se alimentam de sementes
ainda presentes nas plantas ou quando as mesmas se encontram estocadas, diminuindo a
rentabilidade da cultura ou do produto (Zucchi et al., 1993); danos causados por certos
isópteros às plantações de cana ou à silvicultura, que também podem ser atacadas por espécies
de himenópteros, no caso, formigas (Boaretto & Forti, 1997; Costa-Leonardo, 2002). Embora,
não possam deixar de ser apontados os benefícios de abelhas que, além de produzirem mel,
agem como polinizadores aumentando a produção de frutos em pomares (Malerbo-Souza et
al., 2003), ou de algumas pequenas espécies de vespas que, por serem parasitóides de outros
insetos, servem ao controle biológico de pragas (LaSalle, 1993).
6
Tabela 1.1. Atual esquema de classificação de organismos da Classe Insecta de acordo com
Gillot (2005).
Classe Insecta
Subclasse Apterygota Ordem Microcoryphia
Ordem Zygentoma
Subcasse Pterygota
Infraclasse Paleoptera
Ordem Ephemeroptera
Ordem Odonata
Infraclasse Neoptera
* Divisão Polyneoptera (ortopteróides)
Ordem Orthoptera
Ordem Grylloblattodea
Ordem Dermaptera
Ordem Plecoptera
Ordem Embioptera
Ordem Dictyoptera
Ordem Isoptera
Ordem Phasmida
Ordem Mantophasmatodea
Ordem Zoraptera
* Divisão Paraneoptera (hemipteróides)
Ordens Psocoptera
Ordem Phthiraptera
Ordem Hemiptera
Ordem Thysanoptera
* Divisão Oligoneoptera (endopterigotas)
Ordem Mecoptera
Ordem Lepidoptera
Ordem Trichoptera
Ordem Diptera
Ordem Siphonaptera
Ordem Neuroptera
Ordem Megaloptera
Ordem Raphidioptera
Ordem Coleoptera
Ordem Strepsiptera
Ordem Hymenoptera
Muitos insetos adaptaram-se a ambientes modificados pela ação do homem tornando-
se total ou parcialmente dependentes deste para sua existência. A partir disso, Nuorteva (1963)
estabeleceu um índice de sinantropia para inferir o grau de afinidade de certos dípteros com o
ser humano. Em ambientes urbanos e rurais, por exemplo, insetos sinantrópicos podem
freqüentemente causar doenças ou atuarem como vetores mecânicos ou biológicos de
organismos patogênicos ao homem e animais domésticos. Assim, assumem grande
7
importância médico-veterinária pelo prejuízo gerado à saúde pública e à economia pecuária
(Eldridge & Edman, 2004). Greenberg (1971) tratou com especial atenção a grande relevância
que pode ter o conhecimento dos dípteros da subordem Brachycera sob o aspecto sanitário,
visto que muitos de seus representantes possuem elevado índice de sinantropia e comumente
estão associados a material em decomposição proveniente de fezes, lixo e animais mortos, no
qual se alimentam adultos e larvas, possibilitando a veiculação de uma série de
microrganismos nocivos ao transitarem neste substrado. Sem mencionar que as larvas de
algumas espécies, ao se alimentarem oportunamente de tecidos mortos ou não de animais
vivos, em casos de feridas abertas ou com dificiculdade de cicatrização, podem lhes causar
miíases.
Historicamente, o uso de insetos na busca de resolução para os problemas legais nos
remete a centenas de anos no passado. O primeiro registro documental desta prática é
atribuído à China do século XIII quando, em um caso de homicídio entre camponeses, os
possíveis suspeitos foram obrigados a depositarem suas foices no chão, permitindo que
moscas atraídas por traços invisíveis de sangue revelassem a provável arma do crime. Após a
identificação do dono da ferramenta foi obtida a confissão de autoria do delito mencionado
(Benecke, 2001).
Em seu livro La faune des cadavres, gnin (1894) descreveu que insetos colonizam
corpos de animais em ondas sucessivas, mostrando como a ciência pode aplicar tal
conhecimento a favor da área legal e, desta maneira fundou e difundiu a área da Entomologia
Forense.
Muitos anos depois, Lord & Stevesson (1986) propuseram dividir a entomologia
forense em três categorias: a do tipo urbana que, por exemplo, movida por ações cíveis pode
determinar o tempo decorrido entre a colonização inicial de um imóvel por cupins e a
percepção da presença dos insetos pelo atual proprietário; a de produtos estocados,
relacionada à contaminação de produtos processados ou manufaturados por insetos; e a
médico-legal, que permite esclarecer as circunstâncias ou a data da morte em casos nos quais
cadáveres são encontrados sob condições suspeitas. Nesta última abordagem, de longe a mais
utilizada e discutida, enquadram-se aplicações como a estimativa do intervalo pós-morte
(IPM), verificação acerca de possível transporte do corpo do local onde originalmente ocorreu
o óbito, associação de suspeitos com a cena do crime (Benecke, 1998), investigação de
possível negligência nos cuidados com crianças (Benecke, 1998; Benecke & Lessig, 2001) ou
idosos (Benecke et al., 2004) e associação de drogas com o cadáver (Introna et al., 2001).
8
Outras questões também podem ser resolvidas com o auxílio da Entomologia Forense, tais
como a identificação da origem de drogas importadas (Crosby et al. 1986), verificação de
maus tratos a animais domésticos (Anderson & Huitson, 2004) e determinação do IPM de
animais abatidos em caça ilegal para associação de suspeitos com o crime ambiental
(Anderson, 1999).
Segundo Amendt et al. (2004), adultos, lavas, pupas, pupários ou exuvias podem
servir como evidências entomológicas às investigações. Os autores ainda consideram que,
entre os integrantes da fauna cadavérica, Diptera (moscas) e Coleoptera (besouros) necrófagos
ou predadores destes são os principais indicadores forenses por poderem estar presentes em
todas as fases do processo de decomposição, sendo os primeiros de maior importância por
chegarem ao cadáver antes de quaisquer outros insetos. Nesta ordem, as famílias
Calliphoridae e Sarcophagidae agregam as espécies mais freqüentemente encontradas
associadas a corpos de animais em decomposição (Byrd & Castner, 2001).
A estimativa do IPM com dados entomológicos foi feita pela primeira vez por
Bergeret (1855), sendo hoje a aplicação da Entomologia Forense mais citada e discutida em
artigos científicos. Pode ser feita com base no tempo de desenvolvimento das larvas ou nos
padrões de sucessão ao longo do processo de decomposição (Oliveira-Costa, 2007). Algumas
espécies são extremamente assemelhadas sob o ponto de vista morfológico, principalmente no
estágio larval, mas são bionomicamente muito diferentes (Byrd & Castner, 2001). Por isso,
para que um espécime (ou seus produtos metabólicos) seja utilizado com confiabilidade
visando-se inferir o IPM são indispensáveis sua correta identificação no nível espécie-
específico e o conhecimento do seu ciclo de vida e suas características ecológicas e biológicas
(Erzinçlioglu, 1983; Higley & Haskell, 2001).
Os organismos mais usados como indicadores forenses são as moscas das famílias
Calliphoridae e Sarcophagidae, integrantes da ordem Diptera, cuja classificação é bastante
controversa. O modelo utilizado com maior freqüência é o de McAlpine & Wood (1989), os
quais propõem duas subordens: Nematocera e Brachycera.
Em Nematocera, o corpo de indivíduos adultos em geral é mais delgado e estão
presentes longas antenas que possuem de seis a 14 segmentos. As larvas têm cabeça bem
diferenciada e mandíbulas móveis no plano horizontal. Nesta subordem estão as famílias
contendo os dípteros mais primitivos, embora Culicidae tenha sofrido irradiações
relativamente recentes.
9
Em Brachycera, onde se encontram as moscas, as antenas são dotadas de menos de
sete segmentos e, freqüentemente, uma arista. As larvas têm cabeça pouco diferenciada ou
são acéfalas com mandíbulas em forma de foice e móveis no plano vertical. Esta subordem
era tradicionalmente subdividida em dois grupos: Cyclorrhapha, atual infraordem
Muscomorpha, e Orthorrhapha, atuais infraordens Tabanomorpha e Asilomorpha. O esquema
seguinte (Tabela 1.2) descreve, de acordo com McAlpine & Wood (1989), a classificação de
Muscomorpha, que agrega os califorídeos e sarcofagídeos.
Tabela 1.2. Esquema de classificação de organismos da Infraordem Muscomorpha.
Categorias taxonômicas
Categoria taxômica em nível de família
* DIVISÃO ASCHIZA
Superfamília Platypezoidea:
Platypezidae (inclui Opetiidae)
Lonchopteridae
Flronomyiidae
Sciadoceridae
Phoridae (inclui Termitoxeniidae)
Superfamília Syrphoidea:
Syrphidae (inclui Microdontidae)
Pipunculidae
* DIVISÃO SCHIZOPHORA
Subdivisão ACALYPTRATA
Superfamília Neroidea: Micropezidae (inclui Calobatidae, Taeniapteridae e Tylidae)
Neriidae
Cypselosomatidae (inclui Pseudopomyzidae)
Superfamília Diopsoidea: Tanypezidae
Strongylophthalmyiidae
Psilidae
Somatiidae
Nothybiidae
Megamerinidae
Syringogastridae
Diopsidae (inclui Centriocidae)
Superfamília Conopoidea: Conopidae (inclui Stylogasteridae)
Superfamília Tephritoidea: Lonchaeidae
Otitidae (inclui Euxestidae, Pterocallidae e Ulidiidae)
Platystomatidae
Tephritidae
Pyrgotidae
Tachiniscidae
Richardiidae
Pallopteridae (inclui Eurygnathomyiidae)
Piophilidae (inclui Neottiophilidae e Thyreophoridae)
Superfamília Lauxanioidae: Lauxaniidae
Eurychoromyiidae
Celyphidae
Chamaemyiidae
Superfamilia Scimyzoidea: Coelopidae
Dryomyzidae (inclui Helcomyzidae)
Heloscimyzidae
10
Sciomyzidae (inclui Phaeomyiidae)
Ropalomeridae
Sepsidae
Superfamília Opomyzoidea:
- - - Suprafamilia Clusioinea
- - - Suprafamília Agromyzoinea
- - - Suprafamília Opomyzoinea
- - - Suprafamília Asteioinea
Clusiidae
Acartophthalmidae
Odiniidae
Agromyzidae
Fergusoninidae
Opomyzidae
Anthomyzidae
Aulacigastridae (inclui Stenomicridae)
Periscelididae
Neurochaetidae
Teratomyzidae
Xenasteiidae (= Tunisimyiidae)
Asteiidae
Superfamília Carnoidea: Australimyzidae
Braulidae
Carnidae
Tethinidae
Canacidae
Milichiidae
Risidae
Cryptochetidae
Chloropidae (inclui Mindidae e Siphonellopsidae)
Superfamília Sphaeroceroidea: Heleomyzidae (inclui Borboropsidae, Chiropteromyzidae,
Cnemospathidae, Heteromyzidae, Notomyzidae, Rhinotoridae e
Trixoscelididae)
Mormotomyiidae
Chyromyidae
Sphaeroceridae
Superfamília Ephydroidea: Curtonotidae
Camillidae
Drosophilidae
Diastatidae (inclui Campichoetidae)
Ephydridae
Subdivisão CALYPTRATAE
Superfamília Hippoboscoidea: Glossinidae
Hippoboscidae
Streblidae
Nycteribiidae
Superfamília Muscoidea: Scathophagidae
Anthomyiidae
Faniidae
Muscidae (inclui Eginiidae)
Superfamília Oestroidea: Calliphoridae
Mystacinobiidae
Sarcophagidae
Rhinophoridae
Tachinidae (inclui Stackelbergomviidae)
Oestridae (inclui Cuterebridae, Gasterophilidae e Hypodermatidae)
11
1.2- Procedimentos para a identificação dos insetos
A Taxonomia visa classificar os seres vivos em categorias de acordo com critérios
estabelecidos pela Sistemática Filogenética, ciência que busca descrever e explicar a grande
diversidade de formas de vida com base na história evolutiva dos grupos existentes ou
extintos. Considerando a importância da identificação de insetos para sua utilização na
criminalística, percebe-se a necessidade de estudos detalhados a respeito da Sistemática dos
representantes desta classe. Grosso modo, o objetivo é criar sistemas de classificação que
reflitam a filogenia dos grupos.
1.2.1- Análise morfológica
A identificação morfológica dos dípteros de interesse forense adultos é feita através de
chaves que se baseiam, preponderantemente, nos padrões de segmentação das antenas,
nervura das asas, distribuição de cerdas, pigmentação do corpo e estrutura da genitália
masculina (Oliveira-Costa, 2007). Sendo este último caráter o único recurso para a distinção
de várias espécies, principalmente dentro da família Sarcophagidae (Carvalho & Mello-Patiu,
2008). Muitas vezes estas chaves são pouco precisas ou claras, além de nem sempre estarem
disponíveis em acervos de fácil acesso para o taxonomista. Contudo, quando se trabalha com
imaturos, a tarefa de identificar espécimes se torna ainda mais complicada, pois a quantidade
de referências bibliográficas disponíveis é ainda menor e os caracteres apresentam diferenças
menos conspícuas, observadas na estrutura do esqueleto cefálico, bem como na disposição e
morfologia dos espiráculos, tubérculos e espinhos associados ao tegumento (Lopes, 1943 e
1982a; Amorim & Ribeiro, 2001; Thyssen & Linhares, 2007). Técnicas de microscopia de
varredura também são úteis para uma identificação mais acurada de espécimes adultos ou
imaturos (Leite & Lopes, 1989; Lopes & Leite, 1989 e 1990; Sukontason et al., 2003).
Percebe-se que os exemplares machos adultos o os mais facilmente identificáveis, porém,
fêmeas, larvas e pupas são mais freqüentemente coletadas junto a carcaças de animais.
1.2.2- Ferramentas moleculares – Considerações teóricas
Tendo em vista as grandes dificuldades impostas à identificação morfológica de certos
grupos de insetos, a utilização de marcadores moleculares relacionados às seqüências de
nucleotídeos dos ácidos desoxirribonucléico (DNA) e ribonucléico (RNA) ou, ainda, às
seqüências de aminoácidos de proteínas –, sendo passiveis de observação em análises
12
comparativas, cresceu espantosamente nos estudos de sistemática durante as últimas décadas,
resultando na elaboração de novas hipóteses filogenéticas e, conseqüentemente, em mudanças
observadas, principalmente nos níveis taxonômicos mais baixos (Caterino et al., 2000).
Ainda na década de 1960, emergiam dois campos do conhecimento que se
conjugariam à também recente Sistemática Filogenética de Hennig (1966) para darem-lhe
inestimável apoio: as ciências biomoleculares e a computação. O conhecimento da estrutura
das macromoléculas (DNA, RNA e proteínas) permitiu que uma quantidade gigantesca de
informações fosse adicionada àquelas de natureza morfológica, bioquímica e ecológica
acumuladas até o presente momento, preenchendo muitas lacunas no entendimento dos
processos de diversificação dos seres vivos, o que pode ser evidenciado pelas reformas
promovidas na classificação e nomenclatura de grande parte dos organismos que conhecemos.
Para que os crescentes volume e variedade de dados pudessem ser utilizados de forma plena
nos estudos evolutivos, foi imprescindível o desenvolvimento de algoritmos computacionais
de alta complexidade para o processamento e análise de tamanha quantidade de dados (Hillis
et al., 1996).
Neste contexto, o advento da reação em cadeia da polimerase (PCR) (Mullis et al.,
1986), mecanismo que replica exponencialmente seqüências nucleotídicas de DNA in vitro,
facilitando sua detecção e análise, é reconhecido como um marco revolucionário para as áreas
das ciências de um modo geral, permitindo a integração entre diversos campos do
conhecimento e o avanço, sobretudo, da Sistemática (Palumbi, 1996), a qual engloba a
Taxonomia e a Biologia Evolutiva.
