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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
CURSO DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
NÍVEL: MESTRADO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ENDODONTIA
ANÁLISE DO ACÚMULO DE RESÍDUOS EM LIMAS
ENDODÔNTICAS CONSIDERANDO A TÉCNICA E O
NÚMERO DE USOS NO PREPARO DE
CANAIS RADICULARES
DANIELA TRINDADE SARI
CANOAS - RS
2005
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DANIELA TRINDADE SARI
ANÁLISE DO ACÚMULO DE RESÍDUOS EM LIMAS
ENDODÔNTICAS CONSIDERANDO A TÉCNICA E O
NÚMERO DE USOS NO PREPARO DE
CANAIS RADICULARES
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Odontologia do Curso de
Odontologia da Universidade Luterana do Brasil
como requisito final para obtenção do título de
Mestre em Endodontia.
Orientador: Prof. Dr. Elias P. Motcy de Oliveira
CANOAS - RS
2005
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“Porque um dia é preciso parar de sonhar,
tirar os planos das gavetas e,
de algum modo começar...”
Aos meus amados pais, Adimiro e Maria Zélia, que me
oportunizaram a vida, que me amaram de forma
incondicional, ensinaram-me valores como respeito,
honestidade, seriedade, humildade e, incentivaram-me,
sempre, sem medir esforços, para que eu fosse em
busca de meus sonhos... Eu agradeço e dedico a eles
esta conquista.
Ao meu irmão Marcos, companheiro de uma vida, meu
artista preferido, sempre muito atento e aberto ao diálogo
em todos os momentos que necessitei...
Ao Guilherme, meu irmão caçula, sempre disponível,
com aquele sorriso meigo e alegre que lhe é peculiar,
tornando mais fácil tudo aquilo que parecia difícil...
Amo vocês!!!
AGRADECIMENTO ESPECIAL
“...e, para se chegar, aonde quer que seja,
aprendi que não é preciso dominar a força,
mas a razão.
É preciso, antes de mais nada, querer...”
Ao meu orientador Prof. Dr. Elias Pandonor Motcy de Oliveira que,
acima de tudo, é um exemplo de orientador a ser seguido. Sua
seriedade, disponibilidade e serenidade tornam o desenrolar do
trabalho muito mais tranqüilo.
Ao final desta trajetória, posso dizer que aprendi muito de pesquisa, muito
da “arte de ensinar”, da valorização do trabalho em equipe e, entre
outros ensinamentos, um pouco mais da vida nestes dois anos de
convívio...
Muito obrigada pela paciência, confiança e
amizade conquistadas ao longo deste
período...
AGRADECIMENTOS AOS COLABORADORES
“....algo superior e poderoso que torna os homens diferentes
dos animais e que os faz resistir além de suas forças,
alcançar limites acima do possível: a vontade...”
Ao Prof. Dr. José Antônio Poli de Figueiredo, que me acompanha
desde a graduação na PUC/RS, pela dedicação, pela seriedade,
pelo entusiasmo com o qual me fez aprender Endodontia e a todos
que têm a oportunidade de tê-lo como professor. Muito obrigada
pelo carinho, pelo apoio e incentivo dispensados...Admiro muito a
forma honesta, sensível, e humana com a qual encaras a vida...
Obrigada por fazer parte da minha trajetória...
Ao Prof. Dr. Fernando Branco Barletta, pelo incentivo constante, pela
responsabilidade, pela disponibilidade imediata a tudo que lhe é
solicitado, pela humildade em repassar suas experiências, pela
confiança depositada naqueles em quem acredita, pela valorização
do espírito de equipe e pela afetividade e humanidade que lhe são
peculiares...
À minha colega e amiga Nicole Rahde que me acompanha desde que
ingressamos no Aperfeiçoamento de Endodontia na ABO/RS, logo
após no ingresso ao Mestrado... Obrigada, pela confiança em mim
depositada, pela cumplicidade, pela disponibilidade e pela amizade
sincera que construímos ao longo desta “trajetória endodôntica...
Ao meus professores de pós-graduação e, agora colegas e amigos da
ABO/RS, Prof. Dr Ilson Soares, Profa. Dra. Lilian Neuvald e
Profa. Jussara Mallmann, por terem contribuído para desmistificar
certos “mistérios endodônticos, pelos grandes ensinamentos, pelo
apoio e incentivo...Por confiar e me oportunizar uma experiência
docente que muito m contribuindo para o meu crescimento
profissional...
Dedico muito a vocês o meu amor pela Endodontia...
Muito obrigada!!!
V
Ao Prof. Dr. José Rosito Coiro, responsável pelo Laboratório de
Microscopia Eletrônica da Ulbra e aos técnicos, Leandro, Sabrina e
Carlos Barboza, meus agradecimentos pela dedicação dispensada,
tornando possível a realização deste estudo.
Às colegas e amigas, Ana Paula Viegas e Carolina Troian, pela
disponibilidade e seriedade em examinar as eletromicrografias
deste estudo.
Ao Prof. Dr. José Rosito Coiro, responsável pelo Laboratório de
Microscopia Eletrônica da Ulbra e aos técnicos, Leandro,
Sabrina e Carlos Barboza, meus agradecimentos pela dedicação
dispensada, tornando possível a realização deste estudo.
Ao Prof. Marcos Vinícius Só, pelo incentivo, apoio, disponibilidade e
parceria ao longo destes dois anos.
Ao colega de consultório e amigo Ruy Teichert Filho, pela disponibilidade
e empenho na realização das imagens solicitadas durante o
decorrer deste curso.
À minha secretária, Adriana, pela responsabilidade, seriedade e
honestidade com a qual encarara o seu trabalho, pelo apoio e
dedicação em todos os momentos em que foi solicitada e, que em
muito colaborou com a realização deste trabalho.
À FKG Dentaire, em especial ao Elton pela disponibilidade em facilitar
aquisição das limas endodônticas utilizadas neste estudo.
À Profa. Simone Echevest, pelo empenho dispensado durante a
realização da análise estatística.
À Profa. Josemary Poli, pela atenção dedicada na revisão de português
e apresentação desta dissertação.
AGRADECIMENTOS AOS AMIGOS
“....às vezes, o risco é a chance
de se superar em alguma atividade...”
Aos colegas e amigos de mestrado Ana, Carô, Déa, Dani, Max, Cláudia,
Charlito, Marilin e Gláucia pela convivência, pela amizade, pelo
apoio e incentivo, pelas experiências compartilhadas e pelo espírito
de equipe permitindo que estes dois anos se tornassem muito mais
agradáveis.
Aos amigos e colegas Patrícia Kopper, Tartarotti 2004, Helena Filippini,
e Fabiana Vier pelo apoio e incentivo, pelo carinho e parceria
sempre dispensada aos seus sucessores.
Às minhas grandes amigas, Carolina, Bianca, Dani, Cristiane, Carla e
Alessandra pela amizade e cumplicidade profundas e pelo apoio e
incentivo em todos os momentos vividos ao longo da minha vida.
A todos que, enfim, de alguma forma, colaboraram para tornar mais este
sonho possível!!!
“....os segredos dos projetos brilhantes estão
exatamente em encontrar soluções óbvias e simples.
Estas soluções são as mais difíceis...”
Amyr Klink
Cem dias entre o céu e o mar
RESUMO
Definição do problema: O objetivo desse estudo foi avaliar, in vitro, através da
Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), o acúmulo de resíduos na parte
ativa das limas endodônticas, considerando a técnica empregada (manual x
mecanizada rotação alternada) e o número de usos das mesmas no preparo
de canais radiculares.
Materiais e métodos: Foram utilizados sessenta dentes humanos extraídos
unirradiculares e vinte caixas de limas de aço inoxidável, de 21mm, da 1°rie
que foram divididas em grupos experimentais de acordo com a técnica de
preparo a ser utilizada e o número de usos. As limas passaram por
procedimentos de limpeza antes, durante e após o preparo dos canais
radiculares, sendo submetidas a quatro usos e os calibres examinados foram
os de n° 15, 30 e 40. Esse estudo constou, ainda, de dois grupos controle
(positivo e negativo). As eletromicrografias obtidas da imagem das limas na
MEV foram examinadas por dois especialistas em Endodontia, treinados e
calibrados, que lhes atribuíram escores predeterminados, de acordo com a
quantidade de resíduos presente na parte ativa das limas endodônticas. A
análise estatística foi realizada através dos testes não-paramétricos de Mann-
Whitney e Prova de Friedman.
Resultados: Os resultados demonstraram que houve o acúmulo crescente de
resíduos do 1° ao 3° uso e um decréscimo desses escores de sujidade do 3°
para o 4° uso, tanto na análise quanto na técnica empregada, como para o
número de usos.
Conclusões: A permanência de resíduos na parte ativa das limas
endodônticas, considerando o número de usos foi progressivo do 1° ao 3° uso,
diminuindo do 3° para o 4° uso tanto na técnica manual como na técnica
mecanizada. Independente do número de usos das limas endodônticas e da
técnica de preparo, o processo de limpeza adotado não proporcionou uma
remoção completa dos resíduos de sua parte ativa.
Palavras - chave: Endodontia, biossegurança, limas endodônticas, limpeza de
limas
ABSTRACT
Study description: The aim of this study was to evaluate, in vitro, under a
Scanning Electron Microscope (SEM) the residue built-up on the tip of
endodontic files considering both hand and alternate rotary mechanical
preparation methods and the number of times used in the instrumentation of
root canals.
Materials and methods: Sixty single-rooted extracted human teeth and twenty
cartridges of 21mm-stainless steel files from the first series of sizes were
divided into experimental groups according to the preparation method and
number of times used. Files were cleaned before, during, and after
instrumentation of the root canals and used four times. The instruments
examined were sizes 15, 30 and 40. This study was also made up of two control
groups (positive and negative). The electromicrographs of the files under the
Scanning Electron Microscope (SEM) were examined by two trained, calibrated
endodontists who rated them according to pre-determined scores for the
amount of residue present on the tip of the file. The Mann-Whitney and
Friedman’s Proof non-parametric tests were used in the statistical analysis.
Results: The results showed that there was a growing residue build-up from
the 1st to the 3rd use and a decrease in the scores from the 3rd to the 4th use
both in the analysis of the method employed and the number of times used.
Conclusions: The permanency of residue on the tip of endodontic files
considering the number of times used increased from the 1st to the 3rd use and
decreased from the 3rd to the 4th use both in hand and mechanical methods.
Regardless of the number of times endodontic files were used and preparation
method employed, the cleaning process removed inadequately the residue from
the tip.
Key words: Endodontics, biosafety, endodontic files, file cleaning
.
SUMÁRIO
RESUMO.........................................................................................................VIII
ABSTRACT.......................................................................................................IX
LISTA DE FIGURAS........................................................................................XII
LISTA DE QUADROS E TABELAS ............................................................... XIII
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS....................................XIV
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................... 7
2.1 MICROORGANISMOS................................................................................ 8
2.2 CONTROLE DE INFECÇÃO....................................................................... 9
2.3 BIOSSEGURANÇA ................................................................................... 11
2.3.1 Esterilização ........................................................................................... 17
2.3.1.1 Métodos de Esterilização .................................................................... 18
2.3.1.2 Preparo do Material para a Esterilização............................................. 21
2.4 CONTROLE DE INFECÇÃO EM ENDODONTIA...................................... 22
2.4.1 Limpeza de Limas Endodônticas antes do seu Primeiro Uso em
Pacientes.............................................................................................. 26
2.4.2 Limpeza de Limas Endodônticas durante o Atendimento ao
Paciente................................................................................................ 31
2.4.3 Limpeza de Limas Endodônticas após o Atendimento do
Paciente................................................................................................ 35
2.5 INSTRUMENTOS ENDODÔNTICOS........................................................ 41
2.6 TÉCNICAS DE PREPARO DO CANAL RADICULAR............................... 43
2.7 CAPACIDADE DE CORTE........................................................................ 44
XI
2.8 PEÇAS MECANIZADAS ........................................................................... 47
3 PROPOSIÇÃO............................................................................................. 51
4 METODOLOGIA .......................................................................................... 53
4.1 LOCAL DE DESENVOLVIMENTO DA PARTE EXPERIMENTAL ............ 54
4.2 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS..................................................................... 54
4.3 SELEÇÃO DO MATERIAL ........................................................................ 54
4.3.1 Preparo e Seleção dos Dentes ............................................................ 54
4.3.2 Seleção das Limas Endodônticas....................................................... 55
4.3.3 Seleção do Dispositivo para a Técnica Mecanizada ......................... 56
4.4 SELEÇÃO DA TÉCNICA DE PREPARO DOS CANAIS
RADICULARES........................................................................................ 56
4.5 DEFINIÇÃO DOS GRUPOS EXPERIMENTAIS........................................ 56
4.6 PREPARO DAS LIMAS ENDODÔNTICAS............................................... 59
4.7 DESENVOLVIMENTO DA PARTE EXPERIMENTAL ............................... 59
4.8 AVALIAÇÃO NA MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA ........ 61
4.9 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO .......................................................... 63
4.9.1 Examinadores....................................................................................... 63
4.9.2 Escores ................................................................................................. 64
4.10 ANÁLISE ESTATÍSTICA ......................................................................... 66
5 RESULTADOS............................................................................................. 67
6 DISCUSSÃO................................................................................................ 75
7 CONCLUSÕES............................................................................................ 90
REFERÊNCIAS................................................................................................ 92
ANEXOS ........................................................................................................ 104
ANEXO 1: PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA EM
SERES HUMANOS E ANIMAIS DA ULBRA ............................... 105
ANEXO 2: ESCORES ATRIBUÍDOS ÀS ELETROMICROGRAFIAS............ 106
LISTA DE FIGURAS
Figura 1
Dispositivo automatizado utilizado pela técnica mecanizada
(rotação alternada) - Adiel Endo 10 - NSK ...............................
56
Figura 2
Microscópio Eletrônico de Varredura........................................ 62
Figura 3
Stub special com as 6 limas de calibre 15, 30 e 40 a serem
analisadas no MEV....................................................................
62
Figura 4
Limas posicionadas na câmara do Microscópio Eletrônico de
Varredura para serem examinadas...........................................
63
Figura 5
Eletromicrografia representativa do escore 1............................
65
Figura 6
Eletromicrografia representativa do escore 2...........................
65
Figura 7
Eletromicrografia representativa do escore 3...........................
65
Figura 8
Eletromicrografia representativa do escore 4...........................
65
Figura 9
Estatísticas descritivas gerais para os grupos.......................... 69
Figura 10
Gráfico comparativo entre as técnicas experimentais...............
71
Figura 11
Gráfico comparativo entre o número de utilizações por grupo
experimental..............................................................................
73
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 1
Quadro demonstrativo de operacionalização dos grupos
experimentais.........................................................................
58
Tabela 1
Valores de Kappa para os avaliadores 1 e 2..........................
66
Tabela 2
Estatísticas descritivas gerais para os grupos........................
69
Tabela 3
Comparação entre as técnicas experimentais........................
71
Tabela 4
Comparação entre o número de utilizações por grupo
experimental...........................................................................
73
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
ULBRA
Universidade Luterana do Brasil
CEP
ULBRA - Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos e
Animais da ULBRA
FOUSP
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
RS
Rio Grande do Sul
NaOCl
Hipoclorito de Sódio
NH4
Amônia
KHz
quilohertz
Ltda
limitada
et al
e colaboradores
40/20
quarenta por vinte
25/4
vinte e cinco por quatro
KV
Kilovolts
SPSS
Statistical Package for the Social Sciences
MEV
Microscopia Eletrônica de Varredura
ml
Mililitro
mm
milímetro
n°
número
°C
graus Celsius
HIV
Vírus da Imunodeficiência Humana
HBV
Vírus da Hepatite B
Kg/m
3
quilograma por metro cúbico
10:1
proporção um para dez
cm
centímetro
NITI
Níquel-titânio
16X
dezesseis vezes
37,5 X
trinta e sete vírgula cinco vezes
XV
40X
quarenta vezes
45 X
quarenta e cinco vezes
50 X
cinqüenta vezes
75 X
setenta e cinco vezes
80 X
oitenta vezes
150X
cento e cinqüenta vezes
200 X
duzentas vezes
atm
atmosfera
%
porcentagem
1 INTRODUÇÃO
2
Nas últimas décadas, é inegável que a biossegurança tenha beneficiado
a prática odontológica com a possibilidade da promoção da saúde bucal sem
riscos. O conhecimento dos riscos biológicos e das condutas de controle de
infecção tornou-se necessária frente ao crescimento dos casos de doenças
infecto-contagiosas e a atenção para a existência da infecção cruzada no
consultório odontológico (ALVES-REZENDE, LORENZATO, 2000).
Como agente integrador na promoção da saúde bucal, o cirurgião-
dentista tornou-se, portanto, responsável pelo controle de infecção e/ou adoção
de medidas de biossegurança que visassem à redução dos riscos de infecção
cruzada, buscando meios cada vez mais eficientes na eliminação de agentes
patógenos que pudessem vir a comprometer à saúde dos pacientes e da
equipe odontológica (BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000). Controlar a
infecção significa interferir na cadeia de infecção, objetivando impedir a
penetração de microorganismos onde eles não existiam previamente e
evitando a transmissão de infecção de um indivíduo para o outro. Esta
interferência, na cadeia de infecção, é denominada de “cadeia asséptica”.
Assim sendo, a biossegurança pode ser definida como um conjunto de
normas e procedimentos empregados para a manutenção da saúde de
pessoas com atividades de risco para a aquisição de doenças.
A partir de 1987, o Center for Disease Control (CDC), que representa um
comitê líder na prevenção de doenças, instituiu o conceito de “Precaução
Universal” que consiste em um conjunto de procedimentos e medidas
empregadas para proteger a saúde e proporcionar segurança aos profissionais
da área, bem como dos pacientes.
Este termo “Precaução Universal” compreende o uso de:
1. barreiras;
2. esterilização;
3. desinfecção;
4. anti-sepsia;
5. limpeza;
6. descarte.
3
Principalmente nas últimas duas décadas, as preocupações com as
questões de biossegurança tornaram-se mais evidentes com a divulgação dos
riscos de contaminação pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e,
também, pelos riscos elevados de transmissão de várias doenças infecto-
contagiosas das mais variadas etiologias (WHITE, 1979; DE DEUS, 1986;
REAMS, BAUMGARTNER, KULLID, 1995; PIMENTA, ITO, LIMA, 1999;
ALVES-REZENDE; LORENZATO, 2000).
Em 1993, o CDC publicou novas recomendações da ptica de controle
de infecções para dentistas e, recentemente, em 2003, com algumas
reformulações nas medidas de biossegurança adotadas. Esse novo documento
enfatiza o uso de “Precauções Padrões”, que substitui o termo “Precauções
Universais”.
Especificamente em Endodontia, a manutenção da cadeia asséptica é
fundamental não somente pela prevenção de infecções cruzadas e proteção do
paciente e da equipe profissional, como pelo sucesso da terapia endodôntica.
Para Lopes e Siqueira (1999), em alguns casos, o desenvolvimento ou a
persistência de sinais e/ou sintomas, durante ou após a execução da terapia
endodôntica, indica a permanência de uma infecção instalada ou associada ao
sistema de canais radiculares. Tal infecção, na verdade, pode ser causada por
microorganismos que sobreviveram aos procedimentos de desinfecção do
sistema de canais radiculares (infecção persistente) ou que vieram a infectá-los
durante ou após o tratamento endodôntico (infecção secundária).
Uma infecção secundária é causada por microorganismos que adentram
o canal durante a intervenção endodôntica, por falhas na manutenção da
cadeia asséptica ou entre as sessões do tratamento. Uma das falhas na
manutenção da cadeia asséptica seria o manuseio dos instrumentos
endodônticos sem que os mesmos estivessem devidamente limpos e
esterilizados.
O preparo químico-mecânico dos canais radiculares, etapa fundamental
da terapia endodôntica, requer, para o seu saneamento e modelagem, a
utilização de instrumentos que entram em contato com as paredes dentinárias,
4
trazendo consigo, aderidos à superfície ativa, resíduos, contaminados ou não,
de matéria orgânica e inorgânica.
Além do contato com a matéria viva ou decomposta, há as substâncias
químicas que, casualmente, poderão produzir alterações nas superfícies das
limas endodônticas como a corrosão, a oxidação e, que estes instrumentos
são reutilizados no preparo de canais radiculares, o acúmulo desses resíduos
pode comprometer a capacidade de corte, predispondo-os à fratura, bem como
a permanência de debris pode comprometer o processo de esterilização.
A literatura relata que a presença de matéria orgânica e/ou resíduos na
superfície dos instrumentos pode prejudicar ou, até mesmo, impedir o processo
de esterilização, pois os microorganismos ficam protegidos, impedindo a ação
do agente esterilizante (MILLER, 1991; MILLER, 1993; BENTLEY, 1994;
BRASIL – MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000; ESTRELA, 2003).
A presença destes detritos aderidos às superfícies dos instrumentos
pode, ainda, obliterar canais atrésicos ou estes resíduos, permanecendo no
interior dos canais radiculares, podem ser levados para a região periapical,
parecendo, portanto, apresentar uma relação direta com as complicações pós-
operatórias e os insucessos endodônticos.
As limas endodônticas apresentam um design complexo, levando a um
acúmulo de detritos entre suas espiras durante a sua utilização, dificultando,
muitas vezes, a ação da limpeza, por essas áreas serem de difícil acesso.
