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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM MICROBIOLOGIA AGRÍCOLA E DO
AMBIENTE
SELEÇÃO DE RIZÓBIOS E ESTUDO DA COMPATIBILIDADE SIMBIÓTICA
EM Desmodium incanum e Lotus spp.
CAMILLE EICHELBERGER GRANADA
Engenheira de Bioprocessos e Biotecnologia UERGS
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Microbiologia
Agrícola e do Ambiente como um dos
requisitos para obtenção do Grau de
Mestre na Área de Microbiologia
Agrícola e do Ambiente.
Porto Alegre, abril de 2010.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM MICROBIOLOGIA AGRÍCOLA E DO
AMBIENTE
SELEÇÃO DE RIZÓBIOS E ESTUDO DA COMPATIBILIDADE SIMBIÓTICA
EM Desmodium incanum e Lotus spp.
Camille Eichelberger Granada
Engenheira de Bioprocessos e Biotecnologia UERGS
Prof. Dr. Enilson Luiz Saccol de Sá
Orientador
Porto Alegre, abril de 2010.
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i
PÁGINA PARA HOMOLOGAÇÃO
ii
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Luiz Carlos e Rita, pelo exemplo de luta e vida sempre a serem
seguidos. Seu apoio e estímulo que foram fundamentais para todas as minhas
conquistas. Amo vocês.
Ao professor Enilson Luiz Saccol de Sá, pela paciência, orientação, amizade e
por todo empenho, e, acima de tudo, exigência. Seus ensinamentos foram
fundamentais para minha formação acadêmica.
Ao Dr. Luciano Kayser Vargas pela amizade e ajuda no decorrer da minha vida
acadêmica.
Ao Programa de Pós Graduação em Microbiologia Agrícola e do Ambiente e
sua equipe de professores pela oportunidade e ensinamentos a mim
oferecidos.
Ao professor Miguel Dall’ Agnol, do Departamento de Plantas Forrageiras, pela
concessão e ajuda com as sementes.
A CAPES pelo auxílio financeiro.
Ao funcionário Márcio Silveira pela amizade e tempo dedicados, e pelas “dicas”
em química.
Aos colegas de Laboratório Andréia Bins, Marcelo Wallau, Rafael Lima, Rafael
Machado, Thais Cabral, Raquel Damasceno, Gleidson Reiff, Rogério Fontoura,
André Nunes pela amizade. Em especial a Manuela Bruxel e Marcos
Stroschein pela troca de conhecimentos, força e ajuda nos momentos mais
difíceis.
Aos amigos que sempre torceram por mim, em especial as “novas” amigas Ana
e Mica pelos vários momentos de amizade e descontração.
A galera do apartamento Franci, Rafael, Fani e meu irmão Jonas pelas
brincadeiras, amizade e compreensão no dia-a-dia.
Aos meus padrinhos Nice e Pepo pela acolhida, amizade, papos cabeça e
vários almoços e jantas deliciosas.
Ao Raul pela força e apoio na reta final do mestrado.
A todos os que de alguma forma contribuíram para a realização desse trabalho.
iii
SELEÇÃO DE RIZÓBIOS E ESTUDO DA COMPATIBILIDADE SIMBIÓTICA
EM Desmodium incanum e Lotus spp.
Autor: Camille Eichelberger Granada
Orientador: Prof. Dr. Enilson Luiz Saccol de Sá
RESUMO:
A existência de rizóbios nativos eficientes na fixação simbiótica do nitrogênio
em leguminosas introduzidas nos campos do Rio Grande do Sul, como as
forrageiras do gênero Lotus, é um fator determinante para adaptação ou o
fracasso destas novas espécies. Este trabalho visou estudar a compatibilidade
simbiótica de rizóbios simbiontes em Desmodium incanum, uma planta nativa
dos campos do Rio Grande do Sul, e em L. corniculatus, L. uliginosus, L. glaber
e L. subbiflorus. Para isto 35 isolados e 17 estirpes de rizóbios foram
estudadas. Os isolados foram caracterizados fenotípicamente quanto a
morfologia colonial, produção de ácido indol-acético e sideróforos. Os rizóbios
foram estudados quanto a compatibilidade simbiótica pela inoculação cruzada
com as espécies de plantas estudadas. Observou-se existem rizóbios nativos
dos solos do Rio Grande do Sul capazes de produzir auxinas e sideróforos. Os
rizóbios estudados neste trabalho foram sensíveis a salinidade. Também
observou-se que todos os rizóbios isolados de Lotus foram capazes de induzir
nodulação em pelo menos duas das cinco espécies estudadas. Os rizóbios de
L. uliginosus que apresentaram compatibilidade com as cinco espécies de
plantas estudadas, os de D. incanum mostraram alta especificidade. Em
experimento em casa de vegetação as plantas de L. corniculatus inoculadas
com os o isolado UFRGS Lu 2 e as estirpes EEL 698 e SEMIA 816 produziram
maior massa seca da parte aérea. Este isolado também foi eficiente em plantas
de D. incanum. Os resultados deste trabalho mostram que existem rizóbios
autóctones dos solos do Rio Grande do Sul que apresentam baixa
especificidade hospedeira sendo capazes de formar simbiose com plantas de
D. incanum, L. corniculatus, L. subbiflorus, L. glaber e L. uliginosus. A
compatibilidade simbiótica com diferentes hospedeiros dificultou o
estabelecimento de grupos de compatibilidade. A técnica de REP-PCR com o
oligonucleotídeo iniciador BOX A1 mostrou que existe variabilidade entre os
rizóbios estudados, sendo estes, diferentes das estirpes fornecidas pelas
coleções de cultura.
Dissertação de Mestrado pelo Programa de Pós Graduação em Microbiologia Agrícola e do
Ambiente Para obtenção do grau de Mestre em Microbiologia Agrícola e do Ambiente
Instituto de Ciências Básicas da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, RS, Brasil. (70 p.) Abril, 2010.
iv
Selection of Rhizobia and symbiotic compatibility study in Desmodium
incanum and Lotus sp. plants
Author: Camille Eichelberger Granada
Adviser: Prof. Dr. Enilson Luiz Saccol de
Abstract:
The presence of native Rhizobia which are efficient in symbiotic nitrogen
fixation in legumes introduced in the fields of Rio Grande do Sul, such as the
forages plants of the genus Lotus, is one of the factors determining the success
or the failure of the adaptation of these new plant species. This work aimed to
evaluate the symbiotic compatibility of Rhizobia in association with Desmodium
incanum, a native plant from the fields of Rio Grande do Sul, as well as with L.
corniculatus, L. uliginosus, L. glaber and L. subbiflorus species. For this, 35
isolates and 17 lineages of Rhizobia were analyzed. The isolates were
characterized phenotypically based on the colony morphology and on the indole
acetic acid and siderophore production. The Rhizobia were studied for
symbiotic compatibility by cross-inoculation with the plant species studied. It
was observed that there are indigenous Rhizobia in the soils of Rio Grande do
Sul capable of producing siderophores and auxins. All of Lotus Rhizobia were
able to induce nodulation in at least two of the five studied species. Rhizobia
strains isolated from L. uliginosus have shown a broad specificity, being able to
induce nodulation in all studied species. On the other hand, Rhizobia isolated
from D. incanum have shown to be highly specific. In a green-house experiment
the plants of L. corniculatus inoculated with the isolate UFRGS Lu 2 and strains
EEL 698 and SEMIA 816 produced higher shoot dry mass. This isolate was
also efficient in D. incanum plants. The results show that there are indigenous
Rhizobia in the soils of Rio Grande do Sul, which have low host specificity and
are capable of forming symbiosis with D. incanum, L. corniculatus, L.
subbiflorus, L. glaber and L. uliginosus plants. The symbiotic compatibility with
different hosts made difficult the establishment of compatibility groups. The
technique of REP-PCR using primer BOX A1 showed differences among the
Rhizobia studied, which are different from strains provided by culture
collections.
Master of Science dissertation in Agricultural Microbiology, Instituto de Ciências Básicas da
Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brazil. (70 p.) April, 2010
v
SUMÁRIO
Pág.
1.
INTRODUÇÃO........................................................................................
1
2.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................
3
2.1. Simbiose Rizóbio-Leguminosa e a fixação biológica do nitrogênio
atmosférico.............................................................................................
3
2.2. Bactérias diazotróficas simbiontes de leguminosas........................
5
2.3. Compatibilidade simbiótica entre rizóbios e leguminosas...............
7
2.4. Caracterização genética de rizóbios................................................
9
2.5. Leguminosas e o estudo da simbiose..............................................
11
2.5.1. Características da leguminosa Desmodium incanum............
12
2.5.2. Características das espécies de Lotus com potencial
forrageiro: L. corniculatus, L. glaber, L. uliginosus e L. subbiflorus........
12
3.
MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................
15
3.1. Isolados de rizóbios de Lotus spp. e estirpes estudadas................
15
3.2. Obtenção dos isolados bacterianos de D. incanum........................
16
3.3. Resistência ao choque salino em 1, 2 e 3% de cloreto de sódio
em meio ágar LM....................................................................................
17
3.4. Reação de pH dos rizóbios em meio de cultura..............................
18
3.5. Produção de auxinas equivalentes ao ácido-indol-acético (AIA)....
18
3.6. Produção de sideróforos.................................................................
19
3.7. Determinação da compatibilidade simbiótica entre os rizóbios e
plantas de D. incanum, Lotus spp. e Glycine max..................................
19
3.8. Avaliação da eficiência na fixação simbiótica do nitrogênio dos
rizóbios em plantas de L. corniculatus e D. Incanum.............................
20
3.9. Caracterização genética dos rizóbios.............................................
22
3.9.1. Amplificação do DNA genômico pela técnica de Rep-PCR
pelo oligonucleotídeo iniciador BOX.......................................................
24
3.9.2. Análise dos produtos da amplificação...................................
24
4.
RESULTADOS........................................................................................
26
4.1. Características morfológicas dos rizóbios......................................
26
4.2. Resistência ao choque salino em meio de cultura com 1, 2 e 3%
de cloreto de sódio (NaCl).....................................................................
29
4.3. Produção de auxinas e sideróforos pelos rizóbios.........................
31
4.4. Avaliação da compatibilidade simbiótica dos rizóbios com as
plantas estudadas..................................................................................
33
4.5. Avaliação da eficiência na fixação simbiótica do nitrogênio dos
rizóbios em plantas de L. corniculatus e D. Incanum.............................
42
4.6
48
5.
CONCLUSÕES.......................................................................................
54
vi
6.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................
55
7.
APÊNDICE 1...........................................................................................
67
7.1. Meios de Cultura e Soluções utilizadas...........................................
67
7.1.1 Levedura Manitol (LM) (Vincent, 1970)................................
67
7.1.2. Soluções para a extração de DNA........................................
67
7.1.3. Solução Nutritiva (Sarruge, 1974).........................................
68
7.1.4. Meio de Cultura de Wood & Cooper adaptado por Sá
(2001)*.............................................................................................
69
8.
APÊNDICE 2 ..........................................................................................
70
8.1. Mistura de cada reação para o PCR com o oligonucleotídeo
iniciador BOX A 1-R..............................................................................
70
8.2. Ciclos para a amplificação do DNA genômico no Rep-PCR BOX...
70
vii
RELAÇÃO DE TABELAS
Pág
Relação de Isolados e estirpes dos rizóbios para L. glaber,
L. subbiflorus, L. corniculatus e L. uliginosus estudados
neste trabalho.......................................................................
16
Características das colônias de rizóbios avaliadas neste
trabalho: tempo de aparecimento de colônias de 1 mm,
diâmetro da colônia após sete dias de crescimento,
densidade óptica em meio de cultura ágar LM com
vermelho congo e reação de pH em meio ágar LM com
azul de bromotimol...............................................................
27
Resistência dos Rizóbios ao choque salino em meio de
cultura LM com concentrações de cloreto de sódio de 1, 2
e 3%.....................................................................................
30
Produção de ácido indol acético (AIA) e sideróforos pelos
rizóbios estudados...............................................................
32
Avaliação da capacidade de induzir nodulação (Nod) e
fixação simbiótica de nitrogênio (Fix) de estirpes e
isolados de rizóbios de plantas de D. incanum quando
inoculados em plantas de D. incanum, L.corniculatus, L.
uliginosus, L. glaber, L. subbiflorus e Glycine
Max......................................................................................
34
Avaliação da capacidade de induzir nodulação (Nod) e
fixação simbiótica de nitrogênio (Fix) de estirpes e rizóbios
isolados de plantas de L. corniculatus quando inoculados
em plantas de D. incanum, L. corniculatus e L. uliginosus..
