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UNIVERSIDADEFEDERALDOPIAUÍ
CENTRODECIÊNCIASDAEDUCAÇÃO
PROGRAMADEPÓSGRADUAÇÃOEMEDUCAÇÃO
Teresina–Piauí
2006
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Livros Grátis
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MARTHAGORETTIVASCONCELOSSAIDARAÚJO
AMETODOLOGIADAESCOLAATIVA:
AVALIÃODEEXPERIÊNCIASNASESCOLASMUNICIPAISDE
TERESINAPI
DissertaçãoapresentadaaoCursodeMestrado
em Educação da Universidade Federal do
Piauí, p ara obtenção do tít ulo de mestre em
Educação.
Orientadora:Prof Drª. CarmenLúciade
OliveiraCabral.
Teresina
2006
ii
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A663Araújo, Martha Goretti VasconcelosSaid.
Ametodologia da escola ativa: avaliação deexperiênciasnasescolas
municipaisd eTeresina/MarthaGorettiVasc oncelosSaid.–Teresina,
2006 .
183f.
Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal do
Piauí, 2006.
1.Educação – . 2.Escola Ativa. 3. Pesquisa Avaliativa. 4. Zona
Rural.I.Título
CDD370
MARTHAGORETTIVASCONCELOSSAIDARAÚJO
AM E T ODOLOG I ADAE SCOL AATIVA:
AVALIÃODE EXPERIÊNCIASNASESCOLASMUNICIPAISDETERESINAPI
Aprovadaem 07/12/ 2006.
BANC AEXAM I NADO RA
____ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ _
Profª:Drª.CarmenLúciad eOliveira Cabral(Orientadora)
DoutoraemEducação
UniversidadeFederaldo Piauí –CCE 
____ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ _
Prof
a
:Dr
a
.MariaD’alvaMacedoFerreira
DoutoraemServiçoSocialePolíticaSocial
UniversidadeFederaldoPiauí –CCHL
____ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ _
Prof
a
:Dr
a
. CarmesinaRibeiroGurgel
DoutoraemEducação
UniversidadeFederaldo Piauí –CCE
ii
DE DICAT ÓRIA
ADeus, por
maisestavitória.
Aos colegas de luta no Me strado, com os quais
aprendi a acreditar q ue os sonhos são caminhos no
rastrodarealidade.
Aos meus filhos Daniel e Davi, pela paciência nas
minhas auncias.
AomeumaridoRenatoAraújopeloincentivodeme
fazeracreditarqueeualcançaria aosmeusob jetivos.
Aosmeusp ais, quesempremefizeramacreditarqueo
conhecimentoalimen taaalma.
AG RADE CI M ENT OS
ADeus,pelasaúde,sabedoria,perseverançaeamor,donsemquepautominhavidaeque
alicerçamasminhaslutasemb uscadosmeusobjetivos.
ÀprofessoraCarmenciadeOliveiraCabral,orientadoradestetrabalho,peladedicação,
atenção,simplicidade,amizadeeco nfiançaamimdedicadasduranteestacaminhada.
À Universidade Federal do Piauí, instituão ges tora d o mestrado em educação, pela
oportunidadederealizaroc urso; aosqueridosprofesso resque compõem ocorpodocentedo
mestrado,sempreatenciososed edicados.
Àequipe  técnica gestorado Projeto Esco la AtivadaSecretariaMunicipalde Educação–
SEMEC, sempredisponível paranosdar informações.
Aosprofessoresesupervisoresdasescolasquefizerampartedanossaamostra,pelozelocom
quetratamtodosqueaelessedirigem.
Aosalunosepaisquenosajudaramcomasinformaçõesnecesriasàcomposiçãodonosso
bancodedadosdapes quisa.
À minhainstituição, FundaçãoCentrodePes quisas EconômicaseSociaisd oPiauí CEPRO,
pelaoportunidadeeincentivopararealizarmosestacaminhada.
Atodosque, d iretaouindiretamente, contribuírampararealizaçãodestetrabalho.
iv
RE SUM O
Este trabalhoapresentaumaperspectivaavaliativadaimplementação doProjetoEscolaAtiva,
sob agestãodaSecretariaMunicipaldeEducaçãoeCultura(SEMEC),nasescolasdazona
ruralteresinense.Aanális eancorasenosseguinteselementos:característicasdoeducando,
aspectos cnicos  de impleme ntação, aspecto estrutural e funcional do projeto em nível
municipal,rendimento doeducad oreaspectosdeestruturafísicadasescolas. Aanálisep auta
senaproblematizaçãoteóricadoMovimentodaEscolaNova,suaorigemeseusprincípio s
gerais,permitindoentenders eusfundamentos,osquaisbalizamoProjetodaEscolaAtiva
comoaçãodoProgramaFundescola;umprogramadepolíticapúblicaeducacionalfinanciada
peloBancoMundial,c omamissãode“melhorarodesempenhodos sistemaspú blico sde
ensinofundamentalnasregiõesmaiscaren tesdopaíspormeiodofortalecimento dasescolas
edasins tituiçõespúblicasporelasresponsáveiscombaseemumaestruturaco ordenadade
gerenciamento”(BRASIL,2002,p.9).Comoreferênciateórica,adotaseotrabalhodeCecil
Reddie, que,apartirdeexperiênciapion eira, naInglaterra,comométodoativo, deuorigem a
várias experiênciasemoutraslocalidadesdaEuropa,comno mesdiferentes,porémcoma
mesmabasepolíticofiloficacomoaCasadeeducaçãonocampo,aEscoladotrabalhoea
Escola seren a. E ntendendo a origem da Escola Nova, ampliouse a compreensão do
movimento da Pedagogia Nova e dos temas que lhe deram sustentação, como o
puericentrismo,acentralid adenotrabalho,amotivação,asocializaçã o,oantiautoritarismoe
oantiinte lectualismo ,temasdefendido sporteóricoscomoJohnDewey,MariaMonte ssorie
outros.Operc ursoteóricofoiimportanteparasituarachegadadoMo vimentodaEscolaNova
no Brasilnosanosde1920,introduzidopeloeducadorbrasileiroAnísio Teixe ira,easua
repercussão como movimento democrático de renovação escolar, culminando no famoso
Manifesto dos Pioneiros da Educação Brasileira (1932). Com fund amento nas teorias de
Maria Ozanira Silva (2 001 ), Marta Arretc h (2001) e Sonia Draibe (2001), definimos a
pesquisacomoavaliativaaqu altemcaráterexplicativo,exp loratórioequaliquantitativo.Os
instrumen tos de pesquisa usados foram questionários com perguntas abertas e fechadas,
aplicadosaosagentesdopro jeto,comoalunos,professores,supervisores, e paisdealunos,e
uma entrevista semiestruturada, aplicada à coordenação do projeto. O processo teórico
metodo lógico  de contato com a realidade possibilitou perceb er obstácu los inerentes à
aplicabilidade  prática da metodologia nas dimen sões p esquisadas. Nas características do
educando, p ercebese um perfil de aluno com dificuldades muito inerentes à realidade
regional tere sinense, o que dificulta o desenvolvimento do s asp ectos técnico s de
implemen taçãodoprojeto:osinstrumentosdegestão ,comoocantinhodeaprendizagem,o
governo estudantil, os guias de aprendizagem, a articulação escola e comunidade, os
microcentroseacapacitaçãodeprofessores.Comoresultad o,p odeseafirmarqueoProjeto
daEscolaAtivaéimplementado hojenas esc olasdazonaruraldeTeresinacomlimitações,
queconstitu emgrand esentravesparaqueoprojetoalcan ceseusreaisobjetivosnosentidoda
autogestãoescolar,dad escentralizaçãoadministrativaedage stãocompartilhadaentreescola
ecomunidade.
Palavraschaves: Educaç ão.PolíticasPúblicas.EscolaAtiva.Esco laNova.Pesquisa
Avaliativa.
v
ABST RACT
ThisworkpresentsaperspectiveavaliativaofProjetoSc hoo l'simplementaçãoitActivates,
undertheadministrationo ftheMunicipalClerkshipofEducationan dCulture(SEMEC),in
theschoolsofthezoneruralteresinense.Theanalysisis anchoredinth efollowingelements:
the student's characteristics, technical aspe cts of implementação, structuralandfunction al
aspect of the project in municipal level, the educator's revenue and aspects of physical
structure of the schools. The analysis is ru led in the theoretical prob lematização of the
Movement of the New School, you r origin and you r general b eginnings, allowing to
understand your foundations, which  the Project of the Sc hoo l Activate as action of the
ProgramaFundescola;aprogramofeducationalpublicpoliticsfinancedbytheWorldBank,
withthe missionof"improvingtheactingofthepublicsystemsof fundamentalteachingin
themostlackingareasofthecountrythroughtheinvigorationofthescho olsandofthepub lic
institutions for them responsible with base in a stru cture administratio n " coord inate
(BRAZIL,2002,p.9).Asth eoreticalreference,CecilReddie'sworkisado pted,that,starting
frompioneerin gexperience,inEngland,withtheactivemetho d,he/shegaveo riginseveral
experiencesinotherplaceso fEurope,withdifferentnames,ho weverwiththesamepolitical
philosophicalbaseastheeducationHouseinthefie ld,theScho oloftheworkandtheSchool
calms.Understan dingtheoriginoftheNewSchool,theunderstandin gofthemovementofthe
New Pedagogy was enlarged and of the themes that gave him/he r sustentação, as the
puericentrismo, the centralidade in the work, the motivation, the  socialização, the
antiautoritarismo and the antiintelectualismo, protected themes for theoretical like John
Dewey,MariaMontessori andother.T hetheoreticalcoursewasimportanttop lacethearrival
of the Movement of the New School in Brazil in the years of 1920, introduced by the
Brazilianedu catorAnísioTeixeira,andyourreperc us sionasd emocraticmovementofschool
renewal, culminating in the famous Manifesto of the Pioneers of the Brazilian Education
(1932).WithfoundationinMariaOzaniraSilvatheories(2001),MartaArretch(2001)and
niaDraibe(2001),wedefin edtheresearchasavaliativawhichhascharacterexplanatory,
exploratoryandqualiquantitative.Th eresearchinstrumentsusedtheywerequestionnaires
withopenandclosedquestions,appliedtotheagentsoftheprojec t,asstu dents,teachers,
sup ervisors,andstud ents'parents,andasemistructuredinterview,appliedtothecoo rdination
of the project. The theoreticalmethodological process of contact with the reality made
pos sibletonoticeinhe rentobstaclestothepracticalaplicabilidadeofthemethodo logyinthe
researcheddimensions.Inthestudent'scharacteristics,itisnoticedastudentprofile withvery
inherent difficulties the reality regional teres inense, wh at hinders the development ofthe
technical aspects of implementaç ão of the project: the administration instruments, as the
learn ing corner, the student government, the learning guides, the articulation school and
commun ity,themicrocentrosandthe teachers'training.Asresult,itcanbeaffirmedth atthe
ProjectoftheSchoolActivatesitisimplementedtodayattheschoolso ftheruralzoneof
Teresinawithlimitation s,thatconstitutegreatfetterfortheprojec tyourreachobjectiveReal
in the sense of the school autogestão, of the administrative decentralization and of the
administrationsharedbetweenscho olandcommunity.
Keywords:Education.Publicpolitics.Sch oolActivates.Newschool.ResearchAvaliativa .
vi
LI ST ADESIG LAS
ABE AssociaçãoBrasileiradeEducação
ACAR AssociaçãodeCréditoeAssistênc iaR ural
AIB AçãoIntegralistaBrasileira
AID AgencyForInternationalDevelopment
ANL AliançaNacionalLibertadora
BID BancoInteramericanod eDes envolvimento
CAPES CoordenaçãodeAperfeiçoamentodePessoaldeNívelSuperior
CEPAL ComisoEcomicaparaAmérica LatinaeCaribe
CNE ConselhoNacionaldeEducação
CNER CampanhaNacion aldeEducaçãoRural
EDURURAL EducaçãoRural
EMATEREmpresadeAssistênciaTécnicaeExtenoRural
ENC ExameNacionaldeCursos
ENEM ExameNacionalde Ens inoMédio
EUA EstadosUnid os daArica
FMI FundoMon erioInternacional
FNDE FundoNacion aldeDesenvolvimentodaEducação
FUNARTE  FundaçãoNacionaldeArte
FUNDEF Fundod eManutençãoe DesenvolvimentodoEnsino Fundamental
FUNDESCOLA FundodeFortalecime ntodaEscola
GESTAR ProgramadeGestãoeAprendizagemE scolar
IBGE InstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística
LDB LeidaDiretrizese BasesdaEducação
LSE LevantamentodaSituaçãoEscolar
MEC Minis tériodaEducaçãoeCultura
NEPP cleodeEstudosePolíticasPúblicas
ONU Organizaç ãodasNaçõesUnidas
OREALC OficinaRegionaldeEducaç ãoparaAméric aLatinaeCaribe
PAPP ProgramadeApoioaoPequenoPro dutorRural
PAPE ProjetodeAdequaçãodoPrédioEscolar
PCNs ParâmetrosCurricularesNacionais
PCPRI ProgramadeCombateàPobrezaRuralI
PCPRII  ProgramadeCombateàPobrezaRuralII
PDDE ProgramaDinheiroDiretonaEscola
PDE PlanodeDesenvolvimentodaEscola
PDET PlanoDecen aldeEducaçãoparaTeresina
PES PlanejamentoEstratégicodaSecretaria
PMFE PadrõesMín imosdeFuncionamentodasEscolas
PNAE ProgramaNacio naldeAlimentaç ãoEscolar
PNDI PlanoNacional dedesenvolvimentoI
PNE PlanoNacionaldeEducação
PPO Pro gramadePesquisaeOperacion alizaçãode Políticaseducac ionais
PRALER ProgramadeapoioàLeituraeaEsc rita
PSECD PlanoSetorialdeEducaçãoCulturaeDesporto
SAEB SistemaNacionaldeAvaliaçãodaEdu caçãoBásica
SEMEC SecretariaMunicipaldeEducação
SIIG Siste maIntegradodeInformaçõesGerenciais
vii
UNE UniãoNacionaldosEstud antes
UNESCO OrganizaçãodasNaçõesUnidasparaaEducação,aCiênciaeaCultura
ZAP ZonadeAtendimentoPrioritário
viii
LISTADEQUADROS
Quadro1 Aspectoestruturalda pesquisa 9 0
Quadro 2 SecretariaMunicipaldeEducação–SEMEC ano2005.Coordenaçãodoprojeto
EscolaAtiva.91
Quadro3 SecretariaMunicipaldeEducação–SEMEC.
CoordenaçãodoprojetoEscolaAtiva(ano2006)130
LI ST ADEFI GURAS
Figura1 EscolaAn golá95
Figura2 EscolaAn golá95
Figura3 EscolaAn golá96
Figura4 EscolaAn golá96
Figura5 EscolaBaixãodoCarlos98
Figura6 EscolaBaixãodoCarlos98
Figura7 EscolaBaixãodoCarlos99
Figura8 EscolaBaixãodoCarlos99
Figura9 EscolaGurudeBaixo10 1
Figura10 EscolaGurupádeBaixo101
Figura11 EscolaGurupádeBaixo102
Figura12 EscolaGurupádeBaixo102
Figura13 EscolaGurupádeCima 10 4
Figura14 EscolaGurupádeCima 10 4
Figura15 EscolaGurupádeCima 10 5
Figura16 EscolaGurupádeCima 10 5
Figura17 EscolaSerafim 107
Figura18 EscolaSerafim 107
Figura19 EscolaSerafim 108
Figura20 EscolaSerafim 108
ix
LI ST ADE G RÁFI CO S
Gráfico1 Distribuiçãodo salunospor rie110
Gráfico2 Dificuldadesencontradaspelosalunosnaescola 111
Gráfico3Níveldeaproveitamentodosalunos comametod ologia,segundoosprofessores
113
Gráfico4 RendafamiliardosalunosdoPro jeto1 14
Gráfico5 Níveldesatisfaçãodosalunoscomodesempenh odogo vernoes tudantil 115
Gráfico6 Tendênciasd oscompon entesdogovernoestud antil segu ndo osalunos1 16
Gráfico7 Percentualdeescolasemqueoscomponentesdo governo estudantilnã ofunciona,
segundoossup ervisores1 19
Gráfico8 Percentualdeescolasemqueosguiasdeaprendizagemfuncionam, naopiniãode
sup ervisoreseprofes so res123
Gráfico9 Níveldesatisfação(%)dossupervisores,professoresealunoscomo
funcionamentodoscantinhosdeaprendiz agem 125
Gráfico10 Opinodosprofessoresemrelaçãoaodesempenhodosmic rocentros1 27
Gráfico11 Opinodosalunossobreaadequaçãoda infraestruturadase scolas133
Gráfico12 Opinodossupervisoressobreadequ açãodae struturafísicadasescolas134
x
SUM ÁRI O
LISTADESIGLAS  vii
LISTADEQUADROS  ix
LISTADEFIGUR AS  ix
LISTADEGRÁFICOS  x
INTRODUÇÃO  13
1.1 Ointeressepelotema  13
1.2 Situandooobjetodepesquisa  14
1.3 Objetivo s  17
1.3.1 Objetivogeral  17
1.3.2 Objetivosespecíficos 17
1.4 Definiçãodecategoriasbás icas 17
1.4.1 Educaçãonocampo 17
1.4.2 Escola única  21
1.4.2.1Traçosda Escola Únic a em diversospedagogos 23
1.4.3 Política social  25
1.5 Traçosmetodogicos 26
1.6 Relenciada pesquisa  26
1.7 Estruturadadisse rtaç ão 27
CAPÍTULOII:OSFUNDAMENTOSPOLÍTICOFILOSÓFICOSDAESCOLA
NOVA 29
2.1 O idrioliberalnocampoeducacio nal  29
2.2 Asorigensda escola novaeseusprincípiosgerais 33
2.3 APedagogia ativaeosteóricos ativistas 38
2.4 AEscola No vanoBrasil  45
CAPÍTULOIII:AESCOLAATIVACOMOPOLÍTICAEDUCACIONAL  55
3.1 VisãoteóricadaspolíticaseducacionaisnoBrasil  55
3.2 OFUNDESCOLA: uma ãodaspolíticased ucacionaisnoBrasil  66
3.3 EscolaAtiva: uma ão doprograma FUNDESCOLA  72
CAPÍTULOIV:PERCURSOM ETODOLÓGICO 80
4.1 Abordagem conceitual taxionômicada pesquisa avaliativa  80
4.2 O mod elodepesquisa avaliativa  87
4.3 Asestratégiasdeinvestigação 89
4.4 Abordagem instrumental da pesquisa  90
4.4.1 O s ujeitoeosinstrumentosdecoletasdedados 90
4.4.2 Alis edosdados 92
4.4.3 Caracterizaçãodoespaçoempíricoda pe squisa  93
xi
13
CAPÍTULOV:A ESCOLAATIVACOMOESTRATÉGIAPOLÍTICOPEDAGÓGICA
EMESCOLARURALDETERESINA  109
5.1 Característicasdoeducando 110
5.2 Característicasdosaspectostécnicos  114
5.2.1 Governoestudantil 114
5.2.2 Osguiasdeaprendizagem 121
5.2.3 Cantinhosdeapre ndizagem  123
5.2.4 Articulaçãoesc olaec omunidade 125
5.2.5 Microcentros 126
5.2.6 Capacitaçãodeprofessores 127
5.3 FuncionamentodaEscolaAtivana zona ruraldeTeresina  128
5.4 Rendimentodoeducador  131
5.5 Estrutura físicadasescolas 13 2
CONCLUSÕES  13 5
REFERÊNCIAS  141
APÊNDICEA Questiorioparasupervisor .. 146
APÊNDICEB Questionárioparaprofessor .. 149
APÊNDICEC Questionárioparaaluno .. 153
APÊNDICED Questiorioparaospais . 156
APÊNDICEE Roteiro paraentrevistasemiestrutu rada  . 158
ANEXO1 OManifes todosPioneirosdaEducaç ãoNova   160
ANEXOS2 OrganogramadaSe cretariaMunicipaldeEduc ação SEMEC 184
13
INTRODUÇÃO
1.1 Ointeressepelotema
O interesse pela avaliação da prática do projeto Escola Ativa advém da
experiênciaquec onstru ímosaolongo davidaprofissionalnosprogramasdedesenvolvimento
ruralintegrados.
Talexperiênc iateveinícioem1982, noprojetoSertanejo, no qualpermanecemos
até1 986 .Emseguida,trab alhamosparaoProgramadeApoioaoPequenoProdutorRural–
PAPP, que mudo u para Programa d e Combate à Pobreza Rural – PCPR I, em que
permanecemosaté2003,período emque se den ominou Programade Combate àPobreza
Rural –PCPRII.
A capacitação dos beneficiários desses programas nos proporcionou uma
convivênc iadiretacomaed ucaçãorural.Muitoemboranãosetratassedaeducaçãoregular,
nos despertouuminteressemaiorpelotemaeducação, talvezemfunçãodasdificuldadesqu e
presenciávamos, aexemp lodabaixacapacidadecriticadapopulaçãodomeiorural, quemuito
nos  impressionava,edesituaçõesinusitadasqueenfrenvamosemsaladeauladosmais
diversosmun icípiosdoestadodoPiauí;oranaescolarural,oranoscentrossoc iaise, muitas
vezes, nocampo.
Oiníciodenossaexperiên ciacoincidecomoperíododoregimemilitar,oq ue
pos sibilitouvivenciarmos,naquelaocasiã o,apenetraçãomassificadadaextensãoruralco m
todaaideologia n orte ame ricanadeapoioaocapitalismo, subsidiadapeloBancoMundial.No
camposubstituíamos, comotécnicos daquelesProgramas,osprofessoresdoensinoregular.
Hojerefletindosobretodasessasexperiências,pensamosqueavaliara educação
emnívelruralnãoépensarohomemdentrodoprocesso produtivo,comoconcebiamos
Programasdequeaquitratamos,masumhomemnovo,ouseja,maiscrític o,maisconsciente
ecapazdesereconhecercomoimportanteosónoprocessoprodutivo,mas,sobretudo, nas
suas dimenes sociop olítica, afetiva, c ultural e econômica. Nesse se ntido, um h omem
completoemtodasassuasdimensões.
Dada a nossa convivência com a educação rural não regular, construímos
questionamentosere flexões,oquen osproporcionouumavisãoquestionadoraemrelaçãoà
hisriadaeducaçãoruralnoBrasil.Éumdesafiohojeavaliarumprojetodessanaturezano
14
contextoedu cacionaldazon aruraldeTeresina.Paratanto,avaliaremosoProjetodaEscola
Ativa, quetemporbasepolíticofilosóficaomovimentodaEscolaNo va,emsuaparticipação
significativa no processo de mudança, o rganização e definição das finalidade s do Projeto
EscolaAtiva.
OreferidoprojetoestáinseridonoprogramaFundodeFortalecimentodaEscola –
FUNDESCOLA, oqualfoicriado em1998(períododeprimeiroacordodeempréstimocom
oBancoMundial),parapromoverumconju ntodeõestendoemvistaomelhoramentodo
ensino fun damental nas regiões Norte, Norde ste e CentroOeste. O FUNDESCOLA se
fund amentouemresultadosdepesquisassobreagestãodeprojetoscomooEDURURAL–
EducaçãoRuraleProjetoNordeste. Nessesentido, percebe mosoprogramaFUNDESCOLA
comoumprogramainseridonocontextodaeducaçãorural,portantoumprogramacomtraços
dos  p rogramas de  desenvolvimento rural integrado que vivenciamos ao longo do nosso
percursoprofissional.
1.2 Situandooobjetodepesquisa
Duran teaPrimeiraRepública(18891929),segundoGhiraldelli(1990),oBrasil
foipalcodeco nflitopolíticoideológicoeped agógicoqueconduziuadiscussãoeducacion al
emtrêsve rtentes:apedagogiatradicional,apedagogiano vaeal ibertária. Asdu asprimeiras
tiveramsuagênesenaclasse dominante, enquantopod emosatribuir a últimaaosmovimentos
sociaisdaépo ca.
Dentre as trê s correntes, neste trabalho, é pertinente analisarmo s a pedagogia
nova, queseconstituiunummarconaeducaçãobrasile ira, tendo comoprincípio a adequação
da educação a uma sociedade urbanoindustrial, dentro de uma escola aberta a todos os
cidadãos.
Porserumapedagogiadeprincípiosliberaisedemocráticos,tornaserelevante
obs ervarmo sque
[...] a Escola Nova é nova o pela sua função social, pelos seus processos
científicos,pelométodoexperimentalepeladisciplinacon sentidaeresponsá vel.É
nova,sobretudoporqueemseusfinsreconheceuaoeducandoodireitodeadquirira
plenitude de suas aptidões, por uma exercitação adequada aos seus interesses e
necessidades(CURY,1986,p.86).
A Escola Nova ou Pedagogia Nova, em função do seu princípio d emocrático,
esteve sempreacimadecrenças ,disputasreligiosasedogmatismos, emfuã omesmo doseu
laicicismo,quegarantealiberdadedeconsciência.
15
Comodemocráticaelaica,e ssapedagogiatinhaco mopropósitoformarumser
humanocríticocapazdeelabo rarargumentos,questionarecriarpropostasdemudançasno
interiordasociedade.Nessesentidosugeriaapossibilidadedeumas ociedad emaisjusta,na
qualseriapossívelcompatibilizareduc açãoedemocracia.Assim, anovapedagogiaadvogava
aconcepçãodequeatravésdaeducaçãosepoderiaedificarummundomelhoremaisjusto.
Nesse sentido também observamos que esse novo ideário foi um projeto liberalizante,
atribuindoàeducaçãoumpapeldeferramentadecorreç ãodasdesigualdades,acaminhoda
edificaçãode umasociedadeigualitária. PercebemosomovimentodaPedagogiaNovaco mo
umprojetoliberalizantepelaconstataçãodapresençadosprincípio sliberaisentranhadosnos
seuspressupostosbásic os.Entendemos,entretanto, quenãocabe somente à educação o papel
de ferramentadeco rreção social,pois, seassimacre ditássemos,estaríamosadmitindoque
somenteaeducaçãoécapazdepromovermudanç associais,oquelevaacrerqueamesma
funcionecomopanacéiadetodososmales.
Narealidadeessenovoideá riobuscavaamodernizaçãodoEstadoedasociedade
viaeducação, enfatizandováriosaspectose, nessesentido,
O movimento da Escola Nova enfatiz ou os “métodos a tivos” de ensino
aprendizagem,deuimportâ nciasubstan cialàliberdadedacriançaea ointeressedo
educando,adotoumétododetrabalhoemgrupoei ncentivouapráticadetrabalhos
manuaisnasescolas;al émdisso,valorizouosestudosdepsicologiaexperimentale,
finalmente, procurou colocar a criança (e não mais o professor) no centro do
processoeducacional (GHIRALDELLI,1990,p.25).
A penetração desse novo idrio no Brasil acompanhou as transformações de
naturezasocio políticaseeconômicas pelas quais passavaopaís,comoamodernização,a
urbanizaçãoeaindustrialização.
Emumcontextomaisamplo,segundoCury(1986),paralelamenteaomovimento
daEsc olaNova,ocorreramriosacontecimentos,comoofimdaprimeiraGrandeGuerra,
enfraquec imento da sociedade agropatriarcal baseada na cultura do café, diminuão dos
vínculo sdedependênciaexternamotivadospelaprimeiraGrandeGuerra,asexigênciasdo
merc adointerno,insatisfaçõesregionaiscomosistemade podervigente,grevesoperárias,
rebeliõesmilitares einsatisfãotambém dasoligarquias.Nessecenário,omovimentodo
novoidrioeducacio nalnãopenetrounopaísdeformauniforme,acontecendoatravésde
ciclosdereformases taduais.
Eradegrandeefervescênciaocontextosociopolíticoeeconô micobrasileiroque
caracterizou os confrontos ideogicos na década seguinte ao desembarque do id eário
escolanovista,ouseja, duranteosanos30dosécu loXX, sendoqueduascorrentesmerec em
16
destaque:oscató licos e os liberais,muitoemboraoutrasfacçõestenhammanifestadotambém
seusinteresses.
Foram os liberais, entretanto, os  responsáveis pelo documento que retratou o
idriodaEscolaNova, chamadode“ManifestodosPione irosdaEducaç ão”, oqual, segundo
Ghiraldelli(1990,p.43),podeservistocomo:“[...]umdocumentoquevisavaadefesade
uma ‘novaeducação adaptadaaumacivilizaçãourbanaeindustrial[...]”.
Taldocumentomanifestoua importância dadaàquestão ed ucacional,o que é
expressonasuapáginainicial, noitem“AreconstruçãoeducacionalnoBrasil –aopovoeao
governo”,aquirep roduzidoliteralmente:
Na hierarchia dos problemas nacionaes, nenh um, sobreleva em importância e
gravidade ao da educação. Nem mesmo os de caracter econômico lhe podem
despertar a primazia nos planos de reconstrucção nacional. Pois, se a evolução
orgânicadosystemaculturaldeumpaizdependedesuascondiçõeseconômicas,é
impossível desenvolver as forças econômicas ou de producção, sem o preparo
intensivo da s forças cultues e o desenvolvimento das aptidões à invenção e à
iniciativa que são as factores fundamentaes do accrescimo de riqueza de uma
sociedade(GHIRALDELLI,1990, p. 54).
Aolongodascadasde30,40e50doséculoXX,oideáriodanovapedagogia
era propagado por todos aqueles que co mungavam de seus ideais, sendo considerados
progressistas. No início da c ada de 60 esses ideais co ntinuavam vivos em projetos
educacionaiscomoodePauloFreire,atravésdeseutrabalhoeducativodealfabe tizãode
jovenseadultos.
Duran te todas essas décad as, a pedagogia nova foi acompanhando o
desenvolvimento do capitalismo e adaptandose a ele. Mesmo assim, apesar de ter se
articuladonosentidoden ãoperderes ponasociedad e, noBrasil, aospoucosumsegmento
tecnicistadespontouc omotendência, ap artirdosanos60e70.
TodoopercursodapedagogianovanoBrasilnosremeteaumareflexã oquanto
aos princípios liberais e pragmáticos,entendendo o pragmatismocomo garantia de queo
homem pode transformar os limites da c ondição hu mana através de sua inte ligência
(CUNHA,1980).
17
1.3Objetivos
1.3.1Objetivogeral
Avaliar a prática da metod ologia da Escola Ativa, no intuito de averiguar o
desempenhodess amedidapolíticopedagógicanoco ntexto dasescolasmunicipaisdazona
ruraldeTeresinaPI.
1.3.2Objetivosespecíficos
· ContextualizaraEscolaAtivanassuasorigensecaracte rísticasliberais;
· Situar a Es colaAtivaquantoase us fundamentospolíticofilofico
· Conhecer o processo de implantação do projeto Escola Ativa na realidade
educacionalteresinense;
· DelinearoperfileorendimentodoeducandoedoeducadordoprojetoEscola
Ativa;
· Caracterizarasescolasquantoà estruturafísicaefuncional.
1.4 Definiçãodecategoriasbásicas
Essesubitemevidenciaalgunstermoseaspectos constantesdadissertação.Nosso
objetivoéfac ilitaradiscuso, traz endoconhecimentobásicodasignificaçãodostermosque
utilizaremosaolongodotrabalho.
1.4.1Educaçãonocampo
Segund oLeite(1999),aolongodahis tóriadoBrasil,aeducaçãoruraln uncafoi
prioridadesendo relegadaaplanos inferioresatépormotivossocioculturais.Su atrajetória
ciohisrica, daRepublicaVelhaatéochamadoruralismopedagógicodosanos30, retrata
um percurso difícil em função, pro vavelmente, d a importâ ncia atribuída ao urbanismo
industrial.
NofinaldoImpério, riascongregaçõesreligiosasinstalaramescolasdeensino
médionasprincipaisprovíncias,oquepermitiuàclassediaemenosfavorecidadomeio
urbano acesso à escolarização, enquanto o meio rural permaneceu desordenado e sem
priorização.
A política educacional rural nunca foi palco de interesse,talvez em fuã o do
comprometimentodaselitescomavisão urbana– industrial,oqueentendemostersidoa
18
gênesedoproces somigratóriointerno,levandoo paísarepensar oprocessode deslocamento
dohomemdocampopara asáreasasurbanas.Nessesentido, oensinoregularemáreasrurais
surgiu no final do 2º Império e consolido use na primeira metade do culo XX.
Acreditamosqueaevoluçãodasestruturas so cioagráriasdoBrasiltenhacontrib uídoparase
repensarasituaçãodaeducaçãorural.
A partir da década de 1930, a reflexão acerca da educação rural levou à
consolidaçã odeumaidéiaquedeuorigemaoRuralismoPedagógico,oqualsegundoMaia
(1982), teve como meta integrar o homem ao campo, buscando promover, através da
educaçãorural, motivação queolevasseapermanecernasuaregião.Taisidéiasconstituíam
seemconstrução de u maescolaruralquesedestinasseaosinteressesenecessidad esd aregião
ondeseriaimplantada,promove ndosatisfaçãotantoindividu alc omocoletivaaohomemdo
campo;umaescolaque osepreocupasseapenascomacnicadotrabalh o,mastambém
conscientizasse o homem de que, permanecendo na sua terra, pode ria construir rique zas
individuaisecoletivas, enfimu maescolaqu eenraizasseohomemaocampo, comvocaç ãoe
orgulhodelápermanecer.
O deslocamento do homem do c ampo paraa cidade afetavatanto  aárearural,
enfraquec endoosagroexportadores,como tambémaselitesurbanas,quepassaramavera
chegadadessecontin gentepopulacionalcomoumasementedesériosproblemassociaisuma
vezqueascidadesnãodispunhamdeestruturapara oabsorver.
Com a chegad a do Estado Novo (1937), a esco la urbana ganha ainda mais
prioridade,poisogovern oVargaseracomprometidocomoprocessoindu striale,portanto,
comaedu caçãoprofissionalizante, numaatitud edeman uteãodoideáriodoEstadoNovo.
Nãoobstanteessapreocupão,segundoMaia(1982),aeducaçãoruralganhac ontornosde
ação,sendocriada,em1937,aSociedadeBrasileirad eEducaçãoRural,aq ualtevecomo
objetivo preservar a arte e o folclore rurais. Nas décadas de 40  e 50, surgiram alguns
programasdedestaquesobaresponsabilidadedoMinistériod aAgriculturaedoMinis térioda
EducaçãoeSaúde.
Em1942,porocasiãodoVIIICongressoBrasileirodeEducaç ão,foidiscutidaa
distorçãoadvindadafaltadepolíticasvoltadasàeducaçãorural.Naquelemomento,discutiu
seograndemerodeanalfabetosnazon arural,aquedadaprodãoagrícolae mfunçãoda
migraçãoin ternaeanecessidadedeumnivelamentosocioculturalbrasileiro. Emdecorrência
disso, em1945, surgemoprojetoAldeiaRuraleaCampanh adeEducaçãodeAdultos(194 7).
SobreesseníveldepreocupaçãoépertinenteopensamentodeBrandão(1990 ), ao
abordaraed ucaçãoeosindicadoresque, aolongodahistória doBrasil, direcion aramasões
19
de forma estatística. De acordo co m o autor, nas décadas de 30 e 40, descobriram o
analfabetismo fazendo parte d os indicado res sociais, fator responvel, segundo muitas
visões, pelo subdesenvolvimento em que se encontrava o Brasil naquela época. Assim
transformaramasoluçãoparaoanalfabetismoemuma“manchanacional”,oquelevouos
dirigentesnacionaisarepensarasquestõessociaisdeumaformaquantitativadotipo:temos
X%de analfabetos, logodeveremos criarprogramasecampanhasquereduzam essenúmero,
emcurtoprazo, a Y%. Surgiram entãoascampanhas, sobreasquaiséimportanterefletir,
Aqui no Brasil as campanhas de alfabetização de iniciativa governamental e de
âmbito regional e/ou nacional tomam corpo quando: 1º) processos crescentes de
industrializ ação – urbanização X êxodo rural desloca em proporção crescente
massas de população agrária e a nalfabeta para as grandes cidades, a li onde 
analfabetismoajudaaser oficialmenteum indicador de“problema social”;2º)as
estratégia sdecontrolepoticolançammãodeartimanhaspopulistasquetornamútil
paraosgr uposdir igentesadireçãodemassassemiescolarizadas,logoeleitoras;3º)
alteraçõesmodernizadora sn asestruturasdeproduçãodebenseserviçosdocapital
provocam a necessidade de capacitação correspondente da força de trabalho
disponível (BRANDÃO,1990,p.24)
Sobre estas campanhas épertinenteconcordarcomoautor nasua ped agógica
divisã o dos tipos de Edu cação Popular e m “formas primitivas” e “formas atuais”. As
primeiraschamaramaten çãoparaumaeducaçãoindividualizada, quevisavarecuperarnos
adultososconteúdosperdidosemumainfânciaexcluída. Asformasatuaissãoprocessosde
educaçãosocialdirigidaacomunidades.
Na realidade, a crítica feita por Bran dão (1990) com relação a projetos e
campanhas de educação de adultos sempre esteve pautada na visãoacerca dos interesses
políticos dos grupos dominantes, como os empresário s e políticos, os qu ais dirigem a
educação no sentido de reproduzir suas idéias, seus símbolos e uma ordem social que
estabeleçaahegemoniadopodereareproduçãodaforçadetrabalhopopu larcapacitadapara
asempres as.Nessesentido,ogovernofederal, preocupadocomodesnívelentreáreaurban ae
ruralecomasconseências quedaípoderiamresultar, promoveuváriosdebatesepales tras
nointuitodepro blematizaràquestãoeprepararsuaestratégiadefirmarconvênioscomos
EstadosUnidos daAméric aparapromoveraeducaçãodapopulaçãorural.Issomaistardedeu
origemàAssoc iaçãodeCréditoeAssistênciaRural–ACAR,embriãodafuturaEmpresade
AssistênciaTécnicaeExtenoRural –EMATER.
Sobreestaextensãotornasenecessárioobservar que
20
Paralela ao sistema formal, a extensão passou a utilizar se da estrutura física da
escola e lançou um projeto em que a educação para o desenvolvimento e para a
vivência comunitária passava por novos prismas e orientações, bastante
diferenciadas daquelas pra ticadas pela escola tradicional. O trabalho do
extensionista, já devidamente progr amado e preparado, jogou contra a parede a
dinâmicapedagógicadosprofessoresrurais,comoalgoultra passadoesemobjetivo
imediato, nãoconsiderandooqueaeducaçãoformalrealizaraa téentão.(LEIT E,
1999,p.36).
Parecenos sintomáticaaposturada épocadepropagarumanovaideologiade
raízesnorteamericanas,talvezissotenhasidoestrategicamentefundamen talparagarantira
simpatiadosorganismosinternacionais,oquefacilitariasemdúvida aconcesodebolsasde
estudoparabrasileirosnosEUA,afimde proporc ionarlhesinstruçãoemeduc açãorural.
A internacionalização da eco nomia brasileira já era evidenteaos interessesdo
capitalestrangeiro.Apreocupação eraprepararcnicosparaaeducação debaserural,e,
nesse sentido, foi criada a Campan ha Nacional de Educação Rural – CNE R, com uma
filosofia tradicional centrada na internacionalização econômica. Sem medir o sucesso  ou
fracassodetodoessemovimen todecampanha,ocertoéqueopaíschegaaosanos60com
alarmantesíndicesdeêxodorural.
Apartirdadécadade60,osEstadosUnidospassaramademonstrarinte resseem
desenvolverprogramas deajudafinanceirae assis tênciatécnicaàAméricaLatina.NoBrasil,
foraminiciadososprogramasdedesenvolvimentoruraisintegrados,osquaistinhamcomo
prioridadesodesenvolvimentodascomunidadesruraiseaeducaçãodeadultos.Adécadade
70foimarcadapeloIIPlanoSetorialdeEducação(1975 1979), oqualestabeleceu, nosseus
objetivos e diretrizes, a criação de  condições para o  desenvolvimento de programas de
educaçãonomeiorural.
No Nordeste, por vo lta de 1980,se instalou um programa do governo federal
chamadodePlanoSetorialdeEducaçãoCulturaeDesportos–PSECD,oqualtevecomo
propostaemníveleducacional, segundoLeite(1999):
· Expanodoens inofundamentalnocampo;
· Melhoriadoníveldevidaedeensino;
· Redãodaevasãoerepenciaescolar;
· Valorizaçãodaescolarural.
Além do PSECD, outros programas destinados à educação rural foram
implemen tados no final do períod o militar, c omo o Educação Rural – EDURURAL,
financiado pelo BIRD. Porém, o que se avalia hoje desses programas está refletido no
pensamentodeque
21
[...]opapeldaspolíticassociaisnoNordeste,eemparticularnaárearuralemquese
situam os programas de educação rura l, tem ma is objetivo de diminuir tenes
sociaisgeradaspelapobrezanocampodoquepropriamentedeenfrentareresolver
demodosatisfatórioaquestãodoanalfabetismoedobaixoveldeescolarizaçãoda
regiã o,oudesereminstrumentosdeummodeloalternativodedesenvolvimento,tal
comopropugnamastesesquefundamentamostextosbásicosquedelineiamaatual
políticadeensinonopaís (BARRETO,1985,p.149).
Acreditamos que o Brasilatu aldeverepensaraeducaçãoruralcomoformade
resgatara históriadeumaformamaisjustaemrelaçãoàhistóriadaeducaçãoruralbrasileira
realizadaprincipalmenteantesdadécadade30.As essadécada, acarênc iaeduc acionalsó
seintensificou,oquesepodejustificarpelofatodetersid oconstruídanopaísumaeducaç ão
rural para atender ao s objetivos do capital internacional, através dos Programas de
DesenvolvimentoRuralIntegrado,realidadeess aquenosparecefamiliarnoBrasildehoje.
1.4.2EscolaÚnica
A criação da Es cola Única, segundo Luzuriaga (1934), originase
fund amentalmente deumaaspiraçãopedagógicosocialquepodeserinterpretadaemduplo
sentido: primeiro,como um novo conceito deorganização escolare,segundo,comouma
conquista p olítica dos movimentos sociais, alcançada através dos partidos políticos mais
avançados.
No sentido de uma conquista social, a Escola Única, mesmo tendo sido uma
criaçãod ospartidospolíticospopulares(socialdemocrata)edomagistérioblic oalemão ,
na Alemanha e França,surge como escolas exclusivas paracriançasricas,p ois,apesarde
mantidaspeloEstado,eracobradauma taxatãoelevadadematrícula, queexcluíaascrianças
dasc amadaspopulares.Nessesentido,opróprioEstadod ificultavaoacessoaessacamada
social.
Paraevitarmosinterpretaçãodiversadotermo,umavezqueatraduçãoliteralda
palavraalemã
Einhetschule
é“escolaunificada”enão“única”comofoiadotada,éimportante
esclarecercomquefinalidadesurge:
[...] a escola única constitui essencialmente o prolonga mento do movimento de
educaçãopopulariniciadonoséculoXVIII,deumladopelosreis<<ilustrados>>da
Prússia,quecri aram<<a escolapública>>,aescolainstituída,mantidaedirigida
peloEstadoedeoutr opelarevoluçãofrancesa,queconcebea<<educaçãonacional
>>,istoé,aeducaçãosemdistinçãodeclasse,aeducaçãodopovoemgera l.E sse
movimento se realiza plenamente no culo XIX, que estabeleceem definitivo a
escola pública gratuita, obrigatória e nacional, em todo o mundo civilizado e se
prolonganaturalment enoculoXX,quetendeaampliaressaeducaçãoalémdos
limites do ensino primário, de um lado com a criação das <<escolas de
aperfeiçoamento>> para a juventude proletária demodoparcialedeoutrocoma
aspiraçãoda<<escolaúnica>>,i stoé,doensinomédioesuperiorparatodos,em
formatotal.(LUZURIAGA,1934,p.15).
22
Nestecontexto p olíticodescritop orLuzuriaga, aEscolaÚnicaseconstituiriaem
umapropostaescolardetodosemtodososníveis, ouseja, afusãodetodasasclassessociais,
detodasasforçaspolíticasetodososcredos.Comessaconcepção,apropostadaEscola
Única segundo sua vocação inclusiva,deveria estar a serviço de todas às classes sociais,
sendoacessívelatodaselas.
AindavistanaperspectivadeLuzuriaga,aEscolaÚnicaapresentasecomouma
“[...]organizaçãounitária dasinstituiçõeseducacionaisdeumpovo,desortequeelassejam
acessíveisatodososseusmembros,segundosuasaptidõesevocaçõesenãosegundosua
situaçãoeconô mica,so ciale confessional”(1934,p.17). Talperspectivaseconfirmanavisão
de outros pedagogos, merecen do destaque respectivamente, Rein (1919), Meyer (1920)e
Natorp(1920),conforme expostoaseguir:
É a multiplicidade de escolas unidas entre si, na qual seja possível o
desenvolvimentodacapacidadedetodos,deacordocomoqueépeculia racadaum;
naqual ,emprimeirolugar,oprocessodeeducaçãodacriançanãosejadeterminado
pelascircunstânciasextern asdavida riqueza,classesocialconfissâo senãoqueo
seja,naparteessencial,pelacapacidadevolitivaeadisposiçãonaturaldacriança
(1919apudLUZURIAGA,1934,p.25).
Éaformadeescol aquenograuelement ar,reúnetodasascriançasdanaçãocujos
pais reclamem para elas o ensino público e que está organi zada de modo que
assegura a cada um dos alunos a aquisição de educação correspondente a suas
inclinaçõeseacessívelasuacapacidade.É,aomesmotempo,aescolaquetornaa
aquisiçãodaeducaçãoindependentedosrecursospecuniár iosdeseusalunos.(1920
apudLUZURIAGA,1934,p.26).
Aescoladeviaserdopovotodo,semexceçãodequemquerquefosse,comoquese
real izaria oconceitodaescolaúnica.Seriaaderrocadadequalquerpedagogiade
classes. Não t eria que comparar seu a limento espir itual deuma partecomoutra,
senãoquetodosseriamnaobracomumativosepassivosaomesmotempo,como
sujeitoecomoobjeto;todosseinteressariamfundamentalmenteporelaetambém,é
clar o, no sentido da igual dade proporcional a cada um, segundo a medida e a
naturezadesuacapacidade(1920apudLUZURIAGA,1934,p. 27).
Alémdosalemães,váriospedagogosepolíticosfrancesestambémconceituarama
EscolaÚnic a, emumavisãosociopolíticaepedagógica.Segun do Buisson(1920),
Daescolaúnica,comodeumtroncocomum,seesgalharãoosmuitosramosque,
alimentadospelamesmaseiva,sedesenvol verãoemváriossentidos,cadaumàsua
maneira e com suas particularidades de desenvolvimento. Devese r de lado
decididamentea idéiadeumasuperposiçãomecânica,de umacomoquehierarquia
dostrêsgraus,primário,secundá rioesuperior.Nãosetratadeumedifíciodetrês
andares, tratase de um organismo vivo que se multipli ca indefinidamente, se
desdobraemrenovosanimadosdamesmavidaequecrescemcadaqualaseumodo
(1920apudLUZURIAGA,1934,p.28).
23
Boncourcomenta:
Aescolaúnicatemporfim,pormeiodaunidadeegratuidadedoensino,franquear
àsmassasoacessoàculturasuperior:passardeumgrauparaoutrooécoisaque
devasermedidapelacapacidadedepagar,senãoquepeladoa prender(1921apud
LUZURIAGA,1934,p.28).
PercebemosaEscolaÚnicaouUn ificada,parausarmosotermoemseu sentido
literal,comoumaesc olaqueobjetivades envolveracapacidadedetodosatravésdaaquisição
daed ucaçãopúblicagratuitaeobrigatória,s emrestriçõesdeclasses ociale ,nesses entid o, 
servindoatodosnabuscadosabereevitandoestabelecernoensinosegmentaçãodeetapas,
tratandoocomoumprocessounificad o.
1.4.2.1TraçosdaEscolaÚnicaem diversospedagogos
Buscando a conc epção de escola única, poderemos encontrar nos  pedagogo s,
desdeocláss icoaodaidademodern a, algumasidéiasapartirdeLuzuriaga(1934):
• PlatãoconsiderouaeducaçãocomofunçãoessencialdoEstadoepregouno
seutrabalho LaRepú blicaa“seleçãodosmelhores”,hojeconsideradauma
dasbasesdaescolaúnic a, quee xprimiusimbolicamentedaseguinteforma:
Avós,quefazeispartedoEstado,aseuvosdirei,contin uandoaficção,quesois
irmãos;porém,odeusquenosformoufezqueentrasseouronacomposiçãodosque
estão destinados a governar os outr os, e assim são esses os mais preciosos. Na
formação dos guerreiros ele fez entrar a prata e, na formação dos lavra dor es e
demaisartesãos,ferroebronze.Comotodosstendesorigemcomum,tereis,em
geral ,filhosquesepareçamconvosco;mas,podeacontecerqueumcidadãodaraça
deour otenhaumfilhodaraçadeprata,queoutrodar açadeprata tenhaumfilhoda
raça de ouro, e que o mesmo se com relação àsoutras raças. Ora, êssedeus
previne,sobretudoaosmagistrados,queatentemnometaldequesecompõeaalma
dacriança.Eseseusprópriosfilhostêmqualquer mescladeferrooudebronze,não
quer queselhesconcedacoisaalguma, senã oqueelessejamrelegadosaoestado
quelhesconvém,sejaodeartesão,sejaodelavrador.Quer,igualmente,seestes
últimos tiveremfilhosemquemserevelemoouroouaprata,queessesfilhossejam
educados;osdepratacomoguerreiroseosdeouro,comomagistrados,porque
um oráculo quedizquea repúblicaperecerá quandofor governadapeloferroou
pelobronze...(PLATÃO,1872,p.193).
• Come niuscomungava dasidéiasde Platãocomrelaçãoàfunçãodaescolae à
seleçãodosmelhores,defendendo,emsuaobraDidáticaMagna,aeducação
parato dos;Emumtrechodeseudiscursoantecipaoconceito maismoderno
deescolaúnica, posicionandosedaseguinteforma:
24
O que exporemos a seguir demonstrará satisfatoriamente que n ão devem ser
admitidosnasescolasdascidades,aldeiaevilas,apenasosfilh osdosricosoudos
maisimportantes,senão,quetodos,semdistinção,sejamnobresouplebeus,ricosou
pobres,m eninosoumenin as.Emprimeiroluga rporquetodosquenasceramcomo
mesmo fim essencial, isto é, para ser homens, criaturas racionais, senhores das
outras criaturas, imagem expr essa de seu criador. Todos, portanto, devem ser
preparados de tal forma que, instruídos sabiamente nas letras, na virtude e na
religião,possamviverutilmenteestavidaedisporsedignamenteparaavidafutura.
O próprio Deus nos assegura sempre que diante d’Ele não há distinção entre
pessoas.Essaarazãopelaqual,seadmitirmosalgunseexcluirmosoutrosdocultivo
doengen ho,cometemosofensa,nãocontranóspróprios,quelhesparticipamos
danatureza,mastambémcontraDeus,quedesejaserconhecido,a madoelouvado
portodosaquelesqueelefezàsuaim agem.Porque,certam ente,comtantomaior
fervorissotudoseráfeitoquantomaisvivasejaaluzdoconhecimento.Tant omais
amamosquantomaisconhecemos(COMENIUS,1922,p. 76).
• Pestalo zzi,emsuaobradetraduçãoespanholafeitaporLourenzoLuzu riaga
“Como  Gertrudis E nsa a Sus Hijos”, defende o relacionamento entre as
escolas,sejamelasdeensinosuperiorouo, constituindoumsóorganismo.
Nessesentidoe screveu:
Suaorganizaçãoescolarécomoumagrandecasacujoanda rsuperiorbrilhacomar te
acabada,masestáhabitadoporalgunshomensapenas; nodomeiomoramaisgente,
mas essa gente não tem escadas pelasquaispossaelevarsedemodohumanoao
andarsuperior...;noterceiro,morau’amassadehomensquetêmom esmodireito
que os de cima à luz do sol eao ar saudável , mas que estão abandonados a si
mesmos,nãoapenasnaobscuridadenauseabundadecubículossemjanela,mascom
os olhos vendados, impedidos de olhar para o andar de cima (1915 apud
LUZURIAGA,1934,p.22)
• Fichte,idealizadordaeducaçãonacionalnaAlemanha, defendiaumaeducaçã o
paratodo semsuaobra“Discu rsosalanacnalaalemana”, afirmando querer
paraosalemães umacomunidadeimbuídadomesmointeresseatravésd euma
novaeducaç ão.
• SchleiermachereAdolfoDiesterwezdefenderamosp rincípiosdaigualdade
dasmatériasensinadasatodasasclassessociaiseaofertadeumaeducaçãoa
todosquedelane cessitassem.
Entendemosqueaconcepçãopedagógicada EscolaÚnicaouunificadapermeia
osváriosprincípiosdeumgrupod eeducadoreseuropeusqueteveàfrenteopedagogos
Compagnons,maisespecificamentenaFrança.Taisprincípiosfundamentaramsenoensino
democrático, na nãoseparação do ensino primário, secundário  e superior, no ensino
humanísticoeprofissionalenaextinçãodaseparaçãoentreoensinodospobresedosricos.
25
1.4.3Políticasocial
A d iscus são da política social se faz necessária para observarmos em qu ais
condiçõesodefinidasecomointeragemjuntoaumcontextosociopolítico,econômicoe
cultural,estevistocomosegmentosqueguardaminterdependênciaentresi.
No intuito  de  formarmos uma opinião sobre políti cas sociais é pertinente
obs ervarmo scomoalgunsteóricosasconce bem.
NaopiniãodeFreitag(1987),quandonosreportamosapolíticasocial,estamos
tratando das interve nções que realiza o Estado com a função de atenderàs demandas da
sociedadecivilcomumtodo.
Para Abranches (1994),apolíticasocialéumsegmentodoprocessoestatalquese
destinaaalocarrecursosadvindosdas ociedadeatravésdostributosdemaneiraa reapropriar
taisrecursodevoltaàp rópriasociedade .
Benecke (2003 ) diz que, como o próprio nome sugere, política social é uma
políticavoltad aparabeneficiaraso ciedadenasáreas daeducação,daseguridadeedadefesa,
demaneiraqueven haacontribuirparaodesenvolvimentocultu ral.
Holfling (2001)definepolíticasocialcomoaçõesimplementadaspeloEstado, de
maneira que este redistribua o s benefícios sociais visando diminuir as desigu aldades
estruturaisvistascomoresultadododesenvolvimentosocioecomico.
