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MANEJO E VIABILIDADE ECONÔMICA DA
IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO NA
CULTURA DA CEBOLA
RENATO CARVALHO VILAS BOAS
2010
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RENATO CARVALHO VILAS BOAS
MANEJO E VIABILIDADE ECONÔMICA DA IRRIGAÇÃO POR
GOTEJAMENTO NA CULTURA DA CEBOLA
Tese apresentada à Universidade Federal de
Lavras, como parte das exigências do Programa
de Pós-graduação em Engenharia Agrícola, área
de concentração em Engenharia de Água e
Solo, para obtenção do título de “Doutor”.
Orientador
Prof. Dr. Geraldo Magela Pereira
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2010
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Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
Vilas Boas, Renato Carvalho.
Manejo e viabilidade econômica da irrigação por gotejamento na
cultura da cebola / Renato Carvalho Vilas Boas. – Lavras : UFLA,
2010.
114 p. : il.
Tese (doutorado) – Universidade Federal de Lavras, 2010.
Orientador: Geraldo Magela Pereira.
Bibliografia.
1. Allium cepa L. 2. Irrigação localizada. 3. Considerações
econômicas. I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.
CDD – 631.587
RENATO CARVALHO VILAS BOAS
MANEJO E VIABILIDADE ECONÔMICA DA IRRIGAÇÃO POR
GOTEJAMENTO NA CULTURA DA CEBOLA
Tese apresentada à Universidade Federal de
Lavras, como parte das exigências do Programa
de Pós-graduação em Engenharia Agrícola, área
de concentração em Engenharia de Água e
Solo, para obtenção do título de “Doutor”.
APROVADA em 25 de fevereiro de 2010
Prof. Dr. Rovilson José de Souza UFLA
Prof. Dr. Ricardo Pereira Reis UFLA
Prof. Dr. Jacinto de Assunção Carvalho UFLA
Pesq. Dr. Édio Luiz da Costa EPAMIG
Prof. Dr. Geraldo Magela Pereira
UFLA
(Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
A Deus,
pelo maravilhoso dom da vida, pela força e presença sempre constante
OFEREÇO
Aos meus pais, Carlos e Izilda,
pelo amor, apoio e incentivo.
À minha irmã Racielle,
pela compreensão, apoio e carinho.
À minha sobrinha Beatriz,
pelo convívio, alegria e carinho.
Aos meus familiares e amigos,
pelo apoio e incentivo na realização deste trabalho.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela minha existência.
À Universidade Federal de Lavras (UFLA), em especial ao
Departamento de Engenharia (DEG), pela oportunidade de realização do curso.
À FAPEMIG – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas
Gerais, pelo financiamento do projeto de pesquisa (Nº. do processo: CAG-APQ-
1569-3.12/07) e pela concessão da bolsa de estudos e ao CNPq – Conselho
Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico, pela
concessão da bolsa de iniciação científica.
Ao professor, Dr. Geraldo Magela Pereira, pela oportunidade, orientação
e amizade durante a realização do curso.
Aos professores, Dr. Rovilson José de Souza e Dr. Ricardo Pereira Reis,
pela atenção prestada, co-orientação e apoio na realização deste estudo e,
também, pelos ensinamentos.
A todo o corpo docente do curso de Pós-graduação em Engenharia
Agrícola/Engenharia de Água e Solo do Departamento de Engenharia da UFLA,
pelos ensinamentos repassados.
Aos professores, Dr. Joel Augusto Muniz e Dr. Marcelo Ângelo Cirillo,
pelos ensinamentos e sugestões na área de estatística.
À EMBRAPA/CNPH – Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária/Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças e ao pesquisador
Dr. Jony Eishi Yuri, pela doação das sementes de cebola utilizadas neste
trabalho de pesquisa.
Aos funcionários do Setor de Engenharia de Água e Solo da UFLA,
Gilson, Oswaldo (Nenê), José Luiz, Daniela e Greice pelos serviços prestados no
decorrer do curso e do experimento.
Aos funcionários do Setor de Olericultura da UFLA, Pedro, Milton,
Josemar e Leandro, por estarem sempre dispostos a ajudar na condução do
experimento.
Ao bolsista de iniciação científica, Rodrigo Consoni, pela amizade e
ajuda na condução do experimento.
Aos alunos de Pós-graduação em Engenharia Agrícola, Gustavo Guerra
Costa, Luciano Oliveira Geisenhoff e Joaquim Alves de Lima Junior, pela ajuda
durante a montagem do sistema de irrigação do experimento.
A todos os colegas dos cursos de Graduação e de Pós-graduação da
UFLA, pelo convívio e, principalmente, pela grande amizade.
Ao meu tio, professor, Dr. Márcio Antônio Vilas Boas, pelos
ensinamentos e incentivos constantes.
À minha tia, Maria José de Carvalho, e às minhas avós, Maria Aparecida
de Jesus e Angelita Mendonça Vilas Boas, pelas orações, pelo carinho, incentivo
e apoio nos momentos de dificuldades da vida.
Enfim, a todos aqueles que contribuíram para o êxito deste trabalho
científico.
BIOGRAFIA
RENATO CARVALHO VILAS BOAS, filho de Carlos Meres Vilas
Boas e Izilda Aparecida de Carvalho Vilas Boas, nasceu em Lavras, Minas
Gerais, em 17 de maio de 1978.
Em 1988, concluiu o ensino fundamental na Escola Estadual Álvaro
Botelho, em Lavras, MG. O ensino médio foi concluído em 1995, na Escola
Estadual Dr. João Batista Hermeto, em Lavras, MG.
Cursou Engenharia Agrícola na Universidade Federal de Lavras –
UFLA, de agosto de 1998 a julho de 2003. Foi bolsista de iniciação científica da
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – FAPEMIG, de
2001 a 2003, desenvolvendo trabalhos relacionados à fertilidade do solo,
nutrição mineral de plantas e irrigação e drenagem.
Cursou o Mestrado em Engenharia Agrícola na Universidade Federal de
Lavras – UFLA, área de concentração em Irrigação e Drenagem, de agosto de
2004 a fevereiro de 2006.
Ingressou no curso de Doutorado em Engenharia Agrícola na
Universidade Federal de Lavras – UFLA, área de concentração em Engenharia
de Água e Solo, em março de 2006.
SUMÁRIO
Página
RESUMO...................................................................................................... i
ABSTRACT.................................................................................................. iii
1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 01
2 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................. 03
2.1 Aspectos gerais da cultura da cebola...................................................... 03
2.2 Necessidade de água da cultura.............................................................. 05
2.3 Manejo da irrigação com base na tensão da água no solo................................ 07
2.4 Características dos métodos de irrigação por aspersão e localizada........ 09
2.5 Custos de produção................................................................................. 12
2.5.1 Custos de irrigação............................................................................... 16
3 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................... 19
3.1 Localização e época do experimento........................................................ 19
3.1.1 Clima...................................................................................................... 20
3.2 Solo........................................................................................................... 20
3.2.1 Análises físicas....................................................................................... 20
3.2.2 Análises químicas.................................................................................. 22
3.2.3 Preparo do solo e canteiros.................................................................... 23
3.3 Delineamento experimental e tratamentos................................................ 24
3.4 Sistema e manejo da irrigação.................................................................. 26
3.5 Cultivares empregadas e produção das mudas......................................... 30
3.6 Instalação e condução do experimento..................................................... 31
3.7 Práticas culturais....................................................................................... 32
3.7.1 Adubação............................................................................................... 32
3.7.2 Controle de plantas daninhas................................................................. 33
3.7.3 Controle fitossanitário............................................................................ 33
3.8 Variáveis meteorológicas.......................................................................... 34
3.9 Características avaliadas........................................................................... 34
3.9.1 Avaliação do desenvolvimento vegetativo............................................ 34
3.9.1.1 Altura da planta................................................................................... 35
3.9.1.2 Diâmetro na região do colo................................................................. 35
3.9.2 Avaliação da produção........................................................................... 35
3.9.2.1 Produtividade total de bulbos............................................................. 35
3.9.2.2 Produtividade de bulbos comerciais................................................... 36
3.9.2.3 Classificação de bulbos comerciais.................................................... 36
3.9.2.4 Massa média de bulbos comerciais..................................................... 36
3.9.2.5 Sólidos solúveis totais......................................................................... 37
3.9.2.6 Teor de matéria seca de bulbos comerciais........................................ 37
3.9.2.7 Eficiência no uso da água (EUA)....................................................... 38
3.9.3 Avaliação da conservação pós-colheita................................................. 38
3.10 Análises estatísticas................................................................................ 38
3.11 Custos de produção................................................................................. 38
3.11.1 Custo fixo............................................................................................. 41
3.11.2 Custo variável...................................................................................... 42
3.12 Estudo econômico simplificado.............................................................. 44
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 46
4.1 Caracterização das condições climáticas.................................................. 46
4.2 Tensões e lâminas de água aplicadas...................................................... 48
4.3 Avaliação do sistema de irrigação.......................................................... 55
4.4 Desenvolvimento vegetativo................................................................... 55
4.4.1 Altura da planta.................................................................................... 55
4.4.2 Diâmetro na região do colo.................................................................... 58
4.5 Produção.................................................................................................. 64
4.5.1 Produtividade total de bulbos............................................................... 64
4.5.2 Produtividade de bulbos comerciais.................................................... 70
4.5.3 Classificação de bulbos comerciais...................................................... 73
4.5.4 Massa média de bulbos comerciais...................................................... 76
4.5.5 Sólidos solúveis totais.......................................................................... 80
4.5.6 Teor de matéria seca de bulbos comerciais.......................................... 84
4.5.7 Eficiência no uso da água..................................................................... 85
4.6 Conservação pós-colheita......................................................................... 88
4.6.1 Perda de massa..................................................................................... 88
4.7 Custo total de produção........................................................................... 93
4.8 Estudo econômico simplificado.............................................................. 97
5 CONCLUSÕES........................................................................................... 98
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 100
ANEXOS........................................................................................................ 110
RESUMO
VILAS BOAS, Renato Carvalho. Manejo e viabilidade econômica da
irrigação por gotejamento na cultura da cebola. 2010. 114 p. Tese
(Doutorado em Engenharia Agrícola/Engenharia de Água e Solo) –
Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.
1
Objetivou-se, com este estudo, avaliar o efeito de diferentes tensões da
água no solo sobre o desenvolvimento, produção e conservação pós-colheita de
duas cultivares de cebola, irrigadas por gotejamento, bem como estimar a
viabilidade econômica desta irrigação na cultura da cebola. O experimento foi
conduzido em canteiros construídos a “céu aberto”, na área experimental do
Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras (UFLA), “Setor
de Olericultura”, no período de junho a outubro de 2008. O delineamento
experimental utilizado foi em blocos casualizados, em esquema fatorial 2 x 6,
com quatro repetições. Os tratamentos constituíram-se de duas cultivares de
cebola, cultivar híbrida Optima F1 e cultivar não híbrida Alfa Tropical, e seis
tensões da água no solo, 15, 25, 35, 45, 60 e 75 kPa. Com os resultados concluiu-
se que o híbrido Optima F1 apresentou melhores respostas com relação às
seguintes características analisadas: produtividade total de bulbos, produtividade
de bulbos comerciais, massa média de bulbos comerciais, eficiência no uso da
água e perda de massa de bulbos; a altura da planta e o diâmetro do colo
apresentaram respostas lineares decrescentes à medida que se aumentaram as
tensões da água no solo, para ambas cultivares; em ambas cultivares, para a
obtenção de plantas mais altas, maiores produtividades de bulbos (total e
comercial), maior porcentagem de bulbos das classes 3 e 4, e maior massa média
de bulbos comerciais, deve-se irrigar no momento em que a tensão da água no
solo estiver em torno de 15 kPa à profundidade de 0,15 m; o teor de sólidos
solúveis totais apresentou resposta quadrática, com relação às tensões da água no
solo e o valor máximo, obtido à tensão de 29,8 kPa; não houve resposta do teor
de matéria seca de bulbos comerciais às tensões da água no solo aplicadas; a
eficiência no uso da água aumentou, linearmente, em função do acréscimo da
tensão da água no solo; a perda de massa de bulbos mostrou tendência linear
crescente com relação ao aumento de dias após cura, tendo o híbrido Optima F1
apresentado menos perdas, durante o período de armazenamento; os custos totais
médios foram, inversamente, proporcionais às produtividades dos tratamentos de
tensão da água no solo, para ambas cultivares, indicando uma resposta à escala
_________________
1
Comitê Orientador: Geraldo Magela Pereira – UFLA (Orientador), Rovilson
José de Souza – UFLA e Ricardo Pereira Reis – UFLA.
i
de produção; a recomendação é de que se adote, como momento de irrigar, a
tensão da água no solo de 15 kPa e, como cultivar, o híbrido Optima F1, para
que se obtenha maior lucratividade na atividade produtiva; a irrigação por
gotejamento na cultura da cebola, adotando-se as tensões da água no solo e as
cultivares estudadas neste trabalho, é economicamente viável.
Palavras-chave: Allium cepa L. Irrigação localizada. Considerações econômicas.
ii
ABSTRACT
VILAS BOAS, Renato Carvalho. Drip irrigation management and economic
viability on onion crop. 2010. 114 p. Thesis (Doctorate in Agricultural
Engineering/Engineering of Water and Soil) – Federal University of Lavras,
Lavras, MG.
1
This study aimed to asses the effect of different water tensions in soil
over the development, production and postharvest conservation of two onion
cultivars irrigated by drip system, as well, to estimate the economic viability of
this irrigation system. The experiment was conduced in open field beds at the
experimental area on the Agriculture Department at the Federal University of
Lavras (UFLA), Horticulture sector, from June to October 2008. The
experimental design used was the randomized block design in factorial scheme 2
x 6, with four repetitions. The treatments were two onion cultivars, the hybrid
Optima F1 and the non hybrid Alfa Tropical and six soil water tensions, i.e., 15,
25, 35, 45, 60 and 75 kPa. The results allowed to conclude the hybrid Optima F1
presented best responses regarding the following analyzed characteristics: total
bulb yield, commercial bulb yield, average mass of commercial bulbs, water use
efficiency and loss in bulb mass; the plant height and the hypocotyls diameter
presented decrescent linear response as the water tensions were increased, for
both cultivars; in both cultivars, in order to achieve taller plants, higher bulb
yields (total and commercial), higher percentage of classes 3 and 4 bulbs, and
higher average mass of commercial bulbs, the irrigation must be applied when
the soil water tensions is around 15 kPa at 0.15 m depth; the total solids content
presented a quadratic response regarding to the water soil tensions, and the
maximum value, obtained at the tension of 29.8 kPa; there were no responses to
the dry matter content of commercial bulbs related to the water tensions applied
to the soil; the water use efficiency augmented linearly regarding to an increase
of the water soil tension; the loss in bulb mass showed a crescent linear trend
related to increase of days after maturation, and the hybrid Optima F1 presented
lower losses during the storage period; the average total costs were inversely
proportional to the yield of the soil water tension treatments, for both cultivars,
indicating a response related to the production scale; the recommendation is to
adopt the tension of 15 kPa as the moment for irrigation, along with the hybrid
cultivar Optima F1, for higher incomes in the onion production; the drip
irrigation on onion crop adopting the soil water tensions and the cultivars used in
this study, is economically viable.
_________________
1
Guidance Committee: Geraldo Magela Pereira – UFLA (Major Professor),
Rovilson José de Souza – UFLA and Ricardo Pereira Reis – UFLA.
iii
Key words: Allium cepa L. Trickle irrigation. Economical aspects.
iv
1 INTRODUÇÃO
A produção mundial de cebola, em 2005, foi de 59,5 milhões de
toneladas, cultivadas em 3,2 milhões de hectares, que proporcionou uma
produtividade média de 18,6 t.ha
-1
(Food and Agriculture Organization of the
United Nations – FAO, 2007). No Brasil, a cebola é considerada a terceira
hortaliça mais importante em termos de valor econômico (Souza & Resende,
2002). Em 2008, a produtividade média nacional, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2009), situou-se em torno de 20,4
t.ha
-1
e, nos Estados de São Paulo e Minas Gerais, maiores produtores do
Sudeste, houve uma produtividade média de 28,8 e 46,7 t.ha
-1
, respectivamente.
A cebola é uma hortaliça sensível ao déficit hídrico, necessitando de boa
disponibilidade de água no solo e irrigações frequentes para o seu bom
desenvolvimento. No entanto, o excesso de água, aliado a altas temperaturas, é
igualmente prejudicial, favorecendo a incidência de patógenos, ao reduzir o
crescimento e, consequentemente, a produção e a qualidade de bulbos. Desta
forma, o correto manejo da irrigação torna-se indispensável, uma vez que pode
ser ajustado às condições momentâneas da cultura.
O manejo inadequado da irrigação incorre em prejuízos relativos a
gastos excessivos com adubos, em virtude da lixiviação de nutrientes e de sua
baixa disponibilidade às plantas, com energia, bombeando água
desnecessariamente, com salinização do solo e outras complicações resultantes.
Portanto, o manejo da irrigação é um fator de grande importância para se obter
sucesso nessa atividade agrícola, visando maximizar a eficiência no uso da água
com competitividade do agronegócio e sustentabilidade ambiental, sem se
esquecer da interação com os outros fatores, tais como: cultivar, densidade de
plantio, fertilização, tratos culturais, colheita, dentre outras atividades.
1
Outro fator que pode influenciar no sucesso do cultivo da cebola é o
modo de aplicação da água de irrigação (aspersão, gotejamento). A irrigação por
aspersão, pode propiciar condições desfavoráveis ao desenvolvimento da cultura
e levar à queda na produtividade, além de aumentar os custos com energia de
bombeamento e fertilizantes, ao se trabalhar com baixa eficiência de irrigação e
de fertirrigação, podendo até mesmo resultar na contaminação dos recursos
hídricos (por agrotóxicos e fertilizantes), pelo escoamento superficial.
O sistema de irrigação por gotejamento apresenta muitas vantagens,
dentre elas podem-se destacar: maior eficiência no uso da água, maior
produtividade, maior eficiência na adubação (fertilizantes como nitrogênio e
potássio podem ser aplicados de forma parcelada via água de irrigação), redução
dos gastos com energia e com mão-de-obra e possibilidade de automação.
Apesar das inúmeras vantagens que o sistema oferece, o gotejamento não
tem sido utilizado para irrigação da cultura da cebola no Brasil, com exceção de
algumas pequenas áreas de observação. No entanto, nos Estados Unidos, já
existem grandes áreas comerciais cultivadas com a cebola irrigadas pelo sistema
de gotejamento. Uma das principais limitações é seu alto custo inicial, embora se
apresente como um sistema viável para o agricultor, principalmente, quando se
leva em consideração a economia no uso da água e de defensivos, aliada a um
possível aumento da produtividade.
No Brasil, estudos sobre a produção de cebola irrigada por gotejamento,
ainda, são incipientes, tanto no aspecto do manejo adequado da irrigação, ou
seja, o momento oportuno de irrigar e a quantidade de água a ser aplicada,
quanto em relação à análise de viabilidade econômica.
Diante do exposto, objetivou-se, com este estudo, avaliar o efeito de
diferentes tensões da água no solo sobre o desenvolvimento, produção e
conservação pós-colheita de duas cultivares de cebola irrigadas por gotejamento,
bem como estimar a viabilidade econômica desta irrigação na cultura da cebola.
2
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Aspectos gerais da cultura da cebola
A cebola (Allium cepa L.) é uma planta herbácea, pertencente à
família Alliaceae, tenra, que atinge 60 cm de altura e apresenta folhas
tubulares, cerosas. O caule verdadeiro é um disco compacto, na base da
planta, de onde partem folhas e raízes. As bainhas foliares formam um
pseudocaule, cuja parte inferior é um bulbo (Filgueira, 2000).
O sistema radicular encontra-se a uma profundidade efetiva entre 20 a
40 cm no seu máximo desenvolvimento (Marouelli et al., 1996). Assim, quando
as características de solo e do sistema radicular são levadas em consideração, o
manejo da irrigação pode ser ajustado às condições momentâneas da cultura.
Segundo Costa N. et al. (2002), a cebola é uma hortaliça fortemente
influenciada por fatores ambientais e, o fotoperíodo e a temperatura do ar são os
elementos climáticos que mais influenciam na fase vegetativa, a qual culmina na
formação do bulbo e, reprodutiva, quando se verifica o florescimento e a
produção de sementes. Em condições de temperatura elevada (30ºC), na fase
inicial de desenvolvimento vegetativo, poderá apresentar bulbificação precoce.
Por outro lado, sob condições prolongadas de temperaturas baixas, em torno de
12ºC, poderá ser induzida ao florescimento prematuro.
Considerando-se essas exigências climáticas, no Estado de Minas Gerais,
a semeadura da cebola, para o transplante das mudas, é mais recomendada nos
meses de março e abril (Souza & Resende, 2002).
Dentre os sistemas de cultivo utilizados no Brasil, destaca-se a semeadura
seguida por transplante de mudas (Ferreira M., 2000; Souza & Resende, 2002).
Segundo Souza & Resende (2002), com esse processo é possível a obtenção de
3
mudas uniformes, fortes e sadias, que venham propiciar altas produções, bulbos
uniformes, mais atrativos em forma e tamanho e com maturação coincidente.
A cultura adapta-se melhor a solos de textura média, como também
apresenta boa produção em solos arenosos, leves, que favoreçam o
desenvolvimento do bulbo, com pH de 5,5 a 6,5. Solos argilosos, pesados, são
desvantajosos. A calagem deve ser efetuada para elevar a saturação por bases
para 70% e se obter pH 6,0 (Filgueira, 2000).