Continuaram ocorrendo progressos em favor das técnicas laboratoriais relacionadas a
essa abordagem das ciências biológicas, entre os quais podemos citar o desenvolvimento de
kits comerciais para extrair, amplificar e purificar o material genético obtendo altas qualidade
e quantidade de amostras gênicas, a automação do processo de seqüenciamento do DNA
(Hunkapiller et al. 1991) e a elaboração de ferramentas computacionais cada vez mais
sofisticadas para o tratamento e interpretação dos resultados gerados em tais análises (Mount,
2001; Fogel & Corne, 2002). Com esta maior acessibilidade aos dados moleculares é muito
comum observarmos novas propostas e discussões nos trabalhos de sistemática e análise
filogenética publicados atualmente.
Caracteres moleculares são traços genéticos e, portanto, sua hereditariedade lhes faz
úteis na reconstrução de histórias evolutivas. Quando apresentados sob a forma de seqüências
de nucleotídeos são de natureza genotípica e, normalmente, não apresentam variações
13
decorrentes de fatores ambientais, como acontece freqüentemente com caracteres de natureza
fenotípica (morfológicos, fisiológicos, etológicos etc.), permitindo que quaisquer organismos
sejam estudados e comparados sob uma abordagem universal, inclusive com relação ao grau
de divergência entre taxa. Tais seqüências representam uma fonte virtualmente infinita de
dados acessíveis às técnicas moleculares, podendo trazer à luz polimorfismos silenciosos
reveladores de informações importantes sobre a evolução dos organismos. Certos casos em
que não se consegue distinguir analogias de homologias através de caracteres fenotípicos são
solucionados através de dados moleculares. Sob estes argumentos, Avise (1994) defende a
utilização de marcadores de DNA para a inferência filogenética e estudos de genética
populacional, mas lembra também que tanto a escolha do marcador quanto do método
analítico utilizado para o mesmo podem interferir diretamente no resultado. Dessa forma,
apesar de seu grande valor, o uso de dados moleculares não garante por si que uma árvore
filogenética construída possa estar correta.
O termo “relógio molecular” foi introduzido por Zuckerkandl & Pauling (1965) para
ilustrar como a acumulação de substituições de nucleotídeos, supostamente em uma taxa
constante durante a evolução das moléculas, pode auxiliar na construção de árvores
filogenéticas. Nesta mesma década, Kimura (1968) formalizou a Teoria Neutra da Evolução,
afirmando que em grande maioria as mutações incidentes sobre o DNA dos indivíduos são
neutras, ou seja, indiferentes à adaptabilidade das espécies. Um exemplo comum é o das
mutações silenciosas, que sob efeito da degeneração do código genético não alteram a cadeia
de aminoácidos em proteínas. O autor aborda a deriva gênica como força evolutiva
predominante na fixação de mutações ao longo das gerações. De acordo com seus princípios,
as mutações sujeitas à seleção natural, quando deletérias, são comuns, mas tendem a não se
fixar, enquanto as vantajosas são raras e de rápida fixação se comparadas às neutras,
contribuindo pouco para a variabilidade genética e tendo potencial informativo menor para
estudos evolutivos. Embora a teoria tenha sido recebida como antidarwinista por alguns por
representantes da comunidade científica, Kimura (1983) defende sua compatibilidade com as
idéias de Darwin (1859).
Ainda neste contexto, Jukes & Cantor (1969) elaboraram um modelo simples de
substituição de nucleotídeos, assumindo que as transições (trocas entre bases púricas ou entre
bases pirimídicas) ocorrem com a mesma probabilidade que as transversões (trocas entre
bases púricas e pirimídicas). Hoje, muitos pesquisadores relatam em vários grupos de animais
uma propensão maior a transições do que transversões e observam a importância de não se
14
ignorar tal fato na inferência filogenética (Lin & Danforth, 2004; Frati et al., 1997; Kocher et
al., 1989). Assim, Kimura (1980) estabeleceu um modelo de correção denominado “dois-
parâmetros” ou K80, o qual incorpora três premissas básicas: diferenças nas taxas de
transições e transversões, todas as quatro bases nitrogenadas do DNA (A,T,C e G) ocorrem na
mesma freqüência e as taxas de substituição não variam entre os diferentes tios
nucleotídicos.
Também considerando que a substituição dos nucleotídeos do DNA ao longo do
tempo pode ser vista como um processo estocástico, governado unicamente pela deriva
genética, um modelo muito utilizado no estudo da evolução molecular é o de Wright-Fisher
(Fisher, 1930; Wright, 1931), que se baseia em relações genealógicas e leva em conta o
número de indivíduos envolvidos nos termos do tamanho efetivo da população (N
E
) (Fig. 1.1).
Sua aplicação parte dos seguintes pressupostos: a população em questão, formada por
haplótipos diplóides, tem tamanho constante ao longo de gerações discretas (sem
sobreposição) e é panmítica. Inexistem recombinações e diferenças de valor adaptativo entre
os indivíduos, nos quais cada sítio poderá sofrer apenas uma mutação, sendo esta herdada por
todos os seus descendentes e somente eles. Desta forma, a probabilidade de fixação de uma
nova mutação em uma população de N indivíduos será ½ N.
Fig. 1.1. Exemplo ilustrativo do estudo genealógico pelo modelo de Wright-Fisher.
Tempo
Mutação
15
A Teoria da Coalescência (Kingman, 1982a e 1982b) pode ser entendida como uma
extensão da Teoria Neutra da Evolução associada a um aperfeiçoamento do modelo de
Wright-Fisher, permitindo, pela comparação de seqüências de DNA amostradas em
populações de uma mesma espécie, a obtenção de árvores de genes reveladoras do grau de
proximidade entre os mesmos e, possivelmente, do ponto temporal em que se encontra aquele
contido no ancestral comum mais recente (ACMR) (Fig. 1.2). Seus três princípios básicos são:
em uma população, cada um dos alelos de um loco gênico deve descender de uma única e
mesma cópia de um gene presente na população inicial; todas as outras linhagens alélicas
foram extintas; e a probabilidade de uma linhagem existente ser originária de um gene
ancestral específico é igual à freqüência inicial do mesmo. A versão original desta teoria não
considera o efeito exercido por quaisquer mutações sobre o valor adaptativo dos indivíduos e
o fenômeno da recombinação, levando Avise et al. (1987) a inferirem que é bastante útil para
a visualização dos padrões de variação nucleotídica no DNA mitocondrial.
Fig. 1.2. Exemplo ilustrativo do estudo genealógico pela Teoria da Coalescência.
Para uma população diplóide de tamanho N e taxa constante de mutações neutras µ
(Kimura, 1983), a freqüência inicial de uma nova mutação é ½ N e o número de novas
mutações por geração é 2 Nµ. Assim, assume-se que a taxa de fixação para mutações
Tempo
ACMR
16
independentes da seleção natural será o produto da multiplicação destes dois últimos valores,
resultando simplesmente na taxa de introdução de novas mutações (µ).
Hudson (1991) aponta que o tamanho uma população, sua estrutura geográfica e seus
alelos selecionados influem em genealogias construídas a partir deste modelo. Estas e outras
variáveis acrescentadas por vários colaboradores à Teoria da Coalescência tais como
recombinações, seleção balanceada e migrações são discutidas por Fernandes-Matioli
(2001).
Homologias entre seqüências de nucleotídeos ou aminonoácidos indicam
ancestralidade comum, embora seja freqüentemente confundida com similaridade. Esta última
tem caráter quantitativo e representa o nível de semelhança entre seqüências, sendo
empiricamente observável e testável, enquanto a primeira é de natureza qualitativa, devendo
ser inferida. Ou seja, pode-se aferir a similaridade de certas seqüências entre zero e 100%,
mas não há sentido em dizer que as mesmas são 10, 20, 60 ou 80% homólogas. Elas
simplesmente são ou o, o que é determinado a priori com base no grau de similaridade e
nos fatores que a geraram. Contudo, é comum a confusão entre este dois parâmetros como
descrevem Reeck et al. (1997).
Entre os fatores potencialmente influentes na similaridade que causam maior
perturbação às análises filogenéticas, mascarando as verdadeiras e produzindo falsas
homologias, estão a convergência, reversão e reticulação (decorrente de fluxo gênico
interpopulacional ou de hibridização interespecífica). Segundo Slatkin & Madison (1989),
esta última gera rompimento no padrão de divergência das linhagens, permitindo estimativas
de fluxo gênico entre populações, mas pode frustrar tentativas de se usarem métodos
filogenéticos para a compreensão de relações intraespecíficas ou interespecíficas. De modo
geral, o uso de árvores filogenéticas para inferências de relações entre populações, só é válido
se as mesmas são independentes quanto ao gene utilizado (Joseph et al., 1995).
Deduz-se, portanto, que a reconstrução da história evolutiva de um grupo pela
utilização genes requer que estes sejam homólogos, mas isso não é o suficiente, pois a
homologia de seqüências pode ocorrer sob diferentes circunstâncias (Moritz & Hillis, 1996):
- Ortologias: a duplicação de um gene em um ancestral comum é seguida de
especiação, separando as seqüências homólogas, as quais divergem, exceto na função.
- Paralogias: a duplicação de um gene, sem envolver especiação, gera seqüências
homólogas e as duas divergem em função intraespecificamente. Se seqüências parálogas
sofrerem processo de homogeinização dentro de um taxon em função de evolução conjunta,
17
Patterson (1988) sugere que sejam relacionadas por plerologia. E Wolfe (2000) propõe o
termo onologia para a relação entre genes parálogos derivados de um processo de duplicação
do genoma completo, os quais julga interessantes para estudos evolutivos por terem divergido
pelo mesmo período de tempo a partir de suas origens.
- Xenologias: homologia de seqüências decorrente de transferência horizontal de genes.
A partir dos dados apresentados por esses autores confirma-se a idéia de que, apenas
seqüências homólogas ortólogas são úteis à inferência filogenética e, confundí-las com
parálogas, pode resultar em filogenias corretas para as moléculas, mas não para os organismos.
Fitch (2000) faz uma boa discussão dos problemas envolvidos com a identificação correta de
homologias.
De acordo com Simon et al. (1994) a ocorrência de substituições múltiplas de
nucleotídeos em um único sítio fará com que os eventos substitutivos mais recentes impeçam
a percepção dos mais antigos. Isso pode levar a conclusões errôneas que fazem confundir
homoplasias com sinapomorfias, ou modificam a interpretação das distâncias filogenéticas
entre organismos. Porém, estatisticamente, é possível identificar quais são os genes mais
propensos às rápidas substituições, permitindo aplicar mecanismos para minimizar ou
contornar esta dificuldade. Os sistemas de correção mais realistas são baseados nas diferenças
de probabilidade da ocorrência de substituições entre diferentes sítios nucleotídicos e na
tendência de ocorrerem transições ou transversões para ou em um mesmo tio, como o K80.
Contudo, estas correções não anulam completamente os efeitos das substituições múltiplas, o
que leva muitos autores a defenderem o uso exclusivo e único de regiões com alto grau de
conservação.
Yang (1998) sugere haver uma preocupação excessiva em relação ao prejuízo que
sítios com substituições múltiplas podem causar à confiabilidade de inferências filogenéticas
baseadas em análise de parcimônia e critica os esquemas adotados por pesquisadores que
atribuem pesos baixos aos sítios que apresentam substituições rápidas e pesos altos para
aqueles cujas substituições são lentas, sem levarem em conta que genes de evolução rápida
são mais úteis ao esclarecimento de relações filogenéticas entre categorias taxonômicas mais
basais. Em contrapartida, os sítios nucleotídicos de evolução mais lenta serão mais
informativos (e menos freqüentes) para os taxa mais distantes, resultando em árvores mais
robustas. Segundo o autor, uma seqüência não corrigida podeser considerada saturada de
mutações, o que inviabiliza seu potencial informativo para a resolução de filogenias (Jeffroy
et al., 2006), quando atingir ao menos 30 a 40% de divergência e não a partir de 15 a 20% de
18
divergência como sugeriu Meyer (1994). Finalmente, aponta que os maiores problemas
encontrados quando são analisadas seqüências muito divergentes recaem sobre a dificuldade
em se realizar alinhamentos e sobre a heterogeneidade nas freqüências de bases entre espécies,
indicando que o processo de substituição também é heterogêneo, o que pode gerar
homoplasias.
É importante notar ainda que a velocidade do processo de substituições de
nucleotídeos é maior do que a da especiação. Caso essa diferença não seja considerada é
praticamente certo que a inferência filogenética para o grupo taxonômico em questão não
refletirá realmente a sua história evolutiva, mas sim a dos alelos do gene utilizado como
marcador molecular. Pamilo & Nei (1988) discutem este obstáculo e sugerem a utilização de
várias seqüências de DNA provenientes locos gênicos diferentes, cada uma com evolução
independente das outras, como uma maneira de contorná-lo. Este mesmo tipo de
incongruência pode ocorrer quando polipeptídeos são usados como marcadores (Fitch, 1970).
Inferências baseadas em caracteres moleculares podem se tornar mais consistentes se
os mesmo forem avaliados quanto ao peso sob mais de um critério e também associados a
outros tipos de informações, como dados sobre aloenzimas, estrutura cromossômica e
morfologia, devendo-se dar preferência aos genes cujo nível de variabilidade minimiza o
problema das substituições múltiplas e aumenta o compartilhamento de caracteres não
homoplásicos (Hillis et al., 1996).
1.3 - Marcadores moleculares utilizados para insetos
1.3.1- DNA mitocondrial (DNAmt)
A fonte de marcadores mais utilizada em análises filogenéticas para insetos e outros
animais é o DNAmt. Essa grande aceitação se deve a algumas vantagens que o mesmo
apresenta: relativa facilidade de isolamento e amplificação (incluindo de espécimes mal
conservados), permite análises mais claras já que parte de indivíduos normalmente
homoplásmicos (lembrando que a herança mitocondrial é normalmente materna) originários
de linhagens estritamente dicotômicas de haplótipos, não apresenta recombinação e tem alta
taxa de evolução (Avise, 1994). Porém, deve-se atentar para a existência de seqüências
nucleares muito similares a genes mitocondriais, os pseudogenes, cuja presença pode gerar
confusões em análises filogenéticas, exigindo maiores precauções na metodologia a ser
19
seguida (Zhang & Hewitt, 1996). A Figura 1.3 mostra as diferentes regiões que compõem o
DNAmt.
1.3.1.a - Genes codificadores de RNA ribossomal
O gene para a subunidade 12S do RNAr se mostra filogeneticamente útil para taxa
distantes, mas pode ser problemático para esclarecer relações entre espécies com divergência
recente. Estudos intraespecíficos com Drosophila pseudoobscura e D. persimilis (Noor &
Larkin, 2000) utilizando este marcador mostraram pouca variação, comprometendo a
confiabilidade dos dados para a genética de populações. Em outro estudo entre espécies
proximamente relacionadas de simulídeos, a região 3’ do gene 12 S demonstrou ter
aplicabilidade filogenética limitada pela pouca diferença interespecífica observada (apesar de
suficiente para identificação) (Ballard, 1994).
Contudo, a geração de homoplasias pelas substituições seriadas pode não ser
problemática em comparações entre espécies mais distantemente relacionadas, para as quais
seqüências bem conservadas dentro do gene 12S podem fornecer informações úteis.
Kambhampati (1995) obteve com este gene dados sobre a filogenia entre Dictyoptera e
Isoptera concordantes com os padrões já estabelecidos.
Fig. 1.3. Esquema da molécula de DNAmt mostrando as diferentes regiões que a compõe.
20
Quanto ao gene 16S, Simon et al. (1994) compararam estudos realizados sobre sua
região 3’ com dípteros, ortópteros e bactérias, observando que também tem características
altamente conservadas, ao passo que a região 5’ não pode ser alinhada entre pteros e
gafanhotos. Além disso, relatam que a alta tendência à transversões nesta região reduz muito
sua utilidade como marcador filogenético para taxa mais basais. Neste artigo, citam ainda
uma ampla gama de iniciadores universais disponíveis para o DNAmt de insetos, permitindo
assim amplificações confiáveis de genes ou regiões homólogas em vários grupos desta ordem.