36
Avaliação da capacidade de induzir nodulação (Nod) e
fixação simbiótica de nitrogênio (Fix) de estirpes e rizóbios
isolados de plantas de L. uliginosus quando inoculados
em plantas de D. incanum, L. corniculatus, L. uliginosus,
L. subbiflorus e L. glaber......................................................
37
viii
Avaliação da capacidade de induzir nodulação (Nod) e
fixação simbiótica de nitrogênio (Fix) de estirpes e rizóbios
isolados de plantas de L. subbiflorus quando inoculados
em plantas de D. incanum, L. corniculatus, L. uliginosus,
L. subbiflorus e L. glaber......................................................
39
Avaliação da capacidade de induzir nodulação (Nod) e
fixação simbiótica de nitrogênio (Fix) de estirpes e rizóbios
isolados de plantas de L. glaber quando inoculados em
plantas de D. incanum, L. corniculatus, L. uliginosus, L.
subbiflorus e L. glaber..........................................................
40
Avaliação da capacidade de induzir nodulação (Nod) e
fixação simbiótica de nitrogênio (Fix) de estirpes para soja
(G. max) quando inoculadas em plantas de D. incanum, L.
corniculatus e L. subbiflorus................................................
41
Massa seca (MS) da raíz e da parte aérea (PA) das
plantas Desmodium incanum inoculadas com rizóbios e
cultivadas em casa de vegetação........................................
43
Massa seca (MS) e número de nódulos, massa seca da
raíz, da parte aérea por tratamento e nitrogênio (N) total
por planta de L. corniculatus inoculadas com os rizóbios e
cultivadas em casa de vegetação e eficiência relativa da
inoculação dos rizóbios nestas plantas...............................
46
ix
RELAÇÃO DE FIGURAS
Pág.
FIGURA 1:
Foto do perfil eletroforético em gel de agarose dos
fragmentos da amplificação do DNA genômico por RepPCR
BOX de 13 isolados e quatro estirpes de rizóbios estudados
neste trabalho.......................................................
49
FIGURA 2:
Foto do perfil eletroforético em gel de agarose dos
fragmentos da amplificação do DNA genômico por RepPCR
BOX de oito isolados e 11 estirpes de rizóbios estudados
neste trabalho..........................................................
50
FIGURA 3:
Dendrograma de genotipagem de 36 estirpes e isolados de
rizóbios estudados neste trabalho. Agrupamento obtido por
UPGMA, utilizando-se o coeficiente de Jaccard, para perfil de
bandas obtido a partir da PCR com o oligonucleotídeo
iniciador BOX A1.......................................................................
52
x
LISTA DE ABREVIATURAS
AIA Ácido indol acético
BOX - Sequências repetitivas de enterobactérias
CAS Cromazurol S
DNA Ácido desoxiribonucleico
EEL Estação Experimental de Lages
ERIC - Sequências repetitivas intergênicas consenso em enterobactérias
Lc Lotus corniculatus
Lg Lotus glaber
Ls Lotus subbiflorus
Lu Lotus uliginosus
LM Levedura Manitol
mg Miligramas
mL Mililitros
µL Microlitros
mM Milimolar
N - Nitrogênio
PCR Reação em cadeia pela polimerase
rDNA - Ácido Desoxirribonucléico Ribossômico
REP - Sequências repetitivas extragênicas palindromicas
RFLP - Polimorfismo no comprimento de fragmentos de restrição
RPM Rotações por minuto
SDS - Dodecil Sulfato de Sódio
SEMIA Seção de Microbiologia Agrícola
U - Unidade
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
1. INTRODUÇÃO
O bioma Pampa, no Brasil, possui uma área de aproximadamente
176.496 Km
2
, o que constitui cerca de 2,07% da área total do país, sendo que
no Rio Grande do Sul, este é formado pelos campos da parte sul do estado,
também conhecidos como campos nativos. Grande parte da riqueza da
biodiversidade do Pampa ainda é desconhecida, pois foram desenvolvidas até
hoje poucas pesquisas de levantamento e de identificação da fauna e da flora
deste Bioma.
A grande quantidade e diversidade de plantas nativas com potencial
forrageiro que existem nos campos do Rio Grande do Sul, fazem com que a
pecuária seja uma das principais atividades da região. A lotação excessiva do
gado pode gerar perda de biodiversidade. Além do potencial forrageiro, as
pastagens permanentes e a introdução de espécies são fundamentais para a
proteção do solo, podendo também contribuir na recuperação de áreas com
solos degradados.
Existem diversas espécies leguminosas características destas
regiões que apresentam um grande potencial forrageiro, entre elas encontram-
2
se espécies do gênero Desmodium. As raízes destas plantas podem ser
colonizadas por bactérias diazotróficas genericamente denominadas rizóbios,
formando uma associação simbiótica entre a planta e a bactéria. Quando a
planta e o rizóbio estão em simbiose, ocorre a fixação biológica do nitrogênio,
que fornece esse nutriente para a leguminosa e, ao mesmo tempo, beneficia
outras espécies associadas, por meio da liberação de exudados radiculares e
da ciclagem dos resíduos da leguminosa.
A existência de rizóbios de baixa especificidade, que estabeleçam
simbiose eficiente com as leguminosas forrageiras nativas e também com
plantas exóticas (como forrageiras do gênero Lotus) pode facilitar a adaptação
das leguminosas forrageiras introduzidas e também melhorar a qualidade da
forragem nas áreas de pastagem nativa. Mas em geral, a população de rizóbios
nativos de um solo é menos eficiente na fixação biológica do nitrogênio do que
as estirpes que são introduzidas via inoculação, podendo estabelecer simbiose
ineficiente com a leguminosa, o que dificulta a adaptação e o desenvolvimento
das plantas exóticas.
Por isso, a determinação de grupos de compatibilidade e a seleção
de estirpes de rizóbios que possuam a capacidade de estabelecer simbiose e
fixar o nitrogênio atmosférico eficientemente em mais de uma leguminosa é de
grande importância atualmente. Assim, o objetivo deste trabalho foi selecionar,
avaliar a compatibilidade simbiótica e a capacidade de fixação simbiótica do
nitrogênio de rizóbios nativos dos solos do Rio Grande do sul simbiontes de
plantas de D. incanum, L. corniculatus, L. subbiflorus, L. uliginosus e L. glaber
nestas respectivas plantas.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O estudo da simbiose entre leguminosas e bactérias diazotróficas
fixadoras de nitrogênio atmosférico é de grande importância para o
desenvolvimento de tecnologias que facilitem a adaptação de novas espécies,
aumentem a produtividade, reduzam os custos de produção, com o mínimo
risco de degradação do solo e do ambiente.
2.1.Simbiose rizóbio-Leguminosa e a fixação biológica do
nitrogênio atmosférico
A formação dos nódulos, que ocorre durante a associação
simbiótica, é controlado, em grande parte, pela troca de sinais entre os rizóbios
e a planta hospedeira (Hirsch et al., 2003). Devido à diversidade de compostos
e metabólitos secundários que compõem os exudatos radiculares, as plantas
podem enviar um número bem diverso de sinais. Tais sinais são altamente
específicos entre o hospedeiro e o simbionte, pois diferem consideravelmente
4
entre as leguminosas, e esta especificidade possibilita que os rizóbios
simbiontes identifiquem seus próprios hospedeiros (Bais et al., 2004).
O processo da simbiose é iniciado pela ausência de nitrogênio no
solo. Os flavonóides excretados pelo sistema radicular da leguminosa
acumulam-se na membrana citoplasmática dos rizóbios e, se os receptores de
membrana das bactérias reconhecerem estes metabólitos, o gene nodD é
ativado (Recourt et al., 1989; Hubac et al., 1993) e, o produto deste gene,
ativa os genes de nodulação nod, nol e noe (Goormachtig et al., 2004) mais
conhecidos como fatores de nodulação.
Os fatores de nodulação atuam no estabelecimento da
especificidade pela planta hospedeira. A estrutura formada pelo produto dos
genes nodABC é essencial para o estabelecimento da simbiose (o gene nodA
sintetiza uma acil transferase, nodB uma desacetilase e nodC uma N-acetil-
glucosamil transferase). A união destas moléculas resulta na formação de um
lipo-quito-olissacarídeo que é reconhecido pelas células das raízes da planta, e
juntamente com uma série de hormônios liberados pelas bactérias (auxinas,
citocininas), provocam o encurvamento do pêlo radicular (Loh & Stacey, 2003).
Em seguida, a expressão de um gene de iniciação da nodulação pelos rizóbios,
a nodulina (enod), provoca uma série de alterações da estrutura do pêlo
radicular formando um cordão de infecção que permite, finalmente, a entrada
da bactéria pela raiz, seguido pela infecção da planta, e o desenvolvimento dos
nódulos (Pereira, 2008).
Com a formação dos nódulos, inicia-se o processo de fixação
biológica do nitrogênio. Este processo é regulado pelos genes nif e fix que o
5
responsáveis pela síntese e regulação de um sistema enzimático, onde se
inclui a nitrogenase, que atua como catalisadora da reação, e que é capaz de
reduzir o nitrogênio atmosférico (N
2
) em amônia (NH
3
) (Argudo et al. 2004).
Este complexo enzimático é altamente conservado em termos de estrutura e
função, constituindo-se basicamente de duas metaloproteínas, uma chamada
ferro proteína que liga-se ao ATP e atua como doadora de elétrons, e outra
molibdênio ferro proteína que contém o sítio de redução do substrato que
transforma o gás nitrogênio (N
2
) em amônia (NH
3
) (Burris & Roberts, 1993;
Eady, 1996; Ferguson, 1998). Esta então é liberada por difusão pelo
bacterióide para o citosol da célula infectada por transportadores de membrana
(Taiz & Zieger, 2004).
O contato da amônia com o substrato aquoso do citoplasma das
células faz com que este se transforme em no íon amônio (NH
4
+
). Por sua vez,
o acúmulo de NH
4
+
no citoplasma inibe a fixação biológica dentro dos
bacterióides, desta forma, este íon é transportado para dentro das células
hospedeiras e transformado em aminoácidos pelas enzimas glutamina
sintetase e glutamato sintase (King & Purcell, 2005).
2.2 Bactérias diazotróficas simbiontes de leguminosas
Genericamente conhecidas como rizóbios, estas bactérias são
bastonetes gram-negativas, aeróbias, não formadoras de endosporos. O
número e a posição de flagelos dependem do gênero. São bactérias
predominantemente quimiorganotróficas (Somasegaram & Hoben, 1994;
Moreira & Siqueira, 2002).
6
No ambiente, estas bactérias são pleomórficas, pois no solo, são
bacilos de vida livre, móveis, aeróbios, incapazes de fixar o nitrogênio
atmosférico (N
2
) (Melo et al., 1998). em simbiose com as raízes das
leguminosas, assumem formas irregulares (sendo denominados bacterióides),
aumentam o tamanho das suas células (Cardoso et al., 1992), nutrem-se de
compostos sintetizados pela planta hospedeira, vivem em condições
microaerofilicas (Canigia, 2003) e fixam o nitrogênio atmosférico (Moreira &
Siqueira, 2002).
A primeira classificação considerava todas as bactérias formadoras
de nódulos em leguminosas como pertencentes ao gênero Rhizobium (Frank,
1889). Nesta classificação, a especificidade da bactéria com a planta
hospedeira era o principal fator determinante da espécie (Fred et al., 1932).
Com o passar do tempo, este critério deixou de ser tão relevante, pois um
grande número de exceções dentro dos grupos começou a ser detectado
(Wilson, 1944). Posteriormente, Jordan (1982) sugeriu uma separação
taxonômica baseada na taxa de crescimento, pois esta pode diferenciar os
rizóbios de multiplicação rápida (Rhizobium) daqueles de multiplicação lenta
(Bradyrhizobium).
Nos últimos 20 anos, a classificação dos rizóbios passou por
constantes alterações (Wang et al., 2006). O emprego de técnicas de biologia
molecular revolucionou o estudo da taxonomia procariótica. Estudos com o
DNA das bactérias levaram à reclassificação de muitos microrganismos.
Técnicas de amplificação e caracterização do DNA ribossomal das bactérias
7
estabeleceram relações filogenéticas antes não conhecidas, mostrando
relações taxonômicas mais confiáveis (Garrity & Holt, 2001).
Atualmente os microrganismos diazotróficos que são capazes de
induzir a formação de nódulos e fixar o nitrogênio atmosférico em simbiose com
leguminosas são classificados como pertencentes ao filo α-proteobactéria e β-
proteobactéria (Zakhia & Laujudie, 2001). Os gêneros de rizóbios mais
conhecidos são: Rhizobium, Mesorhizobium, Bradyrhizobium, Sinorhizobium e
Azorhizobium, sendo estes também, os mais estudados atualmente (Sahgal &
Johri, 2003). Recentemente, algumas bactérias estão sendo denominadas
rizóbios por serem simbiontes de leguminosas, mas pertencem a gêneros bem
distintos, tais como Devosia (Rivas et al., 2003), Methylobacterium (Jourand et
al., 2004) e Ochrobactrum (Trujillo et al., 2005), pertencentes a classe α-
proteobactéria, Burkholderia (Vandamme et al., 2002), Phyllobacterium
(Valverde et al., 2005) e Cupriavidus (Barrett e Parker, 2006) pertencentes a
classe β-proteobactéia.