Em relação à adubação, o fósforo deve ser aplicado no plantio e a
recomendação deve ser com base no teor de argila do solo e na disponibilidade
do mesmo (Ribeiro et al., 1999); já o potássio, deve ser aplicado juntamente com
o nitrogênio em cobertura, em duas vezes (aos 30 e 45 DAT) (Ferreira M., 2000)
com a quantidade recomendada de acordo com o teor de K no solo.
Quanto ao espaçamento, sugere-se 20 cm entre linhas e 10 cm entre
plantas para obtenção de boa produtividade (Anez & Tavira, 1986; Boff et al.,
1998). O plantio deve ser feito em canteiros, após aração e gradagem, a fim de
favorecer a obtenção de bulbos bem formados (Filgueira, 2000). Galmarini &
Gaspera (1995) observaram aumento na produtividade da cebola, com o
incremento da densidade de 156.000 plantas.ha
-1
(29,92 t.ha
-1
), para
830.000 plantas.ha
-1
(62,86 t.ha
-1
), todavia, com redução no tamanho do bulbo.
Recomenda-se a densidade de 300.000 a 415.000 plantas.ha
-1
como a ideal.
O ponto de colheita da cebola é indicado pelo amadurecimento dos
bulbos, quando as plantas completam seu ciclo vegetativo, isto é, quando as
folhas murcham e o pseudocaule afina. Em seguida, ocorre o tombamento da
parte aérea da planta, chamado de estalo e o amarelecimento e secamento das
folhas. No entanto, recomenda-se que a colheita deve iniciar quando mais de
60% das plantas estiverem estaladas (Vidigal et al., 2001).
4
Conforme a duração do ciclo e a exigência fotoperiódica, as cultivares
(híbridas e não-híbridas), plantadas no Brasil, podem ser reunidas em três
grupos (Filgueira, 2000):
9
precoces: apresentam ciclo curto, com duração de 4-5 meses, são
menos exigentes em fotoperíodo (10-11 horas de luz). Exemplos:
Granex 429, Alfa Tropical e Optima F1;
9
ciclo mediano: o ciclo apresenta duração de 5-6 meses e a exigência
fotoperiódica é de 11-13 horas de luz. Exemplos: Baia Periforme, Bola
Precoce e IPA-6;
9
tardias: apresentam ciclo mais longo, de 6-8 meses, são mais exigentes
em fotoperíodo (acima de 13 horas de luz). Exemplos: Conquista,
Jubileu e Bella Crioula.
2.2 Necessidade de água da cultura
A duração do período de crescimento varia de acordo com o clima e a
cultivar. Em geral, são necessários de 120 a 175 dias da semeadura à colheita. A
cultura é muito sensível à salinidade do solo e a diminuição de rendimento, em
relação à condutividade elétrica do extrato de saturação do solo, é de 0% para
1,2 dS.m
-1
, 10% para 1,8 dS.m
-1
, 50% para 4,3 dS.m
-1
e 100% para 7,5 dS.m
-1
(Doorenbos & Kassam, 2000).
Trabalhos desenvolvidos na região Norte de Minas Gerais indicam um
consumo médio de água entre 500 e 670 mm durante o ciclo da cebola, que
corresponde a uma lâmina d’água entre 4 e 5 mm.d
-1
(Araujo et al., 1997). Nas
regiões Sul e Sudeste do Brasil, o consumo total de água varia de 350 a 550 mm
(Costa E. et al., 2002).
Durante o estádio inicial de desenvolvimento, a cultura da cebola
necessita de uma lâmina d’água entre 3 e 5 mm.d
-1
, com frequência de 1 a 2 dias,
dependendo das condições climáticas e do tipo de solo. Caso a temperatura e a
5
radiação solar sejam muito altas e o solo apresente baixa capacidade de retenção
de água, deve-se irrigar de duas a três vezes ao dia (Silva, 1986).
O estádio mais sensível ao déficit hídrico é, durante o crescimento de
bulbos, que se inicia aproximadamente aos 70 dias após a semeadura e pode
comprometer, significativamente, a produção. Quando o solo é mantido
relativamente úmido, sem excessos, o crescimento das raízes é reduzido,
favorecendo o desenvolvimento do bulbo (Doorenbos & Kassam, 2000).
Segundo Costa E. et al. (2002), após o plantio e a emergência, a
exigência de água, para atender às atividades fisiológicas das plantas, aumenta,
proporcionalmente, ao desenvolvimento vegetativo e é máxima no estádio de
crescimento de bulbos e reduz no estádio de maturação.
A irrigação deverá ser suspensa de 6 a 14 dias antes da colheita,
dependendo do tipo de solo e do clima (Marouelli et al., 2001). O momento de
suspender a irrigação pode ser verificado em campo apertando-se o pseudocaule
(pescoço) da planta entre os dedos. Quando cerca de 50% das plantas
apresentarem “pescoço” macio é o momento de parar a irrigação (Araujo et al.,
1997).
Muito embora a cebola seja sensível ao déficit hídrico, necessitando de
boa disponibilidade de água no solo e irrigações frequentes para o seu bom
desenvolvimento, o excesso de água aliado a altas temperaturas é igualmente
prejudicial, favorecendo a incidência de patógenos, reduzindo o crescimento e,
consequentemente, a produção e a qualidade de bulbos (Costa E. et al., 2002).
Há um estreito relacionamento entre as doenças na cultura da cebola e a
forma de aplicação de água. O uso de cultivares adaptadas à região, associado a
métodos de irrigação adequados a cada tipo de solo e topografia, pode reduzir a
incidência de doenças, bem como aumentar a produtividade. Doenças como
tombamento das mudas (damping off), mal-de-sete-voltas (antracnose),
podridão-basal (fusariose), podridão-mole, mancha-púrpura (requeima), queima-
6
das-pontas (mofo-cinzento), podridão-aquosa (mela) são exemplos de danos
causados à cebola, em função das condições de alta umidade no solo e/ou parte
aérea. Além disso, a presença de tripes, que “raspa” a cerosidade da folha,
favorece a entrada de alternária e míldio, especialmente, quando a irrigação é
realizada por aspersão.
2.3 Manejo da irrigação com base na tensão da água no solo
Sempre que um solo não estiver saturado, nele existem ar e interfaces
água/ar (meniscos) que lhe conferem o estado de tensão (pressão negativa).
Assim, a água no solo, via de regra, encontra-se sob tensões. A tensão da água no
solo, chamada de potencial matricial, é resultante da afinidade da água com a
matriz do solo, por causa das forças de adsorção e de capilaridade, oriundas das
forças coesivas e adesivas, que se desenvolvem entre as três fases do solo
(Gomide, 2000).
O potencial matricial do solo é um importante indicador da
disponibilidade de água para as plantas (Smajstrla & Harrison, 1998), o qual
corresponde a uma medida da quantidade de energia requerida pelas plantas para
extrair água do solo (Smajstrla & Pitts, 1997).
Há uma série de instrumentos empregados na determinação do potencial
da água no solo (Reichardt & Timm, 2004), entretanto, o controle da tensão é,
geralmente, realizado com o auxílio de tensiômetros, que trabalham na faixa de
tensão entre 0 e 80 kPa (Costa E. et al., 2002).
O tensiômetro consiste de uma cápsula porosa, de cerâmica em contato
com o solo, ligada a um vacuômetro, por meio de um tubo de PVC
completamente cheio de água (Reichardt & Timm, 2004). Quando colocado no
solo, a água do tensiômetro entra em contato com a água do solo e o equilíbrio
tende a se estabelecer. Qualquer mudança no teor de água no solo e,
consequentemente, em seu estado de energia, será transmitida à água no interior
7
da cápsula e indicada pelo dispositivo de leitura. A cápsula do tensiômetro
funciona como uma membrana semipermeável, permitindo a livre passagem de
água e íons, não permitindo a passagem de ar e partículas de solo
(Gomide, 2000).
Para a maioria dos solos, a tensão máxima registrada pelos tensiômetros
corresponde à utilização de mais de 50% da água disponível, que é a
compreendida entre a umidade do solo na capacidade de campo e o ponto de
murcha permanente (Cabello, 1996).
Utilizando-se a tensão da água no solo para o manejo, a irrigação deve
ser realizada toda vez que a tensão atingir um determinado valor crítico que não
afete o desempenho da cultura. Segundo Morgan et al. (2001), o teor de água do
solo deve ser mantido entre certos limites específicos acima e abaixo, cuja água
disponível para a planta não seja limitada, enquanto a lixiviação é prevenida.
Para o cálculo da lâmina d’água a ser aplicada por irrigação, torna-se
necessário o conhecimento do teor de água no solo em equilíbrio com dada
tensão. Para isso, podem-se utilizar as curvas de retenção de água no solo,
consideradas como uma das ferramentas básicas no estudo dos processos de
movimentação e retenção de água no solo, que representa a relação entre a
porcentagem de água no solo e a tensão com que a água está retida no solo,
podendo ser obtida em laboratório ou no campo (Costa E. et al., 2002).
Conhecendo-se quando irrigar pela tensão da água no solo por meio do
tensiômetro, é estabelecido quanto de água deve ser aplicada pela irrigação com
base no armazenamento de água no solo.
Trabalhos de avaliação da cultura da cebola, sob diferentes níveis de
umidade do solo, têm mostrado que os veis mais altos proporcionam maiores
rendimentos (Coelho et al., 1996; Shock et al., 1998, 2000).
Segundo Carrijo et al. (1990), a faixa de tensão da água no solo, na
região de maior concentração de raízes para a cebola, é de 15 a 45 kPa, valores
8
estes tomados como limites para a manutenção de teores adequados de água à
cultura, além dos quais deve-se irrigar. Tensões menores devem ser utilizadas,
nos estádios mais exigentes em água, como bulbificação e crescimento de bulbos
(Doorenbos & Pruit, 1977; Whithers & Vipond, 1977) e, em solos mais
arenosos ou solos de Cerrado, inclusive, os de textura argilosa
(Marouelli et al., 1996).
Muitos trabalhos sobre a irrigação da cebola mostram que a
produtividade de bulbos é altamente dependente da quantidade de água aplicada
(Abu Awwad, 1996; Imtiyaz & Singh, 1990; Koriem et al., 1999; Prashar et al.,
1994; Saha et al., 1997; Santa Olalla et al., 1994; Sharma et al., 1994; Shock et
al., 1998, 2000; Thabet et al., 1994).
Entretanto, em poucos estudos são analisados critérios de manejo da
irrigação por gotejamento na cultura da cebola (Chopade et al., 1998; Santa
Olalla et al., 2004; Shock et al., 1998). Estes autores relatam que as melhores
produtividades de bulbos ocorreram, quando o solo foi mantido, constantemente,
com alto teor de água.
Em diversos trabalhos da literatura verifica-se ser a tensão da água
no solo indicada, tanto para determinar o momento de irrigar, quanto para
estimar a quantidade de água a ser aplicada em rias culturas (Figuerêdo,
1998; Gondim et al., 2000; Guerra et al., 1994; Guerra, 1995; Sá et al., 2005;
Santos & Pereira, 2004).
2.4 Características dos métodos de irrigação por aspersão e localizada
Atualmente, os sistemas por aspersão são os mais utilizados no Brasil,
para a irrigação da cultura da cebola, destacando-se o convencional,
especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Entretanto, nos últimos anos, alguns
produtores têm optado por sistemas convencionais fixos de microaspersão e, em
9
grandes áreas, o sistema pivô central vem sendo utilizado com sucesso (Costa E.
et al., 2002).
Como principais vantagens da aspersão, podem-se destacar: a
possibilidade de ser usada em qualquer tipo de solo e em terrenos declivosos, a
possibilidade de automação e de aplicação de fertilizantes via água de irrigação.
A aspersão, no entanto, pode ter a uniformidade de distribuição de água
severamente afetada pela interferência do vento e, sob climas secos e quentes,
tem a eficiência reduzida pela evaporação. E, ainda, a água aplicada sobre a
planta pode lavar produtos aplicados à folhagem e favorecer uma maior
incidência de doenças na parte aérea (Marouelli et al., 2001).
Em virtude da preocupação, em nível mundial, com a questão do
gerenciamento, conservação e economia dos recursos hídricos, tem sido
recomendado, para a grande maioria das culturas, o uso do método de irrigação
localizada, tanto para novas áreas quanto para a substituição dos métodos de
irrigação por superfície e por aspersão, por ser mais eficiente na aplicação de
água e de fertilizantes (fertirrigação), nas mais diversas condições ambientais
(Nogueira et al., 1998).
A irrigação localizada compreende, segundo Bernardo et al. (2005), os
sistemas de irrigação nos quais a água é aplicada ao solo, diretamente sobre a
região radicular, em pequenas intensidades, porém, com alta frequência, de
modo que mantenha a umidade do solo na zona radicular próxima à capacidade
de campo.
As principais vantagens da irrigação localizada, segundo Bernardo et al.
(2005) e Vermeiren & Jobling (1997), são as seguintes: maior eficiência no uso
da água, maior produtividade, maior eficiência na adubação e no controle
fitossanitário, não interfere nas práticas culturais, adapta-se a diferentes tipos de
solo e topografia, possibilidade de ser usada com água salina ou em solos
10
salinos, economia de mão-de-obra, redução dos gastos de energia e possibilidade
de automação.
Dentre as limitações destacam-se as que estão diretamente relacionadas
aos acessórios e emissores, assim como a forma de aplicação da água particular
desse sistema de irrigação, podendo citar (Bernardo et al., 2005; Vermeiren &
Jobling, 1997): entupimento dos gotejadores, acúmulo de sais no solo, restrição
ao desenvolvimento das raízes da planta e alto custo de implantação, embora se
apresente como um sistema viável para o agricultor, principalmente, quando se
leva em consideração a economia no uso da água e de defensivos, aliada a um
possível aumento da produtividade.
Apesar das inúmeras vantagens que o sistema oferece, o gotejamento não
tem sido utilizado para irrigação da cultura da cebola no Brasil, com exceção de
algumas pequenas áreas de observação. No entanto, nos Estados Unidos, já
existem grandes áreas comerciais cultivadas com a cebola irrigadas pelo sistema
de gotejamento. Uma das principais limitações é seu alto custo inicial.
Embora Ellis et al. (1986) não tenham verificado incrementos de
produtividade de cebola sob irrigação por gotejamento, comparativos à irrigação
por aspersão, Shock et al. (2000) relatam que ganhos significativos podem ser
alcançados, pois, somente o sistema por gotejamento, associado à prática da
fertirrigação, é capaz de manter a umidade e a fertilidade do solo, relativamente,
constante e próxima ao ótimo requerido pela cultura, sem provocar problemas de
aeração.
Neste contexto, a irrigação localizada destaca-se na horticultura
brasileira como um dos métodos de maior sintonia com a nova Lei de Recursos
Hídricos (Lei 9.433/97), pois, a água é utilizada com maior eficiência, o que
permite um melhor controle da lâmina aplicada.
11
2.5 Custos de produção
Os fundamentos teóricos ligados à tecnologia, aos preços dos insumos e
à busca da eficiência na alocação dos recursos produtivos constituem a base da
relação entre custo total e produção. O custo total de produção constitui-se na
soma de todos os pagamentos efetuados pelo uso dos recursos e serviços,
incluindo o custo alternativo do emprego dos fatores produtivos.
Na teoria do custo, para efeito de planejamento, deve-se determinar o
período de tempo, que pode ser classificado em curto ou longo prazo. Em curto
prazo, os recursos utilizados são classificados em custos fixos e variáveis. Os
custos fixos (CF) são aqueles correspondentes aos recursos que não são
assimilados totalmente pelo produto no curto prazo, considerando-se apenas uma
parcela de sua vida útil, por meio da depreciação. Constitui-se em recursos que,
dificilmente, são alteráveis em curto prazo e seu conjunto determina a
capacidade de produção, ou seja, a escala de produção. Já os custos variáveis
(CV) são aqueles referentes aos recursos com duração inferior ou igual ao curto
prazo, no qual se incorporam totalmente ao produto e a sua recomposição é feita
a cada ciclo do processo produtivo e que podem provocar alterações
quantitativas e qualitativas no produto dentro do ciclo. São facilmente alteráveis.
A soma dos custos fixos e variáveis representa o custo total (CT), que
corresponde à soma de todos os custos com fluxos de serviços de capital
(depreciações) e insumos (despesas), para produzir certa quantidade do produto,
durante o ciclo de produção da atividade agrícola. Outra classificação,
importante para a análise, divide-se em custo alternativo ou de oportunidade e
custo operacional (Cop) e, para facilitar as análises em termos unitários, apuram-
se os custos médios (CMe) (Reis, 2007).
Os custos operacionais constituem os valores correspondentes às
depreciações e aos insumos empregados, equivalentes ao prazo de análise,
enquanto os custos alternativos correspondem à remuneração que esses recursos
12
13
teriam se fossem empregados na melhor das demais alternativas econômicas
possíveis (Reis et al., 2001).
O custo econômico obtém-se da soma entre o custo operacional e o custo
alternativo. Segundo Reis (2007), o custo operacional é dividido em custo
operacional fixo (CopF), composto pelas depreciações e custo operacional
variável (CopV), constituído pelos desembolsos. O custo operacional total
(CopT) é a soma do custo operacional fixo e operacional variável. A finalidade
dos custos operacionais na análise é a opção de decisão em casos em que os
retornos financeiros sejam inferiores aos de outras alternativas, representadas
pelos custos de oportunidade. Neste sentido, ainda, podem fazer importantes
interpretações com base neste tipo de custo.
Quando se divide o custo desejado pela quantidade (q) do produto
agrícola produzido, naquele ciclo estudado, encontra-se o custo total médio
(CTMe) o qual é importante para se realizarem as análises, em termos unitários,
comparando-se com os preços do produto.
Segundo Reis (2007), os resultados das condições de mercado e
rendimento da empresa agrícola (ou atividade produtiva) são medidos pelo preço
do produto ou pela receita média (RMe). A receita média pode ser considerada
como o preço do produto mais o valor médio das vendas de explorações
secundárias (subprodutos).
A análise econômica da atividade em questão por unidade produtiva é
obtida comparando-se a receita média ou o preço recebido pelo produto com os
custos totais médios. As situações de análises econômicas e operacionais de uma
atividade produtiva, segundo Reis (2007), mostradas na Figura 1, são:
0 0 q
CopTMe
CTMe
q q q q q q0 0 0 0 0
Custo
Médio
CopTMe
CopVMe
CopTMe
CTMe
CopVMe
CopTMe
CopVMe
CopVMe
CopTMe
CopVMe
CopTMe
CTMe CopTMe
(1) (2) (3a) (3b) (3c) (3d) (3e)
Produção
Preço
ou
RMe
FIGURA 1 Situações de análises econômicas e operacionais de uma atividade produtiva.
Fonte: Reis (2007).
14
9 Situação (1):
corresponde ao lucro supernormal (RMe > CTMe), paga
todos os recursos aplicados na atividade econômica e proporciona um
lucro adicional, superior ao de outras alternativas de mercado. A
tendência em médio e longo prazo é de expansão e entrada de novas
empresas, para a atividade, atraindo investimentos competitivos.
9 Situação (2):
representa o lucro normal (RMe = CTMe), paga todos os
recursos aplicados na atividade em questão. A remuneração é igual à de
outras alternativas (custo de oportunidade) e, por isto, diz-se que o lucro
é normal. Este valor seria o que o empresário receberia, se aplicasse os
recursos (insumos e serviços) na alternativa considerada; por exemplo, o
valor com base na taxa de juros estipulada para o cálculo de rendimento
alternativo. A atividade permanece sem expansão, mas também sem
retração, e a tendência em curto e longo prazo é de equilíbrio.
9 Situação (3a):
corresponde ao resíduo positivo (CTMe > RMe >
CopTMe), paga todos os recursos aplicados na atividade. A
remuneração é menor que a de outras alternativas (custo de
oportunidade) e, neste caso, o empresário estaria diante de uma situação
em que há rendimento menor do que o dos juros ou aluguel, ou de outra
base de cálculo para o custo alternativo. A tendência é de permanecer na
atividade, mas em longo prazo poderia buscar outras melhores
alternativas de aplicação do capital.
9 Situação (3b):
ocorre quando o resíduo é nulo (RMe = CopTMe), paga
todos os recursos de produção. Nesta circunstância não há remuneração
alternativa, ou seja, a atividade deixa de ganhar o equivalente ao custo
alternativo. A tendência é de permanecer na atividade, mas o empresário
poderia abandoná-la se os resultados não melhorassem.
9 Situação (3c):
representa o resíduo negativo com cobertura de parte do
custo fixo (CopTMe > RMe > CopVMe), paga os recursos variáveis e
15
parte dos fixos. A tendência do empresário em médio e longo prazo é de
retrair e sair da atividade.
9
Situação (3d): ocorre quando o resíduo é negativo sem cobertura dos
recursos fixos (RMe = CopVMe), paga somente os recursos variáveis. A
tendência é de sair da atividade.
9
Situação (3e): representa o resíduo negativo, sem cobrir os recursos
variáveis ou capital de giro (RMe < CopVMe), ocorre a necessidade de
subsidiar os recursos variáveis. A saída da atividade reduz os prejuízos.
Caso a empresa seja capaz de ajustar-se, totalmente, a mudanças de
âncias, alterando o tamanho do empreendimento, de forma que não
fatores fixos, trata-se da análise em longo prazo. A empresa, em cada
produção, procura aperfeiçoar esta produção com menor custo total, por
alocação ótima dos fatores produtivos e ganhos de escala (Silva
circunst
existem
nível de
meio da , 2002).
