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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE
PORTO ALEGRE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HEPATOLOGIA -
MESTRADO
OMERO PEREIRA DA COSTA FILHO
ESTUDO ANATÔMICO HEPÁTICO DO DUCTO BILIAR IV RELACIONADO AO
PLANO DE CLIVAGEM ENTRE O SEGMENTO LATERAL ESQUERDO E O
SEGMENTO IV
Porto Alegre
2009
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OMERO PEREIRA DA COSTA FILHO
ESTUDO ANATÔMICO HEPÁTICO DO DUCTO BILIAR IV RELACIONADO AO
PLANO DE CLIVAGEM ENTRE O SEGMENTO LATERAL ESQUERDO E O
SEGMENTO IV
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Ciências da Saúde de Porto
Alegre como requisito parcial para
obtenção do grau de Mestre.
Orientador
Prof. Dr. Antonio Nocchi Kalil
Porto Alegre
2009
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C837e Costa Filho, Omero Pereira da
Estudo anatômico hepático do ducto biliar IV relacionado
ao plano de clivagem entre o segmento lateral esquerdo e o
segmento IV/ Omero Pereira da Costa; orient. Antonio Nocchi
Kalil. - Porto Alegre: UFCSPA, 2009.
35 fls.; graf.; il.; tab.
Dissertação ( Mestrado ) Universidade Federal de
Ciências da Saúde de Porto Alegre. Programa de Pós-
Graduação em Hepatologia.
1. Transplante hepático. 2. Split liver. 3. Anatomia
hepática. I. Kalil, Antonio Nocchi. II. Título.
CDD 6l7.556 20592
Ruth B. F. Oliveira. Bibliotecária CRB10/501
AGRADECIMENTOS
Meus agradecimentos...
...à direção da Pós-graduação em Hepatologia, por possibilitar meu ingresso
na carreira acadêmica;
...ao Prof. Dr. Antonio Nocchi Kalil, por aceitar a orientação deste estudo e
conduzir seu desenvolvimento, com muita sabedoria e paciência;
...aos Diretores do Laboratório de Anatomia do IPA – IMEC, especialmente ao
Prof. Ms. Henrique Leão Zachia, por possibilitar a execução deste trabalho;
...à minha família em especial a minha esposa, Carine, pela confiança e pelo
apoio; e ao meu irmão, Ricardo, pela contribuição neste estudo;
...aos colegas de mestrado, pelas sugestões e pela amizade;
...aos professores, alunos e funcionários que participaram deste trabalho.
RESUMO
COSTA FILHO, OP. Estudo Anatômico do Ducto Biliar IV Relacionado ao Plano
de Clivagem entre o Segmento Lateral Esquerdo e o Segmento IV. 37 f.
Dissertão (Mestrado em Hepatologia) – Universidade Federal de Ciências da
Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre, 2009.
Objetivos: Analisar a distribuição anatômica da drenagem biliar do segmento
hepático IV; verificar qual o plano de secção que interrompe, com menor freqüência,
a drenagem biliar do segmento IV.
Metodologia: Para tanto, selecionou-se 38 fígados humanos retirados de cadáveres
durante necropsia. As peças foram dissecadas após contrastar os canais biliares
com tinta de resina vegetal. Realizaram-se medidas entre o ligamento venoso e as
seguintes estruturas: a confluência dos ductos hepáticos e os do segmento IV. Os
métodos estatísticos escolhidos foram o teste de Cochran, para avaliar se
diferença entre os percentuais dos grupos dos planos (5, 10 e 25,50 mm do
ligamento venoso), e os testes de McNemar para verificar quais se diferenciam entre
si. A qualidade do método de mensuração seavaliada com índice de correlação.
Considerou-se significância estastica quando P < 0,05.
Resultados: Nos dois terços próximos ao ligamento venoso, encontrou-se a grande
parte (73.7%) da população destes ductos. Não houve diferença entre grupos
quanto a sexo, idade, peso, peso do fígado, medida entre a confluência dos
hepáticos e o ligamento venoso. Entre os planos planejados, aquele feito a 5
milímetros acarretaria, com menor frequência (13,2%), na inclusão ou na seão da
drenagem biliar deste segmento (P < 0,01).
Conclusões: Como o ducto do segmento IV foi localizado principalmente nos 2/3
proximais à fissura umbilical, secções no segmento IV devem ser feitas até 5 mm
deste ligamento, a fim de proteger estes ductos em enxertos planejados do
segmento lateral esquerdo.
PALAVRAS-CHAVE: Transplante Hepático, Split Liver, Anatomia Hepática.
ABSTRACT
COSTA FILHO, OP. Anatomic Study of the Biliar duct IV related to the cleavage
between the left lateral segment and the segment IV. 34f. Dissertation (Masters in
Hepatology) Federal University of Health Sciences of Porto Alegre, Porto Alegre,
2009.
Objectives: To analyze anatomical distribution of biliary drainage in the hepatic
segment IV; to verify which plan of section, being them, 5, 10 and 25,5 millimeters of
the veined ligament, that involves or split up the minimum of biliary drainage
segment IV.
Methodology: It was selected 38 cadaveric human livers taken from the corpses
during necropsia.The pieces were dissected after contrasting the biliary channels
with paint of vegetable resin. It was realized measures between the veined ligament
and the following structures: the confluence of the hepatic ducts and the segment
and the ones of the segment IV.
The chosen statistical methods were the Cochran test, to evaluate if there is
difference between the percentile of the groups of plans and the test of McNemar to
verify which one differentiate among themselves.
The quality of mensuration method were evaluated by index correlation. It was
considered the statistic significance when P< 0,05.
Results: In the two third close to the veined ligament, it was found the greatest part
of this duct (73.7%). There were no difference between groups related to gender,
age, weight, liver weight, measure between the confluence of the hepatic ones and
the ligamentum venosum. Among the planed plans, the one made by 5 millimeters
would bring, with lower frequency (13,2%), the inclusion or the section of biliary
drainage of this segment (P < 0,01).
