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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
CURSO DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
NÍVEL: MESTRADO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA E
IMAGINOLOGIA
DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA AUXILIAR NO
ENSINO-APRENDIZAGEM DE FATORES QUE INTERFEREM NA IMAGEM
RADIOGRÁFICA
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CANOAS - RS
2009
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DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA AUXILIAR NO
ENSINO-APRENDIZAGEM DE FATORES QUE INTERFEREM NA IMAGEM
RADIOGRÁFICA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Odontologia do Curso de
Odontologia da Universidade Luterana do Brasil,
como requisito final para obtenção do título de
mestre na área de Radiologia Odontológica e
Imaginologia.
Linha de Pesquisa: Paradigma Formador Docente
em Odontologia: análise científica, pedagógica e
social.
Orientadora: Profª Drª Vania Regina Camargo
Fontanella.
CANOAS - RS
2009
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AGRADECIMENTOS
À minha Tia Neuza por acreditar em mim, pelo amor e também por estar
sempre ao meu lado embora a quilômetros de distância.
À minha família pelo amor e paciência.
À minha orientadora, Prof. Dra. Vânia Fontanella pelo incentivo,
dedicação, segurança e oportunidades oferecidas.
Aos meus professores da especialização de radiologia odontológica e
imaginologia: André Wiltgen, Carlos Mahl e Célia Mahl pelo carinho, incentivo e
apoio.
Ao Professor Sérgio Miguens pelos conhecimentos, oportunidades e
confiança demonstrada.
Aos colegas do mestrado, doutorado e em especial às amigas Juliana
Travessas, Michele Krause e Naiara Larentis por compartilhar conhecimentos,
pelos ótimos momentos de descontração e pelo apoio constante.
À todos aqueles que, direta ou indiretamente, me ajudaram e apoiaram
nessa jornada, dedico todo o meu respeito e gratidão.
RESUMO
O crescimento exponencial da tecnologia exige do homem capacidade de
adaptação rápida e senso crítico para avaliar informações. A educação, que
tem papel fundamental na formação do cidadão e do profissional, também pode
utilizar recursos tecnológicos como ferramentas de auxílio no processo de
ensino-aprendizagem. O objetivo deste estudo foi desenvolver um programa de
computador sobre fatores que interferem na qualidade da imagem radiográfica
e avaliar quantitativamente e qualitativamente a sua utilização como método
auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. Para o desenvolvimento do
programa foi radiografada a região posterior de uma mandíbula humana seca.
Ao todo, 48 radiografias foram obtidas de forma padronizada, mas com
variação de kVp, mA, sensibilidade do filme, distância focal e tempo de
exposição. As radiografias foram digitalizadas e a cada uma atribuído um texto
sobre a qualidade da imagem. Para a avaliação do programa, 64 alunos da
disciplina de Radiologia Odontológica do curso de odontologia da ULBRA
Canoas foram divididos em dois grupos. Todos os alunos participaram da aula
teórica e realizaram um teste (T1). Na semana seguinte um grupo executou
exercícios práticos e o outro utilizou o programa para estudo, ambos
respondendo a um teste (T2). Na terceira semana os grupos inverteram as
atividades e foi aplicado o terceiro teste (T3). Um questionário aberto foi
respondido por todos os alunos com intuito de avaliar qualitativamente o
aplicativo. Não houve diferença estatisticamente significante quanto aos
acertos no teste entre os grupos. A maioria dos participantes considerou o
programa ótimo (92%) e acredita que o mesmo ajuda a eliminar duvidas da
aula teórica (90,8%). O programa foi considerado positivo na avaliação dos
alunos como método de ensino assistido por computador, apesar de não
resultar em melhora quantitativa nos processos de avaliação formal.
Palavras-chave: Ensino, Instrução por computador, Educação odontológica.
ABSTRACT
The exponential growth in technology demands that human beings have both
the capacity to adapt rapidly and the critical sense to evaluate information.
Education, which plays a fundamental role in the development of citizens and
professionals, can also utilize technological resources as tools to aid the
teaching-learning process. The objective of this study was to develop a
computer program about factors that interfere with the quality of radiographic
images and to evaluate its use as a supplementary method in the teaching-
learning process, both quantitatively and qualitatively. In order to develop the
program, the posterior region of a dry human mandible was radiographed. A
total of 48 radiographs were taken in a standardized manner, but with variations
in kVp, mA, film sensitivity; focal distance and exposure time. These
radiographs were then digitized and each was assigned a text about its image
quality. In order to evaluate the program, 64 students on the Dental Radiology
module of the dentistry course at ULBRA Canoas were divided into two groups.
All of these students attended a theory lesson and took a test (T1). The next
week, one group carried out practical exercises and the other studied using the
computer program, both taking another test (T2). The third week, the groups
swapped activities and took a third test (T3). All the students also replied to an
open questionnaire with the aim of evaluating the application qualitatively.
There was no statistically significant difference between the groups in terms of
the proportion of correct answers. The majority of the participants considered
the program to be excellent (92%) and believed that it helped them to clear up
doubts remaining after the theory lesson (90.8%). In the evaluation of the
students, the program was considered positive as a computer-aided teaching
method, despite not provoking any quantitative improvement in the results of
formal evaluation processes.
Key words: Education, Instruction for computer, Odontologic education
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 3
2 PROPOSIÇÃO................................................................................................ 6
3 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................... 8
3.1 FATORES QUE INTERFEREM NA QUALIDADE DA IMAGEM
RADIOGRÁFICA.......................................................................................... 8
3.2 TECNOLOGIA E ENSINO.......................................................................... 10
3.2.1 Ensino Assistido por Computador ........................................................... 13
4 METODOLOGIA ........................................................................................... 21
4.1 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA ................................................... 21
4.2 AVALIAÇÃO DO PROGRAMA................................................................... 22
5 RESULTADOS.............................................................................................. 26
6 DISCUSSÃO................................................................................................. 33
7 CONCLUSÃO ............................................................................................... 36
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 39
APÊNDICES
APÊNDICE A - Textos explicativos de cada imagem, imagens
digitalizadas de todas as combinações e algumas telas
do programa............................................................................ 45
APÊNDICE B - Teste T1.................................................................................. 52
APÊNDICE C - Atividade Prática em Laboratório ............................................ 53
APÊNDICE D - Teste T2.................................................................................. 54
APÊNDICE E - Avaliação Qualitativa: Questionário aberto ............................. 55
APÊNDICE F - Teste T3 .................................................................................. 56
ANEXOS
ANEXO A – Aprovação pelo Comitê de Ética ................................................. 58
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS
Tabela 1 - Comparação entre o percentual de acerto dos testes T1 e T2
para cada grupo de estudo............................................................. 26
Tabela 2 - Estatísticas descritivas para o percentual de acertos dos
testes T1 e T2 para cada grupo...................................................... 27
Tabela 3 - Comparação do percentual de acertos nos testes T1, T2 e T3
entre os grupos de estudo.............................................................. 27
Tabela 4 - Comparação do percentual de acerto entre os testes T1, T2 e
T3 para cada grupo de estudo........................................................ 28
Gráfico 1 - Comparação dos valores dos percentuais de acertos para
cada elemento da amostra nos três testes para os grupos
A1 e B2 ......................................................................................... 29
Gráfico 2 - Comparação dos valores dos percentuais de acertos para
cada elemento da amostra nos três testes para os grupos
A2 e B1.......................................................................................... 29
1 INTRODUÇÃO
3
1 INTRODUÇÃO
O tópico teórico abordado neste estudo – fatores que interferem na
qualidade da imagem radiográfica que exige do aluno entendimento de
conceitos abstratos essenciais para a construção do conhecimento de
radiologia, é motivo de preocupação no programa de ensino da disciplina, que
busca constantemente aperfeiçoar métodos para facilitar o seu entendimento.
Ensinar, aprender e buscar métodos de abordar este tema foi estudo do
departamento de Morfologia, Estomatologia e Fisiologia da FORP-USP
(Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo).
Segundo os pesquisadores o tema parece mais complexo principalmente por
ser abordado no início da disciplina, e por serem os alunos iniciantes no curso
de Odontologia. Além disso, são vários os fatores que interagem no resultado
final da radiografia, referentes ao aparelho, objeto radiografado, geometria da
exposição, filme e processamento. Por razões didáticas, cada fator é associado
ao seu efeito principal, contudo, na prática, estes fatores interagem na
determinação da qualidade da imagem (FREITAS et al., 1994).
Nas aulas práticas de laboratório nem sempre é viável testar todos estes
fatores, pois além de necessitar de muitas horas para o treino, seriam
necessários aparelhos radiográficos intra-bucais operando em regimes
elétricos diferentes, ter acesso aos vários tipos de filmes radiográficos, um
manequim apropriado para os exames e disponibilidade de professores para
orientar e acompanhar o trabalho de cada um dos alunos.
O desenvolvimento exponencial que ocorre atualmente na tecnologia
aproxima os povos e suas diferentes culturas, aumenta o tempo de vida do ser
humano, disponibiliza métodos avançados de pesquisa, devasta e reconstrói o
mundo em que vivemos. Gera uma rotatividade imensa de conhecimentos que
exige do homem capacidade de adaptação rápida e senso crítico para avaliar
informações.
A educação, que tem papel fundamental na formação do cidadão e do
profissional, também pode utilizar recursos tecnológicos como ferramentas de
auxilio no ensino-aprendizagem e métodos facilitadores em diferentes etapas
da formação educacional. Os recursos tecnológicos proporcionam aos
estudantes facilidade em procurar informações, aprender de forma
4
independente e solucionar problemas (SCHARDOSIM et al., 2005).