2.5.1 C
agricult
respeito
element
irrigaçã
insumos a na produção agrícola. No caso da
irrig
um insu
incluir
manuten do sistema de
irrig
cultura
ustos de irrigação
No processo de produção agrícola irrigada, é necessário distinguir
ura irrigada de irrigação. Os custos, associados à primeira, dizem
à produção agrícola, obtida com uso da irrigação, abrangendo todos os
os necessários à produção agrícola, inclusive, a água suprida por
o. Já os custos pertinentes à irrigação decorrem apenas dos fatores e
utilizados para suprir a água utilizad
ação, portanto, tem-se, tipicamente, um problema de cálculo de custos de
mo (água) a ser empregado na produção de outros bens (Melo, 1993).
Segundo Thompson et al. (1983), os custos anuais de irrigação devem
todos os custos associados com a compra do equipamento, operação e
ção do sistema de irrigação. Adicionalmente ao custo
ação, devem ser acrescentados outros custos associados com a produção da
irrigada. Desse modo, o custo anual de um empreendimento de irrigação
16
pode se
custo a do sistema de irrigação; custo com energia
para
sistema
agricultura irrigada e custos de produção da empresa agrícola.
vida úti
compon
operaçã
escolha de um ou outro método depende do recurso produtivo que se está
fatores.
de
de água
r determinado conforme os seguintes itens de custos: custo da água;
nual de compra ou aluguel
a operação do sistema; custo para reparo, operação e manutenção do
, incluindo, a mão-de-obra; taxas e seguros; outros custos com a
A depreciação dos componentes de um sistema de irrigação é baseada na
l esperada do equipamento. A variabilidade da vida útil esperada de um
ente pode ocorrer em razão das diferenças de condições físicas de
o, do nível de reparo, operação e manutenção praticada e do número total
de horas em que o sistema é usado em cada ano (Thompson et al., 1983). De
acordo com Francisco (1981), vários são os métodos utilizados para o cálculo da
depreciação, a exemplo do: método linear, método da taxa constante, método da
taxa variável, método da Cole, método da capitalização e método das anuidades.
A
depreciando, além de outros
Segundo Brasil (1987), dentre as inúmeras despesas que acarreta a
operação de um sistema de irrigação, sobressaem as seguintes: energia, mão-de-
obra, lubrificantes e água. A energia é necessária, para acionar os motores das
casas de bomba, equipamentos de irrigação e máquinas usadas no deslocamento
dos sistemas. Porém, segundo Scaloppi (1985), tem sido, extensivamente,
reconhecido que não existe sistema de irrigação ideal, em relação à utilização de
energia. A quantidade total de energia, requerida por unidade de área irrigada,
depende da quantidade de água aplicada, da energia para fornecer a quantida
, requerida na área a ser irrigada (perdas de carga + altura geométrica),
da energia hidráulica, requerida pelo sistema de irrigação (pressão de serviço +
energia para locomoção) e da eficiência total do sistema de bombeamento. A
mão-de-obra são as despesas com salários e encargos sociais de todas as pessoas
envolvidas na operação do sistema de irrigação, inclusive, fiscais e supervisores,
17
caso existirem. Os custos com lubrificantes são aqueles referentes à utilização de
lubrificantes, como por exemplo, óleo do cárter do motor. E o custo da água
somente terá importância quando seu fornecimento for cobrado pela
administração pública.
18
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização e época do experimento
O experimento foi conduzido em canteiros construídos a “céu aberto”, na
área experimental do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de
Lavras (UFLA), “Setor de Olericultura”, no município de Lavras, que está
situado na região sul de Minas Gerais, tendo como referência as seguintes
coordenadas geográficas: latitude 21º 14’ S, longitude 45º 00’ W Gr. e 918,841 m
de altitude.
O experimento teve início com a semeadura no dia 26/04/2008 e o
transplante das mudas realizado em 05/06/2008. O término das colheitas ocorreu
nos dias 24/09 e 01/10/2008, totalizando um período de 151 dias para o híbrido
Optima F1 e 158 dias para a cultivar Alfa Tropical. Uma visão geral do
experimento encontra-se na Figura 2.
FIGURA 2 Visão geral do experimento.
19
3.1.1 Clima
De acordo com a classificação climática de Köppen (Dantas et al., 2007),
clima de Lavras é Cwa, ou seja, clima temperado chuvoso (mesotérmico), com
l. A temperatura média do mês mais
frio é in
o
inverno seco e verão chuvoso, subtropica
ferior a 18ºC e superior a 3ºC e o verão apresenta temperatura média do
mês mais quente superior a 22ºC (22,1°C em fevereiro). Lavras apresenta
temperatura do ar média anual de 19,4ºC, umidade relativa do ar média de 76,2%
e tem uma precipitação média anual de 1.529,7 mm, bem como uma evaporação
média anual de 1.034,3 mm (Brasil, 1992).
3.2 Solo
O solo, classificado originalmente como um Latossolo Vermelho
Distroférrico (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA,
1999), foi coletado na camada de 0 a 0,30 m de profundidade. As análises físicas
e químicas foram realizadas em uma amostra composta representativa, enviada
aos Laboratórios de Física e de Fertilidade do Solo do Departamento de Ciência
do Solo da UFLA, respectivamente.
3.2.1 Análises físicas
Na Tabela 1 é apresentado o resultado da análise física e a classificação
textural do solo utilizado no experimento.
TABELA 1 Granulometria e classificação textural do solo utilizado no
experimento.
Areia Silte Argila
Identificação
(dag.kg
-1
)
Classe textural
Amostra Exp. 15 11 74 Muito argilosa
20
Para a determinação da curva de retenção da água no solo, amostras de
solo foram coletadas à profundidade de 0,15 m e levadas ao Laboratório de Física
do Solo para análise.
Amostras de solo com estrutura deformada (terra fina seca ao ar) foram
colocadas em cilindros de PVC e, depois de saturadas, foram levadas para uma
bancada dotada de funil de Haines, a fim de determinar pontos de baixa tensão (2,
4, 6 e 10 kPa), bem como para Câmara de Pressão de Richards para os pontos de
maior tensão (33, 100, 500 e 1500 kPa). Esse procedimento foi realizado para a
caracterização físico-hídrica da camada de 0 a 0,30 m de solo.
Utilizando-se o programa computacional SWRC, desenvolvido por
Dourado Neto et al. (1990), foi gerada a equação, ajustada segundo modelo
proposto por Genuchten (1980), que descreve o comportamento da umidade do
solo em função da tensão da água no solo (Equação 1). Com base nessa equação
e nos valores observados, foi gerada a curva de retenção da água no solo para a
camada em estudo (Figura 3).
()
0,423
1,734
Ψ0,485.1
0,381
0,231 θ +=
+
(1)
em que:
– umidade do solo com base em volume (cm
3
.cm
-3
);
θ
Ψ
– tensão da água no solo (kPa).
21
0,01
0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700
Umidade (cm
3
.cm
-3
)
Te
0,10
1,00
10,00
100,00
1000,00
nsão da água no solo (k
10000,00
Pa)
Modelo (0-0,30 m)
FIGURA 3 Curva de retenção da água no solo, gerada utilizando-se o modelo
proposto por Genuchten (1980).
A tensão da água no solo, equivalente à umidade na capacidade de
campo, foi obtida por meio de teste in loco, conforme Bernardo et al. (2005),
resultando no valor de 10 kPa. Com essa tensão, obtida para o solo e utilizando-
se a Equação 1, foi encontrado o valor de umidade na capacidade de campo
(0,347 cm
3
.cm
-3
), correspondente à camada de 0 a 0,30 m de profundidade.
3.2.2 Análises químicas
Na res de nutrientes encontrados no solo Tabela 2 são mostrados os teo
antes da adubação de plantio. Para a obtenção dessas características químicas foi
coletada uma amostra composta de solo no local do experimento.
22
TABELA 2 Resultados da análise química do solo utilizado no experimento.
Identificação
Sigla Descrição Unidade
Amostra Exp.
1
pH Em água (1:2,5) - 5,6 (AM)
P Fósforo disp. (Mehlich 1) mg.dm
-3
4,3 (B)
K Potássio disponível mg.dm
-3
119,0 (b)
Ca
2+
Cálcio trocável cmol
c
.dm
-3
1,8 (M)
Mg
2+
Magnésio trocável cmol
c
.dm
-3
0,4 (B)
S Enxofre disponível mg.dm
-3
22,7 (mb)
Al
3+
Acidez trocável cmol
c
.dm
-3
0,2 (MB)
H+Al Acidez potencial cmol
c
.dm
-3
4,0 (M)
SB Soma de bases cmol
c
.dm
-3
2,5 (M)
(t) CTC efetiva cmol
c
.dm
-3
2,7 (M)
(T) CTC a pH 7,0 cmol
c
.dm
-3
6,5 (M)
V Saturação por bases % 38,5 (B)
m Saturação por alumínio % 7,0 (MB)
MO Matéria orgânica dag.kg
-1
3,0 (M)
P-rem Fósforo remanescente mg.L
-1
8,8 (M)
Mn Manganês disponível mg.dm
-3
16,4 (A)
Cu Cobre
-3
B
Zn Zinco disponível mg.dm
-3
9,8 (A)
Fe Ferro disponível mg.dm
-3
40,1 (b)
disponível mg.dm 3,0 (A)
Boro disponível mg.dm
-3
0,9 (b)
1
AM – acidez média; b – bom; mb – muito bom; A – alto; M – médio; B – baixo;
MB – muito baixo (Alvarez V. et al., 1999).
3.2.3 Preparo do solo e canteiros
A calagem foi realizada 45 dias antes do transplante das mudas,
aplicando-se calcário dolomítico com 95% de PRNT (14% de MgO), com base
nos resultados da análise química do solo, para fins de correção da acidez e
elevação da saturação por bases (V) do solo para 70%.
Quanto ao preparo do solo, para o transplante das mudas, foram
realizadas uma aração e duas gradagens para destorroamento do terreno, depois
de feita a calagem, visando à incorporação do calcário ao solo. Em seguida,
foram preparados os canteiros com enxada rotativa.
23
3.3 Delineamento experimental e tratamentos
Foi empregado o delineamento em blocos casualizados (DBC), em
esquema fatorial 2 x 6, sendo utilizados 12 s e qu Os tratamento atro repetições.
tratamentos constituíram-se de duas cultivares ebola, Alfa A) e de c Tropical (
Opt F1 (O) e seis tensões da água o solo, 15, 25, 35, 45, 60 como ima n e 75 kPa
indicativo do mo assim, mento de irrigar (tensão crítica). Os tratamentos foram,
rep ntados: 5, A60 5, O25, O35, O45, O60 e rese A15, A25, A35, A4 , A75, O1
O75.
Para mon e energi o solo, foi instalado um itorar o estado d a da água n
conjunto com três or parcela 5 m de profundidade para tensiômetros p (dois a 0,1
monitoramento 30 fundidade icar a da irrigação e um a 0, m d roe p para verif
ocorrência de . Para cada tratamento, os de percolação) (Figura 4) os conjunt
te ros f em du o repetições. As leituras nsiômet oram instalados somente as das quatr
nos tensiômetros utilizando digital de punção foram realizadas, -se um tensímetro
(Figura 5), du 9 e às s. Os tens foram as vezes ao dia, às 14 hora iômetros
instalados no a tura entr lantas e fi ,20 m linhamento da cul e duas p caram 0
distanciados entre si em cada conjunto.
As parcelas experimentais tiveram dimensões de 1,20 m de largura por
1,40 m de comprimento (1,68 m
2
). Foram utilizadas quatro linhas de plantas,
espaçadas de 0,20 m entre si e 0,10 m entre plantas, totalizando 56 plantas por
parcela. Foram consideradas úteis as plantas das linhas centrais e descartadas,
nestas linhas, duas plantas no início e duas no final (parcela útil de 0,40 m
2
com
20 plantas). Na Figura 6 está representado o esquema de uma parcela
experimental, incluindo a disposição dos sensores de tensão da água no solo.
24
FIGURA 4 Conjunto composto por três tensiômetros instalados em uma parcela
experimental.
FIGURA 5 Tensímetro digital de punção inserido em um tensiômetro.
25
1,2
1,4
0,1
0,2
m
m
m
m
Plantas de cebola
Delimitador de parcela
Parcela útil
Tensiômetros instalados a 0,15 m
Tubogotejador NAAN PC 1,60 L/h
Tubulaçao polietileno 16 mm (PEBD)
Tensiômetro instalado a 0,30 m
Final de linha
FIGURA 6 Esquema de uma parcela experimental com o sistema de irrigação
implantado e os sensores de tensão da água no solo.
3.4 Sistema e manejo da irrigação
Na diferenci ema de irrigação por ação dos tratamentos, utilizou-se um sist
gotejamento. Os emissores autocompensantes foram do tipo in-line, ou seja,
emissores inseridos no tubo, durante o processo de extrusão, modelo NAAN PC
com vazão nominal de 1,6 L.h
-1
e distanciados entre si a 0,30 m.
O tubo gotejador (DN 16 mm) ficou posicionado na parcela, de forma a
atender duas fileiras de plantas, trabalhando com pressão de serviço de 140 kPa,
que era regulada por meio de uma válvula reguladora de pressão (marca
SENNINGER IRRIGATION INC. 20 PSI), inserida no cabeçal de controle, antes
das válvulas de comando elétrico (solenoides).
As linhas laterais foram conectadas às linhas de derivação de polietileno
(PEBD DN 16 mm) as quais, por sua vez, foram conectadas às linhas principais
(PVC DN 32 mm; PN 40) que tinham, no seu início, válvulas de comando
26
elétrico (solenoides) localizadas na saída do cabeçal de controle. Foi utilizada
uma válvula solenoide para cada tratamento; tais válvulas eram acionadas por
meio de um Controlador Lógico Programável (marca RAIN BIRD), previamente
programado, em cada irrigação, para funcionar o tempo necessário visando repor
a lâmina d’água acusada indiretamente pelos tensiômetros.
Buscava-se, em todas as irrigações, elevar à capacidade de campo a
umidade correspondente à tensão verificada no momento de irrigar (aplicação dos
tratamentos). O cálculo do tempo de funcionamento do sistema de irrigação em
cada tratamento foi feito com base nos tensiômetros instalados na profundidade
de 0,15 m. Estes tensiômetros funcionavam como sensores de decisão, ou seja, de
posse dos valores de suas respectivas leituras eram tomadas as decisões para
irrigar ou não os tratamentos. Já os tensiômetros, instalados a 0,30 m de
profundidade, funcionavam como sensores de controle da lâmina aplicada em
cada tratamento. De posse dessas leituras, era possível estabelecer uma relação
direta entre a lâmina aplicada e os valores de tensão observados, evitando-se,
assim, o excesso no fornecimento de água e, consequentemente, percolação e
lixiviação de nutrientes no perfil do solo.
O momento de irrigar foi estabelecido como aquele em que pelo menos
três dos tensiômetros de decisão atingiam a tensão crítica estabelecida para cada
tratamento. As leituras dos tensiômetros eram fornecidas em “bar” pelo
tensímetro digital de punção e, em seguida, foram transformadas para “kPa” e
aplicadas na Equação 2, para determinação da tensão da água no solo, corrigida
para a profundidade desejada.
0,098.hLΨ =
(2)
em que:
Ψ
– tensão da água no solo (kPa);
27
L
– leitura no tensímetro transformada em kPa (sinal positivo);
h
– comprimento do tensiômetro (cm). Nesse caso, foram de 38,0 e
48,0 cm para as profundidades de instalação de 0,15 e 0,30 m, respectivamente.
Com as tensões observadas, estimavam-se as umidades correspondentes,
por intermédio da curva de retenção de água no solo (Equação 1). De posse
dessas umidades e com aquela correspondente à capacidade de campo e, ainda,
considerando a profundidade efetiva do sistema radicular (300 mm), eram
calculadas as lâminas de reposição (Equação 3 e 4) e, finalmente, o tempo de
funcionamento do sistema de irrigação (Equação 6), de acordo com Cabello
(1996).
θatual).Z-cc (θLL =
(3)
em que:
LL
– lâmina líquida de irrigação (mm);
cc θ
– umidade do solo na capacidade de campo (cm
3
.cm
-3
);
θatual
– umidade do solo no momento de irrigar (cm
3
.cm
-3
);
Z
– profundidade efetiva do sistema radicular (300 mm).
k).CUD(1
LL
LB
=
(4)
em que:
LB
– lâmina bruta de irrigação (mm);
CUD
– coeficiente de uniformidade de distribuição de água do sistema de
irrigação (0,94);
28
– constante que leva em conta a eficiência de aplicação de água do
k
sistema de irrigação. Foi determinada de acordo com a Equação 5, descrita a
seguir:
Ea-1k =
(5)
em que:
Ea
– eficiência de aplicação de água do sistema de irrigação (0,90).
e.qa
LB.A
T =
(6)
em que:
T
– tempo de funcionamento do sistema de irrigação em cada tratamento,
visando elevar a umidade à capacidade de campo (h);
área ocupada por planta (0,02 m
2
);
A
e – número de emissores por planta (0,18);
qa
– vazão média dos emissores (L.h
-1
).
Após a montagem do sistema, foram realizados testes para determinar a
vazão média do gotejador e o coeficiente de uniformidade de distribuição de água
(CUD) do sistema de irrigação. Para isso, foi adaptado o procedimento
recomendado por Merrian & Keller (1978 citado por Cabello, 1996), em que se
escolhe uma subunidade e nela se selecionam quatro laterais: a primeira, a situada
a 1/3 do iní cada lateral, selecionam-se quatro cio, a situada a 2/3 e a última. Em
emissores: o primeiro, o situado a 1/3, o situado a 2/3 e o último. São coletadas
vazões desses emissores e, de acordo com a Equação 7, é calculado o coeficiente
de uniformidade de distribuição.
29
No caso do sistema de irrigação em questão, os tratamentos eram as
subunidades. Cada tratamento possuía oito linhas laterais, entretanto, foram
usadas apenas duas laterais de cada tratamento e empregados os emissores 1, 3 e
5 de cada lateral no teste.
a
q
25
q
CUD =
(7)
em que:
25
q
– média das 25% menores vazões coletadas (L.h
-1
);
média das vazões coletadas (L.h
-1
).
a
q
Além do coeficiente de uniformidade, foi determinado, também, o
coeficiente de variação total (CVt) de vazão, conforme metodologia apresentada
por Bralts abello (1996). O coeficiente de & Kesner (1978), descrita por C
variação s vazões e a vazão média e total é a relação entre o desvio padrão da
indica com subunidade estudada. Cabello o está a uniformidade da vazão na
(1996) apresenta uma tabela, classificando a uniformidade, de acordo com o valor
do CVt. Segundo essa tabela, o CVt estando acima de 0,4, a uniformidade é
inaceitável, de 0,4 a 0,3 é baixa, de 0,3 a 0,2 é aceitável, de 0,2 a 0,1 é muito boa
e de 0,1 a 0 é excelente.
3.5 Cultivares empregadas e produção das mudas
Foram utilizadas, no experimento, duas cultivares de cebola de ciclo
precoce. Uma cultivar híbrida (Optima F1) e a outra cultivar não híbrida (Alfa
Tropical) (Figura 7).
30
(i)
(ii)
FIGURA 7 e cebola na fase de maturação Detalhe de tratamento com as plantas d
submetidas à tensão de 15 kPa: (i) híbrido Optima F1; (ii) cultivar
Alfa Tropical.
As mudas foram obtidas por semeadura em bandejas de poliestireno
expandido com 200 células, do tipo cone, com fundo aberto para permitir a poda
das raízes pelo ar. Para o preenchimento das células das bandejas, foi utilizado o
substrato comercial Plantmax
®
HT. Após semeio, as bandejas foram levadas para
o interior de uma casa de vegetação com sombrite e irrigação por nebulização
automatizada, localizada no Setor de Olericultura do Departamento de
Agricultura da UFLA, permanecendo até o momento oportuno para as mudas
serem transplantadas ao solo.
3.6 Instalação e condução do experimento
Após o transplante das mudas, feito aos 40 dias após a semeadura, a
irrigação foi realizada por microaspersão com o tape SANTENO
®
, composto por
uma mangueira de polietileno linear de baixa densidade, com micro furos de
0,3 mm perfurados a raio laser e conectores para a sua instalação, funcionando
31
com pressão máxima de 80 kPa. Após ensaio realizado em campo, o tape
SANTENO
®
apresentou uma intensidade de precipitação (IP) de 20,7 mm.h
-1
.
Este sistema foi usado até 14 dias após o transplante (DAT), período necessário
para o pegamento e a climatização das mudas, no campo. Após este período, a
cultura foi irrigada por gotejamento. Suspendeu-se a irrigação da cultura sete dias
antes de cada colheita.
Desde o transplante (05/06/2008) até o início da diferenciação dos
tratamentos (19/06/2008), foram feitas irrigações com frequência de dois dias. As
lâminas aplicadas podem ser observadas na Tabela 3.
minas aplicadas no cultivo da cebola desde o transplante das
TABELA 3 Lâ
mudas até o início da diferenciação dos tratamentos.
Data Lâmina aplicada (mm)
06/06/2008 7,0
08/06/2008 6,0
10/06/2008 5,2
12/06/2008 6,0
14/06/2008 6,0
16/06/2008 5,2
18/06/2008 6,0
Total 41,4
3.7 Práticas culturais
3.7.1 Adubação
A adubação de plantio foi realizada, com base nas análises de solo
(Tabela 1 e 2) e, conforme as recomendações de Fontes (1999). Já a adubação de
cobertura foi realizada, manualmente, em duas aplicações, de acordo com as
recomendações de Ferreira M. (2000).
