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das obras públicas, a exemplo do Engenheiro Vauthier, em Recife, conforme
analisamos no capítulo 3.
Assim referiu-se o então presidente sobre o Arquivo e o Gabinete em seu
relatório de 1858, que reproduziremos na íntegra para nos situarmos melhor na
realidade das práticas urbanísticas de então e para uma melhor compreensão do estilo
do urbanista:
Em falta de um archivo e gabinete de obras publicas, os quaes so poderão existir depois que
for creada a respectiva repartição, estão dispersos os papeis e instrumentos que a elles devem
naturalmente pertencer. Uns se achão em palacio, outros na secretaria, além dos que existem
em poder dos engenheiros. Por semelhante systema nunca será possível haver a desejada
ordem na guarda, conservação e distribuição desses objetos.
Quando aqui cheguei, um só instrumento não existia de observação o trabalho de engenheiros.
Quanto a plantas, algumas achei na secretaria, evidentemente truncadas. Para dar uma idéia
do desmantelamento, que a tal respeito se observava, basta dizer que ainda não pude descobrir
o plano do theatro; de sorte que haveria grande trabalho na continuação d’esta obra, se por
ventura se tratasse de lhe dar andamento.
Não só requisitei ao Exmo. Minsitro do Imperio, como tambem mandei comprar os
instrumento e mais objectos, que julguei necessarios para o serviço dos engenheiros. Hoje
possui a província os que constam da relação seguinte:
2 theodolitos, 2 planchetas, 1 bussola com eclimetro, 1 nivel d’Egault, com regra de mira, 1
bussola prismatica, 4 bussola de algibeira, 1 higrometro de Sausurre, 1 Thermometro, 1 Nivel
cavalleiro, 6 Trenas, de 150, 100, 50 palmos, 2 Cadêas de 10 e 5 braças, 1 estojo completo, 2
transferidosres, 2 reguas sortidas. Alem disto, existe mais uma caixa de tintas, papel marca
grande e pequena e os mais apparelhos para o desenho.
Como objetos de archivo, existem, alem de algumas plantas antigas, mais as seguintes, que
foram levantadas depois que tomei posse da administração.
Mappa das principais vias de comunicação da provincia da Parahyba, por Bless e Polemann;
Planta da cidade da Parahyba, por lfredo de Barros e Vasconcellos; Planta do andar terreo da
casa da câmara municipal do Pilar, por Bless; Planta da ponte de Mamanguape, por Bless;
Planta da cadeia d’Areia, por Bless; Projecto de uma cadeia para Alagoa Nova, por Bless;
Projecto para casa das camaras e cadeias das villas da Independência e São João, por Bless;
Planta de uma nova Matriz para Bananeiras, por Bless, Planta do cemiterio publico, por Bless;
Planta de um muro de receinto para a cadeia nova, por Bless; Planta da margem direita do do
rio Sanhauá, desde a ponte do mesmo nome até a gameleira, por Alfredo de Barros e
Vasconcellos; Planta e fronstispício da cadeia de Souza, por Sebastião de Souza e Mello;
Planta e fronstispício da casa da camara, idem; Planta e fronstispício da casa da pólvora,
idem; Planta e fronstispício da capela do cemiterio desta capital, idem; Planta e fronstispício
das casas situadas entre o Beco do Serinhaem e o Largo do Varadouro, por Polemann; Planta
e nivelamento da ladeira do Rosario e dos terrenos circunvizinhos, por Polemann; Esboço de