2.3 Compatibilidade simbiótica entre rizóbios e leguminosas
De um modo geral, pode ser observada uma especificidade na
formação dos nódulos pelos rizóbios nas plantas leguminosas (Melo et al.,
1998). A soja (Glycine max) é um exemplo deste tipo de planta, uma vez que,
dentre as variedades brasileiras, foram identificadas somente duas espécies de
rizóbios que estabelecem simbiose com a mesma: Bradyrhizobium japonicum e
B. elkanii (Neves & Rumjanek, 1996; Arruda et al., 2001; Campos et al., 2001;
Silva et al., 2002; Pavanelli & Araújo, 2009).
8
Entretanto existem rizóbios que apresentam baixa especificidade
pela leguminosa hospedeira, ou seja, vários rizóbios possuem a capacidade de
estabelecer simbiose com diversos hospedeiros. Em estudo realizado por
Fernandes et al. (2003) é relatada a existência de isolados de rizóbios em
Sergipe (Brasil) capazes de nodular e fixar eficientemente o nitrogênio
atmosférico em três espécies: guandu (Cajanus cajan), feijão-de-porco
(Canavalia ensiformise) e feijão- caupi (Vigna unguiculata). Melloni et al. (2006)
estudaram a diversidade fenotípica de isolados de rizóbios simbioticamente
compatíveis com feijão-caupi e feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) em áreas de
mineração de bauxita e encontraram oito grupos diferentes entre os isolados
estudados e as respectivas estirpes recomendadas.
Já em trabalhos sobre a simbiose entre rizóbios e leguminosas
forrageiras, no caso de plantas de Lotus, Hernández et al. (2005) sugeriram a
existência de estirpes de rizóbios de crescimento intermediário, Mesorhizobium
loti (Jarvis et al., 1997), compatíveis simbioticamente com plantas de Lotus
corniculatus e L. glaber. Segundo os mesmos autores, as plantas de L.
subbiflorus e L. uliginosus formariam outro grupo de compatibilidade,
relacionando-se efetivamente com estirpes de bactérias de crescimento lento,
como as pertencentes ao gênero Bradyrhizobium. Contrariando estes
resultados, Tonon (2008) em seu estudo sobre compatibilidade simbiótica entre
os rizóbios e estas quatro espécies de Lotus citadas, observou que a
formação de nódulos nas plantas ocorreu de maneira aleatória, sem a
formação dos grupos de compatibilidade entre os rizóbios e estas forrageiras.
9
Outro gênero de forrageira estudado quanto à possibilidade de
estabelecer simbiose com os rizóbios é o Desmodium. Em um estudo realizado
por Parker (2002) foi verificado a existência de muitos isolados de rizóbios de
crescimento lento e rápido capazes de estabelecer simbiose em duas
leguminosas distintas: Desmodium glutinosum (popularmente conhecido como
pega-pega) e Amphicarpaea bracteata, que são plantas comuns na América do
Norte.
No entanto, o fato dos rizóbios apresentarem baixa especificidade
hospedeira, pode fazer com que bactérias eficientes em uma espécie possam
comportar-se como parasitárias em outras, induzindo a nodulação, mas sendo
simbioticamente ineficientes, não fixando o nitrogênio atmosférico para as
plantas (Baraibar et al., 1999). Sá (2001), em seu trabalho realizado com
rizóbios e plantas de feijoeiro (Phaseolus vulgaris), notou que o fato de uma
grande variedade de espécies de rizóbios estabelecerem simbiose em uma
mesma planta aumenta a probabilidade desta simbiose ser ineficiente.
Observação semelhante foi relatada por Hernández et al. (2005) e Tonon
(2008) com plantas de Lotus corniculatus, L. subbiflorus, L. glaber e L.
uliginosus, e por Fontoura (2008) com L. glaber e L. subbiflorus.
2.4 Caracterização genética de rizóbios
Tradicionalmente são utilizados testes morfológicos, bioquímicos,
enzimáticos e simbióticos para classificação e caracterização dos rizóbios
(Vincent, 1970). Recentemente técnicas de biologia molecular têm facilitado o
estudo e identificação destas bactérias (de Brujin 1992; Laguerre et al, 1994;
10
Menna et al., 2006). A técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) é a
mais utilizada atualmente, pois esta permite a amplificação de sequências
definidas na molécula de DNA (Chueire et al., 2000; Laguerre et al., 2001).
Vários são os relatos sobre a utilização desta tecnologia nos estudos de
ecologia, genética e taxonomia de rizóbios (de Brujin, 1992; Judd et al.,1993;
Agius et al., 1997; Laguerre et al., 2001; Santos et al., 1999; Tonon, 2008), e de
comparações genéticas entre estirpes de Rhizobium e Bradyrhizobium
(Laguerre et al., 1994; Vinuesa et al., 1998).
Para a caracterização da variabilidade das espécies existem muitas
variações da técnica de PCR, que gera perfis diferenciados, e facilita o estudo
dos isolados (Grange, 2001; Stralioto, 2005). Algumas das técnicas mais
utilizadas são: comparação e sequenciamento dos nucleotídeos dos genes, em
especial, o gene 16S rDNA, considerado conservado nas bactérias, mas que
contém variações significativas dentro do gene, sendo capaz de mostrar
relações filogenéticas entre espécies (Willems, 2007). A técnica de RFLP
(Restriction fragment Length polymorphism polimorfismo no comprimento de
fragmentos de restrição) é muito utilizada para caracterizar a variabilidade dos
isolados bacterianos, com a amplificação de um gene seguida pelo uso de
endonucleases de restrição. A técnica de Rep-PCR amplifica regiões
altamente conservadas e repetitivas no genoma bacteriano (Chapaval et al.,
2010). Suas variações Rep-PCR REP (repetitive extragenic palindromic
Sequências repetitivas extragênicas palindromicas) Rep-PCR ERIC
(enterobacterial repetitve intergenic consensus Sequências repetitivas
intergênicas consenso) e Rep-PCR BOX (enterobacterial repetitive sequences
11
Sequências repetitivas de enterobactérias) amplificam regiões altamente
conservadas e repetitivas (Stern et al., 1984; Versalovic et al.,1994; Chapaval
et al., 2010) e permitem a diferenciação das estirpes estudadas (de Brujin,
1992; Selenska-Pobell et al., 1995; Hungria et al., 1998; Santos et al., 1999;
Chueire et al., 2000; Mostasso et al., 2002; Frizzo, 2007; Fontoura, 2008;
Tonon, 2008).
Alguns trabalhos que estudaram a variabilidade dos rizóbios usando
técnicas de biologia molecular foram descritos por Chen et al. (2000), Grange &
Hungria (2004) e Giongo (2007) que utilizaram a amplificação e
sequenciamento do rDNA 16S e Rep-PCR ERIC; e Stroschein (2007) utilizou
Rep-PCR BOX para a caracterização de seus isolados bacterianos.
2.5 Leguminosas e o estudo da simbiose
A família Leguminosae compreende 650 gêneros distribuídos em
18.000 espécies que estão amplamente distribuídas pelo mundo (Biondo el al.,
2005). Estas espécies estão distribuídas em três subfamílias: Papilionoideae,
Mimosoideae, Caesalpinioideae.
Alguns gêneros de leguminosas despertam o interesse de muitos
pesquisadores no que se refere ao estudo da simbiose planta-rizóbio. Dentre
elas estão forrageiras do gênero Desmodium (Tlusty et al., 2004; Gu et al.,
2007) e Lotus (Scheffer-Basso et al, 2001; Frizzo,2007; Fontoura, 2008; Tonon,
2008), e a oleoginosa do tipo Glycine max (soja) (Campos et al., 2001; Fagan
et al., 2007; Carvalho et al., 2008)
12
2.5.1 Características da leguminosa Desmodium incanum
O gênero Desmodium sp. é constituído por aproximadamente 300
espécies, distribuindo-se em zonas tropicais de todo o mundo, tendo maior
concentração de espécies no leste de Ásia, México e Brasil (Schubert, 1980).
A espécie D. incanum é nativa da América do Sul e distribuída nas
comunidades vegetais de todas as regiões fisiográficas do Rio Grande do Sul
(Garcia & Baseggio, 1999). Estas plantas, popularmente como pega pega,
possuem um alto potencial forrageiro devido ao seu elevado valor nutricional,
chegando a aproximadamente 15% de proteína bruta na planta (Krzyzanowski
& Santos, 1984). Estas plantas adaptam-se aos mais variados tipos de solo,
crescendo bem em solos ácidos e de baixa fertilidade, campos úmidos, secos,
pedregosos, graminosos (Silva et al, 2002).
Estas leguminosas também possuem a capacidade de estabelecer
relações simbióticas com os rizóbios. No estudo realizado por Gu et al. (2007)
sobre a diversidade genética dos rizóbios noduladores de Desmodium mostrou
que, a maioria das cepas isoladas fazia parte do gênero Bradyrhizobium sendo
caracterizados como B. elkanii, B. japonicum e B. yuanmingense, restando
pequenos grupos de isolados caracterizados como Rhizobium, Sinorhizobium
ou Mesorhizobium.
2.5.2 Características das espécies de Lotus com potencial
forrageiro: L. corniculatus, L. glaber, L. uliginosus e L. subbiflorus.
As plantas das espécies Lotus corniculatus, L. glaber, L. subbiflorus
e L. uliginosus são leguminosas com potencial forrageiro, perenes, inverno-
13
primaveril, de origem européia e mediterrânea, distribuídas em todas as
regiões de clima temperado (Soster et al., 2004). Podem apresentar variações
quanto ao tamanho, à forma, à coloração das folhas (Seaney & Henson, 1970).
O cornichão (L. corniculatus) é uma leguminosa forrageira de grande
importância em diversos países (Maroso & Scheffer-Basso, 2007), com
excelente adaptação no sul do Brasil, Uruguai, Argentina e Chile (Paim &
Riboldi, 1991). No Rio Grande do Sul, a cultivar “São Gabriel” de L.
corniculatus, foi desenvolvida a partir de pesquisas na Estação Experimental do
município de São Gabriel, RS (Paim, 1988). Esse cultivar é caracterizado pelo
rápido estabelecimento inicial, grande vigor vegetativo, boa produtividade,
elevada qualidade de forragem e boa ressemeadura natural, mas apresenta
problemas de persistência, devido ao hábito de crescimento ereto, não
suportando pastejo intenso (Paim & Riboldi, 1991).
As plantas de L. uliginosus (cultivar tetraplóide Maku) são
denominadas popularmente como “cornichão dos banhados” (Maroso &
Scheffer-Basso, 2007). Esta se caracteriza por apresentar maior tolerância a
solos ácidos e deficientes de sforo em relação às outras espécies de Lotus.
Esta espécie de planta também possui elevada capacidade de estabelecimento
em áreas úmidas (Paim & Riboldi, 1991; Brose, 1992), suportando também
pastejos intensos (Ayala et al., 2003).
Em relação à espécie L. subbiflorus não relatos de quando foi
introduzida no Rio Grande do Sul (Paim & Riboldi, 1991), encontrando-se de
forma espontânea em áreas de antigas coleções. É uma leguminosa de
inverno, e pode comportar-se de maneira bianual ou perene em áreas sem
14
restrições hídricas. É adaptada a solos ácidos, de baixa fertilidade e drenagem
deficiente (Lowther et al., 1987). Essa espécie possui um sistema radicular
pouco profundo, mas abundante.
L. glaber é uma forrageira perene que se adapta bem em ambientes
úmidos de clima temperado (Beuselinck, 1999). Esta espécie cresce no outono
e na primavera, mas tolera baixas temperaturas e cobertura de gelo (Vigniolo et
al., 1999). Também adapta-se a ambientes de muita salinidade (Mujica &
Rumi,1999) e cresce em solos com pH 5,8 a 6,0. No Chile, esta espécie é
encontrada de forma espontânea nas áreas arrozeiras.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Isolados de rizóbios de Lotus spp e estirpes estudadas.
Os rizóbios nativos de solos do Rio Grande do Sul simbiontes de
plantas de Lotus glaber, L. subbiflorus estudados neste trabalho foram isolados
por Fontoura (2008), e os rizóbios de L.corniculatus e L. uliginosus foram
obtidos por Frizzo (2007) (Tabela 1). Estes isolados bacterianos fazem parte da
Coleção de Culturas de Rizóbios do Laboratório de Microbiologia do Solo da
UFRGS.
Também foram estudadas as estirpes EEL698, para L. subbiflorus, e
EEL8084, para L. uliginosus, da coleção da Estação Experimental de Lages
SC (EEL), e a estirpe U512 que está sendo estudada no Uruguai. Além destas,
também foram estudadas as estirpes de rizóbios obtidos da coleção de estirpes
SEMIA localizadas na FEPAGRO (Fundação Estadual de Pesquisa
Agropecuária) liberadas para a produção de inoculantes no Brasil para Glicyne
max, Desmodium incanun, D. intortum, D. ovalifolium, Lotus corniculatus, L.
uliginosus, L. subbiflorus e L. glaber listadas na Tabela 1.
