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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
FÁBIO MAGALHÃES NUNES
ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE O IBOVESPA E O ATIVO PETR4: ESTIMAÇÃO
VIA MODELOS GARCH E MODELOS ADITIVOS
Porto Alegre
2009
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1
FÁBIO MAGALHÃES NUNES
ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE O IBOVESPA E O ATIVO PETR4: ESTIMAÇÃO
VIA MODELOS GARCH E MODELOS ADITIVOS
PORTO ALEGRE
2009
Dissertação de Mestrado submetida ao
Programa de Pós Graduação em Economia d
a
Faculdade de Ciências Econômicas da
UFRGS, com quesito parcial para obtenção do
título de Mestre em Economia com ênfase e
m
Economia Aplicada.
Orientador: Prof. Dr. Gilberto Oliveir
a
Kloeckner
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2
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
Responsável: Biblioteca Gládis W. do Amaral, Faculdade de Ciências Economicas da
UFRGS
N
972a Nunes, Fábio Magalhães
Análise da correlação entre o Ibovespa e o ativo PETR4: estimaçã via
Modelos GARCH e modelos aditivos/ Fábio Magalhães Nunes. – Porto
Alegre, 2009.
091 f.: il.
Orientador: Gilberto de Oliveira Kloeckner.
Ênfase em Economia Aplicada.
Dissertação (Mestrado em Economia) Universidade Federal do Rio
grande do Sul, Faculdade de Ciências Econômicas, Programa de Pós
Graduação em Economia, Porto Alegre, 2009.
1. Volatilidade: índice Bovespa. 2. Volatilidade: PETR4.
3. índice Bovespa: Ativo PETR4: Correlação. I. Kloeckner, Gilberto
de Oliveira. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de
Ciências Econômicas. Programa de Pós Graduação em Economia.
III. Título.
CDU 336.764
519.23
3
FÁBIO MAGALHÃES NUNES
ANÁLISE DA CORRELAÇÃO ENTRE O IBOVESPA E O ATIVO PETR4: ESTIMAÇÃO
VIA MODELOS GARCH E MODELOS ADITIVOS
Aprovada em: Porto Alegre, Agosto de 2009.
Prof. Dr. Gilberto de Oliveira Kloeckner (Orientador)
UFRGS
Prof. Dr. Igor Morais.
UNISINOS
Prof. Dr. Oscar Claudino Galli
UFRGS
Prof. Dr. Fabrício Tourrucôo
UFRGS
Dissertação de Mestrado submetida ao
Programa de Pós Graduação em Economia d
a
Faculdade de Ciências Econômicas da
UFRGS, com quesito parcial para obtenção do
título de Mestre em Economia com ênfase e
m
Economia Aplicada.
Orientador: Prof. Dr. Gilberto Oliveir
Kloeckner
4
“..Nas pequenas coisas que
Identificamos o caráter de um
Homem..”
Milton Nunes (meu pai, meu Herói)
5
AGRADECIMENTOS
Compartilho essa alegria com toda minha família especialmente, minha mãe Elizabethe,
minha irmã Flávia.
Sem o apoio incondicional da minha namorada, Bárbara, não venceria essa batalha. Agradeço
ao Matheus por me distrair nos momentos de stress com seu sorriso e alegia
Agradeço ao professor Gilberto Kloeckner, meu orientador, por entender minha situação e
não medir esforços para me ajudar.
Agradeço aos meus colegas, André, Bruno (carioca), Bruno (cearense) e Pedro pela
convivência nessa batalha.
E por fim, agradeço ao meu pai, Milton Nunes, um grande homem, que não pode me ver
atingir esse trunfo, porém estará sempre torcendo por mim. Aprendi muito com esse grande
ser Humano, sem sombra de dúvidas, o maior de todos.
6
RESUMO
A estimação e previsão da volatilidade de ativos são de suma importância para os mercados
financeiros. Temas como risco e incerteza na teoria econômica incentivaram a procura por
métodos capazes de modelar a variância condicional que evolui ao longo do tempo. O
objetivo central desta dissertação foi modelar via modelos ARCH – GARCH e modelos
aditivos o índice do IBOVESPA e o ativo PETR4 para analisar a existência de correlação
entre as volatilidades estimadas. A estimação da volatilidade dos ativos no método
paramétrico foi realizada via modelos EGARCH; já para o método não paramétrico, utilizou-
se os modelos aditivos com 5 defasagens.
Palavras Chaves: IBOVESPA. PETR4. modelos GARCH. modelos Aditivos. Estimação
paramétrica. Estimação não paramétrica.
7
ABSTRACT
Volatility estimation and forecasting are very important matters for the financial markets.
Themes like risk and uncertainty in modern economic theory have encouraged the search for
methods that allow for modeling of time varying variances.
The main objective of this dissertation was estimate through GARCH models and additive
models of IBOVESPA and PETR4 assets; and analyzes the existence of correlation between
volatilities estimated. We use EGARCH models to estimate through parametric methods and
use additive models 5 to estimate non parametric methods.
Key Words: IBOVESPA. PETR4. GARCH models. Additive models. Parametric estimation
and Non parametric estimation.
8
Lista de Gráficos
Gráfico 1 - Volatilidade de um ativo modelado via GARCH(1,1) ................................ 17
Gráfico 2 - Exemplificação dos parâmetros de suavização. .......................................... 34
Gráfico 3 - Preços de Fechamento PETR4 ....................................................................... 45
Gráfico 4 – Valor de Fechamento do IBOVESPA........................................................... 45
Gráfico 5 – Variação IBOVESPA x PETR4..................................................................... 46
Gráfico 6 – Retornos diários IBOVESPA......................................................................... 47
Gráfico 7 – PETR4 x Preço do Brent................................................................................ 48
Gráfico 8 – Histograma Retornos Diários IBOVESPA................................................... 50
Gráfico 9 – Plot Q – Q Retornos diários IBOVESPA....................................................... 51
Gráfico 10 – Histograma Retornos diários ao quadrado d índice IBOVESPA................ 52
Gráfico 11 – Histograma Retornos Diários PETR4........................................................... 54
Gráfico 12 – Plot Quantis – quantis dos Retornos diários do PETR4............................. 55
Gráfico 13 – Retornos Diários PETR4......................................................................... 57
Gráfico 14 - Histograma Retornos ao quadrado do ativo PETR4.................................. 58
Gráfico 15 – Plot Quantis-quantis dos retornos ao quadrado do PETR4.......................... 59
Gráfico 16 – Plot Quantis Resíduos ARMA(3,0) – EGARCH(1,3)................................ 64
Gráfico 17 – Plot Q x Q resíduos IBOVESPA............................................................. 67
Gráfico 18 – Volatilidade estimada PETR4 e IBOVESPA via Modelos EGARCH........ 68
Gráfico 19 – Volatilidade estimada períodos 1994 à 2005............................................ 69
Gráfico 20 – Autocorrelação dos resíduos do modelo ARMA (3,0)............................... 72
Gráfico 21 – Comportamento individual da volatilidade modelo aditivo
4 – IBOVESPA.................................................................................................................
74
Gráfico 22 – Comportamento individual da volatilidade modelo aditivo
5 – IBOVESPA.................................................................................................................
75
Gráfico 23 – Comportamento individual da volatilidade modelo aditivo
6 - IBOVESPA.................................................................................................................
76
Gráfico 24 – Comportamento individual da volatilidade modelo aditivo 5 com
span ótimo – IBOVESPA.................................................................................................
77
Gráfico 25 – Estatísticas provenientes do modelo aditivo 5 para o IBOVESPA.............. 78
Gráfico 26 – Comportamento individual da volatilidade modelo aditivo 4 –
PETR4................................................................................................................................
80
9
Gráfico 27 – Comportamento individual da volatilidade modelo aditivo 5
–PETR4........................................................................................................................
81
Gráfico 28 – Comportamento individual da volatilidade modelo aditivo 5 com
o span ótimo – PETR4.................................................................................................
82
Gráfico 29 – Estatísticas provenientes do modelo aditivo 5 com span ótimo
para a série da PETR4.................................................................................................
83
Gráfico 30 – Volatilidade estimada via modelos aditivos para as séries do
IBOVESPA e PETR4....................................................................................................
84
10
Lista de Quadros
Quadro 1 – Funções Núcleos......................................................................................... 33
Quadro 2 – Correlação entre o preço do Brent x Cotação TR4...................................... 49
Quadro 3 – Output teste BDS Eviews 5.0...................................................................... 52
Quadro 4 - Correlograma dos Retornos diários ao Quadrado do IBOVESPA.............. 53
Quadro 5 – Correlograma dos Retornos Diários do PETR4........................................ 56
Quadro 6 – Output teste BDS para os Retornos Diários do Ativo PETR4..................... 57
Quadro 7 - Correlograma dos Retornos ao quadrado do PETR4................................. 59
Quadro 8 – Sumário de Estatísticas do ARMA (3,0) para PETR4............................... 60
Quadro 9 – Correlograma dos resíduos ao quadrado da série do IBOVESPA............... 66
Quadro 10 – Coeficiente de Correlação das Volatilidade estimadas............................. 69
Quadro 11 – Coeficiente de Correlação Volatilidades estimadas – Período 1994 à
2005.................................................................................................................................
69
Quadro 12 – Correlação entre as volatilidades estimadas via modelos aditivos............. 84
11
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Estatísticas do teste de Ljung – Box para os Retornos Diários de PETR4...... 61
Tabela 2 – Modelos de Heterocedasticidade Condicional para o PETR4......................... 62
Tabela 3 - Modelos de Heterocedasticidade Condicional para o IBOVESPA................. 65
Tabela 4 – Coeficientes de Informação modelos aditivos IBOVESPA............................ 73
Tabela 5 – Definição do Span ótimo para o modelo aditivo 5 IBOVESPA..................... 77
Tabela 6 – Coeficientes de informação para definição do modelo aditivo ótimo PETR4. 79
Tabela 7 – Definição do Span ótimo para o modelo aditivo 5.......................................... 82
12
Sumário
1 Introdução........................................................................................................................... 14
2 Modelos Determinísticos de Estimação da Volatilidade........................................... 17
2.1 Modelos ARCH........................................................................................................... 18
2.1.1 Identificação de um modelo ARCH.......................................................................... 21
2.1.2 Estimação do Modelo ARCH................................................................................... 22
2.2 Modelos GARCH........................................................................................................ 23
2.3 Modelos EGARCH...................................................................................................... 25
2.4 Modelos TARGH......................................................................................................... 27
2.5 Teste BDS (Brock, Dechert & Scheinkman)............................................................... 27
3 Estimação Não Paramétrica........................................................................................ 30
3.2 Restrição nas Funções Núcleos.................................................................................... 32
3.3 Parâmetro de Suavização............................................................................................. 34
3.3.1 Formas de definir-se o h*......................................................................................... 35
3.3.1.1 Critério de Informação e Validação Cruzada........................................................ 35
3.3.1.2 Seletores Anexos (Plug- in)................................................................................... 36
3.4 Estimador de Nadaraya-Watson.................................................................................. 36
3.5 Modelos Aditivos......................................................................................................... 39
3.5.1 Backfiting Algorithm................................................................................................ 40
3.5.2 Modelos Aditivos de Volatilidade............................................................................ 41
3.5.3 Identificação dos Modelos Aditivos......................................................................... 41
4 Estimação dos Modelos................................................................................................ 44
4.1 Apresentando as Séries................................................................................................ 44
4.1.1 O que é IBOVESPA?................................................................................................ 46
4.1.2 Variações Petr4 x Preço do Petróleo......................................................................... 48
4.2 Características Estatísticas das Séries (análise quantitativa dos dados)...................... 50
4.2.1 IBOVESPA............................................................................................................... 50
4.2.2 PETR4....................................................................................................................... 54
4.3 Estimação da Volatilidade........................................................................................... 60
13
4.3.1 Estimação Paramétrcia via Modelos de Heterocedasticidade Condicional...... 60
4.3.2 Estimação Via Modelos Aditivos............................................................................. 71
5 Considerações Finais.................................................................................................... 86
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................. 88
14
1Introdução
Uma infinidade de pessoas passa, a maior parte de seu tempo, estudando modelos ou
teorias que as auxiliem na determinação ou na previsão das variações dos ativos econômicos.
O interesse geral da economia foi, sempre, tentar antever a dinâmica dos indicadores
econômicos; começando por John M. Keynes com sua elucidação acerca das expectativas
condicionais, passando por Lucas com sua teoria de expectativas racionais, e não esquecendo
de Fridman com suas expectativas adaptativas. Teóricos modernos como Krugman, Roubini,
Barro e entre outros; não medem esforços para desenvolverem métodos para fomentar essa
ânsia por tornar a economia uma ciência exata e com grande capacidade preditiva.
Com o avanço do mercado de capitais junto com o grande volume de cifras e pessoas
envolvidas, prever a dinâmica dos ativos econômicos, além de antever o comportamento dos
preços futuros das ações, passou a ser uma “febre” dentre inúmeros teóricos. Cursos de pós-
graduação, com ênfase no mercado de capitais, emergem a cada dia, assim como novas teorias
e análises que podem ser lidas e encontradas com facilidade.
Começando com os modelos CAPM, de Sharpe (1964) e Lintner (1965), os quais
serviam como base para a análise de risco dos ativos; chegando aos modelos de
heterocedasticidade condicional de Engle (1982) e Bollerslev (1986), além de suas
derivações; e por fim, analisando os modelos não paramétricos de estimação propostos por
Hastie & Tibshirani (1990). Concluímos que os avanços verificados na determinação e na
previsão das variações dos indicadores econômicos estão condicionados ao avanço da
econometria e da informática.