As técnicas preconizadas para a limpeza das limas endodônticas visam
à eliminação de detritos orgânicos e inorgânicos que se acumulam nas espiras
dos instrumentos. Essa limpeza pode ser realizada manualmente com a
escovação, em água corrente, sabão ou detergente, associada, ou não, com a
ultra-sonificação na utilização de água destilada ou/e detergentes enzimáticos.
A literatura refere, ainda, que foram encontrados resíduos metálicos,
oleosos, além de células epidérmicas na superfície de limas novas, quando
removidas de suas embalagens, devendo, portanto, serem submetidas a algum
5
procedimento de limpeza antes do seu uso clínico (SEGALL, 1977a; ZMENER,
SPIELBERG, 1995, TANOMARU FILHO et al., 2001; FILIPPINI, 2003).
A limpeza das limas endodônticas, durante o preparo químico-mecânico
dos canais radiculares, também é preocupação de vários autores que têm
sugerido diversos métodos de limpeza, tais como: gaze, ou algodão seco ou
umedecido, a utilização de algum dispositivo contendo gaze ou esponja
(SEGALL, 1977b; SOUSA, 1996) e, mais recentemente, Tartarotti e Oliveira
(2004), avaliando diferentes densidades de espuma de poliuretano, a qual
parece ser o melhor método de limpeza das limas no transoperatório.
Assim, parece claro que o instrumental endodôntico deve,
obrigatoriamente, ser submetido a procedimentos de limpeza antes, durante e
após o seu uso clínico, previamente à esterilização. Apesar do conhecimento e
da adoção dessas medidas de limpeza, os estudos realizados até o presente
momento demonstram que nenhuma técnica de limpeza utilizada foi totalmente
eficiente para a remoção de resíduos na superfície ativa das limas
endodônticas.
Apesar dos recentes avanços ocorridos na Endodontia com o emprego
de novas técnicas e instrumental endodôntico, uma incessante busca pelo
alcance de um sistema de trabalho cada vez mais simplificado, gerando um
menor estresse ao operador e, ao mesmo tempo garantindo a realização de
uma endodontia de maior qualidade.
Nas últimas décadas, novas técnicas de preparo do canal radicular
surgiram, aliadas ao avanço tecnológico nas propriedades dos instrumentos,
alterando seu design e sua composição metálica, conferindo, dessa forma, um
avanço na terapia endodôntica. Além disso, a introdução das peças
mecanizadas (sistemas de rotação contínua e alternada) como recurso auxiliar
no preparo dos canais, objetivando, principalmente, a diminuição do tempo de
trabalho e do estresse do operador.
6
A capacidade de corte das limas endodônticas condiciona-se, em parte,
às características e propriedades dos instrumentos, que sofrem sensível perda
dessa capacidade de acordo com o seu número de usos.
Considerando que a utilização das limas endodônticas de aço inoxidável
seja de até cinco usos (PESCE, 1990), estudos demonstram que, à medida
que estes instrumentos vão sendo utilizados no preparo de canais radiculares,
os mesmos vão perdendo a sua capacidade de corte.
A literatura é vasta em demonstrar a presença do acúmulo de resíduos
em limas endodônticas após o seu uso. No entanto, o objetivo deste estudo
foi avaliar, in vitro, o acúmulo de resíduos nas espiras das limas endodônticas,
não somente após a sua primeira utilização, mas após seu 2º, 3º e 4º usos,
comparativamente em relação a técnica empregada (Manual e Mecanizada
Sistema de Rotação Alternada), visto que, além dos sistemas de rotação
alternada se apresentarem como uma alternativa econômica aos de rotação
contínua, inexistiam estudos que avaliasse
m sujidade x sistema de rotação
alternada.
2 REVISÃO DE LITERATURA
8
2.1 MICROORGANISMOS
A origem dos microorganismos data de quatro bilhões de anos, sendo
considerados os ancestrais de todas as formas de vida.
Embora a tríade homem-doença-cura sempre coexistiu, a interpretação
biológica da doença foi apresentada em 1946, na cidade de Verona, pelo
italiano Hieromymus Giroland Fracastorius, quando se referiu à infecção como
sendo transmitida por “sementes vivas”, como o contágio pelo ar. Porém, foi
Anton Van Leewenhoek, um comerciante holandês que tinha como hobby a
construção de lentes quem primeiro os estudou e os descreveu sob o ponto de
vista morfológico.
No entanto, o fato que comprovou a transmissibilidade das doenças
infecciosas ocorreu em uma maternidade em Viena, em 1847, por Ignaz Philipp
Semmelweis que, após calcular que o índice de mortalidade em parturientes
atendidas pelos estudantes de medicina era mais elevado do que o das
atendidas pelas religiosas, observou que os mesmos passavam da sala de
anatomia para a de obstetrícia sem antes lavarem as mãos.
A Era Bacteriológica (1822-1910) iniciou-se com Pasteur que provou que
os microorganismos poderiam ser transmitidos pelo ar, estabelecendo o
conceito de germe específico.
Em 1867, Lister, convencido de que os microorganismos contaminavam
as feridas cirúrgicas, instituiu a cirurgia anti-séptica, preconizando os
procedimentos de assepsia que se constituíram como base para o controle de
infecção na medicina.
Quanto à Microbiologia Oral, o seu verdadeiro pai é Willoughby Dayton
Miller (1980) que propôs a teoria quimioparasitária da cárie dentária.
Contudo, Rogers, em 1978, foi o primeiro a observar que os
microorganismos eram os principais causadores dos problemas endodônticos.
9
Entretanto, apesar do aperfeiçoamento das técnicas microscópicas, foi
somente após o advento da microscopia eletrônica, ocorrida na terceira década
do século XX, que se tornou possível estudar as estruturas celulares dos
microorganismos (BAMMANN, ESTRELA, 1999).
2.2 CONTROLE DE INFECÇÃO
Segundo Bammann e Estrela (1999), antes do nascimento em condições
sadias, o organismo humano é estéril sob o ponto de vista microbiológico.
Durante o nascimento, no entanto, tem-se o início do processo de encontro
entre o ser humano e os microorganismos, quando ocorre o processo
infeccioso, entendendo-se por infecção a entrada e a colonização de
microorganismos no hospedeiro, o que não significa, obrigatoriamente, doença.
A aplicação de medidas de saneamento, desinfecção e anti-sepsia
reduziu, significativamente, a taxa de mortalidade. Porém, a partir de 1930, o
processo de cura das doenças infecciosas foi acelerado pela introdução das
penicilinas, trazendo, como conseqüência, a negligência das técnicas
assépticas.
No entanto, a importância do controle de infecção nas áreas da saúde,
especialmente após os primeiros relatos sobre a síndrome da imunodeficiência
adquirida (AIDS), desencadeou a adoção de uma série de medidas para se
evitar a contaminação cruzada. O receio de contaminação pelo vírus da AIDS,
bem como da Hepatite B, fez com que inúmeros estudos fossem realizados
com o intuito de melhor esclarecer os mecanismos de patogenicidade e as
alternativas mais eficazes no controle dos microorganismos. Dessa forma, a
preocupação com o controle de infecção deve integrar os protocolos de
atendimento clínico de todas as áreas da saúde, sem que isso constitua
privilégio majoritário algum (ESTRELA, 2004).
Conforme Cottone, Terezhalmy e Molinari (1996), a cadeia de infecção é
composta pelo agente etiológico, pela transmissibilidade e pelo hospedeiro
susceptível.
10
Para os autores, o agente etiológico compreende as mais variadas
formas de microorganismos, sendo que a capacidade de provocar doenças
depende de sua virulência. A transmissibilidade do agente para o hospedeiro
susceptível pode ocorrer pelo contágio direto e/ou indireto. As vias de
transmissão dos agentes microbianos, em odontologia, ocorrem por:
a) contato direto com lesões infecciosas ou saliva e/ou sangue
infectados;
b) transmissão indireta de microorganismos, através de um objeto
contaminado intermediário;
c) respingos de sangue, saliva ou secreções nasofaríngeas diretamente
na pele ou mucosa;
d) inalação de microorganismos através da formação de aerossóis
produzidos pela alta rotação, pelo uso de instrumentos rotatórios e,
até mesmo, pelo espirrar, tossir e falar do paciente.
Assim sendo, a equipe odontológica e os pacientes estão expostos a
inúmeros agentes microbianos que podem desencadear várias patologias
como o herpes simples, hepatite B e C, entre outras.
O campo de atuação dos cirurgiões-dentistas, a cavidade oral dos
pacientes, é um ambiente altamente colonizado e com a introdução dos
instrumentos de alta rotação, a partir da década de 1950, contribuiu,
significativamente, para que os consultórios fossem contaminados por
aerossóis.
No entanto, somente a partir da década de 1970 é que os cirurgiões-
dentistas começaram a reconhecer o potencial de infecção cruzada no
consultório odontológico.
Por essa razão, os profissionais da área da saúde têm a obrigação legal
e moral de promover a saúde com segurança e não serem veiculadores de
microorganismos/doenças.
11
O Ministério da Saúde sugere que os profissionais, em sua prática
odontológica, devem seguir quatro princípios básicos:
1. tomar medidas para proteger sua saúde e de sua equipe através de
imunizações, lavagem das mãos, etc.;
2. evitar contato direto com matéria orgânica através do uso de
barreiras protetoras;
3. limitar a propagação de microorganismos, preparando o ambiente de
trabalho antes do atendimento;
4. tornar seguro o uso de artigos e peças anatômicas e superfícies
(lavar, esterilizar ou desinfetar os instrumentos e materiais
utilizados).
Portanto, é fundamental estabelecer um protocolo para o atendimento
clínico com vistas à prevenção da infecção cruzada, admitindo sempre que
tanto o paciente deve ser considerado como agente infectante, como toda a
equipe de saúde. A infecção cruzada pode ser prevenida com emprego de
protocolos de proteção, tais como sistema de barreiras, anti-sepsia,
desinfecção e esterilização.
2.3 BIOSSEGURANÇA
Entende-se por Biossegurança o conjunto de normas e procedimentos
empregados para a manutenção da saúde de pessoas com atividades
profissionais ou pacientes sujeitos ao risco de aquisição de doenças (ITO,
SOUZA, LIMA, 1998).
Atento aos procedimentos necessários à prevenção de possíveis
contaminações, o Center of Disease Control (CDC) criou, em 1987, o que se
convencionou chamar de “Precaução Universal”, que constitui o conjunto de
procedimentos e medidas que visam a proteger a saúde e proporcionar
segurança aos profissionais da área da saúde, bem como de seus pacientes.
12
Esse termo “Precaução Universal” compreende:
1. barreiras;
2. esterilização;
3. desinfecção;
4. anti-sepsia;
5. limpeza;
6. descarte.
Segundo Cottone, Terezhalmy e Molinari. (1996), “Precaução Universal”
refere-se à aplicação do mesmo procedimento de controle de infecção para
todos os pacientes, ou seja, tratando a todos como infectados. De acordo com
Gerberding e Schecter (1991), a adoção de “Precaução Universal” pode ser
considerada a mudança mais radical no controle de infecção desde a
descoberta dos anti-sépticos. Como recomendado por Cohen e Burns (1997),
esses procedimentos, visam a dar proteção aos pacientes, aos profissionais e
a suas respectivas famílias.
Como agente integrador na promoção de saúde bucal, o cirurgião-
dentista tornou-se, portanto, responsável pelo controle de Infecção e/ou
medidas de biossegurança que vão desde a esterilização do instrumental,
passando pela desinfecção do campo operatório, até a utilização de barreiras
como luvas, máscaras, gorros, aventais e protetores oculares (PIMENTA, ITO,
LIMA, 1999).
O Conselho Regional de Odontologia (2002), em publicação intitulada
Biossegurança, diz, em sua Parte I, artigo 1: "todo instrumental reutilizável
empregado nos serviços de saúde deve ser rigorosamente limpo e desinfetado
ou esterilizado antes do uso em pacientes", conforme instruções contidas
nesse regulamento.
De acordo com o Ministério de Saúde (2000) e a Secretaria Municipal de
Saúde de Porto Alegre (1998), preocupados com o controle de infecções nos
consultórios dentários, foram editados manuais de biossegurança com normas
13
sobre limpeza do instrumental, além de métodos de desinfecção e
esterilização, cuidados com o ambiente, superfícies, equipamentos, bem como
procedimentos que tivessem por finalidade a proteção de pacientes, corpo
clínico e profissionais.
Se controlar a infecção significa interferir na cadeia de infecção, o
processo de interferência pode ser denominado de cadeia asséptica. Portanto,
cadeia asséptica é o meio ou o procedimento empregado para quebrar os elos
da cadeia de infecção.
As Precauções Universais primam pela descontaminação, processo de
eliminação total parcial da carga microbiana de artigos e superfícies, tornando-
os aptos a um manuseio seguro.
A descontaminação compreende procedimentos de limpeza, desinfecção
e/ou esterilização. Artigos descontaminados devem seguir o processamento
adequado, conforme sua indicação de uso. Segundo Spaulding (1972),
adaptado por Cottone, Terezhalmy e Molinar (1996) e Souza et al. (1996), os
artigos e equipamentos utilizados no tratamento de pacientes são classificados
em três categorias de acordo com sua indicação de uso:
1º. artigos críticos: itens que entram em contato com a pele não-
íntegra, tecidos subepiteliais, sistema vascular, e outros órgãos
isentos de microbiota própria; estes artigos devem ser esterilizados.
Podem-se citar, como exemplos: agulhas, sondas, curetas, espelho
clínico, etc;
2º. artigos semicríticos: itens que entram em contato com a mucosa
íntegra; estes artigos devem ser esterilizados, representados pela
caneta, pontas de ultra-som, condensador de amálgama, etc.
Quando estes não suportarem os procedimentos de esterilização,
devem sofrer uma desinfecção em alto nível;
3º. artigos não críticos: itens que entram em contato com a pele
íntegra e os que não entram em contato com o paciente como,
14
refletor, cadeira, bancada e outros. Estes artigos devem ser limpos e
desinfetados.
A assepsia e anti-sepsia compreendem um conjunto de procedimentos
de fundamental importância em qualquer trabalho cirúrgico ou não cirúrgico e,
sem esses procedimentos, o cirurgião-dentista e seu consultório serão
transmissores de doenças de um paciente para o outro. A transmissão do Vírus
da Imunodeficiência Humana (HIV), em consultório odontológico, existe,
embora, histórica e epidemiologicamente, seu risco seja muito pequeno. Já o
vírus da Hepatite B (HBV) é, efetivamente, prevenido pela imunização. Não
obstante, tanto o HIV como o HBV têm promovido um interesse sempre atual
dos cirurgiões-dentistas, devido à possibilidade de transmissão de doenças,
através do tratamento odontológico, recomendando a aplicação de um
programa real de controle de infecção.
A desinfecção é a tentativa de eliminar a carga de microorganismos
patogênicos de superfícies inanimadas, empregando métodos sicos ou
químicos.
É importante que se tenha em mente a máxima do controle de infecção:
Não se deve desinfetar aquilo que se pode esterilizar”. Assim, a
desinfecção deverá ser empregada somente quando a esterilização for inviável.
Para a desinfecção dos equipamentos e bancada, deve-se utilizar álcool
70% ou hipoclorito de sódio a 1%, sendo realizada, previamente, a limpeza do
instrumental a ser desinfectado. As diferentes categorias de instrumentos
(críticos, semicríticos e o-críticos) devem ser submetidas à ão de agentes
químicos de diferentesveis de ação.
Por barreira, entende-se como um interposto físico, químico, ou
mecânico colocado entre a fonte do microorganismo e do hospedeiro. A técnica
de barreira é um dos primeiros procedimentos adotados para interferir na
cadeia de infecção. Como barreiras, podem ser citadas: máscaras, luvas,
gorros, óculos, campos cirúrgicos, aventais, papel-filme, etc.
15
Segundo Guandalini, Melo e Santos (1999), a esterilização seria o
processo pelo qual todas as formas de vida microbiana destruir-se-iam. Esses
autores ressaltaram a importância do preparo prévio do instrumental, seguido
de sua esterilização.
De acordo com Miller (1992), o processamento de instrumentos
contaminados é parte importante na proteção dos pacientes em um programa
de controle de Infecção. Falhas na esterilização, por uso impróprio ou mau
funcionamento de esterilizadores, aumentam a chance de transmissão de
doenças de paciente para paciente, através dos instrumentos.
Segundo Estrela (2004), a correta limpeza do instrumental utilizado na
clínica odontológica representa uma etapa essencial no controle microbiano. A
remoção de sangue aderido, saliva, remanescentes de matéria orgânica,
inorgânica, materiais dentários residuais, favorece à eliminação dos
microorganismos presentes no instrumental, anterior ao processo de
esterilização. Essa descontaminação, com meios sicos e/ou químicos, visa a
inativar os agentes patogênicos com vistas à manipulação ou descartes
seguros. Posterior aos processos clínicos, o instrumental deve,
obrigatoriamente, ser submetido ao processo de descontaminação, a partir de
uma pré-lavagem, valendo-se de detergente enzimático, o que favorece à
efetivação do processo. Entre os recursos, rotineiramente utilizados para a pré-
lavagem do instrumental, têm-se: pré-lavagem manual com escovação e pré-
lavagem com limpeza ultra-sônica.
O Ministério da Saúde (2000) salientou que os instrumentais
contaminados devem ser limpos antes da esterilização, pois falhas no processo
de limpeza podem facilitar o crescimento de microorganismos, comprometendo
o processo de esterilização.
A limpeza vigorosa dos instrumentos é uma das etapas mais importantes
do controle de infecção. Apesar de pouco valorizado, esse procedimento tem a
capacidade de diminuir o número de microrganismos existentes no
instrumento, devendo ser considerado como o primeiro passo, previamente à
16
esterilização (MILLER, 1991; ALVAREZ, 1991; DOLAN, YANKELL, 1996;
TEIXEIRA, SANTOS, 1999).
O Ministério da Saúde (2000) salientou ser a esterilização o melhor
método de controle de infecção.
Historicamente, o cirurgião-dentista o se tem preocupado ou, no
mínimo, dado a importância que as infecções em consultório merecem. Essa
preocupação envolve mais que um conjunto de normas e procedimentos, uma
conscientização do profissional, do paciente e da sociedade.
Preocupados com a adoção dos procedimentos de controle da infecção
na prática odontológica, alguns autores avaliaram o conhecimento e a
utilização de medidas de biossegurança efetivas.
Cohen e Burns (1997), ao efetuarem um levantamento por meio de
questionário sobre o posicionamento dos endodontistas frente ao controle de
infecção, observaram que 95% haviam recebido a vacina contra a hepatite B,
entre os anos de 1982 e 1985. Desses indivíduos, 67% haviam efetuado o
teste para soro conversão e 82% haviam vacinado os outros membros de sua
equipe. Desses 82%, a maioria (98%) arcou com todas as despesas. Por outro
lado, 15% dos endodontistas contraíram Hepatite B, porém, antes de 1982.
Entre os profissionais da saúde, os dentistas apresentaram um maior nível de
aceitação da vacina anti-HBV.
Em 1997, McCarthy e MacDonald investigaram a respeito das atitudes
de controle de infecção nos profissionais de Odontologia, clínicos gerais e
especialistas. Com relação às medidas de biossegurança adotadas, 90%
usavam luvas; 75%, máscara; e 87,5% óculos. Ainda 80% esterilizavam peças
de mão.
Gordon et al. (2001) revisaram publicações, entre 1980 e 1999, relativas
aos procedimentos de controle de infecção adotados por profissionais e
estudantes atuantes na área da saúde oral, e seus dados indicaram que, no
período revisado, teriam sido observados grandes progressos em relação à
17
valorização das atitudes de biossegurança. No entanto, em muitos aspectos,
deixavam a desejar, como, por exemplo, em relação ao uso de luvas.
Outro questionário aplicado por Lopes et al. (2002) a 107 alunos do
curso de Odontologia da Faculdade de Montes Claros, Minas Gerais, com o
objetivo de avaliar o conhecimento dos riscos de Infecção pelo HIV, bem como
a disposição de atender pacientes portadores dessa doença. Os resultados
revelaram que 100% desses alunos utilizavam equipamentos de proteção
individual, mas poucos o realizavam de forma totalmente segura.
Preocupados com o mesmo problema, Aranha et al. (2002), em
levantamento efetuado em 195 cirurgiões-dentistas, mostraram que 98,5%
desses profissionais tinham conhecimento dos riscos de infecção pela hepatite
B, C ou D e 75,9% dos riscos de contaminação pelo vírus da AIDS.
Baseando-se nestes estudos, observou-se que se faz necessária, a
cada dia, a conscientização dos cirurgiões-dentistas para a problemática das
infecções adquiridas ou transmitidas no consultório odontológico, bem como
estudos que busquem as melhores condutas para o exercício da profissão, de
um modo seguro e sem riscos à saúde, tanto do profissional, como dos
auxiliares e pacientes.
2.3.1 Esterilização
A esterilização é a destruição de todas as formas de vida microbiana,
sendo considerada, portanto, o método preferencial para a eliminação de
contaminação dos materiais e instrumentais reutilizáveis (ESTRELA, 2004).
Segundo Cottone, Terezhalmy e Molinari (1996), é absolutamente
essencial que todos os instrumentos introduzidos na cavidade oral sejam
esterilizados ou descartados após o uso. Portanto, a norma fundamental para o
controle de infecção é: “Não desinfete aquilo que pode ser esterilizado”
(MILLER, 1991; GUANDALINI, MELO, SANTOS, 1997; BRASIL – MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 1996, 2000).