Conclusions: As the duct of the IV segment was located mainly in the 2/3 next to the
umbilical fissure, sections in the segment IV should be done until 5 mm of this
ligament due to protect these ducts, in donation of the left lateral segment.
Key-Words: Hepatic transplant, Split Liver, Hepatic Anatomy.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Anatomia segmentar do fígado e representação de dois enxertos pela
técnica de split liver...................................................................................................16
FIGURA 2 Paquímetro Digital. .................................................................................18
FIGURA 3 Distribuição dos ductos do segmento IV no hilo hepático. ......................19
FIGURA 4 Planos de secção.....................................................................................20
FIGURA 5 Controle de qualidade das Medidas com Método de Pearson.................23
FIGURA 6. Ducto biliar do segmento IV à esquerda do ligamento venoso...............24
FIGURA 7. O Ducto Biliar do Segmento IV Recebe um Tributário do Segmento III..25
FIGURA 8 Comparação entre os Planos de Secção no Parênquima Hepático e a
Proporção de Ductos do Segmento IV Envolvidos* ..................................................26
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Critérios de Seleção dos Indivíduos........................................................15
TABELA 2 Códigos das Variáveis Estudadas...........................................................18
TABELA 3 Análise Descritiva e de Frequência das Variáveis*..................................22
TABELA 4 Distribuição da drenagem biliar do SIV no hilo hepático..........................24
TABELA 5 Comportamento das variâncias das variáveis antropométricas e da
medida 2 entre os grupos obtidos pelos planos de clivagem.*..................................26
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................09
2 JUSTIFICATIVA.....................................................................................................12
3 OBJETIVOS...........................................................................................................14
3.1 OBJETIVO GERAL..............................................................................................14
3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO....................................................................................14
4 SUJEITOS..............................................................................................................15
5 MATERIAL E MÉTODO.........................................................................................16
5.1 TÉCNICA DE DISSECÇÃO DA PEÇA................................................................16
6 DELINEAMENTO...................................................................................................21
7 RESULTADOS.......................................................................................................22
7.1 DADOS ANTOPOMÉTRICOS.............................................................................22
7.2 DISTRIBUIÇÃO ANATÔMICA DOS DUCTOS DO SEGMENTO IV NO HILO
HEPÁTICO................................................................................................................24
7.3 ANÁLISE DA CONFLUÊNCIA DUCTAL DO SEGMENTO IV EM RELAÇÃO AOS
PLANOS DE SECÇÃO..............................................................................................25
8 DISCUSSÃO..........................................................................................................27
9 CONCLUSÃO ........................................................................................................31
REFERÊNCIAS.........................................................................................................32
09
1 INTRODUÇÃO
O transplante hepático tem atingido bons resultados na última década.
1
As
técnicas avançadas, a diminuição do tempo de cirurgia e a introdução de novos
medicamentos imunossupressores estão associados a uma maior sobrevida.
1
Enquanto que, no passado, este procedimento complexo era realizado por poucos
centros, hoje ele es difundido pelo mundo.
1
Entretanto, a falta de órgãos
cadavéricos tem limitado essa terapia.
1
Visando à resolução do problema da falta de órgãos, algumas estratégias
novas foram propostas. No campo da cirurgia do fígado, técnicas inovadoras, como
o transplante hepático de tamanho reduzido (split liver e doação intervivos),
trouxeram uma nova opção para a solução deste problema.
2
No final da década de 1980, duas novas abordagens que tinham perspectivas
de ampliar o aporte de órgãos para crianças sem interferir na quantidade de
enxertos foram publicadas.
3,4,5
A primeira delas foi realizada, inicialmente, por Raia
et al.
4
e por PICHLMAYR, R et al.,
3
os quais realizaram o transplante intervivos do
segmento lateral esquerdo. No início da década de 1990, essa técnica difundiu-se
extensivamente na Ásia, onde os aspectos éticos e culturais desestimulavam a
doação de órgãos cadavéricos. Atualmente, quase todos os transplantes realizados
na Ásia envolvem doadores vivos.
6
Nos Estados Unidos em 2008, todavia, somente
4.1% utiliza essa técnica.
7
No Brasil, no mesmo ano, 10.3% dos transplantes
utilizaram o doador vivo.
8
A segunda abordagem é o chamado transplante split liver, no qual dois
enxertos são obtidos por meio da divisão do fígado de um doador morto.
3
O órgão é
dividido ao lado do ligamento redondo, sendo a parte menor (lobo hepático
esquerdo) transplantada para uma criança, e a parte maior (segmentos IV a VIII),
para um adulto. Essa técnica, no entanto, é limitada pelo fato de que o número de
criaas que necessitam dessa terapia é muito menor do que o de adultos. A
tentativa de realizar isto para dois adultos ocorreu com sucesso em 1999, quando
dois pacientes com hepatite fulminante receberam enxertos de um único fígado
dividido ao longo da fissura hepática média, resultando em um hemifígado esquerdo
(segmentos I, II, III e IV) e um hemifígado direito (segmentos V, VI, VII e VIII).
9
10
Na avaliação das complicações biliares do transplante hepático intervivos e
split liver, é importante levar em consideração as variantes técnicas utilizadas na
divisão do parênquima hepático, visto que, dependendo do plano em que se realiza
a clivagem do fígado, encontram-se diferentes disposições da tríade portal e da
drenagem venosa desse órgão. Há basicamente duas formas de clivagem do fígado
para a técnica de split liver e para a doação intervivos.
7, 10-13
A divisão do fígado para transplante intervivos é feita para doadores do
segmento lateral esquerdo, à direita do ligamento falciforme, e o enxerto tem
preservado consigo os ramos esquerdos da veia porta e da artéria hepática, a veia
hepática esquerda e o ducto dos segmentos II e III. Para doadores do hemifígado
direito, a clivagem do parênquima é feita à direita do ligamento falciforme ou ao
longo da fissura hepática média (linha de Cantlie), e o enxerto pode conter ou o a
veia hepática média, juntamente com a veia hepática direita e a tríade portal direita.
