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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
MARA CRISTINA DE ALMEIDA
RELAÇÕES CORPORAIS, COMPOSIÇÃO CENTENSIMAL E RENDIMENTO DE
FILÉ DO MANDI (Pimelodus britskii), DO RESERVATÓRIO SALTO SANTIAGO -
RIO IGUAÇU
Marechal Cândido Rondon
2010
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
MARA CRISTINA DE ALMEIDA
RELAÇÕES CORPORAIS, COMPOSIÇÃO CENTESIMAL E RENDIMENTO DE
FILÉ DO MANDI (Pimelodus britskii), DO RESERVATÓRIO SALTO SANTIAGO -
RIO IGUAÇU
Exame de Dissertação apresentado ao Programa de
Pós-graduação em Zootecnia da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná, campus de Marechal
Cândido Rondon, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Mestre em Zootecnia, área de
concentração em Produção animal e forragicultura.
Orientador: Prof. Dr. Gilmar Baumgartner.
Co-orientador: Prof. Dr. Robie Allan Bombardelli.
Marechal Cândido Rondon
2010
DEDICATÓRIA
Dedico
Aos meus familiares, que me
apoiaram, e a todos que
contribuíram para esse
sonho.
E ao Prof. Dr. Gilmar, pela
enorme ajuda e paciência
que teve comigo!
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida.
Aos meus pais, por terem possibilitado este sonho dentro de suas limitações
À Universidade Estadual do Oeste do Paraná, por ter-me possibilitado desenvolver
este trabalho.
Ao Prof. Dr. Gilmar, pela orientação, amizade e pelo incentivo dado. Obrigada
Chefe!
A Tractebel Energia S. A., pela colaboração nesta pesquisa.
Aos Professores, Robie, Pitágoras, Wilson e a todos os professores do mestrado em
Zootecnia!
Ao secretário Paulo, por quebrar todos nossos galhos no mestrado!
Ao estagiário Giovano Neuman (Engenharia de Pesca)
A colega Atielli, Dani e Vanessa em especial por ter me ajudado muito!!
Ao amigo Dino
Ao Grupo Gerpel, por ter dado a chance de desenvolver minha pesquisa e ajudado
na coleta de material!
A todos que nunca duvidaram do meu sonho!
A amizade é algo que importa muito na vida
e sem esse vínculo, nós não teremos harmonia nem paz.
Precisamos de amigos para nos ensinar, nos alegrar e
também, para cumprir nossa maior missão:
“Amar ao próximo como a si mesmo”
A amizade é uma dádiva de Deus.
Francisco Cândido Xavier
RESUMO
O mandi-pintado (Pimelodus britskii), uma espécie endêmica da bacia do rio Iguaçu
parece apresentar elevado potencial para o aproveitamento comercial. Deste modo,
o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial para o aproveitamento comercial do
mandi (Pimelodus Britskii), através das análises das proporções corporais,
composição centesimal e rendimento do filé, de peixes coletados no reservatório de
Salto Santiago. As capturas ocorreram nos meses de maio e julho de 2009, através
de espinhéis e redes de espera, distribuídos ao longo do reservatório. Após a
captura, os peixes foram medidos, pesados e tiveram o sexo determinado. Foram
divididos em classes de tamanhos (peixes <150g, peixes entre 150-300g e peixes
>300g) Os dados morfométricos (comprimento total, comprimento padrão, altura da
cabeça, comprimento da cabeça, altura do tronco e largura do tronco), rendimento
de filé, músculo abdominal, tronco limpo sem pele e composição centesimal foram
obtidos. As diferenças entre as classes de tamanho foram testadas através de
ANOVA unifatorial. Foram verificadas diferenças significativas para altura (16,48-
26,29%) e largura do tronco(10,55-15,20%), comprimento(27,5-38,06%) e largura da
cabeça(16,45-20,56%), rendimento do filé(37,26%), músculo abdominal(7,28%),
tronco limpo(50,09%), umidade(77,88%), lipídios(13,33%) e cinzas(1%) entre as
classes de tamanho. De maneira geral Pimelodus britskii apresentou relações
morfométricas, rendimento de filé e composição centesimal em niveis comparáveis
aos de outras espécies exploradas comercialmente, demonstrando que esta espécie
apresenta elevado potencial para a exploração comercial, seja através da pesca ou
do cultivo.
Palavras chaves: Rio Iguaçu, aproveitamento comercial, pesca, piscicultura.
ABSTRACT
The mandi-pintado (Pimelodus britskii) a endemic species from Iguaçu River basin
seems to have high potential for commercial exploitation. Thus, the aim of this study
was to evaluate the potential for commercial exploitation of the mandi (Pimelodus
britskii) through analysis of body proportions, centesimal composition and fillet yield
of fishes collected in the Salto Santiago reservoir. Catches occurred in May and July
2009 by longlines and gillnets distributed throughout the reservoir. After capture
fishes were weighed, measured and sexed. They were divided into size classes (fish
<150g, 150-300g fish and fish> 300g) Morphometric data (total length, standard length,
head height, head length, trunk height and width), fillet yield, abdominal muscle,
cleaned trunk without skin and centesimal composition were obtained. Differences
between size classes were tested by one-factor ANOVA. Significant differences were
found for height(16,48-26,29%) and width of the trunk(10,55-15,20%), length(27,5-
38,06%) and width of the head(16,45-20,56%), fillet yield(37,26%), abdominal
muscle(7,28%), cleaned trunk(50,09%), moisture(77,88%), lipids(13,33%) and
ash(1%) among size classes. Overall Pimelodus britskii presented morphometric
relationships, fillet yield and centesimal composition at levels comparable to other
commercially exploited species, demonstrating that this species has high potential for
commercial exploitation, either through fishing or farming.
