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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
FACULDADE DE FARMÁCIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
MARCELO DO NASCIMENTO GOMES
Planejamento, síntese e avaliação farmacológica de novos
candidatos a protótipos de fármacos anti-inflamatórios.
Goiânia-2009.
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2
MARCELO DO NASCIMENTO GOMES
Planejamento, síntese e avaliação farmacológica de novos
candidatos a protótipos de fármacos anti-inflamatórios.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Menegatti
Co-orientadora: Profª. Drª. Clévia Ferreira Duarte Garrote
Goiânia-2009.
Exame de defesa
apresentado à Faculdade de
Farmácia da Universidade
Federal de Goiás, como
requi
sito parcial para
obtenção do título de Mestre
em Ciências Farmacêuticas.
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3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela vida e pela oportunidade de estar
fazendo o mestrado de forma a aprimorar o meu conhecimento.
Aos meus pais por todo o amor, o ensinamento, o apoio porque sem eles não
teria chegado até aqui.
Ao Prof. Dr. Ricardo Menegatti pela orientação, pelos ensinamentos e
discussões de forma que eu viesse a conhecer a Química Medicinal.
À Profª. Drª Clévia Ferreira Duarte Garrote pela co-orientação e pelo apoio.
Ao Prof. Dr. José Ricardo Sabino pelos ensinamentos em Modelagem
Molecular de forma a contribuir com o aprimoramento deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Elson do Instituto de Ciências Biológicas da UFG pela
coordenação dos ensaios biológicos.
Aos Mestrandos Roberta Campos Lino e ao Marcus Vinícius Mariano
Nascimento pelos ensaios farmacológicos in vitro” e in vivo que contribuem
de forma direta com este trabalho.
Ao Prof. Dr. Luciano do IQ da UFG pela realização dos espectros de RMN
1
H
e de
13
C, HMBC e HMQC.
Ao Prof. Dr. Marcos Nogueira Eberlin pela realização dos espectros de
massas.
Aos técnicos do LCQM por ceder o aparelho de infravermelho para realização
dos espectros de IV.
Aos meus irmãos Marcio e Rodrigo e familiares pelas palavras de apoio e
pela oração.
A minha colega de Mestrado Fabiula Ines Martins pelo companheirismo, pela
amizade e por todos os momentos que vivemos ao longo destes dois anos.
Aos meus colegas de Mestrado Laura, Mirella, Lênis, Tiago, Francislene,
Carla e Wilsione e de Laboratório Karinna, Isabel, Ana Emília, Patrícia, Thaís,
Adriane e Carlos pelos momentos de descontração e pelo companheirismo.
Aos técnicos da UFG pelo apoio.
A Fernanda secretária do Programa de Pós-graduação pelo apoio
incondicional nestes dois anos.
4
As Doutoras Adriane e Carolina pelas contribuições e discussões feitas ao
trabalho.
Aos alunos da turma “ALFAFA” pela o qual fiz o estágio de docência.
Ao estagiário Josimar pela ajuda nos experimentos.
A CAPES pelo apoio financeiro.
5
“O desconhecimento de suas
possibilidades internas e dos
segredos que se aninham nas
profundezas de sua alma tornou
o homem cético a respeito de
seu próprio destino. Saiba ele
encontrar a chave de sua
evolução na lei que o proclama
he
rdeiro de si mesmo e
conhecerá o porquê das
angústias que padece, questão
sobre a qual não encontrou
ainda explicação alguma que
lhe satisfaça”
A Herança de Si Mesmo-Carlos
Gonzaga González Pecotche
6
RESUMO
No âmbito de uma linha de pesquisa que visa o planejamento, a síntese e a
avaliação farmacológica de novos candidatos a protótipos de fármacos anti-
inflamatórios, descreveremos neste trabalho o planejamento de novos derivados
pirazólicos (LQFM 002-003), originalmente desenhados a partir do nerolidilcatecol
(24) e arilsulfonilpiperazínicos (25), que apresentam perfil inibitório da enzima
sPLA2.
Os compostos (E)-N-(3,7-dimetilocta-2,6-dienil)-1,3-dimetil-1-H-pirazol-5-
amina (LQFM 002) e (E)-N-(3,7-dimetilocta-2,6-dienil)-1,3-dimetil-4-((4-
metilpiperazina-1-il) metil)-1H-pirazol-5-amina (LQFM 003), foram submetidos a
ensaios farmacológicos in vitro, visando avaliar a atividade de inibição enzimática da
sPLA2. Para o protótipo LQFM 002 os halos de inibição foram 14,43 ± 6,28%, 16,68
± 2,45 %, 23,61 ± 2,62 %, 37,06 ± 3,25 %, nas doses de 250, 500, 1000 e 2000
µg/mL respectivamente. Para o composto LQFM 003, os halos foram 1,85 ± 1,38 %,
9,29 ± 3,33 %, 7,82 ± 3,32 %, 13,21 ± 3,22 %, respectivamente. Posteriormente
foram realizados os ensaios in vivo o qual avalia o perfil de migração celular para
cavidade peritoneal e pleural. Sendo também analisada a concentração de proteína
plasmática pela metodologia do azul de Evans quando induzido o processo
inflamatório. O composto LQFM 002 apresentou inibição sobre a migração celular de
50,46 ± 14,34 % no teste de peritonite, 68,7 ± 2,65 % no teste de pleurisia e redução
de 40,1 ± 6,40 % das proteínas plasmáticas pelo método de coloração do azul de
Evans. O composto LQFM 003 apresentou inibição de 25,89 ± 5,39%, nas doses de
50 mg/Kg, caracterizando, desta forma, perfil anti-inflamatório significativo para o
protótipo (LQFM 002).
Paralelamente ao trabalho sintético e farmacológico, foi realizado estudos
teóricos através do emprego de dinâmica molecular. A parametrização da enzima
sPLA2 foi mais efetiva através do emprego de caixa de água, uma vez que o estado
de menor energia observado foi de -175000kcal/mol.
Ao término deste trabalho, podemos concluir que o planejamento estrutural
empregado no mesmo foi validado através dos ensaios farmacológicos empregados,
uma vez que ambas as moléculas foram reconhecidas pela enzima sPLA2 e
apresentaram atividade anti-inflamatória no ensaio de migração celular. Ademais, a
7
metodologia sintética empregada se mostrou satisfatória para a obtenção dos
protótipos pirazólicos (LQFM 002 - 003) estudados.
Palavras-chave: Química medicinal, modelagem molecular, inflamação, anti-
inflamatórios e derivados pirazólicos.
8
ABSTRACT
In the field of a research line that seeks the planning, the synthesis and the
pharmacologycal evaluation of new candidates to prototypes of anti-inflammatory
drugs, we will describe in this project the planning of derived new pyrazolics (LQFM
002-003), originally drawn starting from the nerolidilcatecol (24) and
arylsulfonilpiperazines, (25) that present profile inhibition of the enzyme sPLA2.
The compounds (E)-N-(3,7-dimethylocta-2,6-dienyl)-1,3-dimethtyl-1-H-pyrazol-
5-amine (LQFM 002) and (E)-N-(3,7-dimethylocta-2,6-dienyl)-1,3-dimethyl-4-((4-
methylpiperazin-1-il) methyl)-1H-pyrazol-5-amine (LQFM 003), were submitted to
pharmacologycal rehearsals in vitro, seeking to evaluate the enzymatic inhibition
activity of the sPLA2. For the prototype (LQFM 002) the inhibition halos were 14,43 ±
6,28%, 16,68 ± 2,45%, 23,61 ± 2,62%, 37,06 ± 3,25%, in the doses of 250, 500,
1000 and 2000 µg/mL respectively. For the compound (LQFM 003), the halos were
1,85 ± 1,38%, 9,29 ± 3,33%, 7,82 ± 3,32%, 13,21 ± 3,22%, respectively.
Subsequently the rehearsal in vivo was accomplished to evaluate the profile of
cellular migration. Being also analyzed the concentration of plasmatic protein by the
methodology of the Evans of blue once the inflammatory process was induced. The
compound (LQFM 002) presented inhibition on cellular migration of 50,46 ± 14,34%
in the peritonit test, 68,7 ± 2,65% in the pleurisy test and reduction of 40,1 ± 6,40% of
the plasmatics proteins for the method of coloration of the Evans of blue. The
compound (LQFM 003) presented 25,89 ± 5,39% inhibition, in the doses of 50
mg/Kg, characterizing, significant anti-inflammatory profile for the prototype (LQFM
002).
Parallel to the pharmacologycal synthetic work and, we carried out theoretical
studies through the application of molecular dynamics. The parameters of the
enzyme sPLA2 was more effective through the applications of the water box's, once
the smaller state energy observed was of -175000kcal/mol.
At the end of this project, we can conclude that the structural planning applied
in the project was validated through the applications of the pharmacologycal
rehearsals, once both molecules were recognized by the enzyme sPLA2 and they
presented anti-inflammatory activity in the rehearsal of cellular migration. In addition,
9
the applied synthetic methodology for obtaining of the prototypes pyrazolics (LQFM
002-003) studied was satisfatory.
Keywords: Medicinal chemistry, molecular modeling, inflammation, anti-inflammatory,
pyrazolics derivate.
10
LISTA DE ESPECTROS
Espectro 1: Espectro de IV. Do composto (E)-N-(3,7-dimetilocta-2,6-dienil)-1,3-
dimetil-1-H-pirazol-5-amina (LQFM 002). ................................................................ 115
Espectro 2: Espectro de RMN H
1
do composto (E)-N-(3,7-dimetilocta-2,6-dienil)-1,3-
dimetil-1-H-pirazol-5-amina LQFM 002. .................................................................. 116
Espectro 3: Espectro de IV do composto (E)-N-(3,7-dimetilocta-2,6-dienil)-1,3-dimetil-
4-((4-metilpiperazina-1-il)metil)-1H-pirazol-5-amina (LQFM 003). ........................... 117
Espectro 4: Espectro de RMN
1
H do composto (E)-N-(3,7-dimetilocta-2,6-dienil)-1,3-
dimetil-4-((4-metilpiperazina-1-il)metil)-1H-pirazol-5-amina (LQFM 003). ............... 118
Espectro 5: Espectro de IV do composto N-(1,3-dimetil-1-H-pirazol-5-il)acetamida
(32). ......................................................................................................................... 119
Espectro 6: Espectro de RMN
1
H do composto N-(1,3-dimetil-1-H-pirazol-5-
il)acetamida (32). ..................................................................................................... 120
Espectro 7: Espectro de RMN
13
C HMBC do composto N-(1,3-dimetil-1-H-pirazol-5-
il)acetamida (35). ..................................................................................................... 121
Espectro 8: Espectro de IV do composto (E)-etil 2-ciano-3(2-nitrofenil)acrilato (35).
................................................................................................................................ 122
Espectro 9: Espectro de RMN
1
H do composto (34) (E)-etil 2-ciano-3(2-
nitrofenil)acrilato (35). .............................................................................................. 123
Espectro 10: Espectro de RMN
13
C do composto (E)-etil 2-ciano-3(2-nitrofenil)acrilato
(35). ......................................................................................................................... 124
Espectro 11: Espectro de massas do composto (E)-etil 2-ciano-3(2-nitrofenil)acrilato
(35). ......................................................................................................................... 125
Espectro 12: Espectro de ampliação da rego do pico do íon molecular do composto
(E)-etil 2-ciano-3(2-nitrofenil)acrilato (35). ............................................................... 126
Espectro 13: Espectro de IV do composto (E)-etil-2-ciano-3-fenilacrilato (36) ........ 127
Espectro 14: Espectro de RMN
1
H do composto (E)-etil-2-ciano-3-fenilacrilato (36)
................................................................................................................................ 128
Espectro 15: Espectro de RMN
13
C do composto (E)-etil-2-ciano-3-fenilacrilato (36)
................................................................................................................................ 129
Espectro 16: Espectro de massas do composto (E)-etil-2-ciano-3-fenilacrilato (36).
................................................................................................................................ 130
11
Espectro 17: Espectro de ampliação da rego do pico do íon molecular do composto
(E)-etil-2-ciano-3-fenilacrilato (36) ........................................................................... 131
Espectro 18: Espectro de IV do composto (E)-etil-2-ciano-3-(4-
(dimetilamino)fenil)acrilato (39). .............................................................................. 132
Espectro 19: Espectro de RMN
1
H do composto (E)-etil-2-ciano-3-(4-
(dimetilamino)fenil)acrilato (39) ............................................................................... 133
Espectro 20: Espectro de RMN
13
C do composto (E)-etil-2-ciano-3-(4-
(dimetilamino)fenil)acrilato (39). .............................................................................. 134
Espectro 21: Espectro de massas do composto (E)-etil-2-ciano-3-(4-
(dimetilamino)fenil)acrilato (39) ............................................................................... 135
Espectro 22: Espectro de ampliação da rego do pico do íon molecular do composto
(E)-etil-2-ciano-3-(4-(dimetilamino)fenil)acrilato (39). .............................................. 136
Espectro 23: Espectro de IV do composto (E)-etil 2-ciano-3-(4-hidroxi-3-
metoxi)fenil)acrilato (71) .......................................................................................... 137
Espectro 24: Espectro de RMN
1
H do composto (E)-etil 2-ciano-3-(4-hidroxi-3-
metoxi)fenil)acrilato (41). ......................................................................................... 138
Espectro 25: Espectro de RMN
13
C do composto (E)-etil 2-ciano-3-(4-hidroxi-3-
metoxi)fenil)acrilato (41) .......................................................................................... 139
Espectro 26: Espectro de massas do composto (E)-etil 2-ciano-3-(4-hidroxi-3-
metoxi)fenil)acrilato (41). ......................................................................................... 140
Espectro 27: Espectro de ampliação da rego do pico do íon molecular do composto
(E)-etil 2-ciano-3-(4-hidroxi-3-metoxi)fenil)acrilato (41). .......................................... 141
Espectro 28: Espectro de IV do composto (E)-etil 2-ciano-3-(4-nitrofenil) acrilato (43)
................................................................................................................................ 142
Espectro 29: Espectro de RMN
1
H do composto (E)-etil 2-ciano-3-(4-nitrofenil)
acrilato (43). ............................................................................................................ 143
Espectro 30: Espectro de RMN
13
C do composto (E)-etil 2-ciano-3-(4-nitrofenil)
acrilato (43) ............................................................................................................. 144
Espectro 31: Espectro de massas do composto (E)-etil 2-ciano-3-(4-nitrofenil) acrilato
(43) .......................................................................................................................... 145
Espectro 32: Espectro de IV do composto (E)-etil 3-(2-clorofenil)-2-cianoacrilato (45).
................................................................................................................................ 146
Espectro 33: Espectro de RMN
1
H do composto (E)-etil 3-(2-clorofenil)-2-
cianoacrilato (45). .................................................................................................... 147
12
Espectro 34: Espectro de RMN
13
C do composto (E)-etil 3-(2-clorofenil)-2-
cianoacrilato (45) ..................................................................................................... 148
Espectro 35: Espectro de massas do composto (E)-etil 3-(2-clorofenil)-2-cianoacrilato
(45) .......................................................................................................................... 149
Espectro 36: Espectro de IV do composto (E)-etil 2-ciano-3-p-tolilacrilato (47). ..... 150
Espectro 37: Espectro de RMN
1
H do composto (E)-etil 2-ciano-3-p-tolilacrilato (47)
................................................................................................................................ 151
Espectro 38: Espectro de RMN
13
C do composto (E)-etil 2-ciano-3-p-tolilacrilato (47)
................................................................................................................................ 152
Espectro 39: Espectro de massas do composto (E)-etil 2-ciano-3-p-tolilacrilato (47)
................................................................................................................................ 153
Espectro 40: Espectro de ampliação da rego do pico do íon molecular do composto
(E)-etil 2-ciano-3-p-tolilacrilato (47) ......................................................................... 154
Espectro 41: Espectro de IV do composto (E)-etil 3-(4-clorofenil)-2-cianoacrilato (49).
................................................................................................................................ 155
Espectro 42: Espectro de RMN
1
H do composto (E)-etil 3-(4-clorofenil)-2-
cianoacrilato (49). .................................................................................................... 156
Espectro 43: Espectro de RMN
13
C do composto (E)-etil 3-(4-clorofenil)-2-
cianoacrilato (49). .................................................................................................... 157
Espectro 44: Espectro de massas do composto (E)-etil 3-(4-clorofenil)-2-cianoacrilato
(49). ......................................................................................................................... 158
Espectro 45: Espectro de ampliação da rego do pico do íon molecular do composto
(E)-etil 3-(4-clorofenil)-2-cianoacrilato (49). ............................................................. 159
Espectro 46: Espectro de IV do composto (E)-etil 2-ciano-3-(2-hidroxifenil) acrilato
(51). ......................................................................................................................... 160
Espectro 47: Espectro de RMN
1
H do composto (E)-etil 2-ciano-3-(2-hidroxifenil)
acrilato (51) ............................................................................................................. 161
Espectro 48: Espectro de massas do composto (E)-etil 2-ciano-3-(2-hidroxifenil)
acrilato (51). ............................................................................................................ 162
Espectro 49: Espectro de IV do composto Etil 2-aminoquinolina-3-carboxilato (52).
