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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
AMBIENTE COMPUTACIONAL PEDAGÓGICO
SOBRE O COMPORTAMENTO E
DIMENSIONAMENTO DE VIGAS MISTAS
EM AÇO E CONCRETO
Maria Aparecida Gozzi Siqueira Costa
Orientador:
Prof. DSc. Walnório Graça Ferreira
Vitória
novembro de 2005
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
AMBIENTE COMPUTACIONAL PEDAGÓGICO
SOBRE O COMPORTAMENTO E
DIMENSIONAMENTO DE VIGAS MISTAS
EM AÇO E CONCRETO
Maria Aparecida Gozzi Siqueira Costa
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Civil da Universidade Federal do Espírito
Santo, como parte dos requisitos para a obtenção do grau
de Mestre em Engenharia Civil.
Orientador: Prof. Dr. Walnório Graça Ferreira
Vitória
novembro de 2005
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AMBIENTE COMPUTACIONAL PEDAGÓGICO
SOBRE O COMPORTAMENTO E
DIMENSIONAMENTO DE VIGAS MISTAS EM
AÇO E CONCRETO
Maria Aparecida Gozzi Siqueira Costa
Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da
Universidade Federal do Espírito Santo como requisito final para a obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Civil.
Comissão Examinadora:
_____________________________________________
Prof. D.Sc. Walnório Graça Ferreira – Orientador,
UFES.
______________________________________________
Prof. D.Sc. Paulo de Araújo Régis, UFPE.
______________________________________________
Prof. D.Sc. Geraldo Rossoni Sisquini, UFES.
______________________________________________
Prof. M.Sc. Pedro Augusto Cezar Oliveira de Sá, UFES.
Vitória, 18 de novembro de 2005
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
(Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil)
Costa, Maria Aparecida Gozzi Siqueira, 1961-
C837a Ambiente computacional pedagógico sobre o comportamento e
dimensionamento de vigas mistas em aço e concreto / Maria
Aparecida Gozzi Siqueira Costa. – 2005.
146 f. : il.
Orientador: Walnório Graça Ferreira.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Espírito Santo,
Centro Tecnológico.
1. Construção mista. 2. Conectores de Cisalhamento. 3. Material
didático. 4. Ensino auxiliado por computador. I. Ferreira, Walnório
Graça. II. Universidade Federal do Espírito Santo. Centro
Tecnológico. III. Título.
CDU:624
“O Senhor é meu pastor, nada me faltará se me conduzir.
Ele me guia por bons caminhos, por causa do Seu nome.
Embora eu caminhe por um vale tenebroso, nenhum mal
temerei, pois junto a mim estás; teu bastão e teu cajado
me deixam tranqüilo. Diante de mim preparas a mesa, à
frente de meus opressores; unges minha cabeça com óleo
e minha taça transborda. Sim, felicidade e amor me
acompanham todos os dias de minha vida. Minha morada
é a casa do Senhor por dias sem fim. (Salmo 23).”
Ao meu marido, Paulo Afonso, aos nossos
filhos, Matheus e Thiago e aos meus pais
Sylvia e Waldyr agradeço o amor, a
compreensão e o apoio incondicional.
AGRADECIMENTOS
Meus agradecimentos à todos que de forma direta ou indireta participaram na sua
conclusão.
À Universidade Federal do Espírito Santo – UFES – Brasil, pelo valioso suporte
institucional proporcionado.
Ao Núcleo de Excelência em Estruturas Metálicas e Mistas – NEXEM (Convênio
UFES/CST), pela infra-estrutura disponibilizada que me permitiu desenvolver este
trabalho.
À CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão pelo incentivo ao estudo que proporciona
aos seus funcionários.
Ao professor Walnório Graça Ferreira, por sua importante participação orientando e
direcionando os trabalhos, sempre incentivando e acima de tudo, por ter se tornado um
amigo especial e sempre presente.
Ao professor Pedro Augusto Cezar Oliveira de Sá que contribuiu com todo o suporte do
Nexem, recursos humanos, hardware e software, para a realização desse trabalho.
Ao amigo Rodrigo Camargo que como estagiário do Nexem, trabalhando em conjunto,
contribuiu muitíssimo na construção do software da dissertação, com seu profundo
conhecimento em Visual Basic.
Ao meu filho Matheus, que com 14 anos, incentivou-se a estudar e programar em Visual
Basic, dando também sua contribuição no trabalho realizado.
Aos amigos de mestrado Marialva Bernardo, por seu constante incentivo, Bruno Ceotto
e Adenilcia Fernanda G. Calenzani, sempre prontos a me ajudar, Kátia Maria Brunoro
Grilo Bourguignon, pelo incentivo e dicas quanto à escrita, às amigas de disciplinas,
Jane Veronez, Marita Cavassi, Claudia Pinho, Maria Aparecida Souza, Claudia Kamei,
Maurício Lordello, pelo coleguismo no curso, amizade, solidariedade e pelo papel
decisivo que tiveram no desenrolar dessa história.
À todos os colegas de curso e demais professores do Departamento de Estruturas pelo
apoio e pela amizade tão preciosa.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................20
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.............................................................................21
1.2 OBJETIVOS...........................................................................................................25
1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO.....................................................................26
CAPÍTULO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................27
2.1 HISTÓRICO...........................................................................................................28
2.2 MATERIAIS QUE COMPÕEM O SISTEMA MISTO.....................................28
2.2.1 Concreto...............................................................................................................28
2.2.2 Aço.......................................................................................................................30
2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS SEÇÕES METÁLICAS..............................................31
2.3.1 Propriedades das Seções......................................................................................33
2.3.2 Análise Elástica ...................................................................................................33
2.3.3 Análise Plástica....................................................................................................33
2.3.4 Propriedade Plástica.............................................................................................33
2.3.4.1 Resistência última..............................................................................................34
2.4 MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES.................................................................35
2.4.1 Estados Limites Últimos......................................................................................35
2.4.2 Estados Limites de Utilização .............................................................................36
2.4.3 Vantagens ............................................................................................................37
2.4.4 Verificação de Projeto .........................................................................................37
2.4.5 Resistência dos Materiais Estruturais ..................................................................39
2.5 AÇÕES ....................................................................................................................40
2.6 COMBINAÇÕES DAS AÇÕES............................................................................40
2.6.1 Bases para o Dimensionamento...........................................................................41
2.6.2 Dimensionamento para os Estados Limites Últimos...........................................41
2.6.2.1 Combinações de ações para os estados limites últimos ....................................42
2.6.3 Combinações de Ações para os Estados Limites de Utilização ..........................44
2.6.4 Verificação para os Estados Limites de Utilização .............................................45
2.6.5 Deformações........................................................................................................46
2.6.6 Vibrações .............................................................................................................47
CAPÍTULO 3 CONECTORES....................................................................................49
3.1 COMPORTAMENTO ESTRUTURAL...............................................................50
3.2 TIPOS DE CONECTORES...................................................................................52
3.3 CURVA CARGA - DESLIZAMENTO................................................................54
3.3.1 Ensaios em conectores de cisalhamento..............................................................56
3.4 RESISTÊNCIA DOS CONECTORES.................................................................57
3.4.1 Conectores Tipo Pino com Cabeça (STUD BOLT) ............................................57
3.4.2 Conectores em Perfil “U” Laminado...................................................................59
3.5 QUANTIDADE, ESPAÇAMENTO E DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS
DOS CONECTORES.............................................................................................59
3.6 PROCESSOS DE SOLDAGEM ...........................................................................60
3.6.1 Conectores Tipo Pino com Cabeça (STUD BOLT) ............................................60
3.6.2 Conectores em Perfil “U” Laminado...................................................................63
CAPÍTULO 4 CÁLCULO DAS VIGAS MISTAS.....................................................64
4.1 COMPORTAMENTO ESTRUTURAL...............................................................65
4.1.1 Largura Efetiva da Laje de Concreto...................................................................65
4.1.2 Efeito da Fluência e Retração no Concreto .........................................................66
4.2 ESCORAMENTO DA CONSTRUÇÃO..............................................................67
4.2.1 Construção Escorada ...........................................................................................67
4.2.2 Construção não escorada .....................................................................................68
4.3 VERIFICAÇÃO AO MOMENTO FLETOR: REGIÃO DE MOMENTOS
POSITIVOS DE SEÇÕES TRANSVERSAIS MISTAS.....................................69
4.3.1 Verificação para construções escoradas ..............................................................70
4.3.1.1 Vigas compactas :
htw E f
y
/,/ 35
...........................................................70
4.3.1.1.1 Interação Total - Linha Neutra da seção plastificada na laje de concreto
(Figura 4.7), se: ...............................................................................................71
4.3.1.1.2 Interação Total - Linha neutra da seção plastificada encontra-se na viga de
aço (Fig. 4.8 e 4.9), se:....................................................................................72
4.3.1.1.3 Interação parcial..............................................................................................73
4.3.1.2 Vigas semi esbeltas:
35 56,/ / ,/Ef htw Ef
y
<≤
y
.................................75
4.3.2 Verificação para construções não escoradas........................................................78
4.4 VERIFICAÇÃO AO ESFORÇO CORTANTE ..................................................78
4.5 VERIFICAÇÃO DA DEFORMAÇÃO ELÁSTICA...........................................79
4.5.1 Verificação da deformação pela Norma Européia...............................................80
CAPÍTULO 5 O PROGRAMA....................................................................................83
5.1 PROGRAMAÇÃO .................................................................................................84
5.2 FLUXOGRAMA.....................................................................................................84
5.3 PROGRAMA..........................................................................................................99
5.4 TELAS DO PROGRAMA...................................................................................101
CAPÍTULO 6 EXERCÍCIO RESOLVIDO..............................................................108
6.1 EXERCÍCIO Nº 1.................................................................................................109
6.1.1 Dados de entrada................................................................................................109
6.1.2 Dimensionamento de viga mista........................................................................112
6.1.3 Resumo do dimensionamento............................................................................130
CAPÍTULO 7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES......................................................137
7.1 CONCLUSÕES.....................................................................................................138
7.2 SUGESTÕES PARA CONTINUIDADE ...........................................................138
CAPÍTULO 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................139
CAPÍTULO 9 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR............................................143
LETRAS ROMANAS MAIÚSCULAS
A Área da seção transversal
A
a
Área da seção do perfil da viga
A
c
Área da mesa comprimida
A
cs
Área da seção do conector em vigas mistas
E Módulo de elasticidade do aço, E = 205000 MPa
E
c
Módulo de elasticidade do concreto e
G Módulo de elasticidade transversal do aço, G = 0,385E; carga permanente
nominal
I Momento de inércia
I
x
,I
y
Momentos de inércia em relação aos eixos “x” e “y” respectivamente
K Parâmetro utilizado no cálculo do comprimento de flambagem
K
x
,K
y
Parâmetros utilizados no cálculo do comprimento de flambagem segundo os
eixos “x” e “y” respectivamente
K
z
Parâmetro utilizado no cálculo do comprimento de flambagem por torção
L Comprimento em geral; vão
L
b
Comprimento do trecho sem contenção lateral
L
p
,L
pd
Valor limite do comprimento de um trecho sem contenção lateral,
correspondente ao momento de plastificação, sem e com redistribuição
posterior de momentos, respectivamente.
L
r
Valor do comprimento de um trecho sem contenção lateral, correspondente ao
momento Mr.
L
cs
Comprimento do conector
M Momento fletor
M
d
Momento fletor de cálculo
M
n
Resistência nominal ao Momento fletor
M
p
Momento de plastificação
Mr
Momento fletor correspondente ao início de escoamento incluindo ou não o
efeito de tensões residuais
M
1
, M
2
Menor e maior Momento fletor na extremidade do trecho não contraventado
da viga, respectivamente
N Força normal em geral
N
d
Força normal de cálculo
N
e
Carga de flambagem elástica
N
ex
,N
ey
Cargas de flambagem elástica, segundo os eixos “x” e “y” respectivamente
N
n
Resistência nominal à Força normal
N
y
Força normal de escoamento da seção = Agfy
Q Carga variável; coeficiente de redução que leva em conta a flambagem local
Q
a
Relação entre a área efetiva e a área bruta da seção da barra
Q
s
Fator de redução usado no cálculo de elementos esbeltos comprimidos não
enrijecidos
R Resistência em geral
R
n
Resistência nominal
S
d
Solicitação de cálculo
V Força cortante
V
h
Força cortante horizontal
V
d
Força cortante de cálculo
V
n
Resistência nominal a Força cortante
V
p
Força cortante correspondente à plastificação da alma por cisalhamento
W Módulo de Resistência elástico
W
ef
Módulo de resistência efetivo, elástico
W
tr
Módulo de resistência elástico da seção homogeneizada, em vigas mistas
W
x
, W
y
Módulos de resistência elásticos em relação aos eixos “x” e “y”
respectivamente
Z Módulo de Resistência plástico
Z
x
, Z
y
Módulos resistência plásticos referentes aos eixos “x” e “y” respectivamente
LETRAS ROMANAS MINÚSCULAS
a Distância em geral; distância entre enrijecedores transversais; altura da
região comprimida em lajes de vigas mista.
b Largura em geral
b
ef
Largura efetiva
b
f
Largura da mesa
d Diâmetro em geral; diâmetro nominal de um parafuso; diâmetro nominal
de um conector; altura de seção
f Tensão em geral
f
ck
Resistência característica do concreto à compressão
f
r
Tensão residual, a ser considerada igual a 115 MPa
f
u
Limite de resistência à tração do aço, valor nominal especificado
f
y
Limite de escoamento do aço, valor nominal especificado
h Altura em geral; distância entre as faces internas das mesas de perfis “I” e
“H”
k Coeficiente de flambagem
Comprimento
q
n
Resistência nominal de um conector de cisalhamento
r Raio de giração; raio
r
x
, r
y
Raios de giração em relação aos eixos “x” e “y” respectivamente
t Espessura em geral
t
c
Espessura da laje de concreto
t
f
Espessura da mesa
t
w
Espessura da alma
LETRAS GREGAS MAIÚSCULAS
Deslocamento horizontal no topo de um pilar; flecha
∆σ
Faixa de variação de tensões normais
∆τ
Faixa de variação de tensões de cisalhamento
Σ
Somatório
LETRAS GREGAS MINÚSCULAS
α
Coeficiente
β
Coeficiente
γ
Coeficiente de ponderação das ações
γ
a
Peso específico do aço
γ
c
Peso específico do concreto
λ
Parâmetro de esbeltez
λ
Parâmetro de esbeltez para barras comprimidas
λ
p
Parâmetro de esbeltez correspondente à plastificação
λ
r
Parâmetro de esbeltez correspondente ao início do escoamento, com ou
sem tensão residual
νa
Coeficiente de Poisson para aço estrutural, no domínio elástico, tomado
igual a 0,3
σ
Tensão normal
τ
Tensão de cisalhamento
ÍNDICES GERAIS
A Aço
B Flexão
C Concreto; compressão
D De cálculo
e Elástico
f Mesa
g Bruta; viga
i Número de ordem
n Líquida; normal; nominal
p Parafuso; plastificação
r Residual
y Escoamento
w Alma de perfis; solda
ÍNDICES COMPOSTOS
cr Crítico
cs Conector de cisalhamento
dx, dy De cálculo, segundo os eixos “x”
e “y” respectivamente
ef Efetivo
ex, ey Flambagem elástica, segundo os eixos “x” e “y” respectiva mente
min Mínimo
p Plástico; plastificação
red Reduzido; redução
st Enrijecedor
tr Transformada
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 - Tensões na seção transversal para o caso particular da LNP na interface
aço/concreto. 33
Figura 2.2 - Distribuição de tensões em vigas mistas sob momento fletor positivo. 34
Figura 2.3 – Distribuição de probabilidade do efeito das ações e
resistências(VASCONCELLOS – 2003).
38
Figura 3.1 - Viga de aço atuando com cargas, sem conectores de cisalhamento. 50
Figura 3.2 - Esforço cortante horizontal V
h
na viga mista com conectores. 51
Figura 3.3 - Determinação do esforço cortante horiz. para LNP na viga de aço (V
h
=C),
C=compressão no concreto, C’=compressão no aço e T=tração no aço.
51
Figura 3.4 - Determinação do esforço cortante horizontal para LNP na laje de concreto
(V
h
= T). 52
Figura 3.6 – Tipos usuais de Conectores 53
Figura 3.7 – Exemplos de Tipos de Conectores 54
Figura 3.7 - Curva Força x Escorregamento para conectores de cisalhamento 55
Figura 3.8 - Diagrama força x escorregamento para conectores do tipo pino com cabeça
embutidos em laje maciças.
55
Figura 3.9 - Possíveis modos de colapso obtidos dos ensaios do tipo push-out 57
Figura 3.10 - Conector tipo pino com cabeça (STUD BOLT). 58
Figura 3.12 - Conector em perfil “U”. 59
Figura 3.13 - Posição inicial. 61
Figura 3.14 - Formação do arco elétrico. 61
Figura 3.15 - Final do processo de soldagem. 61
Figura 3.16 - Conector soldado. 62
Figura 3.17 - colocação de conectores 62
Figura 3.18 - Soldagem de conector em perfil “U”. 63
Figura 4.1 – Largura efetiva da laje. 65
Figura 4.2 – Distribuição das tensões longitudinais na laje, considerando o efeito “Shear
Lag”.
66
Figura 4.3 – Construção escorada. 68
Figura 4.4 – Construção não escorada. 68
Figura 4.5 - Comportamento M
n
x
λ
do estado limite último FLA. 69
Figura 4.6 - Seção plastificada com linha neutra na interseção, aço e concreto. 71
Figura 4.7 - Seção plastificada com LNP na laje de concreto. 71
Figura 4.8 - Seção plastificada com LNP na mesa superior. 72
Figura 4.9 - Seção plastificada com LNP na alma. 73
Figura 4.10 - Interação parcial. 74
Figura 4.11 - Seção transformada com linha neutra elástica na viga de aço e na laje de
concreto.
76
Figura 4.12 – Tensões de cálculo 77
Figura 4.13 - Resistência da alma ao cisalhamento. 79
Figura 5.1 – Tela inicial de créditos do programa 101
Figura 5.2 – Tela de apresentação do programa 102
Figura 5.3 – Tela exposição do resumo da teoria sobre vigas mistas – parte 1/3 102
Figura 5.4 – Tela exposição do resumo da teoria sobre vigas mistas – parte 2/3 103
Figura 5.5 – Tela exposição do resumo da teoria sobre vigas mistas – parte 3/3 103
Figura 5.6 – Tela de definição das dimensões do perfil de aço e cálculo das propriedades 104
Figura 5.7 – Tela de definição das dimensões da laje steel deck 104
Figura 5.8 – Tela de definição da espessura da laje maciça 105
Figura 5.9 – Tela de definição do comprimento do vão e do espaçamento entre vigas 105
Figura 5.10 – Tela de definição das dimensões conector stud bolt (pino com cabeça 106
Figura 5.11 – Tela de definição das dimensões conector perfil “U” 106
Figura 5.12 – Tela do relatório de dimensionamento gerado pelo programa 107
Figura 5.13 – Tela do resumo do relatório de dimensionamento 107
Figura 6.1 – Dados do perfil. 110
Figura 6.2 – Dados da laje. 110
Figura 6.3 – Dados do comprimento e posicionamento do perfil na laje. 111
Figura 6.4 – Dados do conector. 111
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 – Valores do módulo de elasticidade do concreto. 30
Tabela 2.2 – Categorias dos aços. 31
Tabela 2.3 – Classes das seções metálicas. 32
Tabela 2.4 - Coeficientes de ponderação das ações 43
Tabela 2.5 – Fatores de combinação 44
Tabela 2.6 - Valores máximos recomendados para deformações 46
Tabela 3.1 – Propriedades mecânicas 63
Tabela 3.2 - Resistências nominais 63
Tabela 4.1 - Valores limites recomendados para deslocamentos verticais 82
RESUMO
GOZZI SIQUEIRA COSTA, M. A.
1
Ambiente computacional pedagógico sobre o
comportamento e dimensionamento de vigas mistas em aço e concreto. Vitória, 2005.
146 p. Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do Espírito Santo.