7,
11,13
Na técnica de split liver, a clivagem do fígado pode ser feita imediatamente à
direita da fissura umbilical, com preservação da veia cava, do ducto hepático direito
e comum e da artéria hepática direita e comum com o enxerto IV - VIII, restando o
segmento lateral esquerdo com a veia porta, a artéria hepática esquerda, a via biliar
dos segmentos II e III e a veia hepática esquerda. Essa forma de divisão é a mais
utilizada. A outra maneira de dividir é seccionando ao longo da fissura hepática
média, preservando-se a veia cava, a arria hepática comum, o tronco portal e o
ducto hepático esquerdo com o hemifígado esquerdo, restando um hemifígado
direito com os ramos direitos da artéria hepática e da veia porta, com o ducto
hepático comum e com a veia hepática direita.
7, 11,13
Ainda em relação ao split liver, o enxerto pode ser dividido, em relação ao
doador, sob duas formas: ex vivo e in situ. Na primeira, o órgão é retirado e
preservado, conforme ascnicas descritas para outros órgãos. Assim, dois enxertos
o obtidos a partir da dissecção dos elementos hilares e da secção do parênquima
hepático conforme a necessidade dos receptores (segmentos IV-VIII/II-III ou VIII-V/I-
VI). Na forma in situ, os mesmos procedimentos podem ser realizados, mas tendo
um doador cadavérico com a função cardíaca preservada. Em termos funcionais,
estas técnicas diferenciam-se em relação ao tempo de isquemia que, por ser mais
prolongado na técnica ex vivo, deixa o parênquima hepático suscetível às lesões de
isquemia-reperfusão em maior escala.
10,12-14
11
Estudando a anatomia vascular e biliar do lobo hepático esquerdo, Reichert
et al.
13
enfatizaram que, apesar das melhorias nas técnicas cirúrgicas de
reconstruções, a incidência das complicações biliares continua alta.
Especificamente, o transplante do segmento lateral esquerdo tanto para split liver
quanto para doação intervivos apresenta maior complicação biliar quando a
anatomia dos ductos dos segmentos II, III e IV dificulta a realização da reconstrução
biliar ou não é reconhecida. Isso ocorre porque a confluência desses ductos, para
formar o ducto hepático esquerdo, pode ocorrer em diferentes pontos do hilo
hepático.
13
O deslocamento no plano de clivagem, realizando este a 1 centímetro da
fissura umbilical, resulta, segundo alguns autores, em encontrar um ducto biliar único
para anastomose da conflncia biliar do segmento II e III.
13,14
A medida de 25,5
milímetros do ligamento venoso foi destacada por Farias como o ponto de secção
hepática no qual se encontra um ducto único dos segmentos II e III em 95% dos
casos.
14
Por outro lado, as fístulas e múltiplos ductos encontrados podem ser
atribuídos aos ductos do segmento IV.
15,16
Grewal et al. relataram lesão parcial do
ducto deste segmento no plano de clivagem em doadores vivos.
16
Acredita-se, assim como outros autores, que, apesar de todos os avanços
das técnicas desenvolvidas, as complicações biliares atingiram um platô em que os
fatores constitucionais variabilidade anatômica e função do enxerto devam estar
contribuindo para regularidade delas entre as séries.
12,15,18-21
Poucos relatos
anatômicos enfocaram o estudo da via biliar do segmento IV e suas implicações
para o transplante intervivos e split liver. Em vista disto, é proposta a análise de qual
plano de secção, sendo estes a 5, 10 e 25,5 milímetros do ligamento venoso,
interrompa, com menor freqüência, a drenagem biliar do segmento IV.
13
2 JUSTIFICATIVA
Entre as complicações do transplante hepático repartido e de doadores vivos,
as biliares são as mais comuns.
22
Elas variam em torno de 12% nas séries mais
atuais a 50% nas ries pioneiras.
22,23
Nos pacientes que se submetem ao
transplante hepático intervivos, os índices dessas intercorrências variam de 15 a
32%, e a fístula biliar do parênquima cruento acaba sendo a causa mais comum.
22
Nesse contexto, ressalta-se que os doadores também podem ser acometidos
por este problema; portanto, não isenção de riscos e o infortúnio destes não são
desconsideráveis principalmente atribuídos à doação de enxerto para adultos.
1
Miller
et al., em um relato de 109 transplante intervivos realizados, dos doadores do lobo
direito, 5,1% tiveram fístulas biliares, sendo que em um caso houve icterícia
transitória por obstrução do ducto dos segmentos II e III e o ducto do segmento IV
estava separado e pérvio.
11
Como existe a permanência dos índices de complicações biliares entre os
centros com larga experiência, é provável que as constituições anatômicas
contribuam com estes achados. A variabilidade anatômica dos ductos hepáticos na
população pode atingir índices de 57%.
26
Segundo Couinaud, isto pode estar atribuído à formação embrionária, em que
as artérias e os ductos acompanham as formadas veias portais.
25
Além disso,
Chaib et al. afirmaram que não é garantida a integridade vascular e biliar quando se
separa o segmento lateral esquerdo do segmento IV hepático. Há, inclusive, citações
de exclusão e necrose deste segmento, em algumas séries.
26,27
É neste ponto que a
anatomia biliar é bem variável.
17,28
Nessas condições de reconstrução biliar,
observam-se, praticamente, três vezes mais fístulas biliares, quando comparados a
uma reconstrução com anastomose em ducto único.
11
Couinaud, analisando limitações anatômicas para a realização de
anastomoses biliodigestivas intra-hepáticas, verificou que, em 30% dos casos, estas
reconstruções seriam incompletas e, provavelmente, inefetivas em virtude da
multiplicidade de ductos do segmento lateral esquerdo.