................................................................................................................................ 163
Espectro 50: Espectro de RMN
1
H do composto Etil 2-aminoquinolina-3-carboxilato
(52). ......................................................................................................................... 164
13
Espectro 51: Espectro de IV do composto (2-aminoquinolina-3-il)(4-metilpiperazina-
1-il)metanona (28). .................................................................................................. 165
Espectro 52: Espectro de RMN
1
H do composto (2-aminoquinolina-3-il)(4-
metilpiperazina-1-il)metanona (28). ......................................................................... 166
14
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Rota para o Planejamento Racional de Novos Fármacos, adaptado de
BARREIRO, 2002. ..................................................................................................... 29
Figura 2: Metodologia de Estudo Computacional de Possíveis Alvos Terapêuticos,
adaptado de CARVALHO, 2003. ............................................................................... 33
Figura 3: Cascata do Processo Inflamatório e biossíntese de eicosanóides adaptado
de VOET, 2002. ......................................................................................................... 37
Figura 4: Sobreposição da Estrutura Ribossômica das COX-1 (branca) e 2 (amarela),
adaptado de MALKOWSKI e de KIEFER, 2000. Figura editada no programa Swiss-
PDB Viewer (SPDBV). .............................................................................................. 39
Figura 5: Sobreposição do AA (10) nas COX-1 (branca) e 2 (amarelo), adaptado de
MALKOWSKI e de KIEFER, 2000. Figura editada no programa SPDBV. ................. 39
Figura 6: Estrutura da Fosfatidilcolina. ...................................................................... 41
Figura 7: Estrutura Ribossômica da PLA2, com 1,8 A de resolução, adaptado
CHANDRA, 2002. Figura editada no programa SPDBV. .......................................... 42
Figura 8: Hidrólise da fosfatidilcolina e síntese do ácido araquidônico, adaptado
VOET, 2002. .............................................................................................................. 42
Figura 9: Conservação dos resíduos Asp-His do sítio catalítico na presença do
análogo da fosfatidilcolina com resolução de 2,00 A, adaptado WHITE, 1990. Figura
editada no programa SPDBV. ................................................................................... 45
Figura 10: Desprotonação da molécula de água pelo resíduo de histidina e ataque
do par de elétrons a carbonila, adaptado de SCOTT, 1990. ..................................... 46
Figura 11: Conservação do estado tetraédrico de transição e protonação do átomo
de oxigênio da posição Sn-2 do glicerofosfolipídeo preparando para etapa de
eliminação, adaptado de SCOTT, 1990. ................................................................... 46
Figura 12: Liberação do ácido carboxílico (AA) via etapa de eliminação e formação
do lisofosfolipídeo, adaptado de SCOTT, 1990. ........................................................ 47
Figura 13: Estrutura do ciclopentanoperidrofenantreno (azul), i.e. cortisona (18) e
seus grupamentos farmacóforos, adaptado SILVA, 2002. ........................................ 49
Figura 14: Novos inibidores da sPLA2 desenhados a partir do nerolidilcatecol e de
sulfonilpiperazinas. .................................................................................................... 52
15
Figura 15: Análise conformacional entre derivado N-(1,3-dimetil-1H-pirazol-5-
il)acetamida (32) e paracetamol (19). ........................................................................ 76
Figura 16: Análise do efeito hiperconjugativo entre os compostos (32) e (19). ......... 77
Figura 17: Cristalografia de raio-X do composto (47) representando os átomos de C
e H (branco), N (azul) e O (vermelho). ...................................................................... 84
Figura 18: Arranjo cristalino do composto (47) representando as ligações de
hidrogênio que ocorrem entre as moléculas. ............................................................. 85
Figura 19: Estrutura ribossômica do complexo formado entre a sPLA2 e a vitamina E
com resolução de 1.8ª, adaptado de CHANDRA, 2002. Figura editada pelo programa
SPDBV. ..................................................................................................................... 90
Figura 20: Estrutura ribossômica da sPLA2 solvatada em esfera de água, adaptado
de CHANDRA, 2002. Figura editada no programa NAMD. ....................................... 91
Figura 21: Estrutura ribossômica da sPLA2 solvatada em caixa de água, adaptada
de CHANDRA, 2002. Figura editada no programa NAMD. ....................................... 91
Figura 22: Halos de inibição da sPLA2 pelo modelo de GUTIÉRREZ et. al., 1988 e
FORTES-DIAS et. al., 1999. ...................................................................................... 93
16
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Efeito inibitório de LQFM 002 sobre a sPLA2 presente na peçonha de
serpente (Crotalus durisso collilinectus), em relação ao vculo, segundo modelo de
(GUTIÉRREZ et. al. 1988, FORTEZ-DIAS, et. al., 1999). ........................................ 93
Gráfico 2: Efeito inibitório de LQFM 003 sobre sPLA2 presente na peçonha de
serpente (Crotalus durissus collilinectus) em relação ao vculo, segundo modelo de
GUTIÉRREZ et. al. 1988, FORTES-DIAS et. al. 1999. ............................................. 94
Gráfico 3: Efeito inibitório de LQFM 002 e LQFM 003 em relação a dexametasona
sobre a migração celular, segundo modelo de FERRÁNDIZ E ALCARAZ, 1991. ..... 95
Gráfico 4: Avaliação da atividade anti-inflamatória do composto LQFM 002 pela
concentração do azul de Evans. ............................................................................... 96
Gráfico 5: Avaliação da atividade anti-inflamatória pelo método de pleurisia induzido
por carragenina. ........................................................................................................ 96
17
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Distribuição do Mercado Farmacêutico Global em 2007 e 2008, adaptado
GLOBAL, 2009. ...................................................................................................................... 26
Tabela 2: Ranking de classes farmacológicas que movimentaram a indústria
farmacêutica no ano de 2008, adaptado GLOBAL, 2009. .............................................. 27
Tabela 3: Sínteses orgânicas clássicas que marcaram a evolução da química
orgânica, adaptado de CORREIA et. al, 2002. ................................................................. 31
Tabela 4: Isoformas da sPLA2 adaptado de DENNIS, et. al, 2006. .............................. 44
Tabela 5: Análise conformacional entre N-(1,3-dimetil-1H-pirazol-5-il) acetamida e
paracetamol. ........................................................................................................................... 78
Tabela 6: Condensação de Knoevenagel em água de diferentes espécies químicas
de aldeído. .............................................................................................................................. 81
18
LISTA DE ABREVIATURAS SIGLAS E SÍMBOLOS
AA: Ácido Araquidônico
AMBER: Assisted Model Building with Energy Refinement
ASP: Resíduo de aspartato
CHARMM: Chemistry at Harvard Molecular Mechanics
COX: Ciclo-oxigenase
cPLA2: Fosfolipase A2 citosólica
GLY: Resíduo de glicina
HIS: Resíduo de histidina
HMBC: Heteronuclear Multiple Bond Correlation
HMQC: Heteronuclear Multiple Quantum Coherence
iPLA2: Fosfolipase A2 Cálcio-independente
IUPAC: International Union of Pure and Applied Chemistry
IV: Infravermelho
kDa: k Dalton
LQFM: Laboratório de Química Farmacêutica Medicinal
NAMD: Scalable Moleular Dynamics
PAF-AH: PAF acetilhidrolase
PBS: Solução Salina Tamponada com Fosfato
PDB: Protein Data Bank
PGG2: Prostaglandina G2
PGH2: Prostaglandina H2
PGI2: Prostaciclina
PLA2: Fosfolipase A2
RMN
13
C: Ressonância Magnética Nuclear de Carbono 13
RMN
1
H: Ressonância Magnética Nuclear de Hidrogênio
SER: Resíduo de serina
sPLA2: Fosfolipase A2 secretada
TRY: Resíduo de tirosina
TXA2: Tromboxana
19
GLOSSÁRIO
Agonista: ligante, fármaco ou composto-protótipo que apresenta afinidade por um
receptor apresenta atividade intrínseca (IUPAC, 1998).
Análise conformacional: Consiste na exploração dos arranjos espaciais
energeticamente favoráveis de uma molécula (SANT’ ANNA, 2002).
Antagonista: ligante, fármaco ou composto-protótipo que apresenta afinidade por
um receptor sem apresentar atividade intrínseca (IUPAC, 1998).
Anti-inflamatórios: Classe terapêutica responsável pela prevenção e controle de
fisiopatologias de origem inflamatória, sendo classicamente dividida em anti-
inflamatórios do tipo não-esteroidais (AINEs), que tem como representante clássico
o ácido acetilsalicílico (AAS), e os anti-inflamatórios do tipo esteroidais a exemplo
dos corticosteróides (BARREIRO, 2001).
Biofase: diz-se dos diversos compartimentos biológicos do organismo (BARREIRO,
2001).
Bioisosterismo: resulta da obtenção de compostos o qual a substituição de átomos
por outros estruturalmente semelhantes (IUPAC, 1998).
Congênere: Substância estruturalmente relacionada à outra, ou sintetizada pela
mesma rota sintética. A série congênere é planejada de maneira a que as
modificações estruturais entre os compostos, obtidos através da mesma
metodologia sintética, possam antecipar variações próximas de propriedades físico-
químicas, por exemplo, comparação em termos das respostas biológicas
apresentadas (IUPAC, 1998).
Estrutura-atividade: estuda as alterações estruturais moleculares que podem ser
realizadas para ampliar a utilidade dos fármacos. Geralmente são determinadas
20
realizando pequenas alterações na estrutura de um protótipo, seguidas de teste em
que se observam os efeitos biológicos de tais modificações (PANDIT, 2008).
Farmacóforo: é o conjunto de características eletrônicas e estéricas que
caracterizam um ou mais grupos funcionais necessários para o reconhecimento
molecular pelo receptor (PANDIT, 2008).
Hibridação molecular: Estratégia de modificação molecular de fármacos e
compostos protótipos empregada para o desenho estrutural de novos análogos
ativos ou protótipos otimizados (BARREIRO, 2001).
Isoforma: são proteínas muito similares capazes de desempenharem as mesmas
funções das originais já que diferenças discretas nas sequências de aminoácidos
geram diferentes propriedades estruturais e funcionais (REGGIANI, 2000).
Otimização: A otimização do composto-protótipo representa a introdução de
modificações estruturais, conduzindo a uma nova substância estruturalmente
relacionada à primeira, acessível sinteticamente, capaz de apresentar propriedades
estéreo-eletrônicas e físico-químicas que representem um adequado perfil
farmacocinético ou menos tóxico, compatível com seu emprego clínico (PANDIT,
2008).
Protótipo: Primeiro tipo ou exemplar original, modelo. Diz-se do composto
originalmente identificado que apresenta atividade farmacológica “in vivo” (PANDIT,
2008).
21
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE ESPECTROS
LISTA DE ABREVIATURAS
GLOSSÁRIO
1. INTRODUÇÃO
24
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
26
2.1. MERCADO FARMACÊUTICO GLOBAL
26
2.2. PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE FÁRMACOS
27
2.3. QUÍMICA MEDICINAL
28
2.3.1. SÍNTESE ORGÂNICA
29
2.3.2. MODELAGEM MOLECULAR
32
2.4. FISIOPATOLOGIA DA INFLAMAÇÃO
34
2.4.1. CASCATA DO PROCESSO INFLAMATÓRIO
36
2.4.2. EICOSANÓIDES
37
2.4.3. CICLOXIGENASES
38
2.4.4. MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO
40
2.5. FOSFOLIPÍDEOS
40
2.6. FOSFOLIPASE
41
2.6.1. EFEITO DA sPLA2 CÉLULAS INFLAMATÓRIAS
47
2.7. ANTI-INFLAMATÓRIOS
48
2.7.1. ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDÁIS
49
2.7.2. ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS
50
3. OBJETIVOS
52
3.1. OBJETIVO GERAL
52
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
53
4. MATERIAIS E MÉTODOS
54
4.1. APARELHAGEM ANALÍTICA
54
22
4.2. METODOLOGIA SINTÉTICA
55
4.2.1. SÍNTESE DE (E)-N-(3,7-DIMETILOCTA-2,6-DIENIL)-1,3-DIMETIL-
1-H-PIRAZOL-5-AMINA (LQFM 002)
55
4.2.2. SÍNTESE DE (E)-N-(3,7-DIMETILOCTA-2,6-DIENIL)-1,3-DIMETIL-
4-((4-METILPIPERAZINA-1-IL)METIL)-1H-PIRAZOL-5-AMINA (LQFM
003)
56
4.2.3. SÍNTESE DE N-(1,3-DIMETIL-1-H-PIRAZOL-5-IL)ACETAMIDA (32)
57
4.2.4. PROCEDIMENTO GERAL PARA REÃO DE CONDENSÃO
DE KNOEVENAGEL
58
4.2.4.1. SÍNTESE DE (E)-ETIL 2-CIANO-3(2-NITROFENIL)ACRILATO
(35)
59
4.2.4.2. SÍNTESE DE (E)-ETIL-2-CIANO-3-FENILACRILATO (37)
60
4.2.4.3. SÍNTESE DE (E)-ETIL-2-CIANO-3-(4-
(DIMETILAMINO)FENIL)ACRILATO (39)
61
4.2.4.4. SÍNTESE DE (E)-ETIL 2-CIANO-3-(4-HIDROXI-3-
METOXI)FENIL)ACRILATO (41)
62
4.2.4.5. SÍNTESE DE (E)-ETIL 2-CIANO-3-(4-NITROFENIL) ACRILATO
(43)
63
4.2.4.6. SÍNTESE DE (E)-ETIL 3-(2-CLOROFENIL)-2-CIANOACRILATO
(45)
64
4.2.4.7. SÍNTESE DE (E)-ETIL 2-CIANO-3-P-TOLILACRILATO (47)
65
4.2.4.8. SÍNTESE DE (E)-ETIL 3-(4-CLOROFENIL)-2-CIANOACRILATO
(49)
66
4.2.4.9. SÍNTESE DE (E)-ETIL 2-CIANO-3-(2-HIDROXIFENIL)
ACRILATO (51)
67
4.2.5. SÍNTESE DE ETIL 2-AMINOQUINOLINA-3-CARBOXILATO (52)
68
4.2.6. SÍNTESE DE (2-AMINOQUINOLINA-3-IL)(4-METILPIPERAZINA-1-
IL)METANONA (28)
69
4.3. METODOLOGIA DE MODELAGEM MOLECULAR
70
4.4. ENSAIOS FARMACOLÓGICOS
71
4.4.1. PERFIL INIBITÓRIO DA ATIVIDADE DA sPLA2
71
4.4.2. PERITONITE INDUZIDA POR CARRAGENINA
71
23
4.4.3. INDUÇÃO DA PLEURISIA PELA CARRAGENINA 1%.
72
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
72
5.1. SÍNTESE ORGÂNICA MEDICINAL
72
5.2. MODELAGEM MOLECULAR
89
5.3. ENSAIOS FARMACOLÓGICOS
92
5.3.1. INIBIÇÃO DA ATIVIDADE DA sPLA2 “IN VITRO”
92
5.3.2. PERITONITE INDUZIDA POR CARRAGENINA “IN VIVO”
94
5.3.3. INDUÇÃO DA PLEURISIA PELA CARRAGENINA 1%.
95
6. CONCLUSÕES
98
7. PERSPECTIVAS
99
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
100
ANEXOS
24
1. INTRODUÇÃO
Desde a antiguidade o homem procura encontrar meios para aliviar a dor, a
febre entre outros distúrbios similares. Com a descoberta dos mecanismos da
fisiopatologia das doenças inflamatórias, abriu-se uma janela para investigação de
substâncias medicamentosas que pudessem interromper o circuito desta sinalização
(CARVALHO, 2002).
A colchicina (1) foi provavelmente um dos primeiros fármacos usado para tal
finalidade. Este alcalóide é extraído de uma planta conhecida como Colchicum
autummale.
O
O
O
O
O
HN
O
(1)
Preparações com base nesta planta são usadas desde o sexto século da
nossa era. Posteriormente, curandeiros e estudiosos que se ocupavam com o
estudo de possibilidades de tratamento da dor usavam ungüentos, emplastos e
infusões feitos com as folhas de Myrtus communis L., cujo nome vulgar é Murto,
pertencente à mesma família da jabuticabeira, utilizadas em indivíduos acometidos
por dores, febre ou inchaço, uma vez que cogitava-se a presença de princípios
ativos nesta planta, relacionados à redução da inflamação, das dores e à redução da
temperatura corpórea (LUENGO, 2005).
Sem saber, estes homens estavam utilizando os primeiros anti-inflamatórios
da história da humanidade. Muito embora os gregos, nos Jogos Olímpicos da
Antiguidade, tratassem os atletas acometidos por lesões musculares, fazendo uso
25
de extratos de produtos naturais anti-inflamatórios e outras práticas terapêuticas
como a crioterapia, com o objetivo de aliviar a dor (DAVID, 2002).
Todas estas plantas apresentam em sua composição quantidades de ácido
salicílico (2). A casca da árvore do salgueiro branco Salix alba foi usada como
fármaco por milhares de anos, sendo citada por Hipócrates em 400 a.C e por
Dioscarides, cirurgião grego do exército romano, em 70 d.C. Edward Stone, vigário
de Chipping Norton, escreveu que 20 grãos da casca de árvore de salgueiro em um
pouco de água a cada 4 horas, constituía-se em uma excelente preparação para
tratar estados febris com calafrios (ROSEN, 1989).
Em 1828, Johann A Büchner descobriu a substância ativa, um produto de
cor amarela em forma de cristais, com sabor muito amargo, a qual denominou
Salicilina (3), encontrada também em outras plantas, como a Spiraea ulmaria que
mais tarde inspirou o nome aspirina® (4). Em 1874, o ácido acetilsalicílico (4) foi
sintetizado por Herman Kolbe na Alemanha (COLLIER, 1984).
Em 1890, foi concebida a síntese laboratorial deste composto, acrescido
ainda de diversas limitações, i.e. baixo índice de tolerância, irritação gástrica, sabor
amargo, apesar de ter sido utilizado por quase uma década devido a sua capacidade
de aliviar os sintomas da inflamação. Dez anos mais tarde, o químico alemão Félix
Hoffman, estudou estratégias de modificação da estrutura química desta substância,
o que culminou na descoberta do conhecido ácido acetilsalicílico (4) (BAYER, 2009),
e a Aspirina®, foi então o primeiro medicamento anti-inflamatório cientificamente
divulgado na história da humanidade. Surgiu assim uma geração de novas
substâncias com efeitos benéficos, os quais são denominamos atualmente como
fármacos (FIORUCCI et al., 2001).
O
OH
O
OH
HO
OH
HO
O
O
OH
O
OH
O
OH
(2)
(3)
(
4
)
26
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. MERCADO FARMACÊUTICO GLOBAL
No ano de 2008 a Indústria Farmacêutica Mundial movimentou ca. US $
773,1 bilhões de dólares, apresentando taxa de crescimento de 4,8 % em relação a
2007, sendo que, apenas a América do Norte e Europa, juntos, movimentaram US $
559,3 bilhões de dólares, enquanto que na América Latina este valor ficou
aproximadamente em torno US $ 46,5 bilhões de dólares (Tabela 1). Tendo em vista
números tão expressivos, se faz necessário a busca por investimentos em pesquisa
e na inovação de novas moléculas que possam ser economicamente viáveis para a
produção industrial, com eficácia, segurança e ausência de efeitos colaterais,
quando comparados aos fármacos disponíveis no mercado (GLOBAL, 2009).
Tabela 1: Distribuição do Mercado Farmacêutico Global em 2007 e 2008, adaptado GLOBAL,
2009.
Regiões
Vendas em dólares no
ano de 2007.