A viga mista é o sistema formado por elementos mistos, no caso, aço-concreto que visa
aproveitar as vantagens de cada material, perfis de aço e laje de concreto, ligados por
conectores. Com a associação de uma parcela da laje como aba colaborante e aba
superior da viga de aço, há um sensível aumento na capacidade da viga e
correspondente redução das deformações, resultando numa economia do peso das vigas.
Nesse sistema, a viga fica travada lateralmente na face comprimida, o que impede a sua
perda de estabilidade.
Como o dimensionamento de vigas mistas está se tornando algo cada vez mais presente
nos escritórios de cálculo de estruturas, então a formação de engenheiros familiarizados
com o assunto se torna de maior importância.
Para facilitar o aprendizado e com objetivos de ensino, foi criado o programa descrito
neste trabalho, que de uma maneira prática e intuitiva, explica clara e detalhadamente os
passos a serem seguidos para o completo cálculo e análise de vigas mistas,
simplesmente apoiadas, escoradas, não escoradas, com interação total ou parcial, e
submetidas a carregamento uniformemente distribuído, com apresentação de
comentários e citações da norma brasileira NBR 8800/86.
.
Palavras-chave: vigas mistas, aço e concreto, conectores de cisalhamento, interação
parcial, interação total, escorada, não escorada, ensino, ambiente computacional
pedagógico.
1
Eng. Civil, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da UFES, Especialista em
Projetos de Investimentos da Companhia Siderúrgica de Tubarão - CST, Vitória, ES, Brasil,
ABSTRACT
GOZZI SIQUEIRA COSTA, M. A.
1
Pedagogical Computational Environment about the
Behavior and Dimensioning of Composite Beams. Vitória, 2005. 146 p. Dissertação de
Mestrado – Universidade Federal do Espírito Santo.
Composite beam is a system made of steel and concrete elements, a combination which
takes advantage of each material, structural steel sections, concrete slabs and shear
connectors, in structural terms as well as in constructive terms. This work presents the
design and constructive aspects of composite beams summarized in a computational
system made in Visual Basic language. The objective is to show pedagogical purposes
of theoretical and practical learning of the calculations of steel and concrete composite
beams, simply supported, according to ultimate-strength-limit state, braced, unbraced,
with partial or full interaction, and subjected to uniformly distributed load, and
presenting comments and quotations from the ABNT (Technical Standards Brazilian
Association) NBR 8800/86. This work shows to be useful to under-graduated and
graduated students, and also to guide professionals in this area that need a Portuguese
language software to introduce them to the subject.
Keywords: composite beams, steel and concrete, shear connectors, simply supported,
partial interaction or full interaction, braced, unbraced.
1
Civil Engineer, MSc student of PPGEC/UFES, Investments Projects Specialist of Companhia
Siderúrgica de Tubarão - CST, Vitória, ES, Brasil aparecida.costa@arcelor.com.br;
mcostagozzi@hotmail.com
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
T
U
U
L
L
O
O
1
1
I
I
N
N
T
T
R
R
O
O
D
D
U
U
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O termo “viga mista” se refere a um sistema estrutural em que haja uma interação entre
materiais diversos tais como: concreto e madeira, concreto e aço dentre outros. Neste
estudo, tal termo será utilizado para os elementos estruturais constituídos de aço e
concreto.
O sistema formado por elementos mistos aço-concreto é uma combinação que visa
aproveitar as vantagens de cada material, perfis de aço e laje de concreto, tanto em
termos estruturais como construtivos.
Com a associação de uma faixa da laje (como aba solidária) e a viga de aço, ligados
através de conectores, há um sensível aumento na capacidade da viga e correspondente
redução nas deformações, resultando em economia no peso das vigas de aço em até
30%. A viga de aço fica travada lateralmente na face comprimida, o que impede a sua
perda de estabilidade.
Os conectores são peças metálicas que fazem a conexão entre a laje de concreto e a viga
de aço, soldados à mesa superior da viga de aço com um espaçamento pequeno (da
ordem de 20 a 50 cm), que impedem o escorregamento do concreto em relação ao aço,
obrigando-os a trabalharem em conjunto.
Com a associação do aço (resistente à tração) com o concreto (resistente à compressão),
obtém-se uma peça composta, com o melhor desempenho de cada elemento, cumprindo
etapas diferentes de comportamento ao longo de seu processo de consolidação.
O aço já tem, desde a produção, forma e resistência definidas, o que não acontece com o
concreto, que necessita do processo de cura para que sua resistência seja alcançada. Sua
capacidade também depende da armadura, tanto para aumentar sua resistência quanto
para limitação de fissuras e retração.
Podemos considerar, portanto, que um projeto de estruturas mistas deve ser elaborado
em três fases:
Montagem da forma e lançamento do concreto, neste momento, antes da cura do
concreto, a viga de aço trabalha sozinha, sendo responsável pelo peso próprio da
estrutura e cargas da obra, quando adotada a solução não escorada.
Resistência da estrutura mista, momento em que trabalham juntos, a viga de aço e o
concreto.
Vigas Mistas Capítulo 1 - Introdução
Página 21
Deformação da estrutura mista para cargas de longa duração, momento em que se leva
em conta o efeito da deformação lenta do concreto ao longo do tempo.
A história da construção mista está intimamente ligada ao desenvolvimento do concreto
armado e das estruturas em aço. Nas construções mistas, o concreto foi primeiramente
usado no início do século, como material de revestimento, protegendo os perfis de aço
contra o fogo e a corrosão. Embora o concreto tivesse uma participação em termos
estruturais, sua contribuição na resistência era ignorada nos cálculos. Lajes maciças com
vigas de aço revestidas foram bastante usadas nas décadas de 40 e 50, com alguma
interação permitida para esta condição. O desenvolvimento dos conectores de
cisalhamento contribuiu significativamente para acelerar os avanços associados às vigas
mistas. Hoje, vigas com conectores de cisalhamento e lajes com fôrma de aço
incorporada são intensamente usadas em edifícios de múltiplos pavimentos no exterior e
evoluindo no Brasil.
Na construção civil, os méritos de um determinado sistema construtivo são avaliados
com base em fatores como eficácia, resistência, durabilidade e funcionalidade. É fato
que nenhum material conhecido possui todos esses requisitos em níveis desejados. A
solução consiste em selecionar materiais apropriados de forma a se criar um novo,
resultando em um material misto. Alternativamente, diferentes materiais podem ser
arranjados em uma configuração geométrica ótima, com o objetivo de somente as
propriedades desejadas em cada material serem utilizadas em virtude da sua posição
designada (YAM-1981).
É inegável que concreto e aço, trabalhando isoladamente, são os dois materiais de maior
emprego na construção civil. As vigas mistas que proporcionam o trabalho conjunto
desses dois materiais têm-se constituído em uma excelente solução estrutural para
diversas situações, pois estes materiais trabalhando em conjunto, aliam a vantagem da
boa resistência do aço à tração com a resistência à compressão do concreto (FILHO-
1980) e (LEMA-1982).
As vigas mistas usuais consistem de perfis “I” de aço, suportando laje de concreto em
sua mesa superior, concretada “in loco”, havendo ligação entre viga de aço e laje, de tal
forma que elas funcionem como um conjunto para resistir à flexão em torno de um eixo
perpendicular ao plano médio da alma. No caso de uso de conectores de cisalhamento
para ligar a viga e a laje, a interação aço/concreto será completa se os conectores forem
Vigas Mistas Capítulo 1 - Introdução
Página 22
suficientes para que se atinja a resistência nominal da viga de aço ao escoamento ou da
laje de concreto ao esmagamento (NBR 8800/86).
Os primeiros estudos sobre vigas mistas tiveram início na década de 20, onde a seção
mista era formada por um perfil metálico mergulhado no concreto. No Canadá, na
Alemanha e na Inglaterra, a aderência natural era o elemento responsável pelo trabalho
em conjunto dos dois materiais. Nos Estados Unidos, entretanto, além da aderência,
foram introduzidos conectores mecânicos como forma de conexão entre o perfil
metálico e o concreto.
Na década de 30, várias pesquisas foram realizadas com o objetivo principal de definir o
tipo de viga mista adequada, para cargas estáticas e para cargas móveis. A viga mista
com o perfil de aço exposto, interagindo com a laje de concreto através de conectores,
mostrou-se bastante eficiente a esse respeito, tornando a sua utilização geral na
construção mista universal (FILHO-1980).
Segundo SALMON (1990) e VIEST et al (1997), as vantagens básicas resultantes da
utilização desta solução mista são:
a. Redução apreciável de peso de aço;
b. Pequenas alturas para as vigas de aço;
c. Aumento da rigidez devido à contribuição do concreto;
d. Aumento do comprimento dos vãos com flechas dentro de valores
admissíveis;
e. Aumento da capacidade de sobrecarga da estrutura;
f. Possibilidade da não utilização de escoramento (comparativamente com uma
estrutura em concreto armado);
g. Construção rápida.
h. Redução do volume da estrutura;
i. Aumento da precisão dimensional da construção;
j. Redução considerável do consumo de aço estrutural;
k. Redução das proteções contra incêndio e corrosão.
Vigas Mistas Capítulo 1 - Introdução
Página 23
De uma maneira geral os engenheiros civis estão mais familiarizados com as
características e comportamentos específicos das estruturas fabricadas em aço ou em
concreto separadamente. Estes materiais possuem suas próprias peculiaridades. As
estruturas em aço, onde os componentes são fabricados com chapas relativamente finas,
geralmente apresentam elementos de maior esbeltez, e assim estão mais propensas à
flambagem. Já as estruturas fabricadas em concreto apresentam componentes
relativamente mais espessos, mas com baixíssima resistência a tração, além de sofrerem
deformações por retração.
As estruturas mistas, de uma maneira geral, estão sujeitas a todos estes efeitos, mas,
além disso, também podem falhar na ligação existente entre o elemento de aço e o
elemento de concreto. As características desta ligação apresentam grande influência
sobre o comportamento e dimensionamento das estruturas mistas. Nestas estruturas, a
ligação natural que surge entre o perfil metálico e o concreto moldado no local é, por si
só insuficiente para promover a interação aço-concreto na interface de contato, além de
estar sujeita a um colapso repentino. O uso de resinas epóxi visando promover a
aderência aço-concreto tem sido estudado e alguns sucessos têm sido obtidos, embora
existam incertezas sobre o desempenho destas ligações em relação ao descolamento
vertical na interface e à fadiga. Estudos suplementares necessitam ser promovidos antes
que se façam recomendações para o seu uso.
A menos que o perfil metálico esteja completamente envolvido pelo concreto, o uso de
conectores mecânicos de cisalhamento torna-se, portanto, essencial para o projeto de
vigas mistas. O desempenho das mesmas depende diretamente da transferência da força
de cisalhamento na interface aço-concreto.
Segundo VASCONCELLOS (2003), uma das vantagens da utilização de vigas mistas
em sistemas de pisos é o acréscimo de resistência e de rigidez propiciados pela
associação dos elementos de aço e de concreto, o que possibilita a redução da altura dos
elementos estruturais, implicando em economia de material. A principal desvantagem
reside na necessidade de provisão dos conectores de cisalhamento na interface aço-
concreto.
Vigas Mistas Capítulo 1 - Introdução
Página 24
As vigas mistas podem ser simplesmente apoiadas, o que é mais usual, ou podem ser
contínuas. As simplesmente apoiadas, contribuem para a maior eficiência do sistema
misto, pois a viga de aço trabalha predominantemente à tração e a laje de concreto à
compressão. As vigas contínuas, devido à presença de momentos fletores negativos,
apresentam um comportamento estrutural diferente das simplesmente apoiadas. Embora
a presença exclusiva de momentos fletores positivos contribua para a maior eficiência
do sistema misto, deve-se notar que a continuidade das vigas traz vantagens sob o ponto
de vista de estabilidade global da estrutura, devido ao efeito de pórtico.
Com relação ao método construtivo, pode-se optar pelo não escoramento da laje devido
à necessidade de velocidade de construção. Por outro lado, o escoramento da laje pode
ser apropriado caso seja necessário limitar os deslocamentos verticais da viga de aço na
fase construtiva.
1.2 OBJETIVOS
O objetivo desta dissertação é familiarizar o estudante com os aspectos mais relevantes
da estrutura mista, introduzindo o fundamento de seu comportamento e fornecendo uma
formação científica e tecnológica que o permita conceituar, calcular e construir este tipo
de estrutura. Pretende-se dar uma visão global do comportamento desta estrutura, sem
entrar na problemática própria de cada um dos materiais individualmente, aço e
concreto.
Neste trabalho, será abordado o dimensionamento de vigas mistas de edifícios seguindo
as prescrições da Norma Brasileira NBR 8800 de 1986. Os perfis metálicos devem ser
do tipo I, simétricos em relação ao eixo que passa pelo plano médio da alma. A laje de
concreto, por sua vez, que estará situada sobre a mesa superior das vigas, deve ser
concretada no local. A flexão se dará em relação a um eixo perpendicular ao plano
médio da alma. Este estudo se limitará ainda às vigas mistas bi-apoiadas, com a borda
superior da laje de concreto comprimida e a extremidade inferior do perfil metálico
tracionada, o que representa a situação mais comum na prática.
As informações mais importantes sobre o dimensionamento e os aspectos construtivos
de tais elementos foram sintetizadas em um sistema computacional em ambiente Visual
Basic, com o propósito de se criar um programa para análise e dimensionamento de
Vigas Mistas Capítulo 1 - Introdução
Página 25
vigas mistas para estruturas de edifícios de acordo com o Método dos Estados Limites.
Espera-se que o trabalho seja útil aos alunos de graduação e de pós-graduação, assim
como a profissionais da área de projetos que necessitem de um programa, em língua
portuguesa, que possa introduzi-los ao assunto.
1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
O Capítulo 2 faz uma Revisão Bibliográfica do assunto Vigas Mistas e sobre a
Segurança nas Estruturas. Inicialmente são fornecidas informações básicas sobre
sistemas mistos, incluindo propriedades de materiais, análise estrutural, estados limites
aplicáveis, dentre outros.
O Capítulo 3 dedica-se ao estudo dos conectores de cisalhamento. Nele são
apresentados alguns tipos de conectores utilizados nas conexões mistas, e o
comportamento estrutural de tais conectores. São apresentadas também algumas
expressões para o cálculo da capacidade nominal dos principais tipos de conectores
utilizados em edifícios e pontes, assim como recomendações e restrições sobre o uso de
conectores segundo a norma NBR 8800/86.
O Capítulo 4 apresenta um estudo sobre a o cálculo de vigas mistas segundo a NBR
8800/86, observando a análise elástica ou de curta duração de vigas mistas em situação
de serviço. Nesta análise os materiais são considerados elásticos, situação na qual, as
tensões no aço e no concreto estão abaixo do limite de proporcionalidade destes
materiais. Neste estudo são apresentados os três tipos básicos de interação que ocorrem
em vigas mistas: interação nula, interação parcial e interação total.
O Capítulo 5 apresenta todo o passo a passo do programa desenvolvido em ambiente
Visual Basic para o cálculo de uma viga mista de forma didática.
O Capítulo 6 apresenta exercícios resolvidos utilizando o programa objeto deste
trabalho e o Capítulo 7 refere-se às conclusões e sugestões.
Vigas Mistas Capítulo 1 - Introdução
Página 26
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
T
U
U
L
L
O
O
2
2
R
R
E
E
V
V
I
I
S
S
Ã
Ã
O
O
B
B
I
I
B
B
L
L
I
I
O
O
G
G
R
R
Á
Á
F
F
I
I
C
C
A
A
2.1 HISTÓRICO
Segundo MALITE (1993), as primeiras pesquisas sobre vigas mistas surgiram na
Inglaterra, por volta de 1914, através de ensaios sobre sistemas compostos para pisos
realizados pela empresa Redpath Brown and Company. No Canadá, em 1922, foram
realizados ensaios sobre sistemas mistos, supervisionados pela empresa Dominium
Bridge Company.
O conceito sobre interação completa em vigas mistas foi formalmente apresentado no
ano de 1929 por Caughey and Scott (KALFAS et al.-1997), ao publicarem uma teoria
sobre este tema, sugerindo o uso de conectores mecânicos para absorverem os esforços
de cisalhamento entre a viga de aço e a laje de concreto.
Foi somente em 1944 que o dimensionamento de vigas mistas com interação completa
foi introduzido nas normas da AASHO - American Association of State Highway
Officials, associação que hoje é denominada AASHTO (MALITE-1993).
No Brasil, o uso de estruturas mistas limitou-se inicialmente a alguns edifícios
construídos entre os anos de 1950 e 1960 e a pequenas pontes (MALITE-1990). Deste
período até o ano de 1985, esta opção ficou praticamente abandonada no Brasil,
utilizando-se para a grande maioria das estruturas dos nossos edifícios e pontes,
soluções em concreto armado e protendido. Nesta época os projetistas de estruturas
mistas precisavam recorrer a normas estrangeiras, pois este assunto só foi introduzido
em normas brasileiras em 1986, na NBR 8800/86 - Projeto e Execução de Estruturas de
Aço de Edifícios. Nela existe um capítulo dedicado ao dimensionamento e aos aspectos
construtivos de vigas mistas baseado no Método dos Estados Limites.
2.2 MATERIAIS QUE COMPÕEM O SISTEMA MISTO
2.2.1 Concreto
O concreto usado na laje das vigas mistas é composto basicamente de: argamassa de
cimento, água, agregado graúdo, agregado miúdo e aditivo. Nas regiões de contato entre
a argamassa e agregado graúdo, desenvolve-se um grande número de microfissuras,
mesmo antes de ser sujeito a cargas externas.
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 28
1. Propriedades do Concreto
Peso específico do concreto normal -
C
γ
= 24 kN/m
3
(podendo diminuir,
usualmente até 17 kN/m
3
, quando são usados agregados leves);
Peso específico do concreto armado -
C
γ
= 25 kN/m
3
Coeficiente de dilatação térmica à temperatura ambiente = 10
-5
/ºC;
Resistência característica à compressão, corresponde a um quantil superior de
5% - (
) obtido por meio de ensaios de corpos de provas cilíndricos ou
cúbicos, com faixa usual de 20 a 40 MPa (para corpos de provas cilíndricos)
em sistemas mistos;
ck
f
Resistência característica à tração (
) – também obtida por meio de ensaios
– na ausência de ensaios de tração, o valor de
pode ser determinado em
função de
para diferentes quantis (EUROCODE 4-1992):
tk
f
tk
f
ck
f
η
3/2
)(3,0
cktk
ff =
(quantil de 50%)
η
3/2
)(39,0
cktk
ff =
(quantil de 95%)
(quantil de 5%)
η
3/2
)(21,0
cktk
ff =
Nas expressões anteriores, e são em MPa e
tk
f
ck
f
η
é dado por:
+=
24
7,03,0
c
γ
η
(
C
γ
em kN/m
3
)
O módulo de elasticidade secante E
c
– utilizado na análise elástica e também
obtido por meio de ensaios – na ausência de ensaios, o valor do módulo de
elasticidade secante pode ser determinado em função de
por meio de
expressões válidas para cargas de curta duração (para concreto com menos de
28 dias, o valor de
ck
f
ck
f a ser usado nas expressões a seguir deve ser reduzido
correspondentemente):
2
3
2
1
)()(42
cckc
fE
γ
= (NBR 8800-1986 e AISC-LRFD-1994) (2.1)
2
1
3
1
)
24
()8(9500
c
ckc
fE
γ
+=
(EUROCODE 4-1992) (2.2)
Nas expressões (2.1) e (2.2),
ck
f
e E
c
são em MPa,
C
γ
em kN/m
3
.
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 29
Na Tabela 2.1 apresentam-se os valores de E
c
(em MPa) determinados pelas duas
expressões anteriores para concreto normal e alguns valores de
ck
f
(corpos de prova
cilíndricos). A expressão para o módulo de elasticidade da NBR 6118 apresenta
resultados considerados muito elevados e está sendo alterado na revisão desta norma.
Tabela 2.1 – Valores do módulo de elasticidade do concreto.
ck
f
(MPa)
15 20 25 30 35 40
E
c
(Eq. 2.1) 19100 22100 24700 27000 29200 31200
E
c
(Eq. 2.2) 17000 28800 30500 31900 33300 34500
Coeficiente de Poisson (
) – O valor nominal do coeficiente de Poisson é de 0,2.
Quando se considera que o concreto tracionado está fissurado, este coeficiente pode ser
tomado igual à zero.