Xiong & Kocher (1993) utilizaram seqüências da extremidade 3’de gene 16S para
investigar um complexo de cinco espécies crípticas de simulídeos distinguíveis apenas por
análise cromossômica e encontraram diferença de apenas 5,2% entre as seqüências de bases.
A alta freqüência de transversões observada no nível interespecífico comparada com a baixa
freqüência apresentada dentro de cada espécie indica a possível ocorrência de substituições
múltiplas. Em contrapartida, DeSalle (1992) encontrou entre diferentes gêneros da família
Drosophilidae relações filogenéticas baseadas na região em questão do gene 16S, as quais
tiveram grande concordância com aquelas previamente obtidas a partir de morfologia.
1.3.1.b - Genes codificadores de proteínas
As regiões codificadoras das subunidades I e II da proteína citocromo oxidase (COI e
COII) do DNA mitocondrial estão entre as mais freqüentemente abordadas, incluindo no que
se refere ao número de taxa quando comparadas às demais, na sistemática de insetos. O
mesmo não é observado para outros genes mitocondriais codificadores de proteínas como
ND1 (NAD desidrogenase 1), ND2, ND4, ND5, Cyt b (citocromo b) e COIII, cujos ensaios
para filogenia tendo sido conduzidos de forma isolada devido ao baixo número de resultados
satisfatórios produzidos (Caterino et al., 2000).
Além disso, Simon et al. (1994) compilam dados de vários estudos com COI e a
elegem como a região mais conservada, em termos de evolução dos aminoácidos.
Exemplificando, descrevem um estudo no qual seis espécies de colembolos pertencentes a
dois gêneros de famílias diferentes mostraram os seguintes veis de divergência nas
seqüências nucleotídicas: intraespecífica de 1 a 6% , interespecífica (dentro de um mesmo
gênero) de 13 a 25% e entre gêneros de 23 a 28%. Para COII estes mesmos autores relatam
dados compilados e não publicados, analisando sua aplicabilidade, e observam que a
divergência nas seqüências nucleotídicas entre famílias de Thysanoptera ocorre em mesmo
grau daquela observada entre esta ordem e Hemiptera. Porém, em Collembola, estudos
21
envolvendo este gene mostram resultados diferentes, com 20% de divergência entre espécies
do mesmo gênero contra 30% entre gêneros de diferentes famílias.
A falta de aplicabilidade também é relatada por Liu & Beckenback (1992) ao
comparar 10 ordens de insetos, através da taxa de substituição de aminoácidos codificados
pelo gene COII. Segundo os autores, o nível de similaridade entre libélulas e moscas (70%)
não é muito diferente daquele observado entre formigas e vespas (65%), levando à conclusão
de que é desconexo o valor deste parâmetro para relacionar grau de divergência taxonômica.
Assim, pode-se concluir que mesmo proteínas que evoluem lentamente, como COII, que
mantém a maioria das posições de aminoácidos conservadas, nem sempre são úteis para
esclarecer ou definir relações filogenéticas em taxa mais altos, como no nível de família ou
ordem.
Zehner (2004), utilizando ND5 e COI para comparar a filogenia de 12 espécies
européias de Sarcophagidae (Diptera), observou que o cladograma obtido a partir de ND5
forneceu melhores valores de bootstrap (o que pode representar uma taxa de evolução maior
para este gene em relação a COI, apesar da diferença entre eles não ter sido muito grande),
além de ser o mais concordante em relação às inferências tradicionalmente aceitas,
fundamentadas na morfologia do grupo.
1.3.2 - DNA nuclear
O entendimento de que árvores baseadas apenas em genes mitocondriais podem
fornecer uma visão parcial e tendenciosa da filogenia de um organismo levou alguns
pesquisadores a pensar no uso e exploração de informações relacionadas aos genes nucleares,
como marcadores, para entender as relações existentes entre os artrópodes.
1.3.2.a - Genes codificadores de RNA ribossomal
Embora ainda timidamente utilizados, se comparados ao DNAmt, os marcadores
nucleares de maior evidência são os genes codificadores de RNA ribossomal (DNAr), devido
à sua abundância e facilidade de amplificação e seqüenciamento. Hillis & Dixon (1991)
descrevem um arranjo composto pelos genes 18 S, 5.8 S e 28 S, separados por regiões
espaçadoras transcritas e não transcritas, formando um mosaico com regiões bem conservadas,
que podem ser interessantes para a resolução de conflitos em taxa superiores, e outras bem
variáveis, cujo alinhamento costuma ser freqüentemente problemático.
22
Caterino et al. (2000) inferem que, para categorias taxonômicas superiores, a
utilização de 18S, cujas análises completas geralmente dão suporte a relações de grande
congruência com as hipóteses previamente estabelecidas baseadas na morfologia, vem se
tornando um padrão, exceto em Diptera e Hymenoptera para as quais se observa
predominantemente estudos das regiões ITS (Internal Transcribed Spacer) e 28 S, embora
para esta última a obtenção de fragmentos relativamente pequenos (menos de 500 pb)
dificulte as comparações de resultados.
Segundo estes mesmos autores, os eventos de divergência mais recentes podem ser de
melhor maneira representados por genes nucleares codificantes de proteínas, com taxas de
evolução variadas os quais têm se mostrado uma alternativa na resolução de problemas em
níveis para os quais o DNAmt é muito conservado –, tendo em vista a variação típica que
apresentam quanto à posição de seus codons. Contudo, desvantagens tais como a
possibilidade de heterozigose, o baixo número de cópias obtidas na extração e necessidade da
utilização de PCR-trasncriptase reversa devido à possível ocorrência de introns extensos
(Fang et al., 1997).
1.3.2.b - Genes codificadores de proteínas
Poucos estudos filogenéticos de insetos utilizam genes nucleares codificadores de
proteínas, entre os quais o fator de elongação 1α (EF-1α) tem sido muito observado. Suas
seqüências demonstram grande valor em estudos nos níveis de espécie e gênero, embora
apresente paralogias (Cho et al., 1995; Danforth & Ji, 1998; Moran et al. 1999; Brady &
Danforth, 2004).
Apesar de sua recente descoberta, os introns internos aos genes nucleares
codificadores de proteínas, estão sendo cada vez mais aplicados à sistemática. Palumbi (1996),
por exemplo, oferece uma seleção de introns e primers potencialmente úteis para este fim.
Em um artigo relativamente recente, Caterino et al. (2000) realizam um incrível
apanhado dos marcadores moleculares utilizados na sistemática de insetos e argumentam
que a grande variedade destes observada em estudos filogenéticos prejudica a capacidade de
se somarem os esforços empreendidos por diferentes pesquisadores para um
entendimento
mais amplo do assunto. Além disso, a maioria dos marcadores escolhidos e desenvolvidos é
mais informativa em grupos basais como espécies e subespécies, complementando ou até
mesmo resolvendo suas filogenias, mas em níveis taxonômicos superiores poucos estudos
23
incluem dados suficientes para serem mais do que esboços grosseiros de perfis filogenéticos,
tornando limitado o impacto da biologia molecular sobre a nomenclatura formalizada.
1.4 - Tipos de dados interpretáveis em análises moleculares
1.4.1 - Aloenzimas
A aplicação desta técnica dentro da sistemática tem se tornado cada vez menos
freqüente em nível interespecífico, comparada ao uso de marcadores de DNA, mas ainda
constitui uma importante base de apoio em estudos de genética populacional e de diagnóstico
de espécies. Apesar das críticas sobre a confiabilidade de dados de mobilidade eletroforética
para a inferência de homologias, técnicas como eletroforese seqüencial têm ajudado a lidar
com o problema. Assim, a análise de aloenzimas ainda permanece como um método efetivo e
de baixo custo para confirmação de dados moleculares obtidos sob outras formas (Murphy et
al., 1996).
1.4.2 – Microssatélites
Na busca de variações, nem sempre geradoras de resultados conclusivos, estudos de
sistemática e genética de populações têm freqüentemente recorrido às porções não
codificantes do genoma, inclusive a partir de microssatélites (seqüências com unidades de
repetição muito curtas entre as quais dinucleotídeos são as mais comuns), que têm um alto
grau de polimorfismo em função da alta freqüência de mutação, tornando-se úteis nas análises
nos níveis de espécie ou inferiores, ou seja, para linhagens. Isto tem sido freqüentemente
observado para Hymenoptera (Choudhary et al., 1993), Diptera de interesse médico e
econômico (Luna et al., 2001; Norris et al., 2001; Baliraine, 2003), Coleoptera (Keller &
Largiadér, 2002; Sallé et al., 2003; Kim & Sappington, 2005) e, com certa dificuldade para a
aplicação, em Lepidoptera (Zhang, 2004).
1.4.3 - PCR-RFLP (PCR - polimorfismo no comprimento de fragmentos de restrição)
No PCR-RFLP as amostras de DNA amplificadas são submetidas à digestão por
enzimas de restrição em sítios específicos, gerando fragmentos que formam um padrão de
bandas através da eletroforese em gel (Saiki et al., 1985). Mapeados os sítios de restrição, o
RFLP é uma alternativa rápida nos estudos de variação de seqüências em conjuntos
representativos do
genoma permitindo a reconstrução de filogenias (Vanlerberghe-Massuti,
24
1994) e, mais freqüentemente, o diagnóstico de taxa crípticos a partir da análise do DNAmt
(Murray et al., 2008) ou nuclear (Alam et al., 2007). vários registros do emprego desta
técnica na identificação de insetos (como por exemplo, nos de interesse forense, em Schroeder
et al., 2003; Ratcliffe et al., 2003; Thyssen et al., 2005).
1.4.4 - RAPD (DNA polimórfico amplificado aleatoriamente)
O RAPD consiste na utilização de primers de anelamento aleatório e teve projeção no
campo da sistemática a partir da última década pela facilidade de não requerer o desenho de
iniciadores específicos (Williams et al., 1990). Os problemas são: a interpretação
possivelmente errônea de que certos fragmentos de DNA, que migram juntos na eletroforese,
sejam homólogos, a notória dificuldade na repetibilidade dos resultados, a obtenção de
fragmentos com tamanho suficiente para dar consistência aos resultados e a necessidade de
conjugação de algum outro método de análise (como seqüenciamento ou PCR-RFLP) para a
verificação dos dados (Matioli & Passos-Bueno, 2001). Apesar disso, defende Benecke (1998)
que, tomados os devidos cuidados, o RAPD se revela uma técnica de pouco custo e rápida.
1.4.5 - SSCP (polimorfismo conformacional de filamento único)
Esta técnica é baseada em diferenças na estrutura secundária do DNA, decorrentes de
variações na seqüência nucleotídica, e na conseqüente variação da sua taxa de mobilidade
eletroforética. O gene é denaturado e a fita simples toma uma conformação específica, através
de dobramento, de acordo com sua seqüência de bases. Esta conformação e, portanto, a
seqüência de bases terá reflexo no deslocamento durante a eletroforese, permitindo detectar
polimorfismos, como em heterozigose (Orita et al., 1989). Hayashi (1991) observou
sensibilidade à diferença de um único par de bases através do SSCP. Na sistemática
entomológica o SSCP é aliado ao PCR de um fragmento específico com o propósito de
diagnosticar espécies e utilizado para a triagem de polimorfismos intra e interespecíficos, os
quais podem ser seqüenciados para análises filogenéticas. Wong et al. (2008) desenvolveram
marcadores SSCP individuais para Aedes aegypti, os quais provavelmente serão úteis em
estudos de campo.
1.4.6 - AFLP (polimorfismo no comprimento de fragmentos amplificados)
De acordo com Matioli & Passos-Bueno (2001), o AFLP permite a localização de
polimorfismos distribuídos aleatoriamente entre organismos. Após serem digeridos por
25
enzimas de restrição em sítios aleatórios, fragmentos de DNA se ligarão arbitrariamente a
adaptadores nos quais irão anelar iniciadores que permitirão sua amplificação. Alamalakala et
al. (2008) utilizaram esta técnica para a identificação de moscas causadoras de miíases,
visando à monitoração das mesmas no ambiente.
1.4.7 - Seqüenciamento de bases nucleotídicas
O seqüenciamento de DNA tem sido a técnica predominante no levantamento de
dados para a sistemática molecular e apresenta duas vantagens principais: a comparabilidade
das seqüências obtidas em diferentes estudos (a opção de locos, iniciadores e métodos
analíticos similares possibilita o acúmulo de um banco de dados uniformizados e passíveis de
comparação) e o consenso da concepção de evolução como veículo de diversificação do DNA.
Contudo, é um recurso relativamente oneroso para a obtenção de informações genéticas, pois
demanda um equipamento caro e sofisticado, o qual nem sempre está disponível ao
pesquisador (Avise et al., 1994).
Várias alternativas no tratamento de marcadores podem ser mais adequadas em termos
operacionais e financeiros, de acordo com a aplicação que se almeja. Embora questões sobre
níveis taxonomicamente inferiores, como estrutura populacional ou limite e diagnóstico de
espécies, freqüentemente possam ser resolvidas com eletroforese de aloenzimas, RFLP, SSCP,
AFLP ou RAPD, em certos casos é necessária a conjugação de uma ou mais dessas técnicas
com seqüenciamento para uma resolução satisfatória (Hillis et al., 1996).
Encontram-se depositadas no GenBank (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/Genbank/)
centenas de milhares de seqüências extraídas dos insetos e a lista dos genes envolvidos no
estudo da sistemática do grupo é crescente. Tal diversidade de marcadores indubitavelmente
contribui com a sistemática molecular de insetos, mas, por outro lado, há o risco de se incorrer
em um pluralismo exagerado com relação à utilização de marcadores, o que dificultaria a
comparação e síntese dos conhecimentos agregados.
1.5 - Validação de testes moleculares para a identificação de insetos de importância
forense
Wells & Williams (2007) argumentam em seu artigo, no qual validam um teste de
bases filogenéticas para a identificação de espécies da subfamília Chrysomyinae (Diptera:
Calliphoridae), que devem ser respeitadas duas condições para utilizar-se uma dada seqüência
26
gênica com fins diagnósticos: (1) acúmulo suficiente de informações nos bancos de dados
genéticos que sirvam como referência para a identificação da espécie; (2) e que o genótipo do
grupo taxonômico de referência, por si, possibilite a identificação do espécime que se tem em
mãos, quando comparados os genótipos.
Em um outro artigo, Wells et al. (2007) apontam que a identificação através de
marcadores genéticos só é confiável para uma dada espécie se esta estiver dentro de um grupo
com monofiletismo recíproco, ou seja, uma linhagem única cujo haplótipo é exclusivo dela.
Neste estudo, produzem uma árvore filogenética baseada no gene COI para o gênero Lucilia
(Diptera: Calliphoridae), corroborando parcialmente as conclusões fornecidas pela análise
morfológica do taxon, mas apontando para a natureza parafilética de algumas espécies (L.
porphyrina e L. illustris) e para a ausência de monofiletismo recíproco dentro do gênero,
considerando a semelhança entre os haplótipos de L. cuprina e L. sericata (especificamente de
Taiwan), ou a relação entre L. cuprina e Hemipyrellia ligurriens, o que invalida a
possibilidade de que moscas do gênero Lucilia sejam identificadas geneticamente com
confiança.
Um método pode ser validado para a identificação de espécies em regiões
geográficas restritas. Esta é a conclusão observada em outro estudo de Wells et al. (2004).
Neste, Chrysomya putoria e C. chloropyga, duas espécies simpátricas da África, cujas
semelhanças morfológicas são suficientemente grandes para gerarem equívocos taxonômicos,
forneceram dados que não permitiram a validação de um teste de identificação genética: a
partir de 24 indivíduos genotipados foram encontrados cinco haplótipos diferentes. Apenas
dois haplótipos ocorriam em C. putoria, mas também eram observados em espécimes de C.
chloropyga, para a qual havia um haplótipo exclusivo. Essa intersecção de haplótipos revelou
falta de monofiletismo recíproco para cada uma - provavelmente decorrente de um processo
de derivação recente a partir do ancestral comum. Porém, a espécie C. putoria é a única entre
as duas que invadiu o continente americano, onde tal teste de identificação pode ser validado
se esta se mantiver como uma linhagem de haplótipo exclusivo.