16
TABELA 1: Relação de Isolados e estirpes dos rizóbios para L. glaber, L.
subbiflorus, L. corniculatus, L. uliginosus, Desmodium sp. e Glycine max
estudados neste trabalho.
Espécies
Isolados
Estirpes
Espécies
isolados
Estirpes
L. corniculatus
UFRGS Lc 10
SEMIA 806
L. subbiflorus
UFRGS Ls 1
SEMIA 848
UFRGS Lc 14
SEMIA808
UFRGS Ls 8
EEL 698
UFRGS Lc 22
SEMIA 816
UFRGS Ls 22
UFRGS Lc 36
U 510
UFRGS Ls 28
UFRGS Lc 322
UFRGS Ls 36
UFRGS Lc 336
UFRGS Ls 59
UFRGS Lc 340
UFRGS Ls 62
L. uliginosus
UFRGS Lu 2
SEMIA 822
Desmodium
SEMIA 6028
a
UFRGS Lu 8
EEL 8084
SEMIA 656
b
UFRGS Lu 9
SEMIA 6208
c
UFRGS Lu 10
SEMIA 6209
c
UFRGS Lu 12
UFRGS Lu 13
UFRGS Lu 14
UFRGS Lu 19
G. Max
SEMIA 5079
L. glaber
UFRGS Lg 109
SEMIA 830
SEMIA 5080
UFRGS Lg 111
SEMIA 587
SEMIA 5019
a
: Estirpe recomenda para Desmodium incanun;
b
: Estirpe recomendada para
D. intortum;
c
: Estirpe recomendada para D. ovalifolium
3.2 Obtenção dos isolados bacterianos de D. incanum
Os rizóbios para Desmodium incanum foram isolados a partir dos
nódulos radiculares de plantas desta espécie coletadas nas localidades de Rio
Pardo, Eldorado do Sul e Viamão. Em laboratório, os nódulos radiculares foram
destacados e desinfestados por lavagens sucessivas com etanol (70%) por 45
17
segundos, seguido de hipoclorito (1%) por 30 segundos e, cinco lavagens com
água destilada e esterilizada. Em seguida, cada nódulo foi macerado com uma
pinça estéril em tubos de microcentrífuga contendo 100 µL de água destilada e
esterilizada, a suspensão obtida foi inoculada pela cnica de esgotamento por
estrias em placas de Petry contendo o meio ágar Levedura Manitol (LM)
(Vincent, 1970) com Vermelho Congo (25 mg/L) e incubadas em estufa a 28ºC
até o aparecimento de crescimento bacteriano. Os rizóbios obtidos foram
purificados utilizando-se a técnica de esgotamento de inóculo por estriamento
em placas de Petry com meio ágar LM, até a obtenção de colônias isoladas,
homogêneas e com características persistentes. As colônias obtidas foram
preservadas em tubos de dois mL contendo glicerol 50% e mantidos em ultra
freezer a -80ºC.
O crescimento dos isolados de rizóbios foi observado diariamente e
as colônias foram caracterizadas. Foram avaliados o tempo de aparecimento
de colônias (o tempo de aparecimento em dias foi avaliado quando a colônia
bacteriana atingiu um diâmetro de um milímetro), tamanho e morfologia de
colônia após sete dias de crescimento em meio de cultura ágar LM (Vincent,
1970) com vermelho congo.
3.3 Resistência ao choque salino em 1, 2 e 3% de Cloreto de
Sódio em meio ágar LM.
Os isolados bacterianos foram crescidos em frascos âmbar de 10mL
com tampa de baquelite contendo 5mL de meio líquido LM (Vincent, 1970) por
três dias a 28ºC sob agitação de 120 rpm. Logo após, o choque salino foi
18
avaliado pela inoculação do caldo bacteriano pela cnica de inoculação de
gotas de 20 µL em placas de Petry contendo o meio ágar LM adicionado de 1,
2, e 3 % de Cloreto de Sódio (NaCl). Após sete dias de incubação em estufa a
28ºC, os isolados que cresceram na respectiva concentração de NaCl foram
considerados resistentes.
3.4 Reação de pH dos rizóbios em meio de cultura
A produção de compostos alcalinos ou ácidos pelos rizóbios foi
avaliada pela inoculação das bactérias em meio ágar LM (Vincent, 1970) com
Azul de Bromotimol (25mg/L). Após sete dias de incubação a 28°C, a mudança
da coloração do meio de verde para amarelo indica a acidificação do meio, já a
alteração para o azul, indica a alcalinização do mesmo (Somasegaran &
Hoben, 1994).
3.5 Produção de auxinas equivalentes ao ácido-indol-acético
(AIA)
Para avaliar-se a capacidade dos rizóbios de produzir auxinas
equivalentes ao AIA, adaptou-se a metodologia proposta por Asghar et al.
(2002). Os isolados bacterianos preservados foram cultivados em meio líquido
LM com adição de triptofano (50 mg/L), por três dias a 28ºC sob agitação de
120 rpm. Após este período, em microplacas de poliestireno de 96 poços, 50
µL do caldo bacteriano crescido foram adicionados a 50 µL da solução de
Salkowski (2 mL de FeCl
3
0,5M + 98 mL de HClO
4
35%). Esta metodologia
19
baseia-se na oxidação dos compostos indólicos por sais férricos, pois em pH
2,6 o ferro decompõem os compostos indólicos lentamente.
As suspensões obtidas pela mistura do reagente de Salkowski e o
caldo bacteriano foram incubadas à temperatura ambiente por uma hora. As
reações que mudaram a coloração de amarelo claro para rosa foram um
indicativo da existência de auxinas semelhantes ao AIA, assim o rizóbio da
reação foi considerado produtor de AIA.
3.6 Produção de Sideróforos
Para avaliação da capacidade de produção de sideróforos, os
rizóbios foram inoculados em meio líquido de Wood & Cooper (Wood &
Cooper, 1985) adaptado por (2001) e mantidos por três dias a 28ºC sob
agitação de 120 rpm. Após este período, 50 µL do caldo bacteriano obtido foi
adicionado a 50 µL da solução descrita por Schwynn & Neilands (1987) de
Chrome Azurol S (CAS). Esta metodologia baseia-se na imobilização do Ferro
no complexo CAS + Fe
+3
+ brometo de hexadeciltrimetilamônio. Com a
remoção do ferro do complexo pelo sideróforo, a solução muda do azul para o
amarelo e o rizóbio é considerado produtor de sideróforo.
3.7 Determinação da compatibilidade simbiótica entre os
rizóbios e plantas de D. incanum, Lotus spp. e Glycine max
A compatibilidade simbiótica entre os rizóbios e as plantas de D.
incanum, Lotus corniculatus, L. subbiflorus, L. glaber, L. uliginosus e Glycine
max foi determinada pela inoculação dos rizóbios nas seis espécies citadas
20
acima. Para isto, sementes das plantas estudadas foram desinfestadas
segundo a metodologia descrita e p-germinadas em papel filtro. Em
seguida, as sementes pré-germinadas foram colocadas em tubos de ensaio de
250 mm de comprimento e 24 mm de diâmetro, contendo uma tira de papel
filtro embebida parcialmente em solução nutritiva isenta de nitrogênio (Sarruge,
1975) esterelizados. Em cada tubo, as sementes foram inoculadas com 1 mL
de caldo LM contendo o rizóbio a ser avaliado, crescido por três dias a 28ºC
sob agitação de 120 rpm. Os tubos foram colocados em um lampadário com
fotoperíodo de 12 horas a temperatura ambiente.
O desenvolvimento das plantas foi acompanhado diariamente com
a finalidade de avaliar a capacidade de formação de nódulos do isolado na
respectiva planta após 60 dias da inoculação. Os rizóbios que formaram
nódulos nas plantas foram considerados como compatíveis com a respectiva
planta. Como indicativo de que o rizóbio inoculado é um possível fixador de
nitrogênio, considerou-se a persistência da cor verde escuro na parte aérea
das plantas inoculadas em comparação com as testemunhas não inoculadas e
com adição de nitrogênio.
3.8 Avaliação da eficiência na fixação simbiótica do nitrogênio
dos rizóbios em plantas de L. corniculatus e D. Incanum.
Foi realizado um experimento em casa de vegetação utilizando
vasos do tipo Leonard (Vincent, 1970) contendo uma mistura de vermiculita
com areia estéril (na proporção 2:1) na parte superior dos vasos e, solução
nutritiva isenta de nitrogênio (Sarruge, 1975) na parte inferior do mesmo.
21
Sementes de L. corniculatus cv. São Gabriel e D. incanum foram desinfestadas
com uma lavagem por 30 segundos com etanol (70%), uma com hipoclorito
(1%) seguida de cinco lavagens com água destilada e esterilizada, pré-
germinadas e plantadas nos vasos. Logos após, cada tratamento foi inoculado
com um isolado de rizóbio compatível com a planta crescido em cinco mL de
caldo bacteriano LM por três dias sob agitação de 120 rpm. Além dos
tratamentos inoculados foram utilizados dois tratamentos controles, um sem
adição de nitrogênio e outro com adição de 72 mg de nitrato de amônio
(NH
4
NO
3
) divididos em 26 doses ao longo do experimento. Para L.
corniculatus, além dos tratamentos citados foi avaliado a estirpe SEMIA 816
recomendada para produção de inoculantes para esta planta.
O experimento foi conduzido por um período de 90 dias em
delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições. Após a colheita
das plantas, a parte aérea das mesmas foi separada do sistema radicular com
corte próximo a base do caule. As raízes foram lavadas e estas amostras
acondicionadas em sacos de papel etiquetados e colocados em estufa para
secagem a 60ºC até atingir peso constante. Após foi determinada a massa
seca da raiz e parte aérea.
Os nódulos de D. incanum foram contados e secos juntamente com
o sistema radicular. os nódulos das plantas de L. corniculatus foram
destacados contados e colocados separadamente do sistema radicular em
estufa com temperatura de 60ºC para determinação do peso seco. O teor de
nitrogênio total na parte aérea das plantas de L. corniculatus foi determinado
pela metodologia semi micro Kjeldhal descrita por Tedesco et al. (1995).
22
Devido à pouca quantidade de massa seca obtida com as plantas de D.
incanum, o teor de nitrogênio total da parte aérea não foi determinado.
Os dados referentes ao número e à massa seca de nódulos, à
massa seca da raíz e parte aérea e ao nitrogênio total da parte aérea foram
submetidos à análise de variância (ANOVA) pelo programa estatístico SISVAR
(2003), e as médias foram comparadas pelo teste de Scot Knott ao nível de 5%
de probabilidade. O índice de eficiência relativa (Brockwell et al., 1966), que
mede a acumulação de massa seca dos tratamentos inoculados em relação
aos tratamentos controles com e sem adição de nitrogênio. Este índice foi
calculado através da fórmula descrita abaixo.
IER = __(MS total tratamento MS do T-N)_ x 100
(MS do T+N MS do T-N)
onde:
MS total tratamento = Massa seca total da planta do tratamento
inoculado;
MS do T-N = Massa seca total do tratamento controle sem N;
MS do T+N = Massa seca total do tratamento controle com N.
3.9 Caracterização genética dos Rizóbios
Vinte e um isolados e quinze estirpes de rizóbios estudados neste
trabalho quanto a compatibilidade simbiótica em plantas de L. corniculatus, L.
glaber, L. uliginosus, L. subbiflorus e Glycine max foram caracterizados
23
geneticamente pelo método de amplificação do DNA genômico utilizando-se a
técnica de PCR.
O DNA genômico dos rizóbios foi extraído pelo método de extração
de DNA com clorofórmio. Este procedimento inicia-se a partir de uma cultura de
células multiplicadas em meio LM por 72 horas a 28°C sob agitação de 120
rpm. Uma aquota de 1,5 mL das culturas foi transferida para tubos de
microcentrífuga esterilizados em autoclave por 20 minutos, os tubos foram
centrifugados por três minutos a 12.000 rpm. A suspensão de células obtida foi
submetida a uma lavagem com uma solução estéril de cloreto de sódio (NaCl)
1%. Logo após, as células foram homogeneizadas no vórtex em 700 µL de
TES (Apêndice 1) e novamente centrifugadas por dois minutos a 12.000rpm.