28
Yersiz et al. relataram sua
experiência em 100 transplantes realizados comparando as ts técnicas: split liver
in situ, doador vivo do lobo esquerdo e transplante ortotópico. Nesta série, os índices
de complicações biliares foram, respectivamente, 9, 12 e 10%. Ainda que estes
13
índices não tenham sido atribuídos à presea de múltiplos ductos biliares (15, 30 e
0%), o grupo dos intervivos apresentou estenoses anastomóticas em 81 a 953 dias
após a cirurgia.
29
Conclui-se que é necesrio um estudo abordando as relações biliares do
segmento IV com os planos planejados de secção no parênquima. Pretende-se
apresentar dados que contribuam para diminuir as lesões ductais a este segmento.
14
3 OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Descrever a distribuição dos ductos biliares do segmento IV no hilo
hepático.
3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
Determinar em qual dos planos, sendo estes a 5, 10 e 25,5 milímetros do
ligamento venoso hepático, ocorreria, com menor frequência, a inclusão
ou a secção da drenagem biliar do segmento IV ao se obter um enxerto
do segmento lateral esquerdo.
15
4 SUJEITOS
Foram selecionados para esse estudo 38 fígados humanos removidos de
cadáveres, dentro de 24 horas passadas da morte, no Departamento Médico Legal
de Porto Alegre, e dissecados no laboratório de anatomia da faculdade do Instituto
Porto Alegre Instituto Metodista de Educação e Cultura (IPA-IMEC), em 2001. Isto
foi realizado por meio de um convênio firmado entre essas duas instituições, o qual
permite a remoção de peças para estudo posterior. O estudo foi aprovado pelo
conselho de ética em pesquisa da ULBRA sob o número 350 H. Os órgãos eram
retirados de pacientes que tinham anatomia macroscópica hepática aparentemente
normal e não haviam morrido de doença relacionada ao fígado. As peças eram
removidas durante a necropsia com preservação do pedículo vascular hilar, da veia
cava inferior acima das veias renais e inferior ao átrio direito. Os critérios de inclusão
e exclusão estão listados na TABELA 1.
TABELA 1 Critérios de Seleção dos Indivíduos.
Critérios de Inclusão
Idade igual ou superior a 18 anos.
Anatomia macroscópica normal.
Veia porta, artéria hepática própria, ducto colédoco e veia cava inferior infra e supra-hepática
preservados com a peça.
Causa da morte por doença não relacionada ao fígado.
Registro adequado dos dados antropométricos e das medidas relacionadas à peça e aos dados
estudados.
18
5 MATERIAL E MÉTODO
Após a remão, os órgãos eram congelados e enviados para o IPA-IMEC.
Neste local, eram mantidos sob estas condições até um dia antes das dissecções.
Neste momento, colocavam-se as peças em temperatura ambiente até o seu
completo descongelamento. A nomenclatura dos segmentos hepáticos e a forma de
obtenção de enxerto do segmento lateral esquerdo estão representadas na figura 1.
1
2
LEGENDA: I-VIII: segmentos hepáticos; linha vermelha: local onde os planos foram planejados. O
segmento IV é dividido em IVa e IVb.
FIGURA 1 Anatomia segmentar do fígado e representação de dois enxertos pela técnica de split liver.
5.1 TÉCNICA DE DISSECÇÃO DA PEÇA
Depois do descongelamento, os fígados eram lavados com água corrente por
aproximadamente dez minutos e banhados com água sanitária. Após isso,
removiam-se todos os tecidos não pertencentes ao órgão que, por eventualidade,
estivessem juntos no momento da necropsia. Após, media-se a massa do fígado.
1
BLUMGART, LH; FONG, Y. Surgery of the Liver & Biliary Tract. 3ed: Disponível em: Selected
Operative Procedures CD-ROM. 2000.
2
ROGIERS, X; et al. In Situ Splitting of Cadaveric Livers: The Ultimate Expansion of a Limited
Donor Pool. Annals of Surgery, n. 224, p. 331-341. 1996
18
Em seguida, fazia-se o reparo do ligamento venoso, do ligamento redondo,
da veia porta e da artéria hepática, ligando-se o ducto cístico. O ducto colédoco era
então canulado com um tubo de silicone número oito, sendo injetado, em seu lúmen,
tinta de resina vegetal de coloração verde inglês 37. O ponto de interrupção era
quando se contrastasse a árvore biliar até os ductos de terceira ordem e o ducto
colédoco estivesse distendido. Então, este era ligado com fio de sutura.
Os elementos do hilo hepático eram dissecados manualmente de posterior
para anterior, começando-se pela veia porta e pelos seus ramos principais. A artéria
hepática era também dissecada até seus ramos principais. Em seguida, a via biliar
principal e seus ductos tributários eram expostos por remoção da placa hilar.
Identificavam-se os canaculos segmentares da via biliar esquerda e os afluentes
principais da via biliar direita.
Completada a dissecação, mediam-se as distâncias entre o vértice da
confluência dos ductos hepáticos direito e esquerdo e o ligamento venoso; entre o
vértice da confluência dos ductos hepáticos direito e esquerdo e o ducto ou ductos
do segmento IV; e entre ligamento venoso e o ducto ou ductos do segmento IV. Para
realizar essas medidas, utilizava-se um paquímetro digital (Starret
®
N
o
0002317)
(FIGURA 2), e isto era sempre realizado pelo mesmo examinador que não tinha
informações sobre os dados que seriam analisados. Optou-se pela referência ao
ligamento venoso, pois sua base inicia na porção umbilical da veia porta, no eixo
central da fissura umbilical.