A mudança na sociedade e na forma como ela se relaciona com seus
membros e com o sistema produtivo solicitam reflexões sobre a forma como o
ensino deve ser estruturado. Nesse sentido, as inovações tecnológicas
(principalmente os sistemas informatizados e a Internet) e a sua inserção no
cotidiano da sociedade assumem um papel cada vez mais importante
(SARMET, 2003).
Com a revolução digital e do crescimento da tecnologia, os educadores
devem estar preparados para responder criativamente a essas mudanças. De
acordo com Nattesstadt et al. (2002), professores e administradores
universitários de vários países entendem que, no futuro, para auxiliar na
formação de dentistas devem ser aproveitados todos os recursos da
informática e da tecnologia digital. No entanto, para isso as escolas de
Odontologia devem pesquisar sobre o assunto, ajustar os métodos de ensino,
verificar a atitude dos estudantes, desenvolver programas, módulos de ensino
apropriados e adequar essa modalidade de ensino às situações clínicas.
Pesquisas têm sido realizadas em vários países para criar e avaliar a
eficácia de métodos que visam integrar a tecnologia ao processo de ensino-
aprendizagem desde a formação básica do aluno até níveis avançados de pós-
graduação, inclusive na área da saúde.
Na odontologia, programas multimídia com animações interativas não
são novidade, mas a sua utilização no ensino e pesquisas para testar seu valor
como ferramentas didáticas são recentes (Al-RAWI et al., 2007).
2 PROPOSIÇÃO
6
2 PROPOSIÇÃO
O presente estudo teve por objetivos:
- Desenvolver um programa de computador no qual o aluno possa
simular exposições radiográficas modificando os fatores que interferem na
qualidade da imagem, e
- Avaliar quantitativa e qualitativamente se o uso deste programa como
método auxiliar no processo de ensino-aprendizagem.
3 REVISÃO DA LITERATURA
8
3 REVISÃO DA LITERATURA
Para fundamentar os aspectos teóricos relacionados a esta pesquisa,
este capítulo contém o referencial teórico tanto da matéria formal utilizada
fatores que influenciam na qualidade da imagem radiográfica quanto do uso
das tecnologias de informação e comunicação (TIC) no ensino.
3.1 FATORES QUE INTERFEREM NA QUALIDADE DA IMAGEM
RADIOGRÁFICA
Na execução de um exame radiográfico são vários os fatores que podem
interferir na qualidade da imagem e na quantidade de detalhes que esta
oferecerá para a interpretação.
Para entender a formação da imagem são necessários conhecimentos
básicos sobre o equipamento, acessórios, filmes e processamento radiográfico.
O objeto do exame e a técnica radiográfica também devem ser estudados, pois
contribuem para a formação da imagem, influindo nas suas características e
qualidade.
Conhecer estes fatores e saber combiná-los é um grande desafio para o
iniciante em radiologia odontológica, pois requer conhecimento de princípios
fotográficos, geometria de imagem, características do feixe de raios X,
conhecimento dos fatores elétricos do aparelho e tipo de receptores de
imagem. Também é necessário saber reconhecer as características que em
conjunto determinam a qualidade da imagem radiográfica: contraste e
densidade médios, nitidez máxima, ampliação e distorção mínimas.
Para Freitas et al. (1984) a imagem radiográfica é um elemento valioso
utilizado para a complementação do diagnóstico e qualquer variação em um
dos fatores que podem alterar seus atributos é muito importante, pois terá
repercussão no resultado final. Com finalidade didática, os autores dividem as
variáveis que interferem na formação da imagem em: Fator energético, onde
incluem miliamperagem, tempo de exposição, quilovoltagem e distância focal;
Fator objeto, com atenção para número atômico, densidade física e espessura;
Fator geométrico, avaliando princípios de formação de imagens, efeito Benson
ou princípio do foco linear e movimentação; Fator filme; Fator processamento;
9
Véu ou fog.
Álvares e Tavano (2002) dividem os fenômenos que influenciam na
formação da imagem em: Fatores ligados aos aparelhos de raios X, incluindo
neste tópico miliamperagem, tempo de exposição, distância, diafragmação,
quilovoltagem, filtragem; Fatores do objeto; Fator geométrico, onde enfatizam a
relação foco/objeto/filme e a movimentação; Fator filme, com sua constituição,
propriedades e características; Fator processamento e Fator de formação de
véu ou fog.
Whaites (2003) divide esses fatores em contraste, geometria da imagem,
características do feixe de raios X, nitidez e resolução da imagem. Além disso,
cita que esses fatores são dependentes de muitas variáveis como densidade
do objeto, receptor da imagem e o aparelho de raios X.
Estes fatores são estudados em tópicos para facilitar a compreensão do
tema, mas eles interagem no momento da formação da imagem, dificultando a
identificação de qual fator é responsável pela falha ou qual fator deve ser
alterado para melhorar as características da imagem obtida.
Segundo White e Pharoah (2007), contraste é a diferença entre os tons
de cinza da imagem; densidade corresponde ao grau de escurecimento da
imagem; nitidez é a ausência de sombras e penumbra. A ampliação da imagem
é o aumento de tamanho do objeto mantendo as proporções do mesmo e a
distorção é a alteração do tamanho do objeto sem manter suas proporções.
Os fatores elétricos interferem na densidade e no contraste da imagem.
A quilovoltagem (kV) representa a qualidade do feixe de raios X, ou seja, sua
capacidade de atravessar os tecidos (maior ou menor penetração dos fótons).
A miliamperagem (mA) corresponde à intensidade do feixe de raios X (o
número de fótons de raios X no feixe) e está intimamente relacionada ao tempo
de exposição, pois aumentando o tempo aumenta-se a quantidade de raios X
que atinge os tecidos radiografados (PANELLA, 2006 ).
A distância entre o objeto radiografado e a fonte de raios X influi na
qualidade da imagem obtida. A intensidade do feixe de raios X diminui
conforme aumenta a sua distância em relação ao objeto. Seguindo a lei das
proporções inversas, a intensidade é inversamente proporcional ao quadrado
da distância (LANGLAND; LANGLAIS, 2002).
Em relação ao objeto radiografado, sua densidade física é importante,
10
pois quanto mais denso for o objeto, mais atenuado será o feixe de raios X,
resultando em imagem clara no filme. Quanto menor a densidade do objeto,
maior a quantidade de fótons que atravessam o mesmo, sensibilizando o filme
e formando a imagem escura. Na cavidade bucal, a densidade relativa das
principais estruturas anatômicas em ordem decrescente é: esmalte, dentina e
cemento, osso medular, músculo, gordura e ar. A espessura é outra
característica que deve ser levada em consideração. Quanto mais espesso for
o objeto, mais os feixes são atenuados. Portanto, utilizando os mesmos fatores
de exposição de um paciente adulto de peso médio em uma criança de peso
médio, a imagem resultante na criança será mais escura, porque há uma
menor quantidade de tecidos interpostos no caminho dos raios X. Além das
duas características já citadas, a composição (número atômico) e a forma do
objeto também influenciam na formação da imagem (WHITE; PHAROAH,
2007).
A etapa de processamento do filme radiográfico deve ser realizada
criteriosamente, respeitando o tempo correto de revelação e fixação segundo
instruções do fabricante, bem como as etapas de lavagem, secagem e
armazenamento da radiografia. O ambiente de revelação deve ser isento de
luz, sendo permitido somente luzes de segurança posicionadas a 1,2m da
superfície de trabalho, com 25W de potência e filtro apropriado para o tipo de
filme utilizado. O contato da luz com o filme radiográfico exposto aos raios X
aumenta a densidade da imagem, velando a radiografia (WHAITES, 2003).
A escolha do tipo de filme utilizado no procedimento (sensibilidade,
características inerentes ao filme), a estabilidade do aparelho e a devida
orientação para o paciente permanecer sem se movimentar durante o exame
radiográfico vão determinar a nitidez da imagem (FREITAS, 1984).
Os cuidados com a técnica radiográfica, a distância foco-filme, a
distância objeto-filme, o alinhamento objeto-filme e a angulagem do feixe de
raios X evitarão as distorções de imagem, com a mínima ampliação possível
(PASLER; VISSER, 2005).
3.2 TECNOLOGIA E ENSINO
O século XX se destacou pelo desenvolvimento da ciência e da
11
tecnologia, que prontamente alteraram os usos e costumes. Destacaram-se os
transportes ultra-rápidos, a automação e a comunicação eletrônica. Aviões,
rádio, televisão, fax, satélites, a revolução digital e a rede cada vez mais
expandida da internet ultrapassam o espaço e o tempo, unindo os povos e
alterando a maneira de pensar e trabalhar. A maioria dos alunos que freqüenta
hoje a universidade nasceu nesta época moderna na qual a informação
adquirida nos livros divide espaço com conhecimentos adquiridos com o auxílio
do computador. A imagem, a troca de informações e a necessidade de interagir
parecem compor o perfil do aluno do século XXI (ARANHA, 2006).
Existe uma considerável preocupação com a relevância e a eficácia dos
métodos educacionais adotados nas escolas de Odontologia. Os métodos
educacionais são diversificados e a adaptação dos alunos a esses processos é
influenciada pelo tipo de cultura, condições sócio-econômicas, categoria
geopolítica e compromisso da instituição (NILSON et al., 2002).
O processo de ensino-aprendizagem é um tema subjetivo e complexo,
analisado por várias áreas de pesquisa na educação, psicologia, filosofia,
ciências cognitivas, neurologia e neurolingüística. Com base em teorias
filosóficas, foram formulados os princípios e métodos do sistema de educação
em odontologia (NILSON et al., 2002).
