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autor a usar o termo, no sentido moderno, foi Maquiavel. Nesse sentido ensina Dalmo Dallari
(2000, p. 51):
A denominação Estado (do latim status = estar firme), significando situação
permanente de convivência e ligada à sociedade política, aparece pela primeira vez
em ‘O Príncipe’ de Maquiavel, escrito em 1513, passando a ser usada pelos italianos
sempre ligada ao nome de uma cidade independente, como, por exemplo, stato di
Firenze. Durante os séculos XVI e XVII a expressão foi sendo admitida em escritos
franceses, ingleses e alemães. Na Espanha, até o século XVIII, aplicava-se também a
denominação de estados a grandes propriedades rurais de domínio particular, cujos
proprietários tinham pode jurisdicional De qualquer forma, é certo que o nome
Estado, indicando uma sociedade política, só aparece no século XVI, e este é um
dos argumentos para alguns autores que não admitem a existência do Estado antes
do século XVII. Para eles, entretanto, sua tese não se reduz a uma questão de nome,
sendo mais importante o argumento de que o nome Estado só pode ser aplicado com
propriedade à sociedade política dotada de certas características bem definidas. [...]
(grifo original)
Darcy Azambuja (2008, p. 23) também tem um entendimento sobre a origem da palavra
Estado:
A palavra Estado, no sentido em que hoje a empregamos, é relativamente nova. Os
gregos, cujos Estados não ultrapassavam os limites da cidade, usavam o termo polis,
cidade, e daí veio política, a arte ou ciência de governar a cidade. Os romanos, com
o mesmo sentido, tinham civitas e respublica. Em latim, status não possuía a
significação que hoje lhe damos, e sim a de ‘situação’, ‘condição’. Empregavam os
romanos freqüentemente a expressão status reipublicae para designar a situação, a
ordem permanente da coisa pública, dos negócios do Estado. Talvez aí, pelo desuso
do segundo termo, tenham os escritores medievais empregado status com a
significação moderna. Mas, ainda muito posteriormente, na linguagem política e em
documentos públicos, o termo Estado se referia de preferência à três grandes classes
que formavam a população dos países europeus, a nobreza, o clero e o povo, os
Estados, como eram abreviadamente designados. Reino e república eram as palavras
que traduziam a idéia de organização política, não tendo república nenhuma relação
com a forma de governo, em oposição à monarquia.
De modo geral, no entanto, pode-se dizer que, do século XVI em diante, o termo
Estado vai aos poucos tendo entrada na terminologia dos povos ocidentais: é o État
francês, Staat alemão, em inglês State, em italiano Stato, em português e espanhol
Estado. (grifo original)
E o que realmente é o Estado? O Estado por ser uma organização político-
administrativa, deve ter elementos constitutivos. Estes, normalmente, são determinados como:
território (porção de área demarcada), povo (grupo de pessoas) e governo soberano. À medida
que estes elementos se unem, ter-se-á o Estado. Na falta de um deles, não haverá, em
princípio, Estado propriamente dito.
Em algumas circunstâncias, porém, poderá existir Estado independentemente da
ausência de algum dos elementos constitutivos, como, por exemplo, no caso da França, que na
Segunda Guerra Mundial, ao ser ocupada pelos alemães, não deixou de ser reconhecida e teve