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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA
SEGMENTAÇÃO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM E ABORDAGENS PARA
SUA UTILIZAÇÃO
Edmar Welington Oliveira
Orientadores
Prof. Dr. Sean Wolfgand Matsui Siqueira
Profª. Drª. Maria Helena Lima Baptista Braz
RIO DE JANEIRO, RJ BRASIL
MARÇO DE 2009
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SEGMENTAÇÃO DE OBJETOS DE APRENDIZAGEM E ABORDAGENS PARA
SUA UTILIZAÇÃO
Edmar Welington Oliveira
DISSERTAÇÃO APRESENTADA COMO REQUISITO PARCIAL PARA
OBTENÇÃO DO TÍTULO DE MESTRE PELO PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM INFORMÁTICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO (UNIRIO). APROVADA PELA COMISSÃO
EXAMINADORA ABAIXO ASSINADA.
Aprovada por:
________________________________________________
Sean Wolfgand Matsui Siqueira, D.Sc. - UNIRIO
________________________________________________
Maria Helena Lima Baptista Braz, Ph.D. - IST-UTL
________________________________________________
Flávia Maria Santoro, D.SC. - UNIRIO
________________________________________________
Neide dos Santos, D.Sc. - UERJ
________________________________________________
Ângelo Ernani Maia Ciarlini, D.Sc. - UNIRIO
________________________________________________
Rubens Nascimento Melo, D.Sc. - PUC-RIO
RIO DE JANEIRO, RJ BRASIL
MARÇO DE 2009
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Oliveira, Edmar Welington.
O48 Segmentação de objetos de aprendizagem e abordagens para sua
utilização / Edmar Welington Oliveira, 2009.
xii, 131f.
Orientador: Sean Wolfgand Matsui Siqueira.
Co-orientador: Maria Helena Lima Baptista Braz.
Dissertação (Mestrado em Informática) – Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
1. Ensino baseado na Web. 2. Objetos de aprendizagem. 3. Segmen-
tação. 4. Reutilização. 5. Metadados. 6. Multimídia interativa.
7. Ontologias (Computação). I. Siqueira, Sean Wolfgand Matsui.
II. Braz, Maria Helena Lima Baptista. III. Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro (2003-). Centro de Ciências Exatas e Tec-
nologia. Curso de Mestrado em Informática. IV. Título.
CDD – 005.5
iv
Dedicatória
Ao meu grande mestre Sean Siqueira.
v
Agradecimentos
Primeiramente a Deus, por guiar todos os meus passos;
Aos meus pais Daniel e Izenira, pelo amor incondicional, o apoio nas horas difíceis, os
ensinamentos nos momentos adequados, as comemorações nas vitórias, pelo incentivo,
suporte e, acima de tudo, pela humildade que sempre os acompanhou, pela alegria e
presteza que sempre concederam às pessoas à sua volta. Agradeço pela honra de tê-los
como pais e por me ensinarem a ser a pessoa que sou hoje. Vocês são exemplos de vida
para mim. Amo-os muito.
Aos meus familiares e às minhas irmãs do coração, Gislaine e Ladyane, pelo amor,
incentivo, torcida em todos os momentos da minha vida. Pelo exemplo de luta e
humildade. Vocês são essenciais na minha vida. Amo vocês.
À minha namorada Stéphanie, pelo amor, companheirismo, paciência, ensinamentos e
pelos inúmeros momentos maravilhosos que sempre compartilhamos, mesmo quando a
distância se apresentou como um desafio. Você foi essencial na concretização deste
trabalho, não apenas por me ajudar na finalização do mesmo, mas pelo grande amor que
sempre me ofereceu, o qual me deu forças para sempre seguir em frente. Apesar das
dificuldades que enfrentamos durante este trabalho, você sempre esteve disposta a me
seguir, a me amar. Prova de amor maior não existe. Amo-te demais, meu anjo.
A Valdemiro, Fúlvia, Pâmela e Louise, minha segunda família, pelo imenso suporte,
amizade, confiança, presteza e carinho. Agradeço por me receberem sempre de braços
abertos e por tornarem minha caminhada sempre mais agradável.
Ao meu orientador Sean Siqueira, a quem dedico esta dissertação. Pelos ensinamentos
vi
valiosos desde que nos conhecemos, pela dedicação para comigo – inclusive mesmo
antes do início do mestrado -, pela honra de conviver com um grande mestre e pessoa.
Agradeço também pela compreensão, pelas cobranças nos momentos devidos, pelo
incentivo nos momentos de desânimo e, acima de tudo, pela presteza. Foi um prazer e
uma honra conviver e ser orientado por você. Desejo que a amizade e parceria perdurem
para além das fronteiras do mestrado.
À Maria Helena Braz, minha co-orientadora, pelo incentivo, carinho e suporte
incondicionais, pelo exemplo de dedicação e pela animação em todos os momentos.
Agradeço sua presença, mesmo na distância física, e tomo-a como um exemplo de
personalidade e orientação. Obrigado por me ajudar nessa jornada. Assim como disse ao
Sean, desejo que a amizade e parceria perdurem para além do mestrado.
Aos amigos Eduardo, Rodrigo e Marcelo, por compartilharem esse caminho comigo,
tornando-o mais prazeroso e descontraído. Agradeço pela amizade, pelas sugestões,
pelo incentivo e também pela torcida. Desejo felicidades a todos vocês.
Aos professores Flávia Santoro, Mariano Pimentel e Ângelo Ciarlini, pelas sugestões
valiosas oferecidas durante os seminários de acompanhamento, os quais ajudaram, em
muito, a construir e a melhorar meu trabalho de dissertação. Obrigado pelas palavras de
incentivo e pelo ensinamento transmitido a mim.
A todos os professores do PPGI, os quais foram sempre um exemplo de dedicação e
profissionalismo, ensinando não apenas o necessário para a formação dos alunos, mas
oferecendo-lhes todo o carinho possível nesta, por vezes, difícil caminhada que é a
busca pelo conhecimento. A forma como todos vocês abraçaram e se dedicaram a esse
mestrado é um exemplo a ser seguido. Desejo muito sucesso a vocês e ao programa.
Aos incontáveis companheiros do mestrado, colegas e funcionários do PPGI, pelos
momentos de descontração, pelas boas conversas, pelo suporte nos momentos
necessários e pela torcida. Obrigado a todos por compartilharem desse momento único
comigo, tornando-o mais agradável.
Aos professores que participaram da Banca, Ângelo Ciarlini, Flávia Santoro, Neide dos
vii
Santos e Rubens Melo, por atenderam prontamente ao chamado para fazer parte desta,
pelo prazer de tê-los como avaliadores, por aprovarem este trabalho, pelas sugestões de
melhorias e pelas palavras de carinho ao final dessa jornada.
Ao NP2Tec, por me aceitar de braços abertos na minha chegada ao Rio. Agradeço
muito pelo suporte oferecido nesta transição, tornando-a mais suave. A todos, agradeço
pelos ensinamentos, pelo ambiente descontraído e pelo companheirismo.
Aos professores e amigos da UFJF, na qual comecei minha jornada no ensino superior.
Em especial àqueles que me incentivaram a me inscrever no processo de seleção para o
mestrado da Unirio.
Aos professores Rubens Nascimento Melo e Marco Antônio Casanova, da PUC-Rio,
por me concederem a oportunidade e o privilégio de tê-los como orientadores no
doutorado, uma nova jornada que se inicia.
A FAPERJ, pela ajuda financeira recebida durante o curso, tornando possível a
concretização deste trabalho.
viii
OLIVEIRA, Edmar Welington. Segmentação de Objetos de Aprendizagem e
Abordagens Para Sua Utilização. UNIRIO, 2009. 131 páginas. Dissertação de
Mestrado. Departamento de Informática Aplicada, UNIRIO.
RESUMO
O desenvolvimento de materiais instrucionais no contexto da Educação Baseada
na Web é particularmente importante. Entretanto, este processo, principalmente em
relação àqueles que incorporam características multimídias, é considerado caro e
demorado, razões pelas quais se justifica a abordagem de reutilização. Neste contexto, o
uso conjunto de Objetos de Aprendizagem (OAs) e seus respectivos metadados têm sido
amplamente adotados. Entretanto, apesar do uso de padrões de metadados para OAs
tornar sua aceitação mais ampla, muitos usuários demonstram dificuldades em utilizar e
reutilizar tais OAs, principalmente se o interesse está restrito a partes específicas do
conteúdo destes materiais. Da forma como os mesmos são atualmente estruturados, só é
possível reutilizá-los considerando-se o acesso aos seus conteúdos como um todo.
Assim, a tendência é que os mesmos fiquem cada vez menores, pois quanto mais
granulares estiverem os conteúdos, mais facilmente será possível reutilizá-los em
diferentes contextos educacionais. Uma proposta para permitir o acesso e o reuso de
partes específicas de seus conteúdos é prover uma descrição estruturada de tais partes –
configurando-as como segmentos de informação reutilizáveis. Assim, esta dissertação
propõe uma arquitetura e sistemática para representar o conteúdo de OAs em um nível
mais granular do que o considerado na sua construção, propondo sua estruturação em
segmentos de informação reutilizáveis. Assim, uma vez desenvolvidos, os segmentos
podem ser mais facilmente utilizados em diferentes abordagens educacionais.
Igualmente se discutem e avaliam algumas dessas abordagens, a saber: composição de
segmentos, complementação de suas descrições através de modelos de conteúdo,
utilização destes em um cenário de aprendizagem colaborativa e exploração de
inferências lógicas (através relacionamentos estabelecidos entre diferentes segmentos).
É também apresentado um caso de estudo onde estas abordagens são avaliadas.
Palavras-Chave: Ensino Baseado na Web, Objetos de Aprendizagem, Segmentação,
Reuso, Metadados, Multimídia Interativa e Ontologias.
ix
ABSTRACT
The development of instructional materials in the context of Web Based
Education is particularly important. However, this process, especially when considering
materials with multimedia characteristics, is considered expensive and time-consuming,
justifying the reuse approach. In this context, the combined use of Learning Objects
(LOs) and their respective metadata has been widely adopted. However, despite the use
of metadata standards for LOs has improved its acceptance, many users still have
difficulties in using and reusing such LOs, especially if their interest is restricted to
specific parts of these materials. In fact, considering the way they are currently
structured, it is only possible to reuse them accessing their content as a whole. Thus, the
tendency is that they get increasingly smaller, because the more granular is the content,
more easily it is to reuse it in different educational contexts. A proposal to allow the
access and reuse of specific parts of LOs content is to provide a structured description
of such parts – configuring them as reusable segments of information. So, this
dissertation proposes an architecture and a systematic way to represent the content of
LOs at a more granular level than considered in its construction, proposing its partition
in reusable segments of information. Thus, once developed, the segments may be more
easily used in different educational approaches. This work also discusses and assesses
some of these approaches: composition of segments, additional description of segments
through content models, their usage in a scenario of collaborative learning, and logical
inferences handling (through relationships established between different segments). A
case study is also presented where these approaches are assessed.
Keywords: Web Based Learning, Learning Objects, Segmentation, Reuse, Metadata,
Interactive Multimedia and Ontologies.
x
Índice do Texto
Índice do Texto ............................................................................................................... x
Índice de Figuras .........................................................................................................xiii
Lista de Símbolos.......................................................................................................... xv
1. Introdução................................................................................................................... 1
1.1 Contexto e Motivação ........................................................................................ 1
1.2 Objetivos da Dissertação.................................................................................... 4
1.3 Organização da Dissertação............................................................................... 5
2. Fundamentação Teórica ............................................................................................ 7
2.1 Os Diferentes Níveis de Informação em Processos de EBW............................. 7
2.2 Objetos de Aprendizagem.................................................................................. 8
2.2.1 Granularidade de OAs..................................................................................... 8
2.2.2 Reutilização de OAs........................................................................................ 9
2.2.3 Descrição de OAs.......................................................................................... 10
2.3 Padrão de Metadados LOM ............................................................................. 11
2.4 Padrão de Metadados MPEG-7........................................................................ 12
2.4.1 Segmentação Temporal................................................................................. 15
2.5 Representação de Conteúdo Educacional ........................................................ 15
2.6 Ontologias e Linguagem OWL........................................................................ 17
2.7 Linguagem de Regras SWRL .......................................................................... 18
3. Arquitetura Proposta............................................................................................... 21
3.1 Arquitetura Proposta ........................................................................................ 21
3.1.1 Componente de Interface com Usuário......................................................... 22
3.1.2 Componente de Segmentação Lógica de OAs.............................................. 23
3.1.3 Componente de Composição de Segmentos ................................................. 23
3.1.4 Componente de Descrição ............................................................................ 24
3.1.5 Componente de Busca................................................................................... 24
3.1.6 Componente de Raciocínio........................................................................... 25
3.1.7 Componente de Acesso a Dados................................................................... 25
xi
3.1.8 Banco de OAs ............................................................................................... 26
3.1.9 Banco de Metadados ..................................................................................... 26
3.1.10 Banco de Composições............................................................................... 26
3.1.11 Banco de Regras Lógicas............................................................................ 26
3.1.12 Banco de Modelos....................................................................................... 27
3.1.13 Componente de Administração................................................................... 27
3.2 Abordagens Suportadas pela Arquitetura ........................................................ 27
3.2.1 Sistemática de Segmentação Lógica de OAs................................................ 28
3.2.2 Sistemática de Composição de Segmentos................................................... 29
3.3 Influência dos Modelos de Conteúdo na Segmentação e Composição............ 30
3.3.1 Modelo de Conteúdo de Aprendizagem........................................................ 30
3.3.2 Uso de Modelo de Conteúdo na Segmentação Lógica de OAs .................... 31
3.3.3 Uso de Modelo de Conteúdo na Composição de Segmentos........................ 31
3.3.4 Correspondências7 entre Modelos de Conteúdo........................................... 31
3.4 Tratamento de Relacionamentos entre Segmentos .......................................... 33
3.4.1 Relacionamentos de Segmentos.................................................................... 33
3.4.2 Inferências Lógicas ....................................................................................... 35
4. Desenvolvimento do Protótipo................................................................................. 38
4.1 Implementação do Protótipo............................................................................ 38
4.2 Segmentação Lógica de OAs e Descrição de Segmentos................................ 39
4.3 Composição de Segmentos .............................................................................. 44
4.3.1 Exibição de Composições de Segmentos...................................................... 46
4.4 Relacionamento de Segmentos ........................................................................ 49
4.5 Componente de Raciocínio .............................................................................. 51
4.5.1 Representação OWL do LOM ...................................................................... 51
4.5.2 Regras Lógicas.............................................................................................. 52
4.5.3 Raciocinador Bossam.................................................................................... 54
4.5.4 Sistemática de Execução das Inferências...................................................... 54
5. Estudo de Caso.......................................................................................................... 56
5.1 Enfoque do Estudo de Caso ............................................................................. 56
5.2 Objetivo do Estudo de Caso............................................................................. 56
5.3 Material Selecionado Para o Estudo de Caso................................................... 57
5.4 Descrição Geral do Estudo de Caso................................................................. 57
5.5 Organização do Estudo de Caso....................................................................... 58
5.5.1 Primeira Etapa............................................................................................... 58
xii
5.5.1.1 Montagem de Apresentação de Vídeo ....................................................... 59
5.5.1.2 Criação de Segmentos Não Categorizados ................................................ 59
5.5.2 Segunda Etapa............................................................................................... 60
5.5.2.1 Composição de Segmentos Não Categorizados......................................... 60
5.5.2.2 Análise de Segmentos ................................................................................ 62
5.5.3 Terceira Etapa ............................................................................................... 62
5.5.3.1 Criação de Segmentos Categorizados........................................................ 62
5.5.4 Quarta Etapa.................................................................................................. 63
5.5.4.1 Montagem de Composição de Segmentos Categorizados ......................... 63
5.6 Questionários de Avaliação ............................................................................. 64
5.6.1 Objetivos dos Questionários ......................................................................... 64
5.6.2 Sistemática de Aplicação .............................................................................. 66
6. Apresentação dos Resultados .................................................................................. 67
6.1 Composição de Segmentos .............................................................................. 67
6.2 Segmentação Lógica de OAs ........................................................................... 71
6.3 Avaliação do Uso de Modelos de Conteúdo.................................................... 73
6.4 Aprendizagem Colaborativa Baseada no Compartilhamento de Segmentos... 77
6.5 Relacionamentos entre Segmentos................................................................... 81
6.6 Reutilização de OAs......................................................................................... 84
6.7 Visão Geral das Abordagens Apresentadas ..................................................... 87
6.8 Análise Geral dos Resultados .......................................................................... 88
7. Considerações Finais................................................................................................ 89
7.1 O Trabalho Apresentado nesta Dissertação ..................................................... 89
7.2 Trabalhos Relacionados ................................................................................... 90
7.3 Contribuições ................................................................................................... 92
7.4 Trabalhos Futuros ............................................................................................ 95
Referências Bibliográficas ........................................................................................... 98
Apêndice A: Casos de Uso do Protótipo................................................................... 103
Apêndice B: Questionários de Avaliação.................................................................. 108
xiii
Índice de Figuras
Figura 2.1 – Reutilização e contexto (HODINGS, 2004)................................................. 9
Figura 2.2 – Esquema dos elementos MPEG-7 (Adaptado de (MARTINEZ, 2004)).... 13
Figura 2.3 – Descrição de uma imagem por segmentação (FRANCO, 2007) ............... 14
Figura 2.4 – Esquematização de intervalo temporal....................................................... 15
Figura 2.5 – Parte dos elementos definidos pela Cisco.................................................. 16
Figura 2.6 – Sintaxe para regra “temTio”....................................................................... 20
Figura 3.1 – Visão geral da arquitetura proposta............................................................ 22
Figura 3.2 – Sistemática de segmentação lógica de OAs............................................... 29
Figura 3.3 – Sistemática de composição de segmentos.................................................. 30
Figura 3.4 – Exemplo de alinhamento entre modelos de conteúdo................................ 33
Figura 3.5 – Representação esquemática de relacionamentos entre segmentos............. 34
Figura 3.6 – Resultado de busca por segmento .............................................................. 34
Figura 3.7 – Exemplo de regra lógica............................................................................. 36
Figura 3.8 – Exemplo de aplicação de inferência lógica................................................ 36
Figura 4.1 – Exemplo de descrição MPEG-7................................................................. 40
Figura 4.2 – Exemplo de descrição LOM....................................................................... 41
Figura 4.3 – Tela de segmentação de OAs..................................................................... 42
Figura 4.4 – Tela de segmentação com uso de modelo de conteúdo.............................. 44
Figura 4.5 – Tela para criação de composição de segmentos......................................... 45
Figura 4.6 – Representação esquemática dos segmentos definidos ............................... 47
Figura 4.7 – Exemplo de código SMIL para exibição de segmentos............................. 47
Figura 4.8 – Representação esquemática da apresentação da composição .................... 48
Figura 4.9 – Tela de exibição de composições de segmentos ........................................ 48
Figura 4.10 – Tela de definição de relacionamentos entre segmentos........................... 50
Figura 4.11 – Exemplo resumido de descrição LOM em OWL..................................... 51
Figura 4.12 – Descrição SWRL da primeira regra “RegraEBasePara”.......................... 52
Figura 4.13 – Especificação da segunda regra “RegraEBasePara”................................ 53
Figura 4.14 – Representação esquemática de inferências lógicas.................................. 53
xiv
Figura 4.15 – Documento para realização de inferência lógica ..................................... 55
Figura 6.1 – Montagem de apresentação de vídeo ......................................................... 67
Figura 6.2 – Montagem de composição de segmentos................................................... 68
Figura 6.3 – Uso de segmentos na montagem da composição ....................................... 69
Figura 6.4 – Exibição de apresentação de vídeo ............................................................ 69
Figura 6.5 – Exibição de composição segmentos........................................................... 69
Figura 6.6 – Preferência para montagem de nova apresentação de vídeo...................... 70
Figura 6.7 – Preferência para exibição de nova apresentação de vídeo ......................... 70
Figura 6.8 – Composição de segmentos como opção interessante para estudos............ 71
Figura 6.9 – Sistemática de segmentação de OAs.......................................................... 72
Figura 6.10 – Segmentação como facilitador para aprendizagem do conteúdo ............ 72
Figura 6.11 – Preferência de utilização para estudo de conteúdo de OAs ..................... 73
Figura 6.12 – Uso de modelo de conteúdo para categorização de segmentos................ 74
Figura 6.13 – Uso de modelo de conteúdo na descrição de segmentos.......................... 74
Figura 6.14 – Preferência para categorização de segmentos.......................................... 75
Figura 6.15 – Uso de segmentos categorizados na montagem da composição .............. 76
Figura 6.16 – Uso de modelos de conteúdo na montagem de composições .................. 76
Figura 6.17 – Segmentos ajudariam na aprendizagem................................................... 77
Figura 6.18 – Compartilhamento de segmentos promove troca de idéias...................... 78
Figura 6.19 – Análise envolvendo compartilhamento de segmentos............................. 78
Figura 6.20 – Utilização de segmentos para aprendizagem ........................................... 79
Figura 6.21– Comparação entre segmentos desenvolvidos por diferentes grupos......... 79
Figura 6.22 – Grupo avaliado explorou partes não exploradas pelo grupo avaliador.... 80
Figura 6.23 – Grupo avaliador explorou partes não explorados pelo grupo avaliado.... 80
Figura 6.24 – Definição de relacionamentos entre segmentos....................................... 82
Figura 6.25– Relacionamentos entre segmentos ajuda na aprendizagem ...................... 82
Figura 6.26– Visualização de segmentos relacionados na montagem de composição... 83
Figura 6.27 – Preferência para montagem de nova composição.................................... 83
Figura 6.28 – Segmentos relacionados foram utilizados na montagem da composição 84
Figura 6.29 – Quantidade de vídeos utilizados por tarefa.............................................. 85
Figura 6.30 – Quantidade de vídeos utilizados por tarefa.............................................. 86
Figura 6.31 – Reutilizaria as abordagens de segmentação e composição ...................... 87
xv
Lista de Símbolos
AIs
Assessment Items (ou Itens de Avaliação)
API
Application Programming Interface
(ou Interface de Programação de Aplicativos)
CIs
Content Items (ou Itens de Conteúdo)
D
Descritores
DL
Description Logics (ou Lógica Descritiva)
DS
Esquemas de Descrição
EAD
Educação a Distância
EBW
Educação Baseada na Web
HTML
HyperText Markup Language (ou Linguagem de Marcação de Hipertexto)
JSP
JavaServer Pages
LOM
Learning Objects Metadata (ou Metadados de Objetos de Aprendizagem)
MDS
Esquemas de Descritores Multimídia
MPEG-7
Interface de Descrição de Conteúdo Multimídia
OAs
Objetos de Aprendizagem
OWL
Web Ontology Language (ou Linguagem de Ontologia para Web)
PIs
Practice Items (ou Itens de Prática)
RDF
Resource Description Framework (ou Estrutura de Descrição de Recursos)
RIO
Reusable Information Object (ou Objeto de Informação Reutilizável)
RLO
Reusable Learning Object (ou Objeto de Aprendizagem Reutilizável)
ROSA
Repository of Objects With Semantic Access
(ou Repositório de Objetos com Acesso Semântico)
SBC
Sociedade Brasileira de Computação
SGBD
Sistema de Gerência de Banco de Dados
SMIL
Synchronized Multimedia Integration Language
(ou Linguagem de Integração de Multimídia Sincronizada)
SWRL
Semantic Web Rule Language (Linguagem de Regras para Web Semântica
xvi
UML
Unified Modeling Language (ou Linguagem de Modelagem Unificada)
W3C
World Wide Web Consortium
XML
Extensible Markup Language (ou Linguagem extensível de formatação)
1
1. Introdução
Neste capítulo, discute-se o contexto, a motivação, os objetivos e a organização
da dissertação. Inicialmente, apresenta-se uma breve visão geral sobre educação baseada
na Web, ressaltando-se a importância dos materiais instrucionais desenvolvidos no
contexto desta modalidade educacional, a dificuldade associada ao desenvolvimento dos
mesmos e o interesse em sua reutilização, principalmente considerando o acesso a
partes específicas de seus conteúdos. Em seguida, expõem-se os objetivos e a forma
segundo a qual a dissertação está organizada.
1.1 Contexto e Motivação
A Educação a Distância (EAD) corresponde a uma modalidade educacional na
qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre
com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e
professores desenvolvendo atividades educacionais em diversos lugares ou tempos
(LDB, 1998). Mostra-se como uma das alternativas ao ensino tradicional ao possibilitar
a auto-aprendizagem, com mediação de materiais instrucionais organizados e veiculados
por diversos meios de comunicação.
O contínuo desenvolvimento tecnológico tem influenciado a EAD, ampliando
suas possibilidades e alcance (DUTRA, 2003). A expansão das redes de computadores e
o desenvolvimento da infra-estrutura de comunicação possibilitaram o uso da Internet e
da Web no contexto da educação, facilitando e aumentando o acesso dos usuários à
informação. A Educação Baseada na Web (EBW) surge como uma alternativa para
apoiar processos de ensino e aprendizagem, caracterizando uma nova etapa no processo
evolutivo da educação.
Dentre os vários aspectos que fazem da Internet e Web tecnologias importantes
para promover o ensino e a aprendizagem destacam-se a flexibilidade temporal,
permitindo a cada usuário definir quando e em que ritmo pode entregar-se ao estudo;
2
flexibilidade espacial, possibilitando que o acesso aos processos educacionais seja
realizado para além das salas de aula; flexibilidade curricular, permitindo a cada usuário
atingir seus objetivos explorando materiais que lhe sejam mais significativos, conforme
sua necessidade, capacidade e interesse; e flexibilidade em relação à disponibilização de
materiais instrucionais – principalmente considerando a rápida difusão dos mesmos
(SOUSA, 2005).
Considerando a utilização da EBW, a aprendizagem ocorre, em parte, a partir do
acesso a informações instrucionais digitais bem estruturadas (RELVÃO, 2006). Neste
sentido, o desenvolvimento de materiais que ofereçam suporte a processos educacionais
é particularmente importante. A Web influenciou o surgimento desses materiais na
medida em que facilitou seu compartilhamento e processamento. Contudo, seu
desenvolvimento, principalmente em relação àqueles que incorporam características
multimídia, é visto como um processo caro e demorado (CHRISTIANSEN &
ANDERSON, 2004). Portanto, é importante considerar a possibilidade de se reutilizar
materiais já existentes. A oportunidade de se reutilizar artefatos já desenvolvidos é vista
como uma alternativa à construção de novos materiais. Esta abordagem torna-se ainda
mais interessante e promissora ao se observar o grande volume de documentos
disponíveis na Web.
É neste contexto de reutilização que Objetos de Aprendizagem (OAs) assumem
um papel de grande importância. São muitos os autores em cujas obras encontram-se
definições para OAs (DOWNES, 2001), (SOSTERIC & HESEMEIER, 2002),
(TAROUCO et al., 2003) e (WILEY, 2000). Alguns dão maior ênfase ao seu caráter
reutilizável, enquanto outros ressalvam o fato de se tratarem de materiais multimídia,
cujo desenvolvimento depende de novas tecnologias. Contudo, apesar das várias
definições, observa-se um consenso em torno do conceito básico de porções
reutilizáveis de conteúdo instrucional, descritas por metadados - facilitando sua
pesquisa e recuperação. Para o trabalho apresentado nesta dissertação, considera-se
como OA todo e qualquer material digital disponível e acessível na Web que possa ser
utilizado em processos de ensino e aprendizagem, ainda que não tenha sido
desenvolvido para tal propósito.