Keyword: Iguaçu River, commercial exploitation, fishing, fish farming.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 Usina Hidrelétrica de Salto Santiago ...................................................... 13
FIGURA 02 Exemplar adulto de Pimelodus britskii (vista lateral),(vista dorsal),
(Vista frontal) e (vista ventral). ...................................................................................... 14
FIGURA 03- Coleta de material, rede de espera e espinhel ......................................... 17
FIGURA 04 Biometria e cortes realizados em Pimelodus britskii. .............................. 18
FIGURA 05 - Cortes realizados em Pimelodus britskii .................................................. 20
FIGURA 06 Proporção da altura do corpo em relação ao comprimento padrão de
Pimelodus britskii .......................................................................................................... 22
FIGURA 07 Proporção da altura do tronco relação as diferentes classes de
tamanho de Pimelodus britskii ....................................................................................... 23
FIGURA 08 Proporção da largura do corpo em relação ao comprimento padrão de
Pimelodus britskii .......................................................................................................... 23
FIGURA 09 Proporção da largura do tronco relação as diferentes classes de
tamanho de Pimelodus britskii ....................................................................................... 24
FIGURA 10 Proporção do comprimento da cabeça em relação ao comprimento
padrão de Pimelodus britskii. ........................................................................................ 24
FIGURA 11 Proporção do comprimento da cabeça em relação as diferentes de
classes de tamanho Pimelodus britskii. ......................................................................... 25
FIGURA 12 -. Proporção da largura da cabeça em relação ao comprimento padrão
de Pimelodus britskii .................................................................................................... 25
FIGURA 13 - Proporção da largura da cabeça em relação as diferentes de classes
de tamanho Pimelodus britskii ....................................................................................... 26
FIGURA 14 Rendimento do filé (%) em relação as diferentes classes de tamanho
de. Pimelodus britskii ............................................................................................... .....27
FIGURA 15 Rendimento do músculo abdominal (%) em relação as diferentes
classes de tamanho de. Pimelodus britskii ................................................................... 28
FIGURA 16 Rendimento do tronco limpo sem pele (%) em relação as diferentes
classes de tamanho de. Pimelodus britskii ................................................................... 28
FIGURA 17 Porcentagem da umidade (%) nos filés de Pimelodus britskii, de
acordo com as classes de tamanho .......................................................................... ... 29
FIGURA 18 Porcentagem de proteína bruta (%) nos filés de Pimelodus britskii, de
acordo com as classes de tamanho .......................................................................... ... 30
FIGURA 19 Porcentagem de lipídios (%) nos filés de Pimelodus britskii, de acordo
com as classes de tamanho ...................................................................................... ... 30
FIGURA 20 Porcentagem de cinzas (%) nos filés de Pimelodus britskii, de acordo
com as classes de tamanho ...................................................................................... ... 30
SUMÁRIO
Página
LISTA DE FIGURA ........................................................................................................ 07
RESUMO....................................................................................................................... 05
ABSTRACT ................................................................................................................... 06
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 09
2 OBJETIVO .............................................................................................................. 11
2.1 Objetivo Específicos .............................................................................................. 11
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 12
3.1 Área de Estudo ............................................................................................... 12
3.2 - A Espécie Alvo ................................................................................................. 13
3.3 Aproveitamento Comercial .............................................................................. 15
4 - MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 17
5 - RESULTADOS ......................................................................................................... 22
5.1 -Caracterização Corporal .................................................................................. 22
5.2 -Rendimento .................................................................................................... 27
5.3 Análises Centensimal ...................................................................................... 29
6 - DISCUSSÃO ............................................................................................................ 32
7 - CONCLUSÃO .......................................................................................................... 36
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 37
1 INTRODUÇÃO
O Brasil possui inúmeras espécies nativas de peixes com grande
potencial para a exploração pela aqüicultura. No entanto, a grande maioria delas
necessita ainda, de uma série de aportes científicos e tecnológicos para colocá-las
em um patamar de viabilidade zootécnica, entretanto, enquanto isso o acontece,
são as espécies exóticas que dominam a aqüicultura brasileira (BORGHETTI et al.,
2003).
Com o crescente aumento no interesse por espécies nativas, tendo em
vista a redução das introduções de espécies em ambientes naturais, fazem-se
necessários estudos que forneçam dados que possibilitem seu processamento,
dentre eles rendimento de filé e análises de sua composição quimica.
Além disso, visando maior eficiência da atividade zootécnica, busca-se,
hoje, métodos de avaliação de produtividade animal que sejam eficazes e permitam
rápida evolução em programas de melhoramento, sendo que a análise do
rendimento de carcaça tem sido um dos principais objetivos das pesquisas para se
obter maior eficiência nos sistemas de produção animal (CREPALDI, 2004).
Dentre os peixes nativos brasileiros destaca-se o gênero Pimelodus, que
é o mais diversificado da família Pimelodidae, contendo 24 espécies válidas
(LUNDBERG e LITTMAN, 2003). Na bacia do rio Iguaçu, este gênero apresenta
duas espécies, Pimelodus britskii (GARAVELLO e SHIBATTA, 2007) e Pimelodus
ortmanni (HASEMAN, 1911), sendo que a primeira apresenta maior porte que a
segunda. Esta espécie (P. britskii) está amplamente distribuída em toda a bacia do
rio Iguaçu, tendo sido descrita em homenagem ao ictiólogo Dr. Heraldo Antonio
Britski, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, em reconhecimento
pelas suas contribuições significativas para sistemática de peixes neotropicais
(HUGO et al., 2007).
Poucos são os estudos relacionados às características morfométricas,
rendimento e composição de filé de peixes de água doce no Brasil, havendo poucos
dados que permitam comparar as espécies, avaliar fatores críticos e visualizar o
potencial de industrialização (LEONHARDT et al., 2006). Esses dados são
importantes, pois fornecem subsídios às indústrias de processamento e aos
piscicultores que podem estimar sua produção (MACEDO-VIÉGAS e SOUZA, 2004).