Uma explicação para a afirmativa explicitada no parágrafo anterior seria: poderíamos
estimar o modelo CAPM de Sharpe (1964) e Lintner (1965) através do método dos Mínimos
Quadrados Ordinários, sendo necessário frisar que esse método exige algumas condições
primárias para gerar estimativas eficientes e não viesadas:
Série estacionária
Não haver heterocedasticidade
Distribuição normal;
15
Todavia, nem sempre as séries respeitam tais condições, o que sugere uma reflexão de
como estimar o modelo CAPM para séries não lineares, heterocedásticas e que não seguem
uma distribuição normal (quando a distribuição tiver formato leptocúrtico
1
). Para este
exemplo, em específico, o Método dos Momentos Generalizados (GMM)
2
seria o mais eficaz,
já que o mesmo é mais robusto que o MQO, ao passo que suas estimativas seriam eficientes.
Dessa forma, notamos que certas suposições e condições impostas por determinados
modelos ou métodos de estimação acabam limitando nosso escopo de análise; ao passo que
novas formas teriam que ser criadas para se chegar a resultados mais satisfatórios. Nesse
sentido, identificamos os modelos sugeridos por Engle (1982) e Bollerslev (1986) como
precursores dessa nova forma de se estimar séries financeiras. Adicionalmente, com os
modelos não paramétricos propostos por Hastie & Tibshirani (1990), chegamos a outro
patamar, uma vez que para esse método de estimação não há necessidade de se supor qual
distribuição os dados seguem o que minimiza nosso erro de especificação do modelo,
(Ziegelmann, 2002).
Sendo assim, este trabalho buscará realizar um estudo do comportamento dos ativos
financeiros, utilizando como base o Índice IBOVESPA e o ativo mais líquido da bolsa de
valores de São Paulo (BOVESPA) o PETR4
3
. Estimar-se-á a volatilidade desses ativos
mediante a utilização dos modelos autorregressivos de heterocedasticidade condicional
(ARCH), adicionalmente, se estimará a volatilidade dos mesmos ativos através do método não
paramétrico Aditivo.
A utilização do ativo PETR4 é justificada por ele ser o mais negociado na bolsa de
valores de São Paulo. Com um volume relativo de negociações nos últimos 12 meses de 16%
do volume total de negociação da bolsa.
Dessa forma, o objetivo central dessa dissertação é verificar a existência de correlação
entre a volatilidade do IBOVESPA com a volatilidade do PETR4. Tem-se como hipótese “a
priori” que a correlação seja positiva e significativa (superior a 50%), todavia a partir de
procedimentos estatísticos, se tentará provar esse argumento.
Como dito anteriormente, utilizamos o índice IBOVESPA e o PETR4 como nossa
base de dados, sendo o período analisado compreendido entre 01 de Julho de 1994 até 31 de
Dezembro de 2008. Frisa-se que o período de escolha foi tal em virtude da instituição do
1
Possuem caudas pesadas, como a distribuição “t”e a GED.
2
Para melhor apreciação vide Hamilton (2003).
3
Correspode as ações da Petrobrás preferencial.
16
plano Real, e porque nesses quase 15 anos, passamos por diversas crises, o que influencia
diretamente nossa estimação via modelos de volatilidade.
O roteiro de trabalho divide-se em:
Primeiramente, serão apresentados alguns modelos determinísticos de como se estimar
a volatilidade das séries. Neste capítulo, serão apresentados os modelos autorregressivos de
heterocedasticidade condicional. Além de ser demonstrado como identificá-los e estimá-los.
Ainda como subseção deste capítulo, apresentaremos o teste BDS (Brock, Dechert &
Scheinkman, 1996) o qual servirá como forma alternativa de determinar se uma série é IID
4
.
Após os modelos determinísticos, será apresentada a teoria que suporta os modelos
não paramétricos. Apresentar-se-á as funções núcleo de Kernel e seus suavizadores, os
estimadores de Nadayra – Watson, bem como o método Aditivo de estimação não
paramétrica. Sendo que a grande vantagem dos modelos aditivos é o fato deles poderem
assumir uma forma muito parecida aos modelos autorregressivos de heterocedasticidade
condicional, entretanto utilizando como propriedades de estimação as não paramétricas.
Em continuidade, na primeira seção do capítulo 4, serão demonstradas as séries para
as quais estimaremos as volatilidades (paramétricas e não paramétricas); adicionalmente, será
efetuado todo o procedimento de estimação apresentando todos os resultado obtidos mediante
a estimação no software Eviews e R. Além disso, será verificado se as volatilidades obtidas
das séries são correlacionadas e também será identificado qual o melhor modelo de
volatilidade para as ambas as séries.
Por fim, nas considerações finais, apresentaremos um breve resumo do trabalho
evidenciado todos os resultados obtidos e, de forma complementar, serão realizadas algumas
proposições quanto a trabalhos futuros acerca do tema.
4
Para melhor entendimento vide seção 2.5 deste trabalho.
17
2 Modelos Determinísticos de Estimação da Volatilidade
No início da década de 80, assistiu-se ao surgimento dos modelos autorregressivos de
heterocedasticidade condicional ARCH (ver Engle, 1982). Esses modelos foram,
posteriormente, generalizados por Bollerslev (1986) com GARCH, originando vasta literatura
sobre o assunto, ainda inesgotada provavelmente.
A razão principal do surgimento desses modelos é que, antes disso, os modelos
econométricos de séries de tempo, financeiros e macroeconômicos, enfatizavam apenas o
primeiro momento condicional. Dependências temporais de ordem superior eram
simplesmente tratadas como perturbações aleatórias. Essas dependências expressam a
existência de aglomerações na série e alternância de períodos de baixa volatilidade com
períodos de alta volatilidade(vide eixo das abscissas).
O gráfico 1 apresenta essas características:
Gráfico 1 – Retorno de um ativo modelado via GARCH (1,1)
Os modelos de heterocedasticidade condicional surgiram principalmente, porque a
importância do risco e da incerteza na teoria econômica moderna tornou-se proeminente, e
pelo fato de modelos como o CAPM de Sharpe (1964) e Lintner (1965) não funcionarem tão
18
bem empiricamente. Talvez fosse necessário incluir momentos de ordem maior no modelo
CAPM para aproximá-lo dos dados empíricos. Assim, desenvolveram-se técnicas que
permitem a modelagem temporal de variâncias e covariâncias. De fato, os modelos de
heterocedasticidade condicional GARCH fundamentam-se na estimação da variância
condicional em vez de considerá-la constante ao longo do tempo.
A distinção de uso entre momentos de segunda ordem condicionais e não condicionais
é a contribuição principal desses modelos. Enquanto a matriz de covariância não condicional
para as variáveis de interesse pode ser invariante no tempo, a matriz de covariância
condicional depende de estados passados da natureza.
Empiricamente observa-se que as séries financeiras não têm distribuição normal-padrão em
geral, dada elevada probabilidade de eventos extremos. Então, os modelos GARCH teriam a
capacidade de modelar esse fato estilizado.
2.1 Modelos ARCH
Os modelos ARCH, Auto Regressivo com Heterocedasticidade Condicional, foram
desenvolvidos por Engle (1982) a fim de estimar a variância da inflação européia. Este
modelo tem como premissa básica que o retorno de um ativo qualquer
t
X é não
correlacionado serialmente, o que denota que o passado do retorno não influencia o presente.
Entretanto uma outra premissa é que a variância condicional, neste caso a volatilidade, é
função quadrática dos retornos passados o que evidencia a existência de correlação na
variância.
Definição 2.1 - Retornos
Entenda-se retorno por:
() ( )
1
lnln
=
ttT
PPX (2.1)
onde
t
P , com nt ...2,1= , é o preço de um ativo em vários períodos.
Um modelo ARCH(r) é definido como:
19
22
22
2
110
.....
rtrttt
ttt
XXXh
hX
++++=
=
αααα
ε
(2.2)
Onde
t
ε
é
()
1,0.. dii 0
0
>
α
, 0
i
α
, 0>r
Nota-se que ao descrevermos o modelo à distribuição dos erros (resíduos),
t
ε
, não
necessita ser Normal, ela pode assumir qualquer distribuição que melhor explique as caudas
pesadas das séries financeiras
5
.
Para melhor apresentarmos os modelos ARCH
6
, consideraremos o caso onde 1
=
r
.
Dessa forma, o modelo ARCH (1) é descrito por:
2
110
+=
=
tt
ttt
Xh
hX
αα
ε
(2.3)
onde
0
0
>
α
, 0
1
α
Calculando a média e a variância incondicionais da série chega-se aos seguintes
resultados:
a)
() ( ){}
0/
1
=
=
ttt
FXEEXE
b)
()
(
)
(
)
{
}
(
)
2
1101
22
/
+===
ttttt
XEFXEEXEXVar
αα
Sendo o processo
t
X estacionário de segunda ordem, então para todo
(
)
(
)
()
ttt
XVarXEXE ==
2
1
2
, temos que:
()
1
0
1
α
α
=
t
XVar (2.4)
5
Neste sentido, os modelos ARMA, subestimavam as series financeiras, uma vez que ao supor que inovações,
ou choques externos tinham como características serem ruido branco e variância constante, acabava limitando
nossa análise. Com o surgimento dos modelos auto regressivos, o principio de normalidade não precisava ser
seguido o que acarreta maior qualidade a estimação de séries financeiras, já que elas são caracterizadas por terem
caudas pesadas.
6
Vide Tsay (2002).
20
Uma generalização do resultado encontrado em (2.4) para o modelo ARCH(r) é:
(
)
() ()
(
)
2
1
0
222
1
it
r
i
i
tttt
X
hEhEhEXE
=
====
α
α
ε
ε
(2.5)
Cabe frisar, que algumas restrições são necessárias para garantir a estacionariedade e a
positividade da variância condicional. Como foi explicitado anteriormente, tem-se que
0
0
>
α
, 0
i
α
, 0>i é a condição suficiente para que a variância condicional seja positiva.
Além disso,
1
2
1
<
=
it
r
i
i
X
α
é a condição necessária para que a série seja estacionária. Isso
significa que as raízes do polinômio
i
r
i
i
L
=
1
1
α
devem estar fora do circulo unitário.
Sabe-se ainda, que normalmente, os retornos de uma série financeira apresentam
caudas longas (pesadas) de modo que o coeficiente de curtose é maior do que 3. Esse
resultado denota que a série não é normalmente distribuída e sua função de densidade de
probabilidade é chamada de leptocúrtica . O coeficiente de curtose é dado por:
(
)
()
()
2
2
4
t
t
XE
XE
K = (2.6)
Até este momento, definiu-se o que é um modelo ARCH e suas premissas básicas,
entretanto nada se falou sobre como identificá-lo e construí-lo. Nesta próxima subseção, será
apresentado como se identificar um modelo ARCH.
21
2.1.1 Identificação de um modelo ARCH
Como primeiro passo para identificar um modelo ARCH, deve-se tentar ajustar um
modelo ARMA para remover a correlação serial na série de
t
X se esta existir. A idéia nesse
caso é utilizarmos os modelos Auto Regressivos e de Médias Móveis para removermos a
correlação serial da serie
t
X .
() ()
tt
aBXB
θ
θ
φ
+=
0
(2.7)
Sendo que
()
rARCHa
t
~ . Para melhor apresentação dos modelos, ao nos referirmos
a
t
X , estar-se-á supondo que a série seja não correlacionada serialmente.
Como segundo passo do processo de identificação, verifica-se se a série
t
X
apresenta heterocedasticidade condicional. Na literatura existem inúmeros testes que podem
ser utilizados para verificação deste objetivo, para tanto, será apresentado três testes que
podem ser realizados para examinar
2
t
X .
i) Teste de FAC e FACP – verificou-se que os modelos ARCH
7
assemelham-se a um
modelo ARMA (Max (p, q),q). Assim as funções de autocorrelação, FAC e as funções
de autocorrelação parcial, FACP, devem sugerir se a série
2
t
X é heterocedástica e,
mais especificamente, a FACP nos informará qual a ordem do modelo ARCH que
estaremos modelando.
ii) Teste de Ljung – Box (Q) – A estatística de Ljung - Box é utilizada para se testar a
presença ou não de heterocedasticidade condicional na série. O teste consiste em
verificar se a hipótese nula de que a soma das autocorrelações é estatisticamente
diferente de zero se verifica. Sendo assim tem-se:
7
Da mesma forma os GARCH, que será apresentado posteriormente.
22
0:
1
^
0
=
=
n
j
j
H
ρ
e (2.8)
A estatística Q é calculada da seguinte forma:
()
=
⎯→
+=
n
j
n
D
j
jT
TTQ
1
2
2
^
2
χ
ρ
(2.9)
iii) Teste de Multiplicador de Lagrange - Este teste foi proposto, inicialmente, por Engle;
o qual definiu o teste como:
0.....
210
=
=
===
n
H
α
α
α
x 0
=
ia
H
α
para qualquer i > 0
Dessa forma, os parâmetros associados à estimação de
t
X devem ser diferentes de
zero para que se rejeite
0
H e verifique-se dessa maneira heterocedasticidade.
Após breve explanação acerca dos meios para identificarmos um modelo ARCH, será
apresentado na próxima subseção desse trabalho como proceder para estimar um modelo
ARCH.
2.1.2 Estimação do Modelo ARCH
Os estimadores do Modelo ARCH, são obtidos através do método de máxima
verossimilhança.
A função de máxima verossimilhança é dada por:
()
(
)( )
(
)
(
)
α
θ
α
,/,.......,/......///,......