Os sobrenadantes foram desprezados e as suspensões de células foram
homogeneizadas em 500 µL de TE1 (Apêndice 1) e 25 µL de lisozima
(20mg/mL) e posteriormente incubados a 37ºC por uma hora. Transcorrido este
período, foi adicionado 100 µL de SDS 20% a 60ºC e 5 µL de proteinase K (20
mg/mL) a cada microtubo e incubados a 60ºC por 15 minutos. Logo após, foi
adicionado às misturas 600 µL de clorofórmio álcool isoamílico (24:1). As
suspensões foram agitadas no vórtex e centrifugadas por três minutos a 10.000
rpm. Os sobrenadantes foram transferidos para microtubos novos e adicionado
8 µL de NaCl 5M juntamente com 500 µL de isopropanol gelado. As misturas
ficaram por 10 minutos no gelo e posteriormente centrifugadas por 15 minutos
a 12000 rpm. Os pellets obtidos foram lavados com etanol 70% e foram secos
por 1 hora à temperatura ambiente e finalmente ressuspendidos em 50 µL de
TE2 (Apêndice 1).
24
3.9.1 Amplificação do DNA genômico pela técnica de Rep-PCR
pelo oligonucleotídeo iniciador BOX.
Os DNAs genômicos dos isolados de rizóbios e das estirpes
recomendadas foram caracterizados pela técnica de Rep-PCR que amplifica
regiões conservadas e repetitivas do DNA cromossômico (Versalovic et al.,
1994). O oligonucleotídeo iniciador utilizado para as reações foi o seguinte:
BOX A1 - (5’ CTA CGG CAA GGC GAC GCT GAC G-3’).
As reações de Rep-PCR foram realizadas de acordo com o
protocolo de Versalovic et al. (1994) (Apêndice 2 ítem 8.1) para um volume
total de 25L. As condições empregadas para a programação do termociclador
estão descritas no Apêndice 2 ítem 8.2.
3.9.2 Análise dos produtos da amplificação
Os produtos de amplificação foram submetidos à eletroforese em gel
de agarose 1% em cuba horizontal com tampão TBE 0,5X (Sambrook et al.,
2001). Como padrão de peso molecular foi utilizado o DNA do fago lambda
clivado com as endonucleases de restrição EcoRI e HindIII. Os géis foram
corados em solução de brometo de etídio (1 µg mL
-1
). A visualização dos
fragmentos foi realizada em transiluminador de luz ultravioleta e documentada
com equipamento de fotografia digital Kodak G2200.
O perfil de bandas no gel foi transformado em uma matriz binária,
utilizando-se o programa GelPro Analyser 3.1, onde 0 (zero) indicava a
25
ausência de banda e 1 (um) a presença. A similaridade genética entre os
isolados foi medida pelo coeficiente de Jaccard (i, j) que não considera as
similaridades negativas. As matrizes foram analisadas em conjunto pelo
programa PAST (Hammer et al., 2007) e os dendrogramas obtidos pelo método
de agrupamento UPGMA (Unweighted Pair Group Method with Arithmetic
Averages).
4. RESULTADOS
Neste trabalho foram obtidos a partir de nódulos radiculares de
plantas de Desmodium incanun 11 isolados de rizóbios que posteriormente
foram caracterizados juntamente com os outros 24 isolados de rizóbios de
Lotus spp. e 17 estirpes recomendadas para a produção de inoculantes nas
plantas estudadas.
4.1 Características morfológicas dos Rizóbios
Na tabela 2 são mostradas as características das colônias dos 35
isolados estudados neste trabalho juntamente com as estirpes EEL 698, EEL
8084 e U510. Nota-se que todos os rizóbios isolados de L. corniculatus, L.
glaber, L. uliginosus e L. subiflorus apresentaram o crescimento rápido, com
um tempo de aparecimento de colônias variando de dois a três dias.
Resultados diferentes foram obtidos por Brose (1992), Gault et al. (1994),
Jarvis et al. (1997), Barrientos et al. (2002) e Tonon (2008) que afirmaram que
a simbiose destas quatro espécies de Lotus se com rizóbios de crescimento
intermediário (Mesorhizobium loti) e lento (Bradyrhizobium sp.).
27
TABELA 2: Características das colônias de rizóbios avaliadas neste trabalho:
tempo de aparecimento de colônias de 1 mm, diâmetro da colônia após sete
dias de crescimento, densidade óptica em meio de cultura Agar LM com
vermelho congo e reação de pH em meio ágar LM com azul de bromotimol.
Rizóbio
Tempo
(dias)
Diâmetro
(mm)
Densidade
óptica
reação de
pH
UFRGS Lc 10
2
3
Translúcida
Ácido
UFRGS Lc 14
3
4
Translúcida
Ácido
UFRGS Lc 22
3
3
Translúcida
Ácido
UFRGS Lc 36
2
6
Translúcida
Ácido
UFRGS Lc 322
2
8
Translúcida
Ácido
UFRGS Lc 336
3
2
Opaca
Ácido
UFRGS Lc 340
2
3
Translúcida
Ácido
EEL 698
3
8
Translúcida
Ácido
EEL 8084
3
6
Translúcida
Ácido
U 510
3
6
Translúcida
Ácido
UFRGS Lg 109
3
5
Translúcida
Ácido
UFRGS Lg 111
3
3
Opaca
Ácido
UFRGS Lu 2
3
3
Opaca
Ácido
UFRGS Lu 8
3
3
Opaca
Ácido
UFRGS Lu 9
3
2
Opaca
Ácido
UFRGS Lu 10
3
3
Opaca
Ácido
UFRGS Lu 12
3
2
Opaca
Alcalino
UFRGS Lu 13
5
2
Opaca
Ácido
UFRGS Lu 14
3
3
Opaca
Ácido
UFRGS Lu 19
3
2
Opaca
Ácido
UFRGS Ls 1
3
2
Opaca
Ácido
UFRGS Ls 8
3
2
Opaca
Ácido
28
Continuação: TABELA 2: Características das colônias de rizóbios
avaliadas neste trabalho: tempo de aparecimento de colônias de 1
mm, diâmetro da colônia após sete dias de crescimento, densidade
óptica em meio de cultura Agar LM com vermelho congo e reação de
pH em meio ágar LM com azul de bromotimol.
Rizóbio
Tempo
(dias)
Diâmetro
(mm)
Densidade
óptica
reação de
pH
UFRGS Ls 22
3
2
Opaca
Ácido
UFRGS Ls 28
3
2
Opaca
Ácido
UFRGS Ls 36
3
2
Opaca
Ácido
UFRGS Ls 59
3
2
Opaca
Ácido
UFRGS Ls 62
3
2
Opaca
Ácido
UFRGS Di 1
6
1
Opaca
Neutro
UFRGS Di 2
6
1
Opaca
Alcalino
UFRGS Di 3
7
1
Opaca
Alcalino
UFRGS Di 4
7
1
Opaca
Neutro
UFRGS Di 5
7
1
Opaca
Ácido
UFRGS Di 6
7
1
Opaca
Ácido
UFRGS Di 7
6
1
Opaca
Alcalino
UFRGS Di 8
7
1
Opaca
Neutro
UFRGS Di 9
7
1
Opaca
Alcalino
UFRGS Di 10
6
1
Opaca
Ácido
UFRGS Di 11
7
1
Opaca
Neutro
os isolados de rizóbios de plantas de D. incanum apresentaram o
crescimento lento, com o tempo de aparecimento de colônias de
aproximadamente sete dias. A característica de crescimento lento tem sido
atribuída ao gênero Bradyrhizobium (Somasegaran & Hoben, 1994). Estes
29
resultados concordam com o trabalho de Gu et al. (2007) que mostraram que
os rizóbios simbiontes de Desmodium pertenciam ao gênero Bradyrhizobium.
4.2 Resistência ao choque salino em meio de cultura com 1, 2 e
3% de cloreto de sódio (NaCl).
Para que o processo de Fixação biológica do nitrogênio seja
eficiente faz-se necessário que sejam selecionadas estipes nativas adaptadas
às condições edafoclimáticas. Assim, pode-se obter um inoculante mais
competitivo capaz de se estabelecer mais rapidamente no solo e tolerar melhor
condições adversas do ambiente como a salinidade do solo (Medeiros 2007).
O resultado da avaliação da resistência dos isolados de rizóbios ao
choque salino em concentrações de 1, 2 e 3 % de cloreto de sódio (NaCl) pode
ser observado na Tabela 3. Todos os isolados bacterianos estudados neste
trabalho foram capazes de crescer em meio de cultura ágar LM com adição de
1% de NaCl, mas, somente os isolados UFRGS Ls 1 e UFRGS Lu 2 cresceram
na concentração de 2% e, nenhum isolado bacteriano cresceu em 3%. No
estudo realizado por Freitas et al. (2007) sobre a diversidade dos rizóbios de
solos salinos de Pernambuco (Brasil), os rizóbios estudados cresciam de
maneira normal em concentração de a 1,2% de NaCl. A partir desta
concentração estes rizóbios começaram a apresentar resistência com
decréscimo significativo no crescimento bacteriano. Esta resistência a
concentrações de cloreto de dio acima de 1,2% também foi observada por
Hua et al. (1982), Martins et al., (1997), Ohwada et al. (1998), Medeiros et al.
(2007) e Singh et al. (2008).
30
TABELA 3: Resistência dos Rizóbios ao choque salino em meio de cultura LM
com concentrações de cloreto de sódio de 1, 2 e 3%.
Concentração de
NaCl
Concentração de
NaCl
Rizóbios
1%
2%
3%
Rizóbios
1%
2%
3%
UFRGS Lc 10
+
-
-
UFRGS Lu 19
+
-
-
UFRGS Lc 14
+
-
-
UFRGS Ls 1
+
+
-
UFRGS Lc 22
+
-
-
UFRGS Ls 8
+
-
-
UFRGS Lc 36
+
-
-
UFRGS Ls 22
+
-
-
UFRGS Lc 322
+
-
-
UFRGS Ls 28
+
-
-
UFRGS Lc 336
+
-
-
UFRGS Ls 36
+
-
-
UFRGS Lc 340
+
-
-
UFRGS Ls 59
+
-
-
EEL 698
+
-
-
UFRGS Ls 62
+
-
-
EEL 8084
+
-
-
UFRGS Di 1
+
-
-
U 510
+
-
-
UFRGS Di 2
+
-
-
UFRGS Lg 109
+
-
-
UFRGS Di 3
+
-
-
UFRGS Lg 111
+
-
-
UFRGS Di 4
+
-
-
UFRGS Lu 2
+
+
-
UFRGS Di 5
+
-
-
UFRGS Lu 8
+
-
-
UFRGS Di 6
+
-
-
UFRGS Lu 9
+
-
-
UFRGS Di 7
+
-
-
UFRGS Lu 10
+
-
-
UFRGS Di 8
+
-
-
UFRGS Lu 12
+
-
-
UFRGS Di 9
+
-
-
UFRGS Lu 13
+
-
-
UFRGS Di 10
+
-
-
UFRGS Lu 14
+
-
-
UFRGS Di 11
+
-
-
+: Isolado que cresceu na concentração de sal analisada (resistente); -: Isolado
que não cresceu na concentração de sal analisada (sensível)
31
4.3 Produção de auxinas e sideróforos pelos rizóbios
Entre os rizóbios estudados neste trabalho, somente cinco isolados
produziram auxinas, o que corresponde a aproximadamente 18% do total dos
isolados de rizóbios estudados (Tabela 4). A produção deste fito-hormônio
pelos rizóbios pode promover o crescimento das plantas, melhorando o
desenvolvimento e o rendimento destas (Osório Filho, 2009). Trabalhos
realizados por Biswas et al. (2000), Schlindwein et al. (2008) e Vargas et al.
(2009) mostraram que rizóbios produtores de auxinas, podem melhorar o
desenvolvimento de plantas de arroz, alface e trevo branco respectivamente.
A Tabela 4 mostra que 31% dos isolados apresentaram a
capacidade de produzir sideróforos. Sideróforos são compostos orgânicos de
baixo peso molecular que possuem alta afinidade por Fe
3+
, sendo produzidos
por diversos microrganismos sob condições de indisponibilidade deste no
ambiemte, tornando-o disponível para a planta (Silveira, 2009).
Uma das maneiras de contornar o problema de escassez de ferro
no ambiente é o uso de rizobactérias produtoras de sideróforos via inoculação.
Muitos trabalhos realizados mostram grande variabilidade na quantidade de
rizóbios estudados produtores de sideróforos. Entre estes estão os estudos
realizados por Antoun & Beauchamp (1998) que verificaram que 86% dos
isolados de Rhizobium leguminosarum estudados em seu trabalho produziram
sideróforos. os trabalhos realizados por Derylo et al. (1994) e Vargas et al.
(2009) mostraram que somente 10% dos 84 isolados de rizóbios estudados e
8% dos 252 rizóbios avaliados produziram sideróforos respectivamente.
32
TABELA 4: Produção de ácido indol acético (AIA) e sideróforos pelos rizóbios
estudados.