31
A partir da mensuração dos intervalos entre os ductos do segmento IV e os
pontos de referência, obteve-se a distribuição exata destes na via biliar e no hilo
hepático, sendo representada conforme a Figura 3. Três planos de secção eram
projetados, colocando-se alfinete em seus eixos, sendo estes a 5, 10 e 25,5
milímetros do ligamento venoso, observando-se as relações da drenagem biliar do
segmento IV. (FIGURA 4)
Considerava-se o ducto envolvido deste segmento quando a secção
estabelecida passava sob sua confluência com a via biliar esquerda ou quando o
ducto se encontrava à esquerda da clivagem planejada, levando a interrupção da
drenagem biliar neste segmento. As variáveis analisadas foram codificadas para
melhor apresentação gráfica conforme a TABELA 2. Por fim, as peças foram
fotografadas com máquina fotográfica digital e tinham a arquitetura da via biliar
18
hepática, bem como a sua relação com o ligamento venoso, reproduzida através de
desenho.
FIGURA 2 Paquímetro Digital.
TABELA 2 Códigos das Variáveis Estudadas.
Variável Código
Idade Id
Estatura E
Medida de massa do indivíduo (em quilogramas) MI
Medida de massa do fígado (em gramas) 1
Distância entre a conflncia dos hepáticos e o ligamento venoso 2
Medida entre a confluência dos hepáticos e o ducto do segmento IV
(dSIV) ou IVa (dSIVa)
3
Medida entre o ducto do segmento IV (dSIV) ou IVa (dSIVa) e o
ligamento venoso
4
Medida entre o ducto do segmento IVb (dSIVb) e a confluência dos
hepáticos
5
Medida entre o ducto do segmento IVb (dSIVb) e o ligamento venoso 6
20
FIGURA 3 Distribuição dos ductos do segmento IV no hilo hepático. Legenda: A, primeiro terço da
medida 2; B, segundo terço da medida 2; C, terceiro teo da medida 2. (Visão inferior)
FIGURA 4 Planos de secção.
Legenda: Visão inferior do fígado. Legendas: I VI: Segmentos hepáticos; Linhas: Preta eixo
central da fissura umbilical; Branca: Plano 5 mm; Amarela: Plano 10 mm; Azul: 25.5 mm. Via biliar
com resina vegetal da cor verde.
21
6 DELINEAMENTO
Trata-se de um estudo transversal em que se analisaram os dados obtidos
das peças dissecadas em 2001. O tamanho da amostra estipulado para comparar
proporções de variáveis dicotômicas não-paramétricas foi de 38 indivíduos,
considerando a menor proporção em um grupo de 12% e no outro de 40%, sendo
= 0,05 e = 0,20. Estes percentuais foram baseados na distribuição do ducto do
segmento IV próximo à fissura umbilical (40%) analisados por Couinaud, em um
estudo de 107 fígados pelo método de corrosão, e nos índices de fístula biliar e
multiplicidades de ducto (12%), apresentados pelo censo nacional dos centros que
realizam a técnica de split liver.
28,29
Assim, o presente estudo foi realizado com os planos projetados, sendo estes
a 5, 10 e 25,5 milímetros do ligamento venoso, observando-se a distribuição biliar do
segmento IV com relação aos planos. O método estatístico escolhido foi o teste de
Cochran, para avaliar se há diferença entre os grupos; e o teste de McNemar, para
verificar quais grupos diferenciam-se entre si.
Pretende-se estabelecer em qual vel de clivagem não ocorreria inclusão ou
lesão da drenagem biliar deste segmento em um enxerto planejado do segmento
lateral esquerdo. A diferença dos grupos quanto à idade, ao sexo, à estatura, à
medida de massa do indivíduo e do fígado se avaliada pelo teste de ANOVA
corrigido pelo método de Bonferroni. O controle de qualidade do método de
mensuração foi obtido pela análise de correlação de Pearson entre as medidas
realizadas no mesmo plano, somadas e comparadas ao intervalo que as incluem.
Então, duas comparações serão estabelecidas: 2 x 3 + 4; 2 x 4 + 6. As
variáveis foram descritas por meio de média, desvio-padrão, mínimo e máximo
encontrado e percentis de 25, 50 e 75. Os dados coletados nesse estudo foram
computados em planilha eletrônica, e o estudo estatístico foi realizado no programa
SPSS 16.0.1 para Windows. Considerou-se significância estatística quando P <
0,05.
22
7 RESULTADOS
7.1 DADOS ANTOPOMÉTRICOS
Foram selecionados para esse estudo 38 fígados humanos, dos quais quatro
(10,5%) pertenciam ao sexo feminino e 34 (89,5%) ao sexo masculino. Em relação à
cor da pele, 73,7% (28 casos) eram brancos e 26,3% (10 casos) eram negros.
Nenhum órgão foi excluído no estudo.
Os dados antropométricos estão listados na TABELA 3. Somente três gados
tinham medida da massa do órgão superior a 2 kg e pertenciam a pacientes obesos
com mais de 100 kg. A maior parte da população dos ductos do segmento IV
localizou-se pxima à fissura umbilical, visto que 50% (19/38) da população da
medida 4 encontravam-se a 24,73 mm do ligamento venoso e 75% (29/38) da
medida 6 em 14,65 mm.
A análise descritiva e de frequência das variáveis estão demonstradas na
TABELA 3. A FIGURA 4 apresenta a correlação entre as medidas realizadas com o
paquímetro. Como os pares de medidas 3-4 e 5-6 foram obtidos dentro do intervalo
total da medida 2, o valor de 1 de correlação indica que o método de mensuração foi
bem acurado.
TABELA 3 Análise Descritiva e de Frequência das Variáveis
Variáveis
Média ( dp)
Mín. Máx.
