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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA
Influência da Estimulação Aversiva Visual na Atenção Concentrada e na
Memória de Curto Prazo em Estudantes Universitários
Aluno: Paulo Ricardo de Oliveira Giron
Orientadora: Profa. Dra. Rosa Maria Martins de Almeida
São Leopoldo, 2009
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2
Ficha Catalográfica
Catalogação na Publicação:
Bibliotecária Camila Rodrigues Quaresma - CRB 10/1790
G527i Giron, Paulo Ricardo de Oliveira
Influência da Estimulação Aversiva Visual na Atenção
Concentrada e na Memória de Curto Prazo em Estudantes
Universitários / por Paulo Ricardo de Oliveira Giron. – 2009.
81 f. : il. ; 30cm.
Com: artigos “Estimulação Aversiva e Cognição e A influência dos
estímulos aversivos visuais atenção e na memória em estudantes
universitários
Dissertação (mestrado) — Universidade do Vale do Rio dos Sinos,
Programa de Pós-Graduação em Psicologia, São Leopoldo, RS, 2009.
“Orientação: Prof.ª Drª. Rosa Maria Martins de Almeida, Ciências
da Saúde”.
1. Memória – Psicologia. 2. Atenção – Psicologia. 3. Memória
seletiva. 4. Estimulação visual aversiva. I. Título.
CDU 159.952/.953
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1
Dedico este trabalho
a minha família
2
AGRADECIMENTOS
Agradeço especialmente a Professora Dra. Rosa Maria Martins de Almeida pela
orientação dedicada e constante na elaboração deste trabalho.
Agradeço aos demais professores do curso de mestrado em psicologia clínica da
Universidade do Vale do Rio dos Sinos pelas aulas as quais nos introduziram no mundo
da pesquisa.
Aos Professores e alunos, de todos os seis centros de ciências da UNISINOS
que, cederam seu espaço, seu tempo e propiciaram ou participaram de alguma forma na
realização deste estudo.
Aos colegas de trabalho que entenderam e supriram a minha ausência.
A minha família por todo apoio e carinho incondicional de sempre!
3
Sumário
LISTA DE TABELAS...................................................................................4
LISTA DE FIGURAS....................................................................................5
INTRODUÇÃO ............................................................................................6
Fundamentação Teórica...............................................................................7
Justificativa.........................................................................................8
Problema de Pesquisa.........................................................................9
Hipóteses..............................................................................................9
Objetivos..............................................................................................9
Geral....................................................................................................9
Específicos...........................................................................................10
MATERIAL E MÉTODO.............................................................................10
Delineamento.......................................................................................10
Participantes........................................................................................11
Instrumentos........................................................................................12
Procedimentos e Considerações Éticas..............................................14
Análise dos Dados................................................................................16
Discussão..............................................................................................25
REFERÊNCIAS.............................................................................................30
ARTIGO DE REVISÃO...............................................................................35
ARTIGO EMPÍRICO...................................................................................52
INTRODUÇÃO..................................................................................55
Justificativa.........................................................................................57
Problema.............................................................................................57
Hipóteses.............................................................................................57
Objetivos.............................................................................................58
Objetivo geral.....................................................................................58
Objetivo específico.............................................................................58
MATERIAL E MÉTODO...........................................................................60
Delineamento......................................................................................60
Participantes......................................................................................60
Análise dos Dados.............................................................................64
Considerações finais..........................................................................69
REFERÊNCIAS...........................................................................................73
4
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Descrição do número de participantes e sua distribuição percentual por
grupo........................................................................................................................12 e 60
Tabela 2. Média e Desvio Padrão dos grupos estudados, G1, G2 e G3, com respectiva
significância............................................................................................................19 e 65
5
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.Teste (IDATE): Média e Desvio Padrão dos escores alcançados pelos grupos
G1, G2 3 G3 no teste de Ansiedade........................................................................ 22 e 66
Figura 2. Teste TSP-Memória: Média e desvio padrão dos escores obtidos pelos grupos
G1, G2 e G3 no teste de Memória...........................................................................23 e 67
Figura 3. Teste AC (Atenção Concentrada): Média e Desvio Padrão dos escores obtidos
pelos grupos G1, G2 e G3 no teste de atenção concentrada...................................24 e 68
6
Introdução
Essa dissertação de mestrado é composta por três partes, sendo a primeira parte
constituída pelo relatório de investigação que contém uma introdução teórica sobre o
tema pesquisado. E, posteriormente, descreve os pormenores da pesquisa experimental,
realizada sobre a influência da estimulação aversiva em duas das principais funções
cognitivas (memória de curto prazo e atenção concentrada). Desta forma o texto está
organizado para uma melhor compreensão dos passos e resultados da prática efetuada.
A segunda parte está estruturada de forma sintética, reunindo os principais
estudos e experimentos sobre o assunto, seguindo o formato de um artigo, pois esse será
submetido à publicação em revista científica. Os artigos científicos utilizados formam
uma coletânea das publicações encontradas e que foram discutidas.
A terceira parte faz inicialmente uma análise dos materiais publicados que
tratam do assunto, valendo-se dos estudos sobre comportamento agressivo. Apresenta
pesquisas experimentais que investigam a interferência da estimulação visual aversiva
na cognição (memória e atenção), com indução de humor, no caso, utilizando ansiedade.
Como resultado principal, foi verificado prejuízos significativos na memória de curto
prazo e na atenção concentrada em estudantes universitários através do aumento da
ansiedade após a estimulação visual aversiva.
Tanto o artigo de revisão da segunda parte quanto o artigo empírico da terceira
parte seguem à formatação exigida pelas revistas as quais serão submetidos para
publicação.
7
Fundamentação Teórica
O interesse pelo comportamento, emoção e cognição através dos sentidos
(percepção) dos seres humanos já era uma preocupação antiga (Campbell, 1997).
Na primeira metade do século XX, na busca de objetividade e status científico
houve a supervalorização da razão em detrimento das emoções e daquilo que é sentido e
percebido (Oliva, 2006).
A percepção é a principal via para as emoções e, ao contrário do que diversos
filósofos pensavam mente e corpo estão entrelaçados. É difícil estudar separadamente
razão e emoção para explicar o comportamento individual ou de algum grupo (Arantes,
2000).
Dessa forma, estudos que investigam os principais responsáveis pela formação
da emoção- a estimulação- vêm sendo publicados em maior número nas últimas
décadas. É conhecido que a percepção tem um papel essencial nas emoções e que é
através da apreensão dos estímulos que o comportamento humano pode ser explicado
(Swedo, 1994; Taylor, 2000).
Esse interesse em conhecer o papel da emoção sobre a cognição de forma mais
científica teve seu início com William James (1894/1994). Os esforços deste
pesquisador estavam concentrados em provar como os estímulos externos provocariam
diferentes emoções e como essas emoções repercutiriam em comportamentos (Vega,
1992).
8
nas últimas décadas, destacaram-se autores como Gilligam e Bower (1984),
os quais, fizeram investigações neste campo, e estudaram o papel dos estímulos no
processamento cognitivo, descrevendo as redes associativas que levavam certas
emoções a terem influências distintas em habilidades cognitivas, como na memória e na
atenção.
E, finalmente, nesta década, contatou-se que teorias dos sistemas do
processamento cognitivo têm uma inegável influência na estimulação externa do
comportamento, o que impulsionou pesquisas que abordam os estímulos e as emoções
para a compreensão de um dos grandes males da atualidade, a violência (Sternberg,
2000).
O estudo sobre a violência é essencial para as pesquisas com indução de humor
ou estimulação, principalmente, a aversiva, devido a ligação da percepção com o
comportamento agressivo (Anderson, 2004).
Qualquer pessoa pode ser afetada negativamente pela violência que é assistida
no cotidiano ou pelos estímulos que são recebidos por esse tipo de exposição (Feilitzen,
1999; 2001). O efeito depende da estrutura cognitiva e física de cada um, assim como
depende também da intensidade dos estímulos advindos do meio ambiente (Bar-On,
2002).
Justificativa
Durante o dia-a-dia das pessoas há o efeito da estimulação visual aversiva
(emoção desagradável) que pode afetar as funções cognitivas como a atenção
concentrada, a memória de curto prazo e mesmo o estado emocional. Então, é
necessário investigar os estressores em potencial e seus efeitos para uma melhor
9
compreensão da cognição e, conseqüentemente, do desempenho dos seres humanos nas
suas atribuições diárias.
Problema de pesquisa
Os estímulos visuais aversivos (emoções desagradáveis) podem produzir
alterações na atenção concentrada e na memória de curto prazo?
Hipóteses
A percepção de estímulos visuais aversivos (emoções desagradáveis) altera o
nível de ansiedade e interfere na atenção concentrada.
A percepção de estímulos visuais aversivos (emoções desagradáveis) altera o
nível de ansiedade e interfere na memória de curto prazo.
diferenças entre homens e mulheres na ansiedade após a estimulação visual
aversiva (emoções desagradáveis).
diferenças entre homens e mulheres na capacidade de memória de curto
prazo após a estimulação visual aversiva (emoções desagradáveis).
diferenças entre homens e mulheres na capacidade de atenção concentrada
após a estimulação visual aversiva (emoções desagradáveis).
Objetivos
Objetivo Geral
10
Identificar as alterações das funções de memória de curto prazo e da atenção
concentrada em indivíduos expostos a estímulos aversivos visuais (emoções
desagradáveis).