Isolado
Auxinas
Sideróforo
Isolado
Auxinas
Sideróforo
UFRGS Lc 10
+
-
UFRGS Lu 19
-
-
UFRGS Lc 14
-
+
UFRGS Ls 1
-
+
UFRGS Lc 22
-
+
UFRGS Ls 8
+
-
UFRGS Lc 36
-
+
UFRGS Ls 22
-
-
UFRGS Lc 322
-
+
UFRGS Ls 28
-
+
UFRGS Lc 336
+
-
UFRGS Ls 36
-
-
UFRGS Lc 340
-
-
UFRGS Ls 59
-
+
EEL 698
-
-
UFRGS Ls 62
-
-
EEL 8084
+
+
UFRGS Di 1
-
+
U 510
+
-
UFRGS Di 2
-
-
UFRGS Lg 109
-
-
UFRGS Di 3
-
-
UFRGS Lg 111
+
-
UFRGS Di 4
-
+
UFRGS Lu 2
-
-
UFRGS Di 5
-
-
UFRGS Lu 8
-
-
UFRGS Di 6
-
+
UFRGS Lu 9
-
-
UFRGS Di 7
-
-
UFRGS Lu 10
-
+
UFRGS Di 8
-
-
UFRGS Lu 12
-
-
UFRGS Di 9
-
-
UFRGS Lu 13
-
-
UFRGS Di 10
-
-
UFRGS Lu 14
-
+
UFRGS Di 11
+
-
+: Produtor de ácido indol-acético e ou sideróforos; -: Não produtor de ácido
indol-acético e sideróforos.
33
4.4 Avaliação da compatibilidade simbiótica dos rizóbios com
as plantas estudadas
A Tabela 5 mostra a inoculação dos 11 isolados de rizóbios obtidos
de nódulos de D. incanum em plantas de D. incanum, L. corniculatus, L.
uliginosus, L. glaber, L. subbiflorus e Glycine max (FEPAGRO RS 10).
Somente o isolado UFRGS Di 9 e a estirpe SEMIA 6028 induziram a formação
de nódulos em mais de uma planta: com D. incanum e L. corniculatus. No
entanto, esta simbiose não foi eficiente, pois o desenvolvimento e a coloração
da parte aérea das plantas, em comparação com as do tratamento controle
sem inoculação e com adição de nitrogênio, mostraram sinais de deficiência de
nitrogênio.
As demais estirpes de rizóbios estudadas neste trabalho SEMIA
6208 e SEMIA 6209 recomendadas para a produção de inoculantes para D.
ovalifolium, e SEMIA 656 recomendada para D. incanum não formaram
nódulos em nenhuma das espécies de plantas estudadas, o que sugere que
estas bactérias tem uma alta especificidade pela planta hospedeira.
As plantas de L. uliginosus, L. glaber, L. subbiflorus e Glycine max
(FEPAGRO RS 10) não apresentaram nodulação quando inoculadas com os
isolados e as estirpes de rizóbios de D. incanum. Este fato sugere que não
existe compatibilidade entre os rizóbios e estas plantas. Esta incompatibilidade
pode ser favorável ao desenvolvimento destas plantas, pois a formação de
simbiose ineficiente com rizóbios nativos prejudica o desenvolvimento destas
plantas nas áreas em que estas são introduzidas (Fernandes et al., 2003).
34
TABELA 5: Avaliação da capacidade de induzir nodulação (Nod) e fixação
simbiótica de nitrogênio (Fix) de estirpes e isolados de rizóbios de plantas de D.
incanum quando inoculados em plantas de D. incanum, L.corniculatus, L.
uliginosus, L. glaber, L. subbiflorus e Glycine max.
Leguminosas hospedeiras
D.
incanum
Lotus
corniculatus
Lotus
uliginosus
Lotus
subbiflorus
Glycine
max
Nod
Fix
Nod
Fix
Nod
Fix
Nod
Fix
Nod
Fix
Estirpes
SEMIA 6208
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
SEMIA 6209
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
SEMIA 6028
+
+
+
+
-
-
-
-
-
-
SEMIA 656
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Isolados de rizóbios de plantas de D. incanum
UFRGS Di 1
+
+
-
-
-
-
-
-
-
-
UFRGS Di 2
+
+
-
-
-
-
-
-
-
-
UFRGS Di 3
+
+
-
-
-
-
-
-
-
-
UFRGS Di 4
+
-
-
-
-
-
-
-
-
-
UFRGS Di 5
+
+
-
-
-
-
-
-
-
-
UFRGS Di 6
+
-
-
-
-
-
-
-
-
-
UFRGS Di 7
+
+
-
-
-
-
-
-
-
-
UFRGS Di 8
+
+
-
-
-
-
-
-
-
-
UFRGS Di 9
+
+
+
-
-
-
-
-
-
-
UFRGS Di 10
+
-
-
-
-
-
-
-
-
-
UFRGS Di 11
+
+
-
-
-
-
-
-
-
-
+: isolado Formador de nódulos e ou fixador de nitrogênio; -: Isolado não
formador de nódulos e ou não fixador de nitrogênio.
35
Os resultados da inoculação dos rizóbios isolados de plantas de L.
corniculatus em plantas de D. incanum, L. corniculatus e L. uliginosus podem
ser observados na Tabela 6. Estes isolados e estirpes quando inoculados em
plantas de L. uliginosus somente quatro rizóbios induziram a formação de
nódulos nesta planta, o que corresponde a 40% dos rizóbios testados, mas
somente um destes isolados apresentaram a capacidade de fixar nitrogênio
simbioticamente. O trabalho realizado por Baraibar et al. (1999) mostrou
resultados diferentes, pois foi observado que os rizóbios isolados de L.
corniculatus não induziam a formação de nódulos em plantas de L. uliginosus
mas sim, somente com L. glaber.
Quando estes rizóbios foram inoculados em plantas de D. incanum,
apenas o isolado UFRGS Lc 336 foi capaz de induzir a formação de nódulos
(Tabela 6). Mas este isolado não foi eficiente na fixação biológica do nitrogênio,
pois o desenvolvimento da parte aérea das plantas mostrou-se prejudicado em
relação ao tratamento não inoculado e com adição de nitrogênio. Estes
resultados mostram a existência de baixa compatibilidade simbiótica entre os
rizóbios nativos simbiontes de plantas de L. corniculatus e as plantas de D.
incanum, indicando assim, que um grupo pouco diverso de rizóbios que possui
a capacidade de induzir nodulação nestas plantas.
As estirpes SEMIA 816, SEMIA 806 e SEMIA 808 recomendadas
para a produção de inoculantes no Brasil e U 510 recomendada no Uruguai
para inoculação em plantas de L. corniculatus, mostraram-se altamente
específicas, estabelecendo simbiose somente com as plantas em que são
recomendadas.
36
TABELA 6: Avaliação da capacidade de induzir nodulação (Nod) e fixação
simbiótica de nitrogênio (Fix) de estirpes e rizóbios isolados de plantas de L.
corniculatus quando inoculados em plantas de D. incanum, L. corniculatus e L.
uliginosus.
Leguminosas hospedeiras
Desmodium
incanum
Lotus
corniculatus
Lotus
uliginosus
Rizóbios
Nod
Fix
Nod
Fix
Nod
Fix
Estirpes
U510
-
-
+
+
-
-
SEMIA 816
-
-
+
+
-
-
SEMIA 806
-
-
+
+
-
-
SEMIA 808
-
-
+
+
-
-
Isolados de rizóbios de L. corniculatus
UFRGS Lc10
-
-
+
+
+
-
UFRGS Lc14
-
-
+
+
-
-
UFRGS Lc 22
-
-
+
+
-
-
UFRGS Lc 36
-
-
+
+
+
-
UFRGS Lc 269
-
-
+
+
-
-
UFRGS Lc 322
-
-
+
+
-
-
UFRGS Lc 336
+
-
+
+
+
+
UFRGS Lc 340
-
-
+
+
+
-
+: isolado simbionte ou fixador de nitrogênio; -: Isolado não simbionte ou não
fixador de nitrogênio.
Os isolados de rizóbios de plantas L. uliginosus foram os menos
específicos, pois induziram a formação de nódulos nas quatro espécies de
Lotus e em D. incanum estudadas neste trabalho (Tabela 7).
37
TABELA 7: Avaliação da capacidade de induzir nodulação (Nod) e fixação
simbiótica de nitrogênio (Fix) de estirpes e rizóbios isolados de plantas de L.
uliginosus quando inoculados em plantas de D. incanum, L. corniculatus, L.
uliginosus, L. subbiflorus e L. glaber.
Leguminosas Hospedeiras
Desmodium
incanum
Lotus
corniculatus
Lotus
uliginosus
Lotus
subbiflorus
Lotus
glaber
Rizóbio
Nod
Fix
Nod
Fix
Nod
Fix
Nod
Fix
Nod
Fix
Estirpes
EEL8084
-
-
+
+
+
+
-
-
-
-
SEMIA 822
-
-
-
-
+
+
-
-
-
-
Isolados de rizóbios de L. uliginosus
UFRGS Lu 2
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
UFRGS Lu 8
+
+
+
-
+
+
+
+
-
-
UFRGS Lu 9
+
+
+
-
+
+
+
+
+
-
UFRGS Lu 10
+
+
+
-
+
+
+
+
+
-
UFRGS Lu 12
+
+
+
-
+
+
+
+
+
-
UFRGS Lu 13
+
+
+
+
+
+
+
+
+
-
UFRGS Lu 14
-
-
+
-
+
+
+
+
+
-
UFRGS Lu 19
+
+
-
-
+
+
+
-
+
-
+: Isolado simbionte ou fixador nitrogênio; -: Isolado não-simbionte ou não
fixador de nitrogênio.
Sete isolados de rizóbios de L. uliginosus apresentaram a
capacidade de realizar simbiose com plantas de D. incanum (90%), sete em
plantas de L. corniculatus (90%), oito em plantas de L. subbiflorus (100%) e
sete com plantas de L. glaber (90%). Esta simbiose foi eficiente, pois a maioria
das plantas inoculadas, que estabeleceram simbiose com o isolado de rizóbio,
38
apresentou o desenvolvimento e a coloração da parte aérea semelhante a
testemunha nitrogenada e sem inoculação, podendo assim, ser um isolado de
rizóbio fixador de nitrogênio para a respectiva planta.
Os isolados de rizóbios UFRGS Lu 2, UFRGS Lu 9, UFRGS Lu 10,
UFRGS Lu 12 e UFRGS Lu 13 mostraram-se inespecíficos, pois foram capazes
de induzir a formação de nódulos em D. incanum e nas quatro espécie de
Lotus estudadas. Destacando o isolado UFRGS Lu 2 que além de formar
nódulos fixou nitrogênio eficientemente nestas plantas. Entre as estirpes
recomendadas para L. uliginosus testadas, a SEMIA 822 foi capaz de
estabelecer simbiose na planta em que esta é recomendada. E a estirpe EEL
8084, da estação experimental de Lages (SC), induziu a formação de nódulos e
fixou nitrogênio em plantas de L. corniculatus e L. uliginosus.
Os resultados sobre a inoculação dos rizóbios de L. subbiflorus em
plantas de D. incanum, L. corniculatus, L. uliginosus, L. subbiflorus e L. glaber
podem ser visualizados na Tabela 8. Todos os rizóbios isolados de plantas de
L. subbiflorus e a estirpe EEL 698 induziram a formação de nódulos radiculares
e fixar nitrogênio em simbiose com as plantas de D. incanum.
Os isolados de rizóbios UFRGS Ls 1 e UFRGS Ls 59, apresentaram
baixa especificidade pela planta hospedeira, pois induziram a formação de
nódulos em D. incanum e nas quatro espécies de Lotus estudadas (Tabela 8).
Mas estes isolados o fixaram nitrogênio para todas as plantas em que foram
inoculados. O isolado de rizóbio UFRGS Ls 1 foi ineficaz em plantas de L.
glaber e o rizóbio UFRGS Ls 59 fixou o nitrogênio atmosférico somente em
plantas de D. incanum.
39
TABELA 8: Avaliação da capacidade de induzir nodulação (Nod) e fixação
simbiótica de nitrogênio (Fix) de estirpes e rizóbios isolados de plantas de L.
subbiflorus quando inoculados em plantas de D. incanum, L. corniculatus, L.
uliginosus, L. subbiflorus e L. glaber.
Leguminosas Hospedeiras
D.
incanum
Lotus
corniculatus
Lotus
uliginosus
Lotus
subbiflorus
Lotus
Glaber
Rizóbio
Nod
Fix
Nod
Fix
Nod
Fix
Nod
Fix
Nod
Fix
Estirpes
EEL 698
+
+
+
+
-
-
+
+
-
-
SEMIA 848
-
-
-
-
NA
NA
+
+
-
-
Isolados de rizóbios de L. subbiflorus
UFRGS Ls 1
+
+
+
+
+
+
+
+
+
-
UFRGS Ls 8
+
+
-
-
NA
NA
+
+
-
-
UFRGS Ls 22
+
+
+
-
NA
NA
+
+
-
-
UFRGS Ls 28
+
+
-
-
NA
NA
+
+
-
-
UFRGS Ls 36
+
+
+
-
NA
NA
+
+
+
-
UFRGS Ls 59
+
+
+
-
+
-
+
-
+
-
UFRGS Ls 62
+
+
+
-
NA
NA
+
+
-
-
NA: Isolado não testado na referida planta; +: isolado simbionte ou fixador de
nitrogênio; -: isolado não-simbionte ou não fixador de nitrogênio.