A abordagem de OAs está intrinsecamente relacionada com a idéia de
reutilização. Entretanto - e destacando-se como o problema considerado nesta
dissertação -, da forma como os mesmos são atualmente estruturados, só é possível
reutilizá-los considerando-se o acesso aos seus conteúdos como um todo. Isso quer dizer
3
que embora possa ser desejável acessar apenas parte(s) de seus conteúdos, atualmente
só é possível acessar os mesmos inteiramente, limitando seu potencial de reuso e o
retorno do investimento aplicado no seu desenvolvimento. Neste contexto, OAs devem
ser criados com enfoque em reuso e a tendência é que os mesmos fiquem cada vez
menores (HODINGS, 2004). Quanto mais granular (menor) estiver o conteúdo, mais
facilmente será reutilizado, embora menos contextualizado. Quanto mais
contextualizado estiver, mais difícil será seu reuso sem a necessidade de modificações
(WAGNER, 2002).
Considerando-se os materiais disponíveis na Web que não foram desenvolvidos
com enfoque em reuso (ou aqueles cujo desenvolvimento, apesar de contemplá-lo, não
considerou a granularidade adequada ao máximo reuso), uma proposta para permitir o
acesso e reutilização de partes específicas de seus conteúdos (sem, contudo, ser preciso
considerar o acesso ao OA como um todo) é prover uma descrição estruturada de tais
partes – configurando-as como segmentos de informação reutilizáveis. Esta proposta, da
forma como exposta, compreende a hipótese considerada nesta dissertação. Desta
forma, torna-se possível acessar e reutilizar apenas tais partes (abstraindo-se do restante
do conteúdo na qual as mesmas se encontram), úteis para uma necessidade e interesse
particulares. Nesta dissertação, tal descrição consiste na segmentação e corresponde à
delimitação (definição de início e fim) de um segmento de conteúdo de OA e sua
respectiva descrição. Contudo, a mesma deve ainda possibilitar que os segmentos sejam
facilmente localizados e contextualizados.
Possibilitar que usuários acessem e utilizem partes específicas do conteúdo dos
materiais digitais disponíveis na Web ou em repositórios de OAs (abertos ou não),
abstraindo-se de partes não condizentes com seus objetivos educacionais, corresponde à
motivação do trabalho apresentado nesta dissertação. Neste contexto, é possível dizer
que o mesmo visa contribuir para o reuso dos próprios OAs. Para a descrição
estruturada proposta, considera-se o uso de conjuntos de metadados complementares
com enfoque nas propriedades educacionais e multimídia dos segmentos, o que é obtido
nesta dissertação utilizando-se, respectivamente, partes específicas dos padrões de
metadados LOM (IEEE LTSC, 2002) e MPEG-7 (MARTINEZ, 2004). Este último foi
adotado por possibilitar a delimitação de segmentos no corpo do conteúdo de OAs e o
primeiro por vislumbrar-se a utilização dos segmentos em processos de ensino e
aprendizagem.
4
1.2 Objetivos da Dissertação
Considerando-se a disponibilidade de materiais digitais que podem ser utilizados
na EBW, é prática corrente usuários dividirem seus conteúdos em unidades menores,
que são depois agregadas a outras, construindo-se novos materiais que respondem com
maior precisão aos seus objetivos educacionais. Assim, o trabalho apresentado nesta
dissertação visa prover uma forma de representar partes do conteúdo de OAs, de forma
a alcançar mais granularidade do que a considerada na sua construção. Especificamente,
propõe-se estruturar o conteúdo de OAs em segmentos de informação reutilizáveis. Para
atingir este objetivo, definem-se uma arquitetura e uma sistemática para segmentação de
conteúdo de OAs. Contudo, ressalta-se que tal segmentação, no contexto desta
dissertação, é realizada em um nível lógico, não se considerando uma quebra física do
conteúdo de OAs. No restante do texto desta dissertação, utilizar-se-á a expressão
“segmentação lógica” para indicar esta segmentação em nível lógico do conteúdo de
OAs. Para a delimitação dos segmentos, utiliza-se o MPEG-7. Já para sua descrição
contextual, utiliza-se o LOM.
Um aspecto interessante relacionado ao processo de segmentação lógica de OAs
é a possibilidade de utilização dos segmentos, uma vez desenvolvidos, em diferentes
abordagens educacionais. Deste modo, também é objetivo desta dissertação apresentar,
discutir e avaliar algumas dessas abordagens, a saber: composição de segmentos,
complementação de suas descrições através de modelos de conteúdo, utilização destes
em um cenário de aprendizagem colaborativa e exploração de inferências lógicas
(através relacionamentos estabelecidos entre diferentes segmentos). A seguir, detalham-
se tais abordagens.
No contexto desta dissertação, uma composição de segmentos corresponde a um
agrupamento destes, dispostos em uma ordem seqüencial específica. Neste trabalho,
argumenta-se que tais composições correspondem a artefatos interessantes para prover
aprendizagem. A idéia central desta abordagem é a seleção dos segmentos mais
significativos para uma determinada necessidade educacional (baseando-se, por
exemplo, na capacidade de aprendizado, interesses e outras características relacionadas
a um dado usuário) e seu posterior agrupamento, visando à formação de um artefato
instrucional útil para se atingir um objetivo de aprendizagem particular.
Também no contexto da dissertação, um modelo de conteúdo define elementos a
serem utilizados para representar meta-informação contida em materiais instrucionais.
5
Assim, além da descrição provida pelo padrão LOM, argumenta-se que o uso de
modelos de conteúdo pode completar a descrição de segmentos, facilitando tanto sua
localização quanto sua contextualização educacional. Especificamente, propõe-se a
utilização de modelos de conteúdo como uma forma de categorizar segmentos.
Também se argumenta, nesta dissertação, que os segmentos podem ser utilizados
para prover um cenário de aprendizagem colaborativa. O foco desta abordagem está na
possibilidade de alunos aprenderem a partir de segmentos desenvolvidos por outros
alunos, mediante um compartilhamento de segmentos. Nesta dissertação, o termo
“colaboração” é visto como a junção de esforços para se atingir um objetivo comum
(aprendizado), sem necessariamente uma construção conjunta.
Outra abordagem considerada é a definição de relacionamentos entre segmentos.
Argumenta-se que esta prática pode auxiliar processos de aprendizagem na medida em
que se possibilita a realização de uma navegação exploratória entre os mesmos. De fato,
é possível ao usuário, durante seu processo educacional, navegar e explorar o conteúdo
de diferentes segmentos, guiando-se pelas relações estabelecidas entre os mesmos.
Contudo, outro foco está na possibilidade de se realizar inferências lógicas através
destes relacionamentos. A idéia central desta abordagem é descobrir relacionamentos
implícitos entre segmentos, provendo aos usuários mais relacionamentos entre os
mesmos, o que poderia facilitar o processo de exploração de conteúdo.
1.3 Organização da Dissertação
Além deste capítulo de introdução, esta dissertação está organizada conforme
descrito a seguir.
O capítulo 2 apresenta definições necessárias para o entendimento do trabalho.
Discutem-se diferentes níveis semânticos de informação a serem considerados em um
ambiente de EBW, algumas características associadas aos OAs, uma proposta para
representação de conteúdo educacional, os padrões de metadados LOM e MPEG-7 e,
por fim, as linguagens para representação de ontologias (OWL) e regras lógicas
(SWRL).
O capítulo 3 apresenta a arquitetura proposta para implantação do nível de
estruturação e representação das informações contidas em OAs, descrito no capítulo 2.
Além disso, descrevem-se as sistemáticas de segmentação lógica de OAs e composição
de segmentos e discute-se a influência de modelos de conteúdo nas mesmas, a definição
6
de relacionamentos entre segmentos e a realização de inferências lógicas utilizando-se
destes relacionamentos.
O capítulo 4 discorre sobre a implementação de um protótipo baseado na
arquitetura apresentada no capítulo 3. Inicialmente, descreve-se o desenvolvimento do
mesmo como um todo, destacando-se as tecnologias utilizadas. Em seguida, discute-se
sua implementação, visando suportar a realização das várias abordagens mencionadas
na seção anterior. Algumas telas do protótipo, ilustrando o suporte oferecido a algumas
dessas abordagens, são apresentadas e descritas.
O capítulo 5 descreve o estudo de caso realizado nesta dissertação (que utilizou
o protótipo desenvolvido, apresentado no capítulo 4), para avaliação das abordagens
mencionadas na seção anterior. Apresenta-se uma descrição geral do estudo de caso,
abordando sua organização, bem como as atividades realizadas no mesmo. Ademais,
discutem-se os questionários de avaliação utilizados, apresentando seus objetivos e sua
sistemática de aplicação.
O capítulo 6 apresenta e discute os resultados obtidos a partir do estudo de caso,
referente às abordagens mencionadas no capítulo 5. Finalmente, o capítulo 7 é dedicado
à apresentação das considerações finais, comparações com trabalhos relacionados,
contribuições do trabalho apresentado nesta dissertação e sugestões para trabalhos
futuros.
7
2. Fundamentação Teórica
Este capítulo apresenta definições importantes para a compreensão do trabalho
apresentado nesta dissertação. Inicialmente, descrevem-se diferentes níveis semânticos
de informação a serem considerados em processos de ensino e aprendizagem realizados
no contexto da EBW. Em seguida, discute-se acerca dos OAs, elucidando-se questões
referentes à granularidade, reutilização e descrição dos mesmos. Posteriormente,
considerando este contexto de descrição, apresentam-se os padrões de metadados LOM
e MPEG-7. Por fim, discute-se a proposta para estruturação de conteúdo educacional
definida pela Cisco Systems. Inc. (empresa focada no trabalho com OAs reutilizáveis) –
doravante referenciada por Cisco –, apresenta-se o conceito de ontologias, bem como as
linguagens para representação de ontologias e regras lógicas, respectivamente OWL e
SWRL.
2.1 Os Diferentes Níveis de Informação em Processos de EBW
Ao analisarmos os processos de EBW, especificamente no que tange aos
conteúdos de aprendizagem, podem-se observar três níveis semânticos de informação
(SIQUEIRA, 2005). Em um nível mais alto está a coordenação de conteúdos e
atividades de aprendizagem – a qual deve ser realizada de modo que os objetivos de
aprendizagem sejam cumpridos. Isto implica em definir agrupamentos de conteúdo e
atividades considerando critérios, tais como características dos alunos e pré-requisitos
de conhecimento. Além destes agrupamentos, há também a necessidade de se rastrear o
desempenho dos alunos – o que é realizado através das interações destes com o
ambiente educacional, conteúdo, atividades e ainda com outros participantes.
Em um nível intermediário encontram-se os OAs – materiais digitais de ensino e
aprendizagem representados por arquivos multimídia (apresentados com maior detalhe
na próxima seção). Também são considerados os materiais que representam
agrupamentos destes arquivos. Contudo, além de representar os próprios arquivos
8
multimídia, é importante proporcionar visões dos mesmos que sejam personalizadas em
termos de conteúdo, segundo o perfil dos alunos e do próprio ambiente de
aprendizagem. Finalmente, em um terceiro nível, observa-se a necessidade de se
identificar e representar a semântica dos OAs, ou seja, faz-se importante estruturar e
representar o conteúdo destes objetos. Desta forma, ao invés de se reutilizar os
materiais, torna-se possível reutilizar seus conteúdos. Nesta dissertação, como o
enfoque está em acessar partes específicas do conteúdo de OAs, pode considerar-se que
o trabalho se desenvolve considerando-se este último nível. Assim, uma arquitetura é
proposta e apresentada no próximo capítulo, visando a implantação do mesmo.
2.2 Objetos de Aprendizagem
Observa-se que as dificuldades e os custos associados à criação de materiais
instrucionais a serem disponibilizados na Web, principalmente daqueles que incorporam
características multimídia, tornaram o reuso uma necessidade real e desejável
(RELVÃO, 2006). É neste contexto que surgem os Objetos de Aprendizagem (OAs),
desenvolvidos segundo uma visão centrada no paradigma de Orientação a Objetos.
Como discutido no capítulo introdutório, são várias as definições atribuídas a OAs.
Contudo, a mais referenciada é definida pelo IEEE LTSC (IEEE LTSC, 2002): “um OA
é qualquer entidade, digital ou não, que pode ser utilizada para aprendizagem, educação
e treinamento”. No contexto desta dissertação, algumas características associadas a OAs
são, particularmente, importantes. As subseções a seguir discutem-nas.
2.2.1 Granularidade de OAs
A granularidade de um recurso digital de aprendizagem refere-se ao tamanho e à
decomponibilidade (capacidade do recurso ser dividido em unidades menores) do
mesmo (ROBSON, 2004). A importância desta propriedade está relacionada com a
reutilização do conteúdo. De fato, segundo WILEY (2000) observou o relacionamento
inverso entre o tamanho de um OA e sua reusabilidade, afirmando que à medida que o
tamanho de um OA diminui (granularidade mais alta), seu potencial para reuso em
múltiplas aplicações aumenta. Para HODINGS (2004), OAs devem ser criados com
enfoque em reuso e a tendência é que os mesmos fiquem cada vez menores. A figura 2.1
ilustra uma visão de associação entre granularidade e reutilização.
9
Com base nestes preceitos, pode-se dizer que o trabalho apresentado nesta
dissertação visa possibilitar a representação de objetos de informação, bem como dos
elementos de mídia associados a eles, em uma visão mais factível de ser implementada
do que a visão de desenvolvimento de tais objetos, separadamente, e segundo uma
metodologia específica.
Figura 2.1 – Reutilização e contexto (HODINGS, 2004)
A decisão do nível de granularidade de um OA está dependente do quanto se
pretende capacitar o mesmo para a reutilização e do esforço de desenvolvimento em que
a sua construção implica. Contudo, esta decisão também depende dos conteúdos a
serem abordados e das competências a serem adquiridas, existindo situações em que um
OA só faz sentido se produzido considerando-se uma menor granularidade (maior
contexto educacional), ainda que isto implique em uma menor capacidade de
reutilização.
2.2.2 Reutilização de OAs
A idéia de reutilização é perfeitamente natural entre professores e alunos. A
remontagem de materiais (alteração da estrutura destes), com inclusão de informações
de interesse e exclusão das desnecessárias, é prática corrente em processos de ensino e
aprendizagem – seja na preparação de um material instrucional por um professor, seja
na preparação de um trabalho escolar por alunos, no cumprimento de alguma atividade
educacional. Desta forma, e ainda considerando o contexto do ensino e aprendizagem
10
suportados por computadores, observa-se a necessidade de se pensar em unidades
educacionais menores, normalizadas e adequadamente descritas, visando facilitar o
processo de recombinação e reutilização das mesmas (SOUSA, 2005).
2.2.3 Descrição de OAs
Embora as facilidades oferecidas pela Internet e Web possibilitem que uma
enorme quantidade de materiais instrucionais seja disponibilizada aos usuários, o acesso
a eles ainda é um problema. De fato, as buscas por tais materiais não consideram seu
contexto de aprendizagem (nem o contexto associado ao usuário que realiza a pesquisa).
Assim, acabam por retornar uma quantidade de informações, por vezes, alheias aos
objetivos dos usuários, não satisfazendo as expectativas educacionais dos mesmos. Isso
faz com que sejam, desnecessariamente, criados materiais parecidos para propósitos
similares.
Desta forma, o esforço de desenvolvimento de OAs centrado na abordagem de
reutilização deve considerar uma descrição dos mesmos, sem a qual se torna
complicado encontrar OAs para necessidades e interesses específicos. De fato, OAs
devem incluir informações sobre seu conteúdo de forma a permitir tomadas de decisão
quanto à sua reutilização em contextos diferentes, sugerindo a possibilidade ou mesmo a
necessidade de adaptação. Para realizar tal descrição, OAs devem fornecer dados sobre
os dados que os constituem (metadados), informando, por exemplo, seus objetivos, a
forma como estão organizados, etc. Metadados são definidos como dados sobre dados
(MARTIN, 1982). Em outras palavras, metadado é a informação sobre o dado que
permite seu acesso e gerenciamento de maneira inteligente e eficiente. Um registro de
metadado consiste em um conjunto de atributos – ou elementos – necessário para
descrever um recurso.
O uso de metadados para descrição de recursos torna a busca pelos mesmos mais
precisa, sua administração mais simples e seu compartilhamento mais eficiente. Esse
conjunto de benefícios motivou o surgimento de vários padrões de metadados – alguns
direcionados a um domínio específico de conhecimento e outros pretendendo ter uma
aplicabilidade mais geral, sem descrever uma área de aplicação particular. No contexto
desta dissertação, dois enfoques são considerados: educação e multimídia.
Especificamente, dois importantes padrões de metadados estão relacionados a estes
enfoques particulares: LOM e MPEG-7. Para a descrição de recursos digitais
educacionais, uma das propostas de padrão de metadados mais utilizadas é o LOM. Já
11
para descrever recursos digitais multimídia, encontra-se o MPEG-7. As seções a seguir
descrevem cada um destes padrões.
2.3 Padrão de Metadados LOM
Desenvolvido pelo IEEE LTSC (IEEE LTSC, 2002), o LOM (Learning Object
Metadata – LOM) é uma das abordagens de metadados mais promissoras para descrição
de materiais educacionais – razão pela qual recebe grande atenção das comunidades
acadêmicas e das organizações empresariais (RELVÃO, 2006). Os metadados definidos
neste padrão foram criados com o intuito de facilitar a pesquisa, avaliação, aquisição e
uso de OAs, seja por alunos, professores ou sistemas computacionais (IEEE LTSC,
2002). Cada OA pode ser descrito utilizando-se quaisquer dos metadados definidos no
padrão, os quais estão agrupados em nove categorias, cada qual focada na descrição de
um aspecto específico relacionado ao material.
A categoria Características Gerais agrupa as informações que descrevem um
OA como um todo. Em Ciclo de Vida, são agrupadas as informações relacionadas à
história e ao estado corrente do OA, bem como aquelas que descrevem como o mesmo
foi afetado durante sua evolução. Meta-Metadado compreende informações
relacionadas à própria instância do metadado (ao invés do OA em si). A categoria
Técnica agrupa as informações relacionadas aos requisitos e às características técnicas
do OA. A categoria Educacional agrupa as informações relacionadas aos aspectos
educacionais e pedagógicos do OA. Em Direitos, são agrupadas informações
relacionadas aos direitos de propriedade intelectual e condições de uso do OA. Já a
categoria Relação agrupa informações sobre os relacionamentos entre o OA e outros
objetos. A categoria Anotação compreende os comentários relacionados ao uso
educacional do OA, além de prover informações acerca de quem e quando tais
comentários foram criados. Por fim, a categoria Classificação descreve o OA em
relação a um sistema de classificação particular.
Apesar dos muitos elementos definidos no padrão, não é necessária a utilização
de todos para a descrição de OAs. Para cada utilização prática, deverão ser selecionados
os que melhor descrevem o OA, conforme necessário. Para alguns metadados, existem
vocabulários pré-definidos que devem ser utilizados em seu preenchimento. Entretanto,
em alguns casos, os vocabulários são apenas sugeridos e em outros não há sequer
sugestões. Observa-se, assim, a falta de uma padronização na forma como os mesmos
12
devem ser preenchidos. Neste contexto, vários conjuntos taxonômicos podem ser
utilizados, o que, em determinadas situações, pode acarretar problemas relacionados à
interoperabilidade. Além disso, o padrão possibilita que seja estendido o vocabulário
associado aos metadados. Entretanto, afirma-se que esta prática pode comprometer a
interoperabilidade do material que está sendo descrito.
2.4 Padrão de Metadados MPEG-7
Conhecido oficialmente por “Interface de Descrição de Conteúdo Multimídia”, o
MPEG-7 é um padrão ISO/IEC (que também desenvolveu os padrões MPEG-1, MPEG-
2, MPEG-4 e MPEG-21) criado com o objetivo de padronizar a descrição de conteúdo
multimídia (ISO/IEC, 2004). Para tanto, especifica-se um conjunto de descritores que
podem ser usados para descrever diversos tipos de conteúdos multimídia, favorecendo a
realização de buscas pelos mesmos e facilitando a troca de descrições entre diferentes
sistemas.
MPEG-7 é composto por uma série de elementos, a saber:
Característica: corresponde a uma qualidade própria, algo intrinsecamente
ligado ao dado que se está descrevendo. Uma característica é representada
através de um descritor e possui um valor;
Descritores: correspondem à representação de uma característica. Um
descritor define a sintaxe e a semântica da representação da característica.
Através dos descritores, características são associadas a um conjunto de
valores;
Esquemas de Descrição: especificam os tipos de Descritores que podem ser
utilizados em uma dada descrição, além dos relacionamentos envolvendo
esses Descritores e Esquemas de Descrição;
Linguagem de Definição de Descrição: permite a criação de novos Esquemas
de Descrição e Descritores. Também permite a extensão dos Esquemas de
Descrição já existentes.
A figura 2.2 apresenta o esquema geral dos elementos definidos no padrão
MPEG-7.
13
Figura 2.2 – Esquema dos elementos MPEG-7 (Adaptado de (MARTINEZ, 2004))
As descrições de conteúdo definidas com o MPEG-7 podem incluir: informações
descrevendo a criação e o processo de produção do conteúdo (diretores, atores, título,
etc.), informações relativas ao uso do conteúdo (direitos autorais, histórico de uso, etc.),
informações relativas ao armazenamento (formato de armazenamento, codificação,
etc.), características de baixo nível (cor, textura, timbres de som, melodia, etc.),
informação sobre a interação dos usuários com o conteúdo (preferências de uso,
histórico de uso, etc.), informações sobre a estrutura do conteúdo nos aspectos espacial,
temporal ou espaço-temporal (cortes de cena, segmentação em regiões, movimentos de
elementos na cena, etc.), dentre outras.
O padrão MPEG-7 é composto por diversas partes que juntas oferecem um
conjunto de ferramentas para descrição de conteúdo multimídia audiovisual.
MARTINEZ (2004) confirma que a norma MPEG-7 é constituída de partes que podem
ser usadas separadamente, segundo o foco da aplicação. Certas partes estão estritamente
centradas na descrição de vídeos (cor, textura, forma, etc.), outras na descrição de áudio
(reconhecimento de som, timbre, assinaturas de áudio, melodias, etc.) e assim por
diante.
Contudo, considerando-se que o contexto desta dissertação é a segmentação (e
não a descrição de características específicas) de conteúdo de OAs, a parte do padrão
adotada compreende o MDS (Esquemas de Descritores Multimídia), a qual possibilita a
descrição de conteúdo através de uma combinação de dados auditivos, visuais e
14
textuais. O MDS fornece os descritores a partir dos quais se torna possível realizar a
segmentação de arquivos multimídia. A figura 2.3 ilustra a segmentação sendo
processada sobre uma imagem.
Figura 2.3 – Descrição de uma imagem por segmentação (FRANCO, 2007)
No contexto do padrão MPEG-7, uma segmentação baseia-se em segmentos, que
representam estruturas temporais ou espaciais do conteúdo. Um segmento, no contexto
desta dissertação, é uma seção/porção
1
de um conteúdo e pode ser decomposto em
segmentos ainda menores, conforme o nível de detalhe pretendido, formando uma
hierarquia de segmentos. A figura 2.3 representa uma segmentação hierárquica de uma
imagem. Ao lado dos segmentos, é possível verificar sugestões para Esquemas de
Descrição (DS) ou Descritores (D) que melhor os descrevem.
É importante destacar que, uma vez criadas, as descrições MPEG-7 podem ser
fisicamente inseridas com a mídia, tanto na mesma seqüência de dados quanto no
1
Para arquivos audiovisuais, uma seção ou porção de conteúdo corresponde a um intervalo T do mesmo,
tal que T possui um tempo inicial T1 e um tempo final T2. Considerando-se arquivos textuais, uma seção
ou porção de conteúdo poderia estar relacionada a um conjunto de páginas, parágrafos ou mesmo linhas
de texto. Já em arquivos em formato de apresentação (PowerPoint, por exemplo), uma seção ou porção de
conteúdo poderia compreender um conjunto de slides.
15
mesmo local de armazenagem (neste caso, a mesma pode estar em um documento
distinto). É possível, também, que a descrição esteja em um repositório localizado em
outro ponto da rede na qual a mídia se encontra. Entretanto, neste caso, faz-se
necessário um mecanismo que possibilite ligar a mídia à sua respectiva descrição.
2.4.1 Segmentação Temporal
Para cada tipo de arquivo multimídia, é possível a utilização de um conjunto de
metadados para definição de um segmento específico de seu conteúdo. Considerando-se
mídias com características temporais (vídeos e áudios), pode-se estabelecer a definição
de um “Intervalo Temporal” – especificado no MPEG-7. A figura 2.4 ilustra a definição
de um intervalo temporal.
Figura 2.4 – Esquematização de intervalo temporal
O Intervalo Temporal é identificado pela distância entre dois tempos distintos.
No exemplo apresentado na figura 2.4, essa distância é representada por (t2 - t1).
Especificamente, esta característica é utilizada nesta dissertação para a especificação da
segmentação lógica de conteúdos de OAs.
2.5 Representação de Conteúdo Educacional
Embora haja consenso de que é necessária a criação de materiais instrucionais
modulares e padronizados, várias soluções distintas vêm sendo dadas para a modelagem
de conteúdos (ou desenvolvimento) de OAs. De acordo com a Cisco (CISCO, 1999), o
tamanho e a forma de um OA devem ser definidos por cada organização - baseado nas
necessidades, ferramentas, processos e objetivos específicos desta. Embora, segundo a
Cisco, a questão do tamanho dos OAs deva ser deixada a critério da organização, a
mesma reconhece a necessidade de se abandonar o desenvolvimento e disponibilização
de cursos à distância compostos por grandes e inflexíveis blocos de informação,
16
adotando-se a abordagem de OAs – isto porque tais blocos são difíceis de serem
reutilizados.
Neste contexto, a Cisco publicou sua própria estratégia de OAs reutilizáveis
(CISCO, 1999), a qual provê contribuições à criação de OAs, sugerindo a representação
de conteúdo de aprendizagem segundo uma hierarquia de níveis, formada pelos
elementos: RLO (Reusable Learning Object ou Objeto de Aprendizagem Reutilizável) e
RIO (Reusable Information Object ou Objeto de Informação Reutilizável). Um RLO é
uma combinação de RIOs. Já um RIO corresponde a um bloco de informação granular e
reutilizável – cuja categorização se baseia nos seguintes tipos de informação: conceito,
fato, procedimento, processo e princípio.
Além disso, o RIO pode ser construído a partir de três tipos de itens, todos com
o mesmo nível de granularidade: Itens de Conteúdo (Content Items ou CIs), Itens de
Prática (Practice Items ou PIs) e Itens de Avaliação (Assessment Items ou AIs). O tema
principal relacionado ao objeto é determinado pelos CIs. Eles fornecem a informação
necessária à definição dos outros elementos do RIO. Para cada tipo de RIO definido
pela Cisco, existe um conjunto de CIs relacionados a ele. O RIO é construído de forma
a possibilitar uma aprendizagem centrada não apenas na mera apresentação de
informação. Neste contexto, PIs servem a este propósito na medida em que oferecem ao
aprendiz a oportunidade do mesmo trazer seu conhecimento e competências para a
prática. AIs consistem em atividades mensuráveis, usadas para determinar se o aprendiz
alcançou o objetivo de aprendizagem.
A figura 2.5 apresenta alguns dos elementos que compõem a estrutura proposta
pela Cisco. Em particular, ilustram-se os CIs relacionados aos RIOs do tipo Conceito e
Fato.