Vendas em dólares no
ano de 2008.
América do Norte
304,5
311,8
Europa
206,2
247,5
Ásia, África e Austrália
62,2
90,8
Japão
58,5
76,6
América Latina
32,0
46,5
Total
529,5
773,1
Do grupo de quinze classes farmacológicas que mais faturaram no ano de
2008 (Tabela 2) os agentes não-narcóticos é a décima quarta classe mais vendida
movimentando c.a. US $ 11,16 bilhões de dólares. Isto nos permite dizer que
desordens de origem inflamatória são algumas das patologias mais frequentes em
nossa sociedade (GLOBAL, 2009).
27
Tabela 2: Ranking de classes farmacológicas que movimentaram a indústria farmacêutica no
ano de 2008, adaptado GLOBAL, 2009.
Classes Farmacológicas
Ranque de vendas em
2008.
Vendas em dólares no
ano de 2008.
Quimioterápicos
anticâncer
01
48,865
Reguladores lipídicos
02
33,849
Agentes respiratórios 03 31,271
Antidiabéticos
04
27,267
Inibidores da bomba de
prótons
05
26,525
Antagonistas de
angiotensina II
06
22,875
Antipsicóticos
07
22,853
Antidepressivos
08
20,336
Antiepiléticos
09
16,912
Agentes autoimunes
10
15,933
Inibidores da agregação
plaquetária
11
13,633
Antiretrovirais HIV
12
12,234
Eritropoetinas 13 11,459
Analgésicos não-
narcóticos
14
11,161
Analgésicos narcóticos
15
10,606
2.2. PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE FARMÁCOS
A pesquisa e desenvolvimento (P&D) de fármacos são considerados pela
indústria farmacêutica e por especialistas, uma atividade complexa, multifatorial,
dispendiosa, demorada, envolvendo a aplicação de técnicas e metodologias
modernas, e cuja produtividade é questionada com base em dados que demonstram
a relação inversamente proporcional entre os investimentos nas mesmas e o
lançamento de novas entidades químicas (NEQs) (LIMA, 2007). Porém a pesquisa
de medicamentos deve fazer o caminho inverso a esta teoria, mesmo porque países
em desenvolvimento como o Brasil, devem buscar diminuir a dependência de países
28
desenvolvidos, não apenas na compra de matéria prima, como também investir no
desenvolvimento de novos fármacos, visto que, é um país de ampla diversidade que
permite isolar moléculas de diversas fontes a fim de termos um crescimento
sustentável das ciências farmacêuticas no Brasil, rumo a deter novas tecnologias
para o desenvolvimento de novos fármacos. E um passo importante para que isso
ocorra é a Lei n° 10973 implementada pelo Decreto n° 5563, que dispõe sobre
incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo
(BRASIL, 2004).
2.3. QUÍMICA MEDICINAL
Por definição “A Química Medicinal pode ser definida com uma disciplina
baseada na química, envolvendo também aspectos de ciências biológicas, médicas
e farmacêuticas. É concernido, com a invenção, descoberta, projeto, identificação e
preparação de compostos biologicamente ativos, o estudo de seu metabolismo, a
interpretação de seu mecanismo de ação no nível molecular e a construção de
relações de estrutura-atividade(WERMUTH et al., 1998).
Neste contexto, o planejamento criterioso de novos candidatos a protótipos
de fármacos se torna uma ferramenta importante em P&D de fármacos. Tal tarefa
pode se tornar complexa visto que, estão envolvidos diversos fatores que são
responsáveis pela resposta terapêutica, entre eles a complexidade dos sistemas
biológicos. Ao se fazer o planejamento de um candidato a protótipo de fármaco
deve-se escolher um alvo farmacológico cuja estrutura conhecida permita buscar a
melhor estratégia para construção da ligante desejado (BARREIRO, 2002).
Como ilustrado na Figura 1, o planejamento adequado de variações na
estrutura de um composto bioativo pode resultar em derivados com maior interesse
terapêutico, seja por apresentar maior potência, menor toxicidade ou, ainda, por
adquirir características farmacotecnicamente mais adequadas (TAVARES, 2004).
29
Figura 1: Rota para o Planejamento Racional de Novos Fármacos, adaptado de BARREIRO,
2002.
2.3.1. Síntese Orgânica
A síntese orgânica nos permite planejar e construir moléculas com os mais
variados tipos de complexidade, o que pode ser também aplicado à ntese de
fármacos que permite a busca por novos candidatos a protótipos de fármacos
(MENEGATTI, 2001)
Historicamente, a síntese orgânica tem se desenvolvido de acordo com as
necessidades e a curiosidade humana. Dentre os descobrimentos que marcaram
época e que podem ser considerados como fundamentais no desenvolvimento da
Química Orgânica destacam-se as sínteses da uréia (5) por Frederich Wöhler em
1828, a partir do cianato de amônio e a síntese do corante mauveína (6) por Willian
H. Perkin em 1856 (CORREIA, 2002).
Bioreceptor
Inibidor
agonista/antagonista
Estrutura da proteina
desconhecida
Estrutura da proteina
conhecida
Modificação
molecular
Bioisosterismo
Restrição conformacional
Simplificação
Hibridação
Série congênere
Grupo farmacóforo
Novo protótipo
Nova entidade
química
Definição do alvo
farmacológico
30
O feito de Wöhler marca não somente o fim da teoria da força vital, como
também o nascimento da Química Orgânica Sintética como ramo da Química
Orgânica. Já o feito de Perkin, uma tentativa frustrada de preparar quinina (7) a
partir da anilina, abriu caminho para o desenvolvimento racional e científico da
Química Medicinal e estabeleceu uma forte associação entre Química Orgânica e
Química Medicinal (TROST, 1985).
N
HO
O
N
(7)
Já em 1904 a síntese do terpineol (8) (W. H. Perkin) e em 1917 a síntese da
tropinona (9) por R. Robinson revelavam uma sofisticada abordagem retrossintética.
A síntese de um alvo complexo como a quinina (7) em 1944, por Robert Woodward
e William von Eggers Doering, pode ser considerada como uma das grandes
realizações da síntese orgânica no final da primeira metade do século XX.
Entretanto, um fato curioso na síntese da quinina (7), relatada por Woodward e
Doering, é que ela foi realizada de maneira formal e não total como muitos
N
N
H
2
N
NH
H
2
N
NH
2
O
(5)
(6)
31
imaginaram até então. A única síntese total estereosseletiva da quinina foi relatada
bem recentemente por Gilbert Stork e colaboradores (STORK, 2001; BALL, 2001).
A síntese orgânica se desenvolveu mais rapidamente na segunda metade do
século XX (Tabela 1), devido à descoberta de muitas reações novas, principalmente
reações de formação da ligação C-C. Ao longo da história muitas sínteses totais de
substâncias complexas marcaram o desenvolvimento da área de síntese orgânica,
principalmente porque muitas destas sínteses trouxeram à luz novas metodologias
(CORREIA, 2002).
Tabela 3: Sínteses orgânicas clássicas que marcaram a evolução da química orgânica,
adaptado de CORREIA et. al, 2002.
Sínteses clássicas
Pesquisadores
Síntese do Cicloctatetraeno
R. Willstate (1915)
Síntese da Tropinona
R. Robinson (1917)
Síntese da Quinina
R.B. Woodward (1945)
Síntese da Penicilina
J.C. Sheehan (1957)
Síntese da Reserpina R.B. Woodward (1958)
Síntese do Dodecaedrano
L. Paquete (1963)
Uma das definições mais fiéis do que representa a síntese orgânica, dentro
de um contexto científico e do espírito humano, foi elaborada por E. J. Corey,
laureado com prêmio Nobel de Química de 1990 e criador do “Disconnection
Approach”, ferramenta de grande valor usada rotineiramente para o planejamento
sintético: “Um químico sintético é mais que um estrategista com lógica. Ele é um
explorador altamente influenciado na arte de especular, imaginar e também criar.
Estes elementos dão a ele um toque de artista o qual dificilmente poderia ser
O
H
N
O
(8)
(9)
32
incluído nos compêndios dos princípios básicos de síntese. Estes elementos são
reais e extremamente importantes” (COREY, 1989).
A preocupação com o meio ambiente também tem sido alvo de cientistas na
busca de alternativas para as reações orgânicas. Esta é a visão da ‘‘Green
Chemistry’’ que busca alternativas de redução, prevenção ou eliminação dos
resíduos de processo e que possam tornar as reações mais econômicas e menos
agressivas ao meio ambiente e à saúde humana (SANSEVERINO, 2000). As
reações em água tem sido importantes neste processo porque é um solvente barato,
benigno ambientalmente e também de reatividade completa (CHAO-JUN e LI 2006).
Estudos sobre a água como solvente demonstram que ela possui três classes
distintas de ativação: atua como um agente hidrolisante que media à formação de
produtos secundários que servem como catalisadores ou promotores de outras
reações, pode ser usada como agente interno de forma a dirigir os equilíbrios
químicos e, como ácido de Lewis, podendo ser ativador ou co-ativador de reações
(WIPF et al., 2001).
2.3.2. MODELAGEM MOLECULAR
A modelagem molecular segundo a IUPAC é a investigação das estruturas e
das propriedades moleculares usando a química computacional e as técnicas de
visualização gráfica visando fornecer uma representação tridimensional, sob um
dado conjunto de circunstâncias (Figura 2) (SANT’ ANNA, 2002).
33
Figura 2: Metodologia de Estudo Computacional de Possíveis Alvos Terapêuticos, adaptado de
CARVALHO, 2003.
Como parte na descoberta de novos fármacos por meio do planejamento
racional, tem-se empregado a modelagem molecular que se tornou importante não
apenas por sua utilização da descoberta de novos fármacos, mas também na
otimização dos já existentes. Podemos dizer que o avanço da modelagem molecular
se deve ao avanço dos recursos computacionais tanto de “hardwares“ que atuam na
velocidade do cálculo quanto de “softwares” que são os programas computacionais
(RODRIGUES, 2001).
A disponibilidade de programas computacionais de química e os bancos de
dados em rede i.e. protein data bank (PDB) são atualmente, ferramentas
fundamentais para a descoberta e planejamento de novos fármacos. Estas
informações permitem uma análise rápida da atividade biológica versus seus
descritores físico-químicos orgânicos de uma série de moléculas de interesse. Novos
agentes terapêuticos podem inclusive ser desenvolvidos, pela análise de dados
teóricos de relação estrutura-atividade de forma tridimensional, obtidos por técnicas
recentes de modelagem molecular (CARVALHO et al., 2003).
Manipulação por meio da
Química Computacional
Investigação de
estruturas moleculares
Descobrir o grupo
farmacóforo de forma a
obter a resposta biológica
34
O conhecimento da estrutura molecular se tornou essencial na descoberta
de novos fármacos, visto que, podemos fixar parâmetros sobre a relação estrutura-
atividade, as quais são importantes no reconhecimento molecular pela proteína, a
seletividade. Vale salientar que a biofase possui inúmeros compostos que podem se
ligar ao receptor com especificidade que determinará a atividade farmacológica de
uma substância (COHEN, 1990).
Para determinar as interações moleculares, a modelagem molecular
emprega cálculos matemáticos chamados de empíricos ou clássicos e quânticos,
subdivididos em semi-empíricos e ab initio. Os cálculos empíricos que empregam a
mecânica molecular calculam a energia e as estruturas da molécula com base no
movimento dos núcleos, neste caso os elétrons não são considerados (SANT’
ANNA, 2002). O campo de força é usado para calcular a geometria e a energia das
moléculas, ele é constituído pela soma de termos de energia, i.e. distância de
ligações, ângulos de ligação, ângulos diedros, forças de van der Waals, ligações de
hidrogênio, interações eletrostáticas, relacionados às posições de equilíbrio no
sistema (BURKET, 1982).
Os cálculos semi-empíricos e ab initio são cálculos mecânico quânticos que
usam equações exatas, sem aproximações que envolvem a quantidade total de
elétrons da molécula. Estes cálculos são baseados no uso da equação de
Schrödinger que permite fazer a aproximação para restringir a complexidade da
função de onda eletrônica e tornar o cálculo possível (BARREIRO, 1997).
2.4. FISIOPATOLOGIA DA INFLAMAÇÃO
A inflamação tem uma história antiga e rica, intimamente relacionada com
histórias das guerras, ferimentos e infecções. O termo inflamação, do Latim
inflammatio que significa atear fogo (WINKIPEDIA, 2008), fisiologicamente é uma
resposta de proteção dos organismos homeotérmicos, no qual sua função é livrar o
organismo tanto da causa da agressão celular como das consequências desta
agressão (KUMAR, 2005). De forma que sem esta defesa as infecções
permaneceriam, as feridas jamais cicatrizariam e os órgãos se degenerariam. Porém
a resposta inflamatória pode ser nociva ao organismo na forma de reações de
35
hipersensibilidade a picadas de insetos e toxinas, mas também, como doenças
crônicas como artrite reumatóide, aterosclerose e lúpus (PEREIRA, 1993).
Celsus, escritor romano do primeiro século d.C., foi o primeiro a enumerar os
quatros sinais da inflamação "Signa inflammationis quatror sunt: Rubor et Tumor,
cum Calor et Dolor", (KUMAR, 2005) redescobertos em 1443 pelo Papa Nicolas V., o
quinto sinal clínico que é a perda da função do tecido inflamado foi acrescentado por
Virchow (BROWN, 2006). Já em 1793, Jonh Hunter observou um fato que hoje para
nós parece óbvio, que a inflamação não é uma doença, mas uma resposta
inespecífica que age no hospedeiro. Julius Cohnheim (1839-1884) foi o primeiro a
observar a migração leucocitária e alterações do fluxo sanguíneo em microscópio
(GRUNDMANN, 1985). Em 1882 o biólogo russo Elie Metchnikoff descobriu o
processo da fagocitose concluindo que o propósito da inflamação era conduzir
células fagocitárias para que estas englobassem as bactérias invasoras
(SCHMALSTIEG, 2008). Esta descoberta foi de encontro à teoria da resposta
humoral proposta por Paul Ehrlich, onde o propósito da inflamação era mobilizar os
fatores séricos para neutralizar agentes infecciosos (SILVERSTEIN, 1982). Em
reconhecimento, estes dois cientistas dividiram o prêmio Nobel em 1908. Outra
contribuição importante foi acrescentada por Thomas Lewis, que por meio de
experimentos que envolviam respostas inflamatórias na pele fez descobertas
importantes sobre os mediadores químicos da inflamação e do potencial emprego de
agentes anti-inflamatórios (KUMAR, 2005).
O processo inflamatório nada mais é que uma resposta orgânica à infecção
ou lesão tecidual, que se dá a um conjunto de alterações bioquímicas e celulares,
celular e humoral, cuja finalidade é a ativação dos sistemas de defesa do organismo
no sentido de promover o reparo tecidual (PEREIRA, 1993). Todas as alterações
observadas no intercurso da resposta inflamatória são decorrentes das ações de
mediadores da inflamação. Estes mediadores são produzidos ou ativados por
estímulos que podem ser de caráter exógeno, injúria tecidual seja térmica, química,
bem como mecânica ou por agentes infecciosos, além de endógena e interações
antígeno-anticorpo (KUMAR, 2005). Basicamente a resposta inflamatória ocorre em
três fases distintas com mecanismos diferentes, sendo que estas fases são
classificadas em: aguda, cujas características são vasodilatação local e aumento da
permeabilidade vascular; subaguda, que tem por característica a infiltração
36
leucocitária; e a fase crônica, na qual ocorrem degeneração e fibrose do tecido
inflamado (GOLDSBY, 2002).
A resposta inflamatória geralmente causa efeitos que podem ser benéficos
ou prejudiciais ao organismo. Entre os efeitos benéficos, podemos destacar a
proteção ao organismo, o aumento da perfusão local que consequentemente causa
o aumento do fluxo celular das células de defesa, a inativação do imunógeno
prejudicial, o aumento de secreção glandular para a promoção da limpeza do local
afetado, a formação do coágulo para evitar a disseminação e por fim a cicatrização
do tecido afetado. Já os prejuízos causados pela resposta inflamatória podem ser
resumidos em lesões temporárias ou permanentes dos tecidos afetados, processos
alérgicos, reações de hipersensibilidade, dor causada pela compressão de
terminações nervosas causadas pelo edema e doenças auto-imunes (KUMAR,
2005).
2.4.1. CASCATA DO PROCESSO INFLAMATÓRIO
A catálise da hidrólise das ligações 2-acil éster dos fosfolipídeos de
membrana, cálcio-dependente, leva à liberação do ácido araquidônico (AA) (10) que
ao ser metabolizado é responsável pela produção de uma importante classe de
ácidos graxos conhecidos como eicosanóides (Figura 3) e do lisofosfolipídio,
responsável pela lise da membrana (DENNIS, 1997; FONTEH, 1998; FORTE-DIAS
et al., 1999).
37
Figura 3: Cascata do Processo Inflamatório e biossíntese de eicosanóides adaptado de VOET,
2002.
2.4.2. EICOSANÓIDES
Os eicosanóides são compostos que possuem vinte átomos de carbono, do
grego eikosi = vinte, constituindo uma importante família de ácidos graxos essenciais
produzidos a partir do ácido araquidônico (10), via enzimas prostaglandina sintase 1,
2 e 3, também conhecidas com ciclo-oxigenases (COX-1, COX-2 e COX-3) ou pela
via das lipo-oxigenase (LOXs). Os eicosanóides podem ser subclassificados em
prostaglandinas, tromboxanas e leucotrienos, com base em suas estruturas
químicas, bem como, pela via através da qual são formados, tendo em comum a
amplificação da resposta inflamatória (COOK, 2005; KHANAPURE, 2007). E quando
o lisofosfolipídeo, outro produto da hidrólise da fosfaditilcolina, é o liso-PAF este
Ciclo-oxigenase
(COX-1, COX-2)
O
H
O O
R1
O
P
O-X
O
O
+
(10)
OH
COOH
OH
PGH
2
LTB
4
Leucotrieno
Ácido Araquidônico
COOH
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
15
16
17
18
19
20
(
11
)
COOH
OH
O
O
1
2
3
4
5
6
7
9
8
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
(13)
O
COOH
OH
OH
COOH
O
OH
OH
OH
COOH
OH
O
OH
OH
TxA
2
Tromboxana
PGH
Prostaglandina
6-Oxo-PGF
Prostaciclina
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
(
14
)
(
15
)
(16)
(12)
14
38
pode ser convertido pela acetiltransferase em fator de agregação plaquetária (PAF),
que é outro mediador do processo inflamatório no tecido injuriado (BOUKLI et al.,
2008).