Aprendizagem é o processo pelo qual um indivíduo adquire
comportamentos e conhecimentos, raciocínio e habilidades psicomotoras,
assim como os valores de ética profissional necessários para a competência
profissional (NILSON et al., 2002). Ensinar significa prover os meios para
facilitar e suportar o aprendizado, é a responsabilidade de criar boas
circunstâncias para o aprender (NILSON al., 2002).
A história da educação profissional na odontologia do Brasil iniciou em
1951, quando ficou estabelecido que apenas profissionais habilitados por título
em escola de odontologia poderiam exercê-la. A profissão, até então executada
por práticos, técnicos com conhecimentos baseados no empirismo, foi
regulamentada em 1956 a titulo de concessão (PAULA; BEZERRA, 2003).
Conforme Carvalho (2001), os professores das escolas de odontologia
eram aqueles profissionais que obtinham sucesso na sua prática privada, fora
do exercício da docência, sem qualquer formação na área de educação. Hoje
se constata a tendência de mudança deste perfil.
12
Com base na história da odontologia e na dificuldade do mercado de
trabalho, o aluno muitas vezes tende a se espelhar no profissional com grande
habilidade técnica e sucesso na clínica privada, valorizando-o como docente,
sem se dar conta de que o professor é aquele que lhe permite reunir
ferramentas indispensáveis para um futuro crescimento (PAULA; BEZERRA,
2003).
Péret e Lima (2003) refletem sobre a preocupação com a formação do
docente. Acreditam que para consolidar o novo perfil do odontólogo - cirurgião
dentista generalista, crítico, reflexivo e humanista - é necessário também
reestruturar o perfil dos sujeitos formadores destes profissionais, os
professores de odontologia.
O computador foi introduzido na educação odontológica por volta de
1950, quando era utilizado apenas como banco de dados (WENZEL;
GOTFREDSEN, 1997). A partir de 1970 começou a diversificação na sua
utilização, mas ainda com custo muito alto e pouco pessoal habilitado para a sua
operação. Em 1981, quando a IBM lançou o personal computer (PC) deu-se o
inicio ao grande desenvolvimento na sua utilização (SEAWARD, 1981).
O uso de novas tecnologias na educação tem como conseqüência uma
mudança estrutural no trabalho do professor. Isso exige dele uma visão crítica
do uso dessas ferramentas: qual estratégia empregar, em qual momento do
ensino e com quais finalidades (KENSKI, 2001).
O acréscimo da tecnologia aos métodos de ensino tradicionais necessita
do apoio e suporte da instituição educadora (HILLENBURG et al., 2006). Os
recursos empregados na educação devem ser baseados em evidências e estas
devem ser disponibilizadas globalmente para suscitar opiniões, uniformizar e
melhorar práticas e inovações.
Existe uma corrente de pesquisadores que defendem o uso da
informática na educação como uma forma de construção de cidadania,
considerando o crescente contato dos indivíduos com a tecnologia no cotidiano
(PERRENOUD, 2000; KENSKI, 2001; MARINHO, 2002). Segundo Duderstadt
(2000) o impacto da tecnologia na informação será considerado mais radical
que a utilização do vapor de água e energia no século XIX, sendo considerada
responsável por uma profunda transformação na cultura da humanidade.
Um importante papel do computador é organizar as informações
13
recentes, tornar fácil o acesso e o controle destas informações, promovendo a
aquisição de conhecimentos rapidamente e abrangendo um grande numero de
pessoas (MEGARRY, 1988).
A introdução das tecnologias da informação na odontologia tem ocorrido
de diversas formas, mas principalmente nos métodos de diagnóstico por
imagens, administração do consultório, pesquisa em bancos de dados, ensino
assistido por computador (Computed Assisted Learning - CAL), simulação de
casos clínicos (Computed Aided Simulation - CAS) e cursos à distância
(Computed Dental Education - CDE), os quais, de acordo com Mattheos et al.
(2002), têm um grande potencial para o ensino de graduação e pós-graduação.
Até o final do século XX, as principais barreiras relatadas pelos
profissionais da saúde no uso da web foram: a falta de habilidade no uso do
computador; a falta de tempo de estar a par de todos os novos estudos
disponíveis na Internet; a dificuldade de localizar artigos; a falta de qualidade e
questionável validade de muitas informações encontradas (SCHLEYER et al.,
1999; DOWNES,1997).
3.2.1 Ensino Assistido por Computador
Nos anos 1970, um dos primeiros registros da utilização de programas
no campo da odontologia como parte integrante do curriculum, foi na
Universidade de Kentucky/EUA (MAST; WATSON, 1976). O termo CAL ou
Ensino Assistido por Computador (EAC) surgiu na década de 1980 e também
pode ser referido como Computer Based Instruction (CBI) ou Computer Aided
Instruction (CAI) (HINMAN, 1996; BACHMAN et al., 1998).
O desenvolvimento de programas de EAC é um campo relativamente
novo da aplicação do computador, onde uma combinação de dados,
imagens, sons. O aluno interage com o conteúdo do programa, que não
disponibiliza apenas dados prontos, mas leva o estudante a criar situações,
pensar nos seus resultados, compará-los com o real, contribuindo para o
crescimento profissional (TOLIDIS et al., 1998). É uma ferramenta de ensino-
aprendizagem disponibilizada por meio do computador.
Apesar de ser considerado uma ferramenta de alto potencial, o EAC tem
limitações quanto ao alcance e a profundidade do conteúdo, reflexo da
14
dificuldade existente na elaboração da estrutura e design do programa, de
encontrar profissionais treinados para tal e do custo ainda proporcionalmente
alto (GRIGG; STEPHENS, 1998). Além disso, alguns professores podem
mostrar relutância no uso das novas tecnologias, pois ainda existem poucas
evidências na literatura quanto à sua efetividade (RAYAN et al., 2000).
A linguagem utilizada nos programas multimídia interativos tipo EAC é
bastante acessível e não requer habilidades avançadas no uso do computador
pelo aluno, então mesmo os alunos que não têm experiência com o uso do
computador se adaptam facilmente à utilização dos programas (WENZEL,
1997; LAMB; GODFREY, 1999).
A utilização da tecnologia para incrementar o aprendizado, tanto teórico
quanto na simulação de situações clínicas, fez uma reforma na programação
da agenda da educação nas universidades de odontologia dos estados unidos
(HENDRICSON; COHEN, 1999). O EAC é um método fácil de ser trabalhado
individualmente ou em pequenos grupos, além de ter a facilidade de poder ser
acessado de vários locais.
Professores e alunos, segundo a pesquisa de Schittek et al. (2001),
atribuem ao EAC motivação e estímulo para o estudo. Consideram-no uma
ferramenta efetiva para adquirir conhecimentos e habilidades, por meio da
interação entre o aluno e o conteúdo de informações presentes no programa.
Os programas multimídia são desenvolvidos com o objetivo de suplementar o
ensino tradicional e auxiliar o aluno a estudar sozinho, aumentando a
oportunidade de fixar conhecimentos vistos, rever informações perdidas e
ajudar nas decisões.
Com o crescente desenvolvimento de programas e módulos de ensino
virtual em Odontologia, cresce também a preocupação com a qualidade desses
materiais. Oliver et al. (2002) enfatizam a necessidade de elaborar critérios
para a sua produção e assegurar a qualidade dos mesmos.
Uma avaliação da utilização de TIC no ensino realizada na Universidade
de Birmingham mostrou diferenças quanto ao comportamento de professores e
alunos. Os alunos se mostram mais receptivos e confiantes com o uso da
tecnologia e os professores se apresentam relutantes, com a idéia de que o
uso do computador diminuiria a freqüência de leitura por parte dos estudantes
(WALMSLEY et al., 2003).
15
Também segundo Walmsley et al., 2003, o crescimento exponencial da
tecnologia, a facilidade e diminuição dos custos no aceso a computadores no
final do século XX e inicio do século XXI, bem como a nova geração de alunos
familiarizados com a cibercultura, que ingressa na universidade com o hábito
de procurar informações na Internet, vêm mobilizando os educadores a utilizar
este novo recurso no processo de ensino-aprendizagem. Uma avaliação do
uso do método EAC nas faculdades de odontologia da Alemanha mostrou que
83,9% dos entrevistados julga o método eficiente para a aquisição de
conhecimentos (WELK et al., 2006).
Um programa desenvolvido para definir e localizar pontos cefalométricos
em radiografias, desenvolvido na Universidade de Berlin, foi aplicado a um
grupo de alunos enquanto outro grupo estudava a mesma matéria pelo método
tradicional (aula teórica). Após uma hora, os dois grupos fizeram rias
marcações de pontos cefalométricos em radiografias. Os alunos que
trabalharam no computador acertaram significativamente mais pontos que os
do segundo grupo e 80% dos alunos que utilizaram o programa aprovaram o
mesmo como uma positiva experiência educacional (STILLER et al., 1993).
Wenzel e Gotfredsen (1997) analisaram em um peodo de 10 anos
(1986 a 1995) a freqüência e a atitude dos alunos na utilização de um
programa EAC na área de radiologia odontológica da Universidade de Aarhus.
Por meio de um questionário, compararam o comportamento dos alunos e
constataram que não houve diferença estatisticamente significante quanto à
sua atitude, mas a freqüência de utilização do programa, mesmo não sendo
obrigatória, se manteve regular e crescente, exceto nos anos de 1990 e 1991.