4.2 Objetivos Específicos
a) Averiguar se os estímulos aversivos visuais (emoções desagradáveis)
provocam alterações nos níveis de ansiedade entre os grupos pesquisados;
b) Verificar se os estímulos visuais aversivos (emoções desagradáveis) exercem
influência na atenção concentrada;
c) Verificar se os estímulos visuais aversivos (emoções desagradáveis) exercem
influência na memória de curto prazo; e
d) Verificar se os estímulos visuais aversivos (emoções desagradáveis)
interferem da mesma forma em homens e mulheres.
Material e Métodos
Delineamento:
Essa pesquisa é quantitativa transversal devido a forma de análise e aos
procedimentos de coleta de dados. É experimental explicativa quanto ao seu
objetivo, pois pretende responder às hipóteses com caráter experimental (grupo
controle).
11
Participantes
O presente estudo contou com o total de 366 participantes, estudantes
universitários, com idades entre 18 e 52 anos, com média de 24 anos e 4 meses e
DP=4,96 subdivididos em três grupos: O grupo 1 teve um total de 128 participantes,
sendo 54% mulheres (n=68) e 46% homens (n=60); grupo 2 teve um total de 114
participantes 52% mulheres (n=60) e 48% homens (n=54); e grupo 3 teve um total de
124 participantes, sendo 57% (n=71) mulheres e 43% (n=53) homens.
A maioria da amostra estava entre o segundo e o quarto semestre (79,23%) da
graduação dos seus respectivos cursos. A média do tempo de universidade ficou entre
3,2 semestres DP= 0,70.
Tabela 1
Descrição do número de participantes e sua distribuição percentual por grupo e o
número total de participantes
Grupo / Sexo Feminino
n %
Masculino
n %
Total
n %
Controle
68 54% 60 46% 128 35%
Estímulo neutro
60 52% 54 48% 114 31%
Estímulo aversivo
71 57% 53 43% 124 34%
Total
199 54% 167 46% 366 100%
12
A renda familiar de 8,19% da amostra foi (n=30 participantes) até R$ 1.000,00;
38,25% (n=140) entre R$ 1.001,00 e R$ 3.000,00; 31,14% dos participantes (n=114)
possuem renda familiar entre R$ 3.001,00 e R$ 7.000,00; e 22,40% (n=82) com mais de
R$ 7.000,00.
Instrumentos
Foi utilizado um questionário (Anexo A) com um total de cinco perguntas
diretas sobre a estimulação visual realizada, além das identificações demográficas e uma
auto-avaliação quanto à valência emocional propiciada pelo filme.
Posteriormente, ao questionário também foi utilizado material visual com cenas
de dois filmes em DVD, um deles possuía o conteúdo aversivo (um atropelamento)
exposto para o grupo três e outro possuía conteúdo neutro (uma pessoa correndo o
tempo todo, sendo que não aparecia sua face), exposto para o grupo dois, ambos os
filmes tinham uma duração total de 1 minuto e 22 segundos.
Os três testes selecionados para compor a bateria de investigação deste estudo
foram:
1 Ansiedade traço e estado (IDATE)- Criado por Spielberger em 1970
apresenta escalas de ansiedade divididas em traço-estado, fazendo com que se
identifique a classe de ansiedade, se esta é situacional (provocada ou momentânea) ou
se é traço (mais permanente). O teste consta de uma escala de traço de ansiedade com
20 itens que requerem que os sujeitos descrevam como geralmente se sentem. A escala
13
de estado ansiedade do IDATE consiste também de 20 afirmações, impressas em um
caderno separado, onde os sujeitos são instruídos a indicar como se sentem naquele
determinado momento. O IDATE foi traduzido e adaptado para mais de trinta idiomas
para pesquisas transculturais e práticas clínicas (Andrade, 2001; Artes, 1998; Pasquali,
1994; Spilberger & Dias-Guerrero 1976/1983).
Também o teste fornece resultados em escala formada por 2 fatores: fator 1,
composto por 13 itens- interpretado como stress (alfa de Cronbach=0,77), o fator 2,
composto por 7 itens- interpretado como estabilidade emocional (alfa de
Cronbach=0,63). Apresenta no final, normas para estes dois fatores, bem como para
escala total (fator único, com 20 itens e alfa de Cronbach=0,79) e distintas para o sexo
masculino e feminino.
2 – Atenção concentrada (AC)- Testagem produzida por Suzy Vijande Cambraia
(2004) para identificar o nível de atenção. Material elaborado com um único símbolo,
uma ponta de flecha e distribuído em linhas. O sujeito deve cancelar rapidamente três
tipos diferentes distribuídos pelas linhas. O teste é iniciado com um treino e depois é
realizado no tempo de 5 minutos. Segundo, Noronha (2002) este teste tem uma
fidedignidade (alfa de Cronbach=0,73) e fornece em sua análise final uma variável
escalar.
3 - Memória – Testagem de Seleção de Pessoal (TSP -sub-teste memória)
Criada por Dr. Joseph E. King em 2004, a bateria TSP (teste de seleção de pessoal) é
composta por 11 sub-testes que apresentam escores de atenção, percepção, pensamento,
destreza, memória, dimensão, partes, precisão, fluência, objetos de julgamento entre
outros para auxiliar o profissional na escolha de profissionais mais capacitados. Esse
teste de memória foi empregado nesta pesquisa por aproximar-se do exercício visual
14
que é feito no cotidiano das pessoas. É utilizado para verificar a aptidão para reter e
evocar nomes, fisionomias e detalhes. O teste fornece uma variável escalar e categórica.
Procedimentos e considerações éticas
O detalhamento da pesquisa, juntamente com seus procedimentos contidos no termo
de consentimento livre esclarecido foi avaliado pelo Comitê de Ética da Universidade,
uma vez que, o estudo foi feito na própria instituição, realizando-se somente após sua
aprovação. Desta forma, antes de iniciar a pesquisa, cada participante recebeu e assinou
o termo.
A pesquisa iniciou-se com um estudo piloto realizado com 23 estudantes de
ambos os sexos para que se analisasse tanto a estrutura do questionário, como a valência
emocional do conteúdo dos filmes. Verificou-se então que os conteúdos dos filmes
estavam adequados ao objetivo proposto, sendo que o filme de conteúdo aversivo
(emoções desagradáveis) foi identificado como aversivo e desagradável por 100% dos
participantes e o filme neutro foi classificado como tal ou “normal” por 75% dos
estudantes, obtendo outras classificações como “agradável” e “curioso” em 25% da
amostra.
Após a realização do estudo prévio e com pequenas modificações nos
procedimentos iniciou-se a pesquisa com a identificação da amostra pelo sorteio das
turmas de cada centro de Ciências da Universidade (Ciência Econômica, Sociais, Saúde,
Comunicação, Física, Jurídicas e Exatas). Posteriormente, foram feitos os sorteios das
turmas que representaram cada centro, de forma que cada área participasse com três
turmas. Cada turma foi destinada a um grupo específico (grupo 1, 2 ou 3 ). A primeira
15
turma sorteada compôs o grupo 1 ( grupo controle), a segunda turma sorteada compôs o
grupo 2 (estimulação neutra) e a terceira constituiu o Grupo 3 (estimulação aversiva-
emoções desagradáveis).
Identificadas as turmas foi feito um contato com o diretor do curso e com os
professores para agendar o dia de aplicação. Nesse dia da testagem, eram dadas todas as
instruções e a explicação do funcionamento da pesquisa aos participantes.
Grupo 1 (sem estímulos visuais -sem filme): Grupo composto por 133 alunos, onde
em torno de vinte e cinco alunos por vez (uma turma) participavam da aplicação do
questionário. Na sua própria sala, composta em média por cinqüenta cadeiras, projetor
multimídia e computador, foram dadas as explicações dos procedimentos a serem
adotados e o objetivo da pesquisa. Iniciou-se com o preenchimento do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Os procedimentos adotados e a estrutura dos três
grupos foram idênticos, sendo que a única diferença era que após o recolhimento do
termo de consentimento iniciou-se a testagem no grupo 1. Nos grupos 2 e 3 foram
exibidos os filmes de curta duração já referidos acima.
Grupo 2 (estímulo neutro): O procedimento inicial foi igual ao grupo anterior
(grupo 1), sendo que após o preenchimento do termo de consentimento livre e
esclarecido foi projetado o filme com estímulos repetitivos, como referido no projeto
piloto. Neste filme, que tinha duração de 1 minuto e 22 segundos, uma pessoa é filmada
de costas (sem aparecer o rosto em instante algum), fazendo uma corrida numa estrada
deserta.
16
Após a exposição do filme, os participantes preencheram um questionário e
responderam a escala e os testes de ansiedade, atenção concentrada e memória de curto
prazo, respectivamente, como no grupo 1.
Grupo 3 (estímulos visuais aversivos) o mesmo procedimento foi adotado como o
do grupo anterior, sendo que o filme exibido era diferente, pois este continha cenas de
um atropelamento.
O tempo de exposição dos materiais visuais foi igual para os participantes, ou
seja, foi de 1 minuto e 22 segundos para os grupos que foram expostos aos filmes
(grupos 2 e 3), sendo que a duração da aplicação de todos os instrumentos foi de 45
minutos.
Depois de iniciada a projeção do filme, poder-se-ia interromper a exibição do
mesmo, caso algum dos participantes não se sentisse em condições de prosseguir. Caso
ocorresse, mesmo que com um participante, seria sorteada uma outra turma. Caso
também houvesse algum mal-estar, em qualquer dos participantes, posterior ao filme,
esse seria acolhido prontamente em outra sala e encaminhado para o serviço de
psicologia caso houvesse necessidade.