18
Logo, a desinfecção torna-se somente indicada para artigos e
superfícies que não resistam aos processos de esterilização.
2.3.1.1 Métodos de Esterilização
Os métodos de esterilização, de acordo com o Ministério da Saúde
(2000), podem ser físicos ou químicos. Os agentes físicos incluem o calor seco
(Forno de Pasteur estufa) e calor úmido (vapor sobre pressão autoclave),
que são os métodos rotineiramente utilizados na prática clínica para artigos
críticos e semicríticos termorresistentes, além de microesferas de vidro, plasma
de microondas, radiação ultravioleta e radiação ionizante. Os agentes químicos
para esterilização o indicados para materiais e instrumentos que sejam
resistentes ao calor, como o gluteraldeído e formaldeído, ou gasosos, como o
óxido de etileno e pastilha de formol, atualmente em desuso por ser
considerada substância carcinogênica (MILLER, 1991; COTTONE,
TEREZHALMY, MOLINARI, 1996; GUANDALINI, MELO, SANTOS, 1997;
PIMENTA, ITO, LIMA, 1999; BRASIL MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996, 2000;
ESTRELA, 2004; PEDROSO, 2004).
No calor seco, a esterilização ocorre pela transmissão de calor por
radiação pelo ar da mara e necessita de temperatura elevada por um período
de tempo maior que a autoclave. A destruição dos microorganismos se dá pela
oxidação das proteínas microbianas. O forno de Pasteur apresenta vantagens
em relação à autoclave porque sua utilização é de mais baixo custo, por
preservar o corte dos instrumentos e evitar a corrosão dos mesmos. No
entanto, a estufa esteriliza somente instrumentos metálicos, e o tempo, para
que uma esterilização efetiva ocorra, também é maior.
Dowel, Rees e Simpson (1982) ressaltaram que a estufa ainda é um dos
métodos de esterilização mais utilizados em Odontologia e, de acordo com o
Ministério da Saúde (2000), seu funcionamento deve manter-se durante 120
minutos a uma temperatura de 160°C ou por 60 minutos a 170°C.
19
O tempo de exposição, interrupção do ciclo de esterilização,
acondicionamento do instrumental em caixas metálicas, carga maior de 80% da
capacidade, instrumental inadequadamente limpo e seco e a não aferição da
temperatura, são falhas usuais neste processo. Para a real aferição da
temperatura é necessário o emprego de um termômetro colocado em sua
câmara de esterilização. A estufa deve manter-se fechada durante todo o
ciclo. Transcorrido esse tempo, deve-se aguardar o resfriamento antes dos
instrumentos serem manipulados. O ciclo total de esterilização varia de três a
quatro horas (DE DEUS, 1982; MILLER, 1991; GUANDALINI, MELO E
SANTOS, 1997; PIMENTA, ITO, LIMA, 1999).
Ulfohn et al. (1981) avaliaram os métodos de esterilização utilizados por
endodontistas, mediante posterior controle biológico dos instrumentos
endodônticos contaminados e, posteriormente, esterilizados em estufas
odontológicas em seus consultórios. Os autores concluíram que existe um
número considerável de fornos de Pasteur sem as mínimas condições de
esterilização, como também falta de conhecimento das técnicas de
esterilização por parte dos profissionais.
Em uma verificação periódica da temperatura interna da estufa, Imura e
Zuolo (1990) constataram, através da averiguação interna real das estufas,
que, em 50% dos cem consultórios odontológicos pesquisados, a temperatura
indicada não coincidiu com a temperatura aferida.
A esterilização com calor úmido, a autoclave, constitui o método mais
rápido e eficiente. A temperatura elevada produz desnaturação das proteínas
microbianas, uma vez que, sob pressão, ocorre uma maior penetração de
calor, pois a coagulação das proteínas e catalisada pela umidade.
Pedroso (2004) salienta que são utilizados três parâmetros para garantir
a qualidade da esterilização: tempo, temperatura/pressão e qualidade de vapor.
As autoclaves convencionais exigem um tempo de 20 minutos a 121° e 1
atm de pressão (15 libras) para o ciclo de esterilização. Porém, as autoclaves
autovácuo necessitam apenas de 4 minutos a 132°C e 2 atm de pressão para a
esterilização, segundo Brasil – Ministério da Saúde (2000).
20
Para Aranha et al. (2002), os métodos de esterilização mais comumente
empregados, nos consultórios de o Paulo, o o calor seco, a esterilização
química e o calor úmido.
Apesar de os métodos de esterilização empregados serem considerados
cada vez mais confiáveis, em contrapartida, passou-se a questionar se os
mesmos não poderiam estar trazendo prejuízos aos instrumentos.
A corrosão e a perda do fio dos instrumentos com bordas cortantes são
prejudicadas quando se utiliza calor úmido. Nesses casos, o calor seco passa a
ser mais indicado (SOMMER, OSTRANDER, CROWLEY, 1961).
No entanto, Mitchell, James e Nelson (1983), avaliando o efeito da
esterilização em autoclave nas limas endodônticas, concluíram que as
propriedades originais do metal das limas são significativamente alteradas,
porém, mesmo após dez ciclos de esterilização repetidos, o metal não foi
debilitado a ponto de as limas ficarem mais propensas à fratura.
O emprego dos esterilizadores de bolinha de vidro e de sal tem a
vantagem da rapidez e a possibilidade da esterilização ser realizada durante o
atendimento do paciente.
Segundo Soares e Goldberg (2001), estes esterilizadores consistem de
um recipiente preenchido com microbolinhas de vidro, aço ou cloreto de sódio,
que são aquecidas, eletricamente, até cerca de 230°C. O tempo de
esterilização varia de 10 a 15 segundos.
O plasma de microondas é um novo método de efetiva capacidade de
esterilização a frio e a seco. Constitui-se de uma mistura de elétrons e íons
produzidos pela descarga de forças eletromagnéticas à baixa pressão de gás.
São produzidos radicais livres reativos com freqüência de microondas ou
energia de radiofreqüência. A vantagem desse método é que, além de destruir
bactérias, fungos, vírus e esporos, também é capaz de remover os
microorganismos das superfícies do instrumental, o que o destaca ainda mais
como recurso significativo de esterilização. Acredita-se que este processo irá
substituir as aplicações de óxido de etileno.
21
O óxido de etileno se constitui como outro importante sistema para a
esterilização, operacionalizado por vapor de gás. Entretanto, existem
regulamentos que limitam a sua utilização, particularmente em decorrência de
sua toxicidade. Sua aplicação é maior em hospitais, sendo pouco empregado
em consultórios odontológicos (ESTRELA, 2004).
Ainda segundo o autor, outros métodos também têm sido utilizados,
como a radiação ultravioleta e a ionizante (raios gama). A radiação ultravioleta
é especialmente empregada para a desinfecção de câmara de fluxo laminar
em consultórios odontológicos e salas cirúrgicas.
Em relação aos esterilizantes químicos, Estrela (2004) refere que o
glutaraldeído constitui uma alternativa efetiva, destinado a instrumentos
sensíveis ao calor e em substituição aos desinfetantes com cloro. Sugere, além
disso, que o glutaraldeído a 2%, alcalinizado, é efetivo sobre esporos, bacilos
resistentes, fungos e uma grande variedade de vírus. O instrumental deve
permanecer imerso na solução por 10 horas.
2.3.1.2 Preparo do Material para a Esterilização
A permanência de resíduos de matéria orgânica, como sangue e saliva,
pode tornar qualquer método de esterilização ineficiente. Portanto, todo o
material utilizado no atendimento de pacientes deve ser submetido aos
seguintes procedimentos: descontaminação, lavagem ou desencrostamento,
enxágüe, desinfecção e esterilização (BRASIL – MINISTÉRIO DA SAÚDE,
1996; ESTRELA, 2004). Falhas no processo de esterilização podem ser
causadas por uma limpeza imprópria dos instrumentos, uma vez que o agente
de esterilização não faz contato com a superfície dos instrumentos por tempo
suficiente.
Pedroso (2004) considera a limpeza prévia dos artigos de extrema
importância, sugerindo que quanto menor a quantidade de microorganismos,
maior será a garantia e a efetividade da esterilização.
22
O processo de limpeza do instrumental pode ser realizado de forma
manual, através da escovação ou com a utilização da ultra-sonificação. No
entanto, a limpeza de instrumentais pontiagudos e afiados somente deve ser
realizada utilizando-se como proteção luvas de borracha, óculos e máscara. À
parte, a limpeza ultra-sônica é recomendada, visando a reduzir o contato direto
com os instrumentos contaminados e cortantes, diminuindo as chances de
ferimentos.
O tempo ideal de ultra-sonificação varia entre 6-10 minutos ou até que
os debris desapareçam (SPOLYAR et al., 1986; MILLER, 1992; BENTLEY,
1994).
Estrela (2004) sugere que, para garantir a eficiência da ultra-sonificação,
os aparelhos deveriam ser checados periodicamente para confirmar a
intensidade apropriada, a uniformidade de operação e o tempo de uso ótimo.
Os problemas mais freqüentes encontrados no uso do ultra-som são: tempo de
operação insuficiente em relação ao número de instrumentos, nível do quido
baixo (recomendado manter 2/3 do volume); trabalhar com o aparelho aberto e
a não utilização da cesta para colocação do instrumental. Ainda segundo o
autor, o enxágüe final dos instrumentos é importante, após a limpeza com o
ultra-som, a fim de remover fragmentos orgânicos contaminados deixados nos
instrumentos depois do processo de limpeza, visto que uma solução ultra-
sônica pode se tornar crescentemente contaminada depois de cada carga
sucessiva de limpeza e que o enxágüe completo dos instrumentos, depois
deste processo, reduz muito o transporte de fragmentos detectáveis.
2.4 CONTROLE DE INFECÇÃO EM ENDODONTIA
Dentre as especialidades odontológicas é a endodontia que manipula
instrumentos perfurocortantes específicos, como limas e brocas que estão,
muitas vezes, em contato direto com o conteúdo séptico-tóxico que habita o
interior do canal radicular. Portanto, adotar medidas de controle de infecção, no
consultório odontológico, é de fundamental importância para se minimizar o
23
risco do paciente, bem como de toda a equipe envolvida no ambiente
odontológico.
Por conseguinte, em Endodontia, a manutenção da cadeia asséptica
ocupa um lugar de destaque, visto que, durante o preparo químico-mecânico
dos canais radiculares, restos orgânicos e inorgânicos ficam aderidos às
espiras das limas endodônticas. O intercâmbio, destes debris, entre pacientes,
via instrumento contaminado, é extremamente indesejável e deve ser evitado,
pois esses materiais contaminados podem permitir a manutenção de um
processo crônico ou, até mesmo, levar à agudização de um processo
infeccioso preexistente.
Além disso, a presença desses resíduos aderidos à superfície dos
instrumentos pode trazer, como conseqüência, a diminuição de corte de
dentina, bem como provocar a obliteração do canal radicular ou, ainda, permitir
que este conteúdo séptico-tóxico seja levado para a região periapical.
Atentos no sentido de aprimorar as atitudes de biossegurança, vários
autores têm demonstrado preocupação com a limpeza do instrumental
endodôntico, principalmente, com a qualidade da limpeza, desinfecção e
esterilização das limas endodônticas.
Em 1969, Grossmann alertava que o acúmulo de resíduos nas limas
endodônticas, durante o preparo do canal, poderia impedir que o comprimento
de trabalho fosse mantido, além do risco que esses detritos fossem levados
para a região apical. O autor enfatizava, ainda, que o acúmulo de sujidade na
superfície dos instrumentais diminuiria o poder de corte dos mesmos,
predispondo-os à fratura.
Leonardo (1974) afirmava que a limpeza das limas endodônticas,
durante o preparo do canal, era um requisito prévio à esterilização.
Em 1981, Ulfohn et al. realizaram um estudo com profissionais em
prática constante de Endodontia com o objetivo de verificar, mediante controle
biológico, os métodos de esterilização dos instrumentos endodônticos
previamente esterilizados e, depois, contaminados. Os instrumentos foram
24
contaminados com uma suspensão bacteriana de estreptococos vidians,
estafilococos aureus e bacilos subtilis, esporulados, por cinco minutos. Os
instrumentos foram colocados em 66 tubos de vidro, sendo 33 com germes
esporulados e 33 não esporulados, e enviados aos consultórios, para que
fossem esterilizados em estufas de forma habitual. Posteriormente, foi
realizado o controle biológico, sendo colocado em cada tubo, 3 ml de caldo
cérebro-coração e incubado a 37°C, durante 96 horas. A seguir, em uma
segunda experiência, foram distribuídos, entre os mesmos profissionais,
instrumentos endodônticos contaminados por germes da saliva, para que
passassem pelos mesmos processos de esterilização habitualmente utilizados.
Na primeira experiência, das 33 amostras contaminadas com germes
esporulados, 75,5% apresentaram culturas positivas; e das 33 amostras
contaminadas com germes não esporulados, somente 33,3% apresentaram
culturas positivas. Na segunda experiência dos 33 instrumentos contaminados
com germes da saliva, 45,5% foram culturas positivas, sendo que desses,
18,8% continham bastonetes esporulados.
Haikel et al. realizaram estudos, em 1996 e 1997, avaliando os efeitos
dos procedimentos de limpeza, desinfecção e esterilização na capacidade de
corte e nas propriedades mecânicas (máximo torque à fratura; máxima
deflexão angular; máxima curvatura a 45°; e permanente deformação angular),
respectivamente, de três tipos de limas endodônticas. As técnicas de limpeza,
desinfecção e esterilização testadas foram as mesmas nos dois estudos, sendo
elas: ultra-som por 4 e 16 ciclos de 15 minutos; desinfecção química com
NaOCL 2,5% por 12 e 48 horas e com NH4 5% por 1 e 4 horas; autoclave
química por 5 e 10 ciclos de 20 minutos a 134°C; calor seco por 5 e 10 ciclos
de 2 horas a 180°C; e esterilizador de bolinhas de vidro por 10 e 40 ciclos de
40 segundos a 250°C. A capacidade de corte das limas testadas foi
influenciada pela maioria dos procedimentos utilizados, com exceção do calor
seco que não alterou o corte dos dois tipos de limas. Porém, não foi observada
a influência da freqüência e duração dos procedimentos. Quanto às
propriedades mecânicas, as alterações observadas foram insignificantes.
25
Em 1997, Johnson et al. realizaram um estudo com 92 limas
endodônticas novas, tipo K-Flex, com o objetivo de avaliar a presença de
microorganismos viáveis em limas endodônticas contaminadas com Bacillus
stearothermophilus (0,1ml de caldo de cultura) e esterilizadas pelo vapor úmido
e químico. O preparo químico-mecânico dos canais radiculares foi realizado em
dentes extraídos de bovinos. O preparo prévio das limas foi realizado com
ultra-som e detergente enzimático e, após, esterilizadas em autoclave. A
seguir, as limas foram divididas em cinco grupos: ) Grupo A: controle
negativo, contendo 10 limas que não foram contaminadas nem esterilizadas
antes da cultura; ) Grupo B: controle positivo, contendo 10 limas
contaminadas com a cultura, não limpas e não esterilizadas; 3º) Grupo C: com
24 limas que foram contaminadas com a cultura e não limpas, 12 foram
esterilizadas com vapor químico e 12 com vapor úmido; ) Grupo D: com 24
limas contaminadas com a cultura, limpas com ultra-som e detergente; 12
foram esterilizadas com vapor químico e 12 com vapor úmido; ) Grupo E: 24
limas igualmente contaminadas com a cultura e limpas com ultra-som e
detergente, 12 foram esterilizadas com vapor químico e 12 com vapor úmido. O
Microscópio Eletrônico de Varredura foi utilizado para obter imagens das limas
com um aumento de 100X.
Os resultados mostraram que, de acordo com os parâmetros deste
desenho experimental, a presença da cultura o afeta a completa
esterilização das limas endonticas. Não houve diferença entre limas
contaminadas que não foram limpas antes da esterilização e limas
contaminadas que foram limpas, independentemente do método de
esterilização utilizado.
Lopes e Siqueira (1999) ressaltaram que, em alguns casos, o
desenvolvimento ou a persistência de sinais e sintomas, durante ou após a
terapia endodôntica, indica a permanência de infecção, instalada ou associada
ao sistema de canais radiculares. Tal infecção pode ser causada por
microorganismos que vieram a infectar o canal radicular, durante ou após o
tratamento endodôntico.
26
Verificando a orientação aos alunos de graduação na limpeza de limas
endodônticas antes de passarem pelo processo de esterilização, Oliveira et al.
(2000) elaboraram e enviaram questionários para 88 faculdades de
Odontologia do país. Das 62 respostas, 70,45% mostraram 12 técnicas
utilizadas pelas instituições de ensino, sendo que a escovação simples com
água e sabão (41,93%) foi a mais utilizada. O segundo procedimento mais
indicado foi a descontaminação prévia com glutaraldeído, álcool 70% e
hipoclorito de sódio, seguida de escovação (22,58%). Em terceiro lugar, a
técnica que utiliza desencrostante, na qual os instrumentos são colocados
antes da escovação (9,67%). A escovação simples ou combinada totalizou
90,32% das respostas. Apenas oito faculdades utilizavam a cuba ultra-sônica.
O emprego do ultra-som com desencrostante foi indicado em apenas uma
faculdade.
Com o objetivo de verificar a aplicabilidade e o consenso entre as
normas de controle de Infecção em endodontia nas escolas de Odontologia,
Magro (2002) avaliou itens como área física para o atendimento,
processamento de instrumentais, equipamentos de proteção individual,
planejamento e processamento dos instrumentais necessários, bem como a
manutenção da cadeia asséptica durante o atendimento ao paciente. O autor
conclui que é necessário reformular os métodos existentes nas escolas de
Odontologia, desde a área sica utilizada até a formação de comissões de
controle de infecção, assim como a educação continuada para alunos,
professores e funcionários, modificando e aprimorando aspectos
comportamentais.
2.4.1 Limpeza de Limas Endodônticas antes do seu Primeiro Uso em
Pacientes
A literatura tem demonstrado que limas endodônticas novas apresentam
resíduos oleosos e metálicos, além de células epidérmicas aderidos à
superfície das espiras de sua parte ativa. Objetivando, portanto, a redução
27
desta sujidade, visto que sua permanência pode comprometer o sucesso da
terapia endodôntica, estes resíduos necessitam ser removidos por algum
procedimento de limpeza, previamente à esterilização.
Ainda em 1965, Perkins assinalava que, na superfície de instrumentos
endodônticos novos, encontram-se resíduos depositados os quais deveriam ser
removidos, previamente, à esterilização.
Segall et al. (1977a) avaliaram instrumentos endodônticos, novos, sem
uso, de três marcas comerciais. Foram avaliadas limas de calibre 25, sendo 90
limas tipo K, 90 alargadores e 90 limas Hedstroëm. Os instrumentos foram
examinados a partir de um esteriomicroscópio, com aumento de 37,5X. Os
resíduos encontrados foram identificados por escores, sendo escore 1 o
representante de ausência de sujidade e o escore 4 - grande quantidade de
resíduos presentes nas espiras das limas endodônticas. Nenhum instrumento
examinado foi considerado limpo, após a remoção de sua caixa original. Os
autores verificaram a existência de detritos metálicos, plásticos, resíduos
colidais e finas camadas de óleo nos instrumentos estudados. Foi observada,
inclusive, a presença de células epiteliais, possivelmente provenientes da
manipulação da lâmina, durante o processo de fabricação. A partir desse
estudo, fica demonstrada a necessidade de limpar os instrumentos antes da
esterilização.
Lester e Mitchel (1990) avaliaram limas Hedstroëm em Microscopia
Eletrônica de Varredura, tanto no momento de remoção de suas embalagens,
depois da primeira limpeza, como após seu uso na instrumentação de dentes
extraídos e posterior limpeza. O protocolo de limpeza preconizado pelos
autores era a imersão dos instrumentos em detergente à base de ácido
fosfórico e ultra-sonagem por dois minutos. Concluído este procedimento, os
instrumentos foram limpos com álcool 70 e, então, submetidos à esterilização.
Os autores afirmaram que as limas tipo Hedströem, após passarem pela
primeira limpeza, apresentaram defeitos em sua ponta ativa e pequenas
partículas aderidas à mesma. Além disso, ressaltaram que, após o terceiro uso,
as limas apresentavam menor quantidade de resíduos metálicos nas suas
espiras. Acrescentaram, ainda, que havia, nas limas, mesmo após serem
28
submetidas aos processos de limpeza e esterilização, a presença de filme
metálico na parte ativa desses instrumentos.
