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1 INTRODUÇÃO
O transplante hepático tem atingido bons resultados na última década.
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As
técnicas avançadas, a diminuição do tempo de cirurgia e a introdução de novos
medicamentos imunossupressores estão associados a uma maior sobrevida.
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Enquanto que, no passado, este procedimento complexo era realizado por poucos
centros, hoje ele está difundido pelo mundo.
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Entretanto, a falta de órgãos
cadavéricos tem limitado essa terapia.
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Visando à resolução do problema da falta de órgãos, algumas estratégias
novas foram propostas. No campo da cirurgia do fígado, técnicas inovadoras, como
o transplante hepático de tamanho reduzido (split liver e doação intervivos),
trouxeram uma nova opção para a solução deste problema.
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No final da década de 1980, duas novas abordagens que tinham perspectivas
de ampliar o aporte de órgãos para crianças sem interferir na quantidade de
enxertos foram publicadas.
3,4,5
A primeira delas foi realizada, inicialmente, por Raia
et al.
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e por PICHLMAYR, R et al.,
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os quais realizaram o transplante intervivos do
segmento lateral esquerdo. No início da década de 1990, essa técnica difundiu-se
extensivamente na Ásia, onde os aspectos éticos e culturais desestimulavam a
doação de órgãos cadavéricos. Atualmente, quase todos os transplantes realizados
na Ásia envolvem doadores vivos.
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Nos Estados Unidos em 2008, todavia, somente
4.1% utiliza essa técnica.
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No Brasil, no mesmo ano, 10.3% dos transplantes
utilizaram o doador vivo.
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A segunda abordagem é o chamado transplante split liver, no qual dois
enxertos são obtidos por meio da divisão do fígado de um doador morto.
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O órgão é
dividido ao lado do ligamento redondo, sendo a parte menor (lobo hepático
esquerdo) transplantada para uma criança, e a parte maior (segmentos IV a VIII),
para um adulto. Essa técnica, no entanto, é limitada pelo fato de que o número de
crianças que necessitam dessa terapia é muito menor do que o de adultos. A
tentativa de realizar isto para dois adultos ocorreu com sucesso em 1999, quando
dois pacientes com hepatite fulminante receberam enxertos de um único fígado
dividido ao longo da fissura hepática média, resultando em um hemifígado esquerdo
(segmentos I, II, III e IV) e um hemifígado direito (segmentos V, VI, VII e VIII).
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