112111 rrrTTTTT
xxfFxfFxfFxfxxL
+
= (2.10)
e supondo-se normalidade dos resíduos
t
ε
podemos reescrever da seguinte forma;
23
()
()
()
+=
=
T
rt
T
t
t
tT
xxf
x
xxL
1
1
2
2
1
1
/,......,
2
exp2/,......,
α
σ
πσα
(2.11)
para T grande, o termo
()
α
/,......,
1 T
xxf pode ser desprezado
8
. Dessa forma, maximizamos a
função de verossimilhança condicional:
()
()
+=
=
T
rt
t
t
trT
x
xxxxL
1
2
2
1
11
2
exp2,......,,/,......,
σ
πσα
(2.12)
onde a volatilidade
tt
h=
2
σ
é obtida recursivamente,
Para verificar se o modelo estimado é adequado, pode-se calcular a estatística Q de
Ljung – Box para a sequência de
t
X
~
, ou calcula-se os coeficiente de assimetria e curtose
estimados e/ou fazer um gráfico QxQ para avaliar a suposição de normalidade.
Após apresentação dos Modelos ARCH, será apresentado a generalização dos modelos
ARCH; os modelos GARCH.
2.2 Modelos GARCH
Uma generalização dos modelos ARCH foi sugerida por Bollerslev (1986, 1987,
1988) o chamado modelo GARCH (generalized ARCH). Sabe-se que um modelo ARMA
pode ser mais parcimonioso no sentido de apresentar menos parâmetros do que um modelo
AR ou MA puro. Do mesmo modo, um modelo GARCH pode ser usado para descrever a
volatilidade com menos parâmetros do que um modelo ARCH.
Um modelo GARCH pode ser definido por
jt
q
j
jit
r
i
it
ttt
hXh
hX
=
=
++=
=
1
2
1
0
βαα
ε
(2.13)
8
Vide Engle (1982) para melhor apreciação
24
Onde
t
ε
é
()
1,0.. dii 0
0
>
α
, 0
i
α
, 0
j
β
,
()
=
<+
m
i
ii
1
1
βα
,
()
qrm ,max
=
.
As restrições impostas acima nos remetem à um modelo GARCH estacionário e
positivo, entretanto essas restrições especificam apenas uma condição suficiente, mas não
necessária
9
. Vale lembrar que os resíduos nesse tipo de modelo devem ser apenas
independentes e identicamente distribuídos (IID
10
) não importando a qual distribuição segue,
uma vez que eles devem seguir a melhor distribuição que especifique suas características
podendo essa ser a “t” ou a de erros generalizados.
O modelo GARCH (r,q) pode ser interpretado como um processo autoregressivo em
2
t
X , dessa maneira pode-se especificar que
(
)
ttttt
hhX 1
22
==
ε
ν
(2.14)
E dessa maneira obtém-se
()
jtjt
q
j
jit
r
i
it
XXh
=
=
++=
νβαα
2
1
2
1
0
(2.15)
que pode ser reescrito como
()
(
)
tjt
q
j
jit
qr
i
iit
Xh
ννββαα
+++=
=
=
1
2
,max
1
0
(2.16)
Olhando com critério esta última equação, verifica-se que a mesma lembra um modelo
ARMA[max(r,q), q], o que sugere que poder-se-ia identificar um modelo GARCH através da
metodologia apresentada por Box-Jenkins. Contudo, essa metodologia é falha, pois se não
estivermos tratando de um modelo GARCH esse método de identificação não é valido.
9
Ver Nelson e Cao (2002)
10
Na seção 2.5 deste trabalho apresentaremos o teste BDS (Brock, Dechert & Scheinkman; 1987) o qual é
utilizado para verificar se as variáveis que compõe uma série são Independentes e igualmente distribuídas).
25
Apenas frisando, conforme visto nos modelos ARCH, o coeficiente de curtose (K) de
um modelo GARCH também tende a ser maior do que 3, o que remete a uma função de
densidade probabilidade com caudas pesadas.
2.2.1 Identificação do Modelo GARCH
Para identificar-se um modelo GARCH, poderia ser utilizado o teste de Ljung - Box
(Q), bem como o teste LM e também analisar-se o correlograma dos resíduos; entretanto
como a especificação dos modelos GARCH é mais difícil e sutil sugere-se que o pesquisador
estime modelos GARCH de ordem baixa, verificando se o mesmo respeite as premissas
básicas (levantadas nos modelos ARCH) e depois compare os modelos analisando qual resulta
em um critério de informação Akaike ou Schwart maior; uma vez que o modelo que possuir
um critério de informação maior em módulo é o mais recomendável.
Após a explicitação dos modelos ARCH - GARCH pode-se notar que os mesmos,
tratam a variância dos retornos de maneira simétrica, já que ambos modelam a volatilidade
valendo-se de uma função quadrática dos retornos. Porém é censo comum afirmar (evidencias
empíricas) que variações negativas dos retornos dos ativos tem um peso maior do que
variações positivas, ao passo que a volatilidade associada a um choque negativo é maior do
que a um choque positivo; e é nesse sentido que repousa o caráter assimétrico da volatilidade.
Sendo assim, serão apresentados a seguir, dois modelos que tratam a volatilidade de maneira
assimétrica ao passo que os mesmos têm por conseqüência darem pesos maiores a variações
negativas assim como ocorre na prática
11
.
2.3 Modelos EGARCH
Para tentar superar a deficiência dos modelos ARCH e GARCH quanto à assimetria da
volatilidade, Nelson (1991) propôs o modelo EGARCH – modelo de heterocedasticidade
condicional auto regressivo generalizado exponencial – o qual possibilita que choques
11
Existem diversas variações dos modelos ARCH e GARCH, entretanto analisa-se apenas os modelos
assimétrico EGARCH e TARCH, uma vez que o foco deste trabalho não é fazer uma revisão bibliográfica de
todos modelos que estimam a volatilidade.
26
assimétricos sejam absorvidos, bem como que se possam assumir parâmetros negativos para
explicar o modelo
12
.
O modelo EGARCH é definido por
()
∑∑
=
=
=
+++=
=
p
j
it
it
r
k
k
it
it
q
i
ijtjt
ttt
h
X
h
X
hh
hX
111
0
lnln
γαβα
ε
(2.17)
A especificação logarítmica impede que a variância seja negativa e o parâmetro
γ
ajusta a assimetria dos efeitos. Se 0
=
γ
, então um choque positivo tem o mesmo efeito na
volatilidade que um choque negativo de mesmo tamanho; sendo o impacto nesse caso
simétrico. Porém, caso o parâmetro
γ
seja negativo, chama-se o efeito do choque assimétrico
como efeito alavancagem.
Um ponto que não pode ser esquecido, é que as raízes do polinômio
=
p
j
i
j
L
1
1
β
devem estar fora do círculo unitário afim que a variância seja estacionária. E de acordo com
Nelson (1991), a estacionariedade estrita é dada se
=
<
q
i
i
1
2
α
. Ainda, segundo Nelson
(1991), a melhor forma de se estimar o EGARCH é supondo-se os erros distribuídos pela
função de Distribuição dos Erros Generalizados, GED:
()
Γ
=
+
ν
λ
λ
ε
ν
ν
ν
ν
1
2
2
1
exp
1
t
t
uf (2.18)
12
Viu-se que nos modelos ARCH e GARCH parâmetros negativos não poderiam compor o modelo o mesmo
devido as restrições impostas.
27
Quanto à identificação, bem como a estimação do modelo EGARCH, elas seguem os
mesmos critérios apresentados para os modelos ARCH e GARCH.
2.4 Modelos TARGH
As formulações econométricas para captação de impactos assimétricos foram bastante
estudadas, como no caso do EGARCH apresentado anteriormente. Entretanto Zakoian (1994)
propôs o modelo de heterocedasticidade condicional autorregressivo truncado, TGARCH, o
qual é expresso da seguinte forma:
()
∑∑
===
+++=
p
j
q
i
r
k
a
ktkk
a
ti
a
jtj
a
t
t
dw
111
01
εγεασβσ
ε
(2.19)
onde
()
.d é uma variável “dummy”igual a zero se o erro não satisfaz a condição imposta entre
parênteses, e 1, caso satisfaça.
Glosten, Jagannathan e Runkle (1993) modificaram o modelo, impondo a= 2, que é a
especificação, utilizada no programa Eviews.
O modelo implica um aumento da volatilidade quando notícias ruins, representadas
por
kt+
ε
< 0, são acompanhadas por um coeficiente positivo, isto é, por 0>
k
γ
. É possível
observar que o modelo GARCH é um caso especial do TGARCH, bastando impor 0
=
k
γ
para qualquer k.
Como explicitado anteriormente, como o modelo GARCH é uma variação do
TGARCH, sua estimação bem como identificação se dá pelo mesmo procedimento ilustrado
para o ARCH e GARCH.
2.5 Teste BDS (Brock, Dechert & Scheinkman)
28
Este teste foi proposto por Brock, Dechert & Scheinkman em 1996, o qual visa
identificar se as variáveis aleatórias que compõem uma série são IID – independentes e
identicamente distribuídas. Conforme Fernandes e Premont (2003), o BDS apresenta um alto
poder contra uma variedade de modelos lineares, não lineares e não estacionários.
O teste BDS é derivado da medida conhecida como correlação integral, na qual se
correlaciona dois pontos dispersos no espaço m – dimensional, No contexto de séries de
tempo,
t
X ,será tratada como um vetor
(
)
11
,.......,
+
=
mttt
m
t
XXXX . A correlação integral
teórica será:
() ( )
(
)
(
)
vdFudFvuImC
mm
vu
ςς
,,,
= (2.20)
sendo que a função indicadora
(
)
.I é 1 quando
ς
< vu , e zero,caso contrário;
(
)
.
m
F é a
função distribuição de
m
t
X , ela indica a distribuição das m- observações consecutivas.
Adicionalmente, Brock, Dechert & Scheinkman (1996) demonstraram que a estatística
generalizada:
()
()( )
(
)
+
=
st
m
s
m
t
XXI
mTmT
tmC
ςς
,,
1
2
,, (2.21)
é um estimador consistente de
(
)
mC ,
ς
. Conforme Serfling (1980 apud Fernandes &
Preumont, 2003) a utilização de uma estatística vinculada ao fato de que esta apresenta
mínima variância quando comparamos com todos os outros estimadores não viesados,
converge rapidamente para a normalidade.
Se o processo
t
X é IID, então
()
()
=
=
1
0
1
m
i
jt
m
tm
XFXF , e
()()
m
CmC 1,,
ςς
= quase
certamente. Esta relação é utilizada para construir o seguinte teste a fim de detectar os desvios
da propriedade IID.
()
()
(
)
()
()
1,0~
,,
,1,,,
,, N
Tm
TCTmC
TTmBDS
m
ςσ
ςς
ς
= (2.22)
29
sendo que
()
Tm,,
ς
σ
é uma função não trivial da correlação integral.
O teste BDS, será estimado via o software Eviews 5.0, dessa forma, no output do
resultado, caso o p-valor seja inferior a 5% , rejeita-se a hipótese nula de que as séries sejam
IID.
Após esta apresentação acerca dos modelos determinísticos paramétricos da
volatilidade, apresentaremos no próximo capítulo uma forma não paramétrica de se estimar a
volatilidade das séries. Sendo que a grande diferença entre as formas de se estimar a
volatilidade apresentadas nessa dissertação, está no aspecto que na estimação não-paramétrica
não há necessidade de se supor qual distribuição os retornos seguem.
30
3 Estimação Não Paramétrica
A motivação para trabalhar-se com a estimação não paramétrica pode ser sintetizada
na seguinte frase:
“.....trabalhar com modelos não paramétricos ao invés dos paramétricos
se apresenta quando o pesquisador não possui conhecimento suficiente sobre o
processo gerador explicativo, permitindo desta forma que os dados falem por si
mesmos...”(Santos, 2008 pg 35)
Segundo Ziegelmann (2002), modelos não paramétricos são caracterizados por conter
uma ou mais funções desconhecidas e por não apresentarem espaço paramétrico de dimensão
finita. Existem os modelos semi-paramétricos os quais se caracterizam por serem compostos
por uma ou mais funções desconhecidas, e por terem um espaço paramétrico desconhecido
com dimensão finita. Por fim, os modelos paramétricos, explicitados no capítulo anterior,
caracterizam-se por possuírem apenas o espaço paramétrico de dimensão finita como uma
estrutura desconhecida.
Dessa forma, nos deparamos com um dilema, uma vez que a principal vantagem do
modelo não paramétrico repousa no aspecto de minimizar o erro de especificação do modelo,
entretanto essa maior flexibilidade na hora de definir o modelo gera alguns custos como:
convergência mais lenta, perda do poder de extrapolação e o problema de dimensionalidade.
Neste trabalho, será utilizado, o método de Suavização de Kernel para modelar as estruturas
explicativas. Para tanto, podem ser encontradas referências desse modelo nos trabalhos de
Ziegelmann (2002), Fan e Gilbels(1996) e Fan e Yao(2003).
31
Neste capítulo, será apresentado os principais pontos para a estimação não
paramétrica. Adicionalmente, se apresentará a função núcleo e o estimador de Nadaraya –
Watson. Por fim, apresentaremos os modelos aditivos os quais serão utilizados para
estimarmos a volatilidade das séries do IBOVESPA e do ativo PETR4.
3.1 Introdução
A estimação não paramétrica via Função Núcleo desenvolveu-se nos estudos das
densidades. Esses estudos possibilitaram o desenvolvimento da estimação via função núcleo,
pois se sabia que a função de distribuição empírica era o melhor estimador para a função de
distribuição desconhecida; entretanto no estudo das densidades essa associação não poderia
ser realizada diretamente; sendo este o fato gerador das funções núcleo.
Definição 3.1.1 ( Distribuição Empírica ).
