Ana Valéria M. Mendonça
A integração de redes sociais e tecnológicas: análise do processo de comunicação para inclusão digital
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“Posso criar um endereço eletrônico, uma home page e outras coisas
para a sociedade que proporcionem lazer, trabalho, ou seja, diversos
fins. Ela pode me ajudar, me guiar no trabalho de escola ou nos jogos
para eu fazer trabalhos, estudar e principalmente para me divertir. Com
ela tenho acesso às informações, meio de conhecimento, diversão e
compras. Por meio da Internet também posso usar sala de bate-papo, e-
mail, biblioteca e comunidades virtuais, para cursos, trabalho,
informação e quase tudo mais, como baixar apostila, namorar, aprender,
pagar conta no banco, ensinar e navegar. Ela pode levar a inclusão
digital para outros municípios para que as pessoas possam trabalhar e
ajudar a comunidade com diversas atividades comunitárias”.
Nessa demonstração, elucidamos o caráter informacional das atividades do indivíduo quando
em ação na Internet. A tarefa, originalmente oriunda de um processo anterior de alfabetização
em informação, traz também uma correlação direta com a comunicação, ou seja, quando
sugerimos o acréscimo das práticas comunicativas ao processo de alfabetização em
informação, argumentamos que essa iniciativa incorporará valores outros ao processo
educativo, e mais, estes valores habilitarão o usuário do Programa GESAC, ou mesmo o
usuário de um telecentro qualquer, à gerência dos conteúdos de forma qualificada, como
sugerimos anteriormente. Trata-se, portanto, de uma tendência agregadora ao modelo atual,
haja vista que a sociedade do conhecimento “pede” um modelo mais adequado para essa
sociedade. Sobre essa necessidade, Cerveró (2007) afirma:
De una manera muy general y sencilla podemos considerar si una persona
está alfabetizada em función de si es capaz o no de descodificar la
información que le resulta relevante, para posteriormente interiorizarla y
codificar un nuevo mensaje capaz de ser transmitido a fin de participar
activamente dentro de su sociedad, lo cual claramente dependerá de las
exigencias que dicha sociedad imponga sobre el individuo. Si admitimos,
por otra parte, el asentamiento de un modelo de sociedad basado em la
información, com la ineludile presencia de las TICS, tendremos, sin duda,
que afirmar la necesidad de un modelo de alfabetización en información
para la sociedad del concociemento (
CERVERÓ, 2007, p. 126)
.
Da mesma maneira, Almeida (2005b, apud PELLANDA; SCHLÜNZEN; JUNIOR, 2005, p.
174), afirma que o “letramento
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digital cria condições que favorecem a inclusão crítico-social
e o desenvolvimento de uma fluência tecnológica que permite conectar a educação libertadora
com as demandas do mundo do trabalho”. Assim sendo, encontramos no DSC abaixo,
referente à pergunta Eu poderia usar a Internet para..., na categoria Alfabetização em
informação e em comunicação, o seguinte discurso:
“Eu poderia usar a Internet para aprender e ensinar o que eu aprendi
de um modo mais específico para que as pessoas possam usar e assim
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Entendamos o letramento como a propriação da escrita para uso social. Em sua analogia às TICs, o letramento
estaria para o sujeito iniciado também nas habilidades tecnológicas.