PedroDemo(1996)perceb epolíticasocialc omoferramentadeenfrentamentodas
desigualdades e afirma q ue, do ponto de vista do Estado, é p lanejamento objetivando
enfrentaressasdesigualdadessociais.Emumadefinãomaisampla, afirma que:
Políticasocialnãoéajuda,piedadeouvoluntariado,masoprocessosocialpormeio
do qual o necessitado gesta consciência política de sua necessidade, e em
conseqüência emerge como sujeito de seu próprio destino, aparecendo como
condiçãoessencialdeenfrentamentodadesigualdadesuaprópriaatuaçãoorganizada
(DEMO,1996,p.25).
É pertinente admitirmos que a política social não pode ser entendida,de uma
forma simplis ta, apenas co mo proc esso estatal que alo ca recursos para a educação, a
seguridadeoua saúdevisandodiminuirasdesigualdades, mas,sobretudo,comodefinePedro
Demo (1996), a política s ocial como processo social que provoca consc iência, co mo
instrumen toessencialparae nfrentarasinjustiçassociais.Nesseaspectoéimportanteo bservar
que
26
As políticas sociais têm sua gên ese e dimica determinadas pelas mudanças
qualitativas ocorridas na organização da produção e nas relações de poder que
impulsionaram a redefinição das estratégias econômicas e políticossociais do
EstadonassociedadescapitalistasnofinaldoséculoXX(NEVES,1994,p.11).
Podemos, dess a forma, perceberapolíticasocialco mo um processo social no
sentidodetransformarohomememc idadãoc onscientedosseusdireitosdeparticipar,de
formajusta, dosrecursosnacionais, nãoatravésdecaridade,masdeumamaneirasustentável
provocadapelas mudançassociais .
A política social que se aplica na maioria dos países de re gime capitalista
direcionase sempre a compensar o malestar e os efeitos perversos d a indu strialização
associada ao capitalismo, os  quais geramefeitos de acumu laçã o,proporcio nando miséria.
Essamisériasetraduzemdesemprego ,faltadeeducaçã o esaúde, geradapelafaltadeacesso
asriquezasdopaís, oque ocasionaaincapacidadedeobteãoderendamínimaparaviver.A
políticasoc ial, nanossaconcepção, deverátercomoobjetivoprimordialauniversalizaçãodos
direitossociaisquetemqualquercidadão.
1.5Traçosmetodológicos
Parabalizarametodologiadapesquisa,utilizamosoreferencialdeSilva(2001),
Aguilar e AnderEgg (1994), Arreth (2001), Faria (2001), Castro (1989), Draibe  (2001),
Bellonietal.(2003),Richards on(1999).Comestesteórico schegamos à constataçãodequeo
trabalhodeveriaadotarumaabordagemdecaráterqualiqu antitativo, apartirdoindicativode
que
Apesquisamodernadeve rejeitarcomofalsadicotomiaaseparaçãoentreestudos
qualitativos e qua ntitati vos ou entre o ponto de vista estatístico enãoestatístico.
Alémdisso,n ãoimportaquãoprecisasejamasmedidas,oqueémedidacontinuaa
seraqualidade (GOODE;HATT,1973,p.398).
Ocaráteravaliativodeveseaofatodee ntendermosoProjetoEscolaAtivacomo
umapolíticapúb licadenaturezaeducacionaledecomungarmoscomasafirmaçõesdeSilva
(2001) de que a pesquisa avaliativa tem uma perspectiva política, sendo também uma
propostadearticulaçãoentreoqualitativoeoquantitativo voltad aparaaspesquisassociais.
1.6Relevânciadapesquisa
A relencia do objeto de estudo d esta dissertaç ão, ou seja, da avaliação da
metodo logia da Escola Ativa prendese ao fato de este trabalho constituirse em um
27
documentoatualizadosobreaimplementaçãodeumprojetoqueseintegraaumprogramaem
nível nacional, do  Ministério da Educação, o FUNDESCOLA. Acreditamos que tal
documentoposs asetransformaremu mreferen cialparaaavaliaçãoemprocessodoreferido
Projeto .
Cremos também que esta pesquisa contribuirá  para o acompanhamento da
execuçãodoPlanoDecenaldeEducação paraTeresina PDET, umavezqueparaaSEMEC,
os resultados dos seus projetos subsidiam a avaliação do Plano c omo um todo. Essa
pos sibilidadesefundanasdiretrizesqueorientamosprojetosdeensinodoMunicípioque,
segundoaSEMEC,inspiramsenosvaloresuniversaisdaeducaçãoparaosdireitoshumanos;
naeducaçãoparaademocraciaecidadaniaenaeducaçãoparaodesenvolvimentoecomico
esoc ial.Nessecontexto,aEscolaAtivainserese comoumprojeto quebuscaoscaminhos
paraarealizaçãodasmetasdoPlanoDecenaldeEducação.
Evidentemente,este estudo o  se investe deinteões pretensiosas,mas,em
termosprofissionais,representaummomentodecontemplaçãodeumprojetodeaquisiçãode
um saber sistemático sobre uma realidade educacional na qual esta pesquisadora esteve
inserida e que almejava conhecer com mais precisão. Dessa forma, esperamos que tal
interesseseestendaaosdemaisquevenhama lerestedocumento.
1.7Estruturada dissertação
A apresentação deste trab alho está construída em cinco capítulos. O primeiro
capítulo, aIntrodução,abordaointeressepelotema,situao objetodepesquisa,defineos
objetivos gerais e específicos e tamb ém as categorias básicas, comenta os traços
metodo lógico s,explicitaarelevânciadapesquisae,po rfim,defineaestruturadadissertação.
São apresentados no segundo capítulo os fundamentos políticofilosóficos da
EscolaAtivaapartirdosprincípios políticofilosófico sdoliberalismonocampoeducacional,
asorigensdaEscolaAtivaesuas característicaslib erais,assimcomoaexperiênciadaEscola
AtivanoBrasil.
O terceiro capítulo trata da Escola Ativa como política educacional, discute a
visão teórica das atuais políticas educacionais no Brasil abordando o Programa
FUNDESCOLAcomo um programade  políticaeducacionalea Escola Ativa,um p rojeto
inseridonoprogramaFUNDESCOLA.
Oquartocapítuloapresentaopercursometodogicodapesquisa, enfatizandoos
aspectos da abordagem teórica so bre a pesquisa avaliativa, características da pesquisa
28
proposta,estratégiasdainvestigação,abordageminstrumental,os suje itos,coletaeanálisedos
dados.
Em seguida,ocapítulocinc oapresentaosresultadosdap esquisare alizadajunto
às escolas municipais qu e implan taram a me todologia da Escola Ativa, abordando essa
Metodologiacomoestratégiapolíticopedagógicadasescolaspesquisadasnazonaruralde
Teresina. Finalmente,temosasconclues.
Acreditamosque,paraaacademia,estetrabalhoampliao debatesobreaescola
atual e nos remete a uma reflexão sobre a realidade daescola rural.Estariaela voltadaà
função social da educação? É pertinente atentarmos para as propostas dos  programas
pedagógico s,seualc anceefuncionalidade,avalian dosuacapacidadedeprovocarmudanças
sociaisepromoverodesenvolvimento.
29
CAPÍTULOII:OSFUNDAMENTOSPOLÍTICO–FILOFICOSDA
ESCOLANOVA
O resgate dos fundamentos políticofiloficos da Escola Nova permite a
identificaçãodabaseteóricaedasdiretrizesquenorteiamsuasconceões d esociedade,de
homem e de educação, o que n os  possibilita entender e avaliar os pressu postos que dão
susten tação ao projeto da Escola Ativa, espelhado naquele movimento de renovação
educacional.
Assim b us camos, n este capítulo, situ ar os princípios liberais, desde sua
perspectivaclá ssicaatéaversãomais recente, comooneoliberalismo, porseremasdiretrizes
políticoideogic asda propostada EscolaNova.Emseguida, localizamos aorigemdaEsco la
Nova no interior das tenncias teóricas, desde o pioneiro cil Reddie, enfatizando as
contribuições d os mestres da pedagogia Ativa,reconhecidos em Ovide Decroly, Edouard
Claparède,AdolpheFerrière,MariaMon tessori eJohnDewey,sendoeste últimoconsiderado
o que mais conso lidou a visão liberal de e ducação, bem comoasconcepções sicasda
metodo logiaativatalcomousadanoprojetoEscolaAtivanaatualidade. 
Paraconcluirocapítulo,apresentaremos aEscolaAtivanoBrasil,expondoos
objetivosecaracterísticasque essemovimento uganhou no contextosociop olítico,econômico
eculturalbrasileiro.
2.1Oidrioliberalnocampoeducacional
Aoprocurar situaroliberalismo,enco ntramosemBob bio(1995)ainformaçãode
quesuasmanifes taçõesocorreramemdiferentespaíseseemtempo sdistin tos,deacordocom
odesenvolvimentodecadaum.Ofatode s erumfenômen oh isrico ligadoàprópriahistória
dademocraciaotornadedifícildefinão,damesmaformafazerademarcaçãocomclareza
domomentodes uasorigens, contudo,podeseconcordarcomatentativadesituarasorigens
doliberalismobemcomodaáreaqueexerceuinfluênciaeco ns olidousecomoreferência
políticaefilosóficafeitaporBob bio,MatteuciePasquino, aoafirmaremque
OliberalismoéumfenômenohistóricoquesemanifestanaIdadeModernaeque
temseubaricentronaE uropa(oun aáreaatlântica),emboratenhaexercidonotável
influência nos países que sentiram mais fortemente esta hegemonia cultural
(Austrá lia,AméricaLatinae,empa rte,aÍndiaeoJapão).(1995,p.686).
30
Paradiscutirmosoidrioliberalnocampoeducacional, inicialmente refletiremos
sob reateorialiberalnaeducaç ão.Issonoscond uzadiscutiralgunsp ensadoresclássicosque
trataramdopapeldaeducação,vistoquedefin iramosprincípiosgeraisquesustentamessa
tendênc iateórica,como:igualdadeded ireitosedeoportunidade s, respeitoàscapacidadese
iniciativasindividuaiseeducaçãouniversal.
Apartirdosestud osfeitos,observamosque,emrelaçãoàe ducaçãoosteóricos
liberaisconvergemnoseguinteaspecto:
O principal ideal de educação é o de que a escola não deve estar a serviço de
nenhumacla sse,denenhumprivilégiodeherançaoudinheiro, denenhum credo
religioso ou político. A instrução nã o deve estar reservada às elites ou classes
superiores.Nemseruminstrumentoaristocráticoparaserviraquempossuitempoe
dinheiro.Aeducaçãodeveestaraserviçodoin divíduo,do“homemtotal”,liberado
epleno(CUNHA,1980,p.34). 
Uma in terpretação a prio ri dos princípios liberais, podemos concluir que sua
aplicação no campo educacional prevê a n ãovinculação do sujeito a classe social, o
admitindoprivilégios,dan dolheoportunidadedeascenderoudissentirsocialmente.Dessa
forma, o liberalismo  daria ao sujeito possibilidade de se ins erir em todas as estruturas
ocupacio naisnasociedade,dep endendoapenasda motivaçãodele.
Nessesentidodestacaseaposiçãodadoutrinaemconsideraraeducaçãocomo
ferramentadecorrãodasdistorçõesexistentese, nessecontexto, opapel socialatribuídoà
educaçãonopensamentoliberal,queéo deconstruçãodoprogressoindividual.Ohomemno
pensamento liberal, é a preocupação central da escola, n ão importando suas  tendências
políticasoumesmosuacrença.Essaposturavemreafirmarque aeducaçãonãopodeestara
serviçodenenhumsegmentosocial,mas, deformaimparcial, deveestarfocadanoindivíduo
comoserhumanopleno.Orespeitoaoindivíduo,atémesmocomoumdeseusprincípios,
conduzagicadopensamentoliberalaacreditarqueo desenvolvimentodohomemsedá
atravésdosvaloresindividuaisequesomentea escolacentradanessaconcepçãodehome m
tem a capacidade de contribuir para a revelação desses valores, a partir das vocações
desenvolvidasemcadaindivíduo.
A sociedade nesse contexto, deverá ser formada por cidadãos talentosos e
motivados e motivadores, fatores que determinarão su a posição no seio dessa so ciedade,
levandoosaocuparposiçõ esdedestaquenahie rarquiasocial.
Podemosdiscutir opensamentoacercadeumidealliberaldeeducaçãoapartirde
algunsteóricosco mooscomentadosaseguir:
31
Locke foi crítico em relaçã o às idéias inatas para ele, todos nascem iguais; a
educaçãoéqueosdiferenciasobreestepensamentoRo saafirma:
1ºSenadaexistenamenteantesdonascimento,tambémnãosepodeassegurarque
adepravaçãoéin atanocoraçãohumano.Suadoutrinafoi,então,deencontroàtese
dos educadores e tlogos que aceitavam o dogma teológico da depravaçãoinat a
absoluta; 2º se a alma étabula rasa, todososindivíduossãoigua isaonascerem,
ricosepobres,escravoserei,etc.asdiferençasentreoshomenssãocausadospela
educação[...].(1971, p.253254). 
Lockedeixaclarasuacrençadequeohomemsediferenc ia pela daeducaçãoque
alcança.Muitoemboraconcord ecoma sociedadedivididaen trericosepobre, afirmaquanto
aosricos, aeducaçãodirecionaseacapacitálosparaadministrarseusbenseo Estado.Em
relaçãoaosp obres, aeducaçãoapenascu mpreopapeldetornálo sobedientes.
Locke, e mborapolíticoliberal, mostrasecontrárioàuniversalizaçãodaeducação,
masnãoapenasneleseencontratal pensamentosobreaed ucaçãocomoprivilégiodealguns,
vistoque,aoanalisarmosasconcepçõesdeVoltaire,perce bemosumain tençãodeproteger a
burguesianosentidodequeelaseencontrariaameaçadaapartirdeumaeducaçãovoltadaàs
massas, ou seja, na condão d e universal. É uma preocup ação presente e enfática, no
pensamentodeVoltaire,admitirapossib ilidadedasmassaseducadas,poisparaeleissose
constitui em u ma ameaça constante a uma c lasse que acumulou riqueza o através da
educação,masdahabilidadecomastransaçõeseconômicas.
Voltaire, foi assim, umliberalclássicoquedefendeuumpensamen todeeducação
voltadaapenasparaaclasseburguesaproprietáriadebens.Comtal concepção, propagauma
pos turadedis criminaçãosocial,o quesetornaexplícitoemsuaafirmaçãod eque qualquer
esforçodespendidon ainstrução dacriadagemedo ssap ateirosconstituiriaumdesperdíciode
tempo.Emboraacreditandon aeducaçãoliberalce ntradanohomem,Voltaireafastavasede
umdosprincíp ios doliberalismoquandosegmentavaesseprivilégio,poisopensamentogeral
dadoutrinaliberal eradeumaeducação direcionadaaohomem, independentedeclassesoc ial,
credoreligiosoliberal,voltadoaco ns ideraraeducaçãocomoin strumentodeequalização de
oportunidade.
Outro importante pensador clássico da educação liberal foiDenisDiderot.Ao
contrário de Voltaire, que defendia uma educaçã o elitizada, Diderot foi defensorde uma
educaçãouniversal,pois,paraele,ae ducaçãodeveestaraserviçod ahumanidade,desdea
maissimplescriaturahumana, comoumcamponê s,atédomaisaltoescalãosocial.
Poroutrolado,JeanJacquesRousseau, defendiaumaeducaçãoelitista.Segund o
ele,aeducaçãodeveriavoltarseaohomem,porém,à quelehomemquepudessecusteála
32
através de um preceptor,oqualconduziriaessa educaçãoa uma“educ ação paraavida”,
independentedafunçãoouprofissãoque o indivíduo pretendesse.Apedagogiaque Rousseau
concebeu encontrase assentada nas tenncias espontâneas da criança, assim sendo, tal
educação não deve constran gêla e sim atender as suas mais profundas ne cessidades .
Rousseauentendiaqueacriançadeve riaestarlivreparase percebercomocidadã,portanto
odeveria serconduzidaa atitudes degratidãoaopaís,pois apátriatinh a aobrigaçãodeo
a constran ger.
Seascriançassãoeducadasemcomumnoseiodaigualdade,seestiveremimbuídas
dasleisdoEstadoedas ximasdavontadegeral,seforeminstruídasnosentidode
respeitála sacimadetodasascoisas,seestiveremcercadasdeexemplosedeobjetos
quei ncessantementelhesdigamda ternamãequeosalimentou,doamorquetêm
por eles, dos bens inestimáveis que recebem dela e se querer mutuamente como
irmãos,a nãoquererjamaissenãooqueasociedadedeseja,asubstituiroestéril
palavr óriodossofistaspelasaçõesdehomensedecidadãos easetornaremum dia
os defensores e os pais da tria de quem por tanto tempo foram fi lhos.
(ROUSSEAU,1962,p.301).
Nesse contexto, Rousseau, como teórico cssico da democracia liberal, já
apresentava alguns princípio s mais tarde encontrados no moderno movimento da Esc ola
Nova.Essaporsercentradanastendênciasenoscentrosdeinteressesdacriança,podemos
consideraruma p edagogia “rousseauniana” devido aeducaçã o espontânea dacriançasser
defendida p orRo us seau.
JeanAntonieNicolasdeCaritatconcebia aartedeed ucarcriançascomoaartede
governaros homens.Eessaeducaçãodeveria, nasuaconcepção, sergratuita,poissóassim se
estabeleceriaaigualdadedeoportunidade.Caritatacreditounessaeducaçãocomoformade
libertaçãoqueproporcionacom otempoodesaparecimentodo despotismodohomemsobreo
homem. Como u m liberal, acreditou na universalização da educação, a qual deveria ser
oferecida a todos, pois só assim haveria formação de consciências para q ue se tivesse a
liberdadedeescolher asprópriastendências.
AconcepçãodeCaritatbemrepresentaopensamentoliberal queeledefendeo
ensinamentoatodososcidadãos,demaneira aproporcionarlhesoexercíciodosdireitosde
cidadaniaeosabertécnico comvistasaumaprofissão, comu maculturaquedesenvolvaem
cadacidadãoosd iversostalentospessoais.
Louis Mich el Lepelletirexpressou deformaclaraas idéiasliberaisaofalar da
gratuidadeeobrigatoriedadedoen sino,defendendoodeverdoEstadoparacomaeducação
decriançasatédozeanosdeidade.
33
Dentre os vá rios teóric os  cssicos do liberalismo na educaç ão, Horace Mann
mere cedestaquepe lofatodetersidopercursordeJohnDewey,sendoesteamaiorinfluência
dobrasileiroAnísioTeixeira, aoqualpodemosimputarumagrandeimportâncianocontexto
daed ucaçãonacional.Paraaden trarmosopens amentodeHoraceMannsobreeducação,é
mister tomar seu discurso ao Co ns elho de Ed ucação de Boston, EUA, 1848, citado por
Teixeira:
Nada, por certo, salvo a educação universal, pode contrabalançar a tendência à
dominaçãodocapitaleaservilidadedotrabalh o.
Se uma classe possui t oda a riqueza e toda a educação, enquanto o restante da
sociedadeéignoranteepobre,poucoimportaonomequedermosàr elaçãoentreuns
e outros: em verdade e de fato, os segundos seo os dependentes servis e
subjugadosdosprimeiros.Mas,seaeducaçãofordifundidaporigual ,atrairáela,
comamaisfortedetodasasforças,possesebens,poisnun caa conteceuenun ca
acontecerá que um corpo de homens inteligentesepráticosvenha a seconservar
perma nentemente pobre [. ..] a  educação, port anto, mais do que qualquer outro
instrumentodeorigemhumanaéagrandeigualadoradascondiçõesentreoshomens
–oeixodeequilíbriodamaquinariasocial[...]
Dá a cada homem a independência eos meios de resistir aoegoísmodosoutros
homens.Fazmaisdoquedesarmarospobresdesuashostilidadesparacomosricos:
impedeosdeserpobres(1971,p.54).
Ao analisarmos os clássicos em seu pensamento liberal, podemos observar
pos içõesdiversificadasdentrodaprópriadoutrina, queunsdefenderamposiçõ eselitista,
enquanto, outros, maisflexíveis, acreditavamemumaeducaçãodecaráteruniversal.
2.2AsorigensdaEscolaNovaeseusprincípiosgerais
Os últimos anos do culo XIX foram marcados  p ela descob erta relativa ao
desenvolvimento da criança
1
(LOURENÇO FILHO, 1978). Em função destas descobertas
muitoseducadorespassaramarepensaroensinorefletindoastransformaçõesnecesriasà
adaptaçãodesteensinoàsnovasconcepçõesdeeducaçãoquesecompatibilizassemcomas
novascaracterísticasdedesenvolvimentodacriança.
Aessemovimentodetran sformaçãodoens inovisandoau manovaorganização
escolarpassouseachamardemovimentodaE scolaNova.Talmovimento osepautou
somentepelasdescobertassobreodesenvolvimentodacriança,quenovascircunstâncias
também influenciaram o movimento, tais como as grande s transformaçõe s ec onô micas e
políticasocorridasapósasduasgrandesguerras.
1
Nova compreensão das necessidades da criança, inspirada nas conclusões de estudossobre a Biologia e a
Psicologia, no que diz respeito ao crescimento da criança, seus estágios de maturação, organização da s
capacidadesdeaprendere diferençasin dividuais.
34
Para refletirmos sobre a origem do Mo vimento da Escola Nova é necessário
considerar, além das descobertas da Psicologia e da Biologia, também a expano  d os
sistemas escolaresnaEuropa em algunspaísesdaAricaedaÁsia, ondeastransformações
ecomicasepolíticasseiniciaramemfunçãodotrabalhoindustrial.Comisso,ocorreramos
deslocamentosdaspopulações docampoparaascidades,osavançosdatecnologia,incluindo
ossistemas detransporteecomunicação.Ejuntoatodosessesavançosestavaaexpansãodas
idéiasdemocráticas, segundoLourençoFilho(1978).
Nessecontexto,oe nsinopassouasertratadocomo umaferramentadapo lítica
social, dando origem à pedagogia social,  a qual procurava compreender o processo
educacional re fletindoacercadequaisnovosobjetivossebuscavanaescola.
ParaoeducadorbrasileiroLourençoFilho, as origensdareformaescolar baseou
seemdoisacontecimentos:oprimeirofoiomelhorconhecimentodohomemviaanalisedo
seu crescime nto e desenvolvime nto; o segundo, a consciênc ia da maior possibilidade de
integraçãodasnovasgeraçõesnosseusgrup osculturais.
Essa nova consciên cia do homem fazia re ver o ensino e seus fund amentos,
adaptandoosasnovascircunstâncias. Percebeusequeotradicionalnãomaisatendia ànova
ordem econô mica e social do s guerra, uma vez que ele conduzia à passividade e à
irreflexão,muitoemboraessesdoisaspectosnãotenhamsidoosúnicosdeterminantesda
bus ca de supe ração do ensino tradicio nal. No ensino  o u educação tradicional, segundo
Behrens(2003), afiguradoprofessorédeumtrans missordeinformações,do nodaverdadee
autoridademáxima,severaerigorosa n asalade aula, onde repassavaoconteúd ofragmentado
sem uma ênfase s ismica, sendo ess e professor uma figura ab soluta e inquestionável.O
ambiente físico escolar era tido como um lugarporexcelê ncia em que deveriaocorrera
educação, portanto esse ambiente deveria aprese ntar austeridade e conservadorismo. A
disciplina rígida, como já enfocamos,juntase aos conteúd osacabadoseprontos aserem
absorvidos. O ensino trad icion al, nesse sentido, bloqueia as po ssibilidades de
desenvolvimento da capac idade crítica, portanto, concebese o método ativo como o
contrapontoaotradicionalismoeducacional,assim:
[...],àmedidaemqueummétodoativoajudeohomemaseconscientizarem torno
de sua problemática, em tornode sua condi ção de pessoa, por issodesujeito,se
instrumental iza parasuasopções.Aí,entãoelemesmopolitizar á(FREIRE,1983,p.
120).
35
A educaçã o tradicionaltemaindacomocaracterística central umalunoreceptivo,
passivoenãoquestionador,poisoadquiriaumavisãocríticaqueotornassereflexivo.O
comportamentodoalunonessaescoladecaracterísticastradic ionaiserad esimplestarefeiro,
sub misso,obedienteeresignado,semcuriosidadedebuscarosporquêsdasuatarefa.Nesse
contextodiríamosquenã opassavadesimplesdesitodeconhe cimentoacabado. Mastodas
essascaracterísticasnãopassavamdeumaconseqüênciadiretadametodologiatradicional,a
qualadotavaasaulasessencialmenteexpositivas, fun dadasnumavisãototalmentecartesiana
(emque se propõeas eparação entre menteematériaeadivisãodoconhecimentoemcampos
especializadosparabuscarmaioreficácia).
Aliadoaisso,a educaçã otradicionalpraticavaumaavaliaçãoapartirderespostas
prontas,nãoin teressando reflexõesequestionamentos.Totalme ntebasead anareproduç ãode
conteúdo,essaavaliaçãoeramíopeeapenasenfatizavaamemorizaçãoearepetição.Nesse
sentido, Mizukami (1986, p.15)comenta q ue na concepção dos defen so resdaeducação
tradicional, “A reprodu ção dos conteú dos feita pelo aluno de forma automática e sem
variações,namaioriadasvezes,éconsideradacomoumpoderosoesuficienteindicadorde
quehouveaaprendizagemedeque,po rtanto,oprodutoestáassegurado”.
O movimento  da Escola Nova teve o intuito de rever o trabalho escolar, suas
condiçõeseresultado s.Logicamenteumarevisãocríticadosmeioserecursostradicionaistais
comoosrudimentosdaleitura,esc ritaearitmética,asmemorizaçõesdeliçõesque, namaioria
dasvezes,demonstravamqueosalunosnãoco mpreendiamoconteúdo, eatéaordem,aqual
eramantid anorecinto d aclas seportemoracastigosfísic os. Taisposturassãonegadaspelos
princípiosgeraisdaEs colaNova,naqual, segundoLourençoFilho(1978), setemrespeitoà
personalidad edoalun o,vistosoboprismad aliberdade.Deacordoco messeprincípio,o
educando busca o dese nvolvimento através do seu p róprio esforço, o qu e potencializa o
combate ao autoritarismo da esco la tradicional. Assim, o relacionamento entre aluno e
professortornaseflexível;acompreenofuncionaldoprocessoeducativo, sejaeleemnível
coletivoouindividual, fazcaminharrumoaodesenvolvimen toecrescimentoharmônicose
eficientes. As ativid ades pas sam a ser coordenadas pelo aluno e a dar a ele  respostas
desejadas,deacordocomcadaid adeougraudedesenvolvimento.Aferramentaapropriad a,
segundoaindaLourençoFilho(1978 ), paraessetipodeaçãoed ucativapass am aserosjogos
e ativid ades livres, c om os quais o aluno apre nde a fazer fazendo e a pensar pensando,
adquirindoacompreenodaativid adesimbólicaemfunçãodavidaemcomunidade(vida
social).
36
Oaluno,apartirdessaorientação,percebeoquanto éimportantesuainteração
comoseu grupo,suacoletividade,ouseja,olo calondeeleevolui,eessacompreensã olhe
proporcionaaassimilaçãodaculturalocaldaqualparticipa,assim,inseresenessaculturae
firmasuapersonalidad enabuscadoentendimentosobreosoutrosedoentendimentodos
outros sobre ele. Nesse contexto, Lourenço Filho (1978, p. 248) ressalta que “Assim a
renovaçãopropugnanosentid odequeaescola,e laprópria,seorganizecomoumapequena
comunidade,eque assimfuncione,tendoemvistaasnecessidadeseexigênciasdavidae m
comum.”.
Outroprincípiointeressanted aEscolaNova,segundoaindaocitadoeducador,éde
que as características de cada indivíduo variam em função da cultura familiar, da sua
comunidade, do seu trabalho, da sua atividade recreativa, da sua religiosidade e da vida
cívica.Traduz esseprincípioacrençade queoserhumanoé, emparte, produtodoseumeio
culturale das oportunidadesdedesenvolvimentodadas as suasco ndições devida.Nesse
sentido, a Educação Nova acredita que, se a todos fossem dadas as op ortunidades de
educação, iguaisseriamasposs ibilidadesdedesenvolvimentointelectualemoral detodos .
Taisprincípiosno scolocamfrenteàscondões
2
(LOURENÇOFILHO,1 978 ,p. 
249)necesriasaosu cessodaproposta,emconsonciacomseusprincíp iosgeraisecom
seusobjetivossociais.Nessaperspectiva,aconsolidaçãodomovimentodaEscolaNovae
apropriação destesprincípiossótornaramsepossível
[...]quandoaescolaseimpôscomoinstituiçãochavedasociedadedemocrática ese
nutriudeumforteideallibertário,dandovidatantoaexperimentaçõesescolarese
didáticasbaseadasnoprimadodofazerquantoàteorizaçãopedagógicadestinadaa
fundar/interpretaressaspráticasinovativaspartindodefilosofiasoudeabordagens
científicasnovasemrelaçãoaopassado(CAMBI,1999,p.513).
Aindasegundooautor,aEscolaNovasurgiuc omoexperimentosisoladoscom
difusãonaEuropaOcid entalenosEstadosUnidos,tendosidoiniciada naIn glaterrapor Cecil
Reddie(18581932)comafundaçãodaEscolaem
Abbotsholme,
emquesepregavaaunião
dainteligênciaeenergiaàvontade,àforçafísica,àhabilidademanualeàagilidade.Nessa
escolaestudavamrapazesde11a18anos. 
A p artir da e xperiência de Reddie, sugiram adeptos de seu mod elo e foram
fund adasoutrasescolasemdiversaslocalidadescomdiversasdenominaçõe s, como:casasde
2
Ascondiçõesobjetivassão:normaldesenvolvimentobiológicodoaluno;socializaçãoeacultur ação;preparação
para otrabalho; afirmaçãopessoaldesentidohumano;relacionamentocomosmaisaltosfinsdaexpressão
humana.
37
educação no camp o, escola do trabalho e escola serena. Em todas elas, a característica
predominante foi um ensino sem rigidez e te ndo  como características fundamentais a
espontaneidadeeofortesensodecolaboraçãounindoavidaescolaràvid asocial.
ForamasseguintesexperiênciasapartirdeReddie, s egundoCambi(1999):
Na França, a
Ecole des Roches,
uma escola no campo idealizada pelo francês
Edmo nd Demolins em 1899, tinha como objetivo a formação global da criança,
intelectualmente,fisicamente,mo ralmenteesocialmente.
NaAlemanha,deuseaexperiênciadeHermannLietzqueidealizouascasasde
educaçãonocampo.MasaformamaisoriginaldeEsco laNovafoidesenvolvidapor Gustav
WynekemeGeorgKerchensteiner.Oprimeiroelaborouummodeloed ucativoquevalorizava
alivreiniciativadosjovens,desvalorizavaaautoridadedafamíliaepo rissofoiconsiderada
anárquica. O segundo, também prec ursor da Escola Nova elaborou o que denominou de
“escoladetrabalho”.Kerschensteinerac reditavaqueaeducaçãodeveriater comocentroa
atividadefundamentaldohomem,otrabalho,as simaesco ladeveriaestarpreparadaparao
trabalho, com laboratórios e oficinas bem aparelhados. Na escola de Kerschensteiner, as
crian çaseramformadasprofissionalmente,moralmenteesocialmente.
Na Itália, desenvolveuse a “escola s erena”, onde a educação não deveria te r
rigidezeaescoladeveriapautarsenosprincípiosdaserenidade,equilíbrioeespontaneidade.
Osrepresentan tesdaescolaserenaforamM ariaBoschettiAlberti,RosaAgazzieGiuseppina
Pizzigon i.
Aprimeiradesenvolveusuae scolaserenaemumambiente devanguardanoque
dizrespe itoaoscritériosdidáticos.Suaexperiênciaarticulou otrabalhoescolaremtrêsgrupos
deatividades:a“academia”,quecompreendialeituras,recitaçõe s,poesias,comafinalidade
de desenvolver nas crianças o senso do belo; o “trabalho livre”, em que desenvolvia os
trabalhosemgruposlivres;“o controle”,desenvolvidope lodocente,queseguiaacadadia
umamatériadiferente, aqual osalunoslevam adiante, individualmente, duranteasemana.
RosaAgazzidesenvolveuummétodoquesebaseavanoambientedaescolacomo
um ab rigo infantil o qu al d everia ser a extensão da casa da criança. Assim a p rofessora
poderiafazerumpapelora pedagógico,oramaternal,demaneiraqueascriançaspudessemse
sentir livres e ativas . O ambiente educativo era preparado com materiais diversos não
ordenados enãocientíficos.Oimportanteeraqueacriançativessecuriosidadesobreaquele
objeto .
Giuseppina Pizzigoni desenvolveu seu todo levando em cons ideração as
experiências das crianças, combinan do a escola c om a vida social, ten do como foco o
38
trabalho.Comentava:“eule voouniversoàe scolaeaescolaaouniverso”.Seutodofoi
divulgado  p or volta de 1914 , em
A nova escola elementar renovada segundo o método
experimental.
2.3APedagogiaativaeosteóricosativistas
Omovimento daEscola Novafoiacompanhadoporteóricosque,aolongodo
processo, trabalharamrumoaumaeducaçãoquetivessecomobase desustentaçãoumanova
pedagogiaquepudessesub stituiratradicional,acusadadeineficientepor desvalorizaros
aspectos ativos e prod utivos do educando. De acordo com Cambi (1999), o ativismo ou
movimento em favor da pedagogia ativa estava vinculado às ciências humanas, pela
PsicologiaeSociologia;àPolíticaatravésdaorientaçãodemoc ráticaeàAntropologia,pelo
fatodebuscarumhomemlivreefeliz.
Apedago giaativa,segundooautor,temcomosustentação: opuericentrismo, ou
seja,oreconhecimentodeque acriançaéumserativonoseuprocessodeaprendizagem;a
centralidadenotrabalhoescolar,nasatividadesmanuaisenosjogos, d emaneiraqueacriança
tivessecomoprincípiodasuaaprendizagemo“fazer”e amotivaçã o comofatore ssencialna
aprendizagemde formaque ate nderaseusinteressesconsolidaessamotivação;aimportância
doestudo do ambienteemque vive,umavezquedeledeverecebertodooestímuloparasua
aprendizagem;asocializaçãocomoaspectoimportantenoprocessoeducativodacrianço
antiautoritarismo,consolidandoanecessidadederenovaçãodoens inotradicionalemqueo
adulto tinha a supremacia absoluta sobre a criança; o antiintelectualismo, c om a
desvalorização dos p acotes culturais que engessavam o professor, tornando o processo
educativosemliberdade;eaconseqüentevalorizaçãodeumaed ucaçãolivreecriativa.
Osteóricosquemelhorrepres entaramo ativismo,segu ndo Cambi(1999),foram
OvideDeclo ry(18711932),EdouardClaparède(18731940),Ado lpheFerrière(18791961),
Maria Montessori (1 870 1952) e John Dewey (18591952), sen do este último o mais
importanterep resentanteda EducaçãoNovaemfunçãodoseuricopensamen tofilosófico.
Decloryiniciousuaexperiênciade novaescolaouescolaativaestudandoapsique
infantil em criança an ormal, para, a partir da anormalidade, percebe r mais  claramente o
sentidoda normalidade.Preocupousetambém com acriançano sentido depreservarsua
individualidade como ser, levando em consideração seu processodedesenvolvimentoou
amadurecimento nos comportamentos afetivo e cognitivo. Nestes estudos enfatiza a
importânciasignificativa dofatorpsicogico.
39
OutroimportanteteóricodaépocafoiEdouardClaparèdequedesenvolveusuas
teoriasdachamada“EscolaFuncional”aqual,nasuac oncepção,era umaescolasobmedida
paraascrianças, por essaescolarespeitarasnecessidades infantis, organizandooproces sode
aprendizagem d e acordo com a individualidade dacrianç a.Ness a es cola,percebese com
clarezaoc ontrapontoaosmétodostradicionais,queovalorizavamointeressedacriança
comoserhuman ocapazdemotivarseapartirdaquiloqu elheéinteressante. 
Segund o Adolphe Ferriére, em sua obra, a escola foca o ob jetivo de ser
libertadora,educarparaaliberdad edoindivíduobuscandosempreocaráterdemocráticoa
partir do qual esse indivíduo tornase um ser aunomo c apaz de trilhar o caminho da
liberdade.Ferrièrec onsidera assim queacriançadeveserrespeitada,sendo satisfeitas assuas
necessidades,nosentidodequeoseuprocessode aprendizagemsejaindividualizado.Nesse
aspecto,o todotradicionaldevesersempreobservadoerevisto,pois,n aconcepç ãodo
teórico,neleseexcluicompletamenteamotivaçãodacriança.
AmédicaMariaMontessoridesenvolveu seutrabalhorumoàdefes adosdireitos
dainfância.Emsuaobraháumestudoexperimentaldanaturezadacriança, focandosuas
atividadessensomo toras.ApreocupaçãodeMontessori eram osprincípiosd elibertaçãoda
crian ça,aqual,paraamadurece rdeformacompleta,devedese nvolverc omliberdadesuas
atividades,pois,s óassim,cresceharmoniosamen te.Evidentementequedesenvolversecom
liberdadenãotraduzumvôo s olitário,poisoacompanhamen todoprocessoporumpro fessor
capacitadoédefu ndamentalimportânciasetalacompanhamentotraduzirseemorie ntação
atenta e nunca o pressiva. Sobre as concepções de Montessori acerc a da educação ,
destacamos:
[...] uma concepção de educaçãoque se estende além dos limites do acúmulode
informações.O objetivo da  escolaéa formaçãointegral dojovem,umaeducação
para a vida. Afilosofia eosmétodoselaboradospelamédicaitalianaprocuraram
desenvolveropotencialcriativodesdeaprimeir ainfância,associandooàvontade
de aprender – conceito que ela considerava inerente a todos os seres h umanos
(FERRARI,2003,p.32).
Aindaoautor,MariaMontessoriacreditavanaautoeducaçãodoaluno,pois para
ela, a educação é uma conquista da criança. Entendia Montessori que nascemos  com
capacidadedeensinaranósmesmossenosforemdadasascondiçõesparaqueissoocorra.
Aeducação montessorianaécons ideradau mmétodobiogico emque aevolução
mentaldacriançaacompanhaocrescimento biogico.Acriança, naconcepçãodaeducadora,
o é um pretendente a ser adulto, sugerindo que, como crian ça, está inc omple ta. Pelo
40
contrário,  a criança é um ser humano integral, sendo que sua mente evolui com seu
crescimentonaturalbiogico.
AEscolaM ontessorianaéumaescolaativa,poisométodoutilizadobaseavase
na obse rvação de  que as crianças aprendem melhor através da experiência e desc obertas
próprias. Nesse sentido, os espaços na sala de aula são preparados para que o aluno se
movimente livrementeco mindep ennciaeiniciativapessoal. Permitesequeascriançasse
espalham ficando sozinh as ou em pe quenos grupos concentrados nos exercícios. Os
professoresjuntavamseaelasajudandonoquefossenecessário.Emfunçãodessaliberdade,
oexistehoradorecreioporquenãoexistediferençaentreolazereaatividadedidática.
Também com acesso a rios livros, as crianças aprendiam desde cedo a pesquisar em
bibliotecas.
Asteoriasquedefenderamessemovimentopredominan tementenaEuropaenos
EstadosUnid os tinhamemcomumadefesaaatividadedacriança, sendoquealiberdadede
movimento conduz a criança à espo ntaneidade, levandoa aalçaros alémdoambiente
familiar.
Joh nDewey,pensador,filósofoereformad oreducacional,ativistap ragmá ticoque
influe ncioudemaneirasignificativaomovimentod aEscolaNovanoBrasil(CAMBI,1999 ),
nadécadade1890, pub licou o brasligadasàmoraleàpedagogia
3
e, nosanos2030, expôso
seu pensamento através de rias outras obras
4
, enfocando a preocupação com o papel
políticodapedagogiaedaeducação,vistasporelecomoach avemes tradad emocracia.
Opensamentod eDeweyretrataastransformaçõessociaisecognitivasdoiníciodo
culoXX, quando sedeuofimdague rracivilamericana,odesenvolvimentotecnogico,a
revoluçãorussade1917,acriseeconômicade1929,asduasgrandesguerrasmundiais,enfim
astransformaçõesligadasàindustrializaçãoedifusãodaciência,oadventodasociedadede
massaeodesenvolvimen todademocracia.Sobre educação,Deweyd efiniuseupensamento
sob reotemaficandoclaraainfluênciadomomentosocio políticoeecomicoemquese
encontravaseu país(EUA)co maevidenteexpansãoindustrialeacrescente demandapor
parte daclasseproletária.
Ofilósofoeducado racreditounaescolacomoumembriãodasociedadeesuacrença
foidequeessa escola deveriafocararealidadesocial, explorandoatividadesprodutivascomo
3
Meucredopedagógico(1897),Aescolaeasociedade(1899),Comopensamos(1910)e,em1916,Democra cia
eeducação(CAMBI,1999).
4
Obras teóricas: A Filosofia em reconstrução (1920), Experiência e natureza (1925), A procura da certeza
(1929),AartecomexperiênciaeUmacomum(1934),gica,ATeoriadainvestigação(1938) eTeoriada
avaliação (1939) Obras Pol íticas: Individualismo Velho e Novo(1930), Liberalismo e Ação Social (1935),
LiberdadeeCultura(1939),Problemasdetodos(1946)eConhecimentoetransação(1949)(CAMBI,1999).
41
acarpintaria,atecelagem,osafazeresdafamília(comoco zinhar),demane iraqueservissea
escolacomoumlaboratóriodavidareal.
A escolapropostaporDewey seesclarecena reportagemdePriscilaRamalho:
Afilosofiadeweyanaremeteaumapráticadocentebaseadana liberdadedoaluno
para elaborar as próprias certezas, os própr ios conhecimentos, as próprias regras
morais. Isso não significa reduzir a importância do curculo ou dos saberes do
educador.
Para Dewey, o professor deve apresentar  os conteúdos escolares na forma de 
questõesouproblemasejamaisdardeantemãorespostasousoluçõesprontas.Em
lugar de começar com definições ou conceitos já elaborados, deve usar
procedimentosquefaçamoalunora ciocinareelaborarosprópriosconceitospara
depoisconfrontarcomo conhecimentosistematizado.Podeseafirmarqueasteoria s
mais modernas da didática, como o construtivismo e as bases tricas dos
Parâmetros Curriculares Nacionais, m inspiração nas idéias desse pioneiro
educadoramericano (2003,p.24).
Os princípios pedagógicos deDeweytiveramsuas primeiras aplicaçõesco m a
criação de um laboratório que chamou de  “Escola Elementar da Universidade,” ond e
estudavamcriançasde4a14anosorganizadasempeque nosgrupos .Nãohaviaaliqualquer
rigidezadministrativa, sendoqueointeressedopes quisado refilósofoerautilizaressaescola
comoumlaboratóriopossíveldesedescobrirem novosmétodos.
Dewey,comrelaçãoaesselaborató rio,inicious eusestudospartindodeq uatro
eixos a partir dos quais os professores deveriam refletir e proble matizar no sentido  d e
encontrarrespostasquesugerissem umanovadireçãoed ucacional,novosmétodos.Osquatro
eixosforamorganizad os daseguintemaneira:
1) O que pode ser feito, e como pode ser feito, para tornar a escolar  mais
estreitamenterelacionadacomavidadolaredovizindário aoinvésdetornálaum
lugarparaderrubarasbarreirasqueinfelizmentevieramaseparara vidaescolardo
restodavidacotidianadacriança?[...]
2)OquepodeserfeitoafimdeintroduzirconteúdonaHistória,CiênciaeArte,que
tenha um valor positivoe verda deirosignificadonaprópriavida da criança?[.. .]
foram reunidos dados estatí sticos que 75% a 80% dos 3 primeirosanos de uma
cria nçanaescol asãodespendidosnaforma–nãonasubstância daaprendizagem;
odomíniodossímbolosdeleitura,escritaearitmética.Nãoháconteúdopositivo
nisto[...]
3) Como pode a instrução nestes ramos formais, simbólicos – o domínio da
habilidade para l er, escrever e usar algarismos demodo inteligente– ser levada
adiante avante, t endo como cenário a experiência e ocupação cotidianas e com
rela ção definida com outros estudos de mai or conteúdo intrínseco, e ser levada
avante de uma tal maneira que a criança sinta sua necessidade através de sua
conexãocom matériasqueainteressamporsimesmas.
4)Atençãoindi vidual.Istoéasseguradopelaorganizaçãodepequenosgrupos–8
ou10numaclasse(DEWEY,1900,p.116apudE BY,1976,p.533).
Comoosprincípiosepráticaseducac ionaisdeDeweyforambaseadosnateoria
pragmatista da evolução da me nte e do conhecimen to, o filósofo acreditava no caráter
42
instrumen taldame nte.Emsuaopinião,amentehumanaevoluirianaturalmentedeaco rdo
comaevoluçãobiogicadohomem.Ainteligência oumenteparaDeweyéuminstrumento
eficientecujousoabrangeatividades,comopensar,sentirequerer.
Outroprincípio filoficodeDeweyrefereseàrelaçãoconhecimentoeação.Para
ele, o conhecime nto é um produto daão,assimele  se modificaa partirdaexperiência
vivida.Deweyaindaenfoca oconhecimentocomoalgodesenvolvidoapartirdasatividades
centrais da raça humana. O homem, em fuã o da sua luta pela existência, adquiriu
conhecimentosq uelhepe rmitiramgarantiralimento,abrigoevestimentas.Taisatividades
o podem, no entanto, serem confundidas com o instinto de sob revivência que também
encontramos no sanimais,umavezq ue,nohomem aexpe riência geraoconhecimento.
Um quarto princípio filosófico de Dewey referese às relaç ões sociais dos
conhecimentos,oqual,paraopensador,éuminstrumentos ocial.Aimpo rtânciadadaaesse
princípiodeveseaofatodesubsidiartodaasuafilosofiaedu cacional,fundada naconcepção
de que a educação está para a vida social na mesma proporção em que a nutrição e a
reproduçãoes tãoparaavidafisiológica.
Assim,ao trataraeducação como fatordeterminantedosocial,Deweybuscou
caracterizarasfuõesdaes cola, asquaisestãoassimconstitu ídas:proporcionarumambiente
simplificadoqueconduzisseoeducando àcompreens ãorealdascoisasmaiscomplexase
eliminarosaspectosnegativosinfluenciáveisnoshábitosmentaisdoeduc ando;selecionar
aquilo que realmente contribui com a evolução d a socie dade,eliminando as informações
perniciosasaessaevolução; daracadaeducandoaoportunidadedeultrapassaroslimitesdo
ambientee mquenasce.Assim:
A convivência, na escola, de jovens de diversas raças e religiões, e de costumes
dessemelhantes, proporciona a todos um meio novo e mais vasto. Os estudos
comunsacostumamatodos,porigual aumdescort inodehorizontesmaisamplosdo
queosvisíveisa osmembrosdequalquergr upo, quandoesteseencontraisolado.
(DEWEY,1959,p.23).
Outraimportantefu nçãoqueDeweyatribuiàescolaseconstituinacoorde não
davidamen taldoe ducando,issoemfunçãodassuasriasinfluênciass ofridasporelenos
diversosmeiossociaisquefreqüenta,comofamília,asruas,as lojas,asoficinaseareligião.
Parafilósofos as co ntradições dessas influências podemcolocarem riscoa personalidade
infantil, de maneira que cabe à escola coordenar as idéias de maneira a fortalecer a
personalidad eemformação .
43
Além da função social,Deweytambémafirmaseraeducaçãoumproc essode
vida, e, porpercebe raeducaçãocomoumacontínuare construçãodeexperiência,eleenfatiza:
“Chegamosassimaumadefiniçãotécnicadaeducação :é umareconstruçãooureorganização
da expe riência, que esclarece e aume nta o sentido de sta e tamb ém a nossa aptidão para
dirigirmos o curso das experiências subseqüentes” (1959, p. 83). Como um processo de
reorganização de experiências, a educação está, portanto, alicerçada em dois fatores
essenciais:opsicogicoeosocial, nosen tidodeque
Aeducaçãoprecisacomeçarcomumavisãopsicológicadascapacidades,interesses
ehábitosdacriança.Estespoderes,interessesehábitosprecisamser continuamente
interpretados–necessitamossaberoquesignificam.Elesdevemsertraduzidosem
termosdeseusequivalent essociais–emtermosdequepodemrealizarnosent ido
doserviçosocial[...]
Acr iançatemosseusprópriosinstintosetendências,masnãosabemosoqueestes
significam, enquanto nãopudermostraduzilosem seusequivalentessociais. Nós
devemos ser capazes de fazêlos remar a um passado social e encaráloscomoa
herançadepréviasatividadesda raça.Devemos,igualmente, sercapazesdeprojetá
las nofuturo, para ver qualseráseuresultadoefim(DEWEY,1897,apudEBY,
1976).
Sobre os interesses da criança, Dewey afirmou constituiremse no seguinte:o
interesseemsecomunicar,emdescobrirascoisas ,emconstruirobjetoseemseexpre ssar
artisticamente.  Dentre e sses aspectos, ele destaca o interesse em se  comunicar, sob o
argume ntodequealinguageméomaiordetodososrecursoseducacionais.Todoso soutros
interesses,frutosdasatividadess ociais,sóserealizamcomêxitoatravésdacomunicação,
meiopeloqualsesocializaoconhecimento.Nessesentido,Dewey(1959,p.15)afirmaque
“Aimportânciadalingu agemparaaquisiç ãodeconhecimentoé,semdúvidaalguma,acausa
principaldanoçãocomumdequeoconhecimentosepod etransmitirdiretamentedeumaa
outrapessoa”. Essatransmissão,segundooteórico,  seefetivaatravésdasrelaçõe ssociais,
momentoemqueocorreatransmissãodesaberes.Aosereportaràeducaçãocomofunção
social,ofilósofodeixaclarasuaposiçãoquandodizqueumacomunidadeougruposocial
renovase sempre, e sua renovação aco ntece através do crescime nto educativo de seus
componentes.
Como p ensador dos prob lemas educacionais, Dewey preocupouse co m a
educaçãoemváriosaspectos : comonecessidadedevida,c omodireção,comocrescimentoe
comofunçãosocial,an teriormenteabordada,nãoobstanteaeducaçãod evate rumo bjetivo,
entendidodaseguinteforma:
44
[...]agircomobjetivoéomesmoqueagirinteligentemente.Preverotermodeum 
atoéterumabaseparaobservar,escolhereordenarascoisaseosnossospróprios
atos ou aptidões. E fazer tais coisas, i sto é, observar e ordenar quer dizer ter
inteligência,  espírit o ou razão, porque r azão ou juízo é precisament e atividade
intencional e com um propósit o, controlada pela percepção dos fatos e de suas
rela çõesrecíprocas(1959,p.111).
Observamosque, naconcepçãodofilósofo, oobjetivodaeducaçãonãoseresume
à intenção  de fazer alguma coisa, mas sim de dar significação aos atos praticados
compreendendoasignificaçãodascoisasàluzdessaintuão.assimoserhumanopercebe
acapacidadede mudaressascoisas,sendoesseolegítimovalorde umobje tivo.
Emeducação,po deríamosfalar,segundoDewey,emobjetivonose ntidodeque
um bom objetivo seria a observação do aluno, sua experiência atual e, a partir dessa
experiência, traçarumplanodedesenvolvimentodessaexperiência,tend oestealunosempre
emvista,modificandoodeacordocomascondiçõesqueseapresentarem.Nessesentido,o
objetivodaeducação nãoéum fim,pelocontrário, éummeiopara a ãoquedevecontinuar
umavezqu e, afun çãodo“[...]objetivodaeducaçãoéhabilit arosindivíd uosa continuarsua
educação”. (p.108)
Dewey alerta para o perigo  de os fins ou objetivos da atividade educac ional
tiraremaliberdadedoprofess or,quandoesterecebetaisobjetivosprontoseacabados,pois
umobjetivoémeionecesrioparaexpand iridéiasembuscad aconstruçãodeumprocesso
especials empreemexpansão,assim,segundoele, “Umobjetivocorrespondeaoresultadode
algumproces so naturaltrazidoàconsciênciaetornadoemfatorparadeterminaraob servação
eaescolhadosmeiosdepro sseguilo”(DEWEY,1959,p.119).
Seeducaçãoé, paraDewey, processoderenovaçãoesignificaçãodeexperiênc ia,
eprocessoéação,nãoépertinenteterse,emeduc ação, ob jetivocomofim, esimcomomeio
decontinuaroprocesso.Oobjetivo,nessesentido, émeiodedarcon tinuidadeàação.Assim
todaafilos ofiae ducacionaldopensado rconsolidasecomoumpensamentosobrealgoem
que temos  a perspectiva de interferir, requerendose para isso que executemos as ões
necessáriasquehabilite moindivíduoabuscar mais conhecimento.
Comoexpostopodemosdepreenderqueessepedagogofilósofonãonosdeixou
umlegadoprontoeacabado,apenasummétodo quedeveserrefletidonaescola em suasmais
diversasfunções.Éinconcebívelq ue, aorefletirmo s sobreaeducação, nãoatenhamoscomo
uma ferramenta d e equalização das op ortunidades de acesso tanto aos be ns  culturais e
tecnológicosproduzidospelohomem,quantodeparticipardeman eiramaisjustada riqueza
materialdomundo.
45
2.4AEscolaNovanoBrasil
As idéias da Escola No va ch egaram ao Brasil na cadade20,o riginárias da
Europa e dos Estados Unidos da América. Essa cada foi marcada por um processo de
transformaçãodascaracterísticaspolíticas,so ciais,culturaiseeconômicase,deacordocom
Cury (1986), alguns fatos foram relevantes nesse período: o movimento dos 18 do forte
(1922), a Semana da Arte Moderna (1 922), a fundação do Partido Comunista (1922), a
RevoltaTenentista(1924), a criaçãodaABE –AssociaçãoBrasileiradeEducação(1924)ea
Coluna Prestes (1924 a 1927). Evidentemente que tais transformações c ontribuíram de
maneirasignificativaparasepensar umanovaescola aqual viess eatend eraumanovaordem
políticaesocial.