2.2.2 Aço
Componente das estruturas mistas aço-concreto, é empregado nos perfis, nas barras de
armadura, nos conectores de cisalhamento, nos parafusos e nas fôrmas metálicas
incorporadas ao concreto em lajes mistas. Perfis e chapas das fôrmas são produtos
laminados; barras de armaduras e fios de aço podem ser laminados ou trefilados, aços
de conectores e parafusos são tratados termicamente, é basicamente uma liga ferro-
carbono com alguns elementos adicionais, podendo ter suas propriedades mecânicas
alteradas por meio de conformação mecânica ou tratamento térmico. É um material
dúctil, com deformações de ruptura da ordem de 5% a 40%.
Propriedades do Aço
Peso específico -
a
γ
= 78,5 kN/m
3
;
Coeficiente de dilatação térmica à temperatura ambiente – 1,2x10
-5
/ºC;
Limite nominal de escoamento por tração e por compressão ( )
y
f
Limite nominal de resistência à tração ( ) – obtidos por meio de ensaios de
tração de corpos de provas definidas em normas específicas.
u
f
Categorias dos aços:
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 30
Tabela 2.2 – Categorias dos aços.
Categoria
ASTM
y
f
(kN/cm
2
)
(kN/cm
u
f
2
)
A-36 25 40
A-572, grau 42 25 445
A-572, grau 50 345 450
A-588 345 48,5
Módulo de elasticidade longitudinal, E = 205 GPa = 20.500 kN/cm
2
. Obtido
por meio de ensaios de tração, pode ser tomado aproximadamente igual para
todos os aços;
Módulo de elasticidade transversal, G =78,800 GPa = 7880 kN/cm
2
. Obtido
por meio de ensaios de torção, pode ser tomado aproximadamente igual a para
todos os aços;
Coeficiente de Poisson (
) = 0,3 para todos os aços, por meio da relação:
)1(2
ν
+
=
E
G
Escolha do aço
A escolha do tipo de aço para construções em geral, deve ser feita em função
de aspectos ligados ao ambiente em que as estruturas se localizam e do
comportamento estrutural de suas partes previsto devido a geometria e aos
esforços solicitantes.
Os fatores ambientais como: meio industrial, proximidade de orla marítima
com atmosfera agressiva à estrutura e manutenção deficiente ao longo do
tempo podem exigir aços de alta resistência à corrosão.
2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS SEÇÕES METÁLICAS
As seções metálicas são classificadas quanto à ocorrência de flambagem local dos
elementos comprimidos de acordo com a tabela abaixo:
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 31
Tabela 2.3 – Classes das seções metálicas.
Classe Designação Comportamento
1
Seções
Supercompactas
Permitem que sejam atingidos, antes da
flambagem local, o momento fletor de
plastificação total da seção (M
pl
) e
subseqüentes rotações inelásticas conduzindo
à redistribuição dos momentos fletores em
estruturas hiperestáticas.
2
Seções Compactas
Permitem que seja atingido, antes da
flambagem local, o momento fletor de
plastificação total da seção (M
pl
), mas não a
subseqüente redistribuição de momentos
fletores.
3
Seções Não-
compactas
Permitem que seja atingido, antes da
flambagem local, o momento correspondente
ao início do escoamento da seção (M
r
),
incluindo ou não o efeito de tensões residuais.
4
Seções Esbeltas
A flambagem local de uma das chapas
comprimidas se dá antes do início da
plastificação da seção.
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 32
2.3.1 Propriedades das Seções
2.3.2 Análise Elástica
Determinação dos efeitos das ações (força normal, momento fletor, tensão, etc.) em
barras e ligações, baseada na hipótese de que os elementos da estrutura se comportem
elasticamente.
2.3.3 Análise Plástica
Determinação dos efeitos das ações (força normal, momento fletor, tensão, etc.) em
barras e ligações, baseada na hipótese de que os elementos da estrutura admitam a
formação sucessiva de rótulas plásticas até atingir a hipostaticidade.
2.3.4 Propriedade Plástica
0,85 f
ck
f
y
LNP
1
2
3
2
3
1
1
2
3
laje de concreto viga de aço
(a)
(b)
(c)
conector de cisalhamento
LNP: linha neutra plástica
Figura 2.1 - Tensões na seção transversal para o caso particular da LNP na interface
aço/concreto.
Para a determinação da capacidade resistente da viga no estado limite último, são usadas
as propriedades plásticas das seções, com o concreto submetido de 0,85 f
ck
e o aço ao
bloco de tensões de
. Os dois materiais estarão submetidos ao esgotamento. Para que
y
f
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 33
esta situação seja admitida é necessário que a seção de aço seja compacta ou super
compacta (Classe 1 ou Classe 2).
2.3.4.1 Resistência última
A laje de concreto em contato com a mesa superior da viga, impede que esta possa
sofrer flambagem local ou mesmo flambagem lateral com torção. Pode-se assumir,
então, que a seção é Classe 1, de acordo com a NBR 8800/86, ou compacta, de acordo
com a denominação do AISC-LRFD, independentemente da relação b
f
/ 2t
f
. Como a
mesa inferior está tracionada, caso a alma também seja compacta, isto, é possua relação
h/t
w
3,50
y
fE / conforme NBR 8800/86, o perfil é todo compacto, podendo-se
calcular a resistência da seção transversal considerando a distribuição plástica das
tensões, como mostrado na figura 2.2. A resistência plástica das tensões plásticas é
independente da seqüência de carregamento da viga, não importando se o sistema de
construção é escorado ou não-escorado (QUEIROZ-2001).
Figura 2.2 - Distribuição de tensões em vigas mistas sob momento fletor positivo.
Ensaios realizados em vigas mistas mostram que a capacidade real a momento de uma
seção mista submetida a momento fletor positivo (como é o caso de vigas biapoiadas)
pode ser calculada de maneira bastante satisfatória. Considera-se que a seção de aço
esteja totalmente escoada e a laje de concreto esteja sobre tensão de 0,85fck em toda a
espessura e largura efetivas, confirmando a suposição da distribuição plástica de tensões
na seção transversal (VIEST et al-1997).
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 34
2.4 MÉTODO DOS ESTADOS LIMITES
Segundo a NBR 8800/86 são os estados a partir dos quais uma estrutura não mais
satisfaz a finalidade para a qual foi projetada.
Esse conceito de dimensionamento nos estados limites foi desenvolvido na Rússia por
volta de 1950 e introduzido na engenharia civil em 1958. Foi a primeira tentativa de
disciplinar todos os aspectos da análise de estruturas, incluindo a especificação de ações
e a análise de segurança (VASCONCELLOS–2003).
Portanto, quando um elemento estrutural torna-se inadequado para uso ou quando uma
estrutura deixa de preencher uma das finalidades de sua construção, diz-se que ela
atingiu um Estado Limite - Estado correspondente à ruína de toda a estrutura, ou parte
da mesma, por ruptura, deformações plásticas excessivas ou por instabilidade.
Pode-se dizer que a segurança de uma estrutura é a capacidade que ela apresenta de
suportar as diversas ações que vierem a solicitá-la durante a sua vida útil sem atingir
qualquer estado limite.
Os estados limites podem ser classificados em duas categorias:
1.
Estados Limites Últimos.
2.
Estados Limites de Utilização
2.4.1 Estados Limites Últimos
Estados correspondentes à ruína de toda a estrutura, ou parte da mesma, por ruptura,
deformações plásticas excessivas ou por instabilidade (NBR 8800/86). São aqueles
correspondentes ao esgotamento da capacidade portante da estrutura, podendo ser
originados, em geral, por vários dos seguintes fenômenos:
Perda da estabilidade de equilíbrio de uma parte ou do conjunto da estrutura,
assimilada esta a um corpo rígido, por exemplo, tombamento, arrancamento
de suas fundações, deslizamento etc.
Colapso da estrutura, ou seja, transformação da estrutura original em uma
estrutura parcial ou totalmente hipostática devido à plastificação.
Perda da estabilidade de uma parte ou do conjunto da estrutura, por
deformação.
Deformações elásticas ou plásticas, deformação lenta e fissuração que
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 35
provoquem uma mudança de geometria que exija uma substituição da
estrutura.
Perda de capacidade de sustentação por parte de seus elementos, ruptura de
seções, por ter sido ultrapassada a resistência do material, sua resistência à
flambagem, resistência à fadiga etc.
Propagação de um colapso que se inicia em um ponto ou região da estrutura,
para uma situação de colapso total (colapso progressivo ou falta de
integridade estrutural).
Grandes deformações, transformação em mecanismo ou instabilidade global.
Os Estados Limites Últimos estão relacionados ao colapso da estrutura ou parte dela e,
portanto, deverá ter uma probabilidade muito pequena de ocorrência, pois terá como
conseqüência a perda de vidas humanas ou da propriedade.
2.4.2 Estados Limites de Utilização
Estados que, pela sua ocorrência, repetição ou duração, provocam efeitos incompatíveis
com as condições de uso da estrutura, tais como: deslocamentos excessivos, vibrações e
deformações permanentes, NBR 8800/86.
Os Estados Limites de Utilização estão relacionados à interrupção do uso normal da
estrutura, aos danos e à deterioração da mesma. Para estes estados limites, maior
probabilidade de ocorrência poderá ser tolerada, pelo fato de não representarem
situações tão perigosas quanto os Estados Limites Últimos.
Portanto, os Estados Limites de Utilização correspondem às exigências funcionais e de
durabilidade da estrutura, podendo ser originados, em geral, por um ou vários dos
seguintes fenômenos:
Deformações excessivas para uma utilização normal da estrutura, como por
exemplo, flechas ou rotações que afetam a aparência da estrutura, o uso
funcional ou a drenagem de um edifício ou que possam causar danos a
componentes não estruturais a aos seus elementos de ligação;
Deslocamentos excessivos sem perda de equilíbrio;
Danos locais excessivos tais como, fissuração, rachaduras, corrosão,
escoamento localizado ou deslizamento, que afetam a aparência, a utilização
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 36
ou a durabilidade da estrutura;
Vibração excessiva que afeta o conforto dos ocupantes da edificação ou a
operação de equipamentos;
2.4.3 Vantagens
As principais vantagens do método dos estados limites no dimensionamento são as
seguintes:
Confiabilidade mais coerente entre as várias situações de projeto, pois a
variabilidade das resistências e das ações é representada de forma explícita e
independente para resistências e ações (β);
O nível de confiabilidade pode ser escolhido de tal forma que possa refletir as
conseqüências do colapso;
Permite que o calculista compreenda melhor os requisitos que uma estrutura
deve atender e o comportamento da estrutura necessário ao preenchimento
destes requisitos;
O processo de dimensionamento é mais intuitivo;
Traduz-se numa ferramenta que ajuda o calculista a avaliar situações de
projeto fora das rotineiras;
Permite analisar as normas de forma mais racional;
Trabalha-se com variáveis semi-probabilísticas;
2.4.4 Verificação de Projeto
A introdução da segurança no caso dos estados limites de utilização recai em uma
simples verificação do comportamento da estrutura sujeita às ações correspondentes à
sua utilização, comparando-o ao comportamento desejável para as condições funcionais
e de durabilidade especificadas.
O método a ser seguido pelos projetistas para assegurarem que no todo ou em parte a
estrutura não atinge um estado limite, com um nível razoável de probabilidade, seja
durante a etapa construtiva ou durante o período previsto para sua utilização, consiste,
essencialmente, em determinar as ações ou suas combinações, cujos efeitos possam
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 37
conduzir a estrutura a um estado limite e garantir que as resistências sejam superiores a
estas ações, determinadas probabilisticamente.
Na prática, o processo de verificação baseia-se no conceito de efeito das ações (S
d
) e no
conceito de resistência correspondente (R
d
) e em garantir que:
(a) S
d
R
d
Na figura 2.3 temos as distribuições de probabilidade do efeito das ações e solicitações
(S) e das resistências (R).
S
m
S
k
S
d
=R
d
R
k
R
k
γ
i
γ
m
β
2
m
2
h
mmn
vv
)S/R(
+
=β
λ
Figura 2.3 – Distribuição de probabilidade do efeito das ações e resistências
(VASCONCELLOS–2003).
Os valores S
m
e R
m
são valores médios das solicitações e das resistências.
Os valores S
k
e R
k
são valores característicos ou nominais das solicitações e resistências
que representam valores com pequena probabilidade de serem ultrapassados em um
determinado período. Esta pequena probabilidade e o período de referência são
definidos nas respectivas normas de ações e de materiais.
Por sua vez, os valores de cálculo das ações ou seus efeitos e das resistências S
d
e R
d
são obtidos dos correspondentes valores característicos afetando-os de fatores de
segurança, respectivamente γ
f
e γ
m
, determinados por considerações probabilísticas
para cada tipo de estado limite. Pode-se escrever, portanto:
S
d
= γ
f
. S
k
R
d
= γ
m
. R
k
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 38
O coeficiente de ponderação das resistências também é representado nas diversas
normas por 1/φ.
O afastamento entre S
k
e R
k
representa a probabilidade de não violação de um estado
limite. Esta probabilidade representada pelo fator de segurança β resulta na condição
(a).
Geralmente o fator de ponderação γ
f
é representado como produto de coeficientes
parciais.
A subdivisão em coeficientes γ
t
parciais tem por objetivo quantificar separadamente as
várias causas de incertezas, umas quantificáveis estatisticamente e outras dependentes
de opções subjetivas.
O fator γ
f
para as ações e efeitos é, geralmente, considerado como o produto de três
fatores:
γ
f1
– para considerar a possibilidade de ocorrência de ações que se afastem do
valor característico.
γ
f2
– fator de combinação a considerar quando ações diferentes atuam
combinadas para traduzir a probabilidade reduzida de todas as ações
atingirem simultaneamente valores máximos. Este fator é usualmente
identificado como ψ
0
.
γ
f3
– para considerar a imprecisão na determinação dos efeitos das ações,
solicitações ou tensões, e o efeito da variação das magnitudes nos esforços
que são geradas na montagem ou execução.
Para quantificação dos vários γ
f
e para o estabelecimento das regras de combinação, as
ações são classificadas segundo a sua variabilidade no tempo em três categorias:
Permanentes (G), Variáveis (Q), Excepcionais (E).
2.4.5 Resistência dos Materiais Estruturais
A resistência é a propriedade da matéria de suportar tensões. Do ponto de vista prático,
a medida desta aptidão é considerada como a própria resistência que pode ser
determinada convencionalmente pela máxima tensão que pode ser aplicada ao corpo-de-
prova do material considerado, até o aparecimento de fenômenos particulares de
comportamento além dos quais há restrições ao emprego do material em elementos
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 39
estruturais. De modo geral, estes fenômenos são os de ruptura ou de deformação
específica excessiva. Para cada material particular, as normas correspondentes devem
especificar quais os fenômenos que permitem determinar a resistência.
2.5 AÇÕES
A norma NBR 8800/86 define Ações como as forças ou os momentos externos
aplicados à estrutura, podendo ser também deformações impostas à mesma.
Classificando-as como:
Ação de Cálculo - valor da ação usado no dimensionamento da estrutura, nos estados
limites últimos e nos estados limites de utilização de acordo com itens da norma.
Ação Nominal - o valor nominal de uma ação e o valor fixado nas normas de cargas.
Coeficiente de Ponderação - fatores pelos quais são multiplicadas as ações para levar
em conta as incertezas a elas inerentes.
Combinação de ações - grupo de ações com grande probabilidade de atuar
simultaneamente na estrutura,
Resistência de Cálculo - valor da resistência usado no dimensionamento da estrutura. É
obtida a partir do valor nominal das propriedades do material e das seções, em conjunto
com uma fórmula deduzida racionalmente, baseada em modelo analítico e/ou
experimental, e que represente o comportamento do elemento no estado limite. A
resistência de cálculo é igual ao valor nominal da resistência multiplicado por um fator
que leva em conta as incertezas inerentes à resistência.
2.6 COMBINAÇÕES DAS AÇÕES
As ações que podem atuar simultaneamente numa estrutura devem ser combinadas de
tal forma a acarretar os efeitos mais desfavoráveis nas seções críticas. Estas
combinações devem ser feitas com os valores de cálculo das solicitações, obtidas pelos
valores característicos multiplicados pelos respectivos coeficientes de ponderação γ
f
.
Os índices do coeficiente de ponderação são alterados de forma que resultem γ
g
, γ
q
, γ
p
,
γ
ε
, relativos, respectivamente, às ações permanentes, ações variáveis, protensão e para
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 40
os efeitos de deformações impostas. Os seus valores são empregados de acordo com o
tipo de combinação feita.
Serão abordadas a seguir as combinações das ações constantes da NBR 8800/86. Tanto
a NBR 8681/84 – Ações e segurança nas estruturas – quanto a NBR 8800 classificam as
combinações das ações em: combinações normais, combinações especiais e
combinações excepcionais. As combinações normais são aquelas relativas às ações
provenientes do uso da construção (para edifícios, ações permanentes e variáveis); as
combinações especiais incluem as ações variáveis especiais, cujos efeitos superam em
intensidade os efeitos produzidos pelas ações variáveis comuns da edificação (no caso
de edifícios, o vento); as combinações excepcionais decorrem da necessidade de se
considerarem ações excepcionais que provoquem efeitos catastróficos (abalos sísmicos,
por exemplo).
Apresenta-se mais à frente, as expressões das combinações das ações para a
determinação da situação crítica.
2.6.1 Bases para o Dimensionamento
O método dos estados limites utilizado para o dimensionamento dos componentes de
uma estrutura exige que nenhum estado limite aplicável seja excedido quando a
estrutura for submetida a todas as combinações apropriadas de ações de cálculo.
Quando a estrutura não mais atende aos objetivos para os quais foi projetada, um ou
mais estados limites foram excedidos. Os estados limites últimos estão relacionados
com a segurança da estrutura sujeita às combinações mais desfavoráveis de ações de
cálculo, previstas em toda a sua vida útil. Os estados limites de utilização estão
relacionados com o desempenho da estrutura sob condições normais de serviço.
2.6.2 Dimensionamento para os Estados Limites Últimos
A solicitação resistente de cálculo de cada componente ou conjunto da estrutura deve
ser igual ou superior à solicitação atuante de cálculo. Em algumas situações, é
necessário combinar, por meio de expressões de interação apropriadas, termos que
refletem relações entre solicitações atuantes de cálculo e solicitações resistentes de
cálculo diferentes. Cada solicitação resistente de cálculo, φR
n
, é calculada para o estado
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 41
limite aplicável e é igual ao quociente entre a solicitação resistente nominal, φR
n
, e o
coeficiente de ponderação da resistência γ. As solicitações resistentes nominais φR
n
e os
coeficientes de resistência γ são determinados dependendo do estado limite último
aplicável.
Segundo a NBR 8800/86 temos:
A resistência de cálculo de cada componente ou conjunto da estrutura deve
ser igual ou superior à solicitação de cálculo. A resistência de cálculo “φR
n
” é
calculada para cada estado limite aplicável e é igual ao produto do coeficiente
de resistência “φ” pela resistência nominal “R
n
”.
2.6.2.1 Combinações de ações para os estados limites últimos
As ações a serem adotadas no projeto das estruturas de aço e seus componentes são as
estipuladas pelas normas apropriadas e as decorrentes das condições a serem
preenchidas pela estrutura. Essas ações devem ser tomadas como nominais, devendo ser
considerados os seguintes tipos de ações nominais:
G: ações permanentes incluindo peso próprio da estrutura e peso de todos os elementos
componentes da construção, tais como pisos, paredes permanentes, revestimentos e
acabamentos, instalações e equipamentos fixos, etc.;
Q: ações variáveis, incluindo as sobrecargas decorrentes do uso e ocupação da
edificação, equipamentos, divisórias, móveis, sobrecargas em coberturas, pressão
hidrostática, empuxo de terra, vento, variação de temperatura, etc.;
E: ações excepcionais, explosões, choques de veículos, efeitos sísmicos, etc.