Zmener e Spielberg (1995) examinaram a presença de resíduos em
limas endodônticas novas. Foram avaliadas 20 limas tipo K e 20 limas tipo
Hedströem, de calibre 40 de 21 mm de três diferentes marcas comercias,
constituindo num total de 120 limas endodônticas examinadas, em três
diferentes áreas na Microscopia Eletrônica de Varredura; com aumentos de 45
e 150X . Para tanto, as limas foram fixadas em um stub especial próprio para
limas endodônticas. Foram feitas eletromicrografias de cada lima, sendo
atribuídos escores de 0 a 3; o escore 3 representava o instrumento repleto de
resíduos; o escore 2, instrumentos com quantidade moderada de resíduos; o
escore 1, o instrumento com poucos resíduos; e o escore 0, o instrumento
completamente livre dos mesmos. Após o exame das limas no MEV, as limas
foram ultra-sonificadas por 15 minutos, em solução detergente e levadas
novamente ao MEV, seguindo os mesmos parâmetros da avaliação anterior. As
limas tipo K e Hedströem foram avaliadas, portanto, em dois momentos: logo
após a remoção de suas embalagens e após a limpeza ultra-sônica. Nenhum
dos instrumentos examinados encontrou-se livre de resíduos metálicos, não
havendo diferença significativa entre os instrumentos de diferentes marcas. A
presença de metal foi mais freqüente nas limas do tipo K do que nas limas do
tipo Hedströem. Após serem submetidos à limpeza ultra-sônica, os
instrumentos pareceram limpos com o aumento de 45X; porém, no momento
em que foram observados em maior aumento (150X), verificou-se a presença
de resíduos em sua superfície. Os resultados mostraram, então, que todas as
limas tinham resíduos metálicos em sua parte ativa, independentemente de
passarem ou não pela limpeza ao ultra-som. Apesar disso, os autores
ressaltaram que o uso do ultra-som, em conjunto com uma solução detergente,
parece ser a melhor forma de limpeza na remoção dos resíduos oriundos do
processo de fabricação. Para os autores, as diferentes condições das limas em
estudo podem ser atribuídas as suas diferenças morfológicas, refletindo a
importância do processo de fabricação dos instrumentos no acúmulo de
resíduo em suas superfícies.
29
Tanomaru Filho et al. (2001) avaliaram a presença de resíduos em limas
endodônticas novas de aço inoxidável e de níquel-titânio, quando removidas de
suas embalagens após serem submetidas à limpeza com ultra-som com a
utilização ou não de detergente. Foram utilizadas 40 limas endodônticas, sendo
20 de niquel-titânio (10 limas rotatórias Quantec e 10 limas manuais Nitiflex) e
20 de aço inoxidável tipo K (10 limas do fabricante Dentisply e 10 Moyco Union
Broach). Inicialmente, as limas foram avaliadas ao MEV com aumentos de 50 e
150X, logo após a remoção das caixas originais. As limas foram distribuídas,
aleatoriamente, em oito grupos, cada um contendo cinco instrumentos. Os
grupos de 1 a 4 foram submetidos à limpeza com ultra-som imersos em água
destilada, e os outros quatro grupos em solução de detergente. Todos os
grupos passaram pelo ultra-som por 15 minutos. Então, quatro grupos foram
submetidos à limpeza com ultra-som e detergente e quatro com ultra-som e
água. A presença de resíduos foi avaliada por três endodontistas que utilizaram
escores para avaliação do grau de sujidade: o escore 3 representava grande
quantidade de resíduos; o escore 2 pouco resíduo; o escore 1 pouca
quantidade; e o escore 0 representava a ausência do mesmo. Esses critérios
foram usados para a avaliação das limas logo após a remoção de suas caixas,
bem como as serem submetidas à limpeza. Os aumentos foram os mesmos
para os dois momentos de avaliação. Os resultados mostraram que as limas
apresentavam resíduos metálicos antes de sua limpeza. As limas de aço
inoxidável apresentaram menor quantidade de resíduos que as de níquel-
titânio. Os resultados apresentados pelos autores mostraram que, apesar de as
limas submetidas ao ultra-som com detergente apresentarem sua superfície
ativa mais limpa do que aquelas em que a ultra-sonificação foi feita com água,
essa diferença não foi estatisticamente significante. Os autores concluíram,
ainda, que é preciso submeter as limas endodônticas ao processo de limpeza
antes da esterilização e de seu uso clínico. Essa conduta deve ser realizada de
forma a remover os resíduos metálicos que possam estar presentes nesses
instrumentos. O ultra-som demonstrou ser um eficiente método de limpeza para
remover as partículas metálicas. Os autores sugerem, ainda, que os
instrumentos sejam submetidos ao ultra-som antes de serem armazenados em
suas embalagens e vendidos.
30
Recentemente, Fillipini (2003) realizou um estudo avaliando as
condições microbiológicas e de limpeza de 180 limas endodônticas novas, de
aço inoxidável, tipo K, de três diferentes marcas comerciais (Kerr, Moyco e
Dentisply). Foram avaliadas 60 limas de cada fabricante, as quais foram
divididas em três grupos A, B e C, sendo cada um deles de uma marca
comercial. Foi realizada a alise microbiológica em 90 limas para a verificação
da ocorrência de crescimento microbiano, após permanecerem individualmente
em meio de cultura Brain Heart Infusion (BHI), por 72 horas a 37°C. Das
amostras contaminadas, realizou-se a coloração de gram. A análise das
condições de limpeza da parte ativa foi realizada, nas outras 90 limas, através
do microscópio eletrônico de varredura, com aumento de 80X. Foram
realizadas eletromicrografias de cada lima avaliada ao MEV. As imagens foram
examinadas por três endodontistas calibrados que lhes atribuíram os seguintes
escores: 0 para ausência de resíduos na superfície da lima; 1 - para
superfície da lima praticamente limpa, ou seja, apresentando pequena
quantidade de resíduos; 2 – para superfície apresentando média quantidade de
resíduos, e 3 para superfície com grande quantidade de resíduos. A análise
estatística foi realizada a partir do teste não paramétrico de Kruskal-Wallis. Os
resultados revelaram que os Grupos A e B apresentaram uma amostra
contaminada após 72 horas de incubação, enquanto que o grupo C apresentou
duas amostras contaminadas. O resultado da coloração de Gram revelou a
presença de cocos e bastonetes gram positivos. Com relação às condições de
limpeza do Grupo C, apresentaram-se mais limpas do que as dos Grupos A e
B. Os grupos A e B não diferiram entre si com relação às condições de
limpeza. Verificou-se que não há diferenças significativas entre os calibres
estudados. Torna-se inquestionável, a partir deste estudo, que as limas
endodônticas novas devem ser limpas e esterilizadas antes do seu uso clínico.
Com relação às condições de limpeza das limas endodônticas novas, a
literatura é bastante clara que estes instrumentos devem ser submetidos a uma
técnica eficiente de limpeza e esterilização, antes de serem acondicionados em
suas embalagens originais.
31
2.4.2 Limpeza de Limas Endodônticas durante o Atendimento ao Paciente
A limpeza do instrumental endodôntico, durante o preparo químico-
mecânico dos canais radiculares, é igualmente preocupação de vários autores.
Para tanto, diversos métodos de limpeza têm sido sugeridos e estudados.
Sommer, Ostrander e Crowley (1961) demonstraram que, em hitese
alguma, deveriam ser permitidas reinserções de limas endodônticas cobertas
de dentina nos canais radiculares. A presença de dentina impregnada nos
instrumentos poderia impedir que a lima alcançasse o seu comprimento
original.
Grossman (1969) alertava que a contaminação das limas endodônticas,
durante o preparo do canal, poderia, além de levar resíduos de dentina para a
região apical, diminuir o poder de corte desses instrumentos, predispondo-os à
fratura.
Esse mesmo autor sugeriu, no transoperatório, que a limpeza das limas
fosse realizada com rolos de algodão, para eliminar detritos que se
depositariam entre as espirais, proporcionando um melhor poder de corte e,
possivelmente, impedindo que esses resíduos fossem levados para a região
periapical.
Greene (1965) demonstrava preocupação com a limpeza das limas
endodônticas durante o preparo químico-mecânico dos canais radiculares. Ele
desenvolveu um método de limpeza que utilizava apenas uma das mãos. O
autor inseria tubos de ensaio no interior de uma caixa clínica endodôntica que
continha gesso o qual tomava presa, ficando os tubos de ensaio fixados no seu
interior. Dentro desses tubos, eram colocados rolos de algodão, previamente
esterilizados. Dessa forma, à medida que os instrumentos eram utilizados no
interior dos canais radiculares, os mesmos eram introduzidos no rolo de
algodão e levemente torcido à esquerda, removendo os resíduos das espirais
dos instrumentos.
32
Curson (1966) propôs que resíduos presentes nos instrumentos
endodônticos fossem removidos, inserindo-se as limas em um frasco de boca
larga, contendo uma espuma de poliuretano embebida em clorexidina a 1%
Schilder (1974) chamava a atenção para o fato de que os instrumentos
endodônticos, ao serem removidos do interior do canal radicular, deveriam ser
limpos com rolo de algodão estéril umedecido em álcool.
Ainda em 1974, Leonardo afirmava que a limpeza das limas
endodônticas, utilizadas durante a instrumentação do canal, tinha como
requisito prévio a esterilização. O autor ressaltava o uso das cubas ultra-
sônicas com o objetivo de proporcionar uma desinserção de resto orgânicos,
sangue e outros detritos, seguido da esterilização desse instrumental.
A partir desses autores, nota-se que não é recente a preocupação com a
limpeza das limas endodônticas durante o preparo químico-mecânico dos
canais radiculares.
A utilização da esponja embebida em álcool 70% ou outro anti-séptico,
também foi citada por Bombana e Simões, em 1988.
Referente à limpeza dos instrumentos endodônticos, durante o preparo
químico-mecânico dos canais radiculares, Segall et al. (1977b) avaliaram 270
instrumentos de calibre 25 (90 limas tipo K, 90 alargadores e 90 limas tipo
Hedströem), utilizados no preparo de canais e foram limpos com gaze e ultra-
som com álcool por quatro minutos. Os autores testaram as seguintes técnicas
de limpeza: com rolos de algoo secos ou úmidos, gaze úmida ou seca, lençol
de borracha estendido e espuma úmida. Cada grupo com cinco limas passou
por um dos métodos de limpeza. Os instrumentais passaram por esses
processos de limpeza em um único movimento e pelo mesmo operador. Os
instrumentos foram avaliados através de um estereoscópio com aumento de
37,5X. A quantidade de resíduo foi classificada em escores de 1 a 4, sendo o
escore 4, o que representava o maior grau de sujidade. Os resultados
demonstraram que o método de limpeza dos instrumentos com gaze foi mais
efetiva, independente de estar seca ou úmida, porém nenhum método por eles
33
empregado na limpeza - rolos de algodão, gaze, lençol de borracha e espuma -
deixou a superfície do instrumento livre de resíduos.
Paiva et al. (1988) sugeriram que o instrumento, após ser utilizado no
preparo do canal radicular, deveria ser limpo com gaze ou rolo de algodão
esterilizados e umedecidos em solução desinfetante, antes de serem inseridos,
novamente, no canal radicular.
Atentos para essa questão das limas endodônticas no transoperatório do
preparo químico-mecânico, Leonardo e Leal (1998) e Estrela e Figueiredo
(1999) sugerem o uso do tamborel como dispositivo auxiliar de limpeza dos
instrumentos endodônticos, bem como, Soares e Goldberg (2001) citam o
Clean-Stand (Dentisply-Maillefer), contendo uma esponja embebida em álcool
70% ou outro anti-séptico.
Sousa (1996) avaliou a permanência de sujidade nas limas
endodônticas, após serem submetidas as seguintes técnicas de limpeza:
a) gaze;
b) lençol de borracha;
c) espuma
d) clean-stand com gaze;
e) clean-stand com lençol de borracha.
Foram utilizadas 120 limas endodônticas, de calibre 25, sendo 60 limas
do tipo K e 60 do tipo Hedströem, todas de 21 mm de comprimento. Foram,
previamente, ultra-sonificadas com água destilada por 5 minutos. As limas
foram distribuídas em 10 grupos experimentais, contendo 10 limas cada, um
grupo controle positivo (as limas eram utilizadas no preparo do canal, mas não
submetidas aos métodos de limpeza) e um grupo controle negativo (as limas
não eram utilizadas no preparo do canal). O exame das limas foi realizado em
microscopia eletrônica de varredura, com aumento de 75X em sua ponta e em
uma parte mais intermediária da parte ativa. O exame das eletromicrografias foi
realizado por dois examinadores, e a espuma foi o método de limpeza que
apresentou os melhores resultados para as limas tipo K e Hedströem com
34
diferenças estatisticamente significativas. Quanto à limpeza da ponta e da
porção mais intermediária da parte ativa de ambos os tipos de lima, não houve
diferença estatisticamente significativa. Nenhum método limpou, totalmente, as
limas. A gaze utilizada no clean-stand depositou fibras de algodão nas espirais
dos dois tipos de limas, bem como fragmentos de borracha também foram
encontrados em ambos os tipos de limas. A segunda técnica mais eficiente foi
a do clean-stand com gaze e apenas gaze para as limas Hedströem. Os outros
métodos não tiveram diferenças estatísticas.
Com o objetivo de avaliar a influência da densidade da espuma de
poliuretano na capacidade de limpeza de limas endodônticas, durante o
preparo químico-mecânico dos canais radiculares, Tartarotti e Oliveira (2004)
utilizaram blocos de espuma flexível nas densidades 14, 23, 33 e 38. A
avaliação das limas foi realizada pela MEV, em aumento de 80X. As
eletromicrografias obtidas foram analisadas por três examinadores calibrados,
especialistas em endodontia que atribuíram escores de 0 a 3, de acordo com o
grau de sujidade presente na lima. A partir dos resultados, conclui-se que
nenhuma das densidades testadas foi capaz de limpar completamente as limas
endodônticas, porém as limas que foram inseridas nas espumas apresentaram-
se mais limpas do que aquelas que não passaram por este processo de
limpeza. Não foi encontrada diferença estatisticamente significante entre as
densidades das espumas testadas, mas o estudo sugere que quanto maior a
densidade da espuma, maior é a capacidade de limpeza das no
transoperatório.
Dessa forma, os estudos com relação à limpeza das limas endodônticas,
durante o preparo químico-mecânico dos canais radiculares, demonstram que
a espuma de poliuretano é um método de limpeza coerente e viável, não
somente pela sua eficiência comprovada cientificamente, quando comparada a
outros métodos, como pelo baixo custo e facilidade de aquisição, permitindo o
seu descarte após o uso.
35
2.4.3 Limpeza de Limas Endodônticas após o Atendimento do Paciente
Atualmente, é inquestionável que resíduos provenientes da
instrumentação de canais radiculares ficam aderidos às espiras da superfície
ativa das limas endodônticas. Estes debris orgânicos e inorgânicos podem ser
responsáveis por uma série de complicações durante as fases que compõem a
terapia endodôntica, considerando-se entre elas: a obliteração do canal
radicular, a diminuição do poder de corte do instrumento, permitindo que o
mesmo fique mais suscetível à fratura, a extrusão desses debris para a região
periapical, podendo trazer como conseqüências dor pós-operatória e insucesso
do tratamento endodôntico.
Considerando, portanto, que as limas endodônticas são reutilizadas no
preparo químico-mecânico dos canais radiculares, a literatura tem dado muita
atenção à limpeza destes instrumentos, após o seu uso clínico.
Murgel et al. (1990) avaliaram técnicas de limpeza de limas
endodônticas após serem utilizadas na instrumentação dos canais radiculares.
As técnicas empregadas foram as seguintes: gaze com álcool; espuma com
álcool e ultra-som. Para tanto, foram utilizadas 110 limas endodônticas tipo K,
de calibre 25 e com 21 mm de comprimento. Foi realizada uma limpeza prévia
destes instrumentos em ultra-som por 5 minutos. As limas foram divididas em
oito grupos: O grupo A era composto pelo controle positivo e negativo, cada um
com 10 limas, e o grupo B composto pelos grupos experimentais, contendo
cada um 15 limas endodônticas as quais eram submetidas às técnicas de
limpeza propostas, sendo três deles submetidos à limpeza imediatamente após
o preparo dos canais radiculares e os outros três, uma hora após a
instrumentação.
Para avaliação dessas limas após a utilização das mesmas no preparo
dos canais radiculares, foi utilizada a microscopia eletrônica de varredura. As
técnicas de limpeza significativamente mais eficazes foram as que utilizaram o
ultra-som e a limpeza com gaze com álcool. Nenhum método de limpeza
removeu, totalmente, os resíduos presentes nas espiras dos instrumentos e,
36
também, não houve diferenças significativas em relação aos dois momentos de
avaliação propostos.
Em 1991, Zelante e Alvares sugeriram que o instrumental utilizado no
preparo dos canais radiculares deveria permanecer numa esponja embebida
em solução detergente e, após, submetido à lavagem em água corrente. Dessa
forma, após a secagem, tais instrumentos estariam prontos para serem
acondicionados numa caixa metálica e levados à estufa para esterilização.
Preocupados, também, com a limpeza das brocas, comumente
reutilizadas em preparos cavitários, aberturas coronárias, remoções de
restaurações e cimentos, Pileggi-Vinha e Pécora (1994) testaram três técnicas
de limpeza; ultra-som com água por 10 minutos, escova metálica e água
corrente e escova plástica e água corrente. Esses autores concluíram que o
ultra-som, por 10 minutos, mostrou-se superior na remoção de dentina cariada
e cimento fosfato de zinco seguido da limpeza com escova de metal. No
entanto, nenhuma técnica mostrou-se totalmente eficaz.
Sanches e Mac Donald (1995) realizaram um estudo contaminando
instrumentos odontológicos com sangue humano. Os instrumentos foram
imersos no sangue, removidos e permaneceram secos por uma hora antes de
serem descontaminados, momento em que foram divididos em dez
instrumentos por cassete e analisados pela presença de sangue, depois de
serem descontaminados com a utilização de sete métodos testados que
incluíram limpeza ultra-sônica, imersão com um limpador enzimático e lavadora
de louças automática, desenvolvida para realizar a descontaminação de
instrumentos. O método mais efetivo foi a imersão em detergente enzimático,
seguido do ultra-som com detergente e pelo uso da lavadora de louças. Porém
nenhum método eliminou concentrações detectáveis de sangue.
Em sua dissertação de Mestrado, Carmo (1996) estudou alguns
métodos de limpeza de limas endodônticas usadas após o atendimento ao
paciente, bem como verificou se existe influência da morfologia do instrumento
com os resultados obtidos em seu experimento. Para isso, utilizou 80 limas tipo
K helicoidais, calibre 25, sendo 40 limas de aço de secção quadrangular,
37
fabricada por torção e 40 de níquel-titânio, de secção circular fabricada por
usinagem. Todas as limas, após serem removidas de suas embalagens, foram
submetidas ao banho ultra-sônico com solução desencrostante por 12 minutos.
O grupo controle negativo foi composto por cinco limas de aço inoxidável e
cinco limas de níquel-titânio que passaram somente pelo processo de ultra-
sonificação. O controle positivo era formado, tamm, por cinco limas de aço
inoxidável e cinco limas de níquel-titânio que foram usadas no preparo dos
canais radiculares e o passaram por nenhum método de limpeza. As 60
limas restantes, após serem utilizadas na instrumentação de dentes extraídos,
foram divididas em grupos, dependendo do método de limpeza utilizado. Os
grupos testados foram: Grupo 1 limas de aço inoxidável submetidas à
limpeza ultra-sônica; Grupo 2 limas de aço inoxidável submetidas à
escovação manual; Grupo 3 limas de aço inoxidável submetidas à
associação de escovação manual e banho ultra-sônico; Grupo 4 limas de
níquel-titânio submetidas à limpeza ultra-sônica; Grupo 5 limas de níquel-
titânio submetidas à escovação manual; Grupo 6 – limas de níquel-titânio
submetidas à escovação manual e banho ultra-sônico. Foram feitas
eletromicrografias das limas com aumento de 150 X em quatro áreas das limas
e atribuídos escores de 0 a 4. Os resultados mostraram que a limpeza por
escovação, associada ao ultra-som, obteve os melhores resultados. Nenhum
método testado, porém, foi capaz de limpar totalmente as limas. O autor
observou, além disso, que a eficiência dos métodos testados não é alterada
pela diferença entre o acabamento final das superfícies das limas endodônticas
de aço inoxidável e níquel-titânio.
Figueiredo et al. (1997) realizaram um estudo in vitro para testar cinco
técnicas de limpeza de limas endodônticas tipo Hedströem número 40 de 25
mm. Cada lima foi usada para preparar um canal radicular, sendo que o tempo
gasto para a instrumentação foi de 5 minutos. Após o preparo, as limas foram
deixadas em repouso por seis dias sobre uma laje de vidro, protegidas de e
umidade pela colocação de papelão ao seu redor. Esse procedimento teve
como objetivo permitir maior fixação de sujidade à superfície do instrumento.
Após esse período, as limas foram divididas em cinco grupos, de acordo com o
método empregado. Grupo A lavagem em torneira com jato de água do
38
abastecimento público por 30 segundos; Grupo B – escova plástica e sabão em
barra por 30 segundos; Grupo C ultra-som com água do abastecimento
público por 10 minutos, associado à escova plástica e sabão por 30 segundos;
Grupo D escovação e ultra-som, conforme descrição anterior; Grupo E
apenas ultra-som. Posterior à limpeza, as limas foram observadas em um
microscópio de luz transmitida. Para fazer uma avaliação da quantidade de
resíduos por lima foram estabelecidos escores de 0 a 4. Os resultados
mostraram uma homogeneidade dos escores nos diferentes terços observados.
A técnica de limpeza, com maior eficácia entre os atendimentos, foi a do ultra-
som seguida de escovação, e a lavagem foi a de menor eficiência. Não houve
diferença significativa entre a técnica de escovação e a de escovação seguida
do ultra-som, sendo consideradas semelhantes. Nenhuma das técnicas foi
considerada totalmente eficaz.