No começo do século XXI encontram-se na literatura algumas pesquisas
sobre aulas virtuais à distância em cursos de odontologia. Esta modalidade de
trabalho implica na interação entre alunos-professores e alunos-alunos, o que
difere do CAL, quando ocorre interação aluno-conteúdo (SCHITTEK et al., 2001).
Um curso virtual de periodontia baseado em um método semelhante ao
PBL foi desenvolvido na Universidade de Malmö com material multimídia,
livraria on-line, comunicação à distância sincronizada, por e-mails e por chat.
Este curso foi utilizado por quatro grupos, cada um com seu tutor. Um contato
pessoal ocorreu no inicio do curso para que todos se conhecessem. Os
resultados indicaram que um aspecto importante do curso é a competência na
16
utilização do computador; os programas de comunicação em tempo real (chat)
foram considerados melhores para discutir problemas e formular hipóteses
quando comparados ao e-mail (MATTHEOS et al., 2001).
Howerton (2002) dividiu uma turma de 59 alunos do primeiro ano de
odontologia na Universidade da Carolina do Norte em dois grupos. O primeiro
teve acesso a um aplicativo sobre técnicas radiográficas intrabucais. Os dois
grupos executaram uma série de exames periapicais completos em manequins.
Os exames foram avaliados criteriosamente por professores e não houve
diferenças significativas de qualidade entre eles. Os alunos aprovaram o
programa e recomendaram a sua utilização antes de iniciar o primeiro
levantamento periapical completo.
No curso de Odontologia da Universidade de Toronto-Canadá, vários
programas multimídia existentes sobre temas de histologia, farmacologia,
prótese e radiologia foram integrados em um módulo designado “Study Web”. A
utilização de programas como o Front Page e Photoshop contribuiu para tornar
a linguagem acessível e facilitar o acesso pela Internet. O objetivo do estudo
era promover a integração das várias áreas e a próxima etapa do projeto será
testar este conjunto como ferramenta de ensino-aprendizagem (COHEN et al.,
2003).
Imber et al. (2003), na Universidade de Tel Aviv, desenvolveram um
simulador para prognosticar o desempenho de alunos em um curso de
dentística operatória em manequins. Vinte e seis alunos fizeram um pré-teste
no simulador, antes do curso, realizando 12 preparos de classe I. Os
professores que ministraram o curso desconheciam o desempenho dos alunos
no pré-teste. Os seis últimos preparos feitos no pré-teste foram comparados
com os últimos realizados após o curso. Contatou-se uma correlação positiva
entre os dados obtidos pré e pós-curso. O simulador foi considerado efetivo
para identificar os alunos com pior performance, possibilitando designar tutores
para acompanhá-los.
Millemann e colaboradores em 2004, na Universidade de Amsterdã,
desenvolveram um aplicativo de EAC para aperfeiçoar o diagnóstico de lesões
de cárie em radiografias interproximais. O usuário interage com o programa
que gera um gráfico de acertos e erros. No total, 22 professores da área clínica
testaram e conceituaram o programa. Foi medida a sensibilidade e a
17
especificidade para o diagnóstico de cárie em dentina. Para os professores a
sensibilidade foi de 77,15,4%. A especificidade foi de 94,2±3,9%. Os
professores atribuíram ao programa 75,1±21% no quesito funcionalidade. Uma
minoria dos participantes mostrou-se descrente quanto à capacidade do EAC
em melhorar o desempenho do diagnóstico de carie proximal.
Ávila (2004), na Universidade de São Paulo, desenvolveu um aplicativo
de EAC sobre anatomia em radiografias panorâmicas. Na avaliação por meio
de questionário respondido por 56 entrevistados (10 professores doutores em
radiologia, denominados peritos, e 46 alunos de graduação) que trabalharam
no programa, obteve excelente aceitação do método. Todos os peritos
declararam que o EAC atingiu os objetivos propostos, sendo um método de
ensino-aprendizado lido. Todos os entrevistados relataram que gostariam de
ter mais acesso a softwares educacionais.
Com o objetivo de comparar o método tradicional de ensino com o EAC,
75 alunos do primeiro ano de odontologia da Universidade da Carolina do
Norte, iniciantes do curso de radiologia, foram divididos em três grupos
aleatoriamente: um grupo usou o aplicativo, outro grupo usou o aplicativo
associado a aula teórica e os demais tiveram somente a aula teórica. Foi
aplicado um pré- e um pós-teste para medir o aproveitamento e avaliar as
preferências dos estudantes. Não houve diferença estatisticamente significante
entre os grupos, entretanto os alunos relataram preferência pela utilização do
aplicativo em relação à aula teórica tradicional (HOWERTON et al., 2004).
Com a proposta de testar se o estudo de anatomia dental por meio de
um programa multimídia EAC pelos alunos de primeiro ano de odontologia da
Universidade da Virgínia era equivalente ao ensino tradicional, 45 alunos foram
aleatoriamente divididos em dois grupos. O primeiro teve aula tradicional
enquanto o outro estudou o tema no programa. Depois de um teste final, a
análise estatística mostrou que os dois grupos tiveram escores equivalentes.
Baseados nestes resultados e na avaliação qualitativa dos alunos, os autores
concluem que o EAC pode substituir o método tradicional (BOGACKI et al.,
2004).
Aly e colaboradores em 2004 dividiram os alunos da disciplina de
ortodontia na Universidade Católica de Leuven em dois grupos. O intuito era
comparar o método de ensino tradicional com o ensino utilizando um programa
18
multimídia para o estudo de ortodontia. Cada grupo trabalhou com um dos
métodos citados. Não foi encontrada diferença estatisticamente significante na
avaliação entre os grupos, exceto para uma questão de caráter multidisciplinar,
onde o grupo que trabalhou com o CAL se destacou. De acordo com os
autores, os recursos multimídia de interatividade podem efetivamente auxiliar
no ensino-aprendizagem em ortodontia, entretanto o método não substitui o
ensino tradicional nem a utilização de livros.
Alunos que utilizaram um guia de estudo para trabalhar com um
programa multimídia EAC sobre adesivos dentinários ressaltaram como ponto
forte do método a orientação do aprendizado, o fato de criar possibilidades de
discussões e maior esforço para resolver dificuldades entre os grupos
(BOTELHO, 2001).
No Centro Médico Hospitalar da Criança em Cincinnati foi desenvolvido
um módulo de programas interativos com objetivo de ajudar a preparar os
residentes para identificar e diagnosticar casos de emergência odontologia
pediátrica. O sistema foi bem aceito pela instituição e também pelos residentes.
A performance de diagnóstico tem sido subjetivamente incrementada desde a
utilização do módulo de programas. O software foi incorporado ao ensino e
mais pesquisas a curto e longo prazo estão sendo realizadas para verificar o
seu desempenho (HALSTED et al., 2005).
Um programa para estudo de estruturas anatômicas de imagens de
tomografia de feixe cônico foi desenvolvido na Universidade Católica de
Leuven. Os participantes da pesquisa foram cirurgiões dentistas atuantes nas
áreas de periodontia, prótese, ortodontia e cirurgia bucomaxilofacial, assim
como estudantes de odontologia. Após uma breve explicação o software foi
utilizado. Para avaliação do método foi aplicado um pré-teste, um pós-teste e
foi distribuído um questionário para avaliar a afinidade e conhecimento dos
participantes com o computador bem como a opinião sobre o programa. Houve
um aumento nas notas dos dentistas no pós-teste, mas entre os alunos não
houve diferença estatísticas significantes. Todos os participantes aprovaram o
método EAC (AL-RAWI et al., 2007).
Um programa com 71 casos clínicos típicos foi desenvolvido com o
intuito de melhorar a performance clinica de estudantes de radiologia do
primeiro ano de residência (n=5) e seu desempenho foi comparado ao de um
19
grupo controle (n=7). Foram então avaliados o preparo, a opinião e o nível de
ansiedade dos alunos na transição das aulas teóricas para o atendimento
clínico. O grupo que utilizou o programa multimídia sentiu-se mais preparado e
menos ansioso, contudo não houve diferenças estatisticamente significantes
quanto ao diagnóstico dos casos. Os autores acreditam que a mesma
sistemática utilizada nesta pesquisa aplicada a uma amostra maior traria
diferenças estatisticamente significativas (TOWBIN et al., 2007).
Com as rápidas mudanças da ultima década a radiologia tende a
substituir o filme radiográfico por tecnologia digital, assim como se observam
mudanças em nomenclaturas e conceitos. Diante da crescente prática com o
trabalho de imagens digitais e contato com inovações tecnológicas, a
introdução de programas para auxiliar no estudo e melhora nas aptidões é
ideal. Um programa interativo com imagens associadas a cenários específicos
foi estruturado para auxiliar residentes na identificação de imagens e prepará-
los para a prática clínica. Segundo os autores é possível usar o simulador
como complemento ao ensino tradicional, mas para isso é necessária
atualização no perfil dos educadores e mais estudos para certificação do
método (TOWBIN et al., 2008).
4 METODOLOGIA
21
4 METODOLOGIA
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres
Humanos e Animais da ULBRA, por estar de acordo com as normas vigentes
na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde,
e em suas complementares que regulamentam a pesquisa envolvendo seres
humanos, protocolo CEP-ULBRA 2007-148H.
4.1 DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA
Para o desenvolvimento do programa foi radiografada a região posterior
de uma mandíbula humana seca com todos os dentes permanentes. Com o
intuito de simular os tecidos moles, utilizou-se uma placa de cera utilidade
(Clássico Artigos Odontológicos, SP) com 2 cm de espessura, interposta entre
a área radiografada e a fonte de rais X (BRAGA et al., 2002). Todas as
tomadas radiográficas foram obtidas utilizando-se posicionador (Indusbello
Indústria de Instrumentos Odontológicos Ltda, Londrina, PR) para
padronização dos fatores geométricos.