As combinações de ações para os estados limites últimos são as seguintes:
combinações normais e combinações aplicáveis a etapas construtivas:
() (
=
ψγ+γ+γ
n
2j
jjqj11qg
QQG
)
combinações excepcionais:
(
)
()
ψγ++γ QEG
qg
Onde:
Q
1
= ação variável predominante para o efeito analisado
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 42
Q
j
= demais ações variáveis
γ
g
= coeficientes de ponderação das ações permanentes
γ
q
= coeficientes de ponderação das ações variáveis
ψ = fatores de combinação, conforme a tabela 2.5
Tabela 2.4 - Coeficientes de ponderação das ações
Coeficientes de ponderação
Ações permanentes Ações variáveis
Grande
variabilida
de
Pequena
variabilidad
e
Recalques
diferenciai
s
Variação
de
temperatur
a
Ações
decorrente
s do uso
Demais
ações
variávei
s
Combinações
γ
g
(a)
γ
g
(b)
γ
q
γ
q
(c)
γ
q
(d)
γ
q
Normais 1,4 (0,9) 1,3 (1,0) 1,2 1,2 1,5 1,4
Durante a
construção
1,3 (0,9) 1,2 (1,0) 1,2 1,0 1,3 1,2
Excepcionais 1,2 (0,9) 1,1 (1,0) 0 0 1,1 1,0
Notas:
a.
Os valores entre parênteses correspondem aos coeficientes para ações
permanentes favoráveis a segurança; ações variáveis e excepcionais
favoráveis a segurança não entram nas combinações.
b.
São consideradas cargas permanentes de pequena variabilidade os pesos
próprios de elementos metálicos e pré-fabricados, com controle rigoroso de
peso. Excluem-se os revestimentos feitos
in-loco destes elementos.
c.
A variação de temperatura citada não inclui a gerada por equipamentos (esta
deve ser considerada como ação decorrente do uso da edificação);
d.
Ações decorrentes do uso da edificação incluem: sobrecarga em pisos e em
coberturas, cargas de pontes rolantes, cargas de outros equipamentos, etc.
As combinações de ações últimas excepcionais para os estados limites últimos em
situação de incêndio devem ser determinadas de acordo com a NBR 14323.
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 43
Tabela 2.5 – Fatores de combinação ψ
Fatores de combinação ψ
Ações ψ
(A)
Sobrecargas em pisos de bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens; conteúdo
de silos e reservatórios
0,75
Cargas de equipamentos, incluindo pontes-rolantes, e sobrecargas em pisos
diferentes dos anteriores
0,65
Pressão dinâmica do vento 0,6
Variações de temperatura 0,6
(A) Os coeficientes ψ devem ser tomados iguais a 1,0 para as ações variáveis não
citadas nesta tabela e também para as ações variáveis nela citadas, quando forem de
mesma natureza da ação variável predominante Q1; todas as ações variáveis
decorrentes do uso de uma edificação (sobrecargas em pisos e em coberturas,
cargas de pontes-rolantes e de outros equipamentos), por exemplo, são consideradas
de mesma natureza.
2.6.3 Combinações de Ações para os Estados Limites de Utilização
A estrutura como um todo, barras individuais, elementos e meios de ligação devem ser
verificados para os estados limites de utilização.
Nas combinações de ações para os estados limites de utilização são consideradas todas
as ações permanentes, inclusive as deformações impostas permanentes, e as ações
variáveis correspondentes a cada um dos tipos de combinações, conforme indicado a
seguir:
a.
Combinações quase permanentes de utilização (combinações que podem atuar
durante grande parte do período de vida da estrutura, da ordem da metade
deste período):
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 44
b. Combinações freqüentes de utilização (combinações que se repetem muitas
vezes durante o período de vida da estrutura, da ordem de 105 vezes em 50
anos, ou que tenham duração total igual a uma parte não desprezível desse
período, da ordem de 5%):
c.
Combinações raras de utilização (combinações que podem atuar no máximo
algumas horas durante o período de vida da estrutura):
Onde:
F
Gi
são as ações permanentes;
F
Q1
é a ação variável principal da combinação;
ψ
1j
F
Qj
são os valores freqüentes da ação;
ψ
2j
F
Qj
são os valores quase permanentes da ação;
ψ
1j
, ψ
2j
são os fatores de utilização.
2.6.4 Verificação para os Estados Limites de Utilização
A ocorrência de um estado limite de utilização pode prejudicar a aparência, a
possibilidade de manutenção, a durabilidade, a funcionalidade e o conforto dos
ocupantes de um edifício, bem como causar danos aos equipamentos e materiais de
acabamento vinculados ao edifício.
Em vista disto, devem ser impostos valores limites ao comportamento da estrutura, e
que garantem sua plena utilização levando-se em conta as funções previstas para a
estrutura e os materiais a ela vinculados.
Cada estado limite de utilização deve ser verificado utilizando-se combinações de ações
nominais associadas ao tipo de resposta pesquisada.
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 45
2.6.5 Deformações
As deformações de barras da estrutura e de conjuntos de elementos estruturais,
incluindo pisos, coberturas, divisórias, paredes externas etc., não podem ultrapassar os
valores limites impostos a tais deformações.
Tabela 2.6 - Valores máximos recomendados para deformações
Ações a
considerar:
Sobrecarga Barras biapoiadas
suportando elementos de
cobertura inelásticos.
240
1
do vão
Sobrecarga Barras biapoiadas
suportando elementos de
cobertura elásticos.
180
1
do vão
Sobrecarga
Barras biapoiadas
suportando pisos.
360
1
do vão
Cargas
máximas por
roda (sem
impacto)
Vigas de rolamento
biapoiadas para pontes
rolantes com capacidade de
200 kN ou mais.
800
1
do vão
Deformações verticais
Cargas
máximas por
roda (sem
impacto)
Vigas de rolamento
biapoiadas para pontes
rolantes com capacidade
inferior a 200 kN.
600
1
do vão
Força
transversal da
ponte
Vigas de rolamento
biapoiadas para pontes
rolantes.
600
1
do vão
Edifícios industriais
Deformações
horizontais
Força
transversal da
ponte ou vento
Deslocamento horizontal da
coluna, relativo à base (ver
nota b).
400
1
a
200
1
da
altura
Sobrecarga
Barras biapoiadas de pisos e
coberturas, suportando
construção e acabamentos
sujeitos à fissuração.
360
1
do vão
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 46
Sobrecarga
Idem, não sujeitos à
fissuração.
300
1
do vão
Deformações
horizontais
Vento
Deslocamento horizontal do
edifício, relativo à base,
devido a todos os efeitos.
400
1
da altura do
edifício
Vento
Deslocamento horizontal
relativo entre dois pisos
consecutivos, devido à força
horizontal total no andar
entre os dois pisos
considerados, quando
fachadas e divisórias (ou
suas ligações com a
estrutura) não absorverem as
deformações da estrutura.
500
1
da altura do
andar
Vento
Idem, quando absorverem.
400
1
da altura do
andar
2.6.6 Vibrações
As vigas de apoios de pisos de grandes áreas que não possuem paredes divisórias ou
outras formas de amortecimento, onde vibrações transientes devidas ao caminhar de
pessoas possam ser inaceitáveis, deverão ser verificadas levando-se em consideração tal
tipo de vibração.
Equipamentos mecânicos, que possam produzir vibrações contínuas indesejáveis,
devem ser isolados de forma a reduzir ou eliminar a transmissão de tais vibrações para a
estrutura. Vibrações desse tipo devem ser levadas em conta também na verificação de
estados limites últimos, incluindo fadiga. Outras fontes de vibrações contínuas são
veículos e atividades humanas tais como a dança e devem ser verificadas.
Vibrações devidas ao vento devem ser levadas em conta, pois o movimento causado
pelo vento em estruturas de edifícios de andares múltiplos ou outras estruturas flexíveis
podem gerar desconforto aos usuários, a não ser que sejam tomadas medidas na fase de
projeto. A principal fonte de desconforto é a aceleração lateral, embora o ruído (ranger
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 47
da estrutura e assobio do vento) e os efeitos visuais possam também causar
preocupação.
Para uma dada velocidade e direção do vento, o movimento de um edifício, que inclui
vibração paralela e perpendicular à direção do vento e torção, é determinado de forma
mais precisa por ensaios em túnel de vento. Todavia, podem ser utilizados
procedimentos de cálculo dados em bibliografia especializada.
Nos casos onde o movimento causado pelo vento é significativo, conforme constatação
durante o projeto, podem ser aventadas as seguintes providências:
a.
Esclarecimento aos usuários que, embora eventuais ventos de alta
velocidade possam provocar movimentos, o edifício é seguro;
b.
Minimização de ruídos por meio de detalhamento das ligações de modo a
evitar o ranger da estrutura, do projeto das guias de elevadores de modo a
evitar "raspagem" devida ao deslocamento lateral, etc;
c.
Minimização da torção, usando arranjo simétrico, contraventamento ou
paredes externas estruturais (conceito de estrutura tubular), (a vibração por
torção cria também um efeito visual amplificado de movimento relativo de
edifícios adjacentes);
d.
Possível introdução de amortecimento mecânico para reduzir a vibração
causada pelo vento.
Vigas Mistas Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica
Página 48
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
T
U
U
L
L
O
O
3
3
C
C
O
O
N
N
E
E
C
C
T
T
O
O
R
R
E
E
S
S
3.1 COMPORTAMENTO ESTRUTURAL
Os conectores de cisalhamento realizam a ligação entre a viga de aço e a laje de
concreto, assegurando o funcionamento da viga mista, com a função de absorver os
esforços de cisalhamento na interface dos dois materiais e travando continuamente a
viga de aço contra a sua flambagem lateral.
Não se usando conectores, não haverá qualquer ligação mecânica entre a laje de
concreto e o perfil metálico. Quando a laje é carregada, ela e o perfil metálico fletem
independentemente, ocorrendo um deslizamento relativo na superfície de contato entre
ambos, e assim todas as ações atuantes, inclusive o peso próprio, deverão ser resistidas
independentemente pela laje de concreto e pela viga de aço (Fig. 3.1).
Figura 3.1 - Viga de aço atuando com cargas, sem conectores de cisalhamento.
Se, no entanto, forem previstos conectores de cisalhamento, estes proporcionarão
ligação mecânica entre a laje e o perfil metálico e na superfície de contato entre os dois
materiais se desenvolve um esforço horizontal
V
h
, que impede o deslizamento relativo e
garante o trabalho conjunto da viga metálica e da laje de concreto, caracterizando a viga
mista (Fig. 3.2).
Vigas Mistas Capítulo 3 – Conectores
Página 50
seção de
momento
máximo
seção de
momento
nulo
seção de
momento
nulo
V
h
V
h
Figura 3.2 - Esforço cortante horizontal V
h
na viga mista com conectores.
Deve-se notar que
V
h
é o esforço que atua entre a seção de momento máximo (onde o
deslizamento relativo é nulo) e cada seção adjacente de momento nulo (onde o
deslizamento relativo é máximo). O valor deste esforço cortante
V
h
é obtido supondo
que a seção de momento máximo encontra-se totalmente plastificada, ou seja, com sua
resistência nominal esgotada. Assim, se a linha neutra plástica (LNP) desta seção,
situar-se:
e.
Na viga de aço (Fig. 3.3)
VC
h
=
=
085, f b t
ck c
(3.1)
onde
b é a largura efetiva da laje (tratada no capítulo 4 - Cálculo de Vigas
Mistas),
t
c
a espessura da laje de concreto e 0,85 um fator devido ao efeito
Rüsch (redução da resistência do concreto com o tempo);
laje de concreto
Figura 3.3 - Determinação do esforço cortante horiz. para LNP na viga de aço (
V
h
=C),
C=compressão no concreto, C’=compressão no aço e T=tração no aço.
f.
na laje de concreto (Fig. 3.4)
VT A f
ha
=
=
()
y
(3.2)
seção de momento nulo seção de momento máximo
t
c
viga de aço
V
= C
h
0,85
LNP
f
y
f
y
f
ck
C=0,85 f
c
k
b t
c
C
T
Vigas Mistas Capítulo 3 – Conectores
Página 51
onde (A f
y
)
a
é o produto da área da seção do perfil da viga pelo limite de
escoamento do aço.
seção de momento nulo seção de momento máximo
laje de concreto
t
c
viga de aço
V
h
= T
L
N
P
f
y
C
′′
T=(A f
y
)
a
0,85 f
ck
concreto
tracionado
desprezado
Figura 3.4 - Determinação do esforço cortante horizontal para LNP na laje de concreto
(
V
h
= T).
Para se ter a posição da linha neutra plástica, basta comparar os valores de
C=0,85.f
ck.
.b.t
c
e T=(A.f
y
)
a
. Conforme ilustram as Figs. 3.3 e 3.4, se C<T, a linha neutra
plástica está na viga de aço e se
T<C, na laje de concreto. Em termos práticos, isto
significa que o valor de
V
h
a ser tomado é o menor dos dois valores obtidos nas
Equações. (3.1) e (3.2).
3.2 TIPOS DE CONECTORES
Os conectores são classificados em flexíveis e rígidos. Segundo CALZON (1978), os
conectores flexíveis são aqueles que em condições normais de trabalho sofrem
deslizamentos relativos entre o aço e o concreto da seção, as deformações são
relativamente elevadas quando as ações sobre o conector se aproximam da ruptura do
mesmo. Os conectores rígidos são aqueles em que os movimentos relativos de
deslizamento entre o concreto e a seção metálica são muito pequenos ainda que
próximas das ações de ruptura da conexão.
Os conectores do tipo pino com cabeça são os mais utilizados dentre os flexíveis, na
maioria dos países, devido à facilidade de fabricação utilizando o processo de soldagem
semi-automático.
Vigas Mistas Capítulo 3 – Conectores
Página 52
a) Conexão rígida b) Conexão flexível c) Conexão flexível
Figura 3.5 – Distribuição de tensões em diferentes tipos de conectores
Alguns dos tipos de conectores flexíveis, (a), (b), (d) e (e) e rígidos (c), mais utilizados.
A figura 3.6 ilustra os desenhos desses conectores.
Figura 3.6 – Tipos usuais de Conectores
Vigas Mistas Capítulo 3 – Conectores
Página 53
Conector tipo pino com cabeça
Figura 3.7 – Exemplos de Tipos de Conectores
3.3 CURVA CARGA - DESLIZAMENTO
A característica estrutural mais importante dos conectores de cisalhamento é a relação
existente entre a força F transmitida pelo conector e o escorregamento relativo s na
interface aço-concreto, determinando seu comportamento “dúctil”. O diagrama típico de
F x s é ilustrado na figura 3.7. A flexibilidade dos conectores, portanto, garante que o
colapso de uma viga mista, quando se dá a ruptura da ligação aço-concreto, seja do tipo
“dúctil”.
OEHLERS & COUGHLAN (1986) apresentaram, a partir de resultados experimentais,
o diagrama “força
x escorregamento” para conectores do tipo pino com cabeça
embutidos em laje maciças. Pela figura 3.7, nota-se a existência de um patamar “dúctil”,
representado pelo trecho C-D, até que se atinja o escorregamento S
u
. Para valores de
escorregamento maiores que S
u
, a força no conector sofre um decréscimo, atingindo um
valor de 0,95P
u
na ruptura, quando s = S
r
. Os valores S
u
e S
r
são obtidos através da
análise estatística desses resultados, e dependem do diâmetro do corpo do conector e da
resistência característica do concreto à compressão, conforme OEHLERS & SVED
(1995).
Vigas Mistas Capítulo 3 – Conectores
Página 54
Figura 3.7 - Curva Força x Escorregamento para conectores de cisalhamento
Figura 3.8 - Diagrama força x escorregamento para conectores do tipo pino com cabeça
embutidos em laje maciças.
MALITE (1993) realizou ensaios padronizados do tipo push-out, em modelos
semelhantes aos apresentados na norma inglesa BS 5400 (1979) e ECCS (1981), para a
avaliação da resistência última e do comportamento força-escorregamento de alguns
tipos de conectores em chapa dobrada (formados a frio). Foram analisados três tipos de
conectores: cantoneira simples, cantoneira enrijecida e perfil “U”, em duas espessuras
de chapa (2,66 mm e 4,76 mm). Dois modos de ruptura foram identificados no ensaio.
Vigas Mistas Capítulo 3 – Conectores
Página 55
Vigas Mistas Capítulo 3 – Conectores
Página 56
Nos conectores de chapas finas (2,66 mm), observou-se a ruptura do aço do conector
junto à solda. Nos conectores de chapas grossas, observou-se a ruptura do concreto por
esmagamento resultante da rotação excessiva do conector. Em ambos os tipos de
ruptura notou-se que os conectores em cantoneira mantiveram a sua forma geométrica
inicial, ocorrendo apenas uma rotação do conector junto à solda de ligação com o perfil
de aço. Os conectores constituídos por cantoneira enrijecida apresentaram
comportamento bastante semelhante aos de cantoneira simples, mostrando que, neste
caso, o lábio enrijecedor não altera o comportamento força-escorregamento, nem a
resistência última do conector. Os conectores em perfil “U” não apresentaram
diferenças significativas no comportamento força-escorregamento em relação aos
conectores em cantoneira com mesma espessura, embora apresentassem altura maior
que as cantoneiras. Isto demonstra que a espessura de chapa do conector é a variável
que mais influenciou a resistência da conexão.
3.3.1 Ensaios em conectores de cisalhamento
A avaliação do comportamento estrutural dos conectores de cisalhamento é possível
pela realização de ensaios denominados
push-out test. Esses ensaios permitem a
obtenção da curva força-escorregamento, da força última e do modo de colapso da
ligação.
Os possíveis modos de colapso são ilustrados na figura 3.9. O colapso também pode ser
uma combinação desses modos.
Ruptura por cisalhamento do conector junto à solda.
Esmagamento do concreto ao redor do conector.
Arrancamento do concreto (forma de cone).
Ruptura por cisalhamento da nervura de concreto.
Fissuração do concreto da nervura, devido à formação de rótulas plásticas (deformações
excessivas do conector)
Figura 3.9 - Possíveis modos de colapso obtidos dos ensaios do tipo push-out
3.4 RESISTÊNCIA DOS CONECTORES
As normas apresentam expressões ou tabelas para a determinação da capacidade dos
principais tipos de conectores de cisalhamento com base em resultados experimentais.
3.4.1 Conectores Tipo Pino com Cabeça (STUD BOLT)
Em edifícios são usados conectores do tipo pino com cabeça (STUD BOLT) com
diâmetros de 12,5 mm, 16 mm e 19 mm, e em casos especiais, de 22 mm. Nestes
conectores (Fig. 3.10):
3.
O diâmetro da cabeça deve ser, no mínimo, uma vez e meia maior que o diâmetro
do fuste (
d
cs
);
Vigas Mistas Capítulo 3 – Conectores
Página 57
4. A altura mínima, após a instalação, deve ser no mínimo quatro vezes maior que o
diâmetro do fuste (
d
cs
);
d
cs
1,5 d
cs
4 d
cs
Figura 3.10 - Conector tipo pino com cabeça (STUD BOLT).
Os estados limites últimos que podem ocorrer em um conector pino com cabeça
embutido no concreto e submetido a esforço horizontal são:
A ruína do concreto por esmagamento ou fendilhamento (Fig. 3.11);
A ruptura do conector.
As respectivas resistências nominais são obtidas empiricamente e valem:
q
n
= 05, A f E
cs ck c
(3.3)
qA
n
=
cs u
f (3.4)
O menor valor de
q
n
deve ser adotado.
Onde:
A
cs
é a área da seção transversal do fuste do conector;
f
u
o limite de resistência à tração do aço do conector;
f
ck
a resistência característica do concreto à compressão, não pode ser maior que 28
MPa;
O aço comumente utilizado para fabricação dos conectores pino com cabeça possui
especificação ASTM A108, com limite de escoamento igual a 345 MPa e limite de
ruptura igual a 415 MPa.
Vigas Mistas Capítulo 3 – Conectores
Página 58
3.4.2 Conectores em Perfil “U” Laminado
Os conectores em perfil “U” laminado devem ser instalados com uma das mesas
assentando sobre a viga de aço, com o plano da alma perpendicular ao eixo longitudinal
da viga e com sua abertura voltada para a seção de momento máximo (Fig. 3.12).
L
cs
t
w
t
f
seção de
moment o nulo
seção de
moment oximo
Figura 3.12 - Conector em perfil “U”.
A resistência nominal, em kN, de um conector em perfil “U” relaciona-se à ruína do
concreto e é dada por
q
n
=+0 0365 0 5,,) (t t L f
f w cs ck
(3.5)
entrando com
f
ck
em MPa e com as dimensões mostradas na figura 10:
t
f
= espessura média da mesa do conector, em mm;
t
w
= espessura da alma do conector, em mm;
L
cs
= comprimento do conector, em mm.