Seja
{}
n
XXX ,....;
21
uma amostra aleatória de
X
F . O estimador empírico de
X
F é
dado por:
()
()
()
=
=
n
i
ix
n
X
n
x
F
1
,
^
,1
1
Rx
(3.1)
Como o estimador
n
F
^
não é diferenciável (nos pontos amostrais), não podemos
utilizá-lo para estimar a densidade de X. Dessa forma, será utilizado um estimador alternativo
a (3.1) o qual é descrito por
()
[]
()
=
=
n
i
ix
X
n
x
n
f
1
^
,1
1
Rx
(3.2)
Sendo este um estimador empírico de
x
f . Entretanto, mesmo na utilização desse
estimador alternativo, incorremos em um conflito, uma vez que a probabilidade do evento
[]
xX
i
= ocorrer é nula, caso
i
X seja uma variável aleatória contínua. Mediante isso,
reescreveremos (3.2) como,
32
()
[]
()
[]
() ()
∑∑
===
===
n
i
n
i
i
n
i
iix
xXK
n
xX
n
X
n
x
n
f
111
0
^
1
1
1
1
1
(3.3)
onde
()
[]
()
.1.
0
=
K . Após essa flexibilização da fórmula; utilizando (3.3), com
propriedades de regularidades mais desejáveis, cria-se uma família de estimadores cujos
desempenhos são próximos do ótimo.
Definição 3.1.2 (estimador de Densidade)
Seja
{}
n
XXX ,....;
21
uma amostra aleatória da distribuição
(
)
=
xX
fF . O estimador
por função – núcleo de
x
f é dado por:
() ()
=
=
n
i
i
n
xXK
n
x
f
1
^
1
, (3.4)
onde
()
.K é uma função conhecida, intitulada função núcleo.
Todavia, para que o estimador definido pela função (3.4) tenha propriedades que
respeitem nossos interesses, devemos restringi-lo a funções
()
.K que respeitem as
propriedades de regularidade que serão apresentadas na seção posterior.
3.2 Restrição nas Funções Núcleos
Sendo a função
()
.
i
XK interpretada como o peso de cada variável aleatória sob o
estimador de densidade, num ponto específico de
Rx
; faz sentido que a função
(
)
.K seja
simétrica, tal que as variáveis localizadas na mesma distância de x tenham o mesmo peso na
estimativa da densidade empírica de x. Para tanto, toma-se como premissas básicas que a
função núcleo satisfaça os seguintes axiomas:
()
1=
dxxK (3.5) Continuidade
e, como conseqüência o da simetria, que
()
0=
dxxxK (3.6)
33
Para tanto, vide o quadro 1 abaixo, o qual ilustra alguns exemplos de funções núcleos
para casos conhecidos
13
.
Quadro 1 – Funções Núcleos
13
Segundo Cleveland e Loader (1996a, p. 11) e Loader (1999, p. 23) esta função deve ser
contínua, simétrica, com maior peso em torno de x
0
e decrescente a medida em que x se afasta de
x
0
. Dentre as escolhas possíveis, destacam-se as funções retangular, tri-cúbica, de Epanechnikov e
a normal ou Gaussiana.
34
3.3 Parâmetro de Suavização
Adicionalmente, para gerar maior flexibilização da estimativa
x
f , um novo parâmetro
será introduzido, sendo esse responsável por quantificar a escala
14
ou grau que cada variável
aleatória influenciará na definição da estimativa. A nova função é descrita por:
() ()
∑∑
==
=
=
n
i
n
i
ih
i
h
xXK
nh
xX
K
nh
x
f
11
^
11
(3.7)
onde
()
(
)
h
h
KK
h
/
.
. = . O parâmetro h , conhecido como parâmetro de suavização ou de
alisamento, influencia diretamente o peso dado a cada estimativa de x para definição da
estimativa para
(
)
xf
X
. Dessa forma, utilizando-se um parâmetro h “grande”, observações
mais afastadas de x passarão a influenciar mais a estimativa de
(
)
xf
X
, enquanto que quanto
menor o
h , mais influência terão as variáveis mais próximas de x. Segundo Ziegelmann
(2002), quanto maior for o parâmetro de suavização, mais suave torna-se a função de
densidade, sendo assim mais plana e regular; já quanto menor o parâmetro, mais detalhada e
irregular a função fica. Esse detalhamento ou suavização da densidade é acarretada pela
14
O quanto de informação o dado carregará para definição da densidade; ou de outra maneira, indicará a
vizinhança de dados para determinação do modelo.
35
influência do parâmetro
h junto ao núcleo da função escolhida, para melhor apreciação vide
gráfico 2
Gráfico 2: exemplificação dos parâmetros de suavização.
Nota-se que o gráfico 2 mostra estimativas de regressão local para diferentes valores
de h. Conforme dito por Ziegelmann (2002), quando h = 0,1 se obtém uma função muito
mais detalhada em comparação a utilização de h = 1. Todavia, para esta função, o h que
melhor captura a real curva das variáveis X e Y é o 0,25 já que a curvatura da função expressa
com exatidão a distribuição das variáveis pré definidas. Segundo Clevand e Loader (1996), o
grande objetivo na definição do h* é produzir uma estimativa que não distorça a relação de
dependência das variáveis envolvidas na função.
Por fim, o parâmetro
h * define o número “real”de observações que serão utilizadas na
composição da estimativa de cada
(
)
xf
X
.
3.3.1 Formas de definir-se o h*
A literatura é rica quanto a formas de definir-se o h que melhor expressa a relação de
dependência das variáveis envolvidas. Neste trabalho, será apresentado um breve resumo das
pesquisas realizadas por Loader (1995 e 1999) as quais discutem dois métodos diferentes de
definição do h*.
36
Loader concluiu que a definição do h* pode ser divida em dois grupos: os que utilizam
o critério de informação e cross validation para definir o h*, e os que utilizam aproximação
via séries de Taylor para definição do parâmetro de suavização ótimo.
3.3.1.1 Critério de Informação e Validação Cruzada.
Estes métodos caracterizam-se por também serem utilizados na estimação da regressão
paramétrica. Dessa forma, estes métodos consistem em se usar alguma medida de aderência
para chegar-se ao parâmetro ótimo. Segundo Santos (2008), o principio básico da validação
cruzada é “prever cada valor da resposta
t
Y , do restante dos dados, isto é, deixando-se um
dos pontos da amostra de lado para validação do modelo e utilizando-se as observações
restantes para sua estimação” (pg 42. Santos 2008).
Observando-se a função da validação cruzada,
() ( ){}
=
=
T
t
tthT
XmYThCV
1
2
1
(3.8)
deduz-se que o h* será aquele valor que minimizar a função 3.8, já que esta muito se parece
com a equação dos betas de uma regressão paramétrica onde
(
)
0=
hCV .
Quanto à utilização do Critério de informação para definição do parâmetro ótimo de
suavização, entende-se que quanto maior for a estatística oriunda da utilização do h melhor
será o modelo, visto que os critérios de Akaike e Schwarz dizem que quanto maior em
módulo for a estatística gerada na utilização desse parâmetro melhor é o modelo.
3.3.1.2 Seletores Anexos (Plug- in)
37
Flexibilizando-se a equação do erro em média quadrática Via expansão de Taylor,
temos
15
:
()
()
()
()
[]
()
()
32
1
2
1
2
*
+
+
=
p
p
p
dxxfxmT
dxx
kCh
σ
(3.9)
Segundo Ziegelmann (2002), a intenção é usar a expressão 3.9 como seletor de
janela, mas como existem alguns termos desconhecidos os mesmos precisam ser estimados. O
método “direct plug in” consiste em estimar os termos desconhecidos de 3.9 e substituir os
mesmos por suas estimativas.
3.4 Estimador de Nadaraya-Watson
Para analisar a interação de um conjunto de dados IID, neste caso (X, Y), cujo
tamanho da população seja
n ,
(
)
{
}
n
i
i
YX
1
,'
=
, define-se que a esperança condicional desse
conjunto seja assim apresentada:
()
xXYE =/ (3.10)
e adicionalmente, deseja-se modelar a relação entre as variáveis que compõem esse conjunto
como:
()
iiii
XYEY
ε
+= / , ni ,.....2,1
=
(3.11)
onde
i
ε
é o erro amostral de cada observação,
Definindo
()
xm como a representação de
(
)
xXYE
=
/ e supondo-se que o conjunto
composto por X e Y seja contínuo; temos:
() ()
(
)
()
()
==
=
R
X
XY
R
xXY
yd
xf
yxf
ydyyyfxm
,
/
(3.12)
15
Para melhor apreciação vide Santos (2008).
38
Utilizando-se o método Plug - In, apresentado anteriormente
16
chegamos:
()
()
()
=
R
X
XY
dy
xf
yxf
yxm
^
^
,
(3.13)
conforme visto em 3.7, definiu-se um estimador ótimo para
(
)
xf
x
, agora será definido, um
estimador ótimo para
()
YXf , utilizando-se o parâmetro de suavização. Dessa forma,
utilizando-se o raciocínio análogo, chegamos:
()
()()
=
=
=
n
i
ihih
n
i
ii
YX
yYKxXK
n
h
yY
K
h
xX
K
nh
yxf
1
1
2
,
^
1
1
,
(3.14)
onde
()
(
)
h
h
KK
h
/
.
. = . Substituindo 3.7 e 3.14 em 3.13, temos:
()
()
()
==
R
X
XY
dy
xf
yxf
xm
^
^
^
,
(3.15.1)
()
=
=
=
R
n
i
i
n
i
i
ih
dy
h
xX
K
h
yY
KxXK
y
1
1
(3.15.2)
()
=
=
=
n
i
i
n
i
R
i
ih
h
xX
K
dy
h
yY
yKxXK
1
1
(3.15.3)
através da transformação de variáveis
=
h
yY
v
i
e lembrando que os axiomas necessários
para a função
()
.K é que ela seja simétrica e possua norma 1, dessa forma;
16
Substituindo-se as funções desconhecidas por suas estimativas 3.11.
39
()
()()
=
=
=
n
i
i
n
i
R
ih
h
xX
K
dyvyKxXK
xm
1
1
^
= (3.16)
()
()
()
=
=
=
n
i
ih
n
i
iih
xXK
YxXK
xm
1
1
^
(3.16.1)
sendo que a equação 3.16.1 expressa o estimador de Nadaraya – Watson.
Podemos reescrever a equação 3.16.1 por
() ()
=
=
n
i
iin
YxW
n
xm
1
,
^
1
(3.17)
onde
()
()
()
=
=
n
i
ih
ih
in
xXK
xXnK
xW
1
,
(3.18)
Nota-se que o estimador de Nadaraya - Watson descrito na equação 3.17, nada mais é
que a média ponderada das n observações de Y pela seqüência de pesos definidas por
in
W
,
.
3.5 Modelos Aditivos
Os modelos aditivos são uma generalização dos modelos de regressão lineares, os
quais foram estudados por Hastie & Tibshirani (1990). Enquanto, nos modelos de regressão
linear múltipla a função de regressão é tida como linear, e dessa forma, aditiva nas variáveis
40
explicativas; nos modelos aditivos, o pressuposto de linearidade é abandonado, mas a forma
aditiva é mantida. Sendo assim, conforme Hastie & Tibshirani (1990), o principal insight
desenvolvido pelos modelos aditivos repousa no aspecto de permitir que os componentes de
regressão linear assumam formas não paramétricas.
Segundo Fan & Gijbels (1996), o modelo aditivo é definido por:
()
=
++=
d
j
jj
XgY
1
εα
(3.19)
onde
d
gggj ,.....,
1
= são funções univariadas desconhecidas. Segundo Hastie & Tibshirani
(1990) para evitar a existência de constantes livres, e por conseqüência, garantir a
identificabilidade do modelo se faz necessário a seguinte restrição:
(
)
{
}
,0=
jj
XgE dj ,.....,1
=
(3.20)
fato, este que impõe:
()
α
=YE (3.21)
o que caracteriza que esse modelo pode ser encarado como um mecanismo para redução da
dimensão.
Ainda segundo Fan & Gijbels (1996), quando o modelo aditivo é válido, tem - se;
()
()
,\
kk
kj
kjj
XgXXgYE =
α
dk ,....1
=
(3.22)
O que implica no surgimento de um algoritmo o qual permite calcular de maneira
independente e univariada cada função de
d
gg ,.....,
1
. Esse algoritmo independente é
conhecido por Backfiting Algorithm; o qual será brevemente apresentado abaixo.
41
3.5.1 Backfiting Algorithm
Esse procedimento consiste em através da regressão inicial, calcular os resíduos
parciais desta e regredir novamente. O procedimento de Backfiting Algorithm segue os
seguintes passos:
1) Inicialização:
=
=
n
i
i
Yn
1
1
^
α
,
0
^
kk
gg = , dk ,....,1
=
2) Para cada
dk ,....,1= , obter
()
=
=kj
kjjkk
XXgYSg /
^^^
α
e obter
()
.
^
g .
3) Manter rodando até o segundo passo convergir.
Por fim, conclui-se que os modelos aditivos superam o problema de dimensionalidade,
devido ao sistema de ajuste ser construído a partir de suavizadores univariados (Ziegelmann
,2002). Adicionalmente, espera-se que o Backfiting Algorithm gere estimativas que sejam as
melhores aproximações aditivas à superfície de regressão.
Com o objetivo de sintetizar tudo que foi apresentado sobre modelos aditivos em uma
frase, temos:
“....nos modelos aditivos, podemos verificar a contribuição individual de cada
variável em predizer a resposta.” (Kirchner, Souza & Zielgelmann, pg 4)
3.5.2 Modelos Aditivos de Volatilidade
De acordo com o exemplo sugerido por Ziegelmann (2002), no qual volatilidade é
descrita por modelos aditivos, tem - se:
() ( )
=
=
1
0
2
d
i
itit
XgX
σ
(3.23)
sendo que o mesmo pode ser reescrito por:
42
() ( )
=
=
1
0
2
loglog
d
i
itit
XgX
σ
(3.24)
sendo a expressão (3.24) a representação do modelo aditivo para o log da volatilidade.