Nessa mesma linha de pesquisa, Oliveira et al. (2001) fizeram uma
avaliação comparativa das condições de limpeza das limas endodônticas dos
alunos de graduação de sete cursos de Odontologia do Estado do Rio Grande
do Sul. Sendo assim, recolheram um total de 70 limas tipo K, calibre 20, com
21 mm de comprimento, dez de cada curso sendo uma de cada aluno. Essas
limas deveriam ter sido usadas, mais de uma vez, no preparo de canais
radiculares e, no momento da coleta, haviam passado pelo processo de
limpeza e esterilização, estando prontas para novo uso. As limas foram
encaminhadas ao laboratório de Microscopia Eletrônica de Varredura e
examinadas com um aumento de 70 X. De cada lima, foi feita uma
eletromicrografia que, posteriormente, foi analisada por três examinadores que
lhes atribuíram escores variando de 0 a 3. Os resultados mostraram que duas
faculdades escolheram para a limpeza das limas o emprego de detergente
enzimático associado à escovação; três escolheram a escovação simples; uma
fazia a descontaminação com glutaraldeído e uma preconizava a escovação
seguida de ultra-som. O método que apresentou os melhores resultados foi o
da escovação seguida de ultra-som, mesmo que nenhuma das limas
analisadas tenha se mostrado isenta de resíduos. O método menos eficaz foi
obtido quando era usada apenas a descontaminação com glutaraldeído.
Através da estatística, fica evidente que não houve diferença significativa em
39
relação à presença de resíduos sobre a superfície das limas entre todos os
cursos que foram incluídos na pesquisa.
Queiroz (2001) realizou uma pesquisa in vivo no preparo de canais
radiculares de 14 dentes portadores de necrose com lesão periapical. As limas
utilizadas foram submetidas a seis diferentes técnicas de limpeza: escovação;
escovação + ultra-som com soro fisiológico; ultra-som com soro fisiológico +
escovação; detergente enzimático + escovação; escovação + ultra-som com
detergente enzimático; ultra-som com detergente enzimático + escovação.
Para cada grupo, foram utilizadas duas caixas de limas tipo K, de 15 a 40, num
total de 12 limas por grupo. Todas as limas foram submetidas ao ultra-som.
Para cada um dos grupos experimentais, foram utilizados dois dentes. Os
canais foram instrumentados pela técnica seriada, sendo utilizado o hipoclorito
de sódio a 1% para irrigação. No transoperatório, as limas ficaram inseridas no
clean-stand, embebidas em hipoclorito de sódio a 1%. As limas foram
analisadas em MEV, com aumento de 80X, e examinadas por endodontistas
calibrados, os quais atribuíram os escores de 0 a 3, em ordem crescente de
presença de sujidade. Os dados obtidos foram submetidos ao teste estatístico
de Kruskal-Wallis. As técnicas que se mostraram mais eficazes foram aquelas
que associaram ultra-som com detergente enzimático e escovação,
independente da ordem e o ultra-som com soro fisiológico, seguido da
escovação. Foi observado que nenhuma das técnicas empregadas foi capaz de
limpar totalmente as limas endodônticas.
Com a realização de um estudo in vivo, Reiss Araújo e Silva (2002)
avaliaram a limpeza de limas endodônticas após o uso em pacientes e
previamente à esterilização. Após a instrumentação de canais de pré-molares,
as limas foram submetidas à escovação ou à ultra-sonificação e analisadas em
lupa estereoscópica. O ultra-som promoveu as melhores condições de limpeza.
Com base nos resultados, conclui-se que é indicado o uso do ultra-som,
seguido de limpeza com escovação e sabão líquido.
Ainda em 2002, foi realizado um estudo, na Universidade de Glasgow,
Escócia, Reino Unido, por Smith et al. que teve por objetivo avaliar a presença
de contaminação de limas endodônticas após serem submetidas a
40
procedimentos de limpeza antes de serem autoclavadas. Fizeram parte deste
estudo limas endodônticas provenientes de sete consultórios odontológicos as
quais haviam sido utilizadas, submetidas à limpeza com escovação manual,
autoclavadas, estando prontas para novo uso. Também foram colhidas limas
endodônticas do Hospital Dental de Glasgow, sendo que estas foram
descontaminadas por imersão em agente detergente e ultra-sonificadas por 6
minutos. O número de usos e os procedimentos de limpeza a que estes
instrumentos haviam sido submetidos eram desconhecidos. A avaliação da
possível presença de contaminação das limas endodônticas foi realizada por
dois examinadores os quais utilizaram escores para avaliar de um microscópio
dissecador em aumentos de 16 e 40 X. Também foi realizada uma avaliação na
Microscopia Eletrônica de Varredura de 10 limas, num aumento de 50 a 200X.
Os resultados demonstraram que 76% dos instrumentos colhidos de
consultórios odontológicos mostraram-se contaminados e 14% daqueles
provenientes do Hospital Dental apresentaram resíduos aderidos às espiras
das limas endodônticas.
Linsuwanont, Parashos e Messer, em 2004, avaliaram, in vitro, a
efetividade de procedimentos de limpeza, utilizando técnica mecânica, e/ou
química combinada. Para tanto, foram utilizados instrumentos de níquel-titânio,
da marca Profile novos, n° 25, taper 0.4, no preparo de canais radiculares. A
presença de resíduos nas espiras dos instrumentos foram mensurados e, após,
manchados com solução Van Gieson e aumento de 45 X. Os escores
atribuídos às manchas foram classificados como nenhum, leve, moderado ou
forte. O protocolo de limpeza foi escovação manual com 20 escovadas,
imersão em NaOCl a 1% por 10 minutos, seguidos de ultra-som por 5 minutos
com a mesma solução e enxágüe final com água destilada. Foram recolhidos
10 instrumentos prontos para o uso de consultórios de endodontistas, após
terem sido submetidos aos procedimentos de limpeza e esterilização e
utilizados, rotineiramente, em cada consultório. Os instrumentos foram
manchados com a solução Van Giesen e classificados da mesma forma
anterior. Num segundo momento, foi solicitado que cada profissional utilizasse
20 (vinte) novos instrumentos. Utilizando o protocolo de limpeza sugerido, foi
solicitado que o assistente o realizasse, porém o enxágüe deveria ser feito,
41
dessa vez, com água da torneira. Utilizando o novo protocolo de limpeza, todos
os consultórios mostraram redução no índice de sujidade. Nenhum método de
limpeza foi capaz de remover os resíduos de todos os instrumentos, mas o
número de instrumentos limpos aumentou 87% com o novo protocolo de
limpeza e, somente 10% com a limpeza de rotina.
A literatura tem demonstrado o resultado das análises do grau de
sujidade das limas endodônticas antes, durante e após o preparo químico-
mecânico dos canais radiculares (SEGALL et al., 1977b; SOUSA, 1996;
CARMO, 1996; FIGUEIREDO et al., 1997; OLIVEIRA et al., 2000, 2001;
QUEIROZ, 2001; SMITH et al., 2003; TARTAROTTI, OLIVEIRA, 2004) sem, no
entanto, encontrar resultados que demonstrem a ausência total de resíduos
depositados nas espiras das limas endodônticas, independentemente do
momento de uso destes instrumentos.
2.5 INSTRUMENTOS ENDODÔNTICOS
Apesar dos recentes avanços ocorridos na Endodontia com o emprego
de novas técnicas e instrumental endodôntico, uma incessante busca pelo
alcance de um sistema de trabalho cada vez mais simplificado, gerando um
menor estresse ao operador e, ao mesmo tempo garantindo a realização de
uma endodontia de maior qualidade.
Nas últimas décadas, novas técnicas de preparo do canal radicular
surgiram, aliadas ao avanço tecnológico nas propriedades dos instrumentos
alterando seu design e sua composição metálica, conferindo, dessa forma, um
avanço na terapia endodôntica. Além disso, houve a introdução das peças
automatizadas como recurso auxiliar no preparo dos canais, objetivando,
principalmente, a diminuição do tempo de trabalho e do estresse do operador.
O preparo do sistema de canais radiculares requer grande destreza e
domínio da técnica por parte do operador, impondo dificuldades que, quando
não conduzidas corretamente pelo operador, poderão resultar no que se
42
convencionou chamar de acidentes em endodontia, entre eles, o desvio de
canal, a confecção de degraus, perfurações, fraturas de instrumentos e perda
do comprimento de trabalho.
Nos últimos vinte anos, o avanço das técnicas de instrumentação
endodôntica somente foi possível devido à evolução dos instrumentos, com
relação às suas propriedades. As limas endodônticas passaram a oferecer
maior segurança, durante o preparo do canal radicular, a partir do aumento da
sua flexibilidade, torção e capacidade de corte, permitindo maior resistência
aos movimentos de torção. Esse fato propiciou melhores resultados
operacionais, garantindo maior facilidade nas manobras do operador e, ainda,
maior segurança durante o preparo químico-mecânico do canal radicular. Além
disso, esses instrumentos sofreram modificações no seu desenho, alterações
da sua ponta ativa e na composição dos seus metais (LIMONGI, 1999).
O formato da secção transversal da haste da lima influencia na sua
flexibilidade e capacidade de corte. Nessa ordem de idéias, as limas de aço
inoxidável que apresentam secção transversa triangular (Flexofile Maillefer),
estão associadas a um maior poder de corte e uma flexibilidade aumentada,
quando comparadas às de secção quadrangular (tipo Kerr). Essas últimas
tornaram-se ultrapassadas, sendo sua secção transversa modificada para a
forma losangular (K-Flex) (PESCE, 1990; ESTRELA, CAMAPUM, LOPES,
1999).
Além de tornarem-se mais flexíveis pela modificação da haste de sua
base, as limas de aço inoxidável também sofreram um arredondamento no
formato de sua ponta ou guia de penetração, o que lhes permitiu maior
facilidade de penetração e redução da possibilidade da formação de zips
apicais (ROANE et al., 1985; ESTRELA, CAMAPUM, LOPES, 1999),
Entretanto, apesar do avanço tecnológico ocorrido nas limas de aço
inox, com o advento de novas técnicas de preparo do canal radicular e, com a
“valiosa” manobra de pré-encurvamento das limas, ainda assim, o realizados
desvios nos canais radiculares, especialmente nos canais curvos, que,
43
provavelmente, são inevitáveis devido à dureza inerte ao metal (PAIVA,
ANTONIAZZI, 1988; TEPEL, SCHÄFER, HOPPE, 1995; SCHÄFER, 1997).
Assim sendo, estudos se voltaram ao aparecimento de um novo
material, inicialmente utilizado em ortodontia, o qual oferecia grandes
propriedades elásticas e anticorrosivas. A liga de níquel-titânio, também
conhecida por Nitinol, começou a ser utilizada no fabrico de instrumentos
endodônticos, em 1988, resultando em limas com memória elástica de forma e
superelasticidade (ANDREASEN, HILLEMAN, 1971; WALIA et al., 1988)
2.6 TÉCNICAS DE PREPARO DO CANAL RADICULAR
No início do século XX, em vista dos instrumentos que se dispunha na
época, o preparo do canal radicular consistia, essencialmente, na remoção do
tecido pulpar, pois a modelagem praticamente inexistia. Com o passar dos
anos, novos instrumentos endodônticos foram surgindo e, com eles, as
técnicas de preparo foram sendo modificadas de ápico-cervicais para cérvico-
apicais (PORTENIER et al., 1998).
Em 1969, Clem, propôs a chamada Técnica Escalonada do preparo do
canal que consistia no alargamento da porção apical a seguir com a dilatação
subseqüencial do canal com recuos escalonados progressivos.
Em 1973, Zeldow propôs o alargamento dos orifícios de entrada dos
canais com brocas Largo e brocas de Batt, tornando essa região mais ampla e
reta, diminuindo a curvatura inicial do canal. Nessa ordem de idéias, Estrela et
al. (1992) propõe técnica similar, alertando para importância do preparo do
terço cervical do canal radicular.
Na década de 80, surge a Técnica da Ampliação Reversa, na
Universidade de Oregon, em 1980, com Marshal e Papin. Os autores
sacramentaram a idéia de sentido de preparo coroa-ápice, desgastando,
primeiramente, os terços iniciais e promovendo a liberação do terço apical
(NETO et al., 1999).
44
Em 1982, Weine propõe o uso de instrumentos rotatórios com as brocas
de Gattes-glidden para o preparo no sentido coroa-ápice dos terços cervical e
médio.
Nessa ordem de idéias, as técnicas coroa-ápice ganharam maior
aceitação, sendo consideradas superiores, quando comparadas às técnicas
ápico-cervicais de preparo do canal radicular, pois a eliminação de constrições
coronárias, além de favorecer à ação livre e direta dos instrumentos
endodônticos no terço apical dos canais, permite uma maior irrigação da região
apical, diminui as chances de deformidades na forma do canal cirúrgico,
reduzindo, ainda, a possibilidade de fraturas de instrumentos (FAIRBOURN,
McWALTER, MONTGOMERY, 1987).
O preparo do canal radicular no sentido coroa-ápice, aliado à evolução
sofrida pelos instrumentos endodônticos, propiciou a massificação do uso das
peças mecanizadas, pois passou a tornar sua mecânica mais segura, a partir
do momento em que os riscos de fraturas de instrumentos e outros acidentes
foram reduzidos.
2.7 CAPACIDADE DE CORTE
A capacidade de corte condiciona-se, em parte, às características e
propriedades dos instrumentos, que sofrem sensível perda dessa capacidade
de acordo com o seu número de usos.
Considerando que a utilização das limas endodônticas de aço inox seja
de até cinco usos, segundo Pesce (1990), estudos demonstram que, à medida
que estes instrumentos vão sendo utilizados no preparo de canais radiculares,
os mesmos vão perdendo a sua capacidade de corte.
Pesce (1984), em sua Tese de Doutoramento, realizou um estudo in
vitro, avaliando, comparativamente, a eficiência de corte de alguns
instrumentos de uso endodôntico em função do seu tipo e procedência, número
de uso e operador. Utilizando limas K-Flex e tipo K, observou que a capacidade
45
de corte do instrumento diminui, especialmente, do primeiro para o segundo
uso. Nessa mesma linha de pesquisa, em 1990, na sua Tese de Livre Docência
da USP, avaliou, comparativamente, mediante a pesagem de dentes humanos,
a eficiência de corte das limas Trifile e Flexofile, segundo o mero de usos e o
operador, constatando haver variação no desgaste dentinário, em função do
tipo de instrumento utilizado, do número de usos e do operador. As limas
Flexofile apresentaram maior poder de corte em tempos similares de preparo,
decrescendo a eficiência de corte, em função do uso.
Segundo Newman et al. (1983), cerca de cinqüenta por cento da
capacidade de corte das limas é observada após o primeiro uso.
Quanto às propriedades dos instrumentos, é sabido que o formato da
secção transversa da sua haste influencia na sua flexibilidade que, por sua vez,
interfere diretamente no poder de corte dessa lima. Como descrito em
capitulo anterior, limas que apresentam haste com secção transversal
triangular tem maior poder de corte e maior flexibilidade do que as que
possuem secção transversal quadrangular (PESCE, 1990; ESTRELA,
CAMPUM, LOPES, 1999).
O desgaste do instrumento, de acordo com Oliet e Soren (1973), ocorre
devido à deformação ou fratura de suas lâminas, além do embotamento do
ângulo de corte. O acúmulo de raspas de dentina ao corpo do instrumento
também interfere nessa capacidade, além de aumentar as chances de fratura
(GROSSMAM, 1968;1969).
Em 1980, Villalobos et al. compararam a eficiência de corte de limas tipo
K, com limas tipo Hedströen e com alargadores, acionados mecanicamente em
canais artificiais, confeccionados em osso bovino, utilizando como parâmetro o
tempo gasto. Constataram que a eficiência de corte é maior nas limas de base
triangular, muito embora estas denotassem maior perda da capacidade de
corte com o uso. Weber et al. (1980), também compartilham da idéia de que
instrumentos de secção transversa triangular são, de início, mais eficientes do
que os de secção quadrangular, porém a perda de corte em função do uso é
menor nestes últimos.
46
Ao compararem a capacidade de corte entre as limas tipo K-Flex e as
tipo K, de secção quadrangular, em dentes humanos extraídos, Sydney et al.
(1982) concluíram, através da variação de peso inicial e final das raízes
preparadas, que não diferença significante entre estes dois instrumentos
testados no que tange a capacidade de corte.
As limas tipo K e K-Flex foram novamente comparadas. Dessa vez,
Pesce (1984) utilizou dentes humanos extraídos que foram preparados por
operadores distintos, porém com o mesmo grau de adestramento. Obteve,
como resultado, que as limas K-Flex apresentaram maior eficiência de corte em
relação as tipo K, e este resultado foi atribuído ao fato de a lima K-Flex possuir
sulco de escape pronunciado, o que permitiria maior acúmulo de magma, sem
interferir na lâmina de corte.
Estas mesmas limas, quando acionadas mecanicamente, com
movimentação linear em blocos de polimetilmetacrilato, formam sulcos que,
quando medidos por Anderson et al. (1985), exibiram diferença significante a
favor da lima tipo K-Flex, nos números 30, 35 e 40.
A capacidade de corte das limas de aço inoxivel também foi
comparada com a das limas de níquel-titânio. Tepel et al. (1995) e Gambill et
al. (1996), através de método computadorizado, verificaram que as limas de niti
apresentavam menor poder de corte que as de aço inoxidável.
Moura et al. (1999) instrumentaram 48 dentes unirradiculares, metade
deles com limas de o inoxidável Flex-R e a outra metade com limas Onyx-R
de Ni-Ti, ambas da Union Broach, confirmando os achados de Tepel et al. e
Gambill et al., em que limas de aço inoxidável proporcionaram maior desgaste
de dentina.
Esses resultados podem ser atribuídos ao fato de que as limas de Ni-Ti
apresentam maior flexibilidade em relação às de aço inoxidável, portanto existe
uma maior dificuldade em fazer pressão contra as paredes do canal, resultando
em um menor desgaste da massa dentinária (MOURA et al., 1999).
47
Em estudo mais recente, Grimm et al. (1999) avaliaram a capacidade de
corte das limas Onyx-R de níquel-titânio e das limas Flex-R em aço inoxidável,
através da pesagem dos dentes, em miligramas, em balança analítica de
precisão, antes e após a instrumentação dos canais. Neste estudo, 48 canais
divididos em dois grupos foram preparados, utilizando-se, para tanto, 6 caixas
de limas. Cada conjunto de limas foi utilizado para o preparo dos canais de
quatro dentes diferentes do mesmo grupo, ocorrendo, assim, , , e
uso para cada lima. Todos os dentes foram preparados por um único operador.
Os autores concluíram que existe diferença significante no poder de corte
entre as limas Flex-R em aço inoxidável e as limas Onyx-R em níquel-
titânio, demonstrando haver uma diminuição no poder de corte das limas, do
ao uso nos dois grupos estudados e sugerindo, ainda, que as limas
Flex-R proporcionam maior desgaste de dentina, quando comparadas às limas
Onyx-R
2.8 PEÇAS MECANIZADAS
A década de 60 marcou o início da utilização de peças automatizadas,
com o Giromatic, que realizava movimentos de ¼ de volta à esquerda e à
direita, 300 vezes por minuto.Os sistemas sônicos e ultra-sônicos passaram a
ser utilizados mostrando-se excelentes no que diz respeito à limpeza do canal
radicular, porém, no que tange ao quesito modelagem, deixavam muito a
desejar. Posteriormente, Levy, em 1984, desenvolveu o sistema Canal Finder,
com a utilização de contra-ângulo e instrumentos específicos (CUNNIMGHAM,
MARTIN, 1975).
Mais recentemente, outras peças automatizadas foram introduzidas no
mercado. Entre elas, as mais conhecidas são as de rotação alternada ou
oscilatória, o Sistema M4, o Sistema Endo-Gripper e o Kavo Intra-Lux, dentre
outros similares, os quais são acoplados ao micro-motor acionados por ar
comprimido. Utilizando rotação contínua, os sistemas Profile 04, Pow R e o
Quantec com a utilização de motores elétricos, que produzem movimento de
360º no interior do canal radicular (WALLIA, BRANTLEY, GERSTEIN, 1988).
48
As peças automatizadas de rotação alternada apresentam a vantagem
de que sua utilização pode ser associada a limas de aço inoxidável acopladas
em peças de mão acionadas por ar comprimido, trazendo resultados clínicos
satisfatórios e, sob o aspecto econômico, mais viáveis do que quando da
utilização de sistemas de rotação contínua.
No sistema de rotação alternada, tem-se o sistema M4 da Kerr que
apresenta movimento de rotação de 30º, no sentido horário e anti-horário, e o
sistema Endo-Gripper, da Moyco, com movimentos de 45º, também em ambos
sentidos, horário e anti-horário. Mais recentemente, encontra-se o sistema da
NSK, o Adiel Endo 10, com uma oscilação de giro de também 45º. A redução
da velocidade varia de 4:1 à 16:1. Estes aparelhos permitem a realização de
um preparo muito semelhante ao manual, pom com maior rapidez e menor
estresse do profissional (LOPES, SIQUEIRA, ELIAS, 1999).