O uso desta expressão limita-se a concretos com peso específico superior a 22 kN/m
3
e
com 20 MPa
f
ck
28 MPa.
3.5 QUANTIDADE, ESPAÇAMENTO E DISPOSIÇÕES
CONSTRUTIVAS DOS CONECTORES
Obtida a força cortante horizontal V
h
, que age entre a seção de momento máximo e cada
seção adjacente de momento nulo, conforme visto no item 3.1, o número de conectores
necessários de cada lado da seção de momento máximo é:
Vigas Mistas Capítulo 3 – Conectores
Página 59
n
V
q
h
n
= (3.6)
onde
q
n
é a resistência nominal unitária do conector empregado, de acordo com a
equação 3.6.
Os
n conectores podem ser espaçados uniformemente, exceto quando atuarem cargas
concentradas.
Deverão ser observadas as seguintes disposições construtivas:
g.
O espaçamento longitudinal máximo entre linhas de centro de conectores
deve ser igual a 8 vezes a espessura da laje;
h.
Apenas nos conectores pino com cabeça, o espaçamento longitudinal
mínimo deve ser de 6 diâmetros e o transversal de 4 diâmetros;
i.
O cobrimento lateral de concreto não pode ser inferior a 25 mm,
recomendando-se ainda que o cobrimento superior não seja menor que 10
mm, em qualquer conector;
j.
Os conectores pino com cabeça não podem ter diâmetro maior que 2,5 vezes
a espessura da alma a qual forem soldados, a menos que sejam colocados
diretamente na posição correspondente à alma da viga, para evitar
deformações excessivas da mesa.
3.6 PROCESSOS DE SOLDAGEM
3.6.1 Conectores Tipo Pino com Cabeça (STUD BOLT)
A ligação do conector pino com cabeça com a viga metálica é feita mediante um
processo automático de soldagem, bastante econômico e que apresenta um elevado
rendimento. Sua utilização requer uma corrente de até 3000 (três mil) amperes. O
processo consiste das seguintes fases:
Vigas Mistas Capítulo 3 – Conectores
Página 60
Fase 1: O conector é posicionado no local de soldagem, sendo amparado por um suporte
de porcelana;
suporte de porcelana
conector posicionado
no local de soldagem
Figura 3.13 - Posição inicial.
Fase 2: Um operador qualificado introduz o pino numa “pistola” apropriada, integrante
do equipamento de soldagem. O pino é novamente posicionado, a “pistola” prende o
conector e o levanta ligeiramente, criando um arco elétrico entre este e a viga. O arco
produz uma temperatura suficientemente alta para que haja a fusão do conector e da
alma da viga;
arco elétrico criado
bico da pistola de soldagem
Figura 3.14 - Formação do arco elétrico.
Fase 3: Cessa o arco elétrico, e o conector é automaticamente pressionado contra a mesa
da viga, estabelecendo-se a união entre ambos. Em seguida o operador quebra o suporte
de porcelana;
cessa o arco elétrico
rompimento do
suporte
bico da pistola de soldagem: pressiona o
conector contra a mesa da viga
união
do conector e da viga
Figura 3.15 - Final do processo de soldagem.
Vigas Mistas Capítulo 3 – Conectores
Página 61
Fase 4: Com o resfriamento, tem-se a união perfeita entre o conector e a mesa da viga
de aço.
resfriamento
união perfeita
entre o conector e a mesa
Figura 3.16 - Conector soldado.
Figura 3.17 - colocação de conectores
Os conectores do tipo pino com cabeça devem ter, após a instalação, o comprimento
mínimo igual a 4 vezes o diâmetro – conector flexível. Todos os tipos de conectores
devem ficar completamente embutidos no concreto da laje.
Os conectores de cisalhamento do tipo pino com cabeça, usados na construção mista
aço-concreto, devem ter forma adequada para que sejam soldados aos perfis de aço por
meio de equipamentos de solda automática.
As propriedades mecânicas para conectores de pequeno diâmetro estão indicadas na
Tabela 3.1.
Vigas Mistas Capítulo 3 – Conectores
Página 62
Tabela 3.1 – Propriedades mecânicas
Propriedades mecânicas Tipo B
(A)
Resistência à tração
Limite de escoamento
Alongamento
Redução de area
415 MPa
345 MPa
20% mín.
50% mín.
Os conectores tipo B são encontrados com diâmetros de 12,7 - 15,9 – 19 - 22,2
As resistências nominais de conectores tipo pino com cabeça, usados em lajes de
concreto maciças, em kN, estão indicadas na Tabela 3.2 para várias resistências do
concreto
Tabela 3.2 - Resistências nominais
Dimensões do conector
soldado
Peso
específico
do concreto
Resistência nominal (q
n
) em kN para várias
resistências do concreto
Diâmetro
(mm)
Comprimento
mínimo
(mm)
kN/m
3
18 MPa 21 MPa 24 MPa 27 MPa
12,7 51,0
25,0
18,5
40,1
32,0
45,0
35,9
49,2
39,7
52,1
43,4
15,9 63,5
25,0
18,5
62,9
50,1
70,6
56,2
78,0
62,2
81,5
68,0
19,0 76,0
25,0
18,5
89,8
71,6
100,8
80,4
111
88,9
117
97,1
22,2 89,0
25,0
18,5
122
97,8
138
110
151
121
160
133
Nota: Esta Tabela é aplicável a lajes maciças de concreto, desde que o comprimento do
conector soldado seja igual ou superior a quatro vezes seu diâmetro e que a face inferior
da laje seja plana e diretamente apoiada sobre a viga de aço.
3.6.2 Conectores em Perfil “U” Laminado
O conector em perfil “U” laminado é ligado à mesa da viga de aço por meio de solda de
filete, conforme ilustra a Fig. 12.
a
2
a
1
Figura 3.18 - Soldagem de conector em perfil “U”.
Vigas Mistas Capítulo 3 – Conectores
Página 63
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
T
U
U
L
L
O
O
4
4
C
C
Á
Á
L
L
C
C
U
U
L
L
O
O
D
D
A
A
S
S
V
V
I
I
G
G
A
A
S
S
M
M
I
I
S
S
T
T
A
A
S
S
4.1 COMPORTAMENTO ESTRUTURAL
O cálculo estrutural de uma viga de aço sobreposta por uma laje de concreto, pode ser
feito supondo que a laje comporta-se independentemente da viga na resistência às ações
aplicadas. Neste caso, nenhuma consideração é feita no sentido de se levar em conta a
atuação conjunta do concreto e das vigas de aço.
Numa outra opção, se for imposto que uma viga de aço trabalhe em conjunto com uma
faixa da laje de concreto, forma-se a viga mista. Para isto, é indispensável que as vigas
metálicas e a laje sejam unidas por elementos apropriados denominados conectores de
cisalhamento. A largura da faixa de laje que trabalha em conjunto com uma viga de aço
recebe o nome de
largura efetiva.
4.1.1 Largura Efetiva da Laje de Concreto
A largura efetiva da laje de concreto é a largura da faixa da laje que trabalha juntamente
com o perfil metálico. Sua determinação teórica é bastante complexa. Para fins práticos,
a NBR 8800 permite que sejam adotados valores empíricos.
laje de concreto
conector de
cisalhamento
largura
efetiva
largura
efetiva
largura
efetiva
vigas de aço
Figura 4.1 – Largura efetiva da laje.
No caso de lajes que se estendem para ambos os lados da viga de aço, a largura efetiva,
representada por
b, deverá ser tomada igual à menor dimensão entre as seguintes:
O valor de 1/4 do vão da viga mista, considerado entre linhas de centro dos
apoios;
O valor de 16 vezes a espessura da laje de concreto mais a largura da mesa
superior da viga de aço;
A largura da mesa superior da viga de aço mais a metade das distâncias livres
entre esta mesa e as mesas superiores das vigas adjacentes.
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 65
Se a laje se estender para somente um dos lados do perfil metálico, a largura efetiva a
ser tomada é a menor dimensão entre:
O valor de 1/12 do vão da viga mista mais a largura da mesa superior da viga
de aço;
O valor de 6 vezes a espessura da laje de concreto mais a largura da mesa
superior da viga de aço;
A largura da mesa superior da viga de aço mais a metade da distância livre
entre esta mesa e a mesa superior da viga adjacente.
O cálculo exato da largura efetiva, o qual encontra base na teoria da elasticidade, torna-
se muito trabalhoso, visto que é necessário avaliar não somente os fatores já citados,
como também resolver as equações que regem o fenômeno, o que inviabiliza seu
cálculo em nível de projeto. Por esse motivo, o efeito “shear lag” é levado em
consideração pelas normas através de recomendações práticas para a determinação do
valor da largura efetiva.
Figura 4.2 – Distribuição das tensões longitudinais na laje, considerando o efeito “Shear
Lag”.
4.1.2 Efeito da Fluência e Retração no Concreto
Os efeitos da retração modificados pela fluência são considerados estimando a força
axial necessária para impedir totalmente a retração, admitindo um módulo de
elasticidade do concreto para ações de longa duração e sobrepondo o seu efeito na seção
mista (VASCONCELLOS–2003).
A fluência é usualmente associada com a redução do módulo de elasticidade do
concreto em função do tempo, provocando o aumento progressivo do coeficiente de
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 66
homogeneização, que é a relação entre o módulo de elasticidade do aço e do concreto.
Com relação à retração, a deformação resultante da redução do volume de concreto
provoca deformações adicionais no elemento misto. Assim, os efeitos da retração e
fluência podem conduzir a deformações por carregamentos de longa-duração
significativamente maiores que a sua deformação instantânea (VASCONCELLOS–
2003).
WRIGHT et al. (1992), descrevem a análise do efeito da fluência e da retração em vigas
mistas com interação parcial. Realizaram testes em dois tipos de vigas: a primeira,
utilizando concreto de densidade normal, e a segunda, concreto de baixa densidade. O
comportamento das vigas e as condições do meio (temperatura, umidade relativa, etc.)
foram observados durante um período de dois anos. Para efeito de comparação de
resultados e avaliação dos efeitos da fluência e retração, a norma britânica para
estruturas de concreto (BS 8110/1986) foi utilizada como referência. A partir dessa
comparação, concluiu-se que os efeitos da fluência e da retração em vigas mistas
formadas por concreto de baixa densidade podem ser menores que no caso de vigas
mistas constituídas de concreto de densidade normal. Também concluiu-se que os
métodos de cálculo disponíveis para a avaliação de flechas devido à fluência e retração
do concreto tendem a subestimar estes deslocamentos no caso de vigas mistas
constituídas por concreto de densidade normal.
4.2 ESCORAMENTO DA CONSTRUÇÃO
Quanto ao escoramento, a construção pode ser escorada ou não escorada durante a
concretagem e cura do concreto, que se supõe atingida quando o concreto alcança 75%
de sua resistência característica à compressão aos 28 dias,
f
ck
.
4.2.1 Construção Escorada
Se a construção for escorada (Figura 4.5), o escoramento deve ser adequado para que as
vigas de aço permaneçam praticamente sem solicitação até sua retirada, o que se dá
após a cura do concreto. Todas as ações atuantes, inclusive as que aparecem antes da
cura do concreto, solicitam a viga mista.
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 67
Figura 4.3 – Construção escorada.
4.2.2 Construção não escorada
No caso de construção não escorada, o sistema misto só se manifestará após a cura do
concreto. As vigas de aço isoladas devem possuir resistência adequada para suportar
todas as ações que aparecem antes da cura. As vigas de aço, neste caso, devem ser
verificadas quanto aos estados limites últimos FLT (flambagem lateral com torção),
FLM (flambagem local da mesa comprimida) e FLA (flambagem local da alma).
Para FLT (flambagem lateral com torção), por razões econômicas, é interessante que o
comprimento destravado
L
b
seja o menor possível. Geralmente, nas vigas internas, as
formas proporcionam contenção lateral contínua, mas nas vigas de extremidade, devem
ser tomados cuidados especiais na montagem como, por exemplo, fixá-las à forma ou à
viga adjacente. As vigas metálicas podem, se necessário, ser utilizadas como apoio para
as formas das lajes de concreto (Figura 4.6).
Figura 4.4 – Construção não escorada.
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 68
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 69
No caso das vigas mistas como a mesa superior do perfil metálico, encontra-se
continuamente unida à laje pelos conectores, não pode ocorrer a flambagem lateral com
torção (FLT). Além disso, mesmo que a mesa superior esteja comprimida, sua
flambagem local não representará um estado limite último. Apenas o estado limite
último FLA (flambagem local da alma), deve ser verificado, cujo comportamento
Mn x
λ
é esquematizado no gráfico da Figura 4.7 (FAKURY et al–1997).
M
n
M
r
pl
λ
r
y
E
f
= 56,.
λ
p
y
E
f
= 35,.
λ
=
h
t
w
(FLA)
M
Figura 4.5 - Comportamento
M
n
x
λ
do estado limite último FLA.
4.3 VERIFICAÇÃO AO MOMENTO FLETOR: REGIÃO DE
MOMENTOS POSITIVOS DE SEÇÕES TRANSVERSAIS
MISTAS
Para a determinação do momento fletor resistente é necessário saber a qual classe que
pertence à seção. A classe, neste caso, é referente à relação largura/espessura da alma. A
norma brasileira faz distinção entre dois tipos de seções:
seções “compactas”, pertencentes às classes 1 e 2, onde se permite a
plastificação total da seção mista;
seções “semi-esbeltas” , pertencentes à classe 3, onde a alma pode sofrer
flambagem local no regime inelástico. Não se aceitam seções esbeltas (classe
4), ou seja, seções cuja alma pode sofrer flambagem local no regime elástico.
A figura 2.2 - Distribuição de tensões em vigas mistas sob momento fletor positivo no
capítulo 2, mostra a distribuição de tensões na qual se baseia a formulação da NBR
8800/86 para o cálculo do momento fletor resistente, no caso de interação completa. Da
mesma maneira, pode-se obter a distribuição no caso de interação parcial.
4.3.1 Verificação para construções escoradas
4.3.1.1 Vigas compactas :
htw E f
y
/,/ 35
Neste caso a relação altura/espessura da alma não supera
35,/Ef
y
e a resistência
nominal ao momento fletor da viga mista,
Mn, é igual ao momento de plastificação.
Assim, se
Md é o momento fletor de cálculo, deve-se obedecer à condição:
M
d
φ
M
bn
)
(4.1)
Sendo
φ
b igual a 0,90.
A Figura 4.8 ilustra uma
situação ideal onde a linha neutra da seção plastificada (LNP)
se encontra na interseção entre a viga de aço e a laje de concreto. A tensão na viga de
aço será
fy e na laje de concreto (0,7/0,9).0,85.fck, onde o fator 0,85 deve-se ao efeito
Rüsch e (0,7/0,9) é uma correção na resistência do concreto por este material possuir
coeficiente de resistência (1/1,4 = 0,7) inferior ao do aço (0,9) na flexão.
Sendo:
C = 066, f b t
ck c
(4.2)
a força de compressão no concreto correspondente à tensão na largura efetiva da laje, e
(4.3) TA f
a
= (
y
a força de tração na viga de aço correspondente à tensão na mesma, por equilíbrio
C=T,
e
MT
t
n
c
=+
d
1
2
(4.4)
onde
d1 é a distância do centro de gravidade da viga de aço à sua borda superior.
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 70
t
c
d
1
b
LNP
C
T
CGa
h
f
Figura 4.6 - Seção plastificada com linha neutra na interseção, aço e concreto.
Estudo com a linha neutra da seção plastificada situada nas posições:
4.3.1.1.1 Interação Total - Linha Neutra da seção plastificada na laje de concreto
(Figura 4.7), se:
06
e
6,( f b t
ck c y
A f
a
)
MA f t
a
nac
=+
()
y1
d
2
(4.5)
onde
a é a altura comprimida da laje de concreto (o concreto tracionado é desprezado),
dada por:
a
A f
=
(
ya
ck
)
0,66 f b
(4.6)
t
c
h
f
d
1
a
b
LNP
C
T
Figura 4.7 - Seção plastificada com LNP na laje de concreto.
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 71
4.3.1.1.2 Interação Total - Linha neutra da seção plastificada encontra-se na viga
de aço (Fig. 4.8 e 4.9), se:
()
,A f
ayc
f b t 066
kc
C = 066, f b t
ck c
(4.7)
[
=C
1
2
(A f )
ya
]
C
(4.8)
T
C
C
=+
(4.9)
Sendo C
a força resultante da parte comprimida da viga de aço, observando-se que:
para
, a LNP estará na mesa superior (Fig. 4.8), distanciada de
C (A f )
ymesa sup.
y da
face superior da viga de aço, com:
y
C
A f
t
fs
=
(
y mesa sup.
)
(4.10)
t
c
h
f
y
t
y
c
y
LNP
C
C'
T
b
Figura 4.8 - Seção plastificada com LNP na mesa superior.
para
, a LNP estará na alma (Fig. 4.9), e
>C (A f )
y mesa sup.
yt
CA f
A f
h
f
=+
(
(
y mesa sup.
yalma
)
)
(4.11)
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 72
t
c
h
f
y
t
y
c
y
LNP
C
C'
T
b
Figura 4.9 - Seção plastificada com LNP na alma.
Obtido
y , a seção da viga de aço fica subdividida em uma parte tracionada e
outra comprimida e a resistência nominal ao momento fletor será
MC y dy
nc
=
−+
(d - y )+C
t
2
t
c
t
(4.12)
com:
y
t
= distância do centro de gravidade da parte tracionada da viga de aço até
sua face inferior;
y
c
= distância do centro de gravidade da parte comprimida da viga de aço até
sua face superior;
4.3.1.1.3 Interação parcial
Muitas vezes é possível usar um número de conectores menor que o determinado, como
mencionado no Capítulo 3 – item 3.6. Neste caso, diz-se que a interação entre o aço e o
concreto é parcial. A viga mista terá um comportamento (e resistência nominal ao
momento fletor) intermediário entre a viga mista com interação completa (quando o
número de conectores é igual ao determinado no Capítulo 3 – item 3.6) e a viga de aço
isolada.
Ao se usar a interação parcial, escolhe-se um número de conectores,
n, entre a seção de
momento máximo e as seções adjacentes de momento nulo, sendo:
n
V
q
h
n
< (4.13)
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 73
com V
h
e q
n
determinados respectivamente no Capítulo 3;
Obtém-se a resistência total dos
n conectores usados, Q
n
, pela equação:
Q (4.14) n q
n
=
n
Não sendo permitido usar um número de conectores tal que
Q
n
< V
h
/ 2;
Considera-se trabalhando apenas uma altura
a da laje de concreto, proporcional a Q
n
(Fig. 4.10), e dada por:
a
C
=
066, f b
ck
(4.15)
Com a força resultante da compressão no concreto igual a:
C =
07
09
,
,
Q
n
(4.16)
Tendo em vista o valor reduzido de
C, a linha neutra da seção plastificada estará
necessariamente na viga de aço e, por equilíbrio, a força de compressão resultante nesta
viga vale:
[]
=−CC
1
2
(A f )
ya
(4.17)
E a resistência nominal ao momento fletor da viga mista é
MC y t dy
ncc
=
−−+
(d - y )+ C
a
2
t t
(4.18)
com
y
t
e y
c
calculados como no tópico b.
t
c
h
f
y
t
y
c
y
LNP
C'
T
b
a
C
Figura 4.10 - Interação parcial.
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 74
4.3.1.2 Vigas semi esbeltas:
35 56,/ / ,/Ef htw Ef
yy
<≤
Neste caso de vigas semi esbeltas ou classe 3, há possibilidade de ocorrência de
flambagem local da alma em regime inelástico, ver Figura 4.5 nesse capítulo. As
tensões atuantes na viga mista devem ser limitadas de modo que o limite elástico não
seja ultrapassado. Assim, as seguintes condições precisam ser atendidas:
f
dt
φ
f
y
com
φ
= 0,90 (4.19)
f
dc
φ
f
ck
com
φ
= 0,70 (4.20)
Onde:
f
dt
é a tensão de tração de cálculo na face inferior da viga de aço;
f
dc
a tensão de compressão de cálculo na face superior da laje de concreto, ambas
determinadas por processo elástico.