Figura 2.5 – Parte dos elementos definidos pela Cisco
17
Os CIs relacionados ao RIO do tipo Procedimento são: Introdução, Fato, Tabela
de Procedimento, Tabela de Decisão, Tabela Combinada, Demonstração e Anotações.
Os CIs relacionados ao RIO do tipo Princípio são: Introdução, Fato, Tabela de Estágios,
Diagrama de Blocos, Gráficos de Ciclos e Anotações. Por fim, os CIs relacionados ao
RIO do tipo Processo são: Introdução, Fato, Relação de Princípios, Direcionamentos,
Exemplos, Não-Exemplos, Analogias e Anotações. Informação adicional sobre estes
elementos pode ser obtida em (CISCO, 1999). É importante destacar que, dado que o
trabalho desenvolvido nesta dissertação está centrado na representação do conteúdo de
OAs, PIs e AIs não são considerados. Assim, apenas CIs são considerados como base
para a criação do modelo de conteúdo utilizado na implementação do protótipo (descrito
no Capítulo 4).
2.6 Ontologias e Linguagem OWL
Ontologia é um termo cunhado originalmente no campo da filosofia e
etimologicamente pode ser interpretado como o estudo da existência ou do ser. Foi
posteriormente adotado na área de inteligência artificial para designar artefatos usados
como modelos formais de domínio (GUARINO, 1998). No contexto de sistemas de
informação, ontologias são recursos concretos utilizados para modelar conhecimento.
Apesar de este conceito ser utilizado em diferentes áreas de conhecimento, com
diferentes significados, nesta dissertação evita-se entrar no mérito da discussão do que,
de fato, são ontologias. Aqui, elas são consideradas como uma forma de representação
de conteúdo através do uso de uma linguagem de representação de ontologias, dentre as
quais se destaca a OWL.
OWL (Web Ontology Language) (DEAN et al., 2004) é uma linguagem de
marcação voltada para o desenvolvimento e o compartilhamento de ontologias na Web,
sendo projetada para ser utilizada em aplicações que necessitem processar o conteúdo
de informações automaticamente, ao invés de apenas apresentá-las. A OWL visa prover
uma linguagem voltada para a descrição de classes e relacionamentos que são inerentes
a documentos e aplicações Web. Esta linguagem pode ainda ser usada para formalizar
um domínio através da definição de classes e suas propriedades, além de prover
raciocínios lógicos sobre tais classes, de acordo com o grau permitido pela sua
semântica formal.
18
A linguagem OWL apresenta três sublinguagens, cuja expressividade aumenta
progressivamente: OWL Lite, OWL-DL e OWL Full. A primeira suporta as
necessidades primárias do usuário: classificação hierárquica e restrições simples.
Permite apenas valores de cardinalidades 0 ou 1. A segunda oferece uma máxima
expressividade, enquanto mantém a completude computacional. A OWL DL inclui
todas as construções da linguagem OWL, bem como propriedades computacionais
desejáveis para sistemas de raciocínio. De fato, através desta, torna-se possível realizar
deduções, garantindo que todas as operações computacionais sejam terminadas em um
tempo finito. Finalmente, a terceira é direcionada para usuários que queiram uma
máxima expressividade, mas sem garantias computacionais para sistemas de dedução
automática.
Embora a OWL seja uma linguagem baseada em XML, RDF e RDF-Schema,
ela possui mais facilidades para expressar significados e semânticas. Neste sentido,
OWL vai além de XML, RDF e RDF-Schema ao permitir uma melhor representação de
um dado domínio de conhecimento. OWL é baseada em modelo de lógica,
possibilitando que os conceitos sejam bem descritos e definidos, e permitindo que
motores de inferência atuem sobre os mesmos, visando à descoberta de conhecimento.
Assim, optou-se, nesta dissertação, pela utilização da OWL-DL para a representação
dos metadados – uma vez que possui construtores com os quais se podem modelar os
diversos elementos dos padrões utilizados no trabalho, bem como suas hierarquias.
2.7 Linguagem de Regras SWRL
A SWRL (Semantic Web Rule Language) (HORROCKS et al., 2004) é uma
linguagem de regras (LLOYD, 1987) para a Web Semântica, baseada em uma
combinação da OWL DL e OWL Lite com a RuleML
2
(sub-linguagem da Rule Markup
Language). Ela propõe uma sintaxe abstrata em alto nível para definir cláusulas de
Horn (conjunto de predicados unidos por conjunções e que implicam em um único
predicado), tanto em OWL DL quanto em OWL Lite, oferecendo uma maneira formal
de se representar regras em ontologias OWL que, em sua sintaxe abstrata, são formadas
por uma seqüência de axiomas e fatos.
Axiomas podem ser de vários tipos, como subClass ou equivalentClass. A
SWRL propõe estendê-los para axiomas de regra. Um axioma de regra consiste de um
2
http://www.ruleml.org/
19
antecedente e um conseqüente. Seu significado pode ser definido como: se as condições
especificadas no antecedente forem satisfeitas, então as condições especificadas no
conseqüente também serão. Um exemplo simples de regra consiste em dizer que a
combinação das propriedades “temPai” e “temIrmão” implica na propriedade “temTio”.
Seguindo uma representação formal, esta mesma regra poderia ser escrita da seguinte
forma:
temPai(?a,?b) ^ temIrmão (?b,?c) temTio(?a,?c)
Para especificar regras formalmente em OWL, a SWRL apresenta uma sintaxe
XML, baseada nas já existentes OWL XML Presentation Syntax (HORI et al., 2003) e
RuleML. Através desta extensão, é possível utilizar classes OWL como predicados de
regras e alterar regras e axiomas da ontologia. Assim, ontologias podem incluir, além
dos axiomas OWL, axiomas de regras e declarações de variáveis. A nova sintaxe é
definida através do prefixo “SWRL”. Axiomas de regras são similares às subclasses
OWL, possuindo um componente antecedente (swrl:antecedent) e um conseqüente
(swrl:consequent).
Tanto antecedente quanto conseqüente consistem de zero ou mais átomos, os
quais podem ser formados por predicados unários (classes) ou binários (propriedades),
igualdades e desigualdades. Considerando-se a sintaxe SWRL, a regra temPai(?a,?b) ^
temIrmão (?b,?c) temTio(?a,?c) seria escrita conforme apresentado na figura 2.6.
Vale ressaltar que as especificações de “a”, “b” e “c” como átomos do tipo classe não
foram contempladas na figura, mas deveriam ser consideradas em uma especificação
completa.
20
Figura 2.6 – Sintaxe para regra “temTio”
Nesta dissertação, SWRL é utilizada para representação das regras de raciocínio
- usadas para encontrar relacionamentos implícitos a partir dos relacionamentos entre
segmentos (especificados, previamente, nas descrições OWL dos metadados). O uso
conjunto de OWL e SWRL permite tornar as descrições dos OAs mais expressivas,
além de ser uma pré-condição necessária para dotar o protótipo desenvolvido de um
mecanismo de inferência.
21
3. Arquitetura Proposta
Neste capítulo, apresenta-se a arquitetura proposta para implantação do nível de
estruturação e representação das informações contidas em OAs. Além disso, descrevem-
se as sistemáticas de segmentação lógica de OAs e composição de segmentos, e discute-
se a influência de modelos de conteúdo nas mesmas, a definição de relacionamentos
entre diferentes segmentos e a realização de inferências lógicas utilizando-se destes
relacionamentos.
3.1 Arquitetura Proposta
Embora se tenha considerado a utilização de um tipo específico de mídia para
avaliação e demonstração da aplicabilidade das abordagens apresentadas no capítulo
introdutório, a arquitetura proposta nesta dissertação foi definida para ser flexível no
que tange ao gerenciamento de diversos tipos de OAs, uma vez que todos podem ser
considerados em processos de ensino e aprendizagem. A figura 3.1 apresenta o esquema
geral desta arquitetura.
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Figura 3.1 – Visão geral da arquitetura proposta
Conforme apresentado, a arquitetura é composta pelos seguintes componentes:
Interface com Usuário, Segmentação Lógica de OAs, Composição de Segmentos,
Descrição, Busca, Raciocínio, Acesso a Dados e Administração. Observa-se também a
presença de um Sistema Gerenciador de Banco de Dados, dentro do qual são definidos
os seguintes repositórios: OAs, Composições, Metadados, Modelos e Regras Lógicas.
As subseções a seguir descrevem cada um destes componentes.
3.1.1 Componente de Interface com Usuário
Este componente gerencia as interações dos usuários com o ambiente proposto.
Através dele, de acordo com a funcionalidade a ser executada - segmentar OAs, criar
composições de segmentos ou realizar buscas por OAs, composições ou segmentos -, os
seguintes componentes são ativados: Segmentação Lógica de OAs, Composição de
Segmentos ou Busca. Pode-se ver tal componente como uma camada de apresentação e
interação com o sistema.
23
3.1.2 Componente de Segmentação Lógica de OAs
Este componente permite realizar a segmentação lógica do conteúdo de OAs.
Observa-se que seria possível uma abordagem de segmentação física, em que os objetos
seriam divididos em partes físicas, gerando arquivos menores. Contudo, isso implicaria
em gerenciar vários segmentos, possivelmente com conteúdos coincidentes - diferentes
segmentos poderiam ser criados a partir do mesmo OA, inclusive com sobreposição de
conteúdo. Considerando-se um vídeo, por exemplo, seria possível definir um segmento
S1 iniciando-se no tempo 0s e terminando no tempo 30s e um segmento S2 iniciando-se
no tempo 10s e terminando no tempo 35s. Nesta situação, estes segmentos teriam 20s de
conteúdo idêntico, replicado em repositório.
Em contrapartida, a segmentação lógica implica em gerenciar segmentos, mas
apenas logicamente, ou seja, é necessário indicar os segmentos de OAs, considerando-se
apenas o conteúdo que eles representam. Assim, um vídeo poderia, por exemplo, ser
segmentado apenas através do registro do início e fim de cada segmento. Após serem
definidos, os segmentos devem ser descritos através do Componente de Descrição, o
que permitirá sua posterior recuperação através de seu contexto educacional. Ademais,
para se definir segmentos, torna-se necessário buscar por OAs, o que é possível através
do Componente de Busca.
3.1.3 Componente de Composição de Segmentos
Este componente permite criar composições de segmentos, as quais são descritas
(contextualizadas), educacionalmente, através do Componente de Descrição. Para criar
composições, faz-se necessário realizar buscas por segmentos, através do Componente
de Busca. Selecionados os segmentos de interesse, os usuários podem seqüenciá-los,
colocando-os na ordem em que devem ser exibidos ao se executar a composição
desenvolvida.
A composição também poderia seguir duas abordagens: uma composição física
(que implicaria em um novo arquivo multimídia, ou seja, um novo OA fisicamente
armazenado) ou uma composição lógica (que implicaria em definir seqüências lógicas
de segmentos, ou seja, quando cada segmento se inicia na execução da composição) – a
qual é adotada nesta dissertação. Uma vez criadas, as composições são armazenadas no
Banco de Composições, via Componente de Acesso a Dados.
24
3.1.4 Componente de Descrição
O acesso/recuperação de OAs somente pelo seu conteúdo é problemático porque
se perde o contexto para o qual foram desenvolvidos. De fato, sem uma descrição
apropriada, torna-se extremamente complicada e demorada a busca por OAs que sejam
adequados para uma necessidade e interesse específicos. Assim, ainda que a proposta de
segmentação busque prover acesso e reuso de partes específicas de conteúdo de OAs,
esta será prejudicada caso os segmentos criados não estejam adequadamente descritos,
permitindo sua fácil localização e contextualização. O mesmo vale para as composições.
Assim, além de permitir descrever segmentos de conteúdo de OAs, este componente
permite que sejam descritas as composições destes, criadas através do Componente de
Composição.
Neste sentido, considerando-se o contexto de EBW, o trabalho apresentado nesta
dissertação propõe a descrição de segmentos e composições através de características
que evidenciem os contextos de aprendizagem em que os mesmos poderiam ser
utilizados. Esta descrição permitiria, então, uma melhor recuperação e uso do conteúdo.
Portanto, seria possível prover uma contextualização educacional aos segmentos e
composições, permitindo sua utilização em processos de ensino e aprendizagem. Pode-
se, ainda, utilizar modelos de conteúdo para auxiliar as descrições dos objetos. Para isto,
o Componente de Descrição, via Componente de Acesso a Dados, pode pesquisar e
utilizar as informações do Banco de Modelos. As descrições, uma vez criadas, são
armazenadas no Banco de Metadados, também via Componente de Acesso a Dados.
3.1.5 Componente de Busca
Este componente permite realizar buscas por segmentos, OAs e composições de
segmentos. Diversos tipos de buscas podem ser considerados para a pesquisa destes
objetos. De fato, todos os metadados utilizados em sua descrição podem ser utilizados
como parâmetros de busca, individualmente ou em conjunto. As buscas podem ser
inicializadas diretamente pelo usuário, através dos Componentes de Interface com
Usuário, Segmentação Lógica ou Composição de Segmentos. Depois de ativado, o
Componente de Busca procede com a busca aos objetos que coincidem com os
parâmetros escolhidos, acessando o Banco de Metadados ou de Composições, através
do Componente de Acesso a Dados. A resposta desta busca é retornada ao Componente
de Busca, que então envia os resultados a quem o ativou. Caso a busca tenha sido
25
ativada pelo Componente de Interface com Usuário e seja por segmentos, o
Componente de Busca ativa o Componente de Raciocínio, no intuito de entregar uma
resposta mais rica, possibilitando explorações em relacionamentos entre segmentos.
3.1.6 Componente de Raciocínio
O Componente de Raciocínio corresponde a um mecanismo de inferência lógica.
O uso desse mecanismo no trabalho apresentado nesta dissertação tem como princípio
básico a exploração dos relacionamentos entre segmentos. Através destes, presentes nas
descrições (metadados) associadas aos segmentos, e do conjunto de regras lógicas
armazenadas no Banco de Regras Lógicas, torna-se possível ao componente executar
inferências, buscando descobrir relacionamentos implícitos entre os segmentos
presentes no repositório. Por relacionamento implícito, no contexto desta dissertação,
entende-se aquele não definido explicitamente nas descrições dos segmentos, mas
obtido através de raciocínio automático.
Observa-se que descrever objetos (OAs, segmentos ou composições) é uma
tarefa que demanda tempo e, muitas vezes, torna-se impraticável acrescentar toda a
informação relevante. Por exemplo, à medida que a quantidade de segmentos aumenta,
fica mais difícil relacionar um determinado segmento a todos os outros que,
possivelmente, teriam algum tipo de relação com ele. Assim, tal Componente de
Raciocínio torna-se primordial.
Este componente utiliza informações do Banco de Regras Lógicas e do Banco de
Metadados, que são acessados através do Componente de Acesso a Dados. O Banco de
Metadados oferece o conjunto de objetos a serem pesquisados, enquanto o Banco de
Regras Lógicas fornece o conjunto de regras, que serão aplicadas sobre os objetos para
inferir relacionamentos.
3.1.7 Componente de Acesso a Dados
Os componentes definidos na arquitetura apresentam diferentes características e,
portanto, requerem um conjunto de especificidades diferentes de Banco de Dados.
Assim, o Componente de Acesso a Dados é responsável pela interface entre cada
componente da arquitetura com os diferentes bancos de dados especificados, que podem
estar em um mesmo Sistema de Gerência de Banco de Dados (SGBD) centralizado ou
distribuído, ou ainda em SGBDs diferentes. Sempre que um componente da arquitetura
26
desejar acessar alguma informação, deve fazê-lo através do Componente de Acesso a
Dados, que gerencia estas requisições, bem como as respectivas respostas.
3.1.8 Banco de OAs
O Banco de OAs é o responsável pelo armazenamento dos OAs utilizados na
arquitetura como fontes para os segmentos, ou seja, no processo de segmentação lógica
de OAs. São armazenados em sua integridade, uma vez que a segmentação é apenas
lógica. Como OAs são de natureza multimídia, SGBDs que possibilitem a manipulação
de tais características são desejáveis. Reconhece-se, entretanto, que o mais comum é
utilizar arquivos em um sistema de diretórios para tal fim.
3.1.9 Banco de Metadados
O Banco de Metadados é responsável por armazenar as descrições relacionadas
aos objetos (OAs, segmentos e composições). Conforme dito anteriormente, estas
descrições permitem que os mesmos sejam pesquisados, localizados e recuperados para
utilização. Observa-se que os metadados devem referenciar o objeto correspondente: o
OA por eles referenciado, o segmento de um determinado OA (indicando tanto o OA,
quanto o início e fim do segmento) ou a composição que eles descrevem. Caso uma
determinada segmentação tenha se baseado em um modelo de conteúdo, sua descrição
também deve referenciar tal modelo e seu respectivo elemento utilizado. Ademais, as
buscas são sempre realizadas sobre os metadados, sendo que os resultados levam
consigo ponteiros para os respectivos objetos pesquisados, que podem, então, ser
acessados diretamente.
3.1.10 Banco de Composições
O Banco de Composições é o responsável pelo armazenamento das composições
de segmentos, informando quais segmentos estão contidos em cada composição e em
que seqüência os mesmos estão organizados.
3.1.11 Banco de Regras Lógicas
O Banco de Regras Lógicas é o responsável pelo armazenamento das regras
utilizadas pelo Raciocinador no processo de inferência lógica, visando descobrir
relacionamentos implícitos entre segmentos. Embora tais regras tenham relação direta
com o esquema dos metadados, observa-se que constituem um nível de representação
27
diferente das próprias descrições, pois representam restrições sobre estes elementos. A
separação do Banco de Metadados permite também maior flexibilidade em caso de
alterações na representação das descrições e na especificação das regras, bem como na
própria escolha e uso do raciocinador.
3.1.12 Banco de Modelos
O Banco de Modelos é responsável por armazenar modelos de conteúdo que
visam guiar a segmentação de OAs. Em uma forma mais simples, os mesmos poderiam
indicar categorias de conteúdo e seus relacionamentos hierárquicos. Em uma forma
mais detalhada, poderiam representar modelos baseados em projeto instrucional, tais
como a proposta IMS Learning Design (IMS, 2003). Na seção 3.3 detalha-se a
influência da utilização de modelos de conteúdo nas sistemáticas de segmentação lógica
de OAs e composição de segmentos.
3.1.13 Componente de Administração
Algumas funcionalidades devem ser consideradas no que tange à gerência do
ambiente, tais como o cadastro de OAs e seus respectivos metadados e a especificação
de regras lógicas e de modelos de conteúdo. O cadastro de OAs deve permitir que os
mesmos sejam inseridos no Banco de OAs, bem como suas respectivas descrições no
Banco de Metadados. A especificação de modelos de conteúdo deve permitir que
categorias de segmentos sejam definidas de modo a apoiar a segmentação lógica.
Finalmente, a especificação de regras lógicas visa permitir que relacionamentos
implícitos sejam inferidos posteriormente. Contudo, o detalhamento deste Componente
de Administração e suas funcionalidades não fizeram parte do escopo desta dissertação
por representarem um nível básico de cadastramento, optando-se por enfocar o essencial
para a avaliação da proposta deste trabalho.
3.2 Abordagens Suportadas pela Arquitetura
Nesta seção são descritas as sistemáticas de segmentação lógica de OAs e
composição de segmentos.
28
3.2.1 Sistemática de Segmentação Lógica de OAs
A descrição de OAs normalmente é feita como um todo. Isto quer dizer que cada
objeto é descrito considerando-se seu conteúdo completo, sem a indicação de suas
partes componentes. Entretanto, pode ser de interesse identificar o que está contido em
OAs. Em (OLIVEIRA et al., 2008d) apresenta-se uma proposta para descrever partes de
OAs. Contudo, a descrição de todas as partes de um dado OA é encapsulada em uma
única descrição geral associada ao mesmo. Desta forma, ainda que se possam identificar
diferentes partes contidas neste OA, não é possível acessá-las (e reutilizá-las) sem que
todo o conteúdo seja acessado.
Uma evolução desta abordagem é considerar que tais partes possam conter
características educacionais específicas, possivelmente diferentes das características
gerais relacionadas aos seus respectivos OAs. Assim, as mesmas podem ser vistas como
segmentos de informação independentes e reutilizáveis. Neste contexto, a segmentação
lógica de OAs – conforme descrito em (OLIVEIRA et al., 2008a) – possibilita a criação
e descrição de segmentos de conteúdo de OAs. Tal abordagem permite reutilizar partes
específicas do conteúdo de OAs – úteis para uma necessidade e interesse educacional
particular, sem a necessidade de acessar todo o OA. A figura 3.2 apresenta a sistemática
de segmentação de OAs através de um diagrama de atividades da UML.
A segmentação tem início com a busca por OAs de interesse, solicitada pelo
usuário e executada pelo Componente de Busca, o qual retorna uma lista de OAs
relacionados aos parâmetros de pesquisa. Para cada OA de interesse selecionado, o
usuário deve analisar seu conteúdo, buscando encontrar partes a serem especificadas
como segmentos. Para cada parte de interesse identificada, o usuário a define (como
segmento) e a descreve, através, respectivamente, dos Componentes de Segmentação
Lógica de OAs e Descrição. Ressalta-se que, na descrição do segmento, pode-se contar
com o apoio de modelos de conteúdo, armazenados no Banco de Modelos. Por fim, uma
vez criado, o segmento é armazenado no Banco de Metadados (armazena-se sua
especificação lógica e sua descrição).
29
Figura 3.2 – Sistemática de segmentação lógica de OAs
O usuário pode ainda, após criar o segmento, optar por finalizar a segmentação,
ou escolher uma dentre as seguintes opções: analisar novamente o conteúdo do OA que
está sendo segmentado, buscando especificar novos segmentos; selecionar outro OA,
dentre os retornados pelo Componente de Busca ou realizar nova busca por OAs,
utilizando-se de outros parâmetros de pesquisa.
3.2.2 Sistemática de Composição de Segmentos
Uma vez criados, os segmentos podem ser agrupados para formar conteúdos
mais completos ou ricos semanticamente. Entende-se que a criação de uma composição
envolve a realização de um planejamento acerca da mesma, visando obter um conteúdo
semanticamente mais complexo, útil a atingir determinado objetivo educacional. Tendo-
se em mente a composição a ser criada, o usuário realiza buscas por segmentos,
executadas pelo Componente de Busca - que retorna uma lista com aqueles relacionados
aos parâmetros de pesquisa. Em seguida, o usuário seleciona os segmentos de interesse,
agrupando-os em uma seqüência específica, de acordo com suas necessidades. Desta
forma, cria-se uma composição de segmentos, que deve ser armazenada no Banco de
30
Composições, com sua respectiva descrição sendo armazenada no Banco de Metadados.
A figura 3.3 apresenta a sistemática descrita através de um diagrama de atividades da
UML.
Figura 3.3 – Sistemática de composição de segmentos
O usuário pode ainda, após criar a composição, optar por encerrar o processo ou
escolher uma dentre as seguintes opções: selecionar outros segmentos retornados pelo
Componente de Busca, visando à criação de outra composição, ou ainda realizar nova
pesquisa por segmentos, utilizando-se de outros parâmetros de busca.
3.3 Influência dos Modelos de Conteúdo na Segmentação e Composição
Nesta seção, discute-se a utilização de modelos de conteúdo como uma forma de
complementar à descrição associada aos segmentos de OAs. Ademais, discute-se a
influência do mesmo na criação de composições de segmentos.
3.3.1 Modelo de Conteúdo de Aprendizagem
Um modelo de conteúdo de aprendizagem busca definir elementos para
representar informações contidas em materiais instrucionais, estruturando-as de forma
31
que as mesmas possam ser facilmente referenciadas e reutilizadas. Um modelo pode ser
obtido de um metamodelo - o qual representa um domínio de conhecimento. A partir
deste, diversos modelos distintos podem ser construídos – especificando-se os
elementos de interesse para o problema em particular que está sendo modelado, bem
como seus relacionamentos. Todo elemento em um modelo está relacionado a uma
classe definida no metamodelo. A figura 2.5 (ilustrada no capítulo 2) - a qual apresenta
parte dos elementos definidos pela Cisco - representa um exemplo de modelo de
conteúdo.
3.3.2 Uso de Modelo de Conteúdo na Segmentação Lógica de OAs
O uso de modelos de conteúdo no processo de segmentação lógica de OAs
permite guiar a categorização dos segmentos. Segundo (OLIVEIRA et al., 2008c), esta
categorização é útil na realização de buscas por segmentos (seja para visualização dos
mesmos ou utilização na montagem de composições de segmentos). Considerando-se a
Sistemática de Segmentação Lógica de OAs, utilizar um modelo de conteúdo implicaria
em, durante a definição e descrição de segmento, considerar o modelo de conteúdo
(seus elementos/categorias) para sua categorização, complementando sua descrição. Em
outras palavras, o usuário escolhe, dentre o conjunto de categorias definidas no modelo,
uma em particular para “rotular” o segmento que está sendo criado.
3.3.3 Uso de Modelo de Conteúdo na Composição de Segmentos
Uma vez especificados, os segmentos podem ser compostos, ou seja, agrupados,
visando atingir um objetivo educacional. O uso de modelos de conteúdo permite que as
composições sejam criadas selecionando-se segmentos segundo sua categorização, o
que auxiliaria o próprio processo de composição, guiando-o. Isto porque, conforme
discutido na seção anterior, o processo de segmentação lógica de OAs pode utilizar
modelos de conteúdo para prover uma categoria aos segmentos criados.
3.3.4 Correspondências entre Modelos de Conteúdo
Em relação ao desenvolvimento de segmentos, é possível que os mesmos sejam
categorizados por qualquer modelo de conteúdo. Assim, pensando em um cenário de
compartilhamento de segmentos, torna-se necessário fazer um tratamento da
heterogeneidade entre esses modelos. Para solucionar este problema, faz-se necessário
entender os conceitos associados a cada um dos elementos representados nos diferentes
32
modelos de conteúdo relacionados aos segmentos sendo compartilhados e, a partir
disso, estabelecer possíveis relações entre os mesmos. Neste contexto, é importante
conhecer a semântica associada aos elementos - aquela que fornece as informações
sobre o significado dos dados disponíveis e seus relacionamentos. Isto porque um
determinado modelo pode exprimir elementos estruturalmente semelhantes ou mesmo
com nomenclatura idêntica (homônimos), mas semanticamente distintos, a elementos de
outro modelo.
A estratégia necessária para obter um entendimento semântico entre segmentos
estruturados de diferentes modelos de conteúdo compreende o uso do formalismo de
ontologias para descrever os elementos expressos em cada um. Em (OLIVEIRA et al.,
2008c), propôs-se a utilização de ontologias para representar modelos de conteúdo.
Optou-se pela representação de modelos através de ontologias de modo a expressar
formalmente os conceitos/categorias e possibilitar encontrar correspondências (alinhar
3
)
entre os mesmos. Neste contexto, realizar alinhamento entre modelos corresponde, na
verdade, a realizar alinhamento entre ontologias. Alinhar uma ontologia significa que,
para cada entidade (classe, relacionamento, propriedade, etc.) em uma ontologia O1,
procura-se uma entidade correspondente em uma ontologia O2. Da mesma forma, ao
alinhar dois modelos de conteúdos diferentes, realizar-se-ia a verificação de que
elementos (ou conceitos/categorias) presentes em um dos modelos possuem
correspondentes semânticos no outro modelo em questão.
Para exemplificar a abordagem de alinhamento, considere que segmentos
tenham sido estruturados a partir de um OA (OA1) e da utilização de um modelo de
conteúdo MC1. Considere ainda que outros segmentos tenham sido estruturados a partir
de um OA (OA2) e da utilização de um modelo de conteúdo MC2. Apesar dos
segmentos obtidos de OA1 e OA2 terem sido estruturados em função de diferentes
modelos, poder-se-ia criar uma composição utilizando-se quaisquer dos segmentos.