As imagens foram obtidas em dois aparelhos de raios X Odontológicos
de diferentes kV e mA: Gnatus 70X (Ribeirão Preto, SP) e Spectro X
DabiAtlante (Ribeirão Preto, SP), ambos aferidos, operando em regime de
70kVp/10ma e 50kVp/8ma, respectivamente.
Para registro das imagens foram utilizados filmes periapicais 2
Ektaspeed (sensibilidade E), Ultra-speed (sensibilidade D), Insight
(sensibilidade E/F), todos da marca Kodak (São Paulo, SP). Estes foram
processados todos em um mesmo momento pelo método temperatura-tempo,
com soluções novas RPX-Omat (Kodak, São Paulo- SP)
Em cada um dos aparelhos foram realizadas exposições para cada tipo
de filme radiográfico, variando a distância focal em 20 e 40 cm e modificando o
tempo de exposição para cada distância: 0,6, 0,8, 1,0 e 1,5 s. No total, foram
obtidas 48 radiografias.
Cada radiografia foi digitalizada por meio de um scanner de mesa Epson
Perfection 2450 (Epson, Long Beach, Califórnia, EUA), com auxílio de uma
máscara preta contendo abertura com a mesma dimensão do filme utilizado, de
22
forma a posicionar a radiografia na mesa do scanner e impedir a passagem de
luz fora de seus limites. Os parâmetros de digitalização foram 400dpi, 8 bits e
tamanho real. A partir das imagens (Apêndice A), o programa foi montado por
um técnico em computação gráfica. Nenhum recurso de manipulação de
imagem foi utilizado nas radiografias digitalizadas.
Neste programa o aluno pode escolher a distância focal (20 ou 40cm),
optar pelo tempo de exposição (0,6; 0,8; 1,0 ou 1,5s), variar a kV do aparelho
utilizado (50 ou 70 kV) e o tipo de filme exposto (D, E ou F). O estudante pode
então simular varias situações e obter o resultado para a combinação
escolhida. Cada radiografia obtida vem acompanhada de uma legenda
diferente, comentando as características da imagem, sua validade para
interpretação e sugerindo alterações dos fatores para melhorar a qualidade
tendo em vista a radioproteção.
4.2 AVALIAÇÃO DO PROGRAMA
Os 64 alunos matriculados na disciplina de Radiologia Odontológica e
Imaginologia do Curso de Odontologia da ULBRA Canoas em um determinado
semestre foram divididos de acordo com a disponibilidade de horário de cada
indivíduo em duas turmas: (A) 33 alunos e (B) 31 alunos.
Semana 1
As duas turmas (A e B) receberam a aula teórica sobre os fatores que
interferem na qualidade da imagem radiográfica, ambas pelo mesmo professor
e foi aplicado um teste (T1) (Apêndice B) de múltipla escolha relacionado à
aula teórica.
Semana 2
Na semana seguinte as turmas foram subdivididas por ordem alfabética,
de forma a constituírem 4 grupos: A1, A2, B1 e B2.
Os alunos das turmas A1 e B2 se dirigiram para o laboratório de
radiologia e executaram exercícios práticos relacionados aos fatores que
interferem na qualidade da imagem radiográfica (Apêndice C) divididos em
grupos de quatro alunos e no final da aula realizaram um teste (T2) (Apêndice
23
D) sobre o tema de fatores. Os alunos das turmas A2 e B1 permaneceram no
laboratório de informática, uma breve apresentação dada e em duplas
exploraram o programa. No final da aula foram submetidos ao teste T2. Os
alunos que aceitaram participar da pesquisa preencheram o termo de
consentimento informado (Anexo A) e responderam um questionário aberto
(Apêndice E) para avaliação do programa.
Semana 3
O mesmo processo da semana 2 foi repetido, invertendo-se as turmas.
Contudo, um novo teste (T3) (Apêndice F) foi aplicado aos alunos.
Com esta inversão das turmas todos os alunos tiveram acesso a todos
os métodos de ensino-aprendizagem que abordavam o tema fatores que
interferem na qualidade da imagem radiográfica, garantindo o principio ético da
beneficência a todos os alunos.
Dos 64 alunos matriculados, dois não aceitaram participar da pesquisa e
quatro faltaram em pelo menos uma das etapas do trabalho, mas foram
considerados nas etapas em que participaram, resultando, portanto em 62
alunos como amostra total do estudo.
O teste T1 fornece uma avaliação quantitativa do aproveitamento da
aula teórica, os testes T2 ou T3 fornecem uma avaliação quantitativa do
aproveitamento do conteúdo após a utilização do programa. Esses resultados
foram submetidos a análises estatísticas descritivas (média e desvio-padrão) e
comparados pelo teste não-paramétrico Kolmogorov-Smirnov.
Com o objetivo de comparar os percentuais de acerto dos testes T1 e T2
de um mesmo aluno, foi utilizado o teste não-paramétrico de Wilcoxon.
Na comparação do percentual de acerto do Teste T2 entre os grupos
(Grupo 1: Aula teórica + Exercícios e Grupo 2: Aula teórica + Programa) por
serem grupos independentes, utilizou-se o teste não-paramétrico Mann-Whitney.
Para a comparação entre os três testes T1, T2 e T3, por serem dados
pareados, foi utilizado o teste não-paramétrico de Friedman.
Para a realização das análises estatísticas considerou-se como variável
o percentual de acertos dos alunos no teste calculado, considerando o número
de acertos do aluno no teste dividido por 5 (5 questões ao todo) e ao final
multiplicado por 100.
24
Para o processamento e análise destes dados foi utilizado o software
estatístico SPSS versão 10.0
O questionário aberto fornece uma avaliação qualitativa dos alunos para
utilização do programa como método auxiliar na aprendizagem. As respostas
obtidas são avaliadas qualitativamente de acordo com a análise de Bardin
(1997), que se situa no grupo dos métodos lógico-semânticos. A organização
da análise de dados ocorre em três momentos: (1) pré-análise ou fase de
organização propriamente dita; (2) exploração do elemento, que consiste
essencialmente em operações de codificação, desconto ou enumeração, em
função de regras previamente formuladas; e (3) tratamento das informações,
na qual são escolhidas as unidades de registro, ou seja, as unidades de
significação para codificar e corresponder aos segmentos de conteúdo a
considerar como unidade base. Os elementos constitutivos serão
categorizados considerando exclusão mútua, homogeneidade, pertinência,
objetivo, fidelidade e produtividade.
5 RESULTADOS
26
5 RESULTADOS
Na tabela 1 encontram-se os dados da comparação entre os testes 1 e 2
de ambas as turmas. Observa-se que da turma que fez os exercícios práticos
após a aula teórica, 8 alunos pioraram, 10 alunos melhoraram e 12 alunos
mantiveram as mesmas notas. Já na turma que utilizou o programa após a aula
teórica, 15 alunos pioraram, 8 melhoraram e 8 alunos mantiveram as mesmas
notas. Com a aplicação do teste Kolmogorov-Smirnow, observa-se que não
houve diferença estatisticamente significante entre o grupo que fez a aula
prática do grupo que utilizou o simulador.
Tabela 1 - Comparação entre o percentual de acerto dos
testes T1 e T2 para cada grupo de estudo
Percentual de Acerto
Alunos % Z P
Grupo Aula Teórica + Exercícios de
Laboratório
T2 < T1 (Pior) 8 26,7 -0,49 0,624
T2 > T1 (Melhor) 10 33,3
T2 = T1 (Igual) 12 40,0
Total 30 100,0
Grupo Aula Teórica + Exercícios de
Informática
T2 < T1 (Pior) 15 48,4 -1,58 0,114
T2 > T1 (Melhor) 8 25,8
T2 = T1 (Igual) 8 25,8
Total 31 100,0
Na tabela 2, o teste de Wilcoxon evidencia que não existe diferença
significativa no percentual de acertos no T2, porém este foi ligeiramente
superior no grupo que participou dos exercícios práticos do que no grupo que
utilizou o simulador.
27
Tabela 2 - Estatísticas descritivas para o percentual de
acertos dos testes T1 e T2 para cada grupo
Comparação Percentual Médio Desvio-padrão
Grupo Aula Teórica +
Exercícios de Laboratório
Teste 1 26,0 20,4
Teste 2 28,0 21,4
Grupo Aula Teórica +
Exercícios de Informática
Teste 1 32,9 21,0
Teste 2 26,5 21,5
Na tabela 3 pode-se observar que o percentual de acertos na seqüência
de testes aumentou, exceto no T2 para as turmas A2 e B1, que utilizaram o
programa de computador na segunda semana da pesquisa, onde o percentual
de acertos diminuiu, embora sem um valor estatisticamente significativo.
Observa-se também que esta turma foi a que obteve o maior percentual de
acertos após a aula teórica.
Tabela 3 - Comparação do percentual de acertos nos testes
T1, T2 e T3 entre os grupos de estudo
Grupo Alunos
Percentual Médio
Desvio-padrão
Z P
Teste 1
Aula teórica A1 e B2 31 27,10 21,01 -0,966 0,334
Aula teórica A2 e B1 31 32,90 21,01
Teste 2
Aula teórica + Exercícios 30 28,00 21,40 -0,794 0,427
Aula teórica + Programa 31 26,45 21,53
Teste 3
Aula teórica + Exercícios 29 59,31 22,35 -0,382 0,703
Aula teórica + Programa 30 55,33 21,45
28
Na tabela 4 está a comparação do percentual de acertos para cada
grupo de estudo em cada um dos momentos do trabalho. Nota-se que os
grupos A1 e B2, que na seqüência realizaram aula teórica, exercícios de
laboratório e por último o programa, aumentaram o percentual de acertos em
cada etapa do trabalho. os grupos A2 e B1, que obtiveram o melhor
desempenho no T1 após a aula teórica, não melhoraram nos acertos.