Há indícios de  queocapitalismourbanoindustrialbrasileiroseja mpliceda
adequaçãodaescolabrasileiraaumanovaideologia,demaneiraamascararosideaisliberais
sob umabandeiradeliberdadeeigualdade,asq uaisno paísoseexercianasuaplenitude.
No entanto, o movimento da Escola Nova chega ao país com aprop os ta dedarênfase à
democratizaçãodoensino, com umaescolavoltadaparaavidaeparaotrabalho. 
Naeducaçãohaviasinaisdomovimento,quefoicapitaneadoporDeweynos
EstadosUnidosduranteos últimosanosdoculoXIXeosprimeirosvinteanosdoséculo
XX.ComeleoeducadorbrasileiroAnísioTeixeiraentraemcontatoaoiniciarseusestudos
depósgraduaçãonosEstadosUnidos.
Os primeiros passos desse movimento  no Brasil foram dados em algumas
reformaseducacionaisestaduais, segundoPinto(1986):em1920, emSãoPaulo,porSampaio
Dória;LourençoFilho, noCeará(1923/24Anís ioTeixeira, naBahia(192 4);CarneiroLeão,
noDistritoFederal(1922/26)eemPernambuco,(1928);Jos éAugusto,noRioGrand edo
Norte (1 925 /28 Lisimaco da Costa, no Paran á (1927/28 Francisco Campos e Mário
Casassanta, emMinasGerais(1927/28);FernandoAzevedo, noDistritoFederalenovamente
AnísioTeixeiranaBahia (1928) eadeFernandoAzevedo, emSãoPaulo(1933).
Esseseducadorespassaramaorientaroideárioeducacionalatravésdetodasas
reformaseduc acionaisdoperíodo.Taisreformaslevaramoensinoamuitasmodificaçõesde
ordempedagógica.DeacordocomLoureoFilho,asmodificaçõespedagógicaslevaramo
ensino n acional a ser visto como instru mento de construção p olítica soc ial. Sobre isso
afirmou:
46
Foi, de fato com a expansão dos sistemas públicos de ensino que se iniciou a
elaboraçãodeumapedagogiasocial,deparcomodesenvolvimentodeestudosda
históriadaeducaçãoe,aseguir,daeducaçãocomparada;tentavaseacompreensão
doprocessoeducacional,alargandoseoconhecimentodeseusfatosnotempoeno
espaço.Teoriassurgiramparaacentuaroprimadodevaloressociais,naFrança,na
Alemanha,nosEstadosUnidos,emboracomdiferençasmuitoacentuadasquantoàs
rela çõesentreo indivíduoeasociedade,ouentreascomunidadeslocaiseavidade
cadanação,segundoascondiçõeshistóricasdecada uma(1978,p.23).
Essas transformações no campo educacional brasileiro, segundo Ghiraldelli
(1990,)resultamdomovimen tode“otimismopedagógicoqueveioasubstituiroen tusiasmo
queexistiunoperíodo detransiçãodoImpérioparaaReblica,exatamenteaotempodas
reformaseducacionaiscitadas.Porém,alémdasreformasestaduaisacontecidasdurantea
cada de 20, marcaram época as Conferências Brasileiras de Educação promovidas pela
ABE (Asso ciaç ão Brasileira de E ducação). A partir dessas conferências reje itase a
centralidade da discussão da educação brasileira no Congresso Nacional, devendo essa
discursãoseestenderàsociedadeatravés,doseducadores .Co mrelaçãoaABE,Romanelli
comenta:
SeaAssociaçãoBrasileiradeEducação(ABE)ofoiaorigemdomovimento,foi,
todavia,amedidapráticatomadapelomovimentoparaobjetivarosseuspropósitos
egan harforçasjuntoàsa utoridadescompetenteseevidenciaraextensãodaquelas
problemas. E la representava, antes, a tomada de consciência e o compromisso
assumido por um grupo no engajamento por uma luta que iria perdura r al guns
decênios(1978,p.129).
Épertinenteobservar quetodo essemovimentodetransformaçã ovisouco mbater
apedagogiatradicional,nocasobrasileiro,ligadaaosintelectuaiscomtrâmitenaoligarquia
dirigenteenaIgreja.Talpedagogia, noBrasil, tevemuitainfluê nciadasteo riasamericanase
alemãs. Quantoaosalees, nossamaiorinfluência foiadofilósofoJohanFriedrich Herbart
5
(17761841),sendo quegrandepartedaliteraturaque influenciavaoBrasil nesseparadigma
tradicional focava atendência de “p sicologiz ar a educação”,pois,segun doos  seguidores
desse paradigma, principalmente Herbart, tal psicologização constituíase na co ndição
essencial de tornar a pe dagogia uma ciência. Assim é que Herbart tornouse de fato o
fund adordaciênciadaeducaç ão.Foiautordosclássicos:PedagogiageraleEsboçodeum
5
Johan Friedrich Herbart viveu ent re 1776 e1841. Acreditava quea ação pedagógicadeveria obedecer aos
princípiosdapsicologia.Sustentouumsistemaque denominoudeIn struçãoEducativa,quesignificavaparaele
um ensino regulado por um mestre, sendo que a cada lição se obedecesse a fases bem definidas. Segundo
LourençoFilho(1978,p.150151)“[...]paraHerbat,oensinodeveriacriar inter esseseorientálosparaaa çãono
planodasidéias.Seriaessencial menteexplicado pelojogodoquecha moupercepção,oudaatuaçãodecadauma
daidéiassobreoutrassegundoumm odelointelectualista.Aaprendiz agemestavaempri meirolugar,eaação,
depois.Oqueosestudosobjetivospassavamademonstrarseri acoisadiferente:umanecessidade,oumotivo,
levaoindivíduoa agir,enamedidadessaatividadeprópriaéquefaza prender”.
47
cursode pedagogia. Apedagogiatradicional, portanto,foiumapedagogiaherb artiana,sendo
cognominadadeintelectualistaeindividualista.
Acondãodeintelectu alistaligavaseaomododeentenderaeducaçãocomo
instituição,tendo,portanto, co moprincípioaapreenodeconteúdoscientíficos,literáriose
filosófico s,oqueoriginouotodoexpositivodeensinobaseadonadisciplina,comuma
forma d e organização positivista que vigorou d urante muito tempo da nossa p rimeira
república.
Em reaçã o aessaformade conceberaeducação,chegouaoBrasil,sobinfluência
de Dewey, o movimento conhecido como “otimismo pedagó gico”, enfatizando a
democratizaçãodoensino,apráticaescolar,apsico logiaeabiologia,tratadascomofontesdo
conhecimentoedodesenvolvimentodac riança.
A Escola Nova, na conc epção de L ourençoFilho (1978, p.200) um dos seus
artíficesnoBrasil,apresentacomoprincípiosgeraisa“[...]atividadeprópriado educando,a
adequaçãodo trabalhoaos níveis des eude senvolvime nto,orespeitoàpersonalidadeea
compreenogeraldequeaaçãodeeducarnã odeveserseparadadasatividad esdavidareal”.
Destaforma,LourençoFilhoargumentaqueaexpressão“EscolaNova”
Nãoserefereaumsótipodeescola, ousistemadidáticodetermin ado,masatodo
um conjunto de princípios tendentes a rever  as formas tradicionais do ensino.
Inicialmente,essesprincípiosderivaramdeumanovacompreensãodenecessidades
da infância, inspirada em conclusõesdeestudosda biologia edapsicologia.Mas
alargaramse depois, relacionandose com outros muito numerosos, relativos às
funções da escol a em face de novas exigências, derivadas de mudanças da vida
social(1978,p.17).
Acadade20noBrasilfoimarcadapormuitastransformaçõesc ulturais, sendo
queomovimentod aEscolaNovaconsubstanciouasreformaseducacionais,emborafossem
elas pontuaisemdiversosestados.Osprincípiosdo escolanovismoforamseconc retizandoao
longo d o tempo e,nadécada de30,encontraramnoBrasil,umoutrocontexto políticoe
ecomico, muito específico dos anos revolucionários. Para continuar refletindo sob re a
EscolaNova, éimpo rtanteque analisemosocen áriobrasileironadécadaseguinteàchegada
dessenovoideáriopedagógic o.
Nosanos30,tínhamosumpaístradicional,comumaeconomiade b aseagrícola,
sendoqueocrescime ntoeconômico,ouseja,oaumentodariq uezaqueseconcentravanas
mãosdepoucos,poisopod ereraprivilégiodeumaoligarquia, eariquezanãosedividia.
48
Nesseperíodoteveinícioarevoluçãobrasileira(EraVargas),cujo nascedouro foi
a crise que s e ab ateu sobre a cultura do café, causando repercussões diversas em todo o
corcioexteriorcomoq ualopaístinharelações.
Foi um período de grandes transformações econômicas que se refletiam nos
segmentos sociais  e políti cos. No campo econômico, com o surgimento de um mercado
interno com possibilidad es deexpansão,opaís deixavaomodeloagroexpo rtadoroqual
determinava a evasão do excedente econômico e a dependência aos países centrais. Tais
transformações no s iste maecon ômico , tive ram reflexosnaestruturasocial, substituind oseas
classessociaisdossenhoresdocaféedoenormesubproletariadoruralporumaburgue sia
industrialeumproletariadourbano. Aparecendotambém afiguradofuncionalismopúblico.
Asclasse ssociaisligadasaosistematradicionaleasnovasclasse ssurgidascom
astransformaçõeseconômicasparticipavamdogovernosimultaneamente,mesmoporqueos
senhoresdocafécontinuaramcommuitaforçaeconômicaepolítica.Assim,d eacordocom
Pereira(1972), consolidavase um ambiente instável em que o governo,convivendo com
novaseantigasclassessociaistevedeadministraressasforçasantagônicas.
Nessesentido,nointuitodebusc arapoionasnovasclassessociais,ogoverno
brasileiroinstituiuale gislaçãotrabalhistaeiniciouumapolíticaindustrializ anteobjetivando
trazerp araseuladotambémasclassesdeindustriaisemergentes.Assim,datenogerada
peloconvíviodasclassesso ciaisantagônicasnoGoverno,surgeapreocupaçãoco mobem
estar social, que originou as políticas sociais, dando início ao chamado
Welfare State
brasileiro,aquientendidocomomobilizaçãodoaparelhoestatalnumaso ciedadec apitalis ta
parabuscarobemestarsocialdeumpovo.
Percebese na his tória do Brasil que a n ese dessa políti ca de bemestar é
diferente daquela ocorrida na América do  Norte e na Europa Ocidental, onde surgiu em
funçãodanecessidadedeadequaçãodomercadoàofertae àdemand aagregadanaq ueles
países,bemcomo,dan ecessidadedeproporcio naraostrabalhadoresedonosdosmeiosde
produçãoumníveldeequilíbrio , garantindo aomercado amanutenção daforçadetrabalhona
medidaemque elaco ntinuassefuncionandoadequadamente.
NoBrasil,diantedaspeculiaridades his tóricas,amobilizaçãodoaparelhoestatal
sefaza partirdasde cisõesau tárquicas,comfortecaráterpolítico,umavezqueapolítica
socialvinhap araregularaorganizaçãodostrabalhadoresassalariados(proletariadourbano),
dos setoresmodernosdeeconomiabrasileiraedaburocraciaadministrativa.Ogoverno,na
preocupãodeintermediares saconvivênciaefortalecerse,deuinícioaesseprocesso de
proteçãosocial(MEDEIROS,2001,p.8).
49
PodemosdizerqueestemodelodepolíticasocialnoB rasil efetivamentesurgiua
partir de 1930, vez que, anteriormente, havia nopaís políticas sociais voltadas apenas ao
atendimentoemergencialdesetoresqueviessemademandálas.Foitambémnessadécada
queapareceram ossindicatos, inic iando aorganizaçãodetrabalhadores, até entãoinexistente.
Deacord ocomDraibe(1988),noBrasil,amobilizaçãotrabalhis taexercidano períodode
1930  a 1943 resultou  na criaç ão de alguns ins titutos de aposentadorias e pensões, sendo
estabelecidaregulação depolíticasnasáreasdesaúdeeeduc ação.
O Governo brasileiro, sob o coman do de Gelio Vargas, optou por uma
administraçãodeintervençãoestataleconsolidousen oBrasilumapolíticaso cialdenatureza
conservadoramarcadaporumforteautoritarismo,evidentenarepressãoaosmovimentosde
trabalhadores.Oobjetivo maiordoGovernonaépocaeraterumasociedadepacífica,sem
conflitos ou antagonismos entre as classes sociais, usandose todas as estratégias para a
manuteãodaordemeconômica,po líticaesocial(MEDE IROS,2001).
Nãodevemosesquecerqueopaíspassavadeumsistemaagroexportadorpara
umaeconomiaemprocessodeindustrializaç ão,havendo,nesse sentido,umamigraçãode
mãodeobra dos  setores tradicionais para os setores modernos o que leva a aumentar o
merodetrabalhadoresurb anos.Assim,oGoverno,nointuitodenãocontrariarasnovas
classessociaissurgidasdasalteraçõesdeestruturaecomica, criouoMinistériodoTrabalho,
surgindo váriasmedidasdeproteçãosocial, comoaregularizaçãodotrabalhodamulherede
menores,jornadadetrabalho,férias,salário mínimo,13ºsalário,liceamaternidadee os
benefíciosdeapose ntadoriase penes.
Écompreensívelquetenhaocorrido,comesse aumentodamãodeobranazona
urbana, ademandaporproteçãosocial, umavezque
Àmedidaqueaindústriaseexpandeedemandamaiorvolumedetrabalho,aumenta
a inclusão de grupos sociais na história do Welfare State brasileiro
independentementedoregimepolítico,comoseobservanasdécadassubseqüentesà
de1930(MEDEIROS,2001,p.12).
AlémdoMinistériodoTrabalho,foic riadotambém,nesseperíodo,oMinistério
dos NegóciosdeEducaçãoeSaúdeblic a, atravésdo Decretoden.19.402de14/11/1930, e,
assim,oGovernocrioubasesparaaspolíticassociaisemeducaçãohospitalar.Taldecreto
tambémpreviaq uese vinculariamao Ministérioe stabelecimen tos,instituições erepartições
blic as que o bjetivass em trabalhar assuntos que tivessem relação com os objetivos do
Ministério.Asinstituiçõ esqueseinterligaramforamoInstitutoBenjaminConstant, a Escola
NacionaldeBelasArtes,o InstitutoNacionaldeMúsica,oInstitutoNacionaldeSurdose
50
Mud os,aEscoladeAprendizesArtísticos,aEscolaNormaldeArteseOfíciosWenceslau
Braz,a Superintenncia dos Estabelecimentos do Ensino Comercial,o Departamentode
SaúdePúblic a, oInstitutoOsvaldoCruz, oMuseuNacionaleaAssistênciaHospitalar.
Nessecontexto, se deu aefervescê nciadomovimentodaEscolaNova,quese
projetavacomforçaco mapublicaçãodolivrodeLoure nçoFilho, “IntrodãoaoEstudoda
Escola Nova”.Em 1932,omovimento conso lidase com o lançamento do Manifestodos
PioneirosdaEducaçãoBrasileira.Talmovimentoenveredoup ordoiscaminhosdeação:o
pedagógico  e o político, motivados pela diversidade ideológica dos educadores que
participaramdomanifesto,noentantooobjetivoconsolidavaseemumasódireção,queeraa
necessidadedemudançadeumpaísqueestavaemtransformaçãoedeumasociedadeque
começava a inserirse no  mundo do avanço das c iências e da tec nologia. No manifesto
estavam inseridas as d iretrizesdeumapolíticaeduc acional inspirada nos novos ideaisda
EscolaNovaouAtivadeumarenovaçãoped agógicaesocial planejadaparacompatibilizarse
com uma sociedade urbana e industrial. Com o documento visavase romper com o
tradicionalismoin dividualistaep romoverumasociedadesolidá riaeforte.
Assim,o lançamentodoManifestodosPion eirosconstituiuopontoculminantede
um movimento renovador que se iniciara em 1928 com a reforma escolar de renovação
pedagógica no Distrito Federal e Minas  Gerais. Esse documento foi, na realidade, nosso
primeiroesforçodeconstruçãodeumapolíticanacionaldeeducação. 
Segund oPinto,todoomovimentodaEscolaNovanoBrasilfoitransformadoem
umatopolíticoe umatop edagógico ,assimobservando:
ComoatopolíticoàprópriaposturaideológicadosliberaisdaEscolaNova,mesmo
respeitandosesuasposiçõesei ndividualidades,demonstraoespíritopolíticosocial
do moviment o renovador. A visão da escola integrada à sociedade e dela
participando, e recebendo subsídiosque realimentam o aparelho escolar, é prova
evidentedeseucaráterpolítico(1986,p.97).
Como ato pe dagógico tinha o movimento a meta definida de uma escola
democráticaquepropiciasseaformaçãodeumhomemnovo,conscienteec rítico.
É importante destacar que o Manifesto d os  Pioneiros deveuse a divisão de
opinesso breporquetipodereformadeveriapassaraeducaç ãobrasileiranaqueleperíodo
de transformações e de transição entre a Primeira e Se gund a Reblica. Tal in definão
decorriadofatodeque,con viviaseco mquatrocorrentesdepensamentossobreaeducação ,
tendocadaumaseuprojetoeducacional(GHIRALDELLI,1990):osliberais,defensores da
EscolaNova; oscatólicos,defensoresdaPedagogiaTradicionalherbartiana; osparticipantes
51
da Ação Integralista Brasileira (AIB), entidade que surgiu nos anos 30 e tinh a teses
ultraconservadora, eaquartacorrente, queseconstituíadasclassespopulares,oproletariadoe
aclassemédia, asquaisformavamaAliançaNacionalLibertadora(ANL). Emfacedeas duas
últimasseconstit uíremmaisemfren tespolíticas,nossareflexãoserestringiráaosliberaise
aos católicos, sendo os primeiros defensores da Escola Nova, os quais pretendiam a
transformaçãodosistemaescolaratravésdeaçõescomoaavaliaçã odaeducaçãoblica,a
gratuidade, a laicidade, a obrigatoridade e a coeducação, enquanto os segundos nã o
desejavamtransformaçõesqualitativas,ouseja,mudan çassoc iais.
Essesdoisgruposentravamemconflitotantonopontodevistadoutrinário,que
concerne aosproblemaspedagógico se àsrelaçõesentreoEstadoeaeducação,comotambé m
noquedizrespeitoao ensinoreligioso,sendoasidéiasmaiscombatidaspeloscatólicosa
laicidaded oensino,acoeducaçãodossexoseomonoliodaeducaçãopeloEstado.Nesse
sentido, em 1933, os católicos procuraram à Comiso Constitu inte para apresentar um
memorialreivindicatório, subscrito porváriosprofessoreseintelectuaiscatólicosdoDistrito
Federaledos Estados, comos eguinteteor:
[...]seconsiderasseareligiãocomomatériadeensinonasescolaspúblicas(art.4º)
para alunos cujos pais ou tutores houvessem ma nifestado explicitamente a sua
vontade a respeito (§1º), e proclamado (art. 2º, §1º), sob o fundamento de ser a
famíliaanterioraoEstado,queaos paisincubeodevereassisteodireitonaturalde 
educar os filhos, podendo cumprir esse dever nas escolas públicas, nos
estabelecimentosparticularesounolardoméstico(AZEVEDO,1996,p.659).
O ponto demaiordivergênciaentreos adeptos da Escola Nova ouAtivaeos
católicosestava,comojá dissemos,naquestãodoensinoreligioso.Omanifestoabordava
além de princípios  da laicidade muitas outras questões, mas nenhuma causou tanta
divergênciacomoesseprincípio.
Asou trasquestõesdepolíticaeducacion alqueforamabordadosno Manifestodos
Pioneiros,segundoAzevedo, referemseaosseguinteselementos:
[...]Adefesadoprincípiodelaicidade,anacionalizaçãodoensino,aorganizaçãoda
educaçãopopular,urbanaerural, aorganizaçãodaestruturadoensinosecundárioe
doensino técni co e profissional, a criaçãodauniversidadeedei nstitutosdealta
culturaparaodesenvol vimentodosestudosdesinteressadoseda pesquisacientífica
[...](1996, p. 660).
Para Azevedo, o manifesto literalme nte relevou a vontade de se reco nstruir a
educação no Brasil em todos os aspectos, e, segundo ele pela primeira vez neste país,
tínhamosumplanosistemáticoediretrizesorganizadasdeumprogramageraldeeducação.
52
Aimportânciadessedo cumento,comfundamentaçãonoideá riodaEscolaNova
ou Ativa, devese aos aspectos abordados no seu conteú do, os quais foram extraído s da
doutrinafilos óficad eDe weyeadaptadosaos problemasnacionais,tornandoseasdiretrizes
deumprogramadeteoriaeducacionalmoderna.Nessesentido, Azevedoco rrobora:
[...],aidéiadeumsistemacompletodeeducaçãocomumaestruturaorgânica,ea
construção, em conseqüência, de um sistema de ensino flexível e tanto quanto
possível unificado em todos osgraus enoqual t eoria  e prática sãoestreitamente
conjugadas; a unidade de uma política nacional, dominando, pelos princípios e
normasgeraisfixada s pela união,a variedadedossistemas escolaresregionais; o
papel que atr ibui ao Estado, como órgão verdadeiramente capaz, nas condições
atuais, de reali zar o trabalho educativo; a priori dade conferida ao princípio de
atividadeeàlivrepesquisa;apenetraçãodetodooensinopeloespíritocientíficoea
reestrut uraçãodoensin osecundárioemvistadodesenvolviment odoensinotécnico
e profissional, dão a esse documento público um a importância que não se pode
deixar dereconhecereaindanãofoidevidamenteapreciadanas suasconseqüências
reai s, não só no domín io do pensamento brasileiro, em matéria escolar, como
tambémnoterrenodasrealizações,sobainfluênciadireta,confessadaouo,de
muitosdosseusprincípiosfunda mentais.[...].(1996,p.661).
Operíodoentre1928 a1933marcouaépocadegran deefervescêncianaeducação
nacional.SegundoAzevedo(1996),aVConferênciaNacionaldeEducação,promovidanos
últimosdiasdoan ode1932pelaAssociaçãoBrasileiradeEducação,constituiuomarcoda
campanhaderenovaçãonoensinobrasileiro.Nessaocasião, foidiscutidoe aprovadooplano
daeducaçãonacional. 
As diretrizes que orientaram esse plano continuaram com p ontos de vistas
divergentesealgumasvezesopo stosentrecatólicoseeducadoresliberais.oobstanteas
divergências, segundoaindaAzevedo(1996),aConstituãoFederalde16dejulhode1934
contemplou algumas reivindicações católicas, a exemplo do ensino religioso nas escolas,
comotambémdiversasaspiraç õesdoseducado resliberais.Naverdade,estaCo nstituiçãode
1934 priorizouumapolíticanacionalde educ ação.NoseuCapítuloI,art.5º,parágrafoXIV
“traçarasdiretrizesdaeducaçãonacional”(BRASIL,ConstituiçãoFederalde1934)enoart.
151fixaoPlano Nacionaldeeducaçãocomase guinte redação:
Art.151–“CompeteaosEstadoseaoDistritofederalorganizarem ontarsistemas
educativos nos territórios respectivos, respeitadas as diretrizes estabelecidas pela
união”.
Art.149– “Aeducaçãoédireitodetodosedeveserministrada,pelafamíliaepelos
poderes públicos, cumprindo a estes proporcionála a brasileiros e estra ngeiros
domiciliados no país, de modo que possibilit e eficientes fatores da vida moral e
econômica da nação, e desenvolva num espírito brasileiro a consciência da
solidariedadehumana.”
53
O movimento escolanovista, no que diz  respeito à Carta Magna de 1934,
consagrouse como vitorioso po r conseguir introduzir nos prec eitos dessa Constituão o
estabelecimento dos fins democráticos da política escolar do país, reconhecendose a
educaçãocomo“umdireitodetodos”(art.14 9).
Em 1937, com o golpede Estado,instalouseum regimeauto ritário,etodoo
movimentoemtorno daeducação novaentrouemdeclínio.Não obstante,aConstituição
outorgadae m1937re consideramuitas dasidéiasdoseducadores escolanovistasemrelaçãoàs
basesdemocráticas daeducaçãonacional,mantendoagratuidadeeobrigatoriedadedoensino
primário.Nesseaspecto , o bs ervamos:
[...],AConstituiçãode1937,rompendocomastradiçõesintelectuaiseacadêmicas
do país e exigindo à categoria de pr imeiro dever do Esta do o ensino técnico e
profissional,podeseconsideraramaisdemocráticaerevolucioriadasleisquese
promulgaramemmariadeeducação.[...].(AZEVEDO,1996,p.675).
O movimento da Escola Nova ou Ativa no Brasil teve suas influências nas
medidasdepolíticasedu cacionaisquesesucederamap ósadécadade30, en essese ntido,
nos sareflexãobuscaverificarseelacontribuiuparaasconquistas erealizaçõesnaeducação
brasileira,questionando:emquemedidaonovoideário opassoudeimportaçãodeidé ias
nascidasnaEuropaenosEstadosUnidos daArica?
A literatura aponta que o balanço de todo o movimento o apre senta saldos
pos itivosserelacionarmosasidéiaseasrealizaçõesliteralmenteconquistadasaténossosdias.
Acreditamosqueocontextosóciohistóricoepolíticobrasileirotenhamcontribuídoparaum
resultadooidealumavezqueaarticulaç ãopolíticanãofavorec ia,aindaporq uenadécada
de30,sobovéudodiscursodonovoedomodernocomque,estrategicamente,ogoverno
procurouconquistar imperavaoautoritarismorepressor.
Aoavaliarmosocontextoemqueoe scolanovismotevesuagênesees euapogeu,
percebemos que o prole tariado urbano nascido no início do pro cesso de ind ustrialização
colocavaopaísemfrenteaocapitalismomoderno,porémerau maclassequerepresentava
perigo,assim:
Oproletariadourbanotornaseumaclasseperigosaondequerqueapara,como
agente,dentrodafábricanodecorrerdoprocessodet rabalhoouforadelaondesua
própria presença e condição assinalam os perigos deumacontestaçãosocial,por
issomesmo, duranteadécadade20,jápodemosfalarnumacomplementaridadede
atuaçãodosreformadoresedosindustriaisumavezquetodasasestratégiaspontuais
de controle do proletariado urbano na cidade acabaram por atuar direta ou
indiretamente sobre o processo de trabalho. Durante esse peodo cada fala
racionalizadorareivindicaparasiumsabersobreotratamentodaquestãooperária.
A per sonagem inmoda do proletariado começa a ser minuciosamente estudada
dentrodesuascasas,narua,ounasfábricas.Épr eocupaçãodemuitosasuasaúde,a
sua educação, a sua moral, o seu lazer, enfim e, principalmente, o seu trabalho
(DECCA,1983,p.72).
54
Naverdadeogovernoestavaàprocurademeiosparadaràclasse burgue sauma
respostaemrelaçã oàstransformações“perigosas” afimdequenã ocausassempomicas
paraquetudose transcorressedentrodeumaordempacífica.Nessesentido,eranecessário
umchamamentodeintelectuaisdenovamentalidade nointuitodegarantirahegemoniada
classeburguesa,queseencontravaaflitacomastransformações qu eocorriamno Brasil.
OmovimentodaEscolaNovaouAtivanoBrasilteveessecaráterdeco nvivência
com o go verno no sentido de impor certa dominação cultural e trazer de volta alguns
princípiosdoliberalismocláss ico,fazendoumae spéciedeexercíciodeatualizaçãoparaum
liberalismo nacional. Havia também a conveniência de adaptara escola às mudanças nas
relaçõesdeprodução.Romanelli,analisandoesseaspecto,conclui:
As mudanças introduzidas nas relaçõesde produçãoe, sobretudo, a concentração
cada vez mais ampla de população em centros urbanos tornaram imperiosa a
necessidadedeseelimin aroanalfabetismoedaíummín imodequalificação parao
trabalho a um máximo de pessoas. O capita lismo, notadamente o capitalismo
industrial,engendr aanecessidadedefornecerconhecimentosacamada scadavez
maisnumerosas,sejapelasexigênciasdaprópriaprodução,sejapelasnecessidades
docon sumoqueessaproduçãoacarreta(1978,p.59).
Percebemosclaramenteummovimentodeeducaçã onovaparavelhosobjetivos,
ouseja,ahegemo niadaclassedominante,quenecessitaalargaromercadodeatuaçãodo
capitalismoindustrial, fatorpreponderantenasuasobrevivência.Comodefine bemRomanelli
(1978, p. 590),“Onde, pois se dese nvolvem relações capitalistas, nasce anecessidade da
leituraedaescritacomo prérequ isitodeumamelhorcondiçãoparaconcorrêncianomercado
trabalho”. Ne sse contexto, é pertine nte o questionamento: O movimento da Escola nova
renovourealmentenossaeducação?
CAP I T UL OIII  AESCOLAATIVACOMOPOLÍTICA
EDUCACIONAL
ParaacompreenodaEscolaAtivanacondiçãodepolíticaeducacional,como
propomosanalisálanestecapítulo,tornasenecessáriodelinearmosoc ampohisricodas
políticaseducacionaisbrasileiras. Comesse intuitotomamosc omomarcoinicialasmedidas
governamentaisdoRegimeMilitarvoltadasparaaeducação,porentendermossetratardeum
período diferenciado no contexto da educação brasileira. Em seguida abordaremos o
programaFundescola(FundodeFortalecimentodaEscola)como umapolíticaeducacional,
bem como definiremos suaáreade abrangência esu asões nosentido dealcançarseus
objetivos. Finalmente, exporemos o  projeto Esc ola Ativa no seu formato original e
comentaremosofun cionamentodosinstrumentosdeimpleme ntaçãoutilizadospara oalcance
dosobjetivospropostos.
3.1VisãoteóricadaspolíticaseducacionaisnoBrasil
Aoanalisarmos apolíticaeducacionalbrasileiraobservamosqu e,nodeco rrerda
hisria do país, a educação estabeleceuseapós1964deumamaneiradiferenteemvirtudedo
contextodatomadadepoderpelosmilitares.Refletirmo sumpouco sobreoassuntodevese
aofatodeoProjetoEscolaAtivaencontrarseinseridoemumprogramadepolíticablic a
educacional (FUNDESCOL A), o qu al é apoiado por instrumentos no rmativos de política
educacional.
Apartirdoanode1964,apolíticaeduc acionaldoBrasilpassaaserfinanciada
pelocapitalestrangeiroenessecontextoconsideramosserpertinenteumamaiorreflexãoa
partirdareferidadata.
Comoadventodogolpedeestadocomqueosmilitarestomaramopodere m
1964 , as idéias do Plano Nacional de Educ ação, aprovado em setembro de 1962 pelo
Conse lho Federal de Educação e os projetos nele inseridos, foram logo rejeitadas pela
iniciativa privada. Nesse sentido, segundo Pinto (1986), o sistema educacional brasileiro
tomounovosrumos,enãosomenteosistemaeducacional,umavezqu esedeunaépocaa
imposição deumnovo mode lo econômicoque optavapela concentração  derenda epela
internacionalização da economia,o  queensejou aimplantaçãodeumapolíticatrabalhista
compatívelcomaacumulaçãodecapital.
56
A polít ica brasileira voltavase para os in teresses externos, principalmente
daqueles países onde se concentravam os grandes grupos ecomico s que, de alguma
maneira, deramsuportefinanceiroàimplantaçãodoregimemilitar.
NogovernodopresidenteCasteloBranco, foramrealizadasmudançasnosistema
educacional brasileiro. A política educacion al passou a ser instrumento de disciplina e
controlesocial, easdiretrizesdogoverno paraa educaçãoforam:ensino primárioobrigatório
egratuito,fimdaseparaçãodosestudosacadêmicosetecnogicos e,noensinosuperior, o
incentivoàiniciativaprivada.Naáreaadministrativa,foiinstituído,atravésdaLein.4.440,
de27deoutubrode1964 ,osalárioeducaçãosendotambémrealizadoumCen soescolar.O
salárioeducação,segundoPinto(1986),visavaàcriaçãoderecursosfinanceirosparaprovera
exploraçãodoensino,esuaarrecadaçãoconsistianopagamento,pelasempresas,d e2%do
impostoequivale nteaosaláriomínimodecadatrabalhador.
Em 1965, segundo Romanelli (1978), o Plano Nac ional de Educ ação – PNE,
aprovadoemSetembrode1962peloCo nselho FederaldeEducação,passoupelaprimeira
revisão,sen doacrescidod enormasqueestimulavamosEstadosa procederamàelaboração
deseusplanosestadu aisdeeducação.
Como cons eqüência de uma segunda revisão  no ano de 1966, surge o Plano
ComplementardeEducação,sendoalgumasalteraçõesintroduzidas, comoadistribuiçãodos
recursosfederaisparabeneficiaraimplantação deginásiosparaoatendimentod epessoas
analfabetascomidadeacimad e10anos. Foipropostoe m1967peloMinistériodaEducação e
Culturaquees seplanosetransformasseemlei,oqueovingou,e,somenteem1998,foi
apresentadonoplerioda Câmaradosdeputados,oprojetodeleiden.4.15 5, queaprovouo
PlanoNacionaldeEducação.
Ao conjuntodemetas quantitativasequalitativaspropostaspeloM inistérioda
EducaçãoeCulturaem1962,quesedenominoudeoprimeiroPlanoNacionaldeEducação
tinhametasaseremexecutadasemoito anos,ouseja,até1970.Esseplano,deacordocom
Roman elli(1978),previaque100%dapopulaçãode7a14ano sdeveriaestarescolarizada
nasduasúltimasriesdo ginásioe30%d eescolarizaçãodepessoasde15a18anosdeidade
nassériescolegiais.
Ocertoéque,aoavaliaroPlano,nasuaprimeiraesegunda revisão,asquais
aconteceram em 1965 e 1966, Romanelli (1978)obse rva que à s metas permaneceramas
mesmase, aofinalde1970, percebesequeasmetas alcançadasforamasreferentesaoensino
sup erioreàexpansãodamatrículaatéainc lusãonauniversidadedepelomenos ametadedos
queterminassemocursoColegial.
57
Segund oRomanelli(1978,p.186),dasmetasprogramadasatéofinalde1970,
ficouestabelecidoqueaescolaridadedeveriaseestende r a:
a) 73,61%dapopulaçãode7a11anos;
b) 52,24%dapopulaçãode12a24anos;
c) 27,9%dapopulaçãode15a18anos;
d) 62,24%dapopulaçãoquec oncluíao2ºciclo.
Consideramosqueoplanoteve suasmetasalcançadasemparte,umavezqueparcela
dapopulaçãoquedeveriatertidoacessoaocursomédionãoascendeuaeste,permanecendo
noensino primário.Isso, decertaforma, deixouoplanocomreduzidamargemdeêxito.Não
obs tante,de algumaforma,existiaumapreocupaçãocompolíticasemedu cação,ose
podendo, contudo, afirmar, sem fazer uma análise  detalhada, se a preocupação era em
melhorálao uadaptá la àestruturadepoderentãodominante.
Oce rtoéqueomodeloeconômicoimpos toapartirde1964implantou medidas
repressivasecontençãodegastosnopaísjádesdeoiníciodoprocessodeindustrialização, o
queacreditamostercontribuídoparaodescompassoentredemandaeo fertaporeducação.
Issotalveztenhalevado oMinistériodaEducaçãoeCulturaa seconscientizardaimp ortância
depromoverumanovaorganizaçãodosistemadeeducaçãonacional.
Assim,esseMinisriodirecionouasdecisõesnosentidodepôremãouma
política educacional efetiva, momen to em que,segun doPinto (1986),oMECfirmadoze
convênioscomumaagênciainternacionaldecooperaçãocnic aaAgencyfor Internacional
Developmen t AID.Essesconvêniostratavamdereformasno planejamentoe funcionamento
donívelprimárioaosuperior,doconteúdoprogramáticoedolivrodidático. Aofirmaresses
convênios,oMin isriodelegouatécnicosestrangeirosaresponsabilidadepelaorgan izaç ão
do sistemaeducacionalbrasileiro,gerandonomeioeducacionalrios protestos,e mbora,
juntoaessescnicosestrangeiros,estivessemtécnicosbrasile irosque,inclusive,viriama
sub sidiaraComisoMeiraMatosaqualiriatrabalharnadefinãodaspolíticaspú blicas
educacionaisapartirdosconniosfirmadosentreMECeAID.
Todaessapolíticaconcretizouareformageraldoensinoatravés dealgumasleise
decretos, comoaLei nº 5.537,de21denovembrode1968,aqu al criouoFundoNacionalde
Desenvolvimento da Educação,send o complementadapelo DecretoLeinº872,de15de
novembro de  1969; Decretolei nº 63.341 de 1º d e outubro de 1968, que estabeleceu os
critériosparaexpanodoensinosuperioDecretoLeinº405,de31dedezembrode1968,
quefixouasnormasparaoincrementodematrículaemestabelecimentosdenívelsuperior;
Lei nº5.540, de 28 de novembro de 1968, que instituiu os princípios organizacionais e
58
funcionamentodoensinoden ívelsuperioresuaarticulaçãocomaes coladeens inomé dio;
Leinº 5.692, de11deagostode1971, quefixouasdiretrizesebasesparaoensinode1ºe2º
graus, eoDecretoleinº 68.908,de13dejulhode1971, quedispôssobreovestibular.
A Lei nº5.537, de 21 de novembro de 1968, ao criar o Fundo Nacional de
DesenvolvimentodaEducaçãoFNDE,buscavagarantirascondiçõesfinanceirasparafazer
faceaosprojetosdeensinoepesquisanostrêsníve isdeensino, comoobservaRomanelli:
OFNDEtemporfinalidade,portanto,capta rrecursoseapli cál osnofinanciam ento
de projetos de ensino e pesquisa, nos três níveis do ensino, e está vinculado ao
Ministério da Educação e Cultura. Segundo a regulamentação, ele concede
financiamento, preferentement e, àqueles programas e projetos que melhor
correspondam à necessidade de formação de recursos humanos pa ra o
desenvolvimento nacional”, adotando como exigência básica “a compatibiliz ação
dessesprogram aseprojetoscomasdiretrizeseducacionaisdogoverno”(1978,p.
227).
ALeiden
o
5.540,de28denovembrode1968,segundo oautor,definiuareforma
universitária, promovendoalteraçõesnasuaorganizaçãoadministraçãoepedagogia.
Na organização, as exigências da lei foram de que o ensino superior
preferencialmente deveria ser ministrado em universidades , ou, exce pcionalmente, em
estabelecimentoisolad o,comocaráterdefaculdadeouinstituto.
Administrativamen te, d everia haver um executivo que responderia pela
universidade , (oreitor), umórgãocentraldecoordenaçãodeensinoepesquisaeumconse lho
decuradores ,no casodeautarquia,oqualseriaformadopo rrepresentantesdoMinistérioda
EducaçãoeCulturaemembrosdacomunidade.Deveriahaverriasunidadesdepartamentais
gerenciadas  por direto res e um Conselho Departamental com função deliberativa. Outro s
aspectosadministrativosimportante sforamas medidasincentivadorasdaparticipaçãodos
docente sediscentes,osquaisestariamsemprerepresentadosnasunidadesdepartamentais.
Com relação aos cursos, as universidades deveriam oferec er graduação, pós
graduaçã o,extensão,aperfeiçoamentoeespecialização.
A Lei de n
o
5.540, de 28 de n ovembro de  1968, n ão tratou somente desses
aspectosorganizacionaiseadministrativosinternos,mastambémtomououtrasprovidênc ias,
como a unificação do vestibular por região e por universidade, aextinção da cá tedrae a
colocaçãodemaisumdocenteemcadaníveldecarreirapordepartamento.Tambéminstituiu
que op oderdedecisão ficaria nasosdoMinistrodaEducação,ficandooConselhoFederal
deEducaçã osubmissoàsdete rminaçõesdoMinistro.Trêsanosdepois,oDecretonº 68.908,
de 13 de ju lho de 1971, disp ôs  s obre o concurso vestibular, re gulamentandoo co mo
59
classificatório,padronizado ecom execuçãosimu ltâneaemtodoopaís,limitandooconteúdo
dasprovasàquelesrelativosàsdisciplinasdoensinomédio.
Aleinº5.692,de11deagostode1971,regulamentouapropostadorelatório
MeiraMatos, que trato u da reformulação do en sino primário emédio,juntamente com o
relatóriodoGrupodeTrabalhodestinadoa realizar areformauniversitáriajácomentada.
OobjetivodaLeinº 5.692foi dotaroeducandodepreparoparaoexercíciode su a
cidadaniaatravésdaformaçãonecessáriaaodesenvolvimentodesuaspotencialidades.Para
atingiresseobjetivogeral, alei promoveu mud ançasnaestruturadoen sino,ficandoinstituída
aobrigatoriedadedeoitoanosparaafaixaetáriade7a14anos,somandoseo antigocurso
primárioeoginasial,oqualse passouachamar de ensinofundamentalou1ºgrau,comuma
cargahoráriade720horasanuais.O2ºgrauficoucomduraçãodetrês ouqu atroano s, sen do
ascargashorárias, respectivamente, 2.200 e2.900horasanuais.
Não coube a está pesquisa delinear os meios de execão dessas políticas
blic as,mas apenasevidenciálasnoperíodoemestudo,ficandoasugestãodeumapesquisa
cujoenfoquesejaa execuçãoeavaliação dessasações.
O país,nas décadas de 60 a70 doséculo XX,passou porumacrise nosetor
educacional deco rrente de uma política econômica de depen dência internacional a qual
provocavacontençãonosgastosemeducação,nãosepriorizandoo atendimentoàdemanda
progressivaaqualre crudesciacomoprocesso deindustrialização,vistoque,emfuãod a
criação de novos serviços  demandar odeobra c om perfil mais qualificado em termos
educacionais.
Segund o Romanelli  (1978), a demand a poreducação  não foi satisfeita, e, por
voltadosanosde1960a1 968 ,agravouseaindamaisacrise evidentedesdeofinalda
cada de 50. Os excedentes d e demanda avolumavamse gerando grandes co nflitos e
protestosdeestudanteseprofessore s,poisosistemaeducacionalotinh aacapacidadede
atender ademandaexistente.
Essequadrorevelaqueavalorizaçãodaeducaçãoficavaemníve ldediscurso,
pois, narealidade, oqueexistiaeraescassezderecursosdestinadosà educaçãopública.Nesse
sentido,
[...], mais do que cont er gastos, o governo estavapreocupado em capitalizar, em
acumular, para investir. A expan são da rede escolar, segundo as exigências da
demandasocialdeeducação,poderiacomprometeremparteapolíticaecon ômicado
governo.
Daíporqueaexpansãosedeuemlimi tesestreitose,pornãoacompanharnemao
menosoritmodocrescimentoda demanda,acabouagravandoacrisedosistema
educacional.
Estejánãorespondianemàsexigências dosistemaeconômico,nemàsdademanda
deeducação(ROMANELLI,1978,p.206).
60
A política econômica desenvolvida dentro de um modelo de dependência
internacionalfoicomp rometidacomacumulaçãodecap ital,poisatinha comoprioridadeeaté
sinalizavas uaprioridadecomaprivatizaçãod oensino.Essemodelopo líticoprocuravade
todas as formas eliminar os obstáculos que se apresentassem ao seu controle po lítico e
ideoló gico,evide nciandoseu caráterautoritário .DeacordocomGermano(2000),oregime
militarutilizousedapolíticaeducacionalc omoestratégiadehegemonia:
[...], a política educacional resulta da correlação de forças sociais existentes em
determinado contexto histórico. No Brasil pós1964 podemos afirmar que, no
essencial, ela foi uma expressão da dominação burguesa, viabilizada pela ação
políticadosmilitares(2000,p.106).
Noperíodoemdiscussã o,váriosprotestoseclodiram, eogoverno,paracontêlos,
assinou ,em13dedezembrode1968,oAtoInstitu cionalnº 5(AI5),quetiravadocidadão
brasileirotodasasgarantiasindividuais, públicase privadas econcediaaoch efedo executivo
plenospoderesparaatuarcomoexecutivoelegislativo.AlémdoAInº5ogovernoas sinou
também o DecretoLei nº477, proibindo o  corpo docente, discente e administrativo das
escolasdeparticipardemanifestações, fossemelaspolíticasouno âmbitodasuniversidades,
oquedecertaformaintimid oualunoseprofessores.
No Brasil instalouse um clima antidemocrático,sendoquemuitosprofessore s
forampresos,perseguid osedemitidostivemos;asuniversidadesforaminvadidasemuitos
estudantes foram presos e feridos nos confrontos com a p olícia. Alguns foram mortos e
caladosparasempre;outros,emvirtudeda proibãodofuncionamentodaUNE–União
Nacionaldo sEstudantes.
Apartirde1974,apo líticaeducacionalpassouatercomofocoacorreçãodas
distorçõesdosistemae ducacional.OMinistériodaEducaçãoeCulturaampliasuasações,
estabelecendop olíticasparaáreasatée noalijadasdediscussõesmaisefetivas,comos 
graduaçã o, educação préescolar, educação especial e ens ino supletivo, o qual viria a
beneficiarumacamadadapopulaçãodebaixaren da.
Nessesentido,foilançadooIIPlanoSetorialdeEducaçãoeCultura(197579),
quedeacordocomGermano(2 000 ), alémdetecnicista, foideperfilquantitativoumavezque
suapreocupaçãoestavavoltadaparametascomo:atingir90%dapopulaçãonafaixaetáriade
7a 14anos,expandiro2ºgrau,expan diroatendimentoàs zonasmarginaiseampliaro ensino
sup erior.
Afirma ainda o referid o autor que, até aproximadamen te o ano de 1978, as
medidasad otadaspeloMinistériodaEducaçãotiveramresultado spositivosnosentidode
61
corrigiras deficiênciasdosistemaeducacional,e liminandoosobstáculosàampliaçãodas
oportunidadeseducac ionaisa uma maior parceladapopu lação. 
DeacordocomDemo(1981),apartirde1974,foideflagradoumgran deesforço
nosentidodecorrigirasdeficiê nciasdosistemaeducacionale, daqueleanoaté1978, tivemos
resultadoscomoaquedanoíndicedeanalfabetismoparaabaixode20%;operacionalização
deumprogramaem17Estadosbrasileirosparaaeducaçãovoltadaaodesen volvimentorural;
criaçãodaFundaçã oNacion aldeArte–FUNARTE,quedavaincentivosàsica,àsarte s
plásticas,aoteatroeaofolclore;aumentodopercentu aldecontribuiçãodos alárioeducação
de 1,4 % para 2,5 % da folha de contribuição das emp resas; aumento do número  de
professorespósgraduadosde1,1milpara7,2mil;expansãodaredeu niversitáriapública,
implantação do sistema de habilitaçõe s básicas em nível de 2º grau e o crescimento da
matrículadapopulaçãoentre7e14anosde15milhõesdealunospara17milhões.
Comasreformasempreendidas,segundoPinto,foigeradaaexpanodoen sino
sup erioreosanos80iniciaram,emfunçãodisso,comumarealperspectivadedesemprego.
Pintocomenta:“[...]op rocessodeabertu rapolíticaacenadanogovernoGeiselecontinuada
no governo Jo Figueiredo, evidentemente, trouxe novas nuanças à polític a edu cacional
brasileira”(1986,p.77).
Os problemas políticoeconômicos influen ciaram sobremane ira a política
educacional,e,assim,vivíamos noBrasilumacrise econômica que tin hacomovilõesou
endivid amento externo crescente, o desequilíbrio na balança de pagamentos, a inflação
galopantenacasadostrêsdígitos,adesaceleraçãodocrescimento,oFMI –FundoNacional
Internacionalditandoasregrasdanoss aeconomia,acrisedeenergiainstalada,oficitno
setorblicoeapolíticasalarialdeachatamento,coma crescentepauperizaçãodapopulação.
Em vistadodesempregoocasionadotambémpelaexpansãodoensinos uperior,oqual gerou
grandedeman daporemp regod essenível,só restavaaogovernoinstalado,noseupontode
vista, conter a e xpano do ensino em n ível superior. Com tal objetivo foram tomadas
medidasperversas decortesdeverbasdaeducaçãosomadasaumapoioàprivatizaçãoeà
contenç ãosalarial, oquegerouoesvaziamentodasuniversidade sbrasileiras. Ness easpecto;
Estámaisdoqueclaroqueaorientaçãogovernamentalnãoquerabrirmãodesua
políticacontráriaàuniversidadepública,pelacontençãodeinvestimentosfederais.
Projeto que não édeontemnemseesgotaráamanhã: éuma estratégiademédio
prazo [...] médio prazo implica continuidade de uma determinada política [...]
(MAAR,1984,p.4).
62
Oqueconstatamossobreeducaçã onadécadade80foramprioridadesdadasà
expansãoquantitativadaofertacomampliaç ãodaredefísicas em,noentanto,haverigual
preocupãocomaqu alidadeno ensino.Talexpansã ofoidrastic amenteinterrompidapor
açõessubseqüentesdogovernocomrelaçãoaoensinosuperior.Aoscortesnasverbaspara
educaçãofo ramassociadasoutrasações,comoacentralizaçãodasdecisões,aburocratização
dosistemaeducacional,aprivatizaçãoeclientelizaçãodapolíticaeducacionaleaexclu são
dos profiss ionaisdaeducaçãodoprocessodecisó rio.
Todos ess es fatores levaram a educação, a partir dos anos 80, a priorizar a
quantid adeemdetrimentodaqualidade.Muitoembora, nessadécada, riosdocumentos
6
de
políticaspúblicastenhamsido editadosesuasmetasdivulgadas,ocerto équeoalcancedelas
aindaévisãodefuturoe motivodeplan ejamentonaatualidade.
Coma chegadadosanos90, quandotomaposseopresidenteFernand oCollorde
Melo,aeducaçãogan hou centralidadenosdebatese,apartirdessadécada,alicerçousena
competit ividade e assim deixou de ser uma ferramenta de cidadania passando a um
instrumen todebuscademercadoemfunçãodoprocessodeglobalizaçãonoqualsetentava
inseriroBrasilatodoc us to.Nesseaspectoaedu caçãofico uvoltadaparaaqualificaçãoda
força de trabalho de maneira a atender à demanda dos n ovos processos produtivos da
sociedadecontemporânea.
Asp olíticaseducacionaisdadé cadade90,nessesentido, articularamseemtorno
dos pressupostos dos organismosinternacionaisco mo Banco Mundial/BIRDeBID,CEPAL,
ONU, UNESCO/OREALC. Vale destacar que tais organismos primam por modelos de
desenvolvimento alic erçados no neoliberalismo, se ndo  que a nic a da educação é o
desenvolvimentodehabilidadescomfoconaed ucaçãosica,oq ue,naco ncepçãodesses
organismos, éfundamentalparaocrescimentoe comicosustentável.
Noiníciodosanos90,asituaçãoeducacionalbrasileirap odeseranalisadaem
doisas pectos:oquantitativoeoqualitativo.Noprimeirocaso,oBrasilsesobres saibemno
cenário educac ionaluma vez quea exp anode matrículasem todososníveisdeensin o
apontacertaeficiência, principalmentenoens inofundamental.Assim,
6
SegundootrabalhodeSofiaLercherVieira,PolíticaEducacional:Prioridadeversusnúmeros,podemoscitar :
Educação pa ra todos: Caminhos para mudanças, I PND da Nova República, Constituiçãode 1988 eações
85/90.
63
Osubstancialcrescimentoabsolutodamatrículadoensinofundamentalverificado
na década de 90 repercutiu favoravelmente no aumentoda taxa de escolari zação
líquida, na faixa etária de7 a14 a nos.Deacordocomocensoescolarde1998,
apena strêsEstadosdaregiãoNordesteapresentaramtaxasdeescolar izaçãolíquida,
nafaixaetáriade7a14anos,inferiora90%Piauí(85,9%),Alagoas(87,6%)e
Maranhão (89,7%). Em contraste, todos os Estados das regiões Sul eSudestejá
alcançaram taxas de escolarizaçãoquida superior a 97%,destacandoseaindao
DistritoFederal,queobteveomelhoríndicedopaís(98,2%).(CASTRO,1999,p.
11).
Noaspectoqualitativo ,segundoavaliaçãodoSistemaNacionaldeAvaliaçãoda
Educação Básica – SAEB, nesse período; se registraram elevadas taxas de repetências,
abandono,disto rçãoidade/sérieebaixorendimentodosalunos.
Percebesequenoaspectoquantitativo,oBrasilrealmentechegouapatamares
aceitáveis, enquanto no qualitativo, segundo Castro (1999), a bus ca de níveis razoáveis
contin ua através das políticas voltadas para aspectos como universalização do ensino
fund amentaleexpansãodonívelmédiodemodoa secumpri oqueconsta na Constit uão de
1998 :sup eraçã o dodéficit de qualidadedaeducação,ouseja, a buscade umensinoque
atendaaospadrõesmínimosdequalidade,eabuscadocrescime ntodademandanoensino
sup erior.
Deacordocomapesquisadora,apolíticaeducacionalbrasileira, apartirde1995,
jánogovernodeFernandoHenriqueCardoso,emvirtudedaavaliaçãodoSAEB,ocorrida
anteriormente,priorizouabuscadaqualidadeeapromoçãodemaiorequidadedosis tema
educacional.Comentaaautoraquetambémfoiissoocorreunosníveisestadualemunicipal, 
emfunçãodaforteênfasenadescentralizaçãodagestãoeducacionalnosentidodedaràs
escolasmaiorauton omia.
Acrescenta Castro (1999)que os anos s95 tiveramões institucionaisque
marcaram as políticas educacionais, como a criação do Fundo de Man uteã o e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de valorização do magistério  (FUNDEF);
aprovaçã o da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9394/96); a
reorganizaçãoeredefiniçãodascompetênciasdoConselhoNacionaldeEducaçã o(CNE )e as
reformasnosetoreducac ionalquesecon solidaramatravésdaEmend aConstitucional
7
1 4,
de12desetembrode1996;
7
.Aemendaconstituciona lnº14aoart.211daConstituiçãoFederalnasuaredaçãoafirmaqueosmunicípios
deverãodarprioridadeaoensinofundamentaleàeducaçãoinfanti l,cabendoaosEstadoseaoDistritoFederal
priorizaroensinomédioefundamental.Aemendatambémdetermin aqueosEstadosemunicípiosdeverão
estabelecerm aneirasdeassegurarauniversalizaçãodoensinoobrigatório.Aunião,port anto,ficaincubidade
exercerafunçãoredistributivaesupletiva,equalizandonessesentidoasoportunidadeseducacionaisedandoo
mínimodequalidadeaoensinoatravésdaassistênciatécnicaefinanceiraaosEstados,aoDistritoFederale
aosmunicípios.