Os movimentos recomendados são de tração do instrumento contra a
porção externa da curvatura, segundo Abou-Rass et al. (1980), o que
apresenta similaridade com os movimentos realizados na instrumentação
manual. Tal fato facilita sobremaneira a introdução deste sistema ao
profissional que o desconhece e apresenta vantagens de possibilitar o
desgaste nas zonas de risco, bem como poder direcionar a lima para regiões
menos acessíveis do canal radicular; no entanto, cabe aqui salientar que esses
sistemas não devem ser utilizados no comprimento total de trabalho em canais
curvos ou atrésicos (SIDNEY apud CARDOSO, 2002).
Em 1998, Arroyo et al descreveram o uso clínico do sistema de rotação
alternada M4, analisando suas características, indicações e contra-indicações.
O movimento empregado é de giro em sentido horário e anti-horário com
amplitude de 30º, reproduzindo o movimento de força balanceada, o mesmo
empregado na instrumentação manual, permitindo a utilização de qualquer
técnica de instrumentação. Os autores citam as vantagens da utilização desses
dispositivos: não necessita de limas especiais, diminui o tempo de trabalho, a
fadiga do profissional e do paciente; melhora a limpeza do canal radicular,
que realiza uma maior remoção de dentina em menor espaço de tempo para
acessar os canais em pacientes com abertura limitada de boca. Também são
49
apresentadas algumas limitações como perda da sensibilidade táctil,
movimentação dos cursores durante os movimentos e, devido à facilidade com
que acessa os canais com as limas mais calibrosas ao limite apical, pode
produzir zips, dilacerações, falsos trajetos e transporte do canal radicular. Ao
finalizar, os autores concluem que, se a técnica empregada estiver correta, os
resultados serão satisfatórios; de outra forma, poderão ocorrer efeitos
indesejáveis mais facilmente do que com o preparo manual.
Os sistemas de rotação contínua são instrumentos de níquel-titânio
fabricados com conicidade de desenho diferente, necessitando de motores
elétricos para funcionarem. Estes instrumentos apresentam efeito memória de
forma e superelasticidade, promovendo a limpeza em toda a extensão de
canais radiculares curvos e atrésicos, respeitando sua anatomia. Entretanto,
como são fabricados com ligas especiais, têm um custo elevado com um
reduzido número de usos.
Com o advento dos motores elétricos e dos sistemas de níquel –titânio,
obteve-se, além da qualidade superior do preparo do canal radicular, uma
redução no nível de ruído, durante a instrumentação, garantindo um maior
conforto ao paciente e, principalmente gerando menor estresse ao profissional,
constituindo-se em uma excelente opção para o especialista em Endodontia.
Muito embora seja notório o desempenho das peças automatizadas no
que tange à redução do tempo de trabalho e do estresse do operador, cabe
ressaltar que estes aparelhos devem ser utilizados como recurso auxiliar nos
preparos de canal radicular, nunca devendo substituir, totalmente, a
instrumentação manual, visto que nenhuma técnica mecanizada apresenta a
capacidade de conferir a sensibilidade táctil de um canal radicular como a
própria mão do profissional (ABOU-RASS, 1996).
No que se refere ao preparo químico-mecânico do canal radicular, o
desenvolvimento de sistemas e aparelhos, o aperfeiçoamento de instrumentos
e técnicas têm buscado a superação das dificuldades, preservando, cada vez
50
mais, as características anatômicas e as condições ideais de modelagem e
limpeza dos canais radiculares.
Inseridas neste contexto de evolução da Endodontia como
especialidade, surgiram as peças mecanizadas de rotação alternada e contínua
que vêm sendo amplamente utilizadas em nosso País. Os sistemas de rotação
alternada se apresentam como uma alternativa que reproduz os movimentos
realizados manualmente, permitindo realizar o preparo do canal radicular com
maior comodidade, diminuindo o estresse do operador, apresentando-se,
dessa forma, como uma alternativa aos sistemas de rotação contínua, devido
ao alto custo das limas de níquel-titânio (SYDNEY, PESCE, MELO, 2000).
Entretanto, é importante ressaltar que, a despeito da grande evolução
nos aspectos referidos acima, a anatomia dental se constitui em um fator
determinante a impor limitações ao profissional, em que a destreza e o
conhecimento dessa particularidade o de extrema importância para o êxito
do tratamento. Considerando-se o correto diagnóstico inicial, a instrumentação
manual deve ser indispensável, sempre que a anatomia dentária interna
solicitar, e os dispositivos mecanizados estando disponíveis como excelentes
recursos auxiliares no preparo dos canais radiculares (SYDNEY, PESCE,
MELO, 2000, 2002; BARLETTA, KOCH, KOCH, 2002; ISHIMOTO et al., 2002).
Com base na literatura consultada, esse estudo pretende oferecer mais
subsídios a respeito da importância da limpeza das limas endodônticas, após
sua utilização no preparo dos canais radiculares, considerando o número de
usos e a técnica empregada (Manual x Mecanizada Sistema de Rotação
Alternada), visto que inexistem estudos na literatura que correlacionem
sujidade e Sistema de Rotação Alternada.
3 PROPOSIÇÃO
52
Este estudo teve por finalidade realizar uma análise comparativa,
através da microscopia eletrônica de varredura, do acúmulo de resíduos, na
parte ativa de limas endodônticas, após os procedimentos de limpeza
realizados considerando:
a) a técnica empregada no preparo dos canais radiculares (manual e
mecanizada – sistema de rotação alternada); e
b) o número de usos das limas.
4 METODOLOGIA
54
4.1 LOCAL DE DESENVOLVIMENTO DA PARTE EXPERIMENTAL
O desenvolvimento da parte experimental deste estudo foi realizado na
Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, Campus Canoas/RS; no Laboratório
da Disciplina de Endodontia da Faculdade de Odontologia e no Centro de
Microscopia Eletrônica e Microanálise.
4.2 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
A realização deste estudo iniciou-se após a avaliação e aprovação do
Projeto de Pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos e
Animais da ULBRA – (Anexo 1).
4.3 SELEÇÃO DO MATERIAL
4.3.1 Preparo e Seleção dos Dentes
Foram utilizados dentes humanos com desenvolvimento radicular
completo extraídos por motivos ortodônticos ou periodontais, obtidos em
unidades sanitárias e clinicas particulares, na cidade de Porto Alegre/RS.
Utilizando-se o critério de avaliação radiográfica, foram eliminados os dentes
portadores de reabsorções dentárias internas, calcificações, tratamentos
endodônticos prévios ou, ainda, alterações de anatomia.
Os dentes selecionados foram mantidos em água destilada (Farmácia-
Escola-ULBRA, Canoas/RS-Brasil), sob refrigeração, a qual era trocada
semanalmente, após realizada a limpeza (com curetas periodontais),
desinfecção e esterilização dos mesmos em autoclave a 121°C por 15 minutos,
seguindo o protocolo adotado pelo Banco de Dentes da FOUSP (IMPARATO et
al., 2003).
55
Depois de realizados os procedimentos de preparo desses dentes, suas
coroas e/ou remanescentes coronários foram seccionados com uma broca
cilíndrica 3100 KGS, na junção amelo-cementária, com um disco de
carburundum montado em uma peça reta e micromotor (Dabi-Atlante, Brasil) e
armazenados em um frasco de vidro contendo nova água destilada (Farmácia-
Escola-Ulbra, Canoas/RS-Brasil), a qual também era substituída,
semanalmente, e mantida sob refrigeração até o momento de serem
trabalhados. As raízes foram padronizadas com o comprimento de 15 a 16 mm
sendo aferidas por um paquímetro digital (Starret).
Estando as raízes preparadas, foram selecionados 60 canais que
apresentassem diâmetro anatômico apical correspondente a lima tipo K de
calibre 15 (FKG Dentaire). Para tanto, foi realizada, primeiramente, a
odontometria pelo método visual, que consistiu em introduzir, no canal
radicular, uma lima de calibre 10 de 21 mm com o cursor posicionado junto ao
cabo, até observar sua justaposição ao forame apical. Nesse momento,
deslizou-se o cursor até um ponto de referência, a lima foi removida do interior
do canal radicular, medindo-se em uma régua milimetrada endodôntica e, desta
medida, descontou-se 1 mm. Foram obtidas medidas de comprimento de
trabalho entre 14 e 15 mm.
De posse da odontometria, verificou-se o diâmetro anatômico de cada
um dos canais. As raízes, para serem aproveitadas neste estudo, deveriam
apresentar diâmetro anatômico apical correspondente a uma lima que se
ajustasse às paredes do canal, ou seja, ao introduzir a lima no canal era
importante perceber a sua justaposição na porção apical do canal radicular ao
mesmo tempo em que era percorrida toda a extensão de trabalho determinada
pela odontometria.
4.3.2 Seleção das Limas Endodônticas
Foram utilizadas vinte caixas de limas tipo K novas, de aço inoxidável,
da 1° série, de 21 mm de comprimento (FKG Dentaire), do mesmo lote de
fabricação, de n° 3912. As limas foram utilizadas na sua seqüência de calibres
15, 20, 30, 35 e 40, no preparo químico-mecânico dos canais radiculares,
56
porém, somente as de calibre 15, 30 e 40 foram examinadas de acordo com a
quantidade de resíduos presentes na sua parte ativa na Microscopia Eletrônica
de Varredura.
4.3.3 Seleção do Dispositivo para a Técnica Mecanizada
Para o preparo dos canais radiculares pela técnica mecanizada, na qual
foi empregado o sistema de rotação alternada, utilizou-se o dispositivo
automatizado, o Adiel Endo 10 - NSK. Este contra-ângulo que utiliza as limas
de aço inoxidável, num sistema de push bottom, apresenta uma redução de
velocidade (10:1) e oscilação de 45°, empregando movimentos rotacionais à
direita e à esquerda e introdução e tração de pequena amplitude contra as
paredes do canal radicular (Figura 1).
Figura 1 Dispositivo automatizado utilizado pela técnica mecanizada
(rotação alternada) - Adiel Endo 10 - NSK
4.4 SELEÇÃO DA TÉCNICA DE PREPARO DOS CANAIS RADICULARES
Na técnica manual e mecanizada, os canais foram preparados pela
Técnica Manual Seriada preconizada por Paiva e Antoniazzi (1988), a fim de
que as limas atuassem em toda a extensão do comprimento de trabalho.
4.5 DEFINIÇÃO DOS GRUPOS EXPERIMENTAIS
As sessenta raízes selecionadas foram distribuídas, aleatoriamente, em
dois grupos experimentais e dois grupos controle definidos da seguinte forma:
57
a) Grupo A: Vinte e oito canais foram preparados através da técnica
manual. Os canais foram instrumentados, por toda a série de
instrumentos (15-40), pela técnica seriada (PAIVA, ANTONIAZZI,
1988), sendo utilizadas sete caixas de limas. As limas foram
submetidas a quatro usos e aos procedimentos de limpeza antes,
durante e após o preparo químico-mecânico dos canais radiculares.
Entretanto, somente as limas de calibre 15, 30 e 40 foram
examinadas.
b) Grupo B: Vinte e oito canais foram preparados através da técnica
mecanizada na qual foi utilizado o sistema de rotação alternada. Para
tanto, foi utilizado o dispositivo automatizado (Adiel Endo 10–NSK).
Nesse grupo, também foram utilizadas sete caixas de limas. Os
canais foram igualmente instrumentados pela técnica seriada na
rotação alternada. Da mesma forma que no grupo anterior, as limas
foram submetidas aos quatro usos e aos procedimentos de limpeza
antes, durante e após o preparo químico-mecânico dos canais, e os
calibres examinados foram, igualmente, as limas de calibre 15, 30 e
40, os mesmos descritos no grupo anterior.
c) Grupo C: O grupo controle Positivo teve dois subgrupos:
Grupo Controle Positivo 1: Dois canais foram preparados pela
técnica manual. Foram utilizadas duas caixas de limas as quais
não sofreram, durante ou após o preparo, nenhum processo de
limpeza. Os calibres examinados também foram os de calibre 15,
30 e 40.
Grupo Controle Positivo 2: Neste grupo, foi utilizada a mesma
metodologia do grupo anterior, porém os canais foram preparados
com o sistema de rotação alternada.
d) Grupo D: Controle Negativo: Neste grupo, foram utilizadas duas
caixas de limas as quais não foram empregadas no preparo químico-
mecânico dos canais radiculares sendo levadas, após a ultra-
sonificação prévia para o exame dos calibres 15, 30 e 40.
Quadro 1: Quadro demonstrativo de operacionalização dos grupos experimentais
Grupo
Dentes
(n)
Caixas limas
15-40
Técnica Preparo
(Manual X Mecanizada)
Blocos
espuma
Limas a serem
examinadas
Usos
Eletromicrografias
de cada calibre
A 28 7 Manual 28 15 – 30 - 40 4 84
B 28 7 Mecanizada 28 15 – 30 - 40 4 84
C1 2 2 Manual 15 – 30 - 40 1 6
C – Controle
Positivo
C2 2 2 Mecanizada 15 – 30 - 40 1 6
D – Controle
Negativo
2 15 – 30 - 40
Total 60 20 56 186
58
59
4.6 PREPARO DAS LIMAS ENDODÔNTICAS
As limas novas, sem uso, foram removidas de suas embalagens,
juntamente com os cursores que as acompanhavam, e submetidas à ultra-
sonificação com água destilada por dez minutos. Para tanto, foi utilizado o
aparelho Ultrasonic 1440 Plus (Odontobrás), na freqüência de 40 KHZ. Logo
após esse procedimento, as limas foram removidas da cuba ultra-sônica e, com
o auxílio de uma pinça clínica, foram apreendidas pelo cabo e colocadas numa
caixa própria para endodontia. As limas foram secas em estufa odontológica
(Dabi Atlante Modelo 311 CG) a 50°C por 5 minutos.
4.7 DESENVOLVIMENTO DA PARTE EXPERIMENTAL
Nos grupos experimentais A, B e C, os canais foram instrumentados, por
um único operador, pela técnica seriada (PAIVA, ANTONIAZZI, 1988), tanto no
preparo pela técnica manual e como pelo sistema de rotação alternada.
Para o preparo do canal radicular, os dentes foram removidos do frasco
no qual estavam acondicionados contendo água destilada. Os ápices
radiculares foram vedados com cera utilidade (cera Utility, Herpo Produtos
Dentários Ltda., Rio de Janeiro-Brasil) com o objetivo de evitar o
extravasamento da solução irrigadora durante o preparo químico-mecânico. As
raízes foram envolvidas em compressas de gaze e fixadas em uma morsa
(Vaco Wise, General, USA), em torno de uma mesa de bancada.
Para a irrigação, foi utilizada uma seringa de vidro Luer Lock de 10 ml
(Ibras) e uma agulha de irrigação 25/4 – B-D, desprovida de bisel; como
solução irrigadora foi utilizado o hipoclorito de sódio a 1%, adquirido na
Farmácia Escola da ULBRA/Canoas RS. A agulha de irrigação foi calibrada,
utilizando-se cursores de silicone a 3 mm aquém do comprimento de trabalho.
A aspiração foi realizada através de cânulas aspiradoras metálicas n° 40/20
(BD), posicionada na embocadura do canal. A cada irrigação e aspiração,
60
tomou-se o cuidado de manter sempre o canal preenchido coma solução
irrigadora.
As limas utilizadas no preparo químico-mecânico dos canais, secas e
ordenadas na caixa metálica, foram todas calibradas, deslizando-se o cursor,
com o auxílio de uma pinça clínica, até a medida previamente obtida na
odontometria, verificada na régua endodôntica.
O preparo do canal radicular iniciou com uma irrigação de 2 ml de
hipoclorito de sódio a 1%, ao mesmo tempo em que se realizou a aspiração,
tomando-se o cuidado de, ao final, manter-se o canal radicular repleto de
solução irrigadora com uma nova irrigação de 2ml de solução.
O preparo químico-mecânico do canal foi iniciado com uma lima de
n° 15, realizando-se movimentos de limagem até que ela ficasse solta no
interior do canal, podendo, assim, ser inserida no bloco de espuma. Em
seguida, realizou-se nova irrigação/aspiração/irrigação, passando-se para a
lima de n° 20 e, assim, sucessivamente, até a lima 40, quando foi realizada
uma irrigação final com mais 2 ml de hipoclorito de sódio a 1%.
Após a utilização de cada lima no preparo do canal, a mesma era
introduzida até o final de sua parte ativa em um bloco de espuma flexível de
poliuretano (Trorion Gaúcha Industrial de Poliuretanos Ltda, Canoas/RS -
Brasil), com dimensões de 7,5cm X 4,5cm X 4,5cm e densidade de 38kg/m,
acondicionados em recipientes plásticos com dimensões semelhantes,
embebidos com 5 ml de hipoclorito de sódio a 1% com finalidade de limpeza
(TARTAROTTI, OLIVEIRA, 2004).
O ato de introduzir ou retirar a lima da espuma foi executado em um
único movimento e nenhum outro recurso de limpeza foi utilizado.
O preparo pelo sistema de rotação alternada iniciou-se com o uso de
uma lima de n°15. O operador empregou movimentos de pequena amplitude de
introdução e tração do instrumento contra as paredes do canal. A técnica de
preparo utilizada foi igualmente a seriada, sendo utilizados os mesmos
61
procedimentos de odontometria, preparo e irrigação/aspiração do canal
radicular.
Ao final do preparo, em ambas as técnicas (manual x mecanizada), as
limas eram removidas dos blocos de espuma e, primeiramente, escovadas com
uma escova de cerdas macias (Johnson e Johnson Ind. Ltda., São Paulo-
Brasil), com sabão líquido e sob água corrente, sendo seguradas pelo cabo.
Durante a escovação, segurava-se a lima pelo cabo, e o tempo de manobra
desse procedimento foi estipulado em 20 segundos para cada lima. Ao final
desse processo de limpeza, as limas eram acondicionadas novamente na caixa
metálica e ultra-sonificadas em cuba ultra-sônica com detergente enzimático
por 12 minutos. Após a ultra-sonificação as limas eram esterilizadas em
autoclave. Concluído o processo de esterilização, as limas eram levadas para o
Laboratório de Microscopia Eletrônica para análise, sendo examinadas,
somente, as de calibre 15, 30 e 40. Ao término do exame no MEV, as limas
eram utilizadas novamente, no preparo dos canais radiculares e, assim,
sucessivamente até o quarto uso. Para os posteriores, segundo, terceiro e
quarto usos, os mesmos procedimentos de preparo, limpeza, esterilização e
exame no MEV foram utilizados.
4.8 AVALIAÇÃO NA MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA
A análise microscópica das limas utilizadas neste estudo foi realizada
através da Microscopia Eletrônica de Varredura (Phillips modelo XL 20,
operado em 15Kv), com aumento de 80X, sendo que a porção da lima a ser
examinada foi a parte final (ponta) do instrumento, em uma superfície escolhida
aleatoriamente (Figura 2).
62
Figura 2
– Microscópio Eletrônico de Varredura
No laboratório de MEV, as limas foram fixadas em um dispositivo próprio
para limas endodônticas stub special (Figura 3), conforme proposto pelo
técnico Sr. Carlos Barbosa, com capacidade para a análise de seis limas de
cada vez e, então, levadas à câmara do MEV (Figura 4).
Figura 3
Stub special com as 6 limas de calibre 15,
30 e 40 a serem analisadas no MEV
63
Figura 4
Limas posicionadas na câmara do Microscópio Eletrônico
de Varredura para serem examinadas
4
.9 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
4.9.1 Examinadores
Foram convidados dois examinadores, especialistas em endodontia,
docentes com experiência em pesquisa, devidamente treinados, calibrados e
desconhecedores de informações importantes pertinentes ao estudo.
Para o treinamento dos examinadores, foram fornecidas
eletromicrografias (escores) como referência mostrando quatro diferentes graus
de limpeza, correspondentes aos escores utilizados.
Os examinadores estavam orientados para que, em caso de dúvida
entre um escore e outro, fosse escolhido o mais alto.
64
4.9.2 Escores
Para avaliar o grau de limpeza, foi considerada a ausência ou a
permanência de resíduos (sujidade) sobre a parte ativa das limas.
Os examinadores atribuíram a cada uma das eletromicrografias escores
dentro dos seguintes valores:
Escore 1 - Para ausência de qualquer resíduo na superfície da lima
(Figura 5);
Escore 2 Para superfície apresentando pequena quantidade de
resíduos (Figura 6);
Escore 3 Para superfície apresentando média quantidade de
resíduos (Figura 7);
Escore 4 Para superfície apresentando grande quantidade de
resíduos (Figura 8).
65
Figura
5 – Eletromicrografia representativa do escore 1.
Figura 6
– Eletromicrografia representativa do escore 2.
Figura 7
– Eletromicrografia representativa do escore 3.
Figura 8
– Eletromicrografia representativa do escore 4.
66
4.10 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise estatística deste estudo foi realizada através de tabelas,
gráficos, estatísticas descritivas (média e desvio-padrão) e alguns testes
estatísticos destacados abaixo:
Para a verificação do grau de concordância entre os examinadores, foi
utilizado Teste de Kappa.
Tabela 1
Valores de Kappa para os avaliadores 1 e 2
Comparação Kappa (%)
p
Limas 15 78 0,01*
Limas 30 92 0,01*
Limas 40 76 0,01*
Através dos resultados do teste utilizado, verifica-se que para todas as
comparações obteve-se um bom nível de concordância entre os avaliadores 1
e 2.