Percentil
25%
Percentil
50%
Percentil
75%
ID
38,79 16,15
18 73 25 35 50,25
E
170,08 6,41
160 182 165 170 174,50
MI
72,58 14,91
30 120 65,75 72,00 80,00
1
1.482,89 430,26
875 3.300 1.275 1.400 1.585
2
35,47 8,56
22,22 61,06 29,80 33,70 38,81
3
16,71 7,25
4,50 36,24 11,56 15,02 22,03
4
24 5,16
16,51 34,47 19,90 24,73 27,33
5
18,76 8,32
-0,20 44,42 13,09 18,56 23,47
6
11,61 9,30
-3,12 33,73 6,36 8,51 14,65
Legenda: Total da amostra: 38 órgãos; ID em anos; E em centímetros; MI em quilogramas; 1 em
gramas; 2, 3, 4, 5 e 6 em milímetros. Valores negativos indicam medidas à esquerda do ligamento
venoso. Abreviaturas: dp – desvio padrão; Mín. –nimo; Máx. – Máximo.
23
FIGURA 5 Controle de qualidade das Medidas com Método de Pearson.
Legenda: R = 1 e P < 0,001 para ambos.
7.2 DISTRIBUIÇÃO ANATÔMICA DOS DUCTOS DO SEGMENTO IV NO HILO
HEPÁTICO
A drenagem biliar do segmento IV ocorreu em todos os casos para o ducto
hepático esquerdo ou para tributários deste. Em uma peça, havia quatro ductos que
drenavam este segmento, sendo dois deles acessórios para o IVb. Em dois casos,
existiam três ductos, havendo um acessório para IVb.
Em 50% (19/38) dos casos, dois canalículos (IVa e IVb) estavam presentes e
em 50% um único ducto do segmento IV foi encontrado. Esses canais biliares foram
distribuídos no intervalo entre a confluência dos hepáticos e o ligamento venoso
(medida 2), conforme a FIGURA 2, e a frequência destes grupos está demonstrada
na TABELA 4.
No terço médio (B) e distal do hilo (C), encontrou-se 73,7% (28/38) da
população (14 casos da drenagem única e 14 casos drenagem múltipla do IV). O
ducto do segmento IV único e o ducto do segmento IVa localizaram-se
principalmente em “B” (63,2 [12/19] e 57,9% [11/19], respectivamente), sendo que os
dois terços proximais (A+B) incluíam 86,8% da população (17 casos de drenagem
única e 16 casos de drenagem dupla).
24
Em 21,1% dos casos (8/38), a confluência do ducto do segmento IV esteve a
um centímetro da junção do ducto hepático direito com o esquerdo, embora 10,5%
(4/38) foram um único ducto e a outra metade referente ao ducto do segmento VIa.
TABELA 4 - Distribuição da drenagem biliar do SIV no hilo hepático
Drenagem Biliar
Única do SIV
Ducto Biliar SIVa
Ducto Biliar
SIVb
Localização no
Hilo Hepático
(N = 19) (N = 19)
A 26,3% (5) 26,3% (5) 0
B 63,2% (12) 57,9% (11) 36,8% (7)
C 10,5% (2) 15,8% (3) 63,2% (12)
Por outro lado, o ducto do segmento IVb apresentou disposição contrária aos
anteriores, sendo encontrados em “B” e “C”. Canais biliares acessórios para IVb
foram identificados exclusivamente em C (2) e em B (2). Em um caso, o ducto biliar
único foi identificado à esquerda do ligamento venoso, apresentando-se justa ao
segmento umbilical da veia porta (FIGURA 6), incluído, portanto, no intervalo “C”.
Em outro caso, foi identificado um ducto acessório do segmento III drenando no
ducto do segmento IV (FIGURA 7).
FIGURA 6. Ducto biliar do segmento IV à esquerda do ligamento venoso. Legenda: DHE ducto
hepático esquerdo; dSIV ducto do segmento IV; LV ligamento venoso; 1 pinça afastando a
porção umbilical da veia porta.
25
FIGURA 7. O Ducto Biliar do Segmento IV Recebe um Tributário do Segmento III. Legenda: DHC
ducto hepático comum; DHD ducto hepático direito; DHE ducto hepático esquerdo; DSIV ducto
do segmento IV; DSIIIa ducto acesrio do segmento III; DSII+DSIII conflncia dos ductos dos
segmentos II e III.
7.3 ANÁLISE DA CONFLUÊNCIA DUCTAL DO SEGMENTO IV EM RELAÇÃO AOS
PLANOS DE SECÇÃO
Os grupos encontrados foram homogêneos em relação a “Id”, “E”, “MI”, 1” e
“2” (TABELA 5). A população apresentou distribuição normal para estes dados.
Percebe-se pela FIGURA 5 que o plano de clivagem planejado a 5 mm do
ligamento acarretaria um menor índice de seão de ductos do segmento IV (13,2%,
P < 0,01), quando comparado a 10 (34,2%) e 25,5 mm (92,1%). Nestes casos,
encontrar-se-iam abertos na superfície do parênquima, representados em um caso
por toda a drenagem de bile deste segmento e nos outros (4) pelo canal biliar IVb.
Assim, secções próximas à fissura umbilical (5 mm) estariam menos sujeitas a
lesões biliares deste segmento, quando comparados a 10 e 25,5 mm.