64
A partir de meados da década de  90 até 1998, como principais políticas
educacionaistivemosadescentralização,promoçãodaeqüidadeefortalecimentodaescola
blic a,melhoriadaqualidadedaeducaçãobásica,expansãoemelhoriadoensinosuperior.
No que diz re speito às políticas dedescen tralização,promoçãodaeqüidade e
fortalecimentodaescola púb lica,osprojetosimplementados, conformeCastro(1999),foram
oProgramaDinheiroDiretonaEscola,queobjetivaorepassediretodorecursodosalário 
educação para a escola blica; desc entralização do PNAE – Programa Nacional de
Alimentação Escolar, qu e propõe o repasse regular dos recursos direto aos estados e
municípios; financiamento das ões junto aos programas educacionais como Projeto
Nordeste eFUNDESCOLA;õesdeapoioaodesenvolvimentodoensinofundamentale
tambémodesenvolvimentodeumsis temadeinformaçãoemtodos osníveisdeensino. 
Nas políticas de melhoria da qualidade da educ ação básica, as ões foram a
consolidaçã o do Sistema Nacional de Avaliação da Educaçã o sica (SAEB); avaliação
pedagógica dos livros didáticos e a discussão e divulgação d os Parâmetros  Curriculares
Nacionais(PCNs)paraoensinofundame ntal.
Com relação à política de e xpano e melhoria do ensino  superior foram
empreendidas ações baseadas nos princípios da Lei das Diretrizes e Bases da Educação
Nacional,comoestímuloàexpanodevagas,oqueco nfereasinstituiçõe smaiorliberdade
para a criação de novos cursos por instituões nãouniversitárias; a criação de novas
modalidadesjurídicasdoscentrosuniversitáriosefaculdad esintegradas,bemcomoodire ito
dos  alunos na ob tenção  de informações sobre o desempenho das instituões e a
obrigatoriedade de publicaç ão anu al d e catálogo geral sobre o s cursos oferecid os, corpo
docente einfraestruturadisponívelnasinstituições.
Dentrodessapolíticadeexpanoemelhoriadoensinosuperior,tambémsedeua
consolidaçã odoExameNacionaldeCursos ENC,queéumaavaliaçãodoensinosuperioa
elaboraçãodasnovasDiretrizesGeraisdosCurrículosdeGraduação;incentivoàtitulação
docente atravésde bolsasnoexterioreprogramadeb olsasdaCap es;definãodecritérios
paraoprocessodeescolhadosdirigen tesuniversitáriosecomposiçãodosórgãoscolegiados
(Lein.9.192/95);reformulaçãodosistemadeavaliaçãodapó sgraduação.
Analisando as polític as educacio nais dos anos 90, observamos uma radic al
mudança nopapeldoEstadonoprovimentodosdireitos decidadania,especialmentenoque
diz respeito à educ ação. O Brasil ingressou, com certo atraso, nas reformas n eolib erais
preconizadosempaíses comoEstadosUnidoseInglaterra.
65
Naeducaçãopudemoso bservarmudançasemto dasasmodalidadesdeen sino,
orestandovidadequetais mud ançasobjetivaramamelhoriadaqualidaded eensinoedo
desempenho dos estudantes. É pertinente, no entanto ,verificarse as mudanças pro postas
obtiveramou o osresu ltados que osreformadores desejavam,uma vezque atéagoraé
perceptível que algumas delas  continuam apenas n os docume ntos de políticas públicas
educacionais.
Arapidezcomquetodasessaspolíticasforampropostasdeveseaofatodopaís
procurar adaptar o nosso sistema educacional às transformações do mund o do trabalho
embora com atraso. Nesse contexto é qu e se en contram presen tes os organismos
internacionais osquais têmfortepresençanaspolíticaseducacionais.
Nãoéobjetivonossoumaanálisedaatuaçãodessesorganis mos,que,oquenos
competeérefletir acercadospacoteseducacionaisporele spropostos.Temosaopinião clara
quanto ao perigo das receitasprontas,umavez  quearealidadebrasileiradedesigualdade
regionalmuitasvezes ficadeforadasanális escnicasmais apuradas.Nessesentido,várias
medidasdecaráterhomogeneizador acabamprejudicandodeterminadasregiões.
AevidênciaéqueoBrasilnosanos90foipalcodeumacompletaree struturação
dosistemadeensino,principalme ntequandonosreferimosàeducaçãobásica. Observamo s
quetivemos,emmuitopoucotempo,umadécad apraticame nte,asseguintesmudançasjá
detalhadas ao longo do  texto: mudanças efetivas co m a Constituição Federal de  1 998 ,
aprovaçã odanovaLe idasDiretrizeseBasesdaEducação(LDBEN),criaçã odo FUNDEF,
adoçãodosParâmetrosCurricularesNacionais(PCNs),ImplantaçãodoSistemade Avaliação
daEducaçã oBás ica(SAEB)bemcomoai mplantaçãodoExameNacionaldeEnsinoMédio
(ENEM).Todas ess as ações continuam em implementação atualmente, gerando várias
discus sõ esqueseconcentramatualmentemaisemtornodadescentralização edaqualidadeda
nos saeducação.
A análise de todo esse contexto da educação brasileira tem como objetivo a
reflexãosobreoProjeto EscolaAtiva, umaaçãodoProgramaFUNDESCOLA, quefun ciona
comosistemaintegraldeens inofundamental,tendosidoadotadoemdiversospaíseslatino
americanos,incluindoestratégiasdosorganismosinternacionais,umavezqueéfinanciado
peloBancomundial.OProjetoobjetiva melhoraraaprendizagem, promovendo aqualidadee
aeficiênciadaed ucação,sendobasicamenteesteoobjetivo discutidonaConferênciaMundial
sob reEdu caçãoparaTo dos,realizadaemJomtiennaTailândia,em1990,quandotodosos
governosdomundoreiteraramseucompromissodegarantiraeducaçãobá sicaco mobase
66
paraodese nvolvimentohumano,oqueresultounadeclaraçãoconstantenodocu mento de
referência, noqualdefiniram asnecessidadesbásicasdeaprendizagem,taiscomo:
As ferr amentas essenciais pa ra a aprendizagem e os conteúdos básicos da
aprendizagem necessários para que os seres humanos possam sobreviver,
desenvolver pl enamente suas capacidades, viver e trabalhar com dignidade,
participarplenamentedoprocessodedesenvolvimento,melhorarsuaqualidadede
vida,tomardecisõesfundamentaisecontinuaraprendendo(BRASIL,1999,p.19).
A educação  brasileira na cada de 90 ganha des taque como ferramenta de
formação para o trabalho, com possibilidades de contribuir para o crescimento do país,
coerentemente com os pressupostos do tema educação sob a ótica dos organismos
internacionaisjácitados.
3.2OFUNDESCOLA:uma açãodaspolíticaseducacionaisnoBrasil
OFundodeFortalecimentodaEscola FUNDESCOLA é, segundoBrasil(200 2),
um programa do Ministério da Educaçã o e Cultu ra, financiado com recursos do governo
federaledeempréstimosdoBancoMundial,sendoimplantadoemZonasdeAtendimento
Prioritário (ZAP), formadaspormicrorregiõescommunicípiosmaispopulosos, definidaspelo
Ins titutoBrasileirodeGeografiaeEstatística(IBGE).
Atualmente, segundoBrasil(2002),oFUNDESCOLA atendea 384municípiose
19 estados das regiões Norte, Nordeste e CentroOeste, com um total de cerca de 8 mil
escolaspúblicasestaduaisemunicipais.OProgramaenvolverecursosnaordemdeUS$1,3
bilhão eestásendodesenvolvidoemtrêsetapas:
Funde scolaIconcluídoem2001,atuoun asregiõesNorteeCentroOeste,em
dezestadose181municípios,c omênfasenode senvolvimentodeiniciativasvoltadasparao
fortalecimentodagestãoescolaredoprocessodeensinoaprendizagem.Ovalordoprojeto
nessaprimeirafasefoideU$125milhões,sendoU$62,5milhõesfinanciadospeloBanco
Mun dial.Envolveuõesrelacionadasapadrõesmínimosdefuncionamentoeproces so de
desenvolvimentodaescola,planejamentoeprovisãodevagas, gestãoedesenvolvimentodos
sistemas educacionais.
Funde scolaII foiexecutadoaté2004,exp andindoaatuaçãodoFUNDESCOLA
IparaaregiãoNordeste,totalizando384municípiose19estadosdasregiões Norte,Nordeste
eCentroOeste.Desenvolveunovasin iciativasvoltadasparaaescolaeiniciouotrabalhocom
oplanejamentoestratégicodassecretarias.Entreasaçõesdessaetapa,estãoapromoçãoda
67
comunicaçãoemobilizaçãosocial.Ovalorinvestido,segundoBrasil(2002),foideU$402
milhões,se ndo U$202milhõesfinanciadospeloBancoMundial.
Funde scolaIIIserádesenvolvidoemduasetapas:AeB.Ovalor dop rojetona
etapaAédeUS$320milhões.Ototalde estadosemunicípiosatendidospermaneceomesmo
do FUNDESCOL A II. Es tendese até outubro de 2006. O valor financiado pelo Banco
Mun dialédeU$ 16 0milhões.Importanteressaltarsuacomplementaridadejuntoàlegislação
eàspolíticasnacionaisvigentesparaoensinofundamental.AênfasedoProgramaestán o
acessoepermanênciadoalunoemsaladeaulaenaqualidadeeges tão,sendoapoiad opor
instrumen tos normativos como a Lei de Diretrizes  e Bases  da Educaç ão Nacional (LDB )
(1996),FundodeManuteãoeDesenvolvimento doEns inoFundamentaleValoriz açãodo
Magistério(FUNDEF),ProgramadePesquisa eOperacionalizaçãodePolíticasEducacionais
(PPO) Programa Dinheiro Direto  na Escola (PDDE) e Sistema Nacional de Avaliação e
EducaçãoBásica(SAEB).
Vale ressaltar que para o programa ter eficncia e alcançareficácia, as ações
devem enfatizar duas vertentes básicas, segun do boletim cnico do FUNDESCOLA. A
primeiradizrespeitoa
Focalizarmaisaaçãonoaperfeiçoament odeprodutoseprocessosexistenteseno
desenvolvimentodeoutrosrelacionadosaoensinoaprendizagemeumasistemática
deavaliaçãodosistemaeducacionaldeestadosemunicípios(2002,p.10).
Asegundavertenteé
Desenvolver sistemas e identificar as necessidades de estrutura, pessoas,
procedimentos,estratégiaserecursosfinanceirosquepermitamàssecretar iasutilizar
de modoadequado,eemcaráterpermanente,aspolíticasassociadasàsintervenções
educacionais(2002,p.10)
Com relação à efetividade do programa,cinco pontos foram destacados pelos
técnicossegundoaind aboletim técnico(2002,p.11),osquaissã o:
· Viabilizar as políticas educacionais associadas ao s p rodutos do
FUNDESCOLA:
· Apoiaraspolíticasedu cacionaismedianteodesenvolvimentodesistemas;
· Pro moverasu stentabilidadedasações,nosentidodeid entificaregarantiros
requisito smínimos queassecretariasdevemapresentarparadarsustentaçãoà
implemen taçãod aspolíticaseducacionais;
· Foc alizarosmunicípioseestadoscommenorcapacidadeorganizacional;
68
· Estabelecermecanismo sdeincentivoserecompensas.
Tambéméimportanted estacarque o programaFUNDESCOLAcompatibilizase
com as prioridades propostas  pelo Plano Nacional de  Educação. Partindo desse apoio
normativoeanalisandoseusobjetivos emetas,oprogramaconsolidase comoumapolítica
blic aemeducação.Importanteénessecontexto,destacaramissãodoprograma:
melhorarosresultadoseducacionaisdascr iançasmatriculadasemescolaspúblicas
do ensino fundamental nas regiões mais carentes do país, por meio do
fortalecimento das escolas e das instituições públ icas por elas responsáveis, com
baseemumaestrutur acoordenadadegerenciamento,inseridaemumcontextode
mobilizaçãoecontrolesocial(BOLETIMT ÉCNICO,2002,p.9).
Comesseobjetivo,oprogramaatende aoseducandos emidadeescolaratualmente
matriculados nasescolasdeensinofun damentallocalizadasnasregiões Norte, CentroOestee
Nordeste. Devidoaessagrandeextenodecob erturageográfica,deac ordocomoBoletim
Técnico(2002),sãoselecionadasasZonasdeAtendimentoPrioritário–ZAP, queconsistem
emagrupamentosdemunicípiosvizinhosquetenhamperfissoc ioeconômicossemelhantes,
compondo microrregiõ esdefinidaspeloInstitutoBrasileirodeGeografiaeEstatística IBGE.
As Zap’s p articipam do programa em duas fases.Naprimeirafase,focase amobilização
social, odesenvolvimentoinstitucionaleatividadesqueajudamaelevarasescolasapadrões
mínimos d e funcionamento. Priorizase també m treinamento em gestã o para gerentes e
funcionáriostécn icosdassecretariasestaduaisemu nicip aisdeeducação.
A segunda fase constituise no  financiamen to a projetos de reabilitação e de
melhoriadaescoladesenvolvidosnaprimeirafasepormeiodoprocessodeplanejamentodo
desenvolvimentodaescola.Tambémnessasegundafasesedásuporteeacompanh amentoa
outroscomponentes.
A e strutura do Programa FUNDESCOLA organizase em componentes e
sub componentes, respeitandose as especificidades das áreas de atuação, os resultados
esperados e as estratégias de implementação. Os componentes se distribuem da seguinte
forma:
Componente 1 – pro jeto que diz respeito à elevação das escolas aos padrões
mínimosdefuncionamentotrabalhandosecincosubcomponente s:promoçãodaautonomia,
educação e titulação de professores, fornecimento de veis e equipamentos sicos,
financiamen todeprojetosde adequaçãofísicaadministradapelaesco la,implementaç ãodo
programademodelodees cola.
69
Componente 2: projetos no sentido de elaboração de um processo de
desenvolvimentodaescola.E nglobatrêssubcomponentes:elaboraçãoeimplementaçãodo
planodedesenvolvimentodaescola(PDE),financiamentodosprojetosdemelhoriadaescola
(PME)edesenvolvimen to,tes teeimplementaçãodemodelospedagógicos.
Componente 3: projetos que visam à eficácia na promoção dacomunicação e
mobilizaçãosocialatravésseguintessubcomponentes:suporteaoFUNDESCOLApormeio
decomunicaçãoedisseminão,campanhasemobilizaçãos ocial.
Componente4:projetosdefortalecimentodossistemaseprogramasn acionaisde
informação.Esse componenteécompostodetrêssubcomp onentes:melh oriadaavaliação
educacional,aperfeiçoamentoedisseminaç ãodasinformaçõeseducacionais,des envolvimento
deestudosepes quisas emeducação.
Componente5:pro gramadeinvestimentonogerenciamentoedesenvo lvimento
institucional dos  sistemas de educação, s endo composto dos seguintes subcomponentes:
fortalecimento da colaboração estadual e municipal, desenvolvimento institucional para
secretariasdeeducação;implementaçãodomicroplanejamento.
Paraoco mponente6, oprogramadestacaaadministraçã odoprojetoeatividades
piloto. Esse componente tem como objetivo garantir a coordenação geral do programa
Funde scolamediante estruturagerencial,alémdeviabilizararealizaçãodeaçõespiloto. Éo
únicoquenãoécompostop orsubcomponentes.
Nossoo bjeto deestudoestánocomponente2,quetemcomo subcomponentea
promoção, o estímulo, o financiamento e a implementação de programas a serem
desenvolvidos na esco la, objetivando buscar a melhoria da aprendizagem e,
consee ntemente,aelevaçãodosníveisderendimen toedepromoçãodosalunos.Compõe
esse subcomp onente a Metodologia da Es cola Ativa e o Programa d e Gestão de
Aprendizagem Escolar –GESTAR.
São rias as ões desenvolvidas pe lo programa FUNDESCOLA.Entre elas, 
temos oPlanejamentoEstratégicodaSecretaria(PES), queseconstituideprocessogerencial
desenvolvido pelas secretarias de educaç ão, parao alcance de uma situação dese jada,de
maneiraefetiva,comamelhorconcentraçãodeesforçoserecursos.Aorealizálo,asecretaria
analisaseudesempenho,proce ssos,relaçõesinternaseexternas,condõesde funcion amento
e resultados. A partirdessaanálise,projetaofuturo,defineasestratégiasparaalcançaros
objetivos e também as pessoas que serão envolvid as. O PES promove o  fortalecimento
institucionaldaSecretariaEstadualdeEducaçãovisandoàmelhoriadagestãodaescolaedo
desempenhodoaluno.
70
OSistemadeApoioàElaboraçã odoPlanodeCarreiradoMagistérioPúblicoé
outra ação,composta porumsoftware distribuídojuntocom o livro “Planode Carreirae
Remu neraçãodoMagistério”eocaderno“PlanodeCarreiraeRemuneraçãodoMagistério –
EstudoDirigido”,destinados aforneceraosmunicípios condões deelaboraroPlanode
CarreiraeRemuneraçãodoMagistérioPúblico.
OSiste ma Integrado deIn formaçõesGerenciais(SIIG)tambéméumaaçãodo
Funde scola,aqualseconstituiemumprogramacompostop or27sistemasinformatizadose
interligadosqueapóiam oprocessodeges tãodassecretariasestaduaisdeeducação doNorte,
NordesteeCentroOesteepromovemamelhoriadesuascondõesdegerenciamento .
O Plano de Dese nvolvimento da Esc ola (PDE) é a ação que se destina ao
aperfeiçoamento da gestão da e scola blica e à melhoria da qualidade de ensino . O
Funde scolaestimulaaelaboraçãodoPDE,noqualaescolarealizaumdiagnósticodesua
situação,identificand o,apartirdessaanálise,seusvaloresedefinindosuavisãodefuturoe
função soc ial bem como traça objetivos, estratégias, metas e planos de ação a serem
alcançadosalongo,médioe curtosprazos,respectivamente.Recebemrecurso sfinanceiro se
apoiotécnicoparaelaboraroPDE asescolasquetenhamapartirde100alunos.
OProjetodeMelhoriadaEscola(PME)éoutraãoimplementadapelaescola,
efetivandose de pois da elaboração do PDE. As escolas selecionam metas e ações que
consideram essenciais para a melhoria da aprendizagem dos alunos e que poderão ser 
financiadaspeloFundes cola, assimsãoincluídasnoProjeto deMelhoriadaEscola.
o Projeto EscolaAtivaéaãodoprogramaFund escolaimplementadanas
escolasruraiscomclassesmultisseriadas
8
(de1 ªa4ªrie),comoestratégiad eensinopara
combaterarep rovaçãoeevasã oescolar.
Aexperiênciareúneautoaprend izage m,trabalhoemgrupo,e nsinopormeio de
dulos,livrosdidáticosespeciais,participãodacomunidade,capacitaçãoereciclage m
permanente dos professores e acompanhamen to constante de alun os  e d e docentes. Essa
estratégiaéofocodono ssotrabalho.
Programa de Gestão e Aprendizagem Escolar (Gestar) é um projeto de gestão
pedagógica da escola orientado para a formação continuada de professores do ens ino
fund amental,avaliação diagnóstica e reforço daaprendizagem dos estudantes.Tem como
objetivop rincipalelevarodesempenhoescolardosalunosnasdisciplinasdeMatemáticae
Língu aPortuguesa.Inovaasestratégiasdequalificaçãodoprofessoreoproces sodeensinoe
8
Classesmultisseriadas:organizaçãodoensinonasescolasemqueoprofessortrabalhanamesmasaladeaula,
comváriassériessimultaneamente.
71
aprendizagemdosalunos.Esseprogramautilizarecursosdeeducaçãoàdistânciaeatendea
professoresde1ªa4ªsérie deescolaspúblicas.Apartirde2004 ,tambémpassaaatender
professoresdeMatemátic aeLínguaPortuguesade5ªa8ªsérie .
OProgramadeApo ioàLeituraeàEscrita(Praler)é umaaçãodoFundescola
iniciadaem2003focadanaformaçãodeprofessores,principalmenteosde1ªe2ªsérie,para
que possam, a partir do s conhecimentos adquiridos, alfabetizar seus alunos no tempo
pedagógico d oanoletivo.Édestin adoaosprofessoresqueconcluíramouestãoparticipan do
doGestarde1ªa4ªsérieequeaindanão adotaramoutrosprogramasdealfabetização.
OProgramaMelhoriadoRend imentoEscolaré umanovaão,queintegraas
açõesfinanciáveispe lo Fundescola.Parareceberofinanciamento,omunicípiodeveestar
localizadoemzonadeatendimentoprioritáriodoprogramaetermaisdecemmilhabitantes.
AaçãoestáprevistanasNormasparaFinanciamentodeProjetosEducacionaisnoÂmbitodo
Funde scola para 2003. De acordo com a nova sistemática, o programa Melh oria do
RendimentoEscolarbuscaincentivaraformaçãocontinuadadospro fissionaisde1ªe2ªsérie
daredemunicipalede5ªsériedaredeestadual,emfunçõesdocentesnoensinofundamental,
comafinalidadedeminimizarosíndicesdefracassoe scolareaumentarosdeincluode
alunosnoprocessodeensino, comqualidadesocial. 
Microplanejamento é uma ão que visa à realização de estudos de
microplanejamento educacionalatentandoparaaorganiz açãodare defísicaescolarurb anade
ensino fundamental e que, entreoutrasfunções,defineelocaliza anecessidade denovas
vagasnoensinofundamental,fazendosimulaçõesparaidentificarasituaçãodasesco lasem
relaçãoaosp adrõesmínimosdefuncionamen to.
Espoeducativoconstit uiumaãovoltad aparaorien tar aconstruçãodenovas
escolas,utilizandoprojetosarquitenicosdesenvolvidospelassecretariasde educaçãodos
estados edas capitais que participaramdo Projeto Espaço Educativo – Arquitetandouma
EscolaparaoFuturo.Osp rojetosarquitetônicosatendemàsdiretrizesgeraisdeflexibilidade,
soluçõescompactas,adequaçãoàsdiferençasdeterreno,adequaçãoaoclima,acessibilidadee
facilidade de manutenção. Permite també m que as novas  escolas disponham de boas
condiçõesp araoensinoedoncia,suportepedagógico,recursosdidáticos,administração,
alimentaçãoeserviçosgerais.
Padrões Mínimos de Funcionamento das Esc olas (PMFE) é a ação q ue se
preocupacom ascondõesbásicaseoconjuntodeinsumo snecesriosparaarealizaçãodos
serviçosescolaresessenciaiseparaqueoprocessodeen sinoaprendizagemocorradeforma
adequada.Paraatingiressepadrão,oFundescolaconsiderouosseguin tesin sumos:espaço
educativo,mobiliárioeequ ipamentoescolar,materialdidáticoeescolarerecursoshumanos.
72
Asdiretrizesdeverãocontribuirparaadefinãodospadrõesmínimosnacionais,auxiliando
estadosemunicípiosnodesenvolvime ntoealcancedospadrõesmínimosenareduçãodas
desigualdadesexistentesentreasescolas. 
Levantamento da Situação Escolar (LSE): funciona essa ão como um
instrumen to deco leta de  in formaçõessobre asituaçãodasescolasdeensinofundamental
regular,objetivandooplanejamentodaed ucaçãonosestados emunicípiosatendidospelo
Funde scola. Identifica as condições físicas dos prédios  escolares e a disponibilidade de
mobiliário,equipamentoematerialdidáticoeescolarexistente;verificaasituaçãodasescolas
frenteaospadrõesmínimosdefuncioname nto;estabeleceprioridades deaten dimen toparao
projeto de adequação do prédio escolar e para o  programa de aquisição de mobiliário e
equipamentodoFundescola; avaliaos resultadosdaadequaçãoescolaredofornec imentodo
mobiliárioeidentificaasituaçãoinstitucionaldasescolas.
OsistemainformatizadodoLSE,desenvolvidoem2002 ,permitequeosestadose
municípiosatualizemosdadoslevantadosanteriormenteeemitamrelató riosgerenciaisque
auxiliarã o os gestores na tomada de decisão para o alcance dos padrões mínimos de
funcionamentoeparaamelhoriadascondiçõesdospréd iosescolares.
O Projeto de Adequação do Prédio Escolar (PAPE) é uma ão que visa a
estabelecer,nas ed ificações escolares,condiçõe sdeseguranç a,salubridade,estabilidadee
funcionalidade.Norep assederecursosdiretoàsescolas,sãopriorizadoso sambientesdas
salasde aula,paraquealcancemos padrõesconstrutivosmínimos,dis pon dodecon dões
paraautilizaçãoadequadadomobiliárioeequipamentoescolarfornecido.
E, como última ão do Programa FUNDESCOLA, o Projeto Mobiliário e
equipamentoescolarobjetivaaade quaçãodoprédioescolar, fornecendo armários,carteirase
mesasparaprofessoresealu nos,alémdeventiladores.Aescolhaeaquisiçãodomobiliárioe
equipamentopelo Fundescola levamemconsid eraçã oasaúdedosusuários,odesempenhoea
vidaútildosprodutos.
3.3EscolaAtiva:umaaçãodoProgramaFUNDESCOLA
AEscolaAtivaéumaaçãodoFUNDESCOLAqueseconstituinumaproposta
metodo lógicaparaasclassesmultisseriadas,utiliz andoemsaladeaula,comoestratégiade
gestão, vários eleme ntos de caráte r pedagógico/administrativocujaoperacionalizaçãotem
comoobjetivogeralmelhoraraqualidadedeensinonasclassesmultisse riadas.
Ametodolo giafoiinspiradanosprincípiospedagó gicosdaE scolaNova,aqual
proeorompimentocomaeducaçãotradicional,passivaeautoritária, observaseque
73
AdiferençaentreaEscolaTradicionaleaEscolaAti vanãoconsisteemqueavida
socialfaltenaprimeiraeexistanasegunda;adiferençadeveencontrarseantesno
fato de que, en quanto na primeira a  vida social encara quase exclusivamenteas
rela ções de cada aluno com o professor dentro de um quadro deautoridadeede
passividade, na segunda encara oficialmente as relações dos alunos entre si (o
trabalho de grupo, os serviços a favor da comunidade, o exer cício do direito de
iniciativa, a discussão, a criação de organismos de interesse comum, etc.)
(BARTOLOMEIS,1984,p.28).
AnovapedagogiapropostapelomovimentodaEscolaNovapregavaainovação
em termosde metaseducacion ais,conceitoedesenvolvimentodo alunoeressaltavauma
nova relação profess oraluno, também trouxe modernização no conceito de formação da
personalidad e do aluno, partindose sempre dos seus próprios interesses e características
individuais.
AEscolaNo va,segundooFundodeFortalecimentodaEscola(1999),balizoua
metodo logia da Es cola Ativa a partir dos seguintes procedimentos: afeto como base de
formaçãohumana;experiêncianatural,conformea naturezaespontâneadacriançadaptação
do ambiente, para estimular a aprendizagem; construção do educando de suas próprias
ferramentas conceituais e morais; bom profess or, o qual o aluno considera exemplo  ou
modelo  de compo rtamento; a individualização e a fo rmaç ão da personalidade, pois as
diferenças  não são apenas orgânicas, mas também da exp eriência de cada um;
antiautoritarismoecogestão,jáqueoalunonãoaprendenemseformapassivamentesoba
autoridade do professo atividade grupal, favorecendo a socialização, o desenvolvimento
intelectualemoraleaatividadelúdica,propiciandooeq uilíbrioentreointeriordo alunoe
meiocom oqualinterage.
A Escola Nova, sob o p onto e vista de L uckesi (1994),tem como objetivo a
adequaçãodasnecessidadesindividuaisaomeiosocial,estimulandoosalunosa seeducarem
numproces so ativodeconstruçãoepermanenteinteraçãocomomeio.Nessapropostade
ensino, os conteúdos são sempre estabelecidos a partir das experiências e situaç ões
vivenciadas pelos sujeitos e, durante todo o processo de conhecimento, há um
acompanhamento,vistoqueoprocessodeinternaliz açãodosaberémaisimportanteq ueo
própriosaber.
Muitos sãoosproblemasencontradosnasescolas,quevãodeencontroaessa
proposta da Pedagogia Ativa. Segundo o Fortalecimento da Escola (1999), são situ ações
comométod ostradicionaisepassivosdeensino, queenfatizamamemorizaçãoemdetrimento
da compreen são; carência de livros escolares e de dulos de apren dizagem adequadas;
alunos em diferentes faixas etárias e com ritmosdiferentes deaprendizagem;alun os com
74
carênc ias nutricionais, problemas de saúde e deficiências em seu desenvo lvimento
psicos so cial.
Um dos problemas mais freqüentes é o trabalhodosprofessores comdiversas
ries ao mesmo tempo,  acre scendose com materiais de apoio, instalaçõ es físicas e
mobiliáriosinadequadosouinsuficientes. otambémpo ucasasvisitasdeassessoramentoe
acompanhamento de professores e ainda alguns alunos continuam matriculados durante
muitos anos,sendo aprovados em poucas ries,chegando à quarta série ,na maioriadas
vezes,sementend ero queemesemcap acidadedesecomunicarporescrito.Apartirde
todoses sesproblemasodesafiodoProjetoEscolaAtivaconsisteemdefiniroqueépossível
ensinareoqueessesalunosrealmentepodemaprenderparaaplicarnoseucotidiano,fazendo
surgirperspectivasdemudança.
AMetodologiaAtivanessesentido,segundoBrasil(1999),persegueoobjetivo
geraldebusc arumamelhorqualidadedeeducaçãoeobjetivosespecíficosqueestão defin idos
nosentidodequeascriançaspossamc ompreenderoqueem,comunicarseporescritoe
oralmente, fazer operações aritméticas sicas desenvolver co mportamentos cívic os  e
democráticos,observar e aprend ercom suaprópriarealidadeeresolverproblemasdoseu
cotidiano. Paraalcançartais objetivos,ametodologiatrabalharioselementosdegestão
combin adosemsaladeaula,comocapacitaçãodeprofessores,governoestudantil,guiasde
aprendizagem,microcentros,cantin hosdeaprendizagemeparticipãodacomunidade.
Todos esses elementos estratégicos se combin am no intuito de desenvolver o
trabalhoapartirdeprovidênciasparamanterosalunosorganizadosempequenosgruposeas
carteiras junto à mesa de trabalho. O p rofessor respeita o aluno, sempre levando em
consideraçãoseupontodevistae, assim,ostrabalhosodesenvolvidosorae mp equenos
grupos, ora in dividualmente. Todas as atividades estão nos guias d e aprendiz agem. Vale
ressaltartambémqueoespaçoeducacionaloselimitaà saladeaula,envolvendotodosos
espaçospossíveis,comotios,jardins,hortas,quadrasdees porte,bibliote cadaescolaeos
cantinhosdeaprendizagem(espaçosorganizadospelosprópriosalunos,emque se encontram
materiaisnecessá riosp araconsultaepesq uisa).
Aescoladeveráserelacionarcomacomunidad e, vinculandoa paraqueparticipe
do funcionamento escolar; a formação da criança deverá ser inte gral, levandose em
consideraçãoaspectoscognitivos,sócioafetivosepsicomotores;cultivamseo sprincípio sda
liberdade, confiança,respeito, res pon sabilidade, c oop eraçã o, afeto e organização; o aluno
deveráserocentrodasateões,enessesentido,nãorigidezdohorário,comliberdade
paraoalunoseguirseupróprioritmo ,nãoexistindonenhumadiferençad egênero.
75
NaMe todologiaAtiva,osalunosdeverã otrabalharorganizadose,nessesentido,
participamdagestãoescolar,oquelhespermitevivenciarprocessosdemocráticos,apoiarse
mutuamente, exercer o seu espírito de cooperação , respeito tuo e solidariedade. Com
orientaçãodoprofessor,de vem tambémtrabalharemproldacomunidade,d esenvolvendo
projetos simples, assim, a avaliação praticada pelos  professores deverá ser de caráter
permanente e em processo, o que facilita a c orreção de erros, enfatizandose os pontos
pos itivos.
Um dos mais importantes elementos de gestão da Metodologia Ativa é a
capacitaçãodosprofessores,sendoumdesafioaboaformaçãodep rofessores, poiselestêm
necessidade de ser mais criativos e inovadores, uma vez que ensinam para grupo s com
diferentes ritmos de aprendizagem, além de terem d e conviver com elevadas taxas de
repetênciaeingressotardiodemuitascrianças.
Apropostadeformaçãodo docentequetrabalhan aEscolaAtivaédepromoção
do ensino ativo, da participação, do pensamento crítico, da criatividade, do trabalho
cooperativo e da e ducação personalizada capaz de satisfazer a diferentes ritmos d e
aprendizagem.Ess acapacitaçãoestáfundamentadanasseguintesproposiçõe s:qualificação
dopapeldoprofessor, ajudandooamelhorarsu apráticapedagógicaeaorganizarasaulasea
escola, tendo como objetivo principal permitir que os professores desenvolvam seus
conhecimentosemoficinas decap acitação,apartirdesuaprática;ênfasenamelhoriadas
práticaspedagógicasadotadasnasaladeaula,utilizandosenasoficinasdecapacitaçãoos
mesmo s proc essos meto dogicos que serão revisados mais tarde com os alunos, e a
disponibilidadedosmateriaisnecessáriosaofuncionamentod ametodologia.Essesmateriais
destinadosaalunoseprofessoressãoinstrumentosdeapoioparaaarticulaçãodacapacitação
emserviço.
Aimportânciadessesmateriaisdeveseàssuasváriasfunçõescomorecursos de
apoioaoplanejamentoeàaplicaçãodiretadeprá ticaspedagógicaseficazesnasaladeaula,
pois oferece m su porte cnico à organização dos microcentros e oficinas pedagógicas ou
círc ulosdeestudocomoestratégiapermanenteparaaprópriacapacitaçãoeacompanhamento
emserviço s,ajudandoadesenvolveracapacidadedeobservaçãodiretadeoutrasesco lasnas
quais a organização interna comunitária e os processos metodogicos desenvolvamse
adequadamenteparaquesirvamdere ferências empíricasconcretasparaageraçãodeposturas
favoráveisemrelaçãoàsinovaçõese“contagiem”asescolasvizinhas.Desenvolveseassim
nos professoresacapacidadedeenvolvertodosos agentesadministrativosesupervisorespara
que,emvezdefiscais,passe maserassess orespe dagógicos.
76
Na verdade a capacitação visa a que os profess ores desen volvam uma
metodo logia de trabalho planejado da sua própria prática pedagógica,criando se oficinas
seenciadas,nasquaisosprofessoresassumemcompromiss oscomafinalidadedeintroduzir
gradualmenteasinovaçõesnaescolae nasaulas.
Além da capacitação de professores outro elemento importante de gestão  é o
GovernoEstudan til,oqualéformadoporumconselhodireto rcomposto porumpresidente,
umvicepresidente,umsecretárioeoutrosagentes(variandodeacordocomadecisãoeas
necessidadesdecadaescola).Aformadeeleiçã oéovotodetodososalunos.Esseconselho
temaresponsabilidad edecoordenar otrabalhodoscomitêsegru posdetrabalhopormeiode
líderes e auxiliares e tamb ém orien tar, dinamizar, participar e controlar a ão da ge stão
estudantil, comaorientaçãodoprofessor.
Ogovernoestudantil,parafunc ionarbem,utilizaváriosinstrumentosemsalade
aula, co molivrodeconfidências,fichasdecontroledapresença,c aixadesugestões,livro de
participação, c aixadecompromissoseoscomitêsformados pelosalunos dediferentessérie s
ouníveisdeescolaridadesobaco ordenaçãodeumlíder.Aparticipãonessescomitêsé
voluntá riaoalunodecideaqu elequemaislheinteressa.
Paracadacomitêseescolheumlíderatravésdevotação.Aosereleitosãovárias
as suas responsabilidades. Segundo Brasil(1999)são elas:ide ntificarasnecessidadesda
escola, coordenar a atribuição de responsabilidades aos membros do comitê, preparar
relatóriosmensaissobreotrabalhodocomitêparaapresentaçãonaassembiageral,zelar
pelocumprimentodasfunçõesdocomitê,dirigirdemocraticamenteasreuniõesdocomitê,
dirigirotrabalho ,elaborarplanos,definirformasdeexecutarcadaação,executarasações
programadas e avaliar permanentemente seu trabalho, s olicitan do orientação ao professor
quandonecessário.
O livro de confidências  é u ma agenda na qual o alun o tem a liberdade de se
expressarlivremente,sendoqueoprofessorautilizacomomeiodemelhorconhecerseus
alunos,nãopodendotornarpúblico,oconteúdodolivro.
Ocontroledeprese nçaéfeitopelosprópriosalunosemfichas,estimulandoosà
responsabilidadedeiràescolacomprazer.Pode serumafichaindividualoucoletiva,ondeos
própriosalunosorganizamsuapresea, sendoque, nofinaldomêsoprofessorconvocaum
ajudanteparaquelheentregueorelatóriodepresençamensal.
A caixa de sugestões é  disponibilizada aos alunos p ara e xpressarem suas
inquie taçõesesu gestões.Servecomoinstrumentodecomunicaçãoentreo professoreseu s
alunos, possibilitandoaostímidosummeioparaexpressarsuasopiniões.
77
Olivrodeparticipaçãoéutilizado paraidentificarostalentospessoaisdecada
aluno,sendoelesestimuladosasuperarosobstáculosafimdeseevitar aevasãoporfaltade
motivação.Nestelivro, sãoanotados, duranteoano, todososfeitosdecadaalunoe, nofinal
doano, épromovidoumeventonaescolachamado“Dia dasconquistas,”ocasião emque o
divulgado sostrabalhosparao spaisemembrosdacomunidade.
Acaixadecompromissos, é confeccionadapelosalunoscomajudadoprofessore
colocadanasaladeaula.Nacaixa,osp rópriosalunosindicamporescritoasatividadesque
pretendemdesempenhar,assumindoco mpromissocomtalatividad e.Oprofessorestimula,
orientaevalorizaasdecis õestomadaspelosalunos.
Osguiasoudulosdeaprendizagemsã oinstrumentosescritosparafacilitaro
processo de aprendizagem dos alunos de acordo com seu ritmo,permitindo assim que o
professormelhoresuaspráticaspedagógicaseconseqü entementeaqualidadedoseu trabalho.
Taisguiasoudulosdeapren dizagemrepresentamumimportanteinstrumentodeapoio
paraosp rofessoresnoplan ejamentoedesenvolvimen todasaulas,levando emconsideração
queoprofessorpreparaaulasparariesdiferentesemtodasasmatérias.Sãoconsiderados
como articuladores entre a capacitação em serviço, os livros escolares trad icion ais e as
práticaspedagó gicas.Sãotambémmódulosintegradoresentreolivrotradicional,ocaderno
deatividadesdoalunoeomanualdoprofessor,ouseja,instrumentos importantes tantoparao
professorcomoparaosalunos.
Aimportânciadessesdulos de veseaofatode apresentarem conteúdoseníveis
adequados e serem coerentes quanto ao enfoque, método e seq üenciação. Por serem
motivadores, facilitam o process o de ensinoap rendizagem por professores com p ouca
formação, mas podem, por outro lado, ser adap tados, ampliados ou modificados por
professores mais qualificados. Buscam promover o pensamento gico e superior e a
construçãos ocialdoconhecimentopormeiodo trabalhodegrupo,permitin doqu eacriança
desenvolvaseus conhecimentosde linguagemealc anceumaaprendizagemsignificativa, em
relação dinâmica com os outros elementos que a metod ologia utiliza na busca de  seus
objetivos,como os cantinhosde aprendizagem,ogovernoestudantileasrelaçõesesco la
comunidade.Nesse sentido,os dulos ou guias de aprendizagemconstituemseemum
recursovalorosoparaasescolasquetrabalhamessametodo logia. 
O microcentro é um elemento estratégico da Metodologia d a Ativa que
proporcionaatrocadeexperiências,amo bilização dosprofessoresnaconstruçãodenovos
conhecimentos e a discuso coletiva das dificuldades em relação ao processo ensino
aprendizagem da metodo logia em prática, de forma que desencadeia um processo de
78
avaliaçãoe autoavaliaçãoentreosprofesso res. É umespaçopensadoparaopro fessorecom
o professor, que deve rá responsabilizarse e conduzir todo o processo de organização e
realizaçãodessese ventos. Énessesespaçosqueosprofessoresexercitamaflexibilizaçãode
opines,nodiálogocomoscole gas.
O cantinho de aprendizagem é um elemento estratégico da metodologia, cujo
pressuposto é o de que o  processo de aprendizagem deve co ntemp lar permanentemente
caminhos metodo lógico s que possam permitir ao aluno operar, experimentar, pesquisar,
praticar e manipular objetos reais. Os cantinhos de aprendizagem são lugares onde o s
materiais necessários a cada maté ria o o rganizados permitindo, nesse sentido, o
desenvolvimentodoplanodeauladop rofessor.ExistemoscantinhosdeCiênciasNaturais,
deCncias Sociais, de Linguagem, de Matemáticae de Esté tica.Omaterialnecessárioparao
funcionamento do cantinho fica organizado em locais acessíveis, sendo preparado pelo
professor,pelosalun osepelacomunidadeapartirdeoutrosmateriaisfacilme nteencontrados
na região, os quais também são adquiridos através de doações de outras instituões, de
autoridadesregionais,daprópriacomunidade,deentidadesreligiosasloc ais,deins tituões
desaú deoudepaisdealunos.Taismateriaisgeralmenteoselecionadosporcategorias, da
seguinteforma:materiaisreais,qued esenvolvemaaprendizagematravésd amanipulaçãoe
obs ervação, a exemplo de inseto sec o, grãos de feijão e outros; materiais para
experimentação,  os q uais servem para os alun os  de senvolverem a aprendizagem por
experimentos, como isq ueiros,potes,colheres,peneiras,instrumentosdemedicação eoutros;
materiais impressos, como mapas, ilustrações, cartazes, folhetos, livros, fotografias etc;
materiais para criação estética, que o geralmente ob jetos descartáveis com os quais as
crian ças podem trabalhar e que, combinados, podem originar novos objetos de  caráter
artístico, como fantoches, por exemplo; materiais produzidos pelas crianças: trabalhos
escritos, d esenhado s, recortados e modelados no desenvolvimento dos dulos e n as
atividadesprópriasdagestãoescolar,devendoesse strabalhosfazerpartepermanentemente
dos  murais e  quadros de avisos; materiais fabric ados:aqueles de difícil confecção e, que
portanto, devem sercompradosemlojasespecializadas, comoéocasodeumgloboterrestre.
Deacordocomoquepropõeametodologia,oscantinho sdeaprendizagemo
importantesnamedidaemq ueproporcionamaosalunosoportunidadesdeaprenderatravésde
processos indutivos , manipulando, observando, operando e trabalhando com os materiais
disponíveisnoscantinhos ;fac ilitamaoalunopesquisarnosintervalosdasaulasosassuntos
quemaislhechamamatençãooulheagradametrabalharporiniciativapróp riaempequenos
grupos,estimulandose,assim,aresp onsabilidadeeaind ividualiz açãodoensino;ajudamo
79
professoraidentificarasatitudese vocaçõesdosalunos;oferecemvariedadesdemateriais
quepodemenriquecereampliaros conhecimentosdosalunos,proporcionandosatisfação
àqueles quetenhamtrabalhosincluídosnoscantinhosaopercebe remqueseuscolegasos
utilizamnosseusaprendiz ados.
São essas as razões da existência dos cantinho s, o que propicia uma efetiva
participaçãodetodosnoprocessodeaprendizagemproposto.
AMetodo logiaAtivadefendeaindaaimportânciadesefortaleceremasrelaçõe s
entreescolaecomunidade,nointuitodemelhoraraaprendizagemdosalunoseprojetara
escola nacomunidad e.Énessesentido queaparticipaçãodacomunidadeémaisu melemento
estratégicodametodologiaquecontribuiparaoatingimentodosseu sobjetivos. Esseprocesso
é de responsabilidade do profess or como agente educacional, pois, c ada comunidade
apresenta características e problemas muito peculiares, sobre as quais o professor deve
procurar conhecernosentidodequecomissoessasinformaçõespossamdarmaiorsentidoà
suapráticapedagógicaecriarumambientedebemestarentreaescolaeacomunidade.De
acordo com a proposta, o professor deverá procurar estimular a coo peração d os  pais nas
atividades esc olares, buscand o relacionar a aprendizagem com o cotidiano da criança e
projetálaemdireçãoàfamíliaeàcomunidade.
As propostas buscam educar os alunos para a construção de uma identidade
pessoal e cultural, tornandoos capazes de compreender a sociedade na qual vive m, de
participarativamentedamesmaedetran sformála.Dessemodo,oprocessoeducacionalda
MetodologiaAtiva te mduplad ireção:aprimeira,nosentidodequeaapren dizagem doaluno
éafetadapelos aconte cimentoseportudooqueorodeiaecons tituisuacultura;asegunda na
verte ntedequeosalunos,comsuaaprendizagem, tambéminfluenciamoambientefamiliare
social.
Todos esses elementos, combinados e operacionalizados de forma eficaz,
compõem a proposta da Metodologia da Escola Ativa como ação  dentro do programa
FUNDESCOLA.
80
C A P Í T U L O I V : P E R C U R SO M E T O D O L Ó G I C O
Nestecapítuloapresentamosomodelodepesquisaadotadoeosprocedimentos
aplicadosnaproduçãodestetrabalho.Porsetratardeumes tudoquevisaaexplicitarcomo
vemseprocessandoaimplementaçãoeosresultadosdeumprogramadaspolíticasblic as
nocampoeducacional, avidenciamos comopreocupaç ãoprimeiraa necessidadedeesclarecer,
comsuporteteóricosistemático,oconceitode pesquis aavaliativa.Emseguida apresentamos
acaracterizaçãodestemodelodepesquisa,expo ndo osaspectoseasestratégiasqueusamos
noprocessoinvestigativo,bemcomoaquelesqueconstituemaab ordagemdarealidadeem
questão. Dandoseê ncia,faremosa abo rdageminstrumental, momentoemquedetalh aremos
o s ujeito, os elementos e os instrumen tos utilizados na pesquisa. Concluímos com os
procedimentosutilizadosnacoletaeaformacomoforamanalisadososdadosnosentidode
alcançarmo soobjetivodapesquisa.
4.1Abordagensconceitualetaxionômicadapesquisaavaliativa
Apesquisaavaliativaatébem poucotempo estavavoltad apara análisesnocamp o
daeconomia,ondetalvezaposturamuitopositivistatenhadadoprioridade,durantealgum
tempo,aumaabordagemvoltadaparaosmé todosquantitativos.Talcon ceãovemsendo
revista,tendoseemvista queumaanáliseavaliativasecaracterizacomo
[...] instr umento de apoio ao trabalho de gestores de organizações públicas, na
implementaçãodepolíticas,programaseprojetos.Defendeseaquia tesedequea
utilizaçãodeestudosdeavaliaçãodeprogramaseprojetospermitequeoprocesso
decisório seja dotado de maior racionalidade cnica e gerencial, pois estarseia
gerando um poderoso instrumento de aperfeiçoamento do processo decisório por
meiodoconhecimentosistemáticoorganizadodofuncionamentodoprogramas, dos
obstáculosexistentesparasuaimplementaçãonocampogerencialeoperacional,
dosresultadosesperadosenãoesperados,etc.Gestoreseorganiz açõespúblicasque
utilizam instrumentos adequados de avaliação de programas e projetostendem a 
obter maior qua lidade no uso dos recursos. A partir de i nformações advin das de
processo de avalia ção, é possível identificar e incentivar os programas que
funcionam com ma is efetividade, eficiência e qualidade. Além disso, é possível
orientar aqueles com fraco desempenho, no senti do de seu aperfeiçoamento, da
corrãodeer rosedasuperaçãodeobstáculos(SILVA,2002,p.16).
Segund o Aguillar (19 94),houve,em1961,porocasiãodoIVCo ngressoPan
Americano de Serviço Social na cidade d e San Jo de Costa Rica, uma iniciativa de se
discutir a importância d a avaliação no sentido de se alcançar com mais propriedade os
objetivosdosprogramasouprojetos,obviamentecapitaneadospelosajustesque aavaliação
poderia proporcionar.
81
A verdade é  que os  modelos tradicionais de avaliação, que enfocavam
basicamenteosasp ectosquantitativos,nãomaisconseguiamacompanharasimplementações,
execuções,resultados e impactosproduzidospelosmuitos programas ouprojetosq ueora
proporcionavamdiversificadosimpactosqualitativos.
Nessa perspectiva, concebemos a pesquisa avaliativa como uma ferramenta
estratégicaedeterminanteparaoferecertransparênciaàsações,pe rmitindoqueasociedade
civilpossaconhecerecompre enderaspolíticasimplementadaspara suamelhorqualidadede
vida e, acimadetudo,quepossapartic iparsugerindomodificaçõesnasações.
NosprimeirosanosdoséculoXXocorrerammuitasõesdenaturezapúblicanas
áreas sociais da educação e da saúde, isso em fu nção das deman das ocorridas pelos
desequilíbrioscausadospelaprimeiraguerramundial.Nocasodaeducação,osprogramas
foram voltadosàalfabetizaç ãoeprofissionalizaçãoenquanto nasaúde,houve programas mais
voltados à redã o da mortalidade infantil. Nesse período, as pesquisas ditas avaliativas
tinhamforteinfluênciadasciências ecomicas,matemáticasebiogicas, sendoessetalvez
omotivodeasavaliaçõesenfoc aremmaisosaspectosquantitativos.
Nopósse gund ague rra,deuseinícioaochamado
welfarestate
nassocie dades
capitalistas avançadas como América do Norte e Europa Ocide ntal, introduzindo rios
programas voltados para a educação, moradia, desenvolvimento urbano, treinamento
ocupacio nal, capacitaçãotecnológicaeaçõespreventivasdesaúde
9
.
No Brasil foi um período em que a interveão internacional intensificouse,
principalmente através do Banco Mundial. Em 1949, de acordo com Tommasi (1996), o
Brasil recebeu seu primeiro empréstimo do Banco Mundial, no valo r de 75 milhões de
lares.Entre1949e1954, foram194milhõesdedólares.
De 1954 atéporvolta dos anos 60,porproblemasdediscordânciadapolítica
ecomicaepormotivospolíticos,oBancoMundialsuspendeuse us empréstimosaoBrasil,
9
WelfareState,
segundoSouza(2001),éent endidocomoamobilizaçãodainstituiçãoEstadoemumasociedade
capitalistaafimdeexecutarmedidasorientadasparaobemestardasuapopulação.Segundoaindaoautor,nos
paísesindustrializadosdaAméricadoNorteedaEuropaOcidental, surgiu edesenvolveusecomoummeiode
compensar,porintermédiodepolíti casdecunhoKeynesiano(políticasemqueopoderpúblicopassaaexercer
influênciadiretanaregulaçãodomer cado),a insuficiênciadomercadoemadequarosníveisofertaedemanda
agregada, controlar politicamente as organizações de trabalhadores e capitalistas e ainda estimular a
mobilizaçãodaforçadetrabalho.
Coment andoain daapa rtir deSouza(2001),váriosteóricoscomoMichaelPioreeCharlesSabel,em1984
desenvolveramestudosreferentesà  AméricadoNorteeà EuropaOcidentale chegaram à conclusãoquea
regula ção da economia capitalista poderia ser realizada pelo
Welfare State.
Isso através de política
macr oeconômicasquepudessemgarantirqueasinstituiçõesfossemcom peten tesnaconsolidaçãodaprodução
debenseserviçose,nessesentido,o
Welfare State
podeserconsideradoain daummecanismoderegulaçãoda
sociedadeemecanismode controlepolíticodasclassestrabalhadoraspelasclassescapitali stas.
82
retornandoosporvoltadosanos70,períodoemqueo p aíssetornouomaiortomadorde
empréstimo do BIRD. No s anos 80 novamente tornouse difícil a relação entre o Banco
Mun dialeoBrasil,segundoTommasi(1996),cediaerecusavaparcialmen teaspres sõ esdo
FundoMonetárioInternacional –FMI.
Nofinaldos anos80atéme adosde90, aparticipaç ãodoBrasilnosempréstimos
caiu acentuadamente em função de dois prob lemas: primeiro, a divergências de política
ecomicaeaopçãod oBancoMundialdeinves tirforadaAméric aLatinesegundo,os
crescentesproblemasdegerenciamentodeprojetospelasentidadesexecutorasbrasileiras.
Os n umerososempréstimosinternacionaisqueoBrasilfezaolongodoculoXX
junto ao Banco Mundial fizeramsurgira necessidade de prátic asavaliativas daspolíticas
blic as nos programas financiados, muitas  vezesatéporexigência da própriainstituão
financeira. Essas avaliaçõe s, entretanto, restringiamse a medir o alcance das metas
estabelecidase a adequaçãodosmeiosaosobjetivosdo sprogramas,n umaatitudeconsiderada
pos itivista.
Segund oSilva(2001), acadade80,apesardodestaqueeexigênciadeavaliaç ão
de políticas e programas so ciais n o Brasil, foi marcada pela falta de acompanh amento e
avaliaçãodosprocessosedosimpactosdosprogramassociais.
Come ntaBarreira(2002),apartirdasafirmaçõesdeJoSulbrandt,assess orde
políticas públicas do Projeto R egional das Nações Unidas para a América Latina e de
Mod ernização doEstado, que,naAméricaLatina,aspolíticaseprogramassociaisoeram
avaliados s istematicamente, e, quando ocorria, a pes quisa não se processava com caráter
profissional.Talfatopo deseestenderàrealidadebrasileira(SILVA,2001).
Nessecontexto,oquenaverdadepodemosconstataréqueapesquisaavaliativa
deveserumprocessosistemáticoduranteaimple mentaçãodosprogramasouprojetosp ara
sub sidiarosajustess emosquaisosprogramasdificilmentealcançariamseusobjetivo s. Com
essape rspectiva,écompreensívelqueapesquisaavaliativadeprogramasdepolíticassociais
tenhasentidoseseusresultadossubsidiaremoalcancedosobjetivosdeseconstruirjustiça
social uma vez que a avaliaçã o também instrume ntaliza a sociedade para uma luta pela
cidadania, assim,
A avaliação tem uma perspectiva política que deve ser  resgatada no sentido de
contribuir paragarantiraefetivaçãoeuniversalizaçãodosdireitosdecidadania,mas
essacontribuiçãoserealizaquandoosresultadosporelaproduzidosservempara
instrumental izarapopulaçãonessalutaporcidadania(SILVA,2001, p.18).