2.4.3. CICLOXIGENASES
As COXs catalisam a reação do AA (10) chamada de bis-oxigenação que
converte o AA (10) em prostaglandina G2 (PGG2) e posteriormente sofre ação da
enzima peroxidase formando assim a prostaglandina H (PGH2) (GOODMAN e
GILMAN, 2005).
A COX possui duas isoformas biológicas classicamente identificadas COX-1
e COX-2 além de uma terceira recém descoberta COX-3. A COX-1 e a COX-2
apresentam uma homologia estrutural de 60% na sequência de aminoácidos em
seus sítios catalíticos mesmo sendo codificadas por genes distintos localizados em
cromossomos não homólogos (MITCHELL E WARNER, 1999). Isto pode ser
observado na Figura 4 cuja é feita a sobreposição das COX 1-2 pelo programa
Swiss-SPDBV nota-se que em algumas partes as duas proteínas estão totalmente
sobrepostas e em outras partes não ocorre à sobreposição, o que também permite
observar na Figura 5 que a orientação do ácido araquidônico no sítio ativo das COX
1-2 seja diferente (MALKOWSKI, KIEFER, 2000). A COX-1 também chamada de
constitutiva está presente em condições fisiológicas normais, nos vasos sanguíneos,
plaquetas, estômago e rins, sendo responsável pela produção de prostanóides que
regulam funções fisiológicas importantes como a produção de muco no estômago.
Já a COX-2 é uma isoforma induzida, porque é rapidamente expressa durante uma
resposta inflamatória sendo a maior responsável pela produção de prostanóides em
processos dolorosos e inflamatórios, porém em alguns tecidos como no cérebro, rins
e endotélio vascular a mesma é constitutiva (FOORD, 2005; VANE et al., 1998).
Recentemente, estudos em linhagens de macrófagos feitos in vitro
demonstraram a existência de uma terceira isoforma chamada de COX-3. Sua
ativação não demonstrou a produção de prostaglandinas, mas de PGJ
2
que pertence
à família das ciclopentanonas e que também exerce atividade inflamatória. Cogita-se
que a COX-3 seja uma variante da COX-1, que é, encontrada e distribuída no córtex
cerebral, medula espinal e coração. A inibição da COX-3 estaria relacionada com o
39
mecanismo dos anti-inflamatórios não-esteróides, onde exerceriam principalmente
atividade analgésica e antipirética (CARVALHO, 2004).
Figura 4: Sobreposição da Estrutura Ribossômica das COX-1 (branca) e 2 (amarela), adaptado
de MALKOWSKI e de KIEFER, 2000. Figura editada no programa Swiss-PDB Viewer (SPDBV).
Figura 5: Sobreposição do AA (10) nas COX-1 (branca) e 2 (amarelo), adaptado de
MALKOWSKI e de KIEFER, 2000. Figura editada no programa SPDBV.
40
2.4.4. MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO
A prostaglandina (PG) (15) faz parte do grupo de componentes dos lipídicos
que derivam da hidrólise de ácidos graxos e têm importantes funções no organismo.
Todas PGs contém 20 átomos de carbono, incluindo um anel de 5 carbonos (COOK,
2005).
As tromboxanas (TXA) são produzidas nas plaquetas via troboxana-A
sintase, dos endoperóxidos produzidos pela COX, a partir do substrato AA (10). As
TXAs são vasoconstritores e potentes agentes hipertensivos, além de facilitarem a
agregação plaquetária. Normalmente encontram-se num equilíbrio homeostático no
sistema circulatório, juntamente com as prostaciclinas. A Tromboxana A2 (TXA2)
(16), produzida por plaquetas ativadas, estimula a ativação de outras plaquetas,
aumentando a agregação plaquetária (FUNK, 2001).
Prostaciclina, (14) também denominada PGI
2
, é produzida no endotélio pela
transformação do AA (10) através da ação COX-2. É caracterizada como
vasodilatador, e também inibidor da agregação plaquetária.
A prostaglandina H2 (PGH2) é o precursor imediato da prostaciclina e possui
função de reduzir a concentração do ácido clorídrico no estômago e de aumentar a
concentração do muco protetor, atuando, portanto, como um protetor gástrico. Além
desta função, age como vasodilatador participando ativamente de processos
cardiovasculares e da circulação renal, para contrabalançar os processos de
vasoconstrição, no intuito de evitar a necrose renal (FUNK, 2001).
2.5. FOSFOLIPÍDEOS
Os fosfolipídeos são os principais componentes estruturais das membranas,
agem como agentes emulsificantes e surfactantes. Essas funções se devem a sua
característica anfifílica, pois são constituídos de caudas apolares alifáticas de ácidos
graxos e cabeças polares que contém grupos polares, i.e. glicerol. A fosfaditilcolina
(Figura 6) forma a base mais comum dos fosfolipídeos, que podem ser tanto
saturados como insaturados (PANDIT, 2008).
41
Figura 6: Estrutura da Fosfatidilcolina.
Devido à característica anfifílica dos fosfolipídeos eles podem agrupar-se
espontaneamente para formar uma bicamada lipídica que é uma estrutura fina
composta de duas camadas de moléculas de fosfolipídeos de aproximadamente
3nm de espessura. A bicamada é fechada separando os compartimentos
intracelulares e extracelulares aquosos da célula e é estabilizada por diversas forças
como as interações hidrofóbicas, entre as cadeias de ácidos graxos de moléculas
fosfolipídicas, interações de van der Waals entre cadeias dos ácidos graxos,
ocorrendo o agrupamento das caudas hidrofóbicas. As ligações de hidrogênio entre
grupamentos polares e as moléculas de água permitem que ocorram interações
eletrostáticas entre grupamentos polares carregados (VOET, 2002).
2.6. FOSFOLIPASE
A fosfolipase A2 (PLA2) (Figura 7) pertence a uma super família de enzimas
que é responsável pela reação de hidrólise do glicerofosfolipídeo na posição sn-2
(Figura 8) produzindo ácidos graxos e lisofosfolipídeo, podendo diferir entre si pela
estrutura, peso molecular, especificidade de ligação ao substrato, requerimento do
co-fator Ca
2+
, localização celular e mecanismo de ação (LAI, 2001; YEDGAR, 2006;
BOUKLI et al., 2005).
O
O
O
P
O
O
O
O
N
+
CH
3
CH
3
CH
3
O
(17)
42
Figura 7: Estrutura Ribossômica da PLA2, com 1,8 A de resolução, adaptado CHANDRA, 2002.
Figura editada no programa SPDBV.
Figura 8: Hidrólise da fosfatidilcolina e síntese do ácido araquidônico, adaptado VOET, 2002.
A classificação das PLA2s (Tabela 4) baseadas nas propriedades biológicas
e na sequência de nucleotídios
permitiram subdividí-las em cinco classes de
isoformas: secretada (sPLA2), citosólica (cPLA2), Ca
2+
-independente (iPLA2), PAF
acetilhidrolase (PAF-AH) e lisossomal (DENNIS, 2006).
A cPLA2 são proteínas de alto peso molecular (61-114kDa). A estrutura
cristalina da cPLA2 humana apresenta dois domínios distintos, uma amina terminal
Ca
2+
dependente e um domínio catalítico contendo no sítio ativo resíduos de Serina
(Ser) nas posições 228 e 549 (DENNIS, 2006). Também apresenta grande
O
R2
O
O
O
R1
O
P
O-X
O
O
O
H
O O
R1
O
P
O-X
O
O
H
2
O
Lisofosfolipídeo
COOH
+
Ácido Araquidônico
PLA2
(17)
(11)
(10)
43
importância no processo inflamatório, pois age em conjunto com a sPLA2.
(TRIGGIANI, 2006).
A iPLA2
são proteínas que diferentemente da secretada e da citosólica são
Ca
2+
independente, porém assim como a fosfolipase citosólica são proteínas
grandes, com alto peso molecular (84-146kDa) e também usam a serina como sítio
catalítico (DENNIS, 2006).
PAF-acetilhidrolase são dois grupos de PLA2s de Ser designados GVII e
GVIII que hidrolizam o grupo acetila na posição sn-2 do PAF, uma destas enzimas é
secretada GVIIA e normalmente se encontra associada no plasma a uma
lipoproteína. As outras duas enzimas GVIIB e GVIII são enzimas intracelulares
(MURAKAMI, 2002).
PLA2 lisossomal é uma enzima purificada recentemente pelos
pesquisadores Abe e Shayman em 1998, ela esterifica o grupo acila com um grupo
hidroxi na posição do C-1 da ceramida, usando fosfolipídeo como grupo acil doador.
Possui peso molecular de 45kDa e tem como sítio catalítico os aminoácidos da Ser,
His e Asp e apresenta no final da sequência da cadeia peptídica um N-terminal
(DENNIS, 2006).
Vários estudos tem classificado a sPLA2 como a principal isoforma entre as
PLA2s responsável pelo processo inflamatório (Tabela 4). Historicamente o primeiro
grupo de fosfolipase secretada a ser descoberto foi do grupo IB, em 1986, tendo
sido isolado do suco pancreático, posteriormente o segundo grupo a ser isolado foi o
grupo IIA do líquido sinovial, em 1989 (FONTEH, 1998; TRIGGIANI, 2006). É
classificada em 14 isoformas, sendo 10 humanas (DENNIS, 2006). Particularmente o
grupo IIA demonstra ação de indução do estímulo pró-inflamatório, importante na
manifestação de várias doenças inflamatórias i.e. líquido sinovial de pacientes
acometidos por artrite reumatóide, na síndrome do estresse respiratório adulto e em
pancreatites (FUENTES, 2002). Nestas patologias humanas há um aumento
significante da atividade da sPLA2. Ademais, a sPLA2 é o pivô da propagação e
amplificação de outras desordens inflamatórias, em muitos tumores tem sido
observado elevados níveis de eicosanóides que apresentam ação central no
desenvolvimento do câncer (JIANG, 2002). Em adição à ação pró-inflamatória,
verifica-se também atividade antibacteriana e propriedade aterosclerótica (ROSS,
1999). São proteínas pequenas que compartilham diversas características entre as
quais o peso molecular, entre 14 18 kDa, a necessidade de concentrações
44
milimolares de Ca
2+
para sua ativação, são secretadas por células sendo
consequentemente extracelulares, são compostas por aproximadamente 125
aminoácidos, sendo que, 10 a 14 destes são cisteínas (Cis), contêm usualmente de
5 a 8 ligações dissulfeto que confere a estas enzimas estabilidade contra proteólise
e resistência à desnaturação, stress oxidativo e permitem a retenção da enzima nos
fluidos onde são encontradas (DENNIS, 1994; BALSINDE et al, 1999), e os resíduos
que compõe seu sítio ativo são His, Asp e triptofano (TRP) (DENNIS, 2006). Porém
outro resíduo também é importante para a conformação estrutural e para a atividade
enzimática, como a glicina (Gli), que é necessária para a flexibilidade conformacional
permitindo que os átomos de oxigênio da carbonila contribuam com a estabilização
da ligação com o co-fator Ca
2+
(ARNI E WARD, 1996).
Tabela 4: Isoformas da sPLA2 adaptado de DENNIS, et. al, 2006.
Grupo
Fonte
Massa Molecular
(kDa)
Pontes
dissulfídicas
IB
Pâncreas
humano e de
porco
13-15
7
IIA
Cascavel e
líquido sinovial
13-15
7
IID
Pâncres e baço
14-15
7
IIE
Cérebro, coração
e útero
14-15
7
IIF
Embrião e
testículos
16-17
6
III
Humanos,
lagartos e
abelhas
15-18
8
Murina humana
55
V
Macrófagos,
coração e pulmão
14
6
X
Leucócitos, baço
e timo
14
8
XII
Murina
19
7
45
O mecanismo catalítico (figura 9) para hidrólise dos glicerofosfolipídeos pela
sPLA2
é pautado em estudos de difração de raios-X (JAIN e BERG, 2006), onde
observamos
que os resíduos de Asp-His do sítio catalítico se encontram
conservados.
Figura 9: Conservação dos resíduos Asp-His do sítio catalítico na presença do análogo da
fosfatidilcolina com resolução de 2,00 A, adaptado WHITE, 1990. Figura editada no programa
SPDBV.
Como podemos observar na Figura 10, o resíduo de His age como uma
base, uma vez que ao desprotonar uma molécula de água a torna um melhor
nucleófilo para atacar a subunidade carbonila do glicerofosfolipídeo. Vale salientar
que o resíduo de His é ativado por um resíduo de Asp presente no sítio catalítico.
Esta etapa reacional pode ocorrer via mecanismo concertado ou por etapas, mas até
o momento não há subsídios experimentais que permitam sanar esta questão
(LAMBEAU, 2008). Na outra subunidade do sítio catalítico da enzima, o Co-fator
Ca
2+
, conservado no “loop”, atua como um ácido de Lewis tornando a carbonila mais
eletronegativa (CHAKRABORTI, 2003).
46
P
O
O
O
O
O
O
O
R
O
Aps
O
O
O
N
H
N
N
His
H
O
H
Ca
2+
H
O
O
Asp
Tir
O
H
Tir
O
H
Figura 10: Desprotonação da molécula de água pelo resíduo de histidina e ataque do par de
elétrons a carbonila, adaptado de SCOTT, 1990.
O ataque da molécula de água à subunidade carbonila do glicerofosfolipídeo
leva à formação do intermediário de adição tetrahédrico (Figura 11). Na sequência o
resíduo de His protonado na etapa anterior, protona o átomo de oxigênio da posição
sn-2 do glicerofosfolipídeo, tornando-o um melhor grupo abandonador na etapa de
eliminação.
P
O
O
O
O
O
O
O
R
O
Aps
O
O
O
N
H
N
N
His
H
Ca
2+
O
O
Asp
Tir
O
H
Tir
O
H
H
O
H
Figura 11: Conservação do estado tetraédrico de transição e protonação do átomo de oxigênio
da posição Sn-2 do glicerofosfolipídeo preparando para etapa de eliminação, adaptado de
SCOTT, 1990.
47
Por fim, observamos a liberação do ácido carboxílico, bem como do
lisofosfolipídeo (Figura 12).
P
O
O
O
O
O
O
R
O
Aps
O
O
N
N
His
Ca
2+
O
O
Asp
Tir
O
H
Tir
O
H
H
O
OH
H
H
2
O
H
2
O
H
2
O
Figura 12: Liberação do ácido carboxílico (AA) via etapa de eliminação e formação do
lisofosfolipídeo, adaptado de SCOTT, 1990.
2.6.1.EFEITO DA sPLA2 NAS CÉLULAS INFLAMATÓRIAS
Diversos estudos já demonstraram a atividade sobre a biossíntese de
mediadores lipídicos inflamatórios, entretanto as sPLA2s exercem muitas outras
atividades biológicas relevantes na resposta inflamatória (ARNI e WARD, 1996).
Estudos realizados por Granata e coloboradores, em 2005, ilustraram que várias
sPLA2s induzem a exocitose e a desgranulação de macrófagos e eosinófilos,
aumentam as concentrações locais de citocinas, i.e. fator de necrose tumoral-α
(TNFα) interleucina 1 (IL-1) e 6 (IL-6), além de quimiocinas i.e. (IL-8/CXCL-8, MCP-
1/CCL2), induzem a produção de óxido nítrico outro mediador inflamatório, aumenta
a expressão de β2-integrina, aumenta a expressão de CD40 que consequentemente
aumenta a ligação do Fas e do FasL no THP-1 de monócitos que auxiliam na
resposta imune no mecanismo de apoptose , amplia a ativação de marcadores
CD44 e CD69 em eosinófilos promovendo a adesão de moléculas (COSTA-JUNIOR,
2006; TRIGGIANI, 2006). A expressão destes marcadores da inflamação é
48
importante tanto para o recrutamento celular para a região inflamada, quanto para
ativar funções celulares específicas (PICCOLI, 2007).
Mesmo que grupos da sPLA2 compartilhem suas características, eles
demonstram possuir diversas funções fisiológicas em que muitas são tecido-
específicas (GRANATTA, 2005).
Recentemente a sPLA2 do grupo IIA demonstrou ter papel central no
desenvolvimento e progressão de tumores. A expressão da proteína foi observada
em adenomas colo retal e neoplasia prostáticas benignas, porém não há correlação
entre a expressão de sPLA2-IIA com a fase do tumor ou presença de metástases
segundo a classificação de Gleason, que indica a severidade do câncer de próstata
(LAYE, 2003; PATEL, 2008).
Vários estudos tem sugerido a ação da sPLA2-IIA na patogênese da
aterosclerose, uma vez que interferem nas lipoproteínas do plasma e na formação
de placas de ateroma e de fato os níveis de sPLA2-IIA estão aumentados em
pacientes com doenças coronarianas (DENNIS, 1994). A sPLA2 hidrolisa as
lipoproteínas de baixa densidade (LDL) convertendo-as em partículas pró-
aterogênicas e promove múltiplos processos inflamatórios em várias células arteriais
(WEBB, 2005, LAMBEAU, 2008).
A inibição química da atividade de PLA2 pode ser uma importante
ferramenta farmacológica contribuindo para uma melhor compreensão das
especificidades das PLA2s (BHAVE et al., 2008; DIETHARD et al., 2008). Estudos
de sua inibição tem sido objeto de vários estudos devido ao seu promissor potencial
farmacológico no tratamento da inflamação e da injúria celular. A descoberta de
novas funções, bem como a descoberta de outras isoformas PLA2s corrobora com a
necessidade de novos estudos de inibição seletiva das mesmas (CUMMINGS et al.,
2000).
2.7. ANTI-INFLAMATÓRIOS
Os anti-inflamatórios são um grupo variado de fármacos que têm em comum
a capacidade de controlar os sinais clínicos da inflamação: o edema, o rubor, o
tumor, a dor e em casos mais graves a perda de função (SILVA, 2002). Podem ser
classificados em anti-inflamatórios esteroidáis (AIEs) e não-esteroidáis.