Conforme explicitado anteriormente, utilizamos o procedimento de Backfiting Algorithm para
gerarmos as melhores aproximações aditivas à superfície da regressão.
Entretanto, nada foi dito sobre como identificar o melhor modelo aditivo para estimar-
se a volatilidade das séries de ativos a serem utilizadas nesse trabalho. Sendo assim, na seção
posterior, serão apresentadas duas formas para efetuarmos esse procedimento de
identificação.
3.5.3 Identificação dos Modelos Aditivos
Segundo Hastie & Tibshirani (1990), uma forma de se realizar a inferência quanto a
identificação dos modelos aditivos é a utilização da soma dos quadrados dos resíduos e seus
graus de liberdade aproximados como mecanismo de auxílio na escolha dos modelos.
A partir do modelo aditivo
17
;
()
=
++=
d
j
ijiji
Xgy
1
εα
, (3.25)
a soma dos quadrados dos resíduos pode ser definida como:
=
=
n
i
i
i
yySQR
1
2
^
(3.26)
onde
^
i
y denota o valor ajustado através da avaliação do modelo na observação
i
x .
Como, em cada passo do procedimento de Backfiting Algorithm, uma matriz de
suavização está envolvida, a qual é definida por
j
S , podemos
18
representar o modelo aditivo
17
Exemplo proposto por Santos (2008)
43
ajustado para cada observação como
yS
j
, onde
y
denota o vetor de respostas observadas.
Dessa forma segundo Bowman & Azzalini (1997), os graus de liberdade utilizados no modelo
podem ser calculados via utilização da última matriz, neste caso
n
S . Por fim, tem-se uma
estimativa a ser utilizada como o número de graus de liberdade da especificação do modelo.
Adicionalmente, a estimativa dos graus de liberdade são obtidos através do traço da matriz de
suavização
i
S .
A comparação entre modelos alternativos podem ser efetuadas através de um teste F
aproximado ou a partir de um critério de informação aproximado de Akaike (AIC).
O teste F aproximado é especificado da seguinte maneira:
(
)
(
)
res
resres
dfSQR
dfdfSQRSQR
F
11
1212
=
(3.27)
esse teste baseia-se no teste F para comparação de modelos paramétricos. Entretanto, no que
diz respeito à distribuição a seguir para apuração dos valores, não pode-se realizar a mesma
analogia ao teste F original, ao passo que Hastie & Tibshirani (1990) sugerem que ao menos
alguma aproximação pode ser feita mediante as estimativas de
(
)
resres
dfdf
12
e
res
df
1
como os graus de liberdade a serem utilizados.
A outra forma de compararmos os modelos aditivos é pelo critério de informação
aproximado de Akaike (AIC), sendo este utilizado para comparação dos modelos alternativos
ou ,como especificado anteriormente, para definição do parâmetro de suavização ótimo.
O critério de informação é descrito por:
ndfnyDAIC
φμ
2;
^
+
=
(3.28)
18
As linhas da matriz
j
S consistem nos pesos que foram utilizados na estimação de cada
i
x .
44
onde os graus de liberdade ,
(
)
Strdf = , tornam o AIC assintoticamente não viesado.
Desta forma, neste capítulo procurou-se apresentar a metodologia necessária para a
estimação dos modelos não paramétricos. Com isso, no capítulo 4 realizaremos a estimação
da volatilidade do Índice IBOVESPA, bem como do ativo PETR4 pelos métodos
paramétricos e não paramétricos com o objetivo de respondermos o seguinte questionamento:
Será que conseguiremos comprovar a existência da correlação entre a volatilidade do IBO
VESPA com o ativo PETR4 e vice versa? Adicionalmente, tentaremos desmistificar
qual método de estimação é mais eficiente para esses casos.
4. Estimação dos Modelos
Neste capítulo, se estimará a volatilidade de forma paramétrica e não paramétrica de
duas séries financeiras de alta representatividade para o mercado de capitais brasileiro. As
séries são o Índice IBOVESPA e o ativo PETR4, o qual é o mais negociado na bolsa de
capitais de São Paulo. Nossa amostra é composta por 3576 observações, sendo o período de
análise compreendido entre 01 de Julho de 1994 a 31 de Dezembro de 2008.
Frisa-se, que a série do IBOVESPA, foi coletada do site “br.finance.yahoo.com
,
enquanto que os preços diários do ativo da Petrobrás foram coletados no próprio site da
empresa; www.petrobras.com.br.
Dessa forma, na primeira seção deste capítulo, serão apresentados os dados, para os
quais será realizado uma breve reflexão, e após, se efetuará, todos os procedimentos
econométricos para a estimação da volatilidade de ambas as séries.
4.1 Apresentando as Séries
45
Essas duas séries foram selecionadas como nossas amostras de estudo, uma vez que o
objetivo principal desse trabalho é demonstrar que a volatilidade do Índice IBOVESPA é
altamente influenciada pela volatilidade do ativo PETR4
19
. Observando-se os gráficos
individuais da oscilação dos preços de fechamentos do ativo PETR4 bem como do
IBOVESPA tem-se,
Gráfico 3 - Preços de Fechamento PETR4
19
A idéia central, é demonstrar que o ativo PETR4, representa por quase a totalidade da variação índice
IBOVESPA.
46
Gráfico 4 – Valor de Fechamento do IBOVESPA
Onde nota-se uma forte simetria das variações, entretanto para facilitar a análise,
verifiquemos o Gráfico 5 o qual traz as séries sobrepostas uma a outra;
Gráfico 5 – Variação IBOVESPA x PETR4
Fica visível que a tendência de ambas as séries é praticamente a mesma, embora o
IBOVESPA sofra maiores oscilações.
IBOV x PETR4
-
10.000,00
20.000,00
30.000,00
40.000,00
50.000,00
60.000,00
70.000,00
80.000,00
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7420752076207720782079208020812082208320842085208620872088208920902091209220932094209520962097209820992100210121022103210421052106210721082109211021112112211321142115211621172118211921202121212221232124212521262127212821292130213121322133213421352136213721382139214021412142214321442145214621472148214921502151215221532154215521562157215821592160216121622163216421652166216721682169217021712172217321742175217621772178217921802181218221832184218521862187218821892190219121922193219421952196219721982199220022012202220322042205220622072208220922102211221222132214221522162217221822192220222122222223222422252226222722282229223022312232223322342235223622372238223922402241224222432244224522462247224822492250225122522253225422552256225722582259226022612262226322642265226622672268226922702271227222732274227522762277227822792280228122822283228422852286228722882289229022912292229322942295229622972298229923002301230223032304230523062307230823092310231123122313231423152316231723182319232023212322232323242325232623272328232923302331233223332334233523362337233823392340234123422343234423452346234723482349235023512352235323542355235623572358235923602361236223632364236523662367236823692370237123722373237423752376237723782379238023812382238323842385238623872388238923902391239223932394239523962397239823992400240124022403240424052406240724082409241024112412241324142415241624172418241924202421242224232424242524262427242824292430243124322433243424352436243724382439244024412442244324442445244624472448244924502451245224532454245524562457245824592460246124622463246424652466246724682469247024712472247324742475247624772478247924802481248224832484248524862487248824892490249124922493249424952496249724982499250025012502250325042505250625072508250925102511251225132514251525162517251825192520252125222523252425252526252725282529253025312532253325342535253625372538253925402541254225432544254525462547254825492550255125522553255425552556255725582559256025612562256325642565256625672568256925702571257225732574257525762577257825792580258125822583258425852586258725882589259025912592259325942595259625972598259926002601260226032604260526062607260826092610261126122613261426152616261726182619262026212622262326242625262626272628262926302631263226332634263526362637263826392640264126422643264426452646264726482649265026512652265326542655265626572658265926602661266226632664266526662667266826692670267126722673267426752676267726782679268026812682268326842685268626872688268926902691269226932694269526962697269826992700270127022703270427052706270727082709271027112712271327142715271627172718271927202721272227232724272527262727272827292730273127322733273427352736273727382739274027412742274327442745274627472748274927502751275227532754275527562757275827592760276127622763276427652766276727682769277027712772277327742775277627772778277927802781278227832784278527862787278827892790279127922793279427952796279727982799280028012802280328042805280628072808280928102811281228132814281528162817281828192820282128222823282428252826282728282829283028312832283328342835283628372838283928402841284228432844284528462847284828492850285128522853285428552856285728582859286028612862286328642865286628672868286928702871287228732874287528762877287828792880288128822883288428852886288728882889289028912892289328942895289628972898289929002901290229032904290529062907290829092910291129122913291429152916291729182919292029212922292329242925292629272928292929302931293229332934293529362937293829392940294129422943294429452946294729482949295029512952295329542955295629572958295929602961296229632964296529662967296829692970297129722973297429752976297729782979298029812982298329842985298629872988298929902991299229932994299529962997299829993000300130023003300430053006300730083009301030113012301330143015301630173018301930203021302230233024302530263027302830293030303130323033303430353036303730383039304030413042304330443045304630473048304930503051305230533054305530563057305830593060306130623063306430653066306730683069307030713072307330743075307630773078307930803081308230833084308530863087308830893090309130923093309430953096309730983099310031013102310331043105310631073108310931103111311231133114311531163117311831193120312131223123312431253126312731283129313031313132313331343135313631373138313931403141314231433144314531463147314831493150315131523153315431553156315731583159316031613162316331643165316631673168316931703171317231733174317531763177317831793180318131823183318431853186318731883189319031913192319331943195319631973198319932003201320232033204320532063207320832093210321132123213321432153216321732183219322032213222322332243225322632273228322932303231323232333234323532363237323832393240324132423243324432453246324732483249325032513252325332543255325632573258325932603261326232633264326532663267326832693270327132723273327432753276327732783279328032813282328332843285328632873288328932903291329232933294329532963297329832993300330133023303330433053306330733083309331033113312331333143315331633173318331933203321332233233324332533263327332833293330333133323333333433353336333733383339334033413342334333443345334633473348334933503351335233533354335533563357335833593360336133623363336433653366336733683369337033713372337333743375337633773378337933803381338233833384338533863387338833893390339133923393339433953396339733983399340034013402340334043405340634073408340934103411341234133414341534163417341834193420342134223423342434253426342734283429343034313432343334343435343634373438343934403441344234433444344534463447344834493450345134523453345434553456345734583459346034613462346334643465346634673468346934703471347234733474347534763477347834793480348134823483348434853486348734883489349034913492349334943495349634973498349935003501350235033504350535063507350835093510351135123513351435153516351735183519352035213522352335243525352635273528352935303531353235333534353535363537353835393540354135423543354435453546354735483549355035513552355335543555355635573558355935603561356235633564356535663567356835693570357135723573357435753576
0
10
20
30
40
50
60
IBOVESPA_CLOSE
PETR4_CLOSE
47
Dando-se continuidade ao trabalho, se definirá o real significado do Índice
IBOVESPA.
4.1.1. O que é IBOVESPA?
Conforme a verificado no site da BMF&BOVESPA
20
, o IBOVESPA é o valor atual,
em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações constituída em 02/01/1968 (valor-base:
100 pontos), a partir de uma aplicação hipotética. Supõe-se não ter sido efetuado nenhum
investimento adicional desde então, considerando-se somente os ajustes efetuados em
decorrência da distribuição de proventos pelas empresas emissoras (tais como reinversão de
dividendos recebidos e do valor apurado com a venda de direitos de subscrição, e manutenção
em carteira das ações recebidas em bonificação). Dessa forma, o índice reflete não apenas as
variações dos preços das ações, mas também o impacto da distribuição dos proventos, sendo
considerado um indicador que avalia o retorno total de suas ações componentes. Sendo que a
carteira teórica do IBOVESPA é formada pelas ações que atenderam cumulativamente aos
seguintes critérios, com relação aos doze meses anteriores à formação da carteira: i) estar
incluída em uma relação de ações cujos índices de negociabilidade somados representem 80%
do valor acumulado de todos os índices individuais; ii) apresentem participação, em termos de
volume, superior a 0,1% do total; iii) ter sido negociada em mais de 80% do total de pregões
do período. Dentro dessa metodologia, a cada quadrimestre a carteira teórica do IBOVESPA é
reavaliada, visando manter a sua representatividade ao longo do tempo. Em tais reavaliações,
identificam-se as alterações na participação relativa de cada ação no índice, bem como sua
permanência ou exclusão, além é claro, das novas inclusões. Vale destacar que as ações que
não atenderem simultaneamente a dois dos três critérios definidos para a inclusão são
excluídas do IBOVESPA. A carteira teórica tem vigência de quatro meses, vigorando para os
períodos janeiro-abril, maio- agosto e setembro-dezembro.
Um ponto que dever ser ressaltado é que o ativo PETR4 compõe o IBOVESPA,
todavia, não podemos considerar que apenas um ativo possua tamanha capacidade de
influenciar um índice composto por mais de 150 ativos das mais diversas companhias
brasileiras.
20
www.bovespa.com.br
48
Por fim, pode-se verificar no gráfico 6 os retornos diários
21
do IBOVESPA para o
período de análise,
-.2
-.1
.0
.1
.2
.3
94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08
VARIACAO_IBOV
Gáfico 6 – Retornos diários IBOVESPA
onde se not, cluster`s
22
de volatilidade acentuados no final de 1994 em decorrência da
implementação do plano Real e também influenciada pela Crise no México; no anos de 1997
,1998 e inicio de 1999 com a chamada crise dos Tigres Asiáticos e com a crise na Rússia, e
entre 2007 e 2008 com a crise do Sub-prime.