83
Não obstante os an os 80 terem sido considerados um período ruim para as
pesquisas avaliativas, c om o início da década de  199 0, o s gestores governamentais de
diferentespaísesderammaiorimportânc ia
10
aosestudosepesquisasdeavaliação, nointuito
debuscaroaprimoramentodaspolíticaspúblicase, nessesentido,umagestãomaiseficientee
eficaz.Assim,a pesquisaavaliativa ganhacentralidade,de monstrandoque:
Nesse contexto,aumentoua exigência demaior efetividadedaa çãopública, bem
como a necessidade de avaliação mais rigorosa das atividades das políticas,
programaseprojetos,especialmenteosdefortealcan cesocial.Essasexigênciastêm
favorecido o desenvolvimento de novos formatos instit ucionais no plano das
rela ções intergovernamentais, bem como entreo governo e asorganizaçõesnão–
governamentaise,finalmenteentreosetorpúblicoeosetor privado(SILVA,2002,
p.16).
Naverdad e apesquisaavaliativa,a partird a cadade90tevecomoobjetivo
principalaumentaraefetividadedas políticasblicas. Devemosreconhecer q ueas p esquisas
de avaliação estimulam a aprendizagem e oferecem flexibilidade as ações especialmente
quando a avaliação é realizada em process o, desse modo esse tipo de pesquisa pode ser
concebida comoinstru mento degestãopública.
A pesquisa avaliativa de programas ou projetos blicos pode serorientada a
partirdeváriasdireçõesmetodogicas.Nestetrabalh o, aapresentamossobopontodevista
de rios  teóricos:ParaAguilar(1994),a pesquisaavaliativa,deformageral,classificase
segundo o momento em que propriamente se avalia, podendo ser realizada an tes de se
empreenderoprogramaouprojeto,duranteaexecuçãodoprojeto(avaliação degestão),e
quandofindaoprogramaouprojeto(avaliaçãodeimpacto).
Segund o o papel oufunção,a avaliação podesersomativa,aoseraplicadana
analised os resultadosdeumprogramaouprojeto,eformativa,quandoserealizardurantea
execuçãodoprograma ouprojeto .
Segund o a procedência do avaliad or, a pesquisa pode ser exte rna, quando o
avaliadornãopertenceaosquadrosdainstituiçãoexe cutoradoprogramaouprojeto, einterna
quandoaavaliaçãoérealizadacomaparticipaçãodepessoasquepertencemàinstituição
executora.Aindatemosaautoavaliação, aqual serealizaapenascompessoasquepertencem
àexecãodoprograma.
10
Tal importância na década de 90, segundo Silva (2002), devese ao encontro realizado pelo Banco
InteramericanodeDesenvolvimento(BID),nacidadedeCarta genaem1994,emqueoOfficeOfEvaluationan d
Oversight(OVE),ligadoàpresidênciadainstituição,recebeudospaísesparticipantesarecomendaçãodedar
prioridadeàdiscussãoeàconstruçãodeumanovavisãoparaoexercíciodafunçãoavaliação.
84
Segund oosaspectosdoprogramaouproje toqueseprete ndeavaliar,apesq uisa
pode ser formal, aquela que atende aos componentes intern os  do programa ou proje to, e
sub stantiva,aquelaqu etratadasnecessidadesqueafetam osbeneficiáriosdoprograma.
Na visão de Arretch (2001), avaliamse os programas ou projetos de política
blic aemtermosdeefetividade,eficáciaeeficiên cia.Aautoraentendeporefetividadea
relação entre a implementação e os impactos de determinado programa ou projeto. A
avaliaçãode eficáciaverificaare laçã oentreobjetivoseinstrumentosexplícitosdeumdado
programaeseusresultadosefetivos.Por avaliaçãodaeficiência, entendeserarelaçãoentreo
esforçoempreendidonaimplemen tação dedeterminadoprogramaouprojetoeosresultado s
alcançados.
A c lassificação apresentada por Faria (2001), apesar de também enfocar
eficiência, eficácia e efetividade, diferenciase ao acre scentar mais etapas ao processo
avaliativo,oq uefazdaseguinteforma:avaliação
exante,
queconsistenolevantamentodas
necessidades que irão orientaraelaboraçãoe desenvolvimentodoprograma;avaliaçãoda
eficiência,quesedes tinaaoacompanhamentoemonitoramentodosprogramasouprojetos;
avaliação de eficácia ou  formativa, aplicada no acompanhamento do desempenh o do
programaparaaprimorálo,eavaliaçãodee fetividade,tambémchamadasomativaou
expost
,
destinadaa averiguaroalcancedasmetas.
Castro (1989), outra teórica do tema, c lassifica a avaliação em avaliação de
processo,quevisaàaferiçãodaeficáciadeumprogramaouprojeto, paraavaliaremq ue
medida ele foi ou está sendo imp lementado; avaliação de impactos, a qual analisa as
mudançasprovocadas pelaimple mentação do programaouprojeto, ap artirdocritériode
efetividade,eavaliaçãocompreensiva,quesintetizaasfinalidadesdasduasmodalidadesde
avaliaçãoanteriormentecitada.
Essaautoraproeaindaumaclassificaçãodopontodevistatemporal,emque
divide a pesquisa avaliativa em retrospectiva, a qual analisa um programa ou projeto
implemen tadonop assado;prospectiva,queavaliaasprobab ilidadesfuturasdedes empenho
deumprogramao uprojeto;formativa,feitaduranteaexecu çãodoprograma, efinalmente, a
interativa,aqu alconsideraoanteseodepoisdaimplementaçãodoprogramaouprojeto.
Draibe (2001) classifica a pes quisa avaliativa primeiramente em relação ao
aspecto temporal, em avaliação
exante
, aquela que ocorre em geral durante as fases de
preparação e formulação do programa ou projeto; avaliação
expost
, que se realiza
concomitantemente ou após a realiz ação de  um programa ou projeto. Dentro dessa
classificaçãoencontrase oobjetivodeverificarosgrausdeeficiênciaeeficáciaemqueo
85
programasedesenvolve.Tambémháaavaliaçãodaefetividadedoprograma,ouseja,seus
impactos. A autora propõe ainda uma classificação s egundo a natureza, que pode ser:
avaliação de resultado e avaliação de processo, sendo a de resultado  voltada para o
cumprimento d os objetivos, enquanto a de process o é vo ltada para detectar que fatores,
durante a implementação do programaou projeto, facilitaram ou impediramo mesmo de
atingirseusmelhore sresultados.
Silva(2 001 ),comentando aclassificaçãodeCoheneFranco, apontaosseguintes
tiposdepes quisaavaliativaemfunçãod equemarealiz a:avaliaçãoe xterna,aquelarealizada
porpessoasquenãofazempartedainstituiç ãoexecutoradoprograma ouprojeto; a avaliação
interna,realizadaporpessoasdedentro dainstituãogestoradoprogramaouprojeto,ea
avaliação mista, aque la realizada com a combinação das avaliações interna e externa.
Tambémcons ideraaavaliaçãoparticipativa,que temcomoprincípiominimizaradistância
entreo avaliadoreosbeneficriosdoprogramaouprojetoavaliado.
Emfunçãodadimensãodosprogramas,CoheneFranco c onsideramonúmerode
pessoasenvolvidaseomontantederecursosenessesentido,clas sificamaavaliaç ãoemde
grandesprogramaseavaliaçãodepequenosprogramas.
Em função dos destinatários, os autores classificam a avaliação em três tipos:
dirigentes su periores, responveis pela definão da polític dirigentes administradores,
responsáveispelaalocaçãod erecursos, edirigentestécnicos, responveispelastécnicasque
oempregadasnosprogramasoupro jetos.
Silva comenta também a classificação de Martin, segundo o qual a avaliação
sistemátic aoupesquisaavaliativapodeserclas sificadaemabordagemporobjetivo,aquela
quemedeosefeitosouresultadosdeump rogramaepressupõeobjetivosclaroprecisose
mensuráveis; abordagem pelos meios empregados, que visa medir a efetividade dos
dispositivo s e maximizar os meios utilizados em apoio aos objetivos; abordagem pelas
necessidades fundamentais, a qual se interessa em saber se os efeitos de um programa
satisfizeramounãonecessidadesfundamentais;abordagemporprocesso,aquelaqueprocura
entende r o programa e visa conduzir a din âmica de seu ajustamento para otimizar o
funcionamento do sistema; e abordagem por atores, que procu ra propiciar satisfão do
contextomedianteaconfrontaçãodasestratégiasdosatores.
Podemos observar, portanto, que a classificação da pesquisa avaliativa é
diversificada, sendo explorados aspectos diferentes de autor a autor. Da mesma forma
apresentamse asconcepçõessobreavaliação,conformeexplicitadoaseguir.
86
ParaBarreira (2002),oenfoquecontemporâneoédequeaavaliaçãodizrespeito
aojulgamentodograudeeficiência,eficáciaeefetivid adedas políticaseprogramass ociais.
para Arretch (2001), avaliação é uma atribuição de valor, uma medida aprovand o ou
desaprovando uma política pública ou um programa blico e social. Na concepção de
Belloni(2003),avaliaçãoéumprocessodeanáliseco ntextu alizadoquevisaàcompreeno
deumaatividadefatooucoisase mtodasassuasdimensões,objetivandooaperfeiçoamento.
Em Faria (2001), a pesquisa avaliativa tem três dimenes: do ponto de  vista
metodo lógico , a avaliação é uma atividade que compara dados de desempenho com um
conjunto de metas; do pondo de vista da s ua fin alidade, a avaliação busca, através dos
critérios de eficácia e efetividade dos programas,julgálos  e informar tal julgamento;eo
terc eiropontorefereseaopapeldaavaliação,momento emquedetectameventuaisfalhase
se aferemos ritosdosprogramasdurantesuaelaboração.Fariaentendeaavaliaçãodos
programas sociais como mecanismos de aprimoramento da sua capacidade de oferecer
adequadaatençãoaoscidadão s.
ParaAguilareAnderEgg (1994 ),aavaliação
Éumaformadepesquisasocialaplicada ,sistemática,planejadaedirigida;destinada
aidenti ficar obtereproporcionardemaneiraválidaeconfiáveldadoseinformação
suficienteserelevantesparaapoiarumjuízosobreoméritoeovalordosdiferentes
componentes de um programa (tanto na fase de diagnóstico, programação ou
execução), ou de um conjunto de atividades específicas que se realizam, foram
real izadas ou se realizarão, com o propósito de produzir efeitos e resultados
concretos;comprovandoaextensãoeograuemquesederamessasconquistas,de
forma tal que sir va de base ou guia para uma tomada de decisões racional e
inteligente entre cursos de ação, ou pa ra soluciona r probl emas e promover o
conhecimento e a compreensãodos fatores associados ao êxito ou aofracassode
seusresultados(1994,p.31).
Segund oScriven, apes quisaavaliativaéumaatividade metodogicaque
Consiste simplesmente na coleta e combinação de dados de trabalho mediantea
definiçãodemetasqueproporcionemescalascomparativasounuméri cas,comofim
dejustificar1. osinstrumentosdecoletadedados,2.asvaloraçõese3.aseleçãode
metas(SCRIVENapudAGUILAR;ANDER –EGG,1994,p.26).
Segund ooNúcleodeEstudosdePolíticasPúblic as–NEPP, aavaliaçãoé
parte essencial do processo decisório institucional, porque produz informações
relevantes para o aprimoramento da s ações governamentais durante as diferentes
etapasquecompõemociclobásicodeumaintervençãoestatal (NEPP,1999,p.4).
Acompreenoconceitualdosdiversosautoresnosremeteao entendimentode
queapesquisaavaliativabuscainformaçõessobreodesempenhodepolíticas eprogramas
87
sociais de maneira que a análise dessas informações no s permita comparar dados e
desempenho não somente de metas estabe lecidas como também dos imprevisíveis
acontecimentos nas fases anterior, durante e posteriorda imp lementação do programa ou
projeto, através de critérios préestabelecidos sistematizados e planejados, de forma que
pos samos, de maneira confvel, através dessa pesquisa social, fazer interferências
conduzindoosprogramaseprojetosaoap erfeiçoamento,oqualapontaparaaconcretização
da justiçasocial.
Enquanto Barreira afirma que avaliar é um julgamento do grau de eficncia,
eficácia e efetividade, Arretch (2001) diz que é uma atribuição de valor que aprova ou
desaprovaosprogramas;jáemAguilareAnderEgg(1994,p.31 ),encontramossemelhanças
em relação a Arretch, pois  concebem aaç ãodeavaliarcom osobjetivos de“[...]obtere
proporcionardemaneiraválidaeconfiáveldadoseinformaçõessuficien teserelevantespara
apoiar umjuízosobreoméritoeovalordosdiferentescomponentesdeumprograma(tanto
nafasedediagnóstico,programaçãoou execã o)[...]”.
Maior distanciamento dos conceitos dos teóricos estudados encontramos em
Scriven,pe lo fatodeconceituardeformamuitomatemática,dandoums entid o apen as de
bus ca quantitativa ao referirse a avaliação, vista como coleta e combinação de  d ados,
objetivandoproporcionarescalascomparativasounuricas.
4.2Omodelodepesquisaavaliativa
O modelo de pesquisa avaliativa aqui pro posto caracterizase como decaráter
qualiqu antitativa,namedidaemqu eaentendemosnaperspectivadeSilva(2001),aoafirmar
que, em políticas blicas sociais, a avaliação deverá ultrapassar o caráter ec onô mico e
técnico fundamentado nos modelos funcionalistas ou racionalistas c lássicos , os quais,
nascidosnosEstadosUnido snosanos60, define maimportânciadaavaliaçãonosentidode
queela apenaséumaanálise demensuraçãodeobjetivosemetasdosprojetos.
Entendemosque,quandoavaliamospolíticapúblicadenaturezaeducacional,é
prudentequesepartadoprincípiodequeosocialédinâmico,atreladoàinteração demuitos
fatoresquenãopodemserprevisto scomexatidãomatemáticanemmétodoseconomé tricos.
Muitome nosapesquisaavaliativaserestringeaosestudosdecusto/benefício.Nãomaisse
admiteatualmenteconceberarealidadesocialdissociadadeseusatore s, quesãos euspróprios
construtores.Nessecontexto, “Avaliarprogramassociaiséseinterrogaraseurespeito,tentar
elucidars uafinalidade,aformacomosãoproduzidosseusresultadoseaquepráticass ociais
searticulamereforç am”(ARRETCHE, 20 01apudSILVA,2001,p.20)
88
Nessaperspectivadeavaliaç ãodeprogramasouprojetosdepolíticaspúblicas,
pretendemos, nes te trabalho, avaliar como acontece a implementação do projeto d a
MetodologiadaEscolaAtivanasescolascomturmasmultisseriadasdare demunicipalde
ensino na zona rural de Teresina, procurando visualizar se essa metodologia está sendo
operacionalizada nosentidodoalcance deseusobjetivos, comotambém elucidarquestõ esque
pos samserrelevantesaosexecutoresdoprojeto.
Apesquisaavaliativa, apartirdo sanos1990,deacordocomSilva,surgiu como
uma p roposta de articular o todo quantitativo ao qualitativo, porém neste trabalho de
pesquisa, a ênfase é  dada ao qualitativo, apesar de o se descartar que,na avaliação de
políticassociais, épertinente aarticulaçãoentreosdoismétodos,pois
A pesquisa social, em particular na pesquisa avaliativa, é uma articulação da
dimensãoquantitativacom adimensãoqualitativa,na perspectivadequearealidade
social ta mbém se expressa por quantidades, devendo seus significados serem
interpretadosnuma perspectivaqualitativa(2001,p.75).
Dentre as rias caracterizações aqui abordadas, no intuito  de conhecermos a
dimenodotemaecaracterizarestapesquisa,destacamosaperspectivadeAguillareAnder
Egg(1994),que classificamapesquisaavaliativaquantoaomomentodaavaliaçã o, aopapel
ou função de ssa avaliação, à procedência do avaliador e, finalmente, à observação dos
aspectosdopro jeto.
Quantoaomomento,estapesquisaseconstituicomoumaavaliaçãodegestão,
tambémchamad adecontínuaouconcorrente.Issoporque se ob jetivaprec isar atéq uepontoo
projetodaMetodologiadaEscolaAtivaestásendoimplementadode acordocomaproposta
doMinistériodaEducaçãoviaProgramaFUNDESCOLA.
Concernente àfunção,trataseaquideumtrabalhodeavaliaçãoformativa,vez
queserealizaduranteaexecuçãodoprojeto.
De acordo com a procencia do avaliador esta pesquisa se identifica como
avaliação mista uma vez  que se processa por um avaliador externo ao órgão e xecutor
recebendoinformaçõesdaequipedetrabalhodedentrodainstituiçãoexecutora,nessecasoo
pessoaltécnicodop rojetonaSecretariaMunicipaldeEducaç ão–SEM EC.
Quanto aos aspectos do projeto, esta é uma avaliação d e caráter formal por
focalizar aoscompone ntesinternosdoprojeto.O queavaliamoséacoerênciainternaentreos
componentesdoprojetodaEs colaAtiva aspectostécn icosdaimplementação,coberturado
projeto,aspectos estruturaisefuncionais emnívelmunicipal,rendimentodaequipede gestão
eestruturafísic adases colas.
89
4.3Asestratégiasdeinvestigação
Paraa realização desta pesquisa avaliativaalgumas etap asforamrealizadas no
sentido de desenvolver um estudo sistemátic o e planejado, com o intuito de buscar
informações quepudessemsatisfazeroobjetivoge raleosespecíficosdesteestudo,sendo
essase tapasassimdefinidas:
1. Entendimento entre a pesq uisadora e a eq uipe da ins tituã o executora –
SEMEC, momento em que foi discutida a maneira q ue deveríamos conduzir a pesquisa,
enfocando a amostra das escolas, visitas, deslocamento do pesqu isador, acesso físico às
escolas e pe rmanência dopes quisadore mcampo.Foiduranteestaetapaqueaequipefoi
apresentadaaopesquisador.
2.Delimitouseo“paraq” dapesquisa.Otrabalhoquerealiz amostemcomo
objetivo elucid ar uma realidade de  implementação do Projeto Escola Ativa nas escolas
municipaisdeTeresina,noentantoacreditamospodercolaborarcomainstituãoexecutora
do projeto – SEMEC, no sen tido de verificar até que ponto estão sendo alcançados os
objetivosemetaspropo staspeloprojeto,comoaSEMECestáprestandotalserviçoecomo
estámodificandoumasituaçãoproblemadee ducaçãonases colasdezonaruraldeTeresina.
Ointuitoédecontribuirmosparaqueainstituãopossa,apartirdarealidadeapresentada,
fazermodificaçõ esemprocesso , caso as avaliecomonecessárias.Nessecontextoentendemos
queaavaliaç ãonãose constituiemsimples diagnóstic o,esim numaferramentautilizávelna
melhoriadaimplementaçãodoprojetodaEscolaAtiva.
3.Naterceiraetapa,determinamososaspec tosaserempesquisados,osquaisse
constituíramdacaracterizaçãodapesquisad etalhadaante riormentenosseusaspectosde
avaliaçãodegestãoemcaráte rmistoenaturezaformalnãodeixand oderessaltarométodo
qualiqu antitativo.
4. Naquartaetapafomosacampo,onde aplicamosquestionáriosefotografamos,
anotandoosaspectosdaestruturafís icadas escolaseexploran doomáximooambiente.
5. Entrevistamos a coordenadora do Projeto em nível munic ipal, abordando o
contextoorganizac ionalefuncionaldoprojetoEscolaAtiva.
6.Nasextaetapa, foiiniciadaatabulaçãodosdadoscoletadoseaanálise, dando
cumprimentoàbuscad einformaçõesparabalizarosresultadoseconclues.
Noquadro1detalhamo soenfoq ue,asdimensõ es,osindicadores/variáveiseos
instrumen tosqueutilizamosparaacoletadeinformaçõesquenospermitiramasmedições
necessáriasparaocumprimen todoobjetivodestapesquisa.
90
Enfoque Dimeno Indicadores/Varveis Instrumentos
Avaliaçãoda
implementação
doprojetoda
Metodologiada
EscolaAtivano
contextodazona
ruraldeTeresina
1.Caractesticasdo
educando.
2.Aspectostécnicos
daimplementa ção
3.Aspectosestrutural
efuncionaldoprojeto
emnívelmunicipal
4.Rendimentodo
educador
5.Infraestruturadas
escolas
Oper fildoeducando.
Verificaçãoda eficácia dos
elementosdegestão:can tinhoda
aprendizagem,governoestudant il,
capacitaçãodeprofessores,
interação escola/comunidade,
guiasoumódulosdeaprendizagem
efuncionamentodosmicrocentros.
Contextoorganizacionaldo
projetodaEscolaAtivano órgão
gestor
Habilidadedosprofessoresna
conduçãodametodologiada
EscolaAtiva;
Motivaçãodosprofessores;
Capacidadedosprofessoresde
aplicarseusconhecimentos
práticoseteóricos;
Capacidadedeorganizaçãoda
saladeaula;
Resolutividadedosprofessores
emtornodosproblemasexistentes;
Formade ingressodoprofessor
noprojeto;
Ascondiçõesdaestruturafísica
eequipamentosdasescolas
Questionáriosaplicadosaos
pais,professoresealunos.
Questionáriosaplicadosaos
alunos,professorese
supervisores.
Entrevi stasemiestruturada
comacoordenaçãodo
projeto
Questionáriosaplicadosaos
pais,alunosesupervisores.
Questionáriosaplicadosaos
pais,alunoseprofessores,
complementadoscom
registrosfotográficos.
Quadr o1–Aspectoestruturaldapesquisa.
4.4 Abordagem instrumentaldapesquisa
4.4.1Osujeitoeosinstrumentosdecoletadedados
AlémdaanálisedocumentalquecompôsoreferencialteóricosobreoprojetoEscola
Ativa, utilizamos questionários que combinaram perguntas abertas e fechadasnosentido de
flexibilizar os  resultados, com aplicação em contato direto junto aos professore s, alunos,
sup ervisoresepaisdealunos.Tambémfoiusadacomoin strumentoaentrevistasemiestrutura
comroteiropréestabelecido.
Aaplicaçãodes sesquestioriosfoifeitanaamostradecincoescolasescolhid asa
partir de critérios como: proximid ade de Teresina, aces so possível e funcionamento n ormal
91
dentrodocalendárioescolar.Essaamostrarepresenta40%douniversodastrezeesco lasem
funcionamento no Projeto.Do total de 172 alunos matriculados nas cinco escolas,  segundo
informaçãodaSecretariaMunicipaldeEducação SEMEC, trabalhamoscom a amostrade 30%
perfazendoumtotalde51alunos.Comrelaçãoaosprofessores,pelofatodesomare mapenas10
nototaldascincoe scolas, sendo, portanto, umnúmerorelativamen tepequenonosentidodedar
susten tação técnica,trabalhamoscomtodos,oque correspondea 100%dosprofessoresd as
cincoescolas.Quantoaospais, osquestionáriosforamaplicados a 51deles exatamenteo mesmo
merodealunospesquisados.Ascincoescolascontamcomtrêssupervisores, osquaisforam
pesquisadostambém atravésdequestionário.
No quadro 2, apresenta os elementos que fizeram parte da pesqu isa: escolas,
professores,supervisoresealunos. Quantificamoscadaum, evidenciandoocampopesquisado.
Turmas
1 2
Escolas
Professor es Supervisor es
Totalde
alunos
Amostra
dealunos
e
séries
e4ª
séries
Angolá
02 48 14 07 07
BaixãodoCarlos
02 29 09 05 04
GurupádeBaixo
02 44 13 06 07
GurupádeCima
02 30 09 05 04
Serafim
02 21 06 03 03
Total
10 03 172 51 26 25
Quadr o2–SecretariaMunicipalde Educação –SEMEC,ano2005.
Coordenaçãodo Projeto EscolaAtiva.
Alémdosquestionários,quenosforneceramdadosimportantes,trabalhamoscom
roteirodeentrevistassemiestruturadasaplicadascoma gestora municipaldoProjeto, oquenos
pos sibilitouevidenciarosistemagerencialdecisóriod oobjeto pesquisado.
Consideramosaentrevistauminstrumentoimportantenacoletadedadosumavez
que, como afirmam LudkeeAndré(1986),aentrevistadáapossibilidadedeseaprofundarem os
pontoslevantados poroutras técnicas.Aimportânciadasemiestruturadadeveseaofatode
entende rmosq ue
[...]entrevistasemiestruturada,emgeral,aquelaquepartedecertosquestionamentos
básicos,apoiadosem teoriasehipóteses,queinteressamàpesquisa,eque,emseguida,
oferecemamplocampodeinterrogativasfrutodenovashipótesesquevãosurgindoà
medida que se recebem as respostas do informa nte. Desta ma neira, o informante
seguindoespontaneamentealinhade seupensamentoedesuasexperiênciasdentrodo
foco pr incipal colocado pelo investigador, começa a participar na elaboração do
conteúdodapesquisa(TRIVINÕS,1987, p.146).
92
A opção pela entrevista semiestruturada foi feita pelo fato de nos permitir uma
maiorliberdade possibilitan do també mmaiorflexib ilidade,oquenospermitiufazer, notempo
certo,  as adaptaçõ es necessárias ao bom desempenho da pesquisa, apesardo uso  de roteiro
preestabelecido.
Nesse aspecto, acreditamos q ue as informações foram enriquecidas, pois a
entrevistada, co m sua espontaneidade, sua experiência, seu pensamento, participou mais
efetivamentedainvestigação.
4.4.2Análisedosdados
Aanáliseeinterpretaçãodosd adoscoletadosapartirdosquestiorios ,entrevista
semiestruturadaeanotaçõesnosexigirammuitaatenção,organizaçãoeminuciosaleitura,já
que
Oobjetivodaanaliseésumariarasobservaçõescomplementadas,deforma queestas
permitamr espostasàsperguntasdapesquisa.Oobjetivodainterpretaçãoéaprocurado
sentidomaisamplodetaisrespostas,atr avésdesualigaçãoaoutrosconhecimentosjá
obtidos(SELLTIZ,1965, apudBARROS,1990,p.61). 
Naanálise,op rimeiromomentofoidetranscriçãodasanotaçõesobtidasdurante a
coletaviainstrumentosutilizado s; numsegundomomento, foifeita aseleçãopordimeno,eno
terc eiromomento, fize mosumaseleção dosdadosobtidosenquadrandoosnosindicadorespor
categoriapara,emumaúltimaprovidência,procedermosaumesquemadean álisecompatível
comanaturezaqualiquantitativa dapesquisa.
Otrabalhoserealizouapartirdaseqüênciadasdimeneserespectivosindicadores
apresentados no quadro 1 do item 4.3. E, para cada indicador/variável, foram analisadas as
perguntasem cadaumdosquestionários(paraprofessor,aluno,paisesupervisores)faz endose
o “empilhamento das respostas  no intuito de id entificar temas e relaç ões comuns. Foi
importantetermosconsideradodeacordocomLudkeeAndré,que“[...]aanáliseoserestrinja
aoqueestáexplícito nomaterial,mas procureirmaisfundo,desvelandomensagensimplíc itas,
dimenescontrad itóriasetemassistematicamentesilenciados(1986,p.48)”.
Nossaopçãopor uma pesquisadeprocessodeimplementaçãodeprojetojustificase
pelofatodeconsiderarmosqueamesmacaptadeformamaisrealasrelaçõesentreasvariáveis
pesquisadas, sejam elas dependentes (graus e forma da imp lementação), intervenientes
(comportamento  dos agen tes envolvidos na implementação)ou in dependentes (estru turas de
operação organizacio nal do projeto). Nesse sentido acreditamos ter podido, de forma mais
93
precisa aco mpanhar o processo e identificar os obstáculos e  os elementos considerados
facilitadoresdaimp lementação.
4.4.3Caracterizaçãodoespaçoempíricodapesquisa
EscolaAngolá
a)Históricodaescola
Surgiuem1950comosprimeirosmoradoresdacomunidadeAngola. Comopassar
dos anos,muitosnasceramnolocalelápermanecerame nqu antooutrosmigraramparaoutras
localidades.
Umdosmaisantigosmoradoresdessalocalid ade,chamado,AntonioAlvesPereira,
percebendo, durantemuitosanos, osanseiosdosseusvizinhos, reso lveucedero alpendredesua
casaparaqueumprofess ordenomeManoelFe rreirapudessealireunirpessoasedarsuasaulas.
Aolongodosanos, ademandapelaescolacresceu, eoreferidofundadorsolicitouda
PrefeituraMunicipaldeTeresinaaconstruçãodeumprédioescolar.Paraisso,AntônioAlves
doou partedesuasterraseconcretizouosonhodemuitosmoradorescomainauguraçãoda
escolaem1970.OsenhorManoelconseguiuqueumadesuasfilhas,BernadeteAlvesPereira,
fos se contratada parao cargode responsávelpelaescola,onde exercia tambéma fuão de
professora.
Comopassardosanosaescolapassouasermonitoradape lostécnicosdaSEMEC,
osquais detectaramanecessidadedeumap oiocnicoparaassessoraraprofessoraBernadete.
Nesseperíodo, 19 99, foiindicad aasenhoraMariadasDoresSou saNeta.
Noano200 0,ae scolaintegrouseaoProjetoEscolaAtivapassandoautilizaruma
metodo logia especializada que atendesse à realidade daquela comunidade da zona ru ral de
Teresina.Comaimplantaçãodoprojeto,asfamíliasficaramsurpreendidascomosistemade
turmasmultisseriada,n oentanto,ologoseiniciouadivulgaçãodoprojetoacompanh adade
umapré viaconscientização, acomunidadepass ouacompreenderametodologiaea assimilara
necessidadedames ma.
Atualmenteaescolaestápe quenaparaatenderàdemandaetemcomoparceira
forteospais dealunos,osquaisdemonstramconfiançaerespeitopelaescoladosseusfilhose
pelaequipequelátrabalh adifundidoaculturaesemeandooconhecimentonaconstruçãodo
“saber”.
b)Perfilsocioeconômicoeculturaldaescola
Asfamíliasquecompõem acomunidadeAngoen contramse, segundorelatórioda
SEMEC,compreendidasnafaixaetáriaentre27e48anos.Possuemformaçãoreligiosacom
94
basenoCatolicismo.Aformaçã o escolardos paisestá, em98%, nasprimeirassériesdoensino
fund amental.
As residências, em90%, sãoprópriasec onstru ídasdetaipacomcoberturadepalha
ou telha. Dispõem de energia elétrica, consomem água d e po e não p os suem instalações
hidráulicaesanitáriaadequadas.Tambémnãodispõem decoletadelixo,sendoestequeimado.
OsalunosdaescolaAngolásão, deacordocomrelatóriodaSEMEC,dinâmicos e
participativos. No último relatório (ano 2004) tiveram índice de aprovação 79,16% e, em
distorção idade /série, 1 5,21%. A grande maioria, em torno  de 90%, dos alunos adora as
atividadesqueenvolvemleituraeestãodiariamentevisitandoocantinhod eleitura.
Aescolatem02professorese01supervisor.Umadasprofessoraspossuiformação
sup eriorempedagogiaeaoutrate mensinodiopedagógico.Apenasumaprofessorares idena
comunidade. Noquad roadministrativo,hádoiss ervidores:umagentedeportariaeumaauxiliar
de serviços (zeladora e merendeira), dos quais um é analfabeto e a o utra tem o ensino
fund amentalde 1ªa4ªrieincompleto. Residemnapróp rialocalidade.
c)Instalações/equipamentos
A Escola Angolá possui uma sala de aula, uma cantina, dois banheiros e um
depósito. Osequipamentos são quatroestantes,um fichário,umarmáriodeaço,ummimeógrafo
aálco ol,umfoo,umaparelhode so m,umfreez er,uma TV,um vídeocassete,carteiraseum
bebedouro elétric o. 
d)Recurso sfinanceiros
Segund o relatório SEMEC, a escola, anualmente, tem um repasse do PDDE
(ProgramadeDinheiro DiretoàEscola)deR$600,00(seiscentosre ais)eduasparcelasdeR$
1.125,0 0 (hum mil, cento e vinte e cinco reais) provenientes do fund o ro tativo, para uma
clientela de 30 alunos do ensin o fundamental. Os repasses o utilizados para aquisição de
materialdeconsu mo(expediente/limpeza)necesriosparaofuncion amentonormaldaesco lae
tambémparamanutenç ão,peq uenosrep aroseconservação.Taisrecursosoaprovadospelo
Conse lhoEscolar,ea prestação decontaséfeitajunto à comunidad eescolareà Secretaria
Mun icipaldeEduc ação.
95
Figura1 Escola Angolá
Figura2 EscolaAngo
96
Figura3 EscolaAngolá
Figura4 EscolaAngo
97
EscolaBaixãodoCarlos
a)Históricoda escola
AescolaBaixãod oCarlostevesuaorigemem1986, poriniciativadeumjovemde
nomeAnnioSeverodeSousa, qu eresidianacomunid adeeensinavaumgrupodecriançasem
umacasaondetambémsecelebravamasmissascomunitárias.Aorigemdonome“Baixãodo
Carlos” devese  a referên cia à localizaçãodas terrasbaixas,asqu ais,duran te o pe ríodo das
chuvas,ficavaminundad as,sendo queCarlosfoio primeiroproprietárioemoradordaquelas
terras.
Em agosto de 1999, a localidade foi visitada pela equipe cnica da Secretaria
Mun icipaldeEducaçãojácomoobjetivodealiimplantaroProje toEscolaAtiva, umavezquea
demanda o permitia o func ionamento com turmas seriadas.  No ano 2000, consolidase a
implantaçãodopro jetoatendendoaturmasde1ªa4ªsériesnosistemamultisseriado, iniciando
secom53criançasdistribuídasnosdoisturnosenascitadasséries.
b)Perfilsocioeconômicoeculturaldaescola
Asfamíliasdosalunose ncontramsenafaixaetáriaentre22a42anos,todascom
basereligiosanoCatolicismo.
As residências,conforme relatóriodaSEME C,sãopróprias,construídas de taipa
comcoberturadepalhaoutelha, dispondodeenergiaelétrica. Aáguaé depoenascasasnão
existeinstalaçõeshidráulicaesanitária,tambémohavendocoletadelixo,cujodestinoéa
queima.Aformaçãoescolardospaisédeformaincompleta,estudaramatéasprimeirasséries
doensinofun damental.
Na esco la Baixão do Carlos, no ano de 2004, registrouse 3,12% d e distorção
idade/sérieeumaevasãoescolartambémde3,12%.
Aesc olapossuiduasprofessorassendou macomformaçãoped agógica.etambém
umaequipeadministrativaformadapordoisagentesdeportaria,umazeladoraemerendeira.
c)Instalações/equipamentos
Aesc oladispõededuassalas deaula,umacantina,doisbanheiros,umdesitoe
umtio.Osequipamentossãoquatroestantes,umfichário,umarmáriodeaço,umfogão,um
freezer,u mageladeira,umaTVevideocassete,umaparelhodesomeummimeógrafoaálcool.
d)Recurso sfinanceiros
A Escola Baixão do Carlos,anualmente,recebe repasse do PDDE (Programade
DinheiroDiretoàEscola)n ummontantedeR$600,00(seiscentosreais ) eduasparcelasdeR$
98
1.125,0 0(Hummilcentoevintecincoreais) provenientedoFundoRotativoparaumaclientela
de40alunosdoensinofundamental.
Essesrec ursos, embo ra poucos, outilizados para aquisiçãode materialdeconsumo
(expediente/limpeza)necessá rioaofun cionamentonormaldaescola, manutençãoe conservação
epequenosreparos .Osreferidosrecursossãocontroladosefiscalizadospelo ConselhoEsc olar,
sendoaprestaçãodecon tasfeitajuntoàcomunidadeescolarejuntoàSec retariaMunicipalde
Educação.
Figura5 EscolaBaixãodoCarlos
Figura6 EscolaBaixãodoCarlos
99
Figura7 EscolaBaixãodoCarlos
Figura8 EscolaBaixãodoCarlos
100
EscolaGurupádeBaixo
a)Históricoda escola
AEscolaMunicipal“Gurup ádeBaixo”tevesuaorigemapartirdadoaçãodeum
terreno p elo Sr. Raimundo Soares da Silva. No d ia 25 de agosto de 1984, foi inaugurada,
iniciando suasatividadespedagógicascomvinteecincoalunosdepréescola, sendoque, apartir
de1986, passouaatendertambéma 3 ª série.
Apartirdoanode2002aescolaimplantouapropostapedagógic adoProjetoEscola
Ativaatendendoacinqüentaalunosnosníveisdepréescola,alfabetizãoede a4ª sérieno
sistemamultiss eriado, funcionandonosd oisturnos.
b)Perfilsocioeconômicoeculturaldaescola
DeacordocomrelatóriodaSEMEC, asfamíliasestãocompreendidasnafaixaetária
entre27a37 anos,tendoporbasereligiosaoCato licismo.Sãoconstituídasportrabalhadores
rurais com rend a inferio ra um saláriomínimo.O nívelde  escolaridade estágeralmente nas
primeirassériesdoensinofundamental.
Asresidências,próprias,são,nasuamaioria,construídasdetaipacomcoberturade
palhaoutelha.Aenergiaelétricaestádisponívelnalocalidade, eagrandemaioriadascasastem
ligação, porémodisemde instalaçõeshidráulicaesanitáriaenemcoleta delixo, sendoqu e
omesmoégeralmentequeimado.
Osalunosestãonasuamaioriacomidadequecorresponde à riecursada, deixando
nessesentidoadistorçãoidade/sérieemapenas1 ,23%eaevasãoem5,55%,deacordocom
dadosdaSEMEC(relatórioconsolidadodedados20032004).
Os professo res p ossuem formação superior em pe dagogia,e os func ionários que
compõem aequipe daescolasãoagentedeportariaeauxiliardeserviço(zeladoraemerendeira).
c)Instalações/equipamentos
AEscolaGurupádeBaixotemumasaladeaula,umacantina,doisbanheiros,um
depósitoeump átio.Emtermosdeequipamentosaescolad ispõedequatroestantesabertas,um
fichário, u ma TV e vídeocassete, uma quina de escrever, um foo, uma geladeira, um
freezer,u mbebedouroelétrico,umaparelhodesomeummimeógrafoaálcool.
d)Recurso sfinanceiros
Aescola rece be, porano,um repasse do PDDE  (ProgramadeDinheiro Direto  à
Escola)deR$600,00(se iscentosreais)eduasparcelasdeR$ 1.125,00(hu mmil,centoevintee
cincoreais)provenientesd oFundoRotativo.Taisrecursoso aprovadosefiscalizadospelo
Conse lhoEscolar,ea prestação decontaséfeitajunto à comunidad eescolareà Secretaria
Mun icipaldeEduc ação.
101
Figura9 EscolaGurupádeBaixo
Figura10  EscolaGurupádeBaixo
102
Figura11  EscolaGurupádeBaixo
Figura12  EscolaGurupádeBaixo
103
EscolaGurupádeCima
a)Históricoda escola
AEscolaM unicipalGurupádeCimafoiimplantadanodia15deagostode1977.
Inicialmentefuncion ounacasadaprofess oraMariadoSocorrosomentecom1ªe2ªrie e
mantinha 30 alunosestudandoemdoisperíodos.
Asedeprópriafoicons truídaem1982a22kmdoce ntrourbano deTeresina
sendo inauguradaem25deagosto de1984. O no meédapróprialocalidade.
b)Perfilsocioeconômicoeculturaldaescola
Osalunossã odefamíliascompaisnafaixaetária entre30e40anos,os quaistem
comobasereligio saoCatolicismoComoformade lazer,freqüentar asnovenase fazem festejos.
Asresidênciasoprópriase, nagrandemaioriaconstruídasdetaipacomcobertura
depalhaoutelha,dispõemde energiaelétrica,conso memáguadepoçoenãoháinstalações
hidráulicaesanitária.Tambémoexisteacoletadelixo,sendoumapráticadacomun idade
queimálo.
O nível de esco laridade das famílias é o ensino fundamental incompleto. o
trabalhadoresruraisearendaestaem tornode um saláriomínimo.
Osdoisprofessorespossuemformaçãopedagógicaeresidênciapróprialo calidadeo
que facilita a interação escola/comunidade. A equipe é tamb ém formada por um agen te de
portariaeumazeladoraemerendeiraosqu aispossuemb aixaescolaridadeeresidem naprópria
comunidade.
c)Instalações/equipamentos
A Escola Gurupá de Cima, na sua estrutura física, dispõe de uma sala de aula,
cantina,doisbanheiros,umdes itoeumpátio.Umareforma noanode2005 deu maisconforto
aosalunos.Quantoaosequipamentos,dispõedequatroestantesabertos,umficrio,carte iras
escolares,umaquinadeescrever,umfogão,umfreezer,umaTV,umvídeocasseteeum
aparelhodesom.
d)Recurso sfinanceiros
A Escola Municipal Gurupá de Cima tem aporte anual de rec ursos pelo  PDDE
(Programa de Dinheiro Direto à Escola) na ord em de R$ 600,00 (seiscentos reais) e duas
parcelasdeR$1.125,00(hummilecentoevinteecincoreais)pro venientesdoFundoRo tativo.
Tais recursos são empregados paraaqu isãodematerialde consumo (expediente/limpeza)
necessáriosaofuncionamento normaldaescolaemanuteã o,conservaçãoepequenosreparos
104
daescola.TaisrecursossãofiscalizadospeloCo nselho Escolareaprestaçãodecontaséfeita
juntoàcomunidadee scolareàSecretariaMun icipaldeEduc ação.
Figura13  EscolaGurupádeCima
Figura14  EscolaGurupádeCima
105
Figura15  Gurupá deCima
Figura16  Gurupá deCima
106
EscolaSerafim
a)Históricoda escola
Aprimeiraescolanalocalidade Serafimfoicriad aem1970, nacasadoSr.Francisco
Severiano Azevedo , conhecido por Chico Severiano . Funcionava nos turnos d a tarde , com
crian çasde07a14anos, da noite, com omobral para adultos.
Em 1975, a escola criada por Chico Severiano foi desativada por  falta de
remuneraçãoparaoSr.ChicoSeveriano, oqual nãodispunhaderecursosfinanceirosparafazer 
amanutençãodames ma.
Acomunidade,poriniciativaprópria,noanode1982,construiuumacasad epalha
para que funcionasse uma escola, mas, apenas em 1985, o Sr. J oão Virgílio dos Santos, 
proprietáriodeterras, dooumeiohectareparaconstruçãodefinitivadaescola.Em1986, aescola
foi construídaere cebeu o nomede EscolaM unicipalSerafimemre ferenciaalocalidadede
mesmo no me.
Apenasnoan o200 0,foiimplantadooProjetoEscolaAtiva, atendendoturmasde 1ª
a4ªsérienosistemamultisseriado.Oprojetoinicioucom36alunosdistribuídosnosdoisturnos
enasreferidasséries.
b)Perfilsocioeconômicoeculturaldaescola
AsfamíliasdosalunosdaescolaSerafimestãoinseridasnafaixaetária entre26e42
anos, etembasereligiosanoCatolicismo.
Aescolaridadedospaisd ealunosencontrasenoensinofundamen talincompleto
sendoagrandemaioriasemnenhumaformação(analfabetos).
Amaioriapossuiresidênciaprópria, construídasdetaipacom coberturadepalhaou
telha.Disp õemde fornecimentodeenergiaelétrica e consomemáguadepoço, masnão possuem
instalaçõeshidráulicaesanitária.Acoletadelixoéinexistente,sendoculturadalocalidadea
queima.
Asfamíliasqueresidemna localidadevivemdalavouraetemrendamenorqueum
saláriomínimo.
OsalunosdaescolaSerafim, noanode2004,tinhamumadisto rçãoidade/sériede
4,76%e0% deevasãoescolar, conforme dadosdorelatórioconsolidadodaSEM EC.
A Escola Serafim tem dois professores com curso normal superior residentes na
própriacomunidade,oque, decertaforma, facilitaain teraçãoescola/comunidade.Aequipede
apoioadministrativo constituisedeumagentedeportariaeduasauxiliaresde serviço(zeladora
emerendeira),osquaispossuembaixoníveld eescolaridade.
107
c)Instalações/equipamentos
Aescola Serafim dispõe de duas salas de aula, uma cantina, dois banheiros, um
depósitoeump átio.Emtermosdeequipamentos, dispõedequatroestantesabertas,umarrio
deaço,u mfreezervertical,umaTV,umvíde ocassete,umfoo,ummimeógrafoaálcooleum
aparelhodesom.
d)Recurso sfinanceiros
AEscolaMunicipalSerafimtemanualmenteumaportefinanceirodaordemdeR$
600,00(seiscentosreais)provenientesdoPDDE(Programa deDinheiroDiretoàEscola)eduas
parcelasdeR$1.125,00(hummilcentoevin teecincoreais)advindosdoFundoRotativo. Esses
recursos sã o util izados para aquisição  de material do consumo (expediente e limpeza)
necessários ao func ionamento normal da escola e man uteã o e conservação através d e
pequenosreparos.Todose ssesreparossãofiscalizados peloConselhoEscolar, eaprestaçãode
contaséfeitaàcomunidadeescolar ejuntoàSec retariaMu nicip aldeEducação.
Figura17  EscolaSerafim
Figura18 –Es colaSerafim
108
Figura19  EscolaSerafim
Figura20  EscolaSerafim
CAPÍTULOV:AESCOLA ATIVACOMOESTRATÉGIAPOLÍTICO
PEDAGÓGICAEMESCOLARURALDETERESINA
Nestecapítulo, apresentamosasanálisesinterpretativasdo sdadosobtidosjunto
aossujeitosqueparticipamdarealidadeobjetodestapesquisa,b emcomodescrevemosos
espaços físicos das escolas onde dese nvolvemos as  ob servações da implemen taçã o d a
propostaeducativaestudada,ouseja,aMeto dologiad aEscolaAtiva,procurandoregistraras
condiçõesmateriaisehuman asquecontribuemparaaconcretizaçãodosobjetivosefinsda
proposta.
Evidenciaremos, como foco central, nes te momento, os aspectos quali
quantitativos dos dados analisados, os quais nos revelam as características do objeto
investigado nas dimensionalidades com que foram estruturados, ao tempo em que
discutiremosasdificuldadeseassatisfaçõese/ouinsatisfaçõesdetectadasatravésdosdados
extraídosdosdepoimentos e relatos dos alunos,pais,professoresesupervisores,osquais
codificamosrespectivamentede(A),(Pa),(P)e(S).
Além das informações dadas diretamente por esses sujeitos interlocutores da
pesquisa,osaspectostécnicosdaMe todologiadaEscolaAtivatambémconstituemtemasd as
análisesapre sentadasnestecapítulo,abordadosemsuaestruturaefuncionamentoenquanto
componentesde umprojetoeducativoimplementadopelaSecretariaMunicipaldeEducação –
SEMEC,explicitandoseaindasuaposiçãonaestrutu raorganizacionaldessa instituiç ão.
Primeiramente,oqueosdadosanalisadosnosrevelaramsobreascaracterísticas
dos alunosqueparticipamdoprojeto.Co mbas e nesses dados, asdiscutiremosasd ificuldades
eassatisfõesouinsatisfaçõesdessesalunos.
Na seqüência, abordamos os aspectos técnicos da implementação do projeto, 
analisandotodososelementosdegestãodametodologia:ogovernoestudantil,os guiasde
aprendizagem, os cantinhos de aprendizagem, a articulação escola/comunidade , os
microcentroseacapacitaçãod eprofessores.Emseguida,analisamosoaspectoestruturale
funcionaldoProjetoEscolaAtivadentrodaSecretariaMunic ipaldeEducação–SEMEC,a
partirdeumaentrevistacomaco ordenadoradoprojeto, aqual codificamosde(C).
110
Finalizamos com uma análise do rendimento do educador na metodologia,
enfocando a habilidade dos professores na condução da metodologia da escola ativa, a
motivação, acapacidadedeaplicaremseusco nhecimentosprátic oseteóricos,capacidadede
organizaçãodasaladeaula, deresolutividadediantedosproble masexistentes.Analisaremos
também como se deu o ingresso do professor no projeto e também as condições de
infraestruturadasesc olasnavisãodosalunos,professoresesupervisores.
5.1Característicadoeducando
SobreoeducandobeneficiadopeloProjetoEscolaAtiva, osdadosrevelaramque
41%dosalunosen contramsena4ªrie,29% estãona2ªsérie ,16%na3ªsérie eos14%
restantesna1ª série.Afaixaetáriademaiorconcen traç ãoestáentre7e10anoseconcentra
senaquartasérie, constituindo re almentepúblicoalvodapropostadoprojeto, oqualtambém
proesalasmultisseriadasee nsinoflexíve l.
Grá fico1–Distribuiçãodosalunosporsérie
Na proposta do Projeto Escola Ativa para escolas da zona rural, é previsto
ausênciadealunosemfunçãodotrabalhonocampode senvolvidopelospais,pois namaioria
dos  casos, os alunos os ajudam nessa atividad e. Tal realidade é trabalhada através da
flexibilidadedeacompanhamento comosguiasdeaprendizagem,oquegaranteoavanço
dessesalunos,apesardas ausên cias.Aoquestionarmososalunossobreseajudamounãoos
paisnotrabalhodo campo, 49%responderamquesim,muitoemboraosprofessoreseos pais ,
quando solicitados a responder sobre a mesma questão,entrarem emcontradição comos
alunos.Oqueconstatamoséquepaisep rofessoresescamoteiamtalre alidade,poiselaos
constrangemse.o obstante,aqueles 49% dos alunos não se prejudicam com as curtas
ausênciasemsaladeaula.Nesteaspecto, háumalcancedapropostadoprojetoemrelaçãoà
referidarealidadedotrabalhodosalunosnocampojuntoaospais. Nessesentido, é percebida
14%
29%
16%
41%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
1ªsérie
2ªsérie
3ªsérie
4ªsérie
111
aeficiência,emparte,alcançadaatravésdoensinoindividualizadoepromoçãoautotic a,
ferramentas próp rias da metodologia, em substituição à s tradicionais fichas de
acompanhamento.
Outros dados  importantes revelados nos questionários d izem respeito às
dificuldadesdo salunosaoperguntarmosqualasuamaiordificuldadenaes cola.Osalunos
A1,A2,A3eA4responderamrespectivamente:
Amiamaiordificuldadeénaproduçãodetexto”.
Tenhodificuldadeemportuguês”.
Acompreensãodoguiadeestudosoci ais”.
Tenhodificuldadedeaprendernamatériamatemática.
Conforme visualizamos no grá fico abaixo, acordando com a resp osta de A1,
encontramse40%dosalunospesquisados,34%concordamcom A2,9%responderamiguala
A3,enquanto17%afirmaramterdificuldadeemmatemática.
Percebesequea maiordificuldadeencontraseemportuguês cujo percentualfica
emtornode74%,levandoseemconsideraçãoqueproduçãodetextoéparteimportantenessa
disciplina.Nossoqu estionamento,feitoseparadamente,teveoprositodeobservarmosa
questãodaproduçãode texto,u mavezqu eametodologiaenfatizabastanteaimportânciade
as crianças evoluíre m nesse sen tido. Também superar dificuldades com o português e a
matemática faz parte dos objetivos da metodologia, que p rioriza as operaçõ es aritméticas
sicasebusca,nosestudossociais,oaprendizadocomapró priarealidadedoaluno.
Aoobservarmosasdificuldadesrelatadaspelosalunos,perguntamossejátinham
repetidooanoe,casoarespostafosseafirmativa,pedimosquejustificasseasuaresposta.
40%
34%
9%
17%
A1
A2
A3
A4
Grá fico2–Dificuldadesencontradaspelosalunosnaescola
112
Como resultados, quatro aluno s, dentre os cinenta eum questionados,respon deramda
seguinteforma:
(A1)“Euogostavadaescola
(A2)“Minharesidênciaeratemporária
(A3)“Éporquefiz alfabetizaçãooanopassado”
(A4)“Simporqueeunãosabialer.
Ao serem questionados se estão satisfeitos com a maneira de ensinar de seu s
professores,94 %responderamquesimeos6%quesemos travaminsatisfeitosdemonstraram
quetalinsatisfaçãoécomre laçãoaosistemamultiss eriado,umavezquereivindicammais
salasdeaula,apontandoparaadificuld adedeváriassériesnamesma sala.
O sistema mu ltisseriado tem, nesse sentido, aprovação da grande maioria,
levandonosa acred itar que arealidadeapresentaresultadopositivo,umavezq ue sevem
resolvendooproblemadafaltadesalasd eaulaexatamentecomaimplementaçãodosistema
multisseriado, oquep ossibilita,temporariamente, ate nder àdemandaexistente.
Dos 51 alunos pesquisados, 41 afirmam que só  faltam às aulas quando estão
doentesouestãoajudandoospais,oquedemonstraumnívelelevadodesatisfaçãocoma
escola.Ospaisreforçamtalafirmativaquando76%de lesexpressamqueconsiderams eus
filhos satisfeitos e justificamse com afirmativas aqui transcritos literalmente como as
seguintes:
(Pa1)“Porquemiafilhaachaosprofessoresbons”.
(Pa2)“Porqueosprofessores, facil itamnoaprender
(Pa3)“Porquemeufilhoestaaprendendoalereescre ver
(Pa4)“Simnaescolanãofaltamaterial
(Pa5)“Naescolaal émdeaprenderalereescrever,elesetornacidaome lhor
(Pa6)“Meufilhoachabomaescolapertodecasa
Alémdessasjustificativasasatisfaçãod os pais e stáligadaàajud aque os filhos,já
alfabetizados, lhesproporcionam;issop orque,se gund o 82%dessespais,osseusfilhosjáos
ajudamcomascompras,fazendo,lista,leituradebulasde remédioedereceitasdebolos.Já
para os professores, dos 10 pesquisados sobre o aproveitamento geral do s alunos com a
metodo logia,do isafirmaramserótimo, doisapontaramnocomoregulareseisgarantiramno
como bom. De acordo c om esses  professores, o melho r aproveitamento  encontrase em
português ematetica,contraditoriamenteco m o queafirmaramos alunosemumoutro
momento, quando 74% e 17% dos alunos declararam sentir mais dificuld ade exatamente
nessasmatériasrespectivamente.