Tabela 4 - Comparação do percentual de acerto entre os
testes T1, T2 e T3 para cada grupo de estudo
Comparação
Percentual Médio
Desvio-padrão
Estatística do
Teste P
Grupo A1 e B2
Teste 1 27,10
A
21,01 25,83 0,000
Teste 2 28,00
A
21,40
Teste 3 59,31
B
22,35
Grupo A2 e B1
Teste 1 32,90
A
21,01 19,35 0,000
Teste 2 26,45
A
21,53
Teste 3 55,33
B
21,45
Os gráficos 1 e 2 mostram o desempenho de cada aluno nos três testes,
agrupados pelo fato de terem utilizado primeiro a aula prática (Gráfico 1) ou o
programa (Gráfico 2), tendo sido considerados somente os alunos que
participaram de todas as etapas. Nota-se que os alunos de 7, 11, 13, 20, 23,
25 (total de 6 alunos) das turmas A1 e B2 (aula prática) tiveram uma melhora
crescente nos resultados obtidos nos testes com a seqüência de etapas do
trabalho. Nas turmas A2 e B1 (programa) os alunos de 3, 19, 21, 28 (total de
quatro alunos) obtiveram um resultado crescente na seqüência de testes.
29
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Aluno
Percentual de Acerto
T1 T2 T3
Gráfico 1 - Comparação dos valores dos percentuais de acertos para cada
elemento da amostra nos três testes para os grupos A1 e B2
0
20
40
60
80
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
Aluno
Percentual de Acerto
T1 T2 T3
Gráfico 2 - Comparação dos valores dos percentuais de acertos para cada
elemento da amostra nos três testes para os grupos A2 e B1
Na avaliação qualitativa os seguintes resultados foram obtidos nas
respostas dos alunos.
Na questão 1 “Qual conceito você atribui para o programa de
computador utilizado?”, 50 participantes (92,6%) consideraram o programa
ótimo e 4 (7,4%) participantes classificaram o programa como bom.
Nas questões de 2 “Em sua opinião, foi fácil acessar e trabalhar com
o programa?” 3 “O conteúdo teórico (comentário) que aparece com a
30
radiografia foi útil para o aprendizado?”, 4 “Você aprova a formatação do
programa?” e 7 “A linguagem utilizada no programa foi adequada?,” 100%
dos alunos expressaram total aprovação, considerando o programa é fácil de
acessar e trabalhar, útil no aprendizado, com formatação agradável e
linguagem fácil e acessível.
Na questão nº 5 “O programa ajudou a eliminar dúvidas que surgem com
o estudo do tema?”, 49 alunos (90,8%) responderam que sim, o programa
ajuda a tirar as dúvidas da aula teórica; um aluno (1,8%) respondeu que o
programa é útil para resolver as dúvidas, mas com a presença do professor;
dois alunos (3,7%) não responderam; um aluno (1,8%) relatou que havia
muitas imagens e poderia confundir quem não tem experiência no assunto; um
aluno (1,8%) refere que o programa tira algumas dúvidas, mas não elimina
todas elas.
Na questão 6 “Você gostou do tema abordado?” 50 alunos (92,8%)
responderam que sim, gostaram do tema abordado, um aluno (1,8%)
respondeu que o tema é complexo, mas da forma como foi abordado ficou mais
claro; um aluno (1,8%) respondeu que deveria haver mais ícones; um aluno
(1,8%) respondeu que é “bacana” entender este tema com esta proposta
didática; e outro aluno (1,8%) que assim é um modo prático de entender este
tema.
Na questão 8 “O fato de poder acessar o programa pela Internet a
qualquer hora traz segurança para o aluno?” 50 (92,8%) alunos responderam
que acessar o programa por Internet ou ter disponível por 24 horas traz
segurança; um aluno (1,8%) respondeu que talvez; um aluno (1,8%) disse que
sim até para profissionais; outro aluno (1,8%) respondeu que para uns pode
ajudar e para outros não, depende como o aluno gosta de estudar; um aluno
(1,8%) respondeu com certeza pois a matéria é abstrata.
A questão nº 9 “Em sua opinião qual a melhor combinação para o estudo
do tema abordado?” foi a que gerou maior diversidade de respostas, 5 alunos
(9,3%) não responderam; 2 alunos (3,7%) preferem utilizar livro; 2 alunos
(3,7%) responderam programa e livro; 1 aluno (1,8%) respondeu Internet e
livro; 1 aluno (1,8%) polígrafo; 3 alunos (5,5%) responderam programa; 3
(5,5%) responderam programa e aula teórica; 3 alunos (5,5%) responderam
programa no momento da aula teórica; 2 alunos (3,7%) programa e aula prática
31
no laboratório de radiologia; 4 alunos (7,4%) responderam teórica e prática; 2
alunos (3,7%) responderam utilizar mais o programa; 1 (1,8%) mais trabalhos e
exercícios; 7 alunos (12,9%) teórica e acesso ao programa em casa; 3 alunos
(5,5%) gostariam de ter um questionário ou exercícios para acompanhar junto
com o programa; 3 alunos (5,5%) aulas práticas; 1 (1,8%) aluno acrescentar
acidentes radiográficos (anatômicos) no programa; 6 alunos (11,1%) colocaram
combinação de fatores; 1 (1,8%) todas as formas de estudo o válidas; 1
(1,8%) atividades que se possa ver e o imaginar; 1 (1,8%) fotos e textos; 1
(1,8%) abordar mais todos os conceitos integrados e utilizar na pratica; 1
(1,8%) programa associado a radiografias convencionais.
Na questão de nº 10 “O que você sugere para melhorar o programa?” 4
alunos (7,4%) responderam modificar a região radiografada por exemplo
incisivos; 3 (5,5%) alunos nada; 1 aluno (1,8%) ter acesso em casa; 8 (14,8%)
não responderam; 1 aluno (1,8%) mais tópicos com diferentes acidentes
anatômicos; 12 alunos (22,2%) responderam que está bom como foi feito; 5
alunos (9,2%) responderam que o programa está ótimo assim; 2 (3,8%) ter
programa de outros temas de radiologia; 5 alunos (9,2%) mais explicações
teóricas; 1 aluno (1,8%) colocar a diferença entre processamento manual e
automático; 1 (1,8%) diversificar comentários; 5 (9,2%) mais opções de testes;
3 (5,5%) calibrar os ajustes de brilho do monitor; 1 (1,8%) simular como colocar
o filme na boca; 1 (1,8%) mostrar angulagens e incidências; 1 (1,8%) adicionar
erros de angulagem e ponto de incidência.
6 DISCUSSÃO
33
6 DISCUSSÃO
A utilização do programa não incrementou significativamente o número
de acertos nos testes realizados pelos alunos. Contudo, o método foi
considerado muito bom, pois segundo os estudantes é uma opção estimulante
para o aprendizado. Vários alunos sugeriram espontaneamente que o método
fosse aplicado a outros temas da radiologia, com ênfase em técnica
radiográfica e anatomia. Este resultado positivo quanto à opinião dos alunos
está de acordo com a grande maioria dos estudos encontrados na literatura,
nos quais os aplicativos de EAC são considerados positivos na avaliação dos
alunos, apesar de não resultarem em melhora quantitativa nos processos de
avaliação formal (WENZEL; GOTFREDSEN, 1997; QUINN et al., 2003; ALY et
al., 2003; BOTELHO, 2001; HALSTED et al., 2005; IMBER et al., 2003; Al-RAWI
et al., 2007; HOWERTON et al., 2002; HOWERTON et al., 2004; TOWBIN et
al., 2007).
Resultados significativos foram encontrados em alguns poucos estudos,
como o de Stiller et al. (1993), Bogacki et al. (2004), Ávila (2004), o que
estimula a busca de novas formas de se chegar ao aluno e incitar seu
interesse.
Os resultados quantitativos são os mais comuns encontrados para
tabular e validar estudos em pesquisas. Somente na última década, as
pesquisas qualitativas tornaram-se bem aceitas pelos periódicos na área da
saúde. Antigamente, pesquisadores tinham os manuscritos quando baseados
em avaliações qualitativas, considerados estudos o-científicos. Realizações
referentes a pesquisas qualitativas têm sido crescentes no campo da saúde
(TURATO, 2005).
O fato da diminuição do numero de acertos nos testes após a utilização
do programa, nesta pesquisa, pode estar relacionado aos testes aplicados. As
questões foram de caráter especificamente teórico abordando conceitos
abstratos, além do numero de questões ser relativamente pequeno (total de
cinco questões). Os alunos não foram avisados de nenhum dos testes e,
portanto não foi solicitado estudo prévio para as semanas seguintes a aula
teórica.
34
O programa oferece uma simulação da atividade clinica, reforçando a
melhor escolha de combinações na execução do exame. A finalidade é levar o
aluno a obter qualidade de imagem com a menor exposição à radiação para o
paciente. Talvez testes com questões mais práticas e a instrução para estudo
prévio a avaliação teórica mostrariam resultados de acertos mais altos. Em vez
de ser capaz de lembrar e repetir informações, a pessoa deve ser capaz de
encontrá-las e usá-las.