Análise dos dados
Os testes utilizados para análise dos dados foram todos do software SPSS for
Windows Versão 17.0, dos quais, utilizou-se ANOVA para análise das variáveis dos
três grupos (ansiedade, memória e atenção). E, o teste t Student foi utilizado para a
análise entre os sexos e por fim utilizou-se Bonferroni para a análise post hoc das
17
comparações entre as variáveis. Foram considerados para esse experimento os índices
de significância p<0,05; p<0,01 e p<0,001.
Observou-se que nos grupos submetidos à estimulação aversiva ocorreram
diferenças na média dos resultados das testagens que envolviam memória de curto prazo
(TSP-M) e atenção (AC), diminuindo significativamente o desempenho nos respectivos
testes, assim como uma elevação dos escores de ansiedade (IDATE).
Resultados
Com a aplicação do questionário verificou-se que a estimulação aversiva teve
validade ou valência emocional com a análise da questão 1, obtendo-se as seguintes
respostas: (A aplicação desta questão foi feita somente com os grupos que assistiram a
algum filme (grupos 2 e 3)).
Para o grupo 2 (estimulação neutra) foram obtidas as seguintes respostas: (como
você classifica a cena que acabou de assistir?). Foi obtido no grupo 2, 87,7% das
respostas marcadas como “normal”, 8,7% marcou como agradável e 1,7% dos
participantes classificou como aversivo.
no grupo 3 (estimulação aversiva) 11,30% dos participantes classificaram
como uma cena “normal”, 88,7% como aversiva e ninguém marcou como agradável.
Destes dados constatou-se que do grupo que classificou a cena como normal
(11,30% do total da amostra), 78,57% era composto por homens e 26,43% por
mulheres.
Não houve diferença estatisticamente significativa nas respostas das demais
questões entre os grupos. De forma geral, a amostra identificou como principais
18
sintomas de um evento desagradável os sintomas de “nervosismo” assinalado por
66,39% dos participantes, “ansiedade” assinalado por 69,6%, “inquietação”, com
30,60% e “suor” 27,32%.
A questão 3 era sobre a freqüência de eventos desagradáveis no dia-a-dia dos
participantes. Alternativa A: Todos os dias 3% (n=11); B: alguns dias por semana,
14,2% (52 participantes); C: alguns dias por mês 54,64% (n=200; D: poucas vezes por
ano, 8,1% (30 participantes); E: Nunca, 1,9% (n=7).
A questão 4 fazia referência ao que seria aversivo, e, conseqüentemente, o que a
pessoa evitaria presenciar ou assistir. A: incêndio 58,46% (n=214); B: assalto 81,42%
(n=298); C: Morte 90,16% (n=330); D: acidente de trânsito 83,60% (n=306); E: filme
violento 12,29% (n=45); F: Discussão entre duas pessoas desconhecidas na rua 2,73%
(n=10); G: casal desconhecido se beijando 0,27% (n=1); H: notícias do mercado
financeiro 0%; I: Filme de comédia 0%.
E, finalmente, na questão 5 encontrava-se uma auto-avaliação do participante de
como ele acreditava ser a sua memória. Alternativa A: muito boa 32,51% (n=119; B:
razoável 55,19% (n=202); C: péssima 12,29% (n=45).
Resultados sobre Ansiedade, Memória e Atenção:
Foram encontradas diferenças entre as médias dos grupos, como visto na tabela
2.
19
Tabela 2
Média e Desvio Padrão dos grupos estudados, G1, G2 e G3, com respectiva
significância.
Testes/Grupos G1 G2 G3 F/sig
M DP M DP M DP
Ansiedade
42,41 7,80 42,71 7,53 52,71 10,08 59,09***
Memória
38,27 7,46 37,43 6,87 28,22 7,18 74,40***
Atenção
93,76 17,07 91,15 14,96 74,25 11,43 51,52***
Nota: *p<0,05; **p<0,01; ***p<0,001
Também foi realizada uma ANOVA, análise da Variância entre as variáveis
dependentes (ansiedade, memória e atenção). Para a variável ansiedade, foi verificada
uma diferença estatisticamente significativa entre os três grupos, com (F(2,363) =
59,093, p<0,001) e GL=2. Quanto à memória de curto prazo obteve-se alta significância
sendo, (F=(2,363) = 74,408, p<0,001) e GL=2. Já a variável atenção apresentou também
diferença significativa (F (2,363) = 51,525, p<0,001) GL=2, quando comparada ao
grupo controle.
Constatadas as diferenças significativas entre os grupos da amostra, separou-se
entre sexos e realizou-se o teste t de Student para analisar possíveis diferenças em seus
20
desempenhos nas testagens: Para a variável ansiedade não houve diferença
estatisticamente significativa entre os sexos, t(1,364) = 1,229, p<0,255 GL=2. Para a
variável memória de curto prazo não houve diferença significativa entre sexos, t(1,363)
= 1,704 e p<0,193. GL=2. E, também, na atenção concentrada observou-se que não
houve diferença estatisticamente significativa ente os sexos, t(1,364) = 1,848 e p<0,175
GL=2.
Houve apenas uma diferença entre as médias gerais nos desempenho entre os
sexos, mas que não foi significativa, pois os intervalos de confiança apresentaram
grande sobreposição, podendo assim ser atribuída tal diferença ao erro amostral. A
média para ansiedade nas mulheres foi m= 46,52 e DP= 9,34 (n=199) e homens foi m=
45,36 e DP= 9,72 (n=167). O manual do inventário de ansiedade traço-estado (IDATE)
relata apenas a média da população brasileira, ficando em 42,17 com DP= 9,74 para
toda a população.
Memória de Curto Prazo:
As mulheres obtiveram uma média=34,05 e DP=17,14 (n=199) e os homens
obtiveram uma média=35,26 e DP=16,61 (n=167), o que classifica a memória de curto
prazo como semelhante à encontrada na maioria da população, pois pela tabela de
população de ensino superior para ambos os sexos são encontrados resultados medianos
entre 32 a 53.
Atenção Concentrada:
As mulheres obtiveram uma média=85,27 e DP=17,22 (n=199); e os homens
obtiveram uma média=87,60 e DP=17,49 (n=167) para atenção concentrada, o que
classifica a média da atenção concentrada como no limite inferior, segundo tabela de
21
correção do próprio teste para população universitária, esperando-se resultados entre 84
e 108 e DP= 21,7.
Antes de comparar os grupos, cada um foi analisado pelas variáveis sexo e
centro para identificar possíveis diferenças significativas. Mas, não foi encontrada
nenhuma diferença estatisticamente significativa quanto à variável centro de ciência
F(5,365) = 3,956 e p < 0,20 GL=5.
Comparações entre os três grupos
Nas comparações entre os três grupos, os achados apontam para diferenças
estatísticas significativas, quando comparadas as médias de memória, atenção e
ansiedade, principalmente, entre os grupos (1 com 3) e (2 com 3) na condição de neutro
versus aversivo e controle versus aversivo.
Na análise de múltiplas comparações, a variável ansiedade no teste Post Hoc,
utilizando Bonferroni obteve diferença estatísticamente significativa entre os grupos 1 e
3 (controle e aversivo), do mesmo modo que encontrou-se diferença significativa entre
os grupos 2 e 3 (neutro e aversivo). Para o primeiro par, obteve-se -10,3037
*
, p<0,001,
e DP=1,07. No segundo par, -10,0072
*
, p<0,001, DP= 1,09. Não houve diferença
significativa entre os grupos com estímulo neutro e controle nesta variável.
22
Figura 1
Teste (IDATE): Média e Desvio Padrão dos escores alcançados pelos grupos
G1,G2 3 G3 no teste de Ansiedade
Nota: p<0,05 ;**p<0,01; ***p<0,001
Seguindo, as múltiplas comparações, na variável memória de curto prazo, com
teste Post Hoc, utilizando Bonferroni observou-se diferença estatisticamente
significativa entre os grupos 1 e 3 (controle e aversivo) e entre os grupos 2 e 3 (neutro e
aversivo). Para o primeiro par, obteve-se p<0,001, -10,056
*
, DP= 0,906. A comparação
entre os grupos 2 e 3 (estimulação neutra e estimulação aversiva) apresentou diferença -
9,212
*
, p<0,001, DP= 0,93. Não houve diferença significativa entre os grupos estímulo
neutro e controle nesta variável.
23
Figura 2
Teste TSP-Memória: Média e desvio padrão dos escores obtidos pelos grupos
G1,G2 e G3 no teste de Memória
Nota: p<0,05 ;**p<0,01; ***p<0,001
Na análise da variável atenção, no teste Post Hoc utilizando Bonferroni,
constatou-se diferença estatisticamente significativa entre os grupos 1 e 3 (controle e
aversivo) e entre os grupos 2 e 3 (neutro e aversivo). Para o primeiro par, obteve-se uma
média de 19,508
*
,
p<0,001, DP= 1,850 e entre o grupo 2 e 3 a diferença média de
16,899
*
, p<0,001, DP= 1,906. Também nesta variável, não houve diferença entre os
grupos estímulo neutro e controle (1 e 2).
24
Figura 3
Teste AC (Atenção Concentrada): Média e Desvio Padrão dos escores obtidos
pelos grupos G1, G2 e G3 no teste de atenção concentrada
Nota: p<0,05 ;**p<0,01; ***p<0,001
25
Discussão
Os participantes da pesquisa apresentaram níveis elevados de ansiedade, quando
submetidos à estimulação visual aversiva (filme aversivo), fazendo com que os mesmos
apresentassem em contrapartida, um declínio nos escores de memória de curto prazo e
atenção concentrada, quando comparados aos outros participantes dos outros grupos.