Entretanto, é necessária a realização de um alinhamento entre os modelos utilizados de
forma a verificar que elementos definidos em MC1 são equivalentes aos definidos em
MC2. A figura 3.4 apresenta um exemplo simples de alinhamento entre diferentes
modelos.
3
No contexto desta dissertação, utiliza-se o tema “alinhar” para expressar a atividade de se encontrar
correspondências entre termos de modelos distintos. Assim, alinhar dois modelos de conteúdo significaria
explicitar a correspondência entre termos com significado equivalente.
33
Figura 3.4 – Exemplo de alinhamento entre modelos de conteúdo
A realização do alinhamento entre os modelos de conteúdo 01 e 02 implica em
especificar que elementos do tipo “Explicação”, definidos no MC01, correspondem (ou
seja, são equivalentes) a elementos especificados como do tipo “Exemplo”, definidos no
MC02. Da mesma forma, os elementos “Conceito”, “Atividades” e “Diagrama” do
MC01 possuem como correspondentes no MC02, respectivamente, os elementos
“Definição”, “Exercício” e “Imagem”. Considerando a possibilidade de não haver
alinhamento entre elementos de diferentes modelos de conteúdo, pode-se considerar
uma abordagem de re-segmentação de OAs segundo o modelo de conteúdo de interesse.
Em outras palavras, um OA1 segmentado através de um MC01 pode ser re-segmentado
utilizando-se um MC02.
3.4 Tratamento de Relacionamentos entre Segmentos
Nesta seção, descrevem-se as formas de tratar relacionamentos entre segmentos:
explicitamente (através de descrições associadas aos mesmos) ou implicitamente
(através de inferências lógicas realizadas com base nos relacionamentos explícitos e de
regras definidas sobre os possíveis relacionamentos).
3.4.1 Relacionamentos de Segmentos
Uma das vantagens em se estabelecer relacionamentos entre segmentos é a
possibilidade de se realizar uma navegação exploratória entre os mesmos. Assim, é
possível ao usuário, durante um processo de aprendizagem, navegar e explorar o
conteúdo de diferentes segmentos, guiando-se pelas relações estabelecidas entre os
mesmos, numa abordagem similar ao apresentado em (SIQUEIRA et al., 2008). Em
(OLIVEIRA et al., 2008d), discutiu-se sobre a exploração de materiais instrucionais
através dos relacionamentos definidos entre os mesmos. Particularmente, explorou-se a
34
existência de relacionamentos na busca por OAs, especificamente no que tange à
apresentação dos resultados dessas buscas.
Neste caso, ao processar uma busca por OAs, o mecanismo de busca retornaria
não apenas os OAs relacionados aos parâmetros de pesquisa definidos pelo usuário, mas
também OAs associados a estes OAs – retornados em função dos relacionamentos entre
os mesmos. Assim, se no repositório existissem os OAs: OA1 e OA2, que estivessem
relacionados, ao retornar OA1 como resultado de uma busca realizada pelo usuário, o
sistema também retornaria OA2 – uma vez que este estava relacionado a OA1. Esta
mesma abordagem pode ser considerada ao se tratar de segmentos. A figura 3.5 ilustra
uma representação esquemática de relacionamentos entre segmentos.
Figura 3.5 – Representação esquemática de relacionamentos entre segmentos
Considerando o cenário ilustrado pela figura 3.5, um usuário, interessado em
estudar determinado assunto, poderia realizar uma busca que retornasse o segmento S2.
Em um processo de busca habitual, apenas o segmento S2 seria apresentado ao usuário
(considerando que este tenha sido o único segmento correspondente aos parâmetros de
pesquisa). Entretanto, considerando-se a proposta apresentada em (OLIVEIRA et al.,
2008d), o resultado apresentado ao usuário seria o ilustrado pela figura 3.6.
Figura 3.6 – Resultado de busca por segmento
35
Assim, além do segmento S2, o mecanismo de busca também retornaria os
segmentos imediatamente relacionados ao mesmo – o que, segundo (OLIVEIRA et al.,
2008d), poderia auxiliar um usuário no seu processo de aprendizagem. De fato, ao
retornar segmentos relacionados, o usuário poderia analisar o conteúdo dos mesmos de
forma a complementar o estudo iniciado a partir do conteúdo do segmento S2. Sem o
uso desta abordagem, o usuário, desejoso por buscar segmentos relacionados à S2,
precisaria realizar uma nova pesquisa. Ainda em (OLIVEIRA et al., 2008d), analisou-se
o uso de mecanismos de inferência neste mesmo processo de busca por segmentos.
3.4.2 Inferências Lógicas
A cada novo segmento armazenado, pode ser de interesse relacioná-lo com
vários outros, o que pode tornar-se uma operação demasiadamente demorada e custosa.
Neste sentido, uma proposta viável para contornar as dificuldades associadas à definição
de relações entre segmentos, considerando-se grandes repositórios, seria a
complementação automática de relacionamentos, realizada no tempo de execução das
buscas. Tal abordagem compreende a realização de inferências lógicas sobre os
relacionamentos explicitamente definidos nas descrições associadas aos segmentos.
Estas inferências seriam realizadas sempre que processos de busca fossem disparados,
visando descobrir relacionamentos implícitos entre os segmentos.
Para a realização de inferências, faz-se necessário o uso de regras lógicas. Essas,
basicamente, correspondem a condições através das quais se representa um raciocínio
válido. Um simples exemplo de regra lógica pode ser observado na relação: se A é
irmão de C e A é pai de B, então C é tio de B. Segundo essa regra, todo e qualquer
indivíduo que tenha um pai, que por sua vez tenha um irmão, possui um tio. Da mesma
forma, um exemplo de possível regra a ser aplicada em uma busca de segmentos,
considerando-se o exemplo de relacionamentos apresentado na figura 3.5, é ilustrado na
figura 3.7
4
.
4
A regra lógica apresentada na figura 3.7 é apresentada apenas em caráter de exemplificação, buscando
demonstrar o contexto/funcionamento de uma regra lógica. Não se considera, nesta dissertação, sua
validade prática para a definição de relações entre diferentes objetos.
36
Figura 3.7 – Exemplo de regra lógica
O relacionamento “Requer”, destacado pela seta pontilhada, retrata a conclusão
desta regra lógica. Em outras palavras, a expressão “SX Requer SW” é válida se as
premissas “SX É Base Para SY”, “SW É Base Para SZ” e “SY Requer SZ” forem
verdadeiras. Assim, considerando-se esta regra lógica e os relacionamentos definidos na
figura 3.5, seria possível a um mecanismo de inferência inferir que S2 Requer S4. A
figura 3.8 detalha a realização desta inferência.
Figura 3.8 – Exemplo de aplicação de inferência lógica
Considerando o cenário de relacionamentos (Figura 3.8(a)), pode-se verificar
que a regra lógica (Figura 3.8(b)) tem efeito sobre um setor específico do mesmo
(Figura 3.8(c)). Assim, supondo-se que um usuário tenha realizado uma pesquisa e que
37
o mecanismo de busca tenha encontrado apenas o segmento S2 (baseado nos parâmetros
de pesquisa definidos pelo mesmo), o resultado seria retornado da seguinte forma como
apresentado na Figura 3.8(d): o sistema retornaria o segmento S2 (resultado da busca),
os segmentos S1 e S6 (através dos relacionamentos definidos, explicitamente, nas
descrições) e também o segmento S4 (através da realização de inferências lógicas –
relacionamento implícito).
É importante ressaltar que o relacionamento “S2 Requer S4” não foi definido em
nenhuma descrição associada a qualquer segmento apresentado na figura 3.5. Este
relacionamento só foi obtido através de raciocínio automático, executado com base nos
relacionamentos entre segmentos e nas regras lógicas (armazenadas no Banco de Regras
Lógicas) – ilustrados, respectivamente, nas figuras 3.5 e 3.7.
38
4. Desenvolvimento do Protótipo
Neste capítulo, discute-se o desenvolvimento do protótipo baseado na
arquitetura apresentada no capítulo 3. Inicialmente, descreve-se o desenvolvimento
como um todo, destacando as tecnologias utilizadas. Em seguida, discute-se sua
implementação visando suportar a realização das várias abordagens propostas. Algumas
telas do protótipo, ilustrando o suporte oferecido a algumas dessas abordagens, são
apresentadas. Os casos de uso relacionados à implementação do protótipo são descritos
no apêndice A, disposto no final desta dissertação.
4.1 Implementação do Protótipo
O protótipo foi desenvolvido na linguagem de programação Java
5
, versão 1.6. O
ambiente de desenvolvimento utilizado foi o Eclipse
6
, em sua versão 3.4, e o servidor
de aplicação adotado foi o Apache Tomcat
7
5.5. Conforme dito anteriormente, enfocou-
se em um tipo específico de mídia para simplificar o desenvolvimento do protótipo e
permitir demonstrar a aplicabilidade da proposta de segmentação e avaliar as diferentes
abordagens discutidas. Particularmente, adota-se mídia do tipo vídeo e, desta forma,
faz-se necessário que o Banco de OAs seja apto a gerenciar dados/arquivos multimídia.
Todos os repositórios da arquitetura proposta foram desenvolvidos no SGBD
PostgreSQL
8
, versão 8.3.3 – o qual permite o gerenciamento de documentos XML, bem
como de recursos multimídia.
Apesar do SGBD PostgreSQL não oferecer suporte ao gerenciamento de
documentos OWL, ele permite a manipulação dos mesmos, visto que um documento
OWL se baseia em XML – sendo, portanto, possível tratá-lo como um documento
XML, embora características específicas de OWL não possam ser tratadas diretamente a
5
http://java.sun.com/
6
http://www.eclipse.org/
7
http://tomcat.apache.org/
8
http://www.postgresql.org/
39
partir do banco. Ainda considerando-se a escolha de mídias do tipo vídeo, também se
faz necessário a adoção de um player de vídeo, de modo a possibilitar a exibição dos
vídeos armazenados no Banco de OAs. Optou-se por utilizar o Windows Media Player
9
,
versão 6, disponível na forma de plug-in para ser integrado em aplicações Web.
Particularmente, adotou-se este player devido à facilidade com que o mesmo pode ser
inserido em páginas JSP/HTML – simplesmente acrescentando um código, específico
do player, no código da aplicação.
No que tange à execução de inferências lógicas, utilizou-se a linguagem
SWRL
10
para a especificação das regras e o mecanismo de inferência (ou raciocinador)
Bossam
11
. Conforme apresentado na especificação da arquitetura, o Componente de
Consulta está associado ao Componente de Raciocínio. Desta forma, toda vez que uma
consulta por segmentos é executada, o Componente de Raciocínio é ativado, auxiliando-
a. Contudo, nesta dissertação, como relacionamentos são definidos apenas em nível de
segmentos, a abordagem de raciocínio automático se aplica apenas em buscas pelos
mesmos. Isto quer dizer que buscas por OAs ou composições não são consideradas para
realização de inferências. Optou-se por esta configuração para simplificar a
implementação, principalmente considerando-se que o contexto principal do trabalho
está centrado nos segmentos.
4.2 Segmentação Lógica de OAs e Descrição de Segmentos
Na implementação da Segmentação Lógica no protótipo, utiliza-se o padrão de
metadados MPEG-7 (que objetiva a descrição de materiais audiovisuais e é amplamente
utilizado pela comunidade para este fim). MPEG-7 possui um conjunto amplo de
metadados a partir dos quais se torna possível delimitar segmentos de conteúdo de OAs.
Por delimitar entende-se definir o início e o fim do mesmo dentro do OA ao qual ele
pertence. Assim, os segmentos são especificados através dos metadados presentes em
um documento de descrição MPEG-7. A figura 4.1 ilustra um exemplo resumido de
especificação de segmento através do MPEG-7.
9
http://www.microsoft.com
10
http://www.w3.org/Submission/SWRL/
11
http://bossam.wordpress.com
40
Figura 4.1 – Exemplo de descrição MPEG-7
Neste exemplo, há a definição de um segmento (de um conteúdo de vídeo) em
termos de temporalidade. Particularmente, o segmento tem início depois de decorridos
os 26 segundos iniciais do vídeo (T:00:00:26) e possui duração de 22 segundos
(PT0M22S). Esta segmentação temporal é realizada da seguinte forma: os usuários
devem, durante a definição do segmento de interesse, informar o tempo inicial do
mesmo e o tempo final. A partir disto, o Componente de Segmentação Lógica de OAs
cria o documento MPEG-7, definindo tanto o início temporal do segmento quanto sua
duração – obtida conforme elucidado no capítulo 2: (t2 – t1): tempo final menos o
tempo inicial (em segundos).
Por outro lado, para a descrição das características/contexto educacional dos
objetos (OAs, segmentos e composições), optou-se por utilizar o padrão de metadados
LOM, que se apresenta como uma alternativa natural, principalmente por ser um padrão
estável, internacionalmente conhecido e amplamente utilizado pela comunidade para
descrição de materiais instrucionais. Assim, ao realizar uma pesquisa por um segmento
descrito utilizando-se o LOM, pode-se, por exemplo, filtrá-la pelas suas características
educacionais, técnicas, etc. de acordo com as necessidades e interesses do usuário que
está realizando a pesquisa. A figura 4.2 ilustra, de forma resumida, um exemplo de
descrição de segmento (cujo conteúdo apresenta a definição do conceito de Educação a
Distância.).
41
Figura 4.2 – Exemplo de descrição LOM
Esta descrição LOM é criada através do Componente de Descrição. Para cada
segmento obtido através do processo de segmentação lógica de OAs, cria-se uma única
descrição LOM e uma única descrição MPEG-7. Com base nas descrições apresentadas
nas figuras 4.1 e 4.2 é possível identificar que, inserido no conteúdo do vídeo –
especificamente na região temporal delimitada pela descrição MPEG-7 – existe uma
definição para um dado conceito.
Conforme explicitado em (OLIVEIRA et al., 2008a), a partir dessas descrições,
este segmento pode ser referenciado em um processo de ensino e aprendizagem. Vale
ressaltar que os padrões LOM e MPEG-7 contêm um conjunto bem mais detalhado de
elementos e categorias que não foram explicitados aqui para simplificar a explicação e
facilitar o entendimento do leitor. No final do processo de segmentação, as descrições
LOM e MPEG-7 são armazenadas no Banco de Metadados.
Especificamente, no que tange a este armazenamento, faz-se necessário definir
uma ligação entre ambas as descrições LOM e MPEG-7, para cada segmento. Desta
forma, torna-se possível não apenas saber a que documento LOM e a que documento
MPEG-7 um determinado segmento está relacionado, mas também saber a que OA o
segmento pertence. Os identificadores primários do Banco de OAs e do Banco de
Metadados são utilizados para definição desta ligação.
No protótipo, embora a implementação defina componentes específicos para a
segmentação de OAs e a descrição dos segmentos, optou-se por desenvolver uma única
interface para a realização de ambos, visando tornar o processo o mais simples possível
para os usuários. A figura 4.3 apresenta a tela desenvolvida para segmentação de OAs e
descrição de segmentos.
42
Figura 4.3 – Tela de segmentação de OAs
Através da figura 4.3, pode-se visualizar os elementos que compõem a tela de
segmentação. Na figura 4.3(a), encontra-se o player de vídeo utilizado pelos usuários
para visualizar os vídeos dispostos na lista representada na figura 4.3(b), retornada pelo
Componente de Busca. Ao selecionar um vídeo para visualização e segmentação, as
informações do mesmo são exibidas na figura 4.3(c): código, título e descrição. Além
disso, observa-se um formulário (figura 4.3(d)), onde o segmento é especificado e
descrito. Para simplificação do estudo de caso, considerou-se apenas a utilização de três
campos: Tempo de Início (para definição do tempo inicial, em segundos, do segmento),
Tempo de Término (para definição do tempo final, em segundos, do segmento) e
Palavras-Chave. Os dois primeiros estão relacionados com a definição do segmento em
si, sendo a partir das informações neles inseridas que se cria a descrição MPEG-7. Já o
segundo representa a descrição educacional do segmento, sendo a partir dessa
informação que se cria a descrição LOM.
É importante observar que, apesar do LOM prover uma série de metadados que
poderiam ser utilizados neste formulário, optou-se em utilizar apenas aquele referente à
definição de palavras-chave relacionadas ao objeto que está sendo descrito. Dado o
43
tempo disponível para a realização do estudo de caso, optou-se por simplificar a forma
como os segmentos seriam descritos, evitando-se eventuais dúvidas por parte dos
alunos. Contudo, facilmente podem ser inseridos no formulário outros metadados
associados ao padrão LOM, possibilitando descrever segmentos com base em diversas
características educacionais.
A descrição de segmentos, conforme já descrito em capítulo 3, pode ser
realizada considerando-se, adicionalmente, o uso de modelos de conteúdo. Para o
trabalho desenvolvido nesta dissertação, propôs-se a adoção da hierarquia de níveis de
agregação de conteúdo definida pela Cisco para constituição de um modelo de
conteúdo. Especificamente, vislumbrou-se a utilização de parte da terminologia
atribuída aos elementos definidos como Itens de Conteúdo para constituição do modelo.
Os elementos utilizados nesta implementação compreendem: Definição, Introdução,
Exemplo, Figura, Demonstração e Observação. Optou-se por tais elementos por
compreender que sua semântica é de fácil entendimento pelos alunos.
Ressalta-se, entretanto, que não se discute a validade e/ou adequabilidade do
modelo de conteúdo proposto nesta implementação. O objetivo principal está na
definição de um modelo de conteúdo simplista, composto por um conjunto restrito de
elementos a serem utilizados para tentar auxiliar a estruturação do conteúdo, por
exemplo, através da categorização dos segmentos desenvolvidos a partir do processo de
segmentação lógica de OAs. A pesquisa e utilização de outros modelos de conteúdo não
fazem parte do escopo desta dissertação, sendo consideradas como possíveis trabalhos
futuros. A figura 4.4 apresenta a tela utilizada para segmentação de OAs e descrição de
segmentos com o uso de um modelo de conteúdo.
44
Figura 4.4 – Tela de segmentação com uso de modelo de conteúdo
Conforme apresentado na figura 4.4, basicamente, esta é a mesma tela ilustrada
na figura 4.3 A diferença é a presença de mais um campo no formulário de descrição de
segmentos: Tipo de Segmento. Especificamente, este campo corresponde a uma
estrutura de seleção, apresentando as categorias do modelo de conteúdo utilizado,
citadas anteriormente. Para cada segmento que está sendo descrito, pode-se escolher
uma dentre as categorias apresentadas na estrutura de seleção, visando complementar a
descrição do segmento, atribuindo-lhe a categoria escolhida.
4.3 Composição de Segmentos
A composição de segmentos é um processo relativamente simples, consistindo
na busca por segmentos, através de algum critério (palavras-chave, categorização,
segmentos criados por usuários específicos ou combinações dessas opções), na seleção
dos segmentos de interesse e no seqüenciamento dos mesmos. A figura 4.5 apresenta a
tela desenvolvida para realização da composição. Nela, observa-se um player de vídeo
(Figura 4.5(a)), um formulário para criação da composição (Figura 4.5(b)) e uma lista
de segmentos disponíveis para visualização (Figura 4.5(c)). Ressalta-se que o player
45
utilizado nesta interface (para visualização de segmentos) é diferente do utilizado em
interfaces apresentadas anteriormente (para visualização de vídeos). Particularmente, o
player apresentado na figura 4.5(b) é capaz de interpretar uma codificação particular
(discutida na próxima seção) de modo a permitir a exibição automática de partes
específicas de vídeos.
Figura 4.5 – Tela para criação de composição de segmentos
Através do player de vídeo, o usuário pode visualizar qualquer um dos
segmentos da lista. Ao selecionar um segmento de interesse, as informações do mesmo
(código do segmento, tipo de segmento, tempo inicial e tempo final) são exibidas na
figura 4.5(d), destacando o que está sendo visualizado. No formulário para criação de
composição, deve-se informar um título para a mesma, palavras-chave que a
identifiquem e ainda os códigos dos segmentos que irão compô-la, inseridos na ordem
em que os mesmos devem ser exibidos quando da execução da composição. Neste caso,
se o usuário escolher para a composição os segmentos de código 01, 02 e 03 e preencher
o formulário dispondo-os na ordem “02, 03, 01”, ao se executar a composição, 02 será
exibido primeiro, em seguida 03 e por último 01. As informações de título e palavras-
chave serão utilizadas para criação da descrição LOM associada à composição.
46
4.3.1 Exibição de Composições de Segmentos
Embora diversas abordagens pudessem ser consideradas no que tange à exibição
da composição, especificamente em relação ao seqüenciamento dos segmentos, optou-
se, por questões de simplificação da implementação, por configurar tal seqüenciamento
como sendo linear e fixo. Assim, os segmentos de uma composição são exibidos, um
após o outro, conforme definido durante montagem da mesma. Não se estabeleceu
opções para, por exemplo, realizar uma repetição da exibição de um segmento
específico da composição. Para permitir que os segmentos de uma composição sejam
visualizados na seqüência na qual foram ordenados, utilizou-se a linguagem SMIL
12
(Synchronized Multimedia Integration Language). Reconhecida pelo W3C, SMIL é
uma linguagem declarativa específica para autoria de documentos multimídia com
relações de sincronização temporal e espacial, seguindo o mesmo objetivo de
simplicidade da linguagem HTML.
SMIL utiliza o conceito de composição (agrupamento) para estruturar a
apresentação de um documento. Uma composição SMIL pode conter objetos de mídia,
bem como outras composições, determinando a forma como seus componentes deverão
ser exibidos. Existem dois tipos de composição SMIL: a paralela e a seqüencial.
Embora ambas pudessem ser adotadas nesta dissertação, por questões já mencionadas
anteriormente, optou-se por adotar apenas a segunda. Todos os tipos de mídia, assim
como todas as composições, possuem uma duração que determina o seu tempo de
exibição. Objetos de mídia contínua, como o caso de vídeos, considerado nesta
dissertação, possuem uma duração implícita derivada de seu próprio conteúdo. A
duração implícita de uma composição corresponde ao somatório das durações de seus
componentes. Além da duração implícita, todo elemento, seja ele um objeto de mídia ou
uma composição, pode ter a sua duração definida explicitamente pelo usuário, através
de um atributo opcional denominado “duração”. Contudo, além deste, os elementos
SMIL possuem outros dois atributos opcionais, denominados “início” e “término”, que
também especificam o comportamento temporal da apresentação.
Tanto em composições SMIL paralelas quanto em seqüenciais, os atributos
início e término dos elementos podem ser especificados em relação ao início ou término
de qualquer outro elemento da composição. Esta é a característica do SMIL que, no
contexto desta dissertação, permite exibir segmentos na seqüência estabelecida pelos
12 http://www.w3.org/AudioVideo/
47
usuários. Para exemplificar, considere a especificação de quatro segmentos de vídeo:
S1, S2, S3 e S4 a partir de três vídeos. A figura 4.6 representa, esquematicamente, a
definição dos mesmos.
Figura 4.6 – Representação esquemática dos segmentos definidos
Conforme ilustrado na figura 4.6, os segmentos S1, S2, S3 e S4 estão contidos,
respectivamente, nos vídeos “video1” (com início em 30s e fim aos 45s), “vídeo2” (com
início aos 0s e término aos 40s), “video3” (com início aos 10s e término aos 54s) e
“video2” (com início aos 34s e término aos 115s).
Figura 4.7 – Exemplo de código SMIL para exibição de segmentos
Já a figura 4.7 apresenta o código SMIL definido para a exibição desses
segmentos na seguinte ordem: S2 S1 S4 S3. Neste código especifica-se o local
onde a mídia está armazenada (Figura 4.7(2)), o início (Figura 4.7(4)) e o fim do
segmento (Figura 4.7(5)), e a ordem na qual os mesmos devem ser exibidos (Figura
4.7(3)). Durante a execução das composições, o protótipo traduz os dados que
determinam a seqüência de exibição dos segmentos em código SMIL, possibilitando a
execução dos mesmos conforme especificado pelo usuário ao criar a composição.
48
Considerando-se o código da figura 4.7, a exibição dos segmentos seria realizada
conforme apresentado na figura 4.8.
Figura 4.8 – Representação esquemática da apresentação da composição
Conforme representado na figura 4.8, S2 é o primeiro segmento a ser exibido,
com duração de 40 segundos. Em seguida, exibe-se S1, com duração de 15 segundos.
Depois, exibe-se S3, com duração de 81 segundos e, finalmente, exibe-se S4, com
duração de 44 segundos. Após a exibição deste último a apresentação da composição se
encerra.
Na figura 4.9, apresenta-se a tela do protótipo utilizada pelo usuário para exibir
composições de segmentos.
Figura 4.9 – Tela de exibição de composições de segmentos
Conforme apresentado na figura 4.9, para a exibição de uma composição, faz-se
necessário realizar uma busca pela mesma, através de seu título (Figura 4.9(b)). Optou-
49
se por este tipo de pesquisa, pois, no estudo de caso aplicado, os usuários deveriam
selecionar para visualização suas próprias composições. Nesta configuração, a seleção
por título apresenta-se suficiente. Contudo, outras formas de pesquisa poderiam ser
consideradas, embora não tenham sido implementadas. Encontrada a composição, o
usuário a seleciona (Figura 4.9(c)), possibilitando que a mesma seja exibida através do
player SMIL (Figura 4.9(a)). A exibição de uma composição de segmentos
corresponde, na verdade, à exibição dos segmentos que a compõem, um após o outro,
na seqüência definida durante sua criação.
4.4 Relacionamento de Segmentos
Outro aspecto importante em relação à implementação do protótipo corresponde
à definição de relacionamentos entre segmentos. Utilizando-se o padrão LOM, torna-se
possível, através da categoria de metadados “Relação”, estabelecer relacionamentos
entre OAs. Analogamente, o uso desta categoria permite relacionar os segmentos
obtidos no processo de segmentação. Assim, a descrição LOM, no contexto do trabalho
discutido nesta dissertação, é particularmente centrada nas relações entre segmentos, o
qual constitui um importante aspecto no que tange ao acesso à informação. Seguindo a
própria definição do LOM, os relacionamentos são definidos entre quaisquer dois
segmentos.
Para exemplificar a abordagem de relacionamento definido nesta dissertação,
considere dois segmentos, diga-se S1 e S2. Considere ainda que um usuário deseje
relacionar tais segmentos, explicitando que S1 é base para S2. Neste caso, o usuário
explicitaria tal relacionamento na descrição LOM associada ao segmento S1. Entretanto,
se o relacionamento a ser definido fosse o contrário do anterior (S2 é base para S1), o
usuário explicitaria tal relacionamento na descrição LOM associada ao segmento S2.
Portanto, toda relação do tipo (X “relacionamento” Y) deve ser definida na descrição
LOM de X.
No que tange aos possíveis tipos de relacionamentos, no trabalho apresentado
nesta dissertação considerou-se aqueles definidos pelo próprio padrão LOM: “é parte
de”, “tem parte”, “é versão de”, “tem versão”, “é formato de”, “tem formato”,
“referencia”, “é referenciado por”, “é baseado em”, ”é base para”, “requer”, “é
requerido por”. Entretanto, conforme já discutido na seção 2.3, no capítulo 2, é possível
50
estender o vocabulário de relacionamentos definidos pelo LOM, adicionando-se outros
elementos que se adéqüem às necessidades educacionais do usuário.