113
Paraosprofessores,apesardasdificuldade sencontradaspelosalunos, háavaos
quantoao objetivopropostopeloprojetodequeess esalunospossammelhoraraqualidadede
suasvidas,co mpreendendooquelêemefazendocorretamenteasoperaçõesmateticas ,
muitoemborataisobjetivosenvolvamoutrosaspectos,comocomunicarse bematravésd a
escrita e da palavra, dese nvolver sentimentos cívicos e demo cráticos, observar a própria
realidade e, com ela, aprender a resolver os problemas do cotidiano. Analisando as
dificuldadesdesse salunosfre nteàimplementaçãodametodologia,po demos perceber, através
daquilo queémostradopelosdadosquantitativos,queéprecisoavançarnessenovotipode
escola.Nãoéadequadocontinuaroferecen doamesmacoisasempre,poisapopulaçãorural
carece deumnovoparadigmaeducacionalque se apodere das escolasecomunidades.O
projetoEscolaAtiva,noas pectosatisfaçãoeaproveitamentodosalunos,alcançaemparteos
objetivosdaproposta,emboraasju stificativasdesatisfãonão sejam 100%compatíve iscom
oalcancedosobjetivosdoprojeto.
O gráfico a seguir ilustra, na visão dos professores exposta acima,o nível de
aproveitamentodosalunoscomaimplementaçãodaMetodologiaAtiva.
Aoapres entarmosascaracterísticasdosalun osbeneficiado spelaimplementação
doProjetoEscolaAtivaéimportanteq ueress altemosasituaçãoeconômicadessesalunos,
umavezqueonívelderendafamiliaréumdadopreponderantenaqualidadedevidaenas
pos sibilidadesdemelho racessoaoconh ecimento,muitoe mboraapropo stadopro jetoesteja
voltadaparapopulaçãoruraleescolasdepoucosrecursos.Foiimportanteestabelecermosem
quenívelessasfamíliasdealunosse encontram,oquepercebemmensalmenteecomovivem.
Deacordocomoquerevelaramosdados,100%dasfamíliasdosalunosencontramsecom
rendaentreumedoissaláriosmínimos,e90%enfatizamquenãoérendafixa,poisestão
20%
60%
20%
ótimo
Bom
Regular
Grá fico 3 – Nível de aproveitamento dos alunos com a
MetodologiaAtiva,segundoosprofessores
114
contandocomorecebimentodealgunsbenefíciosdogoverno, comobolsafamília e valegás.
Ográficoase guir demonstraessa situaç ão.
5.2.Característicasdosaspectostécnicos
A metodologia da Escola Ativa utilizase de elementos de gestão os quais se
tornaminstrumentosparaodesemp enhotécnicodoprojeto.o elementosque,util izadosde
maneiraeficaz,tornaramseferramentasimprescindíveisnab us cado sobjetivosdoprojeto,
mudandoaspráticasdeensinoe aprendizagememníve ldesalade aula,traze ndo o alunoao
centro das atenç ões como sujeito ativo e participante d o seu próprio processo de
aprendizagemepondoemp ráticaconceitoscomocriatividade,aprendizagemcooperativa,
aprendizagemativaeparticipativa.
Duran te este trabalho de pesquisa, buscamos analisar o funcionamento dos
elementos de gestão a partirdos dados apresentados pela pesq uisa,os quais revelaramo
seguinte
5.2.1 Governoestudantil
Éu maferramentaimp ortantedametodologia,p ois conduzosalunos à autoge stão
escolare,segundoapropostadametodologia,éfactívelafirmar que
[...] é uma estratégia curricularque favoreceodesenvolvimentoa fetivo,social e
moral dosalunospor meiodesituaçõesvivenciais.Tratasedeumaorganização
dosa lunosepara  osalunosquegarantesua participaçãoativaedemocticana
vidaescolar,estimulaosaparticipar,impulsionaosaseenvolveremematividades
comunitárias e ajudaos a satisfazer a necessidade e solucionar problema s da
escola.Promoveaparticipaçãoeotrabalhocooperativoentreosalun oseosinicia
Grá fico4–Rendafamil iardosalunosdoProjeto.
Famílias
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1a2salários
mínimos
115
na vida comunitária. Educaos para a liberdade, a paz, a tolerância, o respeito
mútuo,aconvivênciasadia, asolidar iedade, acooperação,atomadadedecisõesea
autonomia,entendi dacomoaliberdadequetêmparaa girlivrementeassumindoas
responsabilidades necessári as. Forma a criança para cumprir devereseexercitar
seusdireitos,paraque,n ofuturo,desempenhecomresponsabilidadeospapéisde
adultos.(BOLETIMTÉCNICO,1999,p.56).
Os dados nos revelaram que 61% dos alunos encontramse satisfeitos com o
funcionamentodogovernoestud antil,conformeexpõeográficoaseguir:
Opercentualde39 %deinsatisfãodeveseaofuncionamentodoscomponentes
desse elemento de  gestão (livro de confidências , ficha de controle de presença, caixa de
sugestão, livro de participão, caixa de compromisso e comitês). Tais compo nentes
desempenham diversificadas funções na operacionalização da metodologia, conforme já
explicitadonoCapítuloIII,item3.3de stetrabalho .Ficouclaroqueparaos61%declarados
satisfeitosodesempenhod oscomponentesdogovernoestudantilestádiretamenteligadoa
essenívelde s atisfação.
Ofuncionamentodoscomponentesdoele mentogo vernoestudantilapresentaa
seguinte performace: 53% dos alunos afirmam que o livro de confidê ncias funciona
adequadamente,78%dizemqueafichadecontrolefuncionaadequadamente,74%afirmam
queacaixadesugestãofuncionaadequadamente,67%concordamqu eolivrodeparticipão
funciona adequ adamente, 65% afirmam qu e a caixa de compromisso funciona
adequadamentee80%revelamqueoscomitêsfuncionamadequadamente.Ográficoaseguir
revelaoexposto.
61%
39%
Satis fatór io
Ins atis fatór io
Grá fico5Níveldesatisfaçãodosalunoscomodesempenhodo
governo estudantil
116
Oquestionamentoacercadofuncionamentoadequadoouo doscomponentes
ofoipesquisadoapenas comos alunos,equandopartimospara pesquisarcoma supervisão,
encontramos osseguintesaspectos:olivrodeconfidências,paraossupe rvisores,nãotem
funcionamentoadequadoem100%dasescolaspesquisadas;afichade controlede presença
ofuncionaem60 %dasescolaspesquisadas; acaixadesugestãonãofuncionaem70%das
escolaspesquisadas;olivrodeparticipaçãoofuncionaem100 %dasescolaspesquisadas;a
caixa de compromisso não funciona em 60% das escolas pesquisad as e os comitês o
funcionamadequadamen teem40%dasescolaspesquisadas.
O funcionamento adequado para cada um dos componentes implica no
atingimentodas finalidadesdoprojeto,ouseja,olivro deconfidênciasdevefuncionarcomo
umaagendanaqualoalunoexpressasuasinquietações,desejos,problemas,oquegosta,o
queogosta,oquepensaeetc.,enfim,fazumrelatodasuavida.Comess einstrumento,o
professor estaria subs idiado para um melhor conhecimento do aluno, tornandose apto a
melhorajulo nodesenvolvimentoemocional,intelectualeafetivo,alémde estimularo
alunoaescrever, expressandosecom sinceridade.
NoprojetoEscolaAtiva,embo ra53%alun os consideremqueocomponentelivro
de confidências funcione adequadamente, os supervisores acham que, em nenhuma das
escolaspesquisadas,talcomponentefunciona.Eentreosprofessores,60%admitemqueo
componentefunciona inadequadamente,fican do,po is, 40%delescomumaopiniãocontrária
àdossupervisores.
Percebemos,pelaanálisedosdados,existirumamaiorproximidadenaopiniãode
sup ervisoreseprofes so res,osquaisestabele cemumacríticamaisconscientep orconhecerem
afinalidadedocomponente tendo comisso,apossib ilidadedeaferirseudesempenhojuntoao
53%
78%
74%
67%
65%
80%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Livrode
Con fidências
Fich ad e
cont rolede
presença
Caixade
Sug estão
Livrode
Particip ão
Caixade
co mpromisso
Comit ês
Funciona
adeq uadam
ente
Funciona
inadequada
mente
Grá fico6Tendências doscompon entesdoGovernoEstudantilSegundoosalunos
117
projeto. Os alunos opinam d e maneira inconsistente, pois, ao questionarmos sobre o
conhecimento da finalidade dos componentes, 100% deles não têm conhecimento,o que
justificaa fragilidadenassuasafirmativas.
Emrelaçãoàfich adecontroledepresea,78%dosalunosach amqueamesma
funcionaadequadamente.Continuamosaadmitirainc onsistênciadasafirmativas,umavez
queosalunosdesconhecemosobjetivosdafichafrenteàmetodologia,osquais consistemna
estimulaçãodosensoderesponsabilidadeenacon sciênciad anecessidadedeiràescolapelo
gostodefazêloe oporobrigação.Taisobje tivostambémoforaminternalizados,oque
leva os alunos, na sua maioria (78%), a afirmarem que a ficha de controle de presença
funcionaadequadamentenasuaescolasemqueautilizemadequadamente.Navisãomais
consciente ecríticadossup ervisores,em60%dases colaspesquisadas,ou s eja,trêsdentreas
cinco,ocomponente não funcionae,ness esentido,aopino dosprofessoresconverge para a
dos s upervisores.
Acaixadesugestões é umcompone ntequeobjetivaestreitaracomunicaçãoentre
alunoseprofessoresoferec endoaostímidosumamaiorpossibilidadedeseexpressaremnas
suas inquetações. Também é, para a maioria dos alunos (74%), um compon ente que tem
funcionamento ade quado, no entanto, pelos mesmos motivos expostos anteriormente, a
opiniã odessesalunoséfrágilpordesco nheceremosobjetivosd ocomponente.
Paraossupervisores,ocomponenteofuncionaem70% dasescolaspes quisadas
sendoqueosprofessoresdivergemdessaopinoaoafirmaremque , emapenasduasescolas,
oscomponentesnãotêmfuncionamentoadequado.
Notamos que os professores manifestaram certo constrangimento diante da
maioriadosquestionamentos.Assim,preferemacreditarqueodesempenhodoscompon entes
é melhor do que o observado pelasupervisão,numa atitudedefensivaem relaçãoaoseu
trabalho.
O livro de participão te m um papel pre pon derante no desenvolvime nto da
metodo logia, uma vez q ue subsidia o professor no acompanhamento dos trabalhos com
qualidadeexcepcio nalrealizadospelosalunospara,posteriormente,emumeventorealizado
pela escola (“o  dia das conquistas”), tornálos conhecidos por todos através de suas
divulgaçõesparaacomunidade.Aimpo rtânciadessecomponenteestánaidentificaçãode
talentosindividuais,possibilitando aoprofessororientarosalunosnassuasaptidõespessoais,
alémdetambémestimulálosnasu peraçãodasdificuldades,evitandoaevasãoescolarp ela
ausênciademotivação.
118
Naopiniãode67%do salunos,oco mponentefuncionaadequadamente,porém,ao
questionarmossobreostalentosjáreveladosnaescola,foram enfáticosemafirmarquenunca
ninguémrevelounenhumtalento,oquere velaumadescaracterizaçãodocomponente ,que
oalcançaseuobjetivo.Paraossu pervisores,olivrodepartic ipãoofun cionaem100%
dasescolaspesquisadas , o que demonstracoerência comaafirmativadosalunose,nesse
aspecto,100%dosprofessoresconcordamcomossupervisores,noslevand oaconcluirqueo
quesitocriatividade,nosalunos,nã o temsidoestimuladoosuficienteparaquedesenvolvam
trabalhosexcepcionais.
A caixa de compromissos é um componente que o bjetiva estimular o
comprometimento volunrio dos alunos através de sua própria iniciativa de afirmar
responsabilidade.  Com relação a esse componente, o papel do professor restringese a
estimular,orientarevalorizarosesforçosedecisõestomadasporcadaaluno.Para65%dos
alunos,ocomponentefuncionaadequadamente,mu itoemboraagrandemaioriadeles(cerca
de87%)nuncatenhafirmadonenhu mcompromissoco macaixa,demonstrando,mais uma
vez, fragilidade na afirmação do funcionamento desse componente. Os supervisores
afirmaramqueoc omponentenãofunc ionaem60%dasescolaspesquisadas,ous eja,emtrês
dascincoescolaspesquisadas, enquanto 50%dosprofessoresadmitemqueocomponenteo
funcioneadequadamente.
Osdadossobreofuncionamentod ocomponentenoslevamaperceberque,no
quesito autonomia e iniciativa, que os alunos deveriam desenvolver, como proposta pela
MetodologiaAtiva,nãosealcançaumnívelsatisfatório.
Oscomitêssãoosrepresentantesmaisexpressivosdaautogestãoerepresentam,
dentrodo governo e studantil,umcompon entefundamentaldeparticipaçãoefetivadosalunos
na administraçãodaescola.Es tescomitêssãoequip esformadascomalunosdediferentes
riessobacoordenaçãodeumaliderança,aqualdeveráprocurarnãoimportarefasaseus
companhe iros, uma vez que os próprios integrantes decidem suas respon sabilidades e
assumemsuasfuõesjuntoaocomitêdequede cidiu participar.
Opapeld oprofessorjuntoaodesenvolvimentodostrabalhosaseremrealizados
peloscomitêsé garantirqueseusalunosestejamnolugarcerto,ouseja,nocomitêemque
demonstrarem maior hab ilidade para p articipar, dentro das opções tais como comitê d e
Ciên cias, deSaúdeeEstudosSociaisetc.
Para 80% dos alunos das cinco escolas pesquisadas, os comitês m
funcionamentoadequado,ouseja,cumpremseusobjetivosjuntoàgestãoescolar.Jáparaos
sup ervisores,em40%dasescolaspesquisadas,ocomponentenãofunciona,enquan to5 0%
119
dos p rofessores, afirmamqueoscomitêsotê mfuncionamentoadequ adoemnenhumadas
escolas, oquerevelacontradiçãoemrelaçãoaoexpostopelossupervisoresepelosalunos.
Emfunçãod opapeldasupervisãoedoconhecimentodemonstradoporelaem
relaçãoàmetodologiadoProjetodaEscolaAtiva,somoslevadosaacreditaremumacrítica
mais próxima da realidad e, pelo nível de consciência demonstrada ao longo da no ssa
convivênc ianodecorrerdapesquisa.Nessesentid o,ográfico abaixoexpõeao piniã odos
sup ervisores em relaç ão ao percentual de esco las em que os componentes do Govern o
Estudantilnã ofuncionam.
Grá fico7–Percentualdeescolasemqueoscomponentesdo governo estudantil o
funcionam, segundoossupervisores.
Diantedoqu erevelaramosdados,oProjetodaEscolaAtiva,nazonaruralde
Teresina, encontra limitaçõ es nos seus aspectos cnicos em decorrência de fatos que
poderemoselencarapartirdonãocumprimentodosobjetivosdoscomponentesdogove rno
estudantil, deu mdosprincipaiselementosdegestãodametodologia.
Asimplicaçõesdoofuncionamentodolivrodeconfidênciaséosalunosnão
expressarem,paraosprofessores,osseussentimentos,desejoseproblemas.Nasescolas,isso
temumimpactonosdocentes,causandocertaalienaçãoexpressad anopoucoc onh ecimento
sob rearealidadedess esalunos,osquaisse torn amfechadosedeixam,muitas vezes ,desere m
ajudadospelosprofessoresnassuasangústiasdocotidianoemfunçãodeumarealidadetão
adversaporsobservada e m que,infelizmente,estãoins eridasaquelasc rianças.
Aoconversamos comalgumascrianças,percebemosangústiascomoas reveladas
nasseguintesfalas:“Minhaeestámuitodoente”,“meupaiestáemSãoPaulohádois
anos”,den treoutrasqueoforamregistradasnosquestionários.Foipossívelobservarque,
emalgunscasos, essasangústiaspodem terligaçãodiretacomoaproveitamentodoalunoem
saladeaula.
100%
60%
70%
100%
60%
40%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Livrosde
confidências
Fichade
contr olede
presen ça
Caixade
sugestão
Livrode
Participação
Caixade
compr omisso
Comitêsd e
trabalhos
120
Afichadecontroledepresença,quenãofunciona,segundoossupervisores,em
60%dasn ossasescolas,tambémtemcons eqüênciasnegativas,umavezqueosalunos,nas
trêsescolasemquenãofun cionaocomponente ,sãoextremamentesempontualidadeecom
poucaresponsabilidadeemrelaçãoaisso.Demon stramaindad esmotivaçãocomrelaçãoao
prazer de estar na escola, revelando que ali estão porque são obrigados pelos pais. Os
comportamentos p ercebidos, nesse sentido, seriam factualmente minimizados com o
funcionamentodocomponente,umavezquefoicriadopelametodologiacomesseintuito.
Dasc indoescolaspesquisadas,apenasduastemumfuncionamentoregulardocomponente,
havendoassimumlongoespaçoparamelhorianofuncionamentodessaferramenta.
Paraacaixadesugestão,asituaçãoéaindamaisadversa,umavezque,dascinco
escolas pratic amente em quatro esse componente o func iona, e, em função disso a
conseê ncia observada nas nossas escolas, é uma grande falha na comunicação
professor/aluno, o qu e seria minimizado com o funcionamento deste compo nente, o qual
disponibiliza, diariamente, as demandas e sugestões dos alunos para que os profess ores
tomemconhecimento.Oresultadodofracodesempenhodessecomp onenteéobservadona
poucaparticipaçãodosalunosmaistímidosexatamente aquelesquesenegama dar sugestões
paraofuncionamentoda escola.
O livro de participação nã o funciona em nenh uma das escolas  p esquisadas,
havendo,comoconseqüênciace rtaapatianosalunoscomrelaçãoàcriatividade.Nasescolas
oencontramos nenhumtrabalhoexpressivoelaboradopelosalunosquepu desseserfrutode
estimulaçãodessacriatividade.
Acriatividadeéumob jetivobás icoparaobomdes empenhodocomponente,de
maneiraqueosalunospud essemexpressar,duranteoano,aptidõesindividuaisemotivação
paraacriatividade.Comisso,osprofessoresdetectariamtalentosdentrodasaladeaula,o
que,infelizmente,nãotemacontecidonasescolasdazonaruraldeTeresinaquetrabalham
comaMetodologiaAtiva.
A caixa de compromiss o, assim como a ficha de controle de prese nça, não
funciona em três das cinco e scolas pesquisadas, demonstrando despreparo dos alunos no
quesitoparticipação.Afunçãod acaixad ecompromissoé,literalmente,trazeroalunopara
cooperarco magestãodaescola,enten dendoseporcooperaroperarcomalgooualguém.
Nesse as pecto, os alunos deveriam operar junto aos professores e aos demais agentes
(zeladores,vigias)noseuprocessoedu cativo,comprometendoseefirmandocompromisso
claro comseudesenvolvimento.
121
Entretantoosdadosdemonstramausênciassignificativasdedesempenhodessa
ferramenta,uma vezqueosalunosodesenvolvemaind aoquee laproe, ouseja,alunos
criativos, que não se limitem às atividades qu e o professor lhes pede, alunos expressem
sempres euponto devistaqu e se organizem, desempen hando importantepapelnagestão
escolar,enfim, alunoscomodesenvolvimentodoespíritodecooperação,respeitotuo,
solidariedadeedisciplina.
Nasesc olaspesquisadas,odese mpenhodesseimportantecomponentedogoverno
estudantil é tímido, demonstran do uma frágil internalização por parte do s alunos da
importânciadepô rempráticaospressupostosdestaferramenta.
O funcionamento dos comitês nas escolas está presente, de acord o com os
sup ervisores, em três das cinco escolas pesquisadas, muito embora o  funcionamento  seja
consideradoincipientequandocomparamosoqueacontecenarealid adedasescolascomos
objetivosdocomitêfrenteà meto dologia. oencontramos,nastrêsescolasapontadaspelos
sup ervisores, nenh uma organização de comitês de trab alho. Na re alidade, os alunos o
demonstraminiciativaeauto nomia,característicasfundamentaisparaaoperacionalid adedos
comitês. Vale ressaltar que existe uma realidade atrás dos dados quan titativos que o é
exposta atravésdosquestioná rios,masquenos é reveladape laobservação.Essarealidadediz
respeitoao funcionamentodoscomponentesdogovernoestudantil.
Os comitês d e trabalho representam o aspecto mais  transparente do
desenvolvimento da gestãoescolar,sendo poucoprovável queumaescola quenãoatinja
níveissatisfatórios defuncionamentodosoutroscomponentesdogovernoestudantilpossa,
nessecompo nente,terdesempenhorazoável.Isso sedeveaofatodeoscomitêsdetrabalho
tere mcomoobjetivoide ntificarasnecess idadesdaescolaeestabeleceraçõesque venhama
satisfazer a es sas nec essid ades. Os comitês de trabalho exigem do aluno autonomia e
iniciativa de organização para implementação de ações no sentido de dar funcionalidade
administrativa à escola. Na análise que fizemos a partir dos dados revelados acerca do
funcionamento dos componentes do governo estudantil, não visu alizamos o alcance dos
objetivosdoscomitês,umavezqueelesrefletem,demaneirageral,aautogestãoescolar,a
qualéincipientenasescolaspesquisadas.
5.2.2 Osguiasdeaprendizagem
Osguiasoudu losde aprendizagemparaaMetodologiaAtivas ão,deacordo
comoestabelecidonapro postadoProjetoEscolasAtiva
122
[...] textos que facilitam  o desenvol vimento de um processo de aprendizagem
centradonoal uno,comosdulos,épossíveldesenvolverostemasfundamentais
doplanodeauladasmatériascurricularesbásicasenfatiza ndotemasrelacionadosàs
necessidades e características das comunidades às quais se dir igem. Os módulos
permitem a introdução de adequações aos currículos nacionais.  Os módulos
procuram ,demodogeraldinamizarumametodologiaativaeparticipativalevando
emconsideraçãofatores,elementos,insumose/ouestratégiasquepossammelhorar
osresultadosdaaprendizagem(BOLETIMTÉCNICO,1999,p.88)
Segund oossupervisoresdascin coescolaspesquisadas,osguiasapresentamo
seguintedesempenho:em100%dasescolas,osguiascumpremseusobjetivos,umavezque
omotivadore s,ou seja,o salunos,atravésdesseelemento,tornamsemaismotivados ao
estudo e também m facilitado o seu aprendizad o,pois osguias dinamizam osmateriais
didáticosd os cantinhosdeaprendizagem,proporcionandofontesadicionaisparaaquisiçãoe
ampliação de conhecimentos, além de assegurar ao aluno mais tempo em atividade de
aprendizagem,poisnão exige  queoprofessorpasseinformaçõesrotineiras,gerando certa
indepenncia ao alu no. Os  guias também permitem que os alunos dese nvolvam seus
conhecimentos de linguagem e alcancem uma aprendizagem significativa, além de
dinamizarem osoutroselementosd ametodologia.
Poroutroladoa opinodosprofessoresnão corresponde aoqu e foiexposto pelo s
sup ervisores.Paraos10pro fessores,emapenas40%dasescolas,osguiasdeapre ndizagem
cumprem seus objetivos, ou seja, isso ocorre e m d uas dascincoescolaspesquisadas. Ao
seremquestionadossobre o porquê dess e pe rcentual,os  professores afirmamqueexistem
guiascomplicadosparaoníveldosalunos.Noentanto,esquecemquetaisguiassãoflexíveis
epodemserdinamizados apartirdoplanodeauladoprofessor,oque podeconduzirostemas
apartirdasnecessidadesdacomunidadeepossibilidadedealcancedessesalun os.
Naopiniãode 82 %dosalunospesquisados, osguiassãomotivadores, sendoque,
para86%dessesalunos,elesfacilitamaaprendizage m, para 84% osguiasosajudammuitoa
desenvolverseusconhecime ntosdelinguagem,enquanto70%afirmamque essecomponente
dinamizaosoutroselementosdametodologia.
Ográficoaseguirexpõeaopinodesupervisoreseprofessoresemrelaçãoao
funcionamentodosguiasnase scolaspesquisadas.Observamosdivergên ciasne ssasopiniões,
no entanto, os professores, pelo fato d e trabalharem diretamente c om esses instrumentos
comentados,têmumavisãomaisrealísticasobre odesempenhodesseselementosdegestão.
123
Grá fico8–Percentualde escolasemqueosguiasdeaprendizagem
funcionam,naopiniãodesupervisoreseprofessores.
Narealidade,od adoreveladopelosprofessoresépreocupan te,umavezque, em
trêsdascincosescolaspesquisadas,osguiasnã oalcançams eusobjetivos.Issoé traduzido
pelanãocentralidadedoprocessodeaprendizagemnoaluno e,assim,elese stãoperdendo a
oportunidadede avançarnoseupróprioritmo .Semosguias, aaprendizagemcooperativan ão
acontece,o desenvolvend oacapacidadedosalunosdepensarederacionar criticamente.
Osguiasdeaprendizagemtambémoestãosendoaplicadospelosalunosemsituõesdo
seucotidiano,principalme ntecomsuafamíliaecomunidade.
Vale ressaltar que, quando não utilizados corretamente, os guias deixam de
funcionar como ins trumentos que permitem ao aluno uma aprendiz agem s eqüenciada,
adequada a u m plano de estudos e de conteúdos compatíve is com seu nível de
desenvolvimento.Issoporqueessesguiasdesenvolve moste masadequandoosaosníveisde
recursosenecessidadesdecadacomunidadeescolar.
Nas escolas da zona rural de Teresina, os professores, de acordo co m as suas
própriasrevelações,nã o utilizamosguiasdemaneiraquepossam ajulosnoplanejamento
edesenvolvimentodasaulas,embora, emescolasmultisseriadas,comonoc asodasescolasda
zonaruraldeTeresina,sejam ferramentasessenciaisparaoseutrabalho.
5.2.3Cantinhosdeaprendizagem
Constitui um importante elemento d e gestão da metodologia, permitindo aos
alunosobservar,comparar,operar,e xperimentar,pesquisar,aplicaremanusearobjeto sreais
emespaços porelesmesmosorganizadosedisponíveisparapesquisa.Oscantinhosdevem,de
acordocomaproposta,organizad os nasaladeaulaparacadamatériabásicadoplanodeaula.
Os materiais devem ser fornecidos pe los aluno s e pe la comunidade e, em geral,incluem
materiais de diversas categorias, como insetos s ecos, grãos de feijão, isqueiros, potes,
0 %
20%
40%
60%
80%
1 00 %
S u p erv is o r e s
P ro f e s s o r e s
124
colheres,peneiras,instrumentosdemedição,materiaisproduzido spelosalunos comotextos
escritosedesenhosgloboterrestre,plantasnaturais,mapas,aquáriosetc.
AmetodologiapropõeaorganizaçãodecantinhoscomoodeCiênciasNaturais, o
deCnciasSociais, odeLinguagem, odeM ateticaeodeE stética.
Nas escolas, 100% dos supervisores pesqu isados afirmam que os cantinhos
desempenham bem sua função.As três afirmativas seguintes traduzem opens amento dos
sup ervisores:
(S1)Osalunosestão semprerecorrendoaoscantinhospararealizaratividades dos gui asde
aprendizagem.
(S2)“Osalunossempreosolicitadosapesquisar,ouseja,utilizaralgumelementopresenteno
cantinhopararealizaremaatividadepropostanoguiade aprendizagem.
(S3)“Osalunosestãosempresendosolicitadosapesquisaroufazerrelação pedagógicaentreos
estudos dos guias e os c anti nhos, favorecendo o aluno a pesquisar com a manipulação de
materi ais”.
Naopiniãode 90 %dosprofessores,oscantinho sfuncionamsatisfatoriamente,ou
seja,cumpremseusobjetivos,etodoselescontamcommaterialsuficiente,muitoemboraos
professoresdêemdestaqueaocantinho delingu agemematemática.
Segund o os professores, os cantinhos realmente  cumpremseus objetivos,pois
ajudam a metodologia, facilitando o aprendizado. Ao serem ques tionad os sobre o
funcionamentodoscantinhosnases colas,cincoprofessoresderam os seguintes depoimentos
aqui, transcritosliteralmente:
(P1)“Oscantinhossãoimportantesnamedidaemquerelacionamteoriaeprática.
(P2)“Éummaterialconcretoe queosalunospodemmanusear.
(P3) Todos os alunos sentemse motivados, participam e têm curiosidade e m aprender e
manusearosobjetos”.
(P4)“Levamosalunosàvivênciadeváriassituaçõesdeaprendizagem
(P5)“Oscantinhosfacilitamapesquisaeoaprendizado”.
Aso pinesdosalunosconvergempara adossupervisoreseprofess ores,umavez
que92%dessesalun os afirmamqueos cantinhosfuncionambem, destacandoocantinhode
linguagemeodematemática.Nã oob stante,to dososcantinhosmmaterialsuficientepara
funcionarbemeassimofazem.Oquenarealidadeseobservou corrobora comasopiniõesde
sup ervisores,professoresealunos.
Os d ados quantitativos apontaram para os  percentuais de  aprovação do
funcionamentodoscantinhosem100%dossupervisores,90%dosprofes sorese 92%dos
alunos,comomostraográficoaseguir:
125
Grá fico9–Níveldesatisfação(%)dossupervisores,professorese
alunoscomofuncionamentodoscantinh osdeaprendizagem.
Éinteressanteobservar queoelementocantinho d eaprendizagem,mesmos endo
deresponsabilidadedosalunos,tem umbomfuncionamento ,emfacede outrosinstrumentos,
quetambé m dependem dos alunos ofuncionaremdamesmaforma,comoéocasodos
componentes do governo estudantil. Em todas as cinco escolas p esquisadas, registramos
fotograficamenteoscantinhos,queseapresentamcombastantematerialebemorganizados.
Nonossoentendimento, o umaformade ogrupoevolu irn acriatividadeeautonomia,muito
emboraaindaexistamlimitaçõesqueseevidenciamnodesempenhodeoutroselemento sde
gestão.
5.2.4Articulaçãoescola ecomunidade
Aeducação,segu ndo aEscolaNova,devesemprepromoveraformaçãointegral
doaluno,situandoaaprendizagem noseucontextosociopolíticoecultural. Épartindodesse
princípio que o  Projeto Escola Ativa, tendo por base a própria Escola Nova, propõe a
articulação entreescolae comunid ade, pois,noprocess oeducacional,tantoosacontecimentos
como tudo em volta do  aluno m influência direta na sua aprendizagem. Através dessa
articulação o professor conhece a realidade em que atua, suas características, procurando
desenvolver su a prática pedagógica de forma a garantir o bemestar dos alunos e da
comunidade.
Op rofessor,trabalhandonessametodologia,podeutiliz arinstrumentosadequados
para promover essa articulação, como o croqui ou mapa da comunidade, o registro de
informações  familiares e o calendário da produção. Os alunos também m um pape l
importantenaarticulaçãoepodemdesempenharatividadesquebe neficiemsuacomunidade,
como recuperar elementos culturais representativo s e empreender ações de saúde,
saneamento,nutrição,preservaçãodo meioambienteetc.
100%
90%
92%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Su p e r visor es
Pr ofes s ores
Alunos
126
ParaaMetodologiaAtivaimportaq ueoprofess or,ainstituiç ão,alunos,pais,ex
alunos, vizinhos  e autoridades de modo geral possam c ontribuir para melhorar avida da
comunidade e a gestão da escola a partir de sua própria cultura local. Na realidade, o
professor tem a grande responsabilidade de estre itar as relações entre a escola e a
comunidade,visandoes timularacooperaçãodospaisnasatividadesescolares,orientandoos
arelacionaraaprendiz agemcomocotidianodacriançaeprojetálaemdireçãoda famíliae
dacomunidade.
Ao indagarmos osprofessoressobreaartic ulação entreescolae comunidade,60%
deles afirmaram que acomunid adeparticipada“vida” da esco la;os 40% restantes foram
enfáticos ao dizerem que tal participação só diz respeito às festas realizadas na escola.
Destacamosquea articulaçãoqueproeoProjetoEs colaAtivanãoétãosimplista erestrita
a “momentos festivos”, que a participação da comunidade busca a efetiva relação de
acompanhamentodagestãoescolar,dodesempenhodosalunos,doaçãodematerialparaos
cantinhose,enfim,oestreitamentodoslaç os comaescolademaneiraqueocotid ianoda
comunidadeseinsira naconstruçãodoconhecimentodosalunos.
Para o s 40% dos professores insatisfeitos c om essa relação, é nec essária uma
atitudereflexivaemtornodop roblema,umavezquearesponsabilidademaiorédopróprio
professor,quetemcomomisoarticular,deformacomprometida,essarelação.Quantoa
isso,arealidadeéque,nasescolas,hálimitaçõesculturaisdospais,frutodeumparadigma
educacionalemquearesponsabilidade deedu carcabesomenteàe scola,oquefragilizaa
realidadedazonaruraldeTeresina.
Naopiniãode 86%dosalunos,aparticipaçãodacomunidadeévistade forma
simplistaemvirtudedafaltadeconhecimen to acerca da verdadeiraparticipãopropos tapelo
projeto,demaneiraque s erestrin gemaafirmarqueseu spais,semprequesãochamados,vão
àescola,sendoprecisosomenteaprofessorachamálos.
5.2.5Microcentros
Osmicroc entrosmcomoobjetivosprincipaissocializarexperiências ebuscar
soluçõesconjuntaspara osobstáculosdetectados. SãoelementosestratégicosdaEscolaAtiva,
queoportunizamaosprofesso resmomentosdeautoavaliação,inte rcâmbiodeexperiências,
construçãodenovosconhecimentosetambémdiscussãocomoscolegassobreasdificuldades
doprocessodeensinoaprendizagemquecadaumenfrentanoseu diaadia.Éumaestratégia
que deve ter a participão efetiva de todos os envolvidos, desde o planejamento até a
execuçãodoencontro.
127
Questionamos os supervisores das e scolas pesquisadas sobreofuncionamento
desses microcentros, e eles afirmaram que trabalham noplanejamen to e co ordenação dos
encontros, sendo que os mesmos acontecem mensalmente e funcionam de maneira a
promoveratrocadeexperiênciaseaconstruçãodeno vos conhecimentos.Asopiniõesforam
expressaspelossupervisoresd aseguinteforma:
(S1) Naelaboraçãoepl anejamentodosmicrocentros,i ncluemsemomentosdereflexão”.
(S2) Os microcentros o planejados também com o objetivo de  promover, através da
socialização,ointermbiodeexperiênciasentreosprofessores”.
(S3)Nosencontrossempreéoportunizadooesclarecimentodedúvidas,trocase/ourelatode
expernciasbemcomooficinasdeaprendizagem. 
(S4) Napautaestáincluídoomomentode socializaçãodeexperiências”.
(S5) Buscamos trabalhar em cima das dificuldades dos professores através de oficinas
pedagógicas”.
Emrelaçãoàopiniãodosprofessoressobreos microcentro s,80%deles afirmaram
terdesempenho satisfatório, justificandosecomao piniã odequeapropostadosmicrocentros
ajudatodososprofessoresa tomaremconhec imentodoperfildecadae scolaqueparticipado
projeto, dosproblemasedasso luçõesquesã oencaminhadasparasolucion arasdificuldades.
Ográficoase guirrepresentaoexposto:
Grá fico10–Opiniãodosprofessoresemrelaçãoao desempenho
dosmicrocentros.
5.2.6Capacitaçãodeprofessores
A preparação dos professores tem papel fundamental na implementação da
Metodologia Ativa,sendoqueoProjetoEsco laAtivaéabo aformação deprofessores, afim
de que melhorem suas práticas ped agógicas e, como con seqüênc ia, a ap rendizagem dos
alunos. Os professores das escolas de poucos recursos precisam ter maior c apacidade de
inovar,pois têm,comodesafio,alunos comdiferentesritmosdeaprend izage m.Valeressaltar
80%
20%
Desempenho
satisfatório
Desempenho
insatisfatório
128
aindaaheterogeneidadeeriaqueexisteemfunç ãodaselevadastaxasderepetênciaedo
ingressotardiode muitascrianças.
ApropostadoProjeto EscolaAtivaéqueosprofessoresestejampreparadospara
apresentarplano seprogramasdeau lacompatíveiscomosalunos,sempre levandoemconta
aheterogeneidadedasaladeaula,utilizandosedes uaexperiênciapedagógic aparatornaros
alunos ativos no  processo educativo e trabalhar bem na observação e avaliação do
desempenhodosed ucandos.
No projeto da Escola Ativa nã o é admissível a utilização de um modelo
pedagógico baseadonareceãopass ivadasinformaçõespelosalun os .Aopçãoédeuma
escolaque promova ensinoativo,participação,pe nsamentocrítico,criatividadedecooperação
e sua ed ucação personalizada. Para que tudo isso oc orra o necessários professores
capacitadosde ntro deumanovaescola,capazesdelidarco masdiferençasexistentesnas
salasmultisseriadas.
Acapacitaçãodeprofessoresden trodoProjetodaEscolaAtivaé ,para100%dos
sup ervisores dasescolas pesquisadas,umprocesso contínuo. Ness esentido,verificamo sque
80% dos professores tiveram cap acitação inicial; os 20% restantes não tiveram essa
capacitaçãodevidoterhavidosubstituõesdeprofessoresdoiníciodoprojetoatéop eríodo
derealizaçãodapesquisa.
Para a capacitação de professores o Projeto da E scola Ativa tem sistemáticos
encontrosmensais,realizadosatravésdeoficinasdeaprendizagemduranteosmicrocentros,
queconstit uemelementosdegestãoparceirosdacapacitaçãodeprofessores.Issoéafirmado
por100%dosprofessores.
Outraferramentaquesinalizaparaumaboacapacitaçãodosnossosprofessoresé
aexistênciadeprojetopolíticopedagógicoemtodasases colaspesquisadaseasatisfaçãode
100% desses professores com a implementação da metodologia. o obstante, como já
afirmamos, limitaçõ esexistememalgunse lementosdegestão.
5.3FuncionamentodaEscolaAtivanazonaruraldeTeresina
A entrevista com a coordenadora do projeto , aqui identificada por “C1”, no s
revelouasp ectosimportantesd oprojeto.Segund odadoreveladopelaentrevista, na zonarural
deTeresina,asescolassã od edifícilacesso, esomente30%delastêmtransportees colarpara
queoprofessorpossasedeslocar.
Afirmou  (C1) que, no início do Projeto Escola Ativa,o c ritério utilizado para
escolhadasescolasfoiobaixoíndicedematrícu laeautilizaçãodosistemamultisseriado.Ao
129
serquestionad asehouvedivulgaçãoepublicidadedoprojetonoin íciodaimplantaç ãoda
metodo logiano intuitodedarconhecimentoàcomunidadeeprincipalmenteàsfamíliasque
pos sivelmente seriam be neficrias do  projeto, (C1) afirmou literalmente que: “Sim, as
famílias foram mo bilizadas e foram realizadas reuniões nas dive rsas escolas com a
participaçãodetodaacomunidade”.
Sobre a equipe que dá as sessoriaao projeto, que stionamos acomposição,ea
respostafoidequea mesma equip equetrabalhajuntadesdeaépocadadivulgaçãocontinua,
sendo constituída p or quatro técnicos pedagógico s, um coo rdenador do programa, três
coordenadoresdeesco las,dezoitoprofessoresenoveapoiospedagógicos, osquais assumem
asaladeaulanaausên ciadoprofess or.
Aoindagarmosse acoordenaçãoteriaumd adoquantitativosobreosbeneficiados
doprojetoaolongodasuaexistência, (C1)nosinformouqueoProjetoEscolaAtiva,apartir
doano2000atéhoje,jábeneficiou1.902aluno s.
OutroquestionamentodaentrevistafoisobrearelaçãodaSecretariaEstadualde
EducaçãocomaSe cretariaMunicipalecomoMinistériodaEducação.Oque nosreveloua
entrevistafoiqueaSecretariaEstadualdeEducaçãoéparceirad oMinistériodaEducaçãoe
daSec retariaMunicipalnacondãodoprojeto,porém,somente nosdo isprimeirosanos,
contribuiu com apoio pedagógico feito através de  visitas às escolas uma vez por s, 
capacitação inicial para professores e cnicos pedagógicos, fornecimento dos guias de
aprendizagemedekitscommaterialdidáticoparaviabilizaroaprendizadodasdisciplinas.
Entretanto, a partir do ano de 2002, portanto dois anos após  a implantação do projeto,a
SecretariaMunicipaldeEducação–SEMEC, passouacontar apenascomosguiasvindosda
SecretariaEstad ualdeEducaçã osendoqueorestanted asaçõesforamtodasassumidaspela
SEMEC,inclusiveequipamentoscomocarteirasescolares.
Afirmou ainda(C1)queaSecretariaMunicipaldeEducaçã on ãorecebe qualquer
repassederecursosfinanceiro s doFUNDESCOLAviaSecretariaEstadual,ficandotudoa
cargo da SEMEC. Após tal afirmativa nos entregou um quadro com os investimentos
financeirosanuaisassumidos pelaSecretariaMunicipal,oqualseexpõeseguir:
130
Quadr o3–Fonte:Secreta riaMunicipal deEducação–SEMECCoordenaçãodoProjetoEscolaAtiva(a no
2006)
Osdadosrevelamque,desdesu aimplantação,osinvestimentosfinanceirosno
projeto foram, no total geral,daordemde  R$1.033.282 ,00  (um milhão, trinta e trêsmil,
duzentoseoitentaedois reais).
Segund o (C1), que o fato da SEMEC ter assumido financeiramente o projeto
proporcionoualiberdadedeação,umavezqueadecisãodeexpans ãodessasõesacontece,
naturalmente,pordecisãodaSEMEC.Assim,tão logoaescoladaredemunicipalapresenteo
perfil paraoingressonoprojeto,ou seja,apresentebaixoíndicedematríc ulaetenhaum
sistema d esalasmultiseriadosnoanoanterior, porvoltadomêsdesetembrodocorrenteano,
aSEMECapenasinfo rmaàSecre tariaEstadualdeEduc açãoquetaisescolas sãocandidatasà
implantaçãoda Metodologia Ativa.
Outro aspecto abordado na entrevista foi a avaliação e monitoramento da
implemen tação.(C1)nosrevelouqueasescolasqueatualmenteparticipamdoprojetotêm
monitoramentoeavaliaçãorealizadospelaequipeequeosresultadossãoexpresso satravés
dasfichas,avaliações extern asevisitasàsescolas.
Dando con tinuidade à en trevista, questionamos sobre a capacitação de
professores, tanto a inicial como a continuada. Nossa entrevis tada afirmou que todos os
professorestiveramcapacitaçãoinicialde40ho ras/aulaparafamiliarizaçãocom omanualdo
projeto e co nhecimento dos guias de aprendizagem. Tal capacitação, informou (C1), foi
realizadanoRealPalaceHotel,emTeresina,eos recursosforamprovenientesdoprograma
FUNDESCOLA,sobacoorde nãodaSecretariaEstadualdeEducação.
Anos R$1,00
DISCRIMINAÇÃO
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Gastoscompessoal 102.000 14 7.000 147.000 147.000 199.800 199.800
Kit’spedagógic os   2.780  2.780 
Construçãoereformas   17.880 12.968 18.534 20.200
Carteirasescolares 12.800 320   320 
Estantes 1.400 280   420 
Total 116.200 147.600 167.660 159.968 221.854 220.000
131
Aquestãoadministrativatemmuita influ êncianodese mpenhodeprogramase
projetos de políticas públicas. Nesse sentid o, questionamos a entrevistada so bre qual a
localização administrativa do Projeto Escola Ativa de ntro da Secretaria Munic ipal de
Educação. Ao responder, ela expôs o organograma da Secretaria, para que pudésse mos
visualizarsuaexplicaçãonodocume ntoqueaquiapresentamosemanexo.Ela diss e:
(C1)“Estamosligadosàcoordenaçãodeprojetosespeciais,oqualsevinculaaodepartamento
deensino”.
5.4Rendimentodoeducador
Orendimentodoeducadoréacompanh adopelasupervisãodecadaescola,aqu al
trabalhaemparceiracomoprofessor,analisando asituãodeaprendizagemdosalunosque
apresentammaioresdificuldadesepropondointerveõesquepossam melhorarorendimento
profissional. Dentre os supervisores pesquisado s, que denominados (S), alguns fazem os
seguintesrelatosaquitranscritosliteralmente:
(S1)Discutimosasituaçãodeaprendizagemdosalunosapósaplicaçãododiagnósticorealizado
quinzenalmente.
(S2)“Aparceriadoprofessorcomosupervisoréimprescindível,poisjuntoste ntamosencontrar
alternativasparasuperaçãodasdificuldades”.
(S3)–Aoanalisamosodesenvolvimentodosalunoseseuritmodeaprendizagembuscamosas
inte rvençõesmaisadequadas”.
Para100% dos supervisores,étambém pre pon derante o acompanhamentodos
professoresnoseuprocessodeformaçãoeconstruçãodaaprendizagem,oque,segundoos
sup ervisores,  é realizado sistematicamen te. Outro aspecto abordado na entrevista com os
sup ervisoresfoia forma detrabalhar, juntoaosprofessores, ainteraçãoescola/comunidadee
viceversa.Sobreissorelatamosoqueresponderam alguns s upervisores ,nessesentido:
(S1)Incentivamososprofessoresaconvocarospaisparaeventoscomocirandadaleitura,dia
daconquista,reuni õespedagógicasefestascomemorativas”.
(S2)“Semprequesefaznecessário,sãoelaboradosestratégiasparamelhorintegrarae sc olae a
comunidade”.
O rendimento dos professores, na opinião de 100% dos supervisores, é
satisfatória, e isso se deve ao trabalho realizado por eles, supervisores, no sentido de
promover a leitura dos profess ores como também a efetivação dos mic rocentros, o que
tambémcontribuiparamelhorarodesempenhodocente.
132
Ossupervisoresescolares,aoseremquestion adossobreoníveldesatisfãodos
professoresafirmam,unanimamente,queelesoreceptivosàsorientaçõese,namedidado
pos sível,procuramaplicarametodologia,muitoemboraseudesempenhofiqueprejudicado
emquesitoscomoainteraçãoescola/comunidade.Quantoaesseaspectoossupe rvisoresse
expressam da s eguintemaneira:
(S1)“Nece ssitamosdeummaiorcompromissodospaisemrelaçãoosmínimoscasos(higiene dos
alunos,acompanhamentodastarefasdecasaedafreqüência)”.
(S2)Aescolavemsofrendoumaconstantemudançadeprofessoreseapesardastentativasde
inte graçãoescola/comuni dadeaindaconsideramosafaltadecompromissodafamíliacomoum
obstáculoaodese mpenhodoprofessor.
(S3)“Acreditamos quemuitascoisaspoderiamserfeitasnosentidodemelhorarascondiçõesde
trabalho,masdent rodo queconsideramos básicasessascondiçõessãogaranti das”.
Para 1 00% dos alunos pe sq uisados, a maneira de ensinar de seus professores
facilitasuaapren dizagem.Dizemquedepo isquepassaramaestudarnaMetodologiaAtiva,
melhoraramassuashabilidadesdeleitura.
Quandonosrep ortamosaodesempenhodoprofessornabuscadesoluções paraos
problemassurgidosemsaladeaula,86%dosalunos,aquicognominados(A)e representados
pelasfalasapartirde(A2),achamqueseuprofessordeveresolvertodososproblemascom
facilidadeecalma,porém,oqueacontece,narealidade,nãoéisso.Apenas14%acompanham
opensamentode(A1),expostoaseguir:
(A1)“Sim,osprofessoressãomuitoamigoseresolveutudocomcalma.
(A2)“Não,elaézangada ebotadecastigo”.
(A3)“Àsvezeselaficaozangadaquebotadecastigo”
(A4)“Algumdiaelaestamaiszangadaoutranão”.
Sendo  um dos objetivo s do Projeto Escola Ativa o in centivo à relação
escola/comunidade, eestand o opro fessorresponvelpeloincentivoparaq ueissoocorra,de
acordocom92%dosalunospesquisados,osprofessoresestãosempreinc entivandoseuspais
nesseaspecto.
Noitemmotivaçãoeotimismo,para82%dosalunos,osprofessoresapresentam
essasc aracterísticas,oqueosto rnabonsprofissionaisnaopiniãodessesalunos.
5.5Estruturafísicadasescolas
Sobreaestruturafísicadasescolas, emalgunsaspectos,convergemasopiniões de
alunos, pais, professores e su pervisores. Expomos a seguir a visão dos alunos quanto à
adequaçãodaestruturafísica:
133
Iluminaçãodassalas–adequada,segundo100%
Ventilação:adequada,segundo87%
Instalaçõessanitárias:adequadas,segun do22%
Bebedouros:ade quados,segundo65%
Ográficoase guirrepresenta essasituação.
Grá fico11–Opiniãodosalunossobreaa dequaçãodainfraestruturadasescolas.
Aopiniãodosprofessorescoincidecomadosalunosecomadospais,entre os
quais84%responderamque,deumamaneirageral,asco ndiçõesdeinfraestruturadaescola
osatisfatórias.Para100%dossupervisoresescolaresdascincoescolaspesquisadas,apenas
três en contrase emsituação adequada:Serafim,Gurupá deCimae BaixãodoCarlos. As
outrasduas(AngoeGurudeBaixo)funcionamdeformainadequada.Deacordoainda
comessessup ervisoresnessasduasescolas,hánecessidadedemaisumasaladeaulaeum
espaçoparaop rofessorrealizaroutrasatividadespertinentesàsuafuão.
Quanto a equipamentos, 100% do s supervisores acreditam que elas estão
equipadasparadesenvolverapropostadaMetodologiaAtiva.Umdossupervisoresdeclarou
que, apesar da necessidade de mais uma sala, ainda está sendo possível desenvolver as
estratégiasdoprograma.
Ográ ficoaseguirrefleteopensamentodossupervisorescomrelaçãoà estrutura
físic adecadaescola.
100%
87%
22%
65%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Ilumi não Ventilão Instalões
Sanitárias
Bebedouros
134
Grá fico12Opiniãodossupervisoressobreadequaçãodaestruturafísicadas escolas.
EsteestudonospermitiucompreenderqueaimplementaçãodoProjetodaEscola
AtivanasescolasdazonaruraldeTeresinatempeculiaridadesre lacionadasacadaumdos
elementosdegestãoaquiapresentados.
Aslimitaçõeseviden ciaramseaolo ngodapesquisa,conformeavançávamosna
leituraoperacionaldecadaelementode gestãodaMeto dologia.Taislimitações, demonstradas
nos dados e nas observações feitas apontam para as dificuldades da comunidade em
internalizarumnovo modelodeensino, emquesuaparticipaçãoéfundamen talnaconstrução
dos s aberes.
Háevidenteevolu çãonocomportamentodascrianças atendidaspelaMetodologia
Ativa, no entanto, temos que evo luir muito n a concepção d a autogestão escolar, na
participação,noestímuloàcriatividade,nac ulturadacooperaçãoe naautonomiadoaluno.
Não encontramos, durante nosso  estudo, a gestão escolar impulsionada pelas
ferramentasp ropostaspelaMetodologia.Nã oobstante,ospro fessorestrabalhamadaptando
tais ferramentasde acordocomoalcan cedo salunos,embora,em algunsmomentos, isso
contribuaparaos afastardealgunsaspectostécnicosdametodologiae,conseqüentemente,
dos seusobjetivosconcretosrelacionad os aosalunos,osquais devemcompreenderoq ue
lêem,comunicarsebemporescritoeoralmente,fazerbemasoperaçõesaritméticasbásicas,
desenvolvercomportamen toscívicosedemocráticos,observareaprendercomsuaprópria
realidadee,assim,cons eguirresolve rseusproble masdocotid iano.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Ser afi m
Gu r ap á
d e B a i x o
Gu r ap á
d eCima
B ai xão
d o
Car l o s
A n g o l a
Adequado
Inadequado
135
CO NCL USÕ ES
Paraarealizaçãodestapesquisa,quetemcomoobjetivocentralaavaliaçãodo
Projeto EscolaAtivaimplementadonasescolasdazonaruraldeTeresinaPI,partimosdos
pressupostospolíticofiloficosdaEscolaNova,pelofatodessemode lodeescolaservirde
baseaos fund amentosdoprojetopesquisado,visandocomisso,àcontextualiz açãodonos so
tema e entendimento de seus princ ipais conceitos e fundamentos. Essa etapa foi de
fund amental importância para que pud éssemos b alizar a elaboração  dos instrumentos de
pesquisa para aplicação em campo e posterior definão das informações coletadas para
análiseeconclues.
Asinformaç õeslevantadasnapesquisarevelaramqueaSecretariaMun icipalde
Educação e Cultura–SEMEC desenvolve um trabalho de qualid ade, no entanto, ao
analisarmos as informações junto às e scolas que aplicam a Metodologia daEscolaAtiva,
verificamos que , devido a alguns fatores limitantes, essas escolas o demonstraram um
melhor re su ltado na aplicab ilidade de sta M etodologia. Vale ressaltar que estes fatores
limitantes não foram exclusivamente expostos através de respostas fechadas e objetivas
explicitadas nos instrumentos de pesquisa, mas nas entrelinhas das questões abertas, nas
contradiçõesobservadasenasafirmativasdosagentesdeimplementaçãodoproje to,osquais
nos  revelaram as situações com as quais chegamos às constatações que passaremos a
descrever.
Obeneficiáriodiretod oProjetoEscolaAtiva–oaluno–concentrasenafaixa
etáriade7a10anosen as2ªe4ªsé ries,sendoqueumpercentualsignificativodeles(49%)
trabalhanocampoajudan doaospais,issodeacord ocomsuasafirmativas,que divergemdo
expostoporprofessoresepais.
EstesalunosmmuitadificuldadeemPortuguês,sendoessadisciplinaaque la
que concentra maior grau de dificuldade, em torno de 74% dos alu nos, muito  embora
Matemática também apresente um grande percentual de alu nos (em torno de 17%) com
limitações.Paraosprofessores,taisdisciplinasoasde maioraproveitamento,oquenãose
confirmanas revelaçõesdosdadosfornecidospelosalu nos.