Não houve diferenças estatísticas significativas nos resultados entre os homens e
as mulheres, tanto no questionário, quanto nas testagens. Concomitantemente, não
foram observadas diferenças entre outras variáveis, tais como: idade, curso e centro.
Os dados levantados mostram diferenças estatísticas significativas nos escores
da testagem da amostra, quando submetida à estimulação visual aversiva e não aversiva.
Como esperado, a amostra estudada quando submetida a um estado de ansiedade,
provocado pela estimulação aversiva tendem a decair, enquanto parte da amostra não
submetida a nenhuma estimulação e submetida à estimulação neutra permanecem com
seus desempenhos preservados.
Os resultados deste estudo verificaram uma influência da ansiedade nas funções
de memória de curto prazo e de atenção concentrada. Alguns autores identificaram
que a ansiedade tem um papel principal nas funções cognitivas (Compton, 2003;
Damasio, 1994; Davis & Whalen, 2001;Dolan, 2002; Lowenstein & Lerner, 2003).
Os achados também confirmam outros estudos, que ressaltam o papel da
ansiedade, tratando-a como componente principal das diferenças individuais nas
funções mentais, dependendo da forma como cada um lida com essa capacidade (Gable
et al., 2000; Leen-Feldner et al., 2004; Dyregrov et al., 2000).
26
Outro ponto relevante da pesquisa foi de que a estimulação aversiva pode advir
até mesmo de um material visual, como um simples filme, contendo cenas de violência
urbana. A utilização em laboratório pode aproximar-se de instrumentos de indução de
humor. Esse efeito positivo na manipulação do humor, conduzido por materiais
próprios, havia sido apontado por Gilet (2006), que assinalou que os métodos de
indução de humor podem ser confeccionados de acordo com a cultura e necessidade e
assim podem atingir com maior precisão seu objetivo.
necessidade de elaboração do próprio instrumento, pois existe uma carência
de testes de indução de humor normatizados, uma vez que, os métodos de estimulação
ou indução de humor, como os instrumentos MAACL-R, The Multiple Affect Adjective
Checklist-Revised- ( Zuckerman, 1985) e VMI- The velten mood induction procedure-
(Velten, 1968) são uns dos poucos normatizados e ainda não utilizados no país. Assim,
mesmo antigos, ainda continuam sendo muito usados para induzir o humor e explorar a
relação entre emoção e cognição (Bower, 2000).
Segundo Slyker (1991), não necessidade de utilizar instrumentos complexos
ou elaborados por laboratório para provocar estados ansiosos. Simples estimulações
com músicas ou fotos, são capazes de manipular o humor e ter os efeitos desejados.
Os estímulos vivenciados diariamente influenciam o humor, eventos aversivos
podem interferir no estado de humor e, conseqüentemente, no desempenho social, como
na capacidade de julgamento (Thayer, 2007).
Apenas 12% da amostra desta pesquisa acreditava que um material televisivo
violento poderia ser percebido como estimulação aversiva (desagradável). Mesmo assim
após o filme, esta mesma amostra sofreu alterações decorrentes desta estimulação
27
visual. Estes achados apontam também para que, independente do julgamento feito em
considerar aversivo ou não, a estimulação aversiva alcança o mesmo efeito, ou seja, a
capacidade de julgar o fato como aversivo ou não, não interfere no resultado.
O estado de humor (sentimento) interfere na capacidade de julgamento (razão),
assim como na capacidade de memória (Bower, 81,82; Aronson, 1995; Graeff, 1997).
Para essas investigações é muito comum a aplicação de testagens cognitivas para
medir a variação da cognição sob certas estimulações, assim como também é passível de
verificação através da expressão facial e estimulação cerebral obtida por tomografia por
emissão de pósitrons, o chamado PET-SCAN (Davidson 1990). As testagens
empregadas mostraram-se grandes aliadas para relatar a clara influência da estimulação
nos escores dos participantes, pois como visto apesar de apenas 12% classificá-la como
aversiva ela acabou tendo o real efeito.
Outro ponto curioso destas investigações é a possibilidade de conseguir efeitos
positivos e negativos da estimulação sobre as funções cognitivas, dependendo de qual
área cerebral é estimulada. Após a indução de um estado prazeroso o humor positivo
tende a facilitar a resolução de problemas, mostrando efeito positivo na cognição (Sen,
1997;1998).
Nesta mesma linha de investigação, os estudos de Bartolic (1999) demonstraram
a relação da lateralidade cerebral para explicar diferenças de desempenhos, quando
ocorre maior excitação do hemisfério esquerdo e/ou direito. Após estimulação, foram
evidenciadas altas atividades cerebrais no córtex pré-frontal obtendo desta forma
escores mais altos em fluência verbal do que em visual, quando o participante estava
sob estimulação (euforia).
28
Independente da via de manipulação do humor empregada e da forma de
verificação da emoção (PET ou testagens psicológicas). Os achados corroboram com a
literatura existente, quando relata a dificuldade de mensuração, explorando um campo
que se mostra ainda insuficientemente desbravado para apontar com clareza o quanto e
por quanto tempo a estimulação visual pode prejudicar ou aprimorar as funções
cognitivas.
Reiman (1997) e Lane (1997) relataram que jamais seria possível estabelecer de
forma simples o mapeamento das emoções no cérebro, pois regiões como: hipotálamo,
córtex pré-frontal, tálamo, assim como a região mediana cerebral são estimuladas de
forma muito parecidas tanto na estimulação aversiva como na agradável.
Talvez um dos pontos-chave destes estudos continue sendo a utilização da
ansiedade, pois como é observado, independente da área cerebral estimulada uma
interação entre percepção e comportamento resultante. Pesquisas como essa são cada
vez mais necessárias, para explorar os efeitos do que assistimos, sobre nosso bem estar.
Embora uma definição prévia do quanto e como certa estimulação visual
aversiva vai interferir no comportamento de um sujeito seja muito difícil, com estes
resultados pode-se perceber a clara interferência dos estímulos e dos sentimentos no
desempenho cognitivo.
A ansiedade mostra-se uma grande aliada na indicação de alteração, pois os
desempenhos de memória de curto prazo e da atenção concentrada acompanharam
inversamente as alterações nos índices de ansiedade dos grupos estudados.
Esta pesquisa apresentou limites de mensuração a explorar, pois, por exemplo,
nota-se em imagens cerebrais que, muitas vezes ocorrem respostas iguais entre dois
29
participantes (perceptível em testes psicológicos) embora haja uma estimulação cerebral
em diferentes regiões (observável em imagens cerebrais). Talvez a junção destas duas
técnicas poderia ser mais precisa e demonstrar as diferenças individuais da condução
destas estimulações nos cérebros.
É importante direcionar estudos que indiquem mais precisamente a interferência
da estimulação visual aversiva na memória e na atenção, assim como estudos que
apontem prováveis alterações na cognição sob estimulações visuais aversivas, em um
maior período de tempo, assim como por quanto tempo estas alterações podem
perdurar.
30
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35
Estimulação Aversiva e Cognição
1
Paulo Ricardo Giron e
2
Rosa Maria Martins de Almeida
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica da Universidade do Vale do
Rio dos Sinos-UNISINOS
Autores
1
Psicólogo, mestrando do Programa de Pós-Graduação de Psicologia Clínica da
UNISINOS
2
Pós- Doutora em Neuropsicofarmacologia pela Tufts University (USA). Professora do
Curso de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica
(UNISINOS)
Endereço para correspondência:
Rosa Maria Martins de Almeida
Centro2 – Laboratório de Neurociências
Universidade do Vale do Rio dos Sinos- UNISINOS
Avenida Unisinos, 950. São Leopoldo/ RS
CEP: 93.022.000, São Leopoldo, RS, Brasil
36
Resumo: O presente trabalho apresenta uma revisão bibliográfica feita na base
de dados Web of Science, onde foram encontrados 266 artigos que tratam diretamente
sobre estimulação aversiva e cognição. Posteriormente, foram utilizados 53 artigos para
esta revisão. Fez-se então uma citação das principais categorias e métodos de trabalho,
assim como tópicos que direcionam as pesquisas atuais e principais avanços sobre o
tema. Considerando os trabalhos encontrados, embora haja um grande avanço,
principalmente, nas últimas duas décadas, sobre o assunto, ainda é um campo que
necessita de muito estudo, para avaliar a interferência da estimulação aversiva sobre a
cognição.
Palavras-chave: Estímulo, funções cognitivas, emoção
37
Abstract
This work presents a bibliographical review of material from Web of Science
database. 266 publications were found that link directly aversive stimulation and
cognition. Based on further analysis, 53 studies were used for this review. It was made a
citation of the main categories and methods then, as well as topics that address the
current researches and main progresses on the theme. Considering the selected papers,
although there is considerable progress, mainly, in the last two decades on this topic, it
is still a field that needs a lot of study in order to evaluate the interference of cognition
by aversive stimulation.
Keywords: Stimuli, cognitive functions, emotion
38
Introdução
A estimulação visual é processada durante grande parte das situações diárias dos
seres humanos e estes estímulos são conduzidos por diferentes vias, podendo interferir
nas funções cognitivas, como na atenção e na memória (Kanwisher, 2000). Para um
melhor entendimento da cognição, como a capacidade de memorizar e\ou esquecer,
deve-se observar tanto a capacidade de atenção, quanto o papel do ambiente sobre o
sujeito.
A importância de pesquisas sobre estimulação e percepção dá-se por um motivo
particular, pois a interferência do meio pode até não se tornar consciente, mas exerce
fortes influências nas atividades neurais (Damasio, 2000).