1.6 - Os polêmicos barcodes de DNA
Em 2003, Hebert et al. propuseram um sistema de bioidentificação global para
animais, sugerindo um segmento de apenas aproximadamente 658 pb (pares de bases),
correspondente à subunidade I da citocromo oxidase do DNAmt (COI), como marcador
27
padrão para este objetivo. Assim, surgiu o conceito do DNA barcoding(“código de barras
de DNA”), cujos proponentes visavam criar um banco de dados genéticos universal para
todos os animais, com a contribuição e união de esforços científicos, através da globalização
de informações sobre organismos importantes do ponto de vista médico, econômico ou
ambiental. Além disso, o acúmulo de registros nos bancos de dados permitiria verificar a
existência de “possíveis novas espécies”.
Esta abordagem mostrou-se, a priori, interessante para a identificação de espécies cuja
morfologia pode, em ao menos uma etapa do ciclo de vida, gerar interpretações erradas, uma
situação comum entre os dípteros de importância médico-veterinária e forense das famílias
Calliphoridae e Sarcophagidae. Nelson et al. (2007) utilizaram barcodes de DNA para a
identificação de califorídeos do gênero Chrysomya da costa leste australiana, chagando a
construir uma filogenia que utiliza como grupos externos Calliphora ochracea, Hemipyrellia
fergusoni e Lucilia porphyrina. O marcador é o típico segmento de 658pb do gene COI
descrito acima. Para a diferenciação entre espécies irmãs, que apresentam baixa divergência
interespecífica sob a luz deste marcador, foi proposta a utilização de outro como auxiliar, o
espaçador interno transcrito 2 (ITS2). Os autores concluem que a técnica é eficiente para a
identificação de espécies do gênero em questão, considerando ainda que permite observar
monofiletismo recíproco para cada espécie, mas deixam clara a relevância de se usar um
marcador alternativo (ITS2), quando o principal (COI), deixa dúvidas quanto à identificação e
posição filogenética de uma espécie devido à alta similaridade de sua seqüência nucleotídica
com a de outra (provavelmente em decorrência de divergências recentes). A filogenia
reconstruída pela análise de seqüências destes marcadores foi concordante com os dados
baseados em outros genes mitocondriais (ND4, ND4L, COI e COII) relatados anteriormente
por Wallman et al. (2005) para estes insetos.
Em outro artigo defensor da utilização de barcodes de DNA Hebert et al. (2004) falam
sobre a existência de um complexo com dez espécies cripticas descritas como Astraptes
fulgerator da região neotropical. Brower (2005) reavalia essa conclusão, inferindo que, na
verdade, de três a sete espécies envolvidas no complexo. Ainda, exemplos de que a
metodologia empregada em 2004 para a reconstrução da filogenia do grupo carece de
fundamentação técnica e teórica. E opina que o uso exclusivo deste marcador na sistemática
consiste em uma visão reducionista e imprecisa acerca da complexidade envolvida na análise
e decifração de informações obtidas através de seqüências nucleotídicas, a qual põe em risco a
28
estrutura científica da História Natural por desvalorizar o trabalho de especialistas em
taxonomia.
Roe & Sperling (2007) analisaram padrões de divergência dos genes COI e COII para
Diptera e Lepidoptera, encontrando maiores diferenças nas análises intraespecíficas do que
nas interespecíficas. Neste artigo, concluem não terem encontrado nos limites destes genes
qualquer região única com 600 pb (pares de bases) que pudesse ser considerada idealmente
informativa.
29
2 – O
BJETIVOS
G
ERAIS
1. Listar e registrar a distribuição geográfica de espécies de dípteros da subfamília
Sarcophaginae (Diptera: Sarcophagidae) do território brasileiro para inventariar a variedade
de espécies por Estado da federação, visando a criação de um catálogo de referência que
auxilie na identificação de espécies;
2. Analisar a variabilidade genética da espécie Peckia (Pattonella) intermutans
(Diptera: Sarcophagidae), a partir de sequências nucleotídicas parciais do gene mitocondrial
Citocromo oxidase I (COI), de populações provenientes de regiões topograficamente distintas
do Estado de São Paulo e da cidade de Salvador, BA;
3. Validar uma metodologia para análise molecular de insetos da família
Sarcophagidae provenientes da região Neotropical, visando uma identificação mais acurada
das espécies. Principalmente, quando os exemplares disponíveis forem imaturos ou fêmeas,
cujo alto grau de semelhança morfológica interespecífica dificulta extremamente o trabalho
dos taxonomistas;
4. Iniciar a criação de um banco de dados a partir dos resultados obtidos,
caracterizando as espécies necrófagas de importância forense do Estado de São Paulo, que
poderá ser utilizado como parâmetro nas investigações criminais, visando avaliar aspectos
como movimento e deslocamento de corpos ou objetos utilizados em eventos criminais e
associação de suspeitos com a cena do crime.
30
3
L
ISTA E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE ESPÉCIES DE DÍPTEROS DA SUBFAMÍLIA
S
ARCOPHAGINAE
(D
IPTERA
)
NO TERRITÓRIO BRASILEIRO DE
1938
A
2008
L
IST AND GEOGRAPHIC DISTRIBUTION OF DIPTERAN SPECIES OF THE BRAZILIANS
S
ARCOPHAGINAE
(D
IPTERA
:
S
ARCOPHAGIDAE
)
FROM
1938
TO
2008
RESUMO. Neste trabalho, 194 espécies pertencentes à subfamília Sarcophaginae (Diptera),
incluídas em 30 gêneros, são listadas levando em conta suas respectivas distribuições
geográficas registradas no território brasileiro. Dos 20 estados da federação brasileira
considerados, pode-se dizer que somente os localizados na região Sudeste (com exceção do
Espírito Santo) têm um número de estudos que possibilita uma boa análise da variedade de
Sarcophaginae. Os gêneros com maior diversidade de espécies foram Oxysarcodexia (24,7%),
Lepidodexia (10,9%), Peckia (10,3%) e Dexosarcophaga (8%). Oxysarcodexia amorosa, O.
thornax, Peckia (Euboettcheria) collusor, Peckia (Pattonella) intermutans e Sarcodexia
lambens estão notavelmente distribuídas pelo país, ocupando a maioria dos estados. Apenas
quatro espécies foram registradas no arquipélago de Fernando de Noronha, incluindo
Nephochaetopteryx calida, que não apresenta até o momento registro de ocorrência para as
localidades continentais. A lista foi organizada a partir da análise de artigos publicados de
1938 a 2008 e inclui muitas espécies de importância médica, veterinária e/ou forense.
Palavras-chave: biodiversidade, sarcofagídeos, levantamento populacional, Brasil.
3.1 - Introdução
Na classe Insecta, a ordem Diptera é uma das mais diversificadas e bem catalogadas,
incluindo cerca de 150.000 espécies descritas (10 a 15% de todos os animais conhecidos), as
quais estão organizadas em aproximadamente 10.000 gêneros e 150 famílias (Yeates et al.,
2007). Entre estas figuram os Sarcophagidae, com cerca de 2.510 espécies catalogadas por
todo o mundo, a maioria concentrada em regiões continentais de clima quente (Pape, 1996).
Das três subfamílias de sarcofagídeos, os Miltogramminae são majoritariamente
cleptoparasitas de himenópteros (Spofford & Kurczewski, 1990), embora haja espécies
predadoras de ovos de répteis (Lopes 1982b; Trauth & Mullen, 1990). Entre os
31
Paramacronychiinae encontram-se indivíduos parasitóides de insetos e outros invertebrados
(Ferrar, 1987) e causadores de miíases em mamíferos (Sherman et al. 2000).
Sarcophaginae possui o maior número de espécies e a maioria é Neotropical,
diferentemente das outras duas subfamílias, um dos fatores que corrobora a hipótese de terem
se originado no Novo Mundo (Pape, 1996). Ocupam uma grande variedade de nichos,
variando entre comensais de plantas insetívoras (Dahlem & Naczi, 2006), coprófagos
(Mendes & Linhares, 2002; d´Almeida & Mello, 1996), predadores ou parasitas de moluscos
(Barker, 2004), parasitóides de insetos (Ferrar, 1987; Pape, 1994), causadores de miíases em
anfíbios (Eizemberg et al., 2007), pteis (Dodge, 1955) e mamíferos, incluindo o homem
(Guimarães & Papavero, 1999).
Algumas espécies desta subfamília podem ser bioindicadores de poluição ambiental
com metais pesados, observando-se sua relação trófica com anelídeos e moluscos (Pavel &
Polvony, 1994). Os saprófagos são úteis na terapia larval (Sherman et al. 2000) e, por se
alimentarem de tecidos mortos de invertebrados ou vertebrados em decomposição, possuem
reconhecida importância dentro das ciências forenses (Catts & Goff, 1992). Após a correta
identificação das espécies associadas a um cadáver, por exemplo, sobre os quais depositam
larvas de primeiro estádio que iniciam prontamente sua alimentação, dados referentes ao ciclo
de vida e distribuição geográfica podem oferecer pistas a respeito das circunstâncias da morte
(Benecke, 1998).
Encontram-se catalogados na literatura científica, muitos artigos descritivos da fauna
de sarcofagídeos de localidades específicas do Brasil, mas grande parte deles é de difícil
acesso, pois seus exemplares estão distribuídos em poucas bibliotecas do país, tornando o
trabalho de revisão bibliográfica demorado e exaustivo. Este artigo busca inventariar as
espécies de Sarcophaginae (Diptera: Sarcophagidae) encontradas no território brasileiro,
citando suas respectivas distribuições geográficas por estado da federação, e visa criar um
catálogo de referência que auxilie na identificação de espécies, principalmente as de
importância médica, veterinária e/ou forense.
3.2 - Material e Métodos
Foram analisados artigos científicos publicados entre 1938 e 2008, nos quais
constavam informações a respeito da diversidade e distribuição geográfica de espécies de
Sarcophaginae no Brasil. A compilação destes dados permitiu a confecção de uma tabela
32
indicadora de registro de ocorrência de cada espécie por estado brasileiro. O Distrito Federal
(DF) também será tratado aqui como um estado. Os dados referentes ao arquipélago de
Fernando de Noronha foram atribuídos ao estado de Pernambuco (PE), ao quel pertentece esta
localidade.
A variedade de espécies dentro de cada gênero, estado e região geográfica foi
analisada por meio de gráficos em termos percentuais relacionados ao total de espécies
listadas para o país.
Adiante, os dados que se encontram descritos e organizados em forma de lista, por
estado da federação e região geográfica, foram compilados da literatura seguindo este critério
de consulta para:
São Paulo (SP): Carvalho (1996); Carvalho et al. (2000); Carvalho et al. (2004); Guimarães
(2004); Linhares (1979 e 1981); Lopes (1938b, 1950, 1954 e 1973b); Lopes & Downs (1949); Lopes
& Leite (1991); Lopes & Tibana (1987 e 1988); Mendes (1991); Mendes & Linhares (1993);
Monteiro-Filho & Penereiro (1987); Moretti (2006); Pape (1996); Ribeiro (2003); Souza (1993);
Souza & Linhares (1997); Tavares (2003) e Thyssen (2000).
Rio de Janeiro (RJ): d’Almeida (1989); Leandro & d´Almeida (2005); Lopes (1938b, 1945a,
1950, 1954, 1971, 1973a, 1973b e 1988); Lopes & Leite (1991); Lopes & Tibana (1987 e 1988);
Oliveira et al.. (2002) e Pape (1996).
Espírito Santo (ES): Guimarães (2004); Lopes & Leite (1991); Lopes & Tibana (1987) e
Pape (1996).
Minas Gerais (MG): Dias et al. (1984); Guimarães (2004); Lopes (1945a, 1954 e 1973b);
Lopes & Downs (1949); Lopes & Leite (1991); Lopes & Tibana (1987 e 1988); Marchiori, C.H.
(1997); Marchiori & Linhares (1999a e 1999b); Pape (1996) e Rosa (2007).
Rio Grande do Sul (RS): Guimarães (2004); Lopes (1973b); Lopes & Leite (1991); Lopes &
Tibana (1987); Pape (1996) e Souza et al. (2008).
Santa Catarina (SC): Guimarães (2004); Lopes (1938b, 1945a e 1973b); Lopes & Downs
(1949); Lopes & Leite (1991); Lopes & Tibana (1987 e 1988) e Pape (1996).
Paraná (PR): Guimarães (2004); Lopes (1973b); Lopes & Leite (1991); Lopes & Tibana
(1987 e 1988); Moura et al. (1997) e Pape (1996).
Mato Grosso (MT): Guimarães (2004); Lopes (1938a, 1954 e 1973b); Lopes & Leite (1991);
Lopes & Tibana (1982 e 1987) e Pape (1996).
Goiás (GO): Guimarães (2004); Lopes (1938b, 1954, 1971 e 1973b); Lopes & Leite (1991);
Lopes & Tibana (1987); Marchiori (1997); Marchiori et al. (2003a e 2003b) e Pape (1996).
Brasília (DF): Barros et al. (2008); Lopes & Ferraz (1991) e Lopes & Tibana (1987).
33
Amazonas (AM): Carvalho-Filho & Espósito (2006); Lopes (1938b, 1954 e 1973b) e Lopes
& Tibana (1987).
Amapá (AP): Couri et al (2000) e Pape (1996).
Roraima (RR): Lopes & Leite (1991); Lopes & Tibana (1991) e Mello (1989).
Pará (PA): Lopes (1938b, 1945a e 1954); Lopes & Tibana (1987) e Pape (1996).
Bahia (BA): Lopes (1988); Lopes & Leite (1991); Lopes & Tibana (1987) e Pape (1996).
Pernambuco (PE): Cruz (2008); Lopes & Tibana (1987) e Pape (1996). Os dados do
arquipélago de Fernando de Noronha foram extraídos de Alvarenga (1962) e Couri et al. (2008).
Rio Grande do Norte (RN): Lopes & Downs (1949).
Ceará (CE): Guimarães (2004); Lopes (1954 e 1974); Lopes & Downs (1949) e Lopes &
Tibana (1987).
Maranhão (MA): Guimarães (2004); Lopes (1954) e Lopes & Tibana (1987).
Paraíba (PB): Lopes & Tibana (1987).
A nomenclatura utilizada para referir-se às espécies seguiu os critérios adotados e
atualizados em catálogo produzido por Pape (2006).
3.3 - Resultados e Discussão
Foram observadas 194 espécies de Sarcophaginae distribuídas em 20 estados do
território brasileiro. Entre os artigos analisados, a maioria daqueles que abordavam a
diversidade de dípteros necrófagos em geral, apontaram para uma maior riqueza e menor
abundância de sarcofagídeos comparados à outra família de grande importância forense, os
Calliphoridae (Cruz, 2008; Couri et al., 2008; Leandro & d’Almeida, 2005; Linhares, 1979 e
1981; Mendes, 1991; Moretti, 2006; Oliveira et al., 2002; Souza, 1993). Esta grande riqueza
é corroborada pelos dados da lista que segue abaixo (Tabela 3.1) constante da distribuição
geográfica das espécies por estado da federação.
Segundo Lopes (1945b), o Brasil é o país mais diversificado em espécies de
Oxysarcodexia, sendo as zonas que abrigam florestas tropicais seus centros de biodiversidade
(Lopes, 1988). Concordantemente encontra-se neste gênero o maior número de espécies
(24,7% do total), seguido por Lepidodexia (10,9%), Peckia (10,3%) e Dexosarcophaga
(8,0%). Cada um dos demais gêneros foi representado por menos de 5,5% das espécies
consideradas (Fig. 3.1).