4.1.2 Variações Petr4 x Preço do Petróleo
Analisando-se as cotações do ativo PETR4, em comparação com o preço do Brent
23
, o
qual está expresso em R$, notamos uma forte simetria das variações.
21
Como definido no capítulo 2, consideramos o retorno de uma série como:
() ( )
1
lnln
=
tty
PPX
22
Agrupamentos, momentos de alta volatilidade.
23
Brent, nada mais é que petróleo cru.
49
0
20
40
60
80
100
120
140
160
500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
PETR4_CLOSE PRECO_PETROLEO
Gráfico 7 – PETR4 x Preço do Brent
Adicionalmente, realizando-se uma análise criteriosa do gráfico notamos que o valor
do ativo da PETR4, segue a mesma tendência das variações dos preços do petróleo. Frisa-se
que essa tendência era esperada, uma vez que o petróleo é uma commodity com alta demanda
mundial, e por se tratar de um bem cuja fonte é esgotável, em períodos de menores ofertas,
seu preço sofre forte variação e as ações das empresas “produtoras” de petróleo sofrem essa
influência. Períodos como a Guerra do Golfo (não compreendido nesse trabalho), bem como a
invasão norte americana no Afeganistão, impactam positivamente no preço do Brent, uma vez
que nesses episódios a oferta do bem poderia sofrer alguma pressão e consequentemente, seu
preço internacional aumenta o que impacta diretamente nas cotações das empresas
petrolíferas.
Neste trabalho, entretanto não se acredita que o impacto de uma variação dos preços
do petróleo afete na mesma grandeza os preços dos ativos das empresas petrolíferas, já que
fatores externos podem sustentar os ativos das empresas, por exemplo, como a descoberta de
poços da camada pré-sal realizadas pela Petrobrás entre Junho e Julho de 2008, em meio a
crise do sub-prime.
50
Para corroborar com a análise gráfica, realizou-se um teste de correlação entre o Preço
do Brent e a cotação da Petr4, chegando-se ao seguinte resultado:
Quadro 2 – Correlação entre o preço do Brent x Cotação PETR4
Conforme a tela do software estatístico EViews 5.0, nota-se que a correlação entre as duas
variáveis é de 0,96, de um total de 1; o que vem a validar a interpretação executada no grádico
7, que preço do Brent tem forte influência sobre os ativos das empresas petrolíferas, neste
caso, na Petrobrás.
Dessa forma, na próxima seção desse trabalho, serão apresentadas as características
estatísticas das duas séries utilizadas nessa dissertação.
4.2 Características Estatísticas das Séries (análise quantitativa dos dados)
51
Nesta seção do trabalho, será demonstrado via gráficos e testes estatísticos quais as
principais características
24
das séries do PETR4 e IBOVESPA no período de análise.
Salienta-se que nossa amostra é composta por 3576 observações, as quais compreendem o
período histórico de 01 de Julho de 1994 a 31 de Dezembro de 2008.
4.2.1 IBOVESPA
Observando-se o histograma da série dos retornos diários do IBOVESPA conclui-se:
0
400
800
1200
1600
-0.1 -0.0 0.1 0.2 0.3
Series: VARIACAO_IBOV
Sample 1 3576
Observations 3576
Mean 0.000657
Median 0.001390
Maximum 0.288325
Minimum -0.172082
Std. Dev. 0.024500
Skewness 0.445079
Kurtosis 14.53337
Jarque-Bera 19937.83
Probability 0.000000
Gráfico 8 – Histograma Retornos Diários IBOVESPA
que os retornos não seguem uma distribuição normal, já que se analisando o coeficiente de
Curtose
25
da série identifica-se que o valor é de 14,53, sendo que o coeficiente de uma série
normal é próximo de 3. Adicionalmente, verifica-se que a estatística do teste de Jarque-Bera,
o qual detém como hipótese nula de a série ser normalmente distribuída, é rejeitada uma vez
que seu p-valor é igual a zero. Ainda na análise dos retornos diários do IBOVESPA, nota-se
via gráfico dos quantis, as caudas pesadas da série, fato este que vem a corroborar com a
conclusão dos retornos não serem normalmente distribuídos. Adicionalmente, identificou-se
que a distribuição dos retornos diários do IBOVESPA possui uma maior concentração para
24
Entende-se como principais caracteristicas os seguintes aspectos: Histograma das séries, teste BDS, desvio
padrão, coeficiente de curtose e assimetria e teste de Jaque – Bera.
25
No gráfico, está descrito em inglês como”Kurtosis”.
52
retornos negativos, o que indicará que um modelo heterocedástico, que capte o efeito da
assimetria, seja o mais indicado.
Gráfico 9 – Plot Q – Q Retornos diários IBOVESPA.
Em continuidade com a bateria de testes, realizou-se o teste BDS, a qual, conforme
explicitação no capítulo 2, busca identificar se a série é IID. Entretanto, percebe-se que a série
sofre correlação serial, ao passo que o teste BDS, com certeza rejeitará a hipótese nula de que
a série seja IID.
53
Quadro 3 – Output teste BDS Eviews 5.0
Conforme output do teste fica evidenciado que a série sofre com algum tipo de
dependência, uma vez que os p-valores para todas as dimensões do teste são iguais a zero, o
que leva a aceitar a hipótese alternativa de que a série não é IID.
Agora, analisando-se as estatísticas provenientes dos retornos ao quadrado do
IBOVESPA, encontra-se:
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0.000 0.025 0.050 0.075
Series: RIBOV
Sample 1 3576
Observations 3576
Mean 0.000601
Median 0.000161
Maximum 0.083131
Minimum 0.000000
Std. Dev. 0.002212
Skewness 20.89257
Kurtosis 651.3791
Jarque-Bera 62899075
Probability 0.000000
Gráfico 10 – Histograma Retornos diários ao quadrado do índice IBOVESPA
54
Claramente, a série não é normalmente distribuída, como indica o teste de Jarque –
Bera.
E validando o conceito de Engle (1982), sobre os modelos de heterocedasticidade
condicional, realizou-se o correlograma dos retornos ao quadrado do IBOVESPA,
comprovando a correlação serial entre os retornos:
Quadro 4 - Correlograma dos Retornos diários ao Quadrado do IBOVESPA
Para tanto, vide que as barras das funções de autocorrelação e de auto -correlação
parcial, transpõem o limite máximo o que indica que série sofre de correlação serial.
Esse resultado sustenta a utilização dos modelos de heterocedasticidade condicional
para melhor estimação da volatilidade da série.
55
4.2.2 PETR4
Efetuando-se a mesma análise executada para a série do IBOVESPA, temos as
seguintes características sobre a série dos retornos diários do ativo PETR4:
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
-0.2 -0.1 -0.0 0.1 0.2
Series: VARIACAO_PETR4
Sample 1 3576
Observations 3576
Mean 0.000990
Median 0.000000
Maximum 0.234840
Minimum -0.208001
Std. Dev. 0.029695
Skewness -0.058924
Kurtosis 9.219163
Jarque-Bera 5765.091
Probability 0.000000
Gráfico 11 – Histograma Retornos Diários PETR4
verifica-se que não se pode assumir que a série seja normalmente distribuída pelo fato das
estatísticas do teste de Jarque-Bera e pelo fato do coeficiente de Curtose negarem essa
suposição. Percebe-se também, que a maior parte dos retornos assumem valores negativos, ao
passo que modelos de heterocedasticidade condicional que captem a assimetria dos retornos
sejam os mais indicados
26
.
Para tanto, será apresentado o gráfico dos quantis o qual explicita a cauda pesada dos
retornos diários do ativo PETR4 e a maior presença de retornos negativos.
26
Vide capitulo 2 da dissertação, sobre os modelos EGARCH E TARCH.
56
Gráfico 12 – Plot Quantis – quantis dos Retornos diários do PETR4
E verificando-se o correlograma dos retornos diários;
57
Quadro 5 – Correlograma dos Retornos Diários do PETR4
Encontra-se uma dependência serial entre as variáveis, o que nos leva a determinar um
modelo ARMA
27
para extinguirmos essa correlação afim de estimarmos a volatilidade de
forma eficiente. Destaca-se que no momento em que se estima um modelo de volatilidade a
série só deve possuir dependência linear em sua variância (retornos ao quadrado), para mais
vide Engle (1982). Como forma alternativa de se demonstrar essa correlação na série dos
retornos diários, observando-se o resultado do teste BDS, nota-se que ele rejeita a hipótese
nula das séries serem IID. O que só vem a corroborar com os outros testes realizados
anteriormente.
27
Auto Regressivo de Médias Móveis.
58
Quadro 6 – Resultado teste BDS para os Retornos Diários do Ativo PETR4
Por fim, apenas como forma ilustrativa, pode-se verificar o gráfico dos retornos
diários da PETR4,
-.3
-.2
-.1
.0
.1
.2
.3
500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
VARIACAO_PETR4
Gráfico 13 – Retornos Diários PETR4
59
o qual demonstra que a série é estacionária uma vez que, o gráfico não apresenta nenhuma
tendência de crescimento ou decrescimento e pelo fato de os retornos diários serem calculados
através da diferença dos logaritmos naturais dos preços do ativo(o que por si só é uma forma
de se remover a não estacionaridaade de uma série).
Agora, observando-se o histograma dos retornos diários ao quadrado do ativo PETR4
tem-se;
0
400
800
1200
1600
2000
2400
2800
3200
0.0000 0.0125 0.0250 0.0375 0.0500
Series: RPETR
Sample 1 3329
Observations 3328
Mean 0.000821
Median 0.000214
Maximum 0.055150
Minimum 0.000000
Std. Dev. 0.002469
Skewness 10.52407
Kurtosis 160.9899
Jarque-Bera 3522664.
Probability 0.000000
Gráfico 14 - Histograma Retornos ao quadrado do ativo PETR4
que os retornos ao quadrado não podem ser considerados distribuídos normalmente, pelos
simples fatos das estatísticas provenientes dos testes de Jarque – Bera e do coeficiente de
Curtose negarem essa característica. Além disso, o histograma indica uma forma bem pouco
parecida com uma distribuição normal, o que só vem a corroborar com os testes.
Verificando-se o correlograma dos retornos diários ao quadrado do PETR4 percebe-se
claramente que os retornos ao quadrado sofrem o problema de correlação serial, o que pode
ser evidenciado através da função de correlação parcial, na qual encontra-se nos três primeiros
lags forte correlação.
60
Quadro 7 - Correlograma dos Retornos ao quadrado do PETR4
Por fim, observando-se o gráfico dos quantis, fica claro as caudas pesadas da séries
dos retornos ao quadrado, o que vem a somar aos procedimentos anteriores.
Gráfico
15 –Plot Quantis-quantis dos retornos ao quadrado do PETR4
61
4.3 Estimação da Volatilidade
Nesta seção, se estimará ,de duas formas distintas, a volatilidade das séries utilizadas
neste trabalho. Para tanto, na primeira subseção deste trabalho, apresentaremos os modelos
determinísticos de volatilidade, em que será aplicado os métodos de identificação e de
estimação dos modelos. Já na segunda parte desse capítulo, será estimado a volatilidade das
séries utilizando-se a metodologia não paramétrica de estimação.
Conforme explicitado anteriormente, a grande diferença entre os métodos
paramétricos para os não paramétricos está no fato de que na estimação não paramétrica os
dados falam por si, sendo o que o modelo se ajusta para a melhor especificação e estimação
dos dados, enquanto no modelo paramétrico suposições são necessárias.
4.3.1 Estimação Paramétrcia via Modelos de Heterocedasticidade Condicional
Começando pela série da PETR4, de acordo explicitado na seção 4.2 deste trabalho,
identificou-se que a mesma sofre de autocorrelação serial dos retornos. Sendo assim, deve-se
remover essa estrutura de dependência das series do retorno, para tanto utilizou-se uma
modelo ARMA(3,0), o qual regrediu-se utilizando o sofwatre R. Observando-se o resultado
do sumário da regressão, nota-se que todos os coeficientes associados a essa regressão são
estatisticamente significativos
Quadro 8 – Sumário de Estatísticas do ARMA (3,0) para PETR4
62
Além disso, observando-se o quadro 8 que traz as estatísticas do teste de Ljung e Box
(1979)
28
, observa-se que a estrutura auto correlacionada foi dos retornos diários do PETR4,
foi ajustada
29
.
Tabela 1 – Estatísticas do teste de Ljung – Box para os Retornos Diários de PETR4
Dessa forma, após o ajuste da correlação serial da série dos retornos diários de
PETR4, pode-se começar a execução dos procedimentos para definição do melhor modelo
heterocedástico condicional para a série do PETR4.
Conforme apresentado no quadro 8, deste trabalho, os retornos diários ao quadrado do
ativo PETR4 apresentam correlação serial, dessa maneira serão apresentados na tabela 2
modelos auto regressivos de heterocedasticidade condicional que removem essa correlação,
sendo que o critério de seleção do modelo será o que detiver maior valor (em módulo) do
coeficiente de AIC
30
conjuntamente com o maior log de verossimilhança.
28
Vide Hamilton (2003).
29
Para um nível de significance de 5%.
30
Akaike.