As pesquisas atuais mostram que diante de um estímulo, mesmo que não se
tenha consciência, esse é captado pelo cérebro, ocorrendo então processamentos
cerebrais que podem exercer influência em nossos atos posteriores (LeDoux, 2001;
Naotsugu, 2005).
Certos estímulos podem ser percebidos em um determinado momento, sem que
cause interferência emocional imediata, podendo esta ocorrer mais tarde, causando
prejuízos em tarefas cognitivas futuras (Le Doux, 2001).
A estimulação, através da via da emoção, é capaz de mudar o modo de pensar e
sentir sem que o indivíduo tenha consciência disso, alterando seu comportamento social
(Bargh, 1992).
39
Método
Foi feita uma revisão bibliográfica para discutir sobre as pesquisas desta área do
comportamento e cognição sobre a estimulação visual aversiva. Para tanto foram
utilizados os termos Visual stimuli, aversive stimuli, no banco de dados do Web of
Science”, de a 1970 a 2009. Foi constatado um total de 266 publicações sobre
estimulação aversiva visual “aversive visual stimuli” e destes foram encontradas 47
pesquisas, investigando a memória e 79 investigando a atenção. Quanto aos anos de
publicação, uma concentração de publicações entre a década de 90 até o momento,
mais de 180 trabalhos. Nessa revisão foram utilizados 53 artigos científicos,
concentrados nas áreas de ciências sociais, ciências do comportamento, neurociências e
neurobiologia por tratarem dos efeitos psicológicos e comportamento.
Discussão
No final dos anos 80, o interesse pelas áreas biológicas mudou a visão das
doenças mentais sobre o funcionamento cerebral (Fernandes, 2004).
Os métodos funcionais de neuroimagem começaram a ser utilizados a partir
desta década para auxiliar no mapeamento cerebral (Andraus, 2002). Deste modo,
oportunizou-se um aprimoramento dos estudos experimentais sobre a indução de
reações e estados de humor através de estimulação (Gilet, 2008), sendo que os métodos
mais empregados são de indução pela via visual (Fuster, 1981; Velten, 1968) e auditiva
(Sutherland, 1982; David, 2006; Soelch, 2006; Halpern, 1986; Vaschillo, 2003a/2003b).
A investigação desses estímulos pode ser até mesmo combinada (Mayer, 1995),
mas, as mais efetivas e, conseqüentemente, utilizadas, ainda são as visuais, por serem
muito eficazes na indução da maioria dos humores (Hesse, 1994).
40
Com estas renovadas metodologias, as pesquisas passaram a investigar o papel
do humor na percepção, como a depressão (Cavalcante, 2005; Souza, 2001) e a
ansiedade (Apter, 1997; Bogaerts, 2005), assim como aumentaram os estudos que
tentam identificar os circuitos neurais recrutados na organização das reações sob
condições aversivas e/ou prazerosas (Brandão, 2008).
Deste modo, estudos como os de Kenealy (1988); Martin (1990); Mathwes
(1983) e Scheider (1987) passaram a utilizar imagens cerebrais e correlacioná-las às
reações químicas cerebrais, após a indução de certos estados de humor (eufóricos e
neutros).
Outros estudos concentram-se em funções específicas, como por exemplo: da
atenção seletiva e, conseqüentemente, a ansiedade como variável de interferência, mas
sem necessariamente se valer de imagens cerebrais para discutir, usando testagem e
outros métodos de investigação como os estudos de Hock & Krohne (2004) e de
Mathews & MacLeod (2002). Normalmente, essas variáveis são estudadas juntas
porque mostram alta correlação (Eysenck, 1997) e são testadas com instrumentos
específicos para sua medição.
Tanto a atenção seletiva quanto a ansiedade têm papéis importantes nos
pesquisas sobre a percepção e dividem um lugar de destaque na grande maioria dos
estudos (Kosslyn, 1996). Notavelmente, os filmes, fotos e demais estímulos visuais
geram respostas no sistema mbico, nas vias responsáveis pela emoção (Irwin, 1996;
Lane 1997a; 1997b), ratificadas nos mapeamentos por imagens cerebrais. “a atenção é o
centro da construção de toda a experiência visual” (Kanwisher, 2000) A mesma autora
confirma que “as pesquisas do campo da atenção visual que exploram os instrumentos
41
de neuroimagem têm transcendido a frenologia (estudo do crânio) e têm começado a
responder questões teóricas de interesses substanciais” (Kanwisher, 2000).
Desta forma, na tentativa de compreender os aspectos comportamentais e
fisiológicos, ampliaram-se as grandes vias de pesquisas do campo experimental, tanto
com animais, quanto com seres humanos. Muitos dos experimentos com animais
concentraram-se na exploração das percepções sensórias (Mellon, 1991; Nishijo, 2008;
Stetter, 1995), a fim de achar mudanças fisiológicas causadas por estas percepções
como, por exemplo, o efeito do estresse induzido, como no estudo de Lisboa (1983) e,
mais recentemente, no estudo de Contarteze (2007).
os estudos envolvendo seres humanos contaram com um grande tema
propulsor, a violência. Nos estudos envolvendo estímulos aversivos, grande parte se
refere à violência (Berkowitz 1982; 1989; 1993; Wolf 2001). Na tentativa de
compreender o comportamento agressivo, os estudos sobre a percepção da violência
(Aluja-Frabegat, 1998; Comstock, 1990; Freedman 1984) ganharam espaço nas
publicações ao mesmo tempo em que a violência real cresceu de forma assustadora
(MacAlister, 2000; Rangel, 2004a).
Parte das atenções se voltou, mais especificamente, à violência que é percebida
em nosso dia-a-dia, tanto a presenciada por eventos, quanto a que nos chega através dos
meios de comunicação, sendo assim chamada por alguns autores de violência assistida
(Rangel 2004).
Segundo, Lubel (2001) a percepção da violência, para a maioria dos seres
humanos é subentendida como aversiva e os estudos, principalmente, os advindos da
área da comunicação, exploraram a percepção deste estímulo para o ser humano e seu
42
impacto social. Desta forma, somam-se às pesquisas da percepção alguns estudos do
campo sensorial que tratam do impacto da violência assistida e da agressividade na
sociedade através da observação dos eventos que causam estresse aos sujeitos,
explorando a relação entre a violência e o comportamento.
Desta forma, vê-se atualmente entre essas pesquisas uma tendência de unificação
destes estudos de campo e de laboratório, baseada na idéia de estudos atuais, que
sugerem a soma dos esforços dos trabalhos psicossociais aos achados experimentais
para avançar na compreensão do comportamento agressivo e da violência (Lubel, 2001).
A tendência segue também o mesmo sentido dos estudos de Andersom (1996), ou seja,
observar tanto os efeitos em laboratório, quanto os mesmos no dia-a-dia.
O interessante também é que, na medida em que se observa o avanço deste
campo, as convergências de posições e pensamentos, tanto a respeito de resultados,
quanto de variáveis, vão se intensificando. As principais categorias de variáveis que
seguem essa tendência são: o sexo e o diagnóstico. O gênero, nesse campo de
experimento, é percebido como uma variável de diferenciação na percepção de
estímulos, como demonstrados nos estudos de Bartolic (1999), indicando que homens e
mulheres diferem em suas respostas.
Segundo Lubel (2001), a cultura também é uma variável a ser considerada, uma
vez que diferentes culturas costumam ter diferenças no julgamento de cenas “estímulos”
e, conseqüentemente, variar em respostas cognitivas, posteriormente, a uma provocação.
a presença ou não de um diagnóstico de problemas de humor, como a
depressão, por exemplo, não interfere nos achados sobre exposição dos seres humanos a
estes estímulos, ou seja, os indivíduos são atingidos igualmente pelo estímulo,
43
independente de algum diagnóstico de distúrbio de humor (Schaffer, 1993; Tomarken,
1992).
Mesmo com a facilidade e precisão dos estudos com PET ( Positron Emission
Tomography ou, em português, Tomografia por Emissão de Pósitrons) encontram-se
dilemas nos mesmos. Por exemplo, Lane (1997a) observou a ativação no córtex visual
de indivíduos submetidos a estímulos aversivos, assim como imagens neutras, relatando
não haver significativa mudança na ativação cerebral, quando estes indivíduos são
submetidos a estímulos (prazerosos e aversivos). Por outro lado, ambos os estímulos
(aversivo e neutro) acionaram processo cerebral em outras áreas do córtex (Lang 1998;
Lane 1997b).
Considerações finais
A presente revisão procurou identificar as principais formas de estudos e
tendências atuais de trabalhos com a estimulação aversiva e seu efeito na cognição. Em
resumo, o âmago destes mais de cinqüenta estudos, em geral, apresenta em comum o
interesse pela percepção dos estímulos, advindos do ambiente e comportamento
resultante do ser humano.
Ratifica-se a importância deste campo, dada por Aronson (1995), que ressaltou
que tudo que é percebido pelo homem, torna-se matéria essencial no aprofundamento
científico, para compreensão do comportamento, pois a quantidade e variabilidade de
estímulos ditam uma série de comportamentos. Idéia que ganhou força com os estudos
de agressão interpessoal de Berkowitz (1962) que, naquela época, referia que certos
44
estímulos enfraqueceriam as inibições contra alguns tipos de comportamento, como o
agressivo, por exemplo, mostrando a completa interatividade entre a estimulação e o
dia-a-dia das pessoas.
Deste modo, estudos sobre estimulação aversiva denunciam a dificuldade de
estudos deste campo, sendo que os presentes achados ainda não são suficientes para
apresentar dados completos sobre a influência deste tipo de estímulos sobre o humor e,
conseqüentemente, sobre a cognição.