34
Tabela 3.1. Lista de ocorrência e distribuição geográfica de espécies de dípteros da Subfamília Sarcophaginae (Diptera: Sarcophagidae) no
território brasileiro de 1938 a 2008. Localidades: São Paulo
1
, Rio de Janeiro
2
, Espírito Santo
3
, Minas Gerais
4
, Rio Grande do Sul
5
, Santa
Catarina
6
,
Paraná
7
, Mato Grosso
8
, Goiás
9
, Distrito Federal
10
, Amazonas
11
,
Amapá
12
, Roraima
13
, Pará
14
, Bahia
15
, Pernambuco
16
, Fernando de
Noronha
17
, Rio Grande do Norte
18
, Ceará
19
, Maranhão
20
e Paraíba
21
.
Distribuição por Estados da federação e por regiões geopoliticas
Sudeste Sul Centro-oeste Norte Nordeste
gêneros / espécies
1
SP
2
RJ
3
ES
4
MG
5
RS
6
SC
7
PR
8
MT
9
GO
10
DF
11
AM
12
AP
13
RR
14
PA
15
BA
16,17
PE
18
RN
19
CE
20
MA
21
PB
Archimimus propinquus
X
Archimimus pseudobarbatus
X
Argoravinia alvarengai
X
Argoravinia rufiventris
X X X
Blaesoxipha (Acanthodotheca) acridiophagoides
X X
Blaesoxipha (Acanthodotheca) alcedo
X X
Blaesoxipha (Acanthodotheca) exuberans
X
Blaesoxipha (Acanthodotheca) inornata
X
Blaesoxipha (Acanthodotheca) lanei
X X X X
Blaesoxipha (Acanthodotheca) rudis
X
Blaesoxipha (Acridiophaga) sp.
X
Blaesoxipha (Gigantotheca) plinthopyga
X
35
1
SP
2
RJ
3
ES
4
MG
5
RS
6
SC
7
PR
8
MT
9
GO
10
DF
11
AM
12
AP
13
RR
14
PA
15
BA
16,17
PE
18
RN
19
CE
20
MA
21
PB
Boettcheria aurífera
X X
Boettcheria retroversa
X
Dexosarcophaga ampullula
X
Dexosarcophaga aurifacies
X
Dexosarcophaga bidentata
X
Dexosarcophaga carvalhoi
X X X
Dexosarcophaga globulosa
X X X X
Dexosarcophaga hugoi
X
Dexosarcophaga inaequalis
X X
Dexosarcophaga lenkoi
X
Dexosacophaga lopesi
X
Dexosarcophaga paulistana
X X
Dexosarcophaga pusilla
X
Dexosarcophaga rafaeli
X
Dexosarcophaga succinta
X
Dexosarcophaga transita
X X X
Dexosarcophaga spp.
X X
X
Emblemasoma erro
X
Emblemasoma fumipenne
X
Emblemasoma lutzi
X
Emblemasoma macropodium
X
36
1
SP
2
RJ
3
ES
4
MG
5
RS
6
SC
7
PR
8
MT
9
GO
10
DF
11
AM
12
AP
13
RR
14
PA
15
BA
16,17
PE
18
RN
19
CE
20
MA
21
PB
Emblemasoma neotropicum
X
Emblemasoma prosternale
X
Emblemasoma zikani
X
Emdenimyia korytkowskyi
X X
Engelimyia inops
X X X X X X X
Helicobia aurescens
X X X
Helicobia chapadensis
X X
Helicobia iheringi
X
Helicobia morionella
X X X
Helicobia pilífera
X X
Helicobia pilipleura
X X
Helicobia rapax
X X X
Helicobia sp.
X X X X X X X
Lepidodexia (Asiliodexia) elegans X
Lepidodexia (Dexomyiophora) facialis
X
Lepidodexia (Harpagopyga) pacta X X
Lepidodexia (Notochaeta) spp.
X
Lepidodexia (Notochaeta) carvalhoi
X X
Lepidodexia (Notochaeta) cognata X X X X X
Lepidodexia (Notochaeta) confusa X X
Lepidodexia (Notochaeta) cyaneiventris
X
37
1
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2
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4
MG
5
RS
6
SC
7
PR
8
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9
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10
DF
11
AM
12
AP
13
RR
14
PA
15
BA
16,17
PE
18
RN
19
CE
20
MA
21
PB
Lepidodexia (Notochaeta) diversa
X
Lepidodexia (Notochaeta) sinopi
X
Lepidodexia (Notochaeta) fumipennis X X
Lepidodexia (Notochaeta) fuscianalis X
Lepidodexia (Notochaetisca)
malacophaga
X
Lepidodexia (Notochaetisca) oliverai X X
Lepidodexia (Notochaeta) parva
X
Lepidodexia (Notochaetisca) rosaliae X
Lepidodexia (Notochaetisca) santista X
Lepidodexia (Notochaetisca) travassosi X
Lepidodexia (Orodexia) opima
X X X X X X X
Microcerella erythropyga
X
Microcerella halli
X X X X X
Nephochaetopteryx augustifrons
X X
Nephochaetopteryx cálida
X*
Nephochaetopteryx pacatubensis
X
Nephochaetopteryx pallidifacies
X
Nephochaetopteryx pallidiventris
X X X X X
Nephochaetopteryx sp.
X X X
Oxysarcodexia admixta
X X X X X X X
Oxysarcodexia adunca
X X
Oxysarcodexia amorosa
X X X X X X X X X X X X
38
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2
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3
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AM
12
AP
13
RR
14
PA
15
BA
16,17
PE
18
RN
19
CE
20
MA
21
PB
Oxysarcodexia angrensis
X X X X X X X X X X
Oxysarcodexia augusta
X X X X X
Oxysarcodexia aura
X X
Oxysarcodexia avuncula
X X X X X X X X X
Oxysarcodexia bakeri
X X X X X X
Oxysarcodexia berlai
X X X
Oxysarcodeia bicolor
X X
Oxysarcodexia carvalhoi
X X X X X X X X X
Oxysarcodexia confusa
X X X X X
Oxysarcodexia culminata
X X X
Oxysarcodexia culminiforceps
X X X X X X
Oxysarcodexia tímida
X
Oxysarcodexia Diana
X X X X X X X X X
Oxysarcodexia eberti
X X
Oxysarcodexia floricola
X
Oxysarcodexia fringidea
X X X X X X X X X X
Oxysarcodexia fluminensis
X X X X X
Oxysarcodexia grandis
X X X
Oxysarcodexia inflata
X X X
Oxysarcodexia infuncta
X X X X X
Oxysarcodexia intona
X X X X X X X X
39
1
SP
2
RJ
3
ES
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6
SC
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PR
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AM
12
AP
13
RR
14
PA
15
BA
16,17
PE
18
RN
19
CE
20
MA
21
PB
Oxysarcodexia meridionalis
X X X
Oxysarcodexia major
X X X X
Oxysarcodexia modesta
X X X X
Oxysarcodexia morretesi
X X X
Oxysarcodexia neivai
X
Oxysarcodexia occulta
X X X
Oxysarcodexia parva
X X X X X
Oxysarcodexia paulistanensis
X X X X X X
Oxysarcodexia peculiaris
X X
Oxysarcodexia petropolitana
X X X
Oxysarcodexia riograndensis
X X X X
Oxysarcodexia sp.
X X X X X
Oxysarcodexia simplicoides
X X X
Oxysarcodexia terminalis
X X X X
Oxysarcodexia tímida
X X X X
Oxysarcodexia thornax
X X X X X X X X X X X X X X X* X X
Oxysarcodexia varia
X X
Oxysarcodexia villosa
X
Oxysarcodexia vittata
X X
Oxysarcodexia xanthosoma
X X X X X X X X X
Oxyvinia excisa
X X
40
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RR
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PA
15
BA
16,17
PE
18
RN
19
CE
20
MA
21
PB
Oxyvinia uraricoera
X
Pacatuba matthewsi
X
Peckia (Euboettcheria) alvengarai
X X
Peckia (Euboettcheria) anguilla
X X X X X X X
Peckia (Euboettcheria) australis
X X X X X
Peckia (Euboettcheria) collusor
X X X X X X X X X X X X X
Peckia (Euboettcheria) epimelia
X X
Peckia (Euboettcheria) florencioi
X X X X X
Peckia (Euboettcheria) roppai
X
Peckia (Euboettcheria) subducta
X
Peckia (Euboettcheria) sp.
X X X X X X
Peckia (Pattonella) intermutans
X X X X X X X X X X X X X
Peckia (Pattonella) resona
X X X
Peckia (Pattonella) smarti
X X X
Peckia (Pattonella) pallidipilosa
X
Peckia (Peckia) adolenda
X X X
Peckia (Peckia) chrysostoma
X X X X X X X X X X
Peckia (Peckia) pexata
X X X X
Peckia (Squamatodes) abnormis
X X X X X X
Peckia (Squamatodes) ingens
X X X X X X X X X X X
Peckia (Squamatodes) trivittata
X X X X X
Peckiamyia abnormalis
X
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14
PA
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16,17
PE
18
RN
19
CE
20
MA
21
PB
Peckiamyia expuncta
X X
Ravinia advena
X X X X X X X X
Ravinia almeidai
X X X X X
Ravinia aureopyga
X
Ravinia belforti
X X X X X X X X X X
Ravinia effrenata
X
Retrocitomyia retrocita
X
Rettenmeyerina serrata
X
Sarcodexia lambens
X X X X X X X X X X X X
Sarcodexia sp.
X
Sarcofahrtiopsis cuneata
X X X X
Sarcophaga (Bercaea) áfrica
X X X
Sarcophaga (Liopygia) crassipalpis X
Sarcophaga (Liopygia) ruficornis X X X
Sarcophaga (Lipoptilocnema) crispina X X X
Sarcophaga (Lipoptilocnema) crispula X X X X
Sarcophaga (Lipoptilocnema) koehleri
X
Sarcophaga (Lipoptilocnema) misella
X
Sarcophaga (Lipoptilocnema) sp. X X X
Sarcophaga (Mehria) sp. X
Sarcophaga (Neobellieria) polistensis X X X X
Sarcophaga (Parasarcophaga) sp.
X
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SC
7
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AP
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RR
14
PA
15
BA
16,17
PE
18
RN
19
CE
20
MA
21
PB
Sarcophaga (Sarcophaga) carnaria
X
Sinopiella rotunda
X
Sinopiella rufopilosa
X
Titanogrypa minensis
X
Titanogrypa (Sarconeiva) fimbriata X X X
Titanogrypa (Sarconeiva) iheringi X X
Titanogrypa (Cuculomyia) larvicida X X X
Thomazomyia fluminensis
X
Thomazomyia kempfi
X
Thomazomyia paralis
X
Tricharaea (Sarcophagula) canuta X X X
Tricharaea (Sarcophagula) indonata X
Tricharaea (Sarcophagula) macrophthalma
X
Tricharaea (Sarcophagula) occidua X X X X X X X X X X X X
Tricharaea (Sarcophagula) ramirezi X
Tricharaea (Sarcophagula) sp. X X X X X
Tripanurga albicans
X X X X X X X
Udamopyga diversa
X X X
Udamopyga malacophila
X X X
Udamopyga neivai
X X X X
Udamopyga percita
X X
Udamopyga setigena
X
Udamopyga sp.
X
Villegasia almeidai
X X
43
Fig. 3.1. Percentual de espécies de Sarcophaginae, levando em conta o gênero, catalogadas
em todo o Brasil de 1938-2008.
Peckia 10,3%
Ravinia 2,9%
Sarcophaga 5,2%
Titanogrypa 2,3%
Tricharaea 2,9%
Thomazomyia
1,7%
Udamopyga 2,9%
Outros 13,2%
Blaesoxipha 4,0%
Dexosarcophaga
8,0%
Emblemasoma
4,0%
Helicobia 4,0%
Oxysarcodexia
24,7%
Lepidodexia 10,9%
Nephochaetoptery
x 2,9%
Algumas espécies foram encontradas em todas as regiões do país. Entre estas, a de
distribuição geográfica mais ampla foi O. thornax, ocorrendo em 17 estados, sendo também
notáveis sob este parâmetro O. amorosa (12 estados), Peckia (Euboettcheria) collusor (13
estados), P. (Pattonella) intermutans (13 estados), Sarcodexia lambens (12 estados) e Ravinia
belforti (10 estados). Outras ocorreram em todas as regiões, exceto no Sul (Dexosarcophaga
globulosa, O. carvalhoi, O. fringidea, O. xanthossoma, Peckia (E.) anguilla, P. (Peckia)
chrysostoma, P. (Squamatodes) abnormalis, P. (S.) ingens, P. (S.) trivittata e Tricharaea
(Sarcophagula) occidua), no Nordeste (Engelimyia inops, O. angrensis, e Tripanurga
albicans) ou no Norte (O. avuncula, R. almeidai e Udamopyga neivai).
A exclusão de tal número de espécies da região Sul do país em relação às demais não
causa surpresa se consideradas suas condições climáticas. No entanto, é interessante
destacarmos que foram encontradas nesta, a de menor variedade de espécies (Fig. 3.2), oito
Sarcophaginae não registrados nas demais regiões, incluindo a Sudeste, geograficamente
adjacente e melhor estudada quanto à fauna dos dípteros em questão (Fig. 3.3): Lepidodexia
(Notochaetisca) rosalie, L. (N.) travassosi, O. floricola, O. villata, R. aureopyga, Sarcophaga
(Liopygia) crassipalpis, Sarcophaga (Lipoptilocnema) koehleri e Udamopyga setigena).
44
Fig. 3.2. Percentual de espécies de Sarcophaginae catalogadas para cada região geopolítica do
território brasileiro de 1938-2008.
24,7
68,4
36,8
27,6
34,5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Percentual de espécies catalogadas (%)
Sul Sudeste Centro-oeste Norte Nordeste
Fig. 3.3. Percentual de espécies de Sarcophaginae catalogadas para cada estado da federação,
incluindo o arquipélago de Fernando de Noronha (FN), pertencente ao estado de Paenambuco
(PE).
40,8
49,4
5,7
39,1
7,5
16,7
9,8
23,6
11,5
15,5
10,3
7,5
15,5
13,8
5,2
13,2
2,3
0,6
26,4
4,0
0,6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Percentual de espécies catalogadas (%)
SP RJ ES MG RS SC PR MT GO DF AM AP RR PA BA PE FN RN CE MA PB
45
O valor observado na Figura 3.2 para a região Sudeste resulta das grandes quantidades
de espécies em relação ao total listado encontradas no Rio de Janeiro (49,4%), em São Paulo
(40,8%) e em Minas Gerais (39,1%), muito superiores às dos demais estados (Fig. 3.3). Ainda
sob este aspecto, destaca-se no Centro Oeste o Mato Grosso (23,6%). Apesar do clima
tropical quente e úmido, os estados do Norte exibem uma variedade de espécies
aparentemente baixa, certamente, em função da falta de estudos nesta região. O mesmo se
conclui a respeito do Nordeste, onde apenas o Ceará apresenta uma boa contagem de espécies
(26,4%), principalmente, em função dos trabalhos de Lopes e seus colaboradores.
Alvarenga (1962) descreveu Nephocaetopteryx calida, espécie não encontrada em
terras continentais do Brasil, como único sarcofagídeo presente no arquipélago de Fernando
de Noronha (03º51’00’’S e 32º25’00’’O), pertencente ao estado de Pernambuco, porém, mais
próximo da costa de Natal (RN), a 360 Km. Couri et al. (2008) analisaram dípteros coletados
nesta localidade em 1973 e não encontraram a espécie citada acima e sim O. thornax (mais de
90% dos espécimes coletados), P. (P.) chrysostoma e T. (S.) occidua.
Lepidodexia (Notochaeta) dimidiata é citada por Lopes (1945a) e Pape (1996) como
constituinte da fauna brasileira. No entanto, nenhum dos autores especifica a localidade onde
seus exemplares teriam sido encontrados.