No desenvolvimento do protótipo, os relacionamentos considerados foram: “É
parte de”, “É semelhante a”, “É Base Para” e “Complementa”. Embora outros pudessem
ser utilizados, optou-se por estes relacionamentos por entender que os mesmos são de
fácil compreensão, não oferecendo grandes dificuldades de entendimento aos alunos. A
figura 4.10 apresenta a tela desenvolvida para a definição de relacionamentos entre
segmentos.
Figura 4.10 – Tela de definição de relacionamentos entre segmentos
Conforme apresentado na figura 4.10, o usuário dispõe de uma lista de
segmentos (Figura 4.10(b)), retornados através de uma busca realizada pelo mesmo
(executada pelo Componente de Busca); um player SMIL (Figura 4.10(a)), para
visualização de segmentos e um formulário para cadastro de relacionamentos (Figura
4.10(d)). Observa-se ainda que, ao selecionar um segmento para visualização, os dados
do mesmo são apresentados (Figura 4.10(c)), permitindo ao usuário ter conhecimento de
qual segmento está sendo exibido. Como pode ser observado na figura 4.10, apenas dois
segmentos são relacionados por vez. Para este relacionamento, o usuário deve preencher
51
o formulário com seus respectivos códigos e escolher um tipo de relação dentre as
opções disponíveis em uma estrutura de seleção.
4.5 Componente de Raciocínio
Esta seção descreve a implementação do mecanismo de inferência lógica.
Particularmente, apresenta-se o raciocinador utilizado no desenvolvimento do protótipo,
a descrição OWL dos relacionamentos entre segmentos, as regras lógicas utilizadas
(descritas em SWRL) e a sistemática de funcionamento do mecanismo de inferência.
4.5.1 Representação OWL do LOM
É importante destacar que a realização das inferências considera apenas os
relacionamentos definidos entre segmentos, contidos nas suas descrições LOM. Isto
quer dizer que, embora os metadados MPEG-7 utilizados nesta dissertação tenham sido
especificados em OWL, os mesmos não foram considerados para este efeito. Contudo,
optou-se pelo uso de OWL visando padronizar a forma como as descrições associadas
aos segmentos eram armazenadas. Embora não esteja no contexto do trabalho
apresentado nesta dissertação, o MPEG-7 pode ser utilizado em um cenário de
inferências. Neste caso, poder-se-ia considerar o relacionamento de segmentos visando-
se as características multimídia dos mesmos (cor, timbre, textura, etc.). A figura 4.11
apresenta parte de uma descrição LOM em representação OWL.
Figura 4.11 – Exemplo resumido de descrição LOM em OWL
52
A figura 4.11(a) apresenta uma parte da ontologia LOM definida para prover a
descrição de segmentos. Já a figura 4.11(b) representa um exemplo de instanciação de
algumas classes dessa ontologia, provendo uma descrição para um segmento em
particular.
4.5.2 Regras Lógicas
Como já mencionado anteriormente, para que o raciocinador possa executar as
inferências, faz-se necessário tanto a descrição OWL dos relacionamentos entre os
segmentos quanto um conjunto de regras lógicas. É importante destacar que não foi
objetivo desta dissertação a análise da validade e aplicabilidade no contexto educacional
das regras que foram definidas e utilizadas durante a realização do estudo de caso.
O objetivo da abordagem de inferência implementada neste protótipo foi
acrescer o mecanismo de busca de forma a localizar relacionamentos entre segmentos,
tanto explicitamente quanto, principalmente, os implícitos. Por ser um mecanismo que
atua “por trás” das buscas por segmentos, os usuários não têm conhecimento de sua
existência e, portanto, a mesma não foi avaliada diretamente. O estudo e a definição de
novas regras para contextos educacionais são propostos como possíveis trabalhos
futuros.
Figura 4.12 – Descrição SWRL da primeira regra “RegraEBasePara”
A abordagem de inferência foi inicialmente apresenta em (OLIVEIRA et al.,
2008d), sendo utilizada nesta dissertação uma complementação. Para possibilitar a
53
verificação de raciocínio durante a realização do estudo de caso, duas regras lógicas
foram definidas. Ambas estão relacionadas ao contexto de um segmento ser base para
outro segmento. A figura 4.12 (apresentada anteriormente) e a figura 4.13 descrevem
tais regras. Contudo, para exemplificar a utilização da linguagem de regras SWRL, a
figura 4.12 se encontra nesta representação.
Basicamente, a regra lógica definida na figura 4.12 representa uma relação de
transitividade entre quaisquer três segmentos (desde que os mesmos satisfaçam as
condições definidas na regra), dizendo que se um segmento S1 é base para S2 e se S2 é
base para S3, então S1 também é base para S3.
Figura 4.13 – Especificação da segunda regra “RegraEBasePara”
Conforme apresentado na figura 4.13, considerando-se quatro segmentos (S1,
S2, S3 e S4), se S3 é parte de S1, se S2 é parte de S4 e se S1 é base para S2, então se
pode afirmar, pela regra lógica, que S3 é base para S4. A figura 4.14 ilustra uma
representação esquemática das possíveis inferências executadas através das regras
definidas nas figuras 4.12 e 4.13.
Figura 4.14 – Representação esquemática de inferências lógicas
É importante destacar que os relacionamentos entre segmentos, utilizados pelo
raciocinador são definidos pelos próprios usuários, durante a utilização do protótipo. O
mesmo não provê qualquer avaliação ou revisão dos relacionamentos em termos de
validade. Deste modo, evidentemente, nem todo relacionamento inferido e exibido ao
usuário pode corresponder a uma verdade absoluta. Em outras palavras, considerando-se
54
o exemplo da figura 4.14, S3 pode, segundo a visão dos usuários, não ser base para S4.
A intenção é exibir aos usuários os relacionamentos inferidos e deixar que eles façam
seu próprio julgamento acerca da corretude ou não dos mesmos, segundo seus pontos de
vista, interesses, necessidades, etc.
4.5.3 Raciocinador Bossam
Para a inferência de conhecimento sobre os relacionamentos entre os segmentos,
representados através de documentos OWL DL das respectivas descrições LOM, torna-
se necessária a utilização de um raciocinador de lógica descritiva. O mecanismo
adotado nesta dissertação denomina-se Bossam, o qual corresponde a um mecanismo de
inferência para a Web Semântica, baseado no algoritmo RETE
13
(FORGY, 1982). Além
de raciocinar sobre várias linguagens da Web Semântica (XML, RDF, OWL, RuleML e
SWRL), suas API’s o tornam uma ferramenta simples de ser integrada a aplicações
Java. Embora outros mecanismos de inferência pudessem ser adotados, as
características oferecidas pelo Bossam justificaram sua escolha para o trabalho descrito
nesta dissertação.
Para a execução das inferências, o Bossam oferece duas interfaces que foram
utilizadas no protótipo: IReasoner (que provê métodos para carregar regras SWRL e
ontologias OWL) e IReasonerFactory (que cria uma instância do raciocinador). A partir
delas, podem-se realizar consultas a todos os relacionamentos declarados nas descrições
LOM, utilizando-se da base de regras (Banco de Regras Lógicas).
4.5.4 Sistemática de Execução das Inferências
Ao realizar uma busca por segmentos, o Componente de Busca ativa o
Componente de Raciocínio. Este, por sua vez, fica aguardando até que aquele complete
a pesquisa. Se nenhum segmento for encontrado levando em consideração os
parâmetros de pesquisa especificados pelo usuário, o Componente de Raciocínio nada
executa. Entretanto, considerando que um ou mais segmentos sejam encontrados, por
exemplo, um segmento S1, o Componente de Raciocínio realiza uma varredura no
Banco de Metadados, procurando – em todas as descrições LOM armazenadas neste
repositório, todo e qualquer relacionamento associado a S1. Estes relacionamentos são,
então, agrupados em um arquivo OWL temporário, que fica armazenado em memória
13
Algoritmo que encontra padrões, para implementações de sistemas baseados em regras
55
(apenas em tempo de execução). A figura 4.15 apresenta um exemplo resumido deste
documento.
É através deste documento que o raciocinador realiza as inferências. Embora
apenas um relacionamento esteja sendo exibido neste exemplo, tal documento contém
tantos relacionamentos quanto àqueles presentes nas descrições armazenadas no Banco
de Metadados. Particularmente, o Componente de Raciocínio entrega ao raciocinador
todas as regras SWRL armazenadas no Banco de Regras, juntamente com o documento
contendo todos os relacionamentos associados ao segmento S1. Em seguida, o Bossam
aplica todas as regras a ele entregues sobre o documento de relações e, assim, tenta
inferir novos relacionamentos implicitamente associados a S1. Caso relacionamentos
com outros segmentos tenham sido inferidos, tais segmentos também são retornados ao
usuário, conforme já descrito no capítulo 3. Contudo, é importante ressaltar que os
segmentos cujos relacionamentos foram explicitamente definidos nas descrições LOM –
e associados a S1 – também são retornados.
Figura 4.15 – Documento para realização de inferência lógica
56
5. Estudo de Caso
Neste capítulo, descreve-se o estudo de caso realizado para avaliação das
abordagens de segmentação lógica de OAs, composição de segmentos, relacionamentos
de segmentos, aprendizagem colaborativa baseada no compartilhamento de segmentos,
e utilização de modelos de conteúdo para complementação da descrição de segmentos.
Ademais, discutem-se os questionários de avaliação utilizados, apresentando seus
objetivos e sua sistemática de aplicação.
5.1 Enfoque do Estudo de Caso
Conforme descrito no capítulo introdutório, a partir da segmentação lógica de
OAs, algumas abordagens são propostas e avaliadas nesta dissertação. Esta avaliação
poderia ser realizada considerando-se duas vertentes de pesquisa: uso das abordagens
como atividades em processos de aprendizagem ou como atividades dirigidas à
preparação (construção, organização, etc.) de conteúdo instrucional. No primeiro caso, a
população a ser considerada seria grupos de alunos. No segundo, o foco estaria em
grupos de professores. Apesar da existência destas duas alternativas, optou-se por
configurar o trabalho apresentado nesta dissertação de modo a viabilizar a primeira
vertente, sendo, portanto, as atividades de avaliação realizadas e criticadas por alunos.
Assim, o foco está na análise dos possíveis benefícios do uso das abordagens propostas
como alternativas para facilitar e melhorar a aprendizagem.
5.2 Objetivo do Estudo de Caso
O objetivo do estudo de caso, em um primeiro momento, foi mostrar a
viabilidade prática da estruturação de partes de conteúdo de OAs, de modo a ser
possível tanto o acesso quanto a reutilização, especificamente, de tais partes –
abstraindo-se assim, da visão do OA como um todo. Em um segundo momento e,
57
considerando-se o enfoque adotado e descrito na seção 5,1, objetivou-se avaliar os
possíveis benefícios da abordagem de segmentação de OAs, bem como suas vertentes
(composição de segmentos, compartilhamento de segmentos, etc.) quando aplicadas no
contexto de ensino e aprendizagem.
5.3 Material Selecionado Para o Estudo de Caso
A criação de conteúdo instrucional tem proliferado nos últimos anos como
conseqüência direta do processo de convergência digital e evolução tecnológica. Neste
aspecto, diversos tipos de mídia poderiam ser considerados para a realização do estudo
de caso. Contudo, como já mencionado, optou-se por considerar apenas materiais em
formato de vídeo.
Para a realização do estudo de caso selecionou-se da Web (de diferentes fontes)
vinte e três vídeos: doze relacionados ao tema “Orientação a Objetos” e onze
relacionados ao tema “Planejamento Estratégico”. Optou-se pela utilização destes temas
pelo fato dos mesmos estarem compreendidos na ementa da disciplina de Fundamentos
de Sistemas de Informação, sendo de interesse para os alunos que iriam participar do
estudo. Uma vez selecionados, todos os vídeos foram descritos e armazenados no Banco
de OAs, possibilitando seu acesso através do protótipo.
É importante ressaltar que os vídeos obtidos possuíam licença de uso para fins
acadêmicos. Contudo, o trabalho apresentado nesta dissertação não se preocupou com a
questão de direitos autorais, especialmente no que se refere à problemática relativa aos
segmentos, que poderiam implicar em discussões mais calorosas sobre autoria e direito
de uso. Entretanto, devido à grande importância do tema, esta questão, bem como
aquela relativa aos custos envolvidos no acesso não gratuito de determinados conteúdos,
são consideradas em possíveis trabalhos futuros.
5.4 Descrição Geral do Estudo de Caso
Para avaliar e demonstrar a aplicabilidade das abordagens apresentadas nesta
dissertação utilizou-se o protótipo em uma aula da disciplina de Fundamentos de
Sistemas de Informação, do curso de Bacharelado em Sistemas de Informação da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
58
Vinte e quatro alunos participaram do estudo e foram organizados em oito
grupos: A1, A2, B1, B2, C1, C2, D1 e D2 – cada qual com três componentes. Optou-se
pela organização em grupos para possibilitar a divisão e distribuição das tarefas -
permitindo a realização simultânea das mesmas. O número de grupos e a quantidade de
componentes em cada grupo foram estabelecidos em função da infra-estrutura
disponível para realização do estudo, especificamente no que tange ao número de
computadores com os recursos necessários para a avaliação das abordagens, e dos
cenários desejados para a investigação.
Torna-se importante ressaltar as restrições relacionadas à condução do estudo de
caso, como seleção dos alunos e preparação do local do estudo. Embora se reconheça a
importância de uma configuração de estudo de caso com alunos, por exemplo, de outros
cursos (que não o de computação), de outras universidades ou mesmo de outros níveis
educacionais (ensino médio, por exemplo), a população utilizada para a realização do
estudo de caso é suficiente para oferecer um indício da viabilidade/validade das
propostas apresentadas nesta dissertação.
5.5 Organização do Estudo de Caso
O estudo de caso proposto para avaliação das abordagens foi configurado para
ser realizado em quatro etapas. Em cada uma destas, os grupos deveriam executar uma
tarefa específica - dentro de um prazo estabelecido de vinte minutos. Ademais, após a
realização de algumas dessas etapas, questionários de avaliação foram aplicados para
avaliar as abordagens discutidas nesta dissertação. As subseções a seguir descrevem as
etapas do estudo de caso, detalhando as atividades realizadas em cada uma. Em seguida,
apresentam-se os questionários de avaliação, destacando seus objetivos e a forma de
aplicação estabelecida para os mesmos.
5.5.1 Primeira Etapa
Na primeira etapa, os grupos A1, A2, B1 e B2 deveriam montar – cada um
uma apresentação de vídeo. Após a montagem, cada grupo deveria exibir sua respectiva
apresentação ao tutor responsável pela realização do estudo de caso. Paralelamente, os
grupos C1, C2, D1 e D2 deveriam criar – cada um – segmentos de conteúdo de OAs
sem a utilização de modelo de conteúdo. Além disso, deveriam relacionar os segmentos
criados, sendo que cada grupo deveria relacionar seus próprios segmentos.
59
5.5.1.1 Montagem de Apresentação de Vídeo
Para o entendimento da abordagem de composição de segmentos de conteúdo de
OAs, era importante que os alunos experimentassem o cenário atual de reuso de vídeo,
ou seja, que trabalhassem com a necessidade (ou interesse) de utilizar partes específicas
de determinado recurso para apresentar um assunto a outras pessoas. Como é habitual
haver limitações no tempo de execução das atividades, também aqui se estabeleceu um
limite (20 minutos) para as atividades de montagem de apresentação do vídeo, conforme
já mencionado no início da seção 5.4.
Esta tarefa foi executada pelos grupos A1, A2, B1 e B2 e esteve condicionada à
utilização dos casos de uso: “Criar Apresentação de Vídeo” e “Visualizar Apresentação
de Vídeo” – descritos, respectivamente, nas tabelas A.4 e A.5 no apêndice A. Os grupos
deveriam acessar um conjunto de vídeos, armazenados no Banco de OAs, e especificar,
de acordo com seus interesses, partes de vídeo para montar a apresentação, que deveria
estar relacionada ao tema “Planejamento Estratégico”. Entretanto, para que depois se
possam comparar as duas situações de uso, os grupos, nesta fase, não utilizariam as
abordagens de segmentação de OAs e composição de segmentos - usadas em uma outra
tarefa posterior. Assim, ainda que tais grupos especificassem partes de vídeo que os
mesmos julgassem interessantes para montar as apresentações, eles deveriam selecionar
todo o vídeo para compor as mesmas. Na verdade, esta seleção consiste em anotar (por
escrito) as partes de interesse e os vídeos nas quais elas se encontravam. Logo, a
montagem seria composta por um conjunto de vídeos inteiros, dentro dos quais estariam
as partes especificadas, pelos grupos, como interessantes.
Após a montagem, a apresentação deveria ser exibida. Para a exibição, os grupos
deveriam selecionar cada vídeo que compõe a apresentação e executar apenas a parte de
interesse. Para isto, seria necessário – ao apresentar cada uma das partes especificadas –
posicionar a barra de tempo do player de vídeo no tempo inicial da parte e parar a
exibição quando a mesma atingisse seu tempo final.
5.5.1.2 Criação de Segmentos Não Categorizados
Para entender a abordagem de segmentação de conteúdo de OAs, era importante
que os alunos experimentassem segmentar um OA, ou seja, que trabalhassem com a
necessidade (ou interesse) de selecionar e estruturar partes específicas de seu conteúdo,
para sua posterior reutilização, sem considerar o acesso a todo o conteúdo. Assim, os
alunos teriam a oportunidade de analisar o processo em si (especificação e descrição dos
60
segmentos, mas sem a utilização de qualquer estrutura que guiasse esse processo de
segmentação) e as possíveis vantagens envolvidas na realização do mesmo. Também era
importante que os grupos experimentassem definir relacionamentos entre os segmentos
criados, analisando as possíveis vantagens existentes neste processo. Tal como na tarefa
anterior, nesta também se estabeleceu o limite de 20 minutos.
Esta tarefa foi executada pelos grupos C1, C2, D1 e D2 e esteve condicionada à
utilização dos casos de uso: “Criar Segmento Não Categorizado” e “Relacionar
Segmentos” – descritos, respectivamente, nas tabelas A.1 e A.3 no apêndice A.
Estipulou-se que os segmentos deveriam estar relacionados ao tema “Planejamento
Estratégico”. Os grupos deveriam acessar um conjunto de vídeos, armazenados no
Banco de OAs, e escolher, de acordo com seus interesses, os vídeos a serem
segmentados. Estabeleceu-se a criação de, ao menos, três segmentos – relacionados a
vídeos diferentes. Definiu-se esta restrição para que pudesse ser obtida uma quantidade
razoável de segmentos – os quais seriam, posteriormente, utilizados por outros grupos
para a montagem de composições de segmentos. Ademais, a realização de três
segmentações de OAs traria aos alunos uma compreensão mais sólida sobre o processo
em si.
Depois de criados, os segmentos deveriam ser relacionados entre si. Cada grupo
deveria relacionar seus próprios segmentos, segundo seus interesses. Assim seria
possível avaliar posteriormente a utilidade dos relacionamentos criados.
5.5.2 Segunda Etapa
Na segunda etapa, os grupos A1, A2, B1 e B2 deveriam montar – cada um – a
composição de segmentos, utilizando-se de segmentos estruturados sem modelo de
conteúdo. Particularmente, tais grupos deveriam utilizar os segmentos criados durante
realização da primeira etapa pelos grupos C1, C2, D1 e D2. Além disso, após a
montagem, cada grupo deveria apresentar sua respectiva composição ao tutor
responsável pela realização do estudo de caso. Já os grupos C1, C2, D1 e D2 deveriam
analisar os segmentos criados durante a primeira etapa. As subseções a seguir detalham
as tarefas executadas.
5.5.2.1 Composição de Segmentos Não Categorizados
Para o entendimento da abordagem de composição de segmentos de conteúdo de
OAs, era importante que os alunos experimentassem (além do cenário atual de reuso de
61
vídeo - apresentado na seção 5.4.1.1) utilizar segmentos de conteúdo de OAs para
montar uma composição de segmentos, ou seja, que trabalhassem com o desafio de
escolher segmentos, agrupá-los e seqüenciá-los, visando o desenvolvimento de algum
artefato que os auxiliasse a atingir o objetivo de uma tarefa educacional. Também era
importante possibilitar aos alunos visualizar relacionamentos entre segmentos (durante
as buscas pelos mesmos), analisando se os relacionamentos ofereciam algum benefício
para execução da tarefa. O fato de se utilizarem segmentos não categorizados é
justificado nesta tarefa visto que, em uma etapa posterior, a montagem de uma
composição de segmentos categorizados será executada e, desta forma, torna-se possível
comparar as duas possibilidades analisando as possíveis vantagens de se usar tal
categorização, quer na criação de segmentos quer na montagem de composições.
Esta tarefa foi executada pelos grupos A1, A2, B1 e B2 e esteve condicionada à
utilização dos casos de uso “Criar Composição de Segmentos Não Categorizados” e
“Visualizar Composição de Segmentos” – descritos, respectivamente, nas tabelas A.7 e
A.9 no apêndice A. Os grupos deveriam acessar segmentos armazenados, logicamente,
no Banco de Metadados e escolher, de acordo com seus interesses, aqueles que seriam
utilizados para montar a composição, a qual deveria estar relacionada ao tema
“Planejamento Estratégico”. Estabeleceu-se a criação de, no mínimo, dois segmentos.
Definiu-se esta restrição para que fosse possível aos grupos comparar e avaliar as
diferenças de exibição entre a apresentação de vídeo (desenvolvida na primeira etapa) e
a composição de segmentos desenvolvida nesta segunda etapa – especificamente em
relação à transição dos segmentos que definem a composição. Em outras palavras, ao
montar uma composição com dois ou mais segmentos, seria possível ao protótipo exibi-
los de forma automática (um após o outro), diferenciando-se da exibição manual, como
realizada na tarefa executada na primeira etapa.
Para a montagem da composição, a seguinte relação deveria ser seguida: grupo
A1 utilizaria os segmentos criados pelo grupo C1, grupo A2 utilizaria os segmentos
criados pelo grupo C2, grupo B1 utilizaria os segmentos criados pelo grupo D1 e grupo
B2 utilizaria os segmentos criados pelo grupo D2. Definiu-se esta restrição de acesso
aos segmentos de grupos específicos para verificar se, mesmo utilizando segmentos de
grupos diferentes, resultados semelhantes seriam obtidos independentemente dos
autores.
62
5.5.2.2 Análise de Segmentos
Uma das avaliações importantes realizadas neste estudo de caso foi verificar se
segmentos criados por alunos poderiam ser utilizados em processos de aprendizagem de
outros alunos. Em outras palavras, era importante saber se alunos conseguiriam
aprender utilizando-se de segmentos criados por outros alunos (com visões, contextos,
interesses, etc. diferentes). Desta forma, fez-se necessário configurar um cenário no qual
alunos pudessem avaliar os segmentos criados por outros alunos, analisando seus
conteúdos, especificamente no que tange à adequabilidade dos mesmos para prover
aprendizagem.
Esta tarefa foi executada pelos grupos C1, C2, D1 e D2 e esteve condicionada à
utilização do caso de uso “Visualizar Segmento Não Categorizado”, descrito na tabela
A.6 no apêndice A. Os grupos deveriam acessar e visualizar os segmentos armazenados,
logicamente, no Banco de Metadados, associados a um grupo específico, e analisá-los.
Assim, a seguinte relação deveria ser seguida: grupos C1, C2, D1 e D2 analisariam os
segmentos criados, respectivamente, pelos grupos D1, D2, C1 e C2. Esta configuração
visava permitir que todos os segmentos criados fossem vistos e analisados, evitando-se
que fossem escolhidos apenas os segmentos criados por grupos formados pelos alunos
considerados como mais dedicados da turma.
5.5.3 Terceira Etapa
Na terceira etapa, todos os grupos deveriam criar – cada um – segmentos com
utilização de modelo de conteúdo, categorizando-os. Entretanto, os grupos C1, C2, D1 e
D2 – e apenas estes – deveriam ainda relacionar os segmentos criados (cada grupo
deveria relacionar seus próprios segmentos). Estabeleceu-se que os grupos A1, A2, B1 e
B2 não relacionariam os segmentos criados para possibilitar uma comparação entre a
composição desenvolvida com uso de segmentos relacionados (executada na primeira
etapa) com aquela desenvolvida sem uso de segmentos relacionados - durante realização
da quarta etapa.
5.5.3.1 Criação de Segmentos Categorizados
Esta tarefa teve o mesmo objetivo descrito na seção 5.4.1.2. Contudo, nesta, era
importante que os alunos experimentassem utilizar algo que os auxiliasse/guiasse na
segmentação de OAs (especificação e descrição de segmentos de conteúdo), ou seja,
que trabalhassem com a necessidade ou interesse de categorizar os segmentos a serem
63
criados. Para esta tarefa também se estabeleceu uma limitação no tempo de execução da
mesma.
Esta tarefa foi executada por todos os grupos e esteve condicionada à utilização
dos casos de uso “Criar Segmento Categorizado” e “Relacionar Segmentos” – descritos,
respectivamente, nas tabelas A.2 e A.3 no apêndice A. Estipulou-se que os grupos
deveriam criar segmentos relacionados ao tema “Orientação a Objetos”. Na primeira
etapa, uma tarefa de segmentação centrada no tema ”Planejamento Estratégico” foi
realizada. Assim, para se evitar repetição, a tarefa de segmentação realizada nesta
terceira etapa foi centrada em um novo tema. Os grupos deveriam acessar um conjunto
de vídeos, armazenados no Banco OAs, e escolher, de acordo com seus interesses, os
vídeos a serem segmentados.
Estabeleceu-se a criação de, no mínimo, três segmentos relacionados a vídeos
diferentes. Optou-se por esta restrição para que um número razoável de segmentos fosse
obtido, o que possibilitaria a realização da quarta etapa. Depois de criados, os
segmentos deveriam ser relacionados entre si. Cada grupo deveria relacionar seus
próprios segmentos, segundo seus interesses. Assim como descrito na seção 5.4.1.2, esta
tarefa buscou proporcionar aos alunos a experiência de segmentar OAs considerando as
partes do conteúdo desses OAs que cada um achasse de interesse, mas, desta vez,
utilizando um guia (modelo de conteúdo) que auxiliasse didaticamente as segmentações.
5.5.4 Quarta Etapa
Na quarta etapa, todos os grupos deveriam montar - cada um - uma composição
de segmentos, utilizando aqueles estruturados com modelo de conteúdo (desenvolvidos
durante a terceira). A subseção a seguir detalha a tarefa executada.
5.5.4.1 Montagem de Composição de Segmentos Categorizados
Era importante para o entendimento das possíveis vantagens relacionadas à
categorização de segmentos que os alunos experimentassem montar uma composição
utilizando-se de segmentos categorizados. Em princípio, tal categorização poderia
auxiliar a montagem ao permitir pesquisar e selecionar segmentos em função de seu
tipo.
Esta tarefa foi executada por todos os grupos e esteve condicionada à utilização
dos casos de uso “Criar Composição de Segmentos Categorizados” e “Visualizar
Composição de Segmentos” – descritos, respectivamente, nas tabelas A.8 e A.9 no
64
apêndice A. Os grupos deveriam acessar segmentos armazenados, logicamente no
Banco de Metadados, e escolher, de acordo com seus interesses, aqueles que seriam
utilizados para montar a composição, que deveria estar relacionada ao tema “Orientação
a Objetos”. Estabeleceu-se a utilização de, no mínimo, dois segmentos. Definiu-se esta
restrição para que fosse possível aos grupos comparar as diferenças de visualização
entre a apresentação de vídeo e a composição de segmentos (especificamente em
relação à transição de segmentos), como discutido na seção 5.4.2.1.