Para a comparação entre as técnicas, foi utilizado o teste não
paramétrico de Mann-Whitney. Este teste tem por objetivo comparar dois
grupos independentes através dos postos das medidas de cada valor. Para a
comparação entre o número de utilizações foi utilizado o teste não paramétrico
Prova de Friedman. Este teste permite a comparação de dados resultantes de
uma mesma amostra, dependentes, em momentos distintos, 1° uso, 2° uso, 3°
uso e 4° uso (MOTTA, WAGNER, 2003).
Para o processamento e análise destes dados, foi utilizado o software
estatístico SPSS versão 10.0.
5 RESULTADOS
68
A partir da metodologia utilizada neste estudo, os resultados
apresentados estão baseados na observação das 186 eletromicrografias das
limas endodônticas dos grupos A, B, C e D.
No Anexo 2, encontram-se os escores atribuídos pelos dois
examinadores a cada uma das eletromicrografias.
Na Tabela 2 e na figura 9, observa-se a comparação entre os grupos
para qual foi utilizada a média dos escores entre os dois avaliadores.
69
Tabela 2
Estatísticas descritivas gerais para os grupos
Grupos n Mínimo Máximo
Escore Médio
Desvio-padrão
LIMA 15
Técnica Manual 28 1 3
1,7
0,6
Técnica Mecanizada 28 1 2,5
1,5
0,5
Controle Positivo 4 3 4
3,8
0,5
Controle Negativo 2 1 1
1,0
0,0
LIMA 30
Técnica Manual 28 1 4
1,8
0,7
Técnica Mecanizada 28 1 4
1,8
0,7
Controle Positivo 4 4 4
4,0
0,0
Controle Negativo 2 2 2
2,0
0,0
LIMA 40
Técnica Manual 28 1 3,5
1,8
0,6
Técnica Mecanizada 28 1 4
1,8
0,7
Controle Positivo 4 4 4
4,0
0,0
Controle Negativo 2 1,5 2
1,8
0,4
Figura 9
– Estatísticas descritivas gerais para os grupos
1,7
1,5
3,8
1,0
1,8 1,8
4,0
2,0
1,8 1,8
4,0
1,8
1
2
3
4
Escore dio
LIMA 15 LIMA 30 LIMA 40
Lima
Técnica Manual Técnica Mecanizada Controle Positivo Controle Negativo
70
Pela análise da Tabela 2 e da Figura 9, verifica-se que somente a lima
de calibre 15 apresentou variação nos seus escores médios de sujidade. No
entanto, em relação aos resultados apresentados pelas limas de calibre 30 e
40, não houve diferença entre os escores médios desses dois calibres para
ambas as técnicas examinadas.
Com base nesses resultados, foi sugerido, na análise estatística, que as
limas passassem a ser analisadas independentemente do calibre.
A partir desses dados apresentados, também foi possível observar que
os escores obtidos para o controle positivo foi de 100% de escore 4 para as
limas de calibre 30 e 40, ou seja, apresentaram grande quantidade de resíduos
nas suas superfícies. Com relação à avaliação do acúmulo de sujidade para a
lima de calibre 15, um dos examinadores atribuiu escore 3 para uma das
avaliações, reduzindo o valor final do escore médio (Anexo 2). Esse fato
demonstra, portanto, que a lima de calibre 15 foi o instrumento que acumulou
menor quantidade de resíduos nas espiras das limas endodônticas
examinadas.
Com relação ao controle negativo, somente a lima de calibre 15
apresentou-se totalmente limpa com 100% de escore 1; em contrapartida, as
limas de calibre 30 e 40 demonstraram alguma presença de sujidade na sua
superfície visto que os examinadores atribuíram escore 2 para ambos os
calibres (Anexo 2).
A Tabela 3 e o gráfico apresentado na Figura 10 demonstram a
comparação entre as técnicas experimentais.
71
Tabela 3
Comparação entre as técnicas experimentais
Grupo n
Escore Médio
Desvio-padrão p
Lima 1º uso
Grupo A (Manual) 21
1,3
0,4 0,67
Grupo B (Mecanizada) 21
1,2
0,4
Lima 2º uso
Técnica Manual 21
1,3
0,4 0,08
Técnica Mecanizada 21
1,6
0,6
Lima 3º uso
Técnica Manual 21
2,3
0,6 0,52
Técnica Mecanizada 21
2,2
0,8
Lima 4º uso
Técnica Manual 21
2,1
0,3 0,04*
Técnica Mecanizada 21
1,9
0,3
Nota: *Diferença significativa entre os grupos
Figura 10
Gráfico comparativo entre as técnicas experimentais
1,3
1,2
1,3
1,6
2,3
2,2
2,1
1,9
1
2
3
4
Escore Médio
Lima uso Lima uso Lima uso Lima 4º uso
Número de utilizações
Técnica Manual Técnica Mecanizada
72
Através dos resultados apresentados após a utilização do teste de
Mann-Whitney, conforme demonstrado na Tabela 3 e na Figura 10, observa-se
o menor acúmulo de resíduos, tanto para o grupo A (manual) como para o
grupo B (mecanizada) no 1
°
uso, sem diferença estatisticamente significativa
entre os grupos; no 2
°
uso, o grupo A apresentou os mesmos escores do 1
°
uso, e o grupo B com escores superiores aos apresentados no 1
°
uso, sem
apresentar, novamente, diferença estatisticamente significativa entre os grupos.
O 3
°
uso foi o que apresentou os escores mais elevados, ou seja, o grupo A e o
grupo B acumularam maior quantidade de resíduos nas espiras de suas limas
examinadas nas duas técnicas comparadas, o apresentando, da mesma
forma, diferença estatisticamente significativa entre os grupos. No 4
°
uso,
houve uma redução nos escores de sujidade para ambos os grupos, com
escores superiores para o grupo A, com diferença estatisticamente significativa,
em relação ao grupo B.
A Tabela 4 e a Figura 11 demonstram a comparação entre o número de
usos por grupo experimental.
73
Tabela 4
Comparação entre o número de usos por grupo experimental
utilizações n Mínimo Máximo
Escore Médio
Desvio-padrão
p
Grupo A= Técnica Manual
uso 21 1 2
1,3
A
0,4 0,01*
uso 21 1 2
1,3
A
0,4
uso 21 2 4
2,3
B
0,6
uso 21 1 2,5
2,0
B
0,3
Grupo B= Técnica Mecanizada
uso 21 1 2
1,2
A
0,4 0,01*
uso 21 1 3
1,5
B
0,6
uso 21 1 4
2,2
C
0,8
uso 21 1 2
1,9
C
0,3
Nota: * Diferença significativa entre os n° de utilizações
* Escores seguidos da mesma letra não diferem entre si
Figura 11
– Gráfico comparativo entre o número de utilizações por grupo experimental
1,3 1,3
2,3
2,1
1,2
1,6
2,2
1,9
1
2
3
4
Escore Médio
Técnica Manual Técnica Mecanizada
Número de utilizações
Lima uso Lima uso
Lima uso Lima uso
74
Através dos resultados apresentados após a utilização do teste de
Friedman, conforme demonstrado na Tabela 4 e na Figura 11, observa-se para
o grupo A (técnica manual) o menor acúmulo de resíduos depositados nas
espiras da parte ativa das limas endodônticas, tanto no 1
°
como no 2
°
uso, com
os escores não diferindo entre si, mas diferindo, no entanto, do 3
°
uso e do 4
°
uso, que, igualmente, não diferiram estatisticamente entre si. Para o grupo B
(técnica mecanizada), observa-se os menores escores de sujidade para o 1
°
uso, seguido pelo 2
°
uso, com diferença significante entre si e do uso e, por
fim, com os maiores escores de sujidade para o 3
°
e 4
°
usos que, da mesma
forma, não diferiram entre si.
Na comparação entre o número de usos por grupo experimental,
percebe-se que, novamente, ocorreu um decréscimo nos escores do 3
°
para o
4
°
uso, tanto no grupo A como no grupo B, ou seja, da mesma forma, conforme
demonstrado na avaliação da variável técnica, do 3
°
para o 4
°
uso, houve um
menor acúmulo de resíduos depositados nas espiras da parte ativa das limas
endodônticas, embora esta diferença não tenha se apresentado
estatisticamente significativa.
6 DISCUSSÃO
76
O sucesso da terapia endodôntica está intimamente relacionado a uma
série de procedimentos técnicos que vão desde o adequado diagnóstico,
seguindo por um domínio das técnicas de preparo e obturação do canal
radicular, bem como a observância da manutenção da cadeia asséptica, a qual
deve estar, fundamentalmente, presente em todas as fases do tratamento.
Os microorganismos são os maiores responsáveis pelas patologias
endodônticas, e o controle da microbiota é essencial para o sucesso do
tratamento. Portanto, é fundamental sempre lembrarmos que “o mais
importante no tratamento endodôntico é o que se retira e não o que se introduz
no canal radicular”.
A mais importante das diretrizes estabelecidas no campo da
biossegurança talvez tenha sido a instituição do conjunto de procedimentos
denominado de “Precaução Universal” que compreende a utilização de
barreiras, esterilização, desinfecção, anti-sepsia, limpeza e o descarte.
Entre as ações recomendadas pela “Precaução Universal”, à limpeza foi
atribuída uma grande importância, visto que se constitui uma etapa
fundamental, para que os instrumentos possam ser utilizados novamente, de
forma mais segura.
Nesse sentido, as limas endodônticas devem passar por métodos de
limpeza para, posteriormente, serem esterilizadas, pois a permanência de
resíduos sobre a superfície dos instrumentos poderá abrigar microorganismos,
podendo comprometer o processo de esterilização (GUANDALINI, MELO,
SANTOS, 1999). Esses resultados, no entanto, não estão de acordo com os
achados de Jonhson et al. (1997) que demonstraram que limas endodônticas
não submetidas a procedimentos de limpeza e esterilização podem apresentar-
se estéreis.
Vale a pena aqui salientar, entretanto, que se acredita na manutenção
da cadeia asséptica durante o tratamento endodôntico, o apenas em relação
a microorganismos viáveis que poderiam ser levados pelas limas para o interior
dos canais e encontrar ali condições de sobrevivência e multiplicação, atuando
como agentes patógenos. Porém, em relação a detritos de natureza diversa,
77
matéria orgânica e inorgânica, fragmentos de célula bacteriana, toxinas
bacterianas (LPS), que atuariam como agentes irritantes quando em contato
com os tecidos periapicais, podendo desencadear e até atuar como agentes
perpetuantes de reação inflamatória (LOPES, SIQUEIRA, 1999).
Ainda, a remoção completa de resíduos aderidos à superfície dos
instrumentos endodônticos, além de poder evitar o transporte do conteúdo
séptico-tóxico para região periapical, podendo exacerbar um processo crônico
preexistente, poderia provocar a obliteração do canal e a diminuição do poder
de corte do instrumento, predispondo-o à fratura.
Vários estudos têm abordado o resultado das alises do grau de
sujidade das limas endodônticas antes (SEGALL, 1977a; DE DEUS 1986;
ZMENER, SPIELBERG, 1995; TANOMARU FILHO, 2001; FILIPPINI, 2003),
durante o preparo químico-mecânico (SEGALL, 1977b; SOUSA, 1996;
TARTAROTTI, OLIVEIRA, 2004) e após o seu uso (MURGEL et al., 1990;
CARMO, 1996; FIGUEIREDO et al., 1997; QUEIROZ, 2001; OLIVEIRA et al.,
2000; OLIVEIRA et al., 2001; REISS ARAÚJO, SILVA, 2002; SMITH et al.,
2003; LINSUWANONT, PARASHOS, MESSER, 2004) sem, no entanto,
encontrar resultados que apontem para a ausência total de resíduos nas limas
endodônticas novas, bem como na remoção total dos mesmos durante e após
o primeiro uso destes instrumentos.
Inserida nesta filosofia de atendimento, a literatura tem demonstrado
uma grande preocupação com a limpeza das limas endodônticas após seu
uso clínico. Considerando, portanto, que as limas endodônticas não são
descartadas após a sua primeira utilização no preparo de canais radiculares, e,
sim, reutilizadas, novamente, com segurança, em até cinco usos (PESCE,
1990), este estudo se propôs a avaliar as condições de limpeza de limas
endodônticas, considerando o número de usos.
Além da avaliação do acúmulo de resíduos depositados na superfície
das limas endodônticas, este estudo se propôs a avaliar, comparativamente, o
acúmulo de sujidade, quando utilizadas as técnicas manual e mecanizada
(rotação alternada), visto que devido ao fator ecomico, relacionado ao alto
78
custo das limas de níquel-titânio, as peças automatizadas de rotação contínua,
em nosso país, são menos utilizadas pelos profissionais (SYDNEY, PESCE ,
MELO, 2002).
Foram selecionadas as limas endodônticas do tipo K, de aço inoxidável,
de 21 mm e da primeira série, FKJ, Dentaire. As limas tipo K se constituem
como as limas mais utilizadas pelos cirurgiões-dentistas no preparo de canais
radiculares considerados retos e, também, utilizadas em rios estudos
anteriores dentro desta mesma linha de pesquisa (MURGEL et al., 1990;
ZMENER, SPIELBERG, 1995; SOUSA, 1996; CARMO, 1996; FILIPPINI, 2003;
TARTAROTTI, OLIVEIRA, 2004).
A definição pela avaliação comparativa entre a técnica manual e
mecanizada (sistema de rotação alternada), neste estudo, foi em função deste
sistema ser amplamente utilizado em nosso País. Os sistemas de rotação
alternada apresentam-se como uma alternativa que reproduz os movimentos
efetuados manualmente, permitindo realizar o preparo com maior comodidade,
diminuindo o estresse do operador, constituindo-se como uma alternativa aos
sistemas de rotação contínua, devido ao alto custo das limas de níquel-titânio
(SYDNEY, PESCE, MELO, 2002).
Outra justificativa para a utilização do sistema de rotação alternada foi
devido à inexistência de estudos na literatura que avaliassem o acúmulo de
resíduos depositados nas espiras das limas endodônticas comparativamente
em relação a técnica manual.
Os 60 (sessenta) dentes utilizados neste estudo foram limpos,
desinfetados e armazenados, seguindo o protocolo de recomendações do
Banco de Dentes da FOUSP (IMPARATO et al., 2003).
As limas endodônticas foram submetidas à ultra-sonificação prévia com
detergente enzimático, visto que vários estudos, na literatura, m demonstrado
a presença de resíduos orgânicos e inorgânicos depositados nas espiras das
limas endodônticas novas. Considera-se, portanto, de extrema importância a
remoção dessa sujidade, por algum procedimento de limpeza, previamente à
esterilização e posterior uso clínico (SEGALL, 1977b; DE DEUS, 1986;
79
ZMENER, SPIELBERG, 1995; TANOMARU FILHO et al., 2001; FILLIPINI,
2003).
A escolha pela ultra-sonificação prévia, associada ao detergente
enzimático, encontra-se alicerçado nos estudos de Tanomaru Filho et al. (2001)
que avaliaram a presença de resíduos em limas de níquel-titânio e aço-inox,
novas e após serem submetidas à limpeza em ultra-som com água destilada e
detergente. Os resultados apresentados pelos autores mostraram que as limas
submetidas ao ultra-som com detergente apresentaram sua superfície ativa
mais limpa do que aquelas em que a ultra-sonificação foi realizada em água
destilada, embora essa diferença não tenha sido estatisticamente significante.
A capacidade de limpeza do ultra-som foi demonstrada em diversos
estudos (WARFIELD, BRIYGTON, 1982; MILLER, HARDWICK, 1988;
MURGEL et al., 1990). Segundo Bentley (1994), o ultra-som é um aparelho
com transdutores que transformam energia elétrica em vibratória esta
conduzida dentro de um fluido com ondas sonoras de alta freqüência, onde
a formação e implosão de milhões de bolhas microscópicas causando
cavitações.
A unidade ultra-sônica, de 40 KHz, empregada neste estudo, está em
concordância com as observações de Bentley (1994) que preconiza o uso
destas unidades com alcance de 35 a 80 KHz, com capacidade de 0,5 a 3
litros, na prática odontológica.
Sousa (1996) aplicou o ultra-som nas limas endodônticas, empregando
água destilada, por cinco minutos, antes de utilizá-las no experimento.
Considerando-se que o tempo poderia ser aumentado, sem prejuízo das limas,
optou-se neste estudo, por 12 minutos, seguindo, também, as orientações do
fabricante.
Uma solução detergente pode ser utilizada para melhorar e tornar mais
rápido o processo de limpeza, conforme Bentley (1994), Spolyar et al. (1996), e
Crawford (1997), que enfatizaram a superioridade da limpeza promovida pelo
ultra-som.
80
Foi empregado, neste estudo, o Endozime AW Plus, preparado
conforme as instruções do fabricante, na proporção de 4ml para 1 litro de água
destilada.
De acordo com o fabricante, as enzimas utilizadas na preparação
enzimática do Endozime AW Plus são: a amilase, que degrada a matéria
orgânica a partir de açúcares; a lipase, responsável pela degradação das
gorduras; a protease, que tem como função a degradação das proteínas; e a
carbohidrase, atuando na degradação dos carboidratos.
É pertinente ressaltar que, após a limpeza com ultra-som, as limas foram
esterilizadas em autoclave, visto ser um dos métodos mais seguros de
destruição de todos os tipos de microorganismos e o mais aconselhado antes
da sua utilização em pacientes. Vale ressaltar, porém, a diminuição do poder
de corte dos instrumentos na utilização de calor úmido como demonstram
vários estudos na literatura (SOMMER, OSTRANDER, CROWLEY, 1961; Mc
KENDRY, KRELL, 1997; WALKER, STOCK, 1997). No entanto, em estudos
como de Mitchell, James e Nelson (1983), avaliando o efeito da esterilização
em autoclave nas limas endodônticas, concluíram que as propriedades
originais do metal das limas o significativamente alteradas, porém, mesmo
após 10 ciclos de esterilização repetidos, o metal não foi debilitado a ponto de
as limas ficarem mais propensas à fratura.
Foi escolhida a Técnica Seriada (PAIVA, ANTONIAZZI, 1988) para o
preparo dos canais radiculares, para que todas as limas pudessem atuar em
todo o comprimento de trabalho determinado na odontometria e, assim,
tocassem, igualmente a porção final do canal radicular. Para tanto, foram
selecionadas raízes consideradas retas que apresentassem canais em seu
terço apical diâmetro compatível com uma lima de calibre 15. A odontometria
foi realizada pelo método visual como realizada em estudos anteriores
(QUEIROZ, 2001; FILIPPINI, 2003; TARTAROTTI, OLIVEIRA, 2004).
A escolha pela utilização da espuma flexível de poliuretano de
densidade 38 kg/m
3
embebida em hipoclorito de sódio a 1% na limpeza das
limas endodônticas, durante o preparo dos canais, baseou-se nos estudos de
81
Tartarotti e Oliveira (2004) que avaliaram diferentes densidades de espuma de
poliuretano (14, 23, 33, 38 kg/m
3
). Nos resultados obtidos, observaram que a
espuma de densidade 38 kg/m
3
é a que melhor limpa o instrumento durante o
preparo dos canais radiculares, apesar de essa diferença não ter sido
estatisticamente significante.
Para o umedecimento da espuma, optou-se pela solução de hipoclorito
de sódio a 1%, por ser a mesma solução utilizada na prática clínica para
irrigação dos canais radiculares.
Em estudos anteriores, como por exemplo, Segall et al. (1977b), Paiva e
Antoniazzi (1988) e Sousa (1996), demonstraram que, na utilização de rolo de
algodão, gaze e lençol de borracha na limpeza das limas, fibras de algodão,
bem como fragmentos de borracha, foram encontrados nas espiras das limas
analisadas. Todavia, todos os estudos demonstram que nenhum método de
limpeza remove totalmente os resíduos depositados nas espiras das limas
endodônticas durante o preparo dos canais radiculares.
Uma grande vantagem da espuma é funcionar como um organizador de
limas, permitindo que elas sejam facilmente acessadas pelo operador e,
evitando acidentes punctórios (REAMS; BAUMGARTNER, KULILD, 1995). As
espumas são, também, de fácil aquisição e custo acessível, podendo ser
preparadas para a esterilização individualmente, utilizadas no atendimento de
pacientes e, ao final, descartadas.
Em relação à limpeza das limas endodônticas, após a sua utilização no
preparo dos canais radiculares, foi escolhido o método ultra-sonificação com
detergente enzimático + escovação, visto que muitos trabalhos desenvolvidos,
nessa mesma linha de pesquisa, mostram que a combinação das técnicas
melhora as condições de limpeza, embora nenhuma técnica, ou mesmo a
associação delas remova totalmente os resíduos provenientes da
instrumentação dos canais radiculares (VINHA, PÉCORA, 1994; CARMO,
1996; FIGUEIREDO, 1997; OLIVEIRA et al, 2000; OLIVEIRA et al, 2001;
QUEIROZ, 2001; REISS ARAÚJO, SILVA, 2002).
82
A limpeza das limas foi realizada, como procedimento padrão,
imediatamente após o término do preparo dos canais radiculares, em coerência
com as observações de Burkhart e Crawford (1997), que relatam que os
resíduos orgânicos podem proteger os esporos na temperatura de
esterilização, e a aderência destes resíduos por muito tempo poderia dificultar
a limpeza, embora Murgel et al. (1990) não tenham encontrado diferença
significativa entre limpeza imediata e a realizada 1 hora após o término do
procedimento.