As épocas de aplicação das fontes de nutrientes utilizadas e suas
respectivas dosagens são mostradas na Tabela 4.
32
TABELA 4
Cronograma de aplicação de nutrientes: épocas de aplicação,
fertilizantes utilizados e dosagens aplicadas.
Dias antes do
transplante
Dias após o
transplante
Fertilizantes
(fontes de nutrientes)
Dosagem aplicada
(g.m
-2
)
6 - Uréia 9,0
6 - Super fosfato simples 150,0
6
6
- Cloreto de potássio 3,5
- Sulfato de zinco 1,5
o 10,0
- 45 Cloreto de potássio 6,5
6 - Bórax 1,0
- 30 Sulfato de amônio 10,0
- 30 Cloreto de potássio 6,5
- 45 Sulfato de amôni
3.7.2 Controle de plantas daninhas
Durante a condução do experimento, as plantas daninhas, que
eventualmente foram eliminadas po m emergiam, r meio de capinas manuais. E
todo o ciclo da cultura, foram feitas três capinas manuais: aos 21, 42 e 84 dias
após o transplante.
3.7.3 Control io e fitossanitár
Com bas aliações visuais, inspeções periód ram realizadas a e em av icas fo
fim de se detectar a presença de pragas e a ocorrência de doenças durante o
cultivo.
O controle de doenças foi feito, preventivamente, com pulverizações
quinzenais. Com relação às pragas, o controle foi realizado na medida em que se
detectava a presença do inseto no nível crítico que justificasse a aplicação de
defensivos. Foram realizadas oito pulverizações ao longo do experimento, como
mostra a Tabela 5.
33
TABELA 5
Cronograma de pulverizações: épocas de aplicação, defensivos
agrícolas utilizados, princípios ativos e dosage
ns aplicadas.
fe
gr
D
DAT
1
De
a
nsivo
ícola
Princípio ativo osagem da aplica
1 Folio Metalaxyl + C onil 200 g.100 água lorotal L
-1
de
15 Dithane PM 200 g.100 água
29 Rovral SC L. 100
Decis 25 CE D 30 mL.100 e água
43 Folio Metalaxyl + C nil 200 g.100 água
57 Dithane PM 200 g.100 água
71 Rovral SC L. 100
Decis 25 C D 30 mL.100 água
85 Folio Metal 200 g.100 água
99 Rovral SC Iprodione 150 mL. 100 L de água
ltamethrin 30 mL.100 L
-1
de água
Mancozeb L
-1
de
Iprodione 150 m L
-1
de água
eltamethrin L
-1
d
lorotalo L
-1
de
Mancozeb L
-1
de
Iprodione 150 m L
-1
de água
E eltamethrin L
-1
de
axyl + Clorotalonil L
-1
de
-1
Decis 25 CE De
1
DAT – dias após o transplante das mudas.
3.8 Variáveis meteorológicas
Visando monitorar e caracterizar as condições meteorológicas, durante o
experimento, foi instalada, ao lado da área experimental, uma estação
agrometeorológica automática portátil (marca DAVIS – modelo VANTAGE
PRO 2), que registrou diariamente a temperatura do ar, a umidade relativa do ar e
a precipitação atmosférica.
3.9 Características avaliadas
3.9.1 Avaliação do desenvolvimento vegetativo
A avaliação do desenvolvimento vegetativo foi realizada aos 60, 80 e 100
dias após o transplante, determinando-se a altura da planta e o diâmetro na região
do colo.
34
3.9.1.1 Altura da planta
Foi r madas ealizada a medida, em 6 plantas da parcela útil, to
aleatoriamen ando-se aérea da planta, ou seja, da te, consider a base da parte
superfície do ápic pr so olo até e da folha de maior com imento, com auxílio de
um ena. O oram expre metros. a tr s resultados f ssos em centí
3. Diâmet egião d9.1.2 ro na r o colo
Foi efetuada a medida, tas dae nm 6 pla parcela útil, tomadas
ale oriame do colo, de um at nte, na região com auxílio paquímetro digital e os
re dos ex entísulta pressos em c metros.
3.9.2 Avaliação da produção
As colheitas foram realizadas, quando mais de 60% das plantas se
encontravam estaladas (Vidigal et al., 2001), aos 111 DAT (híbrido Optima F1) e
aos 118 DAT (cultivar Alfa Tropical). As plantas foram arrancadas manualmente
e mantidas ao sol por três dias, em seguida, 12 dias à sombra em galpão
ventilado, para o período de cura.
Após o período de cura, foi feita a toalete, com a eliminação da parte
aérea e das raízes, procedendo-se, a seguir, à avaliação das seguintes
características: produtividade total de bulbos, produtividade de bulbos
comerciais, classificação de bulbos comerciais, massa média de bulbos
comerciais, sólidos solúveis totais, teor de matéria seca de bulbos comerciais e
eficiência no uso da água.
3.9.2.1 Produtividade total de bulbos
Com base nas dimensões das parcelas e, considerando o espaço entre as
plantas, estimou-se a população de plantas por hectare. O valor encontrado foi de
400.000 plantas.ha
-1
. Tomando-se como base o valor de massa total de bulbos
35
(comerciais e não comerciais) por parcela, obtidos de 20 plantas, e a população
de plantas por hectare, estimou-se a produtividade total de bulbos. Os resultados
foram expressos em kg.ha
-1
.
3.9.2.2 Produtividade de bulbos comerciais
Com o valor de massa de bulbos comerciais (bulbos perfeitos e com
diâmetro transversal > 35 mm) por parcela, obtidos de 20 plantas, e a população
de plantas por hectare, estimou-se a produtividade de bulbos comerciais. Os
resultados foram expressos em kg.ha
-1
.
3.9.2.3 Classificação de bulbos comerciais
A classificação de bulbos comerciais foi realizada, conforme as normas
de mercado em que pela Portaria Ministerial nº 529, de 18 de agosto de 1995
(Brasil, 1995), os bulbos sem defeitos são classificados de acordo com o maior
diâmetro transversal (Tabela 6). Os resultados foram expressos em porcentagem.
TABELA 6 Classificação de bulb
os de cebola sem defeitos, de acordo com o
maior diâmetro transversal.
Classe (Calibre) Classificação Diâmetro transversal (mm)
2 Pequeno 35 até 50
3 Médio 50 até 70
4 Grande 70 até 90
5 Extra grande Maior que 90
3.9.2.4 Massa média de bulbos comerciais
A massa média de bulbos comerciais foi determinada, dividindo-se a
massa de bulbos comerciais (bulbos perfeitos e com diâmetro transversal >
35 mm) pelo número de bulbos comerciais. Os resultados foram expressos em
gramas.
36
3.9.2.5 Sólidos solúveis totais
O teor de sólidos solúveis totais (SST) foi determinado diretamente do
suco, com refratômetro digital de compensação automática de temperatura. Os
valores de sólidos solúveis totais foram expressos em % de ºBrix (Association of
Official Analitical Chemists – AOAC, 1990). Para se obter o suco, foi retirada,
de cada bulbo, uma fatia na parte mediana, abrangendo desde a primeira
“escama” até o centro do bulbo, esmagando-a, posteriormente, em um
espremedor. A fim de determinar esta característica, foram utilizados bulbos da
classe 3, visando padronizar as amostras de todos os tratamentos.
erciais
3.9.2.6 Teor de matéria seca de bulbos com
O teor de matéria seca de bulbos comerciais foi determinado
considerando-se a relação entre massa seca de bulbos comerciais e massa fresca
de bulbos comerciais (Equação 8). Para a obtenção da massa seca de bulbos
comerciais, eles foram cortados em cubos e, em seguida, colocados em sacos de
papel, em estufa de circulação forçada à temperatura de 65ºC, até atingirem peso
constante. Visando à padronização da amostragem, em cada tratamento, foram
utilizados bul ão desta característica. bos da classe 3 para a obtenç
.100
MFBC
MSBC
TMSBC
=
(8)
em que:
TMSBC
– teor de matéria seca de bulbos comerciais (%);
MSBC
– massa seca de bulbos comerciais (g.bulbo
-1
);
MFBC
– massa fresca de bulbos comerciais (g.bulbo
-1
).
37
3.9.2.7 Eficiência no uso da água (EUA)
Foi determinada por meio da relação entre os valores de produtividade
total de bulbos (kg.ha
-1
) e as respectivas quantidades de água consumidas (mm),
em cada tratamento, durante o período de cultivo da cultura no campo. Os
resultados foram expressos em kg.ha
-1
.mm
-1
.
3.9.3 Avaliação da conservação pós-colheita
A avaliação da conservação pós-colheita foi realizada pela perda de
massa de bulbos. Após o período de cura, bulbos da classe 3 foram armazenados
em galpão, sob temperatura ambiente e pesados, em intervalos de 10 dias, durante
o período de 90 dias. Os valores foram comparados àqueles obtidos ao final da
cura (15 dias após a colheita) e transformados em porcentagem de perda de
massa.
3.10 Análises estatísticas
Os dados amostrados foram submetidos à análise de variância, com a
realização do teste F, comparação de médias pelo teste de Tukey e análise de
regressão polinomial a 5% e 1% de probabilidade (Gomes, 2000).
As análises foram efetuadas, utilizando-se o programa computacional
Sisvar para Windows, versão 4.0 para análises estatísticas (Ferreira D., 2000).
3.11 Custos de produção
Utilizou-se, para a estimativa dos custos de produção, conceituado como
a soma de valo es (serviços) res de todos os recursos (insumos) e operaçõ
utilizados no p o os respectivos rocesso produtivo de certa atividade, incluind
custos alternati idera o cálculo vos ou de oportunidade, o procedimento que cons
da depreciação e do custo alternativo (Reis, 2007).
38
Para estimar o custo de produção, neste trabalho, foram utilizados valores
aproximados em reais (R$), com base nas seguintes informações: área cultivada
com cebola de 1 ha, período de uma safra e nos custos fixos e variáveis.
O custo necessário, para substituir os bens de capital, quando tornados
inúteis, seja pelo desgaste físico ou econômico, foi definido como a depreciação.
O método utilizado foi o linear, considerando-se o prazo de 110 dias (0,30 anos),
referente ao ciclo médio de produção (período de cultivo da cultura no campo)
das duas cultivares, utilizadas neste experimento, podendo ser mensurado pela
Equação 9.
.P
Vu
Vr-Va
D
=
(9)
em que:
D
– depreciação (R$);
Va
– valor atual do recurso (R$);
Vr
– valor residual (valor de revenda ou valor final do bem, após ser
utilizado de forma racional na atividade) (R$);
Vu
– vida útil (período em que determinado bem é utilizado na
atividade) (anos);
– período de análise (anos).
P
Para efeito da análise do custo alternativo fixo dos recursos produtivos
alocados no cultivo da cebola, considerou-se a taxa de juros real de 6% a.a. Em
seu cálculo utilizou-se a Equação 10.
.Va.Tj.P
Vu
I-Vu
fixo
CA
=
(10)
39
em que:
fixo
CA
– custo alternativo fixo (R$);
I
– idade média de uso do bem (anos);
Tj – taxa de juros (decimal).
Buscando simplificar o cálculo do CA
fixo
, considerou-se a idade média de
uso dos recursos fixos como 50% da vida útil (Vu), que resulta na metade do
valor atual do recurso (Va), multiplicado pela taxa de juros (Tj) e pelo período de
análise (P), conforme a Equação (11).
.Tj.P
2
Va
fixo
CA =
(11)
Para o cálculo do custo alternativo variável, considerou-se a taxa de juros
real de 6% ação 12. a.a. e utilizada a Equ
.Tj
gasto
V
var
CA =
2
(12)
em que:
va
r
CA – custo alternativo variável (R$);
gasto
V
– desembolso financeiro realizado pelo produtor, para adquirir
insumos e serviços necessários para a produção agrícola (R$).
40
3.11.1 Custo fixo
Para o cálculo de cada recurso fixo, foram somados a depreciação e o
custo alternativo do erados nos custos fixos e o fator produtivo. Os itens consid
procedimento m: de operacionalização fora
a) Terra: não se deprecia, uma vez que, parte da hipótese de que o agricultor
adota um manejo de solo adequado, repõe à terra todos os elementos
químicos extraídos pelas plantas, por meio de adubações e realizando
práticas conservacionistas, que mantêm as suas características. O valor
considerado foi o custo alternativo, baseado no aluguel da terra
explorada. O valor do aluguel foi de R$ 80,00 para um hectare e por um
mês, conforme citado nos índices de preços agrícolas do Departamento
de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras
(UFLA).
b) Bandejas de poliestireno expandido com 200 células: o gasto com as
bandejas foi de R$ 21.600,00, referente à aquisição de 2.400 unidades
para a produção de 480.000 mudas (semeadura de 20% a mais, visando
garantir as mudas necessárias ao transplante). Realizou-se a depreciação
das bandejas em 0,30 anos, considerando-se como vida útil o período de
5 anos.
c) Calagem: o gasto com calagem neste trabalho foi de R$ 237,50.ha
-1
a
cada 2 anos.
d) Impost urso não é alterado em curto o Territorial Rural (ITR): este rec
prazo, pois, seu valor é constante no ano. O valor considerado foi de
R$ 0,11 para um hectare e por um ano, conforme citado nos índices de
preços agrícolas do Departamento de Administração e Economia da
Universidade Federal de Lavras (UFLA).
e) Sistema de irrigação: o custo de um sistema de irrigação é muito
variável, pois, depende das condições do local e dos equipamentos
41
utilizados. Neste trabalho, considerou-se um projeto com as seguintes
características: conjunto motobomba de 5 cv, chave de partida direta com
contator e relé, Controlador Lógico Programável, injetor de fertilizantes
tipo venturi com bomba reforço, válvulas de ar e vácuo, válvulas de
comando elétrico (solenoides), válvula de alívio, adutora de aço zincado
de 100 m até o cabeçal de controle, tubulação de PVC do cabeçal até os
setores, tubo gotejador auto-compensante modelo NAAN PC com vazão
nominal de 1,6 L.h
-1
e DN 16 mm (distanciados entre si a 0,30 m),
2 filtros de disco com retrolavagem automática e desnível do terreno de
40 m. A vida útil considerada foi de 15 anos.
f) Custo alternativo: o cálculo do custo alternativo, para cada um dos
recursos do custo fixo, foi feito considerando a taxa de juros real de
6% a.a., taxa essa próxima a uma remuneração mínima obtida no
mercado financeiro.
3.11.2 Custo variável
O desembolso realizado para a aquisição de produtos e serviços, somado
ao custo alternativo, serviu como base de cálculo para o custo de cada recurso
variável. Os recursos variáveis e a forma de operacionalização utilizada foram:
a) Insumos: corresponde ao gasto com a aquisição de sementes, substrato,
fertilizantes químicos, defensivos (fungicidas, inseticida e herbicida) e
espalhante adesivo. O valor unitário considerado foi aquele citado nos
índices de preços agrícolas do Departamento de Administração e
Economia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), e a quantidade
usada de cada insumo foi baseada nas quantidades utilizadas no
experimento e conforme descrito em Vidigal et al. (2001).
b) Mão-de-obra: os custos com mão-de-obra referem-se à operação do
sistema de irrigação, implantação da cultura (formação de mudas,
42
preparo dos canteiros, adubação de plantio e transplante de mudas),
condução (adubações de cobertura e aplicação de defensivos), colheita
(arranquio e enleiramento), limpeza (toalete), ensacamento e transporte
dentro da propriedade. O valor unitário considerado foi aquele citado nos
índices de preços agrícolas do Departamento de Administração e
Economia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), e as quantidades
usadas de cada serviço foram adotadas segundo Anuário da Agricultura
Brasileira – Agrianual (2009) e Vidigal et al. (2001).
c) Máquinas e implementos: foram computados os gastos com aluguel de
máquinas e implementos utilizados na preparação do terreno (aração e
gradagem) e no transporte dentro da propriedade. O valor unitário
considerado foi aquele citado nos índices de preços agrícolas do
Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de
Lavras (UFLA), e as quantidades utilizadas de cada recurso foram
adotadas segundo Agrianual (2009) e Vidigal et al. (2001).
d) Despesas com administração: foram considerados os gastos com mão-de-
obra administrativa, assistência técnica e impostos (2,3% da receita
total), cujos valores unitários e quantidades usadas foram adotados
conforme descrito em Agrianual (2009).
e) Despesas gerais: referem-se aos gastos com sacarias de 20 kg para o
acondicionamento e transporte da cebola, e as quantidades utilizadas em
função das produtividades médias observadas em cada tratamento do
experimento.
f) Energia: o custo com energia foi calculado, conforme a Equação 13,
sugerida por Mendonça (2001).
η
=
.1000
Pot.736
.T.
kWh
VCE
(13)
43
em que:
CE
– custo com energia (R$);
kWh
V
– valor do kWh (R$);
T
– tempo total de funcionamento do sistema de irrigação (h), variável
para cada tratamento;
Pot
– potência do conjunto motobomba (cv);
η
– rendimento do conjunto motobomba (decimal).
O valor do kWh utilizado foi de R$ 0,28, conforme sugerido pela
Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG).
g) Custo alternativo: para o cálculo do custo alternativo, a cada item dos
recursos variáveis, utilizados no processo produtivo da cebola, foi
considerada a taxa de juros real de 6% a.a.
3.12 Estudo econômico simplificado
O estudo econômico permite identificar se o empreendimento está
operand sos empregados no processo o com lucro, ou seja, como os recur
pro vduti o estão sendo remunerados, além de verificar como está a rentabilidade
da atividade em questão, comparada a outras alternativas de emprego do tempo e
capital.
Ao se fazer a análise da atividade produtiva, podem-se encontrar diversas
condições, dependendo da posição do preço (ou receita média), em relação aos
custos ticular interpretação (Figura 1). Para a e cada qual sugerindo uma par
realização desta análise, foram consideradas as situações de análise econômica da
atividade produtiva, descrita por Reis (2007).
44
Desta forma, este estudo apresenta-se ao empresário/produtor, como um
diagnóstico ico-financeiro da safra, com informações do comportamento econôm
a respeito da cobertura dos recursos de curto (custos remuneração obtida, da
variáveis) e longo (custos fixos) prazo e comparações entre a remuneração obtida
pela atividade produtiva e aquela que seria proporcionada por outras alternativas
(custos alternativos).
No pres de valores foi o de ente trabalho, o critério adotado para correção
preço único. zadas Desta forma, foram somadas as quantidades de recursos, utili
durante o ciclo da cultura da cebola e o resultado foi multiplicado pelo preço
vigente em determinada data, que neste caso, foi em novembro de 2009. Sendo
assim, o preço FOB (despesas de transporte, seguro, taxas, etc., são por conta do
comprador da mercadoria) adotado para a análise foi de R$ 26,20 por saca de
20 kg, conforme sugerido pelo Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/Universidade de
São Paulo (ESALQ/USP).
45
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Caracterização das condições climáticas
As temperaturas diárias máximas, médias e mínimas do ar, ocorridas
durante a condução do experimento, estão apresentadas na Figura 8.
0
10
20
30
40
Temperatura (ºC
020406080100120
Dias após transplante (DAT)
)
Tmáx Tméd Tmín
IGURA 8 Temperaturas diárias máximas (Tmáx), médias (Tméd) e mínimas
(Tmín) do ar ocorridas no período do experimento.
F
No período de condução do experimento, a temperatura diária média do
ar foi de 18,4ºC, as mínimas atingidas ficaram entre 6,3ºC e 17,8ºC e as máximas
entre 18,4ºC e 34,4ºC.
Na Figura 9 são apresentados os valores diários máximos, médios e
mínimos da umidade relativa do ar ocorridos durante o experimento.
46
0
20
40
60
80
e rel
100
va (
0 20 40 60 80 100 120
Dias após transplante (DAT)
Umidad ati %
)
URmáx URméd URmín
FIGURA 9 Umidades relativas diárias máximas (URmáx), médias (URméd) e
mínimas (URmín) do ar ocorridas no período do experimento.
Nota-se, nesse experimento, que a umidade relativa diária máxima do ar
oscilou entre 47% e 98% e a mínima entre 21% e 88%. O valor médio foi de
64,8%.
ndo Souza & Resende (2002), a formação de bulb
Segu os de cebola é
celerada, em condições de altas temperaturas e, sob condições de temperaturas
baixas,
s a períodos prolongados de temperaturas baixas (abaixo
de 10ºC
de bulbos e
não de sementes. A temperatura ótima de bulbificação oscila de 25 a 30ºC.
Temperaturas em torno de 15,5 a 21,1ºC promovem uma melhor formação de
bulbos e maior produção.
Com relação à umidade relativa, Oliveira et al. (2004) relatam que a
umidade elevada favorece a incidência de doenças foliares, que poderão
aumentar os custos de produção e comprometer a produção da cultura.
a
o processo é retardado. Temperaturas altas (acima de 32ºC), na fase
inicial de desenvolvimento das plantas, podem provocar a bulbificação precoce.
A exposição das planta
), contudo, pode induzir o florescimento prematuro (“bolting”), que é
altamente indesejável, uma vez que se visa à produção comercial
47
Observa-se, então, que os valores médios de temperatura do ar,
encontrados neste estudo, estão próximos dos relatados por Souza & Resende
(2002), para a obtenção de uma boa produção da cultura. Verificou-se, ainda,
que, apesar das altas temperaturas e umidades relativas do ar, ocorridas em
alguns dias, estes valores não prejudicaram o desenvolvimento da cultura
durante a realização do experimento.