49
2.7.1. ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDÁIS (AIES)
Os corticosteróides (Figura 13) i.e. cortisona (18) são fármacos amplamente
usados em função de seus efeitos imunossupressivos e anti-inflamatórios no
tratamento de doenças reumáticas, além de outras desordens inflamatórias
(CHAKRABORTI, 2003). Seu mecanismo de ação se dá por meio da ação inibitória
da PLA2, através da liberação de lipocortina-1, que são agentes inibidores da
produção de prostaglandinas e leucotrienos (ANTI, 2006; WILTON, 1998). O
resultado final da ação destes anti-inflamatórios, é a parcial ou total redução da
liberação das prostaglandinas e também dos leucotrienos. A lipocortina 1 atua por
sequestrar o substrato fosfolipídico e/ou inibir diretamente a enzima. Qualquer um
desses mecanismos poderia contribuir para a redução na produção tanto do fator
ativador de plaquetas quanto dos eicosanóides, observada na presença de
corticóides (OLIANI, 2006).
Os AIEs são análogos sintéticos do cortisol, hormônio produzido pelas
glândulas supra-renais a partir do colesterol, capturado da circulação sob a forma de
lipoproteína de baixa densidade (LDL). A cortisona (18) é um protótipo dos
glicocorticóides e possui a mesma estrutura básica dos esteróides caracterizada
pelo núcleo ciclopentanoperidrofenantreno. Na estrutura química dos
corticosteróides existem grupos essenciais que se alterados anulam a atividade
corticóide (JIANG, 2000).
HO
O
C
OH
O
HO
(18)
Figura 13: Estrutura do ciclopentanoperidrofenantreno (azul), i.e. cortisona (18) e seus
grupamentos farmacóforos, adaptado SILVA, 2002.
50
2.7.2. ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDÁIS (AINEs).
Os AINEs são fármacos de propriedades anti-inflamatórias, analgésica,
antitérmica e antitrombótica. A ação anti-inflamatória destes fármacos se dá pela
inibição de cicloxigenases constitutiva (COX-1) e induzida (COX-2). A primeira,
presente em sítios gástricos e renais, é responsável pela produção de PGs que
exercem proteção tecidual, já a COX-2 surge em locais inflamados (BERTOLINI,
2001). A inibição da COX-1 por anti-inflamatórios tidos como convencionais i.e.
ácido acetilsalicílico (4), paracetamol (19), diclofenaco (20), ibuprofeno (21) e ácido
mefenâmico (22), são responsáveis pelo surgimento de diversos efeitos colaterais
como a úlcera gástrica e a nefropatia (VANE, 1971, SÜLEYMAN, 2007). Já a classe
tida como inibidores seletivos da COX-2 teria uma vantagem sobre os inibidores
não-seletivos, pois executaria sua ação anti-inflamatória sem os efeitos colaterais da
inibição não-seletiva (WANNMACHER, 2004).
Porém a inibição seletiva da COX-2, i.e. rofecoxibe (25) logo revelou ter
seus próprios problemas, com o bloqueio da enzima ocorre a diminuição da
produção de prostaglandina E
2
(PGE
2
), cuja função é a indução da dor e da
inflamação. O mesmo mecanismo também reduz a síntese de prostaciclina (PGI
2
),
que é uma prostaglandina cardioprotetora cuja ação inibitória diminui a dilatação dos
vasos sanguíneos e impede a agregação plaquetária. O que aumenta os problemas
OH
O
O
O
NH
OH
O
N
H
COOH
Cl
Cl
O
OH
N
S
OH
O
N
H
N
S
O
O
(4)
(19)
(20)
(21)
(
22
)
51
dessa inibição é que o tromboxano ainda exerce suas funções vasoconstritoras e de
agregação plaquetária que são opostas à PGI
2
. Este desequilíbrio estimula a
formação de coágulos e assim provoca distúrbios cardíacos e derrames cerebrais
(STIX, 2007).
Apesar de toda informação conhecida a respeito da fosfolipase A2, do
processo inflamatório e dos medicamentos anti-inflamatórios ainda existem muitos
pontos a serem explorados quando se entrelaçam estes temas principalmente no
que se refere a desenvolvimento de novos fármacos.
Ademais, a história recente dos fármacos anti-inflamatórios mais
especificamente os COXs-2 seletivos apresentaram graves problemas cardio-
vasculares, que acarretaram na retirada de vários membros desta classe de
fármacos do mercado farmacêutico global (MAMDANI, 2003). Isto ratifica a
necessidade da pesquisa e desenvolvimento de novas candidatos a protótipos de
fármacos anti-inflamatórios que atuem ou mesmo eliminem problemas anteriores
que ocorreram com estes fármacos por mecanismos distintos daqueles já
disponíveis no mercado. E se tornem alternativas no combate a doenças crônicas
derivadas da autoimunidade assim como a processos inflamatórios causados por
contusões, ferimentos ou traumas.
(23)
(24)
(25)
S
O
NH
2
O
N
N
CF
3
O
NH
S
NO
2
O
O
O
O
S
O
O
52
(26)
(27)
3. OBJETIVOS:
3.1.Objetivo geral.
No âmbito de uma linha de pesquisa que visa o planejamento, a síntese e a
avaliação farmacológica de novos candidatos a protótipos de fármacos anti-
inflamatórios, será descrito neste trabalho o planejamento de novos derivados
pirazólicos LQFM 002 e LQFM 003 e quinolínico (28) originalmente desenhados a
partir do nerolidilcatecol (26) e do derivado arilsulfonilpiperazínico (27), que
apresentam perfil inibitório da enzima sPLA2.
Para tal, foi empregado a estratégia de hibridação molecular, onde a partir
de subunidades específicas dos protótipos (26) e (27) descritos na literatura, com
valores de IC
50
= PLA2 B. asper 1,0 mM (26) e PLA2 pancreática bovina 1,4 µM,
PLA2 plaqueta lisada de coelho 1,7 µM (27), respectivamente, foi desenhado novos
candidatos a protótipos LQFM 002 e LQFM 003, que mantêm relação isostérica com
os protótipos mencionados (BINISTI et al., 2001; HEYMAN et al., 2005; NÚNEZ et
al., 2005).
OH
HO
CH
3
CH
3
S
N
N
H
3
C
O
O
CH
3
N
N
CH
3
H
3
C
N
H
(Y)
N
NH
2
R
1
O
Figura 14: Novos inibidores da sPLA2 desenhados a partir do nerolidilcatecol e de
sulfonilpiperazinas.
(LQFM 002) Y=H
(LQFM 003) Y=C
5
H
11
N
2
(28) R
1
=C
5
H
11
N
2
PLA2 pancreática bovina 1,4 µM
PLA2 plaqueta lisada de coelho 1,7 µM
PLA2 B. asper 1,0 mM
53
3.2. Objetivos específicos
3.2.1. Síntese das moléculas objeto de estudo através do emprego da
síntese orgânica medicinal em escala de bancada;
3.2.2. Estudos de modelagem molecular a fim de se avaliar a dinâmica do
processo de interação entre as moléculas objeto de estudo e seu correspondente
alvo terapêutico;
3.3.3. Ensaios farmacológicos, frente a protocolos de pesquisa, para a
atividade farmacológica proposta;
54
4. MATERIAIS E MÉTODOS:
4.1. Aparelhagem analítica:
Os espectros de RMN de
1
H, RMN de
13
C, de HMQC e de HMBC foram
obtidos no Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás no aparelho de
Espectrômetro de Ressonância Magnética Nuclear, BRUKER 500Hz para
1
H, e as
amostras dissolvidas em CDCl
3
e no Instituto de Química da Universidade de Brasília
no aparelho de Espectrômetro de Ressonância Magnética Nuclear, magneto
supercondutor 7,05T (300Hz) tendo as amostras dissolvidas em CDCl
3
.
Os espectros de infravermelho foram obtidos no Laboratório de Controle de
Qualidade de Medicamentos da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de
Goiás no aparelho de Espectrômetro de Infravermelho, Perkin-Elmer Spectrum BXII
FT-IR System, as amostras foram preparadas com brometo de potássio (KBr).
Os espectros de massas foram obtidos no Laboratório de Química da
Universidade Estadual de Campinas-SP no aparelho Micromass Q-Tof [M+Na]
+
m/z.
Os pontos de fusão foram determinados no aparelho Marte
®
modelo 284594
no Laboratório de Química Farmacêutica da Faculdade de Farmácia da
Universidade Federal de Goiás.
Os dados de difração de raios X foram coletados com um difratômetro
KappaCCD, usando radiação Kα do molibdênio (λ = 0.71073 Å) à temperatura
ambiente (25º C). O intervalo de coleta em θ foi 2º a 27,55º no ângulo de
espalhamento. A varredura foi feita no ângulo φ em passos de 1º.
As placas cromatográficas para o monitoramento das reações em CCD
foram usadas placas de alumínio da marca Whatman
®
AL SIL G/UV fluorescente em
ultravioleta no comprimento de onda 254 (UV
254
). As visualizações em cromatografia
de camada delgada foram realizadas em lâmpada de ultravioleta 254-365nm.
55
4.2. METODOLOGIA SINTÉTICA
4.2.1. Síntese de (E)-N-(3,7-dimetilocta-2,6-dienil)-1,3-dimetil-1-H-pirazol-5-
amina (LQFM 002) (LUO, 2004).
N
N
CH
3
H
3
C
NH
2
ZnCl
2
/NaCNBH
3
Citral
N
N
CH
3
H
3
C
N
H
MeOH/t.a./20min/76%
Em um balão foi adicionado 500 mg (4,49 mmol) de 5-amino-1,3-
dimetilpirazol, 0,3 mL (4,49 mmol) de citral, 215 mg (2,24 mmol) de ZnCl
2
e 173 mg
(2,24 mmol) de NaCNBH
3
, solubilizados em metanol. A mistura foi submetida à
agitação mecânica a temperatura ambiente por 20 minutos, posteriormente o
solvente foi evaporado a pressão reduzida. A mistura foi extraída em clorofórmio e
monitorada por cromatografia em camada delgada, usando como fase móvel n-
hexano-acetato (70:30) sendo que, a placa cromatográfica foi visualizada em
câmara de ultra-violeta. A substância foi purificada em cromatografia de adsorção
em coluna, empregando sílica como fase estacionária e n-hexano-acetato (10:90)
como fase móvel. Desta maneira a substância (E)-N-(3,7-dimetilocta-2,6-dienil)-1,3-
dimetil-1-H-pirazol-5-amina (LQFM 002) foi obtida com 76% de rendimento, cujo
aspecto é oleoso e de coloração amarela.
IV
máx
cm
-1
: 3218(νN-H), 1398 (νArN), 1268 (νC-N
sec
), 835 (νN-H). (Anexo 1)
RMN-
1
H (500 MHz) CDCl
3
/TMS, δ-ppm: 5,28 (1H, m, H-2), 5,27 (1H, s, H-4’), 5,08
(1H, m, H-6), 3,53 (3H, s, CH
3
N), 2,16 (3H, s, CH
3
-3’), 2,05 (4H, m, CH
2
-4, CH
2
-5),
1,70-1,50 (9H, 2s, 3xCH
3
). (Anexo 2)
(29)
(LQFM 002)
1
2
3
4
5
6
7
8
1’
2’
3’
5’
4’
56
4.2.2. Síntese de (E)-N-(3,7-dimetilocta-2,6-dienil)-1,3-dimetil-4-((4-
metilpiperazina-1-il)metil)-1H-pirazol-5-amina (LQFM 003) (BHARATHI et. al,
2007).
N
N
N
H
CH
3
H
3
C
N
N
N
H
CH
3
H
3
C
N
N
H
3
C
Formaldeído
MeOH/aq/24h/37%
N
H
N
CH
3
Em um balão foram adicionados 718 mg (2,87 mmol) de (E)-N-(3,7-
dimetilocta-2,6-dienil)-1,3-dimetil-1-H-pirazol-5-amina (LQFM 002) e 200 mg (2,87
mmol) de metilpiperazina, que foram solubilizados em 20 mL de metanol refluxado
durante 24 horas, cujo foi adicionado em intervalos de 8 horas duas porções iguais
de formaldeído 0,08 mL (2,87 mmol), ao término das 24 horas o solvente foi
evaporado a pressão reduzida. A mistura foi extraída em clorofórmio e monitorada
por cromatografia em camada delgada, sendo que, a placa cromatográfica foi
visualizada em câmara de ultra-violeta. A substância foi purificada em cromatografia
de adsorção em coluna, empregando sílica como fase estacionária e hexano-acetato
(100:0) como fase móvel. Desta maneira obtivemos a substância (E)-N-(3,7-
dimetilocta-2,6-dienil)-1,3-dimetil-4-((4-metilpiperazina-1-il)metil)-1H-pirazol-5-amina
(LQFM 003) foi obtida com 37% de rendimento, cujo o aspecto é oleoso e de
coloração amarela.
IV
máx
(cm
-1
): 3441,53 (νN-H); 1399,23 (νArN); 1058,81 (νC-N
sec
); 982,21 (νN-H).
(Anexo 3)
RMN-
1
H (500 MHz) CDCl
3
/TMS, δ-ppm: 5,25 (1H, m, H-2), 5,02 (1H, s, H-6), 3,60
(3H, s, CH
3
-1’), 3,53 (2H, m, CH
2
-1), 3,19 (2H, m, CH
2
-6’), 2,70-1,80 (12H, m, CH-
2”, CH
2
-3”, CH
2
5”, CH
2
6”, CH
2
-4, CH
2
-5), 2,20 (3H, s, CH
3
-3’), 2,05 (3H, s, CH
3
-4”),
1,62, 1,54, 1,52 (9H, 3s, 3xCH
3
). (Anexo 4)
(LQFM 002)
(
30
)
(LQFM 003)
1
2
3
4
5
6
7 8
1’
2’
3’
5’
6’
4’
1”
2”
3”
4”
5”
6”
57
4.2.3. Síntese de N-(1,3-dimetil-1-H-pirazol-5-il)acetamida (32)
(MUKHOPADHYAY, 2002).
N
N
CH
3
H
3
C
NH
2
O
O
O
I
2
/30min/t.a.
Na
2
S
2
O
3
/10min/t.a./85%
N
N
CH
3
H
3
C
N
H
O
CH
3
Em um béquer foram adicionados 222,30 mg (2 mmol) de 5-amino-1,3-
dimetilpirazol, 0,2 mL (2,04 mmol) de anidrido acético e 0,013 mg de I
2
sob agitação
durante trinta minutos a temperatura ambiente, posteriormente foi adicionado
tiossulfato de sódio e a solução mantida em agitação por mais dez minutos, o
solvente foi evaporado a pressão reduzida. A mistura foi extraída em clorofórmio e
monitorada por cromatografia em camada delgada, sendo que, a placa
cromatográfica foi visualizada em câmara de ultra-violeta.
IV
máx
(cm
-1
): 3231,96 (νNH), 2917,31 (νCH
3
), 1676,32 (νC=O), 1560,20 (νN-H).
(Anexo 5)
RMN-
1
H (500 MHz) CDCl
3
/TMS, δ-ppm: 8,47 (1H, s, NH), 5,98 (1H, s, H-4’), 3,59
(3H, s, CH
3
-1’), 2,18 (3H, s, CH
3
-3’), 2,13 (3H, s,CH
3
-CO). (Anexo 6)
HMBC (500 MHz) CDCl
3
/TMS, δ-ppm: 168,5 (1C, C=O), 146,3 (1C, C-3’), 135,7 (1C,
C-5’), 99,5 (1C, C4’), 69,9 (1C, CH
3
-1’), 22,9 (1C, CH
3
-CO), 13,9 (1C, CH
3
-3’).
(Anexo 7)
(29) (31)
(32)
1’
2’
3’
4’
5’
58
4.2.4. Procedimento Geral para Reação de Condensação de Knoevenagel (BIGI,
2000).
Em um balão foram adicionados 3,31 mmol de aldeído, 10 mL de água e
3,31 mL de etilcianoacetato. Esta mistura foi homogeneizada e adicionado 1 gota (5
mol %) de morfolina, formando uma suspensão que foi mantida em agitação
mecânica a temperatura ambiente por 1 hora. A mistura foi extraída em clorofórmio e
monitorada por cromatografia em camada delgada, sendo que, a placa
cromatográfica foi visualizada em câmara de ultra-violeta.
59
4.2.4.1. Síntese de (E)-etil 2-ciano-3(2-nitrofenil)acrilato (35).
O
CN
O
NO
2
CHO
NO
2
NC
COOEt
Morfolina
H
2
O/t.a./1h/92,3%
O derivado (35) foi obtido em 92,3% de rendimento como sólido laranja. P.F.
102ºC, Rf = 0.62 (n-hexano/acetato de etila, 7:3).
IV
máx
(KBr) cm
-1
: 2231 (νC-N), 1727 (νC=O), 857 (νC-NO
2
), 758 (νC=C). (Anexo 8)
RMN-
1
H (300 MHz) CDCl
3
/TMS, δ-ppm: 8,78 (1H, s, Hβ), 8,62-8,30 (1H, m, H-2),
7,93-7,84 (3H, m, H-3, 4, e 5), 4,43 (2H, q, J 6,0 Hz, CH
2
), 1,44 (3H, t, J 6,0 Hz,
CH
3
).
(Anexo 9)
RMN-
13
C (75 MHz) CDCl
3
/TMS, δ-ppm: 160,9 (C=O), 153,1 (Cβ), 147,3 (C-6), 134,4
(C-3), 132,1 (C-4), 130,5 (C-2), 128,0 (C-1), 125,4 (C-5), 113,8 (C-N), 108,5 (Cα),
63,1 (CH
2
), 14,0 (CH
3
). (Anexo 10)
MS m/z, 269.0538 [M-Na]
+
, Calcd. C
12
H
10
N
2
O
4
269.1819. (Anexo 12)
(33)
(34)
(35)
1’
2’
3’
4’
5’
6’
1
2
3
1”
2”
60
4.2.4.2. Síntese de (E)-etil-2-ciano-3-fenilacrilato (37)
O
CN
O
CHO
NC
COOEt
Morfolina
H
2
O/t.a./1h/89,6%
O derivado (37) foi obtido em 89,6% de rendimento como sólido amarelo.
P.F. 44ºC, Rf = 0.5 (n-hexano/acetato de etila 7:3).
IV
máx
(KBr) cm
-1
: 2230 (νC–N), 1724 (νC=O), 768 (νCAr). (Anexo 13)
RMN
1
H (300 MHz) CDCl
3
/TMS (δ-ppm): 8.05 (1H, s, Hβ), 7.92 (2H, d, J 10.5 Hz, H-
2, e 6), 6.68 (2H, d, J 10.5 Hz, H-3, e 5), 4.32 (2H, q, J 6.0 Hz, CH
2
), 1.36 (3H, t, J
6.0 Hz, CH
3
).