26
TABELA 5 Comportamento das variâncias das variáveis antropométricas e da
medida 2 entre os grupos obtidos pelos planos de clivagem.*
dSIV 5 mm 10 mm 25,5 mm P
Nenhum envolvido
39,06 (16,52) 35,12 (14,06) 27,00 (11,53)
Id
Algum envolvido
37 (15,07) 45,85 (18,09) 39,80 (16,21)
0,816
Nenhum envolvido
170,12 (6,44) 171,12 (6,07) 170,33 (3,51)
E
Algum envolvido
169,80 (6,98) 168,08 (6,81) 170,06 (6,63)
0,788
Nenhum envolvido
74,91 (13,53) 76,92 (13,76) 66,17 (5,25)
MI
Algum envolvido
57,20 (15,80) 64,23 (13,85) 73,13 (15,37)
0,481
Nenhum envolvido
1.500,9 (452,9) 1.548,2 (488,4) 1.133 (231)
1
Algum envolvido
1.364 (225) 1.357,3 (260,4) 1.512,9 (432)
0,165
Nenhum envolvido
36,86 (8,30) 38,42 (8,77) 50,65 (9,08)
2
Algum envolvido
26,35 (2,62) 29,82 (4,40) 34,17 (7,26)
0,064
*Observações: Total da amostra: 38 órgãos; dados apresentados através de média desvio padrão;
ID em anos; E em centímetros; MI em quilogramas; 1 em gramas; 2 em milímetros. dSIV – ductos do
segmento IV; 5, 10 e 25,5 mm planos de secção no parênquima hepático relativo ao ligamento
venoso; Não houve diferença significativa entre os grupos (ANOVA corrigido pelo método de
Bonferroni), sendo em todos P
Bonferroni
> 0,05.
33
5
25
13
3
35
0
19
38
População
5 10 25,5
Plano de Secção
no Fígado
(mm)
Nenhum
dSIV
envolvido
Um ou
todos dSIV
envolvido
FIGURA 8 Comparação entre os Planos de Secção no Parênquima Hepático e a Proporção de
Ductos do Segmento IV Envolvidos
Legenda: 1 Plano de Secção estabelecido tendo como ponto de referência o Ligamento Venoso.
2 Teste de Cochran: Q = 48,267, P < 0,001 para 2 Graus de Liberdade.
3 Significância entre os grupos (Teste de McNemar):
10 X 25,5: P < 0,001;
5 X 25,5: P < 0,001;
5 X 10: P = 0,008;
4 Abreviatura: dSIV – ducto do segmento IV
(65,8%)
(34,2%)
(7,9%)
(92,1 %)
(86,8%)
(13,2%)
27
8 DISCUSSÃO
O ligamento venoso pôde ser dissecado facilmente em todas as peças e se
demonstrou um dado objetivo como referência para a determinação das medidas
estudadas. Estudos sobre este reparo anatômico confirmam este achado, ainda que
algumas variantes raras tenham sido descritas.
31
Com relação aos dados
antropométricos, foi evidente a diferença entre gêneros e cor da pele.
Conforme a TABELA 3, a 16,71 milímetros da confluência dos hepáticos, foi
identificada, em média, a confluência do ducto do segmento IV com via biliar
esquerda (medida 3). Dados semelhantes foram descritos por Masunari et al., que
encontraram 14,7 milímetros. Estes autores alertam para importância da
identificação deste ducto na abordagem de neoplasias malignas na confluência biliar
principal.
32
Assim como alguns autores,
27,31
identificou-se, em 8/38 casos (21,1%),
que o ducto do segmento IV estava a um centímetro da confluência biliar proximal.
Trabalhos em anatomia envolvendo análise de medidas invariavelmente são
alvos de cticas, principalmente sobre o índice de acurácia das mensurações.
Hirano et al., estudando a assimetria de laringes humanas, realizavam três medidas
e em seguida faziam a média aritmética destas para então registrar os dados. No
presente estudo, um índice de correlação alto e significativo entre duas variáveis que
se encontravam no mesmo plano demonstrou boa precisão dos dados, que pode
estar associada com o uso de paquímetro digital com intervalos milimétricos.
Portanto, os achados em relação às medidas da árvore biliar esquerda estão sujeitos
à variabilidade de cada indivíduo nesta dissertação.
Com distribuição dos ductos, verifica-se que o segmento IV apresenta a
confluência de seus ductos principalmente no teo médio entre a distância do
ligamento venoso e a bifurcação dos hepáticos. Quando este é único, 86,8%
estiveram localizados nos 2/3 proximais à confluência biliar principal. Por outro lado,
quando dois ou mais ductos drenam esse segmento 87,5%, estes foram
identificados nos 2/3 distais. A revisão literária indicou que em 94,4% ocorre a
drenagem biliar do segmento IV em algum ponto distante da confluência biliar
principal.
34-36
28
Onish et al. alertam para a possibilidade de lesões ductais que possam
ocorrer ao segmento IV, quando se planeja seccionar na proximidade da fissura
umbilical. Nesta série, 54,6% dos casos (141 casos) ocorreram na proximidade
deste reparo anatômico, semelhante aos achados presentes na TABELA 4 e com os
estudos de Reichert (40%) e Couinaud (46,73%).
Destacam-se três distribuições variantes no estudo da via biliar esquerda
referente ao segmento IV: 11 (28,9%) fígados em que o ducto esquerdo é bipartido
em ducto para o segmento I/II e outro para o III/IV, 3 casos onde o segmento IV
recebeu o ducto acessório do III e em 1 caso do II. Em relação à primeira, Couinaud
verificou a presença de 16,82%, sendo que em 55% destes estariam nos 2/3
proximais à fissura umbilical. Reichert et al. relataram que a apresentação dividida
do hepático esquerdo esteve prevalente em 10% dos seus casos. Para Onish et al.
esta configuração foi encontrada em 15% dos indivíduos. Outras séries indicam
prevalências variando de 15 a 25%.
28,34-39
Não foi identificado nas séries revisadas o ducto do segmento IV recebendo
canalículos do III. Por fim, Healey et al. identificaram que, em 1% da sua série, os
ductos do segmento IV recebiam canaculos do II.
No caso do transplante do segmento lateral esquerdo, alguns autores
propõem um plano de secção à direita da fissura umbilical, visando diminuir o índice
de ductos múltiplos para a anastomose.
13,14,20
Contudo, esta modificação técnica
coincidiria com a emergência dos ductos do segmento IV, conforme os dados
encontrados. No estudo clínico-patológico de Reichert et al., os autores definiram
quatro padrões distintos de ducto hepático esquerdo, levando em consideração a
confluência ductal dos segmentos II e III, além de afirmarem que a secção do
parênquima hepático no segmento IV, em um plano que passa ao menos um
centímetro à direita da fissura umbilical, propiciaria o encontro de um ducto único do
lobo esquerdo em 90% dos casos.