Na lista, observam-se muitas espécies encontradas em apenas uma das regiões
geográficas ou um dos estados do país. Contudo, inferências sobre endemismo são arriscadas,
pois os dados do Sudeste são referenciados por um número de artigos bem maior em relação
às outras regiões (com exceção àqueles relativos ao estado do Espírito Santo), representando a
maior variedade de Sarcophaginae descrita em nosso território. Nas outras áreas brasileiras
estudos acerca da fauna de sarcofagídeos ainda são muito incipientes, chegando à inexistência
de quaisquer informações sobre sua diversidade para alguns estados (Sergipe, Alagoas, Piauí,
Tocantins, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre).
Ao comparar a análise da variedade de espécies por gênero no Brasil (Fig. 3.1) com
aquela realizada isoladamente para a região Sudeste (Fig. 3.4) percebe-se que Oxysarcodexia
se mantém à frente, chegando a subir alguns pontos percentuais (de 24,7% para 31,1%).
Porém, este gênero é seguido agora por Peckia (10,9%), Lepidodexia (7,6%) e Helicobia
junto com Emblemasoma (5,0% cada). Os outros gêneros não atingiram a diversidade de
espécies destes últimos.
46
Fig. 3.4. Percentual de espécies de Sarcophaginae, levando em conta o gênero, catalogadas no
Sudeste do Brasil de 1938-2008.
Deve ser salientado que as variações não se limitam ao nível interespecífico. Lopes
(1974) relatou diferenças morfológicas entre populações de Udamopyga neivai do Rio de
Janeiro (RJ) e de Pacatuba (CE), distantes cerca de 3500 Km, apontando para um possível
início de especiação. Na lista, podem ser observadas muitas outras espécies cujas populações
estão sob condições semelhantes de possível isolamento geográfico. Mendes & Linhares
(1993) relatam mudanças na estrutura comunitária de sarcofagídeos da zona urbana de
Campinas (SP), comparando seus dados aos obtidos na década anterior por Linhares (1981).
Também discrepâncias entre dados de sinantropia e hábito alimentar para diferentes
populações da mesma espécie (Couri et al., 2008; Oliveira et al., 2002; Leão et al., 1995;
d’Almeida et al., 1991; d’Almeida, 1984; Linhares, 1981; Ferreira, 1979), sugerindo que esta
seja potencialmente mais relevante no âmbito médico-veterinário em uma determinada
localidade do que em outra e tenha grande potencial adaptativo.
A lista de Sarcophaginae obtida (Tabela 1), a qual ainda pode ser ampliada, nos faz
crer que o Brasil, consensualmente reconhecido como o país de maior biodiversidade no
mundo, também deva sustentar este status especificamente em relação aos Sarcophagidae. Por
exemplo, considerando-se toda a família, Pakalniskis et al. (2000) relataram apenas 28
Oxysarcodexia 31,1%
Sarcophaga 4,2%
Ravinia 2,5%
Peckiamyia 1,7%
Peckia 10,9%
Lepidodexia 7,6%
Helicobia 5,0%
Emblemasoma 5,0%
Outros 6,7%
Tricharaea 3,4%
Thomazomyia 1,7%
Udamopyga 3,4%
Titanogrypa 2,5%
Microcerella 1,7%
Nephochaetopteryx
1,7%
Dexosarcophaga 4,2%
Boettcheria 1,7%
Blaesoxipha 3,4%
Archimimus 1,7%
47
espécies para a Lituânia, Hayat et al. (2008) constataram 86 espécies na Turquia e McAlpine
et al. (1989) citam, aproximadamente, 300 espécies para a região Paleartica e 250 para a
Neartica, inferindo ainda que os componentes da tribo Sarcophagini desta última teriam
origem na fauna neotropical. As espécies aqui listadas, apenas dentro de uma subfamília,
representam cerca de 25% dos sarcofagídeos neotropicais, de acordo com valores estimados
por Pape (1996). Contudo, é notória a demanda de estudos mais detalhados, principalmente,
no estado do Espírito Santo e nos outros fora da região Sudeste. O conhecimento de dados
relacionados à diversidade, biogeografia, bionomia e biologia destes insetos assume grande
importância, visto que os mesmos podem provocar danos à atividade pecuária e à saúde
pública (Guimarães & Papavero, 1999) ou gerar informações úteis às ciências forenses (Catts
& Goff, 1992).
A grande magnitude da biodiversidade intraespecífica e interespecífica em
Sarcophaginae permite percebermos o quão distantes estamos de um conhecimento
consistente a respeito dos caracteres ecológicos e biológicos de suas espécies. No Brasil,
contamos com o apoio de numerosos cientistas no levantamento destes dados e, em especial,
com a notável contribuição deixada pelo Prof. Dr. Hugo de Souza Lopes, reconhecidamente, o
maior especialista neste grupo de todos os tempos, tendo descrito aproximadamente 15% das
espécies de sarcofagídeos conhecidas (Verves, 1989). Contudo, a busca da compreensão de
tamanha biodiversidade exige esforços continuados e integrados por parte da comunidade
científica mundial ligada à Dipterologia. Neste artigo bucamos oferecer uma pequena
contribuição nesse sentido.
48
4
O
USO DE SEQUÊNCIA DO GENE
COI
(DNA
MT
)
PARA ANÁLISE DA VARIABILIDADE DE
POPULAÇÕES DA ESPÉCIE
P
ECKIA
(P
ATTONELLA
)
INTERMUTANS
(D
IPTERA
:
S
ARCOPHAGIDAE
)
DOS ESTADOS DE
S
ÃO
P
AULO E
B
AHIA
,
B
RASIL
T
HE USE OF
COI
MT
DNA
SEQUENCE TO ANALYSIS THE VARIABILITY OF
P
ECKIA
(P
ATTONELLA
)
INTERMUTANS
(D
IPTERA
:
S
ARCOPHAGIDAE
)
FROM
S
ÃO
P
AULO AND
B
AHIA
S
TATES POPULATION
,
B
RAZIL
.
RESUMO. Foram obtidas seqüências nucleotídicas de 427 pb (pares de base) do gene
mitocondrial (mtDNA) citicromo oxidase I (COI) de 34 indivíduos de P. (P.) intermutans
(Walker) (Diptera: Sarcophagidae) coletados nos estados de São Paulo (Campinas, Mogi-
Guaçu, Jundiaí e Ubatuba) e Bahia (Salvador), sendo estas alinhadas pelo ClustaX e
submetidas à verificação dos índices de variabilidade genética (D, Fst, Gst). As mesmas
seqüências foram encaminhadas também às análises filogenética (NJ e MP) pelo MEGA4. Os
indivíduos de Ubatuba apresentaram maior divergência em relação aos das outras populações
paulistas do que aqueles obtidos em Salvador, um resultado que foi corroborado por todas as
formas de análise, sugerindo fluxo gênico extremamente reduzido ou até isolamento
geográfico desta primeira população em relação às demais. As árvores filogenéticas também
evidenciaram a distinção da população de Ubatuba, mas não resolveram a relação entre os
demais grupos de P. (P.) intermutans, indicando a necessidade de intensificação das coletas e
aperfeiçoamento dos métodos de amplificação para a obtenção de seqüências maiores e mais
informativas, inclusive de outros genes mitocondriais e nucleares. A resolução destas
filogenias poderia permitir a validação de testes de identificação população-específicos para
esta espécie de importância forense.
Palavras-chave: citocromo oxidase I, Sarcophagidae, variabilidade genética, Entomologia
Forense.
4.1 - Introdução
A família Sarcophagidae (Diptera) agrega um grande número de espécies necrófagas
amplamente distribuídas que figuram entre os primeiros componentes da fauna cadavérica a
colonizarem corpos de humanos e outros animais (Byrd & Castner, 2001), depositando sobre
49
os mesmos ou nas proximidades larvas de primeiro instar ao invés de ovos (Denno & Cothran,
1976), o que as torna mais rápidas e capazes em acessar o alimento mesmo quando coberto
por algum material.
Entre as mais de 750 espécies neotropicais de sarcofagídeos, Peckia (Pattonella)
intermutans (Walker), encontrada do México ao Paraguai (Pape, 1996), é uma das mais
frequentemente capturadas em experimentos com carcaças de animais e armadilhas para
moscas no sudeste do Brasil, onde é considerada hemissinantrópica (Linhares, 1981;
D’Almeida, 1984; Dias et al., 1984; Carvalho et al., 2000; Oliveira et al., 2002; Leandro &
D’almeida, 2005; Moretti et al., 2008). Carvalho et al. (2000) encontraram exemplares desta
espécie em carcaças de porcos expostas a uma área de floresta cercada por ambiente urbano e
em cadáveres humanos no Instituto Médico Legal na cidade de Campinas, São Paulo,
atribuindo-lhe importância como indicador forense para o intervalo pós-morte (IPM).
No entanto, em vista das grandes variações biológicas observadas mesmo entre
espécies de dípteros visualmente muito semelhantes e evolutivamente próximos, a utilização
de dados entomológicos em causas forenses depende da identificação precisa dos espécimes
utilizados como referência, sob o risco de se incorrer em conclusões erradas sobre as
circunstâncias do crime caso isso não seja feito (Higley & Haskell, . 2001).
A despeito da grande variedade de sarcofagídeos, muitas espécies da família são
morfologicamente indistinguíveis entre si, principalmente nos estágios imaturos (Byrd &
Castner, 2001), mas algumas delas, mesmo na fase adulta, podem ser diferenciadas através
da genitália dos machos (Carvalho & Mello-Patiu, 2008) (os menos freqüentes em carcaças
ou cadáveres), o que proporciona um grande desafio ao entomologista forense. Diante destas
dificuldades taxonômicas, vem crescendo a utilização de marcadores moleculares em busca
de padrões de polimorfismo intra e interespecífico em Sarcophagidae, embora de forma ainda
incipiente em comparação com os dados desta natureza levantados para o outro grupo de
maior importância forense, os Calliphoridae (Wells & Stevens, 2008).
O DNA mitocondrial (DNAmt) e o DNA nuclear ribossomal (DNAr) têm sido as
maiores fontes de marcadores moleculares não para dípteros, mas também para outros
insetos (Caterino et al., 2000). Nos poucos artigos publicados sobre análises moleculares com
sarcofagídeos observa-se a utilização de diferentes marcadores do DNAmt, as regiões que
codificam a subunidade I do gene citocromo oxidase (COI) e a subunidade 5 do gene NAD
desidrogenase (ND5) (Wells et al., 2001; Zehner et al., 2004). Ratcliffe (2003) utilizou
regiões do DNA nuclear ribossomal (DNAr), os espaçadores internos transcritos 1 e 2 (ITS1 e
50
ITS2) e os codificadores das subunidades das regiões 18S e 28S do RNA ribossomal (RNAr),
para a observação de polimorfismo genético entre dípteros, incluindo os Sarcophagidae.
Recentemente, Stamper (2008) inferiu o monofiletismo de 21 espécies pertencentes a 11
gêneros desta família pela análise filogenética de seqüências do mtDNA (COI, COII e ND4) e
do gene nuclear codificador do fator de elongação 1α (EF-1α).
O presente estudo visa analisar de forma inédita a variabilidade genética entre
populações de P. (P.) intermutans de diferentes municípios do Estado de São Paulo e de
Salvador (BA), localidades separadas por diferentes distâncias e com características
geográficas distintas, através de seqüências parciais do gene COI, trazendo informações que
podem ser úteis às ciências forenses pela caracterização regional da espécie e pela
possibilidade de validar um método para sua identificação através de um marcador molecular.
4.2
-
Material e métodos
Coleta e criação dos exemplares para o estudo. Realizaram-se coletas através de
armadilhas em cinco localidades com características topográficas e climáticas distintas, sendo
quatro dentro do Estado de São Paulo (Jundiaí, Campinas, Mogi-Guaçu e Ubatuba) e uma no
Estado da Bahia (Salvador). Tomando como ponto de partida o município de Campinas,
Jundiaí encontra-se a uma distância de 40 km, Mogi-Guaçu a 71 Km, Ubatuba a 290 km e
Salvador a 1982 km. As coordenadas geográficas estão expressas na Tabela 4.1.
Tabela 4.1. Localidades onde foram coletados os exemplares de P. (P.) intermutans com
suas respectivas coordenadas geográficas.
Localidade Coordenadas Geográficas
Ubatuba (SP) 23º26’02’’ S e 45º04’15’’ O
Campinas (SP) 22º54’21’’ S e 47º03’39’’ O
Mogi-Guaçu (SP)
22º22’19’’ S e 46º56’31’’ O
Jundiaí (SP) 23º11’09’’ S e 46º53’02’’ O
Salvador (BA) 12º58’15’’ S e 38º30’39’’ O
51
As armadilhas (Fig. 4.1), confeccionadas com recipientes plásticos de fundo perfurado
e pintadas com tinta preta fosca, seguindo a metodologia proposta por Ferreira (1978), foram
mantidas suspensas por um período de 24h nos ambientes e localidades previamente
determinados, repetindo-se o procedimento por cinco dias consecutivos. Para atração dos
insetos foram utilizadas iscas como sceras de frango, carcaças de peixe e gado bovino,
todos crus e em decomposição. Após cada período de coleta, removiam-se os recipientes.
Fig. 4.1 - Armadilha utilizada para coletar exemplares da espécie em estudo.
No laboratório, os espécimes capturados eram anestesiados sob baixa temperatura e
submetidos à identificação espécie-específica de acordo com a chave de Carvalho & Mello-
Patiu (2008). Entre os indivíduos identificados como P. (P). intermutans, alguns foram
mortos por congelamento e encaminhados às análises moleculares (Tabela 4.2) e outros foram
acomodados em gaiolas para o estabelecimento de criações nos laboratórios de Entomologia
do IB, UNICAMP, Campinas, SP, e de Ecologia de Populações do IB, UNESP, Botucatu, SP.
52
Tabela 4.2 - Indivíduos de P. (P.) intermutans das diferentes localidades utilizados nas
análises moleculares e seus respectivos códigos de identificação.
Localidade Sexo Código de identificação do Individuo
Machos
UBA70, UBA71
Ubatuba
Fêmeas
UBA53, UBA69, UBA72, UBA73, UBA74
Machos
CAM55, CAM56
Campinas
Fêmeas
CAM78, CAM79, CAM80, CAM82, CAM83, CAM84, CAM85
Mogi-Guaçu
Fêmeas
MGU91, MGU92, MGU94, MGU96, MGU97
Jundiaí
Fêmeas
JUN99, JUN104, JUN105, JUN106, JUN107, JUN110
Salvador
Machos
SAL59, SAL60, SAL61, SAL62, SAL63, SAL64, SAL67
Análises moleculares
Extração de DNA. Foram testadas diferentes técnicas de extração de DNA a fim de se
estabelecer, através do protocolo mais eficiente, a padronização do processo neste estudo:
fenol-clorofórmio de acordo com Sambrock et al. (1989), fenol-clorofórmio de acordo com
Sperling et al. (1994), extração através de sal (Aljanabi & Martinez, 1997), Wizard Genomic
DNA Purification Kit (Promega) - Isolating genomic DNA from tissue culture cells and
animal tissue e DNeasy Tissue Kit (Qiagen) - Purification of Total DNA from Animal Tissues.
Este último foi escolhido como padrão ao ter mostrado melhor desempenho em relação à
praticidade e boa qualidade do material obtido com longa durabilidade após ser armazenado
adequadamente.
Antes de servirem à extração do DNA, os exemplares de P. (P) intermutans,
previamente conservados em etanol 96% a 100%, foram dissecados com o auxílio de pinça e
estilete, de modo que a cabeça, as pernas, as asas e o abdome, após serem removidos,
removidos foram armazenados como material de testemunho sob as mesmas condições
descritas acima para os animais íntegros. Apenas o tórax de cada espécime foi utilizado como
fonte do material genético.