Para se chegar às propriedades geométricas da viga mista, deve-se trabalhar com uma
seção transformada, na qual a área de concreto é convertida numa área equivalente de
aço, reduzindo-se sua largura efetiva
b para
b
b
N
tr
=
(4.21)
com
N
E
E
c
=
(4.22)
sendo
E e E
c
, respectivamente, os módulos de elasticidade do aço e do concreto. Se a
linha neutra elástica situar-se na laje de concreto, deve ser ignorada a participação do
concreto na zona tracionada.
As Figuras 4.6 e 4.7 ilustram o cálculo das propriedades geométricas da seção
transformada para linha neutra elástica na viga de aço ou na laje de concreto (o índice
a
refere-se à viga de aço isolada e o índice
tr à seção transformada).
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 75
t
c
d
b
b
tr
=b/N
LNE
x
x
y
tr
y
a
h
f
t
c
d
b
b
tr
=b/N
LNE
x
x
y
tr
y
a
a
h
f
Figura 4.11 - Seção transformada com linha neutra elástica na viga de aço e na laje de concreto.
A altura da linha neutra elástica é igual a:
y
Ay A d
t
AA
tr
aa c
c
ac
=
+
+
+
..
2
Se y
tr
d então:
A linha neutra elástica está passando pela viga de aço e,
IIAyy
bt
Ad
t
y
tr a a tr a
tr c
c
c
tr
=+ + +
+
+−
.( )
.
.
2
3
2
12
2
Senão
Se y
tr
> d então:
A linha neutra elástica passando pela laje de concreto e,
IIAyy
ba
bad t
a
y
tr a a tr a
tr
tr c tr
=+ + +
++
.( )
.
..
2
3
2
12
2
Fim se.
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 76
Para interação total temos:
O módulo de resistência inferior será: ()W
I
y
tr i
tr
tr
= (4.23)
O módulo de resistência superior será : ()
()
W
I
dt y
tr s
tr
ct
=
+−
r
(4.24)
Se M
d
é o momento fletor de cálculo, as tensões de cálculo (Figura 4.8) serão:
f
M
W
dt
d
tr
=
( )
i
(4.25)
f
M
NW
dc
d
tr
=
( )
s
(4.26)
Na determinação de
f
dc
, a divisão por N, sendo N dado pela Equação 4.20, ocorre por ter
o concreto módulo de elasticidade
N vezes inferior ao do aço.
y
tr
b
LNE
b
LNE
y
tr
Figura 4.12 – Tensões de cálculo
Para interação parcial, deve-se proceder substituindo-se
(W
tr
)
i
por um módulo de
resistência equivalente dado por FAKURY et al (1997):
[]
WW
Q
V
WW
ef a
n
h
tr a
=+ )
i
( (4.27)
Onde:
W
a
é o módulo resistente inferior da viga de aço isolada. Usam-se n conectores e
determina-se
Q
n
conforme a Equação 4.14 e V
h
conforme o Capítulo 3, item 3.6.
Pela NBR 8800/86, não se pode ter
Q
n
<V
h
/2.
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 77
4.3.2 Verificação para construções não escoradas
Para as construções não escoradas, devem ser atendidas todas as condições relacionadas
às construções escoradas e além disso:
de acordo com o item 4.2, a viga de aço isolada deve resistir a todas as ações
que a solicitam antes do concreto atingir resistência igual a 0,75 fck;
a tensão de tração na face inferior da viga deve atender à limitação
MM
W
GL
ef
+≤
a
y
W
f090,
(4.28)
com M
G
e ML sendo os momentos fletores devidos às ações aplicadas,
respectivamente, antes e depois da resistência do concreto atingir 0,75 fck,
usando ações de cálculo para vigas com
35 56,/ / ,/Ef htw Ef
yy
<≤
e
ações nominais para vigas com
htw E f
y
/,/ 35
. Os módulos de
resistência W
a
e W
ef
são determinados conforme estudado em 4.3.1.2.
4.4 VERIFICAÇÃO AO ESFORÇO CORTANTE
Na verificação da viga mista ao esforço cortante, admite-se que a alma da viga de aço
isolada deva resistir a todo o esforço, devendo ser atendida a condição:
V
d
φ
V
vn
(4.29)
onde
V
d
é a força cortante de cálculo, causada por todas as ações que solicitam a viga
mista e o produto
(
φ
v
V
n
) a resistência de cálculo, determinada considerando-se apenas a
resistência da alma da viga de aço isolada, conforme o estudo referente a barras
submetidas à flexão simples. Portanto, de acordo com este estudo, tem-se
φ
v
igual a 0,9
e
V
n
dado através do gráfico V
n
x
λ
mostrado na Figura 4.15.
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 78
V
r
V
n
V
pl
λ
r
y
kE
f
= 14,.
.
λ
p
y
kE
f
= 108,.
.
λ
=
h
t
w
060,.A
w
. f
y
λ
λ
p
.V
pl
128,.
λ
λ
p
2
pl
.V
Figura 4.13 - Resistência da alma ao cisalhamento.
Observa-se que quando não está previsto o uso de enrijecedores para a alma da viga, o
valor do parâmetro
k é tomado igual a 5,34. Desta forma, a resistência nominal V
n
é
calculada como se segue:
V . f , se =
h
t
y
w
npl w p
y
VA
E
f
== ≤=060 25,. ,
λλ
(4.30)
V .V , se = 2,5
h
t
=
pl
w
n
p
p
y
r
y
E
f
E
f
=<=
λ
λ
λλλ
324, (4.31)
V .V , se
b
t
p
2
pln
y
E
f
=
=> =128 324,. ,
λ
λ
λλ
r
(4.32)
Onde:
A
w
é a área da alma da viga dada por:
(d.t
w
) no caso de perfis laminados e;
(h.t
w
) no caso de perfis soldados.
4.5 VERIFICAÇÃO DA DEFORMAÇÃO ELÁSTICA
Deve-se controlar a deformação elástica das vigas mistas com base nas limitações
recomendadas para barras fletidas da NBR 8800/86.
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 79
Para obtenção da deformação elástica, usa-se o momento de inércia da seção
transformada,
I
tr
, calculado como mostrado em 4.3.1.2, exceto nos casos de interação
parcial, quando é necessário utilizar um momento de inércia efetivo dado por:
[]
II
Q
V
II
ef a
n
h
tr a
=+ (4.33)
onde
I
a
é o momento de inércia da seção da viga de aço isolada. Q
n
e V
h
são obtidos
conforme os itens 4.3.1.1 c e Capítulo 3, respectivamente.
No caso de construções não escoradas, a deformação elástica provocada pelas ações que
solicitam a viga de aço isolada, antes da cura do concreto, pode ser elevada. Na prática,
este problema costuma ser resolvido prevendo uma contra flecha adequada para a viga
de aço.
4.5.1 Verificação da deformação pela Norma Européia
Cálculo das flechas antes e depois da cura do concreto, carga permanente e sobrecarga,
de acordo com o tipo de construção temos o cálculo:
Antes da cura
δ
ac
= 5 * q
G
* L
4
/ (384 * E * I
x
)
Depois da cura, flecha de curta duração
δ
dpcurta
= 5 * q
1pp
* L
4
/ (384 * E * I
tr
)
Depois da cura, flecha de longa duração
δ
dplonga
= 5 * q
1pp
* L
4
/ (384 * E * I
tr
')
Devido a deformação lenta
δ
dl
= δ
dplonga
- δ
dpcurta
Devido a sobrecarga
δ
ds
= 5 * q
sc
* L
4
/ (384 * E * I
tr
)
Flecha devido ao carregamento variável e deformação lenta
δ
2
= δ
dl
+ δ
ds
Flecha total:
δ
max
= δ
ac
+ δ
ds
+ δ
dplonga
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 80
Agora os valores de δ
max
e δ
2
devem ser inferiores a L/250 e L/350, respectivamente,
segundo o Eurocode, para pisos e coberturas.
Para cálculo da flecha depois da cura do concreto, de curta duração, carga permanente
temos:
δ
dpcurta
: flecha para cargas de curta duração
δ
dplonga
: flecha para cargas de longa duração
δ
dl
: efeito da deformação lenta no deslocamento
δ
ds
: flecha de curta duração só sobrecarga.
δ
2
: variação da flecha da viga devido ao carregamento variável somado ao devido à
deformação lenta do concreto.
δ
dl
: flecha devido à deformação lenta
δ
ds
: flecha devido à sobrecarga
δ
max
: flecha devido às cargas de longa duração somado à de sobrecarga
I
x
: momento de inércia relativo ao eixo x
I
tr
: momento de inércia relativo a seção da seção da viga transformada
Z: momento de inércia efetivo
Para cálculo da flecha antes da cura do concreto, só para carga permanente temos:
δ
ac
: 5.(q
G
).L
4
/(384.E.I
x
)
q
sc
: sobrecarga
q
1pp
: peso próprio
q
G
: carga permanente
I
x
: momento de inércia relativo ao eixo x
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 81
Na tabela 4.1 abaixo temos os valores limites recomendados para deslocamentos
verticais (EUROCODE 3-1993).
Tabela 4.1 - Valores limites recomendados para deslocamentos verticais
Nota:
δ
max
= flecha no estado final
relativamente à linha reta que une os
apoios
δ
0
= δ
max =
contra-flecha da viga no
estado não carregado (estagio 0)
δ
1
= δ
1=
variação da flecha da viga
devida às ações permanentes
imediatamente após a sua aplicação
(estagio 1)
δ
2
= δ
2
variação da flecha da viga devida
às ações variáveis acrescida de
deformações diferidas devidas às ações
permanentes (estagio 2)
L = L - vão da viga ou duas vezes o
balanço da consola, no caso de vigas em
console.
Limites
Condições
δ
max
δ
2
1. Coberturas em geral L/200 L/250
2. Coberturas utilizadas frequentemente por pessoas,
para além do pessoal de manutenção
L/250 L/300
3. Pavimentos em geral L/250 L/300
4. Pavimentos e coberturas que suportem rebocos ou
outros acabamentos frágeis ou divisórias não flexíveis
L/250 L/350
5. Pavimentos que suportem pilares L/400 L/500
6. Quando δ
max
possa afectar o aspecto do edifício
L/250 --
Vigas Mistas Capítulo 4 – Cálculo das vigas mistas
Página 82
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
T
U
U
L
L
O
O
5
5
O
O
P
P
R
R
O
O
G
G
R
R
A
A
M
M
A
A
5.1 PROGRAMAÇÃO
Para a elaboração do programa, primeiramente foram feitos pesquisas e estudos sobre o
assunto Vigas Mistas, depois partiu-se para a definição do fluxograma, base da
programação em Visual Basic.
5.2 FLUXOGRAMA
Abaixo segue a fluxograma com a descrição de todo o procedimento lógico elaborado
nesse trabalho para o cálculo de vigas mistas simplesmente apoiadas.
INÍCIO
L
infl
= d
ve
/2 + d
vd
/2
PP
laje
= γ
c
.t
c
.L
infl
PP
forma
= 0.25.L
infl
q
g
= PP
viga
+ PP
conect
+ PP
laje
+ PP
forma
M
g
= q
g
.L
2
/8
M
d1
= γ
g
.M
g
PP
revest
= 0.5.L
infl
PP
forro
= 0.3.L
infl
PP
parede
= 1.L
infl
q1
pp
= PP
revest
+ PP
forro
+ PP
parede
M1
pp
= q1
pp
.L
2
/ 8
PP
norma
= 2.L
infl
q
sc
= PP
norma
M
sc
= q
sc
.L
2
/ 8
M
L
= M1
pp
+ M
sc
M
d
= 1,4.(M
g
+ M1
pp
) + 1,5.M
sc
V
pp
= (q
g
+ q1
pp
).L / 2
V
sc
= q
sc
.L / 2
V
d
= 1,4.V
pp
+ 1,5.V
sc
A
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 84
VIGA
ESCORADA
λ = h/t
w
λ
p
= 3,5 E/f
y
)
λ
r
= 5,6 E/f
y
M
p
= Z
x
f
y
M
r
= W
r
f
y
λ <λ
p
M
nFLA
=M
p
M
nFLA
=M
p
-(M
p
-M
r
) (λ- λ
p
)/ (λr- λ
p
)
PERFIL
LAMINADO
s
K
1
= 0,82
K2
=
067
K
1
= 0,62
K2 = 0 38
2
N
N
s
N
S
A
1
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 85
2
λ = b
fi
/ (2t
f
)
λ
p
= 0,38 E/f
y
)
f
r
= 11,5
λ
r
= K
1
E/ (f
y
-f
r
)
M
p
= Z
x
f
y
M
r
= W
r
(f
y
-f
r
)
s
N
λ <
λ
p
s
M
nFLM
=M
p
λ
p
< λ <
λ
r
M
nFLM
=M
p
-(M
p
-M
r
) (λ- λ
p
)/ (λr- λ
p
)
M
nFLM
=K
2
W
x
E/ λ
2
N
s
N
M
nFLA
< M
nFLM
M
n
= M
nFLA
M
n
= M
nFLM
3
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 86
3
M
n
= 1,25 W
x
f
y
M
d1
> 1,25 W
x
f
y
M
n
> 1,25 W
x
f
y
S
N
Tentar outro perfil
1
S
N
S
N
Viga de borda?
L/12<6t
c
+b
fs
b=L/12 b=6t
c
+b
fs
(b
fs
+d
ve
)/2<b
b=(b
fs
+d
ve
)/2
L/4<16t
c
+b
fs
b=L/4 b=16t
c
+b
fs
(d
ve
+d
vd
)/2<b
b=(d
ve
+d
vd
)/2
S
S
N N
S
S
N N
4
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 87
4
h/t
w
<=3,5E/f
y
0,66.f
ck
.b.tc>A.f
y
S
N
a=A.f
y
/(0,66.f
ck
.b)
d
1
=((t
f
/2).(b
fs
.t
f
)+(t
f
+h/2)(t
w
.h)+(3t
f
/2+t
f
))/A
M
n
=A.f
y
.(d
1
+h
f
+t
c
-a/2)
C=0,66.fck.b.tc
C’=(A.fy-C)/2
T=C+C’
C’<=(b
fs
.t
f
).f
y
y
barra
=t
f
+h.(C’-b
fs
.t
f
.f
y
)/(h.t
w
.f
y
)
y
c
=((t
f
/2)(t
f
.b
fs
)+(t
f
+(y
barra
-t
f
)/2).(t
w
.(y
barra
-t
f
)))/(t
f
.b
fs
+t
w
.(y
barra
-t
f
))
y
t
=(t
f
/2)(t
f
.b
fi
)+(t
f
+(d-y
barra
-t
f
)/2).(t
w
.(d-y
barra
-t
f
))/(t
f
.b
fi
+t
w
.(d-
y
b
arra
-t
f
))
y
barra
=t
f
.C’/(b
fs
.t
f
.f
y
)
y
c
=y
barra
/2
y
t
=((t
f
/2).(b
fi
.t
f
)+(t
f
+h/2).(t
w
.h)+(t
f
+h+(t
f
-
y
barra
)/2).b
fs
.(t
f
-y
barra
))/(A-b
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.y
barra
)
M
n
=C’(d-y
t
-y
c
)+C(t
c
/2+d-y
t
)
5
5
S
N
S
N
15
S
3,5E/f
y
<=
h/t
w
<=5
,
6
N
Tentar outro
perfil
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 88
5
M
d
<=
φ
b
.M
n
S
Tentar outro perfil
N
Interação é parcial?
A.f
y
<=0,85.f
ck
.b.t
c
Q
n
=A.f
y
.grau
V
h
=A.f
y
Q
n
=0,85.f
ck
.b.t
c
.grau
V
h
=0,85.f
ck
.b.t
c
S N
7
S N
6
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 89
6
C=Q
n
.0,7/0,9
C’=(A.f
y
-C)/2
T=C+C’
C’<=(b
fs
.t
f
).f
y
S N
y
barra
=t
f
.C’/(b
fs
.t
f
.f
y
)
y
c
=y
barra
/2
y
t
=((t
f
/2).(b
fi
.t
f
)+(t
f
+h/2).(t
w
.h)+(t
f
+h+(t
f
-
y
barra
)/2).b
fs
.(t
f
-y
barra
))/(A-b
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.y
barra
)
y
barra
=t
f
+h.(C’-b
fs
.t
f
.f
y
)/(h.t
w
.f
y
)
y
c
=((t
f
/2)(t
f
.b
fs
)+(t
f
+(y
barra
-t
f
)/2).(t
w
.(y
barra
-t
f
)))/(t
f
.b
fs
+t
w
.(y
barra
-
t
f
))
y
t
=(t
f
/2)(t
f
.b
fi
)+(t
f
+(d-y
barra
-t
f
)/2).(t
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.(d-y
barra
-t
f
))/(t
f
.b
fi
+t
w
.(d-
y
barra
-t
f
))
M
nPARC
=C’(d-y
t
-y
c
)+C(t
c
-a/2+d-y
t
)
M
d
<=
φ
b
.M
N
S
x=grau+(1-grau).(M
d
-f.M
nPARC
)/(f.M
n
-f.M
nPARC
)
Q
n
=x.V
h
7
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 90
7
Escorada?
Perfil está
ok até aqui
8
S N
n=E/E
c
n’=3.E/E
c
b
tr
=b/n
b
tr
’=b/n’
y
a
=((b
fs
.t
f
).(d-t
f
/2)+(h.t
w
).(d/2)+(b
fi
.t
f
).(t
f
/2))/(b
fs
.t
f
+b
fi
.t
f
+h.t
w
)
A
c
’=b
tr
.t
c
y
tr
=A.y
a
+a
c
’.(d+t
c
/2)/(A+A
c
’)
y
t
r
<d
I
tr
=I
x
+A.(y
tr
-y
a
)
2
+b
tr
.t
c
3
/12+A
c
’.(d+t
c
/2-y
tr
)
2
I
t
r
’=I
x
+A.(y
t
r
-y
a
)
2
+b
t
r
’.t
c
3
/12+A
c
’.(d+t
c
/2-y
t
r
)
2
S N
a=d+t
c
-y
tr
I
tr
=I
x
+A.(y
tr
-y
a
)
2
+b
tr
.a
3
/12+b
tr
.a.(d+t
c
-a/2-y
tr
)
2
I
tr
’=I
x
+A.(y
tr
-y
a
)
2
+b
tr
’.a
3
/12+b
tr
’.a.(d+t
c
-a/2-y
tr
)
2
(W
tr
)
i
=I
tr
/y
tr
(W
tr
)
s
=I
tr
/a
9
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 91
9
Interação é total?
S N
W
ef
=W
x
+(Q
n
/V
h
)
1/2
.[(W
tr
)
i
-W
x
] W
ef
=(W
tr
)
i
M
G
’/W
x
+M
L
/W
ef
<0,9.f
S N
Perfil
está OK
Tentar outro
perfil
8
Interação completa?
S N
Z=I
tr
Z’=I
tr
I
ef
=I
x
+(Q
n
/V
h
)
1
/
2
.(I
tr
-I
x
)
I
ef
’=I
x
+(Q
n
/V
h
)
1/2
.(I
tr
’-I
x
)
Z=I
ef
Z’=I
ef
10
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 92
10
Viga escorada?
S N
δ
dpcurta
=5.(q
1pp
).L
4
/(384.E.Z)
δ
ac
=5.(q
G
).L
4
/(384.E.I
x
)
δ
dplonga
=5.( q
1pp
).L
4
/(384.E.Z’)
δ
dpcurta
=5.(q
1pp
).L
4
/(384.E.Z)
δ
dplonga
=5.( q
1pp
).L
4
/(384.E.Z’)
δ
dl
= δ
dplonga
- δ
dpcurta
δ
ds
=5.(q
sc
).L
4
/(384.E.Z)
δ
dl
= δ
dplonga
- δ
dpcurta
δ
ds
=5.(q
sc
).L
4
/(384.E.Z)
δ
2
= δ
d1
+ δ
ds
δ
max
= δ
ds
+ δ
dplonga
δ
2
= δ
d1
+ δ
ds
δ
max
= δ
ds
+ δ
dplonga
+ δ
ac
δ
max
<L/250 e
δ
2
<L/350
S N
Escolher outro
perfil
Perfil está ok
a=L
S N
a/h<1
K=4+5,34/(a/h)
2
K=5,34+4/(a/h)
2
K=5,34
a/h<3
S N
11
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 93
11
λ=h/t
w
λ
p
=1,08.(k.E/f
y
)
1/2
λ
r
=1,40.(k.E/f
y
)
1/2
V
pl
=0,55.h.t
w
.f
y
λ<
λ
p
Vn=Vpl
Vn=Vpl.