Para a montagem da composição de segmentos, a seguinte relação deveria ser
seguida: grupos A1, A2, B1 e B2 utilizariam - cada um - seus próprios segmentos. Já os
grupos C1, C2, D1 e D2 utilizariam todos os segmentos criados na terceira etapa.
Optou-se por esta configuração para possibilitar que os grupos A1, A2, B1 e B2
pudessem montar a composição utilizando-se de segmentos não relacionados. Desta
forma, tais grupos poderiam comparar tal montagem com aquela desenvolvida na
primeira etapa (com utilização de segmentos relacionados).
5.6 Questionários de Avaliação
Seis questionários foram aplicados no estudo de caso: Q1, Q2, Q3, Q4, Q5 e Q6
– todos se encontram no apêndice B. Q1, Q2, e Q3 foram aplicados aos grupos A1, A2,
B1 e B2. Já Os questionários Q4, Q5 e Q6 foram aplicados aos grupos C1, C2, D1 e D2.
É importante ressaltar que todos os componentes dos grupos responderam aos
questionários, individualmente. As subseções a seguir descrevem, brevemente, estes
questionários, destacando seus objetivos e sua sistemática de aplicação.
5.6.1 Objetivos dos Questionários
Na primeira etapa do estudo de caso, os grupos A1, A2, B1 e B2 montaram uma
apresentação utilizando vídeos inteiros. Na segunda etapa, criaram nova apresentação,
mas utilizando segmentos de vídeos. A comparação dessas tarefas representa o cenário
de avaliação do questionário Q1. Esta avaliação esteve, especificamente, relacionada à
criação de uma apresentação, onde se desejava acessar partes de vídeos, comparando-se
a utilização de vídeos inteiros (sem uso de uma ferramenta para segmentação) e a
utilização de segmentos. Esta dissertação argumenta que composições de segmentos
correspondem a artefatos interessantes para prover aprendizagem. Entretanto, faz-se
necessário que seu desenvolvimento (bem como sua exibição) não apresente grandes
65
dificuldades aos usuários, o que desestimularia a aceitação e, conseqüentemente, a
utilização da proposta. Assim, buscou-se avaliar se o processo de composição é
interessante, útil e simples de ser realizado.
Vale lembrar que o processo de composição de segmentos implica em uma
busca por segmentos, da qual se observa também um resultado com os relacionamentos
(explícitos e implícitos) dos segmentos correspondentes aos critérios de busca. Assim,
também foi avaliado se a visualização dos relacionamentos estabelecidos entre
segmentos provê algum tipo de vantagem em processos educacionais (para este caso em
particular, se os relacionamentos contribuem para a montagem da composição) –
indiretamente, buscou-se avaliar se existem vantagens, para o processo de composição,
em se definir tais relacionamentos.
Na terceira etapa do estudo de caso, os grupos A1, A2, B1 e B2 realizaram a
segmentação lógica de vídeos, utilizando um modelo de conteúdo para a categorização
dos segmentos criados. A avaliação desta tarefa representa o cenário de avaliação do
questionário Q2. Esta avaliação esteve centrada em descobrir se a segmentação
corresponde a um processo interessante e/ou útil e se existem vantagens no
desenvolvimento dos segmentos, principalmente no que tange à aprendizagem do
conteúdo de OAs. Conforme discutido no capítulo introdutório, uma vez criados, os
segmentos podem ser utilizados em uma série de abordagens educacionais. Contudo, é
necessário que seu desenvolvimento seja estimulante e simples. Caso contrário, seriam
pouco utilizados. Avaliou-se ainda se a utilização de modelos de conteúdo pode
contribuir para a descrição dos segmentos, complementando-a.
Na quarta etapa do estudo de caso, os grupos A1, A2, B1 e B2 realizaram a
montagem de uma composição utilizando-se de segmentos categorizados, mas sem
relacionamentos explicitados. Na segunda etapa, a composição desenvolvida utilizou
segmentos não categorizados, mas com relacionamentos explicitados. A comparação
dessas tarefas representa o cenário de avaliação do questionário Q3. Esta avaliação
esteve focada em descobrir se o uso de modelos de conteúdo para categorizar
segmentos, de alguma forma, pode auxiliar a montagem de composições. Indiretamente,
isto foi avaliado através da montagem de composições com segmentos categorizados.
Também foi avaliada a questão de se visualizar relacionamentos entre segmentos (se
existem vantagens na definição dos mesmos).
Na primeira etapa, os grupos C1, C2, D1 e D2 realizaram a segmentação lógica
de vídeos sem a utilização de modelos de conteúdo e definiram relacionamentos
66
explícitos entre os segmentos criados. Na segunda etapa, eles compartilharam os
segmentos criados e realizaram uma análise dos mesmos, o que representa o cenário de
avaliação do questionário Q4. Especificamente, buscou-se avaliar a experiência de
compartilhamento de conteúdo entre os alunos, observando se alunos conseguem
aprender determinado tópico utilizando-se de segmentos criados por outros alunos.
Contudo, avaliou-se também se o compartilhamento de segmentos pode favorecer a
troca de idéias, se possibilita desenvolver a capacidade de avaliar e/ou considerar pontos
de vista de terceiros e se permite a exploração de uma maior quantidade de materiais
instrucionais.
Na terceira etapa do estudo de caso, assim como na primeira etapa, os grupos
C1, C2, D1 e D2 realizaram a segmentação lógica de vídeos, mas, desta vez, utilizando
modelo de conteúdo para a categorização dos segmentos. Em ambas as etapas estes
grupos definiram relacionamentos explícitos entre os segmentos. A comparação dessas
tarefas representa o cenário de avaliação do questionário Q5. Esta avaliação buscou
analisar se o processo de segmentação é interessante e útil, e se o uso de modelos de
conteúdo auxilia a descrição de segmentos de conteúdo. Também se avaliou a definição
de relacionamentos entre segmentos e esta, por sua vez, buscou verificar se este
processo corresponde a uma abordagem interessante e fácil de ser realizada.
Na quarta etapa do estudo, os grupos C1, C2, D1 e D2 criaram uma apresentação
utilizando os segmentos de vídeos, categorizados e relacionados, criados na terceira
etapa. A avaliação do processo de composição, do uso de segmentos categorizados
(indiretamente, do uso de modelos de conteúdo) e da visualização dos relacionamentos
entre segmentos representa o cenário de avaliação do questionário Q6.
5.6.2 Sistemática de Aplicação
Conforme discutido nas seções iniciais deste capítulo, o estudo de caso foi
configurado de tal forma a possibilitar que diferentes tarefas pudessem ser realizadas
paralelamente por diferentes grupos, permitindo-se que todas as abordagens pudessem
ser realizadas e avaliadas no prazo estabelecido para a realização do mesmo. Em função
da ordem de distribuição das tarefas e dos objetivos de avaliação, a seguinte sistemática
para aplicação dos questionários foi seguida: questionários Q1 e Q4 foram aplicados
após a segunda etapa; questionários Q2 e Q5 foram aplicados após a terceira etapa e os
questionários Q3 e Q6 foram aplicados após a quarta etapa.
67
6. Apresentação dos Resultados
Este capítulo apresenta e analisa os resultados obtidos a partir do estudo de caso,
relacionados à segmentação lógica de OAs, composição de segmentos, relacionamentos
de segmentos, aprendizagem colaborativa baseada no compartilhamento de segmentos,
e utilização de modelos de conteúdo para complementação da descrição de segmentos.
Os resultados referentes à reutilização de OAs a partir da utilização da proposta de
segmentação também são apresentados. Na grande maioria dos gráficos apresentados
neste capítulo, por uma questão de simplificação, omitiram-se as legendas relativas aos
eixos Y (que representa porcentagem do número de alunos) e X (que representa as
respostas tipificadas).
6.1 Composição de Segmentos
Os resultados apresentados nesta seção foram obtidos a partir da análise dos
questionários Q1 e Q6.
8,33%
33,33%
50%
8,33%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Muito Complicado Complicado Fácil Muito Fácil
Figura 6.1 – Montagem de apresentação de vídeo
68
0%
8,33%
91,66%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Muito Complicado Complicado Fácil Muito Fácil
Figura 6.2 – Montagem de composição de segmentos
Através das figuras 6.1 e 6.2, observa-se que a porcentagem de alunos que
consideraram fácil ou muito fácil a montagem da composição de segmentos é maior que
a porcentagem relacionada à montagem da apresentação, sem a utilização de segmentos
- são 91,66% contra 58,33%, respectivamente. Além disso, enquanto apenas 8.33% dos
alunos avaliaram a montagem com o uso de segmentos como complicada, 41,66%
encontraram dificuldades na elaboração da montagem sem o uso de segmentos,
considerando-a muito complicada ou complicada.
Nota-se, assim, que a montagem com segmentos parece ser mais fácil para os
alunos do que a montagem sem segmentos. De fato, segundo os próprios alunos, o uso
de segmentos proporciona maior rapidez e facilidade na montagem da apresentação na
medida em que as informações mais relevantes acerca do conteúdo dos OAs
pesquisados já foram filtradas (durante a criação dos segmentos). Contudo, aqueles que
consideraram a montagem da apresentação sem utilização de segmentos mais fácil
justificaram que esta possibilita aos mesmos a análise de todo o conteúdo dos vídeos e a
seleção das próprias partes de interesse.
Nesse contexto, faz-se importante ressaltar que, na montagem da composição,
utilizaram-se segmentos já desenvolvidos e armazenados em um repositório. Portanto, a
montagem exigiu dos alunos apenas a seleção dos segmentos de interesse e não a
criação dos mesmos.
69
33,33%
41,66%
25%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Muito Interessante Interessante Pouco Interessante Desinteressante
16,66%
79,16%
4,16%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Muito Útil Útil Pouco Útil Não é Útil
Figura 6.3 – Uso de segmentos na montagem da composição
Além disso, a figura 6.3 mostra que a maioria dos alunos (75%) considerou
interessante ou muito interessante a utilização de segmentos para a criação da
montagem da composição e 95,84% consideraram-na útil ou muito útil.
8,33%
83,33%
8,33%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Muito Complicado Complicado Fácil Muito Fácil
Figura 6.4 – Exibição de apresentação de vídeo
0%
8,33%
75%
16,66%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Muito Complicado Complicado Fácil Muito Fácil
Figura 6.5 – Exibição de composição segmentos
70
Quanto à exibição das apresentações, através das figuras 6.4 e 6.5, observa-se
que a porcentagem de alunos que consideraram fácil ou muito fácil a exibição da
composição de segmentos é maior que aquela relacionada à exibição da apresentação
criada sem segmentos – são 91,66% contra 8,33%. Além disso, enquanto 8,33% dos
alunos avaliaram-na como complicada, 91,66% encontraram dificuldades em exibir a
apresentação sem segmentos. Nota-se, assim, que a exibição da composição parece ser
mais simples que aquela sem segmentos. Segundo os próprios alunos, o uso de
segmentos facilita a exibição, tornando-a mais simples e rápida.
16,66%
83,33%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Montagem Sem Segmentos Montagem Com Segmentos
Figura 6.6 – Preferência para montagem de nova apresentação de vídeo
Através da figura 6.6, considerando-se a montagem de uma nova apresentação
(composição de segmentos ou apresentação sem segmentos), a porcentagem de alunos
que utilizariam segmentos é, pelos motivos já explicitados anteriormente, maior que a
relacionada àqueles que não utilizariam – são 83,33% contra 16,66%.
25%
75%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Apresentação Desenvolvida
Sem Segmentos
Apresentação Desenvolvida
Com Segmentos
Figura 6.7 – Preferência para exibição de nova apresentação de vídeo
Ademais, conforme apresentado na figura 6.7, a porcentagem de alunos que
prefeririam a exibição da composição é maior que a relacionada à apresentação sem
segmentos – são 75% contra 25%. Contudo, esta taxa de 25% poderia ser reduzida
através do estudo de mecanismos de contextualização de segmentos - formas que
tornassem a transição de um segmento para outro mais suave. Ainda neste contexto, o
71
próprio protótipo poderia ser alterado, por exemplo, reformulando-se a interface de
exibição de apresentações, de forma a melhorar o processo de exibição.
75%
25%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sim Não
Figura 6.8 – Composição de segmentos como opção interessante para estudos
Outro resultado é apresentado na figura 6.8, em que a maioria dos alunos (75%)
considerou a composição de segmentos uma proposta interessante para apoiar estudos
futuros. Segundo os próprios alunos, as apresentações criadas a partir de vários e
diferentes segmentos proporcionam uma visão mais objetiva sobre o assunto
relacionado - visto que os mesmos são desenvolvidos considerando-se partes bem
específicas do conteúdo de OAs. Os demais 25% dos alunos não justificaram a escolha
da alternativa “não”.
6.2 Segmentação Lógica de OAs
Os resultados apresentados nesta seção correspondem a uma síntese dos
resultados obtidos da análise dos questionários Q2 e Q5.
72
20,83%
70,83%
8,33%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Muito Interessante Interessante Pouco Interessante Desinteressante
8,33%
87,50%
4,16%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Muito Útil Útil Pouco Útil Não é Útil
Figura 6.9 – Sistemática de segmentação de OAs
Através da figura 6.9, observa-se que a maioria dos alunos (91,66%) considerou
interessante ou muito interessante a segmentação lógica de OAs, e 95,84%
consideraram-na útil ou muito útil.
45,83%
50%
0%
4,16%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Concordo
Totalmente
Concordo
Par cia lme nte
Discordo
Parcialmente
Discordo
Totalmente
Figura 6.10 – Segmentação como facilitador para aprendizagem do conteúdo
Conforme apresentado na figura 6.10, 45,83% dos alunos concordaram
totalmente que a mesma facilita a aprendizagem do conteúdo de OAs. Segundo os
próprios alunos, através da segmentação, partes desinteressantes ou desnecessárias
podem ser descartadas, aproveitando-se para a criação dos segmentos apenas as de
interesse. Além disso, a segmentação permite o desenvolvimento de segmentos segundo
uma visão personalizada, possibilitando a cada usuário selecionar partes de conteúdos
instrucionais segundo suas necessidades e interesses educacionais.
73
Já para 50% dos alunos, a concordância é parcial. Segundo estes, a
aprendizagem a partir da utilização de segmentos seria viável, mas desde que os
mesmos sejam objetivos e bem explicativos, de forma a prover um bom entendimento
acerca do assunto relacionado – caso contrário poderiam não contribuir com o processo
educacional dos usuários. Apenas 4.16% dos alunos não concordaram que a proposta de
segmentação facilita a aprendizagem de conteúdo de OAs.
Embora os alunos tenham concordado que o processo de segmentação de OAs
auxilie na aprendizagem do conteúdo destes materiais, tal aprendizagem – segundo os
mesmos - depende, em parte, da forma como a segmentação é realizada. De fato, a
segmentação é um processo onde a adequabilidade do segmento desenvolvido está
relacionada às necessidades, interesses e características dos seus criadores. Desta forma,
dependendo do contexto educacional do usuário (aluno, grupo ou instituição) que
realiza a segmentação, os segmentos criados pelo mesmo podem não ser totalmente
adequados para outros usuários.
100%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Segmentos Vídeos Inteiros
Figura 6.11 – Preferência de utilização para estudo de conteúdo de OAs
Contudo, ao indagar os alunos sobre a escolha entre vídeos inteiros e segmentos
para o estudo de um determinado assunto, todos eles (100%) – conforme apresentado na
figura 6.11 – escolheram utilizar segmentos. Assim, as vantagens relacionadas ao uso
dos segmentos se sobressaem sobre a possibilidade dos mesmos não serem totalmente
relacionados aos seus propósitos.
6.3 Avaliação do Uso de Modelos de Conteúdo
Esta seção apresenta os resultados referentes à utilização de modelos de
conteúdo tanto na segmentação lógica de OAs quanto na montagem de composições de
74
segmentos. Os resultados foram obtidos a partir da análise dos questionários Q2, Q3,
Q5 e Q6.
16,66%
70,83%
12,50%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Muito Interessante Interessante Pouco Interessante Desinteressante
8,33%
87,50%
4,16%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Muito Útil Útil Pouco Útil Não é Útil
Figura 6.12 – Uso de modelo de conteúdo para categorização de segmentos
Através da figura 6.12, observa-se que a maioria dos alunos (87,5%) considerou
interessante ou muito interessante a utilização de modelos de conteúdo no processo de
segmentação lógica de OAs, e 95,84% consideraram-na útil ou muito útil. De fato,
conforme apresentado na figura 6.13, a porcentagem de alunos para os quais a utilização
de um modelo de conteúdo ajuda na descrição dos mesmos, complementando-a, é maior
que a porcentagem de alunos que não consideram tais modelos úteis para a descrição
dos segmentos – são 91,66% contra 8,33%.
91,66%
8,33%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Ajuda na Descrão dos
segmentos
Não Ajuda Na Descrão dos
segmentos
Figura 6.13 – Uso de modelo de conteúdo na descrição de segmentos
Embora a maioria dos alunos tenha considerado interessante e útil a utilização de
modelos de conteúdo para categorização de segmentos, uma considerável parcela destes
75
alunos (37,50%) – conforme apresentado na figura 6.14 - julgou interessante a
possibilidade de a categorização ser realizada utilizando-se elementos (categorias/tipos)
definidos com suas próprias palavras. Para 62,50% dos alunos, a escolha considerou a
utilização de um modelo de conteúdo pré-definido para a categorização dos segmentos.
62,50%
37,50%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Uso de Categorias Pré-Definidas Uso de Categorias Próprias
Figura 6.14 – Preferência para categorização de segmentos
O resultado apresentado na figura 6.14 (especificamente em relação à definição
de categorias próprias) retrata a necessidade do modelo utilizado na segmentação de
OAs estar relacionado com o contexto educacional no qual os participantes estejam
inseridos. Em uma situação contrária, é natural que os mesmos sintam a necessidade de
definir os segmentos segundo suas necessidades (não totalmente suportada pelo modelo
de conteúdo utilizado). É importante ressaltar novamente que o modelo de conteúdo
adotado para a realização do estudo de caso não teve o objetivo de ser uma escolha
exaustiva em relação às possibilidades de categorias.
Enquanto a utilização de modelos de conteúdo na segmentação lógica de OAs
objetiva a categorização dos segmentos, na montagem de composições de segmentos a
utilização de tais modelos objetiva tanto melhorar os processos de busca por segmentos
quanto a própria organização da composição (particularmente no seqüenciamento dos
segmentos uma vez agrupados). Especificamente, avalia-se a utilização de segmentos
categorizados na montagem de composições de segmentos.
76
16,66%
83,33%
0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Muito Interessante Interessante Pouco Interessante Desinteressante
16,66%
75%
8,33%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Muito Útil Útil Pouco Útil Não é Útil
Figura 6.15 – Uso de segmentos categorizados na montagem da composição
Através da figura 6.15, observa-se que todos os alunos consideraram interessante
ou muito interessante a utilização de segmentos categorizados na montagem da
apresentação de vídeo, e 91,66% consideraram-na útil ou muito útil. Especificamente no
que tange ao uso de modelos de conteúdo na montagem de composições de segmentos,
o resultado foi obtido e apresentado na figura 6.16.
95,83%
4,16%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Facilitou Montagem da
Apresentação
Não Facilitou Montagem da
Apresentação
Figura 6.16 – Uso de modelos de conteúdo na montagem de composições
Conforme apresentado na figura 6.16, para a maioria dos alunos (95,83%) a
utilização de modelos de conteúdo facilitou a montagem da apresentação de vídeo.
Segundo os mesmos, a categorização dos segmentos oferece uma pré-definição acerca
do assunto ao qual o segmento está relacionado, facilitando a escolha dos segmentos de
interesse. Também facilitou a organização da composição, especificamente no
77
seqüenciamento dos segmentos selecionados. Além disso, apresentou-se como uma
abordagem interessante no que tange à apresentação da composição (uma vez que
possibilitou ao protótipo informar a categoria dos segmentos antes de sua exibição, em
uma tentativa de possibilitar uma contextualização dos segmentos em uma
apresentação). Ademais, a categorização foi essencial para as buscas por segmentos,
permitindo refinar as mesmas.
6.4 Aprendizagem Colaborativa Baseada no Compartilhamento de Segmentos
Os resultados apresentados nesta seção foram obtidos a partir da análise dos
questionários Q4, Q5 e Q6. Especificamente, avaliou-se a proposta de aprendizagem
colaborativa baseada no compartilhamento de segmentos. Buscou-se analisar o interesse
de alunos no que tange à utilização de segmentos criados por outros alunos para a
aprendizagem de determinado conteúdo educacional. Para esta avaliação, alguns grupos
analisaram segmentos desenvolvidos por outros grupos.
33,33%
66,66%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sim Não
Figura 6.17 – Segmentos ajudariam na aprendizagem
Conforme apresentado na figura 6.17, para 66,66% dos alunos, os segmentos
avaliados ajudariam na aprendizagem do assunto ao qual eles estavam relacionados,
pois proporcionavam uma idéia geral acerca do assunto abordado, embora destacando
pontos específicos. Além disso, explicavam e exemplificavam bem os conceitos e as
definições apresentadas, facilitando o entendimento. Para 33,33%, os segmentos
avaliados não ajudariam na aprendizagem, pois a duração dos mesmos era curta para
proporcionar um bom entendimento do assunto. Além disso, o conteúdo dos segmentos
era muito generalista. Assim, sendo de curta duração e pouco específicos, os segmentos
não poderiam proporcionar um entendimento adequado acerca do assunto ao qual eles
estavam relacionados.
78
100%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sim Não
Figura 6.18 – Compartilhamento de segmentos promove troca de idéias
Embora para parte dos alunos os segmentos avaliados não tenham sido
considerados adequados para promover aprendizagem, todos concordaram – conforme
apresentado na figura 6.18 – que compartilhar segmentos favorece a troca de idéias,
sendo uma abordagem interessante. Ademais, há a motivação da possibilidade de
vislumbrar diferentes pontos de vista – ao analisar segmentos criados por diferentes
alunos. De fato, na figura 6.19, apresenta-se o resultado da avaliação da abordagem de
compartilhamento de segmentos como alternativa para se promover nos alunos a
capacidade de avaliar e/ou considerar diferentes pontos de vista (opiniões apresentadas
por outros usuários).
66,66%
33,33%
0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Concordo
Totalmente
Concordo
Parcialmente
Discordo
Parcialmente
Discordo
Totalmente
Figura 6.19 – Análise envolvendo compartilhamento de segmentos
Conforme apresentado na figura 6.19, a maioria dos alunos (66,66%) concorda
totalmente que o compartilhamento de segmentos pode ser visto como uma abordagem
para promover a capacidade de avaliar e/ou considerar diferentes pontos de vista.
Segundo os mesmos, tal estratégia permite aprimorar o entendimento do assunto. Uma
grande vantagem é a possibilidade de, no caso de diferentes grupos ou alunos estarem
estudando um mesmo assunto, analisar informações que, em um primeiro momento, não
foram levadas em consideração. Além disso, torna-se possível rever as próprias opiniões
79
ao analisar pontos de vista de outros grupos ou alunos. Entretanto, para 33,33% dos
alunos, essa capacidade é até factível, mas dependendo da forma como os segmentos de
terceiros foram estruturados.
25%
0%
75%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Usar Apenas Segmentos
Próprios
Usar Apenas Segmentos
de Terceiros
Usar Segmentos Próprios
e de Terceiros
Figura 6.20 – Utilização de segmentos para aprendizagem
Outro resultado importante no que tange à utilização de segmentos criados por
terceiros para prover aprendizagem é apresentado na figura 6.20. Segundo esta,
considerando a necessidade de estudar determinado conteúdo instrucional utilizando-se
de segmentos, 75% dos alunos escolheriam utilizar segmentos criados por eles mesmos
em conjunto com aqueles criados por outros alunos, grupos, etc. Para 25% dos alunos
avaliados, a escolha seria por utilizar apenas segmentos criados por eles mesmos.
0%
75%
8,33%
16,66%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Muito Semelhantes Semelhantes Diferentes Muito Diferentes
Figura 6.21– Comparação entre segmentos desenvolvidos por diferentes grupos
Ainda em relação ao compartilhamento de segmentos, outra avaliação está
relacionada à comparação entre os segmentos criados por um determinado grupo com
aqueles avaliados pelo mesmo (e criados por outro grupo). A figura 6.21 apresenta o
resultado obtido neste contexto, em que a porcentagem de alunos para os quais os
segmentos avaliados foram semelhantes àqueles criados por seu grupo foi maior que a
relacionada aos alunos para os quais os segmentos foram diferentes ou muito diferentes.
Embora para a maioria dos alunos os segmentos avaliados tenham sido
considerados semelhantes, é necessário levar em consideração o prazo neste estudo de
80
caso para a realização da atividade de segmentação lógica de OAs. É natural que,
considerando-se um tempo reduzido para a realização da tarefa, os grupos não tenham
segmentado todos os vídeos disponíveis no Banco de OAs. Mas, ainda que vários
segmentos tenham sido considerados semelhantes pelos alunos, os mesmos não foram
considerados inúteis - de acordo com o resultado apresentado na figura 6.17, a maioria
dos alunos (66,66%) considerou úteis os segmentos avaliados (criados por outros
grupos) para prover a aprendizagem do assunto ao quais os mesmos estavam
relacionados.
58,33%
41,66%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sim Não
Figura 6.22 – Grupo avaliado explorou partes não exploradas pelo grupo avaliador
Além de avaliar a abordagem de compartilhamento de segmentos como uma
alternativa para promover aprendizagem colaborativa, buscou-se avaliar a utilização
desta abordagem no que tange à exploração de conteúdo instrucional. Em relação a este
contexto, os resultados obtidos são apresentados a seguir. Conforme apresentado na
figura 6.22, a porcentagem de alunos para os quais o grupo sendo avaliado explorou
partes de vídeos que seus respectivos grupos não exploraram foi maior que aquela para
os quais o grupo avaliado não explorou partes diferentes às exploradas pelos seus
respectivos grupos – são 58,33% contra 41,66%.
91,66%
8,33%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sim Não
Figura 6.23 – Grupo avaliador explorou partes não explorados pelo grupo avaliado
81
Já conforme a figura 6.23, para 91,66% dos alunos, seus respectivos grupos
exploraram partes de vídeos não explorados pelo grupo sendo avaliado. Já para 8,33%
dos alunos, seus respectivos grupos não exploraram partes de vídeos que o grupo sendo
avaliado explorou.
Observa-se, através dos resultados apresentados nesta seção, que a utilização da
abordagem de colaboração permite a exploração de uma quantidade maior de OAs.
Ademais, aplicando-se a abordagem de segmentação lógica neste processo, torna-se
possível a seleção das partes mais importantes acerca de cada OA analisado. Por fim,
aplicando-se a proposta de compartilhamento dos segmentos criados, tem-se um ganho
considerável no que tange à exploração de OAs em menor tempo e com todas as
vantagens - avaliadas e discutidas ao longo desta seção - referentes à análise de
segmentos criados por terceiros para prover construção de conhecimento.
Observa-se, ainda, que o conhecimento adquirido por um aluno em seu processo
de aprendizagem pode ser reaproveitado no intuito de guiar processos de aprendizagem
de outros alunos (em outras palavras, segmentos criados por um aluno podem ser
essencialmente úteis para prover aprendizagem a outros alunos). De fato, o
compartilhamento de segmentos pode promover a discussão de idéias, a análise de
opiniões, a argumentação e contra-argumentação de pontos de vista, etc., aprimorando a
construção do conhecimento dos alunos.