A escovação manual foi realizada por um mesmo operador,
minimizando, assim, os fatores de confusão que pudessem comprometer os
resultados encontrados, procedimento este, também utilizado por Carmo
(1996).
Optou-se pela escolha do sabão líquido empregado na técnica de
escovação manual, uma vez que o sabão sólido comum forma depósitos
insolúveis que podem armazenar bactérias, dificultando, ou mesmo impedindo
o processo de esterilização (SAMARANAYAKE, SCHEUTZ, COTTONE, 1995).
O ato mecânico da limpeza é o verdadeiro responsável neste processo, onde o
tipo de detergente, embora facilite, é apenas um coadjuvante (FIGUEIREDO et
al., 1997).
Apesar disso, é inegável o extraordinário auxílio da escovação no ato de
limpeza, motivo pelo qual foi utilizada neste estudo. Adicionalmente, apesar do
tempo consumido e da necessidade de zelo ao manipular os instrumentos, a
escovação manual ainda é o meio de limpeza mais utilizado na clínica
odontológica. Oliveira et al. (2000) constataram, com muita propriedade, o fato
de a escovação manual ser a técnica de limpeza mais adotada nas Faculdades
de Odontologia do Brasil.
Diversos métodos de estudo vêm sendo utilizados para observação e
avaliação da presença de sujidades na superfície da parte ativa das limas
endodônticas, podendo-se citar, entre as mais difundidas, a microbiologia, a
microscopia ótica e a microscopia eletnica de varredura. Neste estudo, foi
utilizada a Microscopia Eletrônica de Varredura, a qual propicia uma imagem
83
de alta precisão e veracidade em análises de superfície, sendo também
empregada por rios autores que trabalharam nessa mesma linha de
pesquisa (MURGEL et al., SOUSA, 1994; ZMENER, SPIELBERG, 1995;
CARMO, 1996; TANOMARU FILHO et al., 2001; OLIVEIRA et al., 2001;
QUEIROZ, 2001; FILIPPINI, 2003; TARTAROTTI, OLIVEIRA, 2004;
LINSUWANONT, PARASHOS, MESSER, 2004).
A avaliação, através do microscópio eletrônico de varredura, foi feita
com um aumento de 80X, pois foi essa a orientação do Laboratório de
Microscopia Eletrônica, além ter sido este o aumento utilizado por Queiroz
(2001), Filippini (2003), Tartarotti e Oliveira (2004). Nesse aumento, ocorre
maior nitidez da imagem, apesar da diminuição do campo visível da mesma.
Além disso, a literatura refere aumentos, variando de 45 a 150X, para a
avaliação ao MEV, como nos estudos de Zmener e Spielberg (1995), Oliveira et
al. (2001) e Tanomaru Filho et al. (2001).
A área observada nas eletromicrografias foi a porção final da parte ativa
da lima, uma vez que, além da pressão na progressão da técnica endodôntica
ser exercida por ela, também é a porção da lima que primeiro entra em contato
com as paredes do sistema de canais radiculares. Autores como Queiroz
(2001), Filippini (2003), Taratarotti e Oliveira (2004) também utilizaram esta
porção da lima endodôntica. A escolha pela ponta do instrumento encontra-se
justificada com base nos estudos de Zmener e Spielberg (1995), Sousa (1996)
e Figueiredo et al. (1997) que, da mesma forma, examinaram diferentes áreas
das limas e não encontraram diferenças quanto ao acúmulo de resíduos.
A utilização de escores de 1 a 4 utilizados neste estudo teve por objetivo
realizar uma análise quantitativa do acúmulo de resíduos depositados nas
espiras das limas endodônticas, a exemplo de outros autores (SEGALL et al.,
1977b; ZMENER, SPIELBERG, 1995; FIGUEIREDO et al., 1997; OLIVEIRA et
al., 2001; QUEIROZ, 2001; TANOMARU FILHO et al., 2001; FILIPPINI, 2003;
TARTAROTTI, OLIVEIRA, 2004).
A representação dos escores está em concordância com os escores de
Zmener e Spielberg (1995), Figueiredo et al. (1997), Oliveira et al (2001),
84
Queiroz (2001) e Tanomaru Filho et al. (2001). Considera-se, neste estudo,
que, estabelecendo escores que representassem ausência de resíduos,
pequena quantidade de resíduos, média quantidade e, por fim, grande
quantidade de resíduos, estar-se ia propiciando aos examinadores um método
de avaliação mais preciso.
Neste estudo, foram utilizados dois examinadores para a análise das
eletromicrografias. Foi realizada uma calibragem interexaminadores com a
realização do exame de um dos grupos experimentais os quais mostraram
unanimidade quanto aos resultados apresentados.
De forma a padronizar a calibragem intra-examinadores, os mesmos
foram orientados a observarem, de forma criteriosa, a tabela dos escores e
que, em caso de dúvida, optassem pelo escore mais alto.
Para a comparação entre as técnicas, foi utilizado o teste não
paramétrico de Mann-Whitney. Esse teste tem por objetivo comparar dois
grupos independentes, através dos postos das medidas de cada valor, e, para
a comparação entre o número de utilizações, foi utilizado o teste não
paramétrico Prova de Friedman. Esse teste permite a comparação de dados
resultantes de uma mesma amostra, dependentes, em momentos distintos, 1
°
uso, 2
°
uso, 3
°
uso e 4
°
uso (MOTTA, WAGNER, 2003). Outros estudos,
dentro dessa mesma linha de pesquisa que, diferentemente desse estudo,
compararam três ou mais grupos, utilizaram o teste de Kruskal Wallis,
extremamente útil para decidir se as diferenças entre as amostras significam
diferenças efetivas ou se representam apenas variações causais (CARMO,
1996; FIGUEIREDO et al., 1997, TANOMARU FILHO et al., 2001; QUEIROZ,
2001; FILIPPINI, 2003; TARTAROTTI, OLIVEIRA, 2004).
Em relação aos calibres examinados, esse estudo se propôs a examinar,
primeiramente, os calibres 15, 30 e 40, baseados nos estudo de Tartarotti e
Oliveira (2004) que avaliaram limas de diferentes calibres (15 a 40) e
observaram que existia uma variação descontínua dos escores em limas do
mesmo calibre ao se considerarem as diferentes densidades de espumas
testadas, ou seja, não se observava que quanto maior o calibre, maior a
85
quantidade de resíduos aderidos à superfície da lima. Houve, apenas, a
diferença estatisticamente significativa entre a lima 15 e as limas 30, 35 e 40,
com estas últimas não diferindo entre si, bem como a 20 e a 25 não diferindo
de todos os outros calibres.
No entanto, quando realizada uma estatística geral para os grupos, por
calibres, como demonstrado na Tabela 2 e Figura 9, somente a lima de calibre
15 apresentou variação nos seus escores médios de sujidade e, em relação
aos resultados apresentados pelas limas de calibre 30 e 40, não houve
diferença entre os escores médios destes dois calibres para ambas as técnicas
examinadas. Com base nesses resultados, foi sugerido, na análise estatística,
que as limas passassem a ser analisadas independentemente do calibre.
Através dos resultados apresentados, após a utilização do teste de
Mann-Whitney, conforme demonstrado na Tabela 3 e na Figura 10, observa-se
o menor acúmulo de resíduos, tanto para o grupo A (manual) como para o
grupo B (mecanizada) no 1
°
uso, sem diferença estatisticamente significativa
entre os grupos; no 2
°
uso, o grupo A apresentou os mesmos escores do 1
°
uso, e o grupo B com escores superiores aos apresentados no 1
°
uso, sem
apresentar, novamente, diferença estatisticamente significativa entre os grupos.
O 3
°
uso foi o que apresentou os escores mais elevados, ou seja, o grupo A e o
grupo B acumularam maior quantidade de resíduos nas espiras de suas limas
examinadas nas duas técnicas comparadas, o apresentando, da mesma
forma, diferença estatisticamente significativa entre si. No 4
°
uso, houve uma
redução nos escores de sujidade para ambos os grupos, com escores
superiores para o grupo A, com diferea estatisticamente significativa, em
relação ao grupo B.
A partir dos resultados encontrados, percebe-se que as limas
endodônticas, utilizadas no preparo dos canais radiculares, acumularam
resíduos na parte ativa de suas espiras, progressivamente, embora essa
diferença não tenha se apresentado estatisticamente significativa, do 1
°
ao 3
°
uso, com exceção da técnica manual que apresentou os mesmos escores no
e no uso. Portanto, do para o uso, a lima passou a acumular menor
86
quantidade de detritos na sua superfície ativa. Credita-se esse fato a uma
diminuição no poder de corte das limas após o 3
°
uso, visto que,
provavelmente, em função de perda de substância da parte ativa dos
instrumentos, à medida que os mesmos vão sendo utilizados no preparo dos
canais radiculares, esses passariam a cortar menos dentina e, em função de
suas espiras, tornarem-se menos retentivas, essas limas estariam acumulando
menor quantidade de resíduos nas suas espiras, facilitando o processo de
limpeza.
Estes resultados estão de acordo com Pesce (1984, 1990) que
demonstrou, em estudos que avaliaram a eficiência de corte das limas de aço
inoxidável, segundo o número de usos e o operador, que a eficiência de corte
da lima diminui em função do uso, especialmente do 1
°
para o 2
°
uso.
Da mesma forma, Grimm et al. (1999), avaliando a capacidade de corte
das limas Onyx-R de níquel-titânio e das limas Flex-R em aço inoxidável, por
meio da pesagem de dentes, antes e após a instrumentação do preparo dos
canais radiculares, em balança de precisão, concluiu que existe diferença
significativa no poder de corte entre as limas. Os resultados encontrados por
esses autores sugerem, ainda, uma diminuição no poder de corte das do ao
uso, nos dois grupos estudados.
Com relação aos resultados terem se apresentados mais elevados para
o grupo A (manual) em relação ao grupo B (mecanizada), com exceção do 2
°
uso para ambos os grupos, fato que chamou atenção, pois eram esperados
resultados superiores para a técnica mecanizada, visto que, na utilização dessa
técnica, existe uma velocidade e uma pressão constante maior contra as
paredes do canal radicular. No entanto, provavelmente, devido a, exatamente,
uma diminuição no poder de corte das limas, em função do número de usos
das mesmas, os instrumentos utilizados, na técnica mecanizada, tenham
perdido poder de corte antes daqueles utilizados na técnica manual. Assim
sendo, passaram a acumular menor quantidade de resíduos, em função das
espiras tornarem-se menos retentivas, à medida que foram sendo utilizados no
preparo dos canais radiculares.
87
Através dos resultados apresentados após a utilização do teste de
Friedman, conforme demonstrado na Tabela 4 e na Figura 11, observa-se para
o grupo A (técnica manual) o menor acúmulo de resíduos depositados nas
espiras da parte ativa das limas endodônticas, tanto no 1
°
como no 2
°
uso, com
os escores não diferindo entre si, mas diferindo, no entanto, do 3
°
uso e do 4
°
uso, que, igualmente, não diferiram estatisticamente entre si. Para o grupo B
(técnica mecanizada), observa-se os menores escores de sujidade para o 1
°
uso, seguido pelo 2
°
uso, com diferença significante entre si e do uso e, por
fim, com os maiores escores de sujidade para o 3
°
uso diminuindo no 4
°
uso,
porém sem diferença estatística.
Na comparação entre o número de usos por grupo experimental,
percebe-se que, novamente, ocorreu um decréscimo nos escores do 3
°
para o
4
°
uso, embora não apresentando diferença estatisticamente significativa entre
si tanto no grupo A como no grupo B, ou seja, da mesma forma, conforme
demonstrado na avaliação da variável técnica no 4
°
uso, houve um menor
acúmulo de resíduos depositados na superfície da parte ativa das limas
endodônticas, resultados que estão novamente de acordo com estudos
anteriores (PESCE, 1984, 1990; GRIMM et al., 1999).
A literatura demonstra que as limas endodônticas acumulam resíduos
após a sua utilização no preparo químico-mecânico dos canais radiculares
(CARMO, 1996; FIGUEIREDO et al., 1997, OLIVEIRA, 2000; OLIVEIRA et al.,
2001; QUEIROZ, 2001; LINSUWANONT, PARASHOS, MESSER, 2004).
Nesse estudo, detritos foram sendo depositados nas suas espiras, de forma
progressiva, do 1
°
ao 3
°
uso e, assim sendo, talvez fosse importante sugerir
uma maior atenção no processo de limpeza das limas endodônticas após os
primeiros usos destes instrumentos.
A partir dos dados apresentados, também foi possível observar que os
escores obtidos para o controle positivo foi de 100% de escore 4 para as limas
de calibre 30 e 40, ou seja, apresentaram grande quantidade de resíduos
depositados nas suas superfícies. Com relação à avaliação do acúmulo de
sujidade para a lima de calibre 15, esse foi o calibre que acumulou menor
88
sujidade. De qualquer forma, esses resultados refletem a real necessidade de
limpeza das limas endodônticas antes, durante e após sua utilização no
preparo dos canais radiculares, conforme demonstrado em vários estudos
anteriores (MURGEL et al., SOUSA, 1994; ZMENER, SPIELBERG, 1995;
CARMO, 1996; FIGUEIREDO et al., 1997, OLIVEIRA, 2000; TANOMARU
FILHO et al., 2001; OLIVEIRA et al., 2001; QUEIROZ, 2001; FILIPPINI, 2003;
TARTAROTTI, OLIVEIRA, 2004; LINSUWANONT, PARASHOS, MESSER,
2004).
Com relação ao controle negativo, somente a lima de calibre 15
apresentou limas totalmente limpas com 100% de escore 1; em contrapartida,
as limas de calibre 30 e 40 demonstraram alguma presença de sujidade nas
suas espiras. Essas limas que não foram utilizados no preparo dos canais
radiculares, no entanto, sofreram ultra-sonificação prévia com detergente
enzimático, apresentando, ainda assim, resíduos depositados na superfície de
suas espiras. Esses resultados estão de acordo com a literatura, a exemplo de
estudos como os de Segall et al. (1977a), Zmener e Spielberg (1995),
Tanomaru Filho et al. (2001) e Filippini (2003) que demonstraram que limas
endodônticas novas podem apresentar algum grau de sujidade, mesmo quando
submetidas a procedimentos de limpeza, inclusive após ultra-sonificação prévia
com detergente enzimático, conforme demonstrado nos estudos de Tanomaru
et al. (2001). Esses resultados deixam, novamente, claro que as limas
endodônticas, recém removidas de suas embalagens necessitam passar por
procedimentos de limpeza, previamente à esterilizão e posterior uso clínico.
Baseados nos resultados deste estudo, torna-se inquestionável, a
necessidade de limpeza das limas durante todas as fases da terapia
endodôntica. Portanto, vale enfatizar que resíduos provenientes da
instrumentação dos canais radiculares, realmente, depositam-se nas espiras
das limas endodônticas, necessitando ser removidos por algum procedimento
eficaz de limpeza e que, a partir do uso, estes instrumentos podem estar
perdendo substância e diminuição no seu poder de corte.
Os altos índices de complicações pós-operatórias e de insucessos dos
tratamentos endodônticos talvez não estejam ocorrendo o somente por
89
dificuldades anatômicas de alguns elementos dentários ou por falhas técnicas
associadas à terapia endodôntica. Ao que se sabe, as condições dos
instrumentos cirúrgicos têm grande influência nessa realidade clínica, uma vez
que a manutenção da cadeia asséptica, bem como a segurança de que não se
está levando, às proximidades dos tecidos periapicais, resíduos de qualquer
natureza, são aspectos importantes a considerar na busca do sucesso
endodôntico.
A partir dos resultados apresentados nesse estudo e naqueles que se
encontram inseridos nessa mesma linha de pesquisa demonstra-se que
nenhuma técnica é capaz de limpar totalmente os resíduos depositados nas
espiras das limas endodônticas, portanto, necessária se faz a realização de
novos estudos nessa área, objetivando aprimorar as técnicas de limpeza das
limas visando a manutenção de uma cadeia asséptica cada vez mais segura
durante a terapia endodôntica.
7 CONCLUSÕES
91
De acordo com a metodologia empregada e diante dos resultados
obtidos no presente estudo, parece lícito concluir que:
a) a permanência de resíduos na parte ativa das limas endodônticas,
após realizados os procedimentos de limpeza, considerando o
número de usos, é progressivo do 1
°
ao 3
°
uso, diminuindo do 3
°
para o 4
°
uso, tanto na técnica manual como na mecanizada (sistema
de rotação alternada);
b) independente do número de usos das limas endodônticas e da
técnica de preparo utilizada, os procedimentos de limpeza adotados
não proporcionaram uma remoção total dos resíduos depositados na
sua parte ativa.
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., Copenhagen, v.11, n.1, p.10-14, Feb.1995.
ANEXOS
105
ANEXO 1
PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA EM SERES HUMANOS E
ANIMAIS DA ULBRA
106
ANEXO 2
ESCORES ATRIBUÍDOS ÀS ELETROMICROGRAFIAS
Quadro 1 – Escores atribuídos às eletromicrografias do Grupo A – Técnica Manual
15 30 40
A 1 1º 1 2 2
A 1 2º 2 2 2
A 1 3º 2 2 2
A 1 4º 3 2 2
A 2 1º 1 2 2
A 2 2º 2 3 2
A 2 3º 2 3 2
A 2 4º 2 3 4
A 3 1º 2 2 2
A 3 2º 1 2 2
A 3 3º 2 2 3
A 3 4º 2 3 3
A 4 1º 3 2 2
A 4 2º 2 3 3
A 4 3º 2 3 3
A 4 4º 2 4 4
A 5 1º 1 2 3
A 5 2º 2 2 3
A 5 3º 2 3 2
A 5 4º 2 3 3
A 6 1º 1 2 2
A 6 2º 2 3 2
A 6 3º 2 3 3
A 6 4º 2 2 2
A 7 1º 2 2 2
A 7 2º 2 3 3
A 7 3º 2 4 4
A 7 4º 2 3 3
EXAMINADOR 1
LIMAS
GRUPO CAIXA USO
(
Continua
)
107
15 30 40
A 1 1 2 2
A 1 2 2 2
A 1 2 2 2
A 1 3 2 2
A 2 2 2 2
A 2 2 2 3
A 2 2 3 2
A 2 2 3 4
A 3 2 2 2
A 3 1 2 2
A 3 2 3 3
A 3 2 3 3
A 4 3 2 2
A 4 2 3 3
A 4 2 4 3
A 4 2 3 3
A 5 1 2 3
A 5 2 2 3
A 5 2 3 2
A 5 2 3 3
A 6 1 2 2
A 6 2 2 3
A 6 2 3 3
A 6 2 2 2
A 7 2 2 2
A 7 2 3 3
A 7 2 4 4
A 7 2 3 3
EXAMINADOR 2
GRUPO CAIXA USO
LIMAS
(
Continuação
)
108
Quadro 2 Escores atribuídos às eletromicrografias do Grupo B Técnica
Mecanizada
(Continua)
15
30
40
B
1
1
2
2
B
1
2
2
2
B
1
2
3
2
B
1
2
3
2
B
2
1
2
2
B
2
2
2
2
B
2
2
3
3
B
2
2
3
4
B
3
2
2
2
B
3
1
2
2
B
3
2
2
3
B
3
2
3
3
B
4
2
2
2
B
4
2
2
2
B
4
2
3
3
B
4
2
3
4
B
5
2
4
3
B
5
2
3
3
B
5
2
4
4
B
5
2
3
3
B
6
1
2
2
B
6
2
3
2
B
6
2
2
3
B
6
2
3
2
B
7
2
2
2
B
7
2
3
3
B
7
2
4
4
B
7
2
3
3
EXAMINADOR 1
GRUPO
CAIXA
USO
LIMAS
109
15 30 40
B 1
1 2 2
B 1
2 2 2
B 1
2 3 2
B 1
2 3 2
B 2
1 2 2
B 2
2 2 2
B 2
2 2 3
B 2
2 3 4
B 3
2 2 3
B 3
1 2 2
B 3
2 2 3
B 3
2 2 3
B 4
2 2 2
B 4
2 2 2
B 4
2 3 3
B 4
2 3 4
B 5
2 3 3
B 5
2 2 2
B 5
2 4 4
B 5
2 3 3
B 6
1 2 2
B 6
2 3 2
B 6
2 2 3
B 6
2 3 2
B 7
2 2 2
B 7
2 3 3
B 7
2 4 4
B 7
2 3 3
EXAMINADOR 2
GRUPO CAIXA USO
LIMAS
(
Continuação
)
110
Quadro 3 Escores atribuídos às eletromicrografias do Grupo C e D (Controle
Positivo e Negativo)
15
30
40
C1
1
3
4
4
C1
2
4
4
4
C2
1
4
4
4
C2
2
4
4
4
15
30
40
D
1
S / USO
1
2
2
D
2
S / USO
1
1
2
EXAMINADOR
2
GRUPO
CAIXA
USO
LIMAS
GRUPO
CAIXA
USO
LIMAS
15
30
40
C1 1
3 4 4
C1
2
4 4 4
C2
1
3 4 4
C2
2
4 4 4
15
30
40
D 1 S / USO
1 2 2
D 2 S / USO
1 1 2
GRUPO CAIXA USO
LIMAS
EXAMINADOR 1
GRUPO
CAIXA USO
LIMAS
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