Segundo Carneiro et al., (2004), é de grande importância para várias
empresas envolvidas no segmento produtivo da piscicultura, a obtenção de
informações referentes ao rendimento de vários produtos gerados a partir do
processamento de diferentes espécies de peixes, sendo de grande importância os
estudos relacionados a peixes nativos.Estes conhecimentos permitem o
planejamento logístico da produção e os cálculos necessários para a avaliação da
eficiência produtiva. Deste modo, estudos sobre o processamento de novas
espécies dão subsídios à indústria e permitem a avaliação de seu potencial para a
piscicultura nacional (EYO, 1993; SOUZA et al., 1999).
Várias causas podem influenciar a composição química dos peixes, sendo
algumas de natureza intrínseca, como fatores genéticos, morfológicos (tamanho e
forma) e fisiológicos (migração e desenvolvimento gonadal) (MACEDO-VIEGAS et
al. 2000). Fatores exógenos, tais como clima, estação do ano, abundância e tipo de
alimentação também podem afetar a composição corporal (BUCKLEY e GROVES,
1978; FREITAS e GURGEL, 1982; CONTRERAS-GUSMÁN, 1994).
No Brasil, são poucos os estudos sobre rendimento de carcaça de peixes,
principalmente com as espécies nativas como o Pimelodus (VIEGAS et al., 2000).
Considerando que na bacia do rio Iguaçu, o P. britskii é amplamente utilizado, tanto
na pesca esportiva, quanto na pesca para o comércio, a avaliação de suas
características morfológicas, químicas e de rendimento do filé, é de suma
importância,como base para futuros trabalhos com cultivo comercial
2 OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial para o aproveitamento
comercial do mandi (Pimelodus britskii; GARAVELLO e SHIBATTA, 2007), através
das análises das relações morfométricas, composição centesimal e rendimento do
filé, de peixes coletados no reservatório de Salto Santiago, rio Iguaçu.
2.1 Objetivos Específicos
Especificamente pretende-se:
a) Fazer uma descrição das relações corporais;
b) Analisar o rendimento do filé;
c) Determinar a composição centesimal;
d) Verificar se existem diferenças nas proporções corporais ( altura do tronco,
largura do tronco, altura da cabeça e largura da cabeça) entre diferentes
classes de tamanho dos peixes
e) Comparar as relações corporais, o rendimento do filé e a composição
centesimal entre as classes de tamanho.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Área de Estudo
O rio Paraná, forma uma das maiores bacias hidrográficas brasileira,
desde sua nascente, percorre 1.900 km em território nacional, cruzando vários
estados brasileiros (AGOSTINHO et al., 2007). Nos rios que formam sua bacia,
foram registrados 146 grandes represamentos, no quais, 70% são destinados à
geração hidrelétrica. Um dos rios pertencentes à bacia do rio Paraná, é rio Iguaçu,
que é um dos principais tributários, no qual está localizada a usina hidrelétrica de
Salto Santiago.
O rio Iguaçu é caracterizado por uma ictiofauna endêmica de pequeno
porte, formada basicamente por pequenos caracídeos e pimelodideos. Na década
de 1970, o rio era considerado pouco piscoso e os reservatórios construídos ali
seriam pouco propícios para o desenvolvimento de uma pesca comercial
(GOODLAND, 1975). Mesmo assim, a atividade pesqueira foi identificada nos
trechos médios do rio, especialmente nos reservatórios de Salto Santiago e Osório,
baseada em pequenos peixes (AGOSTINHO, et al., 2007).
O reservatório Salto Santiago (Figura 01) fechado em 1980, inundou uma
área de 208 km², localiza-se no estado do Paraná, entre os municipios de Rio Bonito
do Iguaçu e Saudade do Iguaçu, formando neste local a Usina Hidrelétrica de Salto
Santiago, com uma capacidade instalada de 1.420 MW, que tem a sua jusante a
Usina Hidrelétrica de Salto Osório e a montante a Usina hidrelétrica de Salto
Segredo (TRACTEBEL, 2007).
Figura 01: Usina Hidrelétrica de Salto Santiago. Fonte: Tractebel Energia S. A.
3.2 A Espécie Alvo
Os peixes pertencentes a família Pimelodidae, apresentam hábito
noturno, passando o dia escondidos e saindo a noite para explorar o ambiente,
muitos deles apresentam os órgãos visuais atrofiados, mas, em compensação, a
maioria tem órgãos sensitivos muito desenvolvidos, o que os torna capazes de
explorar eficientemente o meio, mesmo na ausência de luz (NAKATANI et al., 2001).
Pimelodidae agrupa atualmente 83 espécies, distribuídas em 30 gêneros,
no entanto, estima-se que existam cerca de 45 espécies ainda não descritas (REIS
et al., 2003). Seus representantes são exclusivos de água doce e se distribuem pela
América do Sul e Panamá (LUNDBERG & LITTMANN, 2003).
A espécie alvo deste trabalho, foi primeiramente descrita por Garavello e
Shibata (1995) , como Pimelodus sp, sendo posteriormente descrita por Garavello e
Shibata (2007), como Pimelodus britskii (Figura 02).
Figura 02: Exemplar adulto de Pimelodus britskii: A (vista lateral), B (vista dorsal), C (Vista frontal) e D
(vista ventral).
O mandi-pintado, uma espécie endêmica da bacia do rio Iguaçu
(GARAVELLO e SHIBATTA, 2007), apresenta habito alimentar onívoro na fase
adulta, porém, na larvicultura apresenta elevada taxa de canibalismo, exigindo em
sua alimentação dietas que apresentem elevado nível protéico (TABORDA et al.,
2009).
Seu período reprodutivo estende-se de outubro a abril, ocorrendo a
primeira maturação sexual com cerca de 165mm (NAKATANI et. al, 2001).
Esta espécie se parece com o Pimelodus maculatus, que apresenta olho
súpero-lateral, corpo relativamente alto e focinho largo (AGOSTINHO et al., 1997),
entretanto, uma das características marcantes desta espécie é o padrão de
coloração, com máculas arredondadas, geralmente menores que o diâmetro do olho,
dispersas regularmente no tronco (HUGO et al., 2007).