λ
p
/
λ
Vn=Vpl.1,28.(λ
p
/λ)
2
λ
<
λ
r
S N
S N
V
d
<
φ
.V
n
Perfil está ok
Escolher outro
perfil
S N
12
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 94
15
n=E/E
c
n’=3.E/E
c
b
tr
=b/n
b
tr
’=b/n’
y
a
=((b
fs
.t
f
).(d-t
f
/2)+(h.t
w
).(d/2)+(b
fi
.t
f
).(t
f
/2))/(b
fs
.t
f
+b
fi
.t
f
+h.t
w
)
A
c
’=b
tr
.t
c
y
tr
=A.y
a
+a
c
’.(d+t
c
/2)/(A+A
c
’)
y
t
r
<d
I
tr
=I
x
+A.(y
tr
-y
a
)
2
+b
tr
.t
c
3
/12+A
c
’.(d+t
c
/2-y
tr
)
2
I
t
r
’=I
x
+A.(y
t
r
-y
a
)
2
+b
t
r
’.t
c
3
/12+A
c
’.(d+t
c
/2-y
t
r
)
2
S N
a=d+t
c
-y
tr
I
tr
=I
x
+A.(y
tr
-y
a
)
2
+b
tr
.a
3
/12+b
tr
.a.(d+t
c
-a/2-y
tr
)
2
I
tr
’=I
x
+A.(y
tr
-y
a
)
2
+b
tr
’.a
3
/12+b
tr
’.a.(d+t
c
-a/2-y
tr
)
2
(W
tr
)
i
=I
tr
/y
tr
(W
tr
)
s
=I
tr
/a
Interação é total?
S N
W
ef
=W
x
+(Q
n
/V
h
)
1/2
.[(W
tr
)
i
-W
x
] W
ef
=(W
tr
)
i
13
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 95
13
f
dt
=M
d
/W
ef
f
dc
=M
d
/(N.W
ef
)
f
dt
<
φ
.f
y
e f
dc
<
φ
’.f
ck
S N
Escolher
outro perfil
Perfil está ok
8
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 96
Conector Stud-Bolt?
fck<28 MPa?
T=A.f
y
C=0,85.f
ck
.b.t
c
A
cs
=p.d
f
2
/4
T<C
V
h
=T V
h
=C
Mudar f
ck
20<fck<28 MPa?
T=A.f
y
C=0,85.f
c
k
.b.t
c
T<C
V
h
=T V
h
=C
Mudar f
ck
q
n
=0,0365.(t
f
+0,5.t
w
).L
cs
.f
ck
1
/
2
N=V
h
/q
n
Arredonda N
0,5.A
cs
.(f
ck
.E
c
)
1/2
<A
cs
.f
u
q
n
=0,5.A
cs
.(f
ck
.E
c
)
1/2
q
n
= A
cs
.f
u
14
S N
S N S N
S N
S N
S N
12
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 97
14
Nervura transversal?
C
red
=0,85.(h
cs
/h
f
-1).b
f
/h
f
C
red
=0,6.(h
cs
/h
f
-1).b
f
/h
f
C
red
=1
b
f
/h
f
<1,5
C
red
>1
C
red
=1
q
n
=C
red
.q
n
N=V
h
/q
n
Arredonda N
Laje Nervurada?
S N
S N
S N
S N
FIM
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 98
5.3 PROGRAMA
São apresentadas abaixo, telas do programa pedagógico elaborado na linguagem de
programação Visual Basic de acordo com o fluxograma descrito acima.
O programa consiste de telas interativas onde o usuário insere os dados para o cálculo
de Vigas Mistas, descritas abaixo:
Perfil Metálico - figura 5.6, consiste na tela de escolha do perfil, através de
entrada de dados nas caixas de dimensões ou através de uma tabela de perfis
“I” existente. As propriedades do perfil são calculadas e exibidas na tela.
Laje - figura 5.7, permite a escolha de laje maciça ou steel deck, com entrada
das medidas através de digitação ou escolha do steel deck através de uma
lista. Os dados do f
ck
e o γ
c
do concreto também são requeridos.
Posicionamento – figura 5.9, permite a escolha do posicionamento da viga, se
interna ou de borda, a inserção do comprimento da viga, distância entre vãos e
escolha do tipo de construção, se escorada ou não escorada. Caso a laje
escolhida na tela da figura 5.7 for do tipo steel deck, o programa permite a
escolha do posicionamento das nervuras transversais ou longitudinais ao
perfil.
Conectores – figura 5.10 e figura 5.11, consiste na tela de escolha do
conector, se stud bolt (pino com cabeça) ou perfil “U”, através de entrada de
dados nas caixas de dimensões ou de tabelas de conectores existentes. Permite
também a escolha do tipo de interação da laje de concreto com viga de aço, se
total ou parcial, onde, nesse último caso, deve-se colocar o grau de interação.
Os dados f
u
e f
y
do aço que compõe o conector são fornecidos pelo usuário.
Resolução – nessa tela, figura 5.12 gera o relatório didático com todos os
passos para o cálculo da viga mista com formulação e resolução dos
resultados finais, com os seguites itens:
1- Propriedades dos materiais
1.1- Vigas de aço
1.2- Conectores
1.3- Laje de concreto
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 99
2- Propriedades geométricas
2.1- Perfil de aço da viga mista
2.2- Conectores Stud-Bolt/ tipo U
2.3- Laje Steel-Deck
3- Carregamentos
3.1- Cálculo da largura de influência
3.2- Carregamentos antes da cura
3.3- Carregamentos depois da cura
3.4- Carregamentos devido à sobrecarga
3.5- Composição de carregamentos
4- Dimensionamento como viga de aço isolada
4.1- Flambagem local da alma (FLA)
4.2- Flambagem local da mesa (FLM)
4.3- Flambagem lateral por torção (FLT)
4.4- Resistência nominal ao momento fletor
5- Dimensionamento da viga mista
5.1- Cálculo da largura efetiva
5.2- Definição da classe da viga
5.3- Verificação da posição da linha neutra
5.4- Considerações para interação da viga
5.5- Cálculo da seção transformada
5.6- Considerações para o escoramento da viga
6- Verificação da flecha
7- Verificação do esforço cortante na alma da viga
8- Conectores de cisalhamento
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 100
8.1- Cálculo do número de conectores
8.2- Disposições construtivas
Resumo – figura 5.13, gera um relatório resumo com os principais tópicos do
resultado final.
Teoria – as figuras 5.3, 5.4 e 5.5 são três telas com uma teoria resumida sobre
vigas mistas, pois o foco principal é mostrar a prática dos cálculos
demonstrado nos relatórios final e resumido, de uma forma didática.
5.4 TELAS DO PROGRAMA
Figura 5.1 – Tela inicial de créditos do programa
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 101
Figura 5.2 – Tela de apresentação do programa
Figura 5.3 – Tela exposição do resumo da teoria sobre vigas mistas – parte 1/3
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 102
Figura 5.4 – Tela exposição do resumo da teoria sobre vigas mistas – parte 2/3
Figura 5.5 – Tela exposição do resumo da teoria sobre vigas mistas – parte 3/3
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 103
Figura 5.6 – Tela de definição das dimensões do perfil de aço e das propriedades
Figura 5.7 – Tela de definição das dimensões da laje steel deck
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 104
Figura 5.8 – Tela de definição da espessura da laje maciça
Figura 5.9 – Tela de definição do comprimento do vão e do espaçamento entre vigas
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 105
Figura 5.10 – Tela de definição das dimensões conector stud bolt (pino com cabeça)
Figura 5.11 – Tela de definição das dimensões conector perfil “U”
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 106
Figura 5.12 – Tela do relatório de dimensionamento gerado pelo programa
Figura 5.13 – Tela do resumo do relatório de dimensionamento
Vigas Mistas Capítulo 5 – Programa
Página 107
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
T
U
U
L
L
O
O
6
6
E
E
X
X
E
E
R
R
C
C
Í
Í
C
C
I
I
O
O
R
R
E
E
S
S
O
O
L
L
V
V
I
I
D
D
O
O
6.1 EXERCÍCIO Nº 1
6.1.1 Dados de entrada
viga mista
3000 mm
erfil
M A-36
fu = 40,00 kN/cm² E = 20500 kN/cm²
165,0 mm bfi = 165,0 mm
lasse 20
347,87 kN/cm² γ
c
= 25,00 kN/m³
onect ento
fu = 41,50 kN/cm² E = 20500 kN/cm²
rga permanente antes da cura do concreto (seção de aço)
seção mista)
Parâmetros Globais
Cálculo como
Construção não escorada
Viga interna – distância lateral =
Vão = 12000,00 mm
P Metálico
Aço: AST
fy = 25,00 kN/cm²
Designação: W 530 x 66.0
d = 525,0 mm bfs =
tw = 8,983 mm tfs = 11,4 mm tfi = 11,4 mm
Laje de Concreto
Concreto: C
fck = 25 Mpa Ec = 2
Tipo: Forma-laje SteelDeck fabricante: Metform
tc = 10,00 cm
C ores de cisalham
Aço: ASTM A-108
fy = 34,50 kN/cm²
Designação: Ciser Tipo: Pino com cabeça
hcs = 80,00 mm dcs = 19,00 mm
Carregamentos
CP1 - Ca
SC1 - Carga acidental antes da cura do concreto (seção de aço)
CP2 - Acréscimo de carga permanente após a cura do concreto (
SC2 - Carga acidental após a cura do concreto (seção mista)
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 109
Figura 6.1 – Dados do perfil.
Figura 6.2 – Dados da laje.
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 110
Figura 6.3 – Dados do comprimento e posicionamento do perfil na laje.
Figura 6.4 – Dados do conector.
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 111
6.1.2 Dimensionamento de viga mista
1- Propriedades dos materiais
1.1- Vigas de aço
O aço utilizado é ASTM-A36, e suas propriedades são:
E
= 20.500 kN/cm
2
= 205.000 MPa - módulo de elasticidade longitudinal do aço
f
y
= 25 kN/cm
2
= 250 MPa - limite nominal de escoamento
f
u
= 40 kN/cm
2
= 400 MPa - limite nominal de resistência à tração
1.2- Conectores
O aço utilizado é ASTM-A108, e suas propriedades são:
E
= 20.500 kN/cm
2
= 205.000 MPa - módulo de elasticidade longitudinal do aço
f
y
= 35 kN/cm
2
= 345 MPa - limite nominal de escoamento
f
u
= 41 kN/cm
2
= 410 MPa - limite nominal de resistência à tração
1.3- Laje de concreto
f
ck
= 2,5 kN/cm
2
= 25 MPa - resistência característica do concreto
γ
c
= 25,00 kN/m
3
- peso específico do concreto
E
c
= 42 * γ
c
1,5
* f
ck
1/2
E
c
= 42 * 25,00
1,5
* 25
1/2
E
c
= 2.625,00 kN/m
2
= 26.250,00 MPa - módulo de elasticidade do concreto
2- Propriedades geométricas
2.1- Perfil de aço da viga mista
O perfil utilizado é W 530 x 66.0, e suas propriedades geométricas são:
d
= 52,50 cm - altura do perfil
t
w
= 0,90 cm - espessura da alma
b
fi
= 16,50 cm - largura da mesa inferior
b
fs
= 16,50 cm - largura da mesa superior
t
f
= 1,14 cm - espessura da mesa
h
= 50,22 cm - altura da alma
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 112
A
= 82,73 cm
2
- área da seção da viga
Z
x
= 1.532,47 cm
3
- módulo de resistência plástico da seção da viga
W
x
= 1.306,45 cm
3
- módulo de resistência elástico da seção da viga
I
x
= 34.294,40 cm
4
- momento de inércia da seção da viga
2.2- Conectores Stud-Bolt
O conector utilizado é Ciser 19x80, e suas propriedades geométricas são:
h
cs
= 8,00 cm
d
cs
= 1,90 cm
A
cs
= 2,84 cm
2
2.3- Laje Steel-Deck
A laje utilizada é , e suas propriedades geométricas são:
t
c
= 10,00 cm
h
f
= 5,00 cm
b
f
= 16,00 cm
b
fi
= 12,00 cm
S
d
= 25,00 cm
3- Carregamentos
3.1- Cálculo da largura de influência
A viga que está sendo dimensionada está entre duas outras, distanciadas de 3,00 m, à
esquerda, e 3,00 m, à direita. Portanto, a largura de influência da viga é dada por:
L
inf
= (3,00 + 3,00) / 2
L
inf
= 3,00 m
3.2- Carregamentos antes da cura
Os carregamentos
nominais considerados antes da cura do concreto são:
Peso próprio da viga = 0,63 kN/m
Peso próprio dos conectores = 10% do peso próprio da viga = 0,06 kN/m
Peso próprio da laje = γ
c
* t
c
= 2,50 kN/m
2
Peso próprio da forma = 0,25 kN/m
2
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 113
q
g
= 0,63 + 0,06 + (2,50 + 0,25) * L
inf
q
g
= 10,33 kN/m
M
g
= q
g
* L
2
/ 8
M
g
= 10,33 * 12,00
2
/ 8
M
g
= 185,93 kN*m (momento fletor nominal)
M
d1
= γ
g
* M
g
M
d1
= 1,30 * 185,93
M
d1
= 241,71 kN*m (momento fletor de cálculo)
3.3- Carregamentos depois da cura do concreto
Os carregamentos
nominais considerados depois da cura do concreto são:
3.3.1- Carregamentos devido ao peso próprio
Revestimento = 0,50 kN/m
2
Forro = 0,30 kN/m
2
Paredes = 1,00 kN/m
2
q
1pp
= (0,50 + 0,30 + 1,00) * L
inf
q
1pp
= 5,40 kN/m
M
1pp
= q
1pp
* L
2
/ 8
M
1pp
= 5,40 * 12,00
2
/ 8
M
1pp
= 97,20 kN*m
V
pp
= (q
g
+ q
1pp
) * L / 2
V
pp
= (10,33 + 5,40) * 12,00 / 2
V
pp
= 94,38 kN
3.3.2- Carregamentos devido à sobrecarga
Carga segundo a norma NBR 6120/1980 = 2,00 kN/m
2
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 114
q
sc
= 2,00 * L
inf
q
sc
= 6,00 kN/m
M
sc
= q
sc
* L
2
/ 8
M
sc
= 6,00 * 12,00
2
/ 8
M
sc
= 108,00 kN*m
V
sc
= q
sc
* L / 2
V
sc
= 6,00 * 12,00 / 2
V
sc
= 36,00 kN
3.4- Composição de carregamentos
Momento fletor nominal:
M
L
= M
1pp
+ M
sc
M
L
= 97,20 + 108,00
M
L
= 205,20 kN*m
Momento fletor de cálculo, usando coeficientes de ponderação da NBR 8800:
M
d
= 1,4 * (M
g
+ M
1pp
) + 1,5 * M
sc
M
d
= 1,4 * (185,93 + 97,20) + 1,5 * 108,00
M
d
= 558,38 kN*m
Força cortante total de cálculo:
V
d
= 1.4 * V
pp
+ 1.5 * V
sc
V
d
= 1.4 * 94,38 + 1.5 * 36,00
V
d
= 186,13 kN
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 115
4- Dimensionamento como viga de aço isolada
Como a laje não é escorada, então é necessário também dimensioná-la como viga de aço
isolada.
4.1- Flambagem local da alma (FLA)
λ = h / t
w
- parâmetro de esbeltez
λ = 50,22 / 0,90
λ = 55,91
λ
p
= 3,5 * (E / f
y
)
1/2
- p. de esbeltez-plastificação
λ
p
= 3,5 * (205.000 / 250)
1/2
λ
p
= 100,22
λ
r
= 5,6 * (E / f
y
)
1/2
- p. de esbeltez-início escoamento
λ
r
= 5,6 * (205.000 / 250)
1/2
λ
r
= 160,36
M
p
= Z
x
* f
y
-
mom.corresp. plastificação
M
p
= 1.532,47 * 35
M
p
= 38.311,76 kN*cm
M
r
= W
x
* f
y
- mom. corresp. início do escoamento)
M
r
= 1.306,45 * 35
M
r
= 32.661,33 kN*cm
Como temos que λ é menor do que λ
p
, então a resistência nominal ao momento fletor
devido à FLA é:
M
nFLA
= M
p
M
nFLA
= 38.311,76 kN*cm
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 116
4.2- Flambagem local da mesa (FLM)
λ = b
fi
/ (2 * t
f
)
λ = 16,50 / (2 * 1,14)
λ = 7,24
λ
p
= 0,38 * (E / f
y
)
1/2
λ
p
= 0,38 * (205.000 / 250)
1/2
λ
p
= 10,88
Para o cálculo de λ
r
, usa-se um coeficiente k
1
, que vale 0,82 para perfis laminados e
0,62 para perfis soldados. Como se trata de um perfil soldado, então:
k
1
= 0,62
Também é necessário usar o valor da tensão residual
f
r
= 11,5 kN/cm
2
. Logo:
λ
r
= k
1
* (E / (f
y
- f
r
))
1/2
λ
r
= 0,62 * (20.500 / (25 - 11,5))
1/2
λ
r
= 24,16
M
p
= Z
x
* f
y
M
p
= 1.532,47 * 35
M
p
= 38.312 kN*cm
M
r
= W
x
* (f
y
- f
r
)
M
r
= 1.306,45 * (25 - 11,5)
M
r
= 17.637 kN*cm
Como temos que λ
< λ
p
, então:
M
nFLM
= M
p
M
nFLM
= 38.311,76 kN*cm
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 117
4.3- Flambagem lateral por torção (FLT)
Não é necessário dimensionar a viga quanto a flambagem lateral por torção, pois a mesa
superior está travada com a laje. É preciso garantir o travamento contínuo da viga de
aço antes da cura do concreto.
4.4- Resistência nominal ao momento fletor
A resistência nominal ao momento fletor será o menor valor entre
M
nFLA
e M
nFLM
.
Portanto:
M
n
= 38.312 kN*cm
Além disso, a resistência nominal deve ser menor do que o valor do momento superior:
M
sup
= 1,25 * W
x
* f
y
(W => módulo resist. elástico mín. da seção)
M
sup
= 1,25 * 1.306,45 * 25
M
sup
= 40.827 kN*cm
Portanto a resistência nominal é:
M
n
= 38.312 kN*cm
Comparando-se o momento fletor de cálculo antes da cura (
M
d1
) com a resistência
nominal ao momento fletor (
M
n
) multiplicada pelo coeficiente de resistência ao
momento fletor (φ
b
= 0,9), temos:
M
d1
= 24.171 kN*cm
φ
b
* M
n
= 34.481 kN*cm
Como
M
d1
< φ
b
* M
n
, então o perfil está ok para o dimensionamento como viga de
aço isolada.
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 118
5- Dimensionamento da viga mista
5.1- Cálculo da largura efetiva
Como a viga que está sendo dimensionada é uma viga intermediária, então o valor da
largura efetiva deve ser o
menor valor entre os seguintes:
- 1/4 do vão da viga mista;
- 16 vezes a espessura da laje de concreto mais a largura da mesa superior da viga de
aço;
- Largura da mesa superior da viga de aço mais a metade das distâncias livres entre esta
mesa e as mesas superiores das vigas adjacentes.
Esses valores são:
L / 4 = 12,00 / 4
L / 4 = 3,00 m
16 * t
c
+ b
fs
= 16 * 10,00 + 16,50
16 * t
c
+ b
fs
= 1,77 m
(d
ve
+ d
vd
) / 2 = (3,00 + 3,00) / 2
(d
ve
+ d
vd
) / 2 = 3,00 m
Portanto, o valor da largura efetiva da laje é:
b = 1,77 m
5.2- Definição da classe da viga
Devemos verificar a classe da viga. Para tanto, deve-se comparar a relação
h/t
w
da
viga com o valor de
3,5*(E/f
y
)
1/2
. Assim:
h / t
w
= 50,22 / 0,90
h / t
w
= 55,91
3,5 * (E / f
y
)
1/2
= 3,5 * (205.000 / 250)
1/2
3,5 * (E / f
y
)
1/2
= 100,22
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 119
Logo, como o valor de h/t
w
é 55,91 e o de 3,5*(E/f
y
)
1/2
é 100,22, então a
classe da viga é 1 ou 2.