AMetodologiaAtivatemco mopilaresdesu aimplementaç ãooselementosde
gestão,osquaisdãosuporteaosfundamentose objetivosdamesma,entretantoarealidadedas
escolascomrelaçãoaesseselementosotraduzoaproveitamentoesperadoco moobjetivo
geral do Projeto. Isso se d eve ao fato de algumas limitações observad as em relação às
136
dificuldades culturaisparacompreenderaMetodologia Ativa. Taisdificuldades podemse
traduziremposturasjátradicionaissobreedu caçãoesobreosmodosdeconduzila.Aindase
encontrainternalizadonos alunosenacomunidadeaidéia dequeoprofessoréo“senhordo
universo”,tudosabe,sendoaobrigaçãodosalunosapenasouvilo.Osalunossentemsebem
comapresençadoprofessordepéemfrenteaoquadro eeles,osalunos,posicionadosem
filas indianas. Outro asp ecto colocado pelos alunos de forma satisfatória referese às
avaliações escritas, fortale cendo a caracterização de uma postura tradicional na prática
docente dosprofessores. Quantoaospais,representantesdacomunidade,osfatoreslimitantes
oaindamaislatentes.Tratasedeumaposturapautadanaidéiadeque,aescolaéaúnica
responsávelpelaed ucaçãodeseusfilhosequeeles,ospais,nadamaoferecer,mesmo
porquesesentemcomplexadosporcontadoníveldeseusc onh ecimentos,oqueosafastada
escola,dificultan doorelacionamentoescolacomunidade.
Noquedizresp eitoaogovernoestudantil,ferramentadeautogestãodaescola,
otemodesenvolvimentosuficientee mfuãododesempenhodos seuscomponentes,os
quaistêmfuncionamentoadequadodeacordocomre spostasfechadasdosalunos,noentanto,
elesen tramemcontradiçãosemprequequestionadossobredetalhesacercadofuncionamento
dos  componentes “livro de confidências”, “fich a de controle de pres ença”, “caixa de
sugestão,“livrodeparticipação”,“caixadecompromisso” e“comitês”.
Aobuscarmosn os sup ervisoresescolaresrespostassob reodesempenhodetais
componentes, no s deparamos  c om os s eguintes dados: para as escolas pesquisadas, o
componente do governo estudantil chamado de “caixa de sugestão não funciona
adequadamenteem70%dasescolaspesquisadas,o“livrodeparticipação”ofuncionae m
100%dasescolaspesquisadas,a“caixadecompromisso”ofuncionaem60%dasescolas
pesquisadas, e os “comitês estudantis” funcionam inadequadamente em 40% das escolas
pesquisadas.
Concluímos que o principal elemento de gestão da Metodologia, o governo
estudantil,emfunçãodobaixodes empenhodosseuscomponentes,otemaplicabilidade
práticanasescolasdazonaruraldeTeresina.
Aoanalisarmos osdadossobreos“guiasdeaprendizagem”,percebemosquehá
convergênciaentreasinformaçõesfornecidaspelossupervisores,professoresealunos,muito
emboraossup ervisoressejammaisotimistascomrelação afuncionalid aded esteelemento,
afirmandoqueosmesmosate ndemem100%seusobjetivos .Paraosprofess ores,emapenas
50%dasescolaspesquisadas,osguiassãomotivadores,facilit amaaprendizagem,contribuem
137
para o desenvolvimento do pensamento lógico , permitindo que os  alu nos ampliem seus
conhecimentosdelinguagem.
O elemen to de gestão da metodologia com melhor desempenho tanto  para
professorescomop arasup ervisoresealunos,oos“cantinhosdeapren dizagem”,osquais,
para100%dossup ervisores,90 %dosprofessorese92%dosalunostêmumfuncionamento
satisfatório.Ess aavaliaçãodeveseaofatodequetaisespaçosfuncionamdentrodarealidade
local,compartedomaterialdoadopelacomunidadee,nesse sentido,seconstituememuma
construçãocoletivadosagentesdaMe todologiaedapopulaç ãolocal.
A realidade das comunidades rurais objeto deste estudo, em termos de
conscientizaçã osobreplanejamento participativoegestãocompartilhada,émínima, e,talvez,
essalimitaçãoten hadificultadoaparticipaçãomaisativadacomunidadenagestãoescolar.O
entendimentodaco munidadesobreparticipaçãolimitaseapreseanoseventosfestivosda
escola,oquenarealidadedivergedoobjetivodametodologiaqueéaparticipãoefetivana
gestãoescolar.Outro importanteelementodegestãodaMetodo logiaéofuncionamento dos
microcentros,ferramentaestratégicadeintercâmbiode info rmaç õessobreagestãoescolar.
Para 100 % dos s upervisores  das escolas pesquisadas e 80% dos profess ores, esse é um
elemento de gestão com desempenho satisfatório na medida em que, ness es encontros,é
sempreoportunizado oesclarecimentodequestõeseasocializaçãodasexperiênc iasdocentes.
A capacitação de professores co mo elemento de gestão fundamental para o
desempenho do Projeto da Escola Ativa é realizada de forma continuada, e 100% dos
sup ervisores admitem que esse elemento cu mpre seus objetivos, estando a SEMEC
promovendosis tematicamenteeventosnessesentido.
Alémdeanalisaro selementosdegestã o daMetodologia,osquaisbalizamoseu
desempenho,tambémanalisamosoaspectofuncionaldoProjetoemtermosorganizacionais
dentro da estrutura q ue lhe dá suporte na in stituição gestora, pois esse é um elemento
importanteparaobomfuncionamentodostrabalh os desenvolvidos noprojeto.
AentrevistacomacoordenaçãodoProjetoemnívelmunicipalnosrevelouque,
dasesco lasatendidas(13escolas),todassãodedifícilacessoeapenas30%delasdispõemde
transporte para o deslocamento de professores. Para a gestora, esse é um problema
administrativo a s er solucionado, vez que isso causa dificuldade de deslocamento dos
professores.
A gestão do Projeto está hoje, de acordo comas informaçõesdaentrevistada,
totalmente acargodaSEMEC,muitoembora,naconcepçãodoProjeto,aparceriacoma
SecretariaEstadualdeEducaçãosejaevidente .Paraacoordenação,emnívelmunic ipal,a
138
SEMECcontaho jeapenascomorepassedosguiasde aprendizagempela SecretariaEstadual
deEducação , sendotodasasoutrasaçõesassumidaspeloMunicípio.
No que diz re speito à parce ria em nível federal,deacord o comrevelaçõesda
entrevista, cada escola conta h oje co m recursos financeiros da ordem de R$ 600,00
(seiscentos reais) procedentes do PDDE (Programa de Dinheiro Direto a Escola) e duas
parcelas deR$ 1.125,00 (hum milcentoevinteecin coreais)provenientes deumfundo
rotativodoMinistériod aEduc ação.Administrativamente,deacordocomaentrevistada,o
Projeto  situase na Coordenação de Projetos Especiais a qual se vincula dire tamente ao
DepartamentodeEnsinonoorgano gramadainstituão,ficandotodasasaçõesdaequipedo
Projeto sub ordinadasadmin istrativamenteaessedepartamento,oqualseligadiretamenteà
secretariaexe cutivadaSecretariaMunicipaldeEducação.
Dadosdapesquisarevelaramtambémorendimentodoeducador,que,nao piniã o
de100%dasupervisãodasescolaspesquisadas,ésatisfatório.Atribuemtalfatoaotrabalho
realizadopelasupervisão nosentidodacapacitaçãodesseseducadoresparaimplementaçãoda
MetodologiaAtiva.
Ascondiçõesdeinfraestruturaemqualquerescolatornamsefatorpreponderante
nodesempenh odosalunos,elevandooníveldeaproveitamento.Arespe itodisso,oquadro
nasesc olasdazonarurald eTeresinadesenhasedaseguinteforma:naopiniãode 10 0%dos
alunos,ailuminaçãoéadequada: para87%,aven tilaçãotambéméadequada;comrelação às
instalaçõessanitárias,apenas22%concordamquesejamadequadas,equantoaosbebedouros,
65%dosalunosadmitemterfuncionamentoadequado.Há divergênciasentreaopiniãodos
sup ervisores eadosalunosnoquesitoinfraestrutu ra,vezqueosprime irosafirmamque,das
cinco esco las p esquisadas, ape nas três estão em situão adequada d e infraestrutura: a
Serafim,aGurupádeCimae aBaixãodoCarlos.Asoutrasduasescolas,AngoláeGurupáde
Baixo,funcionamdeformainadequada,oquesegu ndo ossupervisores,deveseànecessid ade
daconstruçãodemaissalasdeaula.
Valeressaltarqueofocodopresentetrabalhofoiaanálisedaimplementaçãoda
Metodologia Ativa,oqueacre ditamostersidoalcançadodentrodosobjetivosestabelecidos
notrabalho,issoemfunçãodosdadosaquiapresentadosedosresultadosobtidos.
AM etodologiaAtiva,narealidadedasescolasmunicipais,temsuaslimitaçõese ,
em função dasrevelad asporeste es tudo,sugerimos que sejamrealizados pelains tituã o
gestoradoProjetotrabalhosnosentidodeviabilizarummelhordesempenhodaMetodologia
Ativacompatibilizandoacomarealidade,demaneiraquepossah avermaioralcancedos
objetivospro postospeloprojeto.
139
Evidentemente não estamos sugerindo uma descaracterização da metodolo gia,
masadaptaçõesaocontextosoc iopolíticoeculturaldosalunos,osquaiss entimos,durante
este trabalho, o estarem preparadosparacompreendera metodologianasua con ceão
original. Isso certamente é fator limi tante que influencia o desempenho da aplicabilidade
prática da metodologia,que se propõe promover aautogestão escolar,a de scentralização
administrativa e  uma gestão compartilhada dos agentes do projeto (p ais/comun idade,
professores,supervisoresealunos).
Nossas sugestões não represe ntam uma atitude pretensiosa, porém, a pesquisa
avaliativasó alcançaseuobjetivos eatuarcomoferramentaestratégicaedeterminantepara
oferecer transparência às açõe s permitindo que a sociedade civil possa conh ecer e
compreenderaspolíticasimplementadasparasuamelhorqualidadedevida,eacimadetud o
quepossaparticiparsugerindomodificaçõesnasaçõesdosprogramaseprojetosavaliad os.
Nessesentido,apósconstatarmos anecessidadedenovasõesquevenhamredirecionaro
projetotornandoomais eficaz,eficienteecomumamaiorefetividadejuntoàcomunidade
escolarsugerimosq ueoÓrgãoGestor possaimplantarasaçõesquepassaremosadescrever.
· Sistematizarumplanoparaconscientizaç ãodacomunidadeescolarsobre
o funcionamento da metodo logia ativa através dos seus elementos de
gestão;
· Elaboraradaptaçõesdo sguiasdeaprendizagemarealidadeculturalda
zonaruralteresinens
· Criaresistematizaremumplano,estratégiasparainseriracomunidade
narealidadedagestãoes colar;
· Realizar palestras nas escolas para motivar o funcionamento dos
componentesdogovernoestudantilosquaisdeverão serimplantados em
etapas apartirdototalconhecimentodesuasfunçõeseoperacionalidade
dentrodametodologia.
As aç ões sugeridas podemnão se constituirnapanacéia detodo sos  malesdo
projeto,mastrazosgestoresareflexãodaimportânciadeempreendermosaçõesnosentidode
tornarviávelaaplicabilidadedametodologiaumavezqueatualmentees taoseencontra
consolidadanoalcancedosobjetivospro postospeloprojeto.
Acreditamos com este trabalho ter contribuído com a ins tituão gestora da
implemen taçãodoProjetodaE scolaAtivanosentidodeeviden ciaralgunsobstáculos,bem
140
comocomaacademianosentidoderepe ns araeducaçãorural,asmetodologiaseducacionais
earealidadedesuaaplicabilidadenumcontextoculturalcompatível.
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146
APÊNDICEA  QUESTIONÁRIOPARASUPERVISOR
NOMEDAESCOLA:________________________ ___ ___ ___ _______________________
DIAEHORADAAPLICAÇÃO:_______________________ ___ ___ ___ _______________
1) Háquantosanosvosupervisionaestaescola?___________________ ___ ___ ___ _____
2) Vocêassisteperiodicamen teàsaulas?
Sempre() o() algumasvezes()
3) Vocêfazplanejamentodasuasupervisão?
Sempre() o() algumasvezes()
4) Aoelaborarseuplanodetrabalho, estabe leceprioridade sparacadaescolacomrelaçã oao
desenvolvimentodoselementoseinstrumentosdapropostametodológica?
Sempre() o() algumasvezes()
5) Você aco mpanha o  processo de aprendizagem dos alunos, principalmente os que
apresentamdificuldades?
Sempre() o() algumasvezes()
Dequemodo?____________________________________________________________
6) Vocêtrabalhaemparceiracomoprofessor,analisandoasituãodeaprendizagemdos
alunosqueapresentammaioresdificuld adesepropondoin tervenções?
Sempre() o() algumasvezes()
Come ntesuaresp osta____ ___ ___ ___ _________________________________________
7) Vocêacompanhaoprofessornoseuprocessodeformaçãoeco ns truçãodaaprendizagem
eregistraissoemrelatórioparamelhorintervirpedagogicamente?
Sempre() o() algumasvezes()
8) Vocêconhecebemapropostametodogica,os conteúdoseprocedimentosdos guiasde
aprendizagem daEscolaAtivaeautilizaçãoadequadadosmateriaisdid áticos,demaneira
apoderoferecerorientaçãoaosprofessores?
Sim() o()
9) Vocêparticipoudealgumcursosobrea Metodologia Ativa?
Sim()Não()
Quemministrou?Quando?
____ ___ ___ ___ ______________________________________________________________
10) Votrabalhajuntamenteaoprofessornosentidodecriarestratégiasparaaintegração
escola/comunidadeeviceve rsa?
Sempre() o() algumasvezes()
Come nte:________________________________________________________________
147
11) Vocêtrabalhanoplanejamentoecoordenãodosmicrocentros(reuniõesmensaisde
professores)?
Sempre() o() algumasvezes()
12) Você acompanh a todas asões implementadas naescola,de tectandoprogressosou
desvios  no desenvolvimento do trabalho e prop õe so luções para a superação das
dificuldades?
Sempre() o() algumasvezes()
13) Vocêtrabalhaa autoe stimadoprofess or?
Sempre() o() algumasvezes()
Justifiquecomo?____ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ _______________________________
14) Acompanhaaelaboraçãoeimplementaçãodapropos tapedagó gicadaescola?
Sempre() o() algumasvezes()
Comoéfeitooacompanhamento? ___________________________________________
15) Vocêavaliaosresultadosobtidospelosalunoseprofessores, redimensionandoasações
apartirdasmetasestabelecidas?
Sempre() o() algumasvezes()
Comoissoéfeito?___________ ___ ___ ___ ___ ________________________________
16) Voconsideraqueaestruturafísicadopré diodaescolafun ciona:
Adequadamente() inadequad amente()
Justifique:______________________________________________________________
17) Voconsideraqueaescolaestáequipadaparadesenvolverapropostad ame todologia
ativa:
Sim()Não()
Come nte:_______________________________________________________________
18) Oquevoachadoníveldesatisfãodosprofessorescomrelaçãoàimplementação da
propostapedagógica daEscolaAtiva?
Satisfeitos() insatisfeito s ()
Justifique:________________ ______________________________________________
19) Eemníveldesatisfaçãodosalunosvocêosconsidera:
Satisfatório() insatisfatório()
20) Vopercebealgumobstáculoouimpedimentoqueatrapalheobomdese mpenhod essa
escola?
Sim() o()
Justifiquesuaresposta:____ ________________________________________________
21) Ascon dõesdetrabalhodoprofessorsãoconsideradas
Satisfatórias() insatisfatórias( )
Por q?_______________________________________________________________
148
22) Nasuaopinião, ogovernoestudantilfuncionac omtodososseuscomponentese mque
nível?
Livrodeconfidências:adequadamente() inadequadamente()
Fichadecon troledepresea:adequadamente() inadequadamente()
Caixadesugestões:adequadamente() in adequadamente()
Livrodeparticipão:adequadamente() inadequadamente()
Caixadecompromissos:adequad amente() inadequadamente()
Comitês:adequadamente() inadequadamente()
23) Paravocêafichadocontrolede presen çaestásendoutilizadaconvenientemente?
Sim()Não()
Porquê?_____________________________________________________
24) Nasuaopin ião, o s guiasdeaprendizagem
Sãorealmentemotivado res:Sim () Não()
Facilitamaaprendizagem:Sim () Não()
Promovem opensamentológicosuperior:Sim () Não()
Permitemqueosalun osdesenvolvamseusconhecimentosde linguagemealcancem
umaaprendizagemsignificativa: Sim () o()
Dinamizam osoutroseleme ntosdameto dologia:Sim () o()
25) Na sua es colaos microcentrosestão funcionandode maneiraapromovera troca de
experiênciaseaconstruçãodenovosconhecimentoscoletivamen te?
Sim () Não()
Por q?________________________________________________________________
26) Nasuaescolaolivrodeparticipaçãotemrealmentereveladoalgunstalentos?
Sim () Não()
27) Acaixadecompromissostemsidousadarealmentenosentidodosalunossugerirem
suasatividadesefirmaremcompromissoscomela?
Sim () Não()
28) Nasuaescolafuncionamtodososcantinhosdeaprendizagem,como:
Ocantinhode CiênciasNaturais? Sim () Não()
Ocantinhode CiênciasSociais? Sim () Não()
Ocantinhode Linguagem? Sim ( ) o()
Ocantinhode M ateticaeEstética?Sim () Não()
Qualocantinhoquemelhorfunciona?_______ ___ ___ ___ ___ ____________________
Por q?__________________________ _____________________________________
29) Todososcantinhostêmmateriaissuficientesparaoaprendizado?
Sim () Não()
30) Voc êachaqueoscantinhosdeaprendizagemrealmen teajudamnape squisa,facilitando
oaprendizado?
Sim () Não()
Por q?________________________________________________________________
149
APÊNDICEBQUESTIONÁRIOPARAOPROFESSOR
NOMEDAESCOLA:__________________________ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___
DIAEHORADAAPLICAÇÃO:_____ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___
1) Sobreaescolaquevotrabalha,escolhauma op çãoparacadaitem:
Iluminação:adequada() inadequad a()
Ventilação:adequada() inadequad a()
Instalaçõessanitárias:adequadas() inadequadas()
Bebedouros:ade quados() inadequad os()
Materialdidá tico:adequado()inadequado()
2) Acomunidadeparticipadaescola?
Sim() o()
3) Acapacitaçãodeprofessoréumprocessocontínuodu rantetodooano?
Sim() o()
4) Comofoisuasele çãoparatornarseprofessordaEscolaAtiva?
Concurso() Convocaçãodainstituão() outromeio()
5) Houveumacapacitaçãoprévia(inicial)paravocêto rnarseprofessordaEscolaAtiva?
Sim() o()
Quemministrou?Quando?__ ___ ___ _________________________________________
6) Hásistemáticosencontrosdetodaaequipedases colasparaumplane jamento?
Sim() o()
7) O“kit pedagógico ”éman us eadocomfacilidadepelosalunosdetodasasséries?
Sim() o()
8) Quaisdificuldadesforamdetectadasnomanuseiodokitpelosalunos?Emqualrie
apresentoumaisdificuldade?
_______________________________________________________________________
9) Suaescolatemumpro jetopolíticopedagógico?
Sim() o()
Quandofoielaborado?Eimplementado?____ __________________________________
10) As cond ições de trabalho com relação a mate rial permanente, material temporário e
apoioinstitucionalnasuaescolaéconsiderado:
Satisfatório() insatisfatório()
Justifiquesuaresposta:____ ________________________________________________
150
11) Den treoselementosabaixo, apontesobreofun cionamento:
Cantinhodeaprendizage m: satisfatório() insatisfatório()
Governoestudantil: satisfatório() ins atisfatório()
Utilizaçãod os guiasdeaprendizagem:satisfatório() insatisfatório()
Articulaçãoesc olaec omunidade:satisfatório() insatisfatório()
Funcionamentodosmicrocentros:satisfatório() insatisfatório()
12) Qualoelementodegestãoquesedestacanasuaescola?
_______________________________________________________________________
13) Quan tossãoosalunosquetrabalhamnaroçaajudandoospais? ______ ___ ___ ___ ___ _
Issotemdificultadonaassiduidade?Sim () o()
14) Sua escola tem obstáculos que aimpedemdeoperacionalizarmelhoraMeto dologia
Ativa?
Sim () não()
Justifiquesuaresposta:___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ____________
15) Quan toàope racionalizaçãodametodologia,aSecretariaMunicipalcomogestoratem
facilitadoofuncionamen todasescolas?
Sim () o()
16) Asreivindicaç õesdosalunossãoprontame nteatendidaspelogestormunicipal?
Sim () o()
17) Vocêtemdificuldadescommaterialdidático?
Sim () o()
CasorespondaSIM,por qu ê?________________________ ___ ___ ________________
18) Qualsuafo rmaç ão?
_______________________________________________________________________
19) Asupervisãonasuaescolafuncionacomoumaparceiranabuscadamelhorqualidade
degestão?
Sim () o()
20) Quan tosmembroscompõem suaequipenaescola?
_______________________________________________________________________
21) Voc ê, emrelaçãoàimplementaçã odametodologia,considerase:
Satisfeito() insatisfeito()
22) Todososs eusalunosmoramnacomunidadee mqueaescolaestainserida?
Sim () o()
23) Oacessoasuaescolaé:
Ótimo() bom () regular () ruim ()
151
24) Voc êjátrabalhava na escolaantesdaaplicãodaMetodologiaAtiva?
Sim() o()
25) Comovoavaliaoaproveitamentodoalunocomaaplicação daMetodologiaAtiva?
Ótimo() bom () regular () ruim ()
26) Emquaisaspectosdaaprendizagemos alunosapresentammaioraproveitamento:
Escrever()
Ler()
Domíniodasoperaçõesmatemáticas()
Socialização()
ConhecimentosGerais()
Outros()
27) O aproveitamento em tais aspectos da ap rendizagem significa “o que”emrelaçãoà
MetodologiaAtiva?
_______________________________________________________________________
28) Você acha que essa metodologia ajuda seus alunos a serem mais conscien tes
politicamente,socialmente,economicamenteeculturalmente:
Sim () o()
Justifiquesuaresposta:____ ________________________________________________
29) Nasuaopinião, ogovernoestudantilfuncionac omtodososseuscomponentese mque
nível?
Livrodeconfidências:adequadamente() inadequadamente()
Fichadecon troledepresea:adequadamente() inadequadamente()
Caixadesugestões:adequadamente() in adequadamente()
Livrodeparticipão:adequadamente() inadequadamente()
Caixadecompromissos:adequadamente() inadequadamente()
Comitês:adequadamente() inadequadamente()
30) Paravocêafichadocontroledepresençaestasendou tilizadaconvenientemente?
Sim () o()
Por q?_______________________________________________________________
31) Nasuaopin ião, o s guiasdeaprendizagem:
Sãorealmentemotivado res:Sim () Não()
Facilitamaaprendizagem:Sim () o()
Promovem opensamentológicosuperior:Sim () Não()
Permitemqueosalun osdesenvolvamseusconhecimentosde linguagemealcancem
umaaprendizagemsignificativa:Sim () Não()
Dinamizam osoutroseleme ntosdameto dologia:Sim () Não()
32) Na sua es colaos microcentrosestão funcionandode maneiraapromovera troca de
experiênciaseaconstruçãodenovosconhecimentoscoletivamen te?
Sim () o()
Por q?________________________________________________________________
152
33) Nasuaescola, olivrodeparticipaçãotemrealmentereveladoalgunstalentos?
Sim () o()
34) Acaixadecompromissostemsidousadarealmentenosentidodeosalunossugerirem
suasatividadesefirmaremcompromissoscomela?
Sim () o()
35) Nasuaescolafuncionamtodososcantinhosdeaprendizagem,como:
Ocantinhode CiênciasNaturais?Sim () Não()
Ocantinhode CiênciasSociais?Sim () o()
Ocantinhode Linguagem? Sim () Não()
Ocantinhode M ateticaee stética?Sim () o()
36) Qualocantinho quemelh orfunciona?___________ ___ ___ ______________________
Por q?__________________________ _____________________________________
37) Todososcantinhostêmmateriaissuficientesparaoaprendizado?
Sim () o()
38) Voc êachaqueoscantinhosdeaprendizagemrealmen teajudamnape squisa,facilitando
oaprendizado?
Sim () o ( )
Por q?________________________________________________________________
39) Nasuaopino acaixadesugestõesrealmente serve p araoalunosecomunicarmelhor
comvocê professor?
Sim () não ()
Come nte_______ ___ ___ ___ _______________________________________________
153
APÊNDICEC  QUESTIONÁRIOPARAOALUNO
NOMEDAESCOLA:__________________________ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___
DIAEHORADAAPLICAÇÃO:_____ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___
1) Qualasuasérie?
1ª() () 3ª() 4ª()
2) Quantosanosvotem?_____________Voédosexo:feminino()masculino()
3) O material didático (guias de aprendizagem) que você recebeu é de fácil
compreeno?
Sim() o()
4) Você achaqueamaneiradeensinardoseuprofessorfacilitasuaaprendizagem?
Sim() o()
CasosuarespostasejaNÃOdiga, comsuaspalavras, por quê?
_______________________________________________________________________
5) Você ajudaseuspaisnara?
Sim() o()
6) Aescolaatrapalhavocêajudarseuspaisnara?
Sim() o()
7) Você estudounestaescolaantesdaimplantaçãoda MetodologiaAtiva?
Sim() o()
8) Depois que vo passou a es tudar na Metodologia Ativa, melhorou sua leitura e
entendimentodoquelê?
Sim() o()
9) Ecomrelação àescrita, voachaquetambémmelhorouco mess anovame todologia
deensinodasuaescola?
Sim() o()
10) Comrelaçãoàs operações matemáticas (soma,subtração,divisãoemu ltiplicação)
você considera que aprende melhor com essa metodologia hoje implantada na sua
escola?
Sim()nã o()
11) Qual sua maior dificuldade na
escola?__________ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___
12) Você járepetiuoano ?
Sim() o()
CasovocêrespondaSIM, diga asrazõesqueolevaramarepetir.
____ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ _____________________________________________
154
13) Quandosurgealgumproblemanasaladeaula, vocêachaques uaprofessoraresolve
comfacilidadeecalma?
Sim() o()
Justifiqueasuaresposta:______________ ___ ___ ___ ___________________________
14) Essamaneiradeensinarutilizadapelasuaescolaodeixa:
Satisfeito() insatis feito()
Dêsugestõesparamelhorars uaesco la:_____ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ________________
15) Sobreasua escola, marqueaopç ãodese jada:
Iluminação:adequada() inadequad a()
Ventilação:adequada() inadequad a()
Instalaçõessanitárias:adequadas() inadequadas()
Bebedouros:ade quados() inadequad os()
Materialdidá tico:adequado()inadequad o()
16) Você faltaàsaulas:
Muito() àsvezes() nunca()
Sevorespon deumuitoouàsvezes, digaasrazões :____________________________
17) Suafamíliaparticipadoseventosdaescola?
Sim() o()
18) Suaprofessoraincentivaseuspaisaparticiparemdaescola?
Sim() o()
19) Nasua opinião,comoestáfuncionando cadaumdosele mento sdegestão?dasua
escola:
Cantinhode aprendizagem:satisfatório()insatisfatório()
Governoestudantil:satisfatório( )ins atisfatório()
Utilizãodosguiasdeaprendizagem:satisfatório()insatisfatório()
Articulaçãoescolaecomunidade:satisfatório()insatisfatório()
Func ionamentodosmicrocentros:satisfatório()insatisfatório()
20) Nasuao piniã osuaescolatemobstáculosqueo(a) impe demdesermelhor?
Sim() o()
Casotenharespondido sim, digaquaisoestesob stáculos:_______________________
21) Você achaqueametodologiautilizadapelasuae scolaoajudouadesenvolversua
capacidadedeentenderumpoucosobrepolítica,economiaecultura?
Sim() o()
Justifiquesuaresposta:____ ________________________________________________
22) Você achaseuprofesso rmotivado,animadoeotimistanasalad eaula?
Sim() Não()
Elereclamamuitodascondiçõesdetrabalho? Sim () o()
155
23) Alémdoprofessor,aspessoasquetrabalhamnasuaescolapodemserconsideradas
porvocêcomo:
Bonsprofissionais() Profissionaisregulares()Mausprofissionais()
24) Nasuaopinião, ogovernoestudantilfuncionac omtodososseuscomponentese mque
nível?
Livrodeconfidências:adequadamente() inadequadamente()
Fichadecon troledepresea:adequadamente() inadequadamente()
Caixadesugestões: adequadamente() inadequadamente()
Livrodeparticipão:adequadamente() inadequadamente()
Caixadecompromissos:adequadamente() inadequadamente()
Comitês:adequadamente() inadequadamente()
25) Paravocêafichadecontroledepresen çaestásendoutilizadaconvenienteme nte?
Sim () o()
Por q?_______________________________________________________________
26) Nasuaopin ião, o s guiasdeaprendizagem:
Sãorealmentemotivado res:Sim () Não()
Facilitamaaprendizagem:Sim () o()
Promovem opensamentológicosuperior:Sim () Não()
Permitemqueosalun osdesenvolvamseusconhecimentosde linguagemealcancem
umaaprendizagemsignificativa:Sim () Não()
Dinamizam osoutroseleme ntosdameto dologia:Sim () Não()
27) Nasuaescola, olivrodeparticipaçãotemrealmentereveladoalgunstalentos?
Sim () o()
28) Acaixadecompromissostemsidousadarealmentenosentidodosalunossugerirem
suasatividadesefirmaremcompromissoscomela?
Sim () o()
29) Nasuaescolafuncionamtodososcantinhosdeaprendizagem,como:
Ocantinhode CiênciasNaturais?Sim () Não()
Ocantinhode CiênciasSociais?Sim () o()
Ocantinhode Linguagem?Sim () o()
Ocantinhode M ateticaeEstética?Sim()Não()
30) Qualocantinhoq uemelhorfuncionanasua
escola?_________________________________________________________________
Por q?________________________________________________________________
32) Todososcantinhostêmmateriaissuficientesparafun cionarbem?
Sim () o()
33) Voc êachaqueoscantinhosdeaprendizagemrealmen teajudamnape squisa,facilitando
aaprendizagem?
Sim () não()
Por q?_______________________________________________________________
156
34) Nasuaopinoacaixades ugestõesrealmenteserveparavosecomunicarmelhor
comseuprofesso r?
Sim () não()
Por q?________________________________________________________________
157
APÊNDICED  QUESTIONÁRIOPARAOSPAIS
NOMEDAESCOLA:________________________ ___ ___ ___ _______________________
DIAEHORADAAPLICAÇÃO:_______________________ ___ ___ ___ _______________
1) Quantosfilhosvocêtemnessaescola?________________________ ___ ____________
2) Qualafaixaderendamensaldasuafamília?
De01a 02saláriosmínimos()
De03a04saláriosmínimos()
Maisde05saláriosmínimos()
Quantosnasuacasatrabalham?_____________________________________________
3) Seufilhoqueestudanessaescolatambémtrabalha?
Sim() não()
Caso suarespostaseja sim, diga emque ele trabalha?_______ ___ ___ ______________
4) Vocêparticipasempredosevento sdaescola?
Sim() o()
5) Seufilho, depoisquepassouaestudarness aescola, melhorouoaprendizado?
Sim() o()
6) Aprofessoradaesco ladoseufilhoestásempreemcontatocomvo,estimulandooa
participardaes cola?
Sim() o()
7) Vocêachaqueaes colapassaporalgumadificuldade?
Sim() o()
Casovocêten harespo ndidoSim,quaissãoessasdificuldades?
Escreva:_______________________________________________________________
8) Vocêachaseufilhosatisfeitocomaescola?
Sim() o()
Justifiquesuaresposta:___ ___ ___ ___ ________________________________________
9) Seufilhodealgumaformaoajudacomoaprendizado adquiridonaescola?
Sim() o()
Justifiquesuaresposta:____ ________________________________________________
10) Seufilhofaltaàsaulas?
Sim() o()
CasotenharespondidoSIM,por queelefalta àsaulas ?_______________ ___ _________
11) Sobreaescoladoseufilho, marq ueumaopç ãoparacadaitem:
Iluminação:adequado() inadequado()
Ventilação:adequado() inadequad o()
Instalaçõessanitárias:adequadas() inadequadas()
Bebedouros:ade quados() inadequad os()
Materialdidá tico:adequado()inadequad o()
158
12) Voachaqueseufilhoescrevebem?
Sim() o()
13) Voc êachaqueseufilholê eentend ebemoquelê?
Sim() o()
14) Vo cê acha que seu filho faz be m as operações matemáticas de soma, subtração,
multiplicaç ãoedivisão?
Sim() o()
15) Comovoconsideraasco ndiçõesdeinfraestruturadaescolaemqueseufilhoes tuda?
Satisfatórias() insatisfatórias()
16) Seufilhotemrepetidooanonessaescola?
Sim() o()
17) Suacomunidadetemmelhoradocomofuncionamentodessaescola?
Sim() o()
Casotenharespondido Sim,emquetemmelhorado?_____________ ___ ___ ___ ___ ___
18) Voc êacha quese ufilho, depoisquecomeçouaestud arness aescolaentendeumpouco
sob repolítica,economiaecultura?
Sim() o()
Justifiquesuaresposta:___ ___ ___ ___ ________________________________________
19) Comrelaçãoàprofessoradoseufilho, voaconsidera:
Boaprofess ora() professoraregular() ótimaprofessora()
20) Ainda co m relação à professora, vo a considera alegre, mo tivada, dinâmic a e
satisfeita?
Sim() o() ()Elareclamamuitodascon dõesdaescola
21) Quan doapareceproblemanasaladeauladoseufilh o, vo cêachaqueaprofessoratem
habilidadeparasolucionar?
Sempre() àsvezes() nunca()
Come nte:_____________ ___ ___ ___________________________________________
APÊNDICEE  ROTEIROPARAENTREVISTA
SEMIESTRUTURADA
LOCAL:__ ___ ___ ___ ___ ___ __DATA:_________________HORA:____ ___ ___ _
1) Qual é a localização daEscola Ativanaestru turaorganizacional administrativada
instituição(Prefeitura)?Comenteocontextoorgan izac ional.
2) ComoestáconstituídaaequipedaEscolaAtiva?Me mbros?
3) QualéarelaçãoadministrativadaSecretariaMunicipaldeEducação–SEMEC ,com
aSecretariaEstadualdeEducaç ão, nocontextodametodologiadaEscolaAtiva?
4) Osrecu rsosfinance irosparaoperacionalizaçãodametodologiao, comosabemosdo
programa FUNDESCOLA, mas como eles são repassados para a SEMEC? E da
SEMECparaasescolas, comochegam?
5) AsescolasquehojefuncionamcomaMetodologiao13.Quaisforamosc ritérios
paraaescolhadalocalidadedecadaumadasescolashojeexistentes?Comente.
6) Comoodefinidasasõesdop rojetoemníveldeSecretariaMunicipalno sentido
dopoderdecisório,ous eja,naescalahierárquica?
7) ExisteumsistemademonitoramentoeavaliaçãodesdeaimplantaçãodoProjetoda
EscolaAtiva?
8) Quais os documentos que expressam esse monitoramento e  avaliação interna da
metodo logia?Existeumfeedbackparacorrãodasações?
9) Na preparação  para dar início à implantação das  primeiras es colas, houve uma
divulgação,publicaçãodoprojetoparadarconhecimento ao públicoprincipalmente às
famíliasquepossivelmenteseriambeneficriasdoprojeto?Comofoirealizadaessa
campanhadedivulgação?
10) Qual foi o critério utilizado para a formaç ão da equipe que hoje administra e
operacionalizaoprojetodaEsco laAtiva?
11) Depois de selecionada a equipe, houve treinamento para implantação do projeto?
Onde?Quemfinanciouotreinamento?Otreinamentofoidirecionadoparaadequara
equipeaosobjetivosdoprojetodametodologiadaEscolaAtiva?
12) NodesenhodoprojetodaEscolaAtiva, comoestáestruturadaaquestãoorçamentária
na SEMEC? Existealgumacontrapartidamunicipalparaaoperacionalizaçãode ssa
propostametodológica?
160
13) Co m quem fica a responsabilid ade do material necessário ao funcionamento ou
manuteãoda escola, co mo, porexemplo; Kit pedagógicoematerialdeconsumonas
escolas?
14) Faledoalcancedoprojetoatéomomento. Quemetasalcançou?
15) Houve, duranteoperíodode200 0a2005, mudanças naequipeemconseqüênciasde
mudançaspolíticasqueviessemafazeroprojetosofrerqualquerdescontinuidade?
Come nte.
20)GostariadecomentarmaisalgumaspectodoprojetodaMetodologiaAtiva?
Nota: Todasas questões serviram apenasna orientaçãodaentrevista, surgindo, aolongododiálogo entreo
pesquisadoreentrevistado,outrasimportantesinformações.
161
ANEXOS
ANEXO1–OManifestodosPioneirosdaEducaçãoNova
Areco nstruçãoeducacionalnoBrasil aopovoeaogoverno
Na hierarchia dos problemas nacionae s, nenhum sobreleva em importância e
gravidad e ao da educação. Nem me smo os de caráter ecomico lhe podem disputar a
primazia nos planos de reconstrução nacional. Pois, se a evolução orgânica do  systema
culturalde um paiz dependede suascondiçõeseconômicas,éimpossível desenvolveras
forças econômicas  ou d e producção, sem o preparo intensivo das forças culturaes  e o
desenvolvimentodasaptidõesáinvençãoeáiniciativaquesãoosfactoresfundamentaesdo
accrescimo de riqueza de uma sociedade. No entanto,se depois de43annos deregimen
republicano, seru mbalançoaoestadoactualdaeducaçãopublica,noBrasil,severificará
que, dissociadas sempre as reformas economicas e educacionaes, que era indispe ns ável
entrelaçareencadear,dirigindoasnomesmosentido,todososnossosesforços ,semunidade
deplanoesemespíritodecontinuidade,nãolo graramaindacrearumsystemadeorganização
escolar,áalturadasnecessidadesmodernasedasn ecessidadesdopaiz.Tudofragmenrioe
desarticulado. A situação actual, creada pela succ essão periodica de reformas parciaes e
freentemente arbitrarias, lançadas sem solidez econo mica e sem uma visão global d o
problema,emtodososseusaspectos,nosd eixaantesaimpressãodesoladoradeconstrucções
isolad as,algumasjáemruina,outrasabandonadasemseusalicerces ,easmelhores,aindao
emtermosdeseemdespojadasdeseusandaimes...
Ondesetem deprocuraracausaprincipaldesseestado antesdeino rganizaçãodo
quededesorganizaçãodoappareJhoescolar,én afalta,emquasitodoso splanoseiniciativas,
dadeterminaçãodosfIns deeducação(aspectophilosophicoesoc ial)edaapplicação(aspecto
technico)d osmethodosscientifico saosproblemasdeeducação.Ou,empoucaspalavras,na
falta de espírito philoso phico e scientifico, na resolução dos problemas da administração
escolar.Es seempirismo grosseiro,quetempresididoaoestudodosproblemaspedagógicos ,
pos tosediscutidosnumaatmospheradehorizontesestreitos,temassuasorigensnaausência
totaldeumaculturauniversitáriae naformação meramenteliteráriadenossacultura.Nunca
chegamos a pos suir uma "cultura própria", nem mesmo uma "c ultura geral" que nos
convencesse da "existência deumproblemasobreobjectivosefinsdaeducação".Nãose
podiaencontrar,poristo,unidadeecontinuidadedepensamentosemplanosdereformas,nos
162
quaesasinstituiçõesescolares,esparsas,otraziam,paraattrahiláseorientalasparauma
direão, o polo magnetico de uma conceão da vida, nem se submettiam, na sua
organizaçãoenoseufunccionamento,amedidasobjectivascomque otratamentoscientifico
dos problemasdaadministraçãoescolarnosajudaad escobrir,áluzdosfinsestabelecidos,os
processosmaiseff1cazesparaarealizaçãodaobraeducacional.
Certo, um educadordebemserum philo so pho  e deve tera suaphilosophiade
educação;mas,trabalhandosc ientificamentenesseterreno,elledeveestartão interessadona
determinaçãodosfinsdeeducação,quantotambemdosmeio sderealizalos.Ophysicoeo
chimico não terão neces sidade de saber o que e stá e se passa além da janella do seu
laboratorio.Masoeducador,comoosoc iologo,temnecessidaded eumaculturamultiplae
bemdiversa;asalturaseasprofundezasdavid ahumanaedavidasocialodevemestender
sealé mdeseuraiovisual;elledevetero conhecimentodoshomensedas ociedad eemc ada
umadesuasphases,paraperceber,alémdoapparenteedoephemero,"ojogopoderos odas
grandesleisquedominamaevoluçãosocial",eaposiçãoquetemaescola,eafunãoque
representa, na diversidade e pluralidade das forças sociaes que cooperam na obra da
civilização. Se m essa culturageral,que lhe permitte organizar uma doutrina de vida e
ampliaroseuhorizontemental,poderáveroproblemaeducacionalemconju ncto,deum
ponto de vista mais largo, para subordinar o problema pedagógico ou dos metho dos ao
problemaphilosophicooudosfInsdaeducação;setemumespiritoscientifico,empregaráo s
method os communsetodogenero deinves tigaçãoscientifIca,podendoreco rreratechnicas
mais ou menos elaboradas e domin ar a situão, realizando experiências e medindo os
resultados de toda e qualquer modificação nos processos e nas tec hnicas, que se
desenvolveram sob o impulso dos trabalhos scie ntificos na administração do s serviços
escolares.
Movime ntoderenovaçãoeducacional
A’luzdessasverdadesesobainspiraçãodenovosideaesdeeducação,équesegerou,
noBrasil,omovimentodereconstrucçãoeducacional,com que,reagindo contraoempirismo
dominan te, pretendeu um grupo de educadores, nestes  ultimos doze annos, transferir do
terrenoadministrativo paraosplan ospoliticosociaeseso luçãodosproblemasescolares.o
foram ataques in justos que abalaram o prestigio das instituiç ões antigas; foram essas
instituiçõescreaçõesartific iaesoudeformadaspeloegoísmoepe larotina,aqueserviramde
abrigo,quetornaraminevitaveisos ataques contraellas .Defacto,porqueosnoss osmethodos
163
deeducaçãohaviamdecontinuarasertãoprodigiosamenterotineiros,enqu antonoMexico,
noUruguay,naArgentinaenoChile,parasefalarnaAmericahespanhola,jáseoperavam
transformações  profund as no app arelho e ducacio nal, reorganizado em novas bases e em
ordemafinalidadeslucidamenteescortinadas?Porqueosnossosprogrammassehaviamainda
de fixar nos quadros de segregação social,emque osence rrouare pub lica,ha43annos,
enquantonossosmeiosdelocomoçãoeo sproce ssosdeindustriacentuplicaramdeefficacia,
empoucomaisdeumquarteldeculo?Porqueaescolahaviad epermanecer,entren6s,
isolad adoambiente,comoumainstituãoenkystadanomeiosocial,semmeiosdeinfluir
sob reelle ,quando,portodaaparte,rompendoabarreiradastradições,aacçã oeducativa já
desbordavaaescola,articulandosecomasoutrasinstituiçõessociaes,paraestenderoseuraio
deinfluenciaedeacção?
Embó ra, a princ ipio, sem directrizes definidas, esse movimento francamente
renovadorinaugurouumaseriefecundadecombatesdeidéas,agitandooambiente paraas
primeiras reformas impellidas parauma nova direcçã o. Multiplicaramse as associações e
iniciativasescolares,emqueessesdebatestestemunh avamacuriosidadedosespíritos,pondo
emcirculaçãonovasid éasetransmittindoaspiraçõesnovascomumcalorosoenthus iasmo .Já
sedespertavaaconsciênciadeque,paradominaraobraeducacional,emtodaasuaexteno,
éprecisopossuir,emaltográo,ohabitodeseprender,sobreasbases solidaselargas,aum
conjunctodeidéasabstractasedeprincip iosgeraes,comquepossamosarmarumangulo de
obs ervação,paravermosmaisclaroemaislongeedesvendarmos,atravezdacomplexidade
tremendadosproblemasso ciae s,horizontesmaisvas tos.Ostrabalhosscientificosno ramo da
educaçãojánosfaziamsentir,emtodaasuaforçareconstructora,oaxiomadequesepodeser
tãoscientificonoestudoenaresoluçãodosproblemaseducativos,comonosdaengenhariae
das finan ças. Não tardaram a surgir, no Districto Federal e em tres ou quatro Estados as
reformase,co mellas,asrealizações,comesp iritoscientifico,einspiradasporumidealqu e,
modeladoáimagemdavida,jálhereflectiaacomplexidade.Contraouafavor,todoomundo
seagitou.Essemovimento éhojeuma idéaemmarcha,apoiandoses obreduasforçasqu ese
completam:aforçadasidéasemmarcha,apoiandosesobreduasforçasquesecompletam:a
forçadasidéiaseairradiação dosfactos.
Directrizesqueseesclarecem
Mas,comessacampanha,dequetivemosainiciativaeassumimosares pon sabilidade,
ecomaqualseincutira,portodasasformas,nomagisterio,oespiritonovo,agostodacritica
edodebateeaconscienciadanecessidadedeumaperfeiçoamentoconstante,aind anãose
164
podiaconsiderarinteiramenteabertoocaminhoásgrandesreformase ducacionaes.E'certo
que,comaeffervesce nciaintellectualquep roduziunoprofessorado,seabriu,deumavez,a
escolaaessesares,acujooxygenioseformaanovageraçãodeeducadoresesevivificou o
espiritonessefecundomovimento renovadorno campo da educaçãopublica,nosultimos
annos. A maioria dos espiritos, tanto da velha como da nova geração ainda se arrastam,
porém, sem convicções, atravez de um labirintho de idé as vagas, fóra de seu alcance, e
certamente, acima de sua experiencia; e porque manejam palavras, com que se
familiarizaram,imaginammuitos que possuem asidéasclaras,oquelhestirao desejode
adquirilas...Erapreciso,pois,imprimiru madireãocadavezmaisfirmeaessemovimento
jáagoranacional,quearrastoucomsigooseducadoresde maisdestaque,elevaloaseuponto
culminantecomumanãoclaraedefinidadesuasaspiraç õesesuasresponsabilidades.Aos
quetomaramposiç ãonavanguardadacampanhaderenovaçãoeducacional,cab iaodeverde
formular,emdocumentopublico,asbasesediretrizesdomovimentoquesouberamprovocar,
definindo,peranteopublicoeogoverno,aposiçãoqueconquistaramemmantendodesde
oiniciodashostilidadescontraaes colatradicional. 
ReformaseaReforma
Se não ha paiz "ondea opiniãose dividaem maiornu mero decôres,ese o se
encontra theoria que entre s  não tenha adeptos", segun do observou Alberto Torres ,
principioseid éasnãopassam,entrenós,de"bandeiradedis cussão,ornatosdepolemicaou
simplesmeiodeexitopessoaloupolitico ".Illustrados,ásvezes,eeruditos,masraramente
cultos,oass imilamosbastanteas idéasparasetornaremumnucleodeconvicçõesouum
systema de dou trina, capaz de nos impeli ir á acção em que costumam desencadearse
aquelles"quepen sarams uavidaeviveramseupensamento"oAinterpenetração profunda
quesee stabeleceu,emesforçosconstantes,entreasnossasidéaseconvicçõeseanossa
vidadee ducadores,emqualquersectoroulinhadeataqueemqu etivemos dedesenvo lvera
nos saactividadejádenunc ia,porém,afid elidadeeovigorcomquecaminhamosparaaobra
dereconstruãoeducacional,semestadearasegurançadeumtriumpho facil,mascoma
serena confiança na victoria definitiva de nossos  ideaes de  educação. Em logar dessas
reformas parciaes, que se succederam, na sua quasi totalidade, na estreiteza chronica de
tentativase mpiricas,onoss oprogrammaconcretizauma novapoliticaeducacional,quenos
preparará, por etap as, a gran de reforma, em que palpitará, com o rythmo accelerado dos
organismosnovos,omusc ulocentraldaestruc turapoliticaesocialdanação.
Emcadaumadasreformasanteriores,emqueimpress ionavivamenteafaltadeuma
165
visão global do proble ma educativo, a força inspiradoraou a energia estimulante mudou
apenasdeforma,dandoso luçõesdifferentesaosproblemasparticulares.Nenhumaantesdesse
movimentore novadorpenetrouoamagodaquestão,alterandooscaracte resgeraeseostraço s
salientes das reformas que o precederam. s assistiamos á au rora de uma verdadeira
renovaçãoedu cacional,quandoarevoluçãoestalou.Játinhamoschegadoeno,nacampanha
escolar,ao..pontodecisivoecIimaterico,ouseoquizerdes,álinhadedivisãodasaguas.
Mas,aeducação que,nofinaldascontas,seresumelogicamentenumareformasocial,não
de, aomenosemgrandepropo rção,realizarsesenãopelaacçãoextensaeintensivada
escola sobre o individuo e deste sobre s i mesmo  nem produzirse,doponto de vista das
influe nciasexteriores,senãoporumaevoluçãocontinua,favorecidaeestimuladaportodasas
forças organizadas de cultura e de educação. As surprezas e os golpes de theatro o
impotentesparamodificaremoestadopsychologicoemoraldeumpovo.Épreciso,porém,
atacaress aobra,porumplanointegral,paraqueellanãosearrisqueumdiade ficarnoestado
fragme ntario, semelhante a essas muralhas pelasgicas, inacabadas, cujos bcos enormes ,
esparsos ao longe sobre o solo, testemunham gigantes que os levantaram, e que a morte
surprehendeuantesd ocorôamentod eseusesforços...
Finalidadesdaeducaç ão
Todaaeducaçã ovariasempreemfuncçãodeuma"conceãodevida",reflectindo,
emcadaépoca,aphilo so phiapredominantequeédeterminada,aseuturno,pelaestructurada
sociedade.E'evidentequeasdifferentescamadasegrupos(classes)deumasociedadedada
terã orespectivamenteopinesdifferentessobrea"concepçãodomundo",queconvemfazer
adoptarao educandoesob reoqueénecessarioconsiderarco mo"qualidadesocialmenteutil".
OfimdaeducaçãonãoécomobomobservouG.Davy,"desenvolverdemaneiraanarchicaas
tendenc iasdominantesdoeducando;se omestreintervemparatransformar,istoimplicanelle
a representação de um certo ideal á imagem do qual se esforça por modelar os  jovens
espiritos". Esse ideal e aspiraçã o dos adultos tornase me smo mais facil de aprehender
exactamentequando assis timosásuatransmissã opelaobraeducacional,isto é,pelotrabalho
aqueasociedadeseentregaparaeducarosseusfilhos.Aq uestãoprimordialdasfinalidades
da educação gyra, pois, em torno de uma conceão de vida, de um ideal,a que devem
conformarseoseducandos,equeunsco nsideramabstractoeabs oluto,eoutros,con cretoe
relativo,variávelnotempoenoespaço.Mas,oexame,numlongoolharparaopassado,da
eyolução, daeducaçãoatravezdas dif.ferentescivilizaç ões,nosensin aqueo"conteudoreal
166
desseide al;'variousempredeac côrdocomaestructuraeastendenciass ociaesdaépoca,
extrah indoasuavitalidade,comoasuaforçainspiradora,daproprianaturezadarealidade
social.
Ora,seaed ucaçãoestáintimamentevinculadaáphilosophiadecadaép oca,quelhe
defineocaracter,rasgandosemprenovasperspe ctivasaopensamen topedagogico,aeducação
novanãode deixardeserumareacção categorica,intencio nalesystematicacontraavelha
estructura do serviço educacional, artificial e verbalista, montada para uma conceã o
vencida.Desprendendose do sinteressesde classes,aqueellatemservido,aeducaçãoperde
o "sentido aristologico", para usar a expressão de Ernesto Nelson, deixa de construir um
privilegio  determinado pela condição econômica e social do individuo, para assumir um
"c aracterbiologico", comquee llas eorganizaparaacollectividadeemgeral,reconhecendoa
todo o  individuo odireitoasereducado atéonde opermittam assuasaptidões naturaes,
independente de razões de ordem ec ono micáesocial.Aeducação nova,alargando asua
finalidadeparaalémdoslimitesdasc lasses,assume,comumafeiçãomaishumana,asua
verdadeira funcção social, preparandose  para formar "a hierarchia democratica" pela
"hierarchia das capacidades", recrutadas e m todos os grupos sociaes, a que se abrem as
mesmasoppo rtunidadesdeeducação .Ellatem,porobjecto,organizaredesenvolverosmeio s
deacçãoduravelcomofimde"dirigirodesenvolvimentonaturaleintegraldoserhumano
em cada uma das etapas de seu crescimento", de acrdo com uma certa concepção do
mundo.
Adiversidade deconceitosdavidaprovém,emparte ,dasdifferenças declassese,em
parte ,davariedadedeconteú donanoçãode"qualidadesocialmenteutil",conformeoangulo
visual de cada uma das classes ou grupos sociaes. A educação  nova que, certamente
pragmatic a,sep roeaofimd eserviroaosinteressesdeclasses,masaosinteressesdo
individuo,eque sefundasobreoprincipiodavinculaçãodaescolacomomeiosocial,temo
seuidealcondicionad opelavidasocialactual,masprofundamenteh umano,d esolidariedade,
deserviço so cialecooperação.Aesc olatradicional,ins talladaparaumaconcepçãoburgueza,
vinha mantendo o individuo na suaautonomiaisoladaeesteril,resultantedadoutrinado
individualismolibe rtario,que tevealiá soseupapelnafo rmaç ãodasdemocraciasese mcujo
assalto não se teriam quebrado os quadros rijidos da vida so cial. A escola socializada,
reconstituidasobreabasedaactividadeedaprodão,emqueseconsideraotrabalhocomoa
melhor maneira de estudar a realidade em geral(acquisiçãoactivadacultura)e amelh or
maneira de estudar o trabalho em si mesmo, c omo fund amento da sociedade humana,se
organizoupararemontaracorrenteerestabelecer,entreoshomen s,oespiritodedisciplina,
167
solidariedadeecoope ração,porumaprofundaobrasocialqueultrapassalargamenteoquadro
estreitodosinteressesdeclasses.
Valoresmutáveisevalorespermanentes
Mas,pormenosquepareça,nessaconcepçãoeducacio nal,cujoembryãosedisse
tersegeradonoseio dasusinasedequeseimpregnamacarneeosanguedetudoqueseja
objectodaacçãoeduc ativa,nãoserompeunemestáapiqu ederomperseo equilibrioentreos
valore smuveis eosvalorespermanentesdavidahuman a.Onde,aocontrario,seasse gurará
melhor esse equilíbrio  é no novo systema de educação, que, longe de se propõr a fins
particularesdedeterminadosgrupossociaes,ástendenciasoupreoccupaçõesdeclasse s,os
sub ordina aos fins fundamentaes e ge raes qu e assignala a natureza nas suas funões
biologicas.E'certoqueé precisofazerhomens,antesdefazerinstrumento sdeproduão.