Exemplares dessa espécie foram erroneamente incluídos na série típica
de Pimelodus ortmanni, entretanto, diferem desta espécie por apresentar altura do
corpo no nível do processo cleitral posterior maior que o comprimento da cabeça,
lábios não proeminentes e barbilhão maxilar atingindo ou ultrapassando a linha
vertical que passa pela região mediana da nadadeira adiposa (GARAVELLO e
SHIBATTA, 2007).
3.3 Aproveitamento Comercial
Nas regiões de reservatórios a pesca é uma atividade que
inevitavelmente se estabelece e, geralmente em períodos logo após sua construção,
adquire relevante papel social, envolvendo milhares de pescadores profissionais e
amadores. Entretanto, a produção pesqueira em reservatórios neotropicais é
caracteristicamente baixa, necessitando de ações de manejo e pesquisas sobre as
espécies que lá habitam, já que o interesse sobre peixes nativos tem crescido
constantemente (AGOSTINHO et al., 2007).
O rendimento de partes comestíveis tem se tornado um dos critérios para
a escolha dos peixes cultivados. São procuradas espécies com altos rendimentos da
porção comestível (filé, tronco e músculo abdominal). De acordo com Contreras-
Guzmán (1994), o rendimento médio de carcaça de peixes comerciais de água doce
e salgada é de 62,6%, enquanto em algumas espécies de água doce a porção
comestível pode representar até 75,3% do peso corporal (BRESSAN, 1999).
Entretanto, estudos de processamento do pescado mostram que vários fatores
influenciam o rendimento, tais como: sexo, tamanho, idade e destreza do filetador
(SOUZA et al., 1998).
Segundo Lanari et al. (1999), o conhecimento do rendimento de carcaça e
das proporções de filé e demais subprodutos (resíduos, outros cortes, etc) de peixes
permitirá que a indústria processadora faça uma exploração mais eficiente desses
recursos.As características de composição centesimal da carne de peixes ainda não
são de grande interesse, no entanto, segundo Santos et al. (2001) e Burkert, et al.
(2008), a obtenção dessas informações é importante nos processos de conservação
e elaboração de sub-produtos.
A composição centesimal dos peixes fornece subsídios básicos às áreas
de nutrição, auxiliando no aproveitamento racional do pescado. Além disso, o
conhecimento da composição corporal, dos peixes e dos fatores que a afetam,
permite a avaliação da saúde dos peixes, a determinação da eficiência de
transferência de nutrientes do alimento ao peixe e possibilitam prever modificações
na composição da carcaça (SHEARER, 1994; ALMEIDA, 1998).
A composição química da carne do pescado também é um fator de
importância no processamento, no que se refere à padronização dos produtos, pois
tais informações fornecerão subsídios para tomadas de decisões de caráter dietário,
acompanhamento dos processos industriais e escolha de equipamentos para as
análises (CONTRERAS-GUZMÁN, 1994).
Entre os estudos sobre o rendimento e composição centesimal do
pescado nativo no país, destaca-se o de Santamaria et al. (1999), que estudaram a
coloração e o rendimento do filé de pirancanjuba (Brycon orbignianus), como
alternativa de cultivo, para suprir a demanda do mercado nacional. Crepaldi et al.
(2004), que utilizaram a técnica de ultrasonografia para avaliar o melhor rendimento
de carcaça de surubim (Pseudoplatystoma coruscans). Bombardelli et al. (2008),
estudaram as caracteristicas morfométricas, o rendimento de cortes e a composição
química da carne do armado (Pterodoras granulosus), no reservatório de Itaipu.
Machado et. al., (2009), que compararam a composição química e o rendimento de
filé de Prochilodus lineatus, no rio Mogi Guaçu, entre machos e fêmeas.
Enquanto poucos trabalhos relacionados ao rendimento de filé e
composição química do pescado nativo, muitos foram os trabalhos com espécies
exóticas de interesse comercial como a tilápia, por exemplo, Santos et al (2005), que
avaliaram os rendimentos do processamento de linhagens de tilápias em função dos
pesos de abate. Leonhardt, et al. (2006), que estudaram o rendimento de filé,
Marengoni et al. (2006), avaliaram a composição química da tilápia do nilo em
pesque pague e Poggere (2009), avaliou o rendimento de filé e a composição
química de três linhagens de tilápia.
4. MATERIAL E MÉTODOS
Os peixes analisados no presente estudo foram capturados no
reservatório de Salto Santiago, pertencente à bacia do rio Iguaçu, nos meses de
maio e julho de 2009. Para a captura foram utilizados espinhéis e redes de espera,
distribuídos ao longo do reservatório. (Figura 03).
Figura 03- Coleta de material, (a)rede de espera, (b)rede de espera,
(c)espinhel e (d)espinhel.
Foram analisados 71 peixes no total (53 fêmeas e 18 machos), que foram
divididos em três classes de tamanho: Classe A = <menor que 150g; Classe B = 150
a 300g; Classe C = >maior que 300g. Em função da diferença no número de
indivíduos de cada sexo, todas as análises foram realizadas para os sexos
agrupados.
Após a captura, os peixes foram medidos, pesados, eviscerados e tiveram
o sexo determinado. Os dados morfométricos (comprimento total, comprimento
padrão, altura da cabeça, comprimento da cabeça, altura do tronco e largura do
tronco) foram obtidos de acordo com o método descrito por Nakatani et al. (2001),
sendo que os peixes foram medidos com a utilização de ictiômetro e paquímetro,
ambos com precisão de 0,1 mm, enquanto que o peso foi obtido através de balança
semi-analítica com precisão de 0,01 grama. (Figura 04).
Figura 04 - Biometria e cortes realizados em Pimelodus Britskii. A (medidas morfométricas), B
(tomadas de medidas) e C (pesagem).