(Anexo 14)
RMN
13
C (75 MHz) CDCl
3
/TMS (δ-ppm): 160.9 (C=O), 153.1 (Cβ), 147.3 (C-6), 134.4
(C-3), 132.1 (C-4), 130.5 (C-2), 128.0 (C-1), 125.4 (C-5), 113.8 (C-N), 108.5 (Cα),
63.1 (CH
2
), 14.0 (CH
3
). (Anexo 15)
MS m/z, 224.0687 [M-Na]
+
, Calcd. C
12
H
11
NO
2
224.0813. (Anexo 17)
(36)
(34)
(37)
1’
2’
3’
4’
5’
6’
1
2
3
1”
2”
61
4.2.4.3. Síntese de (E)-etil-2-ciano-3-(4-(dimetilamino)fenil)acrilato (39)
O
CN
O
CHO
NC
COOEt
Morfolina
H
2
O/t.a./1h/98,0%
N
H
3
C
CH
3
N
CH
3
H
3
C
O derivado (39) foi obtido em 98,0% de rendimento como sólido amarelo.
P.F. 128ºC, Rf = 0,87 (CH
2
Cl
2
/MeOH, 95:5) e Rf = 0,64 (n-hexano/acetato de etila,
7:3).
IV
máx
(KBr) cm
-1
: 2916 (νCAr-N), 2209(νC=N), 1705 (νC=O), 819 (νCAr 1,4di).
(Anexo 18)
RMN-
1
H (500 MHz) CDCl
3
/TMS, δ-ppm: 8,05 (1H, s, Hβ), 7,92 (2H, d, J 10,5 Hz, H-
2, e 6), 6,68 (2H, d, J 10,5 Hz, H-3 e 5), 4,32 (2H, q, J 6,0 Hz, CH
2
), 1,36 (3H, t, J 6,0
Hz, CH
3
).
(Anexo 19)
RMN
13
C (75 MHz) CDCl
3
/TMS (δ-ppm): 164,5 (C=O), 154,7 (Cβ), 153,8 (C-4), 134,3
(C-2 e 6), 119,5 (C-1), 117,8 (C-N), 111,7 (C-3 e 5), 94,1 (Cα), 62,1 (CH
2
), 40,2 (N-
CH
3
), 14,5 (CH
3
). (Anexo 20)
MS m/z, 267.1100 [M-Na]
+
, Calcd. C
14
H
16
N
2
O
2
267,2603. (Anexo 22)
(38)
(34)
(39)
1’
2’
3’
4’
5’
6’
1
2
3
1”
2”
62
4.2.4.4. Síntese de (E)-etil 2-ciano-3-(4-hidroxi-3-metoxi)fenil)acrilato (41)
Derivado (41) foi obtido com 84,3% de rendimento como um sólido amarelo.
P.F. 110ºC, Rf = 0,78 (CH
2
Cl
2
/MeOH, 95:5) e Rf = 0,64 (n-hexano/acetato de etila,
7:3).
IV
máx
(KBr) cm
-1
: 3375 (ν-OH), 2219 (νC=N), 1702 (νC=O), 762 (νOH Fenol). (Anexo
23)
RMN
1
H (300 MHz) CDCl
3
/TMS (δ-ppm): 8,05 (1H, s, Hβ), 7,92 (2H, d, J 10.5 Hz, H-2
e 6), 6,68 (2H, d, J 10,5 Hz, H-3 e 5), 4.32 (2H, q, J 6,0 Hz, CH
2
), 1,36 (3H, t, J 6,0
Hz, CH
3
). (Anexo 24)
RMN
13
C (75 MHz) CDCl
3
/TMS (δ-ppm): 163,1 (C=O), 154,8 (Cβ), 150,8 (C-4), 146,8
(C-3), 128,7 (C-6), 124,1 (C-1), 116,4 (C-N), 114,4 (C-5), 111,1 (C-2), 98,8 (Cα),
62,4 (OCH
3
), 56,1 (CH
2
), 14,1 (CH
3
). (Anexo 25)
MS m/z, 270.0742 [M-Na]
+
, Calcd. C
13
H
13
NO
4
270.2129. (Anexo 27)
O
CN
O
CHO
NC COOEt
Morfolina
H
2
O/t.a./1h/84,3%
HO
HO
OCH
3
OCH
3
(40)
(34)
(
41
)
1’
2’
3’
4’
5’
6’
1
2
3
1”
2”
63
4.2.4.5. Síntese de (E)-etil 2-ciano-3-(4-nitrofenil) acrilato (43)
O
CN
O
CHO
NC
COOEt
Morfolina
H
2
O/t.a./1h/87,6%
O
2
N
O
2
N
O derivado (43) foi obtido em 87,6% de rendimento como sólido amarelo.
P.F. 150,6ºC, Rf = 0,73 (n-hexano/acetato de etila, 7:3).
IV
máx
(KBr) cm
-1
: 2226 (νC=N), 1720 (νC=O), 858 (νArNO
2
). (Anexo 28)
RMN
1
H (300 MHz) CDCl
3
/TMS (δ-ppm): 8,36 (2H, d, J 9,0 Hz, H-3, H-5), 8,30 (1H,
s, Hβ), 8,14 (2H, d, J 9,0 Hz, H-2, H-6), 4.42 (2H, q, J 6,0 Hz, CH
2
), 1,42 (3H, t, J 6,0
Hz, CH
3
).
(Anexo 29)
RMN
13
C (75 MHz) CDCl
3
/TMS (δ-ppm): 161,4 (C=O), 151,7 (Cβ), 149,6 (C-4), 136,8
(C-1), 131,5 (C-2 e 6), 124,3 (C-3 e 5), 114,5 (C-N), 107,3 (Cα), 63,3 (CH
2
), 14,1
(CH
3
). (Anexo 30)
MS m/z, enc. 269,0538 [M-Na]
+
, Calcd. C
12
H
10
N
2
O
4
269,1819. (Anexo 31)
(42)
(34)
(43)
1’
2’
3’
4’
5’
6’
1
2
1”
2”
3
64
4.2.4.6. Síntese de (E)-etil 3-(2-clorofenil)-2-cianoacrilato (45)
O
CN
O
Cl
CHO
Cl
NC
COOEt
Morfolina
H
2
O/t.a./1h/82,0%
O derivado (45) foi obtido em 82,0% de rendimento como sólido amarelo.
P.F. 55ºC, Rf = 3,5 (n-hexano/acetato de etila, 7:3).
IV
máx
(KBr) cm
-1
: 2223 (νC-N), 1731 (νC=O), 1090 (νCArCl), 757 (νCAr 1,2di).
(Anexo 32)
RMN
1
H (300 MHz) CDCl
3
/TMS (δ-ppm): 8,69 (1H, s, Hβ), 8,23 (1H, dd, J 7,5 e 3,0
Hz, H-2), 7,53-7,38 (3H, m, H-3, 4, e 5), 4.40 (2H, q, J 6,0 Hz, CH
2
), 1,41 (3H, t, J 6,0
Hz, CH
3
).
(Anexo 33)
RMN
13
C (75 MHz) CDCl
3
/TMS (δ-ppm): 162,0 (C=O), 151,4 (Cβ), 136,6 (C-6), 133,9
(C-4), 130,5 (C-3 e 6), 130,1 (C-1), 127,7 (C-2), 115,1 (C-N), 106,4 (Cα), 63,2 (CH
2
),
14,4 (CH
3
). (Anexo 34)
MS m/z, enc. 258,0350 [M-Na]
+
, Calcd. C
12
H
10
ClNO
2
258,6420. (Anexo 35)
(44)
(34)
(45)
1’
2’
3’
4’
5’
6’ 1
2
1”
2”
3
65
4.2.4.7. Síntese de (E)-etil 2-ciano-3-p-tolilacrilato (47)
O
CN
O
CHO
NC
COOEt
Morfolina
H
2
O/t.a./1h/88,0%
H
3
C
H
3
C
O derivado (47) foi obtido em 88,0% de rendimento como sólido amarelo.
P.F. 93,6ºC, Rf = 0,85 (n-hexano/acetato de etila, 7:3).
IV
máx
(KBr) cm
-1
: 2216 (νC-N), 1725 (νC=O), 815 (νCAr 1,4Di). (Anexo 36)
RMN
1
H (300 MHz) CDCl
3
/TMS (δ-ppm): 8,21 (1H, s, Hβ), 7,90 (2H, d, J 7,5 Hz, H-2,
e 6), 7,30 (2H, d, J 7,5 Hz, H-3, e 5), 4,37 (2H, q, J 6,0 Hz, CH
2
), 1,39 (3H, t, J 6,0
Hz, CH
3
). (Anexo 37)
RMN
13
C (75 MHz) CDCl
3
/TMS (δ-ppm): 166,3 (C-8), 165,3 (C-6), 153,7 (C-1), 143,9
(C-5), 143,6 (C-3a), 138,5 (C-10), 134,5 (C-8a), 134,3 (C-100), 129,7 (C-400), 129,5
(C-200 e 600), 129,2 (C-30 e 50), 127,7 (C-300 e 500), 127,1 (C-40), 121,9 (C-20 e
60), 119,3 (C-5a), 110,7 (C-1a), 15.1 (CH
3
). (Anexo 38)
MS m/z, enc. 238,0891 [M-Na]
+
, Calcd. C
13
H
13
NO
2
238,2321. (Anexo 39)
(46)
(34)
(47)
1’
2’
3’
4’
5’
6’
1
2
1”
2”
3
66
4.2.4.8. Síntese de (E)-etil 3-(4-clorofenil)-2-cianoacrilato (49).
O
CN
O
CHO
NC
COOEt
Morfolina
H
2
O/t.a./1h/85,0%
Cl
Cl
O derivado (49) foi obtido em 85,0% de rendimento como sólido amarelo.
P.F. 91,3ºC, Rf = 3.5 (n-hexano/acetato de etila, 7:3).
IV
máx
(KBr) cm
-1
: 2226 (νC=N), 1723 (νC=O), 1081 (νCArCl) 839 (CAr 1,4di).
(Anexo 41)
RMN
1
H (300 MHz) CDCl
3
/TMS (δ-ppm): 8,05 (1H, s, Hβ), 7,92 (2H, d, J 10,5 Hz, H-
2, e 6), 6,68 (2H, d, J 10,5 Hz, H-3, e 5), 4,32 (2H, q, J 6,0 Hz, CH
2
), 1,36 (3H, t, J
6,0 Hz, CH
3
). (Anexo 42)
RMN
13
C (75 MHz) CDCl
3
/TMS (δ-ppm): 162,2 (C=O), 153,3 (Cβ), 139,5 (C-1), 132,2
(C-2 e 6), 129,8 (C-3 e 5), 129,6 (C-4), 115,2 (C-N), 103,4 (Cα), 62,8 (CH
2
), 14,1
(CH
3
). (Anexo 43)
MS m/z, enc. 258,0350 [M-Na]
+
, Calcd. C
12
H
10
ClNO
2
258,6420. (Anexo 44)
(48)
(34)
(49)
1’
2’
3’
4’
5’
6’
1
2
1”
2”
3
67
4.2.4.9. Síntese de (E)-etil 2-ciano-3-(2-hidroxifenil) acrilato (51)
O
CN
O
OH
CHO
OH
NC
COOEt
Morfolina
H
2
O/t.a./1h/17,0%
O derivado (51) foi obtido em 17,0% de rendimento como sólido laranja. P.F.
90ºC, Rf = 0,87 (CH
2
Cl
2
/MeOH, 95:5) e Rf = 0,74 (n-hexano/acetato etila, 7:3).
IV
máx
(KBr) cm
-1
: 3065 (νO–H), 2979 (νC-H) 1764 (νC=O), 775 (νCAr 1,2di). (Anexo
46)
RMN
1
H (300 MHz) CDCl
3
/TMS (δ-ppm): 8,51 (1H, s, Hβ), 7,66-7,58 (2H, m, H-2 e
4), 7,35-7,29 (2H, m, H-3 e 5), 4.40 (2H, q, J 7,5 Hz, CH
2
), 1.39 (3H, t, J 7,5 Hz,
CH
3
). (Anexo 47)
MS m/z, enc. 241,0298 [M-Na]
+
, Calcd. C
12
H
11
NO
3
240,1917. (Anexo 48)
(50)
(34)
(51)
1’
2’
3’
4’
5’
6’
1
2
1”
2”
3
68
4.2.5. Síntese de Etil 2-aminoquinolina-3-carboxilato (52) (ZHOU, 1998).
O
O
CN
NO
2
N
O
O
NH
2
TiCl
4
/Zn
THF/2h/85,0%
Em sistema vedado de duas entradas foram adicionados 1,961 mg (30
mmol) de Zn ativado, 10 mL em tetrahidrofurano (THF) e 1,64 mL (15 mmol) de TiCl
4
sob agitação mecânica a temperatura ambiente para homogeneização,
posteriormente esta mistura foi refluxada por 2 horas. Após o período de refluxo a
mistura foi resfriada a temperatura ambiente e sob agitação mecânica foram
adicionados 1,230 mg (5 mmol) de (E)-etil 2-ciano-3(2-nitrofenil)acrilato (35), a
agitação foi mantida por 30 min. O solvente foi evaporado a pressão reduzida, e a
mistura foi adicionado uma solução de K
2
CO
3
10% (100 mL), a mesma foi submetida
a filtração à vácuo e o filtrado extraído em diclorometano. A reação foi monitorada
por cromatografia em camada delgada, sendo que, a placa cromatográfica foi
revelada em câmara de ultra-violeta e em revelador específico para amina (p-
dimetilaminobenzaldeído). A substância foi submetida à extração ácido-base como
procedimento de purificação. Desta maneira a substância Etil 2-aminoquinolina-3-
carboxilato (52) foi obtida em 85,0% de rendimento, com aspecto sólido e de
coloração amarela.
O derivado (52) foi obtido em 85,0% de rendimento como sólido amarelo. Rf
= 0.37 (CH
2
Cl
2
/MeOH, 95:5).
IV
máx
cm
-1
: 3416 (νNH
2
), 2920-2850 (νC-H), 1697 (νC=O), 1622 (νN-H). (Anexo 49)
RMN-
1
H (500 MHz) CDCl
3
/TMS, δ-ppm: 8,73 (1H, s, HAr-4), 7,69-7,59 (3H, m, HAr-
6, 8, 9), 7,26-7,23 (1H, m, HAr-7), 4,42 (2H, q, J 7,2 Hz, OCH
2
), 1,45 (3H, t, J 7,1 Hz,
CH
3
). (Anexo 50)
(35)
(52)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1’
2’
3’
69
4.2.6. Síntese de (2-aminoquinolina-3-il)(4-metilpiperazina-1-il)metanona (28)
(BARF, 2002).
N
O
NH
2
O
N NH
2
O
N
N
CH
3
AlCl
3
CH
2
Cl/t.a./15min/68,0%
N
NH
H
3
C
Em um sistema vedado foram adicionados 160 mg (1,2 mmol) de AlCl
3
, 1,1
mL (10,00 mmol) e metilpiperazina solubilizados em 20 mL de diclorometano, este
sistema foi mantido em agitação mecânica durante 10 min a temperatura ambiente.
Transcorrido este tempo foi adicionado 216 mg (1 mmol) de etil-2-aminoquinolina-3-
carboxilato (52) mantendo a mistura em agitação por mais 15 min., a mesma foi
adicionado 10 mL de solução de HCl 10%. A mistura foi extraída em diclorometano e
posteriormente o solvente evaporado a pressão reduzida. A reação foi monitorada
por cromatografia em camada delgada, sendo que, a placa cromatográfica foi
revelada em câmara de ultra-violeta. Desta maneira a substância (2-aminoquinolina-
3-il)(4-metilpiperazina-1-il)metanona (28) foi obtida em 68,0% de rendimento com
aspecto oleoso e de coloração castanha.
O derivado (28) foi obtido em 68,0% de rendimento como óleo castanho. Rf
= 0.43 (CH
2
Cl
2
/MeOH, 95:5).
IV
máx
cm
-1
: 2918 (νNH
2
), 1624 (νC=O), 1291 (νNH), 1235 (νC-N). (Anexo 51)
RMN-
1
H (500 MHz) CDCl
3
/TMS, δ-ppm: 7,81 (1H, s, HAr-4), 7,74-7,59 (4H, m, HAr-
6, 7, 8, 9), 2,68-2,36 (8H, m, 4 x CH
2
), 2,33 (3H, s, CH
3
). (Anexo 52)
(52)
(30)
(28)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1’
2”
3”
1”
4”
5”
6”
70
4.3. METODOLOGIA DE MODELAGEM MOLECULAR
Para efetuação dos estudos de dinâmica molecular foi utilizado o programa
Scalable Molecular Dynamics (NAMD) (PHILLIPS, 2005) de domínio público, o qual
a estrutura cristalográfica da enzima sPLA2 depositada no PDB sob o código de
1KPM foi parametrizada, aplicando os campos de força AMBER (CORNELL, 1995) e
CHARMM (MACKERELL E KARPLUS, 1998), ambos já descritos na literatura. Estes
fornecem parâmetros empíricos de mecânica molecular, para investigação das
propriedades moleculares da proteína, que permite estabelecer parâmetros de
relação estrutura atividade.
Os candidatos a protótipos inibidores da sPLA2 foram parametrizados pelo
programa Gaussian 03 (FRISCH E POPLE, 2005), pois a parametrização destas
substâncias permite avaliar as cargas parciais, com intuito de verificar a interação
ligante-receptor.
Para a análise conformacional entre o N-(1,3-dimetil-1H-pirazol-5-il)
acetamida e o paracetamol os cálculos foram realizados em PC com processador
Atlon de 1.8 GHz, com 512 MB de memória RAM, utilizando o programa PC Spartan
Pro. De maneira geral, os compostos estudados foram desenhados no programa PC
Spartan Pro e submetidos à otimização geométrica através do emprego de
Mecânica Quântica em nível semi-empírico AM1. Após a otimização geométrica os
compostos foram submetidos à análise conformacional sistemática e as
conformações de menor energia foram empregadas nos cálculos de “Single-point”.