A estirpe recomendada para inoculação em plantas de L. subbiflorus
SEMIA 848 estabeleceu simbiose eficiente somente com as plantas em que
são recomendadas, sugerindo alta especificidade entre planta hospedeira-
rizóbio.
Em plantas de L. corniculatus, aproximadamente 70% dos isolados
de rizóbios de L. subbiflorus estudados induziram a formação de nódulos, mas
40
somente o isolado UFRGS Ls 1 e a estirpe EEL 698 fixaram nitrogênio nesta
planta (Tabela 8). Em plantas de L. glaber, 42% destes isolados induziram a
formação de nódulos, mas nenhum fixou nitrogênio atmosférico. Tonon (2008)
também mostrou que poucos dos rizóbios isolados de L. subbiflorus estudados
em seu trabalho estabeleceram simbiose eficiente com plantas de L. glaber.
Os resultados obtidos com a inoculação dos rizóbios isolados de
plantas de L. glaber em plantas de D. incanum, L. corniculatus, L. uliginosus, L.
subbiflorus e L. glaber são mostrados na Tabela 9. Somente dois isolados e
uma estirpe desta simbiontes desta espécie foram inoculadas nas plantas
estudadas. Estes isolados de rizóbios apresentaram a capacidade de realizar
simbiose eficiente nas plantas em que foram isolados e em plantas de L.
uliginosus.
TABELA 9: Avaliação da capacidade de induzir nodulação (Nod) e fixação
simbiótica de nitrogênio (Fix) de estirpes e rizóbios isolados de plantas de L.
glaber quando inoculados em plantas de D. incanum, L. corniculatus, L.
uliginosus, L. subbiflorus e L. glaber.
Leguminosas Hospedeiras
Desmodium
incanum
Lotus
corniculatus
Lotus
uliginosus
Lotus
subbiflorus
Lotus
glaber
Rizóbio
Nod
Fix
Nod
Fix
Nod
Fix
Nod
Fix
Nod
Fix
Estirpes
SEMIA 830
-
-
-
-
-
-
-
-
+
+
Isolados de rizóbios de L. glaber
UFRGS Lg 109
-
-
-
-
+
+
NA
NA
+
+
UFRGS Lg 111
-
-
-
-
+
+
NA
NA
+
+
NA: Isolado não testado na respectiva planta; +: isolado simbionte ou fixador
de nitrogênio; -: isolado não-simbionte ou não fixador de nitrogênio.
41
Devido ao baixo número de rizóbios de L. glaber estudados, não foi
possível fazer conclusões mais abrangentes sobre estes. Contudo, Hernández
et al. (2005) supõem que os isolados de rizóbios de plantas de L. glaber
estabeleceriam simbiose também com plantas de L. corniculatus, o que
contraria os resultados obtidos neste trabalho, onde a simbiose foi formada
com plantas de L. uliginosus.
Devido ao alto número de isolados de rizóbios estudados neste
trabalho possuírem características do gênero Bradyrhizobium, a avaliação da
inoculação das estirpes liberadas para a produção de inoculantes para soja
(Glycine max) no Brasil também foi avaliada. Estas estirpes foram inoculadas
soja, D. incanum, L. corniculatus e L. subbiflorus, e os resultados desta
inoculação podem ser visualizados na Tabela 10.
TABELA 10: Avaliação da capacidade de induzir nodulação (Nod) e fixação
simbiótica de nitrogênio (Fix) de estirpes para soja (G. Max) quando inoculadas
em plantas de D. incanum, L. corniculatus e L. subbiflorus.
Leguminosas hospedeiras
Glycine
max
Desmodium
incanum
Lotus
corniculatus
Lotus
subbiflorus
Estirpes
Nod
Fix
Nod
Fix
Nod
Fix
Nod
Fix
SEMIA 587
+
+
-
-
-
-
-
-
SEMIA 5019
+
+
-
-
-
-
-
-
SEMIA 5079
+
+
-
-
-
-
-
-
SEMIA 5080
+
+
-
-
-
-
-
-
+: isolado simbionte ou fixador de nitrogênio; -: isolado não-simbionte ou não
fixador de nitrogênio.
42
Nota-se que as estirpes recomendadas para soja foram altamente
específicas, pois não induziram a formação de nódulos em nenhuma das
leguminosas forrageiras estudadas neste trabalho.
Com base nos resultados obtidos anteriormente, nota-se que com
exceção da estirpe recomendada para plantas de D. incanum SEMIA 6028, que
estabeleceu simbiose com plantas de D. incanum e L. corniculatus, as estirpes
SEMIA estudadas neste trabalho são específicas, já que, entre as plantas
estudadas, estas estirpes só realizaram simbiose com as plantas nas quais são
recomendadas. Algumas destas estirpes também foram estudadas por Tonon
(2008) que também mostrou alta especificidade pela planta hospedeira.
4.5 Avaliação da eficiência na fixação simbiótica do nitrogênio
dos rizóbios em plantas de L. corniculatus e D. incanum.
Em experimento em casa de vegetação com plantas de D. incanum
foram avaliados o número de nódulos, a massa seca das raízes e da parte
aérea das plantas (Tabela 11). O nitrogênio total acumulado na parte aérea não
foi calculado, pois a massa seca das plantas inoculadas não atingiu o peso
necessário para a realização dos testes.
As análises estatísticas do número de dulos obtido nos
tratamentos mostraram três grupos com diferenças significativas. O primeiro
grupo, com a maior quantidade de nódulos, é formado pelos isolados UFRGS
Di 9 e UFRGS Di 11. O segundo grupo, é formado pelos isolados UFRGS Di 3,
UFRGS Di 4, UFRGS Di 5 e UFRGS Lu 2. E o terceiro grupo, com o menor
43
número de nódulos, estão os isolados UFRGS Di 2, UFRGS Ls 1, UFRGS Lu
13, UFRGS Lc 336 e a estirpe EEL 698.
TABELA 11: Número de nódulos, massa seca (MS) da raíz e da parte aérea
(PA) das plantas Desmodium incanum inoculadas com rizóbios e cultivadas em
casa de vegetação.
Tratamento
Num. de nódulos
MS da raíz (mg)
MS da PA (mg)
T + N
---
12,56 a
26,33 a
UFRGS Di 2
4,75 c
16 a
40,00 a
UFRGS Di 4
19,75 b
14,62 a
37,25 a
UFRGS Ls1
6,25 c
14,83 a
30,5 a
UFRGS Lu 13
5,25 c
20,50 a
27,00 a
EEL 698
6 c
16,87 a
33,00 a
UFRGS Lu 2
18,25 b
12,12 a
28,00 a
UFRGS Di 9
26 a
13,62 a
22,75 b
UFRGS Di 11
30 a
12,00 a
16,75 b
UFRGS Di 3
16,75 b
7,87 a
17,37 b
UFRGS Lc 336
6 c
11,00 a
17,75 b
UFRGS Di 5
15 b
9,75 a
20,00 b
UFRGS Di 8
16 b
11,17 a
20,33 b
T N
---
8,56 a
15,22 b
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente
pelo teste de Scott-Knott a 5%.
Estas análises mostraram que não houve diferenças significativas
nos resultados de massa seca das raizes. a análise dos resultados de
massa seca da parte aérea destas plantas separou os tratamentos em dois
grupos. O primeiro grupo, que obteve os melhores resultados, é formado pelos
44
tratamentos inoculados com os rizóbios UFRGS Ls 1, EEL 698, UFRGS Lu 2,
UFRGS Lu 13 e UFRGS Di 2 e UFRGS Di 4, no qual as plantas apresentaram
um bom desenvolvimento da parte aérea com massa seca semelhante à
testemunha nitrogenada, sendo um indicativo que a fixação biológica do
nitrogênio foi eficiente. O segundo grupo é formado pelos tratamentos
inoculados com os rizóbios UFRGS Di 3, UFRGS Di 5, UFRGS Di 8, UFRGS Di
9, UFRGS Di 11 e UFRGS Lc 336, que apresentaram o desenvolvimento e a
massa seca da parte aérea das plantas de D. incanum inoculadas semelhante
à testemunha sem adição de nitrogênio, indicando que a fixação biológica do
nitrogênio não foi eficiente.
Quanto à massa seca da parte aérea dos tratamentos inoculados
com os rizóbios do primeiro grupo, obteve-se uma média de 32,5 miligramas,
o segundo grupo, obteve uma média de 18,6 miligramas. Estes números são
muito inferiores aos resultados obtidos por Rheinheimer et al. (1997) e Silva et
al. (2001) que, em experimento com vasos e solo, conduzido por um período
de 60 dias, obtiveram uma massa seca da parte aérea das plantas de
Desmodium superior a 2 gramas.
A maioria dos rizóbios isolados de plantas de D. incanum
(aproximadamente 70%) não foi eficiente na fixação biológica do nitrogênio
atmosférico nestas plantas, prejudicando o desenvolvimento da parte aérea em
relação à testemunha com adição de nitrogênio. Ainda assim, as plantas
inoculadas com o isolado UFRGS Di 2 obtiveram a maior massa seca da parte
aérea e a quantidade de nódulos muito pequena (Tabela 11). Uma pequena
quantidade de nódulos implica em um menor desgaste fisiológico da planta
45
para a formação destes, e ainda assim, sendo capaz de suprir o nitrogênio
necessário da planta inoculada. O contrário foi observado com as plantas
inoculadas com o isolado UFRGS Di 11, que apresentaram grande quantidade
de nódulos e a parte aérea destas plantas obtiveram um desenvolvimento
inferior.
O isolado UFRGS Lc 336 isolado de nódulos de plantas de L.
corniculatus não fixou o nitrogênio atmosférico eficientemente. Este isolado de
rizóbio foi identificado anteriormente por Osório Filho (2009) como
pertencente á espécie Bradyrhizobium japonicum, concordando com o trabalho
realizado por Gu et al. (2007) que relatam que a maioria dos rizóbios
simbiontes de plantas de Desmodium pertenciam a este gênero bacteriano.
Na Tabela 12 são mostrados os resultados da produção de massa
seca da parte aérea e da raiz, massa seca e número de nódulos, nitrogênio
total acumulado e também a eficiência relativa da fixação biológica do
nitrogênio em relação à massa seca da parte aérea das plantas de L.
corniculatus cultivadas em experimento realizado em casa de vegetação.
Em relação ao número de nódulos radiculares formados nas plantas
de L. corniculatus observou-se o maior número foi obtido nas plantas
inoculadas com a estirpe SEMIA 816, seguido pelo tratamentos formados pelas
plantas inoculadas com a estirpe EEL 698 e com os isolados de rizóbios
UFRGS Lu 2, UFRGS Lu 13, UFRGS Ls 1. as plantas inoculadas com o
isolado UFRGS Lc 336 e UFRGS Di 9 foram as que apresentaram o menor
numero de nódulos (Tabela 12).
TABELA 12: Massa seca (MS) e número de nódulos, massa seca da raíz, da parte aérea por tratamento e nitrogênio (N) total
por planta de L. corniculatus inoculadas com os rizóbios e cultivadas em casa de vegetação e eficiência relativa da inoculação
dos rizóbios nestas plantas.
Tratamento
Num. de
nódulos
MS dos nódulos
(mg)
MS da raiz
(mg)
MS da Parte
aérea (mg)
N total por planta
(mg)
Eficiência
relativa
T+N
----
----
1065,5 a
1008,5 a
5,63 c
----
SEMIA 816
538,5 a
109,5 a
627,25 b
1120,25 a
14,22 a
115%
UFRGS Lu 2
280,5 b
83,5 b
335,25 c
992,75 a
12,53 a
103,1%
EEL 698
290,25 b
71,5 b
365 c
875 a
10,1 b
80,16%
UFRGS Lc 336
155 c
36 c
182,5 c
337,75 b
2,41 d
17,47%
UFRGS Ls 1
231 b
51,5 c
189,25 c
332,5 b
2,63 d
14,4%
UFRGS Lu 13
334 b
53,25 c
221 c
454,75 b
2,48 d
14,01%
UFRGS Di 9
143,75 c
40,75 c
292,25 c
265 b
1,31 d
8.40%
T- N
----
----
304,75 c
207,25 b
0,57 d
----
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo teste estatístico de Scott-Knott a 5%.