Especificamente a estimulação visual aversiva encontra limitações ainda
maiores, devido a complexidade da estimulação visual e os poucos trabalhos publicados
sobre ao tema.
A área experimental de indução de humor e seus resultados sobre a cognição dos
seres humanos carecem de pesquisas e aprofundamento de achados atuais, devido as
interrogações das validades dos instrumentos utilizados (Hesse & Hesse, 1994;
Westerman, 1996), e, também, pela durabilidade do humor induzido e demais efeitos
gerados (Frost & Greene 1982),
O aprofundamento dos trabalhos destes autores, que neste texto foram
abordados, poderá auxiliar no progresso das pesquisas deste campo.
A melhor compreensão dos processos cognitivos e seus estímulos
influenciadores são essenciais para mensurar e explicar os fenômenos cerebrais
decorrentes desta estimulação. Ainda muito que explorar neste campo da cognição,
onde o conhecimento das funções cerebrais torna-se indispensável, garantindo inegáveis
contribuições para a educação, aprendizagem e para o bem estar dos indivíduos.
45
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52
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS
Programa de Pós-Graduação - Mestrado em Psicologia Clínica
A influência dos estímulos aversivos visuais na atenção e na memória em
estudantes universitários
1
Paulo Ricardo Giron e
2
Rosa Maria Martins de Almeida
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica da Universidade do Vale do
Rio dos Sinos-UNISINOS
Autores
1
Psicólogo, mestrando do Programa de Pós-Graduação de Psicologia Clínica da
UNISINOS
2
Pós- Doutora em Neuropsicofarmacologia pela Tufts University (USA). Professora do
Curso de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica
(UNISINOS)
Endereço para correspondência:
Rosa Maria Martins de Almeida
Centro2 – Laboratório de Neurociências
Universidade do Vale do Rio dos Sinos- UNISINOS
Avenida Unisinos, 950. São Leopoldo/ RS
CEP: 93.022.000, São Leopoldo, RS, Brasil
53
Resumo
Com a crescente exposição da sociedade à violência surge a necessidade de
estudar suas conseqüências sobre a cognição. Esse trabalho visa investigar a influência
da estimulação visual aversiva sobre a memória de curto prazo e sobre a atenção
concentrada de estudantes universitários.
O presente estudo contou com o total de 366 participantes de ambos os sexos,
subdivididos em 3 grupos: 1) sem estímulo visual (n=128); 2) estímulo visual neutro
(n=114); e 3) estímulo visual aversivo (n=124). Dois filmes em DVD, um deles
contendo o conteúdo aversivo e outro com conteúdo neutro para seus respectivos grupos
foram utilizados. Cada estimulação visual tinha uma duração total de um minuto e vinte
e dois segundos. Posteriormente, foram aplicadas as escalas de Ansiedade (IDATE),
Memória de Curto Prazo (TSP-Memória) e Atenção Concentrada (AC). Pode-se
observar que, concomitante ao aumento da ansiedade, houve prejuízos na memória de
curto prazo e na atenção concentrada no grupo exposto às cenas aversivas, não
mostrando diferenças entre os sexos. Foi concluído que o estímulo visual aversivo
aumenta a ansiedade e prejudica a atenção concentrada e a memória de curto prazo.
Palavras chaves: memória seletiva, atenção concentrada, estimulação visual aversiva,
ansiedade, cognição
54
Abstract
This work sought to investigate the influence of the aversive visual stimulation on
short-term memory and on selective attention. The present study was conducted in 366
participants of both sexes, subdivided into 3 groups: 1) without visual stimuli (n=128);
2) neutral visual stimuli (n=114); and 3) aversive visual stimuli (n=124). Two films in
DVD, one of them containing the aversive and the other containing neutral stimuli for
their respective groups were used. Each visual stimulation was one minute and twenty-
two seconds of duration. Later, after viewing the DVD, anxiety (IDATE), memory
(TSP-memory) and attention (AC) were assessed. It was observed that concomitant to
the increase in anxiety there were deficits in short-term memory and in selective
attention in the group that was exposed to the aversive scenes. No differences between
gender were found. It was concluded that the aversive visual stimuli increases anxiety
and decreases the capacity for attention and short-term memory in students.
Key words: selective memory, concentrated attention, aversive visual stimulation,
anxiety, cognition
55
Introdução
Os estudos sobre violência vêm crescendo em número de publicações, mas não
na mesma proporção em que a violência real tem crescido e nos atinge de maneira que
altera e produz prejuízos cognitivos (MacAlister, 2000; Rangel, 2004a).
O progresso dos meios de comunicação, a maior velocidade e quantidade de
informações adquiridas e a relação entre a percepção do homem e seu comportamento
sustentam a importância do estudo do campo da comunicação, da cognição e das
relações sociais, para uma melhor compreensão dos processos básicos (Aronson, 1995;
Rangel, 2004a).
A exposição visual da violência na televisão e seus efeitos sobre o
comportamento agressivo de crianças e adultos vêm sendo explorados com maior
intensidade desde a década de 80, quando era apontada a forte correlação entre esse
tipo de estímulo e o aumento do comportamento agressivo (Centerwall 1989; Gerbner
1988; Henningnan 1984). Esse fato foi constatado no relatório da Surgeon General’s
Scientific Advisory Committee on Television and Social Behavior (1992) e da National
Commission on the Causes and Prevention of Violence (1997), os quais concluíram que
o aumento da violência está diretamente associado ao aumento de violência na dia,
confirmado, posteriormente pelo National Institute of Mental Health (Rangel 2004b).
Essa violência visualmente assistida, principalmente na televisão, estaria
estimulando o comportamento agressivo, segundo o estudo de alguns autores (Aluja-
Frabegat, 1998; Comstock, 1990; Freedman 1984). A preocupação levantada pelos
autores baseia-se em que essa violência assistida abrange todo ato violento percebido
56
pelo indivíduo, mesmo que não participe diretamente da ação, podendo sofrer apenas
por visualizá-la.
Ainda não são totalmente conhecidas as conseqüências deste tipo de
estimulação visual, que normalmente esses tipos de estímulos, ativos ou passivos,
afetam o espectador (Browne, 2005).
Essa estimulação foi denominada comolife-events” para ressaltar que são
comuns em nosso dia-a-dia, assim como na maioria das vezes passam sem serem
notados. A estimulação estressora foi também classificada como dependente, com ação
e participação do indivíduo, ou independente, sem que os indivíduos sejam agentes e
sem que interfiram diretamente no evento (Margis 2003).
A influência dos estímulos estressores diários no comportamento infantil foi
averiguada nos relatórios da UNESCO (1998), quando foi apontado que as crianças são
a faixa de população que mais sofrem ou tem alterações cognitivas com esta exposição
(Anderson, 2004; Bar-on, 2001; Bensley, 2001; Bushman, 2003; Cantor, 2000; Cook,
2004; Groebel, 1998; Gunter, 1990; Huesmann, 1999; Kirsh; 2003; Nathanson, 2000;
Sargent, 2002; Sherry, 2001; Vooijs, 1993).
Com o advento da Internet, os estímulos visuais gerados por imagens
eletrônicas, como computador e televisão, também têm um papel importante sobre a
cognição e o estado emocional dos expectadores, devido à crescente exposição Browne
(2005) ressaltou que uma necessidade premente de compreender a curto e longo
prazo os efeitos dos estímulos visuais, nesse tipo de tecnologia, como por exemplo, a
realidade virtual.
57
Estudos comprovaram alterações causadas pelo estresse imediato dos indivíduos
perante situações aversivas, mas pouco se sabe quanto aos seus efeitos posteriores em
relação ao dia-a-dia dos sujeitos, pelo menos em relação às funções mentais como:
atenção concentrada e memória de curto prazo. Os poucos estudos encontrados são
relacionados, em sua grande maioria, a diagnósticos onde o principal objetivo é
observar sintomas de determinadas doenças, como transtornos de ansiedade (Graeff,
1997; Ribeiro, 2000).
Outras pesquisas seguem esta linha de estudo, investigando os prejuízos mentais
provocados por estímulos estressores em quadros mais duradouros, onde mesmo os
estímulos aversivos ou estressores estão ausentes.
Entende-se, assim, que em algum momento da vida do indivíduo os estímulos
aversivos geraram traumas, como o estresse pós-traumático, provocado por um evento
estressor, um momento de intensa estimulação aversiva (Katz, 1996; Yehuda, 2000).
Eventos estressores são quaisquer fatos carregados de estímulos, que alteram a
homeostase do corpo, fazendo com que o mesmo reaja para restabelecer o equilíbrio
(Silberg, 2001). Utilizando-se desta definição, alguns autores mostram sua preocupação
com os estímulos aversivos e sua relação com alterações do comportamento e bem estar,
ao pesquisarem relações entre os estímulos e ansiedade, com quadros de distúrbios de
humor (Cano, 2000; Kendler, 1999; Silberg, 2001).
A violência retratada no dia-a-dia comporta estímulos excitatórios aversivos, que
geram alterações no comportamento, ao ponto de Aronson (1995) alertar para a
“potencialidade perigosa” dos estímulos aversivos visuais, contidos na mídia televisiva.
58
Encontra-se também nessa linha de investigação o estudo de Heilman (1997)
que primeiramente fez a discriminação da emoção, chamando-a de valência emocional e
classificando-a em negativa ou positiva de acordo com o afeto gerado (de afastamento e
aproximação, respectivamente), para posteriormente fazer observações da influência dos
estímulos na resposta dos indivíduos, valendo-se do mapeamento de imagens cerebrais.