63
# Modelo Distribuição
A
IC Log Likelihood
1 ARMA(3,0) - ARCH(3) t'student -11,7752 21.044,38
(a)
2 ARMA(3,0) - GARCH(2,0) t'student -11,4466 20.456,38
(b)
3 ARMA(3,0) - GARCH(2,1) t'student -11,798 21.085,09
(b)
4 ARMA(3,0) - GARCH(3,0) t'student -11,4459 20.456,05
(b)
5 ARMA(3,0) - TGARCH(2,0) t'student -11,6724 20.860,78
(b)
6 ARMA(3,0) - TGARCH(2,1) t'student -11,798 21.086,13
(b)
7 ARMA(3,0) - TGARCH(3,0) t'student -11,6732 20.863,27
(b)
8 ARMA(3,0) - TGARCH(3,1) t'student -11,8068 21.102,98
(b)
9 ARMA(3,0) - EGARCH(2,0) t'student -11,7952 21.080,19
(b)
10 ARMA(3,0) - EGARCH(2,1) t'student -11,7958 21.082,13
(b)
11 ARMA(3,0) - EGARCH(3,0) t'student -11,4459 21.091,03
12 ARMA(3,0) - EGARCH(3,1) t'student
-11,8002
21.091,08
13 ARMA(3,0) - EGARCH(2,0) GED -11,9513 21.359,03
(b)
14 ARMA(3,0) - EGARCH(2,1) GED -11,9534 21.363,80
(b)
15 ARMA(3,0) - EGARCH(3,1) GED -11,9469 21.353,05
(b)
Nota
(a)
Entretanto os parâmteros são não significativos estatisticamente.
(b)
Não removeu todo a correlação da série dos retornos ao quadrado
Tabela 2 – Modelos de Heterocedasticidade Condicional para o PETR4
Para remover a correlação serial da série dos retornos ao quadrado, foram rodados 15
modelos, para os quais apenas dois detiveram sucesso em remover a heterocedasticidade da
série. Dessa forma, comparando o coeficiente de informação de cada modelo, conjuntamente
com a estimativa do log de Verossimilhança de ambos modelos, chegamos a conclusão de
selecionar o modelo ARMA(3,0) – EGARCH(3,1), sendo que supomos que a distribuição dos
resíduos é a t’student, a qual é leptocúrtica (caudas pesadas). Cabe salientar, que o modelo
EGARCH consegue captar de forma eficiente o problema de assimetria
31
, o qual , conforme
Nelson(1991), é chamado de
Leverage.
Sendo assim, a representação do modelo estimado pode ser descrito da seguinte forma:
)3(*132,0)2(*144,0)1(*107,0
)008565,0()0095,0()0073,0(
ARARARy
t
+
+=
a qual refere-se a parte ARMA(3,0) do modelo(os números entre parênteses são os desvios
padrões de cada parâmetro), enquanto que a função:
31
Retornos negativos influem com maior força a volatilidade do que retornos positivos.
64
()
() () ()
()
()
()
()
()
305,02117,0
107,0
1
1
44,0
1
1
22,0)035,0(
*4147,0*858,0
*423,1*239,1117,03519,0
+
++=
=
tt
t
t
t
t
t
ttt
hLnhLn
hLn
hh
hLn
hy
εε
ε
Refere-se ao modelo EGARCH(3,1).
Todos os coeficientes são significativos, sendo o efeito alavancagem 117,0
=
γ
. O
quadro abaixo segue o resultado do teste ARCH LM, o qual demonstrará pela aceitação da
hipótese nula que os resíduos dos modelos não são correlacionados serialmente:
Quadro 8 – Teste ARCH LM para os resíduos do ARMA(3,0) EGARCH(3,1)
Adicionalmente, verificando-se o gráfico 16 do plot dos quantis dos resíduos,
65
-10
0
10
20
30
40
-.02 -.01 .00 .01 .02 .03 .04 .05
RESID02
N
o
r
m
a
l
Q
u
a
n
t
i
l
e
Theoretical Quantile-Quantile
Gráfico 16 – Plot Quantis Resíduos ARMA(3,0) – EGARCH(1,3)
Verifica-se que os resíduos não são distribuídos normalmente. Após apresentação da
estimação da volatilidade para série do PETR4, se apresentará a estimação da série do
IBOVESPA.
Seguindo a mesma ordem de apresentação do modelo para a série do IBOVESPA,
tem-se que devemos remover a correlação serial da série dos retornos diários do IBOVESPA,
para tanto, utilizaremos um modelo ARMA(3,0), o qual gera as seguintes estatísticas:
Call:
arma(x = r.ibov, order = c(3, 0), include.intercept = F)
Model:
ARMA(3,0)
Residuals:
Min 1Q Median 3Q Max
-0.173649 -0.011441 0.001504 0.013609 0.287678
Coefficient(s):
Estimate Std. Error t value Pr(>|t|)
66
ar1 0.03934 0.01671 2.355 0.0185 *
ar2 -0.02988 0.01670 -1.789 0.0736 .
ar3 -0.04081 0.01670 -2.444 0.0145 *
---
Signif. codes: 0 ‘***’ 0.001 ‘**’ 0.01 ‘*’ 0.05 ‘.’ 0.1 ‘ ’ 1
Fit:
sigma^2 estimated as 0.0005972, Conditional Sum-of-Squares = 2.13, AIC = -16386.62
verifica-se que o parâmetro AR(2) é estatisticamente igual a zero, para p-valor de 5%.
Entretanto, analisando-se as estatísticas provenientes do teste de Ljung – Box, encontra-se que
o problema da correlação serial das séries foi removido com eficiência. Dessa forma, após a
remoção da dependência serial na série dos retornos, ira estimar-se o modelo heterocedástico
que melhor explica a volatilidade da série do IBOVESPA. Observando-se a tabela 3, verifica-
se as estatísticas provenientes do critério de informação de cada modelo, assim como as
estatísticas do teste de log verossimilhança,
# Modelo Distribuição
A
IC Log Likelihood
1 ARMA(3,0) - ARCH(3) t'student -12,4949 22.330,12
2 ARMA(3,0) - GARCH(2,0) t'student -12,245 21.882,94
3 ARMA(3,0) - GARCH(2,1) t'student -12,548 22.425,05
4 ARMA(3,0) - TGARCH(2,0) t'student -12,4554 22.259,74
5 ARMA(3,0) - TGARCH(2,1) t'student -12,549 22.427,92
6 ARMA(3,0) - TGARCH(2,0) GED/Parâmtero fixo -11,5147 20.578,09
(a)
7 ARMA(3,0) - TGARCH(2,1) GED -12,7329 22.756,36
(a)
8 ARMA(3,0) - EGARCH(2,0) t'student -12,5544 22.436,38
9 ARMA(3,0) - EGARCH(2,1) t'student -12,5538 22.436,38
10 ARMA(3,0) - EGARCH(3,0) t'student -12,5539 22.436,60
11 ARMA(3,0) - EGARCH(2,0) GED/Parâmtero fixo -11,8581 21.191,54
12 ARMA(3,0) - EGARCH(2,0) GED -12,5673 22.459,56
(a)
13 ARMA(3,0) - EGARCH(2,1) GED -12,7267 22.745,32
(a)
14 ARMA(3,0) - EGARCH(3,0) GED -12,5564 22.440,97
(a)
15 ARMA(3,0) - EGARCH(3,1) GED -12,7263 22.745,51
Nota
(a)
Não removeu todo a correlação da série.
Tabela 3 - Modelos de Heterocedasticidade Condicional para o IBOVESPA
Nota-se que comparativamente, o modelo ARMA(3,0) – EGARCH(3,1) com
distribuição GED, apresentou estatísticas do critério de informação de AIC superiores ao
modelo o modelo ARMA(3,0) – EGARCH(2,0) todavia, este modelo utilizou um número
67
menor de parâmetros para chegar a um resultado satisfatório
32
, o que levou a escolha deste
como o mais efetivo na explicação da volatilidade da série do IBOVESPA.
Dessa forma, observando-se o correlograma dos resíduos ao quadrado da série do
IBOVESPA, mostras que a correlação serial dos retornos foi completamente removida, já que
os p-valores associados a cada lag do correlograma são maiores que 5% (nosso limite de
aceitação), fato este que leva a aceitação da hipótese nula de que a série é não
correlacionada.(vide quadro 12);
Quadro 9 – Correlograma dos resíduos ao quadrado da série do IBOVESPA
As estatísticas geradas pelo modelo ARMA(3,0) – EGARCH (2,0) com distribuição
t’student, foram:
()
)(*0897,0)(*884,0*394,6339,0
*127,0*114,0*109,0
21
1
1
321
+++=
=
++=
tt
t
t
t
ttt
tttt
hLnhLn
h
hLn
hy
yyyy
ε
ε
Sendo todos os parâmetros significativos.
32
Além do critério de informação, selecionamos o modelo via o critério da parcimônia.
68
Adicionalmente, olhando-se o gráfico 15 do plot dos quantis para série do
IBOVESPA, nota-se claramente que os resíduos não são distribuídos normalmente.
-20
0
20
40
60
80
100
-.02 .00 .02 .04 .06 .08 .10
RESID04
N
o
r
m
a
l
Q
u
a
n
t
i
l
e
Theoretical Quantile-Quantile
Gráfico 17 – Plot Q x Q resíduos IBOVESPA
Uma observação deve ser feita, uma vez que os modelos heterocedásticos que geraram
melhores estimativas foram os EGARCH, todavia com distribuição t’student, o que vai contra
a proposição realizada por Nelson (1991) a qual dizia que os modelos EGARCH, deveriam
ser estimados com a distribuição dos erros generalizados (GED). Mas como a distribuição
t’student assume caudas pesadas, nenhuma perda nesse sentido foi verificada.
Após a estimação de ambos os modelos, será verificado se existe correlação entre a
volatilidade estimada dos modelos, uma vez que essa é a pergunta central desse trabalho.
Em uma primeira analise, observando-se o gráfico das volatilidades estimadas de
ambos os modelos, nota-se claramente uma forte simetria entre elas, uma vez que, para quase
toda amostra, verifica-se forte relação,
69
0.0
0.4
0.8
1.2
1.6
2.0
2.4
500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
VOL_IBOV_ESTIMADA
.000
.002
.004
.006
.008
.010
.012
.014
500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
VOL_PETR4_ESTIMADA
Gráfico 18 – Volatilidade estimada PETR4 e IBOVESPA via Modelos EGARCH
Todavia, realizando o teste de correlação da série, verificou-se que ambas possuem
uma correlação de 0,62, (62%) o que é muito forte. Sendo que uma variação de um ponto
percentual no ativo PETR4 influencia o IBOVESPA em 0,62.
70
Quadro 10 – Coeficiente de Correlação das Volatilidade estimadas
Vale lembrar que este trabalho se propôs a comparar um período de 14 anos,
aproximadamente, se realizássemos esse cálculo, entre os períodos de 1994 até 2005,
chegaríamos a uma correlação de 93%.(vide quadro 11,e gráfico 19)
Quadro 11 – Coeficiente de Correlação Volatilidades estimadas – Período 1994 à 2005
.000
.002
.004
.006
.008
.010
94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05
VOLAIBOV VOLAPETR
Gráfico 19 – Volatilidade estimada períodos 1994 à 2005
71
Essa diferença nos níveis de correlação observada nos períodos reflete a forte
oscilação do IBOVESPA, principalmente no ano de 2008, o que descolou um pouco da
variação do PERT4. Para tanto, chegou-se nesses resultados pelo seguinte aspecto: o volume
diário do PETR4 é muito superior a qualquer outro ativo negociado na Bolsa de Valores de
São Paulo, dessa forma, sua variação influencia em grande escala à performance do índice
IBOVEPA.
Na próxima seção, apresentaremos a estimação via modelos aditivos.
72
4.3.2 Estimação Via Modelos Aditivos.
Para a estimação do Modelo Aditivo para série do IBOVESPA, excluiu-se 26
observações extremas, sendo 15 máximas e 13 mínimas; elas foram excluídas, pois estavam
deturpando as estimativas geradas pelo modelo, uma vez que os modelos aditivos são muito
flexíveis (Hastie; Tibshirani, 1990). Cerca de 60% dos dados retirados eram retornos
deturpados pelo desdobramento das crises do México em 1994, dos tigres asiáticos em 1997 e
pela crise Russa. Outros 40% dos dados, foram influenciados pelas crises do Petróleo em
2001 e 2002 e pela crise do Sub-prime em 2008.
Como o realizado para os modelos paramétricos determinísticos, para remover a
correlação serial das séries dos retornos diários, utilizou-se um modelo de estrutura
ARMA(3,0). Para tanto, evidencia-se no gráfico 19, abaixo, que após a utilização do modelo
ARMA, a série dos retornos deixou de ser correlacionada, porém na série dos retornos ao
quadrado a correlação persiste.
73
Gráfico 20 – Autocorrelação dos resíduos do modelo ARMA (3,0)
Agora, na estimação da volatilidade da série do IBOVESPA, utilizando-se os modelos
aditivos, ressalta-se que meios alternativos somados ao teste F aproximado, bem como pelo
critério de AIC, aproximados serão fundamentais para determinação do melhor modelo para
se especificar a volatilidade. Neste trabalho, serão consideradas, formas alternativas na
escolha do modelo mais apropriado os seguintes resultados: caso as estimativas de
volatilidade apresentem retornos negativos, consideraremos que o modelo foi mal
especificado; adicionalmente, analisa-se, o comportamento dos modelos mediante a
visualização da contribuição individual de cada lag das variáveis explicativas; e por fim a
análise dos resíduos padronizados.
74
Dessa forma, neste trabalho, estimaremos os modelos aditivos, conforme evidenciado
em Santos(2008), em que se executou uma aproximação ao modelo ARCH(q), sendo o
número de defasagens definidas mediantes tentativas e comparação dos resultados pelos
critério elucidados no parágrafo passado
33
. Após a definição do modelo, em um segundo
momento, se definirá o parâmetro de suavização ótimo.