È importante ser realista sobre a quantidade de tempo que se leva para
a aprendizagem de assuntos complexos (BRANSFORD et al., 2007), testes em
longo prazo possibilitariam uma melhor investigação da eficácia do ensino
simultâneo - ensino tradicional e o uso de programas para auxiliar os alunos
a alcançarem pleno potencial de aproveitamento.
A aula teórica e o acompanhamento dos alunos no laboratório de
informática foram executados pelo mesmo professor, mas o acompanhamento
dos alunos no laboratório para a realização de atividades práticas foi realizado
por uma equipe de professores mais experientes, o que pode ter influenciado
na melhora de resultados após a aula prática.
Na conversa informal realizada no laboratório de informática, após a
utilização do programa, os alunos se mostraram confiantes na escolha de
combinações para executar uma radiografia.
Todos os alunos da amostra se mostraram totalmente aptos ao uso do
computador, com grande facilidade em interagir com a linguagem do programa.
Essa familiaridade do estudante no uso da informática tende somente a crescer
diante da intensa implementação de tecnologia no dia a dia da população e na
educação desde o ensino fundamental. Portanto, a habilidade no uso do
computador está deixando de ser um empecilho para a utilização de programas
interativos e cursos on line no processo de ensino-aprendizagem, o que ocorria
ainda no final do século XX, quando as habilidades para o uso da informática
entre alunos variavam de forma aleatória (MATTHEOS et al., 2002).
Walmsley et al. (2003) observaram a preocupação dos professores de
odontologia com a tendência dos alunos em diminuir a busca de
conhecimentos na literatura devido ao crescimento do uso de material pronto
disponibilizado na internet. Cerca de 10% dos alunos que participaram deste
estudo acreditam que a melhor forma de aprender é associar o uso do
35
programa com literatura pertinente. Hoje, no Rio Grande do Sul, o acesso a
informações pela internet parece mais rápido, fácil e barato, já que muitas
vezes as bibliotecas das universidades possuem poucos exemplares
atualizados disponíveis para consultas e os livros têm um alto custo para
aquisição. Além disso, a velocidade de atualização das informações é tão
rápida que as publicações ficam desatualizadas em curto espaço de tempo.
Sendo assim, a busca de conhecimentos na internet não deve ser uma
preocupação, mas sim uma forma complementar de efetiva construção de
conhecimento, bastando o aluno estar preparado para saber filtrar as
informações e desenvolver senso crítico.
Este tipo de ferramenta de estudo, assim como cursos pela internet que
suplementam o ensino tradicional (EYNON et al., 2003) trazem o benefício, a
comodidade e segurança de poderem ser acessados do local de preferência do
aluno e a qualquer hora reforçar ou disponibilizar informações que o aluno não
entendeu ou esqueceu.
De acordo com Simone Rodrigues Batista, que leciona Novas
Tecnologias em Comunicação e Educação no Centro Universitário Mont Serrat
(Unimonte), a escola não pode insistir somente nas metodologias tradicionais.
‘‘É o que acontece em muitos lugares, porque nem todas as escolas têm os
recursos ou nem todos os professores estão preparados para trabalhar com
novas tecnologias’’, constata. ‘‘Não adianta pegar um menino do mundo de
hoje e insistir em questionários, ponto na lousa, porque a aula não terá
significado para ele’’, finalizou.
7 CONCLUSÃO
37
7 CONCLUSÃO
No presente estudo o aplicativo de ensino assistido por computador não
contribuiu para a melhora quantitativa das avaliações, mas foi amplamente
aprovado pelos estudantes que participaram da pesquisa.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
39
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APÊNDICES
45
APÊNDICE A
Textos explicativos de cada imagem, imagens digitalizadas de todas
as combinações e algumas telas do programa .
D 50 20 06 Imagem excessivamente clara, sem valor diagnóstico. Filme de
sensibilidade D requer tempo de exposição mais alto, o que vai contra os
princípios de radioproteção. Experimente um filme mais sensível.
D 50 20 08 Imagem muito clara. Filme de sensibilidade D requer tempo de exposição
mais alto, o que vai contra os princípios de radioproteção. Experimente um
filme mais sensível.
D 50 20 1 Imagem clara. Empregando baixa kV e filme menos sensível, o tempo de
exposição deve ser excessivamente alto, o que vai contra os princípios de
radioproteção. Experimente um filme mais sensível.
D 50 20 1,5 Imagem de boa qualidade. A combinação de baixa kV com filme menos
sensível requer tempo de exposição excessivamente alto, o que vai contra
os princípios de radioproteção. Observe como o detalhe é melhor do que
quando se usa filmes E ou F. Contudo, as informações importantes para o
diagnóstico não são perdidas.
D 50 40 06 Imagem excessivamente clara, sem valor diagnóstico. Empregando baixa
kV, distância focal aumentada e filme menos sensível o tempo de exposição
deve ser excessivamente alto, o que vai contra os princípios de
radioproteção. Experimente um filme mais sensível ou diminua a distância
focal.
D 50 40 08 Imagem excessivamente clara, sem valor diagnóstico. Empregando baixa
kV, distância focal aumentada e filme menos sensível o tempo de exposição
deve ser excessivamente alto, o que vai contra os princípios de
radioproteção. Experimente um filme mais sensível ou diminua a distância
focal.
D 50 40 1 Imagem excessivamente clara, sem valor diagnóstico. Empregando baixa
kV, distância focal aumentada e filme menos sensível o tempo de exposição
deve ser excessivamente alto, o que vai contra os princípios de
radioproteção. Experimente um filme mais sensível ou diminua a distância
focal.
D 50 40 1,5 Imagem muito clara, que deve ser repetida. Empregando baixa kV,
distância focal aumentada e filme menos sensível o tempo de exposição
deve ser excessivamente alto, o que vai contra os princípios de
radioproteção. Experimente um filme mais sensível ou diminua a distância
focal.
D 70 20 06 Imagem ligeiramente clara. Na prática não necessitaria ser repetida, porém
poderia dificultar a avaliação de lesões de cárie proximal.
D 70 20 08 Imagem de boa qualidade. Observe como o contraste é melhor do que
quando se usa filmes E ou F. Contudo, raios X de menor potência são mais
absorvidos pelo paciente. Na prática, recomenda-se o uso de filmes mais
sensíveis, de maneira a diminuir o tempo de exposição.
D 70 20 1 Imagem ligeiramente escura. Na prática não necessitaria ser repetida,
porém poderia dificultar a avaliação das cristas alveolares.
D 70 20 1,5 Imagem escura. O tempo de exposição é excessivamente alto nesta
distância, mesmo para um filme de baixa sensibilidade.
D 70 40 06 Imagem muito clara. Lembre-se: este é um filme menos sensível.
Experimente diminuir a distância focal.
D 70 40 08 Imagem muito clara, que na prática deveria ser repetida. Experimente
diminuir a distância focal.
46
D 70 40 1 Imagem ligeiramente clara. A combinação de filme menos sensível com
grande distância focal implica em aumentar o tempo de exposição, o que
vai contra os princípios de radioproteção.
D 70 40 1,5 Imagem de boa qualidade, porém o tempo de exposição é excessivo.
Experimente usar um filme mais sensível ou diminuir a distância focal,
adequando o tempo de exposição.
E 50 20 06 Imagem muito clara. O tempo de exposição, neste caso, deveria ser maior.
Porém, isto vai contra os princípios de radioproteção. Experimente
aumentar a kV.
E 50 20 08 Imagem ligeiramente clara. Para reduzir ainda mais o tempo de exposição e
melhorar a qualidade da imagem é indicado o uso de aparelho com maior
potência.
E 50 20 1 Imagem de boa qualidade. Observe como o detalhe é menor do que quando
se usa filme D. Contudo, filmes menos sensíveis requerem maior
quantidade de raios X, o que vai contra os princípios de radioproteção.
E 50 20 1,5 Imagem aceitável para o diagnóstico, porém ligeiramente escura.
Experimente maior kV e observe como é possível reduzir o tempo de
exposição.
E 50 40 06 Imagem inaceitável para o diagnóstico, por estar pouco densa. Veja o que
acontece com a imagem se a distância focal for diminuída ou a kV
aumentada.
E 50 40 08 Imagem inaceitável para o diagnóstico, por estar muito clara. Veja o que
acontece com a imagem se a distância focal for diminuída ou a kV
aumentada.
E 50 40 1 Imagem muito clara, mesmo com alto tempo de exposição e filme mais
sensível. Experimente diminuir a distância focal ou usar maior kV.
E 50 40 1,5 Imagem ligeiramente clara, mas que na prática não implicaria em repetição.
Grande distância focal não está indicada em combinação com aparelho de
baixa potência.
E 70 20 06 Imagem de excelente qualidade e com todos os fatores adequados à
radioproteção.
E 70 20 08 Imagem ligeiramente escura. Contudo, na prática não implicaria em
repetição. Porém, em termos de radioproteção, menor tempo de exposição
poderia ser empregado.
E 70 20 1 Imagem muito escura. Tente corrigir a densidade da imagem, lembrando
que está usando filme mais sensível e aparelho de maior potência.
E 70 20 1,5 Imagem excessivamente densa, inaceitável para o diagnóstico. Tente
corrigir a densidade da imagem, lembrando que está usando filme mais
sensível e aparelho de maior potência. Avalie o efeito do tempo de
exposição e da distância focal.
E 70 40 06 Imagem muito clara. Veja o que acontece se a distância focal for diminuída.
E 70 40 08 Imagem ligeiramente clara, porém aceitável para o diagnóstico. Veja o que
acontece se a distância focal for diminuída.
E 70 40 1 Imagem de boa qualidade. O que ainda poderia ser melhorado em termos
de radioproteção?