A
B
As características morfológicas foram expressas pelas relações corporais,
como proposto por Leis e Trnski (1989):
1 ) Altura do corpo ( ACO) em função do comprimento padrão (CP):
Corpo muito longo (ACO<10% do CP);
Corpo longo (ACO entre 10,01% e 20% do CP);
Corpo moderado (ACO entre 20,01% e 40% do CP);
Corpo alto (ACO entre 40,01% e 70% do CP);
Corpo muito alto (ACO > 70,01% do CP);
2 ) Comprimento da cabeça (CC) em função do comprimento padrão (CP):
Cabeça pequena (CC< 20% do CP);
Cabeça moderada (CC entre 20,01% e 33% CP);
Cabeça grande (CC> 33,01% e 33% do CP);
Para o corte de filé, primeiramente foi realizado o corte de carcaça (corpo
do indivíduo, tronco) (Figura 05), de acordo com o método descrito por Leonhardt et
al. (2006) com algumas adaptações. Para o corte da carcaça, o peixe foi decapitado
e eviscerado, sendo removidas as nadadeiras dorsal, peitoral, anal e caudal, e
posteriormente retirada a pele e o músculo abdominal. Todas as partes foram
pesadas individualmente, como forma de controle do procedimento adotado para o
processamento dos peixes.
Posteriormente, o filé sem pele foi obtido a partir do corte da musculatura
dorsal, nas duas laterais da carcaça no sentido longitudinal ao longo de toda a
extensão da coluna vertebral e costelas. Após obtidos, os filés foram pesados com o
auxílio de uma balança semi-analítica com precisão de 0,01 grama, sendo que o
rendimento foi obtido pela diferença entre o peso dos peixes eviscerados e o peso
dos filés.
Figura 05 - Cortes realizados em Pimelodus Britskii. A (evisceração), B (nadadeiras e coluna), C
(cabeça), D (tronco limpo com pele), E (tronco sem pele), F (filé), G (músculo abdominal).
A
B
C
E
Para a obtenção dos teores de umidade, proteína bruta, lipídios e cinzas,
as amostras em triplicata foram preparadas a partir dos filés de cada classe de
tamanho, que foram moídos com o auxílio de uma máquina de moer carne, até a
formação de uma massa homogeneizada, sendo que para a realização das análises
foram adotados os métodos descritos pela AOAC (2000).
Para testar as diferenças entre as classes de tamanho em relação ao
rendimento de filé e composição química, foi utilizada a análise de variância
unifatorial (ANOVA), e quando estas foram significativas, utilizou-se o teste de
Tukey, para definir as diferenças, sendo que todos os testes estatísticos aplicados
no presente trabalho foram avaliados ao nível de significância de 5% (MENDES,
1999). Para esta análise utilizou-se o software Statictic 8.0 (STATISOFT, 2009).
5. RESULTADOS
5
5
.
.
1
1
C
C
A
A
R
R
A
A
C
C
T
T
E
E
R
R
I
I
Z
Z
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
C
C
O
O
R
R
P
P
O
O
R
R
A
A
L
L
De acordo com a relação entre a altura do tronco (Altr) e o comprimento
padrão (Figura 06), podemos observar que a altura do tronco representa de 16,48 a
26,29%, sendo portando caracterizado como de tronco longo (LEIS e TRINSKI
1989).
Figura 06 Proporção da altura do corpo em relação ao
comprimento padrão de Pimelodus britskii.
Quando analisada a relação entre a altura do tronco (Altr) e o tamanho,
observamos que houve diferença significativa em relação as classes de tamanho
(p<0,05), sendo que a Classe C (maiores que 300g) apresentou a maior altura do
tronco, indicando que os peixes maiores, devem apresentar um maior rendimento de
tronco (Figura 07)
15,00
18,00
21,00
24,00
27,00
30,00
15 20 25 30 35
% Altr
Comprimento padrão (cm)
Figura 07 Proporção da altura do tronco, em relação as
diferentes classes de tamanho de Pimelodus britskii (letras
iguais, não ocorreu diferença significativa, letras diferentes
ocorreu diferença significativa).
A largura do tronco (Ltr), em relação ao comprimento padrão, representou
de 10,55 a 15,20% (Figura 08), mostrando que esta espécie apresenta também um
corpo largo. De acordo com a Anova, diferença significativa na largura do tronco
(Ltr), em relação as classes de tamanho (p<0,05) foi verificada, sendo que a Classe
C (maiores que 300g) apresentou a maior largura do tronco (Figura 09).
Figura 08 Proporção da largura do corpo em relação ao
comprimento padrão de Pimelodus britskii.
<150g 150-300g >300g
Classe de tamanho
18,00
18,50
19,00
19,50
20,00
20,50
21,00
21,50
22,00
22,50
23,00
ALT%
a
a
b
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
15 20 25 30 35
% Ltr
Comprimento padrão (cm)
Figura 09 Proporção da largura do tronco, em relação as
diferentes classes de tamanho de Pimelodus britskii. .(letras
iguais, não ocorreu diferença significativa, letras diferentes
ocorreu diferença significativa).
Através da relação entre o comprimento da cabeça (CC) e comprimento
padrão, percebe-se que a cabeça representa de 27,50 a 38,06% (Figura 10). Deste
modo, esta espécie pode ser considerada como de cabeça moderada (LEIS e
TRINSKI 1989), sugerindo um maior aproveitamento do tronco.
Analisando-se o comprimento da cabeça (CC), entre as classes de
tamanho (p<0,05), observa-se que em média a cabeça aumenta em comprimento a
medida que o corpo cresce, acompanhando o crescimento, porém as diferenças
entre as classes de tamanho não foram significativas (p>0,05) (Figura 11).
Figura 10 Proporção do comprimento da cabeça em relação
ao comprimento padrão de Pimelodus britskii.