13
Farias destacou que a 25,5 mm do ligamento venoso encontrar-se-ia, em
mais de 90% dos casos, um ducto do segmento lateral esquerdo. Somente em três
casos (7,5%), se o plano de secção do parênquima hepático ocorresse a dois
centímetros e meio, encontrar-se-ia nesse plano a confluência biliar principal.
Entretanto, nenhum destes trabalhos avaliou a relação desta medida com os ductos
do segmento IV.
29
No presente estudo, verificou-se que, com o índice referido por Farias, em
92,1% dos casos, a via biliar para o segmento IV estaria incluída. A 10 milímetros do
ligamento venoso ter-se-ia 34,2%.
Portanto, mesmo a 1 ou 2,5 centímetros à direita da fissura umbilical, dois
ductos biliares estariam presentes, quando se planejasse obter dois enxertos. Dentre
eles, o que menos teria lesão seria o plano planejado a 5 milímetros. Couinaud
destacou que uma convenção a qual propõe que sempre haveum único ducto
hepático esquerdo no hilo e anastomose neste e nos ductos III e IV na fissura
umbilical que irão derivar o hemifígado esquerdo.
Essa suposição ignora inúmeras variações biliares. Segundo este autor, no
seu estudo de 107 fígados humanos, as condições anatômicas favoráveis para
anastomose em um ducto único no hilo foram de 69,2%. Em seis indivíduos (5,6%),
seria plausível se houvesse anastomose látero-lateral do ducto hepático esquerdo
subdividido em II + I e III + IV. Sendo assim, em 25,2% dos indivíduos, a
variabilidade anatômica não permitiria uma adequada anastomose hetico-jejuno.
A frequência da multiplicidade dos ductos para anastomose apresentaria o
menor índice em torno de 10% e o limite superior estaria dependente da condição de
confluência do ducto do segmento IV. Isto vem de encontro dos achados da
literatura. Alguns autores afirmam que a ausência do ducto hepático esquerdo varia
de 2 a 9% e, nestes casos, a configuração mais frequente é um ducto que drena o
segmento IV e outro que drena o segmento II e III.
14,42
Bussutil et al. relatam índices de 15 a 25%, onde dois ou mais ductos a serem
anastomosados ocorrem, mesmo respeitando um plano de clivagem de 5 a 10 mm à
direita da fissura umbilical no plano da placa hilar pela técnica de split liver.
14,29
Reichert et al., embora tenham destacado a importância desta medida para o
segmento II e III, desconsideraram a presença dos ductos do segmento IV, mesmo
que estes tenham sido identificados após uma reintervenção em sua experiência
clínica. Além disso, em 55% dos seus casos, o ducto único do segmento IV confluiria
em algum ponto entre a fissura umbilical e a bifurcação dos hepáticos,
provavelmente alguns seriam suscetíveis à secção, mesmo poupando o ducto do
segmento lateral esquerdo. Entretanto, como fora destacada por outros autores, a
anastomose de ductos separados dos segmentos II e III é trabalhosa, sendo que a
busca por um ducto único do segmento lateral esquerdo é importante.
14,29
30
Broering et al., avaliando a morbidade de doadores vivos, associaram a
redução de complicações de fístulas biliares na superfície de secção, quando
deslocaram a clivagem paralelamente ao ligamento falciforme e terminando sobre o
segmento umbilical da veia porta, mesmo plano do ligamento venoso. Este achado
corrobora com a tendência observada na FIGURA 5, onde quanto mais próximo ao
ligamento venoso, menor a lesão aos ductos do segmento IV. Destaca-se, portanto,
a importância do estudo radiológico no período pré-operatório dos doadores
vivos.
24,26,42
Quais seriam as razões para tais variantes? Autores como Couinaud,
Kawarada et al. e Cheng et al. têm alertado para a dissociação entre a disposição
entre os ramos ductais e portais. Kawarada et al. afirmam que os ramos portais do
segmento medial (S4) confluem em ângulo reto com a porção umbilical da veia porta
não formando um pedículo glissoniano, em que a artéria, a veia e o ducto biliar são
encontrados. Os canais biliares deste segmento distribuem-se ao longo hilo
hepático, bem como as artérias. Este fato é atribuído à formação embrionária do
segmento IV, que foi descrita por Hugo Rex, Mall, Nettelblad, Hamilton, Boyd et al.,
Severn e revisada por Couinaud.
No início da formação hepática, este órgão apresenta duas porções: esquerda
e direita. Quando a veia umbilical entra próximo ao eixo central (colecístico), ocorre o
crescimento do segmento IV, deslocando o ramo esquerdo da veia porta para a
esquerda. Com isso, também afeta os outros integrantes portais (ducto e artéria) que
acompanham este desenvolvimento. Assim, o ducto deste segmento apresenta um
trajeto em “J” até atingir o seu correspondente da tríade portal no parênquima
deste.
35,38
Isto explica os achados do presente estudo, em que alguns ductos seriam
seccionados na supercie cruenta do enxerto.
31
9 CONCLUSÃO
A drenagem biliar do segmento IV ocorreu principalmente no terço médio e
distal entre a confluência dos hepáticos e o ligamento venoso. Quando em ducto
único, localiza-se principalmente nos 2/3 proximais; e nos casos de drenagem
múltipla, nos 2/3 distais, sendo que no terço distal encontrou-se 63,2% dos ductos
dos segmentos IVb.
Entre os planos planejados, aquele feito a 5 milímetros do ligamento venoso
acarretaria, com menor frequência (13,2%), na inclusão ou secção da drenagem
biliar, segmento ao se obter um enxerto do segmento lateral esquerdo. Estes
estariam principalmente na superfície do parênquima seccionado do enxerto
previsto.
33
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