71
4.4.ENSAIOS FARMACOLÓGICOS
4.4.1. Perfil inibitório da atividade da sPLA2
A avaliação do perfil inibitório da atividade da sPLA2 foi efetuada pelo
método originalmente descrito por Harbermann e Hardt (1972) e modificado para a
quantificação da ação de fosfolipase de peçonha de serpentes e avaliação dos
compostos obtidos durante o traballho (GUTIÉRREZ et al., 1988; FORTES-DIAS et
al., 1999). A peçonha de Crotalus durissus collilinectus foi utilizado como fonte de
sPLA2. Uma solução de agarose (0,6%) em tampão Tris 0,05 M (pH 7,5) foi
preparada e em seguida, foi adicionado a essa solução 0,96% de suspensão de
gema de ovo (1:3 em salina) e 0,96% de solução 0,01 M de CaCl
2
, transferindo-se
para placas de Petri. Após solidificação do gel foram perfuradas cavidades com dois
milímetros de diâmetro. Logo em seguida incubou-se de solução de veneno de
cobra (125 µg/mL) juntamente com igual volume de substâncias LQFM 002 e LQFM
003 em DMSO 3% (250, 500, 1000 e 2000 µg/mL) veículo (DMSO 3%) ou
quercetina usada como controle positivo do ensaio (250, 500, 1000 e 2000 µg/mL). E
após sessenta minutos 10µL de cada mistura foram adicionados às cavidades. Em
seguida à inoculação, as placas foram incubadas a 50º C por vinte horas, sendo
então realizada a medida dos halos produzidos pela atividade da sPLA2. Os
resultados foram expressos como a área dos halos formados (mm
2
) pela atividade
da sPLA2 (média + E.P.M.).
4.4.2. Peritonite induzida por carragenina
Este ensaio avalia a evolução da migração leucocitária para a cavidade
peritoneal, segundo protocolo originalmente descrito por Ferrándiz e Alcaraz (1991).
Quatro grupos experimentais de 10 camundongos foram tratados previamente pela
via v.o. com veículo (Tween 80 2% v/v ), LQFM 002 (50 mg/kg), LQFM 003 (50
mg/kg v.o.) e com dexametasona (2 mg/kg). Decorridos 60 minutos após os
tratamentos, foram administrados aos animais pela via i.p. 0,25 mL de carragenina
(1% m/v em salina). Após 4 horas, os animais foram submetidos a eutanasia em
câmara fechada com éter e na cavidade peritoneal foram injetados 2 mL de PBS
heparinizado (10 UI/mL de heparina). Após 60 compressões leves no abdômen, o
fluído foi coletado, a amostra diluída (1:20 em Solução de Tϋrck) e a contagem do
número de leucócitos totais migrados realizada em câmera de Newbauer. Os
72
resultados foram expressos como as médias ± EPM do números de leucócitos totais
migrados x 10
6
por mL.
4.4.3. Indução da pleurisia pela carragenina 1%.
Grupos de 8 animais foram anestesiados com éter, e posteriormente injetou-
se o corante azul de Evans (2,5 mg/mL), por via intravenosa (plexo orbital). Após
duas horas os animais foram tratados por via oral (v.o) com a LQFM002 nas
seguintes doses 25, 50, 100 mg/kg. O fármaco usado como controle positivo foi a
dexametasona a 20 mg/kg e o veículo foi DMSO 3% (10 mL/kg).
Decorrido uma hora após o tratamento anestesiou-se novamente os animais
com éter e foi aplicado na região pleural 100 μL de carragenina a 1%. Quatro horas
após o tratamento os animais foram submetidos a eutanasia em câmara fechada
com éter, seguido de deslocamento cervical. A cavidade pleural foi então aberta e
lavada com 1 mL de PBS-heparinizado, sendo que, em uma parte do exsudato foi
realizado a contagem total de células e a outra parte foi centrifugada a 3000 rpm, e
realizou-se a leitura em espectrofotômetro a 600 nm com o sobrenadante para
determinação da concentração de proteínas plasmáticas.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1. Síntese Orgânica Medicinal
O início do trabalho sintético se deu com a reação de aminação redutiva,
através do emprego do 5-amino-1,3-dimetilpirazol (29) e citral, em meio de metanol,
cloreto de zinco e cianoborohidreto de sódio como agente redutor, à temperatura
ambiente, levando à obtenção do intermediário chave (E)-N-(3,7-dimetilocta-2,6-
dienil)-1,3-dimetil-1-H-pirazol-5-amina (LQFM 002), em rendimento de 76%
(Esquema 1) (LUO et al, 2004).
N
N
CH
3
H
3
C
NH
2
ZnCl
2
/NaCNBH
3
Citral
N
N
CH
3
H
3
C
N
H
MeOH/t.a./20min/76%
Esquema 1
(29)
(LQFM 002)
73
Como pode ser observado no Esquema 2, a reação de aminação redutiva
envolve a formação do intermedário iminium (57), via etapa de adição (55) e
eliminação (58), que, in situ, é reduzido (59) com cianoborohidreto de sódio. Nas
condições experimentais empregadas, considera-se que a etapa determinante da
velocidade da reação é a etapa de adição à carbonila (54) (SILVA, 2007).
Esquema 2
Na sequência (Esquema 3), o intermediário-chave LQFM 002 foi submetido
à condição de reação de Mannich (MANNICH, 1917). Cujo intermediário chave
LQFM 002, na presença de N-metil-piperazina (30), formaldeído e metanol sob
temperatura de refluxo, por um período de 24 horas, logrou no correspondente
produto final (E)-N-(3,7-dimetilocta-2,6-dienil)-1,3-dimetil-4-((4-metilpiperazina-1-
il)metil)-1H-pirazol-5-amina (LQFM 003) em rendimento de 37%, respectivamente
(BHARATHI et al 2007).
R
1
H
O
ZnCl
2
NH2
R
2
δ+
δ−
δ+
δ−
R
1
O
N
H
R
2
H
H
ZnCl
2
R
1
O
N
H
R
2
H
R
1
OH
N
H
R
2
H
3
O
+
R
1
OH
2
N
H
R
2
R
1
O
N
H
R
2
H
H
δ+
δ+
+
NaBH
3
CN
R
1
N
H
H
R
2
B
H
H
NC
δ−
δ+
R
1
N
H
H
R
2
H
R
1
N
H
R
2
(53)
(29)
(54)
(55)
(56)
(57)
(58)
(59)
(60)
(LQFM 002)
74
N
N
N
H
CH
3
H
3
C
N
N
N
H
CH
3
H
3
C
N
N
H
3
C
Formaldeído
MeOH/aq/24h/37%
N
H
N
CH
3
Esquema 3
Através da análise do mecanismo da reação de Mannich, concluir-se que se
trata de um processo químio e regiosseletivo, uma vez que observamos a formação
do produto funcionalizado na posição 4 do anel pirazólico. Como ilustrado no
Esquema 4, quando o formaldeído (61) reage com aminas secundárias, via etapa de
adição e eliminação, acaba formando um átomo de carbono eletrofílico, semelhante
ao de uma subunidade carbonila. Este carbono eletrofílico, na etapa subsequente,
reage com a subunidade do anel pirazólico (29) com maior densidade de elétrons. A
posição 4 do anel pirazólico apresenta maior densidade de elétrons devido a
deslocalização dos elétrons do átomo de nitrogênio, evidenciado a partir das
estruturas canônicas de ressonância (67). Esta etapa da reação ocorre de forma
semelhante a uma reação de substituição eletrofílica aromática, onde na primeira
etapa, os elétrons do anel aromático atacam o átomo de carbono eletrofílico, através
de um processo de adição, perdendo a aromaticidade. Na etapa seguinte, o átomo
de hidrogênio da posição 4 é abstraído por uma base, através de um processo de
eliminação (68), e o par de elétrons da ligação restitui a aromaticidade do sistema
pirazólico (LQFM 003).
(LQFM 002)
(30)
(LQFM 003)
75
N
N
CH
3
H
H
H
O
N
N
CH
3
H
H
O
H
δ−
δ−
N
N
CH
3
O
H
H
H
N
N
CH
3
HO
H
H
H
N
N
CH
3
H H
O
H
H
δ+
δ+
N
N
H
3
C
CH
3
R
N
N
CH
3
H
H
N
N
H
3
C
CH
3
R
N
N
CH
3
H
δ+
δ+
δ−
N
N
H
3
C
CH
3
R
N
N
CH
3
H
N
N
H
3
C
CH
3
R
N
N
CH
3
H
δ+
δ−
N
N
H
3
C
CH
3
R
N
N
CH
3
Esquema 4
(30)
(61)
(62)
(63)
(64)
(65)
(LQFM 002)
(66)
(67)
(68)
(69)
(LQFM 003)
76
Ao se consultar a literatura (HORTON, 1989; HAMRICK, 1993) e verificar
que o fármaco paracetamol (19) inibe a sPLA2, planejou-se a síntese do N-(1,3-
dimetil-1H-pirazol-5-il) acetamida (32) que é estruturalmente semelhante ao (19).
Através da Figura 16, podemos observar que tanto o anel benzeno como o anel
pirazólico apresentam seis elétrons π. Ademais, a subunidade fenólica do
paracetamol (19) se encontra contemplada na estrutura do derivado (32), uma vez
que ambas as subunidades hidroxila e nitrogênio pirazólico podem receber ligações
de hidrogênio.
A fim de analisar as similaridades estruturais tridimensionalmente, já
mencionadas a partir da análise bidimensional, as moléculas (32) e (19) foram
submetidas à análise conformacional no vácuo e na água, em nível semi-empírico,
empregando a base Austim Model (AM1). Ao final da análise conformacional, as
mesmas foram submetidas à conformação de menor energia ao cálculo de “single
point energy”, o qual se obteve informações de energia das conformações, área (Å
2
),
volume (Å
3
) e momento de dipolo, além da medida das distâncias envolvidas entre
as subunidades aceptoras de ligação de hidrogênio e átomo de nitrogênio amídico
(Figura 15).
Figura 15: Análise conformacional entre derivado N-(1,3-dimetil-1H-pirazol-5-il)acetamida (32) e
paracetamol (19).
5.58Å
3.60Å
77
Verificou-se, portanto que a análise conformacional dos compostos (32) e
(19) feita no vácuo e na água não apresentou alterações significativas nos níveis de
energia e na disposição espacial dos átomos.
Ao observar na Tabela 5, a conformação de menor energia dos compostos
(32) e (19), são E=27,275kcal/mol e E=59,102kcal/mol, respectivamente. A diferença
de estabilidade observada entre as duas moléculas pode ser racionalizada em
termos de efeito hiperconjugativo (Figura 16). Na molécula (32), prevalece o efeito
hiperconjugativo, onde os orbitais p (π C=N) do anel pirazólico doam densidade de
elétrons para o orbital antiligante da ligação N-H (σ* N-H). Já na molécula (19), o par
de elétrons do átomo de nitrogênio amídico (N-sp3), doa densidade de elétrons para
os orbitais antiligantes, tanto para os orbitais p do anel aromático (π* C=C) quanto
para o orbital p da carbonila (π* C=O) (CUEVAS, 2002).
Por sua vez, a diferença de energia observada para as moléculas (32) e
(19), justificam as diferenças observadas para as áreas e volumes. No caso da
molécula (32), a distorção da subunidade carbonila em relação ao anel aromático,
faz com que a mesma apresente área e volume maior, quando comparado à
molécula (19). No caso da molécula (19), a coplanaridade da subunidade carbonila e
anel aromático faz com que ambas área e volume sejam menores. Em relação ao
momento de dipolo para as conformações de menor energia de (32) e (19), verifica-
se que o vetor resultante da molécula (19) é maior.
Figura 16: Análise do efeito hiperconjugativo entre os compostos (32) e (19).
A variação das distâncias observadas para (32) e (19), foi de 3.60 Å e 5.58
Å, respectivamente. Muito embora haja uma diferença de 1.98 Å entre as medidas
realizadas, sabemos que as interações entre micro e macromoléculas são processos
N
N
N
O
H
N
H
O
HO
N-sp3
π* C=O
π* C=C
σ* N-H
π C=N
(32)
(19)
78
dinâmicos, havendo relatos onde foram observadas distorções na estrutura de
proteínas em até 17 Å, podendo haver variações de 30 Å em regiões mais afastadas
do sítio ativo (VERLI, 2005).
Tabela 5: Análise conformacional entre N-(1,3-dimetil-1H-pirazol-5-il) acetamida e paracetamol.
Parâmetros
N-(1,3-dimetil-
1H-pirazol-5-
il) acetamida
(vácuo)
N-(1,3-dimetil-
1H-pirazol-5-
il) acetamida
(água)
Paracetamol
(vácuo)
Paracetamol
(água)
Energia
27,275kcal/mol
27,275kcal/mol
59,102kcal/mol
59,102kcal/mol
dipolo
1,675
1,675
2,612
2,612
Área
212,08Å
2
212,08Å
2
196,24Å
2
196,24Å
2
Volume
187,64Å
3
187,64Å
3
176,94Å
3
176,94Å
3
A reação de acetilação do 5-amino-1,3-dimetil-pirazol (29) foi efetuada
através do emprego de anidrido acético (31) e iodo molecular como catalisador
(MUKHOPADHYAY, 2004), levando à obtenção do produto desejado (32) em 85%
de rendimento.
N
N
CH
3
H
3
C
NH
2
O
O
O
I
2
/30min/t.a.
Na
2
S
2
O
3
/10min/t.a./85%
N
N
CH
3
H
3
C
N
H
O
CH
3
Esquema 5
O mecanismo para a reação de acetilação, segundo a metodologia
empregada, pode ser dividido na etapa de ativação do anidrido acético (Esquema 6),
seguido das etapas de adição e eliminação (Esquema 7). Na etapa de ativação do
anidrido acético, o iodo molecular se complexa com o anidrido acético através de
interações do tipo dipolo-dipolo (31), levando à formação da espécie (70), que auxilia
na etapa de eliminação do processo, uma vez que ao deixar o átomo de oxigênio
positivo, o torna um melhor grupo abandonador (SARMA, 1997).
Esquema 6
O
O
O
δ+δ−
I
I
δ−
O
O
O
I
I
(36)
(70)
(29)
(31)
(32)
79
N
N
CH
3
NH
2
H
3
C
O
O O
I
δ+
δ−
R
1
N O
OO
H
H
I
δ−
δ−
R
1
N O
OO
H
H
I
R
1
N O
OO
H
H
I
δ+
δ+
R
1
N
OI
O
O
H
H
I
R
1
N
OH
O
O
H
I
2
Esquema 7
O início da síntese do derivado quinolínico se deu a partir da reação de
condensação, envolvendo 2-nitrobenzaldeído (33) e etilcianoacetato (34), à
temperatura ambiente em meio aquoso. Estas condições experimentais foram
submetidas a dois sistemas, na ausência e na presença do catalisador morfolina. Na
ausência do catalisador o produto (35) foi obtido em 82,0% de rendimento, após 24
horas. Já na presença do catalisador morfolina (5 mol %) foi observado a formação
do mesmo produto (35) em 92,3% de rendimento, após 1 hora (Esquema 8).
O
CN
O
NO
2
CHO
NO
2
NC COOEt
Morfolina
H
2
O/t.a./1h/92,3%
Esquema 8
(33)
(34)
(35)
(29)
(70)
(71)
(72)
(73)
(74)
(32)
(75)
80
Sob condição otimizada para a reação mencionada anteriormente, foram
submetidos outros aldeídos aromáticos (36-50), uma vez que, a condensação de
aldeídos aromáticos em água na presença de etilcianoacetato (34) ainda não foi
descrita. Para a maioria dos aldeídos (36-50) os produtos (37-51) foram obtidos em
rendimentos que variaram 87,6 a 98%, exceto para a condensação do salisaldeído
(50), que foi obtido em 17% de rendimento. Em relação à diastereoseletividade da
dupla ligação, só observamos diastereoseletividade para o benzaldeído (razão E:Z),
para os demais aldeídos as reações foram diastereoespecíficas para o
diastereoisômero E (Tabela 6).
81
Tabela 6: Condensação de Knoevenagel em água de diferentes espécies químicas de aldeído.
Ent.
Produtos
T. de
reação
com
catalisador
Rend
(%)
T. de reação
sem
catalisador
Rend
(%)
Especificidade
E/Z
37
O
O
CN
>1h 89,6 >1h 70,0 3:1
39
O
O
CN
N
H
3
C
CH
3
1h
98,0
Não reagiu
-
-
41
O
O
CN
HO
OCH
3
1h
84,3
Reagiu
parcialmente
-
-
43
O
O
CN
O
2
N
1h
87,6
>1h
-
-
45
O
O
CN
Cl
>1h
82,0
>1h
73,0
-
47
O
O
CN
H
3
C
>1h
88,0
Reagiu
parcialmente
-
-
49
O
O
CN
Cl
>1h
85,0
>1h
71,0
-
51
O
O
CN
OH
>1h
17,0
Não reagiu
-
-
82
Ao verificar a eficiência desta reação na presença de água como solvente
pode-se classificar este procedimento como química verde, pelo fato de que, além
de usar água como solvente evitando agressão ao meio ambiente e aos
manipuladores é uma reação de baixo custo energético pelo tempo reacional, não
necessita de aquecimento e possui alto rendimento. Sendo assim, seria vantajoso
em processos industriais que utilizam a condensação de Knoevenagel para
formação de ligações C-C, a substituição de solventes orgânicos pela água que
diminuiria a agressão ao meio ambiente e customizaria o processo.
Através do Esquema 9, pode-se observar o mecanismo reacional da
condensação de Knoevenagel cujo catalisador morfolina (76) abstrai o átomo de
hidrogênio metilênico do cianoacetato de etila (34), tornando-o um melhor nucleófilo.
Na etapa seguinte, o núcleófilo ataca a subunidade carbonílica do aldeído aromático
(33), levando ao produto de adição (81). Após sucessivas transferências de prótons
envolvendo a participação do catalisador, o átomo de oxigênio protonado se
converte em um bom grupo abandonador. Com a abstração do átomo de hidrogênio
α-carbonílico, o par de elétrons migra para formar a nova ligação eliminando a
molécula de água, logrando no produto desejado (35) através de um mecanismo de
tipo Eliminação Unimolecular da Base Conjugada (E
1
CB) (MARTINS, 2006).
