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Analisando o fator Microestrutura, pode-se constatar que apresenta forte
influência no acabamento superficial. A região superficial do material apresentou o
melhor acabamento superficial, enquanto que, a região do centro apresentou o pior
acabamento superficial. Esse comportamento está relacionado à presença da grafita
na matriz metálica, mais especificamente ao tamanho dos nódulos. A região da
superfície apresenta um tamanho reduzido dos nódulos, com diâmetro médio de 22
µm, enquanto que a região central, apresenta nódulos maiores com diâmetro médio
de 29 µm.
As brocas com ângulo de ponta de 118/90º apresentaram melhores resultados
de acabamento superficial nos furos usinados. O que justifica tal desempenho,
provavelmente seja a presença do flat, que é um ângulo secundário na ponta da
broca. Isso altera o campo de tensões associados ao corte pois, aumenta o ângulo
de quina (ξ). Deste modo tem-se: ξ
118/90º
> ξ
118º
> ξ
130º
. Teoricamente, quanto maior o
ângulo de quina, maior será o seu raio (r
ε
), devido ao desgaste do gume após alguns
segundos de usinagem, pois as brocas foram fabricadas com um raio de quina
mínimo, proveniente do processo de retificação. Segundo Stemmer (1995), a
presença do ângulo secundário, reduz o sobre aquecimento nas quinas da
ferramenta devido a uma melhor distribuição do calor.
Utilizando os três níveis de avanço, obteve-se uma variação total no
acabamento superficial de 0,49 µm. Portanto, o avanço também possui influência no
acabamento superficial, porém com grau inferior aos três fatores acima
mencionados. A teoria nos mostra através da equação teórica (R
T
= f²/8 r
ε
) que a
rugosidade é proporcional ao quadrado do avanço (f²). Logo, os resultados
apresentaram-se coerentes para o menor avanço em relação ao maior avanço. O
avanço mais baixo (0,09 mm/rot) apresentou a menor rugosidade (1,85 µm),
enquanto que o avanço mais alto (0,180 mm/rot) apresentou a rugosidade mais
elevada (2,34 µm). O avanço intermediário de 0,135 mm/rot, deveria apresentar um
valor de rugosidade intermediário, porém isso não é observado.
A velocidade de corte apresentou-se pouco influente no acabamento
superficial. Com a utilização das três velocidades empregadas nos ensaios, a
rugosidade variou entre 2,0 e 2,5 µm.
Através do cálculo das variações obtidas nos valores de rugosidade (delta), foi
possível obter o nível de significância de cada fator estudado, como mostra a
figura 4.21.