6.5 Relacionamentos entre Segmentos
Os resultados apresentados nesta seção foram obtidos a partir da análise dos
questionários Q1, Q3, Q5 e Q6. Especificamente, buscou-se avaliar a abordagem de
relacionamentos tanto na segmentação lógica de OAs quanto na montagem de
composições de segmentos. No primeiro caso, objetivou-se avaliar os relacionamentos
como uma alternativa para aprimorar a descrição dos segmentos – neste caso, a
avaliação esteve centrada na definição de relacionamentos entre os mesmos. No
segundo caso, a avaliação esteve focada na utilização dos relacionamentos nas buscas
por segmentos, especificamente no retorno dos mesmos (além de retornar os segmentos
de acordo com os parâmetros de busca do usuário, retornavam-se aqueles relacionados
aos mesmos – seja através das descrições associadas aos mesmos, seja através das
inferências realizadas pelo Componente de Raciocínio). Assim, o usuário poderia
82
analisar não apenas os segmentos retornados em função dos parâmetros de pesquisa,
mas segmentos relacionados a estes.
25%
66,66%
8,33%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Muito Interessante Interessante Pouco Interessante Desinteressante
41,66%
58,33%
0% 0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Muito Útil Útil Pouco Útil Não é Útil
Figura 6.24 – Definição de relacionamentos entre segmentos
Em relação à primeira avaliação, a figura 6.24 mostra que a maioria dos alunos
(91,66%) considera interessante ou muito interessante a proposta de definição de
relacionamentos entre segmentos, e todos a consideraram útil ou muito útil. Segundo os
mesmos, ao relacionar segmentos, torna-se possível criar uma ligação semântica entre
seus conteúdos. Considerando um processo de aprendizagem, tal ligação pode ser
importante na medida em que permite navegar por vários e diferentes segmentos,
facilitando o entendimento, e conseqüentemente a aprendizagem, do assunto aos quais
eles estão relacionados. De fato, a figura 6.25 apresenta o resultado relacionado a este
contexto.
91,66%
8,33%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sim Não
Figura 6.25– Relacionamentos entre segmentos ajuda na aprendizagem
83
Conforme apresentado na figura 6.25, a porcentagem de alunos para os quais os
relacionamentos estabelecidos entre diferentes segmentos ajudam na realização de
processos de aprendizagem é maior que a porcentagem daqueles para os quais tais
relacionamentos não contribuem para o aprendizado – são 91,66% contra 8.33%. De
fato, pode-se imaginar a definição de relacionamentos entre segmentos como uma forma
de se construir uma rede semântica de conhecimento. A partir dessa, torna-se possível
aos alunos uma exploração concisa de conteúdo. Em outras palavras, com os
relacionamentos, ao se estudar determinado segmento (e existindo segmentos
relacionados ao mesmo) tem-se a possibilidade de visualizar outros que complementem
o aprendizado.
Conforme dito no início desta seção, além de avaliar a abordagem de
relacionamentos entre segmentos durante a segmentação lógica de OAs, buscou-se
avaliar a utilização da mesma na montagem de composições de segmentos,
especificamente no que tange à visualização dos mesmos durante a realização de buscas
por segmentos.
16,66%
70,83%
12,50%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Muito Útil Útil Pouco Útil Não é Útil
Figura 6.26– Visualização de segmentos relacionados na montagem de composição
91,66%
8,33%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Ter a Disposão Segmentos
Relacionados
Ter a Disposão Segmentos Não
Relacionados
Figura 6.27 – Preferência para montagem de nova composição
Através da figura 6.26, observa-se que a porcentagem de alunos para os quais a
visualização de relacionamentos entre segmentos durante a montagem da composição
84
de segmentos foi considerada útil ou muito útil é maior que aquela para os quais a
mesma foi considerada pouco útil – são 87,50% contra 12.5%. Além disso, de acordo
com a figura 6.27, a porcentagem de alunos que gostariam de utilizar segmentos
relacionados durante a realização de uma nova montagem de apresentação é maior que
aquela relacionada àqueles que gostariam de utilizar segmentos não relacionados – são
91,66% contra 8,33%.
100%
0%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sim Não
Figura 6.28 – Segmentos relacionados foram utilizados na montagem da composição
Para complementar, conforme apresentado na figura 6.28, para 100% dos
alunos, um ou mais dos segmentos relacionados que foram retornados durante a
realização das buscas por segmentos foram utilizados na montagem da composição.
6.6 Reutilização de OAs
Busca-se mostrar que o reuso de OAs pode ser melhor explorado a partir da
estruturação de segmentos reutilizáveis obtidos de seus conteúdos. Em outras palavras,
argumenta-se que a utilização da abordagem de segmentação lógica de OAs pode prover
uma maior reutilização de OAs.
Especificamente, a avaliação de que o uso dos segmentos promove uma maior
reutilização dos OAs baseou-se na comparação entre a quantidade de vídeos utilizados
para a montagem da apresentação sem uso de segmentos e a composição de segmentos.
É importante ressaltar que, embora na composição de segmentos não se esteja utilizando
todo o conteúdo dos OAs, se utilizaram partes dos mesmos. Desta forma, pode-se dizer
que os OAs estão sendo reutilizados, ainda que esta reutilização esteja centrada em
partes específicas de seu conteúdo. Conforme discutido no início deste capítulo, a
montagem das apresentações de vídeo (utilizando-se de vídeos inteiros) e a montagem
das composições de segmentos foram realizadas pelos grupos A1, A2, B1 e B2.
Especificamente, ambas foram realizadas utilizando os vídeos relacionados ao tema
85
“Planejamento Estratégico”. No total, treze vídeos (numerados de 01 a 13) sobre este
tema estavam armazenados no Banco de OAs. Em relação aos vídeos utilizados por
cada grupo, obteve-se o seguinte resultado: grupo A1 utilizou dois vídeos (01e 02),
grupo A2 utilizou três vídeos (01, 03 e 05), grupo B1 utilizou três vídeos (01, 02 e 03) e
grupo B2 utilizou dois vídeos (02 e 05)
Ao mesmo tempo em que os grupos A1, A2, B1 e B2 realizavam a tarefa de
montagem de apresentação de vídeo, os grupos C1, C2, D1 e D2 realizavam a tarefa de
segmentação lógica de OAs - segmentando vídeos relacionados ao tema “Planejamento
Estratégico”. Especificamente, os grupos estavam utilizando os mesmos treze vídeos
disponibilizados aos grupos A1, A2, B1 e B2. Ao todo, dezoito segmentos foram
criados. Em relação aos vídeos utilizados por cada grupo, obteve-se o seguinte
resultado: grupo C1 utilizou dois vídeos (01e 04), grupo C2 utilizou quatro vídeos (01,
02, 06 e 07), grupo D1 utilizou três vídeos (01, 03 e 06) e grupo B2 utilizou quatro
vídeos (01, 03, 04 e 05).
Uma vez criados, os segmentos foram armazenados no Banco de Metadados,
ficando à disposição dos grupos A1, A2, B1 e B2 para a realização da segunda tarefa:
montagem de composição de segmentos. A seguinte relação de vídeos foi utilizada:
grupo A1 utilizou três vídeos (01, 02 e 03), grupo A2 utilizou cinco vídeos (01, 02, 05,
06 e 07), grupo B1 utilizou quatro vídeos (01, 02, 04 e 07) e grupo B2 utilizou seis
vídeos (01, 02, 03, 04, 06 e 07).
2
3333
5
4
5
0
1
2
3
4
5
6
A1 A2 B1 B2
Grupos de Alunos
Quantidade de Vídeos
Apresentação de Vídeo
Composição de Segmentos
Figura 6.29 – Quantidade de vídeos utilizados por tarefa
A figura 6.29 apresenta um resumo referente à utilização de vídeos para a
realização das tarefas pelos grupos A1, A2, B1 e B2. Especificamente, apresenta-se a
quantidade de vídeos reutilizados em cada tarefa executada por estes grupos. Conforme
86
ilustrado na figura 6.29, a reutilização de vídeos foi maior na montagem das
composições de segmentos. Por serem menores e mais específicos, os grupos podiam
visualizar vários segmentos e, rapidamente, verificar se os mesmos atendiam às suas
expectativas educacionais. Em outras palavras, percebeu-se que a análise do conteúdo
dos segmentos era realizada mais rapidamente que a análise do conteúdo dos vídeos
inteiros.
4
7
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Apresentação de Vídeo Composão de Segmentos
Tarefas Realizadas
Quantidade de Vídeos
Figura 6.30 – Quantidade de vídeos utilizados por tarefa
Ainda em relação à quantidade de vídeos reutilizados para a execução das
tarefas, outro resultado obtido é apresentado na figura 6.30, em que na montagem das
apresentações de vídeo, executadas pelos grupos A1, A2, B1 e B2 – durante a realização
da primeira tarefa -, foram utilizados, no total, quatro vídeos diferentes. Entretanto, na
montagem da composição de segmentos, executada pelos mesmos grupos durante
realização da segunda tarefa, a quantidade total de vídeos diferentes utilizados passou
para sete.
Embora pouco expressivo, o resultado demonstra como a utilização de
segmentos possibilita a reutilização de uma maior quantidade de OAs – embora
(conforme já dito) essa reutilização esteja relacionada a partes específicas do conteúdo
dos mesmos. Considerando-se um cenário onde todos os alunos pudessem,
individualmente, participar das tarefas de segmentação e montagem da apresentação e
da composição de segmentos - e considerando-se ainda que o tempo estabelecido para a
realização das mesmas fosse consideravelmente maior que o estabelecido para a
realização do estudo de caso desta dissertação -, argumenta-se que mais vídeos
poderiam ser explorados, conseqüentemente mais segmentos criados e um resultado
mais expressivo poderia ser alcançado.
87
6.7 Visão Geral das Abordagens Apresentadas
Embora as abordagens de relacionamento de segmentos, utilização de modelos
de conteúdo e aprendizagem colaborativa baseada em compartilhamento de segmentos
tenham sido discutidas e avaliadas através desta dissertação, todas estiveram centradas
em duas propostas principais: segmentação lógica de OAs e composição de segmentos.
De fato, a partir destas duas abordagens, tornou-se possível a discussão e a análise das
demais. Logo, buscou-se, ao final da realização do estudo de caso, avaliar a aceitação
dos alunos no que tange a ambas. Em outras palavras, avaliou-se se os alunos
reutilizariam tais abordagens em processos educacionais futuros. O resultado
apresentado a seguir compreende uma síntese das opiniões de todos os vinte e quatro
alunos participantes do estudo de caso.
91,66%
8,33%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Sim Não
Figura 6.31 – Reutilizaria as abordagens de segmentação e composição
Conforme apresentado na figura 6.31, a porcentagem de alunos que reutilizariam
as abordagens de segmentação lógica de OAs e composição de segmentos em seus
futuros processos educacionais é consideravelmente maior que a porcentagem de alunos
que não as reutilizariam – são 91,66% contra 8,33%. Este resultado demonstra a boa
aceitação das propostas, comprovando os resultados obtidos ao longo deste capítulo:
que a segmentação de OAs é um processo interessante, útil e que facilita na
aprendizagem de conteúdo de OAs, etc. – o mesmo sendo atribuído ao processo de
composição de segmentos. Além disso, apesar de neste estudo de caso ter-se utilizado
um tipo de mídia específico para a demonstração da aplicabilidade e validação das
propostas, argumenta-se que resultados semelhantes poderiam ser obtidos considerando-
se outros tipos de mídia (por exemplo, áudio ou texto), embora novos estudos devam ser
desenvolvidos para confirmar esta argumentação.
88
Outra questão a se discutir está relacionada com o perfil e o número de alunos
selecionados para o estudo de caso. Embora se reconheça a necessidade de um estudo
de caso mais abrangente, incluindo alunos de outros cursos, com diferentes níveis de
conhecimento, etc. argumenta-se que os resultados obtidos através do estudo realizado
para esta dissertação representam um indício da validade da abordagem de segmentação
de OAs, bem como daquelas oriundas do uso dos segmentos. Um estudo mais formal,
buscando consolidar uma amostra mais representativa do contexto educacional
brasileiro, é proposto como possível trabalho futuro.
6.8 Análise Geral dos Resultados
Os resultados obtidos através do estudo de caso apontam para a necessidade de
se desenvolver materiais instrucionais que facilitem o acesso e a reutilização de partes
específicas de seus conteúdos. Por vezes, os materiais disponíveis são demasiadamente
gerais, não correspondendo, na maioria das vezes, às necessidades de aprendizagem
particulares dos usuários. Evidentemente, tais materiais podem e, de fato, são utilizados
nos processos educacionais. Contudo, verifica-se certo esforço no que tange à pesquisa,
exploração, análise e compreensão dos conteúdos. Assim, uma abordagem que facilite o
acesso e reuso de partes de conteúdo de materiais educacionais (aqui, conforme já
mencionado no capítulo introdutório, entende-se como material educacional todo e
qualquer material que possa ser utilizado em um processo de ensino e aprendizagem,
ainda que não tenha sido desenvolvido para este fim), a exploração deste conteúdo, o
compartilhamento do mesmo entre diversos alunos (visando a discussão) apresenta-se
como uma proposta interessante.
Através dos resultados, pode-se observar o quão útil foi a abordagem de
segmentação de conteúdo de OAs, bem como a utilização dos mesmos. Todas as
abordagens propostas e apresentadas nesta dissertação não apenas dinamizaram o reuso
de OAs, como também favoreceram a aprendizagem, facilitando-a.
89
7. Considerações Finais
Neste capítulo, apresenta-se uma síntese do trabalho realizado e apresentado
nesta dissertação, discutem-se alguns trabalhos relacionados às abordagens propostas
(especificamente no que tange à abordagem de segmentação de OAs), destacam-se as
principais contribuições do trabalho e sugerem-se alguns trabalhos a serem
desenvolvidos no futuro.
7.1 O Trabalho Apresentado nesta Dissertação
O trabalho apresentado nesta dissertação visou desenvolver uma forma de
representar o conteúdo de OAs de forma mais granular do que o geralmente considerado
na construção dos mesmos. Especificamente, propôs-se a estruturação do conteúdo de
OAs em segmentos de informação reutilizáveis. Para atingir tal objetivo, desenvolveu-
se uma arquitetura e uma sistemática para segmentação de conteúdo de OAs,
possibilitando estruturar blocos de informação a partir desse conteúdo.
Contudo, uma vez criados, vislumbrou-se que tais segmentos poderiam ser
utilizados em várias abordagens educacionais. Assim, este trabalho considerou ainda a
análise e avaliação de alguma dessas abordagens, a saber: montagem de composições de
segmentos, definição de relacionamentos entre os mesmos, utilização de modelos de
conteúdo em sua descrição e sua utilização como alternativa para promover um cenário
de aprendizagem colaborativa. Todas elas foram exploradas em um estudo de caso, que
consistiu na realização, por alunos de uma turma do curso de Bacharelado em Sistema
de Informação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, durante uma aula
da disciplina de Fundamentos de Sistema de Informação, de um conjunto de tarefas
previamente definidas. A partir da informação recolhida com a aplicação de uma série
de questionários de avaliação, obtiveram-se os resultados que mostraram a validade não
apenas do processo de segmentação lógica de OAs, mas da contribuição que pode ser
dada pela utilização dos segmentos em processos de ensino e aprendizagem.
90
7.2 Trabalhos Relacionados
Na literatura pesquisada foram encontrados trabalhos relacionados a algumas das
abordagens discutidas nesta dissertação: (BUSH et al., 2004) e (BOLETTIERI et al.,
2007), associados à abordagem de segmentação de OAs; (SILVA, 2006), associado à
abordagem de composição e (MATTOS, 2006), associado à abordagem de
relacionamento de OAs e raciocínio automático, são alguns exemplos. Entretanto,
nenhum desses trabalhos trata todas as propostas de uma forma integrada, como
realizado nesta dissertação. Nesta seção, descrevem-se, de forma sucinta, os trabalhos
citados.
O trabalho apresentado em (BUSH et al., 2004) define uma abordagem para
permitir a usuários selecionar e visualizar partes específicas de vídeos. Neste sentido,
propõe igualmente a descrição do conteúdo de vídeos através dos padrões LOM e
MPEG-7 de forma similar à utilizada neste trabalho. No entanto, esta proposta pretende
prover algo como adicionar capítulos/seções a um conteúdo de vídeo, possibilitando aos
usuários acessar apenas as seções de interesse para visualização. A diferença essencial
para o trabalho apresentado nesta dissertação está no fato deste descrever as partes de
conteúdo de modo que as mesmas sejam vistas como segmentos de informação
independentes. Em (BUSH et al., 2004), há uma descrição de partes, mas que não
vislumbra a configuração das mesmas como blocos de informações independentes, visto
que a descrição LOM está associada a todo o conteúdo e não às partes. Além disso,
naquele trabalho toda a descrição de um dado conteúdo (considerando-se ambos os
padrões) é encapsulada em um único documento. Nesta dissertação, cada segmento
possui sua própria descrição LOM, o que permite considerá-lo como um bloco de
informação independente.
No trabalho apresentado em (BOLETTIERI et al., 2007), objetiva-se demonstrar
a reutilização de conteúdos audiovisuais (vídeos, por exemplo), explorando tecnologias
existentes para extração automática de metadados relacionados a estes recursos. Em
outras palavras, propõe-se que materiais sejam descritos automaticamente, utilizando-se
os padrões LOM e MPEG-7. Importante destacar que as descrições estão associadas a
partes específicas destes conteúdos (razão pela qual se utiliza o MPEG-7). Contudo, tais
partes não são configuradas como blocos de informação independentes. Assim como em
(BUSH et al., 2004), a descrição LOM está associada a todo o conteúdo. Nesta
dissertação, as descrições estão relacionadas a partes específicas destes, sendo
91
realizadas de acordo com as necessidades, interesses e características dos usuários,
auxiliando-os em seus processos de aprendizagem. Portanto, a segmentação não é um
processo considerado por BOLETTIERI et al. (2007). Por outro lado, no trabalho
apresentado nesta dissertação, a visão automatizada relacionada à descrição de
segmentos não é adotada (sendo considerada como possível trabalho futuro).
O trabalho apresentado em (SILVA, 2006) propõe uma modelagem de
composição de OAs, com base na recuperação da semântica de OAs armazenados em
repositórios distribuídos. Além disso, define um algoritmo de seqüenciamento de OAs,
uma linguagem para especificação da seqüência dos OAs e um esquema conceitual de
composição de OAs. Segundo (SILVA, 2006), a abordagem de composição de OAs
permite o desenvolvimento de conteúdo instrucional com rapidez, qualidade e baixo
custo.
Tanto no trabalho referido, como no apresentado nesta dissertação, não são
tratadas diretamente as composições do OA físico e, sim, composições com base na
semântica nele contida. Contudo, no trabalho referido, apenas se abordam os aspectos
ligados à composição de Objetos Componentes (similares aos segmentos) sem tratar
como esses objetos poderiam ser obtidos a partir de OAs existentes, como é feito neste
trabalho. Ademais, enquanto em (SILVA, 2006) tal processo é dirigido a professores
(visando a construção de materiais a serem utilizados em processos educacionais de
seus alunos), nesta dissertação, a composição é dirigida a alunos, visando prover aos
mesmos uma forma de gerenciar seus próprios processos educacionais.
ROSA (MOURA et al., 2003) corresponde a um repositório de OAs com acesso
semântico. Nele, OAs são associados entre si através de relacionamentos. As consultas
realizadas apresentam como resultados elementos que estejam, de fato, representados
em sua base de dados ou que sejam resultantes de operações sobre relações de
equivalência efetuadas sobre os relacionamentos ou propriedades, tais como
transitividade, simetria, etc. O trabalho apresentado em (MATTOS, 2006) busca dotar o
ROSA de maior poder de inferência, o que requer a extensão do seu modelo de dados
para uma abordagem mais voltada à lógica, aumentando, assim, sua expressividade
através da representação de regras e do raciocínio sobre estas. Com isso, o novo
modelo, denominado de ROSA
+
, permite decisões não somente sobre fatos já
instanciados, mas também novos fatos inferidos pelas propriedades dos relacionamentos
definidas na especificação da ontologia, e também por regras representadas na
ontologia.
92
Assim como o trabalho descrito nesta dissertação, no trabalho apresentado em
(MATTOS, 2006), a representação das informações associadas aos OAs (realizada
através do padrão de metadados LOM) é descrita em linguagem OWL. Ademais, as
regras lógicas são expressas em linguagem SWRL e Bossam é o mecanismo de
inferência adotado. Contudo, em (MATTOS, 2006), toda a abordagem de raciocínio é
aplicada sobre um repositório de OAs e os relacionamentos considerados para a
realização das inferências são estabelecidos entre os mesmos. No trabalho descrito nesta
dissertação, o contexto de relacionamentos e inferências lógicas é aplicado sobre
segmentos de OAs e esta constitui a diferença fundamental entre os dois trabalhos.
Enquanto (MATTOS, 2006) busca desenvolver toda uma abordagem computacional
centrada na recuperação mais precisa de OAs, visando todo o conteúdo dos mesmos, a
abordagem proposta nesta dissertação busca focar tal recuperação em partes específicas
(segmentos) do conteúdo destes OAs.
7.3 Contribuições
No trabalho descrito nesta dissertação, mostra-se que a especificação de partes
de conteúdo de OAs é uma abordagem que pode ser interessante. Tanto para materiais
ainda a serem desenvolvidos quanto para aqueles que já o foram, pode-se considerar
uma estruturação de conteúdo de forma a maximizar seu reuso. Em outras palavras,
pode-se estruturá-los de forma que partes específicas de seus conteúdos sejam acessadas
e reutilizadas desconsiderando-se o acesso ao conteúdo como um todo. A idéia básica
deste contexto é fazer com que usuários foquem suas atenções nas porções de conteúdo
intrinsecamente associadas aos seus objetivos educacionais, abstraindo-se daquelas não
condizentes com os mesmos.
Neste contexto, a principal contribuição do trabalho descrito nesta dissertação
corresponde à definição da descrição estruturada de partes de conteúdo de OAs, a qual
permite que tais partes sejam configuradas como segmentos independentes de
informação, passíveis de reuso em diferentes contextos educacionais. Além disso, essa
proposta permite que a reutilização das partes seja realizada sem necessidade de se
acessar todo o conteúdo no qual elas estão contidas. Considerando outras contribuições
especificas, destacam-se:
93
Definição de uma arquitetura para segmentação lógica de OAs, composição
de segmentos e realização de buscas por segmentos com suporte a raciocínio
automático.
Desenvolvimento de um protótipo para suportar as abordagens mencionadas
no item anterior.
Definição de uma sistemática para segmentação lógica de conteúdo de OAs
Definição de uma sistemática para descrição de segmentos de conteúdo de
OAs.
Definição de uma sistemática para composição de segmentos de conteúdo de
OAs.
Definição de uma sistemática para definição de relacionamentos entre
segmentos de conteúdo de OAs.
Análise e avaliação do uso de segmentos de conteúdo de OAs em um cenário
de combinação e seqüenciamento de segmentos.
Análise e avaliação do uso de segmentos de conteúdo de OAs em um cenário
de compartilhamento de segmentos (permitindo a exploração de um cenário
de aprendizagem colaborativa).
Análise e avaliação do uso de segmentos de conteúdo de OAs em um cenário
de definição de relacionamentos e realização de raciocínio automático sobre
tais segmentos.
Estudo de caso para avaliação das abordagens discutidas nesta dissertação.
Ademais, é importante destacar como contribuição os resultados obtidos a partir
do estudo de caso, os quais deram indícios das vantagens da segmentação de OAs para
auxiliar processos de ensino e aprendizagem. Por fim, a própria definição dos possíveis
trabalhos futuros (descritos na próxima seção) que podem ser desenvolvidos a partir
desta dissertação também é contribuição deste trabalho.
Além disso, alguns resultados deste trabalho já podem ser listados, onde se
destacam os vários artigos publicados que permitiram divulgar e discutir as abordagens
propostas nesta dissertação. São eles:
(OLIVEIRA et al., 2008a): apresenta o processo para segmentação lógica de
conteúdo de OAs, compreendendo o uso de padrões de metadados para a
estruturação semântica dos segmentos de conteúdo.
94
(OLIVEIRA et al., 2008b): analisa diferentes cenários de aprendizagem nos
quais os segmentos obtidos através do processo de segmentação lógica de
OAs poderiam ser utilizados. Além disso, destaca os benefícios da realização
dos cenários abordados dentro de uma abordagem de aprendizagem
colaborativa, principalmente no que tange ao compartilhamento de
segmentos desenvolvidos por diferentes usuários.
(OLIVEIRA et al., 2008c): analisa a utilização de modelos de conteúdo no
processo de segmentação de OAs como uma forma de melhor explicitar as
informações contidas nestes materiais, permitindo o posterior
compartilhamento e reuso das mesmas. O trabalho discute, ainda, a
representação destes modelos através de ontologias, de modo a possibilitar a
realização de mapeamentos semânticos entre diferentes modelos, facilitando
o compartilhamento de segmentos - independente do modelo utilizado para
sua estruturação semântica.
(OLIVEIRA et al., 2008d): explora os relacionamentos entre OAs como uma
forma de possibilitar a exploração dos conteúdos e seu reuso. Mais ainda,
discute-se o uso da linguagem OWL na representação das descrições de OAs
de forma a permitir a realização de inferências lógicas, possibilitando obter
conhecimento implícito através dos relacionamentos entre diferentes OAs.
(OLIVEIRA et al., 2008e): explora a definição de uma ontologia baseada em
padrões de metadados para prover a descrição de conteúdo de OAs.
(OLIVEIRA et al., 2008f): discute a abordagem de segmentação de Objetos
de Aprendizagem, a implementação de um protótipo usado na realização da
mesma e apresenta os resultados obtidos de um estudo de caso referente à
avaliação do reuso de OAs através desta abordagem.
(OLIVEIRA et al., 2008g): avalia a eficácia de um cenário de aprendizagem
colaborativa, onde grupos de estudantes estão envolvidos na criação de
conteúdo instrucional através do reuso de vídeos pré-existentes, os quais
podem ser segmentados de acordo com as necessidades e interesses dos
mesmos.
Por fim, podem-se destacar as contribuições do trabalho considerando-se os
grandes desafios da pesquisa em computação no Brasil (SBC, 2006), definidos pela
Sociedade Brasileira de Computação (SBC). Um dos desafios apresentados pela SBC
95
corresponde à gestão da informação em grandes volumes de dados multimídia
distribuídos. Evidentemente, os metadados se apresentam como forte aliado a esta
gerência. A abordagem de descrição apresentada nesta dissertação pode prover
contribuição neste sentido. Ademais, abordagens como relacionamento entre materiais e
uso de sistemas de raciocínio automático podem agregar um maior poder de
organização, apresentação e exploração de informações.
7.4 Trabalhos Futuros
Vários trabalhos futuros podem ser considerados a partir do trabalho apresentado
nesta dissertação.
No que tange à descrição dos segmentos de OAs, argumenta-se que técnicas de
preenchimento automático ou semi-automático podem auxiliá-la. Embora todo um
sistema computacional possa ser desenvolvido de forma a tornar a descrição o mais
simples e intuitiva possível, usuários podem não compreender a semântica associada a
certos metadados - em outras palavras, como os mesmos devem ser preenchidos. Assim,
informações utilizadas para preencher, automaticamente, certos metadados podem
prover ao usuário uma idéia de como os mesmos devem ser preenchidos.
