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partir da polpa de seriguela, empregando-se de 35% de polpa e ajustando-se o nível de sólidos
solúveis totais para 14ºBrix e outra pra 16 ºBrix. Os frutos apresentaram baixos níveis de
acidez e tiveram seus néctares corrigidos com adição de ácido cítrico. Os resultados
mostraram excelente aceitação sensorial para o néctar de seriguela, pois os atritutos sensoriais
obtiveram notas em torno de 7,0, que representa a impressão “gostei moderadamente” da
escala hedônica, com possibilidades promissoras no aproveitamento destes frutos, porém
indicando a necessidade do estudo sobre os aspectos de vida-de-prateleira destes produtos.
Por ser altamente aromático, este fruto poderia provavelmente ser utilizado
industrialmente como um fruto “exótico” ou flavorizante para a extensão das atuais linhas de
produtos alimentares tais como compotas, doces e outras guloseimas, sorvetes, sucos, e
bebidas alcoólicas (KOZIOL e MACÍA, 1998).
No Brasil, um estudo realizado comparou bebidas fermentadas a partir de frutos
tropicais (MUNIZ et al., 2002). A bebida fermentada de seriguela não foi bem aceita nos
testes de aceitação global e intenção de compra, fato relacionado com o seu processo de
fermentação. A partir do sétimo dia observou-se redução acentuada no teor de sólidos
solúveis totais, estabilizando-se em 5º Brix após 12 dias de fermentação. Pelo teste de
aceitação global a bebida de seriguela apresentou menor valor, com média de 4,3, que
representa a impressão “desgostei ligeiramente” da escala hedônica de nove pontos, quando
comparada a outros frutos como a ata (Annona squamosa L.) e a mangaba (Hancornia
speciosa Gom.).
Koziol e Macía (1998) relatam que no Equador, a fruta é aproveitada pelas populações
locais para produzir um vinho muito refrescante e incrivelmente efervescente, porém talvez
fosse mais apropriada à produção licores, pois a incomum efervescência da bebida fermentada
produzida artesanalmente tem uma tendência de provocar a explosão das garrafas.
No Brasil, outro estudo executou o processamento de licores a partir de concentrações
variadas da fruta (30%, 50%, e 70%) em relação ao álcool de cereais ou de aguardente
adicionados (70%, 50% e 30%, respectivamente), visando testar a preferência regional quanto
ao teor alcoólico, viscosidade e graus Brix. Os autores concluíram que a seriguela é propícia
ao processamento de licores (CIPRIANO, SANTOS e PAIXÃO, 2002).
Koziol e Macía (1998) propuseram uma formulação básica para geléia de seriguela
que consiste em 1,0 kg da fruta, 1,5 kg de açúcar e 0,5 kg de água. Os autores afirmaram que
embora o conteúdo de pectina fosse reduzido, ainda é suficiente para produzir uma geléia sem
a necessidade de adicionar mais pectina. Dada a acidez do fruto (pH = 3,3) e a formação de
geléia sem adicionais agentes geleificantes, sendo provável que as pectinas naturais sejam do
tipo de “alta metoxilação”, isto é, com grau de esterificação maiores que 50% (MITCHELL,
BUCKLEY, e BURROWS, 1978 apud MACÍA e BARFOD, 2000).
Em trabalho realizado por Vial et al.(2007), a seriguela foi utilizada para o preparo das
geléias, acrescidas de diferentes quantidades de açúcar (20%, 30% e 40%). Em seguida
permaneceram em cozimento juntamente com o açúcar por um período de 30 minutos. Para
verificar a aceitabilidade das geléias, foram selecionados 37 provadores, para os quais se
disponibilizou escala hedônica de nove pontos. As diferentes quantidades adicionadas de
açúcares ocasionaram a elevação dos sólidos solúveis totais a 45, 51 a 60°Brix,
respectivamente. Não houve diferença entre o pH das geléias, que variou entre 2,87 a 3,16. A
geléia acrescentada inicialmente de 40% de açúcar resultou na menor acidez (0,78%),
provavelmente pela perda de ácido ascórbico no processo, o que resultou em uma maior
apreciação pelos provadores em comparação as demais geléias, recebendo na média nota 6 na
escala sensorial, significando que os consumidores “gostaram ligeiramente”.
Ali, Badrie e Commissiong (2002) enlataram “Chili plums” (Spondias purpurea var.
lutea) em xarope de sacarose acidificado usando processos variados. As frutas foram
separadas em dois grupos, um passou por branqueamento e outro permaneceu sem