5.3- Verificação da posição da linha neutra
C = 0,66 * f
ck
* b * t
c
C = 0,66 * 2,5 * 176,50 * 10,00
C = 2.912,25 kN
A * f
y
= 82,73 * 25
A * f
y
= 2.068,32 kN
Como temos que
C > A*f
y
, então a linha neutra está localizada na laje de concreto.
a = (A * f
y
) / (0,66 * f
ck
* b)
a = (82,73 * 25) / (0,66 * 2,5 * 176,50)
a = 7,10 cm
d
1
= ((t
f
/ 2) * (b
fs
* t
f
) + (t
f
+ h/2) * (t
w
* h) + (3 * t
f
/ 2 + h) * (b
fi
+ t
f
)) / A
d
1
= ((1,14 / 2) * (16,50 * 1,14) + (1,14 + 50,22 / 2) * (0,90 * 50,22) + (3 * 1,14 / 2 +
50,22) * (16,50 + 1,14)) / 82,73
d
1
= 25,52 cm
M
n
= (A * f
y
) * (d
1
+ t
c
- a / 2)
M
n
= (82,73 * 25) * (25,52 + 10,00 - 7,10 / 2)
M
n
= 66.216,18 kN*cm
Como temos que
M
d
< φ
b
* M
n
, então o perfil está ok.
5.4- Considerações para interação da viga
Não há necessidade de considerações, pois a interação é total.
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 120
5.5- Cálculo da seção transformada
N = E / E
c
N = 205.000 / 26.250,00
N = 7,81
b
tr
= b / N
b
tr
= 1,77 / 7,81
b
tr
= 0,23 m
N' = 3 * E / E
c
N' = 3 * 205.000 / 26.250,00
N' = 23,43
b
tr
' = b / N'
b
tr
' = 1,77 / 23,43
b
tr
' = 0,08 m
y
a
= ((b
fs
* t
f
) * (d - t
f
/ 2) + (h * t
w
) * (d / 2) + (b
fi
* t
f
) * (t
f
/ 2)) / (b
fs
* t
f
+ b
fi
* t
f
+ h *
t
w
)
y
a
= ((16,50 * 1,14) * (52,50 - 1,14 / 2) + (50,22 * 0,90) * (52,50 / 2) + (16,50 * 1,14) *
(1,14 / 2)) / (16,50 * 1,14 + 16,50 * 1,14 + 50,22 * 0,90)
y
a
= 26,25 cm
A'
c
= b
tr
* t
c
A'
c
= 0,23 * 10,00
A'
c
= 226,01 cm
2
y
tr
= (A * y
a
+ A'
c
* (d + t
c
/ 2)) / (A + A'
c
)
y
tr
= (82,73 * 26,25 + 226,01 * (52,50 + 10,00 / 2)) / (82,73 + 226,01)
y
tr
= 49,13 cm
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 121
d = 52,50 cm
Como temos que
y
tr
<d, então:
I
tr
= I
x
+ A * (y
tr
- y
a
)
2
+ b
tr
* t
c
3
/ 12 + A'
c
* (d + t
c
/ 2 - y
tr
)
2
I
tr
= 34.294,40 + 82,73 * (49,13 - 26,25)
2
+ 0,23 * 10,00
3
/ 12 + 226,01 * (52,50 + 10,00
/ 2 - 49,13)
2
I
tr
= 95.321,12 cm
4
I
tr
' = I
x
+ A * (y
tr
- y
a
)
2
+ b
tr
' * t
c
3
/ 12 + A'
c
* (d + t
c
/ 2 - y
tr
)
2
I
tr
' = 34.294,40 + 82,73 * (49,13 - 26,25)
2
+ 0,08 * 10,00
3
/ 12 + 226,01 * (52,50 +
10,00 / 2 - 49,13)
2
I
tr
' = 94.065,53 cm
4
5.6- Considerações para o escoramento da viga
A viga não é escorada, portanto:
(W
tr
)
i
= I
tr
/ y
tr
(W
tr
)
i
= 95.321,12 / 49,13
(W
tr
)
i
= 1.940,34 cm
3
(W
tr
)
s
= I
tr
/ (d + t
c
- y
tr
)
(W
tr
)
s
= 95.321,12 / (52,50 + 10,00 - 49,13)
(W
tr
)
s
= 7.127,32 cm
3
Como a interação é total, então temos que o valor de
W
ef
é:
W
ef
= (W
tr
)
i
W
ef
= 1.940,34 cm
3
- módulo de resistência elástico efetivo
Finalmente, deve-se fazer a verificação:
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 122
M
g
/ W
x
+ M
L
/ W
ef
< 0,9 * f
y
Onde os valores de
M
g
e M
L
serão seus valores nominais, ou seja:
M
g
= 185,93 kN*m
M
L
= 205,20 kN*m
Assim, temos que:
M
g
/ W
x
+ M
L
/ W
ef
= 18.593 / 1.306,45 + 20.520 / 1.940,34
M
g
/ W
x
+ M
L
/ W
ef
= 24,81 kN/cm
2
e
0,9 * f
y
= 0,9 * 25
0,9 * f
y
= 22,50 kN/cm
2
Como a verificação foi satisfeita, então a tensão de tração da mesa está abaixo do valor
máximo admissível.
6- Verificação da flecha
Para o cálculo da flecha, temos:
Antes da cura
δ
ac
= 5 * q
G
* L
4
/ (384 * E * I
x
)
δ
ac
= 5 * 0,10 * 1.200,00
4
/ (384 * 20.500 * 34.294,40)
δ
ac
= 0,40 cm
Depois da cura, de curta duração
δ
dpcurta
= 5 * q
1pp
* L
4
/ (384 * E * I
tr
)
δ
dpcurta
= 5 * 0,05 * 1.200,00
4
/ (384 * 20.500 * 95.321,12)
δ
dpcurta
= 0,07 cm
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 123
Longa duração
δ
dplonga
= 5 * q
1pp
* L
4
/ (384 * E * I
tr
')
δ
dplonga
= 5 * 0,05 * 1.200,00
4
/ (384 * 20.500 * 94.065,53)
δ
dplonga
= 0,08 cm
Deformação lenta
δ
dl
= δ
dplonga
- δ
dpcurta
δ
dl
= 0,08 - 0,07
δ
dl
= 0,01 cm
Sobrecarga
δ
ds
= 5 * q
sc
* L
4
/ (384 * E * I
tr
)
δ
ds
= 5 * 0,06 * 1.200,00
4
/ (384 * 20.500 * 95.321,12)
δ
ds
= 0,08 cm
Flecha devido ao carregamento variável e deformação lenta
δ
2
= δ
dl
+ δ
ds
δ
2
= 0,01 + 0,08
δ
2
= 0,09 cm
Flecha total:
δ
max
= δ
ac
+ δ
ds
+ δ
dplonga
δ
max
= 0,40 + 0,08 + 0,08
δ
max
= 0,56 cm
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 124
Agora os valores de δ
max
e δ
2
devem ser inferiores a L/250 e L/350, respectivamente,
segundo o Eurocode, para pisos e coberturas. Temos, portanto:
L/250 = 1.200,00 / 250
L/250 = 4,80 cm
L/350 = 1.200,00 / 350
L/350 = 3,43 cm
Assim, já que os limites de flecha foram atendidos, então o perfil está ok para o
dimensionamento quanto à flecha.
7- Verificação do esforço cortante na alma da viga
Para fazer a verificação do perfil quanto ao esforço cortante, deve-se inicialmente adotar
o espaçamento entre enrijecedores como sendo o comprimento total da viga, já que o
uso de enrijecedores não é objeto deste estudo. Assim:
a = L
a = 1.200,00 cm
E daí:
a/h = 1.200,00 / 50,22
a/h = 23,89
Para este valor de a/h, temos que:
k = 5,34
Agora:
λ = h / t
w
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 125
λ = 50,22 / 0,90
λ = 55,91
λ
p
= 1,08 * (k * E / f
y
)
1/2
λ
p
= 1,08 * (5,34 * 20.500 / 25)
1/2
λ
p
= 71,47
λ
r
= 1,40 * (k * E / f
y
)
1/2
λ
r
= 1,40 * (5,34 * 20.500 / 25)
1/2
λ
r
= 92,64
V
pl
= 0,55 * h * t
w
* f
y
V
pl
= 0,55 * 50,22 * 0,90 * 25
V
pl
= 620,30 kN
Como temos que λ
<λ
p
, então a resistência de cálculo ao esforço cortante é:
V
n
= V
pl
V
n
= 620,30 kN
Agora devemos comparar o esforço cortante de cálculo
V
d
com o valor φ*V
n
, que é:
φ*V
n
= 0,9 * 620,30
φ*V
n
= 558,27 kN
Como
V
d
<φ*V
n
, então o perfil está ok para o dimensionamento quanto ao esforço
cortante.
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 126
8- Conectores de cisalhamento
8.1- Cálculo do número de conectores
A força cortante horizontal
V
h
será dada pelo menor dos dois valores abaixo calculados:
T = A * f
y
T = 82,73 * 25
T = 2.068,32 kN
C = 0,85 * f
ck
* b * t
c
C = 0,85 * 2,5 * 176,50 * 10,00
C = 3.750,63 kN
Logo:
V
h
= 2.068,32 kN
Para conectores Stud-Bolt, deve-se primeiramente calcular a área da seção transversal
do fuste:
A
cs
= π * d
cs
2
/ 4
A
cs
= π * 1,90
2
/ 4
A
cs
= 2,84 cm
2
A resistência nominal dos conectores será determinada com base na ruína por
esmagamento ou fendilhamento do concreto ou na ruptura do conector, e, portanto, será
o menor dos dois valores abaixo:
q
n
= C
red
* 0,5 * A
cs
* (f
ck
* E
c
)
1/2
q
n
= C
red
* A
cs
* f
u
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 127
Onde C
red
é um coeficiente de redução cujo valor depende do tipo de laje a ser
utilizado.
Como a laje é maciça, então
C
red
= 1.
Finalmente, calcula-se a resistência nominal dos conectores como sendo o menor valor
entre os abaixo:
q
n
= C
red
* 0,5 * A
cs
* (f
ck
* E
c
)
1/2
q
n
= 1,00 * 0,5 * 2,84 * (2,5 * 2.625,00)
1/2
q
n
= 114,84 kN
q
n
= C
red
* A
cs
* f
u
q
n
= 1,00 * 2,84 * 41
q
n
= 116,25 kN
Portanto:
q
n
= 114,84 kN
E o número de conectores usados será, portanto:
N = V
h
/ q
n
N = 2.068,32 / 114,84
N = 18,01
N = 19,00 (arredondado)
8.2- Disposições construtivas
Deve-se calcular o espaçamento entre os conectores, que será dado por:
e = (L / 2) / N
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 128
e = (1.200,00 / 2) / 19,00
e = 31,58 cm
A melhor solução encontrada foi colocar o primeiro espaçamento de 15,50 cm, os
próximos 7 espaçamentos de 31,00 cm, em seguida um espaçamento de 31,50, os 10
seguintes de 32,00 cm e o último espaçamento de 16,00 cm.
Verificações de norma:
1) Espaçamento longitudinal entre linhas de centro dos conectores deve ser de no
máximo
8*t
c
.
8 * t
c
= 8 * 10,00
8 * t
c
= 80,00 cm
Como temos que
e<80,00, então o espaçamento está ok.
2) Espaçamento longitudinal entre linhas de centro dos conectores deve ser de no
mínimo
6*d
cs
.
6 * d
cs
= 6 * 1,90
6 * d
cs
= 11,40 cm
Como temos que
e>11,40, então o espaçamento está ok.
3) O cobrimento lateral de concreto nos conectores deve ser de no mínimo 25 mm.
4) Altura do conector após a instalação deve ser de no mínimo
4*d
cs
.
4 * d
cs
= 4 * 1,90
4 * d
cs
= 7,60 cm
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 129
Como temos que h
cs
>7,60 cm, então a altura está ok.
5) Cobrimento superior de concreto deve ser de no mínimo 1 cm.
t
c
+ h
f
- h
cs
= 10,00 + 5,00 - 8,00
t
c
+ h
f
- h
cs
= 7,00 cm
Como temos que o cobrimento superior de concreto é maior do que 1 cm, então o
espaçamento está ok.
6) Espaçamento transversal mínimo entre conectores deve ser de no mínimo
4*d
cs
.
4 * d
cs
= 4 * 1,90
4 * d
cs
= 7,60 cm
6.1.3 Resumo do dimensionamento
1- Dimensionamento como viga de aço isolada
Como a laje não é escorada, então é necessário também dimensioná-la como viga de aço
isolada.
1.1- Flambagem local da alma (FLA)
λ = 55,91
λ
p
= 100,22
λ
r
= 160,36
M
p
= 38.311,76 kN*cm
M
r
= 32.661,33 kN*cm
M
nFLA
= 38.311,76 kN*cm
1.2- Flambagem local da mesa (FLM)
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 130
λ = 7,24
λ
p
= 10,88
λ
r
= 24,16
M
p
= 38.312 kN*cm
M
r
= 17.637 kN*cm
M
nFLM
= 38.311,76 kN*cm
1.3- Flambagem lateral por torção (FLT)
Não é necessário dimensionar a viga quanto a flambagem lateral por torção, pois a mesa
superior está travada com a laje.
1.4- Resistência nominal ao momento fletor
M
d1
= 19.305 kN*cm
φ
b
* M
n
= 34.481 kN*cm
Como
M
d1
< φ
b
* M
n
, então o perfil está ok para o dimensionamento como viga de
aço isolada.
2- Dimensionamento da viga mista
2.1- Cálculo da largura efetiva
b = 1,77 m
2.2- Definição da classe da viga
A classe da viga é 1 ou 2.
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 131
2.3- Verificação da posição da linha neutra
C = 2.912,25 kN
A * f
y
= 2.068,32 kN
Como temos que
C > A*f
y
, então a linha neutra está localizada na viga de concreto.
a = 7,10 cm
d
1
= 25,52 cm
M
n
= 66.216,18 kN*cm
Como temos que
M
d
< φ
b
* M
n
, então o perfil está ok.
2.4- Considerações para interação da viga
Não há necessidade de considerações, pois a interação é total.
2.5- Cálculo da seção transformada
N = 7,81
b
tr
= 0,23 m
N' = 23,43
b
tr
' = 0,08 m
y
a
= 26,25 cm
A'
c
= 226,01 cm
2
y
tr
= 49,13 cm
d = 52,50 cm
Como temos que
y
tr
<d, então:
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 132
I
tr
= 95.321,12 cm
4
I
tr
' = 94.065,53 cm
4
2.6- Considerações para o escoramento da viga
A viga não é escorada, portanto:
(W
tr
)
i
= 1.940,34 cm
3
(W
tr
)
s
= 7.127,32 cm
3
W
ef
= 1.940,34 cm
3
Finalmente, deve-se fazer a verificação:
M
g
' / W
x
+ M
L
/ W
ef
< 0,9 * f
y
M
g
' / W
x
+ M
L
/ W
ef
= 21,94 kN/cm
2
0,9 * f
y
= 22,50 kN/cm
2
Como a verificação foi satisfeita, então a tensão de tração da mesa está abaixo do valor
máximo admissível.
3 - Verificação da flecha
δ
ac
= 0,32 cm
δ
dpcurta
= 0,07 cm
δ
dplonga
= 0,08 cm
δ
dl
= 0,00 cm
δ
ds
= 0,08 cm
δ
2
= 0,08 cm
δ
max
= 0,48 cm
Agora os valores de δ
max
e δ
2
devem ser inferiores a L/250 e L/350, respectivamente.
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 133
L/250 = 4,80 cm
L/350 = 3,43 cm
Assim, já que os limites de flecha foram atendidos, então o perfil está ok para o
dimensionamento quanto à flecha.
4 - Verificação do esforço cortante na alma da viga
O espaçamento entre enrijecedores é o comprimento total da viga.
a = 1.200,00 cm
a/h = 23,89
k = 5,34
λ = 55,91
λ
p
= 71,47
λ
r
= 92,64
V
pl
= 620,30 kN
φ*V
n
= 558,27 kN
Como
V
d
<φ*V
n
, então o perfil está ok para o dimensionamento quanto ao esforço
cortante.
5- Conectores de cisalhamento
5.1- Cálculo do número de conectores
T = 2.068,32 kN
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 134
C = 3.750,63 kN
Logo:
V
h
= 2.068,32 kN
Para conectores Stud-Bolt:
A
cs
= 2,84 cm
2
Como a laje é maciça, então
C
red
= 1.
Finalmente, calcula-se a resistência nominal dos conectores:
q
n
= 114,84 kN
E o número de conectores usados será, portanto:
N = 19,00
5.2- Disposições construtivas
Deve-se calcular o espaçamento entre os conectores, que será dado por:
e = 31,58 cm
A melhor solução encontrada foi colocar o primeiro espaçamento de 15,50 cm, os
próximos 7 espaçamentos de 31,00 cm, em seguida um espaçamento de 31,50, os 10
seguintes de 32,00 cm e o último espaçamento de 16,00 cm.
Verificações de norma:
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 135
1) Espaçamento longitudinal entre linhas de centro dos conectores deve ser de no
máximo
8*t
c
.
8 * t
c
= 80,00 cm
Como temos que
e<80,00, então o espaçamento está ok.
2) Espaçamento longitudinal entre linhas de centro dos conectores deve ser de no
mínimo
6*d
cs
.
6 * d
cs
= 11,40 cm
Como temos que
e>11,40, então o espaçamento está ok.
3) O cobrimento lateral de concreto nos conectores deve ser de no mínimo 25 mm.
4) Altura do conector após a instalação deve ser de no mínimo
4*d
cs
.
4 * d
cs
= 7,60 cm
Como temos que
h
cs
>7,60 cm, então a altura está ok.
5) Cobrimento superior de concreto deve ser de no mínimo 1 cm.
t
c
+ h
f
- h
cs
= 7,00 cm
Como temos que o cobrimento superior de concreto é maior do que 1 cm, então o
espaçamento está ok.
6) Espaçamento transversal mínimo entre conectores deve ser de no mínimo
4*d
cs
.
4 * d
cs
= 7,60 cm
Vigas Mistas Capítulo 6 – Exercícios Resolvidos
Página 136
C
C
A
A
P
P
Í
Í
T
T
U
U
L
L
O
O
7
7
C
C
O
O
N
N
C
C
L
L
U
U
S
S
Õ
Õ
E
E
S
S
E
E
S
S
U
U
G
G
E
E
S
S
T
T
Õ
Õ
E
E
S
S
7.1 CONCLUSÕES
Uma das vantagens da utilização de vigas mistas em sistemas de pisos é o acréscimo de
resistência e de rigidez propiciados pela associação dos elementos de aço e de concreto,
o que possibilita a redução da altura dos elementos estruturais, implicando em economia
de material. A principal desvantagem reside na necessidade de provisão dos conectores
de cisalhamento na interface aço e concreto. É apresentado o programa desenvolvido na
linguagem Visual Basic, com fins pedagógicos de aprendizado teórico e prático do
cálculo de vigas mistas aço e concreto simplesmente apoiadas, contínuas, escoradas, não
escoradas, com interação total ou parcial, e submetidas a carregamento uniformemente
distribuído, com apresentação de comentários e citações da norma brasileira NBR
8800/86.
O principal objetivo deste estudo foi o de apresentar uma ferramenta voltada ao ensino,
ou seja, com funções didáticas, o programa elaborado para cálculo de vigas mistas
simplesmente apoiadas para carregamento uniformemente distribuído e relatório
didático explicativo, com todas as fórmulas e resultados fornecendo ao aluno ou
professor mais uma ferramenta para o estudo de vigas mistas aço e concreto.
7.2 SUGESTÕES PARA CONTINUIDADE
As sugestões seriam a continuação do desenvolvimento desse trabalho, voltado ao
ensino, disseminando o uso do aço, com o objetivo de aumentar a abrangência do tema
para perfis mistos, lajes mistas e vigas contínuas.
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