47
Ainda em relação á massa seca dos nódulos, a Tabela 12 mostra
que a média de nódulos dos tratamentos de L. corniculatus foi de 280 gerando
uma massa seca de aproximadamente 63 miligramas. Os resultados do
trabalho de Frizzo (2007), também com plantas de L. corniculatus, mostraram a
formação de em média 40 nódulos, com massa seca de 82 mg. A análise
destes resultados sugere que foram formados muitos nódulos pequenos e
ineficientes nas plantas inoculadas. Este fenômeno foi observado
anteriormente em outros trabalhos com Brose (1992) em plantas de L.
corniculatus, Giongo (2003) em plantas de feijoeiro (Phaseolus vulgaris l.),
Laguerre et al. (2003), Maâtallah et al. (2002) e Fontoura (2008) em plantas de
L. glaber e L. subbiflorus.
Dentre os rizóbios inoculados nas plantas de L. corniculatus
destaca-se estirpe liberada para a produção de inoculantes no Brasil SEMIA
816 com maior número e massa seca dos nódulos, 538.5 e 109.5 miligramas
respectivamente (Tabela 12). O isolado UFRGS Lc 336 foi o que o que obteve
os menores resultados de número e massa seca dos nódulos entre os isolados
analisados, com 143,75 e 40,75 miligramas respectivamente. Os resultados
obtidos por Barrientos et al. (2002) com isolados de rizóbios autóctones de
regiões do Chile, mostraram que media da quantidade de dulos em plantas
de L. corniculatus muito inferior, sendo de aproximadamente de apenas dois
nódulos, sendo esta, ineficiente na fixação do nitrogênio para a planta.
Ainda na Tabela 12, observa-se que os rizóbios inoculados que
fixaram mais eficientemente o nitrogênio nas plantas de L. corniculatus foram a
estirpe SEMIA 816, liberada para a produção de inoculantes no Brasil, e o
48
isolado UFRGS Lu 2, obtido de plantas de L. uliginosus. Resultados
semelhantes foram obtidos por Frizzo (2007) onde a estirpe SEMIA 816 em
plantas de L. corniculatus, foi a mais eficiente na fixação simbiótica do
nitrogênio nestas plantas. Os tratamentos inoculados com os isolados UFRGS
Di 9, UFRGS Lc 336, UFRGS Lu 13 e UFRGS Ls 1 apresentaram as mais
baixos valores de nitrogênio acumulado na parte aérea das plantas, sendo
semelhantes ao obtido no tratamento controle não inoculado e sem adição de
nitrogênio, indicando que esta simbiose não foi eficiente
Os resultados de eficiência relativa da inoculação dos rizóbios em
plantas de L. corniculatus em relação á massa seca das plantas mostraram que
o melhor rizóbio testado foi a estirpe SEMIA 816 com 115% de eficiência na
fixação simbiótica do nitrogênio atmosférico, seguido pelo isolado de L.
uliginosus UFRGS Lu 2 com 103,1% e a estirpe EEL 698 com 80,16%. A
inoculação dos demais tratamentos mostrou-se ineficiente, pois estes geraram
uma eficiência inferior a 20%, destacando os rizóbios UFRGS Di 9, isolado de
plantas de D. incanum, e UFRGS Lc 336 que obtiveram eficiência de somente
8,4% e 17,4% respectivamente.
4.6 Análise da variabilidade dos isolados de rizóbios pela
técnica de Rep-PCR utilizando o oligonucleotídeo iniciador BOX A1
Neste trabalho a técnica de Rep-PCR BOX foi utilizada para
avaliação da diversidade genética dos rizóbios autóctones do Rio Grande do
Sul simbiontes de espécies as L. corniculattus, L. subbiflorus, L. uliginosus, L.
glaber, D. incanum e Glycine max e as estirpes recomendadas para estas
plantas.
49
O perfil eletroforético dos produtos de amplificação do DNA
genômico de 21 isolados e 15 estirpes estudadas podem ser visualizados nas
figuras 1 e 2. O tamanho dos fragmentos de DNA analisados no perfil
eletroforético dos produtos de amplificação variou entre 5000 até 200 pares de
bases, dependendo do isolado avaliado. Perfis eletroforéticos com semelhante
faixa de peso molecular dos fragmentos foram obtidos por Fontoura (2008) que
observaram que a faixa de variação dos produtos de amplificação dos rizóbios
simbiontes de plantas de L. corniculatus, L. uliginosus, L. glaber e L. subbiflorus
ficou entre 5.000 pb a 500 pb.
FIGURA 1: Foto do perfil eletroforético em gel de agarose dos fragmentos da
amplificação do DNA genômico por RepPCR BOX de 13 isolados e quatro
estirpes de rizóbios estudados neste trabalho.
50
FIGURA 2: Foto do perfil eletroforético em gel de agarose dos fragmentos da
amplificação do DNA genômico por RepPCR BOX de oito isolados e 11
estirpes de rizóbios estudados neste trabalho.
Gu et al. (2007) já demonstraram uma grande variabilidade dos
isolados e estirpes de rizóbios de Desmodium, utilizando-se de outra técnica de
avaliação da variabilidade: o PCR-RFLP. Neste mesmo trabalho, o
sequenciamento do DNA 16S dos rizóbios confirmaram que os isolados
pertenciam a gêneros distintos, entre eles vários Bradyrhizobium sp.
Os perfis mostram uma grande variabilidade entre os isolados no
que se refere ao peso molecular das bandas. Vale ressaltar que esta grande
variabilidade era esperada, que os rizóbios estudados eram simbiontes de
51
seis espécies diferentes de plantas e ainda, possuírem características
morfológicas e de crescimento das colônias bem diferenciadas, como
mostrados nos resultados expressos anteriormente.
No trabalho desenvolvido por Fontoura (2008) com rizóbios isolados
de plantas da espécie L. subbiflorus, e Frizzo (2007) com plantas de L.
corniculatus, as técnicas de Rep-PCR BOX e Rep-PCR ERIC mostraram perfis
eletroforéticos bem distintos, gerando um dendograma de similaridade em
torno de 30% entre os rizóbios.
O dendograma gerado pelo perfil eletroforético obtido com o produto
da amplificação do DNA genômico pela técnica de Rep-PCR BOX é mostrado
na figura 3. Nota-se uma baixa similaridade entre os isolados de rizóbios
estudados, indicando poucos grupos com similaridade superior a 50%.
Nota-se que dois isolados de L. subbiflorus UFRGS Ls 8 e UFRGS
Ls 62 apresentaram 100% de similaridade por esta técnica de PCR, fato
ocorrido igualmente com as duas estirpes recomendadas para L. corniculatus
SEMIA 808 e SEMIA 806. Analisando a inoculação dos dois primeiros isolados
nota-se uma diferença no comportamento dos mesmos, pois o isolado UFRGS
Ls 62 foi capaz de estabelecer simbiose com plantas de L. corniculatus e o
isolado UFRGS Ls 8 não (Tabela 8).
Alguns isolados apresentaram semelhança superior a 80% entre si,
este é o caso do rizóbio UFRGS Di 9 e a estirpe SEMIA 830 recomendada para
produção de inoculantes em plantas de L. glaber , e os isolados UFRGS Lu 8 e
UFRGS Lu 13. O rizóbio UFRGS Di 7 foi o menos semelhante entre os isolados
estudados
52
FIGURA 3: Dendrograma de genotipagem de 36 estirpes e isolados de rizóbios
estudados neste trabalho. Agrupamento obtido por UPGMA, utilizando-se o
coeficiente de Jaccard, para perfil de bandas obtido a partir da PCR com o
oligonucleotídeo iniciador BOX A1.
53
O isolado e a estirpe que apresentaram melhor eficiência relativa na
fixação biológica do nitrogênio em plantas de L. corniculatus no experimento
realizado em casa de vegetação, UFRGS Lu 2 e SEMIA 816 (Mesorhizobium
loti (Toledo et al., 2009)), formaram um pequeno grupo de similaridade de
aproximadamente 50%. os isolados que não fixaram nitrogênio atmosférico
eficientemente em plantas de L. corniculatus UFRGS Lc 336, UFRGS Lu 13,
UFRGS Ls 1 E UFRGS Di 9 mostraram perfil eletroforético de bandas do DNA
completamente distintos, mostrando similaridade entre si de aproximadamente
30%.
As tabelas de inoculações dos rizóbios e as leguminosas forrageiras
demonstradas neste trabalho mostram uma grande diversidade no que se
relaciona a rizóbio - planta hospedeira, não sendo capaz de formar de grupos
de compatibilidade. O dendograma dos produtos de amplificação pela técnica
de Rep-PCR BOX ilustrado na figura 3 demonstra esta grande variabilidade
entre os isolados e estirpes analisadas, confirmando a inexistência de relação
entre a formação de grupos de inoculação e a variabilidade genética do DNA
total das bactérias.
5.CONCLUSÕES
Existem rizóbios autóctones dos solos do Rio Grande do Sul que
apresentam baixa especificidade hospedeira sendo capazes de formar
simbiose com plantas de D. incanum, L. corniculatus, L. subbiflorus, L. glaber e
L. uliginosus.
Os rizóbios autóctones dos solos do Rio Grande do sul isolados de
plantas de D. incanum apresentam alta especificidade hospedeira.
Os rizóbios estudados neste trabalho apresentam compatibilidade
simbiótica em diferentes hospedeiros, dificultando o estabelecimento de grupos
de compatibilidade hospedeira.
Os rizóbios estudados neste trabalho são sensíveis a salinidade.
A técnica de REP-PCR com o oligonucleotídeo iniciador BOX A1
mostrou que existe variabilidade entre os rizóbios estudados, sendo estes,
diferentes das estirpes fornecidas pelas coleções de cultura.
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7. APÊNDICE 1
7.1. Meios de Cultura e Soluções utilizadas
7.1.1 Levedura Manitol (LM) (Vincent, 1970)
Manitol ......................................... 10 g
K
2
HPO
4
........................................ 0,5 g
MgSO
4
x 7H
2
O ............................. 0,2 g
NaCl ............................................. 0,1 g
Extrato de Levedura ..................... 0,4 g
Ágar .............................................. 15g
Água destilada ............................... 1L
pH da solução deve ser ajustado para 6,8.
Para a caracterização das colônia dos rizóbios adicionar 25mgL
-1
do
corante vermelho congo. E para ver a reação de pH no meio de cultura
adicionar o corante azul de bromotimol 25mgL
-1
.
7.1.2. Soluções para a extração de DNA
TE1: Tris 10mM e EDTA 25mM.
TE2: Tris 2mM e EDTA 25mM
TES: Tris 10mM, EDTA 25mM e NaCl 150mM.
68
7.1.3. Solução Nutritiva (Sarruge, 1974)
Macronutrientes
Estoque (g/L)
Quantidade do
estoque (mL) para 1 L
de Solução (100%)
KH2PO4
136,1
1
MgSO4 x 7H2O
246,4
2
CaCl2
111,1
5
KCl
74,6
5
NH4NO3
80
1
Fe EDTA
1M
10
Micronutrientes
H3BO3
2,86
1
ZnCl2
0,1
1
CuSO4 x 5 H2O
0,04
1
Na2Mo4 x 4 H2O
0,02
1
O pH da solução foi ajustado em torno de 6,0.
Para elaboração de meio semi-sólido, acrescentar 7 g de ágar por
litro de meio. Nos experimentos é utilizado a solução nutritiva diluída a 25%
69
7.1.4. Meio de Cultura de Wood & Cooper adaptado por
(2001)*
Composição
Concentração (µM)
CaCl
2
. 6H
2
O
1000
MgSO
4
. 7H
2
O
500
KCl
50
Fe EDTA**
25
K
2
HPO
4
10
H
3
BO
3
10
MnSO
4
. 4H
2
O
1
ZnSO
4
. 7H
2
O
5
CuSO
4
. 5H
2
O
1
NaMoO
4
. 2 H
2
O
25
CoCl
2
. 6H
2
O
5
Glutamato de sódio***
1,8 g/L
Arabinose***
0,3 g/L
Galactose***
0,3 g/L
Tiamina HCl***
100 µg/L
Biotina***
250 µg/L
* Ajustou-se o pH do meio após a autoclavagem com HCl ou NaOH 10%
esterilizados por filtração; ** Fe EDTA foi substituído por FeCl3; *** Soluções
esterilizados por filtração e adicionadas ao meio após autoclavagem.
Foi adicionado 100mM de MOPS (ácido 3-[N-morpholine]
propanesulfonico), como agente tamponante.
8.APÊNDICE 2
8.1. Mistura de cada reação para o PCR com o oligonucleotídeo
iniciador BOX A 1-R
Componentes
BOX A 1-R
Tampão 10X *
1X
MgCl
2
(50 mM)
1 mM
dNTP (10mM)
200 µM
Taq DNA pol (5 U µL
-1
)
1 U
DMSO
1 µL
Oligonucleotídeo iniciador
10 Pm
Água ultra pura
(*) Tampão 10X (500 mM KCl, 15 mM MgCl
2
, 100 mM Tris-HCl, pH 9,0)
8.2. Programação do termociclador para a amplificação do DNA
genômico no Rep-PCR BOX
Ciclo
Nº de repetições
Fases do ciclo
Hot start
1
95 °C - 7 min
Desnaturação
94 °C - 1 min
Anelamento
40
53 °C - 1 min
Extensão
65 °C - 8 min
Extensão final
1
65 °C - 16 min
Estoque
4 °C α
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