Os valores mensais de precipitação, ocorridos durante o período de
condução do experimento, são apresentados na Figura 10. Observa-se que,
durante a condução do experimento, as precipitações ocorridas foram,
ente, desprezíveis, não influenciando os tratamentos de irrigação
praticam
aplicados (Figura 11, 12, 13 e 14).
7,8
0,0
13,9
87,6
80
100
mm
0
20
40
60
Precipitação (
)
Jun Jul Ago Set
s
FIGURA 10 Precipitações mensais ocorridas durante o período de condução do
experimento.
4.2 Tensões e lâminas de água aplicadas
As lâminas de água aplicadas antes (Inic) e, após a diferenciação dos
tratamentos (Irrig), bem como as precipitações ocorridas (Precip), os totais de
água fornecidos, para a cultura (Tot), a média por irrigação (mpi), o turno de
48
rega (TR) e o número de irrigações (NI) computados, durante a diferenciação
dos tratamentos, são apresentados na Tabela 7.
TABELA 7 Tensões da água no solo à profundidade de 0,15 m, lâminas
aplicadas antes da diferenciação dos tratamentos (Inic), lâminas
aplicadas após a diferenciação dos tratamentos (Irrig),
precipitações ocorridas
(Precip), lâminas totais de água (Tot),
média por irrigação (mpi), turno de rega (TR) e número de
irrigações (NI).
Lâmina (mm)
Trat
Tensão
(kPa)
Inic Irrig Precip Tot mpi
TR
(dia)
NI
(ud)
A15 15 41,4 464,5 109,3 615,2 10,8 2,7 43
A25 25 41,4 423,
A35 35 41,4 392,
4 109,3 574,1 20,2 5,6 21
7 109,3 543,4 24,5 7,4 16
A45 45 41,4 355,5 109,3 506,2 27,3 9,1 13
A60 60 41,4 240,2 109,3 390,9 30,0 14,8 8
A75 75 41,4 126,2 109,3 276,9 31,5 29,5 4
O15 15 41,4 452,9 109,3 603,6 10,5 2,6 43
O25 25 41,4 363,4 109,3 514,1 20,2 6,2 18
O35 35 41,4 296,5 109,3 447,2 24,7 9,3 12
O45 45 41,4 248,2 109,3 398,9 27,6 12,3 9
O60 60 41,4 209,4 109,3 360,1 29,9 15,9 7
O75 75 41,4 94,7 109,3 245,4 31,6 37,0 3
Nota-se, no presente trabalho, que as lâminas totais aplicadas seguiram
um padrão decrescente em relação às tensões da água no solo, estabelecidas,
para ambas cultivares; isto é, as maiores lâminas foram observadas nos
tratamentos com menores tensões, comportando-se de maneira análoga a Guerra
(1995), Marouelli et al. (2003), Oliveira et al. (1999) e Stone et al. (1988).
As quantidades de água, aplicadas em cada irrigação realizada, foram
diferentes, sendo menores nos tratamentos com tensões mais baixas. Assim, os
tratamentos, com menores tensões, apresentaram maior frequência de irrigação
ao longo do ciclo da cultura e o sistema foi acionado mais vezes, porém,
49
permanecendo ligado por menos tempo, como pode ser observado no número de
irrigações (NI).
Nas Figuras 11 a 14 estão representadas as tensões médias registradas
pelos tensiômetros instalados nas profundidades de 0,15 e 0,30 m. Nessas
figuras pode-se visualizar o número de irrigações realizadas durante o período
de cultivo. Quanto menor as tensões para que fossem reiniciadas as irrigações,
por exemplo, 15 e 25 kPa, mais frequentes foram as mesmas e menores foram os
“picos”, sendo a tensão da água no solo mantida dentro de uma faixa mais
estreita e, co em a rm e i n tsequen ente, umidad sole do o pe anec u próx ma à
capacidade de ca , ao l e c cmpo ongo d todo o iclo da ultura.
50
0
5
10
15
15 30 45 60 75 90 105 120
Tensão (kPa)
20
A.
0
5
10
15
20
25
15 30 45 60 75 90 105 120
Tensão (kPa)
30
B.
0
10
20
30
40
15 30 45 60 75 90 105 120
Dias após transplante (DAT)
Tensão (kPa)
15 cm 30 cm Momento de irrigar
água no solo nos tratamentos A15 (A),
A25 (B) e A35 (C) em duas profundidades ao longo do ciclo da
cebola.
C.
FIGURA 11 Variação das tensões da
51
0
10
20
30
40
50
15 30 45 60 75 90 105 120
Tensão (kPa)
A.
0
10
20
30
40
50
60
70
15 30 45 60 75 90 105 120
Tensão (kPa)
B.
0
15
30
45
60
75
90
15 30 45 60 75 90 105 120
Dias após transplante (DAT)
Tensão (kPa)
15 cm 30 cm Momento de irrigar
C.
FIGURA 12 Variação das tensões da água no solo nos tratamentos A45 (A),
A60 (B) e A75 (C) em duas profundidades ao longo do ciclo da
cebola.
52
0
5
10
15
20
15 25 35 45 55 65 75 85 95 105
Tensão (kPa)
A.
0
5
10
15
20
25
30
15 25 35 45 55 65 75 85 95 105
Tensão (kPa)
B.
0
10
20
30
40
15 25 35 45 55 65 75 85 95 105
Dias após transplante (DAT)
Tensão (kPa)
15 cm 30 cm Momento de irrigar
C.
FIGURA 13 Variação das tensões da água no solo nos tratamentos O15 (A),
O25 (B) e O35 (C) em duas profundidades ao longo do ciclo da
cebola.
53
0
10
20
30
40
50
15 25 35 45 55 65 75 85 95 105
Tensão (kPa)
A.
0
10
20
30
40
50
60
70
15 25 35 45 55 65 75 85 95 105
Tensão (kPa)
B.
0
15
30
45
60
75
90
15 25 35 45 55 65 75 85 95 105
Dias após transplante (DAT)
Tensão (kPa)
15 cm 30 cm Momento de irrigar
C.
FIGURA 14 Variação das tensões da água no solo nos tratamentos O45 (A),
O60 (B) e O75 (C) em duas profundidades ao longo do ciclo da
cebola.
54
4.3 Ava ão do sistema de irrigação liaç
Como os emissores possuíam uma faixa de compensação de vazão
compreendida entre as pressões de 60 e 410 kPa, procurou-se manter a pressão
de funcionamento do sistema em torno de 140 kPa, por meio de uma válvula
reguladora de pressão, instalada no cabeçal de controle.
As parcelas, correspondentes aos tratamentos, foram submetidas ao teste
de uniformidade de vazão. Encontrou-se uma vazão média dos gotejadores de
1,7 L.h
-1
, um pouco acima do valor indicado pelo catálogo do fabricante
(1,6 L.h
-1
).
O coeficiente de uniformidade de distribuição de água (CUD)
encontrado foi de 94,3%, significando que a água foi, uniformemente,
distribuída nas parcelas, em qualquer nível de irrigação, não se constituindo em
uma fonte de variação adicional ao ensaio.
Calculou-se, também, o coeficiente de variação total de vazão (CVt). O
valor encontrado para o mesmo foi de 0,06, indicando uma excelente
uniformidade de vazão nos tratamentos, de acordo com Cabello (1996). O CVt é
um dos parâmetros usados para diagnosticar problemas de uniformidade em
campo.
4.4 Desenvolvimento vegetativo
4.4.1 Altura da planta
De acordo com a análise de variância (Tabela 8), verifica-se efeito
significativo a 1% de probabilidade, para a altura da planta, com relação aos
fatores tensões da água no solo e dias após transplante.
55
TABELA 8 Resumo das análises de variância e de regressão para altura da
planta (AP) de duas cultivares de cebola sob diferentes tensões da
água no solo aos 60, 80 e 100 dias após transplante.
Q. M.
Fontes de variação G. L.
AP (cm)
Bloco 3 36,29
ns
Cultivares 1 8,75
ns
Tensões 5 485,98
**
Cultivares x Tensões 5 17,43
ns
Resíduo 1 33 22,20
Dias 2 4185,58
**
Cultivares x Dias 2 8,65
ns
Cultivares x Tensões x Dias
Tensões x Dias 10 10,52
ns
10 5,07
ns
Resíduo 2 72 6,80
Média Geral - 46,92
C.V. 1 (%) - 10,04
C.V. 2 (%) -
5,56
Tensões (5) 485,98
**
Linear 1 2371,53
**
Quadrática 1 2,07
ns
Desvios 3 18,77
ns
Dias (2) 4185,58
**
Linear 1 7577,48
**
Desvios 1 793,68
**
Em que:
ns
– não significativo pelo teste F e
**
– significativo a 1% de probabilidade pelo
ste F.
te
A altura da planta foi bastante influenciada pelas tensões da água no
solo. O resultado de altura da planta mostrou resposta linear com nível de
significância de 1% (Tabela 8), indicando haver um decréscimo da altura da
planta à medida que se aumentaram as tensões da água no solo. Nota-se que
97,60% das variações, ocorridas na altura da planta, em função das tensões, são
explicadas pela regressão linear (Figura 15). O valor máximo para a altura da
planta ocorreu à tensão de 15 kPa, resultando em uma altura para esta
característica de 52,4 cm.
56
AP = -0,1994T + 55,39
60
a
R
2
= 0,97650
35 45 55 75
nsão (kPa)
Altura plant
30
40
15 25 65
Te
da
(cm)
FI AP) d função das diferentes tensões
solo.
GURA 1 a planta (5 Altura d e cebola em
da água no
De posse do resultado encontrado neste estudo, percebe-se que a
umidade do receu de forma a taxa de cresc plantas de s oolo fav d ta ire imento das
cebola, ao irrigações mais frequentes, mantendo ade do solo mostrar que a umid
próxima à capacidade de campo, contribuíram para a obtenção de plantas mais
altas.
Seg & Zeiger (2004), a redução da área foliar pode ser undo Taiz
considerada a primeira linha de defesa das plantas contra o déficit hídrico. Com
a diminuição do conteúdo de água da planta, ocorre uma diminuição do turgor
das células, provocando uma lentidão na expansão foliar. Além disso, de acordo
com Winter (1976), quanto menor a quantidade de água disponível no solo para
as plantas, maior será a diminuição do crescimento.
De acordo com a Figura 16, observa-se que a altura da planta apresentou
comportamento linear crescente com relação aos dias após transplante (épocas
de avaliação) a 1% de probabilidade (Tabela 8), que era de se esperar.
57
AP = 0,4445DAT + 11,352
R
2
= 0,9053
30
40
50
60
60 80 100
Dias após transplante (DAT)
Altura da plant
a
(cm)
FIGURA 16 Altura da planta (AP) de cebola em função dos dias após
transplante (DA
T).
Ressalta-se, portanto, que os desvios de regressão foram significativos a
1% de probabilidade (Tabela 8), indicando haver outro modelo matemático que
explique a relação entre as variáveis. Entretanto, a pouca quantidade de pontos,
para ajuste de modelos, isto é, apenas 2 graus de liberdade, não permitiram
analisa
r outros efeitos de regressão, para altura da planta, quanto ao fator dias
após tra
nsplante.
Cabe salientar o incremento médio observado de 38,11 e 48,86% aos 80
e 100 dias após transplante (DAT), respectivamente, comparados à primeira
avaliação aos 60 DAT. A altura das plantas de cebola chegou a aumentar em
quase 40%, no intervalo de apenas 20 dias, mostrando a capacidade da planta,
em desenvolver-se, quando bem adubada e sem restrições hídricas.
4.4.2 Diâmetro na região do colo
O diâmetro do colo das plantas de cebola foi, significativamente, afetado
pelos fatores cultivares, tensões da água no solo, dias após transplante,
interações entre cultivares versus dias após transplante e entre tensões da água
58
no solo versus dias após transplante, a 1% de probabilidade, pelo teste F
(Tabela 9).
TABELA 9 Resumo das análises de variância e de regressão para diâmetro do
colo (DC) de duas cultivares de cebola sob diferentes tensões da
água no solo aos 60, 80 e 100 dias após transplante.
Q. M.
Fontes de variação G. L.
DC (cm)
Bloco 3 0,03
ns
Cultivares 1 0,32
**
Tensões 5 0,58
**
Cultivares x Tensões 5 0,03
ns
Dias 2 9,52
Cultivares x Dias 2 0,41
**
**
Culti
Resíduo 1 33 0,02
**
Tensões x Dias 10 0,03
vares x Tensões x Dias 10 0,01
ns
Resíduo 2 72 0,01
Média Geral - 1,44
C.V. 1 (%) - 10,63
C.V. 2 (%) - 7,32
Tensões (5) 0,58
**
Linear 1 2,87
**
Quadrática 1 0,001
ns
Desvios 3 0,02
ns
Dias (2) 9,52
**
Linear 1 18,72
**
Desvios 1 0,33
**
Dias: Alfa Tropical (2) 6,60
**
Linear 1 13,18
**
Desvios 1 0,01
ns
Dias: Optima F1 (2) 3,34
**
Linear 1 6,19
**
1 0,48
**
“...continua...”
Desvios
59
“TABELA 9, Cont.”
Ten
sões: 60 dias (5) 0,10
**
Linear 1 0,46
**
ns
Tens
Quadrática 1 0,01
Desvios 3 0,01
ns
ões: 80 dias (5) 0,18
**
Linear 1 0,86
**
Quadrática 1
ns
Tensões: 100 dias (5)
0,02
ns
Desvios 3 0,01
**
0,36
Linear
Q
1 1,77
ns
**
uadrática 1 0,0003
Desvios 3 0,02
ns
Em qu elo teste F significativo a 1% abilidade pelo
teste F.
e:
ns
ativo p não signific e
**
de prob
D teste de médias (Tabela 10), o maior diâmetro do colo e acordo com o
da planta de cebola foi obtido pela cultivar Alfa Tropical (1,49 cm), quando
comparad Optima F1 ,39 cm), mostrando que a cultivar o ao híbrido (1
apresentou diâmetro de maior. Esta diferença pode estar -se com um 7,19%
ligada a fatores genéticos de cada mat estudado. erial
TABELA 10 Médias de diâmetro do colo (DC) de duas cult e cebola sob
tes tensões da á no solo aos 60,
ante.
DC
1
ivares d
diferen gua 80 e 100 dias após
transpl
Cultivares (cm)
Optima F1 1,39 b
Alfa Tropical 1,49 a
1
Médias diferentes di , estatisticamente o teste de
Tukey, a 5
seguidas por letras
% d ilidade.
ferem entre si, pel
e probab
No caso do diâmetro do colo, as variações ocorridas podem ser
explicadas pela regressão linear, a 1% de probabilidade (Tabela 9). O valor
médio encontrado para o diâmetro do colo foi de 1,44 cm. De acordo com a
equação apresentada na Figura 17, o aumento de uma unidade na tensão da água
60
no solo (kPa) reduz em 0,0069 cm o diâmetro do colo das plantas de cebola.
Observ as variações rridas no diâmetro do colo, em função a-se que 98,42% d , oco
das tensões, são explicadas pela regressão linear. O valor má para o ximo, obtido
diâmetro d reu à tensão de 5 kPa, resultando e etro de o or colo, oc 1 m um diâm
1,63 cm.
DC = -0,0069T + 1,7351
R
2
= 0,9842
1,2
Diâ ro do co
m
1,4
1,6
)
1,8
lomet
(c
1,0
15 25 35 45 55 65 75
Tensão (kPa)
FIGURA 17 Diâmetro do colo (DC) da planta de cebola em
diferentes tensões da água no solo.
função das
O fato das plantas de cebola apresentar diâmetros do colo menores, em
evados de tensão da água n
níveis mais el o solo está, provavelmente, relacionado
os efeitos do estres cimento das plantas. O
segundo Davie 1991), pode provocar mudanças nas relações hídricas
os processos químicos e fisiológicos e, em
O diâmetro do colo da planta foi fortemente influenciado pelos dias após
transpla
a se hídrico no cres estresse hídrico,
s & Zhang (
nas folhas que, por sua vez, afetam
consequência, o crescimento e desenvolvimento da parte aérea da planta.
nte. O resultado de diâmetro do colo mostrou resposta linear com nível
de significância de 1% (Tabela 9), indicando haver um acréscimo no diâmetro
do colo da planta à medida que se aumentaram os dias após transplante.
61
Observa-se que 98,26% das variações, ocorridas no diâmetro do colo, em função
dos dias após transplante, são explicadas pela regressão linear (Figura 18). O
valor máximo encontrado para o diâmetro do colo foi de 1,89 cm aos 100 dias
após transplante.
DC = 0,0221DAT - 0,3244
R
2
= 0,9826
0,8
1,2
1,6
2,0
60 80 100
Dias após transplante (DAT)
Diâmetro do colo
(cm)
IGURA 18 Diâmetro do colo (DC) da planta de cebola em função dos dias
F
após transplante (DAT).
Analisando-se a interação entre cultivares versus dias após transplante
(Figura 19), observa-se que a cultivar Alfa Tropical apresenta um maior
aumento do diâmetro do colo da planta, em função do tempo, fato justificado
pelo menor coeficiente angular da equação de regressão para o híbrido Optima
F1 (0,0179) quando comparado à cultivar Alfa Tropical (0,0262).
62
DC
(Alfa)
= 0,0262DAT - 0,6080
2
1,6
2,0
ro do colo
m)
R = 0,9990
DC
(Optima)
= 0,0179DAT - 0,0407
R
2
= 0,9271
0,8
1,2
60 80 100
Dias após transplante (DAT)
Diâmet
(c
FIGURA 19 Diâmetro do colo (DC) de duas cultivares de cebola em função dos
dias após transplante (DAT).
O resultado de diâmetro do colo apresentou resposta linear, com nível de
significância de 1% (Tabela 9), em função do desdobramento do fator tensões da
água no solo dentro de cada nível do fator dias após transplante. A Figura 20
mostra que houve um decréscimo do diâmetro do colo, à medida que se
aumentaram as tensões da água no solo, dentro de cada nível do fator dias após
transplante.
Independente do nível do fator dias após transplante, os maiores
diâmetros do colo foram obtidos, quando a irrigação foi realizada à tensão da
água no solo de 15 kPa e os valores máximos de 1,10, 1,69 e 2,11 cm aos 60, 80
e 100 DAT, respectivamente.
Segundo Lecoeur & Sinclair (1996), a deficiência de água gera um
impacto significativo no crescimento e desenvolvimento das plantas. Os
processos morfológicos e fisiológicos das plantas, que são dependentes da
turgescência dos tecidos, são, particularmente, sensíveis à redução da
disponibilidade de água no solo.
63
DC (80 DAT) = -0,0066T + 1,7866
R
2
= 0,9547
DC (60 DAT) = -0,0048T + 1,1706
R
2
= 0,9270
DC (100 DAT) = -0,0094T + 2,2481
R
2
= 0,9719
0,6
1,4
2,2
15 25 35 45 55 65 75
Tens
ão (kPa)
Diâmetro do colo
(cm)
FIGURA 20 Diâmetro do colo (DC) da planta de cebola aos 60, 80 e 100 dias
após transplante (DAT) em função das diferentes tensões da água
no solo.
4.5 Produção
4.5.1 Produtividade total de bulbos
De acordo com a análise de variância (Tabela 11), verifica-se efeito
significativo a 1% de probabilidade, para a produtividade total de bulbos, com
relação aos fatores cultivares e tensões da água no solo. Já a interação entre os
fatores apresentou diferença significativa a 5% de probabilidade, para esta
característica estudada.
64
TABELA 11 Resumo das análises de variância e de regressão para
produtividade total de bulbos (PTB) de duas cultivares de
cebola sob diferentes tensões da água no solo.
Q. M.
Fontes de variação G. L.
PTB (kg.ha
-1
)
Bloco 3 35833947,6
ns
Cultivares 1 930820638,0
**
Tensões 5 494098736,5
**
Cultivares x Tensões 5 59236390,5
*
Resíduo 33 19064121,2
Média Geral - 40602,0
C.V. (%) - 10,8
Tensões (5) 494098736,5
**
Linear 1 2429694416,0
**
Quadrática 1 6816299,5
ns
Desvios 3 11327655,7
ns
Tensões: Alfa Tropical (5) 123817946,7
**
Linear 1 583244321,6
**
Des
Tensões: O (5) 429517180,4
Quadrática 1 33872383,6
ns
vios 3 657676,0
ns
ptima F1
**
Linear 1 2075610170,1
**
tica 1 4527378,1
ns
os 3 22482784,6
ns
Quadrá
Desvi
m que:
ns
– não significativo pelo teste F,
*
e
**
– significativos a 5 e 1% de E
probabilidade pelo teste F, respectivamente.
Constata-se, pelo teste de médias (Tabela 12), maior produtividade total
de bulbos para o híbrido Optima F1 (45.005,6 kg.ha
-1
), quando comparado à
cultivar Alfa Tropical (36.198,3 kg.ha
-1
), independente dos outros fatores
considerados, levando a crer que esta diferença seja em função apenas do fator
genético.
Segundo Maluf (2001), os híbridos podem apresentar vantagens em
relação às cultivares não híbridas, tais como: heterose (maior produtividade),
maior uniformidade, homeostase genética, precocidade e maior resistência a
pragas e doenças.
65
TABELA 12 Médias de produtividade total de bulbos (PTB) de duas cultivares
cebola sob diferentes tensões da água no solo.