O procedimento para a extração do DNA genômico total seguiu as instruções contidas
no manual do DNeasy Tissue Kit (Qiagen) para o protocolo Purification of Total DNA from
Animal Tissues, iniciando-se pela maceração do tórax inteiro (sem apêndices) de cada mosca
individualmente até a homogeneização dentro de um tubo Eppendorf de 1,5mL com o auxílio
53
de um pistilo motorizado. Uma única modificação foi realizada no protocolo descrito pelo
manual: utilização de 40µl de proteinase K para a trituração do material ao invés dos 20µl
sugeridos pelo fabricante.
Todas as amostras de DNA extraídas foram mantidas individualmente em tubos
Eppendorf de 1,5 mL e armazenadas a -20ºC.
Amplificação do DNA pela PCR. Foram testados quatro pares de iniciadores (primers)
para a amplificação de um segmento do gene COI. Os iniciadores de Zehner et al. (2004),
Sperling et al. (1994) e este último modificado para SARCI 5’-
CAGCTACTTTATTGATCTTT-3’ e SARC II 5’-CATTTCAAGCTGTGTAAGC-3’ não
ofereceram bons resultados. Assim, com base em uma seqüência de Peckia (Peckia)
chrysostoma, encontrada no GenBank (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/Genbank/) sob o número
de acesso AF259515, e o auxílio do programa Gene Runner 3.05 (Hastings Sotware Inc.,
1994), o par de iniciadores descrito abaixo foi desenhado especificamente para este projeto:
Peckia For-1: 5’-CGAGCHGAATTAGGWCAYCC- 3’
Peckia Rev-1: 5’-GGGTGTCCGAAAAATCAGAA- 3’
Estes oligonucleotídeos foram sintetizados pela Invitrogen, e funcionaram de maneira
satisfatória na reação da polimerase em cadeia.
As reações de amplificação procederam em um termociclador T-Gradient Thermblock
da Biometra, utilizando-se 12,5µl de Go Taq Colorless Mastermix (Promega), 1,0µl do
iniciador Peckia For-1 (10µM), 1,0µl do iniciador Peckia Rev-1 (10µM), 1- l de DNA em
eluição (dependendo da qualidade da amostra extraída) e ddH
2
O (água duplamente deionizada)
até completar o volume final de 25µl. Os ciclos de temperatura incluíram um passo inicial de
desnaturação de 3min a 94ºC seguido por 35 ciclos de 1min a 94ºC para desnaturação, 1min a
55ºC para anelamento e 1,5min a 72ºC para extensão. Ao último ciclo acrescentou-se um
passo de elongação de 5min a 72ºC.
Os produtos da PCR foram submetidos à eletroforese em gel de agarose 1% (Sigma,
USA) em tampão 1x TBE (40mM Tris-acetate e 1mM EDTA, pH 8.0) a 80V, tratados com
solução de brometo de etídeo (EtBr) e fotografados usando-se uma câmera digital Canon com
entrada e saída acopladas, respectivamente, a um transiluminador UVB e um computador. O
tamanho dos fragmentos amplificados foi estimado por comparação com os marcadores
padrão de peso molecular ΦX174/HaeIII e 1-kb DNA Ladder.
Purificação do DNA amplificado. As amostras amplificadas foram purificadas por
meio da centrifugação em coluna com o QIAquick PCR Purification Kit da Qiagen. Os
54
amplicons (seqüências amplificadas) purificados foram submetidos à eletroforese em gel de
agarose 1% (Sigma, USA) em tampão 1x TBE (40mM Tris-acetate e 1mM EDTA, pH 8.0) a
80V, tratados com solução de brometo de etídeo (EtBr) e fotografados usando-se uma câmera
digital Canon com entrada e saída acopladas, respectivamente, a um transiluminador UVB e
um computador. Para que as amostras fossem enviadas ao sequenciamento, a quantidade de
DNA presente em cada uma delas foi estimada através de análise comparativa com o Low
Mass Ladder da Invitrogen.
Seqüenciamento das amostras. Produtos da PCR purificados contendo no nimo
20ng de DNA foram encaminhados ao seqüenciamento, realizado pelo Centro de
Biotecnologia do Instituto Butantã em São Paulo, SP, através do método Dye terminator, com
o equipamento 3100 Genetic Analyzer da Applied Biosystems.
Alinhamento das seqüências. As 34 sequencias de P. (P.) intermutans obtidas foram
alinhadas pelo ClustalX (Thompson et al., 1997) e, posteriormente, tratadas no programa
Bioedit (Hall, 1999) para que se fizessem os ajustes necessários, permanecendo com o
comprimento correspondente a 427pb.
Estimativa dos parâmetros de diversidade genética. Analisamos a distribuição da
variabilidade de nucleotídeos nas seqüências de um mesmo grupo ou de grupos diferentes
com o suporte do pacote DNAsp (Rozas & Rozas, 1995; Rozas et al. 2003), o qual estima
parâmetros de diversidade de nucleotídeos (π) para duas populações e a diversidade de
haplótipos (h).
Análises filogenéticas. Para as análises filogenéticas, realinharam-se as seqüências
junto às de outras espécies de sarcofagídeos extraídas do GenBank (Tabela 4.3), formando-se
dois grupos separados: em um deles constavam P. (P.) intermutans, P. (Peckia) chrysostoma
e Blaesoxipha (Gigantotheca) plinthopyga; no outro, estas três espécies e mais Sarcophaga
omari, S. (Lioproctia) aureolata, S. (L.) pattoni, S. (Liopygia) crassipalpis, Sarcophaga (L.)
ruficornis, S. (Liosarcophaga) brevicornis, S. (L.) scopariiformis, S. (Neobellieria) bullata, S.
(N.) cooleyi, S. (Parasarcophaga) albiceps, S. (P.) taenionota, S. (Robineauella) javana e S.
(Seniorwhitea) princeps.
Duas árvores filogenéticas foram construídas para cada grupo com o apoio do
programa MEGA4 (Tamura et al., 2007), uma por método de distância Neighbour-joining
(NJ) - e outra por máxima parcimônia (MP). Em ambos os casos, obtiveram-se as topologias
pelo modelo de substituição de nucleotídeos Kimura dois-parâmetros (Kimura, 1980). Os
valores de diferenças entre os ramos dos diversos taxa foram obtidos depois de 500 réplicas
55
testadas pelo bootstrap. Para o enraizamento das árvores, a seqüência de B. (G.) plinthopyga
foi utilizada como grupo externo.
Tabela 4.3 - Espécies de Sarcophagidae cujas seqüências foram coletadas no GenBank.
Nomenclatura específica de
acordo com Pape (1996)
Nomenclatura específica
indexada no GenBank
Código de acesso
no GenBank
B. (G.) plinthopyga B. plinthopyga AF259514
- S. omari * FJ974742
P. (P.) chrysostoma P. chrysostoma AF259515
S. (L.) aureolata S. (L.) aureolata EF405951
S. (L.) brevicornis S. brevicornis EF405936
S. (L.) crassipalpis S. crassipalpis AF259510
S. (L.) pattoni S. pattoni FJ479724
S. (L.) ruficornis S. ruficornis EF405940
S. (L.) ruficornis S. ruficornis EF405941
S. (L.) scopariformis S. scopariformis FJ479745
S. (N.) bullata S. bullata AF259506
S. (N.) cooleyi S. cooleyi AF259507
S. (P.) albiceps S. albiceps EF405932
S. (P.) albiceps S. albiceps EF405931
S. (P.) taenionota S. taenionota EF405934
S. (R.) javana S. javana FJ479733
S. (S.) princeps S. princeps EF405948
S. (S.) princeps S. princeps EF405949
* este epíteto específico é ausente no catálogo de sarcofagídeos elaborado por Pape (1996). Portanto,
não há como garantir a correta identificação do espécime fornecedor da seqüência.
4.3
-
Resultados e discussão
Encontrou-se alta biodiversidade dentro da espécie P. (P.) intermutans, expressa de
forma mais notória pelos representantes da população de Ubatuba, a qual exibiu o maior
56
número de haplótipos (h), três vezes mais sítios polimórficos (S) do que as populações de
Campinas e Mogi-Guaçu, além de diversidade de nucleotídeos (π) (Nei, 1987) e média do
numero de diferenças de nucleotídeos (k) (Tajma, 1983) significativamente superiores às
demais populações analisadas (Tabela 4.4).
O modelo de evolução neutra (Kimura, 1983) prediz que locos mitocondriais não são
afetados pela seleção natural, evoluindo em função de processos estocásticos como a deriva
genética. Embora estudos mais recentes venham de encontro a este modelo, sugerindo que as
variações encontradas em certos genes mitocondriais podem ser relacionadas à seleção natural
(Ballard & Kreitman, 1994; Rand et al., 1994; Nachman et al., 1996; Cesane et al., 1997;
Nachman, 1998; Gerber et al., 2001), ao aplicamos o teste de neutralidade evolutiva de
Tajima (1989), o índice “D”, que compara a diversidade de nucleotídeos em relação ao
numero de mutações e ao numero de sítios variáveis, assume valores indicadores de que todas
as populações são seletivamente neutras para p>0,10 quanto ao loco gênico utilizado como
marcador (Tabela 4.4).
Tabela 4.4 - Índices de variabilidade genética e neutralidade entre indivíduos de P. (P.)
intermutans coletados das populações de São Paulo e da Bahia.
Localidade N S h π k H
d
D
Campinas 9 2 2 0,00104 0,444 0,222 -1,36240*
Mogi-Guaçu 5 2 2 0,00187 0,800 0,400 -0,97260*
Jundiaí 6 0 1 0 0 0 0*
Ubatuba 7 5 3 0,00558 2,381 0,762 0,82563*
Salvador 7 1 2 0,00067 0,286 0,286 -1,00623*
Total 34 7 5 0,00328 1,3993
0,412 -1,16210*
Onde: N = número de indivíduos; S = número de sítios polimórficos; h = número de haplótipos; π =
diversidade de nucleotídeos; k = diferença média de nucleotídeos; H
d
= diversidade de haplótipos; D =
teste de neutralidade de Tajima. * Diferença estatística não-significativa para p > 0,10.
Foram medidos o número médio de diferenças de nucleotídeos (k
xy
) e o número médio
de substituições nucleotídicas por sítio (D
xy
) entre pares de populações (Nei, 1987). Os
resultados mostrados na Tabela 4.5 permitem perceber que os indivíduos de população de
57
Ubatuba formam um grupo notadamente distinto, apresentando um nível de divergência em
relação às outras populações significativamente maior do que aquele observado entre as
mesmas.
Tabela 4.5 - Analise da divergência genética entre pares das diferentes populações estudadas.
Populações comparadas k
xy
D
xy
Mogi-Guaçu – Ubatuba 3,257 0,00763
Campinas – Ubatuba 3,206 0,00751
Jundiaí – Ubatuba 3,143 0,00736
Salvador – Ubatuba 3,286 0,00769
Mogi-Guaçu – Salvador 0,543 0,00127
Campinas - Mogi-Guaçu 0,533 0,00125
Mogi-Guaçu – Jundiaí 0,400 0,00094
Campinas – Salvador 0.365 0.00085
Campinas – Jundiaí 0.222 0.00052
Jundiaí – Salvador 0.143 0.00033
Onde: k
xy
= número médio de diferenças de nucleotídeos; D
xy
= número médio de substituições
nucleotídicas por sítio.
A extensão da diferença genética entre populações também é estimada pelo coeficiente
F
st
(Wright, 1965), sendo pressuposto que a freqüência gênica dentro de um grupo tende em
divergir ao longo do tempo como resultado da ação de fatores evolutivos como mutação,
seleção natural, deriva genética e fluxo gênico. Em síntese, o valor de F
st
indica que a
proporção das diferenças genéticas entre populações contribui com a variabilidade genética
total, sendo o restante da mesma devida a diferenças entre os indivíduos dentro de cada
população. Assim, quanto maior o valor de F
st,
maior será a relevância da variação entre
populações. Sendo esta uma medida relativa, influências decorrentes do tipo de marcador
utilizado não são esperadas, o que pode ser visto como vantagem em comparação com
medidas de diferenças genéticas absolutas como a distância genética de Nei (1972), passível
de apresentar limitações decorrentes de sua dependência da taxa evolutiva do gene empregado
no estudo (Wang et al., 2001). Contudo, Nei (1973) afirma que a utilização de F
st
não se
58
adequa a locos com alelos múltiplos na presença de seleção, propondo para estes casos um
cálculo para a diferenciação genética entre duas populações, denominando-o G
st
.
A Tabela 4.6 mostra que os valores de F
st
e a diversidade gênica (H
s
) (Nei, 1973) são
sempre maiores quando a população Ubatuba é analisada em par com alguma das demais,
reforçando sua maior diferença genética. Nota-se também que G
st
, inversamente proporcional
ao fluxo gênico, é maior entre Ubatuba e as cidades do interior paulista, com distâncias que
não ultrapassam 420 Km, do que entre as mesmas e Salvador, a mais de 1900 Km de qualquer
uma delas. Estes dados, curiosamente, sugerem que maior probabilidade de isolamento
geográfico entre populações de P. (P.) intermutans do interior de São Paulo e de Ubatuba do
que entre estas primeiras e a de Salvador.
Tabela 4.6 - Diversidade e diferenciação genética considerando as diferentes populações
entre si.
Onde: Hs = diversidade nica; Fst = diferenciação genética de Wright (1965); Gst = diferenciação
genética de Nei (1973).
Ubatuba se encontra no nível do mar junto a uma cadeia de montanhas que se elevam
a altitudes de até aproximadamente 1150 m a partir deste ponto, separando-a das cidades do
Planalto Paulista, cujas altitudes médias variam entre 600 e 800 m acima do mar. Tais
condições topográficas podem favorecer as diferenças genéticas entre P. (P.) intermutans de
Populações H
s
F
st
G
st
Campinas - Mogi-Guaçu 0,27556 - 0,16667 -0,06961
Campinas – Jundiaí 0.14141 0.00000 0.00277
Campinas – Ubatuba 0,44709 0,55941 0,21490
Campinas – Salvador 0,24868 0,00000 -0,03120
Mogi-Guaçu – Jundiaí 0,17143 0,00000 0,00076
Mogi-Guaçu – Ubatuba 0,62619 0,51170 0,13337
Mogi-Guaçu – Salvador 0,32857 0,00000 0,04089
Jundiaí – Ubatuba 0,42328 0,62121 0,28790
Jundiaí – Salvador 0,15873 0,0000 0,00046
Ubatuba – Salvador 0,52381 0,59420 0,18085
59
Ubatuba frente às outras pupulações da espécie em São Paulo, caso realmente promovam seu
isolamento geográfico.
A partir das análises filogenéticas, construíram-se árvores, cujos grupos externos
foram representados por B. (G.) plinthopyga, pelos métodos de distância (NJ) (Figs. 4.2 e 4.4)
e máxima parcimônia (MP) (Figs. 4.3 e 4.5). As topologias destas árvores corroboraram os
dados sobre variabilidade genética descritos nas Tabelas 4.4, 4.5 e 4.6, reafirmando a maior
divergência nas seqüências de COI da população de Ubatuba diante das demais, denotando-o
como um grupo geneticamente diferenciado. Além disso, o comprimento dos ramos da árvore
da Figura 4.4 indica que P. (P.) intermutans é evolutivamente mais recente comparada às
espécies o gênero Sarcophaga.
Apesar destes resultados interessantes, as árvores não ofereceram maiores informações
a respeito das relações entre populações do interior de São Paulo e de Salvador. Uma das
possíveis causas é o número relativamente baixo de indivíuos amostrados (n, Tabela 4.4),
justificado pela dificuldade em capturá-los, decorrente da baixa frequência com que P. (P.)
intermutans era observada nos sítios de coleta. Além disso, muitos espécimes foram utilizados
- sem a obtenção resultados interpretáveis - nos procedimentos de padronização da extração e
amplificação do DNA, os quais exigiram numerosos e demorados testes, visto que até então
nenhuma técnica de biologia molecular havia sido descrita para a espécie.