E 70 40 1,5 Imagem ligeiramente escura. Contudo, na prática não implicaria em
repetição. Porém, em termos de radioproteção, menor tempo de exposição
poderia ser empregado.
F 50 20 06 Imagem muito clara. Experimente aumentar a kV.
F 50 20 08 Imagem ligeiramente clara. Para reduzir ainda mais o tempo de exposição e
melhorar a qualidade da imagem é indicado o uso de aparelho com maior
potência.
F 50 20 1 Imagem de boa qualidade. Observe como o detalhe é menor do que quando
se usa filme D. Contudo, filmes menos sensíveis requerem maior
47
quantidade de raios X, o que vai contra os princípios de radioproteção.
F 50 20 1,5 Imagem aceitável para o diagnóstico, porém ligeiramente escura.
Experimente reduzir o tempo de exposição.
F 50 40 06 Imagem inaceitável para o diagnóstico, por estar pouco densa. Veja o que
acontece com a imagem se a distância focal for diminuída ou a kV
aumentada. Estes fatores estariam corretos se o filme fosse submetido a
processamento automático?
F 50 40 08 Imagem inaceitável para o diagnóstico, por estar muito clara. Veja o que
acontece com a imagem se a distância focal for diminuída ou a kV
aumentada.
F 50 40 1 Imagem muito clara, mesmo com alto tempo de exposição e filme mais
sensível. Experimente diminuir a distância focal ou usar maior kV. Observe
que, em função do processamento manual do filme F, o resultado é
semelhante com filme E
F 50 40 1,5 Imagem ligeiramente clara, mas que na prática não implicaria em repetição.
Grande distância focal não está indicada em combinação com aparelho de
baixa potência.
F 70 20 06 Imagem de excelente qualidade e com todos os fatores adequados à
radioproteção.
F 70 20 08 Imagem ligeiramente escura. Contudo, na prática não implicaria em
repetição. Porém, em termos de radioproteção, menor tempo de exposição
poderia ser empregado.
F 70 20 1 Imagem muito escura. Tente corrigir a densidade da imagem, lembrando
que está usando filme mais sensível e aparelho de maior potência.
F 70 20 1,5 Imagem excessivamente densa, inaceitável para o diagnóstico. Tente
corrigir a densidade da imagem, lembrando que está usando filme mais
sensível e aparelho de maior potência. Avalie o efeito do tempo de
exposição e da distância focal.
F 70 40 06 Imagem muito clara. Veja o que acontece se a distância focal for diminuída.
F 70 40 08 Imagem ligeiramente clara, porém aceitável para o diagnóstico. Veja o que
acontece se a distância focal for diminuída.
F 70 40 1 Imagem de boa qualidade. O que ainda poderia ser melhorado em termos
de radioproteção?
F 70 40 1,5 Imagem ligeiramente escura. Contudo, na prática não implicaria em
repetição. Porém, em termos de radioproteção, menor tempo de exposição
poderia ser empregado.
48
49
50
51
52
APÊNDICE B
TESTE T1
1. Qual o principal fator no controle da densidade?
a. kV
b. Distância focal
c. mA
d. Colimação
e. Processamento do filme
2. Quanto maiores os cristais de prata do filme radiográfico
a. maior a sensibilidade do filme e menor o tempo de exposição necessário
b. maior a sensibilidade do filme e maior o tempo de exposição necessário
c. menor a sensibilidade do filme e menor o tempo de exposição necessário
d. menor a sensibilidade do filme e maior o tempo de exposição necessário
e. NDA
3. Diminuindo a distância foco-filme
a. aumenta a quantidade de exposição à radiação para o paciente
b. diminui o tempo de exposição da radiografia
c. as duas alternativas anteriores estão corretas
d. aumenta a mA e o contraste
e. diminui o contraste e a densidade
4. Aumentando a kV do aparelho
a. aumenta-se a quantidade de raios X
b. passa maior quantidade de luz pela radiografia
c. aumenta a graduação de nuances entre o branco e preto
d. melhora a qualidade da radiografia
e. escurece a radiografia, mas aumenta o brilho.
5. A densidade é um dos princípios fotográficos da imagem responsável
a. pelas diferenças entre os tons de cinza
b. pela nitidez e detalhe da imagem
c. por diminuir o tempo de exposição da radiografia
d. por dificultar a interpretação da cárie dentária
e. pela capacidade de deixar passar ou não a luz
53
APÊNDICE C
ATIVIDADE PRÁTICA EM LABORATÓRIO
TEMA: TÉCNICA E PROCESSAMENTO RADIOGRÁFICO
MATERIAL NECESSÁRIO: 1 dente incisivo (cedido pela disciplina); cera utilidade (cedida
pela disciplina); 3 filmes radiográficos número 2 (material do aluno); cronômetro (material do
aluno); colgadura múltipla (material do aluno); montagem plástica (material do aluno).
ATIVIDADE:
1- posicionar o dente com cera utilidade com um ângulo de aproximadamente 45
0
sobre o filme
radiográfico (conforme esquema). Apoiar o conjunto sobre a cadeira odontológica. Direcionar o
cilindro localizador do aparelho com o feixe central perpendicularmente e centralizado ao filme
a uma distância de 10 cm, selecionar tempo de exposição em 0,2s e disparar.
2- trocar o filme, direcionar raio central centralizado no filme e perpendicular ao dente e repetir
a operação com 0,5 s de tempo de exposição.
3- trocar o filme, direcionar o raio central perpendicular à bissetriz do ângulo formado entre o
longo eixo do dente e o filme, centralizado no filme, selecionar tempo de exposição de 0,5s,
afastar o cabeçote do aparelho em 20cm e disparar.
4- realizar o processamento radiográfico de acordo com o método temperatura-tempo.
5- armazenar as radiografias na montagem plástica.
RESPONDER
1- Comparando as três imagens obtidas, o que aconteceu em cada uma delas? (considerar
tamanho do dente e densidade da imagem).
54
APÊNDICE D
TESTE T2
1. Qual o principal fator que determina a densidade de uma radiografia?
a. mAs
b. kV
c. distância foco filme
d. tipo de filme
e. qualidade do feixe de raios X
2. Como você muda o contraste de uma radiografia de escala longa para uma de escala
curta e ainda mantêm a densidade?
a. diminui o kVp e aumenta o mAs
b. diminui o kVp e diminui o mAs
c. aumenta o kVp e diminui o mAs
d. aumenta o kVp e aumenta o mAs
e. NDA
3. O grau de escurecimento da radiografia intrabucal é determinada
a. pela quantidade de raios X
b. pela penetração dos raios X
c. pelo número atômico dos raios X
d. pela qualidade dos raios X
e. pela distância entre os raios X
4. Em qual das situações abaixo o paciente recebe maior exposição aos raios X?
a. radiografia de baixa densidade
b. radiografia de alto contraste
c. aumento ao dobro da distância foco filme
d. utilização de filme radiográfico tipo F
e. nenhuma das alternativas anteriores, pois os fatores elétricos do aparelho não
podem ser alterados.
5. O principal responsável pelos diferentes tons de cinza da radiografia é:
a. Sensibilidade do filme escolhido
b. tamanho dos cristais de halogenado de prata
c. distância foco filme
d. penetração dos raios X
e. duplicação da imagem
55
APÊNDICE E
Avaliação Qualitativa: Questionário aberto.
1) Qual conceito você atribui para o programa de computador utilizado?
2) Em sua opinião, foi fácil acessar e trabalhar com o programa?
3) O conteúdo teórico (comentário) que aparece com a radiografia foi útil para o
aprendizado?
4) Você aprova a formatação do programa?
5) O programa ajudou a eliminar dúvidas que surgem com o estudo do tema?
6) Você gostou do tema abordado?
7) A linguagem utilizada no programa foi adequada?
8) O fato de poder acessar o programa pela internet a qualquer hora traz segurança para o
aluno?
9) Em sua opinião qual a melhor combinação para o estudo do tema abordado?
10) O que você sugere para melhorar o programa?
56
APÊNDICE F
TESTE T3
1) A densidade da radiografia intrabucal indica:
a. a sensibilidade do filme
b. o grau de escurecimento do filme
c. a diferença entre densidades
d. a quilovoltagem utilizada
e. NDA
2) Uma radiografia de qualidade deve apresentar:
a. alto contraste, alta densidade e pouco brilho
b. baixo contraste, alta densidade e alta nitidez
c. contraste e densidade médios e muito brilho
d. contraste e densidade médios e alta nitidez
e. NDA
3) Nas clínicas do Curso de Odontologia da ULBRA Canoas utiliza-se 0,4 segundos de
exposição para radiografar dentes posteriores e 0,32 segundos para anteriores. Porque
diminuímos o tempo de exposição na região anterior?
a. na região anterior a curvatura da arcada dentária aumenta a distância foco
filme
b. na região anterior o filme fica levemente curvado aumentando o tamanho
dos cristais de prata
c. na região anterior modificam-se as características físicas das estruturas
radiografadas
d. na região anterior necessitamos menor densidade e alto contraste
e. na região anterior necessitamos menor densidade e baixo contraste
4) Marque os fatores que podem afetar o contraste da imagem.
a. kV
b. mA e tempo de exposição
c. kV e tipo de filme
d. kV, mA e tempo de exposição
e. kV, tipo de filme e distância focal
5) Marque os fatores que podem alterar a densidade da imagem.
a. kV, mA, tempo de exposição
b. kV, mA, tempo de exposição, distância foco filme
c. mA, tempo de exposição, distância foco filme.
d. mA, tempo de exposição.
e. kV, mA, tempo de exposição, distância foco filme, tipo de filme
ANEXOS
58
ANEXO A
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