1
de
Cultivares PTB (kg.ha
-1
)
Optima F1 45 .005,6 a
Alfa Tropical 36.198,3 b
1
Médias se or letras diferen diferem, estatistica elo teste de
Tukey, a ilidade.
guidas p tes mente entre si, p
5% de probab
O valor médio de produt ade total de bulbo estudo para ivid s, obtido neste
o híbr , foi menor que aquele encontrado por May et al. (2007) ido Optima F1
(média d kg.ha
-1
), em São José do Rio Pardo, SP, ao trabalharem com e 53.274
híbridos la em função da população de ertilização de cebo plantas e da f
nitrogenada e potássica.
Para a cultivar Alfa Tr al, a produtivida de bulbos, opic de total média
encontrada neste tr melhante àquela encontrada por Rodrigues et al. abalho, foi se
(2006), , MG, que ao trabalharem com 16 cultivares de cebola, em Viçosa
co ncional e orgânico, enco ta cultivar, nduzidas em sistema conve ntraram para es
uma pro otal média de 36.450 kg.ha
-1
no si ional. dutividade t stema convenc
Entretanto, as produtivi es totais mé das neste dad dias de bulbos, obti
trabalho, de 45.005,6 kg.ha
-1
para o híbrido Optim e de 36.198,3 kg.ha
-1
para a F1
a cultivar Alfa Tropical foram superiores à média brasileira que, segundo
IBGE (2009), é de 20.368 kg.ha
-1
de bulbos.
A produtividade total de bulbos foi bastante influenciada pelas tensões
da água no solo. O resultado de produtividade total de bulbos mostrou resposta
linear com nível de significância de 1% (Tabela 11), indicando haver um
decréscimo da produtividade total de bulbos, à medida que se aumentaram as
tensões da água no solo. Nota-se que 98,35% das variações, ocorridas na
produtividade total de bulbos, em função das tensões, são explicadas pela
regressão linear (Figura 21). O valor máximo para a produtividade total de
66
bulbos ocorreu à tensão de 15 kPa, resultando em uma produtividade para esta
de 50.211 kg.ha
-1
. característica
PTB = -349,42T + 55452
48000
54000
otal d
a
-1
)
R
2
= 0,9835
42000
Tensão (kPa)
e t e
g.h
24000
30000
36000
15 25 35 45 55 65 75
Produtividad
bulbos (k
FIGURA 21 Produtividade total de bulbos (PTB) de cebola em função das
diferentes tensões da água no solo.
De acordo com a equação apresentada na Figura 21, o aumento da tensão
da água no solo, em uma unidade (kPa), implicará em uma diminuição de
349,42 kg.ha
-1
na produtividade total de bulbos de cebola, considerando o
intervalo estudado (15 a 75 kPa). Isto quer dizer que, neste intervalo, quanto
menor o intervalo entre irrigações (turno de rega), maior é a produtividade total
de bulbos, pois, a água é aplicada em pequenas intensidades, porém, com alta
frequência, de modo a manter a umidade do solo na zona radicular próxima à
capacidade de campo.
Poucos estudos têm analisado critérios de manejo da irrigação por
gotejamento na cultura da cebola (Chopade et al., 1998; Santa Olalla et al.,
2004; Shock et al., 1998). Entretanto, estes autores, também, relatam que as
melhores produtividades de bulbos ocorreram, quando o solo foi mantido,
constantemente, com alto teor de água.
67
Segundo Filgueira (2003), o potássio e o nitrogênio são os elementos
absorvidos em maiores quantidades na matéria seca da cebola. Entretanto,
quanto à capacidade de resposta dessa cultura às doses de nitrogênio, diversos
autores relatam que este nutriente contribui, decisivamente, para a produtividade
(Resende et al., 2008). Provavelmente, quando a irrigação foi reiniciada com a
tensão de 15 kPa, a umidade do solo favoreceu diretamente a absorção de
nutrientes, havendo maior absorção em relação aos tratamentos submetidos a
maiores tensões, que contribuiu para a obtenção da melhor produtividade total
de bulbos.
Comportamento semelhante foi encontrado por Shock et al. (2000) que,
visando definir critérios para o manejo da irrigação por gotejamento na cultura
da cebola, avaliaram cinco tensões da água no solo (10, 20, 30, 50 e 70 kPa),
medidas a 0,20 m de profundidade no ano de 1998, e constataram que a
produtividade total de bulbos apresentou resposta linear decrescente com o
aumento da tensão, alcançando o valor máximo de 59.670 kg.ha
-1
, com a tensão
de 10 kPa.
Shock et al. (1998), ao utilizarem a irrigação por sulco, na cultura da
cebola, estudaram quatro tensões da água no solo (25, 50, 75 e 100 kPa) em
1992 e seis tensões da água no solo (12,5; 25; 37,5; 50; 75 e 100 kPa) em 1993 e
1994, e encontraram redução na produtividade total de bulbos, com o aumento
da tensão aplicada, em todos os anos. Entretanto, os ajustes das equações foram
quadráticos.
Kipkorir et al. (2002), ao estudarem cinco intervalos entre irrigação (4, 7,
14, 21 e 28 dias), utilizando-se a irrigação por sulco, na cultura da cebola,
também, encontraram ajuste linear para a produtividade, em função da aplicação
de lâminas de água, numa região semi-árida do Quênia (Perkerra). Segundo
esses autores, o aumento das lâminas de irrigação proporcionou incrementos na
produtividade de bulbos.
68
Kumar et al. (2007), estudando os efeitos de níveis de irrigação,
baseados na evaporação do Tanque Classe A (ECA) (0,6; 0,8; 1,0 e 1,2),
utilizando irrigação por microaspersão em cebola, encontraram incrementos na
produtividade de bulbos com o aumento das lâminas de água aplicadas,
alcançado valores médios de 33.630 e 34.400 kg.ha
-1
com a aplicação das
lâminas de 467,75 e 451,34 mm nos anos de 2004 e 2005, respectivamente.
Analisando-se a interação entre os fatores (cultivares versus tensões da
água no solo) (Figura 22), observa-se que, independente das cultivares
estudadas, os melhores resultados de produtividade total de bulbos foram
obtidos quando se reiniciavam as irrigações com a tensão de 15 kPa. Entretanto,
percebe-se que o coeficiente angular da equação de regressão é menor para o
híbrido Optima F1 (-456,73), quando comparado à cultivar Alfa Tropical
(-242,11), isto é, o híbrido é mais responsivo à irrigação.
PTB
(Optima)
= -456,73T + 64417
R
2
= 0,9665
PTB
(Alfa)
= -242,11T + 46488
R
2
= 0,9421
20000
30000
40000
50000
15 25 35 45 55 65 75
Produtividade t
bulbos (kg.h
60000
otal de
-1
)
Tensão (kPa)
a
FIGURA 22 Produtividade total de bulbos (PTB) de duas cultivares de cebola
em função das diferentes tensões da água no solo.
69
4.5.2 Produtividade de bulbos comerciais
De acordo com a análise de variância (Tabela 13), verifica-se efeito
significativo a 1% de probabilidade, para a produtividade de bulbos comerciais,
com relação aos fatores cultivares e tensões da água no solo. Já a interação entre
os fatores apresentou diferença significativa a 5% de probabilidade, para esta
característica estudada.
TABELA 13 Resumo das análises de variância e de regressão para
produtividade de bulbos comerciais (PBC) de duas cultivares de
cebola sob diferentes tensões da água no solo.
Q. M.
Fontes de variação G. L.
PBC (kg.ha
-1
)
Bloco 3 71459247,1
*
Cultivares 1 1038
Tensões 5 4948
605520,0
**
47275,8
**
Cultivares x Tensões 5 69266283,3
*
Resíduo 33 22999084,4
Média Geral - 38128,9
C.V. (%) - 12,6
Tensões (5) 494847275,8
**
Linear 1 2425749305,9
**
Quadrática 1 13738,4
ns
Desvios 3 16157778,3
ns
Tensões: Alfa Tropical (5) 120779136,5
**
Linear 1 566127459,8
**
Quadrática 1 20965357,6
ns
Desvios 3 5600955,1
ns
Tensões: Optima F1 (5) 443334422,5
**
Linear 1 2103072354,8
**
Quadrática 1 19474858,9
ns
Desvios 3 31374966,4
ns
Em que: a 5 e 1% de
robabilidade p
ns
não significativo pelo teste F,
*
e
**
– significativos
elo teste F, respectivamente.
p
De acordo com o teste de médias (Tabela 14), o melhor comportamento
produtivo foi obtido pelo híbrido Optima F1, apresentando uma produtividade
70
média de bulbos comerciais de 42.780,5 kg.ha
-1
. O híbrido apresentou
incremento médio na produtividade comercial da ordem de 27,8% acima da
cultivar Alfa Tropical.
TABELA 14 Médias de produtividade de bulbos comerciais (PBC) de duas
cultivares
de cebola sob diferentes tensões da água no solo.
Cultivares PBC
1
(kg.ha
-1
)
Optima F1 42.780,5 a
Alfa Tropical 33.477,3 b
1
Médias seguidas
ukey, a 5% de pr
por letras diferentes diferem, estatisticamente entre si, pelo teste de
obabilidade.
T
Rebouças et al. (2008 estudo sobre a densidade de plantio em ), em
cebola n eadura, em Salinas, MG, ta am para o o sistema de sem m rarbém, encont
híbrido Mercedes produtividade comercial, signi uperior, à ficativamente s
cultivar Serrana, registrando um cremento médio de 55,2% na produtividade in
de bulb . os comerciais
No caso da produtividad os comercia ocorridas, e de bulb is, a çõess varia
em funçã nsões da água solo, podem se regressão o das te no r explicadas pela
linear, obabilidade (Tabela 13). O valo ntrado para a 1% de pr r omédio enc
p omerciais foi de 38.128,9 kgrodutividade de bulbos c .ha
-1
.
D com a equaçã presentada na Fig nto de uma e acordo o a ura 23, o aume
unidade tensão da ua no solo redu kg.ha
-1
a (kPa) na ág z em 349,14
pro s come s. Observa-se q variações, dutividade de bulbo rciai ue 98,04% das
ocorrid ividade de b os comerciais, e ensões, são as na produt ulb m função das t
explicadas pela regressão linear. O valor máx do para a imo encontra
produtividade de bulbos comerciais ocorreu à tensão de 15 kPa, resultando em
ma produtividade para este parâmetro de 47.730 kg.ha
-1
. u
71
PBC = -349,14T + 52967
R
2
= 0,9804
24000
30000
36000
ivid
erci
42000
25 35 45 75
Produt ade
com ais (
48000
54000
de bulbos
kg.ha
-1
)
15 55 65
Tensão (kPa)
FIGURA 23
Produtividade de bulbos comerciais (PBC) de cebola em função das
diferentes tensões da água no solo.
Comportamento semelhante foi encontrado por Shock et al. (2000) que,
visando definir critérios para o manejo da irrigação por gotejamento na cultura
da cebola, avaliaram cinco tensões da água no solo (10, 20, 30, 50 e 70 kPa),
medidas a 0,20 m de profundidade no ano de 1998, e constataram que a
produtividade de bulbos comerciais apresentou resposta linear decrescente com
o aumento da tensão, alcançando o valor máximo de 56.310 kg.ha
-1
, com a
tensão de 10 kPa.
Coelho et al. (1996), pesquisando sobre o comportamento da cultura da
cebola em três regimes de irrigação (regime 1: 6,0 a 8,5 kPa; regime 2: 7,0 a
10,0 kPa e regime 3: 10,0 a 28,0 kPa) e cinco espaçamentos, relataram que o
maior valor médio de produtividade de bulbos comerciais (26.700 kg.ha
-1
) foi
verificado no regime 1, seguido, em ordem decrescente, dos regimes 2 e 3.
Shock et al. (1998), com o intuito de avaliar a produtividade e a
qualidade de bulbos de cebola, estudaram os efeitos de quatro tensões da água
no solo (25, 50, 75 e 100 kPa), em 1992 e de seis tensões da água no solo (12,5;
25; 37,5; 50; 75 e 100 kPa), em 1993 e 1994. Em todos os anos, os autores
72
encontraram, para a produtividade de bulbos comerciais, ajustes quadráticos em
função das tensões aplicadas. No entanto, em 1992 e 1994, houve uma redução
na produtividade de bulbos comerciais com o aumento da tensão. Já em 1993, a
produtividade de bulbos comerciais máxima foi obtida à tensão de 27 kPa.
Na interação entre os fatores estudados (cultivares versus tensões da
água no solo) (Figura 24) é mostrado um comportamento semelhante ao
encontrado para a produtividade total de bulbos; isto é, os melhores resultados
de produtividade de bulbos comerciais, em ambas cultivares, foram observados
quando a irrigação foi reiniciada com a tensão de 15 kPa. O híbrido Optima F1
apresenta maior taxa de redução da produtividade de bulbos comerciais quando
submetido a maiores tensões.
PBC
(Optima)
= -459,74T + 62320
R
2
= 0,9487
PBC
(Alfa)
= -238,53T + 43615
R
2
= 0,9375
200
30000
40000
50000
60000
Produtividade de bulbos
comerciais (kg.ha
-1
)
00
15 25 35 45 55 65 75
Tensão (kPa)
FIGURA 24 Produtividade de bulbos comerciais (PBC) de duas cultivares de
cebola em função das diferentes tensões da água no solo.
4.5.3 Classificação de bulbos comerciais
De acordo com a análise de variância (Tabela 15), verificam-se
diferenças significativas a 1% de probabilidade, para a classificação de bulbos
comerciais em classe 2, classe 3 e classe 4, com relação ao fator tensões da água
73
no solo. Entre o fator cultivares e entre a interação dos fatores, não foram
detectadas diferenças significativas.
TABELA 15 Resumo das análises de variância e de regressão para classifi
cação
de bulbos comerciais em classe 2 (CL2), classe 3 (CL3) e classe 4
(CL4) de duas cultivares de cebola sob diferentes tensões da água
no solo.
Q. M.
Fontes de variação G. L.
CL2 (%) CL3 (%) CL4 (%)
Bloco 3 8,07
ns
5,74
ns
4,32
ns
Cultivares 1 0,03
ns
1,44
ns
0,96
ns
Tensões 5 2969,77
**
482,86
**
1071,65
**
Cultivares x Tensões
Resíduo 33
5 0,77
ns
0,63
ns
1,09
ns
7,38 11,68 11,80
Média Geral - 30,15 52,74 17,13
C.V. (%) - 9,01 6,48 20,05
Tensões (5) 2969,77
**
482,86
**
1071,65
**
Linear 1 14803,73
**
2395,76
**
5283,13
**
Quadrática 1 11,06
ns
5,88
ns
33,35
ns
Desvios 3 11,34
ns
4,22
ns
13,92
ns
Em que:
ns
– não significativo pelo teste F e
**
– significativo a 1% de probabilidade pelo
teste F.
Nota-se que, tanto as classes 2 e 3 quanto a classe 4, foram fortemente
influenciadas pelas tensões da água no solo estabelecidas. Os resultados das
classes mostraram respostas lineares com nível de significância de 1% (Tabela
15). À medida que se aumentaram as tensões, ocorreu um acréscim no o
percentual de bulbos da classe 2 (bulbos de tamanhos menores). Já para as
classes 3 e 4, ntual de a tendência é oposta, ou seja, há uma diminuição no perce
bulbos com o aumento das tensões (Figura 25). Ressalta-se, portanto, que não
houve a produção de bulbos com diâmetro maior que 90 mm (classe 5) em
nenhum dos tratamentos estudados.
74
75
CL3 = -0,3472T + 67,4850
R
2
= 0,9970
60
R
2
= 0,9925
CL2 = 0,8626T - 6,5139
CL4 = T + 39,0
60
45
25 35 55 7
T )
bos (%)
-0,5154 290
R
2
= 0,98
0
15
30
Bul
15 45 65 5
ensão (kPa
FIGURA 25 Porcentagem de b bos de lasse 2 , classe e
ul cebola c (CL2) 3 (CL3)
classe 4 (CL4) em função das diferentes tensões da água no solo.
As maiores porcentagens de bulbos das classes 3 e 4, bem como a menor
porcentagem de bulbos da classe 2, foram obtidas nas parcelas submetidas aos
tratamentos mais úmidos, ou seja, tensões mais baixas (15 e 25 kPa). Segundo
Santa Olalla et al. (1994), altura e diâmetro de bulbos estão diretamente
relacionados com a quantidade de água aplicada.
Os resultados deste estudo corroboram com os encontrados por Coelho
et al. (1996) que registraram maiores porcentagens de bulbos grandes
(D > 60 mm) e médios (45 D < 60 mm), e menor porcentagem de bulbos
miúdos (30 D < 45 mm) sob irrigação do regime 1 (tensão entre 6,0 e 8,5 kPa).
Um efeito semelhante à irrigação, no tamanho de bulbos de cebola, também, foi
75
observado por Santa Olalla et al. (2004) sob sistema de irrigação por
gotejamento.
Kumar et al. (2007), também, encontraram comportamento semelhante
para a classificação de bulbos de cebola em função da irrigação. Segundo esses
autores, a porcentagem de bulbos classe B (40 D < 59 mm) (tamanho de maior
preferência) foi alta (acima de 50%) nos tratamentos que foram aplicados os
maiores níveis de irrigação. Já a menor porcentagem de bulbos na classe B e a
maior porcentagem de bulbos na classe D (D < 30 mm) (bulbos de tamanhos
menores) foram obtidas no tratamento submetido à menor quantidade de água de
irrigação. Porém, a menor porcentagem de bulbos da classe D ocorreu no
tratamento em que foi aplicada a maior lâmina de irrigação.
4.5.4 Massa média de bulbos comerciais
Na análise de variância (Tabela 16) foi verificado que houve diferenças
significativas a 1% de probabilidade, entre os fatores cultivares e tensões da
água no solo, a quanto à característica de massa média de bulbos comerciais. Já
interação entre os fatores apresentou diferença significativa a 5% de
probabilidade, para esta característica estudada.
Observa-se, pelo teste de médias (Tabela 17), que o híbrido Optima F1
apresentou maior massa média de bulbos comerciais (114,2 g), representando
20,6% de massa a mais do que a cultivar Alfa Tropical (94,7 g).
76
TABELA 16 Resumo das análises de variância e de regressão para massa média
de bulbos comerciais (MMBC) de duas cultivares de cebola sob
diferentes tensões da água no solo.
Q. M.
Fontes de variação G. L.
MMBC (g)
Bloco 3 76,0
ns
Cultivares 1 4537,7
**
Tensões 5 2586,6
**
Cultivares x Tensões 5 401,5
*
Resíduo 33 154,6
Média Geral - 104,5
C.V. (%) - 11,9
Tensões (5) 2586,6
**
Linear 1 12695,6
**
Quadrática 1 2,4
ns
Desvios 3 78,3
ns
Tensões: Alfa Tropical (5) 487,6
*
2422,4
**
Linear 1
Quadrática 1 0,3
ns
Desvios 3 5,1
ns
Tensões: Optima F1 (5) 2500,5
**
Linear 1 12128,2
**
Quadrática 1 7,5
ns
Desvios 3 122,2
ns
Em que:
ns
– não significativo pelo teste F,
*
e
probabilidade pelo teste F, respectivamente.
**
– significativos a 5 e 1% de
no solo.
Cultivares MMBC
1
(g)
TABELA 17 Médias de massa média de bulbos comerciais (MMBC) de duas
cultivares de cebola sob diferentes tensões da água
Optima F1 114,2 a
Alfa Tropical 94,7 b
1
Médias seguidas por letras diferentes diferem, estatisticamente entre si, pelo teste de
ukey, a 5% de probabilidade.
T
Rebouças et al. (2008), estudando o híbrido Mercedes e a cultivar
Serrana, em função da densidade de plantio de cebola no sistema de semeadura,
77
em Salinas, MG, também, obtiveram para o híbrido um incremento na massa
média de bulbos comerciais da ordem de 18,8% em relação à cultivar.
Para o híbrido Optima F1, a massa média de bulbos comerciais,
enc foi se te àquela encontrada por May et al. (2007), ontrada neste estudo, melhan
em São Jo io Pardo, SP, o uais, trabalhando com s de cebola em sé do R s q híbrido
função da população de plantas e da fertilização nitrogenada e potássica,
ob ssa média de bulbos, utilizando-se 60 plantas.m
-2
. tiveram 113,2 g de ma
O valor médio de mas édia de bulbos com , obtido neste sa m erciais
trabalho, para a cultivar Alfa Tropical, foi maior do que a encontrado por quele
Rodrigue 006), que estu m 16 cultivares de c Viçosa, MG e s et al. (2 dara ebola em
encontr sta cultivar, 75,65 e 64,85 g nos sistemas convencional e aram, para e
orgânico, respectivam
Resende (2002), o consumidor brasileiro prefere os
bulbos m coloração amarelo-avermelhada, de form o arredondado,
co 90 e 100 g e sem a presença de raízes e folhas. Neste
contexto, híbrido Optima quanto a cultivar Alfa Tropical atendem ao
mercado r interno em termos de coloração, for assa média de
ulbos de menor tamanho, os quais são utilizados na sua totalidade, quando
enor teor de
ente.
Se ouza &
gundo S
de cebola co at
m massa média entre
tanto o F1
consumido mato e m
bulbo. No entanto, o que se verifica na prática é a preferência do consumidor por
b
consumidos
in natura e possuem maior poder de conservação, em virtude do
água (Resende et al., 2003).
m
A ma e bulbos comerciais foi bastante influenciada pelas ssa média d
tensões da á massa média de bulbos comerciais gua no solo. O resultado de
mostrou resposta linear, com nível de significância de 1% (Tabela 16),
indicando haver um decréscimo da massa média de bulbos comerciais à medida
que se aumentaram as tensões da água no solo. Nota-se que 98,17% das
variações ocorridas na massa média de bulbos comerciais, em função das
tensões, são explicadas pela regressão linear (Figura 26).