<150g 150-300g >150g
Classe de tamanho
11,5
12,0
12,5
13,0
13,5
14,0
14,5
15,0
LTR%
a
b
a
25,00
28,00
31,00
34,00
37,00
40,00
15 20 25 30 35
% CC
Comprimento padrão (cm)
Figura 11 Proporção do comprimento do cabeça, em relação
as diferentes classes de tamanho de Pimelodus britskii. .( letras
iguais, não ocorreu diferença significativa, letras diferentes
ocorreu diferença significativa).
A largura da cabeça (LC) em relação ao comprimento padrão manteve-se
entre 16,45 e 20,56% (Figura 12), evidenciando uma cabeça moderadamente larga.
Da mesma forma que o comprimento da cabeça, a largura da cabeça (LC)
acompanha o crescimento, sendo que a cabeça mais larga foi registrada naqueles
indivíduos que apresentaram o maior tamanho do corpo, (acima de 300g), que
diferiu significativamente (p<0,05) das outras classes (Figura 13).
Figura 12 Proporção da largura da cabeça em relação ao
comprimento padrão de Pimelodus britskii.
<150g 150-300g >150g
Classe de tamanho
31,00
31,50
32,00
32,50
33,00
33,50
34,00
34,50
35,00
CC%
a
a
a
15,00
17,00
19,00
21,00
23,00
15 20 25 30 35
% LC
Comprimento padrão (cm)
Figura 13 Proporção da largura da cabeça, em relação as
diferentes classes de tamanho de Pimelodus britskii. .( letras
iguais, não ocorreu diferença significativa, letras diferentes
ocorreu diferença significativa).
<150g 150-300g >300g
Classe de tamanho
17,80
18,00
18,20
18,40
18,60
18,80
19,00
19,20
19,40
19,60
LC %
a
a
a
5
5
.
.
2
2
R
R
E
E
N
N
D
D
I
I
M
M
E
E
N
N
T
T
O
O
O rendimento do filé de P. britskii variou de 25,22 a 40,57%, sendo que
entre as classes de tamanho verificou-se diferença significativa (p<0,05), sendo que
os indivíduos acima de 300g apresentaram a melhor média (37,26%) (Figura 14),
demonstrando que os peixes maiores apresentam um maior aproveitamento de filé.
Figura 14 Rendimento do filé em relação as classes de
tamanho de Pimelodus britskii. .( letras iguais, não ocorreu
diferença significativa, letras diferentes ocorreu diferença
significativa).
Quando analisado o músculo abdominal, em relação as classe de
tamanho, verifica-se que o crescimento acompanha o desenvolvimento do corpo,
que os indivíduos acima de 300g (7,28%) apresentaram o maior rendimento,
diferindo significativamente (p0,05) das outras classes (Figura 15).
<150g 150-300g >300g
Classes de tamanho
31,00
32,00
33,00
34,00
35,00
36,00
37,00
38,00
Filé %
a
a
b
Figura 15 Rendimento do músculo abdominal entre as
classes de tamanho de Pimelodus britskii. .( letras iguais, não
ocorreu diferença significativa, letras diferentes ocorreu
diferença significativa).
O tronco limpo sem pele (Figura 16), quando comparado entre as
diferentes classes de tamanho, apresentou diferença significativa (p0,05), sendo
que a classe acima de 300g (50,09%) apresentou o maior rendimento de tronco
limpo.
Figura 16 Rendimento do Tronco limpo sem pele (%) entre as
classes de tamanho de Pimelodus britskii. .( letras iguais, não
ocorreu diferença significativa, letras diferentes ocorreu
diferença significativa).
<150g 150-300g >300g
Classes de tamanho
5,80
6,00
6,20
6,40
6,60
6,80
7,00
7,20
7,40
7,60
sculo abdominal %
a
a
b
<150g 150-300g >300g
Classes de tamanho
43,00
44,00
45,00
46,00
47,00
48,00
49,00
50,00
51,00
Tlsp%
a
b
a
5
5
.
.
3
3
A
A
N
N
Á
Á
L
L
I
I
S
S
E
E
S
S
C
C
E
E
N
N
T
T
E
E
N
N
S
S
I
I
M
M
A
A
L
L
De acordo com a composição química dos filés analisados, observou-se
que em média, os filés apresentaram 77,88% de umidade, 16,24% de proteína bruta,
13,33% de Lipídios e 1,00 % de cinzas.
Quando comparada a umidade entre as três classes de tamanho, verifica-
se que os indivíduos menores que 150g, apresentaram maior umidade que aqueles
pertencentes às outras classes, sendo que as diferenças os maiores e menores
indivíduos foram significativas (p<0,05) (Figura 17).
Figura 17 Porcentagem de umidade (%), nos filés de
Pimelodus britskii, de acordo com as classes de tamanho. .(
letras iguais, não ocorreu diferença significativa, letras
diferentes ocorreu diferença significativa).
A proteína bruta, uma característica muito importante da composição
química no pescado, quando testada estatisticamente em relação às classes de
tamanho, não mostrou diferença significativa (p0,05), entretanto os indivíduos
menores (15,27%), apresentaram a menor quantidade de proteína bruta, enquanto
que a intermediária (150 a 300g; 16,83%) apresentou a maior porcentagem (Figura
18).
<150g 150-300g >300g
Classe de tamanho
74,00
75,00
76,00
77,00
78,00
79,00
80,00
81,00
Umidade %
a
ab
b
Figura 18 Porcentagem de proteina bruta (%), nos filés de
Pimelodus britskii, de acordo com as classes de tamanho. .(
letras iguais, não ocorreu diferença significativa, letras
diferentes ocorreu diferença significativa).
A concentração de lipídios aumentou a medida que os peixes foram
crescendo (Figura 19), sendo que todas as classes de tamanho diferiram
significativamente (p0,05) entre sí. Ao contrario do que aconteceu com a proteína
bruta, a classe de menor tamanho (< 150g), apresentou a menor quantidade de
lipídios (5,86%), e a classe acima de 300g a maior (19,34%) (Figura 19).