Em relação às buscas por segmentos, OAs ou composições, argumenta-se que
técnicas de personalização de resultados poderiam ser utilizadas para tornar as consultas
mais ricas, podendo-se alcançar resultados mais precisos, intrinsecamente associados às
necessidades e interesses educacionais dos usuários. Neste contexto, informações sobre
os usuários, contidas em um perfil de usuário, podem ser consideradas na realização das
buscas. Assim, materiais seriam retornados de acordo com as características do usuário
que realiza a pesquisa.
O protótipo e toda a formulação do estudo de caso foram realizados
considerando-se a utilização de vídeos. Embora este tipo de recurso apresente
características interessantes em contextos educacionais, outras mídias podem também
ser consideradas. Neste sentido, uma opção de trabalho futuro é estender o estudo de
caso realizado considerando-se outras mídias como, por exemplo, texto e imagem.
Particularmente, a utilização da proposta de segmentação sobre arquivos de texto pode
ter várias vantagens: primeiro por estes serem mais utilizados e por existirem em maior
número na Web e, segundo, por ser, diferente dos vídeos, uma mídia pouco interativa,
exigindo do usuário uma motivação maior para sua visualização e entendimento. De
96
fato, restringir a leitura dos usuários a partes específicas do conteúdo de OAs,
abstraindo-os de partes não condizentes com suas necessidades e objetivos educacionais
pode poupar-lhes tempo, dinamizando o processo de aprendizagem.
Todo o trabalho foi desenvolvido considerando-se uma segmentação lógica do
conteúdo de OAs. Neste sentido, uma oportunidade de trabalho futuro é a realização de
uma segmentação física deste conteúdo. Através desta proposta, usuários podem,
efetivamente, capturar partes específicas do conteúdo de OAs, salvando-as em locais
para além daqueles nos quais tais OAs estão armazenados.
Outra proposta de trabalho futuro é aplicar a abordagem de segmentação visando
a estruturação de conteúdo instrucional pelos professores. Apesar de todo o trabalho
desenvolvido ter considerado a aplicação e avaliação das abordagens propostas por
grupos de alunos, poder-se-ia utilizar grupos de professores. Neste caso, o foco de
pesquisa estaria na preparação e organização de conteúdo de aprendizagem.
Uma automatização de todo o processo de segmentação e composição pode ser
considerada. Embora o protótipo tenha sido desenvolvido de forma a tornar tais
processos mais simples – na visão do usuário -, nenhum mecanismo de automatização
foi implementado. Assim, esta abordagem poderia ser especialmente útil aos usuários.
Poder-se-ia, ainda, considerar uma abordagem de personalização, onde perfis de
usuários poderiam ser utilizados na realização dos processos.
Outro possível trabalho futuro abrange a definição de relacionamentos entre
segmentos segundo uma proposta de recomendação. De fato, perfis de usuários
poderiam ser utilizados como base para a especificação semi-automática de
relacionamentos entre segmentos armazenados em algum repositório. Ao pesquisar por
um segmento, um sistema computacional apresentaria o(s) segmento(s) condizente(s)
com os parâmetros de pesquisa do usuário. Contudo, ao escolher um segmento, dentre
os apresentados pelo sistema, o mesmo poderia tentar relacionar tal segmento escolhido
com outros armazenados no repositório, considerando tanto as informações inerentes ao
segmento escolhido quanto aquelas relacionadas ao usuário. Desta forma, o sistema
poderia, automaticamente, criar uma rede semântica de segmentos. Em outras palavras,
o sistema aprenderia conforme os relacionamentos entre segmentos fossem sendo
definidos e conforme os perfis de usuários fossem sendo analisados. Usuários poderiam
ser agrupados de acordo com seus perfis e contextos educacionais. Tudo isso poderia
dinamizar a recomendação de segmentos e composições.
97
Ainda no contexto da reputação, pode-se possibilitar a avaliação dos resultados
da segmentação e composição pelos participantes da aprendizagem de modo a permitir
recuperações mais personalizadas e adequadas por segmentos.
Embora o padrão MPEG-7 não tenha sido utilizado para a realização de
inferências lógicas pode-se, conforme necessidades de descrição, prover um mecanismo
para processar raciocínio automático sobre informações especificamente de cunho
multimídia.
Outra opção de trabalho futuro seria estender a abordagem de composição,
possibilitando ao usuário explorar e definir a seqüência de exibição dos segmentos em
tempo de execução (exibição da composição). Ademais, ainda neste contexto, pode-se
estudar e adotar técnicas que tornassem a transição de um segmento para outro mais
suave semanticamente.
O estudo e aplicação de regras mais elaboradas, possivelmente dinâmicas (ou
automatizadas), fazendo uso de quantificadores, bem como a avaliação e uso de outros
modelos de conteúdo, configuram-se como outras possibilidades de trabalhos futuros.
Por fim, pode-se ainda vislumbrar a aplicação das propostas apresentadas nesta
dissertação em outros cenários diferentes, além da educação. Um exemplo seria a
utilização e avaliação das mesmas em empresas, visando à organização de seu conteúdo
multimídia (gerência de conteúdo) ou mesmo no contexto da TV digital.
98
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103
Apêndice A: Casos de Uso do Protótipo
Neste apêndice, apresentam-se os casos de uso do protótipo desenvolvido no
contexto desta dissertação. É importante ressaltar que, para a execução de quaisquer
destes casos, faz-se necessário que o usuário esteja cadastrado no sistema. Ademais,
considerando-se os objetivos do estudo de caso (conforme discutido no capítulo 5), todo
o desenvolvimento do protótipo foi realizado focando seu uso por alunos. Assim, os
atores de todos os casos de uso são alunos.
Tabela A.1 – Caso de uso criar segmento não categorizado
Criar Segmento Não Categorizado
Sumário
Caso de uso associado à criação de segmentos sem utilização de
modelo de conteúdo para categorização dos mesmos.
Cenário de Sucesso
1. Usuário acessa página de segmentação sem modelo.
2. Usuário pesquisa por vídeos através de palavras-chave.
3. Sistema apresenta resultado da busca: lista de vídeos.
4. Usuário solicita visualização do vídeo de interesse.
5. Sistema exibe vídeo selecionado ao usuário.
6. Sistema destaca informações do vídeo sendo visualizado.
7. Usuário solicita segmentação do vídeo.
8. Sistema destaca vídeo selecionado para segmentação
(mostrando suas informações: Código, Título e Descrição) e
apresenta formulário para criação de segmento, com os
seguintes campos: Palavras-Chave, Tempo Inicial do
Segmento e Tempo Final do Segmento (todos de
preenchimento obrigatório).
9. Usuário preenche formulário e solicita a criação do
segmento através do botão “Criar Segmento”.
10. Sistema cria segmento.
Pós-Condições Segmento criado.
Tabela A.2 – Caso de uso criar segmento categorizado
Criar Segmento Categorizado
Sumário
Caso de uso associado à criação de segmentos com utilização
de modelo de conteúdo para categorização dos mesmos.
104
Cenário de Sucesso
1. Usuário acessa página de segmentação com modelo.
2. Usuário pesquisa por vídeos através de palavras-chave.
3. Sistema apresenta resultado da busca: lista de vídeos.
4. Usuário solicita visualização do vídeo de interesse.
5. Sistema exibe vídeo selecionado ao usuário.
6. Sistema destaca informações do vídeo sendo visualizado.
7. Usuário solicita segmentação do vídeo.
8. Sistema destaca vídeo selecionado para segmentação
(mostrando suas informações: Código, Título e Descrição) e
apresenta formulário para criação de segmento, com os
seguintes campos: Tipo de Segmento, Palavras-Chave,
Tempo Inicial do Segmento e Tempo Final do Segmento
(todos de preenchimento obrigatório).
9. Usuário preenche formulário e solicita a criação do
segmento através do botão “Criar Segmento”.
10. Sistema cria segmento.
Pós-Condições Segmento criado com respectiva categoria.
Tabela A.3 – Caso de uso relacionar segmentos
Relacionar Segmentos
Sumário
Caso de uso associado à definição de relacionamentos entre
quaisquer dois segmentos.
Cenário de Sucesso
1. Usuário acessa página de relacionamento de segmentos.
2. Usuário pesquisa por segmentos através de palavras-chave
ou assunto relacionado.
3. Sistema apresenta resultado da busca: lista de segmentos.
4. Usuário solicita visualização de segmento de interesse.
5. Sistema exibe segmento selecionado pelo usuário.
6. Usuário seleciona dois segmentos para relacionamento.
7. Sistema evidencia segmentos selecionados (mostrando suas
informações: Código, Palavras-Chave, Tempo Inicial e
Tempo Final) e apresenta formulário para cadastro de
relacionamento, com os seguintes campos: Código do
Segmento1, Tipo de Relacionamento e Código do
Segmento2 (todos de preenchimento obrigatório).
8. Usuário preenche formulário e solicita o relacionamento
dos segmentos selecionados através do botão “Relacionar
Segmentos”.
9. Sistema relaciona segmentos.
Pós-Condições Segmentos relacionados.
Tabela A.4 – Caso de uso criar apresentação de vídeo
Criar Apresentação de Vídeo
Sumário Caso de uso associado à montagem de apresentação de vídeo.
105
Cenário de Sucesso
1. Usuário acessa página de montagem de apresentação de
vídeo.
2. Usuário pesquisa por vídeos através de palavras-chave.
3. Sistema apresenta resultado da busca: lista de vídeos.
4. Usuário seleciona visualização de vídeos de interesse.
5. Sistema exibe vídeo selecionado ao usuário.
6. Sistema destaca informações do vídeo sendo visualizado.
7. Usuário seleciona vídeos para criar a apresentação.
8. Usuário solicita montagem de apresentação.
9. Sistema apresenta formulário para cadastro de apresentação,
com os seguintes campos: Título da Apresentação e
Códigos dos Vídeos (códigos dos vídeos escolhidos para
criar a apresentação) – todos de preenchimento obrigatório.
O formulário destaca que o usuário deve inserir os códigos
dos vídeos selecionados na seqüência em que os mesmos
devem ser, posteriormente, exibidos – ao se exibir a
apresentação.
10. Usuário preenche formulário e solicita montagem de
apresentação através do botão “Criar Apresentação”
11. Sistema monta apresentação.
Pós-Condições Apresentação de vídeo criada.
Tabela A.5 – Caso de uso visualizar apresentação de vídeo
Visualizar Apresentação de Vídeo
Sumário Caso de uso associado à visualização de apresentação de vídeo.
Cenário de Sucesso
1. Usuário acessa página de busca de apresentação.
2. Usuário pesquisa por apresentação através do título da
mesma.
3. Sistema retorna apresentação, listando todos os vídeos que a
compõem (na seqüência especificada pelo próprio usuário
durante montagem da apresentação) e destacando as
informações de cada vídeo: Código e Título.
4. Usuário solicita visualização do primeiro vídeo que
compõem a apresentação.
5. Sistema carrega o vídeo selecionado para visualização.
6. Sistema destaca as informações do vídeo selecionado:
Código, Título e Descrição.
7. Usuário inicia exibição do vídeo, apresentando partes de
interesse.
8. Usuário repete os passos 4, 5 e 6 para todos os vídeos da
apresentação (segundo, terceiro, etc.).
Pós-Condições Apresentação visualizada pelo usuário.
Tabela A.6 – Caso de uso visualizar segmento não categorizado
Visualizar Segmento Não Categorizado
Sumário
Caso de uso associado à visualização de segmentos criados sem
a utilização de modelo de conteúdo.
Cenário de Sucesso 1. Usuário acessa página de busca de segmentos.
106
2. Usuário pesquisa por segmentos relacionados através de
palavra-chave.
3. Sistema apresenta resultado da busca: lista de segmentos.
4. Usuário solicita visualização dos segmentos de interesse.
5. Sistema exibe segmentos selecionados pelo usuário.
6. Sistema destaca segmento sendo visualizado (mostrando
suas informações: Código, Palavras-Chave, Tempo Inicial e
Tempo Final) e apresenta lista de segmentos relacionados
ao segmento sendo visualizado (caso contrário apresenta
lista vazia informando que não há segmentos relacionados
ao segmento sendo visualizado).
Pós-Condições Segmento visualizado pelo usuário.
Tabela A.7 – Caso de uso criar composição de segmentos não categorizados
Criar Composição de Segmentos Não Categorizados
Sumário
Caso de uso associado à composição de segmentos estruturados
sem utilização de modelo de conteúdo.
Cenário de Sucesso
1. Usuário acessa página de composição de segmentos
estruturados sem modelo de conteúdo.
2. Usuário pesquisa por segmentos criados.
3. Sistema apresenta resultado da busca: lista de segmentos.
4. Usuário solicita visualização dos segmentos de interesse.
5. Sistema exibe segmentos selecionados pelo usuário.
6. Sistema destaca segmento sendo visualizado (mostrando
suas informações: Código, Palavras-Chave, Tempo Inicial e
Tempo Final) e apresenta lista de segmentos relacionados
ao segmento sendo visualizado (caso contrário apresenta
lista vazia informando que não há segmentos relacionados
ao segmento sendo visualizado).
7. Usuário seleciona segmentos para composição.
8. Usuário solicita composição.
9. Sistema apresenta formulário para cadastro de composição,
com os seguintes campos: Título, Palavras-Chave, Códigos
dos Segmentos (códigos dos segmentos escolhidos para
criar a composição) – todos de preenchimento obrigatório.
O formulário destaca que o usuário deve inserir os códigos
dos segmentos selecionados na seqüência em que os
mesmos devem ser, posteriormente, exibidos – ao se exibir
a composição.
10. Usuário preenche formulário e solicita através do botão
“Criar Composição”.
11. Sistema cria composição.
Pós-Condições Composição criada.
Tabela A.8 – Caso de uso criar composição de segmentos categorizados
Criar Composição de Segmentos Categorizados
Sumário
Caso de uso associado à composição de segmentos estruturados
com utilização de modelo de conteúdo. A busca por segmento
107
pode ser realizada de duas formas (1) em função do seu tipo
(categoria) e do grupo pelo qual o mesmo foi criado e (2)
função do seu tipo (categoria) e palavras-chave associadas ao
mesmo.
Cenário de Sucesso
1. Usuário acessa página de composição de segmentos
estruturados com modelo – com listagem de segmentos por
tipo e grupo.
2. Usuário pesquisa por segmentos, utilizando uma das duas
opções de busca.
3. Sistema apresenta resultado da busca: lista de segmentos.
4. Usuário solicita visualização de segmentos de interesse.
5. Sistema exibe segmento selecionado ao usuário.
6. Sistema destaca segmento sendo visualizado (mostrando
suas informações: Código, Tipo, Palavras-Chave, Tempo
Inicial e Tempo Final).
7. Usuário seleciona segmentos para composição.
8. Usuário solicita composição.
9. Sistema apresenta formulário para cadastro de composição,
com os seguintes campos: Título, Palavras-Chave, Códigos
dos Segmentos (códigos dos segmentos escolhidos para
criar a composição) – todos de preenchimento obrigatório.
O formulário destaca que o usuário deve inserir os códigos
dos segmentos selecionados na seqüência em que os
mesmos devem ser, posteriormente, exibidos – ao se exibir
a montagem.
10. Usuário preenche formulário e solicita composição através
do botão “Criar Composição”.
11. Sistema criar composição.
Pós-Condições Composição criada.
Tabela A.9 – Caso de uso visualizar composição de segmentos
Visualizar Composição de Segmentos
Sumário Visualização de composição de segmentos.
Cenário de Sucesso
1. Usuário acessa página de busca de composição.
2. Usuário pesquisa por composição através do título da
mesma.
3. Sistema retorna apresentação para usuário.
4. Usuário seleciona e solicita visualização de composição.
5. Sistema exibe composição selecionada ao usuário.
Pós-Condições Sistema retorna apresentação requisitada por usuário.
108
Apêndice B: Questionários de Avaliação
Neste apêndice, apresentam-se os formulários de avaliação aplicados durante a
realização do estudo de caso.
Questionário Q1
1) No geral, como você avalia a montagem da apresentação sem uso de segmentos?
(x) Muito Complicado (x) Complicado (x) Fácil (x) Muito Fácil
2) No geral, como você avalia a montagem da apresentação com uso de segmentos?
(x) Muito Complicado (x) Complicado (x) Fácil (x) Muito Fácil
3) Como você avalia o uso de segmentos na montagem de apresentações de vídeo?
(x) Muito Útil (x) Útil (x) Pouco Útil (x) Não é Útil
4) Comparando-se a montagem das apresentações sem e com segmentos, pode-se dizer
(x) A montagem da apresentação sem segmentos foi mais simples
(x) A montagem da apresentação com segmentos foi mais simples
5) Para a montagem de uma nova apresentação, qual opção você escolheria? Justifique
(x) Montagem de apresentação sem uso de segmentos
(x) Montagem de apresentação com uso de segmentos
6) No geral, como você avalia a exibição da apresentação sem segmentos?
(x) Muito Complicado (x) Complicado (x) Fácil (x) Muito Fácil
7) No geral, como você avalia a exibição da apresentação com segmentos?
(x) Muito Complicado (x) Complicado (x) Fácil (x) Muito Fácil
8) Comparando-se a exibição da apresentação sem e com segmentos, pode-se dizer:
(x) A exibição da apresentação sem segmentos foi mais simples
(x) A exibição da apresentação com segmentos foi mais simples
109
9) Imagine que você tenha a sua disposição uma apresentação criada sem o uso de
segmentos e outra apresentação criada utilizando-se segmentos. Para a exibição de
uma nova apresentação, qual opção você escolheria?
(x) Exibição da apresentação criada sem segmentos
(x) Exibição da apresentação criada com segmentos
10) Como você avalia o retorno de segmentos relacionados durante as buscas?
(x) Muito Útil (x) Útil (x) Pouco Útil (x) Não é Útil
11) Os relacionamentos entre os segmentos pesquisados foram úteis para seu grupo?
(x) Sim (x) Não
12) Aponte pontos negativos e/ou positivos na montagem das apresentações?
Questionário Q2
1) Qual sua opinião em relação ao processo de segmentação de vídeos para criação de
segmentos? Marque uma opção para cada categoria.
(x) Muito Interessante (x) Interessante (x) Pouco Interessante (x) Desinteressante
(x) Muito Útil (x) Útil (x) Pouco Útil (x) Não é Útil
2) Qual a sua opinião em relação à definição de tipos (tipo de segmento) para os
segmentos criados? Marque uma opção para cada categoria
(x) Muito Interessante (x) Interessante (x) Pouco Interessante (x) Desinteressante
(x) Muito Útil (x) Útil (x) Pouco Útil (x) Não é Útil
3) A abordagem de segmentação facilita a aprendizagem do conteúdo de vídeos, pois
permite aos alunos fixar a atenção em partes específicas do vídeo, de acordo com
seus interesses e necessidades.
(x) Concordo Totalmente (x) Concordo Parcialmente
(x) Discordo Parcialmente (x) Discordo Totalmente
4) A abordagem de segmentação possibilita uma análise crítica do conteúdo de vídeo?
(x) Sim (x) Não
5) Em sua opinião, existem vantagens em se criar segmentos?
(x) Sim (x) Não
110
6) Suponha que você tenha à sua disposição dois repositórios (um repositório de vídeos
inteiros e um repositório de segmentos), ambos relacionados a um mesmo tema de
estudo. Se você tiver que estudar tal tema utilizando-se de apenas um dos
repositórios, qual você utilizaria?
(x) Repositório de vídeos inteiros (x) Repositórios de segmentos
7) Em relação à descrição dos segmentos, qual opção você escolheria?
(x) Uso apenas de palavras-chave
(x) Uso de palavras-chave em conjunto com a definição de um tipo para o segmento
8) Se você realizasse uma nova tarefa de segmentação e tivesse que definir um tipo
para o segmento criado, qual das opções abaixo você escolheria?
(x) Definir um tipo dentre um conjunto pré-definido de tipos
(x) Definir um tipo com suas próprias palavras
Questionário Q3
1) Qual a sua opinião em relação ao uso de segmentos estruturados através de tipos na
montagem da apresentação? Marque uma opção para cada categoria
(x) Muito Interessante (x) Interessante (x) Pouco Interessante (x) Desinteressante
(x) Muito Útil (x) Útil (x) Pouco Útil (x) Não é Útil
2) Você verificou vantagens nas buscas utilizando a abordagem de “tipos”? Comente
(x) Sim (x) Não
3) Se você fosse montar uma nova apresentação, qual das seguintes abordagens você
utilizaria? Comente.
(x) Uso de segmentos estruturados apenas por seu grupo
(x) Uso de segmentos estruturados apenas por outros grupos
(x) Uso de segmentos estruturados por seu grupo em conjunto com os estruturados por
outros grupos
4) Para a montagem desta nova apresentação, qual das abordagens você utilizaria?
(x) Uso de segmentos estruturados com definição de “tipo”
111
(x) Uso de segmentos estruturados sem definição de “tipo”
5) O fato dos segmentos estarem categorizados em tipos:
(x) Facilitou a montagem da apresentação
(x) Não facilitou a montagem da apresentação
6) Qual das opções você escolheria para a montagem de uma nova apresentação?
(x) Ter a disposição (para visualizar) relacionamentos entre segmentos
(x) Não ter a disposição (para visualizar) relacionamentos entre segmentos
7) Qual das duas opções você achou mais interessante?
(x) Uso de segmentos relacionados (como na primeira tarefa)
(x) Não usar segmentos relacionados (como na quarta tarefa)
8) Você recomendaria aos alunos que fossem criar novos segmentos para que eles
relacionassem tais segmentos?
(x) Sim (x) Não
9) No geral, você reutilizaria as abordagens de segmentação de vídeos e composição de
novos vídeos a partir de segmentos? Comente.
(x) Sim (x) Não
Questionário Q4
1) Qual a sua opinião em relação aos segmentos criados pelo Grupo avaliado?
(x) Muito Interessante (x) Interessante (x) Pouco Interessante (x) Desinteressante
2) Em sua opinião, os segmentos criados pelo grupo avaliado lhe ajudariam a estudar o
assunto aos quais tais segmentos estão relacionados? Explique.
(x) Sim (x) Não
3) Suponha que você tenha que estudar um determinado assunto utilizando-se de
segmentos. Qual das seguintes abordagens você seguiria?
(x) Utilizaria apenas seus próprios segmentos
(x) Utilizaria apenas segmentos criados por outros alunos
(x) Utilizaria, além dos seus próprios segmentos, segmentos criados por outros alunos
4) Em sua opinião, o compartilhamento de segmentos entre diferentes grupos de alunos
pode favorecer a troca de idéias?
112
(x) Sim (x) Não
5) O compartilhamento de segmentos entre diferentes alunos permite desenvolver nos
alunos a capacidade de avaliar e/ou considerar pontos de vista de outros alunos
(x) Concordo Totalmente
(x) Concordo Parcialmente
(x) Discordo Parcialmente
(x) Discordo Totalmente
6) O grupo avaliado explorou partes de vídeos que seu grupo não explorou?
(x) Sim (x) Não
7) O seu grupo explorou partes de vídeos que o grupo avaliado não explorou?
(x) Sim (x) Não
8) Os segmentos criados pelo grupo avaliado, em relação aos segmentos criados pelo
seu grupo, são:
(x) Muito Semelhantes (x) Semelhantes (x) Diferentes (x) Muito Diferentes
Questionário Q5
1) Qual sua opinião em relação ao processo de segmentação de vídeos para criação de
segmentos? Marque uma opção para cada categoria.
(x) Muito Interessante (x) Interessante (x) Pouco Interessante (x) Desinteressante
(x) Muito Útil (x) Útil (x) Pouco Útil (x) Não é Útil
2) Qual a sua opinião em relação à definição de tipos (tipo de segmento) para os
segmentos criados? Marque uma opção para cada categoria
(x) Muito Interessante (x) Interessante (x) Pouco Interessante (x) Desinteressante
(x) Muito Útil (x) Útil (x) Pouco Útil (x) Não é Útil
(x) Ajuda na descrição do segmento (x) Não ajuda na descrição do segmento
3) A abordagem de segmentação facilita a aprendizagem do conteúdo de vídeos, pois
permite aos alunos fixar a atenção em partes específicas do vídeo, de acordo com
seus interesses e necessidades. Comente
(x) Concordo Totalmente (x) Concordo Parcialmente
(x) Discordo Parcialmente (x) Discordo Totalmente
113
4) Existe alguma vantagem em se criar segmentos? Comente sua resposta
(x) Sim (x) Não
5) Se você realizasse uma nova tarefa de segmentação, qual das abordagens abaixo
você utilizaria?
(x) Segmentação sem definição de tipo para cada segmento
(x) Segmentação com definição de tipo para cada segmento
6) Se você realizasse uma nova tarefa de segmentação e tivesse que definir um tipo
para o segmento criado, qual das opções abaixo você escolheria?
(x) Definir um tipo dentre um conjunto pré-definido de tipos
(x) Definir um tipo com suas próprias palavras
7) Qual a sua opinião em relação ao processo de relacionamento de segmentos?
Marque uma opção para cada categoria
(x) Muito Interessante (x) Interessante (x) Pouco Interessante (x) Desinteressante
(x) Muito Útil (x) Útil (x) Pouco Útil (x) Não é Útil
(x) Muito Complicado (x) Complicado (x) Fácil (x) Muito Fácil
8) Em sua opinião, os relacionamentos entre segmentos podem auxiliar os alunos que
forem estudar os segmentos que seu grupo criou?
(x) Sim (x) Não
9) Em um novo processo de segmentação você:
(x) Gostaria de relacionar os segmentos criados
(x) Não gostaria de relacionar os segmentos criados
Questionário Q6
1) Qual a sua opinião em relação ao uso de segmentos para a montagem de uma
apresentação? Marque uma opção para cada categoria.
(x) Muito Interessante (x) Interessante (x) Pouco Interessante (x) Desinteressante
(x) Muito Útil (x) Útil (x) Pouco Útil (x) Não é Útil
2) Para a montagem de uma nova apresentação, qual das seguintes abordagens você
utilizaria?
(x) Uso de segmentos criados apenas pelo seu grupo
114
(x) Uso de segmentos criados pelo seu grupo em conjunto com segmentos criados por
outros grupos
3) Em sua opinião, ao fato dos segmentos estarem estruturados segundo um “tipo”
ofereceu algum tipo de benefício para a montagem da apresentação? Comente.
(x) Sim
(x) Não
4) Em sua opinião, as apresentações criadas com base em vários segmentos diferentes
são uma boa opção para estudos futuros? Comente.
(x) Sim
(x) Não
5) Imagine que você queira estudar um determinado assunto. Imagine também que
você tenha a sua disposição - para pesquisa - vídeos inteiros sobre temas
relacionados ao assunto a ser estudado e vários vídeos compostos (vídeos criados a
partir de vários segmentos) também sobre o assunto de estudo. Qual seria sua
primeira opção de pesquisa?
(x) Vídeos inteiros
(x) Vídeos compostos
6) O fato dos segmentos estarem categorizados através de tipos:
(x) Facilitou a montagem da apresentação
(x) Não facilitou a montagem da apresentação
7) Como você avalia o retorno de segmentos relacionados durante buscas por
segmentos?
(x) Muito Útil (x) Útil (x) Pouco Útil (x) Não é Útil
8) Os relacionamentos estabelecidos entre os segmentos pesquisados foram úteis para
seu grupo?
(x) Sim
(x) Não
9) Para a montagem de uma nova apresentação, quais das opções você escolheria:
(x) Poder visualizar relacionamentos entre diferentes segmentos
(x) Não visualizar relacionamentos entre diferentes segmentos
115
10) No geral, você reutilizaria as abordagens de segmentação de vídeos e composição de
novos vídeos a partir de segmentos? Comente.
(x) Sim
(x) Não
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