78
MMBC = -0,7986T + 138,38
R
2
= 0,9817
75
90
105
120
Massa média de b
comerciais (g
135
ulbos
)
15 25 35 45 55 65 75
Tensão (kPa)
FIGURA 26 Massa média de bulbos comerciais (MMBC) de cebola em função
das diferentes tensões da água no solo.
O valor máximo de massa média de bulbos comerciais ocorreu à tensão
de 15 kPa (tratamento em que a umidade do solo foi mantida próxima da
capacidade de campo), resultando em uma massa média, para esta característica,
de 126,4 g, fato justificado pela maior quantidade de bulbos das classes 3 e 4
(bulbos maiores) observada para esta tensão. Segundo Santa Olalla et al. (1994),
altura e diâmetro de bulbos estão, diretamente, relacionados com a quantidade
de água aplicada.
Kumar et al. (2007) observaram que a massa média de bulbos foi,
positivamente, influenciada pelas lâminas de irrigação aplicadas e, obtiveram
valores de massa média de bulbos de 51,1 e 52,1 g, no tratamento submetido ao
maior nível de irrigação (467,8 e 451,3 mm), para os anos de 2004 e 2005,
respectivamente. Segundo os autores, a massa média de bulbos variou,
significativamente, entre os tratamentos, exceto entre os dois tratamentos em que
foram aplicadas as maiores quantidades de água. A menor quantidade de
irrigação produziu menor massa média de bulbos, em função da alta
porcentagem de bulbos de tamanho pequeno, obtida nos dois anos de estudo.
79
Analisando-se a interação entre os fatores cultivares versus tensões da
água no solo (Figura 27), observa-se que a massa média de bulbos comerciais
relacionou-se de maneira inversa com a tensão da água no solo e, diretamente,
com as lâminas de irrigação aplicadas (Tabela 7), independente das cultivares
analisadas e os máximos valores foram obtidos à tensão de 15 kPa. Sob a tensão
de 75 kPa, a massa média de bulbos comerciais foi, praticamente, igual entre as
duas cultivares estudadas, mostrando que o híbrido Optima F1 possui maior
sensibilidade à variação da umidade do solo.
MMBC
(Optima)
= -1,1042T + 161,08
R = 0,9702
MMBC
(Alfa)
= -0,4931T + 115,67
R
2
= 0,9934
60
80
100
120
15 25 35 45 55 65 75
Tensão (kPa)
Massa média
comercia
2
de bu
is (g)
140
160
lbos
FIGURA 27 Massa média de bulbos comerciais (MMBC) de duas cultivares de
cebola em função das diferentes tensões da água no solo.
4.5.5 Sólidos solúveis totais
Os sólidos solúveis totais de bulbos foram, significativamente, afetados
pelos fatores cultivares e tensões da água no solo, a 1% de probabilidade, pelo
teste F (Tabela 18). Não houve efeito significativo sobre a interação cultivares
versus tensões da água no solo.
80
TABELA 18 Resumo das análises de variância e de regressão para sólidos
solúveis totais (SST) de bulbos de duas cultivares de cebola sob
diferentes tensões da água no solo.
Q. M.
Fontes de variação G. L.
SST (% de ºBrix)
Bloco 3 0,05
ns
Cultivares 1 0,56
**
Tensões 5 1,88
**
Cultivares x Tensões 5 0,01
ns
Resíduo 33
Média Geral -
0,02
10,80
C.V. (%) - 1,30
Tensões (5) 1,88
**
Linear 1 6,53
**
Quadrática 1 2,73
**
Desvios 3 0,04
ns
Em que:
ns
– não significativo pelo teste F e
**
– significativo a 1% de probabilidade pelo
teste F.
De acordo com o teste de médias (Tabela 19), o maior conteúdo de
sólidos solúveis totais de bulbos foi obtido pela cultivar Alfa Tropical (10,9%
de ºBrix), quando comparado ao híbrido Optima F1 (10,7% de ºBrix),
apresentando incremento médio da ordem de 1,9% no teor de ºBrix.
TABELA 19 Médias de sólidos solúveis totais (SST) de bulbos de duas
cultivares de cebola sob diferentes tensões da água no so
lo.
SST
1
(% de ºBrix)
Cultivares
Alfa Tropical 10,9 a
Optima F1 10,7 b
1
Médias seguidas por letras diferentes diferem, estatisticamente entre si, pelo teste de
Tukey, a 5% de probabilidade.
Segundo Chitarra & Chitarra (2005), os sólidos solúveis correspondem a
todas as substâncias que se encontram dissolvidas em um determinado solvente,
o qual, no caso dos alimentos, é a água. São constituídos, principalmente, por
81
açúcares e variáveis com a espécie, a cultivar, o estádio de maturação e o clima,
com valores médios entre 8 a 14 ºBrix (faixa de variação entre 2 a
25 ºBrix). Em cebolas, os valores de sólidos solúveis totais podem oscilar de 5 a
20% ), portanto, os resultados obtidos, neste trabalho, (Carvalho, 1980
encontram sa faixa.
orgânico no ale do São Francisco res de sólidos
so variara e 5,25 a 11,72%, com ue para IPA 10
e IPA ntaram os m res valores (Araújo et 04). Em Minas
Gerais, al. (2004) ob rvaram maiores valores de sólidos solúveis
totais, para as cultivares Crioula, Pira Ouro, Jubileu e eriforme, com
variaçõ 13,10%.
-se nes
Em cultivo V , os teo
lúveis totais em cebola m d destaq
11 se que apre aio al., 20
Chagas et se
Baia P
es de 12,68 a
No caso dos sólidos solúveis totais, as variaçõe das podem ser s ocorri
explicadas pela regressão quadrática, a 1% de probabilidade (Tabela 18). O
valor médio encontrado para o teor de sólidos solúveis totais foi de 10,8%
de ºBrix.
Nota-se, pela Figura 28, que houve um acréscimo no conteúdo de sólidos
solúveis totais, à medida que se aumentaram as tensões da água no solo, até o
valor de 29,8 kPa, em que se obteve o máximo de sólidos solúveis de 11,1%
de ºBrix. Observa-se que 98,75% das variações, ocorridas no teor de sólidos
solúveis totais, em função das tensões, são explicadas pela regressão quadrática.
82
SST
2
10
11
12
s soveis totais
(% de ºBrix)
= -0,0007T + 0,0417T + 10,503
2
R = 0,9875
9
15 25 35 45 55 65 75
Tensão (kPa)
lido
FIGURA 28 Sólidos solúveis
diferentes tensõe
totais (SST) de bulbos de cebola em função das
s da água no solo.
Comportamento semelhante foi encontrado por Kumar et al. (2007).
Estes autores descrevem que os teores de sólidos solúveis totais aumentaram
com o incremento das lâminas de irrigação, diminuindo com o tratamento que
recebeu maior lâmina de irrigação no ano de 2004. Mudanças no teor de sólidos
solúveis totais com a irrigação, provavelmente, podem ser por causa da demanda
de água da cultura e da melhor utilização de nutrientes sob disponibilidade ótima
de umidade no solo. Estes resultados estão de acordo com Chopade et al. (1998),
que obtiveram alto teor de sólidos solúveis totais em cebola com aplicação ótima
de água.
A análise dos sólidos solúveis, para a agroindústria, é importante, pois, o
or de sólidos solúveis totais está ligado à pungência (combinação entre sabor e
dor). Segundo Moretti & Durigan (2002), a pungência conferida pelo ácido
irúvico é maior quanto maior o teor de sólidos solúveis totais.
As cebolas, utilizadas para processamento, principalmente desidratadas,
iferentemente daquelas destinadas ao mercado
in natura, devem ser brancas, ter
elevado teor de sólidos solúveis totais e de pungência. Entretanto, quanto mais
te
o
p
d
83
pungente, mais limitante é o consumo fresco. Esta característica depende da
cultivar e do clima (Carvalho et al., 1987; Feimberg, 1973).
4.5.6 Teor de matéria seca de bulbos comerciais
De acordo com a análise de variância (Tabela 20), verifica-se diferença
significativa a 1% de probabilidade, para o teor de matéria seca de bulbos
comerciais, com relação ao fator cultivares. Entre o fator tensões da água no solo
e entre a interação dos fatores, não foram detectadas diferenças significativas.
ABELA 20 Resumo da análise de variância para teor de matéria seca de bulbos
T
comerciais (TMSBC) de duas cultivares de cebola sob diferentes
tensões da água no solo.
Q. M.
Fontes de variação G. L.
TMSBC (%)
Bloco 3 0,61
ns
Cultivares 1 47,40
**
Tensões 5 0,90
ns
Cultivares x Tensões 5 0,35
ns
Resíduo 33 0,82
Média Geral - 13,34
C.V. (%) - 6,81
Em que:
ns
– não significativo pelo teste F e
**
– significativo a 1% de probabilidade pelo
teste F.
O teste de médias (Tabela 21) indica que a cultivar Alfa Tropical
apresentou maior teor de matéria seca de bulbos comerciais (14,3%) que o
híbrido Optima F1, superando esse último, em 16,3%. Como ocorreu
independente dos outros fatores estudados, essa diferença pode ser função do
fator genético de cada cultivar.
84
TABELA 21 Médias de teor de matéria seca de bulbos comerciais (TMSBC) de
duas cultivares de cebola sob diferentes tensõe
s da água no solo.
Cultivares TMSBC
1
(%)
Alfa Tropical 14,3 a
Optima F1 12,3 b
1
Médias seguidas por letras diferentes diferem, estatisticamente entre si, pelo teste de
Tukey, a 5% de probabilidade.
O conteúdo de matéria seca é um importante fator de qualidade,
principalmente, para a indústria de processamento. Quanto maior o teor de
matéria seca, menor é a quantidade de energia exigida para o processo de
desidratação (Soares et al., 2004).
Apesa não ter detectado diferença significativa r da análise de variância
entre o fator tensões da água no solo, para a característica eca de teor de matéria s
bul s trab ostram que a pr ria seca de bos comerciais, muito alhos m odução de maté
bulbos de cebola é altamente dependente da aplicação adequada de água (Abu
Awwad, riem et al., 199 Saha et al., 1997; Shock et al., 1998, 2000). 1996; Ko 9;
Considerando-se a utiliza de amostras de somente bulbos da classe 3 ção
para a obtenção das massas fresca e seca de bulbos, o tam adronizado de anho p
bulbos p fluenciado no esultado do teor de ma seca de bulbos ode ter in r téria
comerciais. Segundo Kumar et al. (2007), a variação de matéria seca por planta
pode ser atribuída à variação no tamanho de bulbos.
Santa Olalla et al. (2004), avaliando quantidades de água no cultivo da
cebola em clima semi-árido, também, não encontraram diferença significativa
para a matéria seca de bulbos.
4.5.7 Eficiência no uso da água
Observa-se, na Tabela 22, que a eficiência no uso da água foi afetada,
gnificativamente, pelos fatores cultivares e tensões da água no solo, pelo teste
si
85
F a 1% de probabilidade. No entanto, a interação entre os fatores não apresentou
ificativa.
diferença sign
TABELA 22 álises de variância e de regr ra eficiência no
Q. M.
R anesumo das
uso da água
essão pa
(EUA) de duas cultivares de cebola sob diferentes
tensões da água no solo.
Fontes de variação G. L.
EUA (kg.ha
-1
.mm
-1
)
Bloco 3 107,41
ns
Cultivares 1 10632,65
**
Tensões 5 687,71
**
Cultivares x Tensões 5
Resíduo 33
35,61
ns
61,99
Média Geral - 92,00
C.V. (%) - 8,56
Tensões (5) 687,71
**
Linear 1 3218,49
**
Quadrática 1 175,45
ns
Desvios 3 14,87
ns
Em que:
ns
– não significativo pelo teste F e
**
– significativo a 1% de probabilidade pelo
teste F.
Nota-se, pelo teste de médias (Tabela 23), que o híbrido Optima F1
apresentou-se mais eficiente (38,7%) no uso da água, para a produtividade total
de bulbos do que a cultivar Alfa Tropical. Esse fato é justificado pela maior
produtividade total média de bulbos (Tabela 12) e, também, pelo menor
consum
cia no uso da água (EUA) de duas cultivares de
cebola sob diferentes tensões da água no solo.
1
(kg.ha
-1
.mm
-1
)
o de água pela planta (Tabela 7), observado para esta cultivar.
TABELA 23 Médias de eficiên
Cultivares EUA
Optima F1 106,9 a
Alfa Tropical 77,1 b
1
Médias seguidas por letras diferentes diferem, estatisticamente entre si, pelo teste de
Tukey, a 5% de probabilidade.
86
De acordo com a Figura 29, nota-se que a eficiência no uso da água
apresentou comportame
nto linear crescente com o aumento das tensões da água
o solo estudadas a 1% de probabilidade (Tabela 22). Observa-se, ainda, que
tensões da ág
ncontrado para a eficiência no uso da água foi de 105,1 kg.ha
-1
.mm
-1
obtido à
ten ento correspondente à men cada).
n
93,60% das variações ocorridas, na eficiência no uso da água, em função das
ua no solo, são explicadas pela regressão linear. O valor máximo
e
são de 75 kPa (tratam or lâmina de água apli
E AU = 0,4021T + 74,909
R
2
= 0,936
Tensão (kPa)
fi cia no d u
80
90
100
110
uso
120
a ágcn
a
(kg.ha
-1
.mm
-1
)
15 25 35 45 55 65 75
E
FIGURA 29 Eficiência no uso da água (EUA) da cebola em função das
diferentes tensões da água no solo.
Resultado semelhante foi alcançado por Marouelli et al. (2008) que
encontraram, nos tratamentos sob plantio direto, aumento linear da efi
ciência no
so da água com o incremento do nível de palhada, entre 90,7 e
mina de água aplicada.
u
106,7 kg.ha
-1
.mm
-1
. Os valores de eficiência reduziram com o aumento da
Santa (2004), avaliando quantidades de água no cultivo da O lalla et al.
cebola em cl , obtiveram valores de eficiência no uso da água, ima semi-árido
variando de 91,6 a 116,0 kg.ha
-1
.mm
-1
e as diferenças entre os tratamentos não
87
mostraram ser significativas. Entretanto, esses autores relataram que, de maneira
geral, quanto menor o volume de água aplicado maior foi a eficiência alcançada.
Resultado oposto ao encontrado, neste trabalho, foi obtido por Coelho et
al. (1996) que obtiveram maiores valores de eficiência no uso da água com a
diminuição da tensão da água no solo (aumento das lâminas de irrigação
aplicadas).
Alguns trabalhos da literatura, realizados com outras hortaliças,
também, têm mostrado que a eficiência no uso da água (EUA) aumenta com o
acréscimo da tensão da água no solo e/ou com o decréscimo da lâmina de água
aplicada (Marouelli et al., 2003; Sá et al., 2005; Vilas Boas et al., 2007).
4.6 Conservação pós-colheita
4.6.1 Perda de massa
De acordo com a análise de variância (Tabela 24), verifica-se efeito
significativo a 1% de probabilidade, pelo teste F, para a perda de massa de
bulbos de cebola, com relação aos fatores cultivares, dias após cura e interação
entre cultivares versus dias após cura.
88
TABELA 24 Resumo das análises de variância e de regressão para perda de
massa (PM) de duas cultivares de cebola sob diferentes tensões da
água no solo aos 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80 e 90 dias após cura.
Q. M.
Fontes de variação G. L.
PM (%)
Bloco 3 2,91
ns
Cultivares 1 888,29
**
Tensões 5 0,26
ns
C
Resíduo 2 288 0,25
- 4,78
ultivares x Tensões 5 0,25
ns
Resíduo 1 33 1,42
Dias 8 347,19
**
Cultivares x Dias 8 30,03
**
Tensões x Dias 40 0,09
ns
Cultivares x Tensões x Dias 40 0,10
ns
Média Geral
C.V. 1 (%) - 24,90
C.V. 2 (%) - 10,53
(8) 347,19
**
Dias
Linear 1 2776,43
**
Quadrática 1 0,01
ns
Desvios 6 0,18
ns
Dias: Alfa Tropical (8) 290,42
**
Linear 1 2321,61
**
Quadrática
Desvios 6
1 0,03
ns
0,28
ns
Dias: Optima F1 (8) 86,80
**
Linear 1 693,50
**
Quadrática 1 0,10
ns
Desvios 6 0,13
ns
E
teste F.
m que:
ns
– não significativo pelo teste F e
**
– significativo a 1% de probabilidade pelo
Por meio do teste de médias (Tabela 25), observa-se que a cultivar Alfa
Tropical apresentou-se mais susceptível à perda de massa de bulbos (6,2%),
representando 82,4% de perda a mais do que o híbrido Optima F1. Ressalta-se,
portanto, que essa diferença pode estar ligada a fatores genéticos de cada
89
material estudado, como por exemplo, à espessura da casca. Segundo Apeland
(1971), a casc
TABE rda de m M) de duas cult cebola sob
sões da água no solo aos 10, 20 50, 60, 70,
PM
1
a da cebola funciona como uma barreira contra a perda de água.
LA 25 Médias de pe assa (P ivares de
, 30, 4 ,
diferentes ten 0
80 e 90 dias após cura.
Cultivares (%)
Alfa Tropical 6,2 a
Optima F1 3,4 b
1
Médias diferentes dif m, estatisticamente elo teste de
Tukey, e.
seguidas por letras
a 5% de probabilidad
ere pentre si,
Per estudando cur onservação pós-colheita de bulbos de eira (1999), a e c
cebola, ta trou menor perda de massa de bulbos de cebola, para o mbém, encon
híbrido, qu a cultivar. Segundo a autora, o híbrido Granex ando comparado com
90 apresentou perda de massa de 2,8 após 1 mês de ento e de 2%, armazen ma
5,63%, em de armazenamento. A cultivar Crioula apresentou perdas 7 semanas
entre 6,36% 1%, em iguais eríodos, dependen tratamento e 7,9 p do do
pós-colheita aplicado.
Fe inami (2000) avaliaram a qualidade de bulbos em rreira & M
consequ ntos pré-co a com os micronutrientes Cu e B, ência de tratame lheit
aplicados, d bulbificação, em is genótipos de c urante a se ebola. Segundo este
estudo, as cultivares, com relação à p a de massa, podem ivididas por erd ser d
uma escala cujos bulbos dos genótipos Crioula, Régia e Serrana e o híbrido
HS-2 perderam mais massa, e os híbridos HT e HS-1, perderam menos massa,
nas dua
tamanhos maiores, pois, segundo Saturnino & Medina (1980), há influência do
s épocas de avaliação (25 e 45 dias após a colheita).
A análise de variância não detectou diferença significativa entre o fator
tensões da água no solo para a característica de perda de massa de bulbos
(Tabela 24). É de se esperar que a maior perda de massa ocorra em bulbos de
90
tamanho dos bulbos na perda de massa e é mais rápida nos bulbos maiores.
Provavelmente, a utilização de amostras de bulbos da classe 3, visando
à
adronização dos tratamentos, pode ter influenciado no resultado da perda de
p
massa de bulbos.
A perda de massa de bulbos foi, fortemente, influenciada pelos dias após
cura. O resultado de perda de massa mostrou resposta linear com nível de
significância a 24), indicando haver um na perda de de 1% (Tabel a ocréscim
massa de bulb que se aumentaram os dias após cura. Observa-se que os à medida
99,96% das variações ocorridas na perda de massa, em função dos dias após
cura, são explicadas pela regressão linear (Figura 30). O valor máximo
encontrado para a perda de massa foi de 8,71% aos 90 dias após cura.
PM = 0,0982DAC - 0,127
R
2
= 0,9996
4
6
8
10
da de massa
(%)
0
2
10 20 30 40 50 60 70 80 90
Dias após cura (DAC)
Per
FIGURA 30 Perda de massa (PM) da cebola em função dos dias após cura
(DAC).
O comportamento linear crescente da perda de massa de bulbos, com o
aumento do tempo de armazenamento, é ocasionado, principalmente, pela perda
de umidade e de material de reserva pela transpiração e respiração,
respectivamente (Chitarra & Chitarra, 1990). Contudo, essa perda por si só não
91
representou comprometimento do valor comercial dos bulbos, uma vez que, na
última avaliação, não foi registrado início de murcha nos mesmos.
Lima et al. (2004), em estudo sobre qualidade e conservação pós-
colheita de genótipos de cebola, cultivados no Vale do São Francisco, também,
encontraram aumento linear de perda de massa de bulbos, durante o período de
armazenamento, sob temperatura ambiente, em todos os genótipos, atingindo 5%
ao 26º dia após a colheita.
Analisando-se a interação entre os fatores estudados (cultivares versus
dias após cura) (Figura 31), observa-se que, independente das cultivares
estudadas, na perda de massa de bulbos foi observado que houve tendência
linear crescente com relação ao aumento de dias após cura. Entretanto, percebe-
se que o coeficiente angular da equação de regressão é menor para o híbrido
Optima F1 (0,069), quando comparado a cultivar Alfa Tropical (0,127),
indicando que o híbrido possui menor perda de massa, durante o período de
armazenamento, podendo representar menores prejuízos econômicos, pois,
normalmente, o bulbo é comercializado por unidade de peso.