Figura 19 Porcentagem de lipídios (%), nos filés de
Pimelodus britskii, de acordo com as classes de tamanho(letras
iguais, não ocorreu diferença significativa, letras diferentes
ocorreu diferença significativa).
<150g 150-300g >300g
Classe de tamanho
14,00
14,50
15,00
15,50
16,00
16,50
17,00
17,50
18,00
Proteina bruta%
a
a
a
<150g 150-300g >300g
Classe de tamanho
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
20,00
22,00
Lipidios %
a
b
c
O teor de cinzas presentes nos filés de P. Britskii diferiram
significativamente entre as classes de tamanho (p0,05), sendo que a classe de
acima de 300g apresentou a maior quantidade (1,1%), em relação às outras classes
(Figura 20).
Figura 20 Porcentagem de cinzas (%), nos filés de Pimelodus
britskii, de acordo com as classes de tamanho ( letras iguais,
não ocorreu diferença significativa, letras diferentes ocorreu
diferença significativa).
<150g 150-300g >300g
Classe de tamanho
0,88
0,90
0,92
0,94
0,96
0,98
1,00
1,02
1,04
1,06
1,08
1,10
1,12
1,14
Cinzas %
a
a
b
6- DISCUSSÃO
De maneira geral, Pimelodus bristkii apresentou características
morfológicas, de rendimento e composição centesimal adequadas a sua utilização
para produção de alimento, podendo ser testada para exploração na pesca, como na
aqüicultura e no cultivo.
De acordo com os resultados, esta espécie apresentou um tronco longo e
largo, o que mostra um elevado potencial para o aproveitamento dos filés. Este
resultado concorda com Freato et al. (2008), que verificaram que piracanjubas mais
largas e mais comprimidas apresentaram maior rendimento de filé.
O tronco longo (16,48 a 26,29% de altura), obtido para P. britskii no
presente estudo, também foi registrado por Nakatani et al. (2001), para Pimelodus
maculatus, Pimelodus ortmanni e Rhamdia quelen, o que demostra que esta é uma
característica comum dos siluriformes.
Para espécies da família Pimelodidae, Nakatani et al. (2001) verificaram
que o comprimento da cabeça em relação ao comprimento padrão varia entre 25,0 e
45,0%. Quando comparados estes resultados ao encontrados para P. britskii (27,5 a
38,06%), observa-se que esta espécie encontra-se dentro da amplitude de variação
para a família. Por outro lado, Viegas et al. (2000) demonstraram que o matrinchã
apresenta uma proporção de cabeça menor que P. britskii, o que está relacionada as
características das espécies, pois geralmente, as espécies de characiformes (como
o matrinchã) apresentam cabeças menores que os Siluriformes. Por outro lado,
quando comparada a proporção da cabeça de P. britskii com a da tilápia, verifica-se
uma semelhança, já que Simões (2007) observou que a cabeça da tilápia representa
29,14% do comprimento padrão.
O aumento da proporção da cabeça à medida que aumenta o tamanho do
indivíduo, como registrado para P. britskii, nem sempre ocorre. Viegas et al. (2000)
verificaram que para o matrinchã, a medida que o corpo aumenta de tamanho, a
proporção da cabeça diminui. Geralmente, indivíduos que apresentam com cabeças
maiores, e com uma proporção muito elevada em relação ao tronco, tem um menor
aproveitamento de filé.
Para alimentação humana, o que interessa é a composição das partes
comestíveis, portanto, o analista deve obter as amostras das zonas aproveitáveis e
respeitar as condições em que elas são consumidas (com pele, com gordura, etc.)
(CONTRERAS, 1994), procurando a otimização do produto.
Outro fato, que influência, no rendimento, é o formato do corpo, logo,
peixes com forma de torpedo apresentam rendimentos altos devidos á massa
muscular cilíndrica (CONTRERAS, 1994).
O rendimento médio do filé (37,26%) registrado para P. britskii é um
pouco maior que o registrado para outras espécies de peixes siluriformes, indicando
que esta espécie apresenta grande potencial para exploração comercial. Sary et al.
(2009), demonstraram que para Rhamdia voulezi o rendimento de filé foi de 33,00%,
enquanto Carneiro et al. (2004), afirmam que o rendimento de filé de jundiá
(Rhamdia quelen) chega a 34,75%. Marengoni et al. (1998), relataram que o
rendimento de filé de bagres americanos (Ictalurus punctatus) e africano (Clarias
gariepinus), foi de 32,78 e 35,81%, respectivamente, enquanto que Scorvo et al.
(2008), registraram de 33,19 a 34,70% de rendimento de filé para o pintado,
(Pseudoplatystoma corruscans).
Comparando-se o rendimento de filé de P. britskii com a tilápia do Nilo,
que é uma espécie de alto valor comercial, verifica-se que os valores são
semelhantes, tendo em vista que Leonhardt et al. (2006), registraram rendimentos
variando entre 36,5 a 39,00%, para três linhagens de tilápia. Poggere (2009),
encontrou rendimento de filé entre 29,93 a 30,73%, para as linhagens Supreme,
Chitralada e Bouké.
O melhor rendimento de filé ocorreu em indivíduos maiores, podendo ser
considerado este grupo, o melhor para o abate e com maior aproveitamento de filé.
Este resultado concorda com Leonhardt et. al.(2006), que afirmaram que indivíduos
de tilápia com maior peso médio apresentaram o maior rendimento de filé.
O rendimento do músculo abdominal registrado para P. britskii, difere
daquele observado para espécies com formato de corpo semelhante. Por exemplo,
Carneiro et al. (2004) registraram rendimento do músculo abdominal de jundiá
(Rhamdia quelen) maior (10,32%). Por outro lado, quando comparado a outras
espécies comerciais, o músculo abdominal de P. britski é bem maior. Por exemplo, a
tilápia do Nilo apresenta um rendimento de músculo abdominal de apenas 1,85% do
peso apenas (SOUZA, 2007).