É importante destacar que estímulos aversivos são todos aqueles que provocam
ansiedade, particularmente por sentimento de aversão, pois são diferentes de estímulos
que igualmente desencadeiam ansiedade por sentimentos prazerosos, como mostra Ritz
(2002), na abordagem sobre os estímulos visuais agradáveis e a influência nos sintomas
da asma. Mesmo sem usar o termo valência emocional notou que, igualmente, estímulos
aversivos e prazerosos interferiam na sintomatologia e poderiam ser chamados de
estressores na asma.
Portanto, o estado de ansiedade parece apontar a valência de certo estímulo,
tanto prazeroso quanto aversivo, pois segundo Labrador (1994), o estresse causa
ansiedade pela percepção de estímulos que provocam excitação emocional ao
perturbarem a homeostasia e disparam um processo de adaptação.
Esse estado gera outras alterações, como o aumento de secreção de adrenalina,
produzindo diversas manifestações sistêmicas, com distúrbios fisiológicos e
psicológicos. Desta maneira, o estado de ansiedade pode ser encontrado em
estimulações aversivas e prazerosas, pois, segundo Margis (2003), mudanças
importantes na vida, como iniciar um novo emprego podem gerar resposta de estresse
nos indivíduos e esta resposta interfere nos processos mentais tanto quanto sofrer um
acidente.
59
A literatura tem demonstrado uma possível interferência da ampla estimulação
nas nossas vidas, em nossas funções mentais, embora seja constatado que estudos que
analisam as alterações residuais posteriores, causadas pelos estímulos aversivos, como
capacidade de memória de curto prazo e atenção concentrada, são praticamente
inexistentes.
Também poucas pesquisas com populações não comprometidas, no sentido
de não apresentarem algum diagnóstico, por isso é necessário um maior número de
investigações.
Desta forma notando-se uma grande quantidade de estimulação visual aversiva
(emoção desagradável) durante o dia-a-dia das pessoas e com a escassez de pesquisas a
respeito, faz-se necessário verificar os efeitos dos estressores para uma melhor
compreensão da cognição e, conseqüentemente, do desempenho dos seres humanos nas
suas atribuições diárias.
Necessita-se de maior aprofundamento científico quanto aos estímulos visuais
aversivos (emoções desagradáveis) para compreender se realmente podem produzir
alterações na capacidade da atenção concentrada e da memória de curto prazo.
Assim, os objetivos desse estudo são determinar se os estímulos visuais
aversivos são capazes de alterar a capacidade de memória de curto prazo e atenção
seletiva e se a ansiedade desempenha papel relevante nesse processo.
60
Material e Métodos
Delineamento:
Essa pesquisa é quantitativa transversal devido à forma de análise e aos
procedimentos de coleta de dados. É experimental e explicativa quanto ao seu
objetivo, pois pretende responder às hipóteses com caráter experimental (grupo
controle).
Participantes
O presente estudo contou com o total de 366 participantes de ambos os sexos,
com idades entre 18 e 52 anos, com média de 24 anos e 4 meses e DP=4,96,
subdivididos em 3 grupos: 1) sem estímulo visual (n=128); 2) estímulo visual neutro
(n=114); e 3) estímulo visual aversivo ( n=124).
No Grupo 1 (sem estímulos visuais (sem filme)) dos 128 participantes, 54%
eram mulheres (n=68) e 46% homens (n=60); onde em média vinte e cinco alunos por
vez (uma turma) participavam da aplicação do questionário. O grupo 2 (estímulo visual
neutro): dos 114 participantes, 52% eram mulheres (n=60) e 48% homens (n=54)
participaram da estimulação neutra. Finalmente o grupo 3 dos 124 participantes, 57%
eram mulheres (n=71) e 43% (n=53) homens participaram da estimulação aversiva.
.
61
Tabela 3
Porcentagem de participação dos sexos em cada um dos grupos e o respectivo
número de participantes.
Grupo / Sexo Feminino
n %
Masculino
n %
Total
n %
Controle
68 54% 60 46% 128 35%
Estímulo neutro
60 52% 54 48% 114 31%
Estímulo aversivo
71 57% 53 43% 124 34%
Total
199 54% 167 46% 366 100%
A renda familiar da amostra foi de 8,19% (n=30 participantes) até R$ 1.000,00;
38,25% (n=140) entre R$ 1.001,00 e R$ 3.000,00; e 31,14% (n=114) entre R$ 3.001,00
e R$ 7.000,00; 22,40% (n=82) com mais de R$ 7.000,00.
A maioria da amostra estava entre o segundo e o quarto semestre (79,23%) da
graduação dos seus respectivos cursos. A média do tempo de universidade ficou entre
3,2 semestres com DP=0,70.
Instrumentos
Foi utilizado um questionário com um total de cinco perguntas diretas sobre a
estimulação visual feita através dos filmes, além das identificações demográficas e uma
auto-avaliação quanto à valência emocional experienciada pelos filmes.
62
Dois filmes em DVD, um deles contendo o conteúdo aversivo (um
atropelamento) e outro com conteúdo neutro (uma pessoa correndo o tempo todo sem
aparecer sua face) para seus respectivos grupos foram utilizados. Cada estimulação
visual tinha um minuto e vinte e dois segundos de duração.
Os três testes selecionados para compor a bateria de investigação deste estudo
foram:
1 Ansiedade traço e estado (IDATE)- Criado por Spielberger em 1970,
traduzido e adaptado para o Brasil por Biaggio (1979), o teste IDATE apresenta escalas
de ansiedade divididas em traço-estado, fazendo com que se identifique a classe de
ansiedade, se esta é situacional (provocada ou momentânea) ou se é traço (mais
permanente). Apresenta no final normas para estes 2 fatores, bem como para escala total
(fator único, com 20 itens e alfa de Cronbach=0,79) e distintas para os sexos masculino
e feminino.
2 Atenção Concentrada (AC)- Testagem produzida por Suzy Vijande
Cambraia (1967) para identificar o nível de atenção e apresenta fidedignidade (alfa de
Cronbach=0,73).
3- Memória – Testagem de Seleção de Pessoal (TSP-sub-teste memória). Criada
por Dr. Joseph E. King, (2004) a bateria TSP (teste de seleção de pessoal) é composta
por 11 sub-testes, que apresentam escores de atenção, percepção, pensamento, destreza,
memória, dimensão, partes, precisão, fluência, objetos, julgamento entre outros. Foi
empregado nesta pesquisa o teste de memória, por aproximar-se do exercício visual que
é feito no cotidiano. Neste, verifica-se a aptidão para reter e evocar nomes, fisionomias
e detalhes, no sentido de associação.
63
Procedimento
Foi realizado um estudo piloto com vinte e três (23) estudantes de ambos os
sexos, para que se analisassem tanto a estrutura do questionário, como a valência
emocional do conteúdo da estimulação visual dos filmes. Verificou-se então que os
conteúdos dos filmes se adequavam ao proposto, sendo que o filme de conteúdo
aversivo (estimulação visual com emoções desagradáveis) foi identificado como
aversivo e desagradável por 100% dos participantes e o filme neutro foi classificado
como “normal” por 75% dos estudantes, obtendo outras classificações como
“agradável” e “curioso” nos demais 25% da amostra.
A pesquisa iniciou com a identificação da amostra pelo sorteio das turmas de cada
Centro de uma Universidade Particular da Grande Porto Alegre. Posteriormente, foram
feitos os sorteios das turmas que representaram cada Centro (Centro de Ciências Exatas,
Humanas, Jurídicas, Comunicação Social, Econômicas e da Saúde), de forma que cada
área participasse com três turmas. Cada turma foi destinada a um grupo específico
(grupo 1, 2 ou 3 ).
A primeira turma sorteada compôs o grupo 1 ( grupo controle) a segunda turma
sorteada compôs o grupo 2 (estimulação visual neutra) e a terceira ficou como grupo 3
(estimulação visual aversiva (emoções desagradáveis)).
Após explicado o objetivo da pesquisa e iniciou-se com o preenchimento do termo
de consentimento livre e esclarecido para os três grupos. Os procedimentos dos três
grupos foram idênticos, sendo que a única diferença era que após o recolhimento do
termo de consentimento iniciava-se a testagem no grupo 1, sem a exibição de filme de
curta duração.
64
O grupo 1 (sem estímulos visuais (sem filme)) foi composto por 133 alunos, onde
em média vinte e cinco alunos por vez (uma turma) participavam da aplicação do
questionário.
O grupo 2 (estímulo visual neutro): O procedimento inicial foi igual ao grupo
anterior (grupo1), sendo que após o preenchimento do termo de consentimento livre
esclarecido foi projetado o filme com estímulos visuais repetitivos, como classificado
no projeto piloto. Este filme teve duração de 1 minuto e 22 segundos, onde uma pessoa
aparecia de costas ( sem aparecer o rosto em instante algum), fazendo uma corrida em
uma estrada deserta.
Após o filme, os participantes preencheram um questionário e foram aplicados os
testes de (ansiedade, atenção e memória), alterando a ordem dos testes para evitar a
mesma ordem de aplicação dos instrumentos.
No grupo 3 (estímulos visuais aversivos) foi adotado o mesmo procedimento do
grupo anterior, sendo que o filme foi com cenas de um atropelamento.
O tempo total de exposição do material visual dos filmes foi de 1 minuto e 22
segundos. Teve-se cuidado de editá-los para que ficassem com a mesma duração. O
tempo total da aplicação de todos os testes foi de 45 minutos.
Análise dos dados
Os dados foram todos analisados com auxílio do software SPSS for Windows
Versão 17.0. Utilizou-se uma ANOVA para análise das variáveis dos três grupos.