Mas,otrabalhoquefoisempreamaiorescoladeformaçãodapersonalidademoral,nãoé
apenas o meth odo  que realiza o accre scimo da producção social, é o unico methodo
susceptivel de fazer homens cultivad os  e uteis sob todos os aspectos. O trabalho, a
solidariedadesocialeacooperação,e mquerepousaaamplautilidadedasexperiencias;a
conscienciasocialquenoslévaac omprehenderasnecessidadesdoindividuoatravezdasda
commun idade,eo espirito dejustiça,derenunciaede disciplina,nãosão,aliás,grandes
"valores permanentes" que elevam a alma, ennobrecem o coração e fortificam a vontade,
dandoexpresoevalorávidahuman a?Umviciodas esco lasespiritualistas ,opon derou
Jules Simon, é o "desdém pe la multidão". Querse raciocinar entre si e reflectir entre si.
Evitaedeexperimentarasortedetodasasaristocracias queseestiolamnoisolamento.Se se
querserviráhumanidade,éprecisoestaremcommunocomella...
Certo,a dou trinadaeducação , que se apoianorespeitodapersonalidadehumana,
consideradanãomaiscomomeio,mascomofimemsimesmo,nãopoderias eraccusadaele
tentar, com a e scola do trabalho, fazer do homem uma machina, um instrumento
exclusivamenteapropriadoaganharosalarioeaproduzirumresu ltadomaterialnumtempo
dado."Aalmatemumapotenciademilhõesdecavallos,qu elevantamaispeso doqueo
vapor.Setodasasverdadesmathematicassep erdessem,escreve uLamartine,defendendoa
causadaeducaçãointegral,omundoindu strial,o mundomaterial,soffreriasemduvidaum
detrimentoimmens oeumdamnoirreparavel;mas,seohomemperdes seumadasd uas
verdadesmoraes,seriaopropriohomem,seriaahumanidadeinteiraquepereceria".Mas,a
escolasocializadaoseorganizoucomoummeioessencialmentesocialsenãoparatransferir
do plan o da abstracção ao da vida escolar em todas as suas manifestaçõ es, vivendoas
intensamente,essasvirtudeseverdadesmoraes,quecontrib uemparaharmonizaros interesses
168
individuaeseosinteressescollectivos."snãosomosanteshomensedepoiss eres s ociaes,
lembranosavozinsuspeitadePaulBureau;somosseressociais,poristo mesmoquesomos
homens,eaverdadeestáante semquenãohaacto,pensamento,desejo,attitude,resolução,
quetenhamemnóssósseuprincipioeseutermoeq uerealizememnósmenteatotalidade
deseuseffeito s".
O Estadoemfacedaeducação
a)Aed ucação,umafunã oessencialmentepública
Mas,dodireitodecadaindividuoásuaeducaçãointegral,decorrelogicamenteparao
Estadoquereconheceeoproclama,odeverdeconsideraraeducação,navariedadedeseus
gráos e manifestações, como uma funão social e eminentemente publica, que elle é
chamadoarealizar,comacooperaçãodetodasasinstituõessoçiaes.Aeducaçãoqueéuma
dasfunõ esdequeafamíliasevemdespojand oemproveitodasociedadepolitica,ro mpeu
osquadrosdocommunismofamílialedosgruposespecificos(instituiçõ esprivadas),parase
incorporar definitivamente  entre as funóes essenciaes e primordiaes  do  Estado. Esta
restric çãoprogre ssivadasattribuiçõesdafamília,quetambemdeixoudeser"umcentrode
producção" para ser apenas um "centro de consumo", em face'da n ova concurrencia dos
grupos profissionaes, nascidos p recisamente em vista da protecção de interesses
especializados fazendoa perder con stantemente em exteno, o lhe tirou a "funão
especifica",dentrodo"fócointerior",emboracadavezmaisestreito,emqueellaseconfinou.
EUaéaindao"quadronaturalquesustentasocialme nteoindividuo,comoomeiomoralem
quesedisciplinamastendencias,ondenascem,começamades envolverseecontinuama
entreterseassuasaspiraçõesparaoideal".Po risto,oEstado,longe d epres cindirdafamilia,
deveassentarotrabalhodaeducaçãonoapoioqueellaáescolaenacollaboraçã oeffectiva
entrepaeseprofessores,entreosquaes,nessaobraprofundamentesocial,temodeverde
restabelecer a confiança e estreitar as relações, 'associando e pondo a serviço da o bra
commumessasduasforçassociaesafamiliaeaescola,queoperavamdetodoindifferentes,
seoemdirecçõesdiversaseásvezesoppostas.
b)Aquestãodaescolaunica
Assentadooprincipiododireitobiologico decadaindivid uoásuaeducação,integral,
cabeevidentementeao Estadoaorganiz açãodosmeiosdeotornareffectivo,porumplano
geraldee ducação,deestructuraorganica,quetorneaescolaaccessivel,emtodososseu s
gráos,aoscidadãosaquemaes tructurasocialdopaizmantémemcondiçõe sdeinferioridade
169
economicaparaobteromaximodedesenvolvimentodeaccôrdocomassuasaptidõesvitaes.
Chegase,porestaforma,aoprincipiodaescolaparatodos,"e scolacommumouunica",que,
tomadoarigor,sónãoficaránaco ntinge nciadesoffrerquaesquerrestricções,empaizesem
queasreformaspedagogicasestãointimamente ligadascomareconstruãofundamentaldas
relaçõessociaes.Em nosso regimenpolitico,o Estadonãopoderá,decerto,impellirque,
graçasá organizaçãodeescolasprivadasdetyposdifferentes,asclasse smaisprivilegiadas
asseguremaseusfilhos umaeducaçãodeclassedeterminadmasestánodeverindeclinavel
denãoadmittir,dentrodosystemaescolardoEstado,quaesquerclassesouescolas,aquesó
tenhaaccessoumaminoria,porumprivile gioexclusivamenteeconomico.Afastadaaidéado
nopoliodaed ucaçãopeloEstadonumpaiz,emqueoEstado,pelasu asituãofinanceira
oestáaindaemcon dõesdeassumirasuare sp onsabilidadeexclusiva,eemque,portanto,
setornanecess arioes timular,sob suavigilanciaasinstituiç õesprivadasidoneas,a,"escola
unica"seen tenderá,entrenós,ocomo"umaconscripçãoprec oce",arrolando,daescola
infantiláuniversidade,todososbrasileiros,esubme ttend oosduranteomaiortempopossivel
aumaformaçãoidentica,pararamificaçõesposterioresemvistadedestinosdiversos,mas
antescomoaescolaofficial,unic a,emquetodasascreanças,de7a15,todasaomenos que
nessaedade,sejamconfiadaspelospaesáe scolapublica,ten hamumaeducaçãocommu m,
egualparatodos.
c)Alaicid ade,gratuitidade,o brigatoriedadee coeducação
Alaicidade,graluitidade,obrigatoriedadeecoeducaçãosãooutrostantosprincipios
em que assenta a es cola unificada e que decorrem tanto da subordinação á finalidade
biologicadaed ucaçãodetodososfins particulareseparciaes(declasses,gruposoucrenças),
como do reconhecimento do direiro  biologico que cada ser humano tem á educação. A
laicidade,quecollocaoambienteescolaracimadecrençasedisputasreligiosas,alhe ioatodo
odogmatismosectario,subtráeoeducando,respe itando lheaintegridadedapersonalidade
em formação, á pressão perturbadora da escola quando utilisada como instrumento de
propagandadeseitasedoutrinas.Agratuidadeextensivaatodasasins tituõesofficiaesde
educação é u m principio e gualitario que torna a educação, em qualquer de seus gráos,
accessivelnãoaumaminoria,porumprivilegioecon omico ,masatodososcidadãosque
tenhamvontadeeestejamemcondiçõesderecebela.AliásoEstadoopod etornaroensino
obrigatorio, sem tornalo gratuito, A obrigatoried ade qu e, por falta de escolas, ainda não
passoudopapel,nememrelaçãoaoen sinoprimario,e sedeveestenderprogressivamenteaté
170
umaedadeconciliavelcomotrabalhoproductor,istoé,atéaos18an os,émaisnecessaria
ainda "na sociedade moderna em que o indus trialismo e o desejo de exploração humana
sacrificameviolentamacreançaeojovem",.cujaeducaçãoéfrequentemente impedidaou
mutilada pela ignorancia dos paes ou responsaveis e pelas contingencias economicas. A
escolaunificadanãopermitteainda,e ntrealumnosdeumeoutrosexoo utrasseparaçõesque
osejamasqueaconselhamassuas aptidõespsychologicaseprofissionaes,estabelecendo
emtodasasinstituões"aeducaçãoemcommum"oucoeducação,que,pondoosnomesmo
de egualdade e envolvendo todo o processo educacional, torna mais economica a
organizaçãodaobraescolaremaisfacilasuagraduação .
Afuncçãoeducacional
a)Aunidadedafuncçãoeducacional
A consciencia desses principios fundamentaes da laicidade, gratuidad e e
obrigatoriedade,consagradosnalegislaçãouniversal, penetrouprofundamenteoses pirit~s,
comocondõesessenciaesáorganizaçãode umregimenescolar,lançado,emharmoniacom
os direitos do individuo, sobre as bases da unificação do ens ino, com todas as suas
conseque ncias.Defacto,seaeducação seproe,antesdetudo,ade senvolveraomaximo a
capacidadevitaldoserhumano,deveserconsiderada"umasó"afunãoeducacional,cujos
differentesgrá osestãodestinadosaservirásdifferentesphasesd eseucrescime nto,"quesão
parte sorganicasdeumtodoquebiologicamentedeveserlevadoásuacompletaformação".
Nenhumoutroprincip iopoderiaoffereceraopanoramadasinstituiçõesescolaresperspectivas
mais largas, mais salutares e mais fecundas em consequencias do que esse q ue de corre
logicamentedafinalidadebiologicadaeducação.Aselecçãodosalumnosnassuasaptidões
naturaes, a supp ressão de instituões cread oras de differenças sobre base ec ono mica, a
incorporação dos estudos do magisterio á universidade, a equiparação de mestres e
professoresemremuneraçãoetrabalho,acorrelaçãoeacontinuidaded oensino emto dosos
seusgráos  e areac ção contratudo que lhequebraacoherencia internaeaunidadevital,
constituem o programma de uma politica educacional, fundada sobre a applicação do
principio unificador que modifica profundamente a estru cturaintima e a organização dos
elementosconstitutivosdoensinoedossystemasescolares.
b)Aautonomiadafunãoeducacional.
Mas,subordinadaaeducaçãopublicaainteressestransitorios ,caprichospessoaesou
appetitesdepartidos,seráimpossivelaoEstadorealiz araimmensatarefaquesepropõeda
formaçãointegraldasnovasgerações.ohasystemaescolarcujaunidadeeefficacianão
171
estejam constantemente ameaçadas, seo reduzidas e annuladas,quandooEstado o o
sou beounão 'o quiz acautelarcontraoassaltode poderesestranhos,capazesdeimpõrá
educação fios inteiramente contrarios aos fins geraes que assignala a natureza em
suasfuncçães biologicas. Toda a impotenc ia manifesta do  systema escolar actuál e a
insufficiencia das soluçoe s dadas ás questões de caracter educativo o provam senão o
desastre irreparavel que resulta, para a educação publica, de influencias e intervenções
estranhasqueconseguiramsujeitalaaseusideaessecúndarioseinteressess ubalternos.Dahi
decorreanecessidadedeumaamplaautonomiatechnica,ad~istrativaeeconomica,comque
ostechnicoseeducadores,quemaresponsabilidadeedevemter,poristo,adirecçãoe
administraçãodafunãoeducacional,ten hamasseguradososmeiosmateriaesparap oderem
realizala. Esses meios, porém, o podem reduzirse ás verbasque,nosorçamentos,são
consignadasaesseserviçopublicoe,poris to,su jeitasáscrisesdoserariosdoEstadoouás
oscillaçõesdointeressedosgovernospelaeducaçã o.Aautonomiaeco nomic aosepo derá
realizar,anão serpelainstituão deum"fundo'especialouescolar",que,constituidode
patrlmonios, impostos e renda proprias, se ja administrado e applicado exclusivamente no
desenvolvimentodaobraedu cacional,pelospropriosorgãosdoensino,incumbidosdesua
direão.
c)Adescentralização
“A organizaçãodaeducaçãobrasileiraunitariasobreabaseeosprincipiosdoEstado,
no espirito da verdadeira communidad e popular e no cuidado da unid ade nacional, n ão
implicaumcentralismoesterileodioso,aoqualseoppõemascondõesgeo graphicasdopaiz
eanecessidaded eadaptaçãocrescentedaescolaaosinteresseseásexigenciasregionaes.
Unidadenãosignificauniformidade.Aunidadepre ssupemultiplicid ade.Pormenosque
pareça, á primeira vista, não é, po is, na centralização, mas na applicaçã o d a doutrina
federativa e descentralizado ra, que teremos de buscar o meio de levar a cabo, em toda a
Republica, uma obra methodica e coordenada, d e acrdo com um plano commum, de
completa efficiencia,tanto em intensidadecomo em extensão.A'União,nacapital, e aos
estados,nosseusrespectivosterrito rios,équedevecompetiraeducaçãoemtodososgráos,
dentrodosprincipiosgeraesfixadosnanovaconstituão,quedeveconter,comadefinição
deattribuiç õesedeveres,osfundamentosd aed ucaçãonacional.Aogovernocentral,pelo
MinisteriodaEducação,caberáagiarsobreaobedienciaaesse sprincipio s,fazendoexecutar
asorientaçõeseosrumosgeraesdafunãoeducadonal,estabelecidosnacartaconstitucional
eemleisordinarias,soccorrendoondehajad eficienciade meios,facilitan doointercambio
pedagogico  e cultural dos Estados e intensificando por todas as fôrmas as suas relações
172
espirituaes.AunidadeeducativaessaobraimmensaqueaUnião teráderealizarsobpenade
perecer c omo nacionalidade, se manifestará eno como uma força viva, um espirito
commum,umestadodeanimonacional,nes seregimenlivredeintercambio ,so lidariedadee
cooperaçãoque,levandoos Estado saevitarodesperdicionassuasdespezasescolaresafimde
produzirosmaioresresultadoscomasmenoresdespezas,abrirámargemaumasucceso
ininterruptadees forçosfecundosemcreaçõeseiniciativas.
O proces so educativo
Oconceitoeosfundamentosdaedu caçãonova
Odesenvolvimentodas sciencias lançouasbasesdasdoutrinasdanovaed ucação,
ajustando á finalidade fundamental e aos ideaes que ella d eve prosseguir os proc essos
apropriadospararealizalos.Aextenoeariquezaqueactualmentealcançaportodaap arte
oestudoscientificoeexperimentaldaeducação,aiibertaramdoempirismo,dandolheum
caractereumespiritonitidamentescientificoeorganizando,emcorp odedoutrina,numa série
fecundadepesquizaseexperiencias,osprincipiosdaeducaçãono va,pressentidoseásvezes
formulados em rasgos de synthese, pela intuão luminosa de seus precursores. A n ova
doutrina,quenãoconsid eraafunãoeducacionalcomoumafun cçãodesu perposiçãooude
accrescimo,segundoaqualoeducandoé"modeladoexteriormente"(escolatradicional),mas
umafunc çáocomplexad eacç õesereacçõ ese mqueoespiritocrescede"dentroparafóra",
sub stitueomecanismopelavida(actividadefunccional)etransfereparaacreançaeparao
respeito de sua personalidade o eixo da escola e o centro de gravidade do problema da
educação. Considerando os processos mentaes, como "funões  vitae s" e o como
"processosemsimesmo s",ellaossubordinaávida,comomeiodeu tilizalaedesatisfazeras
suasmultiplasnece ssidad esmateriaeseespirituaes.Aescola,vistadesseangulonovoquenos
o conceito funccional da educação, deve offe recerá creança um me io vivo e natural,
"favoravel ao intercambio d e reacções e experiencias", em que ella, vivendo a sua vida
propria,generosaebelladecreança,sejalevada"aotrabalhoeaacçáopormeiosnaturaesque
avidasuscitaquandootrabalhoeaacçãoconvemaosseusinte resseseássuasnecessidades".
Nessa nova concepção de escola, que é u ma reacção contra as tendencias
exclusivamentep assivasintellectualistaseverbalistasdaesc olatradicional,aactividadequ e
estánabasede todososseustrabalhos,éaactividadeespontanea,alegreefecunda,dirigidaá
satisfacçãodasnecess idadesdoproprioindividuo.Naverdadeiraeducaçãofunccionaldeve
estar, pois, sempre presente,como elemento es sencialeinherenteásu a proprianatureza,
problema não da corres pon dencia entre os gráos do ensino e as etapas da volução
173
intellectual fixadassobre abase dos interesses,como tambemdaadap taçãodaáctividade
educativa ás necessidades psychobiologicas do momento. O que d istingue da escola
tradicionalaescola.nova,oé,defacto,apredominanciadostrabalhosdebas emanuale
corporal, mas a presença, em todas as suas actividades, do factor psychobiologico do
interesse,queéaprimeiracon dãodeumaactividadeespon taneaeoestimu loconstanteao
edundo(creança,adolescenteoujoven)abuscartodososrecu rsos aoseualcance,"graçásá
forçadeattracçãodasnecessidade sprofundamentesentidas".E'certoque,desloc andosepor
esta f6rma, para a creança e para os seus interesses, moveis e transitorios, a fonte de
inspiraçãodas actividades escolares,quebraseaordemqueapresentavamosprogrammas
tradicionaes,dopontodevistadalo gicaformaldosadultos,paraospôrdeaccôrdo coma
"logica psycho logica",istoé,comalogicaqueseb aseiananaturezaenofun ccionamentodo
espiritoinfantil.
Mas,paraqueaescolapossaforneceraos"impulsosinterioresaoccasiãoeomeiode
realizarse", e abrir o educando á sua energia de observar, exp erimentar e crear todas as
actividades capazes de satisazela, é preciso que ella seja'reorganizada como um "mundo
naturalesocialembrionario",umambientedynamicoemintimac onn eocomaregiãoe a
commun idade. Aescola que tem sidoum apparelhoformalerijido,sem adifferenciação
regional,inteiramentedesintegradoemrelaçãoaomeio social,passaráaserumorganismo
vivo,comumaestructurasocial,organizadaámaneirade umacommunidadepalpitantepelas
soluçõesdeseusproblemas.Mas,seaescoladeveserumacommun idadeemminiatura,ese
emtodaacommunid adeasactividadesmanuaes,motorasouconstructoras"constituemas
funões  pre dominantes davida",énaturalqueellainicie osalumnosnessasactividades,
pond oosemcontacto comOambienteecomavidaactivaqueosrodeia,p araqueelles
pos sam, de sta forma, po ssuila, ap reciala e sentila de accô rdo com as aptidões e
pos sibilidades. "A vida da sociedade, observou Paulsen , se modifica em funcç ão da sua
economia,eaenergiaindividualecollectivasemanifestapelasuaproduãomaterial".A
escolanova,qu etemdeobed eceraestalei,deveserreorganizadademaneiraqueotrabalho
sejaseuelementoformador,favorecendoaexpansãodasenergiascreadorasdoeducando,
procurandoestimu larlheoproprioesforçocomoóelementomaisefficienteemsuaeducação
epreparandoo,comotrab alhoemgruposetodasasactividadespedagogicasesociaes,para
fazelopenetrarnacorrentedoprogressomaterialeespiritualdasociedadedequeproveiue
emquevaevivereluctar.
Planodereconstrucç ãoeducacional
a)Aslinhasgeraesdoplano
174
Ora,assentadaafinalidadedaeducaçãoedefinidososmeiosdeacçãoouprocessosde
quenecessitaoindividuoparaoseudesenvolvimentointegral,ficamfixadososprincipios
scientificossobreosquaessedeapoiarsolidamenteumsystemadeeducação .Aapplicação
dessesprincip iosimporta,comosevê,numaradicaltransformaçãodaeducaçãopublicaem
todososseusgráos,tantoáluzdonovoconceitodeeducação,c omoávistadasnece ssidad es
nacionaes.Noplanodereconstrucçãoeducacional,dequese esboçamaquiapenasassuas
grandeslinhasgeraes,procuramos,antesdetudo,corrigiroerrocapitalqueapresentaoactual
systema (se é que se póde chamar systema), caracterizado p ela falta de c ontinuidade e
articulação doensino , emseus diversosgráos,comose o fossemetap asdeumme smo
processo,ecadaumdosquaesdeveteroseu"fimpartic ular",proprio,dentroda"unidadedo
fimgeraldaeducação"edosprincipiosemethodoscommunsatod os o sgráoseinstituições
educativas. De facto, o divorcio entre as entidades que mantêm o ensin o primario e
profissionaleasquemantêmoensinosecundarioesuperior,vaeconcorrendointensivamente,
comoobservouumdossignatariosdestemanifesto,"paraqueseestabeleçamnoBrasil,
dois systemas escolares parallelos, fechados em compartime ntos estanques e
incommunicaveis, differentes nos seus objectivos culturaes e sociaes, e, poristo mesmo,
instrumen tosdeestratificaçãosocial".
Aescolaprimariaqueseestendesobreasinstituõesdasescolasmaternaesedos
jardinsdeinfanciaeconstitueoproblemafundamentaldasdemocracias,deve,pois,artic ular
serigorosamentecomaeduc açãosecun dariaunificada,quelhesuccede,emterceiroplano,
paraabriraccessoásescolasouinstitutossuperioresdee sp ecializaçãoproftssionaloudealtos
estudos.Ao espiritonovo que jáseapoderoudoensinoprimario nãosepoderia,porém,
sub trabiraescolasecundaria,emqueseapresen tam,collo cadasnomesmonivel,aeducação
chamada "profissional"(depreferenciamanualoumecanica)e aeducaçã ohumanisticaou
scientifica(depreponderanciaintellectual),sobreumabaseCommumdetresannos.Aescola
secundariade ixará deserassimavelhaescolade"umgruposocial",destinadaaadaptartodas
as intelligencias a uma forma rijida de educaç ão, para ser um apparelho flexivel e vivo,
organizadoparaministrar.acu lturageralesatisfazerásnecessidadespraticasdeadaptaçãoá
varied adedosgrupossociaes.E'ome smoprincipioquefazalargarocampo educativodas
Universidades,emque, aoladodasesco lasdestinadasaopreparoparaasprofiseschamadas
"liberais", se devem introduzir, no systema, as escolas de cultura especializada, para as
profisesindustriaesemercantis,propulsorasden os sariquezaeconomicaeindustrial.Mas
esse principio, dilatando o campo das universidades , p ara adaptalas á variedade e á s
175
necessidadesdos grupossociaes,olongeestádelhesrestringirafunãoculturalquetende
aelevarconstantemen teasescolasdeformaçãoprofissional,achegando asássu asproprias
fontes de renovação e agrupandoas em torno dos grandes nu c1eos de creação livre, de
pesquizascientificaedeculturadesinteressada.
Ainstrucçãopublic anãotemsido,entrenós,najustaobservaçãodeAlbertoTorres,
seoum"systema decanaesdeexododamocidadedocampoparaascidadesedap roducção
paraoparasitismo".E'preciso,parareagircontraessesmale s, jáolucidamenteapontados,
remviadesoluçãooprob lemaeducacionaldasmassasruraesedoelementotrabalhadorda
cidade edosce ntrosindustriaesjápelaextenodaescoladotrabalhoeducativoedaescOla
do trabalho proftssion al, baseada noexe rcicionormaldotrabalhoem cooperação,pela
adaptação crescente dessas esco las (primaria e secundaria profissional) ás necessidades
regionaes e ás profise s e  industrias dominantes no meio. A nova politica educacional
rompendo,deumlado,contraaformaçãoexcess ivamenteliterariadanossacultura,paralhe
darumcaractersc ientificoetechnico,econtraesseespiritodedesintegraçãodaes cola,em
relação ao meio social, impõe reformas profundas, orien tadas no sentido da producção e
procurareforçar,portodososmeios,aintençãoeovalorsocialdaescola,semnegaraarte,a
literaturae os valo res culturaes.A arte e aliteraturatemeffectivamen te umasignificação
social, profunda e multipla; a approximação dos homens, a sua organ izaç ão em uma
collectividade unanime, a diffuo de taes ou quaes idéas sociaes, de uma maneira
"imaginada", e, po rtanto, efficaz, a exteno do  raio visual do homem e o valor moral e
educativoconferemcertamenteá arte u maenormeimportanciasocial.Mas,se,áme didaque
a rique za do homem augmenta, o alimento occ upa um logar cada vez mais fraco, os
productoresintellectuaesnãopassamparaoprimeirop lanosenãoquandoasso ciedadesse
organizamemsolidasbaseseconomicas.
b)Opontonevralgicodaquestão
A estructura do plan o educ acional corresponde, na hierarchia de suas instituões
escolares(escolainfantiloupréprimaria; primária;secund ariaesuperiorouuniversitária)aos
quatro grandes periódosque apresentaode senvolvimentonaturaldoserhumano.E'uma
reforma integral da organização e dos methodos de toda a educação nacional, dentro do
mesmo espiritoquesubstitueo con ceitoestaticodoensinoporumconceitodynamicofazendo
um appello, dos jardinsde infancia á Universidade, o á receptividademasáactividade
creadoradoalumno.Apartirdaescolainfantil(4a6annos)atéáUniversidade,comescala
pelaedu caçãoprimaria(7a12)epelasecundaria(12a18annos),a"continuaçãoininterrupta
176
de esforços creadores" deve levar á formação d a personalidad e integral do alumno e ao
desenvolvimento desua faculdadeprod uctoraedeseupoderc reador,pelaapplicaç ão,na
escola, para a acquisição ac tiva d e conhecimentos, dos mesmos methodos (observação,
pesquiza,eexperiencia),quesegueoespiritomaduro,nasinvestigaçõesscien tificas.Aesco la
secundaria,unificadaparaseevitarodivorcioentreos trabalhadoresmanuaeseintellectuaes,
terá umasolidabasecommumdeculturageral(3annos),paraapo steriorbifurcaç ão(dos15
aos 18), em secção de pre pon derancia in tellectual (com os 3 cyclos de humanidades
modernas; scientificas physicas e mathematicas; e sciencias chimicas e biologicas), e em
seãodepreferenciamanual,ramificadaporsuavez,emcydos,escolasoucursosdestinados
á preparação  ás actividades profissionaes, deco rrentes da extracção de materias primas
(escolasagricolas,demineraçãoed epesca) daelaboraçãodasmateriasprimas(industriaese
profissionaes) e da distribuição dos productos elaborados (transportes, co mmunicações e
commercio).
Mas, montada, na sua estructura tradicional, para a classe dia (burguezia),
emquanto aescolaprimariaserviaáclassepopular,co mos etivesseu mafinalidadeemsi
mesma, aescola secundariaoudo32gráonão fórmaapenaso reductodos interessesde
classe;que crearamemantêm o dualismo dos systemas escolares.E'ainda'"nessecampo
educativoqueselevantaacontrove rsiasobreosen tidodeculturageralesepõeoproblema
relativoáescolhado momentoemqueamate riadoensin odevediversificarseemramos
iniciaesdeespecialização.Nãoadmira,poristo,queaescolasecundariaseja,nasreformas
escolares,opontonevralgicodaquestão.Ora,asoluçãodada,nesteplano,aoproblemado
ensinos ecundario ,levantandoosobstaculosoppostospe laescolatradicionaláin terpenetração
dasclassessociaes,seinspirananecessidadedeadaptaressaedu caçãoá diversidadenascente
degostos e á variedadecrescentedeaptidõesqueaobservaçãop sychologicaregistranos
adolescenteseque"representamasuoicas forçascapazesdearrastaroespiritodosjovensá
culturasuperior".Ae scoladopassado,co mseuesforçoinutildeabarcaraso mmageralde
conhecimentos,descu rouapropriaformaçãodoespiritoeafunãoquelhecabiadeconduzir
oadolescenteaolimiardasprofise sedavida.Sobreabasedeumaculturageralcommum,
emqueimportarámenosaquantidadeouqualidadedasmateriasdoqueo"metho dod esua
acquisição",aescolamodernaestabeleceparaisto,depoisdos15annos,opontoemqueo
ensinosediversifica,paraseadaptarádiversidadecrescentedeaptidõesedegostos,jáá
varied adedef6rmasdeactividadesocial.
c)OconceitomodernodeUniversidadeeoproblemauniversitarionoBrasil
A e ducação superior que tem estado , no Brasil, exclusivamente. a serviço das
177
profises "liberaes" (engenharia, medicina e direito),não póde evidentemente erigirse á
alturadeumaeducaçãouniversitária,semalargarparahorizontesscientificoseculturaesa
suafmalidad ee strictamenteprofissionalesemabrirosseusquadrosrijidosáformaçãode
todasasprofissõesque exijamconhecimentosscientificos,elevandoastodasanivelsuperior
e tornandose, pela fle xibilidade de sua organização, accessivel a todas. Ao lad o das
faculdades profissionaes existentes, reorganizadas em novas bases, impõese a creaç ão
simultaneaousuccess iva,emcadaquadrouniversitario,defaculdadesdescienciassociae se
economicas;descienciasmathematicas,physicasenaturaes,edephilosophiaeletrasque,
attendendo á variedade de typos mentaes  e das necessidades sociaes, deverão abrir ás
universidade s que se crearem ou se reorganizarem, um campo cada vez mais vasto de
investigações scien tificas. A educação superior ou universitaria, a partir dos 18 annos,
inteiramente gratuita como as demais , deve tender, de facto, o s6mente á  formação
profissionaletechnica,noseumaximodesenvolvimento,comoáformaçãodepesquizadores,
em todos os ramos deconhecimentos humanos.Ella deve serorganizada demaneiraque
pos sadesempenharatriplicefun cçãoquelhecabe deelaboradoraoucreadoradesciencia
(investigação),docenteo utransmissoradeconhecimentos(scienciafeita)edevulgarizadora
oupopularizadora,pelasinstituiçõesdeextensãouniversitaria,das,scienciasedas artes.O
entanto,comserapesquiza, naexpresodeCoulter,o"s ystemanervosodaUniversidade",
que estimula e domina qualquer outra funão; com ser esse espirito de profundidade e
universalidade, que imprime á educação superior um caracter universitario, pondoa em
condiçõesdecontribuirparaoaperfeiçoamentoc onstantedosaberhumano,anossaeducação
sup erior nunc a ultrapas sou os limites e as ambiç ões de formação profisional, a que se
proemas  escolas deengenharia,demedicinaedireito.Nessasinstituõ es,organizadas
antesparaumafunã o docente,ascjenciaestáinteiramentesubordinadaáarteouátechnica
da profiso a que se rvem, com o cuidado da applicação immediata e proxima, de uma
direão.utilitariaemvistadeumafunãopublicaoudeuma carreiraprivada.Ora,se,entre
s ,vingam facilme ntetod asasformulasephrasesfeitas;seanoss aillustração ,maisvariada
emaisvastadoquenoimperio,éhoje,naphrasedeAlbertoTorres;"maisvaga,flu ida,sem
assento,incapaz dehabilitarosespiritosaformarjuizose incapazdelhesinspiraractos",é
porqueano ssageração,alémdeperderabased eumae ducaçãosecundariasolida,postoque
exclusivamente literaria, se deixou inftltrar desse espirito encyclopedico em que o
pensamentoganhaemextensãooque perdeemprofundidade;emquedaobservaçãoed a
experiencia, em que devia exercitarse, s e deslocou o pensamento para o hedonismo
inteUectualeparaascienciafeita,ee mque,finalmente,operiodocreadorcedeologará
178
erudição,eess amesmaquasisempre,entrenós,apparenteesemsubstancia,dissimulando
sob asuperficie,ásvezesbrilhante,aabsoluta'faltadesolidezdeconhecimentos.
Nessasuperficialidadedecultura,facileapressada,deautodidactas,cujasopinesse
mantemprisio neirasdes ystemasous ematizamdastonalidadesdasmaisvariadasdoutrinas,
se tem de buscar as causas p rofundas da estreiteza e da fluctuação dos espiritos e da
indisciplinamental,quaseanarchica,querevelamosemfacedetodososproblemas.Nema
primeirageraçãonascidacomarepublica,noseues forçoh eroicoparaadquirirapossedesi
mesma,elevand oseacimadeseumeio,conseguiulibertarsedetodos osmaleseducativosde
queseviciouasuaformação.AorganizaçãodeUniversidadesé,pois,tantomaisnecessariae
urgenteq uantomaispensarmosquesócomessasinstituões,aquecabecrearediffundir
ideaespoliticos,sociaes,moraeseestheticos,équepodemosobteresseintensivoespirito
commum,nasaspirações,nosideae senasluctasesse"estadodeanimonacional",capaz de
darforça,efficaciaecoherenciaáacçãodoshomens,sejamquaesforemasdivergenciasque
pos sa estabelec er entre elles a diversidade de pontos de  vista na solução dos prob lemas
brasileiros.E'auniversidade,noconjunc todesuasinstituiçõesdealtacultu ra,prepostasao
estudoscientifico dosgrandesproblemasn acionaes,quenosdaráosmeiosdecombatera
facilidadedetudoadmittirjosce pticismodenadaescolhernemjulgari"afaltadecritica,por
faltadeespiritodesynthesejaindifferençaouaneutralidadenoterren odasid éasaigoorancia
"damaishuman adetodasasoperaçõesintellectuaes,queéadetomarpartido",eatendencia
e o espirito facil de s ubstituir os principios (aindaque proviso rios)pelo paradoxoepe lo
humor,essesrecursosdesesperados.
d)Oproblemadosmelho res
Defacto,aUnive rsidade,ques eencontranoapicedetodasasinstituõesed ucativas,
estádestinada,nassociedadesmodernasadesenvolverumpapelcadavezmaisimportantena
formaçãodaselites depensadores,sabios,scien tistas,technicos,eed ucadores,dequeellas
precisamparaoestudoesoluçãodesuasquestõess cientificas,moraes,intellectuae s,politicas
e economicas. Se o prob lema fundamental das democracias é a educação das massas
popu lare s, os melhores e os mais capazes, porseleão, devem formar o vertice de uma
pyramide de base immensa. Certamente, o n ovo conceito de educ ação repelle as elites
formadasartificialmente"pordifferen ciaçãoe conomica"ousobocriteriodaindependencia
economica, que não é nem póde ser hoje elemento necessario para fazer parte dellas.A
primeiracon dãoparaqueu maelitedesempenheasuamissã oecumpraoseudeverédeser 
"inteiramenteaberta"enãosómentedeadmitirtodasascapacidad esnovas,comotambemde
reje itarimplacavelmentedeseuseiotodosos in dividuosquenãodesempenhamafunão
179
socialquelheséattribuidanointeressedacollectividade .Mas,nãohasociedadealgumaque
pos sapre scindirdesseorgãoespecialetantomaisperfeitasserãoassociedadesquantomais
pesquizadaeseleccionada fôrasuaelite ,quantomaiorfôrariquezaeavariedadedehomens,
devalorculturalsubstantivo,necessariosparaenfrentaravariedad edosproblemasquepõea
complexidade das sociedades  modernas. Essa sele cção que se deve processar não "por
differenciação economica", mas "pela differenciação de todas as capacidades", favorecida
pelaedu cação,medianteaacçãobiologic aefunccional,opóde,nãodiremoscompletarse,
mas nem sequer realizarse seo pela obra universitaria que, e levando ao maximo o
desenvolvimentodosindividuosdentrodesuasaptidõesnaturaeseseleccionandoosmais
capazes,lhesdábastanteforçaparaexercerinfluenciaeffec tivanasociedadee affectar,dessa
forma,acons cienciasocial.
Aunidadede formaçãodeprofessoresea unidadedeespinto
Ora,dessaelitedevefazerparteevidentementeoprofessoradodetodo sosgráos,ao
qual, escolhidocomo sendo um corpodeeleição,parauma funcçãopublicada maisalta
importancia,n ãosedá,nemnuncasedeunoBrasil,aeducaçãoqueumaelitep6deedeve
receber. A maior parte delle, entre s, é recrutada em todas as carreiras, sem qualquer
preparaçãoprofissional,comoosprofess oresdoensino secundarioeosdoensinosup erior
(engenharia,medicina,direito,etc.),entreosprofissionaesdessascarreiras,q uereceberam,
uns  e outros, do secundario a sua educação geral. O magisterio primario, preparado em
escolasespeciaes(escolasnormaes),decaractermaispropedeutico,e,ásvezesmixto,com
seus cursos geral e de especialização profissional, não recebe, por via de regra, n esses
estabelecimentos, de nivel secundario, nem uma solida preparação pedagogica, nem a
educação geral em que ella deve basearse. Apreparação dos professores,como se vê,é
tratadaentren6s,demane iradifferen te,quandoo éinteiramentedescu idada,comos ea
funãoeducacional,detodasasfun cçóespu blicasamaisimportante,fosseaunicaparacujo
exercicio o houvesse necessidade de qualquer preparação profissional. Todos os
professores,detodososgráos ,cujapreparaçãogeralseadquiriránose stabelecimen tosde
ensinosecundario,devem,noentanto,formaroseuespiritope dagogico,conjunctamente,nos
cursos universitarios, em faculdades ou escolas normaes, elevadas ao nivel superior e
incorporadas ás universidades. A tradição das hierarchias docentes, baseadas na
differenciaçãodosgráosdeensin o,equealinguagemfixouemdenominõesdifferentes
(mestre ,professore cathedratico),éinteiramentecontrariaaoprincipiodaunidadedafunã o
educacional,que,applicado,ásfuncçõesdocentes,imp ortanaincorporaçãodosestudosdo
magisterioásu niversidades,e,portanto,nalibertaç ãoespiritualeeconomicadoprofessor,
180
mediante uma formação e re muneração equivalen tes que lhe permittam manter, com a
effic ienciadotrabalho,adignidadeeoprestigioindispens aveisao seducad ores.
Aformaçãouniversitariad osprofessoresoés6menteumanecessidad edafuncção
educativa,masounicomeiode,elevandolhesemverticalidadeacultu ra,eabrindolhesa
vidasobretodososhorizontes,estabelecer,entretodos,paraarealizaçãodaobraeducacional
uma compreheno reciproca, uma vida sentimental commum e um vigoroso espirito
çonunumnasaspiraçõesenosideaes.Seoestadoculturaldosadultosé quedáasdirectriz esá
formação da mocidade, não se poderá estabele cer uma funão e educação unitaria da
mocidade,semquehajaunidade culturalnaque llesqueestãoincumbidosdetransmittila.Nós
otemosofeiticismomasoprincipiod aunidade ,que reconhecemosnãoserpossivelsenão
quandosecreouesse"espirito",esse"idealcommum",pelaunificação,parato dososgráosdo
~nsino, da formação do magisterio, que elevariao valordos estudos, em todos os gráos,
imprimiriamaislogicaeharmoniaás ins tituões,ecorrigiria,tantoquantohumanamente
pos sivel, asinjustiças dasituação actual.Os professoresdeensinoprimarioesecundario,
assim formados, emescolasoucursos universitarios,sobreabasedeumaeducaçãogeral
commum,dadaemestabelecime ntosdeeducaçãose cundaria,nãofariamseoumsócorpo
comosdoensinosuperior,preparandoafuosinceraecordiald etodasasforçasvivasdo
magisterio.Entreo sd iversosgráosdo ensino,queguardariamasuafuncçãoespecifica,se
estabeleceriam c ontactos e streitos que permittiriam as passagens de um ao outro nos
momentos precisos, descobrindo as supe rioridades em germen, pondoas em destaque e
assegurando,deumponto.aoutrodosestudos,aunidadedoespiritosobreabasedaunidade
deformaçãodosprofessores.
O papeldaescolanavid aeasu afuncçãosocial
Mas, ao mesmo te mpo que os progressos da psychologia app licada á creança
começaramadaráeducaçãob asesscientificas,osestudossocio logico s,d efinindo aposição
daescolaemfacedavida,nostrouxeramumaconsc ienciamaisnitidadasuafuncçãosociale
daestreitezarelativadeseucirculodeacção.Comprehendese,áluzdessesestudos,quea
escola,campoespecificodeeducação,nãoéu melementoestran hoásociedadehumana,um
elemento separado, mas "uma instituão social", um orgão feliz e  vivo, no conjunto das
instituiçõesnecessariasávida,olugarondevivemacreança,aadolescenciaeamocidade,de
conformidade comosinteresseseasalegriasprofundasd esuanatureza.Aeducação,p orém,
osefazsómentepelaescola,cujaacçãoéfavo recidaoucontrariada,ampliadaoureduzida
pelojogodeforçasinnumeraveisqueconcorremaomovimentodassociedades modernas.
Numerosasevariadissimas,são,de facto, asinfluencias que fórmamohomematravezda
181
existencia."Haaheran çaqueéaescoladaespecie,como jáseescreveu;afamiliaqueéa
escolad os paes;oamb ientesocialqueéaescoladacommunidade,e.amaiordetodasas
escolas,avida,comtodososseusimponderaveiseforçasincalculavels".Comp rehendersea,
eno, para empregar a imagem de C. Bouglé, que, na ciedade, a "zona luminosa é
singularmentemaisestreita queazonadesombra;ospequenosfócosdeacçãoconsciente
queoasescolas,nãosãosenãopontosnanoite,eanoitequ eascercanãoévasia,mas
cheiaetantomaisinqu ietante;nãoéosilencioeaimmobilidadedodeserto,masofremitode
umaflorestapovoada".
Dessaconcep çãopositivadaescola,comoumainstituiçãosocial,.limitada.nasua
acçãoe ducativa,pelaplu ralidadeediversidadedasforçasqueconcorremaomovimentodas
sociedades, resulta a necessidade  dereorganizala,como um organismo malleavelevivo,
apparelhadodeumsystemadeinstituiçõessusceptiveisdelhealargaroslimiteseoraio de
acção.Asin stituiçõesperiescolaresepostescolares,decaractereducativooudeassistencia
social,devemserincorporadasemtodosossystemasdeorganizaçãoescolarparacorrigirem
essainsufficienciasocial,cadavezmaior, dasins tituiçõeseducacionaes.Essasinstituiçõesde
educaçãoecultura,dosjardins dein fanciaásescolassuperiores,oexercemaacçãointensa,
larga e fecunda que são chamadas a desenvolver e n ão podem exercer seo por esse
conjuncto systematico de medid asdeprojeãosocialdaobraeducativaalémdos muros
escolares. Cada escola, seja qual fôr o seu  gráo , dos jardins ásuniversidades,deve,pois,
reuniremtornodesiasfamiliasdosalumnos,estimulandoeaproveitandoasiniciativas dos
paesemfavordaeducação;constituindosociedadesdeexalumnosquemantenhamrelação
constante com as escolas; utilizando, em seu proveito, os valiosos emultiploselementos
materiaesees pirituaesdacollectividadeedespertan doedesenvolvendoopoderdeiniciativa
eoespíritodecooperaçãosocialen treospaes,osprofessores,aimprensaetodasasdemais
instituiçõesdire ctamenteinteressadasnaobradaeducação.
Pois,éimpossivelrealizarseemintensidad eeexteno,umaso lidaobraeducacional,
sem se rasgarem á escola aberturas no maior numero possivel de direcções e sem se
multiplicarem os pontos de apoio de que ella precisa, para se dese nvolver, recorrendo a
commun idadec omoáfontequelheshadeproporcionartodososelementosnec essáriospara
elevarascondiçõesmateriaeseesp irituaesdasescolas.Aconscienciadoverdadeiropapelda
escolan asocie dadeimpõeodeverdeconcentraraoffensivaeducacionalsobreosnucleos
sociaes,comoafamilia,osagrupamentosprofission aeseaimprensa,paraqueoesforçoda
escolasepossarealizaremconvergencia,numaobrasolidaria,comasoutrasinstituões da
commun idade.Mas,alémdeattrahirparaaobracommumasinstituõesquesãodestinadas,
182
nosystemasocialgeral,afortificarsemutuamen te,aescoladeveutilizar,emseu proveito,
comamaioramplitudepossivel,todo sosrecursosformidaveis,comoaimpren sa,odisco,o
cinemaeoradio,co mqueasciencia,multiplicandolheaefficacia,acudiuáob radeeducação
eculturaeq ueassumem,emfacedascondiçõesgeographicasedaextenoterritorialdo
paiz, uma ímportancia capital. A escola antiga, presumida da importancia do seu papel e
fechadanoseuesclusivismoacanhadoeesteril,semoindis pensavelcompleme ntoeconcurso
detodasasoutras instituõessociaes,s esuccederáaescolamodernaapparelhadadetodosos
recursosparae stenderefecundarasuaacçãonas olidariedadecomomeiosocial,emque
eno, e só então, se tornará capaz de influir, transformandose num centro poderoso de
creação,attracçãoeirradiaçãodetodasasforçaseactivid adeseducativas.
Ademocracia, umprogrammadelongosdeveres
Não alimentamos, de certo, illues s obre as difficuldades de toda a ordem que
apresenta um plano de reconstrucç ão ed ucacional de o grande alcance e de o vastas
proporções.Mas,temos,comaconscienciap rofundadeumaporumadessasdifficu ldades,a
disposiçãoobstinadadeenfrentalas,dispostos,comoestamos,nadefezadenossosideaes
educacionaes,paraasexis tenciasmaisagitadas,maisrudesemaisfecundasemrealidades,
queumhomemten havividodesdequehahomens,aspiraçõeselu ctas.Oproprioespiritoque
oin formadeumanovapoliticaeducacio nal,comsentidounitarioedebasesscientificas,e
queseria,emoutrospaizes,amaiorfontedeseuprestigio,tornaráesseplanosusp eitoaos
olhosdosque,sobopretextoeemnomedonacionalismo,pe rsistememmanteraeducaçã o, 
noterrenodeumapoliticaempirica,ámargemdascorrentesrenovadorasdeseutempo.De
mais, se os problemas de educação devem ser resolvidos  de maneira scientifica, e se a
sciencianãotempatria,nemvaría,nosseusprincipios,comosclimaseaslatitudes,aobrade
educação deve ter, em toda a parte, uma "unid ade fundamental", dentro da variedade de
systemasre sultantesdaadaptaçãoanovosambie ntesdessasidéaseas piraçõesque,send o
estructuralmentescientificasehumanas ,mumcaracteruniversal.E'preciso,certamente,
tempo para queas camadasmaisprofundasdomagisterio  e da sociedade em geralsejam
tocadaspelasdoutrinasno vaseseja esse contactobastantepenetrante efecundo paralhe
modificar o s pontos de vista e as attitu des em face do  problema educacional, e para nos
permittirasconquistasemgloboouporparte sdetodasasgrandesaspirações queconstitu em
asubstanciadeumanovapoliticadeeducação.
Oso bs taculosaccumulados ,porém,nãonosabateramaindanempode rãoabaternosa
resoluçãofirmedetrab alharpe larecons truãoeducacionalnoBrasil.stemosumamissão
a cumprir: insensiveis á indifferençaeáhostilidade,emluctaabertacontraprecovenções
183
enraizadas,caminharemosprogressivamenteparaotermodenossatare fa,semabandonarmos
oterrenodasrealidades,massemperdermosdevistaosnossosideaesdereconstrucçãodo
Brasil,nabasedeumaed ucaçãointeiramentenova.AhoracriticaedecisivaqueIvivemos,
o nos permite hesitar um momen to dean te da tremenda : tarefa que nos impõe a
consciencia,cadavezmaisvivadanecessidadedenosprepararmosparaenfrentarmoscomo
evangelhodanovageração,acomplexidadetragicadosproblemas postospe lassociedades
modernas."Nãodevemossubmetteronossoespírito .Devemos,an tesdetudop roporcionar
nos umespiritofirmeeseguro;chegaraserseriosemtodasascousas,eocontinuaraviver
frivolamenteecomoe nvoltosembruma;devemosformarnosprincipiosfixoseinabalaveis
quesirvampararegular,de ummodofirme,todosos nossospensame ntosetodas asnossas
acções; vida e pensamento devem ser em n6s outros de uma s6 pa e formar um todo
penetrante e solido. Devemos, em u ma palavra, adquirir um caracter, e refletir, pelo
movimentode noss aspropriasidéas,sobreosgrandesacontecimentosdenossosdias,sua
relaçãocomnosco e o que podemos esperar delles.E'precisoformarumaopiniã oclarae
penetranteeresponderaessesproblemass imounã odeummod od ecididoeinabalavel".
Essaspalavrasoopportunas,queagoralembramos,escreveuasPichtehamaisde
umseculo,apontandoáAllemanha,depoisdaderrotadeIena,ocaminhodesuasalvaçãopela
obraeducacional,emumd aquelesfamosos"discursosánaçãoalle mã",pronunciadosdesua
cathedra,em quanto sob as janellas da Universidade, pelas ruasde  Berlim,ressoavamos
tambôres franceze s... Não o, d e facto, seo as fortesconvicçõesea plena posse desi
mesmo s que fazem os grandes homens e grandes povos.Todaaprofundarenovação dos
principiosq ueorientamamarchadospovosprecisaacompan harsedefundastransformações
noregimeneducacio nal:as unicasrevoluçõesfecundassãoasque sefazemouseconsolidam
pelaedu cação,eésóp elaedu caçãoqueadoutrinademocratica,utilizadacomoumprincipio
dedesaggregaçãomoraledeindiscip lina,poderátransformarsenumafontedeesforçomoral,
de energia creadora, de solidariedade so cial e de espirito d e cooperação. "O ideal da
democraciaque,escreviaGustaveBelotem1919,pareciamecanismopolitico,tornase
principiodevidamoralesocial,eoq uepareciacousafeitaerealizadarevelousecomoum
caminhoaseguirecomoumprogrammadelongosdeveres".Mas,dqtodososde veres que
incumb emaoEstado,oqueexigemaiorcapacidadedededicaçãoejustificamaiorsommade
sacrifícios;aquelle comqueoépossive ltransigirsemaperdairreparaveldealgu masgera:
ções; aquelle em cujo cumprimento os  erros praticados se project mais longe nas suas
conseque ncias,aggravandoseámedid aquerecuamnotempo;odevermaisalto,maispenoso
emaisgraveé,decerto,odaeducaçãoque,d andoaopovoaconsciencia desimesmoede
184
seusdestinoseaforçaparaafirmarseerealizalos,en tretém,cultivae perpeaaidentidade
daconsciencianacional,nasuacommunhãointimacomaconscienciahumana.
Assinam oManifesto
1FernandodeAzevedo
2AfranioPeixoto
3AdeSampaioDoria
4Anis ioSpinolaTeixeira
5. M.Be rgstromLourençoFilho
6RoquettePinto
7J .G.FrotaPesa
8J uliodeMesquitaFilho
9RaulBriquet
10MarioCasasanta
11C.DelgadodeCarvalho
12AFerreiradeAlmeidaJr.
13J.P.Fo ntenelle
14RoldãoLopesdeBarros
l5NoemyM.daSilveira
16HermesLima
17AttilioVivacqua
18FranciscoVenancioFilh o
19PauloMaranhão
20CeciliaMeirelles
21EdgarSussekinddeMendoa
22ArmandaAlvaroAlberto
23Garciade Rezende
24NobregadaCunba
25PaschoalLe mme
26Raul Gomes
185
FONTE:SECRETARIAMUNICIPALDEEDUCAÇÃO SEMEC/DEPATAMENTO DEENSINO/COORDENAÇÃODEPROJETOS 2006
ANEXO–2ORGANOGRAMADASECRETARIAMUNICIPAL DE EDUCÃO–S EMEC
GABINETEDO
SECRETÁRIO
SECRETARIA
EXECUTIVA
SEC.EXEC.DO
CONSELHOMUNDE
EDUCAÇÃO
CHEFEDEGABINETE
APOIOAO
GABINETE
NÚCLEO FINANCEIRO
ASSISTÊNCIATÉCNICA
DIV.DE EMPENHO
SERVDE
PAGAMENTO
DEP .CONT.DEDADOS
ESTATÍSTICO S
.
DEP .DEMANUT
ESCOLAR
DEP .DEASSISNCIA
AOEDUCANDO
DIV.ESTATÍSTICA
DIV.PROJ ,E
ANÁLISE
DIV.DE
OP ERAÇÃO
SERV.COLETA
DEDADOS
DIV.DEOBRASE
PRES.DEP ATRIM.
SERV.DE
APOIOGERAL
SERV.DEMA 
NUT.BÁSICA
DIV.DE
ALMOZARIFADO
SETORDE
PATRIMÔNIO
DIV.DEAPOIOAO
EDUCANDO
DIV.DEMERENDA
ESCOLAR
SERV.DE
SERVSUP ERV
DEMERENDA
SERVDECONT
DEESTOQUE
SEC.EXEC.DO
PROGRAMA
BOLSAESCOLA
TERESINA
SEC.EXEC. DE
CONS.DE
ALIMENT.
ESCOLAR
COORD.DE ENS.
FUNDAMENTAL
COORD.DE 
SUPERVISÃO
COORD.DE P ROJ .
ESPECIAIS
COORD.ESP.DO
PLANO DEDESEN.ESC
ESCOLAR
DIV.DEEDUC.DE
JOVENSEADULTO
SERDEENS.P/
MULTIMEIO
DIV.DEERRAD.DO
ANALF ABETISMO
SERV.DEREG.
EACOMP.DE
NÚCLEOS
DIV.DE
EDUCAÇÃOFÍSICA
DIV.DEEDUC.
INFANTIL
DIV.DEEDUC.
ESPECIAL
DIV.DEAUT.DE
DOC.ECADASTRO
SETORDE
REGISTRO
ESCOLAS
DEP..DEENSINO
DIV.DESUP.
PEDAG ÓGICA
DIV.DEAPOIOAO
MAGISRIO
DIV.DE
AVALIAÇÃO
DIV.DEQUALIFI
CAÇÃOPROF.
NUC.DETEC.
EDUCACIONAL
DEP.ADMINISTRATIVO
DIV.APOIO
ADMIN.
SER.DE
REP OGRAFIA
DOCUM.
SETORDE
PROTOCOLO
SETORDE
COMP RAS
DIV.DETRANSPORTE
DIV.DEPESSOAL
SERV.DIREITO
EDEVERES
SERVDE
CADASTRO
DIV.DEDOCÊNCIA
SERV.DE
LOTAÇÃO
DEP .CONT.DEDADOS
ESTATÍSTICO S.
186
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