83
Esquema 9
Como o estado físico dos compostos originados desta condensação foram
sólidos, os mesmos foram submetidos ao procedimento de cristalografia de raio-X
para confirmação dos produtos gerados, pois esta técnica dá suporte aos resultados
de RMN. Entre os compostos obtidos (37-51) o composto que melhor obteve o
arranjo cristalino foi o composto (47) (Anexo 53) representado na Figura 17 o qual as
esferas brancas de maior tamanho representam o esqueleto da cadeia carbônica, as
menores representam os hidrogênios, a de coloração azul caracteriza a o nitrogênio
da nitrila e as vermelhas caracterizam os oxigênios da carbonila do éster. Ao
observar a estrutura cristalina do composto (47) é notável que o C5 que representa a
metila ligada ao anel aromático não apresenta orientação definida, isto pode ser
N
O
H
NC
COOEt
H
H
NC
COOEt
H
N
O
H
H
NC COOEt
H
C
NO
2
O
H
N
O
H
CN
O
O
NO
2
H
2
O
N
O
H
N
O
C
NO
2
OH
O
CN
O
H
H
H
δ+
δ+
δ−
C
NO
2
O
O
CN
O
H
δ−
δ−
δ+
N
O
H
H
C
NO
2
O
O
CN
O
H
C
NO
2
OH
O
CN
O
H
+
(34) (76) (77) (78)
(77)
(34)
(79)
(78) (80)
(81)
(76)
(82)
(76)
(35)
84
explicado pelo fato de ser uma ligação simples, tendo assim, liberdade de rotacionar
no seu eixo não sendo possível estimar a orientação exata a qual, ela se encontra.
Figura 17: Cristalografia de raio-X do composto (47) representando os átomos de C e H
(branco), N (azul) e O (vermelho).
Na Figura 18 pode-se observar a formação do arranjo cristalino do composto
(47) o qual verificar-se que o arranjo ocorre por meio de ligações de hidrogênio
realizadas entre o oxigênio da carbonila do éster e o hidrogênio ligado ao C12,
permitindo a formação do arranjo cristalino.
Os outros compostos obtidos não apresentaram bons resultados
cristalográficos, que pode ser explicado por interferências externas, i.e. movimentos
mecânicos nos recipientes o qual se fazia a cristalização.
85
Figura 18: Arranjo cristalino do composto (47) representando as ligações de hidrogênio que
ocorrem entre as moléculas.
Uma vez obtido o intermediário (E)-etil-2-ciano-3(2-nitrofenil)acrilato (35), este
foi submetido a condições de ciclização redutiva para geração do intermediário 2-
aminoquinolina-3-carboxilato de etila (52) em rendimento de 85,0%, através do
emprego de espécies de titânio de baixa valência (Esquema 10) (ZHOU, 1998).
O
O
CN
NO
2
N
O
O
NH
2
TiCl
4
/Zn
THF/2h/85,0%
Esquema 10
(
35
)
(52)
86
Na etapa seguinte o intermetiário, 2-aminoquinolina-3-carboxilato de etila (52)
foi submetido a condições de aminólise, utilizando N-metil-piperazina (30), em
diclorometano, e cloreto de alumínio como catalisador. O produto (28) foi obtido em
68,0% de rendimento (Esquema 11) (BARF, 2002).
N
O
NH
2
O
N
NH
2
O
N
N
CH
3
AlCl
3
CH
2
Cl/t.a./15min/68,0%
N
NH
H
3
C
Esquema 11
A proposta mecanística para a reação de aminólise es ilustrada no
Esquema 12. Como se pode observar, o cloreto de alumínio se complexa com a N-
metil-piperazina (30), levando à formação de um sal orgânico (84). Na sequência, o
sal orgânico (84) se complexa com o par de elétrons não ligantes da subunidade
carbonílica de (85), orientando a adição da amina à carbonila. Após a transferência
de próton para o átomo de oxigênio, o mesmo se torna um melhor grupo
abandonador, quando comparado à molécula neutra. Na etapa de eliminação,
quando o par de elétrons do oxigênio restitui a dupla ligação (89), ao mesmo tempo
é eliminado etanol, levando à formação da amida (28). O complexo entre o
catalisador e o átomo de oxigênio é rompido pela adição de água ao término da
reação.
(52)
(30)
(28)
87
N
N
H
3
C
H
Al
Cl
Cl
Cl
N
N
H
3
C
Al
Cl
Cl
HCl
N
N
H
3
C
Al
Cl
Cl
O
R
1
O
N
N
H
3
C
Al
Cl
Cl
O
R
1
O
N
N
CH
3
O
R
1
O
Al
Cl
Cl
N
N
CH
3
O
R
1
O
Al
Cl
Cl
δ+
N
N
H
3
C
R
1
O
AlCl
2
OH
N
N
H
3
C
R
1
O
AlCl
2
HCl
N
N
H
3
C
R
1
O
Esquema 12
Quando foi empregado as mesmas condições para as reações de aminólise
com 4-nitrofenilpiperazina e 4-metoxifenilpiperazina, a reação não logrou sucesso. É
(30)
(83)
(84)
(85)
(86)
(87) (88)
(89)
(90)
(28)
88
provável que nestes dois casos os substituintes nitro e metóxi estejam se
complexando com o catalisador, interferindo sobre a reação de aminólise.
5.1.1. Análise Retrossintética
Como pode-se observar na análise retrossintética no Esquema 13, os
produtos pirazólicos finais LQFM 002 e LQFM 003 podem ser obtidos,
respectivamente, a partir de uma desconexão da ligação C-C, seguida de uma
desconexão C-N.
N
N
N
H
CH
3
H
3
C
N
N
H
3
C
N
N
CH
3
N
H
H
3
C
N
H
N
CH
3
N
N
CH
3
H
3
C
NH
2
O
H
Esquema 13
No Esquema 14 pode-se observar que o derivado quinolínico (28) foi obtido a
partir da desconexão da ligação C-N de (28), logrando em (32). Por sua vez, o
intermediário (33), pode ser obtido através da desconexão da ligação C-N. Por fim,
da desconexão da ligação C-C do intermediário (33), podem ser obtidos 2-
nitrobenzaldeído (34) e cianoacetato de etila (35).
(29)
LQFM 003
LQFM 002
(30)
(53)
C-C
C-N
89
N
O
N
NH
2
N
CH
3
N
O
O
NH
2
N
H
N
CH
3
CN
O
O
NO
2
TiCl
4
CHO
NO
2
NC
COOEt
Esquema 14
5.2. MODELAGEM MOLECULAR
Após o levantamento no PDB, se optou pela estrutura cristalográfica da
sPLA2, sob o código 1KPM (Figura 19), uma vez que é o cristal do complexo que
melhor se enquadra em nosso estudo, devido à presença do inibidor vitamina E, que
apresenta analogia estrutural com as moléculas objeto de estudo deste trabalho
(CHANDRA, 2002).
(28)
(52)
(30)
(35)
(33)
(34)
C-N
C-N
C-C
90
Figura 19: Estrutura ribossômica do complexo formado entre a sPLA2 e a vitamina E com
resolução de 1.8ª, adaptado de CHANDRA, 2002. Figura editada pelo programa SPDBV.
Na sequência do trabalho, para obtermos simulações fidedignas, a
parametrização da sPLA2 foi efetuada através do emprego do programa NAMD.
Nesta etapa, inicialmente foram retiradas as moléculas de água e foi feita a
protonação da proteína, porém durante a simulação observou-se que as moléculas
de águas provenientes do cristal eram importantes para estabilização da proteína
abortando assim o passo da protonação conservando as moléculas de água. Para
efeito de comparação, a sPLA2 foi submetida a condições de solvatação em sistema
de esfera de água (Figura 20) e em sistema de caixa de água (Figura 21), afim de
obtermos o estado de menor energia.
No sistema de esfera de água, a sPLA2 atingiu seu estado menor de energia
em -25000kcal/mol, enquanto no sistema de caixa de água a mesma atingiu o
estado menor de energia em -175000kcal/mol. Estes dados nos permitem concluir
que o sistema de caixa de água foi mais adequado na estabilização da sPLA2, uma
vez que menores valores de estado de menor energia foram obtidos.
91
Figura 20: Estrutura ribossômica da sPLA2 solvatada em esfera de água, adaptado de
CHANDRA, 2002. Figura editada no programa NAMD.
Figura 21: Estrutura ribossômica da sPLA2 solvatada em caixa de água, adaptada de
CHANDRA, 2002. Figura editada no programa NAMD.
92
Nesta primeira etapa do estudo de modelagem descrita, realizou-se a
preparação da biomacromolécula alvo, através de sua parametrização e de
simulações de dinâmica molecular. Posteriormente será realizado o estudo de
docking do composto LQFM 002 no sítio ativo da enzima sPLA2 seguida de
simulações de dinâmica molecular para se avaliar as possíveis interações deste
composto com essa enzima, além de comparar as energias entre os estados não
ligado (enzima livre) e ligado (E-L).
5.3. ENSAIOS FARMACOLÓGICOS
5.3.1. Inibição de atividade da PLA2 “in vitro”
A fim de avaliar o perfil inibitório das moléculas objeto de estudo (LQFM 002-
003) sobre a enzima sPLA2, as mesmas foram submetidas ao ensaio descrito por
Harbermann e Hardt (1972) que avalia a inibição da ação da sPLA2 da peçonha de
serpente sobre fosfolipídeos de membrana da gema de ovo Figura 22 (GUTIÉRREZ
et al., 1988; FORTES-DIAS et al., 1999). Nas cavidades tratadas com a solução
contendo a peçonha (125 µg/mL), o valor médio dos halos formados pela ação da
enzima sPLA2 foi de 518,33 ± 6,86 mm
2
. Para a substância LQFM 002 os halos
foram 443,56 ± 27,89, 431,89 ± 10,61, 396,00 ± 10,40, 326,27 ± 10,61 mm
2
, nas
doses de 250, 500, 1000 e 2000 µg/mL, respectivamente. Como se pode observar
no Gráfico 1, a dose testada que exerceu maior atividade inibitória sobre a sPLA2,
em relação ao grupo controle positivo (quercetina), foi a de 2000µg/mL cujo inibição
enzimática foi de 37,25 ± 3,25%, seguida das doses em ordem decrescente,
mostrando assim que há correlação entre dose e a resposta a atividade inibitória.
93
Figura 22: Halos de inibição da sPLA2 pelo modelo de GUTIÉRREZ et. al., 1988 e FORTES-DIAS
et. al., 1999.
Gráfico 1: Efeito inibitório de LQFM 002 sobre a sPLA2 presente na peçonha de serpente
(Crotalus durisso collilinectus), em relação ao veículo, segundo modelo de (GUTIÉRREZ et. al.
1988, FORTEZ-DIAS, et. al., 1999).
Para a substância LQFM 003, os halos foram 508,78 ± 7,03, 470,22 ± 15,69,
477,82 ± 15,89, 449,91 ± 14,53 mm
2
, respectivamente as doses de 250, 500, 1000 e
2000 µg/mL (Gráfico 2). Neste ensaio, a dose que teve maior efeito na inibição
enzimática, em relação ao grupo controle positivo (quercetina) foi, dose a de
2000µg/mL cuja inibição enzimática foi de 13,21 ± 3,22%, seguida da dose de
500µg/mL. Este fato permite afirmar que para o composto LQFM 003 não há
94
correlação dose resposta. Salientando que a única das doses que apresentou
inibição enzimática significativa foi a de 2000µg/mL.
Gráfico 2: Efeito inibitório de LQFM 003 sobre sPLA2 presente na peçonha de serpente
(Crotalus durissus collilinectus) em relação ao veículo, segundo modelo de GUTIÉRREZ et. al.
1988, FORTES-DIAS et. al. 1999.
5.3.2. Peritonite induzida por carragenina “in vivo
Para avaliarmos o efeito das moléculas de estudo na diminuição da
migração celular submetemos as moléculas (LQFM 002-003) ao ensaio descrito por
Ferrándiz e Alcaraz (1991). Neste ensaio os animais foram submetidos ao
tratamento prévio por via oral (v.o.), com controle negativo DMSO 3 % 10 mL/kg,
LQFM 002 e LQFM 003 e dexametasona na dose de 2 mg/mL usada como controle
positivo. Quatro horas após o tratamento foi feita a administração i.p. de carragenina
1% (m/v), o grupo controle, apresentou uma média de 9,85 ± 0,45 x 10
6
leucócitos/mL (n = 10). Os tratamentos prévios com as substâncias LQFM 002 e
LQFM 003 promoveram redução significativa na migração de leucócitos totais para a
cavidade peritoneal. Porém entre as substâncias testadas a que obteve maior
resultado na redução da migração celular em relação ao controle foi a substância
LQFM 002 apresentando médias de 4,88 ± 0,70 x 10
6
leucócitos/mL que
correspondeu a uma inibição de 50,46 ± 14,34%, com inibição menos significativa a
substância LQFM003 que apresentou médias de 7,30 ± 0,39 x 10
6
leucócitos/mL que
correspondeu a uma inibição de 25,89 ± 5,39%, e o grupo controle com
95
dexametosona apresentou médias de 3,15 ± 0,44 x 10
6
leucócitos/mL,
respectivamente (Gráfico 3).
Gráfico 3: Efeito inibitório de LQFM 002 e LQFM 003 em relação a dexametasona sobre a
migração celular, segundo modelo de FERRÁNDIZ E ALCARAZ, 1991.
5.3.3. Indução da pleurisia pela carragenina 1%.
A substância LQFM 002 nas doses 25, 50 e 100 mg/kg, v.o. também
reduziram a concentração do azul de Evans no exsudato pleural em 30,11 ± 6,40 %,
34,28 ± 5,74 % e 40,1 ± 6,40 %, respectivamente verificando que a dose de maior
efeito na redução da concentração do azul de Evans foi a de 100 mg/kg, já o grupo
controle positivo reduziu a concentração do azul de Evans em 57,59 ± 3,09 %
(Gráfico 4).
96
Gráfico 4: Avaliação da atividade anti-inflamatória do composto LQFM 002 pela concentração
do azul de Evans.
Outro ensaio que avalia a atividade anti-inflamatória é o de indução de
pleurisia pela carragenina. Neste ensaio os animais foram submetidos ao tratamento
prévio v.o. com controle negativo DMSO 3 % 10 mL/kg, LQFM 002 nas doses de 25,
50 e 100mg/kg e dexametasona na dose de 2 mg/mL usada como controle positivo.
Nas doses testadas a substância LQFM 002 reduziram o número de leucócitos
migrados para a cavidade pleural, em 37,5 ± 10,78 %, 64,10 ± 8,12 % e 68,7 ± 2,65
% respectivamente verificando que a dose de maior efeito na migração celular na
cavidade pleural foi de 100 mg/kg, já o grupo controle positivo reduziu a migração
celular em 82,0 ± 5,15 %.
Gráfico 5: Avaliação da atividade anti-inflamatória pelo método de pleurisia induzido por
carragenina.
Com os resultados obtidos nos testes de inibição e de inflamação vale
destacar que ambas as substâncias LQFM 002 e 003 demonstraram atividade na
inibição enzimática da sPLA2 e anti-inflamatória, porém o LQFM 002 foi o composto
97
que obteve resultados mais significativos observados principalmente no teste de
pleurisia, salientando que pode-se considerar uma molécula promissora, pois é de
rápida obtenção pois sua síntese se dá em apenas uma etapa, sem condições
bruscas e tempo reacional relativamente baixo.
98
6. CONCLUSÕES
Os resultados obtidos neste trabalho permite concluir que a síntese de novos
candidatos a protótipos de fármacos anti-inflamatórios, foi obtida de forma
satisfatória quanto aos derivados pirazólicos (E)-N-(3,7-dimetilocta-2,6-dienil)-1,3-
dimetil-1-H-pirazol-5-amina (LQFM 002), (E)-N-(3,7-dimetilocta-2,6-dienil)-1,3-
dimetil-4-((4-metilpiperazina-1-il)metil)-1H-pirazol-5-amina (LQFM 003) e N-(1,3-
dimetil-1H-pirazol-5-il) acetamida (32) e quinolínico (2-aminoquinolina-3-il)(4-
metilpiperazina-1-il)metanona (28) referentes a escala de bancada.
Os estudos de modelagem molecular permitiram avaliar o sistema de menor
energia para desenvolver a simulação. Já a avaliação da dinâmica do processo de
interação entre, os protótipos propostos ainda não foram conclusivos a ponto de
avaliar a relação estrutura atividade.
Com relação aos ensaios farmacológicos o derivado (E)-N-(3,7-dimetilocta-
2,6-dienil)-1,3-dimetil-1-H-pirazol-5-amina (LQFM 002) apresentou atividade inibitória
da enzima sPLA2 com inibição de 37,25 ± 3,25 % e atividade anti-inflamatória no
teste de peritonite induzida por carragenina cuja a inibição da migração celular foi de
50,46 ± 14,34 %, e no teste de pleurisia cuja dose de maior efeito foi a de 100 mg/kg
com inibição de 68,7 ± 2,65 %. O composto (E)-N-(3,7-dimetilocta-2,6-dienil)-1,3-
dimetil-4-((4-metilpiperazina-1-il)metil)-1H-pirazol-5-amina (LQFM 003) apresentou
tanto atividade inibitória da enzima sPLA2 com inibição de 13,21 ± 3,22 %, quanto
atividade anti-inflamatória no teste de peritonite induzida por carragenina cuja a
inibição da migração celular foi de 25,89 ± 5,39 %. Conclui-se que os derivados
pirazólicos LQFM 002 e LQFM 003 apresentaram perfil inibitório da sPLA2 e de
atividade anti-inflamatória o que validam o planejamento de novos candidatos a
protótipos de fármacos anti-inflamatórios, com ênfase no composto LQFM 002 que
apresentou atividade anti-inflamatória superior tornando-o um potencial protótipo
agente anti-inflamatório.
99
7. PERSPECTIVAS
Como perspectivas se visa testar a atividade inibitória da enzima sPLA2 e
anti-inflamatória do derivado quinolínico (28) e do derivado (32), aumentando os
possíveis compostos para a atividade proposta. Testar os compostos obtidos
(LQFM 002 e 003) em outros alvos farmacológicos na busca de outras atividades
terapêuticas, visto sua analogia ao nerolidilcatecol que apresenta além da atividade
anti-inflamatória, possui atividade anticâncer e antioxidante.
Propor a síntese de outros derivados pirazólicos e quinolínicos de forma a
obter maior quantidade de protótipos a serem testados.
Realizar o estudo de docking do composto LQFM 002 na enzima sPLA2, e
realizar estudos de dinâmica molecular de forma a obter dados relativos à interação
ligante receptor.
100
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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