Utilizou-se o Teste t de Student para a análise entre os sexos e por fim utilizou-se
Bonferroni para a análise post hoc da relação entre as variáveis. Foram considerados
para esse experimento os índices de significância p<0,05; p<0,01 e p<0,001.
65
Resultados e Discussão
Os resultados mostraram que os grupos submetidos à estimulação aversiva
tiveram alterações na média dos resultados de memória de curto prazo (TSP-M) e
atenção (AC), diminuindo significativamente o desempenho, assim como uma elevação
dos escores de ansiedade (IDATE).
Foi também observado um aumento significativo do nível de ansiedade no grupo
com estímulo aversivo quando comparado com o grupo controle e neutro.
No questionário também verificou-se a classificação do filme assistido pelos
participantes. O grupo dois (87% da amostra) classificou-o como neutro. no grupo
três, 88,7% marcou como aversivo o filme que foi assistido. Em seguida, questionados
também sobre a freqüência de eventos desagradáveis no dia-a-dia, 54,64% (n=200)
participantes assinalaram que a freqüência costuma ser de algumas vezes por mês.
Posteriormente, argüiu-se sobre o que seria aversivo, e conseqüentemente o que
o participante evitaria presenciar ou assistir. Mais de 80% de toda a amostra indicou
eventos drásticos como incêndio assalto e morte, sendo que apenas 12,29% evitariam
um filme aversivo.
Por fim, a última parte do questionário investigou como os participantes
julgavam a sua memória, sendo que mais de 60% da totalidade da amostra está
satisfeita, julgando-a como boa ou ótima.
Na comparação entre os três grupos, na variável ansiedade, houve diferença
estatisticamente significativa entre o grupo 3 (estimulação aversiva) com os demais
grupos. O grupo 1 (controle), obteve M=42,41 e DP=7,8. O grupo 2 (neutro) obteve
66
M=42,71 e DP=7,53. O grupo 3 (estimulação visual aversiva) obteve M=52,72 e
DP=10,08.
Na variável memória há diferença entre o grupo 3 (estimulação aversiva) com os
demais. O grupo 1 (controle) obteve M=38,27 e DP=7,46. O grupo 2 (estimulação
visual neutra) obteve M=37,43 e DP=6,87. O grupo 3 (estimulação visual aversiva)
obteve M=28,22 e DP=7,18.
E, finalmente, na variável atenção, também houve diferença entre o grupo 3
(estimulação aversiva) com os demais grupos. O grupo 1 (controle) obteve M=93,76 e
DP=17,05. O grupo 2 (estimulação Visual neutra) obteve M=91,15 e DP=14,96. O
grupo 3 (estimulação visual aversiva) obteve M=74,25 e DP=11,43.
Tabela 4
Média e Desvio Padrão dos Grupos Estudados
Testes/Grupos G1 G2 G3 F/sig
M DP M DP M DP
Ansiedade
42,41 7,80 42,71 7,53 52,71 10,08 59,09***
Memória
38,27 7,46 37,43 6,87 28,22 7,18 74,40***
Atenção
93,76 17,07 91,15 14,96 74,25 11,43 51,52***
Nota: *p<0,05; **p<0,01; ***p<0,001
Quanto à variável ansiedade foi verificada uma diferença estatisticamente significativa
entre os três grupos (F(2,363) = 59,093, p<0,001) e GL=2.
67
Figura 4
Teste (IDATE): Média e Desvio Padrão dos escores alcançados pelos grupos
G1,G2 3 G3 no teste de Ansiedade
Nota: p<0,05 ;**p<0,01; ***p<0,001
Quanto à variável memória, foi verificada diferença estatisticamente
significativa entre os grupos, sendo (F=(2,363) = 74,408, p<0,001) e GL=2.
68
Figura 5
Teste TSP-Memória: Média e desvio padrão dos escores obtidos pelos grupos
G1,G2 e G3 no teste de Memória.
Nota: p<0,05 ;**p<0,01; ***p<0,001
Quanto à análise da variável atenção concentrada, verifica-se também
diferença estatisticamente significativa, sendo (F (2,363) = 51,525, p<0,001) GL=2.
69
Figura 6
Teste AC (Atenção Concentrada): Média e Desvio Padrão dos escores obtidos
pelos grupos G1,G2 e G3 no teste de atenção concentrada.
Nota: p<0,05 ;**p<0,01; ***p<0,001
Não foram constatadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos
da amostra quanto ao sexo feminino e masculino, nem entre os centros estudados.
Considerações finais
Os estudantes universitários apresentaram níveis elevados de ansiedade, quando
submetidos à estimulação visual aversiva (filme aversivo) e um declínio nos escores de
memória de curto prazo e atenção concentrada, quando comparados aos participantes
dos outros grupos sem a mesma estimulação.
70
Não houve diferenças estatisticamente significativas nos resultados entre os
estudantes do sexo masculino e do sexo feminino, tanto nas respostas do questionário,
quanto nas testagens. As funções cognitivas analisadas após a estimulação aversiva
sofreram variações semelhantes entre homens e mulheres.
Já foi demonstrado que pode haver diferenças na ativação cerebral, sob as
mesmas condições, de uma amostra feminina comparada com uma masculina, mas que,
em geral, as funções de memória de curto prazo e atenção concentrada mostram o
mesmo desempenho ( Sarlani, 2002; Shneider 2000; Shields, 2003; Zald, 1998).
Outros autores demonstraram que homens e mulheres costumam apresentar
diferenças quando são analisadas as capacidades de julgamento, lógica e expressão
verbal (Gorsky, 2000; Gur, 2002). Podem existir diferenças entre o desempenho em
ambos os sexos, dependendo da combinação de estimulação e da função analisada.
Os desempenhos dos grupos nos testes de memória de curto prazo e atenção
concentrada, quando submetidos a um estado de ansiedade, provocado pela estimulação
aversiva decaíram, enquanto os outros grupos permaneceram com seus desempenhos
preservados.
Estes dados demonstraram uma relação entre ansiedade e desempenhos nos
testes de atenção concentrada e memória de curto prazo. É conhecido que a ansiedade
tem um papel relevante nas funções da memória, da aprendizagem, das decisões e até
mesmo da criatividade (Compton, 2003; Damasio, 1994; Davis & Whalen, 2001;Dolan,
2002; Lowenstein & Lerner, 2003).
71
O desempenho nas funções mentais está diretamente ligado aos diferentes veis
de ansiedade que é sentida e com as estratégias adotadas por cada indivíduo ao lidar
com essa função (Gable, 2000; Leen-Feldner , 2004; Sloan, 2003;Updegraff, 2004).
A estimulação aversiva na indução de humor pode ser gerada por material
visual, como um filme, contendo cenas de violência urbana. Esse efeito, obtido na
manipulação do humor, conduzido por materiais visuais, foi reportado por Gilet (2006),
o qual assinalou que os métodos de indução de humor podem ser confeccionados de
acordo com sua cultura e necessidade e assim atingir com maior precisão seu objetivo.
Os testes costumam atingir seus objetivos de indução de humor facilmente, mas
quanto mais adaptados para determinada população melhor são os resultados e efeitos
Slyker (1991).
No Brasil e em outros países onde as pesquisas foram realizadas, nota-se que
uma necessidade de adaptação dos testes de indução de humor. Os poucos testes
editados não podem garantir a mesma eficácia nas diversas culturas. Mesmo assim,
devido a sua escassez continuam sendo muito utilizados (Bower, 2000).
Ao contrário da indução, a coleta de dados vem se mostrando muito fidedigna ao
longo do tempo com testagens apropriadas e adaptadas a cada cultura. Embora se utilize
os mesmos instrumentos, os testes mostram-se atualizados, e podem ser utilizados
concomitante a outros métodos de verificação, como os estudos com PET (Davidson
1990).
As testagens empregadas nessa pesquisa mostraram-se eficientes em relatar e
mensurar a clara influência da estimulação na atenção concentrada e na memória breve.
Embora não utilizados neste trabalho, outros testes também se mostram eficientes,
72
assim como outras funções também podem ser investigadas em decorrência da
alterações no humor, como a capacidade de julgamento no estudo de Thayer (2007).
Além dos déficits relatados nessas funções, outros estudos demonstraram
interessante via de investigação ao pesquisarem, de forma parecida, os efeitos positivos
das estimulações, como no caso da fluência verbal e lógica. Mesmo assim, comumente
relatam-se dificuldades no mapeamento destas atividades cerebrais (Bartolic 1999; Sen,
1997, 1998).
Reiman (1997) e Lane (1997) igualmente referiram-se à dificuldade de
estabelecer, de forma simples, a análise e o mapeamento das emoções no cérebro, pois
regiões como: hipotálamo, córtex pré-frontal, tálamo e a região mediana cerebral são
estimuladas de formas muito parecidas, tanto na estimulação aversiva como na
agradável.
Embora uma definição prévia de o quanto e como certa estimulação visual
aversiva vai interferir no comportamento de um indivíduo seja muito difícil, com estes
achados pode-se perceber a clara interferência dos estímulos e dos sentimentos no
desempenho cognitivo, mesmo que de forma breve.
Nesse trabalho de pesquisa foi concluído que houve alterações nas funções
cognitivas na memória de curto prazo e na atenção concentrada sob estimulação visual
aversiva. A ansiedade elevada alterou e prejudicou os desempenhos de funções
cerebrais, afetando a memória de curto prazo e a atenção concentrada..
No futuro, será importante realizar estudos com um período maior de exposição
de estimulação visual aversiva para avaliar por quanto tempo estas alterações cognitivas
podem perdurar e quais são seus efeitos sobre a cognição e o estado emocional.
73
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