Dessa forma, efetuou-se a comparação de modelos aditivos com 1 a 6 termos
defasados, todavia verificou-se que a inclusão de instrumentos funcionais foi significativo ate
o lag 7, entretanto o comportamento individual dessas variáveis não era lógico. Com isso,
vide a tabela 4, a qual contempla os resultados obtidos a partir do teste de AIC de cada
modelo cujos lag’s vão de 1 a 6;
Tabela 4 – Coeficientes de Informação modelos aditivos IBOVESPA
Pelo critério de AIC, constata-se que o modelo 6 é o mais indicado. Todavia,
conforme explicitado anteriormente, outros dois critérios serão utilizados para escolha do
número de defasagens. O primeiro critério de avaliação alternativo, consiste na avaliação do
comportamento visual dos últimos três modelos quanto a descrição visual das funções
univariadas (aplicadas nos resíduos defasados) na aplicação aditiva da variável resposta (
volatilidade). Iniciando-se com as descrições individuais do modelo aditivo 4, nota-se;
33
Na definição dos modelos, utilizou-se como parâmetro de suavização 0,5, medida defina por Cleveland (1979)
como padrão.
75
Gráfico 21 – Comportamento individual da volatilidade modelo aditivo 4 - IBOVESPA
que abaixo de cada estimativa um rug plot o que indica a região onde ocorre a maior
concentração de observações. Analisando-se o quadro 21, pode-se se fazer uma relação com a
curva proposta por Engle e Ng (1993), denominada como “New Impact Curve”, a qual mede a
resposta da volatilidade frente a ocorrência de choques positivos e negativos. Observando-se
as funções, notamos que o comportamento da terceira defasagem não é muito lógico, pois na
ocorrência de retornos positivos, a resposta na volatilidade é negativa. Todavia, para as outras
defasagens o comportamento foi conforme o fato estilizado diz. Adicionalmente, pode-se
notar a maior inclinação da curva para retornos negativos, sendo isso a exemplificação gráfica
do problema da assimetria.
Analisando-se o comportamento visual do modelo aditivo 5, tem-se
76
Gráfico 22 – Comportamento individual da volatilidade modelo aditivo 5 - IBOVESPA
Que o comportamento visual das 4 primeiras defasagens são muito parecidas com o
verificado para o modelo 5, entretanto, nota-se que alguns aspectos influenciam
negativamente na escolha desse modelo. Na defasagem 1, encontra-se na ocorrência de
retornos positivos, que resposta na volatilidade é constante o que não é verificado na prática.
Outro aspecto refere-se a defasagem 5, uma vez que a inclinação para os retornos positivos é
superior a dos retornos negativos, o que não é verdade.
Por fim, analisando-se o modelo 6, tem-se
77
Gráfico 23 – Comportamento individual da volatilidade modelo aditivo 6 - IBOVESPA
Que comportamentos pouco prováveis acontecem nas defasagens 1, 3, 5 e 6 o que
remete a excluir esse modelo dos possíveis candidatos a especificação da série do
IBOVESPA.
Dessa forma, escolheu-se o modelo aditivo 5 como o melhor para especificação do
IBOVESPA. Agora, para determinação do span ótimo (parâmetro de suavização) rodaremos o
modelo, utilizando níveis de suavização entre 03 à 08; uma vez que quanto maior os níveis
menos detalhada tornam-se as curvas, e quanto menores os níveis mais flexível e detalhada
serão as curvas, umas vez que o span define a distância do núcleo para que os parâmetros da
regressão local sejam válidos.
78
Analisando-se o quadro abaixo;
Tabela 5 – Definição do Span ótimo para o modelo aditivo 5 IBOVESPA
Nota-se que pelo critério de seleção de AIC aproximado, o span que melhor especifica
o modelo para série do IBOVESPA é o 0,6; dessa forma o comportamento individual de cada
variável explicativa do modelo pode ser verificado abaixo:
Gráfico 24 – Comportamento individual da volatilidade modelo aditivo 5 com span ótimo - IBOVESPA
79
Verifica-se que modelo aditivo com 5 defasagens com span de 0,6 conseguiu remover
integralmente a correlação da série do retornos ao quadrado do IBOVESPA, (vide gráfico 25)
0 5 10 15 20 25 30 35
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Lag
ACF
Series rapad
0 5 10 15 20 25 30 35
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Lag
ACF
Series rapad^2
Histogram of rapad
rapad
Density
-0.1 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4
0246810 14
-2 0 2
0.00.10.20.3
Normal Q-Q Plot
Theoretical Quantiles
Sample Quantiles
Gráfico 25 – Estatísticas provenientes do modelo aditivo 5 para o IBOVESPA
Dessa, forma, o mesmo procedimento executado para série do IBOVESPA será
realizado para os retornos da PETR4.
Como sabido, a série dos retornos diários da PETR4 sofre com o problema de
correlação serial, para tanto, ir-se-á remove-la valendo-se da utilização de um modelo
ARMA(3,0)
34
.
34
O mesmo modelo utilizado na estimação dos modelos determinísticos.
80
Vale enfatizar que retornos diários iguais a zero, foram excluídos de nossa série, uma
vez que estavam dificultando a estimação; adicionalmente, foram excluídos 13 retornos
extremos os quais eram retornos influenciados pela crise do Petróleo de 2001 e 2002 pela
crise no sub-prime que derrubou o mercado mundial.
Após a estimação dos modelos aditivos com até 5 lag’s de defasagem; já que a partir
do 6, o acréscimo de mais uma variável não representava em ganho para especificação do
modelo; chegou-se as seguintes estimativas de AIC;
Tabela 6 – Coeficientes de informação para definição do modelo aditivo ótimo PETR4
Nota-se que conforme o IBOVESPA, o modelo aditivo 5 atingiu um maior valor em
modulo do critério de AIC, entretanto, será realizado o teste alternativo de visualização do
comportamento individual das variáveis explicativas ao modelo. Frisa-se que este
procedimento será executado apenas para os Lag’s 4 e 5, visto que para os outros não
conseguiu-se remover a correlação das séries.
81
Gráfico 26 – Comportamento individual da volatilidade modelo aditivo 4 – PETR4
Para o modelo aditivo 4, verificamos que o comportamento das variáveis estão de
acordo com o fato estilizado, embora no lag 1, observou-se um pequeno problema no que
tange a resposta a um retorno positivo ser próximo a zero.
Já para o modelo aditivo 5 verifica-se
82
Gráfico 27 – Comportamento individual da volatilidade modelo aditivo 5 – PETR4
o mesmo problema encontrado no modelo aditivo 4. Uma vez que no gráfico representativo
da primeira defasagem, tem-se que retornos positivos não impactam na volatilidade dos
retornos. Essa premissa não é verdadeira, muito embora no gráfico representativo da
defasagem 4 observou-se um ganho na especificação. Nesse, fica caracterizado perfeitamente
conceito de assimetria dos retornos financeiros, uma vez que retornos negativos geram
respostas maiores do que retornos positivos (isso se dá através da inclinação da curva), para
tanto vide Engle (1993).
Pelas justificativas dadas no parágrafo anterior, a escolha do modelo que melhor
estima os retornos ao quadrado do ativo PETR4 é o modelo aditivo 5, para tanto, nesse
momento, é definido qual o span mais apropriado a ser utilizado na estimação;
83
Tabela 7 – Definição do Span ótimo para o modelo aditivo 5
Coincidentemente, o span ótimo foi de 0,5; sendo que este foi utilizado como base
para a definição do modelo ótimo. No entanto, após análise da volatilidade estimada, foi
verificado, que tanto para o span 0,5 quanto para 0,6, valores de volatilidade negativos o que é
matematicamente impossível, já que a volatilidade só pode assumir valores maiores ou iguais
a zero; dessa forma, acabou-se escolhendo o span 0,7; sendo a visualização das curvas
individuais do mesmo expostas abaixo;
-0.15 -0.05 0.05 0.15
0.0000 0.0020
res1
lo(res1, span = 0.7)
-0.15 -0.05 0.05 0.15
0.000 0.002 0.004
res2
lo(res2, span = 0.7)
-0.15 -0.05 0.05 0.15
0.0000 0.0010 0.0020
res3
lo(res3, span = 0.7)
-0.15 -0.05 0.05 0.15
0.0000 0.0020
res4
lo(res4, span = 0.7)
-0.15 -0.05 0.05 0.15
0.0000 0.0010
res5
lo(res5, span = 0.7)
Gráfico 28 – Comportamento individual da volatilidade modelo aditivo 5 com o span ótimo – PETR4
84
Dessa maneira as estatísticas provenientes dessa estimação do modelo aditivo 5 com
span 0,7 podem ser verificadas no quadro 21,
0 5 10 15 20 25 30 35
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Lag
ACF
Series respetr
0 5 10 15 20 25 30 35
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Lag
ACF
Series respetr^2
Histogram of respetr
respetr
Density
-0.005 0.005 0.015 0.025
0 50 150 250 350
-2 0 2
-0.005 0.005 0.015 0.025
Normal Q-Q Plot
Theoretical Quantiles
Sample Quantiles
Gráfico 29 – Estatísticas provenientes do modelo aditivo 5 com span ótimo para a série da PETR4
Agora, após estimação das volatilidades das séries do IBOVESPA, bem como da
PETR4 através da estimação via modelos aditivos, será verificado se existe correlação entre o
ambas volatilidades estimadas.
85
.000
.001
.002
.003
.004
.005
.006
.007
.008
.009
500 1000 1500 2000 2500 3000
VOL_IBOV_ADITIVO VOL_PETR_ADITIVO
Gráfico 30 – Volatilidade estimada via modelos aditivos para as séries do IBOVESPA e PETR4
Este é o gráfico das volatilidades estimadas via modelos aditivos, que demonstra uma
forte simetria entre as mesmas. Todavia mediante as exclusões realizadas para melhor
especificação do modelo, acredita-se que o nível de correlação verificado será menor do que
nos modelos paramétricos.
Quadro 12 – Correlação entre as volatilidades estimadas via modelos aditivos
E observando-se o coeficiente de correlação, nota-se que para cada unidade de
variação no PETR4, temos um reflexo de 0,20 no IBOVESPA, que ainda pode ser
considerado um valor elevado se for considerado que o índice IBOVESPA é composto por
mais de 150 ativos, todavia, não se chegou a resultados parecidos como os dos modelos
86
paramétrico pelo simples fato que modelos aditivos são altamente flexíveis o que torna a
estimação deles muito mais sensível. Conforme Zielgemann (2002), os custos dos modelos
aditivos estão associados à perda do poder de extrapolação e taxas de convergências mais
lentas.
87
5. Considerações Finais
O objetivo central deste trabalho era verificar a correlação entre o índice IBOVESPA
com o ativo PETR4 o qual foi atingido com êxito.
A eliminação de algumas observações extremas pode ser entendida como um ponto
negativo na estimação dos modelos aditivos. Devido às funções univariadas serem muito
flexíveis, a exclusão dos retornos outliers fez-se necessária visto que as estimativas de
volatilidade para estes casos seriam prejudicadas. Todavia, esse processo de exclusão de
outliers não foi realizado na estimação dos modelos paramétricos, uma vez que a
convergência nesses modelos é mais rápida que a verificada nos modelos aditivos, e dessa
forma conseguiu-se atingir resultados satisfatórios.
Os modelos aditivos descrevem comportamentos visuais informativos da dependência
da variável reposta frente as variáveis explicativas, sendo essa característica muito positiva
para estudos empíricos.
Quanto aos modelos de volatilidade paramétrica, os mesmos demonstraram, mais uma
vez, sua eficiência na explicação dos fatos estilizados.
No que tange aos resultados atingidos, entende-se que a correlação entre as duas séries
pode ser explicada por alguns aspectos em especial: o ativo PETR4 é o mais negociado na
bolsa de São Paulo, o seu peso no índice IBOVESPA é muito superior ao todos os outros
ativos, sendo que sua influência só pode ser comparada aos ativos da Vale. Como no passado,
em meados da década de 90 e início do novo século, a bolsa de valores não era uma forma de
investimento popular, ações de grandes corporações acabavam por definir o índice
IBOVESPA, como um todo.
Adicionalmente, quando o governo sinaliza que a população pode comprar ações com
seu FGTS, fica nítido um incentivo subliminar para esse tipo de empresa, o que só aumenta o
volume de negociações desses títulos.
Na estimação dos modelos de volatilidade paramétricos ARMA(3,0) – EGARCH, para
ambas as séries, notou-se que a os resultados práticos convergiram perfeitamente com a
metodologia apresentada por Nelson(1991). Já para os modelos aditivos, encontrou-se uma
maior dificuldade na especificação do modelo, entretanto concluiu-se, que ambos os modelos
são complementares, já que pela capacidade dos modelos aditivos explicarem os fatos ser bem
superior a observada nos modelos GARCH.
Entende-se que este trabalho, conseguiu provar de forma econométrica o que era
sabido em termos práticos. Entretanto, analisando outros índices da BOVESPA, como IBX e
88
o IBX50, poderíamos atingir resultado superiores, já que esses índices são compostos pelos
100 ativos e pelos 50 ativos mais negociadas na bolsa respectivamente.
Como questões futuras, poder-se-ia tentar compor um índice sem os ativos da
Petrobrás e da Vale, para verificar-se como se daria a trajetória do índice, em comparação ao
IBOVESPA, pois essa seria uma forma alternativa de verificar-se a influência desses ativos
sobre o IBOVESPA.
Como outras sugestões de trabalhos, poder-se-ia utilizar os modelos GARCH
multivariados, os quais permitem que séries de ativos expliquem a volatilidade de um terceiro,
dessa forma, se realizaria uma amostra composta pare verificar quais os ativos que mais
influenciam a volatilidade do IBOVESPA.
Por fim, neste trabalho procurou-se provar uma hipótese prática, por meios formais
(econométricos e técnicos), além disso, não identifiquei, na literatura, nenhum artigo ou
trabalho do gênero fato este que só vem enriquecer ainda mais os resultados auferidos.
89
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