A parte útil dos pescados, também denominada corpo limpo ou carcaça, é
a parte do corpo pronta para cozinhar ou para industrialização, tratando-se do tronco
sem vísceras, nem nadadeiras, porém com a coluna vertebral e pele (CONTRERAS,
1994).
O rendimento de tronco limpo registrado neste experimento (44,96 a
50,09%), mostra que esta espécie se assemelha a outras espécies de siluriformes,
tendo em vista que Sary et al. (2009), registraram um rendimento de tronco limpo de
47,95 a 49,76% para Rhamdia voulezi, que também é uma espécie endêmica da
bacia do rio Iguaçu. Por outro lado, quando comparado o rendimento de tronco
limpo, com espécies de Characiformes, que possuem maior porte, o rendimento foi
inferior. Reidel et al. (2006) avaliaram o rendimento de tronco limpo de curimbatá (P.
lineatus) e constataram um rendimento de 61%, enquanto que para o piavuçu (L.
macrocephalus) este rendimento foi de 56%.
A determinação da composição química do pescado permite classificá-lo
nos grandes grupos de alimentos, de acordo com os teores de água, lipídios,
proteínas e minerais. A disponibilidade desta informação auxilia na padronização
dos produtos alimentares, baseado em critérios nutricionais; fornecimento de
subsídios para decisões de caráter dietário; acompanhamento de processos
industriais e pesquisas através de mudanças nos componentes químicos e seleção
de equipamentos para otimização econômica e tecnológica (CONTRERAS, 1994)
A porcentagem média de umidade (77,88%), registrada neste estudo, é
um pouco superior a recomendada pelo departamento de Tecnologia de Alimentos
da UFSC (UFSC, 2003), para carne de peixe (74,87%), porém se assemelha ao
encontrado para outras espécies nativas no estado do Paraná. Reidel et. al. (2006),
registraram 77,66% de umidade em fêmeas de Curimbatá (P. lineatus) e 77,21% em
fêmeas de Piavuçu (L. Macrocephalus). Sary, et al. (2009), verificaram que a
umidade em Rhamdia voulezi, alimentadas com rações orgânicas, variaram entre
76,02 e 77,54%.
A proteína e os lipídios são nutrientes importantes na mobilização e
formação de tecido corporal, sendo os principais responsáveis pelo crescimento e
ganho de peso nos peixes (REGOST et al., 2001; MACHADO et al., 2009). Segundo
Lazzari et al. (2006), para filés de jundiás (Rhamdia quelen), na fase de recria foram
registrados 33% de proteína bruta n matéria seca. Sary, et al. (2009), demonstraram
que a carcaça de Rhamdia voulezi (bagre) apresentou entre 15,75 e 16,97% de
proteína bruta. Santos et al. (2001) afirmam que os filés de traíra (Hoplias
malabaricus) apresentam aproximadamente 20,7% de proteína bruta. De acordo
com os resultados do presente experimento, P. britskii apresentou em média 15,27 a
16,83% de proteína bruta, um valor semelhante quando comparado as espécies
mencionadas anteriormente.
Segundo Contreras (1994), de acordo com a quantidade de lipídios
encontrada na composição química dos peixes, os peixes podem ser como gordo
(mínimo de 10% de lipídios), semigordo (de 2,5 a 10,0%) e magro (até 2,5% de
lipídios). Como a quantidade de lipídios registrada neste trabalho foi de 13,33% em
média, P. britskii pode ser classificado como um peixe gordo, principalmente aqueles
indivíduos acima de 300 gramas de peso.
A grande quantidade de lipídios na carne do pescado pode apresentar
benefícios, que peixes que possuem esta característica são considerados mais
saborosos (OGAWA, 1999; BOMBADERLLI, et al. 2007), podendo ser utilizados em
subprodutos. Contrapondo, o beneficio da gordura na carne, seu excesso pode
tornar-se prejudicial, visto que ela é um dos fatores influentes na vida útil do produto
e na sua aceitação pelo consumidor, dadas às reações de lipólise e autoxidação
sofridas pelos lipídeos (Pereira e Campos, 2000, BOMBADERLLI, et al. 2007).
Taha (1996) do departamento de Tecnologia de Alimentos da
Universidade Federal de Santa Catarina em sua dissertação recomenda que a
concentração de lipídios deve girar em torno de 6,71% para carne de peixes. Os
resultados encontrados no presente estudo foram bastante superiores (13,33%) a
esta recomendação, porém semelhantes ao encontrado por Bombardelli et al.
(2008), que registraram de 14,90 a 15,13% de lipídios na carne do armado
(Pterodoras granulosus).
A determinação da cinza ou matéria mineral fornece uma indicação da
riqueza da amostra em elementos minerais (REHAGRO, 2003). Contreras (1994),
sugere que o teor de cinzas em peixes de água doce, deve ser em torno de 1,7%.
Os valores encontrados para P. britskii se assemelham ao registrado para outros
pimelodidios, tendo em vista que Burket et al. (2008), afirmam que os filés de
surubim (Pseudoplatystoma sp) apresentaram apenas 1,09% de cinzas, enquanto
que Scorvo et. al. (2008) encontraram de (1,21 a 1,56%) de cinzas no pintado,
(Pseudoplatystoma corruscans).
7 CONCLUSÃO
De maneira geral Pimelodus britskii apresentou relações morfométricas,
rendimento de filé e composição centesimal em niveis comparáveis aos de outras
espécies exploradas comercialmente, demonstrando que esta espécie apresenta
elevado potencial para a exploração comercial, seja através da pesca, ou do cultivo.
Fazendo-se necessário, estudos complementares, sobre a reprodução, hábitos
alimentares, crescimento entre outros.
Quando considerado o aproveitamento comercial, a forma sugerida para
apresentação deste produto é o tronco limpo, que demonstrou ser a parte com maior
rendimento.
Considerando elevada presença de lipídios, o mesmo pode ser explorado
na forma de subprodutos, tais como, patês e fisherburg, que exigiem uma maior
quantidade de gordura.
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