Outro fator limitante na diferenciação de populações pode ter sido o tamanho dos
amplicons (réplicas de fragmentos com seqüências). A inexistência de iniciadores funcionais
para COI desta espécie na literatura tornou necessário o desenvolvimento de iniciadores
específicos a partir de uma única seqüência disponível do gênero Peckia no GenBank,
correspondente à P. (P.) chrysostoma. O grau de divergência relativamente alto observado
entre estes congêneres (~8,7%) não permitiu o desenho de iniciadores que fornecessem
amplicons maiores. A Tabela 4.7 traz os níveis de divergência entre as seqüências de P. (P.)
intermutans obtidas neste estudo e as de P. (P.) chrysostoma retiradas do GenBank e usadas
na elaboração dos iniciadores. Os valores são concordantes com aqueles encontrados por
Wells et al. (2001) ao compararem espécies de Sarcophaginae (3,3% a 11,2%). No entanto,
não foi possível explicar a maior proximidade evolutiva de P. (P.) chrysostoma com espécies
de Sarcophaga do que com P. (P.) intermutans (Figs. 4.4 e 4.5).
Ainda, devemos considerar que COI pode não ser um marcador molecular adequado à
diferenciação de populações de P. (P.) intermutans nos limites geográficos considerados neste
trabalho, com exeção de Ubatuba.
60
Tabela 4.7 - Matriz de distâncias entre representantes das populações de P. (P.) intermutans
(PPi) das diferentes localidades amostradas e de P. (P.) chrysostoma do GenBank, calculadas
pelo modelo de substituição de nucleotídeos Kimura dois-parâmetros (Kimura, 1980).
PPi-
Mogi-guaçu
PPi-
Jundiaí
PPi-
Salvador
PPi-
Ubatuba
PPi-
Campinas
PPi-Mogi-Guaçu
PPi-Jundiaí
0,001
PPi-Salvador
0,001 0,000
PPi-Ubatuba
0,008 0,007 0,008
PPi-Campinas
0,001 0,000 0,000 0,007
P. (P.) chrysostoma
0,087 0,087 0,087 0,086 0.087
Segundo Pollock et al. (2002), quando se trabalha com poucos taxa (neste caso,
populações), o aumento do número de caracteres (nucleotídeos das seqüências) pode diminuir
o erro filogenético, ocorrendo o mesmo quando se trabalha com poucos caracteres e é
aumentado o número de taxa. São vistos aqui os dois problemas: poucas populações e
seqüências nucleotídicas relativamente curtas. Hillis et al. (2003) inferem que para a
resolução de filogenias entre taxa com baixo grau de divergência, como é o caso das
populações analisadas de P. (P.) intermutans do interior de São Paulo e Salvador, a melhor
opção é aumentar o número de caracteres, e não o de taxa. Em acordo com a opinião destes
autores os estudos serão continuados para o desenvolvimento de iniciadores capazes de gerar
amplicons maiores.
O enraizamento da árvore com B. (G.) plinthopyga não pareceu ter sido interessante,
pois o curto comprimento do ramo que ocupa nas árvores das Figuras 4.2 e 4.4 revela pouco
número de variações evolutivas acumuladas ao longo do tempo, indicando que pode ser um
grupo de especiação recente demais para servir a tal finalidade. Em trabalhos futuros, a
inserção de espécies de Calliphoridae ou Muscidae como grupo externo pode ser mais
informativa em função do maior grau de divergência em relação aos Sarcophagidae.
Observando que a população de P. (P.) intermutans de Ubatuba foi a única
significativamente divergente, conclui-se que o uso isolado do segmento de 427 pb do gene
COI analisado não seria útil para a identificação da espécie nem para a diferenciação de suas
populações nos limites geográficos considerados nesta pesquisa. Contudo, diante das
limitações citadas quanto ao número e tamanho das seqüências, esta divergência pontual traz
boas perspectivas sobre resultados futuros, pois, se confirmada a hipótese de isolamento
61
geográfico para os indivíduos do Litoral Norte de São Paulo em relação aos do Planalto
Paulista, abre-se um precedente para a possibilidade de que populações ao leste da Serra do
Mar representem linhagens distintas o bastante das demais para que sejam validadas
ferramentas moleculares na sua identificação população-específica. Segundo Wells et al.
(2004), a validação de ferramentas moleculares para a identificação de insetos forenses
sempre deve ser feita para populações de localidades específicas.
As coletas em campo serão intensificadas para o aumento das amostragens
populacionais, e as ferramentas de biologia molecular serão aperfeiçoadas buscando a
obtenção de seqüências nucleotídicas maiores e com boa qualidade não só para COI, mas
também para outros marcadores moleculares mitocondriais (COII, ND5, 12S, 16S) e
nucleares (ITS1, ITS2, 18S, 28S, EF1-α) observados em uso na literatura para os
Sarcophagidae (Ratliffe et al., 1993; Otranto & Stevens, 2002; Zehner, et al., 2004; Stamper,
2008), os quais permitirão, em conjunto, uma verificação mais confiável da identidade de P.
(P.) intermutans e de suas populações (como sugeriria Avise, 1994).
62
Fig. 4.2 - Filogenia de P. (P.) intermutans, P. (P.) chrysostoma e B. (G.) plinthopyga (grupo
externo) sob a forma circular (A) e retangular (B) inferida com base na distância genética (NJ)
computada com o modelo Kimura dois-parâmetros (Kimura, 1980) sobre sequências
nucleotídicas com 427pb de COI (só foram mantidos os ramos que apareceram em mais de
50% das 500 réplicas produzidas pelo bootstrap).
A B
JUN107
SAL60
CAM79
JUN104
UBA72
CAM85
JUN105
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Fig. 4.3 - Filogenia de P. (P.) intermutans, P. (P.) chrysostoma e B. (G.) plinthopyga (grupo
externo) representada por árvore de consenso sob a forma circular (A) e retangular (B)
inferida com base na análise de máxima parcimônia (MP) a partir de 500 replicatas
computadas.
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64
Fig. 4.4 - Filogenia de P. (P.) intermutans, P. (P.) chrysostoma, B. (G.) plinthopyga (grupo
externo) e espécies de Sarcophaga sob a forma circular (A) e retangular (B) inferida com base
na distância genética (NJ) computada com o modelo Kimura 2-p sobre sequências
nucleotídicas com 427pb de COI (só foram mantidos os ramos que apareceram em mais de
50% das 500 réplicas produzidas pelo bootstrap).
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Fig. 4.5 - Filogenia de P. (P.) intermutans, P. (P.) chrysostoma, B. (G.) plinthopyga (grupo
externo) e espécies de Sarcophaga representada por árvore de consenso sob a forma circular
(A) e retangular (B) inferida com base na análise de máxima parcimônia (MP) a partir de 500
replicatas computadas.
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S. (N.) bullata
S. (N.) cooleyi
S. (L.) scopariformis
S. omari
S. (L.) ruficornis 1
S. (L.) ruficornis 2
S. (L.) crassipalpis
P. (P.) chrysosotoma
S. (L.) aureolata
S. (L.) pattoni
S. (S.) princeps 1
S. (S.) princeps 2
S. (R.) javana
S. (L.) brevicornis
S. (P.) taenionota
S. (P.) albiceps 1
S. (P.) albiceps 2
B. (G.) plinthopyga
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C
ONCLUSÕES GERAIS
1. A checklist dos Sarcophaginae (Diptera: Sarcophagidae) do território brasileiro
com seus respectivos registros de ocorrência permitiu perceber que a única região
do país com levantamento significatívo de espécies é o Sudeste, estando as demais
em grande ficit com relação à descrição deste grupo faunístico, levando a crer
que são potenciais focos de descoberta de novas espécies. Apesar da clara
necessidade de se intensificarem os estudos sobre a fauna de sarcofagídeos no
Brasil, os dados numéricos deste trabalho já indicam que o país tem grandes
chances de ser detentor do maior número de espécies da família em todo o mundo.
2. As análises de variabilidade genética de Peckia (Pattonella) intermutans com
sequências de 427pb do gene COI extraídas de representantes das populações dos
estados de São Paulo (Campinas, Mogi-Guaçu, Jundiaí e Ubatuba) e Bahia
(Salvador) mostrou grande divergência do grupo proveniente do litoral norte
paulista. Este dado, suportado por análises de variabilidade genética
intrapopulacionais e interpopulacionais, assim como por análises filogenéticas
pelos métodos de distância (Neighbour-Joining) e máxima parcimônia (MP),
indica a possibilidade de haver fluxo gênico extremamente reduzido ou até mesmo
isolamento geográfico entre a população de Ubatuba e as demais.
3. Não foi possível estabelecer a partir do marcador molecular descrito acima um
teste efetivo de identificação espécie-específica de P. (P.) intermutans para fins
forenses em virtude dos padrões de polimorfismo encontrados. Pretendemos
continuar pesquisas neste sentido, buscando novos iniciadores para a obtenção de
seqüências maiores tanto de COI como de outras regiões do DNA mitocondrial e
nuclear que possam permitir a validação de ferramentas moleculares para a
identificação desta espécie no auxílio de questões criminalísticas.
67
6
-
R
EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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84
7
A
PÊNDICES
Seqüências parciais do gene COI obtidas de exemplares da espécie P. (P.) intermutans
coletados em Mogi-Guaçu (MGU), Campinas (CAM), Jundiaí (JUN), Ubatuba (UBA) e
Salvador (SAL) para as análises de diversidade genética e filogenia.
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10 20 30 40 50
MGU94 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
MGU96 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
CAM84 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
CAM82 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
CAM85 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
CAM80 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
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CAM83 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
MGU92 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
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JUN106 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
JUN110 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
SAL64 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
SAL62 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
SAL67 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
CAM55 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
MGU97 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
UBA53 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
UBA73 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
UBA71 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
CAM56 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
UBA72 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
SAL63 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
JUN105 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
SAL60 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
UBA69 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
SAL61 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
SAL59 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
UBA70 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
UBA74 CCAATTATAA TTGGAGGATT TGGAAATTGA TTAGTTCCAA TTATACTAGG
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MGU94 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
MGU96 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
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CAM80 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
JUN99 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
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85
CAM79 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
CAM78 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
CAM83 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
MGU92 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
JUN104 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
JUN106 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
JUN110 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
SAL64 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
SAL62 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
SAL67 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
CAM55 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
MGU97 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
UBA53 AGCTCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
UBA73 AGCTCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
UBA71 AGCTCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
CAM56 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
UBA72 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
SAL63 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
JUN105 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
SAL60 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
UBA69 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
SAL61 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
SAL59 AGCCCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
UBA70 AGCTCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
UBA74 AGCTCCTGAT ATAGCCTTTC CTCGAATAAA TAATATAAGT TTTTGACTTT
....|....| ....|....| ....|....| ....|....| ....|....|
110 120 130 140 150
MGU94 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
MGU96 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
CAM84 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
CAM82 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
CAM85 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
CAM80 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
JUN99 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
JUN107 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
MGU91 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
CAM79 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
CAM78 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
CAM83 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
MGU92 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
JUN104 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
JUN106 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
JUN110 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
SAL64 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
SAL62 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
SAL67 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
CAM55 TACCCCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGA
MGU97 TACCCCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGA
UBA53 TACCTCCAGC ACTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGA
UBA73 TACCTCCAGC ACTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGA
UBA71 TACCTCCAGC ACTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGA
CAM56 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
UBA72 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
SAL63 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
JUN105 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
SAL60 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
UBA69 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
SAL61 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
86
SAL59 TACCTCCAGC ATTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGG
UBA70 TACCTCCAGC ACTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGA
UBA74 TACCTCCAGC ACTAACCTTA CTTCTTGTAA GTAGAATAGT AGAAAATGGA
....|....| ....|....| ....|....| ....|....| ....|....|
160 170 180 190 200
MGU94 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
MGU96 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
CAM84 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
CAM82 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
CAM85 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
CAM80 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
JUN99 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
JUN107 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
MGU91 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
CAM79 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
CAM78 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
CAM83 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
MGU92 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
JUN104 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
JUN106 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
JUN110 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
SAL64 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
SAL62 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
SAL67 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
CAM55 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
MGU97 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
UBA53 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
UBA73 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
UBA71 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCTTCTA ATATTGCCCA
CAM56 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
UBA72 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
SAL63 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
JUN105 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
SAL60 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
UBA69 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
SAL61 GCTGGAACAG GGTGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
SAL59 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
UBA70 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCTTCTA ATATTGCCCA
UBA74 GCTGGAACAG GATGAACTGT TTACCCTCCT TTATCATCTA ATATTGCCCA
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210 220 230 240 250
MGU94 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
MGU96 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
CAM84 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
CAM82 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
CAM85 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
CAM80 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
JUN99 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
JUN107 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
MGU91 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
CAM79 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
CAM78 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
CAM83 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
MGU92 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
JUN104 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
JUN106 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
87
JUN110 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
SAL64 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
SAL62 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
SAL67 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
CAM55 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
MGU97 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
UBA53 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TAGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
UBA73 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TAGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
UBA71 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TAGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
CAM56 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
UBA72 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
SAL63 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
JUN105 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
SAL60 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
UBA69 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
SAL61 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
SAL59 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TGGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
UBA70 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TAGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
UBA74 TGGAGGAGCA TCTGTTGATT TAGCAATTTT TTCTCTTCAT TTAGCAGGAA
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260 270 280 290 300
MGU94 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
MGU96 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
CAM84 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
CAM82 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
CAM85 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
CAM80 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
JUN99 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
JUN107 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
MGU91 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
CAM79 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
CAM78 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
CAM83 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
MGU92 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
JUN104 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
JUN106 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
JUN110 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
SAL64 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
SAL62 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
SAL67 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
CAM55 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
MGU97 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
UBA53 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
UBA73 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
UBA71 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
CAM56 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
UBA72 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
SAL63 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
JUN105 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
SAL60 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
UBA69 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
SAL61 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
SAL59 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
UBA70 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
UBA74 TTTCCTCAAT TTTAGGAGCA GTAAATTTTA TTACTACAGT TATTAATATA
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88
310 320 330 340 350
MGU94 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
MGU96 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
CAM84 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
CAM82 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
CAM85 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
CAM80 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
JUN99 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
JUN107 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
MGU91 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
CAM79 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
CAM78 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
CAM83 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
MGU92 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
JUN104 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
JUN106 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
JUN110 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
SAL64 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
SAL62 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
SAL67 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
CAM55 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
MGU97 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
UBA53 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
UBA73 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
UBA71 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
CAM56 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
UBA72 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
SAL63 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
JUN105 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
SAL60 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
UBA69 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
SAL61 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
SAL59 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
UBA70 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
UBA74 CGATCTACAG GAATCACATT TGACCGAATA CCTTTATTTG TTTGATCTGT
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360 370 380 390 400
MGU94 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
MGU96 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
CAM84 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
CAM82 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
CAM85 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
CAM80 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
JUN99 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
JUN107 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
MGU91 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
CAM79 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
CAM78 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
CAM83 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
MGU92 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
JUN104 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
JUN106 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
JUN110 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
SAL64 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
SAL62 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
SAL67 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
CAM55 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
MGU97 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
89
UBA53 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
UBA73 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
UBA71 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
CAM56 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
UBA72 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
SAL63 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
JUN105 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
SAL60 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
UBA69 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
SAL61 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
SAL59 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
UBA70 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
UBA74 AGTAATTACA GCTTTATTAT TACTTCTTTC TTTACCAGTA CTTGCCGGAG
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410 420
MGU94 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
MGU96 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
CAM84 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
CAM82 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
CAM85 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
CAM80 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
JUN99 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
JUN107 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
MGU91 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
CAM79 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
CAM78 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
CAM83 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
MGU92 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
JUN104 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
JUN106 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
JUN110 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
SAL64 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
SAL62 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
SAL67 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
CAM55 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
MGU97 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
UBA53 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
UBA73 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
UBA71 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
CAM56 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
UBA72 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
SAL63 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
JUN105 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
SAL60 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
UBA69 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
SAL61 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
SAL59 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
UBA70 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
UBA74 CAATTACTAT ATTATTAACT GACCGAA
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