PM (Alfa) = 0,127DAC - 0,1326
R
2
= 0,9993
PM (Optima) = 0,069DAC - 0,1214
2
0
2
Per
R = 0,9987
4
6
8
10
12
da de massa
(%)
10 20 30 40 50 60 70 80 90
Dias após cura (DAC)
FIGURA 31 Perda de massa (PM) de duas cultivares de cebola em função dos
dias após cura (DAC).
92
93
4.7 Custo total de produção
Na Tabela 26 são apresentados os percentuais de participação dos itens
que com
e 75 kPa), O15 (híbrido Optima F1 e
tensão de 15 kPa), O25 (híbrido Optim
valores crescentes de produtividades médias de bulbos comerciais
(Tabela 27).
Em todos os tratamentos estudados, o item que teve maior participação
no custo fixo foi bandejas (200 células), enquanto que os gastos com os itens
insumos e mão-de-obra foram os que apresentaram maior participação na
formação do custo variável.
No tratamento O15, a participação do item bandejas (200 células), no
custo total de produção, foi de 6,74%, destacando-se com o menor percentual
deste recurso nos custos fixos, quando comparado aos demais tratamentos. Já no
tratamento A75, esse item apresentou o maior percentual deste recurso nos
ustos fixos (9,06% do custo total).
põem os custos totais de produção de cebola para os tratamentos A15
(cultivar Alfa Tropical e tensão de 15 kPa), A25 (cultivar Alfa Tropical e tensão
de 25 kPa), A35 (cultivar Alfa Tropical e tensão de 35 kPa), A45 (cultivar Alfa
Tropical e tensão de 45 kPa), A60 (cultivar Alfa Tropical e tensão de 60 kPa),
A75 (cultivar Alfa Tropical e tensão d
a F1 e tensão de 25 kPa), O35 (híbrido
Optima F1 e tensão de 35 kPa), O45 (híbrido Optima F1 e tensão de 45 kPa),
O60 (híbrido Optima F1 e tensão de 60 kPa) e O75 (híbrido Optima F1 e tensão
de 75 kPa).
Nota-se, para ambas cultivares estudadas, que os tratamentos de
irrigação apresentaram uma diminuição da participação percentual dos custos
fixos e um aumento da participação percentual dos custos variáveis, em função
da diminuição da tensão da água no solo (redução do intervalo entre irrigações),
e consequentemente, do aumento das lâminas de água aplicadas, as quais
apresentaram
c
94
TABE gem fixo ão fere
ntos água
LA 26 Percenta
tratame
dos custos
de tensão da
s e variáveis da produç
no solo.
% do Cust
de duas cultivares de cebola, em di
o Total
ntes
Custos Fixos e
Variáveis Totais
1
A15 A25 A35 A45 A60 A75 O15 O25 O35 O45 O60 O75
Terra 2,30 2,34 2,35 1,912,37 2,47 2,56 1,98 2,04 2,07 2,10 2,21
Bande 30 6,74
21 0,17
00 0,00
Siste 38 1,12
,97 24 9,94
jas (200 células) 8
Calagem 0
ITR 0
ma de irrigação 1
CFT 11
,11 8,26 8,
,21 0,21 0,
,00 0,00 0,
,35 1,37 1,
12,18 12,
8,38 8,73 9,06
0,21 0,22 0,23
0,00 0,00 0,00
1,39 1,45 1,50
12,35 12,87 13,36
6,99 7,20 7,33 7,41 7,
0,18 0,18 0,19 0,19 0,
0,00 0,00 0,00 0,00 0,
1,16 1,19 1,21 1,23 1,
10,30 10,61 10,81 10,92 11
80
20
00
29
,50
Insumos 28,99 64 35,5 ,1729,49 29, 29,91 31,16 32,35 8 36,86 37,98 38,67 39,09 41
Mão-de-obra 29
uinas e
mentos
5
sas com
istração
9
as gerais 6
Energia 7
alternativo 0
VT 88
,36 03 24,4 ,23
Máq
imple
,06 18 4,21 87
Despe
admin
,90 53 10,8 50
Despes ,80 36 8,28 52
,13 24 5,92 42
Custo ,79 79 0,81 79
C ,03 76 90,0 ,50
29,88 30,
5,15 5,
9,52 9,
6,37 6,
6,63 6,
0,79 0,
87,82 87,
30,30 31,57 32,77
5,22 5,44 5,65
9,45 8,75 8,17
6,26 5,42 4,72
5,72 4,01 2,20
0,79 0,78 0,78
87,65 87,13 86,64
0 25,27 26,04 26,52 26,80 28
4,36 4,49 4,57 4,62 4,
7 10,14 9,39 8,99 8,81 7,
7,46 6,64 6,19 5,98 4,
4,80 4,06 3,46 2,98 1,
0,80 0,80 0,80 0,80 0,
6 89,70 89,39 89,19 89,08 88
CT 100,0 0,0 100, 0,0100,0 10 100,0 100,0 100,0 0 100,0 100,0 100,0 100,0 10
1
CFT – cust uído ativo e CT
o fixo total (já incl o custo altern ); CVT – custo variável total – custo total.
TABELA 2 e lbos comerciais
, entes tensões da
água no solo.
7 Val
de
ore
du
s m
as
éd
cul
ios
tiva
ob
res
se
d
rvad
e ce
os d
bola
pro
em f
dut
unç
ivid
ão
ad
da
e d
s d
e bu
ifer
Tratamentos
ia de bulbos
comerciais (sc.ha
-1
)
Produtividade méd
A15 1974
A25 1816
A35 1804
A4
A60 1463
5 1759
A7
O1
5
5
12
28
28
91
O25 2516
O60 1902
O3
O4
5
5
21
19
72
88
O75 1366
méd
foi
númer
dos cu
admin
aprese
conseq
O valo
ada
r
sa
pag
ca
o
de
pe
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bol
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rgi
rod
a el
uzid
étric
a pa
a o custo total
io de c r te tratamento
o que r maior foi o
o de m
Ent O participação
stos d espesas com
istraç (8,28%). Este tratamento foi o que
ntou a
uênc e impostos.
rep
a o t
res
rat
ent
am
ou
ent
7,
o A
13%
15
d
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ção
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de
ma
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nto
ade
do
de água e, por consequência,
siste
a de irrigação.
re o
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pro
15 a
ução
pre
, d
se
es
nto
taca
u a
nd
m
o-s
ão (1
ma
0,8
ior prod
7%) e d
utividade de
espesas gerais
bulb
os comerciais de cebola e, por
ia, maiores foram os custos com colheita, administra
No Anexo encontram- mativas dos custosse as esti fixos totais, dos custos
variáveis totais ( ela 1A e 2A), dos custos operacionais f s e dos Tab ixos totai
custos o n á ) R$. ha
-1
, da produçãoperacio ais vari veis totais (Tabela 3A e 4A , em
das dua m diferentes s cultivares de cebola (Alfa Tropical e Optima F1), e
tratamen te á ntos de nsão da gua o solo.
95
Os resultados dos custos médios de produção de cebola, em relação aos
diferentes tratamentos experimentais, são apresentados na Tabela 28. De acordo
com esta tabela, pode-se notar que os custos totais médios, tanto econômicos
quanto oper entaram um au se acionais, apres mento de valor, à medida que
aumentou o inter ntre irrigações (aumento da tensão a no solo), para valo e da águ
ambas cultivares.
TABELA 28 Custos econômicos e operacionais médios
1
odução de duas
cultivares de cebola, em R$.sc
-1
de 2 m diferentes
tra tos de tensão da água no solo.
Tratamentos CFMe
CVMe CTMe CopFMe Me CopTMe
da pr
0 kg, e
tamen
CopV
A15 1,06 7,77 8,82 0,77 8,46 7,70
A25 1,15 8,28 9,42 0,83 9,04
A35 1,16 8,28 9,44 0,84 8,21 9,05
A
7,15 7,75
8,01 8,70
O
8,20
45 1,18 8,41 9,59 0,86 8,33 9,19
A60 1,42 9,65 11,07 1,03 9,56 10,59
A75 1,70 11,01 12,70 1,23 10,91 12,14
O15 0,72 6,53 7,25 0,52 6,47 6,99
O25 0,83 7,21 8,04 0,60
O35 0,96 8,08 9,04 0,70
45 1,05 8,65 9,70 0,76 8,57 9,33
O60 1,10 8,94 10,03 0,80 8,86 9,65
O75 1,53 11,73 13,26 1,11 11,63 12,74
Média 1,15 8,71 9,86 0,84 8,63 9,47
1
CFMe – custo fixo médio; CVMe – custo variável médio; CTMe – custo total médio;
CopFMe – custo operacional fixo médio; CopVMe – custo operacional variável médio;
CopTMe – custo operacional total médio.
Observa-se, também, que os custos fixos e variáveis médios diminuíram à
medida que a produtividade aumentava, sendo os menores valores apresentados
pelo tratamento O15, cujos custos fixos e variáveis médios foram de R$ 0,72.sc
-1
e R$ 6,53.sc
-1
, respectivamente, conforme apresentado na Tabela 28.
Dos custos econômicos, analisados na Tabela 28, podem-se decompor os
custos operacionais e os alternativos (ou de oportunidade). Percebe-se que os
96
custos operacionais, representados pelas depreciações do capital fixo e pelos
fatores variáveis, oneram, em média, 96,04% (significa quanto que R$ 9,47.sc
-1
representa de R$ 9,86.sc
-1
) do custo econômico de cada saca de cebola produzida.
Dessa forma, o custo alternativo do capital, investido no cultivo da cebola, variou
de 3,59% a 4,41%, dependendo do tratamento, representando, em média, 3,96%
(100% - 96,04%) do custo de cada saca de cebola produzida na região estudada.
4.8 Estudo econômico simplificado
Para a realização do estudo econômico simplificado, foram utilizados os
dados contidos na Tabela 28, considerando como preço médio da saca de 20 kg
de cebola o valor de R$ 26,20, corres d opondente ao período e novembr de 2009.
No estud nôm etua serv ue to s trat s o eco ico ef do, ob a-se q dos o amento
expe ais ap aram ita (RM perio custo is riment resent rece média e) su r aos s tota
médi CTMe dica hav ituações de lucro supernormal os ( ), in ndo er s
(RM TMe). é u uaç e o investim aga s e > C Esta ma sit ão em qu ento p todos o
recur licado ativi econ e p iona cro ad l, sos ap s na dade ômica roporc um lu iciona
superior ao de outras alternativas de do. ência édio e longo merca A tend em m
prazo expa en de n empresas para a ade, atraindo é de nsão e trada ovas ativid
inves tos com vostimen petiti .
97
5 CONCLUSÕES
Diante das condições em que o experimento foi desenvolvido e dos
resultados obtidos para a cultura da cebola, pode-se concluir que:
a)
O híbrido Optima F1 apresentou melhores respostas com relação às
seguintes características analisadas: produtividade total de bulbos,
rciais, massa média de bulbos comerciais,
água no solo e o valor máximo obtido foi à tensão
de 29,8 kPa;
e)
Não houve resposta do teor de matéria seca de bulbos comerciais às
tensões da água no solo aplicadas;
f)
A eficiência no uso da água aumentou, linearmente, em função do
acréscimo da tensão da água no solo;
produtividade de bulbos come
eficiência no uso da água e perda de massa de bulbos;
b)
A altura da planta e o diâmetro do colo apresentaram respostas lineares
decrescentes, à medida que se aumentaram as tensões da água no solo,
para ambas cultivares;
c)
Em ambas cultivares, para a obtenção de plantas mais altas, maiores
produtividades de bulbos (total e comercial), maior porcentagem de
bulbos das classes 3 e 4 e maior massa média de bulbos comerciais,
deve-se irrigar no momento em que a tensão da água no solo estiver em
torno de 15 kPa à profundidade de 0,15 m;
d)
O teor de sólidos solúveis totais apresentou resposta quadrática, com
relação às tensões da
98
g)
A perda de massa de dência linear crescente com
relação ao aumento de dias após cura, tendo o híbrido
Optima F1 apresentado menos perdas, durante o período de
i)
e irrigar, a tensão
j)
amento na cultura da cebola, adotando-se as
bulbos mostrou ten
armazenamento, podendo representar menores prejuízos econômicos
durante a comercialização;
h)
Os custos totais médios foram, inversamente, proporcionais às
produtividades dos tratamentos de tensão da água no solo, para ambas
cultivares, indicando uma resposta à escala de produção;
A recomendação é de que se adote, como momento d
da água no solo de 15 kPa, e como cultivar, o híbrido Optima F1, para
que se obtenha maior lucratividade na atividade produtiva;
A irrigação por gotej
tensões da água no solo e as cultivares estudadas neste trabalho, é
economicamente viável.
99
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109
110
a
s e variáveis totais, em R$.ha , da
produção de cebola, cultivar Alfa Tropical, em
11
F1, em diferentes
tratamentos de tensão da água no solo........................... 112
R$.ha , da produção de cebola, cultivar Alfa Tropical,
produção de cebola, híbrido Optima F1,
em diferentes tratamentos de tensão da água no
ANEXOS
ANEXO A Págin
-1
TABELA 1A Custos fixo
diferentes tratamentos de tensão da água no solo..........
1
TABELA 2A Custos fixos e variáveis totais, em R$.ha
-1
, da
produção de cebola, híbrido Optima
TABELA 3A Custos operacionais fixos e variáveis totais, em
-1
em diferentes tratamentos de tensão da água no
solo.................................................................................
113
TABELA 4A Custos operacionais fixos e variáveis totais, em
R$.ha
-1
, da
solo................................................................................. 114
TABELA 1A Custos fixos e variáveis totais, em R$.ha
-1
, da produção cebola, ivar Tr m diferentes
tratamentos de tensão da água no solo.
-1
)
de
Custos (R$.ha
cult Alfa opical, e
Custos Fixos e
Variáveis Totais
A15 A25 A35 A45 A60 A75
Terra 400,00 400,00 400,00 400,00 400, 00 00 400,
Bandejas (200 células) 1413,17 1413,17 1413,17 1413,17 1413 ,17
Calagem 36,27 36,27 3 36,27
ITR
Sistema de irrigação 234,25 234,25 2 234,25
Custo Fixo Total
1
2083,80 2083,80 20 2083,80
,17 1413
6,27
34,25
83,80
36,27
0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11
234,25
2083,80
3
2
20
6,27
34,25
83,80
Insumos 5046,62 5046,62 50 5046,62 46,62 5046,62 5046,62
Mão-de-obra 5112,50 5112,50 51 5112
Máquinas e
implementos
881,25 881,25 8 881,25
Despesas com
administração
1724,35 1629,02 16 1275
Despesas gerais 1184,22 1089,30 10 736,89
Energia 1240,60 1133,85 10 342,92
Custo alternativo 137,33 134,64 1 121,11
Custo Variável Total 15326,87 15027,19 14 13516,37
12,50
81,25
22,03
82,34
61,72
33,87
940,33
5112,50
881,25
1595,15
1055,58
964,45
132,50
14788,06
51
8
14
8
6
1
14
12,50
81,25
16,39
77,59
49,56
26,43
110,35
,50
,08
Custo Total 17410,67 17110,99 17 15600,17 024,13 16871,86 16194,15
Custo Total (R$.sc
-1
) 8,82 9,42 12,70 9,44 9,59 11,07
Receita Total (R$.ha
-1
) 51710,94 47566,10 47 32177,53 262,18 46093,66 38321,43
Lucro (R$.ha
-1
) 34300,27 30455,11 30 16577,36 238,05 29221,80 22127,28
1
Já incluído o custo alternativo.
OBS.: A15 – Alfa Tropical e tensão de 15 kPa; A25 – Alfa Tropical e t 25 5 – ro o de 35 kPa;
A45 – Alfa Tropical e tensão de 45 kPa; A60 – Alfa Tropical e ão de 60 a; A75 – Tro e tens e 75 kPa.
ensão de kPa; A3 Alfa T pical e tensã
ão d
tens kP Alfa pical
111
TABELA 2A Custos fixos e variáveis totais, em R$.ha
-1
, da produção de cebola, híbrido Optima F1, em diferentes
tratamentos de tensão da água no solo.
Custos (R$.ha
-1
) Custos Fixos e
Variáveis Totais
O15 O25 O35 O45 O60 O75
Terra 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00
Bandejas (200 células) 1413,17 1413,17 1413,17 1413,17 1413,17 1413,17
Calagem 36,27 36,27 36,27 36,27 36,27 36,27
ITR 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11
Sistema de irrigação 234,25 234,25 234,25 234,25 234,25 234,25
Custo Fixo Total
1
2083,80 2083,80 2083,80 2083,80 2083,80 2083,80
Insumos 7456,62 7456,62 7456,62 7456,62 7456,62 7456,62
Mão-de-obra 5112,50 5112,50 5112,50 5112,50 5112,50 5112,50
Máquinas e
implementos
881,25 881,25 881,25 881,25 881,25 881,25
Despesas com
administração
2277,15 2050,84 1844,09 1732,82 1680,87 1358,09
Despesas gerais 1734,63 1509,30 1303,44 1192,65 1140,93 819,54
Energia 1240,60 971,87 796,29 667,70 568,37 257,19
Custo alternativo 169,09 162,58 157,26 154,09 152,26 143,62
Custo Variável Total 18871,84 18144,96 17551,45 17197,63 16992,80 16028,81
Custo Total 20955,64 20228,76 19635,25 19281,43 19076,60 18112,61
Custo Total (R$.sc
-1
) 7,25 8,04 9,04 9,70 10,03 13,26
Receita Total (R$.ha
-1
) 75745,51 65906,10 56916,88 52079,05 49820,61 35786,58
Lucro (R$.ha
-1
) 54789,87 45677,34 37281,63 32797,62 30744,01 17673,97
1
Já incluído o custo alternativo.
OBS.: O15 – Optima F1 e tensão de 15 kPa; O25 – Optima F1 e tensão de 25 kPa; O35 – Optima F1 e tensão de 35 kPa;
O45 – Optima F1 e tensão de 45 kPa; O60 – Optima F1 e tensão de 60 kPa; O75 – Optima F1 e tensão de 75 kPa.
112
TABELA 3A Custos operacionais fixos e variáveis totais, em R$.ha
-1
, da produção de cebola, cultivar Alfa Tropical, em
diferentes tratamentos de tensão da água no solo.
Custos (R$.ha
-1
) Cu is stos Operaciona
Fixos e Variáveis
Totais
A15 A25 A35 A45 A60 A75
Terra - - - - - -
Bandejas (200 c
élulas) 1 0 296,0
1 296,00
1 296,00
1 296,00
1 296,00 1 296,00
Calagem 35,63 35,63 35,63 35,63 35,63 35,63
ITR 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11
Sistema de irrigação 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00
Custo Operacional
Fixo Total
1511,74 1511,74 1511,74 1511,74 1511,74 1511,74
Insumos 5046,62 5046,62 5046,62 5046,62 5046,62 5046,62
Mão-de-obra 5112,50 5112,50 5112,50 5112,50 5112,50 5112,50
Máquinas e
implementos
881,25 881,25 881,25 881,25 881,25 881,25
Despesas com
ad ão
ministraç
1724,35 1629,02 1622,03 1595,15 1416,39 1275,08
Despesas gerais 1184,22 1089,30 1082,34 1055,58 877,59 736,89
Energia 1240,60 1133,85 1061,72 964,45 649,56 342,92
Custo Operacional
Variável Total
15189,54 14892,54 14806,46 14655,56 13983,92 13395,26
Custo Operacional
Total
16701,28 16404,28 16318,20 16167,29 15495,65 14907,00
OBS.: opical e t
A45 – Alfa Tropical e te
A15 – Alfa Tr ensão de 15 kPa; fa Tro o de 2 5 – Al e tensã a; A25 – Al pical e tensã 5 kPa; A3 fa Tropical o de 35 kP
nsão de 45 kPa; A60 – Alfa Tropical e tensão de 60 kPa; A75 – Alfa Tropical e tensão de 75 kPa.
113
TABELA 4A Custos operacionais fixos e variáveis totais, em R$.ha
-1
, da produção de cebola, híbrido Optima F1, em
diferentes tratamentos de tensão da água no solo.
Custos (R$.ha
-1
) Custos Operacionais
Fixos e Variáveis
Totais
O15 O25 O35 O45 O60 O75
Terra - - - - - -
Bandejas (200 células) 1296,00 1296,00 1296,00 1296,00 1296,00 1296,00
Calagem 35,63 35,63 35,63 35,63 35,63 35,63
ITR 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11
Sistema de irrigação 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00 180,00
Custo Operacional
Fixo Total
1511,74 1511,74 1511,74 1511,74 1511,74 1511,74
Insumos 7456,62 7456,62 7456,62 7456,62 7456,62 7456,62
Mão-de-obra 5112,50 5112,50 5112,50 5112,50 5112,50 5112,50
Máquinas e
implementos
881,25 881,25 881,25 881,25 881,25 881,25
Despesas com
administração
2277,15 2050,84 1844,09 1732,82 1680,87 1358,09
Despesas gerais 1734,63 1509,30 1303,44 1192,65 1140,93 819,54
Energia 1240,60 971,87 796,29 667,70 568,37 257,19
Custo Operacional
Variável Total
18702,75 17982,38 17394,19 17043,54 16840,54 15885,19
Custo Operacional
Total
20214,48 19494,12 18905,93 18555,27 18352,28 17396,92
OBS.: O15 – Optima F1 e tensão de 15 kPa; O25 – Optima F1 e tensão de 25 kPa; O35 – Optima F1 e tensão de 35 kPa;
O45 – Optima F1 e tensão de 45 kPa; O60 – Optima F1 e tensão de 60 kPa; O75 – Optima F1 e tensão de 75 kPa.
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